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Domênica, Toda de branco... (2024), dirigido por Maria Clara Portela e Raíssa Anjos
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fragmentos verticales de "Shock" cortometraje que realicé en 2020, y algunos fragmentos del stop motion de Efrén Fernández.
#skateboarding#video experimental#cortometraje experimental#short film#shortvideo#cinema independente#vertical video#stop motion#plants#aesthetic
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Tipos de Gentileza: Um Filme Que Explora a Complexidade das Relações Humanas
Descubra tudo sobre "Tipos de Gentileza", o novo filme de Yorgos Lanthimos com Emma Stone. Saiba mais sobre a trama, elenco e onde assistir online gratuitamente após o lançamento no My Family Cinema.

Introdução
"Tipos de Gentileza" é o mais novo filme do aclamado diretor Yorgos Lanthimos, conhecido por seus trabalhos únicos e provocativos. Estrelado por Emma Stone, o filme promete explorar as complexidades das relações humanas de maneira profunda e cativante. Vamos mergulhar na trama, conhecer os principais personagens e descobrir onde assistir ao filme online após seu lançamento.
Sinopse e Trama de Tipos de Gentileza
O filme segue três histórias interligadas de personagens que navegam por diferentes aspectos da gentileza e da humanidade. Um homem tenta retomar o controle de sua vida, um policial lida com o retorno inesperado de sua esposa que havia desaparecido no mar, e uma mulher busca respostas para um segredo familiar sombrio. Essas histórias se entrelaçam em um enredo que mistura drama, mistério e comédia.
Elenco e Produção
"Tipos de Gentileza" marca a quinta colaboração entre Yorgos Lanthimos e Emma Stone. Além de Stone, o elenco conta com Willem Dafoe, Jesse Plemons, Margaret Qualley, Hong Chau, Joe Alwyn, Mamoudou Athie e Hunter Schafer. O roteiro foi escrito por Lanthimos em parceria com Efthimis Filippou, trazendo a mesma intensidade e profundidade de suas obras anteriores.
Curiosidades e Recepção Crítica
O filme estreou no Festival de Cannes e recebeu aclamação da crítica, alcançando uma aprovação de 100% no Rotten Tomatoes. Críticos elogiaram a habilidade de Lanthimos em provocar e fazer escolhas ousadas, criando um filme que, embora não siga uma narrativa convencional, envolve profundamente o espectador. Alguns críticos destacaram que o filme pode parecer incoerente à primeira vista, mas suas camadas de significado se revelam aos poucos.
Temas e Questões Frequentes
Quem são os principais atores de Tipos de Gentileza? O filme é estrelado por Emma Stone, Willem Dafoe, Jesse Plemons, Margaret Qualley, Hong Chau, Joe Alwyn, Mamoudou Athie e Hunter Schafer.
Qual é a data de estreia no Brasil? "Tipos de Gentileza" está programado para estrear nos cinemas brasileiros em 22 de agosto de 2024.
Sobre o que é o filme? O filme explora três histórias interligadas que abordam diferentes aspectos da gentileza e das relações humanas, misturando drama, mistério e comédia.
Onde posso assistir "Tipos de Gentileza" online? Após o lançamento nos cinemas, o filme estará disponível para assistir gratuitamente no My Family Cinema, uma plataforma que oferece uma vasta seleção de filmes e séries.
Onde Assistir Tipos de Gentileza Online
Para aqueles que não puderem assistir ao filme nos cinemas, "Tipos de Gentileza" estará disponível no My Family Cinema. Esta plataforma permite que você assista a filmes e séries online gratuitamente, incluindo lançamentos recentes como este.
Conclusão
"Tipos de Gentileza" promete ser uma adição marcante ao catálogo de Yorgos Lanthimos, oferecendo uma exploração profunda e multifacetada das relações humanas. Com um elenco estelar e uma narrativa intrigante, este filme é imperdível para os fãs de dramas complexos e inovadores. Não perca a chance de assistir a esta obra cinematográfica única.
#Tipos de Gentileza#Emma Stone#Yorgos Lanthimos#filme de drama#lançamento 2024#assistir online#My Family Cinema#Willem Dafoe#Margaret Qualley#Hong Chau#Joe Alwyn#Mamoudou Athie#Hunter Schafer#Efthimis Filippou#Festival de Cannes#relações humanas#comédia dramática#cinema independente#crítica de filmes
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Libreflix 1.2
Libreflix Desenvolvido por Guilmour Rossi e colaboradores, o Libreflix é uma “plataforma de streaming aberta e colaborativa que reúne produções audiovisuais independentes, de livre exibição e que fazem pensar“. AS ESTRELAS NA TERRA – 2017 nov 05 Os criadores do projeto defendem novas formas de compartilhamento da cultura. Formas que atinjam todas as pessoas, principalmente as que não podem…
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#Agência Fática#animação desenho animado#artistas fãs#AS ESTRELAS NA TERRA#aventura Viagem à Lua 1902 Georges Méliès# Linux Descomplicado#Brazilian movies filmes brasileiros#campanha de financiamento coletivo no Catarse#cardápio Libreflix#clássicos do cinema#comédia Tempos Modernos 1936 Charlie Chaplin#criadores do projeto#de Fernando Grostein Andrade#de Flávio Colombini#Desenvolvido Guilmour Rossi colaboradores#destaques aclamado documentário#documentários doc#episódios grande sucesso TV Cultura Cao Hamburger Flávio de Souza#ficção científica Metrópolis 1927 Fritz Lang#filme Hotxuá 2012#free movie filme grátis gratuito#Libreflix plataforma streaming aberta e colaborativa#Libreflix: assista filmes e séries independentes de graça#matar a saudade!#news novas formas compartilhamento culture cultura#outro documentário é “Lute como uma Menina” (2016)#produção plataforma criadores filmmaker#produções audiovisuais independentes livre exibição#programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum 1994 1997#Quebrando o Tabu” (2011)
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ISSO FOI UM SHADEZINHO NO FINAL DO DISCURSO DESSE MERDA ??????
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Trailer do filme Céu de Estrelas
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"Billy Boy": Uma Jóia do Cinema Independente

"Billy Boy" é aquele tipo de filme que te agarra pela gola e não solta até o fim. Com uma trama que gira em torno de um jovem lutando para deixar seu passado criminoso, o filme mergulha o espectador em um mundo onde a violência e a tensão são palpáveis. O que torna "Billy Boy" especial é sua abordagem direta: a história não faz rodeios, revelando seus segredos cedo e de forma didática, o que pode ser um respiro de ar fresco para quem está cansado de reviravoltas previsíveis.
A atuação principal é mais do que apenas uma performance; é uma força motriz que dá vida ao filme. A narrativa não linear, com cenas que se desdobram de trás para frente, adiciona uma camada extra de complexidade, desafiando o espectador a juntar as peças do quebra-cabeça enquanto admira o panorama artístico que o filme pinta.
Para um filme de categoria B, "Billy Boy" se destaca por sua construção sólida e produção caprichada. É um testemunho do que é possível alcançar com paixão e criatividade, mesmo fora dos grandes estúdios. Para os aficionados por dramas que buscam algo fora do circuito mainstream, "Billy Boy" é um achado que prova que o saldo final de uma produção independente pode ser, sem dúvida, positivo.
#crime#drama#policial#roubo#assalto#assassinato#filme#cinema#review#resenha#critica#billy boy#art house#alternativo#independente#europeu#subestimado
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The next movie to you all watch to... Watch this movie, guys! Original title: C'est Pas Moi, Je le Jure! in US: It's Not Me, I Swear! Título no Brasil: Não Fui Eu, Eu Juro!
You're welcome. 🖤
#C'est Pas Moi Je le Jure!#It's Not Me I Swear!#Não Fui Eu Eu Juro!#movies#filmes#cinema#alternative#indie#independente#alternativo#underground#mood#🖤
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São Paulo Film Festival acontece no fim de semana
Festival de cinema em São Paulo acontece neste fim de semana, no Petra Belas Artes! #sãopaulofilmfestival #cinemaindependente
Na próxima sexta-feira (9), dá-se início ao São Paulo Film Festival, festival de cinema independente que acontecerá em um dos cinemas de rua mais famosos do Brasil, o Petra Belas Artes, em São Paulo. O festival chega a sua 6ª edição com uma variedade de categorias e filmes concorrentes a prêmios. Os longas foram inscritos na premiação pelos próprios cineastas independentes de todo o Brasil.…

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#cineastas independentes#cinema independente#Festival de Cinema#Petra Belas Artes#produções independentes#São Paulo Film Festival#SPFF
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⌜ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: felipe!namoradinho, rivalidade brasil x argentina, oral fem, strength kink(?), pussy spanking, masturbação fem, fingering, dirty talk, degradação, dumbification. Termos em espanhol — me vulve loco (me deixa louco), boluda (boba), perrita (cadelinha rsrs) ˚ ☽ ˚.⋆ ⌝
꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ pau no uc dos argentino
𓍢ִ໋🀦 NAMORAR UM ARGENTINO LOUCO POR FUTEBOL NÃO É A COISA MAIS SIMPLES NA SUA VIDA AGORA ─────
A faculdade te toma tempo, neurônios. A sua família e os traumas são uma soma instável. Mas Felipe... Pô, Felipe ganha de tudo.
Ele ama futebol. É apaixonado. Se não fosse pelo simples fato de que obviamente precisa fazer outras coisas no cotidiano além de estar num estádio, marcaria presença em todo jogo do time do coração. E não, os problemas não surgem quando é o River quem está buscando a taça do campeonato — nem quando é época de Libertadores, honestamente —, as coisas ficam sinistras ao se falar de nível nacional.
