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Porquê que se devia parar de reagir mal a labels
Eu já fiz um texto um pouco extenso [aqui] - que pode ser lido para obter mais detalhes, e que é resumido facilmente nos seus parágrafos de conclusão - mas agora decidi completar e clarificar algumas ideias, apresentando-as em forma de lista.
O objetivo deste post é ser label-positive - não no sentido de obrigar toda a gente a usar labels (detalhes no ponto 1), mas no sentido de apontar alguns pontos positivos do uso destas, e assim promover o respeito por quem escolhe usá-las. Esse respeito passa por:
Achar que todas as labels são igualmente válidas e que nenhuma é mais relevante que outras
Parar de tratar labels como algo necessariamente limitador/empoderador, pois isso depende do quão confortável um indivíduo se sente com elas
Reconhecer que, em dadas ocasiões, podem ser tão úteis como qualquer outra palavra
Não torcer o nariz perante certas labels (ex: dizer que elas são feias ou implicar com prefixos)
Entender que labels não têm um significado estrito e que não há uma definição única delas, possuindo diferenças subtis para cada pessoas que as usa.
Reconhecer que labels não são definidas pelo histórico de relacionamentos e/ou género de uma pessoa, e sim pela sua identificação, que pode ser fixa ou evoluir/mudar com o tempo.
Então, agora vou desmistificar algumas noções sobre elas, algumas já subentendidas nos vários pontos que o seu respeito exige:
1) São para uso pessoal.
1.1 - Ninguém tem o direito de determinar de que forma alguém usa ou deixa de usar labels. E independentemente da atitude de um indivíduo perante elas, está no direito de reclamar se vir a sua escolha desvalidada, embora reclamar seja diferente de "vingança": ou seja, se desvalidar o outro lado em troca, perde a razão toda.
1.2 - Assim, as pessoas não deviam ficar irritadas ao ver quem abraça labels com facilidade, desde que essa pessoa não as obrigue a usar. E têm o direito de expressar o porquê de não se darem bem com elas, mas sem generalizar isso ao ponto de atribuir uma condição absoluta às labels (Errado dizer: Labels são limitadoras/complicadas; Certo dizer: Sinto que as labels me limitam/são muito complicadas para mim). Palavras e conceitos são o que as pessoas fazem delas, então por favor não diga que quem usa labels está a limitar-se a si próprio.
1.3 - Por outro lado, quem vê um grande significado nas labels não pode impingir o seu uso a ninguém. Se a pessoa não vê um porquê de as usar a nível pessoal, e/ou não se sente confortável ao usá-las independentemente de entender ou não porquê que são importantes para algumas pessoas, está no direito de as recusar.
2) Podem validar e deixar pessoas mais confortáveis com a sua identidade
2.1 - Algumas pessoas te dificuldade em aceitar ou entender quem são enquanto não descobrirem que o que são tem um nome e que a sua identidade é comum suficiente entre outras pessoas. Palavras são muitas vezes uma forma de auto-afirmação, e isso não devia ser tirado de ninguém.
2.2 - Não há labels "a mais", e um argumento desses é particularmente hipócrita (ou pelo menos inconsciente) quando usado por pessoas lgbt+ das 4 primeiras letrinhas. Lá porque tiveram a sorte de ver a sua label mais reconhecida, não serem (pelo menos em teoria) invisibilizadas quando a maioria do pessoal se esquece do "+", e estarem mais fortemente enraizadas na história, isso não lhes dá o direito de achar que labels criadas depois (ou que simplesmente não sejam mainstream) têm menos valor, são menos necessárias, ou confusas demais. Esse é literalmente um dos argumentos que sempre foi usado contra pessoas lgbt+: não faz sentido que alguns grupos da comunidade o atirem aos outros.
2.3 - Não apenas labels, termos relacionados com uma comunidade ou com a sua história podem ajudar a trazer à luz e a questões mainstream alguns dos problemas enfrentados pelas pessoas, que precisam de ser discutidos. Campanhas precisam de nomes. Problemas recorrentes também. Apropriação, queerbait, queercoding, as várias formas de preconceito específicas, invisibilidade, políticas opressoras como a "don't ask, don't tell", a questão das casas de banho (bathroom bill), tropes como a Bury your gays, representatividade, entre outros, não podem ficar conhecidos nem receber atenção sem um nome.
