#estou seguindo todos de volta sem pensar duas vezes...
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Texas, XVIII sentury.
A minha mãe tinha lá as suas amigas. De vez em quando iam lá em casa falar de como a grama do vizinho era mais verde ou uma ia lá pegar o sal que faltou na casa dela. Tinha muito o costume de uma bater na porta da outra e pedir emprestado o ingrediente que faltou ou simplesmente dar de presente um fruto, por exemplo, a tangerina que foi colhida do pé que deu a luz a baixo do raio de sol das 5 da manhã. Foi nessa história de vai e vem de mães que eu conheci a filha de Penélope uma vez que ela foi junto com a mãe lá em casa. Ela tinha olhos com fogos de artifícios que sorriam acompanhando a sua boca tão bem desenhada. Olhavam pra mim com olho de canto e depois olharam pra a tangerina que eu mesmo colhi do meu jardim enquanto eu as recebia em casa. Quando fechei a porta eu não esqueci mais daquele jeitinho daquela menina. Eu estava muito admirada mesmo tendo conversado tão pouco. Eu não julguei aquilo. Eu só senti uma admiração genuína.
No outro dia eu recebi uma carta dela:
"Querida , Elisa
Não tivemos tempo de nos conhecermos. Sou nova na cidade. Estou morando com minha mãe desde a semana passada e estou disposta a fazer novos amigos. Aceita colher flores comigo na floresta amanhã as 3p.m.?
De Ângela"
Ângela e Elisa se encontraram muitas vezes na floresta. Haviam risadas, olhares, risadas de novo, haviam brincadeiras de esconde esconde, pega pega, risadas, pega pega, olhares, pega pega... uma caiu por cima da outra e ficaram se olhando por vários minutos, se admirando, sem medo de olhar nos olhos, sem medo de olhar no fundo das suas almas, elas não disfarçaram nenhum sorriso, não disfarçaram admiração. Elisa tocou o rosto de Angela com a mão direita e continuava a admirar. Ela se levantou, as duas se sentaram uma de frente pra outra e sorriam uma pra outra ainda admirando. A respiração delas começou a ficar ofegante. As duas começaram a sentir um arder nos seus corações só de se entreolhar. Elas sabiam o que uma estava sentindo mesmo sem falar nada. Ângela viu borboletas e as duas foram seguindo-as. Já estava escurecendo e tinham que voltar pra casa.
Ângela
Eu deitei a cabeça no travesseiro e não conseguia dormir só de pensar na Elisa, em como foi bom o dia com ela hoje e em como ela era linda e admirável. Era tão inteligente! Sabia falar sobre teorias que pai estudava e tinha as mãos tão delicadas e macias. Eu não consigo dormir porque eu sinto falta de ter ela por perto. Remanchei tanto na cama mas a todo tempo só me vinha ela na cabeça.
Elas se encontraram de novo na floresta. Caminharam pra mais distante, pra perto da cachoeira. Elas se sentaram numa pedra uma do lado da outra pra descansar. Ângela colocou seu braço a volta de Elisa e ficou a falar sobre como era viver com o pai na cidade grande. Não era ruim. Era bom. Ela aprendeu muitas coisas ralando por lá mas isso só ajudou a ela a crescer, se amar e querer bem os outros. Só de ouvir ela falar enchia os olhos da Elisa de admiração ao olhar pra Ângela. "Sabe o que? Eu sinto uma coisa muito intensa e muito boa quando estou contigo. Acho que nunca senti isso por ninguém antes. É muito novo e não sei o que fazer com isso". Ângela também sente e como as duas nunca tiveram isso antes Elas não sabem nem o que é. Elas não medem carinho. É tudo muito muito puro e sem limites. Então Ângela deu a mão a Elisa. Ela é menos envergonhada porque já teve que correr atrás de coisas na vida. Elas ficaram fazendo carinho com as mãos dadas, e Ângela beijou a mão de Elisa. Elisa beijou a mão de Ângela e afagou a mão dela no rosto e depois levou as mãos pra o meio do peito. Ângela colocou sua mão sobre a mão de Elisa no meio do peito de Elisa e trocaram sentindo o coração dela que estava batendo muito forte. Tanto que ela teve que comentar. "Eu fico assim contigo". E a outra disse que também fica assim. Elisa ficou apertando os braços de Ângela com uma sobrancelha desesperadora, como se estivesse se perguntando o que era aquilo e se aquilo era real e puxou os braços dela pra se abraçarem. As duas com o coração batendo forte, beijaram a bochecha uma da outra e só assim já estavam a arder completamente.
Elas se recomporam e voltaram pra casa. Mais uma vez a Ângela não conseguiu dormir. A Elisa teve um sonho super íntimo com Ângela em cima da mesa da cozinha com velas a volta, um pão e duas tangerinas que estavam escorrendo um suco delicioso. Elas comiam as tangerinas e bebiam o suco delas com muita excitação até chegar numa explosão de estrelas ofegantes e então ela acordou no susto sem entender aquele sonho. Ela ficou com vergonha e pensou que nunca poderia fazer isso com uma mulher porque era errado. Que ela nunca tinha visto isso antes na vida. Depois desse sonho ela não quis mais ver a Ângela. Ficou assustada com o que sentia. Pra época não se falava sobre esse assunto. E Ângela não entendia porque Elisa evitava ela ao atender a porta e não respondia suas cartas. Até a mãe de Elisa ficou preocupada e sem entender nada.
Afinal elas conseguiram se encontrar na floresta novamente e ela contou o sonho que teve com a amiga. Ângela disse que esse sonho é lindo e depois ficou com a boca bem pertinho da de Elisa um tempão só sentindo a faísca entre elas mas não chegou a beijar. Elas ouviram um barulho vindo da floresta e como não sabiam se era alguém, voltaram pra casa. Em casa, ajudavam com o jantar, pensavam uma na outra, escovavam os dentes, pensavam uma na outra, deitavam para dormir, não dormiam. Não podiam para de pensar uma na outra nem ficar longe. Tinha um laço invisível que as unia.
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Sei que é para sentir
Minha cabeça tá a milhão, acelerada, pensativa, angustiada, triste...solidão.
eu tenho várias coisas para falar e ao mesmo tempo me faltam palavras, a sensação é de abismo, um buraco bem grande e escuro, dói, me faz sentar no sofá, colocar as mãos na cabeça e chorar, eu sinto um desespero, logo começo a chorar e meu peito tá quase explodindo, é horrível, dói muito.
Eu faço tudo o que posso durante o dia, tudo para esquecer, para não pensar, as vezes eu preciso e é necessário pensar, afinal, são muitas coisas para elaborar, droga, cadê o meu sono? são 03:22 da manhã de um domingo quase Páscoa, falando em Páscoa, a anterior foi a melhor da minha vida, eu ganhei um ovo de Páscoa e uma camisa linda, tomamos um vinho...
Eu tô presa nessa nostalgia e não consigo processar esse presente, falando em presente, saber de tudo que eu soube alugou vários apartamentos na minha cabeça, eu fui manipulada para atingir quem amo? eu fui usada para atingir a pessoa que eu digo ser o amor da minha vida? eu fui tão burra que nao enxerguei? mas como?
Parece que não consegui buscar acolhimento onde eu queria, acabei aceitando quem me ofereceu afeto, pensar nisso me deixa mal, triste, com raiva, com culpa... pedi perdão em pensamento, que droga.
Eu sei que vários erros foram cometidos de ambas as partes e parece que os dois lados se mataram, uma atingiu a outra, e a certeza que eu tenho, é que nenhuma das duas teve a intenção de se machucar dessa forma.
É tão estranho hoje te ver e, não poder te tocar, te olhar nos olhos, eu sei, você não quer e ainda bem, eu não tenho nem como te aceitar aqui, eu tenho muita coisa pra processar, a minha cabeça tá um caos pensando em tudo isso, eu tô orando todos dias para que isso acabe de vez dentro de mim, meus erros, os seus erros, o nosso trágico fim.
A vida ainda é completamente estranha, eu te sinto aqui, não me importo se já me esqueceu, se nem lembra mais de mim e me quer longe, eu amo você. Perdão não ter visto o que era tão óbvio, eu só precisava entender melhor, tudo que você não me contou...
Agora eu estou aqui, com isso preso dentro de mim, mas sei que vai passar, eu elaboro e aceito meus erros e sigo em frente, geralmente penso e faço assim.
Eu tenho sonhado todos os dias, penso o quanto preciso urgente tirar isso da minha cabeça, mas volta constantemente.
Saudade... Saudade de nós, que difícil, por aqui tá muito difícil, você está bem?
Bom, independente, apesar de te amar, de onde você tá é melhor pra mim, sem contato, sem olhares, sem toque... é muito melhor, eu preciso ir, eu preciso te deixar aqui, agora, eu não posso mais te levar, fica em paz, fica na luz.
Costumava dizer que eu voltava já, mas agora eu só preciso ir, não posso mais priorizar quem nunca me quis aqui, não posso deixar de enxergar tudo que aconteceu e a imensidão desse problema, foi surreal, difícil acreditar...
Isso tudo que eu sinto, faz parte do meu processo, minha mente e meu coração estão sempre em conflito, mas os aceito, os acolho, é bom estar sozinha, sem pressão, sem ninguém.
Eu vivo a vida, amando meus amigos, dando rolê, voltando a estaca zero, sensação esquisita, mas necessária.
Vou vivendo, vou seguindo...Sentindo cada pedaço desse processo, virar a página requer toda paciência da leitura, ansiosa pela próxima página.
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Reaction - Quando o filho de vocês se mete em problemas.
SEOKJIN
Você e o Jin tinham sido chamados para irem até a escola do filho de vocês pela direção, já que aparentemente ele tinha se metido em uma briga e eles queriam que vocês dois resolvessem.
O Jin estava furioso com o menino, por mais que tentasse não demonstrar. Enquanto o diretor não aparecia, ele estava olhando sério para o seu mais velho, e você com certeza percebeu que as orelhas dele estavam ficando vermelhas.
Depois de alguns minutos, vocês finalmente foram chamados para dentro da sala, se encontrando com um senhor já grisalho sentado na frente de uma mesa de madeira. Ele cumprimentou vocês e pediu para que se sentassem, começando a falar logo em seguida.
“Sinto muito por atrapalhar a rotina de vocês, mas isso precisava ser conversado.” Ele disse.
E então veio a bomba que mudou completamente a situação:
A verdadeira história era que o seu filho tinha, de fato, brigado com outro garoto, mas todo mundo tinha esquecido de te dizer o motivo: a única razão pela qual ele fez isso foi para defender outro menino, que estava sendo vítima de bullying por um dos meninos da sala do seu filho, que não se segurou quando viu a cena é acabou se metendo sem nem pensar duas vezes.
“Espera, deixa eu ver se eu entendi." O seu marido disse, depois de ouvir tudo. “Vocês estão querendo castigar o meu filho por ter feito a coisa certa?”
“Senhor, nós sabemos que ele fez isso com boas intenções, mas nós acreditamos que a violência nunca é a resposta.”
“Bom, seja lá qual a resposta que vocês estavam usando, não estava dando certo, não é? Caso contrário ninguém estaria fazendo bullying com ninguém e eles não teriam brigado.” Você olhou para o Jin, ficando atenta para caso ele se exaltasse. “Ele não fez nada de errado, só quis proteger outro menino, o que deveria ser o trabalho de vocês, aliás, mas não estão fazendo muito bem.” Então ele se levantou da cadeira, pegando o seu filho, que estava no canto da sala o tempo todo, pelo braço. “Vem, vamos.”
Você suspirou enquanto observava eles saírem, e depois se virou para o diretor, que estava claramente sem jeito.
“A senhora entende o problema na situação, não é?” Te perguntou.
“Entendo.” Concordou com a cabeça. “Só não concordo.” Levantou uma sobrancelha. “Sei que a briga foi ruim, mas o bullying é muito pior.” O homem engoliu a seco. “Vocês estão dando atenção para o problema errado.”
Depois disso, você se despediu educadamente e saiu da sala, indo até o carro de vocês que estava estacionado na frente da escola.
“Vocês dois sempre jogam a bomba e me deixam pra trás.” Você disse, fazendo tanto o seu marido quanto o seu filho ficarem quietos e desviarem o olhar. “Não finjam que eu não estou falando com vocês.” Olhou para trás. “Você precisa achar um meio menos polêmico de proteger as pessoas.” Voltou a olhar para frente. “Da próxima vez o ataca com palavras, assim não tem como provarem nada contra você.” Olhou para o seu marido. “E você, pelo menos me espera pra ir embora da próxima vez, você saiu que nem um furacão e eu fiquei sozinha lá.”
“Desculpa, querida.” Ele disse. “Eu me exaltei um pouco.”
“É, eu vi.” Murmurou, fazendo seu filho dar uma leve risada no banco de trás, enquanto você colocava o cinto de segurança e o Jin dava partida no carro.
YOONGI
Você e o Yoongi estavam sentados na mesa de jantar da casa de vocês, de frente para o seu filho mais velho, que estava olhando sério para os dois, mas você podia ver o leve medo no olhar dele.
O que aconteceu foi que vocês tinham recebido uma ligação da escola dele dizendo que não tinha aparecido nas últimas aulas do dia, e que não o encontraram em nenhum lugar do colégio durante esse tempo.
“Pela última vez.” O Yoongi disse. “Aonde que você se meteu?”
“Eu já disse que não sei do que vocês estão falando.” Ele deu de ombros, e você suspirou, nervosa.
“Olha aqui.” Você apoiou os cotovelos na mesa, se inclinando de leve na direção dele. “Nós já sabemos que você fugiu da escola hoje, então o mínimo que pode fazer pra tentar aliviar sua situação e dizer a verdade para a gente.” Ele te olhou, deixando a pose de lado e ficando nervoso. “Então anda logo.”
“Tá bem, tá bem.” Ele cedeu, suspirando e coçando a nuca. “Eu fui ajudar uma amiga.”
“Ajudar uma amiga?” O Yoongi levantou uma sobrancelha.
“É, a Areum.” Ele disse, se referindo à filha dos seus vizinhos, que era dois anos mais nova que seu filho. “Ela estava tendo alguns problemas com algumas meninas da escola, e eu encontrei ela chorando no intervalo.” Murmurou. “Lembrei que quando ela era menor e aparecia aqui chorando vocês davam sorvete pra ela até ela se acalmar, e pensei em fazer o mesmo.”
“Você levou a Areum pra tomar sorvete, então?” Você perguntou, e ele concordou, claramente envergonhado.
O Yoongi deu dois tapinhas no seu braço e se levantou, e você foi atrás, parando há alguns metros da mesa antes de começarem a sussurrar:
“Você acha que ele está dizendo a verdade?” Seu marido te perguntou.
“Acho que sim.” Respondeu. “Ele está claramente com vergonha disso, igual você quando faz alguma coisa fofa.”
“Eu não fico assim.” Ele sussurrou uma última vez, voltando para a mesa. “Tudo bem, você jura que foi isso que aconteceu?”
“Sim.” O mais novo respondeu rápido.
“Tá certo, pode ir então.” Você falou, e viu seu filho relaxar aliviado. “Mas da próxima vez nos avise antes de fazer qualquer coisa.”
“Sim.” O Yoon concordou. “Se quer agir como príncipe encantado então pelo menos nos avise.” Viu o menino revirar os olhos, e vocês dois riram, vendo ele se levantar e sair. “Por um segundo eu imaginei que ele tivesse se envolvido com uma gangue.”
“Ao invés disso levou a vizinha triste para tomar sorvete.” Você respondeu sorrindo. “Ele se faz de bad boy mas tem um coração mole.” Olhou para o Yoongi. “Igual alguém que eu conheço.” Falou, e ele cerrou os olhos para você, fazendo com que soltasse uma risada fraca.
HOSEOK
Você e o Hobi estavam na sala de vocês, assistindo um filme qualquer na TV e quase dormindo enquanto esperavam pela filha de vocês, que tinha ido em uma festa e não tinha voltado ainda.
Já tinha passado da meia noite quando vocês ouviram a porta abrir, e se levantaram em um susto, sentando e olhando em direção a entrada. Mas o verdadeiro susto veio quando viram o estado em que ela estava: o cabelo estava bagunçado, o batom borrado, e ela tinha um corte na testa, assim como uma marca que tinham quase certeza que era de mão na bochecha esquerda.
“O que aconteceu com você?” Seu marido disse, ficando de pé e correndo até a menina. “Alguém bateu em você?”
“Mais ou menos.” Ela murmurou. “Quer dizer, sim, alguém bateu em mim.” Os seus olhos e os dele se arregalaram. “Mas eu também bati na pessoa.” Deu de ombros.
“Você brigou com alguém?” Você disse, se aproximando dela também e observando o seu rosto de perto. “Meu Deus, filha, você se machucou feio, o que aconteceu?”
“Lembra que eu falei que não confiava no namorado da Sook?” Ela disse.
“Sim.” Você respondeu. “Meu Deus, foi ele quem te bateu?”
“O que?” Ela franziu a testa. “Não, não foi ele.” Mexeu as mãos na frente do rosto. “Mas eu vi ele ficando com outra menina na festa, hoje, e fui tirar satisfação.” Andou até o sofá, se sentando nele. “Aí a menina ficou nervosinha e veio pra cima de mim de repente.”
“Espera, então você apanhou de uma desconhecida?” O Hoseok perguntou, franzindo a testa.
“Eu não apanhei, eu briguei." Ele respondeu, e vocês dois se entreolharam. “É sério, se acham que eu estou machucada, deveriam ver como eu deixei ela!”
“Você não deveria estar dizendo isso com tanto orgulho.” Você disse, suspirando cansada.
“Olha, princesa.” O Hobi puxou ela para um abraço. “Você deve estar exausta, então por que não vai pra cama e a gente resolve isso depois?”
“Mas eu nem tô tão cansada assim.” Ela murmurou, recebendo um olhar que quase nunca via do pai, que fez com que ela se calasse no mesmo instante. “Tudo bem, eu vou pra cama, boa noite.”
Ele falou rápido, e correu em direção às escadas. Enquanto isso, o Hobi te olhou com uma expressão serena, e você arqueou uma sobrancelha para ele, que ficou visivelmente confuso.
“O que foi?” Ele perguntou.
“Acha que eu não vi como olhou para ela?” Você disse. “Você fez aquele seu olhar que arrepia qualquer um, para de fingir que está tranquilo!”
“Mas é óbvio que eu não estou tranquilo, ela brigou com alguém e ainda tava se exibindo porque machucou a moça.” Ele disse, e você soltou uma risada.
“Tudo bem, querido.” Colocou a mão nas costas dele, o empurrando de leve para as escadas. “A gente resolve isso amanhã.”
“Não vai ter que resolver nada.” Ele resmungou. “Ela vai ficar de castigo.”
“Claro.” Concordou, deixando um beijo nas costas dele. “Vamos dormir.” Ouviu ele tentar remunerar de novo, mas desistiU quando chegaram no quarto e você foi direto para a cama.
NAMJOON
O Namjoon chegou em casa do trabalho e se assustou ao ouvir você falando em um tom de voz que quase nunca escutava vindo de você.
“É sério, como vocês puderam achar que isso ia ser uma boa ideia?” Você disse nervosa. “Pelo amor de Deus, isso tinha tudo para dar errado, e adivinhem?” Ele entrou na sala e parou na porta, observando a situação. “Deu mesmo!”
“Amor?” Ele te chamou, e só então você percebeu a presença dele. “Pode vir aqui um minutinho?” Você suspirou, seguindo ele é entrando no seu escritório, fechando a porta logo atrás de vocês. “O que houve?”
“Os meninos pegaram o meu carro para darem uma volta.” Você falou entre os dentes. “Eles acabaram com o meu combustível andando pela cidade sem motivo algum, e ainda de brinde bateram o carro no portão da garagem quando foram estacionar.” O Namjoon arregalou os olhos. “E eles nem me pediram! Meu carro está com um amassado horrível só porque eles quiseram dar um rolê.”
“Olha.” Ele suspirou, abrindo a porta. “Vai lá para cima e toma um banho para relaxar.” Ele te puxou pela cintura, dando um beijo na sua testa. “Você está muito estressada, pode deixar que eu resolvo isso com eles.”
Você não queria deixar de brigar com seus filhos, mas estava tão cansada que acabou concordando com o Namjoon, e foi direto para o seu banheiro, já ligando o chuveiro para tomar um banho relaxante.
Enquanto isso, o seu marido voltou para a sala, mandando os meninos sentarem no sofá e se encostando na peça que segurava a TV enquanto olhava para eles.
