#marcas de carro
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lisboacar · 10 days ago
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MecĂąnicas em Porto Alegre: Encontre a Oficina Ideal para seu Carro
MecĂąnicas em Porto Alegre: a capital gaĂșcha oferece uma ampla variedade de opçÔes para quem busca serviços automotivos, desde oficinas especializadas em marcas especĂ­ficas atĂ© oficinas mecĂąnicas que atendem a todos os tipos de veĂ­culos. Mas como escolher a mecĂąnica ideal para o seu carro em Porto Alegre? Neste guia completo, vamos te ajudar a encontrar a oficina mecĂąnica perfeita para as suas

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cancadas · 1 year ago
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blogpopular · 3 days ago
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Compra de Carros Novos: Guia Completo para Fazer a Melhor Escolha
Adquirir um veĂ­culo novo Ă© uma decisĂŁo importante que envolve planejamento financeiro, pesquisa e a avaliação de diversas opçÔes. A compra de carros novos pode ser uma experiĂȘncia emocionante, mas tambĂ©m exige atenção a detalhes que garantem a satisfação com o investimento. Neste artigo, abordaremos os aspectos mais relevantes para quem deseja comprar um carro novo de forma inteligente e bem

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matriegler · 9 months ago
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@elliebass
Ele correspondeu como Ellie sabia que faria, mas sentiu-se aliviada mesmo assim. Riu junto com ele e abriu os olhos quando Mat vocalizou ter um Ășltimo pedido. Meu corpo, minha alma, a porra do resto da minha vida?, ela teria respondido, mas ele acrescentou um relativamente simples que a fez dar outra risada. A Bass se afastou para puxar a chave do carro de luxo do bolso e deixar na mĂŁo masculina. "Devia ter me falado que queria dirigir, eu teria deixado vocĂȘ nos trazer atĂ© aqui."
"Thank you." Mat fechou os olhos como se tivesse entrado em contato com um objeto poderoso, mas abriu um sorriso logo para mostrar que estava sendo um palhaço. "Honestamente, tive medo de ficar emocionado demais em um lugar desconhecido, mas o trĂąnsito nĂŁo parece muito diferente de St. Louis ou Jefferson City." Ele guardou a chave no bolso do moletom e voltou para onde estavam as coisas. Mat agachou e passou ajeitar tudo antes de colocar a bolsa no ombro. "Eu mataria meus irmĂŁos de inveja se eles soubessem que dirigi um Jaguar. Ou qualquer um daqueles que vocĂȘ tem na garagem. É vocĂȘ mesma quem escolhe?"
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forumaberto · 2 years ago
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Comentando as respostas no canal Garage 545
Comentando as perguntas realizadas nos vídeos do Canal Norival Silva – @garage545 Regulagem de freios – Troca simples de pastilhasMarcas e produtos para freiosDesengripante no corpo de borboletaMarcas de filtros e peçasSerá que alguem mudou a posição sobre limpeza de injetores?Causa de carbonização nos motoresAditivos para lubrificantes Agendamento Garage

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imninahchan · 9 months ago
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⌜ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: leitora!atriz(?), oscar 2024, car sex, exibicionismo(?), dirty talk (degradação, dumbification e elogios), masturbação fem, manhandling, um ‘papi’, choking, tapinhas na cara, finger sucking, rough sex, sexo sem proteção. Termos em espanhol — te extraño (sinto saudades suas), mi reina (minha rainha) ⋆ .â­’ËšïœĄâ‹† ⌝
꒰ đ‘”đ‘¶đ‘»đ‘šđ‘ș đ‘«đ‘š đ‘šđ‘Œđ‘»đ‘¶đ‘č𝑹 ꒱ driver roll up the partition please~
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A TENSÃO DENTRO DO CARRO É PALPÁVEL, teme que o motorista possa notar. E nĂŁo Ă© a melancolia da perda do prĂȘmio, que vocĂȘ tanto cogitou que fosse enfrentar quando ofereceu carona a Enzo apĂłs a afterparty, que domina o veĂ­culo. O jeito que ele te olha, a cabeça levemente tombada, o sobrolho relaxado mas conciso, o cotovelo apoiado na janela, Ă© a mesma mirada intensa que recebeu na primeira vez que dormiram juntos naquele quarto de hotel em Londres, depois do BAFTA.
Sendo honesta, nĂŁo ia contactar o seu rolinho mais recente, o namoradinho da AmĂ©rica Latina, de novo nesta noite. Os pĂ©s doem, o salto fino de marca francesa Ă© lindo, porĂ©m te fez cruzar o tapete vermelho sorrindo por cima do incĂŽmodo. Isso sem falar na ladainha que essas cerimĂŽnias e seus pĂłs podem ser — muita gente de nariz em pĂ© e pouca mĂșsica boa tocando. Mas muda de ideia com a mensagem que recebe, o te extraño, nena e a foto que ele manda de frente para o espelho. Vai buscĂĄ-lo meio que de imediato, nem mesmo pĂ”e os pĂ©s pra fora do automĂłvel pra cumprimentar seja lĂĄ com quem ele estivesse saindo depois da premiação. As intençÔes sĂŁo Ăłbvias, claro, muito mal intencionadas, acontece que vocĂȘ vem contendo a vontade o caminho todo, mantendo as aparĂȘncias na frente do funcionĂĄrio.
Por isso, se arrasta pelo estofado, chegando mais perto do uruguaio para cochichar um para de me olhar assim.
— Assim como? — ele ainda tem a pachorra de retrucar, indiferente.
Um risinho se expande nos lĂĄbios do homem, soprado, abaixando o olhar sĂł por um instante antes de retornĂĄ-lo para a sua figura bem vestida no banco de trĂĄs do carro.
— Perdão — o toque quente da palma da mão masculina repousa sobre a sua coxa, por cima do vestido —, me perdi pensando em todas as formas que eu vou te comer quando a gente chegar no hotel.
Teria repreendido em voz alta se o medo de chamar a atenção de terceiros não fosse maior. Só då um tapinha discreto no peito do Vogrincic, os seus olhos espiando pelo retrovisor para constatar que o senhorzinho ao volante não escutou nada.
— Relaxa — os dedos na sua coxa apertam de leve a carne —, nĂŁo disse que Ă© sĂł um gringo que nĂŁo sabe falar nenhuma lĂ­ngua senĂŁo a dele? — Inclina-se para mais prĂłximo, a ponta do nariz roça abaixo do lĂłbulo da sua orelha. — Posso dizer as maiores covardias no seu ouvidinho, e ele nem vai sacar...
VocĂȘ desvia o rosto pro lado oposto, mantĂ©m a mesma postura de quem nĂŁo estĂĄ escutando nada demais.
— Pensei que fosse chorar no meu colo...
A mão de Enzo escorrega em direção à barra do vestido, se esgueirando por baixo para só assim começar a retornar pro lugar onde estava. Não vale a pena chorar, o raspar suave da palma pela sua pele desnuda é arrepiante, se eu posso te foder com raiva.
VocĂȘ tem de parar o toque despudorado ao senti-lo alcançar a sua peça Ă­ntima. O encara novamente.
— EntĂŁo, esse era o seu plano quando me mandou aquela mensagem? — sussurra de volta. — E aquela foto... — sorri, ladino, como quem desdenha. — VocĂȘ Ă© tĂŁo puto, Enzo.
Ele estica um sorriso tambĂ©m, quase que em cĂąmera lenta. O processo Ă© tĂŁo sedutor que vocĂȘ se sente latejando entre as pernas, esquentando. O vĂȘ tornar a sustentar o cotovelo na janela do carro, a mesma pose de anteriormente.
— Gostou da foto? — te questiona.
— Não poderia ser mais canalha.
A mesma mĂŁo que te tocava a perna Ă© usada para repousar sobre o peito dele, o cenho se unindo e os olhinhos do homem parecendo mais dĂłceis quando devolve com charme nĂŁo fala assim comigo, sou um ‘gentleman’.
VocĂȘ ri.
— Um ‘gentleman’, hm? — repete. — Um ‘gentleman’ nĂŁo me comeria com os olhos dentro desse carro igual vocĂȘ estĂĄ fazendo.
— É? — o murmuro soa debochadinho, e Ă© ainda pior quando o flagra levantando o indicador e o mĂ©dio no ar, como se quisesse te atiçar, antes de chupar os dedos na sua frente. — PerdĂłname — sopra a desculpa falsa, guiando os dedinhos molhados por baixo da barra erguida do vestido. É incrĂ­vel, um excelente ator de fato, pois nem demonstra no rosto que estĂĄ afastando a sua calcinha pra te tocar no escurinho do carro em movimento —, fue muy descuidado de mi parte.
VocĂȘ permite a carĂ­cia, o afago circular que rege no seu pontinho doce. O peito se enche de ar, a atenção fugindo para o retrovisor mais uma vez. Olhando para o prĂłprio reflexo da maquiagem afiada, forte, a neutralidade do motorista focado nas ruas movimentadas da madrugada. Quer se controlar, quer muito...
— QuĂȘ? — a face do uruguaio para pertinho da sua de novo. Os lĂĄbios finos sopram as palavras sujas, o cheiro de ĂĄlcool emanando do paladar te faz concluir que, sim, para o principezinho latino estar tĂŁo impudente dessa forma Ă© porque virou alguns drinks no bar. — Com medo dele ver a sua carinha de puta quando goza? — EstĂĄ vidrado na sua boca, saboreia com os olhos, umedecendo os prĂłprios lĂĄbios. A cabeça pende pra outro Ăąngulo, feito ensaiasse o melhor para avançar num beijo. — Fica tranquila, tĂĄ? Eu nunca, jamais, deixaria ninguĂ©m ver a minha garota. — E cessa o carinho que oferecia, chupando os dedos apenas para colher o seu melzinho, e recompĂ”e a postura.
Torna o olhar para a paisagem noturna através da janela. As luzes, os grandes edifícios. Ajeitando a lapela do blazer, igual nada tivesse acontecido.
VocĂȘ acha que estĂĄ mexendo com o pior tipo. Te arranca um sorriso, nĂŁo pode negar. Arrasta de volta para a outra ponta do banco, mirando a rua, atĂ© chegarem no hotel em que estĂĄ hospedada com a sua equipe. O cinismo masculino te acerta em cheio. NĂŁo pode crer na forma com que ele se despede do motorista, todo educadinha, abusando daquele olhar amĂĄvel, como se nĂŁo tivesse te masturbado no banco traseiro do carro. Cumprimentando a sua maquiadora no corredor, como se nĂŁo fosse entrar no quarto contigo agora e acabar com toda a beleza que ela perdeu horas para desenhar no seu rosto.
Mas isso não deveria te surpreender, né? Não foi diferente em Londres, e não seria diferente aqui em Los Angeles.
O trancar da porta é suficiente para que ele te coloque com as costas contra a parede, cercando o seu corpo. Os beijos estão se espalhando pelo seu pescoço, o resvalar da língua molhada no lóbulo da sua orelha, na linha do cabelo. Uma mão apertando a sua cintura e a outra pegando na sua mandíbula com firmeza.
Pressiona a lateral do seu rostinho na superfĂ­cie, ao te virar, os dedos hĂĄbeis indo de encontro com o fecho do vestido.
— Com jeitinho — vocĂȘ murmura —, Ă© um custom Vivianne Westwood.
Ele tomba a cabeça pro lado, te oferece aquela carinha de complacĂȘncia, um tom bondoso quando afirma ah, claro, mi reina, no entanto sĂł faz deslizar a peça pelas suas pernas abaixo, o mais rĂĄpido possĂ­vel, tal qual jĂĄ planejava fazer mesmo.
A maneira com que ele pega na sua nuca, conduz seu corpo seminu pelo quarto Ă© de alucinar. TĂŁo cheio de si, tĂŁo dominante. Te leva pra cama, retira o blazer mirando a calcinha pequena — a Ășltima pecinha que te cobre a nudez completa —, e assim que pĂ”e as mĂŁos no cĂłs, vocĂȘ o contĂ©m com o salto apontando no peitoral. Esticando a perna no ar atĂ© afastĂĄ-lo um pouquinho.
— Vai me comer com raiva mesmo? — traz a questão de volta ao jogo.
— É melhor socar meu pau em ti do que a minha mĂŁo na cara de um estadunidense, nĂŁo acha? — Retira o sapato dos seus pĂ©s, as mĂŁos massageando a sua pele. E faz o mesmo com o outro. — Por quĂȘ? NĂŁo aguenta?
VocĂȘ sustenta as palmas no colchĂŁo macio.
— É que se me foder melhor que da Ășltima vez sĂł porque tĂĄ putinho — diz — vai ter que me foder bem puto nas prĂłximas vezes tambĂ©m.
Ele arqueia a sobrancelha.
— Ah, entĂŁo vocĂȘ quer foder comigo mais vezes?
A frase te faz arrepender de ter dito o que disse, trocando sorrisos com o homem, boba. É inacreditável o que ele te causa, a sedução com que desabotoa a blusa social branca, que arfa sob o toque da sua mão na ereção aparente sob a calça. Que vem por cima, o nariz roçando no seu primeiro, de olhos fechados, pra só depois deixar a boca tomar a sua. O ósculo estalado, molhado, lento. Capturando seu lábio inferior com os dentes, sensual.
Colocando a sua perna sobre o ombro dele, aquela posição que, com total certeza, vai te dar cada centímetro pra dentro quando ele se empurrar. O arranhar dos dentes na sua canela, as unhas cravando na sua carne.
Paira o indicador nos seus lĂĄbios, silenciador.
— Vai ficar bem quietinha enquanto eu meto em vocĂȘ, nĂŁo vai? — instiga, alinhando-se na sua entradinha. — Eu lembro como vocĂȘ fica burrinha quando ganha muita pica, Ă© bonitinho de ver, mas hoje nĂŁo quero ouvir muito choro no meu ouvido, nĂŁo.
NĂŁo vou ter que apertar seu rostinho no travesseiro, vou?, a pergunta promĂ­scua provoca um belo sorriso tolinho na sua face. A postura se perde sĂł de imaginar a possibilidade.
— Não, papi. — Foge da mirada alheia, sentindo as bochechas queimando.
— Olha pra mim — ele pede, suave. — Fala olhando pra mim.
VocĂȘ obedece, o foco retornando para o uruguaio. NĂŁo, papi.
Ele sorri.
— Chupa — orienta, e, mais uma vez, vocĂȘ acata ao que te Ă© instruĂ­do.
O indicador dele é abraçado pelo calor da sua boca, pela língua que lambuza de saliva. Os dentinhos raspam na pele sem querer no momento em que é penetrada tão fundo. Um choramingo vibrando na sua garganta até que tudo esteja acomodado no quentinho, apertado, lå dentro.
Enzo crispa os låbios, o cenho franzido. A expressão de coitado é pra zombar da sua, óbvio, fazer pouco caso da sensação de completude tentadora que te causa.
— Ei, o que eu disse sobre barulho? — te recorda. — Eu acabei de colocar, linda, nĂŁo me diz que o seu cĂ©rebro jĂĄ desligou...
Enzo, Ă© sĂł o som do nome dele que reverbera da sua boca. O chamado manhoso, um reflexo do prazer devastador que o entrar e sair demorado resulta em ti. Os olhos presos na visĂŁo pornogrĂĄfica do pau afundando abaixo do seu ventre.
Mas dois tapinhas na bochecha sĂŁo suficientes para te fazer piscar repetidas vezes, engolir a saliva, feito ganhasse consciĂȘncia de novo apĂłs escapar do feitiço que te borra os sentidos.
— Volta pra mim, princesa — e ele alimenta esse ‘como se’, sussurrando. — CĂȘ virou a lesadinha, boba, que nĂŁo aguenta cinco segundos de pica.
VocĂȘ ainda puxa o ar para os pulmĂ”es, quase pronta pra lamuriar uma resposta, sĂł que a palma da mĂŁo dele Ă© mais ligeira. Cobre a sua boca, te cala, acenando negativamente.
Dobra a coluna por cima de ti, chega pertinho até praticamente encostar a testa nas próprias costas da mão. O ritmo das estocadas aumentando absurdamente, profundas, fortes, tanto que o ruído dos pés da cama invadem os seus ouvidos.
Escuta também a sonoridade pornogråfica que cada choque da virilha dele na sua causa; a respiração masculina pesar. O interior se fechando ao redor dele, pulsando.
— Vou te levar pra casa comigo... — A mĂŁo desce da sua boca pra segurar no seu pescoço, terminar de desconfigurar por inteiro a sua mente. — Quer ser a minha bonequinha, quer? Ahm? Quero meter em ti quando estiver puto de novo... — Olha nos seus olhos, intenso, os lĂĄbios entreabertos buscando por ar. — E feliz, triste. Pra tudo. Todo dia. Vai ficar tĂŁo cheia de porra que vai vazar por essa boquinha de filha da puta gostosa. — Acerta mais um tapinha na sua bochecha, dessa vez fazendo a regiĂŁo atingida arder um pouquinho, quente. — O que cĂȘ me diz, hein? — Retorna com a pegada no seu pescoço, soberano. — Nenhum desses gringos daqui sabem te comer direito mesmo, nĂ©?
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interlagosgrl · 7 months ago
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oioi rafaa, pode por favor fazer um smut do Blas com o tema dry humping no carro đŸ™đŸ»đŸ›
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— aviso: dry humping, size kink, dirty talking. tem partes mais fofinhas tambĂ©m.
— word count: 2,6k.
— nota: queria agradecer a diva que pediu isso aqui porque me trouxe de um bloqueio FUDIDO!! obrigada, loba.
esse smut aqui Ă© na mesma linha do tempo do meu primeiro smut com o Blas (dĂĄ uma conferida se vocĂȘ ainda nĂŁo leu hehe).
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pela primeira vez em muito tempo a sua viagem anual de fĂ©rias de verĂŁo com as suas amigas estava sendo substituĂ­da por uma viagem familiar. sua mĂŁe nĂŁo cabia em si de tanta felicidade e seu pai desconfiava que vocĂȘ iria pedir alguma coisa (um carro novo, talvez? aquela bolsa de marca famosa que tinha o preço de um carro popular? acesso ao camarote da fĂłrmula 1 que equivalia Ă  dez salĂĄrios mĂ­nimos?), mas seu interesse era meramente na companhia. a viagem de inverno com os Polidori tinha sido um sucesso e lĂĄ estavam eles de novo dividindo com a sua famĂ­lia uma casa de veraneio na costa oriental da Europa. Split era a cidade da vez, na CroĂĄcia.
desde as fĂ©rias de inverno do ano passado o filho do casal, o argentino de cabelos cacheados, nĂŁo saiu da sua cabeça. vocĂȘs nĂŁo tinham se visto desde entĂŁo, embora nĂŁo tivesse faltado vontade. Blas queria visitĂĄ-la em Madrid, mas vocĂȘ nunca tinha tempo com a grade pesada da faculdade de economia. vocĂȘ sempre dizia que iria para Argentina vĂȘ-lo, mas nunca realmente aconteceu. tinha que se contentar em assistir a vida dele atravĂ©s das telas. nĂŁo mais naquele verĂŁo.
os primeiros dias foram como se vocĂȘ fosse uma adolescente. ficava nervosa ao lado do garoto, se pegava cuidado da sua aparĂȘncia um pouco mais do que o normal e estava sempre usando saias curtas o suficiente para que ele sempre soubesse como era a parte de baixo do seu biquĂ­ni. Blas nĂŁo facilitava. a olhava como olhava quando estavam nas montanhas, presos no quarto fazendo coisas inimaginĂĄveis para os seus pais. quando vocĂȘs bebiam um pouco demais, as mĂŁos enormes encontravam suas coxas por debaixo da mesa enquanto os olhos continuavam sĂ©rios em seus pais. quando vocĂȘs pegavam o iate e se lançavam ao mar, ele sempre puxava a cordinha da parte de cima do seu biquĂ­ni e dizia que as europeias nĂŁo tinham marquinha na parte de cima, que a moda lĂĄ era o topless.
era tudo um jogo, claro. a construção de um clĂ­max e a antecipação de dar o que vocĂȘ queria era quase enlouquecedor. todas Ă s vezes que vocĂȘs se aproximaram de fazer algo parecido com o que havia acontecido na montanha, Blas voltava atrĂĄs e a deixava cada vez mais com vontade, na borda do seu bom senso.
tinha acontecido quando ele te encontrou na lavanderia recolhendo seus biquĂ­nis da secadora e a beijou com tanta vontade que vocĂȘ pensou que ele te foderia ali mesmo. as mĂŁos agarraram sua bunda com força, os lĂĄbios pressionaram os seus com luxĂșria e quando os incisivos alheios capturaram a pele do seu pescoço com tanta maestria que vocĂȘ finalmente se entregou, ele saiu de lĂĄ como se nada tivesse acontecido.
e quando vocĂȘs saĂ­ram para uma balada sem entender absolutamente nada da carta de drinques, apenas pedindo e bebendo, contando com a sorte. quando estavam bĂȘbados o suficiente para sentir o costumeiro tesĂŁo que acompanhava o ĂĄlcool, ele a beijou em um dos becos escuros da cidade, puxando o seu tomara que caia para baixo com facilidade. "viu? vocĂȘ ficou um tesĂŁo bronzeadinha do jeito das europeias." ele sussurrou rente a sua audição, sugando um dos mamilos com força antes de decidir que vocĂȘs deveriam voltar antes que amanhecesse.
vocĂȘ se divertia com a caça e com as recompensas. mas, tinham dias piores que os outros e de nada adiantava somente o prazer de brincar. vocĂȘ aproveitava do banheiro compartilhado entre os dois quartos, o seu e o dele, se tocando e torcendo para que ele ouvisse os seus gemidos ou entrasse pela porta destrancada. nunca acontecia. ele era muito, muito bom em jogar.
