#eu sei que nada na vida é justo mas ele sair sem ter uma despedida decente é horrivel
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eu tenho tanta coisa pra falar sobre mas não sei nem por onde começa
#eu sei que nada na vida é justo mas ele sair sem ter uma despedida decente é horrivel#é injusto#mesmo se você nao gosta dele#ai sei la sabe#ele merecia mais do que isso#muito mais mesmo#fico feliz pelo liam mas porra#dava pra ter sido diferente
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Madison não achava justo responsabilizar somente o tempo e a distância pelo estranhamento que surgira entre os dois, pois o vínculo que nutriam era forte o suficiente para superar qualquer um destes obstáculos ou qualquer outro. Era autocrítica e autoconsciente o bastante para identificar como a própria postura se encarregava de afugentá-lo, assim privando-o do convívio com alguém que havia se perdido completamente, que encontrava-se sem um norte e carecia ainda mais do ímpeto de recuperá-lo. Não apenas sentia vergonha de quem se tornara, mas também não sabia mais como se portar como a pessoa que havia sido antes de tudo sair dos eixos, a antiga pessoa merecedora da consideração e do carinho de alguém como James. E mesmo ciente de tudo isso, insistia em agir como se nada estivesse carregando consigo, como se a dor da perda daquela amizade não fosse parte da angústia que a definhava por dentro. Em um simbolismo papável e físico, o rapaz recuava um passo, o que não resultava na satisfação pessoal que ela esperava.
A resposta para o que de desagradável e irrelevante existia em São Francisco encontrava-se na ponta de sua língua, parecendo formigar a região, ansiando por libertação, mas foi mantida ali, assim evitando criar ainda mais constrangimento de ambas as partes. ── Eu… Eu não sei. ── Limitou-se a dizer com um riso fraco, sem qualquer sinal de humor genuíno. Escutou com atenção a explicação solicitada acidentalmente, sentindo-se culpada pela resistência demonstrada a uma notícia que deveria lhe causar uma felicidade imensurável. Quantas vezes havia sonhado em tê-lo de volta à cidade quando eram mais jovens? Durante os meses após a dolorosa despedida entre eles? Não havia como negar, a vida lentamente dizimava o que de mais belo na essência de Madison. ── Isso é realmente muito legal! Eu fico muito feliz por você. Tenho certeza de que essa nova fase será maravilhosa. ── Disse ao fim da justificativa, agora conseguindo recuperar uma parcela da figura que o outro um dia conhecera ao afastar a autocomiseração que a fazia soar tão egoísta, até mesmo se arriscando a oferecer um sorriso gentil a ele. Se ele estava feliz, era o que importava.
Seguindo a mudança de tópico, voltou o olhar na direção do casal citado, então reproduzindo uma risada baixa e genuína. ── Eles podem ter demorado um pouco, mas acabaram descobrindo o que todo mundo já sabia… Que sempre foram perdidamente apaixonados um pelo outro. ── Brincou com a história que havia marcado parte de sua história, certamente a mais próspera dela. Sendo bruscamente transportada para o auge da adolescência, sentiu um sabor agridoce invadir sua boca, arrastado pelo misto de sentimentos causado pelo revisitar da época onde ainda considerava-se feliz. ── Pois é, e não volta nunca mais. ── A fala pesarosa era proferida com profunda melancolia. Não podia evitar pensar no quanto se arrependia pelo tempo perdido e o quanto remoía todas as escolhas equivocadas tomadas no decorrer de sua vida. Aquele era o grande problema em se reencontrar com figuras do passado, pois o mesmo sempre encontrava uma brecha para aterrorizá-la. Recusando-se a deixar que a melancolia dominasse a conversa, uma vez que já se tornava dolorosa o suficiente, tentou abordar um assunto que certamente traria um pouco mais de felicidade para ambos. ── Mas, então… Isso significa que seu cãozinho está vindo com você? Tenho certeza de que São Francisco estará muito melhor com ele por aqui. ── Sem realmente se dar conta do que fazia, de certa forma, vocalizava o interesse em descobrir quem exatamente o acompanharia naquela mudança.
Bem-intencionado como era, James não chegou perto de perceber que o que tinha dito havia sido um erro crasso. Embora gostasse de pensar que conhecia Madison como a palma de sua mão, o efeito dos anos a longa distância já se fazia notar naqueles pequenos detalhes. Mas era cedo demais para ele perceber isso ainda, cedo demais para admitir que já não a conhecia realmente. A verdade é que talvez nunca se sentisse particularmente disposto a reconhecer que havia perdido boa parte de sua capacidade de interpretá-la e, junto com isso, seu espaço como amigo, conselheiro, porto-seguro. Eventualmente teria de se conformar com isso, para seu próprio bem, mas hoje não.
Ainda não.
Mesmo assim, a risada que escapou dos lábios dela lhe soou estranha. Como um ruído fora do lugar, deslocado no espaço e no tempo. Não pareceu em nada com a risada dela como ele a conhecia, como tanto gostava de se lembrar, mas dessa vez decidiu pensar que aquilo não passava de mais um efeito da maturidade sobre seu tom de voz e maneira de se expressar.
──- É, bom, nisso você tem razão ── concordou, cruzando os braços, sem saber mais o que dizer sobre o tema. Não queria fazer o assunto girar em torno de si, seus 5 minutos de fama ou a maneira como sua carreira tinha decolado. Não quando via Madison tão longe de todas as promessas que tinha feito para si e para os outros. Mesmo assim, era uma novidade ficar sem palavras perto dela.
A única novidade maior do que isso foi a reação de Madison ao seu retorno. Ele poderia ter relevado a reação inicial, mas a justificativa que se emendou logo em seguida deixou evidente que havia algo de errado. Por que Madison estava se dando ao trabalho de reforçar que não tivera a intenção de expressar que não o queria por perto? Sem perceber, em um gesto mínimo e quase imperceptível, James deu um pequeno passo para trás, como se perdesse o equilíbrio, o sorriso ainda desenhado no rosto sob olhos que já não sorriam tanto assim, maculados por uma névoa de dúvida.
──- Yeah, well, I am ── assegurou. ── You talk as if San Francisco is some sort of pile of trash. What’s here not to like? ── perguntou, recuperando o bom-humor enquanto empurrava o orgulho ferido para algum canto esquecido da mente. ── Minha vida sempre esteve aqui, apesar de tudo ── continuou, encolhendo os ombros.── E a NBC tem várias sedes ao longo da costa. A principal é a só uma hora de distância daqui, então... ── Precisava dar uma justificativa? Nunca tinha pensado tanto assim no assunto. Voltar para São Francisco simplesmente tinha sido instintivo, mas o comentário de Madison fazia parecer que ele estava cometendo um erro de algum tipo. ── Bom, estou feliz. Mais perto da família. E Los Angeles é tumultuada demais. Não faz muito meu tipo ── concluiu. Tentando desviar o assunto de si mesmo, voltou seu olhar para os colegas ao redor, sem saber o que fazer com a inesperada falta de familiaridade perto dela. ── É bom ver todo mundo de novo. Lembra quando a gente dizia que Emme e Remy se pegavam escondido? Dá pra acreditar que estão casados? ── riu, observando o casal a distância. A risada morreu naturalmente, sem nenhum pretexto aparente. ── O tempo passou mesmo, Maddie.
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Olho para trás, há muito tempo já não vejo mais a base, sinto-me exausto mesmo não tendo caminhado uma tarde, sei que é apenas o calor fazendo efeito. De farda vestida e arma na mão sigo meu caminho determinado, esta foi a última vez que olho para trás, se não vieram antes não viram agora. Prazer, sargento Gregory ao seu dispor! Sou do vigésimo quarto batalhão do rei Adriano da Amazônia. Data para identificação da gravação: Janeiro de 2045. Sim, o ano é 2045 e voltamos para a monarquia, que ironia hein? Alguns chamam de progresso, outros de retrocesso mas de nada me importa esta discussão, se não posso mudar os fatos então prefiro nem discutir, o único tipo de discussão que eu gosto de ter é aquela que eu posso resolver na bala. Bom, não vou perder meu tempo te contando isso, até porque está no livro de história e provavelmente essa será minha última gravação já que não pretendo retornar com vida do campo de batalha. Hoje, dia 29, dou minhas despedidas para o país, para meus amigos e para meus familiares. A todos que eu defendi, saibam que eu morri atirando até a última bala na cabeça desses filhos da p@#$ e não vai ser hoje que eles vão invadir a Amazônia não, o que é nosso é nosso e o resto do que sobrou do rio Amazonas é nosso! O que esses colombianos estão pensando? Agora que secou de vez a parte deles do Amazonas querem a nossa? Sem chance. O sol tá intenso hoje, chuto uns 40 graus. O processo de desertificação foi intenso por aqui a partir de 2030, minha Amazônia não é nem mais um por cento do que já foi um dia, mas ainda é bela! Bela como floresta, bela como deserto, ainda te amo minha casa e te defenderei até o fim. O que um dia foi um rio, hoje nós o consideramos um oásis, já que o que sobrou do rio está tudo restrito num enorme lago artificial aos arredores de Manaus, mas é O oásis! Já que a vida de milhares depende do resto de água que ali está. Milhares, e não só dos nossos, como eu falei antes, os colombianos também estão dependendo disso e faz mais ou menos um ano em que estamos em guerra contra a Colômbia por causa disso… mas eu não tenho dó não, quem mandou não saber racionar a água direito? O fato é que neste exato instante estou marchando sozinho em direção a divisa da Colômbia com a nossa querida Amazônia, estou indo encontrar os que sobraram do vigésimo quinto batalhão, poucos, quase zero provavelmente já que faz mais de 6 horas que emitiram o pedido de socorro. Mas se já estão quase todos mortos, a água toda está em Manaus e eu estou sozinho, então porque eu estou indo? Porque enquanto tiver a vida de um Amazonense em jogo, eu farei tudo em meu alcance para salvá-lo, nem que eu tenha que morrer para isso, e pelo que me parece a chance disso acontecer é enorme. Me chamaram de louco, de doente, de suicida, mas quer saber de uma coisa? Fui o único que me dispus a fazer essa viagem toda para salvar os irmãos que sobraram e não me arrependo da minha decisão, se me arrependi de algo foi de não ter saído mais cedo. Era responsável pela minha equipe: solado Gustav, o Gordo, este é o apelido carinhoso que eu dei para ele. Era gordo sim, mas era musculoso, o mais musculoso da equipe, na mesma medida que se enchia de comida ele se exercitava. sempre que tinha uma missão ele levava a Bertha, sua metralhadora de estimação, ele não largava ela por nada e num combate, vish! Quem se arriscasse chegar perto dele durante uma luta, não importa de que lado estava, tomava chumbo na boca! E se não bastasse assim que metia bala em alguém começava a rir e aquele charutão que ele sempre tava fumando dançava em sua boca; soldado Magras, o contador, descendência pura de japonês era tão fascinado por número que contava a cabeça de cada um que caia em campo. Gênio da matemática e da engenharia, construiu seus próprios drones e ficava de dentro da base monitorando a situação em campo e registrando cada movimento, de ambos os lados. Assim que uma disputa de território era finalizada ele já tinha todos os dados, todas as baixas, quanto de suprimento utilizamos, quantas balas gastamos, quantos matamos, seus olhos eram um ábaco; soldado Matthew, o violinista, loiro de olho azul, alto de 1,90 no auge dos seus 18 anos, corpo atlético, era o mais belo da equipe, era capaz de encantar qualquer garota, mas mesmo assim nunca o vi com nenhuma, e também nem gostava muito de comentar sobre, porque será? Violinista não é só porque ele tocava violino, mas porque de alguma forma a mesma perfeição que ele usava para tocar seu violino era a mesma que ele usava durante um combate. Era tão ágil e tão suave seus movimentos com suas facas e executados com tanta perfeição e precisão que ele parecia estar tocando seu violino, cada movimento seu era pensado, sempre depois de uma luta ele vinha com um sorriso no rosto dizendo que estava só aquecendo para poder tocar seu violino; e por fim temos a cabo Berta, a amazona, amor incorrespondido de Gustav ( Daí que veio o nome de sua metralhadora), descendente de indígenas, pele bronzeada cor de mel e longos cabelos lisos mais negros que uma turmalina negra. Veio de uma família em que todas as mulheres foram militares e ela seguiu pelo mesmo caminho. Aparentava ser sensível, uma delicadeza quase de princesa, realmente no corpo a corpo não tem chance alguma… é o que os adversários pensam, mas seu cordão branco e azul de contra-mestre em capoeira diz o contrário. Sua ginga era invejável, tinha tanto malemolejo que parecia brincar com seus inimigos e se destacava no pelotão por ser muito corajosa, era a primeira a entrar na luta e a última a sair, valente que não tinha igual, por isso a amazona. Mestre no corpo a corpo ela dizia que se garantia na porrada, por isso ela ia só nas mãos, mas além disso era ágil como um guepardo, os inimigos que sobreviviam voltavam correndo para sua base e traumatizados diziam para os próximos soldados que estavam indo para a luta que tinha um fantasma do lado contrário e muitos dos que voltavam, não voltavam inteiros! Tinha um magnetismo pessoal fabuloso, todos queriam estar perto, mas não tão perto assim porque ela conseguia ser muito dura quando queria, mas sempre conseguia colocar os soldados para cima. Esta é minha equipe. Você acha mesmo que eles chegariam em mim e me diriam que eu sou louco por estar fazendo o que estou fazendo? Me chamariam de doente? De suicida? Vocês acham mesmo que esses psicopatas fariam isso? Claro que não! Eles iriam comigo e iriam lutar com gosto, e não gosto por estar matando, mas gosto por estarem ao lado um do outro juntos na mesma batalha pelo mesmo propósito, lutar pelo o que é justo! Apesar dos pesares, nossa única motivação era a justiça, feita com as nossas próprias mãos, porque se a gente não fizer quem vai fazer? Vi todo o reino se transformar no que é hoje e não vou permitir que piore. Mas afinal, que justiça é essa em que matamos outras pessoas para alcançá-la? É uma justiça partidária, que está do nosso lado, lutamos para manter a nossa sociedade viva, enquanto vocês vivem a vida de vocês ai na boa quem você acha que tá lá no campo de batalha? Prazer, somos nós. Mas eu não sou a porra de um filósofo pra ficar falando de justiça e falar sobre o real sentido de justiça não, sai fora. Enfim, se eles lutariam com garras e dentes, então porque não vieram comigo? É simples… estão mortos. Numa tarde eu tinha saído junto a outro a outra equipe do pelotão para fazer reconhecimento de área, estávamos muito perto de território dominado pelos inimigos por isso qualquer precaução era pouca. Quando voltei para a base, nosso comandante me informou que minha equipe tinha sido convocada pelo tenente do vigésimo terceiro batalhão para trazer crianças indígenas que haviam sido sequestradas, porém, salvas pelo vigésimo terceiro batalhão, da base deles até a nossa. Como eu falei antes, qualquer precaução é pouca, e eles não tiveram o suficiente. Chegando perto do lugar indicado descobriram que era uma armadilha, a base do vigésimo terceiro batalhão inteira estava destruída, queimada, caindo aos pedaços e a única coisa que os esperava lá era a morte, caíram numa emboscada e foram fuzilados por Colombianos que estavam só esperando a chegada deles. Nem tivemos a chance de pegar os corpos deles de volta, haviam sido queimados. Por isso, hoje quando eu ouvi o pedido de ajuda sabia que era isso que eu tinha que fazer, não podia negar, haviam pessoas a serem salvas e com ou sem minha equipe eu tinha de ir, era o certo a se fazer, e eu fiz. Talvez eu ganhe algum tempo para o pessoal do vigésimo quarto batalhão decidir o que fazer… talvez não seja totalmente em vão. Não me arrependo disso, sei que esse meu ato será mais um ato simbólico de coragem e bravura, porque se lá já estiver sido tomado, então já sou um homem morto. Não dei para trás em momento algum e espero que este ato seja lembrado. Mas quero que saibam que além de fazer isso pelas vidas dessas pessoas fiz também pela vida dos meus companheiros que se foram, mortos na intenção de fazer o bem. Se for para morrer, que seja igual a eles. E se eu não conseguir resgatar ninguém pelo menos levo uns putos comigo para a vala. Encerro minha transmissão por aqui, cada vez mais estou entrando em lugares mais perigosos, minha única companhia só pode ser minha arma de agora em diante. Tenho de ficar cada vez mais atento e em alerta e não posso deixar que uma caméra dívida minha atenção. Por isso,
Fim de transm….
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E de repente lá estava eu em alguma festa com alguns amigos meio bêbados quando te vejo passar pela porta em direção A ALGUM Lugar do salão, prendo a respiração, o ar se vai, volta. Eu olho em volta, ninguém ali ´para me socorrer. O banheiro! Penso e logo corro para lá, enfestado de meninas arrumando a maquiagem, me encosto na parede e arfo como se o ar fosse um privilégio só para aqueles que não sofrem com o amor, uma garota pergunta se estou bem, respondo que sim e tento sorrir, mas ela insiste e pergunta se tem alguém comigo, lhe digo que estou com alguém(mal sabe ela que é algo, um sentimento indomável se apossa de mim e eu choro) a garota me abraça e como se soubesse de tudo sussurra baixinho: fica forte, tudo vai dar certo, mostra pra essa pessoa que você está melhor agora. Não mostra suas fraquezas não, ainda mais quando a fraqueza em questão é esse próprio indivíduo. A menina sorri e me entrega uma caixa de lenços, sai do banheiro e me deixa com uma caixa de lenços e uma confusão maior do que a que eu já estava. Entro em uma das cabines daquele banheiro e sento no vaso, como se fosse o melhor lugar para se estar, respiro um pouco e contenho as lagrimas, reflito e chego a conclusão de que a garota dos lenços está certa, já tinha tempo demais que eu me doía por um fato do passado, tempo demais que tudo tinha acontecido e com certeza era eu a única a reviver tudo. Talvez ele nem lembre de você! , ele já seguiu em frente. Faça o mesmo! Tem tanta gente que vocês não vão nem se ver! Você veio aqui para aproveitar! Minha cabeça fervilhava em meio a devaneios, mas a essas alturas eu já estava retocando a maquiagem, com mil-e-um pensamentos positivos, Tudo vai dar certo! Saio do banheiro e não sei por qual direção ir. Vejo minhas amigas dançando e vou até elas, bêbadas elas me abraçam e dançam comigo, até chegar a minha melhor amiga, que não bebia e o pior (ou seria melhor?) me conhecia. A menina me abraçou e disse que não sairia do meu lado a partir daquele momento. Agradeci por isso e resolvemos pegar Vodca e alguns cigarros, eu beberia e ela fumaria. Sempre era assim. Dançamos e quando percebo a garota sumiu do meu lado, mas ignoro e continuo dançando, alguns minutos depois recebo uma mensagem dela me pedindo para ir até o banheiro. Vou e não encontro ela, resolvo ir até a área de fumantes e quando saio para fora, meu coração parece ir junto, minhas pernas tremem e minha boca abre em “O” e meu coração palpita como um louco. E depois de cinco meses sem o ver, ele estava a alguns passos adiante, fumando um cigarro e rindo, com uma garota que eu nunca tinha visto antes. Meu coração aperta e eu faço o mesmo com o copo que está em minha mão esquerda. Porém eu não iria mais fugir, eu não poderia mais, aquilo tinha que acabar, minhas esperanças tinham que ser jogadas fora, e nessa noite isso aconteceria. Me encosto na parede e fico olhando ele ir levando a menina cada vez mais perto da grade, e as mãos que um dia me seguraram fortemente agora entrelaçavam-se nas da desconhecida. Até que os dois beijam-se, aquilo machuca, dói de um jeito que eu não sei escrever. Sinto uma lagrima escorrer e a limpo. Seja forte. Soco a parede e procuro na minha bolsa algo para arremessar contra os dois, infantilidade eu sei, mas eu não aguentava ver que eu era a única a estar sofrendo, não me parecia justo, ele tão bem e eu tão... destruída. Encontro a caixinha de lenços que a menina me deu, quase cheia, daria para separar os dois mas isso eu não veria, pois sairia dali o mais rápido que eu pudesse depois do meu feito meramente adulto e condizente com os meus 22 anos. Faço uma analise mental de qual a posição mais favorável para jogar, me aproximo mais e numa distância segura arremesso aquela caixa de lenços, que vai de encontro com a cara de ambos e saio correndo, escuto palmas e gritos que quem ali estava soltava mas não fico para ver o resultado pelo contrário, corro até a porta de entrada e saída, resolvo sair de dentro do salão, sento no meio fio do estacionamento e fico ali esperando minhas amigas, elas demorariam. Coloco meu fone de ouvido e escuto uma das minhas playlists enquanto me mexo ao ritmo da música meus pensamentos voam e eu me permito chorar. Um cutucão Me faz despertar de meus pensamentos e olhar para trás e ver as pernas que eu tanto gostava de ficar deitada, suspirar nostalgicamente e olhar pra cima antes de fazer sinal para que ele sentasse ao meu lado na calçada. Só me responde uma coisa. Porque você fez isso cara? Aquela voz conseguia me desmontar, e ele tinha feito de novo, ali estava eu chorando feito uma criança e ele indo embora porque ele não se importava o suficiente para me ver chorar. -Então você acha que é fácil? Te ver com uma qualquer e não fazer nada? Não poder falar nada? Sabendo que 5 meses atrás você desistiu da gente sem nem falar comigo pessoalmente.Você terminou comigo por uma porra de mensagem dizendo que achava que não sentia nada. Me responde agora, quem acha que não sente nada e uma semana antes disso dizia que amava? Não tem lógica. Mas talvez se você tivesse vindo falar francamente coigo eu teria te superado já até esatria noiva e com 4 filhos, dois em cada braço, eu não sei. Mas se tivéssemos tido essa conversa antes eu teria te deixado no passado. Talvez, ou eu teria feito exatamente o que eu fiz, e faria mil vezes, sabe porquê? Porque eu me senti viva, corajosa e não pensei em nada, somente em machucar algum de vocês, alias, consegui? Espero que sim
Qual o teu problema?
O meu problema é você, e já faz algum tempo. Meu problema é você como um carrapato cerebral, não sai, e eu já fiz tanta coisa para sair. Bebi, fumei, dancei, chorei, corri, andei, escrevi. Nada adiantou. O meu problema é você desde que você me deixou aqui a mercê de todo esse sentimento que eu tinha pra te dar, e o que eu faço com ele? Eu jogo? Reciclo? Me responde o que eu faço com o que eu sinto garoto? Não é como se uma cirurgia ou alguma coisa assim resolvesse. Você é um babaca mesmo né? Eu entendo perfeitamente o porque da gente não ter dado certo juntos, só não aceito. Mas você é tão filho da puta que alguém tinha que vir e ser exatamente assim com você. Já foram assim comigo- Ele fala simples e eu me irrito e parto para cima daquele corpo grande Então você já esteve aqui do outro lado, você sabe como é. Por que agir assim feito um idiota e vagabundo sem coração? Voce já sentiu tudo isso e talvez até mais. Você é ridículo, fazendo exatamente o que fizeram com você. Mas adivinha, eu não tenho culpa. Eu tentei ser a melhor pra você, tudo o que você precisava, um ponto de apoio nesse mar de inconstâncias em que você mergulha toda vez de alguma confusão. Eu tentei garoto Eu estava socando o peito do garoto que me segurava e olhava para meus olhos perdidos em lagrimas que jurei nunca derramar. Não na frente dele Quando cano meus braços, o choro prevalece e o menino me abraça numa atitude que nunca pensei existir da parte dele. Não retriuo mas estou inteira cercada pelos braços do garoto e me sinto grata e acolhida. Ele me olha e eu faço o mesmo, usa a manga do moletom e limpa meu rosto e o segura com as mãos e eu percebo o que está por vir. Uma batalha dentro de mim é travada Racional: Não faz isso, não ceda Emocional: Você quer isso, então faça Lado emocional wins! Sinto uma onda de energia passar por todo meu corpo quando meus lábios encontram os dele, mesmo depois de tanto tempo eu sentia as mesmas borboletas e o encaixe dos corpos, o jeito de me conduzir que só ele tinha. Ele para e me olha e ri um pouco, limpa uma ultima lagrima e me puxa para fora do estacionamento. Corremos até o meio da rua deserta devido ao horário, ele para na minha frente e me encara, até começar a falar. Meu, eu sei que eu fiz cagadas com você, e eu reconheço que você é a menina ais perfeita que poderia surgir na minha vda, eu sei disso. Poderia dizer que pra mim esse beijo não significou nada, mas sim, significou um adeus, o melhor que eu já tive. Desculpa se não é como você queria, mas eu não consigo ser emocional, tanto. Você sabe. Eu realemnte gisto de você mas é que tem muita coisa confusa, e eu sou confuso, e você merece tanta coisa melhor que eu não quero te por no meio dos meus problemas. Eu acabei afastando muita gente sendo assim como sou, as eu não pretendo mudar. E sobre o arremesso da caixa de lenço, sugestivo e parabéns pela mira, acertou o nariz dela mas não fez nada, só deixou ela brava. Você está bem bonita e por favor, e esqueça, me supere, você não tem que ter um babaca na tua vida. Você só merece coisas boas, tipo, alguém que leia d=sesus textos, ache fofo quando você fica com esses olhos brilhantes olhando e muitas coisa mais, você merece alguém melhor do que eu.