“Vocês pIsaram feio na bola.” Ele disse, e eles se entreolharam. “Sabem que a mãe de vocês tem um cuidado enorme com o carro, e fizeram tudo aquilo escondidos dela, ainda por cima.”
“Mas você também já bateu o carro enquanto tentava dirigir.” O mais velho, responsável por ter liderado o acontecimento, disse. “Lembra quando foi tentar estacionar e bateu com tudo na caixa de correio?”
“Lembro.” Ele concordou, começando a andar. “A diferença, é que eu paguei pelo conserto depois.” Se sentou no braço do sofá, olhando para os meninos. “Algo me diz que vocês não vão fazer isso, não é?”
“Não.” O caçula disse amoado.
“Pois é.” Se levantou. “Subam para os quartos agora, vocês dois estão de castigo.” Ficou de pé mais uma vez, e os meninos estavam prestes a reclamar, mas ele foi mais rápido. “Nem pensem em me contrárias, vocês fizeram algo ruim então merecem isso.” Eles ficaram quietos. “E pensem em um bom jeito de pedir desculpas para a sua mãe.” Disse, um pouco mais mando, e os meninos também amenizaram as expressões, concordando. “Ela sempre amolece quando fazem aquelas cartinhas, se capricharem dessa vez pode dar certo.”
Depois disso, ele subiu para o quarto de vocês, te encontrando secando os cabelos sentada na beira da cama.
“Eles já foram pro quarto.” Disse, se sentando do seu lado, e você desligou o secador.
“Me desculpa por perder a cabeça.” Suspirou.
“Ei.” Ele estendeu o braço, entrelaçando a mão com a sua. “Você não perdeu a cabeça, só ficou brava, é normal.” Você concordou com um movimento mínimo de cabeça. “E eles erraram feio, e estão arrependidos, pelo o que eu percebi.”
“Eu sei que estão.” Deu um leve sorriso. “Obrigada.”
“Não precisa me agradecer, jagiya.” Ele deu um leve sorriso, se inclinando e te dando um beijo delicado.
JIMIN
“O que foi que você fez?” Você perguntou assim que ouviu sua filha chegar em casa.
Você e o Jimin tinham recebido uma ligação da escola dela, dizendo que havia levado uma suspensão por ter brigado com um dos professores dela.
“Eu não fiz nada de errado.” Ele disse, jogando a mochila em um canto da sala. “A culpa não é minha se o meu professor é um babaca.”
“Ei, calma.” Você falou, apontando para que ela se sentasse no sofá, o que ela fez. “O que aconteceu?”
“Ele passou um trabalho pra gente fazer para a semana que vem, e quando uma amiga minha comentou que estava difícil, ele deu uma risadinha e simplesmente virou e perguntou se as meninas queriam um mais fácil, já que estava difícil demais pra gente.” A menina bufou. “Aí eu mostrei pra ele o que era difícil demais.”
“Então você brigou com o seu professor porque ele queria te dar um trabalho mais fácil?” Você levantou uma sobrancelha.
“Não.” Ela disse. “Eu briguei com ele porque ele achou que eu precisava de um trabalho mais fácil só porque sou uma garota.”
Você soltou um suspiro e continuou o questionamento para a sua filha, e em pouco tempo o Jimin, que ainda estava quieto, percebeu que vocês estavam à beira de começar uma discussão, então decidiu fazer alguma coisa para evitar qualquer problema maior.
“Vai pro seu quarto e toma um banho.” Ele disse para a menina, quando vocês deram uma pausa para respirar. “Depois volta aqui e a gente continua conversando.”
Ela suspirou mas acabou concordando, e foi correndo para o quarto enquanto você a olhava séria.
“Por que está tão brava?” Ele perguntou, se sentando no sofá e te puxando para fazer o mesmo.
“Porque ela se meteu em problema por bobeira.” Murmurou, se acomodando do lado dele.
“Você falando isso nem parece a mesma pessoa que fez um professor ser demitido da faculdade porque ele não te deu a nota que queria.” Ele disse.
“Não foi só porque não ganhei a nota que eu queria!” Você se defendeu, olhando para ele com a testa franzida. “Foi porque ele deu uma nota muito maior para um garoto que copiou tudo da internet e ainda copiou errado, e eu e metade das meninas nos demos mal mesmo tendo feito trabalhos impecáveis.”
“E ela não está brigando pela mesma coisa que você, de certo modo?” Ele perguntou, e você relaxou um pouco sua expressão. “Ambas tentaram provar para um professor que não devem ter tratamento diferente só porque não são homens.”
“Mas o meu plano deu certo, ela levou uma suspensão.” Reclamou.
“S/N…” Ele disse, suspirando.
“Tudo bem, tudo bem.” Suspirou também, mas de uma forma dramática. “Eu vou falar com ela, então.” Se levantou. “Você nos conhece bem demais, que coisa.” Murmurou, indo até o quarto da sua filha, enquanto seu marido ficava rindo no sofá.
TAEHYUNG
“Deixa eu ver se eu entendi direito.” Você disse, massageando de leve a sua têmpora. “Você bateu em um menino quatro anos mais novo que você?”
“Ele tava enchendo o saco da Eun, mãe.” Se denfendeu. “Como eu vou ver um babaca mexendo com a minha irmã e não vou fazer nada?”
“Mas precisava bater nele daquele jeito?” O Tae se pronunciou. “Pelo amor de Deus, o menino quebrou um dos braços.”
“Ele caiu, foi um acidente!” O menino disse, claramente preocupado. “Eu não queria machucar ele tanto assim.”
“Mas machucou.” O seu marido praticamente rosnou.
Os dois continuaram a discussão por alguns minutos, e então você notou mais uma presença no quarto: espiando pela porta com um certo receio você viu a sua filha olhando para o irmão com uma preocupação estampada nos olhos.
Você se levantou da cama e foi até ela sem os dois perceberem, a pegando pela mão e trazendo para dentro com você, mas antes se abaixou um pouco para poder ouvir o que ela tinha para dizer.
“Tae.” Você falou quando se aproximou deles de novo. “Acho que devia ouvir ela.”
“Não foi culpa dele, papai.” Ela disse receosa, e você viu o seu marido amolecer no mesmo instante. “Aquele menino sempre pega as minhas coisas e as estraga, mesmo eu pedindo pra parar.” Olhou para baixo. “Por isso eu pedi para o Doyun me ajudar.”
Você e o Tae se entreolharam, e ele soltou um suspiro, se abaixando até a altura da menina.
“Tudo bem, mas você deveria ter nos dito isso antes.” Ele falou. “A gente podia ter dado um jeito que não envolvesse o seu irmão entrar em encrenca.”
“Eu sei, desculpa.” A pequena murmurou.
Depois disso você tirou ela de lá, mas ficou parada no batente da porta para ver como o Taehyung resolveria o problema.
“Eu entendo que quis proteger sua irmã.” Seu marido começou a dizer, bem mais tranquilo dessa vez. “Mas da próxima vez, pode vir falar com a gente antes.” Passou um braço pelos ombros do menino, o puxando para um abraço. “Só não queremos que se meta em problemas, okay?” O mais novo concordou com a cabeça. “Você podia ter se machucado também, e nem eu nem sua mãe íamos nos perdoar se isso acontecesse.” Deu um beijo no topo da cabeça dele. “Agora pode ir.”
Você fez o mesmo quando o menino passou por você, dando um beijo na testa dele, e depois o liberou para ir para o quarto dele.
“Ele sempre foi superprotetor com a Eun.” Você disse. “Não me surpreende ele ter batido em alguém por causa dela.”
“É, a mim também.” Ele concordou com a cabeça. “Só fico preocupado.” Deu de ombros. “Com os dois.”
“Eu sei que fica.” Se sentou na cama. “Mas você faria a mesma coisa.”
“Claro que eu faria.” Ele disse na mesma hora, e você riu, fazendo ele se juntar a você poucos segundos depois.
JUNGKOOK
O Jungkook saiu pisando firme da sala do diretor, com você logo atrás. Ele passou reto pela filha de vocês que estava sentada, e você suspirou, passando o braço pelos ombros dela para a guiar até o carro.
Entraram no veículo em completo silêncio, e ficaram assim por bons minutos, até o Jungkook parar em um sinaleiro e bufar, começando a falar de repente.
“Você quebrou o nariz de um garoto.” Ele olhou para ela pelo retrovisor. “Não tem nada a dizer sobre isso?”
“Desculpa.” Ela murmurou.
“Por que você fez isso?” Você perguntou, já suspeitando de alguma coisa. “Sei que não foi de graça.”
“Não mesmo.” Ela aumentou um pouco o tom da voz. “Ele apertou a minha bunda quando eu passei por ele.”
“O que?” O Jungkook quase gritou, virando o corpo para trás.
“Ele apertou a sua bunda?” Você fez o mesmo, assustada. “Meu Deus, filha, e você não disse isso para ninguém?”
“Ninguém quis me ouvir.” Ela exclamou. “Nem mesmo o diretor, quando eu tentei me explicar ele disse para eu ficar quieta e me sentar porque ia ligar para vocês.” Ela bufou, do mesmo jeito que o pai tinha feito um tempo antes.
“Aquele imbecil…” O seu marido disse entre os dentes, e logo em seguida vocês dois se assustaram com uma buzina, percebendo só então que o sinal tinha aberto.
Ele voltou a dirigir, apertando o volante com força.
“Então resumindo.” Você disse. “Um garoto te assediou no meio da escola, e ninguém deu a mínima.”
“Sim.” Ela murmurou. “Eles acharam um absurdo eu ter quebrado o nariz dele.” Deu de ombros. “Mas nem foi de propósito, eu queria acertar na bochecha.”
“Espera.” Você franziu a testa. “Onde você aprendeu a socar forte o suficiente para quebrar o nariz de alguém?”
Você viu ela morder o lábio e direcionar um olhar para o pai, que estava tentando esconder um sorrisinho que apareceu no rosto dele.
“Jungkook!” Você choramingou.
“Eu só queria que ela soubesse se defender se precisasse.” Ele disse no mesmo tom que você. “E deu certo, ela se defendeu de um assédio.”
“Sim, mas…” Você tentou dizer alguma coisa, mas acabou ficando sem argumentos. “Eu sinceramente não sei o que eu fiz pra merecer vocês dois.” Disse, e viu os dois darem o mesmo sorriso com o nariz franzido, fazendo você mesma soltar um leve sorriso.
Oooii, como vocês estão??
Bom, acho que não tenho nada pra falar hj shshshshshs então espero que tenham gostado, e me desculpem por qualquer erro!
Até mais!
#bts#hoseok#jimin#namjoon#jin#jungkook#taehyung#yoongi#bts reaction#hoseok reaction#jimin reaction#namjoon reaction#taehyung reaction#yoongi reaction#jin reaction#jungkook reaction#jeon jungkook#jung hoseok#kim namjoon#park jimin#kim seokjin#kim taehyung#min yoongi#reaction#reaction bts
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Quando eu era criança, lembro de uma vez, acredito que na 2ª série, que tivemos uma substituta para o período de Matemática. Só que ela chegou com uma pasta cheia de folhas coloridas, retangulares, algumas parecendo que chegaram nesse formato porque tinham sido recortadas à mão. Os meus colegas de classe ficaram no mais puro estado de animação. Cada um deles pegando uma, duas, três folhas e distribuindo para os amigos. ‘Quero o rosa’, ‘o laranja é meu’, 'esse era o último azul’ e nesse alvoroço todo, puxei um dos papéis coloridos: um verde bem escuro, com uma das pontas já amassadas, porque, aparentemente, ninguém gostava dessa cor. Foi o tempo da professora escrever o nome dela na lousa: Letícia. Ela se apresentou, repetindo o nome em voz alta, disse para todos se acalmarem e voltarem aos seus respectivos lugares. 'A matéria que eu dou aulas é Artes, não sei muito sobre Matemática…’ - e a sala inteira comemorou consideravelmente - 'Mas sei que algumas coisas das minhas aulas podem ter pequenos conceitos que se ligam à ela…“ - houve uma pausa para um suspiro coletivo de desapontamento. Desse jeito, Letícia foi ensinando nossa turma a fazer um barco de papel através da técnica da dobradura. Ia explicando que os quadrados, retângulos e triângulos que são formados ao longo da união de uma ponta com outra da mesma folha de papel, também podem ser estudados na parte de Geometria, dentro da Matemática. Continuava a explicação, dizendo que tem como calcular áreas de mesas, cadernos ou até mesmo da própria escola, descobrir dimensões, tamanhos, etc., a partir do momento que a gente considera que quase tudo é formado por essas figuras básicas. Chegando no final da atividade, a maioria dos alunos já estava levando seus barquinhos de um lado para o outro, elogiando o amigo que desenhou uma caveira em uma das pontas e falando do boneco de palito que outra amiga desenhou para ser a 'pirata.’ Neste momento o sinal da escola toca, avisando que era hora do recreio e todos saem pegando suas lancheiras ou dinheirinho para passar na cantina e vão correndo para o pátio da escola. Menos eu. Fiquei porque faltou mais uma parte do papel para dobrar e foi com a ajuda da Professora Letícia que consegui terminar. 'Ficou lindo. Um dos melhores que eu já vi.’ - disse a professora. Peguei a obra de arte que tinha feito, me despedi da Letícia e fui para o pátio, balançando o barquinho como se ele estivesse navegando em ondas mais fortes. Imaginárias, mas fortes. Essa memória é tão importante pra mim que, com o passar dos anos, eu desenvolvi o hábito de fazer essa dobradura em momentos aleatórios do meu dia. Já cheguei a usar guardanapos, panfletos que me deram na rua, rascunhos das provas da escola e por aí vai. Em uma dessas vezes, no último dia de aula do primeiro ano do Ensino Médio, fui almoçar com a minha mãe no shopping e comecei a dobrar o papel que protegia a bandeja. Terminei e deixei apoiado na mesa. Minha mãe estava falando algo sobre um dos meus irmãos mais velhos e eu não tinha prestado atenção. Pedi desculpas, ela me olhou com uma cara mais séria, mas logo sorriu de novo e me fez a seguinte pergunta: 'Quando você coloca eles na água, você não deixa por muito tempo, né? Porque o papel pode se desfazer’. E sendo sincero, nunca nem pensei em deixar os barcos na água… sempre fiz e deixava nas mesas, nas cadeiras, com algum amigo e até mesmo com crianças que eu encontrava no ônibus. Em outra data, estávamos todos em um sítio, no meio de um churrasco para comemorar o aniversário do meu pai. Peguei um dos cartões que estavam na pilha de presentes dele, 'De: Blá blá blá - Para: Roberto Siqueira dos Santos - Desejo blá blá blá’ e comecei a fazer outro. O papel do cartão era mais duro e resistente; quando dobrei a última parte, levei este para a piscina e coloquei na água. O dia estava bonito, mas garoando e a garoa foi ficando mais pesada… E mais pesada. Até que começou a chover pouco tempo depois. Vi meu barquinho ficar agitado na mesma intensidade que as águas da piscina também iam ficando. Até que pelo tanto de chuva que se acumulou dentro do barco de papel, ele afundou e só tive a reação de assisti-lo descer lentamente até o fundo da piscina e ficar ali, parado. Hoje, quando eu volto pra realidade depois de mergulhar nessa memória, percebo que muita coisa acumulada também pode te 'estragar’, não adianta ter só o exterior com a aparência de forte ou resistente. Meu barquinho naquele dia não afundou porque o cartão era feito com um material ruim ou porque ficou tempo demais na piscina… afundou porque deixei a água da chuva acumular demais. Poderia tê-lo tirado de lá antes ou visto que as nuvens estavam mais próximas e escuras umas das outras e nem ter ido para aquela área, poderia, até mesmo, ter deixado ele na mesa, como em muitas das outras vezes e aquela sensação não estaria voltando pra mim como voltou agora. Lembrei que estava na biblioteca da faculdade e que ela estava pra fechar, então tratei de guardar meus pertences de volta na mochila, devolvi o livro que tinha pego e fui fazendo meu caminho até o ponto de ônibus para voltar pra casa. Sentado, com a cabeça apoiada na janela do 529-J, volto a pensar nessa memória. Quantas coisas já deixei acumular dentro de mim? Quantas vezes já senti meu peito mais pesado do que dez elefantes em cima de uma balança? Quantas vezes senti que estava afundando sem saber, de fato, quando ia me afogar? Então ainda que eu deixe transparecer que sou mentalmente equilibrado e que sei lidar com todos os meus problemas, ainda é muito fácil ligar uma mangueira e me encher de água até eu afundar mais uma vez. E nem precisa ser água, porque já tiveram situações e pessoas que me encheram com pedras, areia, tijolos, etc. Desço no ponto perto de onde moro, abro a porta de casa, dou boa noite para minha mãe, vejo meu pai dormindo no quarto e ando em passos leves até o meu. Coloco a mochila na cadeira e me jogo pra deitar na cama, naquele ambiente escuro. Teria como eu me salvar de todas as vezes que afoguei em mim mesmo? Afinal, nosso corpo é 70% água. Alguém poderia ter me salvado? Mergulhado em mim e me puxado de volta para a superfície? Em cada uma dessas vezes, sentia como se puxasse o ar pela última vez e tudo começasse de novo. Minha vida começava de novo. Era como receber a mesma ligação todos os dias, te avisando sobre as mesmas coisas que aconteceriam… coisas as quais você não tem controle para mudar. Nunca tive vontade de tentar fazer outras figuras, mas levantei da cama, acendi a luz do quarto, coloquei a mochila no chão, sentei na cadeira, peguei minha pasta de folhas coloridas e fiz questão de procurar por uma que fosse verde. Encontrei uma e liguei o meu notebook em cima da mesa, procurando por um vídeo que ensinasse a fazer qualquer outra dobradura. Apareciam algumas simples, outras complexas. Árvores, animais, flores, carteiras, caixas e mais uma infinidade de opções para se aprender. Até que cliquei em um vídeo antigo, quem narrava era uma criança, o Pedro, dizendo que tinha aprendido na escola e queria ensinar para a internet. Ele ensinava a dobradura de um avião. Fui seguindo a sua explicação, ainda que, logicamente, não fosse a melhor e nem que ele conseguisse deixar tudo retinho. Ponta encontrando ponta. Quando estava para terminar o vídeo, Lucas disse que todo dia é um ótimo dia para aprender algo novo e se despediu. Abaixei a tela do notebook com uma mão e com a outra segurava o avião que tinha acabado de fazer… ele brilhava na luz… verde é, definitivamente, a minha cor favorita! Deitei na cama de novo, balançando o avião de um lado para o outro, como se o céu que ele voasse fosse infinito e sempre calmo. E é durante esse voo que respondo as minhas próprias perguntas: já deixei inúmeras coisas acumularem dentro de mim e meu peito já se sentiu mais pesado, assim como tive medo de me afogar, em mais vezes do que deveria… alguém poderia ter me salvado e me puxado para respirar na superfície. Sair de um ciclo vicioso, de uma montanha-russa que só tem entrada, é uma luta constante. Levanto da cama mais uma vez e abro a janela do meu quarto. Não quero deixar o avião na mesa… parado e dependendo de outras pessoas para decolar. Seguro ele forte com o dedão e o indicador, levo meu braço para trás para que pegue impulso e o arremesso janela afora… fiz com que ele voasse para longe… Fecho rapidamente a janela, não quero ver onde ele foi pousar. Quero acreditar que essa folha de papel verde escuro vai voar por muito tempo ou para mais distante daqui o possível. Desaprender hábitos e se dedicar aos novos é uma sensação de liberdade maravilhosa. Digo isso porque é o que estou sentindo no momento. Talvez ainda faça barquinhos quando me pedirem, mas hoje… Hoje eu aprendi a fazer aviões de papel. Aviões foram feitos para transportarem grandes cargas e nós, seres humanos, somos capazes disso. Quando o limite de peso é atingido, a viagem não acontece… quando eu acumulo muita coisa, minha viagem também não acontece. Não desejo mais sentir como se estivesse sendo puxado para o fundo da piscina. Espero respeitar meus limites, deixar certas bagagens para trás e dividir o peso de outras com quem se importa comigo. Quero viajar. E, talvez, em um futuro próximo, quem sabe eu não aprenda a fazer um pássaro. Quero voar sozinho. Pedro… você não tem noção de como é maravilhoso aprender algo novo.
Obrigado, Professora! Aprendi a fazer aviões de papel por sua causa.