Entenda, ele é argentino... (respira fundo)... a camisa alviceleste combina com a cor dos olhinhos claros, está recitando junto dos outros hermanos os cantos de torcida para alfinetar o adversário enquanto termina uma latinha de cerveja. E você não abre mão da amarelinha. Pode até dizer um êeee parabéns, amor quando o River ganha um jogo, no entanto essa complacência não existe se falando da seleção. Você vai tietar os jogadores, gritar com a TV, jurar que dessa vez a gente ganha e jogar na cara o penta do país do futebol pra qualquer argentino que queira te peitar no bar.
Na última copa, você lembra, foi bem “intenso” pra vocês dois no Qatar. Não vamos falar daquela cobrança de pênaltis contra a Croácia porque desalinha os seus chakras, mas você chorou nas arquibancadas, não chorou? E quando Pipe te abraçou, fazendo acreditar que faria a linha namorado que vai oferecer muitos mimos, mas mandou um agora você pode torcer pra Argentina, cariño, você jura, só não jogou ele arquibancada abaixo pois ficou com medo de ser presa e deportada. Ah, mas o Messi merecia a... Pau no cu do Messi, cara!
Só que tudo ainda ficou pior, né? Implorou ao máximo pros franceses naquela final, oui oui mon ami, esquecendo toda a camaradagem latina, porém não adiantou muito. Felipe ficou insuportável, e como são um casal, bem... sabe como é... as dinâmicas dentro do quarto ganharam um toque especial, vamos dizer assim. Seu namorado começa com o pé direito, com a vantagem. A camisa dez alviceleste ficou o tempo todo no seu torso, mesmo que ele precisasse enfiar as mãos por baixo do tecido para apertar os seus seios. As circunstâncias pra chegar naquele estado, de quatro na cama do hotel pro canalha patife, não era a das melhores, porém o orgasmo foi tão, tão intenso que você esqueceu por um momento a melancolia.
Desde então, que vença o melhor.
— Adivinha quem a gente eliminou das olimpíadas hoje? — Ele sussurra ao pé do seu ouvido, surgindo feito um fantasma.
Você já está com a faca e o queijo na mão pra refutar. Mas a feminina tá classificada! Ele cruza os braços, o bonezinho virado pra trás.
— Mas aí não vale! — alega, pautado numa regra que ele mesmo deve ter inventado. — Ó, te espero no quarto em cinco minutos, bota a camisa dez.
E entre ganhar e perder, os humilhados também são exaltados. Deus é brasileiro, falha mas não tarda, você tem a sua vingança. Abre a porta do quarto, tira o headset da orelha dele, roubando toda a atenção do joguinho de vídeo game, para avisar: ‘tá na presença do novo campeão mundial, respeita.’
Ele descansa o console sobre as coxas, com a maior calma, a cabeça já fazendo que não, no automático.
— É futebol de areia, não vale.
— Independente, irmão.
— Já falei que não vale.
— É o hexa, pai, vai Brasil!
— Não vou fazer nada.
— É, em cinco-oito foi o Pelé~
A ordem é clara: ‘seguinte, bota o manto da nação do futebol que eu tô te esperando na sala, hermano’, e não demora muito pra você desviar a atenção do filme na televisão pra ver a figura do rapaz com o rosto encostado na parede, a carinha de cachorro que caiu da mudança, na esquina pro corredor do apartamento.
Não consegue segurar o sorriso, e ri ainda mais quando ele resmunga um para de rir, boluda. A amarelinha número nove foi comprada especialmente para esses momentos, nas costas largas o nome de Richarlison estampa onde geralmente você costuma ler algum sobrenome em espanhol. Infla o seu ego, não tem medo do perigo.
Felipe se ajoelha sobre o tapete, o corpo entre as suas pernas. Olhar caído, o jeito de estressadinho na forma com que suspira, segurando nos seus joelhos.
— Tá, o que você quer que eu faça? — já vai questionando. — Quer que eu te chupe? Tira o short.
— Calma, hermano. — Pega por cima das mãos dele, impedindo que possa alcançar o cós do seu short jeans. Está gargalhando, provocante. — Vai, dá uma voltinha pra mim. Deixa eu te ver — instiga. Tira o boné da cabeça dele para bagunçar os fios corridos. — Cê fica tão bonitinho de amarelo...
A expressão se fecha na face do argentino, imitando o som da sua risada, gastando. Se levanta, sim, só que é pra pegar nos seus pulsos, dominar o seu corpo por baixo do dele até te trazer pro colo. Ah, que engraçadinha... Tá tão acostumada a perder, né, vida, que não sabe aproveitar quando ganha. E porque é mais forte, facilmente te molda, a mão firma na sua coxa, aperta a carne. Apenas pela indelicadeza de ser manejada já te dá tesão.
— Eu te amo muito, tá? — ele diz. — Porque, senão, eu nunca vestiria uma camisa tão feia.
— Olha, como cê fala da pátria amada...
— Se os caras me virem com essa blusa eu vou estar sujeito a enforcamento em praça pública.
— Inclusive, vamo’ tirar uma foto?
Que foto!, ele estala um tapinha na sua coxa, com cara de bravinho. Os dedos rapidamente seguram no cós do seu short pra puxar abaixo junto da peça íntima. Vai se colocando mais uma vez de joelhos no tapete da sala, ainda sustentando a pose de irritado, de cenho franzido, ao passo que as suas risadinhas se somam. É lindinho de ver, te faz morder o lábio, danada, deixando o rapaz separar as suas pernas, encaixando a parte de trás do seu joelho no ombro dele.
Ele chupa o próprio polegar, antes de levá-lo até o seu pontinho sensível. Tá muito cheia de gracinha, murmura, sem tirar os olhos do que faz, os movimentos circulares lentinhos, Me vuelve loco, perrita.
Um sorrisinho repuxa no canto da sua boca. É um combo de estímulos — a sensação quente na boca do estômago que a masturbação causa, o tom emburradinho da voz masculina e, claro, o termo degradante com o qual já está acostumada a ouvir ecoando pelas paredes desse apartamento. Mas lamuria, fazendo você um dengo dessa vez.
Felipe ergue o olhar pra ti, o nariz empinadinho.
— Cê tá burlando as regras, eu não deveria aceitar — diz, e a voz fica mais baixa, charmosa, pra completar: ‘mas acho que vou ter peninha de você, okay?’
Os seus dedos vão parar nos fios dos cabelos dele assim que o argentino se inclina pra beijar a sua virilha. Enrola as mechas, escuta os estalidos dos lábios na sua pele. Os selares se arrastando pelo seu monte de vênus, até o indicador e o médio dele te separarem em v pra que a língua possa perpassar.
Hmmm, você se contorce de prazer, forçando de leve a cabeça dele entre as suas pernas. Morde na gola da blusa, na falsa crença de vai abafar os gemidos dessa forma. Cerra os olhos, o quadril ganhando vida sobre o estofado, inquieto, remexendo-se contra o carinho que ganha. ‘Lipe, o apelido soando abrasileirado mesmo, a voz mais doce que o normal nesses momentos.
— Hm? — ele murmura com a boca em ti ainda, a vibração da garganta te faz estremecer. — Fala — volta a te olhar, o polegar assumindo a posição que detinha sobre o seu clitóris inchadinho. Você aprecia a visão dos lábios masculinos cintilando de tão molhadinhos, a imensidão tropical nas íris clarinhas feito o mar límpido. Porra, se tinha alguma coisa pra dizer, até se esquece...
‘Nem sabe mais falar’, caçoa, lendo o seu estado aparente. A cara de decepção é fingida, faz parte de um teatrinho junto do tom manso. ‘Já te deixei bobinha, é? Poxa, normalmente você dura mais, nena...’
— Pipe — chama por ele mais uma vez, num sussurro. A natureza da sua personalidade te faz querer rebater cada baixaria que ele te diz, no imediato, apesar de nem saber o que retrucar.
O tapinha que ganha na buceta desencadeia um sobressalto, o seu rostinho de coitadinha para encará-lo. O indicador da outra mão dele colando na sua boca pra te calar, shhh, evitar um gemido depravado, eu sei, bebê, shhh...
— Já tô sabendo — te garante, chegando mais perto. Os lábios molhadinhos beijam na sua bochecha, terno, melam a região. — Tá querendo levar pica, não? Ou serve os meus dedos mesmo? — Desce o toque pra entradinha, desenha a abertura. — Quantos você quer? Dois serve, não serve? Assim, olha... — E uma dupla afunda pra dentro, desliza devagarinho, desaparecendo na quentura do seu corpo. Ele assiste o que faz, até as juntas impedirem de te tomar mais, e volta o foco pra ti. — Ou quer mais um? Se eu meter três talvez te deixo larguinha pra foder depois...
— Sim...
— Sim? — repete, gozando do seu tom. Estala mais um tapa entre as suas pernas, sorrindo quando te vê chiando, agarrada ao antebraço dele, com os músculos travadinhos. — Sou muito feliz por ter uma namorada tão cadelinha por foda assim, sabia? — Dá outro beijinho na bochecha, um afeto suave que contradiz com a penetração profunda dos três dedos de uma vez só. — Quando eu tô te fodendo, e você até baba na fronha do travesseiro de tão burrinha de levar pica, é a coisa mais linda... Até esqueço que tô namorando o inimigo...
— Felipe... — resmunga entre dentes, as unhas cravando na pele dele.
— É, cê não teve culpa de nascer no país errado — ele continua, descarado. O melhor ainda é a expressão de anjinho na face, os olhinhos claros brilhando, parecendo maiores. — Pelo menos, cê achou o cara certo pra te tratar direitinho, te comer bem. — Os dedos escorregam pra fora para que o indicador possa concentrar o carinho no seu clitóris. — Algum brasileiro te fodia assim, hm? Acho que não, né? Se teve que apelar pra um argentino... A gente não tem culpa de ser tão bom, gatinha.
