#fotografia de burro
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o vicente cervantes é um homem cisgênero de 23 anos , estuda jornalismo na universitat de barcelona e está no quinto ano . a família dele é uma das mais antigas do país , você sabe , os cervantes … apesar disso , ele pessoalmente é conhecido por ser eloquente e dissimulado , além de alguns por aí acharem que se parece com tom glynn-carney .
NOME COMPLETO: vicente cervantes .
APELIDOS: seus amigos carinhosamente o chamam de vic . é um apelido curto e simples , não tem mistério algum .
IDADE E DATA DE NASCIMENTO: nasceu no dia quatorze de junho . embora as pessoas digam que ele é o puro suco de gêmeos , vicente realmente não entende nada sobre signos do zodíaco .
IDENTIDADE DE GÊNERO E PRONOMES: homem cisgênero , ele / dele .
ORIENTAÇÃO SEXUAL: vicente é bissexual . é claro que com um rostinho bonito e com um sorriso igualmente charmoso , ele jamais se podaria .
ESTÉTICA: finishing a paper ten minutes before its due . making out with someone for hours . the smell of expensive perfume . a smile in the face of chaos . neat handwriting . an abandoned feeling that won’t go away . the tender voice of manipulation .
POSTIVAS: eloquente , comunicativo , adaptável , curioso , charmoso , esperto , carismático .
NEGATIVAS: mentiroso , impaciente , inconstante , superficial , dissimulado , manipulador e ardiloso .
filho de gênios , geniozinho é , certo? errado . quando dizem que o fruto não cai muito longe do pé é porque não o conhecem . é verdade que vicente tem uma mente brilhante e , se seus pais fossem magnatas do crime , seu futuro seria certeiro — sucesso . mas , como não são , ele se contenta em ser um aluno mediano que precisa comprar a própria entrada na universidade . seu primeiro crime foi falsificar a assinatura da mãe em um documento escolar; oras , ele queria ir no passeio , mas havia esquecido de pedir e o prazo acabou passando despercebido . devia ter dez anos de idade quando copiou , milimetricamente , a assinatura . copiou até o mesmíssimo ‘s’ rebuscado e de voltas elegantes em cervantes que ela sempre fazia . o segundo crime foi aos quinze anos de idade , quando burlou o sistema do colégio em que estudava para adulterar algumas notas do boletim; como um passe de mágica , o cinco e meio em francês tornou-se um belo oito . poderia ter logo colocado um dez , mas , embora estudar não fosse o seu forte , nunca foi burro .
como primogênito dos cervantes , era esperado que fosse um grande exemplo . nunca foi . sua irmã mais nova , valentina , é quem nasceu com o cérebro perfeito . são o completo oposto , tão pouco compartilham das mesmas características físicas — a garota herdou os cabelos castanhos da mãe e os olhos verdes do pai . enquanto o rapaz pegou para si as madeixas douradas do pai e os olhos azuis da mãe . mesmo assim , as fotografias em família sempre saiam impecáveis . pois bem , além de bonitos e extremamente elegantes , emanavam a mais pura aura da grandeza , com sorrisos pequenos , como os de quem sabe que são melhores do que a grande maioria . cresceu em uma enorme casa com piso de madeira escura e nobre , janelas grandes e altas , paredes em cor de creme e decoradas com as mais caras obras de arte . no entanto , as verdadeiras relíquias encontram-se dentro da biblioteca da familiar; possuem uma quantidade imensurável de livros , dos mais baratos aos mais caros , daqueles que possuem pouquíssimas edições já lançadas , que foram presentes de autores ilustres .
pode até não ter sido um crânio como a irmã , mas , em contrapartida , foi algo equivalente aos reis dos bailes de filmes americanos . nasceu com um carisma único , uma coisa que valentina jamais conseguiria ter . por conta do charme , a língua afiada e a aura cativante , foi capaz de conquistar muitos amigos durante a caminhada acadêmica , tanto no fundamental quanto no ensino médio . até mesmo seus professores o adoravam , bem , geralmente sim . tirava boas notas , embora precisasse colar ou trocar de prova com algum colega de vez em quando , foi líder de turma e , sempre que possível , fazia questão de participar das atividades extracurriculares . contudo , com um déficit de atenção não devidamente medicado , vicente , porventura , acabava deixando o ato de perfeição deslizar , expondo um menino inconsequente e impulsivo . ainda durante o ensino médio , o rapaz começou a fazer e vender identidades falsas para outros adolescentes , dando início ao seu império de vigarices .
a notícia de que estão quase falindo foi como um tapa na cara — ele , que não tinha hábito algum de orar , pediu a deus que abrisse a terra e o engolisse por inteiro . não , vicente não poderia ficar pobre . precisava de seus luxos , luxos aqueles que nasceu com . era como tirar droga de um viciado . e para piorar , o motivo para tal falência o pegou mais de surpresa ainda . seu pai , um intelectual , estava gastando a fortuna da família com jogos de azar . aquilo foi um divisor de águas para a família , principalmente para vicente , que , antes , se via como o menos inteligente dos cervantes . pois bem , aparentemente não era . agora , na merda , viu-se na obrigação de usar as habilidades e achar seu próprio jeitinho de ingressar na universidade .
seu namoro com linnet era conturbado , embora a tensão entre eles deixasse o sexo muito mais interessante . é claro , não havia como ser diferente , tendo em vista a maneira como tudo começou . mas , com a de borbón , sentia-se seguro , intocável , e por isso fazia questão de segurar as pontas com a namorada . mesmo fazendo os olhares instantaneamente para eles sempre que passeavam de mãos dadas pelos corredores , vicente sabia que enquanto estivesse ali com ela , tão mais fácil conseguiria contornar os milhares de problemas que apareciam para o assombrar . sentia falta da ex-namorada, da cumplicidade que tinham , entretanto , perante a situação em que se encontrava , era matar ou morrer .
a morte de linnet o trouxe um misto estranho de emoções . sim, ele ficou chocado , triste , mas também aliviado; pensou que com a morte dela acabaria com menos um problema para se preocupar . não é como se tivesse entrado naquele relacionamento por livre e espontânea vontade . como um bom viúvo , vicent chorou no velório de linnet , jogou sua flor preferida sobre o seu caixão e mesmo curtindo as férias , manteve a foto de perfil do instagram um bloco sólido e preto . as reações exageradas e calculadas foram bem recebidas pelos pais da falecida , que carinhosamente passaram a chamá-lo de filho.
vicente fala três línguas além do espanhol e o catalão , estas sendo o inglês , francês e o italiano .
coleciona algumas tatuagens , todas no estilo old school . seus pais não ficaram muito felizes com as escolhas dos filhos , mas foda-se , né? vicente certamente não ficou feliz com certas atitudes dos pais também .
é um leitor ávido , genuinamente gostar de ler . no entanto , também tem o costume de deixar leituras incompletas de vez em quando .
escolheu jornalismo por ser um curso que mais combina com suas características; ser curioso , charmoso e um ótimo mentiroso . além do mais , os dotes investigativos o ajudam bastante no ramo ‘ alternativo ’ .
seu público predileto para sacanear são de adolescentes ricos .
usa óculos de grau , mas ultimamente tem optado por usar lentes de contato .
vicente foi acolhido pelos pais de linnet após o falecimento da jovem . está usufruindo do triste título de ex-namorado da morta e , embora seja um tanto quanto de mau gosto , ele está se aproveitando da fama de bom genro para estreitar os laços .
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Dos filmes que vejo: «Pobres Criaturas
Por BURRO VELHO Pobres Criaturas, vencedor do Leão de Ouro de Veneza e o principal opositor de Oppenheimer com as suas onze nomeações, filme meio surreal do grego Yorgos Lanthimos, tinha tudo para ser uma obra-prima, um argumento e diálogos riquíssimos, uma dimensão cromática e visual com cenários, guarda-roupa e uma fotografia deslumbrantes, atores em estado de graça (só não gostei da banda…
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A tartaruga-marinha sempre volta à praia em que nasceu.
Eu resolvi reatar esse Tumblr por motivo feliz. É significativo falar isso para mim porque sempre usei essa plataforma como um diário de despejo de sentimentos ruins. Hoje eu estava conversando com uma amiga minha do cursinho, a Jackeline. São exatas 00:35 e meu dia não foi muito legal. Ando me sentindo muito pressionado e extremamente decepcionado comigo mesmo. Vivo sendo a pessoa que eu realmente sou, mas isso me insatisfaz tremendamente. A Jackeline disse que me acha autêntico. Acho que essa é a primeira vez que recebo esse elogio. No geral eu me entendo como uma pessoa totalmente medíocre. Nem bonito e nem feio; nem inteligente e nem burro; nem engraçado e nem enfadonho. Em termos matemáticos, estou muito mais para uma mediana do que para uma média. A média é a soma dos termos divida pela quantidade dos mesmos. Ao meu ver, ela ainda consegue compilar o DNA de todos os outros números e sintetizar em um único: a média. A mediana já não. A mediana é literalmente o termo do meio. O número que não tá nem mais pra cá e nem mais pra lá. A mediana faz a cisão entre duas sequências e ela em si não é sequência nenhuma. Enfim. Meu compromisso aqui é criar fotografias dos momentos que estou vivendo. Descobri que é divertidíssimo e enriquecedor revisitar esse tipo de conteúdo anos depois.
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Cuida al burro mexicano. Esta en peligro de extinción.
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Na Aldeia
“Tinham começado a descer a congosta. Era uma rua estreitíssima, que cheirava a burros, a porcos e a fumo de ramos verdes. Dela partiam outras tortuosas vielas, que terminavam em pátios ou dobravam em cotovelos, cruzando-se, avançando para sombrios recantos, numa sugestão de labirinto.”
Ferreira de Castro, “A Lã e a Neve”; fotografia de Artur Pastor.