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Jane & Samantha
faz séculos que eu não posto um conto aqui, mas esse saiu rapidinho outra noite
conta um pouco da situação das meninas e como elas estão depois dos acontecimentos da segunda temporada
— Esse corte de cabelo realmente lhe caiu bem! — Samantha comentou animada andando à frente de Jane, segurando duas sacolas lotadas de mais roupas do que poderiam ser usadas em uma semana. As marcas estampadas em cada canto mostrando o bom gosto e também condição financeira garantida pela vida de modelo da mulher alada.
Jane muitas vezes se sentia acuada com aqueles banho de loja que sua amiga lhe pagava voluntariamente, na verdade ela era meio que coagida a aceitar os pedidos de Sam e obedecer as suas interferências na moda. Sentia que não podia retribuir da mesma forma. Não que as sobremesas cozinhadas especialmente para a Hall não fossem uma boa forma de retribuir, porém ainda assim ela sempre ficava com um pé atrás para aquele tanto de presentes.
No fim, Jane Jones engoliu seu desconforto e estampou um de seus maiores sorrisos para o elogio sincero.
— Obrigada, eu fiquei receosa ao cortar tão curto. — Ela confessou ainda desacostumada com as madeixas na altura do queixo.
— Não entendo porque. — Sam respondeu tomando um gole de seu café gelado. — Apenas valorizou seu belo rosto.
Jane corou levemente, como sempre fazia quando estava envergonhada ou muito feliz, animada, ou ofegante…
Basicamente quando estava com alguma emoção à flor da pele.
— Um rosto belíssimo que pode conquistar corações. — Sam insinuou com as sobrancelhas arqueadas, bebendo mais do canudo em uma face nada ingênua. Ela sorriu quando Jane ficou ainda mais vermelha, colocando um fio castanho bobo de volta no lugar. — O que foi? Vai me dizer que não existe nada entre você e o Zachariah.
Jane parou abruptamente com a boca aberta em formato de o.
— O que? Eu e ele?! Isso não tem fundamentos!
— Oh, não?
Jane cruzou os braços pequenos contra o também pequeno busto, parando de andar.
— Nós somos apenas amigos, eu estou ajudando ele a se enturmar mais e a aprender o básico, tipo que ele não pode mais roubar o que bem entender, mesmo que seja um pirulito numa loja de conveniência. — A jovem Jones tentou explicar a situação, mas Sam nem parecia estar prestando completa atenção no que ela dizia, cega pelo que acreditava existir.
— Espera, ele faz isso?
— Mais vezes do que eu consigo contar.
Samantha suspirou.
— Ok, você não está interessada nele, mas tem certeza que ele não está em você?
— Em que mundo suas ilusões são reais, Sam? — Questionou voltando a andar e percebendo que ainda estavam longe da loja de confeitaria que ela queria tanto ir antes da mesma fechar.
Samantha riu um pouco, chegando ao lado dela em segundos com suas pernas longas perfeitas para as grandes passarelas.
— Você não poderia tirar a prova, para termos certeza? — Sam insistiu levando a mão à cabeça e girando o dedo indicador na direção do cérebro. — Tipo, você sabe, ler uns pensamentos.
— O que? Eu não vou invadir a privacidade dele apenas para que você tenha certeza de algo que nem é real.
— Mas e se…
— Sam!
Jane a parou com o tom de voz elevado, o que era incomum. Ela não fazia isso com frequência, na verdade quase nunca. Era quase impossível tirar Jane do sério a menos que a pessoa fosse muito insistente e isso era algo que caracterizava Samantha Hall perfeitamente.
— Desculpa. — Sam murmurou arrependida.
— O que deu em você hoje?
Samantha olhou para ela por alguns segundos, obviamente presa nos próprios pensamentos e era nesses momentos que Jane tinha que ter seu autocontrole para não ter vislumbres do que os outros estavam arquitetando em suas mentes.
Por fim, a heroína alada se viu pressionada a confessar.
— A Kate me mandou uma informação hoje…
— Algo ruim aconteceu?
Sam suspirou, a puxando para um dos bancos próximos e deixando as sacolas e sua bebida de lado para segurar em suas mãos, preocupando a garota meio marciana.
— É que ele foi solto.
Brandon.
O nome veio à sua mente pela própria cabeça de Sam em um impulso dos poderes de Miss Marte que imediatamente se viu num misto de emoç��es. Saudade, raiva, medo e um coração partido ao meio por mentiras. Se sentia mal por todas elas, sem saber como deveria reagir ou manter a cabeça limpa, vazia da ira que ela percebeu ser capaz de trazer o pior dela quando descobriu sobre a verdade de quem era Brandon e o motivo dele ter se aproximado dela.
— Você está bem?
— Não. — Jane disse sincera e aceitou o abraço de sua amiga, se sentindo segura entre as asas que a cobriram.
Jane riu levemente, um pingo de sua alegria comum.
— Tem certeza que esse feitiço que a Sabrina lhe deu está funcionando?
— Eu espero que sim, se não estamos mais ou menos ferradas e você vai aparecer em várias capas de notícias de fofoca, além da boca dos vilões que tanto odiamos. — Samantha comentou olhando para o pingente prateado que estava ao redor de seu pescoço e escondia seu verdadeiro ser além de seu grande par de asas de todos que ela quisesse, assim podendo levar uma vida comum por algumas horas.
Como naquela tarde que parecia ter sido estragada pela mais nova revelação.
— Como ele conseguiu sair tão cedo?
— Bom, já se foi mais de um ano. — Ela explicou parecendo pisar em ovos, para não magoar Jane ainda mais. — Estava sendo um bom detento e fazendo serviço social na cadeia, agora está esperando um novo julgamento, vai ficar em liberdade condicional até que o juiz decida o contrário.
Jane parou para pensar um pouco.
Não sabia o que faria se o visse novamente, talvez tivesse vontade de jogá-lo metros longe ou talvez beijá-lo. Porém, também sabia que aquele não era o momento para ter tais digressões e que as chances de realmente vê-lo face a face eram mínimas.
— Então por isso que me chamou para sair? E estava tentando me jogar para o Zach?
— O Zacariah poderia ser de uma ajuda para seu pobre coração.
— Pare de chamá-lo assim, você sabe que ele não gosta e não quer mais ficar relacionado com a Liga das Sombras.
— Isso é mais problema dele do que meu. — Sam respondeu sempre implicante e se levantando. — Agora vamos para sua bendita loja de confeitaria, para procurar o que mesmo?
— Forminhas com um design especial que apenas eles vendem. — Jane respondeu com um pouco de sua animação normal voltando.
— Isso mesmo, forminhas…
A Jones ignorou o revirar de olhos da outra, seguindo pelas lojas de fachadas chamativas.
— Já que você quer falar de garotos, por que não fala do Nereus?
— O que tem ele?
— Que tal o fato dele agora ser seu noivo?
Sam gargalhou trazendo sua atenção para o novo tópico.
— Bom, eu não tenho mais nenhuma mágoa da noiva ridícula que ele tinha e acho que tudo está em águas limpas… — Samantha fez boba piada apenas porque sabia que Jane seria a única pessoa que riria daquilo. — Não vamos mais ter problemas, está tudo indo bem, tirando o fato de que a mãe dele me odeia e que um dia eu posso ser rainha de uma cidade submersa.
— É bastante coisa para se adaptar.
— No momento eu apenas quero curtir ser noiva e pensar nas cores de minha festa de casamento, e é claro que minha madrinha número um irá me ajudar nisso quando os preparativos reais começarem. — Samantha falou dando uma piscadela para Jane, que se iluminou pensando na possibilidade.
— Sério?
— É claro Jane, você é especial para mim e o Nereus, não poderia pensar em outra pessoa.
— E quanto a Kate?
Sam fingiu desgosto, mas a mais nova sabia que era apenas farsa.
— Ela pode ser a número dois, mas não conte nada para que a convencida não fique se achando.
— É claro! — Jane respondeu já pensando em todas as possibilidades de coberturas e quais docinhos seriam servidos.
O que foi muita sorte delas terem finalmente chegado na loja.
Porém, não conseguiram colocar um pé dentro do lugar antes dos sinalizadores começarem a apitar freneticamente. Samantha suspirou pesarosamente e Jane atendeu o pedido em segundos preocupada com a urgência da situação.
A voz de Kate veio com muita estática.
— Problemas em Gotham, preciso de ajuda. — O som de tiros e explosões era audível do outro lado da linha.
— Estamos a caminho! — Jade afirmou já puxando Sam para que pudessem se trocar.
Samantha resmungou prontamente.
— Logo antes de eu começar sua intervenção em relação a lingeries.
Jane olhou para ela por cima do ombro.
— Eu nunca concordei com isso antes e não vou agora!
— Não custava tentar!
#young justice#justiça jovem#dc#dc comics#extra#conto#jane jones#miss martian#samantha hall#hawkgirl
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Uma história por trás da história
Olá. sou nova por aqui. Sou lésbica e tenho 26 anos. Estou sofrendo com crises de ansiedade onde ela se agravou no meu ultimo relacionamento, fazendo com que eu perdesse a mulher com quem eu estava. Que, se hoje eu entendo de amor, poderia dizer que foi a mulher que eu mais amei até agora de todos os meus relacionamentos anteriores.
Bom, pra eu começar o diário de hoje, preciso contar o que passei até hoje.
Conheci ela pelo tinder, tinha uma distancia de um pouco mais de 100 km entre a gente (coisa de lésbica ter relacionamento a distância rs). nos encontramos um dia, e nasceu ali uma quimica surreal em todos os sentidos imagináveis. Diz ela que sentiu o mesmo... a gente foi se encontrando com intervalos de 15 dias por caqusa dos nossos serviços... eu saia as oito da sexta feira do meu serviço e ia direto buscá-la para vir em casa, porque na época eu não podia dormir na casa dela por causa de uma amiga louca que ela tinha (história para outro dia).
Esitei pensar em namoro no começo pois fazia uns 4 meses que eu tinha saído de um relacionamento, porém a gente se envolveu tanto por causa das coincidências que acabamos começando um relacionamento. No início era tudo fantástico, tudo que eu queria pra mim. Porém a gente se ver foi ficando cada vez mais complicado. Se a gente perdesse um fds sem se ver, ficaríamos 1 mês distantes. Ai foram acontecendo os desencontros. e a tal da ansiedade foi se manifestando. Ela como uma sagitariana igual eu, amava sair e sua liberdade. no começo não via problema, porém ela fazia amizade com todos, bebia bebidas de todos e por coincidência ou não, nunca dava certo de eu conhecer os amigos dela, e em contrapartida ela conhecia todos os meus. A minha insegurança foi me deixando paranóica e ela não soube entender ou me ajudar. Na verdade, não dá nem pra culpá-la porque nem eu sabia pelo o que eu estava passando.
As brigas começaram, quando estávamos juntas era tudo perfeito, mas quando eu voltava pra minha vida real, a insegurança atacava e me fazia imaginar coisas e foi ficando pior cada vez mais. Terminei com 3 vezes por insegurança, ela me chamou pra conversar e acabamos voltando. Na quarta vezes ela se sentiu insegura e não quis mais voltar. Tentei até ontem manter uma relação. Tinha algumas coisas na casa dela ainda, mesmo fazendo um pouco mais de um mês que terminamos. Mas desisti. Ela sempre foi educada comigo, porém era uma tortura conversar com ela, ver que ela estava seguindo a vida dela e eu estava estagnada ali pensando nela dia e noite. Mesmo tomando remedio sobre receita, é raro as noite que durmo bem.As vezes tomo cerveja a noite pra ver se consigo dormir melhor, na maioria das vezes funciona, mas acaba com meu corpo.
Ontem eu desisti de tudo que envolvia a gente. que me levava pro fundo do poço. bloquiei ela em todas as redes sociais porque não aguento ver fotos dela ou qualquer coisa que me lembre ela sem sentir angustia de ter sido tão fraca a ponto de perder a pessoa que eu amava.
Desde que terminamos eu tive alguns progressos e retrocessos, porém consegui enxergar alguns erros dela. Coisas que se nós duas tivéssemos prestado atenção, dava pra salvar o relacionamento, porém mesmo com todas as coisas que consigo enxergar hoje, ainda não consigo ter raiva dela ou culpá-la por algo fazendo com que seguir em frente se torne mais complicado ainda.
Por enquanto é só. Vou tentar atualizar dia por dia pra ver se consigo melhorar e dar a volta por cima nessa situação.
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Uma madrugada qualquer
Era só mais uma noite de festa no campus. Pietra já estava no fim de seu turno como estagiária na biblioteca da faculdade, quando sua companheira de quarto chegou distribuindo seu pior olhar. Verônica, tinha sido uma ótima amiga desde o primeiro ano, e as duas sempre saiam juntas. Pietra lembrava-se da época em que fora perdidamente apaixonada por ela. Amava seu cabelo, que mudava de cor a cada quinzena. Tinham sido amantes por um semestre, mas esse período tinha passado. Pietra ressentia-se por não ter avisado á Verônica da sua total inconstância.
-Você já está saindo pequena? - Verônica, tinha um tom irritado e tentou amenizar usando o apelido da época em que namoravam.
-Sim, já estava fechando. Vai pegar algum livro?
-Não, só queria saber se você vai à festa?
-Você poderia ter mandando uma mensagem. - Pietra sentia que Verônica não se conformava com o término. Tinha sido difícil, e as duas se vinham todos os dias e dormiam no mesmo quarto, o que dificultava ainda mais a situação. Mas, Pietra não via em Verônica alguém com quem ela queria estar, alguém já ocupava seu lugar.
-E qual é o problema em vir aqui ver você? - aquela resposta ríspida de Pietra a tinha machucado.
-Não. Nenhum. - Pietra, sentiu uma pontada de culpa ao ver o olhar de Verônica. Quando triste, Verônica parecia só uma menininha, e não a mulher forte e decidida que sempre passava pelos corredores com um ar de total confiança. - Mas você sabe que não gosto dessas festas.
-É, eu sei. Lembra do Halloween do ano passado? E vim te buscar aqui na biblioteca e… - Verônica, com seus belos olhos azuis, fitou Pietra intensamente, como se quisesse que ela sentisse todo fervor de meses atrás. Mas, Pietra não sentiu. Essa então, tentou usar de uma casualidade inexistente.
-Sim, fizemos essas mesas estremecerem. - sorriu sem humor. - Mas, foi há muito tempo.
-Nós podemos fazer o tempo voltar Pietra. Você sabe o que eu ainda sinto por você. - Verônica aproximou-se de Pietra que estava encostada em uma mesa. Pietra abaixou a cabeça.
-Não, nós podemos Verônica. Porque não há mais nada que me impulsione a fazer isso. Me desculpe.
-Não é possível que algo tão forte tenha sumido assim Pietra!
-Mas sumiu Vê. E não há nada que eu possa fazer. Nós somos muito diferentes, queremos coisas diferentes. - Pietra sentiu que Verônica ignorava todas as tentativas de explicação que ela dava.
-Eu sei que não foi algo que aconteceu do nada. Você estava ficando com outra pessoa, não estava?
-Não. Eu estava só com você, mas acabou. Você sabe que eu nunca acreditei que as coisas são para sempre.
-Eu não queria que fosse para sempre, mas não foi o suficiente. - Verônica pegou uma mecha do longo cabelo preto de Pietra e enrolou em seus dedos. Sentia vontade fazer isso todas as noites e isso era angustiante.
-Eu sei que é difícil para você aceitar, mas são meus sentimentos e eu não consigo mudá-los. - Pietra fitava o chão, pois não conseguia olhar nos olhos de Verônica. Ainda amava aquela garota, mas só como amiga.
-Eu sei que tinha alguém. Você, não terminaria assim comigo. Nós tínhamos algo forte. Quem era Pietra?
-Eu já te disse que não tinha ninguém. - Pietra não suportava quando alguém a chamava de traidora.
-Mas não consigo acreditar em você. Foi aquele cara do dormitório da frente não foi? - Ela já tinha visto os dois almoçando juntos nas últimas semanas.
-Não, eu não fiquei com ele enquanto estava com você.
-E agora? Vocês estão juntos?
-Nós estamos nos conhecendo.
-Ele tá dormindo com você? Como você pode estar transando com aquele cara?
-Eu não estou transando com ele! Mas se eu estivesse isso não é da sua conta. Nós não estamos mais juntas!-respirou fundo e continuou. - Eu nunca quis te magoar Verônica.
-Quer saber? Foda-se! Você nunca esteve inteiramente comigo. Eu sim te amei Pietra. Você não sabe o quão mal eu fiquei.
-É claro que sei. Mas talvez você não percebeu que eu também sofri quando percebi que não daria certo. Mas foi melhor assim. E eu me afasto de você por que sei que é mais fácil assim. Mas, se eu pudesse, eu queria ser sua amiga.
-Amiga? Eu nunca seria sua amiga. Eu não vou ser amiga de uma traidora como você. E sabe de uma coisa? Você não passa de uma puta, que dá para qualquer um. - Pietra viu Verônica sair bruscamente pela porta. Não podia ouvir aquelas palavras sem dizer nada. Saiu atrás dela.
-Verônica, você não pode dizer o que quer e sair assim. Volta aqui. - no exato momento que disse isso sentiu diversos olhares das pessoas que estavam no corredor. Todos ali sabiam da história das duas, e Pietra não se importava com o que diziam dela, mas sabia que Verônica odiava escândalos.Verônica voltou alguns passos para que não precisasse gritar.
-O que eu tinha pra falar pra você eu disse. Me deixa em paz. -Verônica queria terminar logo com a conversa para evitar os olhares, mas a voz de Pietra era forte e todos ouviriam o que quer que ela fosse dizer.
-Não é assim que as coisas funcionam. Você vai até o meu local de trabalho e diz o que quer, e ainda presume que eu vou abaixar a cabeça? - Pietra respirou fundo e olhou diretamente nos olhos azuis de Verônica. - Se ser puta é se entregar inteiramente aos sentimentos e emoções, então sim, eu sou puta. E eu fui ainda mais puta quando estava com você. Mas eu não sou como você que gosta de conforto e aceita as coisas como são. Eu busco o novo todos dias e eu espero de coração que você entenda que eu segui em frente.
-Continue seguindo frente então. Eu vou pedir transferência de dormitório amanhã. - e então se aproximou mais ainda de Pietra e disse em seu ouvido. - Às vezes você me dá nojo sabia? - e então saiu.
Isso foi pior que facas atravessando o estômago de Pietra. Não queria inimizade dela, só não tinha mais paixão e ela era movida a paixão nos relacionamentos. A pena era que a paixão sempre acabava rápido para ela.
Pietra olhou a biblioteca, trancou a porta e finalmente saiu do lugar. Começou a caminhar e pensar em tudo o que estava acontecendo. Ela devia ir à esta festa, beber e dançar um pouco, já que não devia nada a ninguém. Afinal o que poderia acontecer de tão ruim em uma festa?
***
Assim que chegou à festa Pietra se arrependeu. Nunca gostou de multidões e se sentia sempre sufocada. Mas ir para o seu dormitório seria pior. Verônica poderia estar lá e ela não queria brigar de novo. Se a visse na festa poderia ir para outro lugar, o espaço era grande o suficiente para as duas.
Resolveu dar algumas voltas. Havia gente bêbada por todo lugar e a música tocando era horrível. Já sabia que devia ter ficado em seu dormitório assistindo a uma maratona de uma série qualquer. Foi pegar uma bebida para tentar esquecer os problemas. Mas assim que virou-se para pegar um copo, viu Vitor. Ele era um cara misterioso, tinha poucos amigos e morava no prédio em frente ao dela. Tinha o conhecido enquanto ele escolhia um livro na biblioteca para as aulas de filosofia. Pietra se encantou no mesmo instante. Eles vinham almoçando juntos nas últimas semanas, mas haviam se beijado apenas duas vezes: uma vez na biblioteca e uma em frente ao seu dormitório. Ele levava as coisas muito lentamente, ao contrário de Pietra que vivia tudo intensamente. Mesmo assim, Pietra estava gostando desse novo ritmo, pois parecia que não iria consumir a paixão toda de uma só vez. E ela estava sem dúvida apaixonada por ele, era recente, mas com ela era sempre assim.
Decidiu usar uma tática diferente nessa noite. Não iria com tanta sede ao pote. Iria tentar ignorar ele por um tempo e depois procuraria por ele quando estivesse próxima do fim da noite.
E foi o que fez. Dançou, bebeu, esqueceu do que tinha feito e do que tinham feito para ela. Quando os alunos começaram a dispersarem para lugares onde poderiam ficar mais a vontade seus namorados ou ficantes, viu Vitor ir na sua direção. Ela dançava como em muito não dançava e sentia sua cabeça girar depois das várias doses de vodca. Percebeu que gostava da música que tocava e sentiu-se livre. Vitor estava usando uma jaqueta jeans e tinha o cabelo mais desarrumado que o normal. Pietra sentiu o desejo crescer dentro dela e sentiu-se aquecida com o toque gentil, porém firme de Vitor. Ele nada disse antes de puxa-la para um beijo.
