#meu deus perdi a mão e ficou grande
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mxgicmikah · 21 days ago
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☺︎𝒕𝒂𝒔𝒌 002; 𝒐 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒓𝒊𝒕𝒖𝒂𝒍☺︎
tw: menções a sintomas de crise de ansiedade no quarto parágrafo.
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Aquele era, talvez, um dos dias mais estressantes e cheios de pressão da vida sem fortes emoções de Mikah Morningstar. O (ainda) jovem estava tocando seu piano no quarto pela última vez antes de partir enquanto ouvia seu pai se gabando dos feitos que ele, seu filho mais novo, ainda nem havia concretizado e honestamente sequer pensava nisso. Seria incrível ser escolhido, mas não era sua prioridade. Mikah tinha sonhos. Cresceu dentro das paredes de casa, nunca foi muito longe, exceto para compromissos políticos do pai, e o que mais queria era viver. Queria conhecer os changelings, viajar para todos os cantos, viver romances épicos, conhecer pessoas incríveis e algumas não tão incríveis assim também para experienciar de tudo, e se aventurar, igualzinho lia nos livros. Infelizmente, era medroso demais para confrontar seu pai, que afirmava em alto e bom tom que seu filho caçula voltaria de Hexwood casado com uma nobre donzela, formado com honras e pronto para seguir carreira política.
A família Morningstar acreditava fielmente que cada um de seus decendentes deveria ser destinado ao sucesso. Afinal “o sucesso é o único caminho possível nessa família." e conseguia ouvir essa frase ressoando na voz do pai na sala da grande casa Morningstar conforme elogiava todas as quatro filhas mais velhas que eram importantes feiticeiras e casadas com nobres "do seu nível.". Bom, era o que o patriarca Elijah Morningstar sempre dizia. Na opinião pessoal do rapaz, seus cunhados eram todos até legaizinhos, mas muito engomados e conservadores. Apesar disso, Dinah, Vikah, Sarah, Minah eram mais velhas que ele, mais fortes que ele, e sempre cuidaram de Mikah, não o contrário. Mas é claro, elas eram mulheres, naturalmente sua propensão para feitiçaria era maior, não tinham as mesmas preocupações que ele sobre desapontar a família e quebrar o legado. Gostavam de vida que levavam, sendo grandes feiticeiras e vivendo grandes amores. Mikah não se importava, porque achava lindo o quanto eram felizes.
Na verdade, o que realmente o importava para ele era descobrir o que aconteceria no seu primeiro dia em Hexwood se nenhuma divindade o escolhesse. Seria deserdado? Banido? Forçado a seguir um caminho que não o contemplava? Eram muitas questõe passando na sua cabeça. E se fosse escolhido? Precisaria viver na sombra do pai realizando todos os seus desejos projetados nele ao invés de escrever sua própria história? Não sabia dizer qual opção o aterrorizava mais naquele momento. Era só um jovem adulto, recém saindo da adolescência, com muita inteligente mas com a menor habilidade social possível e experiência de vida possível. Sabia se relacionar com livros, com suas irmãs, e formalmente com alguns nobres com quem havia crescido para que pudesse manter as boas relações entre as famílias. Sempre havia sido um grande paquerador, e pelo menos para isso tinha uma ou outra história para contar, mas no final do dia ainda era o único herdeiro homem dos Morningstar, e tinha responsabilidades. Precisava ser escolhido por algum Deus ou Deusa.
Na cabeça de Mikah, milhares de pensamentos passavam lhe gerando ansiedade. As mãos suavam, os joelhos tremiam, e a cada segundo parecia mais difícil de focar nos lugares que lhe eram apresentados. Lembrava vagamente de passar pelo Portão Principal e pelo Salão Principal, e honestamente, naquele ponto tudo não parecia muito com o principal de fato naquele momento. Lembrava também de alguns rostos conhecidos aqui e ali, e de seus sorrisos amarelados, já que muitos assim como ele tinham seus próprios medos e questões diante daquele momento decisivo na vida de um nobre em Aldanrae. Mikah então seguiu até a sala da Pira Sagrada junto aos demais em silêncio absoluto, sua cabeça parecia girar de medo de ser rejeitado por todos os deuses e não conseguir reencontrar suas irmãs ou nunca orgulhar seu pai. Ele respirou fundo, secando o suor das mãos nas vestes enquanto tentava se lembrar da frase que sua irmã mais velha, Dinah, havia o dito antes que ele deixasse a casa onde cresceram naquela manhã.
"Você é bem-vindo em casa de onde quer que você venha."
Pelo menos, onde quer que estivesse, sabia que tinha amor.
Todos os seus movimentos eram quase automáticos. Ele ouvia as orientações quase como um zumbido no fundo e tentou ao máximo focar e acompanhar os colegas conforme eles se movimentavam, agradecendo mentalmente por ter perguntado mil vezes para suas irmãs como o Primeiro Ritual funcionava. Conforme foi lembrando do rosto de Minah contando do seu primeiro contato direto com Sekhmet seu corpo relaxou um pouco, o deixando mais a vontade para inalar a fumaça do Sacro Cardo. Ele tentou respirar fundo, ignorando que seu corpo hiperventilava e tremia de insegurança. Conforme tentou novamente, sua respiração foi se acalmando aos poucos, e ele sentia seu corpo relaxar conforme a fumaça sagrada o envolvia.
Por um instante o corpo de Mikah relaxou, e ele percebeu que todos estavam em silêncio já tinha algum tempo. Abriu seus olhos devagar, e se deu por conta que não havia... nada. Não havia ansiedade. Mas também não havia boas sensações. Na verdade, não existia sensação alguma. Ou cheiro. Ou cor. E por mais belo que parece o não-existir, Mikah não podia parar de deixar de pensar que era vazio. Parecia vazio sem seus sentimentos, mesmo que estivesse frente a frente com um campo florido. Flores não tinham graça sem cores, mas ainda era lindo. Com um sopro do vento, que ele não podia sentir, diversas pétalas de flores diferentes voaram em sua frente, formando um coração, e dentro dele, algumas pétalas menores formaram nitidamente um círculo sendo conectado a uma cruz virada para baixo. O Morningstar conhecia aquele símbolo, o havia estudado assim como o símbolo de todos os deuses, e assim, soube que era escolhido de Vênus.
Esfregou seus olhos para tentar enxergar melhor mas quando voltou a abrir os olhos estava sentado na sala da Pira Sagrada novamente, com um enorme alívio em seu coração e também uma bola dourada e brilhante que carinhosamente chamou de Órion. E a partir de então ele soube que estaria sempre acompanhado de amor.
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tecontos · 9 months ago
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Dando umazinha no camarote da balada.
By; Aghata
Meu nome é Aghata, tenho 19 anos, moro em São Paulo. Sou filha única, típica menina de apartamento, branquinha, baixinha, cabelos lisos e pretos, mas o que realmente chama atenção é meu bumbum, grande e redondinho, meus seios são médios mas muito bicudinhos.
Eu perdi a virgindade muito cedo, mas ainda era um pouco travada em relação a sexo, tive um namoradinho, mas foi coisa rápida, sempre me interessei por homens mais velhos.
Meus pais me dão mais liberdade e também me cobravam mais responsabilidade, eu estava estudando muito para o vestibular, foi quando uma amiga minha chamada Sofia me convidou para ir conhecer uma balada no centro da cidade, ela é toda descolada e me disse que eu iria adorar, lá tinha todo tipo de gente e era super animado.
Meus pais concordaram, achavam que eu tava estudando demais e precisava mesmo me distrair, então no fim da tarde do sábado meu pai me levou até a casa da Sofia pra gente se arrumar e tal. Sofia é uma garota muito bonita, tem a minha idade, loira, alta e sempre foi popular no colégio, bem diferente de mim, mesmo assim ela era super legal e sempre me chamava para sair.
Na hora de me arrumar, Sofia disse que me emprestaria um vestido, que iria valorizar muito meu corpo, ela trouxe um vestido azul bem curto e justo, com um decote em V e disse que naquela noite nós irí¬amos arrasar, ela me maquiou, passou um batom vermelho, jogou meu cabelo para o lado, e quando olhei no espelho confesso que nem me reconheci, fiquei com um pouco de vergonha, mas ela me animou dizendo que eu estava linda.
Sofia também se arrumou, colocou um vestido branco, até um pouco transparente, disse que nem usaria calcinha pra não marcar, ela realmente ficou linda.
Passando das 11h da noite Sofia pediu um táxi que nos levaria até a balada, chegando lá tinha uma super fila, mas Sofia era VIP e passamos na frente de todos. Quando entrei me surpreendi com as luzes a música eletrônica tocando alto e muita gente dançando e bebendo.
Tí¬nhamos acabado de entrar e Sofia já queria beber, fiquei um pouco receosa, pois não estava acostumada, mas logo ela trouxe um drink colorido e me deu dizendo que era fraquinho, bebi e até gostei. Poucos minutos depois Sofia já estava se agarrando com um rapaz, ela o beijava como se já o conhecesse a muito tempo, me senti deslocada, até alguns carinhas chegaram em mim, mas eu tava de boa.
Em menos de 1h lá dentro Sofia já tinha pego pelo menos 3, e de repente ela sumiu, fiquei procurando e nada, já comecei a ficar preocupada, até que resolvi subir e tentar pedir ajuda para alguém, nessa de tentar encontrá-la esbarrei em um cara, seu nome era Marcos e antes de qualquer palavra ele foi logo me puxando pela cintura e me roubou um beijo, nossa! Que beijo, ele me segurava forte e beijava minha boca e meu pescoço, me chamava de delícia, enquanto apertava minha bunda.
Marcos era um moreno alto, cabelos escuros, corpo sarado, aquele tipo de cara com pegada, e apesar de ter gostado daquele amasso, estava me sentindo muito exposta, então ele parou de me beijar e se apresentou, perguntou se eu estava perdida, eu disse que estava procurando minha amiga e ele se ofereceu para ajudar, disse que do camarote era mais fácil de encontrar. Ele pegou em minha mão, e foi me levando, no caminho disse que era empresário, tinha 36 anos e adorava essa balada, eu contei que era a primeira vez que estava lá.
Marcos me levou para um cantinho onde dava para ver a pista, mas a parte onde estávamos era bem escura.
Chegando lá ele começou a me agarrar de novo, dizendo que eu era uma novinha muito gostosa, que ele queria me conhecer melhor, eu me apoiei no lugar onde eu poderia observar a pista, falando que eu precisava encontrar Sofia, mas Marcos não perdeu tempo, foi me agarrando por trás, mordendo minha orelha, me chamando de bunduda gostosa.
Com toda aquela agarração, foi inevitável ficar meladinha, eu estava gostando do seus beijos e amassos, ele me agarrava, chupava meu pescoço, até que não demorou muito senti sua mão safada afastando minha calcinha, puxando de ladinho, ele siriricou minha bucetinha com vontade, dizendo que estava cheio de tesão com uma xoxota toda melada.
Marcos era de fato um homem safado, rapidinho me virou para parede, tirou seu pau para fora, ergueu minha perna e ficou esfregando seu pau até achar a entrada da minha xotinha, senti que seu pau era grosso e estava muito duro, ele foi metendo, gemendo no meu ouvido.
Enquanto metia ele perguntava se eu gostava de homem pauzudo de pica assim grossa como a dele, eu não conseguia responder, tava sem ar, aquele safado bombava o pau com força, eu já tava até gostando, ele metia sem parar, queria me fazer gozar, e quando estava quase chegando lá, lembrei que ele não podia gozar dentro, já que não estávamos usando camisinha, mas cadê vontade de parar, eu queria ir ate o fim.
Logo ele foi socando com mais força, seu pau tava me deixando arrombadinha, eu gemia e ele urrava de tesão, até que ele enfiou o pau bem no funda da minha xaninha e gozou, gozou muito, senti sua porra quente me invadindo e gritei de prazer.
O safado tinha me deixando ensopada, quando tirou o pau senti sua porra escorrendo, ele passou a cabeça da rola lambuzando minha bucetinha e enfiou de novo dentro de mim, deu mais umas bombadas e eu gozei ficando completamente mole, sem forças nas pernas.
Descansamos um pouco enquanto nos arrumávamos, ele me pagou uma bebida, conversamos um pouquinho e eu fui procurar a Sofia, mas não achei e voltei para casa dela sozinha.
Peguei um táxi, pedi para ele parar em uma farmácia, comprei a pílula do dia seguinte, antes de chegar na casa dela.
Após um banho de comer algo acabei dormindo e no dia seguinte Sofia me acordou pedindo desculpa, dizendo que conheceu um cara e ela acabou indo para o motel, mal sabia ela que eu tinha sido comida e seu vestido ainda tava todo gozado.
Enviado ao Te Contos por Aghata
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arcoirisdaspalavras · 2 years ago
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É que só vivi em literatura.
Quando coloquei os pés para fora de casa,
O mundo ficou tão grande.
Que nem me lembrava de tanto.
Naquele encontro,
Quando meu coração bateu forte,
Encontrei com a natureza.
Vi poesia nos seus olhos e me perdi.
Por não entender,
Me fascinei.
Eu que nunca olhava nos olhos de ninguém.
Vi um universo inteiro através dos seus.
Me senti tão próximo de Deus.
Era tão inimaginável estarmos ali,
Que os princípios de inteligência se perderam.
A sensação do mundo nas mãos ao te abraçar.
Aquele espaço inteiro da Quinta da boa vista se perdeu.
Tão natural era sua presença.
A própria natureza se alegrava com nosso encontro.
A chuva nos alcançou e trocamos beijos.
Tive medo da sua chegada.
Mas quando dei por mim,
Você já tinha tomado tudo.
Embora distantes,
Cada cor azul me lembra você.
Sorrio como um bobo.
Em momento de medo,
Lembro do que construímos juntos.
O movimento mais concreto e importante que já fiz.
As outras coisas se tornam pequenas.
O universo alertou que algo mudaria.
Eu continuo, mas agora sem você.
Sua passagem por mim deixou marcas.
Como tatuagens pelo meu corpo.
Ainda te encontro em sonhos.
O meu primeiro amor.
Cada dia dói menos.
@robertocpaes
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wildpandaomg2 · 11 days ago
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O seu desinteresse foi tão grande, que cobriu os meus bons olhos de desgosto. Sinto de longe o cheiro da sua covardia, mas se você preferiu fugir, não vou insistir.
Você dizia que o amor só era enterrado quando as palavras de uma conversa enchiam a cova, mas pelo jeito, você preferiu sumir dentro do buraco que ficou em meu coração, feito um indigente.
Me arrependo por não ter acreditado no horóscopo daquele mês que te conheci, que me orientou a ter calma e não apostar tudo quando o prêmio fosse o amor. Mas, não deu. No jogo do amor, apostei todas as fichas em você. E perdi.
Perdi a vontade de sorrir, de levantar da cama gritando bom dia e também perdi a noção do tempo esperando por uma resposta. Mas o pior de tudo: perdi o meu tempo com quem só me fez de passatempo.
Senti o gosto amargo do amor em meus lábios e passei por tempestades sem ter um porto seguro. Apanhei da vida como quem entra num ringue de olhos fechados. Mergulhei de cabeça em um amor tão raso quanto a uma poça de lama. Me sujei nas pegadas de desamor que você deixou pra trás quando foi embora. Mas, decidi ser gentil e não me maltratar tanto por quem tão pouco me entregou em tantas oportunidades.
A tempestade passou e clareou a minha visão sobre as coisas, aprendi que dependência emocional é tudo aquilo que não precisamos ter por perto. E de longe é o que causa mais estrago quando chega a hora de dizer adeus; ela se agarra tão forte no peito que só nos resta abrir mão de boa parte de nós.
Muitas vezes se passou um filme em minha cabeça sobre o que poderia ser. Se, talvez, mas... nada disso adianta! O peso do desinteresse foi tanto que nada mais me faria voltar atrás.
Texto: @tipobilhete
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in-my-life-ill-love-blog-ii · 8 months ago
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Baleia não, cachalote! Um ex namorado me sugeriu essa tatuagem, porque eu tinha um vaso tatuado que foi sugestão de um ex antes dele. E esse vaso, logo depois da tatuagem quando chegamos em casa, ele disse “E agora, José?”, eu não entendi e ele me apresentou o poema do Drummond. Me apresentou também naquele mesmo dia, um filme chamado “Casamento sangrento”, sobre uma mulher que é colocada num jogo em que ela vai ser caçada, uma música chamada “Stay alive”, “Goodbye Angels” do red hot postado num story, e terminou. Um relacionamento que começou com ele me levando café da manhã na cama, cozinhando minha janta preferida, e terminou três meses depois sem motivo nenhum, deixando uma tatuagem sem significado pra mim, um poema, um filme e duas músicas. Enfim, esse vaso não tinha significado, fiz porque fui acompanhar ele a fazer uma máscara de um demônio japonês, e ele sugeriu esse vaso que era uma flash do tatuador dele, acabei fazendo não sei porque, a gente tinha f1 e bebido (aliás, coisas que deixei de fazer há um tempo, não trazem nada de bom) antes de ir pro estúdio.
Então, pra completar a tatuagem do vaso e dar significado, esse ex que veio depois sugeriu fazer essa da cachalote pra fazer uma referência ao guia do mochileiro das galáxias. Ele terminou comigo, voltou, terminou e voltou tantas vezes que eu perdi a conta. Mas quando fiz a tatuagem tinha voltado, e foi junto comigo fazer inclusive, mesmo tendo que trabalhar naquele dia. E depois terminou comigo de novo. É um desses relacionamentos tóxicos que ele me tinha na mão dele, me controlava e terminava e voltava quando queria, e eu não conseguia ver o mal que ele fazia comigo, agora que estou afastada emocionalmente a tempo suficiente percebo o quanto ele me manipulava e controlava.
Passou um tempo onde aconteceram coisas horríveis comigo, me geraram um grande trauma. Estava me recuperando, mas mais um vez o ex da cachalote apareceu do nada, eu bloquei, ele mandou email, não respondi e ele mandou mensagem no Catan, um jogo de tabuleiro com versão online que eu gostava, insistiu infinitamente até eu voltar com ele. voltamos, e logo na primeira semana ele me perguntou quando eu tinha feito a tatuagem, como se ele não lembrasse que tivesse sido ideia dele, e até ido comigo fazer. Na hora que respondi isso ele ficou desconsertado, e eu não entendi e segui normalmente, mas a história só se repetiu, ele me deixou mal de novo, me fazia sentir culpada por coisas que ele fazia errado, eu estava me desculpando pelos erros dele, e sendo manipulada, como todas as outras vezes. Resumo, ficou meses insistindo pra eu voltar, de todas formas possíveis, quando voltei não demorou pra ele me maltratar de novo, e um mês depois terminou, mais uma vez. Depois de conseguir me deixar muito mal, como ele fazia sempre. Relacionamento lixo com muita manipulação emocional. E no primeiro dia que a gente voltou, depois dele insistir muito pra voltar e durar só um mês (com muito esforço do meu lado), ele me recomendou um livro chamado “O proceso” de Kafka, foi a primeira coisa que ele falou dessa última vez que a gente voltou. Disse que é um livro sobre alguém que está sendo acusado de algo que ele não sabe o que é, e que precisa se defender disso mesmo sem saber o que está acontecendo. Foi a primeira e única vez que ele me recomendou um livro, o que me chamou atenção porque ele não é de ler.
Passou mais um tempo, e um policial olhou pra minha tatuagem do braço, chamou outro, e começaram a me fazer algumas perguntas indutivas e manipulativas, “é uma baleia?” em vez de, por exemplo, perguntar o que era a minha tatuagem e deixar eu dizer o que era realmente. Bom, é uma cachalote, e não uma baleia. Mas ele continuou com questões confusas e indutivas.
Então, teve essa reação desse meu ex namorado em dizer que não tinha sido ele que deu a sugestão, e nem de ter ido comigo fazer. Sendo que sim, ele deu a sugestão, até pesquisamos a história juntos porque eu nem lembrava dela, e ficamos discutindo e fazendo cálculos pra ver se a cachalote realmente teria o mesmo tempo que o vaso, usando os dados da física que o autor do livro coloca na estória. E ele foi comigo fazer, sentou do meu lado enquanto eu tava sendo tatuada. Não fez sentido ele dizer que não se lembrava.