— Felipe — a ênfase na pronúncia é um aviso duplo; as provocações estão fervendo seu sangue nas veias, e o corpo não vai tolerar muito mais tempo sem se derramar em breve.
— Aproveita a sua taça de futebol de areia — zomba, rindo, e vai chegando ainda mais pertinho do seu ouvido pra finalizar: ‘porque aquele seu Neymar vai aposentar sem uma copa.’
— Felipe, eu juro...
#imninahchan#felipe otaño x reader#felipe otaño fanfic#felipe otaño smut#felipe otaño fic#felipe otaño#la sociedad de la nieve#a sociedade da neve#the society of the snow
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Domênica, Toda de branco... (2024), dir. por Maria Clara Portela e Raíssa Anjos
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❝ We're kissing in the bathroom girl, and, uh I hope nobody catch us But I kinda hope they catch us, anyway. ❞
𖥔 ₊ ֗ actress!reader x actor!enzo, enemies to lovers, pequeno age gap [leitora tem entre 23-25 anos], smut, public e mirror sex, sexo sem proteção [ não pode ����🏻♀️], pet names, spanking, hair pulling, um pouquinho de espanhol, a reader tem descendência brasileira [ tipo a neta da atriz brasileira Maria Gladys mas sem ser nepobaby ], reader não é nada modesta, uma pequena referência a daddy issues
𝓪/𝓷: primeira vez que eu tô escrevendo com alguém fora do kpop, espero que gostem meus amores 🤭😘 revisado mas pode conter erros
Era para ser mais uma premiere, sua segunda premiere na verdade.
Falavam que era a nova revelação de Hollywood, depois de atuar em alguns filmes independentes e finalmente estrelar em uma grande produção todos queriam você e sua atuação impecável. Você definia seu próprio trabalho como impecável.
Quando chega ao tapete vermelho, na frente do teatro que assistiriam ao seu mais novo trabalho, as câmeras não demoram a apontar para a sua presença. Na internet as pessoas comentavam, sobre seu vestido Valentino vintage, sobre sua aura, seus momentos em que falava em português e também sobre o seu parceiro nesse novo filme. Novo queridinho das garotas com problemas com o pai, você particularmente não via nada demais em Enzo e ele também não ia tanto com sua cara.
As gravações do filme não foram desconfortáveis, não é que tinham pouca química, mas tinha algo no homem que a incomodava, talvez fosse o perfume amadeirado que odiava, o cabelo espesso e escuro que o davam um certo charme ou até mesmo o jeito que sorria sapeca. Na verdade nada aquilo a incomodava, até gostava desses detalhes. E isso te fez perceber que toda a química que todos juravam ter visto entre vocês dois foi totalmente sua culpa, talvez assim como sua personagem nerd estereotipada que odiava o popular da faculdade, seu coração amoleceu mais.
Não estava apaixonada, definitivamente não, mas sentia uma certa atração, um certo desejo toda vez que via ele.
Enzo por sua vez te desprezava, sabia da atração que você sentia por ele e a desprezava muito por isso. Era uma garota mais nova, uma novata boba e arrogante mas com talento. Mas ele também não podia negar, sentia muita atração por você. Pelo seu jeitinho despreocupado, não se importando com nada ao seu redor, como você se achava a maior. Era extremamente atraente para ele.
Enzo chega ao tapete vermelho, os fotógrafos gritam para poder fazer uma foto de vocês dois juntos. Ele se aproxima o suficiente para fazerem as fotos que tanto pediram. "Mais perto Enzo! Está fugindo dela?" um dos fotógrafos grita e todos ao redor soltam uma risada. O uruguaio solta um suspiro e abraça sua cintura, ele sorri para as câmeras e você faz o mesmo. O atores coadjuvantes se arrumam ao lado dos dois para a foto conjunta do elenco e ele aproveita a bagunça ao redor para sussurrar algo no seu ouvido; "Me encontre no corredor do banheiro antes do filme começar, quero conversar com você nena." Os fotógrafos não perdem a chances, os cliques e flashes pioram três vezes mais com essa interação.
Você sorri, mas no fundo está um pouco nervosa com esse homem ao seu lado.
Quando as fotos no tapete vermelho acabam você praticamente corre para dentro do teatro, curiosa para saber o que ele queria fala tanto com você. Não vai de primeira até o corredor, para um pouco antes dele para respirar e controlar o nervosismo mas Enzo já estava lá, ele conseguiu te ver do ponto onde estava. Os olhos castanhos dele escurecem, te hipnotiza, te chamam para perto.
– Você veio, realmente estava torcendo para que você viesse. – E porque eu não viria?
Ele encosta as costas na parede e coloca o indicador no queixo, como se estivesse pensando. – Talvez porque eu te deixo nervosa.
Você ri, "isso é um ridículo!". Quer negar até a morte, mas se até ele já percebeu imagine as outras pessoas, o público. Prefere se manter calada.
– ¿Que pasó bebé? Te chamei aqui para algumas dicas de português mas parece que te deixei sem palavras, certo? – Ele se aproxima de você, perigosamente perto demais de você, com o deboche presente em tudo que fala. Quer cometer uma loucura, gritar com ele, beijar-lo ou algo do tipo, você só não aguenta reprimir mais aquele desejo. – Tengo muchas palabras en mi vocabulario, vagabundo 'sin vergonha. – Abrasileira ao máximo o xingamento no final da frase, sabe que ele não vai entender o que disse e prefere não falar mais nada então vira de costas para ele e sai.
Ou não.
Ele segura o seu pulso antes que consiga avançar pelo corredor, te trás para perto dele novamente. Uma mão na sua cintura, a outra no seu rosto. Sorri da forma mais cafajeste possível e te beija, mas não é qualquer beijo, não, é "o beijo". Aquele de cinema, tirando o fato de não ser falso e muito menos romântico, mas era tão gostoso que ignorava a sensação de não existir uma "paixão" ali. Ele te leva até o banheiro feminino, não perde tempo, olha para você buscando aprovação para o próximo ato. Enzo te vira de costas para ele, faz você encarar o próprio reflexo no espelho daquele lugar, "Você gosta disso não é? Garotinha suja", passeia com as mãos pelo seu corpo e sobe o seu vestido até a sua cintura. Você só consegue sorrir, como se estivesse chapada, mas realmente não passa mais nada pela sua cabeça. Está boba, bêbada de tesão e só quer um pau para poder se aliviar.
– Enzo, por favor, por favor! – Ele sabe que o seu apelo é para poder enterrar o pau nela, mas ignora, fingi que não ouviu sua voz fininha implorando por um pouco de pica. Ele segura a sua bunda com força, observa a pele morena ficar vermelha com o aperto. Então um tapa é transferido em uma das bandas.
– Você sabe que não me dou bem com vadias como você. Mas só eu sei o quanto você me provocou. Mesmo que você não fizesse nada, era uma provocação para mim.
Mais um tapa. A esse ponto você se debruça mais sobre a pia, empinando a bundinha para receber os tapas direito. – Você é tão suja nena. A mão grande do uruguaio brinca com sua entrada por cima do tecido rendado da calcinha, "você é quente, até demais".
Você ouve o o barulho do cinto sendo desfeito, consegue ver pelo espelho como ele pega o pau que parece tão pesado e bombeia. Sente as mãos dele novamente passeando pelo seu corpo, parando na barra da tua calcinha e descendo ela devagarinho, sensual. Ele provoca sua entrada, pincela um pouco do pré-gozo, misturando sua excitação com a dele. Só faz colocar a cabecinha gorda para dentro, sua boca já abre em um 'O' perfeito, "tsk, está agindo como uma virgenzinha, nena.", ele brinca. Você não demora para levar tudo, até o talo. Então ele começa a estocar, devagar e fundo, nesse ritmo torturante; você pede por mais, ele ri e diz que vai te dar mais. Vai aumentando a velocidade, os dedos brincam com o seu pontinho sensível. Desiste de todas as tentativas de fechar os olhinhos, "Quiero que veas lo sucia que estás, puta." ele te degrada. Enzo só aumenta a velocidade das estocadas, sabem que o filme já está passando então não se preocupam se alguém vai ouvir os barulhos molhados ecoando do banheiro feminino, mas no fundo você até queria que alguém aparecesse ali e vissem vocês dois naquela situação. Não demora muito, você começa a tremer, se debruça mais ainda naquela pia buscando o próprio ápice, fecha os olhos novamente mas logo é impedida. Enzo puxa o seu cabelo, te fazendo encostar no peitoral dele. – Já esqueceu o que eu te disse nena? Fique de olhos abertos, putinha. Você já começa a se contorcer, o melhor ápice da sua vida chega e ele descarrega tudo em você também. – No no no, déjalo como está. – Ele se refere ao líquido escorrendo pela sua perna, ainda bem que o vestido longo vai esconder essa bagunça.
Você escuta alguém chamando o seu nome do lado de fora, era sua gerente, ela pergunta o quê aconteceu para você ficar tanto tempo no banheiro, inventa uma desculpa, "estava vomitando, acho que comi algo ruim antes de vir para cá." ou algo do tipo. Mas você sai dali, trocando os pés por causa do orgasmo recente, sabendo que Enzo Vogrincic ainda estava escondido naquele banheiro. Você ri, no final das contas, alguém realmente quase pegou vocês "se beijando" no banheiro.
