#larissa severa
Explore tagged Tumblr posts
Text
Hoje eu saí,
Com o passado que virou presente,
Com o futuro que acabou de chegar (talvez, quem sabe? Ninguém pode avisar).
Hoje eu eu percebi o quão gostoso é dançar e se sentir completamente preenchido (com amigos).
Eu sei exatamente quem sou, o que eu quero. Sinto felicidade inteira e não procuro meio mundo de bocas como algum dia fiz. Isso é doce. Isso é mágico. Amar pessoas e se sentir preenchido.
O amor vem na hora certa e mesmo desejando, quero desejar o agora. Quero aceitar que coisas boas passam e pessoas que me deixaram feliz algum dia podem não ocupar mais espaço na minha vida. A melhor coisa que posso nutrir é a felicidade de já ter sido verdadeiro e mesmo que não pertença mais à realidade, na subjetividade ainda existe símbolismo.
Vou curtir mais o que tenho a oferecer,
E vou oferecer mais pra mim toda e qualquer curtição.
0 notes
Text
Em evento realizado no auditório do BNDES na última sexta-feira, dia 15, especialistas discutiram as perspectivas atuais da China e seus impactos econômicos e geopolíticos no cenário global. Realizado em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e o Conselho Empresarial Brasil China (CEBC), o encontro contou com a participação do professor de economia e fundador da consultoria Gavekal Group, Arthur Kroeber, considerado uma das vozes de referência hoje sobre China. Kroeber iniciou sua exposição destacando que as taxas de crescimento mais reduzidas da China nos últimos anos não são uma tendência de curto prazo e que é preciso se acostumar a esse novo padrão. Segundo ele, o governo chinês se mostra atualmente menos preocupado com as taxas de crescimento do país, concentrando esforços em acelerar os investimentos em setores de alta tecnologia, especialmente com foco na transição energética. Nesse contexto, ele avalia que, mesmo diante da retração do mercado imobiliário e de infraestrutura, o país tem conseguido manter o dinamismo de seu setor bens manufaturados, com investimento crescente em tecnologia de ponta. Kroeber rejeita a comparação da atual “crise chinesa” com o cenário vivido pelo Japão nos anos 1990, marcado por contração no setor imobiliário, alto endividamento e deflação. Na visão dele, a situação do país se assemelha mais à vivida pelos EUA após a crise financeira de 2008, em que, com medidas restritas de estímulo fiscal, o país entrou em um período de crescimento desacelerado. Setores de alta tecnologia, em especial ligados a economia verde, devem puxar o crescimento chinês na próxima década Ao longo da próxima década, Kroeber projeta que a economia chinesa deve crescer em média entre 3% e 4%. “O governo Xi Jinping não acredita num crescimento baseado em consumo das famílias ou no aumento da demanda. O crescimento virá dos setores de alta tecnologia, que devem gerar spillovers para o restante da economia”, aponta. Esse cenário, na avaliação dele, indica também que a economia chinesa passa a ser ainda mais dependente de suas exportações e, para ampliar seu espaço no mercado internacional, terá que concorrer diretamente com EUA e União Europeia. Tomando como exemplo a produção de veículo elétricos, Kroeber ressalta que a disputa do mercado mundial deve levar também ao aumento de medidas protecionistas – no caso dos EUA, por exemplo, restrições mais severas à entrada dos carros elétricos chineses foram impostas sob o argumento da segurança nacional, já que eles poderiam ser usados para coleta de dados. Mediador do debate, o embaixador e sênior fellow do CEBRI Marcos Caramuru, questionou se, no curto prazo, a China não viveria uma crise de confiança, motivada principalmente por questões ideológicas e pela queda observada em alguns setores econômicos. Na opinião dele, isso poderia afastar potenciais investidores do país. Kroeber confirma que este é um problema real, associado principalmente a um Estado extremamente centralizador e que mantém uma visão negativa sobre um modelo de crescimento liderado pelo setor privado. O especialista aponta ainda que o controle social rigoroso imposto pelo governo pode representar uma restrição ao dinamismo do setor de serviços e, eventualmente, à inovação na economia chinesa. Para Larissa Wachholz, também sênior fellow do CEBRI, embora se fale em crise da China, não parece haver dúvida de que o país manterá sua relevância na economia mundial no longo prazo. Segundo Kroeber, isso é reforçado pelo direcionamento claro do governo em relação aos investimentos voltados para a transição energética, entendida como oportunidade econômica associada a uma nova virada tecnológica. “Mesmo sendo o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, a China tem investido maciçamente em energias renováveis e em tecnologias verdes”, ressalta. Índia cresce a taxas mais altas, mas com menor participação da indústria Na segunda parte do evento, o economista e analista de mercados
emergentes da Gavekal, Udith Sikand, traçou também um panorama da situação atual da Índia, estabelecendo paralelos com a economia chinesa. Segundo ele, ainda que o país venha apresentando taxas de crescimento expressivas nos últimos anos, não tem perspectiva de alcançar o mesmo peso da China no mercado mundial tão cedo. Sikand aponta que a governo indiano segue uma política de substituição de importações mais tradicional no setor industrial. Assim, mesmo sendo hoje um dos maiores fabricantes mundiais de aparelhos de telefonia móvel, a Índia não deve conquistar uma participação relevante no setor de manufaturas nos próximos anos. O país ainda tem metade de sua força de trabalho vinculada ao setor agropecuário. O governo de Narendra Modi, na visão do especialista, adota barreiras que restringem os investimentos estrangeiros no país, o que acaba por reduzir a competitividade das empresas indianas no mercado internacional. Isso ocorre inclusive em relação aos investimentos chineses, ampliando também as tensões geopolíticas entre os dois países. No longo prazo, contudo, Udith Sikand diz acreditar que o país possa mudar de posição no cenário global, como ocorreu com a China nos últimos quarenta anos. Ele lembra que a Índia tem uma população de 1,5 bilhão de pessoas e já é líder mundial em alguns setores de commodities. Conteúdos relacionados Como o Brasil pode liderar a transição energética Infográfico – Por que financiar exportações de bens e serviços brasileiros Inovação é prioridade na agenda dos bancos de desenvolvimento Bancos de desenvolvimento e melhores práticas(function(d, s, id) var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)[0]; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src="https://connect.facebook.net/pt_BR/sdk.js#xfbml=1&version=v2.12"; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs); (document, 'script', 'facebook-jssdk')); Link da matéria
0 notes
Text
Nomeando Demônios
Eu me pergunto se eu estou realmente bem ou apenas me escondendo.
Tudo bem fugir as vezes, não é?
Isso não me faz mais fraca, não é?
Afinal, tem dias que eu mal posso respirar.
E nesses dias eu preciso ser mais forte do que nunca.
Abrir mão também exige coragem
E eu já abri mão de tanto
Mas hoje não consigo mais ser tão severa
Eu só quero ser melhor para mim mesma
Esse juiz dentro de mim
Eu só queria matar ele
Em um crime de ódio e doloso
Tem dias que eu canso de mim
Canso disso
Eu digo que estou bem, mas tudo bem mentir às vezes, não é?
Tem verdades tão difíceis de serem ditas, mas a mentira vem fácil.
Sorrisos, abraços e beijos
Isso disfarça tão bem.
Mas tem dias que até mentir é difícil
Então eu desabo e me porto mal
Nesses dias eu sou um desastre
Já disseram que estou presa em minha zona de conforto.
Caramba, mas eu não me sinto nada confortável.
Nunca estive confortável.
Minha dor se esconde
E eu deixo ela de lado
Mas tem dias que eu estendo a mão e sinto ela doer por todo meu corpo.