Até que, estava rolando o feed do Instagram e surgiu um vídeo falando sobre um tal jogo da baleia, em que pessoas se suicidam. Pesquisei rapidamente no Google e não consegui terminar de ler a matéria, por pânico. Ali liguei as duas coisas, as duas reações exageradas a tatuagem, que até esse momento pra mim era só uma cachalote. Fiquei pensando se esses dois ex namorados me colocaram nesse jogo, porque os dois me manipulavam muito, e eu não faria a cachalote sem um vaso perdido e sem sentido no meio do meu braço. E porque que fariam isso comigo? Eu sei que parece absurdo, mas aconteceram tantas coisas estranhas, ruins e negativas comigo desde que fiz ela, que faz não parecer tão absurdo assim. Realmente ruins. Num nível que não consigo escrever aqui.
Quando o policial me interrogou sem eu saber que estava sendo interrogada, e tentou me induziu a dizer que era uma baleia, eu ainda não tinha entendido o que isso significava. Porque pra mim, o significado sempre foi referência a um livro. Queria poder voltar nesse momento e dizer “para de tentar me dizer o que a minha própria tatuagem significa, ela pode não ter sido ideia minha, mas o significado que eu dou pra ela é todinho meu”.
O que me assusta é que, mesmo ele vendo o mal na minha tatuagem, tentou me induziu a dizer que era uma baleia, como se tivesse tentando me fazer produzir uma prova contra eu mesma? Mas um policial, não tem o dever de proteger seu povo? Em nenhum momento ele fez perguntas que poderiam me ajudar, caso alguém tivesse me colocado num jogo, como por exemplo quando eu fiz a tatuagem, quem sugeriu, o básico de alguém que quer ajudar a entender minimamente. Eu não sei, aquela conversa/interrogação/manipulação foi muito estranha. Só o que ele fez por mim foi chamar a minha atenção pra tatuagem e me deixar preocupada. Cachalote é tipo uma baleia, mas não é uma baleia, e mesmo se fosse, eu com certeza jamais entraria em um jogo assim, então foda-se o significado que os outros dão pras minhas próprias tatuagens.
Depois ele começou a se abrir comigo, do nada, e dizer as pessoas de sua família que havia perdido, disse no mínimo umas três vezes que havia perdido a sua mãe. Eu não perguntei nada, não tenho o menor interesse na vida dele, e não faz sentido ele ficar me falando da vida pessoal dele. E depois veio o outro, também dizendo que havia perdido a sua mãe. Sei la, eles devem ser traumatizados com isso, mas porque foi descarregar as emoções dele justo pra mim que estava fragilizada e nunca tinha visto ele na vida, não sei. Achei que policiais fossem treinados pra ser emocionalmente controlados.
Recentemente teve o suicidio do PC, que depois que tatuou uma baleia, várias coisas horríveis aconteceram na vida dele. Foi acusado de cometer um crime seríssimo, ele colaborou com a investigação e entregou celular tudo, foi inocentado, não encontraram nada que comprovasse o crime, mas a dúvida que isso gerou foi suficiente pra acabar com a carreira dele, além de muitas mensagens de ódio que ele recebia. E mesmo antes disso, teve uma sucessão de coisas estranhas que aconteceram na vida dele também, depois da tatuagem. A morte dele quase não foi noticiada, apesar dele ter sido muito famoso, e os poucos que anunciaram não referenciaram a baleia tatuada, será que se relacionassem o suicidio dele com a baleia, iam precisar admitir que armaram isso tudo pra ele pq alguém colocou ele num jogo pra assinar a própria morte? Achei isso tudo muito estranho e meio assustador.
Eu fiz essas ligações muito recentemente, porque pra mim a cachalote sempre teve outro significado, que é completamente oposto ao suicidio. E nem sabia desse tal jogo. Então até quando o policial colocou muita atenção nisso, eu não tinha entendido o motivo. Na minha tatuagem ela está até sorrindo! Com os seus dentes a mostra, e aliás, baleia nem tem dentes. Enfim, pode ser só coincidência isso tudo, mas sabendo que o jogo existe mesmo, queria escrever com sinceridade sobre isso, pra esse assunto parar de assombrar.
Outra coisa estranha também, foi que uma pessoa descreveu a cena exata da última vez que tive relações sexuais. Assim, do nada. Exata. Com detalhes muito específicos. Foi assustador. Eu me assustei tanto com isso que só sai correndo dali, não consegui questionar, nem entender direito o que estava acontecendo. E não foi a primeira vez que aconteceu algo estranho nesse sentido.
Mas bom, caso tenham me colocado nisso, perderam. Porque a cada dia que passa, eu descubro mais o quanto amo viver, aprendi a transformar o mal que me fizeram em força.
Sem romantizar o mal que me fizeram e fazem. Não queria ter passado, nem estar passando por nada disso. É difícil não poder fazer nada a não ser suportar a dor e aprender a lidar com ela, é sofrido, todos os dias. E isso não faz de mim mais forte.
Eu me agarro muito a música em momentos difíceis, e uma que me pegou desde o dia em que foi lançada, termina com um trecho assim: "A nossa maior virtude é a coragem de amar". Logo depois que ela foi lançada, comecei a passar por mais um processo intenso, em ter que deixar um lugar que até então eu amava, mas parecia mais um jogo de egos. E, mais uma vez não conseguia ver o mal que algumas pessoas me faziam, era um misto de sentimentos confusos e contraditórios. Essa frase virou meu porto seguro, e não sai de mim nunca mais.
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lembrancasnopapel · 8 months ago
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Seu Olhar é Um Caminho Sem Saída
Ele está em uma das minhas turmas na FACOM (Faculdade de Comunicação da UFBA). E alto comparado a mim, cabelo nagô, sorriso estonteante, lábios grossos e macios, bem chavoso, carinhoso e inteligente.
Obviamente eu não conhecia todas essas qualidades até bem recentemente, já havia reparado nele, como não reparar? Lembro de sua apresentação de um dos textos que a turma deveria ter lido, eu não li. Não lembro de muito, talvez eu estivesse muito ocupado simplesmente elaborando suposições e questionamentos sobre aquele rapaz. Não acho que eu tenha pensado, até aquele momento, em tentar algo.
Nas conversas de intervalo eu joguei verde, mostrei que tinha algum interesse. Descobrimos que compartilhávamos outra turma, turmas em 2 dias seguidos, nos veríamos na próxima quarta-feira, se houvesse aula.
Ele chegou atrasado, me deu um oi, sentou-se um pouco a frente, fui até lá, me sentei a seu lado. Desde o início a tensão entre nós parecia estar lentamente escalando. O cheiro de seu perfume, Deus sabe o que era aquilo, parecia enfeitiçador. De perto era bem melhor para reparar nos detalhes de seu corpo, conversamos pouco, comentários aleatórios, eu de repente tive uma ereção, fiquei um pouco desconfortável, era um sintoma que costumo chamar de “fogo no rabo”. Ele reparou, eu ajeitava a cueca aqui e ali, colocava o braço por cima, ele deu algumas olhadas. Não parecia se incomodar, até sorriu, sorriso malicioso, que me deixou com ainda mais vontade. Fiz um comentário “Eu tirei a cueca do varal ainda molhada, ela tá com um cheiro forte de amaciante”. No que ele respondeu “Eu só acredito se cheirar”.
Precisei ir no banheiro, ele também, ao lado dele no urinol eu não conseguia me concentrar, eu queria olhar, acabei falando que não conseguia mijar porque estava “de pau duro”. Ele riu, eu fui disfarçar na frente do espelho, ele veio atrás, disse algo sobre seu cinto, eu olhei, era aparente que a tensão sexual fluía dos dois lados porque o pau dele também estava duro. Peguei pela cintura de seu jeans e o puxei para mais perto, provei o volume com a mão. Alguém entrou no banheiro, nos afastamos e falamos sobre como o meu cabelo estava crescendo, foi um tanto constrangedor, ele ficou falando que ia ser difícil disfarçar a sua ereção. Realmente, o jeans era apertado e o volume era grande.
Saímos em busca de um esconderijo, eu fui puxando ele, ele foi abrindo as portas que surgiam, afinal achamos um cantinho, havia mais gente na sala, porém uma estante nos escondia dos demais. Tentei beija-lo, não alcancei sua boca, ele me mandou sentar na mesa, assim eu fiz, adoro quando mandam em mim, beijei seu pescoço, senti o cheiro em sua roupa, nos beijamos com tanta intensidade que eu podia jurar que iríamos chegar aos conformes ali mesmo. Ele disse que deveríamos voltar, ele tinha razão, assim fizemos.
Na sala ele passou a me dar um pouco de carinho, aí ele me quebrou, havia tanto tempo desde que alguém me dera um pouco dessa droga tão aditiva. A aula até que estava boa, ele participava, eu porém perdi totalmente o foco, sucumbi aos seus feitiços, completamente arrebatado por sua persona. Eu queria subir nele, queria sentir a sua pele contra a minha, a sua respiração ofegante, ouvir o tom do seu gemido. Nada disso pude fazer.
A aula passou, nós jantamos juntos, dividimos um cigarro, conheci alguns de seus amigos, um deles já era conhecido, aliás. Impressionante como ser alguém atraente faz com que seus amigos sejam cada vez mais atraentes, bom pra ele. No ponto de ônibus fui abraça-lo e ele me beijou. Voltei para casa com um sorriso de orelha a orelha.
Não sei ao certo se isso vai dar em alguma coisa. A UFBA aderiu a greve, as aulas estão canceladas, há um vento que sopra ao leste e me chama para o mar, um certo aperto no peito que pede para ir para casa, uma vontade tremenda de encontrar em um olhar algo que possa chamar de lar.
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asvezesquerogritarisso · 2 years ago
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o mundo inteiro é uma grande droga inadequada.
estou escrevendo isso completamente de saco cheio. tem dias que parece que tudo está desligado... tudo meu que é capaz de amar e admirar, ser grata, parece que simplesmente desapareceu
e eu fico tentando procurar onde será que está tudo aquilo. ainda tem flores na minha mesa, talento nas minhas mãos, ainda tem as mesmas luzes no meu quarto e tudo é igual. em teoria... porque hoje o som dos carros que vem de fora parece que vai me deixar louca... e todos os pequenos ruídos não me deixam pensar em nada. a comida que eu mais gosto está com uma textura terrível... eu não quero mastigar nada eu odiei a sensação que o cigarro me deu eu odeio esse cheiro eu queria fugir pela noite e sumir em algum lugar tão frio que eu sentiria meu nariz ficar dormente... eu daria tudo pra sentir tudo congelar....
acho que tudo é tão estranho. mas quando as coisas não estão estranhas tudo que eu faço é agir normalmente... talvez eu devesse agir assim.
eu quero morrer agora mas se eu não quisesse talvez eu acharia super legal comer beber um Nescau no quentinho e assistir um filme de terror que só a Gabriela gostaria. enquanto faço um post bom que só a Gabriela faria.
um pensamento pode virar outro... acho que isso é tudo no que eu posso focar agora pois eu seria capaz de fugir de casa hoje a noite sem telefone sem dinheiro e simplesmente desaparecer... quem sabe morrer, ser sequestrada, sentir a dor que eu acho que mereço agora...
e tudo isso pq eu estou me punindo severamente por tudo... eu só queria ter uma vida feliz, um relacionamento e uma melhor amiga e agora tenho que escolher.
quer dizer, eu escolhi, escolhi o Renan e fui sincera com a Bianca... mas a que custo? é como se eu contrariasse minha própria moral e eu quero me punir por isso....
A Gabriela nunca colocaria namoro na frente de amizade. Nunca. Nunca. Nunca fiz isso.
Eu acho que o Renan... Não confia em mim... Eu queria muito entender ele. Tentei até imaginar como seria se ele tentasse ser amigo do Marcus mas primeiro que o Renan nunca conseguiria ser amigo do Marcus, ele nem tinha amigos pq era um merda, mas se ele quisesse ser, eu respeitaria, eu tenho certeza que respeitaria...
Eu não tô nem aí pro que dizem os amigos dele, os amigos dele são tão novos quanto ele... A minha relação com a Bianca é uma, com o Renan é outra e eu saí com ela normalmente separando as coisas... Nada demais aconteceu. Literalmente a única coisa que aconteceu o dia inteiro foi o Renan não confiando em mim, o Renan ficando ansioso por achar que a Bianca me manipularia contra ele, o Renan criar uma guerra entre ele e a Bianca e me colocar no meio disso tudo.
Sinceramente a Bianca nunca falou mal dele, e se ela tivesse feito pode ter certeza que brigariamos. Ela disse só como tudo terminou, os motivos dela... E depois ainda perguntou se ela queria que eu parasse de falar, e resolvemos nunca mais tocar no assunto.
Quando saímos falamos sobre tudo possível, tivemos um dia incrível, e ela me disse o quanto eu ajudei ela no relacionamento dela atual, disse que eu sou um exemplo de mulher madura e corajosa, e o quanto ela gostava de mim... A gente trocou docinhos, e tanto carinho tão sinceramente que de verdade dilacera meu coração pensar que eu teria que jogar uma amizade tão boa e bonita fora porque o Renan simplesmente não sabe separar o que aconteceu na vida dele do que acontece na minha.
E o pior foi ter que falar pra Bianca que não seríamos mais amigas, ela ficou tão triste e eu também... Eu tenho certeza que perdi uma amizade que me fazia muito feliz.
E no futuro, o que mais vai ser. Será que é só isso? Será que é só sobre isso que o Renan não confiaria em mim? Ou será que ele também seria assim com mais coisas? Não seja amigo de fulano pq brigou comigo nem de ciclano pq me odeia... A vida não é assim. A vida não é um ensino médio onde as pessoas só se encaixam em grupos e acabou.
As pessoas são complexas. A Bianca errou com o Renan mas não errou comigo, o Renan errou com alguém na vida e não é por isso que ele é alguém horrível. Não existe pessoa 100% ruim. Não existe proibir as pessoas de se relacionar, conhecer, viver, experimentar... A vida é tão curta pra se prender em coisas tão idiotas.
Eu errei em perguntar pra Bianca do relacionamento deles, mas isso nunca me faria uma pessoa terrível... E eu escuto o Renan dizer que tem muitas coisas que ele admira em mim. Será que eu sou tão sem noção assim? Será que eu sou insensível? É injusto me perguntar "e se fosse com você" pois os meus ex literalmente cometeram crimes e quem gostaria de ser amigo de estuprador, abusador, essas merdas... Ninguém! Meu ex mais normal é o Mateus e eu nunca liguei de nenhum amigo ou amiga ou namorado falar com ele ou ser amigo dele...
Eu não posso chegar e só pensar
O Marcus é pra mim o que a Bianca é pro Renan... O Marcus foi algo.... Tão.... Terrível.... Literalmente eu era lixo pra ele. E o Renan antes da Bianca "falar dele pra mim" não tinha coisas tão graves pra falar dela... Eram coisas tipo
Ela não me dava muita atenção. Ela não respeitou meu tempo. Ela me fez chorar muito quanto terminamos. Ah eu larguei tudo por ela.
Tipo... Eu não sei.... Não sei se ele não quis falar mal dela, mas só não consigo entender como isso faz dela uma amiga ruim pra mim...
O Renan por exemplo joga e fala com o Mago que foi literalmente homofóbico comigo... E eu nunca pediria pra ele parar... Simplesmente ele sabe mt bem com quem ele anda e o pq anda. Enfim... Muito questionável ele fazer isso comigo... Pra mim significa que ele não confia em mim.
Eu só não quero ficar no meio deles dois... Ainda não sei o que fazer, mas estou tendo alguma noção...
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coreopsis-and-magnolias · 2 years ago
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Salgueiro lutador
Can I be close to you?
***
Bjord teve sua primeira noite de sono pacífica em muito tempo. Sem os pesadelos recorrentes causados por sua angustia e arrependimento ele dormiu tão bem que acordou cheio de energia. Mesmo que fosse hábito sempre acordar antes do amanhecer e dar uma volta pelo castelo ele fez isso com muito mais altivez. E pela primeira vem em anos se dirigiu ao salão principal no horário de pico, tinha marcado de tomar café da manhã com Freya então não ficou nenhum pouco assustado com a ideia de enfrentar todo o resto do castelo. Geralmente os retardatários ou introvertidos que preferem chegar mais tarde não falam muito, diferente da babel que ele encontrou quando ficou sob o arco das grandes portas. Não demorou para encontrar sua amada, conseguia destacar os cabelos ruivos dela mesmo se todos os alunos da Grifinória estivessem usando suas cores vermelhas, mas é sábado então todo mundo está vestindo roupas casuais de inverno. Não bastasse ter que enfrentar um monte de olhares desconfiados quando sentou junto dela na mesa, teve que aguentar os chocados que acompanharam os dois saírem de mãos dadas pelos corredores. Quando chegaram nos terrenos não havia ninguém porque era cedo demais, o final de inverno também não era muito convidativo a um passeio do lado de fora. Para Bjord, estava um clima ameno. Era muito mais frio na ilha mesmo em dias comuns. Ele subiu com Freya o pequeno morro onde ficava a toca de Newt, o Salgueiro lutador parecia inofensivo a uns metros seguros de distância. A neve estava quase toda derretida nesse ponto, mostrando uma relva verde e suave por onde quer que se olhasse. Alguns lugares ainda mostravam montinhos brancos e gelados, como a toca do Pelúcio. Interrompeu a história sobre como quase morreu na aula de feitiços para observar a fenda na terra. Estava abarrotada de pequenos tesouros que ele andou furtando de outros alunos. — Acho que ele ainda está dormindo... — Olhou para Freya, depois deu um beijo nas costas da mão dela como se fosse um pedido de desculpas por soltá-la. Colocou uma das mãos na toca e tentou achar o bicho que vivia ali. Um momento depois Newt sai da terra de outro ponto e veio mergulhando e submergindo e pulou em Freya usando a cabeça de Bjord como apoio. O garoto caiu com a cara na neve da toca e o Pelúcio seguro nos braços da garota.
***
Não conseguia parar de sorrir quando deixei o castelo e segui na direção do Salgueiro Lutador de mãos dadas com Bjord. Havíamos tomado café da manhã juntos na mesa da Grifinória e agora éramos um dos primeiros a deixar o castelo e os únicos a subir o pequeno morro na direção do Salgueiro, conversando. Em homenagem à ocasião, havia prendido meu cabelo longe do rosto com uma presilha de metal barato. Normalmente teria prendido alguma flor ou folha que encontrasse pelo caminho, mas havia comprado o enfeite justamente com a intenção de deixar que Newt o roubasse. Paramos a poucos passos do alcance dos galhos do salgueiro e observei enquanto Bjord se abaixava para ver se encontrava o pelúcio em sua toca. Tentando enxergar o que ele fazia, também não vi Newt até o momento em que ele quicou na cabeça do rapaz, ganhando impulso para saltar para meus braços. - Newt! - abri os braços para pegar o pelúcio no ar, mas me distraí ao ver Bjord cair de cara na neve. Sem saber se segurava Newt ou via se ele estava bem, acabou que também perdi o equilíbrio e caí sentada no chão, pelo menos segurando o pelúcio em meus braços. Rindo da cena, me ajoelhei ao lado de Bjord, que já se erguia, com o cabelo cheio de neve. Newt não havia perdido um segundo e já subia pelo meu ombro, tentando apanhar a presilha que usava no cabelo. - Você não pode pular nas pessoas assim! - falei, mas sem estar brava de verdade. Apertei o pelúcio em um abraço, ignorando suas mãozinhas que se esticavam tentando apanhar o enfeite no meu cabelo e lhe dei um beijinho no alto da cabeça, para então voltar minha atenção para Bjord, ainda rindo - Tudo bem? Tem neve no seu cabelo… - com um sorriso, estendi a mão para espanar a neve da frente do seu cabelo e terminei lhe dando um beijo no rosto. - Foi assim que o Salgueiro te atacou? - perguntei, rindo.
***
Ele tirou a cara da neve meio que rindo, o Pelúcio parecia muito feliz de poder se encontrar com Freya de novo e Bjord estava feliz de poder assistir isso. — Ah, sim. Não foi nada... — disse enquanto tirava neve do rosto, daí parou para sentir a mão dela tirar do seu cabelo, depois o beijinho. Ele corou um pouco, mas não dava para saber se era por causa de Freya ou da neve gelada. Virou o rosto para encarar os galhos da árvore quando esta foi mencionada, ficou contemplativo por um tempo. — Não exatamente... Ele está sempre irritado comigo... —tirou a mochila de uma alça só (seu falcão recuperou para ele na noite anterior) e colocou do lado da toca de Newt. Ela não fazia tanto barulho quanto sua antiga bolsa de colo, era mais discreta e moderna. Virou-se para Freya e continuou o raciocínio. —  Só que às vezes acho que ele... hm... dorme? — esperou a aprovação dela para a afirmação por não saber se arvores como o Salgueiro, ou árvores em geral, dormiam ou não. Ficou absorto por alguns segundos, depois balançou a cabeça. — Sabe, ele fica parado como se não fosse mágico... E quando eu estava sendo... atacado... Notei que tem uma toca enorme perto das raízes... — Bjord ficou em pé e apontou mais ou menos a direção. A árvore tremeu seus galhos fazendo um barulho de madeira se contorcendo, mas os dois e Newt estavam em uma distância segura. — Me pergunto se alguma criatura vive ali... — arqueou uma sobrancelha, colocando um tom de mistério na voz, os olhos meio distantes num devaneio. No fundo Bjord esperava que Freya usasse seus poderes e talentos com plantas para convencer o salgueiro a deixa-lo entrar e ver o que era aquela toca, mas não sabia como pedir isso a ela.
