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quiltbpag-any · 8 years ago

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Porquê que se devia parar de reagir mal a labels

Eu já fiz um texto um pouco extenso [aqui] - que pode ser lido para obter mais detalhes, e que é resumido facilmente nos seus parágrafos de conclusão - mas agora decidi completar e clarificar algumas ideias, apresentando-as em forma de lista.

O objetivo deste post é ser label-positive - não no sentido de obrigar toda a gente a usar labels (detalhes no ponto 1), mas no sentido de apontar alguns pontos positivos do uso destas, e assim promover o respeito por quem escolhe usá-las. Esse respeito passa por:

Achar que todas as labels são igualmente válidas e que nenhuma é mais relevante que outras

Parar de tratar labels como algo necessariamente limitador/empoderador, pois isso depende do quão confortável um indivíduo se sente com elas

Reconhecer que, em dadas ocasiões, podem ser tão úteis como qualquer outra palavra

Não torcer o nariz perante certas labels (ex: dizer que elas são feias ou implicar com prefixos)

Entender que labels não têm um significado estrito e que não há uma definição única delas, possuindo diferenças subtis para cada pessoas que as usa.

Reconhecer que labels não são definidas pelo histórico de relacionamentos e/ou género de uma pessoa, e sim pela sua identificação, que pode ser fixa ou evoluir/mudar com o tempo.

Então, agora vou desmistificar algumas noções sobre elas, algumas já subentendidas nos vários pontos que o seu respeito exige:

1) São para uso pessoal.

1.1 - Ninguém tem o direito de determinar de que forma alguém usa ou deixa de usar labels. E independentemente da atitude de um indivíduo perante elas, está no direito de reclamar se vir a sua escolha desvalidada, embora reclamar seja diferente de "vingança": ou seja, se desvalidar o outro lado em troca, perde a razão toda.

1.2 - Assim, as pessoas não deviam ficar irritadas ao ver quem abraça labels com facilidade, desde que essa pessoa não as obrigue a usar. E têm o direito de expressar o porquê de não se darem bem com elas, mas sem generalizar isso ao ponto de atribuir uma condição absoluta às labels (Errado dizer: Labels são limitadoras/complicadas; Certo dizer: Sinto que as labels me limitam/são muito complicadas para mim). Palavras e conceitos são o que as pessoas fazem delas, então por favor não diga que quem usa labels está a limitar-se a si próprio.

1.3 - Por outro lado, quem vê um grande significado nas labels não pode impingir o seu uso a ninguém. Se a pessoa não vê um porquê de as usar a nível pessoal, e/ou não se sente confortável ao usá-las independentemente de entender ou não porquê que são importantes para algumas pessoas, está no direito de as recusar.

2) Podem validar e deixar pessoas mais confortáveis com a sua identidade

2.1 - Algumas pessoas te dificuldade em aceitar ou entender quem são enquanto não descobrirem que o que são tem um nome e que a sua identidade é comum suficiente entre outras pessoas. Palavras são muitas vezes uma forma de auto-afirmação, e isso não devia ser tirado de ninguém.

2.2 - Não há labels "a mais", e um argumento desses é particularmente hipócrita (ou pelo menos inconsciente) quando usado por pessoas lgbt+ das 4 primeiras letrinhas. Lá porque tiveram a sorte de ver a sua label mais reconhecida, não serem (pelo menos em teoria) invisibilizadas quando a maioria do pessoal se esquece do "+", e estarem mais fortemente enraizadas na história, isso não lhes dá o direito de achar que labels criadas depois (ou que simplesmente não sejam mainstream) têm menos valor, são menos necessárias, ou confusas demais. Esse é literalmente um dos argumentos que sempre foi usado contra pessoas lgbt+: não faz sentido que alguns grupos da comunidade o atirem aos outros.

2.3 - Não apenas labels, termos relacionados com uma comunidade ou com a sua história podem ajudar a trazer à luz e a questões mainstream alguns dos problemas enfrentados pelas pessoas, que precisam de ser discutidos. Campanhas precisam de nomes. Problemas recorrentes também. Apropriação, queerbait, queercoding, as várias formas de preconceito específicas, invisibilidade, políticas opressoras como a "don't ask, don't tell", a questão das casas de banho (bathroom bill), tropes como a Bury your gays, representatividade, entre outros, não podem ficar conhecidos nem receber atenção sem um nome.