3) São úteis/práticas, embora isso dependa do contexto
3.1 - São um vocabulário específico a uma comunidade, e da mesma forma que áreas de futebol/jogos/ciências/basically everything têm uma terminologia associada, lgbt+ também tem. Se alguma palavra desconhecida surgir a meio de uma conversa, a maioria das pessoas ou a) pesquisava o significado no telemóvel ou b) perguntava à pessoa com quem estava a falar. Independentemente de perceber ou não tudo o que a palavra incorporava, a conversa prosseguia, e a palavra não deixaria de ser útil para encurtar uma definição inteira entre pessoas que compreendessem o seu significado. Então não faz sentido desvalorizar a utilidade de se ter bastantes labels, se se compreende facilmente que o número assustador de palavras relativas a um único tema surgiram com um propósito.
3.2 - Em alguns casos, termos guarda-chuva (ou seja, que são frequentemente usados para incluir termos ainda mais específicos - ex: assexual, bissexual/bi+/polysexual/multissexual/m-spec/pluralian) podem servir, mas há alturas em que é preciso especificar. Por exemplo, se nos quiséssemos referir às experiências específicas de quem só sente atração sexual após formação de um laço emocional forte, é muito mais fácil substituir essas palavras todas por demissexual.
3.3 - Se uma pessoa quiser aprender sobre si própria, não dá muito jeito escrever no google, por exemplo, "tipo de gay que só sente atração romântica por pessoas de géneros diferentes do seu" - o nome disso seria assexual heterorromântico, mas a descrição anterior nem se aproxima da definição, e decididamente o google só detetaria como keywords "gay" e "atração", levando a resultados inteiramente diferentes dos alvejados. Então, labels são úteis para deixar as ideias mais concisas, e mais simples de transmitir.
3.4 - Não são tão úteis assim se as pessoas as desconhecerem, pois nesse caso perde-se tempo com explicações - que são frequentemente ignoradas, o que só mostra que a pessoa que faz isso não têm grande solidariedade para com os outros. É compreensível que alguém não saiba todas as definições - nem pessoas lgbt+ sabem, e ainda por cima, como dito em (4), é difícil concordar com uma definição única.
4) Não têm definições únicas nem critérios
4.1 - As labels lgbt+ são como cores: é difícil encontrar 2 pessoas que concordem com o nome [desta cor]: azul, roxo, azul-arroxeado, violeta, azul-escuro, índigo, azul-marinho, anil? Agora, apesar de não sabermos a que cor exatamente correspondem esses nomes, as várias sugestões deixam claro de que cor NÃO se trata: vermelho, amarelo, verde, cinzento... Da mesma forma, pode ser difícil, por exemplo, arranjar definições inclusivas de todos os motivos que levam alguém a escolher entre a label bi e pan, a tratar queer e lgbt+ ou como palavras sinónimas ou como palavras politicamente opostas, usar assexual como termo guarda-chuva ou como extremo de um espectro, ser não-binárie mas rever-se ou não como trans. Mas decididamente, uma pessoa pan não é homo/heterossexual, e isso fica claro com QUALQUER definição.
4.2 - Não há um conjunto de regras e critérios que se tenham de atender para alguém se qualificar com certas labels. "Eu cumpro estes requisitos todos mas como falhei o 43º já não sou A e sim B" - não é assim que funciona.
4.3 - Também não é preciso ter um certo histórico de relacionamentos ou géneros ou expressões de género para alguém poder usar qualquer label. Nesse sentido, é ridículo pedir "provas" de que alguém é, por exemplo, m-spec (não é preciso ter namorado com sequer ninguém para se ser m-spec, muito menos com uma pessoa de cada género pelo qual se sente atração), lésbica/gay (ter namorado com alguém do género "oposto" no passado não torna essa label menos válida, até porque se pode ter devido a pressão externa ou homofobia internalizada), assexual ou alguém no espectro (ter feito/fazer sexo não é o mesmo que sentir atração, e não sentir atração sexual não implica não sentir atração romântica), trans e/ou não-binárie (roupas e formas de express��o de género não têm de ter qualquer relação com o seu género, e a orientação da pessoa ainda menos se relaciona).
4.4 - O único critério para se usar uma label é a identificação. Há uma certa palavra que capta bem a experiência, percepção interna, ideais e/ou sentimentos de alguém? A palavra "soa bem"? Então provavelmente é uma das mais adequadas. Para que conste, é perfeitamente ok que uma pessoa se reveja e sinta bem com mais do que uma label.
5) Podem criar um senso de comunidade
5.1 - Palavras são muitas vezes aquilo que une e fortalece as pessoas. Stonewall Riots são um dos eventos históricos mais conhecidos pelas pessoas LGBT+ e queer pois foi quando a) a comunidade se consciencializou de que até era numerosa b) as pessoas perceberam que tinham como lutar pelos próprios direitos. Quando mais gente se juntar por uma causa - e ser lgbt+ não só é uma identidade como uma causa - mais recebe atenção, se torna visível e pode fazer pressão para ser bem tratada.