***
- Eu também ficaria irritada se me acordassem quando estou dormindo... - olhei para a árvore, pensativa, mal notando que Newt subia mais uma vez no meu ombro e tentava apanhar o enfeite no meu cabelo. - A bibliotecária me disse que ele é surdo e que não me ouviria... - disse, em tom de dúvida. A moça era cega e levei muito a sério sua observação de que talvez a árvore não fosse capaz de ouvir, mas a maioria das plantas com as quais eu conversava também não tinham orelhas ou sistema auditivo e mesmo assim reagiam quando eu falava com elas. Percebi o olhar de Newt e suas mãozinhas estendidas para minha presilha em forma de flor e a apanhei do meu cabelo para brincar com ele. Segurei o enfeite na mão fechada e me entretive por um instante, assistindo enquanto Newt tentava afastar meus dedos pera pegar o que havia dentro. Olhei na direção da árvore e estreitei os olhos, tentando enxergar a tal toca que Bjord dizia. Talvez houvessem mais pelúcios morando por ali? Ou será que era uma criatura maior? - Talvez se eu pedir licença e avisar que vou me aproximar... - um beliscão na minha mão informou que Newt ainda tentava abrir meus dedos - Mas você vai ter que segurar o Newt. - disse rindo, enquanto estendia meu enfeite de cabelo para Bjord para que ele distraísse o pelúcio.
***
Não ficou tão chocado quando ela falou que a planta poderia ser surda, afinal a flora bruxa apresentava muitos comportamentos fantásticos, mas quando ela deu a entender que chegaria perto do Salgueiro ele pareceu espantado. Demorou uns segundos para perceber, olhando da árvore para Freya e depois para o broche estendido como se processasse a situação com dificuldade. Por fim balançou a cabeça afastando as lembranças de quando correram risco no bosque. Newt tentou alcançar, mas não conseguiu, estava mais eufórico do que de costume levando em conta que até uma noite atrás ele parecia doente e apático. — Não vou deixar você chegar perto dela! Dele... — protestou, meio alarmado, hesitando um momento provavelmente porque pensou em perguntar se plantas também tem gênero. Balançou a cabeça de novo. — Você.... Pode se machucar... não quero isso. — e a abraçou forte, Newt que foi esmagado entre os dois usou sua elasticidade mágica para escapar para a cabeça de Freya e empurrou a testa de Bjord com suas patinhas. Bjord aproveitou para cheirar os cabelos dela, só fazia algumas horas e ele já se sentia totalmente dependente daquele cheiro que associou a tranquilidade e felicidade.   — Autch! — exclamou quando newt puxou seu cabelo para que ele desgrudasse dela, o rapaz afrouxou o abraço e olhou para a criatura de um jeito muito sério, como se a repreendesse, mas é difícil ser severo com algo tão bonitinho. Ainda mais quando aparenta estar muito enciumado. Encarou os olhos azuis dela que pareciam prestes a argumentar, Freya era destemida demais, não combinava com ela assumir uma postura de fugir dos riscos. Ela lidou bem com um unicórnio antes, uma planta não seria problema, certo? — Se você tomar cuidado... — a fala ficou incompleta porque ele desceu a vista até os lábios dela, os dele entreaberto como se tivesse perdido as palavras, foi se aproximando lentamente para juntar os dois. Crash! — Newt pulou na cara de Bjord na metade do caminho, teve que desfazer o abraço e se afastar um passo para não cair para trás do susto. Segurou o Pelúcio com as duas mãos e olhou feio para ele, depois a criatura escapou e voltou para os braços dela. Olhou para os dois com uma expressão de derrota.
***
- Calma, vocês dois! - não consegui segurar o riso diante da preocupação de Bjord e o ciúmes de Newt. Baixei os olhos para o pelúcio, que voltava teimosamente para minhas mãos. - Eu já vou brincar com você, você não quer ver o que tem escondido nas raízes do Salgueiro? - o pelúcio apenas piscou pra mim e se acomodou nos meus braços, como se não pudesse se importar menos com o que havia embaixo da árvore. Não me escapou o olhar preocupado de Bjord. Para tranquilizá-lo, aproximei meu rosto dele e encostei meus lábios nos seus brevemente. - É uma árvore. - disse com um sorriso, fazendo carinho em Newt para que ele ficasse quietinho nos meus braços. Estava bem consciente que era Bjord quem acabava se machucando quando eu era irresponsável e lembrava bem que, em uma aula de curandeirismo, tinha cuidado de um aluno que havia batido na árvore quando voava de vassoura e acabou todo machucado. Desde que Bjord ficasse longe da árvore, ela não poderia fazer nada com ele, então era melhor que eu me aproximasse sozinha. Deixei Newt sobre o ombro de Bjord, lhe fiz um último carinho, tentando convencê-lo a se comportar e dei alguns passos na direção da árvore, parando um pouco antes do que calculei se o alcance dos seus galhos. Não sabia direito o que queria, mas provavelmente seria um bom começo me apresentar? - Bom dia, senhor Salgueiro! - falei alto, caso a árvore realmente fosse meio surda. Sentia o olhar ansioso de Bjord nas minhas costas. Estava acostumada a falar com plantas que eu cuidava nas estufas ou em casa, mas acho que o que fazia elas crescerem não era a conversa em si, e sim a atenção que dava para elas. Agora com o Salgueiro me sentia meio estranha, pois não tinha nada que pudesse fazer por uma árvore daquele tamanho, além de falar. - Espero não estar incomodando o senhor... - a árvore não se mexeu, o que considerei um bom sinal, então avancei mais uns passos, estando agora ao alcance dos galhos mais longos - Eu sou a Freya… - haviam alguns gravetos secos e folhas caídos pelo chão e comecei a apanhá-los, só para ter alguma coisa para fazer enquanto avançava lentamente. Ouvia os galhos da árvore rangerem e estalarem, mas ela apenas continuou fingindo estar balançando ao sabor do vento. - Aquele ali é o Bjord, o meu... - dei uma espiada ansiosa em Bjord, sem saber o que dizer, sentindo meu rosto esquentar - ahn... Bjord. - nesse instante pisei em uma das raízes da árvore e imediatamente o salgueiro parou de fingir que se balançava e ergueu seus galhos, como se estivesse preparando para alguma coisa - Ah! Desculpa… - tirei o pé depressa e a árvore voltou a relaxar, mas não voltou a balançar. Pelo menos a árvore sabia que eu estava ali e não tentou me acertar. Já era um bom sinal, então continuei falando. - Aquele com o Bjord é o Newt, mas vocês devem se conhecer, ele é seu vizinho! - nesse ponto, pisei em uma pedra cercada pelas raízes da árvore e me surpreendi ao perceber que já podia alcançar seu tronco. Equilibrada sobre a pedra, me virei para olhar para Bjord, com um sorriso triunfante no rosto.
***
“Uma árvore acusada de diversas tentativas de homicídio”. Era o que ele teria dito que fosse de resmungar, mas Bjord não é de fazer isso. Mesmo confiando nela colocou a mão no bolso da varinha caso precisasse agir de alguma forma. O pequeno beijo o fez ficar com as orelhas vermelhas, uma delas foi a ocupação de Newt em seu ombro. Ele sempre tentava tirar o brinco do rapaz, mas nunca conseguia, sentiria cócegas se não estivesse tão apreensivo observando a tentativa dela de se aproximar. Nesse meio tempo ele ficou repassando as aulas de feitiço em busca de algum que pudesse ajudar a parar a árvore ao mesmo tempo que tentava lidar com a ideia de se usasse um deles talvez acertasse Freya. Essa era a pior das hipóteses, ainda tinha a chance de acabar errando a intensidade e queimando a árvore toda, traumatizando Freya para sempre e sendo expulso de Hogwarts. Balançou a cabeça afastando todas essas ideias, quando deu por si Freya já estava sob a sombra da árvore, os galos maiores bem acima dela, estava na zona de risco. Ele deu um passo a frente meio sem perceber, como se parte de si estivesse se preparando para resgatá-la de um ataque surpresa, mas o Salgueiro parecia inofensivo, a voz de Freya ecoava pela colina e se misturava a uma tensão palpável. Bjord se tranquilizou de perceber que ela também estava um pouquinho ansiosa, o que fazia ele pensar que Freya tinha algum tipo de plano para se as coisas dessem muito errado. No primeiro movimento diferente que a árvore deu Bjord sacou a varinha, mas Newt deu um puxão forte em sua orelha que o desequilibrou fazneod cair de costas, rolando morro abaixo.   Levantou meio atordoado, depois correu empunhando a varinha pronto para livrar Freya dos galhos, mas ficou atônito ao perceber que ela estava sorrindo ao lado do Salgueiro. Ele olhou dela para a própria varinha na mão, guardando-a rapidamente como se fosse algo errado. Mesmo que ela parecesse bem, Bjord parecia bastante ansioso de que fosse alguma espécie de comportamento ardiloso do Salgueiro. Se aproximou um pouco e um dos galhos rangeu ameaçador, voltou imediatamente. — Acho que ele não quer que eu me aproxime... — Bjord parecia conformado, talvez já estivesse acostumado com a ideia de que passaria o resto da vida tendo que ficar de fora do amor que seres mágicos tem por Freya. — O que tem na toca? É um ninho...? — perguntou ansioso, esticando o pescoço para ver se conseguia ver algum ponto. Não dava, não tão de longe.
***
Confiante com meu sucesso, pensei em chamar Bjord para se juntar a mim, mas a árvore rapidamente deixou claro que uma pessoa já era demais pra ela tolerar andando ao seu redor, estalando ameaçadoramente quando Bjord deu o menor sinal de querer se aproximar. Mudei então meus planos e resolvi primeiro ver o que havia na toca e depois, se fosse algo muito interessante, poderia dar um jeito de trazer Bjord comigo. Olhei ao redor, procurando a toca que Bjord havia me falado, até avistar um buraco entre as raízes da árvore, grande suficiente para um adulto passar abaixado. Tomada pela curiosidade, me apressei para contornar a árvore para chegar até o buraco e acabei pisando em uma de suas raízes. A árvore estalou e rangeu, irritada e me abaixei bem a tempo de evitar um galho tentando me acertar. - Desculpa, desculpa! - dei um passo para trás e me apoiei no tronco da árvore para tirar o pé da raiz depressa. O Salgueiro estremeceu e então seus galhos congelaram por um segundo. Rapidamente acenei para Bjord para deixar claro que estava tudo bem, talvez cedo demais. Me apoiar no tronco foi a gota d'água para a árvore, que logo depois começou a agitar seus galhos para todos os lados, tentando se livrar de mim que agora sapateava em suas raízes tentando me desviar dos galhos. No momento em que resolvi abortar a missão e correr para longe do Salgueiro, dei apenas dois passos e o chão desapareceu sob meus pés. A surpresa foi tanta que apenas soltei uma exclamação, enquanto escorregava numa mistura de lama, neve e folhas secas e no instante seguinte rolei para dentro da toca que estivera procurando. Perdi toda a referência de onde estava o chão e ainda tentei estender as mãos para aparar minha queda, antes de bater a cabeça em alguma coisa e continuei rolando, até parar no fundo do túnel.
***
Quando tudo parecia estar bem as coisas desandaram rapidamente. Bjord assistiu com certo tom de horror a árvore espernear e Freya ser “engolida” pela terra, sumindo de vista num piscar de olhos. Demorou cerca de um segundo para processar a cena, Newt pulou de seu ombro e correu rapidamente para a toca onde Freya tinha caído, deixando Bjord sozinho. Começou a andar empunhando a varinha, parecia meio fora de si, quando um galho veio em sua direção ele rugiu alto como um guerreiro faria numa luta e de um enorme clarão surgiram chamas verdes da ponta da varinha, fazendo a planta recuar. O fogo mágico não queimava, mas parecia incomodar muito o Salgueiro, ele começou a tremer e ranger, Bjord estava correndo agora, e quando a maior parte da árvore se inclinou para esmaga-lo ele disse um feitiço em islandês que fez um barulho horrível de espada cortando o ar, dois ou três galhos se soltaram no tronco e apodreceram antes de cair no chão. Ele estava ofegante quando chegou no lugar onde Freya estava antes de cair, olhou para baixo e depois para a árvore que agonizava. Apontou a varinha para ela de novo, mas visto que se encolhia toda como um animal ferido ele resolveu escorregar para dentro da toca de uma vez. — Lumus! — disse com urgência, até sua voz parecia diferente quando estava em pânico. Sem tempo para pensar em que tipo de criatura conseguiria cavar um túnel desses ele apressou-se para encontrar o corpo de Freya caído lá dentro. — Freya! Freya... Você está bem? — sentiu uma coisa quente em sua mão e pensou ser sangue dela, mas antes de se deixar tomar pelo desespero percebeu que era só Newt lambendo as feridas de sua mão que ele não tinha percebido que estavam ali. Elas arderam, e quando mais adrenalina ele perdia percebia que passar pelo salgueiro não tinha sido tão simples. A lateral da camisa tinha rasgado, agora a cicatriz feita pelo unicórnio estava à mostra. Ao notar que havia um corte testa dela ele tentou não se desesperar, mas a luz que produzia com a varinha começou a tremular. — Não parece ser grave.... — o lugar era pequeno e desconfortável, pensou em arrastá-la para o lado de fora mas não sabia se o salgueiro tentaria se defender mais uma vez. Newt reapareceu no seu campo de visão. Ele não tinha percebido que a criaturinha havia saído, na verdade deixou de perceber o tempo  uma parcela da realidade, não fazia ideia de quantos minutos ficou assistindo atotito a figura pálida e suja de sua amada. A alça de sua mochila estava para fora da bolsa do pelúcio, ele soltou uma exclamação silenciosa e pegou-a tirando de dentro um frasco de uma poção de cheiro acre. Pingou duas gotas no corte de Freya, ele soltava fumaça enquanto cicatrizava rapidamente. — Vai ficar tudo bem... — disse a ela, mas parecia mais estar tentando se convencer disso do que qualquer outra coisa...
***
Ouvi a voz de Bjord falando alguma coisa e abri os olhos lentamente. Precisei piscar algumas vezes até seu o rosto preocupado entrar em foco, com minha vista ofuscada por causa da luz da sua varinha. Demorou um pouco para eu somar tudo que estava acontecendo: estava no chão, em um túnel escuro, com Bjord curvado sobre mim, quase tão pálido quanto daquela vez na floresta… Minha testa latejava e ainda tinha estrelas dançando diante dos meus olhos. - Eu caí...? - lembrava do buraco, mas não fazia ideia de como Bjord havia chegado ali. Quis me sentar, mas desisti quando percebi que a dor na cabeça piorava quando eu me mexia. - Acho que vou ficar com um galo na testa... - notando a expressão preocupada de Bjord, meu reflexo foi abrir um sorriso para mostrar que estava bem, enquanto levava a mão à testa. Encontrei o corte que se fechava depressa, mas fiz uma careta sentindo a região dolorida por causa da batida. Percebi que estava com as palmas das mãos raladas e sujas de terra por tentar aparar minha queda… - O Salgueiro deixou você passar? - perguntei surpresa. Meu primeiro pensamento foi que Bjord tinha conseguido pedir licença à árvore, mas logo notei os novos cortes no seu rosto, junto com a camisa rasgada... - Ah… Antes que pudesse falar alguma coisa, Newt surgiu do nada e pulou em mim, tentando se aninhar nos meus braços. - Vocês caíram também? Se machucaram? Ele acertou vocês? - olhei de Bjord para Newt, ficando preocupada de repente.
***
Quando Bjord suspirou vê-la acordar pareceu que estava segurando o ar por muito tempo. Foi lento, pesado e resignado. Quando percebeu que ela tentou sorrir sua preocupação não o deixou fazer de volta, ele continuou analisando o semblante dela esperando que mais algum sinal de que algo estava errado aparecesse para poder tratar imediatamente. Se sentia estranho, passou toda a vida num compasso muito diferente e agora tinha todos esses sentimentos de urgência e preocupação que pareciam ter nascido no momento que se apaixonou por Freya. Nem foi um corte tão grande, nem uma queda tão absurda, ele mesmo já tinha sofrido muito mais que isso e nunca tinha se desesperado tanto assim. Ele não falou por um tempo enquanto ela fazia perguntas, só quando teve certeza de que o corte fechou e não havia mais sinais de cortes profundos. Segurou a varinha com os dentes e pegou o frasco da poção de antes, pingando nas mãos dela depois de limpá-las com a borda da camisa rasgada. Quando segurou a varinha de novo ele olhou para trás, o salgueiro tinha parado de fazer barulho. — Eu hm... N-não caí... Vim te resgatar e... — Virou-se para ela, depois para trás de novo. — Acho que... — quando alcançou os olhos dela sentiu uma pontada forte no estomago, se não conseguia mentir naturalmente era ainda mais difícil diante daqueles olhos. — Acho que... Matei o salgueiro. — ficou muito sério engoliu a seco, os olhos saíram de foco como quando ele entra em um dos seus devaneios particulares, mas logo o sentimento de urgência voltou e ele acordou. Suspirou de novo e começou a ajudar ela a se preparar para sair da toca. — ...talvez... ele não tenha morrido, mas eu precisei usar uns feitiços e... Eu achei que você tinha... — não conseguiu completar a frase, se dissesse em voz alta sentiria que a possibilidade era real. Ficou calado o resto do tempo em que saíram para fora. A arvore não estava morta, ainda. Os galhos cortados que jaziam no chão estavam escuros e podres, onde o feitiço os cortou parecia estar queimado e doente. Boa parte do salgueiro estava meio acinzentado, mas como as chamas que Bjord conjurou causavam danos sem queimar ele não saberia explicar porque as manchas. O resto dos galhos restantes tinha se dobrado na direção do tronco, quando Bjord e Freya saíram e ele a ajudou a sentar em uma pedra um deles se desdobrou rapidamente e jogou Bjord para longe, mas não fez nada com a garota e Newt. Caiu num monte de neve perto de um arbusto e levantou rapidamente, mas tinha perdido a varinha. — Freya! — quando olhou para cima viu que o Salgueiro não estava agressivo, na verdade, parecia estar pedindo ajuda. De alguma forma ele soube que estava.