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Giovani Hopps
Bio - headcanons - habilidade mágica
Hopps número sete, pode ser chamado de gian, gio, gigi ou vani, ele não se importa. não é burro, mas é meio bobo e sem noção. chove quando ele tá triste (por causa da habilidade mágica). não é bom em quase nada, por algum milagre tem aptidão para esportes (mesmo que só jogue magibol por diversão e ame esportes radicais) e fotografia. muitas vezes se sente meio inútil, seus irmãos são repletos de talentos, enquanto ele não sabe fazer nada direito e vive quebrando coisas por aí. tem uma ingenuidade quase infantil e acredita em qualquer coisa que lhe digam. é medroso, morre de medo de pisar no castigo e ser devorado vivo por monstros, mesmo que tenha entendido que existem pessoas normais ali, afinal não viu nenhum monstro do castigo frequentando a academia. caiu num poço quando criança e passou umas quatro horas lá, foi uma grande aventura, mas também foi bem traumático (desenvolveu claustrofobia). é um bocado agitado e tem uma enorme dificuldade em focar nas coisas, um grande problema quando está em aula e por isso apesar de estar no módulo um, já repetiu um ano. tímido e atrapalhado demais para seu próprio bem (ou não). se percebeu gay faz apenas dois anos, costuma ser discreto em relação a isso e se sente inseguro por diversos motivos, um deles é o fato de não se sentir atraído facilmente por ninguém.
Rhaegar Kingsley
bio - conexões - jelly hearts
rhaegar nasceu no castigo, viveu num orfanato até os quatorze anos e então foi adotado pela Alice. ele amava contar histórias para as crianças e foi assim que chamou a atenção da Alice um dia. aprendeu a ler com uma senhora que sempre visitava o orfanato e foi desenvolvendo mais a leitura sozinho aos poucos, porém, só foi aprender a escrever após ser adotado. é um amante de histórias e literatura, descobriu ter uma paixão por estudos desde que foi adotado e possui facilidade em aprender, além de ser muito dedicado, bem nerd mesmo. abriu a jelly hearts, uma mistura de confeitaria com loja de doces mágicos logo após entrar pra academia e descobrir sua habilidade mágica, a possibilidade de entregar amor e alegria através de seus doces para as pessoas era simplesmente fantástica. aprendeu a cozinhar no orfanato, teve algumas aulas com o chapeleiro depois da adoção e é simplesmente apaixonado por confeitaria. possui duas fobias bem sérias devido a alguns traumas de seu passado, o medo de trovões e de piscinas, rios e lagos, até mesmo uma banheira é motivo para pânico. o único local com água que não teme por completo é o mar, porém, ele só entra o suficiente para molhar os pés, mais do que isso rhae não consegue. é exagerado e espalhafatoso com aqueles que lhe são íntimos. apesar do medo de ser abandonado a qualquer momento ou de até mesmo acreditar que não merece o amor e a amizade dos outros, ele é adorável e acolhedor com todos que se aproximam.
devido a culpa que sente por ter abandonado as crianças menores do orfanato quando foi adotado, desde que começou com a jelly hearts faz doações constantes para os orfanatos do castigo e também costuma ir até lá todos os sábados para contar histórias e cozinhar para eles, sempre induzindo amor e alegria nos alimentos, para que as crianças se sintam bem por algum tempo ao menos.
Ákos Porter
bio - conexões - headcanons
a primeira coisa que você precisa saber sobre ákos é que ele não aparenta ser uma pessoa legal, mas no fundo é bem legal com quem ele permite se aproximar. nunca, jamais mexa com o irmão dele se não quiser um cara furioso atrás de si. o ákos possui muitas nuances e não é fácil resumi-lo, tem pesadelos terríveis com um incêndio e é esse o principal motivo de não se permitir dormir ao lado de pessoas estranhas. sim, ele pode ser violento se quiser, mas já faz alguns anos que sua fúria está controlada, preferindo descarregar a raiva profunda que sente em treinos ou competindo no dojo. não é do tipo simpático, a pessoa com a maior capacidade de revelar seu lado mais meigo é justamente seu irmão, quiça alguns amigos. não é dos mais pacientes, não que ele saia explodindo por aí, só... lida na maior parte das vezes com sarcasmo e ironia, talvez um pouquinho de ameaça só pra tirar abelhudos do seu pé. não gosta muito de lidar com pessoas de modo geral, preferindo os animais sempre que possível. ninguém sabe exatamente o que ele faz na magitech, só que ele trabalha lá. sua sede por entender como as coisas funcionam e os segredos por trás do conselho e a nata arthuriana é o que o move. tem uma vibe perigosa e misteriosa, é fácil enxergá-lo como um vilão do castigo ou um mafioso dos filmes nom maj, seja pelo seu porte físico ou sua cara de poucos amigos, mas ele tá bem longe de ser alguém ruim, apesar de vários defeitos e ter um certo prazer por quebrar narizes com os punhos. não é mais o adolescente explosivo e violento que costumava ser, porém, continua não sendo tolerante com injustiças e defende os castigados com unhas e dentes. não acredita em utopia, mas que storydom pode sim ser mais justa se assim todos quiserem. não se importa se gostam ou não dele, contanto que o deixem em paz.
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Mundo Em Caos E Sua Adaptação Cinematográfica
Primeiro de tudo, para deixar claro, essa é a minha opinião sobre o filme, e pode ou não discordar da sua.
Caso discorde, fico feliz por você. Caso concorde, igualmente feliz.
Vamos ser educados e divilizados. Afinal, não xingo ninguém aqui e espero o mesmo de vocês, queridos nerds ;)
A uma das melhores coisas que a gente pode fazer, é ver um filme bom.E quando esse filme é uma adaptação literária? E quando esse filme é uma adaptação de um de seus livros favoritos? Aí, a coisa muda, não é mesmo, amigo nerd? O maior medo de um leitor em saber que seu livro favorito será adaptado, é como a adaptação ficará. E temos vários exemplos de como toda uma ideia boa pode ir ladeira abaixo. Adaptar um livro para as telas sempre é uma tarefa desafiadora, e pode muito bem dar errado... MUITO ERRADO as vezes. Como em outros casos que simplesmente é inacreditável de se ver como ficaram. Quando eu descobri a trilogia Mundo em Caos do autor Patrick Ness, foi através da notícia que seria adaptada para o cinema com os atores Daisy Ridley (Star Wars) e Tom Holland (Homem-Aranha). Se eu li por causa disso? Provavelmente. Assim como através de outras adaptações descobri o mundo literário, mas isso é tema pra outra postagem, hehe. Enfim, descobri os livros por causa da notícia da adaptação e li os livros antes de ver o filme, e ainda bem que vi antes do filme. Por que a diferença é GIGANTESCA. Obviamente, eu sei que adaptar um livro de quase 445 páginas é difícil, levando em conta o tempo, mas calma, calma que dá para adaptar muito bem uma história mesmo que com pouco tempo em filmagem, como algumas franquias de sucesso nos mostraram no passado. Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, Harry Potter e a Pedra Filosofal, Jogos Vorazes e até mesmo o polêmico (ou não?) Crepúsculo ou até mesmo filmes baseados em quadrinhos estão aqui para nos refrescar a memória, não é mesmo? Mas, o que quero dizer é: vamos as principais diferenças entre um e outro? Aqui listarei o que gostei, e não gostei da adaptação, por que querendo ou não, mesmo ruim, teve seu lado bom. E deixarei alguns trechos do livro em itálico citando algo que Todd narra em seu ponto de vista. ADVERTÊNCIA: Essa postagem pode conter alguns spoilers, caso não se importe com pequenos detalhes, fique aqui, caso não... nos vemos em outra postagem, amigo nerd :) Ambientação: a fotografia, efeitos especiais, filtros de filmagem, figurino, e locais para as filmagens. Assim, no geral, foi muito legal 'ver' o Novo Mundo adaptado e vivo, por que é muito verde, muito amplo, e com muita vida na descrição feita por Ness nesses livros. Uma riqueza de detalhes que Ness criou que ficou encantador, e consigo ver isso no filme, mas mesmo com isso, mesmo com esse ponto positivo de fotografia , os negativos me fizeram chorar. Trama: Acontecimentos, personagens e plot twists. Acho, que o que mais me incomodou, foi algumas mudanças em certos acontecimentos e detalhes. Detalhes tão simples que nem precisavam ser diferentes da história original do livro por que não iriam interferir em quase nada de tempo adaptado, o que é uma pena, por que se perdeu muita coisa crucial para o desenvolvimento da história.
