#infelizmente não tem como fugir dessa porra
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lucifer-ocadaverapodrecido · 3 months ago
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[...] Em resumo, enquanto o mecanicismo oferece nada uma abordagem que ajuda em nada estruturada em porra nenhuma e eficiente para a educação (mentira) [...]
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saturn-h · 4 years ago
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Eu, você, dois bruxos e um bode (1/?)
"Se a vida pudesse me dar uma benção, seria tirar você da minha vida"
Esse era o mantra que repitia-se dolorosamente na mente de Jaskier enquanto, sabe-se lá para onde, caminhava montanha abaixo. Não queria olhar para trás, não queria chorar, não queria ser mais um desgosto na vida de alguém, mas parece que o destino não gostava do nosso jovem—agora não tão jovem assim— bardo.
— 20 anos da minha vida e é isso que eu ganho, 20 anos cuidando desse bruxo, 20 anos fazendo canções em seu nome, 20 anos de uma amizade que só existiu para mim, 20 anos…
A primeira lágrima caiu, seguida de soluços e gemidos. Doía, doía tanto, e por um momento Jaskier tentou se lembrar quando alguém o suportou, quando alguém o quis por perto sem nenhum interesse, quando ele se sentiu amado. 
Nunca, essa era a resposta, um dos motivos de fugir daquele castelo foi esse, tentar achar alguém que gostasse de si pelo que ele era, e porra, Gerlat nem se quer sabia seu nome de verdade, Geralt… 
— Não. Vou esquecer esse nome, não preciso dele, nunca precisei, tá, talvez um pouco, mas posso sobreviver, eu acho... 
Preso um suas divagações, Jaskier acabou por perceber só agora que estava escurecendo e infelizmente, não possuía os poderes de Gerald, o poder daqueles olhos, aqueles olhos dourados que quando, em raros momentos, o encaravam, pareciam atravessar sua alma e...
Foda-se Gerald, porra, será que não consigo passar um segundo sem pensar naquele ogro?
Foco Julian, vamos lá, sede, eu tenho sede, tem barulho de água, então significa que tem água aqui perto, certo? 
E por um acaso do destino, não é que tinha um rio mesmo. A água era cristalina, nem fria de mais, nem quente demais, perfeita para um banho. Agora ele pode se dar o luxo de tomar um banho, antes mal tinha tempo de se jogar uma água, e quando isso acontecia estava imundo o bastante para ter uma crosta de sujeira cobrindo sua pele.
Já nu, Julian entrou calmamente na água, aproveitando a sensação de frescor, de um peso sendo tirado das costas, pegou um de seus inseparáveis óleos e loções de banho.
Camomila, o mesmo com que lavei seus cabelos... Merda, apenas pegue outro Julian, jasmin, é, esse parece bom.
Jogou um pouco da loção em suas mãos e passou pelos seus cabelos, os limpando, deixando o cheiro espalhar-se no ambiente, relaxando, tão alheio ao seu redor que...
—Béééééé...
— Mas o que!? — Virou-se na direção do som e deu de cara com um serzinho de pelos brancos e chifres tortos.
Um bode? O que um bode faz numa floresta? Até que ele é bonitinho e... tá mastigando as minhas roupas, porra.
— Não, não, não, não, minha ropuas não, ei, saí daí, xô — mas já era tarde demais quando Julian chegou em suas roupas, seu gibão já era, pelo menos suas calças e camisa de baixo estavam salvos.
Por Melitele, será que não consigo ter um momento de paz sem que alguma desgraça aconteça? Eu só atraio azar? Talvez Gerlat estivesse certo, talvez eu realmente tenha estragado sua vida e...
— Béééééé... 
 Julian é puxado para realidade com o balido frenético de um certo bode que ainda não desistiu de mastigar suas roupas, ou que estou delas.
— Ei, para com isso, isso foi caro e é de vestir não de comer, vamos, xô, sai daqui.
— Béééééé— foi a resposta que recebeu, junto de um leve encostar de cabeça, como um pedido mudo de carinho.
— Hum...— foi o que disse enquanto afagava entre os chifes do seu, talvez, novo companheiro.
Hum... O mesmo som monótono que ele fazia, que eu passei quase 20 anos para decifrar seus tons, significados e...
— Béééé— Foi acordado de seus devaneios com o já conhecido balido, junto a uma fria ventania que fez o bardo arrupiar-se e lembrar que ainda estava sem roupas.
— É melhor eu me vestir amiguinho, antes que eu pegue resfriado sabe, sou um humano e sou frágil pra essas coisas — inútil também — pensou.
Um inútil, como Gerlat...
— Bééé
— Gosta de me tirar dos meus devaneios, não é bichinho? — especialmente quando encluem Geralt.
— Béé— foi respondido monotonamente mais um vez, só que, diferente de um certo alguém, pelo menos esse bicho se esforça para se expressar.
Já vestido, Julian recolhe sua coisas e acende uma fogueira não tão longe do rio, limpa um canto da melhor maneira que pode e sentando-se começando a dedilhar seu alaúde, só que dessa vez, sem resmungos, monótonos "Humms" e os relichos de plokta, apenas ele e seu, talvez, novo companheiro caprino.
Talvez o destino não me odeiam tanto assim...
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sehunfest-blog · 7 years ago
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25 - #8 Stranger kiss
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Título da fanfic: Stranger Kiss
Sinopse: Baekhyun tinha metido Sehun numa roubada. Teria que beijar um completo estranho para a gravação de um vídeo. Mas talvez, ele acabasse gostando até demais da experiência.
Couple: SeKai
Número do plot: #8 Em um experimento social no qual Sehun é convidado (praticamente arrastado e forçado) por seu melhor amigo, Baekhyun, a participar e beijar um estranho pela primeira vez.
Classificação: 16+
Aviso: Nenhum.
Quantidade de palavras: 3178
Nota do autor(a): Perdão por essa tentativa falha de comédia, galera. Mas espero que gostem!
  – Porra Baekhyun! Eu já disse umas sete vezes que eu não quero fazer isso!
 – Hunnie~ – Sibilou. – É só uma vez, poxa! Vai ser bem rapidinho, não custa nada, vai!
 Sehun já estava ficando puto da vida com a situação em que se encontrava. Seu melhor amigo – ou inimigo, depende do ponto vista –, Byun Baekhyun, cursa Cinema na faculdade, e isso não seria um problema já que o mais velho realmente gosta do que faz. Porém, entretanto e todavia, três dias atrás, ele chegou para Sehun com a cara mais cínica do mundo e disse nestas exatas palavras:
 – Hun-ah, tenho que fazer um experimento social em vídeo por causa de um trabalho da faculdade… – Hesitou, comprimindo os lábios. – E bom… Nesse trabalho, um grupo de pessoas desconhecidas terá que se beijar, aí eu coloquei você na lista dessas pessoas, beleza?
 – Ah, de bo-
 E quando Sehun finalmente percebeu o que o mais velho tinha dito, xingou e deu uns tapas bem dados no pobre Baekhyun. O coitado ficara tão traumatizado, que resolveu fugir do mais novo por três dias para se prevenir de um possível assassinato. Quando finalmente se encontraram na casa de Sehun e o Byun já estava crente de que o mesmo tinha se conformado com a situação, foi bombardeado por mais uma sessão de xingamentos e tapas.
 – Meu senhor! O que você estava pensando quando me colocou nessa lista, criatura de Deus?! – Sehun dizia enquanto segurava os ombros do menor, o chacoalhando.
 – Você devia me agradecer! Seu “bv” já devia estar voltando! – Claramente o garoto de cabelos castanhos não tinha medo algum de desafiar a morte.
 – Caralho Baekhyun, eu ‘tô me segurando demais ‘pra não te empurrar da varanda, seu ridículo! – Sehun largou os ombros do mais velho e se jogou dramaticamente em sua cama, enterrando a cara no travesseiro. – Não se passou em nenhum momento nessa tua mente que eu não queria participar, inferno?! Ou pelo menos que você deveria me avisar antes de fazer essa palhaçada?!
 – E se eu te avisasse, tu ia aceitar? – Baekhyun perguntou enquanto segurava o riso, se sentando perto do mais novo em sua cama.
 – É claro que não! – Sehun tirou a face do travesseiro de um jeito tão rápido que Baekhyun até se assustou. – Mas eu ia recusar educadamente, poxa!
 O mais velho não aguentou e soltou uma bela de uma risada, fazendo Sehun lançar um olhar fulminante para si.
 – Ao menos existe algum significado ‘pra essa ideia, Baekhyun?
 – Nenhum... Só quero a minha nota A+ nesse segundo semestre! – O rapaz piscou os olhos de forma quase inocente e deu o seu melhor sorriso na tentativa de convencer o garoto mais alto.
 Na mente do Oh só se passavam duas coisas: Queria muito esganar Baekhyun, ah, como queria! Mas também queria que ele tivesse uma boa nota, pois não desejava ver o amigo se ferrar todo em uma possível recuperação, visto que o baixinho era bem esforçado nas coisas que fazia.
 – Pode me explicar direito como vai funcionar esse vídeo? – Sehun deu um suspiro derrotado. Preferiu se entregar logo, era melhor e mais fácil.
 – Sehunnie~ – Baekhyun praticamente pulou em cima do mais novo, que levou um baita susto e quase caiu da cama com o menor junto de si; uma belíssima cena. – Sabia que você não ia me decepcionar!
 – Eca! – Sehun falou irritado enquanto Baekhyun distribuía beijos em seu rosto. Tratou logo de empurrá-lo para longe, fazendo-o rir. – Agora me explique tudo antes que eu mude de ideia!
 – Certo, certo. – Byun se ajeitou e se sentou novamente na cama. – Eu convidei um total de seis pessoas, contando com você. Três homens e três mulheres, ‘pra ser mais específico. Fiz umas pesquisas básicas ‘pra ver se essas pessoas tinham algum tipo de conexão e quando percebi que não, logo resolvi que seriam elas. É simples, Sehun. Você só vai precisar beijar alguém desconhecido na frente de uma câmera, pronto!
 O mais novo se perguntava de onde Baekhyun tirava essas coisas, sinceramente.
 – Quando acabar, eu posso ir embora? – Viu Byun assentir e o olhou desconfiado. – Se você estiver mentindo…
 – Calma aí! Eu juro que não ‘tô! – Baekhyun ergueu as mãos em rendimento. – Não precisa nem mesmo ver os beijos das outras pessoas, só ficar lá esperando enquanto eu e a KyungHee, que é a minha ajudante no trabalho, gravamos.
 – Ih, ‘cê já incluiu a KyungHee nisso aí?! Não ‘tô gostando! Não ia ser só você?
 Veja bem, não era que Sehun não gostasse de KyungHee. Ele até conversara com a garota algumas vezes e a considerava bem legal até. Ela tinha uns lábios bem bonitos, não dava para negar. Entretanto, já estava com certo receio de beijar um estranho... Imagine beijar um estranho na frente de Baekhyun? E para piorar, na frente de KyungHee também. Seria um verdadeiro desastre, já podia sentir!
 – Mas ela é a minha parceira no trabalho, eu não posso fazer nada! Vamos lá, Hunnie! Prometo que vai ser rapidinho. Você vai lá, tasca um beijo em alguém e pronto, pode ir embora, livre para seguir a vida. O que acha?
 Baekhyun estava se esforçando tanto para convencê-lo. Por que não chamar alguém da faculdade? Tanta gente interessada em tirar as teias de aranha da boca e logo Sehun, que só queria saber de maratonar Naruto, é convidado! Tinha que rever suas amizades, sinceramente.
 – Urgh, ‘tá bom, cara. Eu faço isso! – Antes que Baekhyun pudesse pular em cima de si novamente, resolveu interromper. – Só me diz logo quando vai ser essa gravação, ‘pra eu poder me preparar.
 Nesse momento, Byun ficou totalmente em silêncio e de cara pálida. Até Sehun se preocupara. O garoto ficara em silêncio do nada... Aí tinha coisa.
 – Então… É amanhã… – Sussurrou tão baixo que Sehun pensou que estava ouvindo coisas.
 – Como é? Tu falou muito baixo, bicho... Achei até que tu tinha dito que seria amanhã! – Sehun riu, mas só até perceber que o mais velho não ria junto. – Eu te dou cinco segundos ‘pra correr antes que eu realmente te empurre da varanda!
 E nem preciso falar que Baekhyun levou a terceira sessão de xingamentos e tapas na semana, não é mesmo?
  {...}
  Sehun estava tão nervoso com aquele treco, que tivera uma bela de uma dor no estômago pela manhã. Foram horas preso no banheiro, coitado.
 Tudo parecia estar dando errado naquele fatídico dia: Seu chuveiro elétrico estava na versão polo norte e de lá não quis sair. Seu cabelo não queria ficar arrumado de jeito nenhum e as olheiras estavam tão evidentes que parecia que havia ficado quatro noites sem tirar um cochilo. E o pior de tudo, se esquecera de comprar pão no dia anterior e sua refeição foi resumida em bolachas.
 Recebeu uma mensagem daquele projeto de Satanás – lê-se Baekhyun – dizendo o endereço para onde ele deveria ir às exatas duas da tarde. Nada muito complicado; tudo seria feito no apartamento de Byun, o qual tem um mini estúdio ‘pra essas coisas.
 Não era muito longe de sua própria casa, então resolveu tentar dar um cochilo; nada de muito demorado para não se atrasar.
 Caiu no famoso conto, já que seu “cochilo” durou um total de duas horas, fazendo-o acordar perto da uma da tarde. Foi um desespero tão grande quando viu as horas no celular, que só deu tempo dele entrar correndo para tomar banho – outra vez, já que queria ao menos ficar cheirosinho – e escovar os dentes.
 Quando acabou, abriu o armário e pegou seu amado moletom de One Piece – se Deus quiser, o desconhecido iria ser um daqueles anti-otakus e sairia correndo, amém – e uma calça jeans meio rasgada. O desespero estava tanto que quase saiu descalço e com a toalha molhada do banho em cima da cama. Pegou um tênis branco que já estava ficando meio amarelado e o colocou. E claro, estendeu a toalha no varal de casa; responsabilidade acima de tudo.
 Já decentemente vestido, saiu de casa na correria também, porque viu que Baekhyun estava ligando para si. Estava ferrado. Mas quem mandou o colocarem naquela patifaria?!
 Não demorou muito para estar em frente ao prédio do melhor amigo. Entrou logo na construção, cumprimentou o porteiro que era um carinha legal e pediu que o mesmo avisasse para Baekhyun que ele estava subindo. Quando entrou no elevador, estava sozinho, e aproveitou esse fato para ficar arrumando os seus cabelos loiros – que ainda estavam meio revoltados – enquanto tentava não se desesperar pensando que, em alguns minutos, estaria com seus lábios colados com um estranho. A tentativa de esquecer foi tão grande, que Sehun quase não percebeu que a porta do elevador tinha se aberto.
 Um homem de cabelos castanhos entrou e olhou rapidamente para Sehun todo concentrado no seu próprio cabelo bagunçado. Não é nem necessário comentar sobre a vermelhidão no rosto do Oh, afinal, fora pego no flagra.
 Começou a encarar o homem, enquanto o mesmo pegava o celular do bolso.
 Ele é bonito, pensou Sehun. Tinha olhos bem escuros e pequenos, uma pele maravilhosa, lábios cheios e um maxilar marcado. É, ele é muito bonito!, pensou outra vez. Também percebeu que o outro era um pouquinho mais baixo do que si. Infelizmente, para seu azar, o garoto notou as suas encaradas nada discretas. Sehun desviou o olhar para o teto do recinto metálico, enquanto ouvia o moreno ao seu lado rir baixinho. Ótimo, mais um mico ‘pra lista!
 A porta do elevador se abriu no sétimo andar do prédio, e coincidentemente, ambos os garotos saíram naquela hora.
 – Pode ir primeiro… – Murmurou o Oh, recebendo um aceno com a cabeça em confirmação por parte do desconhecido, que logo passou em sua frente.
 Sehun dera um suspiro de alívio; ficara realmente nervoso com a presença daquele homem. O dia claramente não estava sendo fácil. Afastando esses pensamentos, saiu do elevador antes que a porta do mesmo se fechasse consigo ali dentro e andou um pouco até a última porta do corredor, que era onde Baekhyun morava.
 Mas… Espera aí! Por que o cara do elevador estava indo para lá também?
 Sehun pensara que ele iria para a direção oposta, mas como sempre, caiu no conto. O homem até mesmo bateu na porta, e a menos que Sehun estivesse louco da cabeça, aquela era a porta de Baekhyun com toda a certeza!
 Não pode ser, não pode ser, não pode ser, não pode ser!, pensou Sehun, engolindo em seco quando a porta se abriu, revelando uma KyungHee com uma cara de puro tédio, mas que logo mudou para uma feição preocupada ao encarar o desconhecido do elevador – esse era o mais novo apelido dado por Sehun para aquele homem –.
 – Ah, olá, Jongin! – Murmurou com uma voz meio cabisbaixa. – Você chegou bem na hora, mas acho que o seu parceiro não vai-
 E então, a garota olhou mais a frente e, finalmente, percebeu a presença de Sehun, o que fez o clima ali mudar completamente.
 – Sehun!!! – Gritou e saiu correndo em disparada para ir atrás do pobre Oh, que mal teve tempo de se proteger do soco que levou nos ombros.
 – Ai, KyungHee!!
 – Era ‘pra doer mesmo, seu idiota! – Falou brava enquanto Sehun massageava seu próprio ombro. – Por onde andou?! Baekhyun ‘tava quase tendo um ataque de tão nervoso que ficou por achar que você não viria. Por que você não avisou que ia se atrasar, hein?! – Quando o Oh ia tentar dar uma desculpa, fora interrompido pela garota. – Mas isso não vem ao caso... O que importa é que você chegou e… – Deu um sorriso malicioso.
 – E o que, criatura?! – Já estava ficando desesperado, visto que a garota praticamente o arrastava para entrar no apartamento e também, tinha o tal do Jongin ali.
 – Jongin também chegou!
 Sehun levou uns cinco segundos para processar, mas assim que viu o cara desconhecido do elevador – ou seja, Jongin – dar um sorriso de lado para si e acenar com as mãos, percebeu no que tinha se metido.
 Puta merda, eu vou beijar esse cara!!!, engoliu em seco e tentou sorrir para mostrar que estava bem, mas só saiu uma careta meio estranha.
 – Prepara essa boquinha, Oh Sehun! – Disse KyungHee, com a maior cara de satisfação enquanto segurava Sehun e Jongin pelos braços e os levava para o mini estúdio de Baekhyun.
 Chegando lá, viram Byun dando uma olhada em suas duas câmeras – duas das muitas que ele tinha guardada, vale frisar –. Assim que viu a garota com os olhos brilhando e segurando certos atrasados, abriu um sorriso quase diabólico.
 – Achou que ia escapar chegando mais tarde, Sehun?
 – Claro que não! Se eu quisesse escapar, eu ficava em casa e nem aparecia!
 – Então avisa da próxima vez que você for se atrasar assim, inferno!!! – Baekhyun abriu uma carranca, mas ela era falsa, já que o que mais queria era soltar uma risada bem alta ao ver a careta brava do mais novo. – Jongin, chegou na hora certinha, obrigado por ter vindo.
 Quê?!, pensou Sehun, sentindo-se totalmente injustiçado.
 – Mas ele se atrasou também! – Ponto para Sehun.
 – Diferente de você, ele avisou. – Dez mil pontos para Baekhyun. Fatality!
 Nesse momento, todos no estúdio riam, até Jongin!
 Sehun cruzara os braços com tamanha injustiça! Claramente estava sendo o zoado do dia, e não podia ser realidade tantos tombos para um dia só!
 – Mas vamos parar de faladeira e vamos ao que interessa. – KyungHee disse assim que largou os dois garotos. – Vocês dois, vão ‘pra lá, por favor.
 Apontou para o canto direito do estúdio, onde tinha uma parede de cor cinza. Ambos foram, claramente sem jeito, e ficaram lá parados, encarando qualquer lugar que não fosse o rosto um do outro.
 – Vamos lá, quero terminar isso em uma só tomada! – Disse Baekhyun, sorrindo, enquanto posicionava a câmera. – Vou começar… Agora!
 E com esse aviso, ambos os rapazes começaram a se olhar decentemente. Sehun estava muito nervoso. Para piorar a situação, sentiu o seu rosto inteiro queimar quando notou que o moreno o olhava de cima a baixo, com um sorrisinho de canto. E que sorriso!
 – Ah… O-oi? – Sehun tentou dizer, mas acabou gaguejando, fazendo Jongin rir baixo.
 – Oi, Sehun. – Jongin mordeu os lábios. Se a pressão do Oh não tinha subido de vez, agora seria a hora.
 – E-eu… Ai, merda, eu não sei o que eu faço… – Sehun cobriu o rosto com as mãos, fazendo KyungHee, que estava do outro lado da sala, pôr as mãos na testa em preocupação. Esse beijo saíria ou não, meu Deus?!
 Jongin, percebendo o nervosismo do outro, resolveu tomar a frente da situação, por mais que por dentro ele estivesse tão nervoso quanto o maior.
 – Ei, não cubra seu rosto, ele é muito bonito e eu estava gostando de olhá-lo, sabia?
 O coração de Sehun deu até um solavanco, mas isso são apenas detalhes!
 Ele tirou as mãos do rosto bem devagar e respirou fundo. Não podia negar que ficara “levemente” atraído pelo homem desconhecido que já não era mais tão desconhecido assim, então o que custava deixar a vergonha de lado?
 – Olha aí, não foi tão difícil, foi? – Falou o moreno, sorrindo quando o outro balançou a cabeça em negação. – Você ‘tá um pouco distante, deixa eu te trazer para mais perto, hm?
 Vendo que Sehun aceitou seu pedido com um baixo “sim”, passou os seus braços, que eram cobertos por uma camisa branca de mangas, ao redor da cintura do mais alto e o puxou para si, fazendo seus rostos quase se chocarem.
 Com o rosto de Jongin tão perto do seu, Sehun entrara numa espécie de transe. Os olhos escuros do moreno eram como uma realidade paralela e ele simplesmente não sabia nem o que estava fazendo mais.
 – Você gosta de me olhar, né? Percebi isso minutos atrás, no elevador. – Jongin riu ao ver o rapaz de cabelos loiros arregalar os olhos. – Não precisa ficar desesperado, gatinho assustado. Eu gosto disso.
 Gatinho assustado?! Aí não!
 – Gosta de ser observado, Jongin? – Sehun já não tinha mais resquícios de timidez, fato que o moreno pôde confirmar quando viu aquela olhada do loiro para a sua boca.
 – Talvez… – Jongin trouxe o maior para mais perto ainda de si, apertando um pouco os braços ao redor do garoto. – Mas sabe do que eu gosto mais ainda? – Direcionou seu olhar para a boca bastante rosada de Sehun e torceu para que ele entendesse o recado.
 E bom, ele entendeu. Segurou o rosto do menor com as duas mãos e deu um selar inocente no canto dos lábios do mesmo, para provocá-lo. Jongin resmungou um baixo “não provoca” e como não tinha nada a perder, Sehun foi bonzinho e resolveu ser direto. Com os lábios entreabertos, atacou de vez os semelhantes do moreno, que não tardou a pedir passagem com sua língua, a qual logo lhe fora concedida. Como Sehun estava já há um bom tempo sem beijar, se deixou ser guiado por Jongin, que por sinal, sabia muito bem o que estava fazendo.
 O que era para ser um beijo lento e sensual se tornou um beijo desesperado, onde ambos queriam e precisavam de mais. Sehun, com suas mãos, começou a puxar levemente os cabelos acastanhados de Jongin, que arfou entre o ósculo.
 Como infelizmente ninguém ali tinha pulmões com ar inacabável, tiveram que se separar, mas não sem deixarem as famosas mordidinhas nos lábios um do outro.
 Segundos depois, se encararam ainda ofegantes e começaram a rir por se lembrarem da situação em que estavam. Olharam para Baekhyun e KyungHee, ambos boquiabertos, e riram outra vez.
 – Ora, ora, Oh Sehun! ‘Pra quem não queria vir, se empolgou demais, hein? – Disse Baekhyun, ainda meio surpreso, mas dando aquele mesmo sorriso digno de um demônio.
 – Muito engraçado você! ‘Tô morrendo de rir. – Sehun revirou os olhos. – E já que acabamos por aqui, vou embora.
 – Como é?! – Todos no recinto perguntaram, fazendo o loiro prender o riso.
 – ‘Tô indo embora, ué. – Jongin pareceu meio bolado com sua afirmação, então Sehun logo desistiu da pose indiferente. – Pega meu número com o Baekhyun, ‘tá bom? ‘Pra caso, você sabe... Quiser repetir... É só me mandar mensagem – Tirou a ousadia do fundo de sua alma e soltou essa, mas logo depois, saiu correndo enquanto gritava “adeus” para todo mundo, principalmente para KyungHee, que parecia ainda estar pensando na cena de minutos atrás.
 Boa sorte para Jongin e Baekhyun que teriam que tirar a garota dos seus próprios pensamentos... O que não seria nada fácil!
  {...}
  – Adivinha quem tirou um A+ no trabalho?! – Cantarolou um Baekhyun extremamente animado.
 – Baekkie, meus parabéns! – Disse Sehun do outro lado da linha, realmente feliz pelo amigo. – Você merece idiota!
 – Me elogia ‘pra depois me xingar! Eu não mereço isso!
 – Nem vem com seus dramas, peste! – Riram. – Ei, Baekkie?
 – Hum?
 – Adivinha quem marcou um encontro com Kim Jongin amanhã?
 – O QUÊ?! – Baekhyun praticamente berrou.
 – Tenho que desligar~
 – Sehun, pera, me explica direi-
 E desligou. A vingança por tê-lo colocado em uma lista sem seu consentimento seria ficar sem saber de detalhe nenhum do tal encontro.
 Sehun estava ansioso para o dia seguinte chegar... Para talvez e apenas talvez repetir os beijos que dera em Jongin no dia da gravação do vídeo. Mas era só um talvez!
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hot-1d-imagine · 7 years ago
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Pedido: Meu pedido é com o Liam, que ele compra ela que é virgem pra ser a “escrava sexual” dele e também pra cuidar da casa e arrumar tudo mas eles acabam se apaixonando - Anônimo
*Aqui nesse link http://hot-1d-imagine.tumblr.com/pedidos vocês podem ver quais e a ordem que em os imagines vão ser postados, se o seu não estiver na lista é porque infelizmente não chegou, vou estar sempre atualizando a lista*
***
PARTE 1
Imagine do Liam
Eu estou passando pelo pior momento da minha vida, meu pai se envolveu com coisa errada e eu estou pagando o preço por isso. Ele ficou sem dinheiro para pagar a dívida e um dos comparsas do maior mafioso da Europa veio cobrar, mas me levaram como forma de pagamento. Eu com meus 20 anos serei vendida em um tipo de mercado sexual, onde várias mulheres são vendidas para os chefões de máfia.
O tal do comparsa, que eu descobrir se chamar Harry, me leva até um porão, lá eu vejo um monte de meninas amontoadas, o lugar é sujo e apenas se escuta choros e lamentações por parte das mulheres.
Eu ainda não derramei nenhuma lágrima, acho que ainda estou em estado de choque e quando a ficha cair não sei o que irei fazer.
- Muito bem, daqui a alguns minutos, iremos levar uma a uma para dar um trato em vocês, do jeito que algumas estão sujas não seria vantajoso para os negócios do chefe – Harry explica e me larga perto de uma garota que está com o nariz vermelho de tanto chorar.
Ele vai embora e eu fico ali encarando cada uma.
- Eu não entendo, o que irá acontecer com a gente? – Uma menina de cabelos vermelhos pergunta.
A porta se abre e uma mulher vestida como empregada entra no local.
- Vocês serão vendidas para os chefes da máfia, serão escravas sexuais e empregadas, mas eu não vim aqui para explicar isso, vim aqui para cuidar da aparência de vocês, façam uma fila... – Cada uma das meninas presas se levanta devagar e formam uma fila.
Depois que a maioria sai do porão só sobra eu.
- (S/n) sua vez, venha – A mulher me chama e eu caminho meio receosa.
Ela me leva para um lugar grande e com vários seguranças que deixam sua arma na mão para poder me intimidar.
A mulher me dá banho, penteia meus cabelos, os enxuga e os deixa perfeitos, ela encara todo meu corpo nu e eu coro com vergonha. Ela passa uma loção em meu corpo e eu fico parada igual estatua sem saber o que fazer.
- Muito bem, querida, quero saber se ainda é virgem – Ela pergunta com uma prancheta na mão onde escreve algumas coisas. Eu fico totalmente vermelha.
- S...sim – Respondo gaguejando. Ela me encara com pena e volta a escrever.
- Quantos anos você tem?
- Vinte – Volto a responder.
- Muito bem, eu me sinto terrível por você, mas não posso fazer nada, (S/n) você é a única garota virgem do leilão de hoje, os homens quando souberem disso vão querê-la como leões famintos, bando de filhos da puta isso que ele são – Ela fala com raiva.
- Mas porque você trabalha aqui se odeia tanto? – Pergunto.
- Eu fui uma de vocês, mas ninguém nunca me comprou então para pagar a dívida da minha família eu trabalho aqui... – Ela responde, mas essa não parece ser a verdade total.
- Mas os homens que trabalham aqui nunca tentaram algo com você?
- Sim, já fui violentada e tive um filho de um deles, e se eu tentar fugir eles matam o meu filho, então esse é o meu motivo maior para ficar aqui – Ela responde e eu entendo agora a verdade completa – Agora venha, vista esse roupão aqui e eu irei leva-la até o palco do leilão.
Visto o roupão de seda por cima do meu corpo nu e isso me dá um pressentimento ruim.
Assim que eu sou colocada no palco eu vejo muito homens na minha frente, o local é muito chique e rico em detalhes dourados e vermelho. Os homens parecem serem os mais ricos que eu já vi, muitos deles bebem e riem com os amigos, mas assim que notam minha presença eles param e me encaram maliciosos.
- Muito bem, senhores, aqui temos uma mulher rara em comparação com as outras, essa aqui se chama (S/n), tem vinte anos, pele macia e bem cuidada, seios duros e empinados, bunda perfeita e por último, ela ainda é virgem – Um homem com microfone fala.
Escuto gritos e os olhares maliciosos aumentam mais ainda. Sinto que a qualquer momento irei surtar.
- Quero ver o corpo dela – Um deles grita.
- Sim, mostre o corpo dela.
- Tire esse robe agora.
Vários pedem para o homem tirar meu robe e eu me agarro com o meu roupão como se minha vida dependesse dele.
Um outro homem, loiro de olhos azuis, sobe no palco e sussurra algo no ouvido do apresentador nojento.
- Ah, desculpe senhores, mas parece que essa virgem já foi vendida – Ele diz e os homens começam a gritar com raiva.
- Quem foi?
- Queremos saber quem foi?
- Eu dobro o preço – Um deles grita.
Eu me assusto com a maneira que eles se tornam animais violentos.
- Foi eu quem comprei – Um homem alto, com cabelos castanhos em topete vestido de com um terno totalmente escuro, sobe no palco e a gritaria cessa – Mais alguém tem alguma coisa a dizer sobre isso? – Ele pergunta com a voz rouca e num tom totalmente frio.
Os homens que antes gritavam agora nenhum ousa falar algo.
- Muito bem, Louis, leve ela para o meu carro. – Ele manda e o tal de Louis se aproxima de mim e me puxa.
Assim que sou colocada dentro do carro, o homem que me comprou entra junto comigo.
- Muito bem, (S/n), eu sou Liam Payne e posso dizer sem dúvidas que irá ser um prazer ser o primeiro a te deflorar – Ele diz tocando minha perna com possessividade e eu me encolho no banco do carro.
Não acredito que fui comprada pelo maior mafioso da Europa.
Chegando na mansão do Liam, ele me pega pelo braço e me leva para dentro da casa.