***
Senti um aperto no coração ao sair da toca com Bjord e ver o estado em que o Salgueiro se encontrava. Ele não era exatamente uma árvore bonita, mas estava acostumada a vê-lo de longe, imponente e ameaçador no alto da sua colina e agora parecia murcho e retorcido. Olhei ansiosa para a árvore, querendo ajudá-la, mas sem saber como. Aquela não era uma florzinha que tinha apanhado do chão para enfeitar o meu cabelo e me perguntei quanto teria que conversar com a árvore para que ela voltasse a ficar saudável. A árvore também parecia indignada e jogou Bjord pro lado com um de seus galhos sem nenhum aviso prévio. - Espera, não! - exclamei, pronta para entrar entre Bjord e o Salgueiro, mas a árvore parou por ali. Em vez disso estendeu um dos seus galhos tortos pra mim e não se mexeu mais. Levantei devagar, ainda me sentindo meio zonza e me aproximei do tronco da árvore, enquanto puxava minha varinha do bolso da saia. Lembrando da possibilidade do salgueiro ser surdo, não falei mais nada. Em vez disso, apenas toquei o tronco com a mão e a ponta da varinha. Talvez se fizesse ela melhorar ela se acalmasse e entendesse que Bjord não havia feito por mal… Tentei um feitiço de crescimento, mas não aconteceu muita coisa. O musgo que crescia na casca da árvore se espalhou um pouco, mas o Salgueiro em si continuava triste e cinzento. Fiz mais alguns testes, com feitiços que havia aprendido em aulas de herbologia, mas no fim acabei murmurando uma série de palavras para a árvore, mesmo sem saber se ela podia realmente me ouvir. Foi uma mistura de feitiços de cura e crescimento, junto com pedidos de desculpas e a minha falação aleatória de sempre, mas pareceu surtir algum efeito. Continuei falando baixo, lembrando o salgueiro que a primavera estava chegando, que logo estaria na hora de crescer novas folhas e flores, que ele precisava melhorar se queria ter flores bonitas. Depois de alguns minutos, muito lentamente os galhos feridos da árvore começaram a relaxar. Quando finalmente ergui a cabeça, notei que uma pequena área ao meu redor e junto às raízes da árvore estava coberta de grama alta e pequenas flores. Subi os olhos pelo tronco da árvore, vendo que os galhos mais próximos estavam mais verdes, alguns até com pequenas folhinhas nascendo. Os galhos mais distantes continuavam machucados, mas agora sabia que a árvore estava se recuperando e não sabia se podia fazer muito mais por ela. Dei um último tapinha carinhoso no tronco e voltei para junto de Bjord, que me observava do lugar onde havia caído. Finalmente me sentei ao seu lado, passei meus braços ao redor dos seus ombros, esperando que a árvore entendesse que nós éramos um “item único” e que não era pra machucar nenhum dos dois. - E você? - soltei um longo suspiro, me sentindo muito cansada de repente. Apoiei minha cabeça no seu ombro, lembrando que minha testa ainda latejava - Você pode me emprestar aquela sua poção para eu dar um jeito nos seus machucados…
***
Bjord ficou de joelhos por um tempo, observando Freya conversar com o Salgueiro. Depois procurou a varinha e quando achou se acomodou num lugar para relaxar os músculos doloridos. Mesmo sendo final de inverno sentiu uma brisa suave percorrer todo o cume do morro, daí percebeu que era a magia de Freya fluindo através dela e mudando a natureza rapidamente. Foi interessante ver a neve derreter ao redor dela enquanto a grama crescia junto a um conjunto de flores, alguns dentes-de-leão também floresceram e logo circundaram ao redor dela antes de rumarem para todas as direções. Era como se Freya fosse a própria primavera trazendo vida e calor aos arredores do Salgueiro danificado. Bjord sorriu para a cena. O sentimento de culpa fez competição com a dor na altura de onde o tronco o jogou para longe, mas sentiu que finalmente estava tudo bem. Newt saltou de dentro da terra e se aninhou perto dele, em algum momento da confusão arrumou tempo para pegar algumas coisas brilhantes que começou a empilhar no colo de Bjord. Quando Freya chegou ele arrumou uma forma de deixa-la confortável num meio abraço, ela parecia cansada, mas toda sua aura ainda era como a primavera. A grama ao redor ficou mais verde e viva. — Eu estou bem... não precisa. — disse enquanto fastava o cabelo dela para trás da orelha e analisava a testa dela procurando algum sinal do corte, mas não deixou nenhuma cicatriz. Quando ela insistiu, puxou a mochila para perto e pegou um frasco da poção; só tinha o suficiente para os cortes maiores perto do ombro e no rosto. — Depois eu pego mais na enfermaria, o enfermeiro que me deu... — Bjord desconfiava que o funcionário já não aguentava mais a presença constante do garoto na enfermaria. — Foi uma magia espetacular. — comentou depois de uns minutos de silêncio em que os dois ficaram observando o Salgueiro lentamente retomar seus movimentos, não parecia mais correr riscos mesmo metade dele ainda estando cinzento. — Desculpe por te fazer correr esse risco... Acho que preciso parar de me aproximar de coisas perigosas... — foi sincero no perdido de desculpas, mas seu tom incerto voltou com tudo quando fez a última afirmação. Foi diferente de outras vezes onde realmente não sabia, dessa vez ele parecia estar fazendo piada de si mesmo. Abriu um sorriso de quem sabe que isso não vai acontecer, depois beijou a mão de Freya por ter ela ao seu lado mesmo assim.
***
Dei um sorriso bobo enquanto Bjord avaliava minha testa. Pelo visto o corte havia desaparecido e a dor também ia embora aos poucos, mas mesmo assim gostei da atenção. Me deixei ficar aninhada nos seus braços por um instante, enquanto olhava pensativa para o Salgueiro. Realmente, nunca tinha feito isso com uma planta tão grande, normalmente cuidava de plantas pequenas que estavam secando, ou as fazia florescerem fora de época… E também nunca tinha chegado a me sentir cansada por conversar com uma planta, mas talvez precisasse mesmo de muita energia para cuidar de uma árvore tão grande e antiga. - Talvez eu devesse andar com um desses também… - disse, quando recebi o frasquinho de poção de Bjord - É mais fácil do que lembrar dos feitiços… - Não precisa pedir desculpas, acho que a gente atrai essas coisas, né? - me mexi no lugar para ajoelhar diante dele e ver seus machucados melhor - Pelo menos a gente tem um pra cuidar do outro. Talvez a gente se machucasse menos se parasse de tentar manter o outro longe do perigo? E fazer as coisas juntos? Comecei pingando uma gotinha da poção no corte em sua têmpora e ergui seu queixo delicadamente para cuidar de outro. Não sabia direito como funcionaria trazer Bjord comigo, se toda criatura e até planta que eu chegava perto parecia querer atacá-lo, mas não adiantava nada pedir para ele ficar longe se ele vinha correndo ao menor sinal de perigo. Sorri para mim mesma lembrando da sua expressão preocupada quando acordei no chão da toca sob o Salgueiro. Sem pensar muito no que estava fazendo, afastei a gola de sua camisa para ver seu ombro, procurando onde mais estava machucado. - Tá doendo em mais algum lugar? Ele bateu no seu ombro? - olhei séria pra ele.
***
Bjord ficou em silêncio digerindo a ideia de que os Deuses estavam conspirando conta seu amor, era terrível pensar que enquanto estivesse junto de Freya coisas perigosas continuariam acontecendo até que um dos dois se machucasse de forma mais séria. Sentiu uma pontada de ansiedade aflorar, mas as palavras seguintes conseguiram acalmar seu coração. A imagem dos dois enfrentando as dificuldades juntos parecia um cenário perfeito já que é alguém muito realista, sabia que não conseguiriam ficar em paz nem em seu sonho mais utópico. A natureza exploradora inerente a personalidade dos dois não deixariam eles viverem uma vida sem aventuras. Só precisariam seguir o conselho dela de não deixar o outro morrer no processo. Abriu um sorriso enquanto ela aplicava a poção, observando o semblante que conseguia ser leve e descontraído mesmo quando ela estava concentrada em procurar arranhões. — Gosto dessa ideia. — respondeu depois de um tempinho pensando. Ficou observando-a terminar de dar um jeito no seu rosto e começar a descer procurando por outros ferimentos. — Na verdade, não... — Bjord olhou para o rasgão na lateral da camisa e resolveu que era melhor trocá-la. Quando despiu-se dela o corte perto da clavícula feito por um dos galhos ficou à mostra, parte de seu ombro e braço também tinham lesões. Ele não aparentava sentir nem dor nem frio, mas deixou que Freya aplicasse poção ali também. — Não consegui mostrar a cicatriz que o unicórnio fez ao meu pai, mas escrevi contanto... — comentou enquanto analisava a marca. — Ele me respondeu e disse que ficou orgulhoso, já minha mãe... Bem, não acho que ela tenha ficado muito feliz... — meio que riu, a lembrança de receber um sermão por carta ainda é engraçada. — Será que o unicórnio está bem...? — Quase sugeriu que deveriam procura-lo pela floresta, um dia, mas desistiu da ideia imediatamente depois de sentir o vapor da poção fechando sua ferida. Puxou a mochila para perto e tirou de lá um blusão de lã reserva, o que de certa forma fazia parecer que esperava ser atacado pelo Salgueiro. Na verdade, colocou na mochila para caso Freya dissesse que estava com frio. Analisou antes de vestir. — Você tem... hm, frio...? — perguntou oferecendo a peça de roupa a ela, meio incerto se é assim que funciona. Suas referências de cavalheirismo não são lá muito boas, mas não se importaria de vestir  a camisa rasgada de novo caso Freya aceitasse a proteção extra.
***
Apertei minha boca fechada ao ver Bjord tirar a camisa tranquilamente, sem saber direito como reagir. Senti meu rosto esquentar e rapidamente desviei os olhos para o corte aberto perto da clavícula, me pegando surpresa ao ver quão pouco sangue havia ali. Comparado ao ferimento causado pelo chifre do unicórnio, esse era apenas um arranhãozinho. A cicatriz estava ali no seu ombro e me perdi por um segundo, encarando-a. Já fazia tempo, e estava bem cicatrizada, mas mesmo assim passei os dedos pela marca para examiná-la por um segundo, antes de lembrar o que estava fazendo e voltar minha atenção para o corte que precisava de cuidados. Bjord parecia também pensar nisso, pois contou da reação dos seus pais ao ficarem sabendo da cicatriz. - Você não foi pra casa no verão? - perguntei, parando de aplicar a poção por um instante para olhar para Bjord, curiosa. Realmente, havíamos ficado tanto tempo sem conversar que não sabia nenhuma das suas aventuras de férias, e também não tinha lhe contado nenhuma das minhas. - Eu tentei encontrar o unicórnio de volta, mas acho que ele não se aproxima do castelo normalmente... Só na orla da floresta, eu não fui longe. - emendei depressa. Eu até que tinha aprendido algumas coisas naquela aventura na floresta - Ainda mais depois daquele dia... acho que ele me achou meio abusada por ter feito ele nos carregar até o castelo. - dei um sorriso ao lembrar da cena. Continuei inspecionando Bjord, encontrando os arranhões no seu ombro e braço e segurei sua mão na minha enquanto usava as últimas gotas da poção para fechar os cortes. - Novinho em folha! - disse com um sorriso, enquanto fechava o frasco da poção, agora vazio. Observei enquanto Bjord puxava sua mochila para perto e tirava de dentro uma blusa de lã reserva. Me perguntei o quão pesada seria sua mochila, pois ele parecia pronto para qualquer eventualidade. Depois de um segundo avaliando a blusa, Bjord a estendeu para mim, perguntando se eu queria vesti-la. Baixei os olhos para a blusa em sua mão e seu peito sem camisa nenhuma, enquanto eu estava quentinha com suéter, cachecol e saia de lã, e deixei escapar uma risada. - Pode vestir, não quero que você pegue uma gripe. - disse, suavemente.
***
Bjord arqueou a sobrancelha e sorriu para o riso dela enquanto vestia a camisa reserva e guardava a rasgada na mochila. — Takk. — agradeceu com um beijo no rosto dela, por algum motivo estava quente e rosado, ele achou que ela ficava muito bonitinha daquele jeito. Enquanto se acomodava novamente pensou no unicórnio e na experiencia de quase morte, mesmo que ele não gostasse de lembrar do episódio desse jeito, afinal Freya o beijou quando ele estava se recuperando na ala hospitalar e a tensão do momento parecia ter criado o alivio que permitiu isso acontecer. Enquanto alguns recebiam um empurrãozinho das circunstâncias, Bjord sempre acabava sendo jogado num precipício para que as coisas em sua vida tomassem algum rumo. — Não fui. — respondeu a outra pergunta depois de quase meio minuto de silêncio, pegou o frasco seco da poção e guardou depois aninhou Freya em seus braços. Os dois pareciam estar cansados e mal tinham aproveitado a manhã juntos. Newt finalmente parou de tirar coisas da bolsa e foi se aninhar no colo de Freya. — Tive que ficar com minha tia, em Londres... Foi assustador, os meus primos são muito... — tentou achar uma palavra que combinasse com o tom ressentido e fantasmagórico com que iniciou a frase, por fim suspirou e abriu um meio sorriso. — Modernos... — a expressão fazia parecer que ele não tinha uma opinião muito boa sobre a modernidade. — Eu visitei um... Mercado... Era grande e cheio de luzes... E andei bastante de ônibus, porque eles viviam numa fazenda longe do centro... — Bjord contava como se a história tivesse sido uma espécie de sonho que não sabia se categorizava como pesadelo ou não. Ele contou para Freya que viu uma televisão de perto, e uma torradeira, mas que teve medo de usar o telefone porque os primos falaram que ele pode prender você dentro da cabine. Balançou a cabeça afastando a ideia e olhou para Freya. — E as suas? Foram... hm... Legais? — perguntou com cautela. Bjord lembrava vivamente que antes de se afastarem eles tinham combinado de mandar cartas um para o outro, depois que foram visitar o correio de Hogsmead ele disse que iria caçar e domesticar uma coruja — por não ter dinheiro para comprar uma. Ele pareceu realmente curioso em saber como foi, mesmo que estivesse um pouco ressentido por ter perdido a chance de saber disso em cartas, ou pelo telefone... Por Freya ele não se importaria de acabar preso para sempre em uma cabine de vidro.
***
Com um sorriso no rosto, deixei escapar um suspiro cansado e me aninhei nos braços de Bjord, apoiando a cabeça no seu ombro. Logo Newt se juntou a nós e comecei a lhe fazer carinho distraidamente. Ouvi, interessada, enquanto Bjord me contava sobre suas experiências nas férias, com coisas básicas como uma TV e uma torradeira e me perguntei se mesmo eu, que tinha birra com celulares e computadores, pareceria moderna demais se ele conhecesse a casa onde vivia com minha mãe, onde tínhamos geladeira, telefone e até uma televisão meio velha. - Eu vou te dar o meu número, assim você pode me ligar se você tiver um telefone por perto. - disse sorrindo - Eu só preciso lembrar qual é… Pelos minutos seguintes tentei lhe explicar como funcionava um telefone, mas logo desisti ao ver sua expressão confusa. - Talvez eu devesse ter uma coruja... - disse, pensativa. Nunca havia comprado uma pois normalmente usava as corujas de Hogwarts para mandar cartas para casa. Me perdi em pensamentos por um segundo e então, lembrei: queria contar das minhas férias de verão! - Ah! Eu fui conhecer a reserva de dragões! - lembrei que havia comentado com ele quando nos despedimos na Ala Hospitalar - Mas não me deixaram chegar muito perto de nenhum... - soei meio decepcionada por um instante, mas logo lembrei do restante da visita e sorri mais uma vez - Mas vi como eles cuidam dos filhotes e dos ovos... E vi um dragão comer uma ovelha praticamente inteira. - arregalei os olhos, levantando a voz ao lembrar da cena - Ah! E tenho uma coisa pra você! Enquanto Bjord parecia carregar o mundo em sua mochila, pronto para qualquer eventualidade, meus bolsos pareciam mais com a toca de Newt: cheios de pequenos tesouros e objetos sem uso nenhum, mas que achava bonitos e que acabava encontrando por onde ia. Primeiro tirei minha varinha e um caderno pequenininho, depois folhas secas apanhadas em algum outro passeio, mas meus tesouros preferidos estavam em uma bolsinha de tecido. Dentro dela havia uma pequena quantidade de moedas bruxas e trouxas, pedrinhas de cores e formatos interessantes, algumas sementes, uma conchinha... E finalmente apanhei o pacotinho de papel meio amassado, como se houvesse passado muito tempo ali. Sob o olhar curioso de Bjord, abri o pacote e tirei de dentro três pequenas escamas. Avaliei as três, separei a que achava mais bonita e coloquei na palma da sua mão. Era um losango, um pouco maior que uma moeda grande, verde e com algumas manchas douradas. - Achei elas no chão, na reserva, quando levaram a gente para ver um ninho... É de um Verde-galês. - falei, cheia de orgulho pelo meu achado.
***
Os olhos de Bjord cresceram quando ela falou da reserva de dragões. Ele já sabia que o mundo bruxo era responsável pela preservação dessas criaturas antes mesmo de saber que era um bruxo. No passado seu povo caçava e domava essas criaturas, muitas vezes cultuando-as como símbolos de poder e bravura. Algumas tribos mantém as tradições de preservar linhagens de dragões em alguma ilha do arquipélago, mas Bjord nunca pode ir lá. Recentemente descobriu num livro que para os bruxos era a  “Reserva Islandesa de dragões nórdicos”. Nunca achou que veria uma parte de Ymir ser citada em algum outro lugar do mundo. Ainda que não fosse ela a qual Freya visitou, ele ficou bastante quieto escutando-a narrar a visita. Pareceu bastante aliviado ao saber que ela não tinha ficado de frente com um Dragão, embora só recentemente ele tenha ficado melhor em demonstrar sentimentos fisicamente, sempre ficou claro que guardava um certo temor pelas criaturas. As lendas que seu pai contava sobre como eram perigosos foram reafirmadas nos livros e nas aulas em Hogwarts. — Ainda bem... — murmurou baixinho, mas Freya não ouviu porque estava empolgada falando sobre ovos e filhotes. Os olhos dele brilharam ao ver a empolgação dela à carnificina que devia ser a alimentação de uma das criaturas, o fez pensar se estava fazendo o certo em não mostrar a ela seu lado mais bárbaro. Talvez ela aceitasse bem, mas aqueles sonhos que teve dela correndo após vê-lo tratar uma lebre selvagem parecia um tipo de pressagio sombrio de que ainda não era a hora certa. Voltou do seu devaneio quando percebeu que ela estava mexendo numa bolsinha, ficou curioso para saber que tipo de presente estaria guardado ali.  Ele apoiou o queixo no ombro dela por um momento, mas assim que viu o que era se afastou rapidamente soltando uma exclamação. Os olhos dele ficaram gigante quando a escama tocou sua mão. Parecia que ele estava segurando algo maravilhoso, mas que não se sentia merecedor, não conseguiu falar por um instante enquanto fazia uma cara abobada. — Uma... parte.... de... um... Dragão... — piscou algumas vezes e analisou com cuidado a textura com a ponta dos dedos, depois trouxe para mais perto dos olhos com muito cuidado. Quando olhou para Freya ele tentou sorrir, mas estava meio emocionado, então só abraçou em agradecimento. Foi um abraço forte e demorado, não muito apropriado para estado dos dois, mas ele não ligou. — Escamas de dragão são muito raras por serem ótimos amuletos... refletem magia... Nunca achei que teria uma, se meu povo me ver com isso capaz de me declararem como herói...— ele meio que riu porque estava longe da figura ideal de herói que as pessoas da ilha geralmente tinham, depois olhou para ela com cara de quem diz que é um presente grande demais para aceitar.
***
Eu tinha a esperança de que Bjord gostasse do presente, mas não imaginei que o deixaria sem palavras. O abraço que ele me deu foi tão apertado que achei que eu ficaria sem ar. Lhe dei um beijo no rosto e me ajeitei nos seus braços, retribuindo o abraço e apoiando minha cabeça na sua. Finalmente nos separamos quando senti Newt tentando se espremer entre nós dois para chegar na minha bolsinha e, mais importante, no punhado de moedas que carregava comigo. - Calma Newt, eu te dou uma... - puxei a bolsa para longe das mãozinhas ansiosas de Newt e resgatei uma moeda qualquer lá de dentro. O pelúcio seguia cada movimento das minhas mãos e vi seus olhos brilharem quando ergui a moeda no ar - Pode buscar! - joguei a moeda para longe do Salgueiro para distraí-lo por alguns minutos e assisti por um instante enquanto Newt saltava do meu colo e depois disparava pela grama meio congelada atrás da moeda. Com um sorriso no rosto, rapidamente devolvi a bolsinha ao meu bolso e voltei os olhos para Bjord, que ainda admirava sua escama. - Ah... Você pode prender ela num cordão e levar no pescoço, ou carregar no bolso... Quem sabe ela te proteja um pouco, já que... hm... eu fiquei com o seu... - terminei a frase em voz baixa, lembrando que eu mesma trazia o canino de Bjord escondido por baixo do meu suéter. Ainda sentia uma pontinha de culpa por carregar seu amuleto comigo e senti meu rosto esquentar enquanto puxava o cordão com a presa de dentro da gola da minha blusa para mostrar para Bjord. Ao mesmo tempo que ainda considerava que o canino era dele, gostava de ter algo de Bjord comigo, e gostava ainda mais por também ser uma recordação do dia que lhe roubei um beijo na enfermaria.