1. Por exemplo, a faca. Todd Hewitt que é o protagonista, ganha a faca de Ben, sua figura paterna já que ele foi criado por Ben e Cillian desde que era um bebê, pois sua mãe faleceu quando ainda era apenas um bebezinho. E ganhar essa faca de Ben, foi um momento muito emocionante, tocante e comovente no livro, já que Todd já estava em fuga, e foi algo tão delicado... As dores, os medos, as emoções que Ness descreve foi algo que me trouxe lágrimas aos olhos. Já no filme, esse momento tocante de pai e filho é completamente anticlimax por que quem dá o objeto a Todd, é o Prefeito Prentiss, alguém que Todd nem tem contato íntimo no livro. E isso ficou tão jogado, e tosco na adaptação.... Algo tão banal... Aquele momento lindo e angustiante de pai e filho entre Todd e Ben com os perigos ao redor foi completamente apagado por eles terem trocado de personagens para a adaptação. O que, óbvio, me deixou ****. Trecho do livro:
Então ele vai embora, correndo, e até olha pra trás uma vez, pra depois seguir em disparada pra fazenda, pra sabe se lá o que está acontecendo no fim do mundo. Todd narrando. 2. A idade dos personagens no filme não é bem dita ou descrita, mas, calculo eu, que seja para ser entre 16 a 18 anos, no máximo. O que claro, não é tão radical se for levar em conta outros sci-fi e fantasias adaptadas, mas, o que mais é dito durante toda a leitura do primeiro volume da trilogia, é que Todd ainda vai fazer treze anos. Treze anos. E na trama criada por Ness, isso tem uma enorme importância, pois ao chegar a essa idade, ele perde sua 'inocência' e conhece o mundo como ele é. Com maldade, mentiras, traições, etc. E quando tiraram essa 'pureza de idade' no filme, perde um pouco esse senso sabe, não é mais a mesma coisa. O que ocasiona toda uma mudança de trama para a história adaptada, que não deixa quase nenhum senso. Tanto, que o fator de Prentiss querer tanto Todd e passa a caçá-lo Novo Mundo afora, vira outro motivo no filme. Na adaptação, ele quer pegar Viola Eade, a personagem feminina e amiga de Todd, quando que no livro, é completamente diferente. Prentiss quer que Todd se alie ao seu exército, por que ele é o último menino a se tornar homem, acontecimento que ocorre quando se completa 13 anos nos livros, por isso essa idade e tema é tão importante para dar um senso a história. E no filme, ficou algo tão raso e sem motivação que nem seria necessário algum esforço para pegá-lo. Ele só estava sendo perseguido por ajudar Viola a escapar, que no filme é o centro de todos os motivos de discórdia. 'olhos revirando' Sem contar que as motivações dos vilões sem essa justificativa, ficou algo banal e completamente desnecessária. Trecho do Livro: Vivi doze anos de treze longos meses, cada e mais doze meses, tudo isso pra ainda faltar um mês pro grande dia. Todd narrando sobre seu tão aguardado aniversário. 3. Ben e Cillian (se pronuncia Killian, fiquei meio livro pronunciando errado até que Todd ensina a Viola a pronunciar e assim, o leitor) Ben e Cillian ficou algo tão apagado nessa adaptação, e era algo que eu até certo ponto esperava isso acontecer. O clássico: decepcionada, mas esperava. Como já disse ali em cima, Ben e Cillian criaram Todd desde bebê, foram os pais do Todd por toda sua vida. Por isso o momento da faca é algo tocante, e angustiante, por que Todd e Ben estão se despedindo e ele ganha a faca que tanto queria de aniversário. Mas mesmo assim, no filme Ben e Cillian são um casal, o que já desconfiava no livro, por que não é bem descrito de forma explícita que são um casal. Acho que esse é o segundo ponto legal que disse em todo o post. 4. Viola Eade. Viola é a 'mocinha' da história, junto de Todd. Ambos se encontram quando Todd está colhendo maçãs para Ben, no pântano que separa a cidade Prentisstown do resto do Novo Mundo. Isso, no livro tá gente. Todd fica enlouquecido, por que ele não vê a Viola de cara, não. Ele sente a Viola por que as mulheres do Novo Mundo são silenciosas, elas não possuem um Ruído como os homens, mas isso é outro tópico que iremos falar depois. O encontro dos dois na adaptação me deixou tão... 'meh' que não tenho muitos comentários. Sério. Leiam o livro, que vocês vão entender o que quero dizer com meu silêncio. Trecho do Livro: Então eu escuto. E escuto. Viro um pouco pro lado e escuto de novo. Tem um buraco no Ruído. Não pode ser. Todd sobre sentir Viola.
5. O Ruído. Muito bem, muito bem... Nessa história, Ness fez os homens conseguirem expressar seus pensamentos de uma maneira diferente. Os homens podem ouvir, ver, e até mesmo as vezes sentir os pensamentos uns dos outros, isso de maneira ruidosa, escandalosa e nada discreta. Tanto que isso foi noemado de Ruído. Por ser ruidoso, estrondoso. Até mesmo cores para transmitir as emoções são descritas aqui. Por exemplo: Quando alguém está calmo, Todd vê cinza, cores suaves. Agora quando com raiva, muito vermelho ou cores fortes. E quando li isso, fiquei alucinada por que nunca tinha lido nada assim antes, e achei, GENIAL. No quesito Ruído adaptado, não ficou tão ruim, sério. Não foi o ponto perfeito, por que o filme todo é difícil considerar linear, mas, essa parte, até que não ficou tão ruim. Com a exceção daquela cobra que Todd lança no cavalo do Davy Prentiss Jr. Sem comentários. Trecho do Livro: Tento ler o Ruído de Tam pra ver se ele está dizendo a verdade mas é quase tudo reluzente e nítido, tudo reluzente, um lugar iluminado, feliz, feliz e acolhedor onde qualquer coisa que você quiser pode ser verdade. Nada a ver com o Ruído dos homens de Prentisstown. Todd Sobre Tam. Trecho do Livro: O Ruído é o homem sem filtro, e, sem filtro, o homem é só caos em movimento. Todd sobre o Ruído. 6. Davy Prentiss Jr. Gente, o que dizer sobre esse personagem naquela adaptação? Nos livros, Davy é o 'arqui-inimigo' do Todd, fazendo até certas coisas que não vou dizer aqui por que serão spoilers gigantescos. Mas na adaptação, mesmo com Nick Jonas (Jumanji) sendo o ator, infelizmente, não foi suficiente por falta de espaço, aparição, ou até mesmo, importância para a trama. Então... por que ter atores bons, carismáticos e competentes se não eles não tem espaço para mostrar seu trabalho na tela? Trecho do Livro: -você acha que eu sou burro, Cillian?- Prentiss Jr. pergunta. 7. Manchee. Agora vamos aqui... Manchee. O cachorro e melhor amigo de Todd. Manchee no livro, fala. Mas não um fala como Enzo de A Arte de Correr Na Chuva, não... é uma narrativa diferente, o cachorro realmente fala. Mas não de um jeito estranho e cômico de mexer a boca como em Dr. Dolittle, não... ele fala com a mente. COM A MENTE usando o Ruído que assim como afeta os outros seres, afeta os animais. Mas no filme... ugh. Cheguei a estremecer. Apesar que foi melhor deixar o cachorro sem falar do que tentar e ficar ainda pior. Essa parte eu entendo, e ainda bem que não fizeram. Uma leitora dos livros disse que ela imagina as habilidades de falar de Manchee igual a de Doug, de Up: Altas Aventuras e fiquei tipo... ISSO, É EXATAMENTE ISSO QUE IMAGINEI TAMBÉM! E aí tem certa cena na adaptação que meu pai do céu... sem comentários. Sem comentários. Trecho do Livro: A primeira coisa que você descobre quando seu cachorro aprende a falar é que os cachorros não tem muito a dizer. Sobre Nada. Todd sobre Manchee. 8. O final do filme. Não tenho palavras para descrever aquele final. Aquela cena final com Aaron, o representante religioso de Prentisstown. Aaron é que não morre nunca hehe... quem leu vai entender o que quero dizer... Mas jura, tacar fogo no cara foi a melhor opção, Doug Liman? Era mesmo necessário isso?! Tantas pessoas com criatividades incríveis e vocês veem com essa? É de chorar... Sem contar o que fizeram com o próprio prefeito Prentiss.... Nada a declarar. Sem mais nada a dizer.
Trilha Sonora: A trilha sonora ficou com Marco Beltrami e Brandon Roberts. Eu particularmente, simplesmente amo trilhas sonoras. E as vezes gosto mais das soundtracks do que dos filmes, ou gosto do filme por causa das músicas em si... mas enfim, voltando ao assunto.A trilha de Mundo Em Caos, ficou boa. particularmente, dou 4 estrelas para ela.
Então, aqui dou minha nota: ☆☆ (duas estrelas.)
Foi muito falho, sem motivação que me fizesse crer e muito fracas, e depois, adicionei a bagagem que levo comigo vinda do livro e aí só desandou e foi morro abaixo. Óbvio que você pode ver e achar o filme da sua vida. E ESTÁ TUDO BEM! Por que está mesmo tudo bem, você teve sua experiência, e eu tive a minha, e está tudo bem. Cada interpreta a mesma obra a sua maneira, seu jeito, suas emoções e as suas bagagens, e é por isso que cada coisa que lemos ou vemos se torna sentimentos e emoções únicas. Então, apenas paz ✌ E aqui, antes que eu me esqueça, um último trecho do livro que me arrepia toda vez que leio: Os homens mentem, e o pior é que mentem pra eles mesmos. Livros:
A história foi traduzida para o Brasil em duas editoras diferentes. A Pandorga, isso anos atrás trazendo a trilogia completa, e a mais recente, Intrínseca, edição qual possuo em minha estante que por enquanto com apenas dois volumes publicados. Edição da Pandorga, qual tive meu primeiro contato. (E com aquela capa, né meus amigos... quem viu sabe como é, rs) Edição da Intrínseca, qual possuo, é vermelha e preta, com o corte colorido de vermelho. E ela é bem completa, com páginas amareladas e diagramação confortável, e contêm um conto extra que lá fora é lançado em formato digital. Mas a editora optou por colocar junto no próprio livro, o que foi incrível e extremamente prático. Atenção: o livro é escrito em linguagem coloquial, já que Todd não sabe ler nem escrever, então Ness preferiu escrever a história como Todd fala. Ou seja, não respeitando pontos e virgulas, pronuncias de maneiras erradas e diferentes propositalmente.
O segundo volume igualmente pela Intrínseca já foi lançado, e a capa está maravilhosa. É azul preta, e o corte dela é azul. Esse também contêm um conto extra, como o primeiro volume. No post oficial do autor no Instagram, ele diz (antes de sair o primeiro volume, inclusive) que os livros seriam vermelho, azul e laranja. As capas originais tem detalhes nessas cores, e amei o que a Intrínseca está fazendo, trazendo esses elementos nos cortes, detalhes e tudo mais... a gente ama uma boa história, mas uma capa bonita também deixa a gente feliz, e se for uma história que a gente ama, triplica essa felicidade e quentinho no coração de ver que ela está sendo bem cuidada ;)
Então com certeza, o terceiro volume será ou amarelo ou laranja, e estou tão ansiosa para isso que não me aguento.
O terceiro volume pela Pandorga se chama A Guerra mas como até mesmo o segundo a Intrínseca traduziu de maneira certa, pelo menos, o que condiz e dá senso aos nomes originais, creio que não será mais esse título então nem sei o que esperar quanto ao nome pela editora aqui quando lançarem... aguenta coração.
Aqui os nomes dos volumes em original e traduzido para vocês não se perderem na ordem.