#enzo vogrincic#enzo vogrincic x reader#enzo vogrincic smut#enzo vogrincic fanfic#enzo vogrincic one shot#enzo vogrincic imagine#la sociedad de la nieve#lsdln#the society of the snow#Spotify
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Previous / Next Beginning (Gen 8)
Image transcripts (PT):
???: Finalmente conheci o famoso Tou… Opa, Jasper hahaha
"Jasper": [desconfortável]
???: Ah onde estão meus modos? Eu sou Hugo Harrington, filho mais velho de Diane e Joseph Harrington.
"Jasper": Eu sou o Jasper, mas parece que você já sabe… Até demais.
Hugo: Eu te deixei nervoso? Desculpa por isso, Carla é uma tagarela, fala pelos cotovelos hahaha.
"Jasper": O que você sabe?!
Hugo: Além do nome? Não muito. Fico me perguntando se vocês são algum tipo de criminosos super procurados que vieram se esconder aqui em vista Hermosa.
Hugo: O que faz sentido já que aqui é como uma… Cidade independente? Hahaha exagero, mas não é um lugar pra qualquer um.
"Jasper": O quê? Isso faz algum sentido?!
Hugo: Não faz? Então não tenho mais palpites, camarada.
Hugo: Pra que essa cara? Não costumo ser o tipo de cara que sai correndo para contar tudo para os papais.
"Jasper": Mas parece ser o tipo que eu devo me manter longe.
Hugo: Temos a mesma idade, achei que nasceria uma amizade, ainda mais porque é amigo da Carla também.
"Jasper": Qual o relacionamento de vocês? Ao meu ver, parece algo como parceiros no crime extremamente filhos da puta.
Hugo: Hahaha que história é essa? Carla e eu somos amigos de infância, ela é quase como uma… Irmãzinha.
"Jasper": Sério? Eu adoraria ouvir mais sobre a pequena Carla.
Hugo: humm
Yuna: Amigo, você parece que saiu diretamente de um filme de ficção científica. Quem em sã consciência colocaria algo assim dentro da própria casa?!
Yuna olhava cada detalhe da máquina como se procurasse algum vestígio ou indício de que aquilo era mesmo de metal ou se não era um ótimo ator interpretando uma máquina. Ela observou por tanto tempo que poderia jurar que ele havia lhe lançado um olhar suplicante.
Yuna: Agora mesmo, você… Mudou de expressão do nada???
[Grito]
#família vilela#Gen 8#nsb peach#not so berry challenge#active simblr#simblr#the sims 4#ts4#ts4 gameplay#ts4 legacy#ts4 screenshots#sims 4 simblr#sims 4#ts4 simblr#sims community#sims 4 gameplay#sims 4 legacy#sims 4 screenshots#sims 4 challenge#the sims community#the sims 4 gameplay#the sims life stories#my sims
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⸻ 𝒃𝒇!𝒆𝒏𝒛𝒐 𝒗𝒐𝒈𝒓𝒊𝒏𝒄𝒊𝒄 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒄𝒂𝒏𝒐𝒏𝒔
obs.: não sei se vai se tornar uma mini série de hcs (já que eu já postei com o matí), mas tenho de alguns outros do elenco no meu bloco de notas, e como é bem levinho e funsies e etc penso que seja legalzinho de ler pra matar o tempo! beijinhos, bebezas 🥰💐
tw.: menção à atividades sexuais, slightly degrading. mdni
bf!enzo que te viu pela primeira vez em uma exposição de arte, curioso para saber o porquê de você fotografar tantas obras e de tantos ângulos, mas que só falou contigo quando te encontrou pela segunda vez, numa mostra cultural para amadores, qual sua universidade estava promovendo. "si no es la pequeña artista, eh?"
bf!enzo que antes mesmo de te chamar para um encontro tinha passado HORAS no seu instagram de desenhos e releituras. ele tinha visto postagem por postagem e lido todas as legendas e comentários, fazendo questão de escrever um "belíssimo" no último
bf!enzo que sempre te olhou com os olhos apaixonados, escutando o que você tinha pra dizer e te incentivando a falar, era sempre "e o que você achou?", "eu te cortei? pode falar, nena, tô ouvindo"
bf!enzo que acha seu brilho jovial muito bom de estar por perto, ainda que vocês não tenham uma diferença de idade tão gritante assim, pra ele algumas coisas são completamente novas. "esse artista que você gosta tem cds? quero comprar pra ti", "como assim só no spotify?"
bf!enzo que te pediu em namoro naturalmente, não teve preparo, nem nervosismo. vocês tinham se encontrado num parque depois de uma entrevista importante que ele ia para pleitear um papel numa peça. mesmo sem saber o resultado, quando enzo chegava, você estava encostadinha numa árvore segurando um buquê de girassóis
bf!enzo que percebeu em pouco tempo que apesar do seu espírito aventureiro e sua personalidade alegre, tinham muitas coisas quais você não se sentia confiante
bf!enzo que na primeira vez em que você se chamava de "feia" perto dele, parava por longos segundos antes de suspirar e te puxar para o banheiro, te colocando de frente ao espelho. as mãos firmes tocando seus ombros enquanto ele começava... "não existe absolutamente nada feio em você, da ponta do nariz até o polegar do pé esquerdo, pequena, absolutamente nada que não seja perfeito"
bf!enzo que nos dias em que você fica petulante e relutante em aceitar começa uma sessão de worship ferrenha, vai tirando suas roupas devagar, beijando cada centímetro exposto, soltando elogios e juras de amor, "você é a mulher mais linda, mi amor", "seu cheiro, seu gosto, tudo me deixa louco" dizendo antes de voltar a lamber seu sexo numa lentidão que te faz querer rasgar os lençóis
bf!enzo que ficou em choque quando te pegou lendo dark romance com bdsm e degradação. "você gosta disso?" ele tinha perguntado baixinho com uma das sobrancelhas arqueadas vendo você assentir, sem dizer mais nada, apenas anotando mentalmente
bf!enzo que depois de te dar o primeiro light spanking da vida e ver sua carinha de puta derretida tinha expandido o horizonte em um milhão de hectares, passando a mesclar as duas coisas quando iam pra cama "você é tão boa pra mim", dizendo e socando os dedos na sua boca até que você estivesse engasgando e babando os dígitos por inteiro "é a vadiazinha mais gostosa que existe, hm?"
bf!enzo que tem muitas linguagens amorosas, as vezes aparece na sua porta com presentes, ou então pede que o carteiro te entregue cartas escritas à mão, gosta de cozinhar massas e te fazer marmitinhas e tem dias que passa a tarde toda cochilando com a cabeça no seu colo (resmunga numa língua alienígena se você ameaça sair de perto)
bf!enzo que gosta que você seja independente, mas fica de dengo quando você só manda mensagem ou liga no final do dia. "lembrou do namorado, chiquita?"
bf!enzo que não tem masculinidade frágil, e que acha cômico observar seus amigos homens, sempre fofocando contigo no final do role.
bf!enzo que tem uma lista de coisas, filmes e músicas que fazem ele lembrar de você, ama anotar suas tiradas engraçadas e a galeria do celular é basicamente um book seu, de quase um ano e mais de mil registros, porque nem só de selfies no espelho do elevador sobrevive o homem😌☝️
#la sociedad de la nieve#enzo vogrincic#enzo vogrincic smut#enzo vogrincic reader#enzo vogrincic headcanons
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O homem cinza
Fanfic com Hozier x reader
Alertas: nenhum, é só o primeiro encontro da reader com o Hozier
Número de palavras: 6949
Como pode a química amorosa surgir de repente, em qualquer instante da sua rotina patética? É o que todos os livros da Jane Austen, os filmes romcom, ou novelas da Glória Perez fizeram todos os seres humanos acreditarem. E você odeia admitir, mas é verdade. Os sentimentos não marcam hora e nem possuem um planner como você, entende? No entanto, a sociedade cobra de todos, homens, mulheres, não - binários, trans, que definam seus pares por volta dos 25 anos a 35 anos. É uma sensação, é uma convenção social, é uma prisão? Se você pudesse, perguntaria a Martha Medeiros cara a cara: “Como foi passar pela idade de casar estando só?”.
E, assim... você passou toda a sua adolescência imaginando o Grande Amor chegando entre os 15 e os 18 anos. Mas tudo que ganhou foi um bloqueio emocional, depois de se apaixonar intensamente por um garoto de 17 anos, padrão, que competia em natação na sua cidade. Só que... essa é quase uma situação digna de "Quadrilha", de Carlos Drummond. Fase traiçoeira, a adolescência. Não é independente, não pode vender suas coisas e entrar no primeiro ônibus para Caratinga (Minas Gerais), porque recomeçar sua vida numa cidade de 90 mil habitantes não é a resposta. Também não pode querer uma vida ativa e movimentada na Universidade de São Paulo (USP), porque o custo de vida paulistano é mais alto do que cursar medicina na sua própria cidade.
Sabe… na verdade, na verdade, você fica irritada para caramba quando vem aquelas “sábias” pessoas dizendo que seu príncipe, princesa, sabe lá o que… está esperando você. Contudo, você não quer esse conselho estupido! Não quer alguém esperando você em algum lugar. Quer alguém que ande com você, no mesmo passo, no mesmo ritmo — ou, pelo menos, que tente.
A questão é que a espera cansa. É como se a vida fosse uma fila interminável, onde o “grande encontro” estivesse marcado para o número 483, mas você está no 202033… Entre um passo e outro, dizem para você se distrair, para focar nos estudos, no trabalho, na terapia (ah, sim, sempre tem a terapia). Mas nunca dizem que a fila às vezes parece não andar. E, no fundo, você se pergunta: e se nem for uma fila? E se você estiver esperando algo que não vai chegar?