***
Bjord virou-se para analisar o que um dia foi o seu amuleto, mas agora era de Freya. Ele ficou muito feliz de saber que ela ainda o carregava no pescoço, tão feliz que esqueceu por completo da sua fascinação pela escama de dragão. Tocou a presa com uma das mãos e reconheceu a textura. Foi como ter uma lembrança muito viva, carregou aquilo no pescoço por tanto tempo, talvez desde o seu nascimento, mas agora sentia que ele estava com a pessoa certa. Freya estava meio acanhada quando o mostrou, Bjord levantou o rosto dela com o indicador para que os olhos dos dois pudessem se encarar. — Quando eu ainda era um menino, meu pai me disse que esse amuleto... É a prova que me faz especial... Uma coisa física que simboliza minha alma, meu coração... — pareceu hesitar um pouco antes de continuar, com o mesmo dedo que levantou o rosto dela ele acariciou sua face, admirando a beleza daquele rosto rosado de olhos brilhantes. — ...Acreditamos que deixamos parte do nosso coração com quem am... com quem é muito importante... E então substituímos essa parte com a existência da outra pessoa. — ele parou de acariciar Freya e segurou a escama de dragão contra o sol, olhando o verde esmeralda cintilar. — A lembrança de quem é importante passa a fazer o papel do amuleto, nos dando forças, coragem... — arqueou a sobrancelha lembrando de como a raptou da festa. — E como a outra pessoa tem uma parte de nossa alma, acabamos conectados, mesmo quando estamos distantes... — Bjord terminou com um tom meio soturno, as responsabilidades da vida adulta ainda eram nuvens escuras e distantes no oceano, mesmo sendo uma tempestade anunciada não queria pensar nisso agora. Apoiou a cabeça no ombro dela e fechou os olhos, daí lembrou de peculiar das suas férias envovlendo o amuleto. — Minha tia... Pensou que... que eu tinha... Hm... Ca-casado. — disse a palavra baixo e bem rápido, como se fosse uma coisa que não devesse comentar, ou uma palavra que não usa com frequência. "Casamentos" não existem em Ymir, são outra coisa, mas com um conceito parecido. — Queria saber para quem entreguei um pedaço da minha alma... Quando disse que não... casei... Achou que eu... Tinha perdido. — abriu os olhos e meio que riu. De certa forma ela estava certa, naquela época Bjord achava que tinha perdido Freya para sempre e ela levaria junto um pedaço importante da alma dele que estava naquele canino antigo. Agora se sentia mais completo do que nunca, por isso conseguia rir.
***
Comovida, olhei de Bjord para a presa em suas mãos e de volta para ele. Percebia de repente que o amuleto era ainda mais especial do que eu imaginava. E ainda mais especial quando pensava que era mesmo como se fosse um pedacinho de Bjord e que ele havia decidido confiá-lo a mim. - Uma parte da sua alma...? - repeti em voz baixa. Foi minha vez de ficar sem palavras, lembrando que não havia tirado o amuleto do pescoço durante todo o tempo que estivemos separados, mesmo sem saber o quanto ele significava. Bjord descansou a cabeça no meu ombro e soltei minha respiração, enquanto piscava intensamente, sentindo o canto dos meus olhos formigarem. Ao longe vi Newt encontrar a moeda que eu havia arremessado e correr para levá-la para sua toca. Escutei enquanto Bjord contava sobre sua tia e me virei para ele, espantada, quando me contou que ela achara que ele havia se casado por ter me dado sua presa. - Você nem terminou a escola ainda... - ri baixinho, diante do pensamento de se casar ainda na escola. Talvez no intervalo entre uma aula e outra... Meu riso foi morrendo enquanto lembrava do único casamento em que estive: houveram votos e uma troca de alianças... De alguma forma, ter um pedaço da alma de Bjord parecia mais... significativo. - Eu não vou perder. - aproximei meu rosto do seu até que a ponta do meu nariz tocou a sua e prometi em voz baixa, apertando o amuleto na minha mão, junto ao meu peito - Vou cuidar bem dele. - lhe dei um beijo demorado, antes de abraçá-lo e apoiar a cabeça no seu ombro.
***
Quando Bjord abriu os olhos após o beijo e viu o azul intenso dos de Freya conseguiu deixar parte de suas preocupações de lado e aproveitar a plenitude daquele momento. Era especial, muito mais do que parecia, aquela promessa pura e sincera acabava validando que parte de sua alma agora era de Freya, sentia isso mais real que nunca, e no simbolismo do momento ele segurou a escama que recebeu de presente prometendo para si mesmo que faria o mesmo. Pendeu a cabeça e apoiou na de Freya que estava em seu ombro, perdido num devaneio de como seria o futuro Bjord começou a querer planejar muitas coisas. Queria ir à encontros com ela e tomar chá em Hogsmead novamente, mas dessa vez como um casal de verdade que não iria ficar envergonhado de dar as mãos; mostra-la todas as passagens secretas do castelo que descobriu sem querer quando estava fugindo dela pelo castelo; o testrálio que tinha adicionado para a coleção de criaturas de sua trupe... Eram tantas coisas e tão pouco tempo. Quando deu por si, tinham ficado alguns minutos aproveitando a companhia um do outro. Sabia que precisavam disso depois de enfrentarem o salgueiro, mas a urgência dos pensamentos parecia finalmente estar alcançando o presente. — Vamos ao lago! — disse de forma enérgica, cortando o silêncio. Bjord nunca exclamava nada, então se surpreendeu com a própria atitude como se tivesse sido ato de outra pessoa. Continuou mais contido como de costume: — Se você estiver... hm... bem... Talvez consiga chamar a Ula ou te apresentar pra Lula gigante... — avaliou as opções como se não tivesse muita certeza se eram realmente adições interessantes ou seguras à programação. — Quero dizer... Talvez a parte da Lula possa ficar para outro dia... — não queria que ela arremessasse nenhum dos dois para longe caso estivesse de mal humor. As costelas de Bjord não aguentariam dois traumas seguidos. Voltou o foco para Freya porque passou alguns segundos perdido nas possibilidades do encontro. — O lago é bonito pela manhã, nessa época, podemos só... Andar pela margem e conversar... — reforçou a proposta com o nariz e as orelhas se enchendo de rubores, mas dessa vez com um sorriso de canto.
***
Queria fazer mais, mas Bjord tinha razão, a Lula Gigante poderia ficar para outro dia. Se alguma coisa desse errado, eu tinha a impressão de que já havia gastado toda minha cota de magia cuidando do Salgueiro e até a poção de primeiros-socorros de Bjord havia acabado. Nós dois já havíamos nos machucado uma vez hoje e ainda nem era hora do almoço, podíamos agora fazer alguma coisa mais normal. Mesmo assim, eu tinha pressa em compensar o tempo que ficamos separados. Dei uma espiada no Salgueiro. A árvore ainda precisaria de tempo para se recuperar, mas dava sinais de melhora. Eu poderia voltar para conversar um pouco nos próximos dias e ver se poderia ajudar mais. - A gente também precisa explorar melhor aquela toca... Outro dia. - disse depressa, mais para mim do que para Bjord. Levantei do chão, notando o pequeno grupo de florzinhas que parecia haver brotado enquanto estávamos sentados ali. Espanei a grama seca da minha saia, fazendo pouquíssima diferença, já que ainda estava toda suja por ter caído no buraco nas raízes do salgueiro. - Andar na margem do lago parece uma boa ideia. - disse, enquanto Bjord se levantava ao meu lado - De repente, a gente pode dar um oi pra Ula... - completei, sem conseguir resistir à tentação de conhecer a amiga sereiana de Bjord. Com um sorriso, estendi a mão para segurar a sua e seguimos juntos na direção do lago.
em 2022-05-08
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henleblanc · 1 year ago
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Apenas assentiu sobre a pergunta, não queria entrar em detalhes e, bem, de alguma forma agradeceu ao ouvi-lo rir em relação ao seu comentário. Henri achou que ali era o tipo de momento que era melhor desconversar e ir embora, mas entendia também que não podia sair, não conseguiria deixar o espaço em branco de novo, eles já tinham tentado outras vezes e acabou morrendo no meio do caminho. “É consequência daquele artefato, pelo o que eu entendi” Lógico, todos ali sabiam quem tinha sido e o que tinha acontecido enfim, ainda que não tivessem cem por cento de certeza, porque foi tudo esquisito demais. Henri estranhou o tom rubro surgindo no rosto dele, mas achou que não era da sua conta perguntar. “Eu acho que sim… eu… tava com raiva e muito magoado…” Desviou o olhar e abaixou o tom de voz quando complementou. “Não com você, depois que conversamos… foi a vez do Gaston” E ele foi quem desencadeou o seu descontrole, ele complementou em sua mente, mas de alguma forma, o outro entenderia. Aquele nome era frequente quando se tratava de seus sentimentos descontrolados e confusos.
“Briguei” Sussurrou, voltando o olhar para o lobo, engoliu as informações que sabia naquele momento, da conversa que teve com o amigo e em como ele já entendia que estava pisando em um terreno proibido, correndo risco de colocar os pés sobre uma mina e acabar explodindo. Voltou o olhar para o rapaz e sorriu. “Você fala isso porque você é… sabe…” Feliz? Não queria usar aquela palavra, então apenas desviou o olhar de novo, era se expor demais dizer algo parecido, por isso que era melhor o silêncio. Me lembro de você voltar inteiro, mas era uma época diferente, um período que ele sorria mais e vivia mais a vida sem limitações, lembrou-se da relação breve e quase inexistente entre ele e um cara que só queria fazê-lo gozar de maneiras diferentes, de como ficou no final, definitivamente a última vez que se sentiu feliz assim foi com Lowell e odiava pensar nisso, não podia se prender a esse sentimento. “Eu tinha bons motivos para voltar inteiro… agora não tenho mais isso”
E foi uma surpresa quando Lowell pegou o celular, Henri usou a mão livre para contorcer seus dedos contra o tecido de sua calça na parte de trás porque não queria que o outro visse aquilo, a ansiedade de ter o número dele de novo, só entendendo o que estava acontecendo com ele quando o celular lhe foi devolvido… devia complementar aquela informação? O questionamento não continuou quando ouviu ele dizer sobre a sua aparência, voltando a encara-lo. E quando pensou em agradecer, dizer que tinha escolhido fazer aquilo para se amar um pouco mais, ele complementou, fazendo-o engolir todas as palavras junto com aquele sentimento embolado na sua garganta, estava cansado de sentir aquilo… mas se Lowell escolheu trazer aquele tópico, Henri seguiria então. “Éramos imaturos… você foi o meu primeiro em tudo… não tinha como a gente saber como agir, eu nunca tive uma boa referência de boas relações para entender o que tava rolando” Sorriu meio triste e abaixou o olhar, mais uma vez olhando pro celular, deveria mesmo complementar aquela informação. “Gaston não falava de você… ele falava de mim… que eu jamais faria alguém me amar se não fui capaz nem de fazer minha mãe sentir isso por mim… nem mesmo ele sentia isso” Apertou o aparelho um pouco e guardou a frase que, talvez, Lowell já sabia, Henri o amava talvez… ou a paixão era tão grande que poderia ser confundida com esse sentimento, ou continuava assim. Henri complementou, colocando o nome do seu amigo logo em seguida do contato… puppy do Lector… “Eu sei de você e o Lector... e eu tenho que aceitar que perdi a minha vez… que eu… perdi você” Disse enfim, sorrindo triste enquanto guardava o celular. “Eu sei que é tarde demais… mas se um dia eu tiver uma chance… eu vou tentar de novo… é o que dizem… que o primeiro amor não acaba assim tão fácil, né? Talvez seja verdade” Deu de ombros e pegou as suas coisas. “De qualquer modo, eu não vou atrapalhar, então… boa sorte” Disse em um tom baixo.
𝖆𝖚 𝖆𝖚 │ ━ não esquecer? ━ perguntou um tanto confuso com a escolha de palavras de henri. o rosto de preocupação porém se desmanchou em uma risada e uma sensação estranha de deja vu. ━ é... você nunca reclamou. ━ soou quase nostálgico entre as memoria. não sabia ao certo como proceder com aquilo, com a conversa ou com o futuro do que poderiam ser a partir de agora, lowell tinha dito desejo de que fossem amigos mas não sabia se conseguiriam assim como não sabia mais se podia ficar distante como planejou. ━ todo mundo tava meio estranho... e fazendo coisas questionáveis. ━ ficava vermelho só de lembrar, ao menos de sua parte. ━ mas você não acha que o pecado que acabamos tendo tem algo haver com como nós sentíamos no momento ou... em um geral. ━ ao menos levando em consideração o lobo mau ele costumava ser sempre irritadiço então ser pego pela ira era quase que natural, já lowell tinha tido sua cota de luxuria mais cedo na festa e talvez isso tivesse influenciado. ━ você brigou com o lector também? ━ se alarmou um pouco com a imagem dos dois brigando entre uma careta de preocupação. ━ que bom que foi empate então. ━ murmurou incerto se era de alivio. lowell odiava brigas como aquelas entre amigos e por isso tinha ficado tão mexido quando seu pai atacou lector. ━ isso é baboseira. ━ ao menos não acreditava naquilo, lowell só as vezes preferia sentir dor porque odiava poções então era um escolha dele, mas se pensasse em todas as vezes que escutou seu pai choraminga enquanto se transformava nenhuma noite era menos dolorosa com o tempo entretanto o lobo mau concordaria que sentir dor ajudava a entender melhor a vida, como lidar com as consequências dos atos ou algo assim, mas naquele caso henri não estava sendo ele mesmo mas sob efeito de magia então não era justo. ━ eu me lembro de você voltar inteiro. ━ era quase uma exigência de lowell, mas talvez fosse verdade, talvez não o conhecesse tão bem quanto pensava. ━ ok. ━ encarou o celular a sua frente um pouco receoso, se colocasse o numero ali significava que estaria dando uma segunda chance? mantê-lo em sua vida era uma boa ideia? os questionamentos pareciam nublados e quando se deu conta já tinha anotado o numero com o nome “puppy” como herin sempre costumava chama-lo. entregou o celular pro mesmo, o silêncio tinha se instaurado de novo entre eles. ━ gostei do novo visual... combina com você. ━ havia ouvido algumas vezes que as pessoas faziam aquilo quando queriam recomeçar e não sabia ao certo como as coisas iriam funcionar mas esperava que henri ficasse bem. ━ sobre... o que disse... ━ murmurou, um pouco inseguro de entrar naquele tópico mas o trazendo antes que o leblanc fosse embora. ━ me desculpa... foi minha culpa também... eu... não... não consegui te deixar seguro o suficiente sobre meus sentimentos...
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nightstars5 · 3 years ago
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I Will Wait For Eternity
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Pedido: “|🍒| você pode fazer um que ela teve um relacionamento complicado com harry (mas nada ruim, só a pessoa certa na hora errada, porque eles estão em momentos diferentes, mas eles ainda tem muito carinho um pelo outro), então eles se afastam, mas ainda bem tem os mesmos amigos, mas quase nunca se veem. então, um dos melhores amigos dele (você pode escolher quem vai ser) começa a se aproximar dela e ela realmente tenta se apaixonar por ele, porque ele seria o cara que faria de tudo por ela e ela sabe disso, mas no fundo, ela tem medo de machucar ele por acabar voltando pro harry o que ela e todo mundo acredita que vai acontecer. então, ela meio que da um fora nesse amigo e depois de alguns meses ela encontra o harry em um evento com os amigos e eles acabam ficando de novo e ele fala pra ela que sabe sobre o fora que ela deu no amigo dele e ele sugere que eles tentem novamente e todo mundo fica muito feliz que eles voltaram, especialmente a anne porque ela sempre foi muito “fã” do casal e o h acaba pedindo ela em casamento quando eles vão visitar a anne”
Oii, aqui está seu pedido, espero que goste! Ficou bem grandinho porque me empolguei e quase não consigo parar hahaha (Não revisado)
Entro debaixo do chuveiro e deixo que a água morna escorra por meu corpo, me relaxando. Um suspiro escapa por meus lábios quando me lembro de como adorava quando Harry entrava no box sem avisar e me abraçava por trás, espalhando beijos do meu ombro ao meu pescoço me fazendo arrepiar com seus toques.
Meu peito dói com as lembranças ainda vivas e claras mesmo depois de quase 2 anos do nosso término. Erámos tão bem juntos, como as peças perfeitas de um quebra-cabeça, mas então, tudo pareceu sair do nosso controle, o famoso a pessoa certa na hora errada.
— Amor, vamos tentar mais um pouco, por favor... — Harry tinha os olhos cheios de lágrimas enquanto segurava minhas mãos. Meu peito ardia com a decisão dilacerante que havia tomado a uns dias.
— Por favor, Harry, vai ser melhor assim. — levo minha mão ao seu rosto e limpo a lágrima que escorre por sua bochecha corada — Não está dando mais certo, estamos em momentos diferentes da nossa vida agora, mal temos tempo para ficarmos juntos.
— Mas eu amo você. — sua voz sai fraca. Seus olhos me encaram e a mágoa que eles transmitem é a pior sensação que já senti em toda minha vida, eu não queria fazê-lo sofrer.
— Eu sei, e eu também te amo muito. Mas precisamos de um tempo e você sabe disso. — digo com dificuldade pelo nó que está formado em minha garganta. Harry afirma freneticamente com a cabeça e suspira. Seus dedos acariciam minha mão com carinho que acalenta meu coração por um instante — Se for para ficarmos juntos o destino dará um jeito de cruzar nossos caminhos novamente. — dou um meio sorriso, desejando do fundo do meu coração que fosse verdade.
Harry levanta a cabeça e sorri também, um sorriso fraco e doloroso, mas que faz uma pequena chama de esperança brotar em meu coração.
— Eu esperarei a eternidade por você. — promete e me puxa para um abraço apertado, nosso último contato.
Quando desligo o chuveiro, a realidade me atinge e me sinto estranha como todas as outras vezes. Meus olhos se enchem de lágrimas por ainda sentir aquela pequena chama queimar bem fundo em meu peito, talvez eu esteja sendo uma boba por nunca ter conseguido seguir em frente, por sempre ainda pensar nele mesmo quando nem mesmo quero.
Já enrolada na toalha, paro em frente ao espelho, passo a mão limpando o embaçado causado pela água quente e me encaro.
Está tudo bem, S/N. Já se passou muito tempo.
Com um suspiro fundo pego por meu estojo de maquiagem e faço algo simples em meu rosto. Procuro pensar na noite maravilhosa que tenho programada e no quão sortuda sou por ter alguém que me proporcione alguns momentos alegres.
Alguém que não é ele. Aquela vozinha chata no fundo da minha cabeça me alerta e eu a ignoro voltando para o quarto.
Ao terminar de me trocar, meu celular vibra sobre a cama e me viro para o alcançar, uma mensagem de Liam aparece na tela e sorrio fraco.
“Chego em 15 minutos, querida.”
Apenas mando um “ok” em resposta e termino de calçar minha sandália.
E como havia dito, Liam chega no horário marcado para me buscar, me enche de elogios e beijos carinhosos antes de seguirmos para seu carro.
Não vou negar que adorava seu jeito afetuoso e a facilidade em que tinha por demonstrar isso, Liam não poupava esforços para me agradar e me fazer sentir bem, estava realmente dedicado a me ter por completo e apesar de ser bom me sentir tão desejada não só como uma companheira na cama, mas como uma companheira para vida, eu também temia por o decepcionar no fim das contas.
— Ei, você está bem? Parece distante. — Liam comenta alcançando minha mão por cima da mesa do restaurante.
Desvio meu olhar da garoa que caia lá fora molhando um pouco o vidro da janela e o encaro, seu sorriso gentil e atencioso me faz sentir culpada por estar sendo tão ingrata com sua atenção para mim.
— Estou bem sim. — dou um meio sorriso e aperto meus dedos nos seus — Me desculpe, devo estar sendo uma companhia entediante, não? — digo sem graça.
Liam balança a cabeça e ergue minha mão alcançando com seus lábios deixando um beijo ali.
— Não está não, eu adoro ficar com você. — ele sorri, um sorriso bonito que poderia mexer com qualquer coração, com qualquer um, mas não com o meu e eu me odiava por isso.
Me odiava por não conseguir me apaixonar por outra pessoa que simplesmente estava disposta a fazer tudo por mim como Liam estava.
Eu sou uma idiota por ainda sim depois de 2 anos estar perdidamente apaixonada por Harry que nem mesmo na Inglaterra está.
Pelo restante da noite procuro ao máximo não estragar nosso encontro, depois do restaurante, Liam me leva ao Hyde Park onde caminhamos calmamente de mãos dadas conversando sobre amenidades e nossa semana.
Eu achava sim que poderíamos dar certo, tínhamos tantas coisas em comum, tantos interesses e gostos, mas no fundo, bem no fundo eu tinha medo de acabar o machucando. Apesar de Liam ser um homem lindo, inteligente e cativante eu não havia conseguido me apaixonar. Seu beijo era incrivelmente delicioso, mas não me transmitia o mesmo calor que o de Harry, nossas noites juntos eram maravilhosas, mas nossos corpos não se conectavam daquela forma especial e única que só com Harry acontecia.
Eu não podia mais negar, estava presa aquela pequena esperança de que o destino nos uniria mais uma vez e não era nada justo com Liam o prender a mim, o impedindo de realmente poder encontrar alguém que fosse reciproca aos seus sentimentos.