Uma senhora vem nos saudar, mas no momento que me ver ela me olha com pena.
- Senhor Payne...
- Agora não, Marie – Ele responde e me leva escadas a cima.
Liam abre a porta de um quarto e me joga em cima da cama, eu rapidamente me levanto e fico encolhida no canto da parede.
- Volte para cama, (S/n) – Ele manda.
- Não – Respondo e percebo que minha voz sai firme.
- Volte agora para a cama – Ele diz – Eu não irei repetir.
- Eu não quero perder minha virgindade com o senhor, um homem que eu não conheço e nem tenho sentimentos por você – Respondo e ele fica vermelho de raiva.
- Eu COMPREI você, você é minha, garota, se eu quiser foder você agora eu irei, agora deita na porra dessa cama antes que eu faça uma loucura e te mate – Liam diz se aproximando de mim.
- Me mate, me mate por favor assim não terei que suportar você tentando me estuprar – Falo e Liam se afasta de mim e eu percebo que ele está cada vez com mais raiva.
- Garota insolente, você foi comprada para me servir, mas agora perdi a vontade de me deitar com você, MARIE VENHA AQUI AGORA – Liam grita.
A senhora aparece pela porta.
- Sim, senhor
- Leve essa garota até o quarto e a tranque lá, amanhã faça ela acordar antes de todos para poder fazer os trabalhos domésticos e se eu ver uma coisinha suja nessa casa ela irá se ver comigo – Liam diz e eu me tremo.
Marie sai me puxando.
- Garota, como você se nega a se deitar com ele? Estou surpresa que ainda esteja viva, ultima que tentou fazer algo assim levou um tiro no meio da testa – Marie diz e eu fico mais assustada.
Os dias passam e eu virei uma empregada, isso é bom porque até agora Liam Payne não veio tentar algo comigo. Mas toda noite quando eu estou varrendo o corredor do quarto dele, escuto mulheres gemendo alto dentro do quarto dele. Isso me dá nojo.
Certa vez durante a tarde eu estava arrumando a sala quando Liam e um amigo dele entrou em casa.
- Muito bem, Zayn, espere aqui enquanto eu pego o documento – Liam passa por mim e eu continuo a limpar a mesinha de centro. No minuto seguinte sinto uma respiração na minha nuca.
- Liam está sendo louco em deixar uma mulher linda dessas trabalhando pesado na casa, você devia ser tratada melhor – Ele diz e eu me viro o encarando.
- Com licença, senhor, tenho muito o que fazer – Falo e tento me afastar. Escuto Liam se aproximando e caminho até o outro lado da sala.
- Bela mulher você tem aqui, Liam – Zayn diz e Liam me encara.
- Sim – Ele responde simplesmente.
- Como você pode deixar ela trabalhar desse jeito, se ela fosse minha estaria sempre na minha cama – Zayn diz passando a mão pela minha coxa. Liam caminha furiosamente até Zayn e o puxa com brutalidade.
- Dá próxima vez que você tocar nela pode ter certeza que eu vou cortar a sua mão – Liam fala e Zayn sorri brincalhão.
- Não sabia que você era possessivo em relação a suas escravas, essa é nova – Zayn diz e Liam o puxa, enquanto isso Marie aparece na sala com um balde com água, ela trava ao ver Liam e Zayn.
- Vai logo para o carro – Ele manda e Zayn sai da casa, Liam se vira e me encara – Hoje quero que me espere no meu quarto, tenho algo para conversar com você – Liam diz e sai de casa me deixando confusa. 
O que ele quer comigo?
Espero que tenham gostado, se sim, deixem uma ask me contando
*Os favoritos são importantes, então se gostou deixa seu fav lindo aí ;D
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db-ltda · 6 years ago
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Imaculados do Underground, Transarinos do Mainstream & A radio que toca enquanto merda acontece
No final do ano passado eu tive a brilhante ideia de me entregar aos Streamings de mídia porque perdi todos os arquivos MP3 do meu computador.
Desativaram o Pirate-Bay e eu nunca mais paguei antivírus pra ficar baixando várias porras pelo Torrent, precisava manter meu contato com a música, pois ela é uma droga essencial na minha vida. Não fossem meus fones de ouvidos mágicos que me levam a outra dimensão, eu não saberia o que seria de mim, tanto pela falta dessa droga, quanto pela imersão no meu universo individual que ela proporciona.
Decidi então que estava cansado de ouvir as Playlists dos outros e resolvi criar a minha própria, em pouco tempo, descobri que os Streamings de mídia abrem as portas para um universo novo de muita produção artística atual e de excelente qualidade. Assim, fora da indústria cultural que eu aprecio ouvindo meus modões, eu encontrei um universo de possibilidades musicais que me representa e muito.
Mais que isso!!
Percebi a peculiaridade do meu gosto musical artístico e mergulhei em um universo desconhecido de representações, meu senso de musicalidade individual e a capacidade de me apropriar daquilo que eu gosto e transformá-lo em representação, deram a mim mesmo uma imagem, que a partir de então se concretizava nas minhas Playlists.
A sede por conhecimento, me mostrou que a cena underground sempre existiu e eu comecei a pesquisar a sua história, para os falantes da minha língua, é como se eu quisesse saber o que havia de Underground quando Black Sabbath era o Mainstream.
Ponto final.
Criei uma rádio em um Streamings de mídia onde atualizo o conteúdo constantemente e acompanho lançamentos de bandas da cena underground tão recentes como álbuns lançados ainda neste ano e no final do ano passado, como o novo álbum do GreenLeaf de novembro de 2018.
Sim!
Muito da arte que me representa infelizmente não mora aqui, mas como todo mundo sabe eu sou a favor de dominarmos o universo e não de nos digladiarmos em um planeta esférico e foder com a porra toda, portanto, o nacionalismo e as produções nacionais são sim interessantes, mas atualmente e infelizmente não encontro nelas representatividade, ainda mais porque infelizmente o rock e seus subgêneros atraem para si uma mania de ser Tr00 que eu não dou a mínima importância.
Em textos anteriores eu falei da importância de um movimento artístico e filosófico renovador e que coaduna com nosso momento atual, também construí uma crítica a uma postura um tanto quanto hedonista e infantilizada da nossa geração, ofereço portanto, enquanto síntese, uma perspectiva um pouco mais individual e que tudo tem a ver com a experiência desse um ano e meio de pesquisa a respeito de um universo musical.
Onde está o Mainstream?
Do outro lado da rua, frente a frente com nossa universidade, um lugar que eu frequento sem ressalvas mas que até certo ponto me angustia, pois apesar de muito semelhante ao que eu vivencio e acredito, é também o seu maior oposto.
Enfastiado dessa novelinha adolescente onde eu preciso competir com os comedores e ficar ouvindo sobre as suas inúmeras proezas, que eu nunca vi, mas que me juram que é verdade, recentemente tive uma longa conversa com um colega a respeito do posicionamento que assumimos frente ao outro.
Segundo ele, colocar-se de tal forma frente ao outro, admitindo a possibilidade da existência de uma dependência na relação, é colocar-se na posição de dominado, estar inapropriado de si mesmo e um erro de quem insistentemente recorre a uma aprovação externa para sentir-se bem consigo mesmo.
A este respeito eu concordo em partes, mais que isso, daria a essa argumentação a única resposta que conheço como verdade última:
“É isso aí mesmo, só que nem sempre e as vezes é o contrário!”
Mas…
Meu ser não é tão budístico a ponto de eu negar a minha existência acima de tudo e não me opor a isso de forma alguma, muito pelo contrário, a respeito disso eu concordo e complemento.
Desde as primeiras bandas de metal nos anos 70, a musicalidade desse gênero acompanhou o movimento coletivo, dentro e fora do tapete vermelho e como qualquer forma de expressão, disse do vazio existencial de todos os artistas e suas respectivas gerações como o ato humano de falar.
O que ganhamos eu e você nos movimentando em direção a cena Underground e diminuindo a nossa admiração ao Mainstream?
Ora pois, não somos uma coisa e nem outra, há e sempre haverá em nós um produto, uma autoimagem, uma máscara, que utilizamos em contingências diferentes para obter efeitos diferentes, não parece conveniente agir frente a um professor como agimos com nossos colegas de turma, nem por isso, abandonamos o que somos mesmo que aquilo que sejamos só dure um pequeno lapso de tempo.
Não há razões para ser um Alfa, pelo mesmo motivo que não há razões para limitar-se ao Mainstream, a existência, a arte e a subjetividade hão de serem transformadas, uma delas a vista de todos e dançando conforme a indústria e a outra, dançando conforme a indústria também, só que se adaptando menos a escala comercial.
Não me levem a mal, pois sou eu quem não atende a esse padrão competidor que tem tanto potencial para estar no controle e sempre buscar ser “melhor que o outro”, “mais forte”, e etc. Gozo portanto não somente como todos os outros, talvez inclusive, deseje o orgasmo tanto quanto qualquer um, mas gozo por outras vias e tenho ciência disso, concluindo por fim que gozo da existência da relação, do falar e do ser ouvido.
O clube do bolinha acabou, não faz mais tanto sentido debater sobre as mesmas tetas e sentir-se na frente de todo mundo, como se estivéssemos em uma corrida para angariar orgasmos. Possuímos métodos de caça diferentes e movimentamos as peças do nosso jogo com estratégias variadas, assim, olho para o bar do outro lado da rua sem desprezo, lá me sento sem desprezar nada, mas não faço de nada ali a última bolacha do pacote.
Deixo os fodedores e fodedoras de plantão dançarem a sua dança, me movimento ali com eles e jogo o seu jogo por algum tempo, aprecio cada riff e cada levada de bateria que o Mainstream me proporciona, mas na biblioteca, no jardim do MON e na cafeteria, presto atenção em belezas específicas e que destoam da seleta produção comercial.
Para nossa sorte Deus deu seios a todas as mulheres e não muito raramente é possível perceber que elas realmente os têm, não obstante, nossa restrita visão do real e comportamento de turba, nos fazem achar que tetas só existem em dois ou três lugares da cidade, como se a gentil garçonete da cafeteria do Curitiba também não as tivesse.
Mais uma vez a cena Underground permitiu que a arte fosse vista e se manifestasse bela, longe dos olhos sanguinários do Leviatã de Hobbes, não que os jogos de poder tenham deixado de existir longe da nossa putaria universitária, mas com certeza tomou um ar de trivialidade quase compensatória.
Sim, é compensatório dar ao objeto um significado tão profundo e velado, tão santificado e tão romântico, tendo em vista que uma das características da cena Underground é sempre distanciar-se de alguma forma do Mainstream, isto é, é compensatório querer ser um amorzinho quando ser um comedor não tem muita importância, neste ponto, inclusive, suspeito que o vazio seja um ponto de congruência bastante comum em ambas as representações que se quer assumir.
Portanto, é válido argumentar a respeito desse ponto comum em que se chega, para embasar um posicionamento específico.
Assim, sou obrigado a assumir que como e comerei de acordo com meu posicionamento no mercado, sendo obrigado a admitir neste ponto, que dizer que dar conselhos amorosos pós transa é ficar brincando com o vazio e simulando uma relação, é um argumento inválido. Inevitavelmente a busca por algo mais profundo, apesar da suposta profundidade na relação com o outro, ainda sim permite-nos acabar com gosto de suquinho de clitóris na boca, enquanto balbuciamos algo a respeito de não querer seguir em frente.
O buraco é o mesmo!
Não há lugar no mundo onde o homem não trepe só trepe pura e simplesmente, transe ele com as transarinas ou com as imaculadas virgens inocentes. O jogo de afetos é o mesmo, a possibilidade de magoar-se ou magoar ao outro também não nos escapa, não há rotas de fuga nem motivos plausíveis para fugir, o que há é o que é, não há outra condição.
Contudo…
É o trânsito livre entre Underground e Mainstream, o que dá maleabilidade e capacidade de adaptação ao nosso Ego, nesse sentido, me parece muito mais fácil admitir que a putaria é importante, do que admitir que somos e podemos ser dependentes uns dos outros e colocar-se a mercê de ter nossas expectativas afetivas frustradas.
Quando me relaciono no Mainstream onde o objeto não tem tanta importância afetiva, é muito mais fácil aceitar uma não correspondência, enquanto no Underground, sua necessidade de ser diferente do comum, exige por si só alguma significante que o torne mesmo especial.
Parece que em ambos os pontos há uma dificuldade comum e inversa, os comedores com dificuldade de aceitar que exista algo mais profundo e os apaixonados com dificuldade de lidar com a existência do comum e superficial.
Porque então optar por um posicionamento exclusivo e até certo ponto unilateral?
Porque são jogos diferentes e possuem peculiaridades interessantes…
Obviamente não podemos nos enquadrar de forma dogmática e restrita a um único padrão de comportamento, ou imagem de si mesmo, o mundo por si só há de nos tornar mais maleáveis tal como ele é. Mas reconhecer alguns traços específicos do que eu sou/estou agora, pode beneficiar-me pela pura e simples identificação de meu potencial.
Foi em uma sexta feira a noite; nos encontramos no Fish’n Chips e eu pedi a cerveja número 6.
  -  Sim moça, eu sei que o cardápio de cervejas muda, mas eu insisto na 6...
Quando o relógio marcou três horas da manhã não tinha ninguém mais na Trajano, só meia dúzia de moribundos tomando tubão, eu e você.
Tu morava la na pqp, não estava nenhum pouco afim de ir para casa e não economizou no convite para aquela passada rápida no motel, mas assim como eu insisti na cerveja número 6, eu insisti em desfrutar do aconchego do Pompadour, meu motel favorito.
Dito e feito!
Atravessamos a cidade e fomos do Batel até Colombo só porque não precisava de porque e era o que tinha dado na telha.
Como picada de abelha
Faísca que centelha
Uma vontade de gozar que pentelha
Uma vontade parelha
Sem motivo nem razão
A mão naquilo aquilo na mão
Foi assim que aconteceu
Contar os detalhes é opção
Mas antes do ritual algumas considerações…
Você me contou que não estava bem nas últimas semanas, que havia conversado com seu analista sobre alguns comportamentos de risco que vinha tendo e etceteras e afins, foi o que percebi quando um tempo depois nos reencontramos no Shopping Hauer e você estava tão a esmo que entrosou no meu rolê, lembro de algo a respeito de seus amigos terem desmarcado com você quando já era tarde demais, mas você já estava lá, de prontidão com o copo na mão.
Fálica, Freud diria que tu é fálica, ou histérica, sei lá, não gosto dele…
Até eu me assustei com aquele teu:
“E ai, vamo?”
Que surgiu no meu WhatsApp no domingo de tarde enquanto eu fazia meus relatórios…
Pensei comigo…
Maldita porcaria machista, caem perdigotos nojentos e escarrados da minha boca quando eu balbucio no bar, as minhas enfadonhas alegorias a respeito de fodas mundo afora, como se por conta delas meu pau passasse a medir como um espeto de churrasco.
Me assustei!
Tu era bem mais transuda do que eu!
Poxa, não ia fazer nem de conta que se importava um pouco?
Completamente louco
Esperei mais um pouco
Com a chave do carro na mão
Eu pensei comigo, porque não?
Mas já era tarde, segunda feira eu tinha que trabalhar, eu estava cansado pra porra, o final de semana tinha sido:
Sexta, você das 01:00 da manhã as 08:00 da manhã e drogas.
Sábado, atender um cliente das 09:30 as 13:00, depois churrasco no Guaraituba das 16:00 as 02:30 da manhã e drogas
Domingo às 08:30 subir o Camapuã e das 15:00 até você mandar mensagem as 19:00, toda a porcaria que eu procrastinei da faculdade.
Comportamento de risco quem tava tendo era eu e nem percebia, além do mais, eu sou um moço recatado e de família, não é bem assim “vamo ae” e pau torante, se fosse minha mulher não negava fogo, ou sim, porque estava tão cansado que deitei na cama de sapatos e entrei em off, só percebendo quando acordei que eu simplesmente não te respondi.
Tem uma moça aqui na vila que se envolveu com um tatuador amigo meu e ele nunca mais devolveu os brincos dela, ela tem tanta raiva dele que trombamos com ela as 04:00 da manhã voltando pra casa e ela mostrou o dedo do meio pra ele do outro lado da rua.
Sim, a mina mostra o dedo do meio pro cara, toda vez que ela cruza com ele.
histórias são apenas histórias
nem todas tem um final feliz
a amígdala percebe os afetos e registra memórias
dos braços da amada ou da meretriz
Mas o cansaço que me fez dormir de sapatos agora é uma celeuma constante, eu não tenho mais paciência pra ficar procurando ponta de baseado com vocês as três horas da manhã.
Por isso criei minha rádio, para baixar o volume do Mainstream, para mixá-lo com o Underground, para dar atenção para as belezas que temos deixado passar no underground, onde longe do fervo do bar da faculdade querem conversar comigo mais que me comer.
Nessa onda de uma foda aqui, outra acolá, eu só quero qualidade de vida…
Vocês são meus amigos mas tudo tem limite, eu quero acordar as 09:00 no sábado pra ir correr, tento voltar para casa até 12:30, mas por insistência eu os escuto falarem das mesmas coisas até as 03:00 da manhã. 60% da conversa é falar da mulherada, 20% sobre diminuir o álcool, a cocaína, a maconha, o lítio, a procrastinação e as redes sociais, 10% usando o discurso para aumentar o tamanho da pica e outros 10% choramingando a respeito de qualquer bosta.
Acho que não é pedir demais querer ficar um pouco de boa, sabe?
Tipo…
Querer ficar perto de gente viva, que curte tipo, pah, ler um livro sentado na grama, fazer umas atividades físicas, calar um pouco a boca e ficar em silêncio..
sei lá, qualquer coisa do gênero…
Mas calma, longe de mim ser um cara quadradão, só quero explorar um outro mundo, um mundo onde não é preciso ficar medindo a tensão sexual durante uma conversa, onde os papinhos Mainstream do bar da faculdade que eu ainda frequento não cheguem com um volume tão alto, longe dessa pira adolescente que mais parece um filme americano bosta sobre drogas e putarias universitárias.
Quantas mazelas? Quantas almas rotas e sequeladas que estão presas nesse antro de aflição? Jogando dinheiro no lixo e tirando pouco proveito dos saberes incríveis que nos proporciona a universidade e toda essa infinidade de coisas simples, que parecem meio bosta, mas que pra vida são importantes.
Vou me afundar no Underground e procurar uma diaba com cara de santinha, que leve a vida só um pouquinho mais a sério, porque pretendo ter filhos e a regra da teoria de Darwin aponta sempre para um potencial reprodutivo, ou seja, capaz de gerar mais vida, assim como atividades físicas, saúde mental, conhecimento, sabedoria e sem MUITA droga.
Não me chamem de velho, me chamem de Católico não praticante…
Eu não abandonei a seita secreta de cultuação aos peitinhos, não larguei as drogas, não parei de pichar, nem de ir visitá-los, nem de acompanhá-los na senda da vida, as pernas continuam se abrindo, mas contrariamente ao que eu disse antes, acho que o homem nunca consegue trepar só trepar, a linguagem e o discurso estão e sempre estarão envolvidos na transa, só o que eu quero é gozar mais, mas dar atenção para o orgasmo contido no discurso, gozar da energia do sol deitado no gramado do MON bem de boa, sem me incomodar com metade das merdas que viemos dando atenção como se fossem as ultimas coisas de nossas vidas, só quero baixar o volume do Mainstream e viver o que é pra mim como qualidade de vida.
Mas…
Se você achou que eu viria até aqui pra ficar de proselitismo sobre um estilinho de vida dos meus pais de 50 anos, agora é aquele momento em que o autor faz uma dancinha com as pontas do dedo apontadas pro alto, sarrando no ar de Juliet.
Eu não sei de picas, só queria contar uma história, quem sou eu pra subjugar toda a individualidade e subjetividade humana contida em qualquer canto desse nosso planetinha limitado?
Eu é que não vou parar de sorrir e me divertir onde for que seja, com quem for que seja, como for que seja, ninguém é mais ou menos importante que ninguém, nem mais humano, nem mais diabo nem mais santo, tem tanta humanidade e vida no bar da faculdade como em qualquer lugar onde exista um ser humano, só estou um pouco enjoado de escutar as mesmas músicas o tempo todo, que Amor Fati teria eu, que fico pichando Amor Fati por ai, se eu me restringir de estar no lugar X ou lugar Y, por considerações tão superficiais?
Merdas e fodas acontecem até na casa dos crentes, optar por um comportamento “Direito” não garante reciprocidade, isso ai é papo do Coiso, mas não se importar com picas pode te fazer perder um dedo, tipo um mindinho da mão esquerda, ou sei lá. O fato é que, ou a gente ama que é assim, ou a gente ama que é assim, não é opção, o mundo é filha da puta e te faz ter amor pela porra toda nem que seja na porrada.
Eu entrei na Kombi dos hippies, vocês que não…
Aqui tem amor pra todo mundo!
Não vejo a hora de ficar por ai, lado a lado com vocês, procurando uma ponta no chão.
Ninguém cresce da noite pro dia…
A gente dogmatiza mas desconstrói…
É isso aí mesmo, só que nem sempre e as vezes é o contrário!
Enquanto isso...
Merdas acontecem!
E minha rádio continua tocando na internet...
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shineeficfestbr · 8 years ago
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Fanfic #23 - A aposta - 1/1
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Título: A aposta
Plot-#: 212
OTPs: Minho/Taemin (menções de Jonghyun/Key)
Classificação: +16
Contagem de palavras: 20,794
Avisos: sexo, nudez e linguagem imprópria
Sinopse: TaeMin não era mais o mesmo. Muita coisa havia mudado em pouco tempo. Mas uma coisa ainda continuava a mesma: ele queria distância de Choi MinHo! Entretanto, não era uma que MinHo tinha em mente! Será que uma aposta é capaz de diminuir essa distância e aproximar duas pessoas? Ou será que só é capaz de afastá-los ainda mais? Porém, dessa vez, pode não ter volta!
-
O despertador tocava mais uma vez naquela fria manhã, mas o garoto enrolado debaixo das grossas cobertas se recusava a levantar. Ele não queria mesmo ir para aquela escola. Estava cansado de olhar para a cara daquelas pessoas, cansado daquela rotina massacrante, cansado de ter todos os olhos voltados para si depois do que acontecera e por carregar o sobrenome que possuía.
— Senhor Lee, levante-se, por favor! O senhor chegará atrasado novamente ao colégio. — Um empregado batia em sua porta insistentemente.
— Some daqui, merda! — A voz abafada pelas cobertas saiu com irritação. — Não quero saber daquele lugar!
— Infelizmente, senhor Lee, serei obrigado a repassar essa informação ao seu pai e creio que isso não o deixará feliz — respondeu o empregado.
— Que caralho! Eu já vou descer pra ir pra aquele inferno! — Carregado com enorme frustração, o garoto atirou as cobertas no chão e seguiu para o banheiro, aonde faria sua higiene matinal e, depois, finalmente, seguiria para o colégio, aonde mais uma vez chegaria atrasado.
O mau humor de Lee TaeMin era a única coisa que não tinha mudado nos últimos meses. Andava cabisbaixo e frustrado por causa dos últimos acontecimentos e do rumo que a sua vida tinha tomado e ainda tomaria em tão pouco tempo.
Ter o sobrenome Lee era um fardo enorme a se carregar, mas isso nunca tinha sido problema para TaeMin. Sua família sempre fora muito afetuosa, mesmo sendo um dos clãs mais importantes da sociedade. Com a aproximação do seu aniversário de dezessete anos, a expectativa para a definição do que seria era enorme, afinal, assim como seu irmão mais velho, Jinki, e, como a maioria dos homens de sua família, TaeMin queria se tornar um alfa, mas para seu total desgosto e surpresa de todos, ele era um ômega! Justo um ômega!
Aquele primeiro cio tinha sido um total e completo inferno. Seu pai e irmão tiveram que passar o período fora de casa, uma vez que o seu cheiro de ômega perturbava consideravelmente a sanidade dos dois. Apenas sua mãe e os empregados, todos betas, tentaram o ajudar, mas não puderam fazer muito. A dor constante e imensa, a necessidade de satisfação sexual o consumia quase por completo, mas ele recusou, com as poucas forças que tinha, os alfas que sua mãe conseguira para lhe trazer alívio. Ele se negou a copular com quem quer que fosse, tentando afastar de si seus instintos mais primitivos. Quase enlouquecera por isso, mas se manteve firme. Tinha certeza de que não conseguiria o mesmo sucesso no próximo cio.
Os muros altos da escola já podiam ser vistos. TaeMin suspirou profundamente, colocou seu fone, esperou o carro estacionar e saiu sem olhar para trás. Não tinha a menor ideia de como conseguiria suportar os anos que faltavam para sair daquele lugar.
— Não olha por onde anda, não, criança? — Aquela voz irônica chegou até os ouvidos de TaeMin, que agora estava caído no chão depois do esbarrão que dera naquela pessoa.
— Cala a porra da boca, MinHo! — TaeMin disse se levantando. — Para de encher a porra do meu saco logo de manhã!
— Hum... que ômega mais estressadinho! — MinHo ignorava as palavras ditas por TaeMin. — Você sabe que seu cio está chegando outra vez, não é? Se precisar de ajuda, eu tô a...
— Eu prefiro ser fodido pelo primeiro beta que aparecer na minha frente a ser comido por você! — A raiva que TaeMin sentia podia ser sentida naquelas palavras. — Saiam da minha frente, porra! — Ignorando a pequena multidão que havia se formado ao redor dos dois, ele saiu em direção à sala.
— Qual a necessidade disso, MinHo? — JongHyun, melhor amigo de MinHo, se aproximava do alfa. — Você não aprende e só faz merda!
 — Você é chato pra caralho, cara! — MinHo dizia rindo para o amigo. — Ele tá tão gostoso! E o cheiro dele, Jong?
— Você é ridículo, idiota! — Os dois saíram em direção à sala e, à medida que andavam, os alunos abriam um corredor para que passassem, demonstrando o quanto aqueles dois alfas detinham o respeito de todos naquele lugar.
TaeMin simplesmente não queria estar naquele ali! Todos os olhares excessivamente questionadores em cima de si buscavam entender como depois de tanto tempo um dos membros do clã Lee acabara por ser um ômega. Ele mesmo não aceitava muito bem toda essa situação, mas tinha em mente que, por pior que fosse, o que mais afligia sua mente era o fato de ser subjugado por alguém. Independente de ser um ômega ou não, a ideia de ser total e completamente submisso a um alfa, o fazia odiar cada vez mais tudo o que estava vivendo.
Ignorando o sinal que tocava, TaeMin seguiu no sentido contrário aos que os outros alunos iam, chegou até a sala de música e um pequeno sorriso de canto surgiu nos seus lábios ao avistar o piano. Sabia que ali poderia fugir por alguns instantes de tudo aquilo que lhe afligia. Caminhou até o instrumento e começou a dedilhá-lo, jogou a mochila num canto qualquer, sentou-se na frente do piano e deixou a sua mente vagar, enquanto uma melodia triste tomava conta do lugar.
TaeMin realmente não sabia dizer quanto tempo tinha ficado ali, mas sabia que estava realmente muito encrencado. Não fazia ideia de como justificaria sua ausência nas primeiras aulas e nem como faria para que aquilo não chegasse aos ouvidos do seu pai. Apanhou sua mochila e saiu do local, caminhando lentamente na direção das salas de aula, todavia, ao passar pela porta do anfiteatro, alguns risos e cochichos chamaram a sua atenção. Ficou curioso em saber quem seriam os alunos que tinham decidido matar aula assim como ele. Abriu vagarosamente a porta que dava acesso ao anfiteatro sem fazer barulho, não queria nada além de matar a sua curiosidade, então ficou escondido no fundo do local para que não fosse visto, enquanto observava um grupo de rapazes rindo e conversando no meio do palco. Rapidamente pôde reconhecer alguns deles.
“Então o presidente do grêmio estudantil e capitão do time de futebol da escola também mata aula como nós meros mortais!” pensou TaeMin, imaginando o quanto era irônico ver MinHo e alguns de seus amigos ali longe da sala de aula . “O que será que o diretor acharia dessa pequena reunião?”
Com o intuito de ir imediatamente até a direção entregar MinHo e os outros alunos que ali estavam, TaeMin estava prestes a sair do anfiteatro, quando teve a impressão de ter escutado o seu nome. Parou onde estava para tentar ter certeza do que ouvira e mais uma vez seu nome foi dito. “O que diabos esses babacas estão falando de mim?” A raiva crescia enquanto TaeMin se agachava e aproximava o máximo que podia entre as cadeiras sem ser visto, a fim de poder escutar melhor o que os outros conversavam.
— A gente tem que concordar com você, Kyuhyun! O TaeMin tá cada vez mais gostoso! — dizia ChangMin. — E depois de ter virado um ômega parece que ficou ainda mais apetitoso!
— O alfa que conseguir entrar no meio daquelas pernas será um cara de sorte! — Kyuhyun continuou. — Não concorda, MinHo?
— Eu acho que vocês estão exagerando...— MinHo respondeu com certo desdenho na voz. — Não vejo nada de interessante naquele magrelo desnutrido! Tenho pena do alfa que for obrigado a encarar aquele bicho pau mal humorado no próximo cio dele!
— MinHo... se eu fosse você pensava muito bem no monte de merda que tá falando! — JongHyun suspirou no canto, desaprovando o que o amigo dizia.
— O que foi, JongHyun? Tá sabendo alguma coisa sobre o MinHo? Conta pra gente! — insistia ChangMin.
— Ah! Olha a cara do MinHo! Ele ficou assim depois que a gente falou do TaeMin! — Kyuhyun exclamou eufórico. — Não me diga que o MinHo quer tirar a virgindade do ômega mais gostoso e esquisito da escola!
— Vai se foder, Kyuhyun! — MinHo vociferou. — Se eu quisesse, era só estalar os dedos, e o TaeMin estaria estirado na minha cama pronto pra ser fodido por mim quantas vezes me desse vontade!
— MINHO! — Jonghyun gritou. — Você é um...  
— Para de reclamar como se fosse a mãe do MinHo, Jonghyun! — ChangMin o interrompeu. — MinHo, a gente sabe que todos betas e ômegas dessa escola lambem o chão que você passa, além de muitos ômegas esperarem que o herdeiro do clã dos Choi os marque e aquelas baboseiras todas... Mas o TaeMin está muito longe desse grupo! Ele quer distância de você e do seu pau!
— Eu posso ter o TaeMin na hora que eu quiser! — MinHo respondeu de maneira arrogante e presunçosa.
— Você acredita mesmo nisso, MinHo? Ele mal suporta olhar pra sua cara! — Kyuhyun ria enquanto falava.
— Se você tem tanta certeza assim, MinHo, então prova! — ChangMin disse enquanto se aproximava de MinHo com um olhar desafiador.
— Como assim? — MinHo se sobressaltou.
— É muito simples, você tem até o próximo cio do TaeMin pra transar com ele...— ChangMin dizia enquanto se aproximava vagarosamente do maior. — Se você conseguir, serei seu escravo durante o resto do ano, mas caso não consiga, o seu lindo Porsche, meu amigo, será meu até o final do ano.
— Esquece is...
— Fechado! — Jonghyun não teve tempo de terminar o que dizia, uma vez que MinHo já tinha aceitado a aposta que seus amigos lhe tinha feito.
Os quatro rapazes se assustaram quando ouviram o barulho da porta do anfiteatro ser batida. Olharam um para o outro, assustados, pensando na possibilidade de mais alguém estar ali justo naquele momento, ouvindo o que falavam.
— Tinha mais alguém aqui? — Kyuhyun perguntou espantado. — Eu não vi ninguém além da gente!
— Eu também não vi, mas vamos até lá conferir que merda foi essa — ChangMin disse, indo em direção à porta. — Não quero ninguém atrapalhando a nossa aposta, não!