Pela Intrínseca (qual recomendo por ser melhor e superior em qualidade)
Mundo em Caos, Série Mundo em Caos Volume 1. A Pergunta e a Resposta, Série Mundo em Caos Volume 2. O terceiro sem título publicado ou divulgado pela editora até o momento. Pela Pandorga - O Motivo #1 A Missão #2 A Guerra #3
Caso vocês queiram ler a trilogia em inglês, não se preocupe, jovem nerd bilíngue, aqui os nomes de cada volume para você mergulhar nesse universo de cabeça: The Knife of Never Letting Go #1 The Ask and The Answer #2 Monsters of Men #3 Gente, obrigada por lerem até aqui, e espero que tenham gostado. :) ✌
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MINHAS FÉRIAS COM PATRICK, longa de Caroline Vignal, que concorreu em 8 categorias na premiação César (entre elas, melhor filme, direção e roteiro), e rendeu Laure Calamy (da série da Netflix “Dix pour cent”) o troféu na categoria melhor atriz, chega às plataformas iTunes, Google Play, Now e Vivo Play nessa sexta-feira, dia 2 de julho. Antoinette (Laure Calamy) está esperando o verão há meses e a promessa de uma semana romântica com seu amante, Vladimir (Benjamin Lavernhe). Quando ele cancela as férias para ir passear nas Cevenas com a esposa e a filha, Antoinette não pensa muito: ela segue seus passos! Porém, em sua chegada, ela conhecerá Patrick, um burro, que a acompanhará em sua jornada. Direção: Caroline Vignal Roteiro: Caroline Vignal Produção: Laetitia Galitzine, Aurélie Rouvière Elenco: Laure Calamy, Benjamin Lavernhe, Olivia Côte, Marc Fraize, Jean-Pierre Martins Direção de Fotografia: Simon Beaufils www.artefeed.art #teatro #musical #show #artistas #celebridades #dança #cinema #followus #artefeed #entrevistas #espetáculos #broadway #imprensa #artefeedoficial #entretenimento #divulgacao #brasil #humor #diversao #cultura #noticias #instagram #eventos #instagood #arte #love #comedia #lazer #californiafilmes #laurecalamy https://www.instagram.com/p/CQwn17zHymp/?utm_medium=tumblr
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12, 15, 16
agora veio pra tu sofrer! ask meme pro 1x1! (aceitando)
12: qual dos nossos ships brigaria feio por algum motivo bobo e qual seria o motivo? (ex: nossos muses brigariam por causa de frozen)
ezra e arabella, coincidentemente, brigariam por causa de frozen KKKKKK eles assistiriam o filme juntos (porque a bella tem irmãos mais novos, então certeza levou eles no cinema pra ver frozen 2) e o ezra ia ficar só ???? com as músicas do nada, ia começar a rir no meio de let it go quando a elsa faz let it gooooooo, ia zoar CADA momento do filme... imagino que a arabella ia ficar emburrada porque ele tá zombando pesado algo que vêm de parte do mundo dela, enquanto ela sempre respeitou o dele, e eles iam acabar brigando porque o ezra não ia largar a piada. ele é muito bobo e não sabe que LIMITES EXISTEM. eu imagino que quem iria intervir e ajudar o ezra a fazer alguma coisa bonitinha pra pedir desculpas por ter zombado da arabella, seriam o bernardo e o charlie. provavelmente eles sentariam e diriam: “é, amigão, cê foi um babaca”.
15: me conte um fato aleatório sobre um dos seus personagens.
o henrik (finalmente saiu o nome) começou a escrever músicas como uma forma de descontar as frustrações que ele têm com os familiares controladores, então grande parte das letras dele são tristes e falam de sentimentos bastante profundos e que muita gente que passa por dificuldades, sejam familiares ou de aceitação própria, consegue se relacionar. ele pega bastante influência pras músicas da banda dele de artistas do mundo trouxa, até porque com hogwarts mais aberta à tecnologia mundana, ele consegue ter acesso a isso. os pais dele repudiam esse lado dele, mas não impedem porque a banda do henrik faz bastante sucesso no mundo bruxo, assim como as composições dele. eles são basicamente celebridades pelos corredores de hogwarts. e eu preciso pensar num nome bom pra banda bruxa.
16: me conte um headcanon angst que você tem sobre o nosso ship.
da mesma criadora de natalia gosta de escrever poesias sobre august, vem aí: joshua gosta de fotografia e tem um álbum de fotos só de amigos. nesse álbum, a maioria das fotos costumava ser da audrey já que eles passavam a maior parte do tempo juntos. num momento de raiva dele, depois de uma briga dos dois, ele queimou as fotos porque é um babaca burro. quando ele percebeu a merda que fez, foi a primeira vez que ele chorou em muito, muuuito tempo, até porque deve ser um crime pessoal joshua castellano chorar, né KKKKKK ele sempre gostava de voltar no álbum pra relembrar os momentos que os dois compartilharam; e sem isso, sem poder voltar no tempo dentro da própria cabeça, ele se viu sozinho e parou pra pensar que ele perdeu a pessoa que lhe era mais importante. no próximo jogo de quadribol da corvinal, que não é contra a sonserina, ele consegue capturar uma foto da audrey e ele guarda ela debaixo do travesseiro pra nunca perder de novo.
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——— character outline !
Basic Character Questions
first name? berlin
surname? sargent
middle names? paige
nicknames? algumas pessoas chamam ela de lynn, mas normalmente é só berlin memo.
date of birth? /
age? 21
Physical / Appearance
height? 1,68cm
hair style? normalmente está com as tranças, mas todo vez que precisa trocar usa ele naturais por um tempo.
glasses or contact lenses? não
make up? ela usa mais só rímel no dia a dia, mas ela gosta de maquiagem! ela só é preguiçosa, mas as veze bate uma inspiração e faz umas maquiagens diferentonas.
scars? nenhuma
tattoos? nenhuma no momento, mas ela tem vontade de fazer.
type of clothes? ela varia muito entre estilos, não tem um que é maior que o outro na real.
race / ethnicity? meio branca e meio negra.
mannerisms? ela tem o riso super solto, e tem umas dez mil risadas diferentes também, é bem fofinho. ela tem mania de ficar batucando os dedos quando está entediada e fica trocando o peso dos pés quando esta muito tempo em pé.
Personality
are they more optimistic or pessimistic? ela se consideraria alguém realista, mas acho que é mais para otimista mesmo.
are they introverted or extroverted? extrovertida! ela é capaz de ter uma conversa de 2 horas com a parede se deixarem.
what bad habits do they have? provavelmente o pior habito dela é ela dormir mal, ela sempre dorme muito pouco, tem uma rotina de sono super confusa. o segundo ruim seria recorrer a junk food toda vez que tá meio na bad.
how do they want to be seen by others? como alguém simpática, inteligente e acessível. uma das coisas que ela mais odiaria era que alguém pensasse que ela era alguém grossa.
how do they see themselves? ela se acha simpatico e acessível, não tão inteligente quanto gostaria de ser, se vê bem mais perdida do que demostra também.
how competitive are they? quase nada? ela é bem tranquila, mas se alguém propor algo pra ela, ela vai brincar junto. só que raramente será a primeira.
do they make snap judgements or take time to consider? ela gostaria de dizer que não faz julgamentos rápido, mas faz um tanto, mas está sempre trabalhando para mudar isso.
what haunts them? o medo do fracasso. a berlin escolheu uma faculdade de artes, ela morre de medo de fracassar e não fazer sua família feliz e orgulhosa.
what are their political views? esquerda, até meio comunista na real ( me nego a ter char de direita, não aceito mesmo. direito-fobica).
are they indoorsy or outdoorsy? ela amaria ser vista como alguém outdoorsy, mas ela ama a cama dela demais pra isso.
Friends and Family
Is their family big or small? Who does it consist of? mas pra media, na real? ela é composta pela mãe dela, que se chama Nadine e tem 39 anos, seu pai, Brook, de 40 anos e sua irmã mais nova, Haily, de 17 anos de idade.
do they have any pets? não, mas ela morre de vontade de adotar, só tem medo do bichinho ficar tempo demais sozinho e ficar triste.
did they grow up rich or poor? mais para pobre, mas nunca lhe faltou nada do essencial, então ela iria dizer que cresceu normal. já viu pessoas bemm mais pobre que ela.
Love
do they believe in love at first sight? não muito, ela acha que seria muito superficial, mas ela se apaixonou tão rápido pelo Dion que capaz de mudar isso.
are they in a relationship? não seu filho é lento e burro né.
how do they behave in a relationship? ela só namorou uma vez, quando era bem nova, quase nem considera ele mais um namoro hoje em dia para ser honesta. ela tinha muito ciúmes, odeia admitir isso, o fim do relacionamento foi até por isso, mas descobriu uns anos depois que estava certa porque tinha sido traída mesmo.
what sort of sex do they have? aaaa isso é complicado, imagino que seja meio que uma mistura entre vanilla e kinky na real? ela gosta de conexão e etc fofinho assim, mas uns tapas não matam ninguém né.
Work, Education and Hobbies
what is their current job? garçonete/vendedora na lojita do dion!
what are some of their past jobs? trabalhou como vendedora em umas duas lojas diferentes, já trabalhou em restaurante também, já teve vários empregos.
what are their hobbies? filmar e fotografia.
educational background? estudou em escola publica a vida toda, mas deu sorte durante o ensino médio e passou para uma das melhores da região.
Intelligence level? ela é bem inteligente, mas iria dizer que é normal pq nené é humilde.
Favourites
what place would they most like to visit? ela basicamente só conhece sua cidade natal e nova york, então quase todo o resto do mundo está na sua lista. porém, o principal seria africa, ela iria amar ver um pouquinho mais da sua origem.
what is the most beautiful thing they've ever seen? berlin é muito romântica para responder isso, ela provavelmente iria dizer que vê beleza em tudo, ou escolher algo bobo como sua família junta.
what is their favourite song? ela não contaria pra ninguém, mas acho que alguma musica emo antiga do panic ou do 5sos lçdmskkkkk
what is their favourite colour? azul
favourite food: chocolate conta?
what is their favourite day of the week? quarta feira, o que é um dia meio aleatório, mas é o dia aonde sua aula começa mais tarde e ela se da de presente tomar café em um coffee shop fofo perto da sua casa e descansar enquanto escreve e ela gosta desse pequeno ritual.