Pietra se deixou levar e algum tempo se afastou para olhá-lo nos olhos. Vitor conseguiu ler todos os sentimentos escondidos em Pietra: dor, indecisão, vontade e paixão.
-Por que não vamos dar uma volta Vitor? - e então Pietra se soltou dele com um sorriso malicioso no rosto. Saiu em direção ao seu dormitórios e começou a subir as escadas. Parou no oitavo andar que estava completamente vazio. Vitor a seguia com um olhar instigante e curioso. Ela tentou abrir diversas portas, mas todas estavam trancadas. Tentou então a porta da varanda independente, e esta estava aberta. Sentiu um arrepio, eu vou mesmo transar em uma varanda?, pensou, e a primeira resposta que lhe veio em mente foi “Foda-se!”. Abriu a porta e observou que todas janelas dos quartos ao lado estavam fechadas. Encostou-se de frente para a grade e sentiu o vento frio vindo de fora. Sentiu as mãos de Vitor em sua cintura. Ele beijou a lateral de seu pescoço e ela gemeu baixinho. Ele desceu até a parte de trás de sua coxa e levantou a saia que ela estava usando. Beijou toda a extensão de sua perna esquerda e deu uma leve mordida na sua coxa. Ela gemeu e procurou por ele no escuro. Ele beijaram-se inúmeras vezes e mesmo com toda a ventania Pietra sentiu-se quente como nunca tinha estado.
Vitor estava incrivelmente atraído por Pietra, mas ela nunca tinha estado tão sexy quanto naquela noite. Pietra, nunca tinha se sentido tão vulnerável, mas nas mãos de Vitor ela sabia que era certo estar, afinal para ela, o sexo era feito de vulnerabilidade e confiança, os dois pontos fundindo-se, gerando o prazer que ela não conseguia explicar.
***
Ofegantes, algum tempo depois, os dois já estavam se vestindo. Fora a melhor noite de sua vida e ela nunca havia entregado-se tanto para alguém. Nem mesmo para Verônica. No instante que pensou isso viu uma luz acender-se no quarto ao lado da varanda. Apreensiva sentiu medo de que alguém pudesse vê-la. Vestiu rapidamente as últimas peças de roupa e saiu da varanda com Vitor atrás dela.
-Você já vai dormir? - Vitor olhava Pietra como se quisesse ler seus pensamentos.
-Sim, eu vou. Já passa das três da manhã e eu preciso acordar cedo para estudar. - sua voz era mais lenta e doce que o normal.
-Mas amanhã é sábado. - Vitor disse com um sorriso.
-É, mas tenho prova na segunda.
-Eu posso te ligar amanhã para combinar algo?
-Eu não sei… Eu não estou com cabeça para encontros. - Eu devo estar muito bêbada mesmo, pensou, como eu posso dispensar esse cara?
-Nós não precisamos namorar Pietra, relaxa. Eu sei que você não quer nada sério agora e eu respeito isso. Você sabe que eu não gosto das coisas rápidas demais, isso foi uma exceção. Uma exceção maravilhosa por sinal. - Vitor disse olhando nos olhos negros de Pietra que contrastavam perfeitamente com sua pele muito branca. Pietra sentiu-se corar.
-É eu sei que você não gosta. Mas acho que talvez... seja uma boa ideia você me ligar, para que a gente possa conversar, claro. Eu estou muito tonta para ter uma conversa minimamente razoável com você, me desculpe.
-Tudo bem. - ele sorriu e se aproximou para um beijo rápido que Pietra correspondeu. - Te ligo amanhã. Ou melhor mais tarde.
Pietra acompanhou com olhar Vitor sair em direção às escadas. Ele era magro mas tinha costas largas, que ela havia arranhado com vontade na varanda. Sorriu ao lembrar-se do últimos momentos. Subiu mais um andar onde estava seu quarto. Ela tinha se arriscado demais fazendo aquilo ali. Ela poderia ser expulsa do campus. Mas, no fundo, não se arrependia.
Encontrou seu quarto vazio e cama de Verônica arrumada. Sentiu-se satisfeita com isso e foi logo dormir. E então sonhou com Vitor a noite toda.
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Can’t get you out of my mind - Shin Ryujin
“meus sentimentos por você estão ficando cada vez mais fortes”
Idol: Ryujin
Fluff
Baseado na música Can’t get you out of my head -Dreamcatcher
Se alguém perguntasse a Ryujin o que a fez se apaixonar por você ela não saberia como explicar, tantas coisas faziam ser impossível não se apaixonar por você. O seu sorriso, a sua mania de rir batendo palma, o quanto você se importava mais com os outros ao seu redor mais do que consigo. Sua gentileza era apaixonante disso Ryujin sabia.
Vocês eram amigas a um bom tempo, vocês se conheceram através de Yuna, já que vocês tinham a mesma idade, e assim que você pisou no dormitório Ryujin se sentiu atraída por você, na época ela não sabia o que era, mas com o passar do tempo ela percebeu que ela gostava de você mais que como uma amiga.
“Unnie é só falar com ela, você sabe que ela nunca seria má com você” diz Yuna já cansada de ouvir a Shin mais velha falar o quanto ela estava apaixonada por você
“Eu sei é só que” Ryujin suspira alto “E se ela for hétero? E se ela não sentir o mesmo por mim?”
“Hétero eu sei que ela não é, agora sobre gostar de você” Yuna para um minuto para pensar “Você nunca vai saber se não perguntar” a mais nova dá de ombros como se fosse algo simples e Ryujin apenas suspira.
———
Desde o dia que Ryujin contou a Yuna sobre o que ela sentia por você ela conseguia sentir a mais nova olhando para ela toda vez que vocês ficavam juntas.
“Yah Shin Yuna! Você parece uma pervertida olhando assim pra gente” você diz cruzando os braços, ficando irritada com o comportamento da sua amiga
“Eu gosto de olhar para vocês” a mais alta diz com um pequeno sorriso nos lábios “Vocês ficam fofas juntas” ao ouvir isso Ryujin não consegue evitar ficar envergonhada
———
“Seja paciente Ryu, você sabe o quanto a S/n pode ser um pouco devagar” diz Yeji
“Eu tento ser paciente” Ryujin diz passando a mão pelos seus cabelos “Mas eu não consigo tirar ela da minha cabeça, meus sentimentos por ela só ficam mais fortes a cada dia que passa”
“Talvez você deveria apenas ser direta” diz Jisu após perceber que sua amiga estava com dificuldades
“Mais?! Eu fico flertando com ela o tempo todo!”
“Você flerta com todo mundo Ryu” Yeji diz colocando os braços em volta dos ombros da mais baixa “Ela pode estar confusa”
“Ou achar que você só está brincando” Jisu completa “Olha, você nunca saberá até tentar, e mesmo se ela não sentir o mesmo S/n nunca deixaria de ser sua amiga”
“Eu sei” Ryujin diz um pouco cabisbaixa
“Olha aqui vamos fazer o seguinte para acabar com isso de uma vez por todas” Jisu diz com as mãos apoiadas na cintura “S/n pretende vir aqui de qualquer jeito, então eu e as outras iremos no mercado para te dar mais privacidade” Jisu termina e Yeji acena, parecendo apoiar o plano
“Ok, let’s go!” diz Yeji animada enquanto milhares de coisas passavam pela cabeça de Shin.
______
Eram 19:34 quando a campainha tocou e Ryujin se levantou do sofá nervosa pois já sabia quem estava do outro lado.
Ryujin caminha até a porta devagar e ansiosa, só de pensar que ela iria se confessar seu coração palpitava mais forte.
“Oi Ryu!” você diz abraçando a, mais recente, loira “A Yuna me falou que você estava aqui sozinha então pensei em vir mais cedo” você diz com um sorriso nos lábios e Ryujin já podia sentir seu coração na garganta
“É-é ela e as meninas foram comprar alguns comes e bebes” diz coçando a nuca “V-Vamos escolher o filme enquanto isso?” você acena seguindo Ryujin até o sofá
Vocês já estavam a alguns minutos olhando o catálogo da Netflix, e você percebe que Ryujin não parecia prestar atenção na tela
“Hey Ryu, tá tudo bem?” você diz em um tom baixo tirando a mais velha de seus pensamentos “Você parece distante”
“A-ah não é nada” ela diz rindo nervosa “Eu acho que eu só estou cansada, as promoções de Not Shy acabaram recentemente então ainda me sinto um pouco cansada” Ryujin diz, ela não estava mentindo, ela realmente estava cansada por causa das promoções, mas também estava cansada emocionalmente já que ela não conseguia parar de pensar em como se declarar para você
“Entendo, mas pelos menos vocês vão poder descansar” você diz voltando sua atenção para a TV “Achei um filme perfeito, chama Você Nem Imagina”
“Sobre o que é?” a mais velha pergunta
Você explica um pouco sobre o filme e Ryujin não consegue parar de pensar o quanto esse filme representa um pouco da sua situação atual
“Sabe de uma coisa Ryujin?” você pergunta sem olhar para a loira
“O que?”
“Filmes assim sempre me deixam um pouco triste” Ryujin continua em silêncio querendo que você continue “Duas pessoas nãos conseguem ficar juntas pois uma delas tem medo de confessar” você finalmente olha para a mais velha “Você entende?”
“Acho que sim” Ryujin responde olhando para baixo envergonhada
“Ryu, por que você hesita tanto?” a mais velha te olha com os olhos arregalados
“O-o que? Você sabia?”
“Tinha minhas dúvidas, mas Yuna me contou o motivo de você ter ficado aqui sozinha” você diz rindo lembrando de como sua amiga ficou desesperada quando deixou o plano escapar “Por que nunca me contou?”
“Tinha medo de você não sentir o mesmo” Ryujin diz envergonha evitando contato visual “E eu não queria te assustar”
Por alguns minutos vocês ficam em silêncio, somente o som da rua se fazia presente, mas Ryujin tinha certeza que você podia ouvir o seu coração batendo contra seu peito.
“Ryujin” você diz ganhando a atenção da mais velha “Eu posso te beijar?” você pergunta levemente corada e Ryujin apenas acena, sentindo seu coração bater cada vez mais forte
Você se aproxima da mais velha e segura seu rosto de uma forma delicada, sua mãos eram mais macias do que Ryujin esperava, você se aproxima até seus lábios quase se tocarem, e olha mais uma vez nos olhos da mais velha em busca de seu consentimento. Sem pensar duas vezes Ryujin se aproxima mais até seus lábios se encostarem. O beijo era doce, e ao mesmo tempo intenso, como se ambas quisessem se expressar através daquele beijo. Você acaricia a bochecha da mais velha que sorri em meio ao beijo.
Vocês se separam por falta de ar, e você tenta fazer uma nota metal do quanto Ryujin estava linda naquele momento, os lábios levemente inchados e rosados, e as bochechas levemente coradas.
“Eu gosto de você S/n” Ryujin diz te abraçando e escondendo seu rosto na curvatura do seu pescoço, você conseguia sentir a respiração da mais velha fazer cócegas no local
“Eu também gosto de você Ryujin” você diz acariciando as costas de Shin que não conseguia parar de sorrir um segundo
“Finalmente as meninas vão parar de me zoar” Ryujin diz te fazendo rir alto
Você ficaram abraçadas até as meninas chegarem com as compras, e parar variar zoarem o mais novo casal. Todas pareciam felizes com o fato de vocês finalmente estarem juntas, principalmente Yuna que já não aguentava ser a conselheira amorosa de ambas amigas.
Mas no final valeu a pena.
#imagine#reactions#reaction#itzy#ryujin#girl group#girl group scenarios#wlw#fluff#itzy scenario#ryujin itzy
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224
Enquanto Manoela esperava ansiosamente pelas palavras do pai da Vanessa embora ela sabia exatamente o que eles iam contar sua mente estava em outro lugar no beijo que o Ian havia lhe dado.
- Manoela. - Disse Vanessa
Manoela saiu do seu transe e voltou seu olhar para Vanessa.
- Desculpe eu não estava prestando atenção. - Disse.
O pai da Vanessa então voltou a falar.
- Filha estamos aqui para te contar umas novidades, como você já deve esperar já que noivamos é porque vamos nos casar. - Disse ele.
E antes que ele pudesse continuar Vanessa já o interrompeu.
- Ok pai eu entendi, já esperava por isso e não vou atrapalhar, mas eu tenho a condição que eu possa desenhar o vestido da Kate, minha futura mãe! - Disse Vanessa.
Seus olhos brilhavam e não eram de felicidade, ela estava segurando um choro com toda certeza, mas também não era um choro de raiva, era um choro que ela não conseguia conter há anos a falta da sua verdadeira mãe e o quanto tempo ela havia perdido de ter tido esse carinho de mãe que a Kate poderia ter proporcionado nos últimos anos.
- Por mim esta tudo bem. - Disse Kate. - Pode me ajudar a organizar e planejar toda a festa também.
Vanessa sorriu e acenou positivamente com a cabeça.
- Era só isso? - Perguntou Vanessa olhando a hora no relógio de pulso.
- Não filha, temos mais uma notícia.- Disse o pai da Vanessa
- Outra? - Perguntou Vanessa um pouco assustada.
- Filha eu só quero que você entenda que ...
- Pai por favor vá direto ao ponto. - Pediu ela se levantando.
- Você vai ganhar um irmão ou irmã. - Disse ele segurando a mão da Kate.
Vanessa arregalou os olhos e abriu a boca para falar alguma coisa porém as palavras não saiam. Ela respirou fundo e apoiou suas mãos na mesa.
- Tudo bem, mas que seja um pentelho pois não quero dividir minhas coisas. - Disse ela forçando um sorriso. - E se já terminamos, eu sinceramente fico feliz por vocês e pela nossa família que vai crescer mas eu quero ir embora.
- Ah filha temos a intenção de passar o final de semana aqui já que o nosso casamento será aqui. - Disse o pai dela.
- Posso pedir pro Ian me levar embora por favor? - Pediu ela.
Seu pai respirou fundo e assentiu, Vanessa caminhou até os dois, os abraçou e caminhou até a porta para poder chamar por Ian.
Ian estava sentado na varanda com uma manta e mesmo com Vanessa chamando por ele diversas vezes ele não escutou, ela se colocou na sua frente e então ele percebeu que ela estava ali.
- Senhorita Vanessa posso ajudar? - Perguntou ele.
- Por favor me leve embora. - Pediu ela.
- Com certeza, seu namorado e sua amiga? - Perguntou ele.
- Eu vou esperar no carro, pode chamar eles pra mim por favor. - Disse ela indo para o carro.
Ian entrou na cabana e encontrou Manoela conversando com os pais da Vanessa.
- Senhorita Manoela a senhorita Vanessa esta lhe chamando para ir com ela. - Disse Ian.
Manoela olhou para Kate e voltou o olhar para Ian.
- Manoela vai com você sim Ian, mas vou pedir para que a traga de volta, ela vai junto para pegar umas mudas de roupa tanto delas quanto nossa e tentar convencer a Vanessa a voltar, mas Manoela caso ela não queira quero que fale que esta tudo bem e que para ela não ficar sozinha quero que o namorado fique com ela em casa. - Disse o pai dela.
Manoela concordou e foi até o corredor para chamar o namorado da Vanessa e assim que ele saiu o pai da Vanessa voltou a falar com a Manoela.
- Manoela quando estiverem no carro diga a ela que a Kate precisa da ajuda dela para tentar convencer. - Disse o pai dela.
Ambos saíram da cabana e foram até o carro, Vanessa já estava no banco de trás esperando por todos e encarando as arvores. Manoela foi o caminho inteiro calada pensando no que falar para a amiga, mas tudo na sua cabeça dizia que ela não deveria fazer isso, não deveria tentar convencer a mesma de voltar pois talvez não fosse bom pra ela, a viagem levou suas duas horas e foi bem tranquila o único som que se escutava era da música baixinha e a respiração do casal no banco de trás, Manoela nem se quer olhava para o Ian com medo de ser pega por ele e ele fantasiar qualquer coisa, assim que chegaram na casa da Vanessa ela foi acordada pelo namorado que havia acordado um pouco antes de entrarem no bairro e assim que os dois desceram Ian tocou no braço da Manoela.
- Será que podemos conversar? - Perguntou ele desviando o olhar a todo momento.
- Primeiro eu preciso fazer o que o pai da Vanessa me pediu e depois, sim. - Respondeu ela com um sorriso amarelo.
Ian acentiu e ela saiu do carro e correu para dentro da casa para alcançar a amiga.
- Vanessa. - Gritou Manoela assim que entrou na casa.
- Cozinha. - Gritou ela de volta.
Manoela foi até lá e ela estava sentada sobre o balcão encarando os pés enquanto o namorado preparava algo para ela comer, afinal para algo ele prestava.
- Amor se sua amiga está com você eu vou embora. - Disse ele lhe dando um pacote de bolacha.
Ah minhas esperanças para esse cara acabaram voltando a zero.
- Então, você pode aguardar enquanto eu converso com ela e aí depois vocês podem se despedir de for o caso. - Disse.
Vanessa estranhou a forma como a amiga falou e a encarou, seu namorado concordou e deixou as duas sozinhas.
- Vim o caminho todo pensando numa forma de tentar te convencer a voltar comigo para o rancho, por vários motivos, mas todos eles levavam ao benefício e a felicidade de uma única pessoa, seu pai e então quando eu me dei conta disso eu fiquei pensando se eu se quer deveria falar sobre isso com você ou só fingir que falei e voltar para lá e dizer que você não quis voltar. - Disse Manoela.
- Nossa, obrigada por pensar em mim e em como em estou me sentindo com tudo isso. - Disse Vanessa
Vanessa começou a brincar com os dedos e os olhos encheram de lágrimas.
- Sabe que o problema não é ele casar e eu ter um irmão é que, ele está seguindo em frente e isso não é uma coisa ruim. - Disse ela enxugando as lágrimas. - O problema é que depois de anos que minha mãe morreu eu não consigo seguir em frente por que é tão difícil?
Vanessa caiu em lágrimas e Manoela se deu conta de que ela sabia de algo que eles deveriam ter contado a Vanessa, algo que ela tinha todo o direito de saber, mas por outro lado também não cabia a ela contar.
- Amiga por um lado eu sei o que você está sentindo. - Disse Manoela.
E enquanto ela falava e a amiga descia do balcão para se abraçarem, Manoela percebeu o quão irônico era o destino por colocar ela com alguém com uma história tão parecida com a sua, ou até melhor dizendo, tão igual a sua.
- Você sabe que eu vivi a minha vida acreditando que minha mãe estava morta e no fim ela estava bem viva e como eu já te contei isso foi difícil pra mim, mas hoje eu vejo o quanto meu pai só quis o meu bem e eu sei que seu pai está fazendo o melhor e que ele sempre pensa em você. - Disse Manoela enquanto a abraçava. - Seu pai também disse que se você não quiser voltar poderia ficar com seu namorado aqui já que ele não quer que você fique sozinha.
- Sozinha com a quantidade de empregados? - Perguntou Vanessa saindo do abraço e secando as lágrimas. - Mas diga a ele que eu agradeço por isso e que sim eu quero ficar amiga só não entendo porque você não fica.
- Seu pai me pediu para voltar caso você não quisesse pois alguém precisa ajudar a Kate com algumas coisas, o casamento será lá e ela quer deixar algumas coisas ajeitadas- Disse.
- Bom eu vou me dedicar ao vestido dela e você vai se dedicando lá, me mandando fotos e me mantendo informada, quero que diga a ele que eu amo os dois, ou melhor, os três só que eu também preciso do meu espaço eu preciso tentar me encontrar para seguir em frente. - Disse Vanessa.
Manoela sorriu e foi pegar suas roupas enquanto Vanessa foi pedir para uma das empregadas pegar do seu pai e da Kate e assim que tudo ficou pronto, Ian colocou no carro, elas se despediram e Manoela seguiu com Ian.
- Agora podemos conversar. - Disse Manoela.
- Sobre o beijo eu quero pedir desculpas, fui invasivo e te beijei sem saber se você queria. - Disse ele sério e sem tirar os olhos da estrada.
- Tudo bem, eu correspondi, não foi ruim. Foi? - Perguntou Manoela encarando ele.
- Não, mas não vai mais acontecer. Eu me coloquei numa situação de risco com isso. - Disse Ian.
- Ah claro, fique tranquilo que ninguém saberá, assim como não contei nem para minha amiga. - Disse ela se ajeitando no banco.