5.2 - LGBT+ inclui uma série de identidades totalmente distintas, e contudo, o propósito da comunidade pode ser entendido com a metáfora que encontrei [aqui]: É como ter 10 pessoas numa sala, mas para 9 serem notadas por uma (sendo essa pessoa representante de pessoas cis-hétero), tiveram de se unir - resultou, mas com o sacrifício da sua individualidade. Então, embora grupos mais genéricos chamem mais a atenção e possam partilhar e aprender bastante entre si, também é importante que hajam grupos mais específicos e que permitam às pessoas encontrar quem seja cada vez mais semelhante a si. E mesmo assim, isso é impossível, porque ninguém é só uma coisa, e grupos de pessoas não são monólitos.
5.3 - Comunidades são um espaço de lágrimas e sorrisos. Encontrar pessoas minimamente semelhantes pode ajudar a acabar com um sentimento de isolamento, tornar mais fácil comunicar os sentimentos, encontrar quem tenha passado por situações complicadas semelhantes e possa ajudar a resolvê-las, partilhar experiências e enriquecer com as dos outros, entender que pessoas iguais num aspeto podem ter tido uma vida muito distinta, encontrar quem lamente ou celebre os mesmos acontecimentos históricos, achar quem goste das mesmas coisas, e até fazer trocadilhos com a própria label.
6) Podem ter um propósito político
6.1 - Clamar labels pode ser uma forma de ajudar a lutar contra estereótipos. Se, por exemplo, a bissexualidade é associada a traição, a assexualidade a uma ideia de inocência, entre outros, a melhor maneira de associar as palavras com comportamentos distintos é fazer com que pessoas que não se enquadrem nesses estereótipos as apliquem a si mesmas. Isso não só se aplica a pessoas reais, como a personagens fictícias, onde termos lgbt+ só costumam ser mal aplicadas ou usadas com o intuito de manchar a palavra.
6.2 - Mostrar que há muitas pessoas de um determinado grupo pode ajudar a arrecadar fundos para o mesmo - fundos estes ajudarão a, por exemplo, conseguir criar mais resources, informar as pessoas, ajudar organizações... Ainda há uma grande noção de que a bissexualidade não existe ou é uma fase, e esse é uma das razões que pode levar a sociedade a investir apenas em grupos gays, lésbicos e lgbt+ (que maioritariamente se centram nos dois grupos anteriores anyway), mas nunca noutros - a ironia do exemplo que citei é que a bissexualidade e um dos grupos lgbt+ mais numeroso, mas recebe apenas 1% dos fundos, e outras comunidades ainda recebem menos [fonte | mais detalhes].
6.3 - Já mencionei no ponto 2.3 como o uso de certos termos pode ajudar a trazer luz a alguns assuntos que precisam urgentemente de ser discutidos e, se possível, enfrentados com medidas.
Pronto, estes são os assuntos em que consegui pensar. Sintam-se livres para acrescentar a vossa opinião, mas aviso já que se aparecerem a desmerecer quem usa labels ou a desmerecer algumas identidades em específico, deviam ler melhor o post.
#orientationsrelated#genderrelated#labelsmatter#activism#4allies#analysis#others#representation#misconceptions#statistics
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After a big shop you just have to take your earrings off and chillax. Need that award for coping another week with only one eye! #puttingtheshopppingaway #labelsmatter #findtheearrings (at SassArt Jewellers)
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Yay! Ok so I don't like regular yogurt, I've always loved the flavor of soy yogurt though but tended to limit myself since soy is so highly GMO... Then I just pulled out some yogurt and realized that @lovemysilk is non-GMO!!! Did a little happy dance that I can guilt free enjoy some soy yogurt and granola!! I am so excited right now guys, it's really the little things in life that make me happy!! #happyhomesteader #nongmo #gmofreeusa #labelsmatter #corporateresponsibility
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What a beaut. #labelsmatter #thatshowipickwine #imasommalier #basically (at Englewood, Colorado)
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Just voted!! Let's do this #Washington!! If over SIXTY countries already do it, why is it so hard to do it in here, @Monsanto ?? #yeson522 #gmolabeling @yeson522 #labelgmos #righttoknow #eatclean #paleo #gmos #democracy #justlabelit #organic #gmo #voteforfood #labelsmatter #labelgmo
#paleo#organic#labelsmatter#democracy#voteforfood#washington#labelgmos#justlabelit#gmos#eatclean#gmo#gmolabeling#yeson522#labelgmo#righttoknow
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Vote for the right to know! #yeson522 #labelsmatter #wastate #gmo (at Seattle, WA)
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Thanks to all the support shown at #lohas2013 for #yeson522 because #labelsmatter
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Que motivos levam alguém a optar por bi ou pan?