Minha respiração entrecortaa agora se acalma e as lagrimas jorram silenciosamente, sorrio e soco a barriga dele com força moderada que reclama mas sorri de volta e segura minhas mãos. Transformo isso em um abraço, onde meus braços o envolvem com carinho e ele retribui, ficamos assim até eu começar a me mexer conforme alguma musica que estava lembrando no momento e ele me acompanhar, ainda abraçados. Seria lindo se não fosse uma despedida.
Sabe, eu entendo que você não pode falar o mesmo. Mas eu te amo, de verdade e mesmo com tudo, eu te desejo tudo de tão lindo e bom que você duvde se e=merece, mas sim, você merece porque você é uma pessoa ncrivel.Mesmo com suas cagadas, você me fez muito bem em uma época em que eu estava precisando muito, você me fez sentir bem coigo mesma, amada e querida por mais gente do que eu achei que poderia. Obrigada por cada momento que tivemos, por cada riso e choro, obrigada por tudo menino. Eu sempre vou te amar e você sempre vai ter uma parte do meu coração e quando precisar de algo pode voltar, porque tem um espaço aqui que nunca desaparecerá.
Ele se aproxima e toca meu queixo e beija minha testa, eu posso sentir a tensão que aquele momento nos proporciona. Eu chorando abro meus braços e ele me abraça tão forte que quase fico sem ar, mas é como se ele me oferecesse tudo o que eu preciso para sobreviver.Continuamos nesse abraço e nos olhamos como antes já feito, nos beijamos, com desejo e ardor de almas. Se pudéssemos nos fundir com certeza já teríamos o feito, minhas mãos passeam pela lateral do corpo dele, enquanto as delespuxam meu cabelo e me puxam para mais perto do seu corpo, eu estava entregue aquel ultimo momento e ele parecia estar também. Paramos e sorrimos, ele pega as minhas mãos e eu o encaro. Obrigada por cada pedaço de vida que me trouxe, por cada carta, texto e momento. Parabens por cativar minha família toda e até meu melhor amigo. Você é foda menina. Eu sei que não é fácil agora, mas eu prometo que vai ficar. Desculpa por tudo, de verdade, sou um merda, mas eu não posso evitar
Se as coisas fossem fáceis, isso não se chamaria viver, você me trouxe o caos, mas me trouxe paz. Me fez florir em sentimentos que eu nem sabia que poderiam existir. Então isso é mais um Obrigada, de coração.
Faço um sinal para ele abaixar, ele faz, eu beijo sua testa e arrumo o cabelo e aproveito para o cheirar, o puxo um pouco suspiro e volto paa dentro do estacionamento mais aliviada e leve. E finalmente percebo que Se as coisas fossem fáceis, isso não se chamaria viver
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Sol
Eu achava que a gente teria mais tempo juntas, 3 anos e 7 meses, nem parece ter sido só isso, quando fiz a conta nem fez sentido, mas na linha cronológica humana foi isso. Achava que você era imbatível, que nada seria capaz de te ganhar, te derrubar mas como se fosse pra ser feito uma piada com a minha cara, fui eu quem te tirei de mim. Fui eu quem te ajudei a chegar aqui, mas fui eu que fiz você ir. Acho que eu nunca vou parar de lembrar disso, acho que eu nunca vou conseguir sentir a falta que eu sinto de você sem em algum momento lembrar que fui eu quem te tirei de mim, fui eu quem te fez ir. Eu era o que mais importava pra você, bastava ficar 10 minutos perto de nós duas pra qualquer um ter certeza disso, qualquer um mesmo, quantas vezes eu já não ouvi a frase de alguém falando sobre o quanto você era apaixonada por mim e aí eu pequei com você... Pequei forte, pequei pesado, te tirei de mim e isso me consome a maioria dos dias, dias iguais a esse parecem intermináveis e não tem nada que eu possa fazer pra sair disso. Nada me tira aquela sensação de quando eu vi acontecer, que eu ia acordar, que eu ia ficar sem ar e ia acordar na cama com você do lado dormindo, aquela sensação de pesadelo durante aquelas horas que não acabavam, durante aquela noite que não passava, até o telefone tocar de manhã e meu chão e teto desabarem, e honestamente, parece que eu ainda vou acordar em algum momento. Conseguir falar de você assim é muito difícil porque torna aquilo tudo cada vez mais real, o desespero em ouvir seu coração bater, em te sentir respirando, o medo de você parar na minha mão sem eu poder fazer nada, você tentando me procurar, sem entender nada do que tava acontecendo, seu olhinho desesperado fazendo o máximo que podia pra olhar em volta tentando me entender, tentando entender porque eu tava tão desesperada e apertando você pra respirar ou naquela tentativa de respiração boca-a-boca (na verdade, nem sei se você sentiu essas coisas da respiração e do aperto), as pessoas gritando no prédio, que sinceramente eu nem tentei entender, não conseguia olhar pra lugar nenhum que não fosse você, nunca me senti tão isolada no mundo com naqueles minutos. Essa casa sem você é um porre, todos os dias que eu chego, não tem ninguém ansiosa esperando eu abrir a porta ou dentro de casa me esperando, quando eu acordo de manhã o cavalo de pelúcia não se mexe, não levanta para me dar bom dia e nem fica na cama me esperando e balançando o rabo enquanto eu volto do banheiro, ou quando eu vou trancar a porta a noite com o barulho da chave, ninguém fica ansioso achando que eu vou chamar pra sair, essa última eu tenho até evitado fazer. Porra como dói acordar todo dia e você não estar aqui, virar na cama a noite e o cavalo não se mexer, eu tive que trazer ele porque eu não suportava a ideia de não ter nada para abraçar a noite, e eu não suporto levantar de manhã e ele não se ajeitar na cama ou não se ajeitar quando eu me mexo de noite, mas eu não consigo largar ele, não consigo porque ele me lembra você, quando a Luma foi, eu passei dias dormindo no pano que eu levei ela enrolada para clínica, mas você tava lá comigo, você tava lá pra se aninhar em mim e dividir tudo comigo, mas a droga do cavalo não se aninha em mim, ele não reclama quando eu respiro no nariz dele, ele não ajeita a cabeça no meu braço, ele não faz nada, ele não é você. Mas pelo menos eu não posso fazer nada com ele porque ele é um brinquedo, não dá pra machucar um brinquedo. Eu queria ter ficado lá com você, eu pedi pra ficar, expliquei pro veterinário que já tinha perdido a Luma no início do ano e queria ficar com você, mas ele disse que não seria bom nem pra você nem pra mim, eu não sei como eu ficaria quando visse você indo embora, mas eu ainda queria estar lá, queria que você me sentisse lá com você, queria não ter te deixado sozinha, mas eu sei que você sabe que eu não queria. Eu queria ter tido confiança que você ia voltar pra mim naquela noite, mas eu sabia que você não ia voltar, eu entendi sua despedida igual eu senti a da Luma e eu te amo tanto por você ter tirado força não sei de onde pra segurar minha mão, e ter balançado o rabo pra mim uma última vez, uma última vez que ninguém viu, só eu, e aí você dormiu, quando eu voltei você já tava dormindo, mas meu deus como eu me arrependo de não ter te abraçado, de não ter te pegado, de não ter me despedido direito, mesmo com você dormindo, mas eu sabia que seu te pegasse eu não ia soltar, eu ia perder a força nas pernas e cair no chão com você e podia piorar tudo, e eu não ia te largar. No final das contas vocês sempre souberam né, que eu não estaria lá com vocês quando chegasse a hora, por mais que eu sempre prometesse, acho que vocês sabiam que eu não estaria, vocês sabiam que eu provavelmente não aguentaria e por isso foram longe de mim. Mas tá tudo bem você ter ido, você não podia viver uma vida legal pra você depois daquela lesão toda, você não ia gostar, seria só pra eu ficar bem, ficar com você, mas acho que não seria bom pra você, por mais que eu não possa afirmar uma coisa dessas mas eu acho que não seria legal pra você, seria horrível te ver sem andar mas você ia estar ali, mas acho que pra você não ia ser legal mais, então tá tudo bem você ter escolhido ir, eu só não suporto o peso de ter causado isso com você. Eu sei que você sabe que eu nunca teria feito por querer e que foi um acidente igual todo mundo fala, igual eu me falo as vezes, mas não deixa de ter sido comigo, não deixa de ter sido por minha causa, fui eu que te tirei daqui. Eu sei que você ainda me ama sem limites aí do outro lado, eu sinto, mas eu não consigo me permitir sentir você, procurar você igual eu procurava a Luma, eu tenho vergonha de você, e agora de vocês duas e não sei o que fazer pra me tirar desse poço de culpa, nem sei se dá, fica esse buraco rodando no meu peito, esse vácuo que suga tudo e não sei se um dia ele vai sair daqui, nem sei se é justo ele sair. Me conforta saber que você não sentiu dor, que é cientificamente provado e que não me falaram da boca pra fora, eu tive certeza quando chegou um cachorro na clínica com um estado parecido com o seu, me conforta saber que eu era a única pessoa ali sentido dor física (a emocional eu nem preciso falar né), até porque vocês entendem muito mais sobre a morte do que a gente né, se você sofreu alguma tristeza acredito que seja por eu ter ficado do jeito que eu fiquei. Justo agora que eu tinha começado a me apaixonar cada vez mais por você, que cada dia que passava eu te admirava mais e te elogiava pra todo mundo, justo agora que eu tinha descoberto o quão perfeita você era... Mas acho que é sobre isso né, quando a gente cumpre a missão que tinha pra fazer a gente vai embora, e você cumpriu a sua, tão perfeitamente bem quanto você era maravilhosa...
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Hi
Após mais de um ano sem pisar em um consultório, hoje fui a um de rins... Foi o de sempre, mandou eu fazer alguns exames (me furar ta incluído zzz) e só... Nada de muito especial, somente uma ideia que foi realçada hoje:
Já fizeram hemodiálise na minha family;
Algo que não sei se suportaria passar, se receber medicação a temperaturas abaixo e acima ao do seu corpo, fazendo-me sentir uma "onda" erradiante que contrai/dilata todos os meus músculos já foi uma experiência nem um pouco agradável... Imagina ter uma % menor do seu sangue correndo no seu corpo por um momento e ainda tendo dois acessos de calibre gigantesco nos dois braços... Dentre as piores dores físicas que já passei a mais intensa foi o contraste para realizar um PET-completo, primeiro que todo o bloco onde esse procedimento ocorre estava a temperatura de 17° ou menos... Ou seja, meu corpo estava congelado. Porém o medicamento não estava frio, mas sim muito mais aquecido que qualquer outro que já tomei... Além de ser um líquido que não se diluia facilmente no sangue e ser altamente viscoso, sem falar que eu não podia me mecher durante a aplicação e os seguintes 3 minutos de dor para não estragar o PET e ter que refazer tudo denovo... Ao menos após tanto experimentar essas dores "químicas" aprendi a controlar a reação espontânea aos estímulos...
Quando colocaram um tubo no caminho contrário da minha uretra pra tirar uma pedra
Quando fizeram o meu braço ficar dormente de tantas tentativas de criar um acesso pro tratamento do Linfoma
Nas inúmeras vezes que o acesso era colocado errado e meus músculos eram dilacerados
Nas duas sessões que tive de aguentar toda a medicação sendo colocada na mão (nesses dias nenhum dos meus braços estava mais utilizáveis)
Os meses que passei até conseguir andar normalmente após ter passado 2 meses sem poder pisar no chão para eu me recuperar da retirada do nódulo.
Sei que muitas pessoas já sentiram coisas bem piores e é por isso também que abomino drogas e coisas do tipo... Dor física ou química momentânea a gente pode lidar, agora quando é continuo ninguém aguenta...
E é por isso que eu não faria hemodiálise caso necessitasse, talvez seja por isso que nada faço pra cuidar desse problema... No fundo eu devo querer apenas um motivo "válido" pra desistir de tudo, praticamente estou a esperar o trem passar por cima de mim sem mover um músculo pra sair dos trilhos... Realmente assim fica difícil
Mas continuo vivo e andando, isso que importa.
O banho de hoje durou 1 hora e 14 minutos, fiquei a maior parte sentado no chão chorando e pensando
Uma outra coisa que passei muito a gostar depois que eu caguei tudo foi de mergulhar. Eu costumo testar pra ver o quanto eu aguento debaixo d'água, indo até momentos em que começo a perder vagamente a consciência... Mergulhar liberando o ar do pulmão para assim ficar sob apnéia no fundo da piscina sem boiar, apenas deitado e olhando pra cima sem nenhum esforço... Por mim eu ficaria lá embaixo até me afogar, mas nunca consegui perder a consciência debaixo d'água, dentre os grandes defeitos que a parte irracional minha tem, essa é uma das grandes... De que adianta só lutar quando está perto de tudo acabar? Por que o medo de vir a falecer vence qualquer pensamento?
Mas é um fato, se pararmos pra pensar com carinho da pra conectar todos os sentimentos ao medo de morrer.
Amor - necessidade de ter um parceiro (para reprodução e evitar solidão)
Reproduzir - manter a prole e não permitir que seu DNA morra com você
Solidão - é um alerta da nossa necessidade de vivermos em sociedade, os humanos perdem qualquer batalha quando é 1x1 com qualquer animal da terra...
Medo - receio relacionado a coisas que podem colocar nossa vida em risco
Etc
Todos os sentimentos humanos convergem para tal e claramente a sensação vence a razão... Então assim, tenho uma primeira linha de defesa contra mim mesmo.
O problema é quando o mundo fica cinza, não existem razão que cure isso... Esse é o meu mundinho, aos poucos ficando cara vez mais obscuro, sombrio, frio e solitário... Uma longa estrada sem postes, bancos ou pessoas... Não importa o que eu conclua, penso ou invento, não se pinta um quadro com palavras, as tintas desbotaram, o pincel está muito úmido, a iluminação está falhando e o pintor, melancólico... Todo quadro que faço consome o pouco de material que me resta, não da mais para colocar uma lâmpada acima de cada obra que faço... Acabaram elas também... Pelo menos o meu caminho foi registrado, como pinturas perdidas na minha escuridão.
O quadro original era tão bonito, eu sorria nele... Mas como todos sabem, nem mesmo mais fingir isso eu consigo... É um alívio ao menos saber que está primeira obra está guardada com você, eu hoje estou milhares de KMs distante desse Davi... Mas, continuo pintando.
Hoje no meu banho eu pensei nisso, quem são as pessoas que mais tem guardados estes meus canvas? Tenho uma listinha, pequena, contada, humilde... Pessoas estás que me alegram só de saber que ainda tem estas pinturas, pessoas que me ajudaram nas tentativas de reproduzir o quadro original... Um dia todos vocês receberão uma caixa gigantesca de 5x5x5m^3 com um panda gigante dentro heueheuehe
Claro que muitos pensamentos tristes e dramáticos surgiram, alguns deles relacionados a nossa despedida futura... O seu pai é uma dessas ideias, tenho de um dia enviar um panda e me desculpar com ele também... É um bom homem que me ajudou mesmo após tanto eu criar problemas para ele, aproveite koneko, seu pai tem um coração bom...
E um dos pensamentos tristes era eu ponderando todas as merdas que deram errado comparando com as felicidades... Não preciso nem falar que não é justo nada por aqui...
Acabou que eu sai do banho por causa da minha barriga voltar a doer, as vezes são gases, as pedras, leite que eu bebi... As vezes eu simplesmente estou me sentindo mal mesmo... Via de regra sempre tem alguma sensação incômoda no meu corpo e eu meio que gosto disso :p
A quantidade de peoples que ficam chocadas com a quantidade de merda que acontece comigo e mesmo assim eu sempre estar de boa é absoluta, dizem que eu sou forte, resistente e etc etc etc
Mas eu não queria nada disso, não nasci nesse mundo para sentir tanta dor, não levantei da cama feliz por 14 anos para passar todos os dias seguintes chorando antes de dormir... Eu queria ser lembrado como o Davi bobinho, feliz e inocente de 2016, cujo único pensamento era fazer cada dia ser mais feliz que o anterior... Esse meu mantra que repito a todos que conheço está mais pra uma oração, um bem que todos devem ter em suas vidinhas... Mas nada ocorre como eu desejo, meu quadro está tão incolor que me dói só de ver meus retratos... Você é a única pessoa que tem o retrato do Davi original, por favor guarde ela... Tenta não mudar sua visão sobre ele por culpa do erro que cometi, por favor... Se você perder este quadro só sobrará as versões infelizes dele, proteja esse Davi...
A nossa despedida será sobre isso, a pintura que eu nunca terminei... Será minha última expressão de arrependimento por tudo que lhe causei...
Não posso mentir dizendo que eu não ficaria feliz caso esta obra terminasse perfeita, apenas de ser impossível eu imitar a mesma pose que eu fiz em 2016, tentarei ao máximo. A você nada menos que o melhor de mim eu devo oferecer, qualquer coisa abaixo de 150% é um erro que não cometerei nesse dia.
Mas tudo isso não passa de um sonho, embora eu escrevo estes planinhos sorrindo como a tempos não faço 😊
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Imagine inspirado na vida de uma grande amiga minha. Eu escrevi enquanto ouvia Beautiful Thing (da Grace VanderWaal) e achei que combinou bastante com o texto. Então caso queiram criar um climinha especial, a minha dica é que ouçam essa música linda enquanto leem.
06:00 am:
Namjoon estava lá, deitado naquele lindo jardim coberto de flores de uma espécie que ele não conhecia, elas soltavam um aroma totalmente diferente desse ar seco e cheio de poluição da cidade. Tudo parecia tão calmo e tranquilo... Você estava lá também, linda como sempre. Os cabelos soltos, voando graças ao vento, suas bochechas estavam tão rosadas e um sorriso tímido nos seus lábios (justo aquele sorriso que Namjoon tanto ama). Ele também sorria, ele queria estar ali para sempre. Você estava realmente tão linda... “Vem Joonie, senta do meu lado”. Você o chamou... Claro, ele jamais deixaria de atender um pedido seu. Especialmente um que ele queira tanto realizar. Estava agora sentado, os braços se esticando para abraçar seu corpo pequeno. “______, eu preciso te dizer uma coisa...”. Você o olhava nos olhos esperando pela frase seguinte. “Eu amo você. Não como amigo... É mais que isso.” “Ah, Joonie... Eu também amo você”. Os lábios dele se aproximavam dos seus, mas você não se afastava, apenas sorria delicadamente. Sim, ele estava prestes a te beijar quando, de repente, o som do despertador o tirou do melhor sonho que já tivera.
– Merda! - Namjoon resmungou antes, a voz ainda falhada de sono. Na cabeça, lembranças do sonho recente passavam o fazendo sorrir rapidamente antes de se lembrar que devia se arrumar para ir a escola - Odeio segunda feira...
O rapaz se levantou e foi em direção ao banheiro para se arrumar. Ele não demorou muito, como de costume, e logo Namjoon deixava a casa, com seu copo térmico cheio de café em mãos.
06:55 am:
Ele andava desatento, arrastando os pés pela calçada próxima a entrada do colégio. Tentava lembrar a todo custo daquele bendito sonho que ele jurava ter sido maravilhoso, mas tudo que se passava em sua mente agora era aquele barulho irritante do despertador que o tirou seu mundo perfeito.
– Parece que alguém andou dormindo depois das 3h de novo, não é mesmo?!
Namjoon tomou um pequeno susto com a sua voz e se virou, apenas para ver você andando agora ao lado dele. Você estava sorrindo... Esse sorriso... Namjoon sentiu como se o café finalmente fizesse efeito, seu corpo se encheu de energia, até o modo de andar estava melhor.
– Você fala como se não tivesse ficado acordada naquele jogo online comigo até 3:45h - Ele sorriu - Eu sinceramente não sei como você consegue
– Eu consigo o que?
– Você é a única pessoa na face da Terra que consegue acordar assim tão linda em plena segunda-feira e tendo tido só três horas de sono. De que planeta você veio?
– É por que eu não sou da Terra, senhor Kim - Você o olhou fazendo uma pequena careta.
– Sempre desconfiei...
– Aé?! Pois eu acho que me passo muito bem por uma humana!! - Você cruzou os braços e fez um pequeno biquinho que Namjoon achou extremamente fofo e sorriu ao vê-la daquela forma.
– Ah, mas é claro que se passa... Menos quando está dormindo em sala de aula. Sabe?! Você costuma falar sua língua de origem dormindo... “ASHIMA RICHIMA RATCHA” - Namjoon caiu na gargalhada.
Ele sabia que você só havia falado coisas bizarras dormindo uma vez na vida, ele sabia também que você odiava quando ele falava sobre o ocorrido. Mas ele não podia evitar... Você ficava tão fofa com aquela carinha brava.
– Adeus! - Você falou e se virou andando.
Ele correu e foi até você, te deixou um beijo na testa e sorriu.
– Boa aula, etzinha.
– Boa aula, chato.
09:30 pm:
Era intervalo agora, Namjoon não havia conseguido prestar atenção em nenhuma aula sequer.
– Cara, ta tudo bem com você? - Yoongi, disse enquanto saía da sala de aula junto a Namjoon, os dois seguiam para o pátio devagar.
– Sim, por que?
– Sei lá, mano... Você anda meio estranho ultimamente. Parece que esta com a cabeça na lua. Até a professora estranhou você ter errado aquela questão. Fora essa cara de c...
– Eu to bem, Yoon. - Namjoon disse, interrompendo o outro garoto - Só de cabeça cheia mesmo.
– É aquela garota, não é?! A ______? Cara, conselho de amigo... Você deveria falar logo pra ela. Daqui a pouco perde pra um guri do primeiro ano e vai vir chorar aqui no colinho do melhor amigo. Mas acredite, no meu colo eu prefiro as gatas do segundo ano.
– Você é um idiota.
– E você me ama... - Yoongi falou num tom implicante, dando um aceno com a cabeça logo em seguida - Olha lá quem ta chegando.
Namjoon olhou para o lado que o amigo apontou e viu você vindo sorridente para o lado deles. “Mas que droga, ela não tira aquele sorriso perfeito do rosto...” . Ele pensava, enquanto sentia mais uma vez seu corpo todo aquecer, como se tivesse ganhado uma dose extra de energia de uma hora para a outra. Ele estranhou... Não tomava café agora... Então sorriu quando percebeu que era você. Você o deixava tão feliz quando estava por perto que ele podia jurar que toda a energia positiva do universo estava em volta dele.
– Então é por isso que eu fico tão mal quando ela está longe...
– Ela quem? - Você perguntou alegremente, fazendo Namjoon perceber somente agora que havia pensado em voz alta e fazendo Yoongi soltar uma risada debochada.
– Então... Vou deixar vocês em paz e comprar alguma coisa para comer. Ah, Namjoon, infelizmente não vai dar pra eu ir naquela sorveteria com você depois da aula, cof cof, to meio gripado, cof cof, mas você tava querendo chamar a ______, né?! Aproveita que ela ta aqui.. - Yoongi saiu andando antes que Namjoon pudesse o socar por conta da ultima frase.
“MIN YOONGI, SEU FILHO DA PUTA, EU TE ODEIO”. Era tudo o que se passava na mente de Namjoon agora, mesmo que por fora ele estivesse com um sorriso tão grande a ponto de mostrar suas covinhas nas bochechas.
– Ham... ______... Eu... Você quer ir comigo?
– Claro, Joonie. Eu amo sorvete.
– Okay.
12:20 pm
A aula havia acabado e Namjoon e Yoongi estavam agora parados em frente ao portão de entrada.
– Eu não sei por que ficou tão bravo, Joon. Você deveria me agradecer... Finalmente você vai sair com ela. – Yoongi dizia, parado e escorado preguiçosamente no portão, enquanto Namjoon estava parado totalmente inquieto a frente dele.
– Oi meninos
– Opa, _____, oi. Bom, eu queria muito ficar aqui com vocês, mas eu preciso mesmo ir pra casa... Tomar... Xarope?!? Enfim... Divirtam-se casal. – Mais uma vez Yoongi saiu antes que Namjoon pudesse dizer algo, o deixando apenas com um sorriso sem graça no rosto.
– Então, vamos? - Namjoon parou em sua frente estendendo o braço e soltando um sorriso fofo quando você entrelaçou seu braço com o dele.
O caminho até a sorveteria havia sido divertido, vocês brincaram, contaram piadas e Namjoon até fez uma dancinha estranha quando você disse que ele era péssimo com coordenação motora.
...
Assim que chegaram pediram o que queriam e se sentaram. Ficaram ali conversando até que terminassem o sorvete. Namjoon estava completamente encantado e admirado com a forma como vocês falavam sobre tudo. Desde o sorvete que estavam tomando, até como a lua parece mais acinzentada em dias chuvosos. Falaram sobre filmes, música e Namjoon até concordou em te mostrar qualquer dia sua coleção de letras que ele mesmo escreveu. E ele fez questão de dizer que te levaria em casa logo que terminaram.