Manoela cochilou e o tempo logo começou a fechar, não demorou muito para começar a chover cada vez mais forte, forçando Ian a diminuir a velocidade e logo com os raios fazendo Manoela acordar assustada.
- Calma. - Disse ele
- Me desculpe, acabei dormindo e me assustei com a chuva. - Disse ela se arrumando no banco. - Ainda falta muito?
- Não, você dormiu bem e já estamos quase na estrada para o rancho. - Disse Ian.
E realmente não demorou para eles entrarem na estrada que levava ao rancho, mas com a chuva forte a estrada estava bem ruim de enxergar.
- Não sei como você está enxergando. - Disse ela apertando os olhos para tentar ver alguma coisa.
- Eu não estou, mas estou tentando. - Disse ele.
- Deveríamos encostar, não dá pra ver mesmo. - Disse Manoela cruzando os braços.
Ian respirou fundo.
- Você tem razão. - Disse ele parando o carro no acostamento. - Mas eu acho que deveríamos continuar já que estamos literalmente no meio do nada dona Manoela.
- Ah senhor Ian você prefere continuar sem estar enxergando e causar um acidente? - Perguntou ela se virando e o encarando.
Ian levou as mãos aos cabelos e respirou fundo, num ato de raiva deu um tapa no volante e acabou buzinando, fazendo Manoela dar um pulo no banco do passageiro pelo susto.
- Você se assusta com qualquer coisa. - Disse ele rindo.
- Ah claro senhor nada me põe medo. - Disse ela
Ian revirou os olhos e a encarou.
- Você está brava pelo o que eu falei? - Perguntou ele.
- Seja mais específico. - Pediu ela
- Sobre o beijo. - Disse ele.
- Não, nem tem porque eu ficar bravo por isso, foi algo que aconteceu embora convenhamos que não é algo como, nossa tropecei e cai em você e te beijei, foi um acidente e não vai voltar a acontecer e na minha opinião você está tratando isso como um acidente entendo que você não queira que volte a acontecer e nem eu quero, até porque não desejo atrapalhar seu emprego ou sua vida. - Disse ela.
- Não precisa de tudo isso. - Disse ele.
- Tudo isso? - Perguntou ela.
- Sim, toda essa volta que você está dando para dizer que sente algo por mim e que quer me beijar novamente. - Disse ele.
- Como é? Você é um convencido não é mesmo. Vamos deixar bem claro que foi você quem me beijou. - Disse Manoela um pouco irritada.
No fundo Manoela queria mesmo beijar ele novamente, mas com as palavras dele não dava para dar o braço a torcer era muito, era como se ela tivesse que passar por todo seu orgulho e ego ferido e como se ela estivesse vendo um outro certo alguém negando todo e qualquer sentimento e ela não precisava daquilo novamente, não precisava daquilo, mendigar amor, atenção ou qualquer outra coisa.
- Mas você disse que correspondeu, então. - Disse ele.
- Então nada! - Disse ela já irritada.
Ian percebeu o tom de voz e ficou em silêncio novamente.
- Manoela eu nem sei o que te falar. - Disse Ian tentando buscar palavras para de alguma forma explicar algo que nem ele sabia o que era para ela.
- E está falando ainda porque, olha eu só não vou andando porque a chance deu me perder e pegar uma gripe é grande. - Disse ela olhando para fora.
- Manoela eu quero te beijar, eu desejo beijar você desde o dia que eu bati os olhos em você, porque você acha que eu fazia questão de ficar perto de você, não se faça de boba pois eu sei que você não é, sei que me intrometi diversas vezes e eu nem sei mais o que eu estou tentando justificar ou explicar. - Disse ele encostando a cabeça no volante.
- Mas por outro lado você não pode pois tem medo de perder seu emprego. - Disse ela.
Manoela ficou olhando para ele ali com a cabeça no volante e ela ficava se perguntando se o consolava, falava mais alguma coisa ou dava uns tapinhas nas costas dele.
- Eu quero que se foda. - Disse ele.
Ian soltou seu cinto e praticamente avançou em cima dela novamente e a beijou, Manoela soltou seu cinto enquanto correspondia o beijo que para ela provavelmente era como para ele, algo que sempre quis fazer pois ela havia se sentido atraída por ele desde o momento em que chegou naquela casa.
#224#meus contos#meusposts#minha autoria#meus textos#eu me chamo manoela#meus posts#manoela#Ian#Vanessa#familia
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Um Pub Indie
Depois de fumar um cigarro resolvi finalmente entrar no pub. Eu não tinha certeza se deveria ter saído de casa naquela noite, mas provavelmente era só a depressão falando, então saí de qualquer forma. É bem difícil achar pub indie por aqui, até porque a cultura indie não é tão apreciada, é bem coisa de adolescente/jovem com síndrome de vira-lata que fica babando em fotografias de estética impecável que fazem da Europa um paraíso triste e envolvente pra quem vive em um país tropical, e tudo bem, eu tenho meus dias de preferir o aconchego frio de um dia chuvoso e um café quente como se vivesse em um seriado de televisão com músicas acústicas com letras tristes tocando ao fundo e foi esse mood que me levou àquele pub.
Depois de pedir uma cerveja e me sentar sozinha ao balcão, parei para observar o ambiente por alguns minutos. As luzes baixas, uma banda desconhecida cantando covers de bandas indies, as pessoas vestidas das formas mais variadas; tinha gente com estilo grunge, gótico “suave”, indie, normal, entre outros. Eu só estava com calças largas de moletom preto extremamente confortáveis porém bonitas o suficiente pra sair usando-as, minha camiseta de manga três quartos com estampa de tatuagem, uma camisa jeans larga e aberta por cima, as mangas dobradas até os cotovelos expondo as tatuagens nos braços e tênis pretos sujos e detonados.
Na segunda long neck eu a vi, sentada sozinha à uma mesa redonda, pequena e alta. Usava tênis vermelhos, tão detonados quanto os meus, uma calça jeans clara de cintura média com a barra enrolada mostrando as canelas, camiseta cinza de mangas curtas com alguma estampa que não entendi, uma camisa xadrez amarrada na cintura, piercing no septo, óculos, cabelos curtos acima dos ombros, ondulados e bagunçados. Nas mãos um drink qualquer e o celular com a tela virada para baixo sobre a mesa. Tatuagens em black work nos braços. Me encantei completamente na mesma hora.
Não tive coragem de ir falar com ela logo de início, obviamente, pois apesar da minha cara de pau, não sei lidar com mulheres que mexem comigo nesse nível, esqueço como respirar, como falar, as pernas falham. Com homem a gente só chega beijando e tá tudo certo, mas com mulher… Mulheres são deusas e eu não sei lidar direito quando uma atinge meu coração. Fiquei um tempão apenas observando-a de longe e tomando minha cerveja enquanto ela curtia as músicas e às vezes parecia cantarolar um ou outro trecho.
Em dado momento, fui ao banheiro feminino, graças às cervejas, e quando saí do cubículo em direção às pias, lá estava ela, lavando as mãos e checando o delineado de gatinho. Congelei por alguns milésimos de segundo, mas dificilmente teria uma oportunidade melhor para tentar puxar assunto.
“Adorei seu delineado”, eu disse sorrindo. Me perguntei por alguns segundos se a frase não era hétero demais, mas levando em conta minhas roupas, assumi que estava tudo bem.
“Ah, obrigada”, ela respondeu obviamente envergonhada e surpresa como se mal tivesse percebido minha presença ali até que eu abrisse a boca; e talvez realmente não tivesse percebido. “Gostei da sua camiseta”, e apontou para a estampa da minha blusa através do espelho. Sorri e assenti com a cabeça agradecendo.
“Você está sozinha aqui?”, perguntei mesmo sabendo a resposta.
“Sim, e você?”
Eu já não sabia se deveria continuar falando afinal, de duas uma, ou ela era muito tímida ou eu definitivamente a estava incomodando, mas ainda assim era a minha única chance e resolvi ir em frente.
“Estou, sim, às vezes saio sozinha… Faz bem pra alma.”, ela concordou com um sorriso. “De qualquer forma, se quiser me fazer companhia, estou sentada no bar. Seria legal conhecer alguém novo pra variar…”
Para minha surpresa ela assentiu com um sorriso e saímos do banheiro, ela me seguindo. Por todo o caminho até onde eu estava sentada minha cabeça gritava em desespero pois não esperava que ela fosse aceitar e não sabia o que falaria pra puxar assunto. Talvez o ideal fosse começar com o básico, perguntando o nome, e evitando o clichê do “você vem sempre aqui?” pra que não soasse como uma cantada ainda que eu estivesse obviamente interessada. Nós nos sentamos nas banquetas e pedi duas cervejas.
“Qual o seu nome?”, perguntei ainda ansiosa.
“As pessoas me chamam de Moe. E o seu?”
“Me chamo Gale”, ela pareceu surpresa ao ouvir meu nome, mas não teceu nenhum comentário.
Para minha surpresa a conversa se estendeu por umas duas horas. Falamos sobre trabalho, faculdade, descobri que temos praticamente a mesma idade, falamos sobre música, sobre bebida e, para minha felicidade, falamos sobre sexualidade e ela é bi. Eu ainda não sabia se havia algum interesse dela em relação a mim, e minha cara de pau estava escondida demais pra que eu começasse com o famoso “flerte de Schrödinger”, então a dúvida talvez demorasse bem mais tempo pra ser sanada.
De repente começou a tocar uma música que eu particularmente adoro e resolvi arriscar chamá-la pra dançar. Pode parecer estranho simplesmente chamar alguém pra dançar num pub, mas por causa das bandas havia pessoas dançando próximas ao palco então pensei “por que não?”.
“Eu amo essa música! Topa dançar comigo?”, eu disse me levantando da banqueta. Ela se encolheu um pouco, ao que peguei gentilmente sua mão e olhei em seus olhos com um sorriso pidão. “Vem! Vai ser legal!”, e ela cedeu.
Andamos em direção ao palco, eu a puxando gentilmente pela mão. Começamos a dançar e ela se movia timidamente ao som da música enquanto eu dançava sorrindo para ela na esperança de ela se sentir segura pra se soltar. Aos poucos ela começou a dançar mais solta, com os olhos fechados e como por ação do destino fomos nos aproximando aos poucos. Quando nossos corpos se tocaram ela não se afastou, mas abriu os olhos e me olhou com um leve sorriso ao que entendi como um aval pra me aproximar. Ela estava de costas pra mim e a colei, devagar, em meu corpo, sem parar de dançar. Com minha mão timidamente segurando sua cintura continuamos dançando e nossos corpos estavam sincronizados. Enfim, ela se virou para mim, seu olhar profundo preso em meus olhos de forma que era impossível desviar. Continuamos dançando coladas e minha vontade de beijá-la era absurda naquele momento. Precisava pedir ou enlouqueceria. Aproximei minha boca de sua orelha enquanto tirava mechas de seu cabelo do caminho.
“Posso te beijar?”, perguntei. Estava morrendo de medo da resposta, mas quem não arrisca não petisca e era tarde demais para desistir. Afastei um pouco para olhá-la e ela simplesmente me beijou. Eu juro que pude ouvir os fogos estourando à nossa volta. Minha mão a segurou delicadamente pela nuca, acariciando-lhe a pele enquanto ela corria as mãos por minhas costas. A abracei pela cintura e o beijo intensificou na hora; eu estava no céu, definitivamente. Ao fim do beijo não pude evitar olhá-la com aquela cara de criança que acabou de ganhar presente de natal. Minha surpresa e felicidade deviam ser mais do que óbvios pois ela riu pra mim.
Voltamos para o balcão e agora nos beijávamos o tempo todo, alguns selinhos, outros beijos mais demorados entre cervejas, mais beijos quando eu saía pra fumar ou saíamos para ir ao banheiro; umas duas vezes eu jurava que acabaríamos transando naquele banheiro pela forma como as coisas ficaram intensas.
Eram 4:30 da manhã, por fim, e eu queria levá-la para minha casa. Saímos do pub de mãos dadas e acendi um cigarro na calçada enquanto pegava o celular para chamar um táxi.
“Ouvi dizer que eu faço um café da manhã excelente e ainda levo na cama…”, minha cara de pau estava oficialmente de volta. Ela riu.
“E infelizmente eu sou freelancer e tenho um trabalho complicado pra entregar na segunda do qual só fiz metade…”, não pude evitar e fiz bico imitando uma criança triste implorando pra ganhar o que quer. “Mas podemos tomar um café essa semana, se quiser”.
“Poderei te levar pra sair no fim de semana, além do café?” Ela assentiu com um sorriso.
“Aí eu posso provar seu café da manhã…”, e definitivamente aquilo era tudo o que eu precisava ouvir. Beijei-a novamente, com a mesma vontade que a beijei todas as vezes dentro daquele pub.
“Então te vejo essa semana?”
“Nos vemos essa semana!”, dei-lhe um beijo na testa e então meu carro chegou.
“Você vai ficar bem?”, perguntei.
“Sim, moro aqui perto”, ela disse sorrindo. Assenti, beijei-a mais uma vez, e abri a porta do carro.
“Se mudar de ideia sabe onde me achar…”, ela riu e me mandou um beijo com a mão. Fechei a porta e então o motorista deu a partida.
Mal viramos na esquina e chegou uma mensagem dela: “Eu gosto de café preto puro, só pra você saber…”; “Anotado!”, respondi.
Voltei para casa sem conseguir tirar Moe da cabeça. Tinha certeza de que sonharia com ela. Durante o banho tudo no que conseguia pensar era nos beijos que demos naquele banheiro e como eu não sossegaria enquanto não a deixasse completamente louca e exausta ao meu lado. Fui dormir com o gosto de sua boca na minha e marquei na agenda do celular “Escolher cafeteria para levar Moe” com um despertador para segunda de manhã. Ela havia me ganho completamente e eu não tinha mais para onde fugir.
Gale Vangless, Realidades.
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por que às vezes eu fico mal e não sei dizer o por que? perco energia e fico triste >do nada< e não sei lidar com isso :(
um texto de autorreflexão. te convido a vir pensar sobre as razões de coisas que te chateiam, dos motivos que te colocam para baixo no dia a dia e por que afinal tu não consegue identificar essas razões e permanece com o sentimento de vazio ou "sentimento ruim não explicado".
vou falar pensando em complexos da psicologia analítica e na ideia da falta de reflexão e de ter consciência sobre traumas passados, medos e fragilidades que no fundo estão guardadas em alguma parte de ti só esperando para serem ativadas novamente.
quantas vezes você do nada se sente chateada(o), aqueles momentos em que você se sente mal porém não consegue identificar exatamente o que te fez ficar dessa forma. aquela sensação de algo ter acontecido mas você não consegue dar nome e determinar o tempo exato em que começou a ficar mal.
estamos aqui para aprender um pouco mais a refletir sobre nós, a identificar as possíveis causas desse mal-estar repentino. pois isso realmente nos traz sensações ruins e faz a gente se sentir sem rumo, sem saber identificar ao certo o que se passa do lado de dentro.
1. traumas de infância, ferid(inhas) emocionais;
desde que somos jovens, nossas experiências vão marcando quem somos. mesmo que você não se lembre, desde que começou à ir a pré-escola ou berçário/creche, e começou a ter o primeiro contato com o mundo externo, aquelas coisas que "deram certo" bem como as que "deram errado" ficaram marcadas em ti como aprendizados. além disso, temos os nossos pais. o mundo externo e os nossos pais [que são a nossa maior fonte de aprendizado e nutrição desde novos], juntos formam na nossa mente o “núcleo de informações” do que entendemos que podemos fazer ou não ao nos relacionar com as pessoas.
e, somado a isso, é claro que temos diversas experiências que vão acontecendo conforme o tempo de vida. raro é quem que se encontra completamente separado das expectativas dos outros nas relações, das coisas que "aprendeu a fazer/não fazer" desde nova(o). com você admitindo ou não, a forma que você vive seus relacionamentos é influenciada pela forma que seus pais te criaram e criam, pelas suas experiências com a sociedade e com seus relacionamentos
por que estou falando disso tudo? pois bem. falando especificamente do lado ruim, essas relações podem ter gerado traumas ou ter te colocado para baixo naquela época em que você era nova(o) ou em algum outro momento, e mesmo que você não se lembre [e faz sentido não se lembrar, explicarei no próx. ponto o porquê], quando a situação se repetir você vai se sentir mal de novo.
nesses casos, esses traumas e momentos que ficam marcados contigo basicamente criaram complexos, que dentro da psicologia analítica são um conjunto de imagens, certezas, ideias, cheinhas de carga emotiva e que muitas vezes estão ali escondidos no seu inconsciente. e o que basta para eles serem ativados? apenas um estímulo, algo que pode acontecer à sua volta.
2. complexos negativos;
repetindo então, os complexos se organizam a partir de experiências emocionais importantes para uma pessoa, aquilo que marca ela [por isso mencionei infância e feridas emocionais]. e basta algo acontecer à sua volta para aquela "certeza" ser ativada dentro de ti e a sensação ruim vir à tona de novo.
logo acima eu mencionei que eles podem estar escondidos no seu inconsciente, e quando eles estão lá é muito pior, pois o contato com sua consciência é raso demais, você vai ter dificuldade em identificar a razão de estar mal assim
às vezes você não nota os complexos que existem em torno do seu ego, seu senso de identidade.
por outro lado, eles também podem ser mais conscientes, perturbando demais o teu dia a dia. e apesar disso parecer pior, na real é uma forma de você aprender a lidar com essa carga emocional que ele carrega diariamente e então pegar "o gancho" nisso para entender os seus motivos.
vou dar uns exemplos aqui pra ficar bem ilustrado.
1. por exemplo, você tem uma certa fragilidade com o assunto "corpo". se você for uma pessoa que reflete sobre si, vive sua vida interna de forma saudável, talvez você saiba identificar a razão desse assunto te incomodar tanto [nesse caso, o complexo tá mais próximo da tua consciência].
e, seguindo com o exemplo, você sabe bem que isso tem a ver com a forma que especificamente dois relacionamentos seus te trataram anos atrás, depois que você passou por umas mudanças corporais, ter ganho mais peso. você passou por um choque de ter sido largada(o), isso duas vezes, e esse momento te trouxe uma forte sensação de "não ser boa/bom" para alguém. depois disso, passou a acreditar que perdeu algo que antes era uma "garantia" para ti com os outros, um corpo "mais bonito". isso é um trauma adquirido durante a sua vida, e isso te marca muito. é uma ferida emocional.
e em qualquer momento que você passar por situação parecida relacionada a corpo, aquela ideia de como você é uma pessoa "inadequada" e não tem mais o que oferecer, a sensação daquela primeira vez, de quando você se sentiu mal e insuficiente, frágil... tudo isso voltará.
porque o seu complexo [um conjunto de imagens e ideias ruins sobre si mesma(o)] foram novamente ativados por um estímulo, uma pessoa, uma situação... e às vezes você nem consegue enxergar que essa é a razão. por que?!
porque nunca enxergamos a nossa vida toda como um compilado, o conjunto de acontecimentos que ela é. nos esquecemos que somos o nosso hoje e o ontem recente, mas também somos o passado de 10, 15 anos atrás ou mais e que somos influenciados por tudo isso, em maior ou menor escala, dependendo da importância que aquilo possui a nós.
a nossa vida é como um filme. para você entende-lo muito bem, precisa ter assistido o início e o que aconteceu em praticamente todas as cenas anteriores. uma coisa leva a outra. tenha isso em mente
e não, você não tem que esquecer um trauma "porque já passou", "porque você 'deve' superar". não se tapa o sol com a peneira. se ele tá queimando a ponto de arder a sua pele, você então deve tapa-lo com algo inteligente, e entender por que afinal queima tanto assim. não negligencie a sua história de vida.
2. ou, dando outro exemplo: você não consegue gostar da forma que os seus dentes têm. para qualquer um isso soaria bobo, um nada, mas para ti... só você sabe o quanto isso te incomoda. os seus dentes são grandes. quando você era pequena [foco: autoestima e senso de 'eu' ainda sendo construídos], ouvia muito das pessoas "dentão" ou qualquer outro tipo de palavra que eles usavam para te ofender, comparações, coisas que te chateavam e muito
certo dia você vê algo relacionado a dentes grandes, algo com caráter ofensivo, negativo. para qualquer um isso é besteira, ignorável, mas sem perceber, você se vê ofendida e em instantes teu humor muda, você se sente para baixo. é como se tivessem falado diretamente com você, mesmo que não tenha sido o caso. você sabe como te falta confiança para sorrir e você até já cogitou mudar seus dentes no futuro por faltar aceitação com quem você é.
mais uma vez: algo completamente pessoal, construído através de experiências antigas. mas que seguiu ali contigo, e que possui uma influência fortíssima em quem você é e em como você vive o seu dia a dia.