Assim que Kyuhyun e ChangMin saíram do anfiteatro, MinHo teve sua cabeça acertada por um tapa de JongHyun, que o encarava furioso:
— Porra, Jong! Isso dói! — MinHo esfregava o local atingido. — Tá me batendo por quê? Esse seu relacionamento com o Kibum tá realmente te afetando!
— EU NUNCA CONHECI UMA PESSOA TÃO IDIOTA QUANTO VOCÊ, MINHO! — JongHyun gritava irritado. — Você é o único animal que eu conheço que consegue fazer uma aposta ridícula usando a pessoa que ama! Deve ser por isso que eu estou irritado! E pelo fato de ter ouvido você suspirar e babar pelo TaeMin todos esses anos!
— Jong, eu sei o que tô fazendo! Eu tenho um pla...
— VOCÊ NÃO TEM CARALHO DE PLANO NENHUM! — O menor dos dois continuou exaltado. — Você se lembra do quanto choramingou quando percebeu que estava de quatro pelo TaeMin, mas o fato dele ser “praticamente” um alfa por causa da família o impedia de tentar alguma coisa? Se lembra de como ficou tão feliz com o fato dele ter se tornado um ômega que pouco faltou implorar ao Kibum pra te levar até a casa dele pra ajudá-lo no cio?
— Me escuta, Jong! — MinHo tentava acalmar o ânimo do amigo. — Eu sei que parece que eu fiz merda, mas no final vai dá tudo certo!
— O teu rabo que vai dar certo, MinHo! — JongHyun não se acalmava. — Eu realmente não sei em que você está pensando, mas já vou logo avisando que vai dar merda, e o TaeMin nunca mais vai querer olhar na sua cara quando descobrir sobre essa aposta! E mais uma coisinha, eu não quero saber dessa palhaçada mesmo! Você que se ferre sozinho!
— Mas Jong...— MinHo ainda tentou chamar a atenção do amigo enquanto este caminhava furioso em direção a saída!
— Fecha a porra da boca, Choi MinHo! Não é assim que você vai conseguir a atenção do TaeMin, seu babaca! — A raiva estava longe de deixar o menor. — E deixe o Kibum fora dessa merda! — JongHyun saiu batendo a porta.
MinHo caminhou em direção a sua mochila, a apanhou e, antes de colocá-la nos ombros e sair, começou a pensar se realmente havia se deixado levar pelo calor do momento e feito a maior burrada de sua vida. Mas infelizmente não tinha como voltar atrás, além do seu orgulho não permitir, era a chance que precisava para se aproximar de TaeMin. Da maneira errada, é claro, mas mesmo assim, faria de tudo para ter o ômega mais bonito e inteligente daquela escola em seus braços.
 Escondido outra vez na sala de música, TaeMin tentava secar as teimosas lágrimas de ódio que escorriam por sua face. Sabia que tanto Kyuhyun quanto ChangMin não se dariam ao trabalho de entrar ali para procurar quem estava escutando a conversa deles no anfiteatro. Provavelmente, já deveriam estar acreditando que o barulho fora apenas o vento. Mas aquela conversa não saía da cabeça de TaeMin. Aqueles babacas tinham apostado a sua virgindade por pura diversão! E o pior de tudo isso era que o maior idiota de todos, Choi MinHo, era quem estava apostando com os outros! Logo ELE!
Ainda tentando controlar as lágrimas e buscando colocar os pensamentos em ordem, pegou o celular e, na discagem rápida, chamou a única pessoa que poderia lhe ajudar naquele momento:
— Me encontra na sala de música agora e não demora! — TaeMin dizia rápido, tentando disfarçar o choro.— EU NÂO ESTOU CHORANDO, CARALHO! Só vem logo e para de falar! — Não deixou o amigo terminar e desligou o telefone, pois sabia que ele logo estaria ali.
E estava certo, já que em poucos minutos, um Kai aflito e ofegante abriu a porta da sala de música:
— Tae! Tae! Cadê você? — o rapaz já aumentava o tom de voz. — TAEMIN!
— Para de gritar, merda! — TaeMin disse encolhido num canto da sala. — Eu ‘tô aqui!
— O que aconteceu? — Kai falou espantado ao ver o jeito que seu melhor amigo se encontrava. — Pelo amor de Deus, Tae! Fala logo o que aconteceu, merda!
— Se você calar a porra da boca e me deixar falar, eu te conto! — A raiva ainda estava presente na voz de TaeMin. — Senta logo aqui!
Kai fez o que o amigo disse e se sentou ao lado dele. Em seguida, escutou atentamente toda a história que TaeMin lhe contava. Um misto de raiva e indignação passava pelo rosto de Kai. Como alguém ousava fazer um absurdo daqueles com o seu amigo?
— Você não disse nada, Tae? — Kai levantou e começou a caminhar de um lado para o outro. — Você tinha que ter ido até lá e enfiado a porrada nesse escroto! Nunca pensei que o MinHo fosse um idiota tão grande assim!
— Nunca pensou? — TaeMin levantou e encarou o amigo. — Desde quando você se dá ao trabalho de pensar alguma coisa sobre ele, Kai?
— Desde o momento em que o meu melhor amigo começou a ter uma paixonite por ele há alguns anos! — Kai respondeu. — Você se lembra muito bem de como ficou naquela época em relação a ele, Tae! Acabei buscando algumas informações sobre ele e bem... ele parecia ser um cara legal! Mas depois dessa aposta aí, não sei o que pensar!
— PARECIA SER UM CARA LEGAL? — Mais uma vez TaeMin se exaltou. — Realmente Kai, eu não sei como o D.O. consegue aturar a sua lerdeza! Você se lembra de como eu fiquei na época dessa porra de paixonite, idealizando um Choi MinHo que eu nunca poderia ter já que eu seria um alfa! EU SERIA UM ALFA, KAI! — As lágrimas voltaram a escorrer pelo rosto bonito de TaeMin. — Eu me obriguei a esquecê-lo por causa dessa merda e, de repente, eu sou um ômega! Irônico, não é mesmo?
— Tae, não fica as...
— E EU VOU FICAR COMO, JONGIN? — TaeMin cuspia as palavras. — Depois que eu descobri que sou um ômega, você sabe como eu fiquei! Todo mundo acha que é palhaçada, mas não é! Ninguém sabe o quanto é difícil pra mim, o quanto é complicado aceitar tudo isso! E VOCÊ MAIS DO QUE NINGUÉM SABE O QUANTO EU TÔ TENTANDO! E agora, vem isso! UMA APOSTA, KAI? EU SÓ SIRVO PRA UMA APOSTA? É ASSIM QUE ELE ME VÊ?
— Claro que não, Tae! — Kai estava começando a ficar assustado com o desespero do amigo. — Você precisa se acalmar!
— ACALMAR, MEU RABO! EU TÔ MUITO BEM ASSIM! — TaeMin tentava secar as lágrimas que teimavam em rolar pelo seu rosto. — Mas se ele tá pensando que vai conseguir me comer fácil desse jeito, ele tá muito enganado!
— O que você pretende fazer, Tae? — Kai tentava a todo custo entender o amigo. — Esfria a cabeça e pensa um pouco no que você vai fazer... Toda vez que você age por impulso, acaba sofrendo sem necessidade!
— Que merda é essa que você tá falando, Kai? — TaeMin olhava irritado para o amigo. — Detesto quando você começa com esses papos de maluco que eu não entendo porra nenhuma! Cala a boca e vamos pra sala!
— Você não pode voltar pra sala desse jeito, Tae! Tenta se acalmar um pouco e a gente vai.
— Meu caralho! Como você tá chato! — TaeMin já estava na porta esperando o amigo. — Vai vir ou não?
— Você não vai me dizer o que está pensando não, Tae? — Kai perguntou desconfiado, pois já imaginava que o amigo estava tramando algo. — Sei muito bem que você vai aprontar alguma coisa pra cima do Choi, TaeMin!
— Pra quem é lerdo como uma lesma até que você pensou rápido dessa vez, JongIn! — TaeMin deu um sorriso sarcástico na direção do amigo. — Se o Choi resolveu jogar comigo, acho justo que duas pessoas participem desse jogo... Não acha?
— Tae...
— Ah! Vamos logo pra aula que a gente já tá atrasado, Kai!
— Mas o que deu em você agora, garoto? — Kai parou em frente à porta. — É você que nunca quer assistir às aulas! A sua sorte é que você é inteligente o suficiente pra não precisar prestar atenção naquelas aulas chatas e que não têm fim!
— Você realmente não lembra a aula que a gente tem agora, não é mesmo? — TaeMin empurrava o amigo para fora da sala. — Anda logo, Kai! O dia vai ser bem agitado hoje.
 Assim que entraram no espaço do laboratório de Ciências, Kai logo entendeu o que o amigo queria dizer. Desde o início do ano letivo, a turma deles estava tendo algumas aulas junto com a turma do terceiro ano, mais precisamente, com a turma de MinHo, uma vez que no final daquele semestre teriam uma importante feira para participarem.
TaeMin seguiu diretamente para o seu lugar e passou a fingir que prestava atenção na aula. Já havia decidido o que faria em relação àquela aposta e a MinHo. Só tinha que esperar o momento certo para começar a colocar seu plano em prática.
E parecia que o mundo resolvera conspirar a seu favor quando o professor começou a falar sobre a tal feira do final do semestre e como os trabalhos seriam apresentados em duplas formadas por um aluno de cada ano. Eles teriam que apresentar vários trabalhos ao longo do semestre, recebendo notas pelos mesmos, que seriam somadas à nota que eles receberiam quando apresentassem o produto final durante a feira de Ciências.
TaeMin nem precisou pedir pra fazer dupla com MinHo, pois o alfa não havia nem deixado o professor terminar de dar as explicações e foi logo solicitando o Lee como seu parceiro. Era quase impossível aquele ser ter algum pedido negado naquela escola e foi justamente isso que aconteceu. Lá estava TaeMin, indo se sentar ao lado de MinHo pelo resto do semestre.
— Tae... antes de mais nada, deixa eu me desculpar com você por hoje mais cedo... — MinHo dizia sem jeito.
— Mas veja só o que temos aqui: se não é o grande capitão do time de futebol pedindo desculpas a um simples mortal como eu! — TaeMin debochava do maior. — Me economiza das suas gracinhas, MinHo!
— Eu tô falando sério, TaeMin! — o maior insistia. — Eu sei que exagerei, na verdade, eu ando exagerando nos últimos dias com você! É porque eu simplesmen...
— Meu Deus! Acho que hoje vai cair o maior temporal! — TaeMin continuava implicando. — Você se desculpando por todas as palhaçadas que anda fazendo comigo? Só pode se milagre mesmo! Mas mesmo assim, nem vem de graça! Quero mais que você morra sufocado com todas essas suas desculpas esfarrapadas! E vê se cala essa boca porque o professor tá explicando o trabalho!
— Poxa, Tae! O que custa você me desculpar? — MinHo não desistiria tão fácil. — Eu já disse que foi mal pelo vacilo que eu dei com você, eu quero que isso fique pra trás e que a gente possa tentar ser amigos a partir de agora!
— Amigos o seu rabo, MinHo! E mais uma coisa: ou você cala essa boca ou eu vou pedir pro professor me trocar de lugar com o Kai!
— Você não faria isso, e o professor também não atenderia a esse seu pedido! — MinHo disse entredentes.
— Eu não sou o melhor aluno dessa disciplina a toa, seu poste! — TaeMin soprou debochado. — Vai calar a porra da boca ou quer apostar?
MinHo engoliu em seco e preferiu não dizer mais nada. Outra aposta não estava nos seus planos e, para dizer a verdade, se não fosse pelo calor do momento e pela possibilidade de ter algo que desejava há muito tempo, não teria se metido naquela confusão. Teria que fazer valer a pena e torcer para que no final o ômega o entendesse e o perdoasse.
TaeMin por sua vez percebeu que se quisesse fazer com que o maior provasse um pouco do seu próprio veneno, não poderia continuar agindo daquele jeito com ele, teria que engolir toda a raiva que estava sentindo e se aproximar de MinHo.
— Ei, MinHo... — TaeMin chamou o maior. — Eu não ‘tô a fim de continuar com essa palhaçada mais não. ‘Tô de saco cheio de ter você pegando no meu pé todo dia! E já que seremos obrigados a passar um bom tempo juntos por causa dessa porcaria de trabalho, que tal uma trégua, hein?
— Ah, Tae! — MinHo exclamou surpreso. — Isso é tudo o que eu mais quero! Me desculpa por pegar tanto no seu pé! Eu realmente não se...
— Tá, tá, tá bom, MinHo! — Aquilo estava sendo mais difícil do que TaeMin esperava. — Só não precisa ficar falando tanto no meu ouvido!
MinHo não podia acreditar naquilo! Ter TaeMin por perto sem querer voar em seu pescoço era um grande avanço. A partir daquele momento, era só ir se aproximando cada vez mais do menor e fazer com que ele se apaixonasse por si. Tinha certeza de que se conseguisse fazer com que isso acontecesse, TaeMin o perdoaria.
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 A semana passou voando e tanto TaeMin quanto MinHo estavam bastante envolvidos no trabalho para a feira de Ciências. Apesar de estarem bastante adiantados, MinHo percebia que o menor não parecia estar se dedicando ao máximo para fazer o trabalho e isto já estava lhe incomodando, pois, mesmo buscando se aproximar de TaeMin, ainda precisava manter sua média alta.
— TaeMin, você tem certeza que deveríamos colocar isso aqui como resposta? — MinHo apontava para a página do livro. — Isso não tem nada a ver com a pergunta que o professor fez!
— MinHo, eu já te disse que é essa resposta aí mesmo! — TaeMin falava calmamente com o maior. — Você não tá acreditando em mim, por quê? — disse o menor com certo ar de tristeza fingida na voz.
— Não, Tae! É claro que eu acredito! — MinHo disse rapidamente. Tentava desfazer a tal tristeza que o menor aparentava ter. — É só que eu não ‘tô muito certo de que isso aqui se...
— AH! Eu sabia que ia ser assim! — TaeMin cortou o maior. — Eu não sei porque quis te dar uma chance de ser meu amigo, MinHo! Eu realmente estava acreditando que você tinha mudado! Essa semana, a gente até se aproximou um pouco, e você disse que estava gostando de estar me conhecendo melhor, de estar comigo e agora você não confia em mim?
— TAE! É CLARO QUE EU CONFIO EM VOCÊ! — MinHo falou um tanto desesperado. — Me desculpa mesmo! Eu confio em você, é lógico que eu confio!
— Mas não parece! — TaeMin não parou com a encenação.
— Olha, já estou escrevendo a resposta que você disse aqui! — MinHo faria de tudo para satisfazer o menor. — Se é isso que você disse que é, então é!
— Me dá isso aqui! — TaeMin puxou o trabalho da mão de MinHo. — Pode deixar que eu termino o que falta e entrego ao professor. Não quero mais você desconfiando de mim e reclamando igual a um ômega no cio! — resmungou irritado.
— Mas que eu saiba o ômega daqui é você! — MinHo não perdeu a oportunidade de implicar com TaeMin.
TaeMin já havia suportado tudo o que podia e o que não podia ao longo daquela semana. Depois que saíram da aula que tiveram juntos, teve que aguentar JongIn perguntando sobre o que ele estava tramando e o porquê de estar fazendo dupla com MinHo sem reclamar ou brigar com o professor. MinHo também não lhe deu um descanso! Ele fora até a sua sala e o convidou para almoçarem juntos, e TaeMin teve que engolir o seu ódio para responder que sim. Lá estava ele, junto do maior, atraindo todos os olhares por onde passava naquele maldito lugar. Até que admitiria que, em alguns momentos, conseguiu achar MinHo menos desprezível do que pensava, mas esse pensamento logo era esquecido. Conseguiu descobrir que JongHyun era bem falante e agradável, que tinha um namorado por quem era completamente apaixonado e que, se fosse em outra época, teria sido bom tê-lo como amigo.
MinHo não parava de falar em todos os momentos que estavam juntos! Como ele era irritante! Queria conversar e que se conhecessem melhor! TaeMin tinha vontade de socar a cara do maior com toda a força que possuía quando ele “acidentalmente” vinha ajeitar o seu rabo de cavalo ou aparecia com o seu sorvete preferido depois da aula só para lhe fazer um agrado. Realmente lhe intrigava o fato de MinHo saber de qual sorvete ele mais gostava, uma vez que eles mal conversavam antes de fazerem o trabalho juntos. Aliás, eles estavam a ponto de trocarem socos assim que se viam em qualquer canto da escola e agora estavam ali daquele jeito, caminhando diariamente lado a lado, parecendo que estavam tendo um momento agradável, conversando sobre tudo menos sobre a porcaria do trabalho! TaeMin não sabia por mais quanto tempo poderia suportar isso.
— ME DÁ ESSA MERDA AQUI! — TaeMin puxou o trabalho com raiva da mão de MinHo, o dobrou e, com força, bateu com ele na cabeça do maior. — Deixa que eu termino essa merda sozinho e entrego ao professor! — E saiu andando na direção do carro que já o aguardava na calçada da escola.
— Poxa, Tae! Isso doeu, sabia! — MinHo esfregava a cabeça enquanto sorria descaradamente. — Se precisar de ajuda, é só me ligar!
— Graças a Deus, eu não tenho a porcaria do seu número! — TaeMin respondeu com um sorriso, já entrando no carro.
— Eu anotei mais cedo no seu caderno! Então, é só me ligar! — MinHo tinha quase certeza que o menor tinha lhe mandando pra algum lugar antes de entrar no carro, mas isso não importava! O que realmente era importante é que durante aquela semana tinha feito mais avanço com TaeMin do que durante aqueles anos em que passou o admirando de longe. Começou a achar que aquela aposta não tinha sido uma coisa tão ruim afinal.
 XXXXX
 Após passar todo o final de semana trancado no seu quarto, fugindo dos seus pais que insistiam com o sermão “você precisa arranjar logo um alfa”, TaeMin chegou mais cedo na escola naquele dia, o que tinha causado um certo espanto no empregado de sua casa, quando o menor passou correndo por ele logo cedo, dizendo que iria de metrô. Todo aquele esforço valeria a pena! A primeira parte de sua vingança contra MinHo começaria naquele dia.
— Professor Oh, posso entrar? — TaeMin abriu a porta e se curvou respeitosamente e esperou a permissão do professor para poder entrar e sentar.  
— A que devo a honra do meu melhor aluno vir me procurar tão cedo nessa semana? — o professor perguntou intrigado. — Você anda muito distraído ultimamente, TaeMin! Sorte sua ser inteligente o suficiente para manter uma média alta! Quem dera se grande parte dos seus amigos daqui fossem assim! — disse frustrado. — Mas creio que você tenha uma boa razão para ter vindo aqui. Vamos, me diga!  
— Olha, professor, eu vou ser bem direto com o senhor! — TaeMin começara o seu falso discurso. — Sei que o MinHo praticamente o obrigou a permitir que ele fizesse dupla nesse trabalho comigo...  
— Lee, infelizmente o Choi possui muito prestígio dentro da escola não só com o diretor, mas com boa parte dos outros professores! — O professor suspirou frustrado. — Ainda mais com a final do campeonato de futebol se aproximando, não é prudente contrariá-lo, entende?  
— Acho que entendo sim, professor! — TaeMin sabia perfeitamente o que o professor queria dizer. — Mas o que eu esta...  
— Ir contra Choi MinHo nesse momento seria arrumar confusão com o diretor, com os professores e a maior parte dos alunos dessa escola que só se importam com essa maldita taça da liga estudantil! — o professor interrompeu TaeMin, irritado. — Não consigo entender todo o fascínio que esse garoto exerce sobre eles. O sobrenome que ele carrega deve contribuir pra isso!
— Isso mesmo, professor! — TaeMin havia achado a deixa perfeita pra continuar. — É justamente sobre essa folga toda que eu vim aqui procurar o senhor! — O menor estava se segurando para não rir e destruir todo o teatro que estava fazendo. — Por causa dessa maldita final do campeonato de futebol, o MinHo me deixou fazendo o trabalho praticamente sozinho! O pouco que ele me ajudou foi durante as suas aulas, professor! Eu realmente não queria prejudicar o MinHo, mas nesse momento, eu acho que ele deveria saber muito bem quais deveriam ser as suas prioridades!  
— O Choi teve coragem de te obrigar a fazer tudo sozinho? — A raiva na voz do professor soava como música aos ouvidos de TaeMin. Ele teve que se segurar para não cair na gargalhada naquele momento. — Quem ele pensa que é para te tratar assim?
— Eu não pude me negar a fazer porque... bem, porque ele é o MinHo, né professor? — TaeMin continuava com todo aquele teatro. — Quem seria capaz de dizer não ao todo-popular-alfa-amado-de-todos, Choi MinHo? Eu é que não quero ter toda a escola contra mim, sabe? Mas eu pensei bem durante todo final de semana e, mesmo correndo o risco de ter problemas com todo mundo, decidi que não era justo o MinHo me usar para conseguir uma boa nota sem fazer nada! Por isso eu vim até aqui falar com o senhor!
— Ah, meu caro Lee... não se preocupe com isso! — O professor tinha caído na conversa de TaeMin. — Eu irei resolver essa situação de uma maneira em que o seu nome não seja envolvido! O jovem Choi terá o que merece e nada sobre essa nossa conversa sairá daqui!
— Muito obrigado, professor! — TaeMin se curvou agradecido. — Eu não tenho palavras para lhe agradecer por tudo o que está fazendo por mim!
— Ora, menino Lee! — o professor respondeu, parecendo orgulho com o apreço que o aluno parecia lhe demonstrar. — Faço isso porque essa escola deveria valorizar alunos como você e não um atleta superestimado como o Choi!
— Vejo o senhor na aula, professor! — E assim que saiu da sala, TaeMin mal conseguiu segurar a risada até virar o corredor. Ainda não acreditava como o professor Oh tinha caído naquele papo furado! É verdade que ele sabia que o tal professor não gostava muito dos alunos atletas da escola, mas nunca pensou que poderia usar isso a seu favor!
Naquele dia, depois de muito tempo, a música que preencheu aquela sala de música demonstrava o quanto quem a tocava estava alegre.
 XXXXX
 A manhã transcorreu tranquilamente, apenas com um JongIn estranhando o bom humor repentino do amigo. Fazia um bom tempo que TaeMin não ficava daquele jeito. Aquele bom humor tinha que ter um bom motivo, e JongIn achava que era algo relacionado a MinHo. Mas não ousaria perguntar e estragar toda aquela felicidade que o amigo aparentava ter.
Prestes a começar a aula de Ciências, TaeMin mal se continha em seu lugar e isso era perceptível para todos. Principalmente para o seu parceiro de dupla:
— Tae, você está bem contente hoje, né? — MinHo o questionou. — Não vai me contar que passarinho foi esse que você viu no fim de semana, não?
— Como você é um pé no saco, MinHo! — TaeMin o olhou frustrado. — Mesmo você sendo um idiota completo, e eu sendo obrigado a estar aqui sentado com você, nada estragará o meu bom humor! Nada e nem VOCÊ!
— Nossa, Tae! — MinHo fez um biquinho na direção do menor. — Essa magoou!  
— Cala a boca, seu idiota! — TaeMin disse rapidamente. — O professor está entrando na sala!
— Grande coisa! Nunca tive uma aula mais chata do que essa em toda a minha vida! — MinHo suspirou frustrado. — Não sei como você aguenta ficar ouvindo esse mimimi sem fim desse professor! Se não fosse por você, eu já tinha dado um jeito de ter me livrado dessa aula faz tempo!  
— Por minha causa? — TaeMin o olhou surpreso. — Para de falar merda, seu ridículo! Nós só passamos a ter essa aula juntos na semana passada!  
— TaeMin, eu só assisti pouquíssimas aulas de Ciências em toda a minha vida! — MinHo sorriu presunçoso. — Ser o presidente do conselho estudantil e ter o sobrenome que eu carrego ajuda em algumas coisinhas! Além do mais, essa porra dessa matéria nunca foi o meu forte!  
— Usar o cérebro nunca foi o seu forte realmente, MinHo — o menor o respondeu atravessado. — Não é a toa que você só faz merda atrás de merda.
— E desde quando eu só faço merda, TaeMin? — MinHo não gostou do que TaeMin tinha lhe dito. — Sei que já fiz muita besteira por aí e me arrependo de algumas delas, inclusive das brincadeiras e piadas de mau gosto que te disse. Mas isso não quer dizer que eu seja só assim!  
— Será que não, MinHo? — TaeMin ignorou por completo a presença do professor. — Desde quando o alfa super popular dessa escola decadente faz alguma coisa além de espalhar o seu cheiro e atrair tudo quanto é ômega e beta que tem por aqui? Que eu saiba você nunca fez nada além de sair por aí demonstrando toda a capacidade atlética e aproveitando do seu cio para acasalar com tudo quanto é gente que se esfrega em você! O que, convenhamos, é quase toda a escola, não é mesmo?
— TaeMin! De onde você tirou toda essa merda? — MinHo estava surpreso e irritado com aquelas palavras. TaeMin nunca havia sido tão direto assim com ele. — Você mal me conhece e já vem despejando esse monte de merda pra cima de mim! Muito me admira você estar dando ouvidos a um monte de fofoca que rola nos corredores daqui! Sempre achei que nada disso te interessava!
— E não interessa mesmo! — O bom humor de TaeMin já havia ido embora. — Não quero saber de nada disso aqui! De ninguém daqui! E muito menos nada sobre você!
— Como você já sabe o que o povo daqui costuma dizer, as fofocas que rolam por aqui, vamos esclarecer alguns fatos: primeiro, eu não costumo acasalar com tudo quanto é ômega e beta daqui não! Acho essa porra toda de cio extremamente desgastante e não acho certo usar as pessoas só pra satisfazer um simples desejo; segun...
— Simples desejo? — TaeMin o interrompeu irritado. — Seja menos hipócrita, MinHo! Desde quando a porra de um cio enlouquecedor é um simples desejo? Duvido que você não saia enfiando esse seu pau em tudo quanto é buraco disponível que apareça! E eu sei que aparecem vários!
— O cacete que eu faço isso, seu babaca! — MinHo também já estava irritado. — As pessoas não devem ser tratadas como objeto não, TaeMin! O que você está pensando que eu sou, seu merda?
— Justamente isso: UM MERDA! — TaeMin vociferou. — E esse seu papinho pra boi dormir aí não engana ninguém! Não quer tratar ninguém como objeto, mas sai por aí fazen...
— Eu realmente não queria atrapalhar o espetáculo que os dois estão fazendo na minha aula, mas no momento, eu realmente preciso dar início a ela! — o professor Oh falou alto e interrompeu a discussão. — Se vocês puderem sentar e ficarem de boca fechada, ignorarei todo o circo que ambos armaram aqui na minha frente! Agradeçam a boa notícia que recebi antes de entrar aqui o fato de não os expulsar agora mesmo da sala!
               Assim que o professor terminou de falar, TaeMin olhou ao seu redor e constatou que toda a sala estava virada olhando para ele e MinHo. Algumas meninas o olhavam com uma cara de deboche, outros estavam tentando entender o que tinha se passado ali e JongHyun e JongIn olhavam seus melhores amigos perplexos. O que tinha acontecido com aqueles dois para estarem fazendo uma cena justamente na aula de Ciências?
               — Bom, a respeito da primeira etapa do trabalho de vocês, todos conseguiram entregar o que lhes pedi a tempo e isso me deixou bem satisfeito. Entretanto, para o meu desgosto, chegou ao meu conhecimento que alguns de vocês não demonstraram total empenho durante a realização do trabalho, deixando para seus colegas de dupla toda a responsabilidade. Para que isso não ocorra na segunda etapa que passarei hoje, acabei por fazer algumas mudanças — o professor dizia, olhando especificamente para MinHo. — Cada dupla terá um horário de estudo determinado a cumprir na monitoria. Será uma hora diária durante a próxima semana! — o falatório começou antes mesmo de o professor terminar. — Com exceção da dupla formada por Lee TaeMin e Choi MinHo. Vocês dois farão duas horas de monitoria! Comigo!
— O QUÊ? — gritaram TaeMin e MinHo ao mesmo tempo.
               — Bem, rapazes... — o professor Oh se sentou e continuou. — Pelo que eu pude perceber, o ânimo entre os senhores anda bem exaltado, e o trabalho de vocês refletiu isso! Por isso, estou dobrando o horário de vocês para possibilitar não só o entrosamento entre vocês dois, mas para fazer com que o meu melhor aluno produza tudo àquilo que espero dele. Certo, Lee TaeMin?
               — Certo, professor! — TaeMin respondeu engolindo a raiva.
               — Professor Oh, eu não posso ficar esse tempo na monitoria! — MinHo estava exaltado. — A final do campeonato escolar é no sábado, e eu tenho treino com o time todo dia!
               — Isso não é da minha conta, Choi MinHo! — o professor o respondeu secamente. — Ou o senhor aparece para a monitoria e cumpre todo o horário ou tenha certeza que o reprovarei imediatamente! E dessa vez não adianta nem o diretor vir pedir para sermos mais flexíveis com o senhor!
               TaeMin estava com raiva por perceber que seu plano não saíra como havia planejado, mas não pôde deixar de rir por ver que MinHo estava mais encrencado do que ele!
               Tudo o que TaeMin queria era que a dupla com MinHo fosse desfeita e que o maior tirasse nota baixa no tal trabalho, pois conhecendo o professor Oh como TaeMin conhecia, ele iria até o diretor reclamar e aí estaria formada a confusão, uma vez que MinHo não poderia jogar a final do campeonato do sábado por estar pendente na matéria.
               Entretanto, lá estava MinHo irritado, mas pelo motivo errado! E isso ainda o incluía! Não era para MinHo ainda ter a possibilidade de jogar! E muito menos dele ter que passar duas horas do seu tempo livre com MinHo na monitoria! Junto com o professor Oh! Isso só podia ser castigo!
               — Me diz o que você falou com o professor, Lee? — MinHo disse tirando TaeMin dos seus devaneios. — Que porra você disse ao professor Oh quando foi entregar esse maldito trabalho?
               — Tá maluco, MinHo? — TaeMin respondeu rapidamente. — O que eu poderia dizer ao professor, hein? Que eu fiz a merda do trabalho praticamente sozinho? Que era pra ele te dar nota baixa? Que você é um idiota que só pensa em futebol e na porra da final que é essa semana?
               — VOCÊ DISSE ISSO TUDO, NÃO DISSE? — MinHo gritou para o menor . — Eu sabia que tinha dedo seu nessa porra, TaeMin!
               — Larga de ser babaca que eu estou tentando te dizer justamente o contrário! — TaeMin mentia descaradamente. — Você acha que se eu tivesse dito tudo isso, ele teria me dado esse castigo também?
               — Ah! Aí chegamos num ponto muito importante! — MinHo debochava. — Realmente ele não te castigaria porque desde quando o professor Oh iria fazer alguma coisa com o seu aluno favorito? O prodígio, o super inteligente Lee TaeMin!
               — Que merda é essa que você tá falando? — TaeMin perguntou irritado, mesmo sabendo muito bem do que o maior falava.
               — Por favor, TaeMin, toda a escola sabe o quando o professor Oh puxa o seu saco! Que você é o seu aluno preferido! — MinHo falava. — Foi uma surpresa ele ter me deixado fazer dupla com você já que ele não vai muito com a minha cara!
               — Me faça um grande favor, MinHo, CALA A PORRA DA SUA BOCA! — TaeMin o respondeu entredentes.
               — Eu não vou pedir aos senhores de novo para sentarem e ficarem quietos! — o professor falou se aproximando dos dois. — Agradeçam aos céus pelo meu bom humor no momento, mas já vou logo avisando que a próxima gracinha de qualquer um dos dois resultará no acréscimo de mais uma hora na monitoria comigo!
               Tanto MinHo quanto TaeMin sentaram em seus lugares e mal se olharam durante a aula. Não queriam dar a chance ao professor Oh de aumentar nem um minuto que fosse o tempo que teriam que passar fazendo o bendito trabalho.