"vou sair para uma trilha. vamos?" naquela manhĂŁ o sol estava escondido por nuvens pesadas e ele estava tĂŁo lindo que suas pernas tremeram. seus pais a incentivaram a aceitar o convite e vocĂȘ nĂŁo fez questĂŁo de negar. vocĂȘ odiava trilhas, mas e daĂ­? era hoje que vocĂȘ colocava um fim na palhaçada.
escolheu o menor biquĂ­ni que tinha e uma saia menor ainda. borrifou um pouquinho de Light Blue para que o cheirinho de limĂŁo siciliano penetrasse nos seus poros e vocĂȘ ficasse um pouquinho mais irresistĂ­vel. quando pulou no banco de carona do Fiat 500 Hire '57 alugado, vocĂȘ jurou ouvir o Polidori suspirar.
"para onde vamos, Blas?" os Ăłculos escuros escondiam o seu olhar de completo ĂȘxtase.
"tem um lugar perto de uma praia que parece dar em uma cachoeira." ele se focou na estrada, tentando ignorar os seus seios explodindo de gostosos naquele biquĂ­ni minĂșsculo. "espero que vocĂȘ nĂŁo tenha medo de altura."
"nada. eu adoro altura." um sorrisinho brincalhĂŁo surgiu nos seus lĂĄbios. "vocĂȘ tem 1,95, nĂŁo Ă©?"
"engraçadinha." ele batucou o volante.
seus pés encontraram o painel do carro. as unhas em francesinha causaram um desconforto abaixo da linha do umbigo do argentino. se ele seguisse o olhar por suas pernas ele veria, com facilidade, seu sexo coberto por uma fina camada de tecido. aquelas malditas saias o faziam te odiar por ser tão gostosa.
"nĂŁo vai dizer que eu 'tĂŽ linda hoje?" um biquinho se formou nos lĂĄbios brilhantes de gloss. "ou gostosa..."
"vocĂȘ 'tĂĄ uma bela de uma patricinha hoje." ele brincou de volta, um sorrisinho inocente nos lĂĄbios. usualmente, vocĂȘ nĂŁo se importava de ser chamada assim. atĂ© gostava. mas, com ele era diferente. vocĂȘ queria que ele te visse como uma mulher e nĂŁo como uma garotinha.
a viagem seguiu em silĂȘncio, vocĂȘ observando a paisagem afrodisĂ­aca da penĂ­nsula e Blas focado em chegar Ă  maldita cachoeira antes que perdesse a compostura. estava sendo uma tarefa ĂĄrdua. vocĂȘ estava tĂŁo cheirosa que era quase intoxicante. a pele bronzeadinha o fazia estremecer. a diferença do seu tamanho para o dele era um belo de um incentivo para o membro que se contorcia vez ou outra na bermuda. ele imaginou o quĂŁo pequenos os seus pĂ©s ficariam envolvidos pelas mĂŁos deles, e como era satisfatĂłrio aquela diferença. o que o levou a pensar em como suas mĂŁos encaixavam bem, mesmo a sua sendo bem menor. a respiração atĂ© pesou por alguns instantes.
o lugar era bem inacessĂ­vel. segundo Blas, vocĂȘs iriam andar um pouquinho antes de achar a cachoeira. ou iriam, atĂ© as nuvens carregadas começarem a desabar. as gotas que tinham começado como uma leve garoa, ganhavam peso e força em segundos.
"por que viemos com todas essas nuvens, afinal? era meio Ăłbvio." vocĂȘ cruzou os braços, retirando os Ăłculos.
"porque nadar na chuva Ă© incrĂ­vel."
"na piscina, sim. mas na cachoeira existem cabeças d'ĂĄgua." o argentino a olhou com um sorrisinho, chocado por toda sua agilidade. "cachorro. vocĂȘ me trouxe aqui porque sabia que ia chover."
"sĂł queria ficar sozinho com vocĂȘ." ele deu de ombros, os cachinhos balançando de um jeitinho que a fez derreter.
"pra ficar temperando e nĂŁo comer?"
"vocĂȘ sĂł pensa nisso, Ă©? nĂŁo gosta de conversar comigo?" as palavras eram sĂ©rias, mas o tom era brincalhĂŁo. ele sabia bem que vocĂȘs tinham conversado muito naquela viagem. vocĂȘ tinha se aberto com ele de maneiras inĂ©ditas.
nĂŁo era surpresa que ele te impressionava. mesmo com a vida tĂŁo semelhante Ă  sua, ele era tĂŁo diferente. vocĂȘs ficavam horas na espreguiçadeira conversando sobre os mais diversos assuntos. ele tinha atĂ© te ensinado a jogar xadrez nesses dias longos de verĂŁo. e quando vocĂȘs dois secavam a garrafa de vinho (que era comum acontecer toda noite), vocĂȘs falavam muito mais do que deviam. um dia, quando estavam mais bĂȘbados do que o normal, Blas te deixou ensinĂĄ-lo como dançar agarradinho.
"para de se fazer de tonto." a frase saiu em um tom baixo, quase um muxoxo de descontentamento. te ofendia que ele insinuasse que vocĂȘ sĂł pensava na relação carnal.
"ah, nena." ele imitou o seu biquinho de insatisfação, segurando o seu rosto entre as mãos enormes. "eu só estava brincando. não fica chateada, vai."
os låbios macios se uniram aos seus por alguns segundos. seguiram para as bochechas, beijando cada uma antes de descer para o pescoço. os selares ali foram depositados com maior entusiasmo, a saliva quentinha fazendo com que ele deslizasse por sua pele com facilidade, a marcando em cada centímetro.
"eu quero te foder mais do que tudo. vocĂȘ sabe." a voz grave soou rente a sua audição e vocĂȘ nem notou que ele tinha parado de te beijar. os olhos estavam fechados, o coração palpitava e as mĂŁos tremiam inĂșteis em seu colo. "mas eu quero que seja melhor do que foi da Ășltima vez. pensei que te provocar seria interessante."
os dentes agarraram o lóbulo da orelha, mordendo levemente antes de deixar um beijinho no tragus. o carro estava abafado e as janelas começavam a embaçar. seu corpo era tomado por arrepios devido a sua temperatura corporal febril.
"se eu soubesse que vocĂȘ Ă© uma putinha tĂŁo impaciente eu nĂŁo teria nem começado..." vocĂȘ sentiu o Ăąmago do estĂŽmago repuxar em desejo e o meio das suas pernas se aquecerem em resposta. aquele garoto sabia direitinho como te levar Ă  loucura com as palavras certas.
"impaciente? eu?" vocĂȘ riu baixinho tentando manter a postura. Blas podia ter criado o jogo, mas Ă s vezes o aprendiz superava o mestre. "eu sou bem paciente, gatinho. e tolerante, como vocĂȘ pode ver. eu me pergunto se vocĂȘ tem o mesmo autocontrole."
"eu nĂŁo te comi atĂ© hoje." ele se afastou, te olhando com superioridade, balançando os ombros de maneira indiferente. "acho que eu 'tĂŽ me saindo bem. Ă© vocĂȘ quem tĂĄ pedindo pica cada vez que me olha."
"entĂŁo 'tĂĄ na hora disso mudar." suas mĂŁos se espalmaram no peitoral do argentino, o empurrando para trĂĄs. vocĂȘ sempre tinha sido competitiva e nĂŁo ia ser agora que vocĂȘ sairia de mĂŁos abanando.
com uma agilidade e graça angelical, vocĂȘ subiu no colo dele. era cĂŽmico, pois Blas era muito alto e aquele carro era especificamente pequeno. mas, tambĂ©m era perfeito. seus seios estavam colados ao peito dele, as coxas apertadas entre a porta e o cĂąmbio o prendendo com maestria abaixo de si. conseguia ver bem as bochechinhas queimadas de sol e a definição dos cachinhos tĂŁo queridos.
o beijo que se seguiu fez jus Ă  toda privacidade e tensĂŁo que os cercava. as Ă­ris castanhas miraram as suas em total profundidade e houve um momento que vocĂȘ jurou ter parado de respirar. a visĂŁo era alternada entre os olhinhos lindos e a boca avermelhada. quando ele cessou o espaço, a pressa e desejo eram palpĂĄveis, quase como se estivessem os assistindo do banco de trĂĄs do carro. os lĂĄbios quentes e macios foram um alĂ­vio e o Ăłsculo era tĂŁo bem ritmado que vocĂȘ cogitou desistir do seu plano de vingança e puxar a calcinha para o lado.
as mĂŁos de Blas nĂŁo eram gentis dessa vez. apertavam seus seios, a cintura, a bunda, passavam pelas coxas e atĂ© pelos seus pulsos e calcanhares como se ele precisasse se certificar de que vocĂȘ era real. jĂĄ estava tĂŁo profundamente obcecado em vocĂȘ que nĂŁo duvidaria daquilo ser mais um dos maravilhosos sonhos que ele vinha tendo.
vocĂȘ era muito real, no entanto. e ele tambĂ©m. crescia desconfortavelmente em suas bermudas, vocĂȘ sentindo entre as suas pernas o objeto de desejo das incontĂĄveis semanas que se sucederam Ă  maldita viagem de fĂ©rias de inverno. vocĂȘ nĂŁo ficava para trĂĄs, a intimidade jĂĄ estava tĂŁo molhada que o tecido do biquĂ­ni tinha se tornado um pouco menos incĂŽmodo. naturalmente, suas coxas buscaram por movimento no espaço Ă­nfimo, roçando o seu sexo contra o dele com uma Ăąnsia quase animal.
Blas nĂŁo conteve o gemidinho arrastado contra a sua boca, fazendo vocĂȘ sorrir. claro, para vocĂȘ estava sendo um inferno na terra ficar tanto tempo longe dele. mas, de modo fisiolĂłgico, para ele era pior. estava tĂŁo sensĂ­vel que vocĂȘ julgou que somente aquilo o traria tanto prazer quanto te comer.
"ay, amor..." seu tom de voz foi manhoso, expressando a falsa pena que fingia sentir. "vocĂȘ 'tĂĄ sensĂ­vel, nĂ©?"
o garoto nĂŁo respondeu. preferiu olhar para baixo e admirar o quĂŁo bem vocĂȘ se encaixava nele, movimentando-se para frente e para trĂĄs contra o pau rijo. ele sabia que nĂŁo aguentaria muito. ficar semanas sem transar tinha uma consequĂȘncia, afinal. os dedos ĂĄgeis procuraram a braguilha da bermuda, mas vocĂȘ nĂŁo permitiu que ele se liberasse. segurou as mĂŁos dele sobre a cabeça, ainda realizando movimentos torturantes com o quadril.
"nĂŁo, nena. nĂŁo faz assim." o tom de voz se tornou suplicante, assim como a expressĂŁo dos olhos. "me deixa te comer."
"quem tĂĄ pedindo por buceta agora?" o sorrisinho vitorioso o irritou tanto que vocĂȘ sentiu o pau dele tremer embaixo de si. "hoje vocĂȘ vai ter sĂł isso, mi amor. sĂł a vontade."
vocĂȘ o soltou, mas ele nĂŁo fez menção de desobedecer. assistiu embasbacado enquanto vocĂȘ rebolava e gemia, arrastando seu pontinho sensĂ­vel contra ele. a destra apoiou-se na janela e a condensação das respiraçÔes ofegantes e da chuva do lado de fora a moldou perfeitamente contra o vidro.
"seu pau Ă© tĂŁo grande que mesmo todo vestido vocĂȘ me satisfaz direitinho." seu sorrisinho o fez estremecer.
Blas fez a Ășnica coisa que podia, se curvou sobre vocĂȘ e puxou a cortininha do seu biquĂ­ni para o lado para que os dentes pudessem agarrar seus mamilos com força. ele queria te punir, mas sĂł serviu como estĂ­mulo para deixĂĄ-la com ainda mais tesĂŁo. seu corpo parecia derreter naquele momento e sua mente jĂĄ começava a se enevoar, aquele nĂł gostoso abaixo da linha do umbigo sendo desatado aos pouquinhos.
"quando eu te pegar eu vou te colocar de quatro na minha cama e meter em vocĂȘ atĂ© vocĂȘ desmaiar." o garoto ditou, a voz comedida escondendo bem o quĂŁo hiper estimulado ele estava. "vocĂȘ lembra o quĂŁo devagarzinho eu metia em vocĂȘ para vocĂȘ aguentar tudo? e mesmo assim vocĂȘ chorava feito uma putinha na minha pica."
seus olhos se fecharam. ouvi-lo falar assim a deixou estranhamente excitada. ele era sempre tĂŁo contido, vĂȘ-lo daquele jeito fez a sua bucetinha deslizar com mais facilidade contra o tecido absorvĂ­vel do biquĂ­ni. e nada era mentira: ele tinha que ser tĂŁo cuidadoso para nĂŁo te machucar por ser tĂŁo grande. mas, pensar nele te fodendo sem dĂł causou um estranho desejo no fundo dos seus pensamentos.
"agora nĂŁo vai ter mais isso, nena. vocĂȘ merece ser fodida como a cachorra que vocĂȘ Ă©." a destra pressionou seu pescoço, impedindo a circulação do seu ar. sua cabeça latejou com a hipĂłxia, seu coração se desacelerando. vocĂȘ sentiu que nĂŁo demoraria para gozar. "jĂĄ que tĂĄ tĂŁo doida por pica, vou enterrar tudo nessa bucetinha apertada."
para Blas, era um alĂ­vio e uma tortura dizer aquelas palavras. era bom prometer vingança e imaginar como faria aquilo com vocĂȘ. por outro lado, toda aquela conversação o tinha levado Ă  beira do orgasmo. ele gozaria em poucos segundos, precocemente. ele estava muito satisfeito, no entanto. ver vocĂȘ rebolando como uma cadelinha, com os biquinhos dos seios rijos, os olhinhos fechados e as bochechas perdendo a cor pela falta de oxigĂȘnio compensava tudo.
"ainda vou te encher de leite atĂ© te deixar pingando." o Polidori sussurrou, largando seu pescoço antes que vocĂȘ desmaiasse. vocĂȘ abriu os olhos e se deleitou com o rostinho de prazer alheio. foi o suficiente para que vocĂȘ atingisse seu ĂĄpice e gemesse arrastado ao envolvĂȘ-lo em um abraço necessitado. "gozou antes de mim, Ă©?"
as mĂŁos seguraram sua cintura com força, o quadril do argentino ondulando abaixo de vocĂȘ, buscando pelo orgasmo que vocĂȘ tinha acabado de atingir. os gemidos roucos eletrizaram o seu corpo por uma Ășltima vez, anunciando que ele tambĂ©m tinha terminado.
“vocĂȘ me deve uma foda sensacional, Blas.” vocĂȘ sussurrou, deixando um beijinho no pescoço dele. a pele quentinha dele te fez arrepiar.
“nĂŁo te preocupa, hoje mesmo vocĂȘ vai ter.”
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skzoombie · 8 months ago
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“Honey, honey, I could be your bodyguard (hey)”
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Wagner estava sentado na cadeira de madeira na diagonal com um lado mais para frente da sacada do apartamento, ele soprava a fumaça da verdinha em direção a rua enquanto observava de longe as noticias que passavam na televisão.
O maxilar do homem começou a endurecer assistindo uma das reportagens do momento, ele sugou com força a seda e soltou um riso irÎnico.
- Fascistas de merda! - soltou em um tom alto.
Em meio ao xingamento e costume cotidiano de sentar na sacada, s/n observava os detalhes fĂ­sicos do namorado mais velho, quase marido, mesmo que ele negasse o casamento pois nĂŁo queria prender ambos em um estereĂłtipo.
Os mĂșsculos dos braços saltavam, ao passo que ele apertava um dos braços da cadeira com efeito da raiva e indignação. Wagner alcançou o controle remoto que estava em uma bidĂȘ prĂłximo e desligou a televisĂŁo.
- Posso fumar um pouco? - s/n questionou quando o silĂȘncio se fez na sala.
Ele virou a rosto na direção do sofå e sorriu para a pessoa deitada, levantou uma das mãos e chamou com o dedos para vir perto. S/n caminhou meio sonolenta e parou com o corpo em frente ao homem sentado, ele bateu nas próprias pernas, sinalizando para que sentasse.
- Puxa devagarinho, tå? - ele orientou virando o baseado na direção da mulher.
Wagner riu baixo quando ela sugou os dedos dele junto com a maconha, um fio de saliva saiu junto e ela sugou mais uma vez para quebrar.
- VocĂȘ vai comigo amanhĂŁ? - ele perguntou fechando os olhos quando sentiu soltando na fumaça no seu rosto.
- Óbvio - respondeu sem pensar muito.
Ele sorriu levando uma das mãos para as pernas nuas do pijama curto da namorada, acariciou a região e apertou forte duas vezes. A mão subiu pelas costas dela até chegar na nuca, wagner apertou e enfiou os dedos entre os fios dos cabelos longos.
- Ainda tem uns arranhÔes no seu pescoço - comentou observando e chegando com o rosto mais perto do pescoço.
-Não mais do que ela - respondeu fechando os olhos quando sentiu um arrepio com a proximidade da respiração no pescoço.
Ele riu com a fala e concordou com o movimento de cabeça, deu a Ășltima tragada, apagou a bituca no braço da cadeira e colocou dentro de uma garrafa de plĂĄstico que estava prĂłxima.
- Tenta não começar briga amanhã.
- É sĂł elas nĂŁo ficarem se jogando pra cima de vocĂȘ - rebateu sentindo a maconha bater fraco.
- Se depender de vocĂȘ, as pessoas nĂŁo podem nem se aproximar - respondeu revirando os olhos.
S/n concordou sorrindo, aproximou o rosto do homem e deixou um selinho na boca dele, foi descendo o beijo do maxilar até o pescoço e sugou forte para deixar marcas.
- Todos esses anos tentando conquistar vocĂȘ para uma menina de dezoito anos roubar meu lugar? - wagner puxou o cabelo de s/n fazendo a cabeça ir para trĂĄs.
- E eu nĂŁo gastei meses comendo vocĂȘ em banheiro pĂșblico de passeata polĂ­tica, pra te deixar da noite para o dia - provocou beijando entre os seios dela.
- VocĂȘ nunca nem conseguiria me deixar - respondeu observando sĂ©rio o namorado - ou vocĂȘ realmente acha que conseguiria viver sem mim?
Questionou provocativa e fazendo homem olhar para ela com ironia, wagner sabia que não viveria sem a mulher, cada pequena atitude dela envolvia o bem estar dele. Sexo matinal para ele acordar melhor, café da manhã pronto na mesa para não precisar gastar tempo pensando em comida, carro sempre com tanque cheio porque ele tinha preguiça de ir no posto, casa organiza, erva e seda sempre abastecida para ele fumar quando precisasse aliviar a ansiedade.
- Hoje de manhĂŁ nĂŁo encontrei os biscoitos de chocolate que gosto, vocĂȘ nĂŁo parece tĂŁo eficaz quanto se acha - ele rebateu provocando a mulher com algo simples que percebeu pela manhĂŁ quando acordou.
- Pena ser tĂŁo desatento, recomendaria olhar dentro da mochila que leva sua comida para o trabalho - ela comentou nĂŁo desviando os olhos - VocĂȘ gosta de comer essas bolachas no intervalo, nĂŁo Ă©?
Ele abriu um sorriso cínico, levou as duas mãos no pescoço da mulher e puxou o rosto dela com força para iniciar um beijo. Os låbios mexiam com rapidez, saliva se acumulava nos cantos da boca, umedecia toda a região do buço e queixo com o beijo.
- Quem Ă© vocĂȘ sem eu? - cortou o beijo e perguntou para ele tentando puxar o ar que faltava.
- Ninguém - ele disse o que ela gostaria de escutar e tentou puxar novamente para um beijo mas foi negado.
- Me veja como um guarda costa, que cuida e protege vocĂȘ - finalizou sorrindo e levantou do colo do namorado - Vou preparar a banheira para vocĂȘ tomar seu banho antes de dormir.
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chellds · 3 months ago
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O que eu faria caso quisesse iniciar na lei da suposição ?? 🎀
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eu iniciei na lei da suposição em fevereiro desse ano, e voltei a praticar apenas em julho deste ano.
mas, o que eu fiz para ter tantos resultados em poucos meses?
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1. Comecei assumindo coisas pequenas.
eu adoro esse exemplo, pois eu vi uma vez no Twitter uma garota dizendo "caso vocĂȘ nĂŁo confie em seus prĂłprios resultados, comece assumindo coisas pequenas"
e então, eu assumi um anel de estrela, vårias pulseiras, um colar de guitarra e etc, etc, até assumir finalmente coisas maiores.
2. Li os livros do Neville Goddard
o Neville Ă© uma pessoa bem famosa na lei da suposição, jĂĄ que ele literalmente ensina sobre TUDO que vocĂȘ precisa saber sobre a lei da suposição.
3. Comecei a utilizar o método do whatsapp / fofoca
se resume em vocĂȘ fingir que estĂĄ falando para alguĂ©m oque aconteceu nos Ășltimos meses, porĂ©m com coisas que vocĂȘ assumiu.
exemplo: eu assumi um carro
"nossa amg, sabia que eu literalmente ganhei um carro?? tipo, e ele Ă© da *marca que vocĂȘ quer* ainda, acredita?"