E por isso que dias depois do nosso último encontro o chamo para conversar e terminar tudo o que estava rolando, eu o adorava e com certeza havia amado tudo o que vivemos durante esses 3 meses, mas antes disso tudo éramos amigos.
— Por favor, não me entenda mal e não me odeie, eu adoro você Liam, mas...
— Mas Harry ainda é quem possui seu coração. — me interrompe e da um sorriso de lado.
Me sinto uma boba em sua frente, tanto ele quanto nossos outros amigos sabiam que se Harry voltasse agora e ainda me quisesse eu voltaria sem pensar duas vezes.
— Me desculpe por deixar você perder seu tempo. — baixo minha cabeça brincado com meus dedos sobre meu colo. Eu queria tanto ter conseguido me apaixonar por ele.
Seus dedos quentes encontram os meus e levanto minha cabeça para olhá-lo.
— Não perdi meu tempo, S/N. Eu quis isso, quis tentar ter seu amor mesmo sabendo que Harry ainda ocupava seus pensamentos. Todos esses meses não foram perda de tempo, não pense assim. Somos amigos ainda, independentemente de qualquer coisa. — ele me envolve em seus braços e o agarro o abraçando com carinho, me permitindo ficar ali por um bom tempo.
///
Atravesso a grande entrada do Museu Tate Britain sendo acolhida pelo calor dentro do local, hoje era um dia especial para Belle e como sua amiga e grande admiradora do seu trabalho eu não poderia faltar.
Hoje suas fotografias estavam sendo expostas no grande museu ao lado de vários outros artistas e eu não poderia estar mais feliz por ela.
— S/N, você veio! — ela corre em minha direção e me abraça, rio da sua recepção calorosa retribuindo seu afeto.
— É claro que eu viria, é sua primeira exposição. — sorrio, a admirando.
Belle estava linda, um vestido preto retrô de gola V, com mangas longas de tule cobria seu corpo e em seus pés uma sandália de salto preta de tiras. Seu cabelo loiro estava todo penteado para trás com aspecto de molhado e a maquiagem simples realçava perfeitamente seus olhos avelã.
— Eu estou tão animada, você está linda! Caramba, nem acredito. — ela ri nervosa, se atrapalhando com as palavras de tão eufórica — Pegue alguma coisa para beber, eu tenho que rodar um pouco, mas juro que me junto a vocês depois.
E depois de mais um abraço e dizer o quão feliz e orgulhosa estou dela, sigo para admirar suas obras.
No meio de tanta gente consigo encontrar Liam e sua nova namorada que é um doce de pessoa, conversamos por um tempo e depois nos separamos em um dos corredores.
E é na seção Preto&Branco que encontro o trabalho de Belle e a fotografia da qual disse que me surpreenderia.
Fico estática olhando para um grande quadro com uma fotografia minha tirada na biblioteca da universidade. Me lembro desse dia, eu estava estudando para uma prova quando Belle simplesmente apareceu e me chamou e assim que a olhei um “click” foi dado de repente. E apesar de não ser uma grande fã de me achar tão bem em fotos, essa estava simplesmente perfeita.
— É a minha favorita. — uma voz soa ao meu lado.
Sinto minha respiração falhar e meu coração acelerar ao reconhecer o dono dela, lentamente viro minha cabeça e lá está ele, parado olhando para a grande fotografia com as mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo preto que cobre seu corpo alto e esbelto.
— Como vai, S/N? — sua atenção se volta para mim e um sorriso de canto surge em seus lábios me desconcertando como da primeira vez.
Aperto meus dedos ao redor da taça de champanhe percebendo que aquilo não era só mais uma alucinação minha, era real, Harry estava bem ali na minha frente.
— Não sabia que estava em Londres. — consigo dizer, surpresa demais por ninguém ter comentado comigo.
— Não perderia a primeira exposição da Belle. — revela.
Seus olhos correm por todo meu rosto como se quisesse guardar em sua memória cada detalhe de mim. Ele está lindo, elegante como sempre foi, seu cabelo agora está mais curto, mas isso só o fez mais atraente ainda.
Meu coração palpita como um louco em meu peito e me sinto uma adolescente descobrindo o amor pela primeira vez, quebro nosso contato visual e dou um grande gole no champanhe em minhas mãos a fim de acalmar o nervosismo que me atingira de uma hora para outra.
— Ah, vocês estão aí. — Belle se aproxima a passos largos e abraça Harry pela cintura — O que estão achando, hum? — o céu azul em seus olhos intercalam entre mim e Harry.
— Está incrível, você sabe que está. — Harry diz arrancando uma risada da garota — E com certeza vou levar algumas das suas fotografias. — seus olhos caem sobre mim e sinto minhas bochechas corarem.
Um suspiro me escapa e volto minha atenção para a artista da noite.
— Eu estou apaixonada por cada uma, Belle. Você merece tudo isso. — sou sincera.
— Ah, eu amo tanto vocês. — limpa uma lágrima que corre no canto de seu olho, Harry ri fraco e deixa um beijo no topo da sua cabeça.
— Belle. — um rapaz a chama um pouco atrás de nós, ela apenas afirma com a cabeça levantando a mão para que a espere.
— Hoje está tão corrido que mal poço lhes dar atenção, mas por favor aproveitem. E obrigada por estarem aqui, é importante para mim. — Belle deixa um beijo em nossos rostos e acompanha o rapaz que lhe mostra uma prancheta.
— Quer dar uma volta? — Harry pergunta com um sorriso fraco, indicando a saída da sala.
— Claro. — afirmo baixo, ainda me acostumando com a ideia de estarmos lado a lado.
Ainda dentro do museu olhamos todas as outras obras expostas, hora ou outra Harry comentava sobre alguma me explicando a história e os detalhes de cada uma. E é quando chegamos na última sala que resolvo falar sobre algum assunto que não seja obra.
— Quando chegou? — pergunto.
— Tem três dias.
— E vai ficar por muito tempo? — tento soar naturalmente, como uma pergunta simples que não me fosse importante.
— Eu deixei algumas coisas pendentes que preciso resolver antes de voltar. — ergue os ombros levemente, seus olhos fixos na figura de gesso a sua frete.
— Ah... — balbucio.
Olho ao redor do local sem saber o que fazer ou o que falar.
Eu sempre imaginei em como seria nosso reencontro, mas não esperava que quando acontecesse eu fosse me sentir como uma estranha para Harry.
Eram tantas as perguntas que eu queria fazer, saber sobre sua vida nesses 2 anos sem contato, saber sobre seus dias na cidade que nunca dorme, sobre suas novas amizades e se estava com alguém. Mas como eu poderia tocar em um assunto desses?
— Você ainda tem essa mania. — sua voz rouca me traz de volta.
Encontro seus olhos me encarando com diversão e franzo meu cenho confusa.
— Que mania?
— Roer as unhas quando está pensando demais. — sorri.
Balanço minha cabeça sem jeito e suspiro. Ele ainda se lembra das minhas manias.
— Eu senti sua falta. — diz de repente me pegando de surpresa.
— O quê? — pergunto buscando saber se não havia entendido errado
— Vem aqui. — Harry alcança minha mão e me puxa para fora da sala, me guia pelos corredores até estarmos totalmente afastados de onde acontecia todo o evento.
— Harry, o que houve?
— Você está com alguém? — procura parando na minha frente, me encarando nos olhos, suas orbes esverdeadas vasculham por todo meu rosto em busca de uma resposta.
— Por que isso te intere...
— Você está com alguém? — repete a pergunta, dando mais passo em minha direção, me deixando completamente embriagada com seu cheiro doce que invade meus sentidos.
— Não, Harry.
Seus olhos parecem brilhar com minha resposta, um sorriso bonito surgindo em seus lábios.
Seus dedos alcançam uma mecha do meu cabelo a colocando atrás da minha orelha, seu corpo se aproxima do meu devagar me fazendo atenta a cada movimento seu.
— Sabe, Liam me contou sobre vocês. — confessa baixo, acariciando minha bochecha. Seus dedos quentes aquecem minha pele me fazendo deitar a cabeça em sua palma — Me contou sobre tudo o que tiveram e você não tem ideia do quanto senti ciúmes. — abro meus olhos o encarando de volta. — E ele também me contou que você terminou tudo por não estar conseguindo retribuir os sentimentos dele. — seus dedos correm da minha bochecha e seu polegar puxa levemente meu lábio inferior para baixo — Eu preciso saber... Você ainda sente algo por mim? Por favor, seja sincera.
Um arrepio corre por minha espinha e me vejo sem saída, Harry sempre foi uma pessoa que gostava de sempre ir ao ponto, sem rodeios ou joguinhos, ele sabia que assim pegaria qualquer pessoa em mentiras ou confissões, como está fazendo comigo agora.
— Eu tentei, juro que tentei te esquecer, Harry. — baixo meus olhos envergonhada por parecer tão submissa a esse sentimento dilacerante.
— Que bom que não conseguiu.
E sem que eu esteja preparada seus lábios estão juntos aos meus, me envolvendo em um beijo desejado a tempos, esse beijo que esperei poder dar novamente desde o primeiro dia em que me vi sem sua companhia.
Suas mãos envolvem minha cintura me trazendo para mais perto de si, me prendendo em seu corpo, sua língua explora cada canto da minha boca com urgência e ao mesmo tempo com a delicadeza de aproveitar o momento. Minhas mãos agarram sua nuca, acariciando os fios sedosos de seu cabelo que tanto senti falta de sentir entre meus dedos.
Droga, eu o amava tanto e mal conseguia acreditar que realmente isso estava acontecendo, Harry realmente também esperava para que o destino nos juntasse outra vez.
///
Era uma ótima tarde de domingo na casa dos Styles, Harry e S/N haviam voltado a pouco mais de 4 meses e Anne não poderia estar mais feliz pelo filho e pela garota que tanto considera. Havia sentido falta da companhia da moça em sua casa, das conversas descontraídas e do doce de sobremesa que ela sabia fazer como ninguém.
Anne adorava observá-los de longe, se sentia completa por ver seu menino apaixonado, todo solicito e carinhoso e ela não precisava se preocupar se os sentimentos eram recíprocos, pois bastava observar como S/N o olhava com tanta admiração e paixão que sua resposta estava ali.
Enquanto todos conversavam na área externa da casa e aproveitavam para saborear a travessa cheia de doce que S/N havia trago, Harry dá um jeitinho de sair de fininho com a namorada para terem um momento a sós na companhia um do outro.
Eles caminham de mãos dadas pelo jardim de Anne e se sentam no bancada que há ali. S/N fecha os olhos sentindo o cheiro das flores e ouvindo os pássaros cantarem alegremente, a brisa bate balançando seus cabelos fazendo sua pele se arrepiar.
Ela era apaixonada pela natureza e Harry amava a observar tão inerte, tão serena e tão linda. Seu coração se aquecia e palpitava cada vez mais forte sempre que pensava em um futuro ao seu lado, ele já não se via mais sem ela, não outra vez.
Seu amor havia sido colocado a teste por 2 anos, se envolveu com outras mulheres, claro. Lindas, simpáticas e divertidas, mas nenhuma havia feito seu coração bater tão forte quanto a que estava ali sentada ao seu lado.
Sorrateiramente enfia a mão no bolso de sua calça e tira uma caixinha azul dali, se vira para a jovem e leva sua mão ao seu rosto, acariciando a face dela, que sorri ainda de olhos fechados.
— Casa comigo? — faz o pedido sem rodeios a fazendo abrir os olhos no mesmo instante e o encarar surpresa.
— Harry... — diz em alerta, acreditando ser alguma brincadeira.
— Casa comigo e vamos formar uma família linda. Eu amo você demais e quero ser seu para sempre. — se declara da forma mais doce e sincera que consegue, expressando com facilidade seus sentimentos.
Os olhos de S/N se enchem de lágrimas quando Harry abre a pequena caixinha e revela dois anéis prateados de noivado.
— Casa comigo, amor?
Uma risada de felicidade escapa da moça que se joga em seus braços com lágrimas de felicidade escorrendo por sua bochecha.
— É claro que sim! — responde eufórica, se afastando para o encarar, os olhos de Harry também cheios de lágrimas — Eu amo você mais que tudo!
— E eu a você. — sorri e a puxa para um beijo depois de trocarem as alianças.
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1d-imagines-zayn · 3 years ago
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starxgi: Eu acabei de pensar em um imagine aqui e eu adorei: onde o harry é jogador de basquete e vive dando encima da s/n, aí um dia ele faz uma aposta com ela, onde se ela ganhar, ele faz o que ela quiser, mas se ele ganhar eles se pegam hahaha e adivinha quem ganha?
— Ai — exclamei fazendo careta — Quem jogou isso aqui? — perguntei me referindo a bola de basquete que foi acertada diretamente no meu braço direito
— Um dos meninos do time — Ellen, minha amiga respondeu — Hoje é o grande jogo da final, eles estão ansiosos pela vitória — ela dizia animada
— Hum, grande coisa — revirei os olhos
O colégio em que eu estudava tinha um campeonato de basquete anual. Sempre fui fã do time e os apoiava em tudo, era inclusive líder de torcida, até ele chegar. Harry Styles, o garoto mais mala do time e do colégio. Ele se mudou recentemente do sul da Inglaterra e desde então vem colecionando garotas e rancores no colégio, consequência de seus atos de dar em cima de todas as garotas, em especial de mim.
As meninas babavam por ele, o que não era muito difícil, eu não podia negar o quanto ele era lindo. Tinha cabelos encaracolados que já passaram por todas as transições desde curto até mais longo, seus olhos eram verdes como esmeralda e como se não bastasse, ele ainda tinha covinhas, sim, era o sonho de qualquer garota.
Eu era uma das poucas que ele ainda não havia beijado ou levado para cama, eu tentava me controlar ao máximo para não me render a ele como a maioria das garotas do colégio, e por esse motivo ele tinha ainda mais emprenho em dar em cima de mim e quem sabe um dia me conquistar.
— A bola caiu aqui meninas? — eu conhecia aquela voz, era Harry, é claro que ele havia jogado a bola em mim.
— Aqui — Ellen entregou a bola a ele — Acertou em S/n
— Uh — ele disse pegando a bola se dirigindo seu olhar a mim — Me desculpe, tem algo que eu possa fazer para me redimir disso?
— Vou deixar vocês a sós — Ellen pegou sua mochila dali
— Ellen — a chamei, mas já era tarde, ela já estava do outro lado da quadra
— O que você quer Harry? — perguntei impaciente
— Me redimir ter aceitado a bola em você — sorriu com a bola em mãos
— Me deixar em paz já é um ótimo começo
— Por que não me dá uma chance, S/n? Metade das garotas desse colégio queriam estar no seu lugar, tendo minha atenção exclusiva como você tem
— Ah Harry, por favor, deixa de ser convencido. É exatamente por isso que não me envolvo com você, não sou igual as garotas daqui. Sei que vai fazer o mesmo comigo, me beijar e depois me descartar por ai — peguei minha mochila e comecei a caminhar em direção a saída
— Você é a única garota que me faz dispensar todas — ele caminhava ao meu lado com a bola em mãos — Se você me desse só uma chance, saberia que estou falando a verdade e veria o quanto gosto de você
— Não vou ficar tão fácil com você — me virei para ele — Não adianta insistir
— Que tal uma aposta? — perguntou sorrindo de canto. Respirei fundo esperando pelas groselhas que viria a seguir — Hoje é a final do campeonato, se não formos campeões você pode me pedir o que quiser, inclusive para eu ficar longe de você e eu vou respeitar, agora se ganharmos... — arqueou a sobrancelha me fitando dos pés a cabeça
— Vou ser obrigada a torcer para o time adversário — revirei os olhos
— Ai é você quem decide. E então, temos uma aposta?
— Temos — disse firme apertando sua mão fria.
Caminhei até a saída enquanto Harry ficou treinando e na minha cabeça só se passava onde eu havia me metido. Tudo bem que o time do colégio era muito bom mas eu tinha certeza que os adversários eram melhores. Harry não me deixou claro o que iria pedir se ganhasse a aposta, o que me deixava mais apreensiva ainda. Minhas mãos soavam frias e o jogo era dali algumas horas, eu precisava contar a Ellen sobre onde me meti.
 ...
 Nos sentamos na terceira fileira da quadra. As líderes de torcida já faziam seu espetáculo bem ao centro da quadra. Pouco a pouco a arquibancada ia lotando, o que me deixava ainda mais aflita.
— Menina você foi doida de apostar com ele — Ellen me repreendia — Você sabe que nosso time é o melhor da temporada
— Eu não tive muito tempo para pensar, foi no impulso e...
— E agora você torça para o outro time vencer — me interrompeu — Ou sabe-se lá o que vai ter que aturar de Harry Styles.
 O jogo começou e eu roía minhas unhas incontrolavelmente. Eu tinha um olho na quadra e outro diretamente no placar. Os primeiros pontos foram do time adversário e isso me dava uma pontinha de esperança que eu venceria a aposta. Seria triste ver o time do meu colégio perder mas nada se comparava a alegria de ter Harry me deixando em paz.
Faltavam exatos dez minutos para o jogo acabar e o placar estava empatado. Era uma emoção diferente a cada cesta até que finalmente chegou o fim do jogo. O time do meu colégio havia ganhado. Me sentei na arquibancada e senti os olhares de Harry diretamente em minha direção. Minha mão estava tremula e eu me sentia nauseada.
— O que vai fazer? — Ellen perguntou se sentando ao meu lado, tão ansiosa quanto eu
— Tem algum buraco para eu enfiar minha cabeça? — perguntei
— Não — balançou a cabeça negativamente — Boa sorte, ele está subindo aqui.
Abri meus lábios entre uma espécie de “O” ao ver Ellen se afastar e Harry se aproximar cada vez mais. Ele estava com o uniforme do time e soado, muito soado, seus cabelos estavam grudados ao seu rosto respingado.
— Parece que eu venci — ele se sentou ao meu lado com um enorme sorriso nos lábios
— Você precisa de um banho — tapei o nariz devido ao cheiro de suor que ele exalava
— Te espero em minha casa hoje — disse ignorando totalmente meu comentário sobre seu odor — as vinte horas.
— Porque eu iria até lá? — perguntei desafiadora
— Porque você perdeu a aposta — passou o indicador pela ponta do meu nariz — Fica tranquila, não vai acontecer nada que você não queria — colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e se aproximou — E eu duvido que você não vá querer — cochichou e eu senti um calor estranho passar pelo meu corpo.
Ele voltou para o centro da quadra para comemorar com os outros jogadores do time, enquanto todos comemoravam eu sentia nervosismo por ter um encontro com Harry Styles em sua casa.
 ...
 Respirei fundo sentindo meu coração sair pela boca. Eu estava na porta da casa de Harry no horário combinado e custava apertar a campainha, até que a porta se abriu antes mesmo que eu tocasse.
— Você ia enrolar até quando? — Harry abriu a porta branca de maçanetas douradas usando apenas um short de pano fino, seus cabelos estavam recém molhados e ele exalava um cheiro incrível, algo que eu nunca havia sentido até então.
— Como sabe que eu estava aqui? — perguntei sem entender encarando suas tatuagens a mostra
— Posso ver tudo da janela do meu quarto. Vem — me puxou pela mão.
Adentrei a residência dos Styles e fiquei abismada com o luxo daquela casa. Haviam dois andares e a maioria dos móveis eram em tons brancos e dourados, fazendo sincronia com a cortina nude que cobria as janelas da sala. Sua mãe estava sentada ao sofá branco com o telefone em mãos e me deu um leve sorriso ao me ver passar me dirigindo as escadas de corre mão amadeirado. Era óbvio que para ela, era comum garotas de todos os tipos entrando e saindo dali diariamente, creio que por isso ela pareceu não se importar.
— Sempre traz garotas aqui? — perguntei enquanto subíamos os degraus daquela imensa escada
— Claro que não — respondeu
— Sua mãe pareceu não se importar com a minha presença
— É só o jeito dela. Acha mesmo que eu trouxe todas as garotas que eu dormi, aqui? Está muito enganada S/n.
Entramos em seu quarto e ele fez questão de trancar a porta. Uma imensa cama de lençóis brancos e travesseiros do mesmo tom estava posta no centro do quarto, com uma mesinha ao lado e um abajur. Alguns posters de jogadores de basquete estavam colados a parede, e uma televisão decorava a parede de cor neutra. As cortinas tinham um tom mais escuro deixando o ambiente em um perfeito equilíbrio.
— Senta ai — soltou minhas mãos — Fica a vontade
Me sentei a cama e ele se jogou em uma cadeira que tinha ali. Observei os lençóis brancos e não pude deixar de imaginar as inúmeras garotas que já estiveram ali.