Odeio quando agem assim
Como se fosse tudo fácil para mim
Como se eu fosse agraciada e as coisas simplesmente acontecessem comigo
Como se fosse fácil abrir mão de tanto
Queria que as pessoas se metessem menos
Elas não sabem nem da metade
Mas falam como se soubessem de tudo
É uma merda
Ninguém se importa com suas opiniões
Só eu sei como dói,
Como eu estou sempre correndo,
Ultrapassando meu limite de forma nada saudável,
Tentando alcançar algo que nem sei
E só eu sei o quanto odeio que seja assim
Hoje eu estou cansada de mentir
Eu quero ser forte e enfrentar o mundo
Mas eu mal consigo enfrentar a mim mesma
Eu estou sempre fugindo de mim
Já não consigo sequer escrever
Porque me encarar tem sido impossível
Essa sensação...
Eu queria sentir essa sensação
Mas há apenas o vazio
O vazio de alguém que foge de si mesmo
Deus, estou tão cansada...
Hoje resolvi nomear meus demônios
Coloquei nomes graciosos
Mas eles continuam assustadores
Eu queria dar um tempo
Mas eu não tenho tempo algum
O tempo que me tem
Ele quem me controla
E hoje eu sei que eu não controlo nada
-Larissa Chaves
10 notes
·
View notes
Text
Glorinha,
Desculpe a pressa. Meus dedos estão engordurados, é porque a janta está no fogão. Vamos, iríamos, quero dizer, irei comer macarrão com salsichas e batata cozida. Não é nada saudável, eu sei, porém, talvez isso seja o pior, é muito fácil de fazer! A praticidade é uma das coisas mais bonitas nessa vida. A vida hoje está cheia de coisas fáceis, fuja delas na possibilidade e na imanência desses fenômenos (viu só? que palavra chique: f-e-n-ô-m-e-n-o. tô treinando a escrita, graças a ti), exceto para jantas, que aí tá liberado mesmo. Esses dias eu derrubei água no computador, acho que entrou em curto-circuito (outra palavra engraçada kkk). É que eu ando desastrado como sempre, sem foco, sabe? Meio com pressa de viver as coisas, engraçado, pois é quase simultâneo, que eu consigo focar em algo por muito tempo, daí atrasando as coisas que paralelamente devemos fazer, por exemplo, estou de olho n’água da batata, quase pronta, e escrevo aqui para você. Na verdade, tenho escrito esta carta mentalmente faz tanto tempo que nem lembro mais.
Escrevo para mesurar a saudade, mensurar a maldade e censurar a proibição. Escrevo porque quero. Ainda não sou inteligente, como você, sabiamente, recomendou que eu fosse. Cito: "Você é um menino muito inteligente, mas seja inteligente no total, não só em certos aspectos da sua vida”. A batata está pronta, só falta a salsicha, farei uma pausa para comer, mas eu já volto. Adultos voltam sim, aprendi isso com o Daniel, o Tigre. Acho engraçado o nome dele acompanhar um artigo masculino. Uma vez, também sabiamente, até então somente minha severa professora de matemática, mas de bom coração, daqueles bem molinho, disse para mim: você pensa mais rápido do que sua mão (a capacidade de escrever). Um ano depois eu fui levado para a diretoria pois, você deve saber, acabei rabiscando a prova de avaliação da educação no estado de São Paulo, forçando a professora a me tirar da sala, algo que era meu objetivo desde o começo. Lá, com dona Alessandra ao meu lado, o diretor disse para consultar um psiquiatra, ou um psicólogo, à preferência da mãe. Eu já te disse que penso muito rápido, ou às vezes penso muito lento, mas de forma detalhada ao extremo, e repeditamente?
Entendi algo precioso nesses anos em que a nossa comunicação não existiu. Aquilo que digo sobre os outros, diz muito mais sobre mim do que deles. É como se o defeito que vejo dos outros de certa forma dialoga com os problemas que eu carrego, sendo analogias internas, numa conversa introspectiva, onde só eu poderia resolvê-los. Quem ficou louco fui eu, não você. Nunca você. Eu, sempre.
Você não é egoísta.
Esses dias estava com a Manu, lá em Santos. E todo santo dia ela ficava até de madrugada conversando com a namoradinha on-line dela, desculpa o diminutivo, é que elas são crianças, 14 e 15 anos? Nem sabem o que amor, eu tenho 25 e ainda não sei o que ele é. Mas lembro de ter sentido. Contigo, com ela, com outras, com outros, de mim mesmo, dos meus irmãos. Tem dia que eu sinto que entrarei em curto-circuito, feito meu computador, é aquela sensação de que a vida vai passar num sopro, como que se só por capricho dos Deuses minha vida fosse tirada daqui e levada para o mundo do acolá, o grande Desconhecido. Memento Mori, era disso do que eles falavam? Dessa sensação de que tudo vai acabar a qualquer instante, quando até o vento, um canto desafinado do vizinho ao tomar banho, enchem meu coração de felicidade. Nesses momentos, críticos e delicados, minha mente sensibiliza os mínimos detalhes. Olhar nos olhos do cara que vende pão pode ser algo complicado, ou muito lindo. Então, você lembra? Das ligações, as madrugadas... Lembra? Se eu fechar os olhos e pensar muito forte eu acho que consigo sentir a mesma felicidade que esses dias trouxeram para mim. Pausa, hora da janta. Foi você que mandou aquele celular para mim? Acho que não. O que tinha tecladinho e tinha um touch screen horrível. Eu sabia entrar nas músicas sem olhar para o celular, de tão íntimo que fiquei do aparelho e, consequentemente, de você. Isso eu sei que não te contei mesmo, mas quando morei aí nas suas terras, no coração da Av. Conde da Boa Vista, prédio Módulo, às vezes o elevador quebrava e tinha que subir uns tantos décimos andares. Alan tinha alugado um novo apartamento, dois quartos, hipoteticamente melhoraria nossa convivência. Durante a mudança, totalmente embriagado de cannabis, escutando uma música altíssima, um rapaz viu que era fácil como tirar doce de criança. Puxou a mochila, aconselhando que se eu o desse, sem violência, poderia ir em paz. Perdi toda minha biblioteca de músicas especiais, foi um dia triste. Eu até acho que ele morava ali em volta, e dias depois ficou me seguindo. Eu sou meio paranoico mesmo, desculpa. Nem a Larissa conseguiu me aguentar, morar junto. Eu fico imaginando como a história da Manu acabará. Será que muita história vai rolar pelos olhos dela? Uma coisa que nunca admiti para ninguém é: eu fui pra Recife na esperança de encontrar você, ou qualquer outra coisa que substituísse um vazio incômodo, que com você, às vezes, não parecia existir.
A verdade é: prioridades. Você nunca foi a minha, talvez em alguns momentos, confesso, mas quando houve realmente a minha oportunidade, eu sei que fui distante. Menti. Acho inteligentíssimo da sua parte afastar-se de mim, bloquear nas redes sociais, eu realmente sou tóxico. Você conhece o dilema do porco-espinho?
O dilema do porco-espinho é uma metáfora criada pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) para ilustrar o problema da convivência humana. Schopenhauer expôs esse conceito em forma de parábola na sua obra Parerga und Paralipomena, publicada em 1851, onde reuniu várias de suas polêmicas anotações filosóficas.
O porco-espinho, quando frio o suficiente para congelar uma vida, reúne-se com os outros pares da espécie para o aquecimento coletivo. Porém, quando perto demais, acabam machucando uns aos outros, obrigando novamente a se afastarem. O frio não desiste e faz eles lembrarem que devem ficar juntinhos, caso queiram o calor necessário, e os espinhos voltam a furar o próximo. Nesse vai-e-vem, o que tiro da parábola é: O quanto mais eu quero magoar alguém, quanto mais fundo desejo colocar o espinho da dor num outro ser humano, mais e igual é a ferida que abriu (ou abrirá) em mim, pelo espinho do outro. Seja lá por qual iniciativa, minha ou a dele. Concluo. Quando eu quis te magoar (conscientemente), a ferida que havia em mim estava sendo feita, ou já havia sido, por mim. Entende? É meio confuso. O problema não era você e suas atitudes, ou o simples transar com o querido Olmir, Netinho para os íntimos, mas não é aquele di Paula. O que doía em mim vinha de mim. Da raiva que eu sentia do mundo, esse desejo de explodir, a masculinidade tóxica, pronta para devorar o primeiro ser vivo que passar na frente e, assim, proteger sua prole. Um instinto de proteção, mas se proteger do que? Da fragilidade? De saber que ela pode ser dele, e não minha, que ela nunca será “minha”, que eu não sou unanimidade? Medo do quê? Será que sou gay? Sério, já me perguntei isso. Eu beijei uns rapazes, e não é isso. Eu já pensei tanto... Ainda não sei sobre o porquê deste medo. Sei é da reação que tenho dele. Um jeito de não enfiar espinhos em alguém é, olha só que fórmula mágica, em 1, 2 e 3: ficar sozinho. Dói ficar sozinho. Têm dias que eu acordo chorando, sem nem saber o porquê... Outros dias, já disse, meu coração sorri ao primeiro soprar da brisa sulina, balançando os versos de meu cabelo no ar. Você consegue ver como eles dançam?
