#menina mulher da pele preta
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Ela estava sentadinha ao lado do mais velho apenas observando e cobiçando aquelas intenções que não eram direcionadas para si, a mulher sentada na frente deles com a mesa inteira de distância nem poderia imaginar como a colega de trabalho desejava que ela sumisse dali.
Essa oneshot contém: Harry mulher cis; Ltops; Degradation kink; Subspace e Overstimulation; Bitekink (mordidas).
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As luzes artificiais eram frias e fortes em seus olhos, as câmeras enormes escondiam os profissionais por trás e o teleprompter passava de forma rápida o roteiro que a boca carnuda e pintada de vermelho acompanhava com muito costume e agilidade. Os olhos verdes mal piscavam diante das tantas informações passadas e quem via de longe não conseguia notar o nervosismo transbordando o corpo branquinho e moldado pelo vestido lápis midi na cor preta. A peça tinha um decote formal em V, bem como uma tira grossa branca na cintura e o cumprimento beirava o joelho, mas parecia uma segunda pele de tão colada que ficava.
– Esse foi o programa de hoje, tenham uma boa noite e um ótimo final de semana! – finalizou com um sorriso brilhante e com as covinhas charmosas à mostra.
– E.. corta! – A voz masculina e até um pouco ríspida gritou, encerrando, assim, o primeiro de muitos dias de trabalho juntos.
Harry é jornalista e apresentadora de uma grande emissora de TV e foi recentemente transferida para um outro programa, então era esperado que ela estivesse um pouco nervosa em seu primeiro dia. Mas apesar disso, seu profissionalismo e competência se mantiveram, mostrando a todos o porquê dela ser tão bem sucedida na profissão mesmo ainda jovem e com atitudes, fora das câmeras, um tanto polêmicas.
A nova equipe de trabalho se mostrou bastante amigável e simpática, fazendo até mesmo uma mini festa de recepção à nova integrante do grupo. Além de Harry tinham poucas mulheres trabalhando ali, como já era esperado de uma produção em que se lida com tantos equipamentos pesados e em um meio ainda tão conservador, mas isso não a desanimou e logo já estavam apresentadora, maquiadora e a moça que cuida do áudio em uma conversa animada enquanto seguram seus copos de café e um pratinho com uns salgados mais finos do que estavam acostumadas.
O diretor do programa já tinha se apresentado a ela mais cedo e avisou que, por dirigir também algumas novelas, ele raramente ficava no set enquanto gravavam, mas deixou claro que o produtor era bastante responsável e desempenha com maestria ambos papéis, o de produtor do programa e diretor das filmagens. Restava saber agora, dentre tantos olhares de repúdio, desdém e desejo que ela recebia vindo dos homens que ali trabalhavam, qual deles tinha como dono o seu novo “chefe”.
Os olhos azuis gélidos passaram o tempo todo observando a mais nova contratada. Louis olhava dos cabelos ondulados na altura dos seios até o salto alto preto que a mulher usava e não conseguia enxergar toda a admiração que as pessoas sentiam por ela. Certo que ela conseguia prender a atenção do telespectador, falava de forma eloquente, era bonita e tinha um corpo proporcional, mas não via o apelo por trás de mais um rostinho belo que escondia atitudes repulsivas.
Era de conhecimento geral a reputação da apresentadora, ela nunca foi imparcial ao dar notícias, fazia questão de demonstrar seus ideais políticos e sempre tentou inspirar e encorajar meninas que a assistiam a serem o que elas quiserem ser. O problema é que o fato de ter participado quando mais nova de uma banda popular e com músicas um tanto chulas não seria facilmente esquecido. Postar diversas fotos no instagram vestindo os biquínis da moda e pulando o carnaval de Salvador com o abadá servindo de saia e o busto coberto de glitter com duas tarjas tapando os mamilos, e só isso, também não conduzia a uma boa primeira impressão para Louis.
– Louis Tomlinson, produtor do programa e sou eu quem dirige as coisas por aqui a maior parte do tempo. – se apresentou, não fazendo questão de soar gentil ou mesmo de abrir um sorriso. A mão estava estendida na altura das costas que tensionaram ao ouvir a voz atrás de si e logo o corpo mais alto girava devagar em sua direção.
– Olá! – Ela não se deixaria intimidar por nenhum homem com síndrome de superioridade então abriu um sorriso estonteante e apertou a mão do outro. – Harry Styles, nova apresentadora, mas você já deve saber. – tentou brincar para amenizar o clima, pena que não deu tão certo. Parece que senso de humor não é o forte do mais baixo, ela só espera que ele faça o trabalho direito.
Algumas informações essenciais foram trocadas, nada de conversa fiada, e logo cada um se despediu do pessoal que ainda restava na sala e foram para suas respectivas casas. O programa passaria todas as quartas e sextas, sendo que na sexta era ao vivo e eles se veriam pelo menos três vezes por semana já que o roteiro apresentado na quarta seria gravado antes e eles deviam estar à disposição enquanto exibem para o caso de haver algum imprevisto e precisarem improvisar.
Ou a convivência tornaria essa relação mais fácil ou eles iriam se detestar fervorosamente assim que as câmeras fossem desligadas.
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Os dias passaram como a água de um rio, quem tá de longe não percebe o movimento, mas quem está dentro dele tentando nadar vê a força e rapidez da correnteza. As filmagens iam bem, a nova ��cara” do programa teve uma enorme aceitação por parte do público e, com isso, o clima no ambiente de trabalho foi se tornando mais amigável e confortável.
Apesar de ter se aproximado de todos os colegas de trabalho, Harry ainda sentia um tom de impessoalidade nas falas de Louis direcionado apenas a ela. Ele era o único que não deu espaço para uma simples conversa, eram só cumprimentos educados ao chegar e sair com acenos de cabeça nada mais do que frios. Toda essa aura distante do mais velho só servia para despertar na mulher uma coceirinha no fundo do ego conhecida como curiosidade.
Harry e Emilly, a maquiadora baixinha das bochechas fofas e olhos puxados revelando a descendência asiática, estavam conversando sobre assuntos triviais enquanto uma fina camada de pó solto era passada na pele quase pálida para que nada além de um aspecto saudável seja refletido nas câmeras quando a luz forte fosse ligada.
– Então, me conta, qual é a desse cara? – a mudança brutal de assunto foi acompanhada por sobrancelhas franzidas e um tom mais baixo na voz. Os olhos verdes estavam semicerrados analisando cada micro-expressão no rosto de Louis: a barba rala o dava um aspecto mais sério, uma postura de homem; a pele dourada pelo sol parecia brilhar mesmo que as luzes não estivessem direcionadas a ele; o cabelo meio bagunçado contradiz o olhar rígido e sério, como se tudo o que passou por ali foram os dedos tatuados jogando os fios lisos para frente e para o lado. Era intrigante e intimidante ao mesmo tempo.
– Quem? O senhor Tomlinson?! – a menina parou de retocar os pontos do batom nude que passava para encarar o homem um pouco atrás dela que folheava alguns papéis. – Ele é bem gentil, na verdade. Eu trabalho aqui há alguns anos e nunca ouvi ninguém reclamar, porque?
– Sim, eu não sei.. tem alguma coisa nele, a gente não trocou mais que duas frases desde que cheguei. – pausou a fala para deixar a amiga terminar seu trabalho, mas a conversa não ia parar ali. Harry queria todas as informações e detalhes que pudesse arrancar. – Pode ser só uma impressão errada né, só que parece que ele faz questão de não se aproximar de mim. Você não percebeu nadinha mesmo?
– Assim.. não é como se ele fosse melhor amigo dos funcionários, entende?! – os olhos castanhos vasculharam a sala para garantir que ninguém mais ouviria o que ela compartilhava. – Acho que a única pessoa que ele trata realmente diferente aqui é ela – apontou discretamente para a loira que ficava com fones gigantes cuidando de cada detalhe do áudio nas filmagens, – digo, ela não é privilegiada aqui dentro nem nada, mas parece que ele tem uma quedinha pela vizinha há algum tempo.. bom, acabamos aqui e eu não te falei nada, ouviu?!
Harry acenou satisfeita com a cabeça enquanto uma covinha se afundava na bochecha esquerda, agora ela finalmente tinha uma coisa que poderia usar para se aproximar do mais velho e quebrar de uma vez por todas essa má primeira impressão. Ajudar ele a conquistar a loirinha seria uma ótima oportunidade.
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O plano não era tão mirabolante assim, Harry só começou a puxar os assuntos mais triviais possíveis cada vez que se encontravam pelo estúdio e um deles, intencionalmente, foi a colega de trabalho que descobriu ser o interesse amoroso do mais velho. De primeira, ele não ficou à vontade para compartilhar informações tão pessoais com a novata, mas a carinha compreensiva e manipuladora dela conseguiu convencê-lo a se abrir.
Foi assim que deram início a uma espécie de amizade, talvez um pouco distorcida para o homem que só queria a ajuda de alguém que provavelmente sabe mais que ele sobre o que as mulheres se atraem, e distorcida também para Harry que só não aguentava mais ser tratada de maneira diferente por algum preconceito sem fundamento que o outro tinha. Seria benéfico para ambos então.
– Além de trabalharem juntos, vocês são vizinhos e você nunca falou com ela? É inacreditável. – Harry disse em uma de suas conversas.
– Eu só não queria parecer um daqueles patrões que assediam as funcionárias, tá legal? E talvez eu não seja tão bom vizinho assim.. a gente sequer se esbarra pela rua. – a fala de Louis foi tão resignada que despertou algumas ideias na cabecinha ondulada.
– Uma semana na sua casa e pelo menos um jantar com ela eu garanto. – o tom era de brincadeira mas eles não tinham nada a perder e com um dar de ombros Louis aceitou.
Simples assim e a cacheada já estava devidamente instalada na casa do mais velho para ajudá-lo com esse pequeno problema. A residência fazia jus ao salário que Louis devia receber, era grande e espaçosa, bem decorada com móveis práticos e modernos e pela quantidade de quartos que tinha era impossível violar a privacidade do outro com sua humilde presença. Além disso, não é como se a garota fosse passar dos limites e abusar da hospedagem alheia agindo como se estivesse em casa.
As dicas que ela dava ao menor eram sutis, coisas como oferecer um café no trabalho, uma carona quando saíssem mais tarde, sorrir mais quando se despedirem na porta e, quando Louis estivesse mais confiante, chamar a vizinha para um café da tarde ou um jantarzinho depois do expediente. Por incrível que pareça estava tudo dando certo e Louis ficava cada vez mais satisfeito com essa nova amizade que estava rendendo bons frutos em sua vida pessoal. Ele até chamou a moça para um café em sua própria casa, aproveitando que a cacheada ainda estaria lá para ajudá-lo caso fizesse alguma besteira ou ficasse sem assunto.
É..
Talvez não tenha sido tão boa ideia assim. Harry estava um tanto desconfortável sentada naquela mesa servindo de companhia para o casalzinho. A luz do sol iluminava parcialmente a mesa redonda disposta na varanda em que eles estavam, a toalha branca no centro e as cadeiras de ferro davam um charme ao local, bem como os diversos salgados e bebidas encomendadas. De qualquer forma, parecia um grande investimento para um simples lanche da tarde e talvez a cacheada estivesse com algum ciúme ou inveja da situação.
O jeito que Louis sorria para a outra mulher, o olhar viajando por todo o corpo dela como um flerte mal disfarçado, a postura dele relaxada e com as pernas abertas no estofado da cadeira e a língua rosa que despontava no canto da boca fininha a cada sorriso que Louis dava.. tudo isso estava provocando sensações controversas no corpinho e mente de Harry. Ela estava sentadinha ao lado do mais velho apenas observando e cobiçando aquelas intenções que não eram direcionadas para si, a mulher sentada na frente deles com a mesa inteira de distância nem poderia imaginar como a colega de trabalho desejava que ela sumisse dali.