Possessions
what is on their bedside table? a mesa de cabeceira dela é uma mini escada velha, então posso dizer primeiro que não tem muita coisa çslkkkk tem alguns livros que ela está lendo no momento, uma vela que ela acende como luz porque ela gosta de velas e um vaso com flores falsa bonitas. Volte e meia um copo de água também, mas só isso.
what is in their purse or wallet? seu tablet ou seu notebook sempre esta lá, ela também sempre carrega um caderninho e uma caneta. sua carteira com seus documentos e dinheiro, óbvio. e uma camisinha ali também porque ela é precavida! ela também sempre tem uma garrafinha de água consigo e seus fones de ouvido, também sempre carrega seu carregador pq o celular dela é um iphone velho com bateria péssima.
what is their most treasured possession? ela ama várias coisas que ela tem, mas se tivesse que escolher algo era o roteiro da primeira peça que ela escreveu, quando só tinha quatorze anos
Spirituality
do they believe in the afterlife? Em reencarnação, mas sim.
what are their religious views? A Berlin foi batizada católica e até chegou a fazer a primeira comunhão, mas depois disso basicamente não foi na igreja. Ela se considera hoje em dia alguém mais espiritual do que religiosa de qualquer forma.
what do they think heaven is? Ela acredita em reencarnação, então não tem muito um paraíso ou inferno. imagina algo entre isso, aonde você descansa até estar pronta pra nova fase mas nunca pensou direito sobre isso, pra ser honesta.
what do they think hell is? Ela não acredita no inferno.
how would they like to die? dormindo de idade mesmo, ela odeia o conceito de adoecer de qualquer forma, tem até medo disso.
what is their zodiac sign? aaaAaaAAa
Daily life
what are their eating habits? ela não come muito mal não, a um tempo ela tenta fazer a transição pra vegetariana e convivendo com o Dion ela tá ainda mais focada nisso, mas ela falha com comer besteiras de vez em sempre, infelizmente.
do they have any allergies? Nenhuma
are they minimalist or a clutter hoarder? Um pouco de cada? Acho que ela é só normal.
what do they do first thing on a weekday morning? Ela normalmente pega o celular, olha se tem alguma coisa ali mas depois ela levanta tomar uma ducha porque é meio que o único jeito que ela se sente total acordada.
what do they do on a Friday night? Ela trabalha dmdkkkk
what is the soft drink of choice? chá! ela toma todo dia inclusive.
what is their alcoholic drink of choice? cerveja ou chop, ela é simples sim
Miscellaneous
If they could call one person for help, who would it be? Ela ama ser vista como independente, então é complicado, a resposta seria ninguém. Porém, ela só explode e começa a chorar do nada quando algo pequeno e sem sentido acontece
what would they do if they won the lottery? Primeiro seria comprar uma casa melhor para os seus pais e dizer para os dois se aposentarem, depois ela criaria alguma ONG de artes e iria trabalhar nessa bem linda.
what is their favourite fairytale? ela não tem nenhum assim favorito hoje em dia, mas quando criança era Mulan.
do they believe in happy endings? sim o nenê é romântica
what is their idea of perfect happiness? ver sua família e seus amigos bem
If your character could travel through time, where would they go? Ela iria amar ver momentos aonde revolução aconteceram
If they could have a superpower, what would they choose? voar
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luis manuel gaspar — existem retratos demasiado realistas?
Troppo vero! Terá comentado o papa Inocêncio X ao ver-se retratado por Velázquez. De facto Velázquez não o favoreceu, não disfarçou aquele olhar de político gelado, o bigode ralo, a barbicha caprina, um ar difusamente repulsivo e nada adequado a «sua santidade» o pontifex maximus. Exposto em 1650 no Panteão romano, o retrato papal teve sucesso imediato, e hoje ainda provoca um arrepio de espanto em quem de repente depara com ele na pequena sala da Galeria Doria Pamphilj, como terá provocado-fascinado Francis Bacon que em diversas versões e variações o transfigurou à sua maneira. Se Inocêncio, do alto da poderosa cadeira de São Pedro, se resignou ao veredicto dos pincéis de Velázquez, que remédio me resta senão resignar-me também ao meu retrato saído dos pincéis de Luis Manuel Gaspar? Retrato exacto? Receio que sim, quando o comparo com o que vejo cada manhã enquanto me barbeio e repito, como uma reza matinal, os versos de Baudelaire: — Ah! Seigneur! Donnez-moi la force et le courage De contempler mon cœur et mon corps sans dégoût! E todavia sinto este quadro como uma denúncia, uma sentença. Serão meus os olhos onde a lepra da melancolia alastra palpável, será minha a caligrafia dos relevos da cara, o olhar impreciso, os olhos semicerrados, o nariz-beterraba, a cicatriz no queixo descendo em degraus sobre um pescoço que já viu melhores dias, a cabeça meio afundada nos ombros derrotados pela fadiga da tarde em que o artista teve o cuidado de fotografar o futuro retratado? Porque o escrúpulo do pintor foi ao ponto de me fotografar antes de me pintar, tornando assim o meu duplo duplamente verdadeiro por ser retrato de um retrato, retrato documentado, prova irrefutável que contudo não se confunde com o mesmo momento fixado numa fotografia. Um bom retrato ultrapassa a expressão acidental, o aspecto do instante, o gesto, se o houver, e mostra o que está debaixo da pele, chega por vezes ao osso, revela o que o próprio nunca vira nem sonhara ser. Percebendo o meu susto perante a imagem estranha e familiar daquele desconhecido que sou eu, o pintor tentou consolar-me argumentando que, se o retratista fosse Lucien Freud, o resultado seria pior. Tive de concordar: Lucien Freud, como o avô noutro ramo de actividade, é implacável até em auto-retratos. Porém, nem a solidez do argumento de Luis Manuel Gaspar afastou a sensação paradoxal de me reconhecer e não me reconhecer nesta certidão de idade. O que confirma o conflito insondável, insanável, entre mim e a minha ideia de mim. Gosto da luz do fundo, verde-abacate, verde-cré ou verde-Veronese, em contraste com o quase luto dos azuis das minhas vestimentas. Gosto das manchas branco-amareladas do sol lá fora, jorrando sobre a parede pelas portadas abertas. Gosto dos riscos verticais, acastanhados, brancos-baço, prováveis reflexos dos caixilhos da janela. Gosto, em suma, da pintura, só não morro de amores pela figura. E dei por mim sorrindo das partidas do destino: quando publiquei os primeiros livros, o editor achava que as minhas fotografias não «vendiam» porque eu não tinha cara de escritor, tinha cara de desportista. Se ele ainda fosse vivo, talvez este retrato de escritor idoso e com cara de caso o convencesse. Eu é que não me importava de conservar uns vagos traços do meu antigo aspecto supostamente atlético. Luis Manuel Gaspar garante que só pinta o que vê. Será realmente assim? Não será ele descaradamente complacente em relação aos seus amados gatos? Desconfiei disso diante dos gatos que desenhou para a tradução portuguesa de Particularly Cats and More Cats, de Doris Lessing, em cenas que misturam paixão felinófila e citações picturais meio enigmáticas: dos impressionistas; da bandeira americana por Jasper Jones; de quadros de Escada rodeando a gata Ofélia; de um 'scriptorium' medieval do género daqueles onde Carpaccio, Crivelli e outros mestres imaginavam monges ou doutores da Igreja estudando e escrevendo para maior glória do Eterno, e onde a inscrição latina MINUS SEPTEM alude a «Menos Sete», novela gatarral de Aquilino Ribeiro, cuja casa (desenhada a partir de uma foto de arquivo) se avista através de um janelão em arco. Estes felizes felinos ostentam uma obscena imunidade aos anos, conservam uma frescura de feições de fazer inveja aos menos invejosos dos humanos. Enquanto que, por exemplo, os tigres, touros, corvos ou cavalos são, nos quadros de Júlio Pomar, sugeridos por pinceladas entre o abstracto e o visionário; e os crocodilos, hipopótamos, bodes, cabras e aves em Paula Rego têm algo de inquietante e surreal; a família felina de Luis Manuel Gaspar é de uma idealização hiper-realista, traz consigo ecos do mundo dos mitos, de velhos cultos egípcios em que os gatos eram sagrados, tão sagrados que, segundo conta Heródoto, quando um gato morria, toda a família dos donos rapava as sobrancelhas em sinal de desgosto. Mas os gatos não detêm o monopólio da paixão de Luis Manuel Gaspar por animais. Para o álbum de Helder Moura Pereira A Pensar Morreu Um Burro e Outras Histórias, ele desenhou um bestiário bem colorido e humorado incluindo o esquilo, o crocodilo, o morcego, o mosquito, o macaco, a vaca, peixes, rinocerontes, papagaios, o burro, o cavalo, um elefante dotado de nariz humano e um gnomo daqueles que consta que já não existem. Suspeito que, ao retratá-los, o pintor fala com os bichos que retrata como o Santo de Assis, que chamava Irmãs às cigarras e andorinhas e Irmãos aos coelhos, aos cordeiros e até a um faisão que, no último instante, ele salvou do espeto. A declaração de amor de Luis Manuel Gaspar à bicharada está bem patente nas dezenas de ilustrações para Anatídeos de Portugal, de António Pena. Fiel e fotograficamente, à maneira de um manual científico anterior à fotografia, retratou com minúcia essas aves tão desengonçadas em terra quanto elegantes e ágeis na água: patos de muitos tipos, gansos, mergansos, marrecas, marrecões, tadornas, cisnes, além de outros nadadores com eles confundíveis: mergulhões de vários tipos, galeirões, galinhas-d’água, corvos-marinhos. Esta passarada parece ter abancado no atelier do pintor como na clausura de Santa Brígida de Kildare, onde, segundo a lenda irlandesa, gansos e patos encontravam refúgio. Daí ser ela a protectora dos galinheiros, para além de padroeira dos filhos naturais e das parturientes. Luis Manuel Gaspar não se dedica só à zoografeia (zoografia), como os gregos chamavam à pintura e descrição de animais. A espécie humana, e em particular a espécie literária, tem também sido objecto do seu talento mimético. De Alexandre O´Neill «iluminou» o soneto «No céu de uma tristeza cor de farda» com versos do poema, imagens de um antiquado café lisboeta e um retrato do poeta a partir daquela fotografia em que O´Neill tem uma bicicleta em miniatura encavalitada no nariz. Poeta ele mesmo, não é de estranhar que Luis Manuel Gaspar tenha homenageado os seus escritores em páginas inteiras do extinto jornal Viva Voz com desenhos que, como num filme legendado, transcrevem passagens de textos poéticos, em prosa ou verso, e tenha feito capas para dezenas de livros e revistas sobretudo de poesia. De entre os seus melhores retratos, recordo o de Benjamin Péret injuriando um padre, em que a injúria é um jacaré saindo da boca de Péret. O de Ramón Gómez de la Serna apontando o indicador discretamente fálico a um menos discreto peito feminino (capa de uma recente tradução de Seios). O de Mário de Sá-Carneiro e do seu «Outro» no ensaio Metamorfose e Jogo em Mário de Sá-Carneiro, de António Vieira (os três em edições & etc). O de Raul Brandão na revista Ler, onde colaborava habitualmente. E, para não alongar ainda mais um longo elenco, o de Al Berto na capa de A Noite dos Espelhos, de Manuel de Freitas (edições frenesi). Se, como Da Vinci dizia, a pintura é cosa mentale, talvez nenhum pintor pinte só o que vê. Cada retrato retrata também o retratista. Em qualquer retrato o artista deixa traços de si, da sua visão da vida, da sua relação com o retratado. E talvez afinal não existam retratos demasiado realistas. Almeida Faria, «Luis Manuel Gaspar — Existem Retratos Demasiado Realistas?» / Luis Manuel Gaspar, «Retrato de Almeida Faria», 2007. Artistas Retratam Escritores Que Retratam Artistas, prefácio de José-Augusto França, direcção gráfica de Armando Alves, coordenação de José da Cruz Santos, Porto, Modo de Ler, 2007.