– Yoongi é um tanto engraçado né?! - Você soltou de repente no meio do caminho.
– O que? Por quê?
– Bem... Ele acha que nós somos um casal. Você acha que nós parecemos um casal?
– Yoongi é maluco... - Namjoon falou, soltando uma risada sem graça e coçou os cabelos desajeitadamente.
– Sei lá, eu acho que até que seria fofo. - Você falou baixo, soltando uma pequena risada nasalada no fim.
– O que? - Namjoon te olhava esperançoso.
– Ham... Nada... Puxa, eu estou com um pouco de frio agora.
– Tudo bem. Vem cá. - Namjoon chegou mais perto de você e envolveu seus braços ao redor do seu corpo.
...
– Chegamos... - Você dizia sorrindo - Obrigada por hoje, Joonie. Eu me diverti bastante.
Namjoon retirou os braços de você, só percebendo agora que tinham feito todo o caminho abraçados. Você se aproximou novamente para dar um abraço de despedida. Namjoon envolveu os braços em sua cintura com tanta firmeza como se estivesse com medo que você o deixasse.
– Até amanh..
– Eu te amo, ______. - O garoto te interrompeu, falando lentamente.
Barulho de pássaros... Era tudo o que Namjoon podia ouvir agora. Ele sentia todo o corpo entrar em colapso, na mente um coro gritando “BURRO” repetidas vezes o torturava. O garoto já estava prestes a se desculpas quando viu um lindo sorriso se abrir no seu rosto, aquele maldito sorriso que sempre deixava ele em transe.
– Eu também te amo, Joonie.
Você finalmente disse, fazendo ele soltar um suspiro de alívio. Namjoon então começou a sorrir, se aproximando do seu rosto. Os lábios dele prestes a tocar os seus e como no sonho, você não recuou. Seus lábios se tocavam lentamente em um beijo doce e suave. Tudo era perfeito, seus lábios eram macios e ele sentia como se fosse explodir de felicidade. Namjoon parou o pequeno beijo lentamente, soltando um sorriso ao final. Ter você ali era ainda melhor do que qualquer sonho que ele poderia ter. Você olhava de perto, sorrindo e ele sentia o coração pular dentro do peito.
– O seu sorriso...
– O que tem ele?
– Ele é lindo... Você é linda! Isso é muito melhor do que eu sempre sonhei...
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Flores Carmesim
#Parte 2
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Aqueles três dias passaram voando, nesse meio tempo, fiquei ocupada demais com os preparativos para o alistamento e a partida de Strohess que não voltei a visitar Louis e me inteirar de seu estado médico. Também não me encontrei com Emma ou qualquer um dos meus amigos, incrivelmente todos estavam atarefados naquele período com suas devidas obrigações, esperava vê-los antes de partir ao menos, ia sentir saudades de cada um.
No segundo dia, novamente o chefe do meu pai apareceu em casa acompanhado do filho, já havia percebido o motivo daquelas visitas, de alguma forma, meus pais mantinham a esperança que um casamento arranjado fosse o suficiente para que eu desistisse da ideia de ir para o exército e percebesse que poderia viver tranquila e próxima a eles. Confesso, foi uma verdadeira dor de cabeça, por mais que eu passasse parte do dia conversando com o rapaz cada vez mais via o quão mesquinho e ignorante alguém pode ser, o pai dele poderia até ser um bom sogro, mas ele... Tinha certeza que poderia espanca-lo a qualquer momento por cada merda dita.
Nunca me importei com dinheiro ou terras, nem mesmo a moradia mais luxuosa que poderiam me oferecer. Na verdade, nem me importava com o fato de não ter tido um namorico até agora, eu aprendi a amar a minha própria companhia e a pessoa que era e se um momento oportuno encontrasse um parceiro esperava que ele gostasse de cada detalhe meu. Mesmo com os defeitos incluídos no pacote.
E não um qualquer que desmerecia cada palavra que eu dizia.
Aquilo era a gota d’água para mim.
E, claro, todos perceberam quando comecei a soltar o verbo na sala de estar, o maldito tentou distorcer minhas palavras e ainda soltou que “eu era mulher querendo me meter em trabalho de homem”. O xinguei de todas as coisas que consegui lembrar e “acabei estragando” a visita. No mesmo minuto pai e filho partiram.
Recebi uma bronca pelo meu comportamento, não recordo por quanto tempo fiquei sentada apenas ouvindo meus pais falarem. No final, fiquei encarando os dois enraivecida.
-Você não vai dizer nada, (S/N)? – Ela me perguntou séria.
-Sim – Respondi – Parem de tentar me casar com imbécis como aquele garoto.
Depois do ocorrido, no último dia, a casa mergulhou no silêncio, qualquer pessoa que entrasse ali ouviria o mínimo barulho que fosse feito. Meus pais passaram a manhã fora, comecei a me sentir culpada por magoá-los, mas no final sabia que não receberia um parabéns pela minha escolha, era natural aqueles que tinham meu pensamento serem taxados de loucos. Quem pensaria em ingressar na corporação com a maior taxa de mortalidade? Ninguém, simples e suscinto.
-É isso, (S/N)... Agora é com você...
Passado as despedidas, promessas de cartas, minha mãe chorando copiosamente pela única filha e um presente um tanto inesperado de Maximilian, vislumbrei a vista do campo de treino. Não estava com o melhor humor para prestar atenção nos comentários dos novos colegas, ainda estava magoada com a atitude do meu pai, ele não se despediu e muito menos acompanhou minha partida como mamãe havia feito.
“Eu ainda não concordo com você, mas como sua mãe sei que devo apoiá-la na sua decisão, às vezes, nós superprotegemos e esquecemos que não criamos uma criança para nós e sim para saber viver e ir em busca da felicidade. Sei que está triste porque ele não está aqui, mas lembre que ele te ama mais que tudo e eu também, vamos deixar que o tempo se encarregue de resolver tudo.”
-Espero que sim.
Posso dizer que o período de treinamento não é nada fácil, pensei várias vezes que não deveria ter saído de Strohess, contudo, expulsava tais pensamentos e me impelia a continuar em frente. Não fui um super destaque do esquadrão para entrar no top 10, minhas classificações eram boas: meus melhores desempenhos foram nas manobras com o DMT, manuseio de rifle e provas de resistência; na minha concepção estava tudo bem.
Conheci pessoas novas, conversávamos em alguns momentos do dia, mas elas não pareciam tão chegadas a mim, de fato, pensavam que minha família tinha alguma influência ou coisa do gênero, depois que contava que não era bem assim se afastavam. Fora os caras que davam em cima de mim na cara dura.
Enfim, fiz amizade com Matthew, um aspirante as Tropas Estacionárias, ele sempre estava presente nas minhas cartas nos últimos um ano meio de treino. Ele me ajudava com luta corpo a corpo em troca de ajudá-lo com a manutenção do DMT, todas as noites após o jantar nos sentávamos na entrada do dormitório rodeados pelos equipamentos e ferramentas.
-Espero conseguir fazer isso sozinho – Murmurou chateado.
-Você tem se mostrado um aluno dedicado, até a formatura já vai saber – Sorri, coloquei a chave de volta na caixa – Não quero ter que ir até seu alojamento depois. Pronto, tenta repetir o que eu fiz no seu, sem pressionar o gás dessa vez.
-Aquilo foi um acidente!!!
-Hum... Claro...
Faltava pouco tempo para cerimônia naquela época, aquela era a penúltima noite que passaríamos ali, nos preparávamos para a fase final do último ano de treinamento. Infelizmente, Matthew nunca chegou a entrar na corporação que almejava, nem mesmo fizemos nossa comemoração por nos graduarmos. Nosso último contato foi uma troca de sorrisos antes de cavalgarmos em direções opostas na manhã seguinte.
Era um treino comum.
No fim, uma tragédia.
Matthew se foi.
-Ele... Nós nos desentendemos, foi só isso!!! – O tal cadete tentava explicar a situação.
-E esse desentendimento foi o suficiente para atravessá-lo com uma lâmina na coxa? – O instrutor parecia tão atordoado quanto eu – Achou justo machucar um colega por uma discussão patética? E olhe no que deu, mesmo que seja como você diz, ainda sim acabou matando um companheiro!
Por um momento ele olhou nos meus olhos, quase como um pedido para ajudá-lo a sair da situação, me mantive quieta e voltei a encarar o corpo sem vida do meu amigo. Aquele cara sempre se achou superior a todos, não merecia minha ajuda, muito menos qualquer coisa que viesse de mim.
- Que merda, Matthew... Quem vai me esperar voltar das expedições em cima da muralha? – Foi a única coisa que conseguir pronunciar.
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Oii, tem umas coisas que vem rondando a minha mente e não sei se eu deveria falar isso ou guardar pra mim, aqui eu resolvi tentar ao máximo demonstrar, desde a primeira vez que eu te vi, pode perceber o quão reluzente era sua luz, sua animação, sua energia, tão fofo e mágico quanto uma criancinha brincando e dando risadas, essa foi tbm, uma das razões que fizeram eu me apaixonar por você, o tempo passou, e junto com ele foram aparecendo várias outras coisas pra me fazer acreditar que você é realmente o homem da minha vida. O cuidado que vc tem por mim, eu nunca tinha experimentado nada, MAS NADA, tão puro, singelo e verdadeiro, a sua sinceridade, enfim, simplificando tudo de um jeito simples, você foi e sempre vai ser a melhor parte da minha vida, você foi a única pessoa que em meio ao caos da minha vida me trouxe calma, fez eu me sentir valorizado, me deu esperanças (em relação a vida no geral).
Se você ao menos soubesse o quão mais fácil é dormir nos seus braços, ou só te observar dormindo e perceber que cada detalhe nesse corpo e alma são inteiramente perfeitos, você é perfeito.
Problemas no percurso? Tivemos, e como, mas nenhum deles fez diminuir um grão de areia da forma como eu te vejo ou me sinto em relação a você.
Eu juro, não tenho e acho que nem existem palavras pra descrever tudo que eu vivi, senti, e experimentei com você, como todo problema se tornava mínimo quando eu te abraçava, como você me incentivava por simplesmente estar ali. Como eu ainda tenho uma vontade absurda de correr e te segurar comigo toda vez que você precisa sair pela porta, o sorriso quando eu chegava de algum lugar e lá tava você me esperando de braços abertos. Lembra do dia do filme no Gustavao, sentados do lado de fora? Quando eu realmente percebi que era você, na hora da despedida quando seu ônibus passou, por uma fração de segundos eu não corri atrás de você, ia te assustar provavelmente.
Eu sei que muitas das vezes eu posso não ter expressado na realidade tudo que botei aqui, mas é esse o sentimento, simplificado até demais pra ser sincero.
Na verdade olhando por esse ângulo posso ter sido um pouco egoísta, você é tipo um lago, calmo, sereno, e eu só fui uma tempestade de problemas que chegaram na sua vida pra bagunçar tudo e estragar tudo como qualquer tempestade.
Não percebi o momento em que isso começou a nos afetar, pq quando eu estava com você, eu só queria estar ali, no seu colo ou abraço, sem pensar, só aproveitando ao máximo tudo que eu sinto por você.
E quando eu não estava, bem, eu continuava tentando não pensar ou ao menos não transparecer, você tem seus problemas também, não seria justo eu jogar os meus em cima de você e ficar por isso mesmo.
Mas mesmo sem querer, eles acabaram se agravando um pouco e esconder não ficou tão fácil assim, e eu peço perdão por todas as vezes em que isso aconteceu. Nunca foi minha intenção fazer isso.
E ali nesse agravamento desses problemas eu só me vi afundando, lutando pra porra pra não afundar, e sempre que eu tava lá no fundo, quem era a mão que aparecia pra me salvar de mim mesmo e da minha própria cabeça? Você mesmo, e por isso eu não posso ser mais que eternamente grato.
Mas eu também não tinha o direito de esperar que você me salvasse ou que você tivesse a obrigação disso porque não, você não tem. Eu nunca quis que parecesse que eu estava jogando a responsabilidade dos meus problemas em você.
Então me perdoa, me perdoa pelo que fiz de errado, me perdoa se alguma vez me fiz ausente, por todas as vezes que te magoei, ou te fiz chorar.
Não tô falando isso pra mudar nada, ou sua decisão nem coisa do tipo, eu te entendi, entendi o seu lado, e você tem plenas razões e direitos.
Eu só espero (queria na vdd) que um dia nossas vidas esbarrem de novo, bem como num filme, seja num café, na rua, na fazenda, numa casinha de sapê kkj, e que um dia talvez eu possa ter a oportunidade de ter te dado tudo do jeito que você merecia e não do jeito que minha cabeça fez eu funcionar.
Eu te amo fudido, sempre amei, e sempre vou, você sempre vai ser o homem da minha vida, independente de qualquer circunstância, obrigado por tudo! 🐼💘
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3x10 - You’re The Only One
Era oficialmente 25 de dezembro, duas semanas haviam se passado desde os acontecimentos do fim de ano. Lola havia ido para a casa de Kol passar o dia logo que acordara. Ele estava vendo televisão na sala e Lola passa em sua frente, procurando por alguma coisa.
- Onde vai? - ele pergunta.
- Não te interessa - Lola ri.
- Ok, grossa.
- Que foi? - ela ri se sentando ao seu lado.
- Sai - ele vira a cara.
- Não, que foi? - ela o olha.
- Você com essa palhaçada toda de me castigar.
- Já passaram duas semanas - Lola diz - Você aguentou.
- E agora você vai aguentar cinco meses sem sexo - ele se levanta.
- O que? - Lola fica incrédula - Não.
- Um beijo para você - Kol vai indo para o seu quarto e Lola corre até ele, passando a mão pelo seu corpo - Não dessa vez - ele ri e vai entrando em seu quarto.
- Kol eu vou te beijar - ela abre a porta do quarto tirando o seu short.
- Sai - ele ri jogando a almofada nela - Nem ligo mais, tenho um caso com o Jeremy.
- Que? - Lola ri - Ah, então vai comer ele - ela coloca o short novamente e sai do quarto, vendo Jeremy entrar ainda com a aparência bem para baixo, devido ao falecimento de sua mãe - Jer? - ela o olha, observando as lágrimas que formavam - Não chora.
- Não sei se vou aguentar mais isso tudo - ele chora - Minha mãe não está mais comigo e têm tudo o que eu sinto pela Sophie.
- Eu sinto muito - Lola o abraça com força.
- Vou ficar bem um dia - ele sorri fraco e beija o topo da sua cabeça.
- Se precisar de qualquer coisa, conta comigo ok?
- Ok - ele assente.
- Lola, vem aqui - Kol surge ali de cueca.
- Porra - Jeremy ri - Vim aqui jogar video game, mas vou deixar para outra hora.
- Estou de saída - Lola diz.
- Não está não - Kol grita.
- Não quero transar mais, foda-se - ela grita. Jeremy vai se retirando discretamente rindo - Vai dar para o Jeremy.
- Ele acabou de ir embora - Kol ri e a puxa para um beijo. Os dois vão caminhando para o quarto de volta, ela arranha o seu peitoral, enquanto Kol vai descendo os beijos para o seu pescoço. Ele a joga em cima da cama - Ainda não me quer?
- Aham - ela sussurra baixo e Kol aperta a sua intimidade fazendo-a gemer - Porra - Lola geme e troca as posições, ficando por cima beijando todo o seu peitoral, descendo até o seu membro e começa a chupá-lo.
- Puta que pariu - Kol geme enquanto Lola vai aumentando a intensidade dos movimentos.
- Kol você esq… - a porta se abre e está Rebekah entrando ali, vendo a cena, ficando horrorizada - QUE ISSO? - Lola para assustada - Você estava com isso na boca?
- Meu Deus - Lola sussurra nervosa. Rebekah sai dali chorando desesperada, Lola se levanta indo até ela - Bex - ela se senta ao lado.
- Sai - Rebekah vira a cara - Vocês são nojentos.
- Mas - Lola ri - Um dia você vai fazer isso.
- Eca que nojo - Rebekah faz uma cara enojada - Nunca na minha vida.
- Ai Deus - Lola ri alto.
- Aquilo é nojento - Rebekah diz. Kol surge colocando o seu roupão - Nem vem.
- Desculpa - Kol senta perto dela.
- Está bem.
- Meninos venham almoçar - Esther surge ali.
- Mãe, sabe o que os dois estavam fazendo? - Rebekah se levanta e Kol tapa a sua boca - Eles estavam transando - ela tira a mão de Kol para conseguir falar.
- Porra Rebekah - Kol fica sem graça e Lola tapa a cara ficando vermelha de vergonha.
- Tudo bem - Esther ri - Só seu pai não ficar sabendo disso, não irei contar.
- Aff - Rebekah bufa - Vou comer que ganho mais - ela se retira.
- Vamos almoçar - Kol pega a mão de Lola e eles se retiram até a cozinha.
…
Do outro lado, em Paris, já era algumas horas a mais. Sophie estava arrumando as suas coisas para preparar a volta no dia seguinte. Sua mãe e Burt haviam saído do hotel para um passeio na cidade. Ela vai andando até o quarto ao lado para chamar Kurt e Blaine para ajudá-la. Ao abrir a porta se depara com os dois nus por baixo dos lençóis, de forma bem comprometedora.
- Meu Deus - ela diz rindo e os dois se separam.
- Sophie - Blaine fica vermelho.
- Bate na porta antes - Kurt se cobre.
- Ah claro - ela ri - Queria ver se fosse seu pai em vez de mim, ninguém mandou não trancar a porta.
- Temos tudo calculado - Kurt diz.
- Percebi - Sophie diz ironicamente.
- O que quer? - Blaine pergunta.
- Só ia perguntar se meu sapato ficou por aqui - ela diz.
- Não sei - Kurt diz - Já vamos procurar, espera que vou colocar uma roupa.
- Nem precisa - ela ri - Vão logo, já arrumaram suas coisas?
- Não - Blaine responde.
- Se apressem, vocês podem transar a qualquer hora do dia - Sophie ri se retirando. Eles se levantam para se vestirem. O celular de Blaine vibra e ele lê algumas mensagens.
- Cooper conseguiu um papel em Los Angeles - Blaine lê - Uau.
- Ah meu Deus - Kurt sorri animado.
- Semana que vem, vamos fazer uma festa de despedida para ele - Blaine sorri - Me daria a honra de ser meu acompanhante?
- Claro - Kurt sorri e beija o seu rosto - Vou entregar os sapatos da Sophie, antes que ela dê um ataque histérico.
- Ok - Blaine ri. Kurt abre a porta indo até o quarto de Sophie.
- Aqui está seus sapatos, madame - Kurt entrega na sua mão.
- Obrigada - ela ri - Não demore muito, porque minha mãe acabou de mandar uma mensagem falando que vai nos buscar para jantar.
- Não vou transar agora.
- Milagre, já estava me acostumando a ouvir os gemidos diários quando estamos sozinhos.
- Fica quieta - ele ri - Vou me arrumar, nos vemos depois.
- Ok - ele retorna para o quarto, observando Blaine sentando na varanda olhando para a paisagem ao fundo.
- Voltei - Kurt se aproxima dele - Temos que nos arrumar, vamos sair para jantar daqui a pouco.
- Antes - Blaine segura a sua mão o puxando para mais perto - Quero admirar essas poucas horas que nos restam aqui.
- Esse lugar é incrível - Kurt sorri.
- Não poderia ser melhor do que ver isso ao seu lado - Blaine envolve sua mão na cintura de Kurt.
- Eu te amo muito - Kurt sorri para ele,
- Eu te amo - Blaine sorri enquanto seus olhares se encontram - Tenho que te entregar uma coisa.
- O que?
- Ia entregar antes, mas deixei para ser oficialmente no natal - Blaine pega uma caixinha no seu bolso e lhe entrega.
- Vai me pedir em casamento?
- Não, ainda - Blaine ri dando ênfase na palavra - Abra.
- Ok - Kurt abre a caixinha e está um anel um pouco diferenciado - Você que fez? - Blaine assente.
- Sim, é um anel de promessa.
- O que está prometendo? - Kurt pergunta.
- Te amar para sempre - Blaine sorri o olhando - Eu sei que podem dizer que somos muito jovens para pensar nisso mas, você é o amor da minha vida. Eu quero ter e compartilhar o meu futuro ao seu lado.
- Você também é o amor da minha vida - Kurt sorri.
- Eu sei que poderia ter feito algo ainda melhor, mas…
- Shh - Kurt o interrompe com um forte abraço - Eu amei. Feliz natal, nosso primeiro natal juntos.
- Primeiro de muitos - Blaine o aperta forte contra si, os dois se separam e iniciam um beijo lento e intenso. Nada poderia ser mais perfeito que aquele momento.
- Temos que nos arrumar agora - Kurt diz quando os dois se distanciam.
- Ok - Blaine assente. Não demora muito para os dois ficarem prontos e irem até o quarto de Sophie.
- Oi - ela sorri - Vamos?
- Vamos - Kurt responde e vai andando na frente de mãos dadas com Blaine. Sophie sorri olhando para os dois. Eles entram no táxi indo para o encontro de Burt e Lucy num restaurante não muito afastado dali.
- Que bom que chegaram - Lucy os abraça rapidamente - Já podemos ir sentando - os três se posicionam ao lado de Burt, sentando-se na mesa - Vou no banheiro - ela se retira deixando os quatro ali.
- Pai, está inquieto - Kurt fala para Burt.
- Quero compartilhar isso com vocês primeiramente e Blaine já é considerado parte da minha família - ele sorri pegando uma caixinha de veludo do bolso.
- O que é isso? - Kurt pergunta.
- É o que você está pensando.
- Ai meu Deus - Sophie sorri - Não poderia estar mais feliz por ela. Quando vai propor?
- Assim que voltarmos.
- Mal posso esperar - Kurt sorri e Blaine o abraça de lado. Lucy retorna e se senta na mesa para iniciarem o jantar e aproveitar os poucos momentos que restavam em Paris.
…
No dia seguinte, Elena acaba de sair do cemitério, indo visitar sua mãe novamente naquele dia. Havia prometido a sua mãe que seria forte por ela, tudo aquilo ainda estava muito recente e doía muito. Elena pega um táxi e vai para o Central Park passar um tempo.
- Elena? - ela escuta a voz de Damon.
- Oi - ela acena e ele se aproxima.
- Como você está? - ele pergunta pegando a sua mão.
- Indo, fui visitá-la hoje.
- Ela era uma pessoa maravilhosa, que criou uma filha incrível - Damon a olha.
- Isso não é justo, por que isso teve que acontecer com ela? - Elena começa a chorar.
- As vezes coisas ruins acontecem com boas pessoas, mas ela ainda estará por perto cuidando de você - ele a abraça com força - Eu estou aqui, ok?
- Obrigada - ela o aperta.
- Sabe que sempre faço tudo para garantir que as pessoas que eu amo fiquem bem - Damon diz.
- O que?
- O que? - ele fica um pouco confuso.
- O que você disse?
- É a verdade - Damon sorri e ela retribui com um rápido beijo - Quer ir para a minha casa, todos estão lá.
- Sim - ela pega a sua mão e os dois andam juntos até o apartamento de Damon.
- Elena - Katherine a abraça - Tentei te ligar para vir.
- Já estou - Elena sorri e se senta no sofá ao lado de Jeremy. Algumas horas depois, a campainha toca. Stefan se levanta para atender e está Sophie acompanhada de Kurt e Blaine.
- Stef - Sophie o abraça pulando em seu colo.
- Oi - Stefan sorri e os cumprimenta - Finalmente chegaram.
- Oi - Sophie cumprimenta todos ali presente, percebendo como Elena, Jeremy e Katherine estavam com a aparência para baixo, principalmente Jeremy - Aconteceu alguma coisa?
- Nossa mãe piorou - Katherine diz - Acabou tendo um ataque
cardíaco.
- Ela melhorou? - Sophie pergunta.
- Não - Elena fala com os olhos marejados.
- Ela vai?
- Ela morreu, Sophie - Jeremy responde abraçando Elena de lado.
- Ai meu Deus - Sophie fica em estado de choque - Quando foi isso?
- Há duas semanas - Katherine diz triste - Não queriamos atrapalhar a viagem de vocês - ela olha para Kurt e Blaine.
- Eu não sei nem o que dizer - Sophie os olha entristecida - Se precisarem de qualquer coisa, eu estou aqui - ela pega a mão de Jeremy enquanto abraça as duas. Ele se levanta indo para a varanda, Sophie vai atrás - Tenho certeza que aonde quer que ela esteja, estará cuidando de vocês.
- Eu sei - ele limpa as lágrimas e Sophie o abraça com força.
- Eu sinto muito.
- Pelo que?
- Por ser um idiota que não consegue dizer o que sente - ele vai andando até o elevador para ir embora. Pega uma garrafa de uísque na mesa e vai saindo.
- Onde ele está indo? - Elena pergunta.