Antes de ir embora, eu queria te contar uma história nada a ver, kkkkkkkkkkkk. Ah, antes da história, eu adoro isso, chamo funções recursivas, é algo que você consegue usar para criar infinitas coisas serializadas, tipo, antes da história, que fica antes de eu ir embora. Outro tipo de função recursiva é a do “sucessor”. Sucessor de zero, um. Aplica de novo, você tem o dois, repete e continua, parabéns, você construiu o conjunto dos números naturais! Tá. Me empolguei, desculpa. Pode pular essa parte (vou corrigir isso e colocar o aviso antes). Antes da história: já faz três anos que estou em Florianópolis. Curso Filosofia, bacharel e licenciatura, mas gosto mesmo é da lógica. Antes da matrícula presencial, descobri que aquela casinha que você foi me visitar, fora vendida num leilão, fruto da inadimplência (olha só, outra palavra chique). Estávamos sem casa. Lari debandou num apto com o Wahiderson, perto do Zahir falamos Washington, mas eu acho que ele é malandro e saca que estamos falando do pai dele. Mamãe foi pra PG com o Jairão. Eu peguei uma bicicleta, meu violão e vim para a Ilha da Magia, que de mágica não tem nada. Eu já havia tentado Geografia, Matemática, só trabalhar e Conservatório. Nada deu certo. Dessa vez tinha que fluir, não é? Chegando aqui acabei sendo acolhido pelo programa do PAEP (Programa de Apoio Emergencial de Permanência). Acabei conseguindo a Bolsa Estudantil de Permanência, depois a vaga para a Moradia fixa saiu, e daí eu vi que as coisas encaixariam. De lá pra cá, afundei a cara nos livros, usei pouquíssimas drogas, acredita? Mas, usei, não nego! Hahaha, só que eu percebi, não ia mais em festas, bem diferente do Enxada Rio Claro (os meninos da rep até ficam de cara quando digo que me dei bem na faculdade, que estudei etc.), ficar em casa é mais divertido, melhor para a alma, sabe? Os dias que não quero me sentir tão sozinho, faço que nem sua amiga, a solidão é menor na multidão. Quando cheguei nesse quarto, onde escrevo esta cartinha, que é mais terapia do que carta, fui depressa dar uma cara minha para o lugar. Coloquei fotos na parede, desenhos, colagens, mensagens aleatórias e fórmulas de lógica na parede, para quando entrarem, falarem: Nossa, quem que mora aqui? É como se eu registrasse um pouco de mim no mundo, mesmo que a resposta da pergunta seja: não sei, ainda a pessoa sabe que o fator desconhecido veio de algum lugar, e não importa que esse lugar seja eu para ela, mas importa para mim. Entende? O que eu queria dizer chegou exatamente agora.
Dentre as fotos, algumas da minha infância, da coleção de Mamãe Album and Photos, uma do meu pai e minha mãe casando-se, os dois bonitões, pela foto, eu suponho, mamãe parece ligeiramente mais feliz do que o Anderson, o Monumento. Há três por quatro de quase todo mundo: Manuela, tentando segurar um sorriso espontâneo. Larissa, recordação anual da escola, feita para gerar lucro, onde certamente o fotógrafo pediu “Um sorrisão bem bonito, vai”. Eu, com um sorriso forçado e bangela, os dois decorridos pela decadente infância. Eu, de novo, normal, tirando por obrigação, já que a UNESP pedia na matrícula. Adriano, o sorriso é de confiança, ele usa um terno que a organização séria de música exigia para o registro oficial de músicas, com direitos a royaltes e essas coisas burocráticas, foto tirada para o grupo musical que iríamos formar, “Som Sudeste”. KKKKKKKKKKKKKK. O Gabriel, pequeno, a foto está muito descolorida, então, não consigo ver se ele está feliz de verdade. Júlia, ex-namorada, ser humana antes de tudo, e passível de amor como qualquer coisa no universo, sorriso tímido, boca fechada. Sobraram três fotos. Tá quase acabando, tô chegando lá. Eu e Adriano, o violão do Davi em minhas mãos, um anel de coco no dedo mínimo, o pulso carrega uma pulseira, era sua? Você tinha escrito alguma coisa nela, agora não me vem na cabeça o que é... Era “paciência”? Depois me diga, por favor. Faz tempo que não tenho notícias detalhadas sobre você. O Adriano me olha meio relaxado, ainda que rígido geometricamente, vestindo a famosa calça de capoeira e a boina chique. Esse dia tocamos juntos, os três, às vezes era algo bonito de ouvir. A segunda, e penúltima foto, por ordem de apresentação, não de importância, acho que nem é possível compará-las, estou beijando a Dona G. O rosto dela não aparece, nem o meu. A curva do meu cabelo se confunde com o lábio dela sorrindo, o que indica que nossos lábios estavam longe, na hora do clique. O que sobra é uma sugestão do rosto dela, um cigarro em meus dedos e o colar de pedra azul-sei-lá-o-que, sou péssimo com categorias. Colar que acabei doando para uma garota que trabalhava numa lanchonete, que ficava em frente à loja de celulares, daquele vizinho do Mal, o Washington, marido da Rô, pai do João, Murilo e Melissa. Você chegou a conhecê-los? A casa deles ficava logo depois da nossa, nossa porque também foi tua, enquanto esteve lá. Trabalhei lá uns meses e num dia aleatório quando fui comprar um lanche, tentei puxar papo, eu já estava meio embriagado de formosura, e ela comentou, claro, que estava com problemas de relacionamento, e pediu que aquela coisa passasse logo (outra engraçada, passasse kkkkkk) e etc. Eu, na minha ingenuidade, aconselhado por Dona G “esta pedra ajuda na resolução dos amores e etc”, doei o colar para a formosa flor. No outro dia, até me mostrou a própria trança que havia feito no colar, personalizando o novo artefato, exibido entre os ombros e na altura da gola do uniforme capitalista. Espero que realmente tenha funcionado, que ela esteja em paz com o amor dela. Pois viver só é difícil. Repito. Você precisa viver com alguém, racional, vivo ou estático. Humano, sensível ou palpável. Um amigo, um cachorro, ou uma pedra. Uma mina, uma gata, ou a água. Um universo, uma águia, ou o ar. Uma vida, uma vida, ou a vida.
Eu não sou racional.
Na última foto, alaranjada pelas luzes do centro, caminho de mãos dadas com você, na hora eu nem lembro se tinha noção de que o Caio estava de paparazzi, e que você devia ter pensado nisso 7 dias, 9 horas, 32 minutos e 57 segundos antes daquilo acontecer, e como você se esforçava para criar coisas. Lembra, no Marco Zero, você me disse que alguém havia dito para você: você é infantil fantasiando essas coisas, como pensar que os peixes num dia de sol são estrelinhas que brilham no céu do mar, literalmente refletindo, feito espelho fiel, o céu azul dos dias ensolarados, que são de costume em Recife, diga-se de passagem. Esta tua capacidade de criar coisas é tua, nunca perca isso. Eu ainda guardo o livro do Elliott, fico vendo as fotos, com muito carinho. Perdi a camisa do Elliott, em algum lugar, infelizmente. O chapéu voou. As tirinhas do Snoopy ficaram coladas na casa leiloada, em forma de protesto contra o capitalismo, aqui viveu alguém que amou. Obrigado por todos os presentes. Alguém me roubou o livro do Vinicius, eu também gostaria que ele fosse nosso, mas, sinto que agora é impossível.