E é por isso que você odeia essa ideia de "alguém esperando você". Porque ela te prende num ciclo ridículo de expectativas que ninguém nunca prometeu cumprir. E sabe o que é mais doido? Você já começou a se questionar se o problema está mesmo em encontrar alguém ou se está no fato de que, talvez, você esteja tentando se encontrar primeiro. Mas como é que se faz isso? Como é que se encontra alguém que nunca esteve perdido, ou, pior, que está tão perdido quanto você?
O que está perdido para você no amor? Não tem resposta, mas talvez a permissão de se sentir sem medo, de perder o controle. Seu dia a dia mostra uma tendência a manter os sentimentos protegidos, testando antes de se entregar, como se o amor fosse um jogo estratégico. Mas amor não é algo que se planeja até a perfeição — é uma experiência que exige vulnerabilidade, por mais desconfortável que pareça. É tudo desconfortável! Até mesmo a solitude.
E… Você se atrai por mentes brilhantes e conversas que desafiem sua inteligência, e isso é essencial para que o interesse se mantenha. Mas não deixa de ser apenas a compatibilidade mental defina seus relacionamentos. O amor também vive no inexplicável, na química, no toque, no riso sem motivo. E sua tendência retraída, não necessariamente seja introversão, mas indicam que, por um lado, você deseja um amor sólido e confiável, mas, por outro, tem uma abordagem sutil e até misteriosa no romance. Buscar equilibrar essas duas energias pode ser um desafio — você quer alguém que seja estável, mas ao mesmo tempo inspirador. Onde está o segredo? Está em encontrar alguém que respeite seu tempo, mas que também saiba como desarmar suas defesas com carinho e inteligência?
Talvez o segredo não esteja em encontrar alguém que encaixe perfeitamente no seu molde de expectativas, mas sim alguém que faça você questionar por que esse molde existia em primeiro lugar. Alguém que não tenha pressa, mas que também não fique parado esperando você se decidir. Porque, no fundo, você sabe: não quer alguém que espere, quer alguém que chegue.
Mas e se ninguém chegar? E se o amor não for esse evento espetacular que interrompe sua rotina patética, mas sim algo que se constrói silenciosamente, no intervalo entre um dia ruim e um café morno? Algo que talvez já esteja ali, disfarçado de amizade, de conversa fiada, de um toque despretensioso? é aí que vem o medo. Porque admitir isso significa aceitar que o amor pode não ser um raio que parte o céu ao meio, mas sim uma chuva cinza quase imperceptível que só se nota quando já mudou tudo de lugar. Significa entender que não há garantias, que abrir espaço para o amor é também abrir espaço para o erro, para a rejeição, para o desconforto. E você, que sempre quis controlar tudo, está disposta a abrir mão desse controle? Está disposta a deixar que o amor — se ele vier — seja algo que você não pode prever, planejar ou antecipar?
Ou será que, no fundo, você ainda acredita que pode encontrá-lo como quem resolve uma equação?
Você não acredita em nada é esta a verdade, incrédula, totalmente incrédula. Tão incrédula que apenas está parada num poste azul no meio da rua esperado algo, uma fina chuva cai… esperando… todos de guarda chuva… e você sem guarda-chuva… quando você vê um homem alto de cabelos ondulados, quase ruivos, caindo sobre o rosto, carregando uma mochila como se fosse o próprio Sísifo, e usava uma blusa listrada horizontal, azul marinho desbotado quase cinza, e branco. Sem guarda-chuva. Ele parecia essa transição do cinza nublado para um tom azulado. E, de alguma forma, ele reflete como você está descobrindo mais nuances e profundidade nessa pessoa. O cinza. Talvez foi nesse processo de contemplá- lo que coloriu essa conexão de uma forma mais vibrante e significativa.
Ao contemplar esse homem cinza em sua totalidade, você se percebe fora e diante de si mesma. Existem horizontes concretos, efetivamente vivenciáveis, que nunca coincidem por completo. Porque, independentemente da proximidade entre vocês, sempre haverá algo que você enxerga e que ele, da sua posição, não pode ver: as partes inacessíveis do próprio corpo — a cabeça, o rosto, a expressão —, o mundo atrás dele, os objetos e relações que, nesse momento, são visíveis apenas para você. E, num outro nível, quando seus olhares se encontram, duas almas distintas se refletem na pupila uma da outra. É possível reduzir ao mínimo essa diferença de perspectivas, mas eliminá-la por completo exigiria uma fusão absoluta, tornar-se um só.
Esse excedente do seu olhar, do seu conhecimento, do seu toque — ele sempre existirá, porque cada indivíduo é único, insubstituível em sua própria existência. Agora, neste instante e neste lugar, apenas você ocupa essa posição singular diante desse homem cinza. Todos os outros estão do lado de fora dessa bolha que se formou entre vocês dois. Essa distância concreta entre você e o resto do mundo, esse pequeno universo onde apenas vocês existem, e o que sobra disso tudo — o excedente da sua visão — é ele. O homem cinza.
E ele percebe. De algum modo, percebe. Talvez não com a nitidez que você gostaria, mas há um instante, um lapso breve, onde os olhos dele captam a sua presença como se, por um momento, ele também estivesse fora e diante de si mesmo. Uma hesitação sutil no passo, um franzir de sobrancelha quase imperceptível, um desvio de olhar que não é desinteresse, mas um reconhecimento silencioso. Vocês não dizem nada. A cidade continua a se mover ao redor, indiferente ao fato de que, por um segundo, algo foi criado ali, tênue como um traço de giz prestes a ser apagado pela chuva. A blusa listrada dele se mistura ao cinza do dia, ao reflexo molhado do asfalto, às nuvens carregadas que desbotam a tarde. Você pensa em palavras que nunca serão ditas. Em diálogos que só existem dentro de você.
E, no entanto, há uma presença, uma certeza absurda de que esse homem cinza agora existe na sua narrativa pessoal. Não como um destino, nem como um enigma a ser zelado, mas como um detalhe que se recusa a ser esquecido. Ele passa por você, a mochila ainda pesada nos ombros, ainda carregando o próprio fardo invisível. E você se pergunta se ele notou a maneira como seus olhares se tocaram brevemente, se ele percebeu o peso daquele instante. Ou se, para ele, foi apenas mais um passo no meio da chuva, um caminho a ser seguido, o mundo que segue indiferente.
Mas, para você, não. Para você, há o Agora e o homem cinza. E isso, de alguma forma, significa alguma coisa?
Os dias passam, e Saturno é seu aliado. Bom… se alguém matou uma outra pessoa e consegue escapar da polícia, mantendo-se fora do alcance da lei por um período. Você é a melhor amiga de Saturno. E, no seu caso, você não está fugindo de nada — ou talvez esteja. De sentimentos, de expectativas, de tudo que te disseram que deveria acontecer e nunca aconteceu. Você não se sente perseguida por sirenes ou investigações, mas sim pela sensação persistente de que algo deveria ter acontecido e não aconteceu.
E se Saturno castiga os impacientes, e ele premia você. Você espera. Você sempre esperou. Espera tanto que se tornou a melhor amiga do Tempo. E Saturno te observa com seus anéis distantes, com sua paciência cósmica, sussurrando que certas respostas só vêm com a erosão dos dias. Talvez seja por isso que, em dias nublados, você ainda pensa no homem cinza.
“Será que ele cortou o cabelo?”, você se questiona despretensiosamente. Não tem nada mais aleatório do que se perguntar sobre um estranho cinza, você sabe. Amor à parte, essas narrativas inventadas são generalizadas, e às vezes servem como uma cura para frustrações infantis que continuam a te perturbar até a idade adulta. “Será que ele era casado?” É quase um crime brincar com essas ideias, mas a verdade é que, para seguir em frente, é preciso criar realidades reais. Talvez daqui a vinte anos você não possa mais se permitir imaginar situações com o homem cinza. Cresça e perdoe.
Sabe como você jurou que nunca mais falaria com aquele amigo que te dedurou no colégio. Dane-se! Enquanto isso, você toma seu café da manhã nublado, com chuva morna. “Se ele é casado, como será a esposa dele?” Pare… Talvez seja falta de caráter continuar com essas divagações. Mas quanto tempo faz isso? Será que agora ele joga futebol? Será que é um artista desconhecido?
Será que ele é um músico desconhecido, tocando um violão de tons de azul desbotado e cinza, os mesmos que você ainda associa a ele? Talvez esteja em um estúdio improvisado, com móveis gastos, criando letras que ninguém entende, mas que significam o mundo para ele. Ou será que ele é apenas mais um rosto perdido no meio da multidão, como tantos outros que você cruzou e esqueceu?
Essas perguntas continuam surgindo, mas você sabe que não há respostas. Há apenas o vazio do desconhecido e o impulso incômodo de preenchê-lo com suposições. Isso diz mais sobre você do que sobre ele, não é? No fundo, você está tentando montar uma narrativa que nunca existiu, talvez porque seja mais fácil romantizar um desconhecido do que encarar a realidade de que, por vezes, os dias seguem sem grandes acontecimentos.
A chuva do lado de fora engrossa. Você encosta a testa na vidraça e observa as gotas se acumularem, deslizando lentamente como se fossem traçar um caminho definido. Mas nenhuma gota segue uma linha reta — assim como você, elas oscilam, desviam, colidem. O mesmo acontece com os pensamentos. “E se eu o encontrasse de novo? Será que ele me reconheceria?” Você ri baixinho, como se a ideia fosse absurda. Afinal, ele provavelmente já esqueceu de você.