- Descer - Sophie responde olhando para todos ali em volta, ela respira fundo duas vezes e começa a andar - Já volto - ela corre para pegar o outro elevador, chegando no térreo o mais rápido possível, ela corre até a rua vendo que ele estava chamando por um táxi - Jeremy - ela o grita.
- Que? - ele se vira bebendo a garrafa.
- Para de beber - ela pega a garrafa jogando no lixo - Não vai embora.
- Eu sou um lixo - ele fala com a voz trêmula - Eu não te mereço.
- Não fala isso nunca mais - ela pega sua mão, enquanto ele começa a chorar - Eu…
- Você o que? - ele pergunta confuso. Sophie coloca a mão em seu rosto.
- Eu te amo, não somente como um melhor amigo, isso já era meio óbvio devido às indiretas dos últimos meses. Mas foi isso, nunca consegui me relacionar direito com ninguém, porque isso sempre esteve aqui dentro - ela coloca a mão em seu coração - Eu demorei a perceber, mas a verdade é que eu sempre fui apaixonada por você - ele sorri e a puxa para um beijo. Seus lábios se tocam de forma intensa e desesperada. Fazendo com que seus desejos fossem finalmente concretizados, o mundo ao redor não importava mais, apenas os dois ali, suas línguas se tocavam de forma suave e doce. Eles se separam quando o ar fora necessário, Jeremy olha profundamente nos olhos de Sophie, respirando fundo.
- Eu te amo demais também - ele sorri - Me desculpa por ter demorado tanto.
- Repete? - ela sorri.
- Eu te amo - ele ri, acariciando o seu rosto - Eu te amo, eu te amo e eu te amo.
- Te amo - ela o abraça novamente com força, ficando por longos segundo parados naquele momento - Vamos voltar?
- Vamos - ele pega a sua mão, cruzando seus dedos.
- Acho que eles vão sair um pouco de controle - Sophie ri. Os dois sobem novamente, entrando no apartamento de mãos dadas. Todos ali presentes olhavam a cena, incrédulos.
- Se for o que eu estou pensando, vai chover - Matt comenta.
- Bom - Jeremy se vira pegando a mão de Sophie novamente, a olhando intensamente - Todo mundo aqui já sabe, mas eu sou apaixonado por você já faz muito tempo. Eu sofri muito por você, fui um tremendo idiota por um tempo, mas agora finalmente consigo dizer claramente o que eu sinto. Sophie Blanc, quer ser oficialmente a minha namorada?
- Ai meu Deus - Caroline grita pulando de felicidade junto com Kurt.
- É tudo o que eu mais quero - Sophie sorri e eles se beijam apaixonadamente.
- Graças a Deus, o drama acabou - Santana comenta rindo.
- Sant - Britt a repreende rindo.
- Gente - Matt aponta para a janela - Começou a chover, teve desequilíbrio ambiental.
- Cala a sua boca - Jeremy ri. A chuva começa a aumentar com muita intensidade, alagando a rua em frente.
- Cacete - Quinn ri - Entrou água aqui tudo. Damon corre para fechar as janelas da sala. Caroline vai até a cozinha junto com Stefan.
- Oi - ela diz.
- Oi.
- Stef.
- Fale.
- Você e a Quinn ainda têm alguma coisa? - Caroline pergunta - Você disse que estavam juntos.
- Não - ele responde - Não deu em nada, então ficou por isso mesmo.
- Ah sim.
- Por que?
- Nada, só curiosidade.
- Ciúmes?
- Ah claro - Caroline ri - Me poupe, está se achando demais.
- Vamos voltar já fechei tudo aqui - Stefan ri e eles voltam.
- Hmm - Matt ri e Caroline o empurra no sofá.
- Vamos fazer o que? - Sam pergunta.
- Brincar de barbie - Rebekah diz.
- Não, vamos brincar de ache o unicórnio - Britt diz.
- Eu hein - Lola diz. A porta da sala se abre e Lily Salvatore entra em casa.
- Que chuva - ela comenta deixando o guarda-chuva na porta.
- Oi mãe - Stefan a cumprimenta.
- Oi, quer ajuda? - Damon vai até ela.
- Não será necessário - ela sorri - O que vocês estão fazendo?
- Vamos ver um filme agora.
- Ok, vou descansar um pouco - ela sorri e se retira entrando no quarto.
- Agora é a hora que a gente faz orgia? - Kol pergunta.
- Oba - Matt ri.-
- É sim, você fica na frente - Lola diz para Kol.
- Só pensam nessas coisas - Sophie revira os olhos.
- Fodeu - Kol aponta para a janela.
- Que é? - Santana pergunta irritada com ele.
- Um furacão.
- É uma nuvem idiota - Santana revira os olhos - Deixa de ser burro.
- É dos fortes, vai se aproximar, vamos morrer - ele começa a sacudir Santana e ela dá um tapa nele.
- Você é rídiculo - Santana ri - Pelo amor de Díos.
- Só está anoitecendo, seu pertubado - Quinn diz. Nesse momento as luzes acabam, acontecendo uma queda de energia.
- Não, eu tenho medo do escuro - Rebekah grita. Matt a abraça involuntariamente.
- Tudo culpa do Jeremy - Matt grita.
- Cala a sua boca - Jeremy grita.
- Meninos, vocês estão bem? - Lily surge ali pegando uma vela.
- Eu vou morrer - Rebekah grita.
- Para - Matt a aperta com força.
- Ai merda, meu irmão estava com Bonnie na rua - Lola se preocupa.
- Vem aqui - Matt estende o braço e Lola o abraça junto com Rebekah. Não demora muito para as luzes voltarem - Viu, já passou.
- Vou pegar alguma coisa para vocês comerem - Lily diz entrando na cozinha.
- Sim - Rebekah grita animada.
- Só pensa em comer - Katherine diz.
- Me deixa - ela ri. Logo as pizzas são servidas na sala, todos começam a comer.
- Como cabe tanta coisa em seu estômago? - Matt pergunta para Rebekah que já havia comido cinco pedaços.
- Idiota - Lola dá uma cotovelada nele.
- Sua agressiva.
- Meu cu.
- Shh, mamãe está ali na mesa - Stefan ri.
- Na última semana de férias vou viajar, depois do ano novo - Katherine diz de repente.
- Por que não falou nada antes? - Jeremy pergunta.
- Porque só decidi agora.
- Bex - Katherine sussurra até ela.
- Eu.
- Quer ir comigo?
- Eu quero - Rebekah ri - Por que está me chamando?
- Você disse que queria renovar suas roupas, Sophie vai estar muito ocupada namorando meu irmão. Caroline é preguiçosa e Kurt vai querer ficar aqui com Blaine.
- Eu topo.
- Está tudo alagado na rua - Blaine diz olhando a janela.
- Vamos ter que dormir, aqui - Quinn diz.
- Que folga - Damon ri.
- Eu já ia mesmo - Elena diz sem querer.
- Oi? - Caroline pergunta.
- Eu estou brincando - Ela ri sem graça. Mas deixando todos ali desconfiados de alguma coisa.
- Cheguei - Eric entra com Bonnie, os dois ensopados de chuva.
- Meu Deus, finalmente - Lola vai até ele nervosa - Vou ligar para a vovó, ver se ela está bem.
- Ok - Eric diz. Lola disca o número e é atendido.
- Oi - era Josefino, noivo de sua avó. Lola revira os olhos e desliga.
- Ela morreu? - Eric se desespera.
- Não sei.
- Porra - Eric liga novamente para Bina e Josefino atende - Passa para a minha avó.
- Oi amore - Bina atende.
- Você está bem? - Eric pergunta.
- Estou sim e vocês?
- Sim, a gente vai dormir nos Salvatore - Eric diz.
- Oba.
- Hã?
- Nada, vou desligar aqui, beijos querido - ela desliga o celular.
- Ah, se foder também - Eric fica irritado.
- Que foi? - Lola pergunta.
- Ela está nem ai para a gente, velha abusada.
- Não me diga.
- Tomara que o Josefino seja gay, que eu poderei ter chance também - Eric diz - Ai ela perde ele.
- Tomara que ele seja sugado pelo universo - Lola diz.
- Lola, olha as notificações desse blog aqui - Kurt manda para ela o link. Ela abre e lê o título “Casamento de Bina Foster e Josefino Diaz amanhã as 20h”
- Que caralho - Lola bufa - Eu não vou nessa merda, nem fodendo.
- Vamos - Eric pula animado.
- Eu quero ir, tem comida - Rebekah ri.
- Então vai, não é problema meu - Lola revira os olhos.
- Quer comer - Rebekah diz.
- De novo? - Sam pergunta.
- Não, amanhã no casamento.
- Eu não vou - Lola se senta irritada.
- Eu vou - Kol diz.
- Vai, problema seu - Lola diz.
- Eu vou - todos dizem, menos Lola.
- Vão ué - Lola cruza os braços.
- Você pode destruir o casamento - Santana ri.
- Não estou a fim.
- Vai, seja a rainha - Matt ri.
- Não, isso é papel da Sophie.
- Eu sei - Sophie ri.
- Taca fogo lá - Kol ri.
- Eu vou tacar fogo em você, já disse que eu não vou - ela o empurra.
- Taca mesmo, já estou pegando fogo só de te olhar.
- Eu hein - Bonnie diz se sentando no colo de Eric. Sophie vai se sentar na cadeira, mas Matt puxa antes sem perceber e ela acaba caindo diretamente no chão.
- Ai - ela coloca a mão na bunda.
- Está bem? - Jeremy vai até ela tentando segurar a risada.
- Eu vou te bater - ele começa a rir. Sophie se levanta dando um tapa nele.
- Ai meu amor - Jeremy ri segurando seu braço.
- Idiota - ela bufa. Ele lhe dá um rápido selinho.
- Que raridade, nunca pensei que ia ser tão rápido - Stefan comenta.
- Para de falar igual um retardado - Damon ri.
- Damon - Lily passa ali o repreendendo.
- O que?
- Pede desculpas pro seu irmão.
- Bem feito - Stefan ri.
- Mas eu não fiz nada.
- Vai, se não escondo o seu video game.
- Aff - Damon bufa - Desculpa, Stefan.
- Aceitado - Stefan ri.
- Fofinhos - Caroline diz.
- Meu cu está doendo - Kol comenta.
- De tanto dar pro Jeremy - Lola comenta.
- Para mim nada - Jeremy ri.
- Lola, eu quero a Katherine agora, acabamos por aqui - Rebekah ri.
- Tudo bem, tenho a Santana mesmo.
- Opa - Santana ri.
- E a Britt vai deixar?
- Por favor, vamo ser um trisal - Britt ri abraçando as duas.
- Achei que estava comigo, Lola - Sophie ri.
- Ei - Caroline ri - Achei que o Jeremy era apenas disfarce para o nosso amor.
- Mas é - Sophie ri. Após alguns longos minutos, Rebekah pega manteiga de amendoim na sua bolsa para comer.
- Do nada - Sam ri.
- Estou com fome.
- Novidade - Kol diz.
- Quer? - ela oferece de forma educada.
- Não.
- Melhor para mim - ela come.
- Ai Deus - Kurt pula de repente no sofá.
- Que foi? - Blaine pergunta preocupado.
- Tem uma aranha ali - Kurt fala assustado.
- Porra não - Kol começa a correr desesperado de um lado para o outro.
- Ah eh - Rebekah ri - Kol tem fobia de aranha.
- Como eu não sabia disso? - Lola pergunta rindo.
- Ela é bonitinha - Matt pega ela na mão.
- Joga ela longe daqui - Caroline pula no sofá ao lado de Kurt.
- Não, sua má - Matt diz - Ela é fofinha.
- Enfia ela no cu, então - Santana diz.
- Vocês param - Matt bufa - Nem é da espécie venenosa, que mal ela fez para vocês?
- Menino estranho - Elena comenta.
- Kolzinho, olha que bonitinha - Matt se aproxima dele apontando para a aranha em sua mão.
- Sai, filho da puta - Kol grita desesperado agarrado na cortina e dá um tapa na mão de Matt, fazendo a aranha voar longe em cima de Sophie.
- NÃO! - Sophie se debate desesperada. Jeremy pega a aranha para tirar.
- Me dá a Kolzete - Matt avança para cima de Jeremy, que joga a aranha pela janela - Kolzete, não.
- Kolzete é o seu cu - Kol bufa.
- Acho que ela ficou agarrada na janela - Quinn aponta para a cortina.
- Porra, esse capeta não morreu? - Kol corre para em cima da cadeira. Bonnie avança para sacudir a cortina, Matt a empurra pegando a aranha novamente em sua mão.
- Deixa ela em paz - Matt diz.
- Seu esquisito - Bonnie diz - Toma vergonha na cara.
- Que lindo você a protegendo - Rebekah sorri para Matt - Eu amo aranhas também.
- Você não odiava? - Katherine pergunta.
- Osh, é o Kol - Rebekah ri - Olha ele se cagando de medo. Eu acho aranhas lindas.
- Eu hein - Quinn diz. Nisso aparece outra de tamanho menor no ombro de Kol, Lola retira disfarçadamente, mas Rebekah acaba vendo.
- Eba - Rebekah a pega - Vou chamar essa de Stefana.
- Me deixa fora disso - Stefan diz - Estou quieto na minha.
- Eu acho que é macho, então vai ser só Stefan - Rebekah olha a aranha - Vamos fazer as duas procriarem e botarem vários ovinhos.
- Por que tão estranhos? - Santana comenta julgando-os.
- Cada um com seus gostos - Britt ri.
- Vou guardar elas - Matt guarda as aranhas numa caixinha de papelão dentro da sua bolsa. Ele olha para Rebekah e acaba lhe dando um rápido e involuntário selinho.
- Unidos por aranhas estranhas, dá até um nome de filme - Damon ri.
- Se é assim, posso adotar um rato - Kol sai de cima da cadeira.
- Vou adotar uma cadela e chamar ela de Quinn - Santana diz.
- Ei - Quinn diz.
- Eu que vou - Lola ri. Quinn revira os olhos - Mal tenho condição de cuidar de mim, imagina de um cachorro.
- Ih, fodeu - Kol coloca a mão na testa.
- O que?
- Eu estava pensando em adotar um para dar de presente para você, sei que sempre quis um cachorro.
- Sério? - Lola sorri - Mas você vai ter que me ajudar.
- Ok - Kol ri. A campainha toca, Lily corre para abrir e está Lucy Blanc, carregando uma casinha.
- Ia vir passar para visitar a Lily e fui buscar sua gata no veterinário - ela vai até Sophie.
- Meu neném - Sophie abre a casinha e pega a gatinha em seu colo. Lucy entra nos aposentos com Lily - Olha agora você ganhou um pai - Sophie ri apontando para Jeremy.
- Jeremy é pai? - Kol ri.
- Da gata, não me diga - Caroline diz.
- Mas como nasceu um animal dos dois? - Kol pergunta.
- Ah não - Katherine ri.
- Vou te bater, falando sério - Santana diz.
- Mas? Eu não entendi.
- Se fode - Caroline ri.
- Por isso eu sou burro, ninguém me explica nada - Kol fica frustrado.
- Eles não são pais de verdade dela idiota - Lola diz.
- A Sophie disse que é.
- Porra - Lola bufa irritada.
- Kol, ela é adotada - Elena diz.
- Ah, entendi.
- Amém - Bonnie ri. Após alguns minutos, Stefan coloca um filme de terror qualquer na televisão. Sophie deixa sua gata sair andando pelo chão, ao esbarrar em Kol, a gata começa a assoprar irritada.
- Que? - Kol pergunta assustado - Estou com medo.
- Ah pronto - Sophie ri - A gata pula em cima dele, fazendo Kol pular.
- Tira ela daqui - Kol se agarra no sofá.
- Ele te assustou bebê - Sophie vai até a gata fazendo carinho em seu pescoço.
- Claro que ela ia se assustar, Kol com essa cara de quem foi sugado a alma parecendo um dementador ia assustar qualquer um - Santana comenta.
- Você para de implicar comigo.
- Não, gracias.
- Ela é um amorzinho - Kurt pega a gata, que havia ido em sua direção.
- Por que ela não gosta de mim? - Kol pergunta - Sem responder, Satanás.
- Não chama ela assim - Britt joga uma almofada nele.
- QUE SUSTO - Caroline grita olhando para o filme - Um zumbi.
- Não me diga - Stefan ri.
- Parece com você - Caroline ri - Cara de morto.
- Coitado do zumbi - Matt diz.
- Muito engraçado - Stefan força uma risada.
- Vocês calem a boca todo mundo - Quinn grita.
- Não se estresse - Sam ri.
- Que filme chato - Sophie sussurra deitado a cabeça no ombro de Jeremy.
- Concordo - Eric diz e pega o controle para mudar de canal - Olha Tarzan.
- Tira disso - Matt ri. Eric muda o canal novamente e para em um filme pornô sem querer.
- O que é isso? - Lily surge atrás de repente. Damon desliga rapidamente a televisão.
- Foi o Damon - Rebekah grita.
- Que? - Damon a olha assustado.
- Qual a sua explicação, Damon? - Lily cruza os braços o olhando seriamente.
- É - Stefan ri.
- Não fiz nada - Damon responde - Estávamos mudando de canal e caiu ali sem querer, é verdade.
- Espero que não esteja mentindo - Lily diz se virando para de despedir de Lucy.
- Sophie, você vem?
- Vou dormir aqui - ela responde - Nos vemos amanhã.
- Ok - elas se despedem.
- Já está tarde, estou com sono - Elena diz e involuntariamente deita em cima de Damon.
- Hm - Katherine sussurra - Muito suspeito.
- Os dois estão exalando sexo - Santana comenta com Katherine rindo.
- Ah é - Sam abre o celular - Ganhei uma promoção de férias, uma excursão para a casa mal abandonada mais visitada da região, na estrada indo para os Hamptons, nos inscrevi junto.
- Eu não vou - Sophie diz.
- Muito menos eu - Jeremy complementa.
- Também não - Elena diz.
- Lá tem aranha? - Kol pergunta.
- Tem - Brittany responde.
- Não vou, então.
- Ninguém vai - Caroline diz.
- Quem vai comigo? - Sam pergunta. Quinn, Lola, Damon, Stefan, Eric, Katherine, Rebekah, Bonnie, Santana, Brittany e Matt levantam a mão. Blaine ia levantar, mas Kurt o olha e ele abaixa rapidamente.
- Então vão, ué - Elena diz dando de ombros.
- Tá, eu vou - Kol acaba cedendo.
- Ok, também - Jeremy diz.
- Você tem medo de fantasma, burro - Katherine ri.
- Tenho que vencer os medos.
- Isso nem existe - Santana diz.
- Vai comigo - Kol implora para Lola - Te compro uma fábrica da paçoca.
- Não - Lola ri.
- Por favor.
- Ai, eu vou seu enjoado - Lola ri.
- E vocês? - Matt pergunta.
- Não - Elena responde.
- Só vou ser Kurt e Caroline forem - Sophie responde.
- Vamos - Blaine olha para Kurt - Não vai dar nada.
- Ah que saco, então tá - Caroline bufa.
- Ok - Kurt revira os olhos e Blaine ri.
- Merda, vou ter que ir - Sophie diz.
- Mas eu não quero morrer - Elena responde.
- Você não vai morrer - Damon ri.
- Eu vou, porra - Elena se dá por vencida.
- Amém - Damon diz.
- Eu vou dar um tapa na sua cara - Elena ri.
- Agora eu estou ansiosa para ir - Rebekah diz sorrindo - Quando é?
- Depois de amanhã - Sam responde.
- Tomara que seja amaldiçoada - Kol ri.
- Idiota - Rebekah dá um tapão nele.
- Ok, vamos dormir, quero sonhar com meus amiguinhos unicórnios, não com a cara de vocês - Britt diz se deitando de conchinha com Santana. Quinn recebe uma ligação e vai no canto atender demorando alguns minutos para retornar. Sam percebendo que ela estava demorando, se preocupa indo até ela. Quinn estava agoniada parada em um canto.
- Quinn? - Sam pergunta preocupado.
- Oi - Quinn o olha.
- Aconteceu alguma coisa? - Sam pergunta preocupado.
- Recebi uma ligação, da minha mãe - Quinn responde - Ela quer me encontrar.
- Você vai?
- Não sei se devo - Quinn abaixa a cabeça - Por mais que eu tenha ficado magoada, eu acho que devo dar um chance para ela.
- Faça o que achar, melhor ok? - Sam sorri fraco.
- Agora eu vou dormir e relaxar um pouco - Quinn suspira.
- Vem, vamos descansar - Sam acaba a pegando pela mão e os dois se posicionam indo dormir junto com os outros. Quinn aperta seu cobertor com força pensando em sua mãe, temendo para onde aquela conversa iria.
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01 de março de 2013
Por Marjorie
— Marjorie a gente precisa conversar – Com um suspiro pesado ele quebra o silêncio a meia hora instaurado entre nós. Thiago me arrastou até aqui, trancou a porta e agora estávamos desviando olhares um para outro porque eu me recusei a abrir a boca. Quando penso na maneira autoritária como ele puxou meu braço e me guiou até o camarim, me obrigando a compartilhar o mesmo espaço que ele e ao mesmo tempo me acusando de estar sendo infantil por evitá-lo mais de uma vez no dia, quando a única coisa que ele queria era resolver a nossa situação como adultos, fez com que as coisas só piorassem. — Nós não vamos sair dessa sala até termos uma conversa, por favor, Marjorie não me deixa falando sozinho como se eu fosse um completo idiota, diz alguma coisa, Marjorie.... Marjorie a gente precisa conversar.
— Precisa? – Viro o rosto na sua direção, sem fazer contato visual. Olhar para ele me impediria de mantermos uma conversa minimante civilizada.
— A gente tem que conversar, eu... eu sinto muito pelo que aconteceu... eu...
— Não sinta! – o corto com rispidez. Ele dá um passo a frente buscando por contato físico. O qual eu ansiava desde que entrei pela porta. Droga! Sinto que posso quebrar em mil pedaços se ele tocar um só dedo em minha pele, mas ele não se atreve, porque de algum modo ele sabe que não vai adiantar, não agora.
— Marjorie, eu não quis dizer aquilo daquela forma... Eu...
— Eu já entendi, Thiago, já entendi que você está confuso com tudo, que não tem certeza dos seus sentimentos, que não sabe o que quer. Tá tudo bem – Na verdade, não estava, mas voltar ao assunto daquela noite em que fomos flagrados juntos por um paparazzo, e sua reação diante do ocorrido me fez perceber o quanto Thiago era vulnerável e inconsequente quando o que estava em jogo era a sua reputação e credibilidade familiar, não estava nos meus planos.
— Não, não está tudo bem! – Sua voz é impetuosa e me atinge em cheio. Noto que estamos mais próximos do que antes. Enquanto eu falava devo ter andando inconscientemente em sua direção. Posso sentir sua respiração ofegar contra a minha boca e preciso de um esforço sobre humano para desviar da sua presença.
— Não! Não está, mas vai ficar quando tudo isso acabar. Tudo acaba bem, não é o que dizem? – Pisco nervosamente. Encará-lo não é tarefa fácil. — Então.... Quando tudo isso acabar, os próximos trabalhos virão e você sequer vai lembrar desde trabalho e de tudo o que aconteceu. Você vai seguir sua vida, com a sua mulher, seus filhos e eu vou seguir a minha, é assim que tem que ser. É assim que vai ser.
— Não é assim, você sabe... – Ele luta contra ele mesmo desesperadamente buscando lógica em seu raciocínio. — Sabe que tudo o que aconteceu foi sincero e verdadeiro. Todos os nossos beijos
— Que beijo? O que você fez questão de estragar, ontem à noite?
— Esse e os outros que se sucederam em cena e fora dela também e não venha você quer me dizer que não, porque eu sei e você também sabe que eles existiram e foram sinceros.
— Foram? Será que foram mesmo ou tudo não passou de uma fantasia da nossa cabeça alimentada pela história dos nossos personagens. Tudo não passou de jogo cênico e a gente se deixou envolver pelos sentimentos e emoções dos personagens. Nunca existiu beijo algum entre nós. – Perco o ar, não consigo respirar. Nunca existiu beijo algum entre nós. Mentira... Mentira. Como consegui dizer tamanho absurdo. Minhas palavras se repetem em minha mente enquanto percebo o quanto o magoei.
— Você sabe que isso não é verdade, os nossos beijos... a gente... A gente existiu - Seus olhos miram os meus cheios de pesar e sofrimento. Ele parou de lutar contra si mesmo, deixando os dedos escorregarem na minha face. Doeu vê-lo tão destruído e iria doer mais considerando as próximas palavras que me rodavam. Fecho os olhos por um instante, levada a sentir seu toque um pouco mais antes de destruir tudo. Suspiro, talvez essa fosse nossa despedida.
— Laura e Edgar existem, existiram. – Abro meus olhos e lentamente encaro o verde fosco dos seus olhos. — A gente? Eu não sei, nunca soube, Thiago, e acho que nunca vou saber por que essa é só mais uma das tantas perguntas sem resposta. - Sua mão abruptamente saiu do meu rosto. Eu dou as costas a ele, abro a porta e o deixo sozinho.