3) São úteis/práticas, embora isso dependa do contexto

3.1 - São um vocabulário específico a uma comunidade, e da mesma forma que áreas de futebol/jogos/ciências/basically everything têm uma terminologia associada, lgbt+ também tem. Se alguma palavra desconhecida surgir a meio de uma conversa, a maioria das pessoas ou a) pesquisava o significado no telemóvel ou b) perguntava à pessoa com quem estava a falar. Independentemente de perceber ou não tudo o que a palavra incorporava, a conversa prosseguia, e a palavra não deixaria de ser útil para encurtar uma definição inteira entre pessoas que compreendessem o seu significado. Então não faz sentido desvalorizar a utilidade de se ter bastantes labels, se se compreende facilmente que o número assustador de palavras relativas a um único tema surgiram com um propósito.

3.2 - Em alguns casos, termos guarda-chuva (ou seja, que são frequentemente usados para incluir termos ainda mais específicos - ex: assexual, bissexual/bi+/polysexual/multissexual/m-spec/pluralian) podem servir, mas há alturas em que é preciso especificar. Por exemplo, se nos quiséssemos referir às experiências específicas de quem só sente atração sexual após formação de um laço emocional forte, é muito mais fácil substituir essas palavras todas por demissexual.

3.3 - Se uma pessoa quiser aprender sobre si própria, não dá muito jeito escrever no google, por exemplo, "tipo de gay que só sente atração romântica por pessoas de géneros diferentes do seu" - o nome disso seria assexual heterorromântico, mas a descrição anterior nem se aproxima da definição, e decididamente o google só detetaria como keywords "gay" e "atração", levando a resultados inteiramente diferentes dos alvejados. Então, labels são úteis para deixar as ideias mais concisas, e mais simples de transmitir.

3.4 - Não são tão úteis assim se as pessoas as desconhecerem, pois nesse caso perde-se tempo com explicações - que são frequentemente ignoradas, o que só mostra que a pessoa que faz isso não têm grande solidariedade para com os outros. É compreensível que alguém não saiba todas as definições - nem pessoas lgbt+ sabem, e ainda por cima, como dito em (4), é difícil concordar com uma definição única.

4) Não têm definições únicas nem critérios

4.1 - As labels lgbt+ são como cores: é difícil encontrar 2 pessoas que concordem com o nome [desta cor]: azul, roxo, azul-arroxeado, violeta, azul-escuro, índigo, azul-marinho, anil? Agora, apesar de não sabermos a que cor exatamente correspondem esses nomes, as várias sugestões deixam claro de que cor NÃO se trata: vermelho, amarelo, verde, cinzento... Da mesma forma, pode ser difícil, por exemplo, arranjar definições inclusivas de todos os motivos que levam alguém a escolher entre a label bi e pan, a tratar queer e lgbt+ ou como palavras sinónimas ou como palavras politicamente opostas, usar assexual como termo guarda-chuva ou como extremo de um espectro, ser não-binárie mas rever-se ou não como trans. Mas decididamente, uma pessoa pan não é homo/heterossexual, e isso fica claro com QUALQUER definição.

4.2 - Não há um conjunto de regras e critérios que se tenham de atender para alguém se qualificar com certas labels. "Eu cumpro estes requisitos todos mas como falhei o 43º já não sou A e sim B" - não é assim que funciona.

4.3 - Também não é preciso ter um certo histórico de relacionamentos ou géneros ou expressões de género para alguém poder usar qualquer label. Nesse sentido, é ridículo pedir "provas" de que alguém é, por exemplo, m-spec (não é preciso ter namorado com sequer ninguém para se ser m-spec, muito menos com uma pessoa de cada género pelo qual se sente atração), lésbica/gay (ter namorado com alguém do género "oposto" no passado não torna essa label menos válida, até porque se pode ter devido a pressão externa ou homofobia internalizada), assexual ou alguém no espectro (ter feito/fazer sexo não é o mesmo que sentir atração, e não sentir atração sexual não implica não sentir atração romântica), trans e/ou não-binárie (roupas e formas de expressão de género não têm de ter qualquer relação com o seu género, e a orientação da pessoa ainda menos se relaciona).