4. Comecei a viver no final
simplesmente comecei a assumir oque eu queria e viver "fingindo" que jĂĄ tinha.
mas, eu nĂŁo fingia, porque eu sabia que jĂĄ tinha.
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gimmenctar · 3 months ago
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começou como brincadeira, uma vez vocĂȘ e yangyang flertaram pra zoar o kun, que estava todo se querendo pra cima de uma desconhecida super descolada na noitada. os flertes falsos viraram rotina atĂ© que, numa virada de chave, tornaram-se bem verdadeiros.
yangyang passou a te olhar com outros olhos muito rĂĄpido, fazendo questĂŁo de investir no papo que vocĂȘ devolvia tĂŁo bem. nĂŁo demorou muito atĂ© que ficassem a primeira vez. o beijo lentinho na varanda do apartamento do ten nĂŁo passou despercebido por ninguĂ©m. a sorte Ă© que o vidro impediu os outros de escutarem os seus suspiros altos, yangyang engoliu todos eles sem pena, nem te deu chance de parar pra respirar.
daĂ­ pra frente sĂł ficou pior. foram descobrindo como agradar um ao outro, mesmo que sĂł na pegação. mas yangyang nĂŁo podia mentir, estava doido pra ir alĂ©m. vocĂȘ o beijava bem demais e o provocava alĂ©m da conta pra que ele nĂŁo imaginasse a putaria que seriam capazes de fazer juntos.
outra vez, escondidos num canto qualquer de uma festa, yangyang te mantĂ©m firme contra a parede enquanto marca seu pescoço com os beijos molhados. normalmente, vocĂȘ jĂĄ teria voltado pra ficar perto dos amigos, mas hoje tem algo diferente, hoje vocĂȘ precisa de mais, nĂŁo dĂĄ pra segurar.
yangyang se assusta quando vocĂȘ o arrasta pra fora da casa lotada atĂ© o prĂłprio carro. sem questionar nada, ele se senta no banco de trĂĄs, jĂĄ vocĂȘ, se senta no colo dele e o beija de novo, mas agora Ă© quase feroz. a sua calcinha encharcada roça na ereção dele bem devagar. a cabecinha do pau estĂĄ bem alinhada com seu clitĂłris, e vocĂȘs viram uma bagunça arfante.
“deixa eu chegar essa calcinha pro lado.” ele diz com a respiração entrecortada. está prestes a gozar dentro da calça por causa das suas reboladas.
vocĂȘs tiram todos os panos que atrapalham o contato da pele. o pau dele desliza pelo seus sucos, nos seus lĂĄbios vocĂȘ sente cada veia pulsante do membro duro e todo melado.
“yang, porra.”
encostando as costas entre os bancos da frente, vocĂȘ joga a cabeça pra trĂĄs. sua boceta encharca o colo de yangyang, que nĂŁo consegue se concentrar em nada a nĂŁo ser onde suas intimidades se esfregam com tanto afinco.
ele aproveita sua posição pra descansar a cabeça entre seus peitos, abaixando sua blusa pra expor seus seios e colocar um deles na boca. ele precisa focar em outra coisa se quer gozar depois de vocĂȘ. chupa seus mamilos com fome, usando os dentes pra arranhar de levinho.
mesmo que os vidros fossem escuros, qualquer um que passasse pelo carro saberia o que se passa ali dentro. os sons molhados, os movimentos, os pedidos dengosos, tudo sinal da carĂȘncia e do desejo que nĂŁo puderam mais ser adiados.
“ah, caralho!” vocĂȘ exclama ao sentir o ĂĄpice se aproximando. yangyang, tambĂ©m desesperado, joga os quadris pra cima e encontra seu ritmo bagunçado a fim de desfazer o nĂł do seu ventre.
seus olhos reviram e vocĂȘ se desfaz, melando o pau latejante de liu. ele nĂŁo aguenta sentir os seus nervinhos pulsando nele, e tambĂ©m goza, lambuzando ainda mais as roupas. estĂŁo completamente arruinados.
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n/a: vcs gostam desse formato? eu gosto de ler coisinhas assim de vez em quando.
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geniousbh · 6 months ago
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laulau as fotos do enzo!!!!!! por deus tem uma que ele tĂĄ com uma cara de mecĂąnico cafajeste af
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e ele nĂŁo Ă© sĂł um mecĂąnico cafajeste nĂŁo, ele Ă© daqueles que Ă© soberbo e ganancioso. seus pais sĂŁo donos de um grupo de multinacionais e Ă© claro que tĂȘm uma frota de colecionĂĄveis carĂ©rrimos, alĂ©m do prĂłprio tĂ©cnico/mecĂąnico Ă  disposição pra qualquer incidente ou coisinha relacionada aos carros.
depois que vocĂȘ completou 21, seus pais decidiram que era hora de trocar o seu toyota por um bentley. ah sim, vocĂȘ teria muito mais comforto, tecnologia, segurança... fora que enzo era especialista na marca, entĂŁo qualquer dĂșvida poderia ligar pra ele ou ir atĂ© o homem. e porra! como vocĂȘ estava esperando por isso.
desde que se entende por gente, conhece o uruguaio, ele Ă© lindo, foi contratado anos atrĂĄs, quando vocĂȘ ainda era pirralha, e n te dava atenção naquela Ă©poca - nĂŁo que seu pai deixasse vocĂȘ participar das pequenas conversas quando visitavam a oficina - mas, vez ou outra te olhava de relance. o que sĂł se tornou algo mesmo depois de vocĂȘ completar a maior idade e tirar carta. era muito sutil, mas era visivelmente mais difĂ­cil pro rapaz ignorar o teu corpo formado; corpo de mulher, e uma mulher bem gostosa (se vc levasse em consideração as mordidinhas de lĂĄbio e as vezes que ele abria um ou dois botĂ”es da camisa na sua presença). "nĂŁo sou o melhor pra falar sobre toyota's se vocĂȘ quer saber, chiquita, mas posso trocar o Ăłleo e ver se resolve", sempre contornando as vezes que vocĂȘ aparecia.
bom, com o feliz presente dos seus progenitores, agr vocĂȘ tinha um caralhĂłwski de um bentley e nĂŁo restavam desculpinhas furrecas pr ele. entĂŁo estava decidida, na terça, quando saĂ­sse pela tarde pra aula de tĂȘnis - sim, com a roupinha esportiva minĂșscula, sainha rodadinha e o top fit que empinava seus seios - subitamenteđŸ„ŽđŸ„ș amassaria a lataria do carro em um hidrante. sabia que seu pai nĂŁo veria problema em pagar, e sabia tambĂ©m que sua mĂŁe estaria ocupada demais fazendo yoga e alinhando os chakras pra se importar. por isso, quando chegava no lugar, fazia a sua melhor atuação, franzindo o cenho e colocando um biquinho inflamado na boca, procurando pelo vogrincic que vinha em seguida, com a tĂ­pica calça de alfaitaria e chemise de mangas dobradas💋💯💩
"quĂ© paso?", "enzinho, me ajudaa! eu amassei o meu carro!! foi acidente, juro, juradinho!!", vocĂȘ se segura no antebraço forte do moreno e puxa ele atĂ© o veĂ­culo, onde vocĂȘ estacionou, e o mais velho se curva para medir o tamanho do estrago; coincidentemente ficando na altura onde suas coxas roliças estĂŁo expostas e se apertando uma contra a outra enquanto vocĂȘ se explica fingindo estar desolada. e pra sua infelicidade, ou nĂŁo, enzo vogrincic, com os seus dez anos a mais vividos, nĂŁo compra - o arranhado e o afundo sĂŁo superficiais demais, alĂ©m de que os pneus estĂŁo sem sinais, e vc com crtz teria se apavorado quando o computador de cĂąmbio apitasse - mas, ele decidia participar.
"ay no... como vocĂȘ conseguiu fazer isso?!😹" franzindo o cenho e te olhando de baixo, com aquela carinha que acabava com a raça de qualquer ser em sĂŁ consciĂȘncia. e entĂŁo vocĂȘ arregalava os olhos, assustadinha, e desta vez começando a se preocupar mesmo, mudando a expressĂŁo e se agachando ali com ele. impossĂ­vel ser tĂŁo ruim, pensando enquando dedilhava a lataria e entĂŁo ouvindo a risada seca e maquiavĂ©lica na orelha.
"vocĂȘ se acha bem espertinha nĂ©?", com o rosto perigosamente perto do teu e se aproximando enquanto ele esticava o tronco na sua direção, enzo te confronta. "hm? n-nĂŁo sei do quĂȘ vocĂȘ tĂĄ falando..." e como nĂŁo? o sentimento Ă© tĂŁo ambĂ­guo... ser desmascarada rĂĄpido assim nĂŁo fazia parte do plano, apesar de que sentir a respiração dele misturando com a sua estivesse provocando ✹coisas✹
"nĂŁo sabe, nĂ©? entĂŁo a gente continua fingindo, que tal?", sente a mĂŁo calejada do uruguaio te segurar a cintura e te trazer mais pra ele. "eu te falo o quanto fica o valor, e vocĂȘ me diz que se o seu pai ficar sabendo vai ficar desapontado e pobrecita... vocĂȘ nĂŁo poderia lidar com isso", aos poucos seu corpo vai cedendo, sem qualquer autocontrole, ficando cada vez mais colada no maior que jĂĄ estava entre suas pernas e te puxando pro colo. e apesar da vergonha repentina, o tesĂŁo estava gritante, te dando o empurrĂŁo que faltava pra vocĂȘ segurar na nuca do mecĂąnico charmoso e sussurrar, "Ă© ai que vocĂȘ me oferece outro jeito de pagar" arrancando um risinho puto do outro.
"dale, nena... Ă© isso mesmo", ele te come com os olhos cor de avelĂŁ e te toma os lĂĄbios. agora sĂł resta ele saber se vocĂȘ vai fazer a vista ou parcelado, porque se for a vista, ele fecha a oficina pra te foder em todos os cantos e de todas as formas possĂ­veis, mas se for dividido ele vai te provocar bastante e sĂł te comer quando vocĂȘ estiver necessitada o suficiente pra implorar.
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dreamwithlost · 4 months ago
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UMA ÚLTIMA VEZ
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Karina x Fem!Reader
GĂȘnero: SĂĄfico, smut, leve fluff e angst
W.C: 3K (Sim, estava inspirada)
Avisos: Eventual smut, fingering, oral (NĂŁo sei colocar avisos, perdĂŁo)
áȘNotas: Tenho 3 pontos a levantar aqui: 1- Isso nĂŁo era para ser um smut, mas as coisas foram indo KKKKKK... DaĂ­ eu me senti confortĂĄvel o suficiente para escrever meu PRIMEIRO smut (?), entĂŁo, aĂ­ estĂĄ!. 2- Estou lendo muito romance de Ă©poca ultimamente, entĂŁo acho que por isso, apesar de ser uma histĂłria atual, minha escrita ficou um pouco pendida para essa coisa mais frufruzenta, todavia eu gostei! Espero que gostem tambĂ©m ♡. 3- Vambora.
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Naquele dia, as discussĂ”es triviais sobre as maiores dores que uma pessoa poderia sentir na vida pareciam ainda mais insignificantes. Era curioso como raramente se mencionavam sofrimentos que nĂŁo fossem fĂ­sicos nesses debates. Contudo, naquela tarde, ao segurar o convite de casamento dourado de Yu JiMin, ou melhor, Karina — Como gostava de ser chamada — com mĂŁos trĂȘmulas, vocĂȘ percebeu que, pelo menos para vocĂȘ, nĂŁo haveria dor maior do que perder o amor de sua vida.
Sem conseguir pensar com clareza, vocĂȘ cancelou todos os compromissos, fez uma mala Ă s pressas e entrou no carro, dirigindo por cinco horas ininterruptas atĂ© a casa da Yu.
Seus pensamentos começaram a se organizar apenas quando os olhos amendoados dela apareceram ao atender a porta.
— Karina — Um sussurro escapou de seus lĂĄbios enquanto observava a nova tonalidade nas madeixas da mais velha. O tom de loiro platinado parecia se encaixar perfeitamente com a sua beleza etĂ©rea.
— VocĂȘ? O que... — Karina questionou, olhando ao redor como se estivesse sendo seguida. — O que estĂĄ fazendo aqui? — Finalmente conseguiu completar, mas uma resposta tardou a sair de vocĂȘ.
O que... O que estava fazendo ali?
A loira tomou seu braço, puxando-a para dentro da residĂȘncia. VocĂȘ permaneceu onde foi deixada, estĂĄtica na porta agora fechada, observando os passos ansiosos de sua... amiga? Tudo que conseguiu fazer foi levantar o convite de casamento que havia carregado durante todo o trajeto em sua mĂŁo.
— VocĂȘ vai se casar? — A pergunta saiu mais como um suspiro.
— Oh — Karina exclamou, interrompendo sua movimentação ansiosa e finalmente fixando o olhar em vocĂȘ — Sim, irei me casar com Kyung.
VocĂȘ sentiu seu coração apertar ainda mais com aquela afirmação, embora jĂĄ esperasse por ela. Conhecia o rapaz em questĂŁo, esbelto, alegre, e sucessor de uma grande empresa na ĂĄrea da beleza, assim como ela.
— E por que me enviou o convite?
— Porque nĂŁo queria fazer isso sem que vocĂȘ soubesse, parecia errado — Ela respondeu com uma indiferença desproporcional ao peso daqueles sentimentos, desviando o olhar e caminhando para a cozinha como se nada estivesse acontecendo.
— VocĂȘ nĂŁo pensou o quanto isso me machucaria?
Um riso breve, tingido de deboche, escapou da loira enquanto vocĂȘ a seguiu atĂ© o cĂŽmodo ao lado.
— Por que te machucaria? — Questionou, concentrada no copo de água que servia a si mesma.
Era verdade... Havia essa circunstĂąncia que, em meio ao turbilhĂŁo de sentimentos, vocĂȘ havia temporariamente esquecido.
VocĂȘs haviam vivido um romance secreto por algum tempo, apĂłs se conhecerem na empresa onde trabalhavam. Karina, a filha do dono e herdeira de uma das mais renomadas marcas de cosmĂ©ticos da Coreia do Sul, e vocĂȘ, embora gerente, uma mera funcionĂĄria em comparação. NĂŁo foi a primeira vez que vocĂȘ se interessou por uma mulher, mas foi a primeira vez que algo alĂ©m do desejo floresceu em seu peito ao beijar aquela tradicional e ingĂȘnua garota. NĂŁo recordava exatamente como tudo começou, mas lembrava-se de um medo e ardor crescente em seus olhares a cada vez que se cruzavam. Tornaram-se um casal excepcional, daqueles que todos sonham em ser um dia. Ela lhe ensinou o que era ser verdadeiramente amada, e vocĂȘ, o que era ser livre.
No entanto, no fundo, ambas sabiam que aquilo jamais poderia durar. Quando Karina sugeriu que lutassem pelo seu amor, anunciando-o ao mundo, vocĂȘ nĂŁo foi capaz de destruir a vida brilhante da garota dessa maneira. Foi a primeira a verbalizar aquela verdade cruel, o elefante no meio da sala. As palavras duras que proferiu ainda ressoavam em sua mente, a forma como afirmou nĂŁo amĂĄ-la do modo que ela esperava — embora, na verdade, sentisse atĂ© mais do que ela poderia imaginar —, as lĂĄgrimas escorrendo por sua pele macia, o sorriso amarelado que a deu, desejando-lhe o mais perfeito e belo futuro.
Afinal, o que poderia oferecer a ela? Uma vida mediana, cercada de sensacionalismos que sairiam nas manchetes, e o olhar reprovador de sua famĂ­lia?
VocĂȘ imaginou que conseguiria viver longe dela, deixar que seguisse o fluxo natural de seu destino, ser feliz com algum homem Ă  sua altura, que pudesse tratĂĄ-la bem e amĂĄ-la ao menos metade do que vocĂȘ a amava, dar a dignidade que ela merecia. Mas ao receber aquele convite, vocĂȘ percebeu que nĂŁo conseguiria.
NĂŁo conseguia perdĂȘ-la assim, deixando seu coração partido, com aquele Ăłdio falsificado.
— Me machucaria porque eu te amo mais do que amei qualquer outra pessoa em toda a minha vida, Karina — VocĂȘ confessou, dando um passo em direção Ă  loira, sentindo uma lĂĄgrima solitĂĄria escorrer de seu olho ao finalmente poder dizer aquilo. E observou as Ă­ris trĂȘmulas e marejadas da mais baixa lhe fitando mais uma vez.
VocĂȘ se aproximou mais um pouco, estava apenas alguns passos de distĂąncia, quase capaz de tocĂĄ-la, quando a loira recuou, se afastando e lhe fazendo parar ali mesmo, prĂłxima Ă  pia, percebendo o medo ou desconforto. Sentiu um dĂ©jĂ -vu como da primeira vez que ousou se aproximar da empresĂĄria.
— E por que estĂĄ me dizendo isso agora? — Karina questionou, seu rosto avermelhado tentando impedir que as lĂĄgrimas escorressem. Ela nunca havia sido boa nisso, mas lhe surpreendeu ver que havia melhorado, e agora era apenas vocĂȘ que se desmantelava em lĂĄgrimas. — Por que nĂŁo disse isso quando eu gritei aos quatro cantos do mundo que lhe amava?! — Ela exclamou, batendo uma das mĂŁos sobre a bancada de madeira do recinto.
— Eu nĂŁo queria acabar com a sua vida — VocĂȘ argumentou em meio Ă s lĂĄgrimas. — Achei que conseguiria ficar longe de vocĂȘ — seus pĂ©s insistiram em dar um novo passo em sua direção. — Que poderia viver sabendo que provavelmente me odiava.
— EntĂŁo por que decidiu atrapalhar tudo agora? Por que estĂĄ me maltratando dessa forma? É vocĂȘ que nĂŁo pensou em como isso me machucaria — A primeira lĂĄgrima escorreu por sua pele acetinada, apesar de sua voz ter voltado Ă  calmaria que aparentemente havia adquirido.
VocĂȘ respirou fundo, absorvendo as palavras da garota. Afinal, ela estava certa, vocĂȘ sempre foi boa nisso, tomar as piores decisĂ”es possĂ­veis.
Por que diabos vocĂȘ estava ali?
— VocĂȘ tem razĂŁo — Murmurou, planejando cada sĂ­laba que saĂ­a de seus lĂĄbios com uma clareza dolorosa, tomando consciĂȘncia de suas açÔes na mesma velocidade em que falava.
Era quase como se a justificativa que proferisse para a mais velha fosse também a resposta para o apagão que a levou até ali. Apesar do trajeto longo, era como se tudo fosse uma nuvem de fumaça, e sua alma tivesse retornado à Terra apenas quando aqueles olhos brilhantes do anjo daquela casa lhe tocaram.
— Eu sĂł nĂŁo podia deixar que vocĂȘ subisse ao altar sem saber a verdade, sem saber que te amo — VocĂȘ finalmente entendeu o que desejava, e pela primeira vez, nĂŁo se arrependeu. — NĂŁo podia te entregar a outra pessoa assim, sem que soubesse que daria minha vida por ti, que — VocĂȘ fez uma pausa, se aproximando da bancada — Que vocĂȘ pode se casar com o homem que for, mas serei eu, a mulher que mais te amarĂĄ em toda a sua existĂȘncia. — VocĂȘs estavam cara a cara agora. — E que serei a pessoa que mais terĂĄ medo, no mundo todo, de te perder.
— VocĂȘ nunca me perderia — Karina ousou sussurrar, se permitindo participar daquela sessĂŁo de confissĂ”es como se um peso tivesse sido tirado de seu peito. — Eu sempre serei sua, mesmo quando vocĂȘ, sem querer, acabou com a minha vida naquela noite em que terminou comigo — A loira umedeceu os lĂĄbios. — Mas eu
 eu nĂŁo posso mais... Tenho...
— Eu sei — VocĂȘ a interrompeu, colocando uma de suas mĂŁos sobre a dela, repousada na madeira escura. VocĂȘ jĂĄ sabia o que ela diria. — Eu nĂŁo vim para pedir que abandone tudo por mim mais uma vez — VocĂȘ acariciou as costas de sua mĂŁo, concedendo o desejo daqueles dedos finos, entrelaçando-os com os seus.
— O que vocĂȘ veio fazer aqui entĂŁo? — Ela questionou, apreensiva.
— Te pedir para ser apenas nĂłs duas, uma Ășltima vez.
Era isso, o desespero, o arrependimento e o amor inconfessĂĄvel que ainda a consumiam levaram vocĂȘ a tomar aquela decisĂŁo impulsiva, a viagem que parecia interminĂĄvel, guiada apenas pela esperança de uma Ășltima chance, uma Ășltima palavra, uma Ășltima noite.
Karina olhou para vocĂȘ, seus olhos revelando um misto de dor e desejo. Por um instante, o tempo pareceu congelar, e vocĂȘs estavam de volta Ă quele primeiro beijo roubado na sala de reuniĂ”es, Ă s risadas cĂșmplices e aos sussurros apaixonados. Ela hesitou, mas entĂŁo, suavemente, assentiu.
— Uma Ășltima vez — Murmurou, deixando-se envolver pelo sentimento que nunca havia realmente desaparecido.