3. autorreflexão, compreender as suas razões
parece difícil olhar para a sua própria história de vida, enxergando as raízes de cada mal-estar, raízes essas às vezes mais profundas e intensas, e outras mais recentes e menos dolorosas. eu sei bem o quanto é difícil se enxergar de forma completa - sem negligenciar tudo que tu guarda dentro de ti.
buscar o autoconhecimento e mergulhar na sua própria história são as melhores formas de lidar com essas dores. precisamos de uma vez aprender que assim como existe a expectativa de aos 17 ter terminado o ensino médio, aos 20 estarmos numa faculdade, depois casar, ter filhos e etc... deve existir também uma prioridade de se conhecer. precisamos entender que chega uma certa fase da nossa vida em que simplesmente não vamos mais conseguir fugir das influências daquilo que já vivemos. nossa história pessoal é como a nossa sombra: sempre está ali. você nem precisa notar, e às vezes até a ignora..mas ela segue ali.
então, compreender os seus motivos para agir de certa forma é algo que eu vejo como uma tarefa difícil para as pessoas. refletimos pouco sobre nós mesmos, pensamos mais em tirar notas incríveis todo o semestre/bimestre, em ser bons no trabalho, em fazer isso e aquilo da nossa rotina, cumprir essas tarefas rotineiras feito robôs, tudo em repetição, em um loop infinito... mas esquecemos de desenvolver o nosso interno. desenvolver o interno que TAMBÉM é algo do cotidiano, de semear, plantar e regar para depois colher. não sabemos praticamente nada de saúde mental e de como lidar com as nossas emoções. e isso é preocupante sim. pessoas adoecem o tempo todo e todos fingimos ser normal! isso não é normal.
será que temos vivido bem assim? os números, as metas e objetivos "coletivos" importam mais do que a forma que você tem vivido aí dentro de você?!
4. autorreflexão, buscar evoluir em cima dessas faltas e fragilidades suas
o problema de LIDAR com isso tudo está no fato de que pouco refletimos sobre nós e raramente as pessoas pensarão "isso tem a ver com um outro fato da minha vida, por causa de n e y acontecimento/pessoa do meu passado. isso ainda vive comigo e me marca". raramente isso acontecerá.
ao invés, as pessoas se sentirão sem rumo e com aquela sensação ruim indescritível. aquela vontade de desabafar mas não saber o que falar. um sentimento de vazio, de não definir o que sente. porque parece complexo demais.
sabe por que é complexo? porque vivemos errado e não sabemos nos autoavaliar emocionalmente. nos negligenciamos TANTO, temos tantos conceitos errados do que é "ser adulto" e/ou do que é "ser maduro", ou simplesmente do que é ser humano que acreditamos e ensinamos nossas crianças desde cedo, que quando crescemos precisamos ser "fortes".
o que é ser forte para você?
para a nossa sociedade, ser forte é viver a vida de adulto sem cair, deixando pra trás acontecimentos de quando você era novo. eu enxergo isso claramente em váaaarias pessoas por aí. e isso é triste... e preocupante. pois uma hora a conta chega. é como se a vida adulta do ser humano naturalmente fosse desprendida, separada da vida durante a infância, a adolescência, a pré-adolescência, a idade jovem adulta... e muita coisa pode (e às vezes deve) ficar pra trás sim, como forma de seguir a vida. mas nunca sem haver assimilação, entendimento. sem enterrar, mas sim encarando e compreendendo.
o pior para mim tem sido ver os adolescentes sendo tratados com essa ideia rígida e dura de "vida adulta" desde cedo. toda a ideia que vamos aprendendo desde cedo de nos habituar a uma vida mecanizada.
"seja maduro, não tenha problemas"
enquanto não nos tratarmos como um filme com começo, meio e fim [fim = o agora, o presente, que depois vai virar passado], não vamos saber lidar com as nossas próprias emoções. sempre vamos acreditar e viver gritando para nós mesmos que temos a obrigação de sempre estarmos bem.
conselho: busquem autoconhecimento. busquem validar o que sentem. estudem a sua história de vida. e acreditem que tudo pode ser superado [ou melhor lidado].
te desejo o bem! ^^
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Bem , S/N é melhor amiga do Harry tipo , ele faz tudo por ela , e eles são amigos desde crianças mas ela voltou para o Brasil (ela é brasileira) então ela volta em 2013 depois que os pais dela morrem.Desde que ele viu ela em 2013 de novo ele sabia que iria se apaixonar por ela, então os anos se passaram e ele foi se apaixonando cada vez mais , a únicas pessoas que sabiam dessa paixão dele por ela eram o Micth e a Anne. Eu queria tbm que ele fosse SUPER carinhoso com ela,e dê apelidos fofos 💖
masterlist
Firefly
sinopse: "Eu sou apaixonado por você desde que… sei lá, acho que desde que aprendi o que esse termo significa."
Luzes de Natal começavam a enfeitar a capital britânica naquele começo de novembro. Oxford e Regent Street já estavam completamente iluminadas; tons de verde e vermelho cintilando pelas calçadas em perfeita harmonia.
O inverno ainda não havia chego oficialmente - faltavam exatos quarenta e três dias -, mas o frio estava tão intenso quanto costumava ser no meio de dezembro.
Harry tamborilava os dedos nervosamente contra o tampo da mesa; anéis gerando um barulho irritante quando colididos à madeira escura.
O pequeno bistrô na quinta avenida era confortável e acolhedor, transbordando uma atmosfera intimista e, ao mesmo tempo, alternativa. A iluminação branda, os móveis rústicos e a calmaria já característica - mesmo em um sábado à noite -, eram alguns dos principais pontos que fizeram com que o cantor escolhesse aquele local como um de seus favoritos em Londres.
Enquanto estava em Los Angeles, não havia nada que Harry desejasse mais do que estar ali, onde estava agora. Era terapêutico, e seus poros exalavam ansiedade ao pensamento de noites mais calmas e madrugadas menos cansativas.
Ele não estava reclamando do trabalho - ele nunca faria isso -, mas o pensamento de estar "em casa", sentado em uma banqueta de verniz avermelhado, segurando um copo frio com uma boa bebida e mantendo uma conversa saudável com seus amigos - inclusive com ela -, parecia bom demais para que ele escolhesse qualquer outro cenário.
Parte daquele desejo havia se concretizado. Ele estava em um de seus lugares preferidos da cidade, um bom uísque havia sido despejado em seu copo e alguns de seus amigos estavam ali, espalhados pelo local, entretidos em suas próprias conversas.
Estava quase tudo dentro do planejado, mas a parte mais importante - na concepção dele - estava bem diferente do esperado.
S/N não estava ali. Não exatamente.
Ela costumava se sentar ao lado dele na mesa; braços se esbarrando, risadas e sussurros compartilhados, próximos o suficiente para que ele sentisse com facilidade o cheiro doce de seu shampoo.
Hoje, ela estava de pé do outro lado do bar. Sorriso brilhoso, cabelos esvoaçantes, braços rentes ao de outra pessoa.
Trevor, primo de Mitch.
Alto, cabelo em uma tonalidade de castanho que se aproximava do preto, olhos da mesma cor.
Harry não costumava se sentir inseguro. Sua auto-estima era boa e estável, e ele obviamente percebia os efeitos que tinha sobre as mulheres - e homens. Depois de toda sua fama, ele nunca precisou dar uma segunda olhada em si mesmo ou se perguntar se era bom o suficiente para alguém, e odiava o quão forte era aquele pensamento naquele momento.
Suspirando, o cantor virou a última dose da bebida de cor amadeirada, despedindo-se rapidamente das poucas pessoas que ainda restavam na mesa, torcendo para que ninguém percebesse o ciúmes e o desconforto explícito em seus olhos.
"Desculpa, cara, se eu soubesse que seria assim…" Mitch disse assim que Styles se aproximou para abraçá-lo.
"Sem essa, Rowland." Harry o cortou, balançando os ombros. Ele deveria saber que tentar esconder algo de um de seus melhores amigos seria uma tarefa impossível. "Ela é solteira, e mesmo se não fosse, não está fazendo nada de errado."
O mais velho concordou, dando um gole na cerveja gelada que tinha em mãos antes de depositar dois tapinhas nas costas do amigo.
"Você sabe que faço parte do time de sua mãe, não é? Você deveria dizer a ela."
Um revirar de olhos e uma risada fraca foi o que o guitarrista recebeu em resposta. Harry preferiu não prolongar o assunto. Ouvia aquilo de Anne desde os seus quinze anos e optava por não pensar sobre o quão covarde estava sendo em esconder aquele sentimento por tanto tempo.
"Vou me lembrar disso."
"Bom, se você não quer que ela descubra é melhor começar a disfarçar essa cara de quem acabou de provar limão azedo."
Trevor foi o primeiro a perceber a aproximação do cantor. S/N ainda estava de costas, gesticulando exageradamente, perdida em uma das histórias mirabolantes que gostava de contar sobre a universidade.
Quando o americano notou o óbvio contraste entre o Harry que vinha em sua direção e o Harry alegre e espirituoso de algumas horas atrás, evidente por sua feição séria e narinas dilatadas, foi rápido em se afastar alguns centímetros da garota, exibindo um sorriso tranquilo para que ela não notasse.
"Pronta para ir, vaga-lume?"
O som daquela voz junto a sensação de um toque quente e afável no final das costas fez com que S/N se virasse, sorrindo largo ao ver o amigo.
"Ei, Harry." Ela disse animada, puxando o moreno um pouco mais para frente. "Você já conhece o Trevor, não é?"
"Sim." Ele respondeu, acenando brevemente para o homem, que logo retribuiu. "O conheci em uma festa na casa de Mitch há algum tempo."
"Ahn, não me lembro de vê-lo por lá." S/N comentou, franzindo o cenho. "Quero dizer, eu fui em muitas festas na casa do Mitch, então-"
"Você não estava, babe." Harry afirmou, apertando a cintura da mulher carinhosamente. "Foi em um feriado de maio. Você estava realmente ocupada com a uni."
A brasileira soltou um “aaaah” com o lembrete, estremecendo ao se recordar daquela terrível semana de provas e estudos.
"Não sabia que vocês namoravam." Trevor disse sem graça, insatisfação estampada no rosto enquanto encarava o casal.
"Nós não namoramos." Ela exprimiu tímida, bochechas atingindo um leve tom de rosa. "Somos melhores amigos desde sempre."
Harry apenas sorriu fechado, concordando silenciosamente com a fala de S/N.
"Ah, ótimo então." Riu. "Uh, isso quer dizer que posso te convidar para um jantar amanhã? Quero dizer, você está solteira, não é?"
"Isso seria ótimo, Trevor."
Uma brisa forte e gélida fez S/N se encolher automaticamente. Era quase madrugada. A lua estava escondida entre nuvens escuras, não havia uma única estrela no céu, e as temperaturas pareciam ter caído além do esperado.
S/N definitivamente não estava preparada para aquilo.
"Não trouxe casaco?" Harry perguntou, já retirando o sobretudo e o cachecol preto que protegiam seu corpo.
"Não." Ela respondeu com dificuldade, batendo o queixo continuamente. "Não precisa, Harry."
Ele a ignorou completamente, colocando o sobretudo em seus ombros e o cachecol ao redor de seu pescoço, abraçando-a logo em seguida.
"Pronto." Ele disse com um sorriso esperto. "Agora tenho calor corporal."
"Harry!" Riu alto. "Ainda estamos na mesma calçada, e o seu carro está estacionado a dois quarteirões daqui."
Ele balançou os ombros despreocupadamente, aproveitando a diferença de altura para apoiar sua cabeça sobre a da mulher.
"Vamos ficar só mais um pouquinho, sim? Só até que eu esteja quente o suficiente para chegar ao carro sem me tornar o próximo Jack Dawson."
"Ok." Riu. "Acha que teremos neve esse ano?"
"Não sei, babe." Ele respondeu distraidamente, escovando alguns fios rebeldes do cabelo dela. "Espero que sim."
"Eu também." S/N disse em um murmúrio. "Meus pais adoravam a neve, e acho que foi um dos principais motivos para virem para cá. Me sinto um pouco mais próxima deles quando neva."
Harry apertou o abraço um pouco mais, depositando um beijo amoroso no topo de sua cabeça.
"Seja qual for o motivo, fico feliz por terem feito." Disse baixinho. "Agora temos ótimas histórias e lembranças para guardar, vaga-lume."
S/N gemeu insatisfeita ao ouvir o apelido, enterrando a cabeça no peito do homem enquanto ele ria.
"Harry," Ela disse em um tom choramingado. "Já fazem mais de quinze anos! Você precisa esquecer desse vexame."
"Não foi um vexame." Gargalhou. "Você estava fofa."
"Claro." Ela disse em ironia. "Interpretar um vaga-lume na principal peça teatral da escola é o sonho de qualquer criança."
"E você ainda caiu no final da apresentação." Harry lembrou, sentindo os olhos arderem pelas lágrimas que segurava. "Minha mãe ainda tem algumas filmagens."
S/N segurou a risada, dando um tapa fraco no peito do amigo.
"Aquela fantasia era extremamente pesada para um corpo tão pequeno." Ela disse emburrada. "Você tira todo esse sarro porque fez o papel de príncipe."
"E você ficou com raiva de mim por três dias." Ele comentou. "Porque a princesa seria aquela menininha de tranças que não gostava de você."
"Trixie." Recordou com olhos estreitos. "Ela grudou chiclete em meu cabelo duas vezes."
Harry riu, concordando com a cabeça antes de voltar para a posição anterior, aspirando o aroma de frutas vermelhas que havia sentido falta naquela noite.
"Você vai mesmo sair com o Trevor amanhã?" Ele perguntou baixinho, quebrando o silêncio após bons minutos, esperando que ela não notasse o tom amargo em sua voz.
"Não sei. Eu não saio com ninguém desde que… você sabe."
"Sim, eu sei." Ele disse em um suspiro. "Mas eles gostariam de assistir você seguindo em frente."
"Você está certo." Sorriu. "Minha tia costumava me dizer o mesmo enquanto eu estava no Brasil."
"Então…"
"Talvez o Trevor seja um bom começo?" Levantou uma das sobrancelhas. "Quero dizer, ele foi tão fofo comigo essa noite e-"
"Não!" O cantor a interrompeu.
A mulher o encarou imediatamente, estreitando os olhos.
"Por quê?" Perguntou desconfiada. "Ele é uma pessoa ruim?"
"Não." Harry afirmou, rindo nervosamente enquanto sentia um calor anormal nas bochechas. "Isso não tem nada a ver com ele, na verdade."
Ela se afastou minimamente, perdida e completamente confusa.
"Não estou entendendo, Harry."
O homem suspirou, apertando as têmporas fortemente enquanto pensava em uma forma de fugir daquela situação.
"Deus, eu não acredito que vou ter que te dizer isso em uma rua escura às duas da manhã."
"Me diga." Ela pediu. "Acho que não estou entendendo os sinais."
"Você está há mais de dez anos sem entender os sinais, S/N." Ele disse tímido. "Eu sou apaixonado por você desde que… sei lá, acho que desde que aprendi o que esse termo significa." Riu fraco, balançando a cabeça negativamente. "Quando você voltou para o Brasil, poucas pessoas sabem o quão quebrado eu fiquei. Foi necessário, e é claro que entendo o seu desejo de ficar com sua família, mas eu senti como se não fosse vê-la de novo. Doeu como o inferno."
S/N tinha certeza de que poderia ser facilmente confundida com um estátua. Quando mãos frias tocaram suas mãos quentes, ela piscou inúmeras vezes, exageradamente rápido.
"Como você conseguiu guardar isso por tanto tempo?" Perguntou em um sussurro.
Harry balançou os ombros, um sorriso sem humor estampando seus lábios.
"Não me sentia suficiente para você na maioria das vezes." Disse sincero. "Seu pai sempre me dizia para cuidar de você, mas como posso te manter protegida quando estou do outro lado do mundo? Isso sempre pareceu errado em minha cabeça. Eu era apenas um garoto cheio de espinhas quando descobri que tinha sentimentos por você, mas você já não era mais a garota que havia se fantasiado de vaga-lume em uma peça teatral. A insegurança tomava conta de mim." Mordiscou os lábios. "Depois comecei minha carreira, você voltou para o seu país, e então tudo se transformou em uma grande bola de neve. Não queria parecer egoísta o suficiente para te prender em um relacionamento estando distante na maior parte do tempo."
"Você é tão bobo, Harry." S/N falou baixinho, colocando as mãos sobre as bochechas frias do moreno. "Eu estive esperando por isso há tanto tempo."
"Sério?" Ele perguntou surpreso, palmas suando em expectativa.
"É claro que é sério." Riu. "Você é o meu amor de infância, Harry, pelo amor de Deus!"
Harry gargalhou em uma mistura de nervoso e felicidade, e quando a puxou pela cintura, não poderia se importar menos com quem estaria assistindo ou se aquilo estamparia a capa de algum jornal no dia seguinte.
"Isso significa que posso te beijar?"
S/N revirou os olhos, puxando o garoto pela nuca, colando os lábios para o começo de um beijo intenso.
Aquele beijo estava acontecendo após uma década de atraso.
Por que se importariam?
Não havia paparazzi algum pelas ruas, mas apenas na manhã seguinte Harry descobriria que Mitch estava tirando algumas fotos furtivamente pelas vidraças do bistrô, animado para compartilhar o acontecimento do século com Anne.
Porra, finalmente.
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Isso aqui era um texto de 6 páginas que eu escrevo pra vc há muito, muito tempo, cada vez um pedacinho, mas nunca tenho coragem de mandar. Quando eu digo muito tempo estou falando de mais de um ano, sabia? Aqui, pela primeira vez, vou ter coragem e um pouco de espaço pra te dizer um tiquinho do tanto que eu queria que vc soubesse, então me perdoe se ficar longo, ou mt chato, ou não fazer sentido em algumas partes rs.
Muita coisa aqui pode soar como um conselho, mas não é. Eu sei que distribuo muitos por ai ksgdfg, então pode até soar ridículo e um pouco difícil de acreditar, mas eu odeio esse feeling de “sei de tudo etc etc etc”, pq no fundo eu sinto que a gente não sabe quase nada sobre a vida na nossa idade, nós somos só bebês diante de tudo que tem pela frente ainda.
Então isso aqui não é um conselho.
Não, é minha opinião, é uma carta aberta.Um texto de uma pessoa que te ama muito e sempre vai fazer o possível pra te ver bem, pra animar e te deixar mais feliz, mesmo que só um pouquinho. Eu sempre debati mt comigo mesma o fato de tocar em tópicos delicados demais, ou cruzar linhas que não deveria aqui e acho que isso foi um dos maiores motivos pra nunca ter te enviado isso, então desculpe por qualquer ciosa. Nunca foi e será minha intensão te chatear. Mas, bem, perdoe os errinhos de escrita, essa área n é meu forte, ce sabe fghgj e finalmentevamos lá...
Eu sempre te vejo falando muito sobre como vc deve focar mais na sua vida off, dizendo que não deveria fazer muitas coisas que vc faz, triste em alguns casos, chateada com vc mesma em outros. Eu entendo muito suas palavras por milhares de dilemas pessoais que não cabem aqui, mas te observar, sem querer, acaba servindo muito de gatilho mental pra mim, mas no ponto de vista positivo. Me faz pensar muito sobre eu mesma, sobre a minha vida e chegar em algumas conclusões que podem ser até óbvias para outros, mas é sempre mais difícil enxergar as coisas com clareza dentro da nossa própria bolha. Aqui eu começaria a falar de uma parte que era muuuito grande desse texto, porém vou cortar e te poupar, porque não estamos aqui pra desabafo, não hoje. Vamos apenas dizer que todos esses sentimentos ai eu conheço bem. Mas dps de pensar muito sobre mim, te observar e perceber em muitas outras pessoas tbm a questão se tornou: se te faz tão bem, porque não?
Porque a vida n fica esperando essas coisas pra continuar seguindo? Pq o tempo n dura para sempre e tbm precisamos investir na nossa vida fora desse mundo todo relacionado a fandom loucos, internet e afins?
Sim.