4.4 - O único critério para se usar uma label é a identificação. Há uma certa palavra que capta bem a experiência, percepção interna, ideais e/ou sentimentos de alguém? A palavra "soa bem"? Então provavelmente é uma das mais adequadas. Para que conste, é perfeitamente ok que uma pessoa se reveja e sinta bem com mais do que uma label.

5) Podem criar um senso de comunidade

5.1 - Palavras são muitas vezes aquilo que une e fortalece as pessoas. Stonewall Riots são um dos eventos históricos mais conhecidos pelas pessoas LGBT+ e queer pois foi quando a) a comunidade se consciencializou de que até era numerosa b) as pessoas perceberam que tinham como lutar pelos próprios direitos. Quando mais gente se juntar por uma causa - e ser lgbt+ não só é uma identidade como uma causa - mais recebe atenção, se torna visível e pode fazer pressão para ser bem tratada.

5.2 - LGBT+ inclui uma série de identidades totalmente distintas, e contudo, o propósito da comunidade pode ser entendido com a metáfora que encontrei [aqui]: É como ter 10 pessoas numa sala, mas para 9 serem notadas por uma (sendo essa pessoa representante de pessoas cis-hétero), tiveram de se unir - resultou, mas com o sacrifício da sua individualidade. Então, embora grupos mais genéricos chamem mais a atenção e possam partilhar e aprender bastante entre si, também é importante que hajam grupos mais específicos e que permitam às pessoas encontrar quem seja cada vez mais semelhante a si. E mesmo assim, isso é impossível, porque ninguém é só uma coisa, e grupos de pessoas não são monólitos.

5.3 - Comunidades são um espaço de lágrimas e sorrisos. Encontrar pessoas minimamente semelhantes pode ajudar a acabar com um sentimento de isolamento, tornar mais fácil comunicar os sentimentos, encontrar quem tenha passado por situações complicadas semelhantes e possa ajudar a resolvê-las, partilhar experiências e enriquecer com as dos outros, entender que pessoas iguais num aspeto podem ter tido uma vida muito distinta, encontrar quem lamente ou celebre os mesmos acontecimentos históricos, achar quem goste das mesmas coisas, e até fazer trocadilhos com a própria label.

6) Podem ter um propósito político

6.1 - Clamar labels pode ser uma forma de ajudar a lutar contra estereótipos. Se, por exemplo, a bissexualidade é associada a traição, a assexualidade a uma ideia de inocência, entre outros, a melhor maneira de associar as palavras com comportamentos distintos é fazer com que pessoas que não se enquadrem nesses estereótipos as apliquem a si mesmas. Isso não só se aplica a pessoas reais, como a personagens fictícias, onde termos lgbt+ só costumam ser mal aplicadas ou usadas com o intuito de manchar a palavra.

6.2 - Mostrar que há muitas pessoas de um determinado grupo pode ajudar a arrecadar fundos para o mesmo - fundos estes ajudarão a, por exemplo, conseguir criar mais resources, informar as pessoas, ajudar organizações... Ainda há uma grande noção de que a bissexualidade não existe ou é uma fase, e esse é uma das razões que pode levar a sociedade a investir apenas em grupos gays, lésbicos e lgbt+ (que maioritariamente se centram nos dois grupos anteriores anyway), mas nunca noutros - a ironia do exemplo que citei é que a bissexualidade e um dos grupos lgbt+ mais numeroso, mas recebe apenas 1% dos fundos, e outras comunidades ainda recebem menos [fonte | mais detalhes].

6.3 - Já mencionei no ponto 2.3 como o uso de certos termos pode ajudar a trazer luz a alguns assuntos que precisam urgentemente de ser discutidos e, se possível, enfrentados com medidas.