A mais nova estava tão perdida em seus pensamentos confusos que não notou a colega pedindo licença para ir ao banheiro e só quando Louis pousou a mão quentinha em suas pernas desnudas foi que ela voltou a prestar atenção na realidade. Ele falava alguma coisa mas seus ouvidos pareciam tapados e ela só conseguia acompanhar com os olhos aquela boca se movendo e os olhos azuis concentrados em si. O lábio carnudo de Harry foi preso entre os próprios dentes e a garganta estava cada vez mais seca.. seria possível que o mais velho passou a ser tão atraente assim do nada ou ela simplesmente precisava de um incentivo, ou uma concorrência, para se tocar?! Tais pensamentos não paravam de surgir e poluir a cabecinha cacheada que em um impulso percebeu ter se aproximado o suficiente do outro para estar em pé entre as pernas dele.
– Ei, você tá bem? O que houve? – os olhos confusos passeavam por todo o corpo branquinho, procurando por algum problema visível que justificasse aquelas reações estranhas dela.
– Tudo bem, eu só.. – com o foco ainda nos lábios alheios, Harry apoiou as mãos delicadas nos ombros de Louis. Cada vez mais perto, os peitinhos durinhos quase se esfregavam no rosto confuso dele. – É que você fica tão gostoso flertando.. tão sexy.. e eu não sei como não tinha percebido isso antes.
Foi estranho e lisonjeiro para Louis ouvir isso da mais nova. Ele não sabia que era desejado dessa forma por ela, mas aqueles olhares que recebia agora e o corpinho quase grudado ao seu estava deixando-o, de repente, quente. As mãos bronzeadas subiram e tomaram lugar no quadril da garota, a saia jeans que ela usava com uma blusinha clara e casual deixavam muitos pedaços de pele à mostra, o que fez a boca de Louis salivar com o desejo de marcar aquela pele macia por completo. Os dedos apertaram tanto a cinturinha fina com esse pensamento que sentiu seu pau começar a endurecer e marcar a bermuda preta que ele usava ao que Harry não conseguiu, ou não quis, segurar um ofego.
Quando barulhos de passos foram ouvidos cada vez mais próximos e notando que a meia ereção podia ser facilmente notada, Harry tomou mais uma decisão no impulso e virou rapidamente sentando no colo do mais velho como se aquilo fosse o normal entre eles. Talvez ela seja mestre em tomar decisões impensadas.
O corpo quente embaixo de si ficou tenso no mesmo instante e os olhos azuis levemente arregalados viajavam entre o próprio colo, que agora continha uma bunda grande e redondinha lhe pressionando, e a outra mulher que pareceu confusa com o desenvolvimento daquela tarde mas continuou gentil e sem encarar muito a posição dos outros dois em sua frente. O constrangimento que a cacheada sentiu ao se dar conta do que acabou de fazer só não foi maior do que o aperto em suas coxas por baixo da mesa, onde não podiam ser vistos, e definitivamente não era maior do que a ereção cada vez mais evidente entre suas bandinhas macias do bumbum.
O assunto que o ex-futuro casal ainda conversava entrou em total desfoque para a mais nova e tudo que ela conseguia ouvir era o próprio coração batendo rápido e bombeando mais sangue para sua grutinha que piscava querendo sentir aquele contorno não sob a calcinha, mas sim dentro dela. A região ali estava cada vez mais quente e era impossível se manter quieta, por isso Harry passou a se esfregar bem devagarzinho e quase inconscientemente no colo do moreno. As pernas embaixo dela eram tão duras e tensas, os dedos apertando suas coxas branquinhas e quadris pareciam querer arrancar a pele para lhe sentir ainda mais perto, tornando a cacheada apenas um monte de células desesperadas em busca do próprio prazer.
Ela estava tão desconexa que quase chorou de felicidade e alívio quando notou estar, finalmente, sozinha com Louis. A vizinha tinha ido embora e Harry sequer faz ideia se conseguiu pelo menos se despedir ou se apenas passou pela humilhação de parecer uma cachorrinha no cio se esfregando no amigo enquanto ele estava, ou era pra estar, flertando com outra.
– É tão dificil assim se controlar? Você estava praticamente se engasgando para eu te foder e nem se importaria se eu fizesse na frente dela, não é? – o rastro quente que a mão dele deixava enquanto subia e descia pela extensão das pernas nuas, arrepiou todos os pelinhos que Harry nem imaginava ter.
As bochechas coraram rapidamente com a insinuação e o calor se espalhou pelo rosto e pescoço enquanto o melzinho deixava uma sensação engraçada ao que ela sentia escorrer uma maior quantidade cada vez que o mais velho era duro e rígido com ela.
As mãos fortes em um instante levantaram o corpo totalmente entregue da garota que estava, agora, em pé de costas para Louis e Harry deu um pulinho assustado quando viu a mesa posta completamente arrumada ser desfeita de uma vez quando o menor passou o braço por ela sem se importar com os pratos e talheres quebrando no chão. Os lábios vermelhinhos se abriram em choque e a língua rosada parecia inchada, produzindo cada vez mais saliva no desejo de lamber e babar todo o corpo magrinho do homem atrás de si.
Após ter liberado espaço suficiente na mesa, Louis finalmente pôde ter disposto ali algo que realmente lhe daria fome quando jogou sem cuidado algum o corpo de Harry na mesa. A bundinha marcada pela saia estava na quina, uma bela visão a ser apreciada, e os peitinhos marcados pela blusa fina se arrastavam pela renda da toalha de mesa. Os olhos verdes vidrados em si deixavam o menor um tanto orgulhoso e prepotente, sem acreditar que conseguiu dobrar aquela mulher tão intimidante das telas.
– Já está tão afetada.. eu consigo ver a mancha que tá deixando na sua calcinha como a boa putinha que você é. – E como se quisesse provar um ponto, Louis abaixou a saia e calcinha até os joelhos que tremiam em ansiedade e tesão. Como um produtor, ele entendia sobre enquadramentos e coisas boas de serem vistas e apreciadas, e aquela imagem da pele branquinha e redonda totalmente exposta para ele, definitivamente era uma das melhores cenas do mundo.
– Louis f-faz alguma coisa logo.. por favor – a situação chegava a ser a mais patética da vida da cacheada se ela parasse para analisar. Estava totalmente molhada e rendida por um cara que era, supostamente, interessado em outra, sem contar o fato de estar totalmente exposta em plena luz do dia para ele. Porra, ela parecia um banquete só esperando ser devorado.
– Por que eu faria algo? Até onde eu sei uma vadia exibida como você já deve ter rodado a cidade inteira e eu não curto dividir. – ele percebia como aquela conversa suja estava deixando Harry insana pelos gemidos que ela não conseguia conter e choramingos que escapavam entre eles. Louis queria deixá-la muito sensível e as gotas transparentes escorrendo pelo interior das coxas pálidas eram um indicativo que estava no caminho certo.
A cacheada queria responder à altura e mostrar que Louis não era tanta coisa assim.. mas tudo que ela conseguia fazer era gemer de forma manhosa e soltar uma série de “por favor” sussurrados. Os olhos verdes estavam fechados e as mãos delicadas da garota estavam estendidas juntas acima da cabeça, totalmente entregue. Louis não tinha forças o suficiente para resistir àquilo.
Os dedos gordinhos deslizaram quentes por toda a bundinha exposta até chegar na grutinha que pingava, os dígitos marcaram cada pequena dobrinha molhada até chegar no pontinho inchado que fez a mais nova dar um sobressalto e gemer ainda mais alto. Louis brincava ali tão devagar.. tão levinho que Harry queria gritar de frustração. Os joelhos enfraquecidos estavam cansados de sustentar o peso pela posição e ela estava a um passo de se deixar cair e só receber tudo o que o outro estivesse afim de dar.
Harry se sentia nas nuvens e no inferno ao mesmo tempo. Ela queria sempre mais e estava insatisfeita com a calma e paciência de Louis, mas agradecia com a voz falhada a cada toque que lhe era dado. Louis estava delirando com essa entrega total.
– Você quer que eu te foda com os meus dedos, não quer?! Tenho certeza que passou a tarde toda imaginando isso enquanto fingia conversar normalmente.. – falou já levando dois dos seus dedos até a entradinha que latejava e piscava sem parar. – Veio com essa história de me ajudar.. – enfiou de uma só vez, o mais fundo que conseguiu, e a cacheada soltou um grito. – Dormiu por dias na minha casa.. – estocou bruto mais uma vez. – Tudo na intenção de sentar no meu pau como uma vagabunda.
– Não.. eu- eu n- hmm.. – lágrimas despontaram do cantinho dos olhos bonitos e o cérebro dela parecia ter derretido assim como sua boceta.
Louis continuou estocando com os seus dedos na entradinha apertada e febria, reduzindo a velocidade e força cada vez que a menina se mostrava mais inquieta e próxima do orgasmo. Os quadris rebolavam doloridos pela pressão contra a madeira, o rosto caído contra o local já tinha marcas fixas do tecido branco, os mamilos rígidos ardiam sensíveis com o atrito e os braços e pernas sem força alguma traziam a ideia de imobilização que Harry não imaginava gostar tanto.
Perdida nas sensações físicas e mentais que estava sentindo, ela não conseguiu sequer gemer ao que uma ardência se esgueirou pela superfície da sua bundinha. A quentura no local passou rápido e logo deu espaço para o arrepio que o vento gelado, por estarem em um local aberto, causou. Louis não conseguiu se controlar e deu uma mordida na pele branquinha, afinal aquela parte tão gordinha e macia da cacheada parecia implorar por isso. Harry ainda tinha lágrimas secas no rosto e novas brotando nos olhos quando Louis passou a marcar com mordidas e chupões bem fortes cada pedaço a vista enquanto deixava de estocar os dedos para esfregá-los bem forte no clitóris. A mistura entre dor e prazer, submissão e entrega total fez a cacheada gozar forte fechando com afinco os dedos da mão, contraindo os músculos e revirando os olhos.
Observar a boquinha judiada aberta em um gemido mudo quase fez Louis gozar nas calças, mas ele ainda tinha muito para aproveitar daquele corpinho que, por enquanto, estava ao seu dispor.
– Levanta, eu não acabei com você ainda. Quero essa bocetinha de puta recebendo meu pau bem gostoso agora, vem.
– Eu não consigo.. Lou, eu não.. – o estado dela era lastimável por tão pouco, mas ninguém podia julgá-la.
– Vadiazinha preguiçosa – riu com um escárnio encenado – Estava se esfregando no meu pau como uma cadela, agora não consegue se levantar e eu nem te comi apropriadamente ainda..
Louis pegou Harry no colo, manuseava ela tão fácil quanto uma boneca de pano e a garota não ousava reclamar, ele tirou as próprias roupas e as peças que faltavam de Harry com pressa. O corpo molinho e cansado foi deitado no sofá da sala e logo as pernas longas estavam suspensas, apoiadas nos ombros largos do mais velho.
O pau grande estava a tanto tempo duro que doeu quando Louis movimentou a própria mão pela extensão, latejava e expelia pré porra só com a visão da garota toda aberta para si, sem nenhum empecilho ou barreira. Aproximou a glande arroxeada até a entradinha vermelha e acabada de Harry, não demorando até enfiar toda a extensão ali.
A entrada abrupta esquentou e esticou o canal apertado, deixando a mais nova ainda mais sensível. Harry teve suas pernas juntas novamente quando Louis, com toda a ereção no ponto mais profundo da menina, cruzou ambas as pernas e recostou elas no ombro direito, tendo agora a visão dos grandes lábios gordinhos apertando ainda mais seu cacete e, consequentemente, apertando também o clitóris dela.
Foder com ela assim, tão mais apertada e mais suscetível a o que o mais velho quisesse fazer, era um incentivo e tanto para Louis arranhar com mais força as unhas nas coxas suspensas e apertar com propriedade os montinhos duros que eram os mamilos rosados de Harry. Parecia que ela poderia aceitar tudo o que fosse pedido naquele momento e Louis se viu aumentando a velocidade e angulando o quadril em quase um rebolado enquanto o sofá rangia pela movimentação.
As respirações pesadas e grunhidos do fundo da garganta dos dois poderiam ser ouvidos de qualquer cômodo da casa e Harry se sentia cada vez mais próxima de uma novo orgasmo, com o diferencial que sua florzinha já estava sensível por ter gozado uma vez e que o pontinho especial já estava sendo apertado há alguns minutos pela posição. O pau grosso estocando rápido e fundo dentro de si, bem como os gemidos roucos do mais velho e o corpo bronzeado em sua frente brilhante pelo suor também não facilitavam a situação.