Ele não me impediu de seguir o meu caminho. Nem por um momento Thiago tentou, pelo contrário sua reação foi de extrema frieza e profissionalismo. Talvez nem isso. Ele permaneceu imóvel, completamente absorto pelas palavras duras que disse a ele.
Em nenhum momento eu quis o ferir ou magoar, porque magoa-lo, significa antes de tudo, me magoar. Mas é mais fácil assim. É mais fácil evitar do que enfrentar. É mais fácil fugir do que ficar e encarar.
Eu estava fazendo o trabalho duro por ele, no fundo estava nos poupando da dor e do sofrimento de termos que encarar a realidade dos fatos e isso não torna a despedida algo mais fácil de digerir, muito pelo contrário.
É insuportável ver todos os rostos felizes em minha volta. Todos comemorando o término de um trabalho e eu aqui querendo morrer pelo mesmo motivo. A cada cena gravada a sensação de despedida aumentava dentro de mim e junto com ela a certeza de que tudo tem um fim. Tudo acaba.
Foram longos meses de convivência. Eu tenho medo de perder o contato com essas pessoas. Tenho medo de perder essas pessoas que eu ganhei.
Tenho medo de perdê-lo. Não quero pensar o quanto essa possibilidade me amedronta, me apavora e paralisa. Não quero pensar que apesar de tudo o que tivemos, ele escolha estar com ela. Bom, eu praticamente acabei de empurra-lo para Mariana agora.
Eu não posso culpá-lo por isso, posso? Não posso culpá-lo pela loucura de quase matar um paparazzo para manter a sua integridade, posso?
Nós fomos um erro desde o começo. Nunca deveria ter existido nada entre nós. Eu nunca deveria ter alimentado essa chama e me deixar queimar pelo seu amor.
— Marjorie, o que houve? – evito olhar para Camila. — Você está bem? – ela insiste, me segurando pelo antebraço. — É claro que não está, você está chorando – observa erguendo o meu rosto, os dedos correm para minha face, limpando as lágrimas. — Amiga... você e Thiago – ela hesita sem saber se deve continuar a me questionar ou cessar as suas perguntas.
— Não quero falar sobre isso, não... - Suspiro, finalmente juntando as palavras. — Não agora.
— Tudo bem, você sabe que pode falar comigo quando quiser. Eu estou aqui por você, certo?
— Certo. – Forço um meio sorriso, ela não pararia até ver o resquício de um em meu rosto. — Nós temos trabalho a fazer.
— Tem razão. Você está certa. Temos um grande trabalho a fazer – comemora com empolgação. — Temos um grande trabalho para concluir, na verdade. Dá para acreditar que estamos concluindo as gravações hoje? Para mim é como se estivéssemos começando ontem. Lembra, nós duas sentadas em um banco de igreja vestidas de noiva.
— Você ainda está vestida de noiva. Isabel finalmente vai se casar com o seu Zé.
— É... para você ver tudo termina onde começou. A vida é feita de ciclos, minha amiga, precisamos concluir algumas histórias para dar espaço e vida para que novas ocorram.
— Humm... eu não estou pronta para isso, não como você está, Camila. Não estou pronta para abandonar Laura, não mesmo. Acho que preciso da minha última cena como Laura, nós podemos?
— Vocês devem – Denis nos interrompe pela sala de edição. — Mantenham essa emoção, por favor. Está ótima para o clima da cena, Ok? Certo... Marjorie, Camila podemos começar gravando em 3... 2
— Ah, como é que você me escapa justo na hora dos cumprimentos? – Camila cumpre o curto trajeto até onde eu estou, sentando-se ao meu lado no banco simples de madeira.
— Ah não, eu queria um minutinho de silêncio. – Sorrio timidamente, deixando meu olhar vagar pelo cenário enquanto a mente viajava para minha primeira cena ao lado de Camila. — Lembra daquele dia na igreja?
— Seis anos, enfim eu me casei com meu Zé, oh! – Ela exibe a aliança recém posta no dedo, eu rio com franca admiração.
— E eu? – prossigo com o meu discurso, brincado com as diversas etapas de Laura. — Casei, divorciei, reconciliei, separei enfim revoguei o divórcio.
— E então casou de novo – diz Camila, caindo na risada.
— É... – Concordo com sorriso, o desmanchando logo em seguida. — Nossa, eu tinha tantas duvidas
— E eu tinha tantas certezas – completa ela com sorriso amplo no rosto e um olhar emocionado.
— Mas o tempo me mostrou que o casamento vale a pena quando o marido... – Automaticamente penso no Thiago. Minha mente vaga outra vez, perdida entre inúmeras cenas que tive o prazer, a honra e o privilégio de jogar com ele. — Ah... quando o marido é o Edgar.
— Ah eu posso dizer o mesmo do meu Zé, mas, nossa, foram tantos encontros e desencontros.
— É... – Volto minha atenção para ela, quando meus olhos encontraram os seus, percebo o quão afetuosos e sinceros eles podem ser. Eu tinha de verdade estabelecido um vínculo genuíno de amizade, apesar de toda a correria do dia a dia, Camila estava lá por mim quando eu precisava. Isso definitivamente é raro de se encontrar. — Até a gente se desencontrou e encontrou – concluo, sem evitar a voz embargada.
— É verdade, mas a gente não se larga mais, não – Seus braços me apertaram com força, repleto de carinho, eu fui incapaz de me soltar do seu abraço.
— Não... não.
— Humm... - o que se seguiu foram múrmuros comprovando o nosso sincero desejo de nos manter unidas. — Não... não.
— Muito bom... Meninas, a emoção não podia ser melhor. A cena final ficará excelente, mas precisamos concluir a cena, certo? Marjorie, a partir da sua última fala, ok? – Eu então sigo o combinado e digo minhas últimas palavras como Laura.
— Aquele dia de tantas dúvidas, minha única certeza era que eu tinha encontrado uma amiga de verdade.
— Eu também. Eu dormi pensando que tinha perdido o Zé, mas eu estava certa que tinha encontrado você.
— E corta... – Dennis comemora depois de deixar a câmera viajar, distanciando-a lentamente dos nossos rostos. — Parabéns pessoal, ótimo trabalho.
A cena final é gravada com todo elenco e equipe de gravação, e assim que foi possível eu escapei. Deixei o local de gravação antes que qualquer um dê-se por minha falta. Eu definitivamente não queria prolongar a minha despedida.
Não queria aquela longa e exaustiva sessão de abraços e palavras de felicidade misturas a sensação de luto e perda.
E apear de ter dito a Camila que ficaria para a comemoração que o pessoal estava programando para o fim da tarde, meu destino em mente era um só: Ir para casa.
~*~
Por Thiago
— Hey André, preciso agradecer você, você sabe, não sabe?
— Sei? - Ele me olha com o olhar confuso, quase perdido como quem busca por um explicação razoável para o meu comportamento maluco, em abraçá-lo de forma contagiante.
— Sabe, o favor que você fez a Marjorie aquele dia. Você é o melhor! – Dou um tapa de camaradagem em seu ombro, fazendo-o estreitar o olhar em minha direção.
— Hã, eu sou?
— É mesmo, é uns dos melhores, senão o melhor diretor que já conhecemos, mas não conte aos outros, principalmente ao Dennis, que eu lhe disse isso.
— Certo Thiago, eu vou acreditar. – André se afasta do meu abraço e sorri com cara de poucos amigos. Talvez eu não devesse o agradecer, não naquele momento. Ah... Dane-se, pouco importa o que ele pensa ou o quão desconfortável ele está no momento, sigo-o elogiando efusivamente.
— Mas é a mais pura verdade, espera a Marjorie chegar, ela vai confirmar o que eu estou dizendo. – Bom, era o que eu esperava que ela fizesse. Afinal, o nosso momento foi... Foi tão... Ah eu sequer encontro palavras para descrevê-lo. Foi tão importante para mim... Pensar nela em meus braços me faz sorrir e até mesmo esquecer que discutimos a pouco. — Você viu a Marjorie? – André responde com um aceno negativo de cabeça, fazendo a preocupação dentro de mim aumentar. Depois de algum tempo procurando-a, buscando encontrá-la em meu campo de visão, desisto, me obrigando a insistir na pergunta.
— Ela deve estar concluindo a cena final com a Camila – O diretor acrescenta depois de notar a minha preocupação. — Daqui a pouco ela aparece, Thiago, não se preocupe.
Não deveria me sentir assim, ela foi rude comigo, suas palavras ainda me machucavam, a forma como concluímos as nossas gravações não lembra em nada o que fomos durante o processo desse trabalho.
Não era a minha Marjorie. Agir com frieza e pouco interesse diante de seu personagem, diante das câmeras e de um gravando contundente do diretor. Não consigo acreditar que nossa última cena tenha sido tão fria e distante, é como se não existíssemos de fato, como se toda a nossa cumplicidade fosse de repente jogada ralo a baixo.
Minha mente vaga entre lembranças da nossa última cena, do seu beijo protocolar, falas bem pontuadas e nossa discussão enquanto meus olhos teimam em buscar seu minúsculo corpo em meio à multidão de contrarregras, produtores, câmeras, figurinistas, atores e diretores. Ela não está aqui.
— Camila... Hey Camila, A Marjorie, você a viu? – trocamos olhares antes dela conseguir chegar até mim.
— Bom... ela deveria estar aqui, ela me disse que encontraria você.
— Então, onde ela está?
— Não sei, Thiago, Marjorie não é dada a multidões e confraternizações, esse tipo de coisa, você sabe. – Ela me dá um sorriso forçado antes de ser encurralada pelo repórter do site da novela.
Uma concessão de entrevistas é realizada e eu fujo, ou pelo menos tento, me esquivar de todas elas o mais rápido possível. Os fotógrafos que cobrem o evento solicitam que o maior números de atores se reúnam para uma foto final, é quase como se repetíssemos a última tomada de cena que fizemos a recém.
~*~
Quando enfim consigo ter acesso aos camarins masculinos, tomo uma ducha rápida, visto minhas roupas habituais, sabendo que não usarei mais os ternos de Edgar Vieira. Era estranho como cada parte do meu dia fazia com que eu me lembrasse que se tratava de uma despedida silenciosa do personagem.
Arrancar Edgar de dentro de mim, não será fácil.
Depois de checar se não havia esquecido de nada, pego as chaves do carro, minha pasta e fones de ouvido, plugo-os automaticamente no celular, batendo a porta atrás de mim ao sair.
Por algum motivo irracional, ainda busco por Marjorie no camarim em que compartilhamos nosso primeiro beijo, a sala em que descobri que não saberia viver sem ela, a sala em que soube que estava a cada dia lentamente me apaixonando por ela.
Sem sucesso, busco nos camarins coletivos, também não a encontro. Minha última tentativa de encontrá-la está no estacionamento. Rumo para lá, sem muitas expectativas, Marjorie era mestre em se esconder quando não queria ser encontrada.
Talvez ela já esteja em casa a muito tempo e eu estou aqui feito idiota, apenas perdendo o meu tempo porque sinto uma necessidade insana de vê-la.
— Thiago, por favor, espera! – Paro, girando os calcanhares para encará-lo. Noto o olhar preocupado.
— O que foi? – assinto, removendo os fones de ouvido. — Eu esqueci algo, porque essa cara, André, alguma cena não ficou boa, é isso, vou ter que regravar, se for, por favor me diz que é com a Marjorie.
— É com a Marjorie...
— A CENA!? – Arqueio as sobrancelhas, surpreso. Não pode ser verdade
— Não, a cena... o problema. - Ele diz em um sopro, a voz afoita. — Eu preciso que você venha comigo discretamente, e eu explico no caminho.
— Ir com você? Discretamente, André, você está me deixando preocupado.
— Thiago, eu sei, vai parecer estranho o que eu vou dizer, mas...
— Mas o que, fala... – Ando a passos largos ao seu lado, enquanto ele me explica o que está acontecendo.
— Encontrei isso jogado perto de onde meu carro está estacionado.
— Um celular? – Um celular destruído. Franzo o cenho com o estado do aparelho. Eu o reconheço. Reconheceria um pertence de Marjorie de todo o modo.
— É o celular da Marjorie, eu já chequei, a última ligação foi para você – capto a última informação dada por André e meu coração aperta.
— E por que o celular dela está completamente destruído? - Acabo formulando uma pergunta óbvia. Porque havia acontecido algo com ela. Algo grave, de muito grave.
— É aí que entra a parte estranha, a pessoa que está com ela no carro mandou ela fazer isso.
— Certamente para que ela não pudesse se comunicar com mais ninguém.
— Ou mais exatamente com você. – Droga, isso não pode estar acontecendo. Não, não pode.
— Como é que é, eu não estou entendendo. – Eu desconverso perplexo, buscando forças para seguir andando em direção ao estacionamento.
— Mas você vai, assim que ver a pessoa, você vai reconhecer. O carro ainda está parado no estacionamento. Nós só precisamos ir. – Eu peço para Deus que não seja verdade o que eu estou imaginado. Mariana não pode estar envolvida nisso. Deus queira que não.
— Ótimo, então vamos - Reunindo minhas forças, ordeno para prosseguirmos. —, o que estamos esperando, o que-
— Thiago, olha...
— Mariana?! É A MARINA!?
Meus olhos recaem sobre a tela quebrada do celular, o aplicativo de mensagem está aberto. Leio as mensagens de Marjorie.
*EU ESTOU COM MEDO, THIAGO*
*EU TENHO MEDO DE PERDER VOCÊ*
Não penso no que estou fazendo. Não tenho nenhum plano em mente para evitar que o pior aconteça, para evitar que a Mariana cometa uma loucura e estregue nossas vidas.
— Você não me conhece, meu amor, não sabe do que eu sou capaz por amor a você. Eu sumo no mundo. Você nunca mais vai ver seus filhos, faço eles te odiarem, esquecerem que você existe. Isso é só o começo, eu posso fazer pior, posso pôr a vida da Marjorie em risco. Eu já a ameacei uma vez. Ela não te contou? Acho que ela não levou muito a sério a minha conversa, mas não custa nada mandar mais um recadinho para ela.
— Você está louca, completamente fora do seu juízo.
— Você quer ficar com Marjorie, não quer? Fica e vamos ver o que acontece com as pessoas que você mais ama.
Ciente das ameaças que Marina fez a Marjorie, corro em direção ao carro enquanto meu coração salta do peito.
~*~
Por Marjorie
Eu sinto medo. A adrenalina percorre o meu corpo. O vento bate em meu rosto. Olho para baixo, vejo pequenas luzes, do que são casas – tão minúsculas aos meus olhos. Pessoas convivem normalmente, seguem suas rotinas corriqueiras, com os mesmos velhos hábitos de sempre.
O quão frágil a vida pode ser? Em um dia comum você levanta, escolhe o que vai vestir, toma o seu café da manhã, se alimenta mal ou às vez mal come, sai de casa e volta tarde da noite provavelmente exausta, mas você está em casa e isso, apenas isso, te faz feliz ou ao menos deveria.
Minhas pernas tremem, fazendo com que eu perca o pouco equilíbrio que tinha, os pés vacilam um pouco, quero me afastar do parapeito do prédio abandonado, mas uma mão me impede enquanto fala. Eu resolvi ignorá-la. Suas palavras são como sussurros para mim.
Ela está nitidamente louca e perturbada, de cada vinte palavras, dez são sobre como eu não vou sair daqui viva. As outras dez, desrespeito ao Thiago e ao fato de que ele não me ama. O que eu espero não ser verdade.
É desesperador. Me abraço, encolhendo os ombros para diminuir a sensação de frio. O medo nos faz sentir tanto frio? Não me lembro da previsão do tempo para hoje. Por que eu estou pensando na qualidade do tempo? Quando estou prestes a ter meu corpo arremessado para baixo desses andaimes?
Faço sinal a ela, indicando que quero me sentar, ela não deixa. Eu imploro. Ela cede. A sensação é ainda pior. Minhas pernas estão dependuradas para o nada. Tento controlar minha vontade de chorar. Não posso e não quero demostrar fraqueza ou que estou com medo – quando na realidade estou sucumbindo a ele.
Conversar com ela, eu deveria tentar conversar com Mariana, quem sabe chegar a um acordo. Qualquer um... Duvido que algum desses acordos vá me agradar, mas o que me importa? O que eu quero agora é sair daqui. Sair viva.
Fechos os olhos, suspiro lentamente para controlar minhas emoções. Costumo fazer isso antes de iniciar um show ou entrar no palco de teatro, ajuda a relaxar e centrar as energias em torno do personagem. Marjorie, isto é um personagem, trabalho minha mente ao meu favor.
Os murmúrios cessam, por um segundo obtenho paz. Mariana enfim concluiu o seu discurso. Se ela soubesse que não ouvi metade do que ela disse.
— Então você está esperando o quê para se jogar?
— Espera, você realmente acha que eu vou me jogar daqui de cima, Mariana, que eu vou tirar minha própria vida? Se você quer, faça isso com suas próprias mãos, eu não vou a lugar algum. Podemos passar horas, dias, meses aqui se você preferir. Eu sei... sei que minha companhia não deve ser das melhores, mas pensando bem, você me trouxe para cá, não foi? Espero que tenha trazido algo para beber ou comer porque vamos precisar.
— Eu vou precisar, você quer dizer. Você pode ficar sem, aliás, vai... É essa a morte que você prefere, morrer de fome?
— Agora eu tenho escolha? Você vai me deixar escolher, é sério, que alma mais bondosa a sua.
— Você não me provoca, eu não estou brincando, querida.
— Ah, não está mesmo... Isso não me parece uma brincadeira. Eu não duvido de você, da sua capacidade em fazer o mal, de me fazer mal ou me ferir. Eu não sei o que você ganha com isso, mas tudo bem. Se tirar minha vida resolve a sua, vai fazer tudo ficar bem, então faça o planejado, me mate, Mariana.
Me arrependo do que disse, assim que vejo a má intenção em seus olhos. Ela está mesmo disposta acabar com a minha vida.
Por favor, não... Mariana, por favor, não... Eu imploro... Os meus olhos lutam para transmitir o que minha voz não consegue dizer....
— Com prazer, querida! É um prazer poder acabar com a sua vida... Sabe, o Thiago pode me odiar por isso a vida toda, mas o prazer de saber que ele não será feliz ao seu lado compensa o risco.
— Mariana, chega! Já chega, para com isso agora.
Sinto uma mão me puxar para longe do ataque de Mariana, eu o desconheço, mas parece ser um grande amigo de Thiago.
Os dois trocam olhares confidentes enquanto ouço a voz alterada do Thiago. Ele olha rapidamente para mim. Nosso contato visual não dura muito, mas é o suficiente para saber o quanto ele está angustiado e com medo.
Thiago está preocupado comigo, mas tenta manter o controle da situação, focando sua atenção nas reações da Marina. Acalmá-la é prioridade para ele, e eu o entendo, entendo o porquê, mas a forma carinhosa com que ele a faz dói, machuca.
Estou sendo egoísta e agindo como uma adolescente com ciúmes do namorado, quando deveria estar grata e aliviada por Thiago ter evitado que o pior acontecesse, mas não consigo deixar de desejar que ele me abrace como faz com ela agora.
Eu tenho medo de perder as pessoas que eu ganhei.
Eu tenho medo de perdê-lo.
— Marjorie, certo? Você está bem? – assinto com meio sorriso. Ele toca o meu ombro com gentileza em apoio ao ocorrido. — Ah, a propósito, eu não me apresentei, Diego Senra, eu sou amigo do Thiago e também seu agenciador – explica ele, oferecendo-me um casaco.
— Humm – múrmuro em resposta, aceitando a oferta do casaco. Diego então o coloca em meus ombros, enquanto traspasso meus braços para dentro das magas sem desviar o olhar de Thiago e Mariana.
— Você quer sair daqui nós podemos ir a outro lugar se você quiser... Eu posso chamar um táxi – sugere ele, sem deixar de notar o meu olhar possesivo para o casal a nossa frente.
— Eu estou de carro, obrigada.
— Eu sei..., mas depois do ocorrido, achei que você fosse preferir um táxi.
— Você deveria ouvir o meu amigo aí, Diego geralmente costuma estar certo sobre as coisas, Marjorie.
— É... pode ser, mas eu...
— Você prefere ir embora com seu carro, eu sei. – Ele sorri para mim pela primeira vez na noite. E eu percebo o quanto senti falta desse sorriso protetor. — Diego, você pode cuidar da Mariana, um minuto, por gentileza, eu quero conversar com a Marjorie sem ser interrompido.
— Ah, claro... claro, meu amigo, eu estou indo, vou tomar conta de tudo com sempre, prometo. Não se preocupe, Mariana estará segura.
— Seu amigo é sempre assim.
— Assim? – Thiago arqueia as sobrancelhas, enquanto seus braços se moldam a minha cintura.
— Assim... prolixo, proativo... Tão prestativo e educado?
— É Marjorie, eu acho que é. O que importa, eu não quero falar sobre ele, por favor, eu não tenho muito tempo para abraçar você.
— Só abraçar? - pergunto honestamente. Sentindo suas mãos encontrando o caminho ao redor do meu rosto enquanto ele passeia os dedos em torno dos meus lábios.
— Não, beijar também, é claro. – Ele sorri amorosamente, depositando um pequeno beijo no meu nariz antes de alcançar os lábios. — Eu não mencionei porque achei que isso já estava implícito, sabe? – Corro os dedos pelo colarinho da sua camisa sem quebrar o contado da sua boca na minha, eu aprofundo o beijo, sentido o gosto bom que só o seu beijo tem. Tudo em mim se acalma. Ele me traz paz. Ele me acalma. Ele, só ele, me dá paz. Mas não dura muito, por mais que eu queira permanecer em seus braços, Thiago se afasta ainda mantendo a mão em minha cintura, ele sussurra. — Você está bem, eu fiquei com tanto med- - Não deixo completar a frase e o beijo em resposta.
— Estou... agora estou – Deixo minha cabeça apoiada em seu peito sentindo o seu cheiro de roupa limpa, enquanto seus dedos acariciam lentamente os meus cabelos. — Mas tive medo de perder você.
— Eu sei, Mah... Eu sei, sei que tudo o que você me disse hoje mais cedo não é verdade, não pode ser. Eu e você sabemos disso, nós sabemos o quanto o nosso amor é intenso, sincero e capaz de enfrentar o mundo se for preciso.
— Eu enfrento o mundo por você se for preciso, Thiago.
— Hey... Olha para mim. – Ele pede gentilmente erguendo meu rosto com o polegar. — Eu também, eu vou estar sempre aqui por você. Sempre que você precisar, eu estarei com você mesmo não estando, mesmo que pareça estar ausente, eu estou com você.
— Desculpe, a intromissão, mas nós precisamos ir, Thiago, a Mariana está ficando impaciente e eu...
— Achei que tinha mencionado que queria ficar a sós com a Marjorie. – Ele sorri, afastando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha. — Eu mencionei isso a ele, não mencionei?
— Mencionou – eu o respondo feliz pela forma com ele ignorou o comentário do amigo e seguiu com seus olhos fixos em mim.
— Ah... ele não é tão educado quanto eu pensei.
— Não, não mesmo, ele está mais para um grande intrometido, desmancha prazeres. – Thiago concorda, passando as mãos em meus ombros ele faz um gesto inusitado. — O que você está fazendo?
— Dando a você a minha jaqueta. – diz retirando o casaco que Diego havia me dado para então pôr o seu. — Você pode ficar com ele pra sempre se quiser, eu não me importo – ele comenta orgulhoso, puxando o zíper para cima.
— Eu não me importo se você quiser busca-lo algum dia, na verdade, eu prefiro.
— Eu vou ter que ir então. – Seus dedos ajeitam a gola, trazendo parte do cabelo preso na dentro da peça para a altura dos meus ombros.
— Com certeza, você vai.
— É... – Ele esfrega meus braços em um ritmo lento de vai-e-vem. É tão boa a sensação que sinto meu corpo aquecer inteiro. — Você tem certeza que consegui ir para casa dirigindo? – Com a mão em meus ombros, Thiago me guia em direção as escadas. Finalmente estou saindo deste lugar horrível. — Eu posso pedir para o Diego te acompanhar.
— Eu acho que ele não está muito afim de fazer essa gentileza. - Eu o encaro quando eu e Thiago alcançamos o térreo. Confirmo minhas suspeitas, Diego podia ser amigo do Thiago, mas não é um grande fã da minha presença, eu posso sentir. — Eu preferiria outra companhia a dele, mas eu sei que... que não dá, não é?
— Marjorie, por favor, não dificulta, não torna as coisas ainda mais complicadas para mim. Eu quero estar com você, mas para isso acontecer eu preciso me entender com a Mariana primeiro e não vai ser fácil. Vem, não faz essa carinha, eu vou acompanhar você até o carro.
~*~
Por Thiago
— Espera. - Marjorie para, com uma das mãos na porta do carro. Vou até ela faço-a olhar para mim. Ela o faz, relutante. — Amo você. - Ela respira fundo e me abraça, e mesmo me beijando em seguida, aquilo não dura. Quando se afasta, a mão dela ainda está unida a minha.