Cariña. Carino. Carina. Ca-ri-na. Teu nome começa com o espanto. Ca. A boca termina aberta, revelando o espanto do ‘a’, acompanhado pelo grandioso meio círculo, o ‘c’. Ri. Alguém leria “ri”, do verbo rir, mas como sei que essas duas letrinhas vêm do teu nome, fica fácil. É o salto da língua, voando para encostar no céu da boca, assim como os pássaros inflam o peito antes de voar, formando o “-ri”, a segunda partícula do hexápode, siri. Assim como Lolita, no ímpeto do ‘-na’, a língua despenca e bate nos dentes, retrocedendo imediatamente, a fim de dar espaço para o som do ‘a’ e concluir o salto performático. Ca. Ri. Na. O asfalto da rua parece dourado. Eu já estava usando a pulseira qual comentei acima, estou usando um short exageradamente caído, meio largadão, os ombros curvos para a frente, denunciam uma futura falha óssea. Devo ser um terrível espetáculo no fim da vida. Meu cabelo estava curto, o seu, nos ombros. Você veste uma bela saia rosa, com rasteiras, viva a praticidade, regata branca e bolsa de couro, estendida sob o ombro esquerdo. Seus pés caminham abertos, como espelhando um arco geométrico, representando a área de possibilidades que a vida tem a oferecer. Eu, caminho com os pés retos, uma linha reta, sempre. Linha. Reta. Toda reta é uma linha, mas nem toda linha é uma reta. Queria ser mais linha e menos reta. Mais sensível e menos racional. Menos homem e mais amigo. Menos comigo e mais contigo. Entende? Pessoas caminham entre as barracas, postes acabam por separar a área delimitada que cada vendedor possui para ganhar o sustento do mês. A multidão se perde até o fim da foto. Outro casal, mais afastado de todos, caminha solitariamente na calçada, nós, selvagens, ficamos na rua, resistindo em pé onde carros desfilam o troféu emborrachado de latas, elástico, borracha e poliéster. Minha camisa é azul, triste, desbotada, puída e sem estampa. Uma senhora, sozinha, com as pernas cruzadas e olhando para baixo, reflete: “será que o ganhei no mês vai dar?”. Dói ficar sozinho. Será que ela tem alguém para dividir essas dores do cotidiano? Dessa incerteza de estar jogando a vida fora por algo que não faz tanto sentido, será que alguém há por ela? A divisão é essencial. Tenho o álbum do Adriano e do Davi, como parte do enfeite, da decoração do quarto. Engraçado, né? Uma foto, cara... Eu lembro quando vi uma foto tua pela primeira vez, foi uma alegria tão estranha. Às vezes releio umas coisas suas e fico dando risada sozinho. Outras vezes lembro de você e fico triste.
Eis a história final, prometo.
Pandemia. Tédio. (Serei rápido, como exige a sociedade líquida). Instalei o Tinder, grande ideia. Match. Onde mora? João Pessoa – PB. Ligação. Risada. Sensação leve. Menina negra, pele preta, dedicada, faculdade pública e bolsista. ‘Gosta de poesia?’ Que coincidência, também gosto. Ah, a aurora de róseos dedos... Hoje entendo melhor o racismo. Por algum motivo aleatório, associei você, ou nem tão aleatório assim. Havia semelhanças superficiais, mas ainda assim são semelhanças. Li em algum lugar sobre a solidão que mulheres negras, em específico, sofrem com a solidão. Eu também, ainda que branco, sou imensamente solitário. Não falo isso pelo cotejo, pela comparação. Ambas as solidões são específicas e particulares, englobadas ou não num certo espectro de avaliação. Pensei em como você deve se sentir só, por essa situação. Minha solidão não advém da cor branca, de uma mulher negra, às vezes, sim, esse é o motivo. No meu caso, nunca é. Minha solidão é diferente. Será que vocês duas compartilham essa solidão? E por algum motivo, isso foi catalisador no sentimento por mim? Não venho com a fraca tese do “palmiteirismo”, qual pessoas negras namoram brancas para amenizar o efeito racista, embora falhem, caso o objetivo realmente seja esse. Por quê? Essas coisas não são mensuráveis, pequeno ou grande, têm o mesmo impacto. Quanto ao teu sentimento, creio isso ser parcela pequena, ou do tamanho que você imaginar. Você me conheceu muito de perto. Viu que não é coisa boa, né? Enfim. Ao associar você com ela, sem compará-las, toda vez que recebia um gesto de carinho, dava o gatilho de lembrar de ti. Isso nunca me aconteceu, geralmente eu consigo sedar as memórias e seguir sem pensar no passado. Mas, você continuava insistente, e volta e meia reaparecia numa outra analogia, metáfora ou sei lá o que. Essa situação acabou por me assustar, e cortei total relação com a moça. Formosíssima. Carinhosa, uma flor tão colorida como você. As pessoas são frias. A Giovanna é fria. Minha mãe é fria. A Larissa é quente, mas é fria. O Alan é frio. Você é quente. A Aiyra é quentinha, o Zahir é brasino, fogoso. (Sabia que a cor da Lalinha se chama brasino(a)?)
Você é uma luz. É clichê dizer isso, mas é a única conclusão possível. Aprendi em lógica que quando as premissas são verdadeiras, a conclusão será por necessidade. Não que a conclusão seja necessária, tipo, tinha que ser assim e acabou, mas ela só segue por necessidade de as premissas serem verdadeiras. Colocando tuas atitudes de premissas, verdadeiras e inegáveis, nem o tempo poderia apagá-las, a conclusão, necessariamente, é que tu és luz. Cálida. Aquilo que vem do vinho, ou de um bom banho quente. Você lembra? Do carinho de pés. Antes de dormir, e logo após acordar, lembra?
Não precisa orar por mim pois sou um caso perdido, obrigado pela tentativa. Ao invés de orar, vou te proteger. Sem força física, sem ímpeto masculino possessivo, mas com o amor. Uma foto, um ressentimento (res é coisa, coisa de sentimento?). Ressentimento não é coisa ruim. É lição.
Já pensou te encontrar em outra vida? Maluquice.
Você é um dos poucos pleonasmos que existe para o ‘amor’.
Não precisa responder,
Lopes.
6 notes
·
View notes
Text
20 ANOS DE KID A
Radiohead é aquela banda inglesa, com mais de 30 anos de carreira e nove álbuns de estúdio e, que mesmo assim é mais conhecida por Creep, seu primeiro single. Sua música é, por vezes, definida como “alternativa” e é cultuada sobretudo por millennials. Além disso, quanto a nós, Larissa e Gabriel, a banda é um ponto em comum, o que permitiu muito da nossa aproximação e amizade. Seguindo, a experimentação é uma marca muito positiva do grupo e que permite que seu som soe sempre excêntrico. Apesar da consistência sonora nos três primeiros álbuns (Pablo Honey, The Bends e Ok Computer) é a partir do Kid A, nosso homenageado em virtude do vigésimo aniversário, que essa característica foi elevada à enésima potência, definindo o som da banda desde então.
Nossa experiência Eu conheci Radiohead na época em que a MTV ainda era o canal 32 da TV aberta. Eu assistia diariamente, assim como o Gabriel, que, no entanto, foi introduzido à banda um tanto mais tarde pelo seu amigo Caldeira, com quem foi ao show em 2018. Aliás, nós dois fomos ao show, mas não nos conhecíamos, estávamos em lugares diferentes no local do evento. Uma terrível coincidência!