– Louis!! Eu- eu não consigo mais segurar.. porra, hm..
– Goza, babe. Quero uma putinha bem obediente gozando gostoso no meu pau.
Ele sentiu exatamente o momento em que os músculos internos e externos da mais nova se tensionaram e logo depois relaxaram completamente enquanto todo o corpinho deitado tremia e tinha espasmos. A intensidade que Harry gozou foi tanta e tão forte que tirou toda a energia restante dela, deixando os olhos pesados, ouvidos tapados e a bocetinha dormente. A sessão de humilhação e restrição de movimento que passou pela primeira vez sobrecarregaram o corpo e mente da cacheada em um nível que ela nunca tinha experimentado. Se sentia tão longe e tão desesperada por não conseguir sentir mais o membro de Louis lhe invadindo que um choro alto saiu rasgando a garganta e os olhinhos fechados enquanto ela dizia várias vezes que queria ele mais perto e que não conseguia senti-lo.
Louis ainda estocava lentamente quando notou o estado de transe da maior e perdeu a batalha para si mesmo ao ver o rostinho bonito manchado pelas lágrimas e o desespero da menina que tinha a entradinha tão acabada e dormente que não sentia mais ele lá dentro. Os rastros quentes da porra branquinha mancharam o interior e escorreram pela pele marcada de Harry ao que Louis gozou forte com a cabeça jogada para trás e os olhos fechados com força.
A garota ainda soltava alguns choramingos e grunhidos baixinhos quando ele se retirou e juntou as pernas pesadas e exaustas sobre os braços fortes, apoiando também as costas suadas e a cabeça com os cabelos bagunçados em seu peito, levando ela em direção ao seu próprio quarto.
– Eu vou cuidar de você agora, você foi muito boa pra mim bebê.. pode descansar.
°°°°°
- Em trinta minutos começamos pessoal! - deu duas palmas e se encaminhou até a cacheada que estava de canto o observando - Harry, posso falar com você um minutinho? - agarrou suavemente o antebraço dela, notando a pele macia se arrepiar ao toque, e a levou até a sala ao lado que funcionava como um pequeno escritório de Louis.
O corpinho pecaminoso foi pressionado com força na madeira assim que a porta fechou. Os cachos caíam no rosto e grudavam no gloss que ela usava, o rosto pressionado na porta estava arruinando a maquiagem perfeita que tinha finalizado há pouco, os peitos gordinhos esmagados pela posição faltavam pular pelo decote e a bundinha era rodeada por duas mãos que a deixava cada vez mais empinada.
- Louis! A gente não pode fazer isso aqui, oh, porra.. - Harry perdeu totalmente o raciocínio, bem como as forças nas pernas, quando sentiu o corpo firme em suas costas. A calça social que o outro usava não a impedia de sentir o pau totalmente duro e grande esticando o tecido e se esfregando na bundinha ainda coberta.
- Caladinha, você não quer que seus colegas de trabalho descubram a vagabunda que você é né? Nós vamos ser rápidos, babe.
O suor já se acumulava dentro do blazer preto estampado que a mais nova usava e a saia lápis precisou ter toda a resistência que a própria Harry não tinha para resistir à puxada que Louis deu. O tecido se acumulou na cintura, deixando exposta a pele macia modelada por uma minúscula calcinha de tecido preto quase transparente e tão frágil que seria muito satisfatório vê-la rasgar.
Em algum lugar do cérebro enevoado, Harry lembrou que a porta não estava trancada e que há poucos passos dali tinha um cômodo cheio com pessoas esperando por eles, mas ao sentir Louis se ajoelhar no chão e a respiração quente dele bater em sua bocetinha ao que os dedos grossos afastaram a calcinha para o lado, ela não conseguia realmente se importar com mais nada. A sua única preocupação de agora em diante seria conter os gemidos, tarefa que percebeu ser muito difícil assim que a língua molinha deixou um rastro molhado por toda sua intimidade.
A grutinha expelia mais lubrificação a cada vez que a barba de Louis roçava e ardia na pele sensível das coxas branquinhas, seu melzinho caindo direto na língua rosada que fazia questão de chupar tudo e não deixar escapar nenhum resquício. Louis rodeava de levinho o clitóris com a língua só para deixar a cacheada inquieta desejando um contato mais forte e quando percebia o quadril se movimentar buscando mais daquilo, ele alternava os movimentos passando a penetrar só a pontinha da língua na entradinha sensível que não parava de contrair.
- Lo- Lou, vai.. me come, por favor.. - os gemidos saiam desesperados, ainda que em sussurros.
- Não consegue mesmo esperar uns minutinhos né, tão desesperada pelo meu pau.. tsc tsc - estalou a língua na boca negando com a cabeça enquanto voltava a ficar de pé. As mãos eram ágeis ao desafivelar o cinto e abrir o zíper, colocando só a ereção completamente sensível para fora. As veias grossas rodeavam a base, pulsando cada vez mais sangue para o local. - Eu vou te foder bem forte agora e você vai ficar bem quietinha, ouviu?! Vou te deixar escorrendo minha porra para todo mundo perceber como você é uma putinha dando pra o seu chefe minutos antes de uma gravação.
Harry mal terminou de assentir rapidamente com a cabeça quando sentiu a glande quente e gorda passando por toda sua intimidade, captando todo o melzinho que escorria para facilitar a penetração. O frio na barriga e os tremores nas pernas pela adrenalina não tiveram espaço ao que todo o corpo dela foi preenchido por puro deleite e excitação ao ser alargada pouco a pouco por Louis.
Os olhos verdes foram pressionados, assim como os lábios foram mordidos e Louis só deu um tempo para a garota se acostumar com a invasão quando sentiu as bolas pesadas baterem no clitóris inchadinho. Harry sentia o pau grande o mais profundo possível pela posição e seu canal contraia ao mesmo ritmo da respiração descompassada, deixando ambos enlouquecidos e desesperados para gozar.
Os sons eram quase inaudíveis, afinal não era só Harry que estava se esforçando para não serem tão altos, mas as respirações pesadas e o barulho das peles batendo eram impossíveis de controlar. Assim que Louis pegou o primeiro impulso, socando forte e duro na entradinha apertada, o que se seguiu foi uma série de estocadas rápidas e certeiras deixando, consequentemente, a pele avermelhada pelo atrito com o quadril ainda vestido do menor e as bolas cheias de porra se chocando com o pontinho especial dela pareciam tapas a deixando a beira de um orgasmo.
- Você é tão gostosa, babe.. Eu queria que todo mundo visse o quanto sua bocetinha me aguenta tão bem - sentiu a nuca se arrepiar ao tê-lo falando assim baixinho ao pé do ouvido, e a pele ali parecia tão deliciosa que Louis não se conteve em deixar diversas marquinhas que ficariam arroxeadas depois.
- An.. não, não me marca.. por favor.. isso não pode aparecer.. hmm.. Louis!
- Shh.. tá tudo bem, ninguém vai ver, você vai pedir pra sua amiguinha cobrir com maquiagem depois.. e quando ela perguntar o que houve você vai dizer que gosta de ser marcada enquanto eu te fodo. - finalizou a fala encontrando um pedaço do pescoço branquinho que ficaria lindo ostentando uma bela mordida.
Por isso rodeou um dos braços até tocar pela frente o clitóris sensível, fazendo movimentos rápidos e circulares, enquanto cravou os dentes do lado direito do pescoço de Harry, passando a língua logo depois para amenizar a dor.
As sensações tão fortes se misturaram e foram tão bem recebidas pela mais nova que o orgasmo não pôde ser impedido. As pernas longas num instante se juntaram prendendo ainda a mão do mais velho, o quadril teve tantos espasmos que o pau de Louis só não saiu dela porque a bocetinha se contraiu o apertando lá dentro, tomando para si toda a porra que ele jorrou ao gozar.
A testa suada com os fios lisos grudados foi apoiada nas costas de Harry enquanto eles tentavam controlar a respiração e o ritmo cardíaco, sabendo que o resto como roupas amassadas, cabelos despenteados e maquiagem borrada não daria pra disfarçar. Se ajeitaram o máximo possível e voltaram para o estúdio, mas antes de tomarem suas devidas posições, Louis disse:
- Cuidado para não parecer tão inquieta.. espero que ninguém perceba minha porra escorrendo pelas suas pernas.
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Os sussurros começam no momento em que ele coloca os pés na festa. A sua fantasia é definitivamente uma escolha atrevida, certamente o seu objetivo era fazer com que todos os olhos se voltassem para a sua figura. Mas quando os curiosos tentam enxergar para além da maquiagem, não conseguem reconhecer o seu rosto. Uma espécie de feitiço aparenta ter sido lançado, evitando que os presentes fossem capazes de lhe identificar. Poderia parecer suspeito, mas qual o problema em ter uma noite de diversão numa festa como aquela? Existiam segredos muito mais perigosos sendo ocultados pelos cantos escuros do Baile das Sombras. No entanto, era inegável que todas aquelas pessoas se lembrariam de ter visto o sujeito fantasiado de Ele, o vilão terrível das Meninas Superpoderosas. Suas botas pretas, de couro, lhe proporcionavam mais alguns centímetros de altura por conta do salto fino. Corajoso desfilar pelo local assim, e olha que ele nem mesmo se desequilibrava por um milésimo de segundo. O macacão vermelho de spandex parecia quase uma segunda pele, ainda que um tanto transparente, cobrindo as suas pernas e torso, enquanto seus braços estavam pintados na mesma cor. Uma saia rosa, daquelas que você veria em uma bailarina, estava bem presa à sua cintura, logo abaixo do cinto, seu pescoço decorado por um boá de penas, também rosa. Seu rosto, mesmo desfocado, chamava a atenção não apenas por estar pintado em vermelho, mas também pelas sobrancelhas desenhadas, batom escuro e cavanhaque. Independente de quem fosse, ele se divertia. Fazia um brinde com um homem vestido de Curupira, puxou para dançar uma mulher fantasiada de Annabelle. Quem sabe, talvez você descobrisse a sua identidade até o fim da noite. Mas se lhe perguntassem na manhã seguinte, seria impossível de negar que ele estava o tempo inteiro ali, com vocês, incapaz de escapar dos olhos indagadores.
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O menino estava sentada na cadeira de praia em frente a própria casa, papeava com o amigo chenle enquanto tentavam dedilhar alguns instrumentais no violão que agora estava descansando no gramado.
-Finalmente consegui aprender a tocar charlie brown - chenle comentou aleatoriamente depois de tomar um gole da cerveja gelada que estava dentro da caixa térmica próxima dos dois.
Jisung concordou em silêncio sem prestar muita atenção, estava com o olhar fixo na casa da frente, feita de cimenta pintado de creme e janelas com bordas amareladas.
-Quando vai chamar ela para sair? - chenle questionou revirando os olhos ao perceber onde o olhar do amigo estava.
-Como assim? Ela quem? - retomou atenção para pessoa ao lado e mexeu a cabeça sem graça.
-Minha vó - rebateu com tom de ironia, jisung riu fraco e começou estralar os dedos.
-Ela 'tá ficando com o mark. - comentou cabisbaixo e tentando conter a decepção - Hyuck veio correndo fofocar que tinha visto eles se pegando no pagode.
-O markinhos pegando uma gostosa como ela? O cara não sabe soltar um oi sem começar a ri no meio, hyuck deve 'te mentido pra 'ti provocar e 'cê caiu direitinho - o amigo respondeu rindo imaginando a expressão do menino quando soube da falsa fofoca.
-'Aí fica difícil, 'cês só me passam rasteira - falou com uma expressão de indignado se realmente tivesse sido uma mentira.
-Tá vindo aqui - chenle comentou rápido e colocando o óculos de sol que 'tava na cabeça - Não vai vomitar de nervoso.
Jisung virou o rosto para frente e não conteve a expressão de surpresa quando percebeu a mulher atravessando a rua caminhando na direção do portão da casa dele.