OBS: Isto é apenas válido para pessoas que gostam de todos os géneros, pois se a pessoa só gosta de 2, de facto tem de usar a label bi, e se gosta de vários (mais de 2 ou menos de todos), bi ou polyssexual são as alternativas mais prováveis.
Para quem não sabe, a label bi serve para qualquer pessoa que sente atração por 2 ou mais géneros, e qualquer noção de que "bi significa 2" ou que "bi reforça uma falsa binária de género e/ou é transfóbica" é desmentida [aqui], sem desvalidar a pansexualidade.
RAZÕES PARA IDENTIFICAR COMO BI:
A pessoa pode ter achado que sentia atração apenas por homens e mulheres (eventualmente julgando que esses eram os únicos géneros) por tanto tempo, que se sente mais confortável e apegada a essa label.
A pessoa valoriza a comunidade bi, o que ela representa e as suas piadas internas. Também pode valorizar a história da comunidade e as raízes antigas da mesma.
A pessoa sente atração por todos os géneros, mas em diferentes graus (ou seja, tem preferências de género). Assim, sente que a bissexualidade denota melhor esse diferencial e transmite a ideia de que a sua atração é influenciada diferentemente pelos vários géneros.
Bi é uma label mais conhecida e dispensa explicações a pessoas não-bifóbicas - pode ser útil se a pessoa não estiver com vontade para dar explicações. Contudo, se a pessoa quiser deixar claro a extensão da sua atração, terá de explicar tantas coisas como se fosse pansexual, e nesse caso usar bi como label pode também ser uma atitude política, com a intenção de quebrar o estereótipo de que bissexuais só gostam de homens e mulheres / 2 géneros.
A pessoa quer combater o estigma que rodeia a palavra bi - a melhor maneira de desconstruir estereótipos (não mostrando que eles estão errados, mas sim provando que não são absolutos) é clamar a palavra e mostrar a quantidade de coisas associadas a esta que não se aplicam à pessoa em questão.
A comunidade bi tende a estar mais presente de forma física em eventos, e a pessoa sente-se mais conectada a essa forma de ativismo.
Porque simplesmente gosta e se sente bem com essa label.
RAZÕES PARA IDENTIFICAR COMO PAN:
A pessoa pode ter achado que sentia atração apenas por homens e mulheres (eventualmente julgando que esses eram os únicos géneros) por tanto tempo, que sente que mudar de label demarca que corrigiu a sua percepção de géneros.
A pessoa valoriza a comunidade pan, o que ela representa e as suas piadas internas. Também pode valorizar a história recente da comunidade e a sensação de renovação da mesma.
A pessoa sente atração por todos os géneros, mas em igual grau (ou seja, não tem preferências de género). Assim, sente que a pansexualidade denota melhor essa independência e transmite a ideia de que a sua atração não é influenciada pelos vários géneros.
Pan é uma label pouco conhecida e frequentemente exige que se explique, mesmo a pessoas que não são bifóbicas, de que modo há géneros para além de homem e mulher e o que "sentir atração por todos os géneros" não é sinónimo de "sentir atração por dois géneros". Não dá para escolher quando é que se tem vontade de explicar isso ou não. Acaba por ser uma atitude política no sentido de que a label em questão já assinala a recusa de binárias.
A pessoa quer combater o estigma associado à label bi - embora a palavra pan tenha também uma série de estereótipos associados, é um nome mais recente e que não está tão "manchado" em termos históricos.
A comunidade pan não é tão presente (ou pelo menos, fisicamente visível) em eventos e pessoa pode sentir-se mais conectada ao ativismo online.
Porque simplesmente gosta e se sente bem com essa label.
RAZÕES PARA USAR AMBAS:
A pessoa acha que ambas se adequam, pois "bi" assemelha-se mais a um termo guarda-chuva para a sua atração, e "pan" clarifica que, dentro da atração por vários géneros, sente atração por todos. "Pan" acaba por ser uma especificação de bi, algo mencionado quando se quer fornecer detalhes.
A comunidade bi e pan têm histórias e bases distintas, e é refrescante poder usufruir das mensagens e piadas de ambas, assim como apoiar as respetivas lutas e aprender com as diferentes histórias.
Não sabe se tem preferências de género, ou simplesmente não acha a questão relevante.