— Se não traz as garotas para transar aqui, onde as leva?
— Quem disse que eu transo com elas? — perguntou me encarando com seus olhos verdes
— Todos conhecem sua fama, Harry — revirei os olhos
— Acha mesmo que eu saio por ai colocando minha boca no meio das pernas de qualquer garota? Ou comendo qualquer uma?
— É o que dizem — respondi
— Sua fonte de informação está equivocada — se aproximou de mim — Eu não faço sexo oral ou qualquer outra coisa com garotas que não tenho um relacionamento estabelecido.
— E o que você faz então? — perguntei curiosa
— Beijo e as vezes as toco, a única coisa que todas sempre fazem é me chupar — exclamou orgulhoso — E nem sou eu que exijo isso — deixou claro que elas faziam porque queriam
Revirei os olhos imaginando a cena a balancei a cabeça negativamente. Styles era pior do que eu imaginava.
— Harry por que me chamou aqui, afinal?
— Para pagar sua aposta — se aproximou de mim e eu pude sentir seu hálito quente de menta — Você não sabe como esperei para ter você aqui, vem aqui garota.
Os lábios de Harry atacaram os meus com intensidade e desejo, suas mãos foram parar em minha nuca. Nossas línguas trabalhavam em um delicioso ritmo, sedentos por mais. Senti o peso do seu corpo contra o meu que foi deitado sobre os lençóis brancos. Não sei exatamente quando perdi o controle mas logo me vi com as mãos em suas costas o puxando para mais perto, era como se eu quisesse Harry cada vez mais fundido em mim.
— Como eu pude demorar tanto para provar esses lábios — sua voz saia inaudível com a intensidade do momento — Como você é maravilhosa s/n
Suas mãos adentraram pela blusa branca que eu usava me causando arrepios e sensações indescritíveis.
— Eu não a quero forçar a nada — ele dizia enquanto passava as pontas dos dedos pelo meu sutiã — Mas a vontade que eu estou de estar dentro de você é incontrolável.
— Harry — minha voz saiu falha — Eu quero — foram as únicas palavras que eu consegui dizer.
Ele tirou minha blusa e logo em seguida meu sutiã, suas mãos apalpavam meus seios que a essa hora já estavam enrijecidos. Um caminho de beijos foi distribuído pelo meu pescoço e colo, quando sua boca entrou em contato com meu mamilo eu me senti nas nuvens. Harry os chupava e mordiscava como uma criança faminta. Sua mão foi parar entre minhas pernas que ainda trajavam uma calça jeans.
O botão foi desabotoado e minha calcinha rosa de algodão ficou visível a ele, que admirava meu sexo com os olhos cheios de desejo. Ele umedeceu os lábios e passou a língua pelo elástico da minha calcinha me fazendo contorcer e causa um sorriso malicioso nele.
— Calma baby, eu nem comecei — se divertiu com a situação e retirou minha calcinha de uma só vez a jogando em um canto qualquer — Agora vem a melhor parte.
Harry encaixou minhas pernas entre seus ombros e seu rosto teve contato direto com meu sexo. Sua língua quente pincelou toda minha região me fazendo arfar e implorar por mais. Vez ou outra ele colocava um ou dois dedos e me penetrava de forma excitante enquanto sua língua trabalhava no meu clitóris.
Eu sentia choques invadirem meu corpo cada vez que ele focava suas carícias no meu clitóris, aquele lugar mágico que várias mulheres sonham em se relacionar com alguém que sabia acha-lo. E Harry sabia muito bem o que fazer naquela região.
— Eu não queria dizer isso agora — ele disse em tom baixo ainda com o rosto entre minhas pernas — Mas você é? Já disse que não quero a obrigar a nada — ele nem parecia o Harry pegador do colégio
— Não sou — respondi me lembrando de quando perdi minha virgindade com Mike, o garoto mais idiota do terceiro ano
Aquela resposta foi o suficiente para fazer com que Harry retirasse o short que usava juntamente com sua cueca branca. Seu membro estava ereto a tempos, o short de pano fino indicava aquilo.
Seu membro era grande, estava repleto de veias ao redor e com a glande avermelhada já pingando seu prazer. Ele pegou um pacotinho de alumínio na mesa ao lado de sua cama e o abriu com o dente, encapando seu membro com a camisinha.
Confesso que achei estranho ele não me pedir para chupa-lo ou toca-lo, e numa sintonia fora do comum, ele decifrou meus pensamentos.
— Não quero que coloque a boca onde outras pessoas colocaram — olhei confusa — Não hoje — sorriu de canto.
Harry se posicionou entre minhas pernas e forçou a entrada com a cabeça de seu pau. Logo o senti por completo dentro de mim e suspirei, a sensação de ser preenchida por Harry era única, era como se chamas ardentes estivessem dentro de mim. Seu primeiro movimento foi calmo e cuidadoso, suas mãos estavam ao redor do meu corpo apoiando sobre o lençol e seus olhos verdes que agora estavam escuros de tesão, encaravam os meus com desejo e amor.
— Está gostoso? — perguntou com a voz embargada de prazer — Como você é gostosa, tão apertadinha — jogou a cabeça para trás sentindo o prazer inundar seu corpo
Seus movimentos foram se intensificando juntamente com nossas reparações. Harry me penetrava de forma brusca e rápida, e minhas pernas num ato involuntário cruzaram sobre suas costas. Eu gemia baixo seu nome e sentia um enorme prazer, algo que eu nunca havia sentido com ninguém. Era como se ele me conhecesse a anos, conhecesse meu corpo e soubesse exatamente onde me tocar.
— Ah linda, eu não aguento, vou gozar
Aquelas palavras foram o suficiente para eu atingir meu ápice juntamente com ele. Seu corpo cansado do prazer que acabara de ter, caiu sobre o meu corpo. Nós estávamos ofegantes, soados, e uma nuvem de energia pairava sobre mim. Eu sentia seu coração bater na mesma intensidade que o meu. Senti seus primeiros movimentos para sair de dentro de mim.
— Não tira — o puxei com minhas pernas — Quero lhe sentir mais — admiti
— De agora em diante, você sempre vai me sentir da forma que quiser e quando quiser — selou nossos lábios, e eu suspirei.
Nunca imaginei que perder uma aposta com Harry Styles seria tão interessante e prazeroso.
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tecontos · 2 years ago
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A 1ª transa com o meu professor de psicologia da facul.
By; Daniele
Me chamo Daniele, estou no ultimo ano de psicologia.  E o que contarei aconteceu no primeiro semestre do meu curso, e ate hoje rende boas transas.
Era mais uma terça-feira de aula, eu após quatro meses, já estava bem habituada ao ambiente, tinha alguns amigos, vários colegas e até batia papo com os professores. Um deles me chamava bastante a atenção, seu nome era Robson, um moreno alto que dava aula de Introdução à Psicologia.
Robson tinha 32 anos e eu somente 18, mas não ligava para isso. Lembro que a cada aula dele não conseguia tirar os olhos de seu corpo. Simplesmente, o homem me seduzia. Por causa disso, acabava tendo um pouco de dificuldade para me concentrar nas aulas. Por incrível que pareça, a matéria dele era a única que estava indo mal.
Naquele dia, ao final da aula, Robson dispensou todos os alunos, mas pediu para que eu ficasse, pois queria conversar comigo. Meu coração acelerou tanto que só faltava sair pela garganta. Ele me pediu para sentar e assim eu fiz. Ficou de pé na minha frente e começou a falar das minhas notas, que por sinal estavam baixas, com sua voz grossa, porém de forma doce e educada. Eu tentava prestar atenção ao que ele me dizia, mas não conseguia tirar os olhos de seu pau na calça jeans apertada que usava.
Comecei a ficar molhada e excitada, já não ouvia mais nada, só o meu desejo de possuí-lo. Não sei o que me deu naquele instante, mas minha mão avançou para a calça dele, na região de seu pênis. Na hora, parou de falar, me olhou com estranheza, mas logo deu um sorriso, ele tinha adorado e provavelmente esperava que eu fizesse algo. Foi o que aconteceu, ao perceber que estava me desejando naquele instante, não perdi tempo e fui logo abrindo seu zíper. Abaixei sua calça jeans e sua cueca e comecei a masturbá-lo. Dava para ver na sua cara o prazer que estava sentindo.
Continuei masturbando meu professor por alguns instantes e percebi que precisava de mais. Passei minha língua molhada em meus lábios carnudos. Eu estava usando um batom vermelho naquele dia. Meu professor me olhou e deu para ver que estava ficando mais excitado ainda. Segurei o pau duro dele com uma mão e fui aproximando meu rosto. Provoquei-o com minha língua passando pela cabecinha e dando algumas mordidinhas de leve. Logo coloquei seu pau dentro da minha boca, inteirinho, ele era grande e chegava até minha garganta, mas não me importava.
Depois de um tempo pagando boquete, ele quis me recompensar, avançou em mim como um leão, foi me beijando e tirando minha calcinha. A essa altura, já era até de se imaginar que eu estivesse encharcada. Fiquei mais ainda quando ele desceu e começou a chupar minha xana todinha. Ele fazia um sexo oral perfeito, uma maneira que ninguém nunca tinha feito, e olha que já tinha recebido de vários caras.
Quando eu já estava quase gozando, ele se levantou, veio com seu pau grosso para perto. Minha excitação aumentava a cada instante. Deu-me um beijo tão quente que me fazia suar e, finalmente, penetrou. Começou fazendo movimentos lentos e aos poucos foi aumentando. Levantou minha blusinha e meu sutiã. Começou a tocar meus seios com aquelas suas mãos grossas ao mesmo tempo em que me comia. Por mais que eu me segurasse, não havia como não gemer naquela situação. Comecei gemendo baixinho, mas quanto mais tempo passava, mais alto eu gemia.
Finalmente, dei o gemido mais alto do dia ao mesmo tempo em que arranhava os braços de Robson, tinha gozado. Ele, cavalheiro do jeito que é, esperou eu terminar, tirou seu pau e se masturbou até encher meu rosto de esperma.
A partir desse dia passamos a sempre nos encontrarmos para transar.
Enviado ao Te Contos por Daniele
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instacrew · 2 years ago
Note
posta conto por favor
Oi gente, meu nome é Gabriela, mas todos me chamam de Gaby, tenho 18 anos, sou morena clara, olhos negros, cabelos ruivos e grandes, corpo definido e um estilo marcante. Estou aqui pra contar uma história que ocorreu há três meses atrás. Eu estava numa festa muito famosa da minha cidade, tinha milhares de pessoas e uma amiga minha encontrou outros amigos, observei uma garota linda, morena clara, olhos verdes, cabelos negros médios, 1,65m mais ou menos e um corpo delirante, bumbum GG delicioso. Não perdi tempo, logo cheguei nela, dei ideia a um amigo dela e ele foi até ela dizendo que eu queria conhecê-la, acabamos ficando e peguei o telefone dela. Uma semana se passou e, depois de muitas conversas pelo celular, começamos a namorar e ela (que era de uma cidade vizinha) veio me ver. Levei ela até a casa de um amigo meu, chegamos lá e fomos ver TV, ela sentou do meu lado, estava de short e camiseta e eu de calça e camiseta, ela começou a alisar minhas coxas, apertando e subiu um pouco a mão, fiquei excitada e olhei pra ela de canto, ela reparou e sorriu, levantei e chamei ela, levei ela pro quarto do meu amigo e beijei ela ainda em pé, ela me pegou na nuca, puxando meu cabelo, senti sua respiração ofegante, e devagar ela me levou até a cama, me jogou com força e deitou por cima de mim, com a mão na minha xota por cima da calça. Mordi meus lábios, morrendo de tesão, senti ela tirando minha roupa, peça por peça, e me arranhando toda, quando eu estava completamente nua, ela começou com a violência. Passou o dedo na minha xota molhada e começou a alisar meu clitóris, me masturbando, enquanto isso ela pegava no meu cabelo e falava: Vai cachorra, goza pra mim vai, safada, você é muito gostosa. Ela me penetrou com dois dedos, me fazendo gemer alto, me deu um tapão na cara e disse: Piranha, cala a boca vadia, vai gemer só quando eu mandar! Ela me fez gozar, foi muito gostoso. Assim que gozei ela disse: Putinha, fica de quatro pra mim, vou arrebentar seu cuzinho. Me atrevi a falar: Não vou dar meu cuzinho pra você não, tá louca? Ela ficou nervosa, me deu um tapa muito forte na cara e me pegou no cabelo dizendo: Vai sim vadia, vai fazer o que eu mandar, tá ouvindo? Apenas fiz que sim com a cabeça, não atreveria a falar qualquer coisa que desrespeitasse ela. Fiquei de quatro e ela logo veio me comendo, foi com o dedo mesmo, me arrebentando toda, eu mordi o travesseiro, sentia dor e prazer ao mesmo tempo. Ela me comia com voracidade, me fez gozar, cai na cama, acabada, transamos com mais violência, ela me fez ajoelhar na frente dela, cuspiu na minha cara, me chamou de putinha e mandou eu sentar no colo dela cavalgando, não entendi o porque, mais obedeci, sentei e comecei a quicar, ela jogou a cabeça pra traz e mordeu o lábio, arranhando minhas costas e me xingando e falando: Bem mandado putinha. Quando vi, eram quase 4 da manha, eu tinha que ir logo pra casa, tinha aula no mesmo dia e eu não podia perder, ela não quis me deixar ir, me trancou no quarto, foi lá fora e chegou na porta do quarto de meu amigo, disse que iriamos dormir ali pois eu não estava muito bem, e como ele estava no outro quarto com a namorada nem ligou muito. Eu não aguentava mais nada, ela ficou com dó de mim, abraçou meu corpo nu e dormimos.
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harrrystyles-writing · 4 years ago
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My best friend
Sinopse : Você tem uma amiga tóxica e Harry tenta ajudá-la a se afastar.
Categoria : Namorado!harry, Fratboy!Harry | Pedido feito por: @it-is-what-it-is-70 | baseado nessa ask.
MASTERLIST 🥝✨
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Você e Vanessa se conheceram assim que sua família se mudou para Londres ao lado da casa dela, ambas tinham apenas 6 anos, foi onde começou sua linda amizade e desde então vocês se tornaram inseparáveis. Durante toda a infância e adolescência, vocês pareciam estar sempre disputando alguma coisa, era óbvio para você que ela sempre foi mais bonita, loira de olhos azuis, todos pareciam amá-la. Você tinha suas qualidades e beleza, mesmo não às vendo com os mesmos olhos que via à Vanessa. Sua alma gentil e sorriso encantador, atraía muita atenção para si, o que sua amiga sempre invejou. Ao chegarem à vida adulta por sorte ambas seguiram profissões diferentes, ela se aventurou no mundo da moda, conseguindo posar para algumas coleções, até capas de revistas. Você preferiu seguir como atriz, conseguiu alguns papéis incríveis ao qual deixou a si mesma muito orgulhosa. Com à carreira alavancando conseguiu mais reconhecimento onde fez pequenas participações em premiações, rádios, revistas, etc. Você conheceu Harry juntamente com os outros integrantes da banda One Direction, nos bastidores do programa da Ellen. Vocês imediatamente se deram bem, ele era tão simpático, gentil e à fazia rir. Harry não conseguiu esperar até o fim do dia para chamá-la para um café ou quem sabe um jantar. Logo um encontro com Styles se tornou dois, três e ambos ainda queriam se conhecer mais, você não poderia estar mais feliz quando ele à chamou de namorada pela primeira vez, foi mágico e tão fofo como ele disse “ Posso lhe chamar de namorada?” Seu coração palpitava ao sorrir e dizer um “sim” ao belo moço dos olhos esverdeados.
Como tudo que acontecia com você, à primeira reação sempre foi contar a sua melhor amiga, à primeira vez que você duvidou da amizade com Vanessa, foi no dia que contou a ela que estava namorando Harry.
*Flashback on*
“ Sério? Você? Com Harry Styles?” Ela olhou-a debochada.
“ Sim, ele me chamou de namorada, tão fofo.” No momento que você disse ela não conteve sua risada, isto lhe irritou. “ Por que? É tão impossível assim pensar que ele possa gostar de mim?”
“ Aí amiga, não é isso, você é maravilhosa, mas..... Sabe é Harry Styles, ele só namora modelos e celebridades e você é...... ”
“ Eu sou atriz.”
“É, mas nem conta, você fez o que? Três papéis? Não é como você fosse uma Megan Fox ou Scarlett Johansson, elas sim são atrizes de verdade.... Mas enfim, eu estou super feliz por você amiga, veja pelo lado bom, namorando ele talvez conseguia algo melhor.”
“ Vanessa, eu não estou com Harry por isso.” Rebateu ofendida. “ Eu gosto mesmo dele.”
“ Claro, eu sei.” Ela riu sem jeito. “ Mas, se isso não durar pelo menos terá uma conquista, você conseguiu namorar Harry Styles.”
* Flashback off*
À segunda vez que você duvidou de sua melhor amiga foi meses depois, Harry havia te convidado para conhecer sua família, você estava nervosa, precisava de alguém, Vanessa era a pessoa com quem você sempre contou e desta vez não seria diferente.
* Flashback on*
“ Olha, quando você me ligou e disse que precisava de ajuda com a roupa que iria conhecer os pais de Harry eu nem acreditei.” Vanessa comentou enquanto olhava as roupas deixadas por você em cima da cama.
“ Como assim?” Você questionou do banheiro, vestindo mais uma peça para ver se ela aprovava.
“ Amiga, nada demias, é que o Harry né? Lindo, famoso, rico, ele pode ter quem ele quiser.” Ela deu uma risadinha. “ Mas às vezes homens têm o dedo pobre mesmo.”
“ O que?” Você olhou-a confusa quando saiu para olhar-se no espelho.
“ Não estou dizendo ele em específico amiga, calma, você é perfeita, Harry tem sorte de ficar com você.”
“ E aí como estou?” Você diz tentando ignorar o que ela disse. Vocês eram amigas desde pequenas, ela era da família, ela dizia coisas horríveis às vezes, mas que era o jeito dela.
“ Para ser sincera, não gostei, acho que branco não está te favorecendo, você deu uma engordadinha né?”
“ Não! Na verdade tenho malhado, já perdi uns 2kgs.”
“ Jura?” Ela arqueou ás sobrancelhas. “ Enfim, acho melhor algo mais básico que esconda sua barriga, porque tá um pouco inchada.” Ela colocou a mão na boca. “ Desculpe amiga! Eu falo isso porque eu te amo, provavelmente ele só levou modelos para conhecerem sua família e bem mais magras que você, então eu não quero que minha melhor amiga passe vergonha.”
“ Tá .... Acho que vou com vestido preto.”
“ Melhor.”
*Flashback off *
À terceira vez que Vanessa à fez ter dúvidas sobre todo o amor e carinho que ela dizia ter por você, foi quando aconteceu a sua primeira briga com Harry, você precisava de alguém para lhe consolar, óbvio que foi a casa da sua melhor amiga, quem mais sabia tudo sobre você além dela?
* Flashback on*
“ O que foi? Eu estava quase saindo.” Vanessa reclamou assim que abriu à porta.
“ Eu posso entrar? Eu e o Harry brigamos, preciso conversar com alguém.”
“ Tá, vamos subir, você fala enquanto termino de me arrumar.” Ambas subiram para o quarto dela, você ficou sentada na cama enquanto ela estava em frente ao espelho começando sua maquiagem. “ Diga, o que aconteceu entre vocês?”
“ Bem.... Estávamos vendo um filme, até que ele recebeu um nudes de uma mulher, eu vi o nome “Hellen”, ele disse que não era nada demais, que infelizmente às pessoas mandavam muitos para ele, eu fichei chocada, eu juro que tentei não ficar com ciúmes, mas não consegui e nós brigamos e eu fui embora da casa dele.”
“ S/n, quantas vezes eu falei para você parar de agir como à louca ciumenta nos seus relacionamentos? Por isso que nenhum homem fica com você.” Ela revirou os olhos. “Mulheres inseguras como você nunca ficam com o cara perfeito, quando vai aprender?”
“ Tá, mas agora o que eu faço?”
“ Amiga, provavelmente Harry deve estar com essa outra mulher agora, pra ele isso pode até ter sido um término.” Você olhou para ela com lágrimas nos olhos. “ S/n, pare, isso é até bom.”
“ Bom?”
“ É, assim cai na realidade, eu te amo, mas Harry era muito pra você, tava na cara que não ia dar certo, vocês não combinavam, não estavam na mesma vibe sabe? Você no começo da carreira com alguém como ele? Você tem que ficar com alguém do seu nível.”