-'Eai Park - cumprimentou ela abrindo um sorriso lindo, mostrando os dentes brancos e alinhados - Tudo chenle?
-Podia 'ta melhor, mas 'tamo seguindo - respondeu sorrindo forçado fazendo a mulher soltar uma risada sincera com a resposta dele.
Ela olhou para o rosto do outro menino que estava quieto e com a perna balançando sem parar. Jisung estava dominado pelos pensamentos da tamanha beleza da mulher na sua frente, escorada no portão, com um vestido azul marinho soltinho, havaianas branca e o cabelo solto voando na mesma direção do vento fresco.
S/n tinha um corpo tremendamente escultural, cintura fina mas nada exagerado, culotes que destacavam as nádegas, criando volume ideal na região, coxas grossas e braços não tão magros. A pela de uma melanina perfeita, as poucas vezes que encontrou ela na praia fez com que o menino corresse para um banheiro público afim de tentar esconder o volume entre a sunga e a bermuda.
-Jisung, pode vir aqui rapidinho - ela comentou chamando ele pelo dedo e o menino levantou tímido.
Se aproximou da grade, pegou a chave que estava no bolso e abriu o portãozinho de ferro. S/n chegou perto do mais novo, quase colando o corpo do dois, colocou as mão dentro do vestido no local dos seios e puxou um pequeno bolo de dinheiro.
-Mãe mandou 'pra pagar as conta dela na barraquinha - entregou para o coreano entregar para mãe que estava nesta exata tarde trabalhando na barraca que ficava em frente a praia.
-Claro - respondeu rápido e nervoso com a proximidade do corpo de ambos.
-Ela me contou outro dia que 'cê ta afim de começa a vender uns drink na barraca, verdade? - perguntou enquanto escorava o corpo na grade.
-Sim, vi que os gringo adoram essas coisas quando vem no verão - respondeu sorrindo tímido.
-Eu gosto! E 'cê também é descendente de gringo - rebateu em tom de piada e jisung riu concordando. - Se precisar de ajuda prende o grito, posso ensinar vários pra 'ti.
S/n comentou abrindo um sorriso prestativo, não sabendo que a qualquer momento o menino na sua frente poderia desmaiar só de ficar mais de cinco minutos observando seu rosto de tão perto e ainda trocando mais do que as três frases de sempre. "Boa tarde, o que vai querer?" "Queijo ou chocolate?" "Volte sempre".
-Obrigado, quem sabe eu 'te grite mesmo - respondeu com um sorriso e fazendo a mulher rir concordando.
Ela abanou para o chinês que estava com o corpo esticado na cadeira de praia e ainda usando o óculos de sol para disfarçar que observava a cena sem piscar.
Quando ela finalmente entrou dentro da casa, jisung chaveou o portão e voltou para sentar ao lado do amigo. Chenle tirou o óculos e ergueu as sobrancelhas esperando a fofoca completa.
-Ela só veio pagar a minha mãe - mostrou o dinheiro e deu de ombros.
-Ah! Tenha santa paciência, para de fingir que não importa - revirou os olhos e gemeu frustrado - Todo essa conversa e nem um mísero sinal de transa?
-CHENLE - jisung falou alto com o questionamento - Ela disse que me ajudaria nos drinks se eu quisesse.
-É ISSO! É o seu momento - respondeu contente e batendo no braço dele com força. Jisung começou rir, sorrir e soltar uns gritinhos, tudo junto.
Quem sabe dessa vez algo realmente acontecesse, e o menino não precisasse mais ficar espiando escondido atrás da cortina do quarto a mulher na casa do outro lado escorada no portão conversando com os babaquinhas da zona sul que vinham de carro quase implorar para repetir o chá.
Seria a vez do menino de se 'enfiar' na vida da mulher de uma vez por todas. Por que ela não tem noção do pensamentos mais impuros que ele já teve imaginando os dois transando.
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Menina Mulher Da Pele Preta, Jorge Ben Jor.
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Chapter 2 - Ensejo De paixão
Assim que chegou em casa, Enzo foi verificar a filha, que estava dormindo tranquilamente, deu um beijo na testa da pequena e foi checar Marilene.
A mulher estava sentada em sua cama fazendo crochê, Enzo sorriu e sentou-se ao lado da mais velha. Apesar da doença, Mari tentava viver uma vida normal sem se limitar muito.
— Você me parece mais leve. — Mari notou o ar mais calmo do genro.
— Eu resolvi um dos nossos problemas, agora temos uma babá. — Enzo estava empolgado, Bianca realmente iluminou seu dia.
— Você conseguiu conversar com Bibi? — o moreno assentiu. — Ela é uma fofa, não é?
— Sim, muito fofa, decidida, delicada, inteligente, altruísta, engraçada, politizada, linda...— o homem soltou um sorriso bobo.
Marilene logo compreendeu que seu genro estava evidentemente
interessado romanticamente em Bianca e apesar de conhecer pouco a garota, a mais velha tinha plena noção de que a garota era uma pessoa de caráter excelente.
— Ela é muito bonita mesmo..."me faria gosto" ver vocês dois juntos. — Mari mostrou seu apoio.
— Isso nunca vai acontecer, eu já disse que nunca irei me interessar por mulher alguma, eu apenas a elogiei porque vi que ela é uma menina de ouro. — Enzo queria se convencer do que havia falando. — Isso sem contar que ela teve uma infância complicada, até as motivações dela para escolher o curso de direito são bonitas.
Mari apertou os olhos e sorriu sacana para o moreno a sua frente, ela sabia que ele claramente estava tendo uma queda em Bianca.
— O que fez você decidir que seria ela a babá da Luninha?
— Eu estava fazendo perguntas desnecessárias sobre a vida pessoal dela, como isso a desagradou, ela chamou minha atenção e me deu uma bronca.
Mari ficou surpresa, mas ao mesmo tempo feliz, sua filha também costumava chamar atenção de Enzo sem medo ou papas na língua. Ela tinha toda certeza que Carol aprovava muito a garota onde quer que ela estivesse.
— Na faculdade aconteceu uma situação chata com ela. — mudou de assunto propositalmente.
— Deixa eu adivinhar...alguém foi racista com ela? — Enzo assentiu suspirando pesadamente. — Eu fico imaginando o que essa menina não passa dentro desse prédio e o que vai passar na faculdade — a mulher realmente ficou preocupada, ela sabia na pele que viver em um mundo racista não era fácil e sendo uma mulher preta era ainda mais complicado.
Mari não enxergava com bons olhos a forma como Isabel tratava a garota, mesmo que para todos fosse algo genuíno, a mulher não confiava de forma alguma. Marilene foi entregue a uma família rica pelos próprios pais para laborar como empregada doméstica, babá e cozinheira aos 8 anos de idade. Como essa família permitiu e pagou os estudos de Mari, sempre interpretaram que ela tinha que servir para sempre.
Mari sentiu muita vontade de proteger Bianca, ajudá-la da maneira que pudesse, apesar de saber pouco sobre a vida da garota, ela sabia que Bianca era sozinha e queria cuidar dela, o pouco que conversou com a jovem pôde notar que ela tem o brilho que lembra sua falecida filha.
— Ela fez uma amiga na faculdade hoje, uma garota bolsista como ela, mas infelizmente ela escutou umas asneiras de uma amiga do neto de Isabel, minha única reação foi falar umas verdades para aquela racista de merda e tirar as duas de lá. — contou suspirando pesadamente.
— E João não fez nada?
— Não, ele ficou calado. — Enzo revirou os olhos. — Eu acho que ele tem uma queda na Bianca.
Enzo sentia uma inquietação enorme com a possibilidade de Bianca dar uma chance e namorar com João, ele não queria que isso acontecesse, seja por conhecer a reputação de João, seja por sentir um desejo enorme de tê-la.
— E isso te incomoda? Ela e o João juntos como um casal...
"Sim!"
— Não!
Mari negou com cabeça e riu, ela sabia que era mentira, Enzo é péssimo para esconder quando estava com ciúmes.
— Olha, eu me importo com essa garota, o pouco que eu conheci dela, me fez ter certeza que ela é rara e com certeza deve passar por poucas e boas, só quero que ela esteja segura e consiga realizar os sonhos dela. — ele não mentiu quanto a isso, de fato Enzo quer muito proteger Bianca.
— Bianca é uma menina incrível, não sei se você sentiu, com a mesma leveza que Carol tinha, ela possui dentro de si, isso é raro e precioso, não quero que a vida continue tentando apagar esse brilho dentro dela.
Enzo compreendeu e concordou com sua sogra, ele também queria proteger a garota.
No outro dia, enquanto estava no ônibus, Bianca estava tão nervosa que estava trêmula, com náusea e fraca, ela nem havia tomado café. Não havia comido nada desde a noite anterior, isso dificultava bastante, principalmente porque ela estava com medo de falhar como babá de Luna.
— Minha filha, você está bem? — Edilene indagou notando que Bianca estava trêmula. — Você está tremendo, Bibi. — segurou as mãos de Bianca.
— Estou nervosa, Lene. — confessou apreensiva.
— Você vai tirar de letra, tenho certeza que a pequena vai adorar você. — Edilene murmurou confiante. — Você não cuidava de seus irmãos sendo só uma criança para ajudar seus pais quando sua mãe ficou doente? — ela assentiu mordendo o lábio inferior ainda muito insegura. — Então pronto, você vai ser ótima, Bia.
— Deus te ouça. — ela suspirou pesadamente. — Muito obrigada por tudo que tem feito por mim. — Bianca beijou as mãos da mais velha, que sorriu gentil.
— Você é uma neta pra mim, Bibi, sempre vou te acolher e cuidar de você. — a mulher falou sincera.
— E a senhora é literalmente a minha família, sempre farei de tudo para orgulhar a senhora. — Bianca proferiu sendo genuína.
Ela ama Edilene como se fosse sua avó e a mulher se comporta como tal, até nas reuniões de escola ou nas apresentações a mais velha ia pela Bianca, a garota só não mora com ela porque os tios não deixaram porque não querem perder o dinheiro da pensão por morte que a garota recebe.
— Você já me orgulha, só de te ver lutando pelos seus sonhos já tenho muito orgulho. — Edilene estava sendo bem sincera, ela realmente tinha muito orgulho de Bianca e garota se sentia muito acolhida pela mulher. — Olha, quando você tiver ocupada com a faculdade e dona Isabel ou qualquer pessoa daquele prédio lhe chamar pra fazer qualquer coisa, não vá, cozinha dos outros não vai te dá seu diploma, viu?
— Mas pra mim não tem sacrifício nenhum em ajudar a dona Isabel, principalmente te ajudar nas coisas que é pra fazer no apartamento, Lene.
— Tem sacrifício sim, o tempo que você está fazendo essas faxinas, tem que estudar, pra mim não tem essa, se dona Isabel quiser, ela contrata uma faxineira pra me ajudar na casa. — a mulher decretou.
Em breve Edilene estaria se aposentando por idade e ela temia que não estando lá, as pessoas se aproveitassem de Bianca.
— A senhora sabe que ela me ajudou muito nesses anos, não é? Eu devo muito da minha educação a ela, Lene.
Lene entendia a gratidão de Bianca, mas ela ficava preocupada com o futuro dela, até porque ela sabia que pessoas como sua chefe sempre via pessoas como ela ou Bianca como serviçais o resto da vida.
— Eu vou priorizar os estudos, mas sempre que der vou te ajudar, não abro mão disso. — Edilene riu com a teimosia de Banca. — Obrigada por sempre cuidar de mim. — a garota agradeceu.
Bianca chegou no prédio e se despediu de Edilene, quando bateu na porta da área de serviço do duplex de Enzo, uma mulher morena, branca e com uma aparência de uns 27 anos que a atendeu.
— Você deve ser a Bianca, não é? — a garota assentiu. — Eu sou a Cora, sou empregada da dona Mari.
— Prazer, Cora.
— Entra.
Bianca entrou timidamente e foi analisando a casa timidamente.
— Nadir, essa essa Bianca, ela é a babá de Luna. — a mulher apresentou Bianca para uma mulher que tinha uns 36 anos, loira e branca também. — Essa é Nadir, ela é cozinheira.
— Prazer. — Bianca acenou com a mão.