É exatamente isso, mas ao mesmo tempo, a gente não pode fazer isso com nós mesmos. Eu pessoalmente acredito que vale a pena investir em todas as coisas que olhamos e o sentimento de carinho brota no nosso coração. Faz bem demais pra gente. Eu dizia saber, mas me fazia de cega e dizia que parte da culpa era desses por menores. Se vc está no site dizendo que só faz isso até data X, ou por causa do izone e do doyoung, volta duas casas no jogo que vc ta no caminho errado. Vc faz por que vc gosta, porque te faz bem, com ou sem izone, com ou sem doyoung, porque quando n for kpop, vai ser outra coisa. Vai ser reassistir rbd durante a quarentena, jogar among us com a manu a tarde toda e milhares de outras coisas. MAS VC N TEM QUE SE SENTIR CULPADA POR ISSO, por nada disso. Isso é estar vivendo, isso é estar tentando continuar, é estar procurando e se ocupando de coisas que te façam bem, te façam feliz, é estar dando um passo de cada vez por dia. Cada um tem um ritmo de caminhar e vc n tem que se sentir culpada pelas coisas que vc faz, pela maneira como vc gasta seu tempo, por como vc leva a sua vida, pelos seus passos, eles definem quem a gente é e a gente nunca pode esquecer de que ngm caminha do mesmo jeito o tempo todo, a vida toda, e que as vezes a gente vai pisar fora das linhas, errar, acertar, se equilibrar pra não cair, dançar de pés descalços, pular. A gente vive de fases. Ser fã de kpop, ter criado um projeto de izone, passar horas amando os vocais do doyoung, gravar vários vídeos com a Maria Isabel, brigar e rir com seu irmão, até discutir com sua mãe, mas tirar um tempo do seu dia pra fazer estudos bíblicos com ela... isso tudo é vc, isso tudo é um pedacinho da bia, do que vc é, isso é a maneira que vc encontrou hoje de continuar caminhando, de seguir e frente. Tem tanta gente que resolve caminhar por TANTOS caminhos errados e vc ta ai, firme e forte, tentando, porque sim! (e nem adianta discordar ta)
Vc ta ai firme e forte e eu não sei se alguém já parou, ou para pra te dizer isso, MAS VC TA AI, CAMINHANDO SIM, CONTINUANDO SIM, sendo forte do jeito que vc consegue e pelas pessoas que vc ama. Vc n tem noção de quanta gente ama de volta cada pedacinho seu. Isso tudo, com todos os defeitos e todas as qualidades.
Se eu n chorei quando vi seu status dizendo que só queria ser a bia que faz todo mundo rir de novo, eu to chorando agora. Porque eu sou emotiva? Sim rsfgh, mas tbm pq vc n tem noção. VC N TEM NOÇÃO, do quanto vc nunca deixou de ser essa bia. Ela me faz rir com os status dela toda semana, e me faz gargalhar quando briga com a eve no grupo e chama a gente de army fedida, quando surta mucho loucamente sobre todas as coisas que ama do jeito mais incrível do mundo, ou quando vc diz que vai casar com Peter Kavinsky. Essa bia nunca foi embora e eu tenho certeza de que não só eu, mas todos a sua volta conseguem ver isso tbm. As vezes a vida não segue o script que a gente imagina, você sabe bem. Acho que todos um dia vão passar por algo que nos muda tanto que não da pra voltar a ser o que a gente era, n da pra caber mais na mesma caixa com todos os lados preenchidos da maneira que ficavam, tem vezes em que não encaixa mais. Mas a boa notícia é que dá sempre pra ser algo melhor, pra caber numa caixa maior, por mais que seja difícil construir uma nova e isso é muito mais legal do eu continuar a mesma coisa, por mais que não percebamos na hora. Você diz muito que não se orgulha de quem você é, você se culpa demais tbm, mas quem te acompanha sabe todo o seu cuidado em não cometer erros, toda sua preocupação pra não magoar as pessoas ao seu redor, todo seu esforço pra se lapidar sempre em uma bia melhor. Nem sempre a gente quer mudar, na verdade, a gente sempre quer manter o que estava dando certo daquele jeito, mas viver é isso. “Em time que está ganhando n se mexe” a gente escuta sempre. A gente tbm esquece que nem todas as engrenagens vão girar do nosso jeito, nem todas elas vão girar sem um empurrão e alguns arranhões no processo, mas ainda vão girar e se tem uma coisa que Deus me ensinou, é que se elas ainda giram, é porque ainda vale a pena, é pq ainda é a hora delas, ainda é tempo e o propósito delas funcionarem, seguirem. Eu não digo isso num textinho bonitinho pra ficar clichê e poético, eu realmente, realmente, realmente acredito e sei que Ele ainda tem muitas coisas preparadas pra vc, então não desiste de nenhuma delas. Se tem algo pelo que vale a pena lutar, são os planos de Deus amiga. Vc sabe disso tão bem quanto eu, porque eu aposto que um cara muito esperto te criou ensinando isso.
Viver não é um plano a longo prazo, não é pensar se vai olhar pra trás e se orgulhar ou lamentar o que fez com o tempo gasto, viver é a cada instante. É acreditar que o futuro ainda pode ser bonito, que a gente ainda tem muita coisa pela frente. Parece frase de comercial de plano de saúde, né? Mas tbm não é a verdade no fim das contas? Viver é a cada instante e você ainda tem muitos pela frente, não seja tão dura consigo mesma.
Agora sim, eu vou distribuir um conselho como sempre faço, porque n seria eu se n fizesse isso: a sua vida não é sua se você pensar no que as outras pessoas pensam sobre você. A sua vida não é sua se vc viver pra ser o que os outros querem e esperam. Comparações não são boas. Não se sabota desse jeito e vai lavar esses olhos, porque ta na hora de vc começar a enxergar tudo de bom que existe em vc e ta brilhando ai, esperando só uma chance de refletir mais e mais. Um conselho que eu mesma recebi: seja o que te faz feliz sempre e se ocupe do que te faz bem, mas nunca esqueça de que se plantamos pequeno, colhemos pequeno. Viver é a cada instante e o segredo do futuro está escondido na nossa rotina, mas isso n significa se culpar por fazer o que vc gosta, ou coisas que te fazem tão bem.
A faculdade ta osso? (eu nem sei se vcs falam isso ai no seu país Corumbá), mas a gente ta aqui pra te ouvir reclamar, pra ajudar no que der. Acordou triste? A gente sempre sempre sempre vai te fazer rir tanto quanto vc nos faz, quanto vc sempre fez e continua fazendo. (msm com minhas piadas ruins). Quer explodir? Ai vc pode ir gritar na cara da evelim, ou da aléxia, pq eu n sou obrigada né lskjgdfh. Mas brincadeiras a parte, a vida é difícil, a vida é um saco, tem dia que chutar o balde n é suficiente e a gente quer sumir... mas pra esses casos a gente tem algo que na internet que supre qualquer angústia... nós.
Eu amo a amizade que nós temos, eu AMO o que nós criamos, o carinho e amor genuíno que temos por cada uma e a força disso, assim como a força das pessoas que estão ai em off a sua volta e te amam muito... nenhuma dificuldade vai superar, vai ser mais forte, ou vai nos impedir de estar sempre ali pra segurar sua mão.
A vida n é mágica e feliz o tempo todo, se algo estiver difícil, não vai ser tornar fácil de uma hora pra outra. Se algo te incomoda, não vai se resolver sozinho, seja faculdade ou qualquer outro problemas, você sabe isso melhor do que qualquer uma de nós. Mas o que não nos desafia não nos transforma, crescer é difícil e da trabalho. Da vontade de desistir, principalmente porque as vezes a gente precisa forçar a barra e aguentar algumas coisas, o trabalho chato, os problemas familiares, os estudos, abrir mão de alguns frutos da internet, pra plantar frutos de verdade aqui fora. É difícil... essa tem sido uma das minhas maiores lições e desafios desse ano, mas um passo de cada vez eu to conseguindo. Sei que com um passo de cada vez vc tbm consegue. Vc já faz isso todos os dias. Cada 24h cumpridas é mais um dia que vc conseguiu e vc, só vc, merece todos os parabéns por ser tão forte. Eu queria TANTO TANTO TANTO que vc se enxergasse pelos meus olhos
você é tão linda.
É uma das pessoas mais fortes e brilhantes que eu conheço e com tudo, nunca deixa de cuidar bem das pessoas que estão a sua volta. Espero de coração que saiba isso.
Pra todo resto, as dificuldades e coisas chatas, vc tbm tem: nós (de novo) tcha ramm. Nem que eu tenha que puxar suas orelhas as vezes (e cumprir meu papel de tia velha conselheira nessa relação dfghjklç), mas tbm segurar sua mão. Tem um exército a sua volta pra te ajudar no caminho. Eu vou dizer isso todos os dias se precisar, mas vc n ta sozinha e ainda tem muita muita muita muita muita gente que te ama e que não vive sem você. Eu vou repetir todos os dias que vc ta proibida de não estar aqui, porque a gente n sabe viver sem você, vou repetir todos os dias o quanto a gente te ama, o quanto vc é importante pra cada um de nós. Vai soar bobo, mas eu sempre rezo por você, pela sua família, pela sua vida. Isso tudo pra vc saber que é muito importante pra muita gente, porque eu sei que sou só a ponta do ice berg na lista de pessoas que te amam. Tudo que a gente vive serve pra algo, seja uma lição, ou ação, tenho certeza de que seu propósito ta só começando. Ce tem o mundo nas mãos e a vida pela frente.
Dê seus passos com carinho e não se culpe por nenhum deles, cada um deles faz parte da sua jornada, faz parte do que vc é. Não seja tão dura com vc mesma, don’t overthink, n se ache um fardo por carregar fardos, não se culpe por ser vc mesma, faça mt barulho sobre as coisas que vc gosta sim e spame os status com muitas knews, grave muitos covers com sua voz de main vocal e faça bagunça! A felicidade vai chegar em marolas, em todos esses detalhes, até as ondas te encontrarem de novo, pode acreditar.
Até lá, eu to aqui pra balançar o seu barquinho quando ele parar, ou pra ser um âncora quando ele precisar. Perto ou longe, vc é minha amiga de verdade, muito além das barreiras do site ou da internet, sou mt grata por ter vc na minha vidinha. Eu te amo demais, muito mesmo. ♥
Não é fácil, mas sejam fortes e corajosos (dt 31:6), segura firme nossa mão e vamos com tudo!
Pra sempre ♥
de uma amiga que te ama muito.
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Eu e você. E eles?! Parte 5/?
[...]
Sentada em sua cama e olhando para o chão, você apenas ouviu quando a porta do seu quarto foi fechada. Seus olhos se levantaram no instante em que ouviu o barulho dessa sendo trancada, finalmente olhando a figura masculina à sua frente. Ele se virou lentamente, finalmente ficando com o corpo de frente pra você e sorriu mínimo, sem mostrar os dentes, e enfiando as mãos dentro dos bolsos de sua calça jeans.
- Você quer conversar? - Ele perguntou calmo, e te olhando preocupado.
Você não o respondeu. Apenas negou sutilmente com a cabeça.
- Tem certeza? Foi muita informação pra um dia tão conturbado... - Ele comentou e você suspira.
- É exatamente por isso que eu não quero conversar. - Você o olha, sentindo os ombros pesarem. - Eu nem sei por onde eu começo. Meu cérebro ainda não conseguiu raciocinar todas as coisas que o Namjoon falou. Eu nem sabia que esse tipo de... De... Sei lá. Esse tipo de coisa, situação ou sei lá o nome dessa merda, podia acontecer. Eu não fazia ideia. - Jimin fica em silêncio, apenas te observando e te dando espaço para falar todas as coisas que vem em sua cabeça. - Mas, ao mesmo tempo... Eu sinto como se uma parte mim já tivesse aceitado tudo isso.
- É o seu ômega. - Ele fala e você suspira, ainda mais cansada e frustrada do que da primeira vez.
- Eu, sinceramente, não entendo nada disso. Eu nunca precisei lidar com meu ômega e, de repente, eu sou obrigada à isso. - Você desabafa, um pouco alterada. - Eu sinto como se tivesse duas pessoas ocupando o mesmo corpo... O MEU CORPO. São tantas emoções e sentimentos diferente e eu não estou sabendo lidar com isso!
- Não são duas pessoas. - Ele diz, chamando sua atenção enquanto caminha devagar em sua direção. - Você e o seu lobo formam uma única pessoa. Formam quem você é. Às vezes, você pode não aceitar o que seu ômega quer e ele pode ficar insatisfeito com suas escolhas, mas a sintonia entre vocês vai tornar tudo isso suportável. E, essa sintonia, só vai existir se vocês trabalharem juntos. - Ele para na sua frente, segurando suas mãos e te levantando da cama. Você fica pé de frente para ele. - Vocês dois são um único ser. É a mistura perfeita entre instinto e raciocínio. Quando vocês entrarem em sintonia, não vai existir nada que seja mais verdadeiro e seguro no mundo do que a ligação entre vocês. Não há nada que vá vencer o elo criado entre vocês. - Ele sorri, quase fechando os olhos com o ato. - É uma relação bonita e algo único de se ter, Amandinha. Você vai adorar quando isso acontecer.
- Como vou adorar algo e criar uma sintonia quando eu posso não aceitar o que ele quer e ele pode ficar insatisfeito com as minhas escolhas? Isso não faz sentido! - Você reclama.
- Pode não fazer sentido agora. - Ele leva sua mãos em direção ao peito dele, deixando você sentir o calor que vinha por baixo da camiseta que ele vestia. - Mas em algum momento, vai. Você e seu ômega não precisam concordar em tudo. Mas ele vai respeitar suas decisões assim como você as dele. Vocês vão identificar seus limites. - Ele continua falando, mas você não consegue prestar atenção em todas as palavras que ele diz. - Você vai entender que vocês completam um ao outro. Em algum momento, vocês vão querer coisas diferentes, mas que se completam. Que dependem uma da outra, entende?
Ele pergunta, mas você demora para responder. A pele dele parece tão quente - o que é um pouco anormal para um ômega pois, biologicamente falando, eles precisam de um alfa para se aquecerem -, que parece ser capaz de aquecer algo gelado e desconhecido dentro de você. Algo que você não fazia ideia da existência até aquele momento.
- Mais ou menos. - Você responde, ainda desanimada, mas com os olhos focados em suas mãos sobre o peitoral de Jimin, percebendo uma energia diferente na ponta de seus dedos que o tocam.
De todas as vezes que você havia o tocado no decorrer de sua amizade, era a primeira vez que você sentia aquela sensação. E ia muito além do que um simples frio na espinha ou borboletas voando em seu estômago.
- Em algum momento vocês vão se entender, ok? Não se pressiona e nem tenta forçar nada. Vai vir naturalmente. Ok?
Você assente, sem desviar os olhos da cena que suas mãos estão o tocando. Toque. Uma parte sua quer tanto olhar para ele gritar “não, não está ok e eu estou surtando por conta desse caralho” enquanto outra parte só pensa em como a pele dele parece tão tão quente e macia mesmo tocando-a por cima da camiseta. E, tendo consciência do tecido que separa a tua mão da pele dele, você só consegue imaginar em como seria poder senti-lo com o peito nu em suas mãos e isso só te deixa insatisfeita, com frio. Você quer mais toque. Quer calor. Quer mais.
Você só percebe o que fez quando enxerga seu punho fechado no peito dele, prendendo a camiseta em seus dedos. Ele nota sua ação e te olha preocupado, pronto para perguntar o que aconteceu quando ele enxergas seus olhos. Roxos. Não é preciso ser um gênio para saber que é o seu ômega tomando conta da sua mente porque ele mesmo já passou por isso diversas vezes.
- Amanda? - Ele te chama.
- Eu acho que entendo o que você quer dizer. - Você diz rapidamente, seus olhos voltando aos tons castanhos ao se encontrar com os dele. - Existe... Uma coisa. - Seus olhos voltam para suas mãos. - Que... Eu sempre quis muito. Mas... A minha maneira de agir era muito... Passiva?! - Você fala incerta, sem olhar nos olhos dele. - Eu era tão passiva que era quase como se eu estivesse fazendo nada. E agora... - Seus olhos sobem lentamente do peitoral para o pescoço dele e logo seguindo para o rosto. - Eu... Finalmente... - Você para o olhar nos lábios dele, o que o faz engolir à seco toda a saliva em sua boca. - Quero lutar para conseguir... Para ter... - O seu cheiro fica mais forte e ele respira fundo, se intoxicando com o cheiro de rosas que vem de você e que faz o ômega dele uivar como se fosse noite de lua cheia. - Para tornar meu. - Você termina de falar e seus olhos sobem até os dele, finalmente. E basta seus olhos cintilar em um tom lilás novamente para que os dele cintilem em um tom de rosa.
Ele solta suas mãos, mas você continua agarrada em sua camiseta enquanto as dele vão em direção à sua cintura. Mas ele não consegue sequer encostar em você. Elas ficam paradas no ar, em volta do seu corpo, enquanto ele decide se pode ou não fazer o que ele tem em mente.
Quando você entrou em seu quarto e Namjoon falou que era para ele te acompanhar, ele sabia o que era pra acontecer. Ele devia marcá-la com o cheiro dele e você começaria a se sentir melhor e no controle das próprias emoções. Mas ele não acreditava na capacidade de se autocontrolar quando for capaz de sentir seu cheiro direto do seu pescoço, da sua glândula. Era muito difícil não obedecer aos seus instintos, ainda mais quando se está tão conectado assim à outro lobo.
- Me desculpa. - Você fala, chamando a atenção dele para a realidade instantes antes de você chocar seu corpo entre o dele, procurando abrigo. - É difícil demais me controlar e eu estou começando até dizer coisas que eu jamais teria coragem de dizer e foi horrível não conseguir evitar minhas próprias palavras. Eu tô tão assustada. - Você fala, o abraçando com força e ele finalmente abraça sua cintura, retribuindo.
O lobo dele choraminga por dentro, sentindo seu cheiro de rosas tão doce, se tornando fraco ao mesmo tempo em que o cheiro de medo e frustração começa crescer. Ele quer tanto te agradar.
- Eu não sei como lidar com tudo isso, Jimin. - Você fala, chorosa.
- Você não precisa lidar com tudo isso agora. - Ele te aperta no abraço dele. - Deixa isso pra depois. Você precisa descansar agora.
Você não fala nada, apenas assente e se solta dele. Ele enxerga seus olhos cintilando enquanto você se vira em direção à cama e seu cheiro se torna mais forte, mais atrativo, mas ele ainda consegue sentir sua frustração e medo. Sem ao menos ter controle dos próprios passos, ele choca o corpo dele contra suas costas, passando os braços pela sua cintura e enfiando o rosto em sua nuca, te fazendo parar no lugar, assustada. Mas uma parte de você, secretamente, fica feliz. Uma parte de você desejava isso.
- Jimin. - Você o chama. Sentindo seu corpo ficar tenso com a sensação de estar em seu abraço caloroso e aconchegante. Aquilo era para ser tão bom.
- Ômega. - Ele sussurra contra sua pele, tocando levemente os lábios contra sua nuca, fazendo todo o seu corpo arrepiar e você soltar um ronrono de apreciação. - Eu me sinto tão fraco. - Ele deixa um pequeno selar em sua pele. - Eu nunca quis tanto alguém como eu quero você agora.
Seu corpo formiga com a confissão. Mas, de novo, você se sente confusa. Uma parte sua está feliz por, finalmente, receber a atenção de Jimin que tanto desejara, enquanto a outra...
- Você só está falando isso porque meu ômega está tentando te atrair, não é? - Você pergunta e ele afasta o rosto de sua nuca, diminuindo o aperto em volta do seu corpo.
- O que? - Ele pergunta, assustado, e te olha confuso quando você se solta do abraço dele.
- Você nunca me olhou desse jeito antes, Jimin. - Você fala, ficando de frente para ele. - Por qual motivo, de repente, você me quer como nunca quis ninguém na sua vida antes?
- Amanda...
- Eu não consigo acreditar. - Você fala, tentando se manter forte mas as lágrimas já começam a brotar em seus olhos.
- Amanda, para. Me escuta. - Ele tenta te puxar para outro abraço mas você se recusa.
- Não, Jimin. Eu quero ficar sozinha. - Você diz e ele nega com a cabeça.
- Amanda, para de pensar nisso. Eu já disse. Você e seu ômega são um só. Ele é parte de você. Ele não é uma pessoa diferente de você. - Ele diz, ainda na sua frente. - Amanda. O seu ômega não influencia as pessoas à sua volta e não te influencia. O que cada um mostrar pra você agora sobre sentimentos, é algo que eles já sentiam sobre você. Não é algo que nasceu por conta do seu ômega. É algo cultivado dentro daquela pessoa mas que ainda não havia sido completamente explorado. - Você o olha, deixando a primeira lágrima escapar. - Não é como se eu nunca tivesse olhado pra você de outro jeito. - Ele confessa, fazendo seu coração bater mais rápido enquanto sua mente grita que é mentira. - Eu nunca consegui te olhar 100% como a irmãzinha mais nova que todo mundo diz.