               Assim que as aulas terminaram, MinHo e TaeMin se encaminharam para a sala em que o professor Oh os esperava. O clima entre eles não podia ser mais pesado e mais frio.
               TaeMin recebeu autorização para que ambos pudessem entrar e se acomodarem na sala. Era ali, naquele lugar, que ele e MinHo passariam pelo menos duas horas por dia na próxima semana.
               — Bom, eu já coloquei nos lugares que vocês irão sentar as questões que quero respondidas pelos senhores hoje. Caso vocês não consigam responder tudo no tempo programado, ficarão aqui o tempo que for necessário para solucionar todo o trabalho — o professor deu uma rápida explicação. — Agora comecem, por favor!
               Os dois rapazes se sentaram e sem dizer nenhuma palavra um ao outro, começaram a responder as questões.
               Pouco mais de uma hora depois, o professor Oh recebeu uma ligação, que tomou alguns minutos de seu tempo e, em seguida, se dirigiu aos meninos:
               — Tenho que ir até a diretoria, pois o diretor quer falar comigo. — O professor se encaminhou para a porta. — Terminem o que estão fazendo e não saiam sem a minha autorização. — Em seguida, se retirou.
               — Merda de professor! — MinHo estava irritado e frustrado.
               — Cala a boca e termina isso! A culpa é sua por estarmos aqui! — TaeMin reclamava com o maior.
               — MINHA? — MinHo não gostou do que ouviu. — Isso tá na cara que é história sua, TaeMin!
               — Ah! Vai se foder, MinHo! — O menor suspirou e voltou a fazer o seu trabalho.
               MinHo, por sua vez, soltou uma pequena gargalhada e ficou observando o menor, que, ao perceber o que o outro fazia, questionou:
               — Perdeu alguma coisa aqui? — TaeMin estava começando a ficar irritado. — Faz logo essa porra!
               — Sabia que você fica uma gracinha todo irritadinho? — MinHo deu um sorriso de lado para o menor.
               — De verdade, eu acho que você tem merda de galinha na cabeça! — TaeMin respondeu.
               — Eu sempre quis saber como um cara tão bonito como você mudou tanto de uma hora pra outra. — MinHo decidiu mudar o rumo da conversa. — Sei que você sempre foi tímido e tudo mais, mas mesmo assim, não é razão pra ter se tornado esse pé no saco em tão pouco tempo!
               — Já acabou de falar esse tipo de merda? — TaeMin falou escrevendo em seu papel. — Faz logo essa porra aí!
               — Tae, não vai me dizer que você não tem noção do quanto é bonito? — MinHo não estava acreditando que o menor não tinha ideia do efeito que causava nas pessoas. — É isso, não é mesmo? Acertei, não é?
               — E se for? Desde quando isso é da sua conta? — TaeMin estava ficando ainda mais irritado.
               — Meu Deus! Eu sabia que você era todo esquentadinho e cheio de si, mas não sabia que era meio tapado também! — MinHo gargalhou e disse, sério, logo em seguida. — Você é muito bonito, TaeMin! É uma das pessoas mais bonitas que eu já vi! E tenho certeza que por baixo de toda essa marra toda aí tem uma pessoa ainda mais bonita do que conseguimos ver por fora!
               — Tá tentando fazer o que, MinHo? — TaeMin estava tentando mudar o foca da conversa, pois não gostava desse tipo de assunto. — Quer me distrair e enrolar ainda mais pra podermos ficar ainda mais tempo aqui juntos? Não pense que esse tempo aqui me fará querer conhecer você ou algo desse tipo!
               — Eu não preciso disso, TaeMin! — Minho respondeu presunçoso. — Se eu quiser, posso diminuir esse tempo de castigo com um só telefonema!
               — Larga de ser ridículo, garoto! — TaeMin gargalhava. — Quem você pensa que é pra ir contra um professor e fazer esse tipo de coisa?
               — Não duvide de mim, Lee TaeMin! — MinHo lançou um olhar presunçoso para o menor.
               — Sério? — TaeMin duvidava. — Se é assim, vamos fazer uma aposta!
               — Adorei a ideia! — MinHo respondeu animado. — Se eu conseguir diminuir o tempo desse castigo ou até mesmo suspendê-lo, você irá responder tudo que eu te perguntar durante essa semana sem dar respostas atravessadas e ir comigo à final do campeonato no sábado!
               — Tudo isso? — TaeMin resmungou — Tudo bem! Mas se não conseguir, você irá comigo num recital de caridade no sábado!
               — Fechado! — MinHo respondeu rapidamente.
               — O recital será no sábado de manhã no horário do jogo! — TaeMin respondeu com um sorriso sarcástico no rosto.
               — O QUÊ? — MinHo questionou indignado. — Você não falou isso antes!
               — Você já apostou! Agora já era! — TaeMin gargalhava ainda mais!
               — Tudo bem! Isso não vai mudar nada mesmo! — Minho disse cheio de si. — Me dê só um minutinho!
               O maior pegou o celular na mochila, discou um número e se afastou um pouco. Depois de uns cinco minutos, voltou com um sorriso largo no rosto.
               — O que foi? — TaeMin estava curioso. — Fala logo!
               — Você saberá em breve! — MinHo falou piscando para o menor.
               Passados cerca de vinte minutos, o professor Oh voltou até a sala com uma expressão fechada! MinHo já imaginava o que estava acontecendo e se segurava para não rir:
               — Rapazes, guardem suas coisas e podem ir! — o professor dizia extremamente irritado. — A partir de amanhã, vocês cumpriram apenas uma hora de monitoria e nada mais!
               — Mas... mas professor? — TaeMin estava abismado enquanto MinHo se divertia com a situação. — Por que isso agora?
               — Saiam logo daqui! — o professor os expulsou.
               Enquanto caminhavam em direção à saída da escola, TaeMin tentava descobrir o que MinHo tinha feito para conseguir a diminuição do castigo.
               — TaeMin, o que eu fiz tá feito! — MinHo estava cheio de si!
               — Você falou com o diretor, não foi? — O maior deu um sorriso que confirmou. — AQUELE PUXA SACO DOS INFERNOS!
               — Não quero saber! A partir de amanhã, você e eu almoçaremos juntos pra você responder algumas coisas que eu quero saber sobre você e, no sábado, você estará na arquibancada torcendo por mim!
               — Nem fodendo! — TaeMin não queria aceitar aquilo.
               — Não seja um mau perdedor, Lee! — MinHo disse bagunçando o cabelo do menor. — Até amanhã!
               E assim, durante toda aquela semana, TaeMin almoçou com MinHo e respondeu a quase todas as perguntas dele. Dizia para si mesmo que fazia aquilo tudo com o intuito de se vingar de MinHo, mas na verdade, em vários momentos, não podia negar que se sentia bem e confortável diante da presença do alfa. Ele estava começando a achar que MinHo não era tal mau quanto pensava.
 XXXXX
 O sábado chegou, e TaeMin realmente não sabia o que estava fazendo ali. Chegava a ser irônico o fato de ter perdido aquela aposta ridícula pra MinHo na monitoria. Justamente uma aposta que tinha feito aquilo tudo começar. Ele não tinha esquecido tudo o que tinha ouvido naquela sala, tudo que MinHo e seu amigos tinham falado a seu respeito, mas não podia negar que a semana que passara na monitoria com MinHo não fora de todo ruim.
Ele começou a desejar, em alguns momentos, que tudo o que ouvira naquele dia fosse apenas coisa da sua cabeça, fruto de sua imaginação e que eles poderiam ser amigos, quem sabe se conhecerem melhor...
— Terra chamando TaeMin! — JongHyun se aproximou de TaeMin, tocando-lhe o ombro. — Uma moeda pelos seus pensamentos!
— Não precisa desperdiçar o seu dinheiro com isso! — O menor revirou os olhos em desdém. — Quero saber que horas esse maldito jogo vai terminar pra eu poder ir embora logo!
— Isso é um fato curioso: o que você está fazendo aqui? Pelo que eu me lembre, você não é adepto aos esportes, muito menos futebol! — JongHyun perguntou curioso. — Veio torcer pelo MinHo é?
— Infelizmente, eu não tive escolha! — TaeMin começou a caminhar na direção da arquibancada. — Estou aqui por causa de uma aposta infeliz. — Virou-se na direção de JongHyun e sorriu ironicamente. Também não deixou de perceber o mal estar que causou no outro com aquelas palavras. — Seu amigo me obrigou a estar aqui!
— Vocês realmente se aproximaram bastante nessas duas semanas, não é mesmo? — JongHyun tentava mudar o rumo da conversa.
— Outra coisa que eu não tive escolha! — TaeMin encontrou um lugar no meio da arquibancada e se sentou. — Mesmo evitando conversar com aquele poste, ele não fecha a porra da boca!
— Ele realmente fala demais! Chega a ser chato pra valer! — JongHyun sentou ao lado de TaeMin — Mas isso não quer dizer que você tinha que continuar conversando com ele. Era só ignorá-lo que uma hora ele parava! — JongHyun deu uma risada.
— Como se isso fosse fácil! — TaeMin suspirou frustrado. — E o que você tem a ver com isso? Aliás, por que você está aqui tão cedo? E ainda sentado do meu lado?
— Eu gosto de vir mais cedo pra poder apoiar os meninos e tentar ajudar no que puder — JongHyun respondeu, olhando para o gramado, percebendo que os jogadores já começavam a entrar para se aquecer. — E assim que eu te vi aqui sozinho, vi que era a oportunidade perfeita pra poder te dizer uma coisa.
— Se for sobre o MinHo nem precisa começar! — TaeMin foi logo taxativo. — Já sei o suficiente sobre ele.
— Mesmo assim, eu vou falar! — JongHyun teve que segurar o braço de TaeMin que já havia se levantado para sair dali. — O MinHo é um cara legal! Meio idiota às vezes, mas é um cara bacana! Bem diferente desses alfas escrotos que tem por aí!
— Você também é um alfa, não é mesmo? — TaeMin falou tirando o braço da mão de JongHyun. — Tá querendo me dizer que o MinHo é um alfa decente, gentil, bondoso e caridoso, que nunca faz mal pra ninguém? Quase um príncipe encantado? — seguiu debochando.
— Também não precisa exagerar, moleque! — JongHyun disse bagunçando o cabelo de TaeMin. — Ele é muito escroto quase sempre, faz um monte de merda por impulso, tem uma boca enorme que só o mete em confusão, mas no fundo, é um cara bom!
— Hum! Eu não sei se rio ou se te dou os parabéns por estar fazendo uma ótima propaganda do seu amigo! — TaeMin disse já em pé. — Mas sinto lhe informar, você está falando isso pra pessoa errada! Não me interessa saber quem o MinHo é ou deixa de ser! Eu já sei o que eu preciso saber sobre ele!
— TaeMin, sério, ele é muito mais do que aparenta ser! — JongHyun tentava falar com TaeMin. — Ele só tem a péssima mania de meter os pés pelas mãos!
— E você tem a péssima mania de puxar conversa com quem não quer conversar com você! — TaeMin o olhou irritado. — Vai falar essa ladainha sem fim pra quem tá a fim de ouvir! Ou melhor, pra quem tá a fim do alfa líder MinHo! E, por sinal, até aonde eu sei, você também é um alfa! Não acha estranho esse papo todo de MinHo ser bonzão aqui, ser legal a beça ali, não? Parece até que o ômega da história é você e não eu!
— O que você quer dizer com isso, hein? — JongHyun achou interessante o que o outro havia lhe respondido. — Você já tinha reparado no MinHo antes, né?
— Mas que caralho! — TaeMin resmungou irritado. — Não é a toa que vocês são amigos! Dois babacas! Em primeiro lugar, sua imaginação de alfa é muito fértil! E em segundo lugar, você tem namorado, não tem não? Por que você não vai tomar conta do KiBum e para de cheirar o rabo do MinHo?
— Desde quando você conhece o KiBum? — JongHyun o olhou espantado.
— Você realmente deveria se preocupar mais com o ômega que come, não é mesmo? — TaeMin voltou com a ironia — Talvez se você parasse de tentar vender o MinHo ou consertar as cagadas que ele faz, saberia que eu e o KiBum somos parentes!
— Parentes? Como assim? — JongHyun disse espantado.
— JONG! TAE! — MinHo corria no campo, acenando na direção dos dois. — Que bom que vocês já estão aqui!
— Eu tô aqui obrigado, e você sabe disso! — TaeMin falou emburrado.
— Que cara estranha é essa, Jong? — MinHo perguntou curioso ao amigo que ainda olhava para TaeMin.
— Ele ficou assim depois que eu disse que KiBum e eu somos parentes! — o mais novo comentou rindo. — Acho que ele deveria procurar conhecer um pouco mais da família do namorado dele, não é mesmo?
— É sério que você não sabia disso, Jong? — MinHo falou rindo na direção do amigo. — Que espécie de namorado você é?
— Um bem ruim, pelo visto! — TaeMin acompanhou Minho na risada. — Aqui, eu preciso ir ao banheiro, mas eu não quero ir nos daqui não! Posso ir ao vestiário?
— Tae, não posso te deixar ir lá agora! — MinHo disse meio sem jeito. — O técnico vai me matar se eu fizer isso!
— Ah! Que ótimo, não é mesmo? — TaeMin voltou a se sentar emburrado. — Eu perco uma maldita aposta e tenho que vir pra assistir essa porcaria de jogo e nem tenho um banheiro decente pra poder usar!
— Tudo bem, TaeMin! — MinHo suspirou derrotado. — Eu te levo lá, mas tem que ser rápido entendeu?
— Não precisa ir até lá comigo! É só me dizer o caminho que eu chego lá sozinho! — TaeMin rapidamente se levantou, prestando atenção no caminho que MinHo lhe falava. — Ok! Já entendi, não precisa falar mais nada não! — E saiu na direção do vestiário.
— Jong, dá pra muda essa cara, vai! — MinHo olhava para o amigo rindo. — Juro que não consigo entender como você consegue ser tão lerdo assim!
— Eu não sou lerdo, MinHo! — JongHyun respondeu o amigo irritado. — Eu sei muito bem que o KiBum é parente da família Lee! Que a mãe dele é irmã de alguém da família Lee! Mas você sabe como o KiBum é! Tem horas que ele começa a falar sem parar e vai dizendo uma coisa atrás da outra! Não dá pra acompanhar!
— Você simplesmente finge que está prestando atenção nele e ignora as coisas que ele diz! — MinHo caiu na gargalhada. — Se ele souber disso, vai te matar!
— Ele nunca vai saber disso, entendeu? — JongHyun se sentou emburrado. — Mas mudando de assunto... Você sentiu o cheiro também, não sentiu? Tá diferente! — continuou preocupado.
— Senti sim! Tá mais forte e mais inebriante do que antes! — MinHo olhou na direção em que TaeMin havia saído. — Ele ainda não percebeu, mas logo começará a sentir as dores do cio.
— Dessa vez, não tem remédio ou qualquer coisa que ele faça que dê jeito nisso, MinHo! — JongHyun falou. — Ele ficará tão louco em duas semanas que você terá a oportunidade perfeita de ganhar a sua aposta! Basta continuar em cima dele que logo, logo você estará no meio das pernas dele.
— Porra, JongHyun! Dá pra não colocar as coisas desse jeito? — MinHo resmungou irritado para o amigo. — Eu não quero só isso do Tae e você sabe disso!
— Mas é só isso que você terá quando ele souber da aposta! — O menor se levantou e saiu em direção à cantina. — Faça valer a pena a noite que você terá com ele daqui a alguns dias! Ele provavelmente nunca mais olhará na sua cara depois disso!
— Aonde você vai? — MinHo perguntou ao amigo que se distanciava, mas JongHyun continuou o caminho que fazia em direção a cantina.
Entrando no vestiário, TaeMin não poderia deixar de estar mais satisfeito com toda aquela situação. Estava torcendo pra que tudo corresse bem e que o seu plano desse certo. E realmente parecia que os deuses estavam conspirando a seu favor. Não havia ninguém naquele lugar além dele!
Rapidamente, procurou entre as cabines que continham os uniformes e materiais dos jogadores aquela que buscava. Não demorou muito até que localizasse todo material que pertencia a MinHo. Ele foi até lá e procurou as garrafas de isotônicos do maior. Já tinha ouvido falar de como o maior era chato com as suas coisas e tinha lá as suas superstições, como deixar suas garrafas separadas das dos demais. TaeMin poderia agradecer a MinHo por isso depois.
Uma a uma, TaeMin tirou as garrafas de isotônicos das coisas do maior e misturou a elas um pouco do líquido de um frasco que carregava consigo. Se tudo corresse como o planejado, essa partida de futebol seria inesquecível não só pra MinHo, mas para todo mundo que ali estava.
Saindo do vestiário, TaeMin ligou pra JongIn para confirmar mais uma vez aquilo que já sabia:
— Tem certeza que apenas uma pequena dose é o suficiente? — TaeMin perguntava pela milésima vez. — Eu coloquei mais da metade do frasco em apenas uma das garrafas... — TaeMin agora ria quase que descontroladamente. — O restante eu dividi nas outras que sobraram!
— TaeMin! E se isso fizer o MinHo passar mal? — JongIn parecia preocupado do outro lado da linha. — Só um pouquinho já bastava! Eu não sei por que eu fui arrumar isso pra você!
— Ah! Para de reclamar como uma menininha, JongIn! — TaeMin brigava com o amigo. — Você deveria ficar do meu lado, tá? Você sabe muito bem o que ele quer fazer comigo!
— E olha só o que você tá fazendo com ele, TaeMin! — JongIn reclamava do outro lado da linha. — Já era pra você ter terminado com isso há muito tempo! Bastava falar na cara dele que você já sabe da tal aposta, exigir desculpas e terminar essa porra toda!
— Meu Deus! Andar com esse seu namoradinho tá te transformando praticamente numa mocinha, sabia? — TaeMin debochava do amigo. — E eu achando que você era o alfa dessa relação!
— Tá vendo como é complicado falar com você? — JongIn já tinha perdido a paciência. — Desde que você se tornou um ômega, você culpa todo mundo por isso! Ninguém tem culpa dessa merda ser assim, TaeMin! Essa porra só acontece e pronto!
— Você só fica me falando isso porque você é um alfa! — TaeMin respondia o amigo sinceramente. — Não é você que vai ter que dá pra um e pra outro até encontrar o bondoso filho da puta que irá querer te marcar, fazendo com que você abra as pernas pra ele por toda a sua vida sem ao menos questionar! Isso sem contar o fato de ter que parir as crias dele!
— Ao invés de reclamar da porra da vida do jeito que ela é como você sempre faz, que tal começar a tentar ver alguma coisa boa nisso tudo, hein? Você pode arrumar um cara legal, que vai te respeitar e vai querer ficar com você o resto da vida!
— Ah! Esqueci que você vive num mundo de fantasia, não é mesmo, Kai? — TaeMin chamou o amigo pelo apelido que só usava quando queria debochar do mesmo. — Como o idiota do seu namorado e o ridículo do meu primo KiBum deram a rara sorte de encontrarem alfas que se apaixonassem logo na primeira foda e os marcassem, vocês acharam que o mundo mágico em que vivem acontece com todo mundo! MAS SINTO LHE INFORMAR QUE NÃO É ASSIM!
— Como você é negativo e exagerado, TaeMin! — JongIn disse frustrado do outro lado da linha.
— Negativo? Exagerado? Você tem noção de quantos alfas já se ofereceram pra trepar comigo no meu próximo cio? Ou quantos o meu pai já entrou em contato? Ele acha que eu não sei, mas eu ouço ele e minha mãe conversando, dizendo que a maioria se dispõe a “aliviar meu sofrimento”, mas nenhum deles quer me marcar! E os que aceitam me marcar pedem os maiores absurdos em troca disso ao meu pai! Eu nunca pensei que traria esse tipo de vergonha pra minha família!
— Vergonha do que, TaeMin? — JongIn tentava fazer o amigo enxergar a verdade. — Você apenas ouve as conversas pela metade e tira as suas próprias conclusões! Eu te conheço bem e sei que você faz isso! Desde que você virou ômega, anda tão transtornado que não enxerga um palmo na frente do seu nariz! Fica preso nesse seu mundinho de negação que nem vê a merda que tá fazendo!
— Merda? Do que você tá falando, Kai? — TaeMin estava ficando cada vez mais irritado.
— Tá certo que o que o MinHo fez não foi legal, mas é obvio que esse idiota sempre gostou de você! Só que é tão burro que não soube como expressar isso e fez essa merda toda! Mas eu não acho que ele seja esse babaca todo que você diz que ele é! Se você parasse com esse drama todo e desse uma oportunidade pra ele se explicar, te garanto que vocês fariam um casal legal!
— Vai tomar no cú, JongIn! — TaeMin desligou o telefone furioso! Como o ridículo do seu melhor amigo ousava defender MinHo daquele jeito?! MinHo era e sempre seria um babaca completo!
Mesmo muito irritado, TaeMin caminhou em direção a arquibancada e sentou em seu lugar! O jogo estava prestes a começar, e ele queria ter a melhor visão do que aconteceria dentro daquele campo.
Assim que o locutor começou a falar, anunciando os times que fariam a final do campeonato, TaeMin pôde constatar como todos ficaram eufóricos quando fora anunciado o nome do capitão do time da escola, Choi MinHo! A euforia tomou conta de toda a arquibancada, fazendo com que TaeMin chegasse a pensar que toda a torcida era na verdade para ele e não para os dois times! Viu quando alguns jogadores do outro time chegaram perto do maior para cumprimentá-lo, alguns mais eufóricos do que o normal, além de algumas lideres de torcida que faltavam pouco se esfregarem nele!
— Todo jogo é assim? — TaeMin perguntou para a menina que estava sentada do seu lado. — Esse povo todo fica babando o MinHo como se ele fosse a última bolacha do pacote?
— Isso aí não é nada! — a menina respondeu sem tirar os olhos do maior que estava dentro do campo. — Você vai ver quando ele ganhar a partida e o campeonato! Ele vai poder sair daqui com quem e quantos ele quiser! Ninguém dispensa ou nega Choi MinHo! Qualquer um aqui tem a esperança de que ele escolha e marque alguém!
— Tudo isso pra ter o MinHo? — TaeMin disse irritado. — Esse povo todo só pode estar maluco! — Era nítido na voz do garoto o incômodo que toda aquela situação estava lhe causando. Mas felizmente, para ele, aquilo tudo era só por causa da briga que tivera a momentos atrás com seu melhor amigo. Não tinha nada a ver com o fato de MinHo estar cercado de vários meninos e meninas, querendo não só a atenção dele, mas serem seus pelo resto da vida.
A partida começou bem disputada, e TaeMin pôde observar o quanto MinHo realmente era bom naquele esporte. Ele corria por todo o gramado, orientava seus companheiros e se dedicava ao máximo ali.
Já havia se passado mais da metade do primeiro tempo, quando TaeMin viu MinHo se aproximar do banco de reservas, pegar uma garrafa de uma mochila e beber um pouco. O menor não pôde deixar de sorrir ao ver aquela cena. Torcia para que aquela garrafa fosse a que continha quase todo o líquido que despejara. Caso não fosse, talvez nada do que havia planejado acontecesse.
MinHo tomou o líquido da garrafa praticamente quase todo e a jogou novamente na mochila. Voltou correndo para o meio do campo, retomando o lugar em que estava minutos antes.
Mais alguns minutos se passaram, e TaeMin estava ansioso em seu lugar. Queria ver MinHo correndo para o vestiário, abandonando a partida do campeonato de futebol que tanto prezava.
Porém, a ansiedade de TaeMin deu lugar a outra sensação; uma forte pontada no baixo ventre fez com que ele caísse de joelhos e começasse a suar frio. Ele mal conseguia se mover ou dizer qualquer coisa, e a situação ficou ainda pior quando um barulho ensurdecedor tomou conta do estádio e todas as pessoas começaram a pular e a comemorar alguma coisa que tinha acontecido.
A dor parecia se intensificar, e TaeMin mal conseguia se mexer. Por muito pouco, não fora pisoteado pelas pessoas que estavam ao seu redor. Parecia que era invisível!
MinHo havia acabado de marcar um gol! Tinha conseguido colocar o seu time em vantagem no placar e não cabia em si de felicidade! Voltou o seu olhar para a arquibancada onde TaeMin estava e, estranhamente, não viu o menor no lugar onde deveria estar. Será que ele tinha ido embora? Mas esse não era o trato que ambos tinham feito! Mesmo cercado pelos seus companheiros de time que o abraçavam e pulavam em cima dele, MinHo foi chegando o mais perto possível da arquibancada que conseguia e assim pôde ver TaeMin caído no chão, parecendo se contorcer de dor!
Desesperado com a cena que via, MinHo gritou para o seu treinador:
— ME SUBSTITUI! — Corria em direção à arquibancada. — COLOCA OUTRO PRA JOGAR NO MEU LUGAR!
Por sorte, o lugar em que TaeMin estava sentado não era muito difícil de chegar! Mesmo com todos aqueles torcedores todos empolgados e querendo cumprimentá-lo, ao gritar um SAI DA FRENTE assim que pisou no primeiro degrau que subia, ninguém mais ousou entrar em seu caminho. Em poucos segundos, MinHo já estava diante do menor, afobado:
— TAE — a preocupação estava estampada em sua voz —, o que aconteceu?
— Dó...i mui...to! — TaeMin tinha dificuldade em responder.
— Vamos, Tae! — MinHo abaixou e o pegou no colo. — Vou te levar até a enfermaria.
Com o estádio mudo, MinHo começou a passar entre as arquibancadas com TaeMin no colo. O menor escondia o rosto em seu peito, gemendo de dor, enquanto todos os observavam.
Assim que chegaram à enfermaria, TaeMin fora colocado numa maca e MinHo teve que esperar do lado de fora enquanto este era examinado.
Depois de esperar o que pareceu ter sido uma eternidade, o enfermeiro chamou MinHo:
— Você não deveria estar jogando nesse momento, não? — perguntou curioso.
— É serio isso? — MinHo respondeu indignado. — Como está o TaeMin? Eu posso vê-lo?
— Desculpe a falta de jeito, mas eu realmente fiquei curioso sobre o motivo que fez o capitão do time largar a decisão do título e vir até aqui. — O enfermeiro riu sem jeito. — Mas o seu amigo está bem. Eu dei um remédio para que ele pudesse dormir e descansar.
— Mas você não deu nenhum remédio para que a dor melhorasse, não? — MinHo não gostou do que tinha ouvido. — E se a dor voltar quando ele acordar?
— Infelizmente, eu não posso fazer nada além do que já fiz — o enfermeiro respondeu sinceramente. — Pelo que eu pude perceber, ele começou a sentir o reflexo da proximidade do cio. Me diga uma coisa: ele ainda não copulou com ninguém, não é mesmo?
— Não! Mas eu acho que isso não é da sua conta. — MinHo respondeu secamente.
— Realmente não é! — O enfermeiro sorriu sem jeito. — Mas se aconteceu o que eu estou pensando, as coisas pra ele ficarão muito complicadas a partir de agora.
— Como assim? — o maior perguntou preocupado.
— Pra ele ter suportado o primeiro cio sem ter copulado, provavelmente teve que tomar algum tipo de medicamento ou ter tido uma força descomunal, pois a dor é quase insuportável — explicava calmamente. — Entretanto, as dores e a necessidade de copular apenas foram amenizadas durante o cio anterior e, a partir de agora, voltarão com uma intensidade ainda maior. Se eu calculei bem, o cio dele iniciará dentro de poucos dias!
— Não! Você está errado! — MinHo o corrigiu. — O cio dele começará em duas semanas!
— Isso aconteceria se ele tivesse copulado no cio anterior. Aí as coisas aconteceriam dentro do previsto! Mas do jeito que as coisas estão, se ele conseguir suportar mais uma semana já será um grande milagre — o enfermeiro falou.
— PUTA QUE PARIU! — MinHo gritou irritado. — Isso só pode ser sacanagem comigo!
— Você não pode gritar por aqui, meu jovem — o enfermeiro o repreendeu. — Se você quiser entrar e ficar com ele até que acorde, tudo bem. Mas faça silêncio! E conte a ele tudo o que eu te disse. Seria bom se ele arrumasse um alfa para ajudá-lo em breve.
— Ele não precisa arrumar porra nenhuma! Ele já tem um! — MinHo disse entredentes e entrou na enfermaria.
Ao entrar na enfermaria, MinHo encontrou o menor dormindo num sono profundo. Puxou uma cadeira e sentou do seu lado.
— Poxa, Tae! Seu você soubesse o quanto eu ‘tô arrependido dessa merda de aposta! — MinHo pegou a mão do menor e colocou entre as suas. — Essa merda toda começou só porque você nunca nem sequer olhou pra mim. Custava ter me notado antes, porra? Sei que esse caralho todo de ser alfa ou ômega atrapalhou tudo, mas por que você resolveu odiar o mundo só por ser um ômega, hein? — A frustação que sentia saía em suas palavras. — Agora me diz como eu vou te explicar essa porra toda e ainda te pedir uma chance, hein? — Suspirou profundamente. — Com certeza, você vai me matar quando souber disso tudo!
— Hum... ainda dói... — TaeMin resmungou enquanto dormia.
— Que grande merda eu fui fazer! — MinHo colocou a cabeça entre as mãos e suspirou ainda mais frustrado. — Mas que porra de dor de barriga é essa? — Ele levantou correndo da cadeira em direção ao banheiro.
 XXXXX
 A comemoração pelo título do campeonato durou o dia toda na escola. Tanto os jogadores quanto o público tentavam comemorar a tão suada vitória por 1 X 0, com um gol do capitão que simplesmente abandonara a partida para cuidar de um menino que estava caído na arquibancada, mas o principal assunto que estava rodando entre os grupinhos espalhados pelo campo depois da vitória era o porquê do capitão ter feito isso. O que tinha levado o capitão a deixar o gramado e o time para trás e ir socorrer Lee TaeMin?
— O que está acontecendo entre eles dois, JongHyun? — ChangMin tentava tirar alguma informação do menor. — Eles estão juntos?
— Fala logo o que você sabe dessa merda, Jong? — Kyuhyun perguntava impaciente.
— Pra começar, eu ‘tô tão surpreso quanto vocês! — JongHyun respondeu com desdém. — E mais uma coisa: eu não devo satisfação a nenhum de vocês dois! Eu tenho certeza que essa porra dessa aposta só vai foder ainda mais a vida do MinHo com o TaeMin!
— O problema não é meu se o MinHo é um idiota de querer apostar logo a virgindade do cara que ele gosta com a gente! — ChangMin debochou. — E ainda mais esse cara sendo o TaeMin!
— Como é que você sabe dessa porra? — JongHyun exclamou exaltado. — O MinHo não contou pra ninguém além de mim que gosta do Tae!
— Meu caro, JongHyun, como você mesmo acabou de dizer, eu não te devo satisfações. — ChangMin deu um tapinha no ombro do menor. — Vamos embora, Kyuhyun! Essa aposta acabou de ficar ainda mais interessante!
               Na enfermaria, MinHo aguardava pacientemente ao lado de TaeMin alguém vir buscá-lo. O enfermeiro da escola havia telefonado para a casa dos Lee e avisado que TaeMin havia passado mal. MinHo decidira esperar ali pois queria que o menor o visse caso acordasse.
               — Olá, meu rapaz! — Um senhor se aproximara de MinHo e o tocou no ombro. — Me chamo Park e trabalho na mansão da família Lee. Vim buscar o menino TaeMin.
               — Ele ainda está dormindo! Acho melhor você não acordá-lo porque a dor pode voltar — MinHo lhe explicou preocupado.
               — O enfermeiro já me disse tudo a respeito da situação do menino Lee — o empregado Park dizia pacientemente. — Assim que chegar em casa colocarei os pais dele a par de tudo! Tenho certeza que eles procurarão fazer o melhor para deixar o menino Lee confortável o mais rápido possível. Agora se você puder me dar licença, preciso pegá-lo.