— Você já tomou café? — perguntou Nadir.
— Ainda não.
— Depois que você ajudar com a Luninha, vem para cá, nós vamos tomar café daqui a pouco.
Bianca se sentiu bem acolhida após o convite.
— Onde está o meu uniforme? — Bianca perguntou, o que arrancou risadas de Nadir e Cora.
— Nós não usamos, só em dias de eventos sociais do seu Enzo, mas no normal não usamos, a dona Mari odeia uniforme. — Cora explicou.
— A Dona Mari está na sala de jantar te aguardando, é a terceira porta. — Nadir avisou. — Pode deixar a mochila pendurada junto com as nossas.
Bianca assentiu, deixou sua mochila pendurada e foi para sala de jantar.
— Bom dia, Bianca! — a mulher sorriu ao ver a garota. — Animada para o primeiro dia?
— Sim, mas estou um pouco nervosa, tenho medo da sua neta não gostar de mim. — respondeu apreensiva.
— Não estou falando sobre o trabalho. — Mari riu. — Estou falando sobre a faculdade, sobre Luna, sei que ela vai amar você.
— Desculpa. — Bianca se encolheu envergonhada, foi automático ela achar que o assunto era sobre trabalho, Bianca, as pessoas nunca perguntavam sobre seus estudos ou gostos. — Bem, eu estou bem ansiosa, hoje terá uma palestra sobre violência doméstica antes das aulas, mas depois terei aula de introdução ao direito brasileiro, estou bem empolgada.
— Enzo me contou que você fez uma amizade ontem.
Bianca sorriu assentindo empolgada, mas estranhou o fato de Enzo ter falado sobre ela com Mari, no entanto, apenas interpretou como um "filho" que tem uma ótima relação com a mãe e conversam sobre tudo.
— Sim, a Bruna é incrível, quando eu pisei os pés na faculdade achei que nunca me encaixaria e nunca encontraria alguém como eu, mas ela me encontrou e eu simplesmente me senti melhor na faculdade. — Bianca contou alegre, ela trocou mensagens com Bruna a noite inteira.
— Fico tão feliz por você, eu sei o quanto é complicado para nós... — apontou para si mesmo e para Bianca. —...pessoas negras serem ao menos toleradas nesses ambientes, principalmente quando estamos sozinhas. — Mari expressou sua compreensão com a situação da garota.
Bianca se sentiu acolhida mais uma vez, apesar de viver em uma casa que a maioria era negra, ninguém lá tinha letramento racial.
— Olha, quando a Luna estiver na escola ou nas atividades extracurriculares você pode descansar, sair ou estudar, está bem?
— Eu posso? — Bianca estava surpresa. — É que não há problema nenhum em ajudar com alguma atividade na casa, Dona Mari.
— Você foi contratada pra cuidar da minha neta e quando não precisar fazer isso, não tem problema nenhum em você fazer o que quiser, até mesmo dormir, sua função aqui é ser a babá, unicamente. — Marilene deixou claro, a mulher sabia o quanto a faculdade era importante para uma mulher negra e jamais faria algo para atrapalhar Bianca.
Luna apareceu na sala de jantar correndo com os cabelos bagunçados e o uniforme escolar, Enzo estava atrás com um pente e lacinhos de cabelo, ele paralisou ao ver Bianca e sentiu o coração acelerar.
— Vovó, fala pro papai parar de querer bagunçar meu cabelinho. — a pequena foi direto para o colo da avó.
— A perua vem te buscar daqui a pouco e você não comeu ainda e nem está arrumada. — Mari suspirou. — Lulu, quantas vezes vovó vai ter que falar pra você?
— O papai não sabe arrumar meu cabelo, olha como tá feio. — Luna negou com a cabeça.
— Eu sei sim arrumar seu cabelo e está ficando lindo. — Enzo se defendeu.
Nem ele acreditava nisso, o cabelo da filha era algo que ele tentava dar o melhor de si, mas nunca funcionava, mas ele tentava, tanto que assistia tutoriais no YouTube para aprender fazer penteados na filha.
— Meu cabelo está horrível. — a pequena negou com a cabeça. — Quem é você? — Luna olhou fixamente para Bianca.
Os olhos da pequena se iluminaram ao ver Bianca, principalmente pelo penteado que a jovem estava nos cabelos, era um coque com alguns cachinhos soltos, para a criança era o penteado de princesa.
— O papá ainda está aprendendo, mas a vovó chamou uma amiga dela e do papai pra ajudar você a arrumar seu cabelo e brincar com você. — Mari olhou para Bianca que estava sorrindo para Luna. — Essa é a sua babá, ela se chama...
— Você é igual a princesa Tiana. — Luna atropelou as palavras da avó ao notar a presença de Bianca, a garotinha ficou encantada com a beleza da jovem.
Bianca era de fato muito bonita.
— Você acha? — Luna assentiu. — Eu fico lisonjeada de escutar isso de uma menina que é igual a versão criança da minha princesa favorita da Disney.
— Você gosta da Tiana também?
— Sim, eu amo ela, um dia eu quero conquistar os meus sonhos igual ela fez.
Bianca estava muito encantada com a pequena, Luna era uma menina negra com um tom de pele parecido com de Bianca, cabelos crespos cacheados, lábios carnudos e boca grande, nariz grande, olhos pequenos e castanhos, uma fofura.
— Qual o seu nome, princesinha?
— Meu nome é Luna, mas você pode me chamar de Abejita ou de Luluzinha, você é legal. — Mari ficou surpresa, Luna não era uma criança de se abrir com estranhos. — Qual o seu nome?
— Meu nome é Bianca, mas você pode me chamar de Bibi ou de Bia.
— Bibi, eu achei seu penteado muito bonito, você pode fazer em mim, por favor? — a menina juntou as mãozinhas pedindo para a jovem.
— É claro que eu faço, você vai ficar uma princesa mais linda do que já é, Luluzinha. — a menina soltou um gritinho empolgada e foi até o pai, pegou o pente e os lacinhos das mãos dele e entregou para Bianca.
Enzo estava perplexo com a conexão imediata entre Bianca e Luna, parecia que elas se conheciam de anos, Luna é tão introvertida com quem não conhece e com Bianca ela simplesmente desabrochou, foi como se ela se sentisse segura com a jovem.
— Você viu? — Mari indagou assim que as duas saíram.
— Estou perplexo, Luna nunca se abre com nenhum estranho. — Enzo respondeu ainda chocado.
— Edilene falou que ela tinha um sangue doce para crianças, não imaginei que fosse verdade, ao menos não com Luna.
— Ela nem se apresentou e Luna já foi se abrindo com ela.
Bianca fez o penteado na garota e depois a levou para comer rápido antes da perua chegar, quando as duas retornaram para a sala de jantar, Luna estava no colo da jovem tagarelando como nunca, mostrando um lado extremamente extrovertido.
— Olha como eu tô bonita. — Luna falou se sentando na cadeira. — A Bibi disse que isso é penteado de princesa.
— É a menina mais linda do mundo, Abejita. — Enzo disse todo abobado.
Ele é um pai extremamente coruja, qualquer coisa que deixe a filha feliz, o deixa radiante.
— A menina mais linda da vovó. — a avó ficou toda boba também, Luna realmente estava empolgada. — Muito obrigada, viu, Bi?
— Não precisa agradecer, eu fiz o mínimo, dona Mari.
— Você garantiu que as meninas brinquem comigo hoje porque meu cabelo está bonito. — aquilo acendeu um alerta em todos da sala.
— Como assim? — Enzo indagou preocupado, ele morria de medo que a filha fosse excluída na escola.
— As meninas me chamam de maluca e esquisita de cabelo duro, elas nunca gostam de me chamar para brincar. — era a primeira vez que Luna se abria em relação isso, isso porque ela nem citou que usam até o fato dela ser órfã pra excluí-la das brincadeiras.
— Lulu, existe um livro muito legal em que se chama "Alice no país das maravilhas", nesse livro é dito que as melhores pessoas do mundo malucas. — Bianca murmurou, confortando a criança. — O seu cabelo é lindo e não é duro, elas falam isso porque tem inveja que você é uma menina maluquinha e isso te coloca junto com as melhores pessoas do mundo.
— Você jura, Bibi?
— Juro de dedinho, minha Abejita. — ela cruzou o dedo mindinho com a pequena e a abraçou.
Enzo e Mari ficaram extremamente agradecidos pela forma como Bianca fez com que Luna se sentisse melhor depois de toda essa experiência ruim.
— Hora de ir para escola. — Enzo anunciou. — Pega a mochila, papá vai te levar até a perua.
O homem iria ter uma conversa séria com a diretora ainda hoje, Enzo não suporta ver a filha sofrendo e se for necessário ele realmente é capaz de virar a escola de cabeça para baixo para proteger a pequena.
— A Bibi pode ir com a gente? — Enzo assentiu. — Eba!
Luna foi buscar a mochila, se despediu da avó com um beijo na testa, pegou na mão de Bianca, os três foram para o elevador juntos, para quem olhava a cena via uma família comercial de margarina.
— Bibi, você tem namorado? — Luna perguntou, olhando fixamente para o pai que logo entendeu o que se passava na mente travessa da filha.
Luna sempre escutava da avó que o pai precisava de uma namorada para deixar de ser estressado e precisava de uma mulher para ele relaxar e ficar feliz de novo, Mari realmente apoia que seu genro encontre alguém que cuide dele e da neta.
Para a própria menina, ela queria que o pai tivesse uma namorada, pois ele tinha esperanças que a namorada do pai fosse sua nova mamãe.
— Luna, nem invente.
— Você não é muito criança para pensar nisso? — Bianca riu levando na esportiva a pequena falando isso.
— Eu sou, mas já tenho namorado e acho que meu papá tem que namorar uma princesa igual a você. — Luna deu de ombros. — Você é boa, então vai ser uma madrasta legal.
— Como assim namorado, Luna da Silva Vogrincic? — Enzo ficou realmente irritado escutando que a filha tinha namorado.
— Pequena, seu papai é um rei e reis não ficam com princesas, você não acha que é muito pequena para ter um namorado?
"Ficam sim, eu facilmente faria de você minha rainha". Enzo pensou.
Logo que o foco dele voltou para o assunto "namorado da filha", um arrependimento de deixar Luna estudar bateu no homem, primeiro o bullying e agora um namorado, duas coisas gravíssimas na visão do homem.
— Não, o Samuca é legal, sempre me defende das meninas que ficam me chamando de "órfã" e sempre me chama para brincar.
Óbvio que para Luna e para o garotinho era apenas uma amizade e eles nunca fizeram nada de errado, apenas são crianças sendo crianças.
Enzo decidiu naquele momento que iria buscar a filha na escola para conhecer o garoto.
— Tem certeza que ele é seu namorado? — Bianca quis amenizar a situação, principalmente com o chefe quase tendo um chilique.
— Sim, quando um menino gosta muito de você e é seu amiguinho, ele é seu namorado.— Luna sorriu.
— Meu amor, às vezes é só amizade mesmo, um menino pode ser amigo de uma menina. — Bianca sorriu.
— Pode, Bibi?
— Pode sim, meu amor. — Bianca sorriu. — Não é, Enzo?
Enzo sorriu aliviado ao ver Bianca mudar o foco da filha para apenas uma amizade.
— Sim, Bibi.
Enzo estava vermelho de raiva, Bianca estava segurando para não rir.
— Bibi, eu estava aqui pensando com meus botões, você não é adulta pra gostar de princesas, as pessoas não acham isso esquisito?
— Bem, toda mulher pode gostar de princesas, mesmo que algumas de nós sejamos adultas, ainda temos um lado meio infantil dentro de nós mesmas, mas quer saber de uma coisa? — a pequena assentiu. — Todo mundo tira sarro de mim porque meu material escolar é todo da Tiana, mas eu não me importo, a Tiana me deixa feliz e isso é o mais importante.
— Está mentindo que seu material é da Tiana, não é?
— Não, comprei meu caderno da faculdade, meu estojo, lápis de escrever, canetas, borracha, apontador...tudo da Tiana.
— Essa eu pago para ver. — Enzo murmurou completamente incrédulo.