A informação te pega desprevenida mas é muita informação pra um dia só e você só quer deitar na sua cama, se aquecer e dormir. Fingir por algumas horas que nada disso é real e que você não precisa lidar com essa merda.
- Eu quero ficar sozinha. - Você repete, secando sua lágrima.
Ele suspira e concorda, te dando as costas. E você não estava preparada para a solidão e tristeza que te preencheu no momento em que viu ele se aproximando da porta. Você tentou muito segurar, mas o choro veio como um soco, fazendo você soluçar alto e desabar antes mesmo que a mão dele alcançasse a maçaneta.
Vários pensamentos rondavam sua cabeça, mas o maior deles era o de que Jimin havia te rejeitado, o que era tolice já que era você quem havia o rejeitado. Seu lobo soltou um grande uivo de dor e você pode ouvi-lo ecoar em sua cabeça.
Você já havia ouvido o quanto era doloroso para um lobo ser rejeitado por qualquer lobo que tenha seu interesse, mas você não imaginava que seria em uma intensidade tão grande que faria você querer chorar pro resto da sua vida em posição fetal.
E quando você somente esperava o barulho da porta abrir e se fechar para poder desabar como tanto queria, tudo que pode ouvir foi o gemido de alívio que Park Jimin soltou no instante em que ele colou os lábios aos seus.
Ele abraça sua cintura, colando todo seu corpo no dele e te levantando no ar. Os lábios dele estão colados no seu e você ainda chora, mas não se afasta dele.
- Não pense que, por um momento, a minha vontade de estar com você cresceu apenas hoje ou de um segundo para o outro. - Ele começa dizendo, após soltar seus lábios e juntar suas testas. - Não tem como um sentimento nascer de uma hora para outra, Amanda.
- Mas você nunca demonstrou nada. - Você sussurra de olhos fechados, sentindo seus lábios formigando com a sensação de ter sentidos os dele.
- Eu não sabia como lidar com você de outra forma. Eu tinha a sensação de que, se eu tivesse só um pouco de você, eu ia acabar querendo mais e... Eu estava certo. - Ele confessa, soltando um risinho baixo, o que te faz rir também. Você abre seus olhos e encontra os dele em sua direção.
- Eu não quero que você esteja sendo induzido ou... Seduzido pelo fato do meu lobo ter o seu cheiro preferido e... - Ele aperta você contra o corpo dele e levando o rosto até o seu cabelo, encostando a lateral do rosto no teu, o que te faz passar os braços por cima dos ombros dele, o abraçando.
- O seu cabelo sempre teve esse cheiro pra mim. - Ele respira fundo, inalando todo o seu cheiro. - De rosas. - Ele se afasta e olha nos seus olhos. - Se o problema for o cheiro, eu fui seduzido há muito tempo atrás. - Ele fala com um riso bobo, que te faz rir também.
Mas o clima rapidamente se altera, com seu cheiro se tornando mais forte e seus olhos voltando a se tornar roxos. Ele para de rir e engole à seco, te colocando de volta no chão, mas não te solta. E, você, é incapaz de soltar o pescoço dele, então vocês apenas permanecem juntos.
Ele suspira, fechando os olhos e os apertando com força, antes de olhar de novo.
- Deixa eu cuidar de você. - Ele pede, aproximando o rosto do seu e roçando o nariz no seu, bem devagar.
Você não responde. Apenas assente. E tudo que você consegue enxergar é o sorriso dele um segundo antes dos lábios dele colidir com os seus. Por um instante, é apenas um selar, com seus lábios encostados enquanto ele te puxa contra o próprio corpo. E no outro, ele te devora. É quase como se ele esperasse aquilo por dias, como se fosse um lobo faminto e carente por seus beijos e toques. Ele é voraz.
Jimin chupa seu lábio inferior e o mordisca suavemente. Você inclina sua cabeça para o lado e aprofunda o beijo, apertando suas unhas na nuca sensível do rapaz quando suas línguas se encontram. Vocês se beijam até o ar faltar enquanto a mão de vocês acariciam o corpo um do outro. Jimin é o primeiro a se afastar. Seus olhos se encontram mas ninguém fala nada, até o momento em que uma das mãos dele sobe por seu corpo e agarra um tufo de seu cabelo, te fazendo inclinar a cabeça para outro lado, enquanto ele começa a despejar beijos pela sua bochecha, mandíbula e pescoço. A outra mão, ele segura com firmeza a sua cintura.
Assim como ele, você aproveita o momento para explorar outra parte do corpo à sua frente. Você desce ele pelas costas, sentindo a pele quente sob o tecido até chegar na barra da camiseta. Você se obriga a morder seu próprio lábio na tentativa de conter o gemido que quis vir no instante em que você sentiu os músculos de sua costas quentes se movimentando conforme ele te beijava. Ele puxa mais seu cabelo e você joga a cabeça pra trás, sentindo todos os beijos que ele deixa pela sua pele antes de atacar seus lábios. O beijo agora é menos fervoroso, mas continua sendo capaz de te tirar de órbita. Gentil e atencioso. Dessa vez, você não consegue conter o gemido no instante em que ele chupa sua língua e mordisca a mesma de um jeito leve e atrevido. Você desconta, apertando suas unhas com força nas costas do mesmo e o gemido que vem do fundo da garganta dele, é o suficiente para te fazer viver por mais dez anos.
- Não é porque eu sou um ômega que você está completamente segura, meu bem... - Ele fala ao terminar o beijo, encostando a ponta do nariz dele em sua bochecha e aspirando forte, apertando seu corpo contra o dele e, dessa vez, você sente o quanto ele está duro.
- Você disse que iria cuidar de mim. - Você suspira e, instintivamente, você lambe o rosto dele.
Você só percebe o que fez, quando sente ele te empurrando contra a parede e te beijando com força dessa vez, forçando uma a perna esquerda entre as suas e segurando suas mãos na parede, uma de cada lado da sua cabeça.
Ele finaliza o beijo com uma mordida forte em seus lábios, quase a ponto de te fazer sangrar, e olha em seus olhos.
- Eu posso fazer o que você quiser. - Ele responde, visivelmente tão ofegante quanto você. - E não parece que você quer cuidados agora.
Você está tão intoxicada com o cheiro de café forte que vem dele e com todo o calor que as atitudes e o corpo dele te deixou que você sente algo grande tomando conta de você, algo mais forte que você.
Ele te vê fechar os olhos por alguns segundos e quando você os abre novamente, ele enxerga suas orbes roxas, brilhando como se tivessem luz própria.
- Eu quero apenas você, ômega. - Você diz e ele perde todo o controle.
Chega a ser doloroso a forma como ele te aperta contra a parede mas não existe nenhuma reclamação sua enquanto você tenta retribuir todos os beijos dele, na mesma intensidade. Se ele for capaz de te devorar apenas com beijos, você está pronta para fazê-lo pagar na mesma moeda.
Ele para de te beijar apenas para arrancar a própria camiseta e você mal tem tempo para aproveitar a bela vista que é o corpo de Park Jimin, porque logo ele diminui a distância entre vocês, te pegando no colo e te pressionando contra a parede, voltando a te beijar.
A maneira como ele te aperta. A maneira como ele te beija. A maneira com as mãos dele segura suas coxas com tanta firmeza. A maneira como o corpo dele se molda ao seu só pelo prazer de te apertar contra a parede.
Todas essas coisas deveriam ser proibidas, porque não é fácil sentir tudo isso e não perder a sanidade.
Você sente a mão dele, quente, entrando por baixo da sua camiseta e ela queima sua pele. Antes mesmo dele tentar, você está arrancando-a, ficando com o tronco desnudo, o que chama a atenção de Jimin quase que instaneamente. Ele trava por um, dois segundos e volta a te beijar. As mãos dele, dessa vez, abraçam a sua cintura e te leva em direção à cama.
E não existe palavra suficiente nesse mundo que seja capaz de explicar explicitamente como o seu corpo inteiro se sentiu ao ter seus seios esmagados pelo tórax definido de Park Jimin, enquanto ele te beijava e te acariciava como se você fosse o último ser humano no mundo.
Ele te coloca devagar sobre a cama, deixando um dos joelhos entre suas pernas e se apoiando com as mãos sobre a cama, evitando qualquer tipo de contato entre vocês. Suas mãos soltam o pescoço dele, descendo por seus ombros e as espalmando sobre o peitoral definido. Você não consegue evitar o choramingo que sai do fundo da sua garganta ao senti-lo e vê-lo daquela forma. Era tão diferente pra você, mas também era muito diferente para ele. Normalmente, ômegas são desesperados e sensíveis tanto quanto você está no momento, e a relação entre ômegas é desesperada e intensa da mesma forma, mas Jimin se sente diferente. Completamente focado em te dar prazer, fazer com que você se sinta bem e em te marcar, ele está agindo como um alfa agiria. Mas a culpa é sua. Do seu lado ele se sente tão quente e tão grande, que ele esquece que é um ômega e age como um alfa. E isso é bom. Estar com você é bom. É mais que bom. É fora do normal.
- Jimin-ah... - Você sussurra, gemendo no final, chamando a atenção dele e ele te observa se revirar na cama. Ele sorri e captura seus lábios em um selar longo e saboroso, que te acalma em pouco tempo.
Ele desce os beijos pelo seu queixo, pescoço, clavícula, seios, barriga... Ele não deixou de fora nenhum único centímetro da sua pele enquanto descia os lábios pelo seu corpo. Ás vezes eram pequenos selares e outras eram beijos abertos com diretos a lambidas e mordidas, enquanto ele apertava suas coxas, seu cintura e seu traseiro. E ele não para. Te adorando em cada segundo que ele para pra respirar. Você está sendo tomada pelo seu ômega em alguns momentos, mas consegue ouvi-lo falando linda, perfeita, gostosa. Ele também elogia cada parte do seu corpo por onde passa, chamando até mesmo suas pintas de maravilhosas ou sexys, dependendo de qual parte do seu corpo elas estão, logo após deixar uma pequena lambida e mordida em cada uma delas.
Você está sem fôlego. Enquanto Park Jimin parece pronto para te destruir.
Ele para em seu pequeno short e apenas te olha, pedindo permissão para tirá-lo. E ele tira, apenas com um breve aceno seu. Ele acaricia a pele enquanto as peças de roupa desliza por suas pernas, até o momento em que ela sai por completo e ele acaricia seu pé por alguns segundos, subindo por seu tornozelo e canela, até parar o olhar sobre seu corpo completamente nu.
Ele ri de lado, escaneando o seu corpo com o olhar antes de morder o próprio lábio. Você choraminga, tentando puxá-lo para cima de si mas ele nega. As mãos dele vão em direção a sua cintura e você se assusta com a força dele que te faz virar rapidamente sobre os lençóis, ficando de barriga para baixo.
Você se apoia em seus cotovelos e se prepara para virar para o rapaz atrás de si, mas logo sente uma mão em seus cabelos, os apertando com força e te impedindo de virar a cabeça para trás.
- Quem foi que permitiu você bagunçar a minha cabeça desse jeito? - A voz de Jimin sai rouca em sua orelha, arrepiando cada pedacinho do seu corpo, e te fazendo gemer. - Quem permitiu você me testar dessa forma?
- Ômega... - Você sussurra, se tornando submissa e sentindo sua parte racional se esvaindo a cada pressão que os dedos dele exerce sobre seus fios.
- Você faz ideia do que está fazendo comigo? - Você tenta respondê-lo apenas com acenando negativamente com a cabeça, mas o aperto dele se torna mais forte, te fazendo gemer e o vão entre suas pernas se esquentar e molhar ainda mais. - Me responda com palavras, ômega.
- Não, ômega. - Você responde. Sentindo o aperto em seu cabelo se afrouxar e sente-o cheirando seu pescoço. - Eu não sei. - Sua fala sai tão mole quanto o restante do seu corpo.
Se a temperatura do seu corpo subir mais um grau, é capaz de você derreter.
- Então, eu acho que vou ter que te mostrar. - A voz dele sai grossa, e você choraminga, mas logo sente seus fios livres e o calor que vinha dele some.
Você quer olhar pra trás, mas você está tão submissa à ele naquele momento que você tem medo de desobedecê-lo e ele te punir negando tudo que está prestes a acontecer.
Você respira fundo e relaxa seu corpo nos lençóis quando sente os beijos de Jimin sobre sua coxa. Os beijos dele são quentes, molhados e intensos, às vezes deixando marcas pela sua pele, alguns tons vermelhos ou um rastro de saliva por onde passa. Ele parece ficar uma hora inteira beijando cada pedaço do seu corpo e você só percebe o que ele está fazendo quando nota o quanto o cheiro de vocês está forte no quarto. O dele é predominante enquanto o seu parece cada segundo mais fraco...
E então a ficha cai em um segundo. Ele está te marcando.
Ele poderia fazer isso com simples beijos em seu pescoço, mas não... Ele está te marcando por inteira.
E isso só te deixa ainda mais excitada, encantada e apaixonada por ele, e essas emoções animam tanto seu ômega que seu cheiro volta com tudo, atingindo de vez a narina do ômega e ele não consegue mais aguentar.
Ele deixa o corpo cair contra o seu e afunda o rosto em seu pescoço, finalmente te marcando. Ele esfrega todo o rosto contra sua glândula de cheiro. O nariz, os lábios, os olhos, a orelha, bochecha, queixo... Absolutamente tudo. Ele lambe, beija, morde e choraminga contra seu pescoço, te deixando cada vez mais embriagada com o cheiro dele te dominando enquanto o seu desaparece.
Em sua cabeça, o seu ômega uiva feliz por ser dele. Enquanto na dele, o lobo dele grita “minha, minha, minha, minha”.
Ele empurra o corpo dele contra o seu e você é capaz de senti-lo nu sobre você, o que te faz choramingar e forçar seu traseiro contra o membro duro dele. Ele pega a dica e se afasta somente para te virar de frente para ele. Você rapidamente o abraça, com seus braços e pernas, puxando o rosto dele pra perto e beijando e lambendo por inteiro, enquanto ele abraça sua cintura. Seus lábios se tocam mais uma vez, antes dele enfiar o rosto outra vez em seu pescoço.
Suas unhas vão em direção às costas dele e você as aperta com força, oferecendo ainda mais seu pescoço à ele, jogando a cabeça para trás. Ele ainda consegue sentir uma leve fragrância de rosas em você e tenta, desesperadamente, fazê-la sumir e te deixar cheirando como ele. Mas quando você impulsiona seus quadris outra vez contra ele, fazendo-o sentir o quão molhada e quente você está, ele perde todo o controle.
E a última coisa que você enxerga antes do seu lobo te tomar por completo, é as presas dele se afundando em sua pele, te marcando-a.
Finalmente dele.
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Com título de começo, com final de final.
Comecei escrevendo, apagando, escrevendo e apagando de novo, nem sei porque sequer estou escrevendo (mentira, eu sei sim).
Se você estivesse em minha frente agora, pode acreditar, eu te bateria. Sei exatamente qual seria seu rosto no momento, aquele seu sorriso abrindo devagar formando um bem de leve, de canto, mas impossível de não se notar. Sei exatamente qual seria sua reação, você soltaria a risada de vez, infelizmente, gostosa de ouvir e saberia exatamente o porquê de eu estar fazendo aquilo, riria da mesma forma por gostar da situação e em seguida, me abraçaria, longamente, pela... infinita vez. Mas não é só isso que eu sei de você, já cheguei a pensar que te conheci melhor do que você mesmo.
Eu pensei em tanta coisa, mas na hora de escrever é como se faltasse tinta, ou tivesse demais. Eu não vou romantizar os machucados de nenhum dos dois, não posso mais fazer isso. Você tem razão, é melhor assim, para mim e para você. Então por que insistir?
Eu realmente tenho muitos motivos para te odiar e você também tem, digamos que eu odeie e realmente quisesse que você estivesse aqui, para te bater, em seguida te abraçar, mas sei que seria como sempre, é o que dá duas pessoas complicadas e instáveis. Sem falar em tanta tentativa falha, não que tenha havido arrependimento, mas que distanciou do .
Fomos frios e apreensivos, machucados e sempre reflexivos, até demais. Eu odeio o sentimento de magoar alguém e você também, bom, às vezes, quando não liga o foda-se. E era apenas isso que você falava que eu fazia contigo, então passou a me afastar, como seria diferente? Eu não sei lidar.
Talvez nem nos conhecemos de verdade, talvez não o suficiente ou talvez a gente se conheça demais e saiba demais do demais.
Todas às vezes que te perdi, doeram. E todas às vezes que voltou, pensei que seria definitivo, você vai e eu vou, você volta e às vezes ainda estou aqui ou volto de vez em quando para fazer uma breve visita e apreciar a vista.
Lembro quando me mandou uma foto de um casal abraçando um cacto, lembro o que significou, como ficamos e como escolhemos abraçar aquele cacto. Eu não sou boa em expressar, em explicar, mas confundir, bagunçar e talvez atrapalhar, não sou fácil, nada fácil, sou mais difícil que muito cálculo. E você que sempre se definiu como de boa, sabe que não é bem assim, você muda, você quer outros ares e é como se nunca fosse o suficiente sua forma de viver, não julgo. Exagera, muito, não nota, mas solta, erra, quem não? Mas esconde, não assume, assume!
Somos dois seres, vivos, já que não morremos ainda né, sei o quanto a gente já se ajudou, não tem como não saber, cada um sabe o que agradece, arrepende, contorce, remenda ou esquece.
Você é todo errado e odiado por muita gente, vive e lida, eu sei quão ruim é e deve ser, mas parece não aprender, prefere insistir, mas em quê? Sempre com muitos amigos que... Né? (cof), não que fosse diferente comigo, mas é complexo e sempre relativo. A gente lida, sempre lidou.
Acho que no fundo você não sabe lidar com pessoas, assim como eu, tira teu tempo, depois está com muitas pessoas ao redor, sufoca, precisa de alguém, tem, depois precisa estar só. Afasta sem querer, por querer, sem motivo, querendo, não querendo, acontecendo.
Tem um tempo, não é? Tempo demais, ele passou e passa sempre pela gente como vento e às vezes arranha pela rapidez, se pudesse parar? Eu senti a necessidade de escrever, algo que você costuma sentir também e eu voltei a fazer com frequência, precisava arrumar os pensamentos e o fiz, mas não significa que o perdoei, cê sabe, sou canceriana, com ascendente em escorpião ainda mais, qualquer um se lasca.
Eu ainda tenho esperança e espero que essas ondas ruins, esse escuro vá embora e fique claro, sem mais dark de Chernobyl, quero dizer que vai acontecer, mas muita coisa precisa mudar para isso, não sei se está seguindo o raciocínio mas espero que sim. Pequenas mudanças que alteram pequenas coisas fazem muita e grande diferença, incontestável e sem dúvidas, se quiser provar ao contrário que refute.
Eu sempre guardei muito e foi um crime imenso, mas sempre que coloquei para fora, foi outro crime imenso, sempre como 8 ou 80 e tudo ou nada, me cansou e cansa também. Tenho refletido muito ultimamente com muita e pouca coisa, importante ou não, importando ou não, com e sem diferença.
Penso no que quero ser, no que sou, no que passou e no que preciso. Sobre prioridades, sobre defeitos, qualidades, sobre viver e crescer, dificilmente sendo algo fácil e bom, quem dera pudéssemos apenas pular para a parte menos conflituosa da vida, se for existir. É imenso, intenso e imerso, deixado a interpretação errônea ou não. Totalmente instável, inconstante, constantemente.
Fugi do foco, perdão, mas também não sei qual foi desde o início, apenas... Odiei como tudo ficou mais uma vez, para variar, é terrível. Ainda mais observar como tanta coisa mudou para pior, algumas para melhor, claro, mas, enfim, cê entendeu. Eu não sou muito boa em nada disso e quando me expresso, é geralmente quando estou no limite ou explodo e solto a bomba de uma vez, estou pensando se mandarei ainda e se sim, espero não me arrepender, porque você quebrou minha confiança muitas vezes, assim como eu a tua, eu sei.
Talvez só sejamos completamente a definição de dois seres humanos, errados demais, que sempre queriam e querem estar certos, talvez ignorantes e outras vezes em outrora, egoístas. Talvez só estejamos buscando alguma conciliação? Ou paz conosco? Paz no geral? Mudança? Espiritual, ambientalista? Questions, questions, questions, uma vez iniciadas, impulsionadas até o final, cheguei nele, aqui, ponto.
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