Naquele momento, nada mais importava. VocĂȘ sabia que, independentemente do que o futuro reservasse, aquela tarde seria eternamente gravada em sua memĂłria, uma chama ardente que jamais se extinguiria.
VocĂȘs tinham muito a compartilhar, tantas histĂłrias nĂŁo contadas, pequenos segredos triviais que a ausĂȘncia e a distĂąncia haviam cultivado. Contudo, nenhuma palavra foi proferida antes que seus lĂĄbios se encontrassem em um beijo arrebatador. Seus olhares se cruzaram, e o mundo ao redor desapareceu, envolto em um manto de desejo e paixĂŁo, como se nada mais importasse alĂ©m daquele instante.
Karina entrelaçou os braços ao redor de seu pescoço, e suas mãos se perderam nas madeixas longas e sedosas dela. O beijo, inicialmente impetuoso, se transformou em uma dança lenta e hipnotizante, suas línguas se encontrando com a intensidade de ímãs que não podiam se separar. Seus corpos, aquecidos pelo fervor daquele momento, se moviam lentamente em direção ao quarto, guiados pelo desejo incontrolåvel.
A respiração tornou-se um suspiro entrecortado quando seus låbios finalmente se afastaram. Ambas se deitaram na cama, seu corpo sobre o dela, explorando cada contorno com dedos åvidos, apertando os seios suavemente antes de descer pela cintura e quadris. O cropped rendado de Karina, que revelava seu umbigo, foi deslizado para cima por sua mão, e retirado com uma lentidão deliberada, cada movimento uma promessa silenciosa de prazer.
VocĂȘ traçou uma trilha de beijos de seu pescoço atĂ© os seios desnudos, ouvindo os suaves arfares da Yu, que puxava seu cabelo, os olhos cerrados em ĂȘxtase. Por um breve momento, vocĂȘ interrompeu os beijos e ergueu o rosto para contemplĂĄ-la, os olhos encontrando-se em uma troca silenciosa de desejo e necessidade.
— NĂŁo devĂ­amos ter começado conversando? — VocĂȘ perguntou com um sorriso ladino.
— Depois a gente conversa — Karina murmurou, sentando-se ligeiramente e deslizando as mĂŁos atĂ© sua camisa, incentivando-a a tirĂĄ-la tambĂ©m. — Primeiro, eu preciso de vocĂȘ.
Com um leve tremor de antecipação, vocĂȘ removeu sua camisa, sentindo o ar frio contra sua pele quente, e lentamente tambĂ©m retirou o sutiĂŁ preto. Karina observava cada movimento seu com olhos intensos, cada gesto alimentando a crescente tensĂŁo entre vocĂȘs. Ela se ergueu lentamente, os olhos fixos nos seus, ambas ajoelhadas sobre os lençóis, e semelhante a sua ação anterior, começou a traçar uma linha de beijos pelo seu peito, descendo devagar, como se estivesse memorizando cada centĂ­metro de sua pele.
Os dedos dela exploravam seu corpo com uma delicadeza que contrastava com a intensidade do momento. Seus låbios desenhavam um caminho de fogo que queimava de desejo. Quando ela finalmente alcançou sua cintura, o mundo pareceu parar.
Com um movimento suave, Karina deslizou suas mĂŁos atĂ© a borda da sua calça, desfazendo o botĂŁo com uma habilidade que fazia seu coração acelerar ainda mais. VocĂȘ suspirou quando se deitou, e sentiu o tecido deslizar por suas pernas, observando a loira tambĂ©m retirar seus trajes de baixo; logo estavam ambas despidas, envoltas apenas pela luz suave que iluminava o quarto.
VocĂȘ voltou a subir na mulher, seus dedos brincando, desenhando uma linha pelo corpo dela, da clavĂ­cula atĂ© os quadris, antes de se inclinar e retomar o caminho de beijos, explorando cada curva com devoção. O som suave dos suspiros de Karina enchia o quarto, uma mĂșsica que alimentava seu desejo.
Ela puxou vocĂȘ para mais perto, suas mĂŁos deslizando por suas costas, os corpos se moldando um ao outro com uma maestria que parecia quase surreal. O calor crescente entre vocĂȘs era insuportĂĄvel, uma chama que ameaçava consumir ambas, mas nenhuma de vocĂȘs queria que aquilo terminasse. Os beijos se tornaram mais profundos, mais urgentes, enquanto suas mĂŁos exploravam cada centĂ­metro de pele com uma fome insaciĂĄvel. E assim, naquele quarto iluminado pela luz suave do sol poente, duas almas se encontraram e se fundiram, em um encontro que transcendeu o tempo e a realidade.
Com cada movimento, cada toque, a atmosfera ao redor de vocĂȘs se carregava de uma eletricidade palpĂĄvel. Seus lĂĄbios ansioso, logo deixaram um rastro ardente pela pele dela, descendo lentamente atĂ© alcançar o ponto onde seus corpos se encontravam em um Ă­ntimo entrelace.
VocĂȘ suspirou contra a pele de Karina, sentindo o calor irradiar dela, o desejo palpĂĄvel em cada respiração entrecortada. Seus dedos começaram a deslizar suavemente pelas coxas dela, sentindo a maciez e a firmeza enquanto se aproximavam cada vez mais de seu destino. Os olhos de Karina estavam semicerrados, a expectativa brilhando neles enquanto ela mordia levemente o lĂĄbio inferior.
Com delicadeza, seus dedos deslizaram para dentro da intimidade dela, encontrando-a jĂĄ molhada de desejo, enquanto seus lĂĄbios brincavam suavemente com seu clitĂłris. Karina arqueou as costas levemente, soltando um gemido baixo que fez seu coração acelerar ainda mais. VocĂȘ começou a mover seus dedos com uma lentidĂŁo provocadora, explorando-a com a precisĂŁo de quem conhecia cada ponto sensĂ­vel, cada lugar que a fazia tremer de prazer.
O ritmo começou a aumentar gradualmente, cada movimento provocando uma reação visceral de Karina. Seus gemidos se tornaram mais altos, mais clementes, enquanto ela se movia ao encontro de seus dedos, buscando mais daquela sensação inebriante. Seus låbios se moveram para os seios dela, beijando e chupando os mamilos com uma intensidade que arrancava novos gemidos de suas cordas vocais.
Com a mĂŁo livre, vocĂȘ segurou a dela, entrelaçando seus dedos enquanto a outra se movia mais rĂĄpido, pressionando e acariciando com uma precisĂŁo que fazia Karina tremer de prazer e angustia sensual por nĂŁo poder levar uma de suas palmas atĂ© a brincadeira mais abaixo. O som da respiração pesada dela e o clamar do seu nome em um sussurro desesperado encheram o quarto, criando uma sinfonia de desejo e entrega. Seus olhos se encontraram mais uma vez, e vocĂȘ viu a rendição completa neles, o desejo puro e bruto que a consumia. Seus dedos se moviam com uma destreza crescente, cada toque, cada pressĂŁo meticulosamente calculada para levar Karina mais perto do abismo.
VocĂȘ acertou o ritmo de sua mĂŁo, sentindo o corpo de Karina se arquear em resposta, seu prĂłprio desejo crescendo ao presenciar o dela. Seus dedos se moviam com destreza, cada toque, cada pressĂŁo, meticulosamente calculada para levar Karina ao ĂĄpice.
E entĂŁo, com um Ășltimo e profundo movimento, Karina agarrou-se ao colchĂŁo, um gemido alto escapando de seus lĂĄbios enquanto o prazer a dominava completamente. Seus olhos se fecharam, e por um momento, o tempo pareceu parar, capturando aquele instante de ĂȘxtase puro, uma memĂłria que ficaria gravada em ambas para sempre.
Ainda ofegante e com o corpo tremendo das ondas de prazer que a consumiram, Karina abriu os olhos lentamente, encontrando os seus. Seus lĂĄbios ainda estavam entreabertos, um sorriso satisfeito surgindo enquanto ela reunia forças para mover-se. Com um gesto gentil, ela empurrou vocĂȘ para deitar ao seu lado, os corpos ainda entrelaçados no calor daquele momento.
A loira suspirou, ainda sentindo os resquĂ­cios de seu primeiro clĂ­max do dia pulsarem por seu corpo. Ela se virou para vocĂȘ, seus olhos brilhando com uma combinação de exaustĂŁo e desejo renovado. Com uma expressĂŁo determinada e sedutora, Karina começou a explorar seu corpo com as mĂŁos, seus dedos ainda trĂȘmulos de prazer, mas firmes em sua intenção.
Eles deslizaram suavemente pelo seu abdÎmen, traçando linhas invisíveis, enquanto ela se aproximava mais. A respiração da Yu ainda estava pesada, os olhos semicerrados, mas sua determinação era clara. Ela começou a acariciar sua pele com toques leves, quase provocadores, antes de descer lentamente até sua intimidade.
VocĂȘ sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando os dedos de Karina encontraram seu ponto mais sensĂ­vel, começando a se mover com uma lentidĂŁo deliberada. Seus dedos exploravam com precisĂŁo, cada movimento calculado para provocar uma reação intensa. A mistura do toque suave e da firmeza em seus gestos fazia seu corpo reagir imediatamente, um gemido suave escapando de seus lĂĄbios.
— Ainda quer conversar primeiro? A gente pode — A mais velha sussurrou maldosamente em seu ouvido, todavia vocĂȘ a cortou, afobada, antes mesmo que terminasse.
— Tem muitas formas de se conversar nĂ© — Brincou, deslizando uma de suas mĂŁos atĂ© a dela em seu intimo, lhe incentivando a nĂŁo parar.
Karina riu de forma gostosa com aquela resposta, e ainda recuperando-se de seu prĂłprio ĂȘxtase, parecia determinada a devolver a intensidade que havia recebido. Seus dedos se moviam com mais confiança, aumentando gradualmente o ritmo, enquanto ela observava cada uma de suas reaçÔes. O prazer crescia em ondas, levando vocĂȘ mais perto do clĂ­max.
Ela se inclinou para beijar vocĂȘ, seus lĂĄbios encontrando os seus em um beijo profundo e apaixonado, enquanto seus dedos continuavam a trabalhar com destreza. O som de suas respiraçÔes pesadas e os gemidos de prazer preenchiam qualquer mal entendido que um dia puderam ter, uma sinfonia de desejo e entrega mĂștua.
Karina sussurrou palavras de encorajamento em seu ouvido, seus dedos movendo-se com uma intensidade crescente, guiando vocĂȘ habilmente em direção a um orgasmo. Cada movimento era uma promessa silenciosa de prazer, cada toque uma declaração de seu desejo por vocĂȘ.
Finalmente, o clĂ­max chegou como um golpe avassalador, seus corpos se arquearam em unĂ­ssono enquanto vocĂȘ se entregava completamente ao momento. Seus gemidos se misturaram, criando uma melodia de prazer compartilhado que parecia ecoar infinitamente no quarto.
Era como se a certeza daquela ultima vez juntas, alĂ©m da tristeza que poderia lhe embargar, fazia com que qualquer outro sentimento fosse ainda mais intenso. Sem precisar de palavras, vocĂȘs sabiam que aquele dia seria eternamente lembrado, um momento de conexĂŁo profunda e apego incontrolĂĄvel.
VocĂȘ nĂŁo precisava mais temer, pois Karina se lembraria eternamente de seu amor e seu toque, assim como vocĂȘ se lembraria dela.
— Talvez quando formos velhinhas
 — VocĂȘ sussurrou, totalmente embargada pelo prazer que ainda sentia pulsando por seu corpo.
— Como em Evelyn Hugo? — A loira questionou, sendo agora ela a ficar por cima de ti, brincando com seu corpo desnudo.
— Sim, mas com um final menos dramático — Afirmou, puxando-a para mais um beijo.
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poesiasderua · 1 year ago
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Às vezes me desespero tanto, que esqueço a fortaleza que sou. Me apresso tanto, me cobro tanto, me esforço tanto, que me afogo em tamanha imensidĂŁo. É normal nĂŁo saber para onde ir? Achar que jĂĄ percorreu todos os caminhos possĂ­veis que a vida te deu, e ainda assim, ser consumida pela sensação de nĂŁo estar fazendo nada ou de nĂŁo ter chego em lugar algum? Entre aquilo que Ă© aceitĂĄvel e o que faz sentido, eu fico com o sentido. Nenhuma dessas convicçÔes podem ser reais, mas sĂŁo tĂŁo palpĂĄveis que penso estar Ă  beira da loucura. A sensação Ă© de que estou correndo eternamente em uma esteira que nĂŁo sai do lugar, mesmo sabendo que jĂĄ cheguei longe demais, que jĂĄ conquistei demais. O fato Ă© que viver nesse mundo exige muito. A todo momento recebemos estĂ­mulos de que deverĂ­amos ter acordado cinco da manhĂŁ, tomado um banho gelado, feito exercĂ­cios e completado um checklist com mil atividades para serem executadas em 24 horas, ou menos. NĂŁo sei quando exatamente a vida virou essa correria, foi dada uma largada e ninguĂ©m sabe onde deve parar para ser considerado o campeĂŁo nessa longa jornada. Estamos todos extremamente cansados, deprimidos, ansiosos, insatisfeitos, frustrados e infelizes. Talvez nĂŁo nessa ordem, nem todos ao mesmo tempo, mas com certeza, nos identificamos com algum deles. Queremos tudo, queremos tanto, a ponto de nĂŁo saber mais diferenciar o que realmente Ă© de nosso desejo e o que foi implantado em nossas mentes como sinĂŽnimo de sucesso e ser bem sucedido. Carros luxuosos, viagens extravagantes, roupas de marca, 10 motos na garagem, celular lançamento... Eu nĂŁo sei se dinheiro traz felicidade, porĂ©m, com toda certeza ele traz algo que poucos tem: qualidade de vida. É o bĂĄsico. Viver com dignidade. Mas, a que custo? Sonhos genuĂ­nos sendo jogados fora, juventudes desperdiçadas, momentos que deixamos de estar presentes no aqui e agora, para viver especulando sobre um futuro incerto, que nĂŁo depende sĂł da nossa força de vontade. E o pior Ă© saber que muitos nĂŁo chegam nem perto daquilo que passaram a vida inteira almejando. E aĂ­? Quanto de amargura consegue caber dentro de um ser?
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littlewritergreatgirl-blog · 8 months ago
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casos ilĂ­citos
MatĂ­as Recalt x f!Reader
Cap 5
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E eu seria esperta em ir embora, mas vocĂȘ Ă© areia movediça. Essa ladeira Ă© traiçoeira, esse caminho Ă© imprudente, e eu, eu, eu gosto.
Estamos no ponto de visto da leitora outra vez. E jĂĄ deixo um spoiler que o prĂłximo serĂĄ da perspectiva do Matias de novo. Espero que gostem, e quero avisar que eu to amando receber os comentĂĄrios e perguntas de vocĂȘs đŸ˜ŠđŸ©·. Boa leitura đŸ«¶
Avisos: Angst, linguagem ImprĂłpria
Palavras: 8,1 k (vocĂȘs pediram agora aguentem 🙈)
VocĂȘ entra no carro, em um estado de frenesi, completamente desnorteada e sentindo como se estivesse fora do prĂłprio corpo. VocĂȘ ainda nĂŁo consegue raciocinar o que estĂĄ acontecendo, ou o que acabou de acontecer, sĂł sabe que tem que sair do mesmo lugar que o garoto se encontra o mais rĂĄpido possĂ­vel.
Colocando o cinto de segurança da maneira mais patĂ©tica que existe, com as mĂŁos trĂȘmulas e errando o fecho vĂĄrias vezes no processo, sendo bem-sucedida somente na terceira tentativa, vocĂȘ olha ao redor a procura do garoto ou sinal de alguĂ©m por perto, e reza para que seu cunhado termine rĂĄpido de colocar as poucas compras no porta-malas, para poderem sair logo daqui. Ajustando o espelho retrovisor interno do veĂ­culo, para que se alinhe com o seu rosto, vocĂȘ acha melhor conferir se estĂĄ tudo certo, jĂĄ que no banheiro sĂł conseguiu dar uma olhadinha rĂĄpida, e arregalando os olhos, agradece por tĂȘ-lo feito. O seu cabelo atĂ© que estĂĄ razoĂĄvel, mas os seus lĂĄbios ainda estĂŁo inchados e vermelhos, porĂ©m nem se compara a vermelhidĂŁo que se encontra o seu colo e pescoço. O garoto poderia ser bagunceiro e criativo quando queria, e vocĂȘ o deixou te pintar como uma tela pessoal. No momento Ă© apenas a coloração que estĂĄ aparente, mas sabe que logo as marcas começaram a se formar, em vĂĄrios tamanhos e cores. Um lembrete para te recordar de que ele esteve ali, e do que fizeram juntos. VocĂȘ se apressa para cobrir aquilo antes que alguĂ©m veja, e sua Ășnica opção no momento Ă© tentar ocultar a ĂĄrea com o cabelo, e colocar a expressĂŁo mais neutra no rosto, esperando que Wagner nĂŁo faça nenhuma pergunta ao entrar no veĂ­culo e te encontrar.
Assim que ele chega e se acomoda no banco do motorista, nĂŁo diz nada e dĂĄ partida, e rapidamente vocĂȘs saem dali. Mas assim que se afastam um pouco, ele direciona o olhar para vocĂȘ e nĂŁo deixa passar em branco:
- VocĂȘ estĂĄ toda corada, tĂĄ tudo bem? – Aparentemente o seu teatrinho nĂŁo foi muito longe, mas tentando contornar a situação, diz que ficou um pouco alterada, pois teve uma discussĂŁo acalorada com o garoto.
- Por que vocĂȘs brigaram? – Pergunta preocupado, mas entĂŁo abrindo um sorriso de lado, ele se dĂĄ conta. - Ah entendi. Aquele moleque quem era o seu namorado. – Conclui, como se tivesse desvendado um enigma complexo.
- Eu jĂĄ disse, ele nĂŁo Ă©, e nunca foi o meu namorado. – Afirma incomodada. Ele nĂŁo era seu ex, nĂŁo era seu namorado, e gostaria que seu cunhado parasse de se dirigir a ele assim. NĂŁo precisa dar mais significĂąncia para algo do que de fato foi. VocĂȘ tem que continuar afirmando isso a si mesma e diminuir a situação, pois quanto menor ela for, menos motivos vocĂȘ tem para ficar machucada ou magoada.
Mas nĂŁo adianta brigar por causa disso agora. O rĂłtulo que tinha na relação de vocĂȘs dois, ou no caso a falta dele, nĂŁo era o seu maior problema, e sim a falta de confiança, comunicação e honestidade. Dane-se a forma como o seu coração doĂ­a querendo chamĂĄ-lo de namorado, chamĂĄ-lo de seu, ou algum apelido idiota que os casais usam, ele nunca seria esse pilar para vocĂȘ, entĂŁo nĂŁo adiante ficar pensando nisso.
Wagner retira o sorriso do rosto ao continuar, parecendo arrependido ao se lembrar de algo:
- Foi mal, acho que a parte da camisinha nĂŁo caiu bem nĂ©? – te olha de canto- Mas foi sua culpa. – Declara o mais velho.
- Minha culpa? – VocĂȘ rebate, mesmo nĂŁo estando brava.
- Sim, vocĂȘ quem me provocou primeiro, eu sĂł devolvi na mesma moeda. – Explica.
VocĂȘ finge um olhar triste, cabisbaixo, como se estivesse relembrando a reação do garoto, e em como Wagner sĂł te colocou em problemas, mas quando ele te olha preocupado, vocĂȘ nĂŁo aguenta, e cai no riso. Ele nĂŁo entende nada a princĂ­pio, mas depois vendo que vocĂȘ nĂŁo se importou, ele se entrega a uma gargalhada junto com vocĂȘ, quebrando a tensĂŁo.
- Fica de boa. – VocĂȘ o tranquiliza, limpando as lĂĄgrimas que se formaram no canto dos seus olhos devido a risada intensa.
- Mas ele ficou bravo? – Questiona, sĂł para ter certeza de que nĂŁo te prejudicou com o rapaz. - Se quiser, sei lĂĄ, eu posso falar com ele e esclarecer tudo. NĂŁo quero passar a ideia errada de vocĂȘ para seus amigos. – Diz receoso.
VocĂȘ sabe o que ele estĂĄ insinuando, e entende agora a imagem distorcida que MatĂ­as e os outros devem ter tido sua. Com um cara mais velho, comprando bebidas, e preservativos, mas sinceramente, nĂŁo liga nenhum pouco. AtĂ© onde todos os garotos sabiam, vocĂȘ estava solteira – o que tecnicamente era verdade mesmo – sĂł nutrindo uma paixĂŁo platĂŽnica pelo rapaz, entĂŁo poderia sair com quem quisesse sem dar satisfaçÔes, talvez tenham estranhado que isso tenha acontecido logo depois do aparecimento da ex do dito cujo, mas enfim. Sabia tambĂ©m que Fran, o Ășnico que sabia de tudo, nĂŁo te julgaria, sendo verdade ou nĂŁo. E MatĂ­as, ele que se fodesse pelo que pensa ou deixa de pensar, isso jĂĄ nĂŁo Ă© mais problema seu.
Este nĂŁo Ă© o caso, mas vocĂȘ poderia estar muito bem sim, transando por aĂ­ e afogando suas mĂĄgoas no primeiro corpo quente que encontrasse pra aquecer sua cama, mas nĂŁo quer, e mesmo se quisesse, isso nĂŁo dizia respeito a ele.