— Amo você também - diz ela, com uma das mão na minha bochecha. É esse o problema. Marjorie abre a porta e entra no carro. Fico olhando até que ela desapareça do meu campo de visão.
— Você sabe que isso vai trazer problemas para você. Na verdade, mais para ela do que para você, não sabe? Thiago... Oh Thiago, eu estou falando com você...
— Me deixa em paz, Diego.
— Eu só estou cumprindo o meu papel de amigo e avisando, depois não diz
— Não diz que eu não avisei e blá, blá, blá, eu sei, eu já sei, me deixa em paz!
#Capitulo54#Fanfic#Uma Amizade Pode Mudar Tudo?#Marjorie Estiano#Thiago Fragoso#Fanfic Thirjorie#frasesthirjorie#Thirjorie#Laured's#Lado a Lado
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To the girl who refuses to sink.
Não sei se isso é parte de uma última etapa de um processo de cura, ou se é o meu golpe de misericórdia em algo que começou há algum tempo. Só sei que faz tempo que eu planejei te escrever. Sei que faz meses que eu sabia que essas palavras viriam, e aí estão.
Mas relaxa. Não há uma Hannah Baker por aqui ou algo do tipo.
Antes de tudo, eu queria te dizer que não sei exatamente o porquê de eu estar te escrevendo tanta coisa. Pelo que eu te conheço, você não é adepta a textões ou qualquer coisa que possa parecer beirar ao drama. Eu apenas senti que precisava te falar algumas palavras. Tô te escrevendo porque simplesmente acho que preciso.
Também acho que é justo te deixar a par do que aconteceu em meses passados, para que você estabeleça a ligação e encontre sentido nessas minhas palavras. Não preciso me estender nessa parte, no entanto.
Só saiba que eu sofri. Passei por momentos difíceis algum tempo atrás, mas agora eu estou bem. Esses momentos difíceis, foram relacionados também a você, que não tem culpa de nada.
O motivo desse sofrimento, para ser bem honesto e ir direto ao ponto, foi o fato de irmos nos afastando. Não só o fato de eu ter me afastado de você, mas de todos. Isso começou em uma data exata chamada 02 de outubro de 2016. Um dia cheio de ressaca de vinho cuja véspera fora palco de um erro no meio de outro erro. Daí em diante veio a distância. Eu senti ciúmes, eu senti raiva. Eu senti inveja. Senti uma tristeza esmagadora e uma grande frustração com o que eu estava fazendo da minha vida. A ficha batendo no chão de que eu estava me mantendo preso a situações que eu mesmo havia me imposto anos atrás. Vivia a colocar coisas na balança e a me odiar por saber que eu era o culpado de tudo e, imaturo que eu era, frustrado por me ver incapaz de culpar qualquer outra pessoa. Sofri por saber que dificilmente viveria algo como eu vivera naqueles poucos momentos com meus então novos amigos. Algo que para tanta gente é rotina, é tão banal… mas pra mim não foi. It was a brand-new universe, full of colors, full of moments, full of endorphin, full of music, silly games, conversations and feelings. Full of friends who were celebrating without any reason to celebrate. Just celebrating life and the youth.
Full of him.
I lost it all.
Mas chega de falar disso. Afinal, quando acabou e dor chegou, não houve drama real explícito pois eu guardei tudo para mim por muito tempo. Você foi apenas uma das pessoas relacionadas a isso, e o período foi intenso.
A questão é: Por que, dentre essas pessoas, eu escolhi você para escrever essa carta e não qualquer um dos outros? Por que previ a tanto tempo esse momento no futuro?
Bom, eu não sei se você sabe ou não, mas você influencia as pessoas.
Você é transparente. Você demonstra força. Tanta força! A originalidade que tu emanas parece música. O poder que tu tens naquilo que te é pessoal chega a ser palpável. Você protagoniza, Sh. Teus livros, tua música, tuas tatuagens, tuas opiniões, tua aparência, tua postura. Teus rolês, teus filmes, tuas séries. Tua preguiça, tua paciência e tua resiliência. Teus romances e teus sentimentos. Tuas lutas e teus dilemas tão bem guardados. Todo um mar onde quase todos só veem a superfície e uns seletos são convidados a mergulhar. E de lá não querem sair mais. É tanta coisa! E isso foi me influenciando tanto… Isso me fez te admirar tanto. Cara, eu estou com um péssimo sentimento nesse instante porque receio que esteja parecendo um bajulador ou falso, mas saiba que é honesto. Eu não quero nada em troca, eu só quero te dizer. E também não, não estou apaixonado por você. Se eu estou te romantizando demais ou meio que te colocando em uma situação de Margo Spielgelman, saiba que isso é apenas a maneira como alguns te veem, inclusive eu. Um pouco poético e exagerado sim, mas só senti que deveria deixar a verdade carregada de breguisse fluir enquanto eu escrevia isso às duas da manhã de uma noite de insônia qualquer.
No tal mar que eu citei algumas linhas acima, eu mergulhei uma vez ou outra – há anos. Quando você me via diferente. Quando eu ainda não me mostrara um babaca completo. Quando eu ainda não tentara restaurar tudo sendo forçado, parecendo falso, sendo uma máscara – montada no desespero de voltar a me encaixar.
O fato é que, em 2016, pela primeira vez na minha vida, acreditei que eu estava onde deveria estar, e vivendo o que deveria viver. O alívio de soltar um peso de anos, e de sentir uma pele antes acorrentada ser tocada pelo vento, por cigarrete smoke e ficar dormente pelo álcool. As correntes, porém, não tinham caído, tinham sido afrouxadas. Logo elas voltaram.
Muita coisa aconteceu.
02 de outubro.
Fugas, lágrimas, pedidos, recusas.
Implorou-se muito.
“Me aceita por perto, pelo menos!” “Fala comigo!” “Não me ignora!”. Sem aceitação, sem conversa e sem interação.
Mostramos nossas cicatrizes um ao outro. Literais na pele e figuradas no coração. Não conhecíamos esse lado um do outro. Não nos surpreendemos.
Erros foram cometidos. Orgulho gritou, sentimentos foram expostos e em seguida encobertos. Fofocas surgiram. Aqui se faz aqui se paga.
As correntes descobriram, apertaram e machucaram. Eu causei dor a elas também. (As amo. Hoje sei que são tudo, menos correntes. Eu que as fazia assim). O tempo ficou escuro… negro. Entrei em um túnel por meses.
I almost sank. I almost drowned.
Eu saí. Eu cicatrizei há um tempo. Eu estou aqui.
Estou aqui e estou em uma busca.
Estou em uma busca e é por isso que te falo tudo isso. Uma busca pessoal de amadurecimento. E querendo ou não, eu me vejo, sem tentar, me espelhando naturalmente em você. Sabendo que somos bastante diferentes, mas ficando ali de longe observando e inconscientemente refletindo.
Isso está ridiculamente parecido com uma declaração de amor, mas não é. É um desabafo e uma declaração de admiração, e as pessoas não fazem mais isso hoje em dia. Todo mundo tem medo de se abrir e parecer vulnerável. Mas na verdade, todos somos assim. É sério, não é mesmo.
Eu te admiro de verdade, sabe? E a palavra é essa… “verdade”. É a palavra que norteia tudo que eu escrevo aqui. É o pano de fundo dos meus sentimentos há meses. A verdade que surge após um período de auto raiva. A busca pela verdade e pelo amadurecimento, pelo autoconhecimento e aprimoramento pessoal é o que eu tenho feito. Eu quero ser feito de verdade.
A desconstrução do que existia de errado, daquilo que é forçado, daquilo que é empurrado e tenta descer goela abaixo ou se infiltrar onde não pertence. Daquilo que me fez sofrer tanto. Da pessoa que eu tentava ser, e tentava tão desesperadamente. Tenho passado por isso. E no meu ritmo, no meu tempo, tenho encontrado quem sou.
No fim das contas, tu representas muita coisa. Não quero botar olhado até porque como você disse, você não está podendo, então… Deus te abençoe! Deus te abençoe muito, menina. E se tu quiser tomar o mundo, vai lá que ele é teu. Sempre aprendi muito contigo e espero poder continuar aprendendo.
Desculpe pelos clichês e pelo drama. Juro que te imaginei revirando os olhos diversas vezes ao ler, ou até não lendo. (:
Preferia não ter escrito isso, mas achei que precisava pelo meu próprio bem então não me repreendi.
Enfim, desculpa por esses cinco minutos de mim e pela dose extra e ridícula de drama nessa frase. E saiba que o que tu me mandou no Instagram não teve nada a ver com isso. Como eu te disse, esse plano era antigo e eu senti que eu precisava escrever hoje.
P.S.: Não veja isso como uma tentativa minha de me reaproximar ou uma intimação para que você me dê qualquer tipo de atenção. Como disse, isso talvez seja um golpe de misericórdia em qualquer resquício de dor. Eu estou bem, você está muito bem e é o que importa afinal.
Não precisa se preocupar em me responder. Em dizer algo grande, e de maneira direta e por favor, não o faça. Só daqui há muito tempo, se sentir que precisa.
Só me faz um grande favor. Confirma que tu viu. Diz algo mínimo (indiretamente) em qualquer lugar: poucas palavras em um story; uma publicação boba sem me marcar em um lugar qualquer; comenta aqui…
É só que não há confirmação de leitura aqui.
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“Escreva sobre esta noite.”
Depois de um dia agitado, de uma chuva torrencial, de quase não conseguir chegar à tempo para fazer aquela maldita prova, e, ainda ficar metade da noite totalmente encharcada, acho que eu merecia tudo o que ocorreu após.
Estava do lado de fora da sala esperando Josh terminar a prova. Pelos deuses, como ele enrolava.
Depois de quase quinze minutos esperando, ele finalmente sai, gritando daquele jeito escandaloso dele, dizendo que aquela prova não fora nada justa. Bom, nisso eu tinha que concordar.
“Então... Natalie e Alin estão perguntando se você está a fim de ir beber para comemorar. Está a fim?” Josh.
“Considerando toda a merda que me aconteceu hoje eu bem que estou precisando de um pouco de álcool no sangue.”
E foi isso.
Dez minutos depois estávamos em um bar bebendo.
Bom, eu não diria bebendo. Josh não queria que eu bebesse. Que raios, ele tinha aquele jeito protetor, como se eu não pudesse cuidar de mim mesma, o que é uma ofensa se pararmos para avaliar tudo o que enfrentei sozinha até hoje. No fim, me dei por beber dois copos de cerveja. Nada demais até então.
No bar encontramos outras pessoas de outros cursos, amigos de Josh e das meninas. Um segredinho, eles já estavam bêbados quando chegamos, então foi uma tremenda bagunça. Sei que me vi dançando e rindo com eles, fazia tempo em que não havia me sentido livre para ser quem eu quisesse, fazer o que eu quisesse.
Certo, já eram mais de dez horas da noite e eu precisava ir embora. Josh já me olhava daquele modo dele de já chega, né? E eu não suportava mais aquilo. Mesmo com alguém importante que, também bêbado, não parava de me mandar mensagens a noite toda.
“vê se não bebe muito, vai dar ruim.”
“ainda não deu ruim, só dei um gole.”
“estou indo para o bar já-já.”
“cachaceiro.”
“olha quem fala.”
Depois disso não falamos nada muito produtivo e que valha a pena compartilhar. Entretanto, depois de uns minutos os meninos me ofereceram uma garrafa com algo que parecia suco. Continha suco naquela porcaria, porém 90% era álcool, e com dois goles minha cabeça já estava girando e eu estava rindo atoa.
Josh me olhou com o cenho franzido e veio para perto.
“Tem um cara querendo ficar com você.”
“Hmmmm. Quem?”
“Você está rindo igual uma idiota. Sabe disso, né?”
“Fale logo.”
“É o Dave.”
“E quem, raios, é Dave?”
Então Josh apontou o dedo para um cara talvez uns cinco centímetros mais alto que eu, cabelos bagunçados, e um óculos que o dava uma aparência de quem não ligava muito para a aparência. Ou não gostava mesmo.
Estendi os braços, com preguiça. E tédio.
“Certo. Por que não?”
“Sério? Tem certeza mesmo?”
“Tenho, Josh.”
Então, como se estivesse ouvindo a conversa inteira, Dave surgiu e passou um braço em meus ombros e deu um sorriso tímido. Pelos deuses, o que eu estava prestes a fazer.
“Bom, antes de tudo. Aqui. Não.”
Ele me olhou confuso.
“Tudo bem, vamos ali naquele canto escuro da rua. Ninguém aqui vai presenciar.”
Ótimo. Bom, seria se não tivesse sido uma bagunça.
Fomos para o local que ele havia sugerido. Ele parou e me olhou.
“A propósito, qual seu nome?”
“Elena.”
“Quantos anos você tem?”
“Dezenove.”
Então ele me encostou na parede e me beijou.
Honestamente, eu sequer sabia onde estava, o que eu estava fazendo eu tampouco sabia.
Minha cabeça rodava e rodava e eu me controlava para não rir. Pelos deuses, como eu queria rir. Ele não parava de me beijar, de esfregar as mãos em mim. Era terrível. Terrível porque era ele e não ele. E foi ali que eu me dei conta. Nada fazia sentido sem ele. Mesmo com tão pouco tempo, mesmo não sabendo se ele sentia o mesmo. O cara das mensagens. Meu amigo. O que ele me falaria se soubesse o que eu estava fazendo?
Eram devaneios bobos, ele poderia muito bem me ver como somente uma amiga. Mesmo assim, como seria bom se fosse ele ali. Se fosse aquela boca, aquelas mãos...
Parei. Peguei o celular. Mais mensagens dele. Soltei um sorriso que só uma bêbada desregulada daria e vi a hora. Dez e meia. Hora de ir.
“Preciso ir.”
“Ah, não. Fica mais um pouco.”
“Eu moro longe, vou chegar muito tarde. Preciso ir.”
“Mais um beijo então.”
Não pude protestar quando a boca dele invadiu a minha novamente. Aquelas mãos tentando se esfregar entre minhas pernas. Aquilo bastava.
“Preciso ir agora.”
“Mas...”
Me afastei e fui atrás de Josh. Ele não estava com uma cara agradável. Ou estava bêbado, ou... Não conseguia pensar, minha cabeça rodava muito.
“Vamos embora.”
“Achei que nunca pediria.”
Peguei minha mochila e fui me despedir das pessoas.
Dave apareceu e queria mais beijo.
Me desvencilhei dele e lhe dei um abraço de despedida.
Saí correndo com Josh a meu encalço, com a cara emburrada.
“Que cara é essa Josh?”
“Nada.”
Mensagem no celular. Precisava responder. Mal li o que ele havia mandado, quando digitei e enviei:
“fiz merda. não estou bem. droga.”
“o que você fez? chega em casa e dorme, por favor. também estou mal.”
“meu deus como eu vou pegar o ônibus nesse estado?”
“durma comigo.”
“durmo, mas só porque você é um amorzinho e até ganharia um beijo.”
Eu estava delirando, não era possível. O que diabos eu estava pensando?
“quero, em.”
“eu dou.”
“a merda que eu fiz foi ter ficado com um cara.”
“da o que?”
“e o Josh ficou meio estranho comigo, acho que ele não gostou.”
“dar o que, está louco? ah, o beijo.”
“que?”
“eu fiquei com um cara de outro curso. ele simplesmente pediu para ficar comigo e eu falei ok.”
“vou fazer isso.”
“eu já estava bêbada.”
“fazer o que?”
“isso eu não apoio.”
“isso que você fez foi merda mesmo, mas se curtiu tudo bem então.”
“e nossa você está muito mal, lol.”
“você disse que vai fazer isso mas fazer o que?”
“disse que ia chegar em você bêbada.”
Pelos deuses, o que era aquilo? Eu não conseguia respirar e muito menos pensar.
Estava na fila no ônibus com uma aparência talvez péssima e com pouca bateria. Eu queria morrer.
“hein?”
“só isso. falei brincando.”
“não entendi.”
Ah, eu tinha entendido e tinha gostado. Como eu tinha gostado daquilo. Um pequeno sorriso tinha brotado em meus lábios, mas o tirei antes que saísse. Ele estava bêbado, estava delirando ou zoando com a minha cara, aproveitando da minha embriaguez.
“quando você estiver bem vai ler e vai entender.”
“duvido.”
Eu era uma cretina.
“eu explico se você não entender.”
“por favor, me explica agora.”
“cara, assim, você ficou com o cara lá e tal e estava besta, bêbada.”
“aí eu disse que ia pedir para ficar com você, quando estivesse bêbada.”
Isso era o que eu imaginava, porém não sabia o impacto que aquelas palavras me causariam. Eu provavelmente estava andando no meio de uma corda bamba.
Talvez fosse o álcool ou talvez fosse a minha vontade primitiva de tê-lo um pouco, mas mandei:
“mas por que? você pode pedir quando eu não estiver.”
Eu era louca.
“opa, hahaha. mas falei brincando.”
“então tá, né.”
“você está em nárnia já.”
Algo dentro de mim perdeu o humor, a graça, o resquício de felicidade. Por que uma garota como eu, com problemas como os meus, conseguiria ser feliz de verdade? Era aquilo o que eu merecia. Garotos desinteressados pedindo apenas para ficar comigo, enquanto quem eu realmente queria que me fizesse feliz brincava com um sentimento que nem sabia que existia. Eu era uma tola.
“não. estou bem e estou falando sério.”
“aproveite que estou bêbada e falo o que não falo sóbria.”
Certo. O álcool estava fazendo um efeito tremendo e insano em minhas veias e eu pagaria caro depois por toda essa minha insolência.
“eu também estou e faço o mesmo e mesmo assim estou preocupado contigo.”
“por que? eu estou bem.”
“me avisa quando estiver no ônibus. eu sei que está bem mas me avisa, por favor.”
“você é um cretino e eu gosto de você.”
Me avisem para não beber nunca mais, por favor.
“me avise.”
“tá bom.”
“você é legal.”
Bêbados insanos.
“só bêbada que eu sou.”
“não tenho como te chamar de cretina. eu gosto de você.”
“eu te chamo de cretino porque eu gosto de você, tonto.”
“eu demonstro carinho falando essas coisas.”
“não me fala depois que eu te confessei isso.”
Bêbada. Bêbada. Bêbada.
“fiquei sem graça.”
“não falarei.”
“se você não me falar que você é a pessoa mais legal que conheci.”
“mais legal que minha ex.”
Conhecem a expressão blushes? Bom, isso aconteceu. Uma bêbada insolente corou.
“você é um fofo.”
“você também.”
“não falaremos de hoje, ok?”
Certo. Nada mais justo. Eu aguento.
“apaga hoje.”
“apago. se eu ler isso amanhã eu vou ficar sem graça.”
“se a gente lembrar a gente ri junto, se não, não aconteceu.”
“tá bom.”
Cretino. Cretino e imundo que brinca com meus sentimentos como se não fossem nada. Mesmo que fossem rasos. Eu queria alguém. Merecia alguma coisa.
“mais algo a declarar?”
“talvez.”
“algo que deseja saber?”
“o que quiser falar.”
“não sei o que quero.”
“você disse talvez, então tem algo sim.”
“tem, mas é... sei lá.”
“pode falar então.”
“a senhora é muito lindinha, sério.”
Ok. Essa foi surpresa.
“o senhor também.”
“eu quero fazer a senhora ser mais feliz.”
“quero, tipo, muito.”
“não por dó, tipo, ah, não sei, só quero.”
“ah, estou falando merda, certeza.”
Um tapa. Depois outro.
“eu também quero.”
“quer o que?”
“você acabou de falar.”
“que eu quero te fazer feliz?”
“sim.”
“vou tentar o máximo.”
Nesse momento. Nesse maldito momento foi onde eu percebi que realmente estava me apaixonando. Estava com medo, mas não me permiti pensar, porque era o que eu queria e estava na hora de eu fazer algo para sair desse meu casulo de escuridão. Eu precisava de alguém ou eu deixaria de existir.
“você está conseguindo.”
“sério?”
“sim.”
“falar contigo me deixa feliz, e sei lá, querer te fazer bem me deixa bem.”
“você é uma pessoa que merece isso.”
“eu fico feliz contigo.”
“vai ficar mais.”
“cretino lindo.”
“meta da vida.”
Eu merecia. Eu merecia.
“ah, que bonitinho.”
“muito fofo você.”
“você também é, assim, você é a garota mais legal que eu já conheci. muito mesmo.”
“você é muito amorzinho, sério. fazia tempo que eu não ficava tão bem em conversar com alguém.”
Eu tinha um pequeno pressentimento de não estar tão bêbada quanto antes.
“digo o mesmo.”
“assim, na verdade, nunca me senti bem assim falando com alguém.”
“eu me desligo do resto e só consigo focar na nossa conversa.”
“mesmo eu ficando estressado no dia a dia, tu tem me acalmado demais e me feito sorrir atoa.”
“estou com 15% de bateria, se eu parar de responder, já sabe.”
“e já estou no ônibus.”
“a propósito, é recíproco tudo isso que você disse.”
“obrigado por avisar.”
“fico feliz que seja, de verdade.”
“ainda mais sabendo que falamos isso bêbados.”
“não é atoa que acordo cedo todos os dias para falar contigo.”
“é algo que provavelmente só conversaríamos daqui alguns meses bêbados pessoalmente.”
“tem razão.”
“sinceramente, eu não teria moral de falar isso tudo sabendo o tanto de cara que já deve ter te iludido.”
Então não era só uma conversa de bêbados. Era uma confissão. Ele estava abrindo seu coração para a mim e eu não sabia o que fazer. Não sabia se era bom ou ruim.
“não sei o que faria se te visse.”
“não se preocupe com isso, esse meu ex foi o único que me machucou de verdade e eu já superei.”
“não quero parecer eles, sabe? eu realmente não quero sair da sua vida.”
“você me faz bem.”
“eu te dou esse voto de confiança mesmo bêbada.”
“só de saber que você fica feliz falando comigo eu fico bem.”
“agradeço esse voto de confiança mesmo bêbado.”
“então não saia da minha vida. eu te proíbo disso.”
“não sairei, nem se me expulsar.”
“8%, meu deus.”
“fico feliz em saber disso.”
“estou ansioso para poder estudar contigo.”
“eu também. espero que você venha, de verdade.”
“quando chegar na sua casa, toma um banho e me avisa, ok?”
“ok. prometo.”
“guarda esses 8%. eu vou ir. vou dar um jeito de estudar contigo. prometo.”
“você é demais, e eu sei que vai.”
Então meu celular descarregou.
Pelo resto do caminho eu fiquei ponderando sobre tudo o que conversamos. Sobre os riscos, as promessas logo feitas. Tudo. Não sabia o que estava sentindo direito: alívio, dor, pesar, amor... Nada fazia muito sentindo. Eu nunca imaginei aquilo.
Tanta coisa acontece em minha vida, que eu não saberia dizer se é uma ironia do destino ou alguém que me quer tanto viva, que está apostando qualquer coisa, me ajudando desesperadamente com o que pode.
Quando cheguei em casa e coloquei o celular para carregar, recebi as seguintes mensagens:
“obrigado por melhorar minha vida 1000%”
“tudo isso em alguns dias.”
“a propósito, já chegou em casa?”
Valia a pena. Ele valia a pena. O esforço valia, mesmo que não desse em nada no futuro. Mesmo não entendendo direito naquele dia, hoje eu entendo. Entendo por que fiz aquilo.
Ele também sofreu e também se deu uma chance aquele dia. Ele me escolheu como eu o escolhi, porque duas almas quebradas podem se consertar.
E eu entendo. Entendo porque tudo isso aconteceu.
Ele foi feito para mim, assim como eu fui feita para ele. Os erros e dores do passado nos moldaram para que a gente consiga dar certo agora.
E juntos nós nunca nos quebraremos novamente.
Porque ele é meu sol e estrelas.
E as estrelas que eu escolho jamais se apagam.