Pronto, estes são os assuntos em que consegui pensar. Sintam-se livres para acrescentar a vossa opinião, mas aviso já que se aparecerem a desmerecer quem usa labels ou a desmerecer algumas identidades em específico, deviam ler melhor o post.

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fairnesshuman-blog · 7 years ago

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Gender Equality and Empowerment of All Women and Girls

For the past years, men were perceived to be stronger than women and this misconception made men to be the dominant sex and women the inferior one. Time had seen how men abused their dominance and always view women to be weaker compared to them. Women was once taught and trained to become a housewife who would take care of the house and children, someone who would tend to their husband’s wants and desires. Women were viewed to be incompetent and that they were not given any job or the right to vote or even attend school. Over the years, we have seen the way things changed and how women have fought for their rights. Did we really achieve the equality between men and women?

One of the 17 sustainability goals of the United Nations is to achieve Gender Equality and Empowerment of All Women and Girls. This Sustainable Development Agenda is set to be attained by 2030. The Agenda calls for action by all countries to improve the lives of people everywhere.

Let’s take a look at the major facts why Gender Equality really matters.

GENDER EQUALITY: WHY IT MATTERS

What’s the goal here? To achieve gender equality and empower all women and girls. Why? Women and girls represent half of the world’s population and therefore also half of its potential. But, today gender inequality persists everywhere and stagnates social progress. As of 2014, 143 countries have guaranteed equality between men and women in their Constitutions but 52 have yet to take this step.

What happens if gender equality is not ensured? Inequalities faced by girls can begin right at birth and follow them all their lives. In some countries, girls are deprived of access to health care or proper nutrition, leading to a higher mortality rate. As girls move into adolescence, gender disparities widen. Child marriage affects girls far more than boys. Globally, nearly 15 million girls under age 18 are married every year— or 37,000 each day. Marrying young also affects girls’ education. About one third of developing countries have not achieved gender parity in primary education. In sub-Saharan Africa, Oceania and Western Asia, girls still face barriers to entering both primary and secondary school.

How does gender inequality affect women? Disadvantages in education translate into lack of access to skills and limited opportunities in the labour market. Women’s and girls’ empowerment is essential to expand economic growth and promote social development. The full participation of women in labor forces would add percentage points to most national growth rates— double digits in many cases.

Are there any other genderrelated challenges? Yes. Worldwide, 35 per cent of women have experienced physical and/or sexual intimate partner violence or non-partner sexual violence. An estimated 133 million girls and women have experienced some form of female genital mutilation/cutting in the 29 countries in Africa and the Middle East, where the harmful practice is most common with a high risk of prolonged bleeding, infection (including HIV), childbirth complications, infertility and death.

But, why should gender equality matter to me? Regardless of where you live in, gender equality is a fundamental human right. Advancing gender equality is critical to all areas of a healthy society, from reducing poverty to promoting the health, education, protection and the well-being of girls and boys. Investing in education programmes for girls and increasing the age at which they marry can return $5 for every dollar spent. Investing in programs improving income-generating activities for women can return $7 dollars for every dollar spent.

What can we do to fix these issues? If you are a girl, you can stay in school, help empower your female classmates to do the same and fight for your right to access sexual and reproductive health services. If you are a woman, you can address unconscious biases and implicit associations that can form an unintended and often an invisible barrier to equal opportunity. If you are a man or a boy, you can work alongside women and girls to achieve gender equality and embrace healthy, respectful relationships. You can fund education campaigns to curb cultural practices like female genital mutilation and change harmful laws that limit the rights of women and girls and prevent them from achieving their full potential.