- Obrigado por defender a minha honra, Senhor – VocĂȘ diz fazendo graça, e atĂ© mesmo uma mini reverĂȘncia improvisada e debochada – Mas nĂŁo serĂĄ necessĂĄrio, eu nĂŁo devo satisfaçÔes a ele, e se quiser pensar algo de mim, o problema Ă© dele.
VocĂȘ se mexe desconfortavelmente no acento do carro. O mero mencionar do garoto jĂĄ faz com que seu Ă­ntimo estremeça e se feche em torno de nada, sentindo falta dele e de seu corpo. Mesmo nĂŁo querendo admitir, vocĂȘ acha que uma boa parte do seu mau humor ultimamente, se deva tambĂ©m a falta de sexo, alĂ©m do coração partido. NĂŁo queria se render tĂŁo rĂĄpido e com tanta facilidade aos encantos dele como fez. Mas foi muito prazeroso, e vocĂȘ tambĂ©m estava com saudades.
Mas nĂŁo sabe ainda por que ele insistiu em falar com vocĂȘ, se nĂŁo queria ter nada sĂ©rio. Honestamente, sĂł deve ter ido atrĂĄs, pois pensou que vocĂȘ estava com outra pessoa. O tĂ­pico cara que sĂł dĂĄ valor quando perde. E vocĂȘ o deixou acreditando nisso, porque uma parte sua gostou que ele estivesse machucado, que estivesse na sua posição do restaurante, sĂł para ver a quĂŁo boa Ă© a sensação. E vocĂȘ nĂŁo gosta dessa parte de si mesma. Por mais que tenha dito que nĂŁo liga para o que ele pensa, vocĂȘ nĂŁo quer ser a escrota da histĂłria e machucar alguĂ©m a custo de nada. É errado, sujo, e totalmente mesquinho. NĂŁo tem para que ficar jogando esses joguinhos psicolĂłgicos se vocĂȘ quer por um final em tudo.
Mas foi tĂŁo bom. Matias sempre foi um bom amante na cama, mas quando estava com raiva, se transformava em algo a mais. Sentia uma fome e necessidade de te repreender e te pĂŽr em seu lugar. Te mostrar quem estava no controle da situação, e como poderia te reduzir a uma bagunça de gemidos se quisesse. E com muita vergonha, vocĂȘ se pergunta, se estĂĄ com mais raiva por ter cedido, e ter inflado o ego dele, ou por terem tĂŁo pouco tempo e nĂŁo poderem ter continuado. É ridĂ­culo como vocĂȘ jĂĄ sabe a resposta para isso.
Mas tentando deixar o assunto de lado por enquanto, vocĂȘ liga o rĂĄdio e deixa tocando uma mĂșsica aleatĂłria, sĂł para preencher o ambiente. VocĂȘ nĂŁo quer ficar pensando no garoto que te dedou em um banheiro a minutos atrĂĄs, enquanto estĂĄ do lado de seu cunhado. Ainda tensa se encolhendo no banco, e sendo cautelosa para que ele nĂŁo veja atravĂ©s de vocĂȘ, e descubra algo, ou que note os hematomas roxos começando a aparecer.
__ __
O resto da sua tarde Ă© bem tranquila e monĂłtona, o que vocĂȘ aceita de bom grado depois da manhĂŁ movimentada. Como estava um dia quente, seria estranho colocar uma blusa de gola alta, entĂŁo teve que pesar a mĂŁo na maquiagem, e esperar que ninguĂ©m suspeitasse. Assiste suas aulas, conversa com suas amigas, e depois vai para casa descansar. A vida parece tĂŁo cinza sem ele por perto. Era uma quietude que vocĂȘ pensou que gostaria depois de um tempo, mas nĂŁo estava sendo o caso.
JĂĄ em sua cama, tarde da noite, vocĂȘ tenta miseravelmente cair no sono. Mas estĂĄ sendo impossĂ­vel. Se vocĂȘ estivesse sozinha em casa, provavelmente iria beber algo forte que pudesse te apagar rĂĄpido, mas nĂŁo faria isso com a presença de sua irmĂŁ sob o mesmo teto. Ela iria surtar se descobrisse que vocĂȘ estĂĄ se embebedando no meio da semana. E nĂŁo queria arriscar chamar a atenção dela de maneira exagerada para vocĂȘ, foi um milagre que ela nĂŁo tenha notado o seu pescoço quando chegou. VocĂȘ nĂŁo iria brincar com a sorte. Com um bufo irritado, vocĂȘ se vira no colchĂŁo e tenta encontrar uma posição mais confortĂĄvel. Um sono balanceado nunca foi um problema para vocĂȘ, e quando era, MatĂ­as encontrava um jeito muito bom de te cansar, e te fazer dormir a noite toda. Mas agora, ele quem era o motivo de vocĂȘ nĂŁo conseguir pregar os olhos. Os flashbacks dos dois naquele banheiro, te deixam excitada e frustrada. NĂŁo deixando que seu corpo relaxe o suficiente para sucumbir a um repouso merecido.
Decidindo que nĂŁo consegue continuar assim, se levanta vai atĂ© a cozinha tomar um copo d’água, e tentar acalmar os Ăąnimos. Mas nĂŁo adianta muito. Sem outra escolha, começa a voltar para o quarto, silenciosamente, nĂŁo querendo fazer barulho e acordar os outros.
Mas no meio do percurso, no corredor, escuta alguns sons abafados, e decide se aproximar para ver do que se tratava:
- Isso, continua – Vinha do quarto de sua irmĂŁ, e definitivamente era a voz dela – Isso, nĂŁo para! – Exclama um pouco mais alto, e dessa vez o som Ă© acompanhado com o ranger da cama, e a mesma batendo na parede.
VocĂȘ dĂĄ um passo pra trĂĄs assustada ao perceber o que estĂĄ acontecendo. DĂĄ meia volta com nojo, e se esconde em seu quarto tentando esquecer o que acabou de ouvir. Pelo menos tiveram a decĂȘncia de te esperarem dormir para começarem com suas atividades noturnas.
Mas isso sĂł te traz ao seu problema inicial. O sexo nunca foi muito importante para vocĂȘ antes dele. Mas depois, se tornou algo essencial, contĂ­nuo, um desejo que precisava ser satisfeito a todo momento. Quando estava feliz, e queria comemorar, triste e queria esquecer, quando estava calma e queria algo mais preguiçoso, e quando estava com raiva. Principalmente com raiva. Querendo fazĂȘ-lo se submeter a vocĂȘ e vice-versa.
Recusava a tocar a si mesma, pois saberia quem iria vir a sua mente no momento, e nĂŁo queria que ele fosse dono de mais essa parte de vocĂȘ. EntĂŁo passa a noite quase em claro, adormecendo somente quando falta poucas horar para amanhecer.
-- --
No dia seguinte, quando estĂĄ na faculdade, vocĂȘ e os outros estudantes sĂŁo recebidos com a notĂ­cia de que o Ășltimo perĂ­odo seria vago, o que foi muito bom para vocĂȘs, mas muito ruim para o professor que teve que se ausentar, pois nĂŁo estava se sentindo muito bem, e nĂŁo pode comparecer. VocĂȘ manda uma mensagem avisando a sua irmĂŁ, para que ela nĂŁo venha te buscar no horĂĄrio combinado, pois iria embora mais cedo, o que ela Ă© bem rĂĄpida em responder. Depois da noite passada, vocĂȘ mal falou com ela essa manhĂŁ, ainda envergonhada por ter flagrado um momento tĂŁo Ă­ntimo. E para o seu horror e surpresa, ela diz que estĂĄ indo agora te pegar, pois tem planos para a tarde das duas.
- JĂĄ sei o que podemos fazer hoje. - Diz com as mĂŁos no volante dirigindo para sĂł Deus sabe onde.
- O que? – VocĂȘ rebate interessada.
- Compras! – Responde com um gritinho animado e erguendo os ombros.
VocĂȘ tenta fazer o seu melhor para demonstrar excitação com esse plano, mas nĂŁo sabe exatamente se consegue. VocĂȘs fizeram compras no dia seguinte em que ela tinha chegado, passando o domingo inteiro no shopping, comendo, vendo um filme romĂąntico clichĂȘ em cartaz, comprando besteiras, e encerrando o dia com boliche e comida de fast food. Foi legal ter um dia das garotas, mas era isso, um, e pra vocĂȘ jĂĄ era mais do que o suficiente. A ideia de ter que passar o resto do dia carregando sacolas, ou experimentando roupas, tendo que tirar, colocar, e depois tirar de novo, nĂŁo te atrai em nada.
Ainda no estacionamento vocĂȘ a tenta fazer mudar de ideia. Considerar alguma outra alternativa ou atividade que ambas gostem.
- A gente não pode fazer outra coisa? – Diz ainda no carro.
Ela se vira para trås esticando o braço, tentando alcançar sua bolsa no banco de traseiro.
- Como o que? - Pergunta, finalmente agarrando o acessĂłrio e conferindo se tem tudo o que precisa dentro.
- Ir pra casa, ver um filme, e pedir alguma coisa. – VocĂȘ descreve sua noite ideal, o que te rende um olhar incrĂ©dulo e julgador em sua direção. Ela sai do veĂ­culo e te espera do lado de fora, o que com um grunhido vocĂȘ obedece e faz. Ela retoma o assunto entĂŁo:
- Primeiro, jĂĄ Ă© tarde demais porque jĂĄ paguei o cartĂŁo de estacionamento – Explica, e vocĂȘ nĂŁo consegue evitar revirar os olhos com essa desculpa – E segundo, tenho que ver a roupa do casamento. – Conclui, fechando e acionando o alarme do carro, se dirigindo a entrada do lugar enorme e lotado, sem esperar que vocĂȘ a siga.
- Como assim roupa do casamento? – Questiona incrĂ©dula - A cerimĂŽnia Ă© daqui um mĂȘs e vocĂȘ ainda nĂŁo tem o seu vestido? – VocĂȘ sente como se pudesse arrancar os cabelos agora.
Ela te encara, e parece magoada ao rebater:
- O meu vestido estĂĄ pronto a meses, vocĂȘ Ă© uma das madrinhas, e deveria saber disso. – Diz duramente.
EntĂŁo tudo volta em um borrĂŁo. As chamadas de vĂ­deo no ateliĂȘ, fotos infinitas de modelos e tipos de tecido, por Deus, vocĂȘ atĂ© tinha opinado no tipo de corte que teria melhor caimento no corpo dela. Como pode esquecer?
- Me desculpa, acabei me confundindo. – Fala arrependida, e se encolhendo.
Ela começa a dar passos apressados, ficando muito a sua frente, e vocĂȘ a segue prontamente. Quando se aproxima, ela recomeça:
- É o meu casamento, como vocĂȘ esquece da droga de vestido que eu vou usar? – Ela diz exaltada, claramente magoada e sem olhar em sua direção, te ignorando. Mas se recompondo, para de caminhar, e se vira para vocĂȘ – Às vezes sinto que vocĂȘ anda dispersa e nĂŁo liga para mais nada. – Te acusa.
- O que? É claro que eu ligo. – VocĂȘ se defende imediatamente – Eu sĂł me atrapalhei um pouco pra lembrar do vestido, mas Ă© claro que eu me importo.
Ela te olha, e pela primeira vez, sente como se ela estivesse realmente brava contigo:
- VocĂȘ nĂŁo tem estado presente para opinar em nada em relação ao casamento, seja decoração, comida ou atĂ© a droga dos guardanapos de mesa. – Ela aponta friamente - Eu e a mamĂŁe quem decidimos a maioria dos detalhes. Eu tive que escolher o meu buquĂȘ com uma outra amiga minha que vai ser madrinha, sendo que Ă© vocĂȘ quem Ă© a obcecada por flores, e nem nisso vocĂȘ se dispĂŽs a me ajudar. – Nessa parte, a voz dela vacila, e vocĂȘ se sente afundando no lugar. NĂŁo tinha notado que tinha negligenciado sua irmĂŁ tanto assim. Para ser franca, vocĂȘ se lembrava bem brevemente de uma discussĂŁo a respeito dos arranjos de flores nas mesas e decoração, mas nĂŁo prestou atenção o bastante para recordar com clareza.
- Me desculpa, nĂŁo tinha percebido que estava tĂŁo ausente. – Ela ignora suas palavras e decide continuar com o sermĂŁo, o qual vocĂȘ merece Ă© claro:
- E sabe o que mais? VocĂȘ tambĂ©m nĂŁo fez a sua parte em outras coisas. To te pedindo o nome de algum acompanhante a semanas. Preciso saber, se vai levar alguĂ©m para encaixar os lugares, tanto na festa quanto nas fotos em famĂ­lia.
E aĂ­ quem estĂĄ o problema. VocĂȘ tem evitado pensar na cerimĂŽnia, pois nĂŁo sabia quem iria levar, mas sabia quem queria levar. O que sĂŁo coisas bem diferentes. Como convidar alguĂ©m que nĂŁo demonstra o mĂ­nimo de interesse em ter algo sĂ©rio e concreto com vocĂȘ para um casamento? Onde estariam presentes toda a sua famĂ­lia, amigos, e pessoas que te conhecem desde sempre. É simples, vocĂȘ nĂŁo convida.
Fica um silencio desconfortĂĄvel entre as duas. VocĂȘ, sem saber o que dizer, e ela, medindo as palavras para debaterem o assunto.
- E não foi para mim que eu vim ver roupa. – Declara um minuto depois.
- EntĂŁo pra quem? – Agora vocĂȘ estĂĄ mais confusa ainda.
- Pra vocĂȘ. – Ela se dirige a escada rolante, indo para o prĂłximo andar, e vocĂȘ vai atrĂĄs, ficando um degrau abaixo. – Eu te passei a paleta de cores a meses atrĂĄs, para que vocĂȘ pudesse comprar ou alugar algo que te agradasse. Mas desde que eu cheguei na tua casa, nĂŁo tem uma peça de roupa na cor que eu havia falado. VocĂȘ esqueceu nĂŁo foi? – Ela te fita, olhando para baixo por trĂĄs do ombro.
- Foi – Mesmo já esperando essa resposta, ela fica ainda mais desapontada.
- É uma data importante sabia? VocĂȘ alĂ©m de ser madrinha, vai estar em todas as fotos da nossa famĂ­lia, nĂŁo pode deixar para ver esse tipo de coisa no dia. – Te relembra. VocĂȘs saem da plataforma giratĂłria e começam a percorrer o local, repleto de lojas e pessoas.
- Eu jĂĄ disse que sinto muito. – EstĂĄ começando a ficar irritante agora. VocĂȘ sabe que errou, mas jĂĄ pediu desculpas. O que mais ela quer?
- EntĂŁo demonstre! Eu tentei ser legal, mas sendo bem sincera – Ela se aproxima e te encara desafiadoramente - A gente nĂŁo vai sair daqui hoje, enquanto nĂŁo achar a droga de um vestido marsala, estamos conversadas? – Aponta o dedo no seu peito. VocĂȘ se sente uma criança de novo, levando bronca por alguma travessura, e se segura para nĂŁo arranjar uma briga no meio de todos.
- Sim. – Engole em seco, fechando os punhos e desviando o olhar.
- Ótimo! – E continua andando, como se não tivesse te destruído a apenas alguns segundos atrás.
VocĂȘs visitam vĂĄrias lojas, mas nĂŁo encontram nada que agrade as duas de primeira. É muito estressante, e vocĂȘ começa a entender o nervosismo dela. Em um ateliĂȘ teriam que ver o aluguel ou comprar a roupa, o que sairia uma fortuna tĂŁo em cima da hora, isso considerando que tivesse algo disponĂ­vel para alugar na mesma data e na cor exigida. O que seria difĂ­cil. Se fossem encomendar, teriam gastos semelhantes com mĂŁo de obra ou para fazer algum ajuste. A culpa começa a te corroer por dentro. VocĂȘ quem deveria ajudĂĄ-la, nĂŁo o contrĂĄrio.
Eventualmente, acabam encontrando uma loja que chama a atenção das duas. É um espaço aconchegante e acolhedor. Bem iluminado e repleto de araras com vestidos de vĂĄrios comprimentos, modelos e cores, adornando o ambiente. Assim que adentram, sĂŁo recebidas por uma vendedora atenciosa e muito prestativa. ApĂłs alguns minutos de conversa, com sua irmĂŁ explicando, o que procuravam e queriam, a vendedora Ă s guiam para uma sala de espera com o provador, e retorna depois com diversas opçÔes para que vocĂȘ experimente.
- Eu estou me sentindo como um enfeite de Natal. – Diz com a primeira opção no corpo. Um vestido colado, cheio de brilho e decotado na frente.
Ela te avalia de cima a baixo:
- Um enfeite de Natal Sexy – Conclui.
Na segunda opção, Ă© preciso que ela entre no provador, para te ajudar com a amarração nas costas. E vocĂȘ aproveita para se redimir:
- Me desculpa, eu nĂŁo tenho sido eu mesma nos Ășltimos meses. – Encontra o olhar dela atravĂ©s do espelho - Em vĂĄrios aspectos. – VocĂȘ diz, e ela sabe ao que se refere, ou a quem. - Mas vou ser mais presente agora, prometo! – Termina, esperando que ela acredite em suas palavras.
Ela suspira, e segurando firme em seus ombros, te aconselha:
- Eu sei que o primeiro amor pode ser animador e estimulante, mas nĂŁo se perca por causa disso.
Suas bochechas queimam com essa afirmação. Como assim amor? Tudo bem, vocĂȘ admite que estava de cabeça para baixo pelo garoto, ficava encantada com a presença dele e admirava sua inteligĂȘncia, humor ĂĄcido e em como ele te tratava na cama. Mas era sĂł isso certo? Uma paixĂŁo boba, que iria passar eventualmente depois de algum tempo.
- Mas tudo bem, eu te desculpo – Te tira de seus pensamentos, te olhando afetuosamente – E que bom que vocĂȘ disse que seria mais presente – Surge um sorriso malĂ©fico em seu rosto – Depois daqui iremos ver sapatos! – E com um pulinho animado ela começa a fastar as mĂŁos, e se distanciar, mas no Ășltimo segundo, com um olhar franzindo, ela volta com os dedos e os esfrega com força no seu pescoço, o que te arranca um chiado baixo. VocĂȘ vĂȘ os dedos dela levemente mais claros por conta da maquiagem, e entĂŁo entende o que aconteceu.
- Que merda Ă© essa? – Diz com os dedos pintados e vendo o seu pescoço, que agora estĂĄ mostrando um leve hematoma, o qual vocĂȘ tinha se empenhado tanto em cobrir. – Quer saber, vocĂȘ me conta depois, estamos com pressa agora – E se retira, te deixando confusa e com medo.
Ocasionalmente acabam escolhendo um vestido, que agrade as duas. É elegante, te caiu bem, nĂŁo Ă© tĂŁo chamativo, se adequa aos padrĂ”es e expectativas que a ocasiĂŁo pede, e estĂĄ em um valor acessĂ­vel. VocĂȘ agradece aos cĂ©us, quando a vendedora retorna com um par de saltos que combinam com a roupa escolhida, poupando tempo e esforço para vocĂȘ. Obviamente, ela fez isso pensando em sua comissĂŁo, mas ainda assim, te ajudou bastante.
Se despedem da moça, satisfeitas com a compra e com sorrisos no rosto. Seu alĂ­vio nĂŁo dura muito, quando sua irmĂŁ se vira, e diz que precisam conversar. Se dirigem a uma praça de alimentação, e vocĂȘ começa a contar o que aconteceu. Em como devolveu as coisas dele, nĂŁo mandou mensagem, e o encontrou na manhĂŁ passada enquanto estava com o noivo dela. Relata que o rapaz pediu para que conversassem e assim vocĂȘ o fez, nĂŁo querendo causar uma comoção na hora, e que consequentemente, acabaram se beijando.
- Beijo? VocĂȘ quer que eu acredite que estĂĄ com chupĂŁo no pescoço por causa de um beijinho? – Diz debochada.
- Ok, a gente deu uns amassos no banheiro tĂĄ bom? SĂł isso – Afirma com o rosto queimando de vergonha, sabendo que Ă© mentira – NĂŁo conta pro Wagner, nĂŁo quero que ele saiba disso. – Pede meio embaraçada.
- NĂŁo contar o que? Que vocĂȘ foi dar uns pega no banheiro ou que voltou com o garoto?
VocĂȘ ignora a provocação dela.
- NĂŁo Ă© bem assim, e eu nĂŁo voltei com ele, foi sĂł um beijo. – Rebate.
- NĂŁo vou questionar o porquĂȘ nĂŁo me disse, porque Ă© obvio que vocĂȘ nĂŁo queria ouvir sermĂŁo, mas Ă© bom vocĂȘ estabelecer limites com ele, e logo – Observa - NĂŁo adianta devolver as coisas dele e o dar o que ele quer. - Acusa.
As palavras dela te machucam, com a insinuação que acabou de fazer. VocĂȘ Ă© amarga ao responder:
- E o que ele quer exatamente? Sexo? Uma rapidinha no banheiro? - Pergunta com desgosto.
- NĂŁo – Ela nega prontamente – VocĂȘ. Isso Ă© o que ele quer, vocĂȘ.
A afirmação dela em dizer que ele te queria, e nĂŁo somente ao seu corpo, te conforta. Mas nĂŁo tem como saber exatamente se Ă© verdade, jĂĄ que vocĂȘ e ele nunca exploraram mais do que isso um no outro.