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A Dona da História
CarolinaxCarolina _Tah e o que que vai acontecer comigo nesses anos todos? _ nesses anos todos? voce vai casar com o Luis Cláudio. Voces vão ter quatro filhos, dois meninos e duas meninas: Claudinho Luis, Luis Claúdinho, Claudinha Luiza e a luiza claudia. _Adorei! E o que mais heim? _ mais? ce queria mais né? voce queria o que? _ eu não vou me tornar uma atriz famosa? _ não, esquece isso -risos _ a minha vida não vai ser como a historia de um filme? _ Não, não, não era filme.. era a vida! Vida , normal, vida. O filme sai pulando as partes chatas e só exibe os melhores momentos e acaba quando acha bom acabar... A vida continua depois do final da sessão. _ E o Luis Cláudio? _ vai pra Cuba. Sozinho... _ sem mim? _ é eu mandei ele ir.. _ ah não. voce não fez isso comigo, voce não mandou embora o grande amor da sua vida! _ O grande amor da minha vida? não é coincidencia demais com tantos homens no mundo, o grande amor da minha vida ser um cara que ia à praia justo em frente à minha rua? não é coincidencia demais o grande amor da minha vida ter aparecido justo na minha vida? _ e isso? isso que eu to sentindo aqui agora que é tão bom , que é tão ruim e que pega aqui, o que eu vou fazer com isso? o que começou naquele exato momento em que eu vi o Luis Cláudio e que tá assim até agora, vai passar? ja passou pra voce? Isso lá é coisa que passe assim de repente?! _ passa! _ comigo não vai ser assim... _ comigo não foi diferente e com voce também nao vai ser. _ eu vou mudar tudo! _ voce não pode mudar nada, o que aconteceu ta acontecido! _ eu mudo! _ e como eu era burra quando eu tinha a sua idade... _ funciona assim: eu me imagino daqui a trinta anos toda molhada de chuveiro e laminada (?) e me lembrando daquela garota que arriscou tudo no amor errado... _ ai, agora chega de lembrança vou pensar em outra coisa.. _ e pode esquecer tudo que aconteceu nos ultimos trinta anos, eu vou procurar outros amores até encontrar o verdadeiro. um amor que não acabe nem com todo o tempo do mundo. eu vou mudar a minha vida será que voce não entendeu ainda? ai meu Deus como eu vou ser burra quando tiver a sua idade! _ah ela quer mudar tudo! _ até que enfim! _ ela quer mudar o rumo dos acontecimentos. _ eu nao quero isso pra mim, esse final triste, comigo vai ser diferente sim! _ eu digo como é que foi e voce faz o que eu disser! _ eu faço o que eu quiser e voce diz como é que foi! eu vou viver outra vida, eu vou fazer completamente diferente do que voce fez. [...] desculpa, mas nao é assim a historia que eu quero contar daqui à trinta anos, adeus![...] Tudo bem mocinha? e com a sua vidinha, tudo bem também? Você é a mocinha da historia não é? mais que porra de historia é essa que voce pensa que quer fazer com a merda da sua vida? com quem será... com quem será que a mocinha vai casar? vê filme americano e acha que será assim né? a sua historia nunca vai sair disso sabe porque mocinha? porque voce é só isso! e é só esse o seu conflito. é isso que voce é mocinha: personagem inutil de uma historia que ninguem jamais sonharia em escrever.[...] Carolina e Luis Cláudio - Passado: _ Isso aqui é seu. eu tinha comprado pra voce. é seu! _ eu nao quero.. _ shiiiii... não se devolve presente. _ eu não quero. _ aceita! nem que seja pra dizer "aceito. o que me custa aceitar, não tem importancia, nao gosto dele mesmo". hã? então diz... diz: eu não te amo. diz. e aceita. depois ce faz o que voce quiser com isso. derrete, manda fazer um pingente, sei lá, atira pra iemanja.. perde.. mas aceita. em troca, eu só quero um beijo. _ eu não posso. _ é minha ultima cena. minha cena de despedida.. voce me beija eu vou embora e saio do seu filme pra sempre.. _se eu beijar voce agora, eu vou querer beijar muito mais... a vida inteira. Eu vou querer casar com voce, pra beijar voce toda noite, até toda noite virar uma noite ou outra. até uma noite e outra virar de vez em quando. até de vez em quando virar nunca mais. até esse amor, que agora é tão grande, nem se lembre mais de como era no passado. eu não posso. eu não posso ficar com voce. eu não quero gastar esse amor. eu quero lembrar dele assim, pra sempre... do jeito que a gente tah sentindo ele agora. _ nada vai mudar! _ Não depende da gente.. é o tempo. _ que tempo é esse capaz de mandar no meu amor? não existe isso! tá pra nascer nesse espaço de tempo oque vai me impedir de enxergar o que eu vejo, desejar o que eu quero, e amar o que eu sinto. o sinal desse tempo é Deus? vai fazer outro de mim? Deus de que tamanho? vinte seculos? dez milênios? _ trinta anos. _ quase nada [...] Eu espero! tá? só pra provar pra voce que amor como esse não se mede por fita métrica, muito menos por calendário [...] "você trocaria tudo isso pelo amor da sua vida?" _ eu aceito! _ o anel? _ O anel, o ninho, os passarinhos, a historia que a gente inventar... a vida que a gente tiver que viver. Ah e eu também quero ver o que essa cuba tem de tão bom. Filme: A Dona da História
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Pecado Original - Capitulo 63
Sophia abraçou Micael com toda a força que conseguiu. Ah, porque precisava ser assim? E se ela voltasse pra casa, e Micael resolvesse amar Capitu novamente? Ela não estava pronta pra sofrer tudo aquilo de novo. Mas, por outro lado, era sua felicidade ali, lhe chamando de volta. Ela afundou o rosto no peito dele, deixando suas lágrimas inundarem o colete dele. Ele estava sem terno. Ele abraçou ela pelas costas, e deixou uma mão em dentre seu cabelo, afundando o rosto em seu pescoço, aspirando o perfume que mais amava. O perfume dela. Sophia recebeu alta na manhã seguinte. Chay a levou pra casa do pai, enquanto ela não resolvia sua vida. Sophia se sentia uma menina novamente. Helena manteve seu quarto exatamente do jeito que ela deixou, há tempos atrás. Sophia deixou que Rosalie ficasse com Micael, enquanto ela se recuperava. Era justo pra todos.
Helena: Ah, menina, fiquei tão preocupada. – Lamentou-se, ajeitando Sophia na cama.
Sophia: Não foi nada, Helena. – Tranqüilizou a senhora – Ficou tudo bem, no final.
Helena: Ainda assim. Uma cobra! – Ela suspirou.
Chay: O que acontece é que sempre mimaram a Annie demais, ai agora, até uma queda que ela toma, preocupa todo mundo. – Debochou, sorrindo ao se encostar na porta.
Sophia: Cala a boca, Zé. – Alfinetou. Zé vinha de José Chay. Sophia chamava Chay de Zé quando era pequena. Ele odiava.
Helena: Podem parar, os dois. – Reclamou, pondo a mão na cintura. Sophia e Chay riram – Ainda vão me colocar louca. Ande, Chay, venha me ajudar a trazer as roupas que o Sr. Micael mandou da menina, pra cima.
Chay: Porque eu? – Perguntou, enquanto Sophia ria gostosamente.
Helena: Porque eu estou mandando. E vamos logo. – Ela empurrou Chay pela porta, e os dois sumiram, ainda com Helena reclamando.
Sophia riu, se abraçando. Era tudo exatamente como quando era criança. Tudo bem, Lua não estava lá, mas ainda assim. Ela sorria, lembrando dos tempos em que corria de Chay pelo jardim da mansão, rindo alegremente. Era tão mais fácil. Não haviam problemas.
Qualquer coisa, era só gritar, e alguém apareceria pra resolver. Seu sorriso se fechou quando sua atenção retornou ao quarto. Havia um homem parado na porta do quarto, observando-a duramente. Alexandre.
Sophia parou de sorrir, e esperou. Com certeza o pai não fora ali para verificar se ela se sentia bem. Alexandre entrou no quarto, parando em seu interior, e encarou a filha, que manteve o olhar do pai.
Alexandre: Não sabe o quanto me envergonha, Sophia. – Disse, com a voz inflexível.
Sophia: Sinto-me completamente lisonjeada por isso. – Respondeu no mesmo tom de voz.
Alexandre: Seattle toda falando de você. A mulher que abandonou um Borges. – Intitulou, frio.
Sophia: Talvez devessem ter intitulado “A mulher que não agüentava mais sofrer”. – Respondeu, dura.
Alexandre: Você teve tudo, Sophia. Desde pequena. Tudo. E eu lhe arrumei o melhor marido que pude. Um Borges. – Sophia riu, sarcástica – E o que você faz? Não dá a ele o filho homem. – O sorriso de Sophia se fechou. Uma coisa que não ia permitir era que Alexandre envolvesse Rosalie nisso. – E depois foge. Jogou meu nome na lama. – Acusou.
Sophia: Não vou discutir com você. Fugi porque não agüentava mais ser humilhada, agredida. Sinto te decepcionar, papai, mas Micael não foi a melhor escolha pra mim. – Alexandre revirou os olhos – Você falhou.
Alexandre: Falhei. Falhei ao criar você. Quando você nasceu, Sophia, eu já tinha uma mulher. Eu já tinha Lua María. Eu queria um homem, um irmão para Chay. Eu não quis você. Mas eu amava sua mãe, e você era a razão da vida dela. Eu errei ao permitir você aqui dentro. Errei ao não te colocar em um orfanato. – Disse, sem ter noção de como isso machucava a filha.
Sophia: Pro diabo com os seus erros. Não te devo satisfações de minha vida. Saia daqui. – Rosnou, irritada.
Alexandre: Sempre tempestiva. – Reprovou – Ainda não, Sophia. Mandarei que seu marido venha lhe buscar. Pode muito bem se recuperar na presença dele. – Sophia levou um choque ao ouvir isso. Ainda não tinha decidido voltar pra Micael.
Sophia: Ele não virá. – Disse, com um sorriso frio se abrindo no rosto. Micael viria em um piscar de olhos, voando, porém, só se a própria Sophia o chamasse.
Alexandre: O que você quer fazer? Esfregar mais o nome da família na lama, Sophia?
Sophia ia responder, mas quando a voz ia sair, ela encontrou um par de olhos sorridentes, recém-chegados, atrás de Alexandre. Um par de olhos cor de topázio.
Sophia: Edward. – Murmurou, sorrindo, ignorando o pai.
Edward: Interrompo? – Perguntou, olhando secamente pra Alexandre. Edward ouvira a ultima frase.
Alexandre: Não, é claro que não. – Respondeu, sorrindo, levemente descontraído – Bom, Sophia. Vou deixa-la a sós com a sua visita. – Ele encarou a filha uma ultima vez, e saiu.
Sophia: Odeio ele. – Comentou, sorrindo. Edward riu e se aproximou da cama.
Estou pensando em você Hoje à noite em minha solidão insone. ♫ . Edward se aproximou, e se sentou ao lado dela. Em seguida, ergueu a mão forte e fechou-a em volta do pescoço da loura, levemente. Sophia ergueu a sobrancelha.
Edward: Se atreva a desaparecer desse jeito novamente, e seu destino não será muito agradável. – Ameaçou, apertando um pouco o pescoço dela, mas sorria. Sophia riu.
Sophia: Por favor, não me mate. – Fingiu estar asfixiando. Edward riu, e soltou o pescoço dela.
Se é errado amar você Então meu coração não vai deixar agir certo ♫ .
Edward: Eu quase enlouqueci procurando você. – Comentou, segurando a mão dela.
Sophia: Eu senti sua falta. – Comentou, sorrindo. A pele dela ainda se arrepiava sob o toque frio dele.
Porque me afoguei em você E não sobreviverei sem você do meu lado ♫ .
Sophia conversou com Edward por horas a fio. Os dois riam um do outro, do que fizeram enquanto o outro estava distante.
Sophia: E Isabella? – Perguntou, por fim.
Edward: Está bem. A barriga dela já está saliente. – Comentou, sorrindo de canto – Esse filho tem sido minha razão de viver, ultimamente. – Ele observou Sophia por um instante – Você vai voltar pra ele? – Perguntou, olhando-a.
Eu daria tudo de mim para ter Só mais uma noite com você ♫ .
Sophia: Eu não sei. Tenho medo e insegurança. Mas eu o amo, Edward. – Edward sorriu com a confissão dela – Eu o amo com cada fibra do meu coração. – Ela olhou pra as mãos, pensando nisso.
Edward: Ele te ama, também. – Sophia ergueu o rosto. Não esperava ouvir isso. Não de Edward. – Ele sofreu muito, Annie. Não aprovo as atitudes dele, mas não vou ser hipócrita. Eu não sabia que ele era capaz de chorar. – Acrescentou, com um sorriso torto no rosto.
Sophia: Eu soube disso. – Acrescentou, pensativa.
Eu arriscaria minha vida para sentir Seu corpo junto ao meu ♫
Edward: Você precisava ter visto aquilo. É uma pena não poder ter gravado. – Sophia riu de leve – Entretanto, segundo Théo, daqui a anos haverá algo que se chamará câmera digital, e ai poderemos gravar as coisas. – Sophia fez uma careta, e Edward riu.
Sophia: Théo. – Disse, se lembrando do menino e suas tolices.
Edward: Eu estava pensando em nós dois, outro dia. – Comentou, pensativo.
Sophia: E...? – Ela sorriu com a recordação das inúmeras tardes no chalé.
Porque eu não consigo deixar de Viver na lembrança de nossa canção Eu daria tudo de mim pelo seu amor hoje à noite ♫
Edward: Se você não amasse ele, e se Bella não fosse o meu ar, nós teríamos sido perfeitos, um pro outro. Fácil como respirar.
Sophia: Talvez, quem sabe, se os nossos pais tivessem invertido os casais. Micael estaria com Isabella, agora. E eu com você. E dezenas de filhinhos com os olhos da cor de wisky, correndo por aquela mansão. – Observou, sorrindo.
Edward: Bella e Micael? – Sophia assentiu, e ele riu – Não creio que tivesse dado certo. Você teria amado ele. Do mesmo jeito que ela seria minha, a partir do primeiro momento que eu a visse. Então, mais aLutério. – Ele fez uma careta, e Sophia riu – Se Rosalie fosse minha filha, eu teria tirado você dele. Não sei como, mas estaríamos longe.
Sophia: Eu já pensei muito nisso. Seria absurdo. – Confessou, com uma careta. Edward riu.
Edward: Foi tudo fora do planejado. – Sophia assentiu – Agora só nos resta esperar o nosso final feliz, Annie.
Sophia: Eu não sei o que fazer. Eu não vejo o caminho do meu final feliz. – Assumiu, com a voz embargada.
Edward: Seu coração vai te mostrar o caminho, minha Annie. Espere e verá. – Ele avançou pra ela, que fechou os olhos. Então sentiu os lábios frios dele tocarem-lhe a testa sutilmente, em um doce beijo de despedida. Seu coração vai te mostrar, Sophia.
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18 de fevereiro de 2013
Por Thiago
23h58, Twitter
Ela curtiu e retuitou.
— Porque você não larga esse tablet e vem dormir, Thiago, é tarde, olha hora, amanhã você não acorda
— Já vou, Mariana
Checo meu celular pela milionésima vez, ela não respondeu minhas mensagens, muito menos retornou minhas ligações
Oi, Marjorie... Fala comigo
CHAMADA PERDIDA
CHAMADA PERDIDA
Atende minhas ligações, por favor!
Eu quero falar com você, ouvir sua voz
CHAMADA PERDIA
CHAMADA PERDIDA
Ok, você não quer falar comigo. Já saquei.
Eu também não falaria comigo depois do que aconteceu.
O que eu posso dizer, já que eu sei que um simples pedido de desculpas não vai adiantar
Vou começar a encher sua caixa de e-mails daqui a pouco se você não responder
É SÉRIO, EU NÃO ESTOU BRINCANDO!
Por favor, só me diz se está tudo bem... Estou aceitando qualquer coisa, um sinal de fumaça, quem sabe?
Obrigado 😊
Digito antes de cair no sono.
~*~
09h18, Estacionamento do Projac
Por Marjorie
Várias coisas podem ser loucura, por exemplo, um dia estressante de trabalho, o jeito como as pessoas passam umas pelas outras sem olhar ou os relacionamentos superficiais. Aliás, disso eu entendo bem, mas é melhor não entrarmos em detalhes. Não posso pensar nele agora.
Checo meu celular, ergo meu olhar em direção a minha bolsa no banco do carona e acabo vendo o que não queria. Sorte, azar ou coincidência, o carro dele estava estacionado ao lado do meu.
Um beijo caloroso de despedida e os dois saem do carro.
Péssimo dia!
Murcho por um segundo, tem tudo para ser um péssimo dia de trabalho. Ignorando as previsões, eu saio do carro a tempo de ele notar a minha presença. Se é que já não havia notado.
— Bom dia. – Ele me cumprimenta.
E o meu bom dia fica entalado na garganta. O máximo que consigo fazer é um aceno de cabeça frio e distante. Ajeito a bolsa nos ombros e caminho, ele faz o mesmo com seu tablet em mãos. Estou me controlando para não mencionar ela na conversa, mas não dá. O beijo no carro não para de me assombrar.
— Voltou a dar carona?
— Hã... a Mariana, ela tem um teste de elenco
— Hum. Será que eu devo desejar sorte? Ah não... eu esqueci, sorte, ela tem de sobra.
~*~
Por Thiago
Ela passa por mim, mas eu a sigo.
— Marjorie, espera! - Caminho mais rápido. Ela me ignora.
— Bom dia, Marjorie.
— Dia... Péssimo dia, Antônio. - Ela cumprimenta o vigia, passando o crachá no leitor magnético.
— Hey Marjorie – chamo-a — você deixou cair o crachá. – Pego-o do chão, junto deles está a chave do carro.
— É, não é um bom dia. - Antônio sorri com desânimo.
— E eu que achei que seria um bom dia. - Dou de ombros. Mulheres são estranhas. Quando você dá a elas a resposta que elas esperam, elas ficam bravas com você. Se a Marjorie não queria saber a resposta do porquê Mariana estar aqui, porque perguntou? Ah droga, o beijo!
— Eu posso guardar o crachá e a chave, aqui, comigo, se você preferir – oferece ele, gentil. Agradeço dispensando a ajuda.
~*~
Caracterização, 10h23
Por Marjorie
— Animada!? Eu estou empolgada, casamentos são sempre divertidos. - Juliana comenta, sentando-se ao meu lado com seu próprio almoço. — O que!? Uma mulher não pode sobreviver só de cafeína, certo?
— Errado. — Sorrio para ela. — Sou um exemplo notável.
— Bem... você está ficando magrela demais, se quiser um pouco - Olhando para a salada, eu percebo o quão faminta estou. — Fique com isso, por minha conta.
— Sim, senhora. - Enquanto guardo o tablet reparo em Thiago do outro lado da sala, conversando com a Camila. Como se antecipasse minha próxima pergunta, ela anuncia:
— Thiago a caracterização masculina fica para lá. – Me pergunto o que ele quer aqui e porque ele está sorrindo com uma expressão de surpresa no olhar.
Dou de ombros e continuo comendo. Desisto de tentar descobrir as motivações de Thiago. Droga, evita-lo será uma tarefa difícil. Muito difícil.
Por Thiago
As coisas estão corridas por aqui, varo o ambiente com os olhos a procura da Marjorie, a visto sentada com os bob’s nos cabelos, os olhos estão fechados, sendo maquiados – o que é bom - assim ganho um tempinho admirando-a, antes dela notar a minha presença. — Thiago a caracterização masculina fica para lá - Camila me tira do transe, puxando o meu braço, ela me arrasta porta fora.
— Eu sei... eu já tô indo, só vim entregar isso para Marjorie, ela deixou cair na-
— Entrega no final do dia – aconselha. — Ela não vai ter como ir embora mesmo. Pelo menos assim vocês têm como conversar.
— Perai você está me ajudando, Camila. – Arregalo os olhos, surpreso. — Sem solidariedade feminina.
— Só dessa vez, Thiago não acostuma, não. E cuida dela. Cuidado para não perder essas chaves.
— Ah... eu vou cuidar com a minha própria vida, obrigado, muito obrigado Camila. – Dou um beijo estalado na sua face, ela ri do meu jeito empolgado.
Obrigatoriamente, Marjorie e eu tínhamos um encontro marcado no fim do dia.
~*~
Por Marjorie
— Posso almoçar com vocês porque estou cheia de tentar aconselhar o Thiago. – Nós entreolhamos e sorrimos curiosa.
— O que o Thiago queria, Camila?
— Falar com a Marjorie, mas mandei ele embora. Não era isso o que você queria, Marjorie?
— É sim - Dou uma olhadinha para Thiago, que está em outro mundo, alheio a tudo a sua volta, até mesmo a nossa conversa.
— Eu vou ficar sabendo o que está acontecendo ou não? Sempre que pergunto como as coisas estão indo entre vocês ele se fecha. – Sol insiste. -— Vocês mal trocam uma palavra nos ensaios. Você nem olha para ele, mas ele passa o tempo todo te olhando. Quer me dizer o que está rolando?
— A Mariana está grávida - respondo, mastigando o resto da minha salada.
— Ah meu Deus. - Ela inclina a cabeça e me estuda por vários segundos. — Como você está, amiga?
— Bem... Eu já disse a Camila que o problema não é a gravidez e sim ele ter escondido o fato.
— Mas e se ele não sabia da verdade. - Tusso e rio ao mesmo tempo. Um filete de cenoura escorre pelo meu queixo e cato um maço de guardanapos para me limpar.
— É claro que ele sabia, Pri. - Ela lança um olhar para Camila antes de cochichar de volta.
— Que motivos ele teria para mentir para você, Mah?
— É a Priscila tem razão, Thiago não é o tipo de homem que mente.
— Vocês estão do lado de quem afinal?
— Do seu, amiga.
— Dos dois, na verdade - Camila e Priscila começam a rir como se fosse a coisa mais hilária que já tivéssemos dito. Suspiro e balanço a cabeça.
— Então... – Priscila começa a se acalmar. — Quer que eu passe o texto com você? Você e o Thiago costumam passar o texto.
— É. – suspiro. — Mas não precisa, amiga, sério eu já decorei. – Eu me levanto e vou até a porta. Preciso sair para tomar um ar.
— Você não entende não é a mesma coisa, Sol. – Juliana segue meu olhar enquanto um sorriso de ironia se aloja em seu rosto. — Você não tem um belo par de olhos verdes, é impossível ajudar
— Ta bom, realmente, eu não tenho, não. - Enquanto elas continuam discutindo minha vida amorosa, Isabel chega com seu vestido de noiva propositalmente mais justo na cintura e nos tira da inércia.
Andamos com o carrinho elétrico e completamos parte do trajeto a pé, durante toda a caminhada o assunto continuou sendo minha vida amorosa. Isabel ficou a par dos últimos acontecimentos e deu seus conselhos sobre como devo agir diante deste problema.
Não que eu não gostasse de ouvir os seus conselhos, mas toda aquela conversa já estava me deixando nauseada.
— Vocês quererem parar de falar no Thiago como se ele fosse o último homem na terra por quem eu me interessaria? - digo, na minha voz mais autoritária.
— Ah, há um milhão de outros por aí, iguais a ele, não é mesmo. – Rhaisa se intromete. Não gosto do seu tom de voz e, apesar disso ignoro. Prefiro animação da Sol e da Ju ao responde-la em uníssono:
— Não, não há! - E cair na gargalhada outra vez.
— Mudando o assunto em três, dois, um, que ele tá vindo aí – cochicha a Isabel.
— Luz na passarela que lá vem elas. – Rafael cantarola olhando para mim. Assim como todo mundo. Exceto Thiago. Oh, a ironia.
— Eu vou entrar. - Caminho mais rápido para evitar um encontro com ele.
— Alguém pode explicar o que deu na Marjorie? – Ouço George perguntando e uma a uma desconversar.
— Não sei, você sabe? – primeiro Rhaisa
— Eu não, você sabe? – depois Juliana e por último Isabel
— Também não sei de nada.
— Ah esquece o clube da Luluzinha se fechou em copas, meu amigo. – brinca o Emilio. — Nem que elas soubessem elas diriam o que aconteceu.
~*~
Por Thiago
14h16, Ensaio Geral
— Olha eu tô nervoso – diz o Emilio para as lentes do Vídeo Show.
— Vai desistir? – Entro na brincadeira.
— Eu tô nervoso, eu não sei o que dizer. Não sei tô nervoso. – Continua ele, em tom debochado. — Não sei nem se eu vou dizer sim.
— Ele não sabe o que dizer porque ele não decora o texto – provoco. — Por isso ele não sabe o que dizer. Se ele decorasse o texto, ele saberia.
— Decoro muito o meu texto. – O abraço pelo ombro e rimos um da cara do outro. — Eu tenho que dizer sim, só hoje.
Quando deixamos de ser o foco das filmagens do programa, Emilio me pergunta como um bom amigo preocupado. — Você e a Marjorie como vão?
— Não vamos.
— Não me diga que voltaram à estaca zero. O que foi agora?
— Mariana está grávida – digo simplesmente.
— Ué?! – estranha. — Não era apenas uma suposição?
— É. Era o que pensava, mas contra um exame
— Não há como negar. – Ele completa meu raciocínio. Ficamos em silêncio, até que Emilio questiona novamente. — E a Marjorie, ela certamente não aprovou isso.
— Eu tentei explicar, mas ela saiu sem me dar ouvidos. Fui atrás dela...
— Você foi ou não foi atrás dela? – Odeio como o Emilio é capaz de perceber quando estou mentindo.
— É não... – confesso envergonhado. — A Mariana estava lá. Eu achei melhor não insistir. Ela está gravida – repito para mim mesmo para me convencer de que é verdade. — Eu tô tão feliz. Vou ser pai de una menina, de uma menininha linda.
— Meus parabéns, meu amigo. – Aceno com a cabeça em agradecimento. — Então quer dizer que você e a Marjorie terminaram?