Pode ser útil alternar entre as labels para evitar explicações excessivas, e escolher usar a mais pertinente a quebrar os estereótipos expostos em cada situação, enquanto atitude política.
A pessoa não vê de facto grande diferença entre as labels ou não sente o impacto dessa diferença a nível pessoal, usando portanto os dois termos como se fossem equivalentes/sinónimos.
Lembrando que labels são uma questão de identidade e que ninguém se deve sentir na obrigação de justificar quem é, e que os pontos acima denotam as situações mais comuns, não sendo de maneira nenhuma critérios únicos ou absolutos.
Recapitulando, todas as razões para preferir - ou não - uma certa label são válidas, desde que não consistam na difamação das labels recusadas. Ou seja, não é aceitável:
Usar bi porque a label pan parece "desnecessária", ou um "nome especial/pomposo" para bissexuais, ou porque "géneros não-binários nem existem".
Usar pan porque a label bi parece "binarista" ou "transfóbica", ou porque bissexuais só deviam gostar de 2 géneros e gostar de todos automaticamente deveria tornar alguém pan.
Usar as duas labels como sinónimos não apenas a nível pessoal, mas tentar aplicar isso a todas as identidades m-spec, não reconhecendo que as comunidades podem ter diferenças subtis que são importantes para algumas pessoas.
E é isso. Há imensas uniões que funcionam perfeitamente entre a comunidade bi e pan e gostava de ver mais gente a promover isso mesmo. Desvalidar identidades ou policiá-las não leva a nada a não ser guerras.
#bisexuality#pansexuality#opinion#analysis#orientationsrelated#orientationsdefinitions#orientationsmisconceptions#multisexuality#non-monosexuality#m-spec#definitions#misconceptions#community#labelsmatter
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Glossário | parte 1
LGBT+ e labels
O que é o movimento lgbt+? [www]
Qual o significado da sigla + siglas alternativas + comunidades:
LGBT+ / LGBTQIAP [www]
MOGAI [www]
GRSM [www]
QUILTB(P)AG [www]
Queer [www] + [quando aplicar a palavra]
Diferença política entre lgbt+ e queer: [www]
Sobre labels:
Porquê tantas labels e porquê que importam? [www]
Sobre “bi” também ser para quem sente atração por mais de 2 géneros (Mito 1): [www]
Que motivos fazem alguém optar entre bi e pan? [www]
em construção~
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Eu TENHO de recomendar um livro.
É escrito por Ash Hardell, youtuber pan/bi/queer e de momento a questionar o seu género.
O livro conta com a participação de mais de 40 pessoas lgbtqiap+ de diversas e complexas identidades e todas respeitam as labels (ou ausência das mesmas) umas das outras. É um livro de natureza informativa, mas que eu adorei pela sua riqueza, inclusividade, e acima de tudo por apresentar uma série de identidades de forma organizada e que valoriza a fluidez e diferente significado que cada label pode apresentar para as pessoas que a usam. Mesmo as questões mais problemáticas são abordadas apresentando os dois lados da moeda, e não há ninguém que acabe desumanizado ou desprezado.
Tanto pode ser lido por novatos como por pessoas que já percebem do assunto (eu, por exemplo, consegui descobrir ainda mais labels que estou a tratar de colocar nos posts respetivos), e tanto por pessoas lgbt+ como simples aliados.
Pontos extra pela linguagem é acessível e pelas ilustrações amorosas.
Pontos negativos: só há em inglês.
Podem fazer download [aqui]
#books#novels#review#analysis#video#representation#labelsmatter#recommendations#identities#genderrelated#orientationsrelated#youtube#mediareferences
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Sobre labels
OBS: Se alguém não tiver tempo para ler tudo, pule para o fim do texto.
Volta e meia, aparece sempre alguém que diz que labels não deviam existir, ou que só deveriam existir as labels hétero e homossexual. Recentemente até fiquei a saber da campanha #NãoAosRótulos - a qual não acompanhei e que poderia perfeitamente ter um conteúdo em concordância com o que vou dizer neste post, mas se esse for o caso, um título mais assertivo seria #NãoÀObrigatoriedadeDosRótulos (o que ficaria enorme, mas serve o propósito). Neste post, eu vim tentar falar de literalmente todas as questões que se relacionam com o assunto, para tentar deixar claro que não usar rótulos é uma decisão pessoal perfeitamente válida, mas que tentar retirar as labels das outras pessoas é uma forma de as desempoderar.
Porquê que labels importam e são tantas?
Estes 2 textos são basicamente contra-argumentos a perguntas idiotas que muita gente expressa. Uma vez que as duas perguntas são semelhantes, os tópicos da resposta podem parecer um pouco reciclados também, mas tento fazer uma abordagem ligeiramente diferente.