               As palavras do empregado só fizeram com que a preocupação de MinHo aumentasse, pois sabia muito bem o que elas significavam. Dentro de poucos dias, o cio de TaeMin estaria no auge e seus pais fariam de tudo para que ele não sofresse, ou seja, encontrariam um alfa que quisesse copular com TaeMin mesmo sem marcá-lo. O menor poderia sofrer ainda mais nas mãos de uma alfa que só buscaria satisfazer a si mesmo ou pior ainda, acaba nas mãos de um alfa que o marcaria e o faria seu para sempre.
               Só de pensar nisso, o humor de MinHo afundou extremamente. Nem mesmo sabia se o time havia conseguido vencer a partida, mas isso pouco importava. Por quase uma hora, a sua barriga não lhe deu trégua e fora necessário o enfermeiro lhe dar um remédio para poder se sentir um pouco melhor. Agora, ao observar o menor sendo levado pelo empregado, MinHo não tinha mais ânimo para saber de mais nada. Só queria ir para casa e decidir o que faria a seguir.
               — MINHO! — A voz do amigo o fez parar. — Eu preciso falar com você! — JongHyun disse quase sem fôlego. — Te procurei por quase toda a escola, cara! Onde você estava?
               — Eu ‘tô indo embora, Jong — MinHo disse desanimado. — Quer uma carona?
               — Você não vai ficar pra comemorar o título não? — Jong disse espantado. — Tá a maior festa lá no gramado e todo mundo está perguntando por você. MinHo, você fez o gol do título!
               — Vai querer a carona ou não? — MinHo disse indiferente. — Era isso que você queria me falar?
               — Cara, o que deu em você? — JongHyun insistiu. — Mas não é isso que eu quero te falar... olha só, tem alguma coisa errada nessa aposta que o ChangMin fez com você.
               — Como assim, Jong? Ele te disse alguma coisa? — MinHo perguntou curioso.
               — Na verdade, ele não disse nada demais! — JongHyun disse meio confuso. — Mas o jeito que ele falou... dá pra sacar que ele tá aprontando alguma coisa!
               — Ah, Jong! Isso é coisa da sua cabeça! — o maior disse frustrado. — Ele é um idiota, mas eu sou muito mais idiota do que ele já que aceitei participar dessa palhaçada, não é mesmo? — Sorriu frustrado. — Minha carona chegou! Vai comigo ou não?
               — Não vou não! O KiBum está vindo me buscar! — JongHyun respondeu. — Tem uma festa hoje na casa de algum parente dele que eu não lembro o nome, e a gente vai.
               — Ele te obrigou a ir, não é mesmo? — MinHo disse rindo. — Você sempre faz o que ele quer, não é mesmo?
               — E você não faria se fosse com o Tae? — JongHyun respondeu, rindo também. — Você sabe que ele é o amor da minha vida, não sabe?
               — Sei sim! — MinHo suspirou. — Será que o Tae é o meu ômega, Jong?
               — Eu espero que não seja, meu amigo... — JongHyun respondeu sério. — Porque se for, depois que ele descobrir tudo isso, dificilmente te perdoará!
               — Eu preciso ir... — MinHo seguiu até o portão da escola e entrou no carro que o aguardava.
 XXXXX
                 — MinHo, posso entrar? — seu pai batia na porta de seu quarto.
               — Entra aí, pai! — O maior estava deitado brincando com uma bolinha, que jogava no teto e pegava de volta.
               — Tá tudo bem com você, rapaz? — o pai lhe questionou. — Soube que o seu time ganhou o campeonato e você nem ficou para comemorar com seus companheiros. Além de ter largado a partida e não ter voltado pra ajudá-los. Aconteceu alguma coisa?
               — Não aconteceu nada de mais, pai! — MinHo respondeu sem o encarar. — Não precisa se preocupar! Mas quem lhe contou isso? Como ficou sabendo disso tão rápido?
               — As notícias voam, meu filho! — O homem deu uma risada alta. — Ainda mais notícias como essa.
               — Não dê importância pra isso. Eu estou bem. — MinHo deu um sorriso de canto para comprovar o que dizia ao pai.
               — Se é assim, não vai se importar em se arrumar e acompanhar a sua mãe e a mim numa festa hoje à noite, não é mesmo? — O mais velho sorriu enquanto levantava da cama.
               — Festa? Hoje? — MinHo o olhou incrédulo. — Não mesmo, pai! Eu ‘tô cansado e, se puder, gostaria de ficar em casa! Não 'tô no clima pra festa, não!
               — Realmente a sua mãe e eu gostaríamos que fosse você fosse conosco a essa festa já que, se eu não estiver errado, seu cio está se aproximando, e acho que já está na hora de você encontrar um ômega que possa marcar e ficar com você!
               — Pai! Isso não é tão fácil assim! — MinHo não queria ter aquela conversa com o seu pai. — Quando meu cio começar, eu dou um jeito, não se preocupe! Eu só não quero ir à festa, tá?
               — E o seu jeito é ter um beta diferente entrando e saindo dessa casa todo dia enquanto você estiver no cio? — O pai endureceu o tom de voz. — Você sabe muito bem que eu não gosto disso! Já te falei que se for pra fazer isso, é melhor você ir para o apartamento que a sua mãe e eu te demos! Na nossa casa não é lugar pra isso!
               — Eu sei, pai! — MinHo não iria discutir com o pai. — O senhor tá certo. Depois eu vejo isso.
               — Hum... Em outra hora, voltaremos a falar disso, MinHo — o pai disse seguindo até a porta. — Mas agora eu preciso ir e começar a me arrumar pra festa na casa dos Lee. Sua mãe detes...
               — FESTA NA CASA DOS LEE? NA CASA DE LEE TAEMIN? — MinHo deu um pulo da cama.
               — Se eu não me engano, esse é o nome do filho mais novo da aniversariante, sim! — o pai de MinHo respondeu parado em frente a porta. — É justamente ele que a sua mãe e eu queríamos que você conhecesse! Ele é um ômega e dizem ser muito bonito, além de pertencer a uma boa família!
               — Eu vou a essa festa, pai! — MinHo disse já pulando da cama e indo em direção ao banheiro.
               — Isso tudo é por causa desse rapaz? — O pai seguiu até a porta do banheiro. — Até que seria uma excelente ideia te ver junto com alguém da família Lee. Acho que eu posso conversar com o pai dele e ver se eu resolvo as coisas pra você. Sei que a sua mãe e a mãe deles se conhecem da acade...
               — Pai, por favor, não precisa se meter nesse assunto, tá? — MinHo interrompeu o pai. — Já chega a confusão toda que deu ano passado quando o senhor rompeu o meu compromisso com a Sulli, ok?
               — Mas eu só rompi o compromisso que vocês tinham por sua culpa e da sua mãe! — O homem aumentou o tom de voz. — Você disse que não passaria o resto da sua vida com alguém que não amava e sua mãe te deu total apoio!
— E como sempre, você sempre faz as vontades dela! — MinHo sorriu ligando o chuveiro. — Pai, quando conheceu a mamãe, como o senhor sabia que era com ela que você queria passar o resto da vida?
— Eu acho que sempre soube, filho. — O pai amansou o tom de voz. — A sua mãe sempre foi especial. O cheiro dela me enfeitiçou de tal maneira que eu conseguia identificá-lo mesmo no meio de uma multidão. Isso mesmo antes de marcá-la. — Ele deu um sorriso de canto diante das lembranças. — Diz a sua mãe que o meu cheiro também era diferente dos demais!
— Ela também se sentia diferente em relação a você? — O mais jovem colocou a cabeça para fora do box espantado. — Achei que isso só acontecesse com os alfas quando encontravam um ômega especial.
— Nem sempre, MinHo — o homem disse, indo em direção à porta. — Quando a ligação entre um alfa e um ômega é especial, parece que ambos podem sentir isso, filho! Agora termine de se arrumar porque não demoraremos muito a sair. — E se retirou.
Enquanto terminava de se arrumar para ir a tal festa, MinHo não deixou de pensar um só segundo naquilo em que seu pai disse. É lógico que havia se relacionado com alguns ômegas e betas durante os dois cios que já tivera, mas o cheiro de cada um deles era muito similar uns aos outros. Em determinado momento, chegava até achar que se tratava da mesma pessoa de tão sutil que era a diferença. Mas com TaeMin, nunca havia sido assim. O cheiro que emanava do menor era tão bom, tão diferente dos demais que fazia com que MinHo quisesse se aproximar dele de qualquer forma. Chegou a segui-lo em vários lugares, não só pela escola, seguindo o cheiro que o consumia e o hipnotizava.
Porém, ao descobrir de quem se tratava e sabendo que não teria nenhuma possibilidade de ter TaeMin para si, pois ele seria provavelmente um alfa, MinHo decidiu ficar por perto de alguma forma e teve a estúpida ideia junto com ChangMin de começar a implicar com ele.
TaeMin sempre o respondia a altura, chegando em diversas situações a provocá-lo, além do que, normalmente seria capaz de suportar. Entretanto, lá estava aquele bendito cheiro que o deixava quase à beira de pular em cima do menor. E não seria para começar uma briga.
Até que o dia em que tudo mudou. TaeMin era um ômega. Mas isso fez com que ele mudasse completamente. MinHo até tentou conversar com ele, mas o menor o ignorava por completo. Tentou tantas vezes que, no primeiro momento, em que perdeu a cabeça e debochou da sua nova condição, TaeMin reagiu. E, a partir dali, tudo havia mudado pra pior.
Mas ao ver o menor ali na enfermaria e depois de passar todo aqueles dias na companhia dele, MinHo tinha certeza de que fizera a maior besteira da sua vida ao aceitar aquela aposta. TaeMin não merecia aquilo, e ele também não queria fazer aquilo. Ele queria ficar com TaeMin, mas da maneira certa. Queria ele pra si. E tinha quase cem por cento de certeza que isso não seria coisa de momento e sim para a vida toda. Ele teria que arrumar um jeito de resolver a situação o mais rápido possível. E isso seria naquela noite.
Assim que chegou à festa, MinHo queria ir procurar TaeMin. Infelizmente, seu pai queria que ele cumprimentasse várias pessoas naquele lugar. Na terceira pessoa que MinHo falava, seus pais acabaram por se afastar um pouco dele e MinHo viu ali a oportunidade perfeita para sair à procura de TaeMin.
Estava o procurando em uma das muitas salas daquele lugar, quando esbarrou em JongHyun e KiBum:
— Mas é um troglodita mesmo, não é? — KiBum resmungou assim que viu quem era. — Por que não olha pra onde anda, hein?
— KiBum, cadê o TaeMin? — MinHo perguntou. — Preciso falar com ele agora!
— Eu não conheço nenhum KiBum! E você, Jong? — KiBum respondeu ironicamente.
— Porra, KiBum! Eu ‘tô com pressa! — MinHo estava impaciente. — Fala logo onde o Tae está?
— Ah! Eu não sou obrigado a nada, meu bem! — KiBum continuou com o deboche. — E KiBum são os betas insignificantes que você come! É KEY! E o que você quer falar com o meu primo? TAE? Desde quando vocês são íntimos desse jeito?
— Que caralho, JongHyun! — MinHo perdeu a paciência. — Como você consegue conviver com esse ser irritante?
— Ele nem é tão irritante assim! — JongHyun respondeu distraído. — E o TaeMin está na biblioteca, segunda porta a direita virando o corredor! Eu o vi entrando lá quando estava voltando da cozi...
— EU SOU IRRITANTE, JONGHYUN? — KiBum estava furioso com o namorado. — É ISSO QUE VOCÊ DISSE? É MUITO BOM SABER DESSAS COISAS! MALDITA HORA QUE EU DEIXEI VOCÊ ME MARCAR! OLHA SÓ O QUE EU SOU OBRIGADO A ...
MinHo não estava mesmo com saco para ouvir os dramas de KiBum. Não sabia como JongHyun conseguia aguentar todo o drama em pessoa que ele era. Seu amigo realmente devia amá-lo muito.
Seguindo o caminho que JongHyun havia lhe dito, MinHo chegou até a biblioteca! Entrou sem bater e fechou a porta sem fazer barulho. Ao contrário do que imaginava, não encontrou o menor lendo algum livro ou distraído com alguma outra coisa. Ele estava encolhido em um dos sofás, com a cabeça entre os joelhos, que segurava com as mãos, gemendo baixinho:
— Tae? A dor voltou? — o maior falou enquanto se aproximava.
— O que... você está... fazendo aqui? — TaeMin levantou a cabeça e perguntou curioso diante a presença do maior.
— Meus pais vieram pra festa, e eu vim te ver! — MinHo se agachou na frente do menor e disse lentamente. — Eu preciso conversar com você e te contar uma coisa séria.
— MinHo, eu não que... ro saber de nada que... diz respeito a você! — TaeMin disse, ainda gemendo por causa da dor. — Só vá embo... ra e me dei.. xe em paz!
— Eu não posso, Tae! — MinHo insistia. — Você tem que saber de uma coisa...
— O QUE... É QUE VOCÊ TAN... TO QUER CON...TAR? — TaeMin disse irritado se levantando, mas não conseguiu ficar em pé por muito tempo e caiu.
— TAE! — MinHo estava realmente preocupado. — Eu vou te ajudar, vem aqui!
— COM CER... TEZA VOCÊ VAI ME A... JUDAR! — TaeMin se forçou a ficar em pé, respirou profundamente, tomou fôlego e falou. — E como você vai me ajudar? Ah! Seria se oferecendo pra transar comigo e fazer com que essa merda de dor passe? Você seria tão bondoso e cavalheiro em me ajudar desse jeito? Ah! Já sei, você vai me ajudar porque agora somos amigos! É isso, não é?
— TaeMin, por favor, me deixa te explicar a situação! — MinHo pedia ao menor. — Só me ouve um minuto!
— QUE CARALHO, MINHO! — TaeMin gritava exasperado. — EXPLICAR O QUE? QUE VOCÊ VAI TRANSAR COMIGO PRA ME AJUDAR OU PRA VENCER UMA MERDA DE UMA APOSTA?
— Do que você está falando, Tae? — o maior perguntou surpreso com o que TaeMin acabara de dizer.
— PORRAAAAAAA! — suspirou longamente outra vez. — Eu tô aqui quase morrendo com esse caralho de dor e você vem de deboche com a minha cara? Vai se foder, MinHo! Eu sei sobre a merda da aposta, tá! Sei de tudo o que você e aquele babaca apostaram!
— Você sabe? — a voz de MinHo quase não saiu. — Tae... Sobre isso, não é o que você está imaginando! Podia ser no início, porque eu agi na pilha do ChangMin, mas depois, as coisas mudaram...
— Mudaram? É serio? — TaeMin ria em deboche. — Pois bem, MinHo, se mudaram ou não, estou pouco me fodendo! Eu preciso é ser fodido e você será a última pessoa nesse mundo pra quem eu irei dar! Pode ir começando a se acostumar a ser escravo do seu amiguinho ridículo! — TaeMin  terminou de falar e se levantou com dificuldade pra sair da biblioteca, mas ao passar pelo maior teve o seu braço segurado por ele.
— Só me escuta um minuto! — MinHo suplicava. — Para de ser assim tão teimoso, Tae! Eu sei que você está sofrendo e eu só quero ajudar!
— VOCÊ SÓ AUMENTA O MEU SOFRIMENTO, MINHO! — TaeMin gritou com sinceridade. — É você que está fazendo com que a minha dor aumente! AGORA ME SOLTA!
— O que está acontecendo aqui? Eu estava indo ao banheiro e ou... MINHO! — a menina que abriu a porta gritou surpresa assim que viu o maior parado ali. — Eu realmente estava te procurando! Seus pais me pediram pra te achar e levá-lo de volta a festa! Eles realmente estão furiosos com você por ter desaparecido assim que chegou! A titia não para de reclamar! E por que vocês estão aqui sozinhos? Por que você está segurando o braço dele? Eu exijo saber o que está acontecendo aqui!...
— CALA A PORRA DA BOCA E SAI DAQUI, SULLI! — MinHo gritou com ela. — SOME DAQUI AGORA! — TaeMin aproveitou a discussão pra tirar seu braço da mão do maior. Mas MinHo não o deixaria ir tão facilmente e voltou a agarrar o seu braço outra vez. — Você não vai sair daqui antes que eu possa ter a chance de explicar tudo pra você!
— MINHO! VOCÊ NÃO PODE FALAR ASSIM COMIGO! EU SOU SUA NOIVA! — a menina o respondeu com lágrimas nos olhos. — Desse jeito você me magoa!
— Sua noiva? — TaeMin soltou uma risada debochada. — A história só fica cada vez melhor!
— PARA DE FALAR MERDA, GAROTA! — MinHo estava perdendo a paciência. — VOCÊ SABE MUITO BEM QUE A HISTÓRIA NÃO É ASSIM!
— GENTE DO CÉU! QUE GRITARIA É ESSA? TÁ PARECENDO UMA FEIRA LIVRE! — KiBum interrompeu a discussão aos gritos. — O que está acontecendo aqui?
— Key, eu não tô me sentindo bem... Tá doendo muito! — TaeMin chamou a atenção do primo. — Me tira daqui!
— O QUE ESSE BOÇAL TÁ FAZENDO SEGURANDO VOCÊ? — KiBum avançou na direção de MinHo e tirou TaeMin de seu aperto. — Se você o machucou, juro que arranco isso aí que você tem no meio das pernas na unha!
— KiBum, não se mete nisso! Eu só preciso terminar de falar com ele! — MinHo disse entredentes.
— Só por cima do meu cadáver! — KiBum o respondeu autoritário. — Vamos, Tae! Vou te levar pro seu quarto e avisar ao titio que você não está bem.
— Não quero estragar a festa da mamãe, Key — o menor disse baixo, apoiando o corpo no primo. — Ela estava esperando esse dia faz tempo.
— Eu vou ficar lá cuidando de você, mas pelo menos o JinKi vai ter que saber! — KiBum caminhava na direção da porta com o primo.
— Tae, eu vou voltar amanhã pra gente terminar de conversar! — MinHo ainda tentava fazer o menor lhe ouvir uma última vez.
— Pro inferno você, sua noiva e sua conversa! — Foram as últimas palavras do menor antes de sair da biblioteca com o primo.
— Nossa! Como ele é mal educado, né? — Sulli disse se aproximando de MinHo. — Por que você ainda fica querendo conversar com ele? Que assunto é esse que vocês têm tão importante assim pra você praticamente suplicar a atenção dele? Eu não gostei disso não, MinHo! Fiquei com ciúmes! — Acabou de falar e abraçou o maior.
— Bota uma coisa nessa porra de cabeça vazia que você tem: eu não quis ficar com você antes, não quero agora e não vou querer nunca! — MinHo disse a segurando nos braços e a encarando. — Graças a Deus, meu pai rompeu aquele maldito compromisso que nossas mães fizeram quando éramos pequenos! Então, para com essa palhaçada de ficar dizendo pra todo mundo que é minha noiva! Some da minha vida! — O maior a jogou no sofá e saiu irritado.
 XXXXX
 O fim de semana não tinha sido nada fácil pra MinHo. No sábado, havia perdido a final do campeonato de futebol e, depois de tudo o que TaeMin tinha lhe dito naquela festa, pensava que não tinha como as coisas ficarem pior. Mas estava completamente enganado!
Assim que acabara de jogar Sulli no sofá, saiu da festa ignorando os chamados de JongHyun e de seus pais. Acabou conseguindo um táxi e foi pra casa, onde num acesso de raiva tinha quase destruído o seu quarto por completo.
Quando seus pais chegaram, a situação piorou um pouco mais. Eles estavam extremamente irritados com o fato de MinHo ter chegado na festa e não ter feito o seu papel como um perfeito cavalheiro membro da família Choi e ignorado muitas pessoas importantes que ali estavam, e o fato de terem encontrado o seu quarto naquele estado deplorável, não ajudou em nada. Para um jovem que completaria dezoito anos em breve, estar de castigo por um mês em pleno mês de seu aniversário era algo que nunca pensou que aconteceria.
— Tá vindo de algum funeral, cara? — JongHyun tentou fazer graça com o amigo.
— Vai se foder, JongHyun! — MinHo falou entredentes com o amigo. — Não quero papo com ninguém nessa porra desse lugar!
— Caramba! Você está falando igualzinho ao TaeMin, MinHo! — JongHyun continuou, tentando implicar com MinHo. — Esse tempo que vocês passaram juntos realmente fez com que vocês se conectassem, não é mesmo?
               — Eu vou te enfiar a porrada se você continuar aqui! — MinHo fuzilou o amigo com o olhar.
               — Tudo bem! Se é assim, não vou nem te contar o que tá acontecendo com o TaeMin, então — o menor disse com um ar zombeteiro e se virou para sair, mas foi puxado com certa violência pelo maior.
               — O que aconteceu? Onde o Tae está? — MinHo questionava ao amigo, ansioso.
               — Me solta, cara! — JongHyun se soltou das mãos de MinHo e tentou se ajeitar. — Você faz a merda toda e agora fica assim! Se controla!
               — Fala logo, Jong! Não ‘tô com paciência pra suas gracinhas, não. — MinHo disse entredentes.
               — Calma aí, estressadinho! — Jong falava com o amigo. — Agora, falando sério, a situação do TaeMin piorou de sábado pra cá! Os pais dele estão tão preocupados que já avisaram que ele não virá pra escola enquanto a situação não melhorar.
               — Você quer dizer enquanto o cio dele não passar! — MinHo cortou o amigo.
               — Não dessa vez, meu amigo. — JongHyun continuou. — KiBum me contou que os tios não deixaram o TaeMin passar por todo o sofrimento do cio sozinho como fez da última vez. Mesmo se ele não concordasse, eles iriam arrumar um alfa para ajudá-lo a passar por esse período.
               — Eles já arrumaram um alfa pro Tae? — MinHo estava começando a ficar desesperado. — E ele concordou com isso?
               — Como o KiBum mesmo me disse, “o Tae estava estranhamente mais receptivo com as ideias que seus pais estavam tendo” — o menor falou. — Parece que ele não fez nenhuma objeção.
               — Foi muito rápido, Jong! — MinHo agora estava desesperado. — Como eles conseguiram isso em um dia?
               — Cara, isso eu não sei! — JongHyun estava tentando ajudar o amigo. — E eu odeio ser o chato da história, mas eu bem que te avisei que essa aposta não terminaria bem.
               — Essa merda de aposta! — MinHo agora estava furioso. — Eu vou resolver essa porra agora!
               — Resolver o que? — JongHyun correu atrás do amigo. — Que merda que você vai fazer agora?
               — Cala a boca e me segue, Jong! — MinHo andava apressado. — Se eu bem conheço aquele filho da puta do ChangMin, ele deve estar no vestiário agora. Vai ficar por lá até a segunda aula começar.
               — O que você quer falar com aquele babaca? — JongHyun falava atrás do amigo. — Deixa esse idiota pra lá.
               — Eu te disse pra fechar a porra da boca, não disse? — MinHo fuzilou o amigo com o olhar e JongHyun achou prudente não falar mais nada.
               Chegando ao vestiário, MinHo e JongHyun escutaram algumas risadas vindas do fundo, próximo aos chuveiros. Fazendo sinal para que Jong não fizesse barulho, MinHo começou a se aproximar do local de onde vinham as risadas, a fim de que pudessem surpreender as pessoas que estavam naquele local.
               — Eu ‘tô realmente chocado com a sua inteligência, Chang! — Kyuhyun dizia ao amigo.
               — Kyu, até eu ‘tô surpreso com o rumo que as coisas tomaram e como o destino conspirou a meu favor! — ChangMin falava entre risos. — Não imaginava que no final de tudo, eu conseguiria me vingar do MinHo e, ainda por cima, tirar dele a única coisa que ele mais quer no momento: o TaeMin!
               — Como assim? — Kyuhyun perguntou curioso.
               — Eu só me tornei amigo do idiota do MinHo por pressão do meu pai. O velho sempre encheu o meu saco pra me dar bem com alguém da família Choi, já que ele trabalha pro pai do TaeMin , portanto, já frequenta a casa dos Lee — explicava ChangMin.
               — Disso eu sei, Chang! Até aí, não é nada demais — Kyu respondeu ao amigo.
               — É extremamente irritante ver o MinHo sendo o centro das atenções em tudo quanto é lugar só porque carrega a porcaria de um sobrenome importante! — ChangMin dizia com raiva. — Eu sou muito melhor que ele e sempre fico em segundo plano porque lá está o MinHo em primeiro! Até a porra do casamento arranjado com a gostosa da prima dele, ele conseguiu cancelar só porque ela não era o seu ômega! Quem consegue fazer isso hoje em dia, Kyu? Só o bonzão do MinHo que tudo pode! — A irritação só aumentava. — Mas mesmo assim eu tinha que obedecer ao idiota do meu velho! Virei um dos melhores amigos do retardado do Choi!
               — Chang, para de rodeio e diz logo o seu plano! — Kyu estava impaciente. — Detesto esses papos longos e complicados!
               — Porra! Como você é um pé no saco! — ChangMin resmungou. — Tudo bem. Eu já desconfiava que o MinHo tinha uma quedinha pelo TaeMin faz tempo.
               — Quedinha?! — Kyuhyun o interrompeu. — Um precipício, você quer dizer. E isso não é novidade, Chang. Lembra quando o MinHo tomou um porre no dia que ganhamos a semifinal do campeonato e acabou falando o quanto achava Lee TaeMin incrível e que o cheiro dele era o melhor cheiro que ele já sentiu na vida? Pra dizer a verdade, o Lee nem cheira tão bem assim! É um cheiro bom, mas como de qualquer outro ômega.
               — Realmente você é um idiota, sabia? — ChangMin falava rindo. — O cheiro dele é assim pro MinHo porque ele gosta do Lee e provavelmente eles são “o par perfeito” um do outro! Não é a toa que o Lee também sentia a mesma coisa!
               — E como você sabe disso? — Kyuhyun perguntou curioso.
               — Em algumas situações, eu tive que ir até a casa dos Lee para o meu pai e aproveitava para espionar o que eu podia por lá — ChangMin dizia orgulhoso. — Até que um dia ouvi o TaeMin e o primo conversando, e ele perguntava sobre o MinHo e contava o que sentia toda vez que sentia o cheiro dele. O primo idiota dele falou que isso era estranho já que o Lee seria um alfa e que o melhor a fazer era esquecer tudo aquilo.
               — Nossa! Ele já tava caidinho pelo MinHo, então? — Kyuhyun riu.
               — Pelo visto sim! Mas com toda a pressão de ser um alfa, ele acabou se concentrando nisso e se fodeu quando acabou virando um ômega. — A risada dos dois encheu o local. — Aí ele ficou fazendo a porra de um drama sem fim, e o idiota do MinHo resolveu chamar a atenção dele do jeito errado. Melhor pra mim, que só coloquei pilha e fiquei vendo o circo pegar fogo.
               — Você realmente não vale nada! — Kyu riu ainda mais.
               — Enfim, a história da aposta foi só pra afastar ainda mais os dois, já que o retardado do MinHo não nega uma competição. — ChangMin continuou. — O fato do TaeMin ter descoberto tudo, só me ajudou ainda mais.
               — Por quê? — Kyuhyun perguntou ainda mais curioso.
               — O TaeMin tá quase morrendo por causa do cio dele — Chang fazia questão de explicar ao amigo. — Parece que tudo o que ele fez pra suportar o outro sem dar pra um alfa qualquer fez com que esse cio se antecipasse e ele nem consegue andar de tanta dor. Precisa ser comido urgentemente. — A risada de ChangMin foi ainda mais alta. — E é aqui que eu entro. Na festa, depois que ele e o MinHo brigaram, e antes que você me pergunte, eu estava na casa dos Lee no sábado com o meu pai, segui o MinHo discretamente assim que ele chegou e fiquei ouvindo atrás da porta ele e o TaeMin brigarem, ele passou muito mal e seus pais ficaram desesperados. Tentaram arrumar um alfa de qualquer jeito pra ele e enquanto o pai dele fazia várias ligações, o meu pai me ofereceu pra “ajudar” o menino Lee!
               — E você como um bom filho obedeceu! — Kyu explodiu em risos.
               — Aceitei, mas ainda não o ajudei — ChangMin continuava falando. — Eles até que falaram pra eu ir lá ontem e resolver tudo logo, mas eu achei melhor esperar até hoje e vir pra escola, pra ver como o coitado do MinHo está e tirar um sarro da cara dele. Ainda não vou contar a grande novidade pra ele. Vai ser melhor quando ele vir o TaeMin novamente, marcado por mim, submisso às minhas vontades!
               — Você vai marcá-lo mesmo? — Kyuhyun disse surpreso.
               — O pai dele me pediu pra não fazer isso. Ele quer apenas que eu o ajude a passar por essa fase difícil, mas eu não vou perder a oportunidade de fazer parte do clã Lee e de pisar no alfa todo poderoso Choi MinHo — ChangMin falava orgulhoso de sua decisão. — A partir de hoje à noite, o filho mais novo do clã Lee terá um novo dono!
               MinHo estava quase explodindo de tanta raiva escondido atrás do armário. JongHyun estava tendo muito trabalho para conseguir conter o amigo. Sabia que MinHo tinha toda razão e motivos pra quebrar a cara daqueles dois ali mesmo, mas ele tinha algo mais importante para fazer naquele momento.
               — Eu sei que você quer ir lá e quebrar a cara deles, mas você tem que ir atrás do Tae agora. — Assim que MinHo ouviu o nome do mais novo, começou a prestar atenção nas palavras de Jong. — Só você pode fazer com que o Tae não passe por isso tudo. Ele não merece ser humilhado dessa maneira.
               — O que você acha que eu posso fazer se ele nem quer ver a minha cara? — MinHo disse entredentes irritado.
               — Vai pra casa do Tae agora! — JongHyun teve uma ideia. — Eu vou ligar pro KiBum e contar tudo. Tenho certeza que se tem uma pessoa que pode te ajudar nesse momento é ele. — JongHyun puxava o amigo pra fora do vestiário. — Mas pelo amor de Deus, chame-o de Key! Ou ele não vai querer te ajudar.
               MinHo não sabia muito bem o que dizer ou que fazer naquele momento, mas se havia alguma chance de consertar as coisas com o TaeMin, não importava o que teria que fazer ou como faria, só importava em ter TaeMin pra si.
 XXXXX
                 Assim que chegou à casa de TaeMin, KiBum já o esperava agitado nos portões da mansão:
               — Eu devia é quebrar essa sua cara ridícula em duas, seu sapo gigante! — O loiro estapeava o maior com força. — Que ideia absurda é essa de apostar o Tae? Você por um acaso tem merda na cabeça?
               — Key, para com isso, tá? — MinHo apenas se defendia. — Eu ‘tô todo errado, sei muito bem o tamanho da cagada que fiz, mas você vai me ajudar ou não?
— Key? — KiBum riu sarcasticamente. — Realmente você está desesperado, hein?
— Quando você vai parar com o deboche e me ajudar? — MinHo estava ansioso. — Eu só preciso falar com ele.
— Eu não sei se ele vai querer falar com você. Está trancando no quarto desde o sábado à noite, depois que conversou com o pai dele — o loiro explicava. — Pelo que me disseram, o dia ontem foi bem ruim, por isso já dispensaram a maior parte dos funcionários e só a minha tia ficou com ele pela manhã. Ela está bem angustiada com o que está acontecendo.
— Por favor, Key, se você quiser, eu converso com a sua tia! Mas eu tenho que falar com o Tae! — MinHo não estava aguentando esperar. — Eu vou falar com ele de qualquer jeito!
— Cruzes! Para de palhaçada que eu já disse que vou te ajudar! — Key semicerrou os olhos. — Eu não sei quem é pior: você todo agitado e suplicando desse jeito ou o Jong e a lerdeza absurda que ele tem.
— Que porra de comparação é essa, KiBum? — MinHo perguntou incrédulo.