To find out more about Goal #5 and other Sustainable Development Goals, visit: http://www.un.org/ sustainabledevelopment

#GenderEquality #EmpowerWomen #SustainableDevelopmentGoals

Sources:

https://goo.gl/MLcsdz

https://goo.gl/z2vVK6

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lucjossua · 5 years ago

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“It is the third of three guineas; but the three guineas, you will observe, though given to three different treasurers are all given to the same cause, for the causes are the same and inseparable. Now, since you are pressed for time, let me make an end...” -Woolf, Three Guineas, 131

#Sarcasm #Time #Reliance #GenderRelations

Woolf has fully underscored the fact that, for a gender that has attempted to demonstrate its superiority for centuries in Western society, it is ironic for these men to be so reliant on the relatively little money she possesses. She rubs this in, in a sense, as not only has she withheld most of the money from the asker, but she has completely wasted much of his time. Her sentences and paragraphs are roundabout, doubling back, attempting to infuriate the reader more than he already is, recently being scorned. Effectively, Woolf has co-opted this attempt to reinforce the male decision-making world and used it as a manifesto and middle-finger to those who use her.

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startup-punk · 8 years ago

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Plázadalom

Ha már Puzsér Róbert megtette azt a szívességet, hogy "outolta" a mozgalmunk (trendünk?) valódi célját - miszerint ezek a bátor újhullámosok csupán neomarxisták - úgy érzem, egy válasszal tartozom. Azért ide, mert úgyis eljut hozzá innen is, meg mert a más megnevezettek épp van jobb dolguk ennél (én meg munka mellett rohadok péntek éjfélkor).

Kezdjük a megnevezésnél: plázadalom. Nekem kifejezetten tetszik ez a kifejezés, kár, hogy nem akkor jutott eszünkbe, amikor a 4K-val a westend működését zavartuk meg több száz emberrel, vagy amikor az Aréna nyitónapját kényszerítettük bezárásra egy célzott akcióval.

Biztos nagyobbat mentünk volna a médiában, ha vagyunk ilyen frappánsak.

Ad kettő. Számomra nagyon érdekes, hogy Puzsér a jelenséget nevén tudja nevezni, de azoknak a mozgatóit és céljait tökéletesen képes rosszul reprezentálni, pont úgy, ahogy a genderrel teszi: nem feltételezem róla, hogy buta lenne, viszont így arra kell gondolnom, hogy rosszakaratú. Ez persze szíve joga: de régebben nem állt így ehhez, amikor még az Alterglob látszott a lehetséges iránynak a Bajnai-féle restauráció idején, a válság kezdetekor.

Ad három. Mit akarnak a neomarxisták? Puzsér szavaival élve:

" A cél egyértelmű: lerabolni a középosztályt, ebből a pénzből kielégíteni a gazdasági hátországot, és megvalósítani egy olyan szociálpolitikát, amely remélhetőleg nem viszi majd csődbe az országot – legalábbis négy év alatt nem. Mert ne legyenek kétségeink: ami a gazdaságilag fejlett Nyugat-Európában a nem is olyan távoli jövőben talán megvalósítható lesz, az a mai Magyarországon katasztrófát jelentene."

Ebben az a jó, hogy ez így nettó a Fidesz politikája (csak a saját táborára szabva), és ez volt a rendszerváltás óta a gazdasági-politikai valóság. Kétségünk ne legyen: a most feltörő párterők, mind a Jobbik, mind az MSZP valsz. ugyanerre játszik.

Attól függetlenül a projekció netovábbja, ha ezt rávetítjük egy éledező mozgalomra, különösen, hogy a létező neolib dogmákból nem lép ki az ember: csak a "versenyképes, megszorító" politika életképes, mondja implicit, amivel akár beállhatna a DK táborba megmondóembernek. Csak épp úgy vélekedik a piacgazdaságról, hogy a szottyadt magyar piacon lett médiaember, amiről elhiszem, hogy kiélezett verseny szitu, elvégre hány alpári odamondót tud eltartani az iparág pláne magyarul, de nagy felismeréseket a gazdasági viszonyokat tekintve nem várnék tőlük. Ugyanazért, amiért nem Bayer Zsolttól várja a jobboldal a gazdasági programot.

(Hanem Matolcsytól ami szintén egy agyrémnek álcázott rablás, de mindegy is.)

A többi érvével, ami arra megy rá, hogy "nincs velük bajom, de kommunistáskodjanak a négy fal között" nem kívánok foglalkozni. Ha a forradalom ilyen egyszerű lenne, már rég a Star Trek világában élnénk mindahányan.