» Porquê que não se pode ter só as labels hétero e homossexual? Era mais fácil as pessoas identificarem-se pelas relações presentes.
Reparem em como nesse argumento está presente um double-standard: Se as labels servissem para definir as relações presentes, sempre que alguém estivesse solteiro, ou fosse celibatário, seria assexual – por essa lógica – contudo, ao omitir esse detalhe, fica claro que quem fez tal pergunta a) desconhece as várias definições b) está apenas interessado em reduzir um espectro a uma binária que lhe permita ter de saber menos nomes c) ambas as alternativas.
Porque, ao fim e ao cabo, não é assim que se aplicam as labels, então perguntar “Porquê que não podemos só ter os nomes hétero/homossexual?” é tão produtivo quanto perguntar “Porquê que não podemos chamar isto *pega na cadeira* de mesa?”. Você até pode usar a terminologia errada, e arranjar uma justificativa para isso – por exemplo, a similaridade entre uma mesa e uma cadeira / uma sexualidade e outra – mas toda a gente está no direito de reclamar disso, porque não são os termos certos, e criariam confusões. Experimente dizer quando não tem onde se sentar “Falta uma mesa”. Ridículo, não é? Contudo, ironicamente, toda a gente parece aceitável dizer “Ele é gay” quando a pessoa é bi ou “Ela é hétero” quando a pessoa é assexual. Isso acontece até mesmo na mídia, em que as celebridades bissexuais são chamadas quer de gays, quer de aliadas (só não tem problema se elas se identificarem como tal).
Porque é redutor. Há, de facto, similaridades entre as sexualidades – mas quais é que se deve privilegiar para formar critérios objetivos? Multissexuais tanto experienciam homofobia como bi/panfobia [ver diferenças: www], e ainda há que juntar a isso ocasional "privilégio" hétero [ver a problemática desse termo: www]; Homossexuais e heterossexuais, caso não fosse pelo preconceito que os primeiros sofrem, teriam experiências equivalentes porque ambos são monossexuais; bissexuais e assexuais sofrem com um apagamento e contra-argumentos semelhantes; a desconsideração por géneros não binários afeta tanto a comunidade trans como pessoas m-spec; Pessoas transgénero, apesar de muito diferentes de homossexuais, são recebidas com uma hostilidade similar; Far-se-ia o quê? Reduzir pessoas trans, que até podem ser héteros, a homossexuais por não atenderem as expectativas de género e precisarem de uma palavra que as distinga? Reduzir Assexuais a Zed/Alossexuais – e, caso sejam multirromânticos – reduzirem-se ainda mais a uma binária (hétero/homo)? Isso falharia em captar as diferentes experiências das pessoas. Podem não ser o fator de maior peso na vida de alguém, mas têm uma grande influência mesmo assim. Se as experiências, tanto as boas como as más, não forem validadas, causam uma grande ansiedade e uma sensação de desonestidade da parte de quem as vive. Não só isso, caracteríticas distintas implicam que as pessoas serão confrontadas com tipos diferentes de discriminação, e não é possível combater uma coisa que não se reconhece que existe.
Porque, devido às mencionadas experiências, uma pessoa assexual homorromântica – por exemplo – não se sente totalmente integrada na comunidade homossexual. Uma pessoa negra agénero deseja encontrar um grupo de pessoas que compreenda tudo aquilo que vivenciou e tem a partilhar, ou que tenham passado por situações semelhantes e possam dar dicas que não sejam limitados a uma perspectiva só. As pessoas merecem poder definir-se e conhecer-se, merecem nomes que considerem todos os aspectos da sua identidade. Os nomes ajudam a encontrar uma comunidade, empoderamento e paz interior.
Não é prático. Creio que o exemplo da cadeira/mesa já mostrou isso, mas agora imaginemos fazer uma pesquisa na internet, onde convém usar palavras-chave nos motores de busca, em vez de descrições inteiras. Imaginem um greysexual heterorromântico a querer aprender mais sobre si mesmo, a ter de pesquisar: “Pessoas que não sentem muita, mas sentem ocasional, atração sexual e sentem atração romântica pelo género oposto”. Ups, um bocado longo. Terceira analogia do texto: Suponham que não há nomes para as “cores principais”, e que as cores eram chamadas apenas de “cores quentes” e “cores frias” – vocês queriam indicar a um amigo uma pessoa num outro grupo, sem se aproximarem muito, e descreviam-na como “Aquela rapariga com uma camisola cor fria” – se no grupo houvesse uma rapariga com uma camisola azul, e outra com uma camisola roxa, qual delas é que seria? E se ambas tivessem camisolas azuis? Não seria mais prático poder distinguir entre termos mais específicos debaixo do “guarda-chuva azul”, como azul claro e azul escuro? Oh sim, seria. Ainda mais um caso: Imaginem uma pessoa pansexual que quer conhecer alguém que possa partilhar consigo conversas ou experiências que teve com vários géneros, alguém que veja filmes consigo e faça comentários a admirar pessoas de todos os géneros. Para procurar comunidades que encaixem na descrição, não havendo a label pan, teria de escrever esse texto todo? Ridículo de novo. Para uma pessoa se informar, precisa de nomes para aquilo que procura.