Mas, ainda assim, você espera. Não por ele, exatamente. Espera por algo que nem você consegue nomear. Talvez seja um reencontro consigo mesma, uma chance de sair do ciclo de expectativas e aceitar que nem tudo precisa de respostas ou finais fechados. Saturno, com seus anéis de tempo, continua ali, lembrando que tudo se resolve — ou não — no ritmo do universo.
E, enquanto isso, o homem cinza permanece no fundo da sua mente, como um personagem secundário de um livro que você nunca terminou de escrever.
Numa noite qualquer, às 19:19, você decide ir ao posto de gasolina sozinha para garantir que seu tanque não estará vazio de manhã. Sai do carro, tranca as portas e guarda as chaves no bolso antes de entrar na loja de conveniência.
E lá está ele. O homem cinza. A mesma blusa listrada, branco e azul desbotado. Como se o tempo tivesse se recusado a tocá-lo. Ele está parado diante da geladeira de bebidas, indeciso entre Coca-Cola e cerveja.
Algo dentro da sua caixa torácica se agita — um turbilhão de sentimentos avassaladores que parecem consumir cada centímetro do seu ser. Um desejo quase obsessivo se arrasta sob sua pele, sufocante, incontrolável. Você se pergunta se essa situação já escapou das suas mãos, se a repetição do pensamento “O que eu devo fazer?” não passa de um pedido silencioso por confirmação ou permissão.
Seus passos avançam, hesitantes, mas inevitáveis. Há algo na cena que sugere sacrifício e entrega, como se aproximar fosse um ato de cumplicidade e não apenas um gesto banal. Você se oferece para ajudar — uma oferta que talvez signifique mais do que o simples ato de escolher uma bebida. No fundo, é um convite para compartilhar fardos, para dividir pesos invisíveis, para permanecer ali, mesmo nas profundezas do desconhecido.
O homem cinza continua imóvel, os olhos fixos nas prateleiras frias. Será que ele percebe sua presença? Será que, em algum nível, ele sente o mesmo? A sua beleza não é uma coisa, é uma febre. Ela atravessa você como uma lâmina invisível, fere sem dor, mas deixa marcas que não cicatrizam. Não pode capturá-la porque, ao tentar nomeá-la, ela já se desfez no ar como um perfume inalcançável. A beleza não é para ser vista, mas para ser sentida em um arrepio, em uma vertigem súbita, no instante exato antes da compreensão. Quando pensa tê-lo entre os dedos, percebe que só agarrou o vento. E então, em desespero, continua a observar seu homem cinza.
Ele finalmente se move. Os dedos longos deslizam hesitantes pelo vidro gelado antes de escolher uma latinha de cerveja. Você acompanha o gesto com os olhos, como se aquilo fosse um acontecimento cósmico, um detalhe essencial na narrativa secreta que só vocês dois compartilham — mesmo que ele não saiba. Ele vira o rosto ligeiramente para o lado. Não olha diretamente para você, mas o suficiente para que sua presença seja registrada em algum canto da consciência dele. Seu coração aperta. Um segundo a mais e talvez ele diga algo. Talvez ele ignore. Talvez ele vá embora.
A sua boca se abre antes que você tenha controle sobre ela.
— Eu teria escolhido a Coca.
O som da sua própria voz te assusta. Sai rouca, quase frágil, e você não se reconhece. Ele, por sua vez, levanta a lata, observa-a como se estivesse vendo-a pela primeira vez e dá de ombros.
— Tem dias que pedem cerveja.
A simplicidade da resposta te atinge de forma quase cruel. Você esperava algo mais? Uma revelação? Uma constatação mútua da estranheza desse encontro? Mas ele apenas existe ali, sem peso, sem profecias, sem destino. Apenas um homem cinza em uma loja de conveniência. E, ainda assim, seu peito queima.
Ele caminha até o caixa e você não sabe se o segue, se mantém onde está, se compra algo que nem quer apenas para prolongar aquele momento. Você desvia o olhar para a sessão de biscoitos, fica se segurando para não encará-lo. Suas mãos deslizam sobre as prateleiras procurando uma expressão suave e envolvente dos sentimentos que acompanha o ato de se apaixonar profundamente. Sua mente te apresenta imagens de intimidade e um futuro compartilhado, sugerindo uma conexão emocional que transcende o físico. Quando uma leve brisa passa pelo seus ombros como um oceano, um lugar de paz e estabilidade, um sonho de um lar construído sobre a fundação do amor. Você o observa pagar, pegar o troco, sair pela porta automática que se abre e fecha sem pressa, como se ele fosse apenas mais uma sombra no mundo.
E mais uma vez você espera. Escolhe uma coca-cola e um pacote de biscoito doce para aceitar um destino predeterminado e balança a cabeça na tentativa de imaginar um amor e a sensação de aceitação. É a sensação de estar presa a um destino infeliz, essa 'profecia' que nunca se cumpre. Será que Deus vai tirar de você o seu lugar para dar para outra? Talvez… sim… talvez você faça um pedido quase religioso por intervenção divina para alterar seu caminho na vida. Você paga suas compras, e vai diretamente para o seu carro.
Ao enfiar a mão no bolso para pegar as chaves, seus dedos roçam algo rígido. Não era o toque metálico familiar, mas um pedaço de papel mais espesso, desgastado nas bordas.Com um leve arrepio subindo pela nuca, você o retira e o desdobra, a caligrafia é apressada, levemente inclinada, como se tivesse sido rabiscada sem muito planejamento, mas com intenção.
"Beauty - sweet. Call me. 9xxx-69xx — A. Hozier"
O mundo ao seu redor parece desacelerar. O barulho do posto de gasolina — o zumbido dos letreiros de neon, o som abafado da chuva fina batendo no asfalto, o bip distante do caixa registrando outra compra — tudo se dissolve na frase curta diante dos seus olhos. Seu coração martela contra a caixa torácica. As pontas dos seus dedos deslizam sobre o papel, como se o toque pudesse extrair algum significado oculto.
“A. Hozier.”O nome provoca algo em você, um eco familiar que se recusa a se revelar completamente. Você tenta imaginar, tenta encaixar as peças, mas a única coisa que consegue pensar é no homem cinza saindo pela porta automática, a cerveja na mão, os passos pesados demais para alguém no mundo nos ombros. Ele deixou isso? Ou foi Saturno brincando mais uma vez com o tempo?
Quando você chega em casa, se senta na cozinha, abre o pacote de biscoitos e a coca-cola. Com uma mão só adiciona na sua lista de contatos o número do papel. Nesta noite você possui uma sensação de tranquilidade e certeza, refletindo a confiança que Saturno fez você esperar tanto tempo. Parece a você algo. Há uma simplicidade da letra, combinada com a atmosfera sonhadora quase etérea, você sentada em sua cozinha cria um cenário perfeito para a contemplação de algo verdadeiro e da entrega emocional.
Você acorda no sofá da sala. A luz que preenche o ambiente é lilás, mas não exatamente lilás — um tom acinzentado, celestial, como um reflexo de algo que não pertence inteiramente a este mundo. Você pega o celular e confere o horário: 4:50. Desbloqueia a tela, e lá está ele. O novo contato. "A. Hozier." Como se pronuncia esse nome? Rozier? Ozer? Nada parece fazer sentido. Talvez nada realmente faça. Você fecha os olhos por um segundo, tentando organizar os pensamentos. Como acreditar que o homem cinza deixou seu número no seu bolso? E se for outro maluco? Você ainda não consegue aceitar que seja o mesmo homem que viu outro dia.
O destino parece rir na sua cara agora. E, por essa razão, entra na brincadeira. “ Vou ligar agora. Caso seja o mesmo homem daquele dia vai me atender, se não for… não vai me atender…”. Com isso, você aperta em ligar. Sem pensar muito, antes que o bom senso possa interferir, você aperta o botão de chamada. O telefone toca. Uma vez. Duas. Três. Seu coração martela contra a sua caixa torácica. Na quarta chamada, um clique. A linha é atendida.
Silêncio.
Respiração.
E então, uma voz — grave, arrastada pelo sono, mas inconfundível:
– Alô?
– Parece que deixaram seu número no bolso do meu casaco… na loja de conveniência. - Você responde com muita timidez, e no fim diz seu nome de forma meio solta.
Você poderia perguntar se ele está bem. Mas talvez ele desvie, talvez diga que sim, que está tudo certo, porque alguns fardos são carregados em silêncio. Então, quem sabe, você possa apenas estar ali. Uma ligação em silêncio. Um riso que quebra o gelo. Uma frase solta no ar que o lembre de que a vida ainda tem leveza. Do outro lado da linha, um riso baixo e rouco escapa, quase sem querer.
— Então você achou, Beauty sweet…
O timbre dele tem algo de familiar e, ao mesmo tempo, distante. Como uma música antiga que você não lembra de onde conhece, mas que, de alguma forma, sempre esteve ali.
— Eu achei. — você responde, e a frase parece carregar mais do que um simples significado.
A vida tem dessas ironias. Pequenos acasos que não são tão acasos assim. Você ouve o barulho sutil de lençóis se movendo, o som abafado da cidade ao fundo, como se ele estivesse perto de uma janela aberta.
— E agora? — ele pergunta, sem pressa, sem expectativa.
— “E agora?” Você que me deu seu número… Senhor… Hozier?
Ele ri do outro lado da linha:
— Sweet… podemos nos encontrar hoje? A gente deve morar no mesmo bairro…
Ele diz o endereço dele, e você se surpreende pois a sua casa está a duas quadras. Talvez essa seja a pergunta que você mesma não sabe responder.
Você repete mentalmente o endereço dele, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Duas quadras. Tão perto que parece impossível.
— Sweet? — ele chama, como se testasse o apelido pela terceira vez, deixando-o escorregar pela língua.