— KiBum é o caralho! Já disse pra me chamar de Key! — KiBum apontou o dedo no rosto do maior. — Você realmente quer que eu te explique ou prefere ir ver o Tae? Ah! A minha tia não está em casa. Dei um jeito dela sair — o loiro disse com orgulho na voz.
— Onde ele está? — MinHo disse tomando a frente e abrindo a porta. — DEUS DO CÉU! — Assim que entrou na casa, o maior teve o olfato invadido por um forte e inebriante odor.
— O que foi? Por que você está empacado aí? — KiBum o empurrou pra poder passar. — Qual o problema? E que cara é essa?
— Você não está sentindo esse cheiro? — MinHo disse já andando em direção as escadas. — Como isso é bom.
— De que porra você está falando? — Key andava rápido na direção em que MinHo estava. — Toma isso. — Jogou uma chave para MinHo. — São as chaves extras do quarto do Tae. Siga em frente no corredor e vi...
— Eu sei aonde é. É só seguir o cheiro — MinHo disse, já alcançando o corredor e sumindo da visão de KiBum.
— COMO É QUE VOCÊ SABE, HEIN? — KiBum gritou. — Eu nem acabei de falar! MINHO! Ah! Que se dane, também! — O loiro saiu resmungando da casa e decidiu dar um tempo para que os dois conversassem e quem sabe se entendessem.
 XXXXX
 TaeMin lutava para achar uma posição confortável na cama. Desde sábado à noite, a sua situação havia piorado e muito. Assim que começara a sentir aquela dor durante a partida do campeonato, não imaginava que esta chegaria a esse ponto. E tudo graças ao idiota do MinHo.
A dor por si só já era uma coisa difícil de suportar, mas TaeMin havia percebido que ela se intensificava quando MinHo estava próximo a si.
Fora assim quando ele o pegou no colo e o levou para a enfermaria e quando MinHo tinha entrado na biblioteca. A dor aumentou de tal forma que foi preciso um esforço descomunal para que TaeMin não sucumbisse a vontade de se atirar em cima do maior e lhe implorar pra fazer com que a dor passasse.
Com uma nova pontada mais intensa no baixo ventre e aquele forte e peculiar odor ficando cada vez mais próximo e mais intenso, TaeMin percebeu que as coisas estavam para piorar:
— Por favor, Deus, não é possível! — o menor gemeu e se encolheu na cama. — Não pode ser ele aqui!
Mal acabou de pronunciar aquelas palavras, a porta do seu quarto fora aberta bruscamente. Ele nem precisou olhar para saber quem era:
— VAI EMBORA! SOME DAQUI! — TaeMin berrou.
Ignorando as palavras do menor, MinHo trancou a porta e jogou a sua bolsa em algum lugar daquele quarto. Assim que baixou seus olhos, pôde observar alguns itens peculiares espalhados pelo chão:
— Puta que pariu, Tae! — MinHo exclamou frustrado, com um tom de voz sombrio. — Você sabe que usar essas coisas não vai melhorar em nada a sua situação, não sabe? — A sua voz refletia o quanto ele estava afetado por tudo aquilo. — Qual é o problema em aceitar o que você é?
— Ser um alfa facilita as coisas, não é mesmo? — TaeMin respondeu com dificuldade. — Huuuuummm! — gemeu arrastado. — Mas isso não é mais importante! AI QUE CARALHO! QUE PORRA DE CHEIRO É ESSE QUE VOCÊ TEM? Ele faz doer ainda mais!
— Se você não fosse tão teimoso e me deixasse explicar, poderíamos nos acertar! Poderíamos tentar namo...
— CALA A PORRA DA BOCA! JÁ DISSE PRA FIC... NÃO SE APROXIME DE MIM! — TaeMin tentou mais uma vez mandar o maior embora, mas fora surpreendido com este indo em sua direção e puxando o edredom que o cobria.
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? SAI DE CIMA DE MIM! — TaeMin se debatia preso pelas mãos com o maior em cima de si. Estar nu, com o membro ereto e com a sua entrada vazando o lubrificante natural característico dos ômegas só fazia a situação ficar ainda mais constrangedora para o menor.
— CALA A BOCA E OLHA PRA MIM, TAEMIN! AGORA! — MinHo gritou autoritário e TaeMin quase que involuntariamente o obedeceu. — Eu detesto usar esse tipo de coisa de alfa com você, mas se você não me deixa escolha, é assim que vai ser!
TaeMin observou atentamente o olhar do mais velho e pôde perceber como este estava mais escuro, transparecendo excitação e desejo. Ao mesmo tempo em que aquilo o amedrontava, também fazia com que o seu desejo e sua dor aumentassem.
— A aposta foi um erro, e eu me arrependo profundamente disso! — MinHo dizia sinceramente. — Mesmo podendo usar essa merda de coisa de alfa com você, eu nunca fiz isso e fiquei de longe. Mas acabei fazendo uma cagada atrás da outra e te afastando de mim cada vez mais. Queria poder voltar atrás ou consertar as coisas, mas não posso. Só que não vou deixar você ser violado por um cara como o ChangMin. Não vou deixar aquele babaca te fazer sofrer ou qualquer coisa assim só pra tirar uma com a minha cara. Por mais que eu queira você, muito mais do que uma foda, muito mais do que um cio, mesmo me custando a porra da sanidade, eu vou embora! Mas eu vou arrumar um alfa pra te ajudar!
— VOCÊ O QUE? — TaeMin perguntou chocado e incrédulo.
— Isso mesmo que você ouviu! Eu vou embora e trago alguém aqui! — MinHo estava sendo o mais sincero que podia ser. — Ele vai te ajudar a passar por esse cio, sem te marcar, é claro. E quando isso tudo passar, nós vamos conversar e tentar nos acertar.
— Olha o tamanho da idiotice que você está dizendo? — TaeMin não conseguia acreditar naquilo tudo. — Sei bem que nenhum alfa, ainda mais de uma das famílias do clã vai aceitar essa situação. Por que você aceitaria?
— Porque eu quero você independente de qualquer coisa! Se é desse jeito que eu posso te ter, eu aceito! — MinHo afrouxou o aperto nas mão de TaeMin. — O seu cheiro é bom demais! — Abaixou até o pescoço do mesmo e inspirou profundamente. — Se eu não sair daqui agora, não vou conseguir responder por mim. Eu volto em pouco tempo.
Assim que fez menção de sair de cima do menor, MinHo fora impedido pelos braços de TaeMin.
— Aonde você vai? — TaeMin disse com a voz baixa, um pouco envergonhado. — Eu ‘tô com dor! Preciso de ajuda pra fazê-la passar.
MinHo o olhou incrédulo por alguns segundos até assimilar a situação. Mas assim que a sua ficha caiu, grudou seus lábios nos do menor e iniciou um beijo cheio de luxúria e desejo.
Aquele primeiro beijo intenso e apaixonado acabou de vez com a pouca sanidade que MinHo ainda tinha. Ele queria TaeMin. Precisava tê-lo e fazê-lo seu!
As línguas de ambos exploravam a boca um do outro intensamente. Cada canto, cada pedaço era experimentado com vontade, como se não houvesse amanhã. As mãos de MinHo exploravam o corpo nu de TaeMin avidamente. Subiam e desciam pelas curvas que o menor possuía, fazendo com que o maior o desejasse ainda mais.
Quando o fôlego se fez necessário e os lábios se separaram, MinHo desceu até o pescoço do menor e começou a dar leves mordidas seguidas de suaves chupões e beijos. Fora descendo ainda mais, trilhando beijos pelo tórax alvo e intocado, chegando até o mamilo rosado e dando uma leve sugada:
— Min... HO! — TaeMin não aguentou e chegou ao seu ápice, com uma série de pequenos espasmos. — Mas... que... dro... fo... ess...? — tentou dizer, mas não conseguia ser muito coerente.
— Até que você demorou mais do que eu esperava... — MinHo disse com um sorriso no canto dos lábios. — Olha só como você ainda está tão excitado como antes? Temos um longo e prazeroso caminho pela frente, bebê.
— Ainda dói muito — TaeMin disse manhoso.
— Você está tão lubrificado, Tae — MinHo disse olhando a entrada do menor que escorria o líquido abundantemente. — Preciso sentir isso! — Enfiou o dedo médio na entrada do menor que o recebeu sem resistência.
TaeMin gemeu longa e profundamente. MinHo fez alguns movimentos de vai e vem lentamente, observando as expressões de prazer que o menor fazia. Seu membro implorava por atenção dentro de suas calças, mas MinHo sabia que se fizesse isso naquele momento, não conseguiria dar toda a atenção que precisava dar ao menor. Tudo acabaria se resumindo em se satisfazer!
— Isso é tão bom, MinHo! — TaeMin falava enquanto acariciava o seu membro que estava latejando de tão duro. — Anda logo! Eu preciso de mais do que isso!
— Pra que a pressa, Tae? — MinHo estava cada vez mais excitado com o que via. — Quero sentir o seu gosto. — E sem deixar tempo para o menor dizer alguma coisa, MinHo se colocou entre as pernas de TaeMin e lambeu a sua entrada. O menor gemia cada vez mais alto e com mais força. Com as mãos nos cabelos de MinHo, TaeMin tentava controlar a sua respiração, mas nada do que fazia parecia o ajudar.
O menor já estava começando a ter espasmos novamente, mas não conseguiu se controlar e acabou gozando ao sentir a cavidade úmida e quente engolir o seu membro completamente. MinHo tinha deixado a sua entrada e engolido o seu membro. Aquilo tinha sido a perdição de TaeMin mais uma vez, que gozou na boca do maior. MinHo engolira tudo e continuou lambendo e chupando o membro de TaeMin, que permanecia ereto apesar de tudo. Chupava a glande com vontade, ora o colocando todo na boca, ora usando a língua para lamber a cabeça rosada e pulsante.
Assim que TaeMin gozara mais uma vez em sua boca, MinHo voltou a beijá-lo intensamente, fazendo o menor provar o seu próprio gosto.
— Tae, eu não posso esperar mais! — O maior falou tirando a blusa e a calça junto com a cueca que vestia.
— Você já me enrolou demais, MinHo! — TaeMin disse alisando o abdome do mais velho. — Eu preciso de você dentro de mim. AGORA!
MinHo não esperou mais. Ajeitou o seu pesado e duro membro entre as pernas do menor e começou a encaixá-lo lentamente em sua entrada. TaeMin gemia cada vez mais alto e mais intensamente:
— MINHO! Enfi... AAAA... tu... DOOOOO de u... MA VEZ! — O menor não conseguia ser coerente. Mas mesmo assim, MinHo fez o que ele queria. De uma só vez, se colocou por completo dentro de TaeMin, que soltara o mais longo e alto gemido.
O maior permaneceu parado alguns segundos, respirando rápido e com força, tentando se controlar:
— Por favor, se mexa, Min! — Aquelas palavras foram a perdição total de MinHo. Ele começou a estocar o menor rápido e profundamente. Cada estocada fazia a temperatura já alta daquele quarto se elevar ainda mais. Os gemidos eram um só e preenchiam não só aquele quarto, mas provavelmente toda a casa.
MinHo queria mais de TaeMin. Queria senti-lo ainda mais. Saiu de dentro do menor, ouvindo um alto e claro resmungo dele, mas antes que este pudesse dizer alguma coisa, o ajeitou em seu colo e o fez sentar sobre o seu membro.
— Vamos, Tae. Quero te ver engolindo o meu pau. — E ajudou o menor a cavalgar sobre o seu membro. — TaeMin era uma completa bagunça. Mas nunca se sentira tão bem em todos esses últimos meses como estava naquele momento. Cavalgava com vontade, sendo auxiliado pelo maior, enquanto o beijava duramente e arranhava suas costas.
O maior só queria possuir TaeMin de todas as formas que pudesse e assim, segurou o menor nos braços, o beijou longamente e o colocou de quatro na cama.
— Se eu te machucar ou for demais pra você, me fala! Não sei se vou conseguir me controlar. — MinHo não queria assustar o menor.
— Só anda logo com isso! — O menor só queria que MinHo o possuísse mais e mais.
As estocadas recomeçaram fortes e rápidas. Com o cabeça do menor apoiada no travesseiro, MinHo só ia aumentando cada vez mais a velocidade, marcando as nádegas alvas do menor e fazendo com que o nó crescesse.
— TAE! — MinHo gritou enquanto as estocadas ganhavam um ritmo ainda mais rápido. — Tá sentindo isso?
— Min...Ho! — o menor gemia. — O que... é?
— É o nó se formando, Tae — MinHo o segurou pelos ombros e o abraçou sem parar de estocá-lo. — Eu quero marcá-lo, Tae! Me deixa marcá-lo, por favor!
— Anda... logo com... isso! — TaeMin virou a cabeça de lado e o beijou profundamente. — Aproveitando a posição do menor, MinHo desfez o beijo e o mordeu. A dor que o menor sentia no baixo ventre começou a se dissipar enquanto MinHo o mordia. A mordida veio junto com uma forte e demorada estocada aonde MinHo chegou ao seu ápice dentro do menor. TaeMin, por sua vez, tinha mais um orgasmo naquele momento, apoiando os braços na parede para suportar o seu peso e o de MinHo.
Cansados e exaustos, os dois caíram na cama, com MinHo em cima do menor de bruços! Ambos tentavam normalizar as respirações!
MinHo, com o resto de forças que possuía, se levantou e virou o menor para si, deitou-o em seu peito e uniu as suas mãos!
— Como você está se sentindo? — MinHo perguntou enquanto observava as mãos unidas.
— Bem! Muito bem! — TaeMin fora sincero respondendo com um pequeno riso. — E você?
— No momento, eu quero te beijar — MinHo disse e riu enquanto levantava os olhos na direção do menor.
— E você precisa me pedir depois de tudo isso que acabamos de fazer? — TaeMin fora irônico e deu língua para o maior.
MinHo deu um beijo apaixonado no menor, tentando transmitir através dele tudo o que estava sentindo naquele momento.
— Hum! Parece que alguém já despertou outra vez! — MinHo disse ao sentir o membro de TaeMin mais uma vez ereto. — Acho que a segunda rodada vai começar agora mesmo. — O menor não teve nem tempo de responder, pois teve seus lábios mais uma vez tomados por ele.
MinHo não sabia quanto tempo seria necessário para aplacar todo aquele desejo que sentia, mas sabia que faria o que fosse preciso pra poder ter TaeMin o resto da vida do seu lado.
 XXXXX
 — Eu não ‘tô entendendo mais merda nenhuma! — ChangMin chutava irritado uma lixeira no pátio da escola. — Tentei ir à casa daquele idiota do Lee por três dias seguidos e nem me deixaram passar do portão principal!
— Será que eles arrumaram outro alfa pra ele? — Kyu perguntou ao amigo.
— Só pode ter sido isso! MAS QUE CARALHO! — ChangMin disse irritado. — Tava tudo bom demais pra ser verdade!
— Chang, você reparou que o MinHo também sumiu por esses dias? — Kyu questionou ao amigo. — Será que eles não...?
— Você acha que eles...? — ChangMin encarou o amigo surpreso. — Olha lá! O idiota do MinHo resolveu aparecer depois de três dias. Vamos saber dessa porra agora.
— MINHO! — ChangMin chamou o maior. — O que houve com você, cara? Sumiu todos esses dias sem dar notícias. Fiquei preocupado.
— Pois não devia, cara — MinHo o respondeu com um sorriso. — Eu não poderia estar melhor.
— Como assim? — ChangMin perguntou curioso.
— Tá curioso demais, Chang! — MinHo o encarou. — Eu não lhe de... TaeMin! — MinHo olhou na direção do portão da escola e viu o menor chegando. Com os longos cabelos soltos cobertos por uma touca e fone de ouvido, TaeMin entrava cabisbaixo, como sempre fazia. Parou assim que sentiu o cheiro do maior e olhou na direção em que ele estava. Foi ao seu encontro e parou. O sorriso de canto que o maior deu só não chamou mais atenção do que ele fez em seguida, quando selou seus lábios demoradamente nos do menor.
— Senti sua falta agora de manhã — MinHo reclamou manhoso. — Não queria ter ido embora da sua casa. Do seu quarto, pra dizer a verdade.
— Acho que isso não será problema futuramente — TaeMin dizia enquanto tentava ignorar todos os  olhares que recebiam. — Creio que nossos pais não vão reclamar se você ficar hospedado lá em casa por mais alguns dias. Para dizer a verdade, eu ainda estou sentindo um pouquinho de dor, sabia? — O menor fez manha também.
— Que tal a gente ir lá pra casa e aproveitar o resto da sexta no meu quarto? — MinHo sugeriu malicioso. — Eu realmente quero transar com você em todos lugares de lá.
TaeMin deu uma risada e segurou a mão do maior, virando em direção à saída da escola.
— QUE PORRA É ESSA? — ChangMin gritou com o casal, chamando a atenção dos dois. — Desde quando vocês estão juntos? Você sabia que ele apostou a sua virgindade comigo? Que você deu pra esse idiota só porque ele queria ganhar uma aposta ridícula?
TaeMin soltou a mão de MinHo, caminhou até a direção de ChangMin e deu um soco na cara dele.
— Se essa foi a aposta idiota que ele fez, adivinha? Ele venceu — TaeMin dizia, indiferente. — Ele não só tirou a minha virgindade como passou os últimos três dias me fodendo sem parar. E só pra você saber, ele fode muito bem.
MinHo apenas observava de perto a situação, não escondendo o orgulho que sentia do seu parceiro.
— Ah! E mais uma coisinha: a partir de segunda você será não só escravo dele, mas meu também! — O menor voltou até onde MinHo estava, segurou novamente a sua mão e o puxou até a saída.
— Eu realmente me apaixonei e escolhi o ômega certo — MinHo dizia entre risos. — Minha vida ao seu lado nunca será monótona.
— Você ‘tá de carro hoje? — TaeMin perguntou.
— ‘Tô sim, por quê? — MinHo perguntou, levantando a sobrancelha, curioso.
— Acho que não vai dar pra esperar chegar até em casa não! — TaeMin disse o puxando e beijando intensamente.
MinHo riu entre o beijo e se separou do menor, o puxando correndo até o estacionamento.
Apesar do início conturbado, o relacionamento dos dois cresceu com o passar dos anos. Sabiam que apesar de tudo, estavam destinados a pertencer um ao outro e mesmo que lutassem contra isso, no final, acabariam nos braços um do outro.
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Plot enviado: #212 - Minho se vê em uma situação frustrante quando, pela primeira vez desde que se descobriu alfa, é rejeitado por um ômega. Não um simples ou qualquer ômega; mas Lee Taemin, o mais inteligente e frio ômega do colégio, que descobriu que, a princípio, Minho só foi até ele para tentar ganhar uma aposta que fez com os amigos. Contudo, mesmo com esse pequeno empecilho, Choi Minho jamais deixaria de ganhar uma aposta, mesmo que isso implicasse se apaixonar como resultado.
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atiradordeletras · 5 years ago
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O quanto você é apegado a sua imagem? Eu não estou aqui pra julgar ninguém, nem dizer o que é certo ou errado. Só gostaria de tirar alguns pensamentos da minha cabecinha. É que eu vejo muitos lados, muitos ângulos de um mesmo tema e gosto muito da subjetividade dos assuntos. Tem uma porrada de gente querendo pagar de sabichão expondo suas opiniões como se fossem importantes, mesmo sabendo que na real ninguém tem certeza de nada nessa vida, e se tiver tá errado. Mas isso também é outro tipo de apego a uma imagem, mas eu quero começar falando do lado mais superficial da coisa toda.
Por mais desconectado que você seja das pressões sociais, não tem como fugir totalmente das imposições que as pessoas insistem que temos que seguir. E é foda. Acho louco falar das “pessoas” como se eu e você não fôssemos parte disso, mas é uma bola de neve que ninguém se toca ser integrante. A gente vê em todos os cantos a moda, a estética, o padrão, e quem consegue se abster de tudo isso, ainda vai por um caminho que já existe (menos mal, né?).
Mas a grande maioria das pessoas segue os padrões estéticos da sociedade como se fossem regra, e pior, como se fosse uma competição ridícula de quem consegue ostentar mais esteriótipos. E é visível que isso não é saudável pra ninguém. Eu vejo pessoas que não aceitam pequenas imperfeições e vivem uma vida inteira com vergonha de pequenos pedaços que fazem parte do que elas são. Vejo pessoas que usam outras pra agregar mais ainda a sua imagem pessoal, como se tudo pudesse ser objetificado. E todos esses comportamentos são normalizados, porque é o que a indústria do consumismo faz, mas saber e falar sobre isso é “papo de comunista” então vamos deixar quieto.
A imagem do sucesso pessoal é outra coisa que me incomoda um pouco. Tá todo mundo cagando sangue pra poder provar que é bem sucedido nessa porra dessa vida que não tem como vencer em nada. E isso é visível em todas as esferas, desde o macho escroto que inventa mentiras por não ter o que falar (ou quando beija e diz que comeu, mais comum do que se imagina) até o empresário que se afunda em empréstimos pra não aceitar a imagem da falência.
E eu, como adepto da teoria do caos, acho muito importante a imagem do feio, do fracasso, do aestético, do acabado. Porque sem essas imagens, nós não conseguiríamos diferenciar e acabaríamos não apreciando nada. E há um movimento muito grande de ovelhas negras aceitando pra si o papel do antônimo. E eu acho justo, válido, mas também não acho que deveria ser assim. Se todo mundo aceitasse falhar um pouco, ser um pouco feio, o equilíbrio facilitaria tudo pra todos, mas infelizmente, a sociedade não permite.
A vida não é uma competição. A máquina que lucra com o mundo quer que você pense que é, mas se realmente fosse, todos estariam perdendo.
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mary452010-blog · 5 years ago
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[30/4 20:48] Cleiton: Bom, vc merece também. Pq acredito que por mais desejasse oq aconteceu, foi algo do subconsciente, um desejo profundo que nem mesmo o amor mais genuíno pode parar então vc não tem culpa
[30/4 20:48] Mariangela: Q porra é essa
[30/4 20:48] Mariangela: Então vc já se arrependeu?
[30/4 20:49] Cleiton: Não uai kkkk
[30/4 20:49] Cleiton: Vc não entendeu oq eu disse
[30/4 20:49] Mariangela: É oq percebo mesmo. Te conto tudo, e vc não me fala oq sente de vdd
[30/4 20:50] Mariangela: Eai quando pode joga oq eu te disse na minha cara
[30/4 20:50] Mariangela: Então me explica
[30/4 20:55] Cleiton: É só precaução. Oq te falo nada mais que a vdd, porém não me abro completamente desculpa.
[30/4 20:56] Cleiton: Mas isso na maior parte é zoeira ou pra abrir seu olho, nao vou fazer mais então kkk
[30/4 20:56] Cleiton: Oq eu quis dizer é que vc não precisa se sentir culpada pois oq aconteceu a gente não pode controlar, foi maior que nós
[30/4 20:58] Mariangela: Não entendo o pq disso
[30/4 20:58] Mariangela: Se n liga p mim, ou n sente nada
[30/4 20:59] Mariangela: Pode falar
[30/4 20:59] Mariangela: Eu não me importo
[30/4 20:59] Mariangela: Só tô cansada de sempre ser sincera, e não receber verdade em troca
[30/4 21:00] Cleiton: Imagina se eu não sentisse kkkk
[30/4 21:00] Mariangela: Nunca falei p não fazer, mas vc teve um tempão CMG e escolheu não conversar e aí falar as coisas dessa forma, sabendo q vai me magoar, é foda
[30/4 21:00] Mariangela: Como assim?
[30/4 21:01] Cleiton: Sobre verdade véi
[30/4 21:01] Cleiton: Me perdoa por isso, as vezes eu falo brincando mas isso não é justificativa desculpa mesmo
[30/4 21:01] Cleiton: As vezes é foda não te dizer pq penso em preservar nós dois
[30/4 21:01] Cleiton: Vc sabe
[30/4 21:01] Cleiton: Eu te amo demais
[30/4 21:01] Cleiton: Vc é a pessoa mais importante pra mim
[30/4 21:02] Cleiton: Porém véi nem eu nem vc devemos expor esse sentimento profundo
[30/4 21:02] Cleiton: Não enquanto a gente tem relacionamentos
[30/4 21:02] Cleiton: Pq isso complica as coisas
[30/4 21:03] Mariangela: Eu te conto tudo pq acho q vc vai entender
[30/4 21:03] Mariangela: Eu sei disso. Eu nunca reclamei de vc ser assim, só não brinca com oq eu sinto
[30/4 21:03] Mariangela: Nunca pedi p vc sair de um relacionamento e ficar CMG, nunca pedi p vc fazer bobagem
[30/4 21:03] Mariangela: Todo mundo sabe q eu te amo
[30/4 21:03] Mariangela: Todo mundo sabe q eu sou louca por vc
[30/4 21:04] Mariangela: Eu não espero fazer o mesmo, nunca esperei
[30/4 21:04] Mariangela: Mas n brinca CMG
[30/4 21:04] Cleiton: Mas, é isso, alguém jamais vai preencher séu lugar pq é único. Eu me senti o mesmo Cleiton de 6 anos atrás esses dias contigo sentimentos a tona pensei seriamente em largar tudo e fugir contigo mas infelizmente não é assim que a banda toca
[30/4 21:04] Mariangela: Eu não mereço isso mais
[30/4 21:04] Cleiton: Mas fazer bobagem contigo era oq eu queria fazer, independente de quem eu esteja
[30/4 21:05] Cleiton: Foi uma decisão nossa
[30/4 21:05] Cleiton: Não me arrependo de nada
[30/4 21:05] Cleiton: Faria de novo com certeza
[30/4 21:05] Cleiton: Estávamos arriscando a mesma coisa que temos (relacionamentos) por uma vontade de estarmos juntos
[30/4 21:05] Cleiton: Cara isso não supera nada
[30/4 21:06] Cleiton: Isso foi excitante
[30/4 21:06] Cleiton: E essa chama nunca vai se apagar
[30/4 21:06] Cleiton: Então não duvide do que sinto por vc
[30/4 21:06] Cleiton: Me desculpa por me expressar mal
[30/4 21:08] Cleiton: Hoje em dia não me expresso bem com meus sentimentos, mas nunca duvide deles por vc
[30/4 21:08] Cleiton: Igual já te falei, se algo acontecer contigo eu não me importo de passar o resto da minha vida na cadeia
[30/4 21:09] Cleiton: Eu posso sumir casar viver além. Mas quando vc estiver pronta pra mim eu estarei por vc
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minhasresenhaseafins · 7 years ago
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Resenha #108: DEVANEIO- Augusto De Brito
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       Ano: 2016 / Páginas: 669        Idioma: português          Editora: Amazon
Sinopse:
Não se sabe como ou em que circunstâncias aquele homem havia chegado até a praia, as roupas molhadas sugeriam que ele poderia ter vindo do mar. Atordoado ele despertou confuso. Não sabia quem era, de onde vinha, nem porque estava ali, só tinha uma certeza, uma missão, algo que o chamava fortemente e que guiaria seu caminho em busca de respostas. Em busca de clareza. Munido apenas de três fotos em seu bolso, e sem saber que o mundo em que despertara estava sendo tomado pela escuridão e terror, criados por uma entidade sombria, será ele capaz de encontrar as respostas que procura? E qual seria sua ligação com essa entidade e a destruição que ela vinha causando? Uma narrativa não linear, que flui sutilmente através da visão e lembranças de diferentes personagens, permitindo ao leitor compreender os diferentes processos de formação de cada um, sendo impossível não se apegar aos diferentes núcleos da história. Devaneio possui um enredo de ação, alimentado por criaturas fantásticas, malignas e humanas, que interagem em relações que vão muito além do “bem contra o mal”, passando pelas esferas, conceitos e questionamentos que envolvem a imaginação, fé, crenças e religião.
Resenha:
A história começa na Praia Vermelha na Cidade de Furnas, Quarta-feira do dia 4 de Junho. Noite de maré alta, um homem que se encontrava desacordado e com a respiração fraca é despertado por um cão Fila que estava passando pelo local. Assustado, zonzo e com as roupas encharcadas, ele anda cambaleando até a orla, tentando se lembrar de como fora parar ali, mas não conseguia encontrar nada em sua memória. Suas roupas não pareciam do tipo que alguém usaria para velejar. O luar instigava algo em sua memória que ele não sabia o que era. Sentindo algo em seu bolso direito, ele encontra três fotos molhadas. Numa delas ele se via com as mesmas roupas que estava naquele momento e com uma mulher que parecia ser sua esposa, pela posição que os dois estavam na foto, na segunda havia uma menina que aparentava ter uns 10 anos numa cama de hospital, e na terceira foto a menina estava junto da mulher da primeira foto com um chapéu de aniversário. E ao aproximar as fotos dos olhos, uma forte dor lateja em sua cabeça, adicionada a golpes violentos no estômago e com o corpo em brasas por dentro, ele não consegue mais aguentar e grita de dor.
Dennis, um homem rico e esnobe, e Rebeca, uma prostituta, estavam dentro de um V8 estacionado perto da praia quando escutam o grito do homem. Não dando atenção ao som, Dennis tenta voltar a fazer sexo com Rebeca, que preocupada, ela tenta convencê-lo a ajudar, mas ele se torna violento e agressivo. Começando a machucá-la quando o homem da praia surge, dando um murro muito forte em Dennis. Além da sua voz ser fria e robótica, o homem também tinha uma incrível força, fazendo com que o pulso de Dennis quebre e dando um soco muito forte no meio do maxilar a ponto de fazê-lo cuspir sangue. Com o olhar de desprezo e nojo para Denis, o homem pega as chaves do carro e sua jaqueta, e entra no carro. Depois de descobrir onde estava e que dia era, ele dá a partida, levando o cachorro junto. Apesar da tranquilidade robótica, ele consegue tranquilizar Rebeca. Depois de estacionar o carro numa boate, onde Rebeca trabalhava, ele fica confuso quando ela lhe pergunta o seu nome. Pois ele não conseguia lembrar, então ele adere ao nome Neva, sendo o primeiro nome que vê no chaveiro da ignição. Achando estranho, mas não dizendo nada, Rebeca lhe dá um beijo antes que ele reagisse.
Sem dinheiro e não tendo documentos, Neva não fazia ideia de onde estava ou quem eram as pessoas da foto. Então, ele resolve dirigir sem prestar atenção por onde passava, como se seu cérebro estivesse no piloto automático. Até que passando por uma vizinhança de pequenos prédios, ele vê uma mulher que se chamava Liz, andando apressadamente na calçada, ele tenta pedir informação, mas ela o ignora e entra num beco. Depois do carro morrer, Neva ouve Liz gritando e corre para ajudá-la. Ela estava sendo assaltada, mas ela rapidamente consegue se livrar da situação, usando um Taser e disparando um belo choque no peito do assaltante. Contudo, Neva estava parado na frente dela e acaba levando um choque também.
“Quando se virou para voltar ao beco e fugir, deu de cara com um homem e assustou-se, disparando uma descarga elétrica bem no meio da fronte dele. Neva caiu para trás como se um remo acabasse de golpeá-lo no meio da testa, bateu a cabeça na quina de uma lixeira quadrada de metal, tombando para o lado, desacordado. A mulher viu o corpo caído no chão, ficando ainda mais assustada do que estava. –Porra, o que foi que eu fiz? Preocupada, ela foi para perto do homem inconsciente.”
Percebendo que ele não era um assaltante, Liz pede ajuda a Vart, seu amigo que tinha uma oficina, para ajudá-la a carregar Neva até a casa dela. Pois ele estava desmaiado e com a nuca sangrando por ter batido a cabeça na lixeira.