Acima de tudo, porque é desrespeitador. Respeito não consiste em “Tratar igual porque se percepciona como igual”, e sim em “Tratar de forma equitativa quem é diferente”, para além de ter de ser um ato consciente. Primeiro, o que é equidade? Equidade é compensar pelas pequenas diferenças e pelas desigualdades causadas pelo sistema com soluções alternativas, ou (melhor ainda) adaptar a sociedade às necessidades especiais de cada indivíduo removendo a barreira estrutural – como uma imagem vale mais que mil palavras: [www]; Ignorar as diferenças é ignorar as experiências, calá-las é desvalidá-las, tolerar o convívio com quem as vive desde que esse aspeto das pessoas não esteja visível é viver cegamente - darei um exemplo com racismo: Colorblindness é cometido por pessoas que querem tanto não parecer racistas que dizem “Eu não vejo cor, só pessoas!”, esquecendo-se de que a cor de pele pode ser motivo tanto de orgulho e felicidade, como de dificuldades. Então, não só se está a proibir POC de partilharem episódios felizes RELACIONADOS à cor de pele, como se está a desvalidar as suas origens e ainda a recusar ajuda a quem eventualmente precise dela. É uma forma de silenciamento e desresponsabilização. Por fim, a questão de intencionalidade: se alguém decidir conviver com uma cultura com a qual não está familiarizado, corre o risco de se comportar de uma maneira extremamente ofensiva - agora imaginem que a dita pessoa, por coincidência, conseguiu evitar fazer isso. Foi apenas sorte, não boa vontade ou respeito. Uma ignorância que saiu impune, não conhecimento ou apreciação pela cultura. Não foi intencional. Reduzir as labels a apenas duas, que nos permitam ter de aprender menos coisas, nunca irá compensar as micro/macro agressões DISTINTAS vividas por cada subgrupo, irá acabar com a comunicação (arruinando as chances de se encontrar alguém como nós, de partilhar experiências felizes e de acolhimento/integração/compreensão plena), e mesmo que se consiga – por sorte – respeitar as tais pequenas diferenças, isso estará longe de ser equivalente a ter empatia e compreensão pelo outro. Não é algo digno de ser chamado respeito.
» Labels são ferramentas, não rótulos: Aqui está uma série de coisas que muita gente diz para tentar acabar ou limitar as labels, e às quais eu tentarei responder. Sintam-se livres para adicionar motivos.
“Eu aceito as labels hétero e homossexual, mas porquê que precisam de tantas?” - Basicamente, porque isso seria pouco prático, traria mais confusão do que resolveria e invalidaria muita coisa, como explicado na parte anterior do texto.
“Eu não ando por aí a dizer que sou cis/hétero!” – Claro que não, porque é o que toda a gente assume sobre toda a gente, e portanto cis/héteros nunca sentem que estão a ser desonestos com quem os rodeia, nunca se sentem reduzidos a um termo desadequado e nunca sentem pressão para silenciar a maneira como se sentem (ou seja, nunca estão no armário). Também não é algo considerado errado por algumas pessoas – pelo contrário, a cisheteronormatividade é o padrão considerado socialmente correto – então não precisam de lutar pelos seus direitos, nem usar uma label para que os vossos argumentos sejam tidos em consideração ou simplesmente ouvidos.
“Porquê que vocês têm de dizer coisas tão íntimas?” – Dizer por quem nos sentimos – ou não - sexualmente/romanticamente atraídos, de forma tão genérica, é íntimo? Então talvez fosse melhor não se assumir que ninguém é hétero – uma vez que essa é uma condição exactamente do mesmo nível, já que estamos a julgar que as pessoas se sentem exclusivamente atraídas por alguém do género e/ou sexo oposto (aliás, por essa lógica seria ainda mais íntimo, porque as pessoas estão familiarizadas com o seu próprio sexo, mas não com o(s) outros). Agora, uma sexualidade não é mais íntima que outra. Vamos evitar double-standards, pode ser?