O Álbum
Kid A, o nome do primeiro ser clonado, a primeira das crianças, que talvez tenha inspirado a Grimes e Elon Musk a escolherem o nome de sua filha, X Æ A-12. Brincadeiras à parte, sabe-se que após o lançamento e ingente sucesso de Ok Computer (1997), a banda passou por maus bocados. Cada um dos membros tinha ideias para o aguardadíssimo sucessor da obra de arte do grupo britânico. Mesmo com as incertezas no “como fazer”, decidiram por uma mudança severa na musicalidade, abandonando as três guitarras (típicas dos álbuns anteriores) e inovando com instrumentos de música eletrônica.
O que parecia um suicídio, quer dizer, uma transformação radical que poderia levar muitos fãs, entusiastas de Radiohead e críticos musicais a largar a banda, foi, na verdade, um acerto. Foi então que Kid A recebeu o Grammy de Melhor Álbum Alternativo e uma indicação para Álbum do Ano, além de suas músicas e o disco em si ficarem entre os mais ouvidos e prestigiados de 2000. A estratégia comercial foi ser anticomercial, quer dizer, o disco não contou com nenhum single lançado previamente, apenas alguns trechos curtíssimos em intervalos da MTV. A curiosidade atiçada contribuiu para seu sucesso. A capa, igualmente, possui um contexto interessante, somado ao que o próprio artista Stanley Donwood afirmou, ou seja, ter sido inspirado pela violência da guerra do Kosovo e os sentimentos que esta lhe causou. Talvez ousemos dizer que a virada do milênio tenha influenciado em algo também, o pessimismo quanto ao “progresso” da sociedade emana não só das músicas, mas também de sua arte visual. Nas palavras de Stanley: “A ideia assombrosa das montanhas era que elas fossem essas paisagens de poder, a ideia de torres e pirâmides. Era sobre um certo tipo de poder cataclísmico existente na paisagem”. Inclui-se no processo artístico o uso de facas (e palitos) para as pontas agudas. Para mais informações pertinentes recomendamos (infelizmente só em inglês): KID A, The Greatest Left Turn In Music History.
Impressões sobre o Kid A
Ambos concordamos que “Everything in Its Right Place” abre muitíssimo bem o álbum e dá a tônica (ou não, uma vez que uma das técnicas utilizadas nas composições foi a ausência de tons definidos) do que vai vir a seguir na obra e até no álbum seguinte, o Amnesiac (2001). O caráter “dadaísta��� já na primeira música antecipa a quem ouve que estará diante de algo díspar.
Ainda, lembramos-lhes de uma curiosidade não tão relevante: The National Anthem é o nome do primeiríssimo episódio de Black Mirror, mas a música em si será abordada posteriormente pela Larissa com minúcia e atenção. Outra digna de menção é How to Disappear Completely, cujo nome faz referência a um livro que leva quase o mesmo título, e geralmente faz parte das playlists mais tristes e depressivas imagináveis, bem como é recorrente no Tumblr.
Músicas que gostamos e destacamos
Gabriel: Mesmo que toda a obra apresente essa proposta diferente dos trabalhos anteriores, a volta das guitarras em Optimistic é bela, tornando singular até o que lhes é típico, embora o contexto/plano de fundo seja de fato único. Da mesma forma, o tema apresenta uma contradição atrativa: O tal otimista, aqui tratado por “essezinho aí”, está cercado por um ambiente horrível. Essezinho aí consegue enxergar todos os problemas, causados principalmente pelo “mercado”, e mantém-se indiferente. A música é riquíssima, com referências a Nietzsche e Orwell por exemplo, porém nosso tempo é parco para dar conta de tal infelizmente, por isso recomendo ouvi-la muitas e muitas vezes para retirar o sabor “feio-mas-bonito” de cada verso arranjado em seu todo.
Idioteque: Sendo sincero, essa música é um dos retratos mais fidedignos de toda a aura do álbum. A arte da capa de aspecto sublime, isto é, assustador e belo ou escuro e claro ao mesmo tempo, retrata grandes montanhas de gelo em um cenário quase distópico e no trecho:
Ice Age coming Let me hear both sides [...] Throw it in the fire
O tom paradoxal e angustiado de versos repetidos cada vez mais altos revela o geist, o espírito, do fim dos anos 90/começo dos 2000 quanto às mudanças climáticas do mundo e suas perspectivas (alarmista e negacionista). Por fim, a sonoridade caótica, “monótona” e computadorizada (“faster Jonny!”) usando samples das primeiras músicas eletrônicas situa muito bem essa energia de desespero que a música cultiva e traz, como que de volta às paranoias do Ok Computer. “Isso realmente está acontecendo!”
(por Ron Ginzburg, In: Pinterest)
Larissa: The National Anthem: Foi apenas enquanto pensava no que escrever sobre essa música que notei que, assim como ocorreu com Motion Picture Soundtrack, também passei a admirá-la mais ouvindo uma versão ao vivo. Eu havia recentemente descoberto como baixar vídeos do YouTube e minha família havia adquirido uma televisão com entrada USB. Acredito que lendo essas duas informações, você que está lendo, já deve ter imaginado que eu baixava todo tipo de vídeo musical, colocava em um pendrive e o conectava à televisão, mas caso você não tenha pensado nisso, confirmo que era o que eu fazia. Existe um concerto da banda, no Rock Am Ring (2001), que muito me agradava. Não sei se continua sendo o caso, porque já vi vários outros depois desse e há muito não o revisito. Inclusive, alguns anos depois, em uma visita a uma livraria de São Paulo, acabei comprando um DVD com a gravação desse show. Mas bem, o que acontece é que, na época, a música que abriu o show foi The National Anthem, o que me fez prestar mais atenção nela. Não é que eu não gostasse dela antes, mas sem dúvida gostava menos do que hoje em dia. Motion Picture Soundtrack é a faixa que encerra o Kid A e, por certo tempo, passou por mim, despercebida. O que mudou isso, foi uma apresentação de 1995, gravada em uma rádio holandesa. A música, à época, levava o nome de Crazy (My Beautiful Angel) e foi apresentada aos ouvintes em uma versão acústica. Como boa fã de demos e versões alternativas que sou, quando me deparei com essa, tive que escutar imediatamente e, como resultado, passei a ouvi-la religiosamente. Além da melodia, que é decerto diferente daquela do álbum, a letra também o é. Essas pequenas diferenças me fizeram revisitar Motion Picture Soundtrack diversas vezes, cada vez a admirando mais a partir da comparação com Crazy (My Beautiful Angel).
“I’ll see you in the next life…”
Full Album
#radiohead#kida#música#resenha#cacto#idioteque#optimistic#the national anthem#motion picture soundtrack
4 notes
·
View notes
Text
Dona Rose
Antes de mais nada, meu breve relacionamento com Dona Rose, também chamada por mim de Tia Rose. Eu não lembro direito quando a conheci, mas ela estava sarrando em mim em algum aniversário da Larissa. Eu já amei de imediato porque nenhuma das minhas avós tinha sequer dançado funk ou forró comigo como Dona Rose fez. Acho que nenhuma avó dança coisa alguma depois de certa idade, mas Rose dançava. Tia Rose deu encima de mim também. Disse que aguentava um novinho como eu. Dizia também que meu nome era Marcelo (Nome do meu amigo, neto dela), e isso desde o primeiro dia em que a conheci. Acho que depois de tanto tempo me reapresentando e ela dizendo “Não era Marcelo seu nome? Xará do meu neto” eu acabei dizendo um dia que “sim, isso mesmo”. Para ela, eu também era melhor amigo do Maurício (Irmão gêmeo de Marcelo). Isso porque toda vez que eu visitava a Larissa, Simone, ou alguém da família Mota, passava pela casa de Dona Rose. Aí ela levantava devagarinho do sofá e vinha me dar um beijo na bochecha. Pedia outro. Aí falava que Natasha (Uma poodle dela) não mordia, mas era safada. Falava das plantinhas, que tinha jogado água nelas e dizia que Maurício deveria estar em casa, mas dormindo. “Sobe lá meu filho” falava Rose. Depois de um tempo, o assunto era seu braço machucado, devido a um acidente com a escada. Dona Rose sempre tinha um assunto, seguido do “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”.