Mi hát akkor a neomarxizmus?

A közvélekedéssel szemben (amiért sokat tettek a megélhetési szocialisták, meg a díszkommunisták, meg még más megnevezni sem érdemes bűnösök) nem azt, hogy egy újabb népköztársaságot faragjunk. A neomarxizmust itthoni viszonylatban több módon lehet lefordítani, és ezer szálon már létezik körülöttünk - legfeljebb nem ezen a néven, tekintettel a fogalommal kapcsolatos allergiára.

Alapkövünk ötvenhat, alapkövünk hatvannyolc, alapkövünk a világszerte folytatott népi háborúk Indiától Nepálig. Csatornáink nem a sajtó fals-visszhangja, hanem az ezernyi apró kötelék, ami összefűz ebben a háborúban, milliószor megvitatva minden álláspontunkat, minden létező nyelven, hogy egy jobb világért küzdjünk, ki-ki a maga módján, a maga eszközeivel és tudásával, tanulva eleink (főként a létező szocializmusok) hibáiból.

Hogy nem dívott kiállni dolgokért az elmúlt tíz évben? Nagy dolog. Négyzetméterenként vesszük vissza a világot, és aki járt már nyugaton, Berlinben, Párizsban, Londonban, Barcelonában vagy bármely olasz városban, az látta ennek a harcnak a maradékát.

Amikor emberek azt mondják: a jövőt akarjuk, itt és most, úgy, ahogy mi akarjuk!

Mi hát a jövő?

Ha innen indítom a kérdést, akkor sose áll belém senki, hanem keblére ölel. Szabadság! Egyenlőség! Testvériség! Emeljük fel az elesetteket, dolgozzunk kevesebbet, kapjunk többet! Tegyen mindenki azt, amit akar, amíg az nincs másnak kárára! Legyünk végre szabadok, szabadok a fogalom legtágabb értelmében - utópiát akarunk, itt és most, senkivel ki nem egyezünk ebben.

A hogyan - a hogyan a kérdés. Hogy ott még nem tartunk, hogy azért még meg kell dolgozni, hogy a szabadságot ki kell érdemelni: mert ami van, az mindig is volt, és mindig is lesz, így hát a jelenlegi rendszer keretein belül kell dolgoznunk.

Ezt mondták a cárról, ezt mondták a királyokról. Ezt mondják a kapitalizmusról.

Köpjenek fel, s álljanak alá.

A hogyan pedig egy létező beszélgetés: mint írtam, ezernyi szálon pörög előre, és nem kell minden lépését megmagyarázni. Aki felfigyel, észreveszi, hogy mi a valódi történés körülötte, és el tudja választani a pótcselekvésektől: 2008 után a reakció neoliberális gúnyába öltözve rajtaütött a világon, ennek a farvizén a "Trump" és az új Orbán csak tünetek.

De a hullámok máshogy működnek, és ezek azért vannak, mert recseg-ropog a hajó: olyan csalás nincs, ami az idők végezetéig fennmarad. Ez sem lesz az - mondom ezt nem csak mint marxista, hanem olyan ember, aki egész életőben csalókat kergetett.

Azért a víz. Azért a víz az úr.

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stuckatmyhouse12 · 7 years ago

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Can I have some advice? It's okay if no. I just have bad dysphoria and I've acknowledged before that I'm trans but being nonbinary makes it harder because nobody thinks that's a real thing but I don't identify with either? I can't see myself as either at this point? And I feel like no matter how hard I try people will never stop calling me a girl. By word of mouth and looking at me they think that. I want a binder, but I don't want to tell my parents because I know they don't think enbies r real

Uhhhh i can’t exactly tell what precisely you’re looking for advice for?

Although if you’re looking for a way to get a binder maybe you could tell a friend to buy you one instead of your parents? Idk how whale that will work though since I don’t reely know if that’s pawssible fur you

#also can I just say I’m not exactly the perfect person to go to to get advice on genderrelated stuff bc I’m cis and don’t fully know aboat #that stuff

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korkep-blog · 7 years ago

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Megadja Gábor - Juncker és Marx: pont ilyen jobboldalra vágynak a haladók

Marxnak gyakorlatilag semmiben nem volt/lett igaza.