Bianca cruzou os braços e riu do homem, Enzo ficou todo abobado por despertar uma reação tão espontânea.
— Você vai me mostrar quando eu voltar da escola?
— É claro. — Bianca sorriu.
Quando os três saíram do elevador, levaram Luna até a perua escolar, duas crianças do prédio avistaram Bianca e correram até ela para abraçá-la, nesse momento Enzo notou o quanto Bianca era amada pelos pequenos.
— Adiós, papá. — Luna beijou a bochecha do pai. — Tchau, Bibi. — ela beijou a bochecha da jovem e entrou na van, logo o veículo saiu.
— Você realmente tem um sangue doce para criança. — Enzo comentou, fazendo Bianca rir negando com a cabeça.
Enzo se perdeu naquele sorriso por alguns segundos.
"Lembre-se, é pela proteção dela, não há interesse e ela lembra muito Carol em questão de personalidade". Ele pensou.
— Olha, eu vou levar a Mari no hospital para fazer alguns exames, vamos passar a tarde fora, vou pegar Luna já escola e vamos ao parque Vila Lobos para casa, se você quiser pode usar esse tempo para tirar um cochilo, comer alguma coisa, estudar, assistir alguma série...— Enzo sorriu.
Dessa vez Bianca se perdeu no sorriso do homem por alguns segundos, ela estava notando o quanto ele tinha um sorriso bonito e cheiroso também.
Enzo tem um cheiro mais amadeirado, mas ao mesmo tempo fresco e sutil, ela passaria horas inalando aquele cheiro gostoso enquanto o abraçava, ela se sentia segura com aquele aroma.
— Bianca, eu estou falando com você. — Enzo chamou sua atenção.
— Eu estava pensando no que eu vou fazer, acho que eu irei à casa de dona Isabel ajudar a Lene...
Enzo se incomodou com aquilo, era nítido que ela se via na obrigação de continuar fazendo essas atividades domésticas por gratidão, mas não era certo, ela não devia nada a ninguém.
— Você não precisa trabalhar o tempo inteiro ou se desgastar por ninguém, Bianca. — ele a interrompeu, lançando um olhar severo, Bianca se sentiu constrangida e olhou para os próprios pés.
— Não é desgaste, é o mínimo que eu posso fazer para agradecer tudo que dona Isabel fez por mim. — Bianca mordeu o lábio inferior.
— Você não deve nada a ninguém, Bianca. — Enzo segurou o queixo dela, fazendo ela o encarar, ela não sentiu estranheza ao seu toque, pelo contrário, mais uma vez ela se sentiu segura com o toque de Enzo. — Você pode agradecer estudando e sendo uma ótima aluna. — ele sorriu.
Bianca sentiu um desejo esquisito e desconhecido de ser tocada por um homem, ela desejou loucamente que as mãos grandes e macias de Enzo tocasse outras partes do seu corpo.
— Que tal só descansar hoje? — Enzo sugeriu.
— Me parece uma ideia interessante. — Bianca sorriu.
Eles voltaram para o apartamento e Bianca foi comer. Enzo saiu com Mari, como ele mesmo havia falado e Bianca tentou não fazer nada nesse meio tempo, mas ela realmente não conseguiu, acabou implorando para Nadir deixar a mesma ajudar com a cozinha.
Pela primeira vez Bianca realmente se sentiu leve e acolhida em um lugar, para ela a sensação de leveza era tão esquisita que ela queria chorar. Todos naquela casa gostaram de Bianca, não só por ser prestativa, mas por se mostrar ser alguém de muita boa índole e com muita humildade.
Ela só passou na casa de Isabel quando já estava indo para faculdade, queria ver Edilene, Bianca ama essa mulher como se ela fosse sua avó. Lene vive inventando desculpas para tirar Bianca de casa, ela faz de tudo para a garota ter pouco contato com a família.
— E como foi o primeiro dia lá com o Dona Mari? — Lene perguntou.
— Foi bom, a pequena Luna é a criança mais fofa do mundo.
— Eu sabia que você iria se dá bem e a pequena iria gostar de você.
— Ela falou que eu sou parecida com a Tiana.
— Te conhecendo você amou, é a sua princesa favorita. — Bianca sorriu concordando. — Olhe, se você sair da faculdade muito tarde hoje ou qualquer dia, me fale que eu mando Isaque e lhe buscar na estação.
Bianca era considerada como parte da família pelos entes de Edilene, tanto que ela participava das festas e reuniões de família, Lene chegava a ir para as reuniões e apresentações na escola de Bianca e todos a consideram como parte da família.
Eles só não fizeram mais pela proteção e cuidado de Bianca, porque Carlos os ameaçou utilizando os contatos que tem com pessoas poderosas que fazem parte da sua igreja para ameaçar todos eles caso continuasse a se aproximar de Bianca.
— Mas, Lene, você sabe que os meus tios não gostam da sua família e nem de você...
— Você tem 18 anos agora, eles não vão poder impedir que eu cuide e proteja você. — Edilene a interrompeu segurando o rosto dela. — Final de semana, depois dos seus compromissos na igreja, quero que você durma lá em casa, não quero aqueles monstros perto de você.
— Eu não quero te dá trabalho, Lene. — Bianca suspirou pesadamente.
— Você nunca me dá trabalho, eu quero o seu nem e se depender de mim, você mora lá em casa enquanto não acha um cantinho para você. — Lene estava com essa ideia desde que Bianca fez 18 anos.
— Seus filhos e netos não vão gostar da ideia. — Bianca tinha medo de incomodar. — E você sabe que minha mudança teria que ser silenciosa, no dia que eu fizer minhas malas, meus tios me matam e eu não estou brincando.
— Bianca, faça isso aos poucos, de um em um dia, venha morar comigo, minha filha?
— Está bem, eu vou morar com a senhora. — Bianca a abraçou apertado. — Eu amo a senhora demais, nunca vou poder agradecer tudo que a senhora fez e faz na minha vida.
— Eu também te amo muito, meu girassol. — Lene beijou a cabeça da garota.
A jovem sentiu neste momento que estava iniciando um novo ciclo e ela se sentia em paz com isso.
Bianca foi para a faculdade pensando o quanto estava sentindo tantas coisas boas, era seu primeiro dia de aula, ou melhor, como toda faculdade, o primeiro dia era uma palestra.
— Bi! — João a chamou, fazendo ela se virar para trás enquanto ela procurava o auditório. — Finalmente te achei. — ele estava segurando uma rosa amarela.
— O que você quer, seu João? — Bianca indagou séria, ela com certeza não havia esquecido que ele ficou em silêncio quando a namorada dele foi racista e elitista com ela e Bruna.
— Pedir desculpas por ontem, especialmente por não ter defendido você. — ele entregou a rosa para Bianca.
Bianca ficou encantada com o gesto, nunca recebeu flores antes, obviamente aquilo mexeu com ela, mas ela não esqueceu as palavras de Enzo, não queria ser mais uma vítima para João.
— E você acha que com isso vai me fazer mudar a visão que eu tive do senhor? — João negou com a cabeça.
— Para de me chamar de "senhor" ou de "Seu João", eu sou seu amigo, não precisamos ter esse tratamento hostil um com o outro. — João falou.
Ele não queria de forma alguma se afastar de Bianca, o jovem sentia que estava indo bem apesar do que aconteceu no dia anterior, este estava realmente apaixonado por Bianca. João se importa com Bianca, ele realmente gosta da garota.
— Bem... — a jovem ficou bem indecisa se deveria ou não perdoar João. — O fato de você não ter me defendido ontem mostra que nós não somos amigos, João.
— Bi, eu sei e sinto muito por isso, eu me afastei de Alice depois do que aconteceu, mas não se afasta de mim, juro que não vai mais se repetir.
Ele realmente tinha feito isso por Bianca, embora soubesse que Alice não iria desistir tão fácil.
— Olha, João, aquilo me magoou muito, principalmente o fato de você não ter me defendido. — ela suspirou pesadamente. — Sou muito grata ao que você fez por mim, mas ontem me provou que nós não somos do mesmo mundo.
— Bi, eu fui idiota em relação a isso, mas eu prometo que não vai mais acontecer, eu vou te defender.
— João, você se impor diante de uma situação de injustiça é o mínimo que você pode fazer como ser humano.
— Eu sei, me perdoa, por favor. Odeio te ver magoada.
Bianca sentiu que João estava falando a verdade e quis perdoar o garoto, mas a sua mente ainda pensava nas palavras de Enzo e não so isso, comparava a atitude do garoto com o seu chefe, Enzo sempre a protegeria em situações de injustiça, Bianca tinha certeza disso.
— Perdoar? — João assentiu. — Se você servir de guia turístico pra mim e para Bru, eu te perdoo. — Bianca fez um bico de manha, o que fez João se perder por alguns segundos nos pensamentos que estava tendo sobre querer beijar Bianca. — João?
— Eu vou ser seu segurança e guia particular aqui. Seu e da Bruna. — ele respondeu, coçando a nuca meio envergonhado com os pensamentos que estava tendo pensamentos bem libidinosos com Bianca. — Aliás, sua camisa é muito legal. — João queria dizer que Bianca estava linda, mas ele estava com medo dela o afastar novamente.
— Ela já está velha de guerra, mas ela é realmente divertida.— Bianca negou com a cabeça rindo, ela comprou essa camisa no aniversário de 17 anos.
— Esse cara na sua camisa é aquele rapper americano, não é? O Kendrick Lamar?
João estava escutando as músicas favoritas de Bianca para tentar se aproximar, ele havia gostado de algumas músicas realmente, mas o seu gosto musical realmente é o sertanejo universitário.
— Sim, você gosta dele?
— Eu sou mais do sertanejo, Bi, mas eu gostei daquela música dele "swimming pools". — Bianca entendeu que João só escutou Kendrick para impressionar a mesma.
— Bom gosto então, essa é muito boa, embora a minha favorita seja money trees. — Bianca olhou para baixo envergonhada. — Sabe, até que eu gostei daquela música do Zé Neto e Cristiano.
— Seu polícia? — Bianca assentiu. — Quero escutar você cantando ela para mim um dia.
Bianca possui uma voz muito bonita e marcante, quando era criança sempre vencia as competições de talento de sua escola cantando, o fato de participar do coral da igreja sempre ajudou muito com sua técnica vocal. Embora, cante em um coral e seja uma das solistas, a garota não conta a ninguém sobre esse talento. Bianca tem muitos talentos, ela aprendeu muito nas aulas que praticava nessas ONGs de bairro.
João descobriu por Edilene, que tem muito orgulho em falar que Bianca além de muito inteligente, também é talentosa.
— Cantar para você?
— Exatamente.
— João, eu não canto bem.
— Mentir é muito feio, especialmente para uma menina cristã. — João provocou.
— Idiota.— Bianca riu, negando com a cabeça.
— Cara, eu estava te procurando. — um jovem do time de futebol da atlética chegou ao lado de João, assim que notou a presença de Bianca sorriu malicioso. — Já está dando em cima de uma caloura?
— Aprendeu com a gente.— um outro comentou todo orgulhoso.
Bianca sentiu nojo ao escutar tais afirmações, ela se perguntou o que não deveria rolar nessas festas de atléticas, com certeza as piores atrocidades.
— Vocês estão enganados, ela não é qualquer caloura, é... — Bianca sentiu que João iria se referir a ela como uma empregada qualquer, mas o garoto realmente queria fazer as pazes e para ele Bianca não era uma empregada. — Ela é a menina que trabalhava para minha avó, mas ela é a amiga que eu comentei com vocês ontem.
João fala muito sobre Bianca e ele confessou que agiu erroneamente com ela ontem para os amigos. Embora Bianca reconhecesse a mudança de atitude, ela não iria dá um braço a torcer para os dois amigos.
— Bianca, esses são Bernardo e Pedro.
— Prazer, eu me chamo Bianca. — ela evitou fazer contato físico com os dois rapazes e não estendeu a mão para os rapazes.
— Prazer so na cama, boneca. — Bernardo sorriu malicioso.
— Olha, se precisar de um veterano pra te mostrar um pouco... — Pedro comentou.