- Bom, podemos ir embora se quiser, a menos que vocĂȘ queira comprar alguma coisa? – Ela diz, encerrando o assunto e pegando a bandeja, começando a descartar os restos de comida. VocĂȘ se levanta tambĂ©m, e para a surpresa dela, concorda e diz que quer comprar sim algo.
- O que? - Ela questiona curiosa.
- TampĂ”es de ouvido – Responde – NĂŁo quero mais ter que ouvir os gritos da noite passada vindo do seu quarto. – Explica ao descartar a comida tambĂ©m, e segue em direção a prĂłxima loja. Agora, Ă© ela quem fica envergonhada, e vocĂȘ dĂĄ um riso de satisfação com isso, enquanto caminham.
-- --
JĂĄ em casa, vocĂȘ começa a refletir sobre o que sua irmĂŁ disse, em estabelecer limites com o garoto. VocĂȘ deveria ser a madura da histĂłria e tentar resolver a situação com ele, mas se recusava a dar o primeiro passo e ceder, e estava mais uma vez desapontada pela falta de tentativa de comunicação pelo lado dele. Como ele poderia em um instante te proporcionar um momento desenfreado de paixĂŁo, e no outro simplesmente nĂŁo dizer nada? VocĂȘ quem o deu as costas e o deixou lĂĄ, mas o que ele queria que vocĂȘ fizesse? Ficasse enrolando, enquanto ele dizia que sentia sua falta para te convencer a voltar a mesma situação de merda que se encontravam antes? Ou para dizer que tinha voltado com a ex e essa seria a Ășltima vez? Ou atĂ© pior, para dizer que queria que vocĂȘ fosse sua amante e continuassem se vendo em segredo? De qualquer forma, vocĂȘ sabia que o que quer que ele fosse falar, nĂŁo iria te agradar, entĂŁo fugiu, como o garoto sempre faz, nĂŁo ligando para o que ele pensou ou vai pensar.
TambĂ©m nĂŁo parava de pensar na possibilidade de amar ele, e isso te assustava, pois se fosse verdade, vocĂȘ nĂŁo saberia o que fazer com esse sentimento. Ele nĂŁo era parecido em nada com o que vocĂȘ queria ou procurava em um namorado. Ele nĂŁo era educado, gentil, galante ou culto, muito pelo contrĂĄrio, ele era sarcĂĄstico, teimoso, com um humor ĂĄcido e as vezes difĂ­cil de lidar. E mesmo assim, vocĂȘ se encantou por ele, e foi o bastante para o sentimento florescer e crescer cada vez mais dentro de seu peito.
Isso era tĂŁo patĂ©tico! Provavelmente ele estava nos braços dela, enquanto vocĂȘ estava aqui se martirizando. VocĂȘ tinha que mostrar a ele que nĂŁo iria voltar com um simples estalar de dedo, tinha que demonstrar convicção e certeza, mas sabia que se ele aparecesse na sua porta, agora, e te prometesse tudo o que vocĂȘ queria, falasse todas as palavras certas, vocĂȘ se deixaria levar e se entregaria com o maior prazer do mundo. VocĂȘ se olha no espelho do seu quarto, passando a mĂŁo pelo pescoço e admirando as marcas deixadas, a Ășnica conexĂŁo que tem com o garoto no momento. Seus olhos viajam para o guarda-roupa, onde se encontra o vestido recĂ©m comprado e os pares de sapatos. VocĂȘ o pega e o traz em frente ao corpo, dessa vez querendo realmente ver como fica sua aparĂȘncia, nĂŁo avaliando se era bom o bastante ou adequado para a ocasiĂŁo, e nĂŁo consegue deixar de se perguntar, o que ele acharia. Te acharia bonita? Sexy? Te ajudaria a tirar do corpo apĂłs o casamento? Em um universo alternativo, onde vocĂȘ o convida e ele aceita de bom grado, e conhece toda a sua famĂ­lia e os encanta, assim como fez com vocĂȘ.
Mas isso Ă© uma ilusĂŁo idiota, vocĂȘ nem sabe o porquĂȘ se deu ao trabalho de concordar com sua irmĂŁ, quando ela perguntou se vocĂȘ iria querer reservar o lugar de alguĂ©m como acompanhante. Mas jĂĄ estava saindo com o Matias, e pensou que atĂ© a data jĂĄ teriam se oficializado e poderiam ir juntos, que ingenuidade a sua.
Com um suspiro cansado e de derrota, decide se preparar para dormir e começa a guardar as coisas, devolvendo a roupa para o cabide com cuidado para não amassar o tecido. Enquanto faz isso, é notificada com o som do telefone, alertando que chegou uma nova mensagem. Olha ao redor a procura do aparelho e o avista em cima da cÎmoda com a tela virada para baixo. O pega sem prestar muita atenção, e se dirige para a cama, provavelmente deve ser alguma das meninas mandando mensagem no grupo, ou algo relacionado a faculdade. Mas assim que desbloqueia a tela inicial, agradece por ter se deitado e assim não ter como cair devido a surpresa:
- Precisamos conversar – Diz a mensagem que Matias acabou de enviar.
Seu coração dĂĄ um pulo, e os pequenos pontos pulando na tela, indicam que ele ainda estĂĄ escrevendo alguma coisa, e vocĂȘ espera, mordendo os lĂĄbios em sinal de ansiedade.
- Posso ir te ver? – Pergunta o garoto.
NÃO! VocĂȘ quer escrever em letras maiĂșsculas e mandar pra ele. Deve te achar muito idiota para acredita que vocĂȘ vai recebĂȘ-lo em sua casa tarde da noite, para “conversarem”.
- Não vou tentar nada. – Ele envia, parecendo ler os seus pensamentos.
E quando vocĂȘ pensa em dar ao garoto o benefĂ­cio da dĂșvida, ele replica:
- A menos que vocĂȘ queira, Ă© claro.
Arghh! Isso te faz entrar em uma nova onda de fĂșria. Como ele tem coragem de falar assim com vocĂȘ? Ficar brincando depois de tudo? VocĂȘ nĂŁo perde tempo em respondĂȘ-lo, e acabar com as expectativas dele:
- VocĂȘ Ă© ridĂ­culo, nĂŁo quero nem olhar na tua cara.
Ele responde prontamente.
- Desculpa, vou parar. Mas precisamos conversar.
E realmente precisam. VocĂȘ precisa de um fechamento para poder seguir em frente, e mesmo sabendo que talvez nĂŁo goste da resposta, decide que vocĂȘ merece uma explicação pelo motivo dele ter agido como moleque em toda essa histĂłria. Se ele estiver disposto a ter uma conversa sĂ©ria, Ăłtimo, se nĂŁo for o caso, pelo menos vai poder falar todas as coisas que ficaram entaladas na sua garganta todo esse tempo.
- Ok – VocĂȘ responde, e antes que ele possa te enviar mais alguma coisa, vocĂȘ Ă© mais rĂĄpida e envia antes – AmanhĂŁ de manhĂŁ, no cafĂ© perto do Campus.
É claro que vocĂȘ nĂŁo vai arriscar ter ele na sua casa ou ir Ă  dele e acabarem na cama um do outro, entĂŁo optou por um lugar pĂșblico, mas se lembra envergonhada, que nem isso foi o suficiente para impedi-los da Ășltima vez.
- Combinado.
E com isso vocĂȘ acha que o assunto estĂĄ encerrado. Mas se surpreende ao ver uma Ășltima mensagem.
- Boa noite.
E indo contra todos os seus desejos de ignorĂĄ-lo, ser rancorosa, e tratĂĄ-lo mal, vocĂȘ o responde:
- Boa noite.
-- --
VocĂȘ esteve em um estado de espĂ­rito completamente inquieto e perturbador a manhĂŁ inteira desde que acordou, sem saber muito bem o que esperar dessa conversa que iriam ter, e em como iria reagir quando o visse de novo.
Quando vocĂȘ se aproxima do local, examina o ambiente e surpreendentemente, ele jĂĄ estĂĄ te esperando. Sentado em uma mesa para dois, parecendo nervoso, e para seu descontentamento, bonito como sempre. VocĂȘ atĂ© fantasia por um momento, que isso poderia ser um encontro. Que vocĂȘ estava indo passear com o garoto para se conhecerem melhor. Mas nĂŁo Ă© o caso. Uma das possibilidades que passou por vocĂȘ, do motivo dele ter te chamado, foi para se desculpar e te dar um fora, para contar que voltou com a ex, mas que nĂŁo queria ter pontas soltas contigo. Mas nĂŁo valia a pena se perguntar o que ele iria te dizer, a dĂșvida estava te matando, entĂŁo era melhor acabar com isso de vez.
Com esse pensamento, vocĂȘ se aproxima da mesa, e ele como o cavalheiro que nunca foi, puxa a cadeira para que vocĂȘ se sente.
Assim que vocĂȘ se acomoda, uma garçonete chega, depositando uma xĂ­cara de cafĂ© preto para o rapaz, e um prato com um doce na sua frente, vocĂȘ estĂĄ prestes a falar que Ă© um engano, que nĂŁo pediu nada, mas ao notar que Ă© o seu favorito, e olhar para Matias, ele te entrega tudo com o olhar:
- VocĂȘ lembrou. – É a primeira coisa que diz a ele, assim que a garota se afasta.
- Sim. – Concorda, te lançando um sorriso contido.
Lembranças passam por vocĂȘ de todas as vezes em que estiveram aqui. NĂŁo era um lugar especial, mas era perto do Campus, e tinha o seu doce favorito, nada muito requintado, apenas uma fatia de cheesecake, que te fazia contente sempre que comia, entĂŁo vinham aqui com certa frequĂȘncia, mas nunca era um encontro, claro.
- Ok, entĂŁo vamos conversar. – VocĂȘ fala mudando o seu semblante, ficando sĂ©ria, e o encarando, esperando que ele comece a dizer algo.
- Oi, como vocĂȘ tĂĄ? Estou bem tambĂ©m, obrigado. – Retruca debochado.
- Caso nĂŁo tenha dado pra notar, eu estou brava com vocĂȘ, nĂŁo vim aqui pra jogar conversa fora, entĂŁo ou vocĂȘ fala algo que valha a pena, ou vou embora. – Ameaça.
Ele parece considerar se vocĂȘ estĂĄ falando sĂ©rio, e algo em seu olhar o faz desistir e concordar com o que disse. Ele se endireita na cadeira, e limpando a garganta, recomeça:
- Eu quero me desculpar – VocĂȘ nĂŁo diz nada, em um sinal claro para que ele prossiga – A noite no restaurante, foi injusto com vocĂȘ, sinto muito.
- Por que vocĂȘ fez aquilo? – Interroga ele.
- Eu, eu estava confuso, eu e a Malena nĂłs... – Ele dĂĄ uma pausa, sem saber como continuar, e vocĂȘ fica aflita com o que vem a seguir. – NĂłs namoramos por dois anos, e terminamos cerca de um ano atrĂĄs... – Ele recapitula os fatos.
- Por que terminaram? – O interrompe, com a dĂșvida que sempre passava por sua cabeça. Um casal nĂŁo termina um relacionamento de tanto tempo por nada. Quando os dois se viram no restaurante, ela ainda parecia claramente interessada, e apĂłs o comportamento dele, nĂŁo poderia dizer que o mesmo estava ileso a presença dela, entĂŁo o que houve realmente para que rompessem?
- Ela tinha conseguido uma bolsa pra desenvolver a tese dela no exterior – Diz, e começa a mexer o cafĂ©, o revirando com a pequena colher que se encontrava na mesa, claramente desconfortĂĄvel com o assunto - Eu quis continuar com o relacionamento, mesmo que fosse Ă  distĂąncia, mas...ela nĂŁo.
Um sentimento de choque e tristeza, passam por vocĂȘ. Primeiro, o fato deles nĂŁo terem terminado por conta de alguma briga, desentendimento, discussĂŁo, ou a falta de carinho um pelo outro, e sim por conta do distanciamento. Segundo lugar, o cara por quem vocĂȘ estava louca, e que era averso a compromisso, quis tentar uma relação Ă  distĂąncia? Isso parecia uma ideia tĂŁo absurda dele considerar, mas talvez essa parte, essa fração dele, esteja reservada apenas para ela, nĂŁo para olhares forasteiros como o seu.
- Então terminaram porque ela foi embora? – Pergunta para confirmar, e odeia como suas palavras saem baixas, assim como o seu olhar e seus ombros se encolhendo, conforme se afunda na cadeira, tentando sumir.
- Sim, atĂ© pensamos em ter um relacionamento aberto, mas nĂŁo era minha praia, entĂŁo tomamos essa decisĂŁo mĂștua. – Ele solta um suspiro, e procura o seu olhar ao continuar – Eu nĂŁo quero te machucar, nĂŁo precisamos falar sobre isso. – Cessa o assunto, preocupado com sua reação.
- NĂŁo, eu quero saber – Ele te fita, ainda indeciso se deve prosseguir – NĂŁo quero ficar no escuro sobre isso. – VocĂȘ justifica.
- Tudo bem – Acena com a cabeça, ainda duvidoso - A gente ainda se gostava, sabĂ­amos que sĂł era um momento ruim, e nĂŁo querĂ­amos acabar com tudo por causa de alguns meses separados, entĂŁo... meio que fizemos um acordo um com o outro. – Nessa Ășltima frase, ele desvia o olhar e coça a nuca, em sinal de embaraço.
- Que acordo? – VocĂȘ acha que pode estar hiperventilando agora.
Matías não quer falar, isso é obvio, ele olha para os lados, e solta uma expiração, conformado que não tem mais como evitar esse assunto.
- Ela poderia ficar com quem quisesse, e eu tambĂ©m. Se quando ela voltasse, ambos estivessem solteiros, aĂ­ voltarĂ­amos, se nĂŁo, continuarĂ­amos amigos. – Conta por fim.
VocĂȘ nĂŁo sabe como reagir a essa nova informação. Isso sĂł prova que ele nunca teve a intenção de te levar a sĂ©rio, era sĂł um escape enquanto a pessoa certa estava ausente. O que ele faria quando ela voltasse? Iria te descartar sem mais nem menos? Te jogar fora como um brinquedo quebrado?
- F-foi por isso que vocĂȘ nĂŁo quis assumir nada, n- nĂŁo Ă©? Porque se ela voltasse e vocĂȘ estivesse namorando alguĂ©m, aĂ­ teria quebrado o acordo. – Gagueja ao pronunciar as palavras.
Ele engole em seco antes de responder:
- Sim.
VocĂȘ sabia. Sabia, e ainda assim te machuca saber que estava certa. VocĂȘ era sĂł um passatempo, uma distração de quem realmente importava. Se sente suja, e usada, percebendo que os seus esforços, e paciĂȘncia com ele, nunca te levariam a nada, pois desde o começo jĂĄ estava fadado ao fracasso.
- Bom, acho que deu tudo certo no final entĂŁo – Com a costa da mĂŁo, vocĂȘ limpa uma lĂĄgrima teimosa, que insistiu em aparecer, - Agora vocĂȘ pode ter sua garota de volta. - Constata.
- Eu quero vocĂȘ, por isso to aqui. – O rapaz diz, mas vocĂȘ mal presta atenção, ainda brava por sua confissĂŁo anterior.
- NĂŁo, vocĂȘ acabou de dizer, vocĂȘ estava esperando por ela, por isso que nĂŁo me assumiu, eu devia ser sĂł um prĂȘmio de consolação pra vocĂȘ – As lĂĄgrimas, começam a querer vir a todo custo, e vocĂȘ se inclina sobre a mesa, trazendo as mĂŁos ao rosto, se cobrindo e tentando controlar um soluço.
- NĂŁo, Ă© claro que nĂŁo, vocĂȘ nunca foi um prĂȘmio de consolação, ou uma segunda opção, eu gosto de vocĂȘ, por isso to aqui, pode nĂŁo ter começado como algo sĂ©rio, assim como qualquer outro relacionamento, mas eu certamente me importo e tenho sentimentos por vocĂȘ. – Ele tenta se explicar.
- VocĂȘ disse que quando ela voltasse, dependendo da situação, iriam reatar. Foi no dia do restaurante que ela voltou? Que vocĂȘ a convidou? – Questiona, ignorando as palavras anteriores dele. O mesmo sĂł solta uma lamentação e prossegue:
- Ela jå havia voltado alguns dias antes, só estava terminando de se instalar. Não mantivemos contato durante o término, mas quando ela chegou na cidade me enviou mensagem, me chamou pra sair e eu disse que jå tinha planos, juro que não chamei ela, mas ela apareceu mesmo assim. Aquele dia, foi a primeira vez em que a vi pessoalmente depois do término. - Conclui ele.
- Se ela tivesse te perguntado aquele dia, pedindo pra reatar, vocĂȘs teriam voltado, nĂŁo Ă©? – Interroga em um tom de acusação.
- Eu já disse, estava confuso. Não tem como responder isso, eu disse pra ela para conversarmos em outro momento, longe de todos. – Relata o garoto.
- E longe de mim tambĂ©m, certo? – Sua voz Ă© carregada de rancor.
- Sim, mas nĂŁo como vocĂȘ estĂĄ pensando. Eu nĂŁo sabia o que fazer, estava desconcertado, tinha que falar com ela tambĂ©m e apaziguar a situação. - O mesmo argumenta.
- Tadinho de vocĂȘ, tendo que escolher qual garota levar pra cama dia sim, ou dia nĂŁo. – Retruca com raiva e deboche.
Ele morde as bochechas, tentando se conter, e nĂŁo dizer a coisa errada.
- Olha, eu admito que fiquei na dĂșvida, ok? Eu tenho um passado e histĂłria com ela, entĂŁo fiquei balançado quando a vi depois de tanto tempo, mas eu to com vocĂȘ agora, eu quero vocĂȘ, sei que nĂŁo acredita em mim, mas quero uma chance pra te mostrar que melhorei- Fala em um tom sĂ©rio e decidido.
VocĂȘ nĂŁo sabe o que responder, mas nĂŁo precisa, pois a conversa Ă© interrompida, por um pequeno zumbido de notificação em seu celular, o qual vocĂȘ verifica imediatamente, querendo fugir da situação, e tem vontade de revirar os olhos ao ver que Ă© apenas sua irmĂŁ te perguntando se poderia pegar uma bota emprestada.
- É aquele cara? Seu namorado? – Erguendo os olhos da tela, vocĂȘ nota como o garoto estĂĄ com o semblante fechado, carrancudo e parecendo uma criança com birra. Mas ignora e responde sua irmĂŁ, dizendo que sim, e para ter cuidado.
- Ele nĂŁo Ă© meu namorado. – Diz irritada, jĂĄ sabendo a quem ele estĂĄ se referindo, e guardando o celular na bolsa, para nĂŁo serem mais interrompidos.
- Um ficante então? – Questiona cruzando os braços e tensionando a mandíbula.
- NĂŁo que eu te deva satisfaçÔes, Ă© claro – VocĂȘ o encara, com a melhor feição de desgosto que consegue fazer e responde – Mas nĂŁo, ele nĂŁo Ă© meu ficante, namorado, ou algo assim, ele Ă© meu cunhado. – Explica por fim.
Ele parece confuso, franzindo o olhar, como se estivesse tentando se lembrar de algo.
- Eu nĂŁo sabia que vocĂȘ tinha irmĂŁ – Ele diz.
- Eu sei, vocĂȘ nunca perguntou da minha famĂ­lia lembra? Isso nĂŁo fazia parte da nossa “relação” – VocĂȘ acusa. Sabe que Ă© injusto trazer isso Ă  tona agora, mas quer fazer com que ele reconheça que te tratou mal, e que vocĂȘ nĂŁo merecia isso.
- VocĂȘ estĂĄ certa, me desculpe. – Diz com a cabeça abaixada em arrependimento.
Mas de repente, ele parece tentar conter um sorriso de surgir, aliviado ao saber que vocĂȘ nĂŁo estava ficando com ninguĂ©m, mas isso rapidamente muda para nervosismo, remorso e atĂ© mesmo, pĂąnico? talvez? VocĂȘ realmente nĂŁo o entende as vezes.
Depois de um momento de silencio, vocĂȘ quem decide o questionar:
- E vocĂȘ? Voltou com ela, ou ficou com alguĂ©m? – O receio e medo da resposta Ă© bem perceptĂ­vel em seu tom, e ele nota isso.
O rapaz paralisa, ficando com a cara pĂĄlida e baixando o olhar, parecendo culpado. E quando vocĂȘ estĂĄ prestes a falar que vai ir embora, e pra ele nĂŁo te procurar mais, ele se recompĂ”e e diz com a maior convicção que vocĂȘ jĂĄ viu:
- NĂŁo. – Sua voz nĂŁo treme, ele nĂŁo gagueja, e nĂŁo dĂĄ nenhum sinal de que possa estar mentindo. Ainda assim, vocĂȘ nĂŁo sabe o porquĂȘ, mas nĂŁo se convence totalmente com a resposta dele. Mas se obriga a acreditar, pois o mero pensamento dele com ela, ou com outra pessoa, depois de como as coisas ficaram entre vocĂȘs, te machuca profundamente. EntĂŁo empurra esse sentimento para o fundo do seu Ăąmago e ignora os seus instintos. Ele percebendo sua relutĂąncia, continua:
- Por favor, a gente pode recomeçar, e eu vou fazer certo dessa vez. Vamos ter encontros, andar de mĂŁos dadas, fazer o que vocĂȘ quiser, atĂ© flores se for a sua vontade, sĂł me dĂĄ uma chance. – Os olhos dele sĂŁo suplicantes agora.