Marx magasról szart a morálra meg az olyan eszményre, mint az “igazságosság”, hiszen ezek a felépítmény részei voltak. A szegények és kitaszítottak sem érdekelték, velük nem érintkezett, és amikor fölajánlották neki, hogy hús-vér munkásokkal is találkozhat, elutasította, mert kit érdekelnek a melósok, amikor ott van a komfortos szoba, ahol írhatom az okosságaimat.

Olvasom, hogy Jean-Claude Juncker, a Nagytiszteletű Bizottság Méltóságos Ura Trierben, Karl Marx szülővárosában mond beszédet a nagy filozófus (?), közgazdász (?), szociológus (?), vizionárius kétszázadik születésnapján. Kicsit meg is hatódtam, és meghatódottságomban – tisztelegve a Méltóságos Úr előtt – bedobtam egy kőműves actimelt.

Kép: express.co.uk

(…)

Marx az a figura, akiről mindig elmondják, hogy ő semmiről sem tehet, bár ő a legnagyobb figurája a kommunista ideológiának, és hogy mekkora „zseni” volt, hiszen mennyi mindenben volt igaza.

Tényleg, mennyi mindenben?

A haladók általában a szerencsések táborát gyarapítják, mert nem nagyon olvasták Marxot, viszont azt hallották róla, hogy a morózus külsejű szakállas bűzbogár egy élő Robin Hood volt, aki elvenné a gazdagoktól és odaadná a szegényeknek, akit a kitaszítottak és elnyomottak iránti olthatatlan együttérzés és az igazságtalanságokkal szembeni morális fölháborodás vezérelt.

(…)

Marxnak gyakorlatilag semmiben nem volt/lett igaza, és nem az a legelésző vegán hippi volt, akinek ma megpróbálják beállítani. Az egyetlen, amit a számlájára írhatunk, az az a százmillió halott, akiket a kommunista rezsimek végeztek ki a világ minden táján – persze, nem személyesen felelős ezekért, de ezek a rezsimek mégiscsak kommunistának, szocialistának, marxistának nevezték magukat, kötelező tantárgyként oktatták a marxizmus-leninizmust, és hát kik vagyunk mi, hogy ezt megkérdőjelezzük?

És akkor itt van a mi nagyszerű vezetőnk, ez a Tesco gazdaságos Napóleon (mindenféle értelemben), aki elmegy beszélni a jubileumi ünnepségen, hiszen bármit gondoljunk is Marxról, hatással volt/van az életünkre. Ez persze igaz, a kérdés, mi volt a hatása?

Juncker úr, ugyebár, „néppárti”, és erre emlékezzünk akkor, amikor a haladók azon nyekeregnek, hogy szeretnének ők egy jobboldalt, amolyan igazit, európait, mint amilyen a néppártnak azon része, amelyik adott esetben ki is zárná a lábszagú, proli, suttyó, populista magyarokat a pártszövetségből. És föl is hívják a figyelmet arra, hogy hány jobboldali – tehát néppárti – politikus ítéli el néhanapján a magyar kormányt.

Nos, a bezzegjobboldal alatt a Juncker-féléket értik a haladók. Olyan jobboldalt szeretnének, amelyik hajbókol a haladó ügyek előtt, érti a 124. genderrel rendelkezők érzékenységét is, befogadja a barna szempárokat és fejet hajt az olyan progresszív idolok előtt, mint a korszakos gyűlölködő Karl Marx. A bezzegjobboldalt egyetlen dolog különbözteti meg a haladó tábortól, mégpedig az, hogy jobboldalinak nevezi magát, semmi más. Egy ilyen jobboldallal aztán nagyon elégedett lenne a haladó tábor.

Addig örüljünk, amíg elégedetlenek.

(…)

888.hu – Megadja Gábor: Juncker és Marx: pont ilyen jobboldalra vágynak a haladók

Nyitókép: xinhuanet.com

#Jean-Claude Juncker #Juncker #Marx #Megadja Gábor #Szemle

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