— Se vocês falarem mais alguma gracinha, acabo com a raça de vocês. — João ameaçou os amigos, que levantaram as mãos em forma de rendição. — Bianca é alguém que eu me importo e se eu souber que alguém está maltratando ou desrespeitando ela, vai se ver comigo.
Antes de Bianca mandar aqueles babacas procurar algo útil para fazer, Bruna chegou e a abraçou por trás, o que fez a mesma sorrir.
— Ei, que bom que você está aqui. — a garota sorriu sincera.
— Pronta para o nosso primeiro dia?
— Como a Beyoncé gravando "Crazy In love" perto da carreira solo. — Bianca sorriu animada e abraçou a garota de lado.
— Ah, oi, João. — Bruna deixou de simpatizar com o garoto no momento que ele se omitiu vendo Bianca e ela sofrerem racismo.
— Oi, Bru.
— É Bruna para você.
João levantou as mãos em forma de rendição.
— Achei que fôssemos amigos...
— Não sou amigo de quem cala a boca quando ver uma puta racista despejando preconceito e não faz nada. — Bruna retrucou.
— O que é isso, princesa? Onde ficou o feminismo? — Bernardo indagou.
— Dentro do seu rabo, seu intrometido! — Bruna odiava a ideia liberal que o capitalismo criou em cima do feminismo.
— Feminismo é sobre emancipação feminina e não sobre defender mulheres com o caráter duvidoso. — Bianca retrucou o jovem de olhos verdes com um sorriso vitorioso.
— Você realmente gosta da empregada da sua avó, pra deixar ela e a amiga falarem assim com você. — Pedro comentou.
— Bianca não é empregada da minha avó, ela é minha amiga. Aliás, Bruna e ela são minhas amigas. — João foi incisivo com o amigo. — E aqui elas são alunas como qualquer um de nós. — aquilo deixou Bianca feliz, ele realmente a defendeu. — Bem, sobre o que aconteceu ontem, me desculpa mesmo, eu deveria ter defendido vocês, não vai mais acontecer.
— Eu vou pensar no seu caso. — Bru olhou João de cima a baixo e negou com a cabeça, mas ela assim como Bianca viu sinceridade em João.
— Desculpa minha omissão, eu juro que vou ser o cão de guarda de vocês aqui dentro. — João juntou as mãos implorando para a garota.
— Eu desculpo, mas se você vacilar de novo, vou cortar contato com você. — Bruna decretou.
João sorriu assentindo.
— Bru, é melhor a gente ir. — Bianca chamou a amiga.
— Achei que eu fosse ser seu guia.
— Sim, mas eu quero fofocar com a Bru sobre coisas de meninas. — Bianca deu de ombros.
— Qualquer coisa você tem meu número, me manda mensagem que eu vou te socorrer, está bem? — a garota assentiu, sentindo o coração bater freneticamente.
— Vamos, Bru? — Bruna assentiu, segurando o braço de Bianca.
— Bi, espera. — ele segurou o braço da garota, impedindo que ela saísse. — Amanhã vai ter uma exposição de Tarsila do Amaral, eu sei que você ama, vamos?
— Eu agradeço o convite, mas amanhã eu trabalho — Bianca recusou-se, fazendo os dois amigos tirarem sarro de João. — Mas muito obrigada. — ela se aproximou de João e deu um beijo na bochecha do mesmo.
Bianca e Bruna saíram, deixando João com os amigos, que estavam fazendo comentários sobre ele ter levado um "fora" da empregadinha.
— O que estava acontecendo?
— Nada demais, ele só me deu essa rosa e me pediu desculpas.— Bianca explicou, dando de ombros. — Mas como foi seu dia?
— Foi puxado, mas o meu principal problema será quando eu chegar em casa. — Bruna mencionou por cima o péssimo relacionamento com os tios por mensagem para Bianca.
— Em breve você se livrará desses dois ridículos. — Bianca murmurou esperançosa. — Ah, a palestra vai começar.
A palestra era sobre violência sexual contra mulher, foi ministrada por uma promotora especialista no assunto, Bianca acabou descobrindo muitos direitos ao qual ela sabia que tinha, como por exemplo, ir a um hospital relatar sobre o estupro, pedir para fazer os exames de corpo de delito e não denunciar até se sentir segura.
Gravar seus hematomas, momentos das surras e violência psicológica e verbal, Bianca decidiu que faria isso, algo dentro dela dizia que a mesma precisaria disso no futuro próximo, a jovem decidiu naquele momento que iria montar um dossiê enquanto não conseguia morar sozinha contra a família e denunciar todas as atrocidades que viveu ao longo dos anos.
— Você está bem? — Bruna ficou preocupada ao ver Bianca pensativa ao fim da palestra.
— Estou, só estou preocupada com algumas questões pessoais. — Bianca forçou um sorriso.
— Qualquer coisa estou aqui, viu?
— Eu sei e eu agradeço muito.
Quando as duas estavam saindo da faculdade para ir para o ponto de ônibus, João as acompanhou.
— Eu dou uma carona para vocês até em casa. — o garoto se ofereceu.
— Não queremos, mas obrigada.— Bruna se recusou ao ver Pedro e Bernado ao lado de João.
— João, é que meus pais ensinaram que não devo pegar carona com estranhos. — Bianca brincou.
— Engraçadinha. — João riu.— Vai ser mais rápido e seguro para vocês que metrô e ônibus, meninas.
— Dada as suas companhias, eu discordo muito, João. — Bianca deu de ombros. — Mas muito obrigada, te vejo amanhã.
As garotas deixaram João para trás e foram para o ponto de ônibus, conversando sobre diversos assuntos da faculdade, elas estavam se conectando ainda mais.
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tagged by @charlottan for five songs i've been listening to lately! thanks!!!!!
Moonage Daydream//David Bowie
Sexiest Man in Jamaica//Mint Royale
From the Mouth of Elmer McCurdy//Pepe Deluxé
Everybody Eats When They Come To My House//Cab Calloway
Menina Mulher da Pele Preta//Jorge Ben Jor
let's hit some people i haven't gotten recently: i hereby tag @heedra @annelidist @rocketeer @fairybumpkin @streetworms2019 and @lostcryptids also anybody else if they want to
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Jorge Ben Jor - Menina Mulher da Pele Preta (Áudio)
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갤러리에 새파란 하늘 사진이 부쩍 많아진 요즈음 은 시험기간이다. 다음주 목요일에 본격적인 기말고사의 시작을 알리는 첫 시험이 있다. 그런데 공부는 많이 못했다. 안했다. 오늘은 나눠준 슬라이드를 많이 보려고 했는데 오피스를 봐버렸다. 토요일에 시작한 오피스를 벌써 시즌 3 중반까지 봤으니 상당한 시간을 허비한 셈이다.
생판 남과 왓챠 가족을 이룬 뒤 제대로 써본적이 없다는 게 생각나서 들어갔다가 이 사단이 났다. 엄마 미안해... 하지만 우스꽝스럽고 때때로 인간적인 아메리칸 사이코 아저씨(내가 보기엔 크리스찬 베일보다 훨씬 위험해보임)에 하나하나가 미칠듯이 개성적인 주변 인물까지 곁들였는데 그걸 어떻게 참나? 갈수록 캐릭터가 ���정돼 가는게 보여서 그건 좀 아쉽지만 그래도 정말 재밌게 보고있다.
물론 이젠 그만 봐야지. 적어도 기말고사가 끝날 때 까지는 왓챠앱을 지워둘 생각이다. 내년에 졸업 해야하는데 재수강 해야하는 과목을 만들고 싶진 않으니까..
그리고 저번 목요일에 코닥 FZ55 카메라를 샀다. 몇 달 전부터 과거 사진을 뒤적이며 멋대로 감상에 젖어대는 일이 많아졌는데 그럴 때마다 수많은 인터넷발 괴기짤들이 너무 걸리적거렸다. 그래서 어쩔 수 없었다. 아니 훨씬 옛날부터 친구들이 작은 카메라 들고 다니는거 부럽기도 했고.. 필름 값 올라서 집에 있는 필름 카메라들은 쓸 엄두가 안나고... 뭐 어차피 합리화는 완료 된 상태니 굳이 더 말도안되는 이유를 들먹일 필요는 없을 듯 하다. 일본 젊은이 사이에서 유행하는 카메라라고들 하던데 빨리 왔으면 좋겠다. 이제 학교를 갈 일도 얼마 안 남아서 그쪽 동네의 모습도 좀 담아두고 싶다. 가능하면 사계절의 모습을... 평소엔 욕밖에 안하는 학교지만 언제 또 그리워하게 될지 모르니 미리미리 그때 뒤적일 사진을 찍어두면 미래에 도움이 될거야... 그렇게 믿으며...
끝
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Além dos Olhos d'água
Poderia ser mais uma daquelas resenhas que escrevo sobre um livro que eu acabara de ler, no entanto é algo mais além e profundo que transcreve a nossa realidade. Vamos entrar em mares calmos e outras vezes revoltosos. Uma oscilação na vida de muitas mulheres: A mulher que se vê mãe diante de tanta pobreza, a fome constante e a difícil luta para enganar o estômago das crianças. O cotidiano atribulado da vida de personagens que se contrastam com a realidade atual, ao qual a maior parte da população negra feminina faz parte.
No ônibus lotado temos inúmeras conversas, falas altas retratando mundos diferentes daqueles que nasceram em "berço de ouro". Em alguns bancos, ali sentadas, mulheres indo para o trabalho, outras em pé, à procura de condições melhores para elas e muitas delas para seus filhos.
No bairro pobre temos a mãe jovem sem conhecimento, ou consciência de que a sua vida jamais será a mesma. A gravidez precoce mudaria tudo, de menina à mulher. A sexualidade à flor da pele!
Em meio a esse cotidiano cheio de conflitos, temos corpos no chão, vidas ceifadas. Destinos que poderiam ser diferentes.
Essas histórias nos deparamos no dia a dia de muitas comunidades e são retratadas no livro "Olhos d'água" da escritora Conceição Evaristo. Os personagens são em sua maioria mulheres pretas e periféricas, 15 contos que compõem a obra trazendo a nossa dura realidade.
Essas mulheres que compõem as suas narrativas trazem a ancestralidade afro-brasileira e a sua identidade.
O livro lançado em 2014, é uma daquelas obras que nos fazem pensar muito trazendo à tona inúmeros sentimentos guardados. A pobreza e a violência urbana estão presentes em cada linha dos seus contos. Destaca-se em sua temática questões sociais, incluindo questões existenciais e emocionais, como o racismo. Dá ênfase em cada linha para todo tipo de violência e os amores.
Embora a obra faça parte do gênero ficção, ela não foge da realidade atual. Na realidade atual nos deparamos com a triste escrevivência da comunidade negra. Conceição Evaristo denuncia as consequências da exclusão e da discriminação, deixando claro a sua esperança de que um dia isso melhore.
Um dos seus maiores conflitos presentes na obra é por ela não lembrar a cor dos olhos de sua mãe. Conflitos internos que qualquer pessoa carrega com sigo.
Sobre a autora eu posso dizer que ela é uma linguista e escritora afro-brasileira. Mineira, a escritora Conceição Evaristo, agora aposentada, teve uma produtiva carreira como pesquisadora docente universitária. Em todas as suas obras a escritora mostra o prosseguimento da exclusão do negro desde o período escravocrata até o período colonial no Brasil. Para a cultura brasileira suas obras fazem parte da literatura contemporânea brasileira.
A título de curiosidade o nome de sua obra "Olhos d'água" surgiu devido a presença de três nascentes d'água que os moradores que ali viviam usavam e até levavam a água para os quintais de suas casas. Outra curiosidade é a formação da identidade cultural brasileira, ao qual bem sabemos que boa parte da nossa cultura é originária do continente africano. No livro vemos isso também por meio de palavras oriundas de idiomas africanos.