— Não. – Altero o tom de voz. — Fala baixo. Não diz isso nem de brincadeira. Eu tentei ligar, mandei mensagem, até tuitar, eu tuitei.
— Hã!? Tuitou o quê!?
— Vou sentir muita saudade de #Lado a lado. Quero ver tuitar quem compartilha desse sentimento. – Mostro o twitter para ele. — É não ri, não, eu estava desesperado...
— E funcionou?
— Bom, pelo menos ela retuitou.
— Cê vai tentar falar com ela hoje?
— Eu acho difícil conseguir falar com ela hoje no meio dessa multidão toda, mas eu vou tentar
— Tentar não, você vai consegui, essa é a palavra, e vai com calma. Se ela não quiser falar não insiste, afinal quem tá se sentindo perdida é ela não você.
— Ah, eu não estou perdido?
— Que eu saiba, não, você tem duas mulheres interessadas em você.
— Queria ter essa sua certeza.
Olho para Marjorie e a vejo me encarando. Não consigo descrever sua expressão. Raiva? Surpresa? Um pouco de ambos? Há um fogo em seu olhar que faz com que eu pense que ela não está totalmente infeliz em me ver, e hesito em decidir se isso é bom ou não. Se devo ir até ela ou não.
Que se dane. De um modo ou de outro, vamos conversar hoje. A adrenalina corre pelas minhas veias quando decido ir ao seu encontro.
— Oi - cumprimenta ela, enquanto me perco em sua aparência. Cada gota de saliva em minha boca seca.
— Oi - respondo com a voz vacilante. Ela parece estar com o problema oposto. — Desculpe. Oi. - Minha voz vacila de novo. Droga. Eu me sinto como um adolescente. — Você está…- Balanço a cabeça, em seguida, limpo a boca tentando não perder o foco da conversa. — Na verdade, Marjorie, você vai me ignorar até quando?
— Não estou te ignorando.
— Ah, sim, está sim.
— Não, ignorar você seria ignorar sua presença. Notei você. Só preferi não falar com você.
— Isso é melhor ou pior do que me ignorar completamente?
— Levemente melhor.
— Bem, graças a Deus. Então não vou me ofender.
— Bom para você.
— Eu estava sendo sarcástico, Marjorie, por que você é sempre tão rabugenta? Está de tpm?
— Quê?! Estou de... quê?! tpm?! Você é tão... - Ela se afasta, mas mantenho o passo junto dela.
— Por que está me seguindo?!
— Não estou te seguindo. Estou andando ao seu lado.
— O que você quer? Ela gira o calcanhar bruscamente. Fica de frente pra mim.
— Conversar sobre... Ah... deixa pra lá. - Me sinto como um cachorrinho barulhento ao lado dela. — Eu só queria saber se você quer passar o texto.
— Por que quer saber? - Ela olha para mim por mais alguns segundos antes de fechar a cara. Então, sem dizer outra palavra ela se vira e vai embora.
— Ah, tá, então terminamos aqui? — Falo com as costas dela. — Bem, valeu por se esforçar. Seu talento para conversa é realmente estimulante!
Nós separamos. Ela vai para um lado da capela e eu para outro.
— Eu sei, eu sei. - Eles levantam o olhar e cessam a conversa quando eu me aproximo. — Sinto muito - digo, soltando minha sacola no banco, sentando-me ao lado em seguida.
— Tudo bem, meu caro - Marco responde com um tapinha no ombro. — Ainda estamos cuidando dos detalhes da produção. Relaxe, tome uma água. Vamos começar daqui a pouco.
— Bacana. - Reviro a mochila atrás do meu tablet. Raissa senta-se ao meu lado e puxa um assunto qualquer. Ela está animada com o dia de hoje. Aliás, todos parecem contagiados pelo clima de final de novela. Para onde quer que eu olhe a sempre um celular com a câmera pronta para registrar uma pose ou outra.
Eu tento prestar atenção ao que ela diz, mas finjo um maior interesse, com sorrisos alegres quando flagro Marjorie algumas vezes nós observando. Raissa e eu conversamos um com o outro, e ela tem o mesmo olhar otimista que a Mariana usa sempre que tenta me converter ao veganismo.
— Ah droga... Thiago você pode me ajudar aqui, por favor – Ergo o olhar e então me apresso em ajuda-la. Seu vestido estava com o feixe emperrado. Dou meu paletó para ela se cobrir. — Não, está muito quente. - Ela recusa, posicionando minhas mãos em suas costas.
Droga, minha situação só piora.
— Não acho que provocar ciúmes na Marjorie seja uma boa opção pra mim no momento, Rhaisa
— Então por que você está se dando ao trabalho? - Ela se aproxima e olha mim. — Mesmo assim, obrigada, Marjorie tem razão quando diz que você é um homem muito gentil.
— Ela disse isso?
— Não - Ela se inclina e beija meu rosto. —, mas tenho certeza que ela está pensando nisso enquanto nos observa.
— Tá, vamos lá. — Vinícius bate palmas, chamando atenção para si. — Vamos começar falando da sequência de eventos. - Ele repassa a cena. Nós nos apresentamos aos ensaios, dizemos nossas falas, agimos como se nos amássemos.
— Tia Celinha me chamou para ser madrinha.
— Guerra também me convidou para ser padrinho.
— Não vão chorar, vocês foram convidados e desconvidados depois. Vocês são divorciados. Não podem ser padrinhos de nada, nem de casamento, nem de batizado, nem de aniversário, de nada.
— É... Eu sei, eu sei... já passei por isso antes.
— É mas, eu acho que esse problema tem solução.
Então, quando o ensaio termina e temos a oportunidade de falar: nada. Nós nos estranhamos demais para conversar. Isso está me enlouquecendo.
Não ajuda que quando ela se aproxima eu fique tão excitado que mal consiga respirar. Talvez por isso me agrade passar grande parte do tempo próximo a porta. Passei os últimos dias num estado de tesão totalmente debilitante, e hoje temos de passar a cena em Laura pede Edgar em casamento.
Não sei o porquê, mas estou nervoso, agitado e ansioso por esta cena.
~*~
16h50, Gravação
Por Marjorie
Vou para a gravação, faço meu trabalho e tento ficar o mais longe possível de Thiago no tempo em que estamos fora de cena. Ele continua tentando me pegar para uma conversa, mas antes que Thiago tivesse tempo para uma nova tentativa, Vinicius chama atenção para o nosso posicionamento em cena, dando ênfase ao estado de euforia dos personagens.
— Lembre-se Laura e Edgar estão feliz, animados pelo casamento, então o que quer que esteja acontecendo entre vocês dois esqueçam e, por favor, concentrassem-se - Ele nos chama para as posições e eu viro a cabeça, estendendo a mão com um a sombra de incerteza no rosto, mas pronta.
Vinicius grita “gravando” e, quando ele aperta a minha mão e começamos a caminhar pelo cenário percebo o quanto este “pedido de casamento” será difícil.
— Esses casamentos, esses noivos tão confiantes.
— Tão certos do que querem, do que sentem – eu o rebato sorrindo e ele questiona determinado.
— Não é estranho?
— Não pode ser normal?
— Por que com a gente não foi assim?
— Não, com a gente foi tudo ao contrário. – Paro e o encaro por alguns segundos. Ele ri, o seu “riso protocolar” Está nervoso.
— Foi do jeito que tinha que ser: dúvidas, mal-entendidos, angustias. A gente foi praticamente obrigada a se casar, mas bastou morar na mesma casa pra... pra acontecer.
— O que?
— Isso, nós dois – Seus olhos desviam dos meus ao apontar para si e em seguida para mim. Abaixo a cabeça, suspiro e volto a olha-lo. Preciso manter meu sorriso confiante e alegre enquanto ele prossegue:
— Quase que a gente não se casa.
— Quase.
— A gente ia conseguir não ser casado, Edgar?
— Eu não sei, mas você quis assim por seis anos.
— Casa comigo? - Sorrimos juntos e o mundo para. Eu flutuo, as palavras fluem e outra vez preciso lembrar que Laura quem está ali, não eu. — É isso mesmo tô te pedindo em casamento. Casa comigo?
— Mas a gente já é casado. – Ele sorri ao falar. Não o protocolar, mas o meu sorriso. Deus, que sorriso.
— Não – Tento falar, mas a voz falha. —, não nós...reatamos, mas continuamos divorciados. - Engasgo.
Sinto meus olhos lagrimejam quando Thiago se aproxima e toca de leve minha mão. Ele não deveria fazer isso, mas faz. Sem dizer nada, aperta mais seus dedos contra os meus. Seus olhos questionam-me se estou bem e eu assinto. Ele sabe tanto quando eu que não podemos parar, não queremos errar agora.
— A gente não pode se casar de novo.
— Tá recusando o meu pedido, Sr. Advogado? – Arqueio as sobrancelhas com graça.
— Nã-não, é isso... – protesta sorridente - eu tô dizendo que pela lei a gente não pode se casar mais.
— Sim, eu sei, porque eu sou uma moça bem informada, a gente não pode se casar, mas a gente...
— A gente pode revogar o divórcio – completa ele, boquiaberto.
— Você ainda não me respondeu.
— Repete o pedido. – Edgar... Edgar Vieira, repito mentalmente.
— Edgar Vieira aceita se casar comigo? – Enquanto o coração grita outro nome, o seu. Thiago... Thiago Fragoso
— Deixa eu pensar? - Graceja, mordendo o lábio. Posso ouvir meu coração bater em expectativa. — Sim!
Suspiro.
— Meu marido. – Seus lábios finalmente encontram os meus.
E eu não contenho mais as lágrimas.
Como esperei por este beijo.
~*~
20h, Camarim
Por Thiago
Eu estou ouvido atrás da porta. Eu sei... eu sei é um hábito horrível, mas não é minha culpa se eles deixam brechas para isso. Além do mais, eu não tenho escolha, não depois da Marjorie ter deixado o estúdio com lagrimas nos olhos sem deixar que eu me explicasse.
— Mas eu tirei a foto... Tudo bem não foi ao lado do Thiago, como vocês planejaram, mas eu tirei a foto.
— Do lado do Claudio, Marjorie – debocha George. — Cê podia ter se parado do meu lado, ao menos eu seria um galã a sua altura.
— Sai daqui, George, sai. – Marjorie balança a cabeça veementemente, arremessa um objeto em direção a sua cabeça, obrigando-o a sair.
— Thi-a – ele murmura surpreso. Tapo sua boca, impedindo-o de me acusar. Olho pra ele e peço silêncio com o dedo indicador em riste. George assente, continuamos a ouvir a conversa.
— O que custava tirar uma foto ao lado do Thiago, Marjorie?
— Tudo, Juliana, se você quer saber... custa a minha vida, a minha integridade física e moral. Eu não posso me dar um luxo desse mesmo que eu queira. Além do mais, porque eu alimentaria falsas expectativas?
— Mas você passou o dia se esquivando dele, sequer deixou ele se explicar... E não, não finja que não. Vocês precisam conversar, anda, Marjorie, admita! – Não consigo evitar um sorriso ao ouvir tais palavras.
— Juliana, espera aí, me ajuda com a porcaria desse vestido. Juliana, Ai droga!
— Marjorie, você precisa de ajuda aí
— Não, obrigada - agradece sem me encarar.
— Olha, eu posso ajudar adquiri certa experiência nisso hoje. – Me aproximo, mantendo uma distância segura. Não quero ser o responsável por mais um objeto jogado aos ares.
— Ah sim, eu sei, sei bem da sua experiência, eu vi. Rhaisa me contou os detalhes.
— De-talhes... Que detalhes não tem detalhes para contar, Marjorie. Eu só estava ajudando uma colega de trabalho.
— Deixe isso para lá — diz ela, enquanto tenta abrir o zíper do vestido. — Esqueça. - O corpete do vestido parece comprimir seu corpo, apertando-a até quase asfixiar. — Tire essa coisa maldita de mim. - Ela vira pra mim para que eu possa abrir o zíper, e assim que o faço, ela volta para o provador.
Silêncio. Permaneço parado até que ela abra as cortinas e saia, vestindo a mesma camisa de hoje cedo, porém a saia marcando os quadris é novidade.
— Será que nós podemos conversar agora? – peço educadamente.
— Amanhã, Thiago, eu preciso ir – Eu a vejo vasculhar a bolsa. Sei o que ela procura e hesito em dizer que as chaves do seu carro estão comigo.
— Eu sei...
— Hum
— Marjorie - Aproximo-me e tomo seu rosto. — Talvez você não tenha que ir embora agora.
— Preciso sim, de verdade. - Quase posso ouvir cada batida do seu coração acelerado. — Ou talvez você possa simplesmente ficar aí bem quieta por mais alguns minutos e me deixar fazer isso.
Paro de respirar quando, com delicadeza, cobro meus lábios com os dela.
~*~
20h32, Estacionamento Projac
Por Marjorie
— Eu acho que você está procurando por isso, não? – ele balança as chaves no ar e depois as joga em minha direção. Eu as pego, erguendo as sobrancelhas.
— Como você...
— Você deixou cair no...
— Não importa. – Ignoro-o, abrindo a porta do carro. Preciso fazer algo. Qualquer coisa apenas para não ficar parada o observando. Jogo minha bolsa no banco de trás.
— Escuta, Marjorie, nós podemos conversar? Ele põe a mão sobre a porta, me impedindo de fecha-la. Está nervoso. Suando um pouco.
— Amanhã, hoje não vai dar, eu já te disse isso, eu tô exausta. - Entre mim e ele há a porta. O que é bom, nos impede de nós aproximarmos.
— Eu sei... Nós podemos conversar amanhã então, você promete? - Ele se aproxima em minha direção sem realmente olhar para mim.
— Humm.
— Marjorie... - Inspiro. Estremeço. Expiro. Resisto ao impulso de observá-lo. — Você está bem? — pergunta ele ao se aproximar, cortando a distância mínima que ainda existia entre nós.
— Ótima. – Inspiro de novo.
— Você parece... quente. - Eu me viro para ele. Ele pisca e olha para o outro lado. — Estou falando da temperatura, está quente hoje, não... — ele balança a cabeça. — Não importa. - Ele aperta a mão contra a nuca com mais força, deslizando os dedos no cabelo. Ele não sabe como agir e eu muito menos.
Fecho os olhos para evitar olhar para suas mãos. Ou queixo. Ou lábios. Droga, eu sou um desastre completo, porque quero beijar sua boca e estou prestes a ceder a isso quando deveria estar dentro do carro sem se quer olhar para trás.
— Então... eu acho que isso é um adeus. - Ele respira com força, e suas mãos me apertam, uma a minha bochecha, a outra a minha nuca. — Até amanhã - diz soltando um leve som da garganta, e o calor me invade. Meu corpo está contra o dele, minhas mãos estão em seu cabelo. E cada motivo pelo qual eu deveria ficar longe dele perde o sentido quando nossas bocas se encontram.
O beijo é rude e desesperado e cheio de uma paixão que não quero sentir. Mas é aí... aí onde moram todas as melhores lembranças dele.
Era isso o que deveríamos ter sido. Sempre. Bocas e mãos umas nas outras, respirar o ar um do outro. Aproveitando nossa conexão de almas, não fugindo dela.
Suas mãos roçam sobre um corpo trêmulo que não se incendeia desse jeito há tempo demais.
Liberto minha boca e consigo suspirar um “Thiago” antes que ele murmure um “Deus... Marjorie” e me beije novamente Meu corpo ainda não está satisfeito, mesmo que meu cérebro saiba que isso é errado. Cada parte de mim anseia por ele.
Mãos me puxam mais para perto. Braços me envolvem em um segundo, meus pés vacilam contra a porta do carro e no outro estamos juntos no banco do carona.
— Você quer mesmo fazer isso? - Solto os lábios dos dele e me afasto. Sua boca está aberta e é macia, e eu o beijo novamente, com um pouco mais de força como resposta à sua pergunta. Ele expira contra minha pele, e não sei que diabos estou fazendo, mas sugo suavemente seus lábios. O calor me percorre. Cada centímetro de mim queima, e apesar disso não posso deixar que ele continue.
— Ai, Thiago... - Perco o ar quando ele avança para meu pescoço, sua boca aberta e sugando. Me enlouquecendo. — Eu pedi para você ser sincero comigo, Thiago, mas... você não foi. Porque você não me disse a verdade sobre a Mariana?
— Eu não sabia.
— Não sabia o que? Que ela estava grávida?
— Que ela estava falando a verdade. - Ele suspira. E quando fala outra vez, sua voz é mais suave, porém ainda firme. — Para mim era mentira, invenção, maluquice da cabeça dela.
—Como... Se ela veio até aqui te contar?
— E você deu ouvidos a ela.
— Claro... Como se eu tivesse outra escolha. Ela fez questão de vir aqui pessoalmente me contar e esfregar o exame na minha cara, e você queria que eu não ouvisse? O problema não é você ter outro filho... a ideia não me agrada, eu não vou mentir. Mas eu posso conviver com isso. O que eu não posso aceita e não consigo suporta é essa sensação.
— Sensação, que sensação, Marjorie? - Ele pega minha mão e alisa a pele. Um gesto tão doce e simples, mas que eu sinto em todo o corpo.
— A de que você ainda ama ela, que ainda nutri um sentimento, como se na verdade tudo que a gente viveu não passe um caso para você.
— Não fala isso. Eu fui sincero com você antes. E estou sendo agora - ele afirma, absolutamente sério. — Eu prometi que vou dar um jeito. Que vou conseguir conciliar a minha vida com a Mariana.
—Vida. Sua vida com a... Você não está conseguindo Thiago. Não está. Dá pra ver isso. Ah... porque eu me deixei levar. Eu sabia, no fundo eu sabia, que iria acabar assim.
— Assim como?
— Você não vê - devolvo, incapaz de suportar que ele pense que o nosso final feliz vai vir tão fácil assim. — Não percebeu que se rever a Mariana como parte da sua vida? - Seus olhos se turvam, e a conhecida atração que sinto por ele deixa o ar entre nós pesado.
— A Mariana faz parte da minha vida, sim, Marjorie, mas não é como você imagina.
— Não!? Então me esclarece como é, eu estou tentando ver a lógica desse seu raciocínio, mas não estou conseguindo.
— Ela é a mãe dos meus filhos, é por isso que ela faz parte da minha vida e só... Só por isso que ela continuará na minha vida. Porque infelizmente eu não posso mudar essa parte da história. Assim como, eu não posso obrigar que você aceite o pedido que eu tenho para te fazer.
— Pedido. - O medo ainda está nos seus olhos, à espreita, mas ele o atravessa. Suas mãos vêm para meu rosto. Ele me toca gentilmente, mas minha reação é intensa. Ele pisca quando toca minha bochecha. Há calor sob minha pele, que aumenta com cada toque suave de seus dedos. Seu medo aumenta um pouco, vacilando atrás de sua decisão. Sua atenção está fixa na minha boca e ele pigarreia antes de murmurar.
— Fica comigo- ele sussurra enquanto se inclina, tão próximo que posso sentir sua respiração ofegar. — Me dá uma chance, só uma chance de provar que o amor que eu sinto por você é intenso. Verdadeiro. Real. - Ele olha para meus lábios e é preciso cada grama do meu minguante senso de autopreservação para desviar o olhar.
— Você quer uma chance?
— Quero... – ele diz baixinho. — Quero muito. – Com os lábios próximos ao meu ouvido, Thiago escorrega os dedos até a minha bunda e me levanta, encaixando o seu quadril entre minhas pernas. Minha saia sobe enquanto ele pressiona o corpo e o volume saliente na sua calça contra mim deixando claro as suas intenções, o quanto ele quer essa chance.
— Eu te dou essa chance. – Vacilo por um segundo apenas. Seus dedos voltam na minha bochecha quando ele se inclina, tão lentamente que mal reparo que ele está se movendo.
Nós nos beijamos, nos amassamos e nos emaranhamos, desesperados por mais. Há muito tecido e pouco ar. Seu corpo enrijecido pressiona meu corpo macio.
— Mah - ele geme, deslizando uma mão no meu cabelo enquanto usa a outra para achar meu seio. — Isso é... Meu Deus, Tô muito fodido.
— Somos dois. — Agarro a cabeça dele e o faço me beijar mais, porque estou viciada no gosto desses lábios e língua.
Mas minhas mãos precisam de mais, então elas vão para baixo da camisa dele e encontram seu abdômen, quente, tremendo sob meu toque.
Ele geme na minha boca e me beija com mais intensidade. Então suas mãos estão sob minha saia e sobre meu sutiã, me acariciando e me apalpando. E me deixando tão ávida que chega a doer.
— Não podemos. — Ele arfa deixando meus lábios e me beija atrás da orelha, sua respiração é quente e fraca em minha pele. — Isso é uma loucura tremenda. Fala pra eu parar.
— Não posso. Ele suga fundo onde meu ombro e pescoço se encontram. Sei que vai ficar marcado, mas a dor não vai importar tanto quando ele me possuir dessa forma. Quero ele dentro de mim, silenciando minha ânsia. Saciando minha fome.
— Marjorie. - Ele move o quadril mais rápido enquanto agarra minha bunda. — Meu bem, se você não me disser para parar agora, juro por Deus que vou te foder nesse carro. Você é tão gostosa. Eu sabia. Sabia que seria. E olha... Isso não é nem de longe o que eu sonhei para nós dois.
Eu me contorço contra ele. Não poderia dizer para ele parar agora nem que eu tivesse uma arma apontada para minha cabeça. Ele se esfrega em mim, e só posso me segurar e rezar para que ele continue se movendo. Estou transbordando, me contraindo, me revirando com um prazer inacreditável. É diferente de qualquer coisa que eu tenha sentido antes, e não quero que termine nunca.
— Mah, não posso... não devo. Eu preciso... Eu tenho que voltar. - Ele está ofegando no mesmo ritmo dos movimentos do quadril. Ele tem que continuar. Tem que. Enfio minha cabeça em seu pescoço e chupo a pele doce, deixando a mesma marca que ele deixou em mim. A essência do seu perfume atiça minha língua enquanto nós dois grunhimos e xingamos. Seguro a respiração.
— Thiago...
— Deus, Marjorie...
— Sr. Fragoso? Srta. Estiano? - Ficamos paralisados ao ouvir a voz de Márcia. Ele para de se mover. Para de respirar. A tensão dentro de mim se libera e se esvai. Não, não, não, não, não! Escuto batidas no vidro, então sua voz. — Aí estão vocês. Eu me perguntava se havia perdido meus protagonistas, mas parece que vocês já estão trabalhando os seus personagens. Que dedicação.
Eu me solto do pescoço de Thiago e ele olha para mim, com o pânico tomando conta dos olhos. Estamos ambos pulsando, ofegantes. Nossos lábios estão inchados e vermelhos.
Marcia pigarreia e eu solto as pernas da cintura de Thiago, caindo sobre o banco do motorista para que ele possa se recompor e sair do carro. Ajeito minhas roupas e saio também.
Vejo Thiago passar a mão no cabelo antes de enfiá-las nos bolsos e suspirar. Olho para Marcia. Ela está nos avaliando calmamente.
— Então, parece que vocês dois tiveram uma interessante... discussão. Posso supor que tenha trabalhado suas questões, sr. Fragoso? - Thiago pigarreia.
— Bem, eu já estava chegando ao... cerne da questão quando você nos encontrou. -Marcia faz uma careta.
— Foi o que pensei. Uma risada nervosa escapa de mim e cubro minha boca porque acho que estou prestes a surtar feio. Meu corpo está pulsando e latejando, meu coração vai sair pela boca. — Então posso supor que você não vai abandonar a gravação? — Marcia pergunta.
— Parece que não. - Marcia assente e sorri.
— Excelente. Nesse caso temos muito trabalho a fazer. Vejo você no estúdio em cinco minutos. - Ela se vira e deixa o estacionamento. Somos apenas Thiago e eu novamente.
— Você quer que eu te espere... - Avalio o perigo por cerca de três segundos antes de colocar meus braços ao redor do pescoço dele e abraçá-lo. — Eu posso... - Ele passa os braços ao meu redor enquanto encaixa a cabeça no meu pescoço e solta um suspiro estremecido.
— Não... Eu adoraria, mas não. É melhor não. Não sei se vou me conter ou me concentrar em cena, sabendo que você está por aí, em dos corredores, me esperando.
— Thiago.
— O que foi? - Enterro meu rosto em seu pescoço e apenas respiro, e de repente cada célula do meu corpo estremece.
— Eu... queria saber
— Marjorie... sério, eu estou atrasadíssimo e você ainda bagunçou o meu cabelo para ajudar - Ele solta um gemido e me abraça mais forte. —, fala logo.
— Qual o seu sonho?
— Meu sonho?
— Humm... o seu sonho. - Passo meus dedos no seu cabelo e massageio seu couro cabeludo.
— Ah... você quer saber... – ele sussurra em meu ouvido. — Ter você toda nua dizendo que é só minha, esse é o meu sonho.
— Algum lugar em específico?
— Hã... você ainda quer detalhes? - Ele me aperta mais forte e eu me impressiono com o nosso encaixe perfeito. Ele sabe como me abraçar e eu realmente sei como atiça-lo.
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