“ Nossa.” Você estava boquiaberta. “ Mas Harry nunca ligou, ele me disse isso.”
“ S/n, não faça essa cara, você sabia que não servia pra ele, Styles tem mais à ver com modelos, mais magra, alta, quem sabe mais loira, é o tipo dele.”
“ Tipo você Vanessa?” Questionou confusa, era como se ela quisesse Harry.
“ Você que disse, não eu, mas sim.” Ela virou-se para você. “Amiga, esquece ele, Harry não merece você.” Ela puxou você para um abraço. “ Eu te amo, não gosto de ver você tristinha, sabe que sempre pode contar comigo né?”
“ Sim.” Você disse mas seu celular tocou fazendo-a sair do seus braços.
“ Quem é?”
“ Harry, ele que me encontrar.”
“ Bloqueia ele.”
“ Por que?”
“ Amiga, no mínimo ele quer terminar com você pessoalmente para ser mais humilhante.”
“ Você acha?”
“ Óbvio.”
Mas você recebeu outra mensagem dele.
“ Amiga, acho que não, Harry disse que está na porta da minha casa, ele me mandou uma foto, está segurando flores. Eu preciso ir.” Você disse dando uma beijo na bochecha dela. “ Me deseje boa sorte, depois eu te conto tudo.”
“ Ok. Boa sorte.” Ela deu um sorriso falso.
• Flashback Off•
Após aquele dia você se questionou se realmente ela se importava ou sentia algum tipo de inveja por você namorá-lo. Você contou toda a situação ao Harry, ele achou muito maldoso da parte da Venessa dizer aquelas coisas horríveis à você, ele lhe aconselhou se afastar para sua própria saúde mental e o relacionamento que vocês estavam levando. Certamente ela não ficou nenhum pouco feliz com isto, ela dizia que Harry estava roubando você dela, muitas das vezes você se via dividida entre as duas pessoas que amava.
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Era sábado à noite, você e Harry conseguiram uma folga de suas agendas e planejaram ficar deitados vendo algum filme, com algumas besteiras e quem sabe um sexo preguiçoso nesse meio tempo.
“ Baby, vem logo o filme vai começar.” Harry gritou da sala do seu pequeno apartamento.
“ Está quase pronto.” Rebateu na mesma altura cuidando para não queimar a pipoca.
De:Nessa
É bom saber que posso confiar em você - um pequeno zumbido surgiu do seu celular ao lado de Harry no sofá.
De:Nessa
Você é muito especial para mim
De:Nessa
Estou com saudades
De:Nessa
Espero que logo possamos nos ver♥️
“ Você tem falado com Vanessa?” Harry questionou após ler as mensagens na sua tela de bloqueio.
“ Oi?” Você fingiu não ouvir.
“ Você falou com a Vanessa?”
“ Por que?” Questionou sentando ao lado dele mastigando um pouco da pipoca.
“ Falou?”
“ Sim.”
“ S/n, o que nós havíamos conversado? Essa garota não faz bem para você.”
“ Eu sei, mas ela é minha amiga Harry, o que eu posso fazer? Nunca mais vê-la?”
“ Não estou dizendo que você não pode vê-la, só que certezas amizades é melhor se afastar.” Ele suspirou fundo. “Eu falo isso porque quero o seu bem, eu já passei por isso, quando estava começando minha carreira havia um grande amigo meu que começou agir assim, tem pessoas que não conseguem ficar feliz por nós, quando eu entendi foi tarde demais, ele quis prejudicar meu futuro como artista, acabei perdendo uma amizade que eu gostava e sai magoado.”
“ Eu não sabia, sinto muito. Por que nunca me contou?.”
“ Eu não conto isso à todos, mas sei que quando a fama vêm você acaba descobrindo quem realmente é seu amigo.”
“ Me desculpe, eu vou tentar manter ás coisas mais distantes com ela, eu prometo.”
“ Não se desculpe, muito menos para mim, eu sei que me intrometi na sua amizade, mas eu só estou tentando ajudar para não vê-la sofrer.” Ele deu um beijo na ponta do seu nariz. “ Estou tentando cuidar do que é importante para mim.”
“ Eu te amo.” Escapou tão rápido de seus lábios que mal teve tempo de raciocinar o que havia falado.
“ Me ama?” Olhou-a confuso.
“ Acho que sim.” Você sorriu sem jeito, pois nunca haviam chegado à dizer tais palavras.
“ Que bom.” Ele abriu um sorriso. “ Pois eu também amo você.”
No fim uma situação não tão agradável trouxe revelações boas, às quais você passou o resto da noite curtindo. Haveria momentos que você ainda teria que ver e falar com Vanessa, mas com o tempo aprenderia à lidar com isso e ainda preservar sua amizade de uma forma mais saudável desta vez.
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espuriaautora · 3 years ago
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Homem-aranha: Um novo destino - Parte 1
Cartas de aceite estavam sendo enviadas para todas as casas, todos os dias eu ficava sentado no chão atrás da porta de entrada de casa esperando ansiosamente que meu envelope fosse depositado no compartimento de cartas. Estou refletindo se espero aqui sentado no chão mesmo ou será que já deixaria a porta aberta para que quando chegasse na porta toda família o visse e quem sabe convidar ele para entrar e presenciar este momento importante da minha vida, será que ele aceitaria?
Enquanto refletia perdi o momento exato que passos se afastaram da minha porte, parei por um segundo. Uma onda de ansiedade tomou conta do meu peito e minhas pernas bambearam - “Tenho certeza que são as minhas cartas” - digo em voz alta mesmo sem ter ninguém para ouvir. Respirei bem fundo três vezes de olhos fechados e então endireitei a coluna, abri os olhos e lá estava ela, parada bem na minha frente, com toda certeza bem menos empolgante mas eu tbm esperava uma chuva de cartas de convocação e realmente ter apenas uma corta muito o clima. Pensando bem, não adianta nada ter uma chuva de cartas se elas começarem com “Prezado Peter Parker, a secretaria do Instituto Tecnológico de Massachusetts - MIT informa ao candidato a vaga Biotecnologia infelizmente não está selecionado para a chamada regular …” nada que esteja escrito depois disso é importante, a taxa de desistência deste curso nesta instituição é de zero. A lista de espera nunca é usada.
Mas agora já não tinha mais o que fazer, já estava aqui nas minhas mãos, nada mais poderia ser feito para mudar esta resposta. Será que MJ e Ned vão se encontrar na cafeteria? Será que lerão suas cartas juntos? Acho que vou comprar um café e ficar lá fingindo que estou lendo quem sabe consigo ler a minha carta ao mesmo tempo que eles, pena que essa será uma lembrança do nosso grupo só minha.
Visto o casaco, coloco a carta no bolso e saiu de casa. Moro a mais ou menos cinco quarteirões do café, antigamente era uma boa ideia, ainda não virou um problema, ela nunca passa lá de casa. Abro a porta do café e escuto o barulho do sino, olho em direção ao fundo do balcão e lá estavam eles conversando, acho que vão abrir agora ou será que já abriram?
MJ olha para o Ned e tensiona a boca, eu consigo ouvir ela falando “Desculpa Ned, tenho que atender” e ele respondendo “Tranquilo, eu te espero” mesmo que eles não disseram uma palavra, apenas se olhavam. Ela veio até mim com um sorriso educado.
-Já decidiu? - Ela pergunta olhando para mim.
-Quero um café normal. - Respondo, ela se vira, serve o copo e o entrega na minha mão. Queria um pouco mais de interação com ela então completo - Eu posso ficar lendo ali? - e aponto para uma mesa (que me daria uma certa visão da reação deles mas que não ficava diretamente na frente deles) no oposto de onde Ned estava.
-Ah, claro. Fique a vontade. - ela me responde e anda na direção de Ned.
-Obrigada.- Ainda era difícil ver que eles não lembravam de mim.
-Pegue sua carta, vamos fazer isso logo antes que mais alguém entre. - Disse MJ e em um segundo eles estavam frente a frente com suas cartas na mão. Mudei minha estratégia, vou ver a reação deles e depois vou ler a minha, tenho certeza que vai ser a mesma resposta para os três.
Me apressei para sentar rápido e espionar e de repente começo a ouvir sons de comemoração então ele se abraçam. Os dois passaram, deu certo, não acredito que deu certo. O alívio no meu peito era tão grande que eu não consigo nem medir. Pego então minha carta que estava no bolso. Confesso que agora a pressão ficou maior. Rasgo o envelope na lateral e puxo o papel. Parece tão simples para algo que vai mudar a minha vida. A folha é amarelada e as palavras que eu sempre quis ler estavam lá:
“Prezado Peter Parker, a secretaria do Instituto Tecnológico de Massachusetts - MIT informa ao candidato a vaga Biotecnologia que você foi classificado na chamada regular e convocado para a realização da matrícula com bolsa de 100% (cem por cento) de acordo com o exímio desempenho no período escolar….”
Eu não acredito que todos conseguimos, era nosso sonho. Queria tanto poder falar para a tia May, ela ficaria tão orgulhosa. Nem acredito que vou com meus melhores amigos para a faculdade, quer dizer, mais ou menos né? Pera, ainda faltou uma parte.
“Informo também que sua solicitação de moradia foi aprovada. Poderá se mudar para o alojamento cinco dias antes do início das aulas. Assim que todas as divisões forem feitas todos os moradores receberão por e-mail quem será sua dupla e qual será seu prédio, número do quarto e etc. A lista de proibidos e obrigatórios também será enviada neste mesmo email, juntamente com o contrato que deverá ser assinado, digitalizado e devolvido ao departamento de moradia.”
Eu sei que deveria ler tudo mas acho que já li o suficiente, queria poder abraçar eles mas, acima de tudo, queria que quando eles tivessem me visto comemorando, quando eles olharam para mim com um sorriso terno no rosto. Queria que tivesse importado para eles o tanto que importou para mim. tomo meu último gole de café, preciso voltar para casa. Levanto, jogo o copo no lixo e saiu da cafeteria.
Tenho praticamente um mês para me preparar e quinze dias para torcer para eu e Net ficarmos no mesmo quarto, com quem será que a MJ vai dividir o quarto?
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brdrrgs · 4 years ago
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apos a guerra quimica, o inicio do fim
‘’Então estavamos todos alí, reunidos para a informação que viria das pessoas no controle. Eu estava encostada em uma pilastra do lado direito do telão, e dali conseguia ver todos apreensivos, temerosos por suas vidas, ele estava do lado de uma jovem loira, e seus pais a sua volta como se ele fosse a segurança deles agora, como se dependessem dele.
Eu havia escolhido ele, a minha familia, e foi uma decisão pensada a longo prazo para nós, mas com toda certeza, foi pensando também no calor que meu coração sente quando esta próximo ao dele. Não me arrependi da minha decisão. Por todo amor que senti, me sinto grata. Existe paz ao relembrar dos sentimentos que eu descobria cada vez que tinha você sob alcance dos meus olhos.
Entre tantos outros desconhecidos, apareceu alguém na tela, informando que para que houvesse alimento um dos abrigados no local teria de ser ( ou se ) sacrificado (ar). De onde eu estava consegui olhar para todos, casais, famílias, irmãos; e consegui sentir cada olho pairando sobre mim. A loira me olhou e passou a mao em suas costas.
Antes de chegarmos alí, estávamos apenas sobrevivendo, mas sobreviver não era bom o bastante para ele, tudo era muito pouco e qualquer conquista era vista de forma tão pequena. Avançavamos e sobreviviamos, e eu segurava as mãos dele sempre que invadia sua mente, e sentia sua completa fúria e seu sentimento de que ele não se sentia suficiente. Ninguém disse que sobreviver ao mundo após a guerra seria fácil. Ninguém recebeu um manual. Mas ele sentia que devia ter feito algo. Todos podíamos, mas estamos vivendo isso agora, eu insistia, e quando falava que estava tudo bem, ele fugia do assunto, como se admitir seus próprios pensamentos fosse vergonhoso.
Chegamos em um abrigo onde permanecemos por um tempo, do inicio de nos dois até esse momento, nós havíamos perdidos duas crianças de meu ventre. Ficávamos tristes. Houve um tempo que so falávamos sobre como criaríamos nossos filhos, como trabalharíamos para dar-los conforto e como viveríamos bem, e desde que o fim começou, so conseguimos espaço para mais fim.
A tensão entre os pais dele cresceu sobre nos, se não conseguíamos era bom porque aquele momento não era propricio, se conseguíssemos seria perfeito. Dariamo-nos esperança. Tudo que estava nos faltando desde que tudo começou.
Conseguimos avançar um pouco mais ate outro abrigo, onde havia ‘’senhores’’ que cuidavam dos seus, eles diziam ter estoques suficientes e poderíamos enfim, viver uma vida normal de novo, desde que trabalhássemos duro.
Ficamos felizes. La já haviam outras pessoas e eramos novidade... todos ali já tinham seus parceiros, menos uma jovem de cabelos loiros, e olhos cor mel. Ela era filha de um casal, que há pouco tempo saira para caçar e vieram a desaparecer. Pouco antes de nos chegarmos, ela estava ainda no seu momento de desespero por eles.
Trabalhamos e conseguimos nos alimentar bem, sobreviver bem ,dormir confortavelmente... Mas ele estava ficando distante. Quando olhava em seus olhos, enxergava pesar, via que se sentia sobrecarregado. Seus olhos. Lindos olhos. Aos poucos me diziam baixinho que precisavam de esperança.
Naqueles braços eu me entreguei, em cada pedaço de pele deixei um carinho, como sempre fiz. Amei as pintas, as curvas, as marcas, as cicatrizes, e meu peito doeu, como se eu sentisse que logo eu olharia para tudo aquilo, de longe.
Ao  nos reunirmos para conversar sobre  a noticia do senhor que nos oferece abrigo, não houve nenhuma palavra, de nenhum lado, apenas cochichos e distancia de todos de mim. Eu olhava em cada olho, e cada rosto olhava de volta. Como se dissem a mesma coisa.
Ela estava de cinco meses. E ele a protegia com os braços em volta de sua cintura. Eu não conseguia olhar por mais de três segundos sem que meus olhos marejassem.
Eu não olhava, mas por pouco eu via. Ao me virar. Ao me sentar. Ao me questionar.
Em algum momento depois do dia que o amei, nos tivemos uma briga, eu dizia que tudo ali parecia conveniente, e que talvez devíamos ir. Ele dizia não. Finalmente estávamos seguros. Seguros como vivíamos muitos anos antes na casa de sua mae, sem contas, sem livre arbítrio, e sem ter o nosso. E por isso, ou por envolver a mae, ele se afastou, me olhou cada vez menos nos olhos, e se mantia cada vez mais longe.
Ele não aparecia mais para dormir comigo após seu trabalho, eu ia o procurar e parecia apenas que ele queria ficar mais tempo na fogueira falando sobre a guerra, e as experiências com as outras pessoas.
Eu andava sonolenta. E cansada... Dia após dia, eu perdi algum capitulo daqueles olhos. E quando vi, havia um sorriso que o fazia sorrir perto a fogueira. Perto demais. Eu fui ate ele, e ele ficou serio e me reprimiu por ter ido ate la so com o olhar.
Quando dei por mim, eu estava em um ambiente sozinha, e ele e seus pais, em outro. Eu trabalhava sozinha. E eles juntos bem longe. Por tantas vezes eu nem conseguia velos saindo ou a direção onde trabalhavam.
Não consegui deixar de sofrer. Havia um coração dentro de mim, pulando para fora, queimando de desespero. Antes do fim do mundo começar, riamos, brincávamos, e lembrávamos de todas as presepadas e das risadas inoportunas, e sem graças pela intimidade natural nos declarávamos. As noites dormíamos um dentro do abraço do outro. Sentiamos o coração um do outro. A respiração um do outro. E ficávamos gratos por termos um ao outro. Eu me sentia grata por cada piscada. Cada toque. Cada carinho. Cada abraço. Cada beijo. Cada vez que ouvia e sentia aquele coração sustentar aquele lindo corpo. Eu sentia a presença de Deus. Como se ele havia feito magicamente um coração fora do meu peito para que eu pudesse cuidar e admirar. E que coração. Ques lindas pernas. Que lindos olhos. Não existe como explicar, quão grande o sentimento é.
Quando dei uma olhada em mim, me sentia cansada, sonolenta, triste, mas por vezes sentia que algo me empurrava para viver. Bem dentro de mim havia esperança de que tudo ficaria bem. De que as coisas certas seriam certas e coerentes. E que independente de tudo, eu ficaria bem. Eu sobreviveria. As vezes essa esperança dormia. E meu olhos marejavam a longe vista.
Eu de onde estava, la longe de todos, observava com cautela ‘meus’ lindos olhos, olhando com admiração outra pessoa. Havia esperança ali também.
Após todos me fitarem fui para meu alojamento, e me abriguei em meio aos meus cobertores.
   Olhei para o ceu por um breve momento e vi que havia menos uma estrela no lugar de sempre. Pisquei e senti que logo ali talvez seria meu lugar. Pisquei novamente e senti minha barriga. Inquieta sobre a situação me levantei, e me olhei, estava magra, devia estar doente. Olhando novamente vi algo chutando, e parecia existir algo ali. A esperança que me movia.
Nos havíamos conseguido, e eu estava radiante de felicidade, me coloquei prontamente na porta e ia correndo ao encontro dele, mas ele já estava vindo em minha direção. De mãos dadas com a jovem que compartilhou do seu sorriso em outro momento.
Eu disse que precisava conversar, e ele disse que também. Que por cinco meses desde que havíamos chegado ele havia se apaixonado e que me devia uma explicação. Um adeus. E que so demorou porque achou que se arrependeria, mas agora ele tinha motivos para isso. A jovem estava gravida.
Eu não tive coragem de falar nada. Eu congelei minhas expressões e meus olhos marejavam e escorriam sem que eu tivesse controle. Eu por fim o pedi para ser feliz e que desejava de coração que eles fossem felizes.
Ela sorria timidamente. E ele não conseguia me olhar por um segundo inteiro nos olhos...
Eu senti sua vergonha. Assim como todas as vezes senti seu sentimentos, os tristes, os bons, os que davam medo, os que o davam paz. Eu gostaria de ter conseguido transmitir o que minha boca disse. Mas meu corpo, desesperado por telo em meus braços, so sabia demonstrar tristeza. Eu não podia o iludir com minha esperança de que estava com alguém no ventre. Não depois de ter o dado essa esperança por duas vezes e tirado.
Eu me isolei nesta noite em que ouvimos que eramos muitos, que ao menos um deveria ser sacrificado para que houvesse comida suficiente na despensa para os outros, me senti como se fosse eu a única apta a isto. E esperei.
Trabalhei, com minhas roupas largas, ninguém me notava.Mal eu me notei, por tanto tempo. Depois do dia em que senti a esperança dentro de mim eu sempre dormia e escrevia para meu ventre. As vezes eu sentia que era psicológico. Que era meu jeito de não ficar sozinha. Mas certa vez vi dois pesinhos na curva da minha barriga chutando e de novo senti que Deus existia.
Ainda continuava magra para aquilo e me questionava sobre a possibilidade.  Naquela noite ele apareceu. Bateu em minha porta e entrou enquanto eu olhava as estrelas. Eu sabia que alguém viria porque estavam todos, apenas garantindo a sobrevivência de suas famílias.
E eu apenas o perguntei, sera que ele precisa que um de nos morra, porque o estoque é pouco para 15, ou porque ele precisa oferecer carne que já não tem em estoque. Ele repudiou a ideia, e disse que era porque as famílias estavam crescendo e que para que uns chegassem era preciso manter o equilíbrio.
Ele sentou ao meu lado. E eu o olhei com ternura, como o olhei por anos. Senti o amor como nunca senti antes, ardendo, dolorosamente. Com olhos marejados me inclinei e disse que sabia que no outro dia não estaria mais viva. E que tudo bem. Ele devia se preocupar apenas em proteger e cuidar de sua família. Tudo ficaria bem no final. Ele disse que tudo ficaria bem. Eu deitei na cama, e ele deitou ao meu lado, eu o observei e ele me olhou de volta por todos minutos ate que eu dormisse. Em algum momento, eu disse enquanto o sono pesava, que não reagiria, e passei a mao eu seu cabelo, em seu rosto. Segurei a sua mão e a beijei. E dormi.
Para um sono profundo que nunca mais acordei.
No outro dia, após o feito de fato as pessoas que já moravam ali, já conheciam os métodos canibalisticos, elas mesmas tiravam os órgãos e cortavam para que pudessem estocar. Ele descobriu por fim o destino dos pais da sua jovem gravida. E ao me limparem descobriram que existiam duas fontes de esperanças que se foram junto comigo. ‘’
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