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𝗰𝗮𝗻 𝘆𝗼𝘂 𝗵𝗲𝗮𝗿 𝗺𝗲?
LA TOUSSAINT, DOMINGO, 1° DE NOVEMBRO DE 2020.
Quatro meses, 120 dias, 2.880 horas. Essa era a quantidade de tempo que fazia desde que Cédric e a família Martin viram a caçula Camille pela última vez. Impossível não pensar nela naquele feriado, era um dos seus preferidos porque na rua Meynadier onde viviam era comum organizarem um pequeno evento com os vizinhos e soltarem lanternasa noite. Camille adorava trabalhar na floricultura naquele dia, dizia que era importante ser capaz de dar as pessoas flores para presentear as pessoas importantes que já se foram. Ela e a mãe abriam a loja mais cedo todo feriado e depois na hora do almoço ele e o pai encontravam elas para almoçarem e ir ao festival que acontecia no centro. Ao acordar com a cabeça ainda doendo do dia anterior e encarando o teto ainda desconhecido do seu dormitório na AIFT, Cédric desejou que pudesse simplesmente esquecer que aquele dia existia.
O celular tinha mensagem dos pais desejando a ele um bom feriado e que não se esquecesse de acender uma vela em Paris. O estômago dele afundou ao pensar nos pais orgulhosos do filho na faculdade na capital do país quando na verdade ele estava ali a apenas alguns quilômetros, mentindo para eles e todo mundo. Eu estou fazendo isso por eles também. É, fale isso quantas vezes for necessario para acreditar. Tinha entrado na escola com o propósito de descobrir o que tinha acontecido com a irmã, mas desde então desde o começo de outubro, o que conseguiu com aquilo? Nada. Tinha desviado dos seus objetivos e não tinha ninguém além de si mesmo a culpar. Com o estômago embrulhado, sentou na cama e olhou ao redor. Não era esse o lugar que estava acostumado a acordar naquele dia em outros anos. Apesar de um simples dormitório, ainda era mil vezes mais do que o seu quarto na casa dos pais. Ficou impressionado em como era fácil se acostumar com uma vida boa: ir bem na escola, ter um teto e comida, ter pessoas próximas. Isso fazia que assuntos que antes eram importantes sumissem, ficassem de fundo e de repente Céd entendeu em como algumas pessoas podem ser tão auto-absorvidas. O pensamento de estar virando um deles só fez ele se sentir pior.
Não era só o costume de celebrar aquela data com a família que fazia com que Martin se sentisse um lixo naquele dia mais do que em todos os outros. Conforme o tempo passava e os meses, dias e horas se acumulavam no seu cérebro desde o dia 4 de julho de 2020, ficava mais claro que alguma coisa poderia ter acontecido com a irmã. Uma coisa que tentava não pensar, mas que estava sempre escondida no fundinho da sua mente. E se ela tivesse morrido?
_____________________
Não deveria estar ali e estava arriscando tudo ao entrar pelo fundo da casa da Rua Meynadier, n° 55. Os pais não estariam em casa porque trabalhavam naquele período da manhã e depois que fossem almoçar ficariam ocupados demais com o festival no centro, então estava a salvo por enquanto. Ao usar a chave pra entrar, deu de cara com a cozinha. O cheiro característico que você só sente na sua casa foi suficiente pra fazer que Cédric sentisse uma onda de nostalgia o atingir. Nunca foi e nunca seria a pessoa que se deixa levar por sentimentos, na sua mente ser mole e pensar com o coração eram erros que tornam alguém fácil a se tornar um alvo. Não tinha culpa de pensar assim, não depois de crescer na região onde cresceu e ter que trabalhar desde criança pra ajudar as coisas em casa e ver o coração do seu pai quebrar sabendo que não podia dar o que os filhos pediam no Natal. Mas assim mesmo, ao ver que as coisas estavam as mesmas desde que partiu mais de dois meses atrás e de ir até a sala e ver os porta retratos que ilustravam uma infância simples mas feliz, Cédric sentiu que os olhos estavam cheios de lágrimas. Porra, que merda é essa, se recomponha filho da puta mole do caralho. Xingamentos mentais ajudavam sempre.
Sacudiu a cabeça e subiu os degraus até o segundo andar da casa sem olhar para as fotografias que ficavam penduradas na parede da escada. A primeira porta à direita era o banheiro e apesar de sempre pegar a terceira porta à esquerda e entrar no seu quarto Martin pegou a segunda. Parou na frente com a mão no trinco e respirou fundo antes de a abrir. Acendeu a luz e sentiu o impacto que era se encontrar dentro do lugar mais Camille do mundo, o seu quarto. As paredes cobertas de pôsteres de bandas que ele nunca se deu ao trabalho de conhecer porque os gostos deles eram muito diferentes. Os pisca piscas que ela colocou na prateleira de livros que Cédric jamais passaria um metro perto porque sempre rotulou tudo o que ela lia como lixo. Diferente dele, ela era organizada, o armário pequeno tinha tudo separado por cor. Notou que a cama ainda estava desfeita e o estojo de maquiagem dela estava no mesmo lugar que ela deixava sempre antes de sair. Encostada em uma das paredes tinha uma espécie de mesa que ela usava para estudar. Tinha um mural com todos os sonhos dela que ele sempre rolou os olhos para. “O único jeito de subir na vida quando se é pobre, Camille, é roubando ou mentindo” foi o que disse uma vez ao ver os planos dela que aos olhos dele eram inalcançáveis. Sempre a sonhadora e Céd ao contrário, sempre querendo colocar seus pés no chão porque sabia que a queda seria mais do que ela poderia aguentar.
Se sentou na cadeira e o olhar fixou em um porta retrato deles dois. “Merda” disse enquanto passava a mão pela superficie. O que esperava indo ali se não uma enxurrada de memórias? Isso ia acontecer. Mas precisava encarar a situação, precisava daquilo pra lembrar do propósito que desviou naquelas últimas semanas. “Tá me ouvindo, Mille?” perguntou se sentindo meio idiota por falar com uma foto. Mas era tudo o que tinha. “Me desculpa por tudo. Quando tu tava aqui, eu sempre fui... Porra, não sei. Um irmão cético, ria de ti e dos seus sonhos, sempre achei que era melhor tu sofrer com o meu ceticismo do que encarar o mundo real que é uma bosta e ia te quebrar. Eu sinto que deveria ter te perguntado se tu não queria companhia pra festa, ia ter mudado alguma coisa se eu fosse?” questionou ainda olhando fundo nos olhos dela da foto. Impossível não se sentir como o pior irmão do mundo naquele momento. “Eu sempre achei que sabia de tudo, o que tu me disse antes de ir era verdade... Pra uma cara inteligente, eu sou muito burro. Essa coisa de achar que sei as verdades do mundo... Eu não sei de nada. Tu ia adorar rir da minha cara agora e honestamente eu preferia ta falando isso frente a frente do que na foto. Eu preferia te ver rir e zoar de como eu to fazendo tudo o contrário do que sempre falei e que tu tava certa do que ficar aqui sentado falando com alguém que eu não sei se vai voltar” falou, sentindo o coração ceder. Vai voltar, precisa voltar. “Eu entrei na AIFT pra te procurar. Tu acredita nisso? Eu sei que tu ia me odiar por dois segundos por entrar onde você sempre quis. Queria dizer que você não perdeu nada, mas ia ta mentindo. É uma ótima escolas e as pessoas... Você estava errada sobre elas, mas eu também não estava muito certo. Elas vem em todos os tamanhos e jeitos e por mais que eu tenha acertado sobre a atitude babaca e de autointitulação da maioria, é muito mais do que isso. Não existe só bom ou só ruim. Queria que estivesse aqui pra rir do tombo que eu provavelmente vou levar por me envolver com quem não deveria” contou pensando em como a irmã nunca o deixaria esquecer que ficou com Geneviève se soubesse sobre. Ia achar a melhor piada do século e ia lembrar do fato por muitos anos. Quase podia ouvir o ‘eu te avisei, não avisei?’. Um sorriso se formou em sua boca por um momento.