Uma das palavras que mais me chamou atenção é a "Yabá ou Yabás" e como desafio procurei saber sua origem e significado. Porque junto da leitura temos o conhecimento e com ele vem os novos desafios. E não poderia ser diferente com este livro, ele me deu a oportunidade de conhecer coisas novas. No livro "Olhos d'água" da escritora Conceição Evaristo eu vi a palavra "Yabá", e como já havia dito, ela me chamou a atenção. Até então, por ser um nome forte e bonito, o que me levou a curiosidade em saber o seu significado. Parece até ironia da minha parte, uma palavra africana tão forte a sua presença no Brasil e eu a desconhecê-la. Entretanto não importa se cedo ou tarde a pessoa adquire o conhecimento, o importante é querer fazer parte dele.
Pelo que eu acabei sabendo no Brasil dia 13 de dezembro é a comemoração festiva das Yabás. Mas se faz necessário irmos ao ponto de partida para que se tenha melhor entendimento sobre essa data e o sentido das Yabás.
A origem da palavra "Yabá" vem do Continente Africano e tem como significado "Mãe Rainha". Título somente atribuído a dois orixás, "Yemanjá e Oxum". Porém, no Brasil esse título se estendeu a todos orixás femininos aos quais podem ser chamados de Aiabás, Lyagbas, Iabá, Lyabá ou Aiabá.
Clarisse da Costa
#history#vida#poemas de amor#art#poesia#amor intenso#books & libraries#amore vero#paixão#black stories#lutarsempre#reflexões
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dan since you dropped todo em superdimesao i've been looping menina mulher da pele preta nonstop. any recommendations for songs that sound kind of similar?
hi kinnn 🫶🏼 the song you liked is by jorge ben jor so obviously id rec the full album ‘tabua de esmeralda’ and ‘samba esquema novo’ too. jorge ben is very quirky musically and he mixes a bunch of stuff like jazz/rock/bossa nova as well as samba subgenres. always very hearty and funny stuff very happy sounding. but im assuming u mean by other artists so here are some that i think match it rhythm/theme wise:
esse crioulo por voce se fez poeta - bebeto
desafinado - joao gilberto
flor do cerrado - gal costa
samba e amor - chico buarque
also some that dont sound exactly like it but i think if u liked that u would like these:
disfarça e chora - cartola
esperanças perdidas - originais do samba
16 toneladas - noriel vilela
pago pra ver - roberta sá e zeca pagodinho
#im so happy u liked it btw :’)#and ofc i rec all of these artists separately too im only mentioning stuff i really do love
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Husband Material -> xiumin | baekhyun | chanyeol | d.o | kai
NSFW -> xiumin | chen | d.o | kai
Husband Material -> taeyong | johnny | doyoung | jungwoo | mark | haechan
NSFW -> taeil | yuta | doyoung | jungwoo | mark
NSFW -> chenle
Song Character -> menina mulher da pele preta
Husband Material -> minho | changbin | hyunjin | felix | seungmin | i.n
NSFW -> seungmin
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#30 - 22/10/2024: Jorge Ben Jor - "A Tábua de Esmeralda" (1974)
O grande álbum místico de Jorge Ben, com letras sobre alquimia e uma fusão de samba, funk, soul e psicodelia. Excelentes: "Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas", "Menina Mulher da Pele Preta", "Zumbi" e "Errare Humanum Est".
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Pay attention to the National anthem (tw: sensitive themes and harsh words in portuguese)
Cabelo da Tony Country pra mostrar que é de vilão
Lado mal e lado bem, nós é bom mas não é bombom
O toque da horneteira entre becos e vielas
Meia preta e meia branca que nós joga na canela
Os irmão tá de AK em cima da CB 1000
Recalcado cresce o olho, vai pra puta que pariu
Vai
Menina sem coração, bandido apaixonado
E cadê o amor? Foi pra casa do caralho
Dei um fim na relação, você não acreditou
Por causa de traição, o amor acabou
E cadê o amor? Foi pra casa do caralho
E cadê o amor? Foi pra casa do caralho
Não existe mais amor, a moda é uma pentada
Usando camisinha, pele a pele é mó furada
Sou foda, na cama eu te esculacho
Na sala ou no quarto
No beco ou no carro
Eu, eu sou sinistro
Melhor que seu marido
Esculacho seu amigo
No escuro eu sou um perigo
Mas, mas não se esqueça
Que eu sou vagabundo
Depois que a putaria começou rolar no mundo
É o Brinquedo
É o Bin Laden
É o Bin Laden
É o Brinquedo
Tá lançando uma de novo
E tá de volta, esse é o retorno, vai, vai, vai
A mina aqui do baile
Se prepara pra sentar
Rebolando desse jeito
Vai me fazer delirar
Aah, eu vou gozar
Vem que eu vou te tacar o piru
A cada segundo nós dá uma acelerada
E a cada acelerada é um tipo de risada
Vrau-vrau-vrau, ho-ho-ho, ha-ha-ha, bololo, vai
Que 1-9-0 os vizinho já até discou
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Faz o sinal da vida louca, joga a pistola pro ar
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Deixa os garoto brincar, deixa os garoto brincar (bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
Deixa os garoto brincar, deixa os garoto brincar (bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
Deixa os garoto brincar, deixa os garoto brincar (bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
Deixa os garoto brincar, deixa os garoto brincar (bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
Pepeca bate na pica com vontade
Meu piru na sua boca derrete igual choco- (e o quê?)
Nesse calor?
Eu tô boladão
Eu vou sarrar em tu com copo de whisky na mão
Eu vou sarrar em tu com copo de whisky na mão
Daquele jeito, mulher
É o Brinquedo
É o Bin Laden
É o Bin Laden
É o Brinquedo
Tá lançando uma de novo
E tá de volta, esse é o retorno, vai, vai, vai
Senta na peça de prata (tá-tá)
Quica no fuzil de ouro (pul-pul)
Senta na peça de prata (tá-tá)
Quica no fuzil de ouro (bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
(Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
(Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha)
Experimenta, experimenta
Se sua xota é temperada, a minha piroca é de pimenta
Experimenta, experimenta
Se sua xota é temperada a minha pi- é de pimenta
É o cabelo da Tony Country, quero ver os homi pegar
Porque aqui nós da risada e bota pra acelerar
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
Bololo, ha-ha, bololo, ha-ha-ha-ha
É 2, é K, então vem pra cá
Na sequência da putaria com o Pikachu e o 2K
Sequência da putaria com o Pikachu e o 2K
Sequência da putaria com o Pikachu e o 2K
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Jorge Ben Jor - Menina Mulher da Pele Preta (Áudio)
#youtube#música cura wonderfullmusic coolmusic nicemusic videoclipe goodvibes peace calma cura curar amor alegria pazeamor prazer tri energia viajem
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sentimentos de receber mulheres em casa
Mulheres compartilham experiências universais da irmandade feminina. Um grupo formado por três mulheres sempre estará provido das facetas do feminino, e observá-lo é presenciar sentimentos que já foram sentidos antes e que estão ao alcance da ponta dos dedos de um dia serem sentidos.
Três mulheres recebi em casa durante o fim de semana. Três mulheres quase que desconhecidas, distantes. Mulheres feitas, prontas, formadas, com o benefício de uma década de experiências femininas por mim ainda não alcançadas. Chegaram fazendo barulho, em um fluxo de alvoroço que foi preenchendo os espaços. Três toalhas para o banheiro, um copo para beber água, um ferro para desamassar as rugas das roupas. Será que seu pó translúcido comporta meu tom de pele? Posso pegar emprestado? A blusa combina com o short? Esse ou aquele sapato? Estou bonita? Estou feia. Estou muito feia. Essa roupa me deixa parecendo uma sapatão. Como fecha esse colar? Amiga, eu faço seu cabelo. Liga chapinha. Passa. Amarra. Spray, sray, spray. Prontas? Pronta. Pronta. Espelho. Vocês estão lindas. Hoje vou conseguir alguém. Tentar desencalhar pelo menos por esta noite. Vê se arruma alguém que presta.
E em 30 minutos, foram embora aquelas três mulheres que vieram buscar diversão nas luzes incandescentes dos holofotes do palco e na vibração estrondosa da música do pandeiro.
Meia-noite. Voltam para casa depois de initerruptas horas de juventude aproveitadas cada minuto, cada segundo, pois elas sabem que daqui algumas horas quando voltarem para suas casas, a realidade da rotina de mães solo que trabalham dentro e fora do lar deixará todo o sentimento de liberdade no passado daquela noite de sábado em que puderam ser não mais mães, enfermeira, maquiadora, esposa, mas jovens mulheres que ditam os rumos de suas vidas a partir da rede de apoio que encontram na amizade umas com as outras.
Uma delas é minha prima. Tem por volta de 33 anos, uma filha de 3, um ex-marido abusivo e manipulador que ainda utiliza da criança para chegar até ela. Sua história me é bastante próxima, por isso fiquei tão feliz e preenchida ao vê-la livre para ser apenas uma mulher sem preocupações neste dia. Sua amiga, também por volta dos 33 anos, também com um filho de 3, é casada. Não conheço sua história, mas fiquei igualmente feliz e preenchida ao imaginar que sua relação com o marido seja minimamente sadia. Imaginei que, estando em um relacionamento saudável, foi fácil dialogar com o pai da criança para que ficassem só eles dois durante o final de semana enquanto ela viajava e ia para uma festa de pagode e samba com as amigas solteiras. Imaginei que ele não se opôs em nenhum momento a ver a pessoa que ele supostamente tanto ama, que ele supostamente reconhece o quão esforçada mãe e trabalhadora ela é, a deixar suas inúmeras funções de lado e permitir-se ser uma mulher sem preocupações neste dia. Sua outra amiga, também por volta dos 33 anos, mãe desde os 16, solteira, foi quem mais se permitiu ser ela mesma. Não conheço sua história, tampouco fui capaz imaginá-la. O máximo que consegui foi absorver sua carga de amor próprio. Não menos esforçada ou dedicada que as amigas, ela de fato acreditava que merecia estar vivendo coisas boas na plenutide de sua vontade. Seu modo de ver a vida pareceu ser diferente.
Dez da manhã. Sempre como observadora, como alguém distante das vivências do grupo que estava recebendo, vi a movimentação na casa recomeçar à medida que acordaram e preencheram novamente os espaços. Trocaram minha água. Passaram café. Fritaram ovos. Assaram pães. Sentaram-se à mesa. Beberam o café, dividiram os ovos, morderam os pães. Seguiu-se a conversa.
Conversas de meninas, falavam sobre o sexo oposto, sobre o péssimo hábito masculino de escolher usar cuecas coloridas: as cores ideais são apenas preto e bege. Bege? Bege é horrível! Sim, bege. Pior que bege é cueca branca. Eu só gosto de ver homem com cueca preta, e sem nenhum escrito de nome de marca! E aquele cara ontem na festa? Era até bonito, mas só falava comigo dando soquinhos no meu braço. A festa só tinha whiskey barato. Meu braço estava quase dolorido do jeito estranho que ele flertava comigo. Por que você não dá uma chance ao meu amigo? Ele não é tão bonito, mas é uma boa pessoa, trabalhador, e pelo menos tem um carro. Ele é uma boa pessoa, mas não é bonito. Ainda bem que não bebemos nada ontem.
Fotos, vídeos, músicas. Saímos. Permitiram-se tomar pelo lado donas de casa que haviam abandonado nas últimas horas quando entraram na loja. Analisaram os preços de utensílios de cozinha, quarto, banheiro, decorações de sala de estar, mesas, torneiras, vasos, cerâmicas, xícaras, potes, quadros, copos, louças, plantas, toalhas, almofadas, carpetes, em um frenesi de tira-e-bota no carrinho de compras. Lembraram-se dos filhos. Cada uma escolheu para sua criança um livro de histórias. Saímos.
Três da tarde. Almoçamos. Encontraram-se com mais uma amiga em um restaurante à beira-mar. Pediram entrada, prato principal e sobremesa. Beberam o chope, dividiram os pastéis, morderam o camarão. Seguiu-se a conversa.
Mas desta vez não fiquei para acompanhar, pois tinha eu mesma um encontro com duas amigas que estavam a abandonar quaisquer que fossem suas facetas (estudante, namorada, tradutora) para viver a liberdade de jovens mulheres que aproveitavam a brisa de uma cafeteria à beira-mar, com as mesmas observações de meninas sobre o sexo oposto, bebendo café, dividindo o chocolate, mordendo o bolo, seguindo conversa...
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