A história muda para o dia 3 de Junho, um dia antes do aparecimento de Neva. Em uma região agrícola, numa pequena fazenda abandonada, um sobrado antigo e destruído estava sendo envolvido por um pequeno tornado que se formava. Assim como uma escuridão que rapidamente toma conta do céu, parecia algo sobrenatural. Até que ela se dissipa, e a figura negra se transforma num ser humanoide, sua forma agora, era semelhante a de um humano, exceto pelo rosto sem expressão e os olhos que variavam do roxo para o azul. Parado diante da casa em ruínas, ele começa a se lembrar dos acontecimentos relacionados aos cômodos da casa, todos cercados de crueldade e sofrimento. Um local de dor e que agora cheirava a morte.  Ele nascera ali e agora estava a procura do seu criador, um garoto chamado Eric. Havia algo que justificava a sua existência e sua presença na Terra. Precisava encontrar esse garoto. Tudo que ele tocava lhe dava informações. Pois, ele se alimentava da energia negativa, da escuridão e dos pesadelos do garoto.
“Amplificados pela sua essência, a dor, o medo, a agonia, o desespero, tudo de que ele era feito multiplicava-se exponencialmente. Par ele essa sensação era maravilhosa, chegaria a ser sublime, se sublime fosse um termo que pudesse ser aplicado às coisas de onde ele vinha. Permaneceu parado em regozijo naquele momento, relembrando e sentindo cada segundo da vida arruinada que o criou.”
Se transformando numa criatura sombria e sinistra outra vez, o Errante Soturno como era chamado, vai em direção a uma Instituição de Correção para menores, na cidade de Serra Braúna, o último local em que Eric fora visto. O Errante tinha uma conexão com a mente do seu criador e bastava apenas que ele dormisse para que os pesadelos viessem e ele conseguisse localizá-lo, contudo, ele não estava tendo sucesso. Por isso, como a sua essência era se alimentar de medo e violência, ele usa uma névoa que colocava as pessoas da cidade em transe profundo e pavoroso. Através do pesadelo das pessoas, a criatura começa a adquirir informações para encontrar Eric. Mas por conta desse acontecimento, ele é descoberto cedo demais, e um caos começa a se instalar pela cidade. O exercito é chamado para detê-lo, mas infelizmente, a criatura consegue escapar e com o único objetivo de encontrar o garoto, pois quando o fizesse, ele será invencível.
A aparição da sombra surge em todos os noticiários, e depois de ser ajudado por Liz e Vart, Neva decide encontrar as pessoas da foto, mas por algum motivo, ao avistar a sombra na TV. Neva sente algo estanho e familiar, como se os dois estivessem conectados.
Dizem que as crianças possuem uma grande imaginação, principalmente quando sonham, mas que rapidamente, ela começa a diminuir quando se tornam adultas e as preocupações relacionadas à vida, tornam a mente mais realista e tudo que elas acreditavam no passado deixa de existir. Mas e quanto aos pesadelos, dizem que ás vezes, eles são tão reais que se tornam fixos em nossa mente, a ponto de ficar difícil de esquecê-los. O quão poderosa é a nossa mente? Você consegue imaginar?
“O medo. Essa era uma sensação que o garoto conhecia profundamente bem, e praticamente de todas as maneiras possíveis. Mas o que estava sentindo dessa vez era pior que a soma de todos eles.”
Uma história brilhante, assustadora em alguns momentos, até mesmo bizarra, emocionante, surpreendente, incrível e que possui muitos outros adjetivos que despertaram em mim um pouco de medo, aflição, algumas risadas e me deixou fascinada e viciada por essa maravilhosa obra. Gente, não consigo explicar o quão incrível é esse livro, vocês têm que ler! Mas confesso que não é para qualquer um haha, porque também tem uma carga de drama e horror muito grande. Mas para mim valeu muito a pena, e eu espero adquirir esse livro na versão física um dia, porque eu com certeza vou querer ele na minha estante para reler quando eu quiser haha.
A escrita é feita em terceira pessoa, por isso podemos ler pela perspectiva de todos os personagens da história. O final foi sensacional e com certeza daria um ótimo filme de fantasia, com os autores, e o roteiro certo, é claro! Com personagens incríveis e muito bem escritos, e um vilão surpreendente e assustador que eu nunca mais irei esquecer. Levou um tempo até eu entender toda a trama, pois quando eu pensava que já tinha entendido tudo, o autor vinha com uma nova revelação e apagava todas as minhas teorias haha. Eu particularmente adoro livros assim, que possuem uma história complexa e muitas reviravoltas que nos surpreendem do início ao fim.
Sem deixar de mencionar essa capa, que eu achei simplesmente genial e retratou muito bem o Errante Soturno, essa sombra sinistra que trará um mundo de caos e medo para a humanidade. E uma playlist maravilhosa que eu não me segurei e ouvi durante toda a leitura. Espero ter conseguido despertar a curiosidade de vocês, pois é um livro maravilhoso e que merece ser lido por todos aqueles que adoram o gênero fantasia e que têm coragem de se aventurar nessa história maravilhosa inesquecível!
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middle-mind2-blog · 8 years ago
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Desabafos Negativos
Aviso: Aqui contém um texto escrito por alguém adulto, embora pareça ter sido escrito por uma criança de 10 anos, caso você não seja a pessoa acusada nesse texto, NÃO LEIA. Caso você seja, desculpa. Aviso 2: Na vida real pareceu ser um problema bem mais grave mas não sei escrever com drama.
Imagine o quanto seria frustrante se tu vivesse em um lugar cheio de amor, mas ainda assim tivesse uma escuridão na tua volta.
Hello darkness my old friend.
Poderia afirmar que estou vivendo dias melhores. Melhores que antes. Mas ainda existem coisas que me incomodam. Dessa vez, infelizmente terei que adimitir que não controlo alguns sentimentos e eles estão me deixando um pouco desconfortável. É muito dificil falar sobre vida e sobre sentimentos para alguém, principalmente se tu não confia em ninguém. Ou se confia, a pessoa não te entende. Então encontrei a ferramente dos solitários: Redes sociais.  Meu objetivo é que ninguem nunca leia isso, pois saberá meus pensamentos,  que prefiro mante-los reservados.
Minhas madrugadas têm sido um pouco crueis comigo. Cada noite que passa eu vivo um Djavu de coisas ruins que me atormentam. Pesadelos, Pensamentos involuntários, choros, pedidos de ajuda.
Parece que eu descobri uma imensidão de coisas boas em pouco tempo e uma delas, me fez feliz de uma maneira incrivel. Alguns fatores colaboraram para que essa felicidade fosse destruída e mais, para que minha vida fosse traída.
Traição não tem a ver com relacionamentos, traição, daquelas que fazem pessoas se beijarem escondidas  não é a verdadeira traição. Traição é quando você troca algo ou alguem por apenas prazer proprio, ferindo qualquer coisa ou qualquer um. Esse tipo de traição chegou até minha vida em um certo ponto crítico e me levou abaixo. Quero que fique claro que eu não estou querendo ser vítima ou me fazendo de coitada. Também quero que fique claro que o fato de eu estar no fundo do poço não fará de mim uma fracassada, mas sim uma mulher fodona da porra por que eu vou superar tudo algum dia desses. Nessa época em que eu fui traída por uma pessoa importante, eu estava tendo outros problemas, e não tinha ninguém para contar. É nessa hora toda que eu queria gritar muitas coisas quando lembro disso: ‘’ Você sabia que eu estava na pior e mentiu não me entender ‘’ ‘’ Você também sabia que eu precisava de ajuda e só pensou em você ‘’ ‘’ Você implorou por uma amizade apenas para não perder tudo que aconteceu em 4 anos, não por que se importava com meus sentimentos ‘’ ‘’ Eu sei agora quem realmente você é e te perdoei esperando que esse monstro morra e vire uma pessoa melhor (por que eu te amo)‘’ ‘’ Eu não guardo rancor, mas os pesadelos me lembram de tudo toda noite ‘’ ‘’ Falar que não entende não te livra de ser culpado, te torna cumplice da destruição e fracasso de alguém ‘’ ‘’ Não querer entender não te deixa fugir. Quando tu torna alguem parte de ti, tem que ir até o final, não importa o que aconteça ‘’ ‘’ Teve medo que eu me machucasse por que não queria sentir mais culpa ‘’ ‘’ Entregar teu coração pra qualquer idiota não te faz uma nova pessoa, te faz um fracassado que tirou um iten valioso de alguem e entregou sem pensar duas vezes na própria felicidade ‘’ ‘’ Ser cobiçado uma vez na vida não te dá direito de brincar com sentimentos alheios ‘’ ‘’ E o pior de tudo. Mentir e trair NUNCA te fará ser como teu pai. Não importa se for alguem importante ou não. Mentir e trair jamais te farão ser um homem de verdade, um humano. ‘’ Estes desabafos negativos apenas fluem e saem toda hora em que eu penso se eu fiz a coisa certa. Eu fiz? é Claro que NÃO. Mas o que isso importa, do que adiantava eu superar tudo e não ter dado uma segunda chance, pra mim e pra ti? Do que adianta superar, dizer um não e nunca ter tentado recomeçar juntos de novo? Do que adianta dizer: tenho medo? Deixar de fazer alguma coisa por medo é completamente irracional. Quantas vezes vão te dizer: se ta ruim termina. Quantas vezes tu vai pensar: tenho medo de que não de certo. FODA-SE. Gente cagona e pau mandada não vai pra frente. Já não basta eu ser um lixo na vida, na profissão, como pessoa eu quero ser alguém que preste. Eu não preciso ferir ninguém para alcançar meus objetivos. Eu não preciso deixar de perdoar por que o erro de alguem foi gravíssimo. Vida não é matemática, se teu caso não da certo, não precisa aconselhar ninguém que o caso alheio também não vai dar certo. Ok, chega. Esse recado só valeria pra aquelas pessoas que não acordam quando os ‘’amigos’’ destroem a tua vida debochando da tua cara e sem que tu perceba. (Esse chapeu nunca serve para ninguém por que ninguém percebe o amigo da onça). É até engraçado pensar que parece mais fácil largar o amigo verdadeiro que te apoiou todas as horas pra ficar com o novo amigo que tem pensamentos inovadores e diferentes do que tu já viu. Bom, isso passou. Problema é que ficou uma pequena sequela, chamado pesadelos e pensamentos. Só queria que parassem de me atormentar, eu ja superei, assim como aceitei não ser a pessoa que tu queria que eu fosse. Não tenho aquelas características que te fascinam, não vivo perigosamente, não lido com a natureza e não te dou vontade de beijar toda hora.
Espero que escrevendo um pouco, esses pensamentos se acalmem e os pesadelos também.  Assim, também espero que tu não se arrependa das decisões tomadas e não sinta falta de quem não te valorizou. Também espero que um dia tu perceba pelo menos 1% de que eu tentei ajudar e que eu estava certa em dizer que era cilada bino.
Aquela frase ‘’ que foi, está com ciumes? ‘’ que tu me disse antes de tudo acontecer, ja foi suficiente para eu ter levado a mensagem. Eu apenas confiei em ti que tu manteria a promessa que ‘’traição ou troca ‘’ não deveria ocorrer, mas ocorreu.
Esses desabafos geralmente se expressam em meus pesadelos, da pior forma. Rostos específicos que não saem da minha cabeça e o pior: aquelas mensagens. hahahahaha não sei realmente se estou rindo por te achar babaca ou rindo para tentar esquece-las de uma boa maneira. O tempo vai levar tudo que for ruim, mesmo que seja o que é bom agora. Eu tenho certeza, que a minha decisão foi certa e estou muito feliz com você.
Estou realmente vivendo um amor intenso por uma pessoa de uma maneira totalmente nova e incrível e espero, do fundo do coração que um dia ela sinta o mesmo; 
-Teu sorriso e teus olhos não saem do meu pensamento.. Obrigada por ter tido coragem de recomeçar comigo. Que todo o amor que eu sinto por ti, se reverta em amor que tu sente por mim também, você tem seu tempo e eu vou esperar com todo carinho te admirando e se não der? não deu, a gente dá um jeito, desde que seja verdadeiro.
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cnsp-blog1 · 8 years ago
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(Não) fique de castigo
8 de fevereiro de 2016
Deu merda!
11:24
E já reparam que todas as vezes que eu falei que ia dar merda, acabou não dando em quase nada?
Todas as minhas previsões de consequências maiores que nunca aconteciam, por um incrível azar, decidiram acontecer justamente no dia em que inventamos de matar aula, por isso eu digo, jovens: Não matem aula. Não importa o motivo, não matem aula! Se você vai ter uma prova difícil, ou esqueceu de fazer um trabalho, vá mesmo assim, não tente fugir de seus compromissos e problemas dessa maneira.
Tá, eu pareci um tiozão falando isso.
Mas eu tô falando sério. Não façam isso.
Hoje é o meu dia do azar, obviamente não aconteceu nada de bom.
Motivos que tornam hoje oficialmente o pior dia desde que começou 2016.
1. Tive que acordar cedo. Aposto que esse já um ótimo motivo para te fazer desistir antes mesmo de levantar da cama.
2. Tive que ver a cara do Hoseok. Fala sério, ninguém ia gostar de ver Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo, logo pela manhã. Acabei de me dar conta de que eles se parecem mais do que eu imaginava. Já sei até mesmo como zoa-lo depois.
3. Tive que ver a cara do Hugo. Nada a declarar, já é autoexplicativo.
4. Tive que fugir de uma vaca, e não era da Regina.
5. Tive que passar um tempão com a presença desagradável dos três acima.
E por último, mas não menos importante, e não menos ruim;
6. Levei um fora.
Infelizmente a lista é maior, e um dos motivos dela me faz estar sentado em um ônibus nesse exato momento com o meu coração querendo saltar para fora, mas isso eu explicarei depois. Dramas a parte, mas eu to tremendo. Não sei se é por nervosismo ou por um sentimento ainda não nomeado por mim, mas, sim, eu estou tremendo.
Vocês ainda estão curiosos para saber o que aconteceu comigo e com o Jimin, certo?
09:35
As primeiras reações que eu tive quando Jimin me confessou que tinha sido ele que me beijou foram vergonha e timidez. Eu tentava abrir a boca para falar alguma coisa, mas a minha voz tinha sumido. Ele me encarava meio tristonho e isso me deixou mais mudo ainda, estava óbvio que aquela informação incomodava ele. E isso ainda não foi nada, os momentos depois foram piores.
— Eu sei que você gosta de mim — Ele dizia, mas não conseguia me olhar nos olhos, o que era um bom sinal porque eu obviamente estava da cor de um pimentão — Só que eu amo o Jungkook, e você deve saber disso.
Jimin tem uma forma muito peculiar de amar o Jungkook.
— Não crie nenhuma expectativa. — Ele continuou depois de não receber resposta de mim.
Vi toda aquela ideia do cachorro e dos filhos se desmanchando e esvaindo como areia entre os dedos. Eu já tinha criado expectativas, o que já era muito ruim, só que o pior foi eu ter criado expectativas com Park Jimin, um garoto que já tinha namorado, muito bonito por sinal, e era apaixonado e trouxa por ele.. E indo mais fundo nesse poço, eu mesmo me iludi, Jimin jamais tinha me dado esperanças de algo, isso definitivamente me dá meu certificado de otário, um imbecil que cria suas próprias ilusões.
Acho que seria mais aceitável se Jimin ou Jungkook tivessem culpa nisso, eu iria me sentir menos idiota, porém, eles não participaram desse jogo, até porque nunca nem sequer existiu um jogo entre eu, Jimin e Jungkook. Era só eu e a minha ilusão. Parabéns Min Yoongi, mais um item para a sua lista de grandes feitos como um idiota.
— Ah, que isso, eu não criei expectativas nenhuma, nem sabia que tinha sido você que me beijou. — Minha voz queria sair tremula.
As bochechas de Jimin que coraram dessa vez.
— E acho bom você trocar de informantes, porque eu não gosto de você, — Ele abaixou ainda mais o rosto, o suficiente para conseguir fitar os próprios pés — Era só isso, né? Então, até mais.
Eu me afastei dele, não queria nenhuma resposta, mais um segundo perto dele e aí sim ele poderia ter certeza absoluta de meus sentimentos. Por fora eu conseguia manter minha expressão neutra de sempre, por dentro eu estava em um oceano de confusão, vergonha e tristeza. Não me surpreenderia se começasse a tocar bem no meu subconsciente alguma daquelas músicas de corno que meu pai escutava durante as férias no final do ano.
A única vantagem nisso é que eu consigo esconder meus sentimentos, algumas vezes disfarça-los ou pelo menos deixar a pessoa na dúvida quanto suas certezas. Agora Jimin não pode provar e não pode afirmar por aí que eu estou afim dele, isso vai ser um prazer que não irei dar a ele e a ninguém. Ainda tenho uma porra de um orgulho para ser mantido.
— Está com cara de quem recebeu uma galhada. — Namjoon comentou quando me aproximei dele.
P.S: Namjoon tem um vocabulário de fazendeiro, não sei se já chegaram a reparar.
Mas, voltando… Merda! Esqueça esse papo de que eu consigo esconder meus sentimentos, isso vale para pessoas que obviamente não me conhecem bem, o desgraçado do Namjoon não está nessa lista. Mais um motivo para odiá-lo.
— Talvez eu tenha levado — Confessei —, mas você também não está longe disso.
SeokJin estava conversando com um garoto do segundo ano bem próximo à beira do lago que chamamos carinhosamente de Netuno, eles estavam sentados na grama e o garoto fitava a água enquanto brincava com os dedos pela grama, claramente nervoso por estar conversando com SeokJin. Resumindo, o garoto estava interessado nele, e pelo sorriso de SeokJin, o garoto parecia um enorme pudim delicioso pronto para ser devorado.
— Eu não gosto dele — Namjoon comentou.
— E eu falei alguma coisa?
Ele quis me matar, tenho certeza disso, ainda mais porque são raros esses momentos em que ele acaba caindo na minha armadilha. Namjoon é um maldito geniozinho com uma desgraçada de uma lábia armada com respostas na ponta da língua, e se acha por isso. É claro que usar essas mesmas cartas contra ele é uma grande ofensa.
Confesso que estava pronto para receber uma daquelas patadas horríveis, mas Namjoon ficou quieto, apenas me deu um olhar venenoso e se afastou de mim. Fiquei mais chocado que galinha rosa-choque.
Eu já estava começando a ficar irritado com esses abandonos dele, e acabei me esquecendo dessa raiva quando ele (in)discretamente se sentou ao lado de SeokJin, interrompendo a conversa do garoto. Depois pegou aquela bolsa velha que ele carrega sempre para todos os cantos, até para dormir na minha casa, e tirou de dentro dela um pacote de Cheetos. A princípio, pensei que seria uma boa ideia se ele tirasse uma vela de lá. Ia ser hilário.
Esse garoto não joga limpo.
Os olhos de SeokJin brilharam, e o coração dele já era do Namjoon.
— Quer? — Escutei Namjoon falar vitorioso.
O desgraçado me olhou mais uma vez e pareceu até aquelas cenas de desenhos animados, onde o personagem dá uma piscadinha e o olho dele brilha e faz um zunido por um segundo.
Jimin poderia ser assim, eu iria sempre dividir meu lanche com ele.
— Eu não gosto do seu amigo — A voz de Hoseok brotou do além atrás de mim, muito atrás, o suficiente para escutar a respiração dele.
— Que incrível coincidência. — Me inclinei mais para frente. — Eu também não gosto do seu
— Se ele fizer algo com o Jin, ele está ferrado — Ele sussurrou com um tom de ameaça?
— E o que isso te interessa? Aliás, o que eu tenho a ver com isso?  — Vai se foder Jung Hoseok!
— Não seja estúpido, eu conheço esse menino desde que eu era um pirralho, e você também conhece Namjoon, a única diferença é que você continua sendo um pirralho tampinha de jardim de infância dois.
Mas isso não significa nada para mim. Se ele tivesse feito algo com Namjoon, como por exemplo roubar as canetas mastigadas dele, ou roubar SeokJin, eu iria ficar agradecido, às vezes é bom ver Namjoon pagando pelo mal que anda plantando pelo mundo.
E qual é a de Hoseok? Eu duvido que ele se importe mesmo com a porra do namorinho do SeokJin com o Namjoon, isso de cara me cheirou apenas como desculpa para vir encher meu saco, até porque supostamente ainda tenho um vídeo dele se pegando com Taehyung. Tudo vai virar motivo para ele querer vir me perturbar, já estou vendo.
Me virei para ele e tentei encarar ele nos olhos, contudo, era algo difícil a diferença de altura me deixou constrangido, eu não iria conseguir intimida-lo.
Ele percebeu isso e o tom nada ameaçador, mas que ele jurava que era ameaçador oscilou com um sorriso zombador. Nem para fazer ameaças sem um celular eu presto! Desvantagens de não ter um físico muito bom, a única coisa que me deixa feliz é saber que eu consigo escalar árvores.
— Eu sei que você só está fazendo isso para implicar comigo. Vai chupar o pau do Taehyung e me deixa em paz — Eu sei que peguei pesado e isso deixou ele claramente constrangido. Ainda assim nada disso importou, porque o sorriso de Jimin me veio à mente.
— Eu não... Eu e ele... — Qualquer coisa que Hoseok tentava falar ele não conseguia terminar, fiquei esperando por uns segundos até ele decidir que não me interessava e sair de perto de mim. Eu quase explodi de tanto segurar a gargalhada.
E essa foi a última conversa que tive com alguém antes da sentença de morte.  
Uma conversa nada importante e que não mudou a minha vida em nada. Gostaria de ter passado os últimos momentos conversando sobre vida extraterrestre com Namjoon ou xingando o Hugo.
11:15
Nessa hora eu e o resto dos desafortunados que decidiram matar aula estão caminhando para as portas do inferno. Por um momento, eu jurei ter visto durante a trilha um grande arco com arquitetura grega por onde atravessamos e tinha escrito: Ó, vós que entrais, abandonai toda a esperança...
Já podemos chamar a trilha de Estige ou Aqueronte.
Quando chegamos no final dela, encontramos com o tal do Caronte, mais conhecido como Diretor Jefferson daquela escola que mais parece um sanatório onde os alunos vão para o abate como porcos todo os finais de bimestres. Caronte, ou melhor, Jefferson, estava com aqueles óculos escuro estilo delegado dessas séries de investigação criminal e falava no celular enquanto esfregava a testa com a mão livre.
Aí ele virou o rosto na nossa direção e deixou o celular de lado. Nisso os alunos estavam iguais eu quando a Teresa começou a sua caçada sangrenta, todo mundo paralisado com o coração apertado na garganta e prevendo apenas uma coisa: desastre.
Então, a gente começou a distinguir outras coisas no cenário além de Jefferson, mato, planta, inseto e mais planta e inseto. Vimos duas viaturas e um ônibus também da polícia.
Ou seja...
— Fodeu — Jackson falou por todo mundo.
Escutei algum aluno chorando e senti a mão de Namjoon envolver o meu punho.
— A gente vai morrer, meus pais vão me comer. — Alguém falou, provavelmente querendo dizer outra coisa na qual tinha saído. A galera zoaria ele, se não tivessem a um passo de entrar na própria cova.
Jefferson falou com um dos policiais que estava nos analisando enquanto Taehyung se aproximava de Jefferson, pedindo desculpas de modo totalmente desastrado. O policial olhou Taehyung dos pés à cabeça e falou algo para Jefferson, depois ele pediu para Taehyung se dirigir para o ônibus e veio até nós.
— Eu quero o Hoseok, Yoongi, Jackson, Jimin e Jungkook aqui na frente, agora.
Jackson foi todo mansinho com a cabeça baixa, depois Jimin e Jungkook se aproximaram. Aí Namjoon, filho da puta como sempre, me empurrou para frente e eu comecei a andar. Hoseok foi o último. Ele estava tão pálido que parecia estar até com o mesmo tom de pele que eu, os olhos dele pareciam cristais de tão mareados que estavam, e eu teria rido disso, se eu não estivesse tão igualmente ferrado.
— Vocês têm noção do que está acontecendo agora, né? — Jefferson perguntou com aquele tom automático e arrastado de quem já está acostumado a ver alunos fazendo merda. Isso deixou a gente com mais pânico ainda. Às vezes ele era gentil com a gente, mas hoje ele estava totalmente profissional.
— Nós vamos pra cadeia? — Jimin estava quase chorando, tinha a voz de um bebê manhoso e a mão dele a de Jungkook pareciam estar coladas.
Jackson arfou e com razão, a pergunta do Jimin beirou a idiotice.
Uma policial se aproximou dos alunos que tentava se encolher o máximo possível até não existirem mais. No meio deles, eu vi Namjoon, que só não estava rezando nesse momento porque era cético demais para acreditar que algum milagre iria salvar sua pele. Regina também estava chorando, o que era surpreendente, achei que cobras não chorassem, exalassem veneno. Até Hugo estava com uma expressão mais azeda do que o de costume, mas a maioria era desespero.
— Todos vocês irão para a delegacia agora. — A policial falou — Então, quero que todos se dirijam em fila para o ônibus, sem gracinhas, e se estiver faltando algum aluno, avisem.
Eles obedeceram, Jungkook e Jimin estavam indo para a fila também quando Jefferson falou que a gente ficava.
— Um aluno me informou o que vocês decidiram aprontar — Ele contou.
Um aluno? Ok, agora sim alguém está condenado para sempre.
— E também me contou que foram vocês cinco que organizaram isso tudo.
— Jefferson... — Hoseok tentou falar, mas Jefferson interrompeu.
— Cada um de vocês vai ter que depor daqui a pouco, e depois irei passar a punição para todo os alunos, mas a de vocês cinco vai ser pior. Agora vão para o ônibus, ainda temos muito para conversar.
Então ele caminhou na direção do ônibus, indicando para a gente seguir ele, se certificou de que cada um de nós entrasse lá, e depois entrou no ônibus e perguntou se a gente tinha certeza que não estava faltando nenhum aluno diversas vezes. Ele já estava se dando por vencido quando algum aluno abriu a boca e falou:
— A não ser que algum aluno tenha sumido naquela hora que a gente fugiu da vaca.
Ai mais uns quinze minutos de interrogatório para ter certeza de que não estava faltando ninguém, e outros cincos até outro tira aparecer e falar que não tinha encontrado nenhum aluno nas redondezas nem no lago.
E aí ele saiu do ônibus nos deixando com o motorista e a policial que tinha ordenado que os alunos entrassem no ônibus. Nesse tempo de ida até a delegacia, aproveitei para apreciar de verdade meus últimos segundos e escrever minhas lamentações no meu celular.
Eu estava tão distraído e triste com tudo isso que só fui perceber que Hoseok estava sentado do meu lado quando ele fungou.
— Não pode mexer no celular, você não escutou ela falando? — Ele exclamou baixinho.
— Acho que antes da gente morrer... — Comecei a falar.
Eu ia contar para ele sobre o vídeo.
— A gente não vai morrer. Ou vai? — Ele estava perturbado.
— Deixa eu falar! — Esperei um segundo para ver se ele iria me interromper — Sobre o vídeo, eu acabei apagando ele. Acho que você não precisa se preocupar mais com isso.
Hoseok me fitou para ver se eu estava falando sério, quando viu que eu não estava brincando me deu um tipo de sorriso amigável que em todos os anos desde que nos conhecemos ele nunca havia me dado.
Apesar de ter jogado toda minha vantagem e ponte para a popularidade fora, me senti aliviado. Eu ainda estava longe de estar bem, hora ou outra eu pensava em Jimin ali atrás abraçado com Jungkook, e nos meus pais me encarando com aquele olhar de decepção por eu ter feito alguma rebeldia. Só que ver Hoseok sorrir daquele jeito por eu ter apagado o vídeo fez eu me sentir uma pessoa mais boa e menos Jackson, Hugo e Namjoon.
— Obrigado. Apesar de eu já estar na merda, isso me deixou mais feliz. — Ele segurou a minha mão e deu duas batidinhas nela.
Imediatamente, tratei de tirar minha mão de perto da dele. E o resto do caminho não conversamos mais nada, ficamos quietos, pensativos olhando pela janela, e provavelmente pensando na reação de nossos responsáveis ao saber o que tinha acontecido, na punição que iríamos receber, e na cinta.
Só por um momento, no reflexo da janela, vi Hoseok me encarando, e logo depois virando o rosto outra vez, não sei se ele já estava no estado normal dele comigo ou ainda parecia amigável, ainda assim, não iria fazer nenhuma diferença.
11:50
Rolaram em torno de umas sete versões diferentes de como tudo isso de matar a aula aconteceu. Incrivelmente, algum aluno tinha fumado maconha e bebido cerveja durante o nosso passeio pelo lago e envolveu até mesmo duendes e Star Wars na história. Eu gostaria de ter visto a cara dos policiais ao escutar isso.
Alguns alunos rapidamente recuperaram o clima de adolescente na puberdade em plenos hormônios do século XXI e aproveitaram o momento para registrar esse acontecimento da vida deles em fotos. Vi umas meninas fazendo pose e sorrindo para foto depois comentando que iriam postar no Facebook. Hoseok até tirou uma foto com o Jackson e postou no Instaram dele e Regina falou que isso era babaquice.
SeokJin e Namjoon estavam conversando com uma das zeladoras da delegacia tentando descobrir onde tinha café e quando eles pareceram ter a resposta desapareceram de vista pelos corredores.
E outros alunos como Hugo, Tyler e Nathan estavam conversando sobre as outras vezes que se ferraram na vida por aprontar algo, como se isso os fizessem parecer mais maneiros.
Jefferson reuniu todos os alunos e falou que iria querer amanhã de manhã as 07:00 horas uma dissertação sobre jovens no crime e deixou claro que até os que tinham sido responsabilizados por isso também teriam de fazer, mesmo que depois fossem receber uma punição mais severa.
E por fim, falou que já tinham ligado para todos os pais e que eles já estavam vindo aqui para liberar a gente.
Eu e os demais que ficaram com a culpa disso tudo, ou seja, Hoseok, Jimin, Jungkook e Jackson fomos chamados até uma sala reservada onde ele pediu para a gente sentar em uns sofás de couro sintético que grudava na pele e te fazia transpirar.
Fiquei tanto tempo sentado naquela merda de sofá que cheguei a achar que havia mijado nas calças de tanto suor que ficou na minha bunda.
— Como eu falei, vocês irão ter castigos mais rígidos... — Ele começou, falou o porque da gente estar sendo punido daquela forma, falou o quão perigoso aquilo tinha sido e pediu para que nós imaginássemos se algo ruim tivesse acontecido, como algum aluno se perdido na mata ou se afogado no lago. Aí uma mulher interrompeu ele um segundo para informar que tanto meus pais, como de Hoseok e Jackson já estavam aqui, aí Jefferson falou que logo nós iríamos ser liberados.
 O logo dele demorou mais tempo do que prevíamos.
No final, ficou definido que eu e Hoseok iremos lavar o banheiro toda terça e quarta depois do sinal para ir embora. Jimin e Jungkook iriam lavar toda segunda e quarta. E Jackson iria ajudar as cozinheiras da escola no refeitório. O castigo de todos iria durar 30 dias
Acabou que ficamos mais tempo do que o esperado. Ficamos um longo, e cansativo, tempo no corredor levando broncas intermináveis dos nossos pais. Jimin e Jungkook não soltaram as mãos, pareciam coladas, o que me levou a conclusão de que os pais de ambos sabiam e provavelmente aprovavam o namoro dos filhos. De qualquer forma, bom pra eles.
Eu sei que teve uma hora em que eu comecei a ficar incomodado com o papo dos meus pais, em específico do meu pai, que começou a interagir mais do que formalmente com os pais do Hoseok. Enquanto não éramos liberados, nossos pais jogavam conversa fora, enquanto eu e Hoseok, sentados um do lado do outro no banco, encaravamos eles com a maior cara de tédio possível.
Não poderíamos nos dar ao luxo de conversar com eles. Os velhos estavam uma pilha com nós. Então, simplesmente esperávamos o tempo passar ouvindo a conversa deles e eventualmente trocando uns olhares de indignação quando falavam de nós.
— Esse é o seu filho? — Perguntou minha mãe `à mãe de Hoseok, que assentiu educadamente.
— Não é um filho exemplar, pelo visto, mas é ele. — Ela encarou Hoseok brevemente.