“Eu to tentando te encontrar, mas eu tenho medo do que eu vou descobrir, Mille. Eu não sei se quero descobrir e talvez seja por isso que esteja atrasando tanto algumas coisas. Eu não sei se prefiro saber o que aconteceu contigo ou continuar me enganando que tu ta me escutando e vai voltar” começou mas sentiu a voz falhando no meio. Tinham coisas que eram difíceis de se admitir mesmo pra si mesmo ou um quarto vazio. “Merda...” xingou sentindo as lágrimas caírem. “Eu não sei o que fazer, a verdade é que eu to mais perdido do que nunca. Eu já tenho o que, uns 5 ou 6 anos de cadeia nas costas só por ter falsificado uns dez documentos? E foi por ti, óbvio que foi, mas assistindo essas aulas todo dia eu penso como a vida poderia ter sido diferente se eu tivesse estudado aqui desde sempre. Eu penso nas coisas que perdemos porque nunca tivemos dinheiro e isso me deixa puto. O futuro nunca foi uma coisa que nos ensinaram a nos preocupar, porque pensar no hoje e se vai ter comida ou água agora sempre é mais importante do que pensar no futuro. Mas que droga, não escolhemos essa vida, cadê a justiça nisso? Eu sei que eu poderia ter passado na AIFT quando ainda tava no colégio igual você me incentivou, mas eu acho que eu sempre acreditei que não existia outra vida pra mim. E agora com essas pessoas, indo nas festas delas, vivendo o mesmo dia que elas, vendo as mesmas aulas que elas... Ouvindo os professores delas dizerem como eu sou inteligente e como meu futuro vai ser brilhante, é tudo diferente, é como se fosse um daqueles sonhos estúpidos que você sabe que vai acordar e voltar pra realidade bem pior que é a vida acordado. E eu não sei se eles caíram na mentira que eu to contando ou sou em quem caí em uma armadilha, numa porra de síndrome do impostor e isso me deixa maluco. Eu não posso falar com ninguém sobre isso, não com papai e mamãe porque eles já tem preocupações suficientes, nenhum dos meus amigos entende também e as pessoas da escola não podem saber que eu não deveria estar lá. A única pessoa que poderia começar a me entender é você, Mille. Mas você não está me ouvindo, ou pelo menos eu espero que não esteja. Eu rezo, pois é eu rezando! Mas eu juro que eu rezo pra essa versão de merda que a polícia nos deu em julho ser verdade. Espero mesmo que você tenha conhecido um garoto e metido o pé com ele, porra eu rezo mesmo pra que isso tenha acontecido. E podia até ser o mais babaca do universo, tipo o Maxine ou um dos amigos dele, eu não ia me importar, eu só queria que fosse verdade porque quer dizer que o pior cenário da minha cabeça não aconteceu. Merda” sentiu que o corpo todo implorava pra que ele acendesse um cigarro, mas não podia arriscar fazer isso no quarto dela porque os pais podiam sentir o cheiro e ficar desconfiados. Alem de ser uma puta falta de respeito porque sabia que a irmã odiava aquele seu hábito. Então decidiu se despedir de uma vez.
“Olha, eu... Seja lá o que aconteceu com você, eu te amo. Você sempre vai ser minha irmã e eu não vou descansar até descobrir o que aconteceu. Eu só posso te prometer isso. Eu vou descobrir” falou com decisão na voz apesar de estar se sentindo pior do que nunca. Tirou a foto do porta retrato e guardou no bolso da calça. Colocou o porta retrato na gaveta pra que ninguém fosse notar a ausência da foto ali. Deixou a casa em disparada, não sabia se aguentava mais tempo dentro sem entrar em colapso. Os passos de Cédric o levavam para o bar mais próximo porque seu único objetivo naquele momento era esquecer daquele feriado maldito e das lembranças que ficavam repetindo na sua mente.
@gloryandgorehq
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Poema do Menino Jesus
Num meio-dia de fim de Primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir De segunda pessoa da Trindade. No céu tudo era falso, tudo em desacordo Com flores e árvores e pedras. No céu tinha que estar sempre sério E de vez em quando de se tornar outra vez homem E subir para a cruz, e estar sempre a morrer Com uma coroa toda à roda de espinhos E os pés espetados por um prego com cabeça, E até com um trapo à roda da cintura Como os pretos nas ilustrações. Nem sequer o deixavam ter pai e mãe Como as outras crianças. O seu pai era duas pessoas - Um velho chamado José, que era carpinteiro, E que não era pai dele; E o outro pai era uma pomba estúpida, A única pomba feia do mundo Porque nem era do mundo nem era pomba. E a sua mãe não tinha amado antes de o ter. Não era mulher: era uma mala Em que ele tinha vindo do céu. E queriam que ele, que só nascera da mãe, E que nunca tivera pai para amar com respeito, Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir E o Espírito Santo andava a voar, Ele foi à caixa dos milagres e roubou três. Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido. Com o segundo criou-se eternamente humano e menino. Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz E deixou-o pregado na cruz que há no céu E serve de modelo às outras. Depois fugiu para o Sol E desceu no primeiro raio que apanhou. Hoje vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita de riso e natural. Limpa o nariz ao braço direito, Chapinha nas poças de água, Colhe as flores e gosta delas e esquece-as. Atira pedras aos burros, Rouba a fruta dos pomares E foge a chorar e a gritar dos cães. E, porque sabe que elas não gostam E que toda a gente acha graça, Corre atrás das raparigas Que vão em ranchos pelas estradas Com as bilhas às cabeças E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas Quando a gente as tem na mão E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus. Diz que ele é um velho estúpido e doente, Sempre a escarrar para o chão E a dizer indecências. A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia. E o Espírito Santo coça-se com o bico E empoleira-se nas cadeiras e suja-as. Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica. Diz-me que Deus não percebe nada Das coisas que criou - "Se é que ele as criou, do que duvido." - "Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória, Mas os seres não cantam nada. Se cantassem seriam cantores. Os seres existem e mais nada, E por isso se chamam seres." E depois, cansado de dizer mal de Deus, O Menino Jesus adormece nos meus braços E eu levo-o ao colo para casa.
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Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro. Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava. Ele é o humano que é natural. Ele é o divino que sorri e que brinca. E por isso é que eu sei com toda a certeza Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina É esta minha quotidiana vida de poeta, E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre. E que o meu mínimo olhar Me enche de sensação, E o mais pequeno som, seja do que for, Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo Dá-me uma mão a mim E outra a tudo que existe E assim vamos os três pelo caminho que houver, Saltando e cantando e rindo E gozando o nosso segredo comum Que é saber por toda a parte Que não há mistério no mundo E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre. A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado. O meu ouvido atento alegremente a todos os sons São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro Na companhia de tudo Que nunca pensamos um no outro, Mas vivemos juntos e dois Com um acordo íntimo Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas No degrau da porta de casa, Graves como convém a um deus e a um poeta, E como se cada pedra Fosse todo o universo E fosse por isso um grande perigo para ela Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens E ele sorri porque tudo é incrível. Ri dos reis e dos que não são reis, E tem pena de ouvir falar das guerras, E dos comércios, e dos navios Que ficam fumo no ar dos altos mares. Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade Que uma flor tem ao florescer E que anda com a luz do Sol A variar os montes e os vales E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o. Levo-o ao colo para dentro de casa E deito-o, despindo-o lentamente E como seguindo um ritual muito limpo E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma E às vezes acorda de noite E brinca com os meus sonhos. Vira uns de pernas para o ar, Põe uns em cima dos outros E bate palmas sozinho Sorrindo para o meu sono.
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Quando eu morrer, filhinho, Seja eu a criança, o mais pequeno. Pega-me tu ao colo E leva-me para dentro da tua casa. Despe o meu ser cansado e humano E deita-me na tua cama. E conta-me histórias, caso eu acorde, Para eu tornar a adormecer. E dá-me sonhos teus para eu brincar Até que nasça qualquer dia Que tu sabes qual é.
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Esta é a história do meu Menino Jesus. Por que razão que se perceba Não há-de ser ela mais verdadeira Que tudo quanto os filósofos pensam E tudo quanto as religiões ensinam ?
Alberto Caeiro
#fernando pessoa#alberto caeiro#one of the most beautiful poems i know and that inspires me so so much
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Um grande homem
“O seu avô... Esse é que é um grande homem. Aquele homem... com noventa anos e as costas sempre retas. Tem um olhar agudo e pode ouvir-se cada ano da sua idade nas palavras sábias da sua boca. Salta, com leveza, para cima do burro e caminha de casa até à mesquita, à hora da oração do fajr. Assim é aquele homem.”
Tayeb Salih, “Época de Migação para Norte; fotografia de Bedrich Machulka.
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[Sessão Crítica] Don’t F**k With Cats - Uma Caçada Online
(Contém alguns spoilers)
Fazia anos que eu não me chocava com um documentário, na verdade assisti sim, produções que mexeram com minha curiosidade, minha imaginação e me deixaram refletindo depois de tudo que consumi na frente da telinha/telona. Mas enquanto série documental, “DON’T F**K WITH CATS” está no topo da minha lista até agora como minissérie favorita. E vamos explicar por que todo esse hype pra vocês e até indica-lá.
Pra vocês terem noção da intensidade da série eu só fui perceber que tudo era de fato REAL, ou seja, que tudo aconteceu de verdade, no final da série ou melhor, quando pesquisei sobre ela. Calma, eu não sou desatento, simplesmente eu fiquei tão perplexo que pra mim tudo era encenação, tudo era roteirizado. Na verdade,eu sei que houve por trás um roteiro e toda a técnica audiovisual para deixar tudo mais chamativo, mais instigante e intenso, mas eu pensava que não era “baseado em fatos reais”, mas sim, É TUDO VERDADE!
Mas sem mais delongas, a série gira em torno desse FDP aí da foto acima. ‘Luka Magnotta’, o serial killer de gatinhos, cachorros e humanos. É isso mesmo, segura esse spoiler, pois ele não para nos bichanos. Para nossa indignação ele permanece em sua evolução criminal dentro da história com o mundo inteiro dando holofotes e combustível para todos os acontecimentos, mas vamos desde o princípio.
Tudo começa com os depoimentos de vários membros do grupo que testemunhou todo o processo dos crimes do psicopata. Mas a que mais me chamou atenção foi a Deanna Thompson aka Baudi Moovan, pois era este seu user nas redes que ela usou para a investigação dos crimes. A narração de seu envolvimento com tudo é a mais tocante, profunda e na minha opinião a que protagoniza todos os que foram espectadores dos crimes, além de tudo, ela recebe um vídeo sendo vigiada pelo Luka né? Ou seja, sua intensidade com o caso realmente foi além da dos demais stalkers.
Os depoimentos se estendem desde os stalkers, passando pelos profissionais que investigaram Luka, pessoas que tiveram contato com ele e até de sua mãe que também é uma chave mestra no terceiro ato do documentário para mexer com nossas cabeças e toda montagem da trama.