Você poderia recusar. Poderia dizer, que não faz sentido encontrar um estranho. Mas algo dentro de você, algo inquieto e pulsante, já tomou a decisão antes mesmo de sua mente formular um argumento contra.
— Tudo bem. — Sua voz soa mais firme do que você esperava. — Mas só porque eu preciso entender quem colocou esse número no meu bolso.
— Então venha entender. — A resposta vem sem hesitação, carregada de algo indecifrável. Você quase pode ouvir o sorriso escondido na entonação. — Jardim de Inverno, rua XXX, às 16h. Tudo bem para você?
— Sim! É claro!
Hozier encerra a ligação com um riso gentil e algo que parecia um "Até logo", antes que você possa pensar demais.
O celular continua quente na sua mão, como se guardasse resquícios daquela conversa. Você permanece parada por um instante, sentindo o silêncio pesar ao seu redor. Há algo inquietante na forma como as coisas estão acontecendo — rápido demais, estranho demais, mas, ao mesmo tempo, certo de um jeito que você não consegue explicar. Você se levanta. Não sabe exatamente o que está fazendo, mas tem certeza de uma coisa: não vai voltar a dormir.
Sua rotina foi normal. Mas, quando o relógio marca 15h34, você ajeita os cabelos diante do espelho, tentando ignorar a inquietação que cresce dentro de você. Queria ter a certeza de que esse homem cinza fosse um amor estável, divertido e fácil. Talvez ele seja o objeto desse amor. Talvez, se for uma pessoa bacana, que te adore e seja parceiro, já seja mais do que suficiente. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesta.
O problema é que você imagina demais. Constrói um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Analisa o currículo do candidato, estabelece critérios inegociáveis. Por exemplo, seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja para assistir Netflix. E seria bom que gostasse dos seus pais. Mas o amor nem sempre vem com manual de instruções. E você está prestes a descobrir isso.
Você suspira, pega as chaves e tranca a porta atrás de si. Decide ir a pé. O ar da tarde tem um frescor que acalma e inquieta ao mesmo tempo, como se algo estivesse prestes a acontecer. E então, você o vê. A beleza dele não é óbvia, não é comum. Não é um rosto para ser esquecido, porque não é só um rosto—é quase um presságio. Ele tem a beleza da terra molhada depois da tempestade, das árvores que sussurram segredos antigos. Seus olhos não olham, desvelam. O cabelo cai sobre o rosto como hera que cresce sem medo de engolir ruínas. Há algo de paganismo em sua presença, algo de homem que pertence mais ao vento do que ao concreto. Lembra daquela voz a qual é uma febre, um chamado de alguma divindade esquecida que canta não para ser ouvido, mas para ser sentido. Ele não é belo como um quadro na parede, mas como um fogo ao longe, chamando para perto e prometendo consumir.
Hozier se aproxima, e a sombra esguia dele engole a sua. Ele sorri de um jeito contido, quase como se temesse quebrar o instante, e você retribui. Nenhum de vocês sabe muito bem como preencher o espaço entre um “oi” e o que vem depois, então desviam o olhar e começam a andar lado a lado, passos ritmados pelo acaso. Hoje, você compreenderá que o amor se veste de muitas formas, algumas silenciosas e outras ruidosas, algumas como sussurros entre sombras e outras como explosões de luz sobre um palco. O encontro de vocês é como contraste entre a tensão e o delicado. Aqui, a estrutura se encontra com a expressão, a reserva com a exuberância, a discrição com o desejo ardente de ser visto.
— Você sempre anda assim, sem destino? — você pergunta, com um meio sorriso.
— Acho que sim. — Hozier dá de ombros. — E você sempre colocando números nos bolsos das pessoas que me interessam.
A resposta paira no ar por um momento, uma provocação suave, um convite sem pressa. Ele olha para você de lado, como se estivesse tentando decifrar algo que escapa à compreensão comum.
O jardim de inverno surge à frente, envolto em uma luz acinzentada que se dissolve no final da tarde. A cidade segue com sua pressa habitual, mas ali dentro, no pequeno refúgio de vidro e folhas, o tempo parece desacelerar. Você entra primeiro, sentindo o cheiro de terra úmida, a presença de plantas que respiram em silêncio. Ele para ao seu lado, observa o ambiente e solta um suspiro leve, quase imperceptível.
— Você já veio aqui antes? — você pergunta.
Ele passa os dedos pelos galhos de uma trepadeira próxima, como quem cumprimenta uma velha conhecida.
— Já. Algumas vezes. Mas hoje parece diferente.
Você não pergunta o que exatamente mudou. Talvez seja a luz filtrada pelo vidro, talvez sejam as folhas que cresceram desde a última visita. Ou talvez seja você. Sua fala soava numa afetividade que se desenvolve em silêncio, muitas vezes envolta em um certo ar de mistério ou em experiências que demandam discrição. Você, ainda está impaciente, com o amor é um compromisso interno, um pacto selado mais pelo tempo do que pelo instante, mais pela constância do que pela declaração. Existe uma dificuldade em expressar sentimentos de maneira direta, pois você não fala a língua do mundo externo: é sua morada do inconsciente, do que se esconde, do que se revela apenas em símbolos e gestos sutis.
Você, por sua vez, rege o amor com seriedade. Não se encanta por promessas vãs, mas pela segurança que se constrói com o tempo. O afeto é algo sagrado, algo que se fortalece na dedicação discreta e nos gestos que nem sempre são percebidos pelo outro de imediato.
Hozier observa as folhas entre os dedos por um instante antes de soltar a trepadeira, como se estivesse liberando um pensamento sem pressa. O silêncio entre vocês não é incômodo—é denso, carregado de significados que ainda não foram ditos. Ele finalmente olha para você, e há algo ali que escapa da definição, algo entre a contemplação e a curiosidade.
— E você? — ele pergunta, quase num sussurro. — Vem aqui com frequência?
A pergunta é um reflexo da sua, mas a maneira como ele a diz carrega um peso diferente. Você sente que ele não quer saber apenas sobre este jardim de inverno, mas sobre os lugares onde você se refugia, os espaços que você escolhe para existir quando ninguém está olhando. Você inspira devagar.
— Não tanto quanto eu gostaria.
Ele sorri de lado, como se entendesse mais do que você disse. Como se já soubesse.
Vocês continuam andando, os passos ecoando no chão de pedra úmida. Hozier tem um jeito de preencher o espaço sem precisar de palavras, e isso te confunde. O amor, para você, sempre veio embalado em declarações explícitas, em certezas concretas. Mas ele parece ser feito de outra matéria—algo que se insinua ao invés de se afirmar, algo que se constrói no intervalo entre um olhar e outro. E então, ele para.
— Você acredita em sorte? — A pergunta chega como uma nota solta no ar.
Você franze a testa, sem saber se ele fala do destino ou de algo mais mundano.
— Acredito… às vezes. Por quê?
Ele ergue a mão e mostra algo entre os dedos. Um trevo de quatro folhas.
— Porque acho que hoje é um dia de sorte.
Você o encara, e há um brilho diferente nos olhos dele, algo que não é só brincadeira.E, sem perceber, você sorri.
Quando você percebe seu sorriso, se auto-repreende, afinal, prefere amar na sombra. Contudo, Hozier, parece pedir pelo reconhecimento. O afeto aqui é generoso, quente, teatral. A paixão está começando a se manifestar em gestos, em demonstrações claras de admiração e orgulho pelo outro. Amar, é um ato de criação e celebração, onde cada relação precisa de um brilho especial.
— Você pensa demais — ele diz, sem pressa, sem julgamento.
Você pisca, surpresa.
— Como assim?
— Você se fecha dentro da própria cabeça. Quase posso ouvir as engrenagens girando.
Ele brinca, mas há verdade ali. Você desvia o olhar, mas ele não se apressa em preencher o silêncio. Em vez disso, caminha à sua frente, para um banco sob a estrutura de vidro. O céu lá fora está pesado, um azul de tempestade se formando no horizonte.
— Se chover, ficamos aqui presos — você comenta, mais para si mesma.
Hozier sorri de lado, dando de ombros.
— Existem lugares piores para se ficar preso.
Você solta um riso curto, sem perceber. Mas ele percebe. E, pela primeira vez, você se pergunta se, talvez, não seja tão ruim assim ser vista. Vocês sentam em um banco de mármore. Enquanto, Hozier se inclina um pouco para frente, como quem procura uma brecha, uma entrada para o seu mundo interno. Ele não força, apenas espera, paciente, deixando o espaço entre vocês se tornar uma ponte em vez de um abismo. Você ri baixinho, um som quase involuntário.
— Oh… A. no cartão é…?
Ele levanta os olhos para você, com um brilho que mistura curiosidade e diversão.
— Andrew — responde, pausadamente.
Seu olhar desliza para os seus pés, e a pergunta seguinte vem com um tom tão despretensioso que te desarma completamente:
— Desculpa, Beauty Sweet… mas qual é o número do seu sapato?
Você pisca, sem entender direito.
— Hã?
Ele ergue os olhos novamente, a sombra de um sorriso brincando no canto dos lábios.
— Curiosidade — diz apenas, como se isso explicasse tudo. E, de algum jeito, explica.
Você hesita por um instante, franzindo a testa em leve desconfiança. Você responde, por fim, sem saber ao certo por que está entrando no jogo dele. Hozier assente, como se essa fosse uma informação importante, como se isso dissesse algo essencial sobre você. Ele não ri, não provoca, apenas arquiva o dado em algum canto da mente, como quem coleciona detalhes preciosos. A chuva se aproxima. O cheiro dela fica mais forte, e a primeira gota pousa suavemente na lateral do telhado de vidro. Você a observa deslizar pela superfície fria, e por um momento sente que tudo ao seu redor se move na mesma lentidão.