- Eu nĂŁo sei. Isso Ă© muita informação MatĂ­as, vocĂȘ acabou de me dizer que nĂŁo ficamos sĂ©rios por meses, porque estava se “guardando” pra ela, e do nada, depois de dias sem nos falarmos, vocĂȘ quer voltar? É meio difĂ­cil entender o seu raciocĂ­nio aqui. – Explica, para que ele entenda o seu ponto de vista.
Ele procura sua mĂŁo em cima da mesa, hesitante em segurĂĄ-la, mas vocĂȘ nĂŁo se afasta e deixa com que ele entrelace seus dedos junto com os dele, unindo os dois. Ele te fita e continua:
- Eu sei que errei, mas quero consertar isso – Aperta sua mĂŁo suavemente, e acaricia sua palma com os dedos, te trazendo uma sensação gostosa com o calor emanando dele - Quero me comprometer e ser melhor pra vocĂȘ, sĂł com vocĂȘ. Por favor. – Ele termina a frase, e indo contra tudo o que vocĂȘ espera, ele traz a sua mĂŁo atĂ© os lĂĄbios, deixando um beijo casto ali.
Que merda era essa? Ele nunca demonstrou afeto em pĂșblico, e de repente, alĂ©m de segurar em sua mĂŁo, ainda a beija? No meio de vĂĄrias pessoas? Ele com certeza sabe como te fazer derreter, vocĂȘ fica sem palavras e corada com o gesto, estupefata e ao mesmo tempo se odiando por ser tĂŁo afetada por ele. Mas nĂŁo era isso o que vocĂȘ queria o tempo todo? Que ele se desculpasse, e te prometesse o mundo? EntĂŁo por que estĂĄ sendo tĂŁo relutante em aceitar?
- Eu vou pensar sobre isso. Mas tenho condiçÔes. – Começa, se sentindo uma vitoriosa por sua voz nĂŁo sair falha, e tentando controlar o rubor em sua face.
- Ok. – Ele diz, dando um Ășltimo beijo em sua mĂŁo, e a largando. VocĂȘ imediatamente sente falta do contato.
- Primeiro, e se vocĂȘ nĂŁo concordar, jĂĄ finalizamos por aqui. – Lança um olhar sĂ©rio - NĂŁo quero que vocĂȘ mantenha contato com a Malena, vocĂȘ vai ficar comigo e somente comigo, nĂŁo ligo pro acordo que vocĂȘs fizeram de continuarem a amizade. NĂŁo me importa se Ă© sua ex, se tem uma histĂłria, ou o que for, ela acabou pra vocĂȘ entendeu? – Termina, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha, e dane-se que vocĂȘ parece uma psicopata obsessiva.
- Tudo bem, eu concordo. – Responde prontamente.
Isso Ă© estranho, ele estĂĄ aceitando tudo muito fĂĄcil, vocĂȘ esperava um pouco mais de resistĂȘncia da parte dele, nĂŁo que vocĂȘ esteja reclamando, Ăłbvio.
- E segundo, se me quiser de volta, vai ter que lutar por isso – Declara convicta, apontando um dedo em sua direção - Vamos no ritmo que eu quiser, ou seja, com calma, e vamos fazer certo desta vez. – Ele nĂŁo parece entender o que vocĂȘ implicou, sĂł inclinando a cabeça para o lado em confusĂŁo. VocĂȘ revira os olhos e diz:
- Eu to querendo dizer: sem beijo, toque ou sexo. VocĂȘ tem que me cortejar antes, se quiser chegar nisso.
A expressĂŁo dele cai, com certeza nĂŁo esperando por essa exigĂȘncia sua, e considerando a vida sexual dos dois antes do tĂ©rmino, sabia que nĂŁo seria fĂĄcil pra ele. Mas precisava disso, se ele te quisesse de verdade, e nĂŁo somente o seu corpo, teria que te provar. Ele arruma o rosto e responde:
- Tudo bem – Diz convencido – Eu te conquistei uma vez, posso fazer de novo.
- Veremos. – Retruca em tom de desafio.
E com isso, um silencio se instala na mesa. De repente vocĂȘ se sente extremamente tĂ­mida, e sem saber como devem prosseguir a diante. Tem tantas coisas que ainda precisam ser ditas, esclarecidas, mas vocĂȘs vĂŁo se acertando pouco a pouco, ao menos Ă© o que vocĂȘ espera.
- VocĂȘ tĂĄ bonita. – Ele quebra o silĂȘncio.
- Me bajular não vai te levar a lugar nenhum – Diz o alertando.
- Eu sei, mas ainda assim vou dizer. – Retruca, teimoso como sempre.
- Obrigado. – Agradece a contragosto.
- Me conta mais sobre sua irmĂŁ – Ele começa a se servir com mais cafĂ© – Ela Ă© mais velha?
VocĂȘ Ă© pega de surpresa com isso. NĂŁo acostumada com a demonstração de interesse dele em relação a sua vida pessoal, sĂł quando envolvia estar entre suas pernas.
- Sim, ela Ă©. – Confirma.
E antes que vocĂȘ se de conta, a situação nĂŁo estĂĄ mais tensa, com os dois tentando nĂŁo pisar em ovos. EstĂŁo rindo, e conversando. VocĂȘ pega o telefone e o mostra fotos de sua irmĂŁ, dela com seu cunhado, e dos trĂȘs juntos. AtĂ© comenta do casamento, e ele se mostra realmente contente com os detalhes, provavelmente ainda aliviado de o homem nĂŁo ser prĂłximo de vocĂȘ, pelo menos nĂŁo da maneira em que ele imaginava.
VocĂȘ pergunta sobre os garotos, como eles estĂŁo, e pede para que o mesmo envie um abraço seu a todos, e se desculpe em seu nome por nĂŁo terem conversado ultimamente. VocĂȘ fica receosa em saber se eles estĂŁo chateados, ou ressentidos do seu comportamento, o que ele Ă© rĂĄpido em negar, te tranquilizando, dizendo que eles entenderam a situação, e que apenas estĂŁo com saudades. Relata que contou ao grupo do envolvimento entre vocĂȘs, e que eles compreenderam. Mais uma vez te surpreendendo, em como ele estĂĄ sendo transparente agora.
Ele Ă© atencioso, e antes de irem embora, insiste para que vocĂȘ coma mais alguma coisa, sabendo como vocĂȘ Ă© apaixonada pelas sobremesas de lĂĄ. Ele ri em como vocĂȘ abre um sorriso, e aponta animada para o doce, para que a garçonete o pegue. E em meio a isso, vocĂȘ nĂŁo consegue parar de pensar, que se ele continuasse se comportando assim, vocĂȘ vai amar ele mesmo, e nĂŁo vai se importar nenhum pouco com isso. Mas se estĂĄ tudo tĂŁo bem, por que vocĂȘ ainda sente que tem algo errado?
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Espero que tenham gostado do capĂ­tulo, atĂ© o prĂłximo đŸ˜šđŸ©”
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tecontos · 16 days ago
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Acabou sendo um programa no carro.
By; Amandinha
Oi, me chamo Amandinha, tenho 24 anos, sou G.P aqui na minha cidade, moro no interior de SĂŁo Paulo.
Entre muitas aventuras que já tive nessa vida vou contar uma delas 

HĂĄ uns 2 anos eu comprei um chip e passei a dar o numero aqueles clientes que eu mais gostava de atender, os que pagavam mais ou que me davam presentes, ficou mais fĂĄcil de marca os programas e tudo.
Um desses programas eu marquei com o Chico, (ele é dono de uma empresa de caminhÔes bem conhecido aqui da cidade) que me pegou na esquina de casa. Eu tava com um shortinho que era uma calcinha quase blusinha bem simples mas bem arrumadinha perfumada.
Entrei no carro com ele e saímos conversamos um pouquinho e logo a situação foi esquentando.
Ele encostou numa rua deserta tava chovendo e logo começou a me beijar, foi língua pra tudo que é lado, eu no clima ele logo começou a me chupar os peitos que me deixou louca me fazendo gemer, ele foi descendo a boca chegando na minha bucetinha. Meu Deus, delirei de tesão.
Ele sugava cada pedacinho da minha buceta me chupava com tanto tesão brincava com a minha bucetinha enfiava os dedos eu tava com tanto tesão que eu gozei nas mãos dele. Me contorcia gritava como uma cadela cruzando. Quando ele me deu um tempo eu abri a calça dele e comecei a mamar bem de vagarinho chupava a cabeça descia minha língua por aquele pau todo, enquanto eu tava chupando ele me dedilhava e metia o dedo no meu rabo, eu rebolava mesmo que não cabia tudo na minha boquinha eu forçava ate chegar a garganta.
Ele me deitou no banco e disse que era hora de eu sentir o pau dele de verdade. Ele foi colocando de vagar e eu fui sentindo o pau dele me invadindo nem preciso comentar que a essa altura eu nem gemia mais, tava gritando mesmo de tesão. Ele foi aumentando o ritmo e quando vi eståvamos nos virando em diversas posiçÔes e em cada uma delas eu gritava mais e mais .
O pau dele era grande e grosso então era uma mistura de prazer e dor  e o pior é que ele me judiou tão gostoso que eu jå tava implorando pra ele meter no meu cuzinho, mas fiquei com medo de perder as pregas kkkk.
Do nada surgiu umas pessoas na rua e a gente teve que sair de lå. 
Enquanto ele dirigia eu chupava o pau dele gostoso as bolas. Tudinho o tesão tava de mais, ele encostou em outra rua. E me fez sentar em cima daquele pau. Ele me segurava e estocava com força me fazendo grita geme e eu falo pra ele me fuder mais, eu queria mais e ele me xingava, puxava meu cabelo e me fodia com toda força teve um momento que eu controlei o movimento.
Eu sentada em cima dele, comecei um vai e vem gostoso rĂĄpido. Tava doendo pq entrou tudo eu tava sentindo a cabeça do pau dele no meu Ăștero jĂĄ, literalmente, mas eu sentei e gemia e gritava de tesĂŁo.
De repente comecei a sentir um calor fora do normal e acelerei mais ainda e foi me subindo um arrepio e ele apertava meus peitos com muita força  e esse arrepio foi crescendo e tomando conta do meu corpo me peguei descontrolada gritando que eu tava gozando com voz de safada senti o pau dele todo molhado da minha goza que escorria.
Ele me fudeu ate eu entrar em ĂȘxtase e enquanto eu estava gozando ele aproveitou e gozou na minha bucetinha gostosa, fiquei molinha no colo dele, mas valeu cada segundo 

NĂŁo deu nem tempo de irmos ao motel, ali apenas esperamos, quando sai de cima dele eu chupei o pau dele para deixar limpinho, nos vestimos e ele me levou para comer um lanche e depois me deixou pertinho de casa, bem onde me buscou.
Enviado ao Te Contos por Amandinha
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biancavogrincic · 3 months ago
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PrĂłlogo - Ensejo de PaixĂŁo
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Sabe quando sua vida perde todo sentido pela falta de uma pessoa? Bem, foi isso que aconteceu com Enzo, depois da morte de sua esposa Carol, ele ficou sem foco algum.
Ele desistiu do maior clube do mundo, o Real Madrid, onde se sagrou campeĂŁo de trĂȘs campeonatos importantes como Mundial de Clubes da FIFA, Champions League e Copa Rei para voltar para a AmĂ©rica do Sul com sua filha e sogra.
De forma alguma abrir mão do contrato bilionårio com o maior clube do planeta o prejudicou, Enzo possui a própria marca e próprio negócio, ele nunca passaria por dificuldades financeiras mesmo que desistisse da carreira, ele sabe como gerir empresas, foi ensinado a comandar grandes corporaçÔes pelos pais ainda na infùncia, pois seus pais são donos do maior polo de telecomunicaçÔes do Uruguai.
Ao contrårio de muitos jogadores de futebol, Enzo nasceu em berço de ouro e escolheu a profissão de futebolista por puro amor ao esporte, o jogador nunca passou dificuldades financeiras e sempre foi atrås das suas oportunidades sem precisar se submeter a situaçÔes precårias como muitos garotos, ele chegou a jogar no Brasil aos 18 anos, mais especificamente no Cruzeiro, foi onde acabou conhecendo Carol e se apaixonando perdidamente.
Carol era uma mulher negra retinta e os pais de Enzo nunca aceitaram bem o casamento dos dois ou o nascimento da neta e para proteger as duas, ele não hesitou em se afastar dos pais, tudo estava perfeito até o dia em que houve uma tempestade fora do normal na cidade de Madri e ele estava dirigindo para casa, como a pista estava escorregadia, um outro carro conduzido por um jovem alcoolizado bateu no veículo dele ocasionando o acidente que tirou a vida da esposa.
Mesmo usando a raiva de perder a esposa como motivação para entrar em campo e då o seu melhor, o mesmo estava em luto, pois não estava aguentando mais ficar na cidade que o amor de sua vida faleceu, ele acabou voltando para o Brasil.
Enzo decidiu no dia do funeral da esposa que jamais iria se apaixonar por outra mulher novamente, nem mesmo se casar, ele morreria sendo um pai solo e que nĂŁo teria nenhuma mulher mais em sua vida, ele detestava que falassem para ele seguir em frente.
Atualmente ele mora em São Paulo, sempre teve estabilidade financeira porque além do futebol investiu em outras åreas, como a de modelo, ele é uma febre entre as mulheres e homens, possui milhÔes de seguidores nas redes sociais.
Enzo é um dos nomes do futebol que mesmo com pouco tempo de carreira construiu uma fortuna bilionåria graças a visão para os negócios.
— Sospecharía del intento de tus padres de acercarse a ti y a Luna. — Giorgian De Arrascaeta, um dos melhores amigos de Enzo comenta pensativo.
Os dois eram da mesma categoria de base no Uruguai e atĂ© jogaram um tempo juntos no Cruzeiro antes de Enzo ser vendido para o Real Madrid. Eles sempre conversam por videoconferĂȘncia, principalmente agora que um estĂĄ em Minas Gerais e o outro em SĂŁo Paulo.
— SĂ© que no lo harĂ©, nunca olvidarĂ© las cosas horribles que le dijeron a Carol el dĂ­a que la presentĂ© como mi novia. — Enzo murmurou preocupado.
— Pero estuvo bien que vinieras a Brasil, las personas que se preocupan podrĂ­an ayudarte mĂĄs fĂĄcilmente, Luna necesita crecer rodeada de todos, mi Ășnica preocupaciĂłn es su padre.
— Lo sĂ©, este intento de acercarlos tambiĂ©n me preocupa, algo estĂĄn tramando y son poderosos, Gio. — engoliu em seco.
— Son poderosos en Uruguay, aquí en Brasil las cosas son muy diferentes. — relembrou tentando tranquilizar o amigo. — Pero ya te estás Tratando de encontrar a alguien con quien sali por ahí?
— No y no lo harĂ©. — disse sisudo.
— SĂ© que es difĂ­cil, pero tener al menos una aventura sin condiciones no te matarĂĄ y salir con alguien serĂ­a bueno para ti en lo que respecta a Luna, ella necesita una figura materna.
— Luna no necesita una figura materna, ya tiene a su abuela.
A lógica de Arrascaeta fazia sentido, mas Enzo era cabeça dura, isso sem contar que mesmo sabendo que sua sogra estava doente devido a um cùncer de mama, ele não cedia nem mesmo a ideia de contratar uma babå para cuidar de Luna, ele tinha medo que alguém pudesse machucar.
— La señora Marilene no se encuentra bien, cuidar a Luna la mayor parte del tiempo debe ser agotador, incluso si no vas a tener una cita, busca a alguien en quien confĂ­es.
— ¿Y cómo haría eso?
— Debe haber una mujer en el edificio donde trabajas que conozca a una niñera.
— No confío en nadie para que cuide a mi abejita, no es como si confiara en alguien para que se quede a dormir en mi casa con mi hija mientras estoy fuera por trabajo.
Enzo largou o futebol para cuidar da sogra doente, mas ele sempre precisa viajar por causa dos eventos ou das empresas.
— Tu necesidad no te da opciones. — o moreno deu de ombros. — Piense conmigo, la Sra. Marilene se desmaya durante la noche debido a los medicamentos fuertes, alguien necesita vigilar a Luna al menos en las primeras horas de la mañana.
— ÂżY a quiĂ©n contratarĂ­a para que hiciera esto por mĂ­?
— Ya dije esta parte, lamentablemente eso depende de ti, lo que sea, haz un período de prueba con alguien, estás en São Paulo, la gente dice que es fácil encontrar gente dispuesta a trabajar allí. — o homem riu concordando com o amigo, minutos depois eles desligaram a ligação.
— Papá, faz pipoca doce pra mim. — Luna apareceu na sala e pulou direto no colo do homem.
Enzo falava um "portunhol" quando nĂŁo estava conversando com seus amigos do Uruguai, mas no normal ele precisa sempre falar em portuguĂȘs, jĂĄ que todos Ă  sua volta sĂł falam a lĂ­ngua oficial brasileira.
— A senhorita precisa ir dormir, nĂŁo Ă© hora de pipoca nĂŁo, abejita. — ele sorriu acariciando o rosto da pequena.
Enzo ama os traços da filha, ela Ă© bem parecida com a mĂŁe,a Ășnica diferença Ă© o tom de pele de Luna que Ă© mais claro, mas os cabelos crespos cacheados castanho claro, olhos castanhos escuros, lĂĄbios carnudos e boca grande, nariz grande, ele acha a filha uma boneca de porcelana e Ă© um pai coruja.
— Mas eu queria tanto.
— Luna, a vovĂł jĂĄ tinha colocado vocĂȘ na cama para dormir. — Marilene, a sogra de Enzo, apareceu na sala atrĂĄs da neta. — Eu achei que a senhorita estivesse dormindo.
— Minha barriguinha tá querendo "mimida", abuela. — a pequena fez uma careta manhosa. — Queria pipoca doce.
— Isso mesmo, queria, agora nĂŁo quer mais e vocĂȘ jĂĄ escovou os dentinhos. — ele abraçou a pequena trĂȘs anos de idade.
— Eu posso escovar de novo. — argumentou.
— EstĂĄ tarde para vocĂȘ ficar acordada e comendo besteira, minha princesa.
— Olha, amanhĂŁ o papai faz pipoca e assiste A Princesa e o Sapo com vocĂȘ quando voltar do hospital com a vovĂł, estĂĄ bem? — a pequena assentiu se empolgando.
Ela deu um beijo no rosto do pai, saiu da sala e voltou para o quarto, a sogra de Enzo sentou-se no sofĂĄ e o analisou rapidamente.
— Temos que conversar.
— Se for sobre a enfermeira, eu nĂŁo abro mĂŁo, vocĂȘ vai ter alguĂ©m cuidando de vocĂȘ o tempo inteiro e eu matriculei a Luna no ballet, minha filha ficarĂĄ bem e com a mente ocupada. — ele garantiu, suspirando pesadamente.
— NĂŁo Ă© sobre a Luna, confio em vocĂȘ inteiramente, vocĂȘ Ă© um bom pai, quero tratar sobre alguĂ©m para poder me ajudar aqui em casa com Luninha e sobre vocĂȘ começar a ver uma forma de seguir em frente

— Eu estou seguindo em frente, nĂŁo preciso de ninguĂ©m.
Enzo suspirou pesadamente, era um assunto que não poderia fugir, apesar de contratar uma cozinheira e uma faxineira, ainda tinha alguém para poder ajudar com Luna, mas esse assunto era delicado.
Sua sogra estava fazendo tratamento contra o cùncer, prestes a fazer uma cirurgia na mama, não consegue fazer muitas atividades domésticas, tendo dificuldade até de fazer coisas båsicas, ela precisa de alguém para cuidar da neta.
— Veja com suas amigas do prĂ©dio se tem alguĂ©m para indicar. Eu pago o que for preciso.
— Tem uma menina chamada Bianca, Isabel a indicou, ela faz faxina na casa desde os 16 anos, Ă© muito dedicada e se dĂĄ bem com crianças, posso pedir para ela vir aqui amanhĂŁ conversar com vocĂȘ?
Marilene jå tinha combinado tudo com Bianca anteriormente, ela viu muito de sua filha e dela mesmo na garota, adorou saber que ela também é baiana, mas precisava convencer Enzo a concordar com a ideia. Bianca foi aprovada na faculdade hå poucos dias, mas estå procurando um emprego para poder ter estabilidade e alugar um local para morar sozinha durante o curso.
Pelo que ela percebeu ao conversar com a garota, ela Ă© muito doce, mas tem personalidade forte e sempre estĂĄ disposta a aprender.
— Está bem, pode falar para ela vir aqui. — cedeu suspirando pesadamente.
— É sĂł atĂ© eu vencer essa doença maldita, sĂł quero que minha neta seja protegida e cuidada.
— Eu sei, Mari. Eu sei.
Enzo saiu e foi para o quarto da filha, Luna estava sentada na cama brincando com seu ursinho favorito.
— Achei que a abuela tinha sido clara sobre vocĂȘ ir dormir. — ele se aproximou da pequena e deitou na caminha da mesma.
— O Fulipeco queria brincar comigo. — contou se referindo ao amigo imaginário.
Luna começou ir para escola tem apenas uma semana e não tem amigos ainda, para suprir essa solidão, a menina criou esse amigo imaginårio.