“Mas eu não preciso de conhecer todas essas labels para vos respeitar: tenho amigos gays!” – Isso não quer dizer nada. Ter amigos gays (pare de os [tokenizar] -.-) não é sinónimo de os respeitar devidamente, não ser homofóbico não é sinónimo de não ser bifóbico/transfóbico/acefóbico, e há muitos homossexuais que são, eles próprios, preconceituosos em relação a outras pessoas da comunidade. Aliás, é possível ser homossexual e homofóbico, e eu sou bissexual e fui bifóbica por muito tempo, uma vez que acreditava em tantos estereótipos e desconhecia imensa coisa. É preciso conhecer pelo menos as labels do acrónimo – completo – LGBTQIAP ou QUILTBAG, e saber um mínimo sobre elas, caso contrário, a ignorância irá impedir o respeito e a compreensão. Preconceito não deriva da intenção, e sim da desinformação – são conceitos ou julgamentos pré-formados, ANTES de uma pessoa se informar e quebrar todos os estereótipos que absorveu ao longo da vida. Para respeitar, tem de conhecer.
“Vocês são pessoas, não precisam de rótulos!” – Primeiro, “pessoa” é uma palavra tão descritiva quando “hétero”. Segundo, sempre achei este tipo de imagem [www] idiota porque toda a gente se enquadra em várias categorias ao mesmo tempo - a sexualidade de alguém não anula o facto de se ser pessoa – são duas coisas que coexistem, que TÊM de coexistir, pois mesmo quem não usa labels É alguma coisa – e colocar “pessoa” como opção é tão absurdo quanto perguntar “Qual é a tua cor favorita?” e ter as opções “Azul, vermelho, amarelo, comida”, para além de que pessoas trans têm de ser de alguma sexualidade, e não faz sentido numa imagem dessas misturar sexualidade com género. Terceiro, pessoas têm atributos – alto, baixo, magro, gordo, branco, preto/negro, hétero, homossexual, e todas as categorias intermédias ou para além dessas – a sexualidade é tão “rótulo” quanto qualquer uma dessas palavras. Ignorar isso é semelhante ao que acontece com colorblindness – ao se clamar “Eu não vejo cores!”, está-se a ser racista porque A COR ESTÁ LÁ, e não reconhecer isso faz com que não se reconheça que esse atributo traz experiências positivas e negativas por arrasto, o que é desvalidador.
CONCLUSÃO:
Assim, labels validam, confortam, libertam, ajudam as pessoas a encontrar quem as compreenda (o que NÃO significa que as labels simbolizem rivalidades/conflitos entre si, até porque há pessoas que pertencem a mais de uma comunidade), e empoderam minorias. Se mesmo assim não conseguem compreender, PENSEM NUM GATO: Gatos adoram caixas, mas detestam ser lá colocados pelas pessoas ou forçados contra a sua vontade, e são eles que decidem que caixas é que lhes servem – mesmo quando os donos acham que a caixa é demasiado pequena ou grande para eles.
Além disso, o preconceito não é um problema individual, e sim colectivo – em grande parte, propagado devido aos meios de comunicação e aos seus estereótipos tendenciosos – mas tem de ser quebrado a nível individual [ver como aqui: www]. O dia em que as pessoas pararem de assumir a sexualidade e género de toda a gente, ainda que com base nas presentes relações, será o dia em que as labels passarão a ser usadas apenas como termos técnicos, sem importância real no dia a dia. Nessa altura, a representatividade será bem feita e equilibrada, as experiências das pessoas serão validadas sem precisarem de ser nomeadas, e as diferenças serão reconhecidas como algo natural e belo. Nesse dia, deixará de haver preconceito.
OBS: Com "labels como termos técnicos", não me refiro ainda assim a definições estritas. Afinal, a mesma label pode ter significados e interpretações distintas para as várias pessoas que a clamam. Por exemplo, há uma multitude de razões para alguém optar - ou não - entre bi e pan [ver aqui].
Resumindo, labels importam porque:
São ferramentas que potenciam a comunicação
Permitem às pessoas encontrar uma comunidade
Empoderam e validam os traços que diferenciam cada identidade
Podem ser o que impede alguém de ter uma vida vazia (no pior caso)
Permitem fazer trocadilhos engraçados ;)
Recusar labels:
É uma escolha perfeitamente aceitável se for individual
Não pode ser forçada a pessoas que ficam mais confortáveis com rótulos
Às vezes é uma escolha que denota um certo privilégio e distanciamento do ativismo
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