— Que nada, e esse aqui, então? — Minha mãe se referiu a mim. — Não faz nada da vida. Não pratica esportes, não estuda, nem se quer vai no mercado buscar pão pra mim. Fica o dia todo vendo série ou aqueles animes hentais, sabe?
— O quê? Que mentira! — Protestei, chocado. Hoseok tentou segurar a risada de cabeça baixa, mas acabou soltando. — Eu nem vejo anime.
— Não precisa se envergonhar, o Hoseok também assiste essas coisas. Passa o dia todo no quarto, vai saber o que ele fica fazendo lá dentro. — Disse a mãe dele.
— Eu nem fico no meu quarto direito! — Hoseok disse indignado.
— Fala baixo comigo.
Tivemos que aturar uma sessão de terror das nossas mães nos envergonhando. Elas provavelmente estavam fazendo aquilo de propósito, visto que pareceram se dar bem demais para quem acabou de se conhecer. Nossos pais estavam só rindo da situação.
Soldados aparentemente não se ajudam no meio do ataque.
9 de fevereiro de 2016
E mais uma vez, banheiro.
13:56
O dia todo hoje foi a famosa bosta. A dissertação que o Jefferson passou para nós ocupou a aula toda. Eu me senti uma criança tendo que escrever “não vou mais jogar caquinha de nariz no meu irmão” umas mil vezes.
A Regina não fez a redação.
Primeiro ela disse que já havia aprendido a lição e que não via necessidade em fazer a dissertação. Depois, disse estar com dor de cabeça, até finalmente dizer que não lembrava como se fazia uma dissertação.
Todo mundo riu.
Nunca vi ela tão puta.
Apesar de todos nós estarmos em uma situação complicada, como:
Todos os professores nos olhavam torto. Provavelmente já sabiam de toda a história e agora éramos os novos “vagabundos”. Isso me deixou com uma raiva tremenda, ser comparado ao Jackson era humilhante.
Os outros alunos não paravam de fofocar. Agora sim eu tinha certeza de que todos na escola me conheciam. Pena que dessa vez não foi da melhor forma.
A tia da cantina me negou um biscoito.
O dia se manteve da maneira que começou, um fiasco completo. E isso até o horário da aula acabar. Infelizmente, hoje é terça. Começa hoje a punição e consequentemente, hoje começamos a limpar os banheiros.
— Vamos fazer assim: Você limpa tudo e eu vigio a porta. — Sugeriu Hoseok com a sua famosa cara de pau.
— Vai achando que eu vou limpar isso sozinho. E pra que vigiar a porta? A gente não vai cavar um buraco de fumo aqui dentro.
— Não vai ser legal nos verem limpando o banheiro.
— O que não é legal é olhar pra tua cara todos os dias da semana e ainda por cima depois das aulas. Sabe, morrer com um ataque da Teresa seria bem melhor.
— Teresa?
— A vaca.
Hoseok revirou os olhos e bufou, como se fazer pirraça agora fosse deixar o banheiro dos garotos limpo. Estávamos no corredor a cerca de uns 10 minutos, apenas esperando o resto do pessoal sair de lá.
O problema é que o povo não parava de entrar.
— Mas que merda, esse povo tem mangueira solta? — Hoseok soltou impaciente e foi impossível não rir.
Desistimos de esperar e resolvemos entrar logo. Havia cerca de umas três pessoas ali, e até mais, porque algumas cabines estavam fechadas e não dava para eu ter total certeza de que não havia ninguém dentro e eu me recusei olhar enquanto ainda tinha meninos dentro do banheiro. .
Os esfregões e outros produtos de limpeza já estavam lá, guardados dentro da cabine de deficiente que nunca era usada.
— Você limpa as cabines e eu limpo o resto, beleza? — Sugeri.
— Nem ferrando, não sou idiota. — Ele sorriu aparentemente depois de ter uma ideia brilhante. — Vamos decidir no jokenpô.
— Fechou.
Eu joguei pedra e ele tesoura.
— Não valeu, eu não tava pronto, você jogou antes. — Reclamou.
— Você é um idiota, se eu tivesse jogado antes você saberia qual objeto eu ia escolher e iria ganhar.
— Cala a boca e vamos de novo.
Revirei os olhos e aceitei.
O jogo se repetiu; eu joguei pedra e ele tesoura.
— Melhor de três.
Eu joguei papel e ele pedra.
— Já chega, você fica com as cabines.
— Eu vou mijar.
E agora uma pausa para um aviso: se você é uma daquelas pessoas que morrem sentindo vergonha alheia eu te aconselho a parar de ler a partir daqui. Mas se você mesmo assim quiser assumir o risco de comprar a vergonha que eu passei nos momentos seguintes, não venha reclamar comigo.
Estão avisados.
Os momentos se passaram rapidamente e quase em flashes.
Hoseok foi até o mictório (aquelas privadas  que ficam na parede, pra quem não sabe) e começou a mijar. Fiquei encarando ele com cara de tédio até o barulhinho do xixi começar a me deixar apertado. Não me culpem por isso, quem é que nunca passou por isso também?
— Teu xixi canta alto. — Lembro de respondê-lo assim, parando no mictório do lado e começando a me aliviar.
Daqui para frente é só merda.
E então meu corpo ficou duro. Não maliciem! A malícia é daqui a pouco.
Minha mente dizia “Não, não!” mas meu corpo dizia “Vai, não vai dar em nada.”
A minha curiosidade foi maior.
Meu pescoço virou para o lado que nem porta enferrujada, devagarinho e juro que até fez barulho. Hoseok olhava para cima com os olhos fechados e uma mão apoiada na parede. Aquilo até seria sexy se a pessoa ali talvez fosse Jimin, e não Hoseok.
Acho que não preciso dizer onde estava a outra a mão dele, né? Sim. Meu olhar foi lá pra baixo, para sua “mão” que sustentava o — se preparem, crianças — pênis dele.
E, sinceramente, eu não sei se é só comigo, porém, eu enfrento um problema sério de curiosidade em banheiros. Costumo não ligar muito para o que acontece na vida de alguém e nem mesmo me importar com pessoas que não são do meu convívio, mas no banheiro a história muda, eu viro um maldito curioso. E, bem, isso não é bom.
Eu não sei quanto tempo eu fiquei olhando o brinquedinho de Hoseok, foi coisa de segundos admirando aquilo — porque se vocês estão curiosos quanto a isso, era bonito, sim — e em segundos ele conseguiu sentir meu olhar sobre ele.
— Ow! — Ele gritou.
Jesus, eu vi Jesus.
Ou talvez minha alma tenha ido direto para o inferno.
Meu olhos se arregalaram e senti meu rosto queimar. Meu pé começou a formigar e eu ainda tava olhando assustado pra cara dele.
— Acho que esse não é o banheiro certo pra você. — Disse alguém atrás de nós, o que fez a atenção de Hoseok desviar e eu agradecer mentalmente pelo esquivo.
— O quê? — Perguntou a outra pessoa, que tinha a voz parecida com a do Brandon.
Hoseok guardou o “bonitinho” dentro da calça e se afastou. Continuei me aliviando e em questão a mijada, acho que essa foi a melhor que eu tive na minha vida. Literalmente um puta alívio, melhor que isso só dormir aquelas sonecas de chegar a babar.
— É isso mesmo o que você ouviu, flor. O banheiro das meninas é o do lado. — Reconheci a voz do Nathan mesmo de costas.
Acho que preciso explicar algo — nada “importante” — sobre Brandon.
Antes entendam, aqui em Verona a população é pequena, então pessoas de uma mesma faixa de idade estão sempre se encontrando por aí desde cedo, mesmo que nem sequer saibam uma o nome da outra, já conhecem de vista e isso se torna mais forte quando essas pessoas são do mesmo trabalho, ou escola.
Todo mundo que estudou desde cedo no nosso colégio viu Brandon crescer, e ele chamou mais a atenção de algumas pessoas, porque as mudanças foram drásticas.
O que estou querendo dizer é que: Brandon simplesmente foi chamado como Brenda durante um bom tempo, isso só mudou depois da sétima série, quando ele decidiu cortar o cabelo, mudar as roupas dele e se assumir como um menino transsexual.
E o babaca viu ele mudando, infelizmente. Talvez se não tivesse visto nem sequer imaginasse a “peculiaridade” de Brandon.
— Nathan, cala a boca. — Hoseok se meteu.
— Calo não. O que foi?
— Você tá maluco?
Me senti aqueles memes de gente comendo pipoca durante uma treta. O tom de voz de ambos já haviam aumentado e eu continuava com vergonha do que tinha acontecido antes entre eu e Hoseok, por isso não me virei. Me contentei em só ouvir e continuar me aliviando — e eu nem me lembrava de ter bebido 4 litros de água.
Hoseok se virou de vez para Nathan e a gargalhada irônica e nojenta do mesmo soou no banheiro.
Parecia um animal engasgado.
— Tem uma aranha atrás de você. — Ouvi Nathan dizendo. Fiquei tentando raciocinar o que isso tinha a ver com o assunto que estavam tendo.
Entendi instantes depois.
Aqui vai mais um conselho de Min Yoongi: Não resolvam mijar na presença de Hoseok e de Nathan. Por que? Simples, só acontece merda. É tipo misturar gasolina com fogo, vocês sabem que se estiverem perto de um posto isso pode dar muita merda.
Eu não sei como nem porquê, mas Hoseok conseguiu ser idiota a ponto de cair nessas pegadinhas de criança de quinta-série, só que ele caiu e me levou junto nessa.
Em ordem cronológica:
Ato 1: Hoseok se virou para trás para ver a tal aranha. Detalhe: não tinha nenhuma aranha atrás dele, apenas eu terminando de me aliviar.
Ato 2: Nathan aproveitou o momento e partiu para o ataque que se resumia em: Empurrar Hoseok em mim.
Entre o ato 2 e 3: Escuta-se uma descarga e logo em seguida um Jackson tossindo. Ele estava em uma das cabines.
Ato 3: Hoseok veio para cima de mim com tudo, minha sorte é que o Yoongi Junior já estava dentro da minha cueca, porque se isso tivesse acontecido segundos mais cedo, Yoongi Junior estaria preso no zíper. Senti algo nas minhas costas que eu pedi a qualquer deus ou deuses existentes que não fosse o bonitinho de Hoseok.  
— Nossa, que putaria é essa? Existe motel para essas coisas — Jackson comentou — Eu, hein.
Terminei de fechar o zíper da calça e o encarei o Hoseok com a cara mais azeda que consegui fazer, eu não ia conseguir encarar o Jackson. Hoseok arregalou os olhos e novamente Nathan gargalhou.
— Me desculpa…  — Hoseok estava muito vermelho — Vai cagar, Jackson. Nathan…
Hoseok estava tão nervoso que as palavras estavam se perdendo no cérebro dele, eu também estava, mas não conseguia nem ao menos soltar uma palavra. Nathan apenas continuou rindo e Jackson veio tentar de dar uma de engraçadinho respondendo Hoseok::
— Bom, se você não percebeu eu estava…
— Eu não quero saber se você já cagou! Só finge que isso nunca aconteceu!
Jackson encarava a gente, agora com a mesma cara que eu havia feito segundos antes. Brandon ainda assistia tudo com os olhos meio arregalados, meio marejados, e as bochechas pontilhadas assumindo um tom rosinha. Acho que eu estava na mesma situação que Brandon agora.
O banheiro masculino nunca pareceu tão tenso e pequeno. Se Nathan não estivesse no meio dele, eu iria correndo para uma das cabines me enfiar lá.
— Eu vou acabar com você. — Avisou Hoseok, olhando friamente para Nathan.
— Desculpa, mas não estou interessado — Nathan respondeu e deu de ombros.
E a última cena do dia que ficaria marcada na minha cabeça aconteceu: Vi Nathan se mandando para fora do banheiro, levando com ele todo o resto de dignidade que eu e Hoseok ainda tínhamos. Se ele espalhar isso pela escola, o que provavelmente vai acontecer já que ele adora se gabar dos feitos idiotas dele para todo mundo, apenas sei que minha reputação pode ir a ruínas.
— Que babaca — Escutei Brandon sussurrar.
Sim, concordo com você, Brandon.
E agora, às 14h13 do dia 9 de fevereiro de 2016, eu tenho certeza;
Eu e Hoseok estamos fodidos.
E não é no bom sentido.
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how-i-feel-it · 8 years ago
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Mad World
Do que são formadas as pessoas de hoje em dia? Eu posso citar muitos adjetivos e infelizmente a maioria deles são negativos. O que foi ontem, o que é hoje e o que será dessas pessoas amanhã? Sinceramente não me respondam por favor. Um mundo cheio de hipócritas querendo se demonstrar melhores que os outros, quem é o melhor "jogador". Isso não é um jogo, isso é a vida real meus queridos. Muitas pessoas deviam entender isso, você não está apenas jogando um jogo qualquer, pessoas tem sentimentos, somos humanos. O que é ser humano hoje em dia? Eu não sei mais, estou perdida nesse mundo cheio de pessoas fúteis e amargas, onde apenas se preocupam consigo mesmas, egoístas suficiente para se importar em ganhar. Eu não faço parte desse mundo tão fútil e sem significado, eu quero muitos mais que isso eu quero o real. Pessoas são fracas por demonstrar seus sentimentos, eu já fui uma dessas pessoas a qual crítico arduamente. E sabe a qual conclusão eu cheguei? Ninguém é fraco por demonstrar e se abrir para o mundo, expor seus sentimentos de qualquer forma possível, é um dos maiores atos de coragem você se abrir ao ponto de não se preocupar de te machucarem porque sabe que vai conseguir superar e seguir em frente. Fracos são aqueles que tentam se esconder de diversas formas, se passam por pessoas que não são, fingem que não ligam para os outros ou para o mundo quando na verdade só é uma mera e fajuta forma de se proteger de tudo e todos, pois foi muito machucado e não sabe se acontecer mais uma vez será capaz suficiente para se reerguer, eles tentam não demonstrar o que sentem, tentam parecer hoje em dia como os "bonzões" onde fingem que não ligam para nada. Vivem uma mentira dia após dia. Quem vocês mais querem enganar? A si mesmos? Quão horrível deve ser viver assim. Isso é ser fraco! Ser tão fechado a ponto de afastar pessoas que se aproximam, que o valorizam apenas pelo simples medo de ser machucado mais uma vez. Agora eu tenho essa visão e espero que as outras pessoas do mundo também tenham que sinônimo de fraqueza é você fugir e não enfrentar. É algo confortável, ótimo, como eu tenho saudades da bolha a qual eu vivia, nunca machucada, nunca fazia papel de "trouxa", fazendo com que todos acreditassem que eu não tinha sentimentos, e que nada me abalava, quantas mentiras vividas. Afastava todos que tentavam se aproximar, não deixava ninguém ver através da minha alma. No mundo ridículo o qual somos obrigados a viver, até nisso somos cobrados. - Não demonstre á ninguém o que você sente - Seja o melhor - Ganhe o jogo - De a volta por cima - Se preocupe com seu status que não pode cair - Ué? Porque você não está pagando de coração de pedra? - Quer ser trouxa? Então vá e corra atrás da pessoa que valha a pena. Mas não diga que não te avisei. - Está demonstrando demais, a pessoa vai se cansar de você Aceite - Você não é melhor que ninguém - Você não é mais "forte" - Você TEM sentimentos - Você NÃO está em um jogo - Você não sairá por baixo pois isso não existe. O mundo de hoje já é feito por pessoas fúteis, onde só se importam com status, beleza, dinheiro, classes econômicas, e mais status. A aparência é nossa base de mundo hoje em dia. Então por favor não FODAM com a única esperança que me resta nesse mundo, somos muito mais que isso, não somos fúteis, eu sei que não. Deixem as pessoas verem através de sua alma, o quão ruim é? Então não fodam com a porra toda. "Todo mundo diz que o amor machuca, mas isso não é verdade. Solidão sim. Rejeição sim. Perder alguém sim. Inveja sim. As pessoas confundem isso com amor, quando na realidade, o amor é a única coisa no mundo capaz de curar nossas feridas sentimentais. Amor é a única coisa no mundo que não machuca" - Liam Neeson
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hot-1d-imagine · 8 years ago
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Pedido: Queria Um Que (S/n) e Liam São Separados e Tenha Um Filho de (3 ou 4 anos) E Ela Começa se envolver com outro Cara e o Liam Morre De Ciúmes aí eles Discutem. E acabam se Reconciliando Na discussão. Parte Hot – rayanes
*Aqui nesse link http://hot-1d-imagine.tumblr.com/pedidos vocês podem ver quais e a ordem que em os imagines vão ser postados, se o seu não estiver na lista é porque infelizmente não chegou, vou estar sempre atualizando a lista*
***
Imagine Hot do Liam:
Eu estava arrumando meu pequeno Luke para quando Liam chegar. Sou mãe de um menininho de 3 anos, ele é um amor, tive ele quando era casada com Liam, mas aconteceu problemas no nosso relacionamento e nos separamos, mas por incrível que pareça eu ainda amo ele. Tenho que deixar esses sentimentos de lado, foi como se meu coração se despedaçasse em cacos quando Liam chegou com os papeis do divorcio.
Mas hoje em dia por mais que eu ainda o ame, eu estou começando a me envolver com outro homem, o Jace, eu sinto atração por ele, não tanto quanto eu sentia pelo Liam, mas mesmo assim eu estou começando a gostar do Jace.
Termino de arrumar o Luke e começo a me vestir, irei sair com o Jace hoje para um jantar, o nosso terceiro encontro, e irei deixar o meu filho com o pai dele.
Coloco um vestido colado preto que vai até a metade de minhas coxas e que tem um decote não muito exagerado, mas deixa meus seios um pouco amostra dando um charme sensual, sem ser vulgar. Meus cabelos longos ficam soltos em cachos nas pontas e eu passo uma maquiagem e o meu batom vermelho que eu usava apenas para o Liam, agora que eu não sou mais casada com ele tenho que mostrar que superei e estou em outra.
Liam acha que eu não sei que ele tem suas ficantes, claro que ele tem, afinal ele nunca foi um homem santo. Mas saber que depois de duas semanas depois do nosso divorcio ele já estava saindo com outra mulher me fez ficar puta da vida, ele passou a imagem de que queria se divorciar apenas para pegar outras mulheres. Bom, no meu caso eu fiquei uns bons 10 meses sem ter contato mais intimo com algum homem, e Liam parecia gostar disso sempre que me via quando ele vinha para ver Luke. Agora as coisas mudaram, eu tenho o Jace e espero finalmente sair da seca essa noite.
Escuto a campainha tocando lá embaixo e passo rapidamente meu perfume favorito e pego Luke no colo, desço as escadas e vou até a porta da casa.
Quando eu abro a porta vejo Liam parado, ele está bonito como sempre, mas eu tento ignorar o efeito que ele tem em mim e coloco Luke em pé.
- Papa – Meu filho diz e abraça as pernas do pai, Liam sorri e o pega no braço.
- Que bom que chegou, estou quase atrasada para o meu compromisso – Digo me virando para pegar minha bolsa. Liam me encara de cima a baixo e seu olhar para no meu decote.
- Aonde você vai? – Ele pergunta sério e eu dou de ombros.
- Vou sair com um... amigo – Respondo enquanto retoco rapidamente o meu batom na frente do espelho da sala.
- Amigo? – Liam pergunta com a voz rouca em um tom baixo, que me faz arrepiar.
- Sim, algum problema? – Pergunto e ele fica calado – Ótimo, achei que tivesse, agora, um beijo no meu bebê – Deposito um beijo no meu filho – Ele já tomou banho, não precisa se preocupar com isso, tem os desenhos favoritos dele ali perto da TV e a comida dele está dentro do forno, boa sorte, eu volto... bom, eu ligo se eu não for passar a noite em casa, Tchau – Falo e percebo os olhos do Liam escurecerem de raiva, não entendo o porque disso, então eu saio de casa e vou para o meu  encontro.
***
Jace e eu estávamos indo para minha casa, espero que Liam tenha levado Luke para casa dele, assim eu posso curtir um ótimo sexo com o Jace.
Abro a porta da minha casa e assim que ponho o pé dentro do local, Jace me prensa na parede e começa a me beijar com força, eu retribuo e empurro a porta que se fecha com força fazendo barulho.
Jace me pega no colo e eu envolvo a cintura dele com minhas pernas, ele passa as mãos na minhas coxas e sobem para a minha bunda onde dá um aperto.
- Porra, você é muito gostosa – Ele diz e me coloca em cima da mesa de jantar, ele abre minhas pernas e me toca em cima da calcinha. Solto um gemido necessitado.
- Jace, por favor – Gemo manhosa e ele abre um sorriso malicioso.
- O que você quer? – Ele pergunta afastando a minha calcinha para o lado e penetrando um dedo em mim, solto um gemido alto.
- Quero que solte ela agora mesmo, porra – Escuto uma voz extremamente raivosa e rouca vindo de trás do Jace. Era o Liam. Cacete.
Jace se afasta rapidamente e eu me ajeito em cima da mesa.
- Quem é você? – Jace pergunta e Liam me encara com raiva, mas quando olha para o homem que estava me tocando a uns segundos atrás eu vejo que o olhar dele se tornar mortal.
- Ninguém, ele é apenas um amigo, desculpa Jace, pensei que Liam estava na casa dele, podemos continuar isso em outro momento? – Pergunto e Jace me encara e dá um sorriso compreensivo e me dá um selinho.
- Estarei esperando ansiosamente para esse momento – Ele diz e vai embora.
- Mas que porra, Liam – Digo cruzando os braços.
- Você não devia fazer isso – Liam diz e eu dou uma gargalhada.
- Ah, então você pode sair comendo todo mundo mas eu não posso transar com mais ninguém? Se toca, Liam, você não é mais casado comigo, não te devo fidelidade e nem satisfação com quem eu transo ou não, obrigada por cuidar do Luke, agora pode ir embora – Digo abrindo a porta. Liam sorri e passa a mão no cabelo.
- Você acha que vai ficar por isso mesmo? Eu pego você quase transando com um cara na nossa casa e pronto, vou ficar de boa com isso? – Liam diz e eu ergo as sobrancelhas.
- Nossa casa? Essa casa deixou de ser sua no momento em que você trouxe a papelada do divorcio, essa casa é minha e do meu filho, você não mora mais aqui, portanto não tem direito nenhum de falar “nossa casa”– Falo e Liam me encara e vejo o arrependimento em seu olhar.
- (S/n), olhe, me desculpe – Liam diz – Mas ver você com outro homem é difícil para mim, fomos casados por quatro anos é difícil eu ainda não ter essa possessividade por você – Ele diz e eu balanço a cabeça negativamente.
- Liam eu sei que depois que se separou de mim, duas semanas depois você já estava com outra, foi difícil para mim também, eu sei que você não é santo, mas pensei que não fosse curtir sua vida de solteiro tão cedo, agora eu estou fazendo o mesmo, eu demorei a cair na real e agora eu estou “curtindo” esse momento, quero ter uma pessoa na minha vida, quero ter um homem na qual irá envelhecer do meu lado, eu planejava ter isso com você, mas você foi fraco e desistiu na primeira dificuldade que tivemos, então não venha dizer que é difícil, porque você desistiu assim que as coisas começaram a ficar difíceis – Falo apontando o dedo para ele, sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto, finalmente eu estou desabafando e jogando tudo o que eu tenho guardado por esse tempo.
- (S/n), me... desculpe – Liam diz me abraçando com força.
- Você não sabe nem da metade do que aconteceu, ser uma mulher divorciada é horrível, eu sofri com os olhares de tantas pessoas que me julgavam, sofri com os olhares de alguns parentes seus, eles falavam que eu não tinha sido uma esposa suficiente para você, eu fiquei tão mal por meses e você nunca notou isso – Falo chorando mais forte e me separando dos braços dele.
- (S/n) eu não sabia – Liam diz e eu vejo o olhar triste dele.
- Claro que não sabe, você é homem, não sente o peso de ser divorciado, tanto que já foi se envolver com outras – Digo – Agora saia, faça o que você faz de melhor e fuja quando as coisas se tornam difíceis – Falo enxugando as lágrimas e quando eu percebo eu estou prensada na parede e Liam está muito perto de mim.
- Dessa vez eu não irei fugir – Liam responde com a voz rouca e me beija furiosamente, eu fico sem reação por alguns segundos e quando eu me situo, meus braços envolvem o pescoço dele – Eu nunca quis fazer você sofrer, mas eu sofri também, eu ainda te amo, e fui um covarde por ter desistido de nós – Liam diz e volta a me beijar. Ele sobe o meu vestido e o retira me deixando apenas de calcinha.
Liam me coloca em pé e me puxa pela cintura e sinto os lábios macios e quentes dele colar em minha boca. O beijo começa com suavidade dessa vez eu encosto a ponta da língua no lábio inferior de Liam e depois sugo a língua dele que o faz dar um rosnado e ele aprofunda o beijo agora sendo mais selvagem e cheio de desejo e saudade. Entrelaço os dedos nos cabelos lisos e macios de Liam e ele me pega no colo e me prensa na parede com mais força, eu enlaço as pernas na cintura dele.
- Senti tanto a sua falta, (S/n), tanta – Liam diz interrompendo o beijo e rumando com selinho para o meu pescoço, solto um gemido ao sentir Liam plantar um chupão na região. Ele desce mais os beijos e para com a boca em cima de um dos meus mamilos, eu o encaro com um sorriso.
- O que você quer Liam? – Pergunto.
- Ah (S/n), eu quero você inteira – Ele diz.
- Só por essa noite, o que você mais quer fazer agora? – Pergunto passando a língua pelo lábio inferior e Liam observa aquele movimento e sinto o membro dele ficar mais duro do que já está.
- Eu quero chupar esses seus seios e ver se consigo fazer você gozar apenas com isso, depois quero meter em você com força e matar todas as saudades que eu tive de você por todo esse tempo que eu fiquei sem ter você pra mim, eu quero acariciar, chupar e mordiscar seu corpo inteiro, quero deixar minha marca nele, porque você é minha e não deixarei nenhum outro homem tocar em você. Eu irei fazer você hoje gritar meu nome, baby – Ele diz e eu solto um gemido de olhos fechados com todas as palavras que Liam acabou de dizer, estou tão molhada.
- Ah Liam, você pode fazer isso, apenas por essa noite – Digo e ele cai de boca em seu seio direito e massageia o seio esquerdo com sua mão grande. Ele morde o meu mamilo e o puxa entre os dentes me fazendo arfar e arquear as costas – Oh Liam – Sussurro e gemo ao mesmo tempo. Ele passa para o outro seio e continua com as mesmas caricias e mordidas.
Sinto meu sexo se contrair e logo o orgasmo me toma com tudo e grito o nome de Liam em alto e bom som. Continuo tremula e Liam para de me prensar na parede e caminha comigo até o meu quarto e chegando lá ele me coloca deitada na minha cama.
- Luke está aqui, não podemos fazer barulho – Digo e Liam sorri malicioso.
- O deixei na casa da minha mãe, agora você pode gritar até ficar rouca – Ele responde, Liam me observa estirada na cama e eu para provocar fico passando as mãos pelos meus seios e com um rosnado ele retira a blusa branca e o sapato e por fim a calça junto com a boxer de uma vez só. Eu encaro o membro groso e duro de Liam. Percebo o liquido de pré-gozo saindo pela cabecinha do membro dele e eu umedeço os lábios e continuo a encarar o meu objeto de prazer.
- Vem aqui, vem – Digo sorrindo maliciosa e abrindo as pernas. Liam acaricia o seu membro. Ele fica de joelhos na cama de frente para mim, e continua a se acariciar com a mão. Ele para e me puxa pelos tornozelos e retira a minha calcinha e se levanta da cama me fazendo franzir o cenho em confusão.
- Coloque os braços pra cima de sua cabeça – Liam manda com a voz rouca e eu meio hesitante faço.
Ele amara os meus pulsos com a minha própria calcinha e logo depois os prende na cama. Eu estou presa na cama e isso me faz ficar excitada e meio receosa, o que ele vai fazer?
- Agora, meu amor, irei... dar prazer a você como nenhum outro homem irá conseguir dar – Liam diz voltando pra cima da cama e me puxando pro meio da cama, fazendo os meus braços ficarem esticados. Ele me faz abrir as pernas e ele vê a minha intimidade brilhando com minha excitação. Ele passa a língua nos lábios e não dá nem tempo para eu raciocinar o que ele vai fazer e no segundo seguinte Liam já está me chupando como se eu fosse a fruta mais suculenta do mundo para ele. Arfo e solto gemidos com força, joga a cabeça pra trás e gemo alto quando Liam suga com mais força meu clitóris.
- OH LIAM – Grito quando ele penetra minha entrada molhada com a língua e depois ele começa com o vai e vem. Sinto minhas pernas tremerem e meu corpo ficar tenso – Liam, eu... – Começo a dizer e Liam dá um chupão no meu clitóris e eu me desfaço com um grito e com as pernas bambas. Respiro com força.
Liam retira sua cabeça de entre as minhas pernas e me encara com um o olhar mais intenso que eu já recebi na vida. A boca dele está molhada pelo o meu gozo e eu fico excitada novamente com essa visão.
Ele se encaixa entre as minhas pernas e passa a cabeça de seu pau entre a minha entrada sedenta.
- Tem uma camisinha na gaveta ao lado – Digo e solto um gemido quando ele circula meu clitóris com o seu membro duro.
- Eu quero sentir você por completa – Liam diz, como eu tomo anticoncepcionais eu deixo para lá.
Ele dá um beijo carinhoso no meu pescoço e outro na minha bochecha e assim ele começa uma trilha de beijos. Sinto o membro de Liam fazer pressão em minha entrada e ele entra com tudo em minha intimidade totalmente molhada.
Nós dois gememos alto.
- Oh (S/n), senti tanta falta de me enterrar em você, de sentir seu corpo contra o meu, porra, eu senti tanta falta – Liam diz com os dentes cerrados e começando os movimentos rápidos e fortes. Gememos em sincronia e Liam morde o meu ombro com um pouco de força.
- Liam me desamarre – Peço gemendo e ele faz o que eu pedi. Rapidamente eu cravo as unhas nas costas de Liam e ele urra de prazer.
Ele continua o movimento de vai e vem.
Me surpreendo com o movimento em seguida dele, Liam se vira e me faz ficar em cima dele.
- Cavalgue em mim, minha gostosa – Ele diz e eu retiro ele de dentro de mim, Liam me encara confuso – (S/n)... – Não dou nem tempo dele falar alguma coisa e desço em cima do pau dele com força o fazendo entra totalmente em mim e chegar mais fundo, Liam grita de prazer me deixando feliz em dar prazer a ele. Começo com os movimentos e ele segura a minha cintura para me ajudar. Começo quicar em cima dele. Ele fica grunhindo e eu fico gemendo enquanto passo minhas mãos pelo tórax definido de Liam.
Sinto minha intimidade se apertar e Liam percebe que estou quase lá e ele volta a antiga posição, ficando por cima de mim. Eu enrosco as minhas pernas na cintura de Liam e ele começa a me penetrar com força.
- Goze pra mim, (S/n), goze pra mim, meu amor – Ele manda e o meu corpo atende.
- Oh Liam, eu... eu te amo – Digo gozando magnificamente no membro de Liam, que assim que sente a minha intimidade o apertar, ele se derrama todo dentro de mim. Ele grunhi alto quando atinge o ápice.
- (S/n), eu também te amo, sempre te amei, me desculpe por ter sido um fraco, por ter desistido de nós, me perdoe por favor, me dê mais uma chance que eu prometo que não irei lhe decepcionar – Liam diz com a voz rouca, eu me viro para ficar totalmente de frente para ele.
- Eu te perdôo, mas não será tão fácil assim – Digo e Liam sorri malicioso.
- E se eu te fizer gozar por todo esse tempo que eu deixei você, o que me diz? – Ele diz sorrindo e eu dou uma risada alta.
- Posso pensar no seu caso – Repondo e Liam volta a me beijar e ficar por cima de mim.
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