— Diga a ele que vocĂȘ precisa dormir para ir para escolinha amanhĂŁ.
— Está bem. Boa noite, Fuli. Boa noite, Papá.
Ela deitou a cabeça no peitoral do mais e o abraçou apertado, Luna nĂŁo sabe o que Ă© amor materno desde os 9 meses quando a mĂŁe morreu. AlĂ©m disso, o prĂłprio Enzo reconhecia que ele entendia muito pouco sobre as experiĂȘncias da filha sendo uma menina negra.
Na zona norte da capital, em uma realidade totalmente diferente das casas luxuosas de Moema, Bianca, a jovem indicada ao emprego na casa estava chegando em casa apĂłs um dia de trabalho fazendo faxina em apartamentos de luxo, jĂĄ sabendo o que enfrentaria ao chegar na residĂȘncia suspirou pesadamente e se forçou a pensar que logo as coisas melhorariam para ela, pois logo ela sairia daquela casa para morar na prĂłpria casa.
— Isso lá são horas de chegar em casa? — Carlos, esposo da tia de Bianca, perguntou mais uma vez implicando com a garota.
— Eu estava trabalhando, a casa da dona Isabel Ă© longe. — respondeu revirando os olhos internamente e tentando manter o tom cordial para nĂŁo apanhar dele ou da tia.
— E isso Ă© motivo para chegar Ă s nove horas da noite? — Juliane, prima de Bianca, lhe indagou querendo levianamente que a prima apanhasse dos pais.
— É um apartamento na regiĂŁo do Ibirapuera, hoje o trĂąnsito estava um caos por causa daquele acidente na marginal TietĂȘ, por isso cheguei agora. — explicou, olhando para os prĂłprios pĂ©s e rezando para que isso nĂŁo fosse motivo de implicĂąncia e posteriormente uma surra.
— Nossa, nem precisava falar desse jeito ignorante com ela. —  Juliano, primo de Bianca, comentou tentando fazer com que a garota entrasse em problemas.
— Se vocĂȘ falar assim com minha novamente quebro sua cara, Bianca. — JanaĂ­na, tia dela, ameaçou.
— Desculpa. — pediu já acostumada com o tratamento injusto e hostil.
JanaĂ­na apenas brigou pela guarda de Bianca porque tinha interesse na pensĂŁo que a previdĂȘncia social daria para ela devido a morte da mĂŁe, mas ela nunca gostou da sobrinha, a mesma tem ciĂșmes, especialmente porque o marido nĂŁo a procura mais porque encontrou o alvo perfeito para os seus abusos, na cabeça doente e retrĂłgrada da mulher, Bianca tem seu corpo violentado porque quer, ela nem mesmo ver a situação como estupro.
A vida de Bianca se enquadra perfeitamente no que o mundo conhece como violĂȘncia domĂ©stica e abuso sexual de vulnerĂĄvel, desde a morte de sua mĂŁe quando a garota tinha 10 anos de idade, ela passou a ser "cuidada" pela tia, irmĂŁ de sua mĂŁe, jĂĄ que seu padrasto a quem a mesma via como um pai nĂŁo pode ficar com a guarda dela, o mesmo sĂł conseguiu a guarda dos dois irmĂŁos dela que sĂŁo filhos biolĂłgicos dele.
O marido de sua tia Ă© um homem extremamente violento, sua tia mesmo Ă© uma vĂ­tima dos abusos constantes dele, embora ele seja o tĂ­pico retrato do cidadĂŁo de bem, que trabalha, vai a igreja e Ă© o chefe de famĂ­lia, em casa ele Ă© um monstro horrĂ­vel. Bianca Ă© tratada pior que um animal dentro de casa e serve de saco de pancadas de todos dentro da residĂȘncia, ela nĂŁo tem vida desde os 11 anos, nunca pĂŽde experimentar nada que uma adolescente poderia viver.
O måximo que Bianca sabe sobre festas e danças se då porque ela ia catar latinha para vender e conseguir alguns trocados em bailes funks, festas da terceira idade  com samba e algumas festas com tema envolvendo baile charme e forró, ela via os movimentos e imitava de longe até se aperfeiçoar, mas nunca pÎde dançar.
Até os namoradinhos eram proibidos para ela, mas isso nunca a impediu, mas depois de ter sido ameaçada de morte pelo tio misógino por namorar escondido um rapaz da escola,  ela nunca mais ficou com ninguém ou se permitiu se apaixonar.
— Tia, a senhora assinou as declaraçÔes pra enviar na faculdade? — Bianca questionou esperançosa.
— É para quando?
— O Ășltimo dia de prazo Ă© sexta-feira agora.
A semana estava apenas começando, mas a burocracia de documentação da PontifĂ­cia Universidade CatĂłlica para o programa do governo federal ProUni era complicada e a Ășnica coisa que faltava para a garota que acabou de fazer 18 anos eram as declaraçÔes assinadas pela tia.
— NĂŁo sei porque esse negĂłcio de faculdade, vocĂȘ nĂŁo vai conseguir ser aprovada mesmo. — Carlos murmurou con segundas intençÔes, ele nĂŁo queria isso para que Bianca nĂŁo mudasse de vida e ficasse sempre sendo abusada por ele.— VocĂȘ deveria era pensar em trabalhar ao invĂ©s de estudar.
— Pensar em trabalhar para ser igual o senhor? — perguntou não aguentando.
Às vezes, Bianca respondia não por malcriação, mas por raiva de ser colocada para baixo o tempo inteiro.
— O que vocĂȘ falou, sua rampeira? — o homem levantou e foi na direção dela. — VocĂȘ me respeite e procure seu lugar! — ele deu um tapa em seu rosto, isso fez a garota cair no chĂŁo com o lĂĄbio cortado. — Culpa sua que essa mal agradecida Ă© respondona assim. 
A tia, vendo uma oportunidade de descontar sua raiva do dia, foi até o quartinho no quintal que a jovem dormia, pegou os documentos que faltavam levar para universidade e rasgou, após isso voltou com uma bainha de facão e avançou contra a sobrinha.
A pobre garota só pÎde gritar pedindo socorro enquanto ninguém ousava interferir, seja dentro de casa, seja fora de casa, nenhum vizinho interferia, embora discordasse do que faziam com a garota.
— SĂł porque vocĂȘ foi malcriada, nĂŁo vou assinar porra nenhuma, sua mal agradecida. — a mulher disse parando de bater na menina finalmente. — E vai lavar a louça logo antes que eu meta a porrada em vocĂȘ novamente, sua preguiçosa.
A garota levantou com dificuldade e assentiu, ela sabia que apĂłs todos dormirem, seria pior, pois ela acordaria no meio da noite com o tio fazendo o que nĂŁo deveria em seu corpo.
No meio desse caos, Bianca se lembrou que Edilene, a mulher que era empregada domĂ©stica hĂĄ dĂ©cadas em um condomĂ­nio de luxo no bairro de Moema e que era um anjo na vida da garota, uma viĂșva que batalhou muito para criar filhos e netos que hoje estĂŁo todos formados na universidade e com bom emprego, a mulher trabalhava com Isabel que gostava muito de Bianca tambĂ©m.
Bianca fazia companhia de segunda-feira a sexta-feira desde que tinha 15 anos para a patroa de Edilene e ajudava a mulher a limpar a casa e fazer comida, Edilene disse que se a tia não desse as declaraçÔes, ela mesma faria isso pela garota e deixaria a mesma morar na casa dela uns tempos até ela conseguir um cantinho.
Isabel era uma mulher de 75 anos que vivia com o neto em um apartamento, ela foi ajudada casualmente por Bianca quando a mesma passou mal na rua, logo ela quis recompensar a garota que explicou que seus tios queriam que ela arranjasse um trabalho, então ela fez a proposta da mesma fazer companhia e ajudar a empregada da casa que jå é uma de idade também a limpar o apartamento.
Dona Isabel e dona Edeline, a empregada da casa, logo gostaram de Bianca e viram futuro da menina, entĂŁo Isabel começou a presentear a garota com livros e ao ver que a menina realmente estava lendo e se interessando pelas histĂłrias, passou a lhe ensinar etiqueta, postura, lĂ­nguas estrangeiras como inglĂȘs, francĂȘs e espanhol, a entender sobre cultura erudita e moda.
Enquanto Edilene ajudava a garota a ter o que comer, a conseguir as coisas no mundo quando ela se visse totalmente sozinha, Edilene era Ășnica que tinha uma mĂ­nima noção de como a vida da menina era complicada e sempre a ajudava como podia para fugir da famĂ­lia abusiva, ela chegou atĂ© a denunciar, mas como Carlos tinha contatos por causa de membros da igreja que ele frequenta, nada foi feito.
Nos dias seguintes, Enzo continuou pensando sobre os conselhos de Giorgian, especialmente no dia em que foi conversar com o advogado sobre a liminar que obriga o plano de saĂșde a cobrir a cirurgia e todo tratamento de cĂąncer da sogra.
— O que eu quero unicamente Ă© que minha sogra faça o tratamento, nĂŁo existe justiça nesse paĂ­s? — Enzo esbravejou para o advogado.
— Eles não podem negar, o código de defesa do consumidor proíbe, mas para ser mais incisivo, vou entrar com uma liminar. — o advogado explicou.
— E por que isso nĂŁo foi feito antes? — Enzo murmurou impaciente. — Cada dia Ă© precioso para saĂșde da minha sogra.
— Já foi feito. — o mais velho disse calmo. — Mas o juiz não decidiu ainda, infelizmente não controlamos os juízes.
Enzo acabou tendo uma ideia, um de seus amigos aqui no Brasil era desembargador, como um homem criado para ser poderoso, ele sabia que sempre Ă© preciso ser amigo de juĂ­zes e desembargadores, ele irĂĄ entrar em contato com esse amigo.
Depois da reunião com o advogado, Enzo ligou para esse amigo, que disse que iria conversar com o juiz do caso para agilizar o processo. Ele poderia jantar com o homem, mas preferiu usar o horårio de almoço para poder evitar conversar com a babå que seria contratada.
Enquanto isso, Bianca comemorava com Edilene e Isabel a sua aprovação na faculdade, ela era a primeira de sua família a conseguir ingressar no ensino superior, o curso escolhido era Direito, desde criança todos a achavam bem incisiva quando o assunto eram injustiças.
— Eu sabia que vocĂȘ iria conseguir, Bibi. — Edilene abraçou a garota de lado.
— Eu não conseguiria se a senhora não me ajudasse e se a dona Isabel não me desse os livros para estudar para o Enem. — a garota sorriu.
— O esforço nĂŁo foi nosso, foi todo seu, o mĂ©rito da conquista Ă© todo seu, Bi. — Isabel murmurou orgulhosa.
— Mas assim nĂŁo Ă© porque vocĂȘ conseguiu passar na faculdade que Ă© para nos abandonar, viu, mocinha?
— Oh, dona Edilene, eu nunca vou abandonar vocĂȘs, sempre serei extremamente grata e vou vim aqui todos os dias pra te ajudar e fazer companhia para dona Isabel antes de ir para faculdade, quando eu me formar eu quero as duas indo pegar o diploma comigo e quando eu me tornar uma advogada quero mostrar a carteirinha da ordem primeiro para as duas. — a garota murmurou sincera.
— Me deixa tĂŁo feliz sabendo que vocĂȘ nĂŁo vai esquecer de nĂłs, minha filha. — Isabel a abraçou apertado.
— Bem, o que eu perdi? — JoĂŁo Victor, o neto de Isabel chegou em casa depois de passar dias fora de casa indo para festas da atlĂ©tica da faculdade.
Ele também é um estudante de direito, mas ele jå estå no terceiro semestre e tem 19 anos, ele estå segurando o notebook formatado que serå doado a Bianca para que ela possa estudar, desde os 16 anos ele nutre uma paixão secreta por Bianca, mas nunca se aproximou da garota e a mesma nunca o olhou com outros olhos, na verdade, ela nunca teve interesse em ninguém.
— Oi, meu neto. — Isabel disse, se afastando o abraço. — Trouxe o que eu te pedi?
— Trouxe sim. — falou, entregando a caixa com o eletrĂŽnico para a mais velha. — Saiu a lista dos calouros das turmas de direito, vocĂȘ passou?
— Sim, meu primeiro dia na faculdade será amanhã.
— Estamos comemorando isso, Bibi passou e vai para a faculdade. — Edilene respondeu orgulhosa.
— Eu sabia que vocĂȘ iria conseguir, sua cara de CDF nunca me enganou. — o garoto disse sincero. — ParabĂ©ns, Bi.
A garota estranhou seu comportamento, ele nunca a chamou pelo apelido, mas apenas agradeceu as congratulaçÔes.
— VocĂȘ jĂĄ tem um vade?
— Ah, ainda nĂŁo, eu vi que estĂĄ bem caro, vou juntar dinheiro atĂ© conseguir comprar. — respondeu suspirando pesadamente.
— Eu tenho dois um desse ano, posso te dar um, eu nem uso um deles.
— SĂ©rio? — o garoto assentiu. — Obrigada mesmo, seu JoĂŁo. Que Deus te abençoe grandemente.
Edilene percebeu mais uma vez que o olhar de João era diferente, um olhar apaixonado e Isabel notou também, a avó do rapaz não aprovava, pois sabia que João não era homem de namorar e iria machucar Bianca.
— Ah, eu tenho um presente para vocĂȘ. — Isabel entregou o caixa com o notebook para Bianca.
Bianca pegou a caixa e abriu vendo o notebook, os olhos da garota brilharam, ela estava querendo comprar um notebook para ajudar nos estudos, mas nunca conseguiu porque o dinheiro que ganha vai todo para a famĂ­lia.
Ela abraçou a mais velha apertado e sorriu.
— Muito obrigada! — ela exclamou. — Eu nem sei como agradecer, Deus te abençoe, dona Isabel. — agradeceu sincera.
— NĂŁo Ă© novo, mas por enquanto vai te ajudar. — ela concordou.
— VocĂȘ tem carona para faculdade hoje? — JoĂŁo perguntou, tentando se aproximar.
— Eu vou de înibus e metrî.
— Eu te levo de carro.
— Não precisa se preocupar, seu João.
— Eu insisto. — ele sorriu. — Pode ir descendo, eu te vejo na entrada do prĂ©dio, vou sĂł trocar de roupa. — ela assentiu.
— Eu tenho que ir, mas amanhã estou de volta para contar tudo. — disse abraçando as duas. — Muito obrigada por serem uns anjos na minha vida.
Ela organizou o que ganhou na mochila e saiu do apartamento, ela pegou o elevador e foi para o térreo, mas acabou sentindo falta do celular e das chaves de casa, então foi procurando na mochila e nem se atentou direito ao caminho.
Nesse momento Enzo estava trocando mensagens com o advogado e também não prestou atenção no caminho enquanto estava caminhando para o elevador.
A desatenção dos dois fez ambos se chocarem, o impacto fez com que Bianca quase caísse no chão, mas Enzo a segurou com firmeza.
Enzo sentiu como se uma corrente elétrica passasse pelo seu corpo, uma energia surreal estava em suas articulaçÔes, ele encarou a mulher a sua frente e sentiu seu coração acelerando freneticamente, uma sensação que ele não tinha desde a morte de sua esposa.
Bianca teve uma sensação diferente, medo e dor. Como ele segurou seu braço machucado pela surra que ganhou de seus tios, isso fez a mesma soltar um gemido de dor e o medo da jovem estava atrelado ao fato de que ela tinha medo de toque físico vindo de homens.
— ÂżEstĂĄs bien? — perguntou preocupado quebrando o silĂȘncio. — ÂżSe lesionĂł? — ele percebeu a inquietude da garota com o seu toque e notou um certo medo.
— Yo estoy bien
 — Bia respondeu, soltando o ar dos pulmĂ”es que ela nem havia percebido que estava prendendo. — Lo siento, estaba distraĂ­da buscando algo en mi bolso. — ela explicou, voltando a procurar o celular e a chave, finalmente achando no meio das nĂ©cessaires.
— Yo tambiĂ©n estuve desatento, no te preocupes.. — o homem sorriu gentil.— ÂżHabla español? — Enzo indagou empolgado.
— Sí, quiero decir, mato mi lengua más de lo que hablo. — ele riu da resposta descontraída dela.
— Se sentir mais confortĂĄvel, pode falar em portuguĂȘs comigo, Ă© que eu fiquei tĂŁo preocupado pelo susto que acabei falando espanhol no automĂĄtico. — explicou, fazendo Bia sorrir timidamente, olhando para os pĂ©s. — Eu me chamo Enzo. — Bianca o encarou novamente.
— Eu me chamo Bianca.
— Espera, eu iria fazer uma entrevista de emprego com vocĂȘ hoje. — ele sorriu empolgado, de repente ele quis muito estĂĄ prĂłximo a ela e ir conversar.
Aquele sorriso fez a garota sentir uma corrente elétrica pelo corpo, dessa vez não tinha medo e sim conforto.
— A dona Marilene falou que o senhor teve um imprevisto hoje e não poderia me entrevistar, aí eu já ia embora.
— VocĂȘ estĂĄ disponĂ­vel agora?
— Não exatamente, eu vou precisar ir para minha faculdade resolver algumas burocracias.
Enzo queria misteriosamente ficar perto da garota, como se seu corpo fosse metal e ela o Ă­mĂŁ, algo dentro dele implorava para que ele a protegesse de alguma forma.
— Se vocĂȘ nĂŁo ver problema, eu posso te levar na faculdade e nĂłs vamos conversando no caminho.
Bianca ponderou muito, ela estava com medo de ficar num carro sozinha com um homem desconhecido, mas infelizmente ela precisava passar nessa entrevista com esse homem desconhecido para poder finalmente sair da casa dos tios.
— Tudo bem
se isso não for atrapalhar o senhor.
— Bi, eu estou te esperando um tempĂŁo. — JoĂŁo se aproximou e abraçou a garota de lado marcando territĂłrio. — O CAA sĂł fica aberto atĂ© Ă s 19:30, estĂĄ trĂąnsito e vocĂȘ vai acabar se atrasando. — o garoto acariciou o rosto de Bianca propositalmente, ela se sentiu desconfortĂĄvel e o afastou.
JoĂŁo percebeu o olhar de interesse e encantamento vindo de Enzo e o mais velho ficou incomodado com a atitude de JoĂŁo.
"Que desgraçado de sorte, ele namora com ela. " Pensou o homem, encarando fixamente o outro. Enzo nĂŁo entendia esse sentimento parecido com ciĂșmes, muito menos a inveja que sentiu ao deduzir isso, ele nĂŁo poderia sentir isso por ninguĂ©m, ele havia prometido a Carol.
— Seu namorado?
— Não. — Bianca respondeu prontamente.
Enzo ficou mais aliviado em escutar isso, enquanto JoĂŁo nĂŁo gostou muito.
— Seu João, eu vou fazer a entrevista com o seu Enzo, vejo o senhor depois, combinado?
Enzo sorriu inconscientemente ao notar que a relação dos dois era puramente profissional.
— Se vocĂȘ for fazer a entrevista nĂŁo vai conseguir fazer a carteirinha pra entrar na faculdade e vai perder o primeiro dia de aula amanhĂŁ.
— Eu vou levá-la, não se preocupe, Seu João. — Enzo murmurou com um leve tom de deboche.
Internamente ele não entendia porque estava se comportando de uma forma tão infantil por alguém que acabou de conhecer.
João olhou para Bianca pedindo a confirmação e ela assentiu.
— VocĂȘ vai ficar bem? — ela assentiu. — Te vejo amanhĂŁ no campus entĂŁo. — deu um beijo em sua bochecha. — Cuidado no caminho, Bibi. — ele saiu.
Enzo sentiu uma raiva tão grande vendo a cena, ele realmente não estava entendendo como uma desconhecida estava fazendo ele ter comportamentos de um homem atraído ou apaixonado por alguém e o pior, ele não entendia o fato de ter inveja de um homem que estava tocando uma mulher que ele estå encontrando a primeira vez na vida dele.
Algo que ele nĂŁo entendia de forma alguma era como ele estava sentindo isso por outra mulher apĂłs prometer a si mesmo que nunca mais se sentiria atraĂ­do, apaixonado ou encantado como nenhuma outra mulher que nĂŁo fosse sua falecida esposa.
Bianca, por outro lado, estava se sentindo mal, pois a pequena disputa de ego entre Enzo e JoĂŁo fez com que ela se sentisse como se fosse um objeto prestes a ser leiloado, ela nĂŁo gostou do comportamento dos dois e via um perigo muito grande no futuro chefe claramente tendo interesse nela.
Enzo não tinha maldade dentro de si, ele não via Bianca com desejo sexual embora achasse a jovem muito bonita, ele sentiu mais um sentimento de proteção, cuidado e amor, ele estava com desejo de viver algo romùntico e nada sexual com ela, era um desejo subconsciente, mas que a garota de sorriso acolhedor lhe despertou.
Bianca havia sido a razĂŁo pela qual ele sabia que claramente nĂŁo iria conseguir cumprir a promessa que fez a esposa, isso fazia ele se sentir culpado e um ser humano horrĂ­vel.
A jovem passou a ter medo de que o homem propusesse algo sexual em troca da oportunidade de trabalho, isso fez a mesma ter se arrependido de ter aceitado fazer a entrevista com ele, mas na situação em que estava, ela não tinha muito escolha, era isso ou aguentar mais tempo dentro de um lar tóxico e abusivo.
Ambos estavam em conflito, mas por motivos diferentes.
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