Hoje é 4 de outubro de 2020, e foi há mais ou menos 3 semanas que eu recebi notícias de que Dona Rose tinha caído num outro acidente. Não bem um acidente, mas o autor de tal coisa não estava (e por muito tempo) dentro de suas faculdades mentais. De fato, fiquei sabendo que nem sequer sabiam de seu transtorno, sua classificação, nem tratamento. Tampouco acompanhamento tinha, desde criança. Mas isso não vem ao caso agora. Dona Rose tinha quebrado o fêmur. Agora estava no hospital, e graças a este casal de amigos médicos da Simone, que vou chamar de Anjos, Dona Rose pôde ser atendida em um lugar melhor. Descobriu-se outros problemas porque a mesma estava vomitado um líquido escuro. Não darei mais detalhes, mas o fêmur já não era mais prioridade. Pela idade e estado de Dona Rose, eu queria dizer para a Simone se preparar, mas não sabia como. Ela mesma disse que a mãe talvez não voltasse, então me senti aliviado porque o sofrimento dela, embora tenha sido como foi no enterro, fora amenizado de certa forma ao não pegá-la desprevenida. Maturidade de luto, ou maturidade emocional. Fiquei feliz por isso em Simone, porque muitas pessoas não compreendem que às vezes entre ir embora e sofrer uma breve vida limitada e debilitada aqui, é de tamanha tristeza não poder aliviar a dor da existência precária. Muita gente aprende tarde demais. Outras nem sequer aprendem. Dona rose sofria de uma depressão severa que a deixava confusa e com perda de memória recente. Dito isto, às vezes ela não se lembrava dos seus irmãos que faleceram.
Dia 2 de outubro de 2020. Dayse, amiga da Simone e minha gerente, mandou seguidos “oi” em mensagem. Respondi e ela logo deu a notícia. Fiquei desolado. Não sabia nem como falar com Simone a respeito, mas tinha noção de que ela precisava de um espaço para a informação ser processada. O enterro seria no dia seguinte, em 3 de outubro.
Fui de carro com Dayse, e chegamos há 6 minutos de começar o enterro. Quando Simone viu Dayse, me partiu o coração. Ela chorava de uma forma que eu nunca tinha visto antes. Conheço Simone há 3 anos, e maior parte da minha vida em convivência, a pessoa com quem mais estive, foi com ela. De segunda a sábado. sete horas por dia, 6 dias na semana, Isso quando não a via todos os sete. Vi Simone chorar incontáveis vezes, mas nunca assim. Era a mais abalada, seguido de Maurício, que desmaiou depois. Por conta da pressão que baixou. O autor do acidente de Rose estava lá também, e chorava bastante. Cheguei a conversar com Simone a respeito, com medo de, se acontecesse o pior, ela botasse a culpa nele, mesmo este sendo psicologicamente debilitado. Meu medo era porque nem todos tem maturidade de enxergar o todo, principalmente na hora de sua dor ou raiva. Normalmente culpamos as pessoas quando as coisas dão errado. Mesmo que não tenha culpado, traçamos um caminho na mente para que faça sentido achar um culpado. “Se você não tivesse...” e coisas assim. Dona Rosa já tinha uma série de problemas dos quais Simone falava. No hospital, descobriu coisas mais severas. Será que ela teria ido antes se estivesse em casa? De fato, no hospital, segundo o diagnóstico de abertura ocular (Ela não estava abrindo os olhos) acredito que ela tenha deixado este mundo dormindo, como um anjinho. Em casa, ninguém sabe o que teria acontecido.
No velório, Dona Rose mesmo estava lá, deitada. Bem quieta, muito pálida. Ni, uma amiga da Simone que me deu carona para casa, me perguntou depois se ela parecia estar dormindo. Eu disse que sim, mas era mentira. Ninguém dormia de um jeito tão pálido. Do meu ponto de vista, as pessoas choravam pela casca, e Dona Rose mesmo já tinha partido para o pós vida que acreditava no dia anterior. Talvez ela estivesse ali vendo todos por uma última vez, com seu jeitinho meigo e simples. Possivelmente tive essa impressão por conta das minhas crenças pessoais, mas entendo que até o último minuto, quando se trata de um ente querido, a gente quer uma esperança de que talvez a pessoa levante bem dali, e seja tudo um grande engano.
Quando perdi minha bisavó, eu sabia que ela tinha que descansar. Ela mesma dizia, entre palavrões e outras coisas nefastas que não tinha muito tempo. “De que adianta ficar aqui? Nem ao banheiro eu consigo ir mais”. Ela sabia que ia embora, tão precisamente e certo que parecia saber também o dia exato. “Vou me embora” dizia ela, como se mandasse na própria morte. De fato, foi. Minha bisa era completamente sã, mas não enxergava mais como antes e usava fraldas. Será que ela escolheu? Será que alguém ou algo aparece a nós para nos orientar no pós vida? Só saberemos responder a essas perguntas quando for a nossa vez, então o único caminho para chegar até essa idade é vivento. Viva!
1 note
·
View note
Text
Todos os Pedaços de Nós
Jane Carvalho
🌟🌟🌟🌟🌟
Esse lindo romance de época vem contar a história da Larissa,uma jovem dama órfã de mãe e criada pelo Pai,um duque falido, tirano que desconta todas suas frustrações nela,(ódio desse homem viu).
Agora aquela que ela tem amizade verdadeira é Rose, escrava do seu pai e sua acompanhante, essas duas apesar de tão diferentes são irmãs de alma.
Mas Larissa esconde um segredo que pode manchar sua reputação, e ao conhecer seu pretendente, Philipe um fazendeiro barbudo,que possui um olhar envolvente e uma beleza enorme,ela acaba se encantando e achando que pode enfim se libertar das amarras do Pai.
Só que o seu segredo é descoberto e ela se vê jogada na rua por seu Pai e sem o apoio do seu irmão,que ela tanto ama.
E quando ela pensa que tudo está perdido seu Príncipe salvador aparece, Philipe se responsabiliza por ela.
Com o passar do tempo Philipe conquista seu coração e ela acaba se apaixonando de verdade por ele,pois descobre nele um homem incrível,carinhoso,que além disso perdoou seu erro, e o mais importante, lhe da voz e opinião o que naquela época era impossível acontecer pois as mulheres eram desvalorizadas e suas habilidades se resumiam a cuidar dos filhos da casa e servir o marido. Mas Philipe esconde segredos muito importantes,segredos esses que acabam por atrapalhar um pouco a relação do casal, sem contar que pode por suas vidas em risco.
✍🏻 Esse é meu primeiro contato com a escrita da Jane e eu estou encantada, logo que comecei a ler já me vi presa as páginas e ansiando saber qual o segredo do Philipe, apesar de desconfiar.Eu me peguei torcendo para esse casal superar todos os obstáculos e enfim conseguir a tão sonhada felicidade e liberdade.
É uma história emocionante que retrata todo o sofrimento das mulheres daquela época e também os horrores da escravidão.
É emocionante ver o amadurecimento da Larissa e em como o amor do Philipe a tornou uma pessoa melhor. O amor desses dois é daqueles que vencem quanquer barreira e que te arranca vários suspiros ,e olha que esse casal terá muitas batalhas a lutar. A autora trouxe uma trama envolvente,com personagens fortes e bem criados, os personagens secundários também tem parte importante na trama,o que torna a leitura mais gostosa, essa história apesar de ser de época tem muito de representatividade feminina,pois a Larissa é uma guerreira que luta com garras e dentes para conseguir seu direito de falar e ser ouvida. É também uma luta severa contra a escravidão, pela liberdade de pessoas que sofrem horrores nas mãos dos seus senhores. Esse livro fala de direitos iguais para todos, pois todos somos iguais não importa a cor da pele,todos somos seres humanos e dignos de respeito. Mostra que o amor não escolhe cor nem raça, ele simplesmente acontece. É impossível não se colocar no lugar dos personagens e sentir toda a sua dor. Esse livro fala sobre amizades verdadeiras, lealdade, e um amor infinito. Também sobre lutas, traições, ganância,sede de poder,e as dores da escravidão. É uma leitura que eu super recomendo,quem gosta de romance de época,está convidado a conhecer Todos os Pedaços de Nós.