Luka começa sua jornada antes de cometer os crimes, ele planeja friamente cada passo, desde como todos irão ver sua vida antecedendo os acontecimentos, até depois de tudo explodir mundialmente, pois essa sempre foi sua intenção. Seu primeiro passo se dá com a divulgação de um vídeo que viola a regra n°1 da internet que é “não mexa com gatinhos”. Como já devem ter percebido, ele mata um felino neste vídeo em questão, o divulga nas redes sociais (youtube), comove algumas pessoas que recebem os vídeos de modo privado e daí em diante o trabalho fica todo encarregado desse público viralizar o material para dezenas de centenas e milhares de pessoas.
Os vídeos são reais, porém não se preocupem pois não é mostrado no documentário. A censura deles, inclusive, me deu conforto e fôlego para prosseguir assistindo já que sou adepto a não ver esse tipo de conteúdo na internet, e claro, por amar os gatinhos, né gente?
Luka então dando seu passo inicial, ganha não só um público para assisti-lo, mas ele mexeu com as pessoas certas, essas que decuparam o vídeo frame a frame atrás de pistas que podiam levar ao criminoso. Essa parte dos stalkers revelando seus dons investigativos é muito fascinante e ao mesmo tempo medonho, pois com simples detalhes em baixíssima qualidade inclusive, eles descobriam localização, quem era ou poderia ser o assassino, onde ele foi, o que costumava ser ou fazer... TUDO! Eram basicamente profissionais no que faziam, só faltavam formalizar isso.
Luka então começa a ser desvendado aos poucos, porém nossos olhos se negam a ver que a figura mostrada realmente é de um serial killer com tal capacidade, com a crueldade e frieza apresentada nos vídeos. Mega narcisista, fã de cinema, aspirante a modelo e ator (coisas das quais ele fracassou arduamente), vítima de bullings na infância e todas as características que são reveladas pelos stalkers e sua mãe em seus depoimentos. A polícia como em filmes, sempre atrasada na linha do tempo criminal. A internet como estava à frente, protagoniza muito mais, deixando para a parte policial apenas as emoções de deixar real tudo que acontecia, já que a mídia tornou tudo mundialmente conhecido que envolvia Luka. Sendo assim, os policiais, investigadores e afins tiveram que tomar partido e fazer o que fizeram para apurar os fatos, provas e prendê-lo no final das contas.
É óbvio que ele é pego, gente, mas isso não é a peça chave de tudo. Luka é tão calculista que ele parece prever tudo isso. Todas as situações já haviam passado em sua mente, desde o primeiro vídeo e até antes dele ser divulgado. A parte dele que envolve o cinema e a música é algo tão perfeito e macabro que gera indignação de como uma pessoa tão culta consegue pensar em crimes como estes. Suas ações envolvem filmes e músicas que encontramos nos três atos do documentário. “Instinto Selvagem (1992)”; “Psicopata Americano (2000)”; “Prenda-me Se For Capaz (2002)” entre outros filmes e músicas presentes, ou seja, Luka envolvia e usava a cultura pop para tudo que envolvia seus crimes, desde como praticar e até como fugir de toda situação.
O documentário tem uma fotografia tão perfeita que ajuda a pensarmos “será que tudo isso é real?” As cenas inseridas das filmagens reais, as cenas dos depoimentos, a montagem de tudo junto a trilha sonora nos leva ao clímax das tensões que, só assistindo pra vocês entenderem.
O uso intenso da internet como praticamente uma personagem importante é um ponto que me intrigou bastante e deixou tudo tão atual, tão real e verossímil até pra minha vida mesmo. Coisas do tipo, cara isso é super capaz de ser feito, porque eu não pensei nisso? porque eu não pesquisei sobre coo fazer isso antes? A gente se sente meio burro perto dos stalkers que ajudam a desvendar todos os mistérios da série documental.
“DON’T F**K WITH CATS” é uma produção que nos prende do começo ao fim, nos intriga, nos traz reflexões diversas e nos fascina de uma maneira não tão agradável claro. Eu assisto buscando entender como tudo foi feito e se encantando pela qualidade, além do conteúdo que está sendo solto aos olhos. Se você é um daqueles viciados em séries criminais, pode dar play e confiar na dica, pois no mínimo vai se intrigar com todos os pontos sendo ligados desde os primeiros cinco minutos de série. Não é atoa que ela foi indicada a alguns prêmios de destaque dentre as produções do mesmo gênero.
(foto de Luka e sua mãe REAIS)
O desfecho é algo que nos deixa perplexo e indignados até com nossas reações e reviravoltas, principalmente depois de ouvir/ler a mensagem final da Deanna, onde posteriormente sobem os créditos e a gente corre pras redes sociais pra gritar aos quatro ventos, o quão é foda o que acabamos de presenciar kkk...
A série me foi indicada através do meu instagram pessoal, deixo aqui então essa indicação pra vocês, soltei poucos spoilers, tem muito mais para ser investigado com os seus olhos curiosos podem ter certeza que irão se perder e se encontrar no meio dessa loucura perversa que alimenta nosso ódio e curiosidade a todo minuto que passamos assistindo esse caso macabro. Boa sessão a todos!
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O Retrato
David entrou orgulhoso na biblioteca nobre do colégio. Era um espaço amplo e elegante, típico dos antigos estalecimentos de ensino anglo saxónicos, onde o fausto se mistura com uma sofisticada contenção, tão característica do puritanismo. Andou lentamente admirando os magníficos trabalhos de carpintaria, alguns pluriseculares, e os volumes antigos que enchiam as estantes, até se aperceber da presença grandiosa do reitor Marcelus.
Marcelus era um ancião que comandava os destinos do colégio há mais de cinco décadas. Tomou as rédeas da escola quando ainda era um jovem professor ambicioso com um invejável curriculo, supreendentemente ultrapassando vários concorrentes bem mais experientes e com décadas de impecável serviço à instituição, para não mais as largar. Na verdade o seu amor ao poder era bem maior do que o que dedicava ao ensino ou aos estudantes. Aquele colégio era a sua vida, um trono que alcançou com invejável pujança para nunca mais largar. Tornou-se um troféu, um símbolo de sucesso, que ele usava sem pudor e exibia a todos os que o quiserem ver.
Pelo seu colégio passaram nomes sonantes da política e da cultura do país. Ministros, escritores, até um prémio Nobel passou por aquelas cadeiras que ele tão superiormente dirigia. Agora, ultrapassados os oitenta anos de idade, embora ativo e empenhado como sempre, via-se obrigado a passar testemunho. A diretoria assim o decidiu, após anos de insistência. Ele bem se mostrou disponível para continuar, bem demonstrou a sua saúde imaculada, bem adiou a decisão o mais que pôde, mas a luta pelo poder levou a melhor: a maioria decidiu que estava na altura do reitor descansar depois dos longos e incomensuravelmente meritórios serviços prestados à instituição. Não sem antes ser alvo de uma justíssima homenagem, onde se incluía a elaboração de um retrato a óleo para assegurar a admiração da posteridade, a somar à da contemporaneidade.
David foi o artista escolhido. O próprio Marcelus insistiu no seu nome. Homem experiente e de elevada cotação no mercado, mostrava um especial talento para o retrato o que não deixou de pesar na escolha, atenta a indisfarçavel vaidade do retratado. Bastou uma sessão para se conhecerem e para o artista se familiarizar com os predicados do representado. Uma dúzia de fotografias digitais ajudaram ao resto e o retrato estava pronto e exposto no hall de entrada do colégio, para admiração de todos.
- Caro reitor Marcelus, quero que saiba que considero uma honra ter sido escolhido para tão importante tarefa. - Espero que o resultado esteja à altura das expectativas.
- Mestre David, o seu nome e reputação são garantia bastante da excelência do seu trabalho. Ainda há pouco me dizia o senhor vice-reitor que as suas obras têm tido tal procura nas galerias de arte que o seu valor aumentou em mais de 20%, desde que fizemos a encomenda do retrato. Por isso o senhor já está a dar lucro a esta instituição!
- Muito me apraz a confiança. - Já teve oportunidade de ver a obra, presumo?
- Claro, claro. - Perdoe-me a franqueza, pois sou pouco versado nos meandros da arte contemporânea, mas tenho alguma dificuldade em rever-me no retrato. Parece-me talvez uma interpreta��ão muito subjectiva...
- Sem dúvida. - A arte moderna é forçosamente subjectiva. Se o não fosse bastaria tirar uma fotografia ao modelo e imprimi-la em grande formato, não acha?
- Ainda assim temo que, talvez por não me conhecer muito bem, tenha formado uma imagem um pouco deformada da minha personalidade. - Vejo-me sobretudo como um pedagogo, um escultor de personalidades, um apóstolo da missão educativa. - No entanto há algo um pouco inquietante no seu retrato, uma passividade doentia, uma expressão quase diria animalesca.
- Acha mesmo? Bem, muito me compraz porque a expressão que busquei foi precisamente um misto do bovídeo com o onagro.
- Como diz?!
- Eu passo a explicar: há trinta e cinco anos atrás, um jovem aluno de doze anos foi expulso por si deste estabelecimento, rotulado de burro que nunca seria nada na vida, lembra-se?
- Não tenho qualquer ideia do que refere.
- Mas tenho eu. Uma ideia vívida até, porque esse jovem incompetente era eu! - O tempo e os meus parcos talentos levaram-me às Belas Artes e a uma carreira como artísta plástico, suficientemente importante para cativar o seu interesse e o desta provecta instituição. - O retrato está feito, pago e exposto para gáudio dos seus discípulos. Ainda por cima está a valorizar enormemente, constituindo um excelente investimento, conforme me informou.
- Sim, mas....
- Como vê o meu trabalho a todos agradou e muito particularmente a mim, pois terei a satisfação enorme de saber que, de futuro, os alunos e docentes desta instituição terão oportunidade de admirar a magnífica pose de hemíono exibida pelo decano Marcelus no seu valiosíssimo retrato de jubileu.
E abandonou sorridente a nobreza da biblioteca ao som de fracos protestos, esboçados pelo idoso reitor.
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