— Você sempre faz perguntas assim? — você arrisca, quebrando o silêncio.
Ele inclina a cabeça, pensativo.
— Assim como?
— Como se estivesse tentando montar um quebra-cabeça.
Hozier solta um riso curto, olhando para frente, para além do vidro embaçado pelo começo da garoa.
— Talvez eu esteja.
Você não sabe dizer se ele fala de você ou do mundo.
A chuva engrossa. As gotas caem ritmadas, tamborilando no telhado de vidro do jardim de inverno. Você cruza os braços, sentindo o frescor da umidade subir pelo ar. Hozier se recosta no banco, relaxado, como se estivesse exatamente onde deveria estar.
— Legal… — ele sussurra, e há algo na forma como ele diz isso que faz você prender a respiração por um instante. Você não tem resposta. E, de algum jeito, ele parece gostar disso.Você hesita por um instante, franzindo a testa em leve desconfiança.
A interação entre vocês está numa dinâmica desafiadora, mas também profundamente enriquecedora. Você pode olhar para Hozier com certo estranhamento: por que tanto? Por que essa necessidade tão latente de ser visto? Andrew Hozier, por sua vez, pode se perguntar onde está a sua correspondência, pois sua linguagem de afeto exige confirmação pública, enquanto você se expressa de maneira mais contida e privada. Contudo, existe compreensão mútua, portanto, o encontro pode se tornar um espaço de aprendizado e expansão para ambos. Hozier está ensinando a você a beleza de arriscar no amor, a coragem de se expressar sem medo. Por outro lado, você está oferecendo a ele a segurança de um amor sólido e confiável, que não se abala com as tempestades da vida.
A chuva agora cai de verdade, desenhando trilhas líquidas no vidro acima de vocês. O som da água preenche o espaço, criando um casulo à parte do mundo. Hozier observa as gotas deslizarem, a luz difusa transformando tudo em um reflexo meio etéreo.
— Então, Beauty Sweet… — Ele volta o olhar para você, e há um tom de provocação suave, mas sem pressa. — Você sempre se esconde assim?
Você inclina a cabeça, cruzando os braços como um escudo natural.
— Eu não me escondo.
— Não? — Ele sorri, um sorriso que carrega mais compreensão do que desafio. — Tem certeza?
Você suspira, desviando o olhar para a chuva. Há algo desconcertante na maneira como ele enxerga além das suas palavras, como se estivesse lendo algo que nem você soubesse que escreveu.
— Eu só… não vejo necessidade de ser tão explícita sobre algumas coisas.
— E se eu precisar que seja?
A pergunta paira no ar entre vocês.
Seu primeiro instinto é dizer que ninguém precisa de nada. Que as pessoas devem se adaptar umas às outras, que o amor se prova no silêncio tanto quanto nas palavras. Mas há algo na forma como ele diz aquilo, algo sincero e desarmado, que faz você reconsiderar. Ele se inclina para perto de você, como se fosse roubar um beijo:
— Sweet, por que você sempre aparece quando estou tendo um dia ruim?
Hozier não se move, mas a proximidade entre vocês carrega um peso. O tipo de peso que não sufoca, mas que exige uma resposta, um gesto, qualquer coisa. A chuva continua caindo, criando um ritmo tranquilo, quase compassando a batida dos seus próprios pensamentos.
— Talvez… — sua voz sai mais baixa do que o esperado. — Talvez eu apareça porque você precisa.
Ele sorri, mas é um sorriso pequeno, sem brincadeira. Algo nele parece derreter um pouco, como se sua resposta tocasse um fio invisível dentro dele.
— Isso quer dizer que você acredita no destino?
Você pondera a pergunta. Em outros momentos, talvez tivesse negado, rindo de lado, afastando a ideia. Mas algo naquela tarde chuvosa, no jeito como Hozier olha para você, faz com que a palavra destino pareça menos uma fantasia e mais uma possibilidade tangível.
— Não sei — você admite. — Mas sei que algumas coisas acontecem de um jeito difícil de ignorar.
Ele observa você por um instante mais longo do que o necessário. Depois assente, como se aceitasse sua resposta sem necessidade de mais nada. O silêncio que se instala não é desconfortável. Pelo contrário. É um silêncio de entendimento, de um espaço sendo compartilhado sem pressa de ser preenchido. Vocês, sem dizer uma palavra, até lembram daquele filme, Pulp Fiction, onde a ausência de palavras diz um pouco mais.
Então, a tela do seu celular se acende com uma notificação de propaganda. Os olhos dele vão diretamente para a tela, tentando captar cada detalhe, cada sutileza que seu celular poderia dizer sobre você. O mais rápido, você tira o celular do campo de visão dele, que medo dele entrar no seu mundo.
Mas o que te assusta mais? A possibilidade de que ele se apaixone por você? Ou a de viver eternamente com você e Saturno, apenas…?
— Andrew, você é cinza… mas um cinza puxado para uma intersecção com azul e lilás.
Ele se inclina levemente a cabeça, como se saboreasse suas palavras antes de respondê-las. Há um brilho curioso em seus olhos, algo entre a diversão e o fascínio.
— Isso é bom ou ruim? — ele pergunta, com a voz baixa, arrastada.
Você hesita. Como explicar que a cor dele não é apenas uma percepção, mas um sentimento? Cinza, sim, mas não um cinza de ausência. Um cinza que se mistura com tons azulados com nuances de lilás, algo que oscila entre a melancolia e encantamento, entre o mistério e conforto.
Ele sorri pequeno, desviando o olhar por um instante. Quase parece tímido, e isso o torna ainda mais intrigante.
— E você? — ele pergunta, voltando a encará-la. — Se eu sou cinza, qual é a sua cor?
Você não sabe. Ou talvez saiba, mas não esteja pronta para colocar em palavras.
— Bem… se você não sabe, Beauty Sweet, eu vejo laranja em você…
Afinal, você não sabe,mas para ele sua presença é como a terra no fim do verão, quando o Sol começa a se despedir lá fora; e a chuva diminui, tornando-se um sussurro fino contra uma promessa de calor no meio do frio, um toque de ferrugem na pele do outono. Aos olhos dele você é a luz que escapa pelas frestas de um celeiro esquecido, a cor do amanhecer que chega devagar, como se não quisesse ir embora. Naquele jardim de inverno, o tempo ali dentro parece suspenso, como se o mundo lá fora tivesse ficado para trás.
— Você gosta de música? — ele pergunta de repente.
A mudança de assunto é abrupta, mas bem-vinda. Você assente, e ele se anima um pouco.
— Se você fosse uma música, qual seria?
Dessa vez, você sorri. Porque essa pergunta, sim, você pode responder.
— Disorder — você diz sem hesitação.
Hozier fecha os olhos por um breve momento, como se deixasse a melodia tocar em sua mente. Quando os abre novamente, há algo mais suave ali, algo próximo de entendimento.
— Joy Division? — ele murmura, e assente, como se sua resposta fizesse todo o sentido do mundo. — Você tem bom gosto.
A conversa flui como uma canção que ainda não terminou de ser composta. Talvez vocês sejam apenas notas soltas, ainda tentando encontrar harmonia. Ou talvez já sejam uma melodia em formação, esperando o momento certo para se tornar algo maior. Passado um tempo, vocês decidem caminhar até sua casa acontece em silêncio, mas não um silêncio vazio—é um intervalo entre notas, um espaço onde a melodia respira. O cheiro de terra molhada ainda paira no ar, misturando-se ao perfume discreto que vem dele.
Você tenta ignorar a leve tensão que cresce a cada passo, mas ela está ali, pairando entre vocês como eletricidade antes da tempestade. Hozier caminha ao seu lado com as mãos nos bolsos, os olhos fixos na calçada, como se estivesse ponderando algo.
Quando finalmente chegam à porta da sua casa, ele para. Você sente que esse é um momento que poderia se desfazer no ar se não fosse segurado com firmeza.
— Sweet… — Ele murmura, e há algo em seu tom que te faz prender a respiração.
Você levanta o olhar, e ele está ali, tão próximo que você pode contar os pequenos detalhes—o traço desordenado das sobrancelhas, a curva suave dos lábios, a respiração que se mistura com a sua.
Ele ergue uma das mãos, devagar, como se esperasse um sinal para continuar. Seus dedos tocam de leve seu rosto, um gesto quase hesitante. Mas você não recua. Talvez o amor seja mesmo uma interseção de cores—cinza e laranja, sombra e promessa. Talvez seja o choque entre o frio e o calor, o encontro entre aquilo que se esconde e aquilo que insiste em brilhar.
E então ele se inclina.
O beijo acontece com a mesma naturalidade de uma folha caindo no outono, de uma onda encontrando a areia. Não há pressa, não há urgência, apenas a certeza de que aquele instante precisava existir. O toque dos lábios dele nos seus carrega a intensidade de alguém que sente profundamente, mas que não quer quebrar o momento com o peso de palavras.
Quando ele se afasta, por um breve segundo, você ainda sente o gosto dele nos seus lábios— tem gosto de algo maduro e cheiro de resina que se desprende das árvores cortadas. É efêmero, mas inesquecível., como a lembrança de uma música que você não sabia que precisava ouvir. Hozier solta um suspiro quase imperceptível, mantendo os olhos nos seus por mais um instante. Depois, dá um passo para trás.
— Boa noite, Sweet.
E então, ele se vai, deixando para trás o rastro de algo que você ainda não sabe nomear.
Mas que, de alguma forma, já sente saudade.
Deus, me deixe ter o cinza da minha visão.
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