#leiaumlivro#resenhaentrepaginass#amazon#amoler#igliterario#read a book#kindle#books#leianacional#leiamais#romance de epoca
0 notes
Text
"Ascensão (Larissa Chepitko, 1977)" no YouTube
youtube
Ascensão (1977)
Voskhozhdeniye é um filme de drama soviético de 1977 dirigido e escrito por Larisa Shepitko. Foi selecionado como representante da União Soviética à edição do Oscar 1978, organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Larissa Chepitko (1938-1979) pertence a uma das mais importantes gerações do cinema soviético, formada durante os anos sessenta, a mesma de Nikita Mikhalkov, Andrei Konchalovsky, Kira Muratova e Andrei Tarkovsky. Chepitko morreu aos 41 anos, num acidente de viação. "Ascensão", o seu último filme, obteve o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Filmada a preto e branco, em grande parte no inverno, esta obra severa e poderosa tem lugar durante a II Guerra Mundial. Mas, longe do hieratismo convencional dos inúmeros filmes soviéticos sobre o tema, a realizadora concentra-se em duas personagens, conseguindo o prodígio de fazer uma obra profundamente interiorizada. Um filme terrível e magnífico.
0 notes
Photo
Brasil falha na aplicação de leis ambientais, diz ONU
Na história da evolução das leis ambientais no mundo, o Brasil ganha um papel de destaque: poucos países têm uma legislação tão ampla quanto a brasileira. Já em 1988, a Constituição dedicava um capítulo todo ao meio ambiente, dando ao poder público a tarefa de garantir a preservação para as gerações atual e futuras.
Embora reconheça esse feito do Brasil, um estudo global lançado nesta quinta-feira (24/01) pelas Nações Unidas chama também atenção para falhas na aplicação da legislação. "A implementação das leis ainda é fraca", diz Carl Bruch, um dos autores do Relatório sobre o Estado do Direito Ambiental, da ONU Meio Ambiente.
Entre os sinais mais alarmantes da falta de rigor no cumprimento das leis ambientais no país, Bruch ressalta o número de assassinatos de ativistas. De 2000 a 2015, o relatório aponta que 527 ambientalistas foram mortos no Brasil. Honduras e Filipinas são os próximos do ranking, com 129 e 115 assassinatos, respectivamente.
"É claro que esses crimes geralmente não são praticados pelo governo", afirma Bruch. "O que impressiona é que o Brasil não tem sido capaz de frear e punir esses ataques com rigor", adiciona.
Indícios de retrocesso quanto à proteção ambiental também são cercados de preocupação. "É uma ameaça não apenas no Brasil, mas em todo o mundo", comenta Arnold Kreilhuber, da divisão jurídica da ONU Meio Ambiente, em entrevista à DW Brasil.
Leis específicas e participação da sociedade
Segundo o relatório, as últimas três décadas foram marcadas por um crescimento de leis ambientais no mundo. Atualmente, 176 países têm alguma legislação na área – em 1972, apenas Noruega, Suíça e Estados Unidos compunham a lista.
"Essas leis são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Se não passarmos a implementar de fato a legislação ambiental, não faremos a transição para esse novo mundo sustentável de que tanto precisamos, de baixo carbono, que cria novas vagas de emprego, é mais saudável para milhões de pessoas no mundo", justifica Kreilhuber.
A participação da sociedade civil organizada é fundamental para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental, conclui o estudo. Esse papel começou a ganhar notoriedade após a Rio 92, conferência sediada no Rio de Janeiro que estimulou a criação de leis, de ministérios e agências dedicadas ao meio ambiente.
"Foi no Rio que estabelecemos que era importante focar a informação, participação, transparência e justiça ambiental. E a sociedade civil ajuda muito, pois as organizações são capazes de identificar violações que o governo não consegue, pois estão mais próximas daqueles que enfrentam o risco ambiental e as injustiças", ressalta Bruch.
No Brasil, muitas das denúncias de violações são levadas ao Ministério Público. Entre os anos 1990 e 2000, mais de 3 mil processos dessa natureza foram abertos só no estado de São Paulo. A participação de organizações na criação de leis também é descrita como positiva no relatório – a que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei n° 9985/00) foi proposta por uma ONG.
Exemplo no Amazonas
Atuando há 22 anos na Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias no estado do Amazonas, o juiz Adalberto Carim Antônio tem levado para fora do país suas experiências de punição aos criminosos.
Entre os casos de destaque está o de um ex-caçador ilegal de peixe-boi. Depois de cumprir uma pena alternativa num instituto de pesquisa, em que tinha que dar mamadeira aos filhotes de peixe-boi, o infrator se converteu num defensor ambiental.
"Nós acreditamos na aplicação severa da lei, na educação e ressocialização ambiental", diz Carim Antônio em entrevista à DW Brasil. Mais de 2 mil infratores já passaram pelas oficinas de ressocialização ambiental criadas pela Vara, com taxa de reincidência zero.
"Temos uma das melhores legislações do mundo, mas a implementação é muito falha. Aqui no nosso estado, que é maior que muitos países europeus, a polícia ambiental foi enfraquecida, a Secretaria do Meio Ambiente tem pouco poder pra fazer as coisas", afirma.
Para lidar com o crime ambiental – que ganhou proporções enormes e passou a ser organizado –, é preciso endurecer a aplicação das leis, e não enfraquecê-las, avalia o juiz.
"Há setores que pensam que, mexendo no licenciamento ambiental, por exemplo, irão facilitar a produção e reduzir despesas. Na verdade, a gente tem que compatibilizar o crescimento com a proteção ambiental. E isso não é uma mensagem de agora, mas de década de 1980", pontua Carim Antônio.
Ele lembra que o Brasil foi o primeiro país na América do Sul a ter uma política nacional do meio ambiente, estabelecida pela lei 6.938 de 1981, em plena ditadura militar.
Ø Bolsonaro alarma ambientalistas com discurso pró-negócios. Por Larry Elliott
O novo presidente de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a alarmar os ambientalistas ao salientar que a proteção ao ecossistema único de seu país precisa ser compatível com o crescimento da economia.
Em um discurso que fez pouco para amenizar os temores sobre os riscos que uma estratégia agressiva de crescimento representaria para a região amazônica, Bolsonaro usou sua primeira viagem ao exterior desde que tomou posse, no início do ano, para apresentar uma agenda fortemente voltada para os negócios.
O discurso do novo presidente no Brasil no Fórum Econômico Mundial em Davos apresentou uma agenda de redução de impostos e de privatizações, voltada para reduzir o tamanho do Estado e encorajar o empreendedorismo.
“Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico”, disse Bolsonaro.
Um dos primeiros atos de Bolsonaro foi transferir o controle da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura, controlado pelo lobby do agronegócio no Brasil. A medida foi amplamente criticada por grupos ambientalistas, mas Bolsonaro afirmou ao público de líderes empresariais que a proteção da natureza é compatível com o desenvolvimento econômico.
“A agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a sua tecnologia e à competência do produtor rural”, disse. “Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós”. A economia e o meio ambiente seriam interdependentes e indissociáveis, acrescentou o presidente.
José Gregorio Mirabal, coordenador geral da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia do Rio Amazonas (COICA), disse: “A elite econômica e política mundial em Davos hoje não deve se distrair com os esforços de Bolsonaro para acalmar os investidores interessados em investir no Brasil. O ataque de Bolsonaro aos povos e florestas de seu país ameaça todos os povos e florestas da Amazônia e põe em risco os esforços globais para enfrentar as mudanças climáticas”.
A diretora executiva do Greenpeace International Jennifer Morgan afirmou que a atitude de Bolsonaro em relação à Amazônia era uma das maiores ameaças atuais ao meio ambiente. "Trabalhamos e vamos continuar a trabalhar com nossos aliados para defender tudo o que pudermos, pois a Amazônia não é apenas uma floresta incrível, é o pulmão da Terra e desempenha um papel extremamente importante para o clima", disse ela.
Bolsonaro, cujo filho Flavio está sendo investigado por supostas irregularidades financeiras, disse que seus ministros estavam comprometidos com o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. “Assumi o Brasil em uma profunda crise ética, moral e econômica. Temos o compromisso de mudar nossa história”, afirmou Bolsonaro.
Ø Encontro de Salles com ruralista confirma 'morte por inanição' do Meio Ambiente
A reunião entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), antecipada nesta quarta-feira (23) pela RBA, confirmam, na análise da autora do Atlas de Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, Larissa Mies Bombardi, a "subordinação da pasta" aos interesses da agricultura e, sobretudo, ao agronegócio. "É a morte do ministério do Meio Ambiente por inanição", sintetiza Larissa, também professora do programa de pós-graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP), ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.
A pedido da bancada ruralista, o encontro entre Salles e Moreira tinha em vista, entre outros pontos, uma articulação política para aprovação do Pacote do Veneno (PL 6.299/2003) e da revisão das atribuições e funções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Para Larissa, além de representar um certo "conflito de interesses", a postura de Salles contraria o que governo chama de "competência técnica" no que tange à defesa dos interesses da pasta.
"Estamos falando tanto do afrouxamento da nossa lei atual de agrotóxicos, quanto da desestabilização do Conama. É tirar a potência que o Conselho e o próprio ministério do Meio Ambiente têm de coibir práticas que sejam ambientalmente nefastas", avalia a professora.
Fonte: Deutsche Welle/Carta Maior/RBA
0 notes
Text
Vivemos em emergência climática e ouvir a juventude é o caminho
É comum escutar dos mais velhos e até mesmo de grandes lideranças que os jovens são a esperança do amanhã, que são o futuro, mas, recentemente, a juventude tem mostrado com ações que o tempo verbal que a representa é o presente. Para atrair holofotes e pressionar os tomadores de decisão na causa climática o movimento da juventude, Fridays For Future (sextas pelo futuro, em tradução literal), tem protagonizado mobilizações ao redor do mundo.
Ocorreram greves pelo clima no Brasil, em mais de 65 cidades, e, nos dias 20 e 27 de setembro, o movimento explodiu globalmente. Em muitas das mobilizações no país foram relatados conflitos intergeracionais, especialmente porque, dessa vez, os jovens fizeram um chamado para que todos se unissem. Muitos dos ativistas climáticos do movimento tiveram suas ideias ignoradas em prol da experiência “dinossaurica” do ambientalismo brasileiro, que ainda não tem como pauta primária a crise climática.
No Rio de Janeiro, a experiência causou inquietação nos jovens. “O diálogo precisa ser horizontal, a experiência dos mais velhos conta, mas a energia da indignação da juventude perante essa realidade insustentável é a força motriz para a transformação”, conta Larissa Franco, jovem carioca de 22 anos, do Fridays For Future.
“Enxergo a colaboração como uma estratégia muito importante, uma vez que juntamos a energia e vontade de mudança dos jovens com a experiência dos adultos. Porém um ponto ainda muito negativo é a dificuldade de uma parte dos adultos quanto ao entendimento do protagonismo jovem no ativismo climático”, declara Thamyres Freitas, bióloga e ativista de 23 anos também do movimento Fridays For Future.
Esse conflito não é novidade. Sempre que os jovens se posicionam e agem para incidir em políticas e processos de tomada de decisão, costumam ser descredibilizados e só são vistos de forma justa quando geram algum resultado imediato. Quando ganham notoriedade, muitas vezes, são desvalidados e colocados como se fossem meros figurantes da própria causa — na tentativa de trazer uma falsa representatividade.
Amanda Segnini, co-fundadora do Engajamundo, conta um pouco como foi driblar estes conflitos quando, em 2012, resolveu, junto a outros 5 ativistas, fundar uma organização que pudesse levar os jovens para espaços de poder: “Criamos o Engaja logo depois que saímos da faculdade. Pra ganhar os espaços de confiança sobre o que a gente estava fazendo e falando levou muito tempo. Batemos em muitas portas, principalmente para conseguir financiamento. Levamos muitos ‘nãos’, porque éramos jovens e não acreditavam que sabíamos o que estávamos fazendo”, diz. Hoje é visto que não existe uma organização no Brasil que articule juventudes tão distintas como o Engajamundo faz.
Na visão de especialistas, a juventude tem um papel muito importante no movimento climático e faz severas considerações. Segundo Iago Hairon, cientista social e diretor executivo do Engajamundo, é pela visão dos jovens que a solução climática vai ocorrer. “A gente vai precisar de todo mundo pra fazer uma mudança sistêmica. Mas o que a gente tá falando é que é pela lente dos jovens que a mudança virá. Por questões sociológicas, os jovens são um potencial. Isso não significa que estamos excluindo outras pessoas, estamos só focando em um grupo.”
Carlos Rittl, biólogo e diretor executivo do Observatório do Clima, elogia a juventude ativista pelo clima. “Os jovens têm criado entre si cidadania climática, ajudando outros jovens a entenderem qual é o seu papel no mundo. Quando vão em busca de atuar em relação aos grandes processos globais de negociação, de pressão a melhores políticas públicas que tratem de clima ou da responsabilidade que a emergência climática exige, como também na solução delas.”
“Os jovens estão trazendo um sentido de urgência e energia que os adultos não estavam colocando pela causa. É um super desafio pro planeta inteiro e a gente tem mais que agradecer que os jovens estejam se movendo”, conta Mariana Menezes, que é mãe de três filhos e ativista do movimento Parents for Future (No Brasil conhecido como Famílias Pelo Clima).
Os jovens ativistas pelo clima trazem uma mudança de cenário na luta pelo meio ambiente. O ativismo jovem tem carregando o que o país precisa para enfrentar a crise climática: coragem e inovação. Neste período em que se vive tantos desmontes identificados globalmente como um desafio à crise climática, cabe aos adultos entenderem que é preciso inovar também e ouvir atentamente a forma que a juventude compreende e interage com o mundo.
A professora e pesquisadora Regina Novaes diz que “a juventude é como um espelho retrovisor que reflete e revela a sociedade”. Se é com eles que está o protagonismo e a solução do maior desafio da história da humanidade, por que não praticar mais o exercício de abraçar o novo e o diverso, dando mais abertura para a possibilidade de uma “sociedade solução”, e menos competitiva como a conhecemos? Os modelos de desenvolvimento atuais se mostram cada vez mais falhos no enfrentamento da crise climática, por que não ouvir a quem tem abdicado das suas infâncias e adolescências pra ir pras ruas sugerir mudanças? Reconhecer as falhas é preciso, inovar para ir adiante é uma urgência.
Por Nayara Almeida
Veja também: Ativista relata experiência de discursar em cúpula de clima da ONU
Vivemos em emergência climática e ouvir a juventude é o caminhopublicado primeiro em como se vestir bem
0 notes
Text
Larissa Manoela fala sobre casamento com Leo Cidade e planos para ser mãe
Larissa Manoela fala sobre casamento com Leo Cidade e planos para ser mãe
Leo Cidade e Larissa Manoela (Foto: Reprodução/Instagram)
Larissa Manoela é bastante namoradeira, com apenas 18 anos, ela já teve uns 4 namorados, Thomaz Costa, Matheus Pinheiro, João Guilherme, e atualmente, Leo Cidade. Ao que parece, dessa vez, o atual namoro de Larissa acabará no virando algo mais sério.
+A verdade virá à tona em As Aventuras de Poliana e Filipa terá severa punição por maldade
View On WordPress
0 notes