#estamos presentes em cada desgraça
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anditwentlikethis · 14 days ago
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Benfica ganha ao Mónaco num playoff da liga dos campeões
Benfiquistas: o SpOrTiNg 🤓☝️
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elcitigre2021 · 1 year ago
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O Tempo não é Linear...
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O TEMPO NÃO É LINEAR, NEM UMA REALIDADE ABSOLUTA… É UMA SENSAÇÃO RELATIVA!!!
Tudo está a acontecer muito RÁPIDO e a ser muito EFICAZ… mas para a grande maioria dos humanos, que estão prisioneiros da malha espacio-temporal, nada parece ser rápido e nada parece estar a acontecer…
Quanto mais prisioneiros estivermos da ilusão espacio-temporal mais demorado tudo parece ser… porque nos falta a visão de Futuro que nos impede de nos projectarmos no Plano onde já tudo aconteceu.
Para alguns de nós (que estamos bem conscientes do que está a passar-se no Mundo) tudo está a acontecer a uma velocidade incrível… e para alguns até tudo já aconteceu!
SIM, na realidade JÁ TUDO ACONTECEU… mas, para a esmagadora maioria da humanidade, está tudo na mesma, nada aconteceu… nem nada acontece; para alguns tudo parece sombrio e estar piorar…
Para uns é tudo muito lento e incerto… e para outros (sobretudo para aqueles que se consideram despertos) tudo caminha para a desgraça… quanto mais “despertos” maior é a desgraça 😂😂😂… e essa perspectiva é bem real para quem está acorrentado a um Plano Passado, para quem se mantém aprisionado ao ilusório Espaço-Tempo, e não tem visão de Futuro!
O Tempo não é igual para todos… o Tempo é elástico… cada um de nós cria o seu Tempo, e à sua medida. Cada um de nós (de acordo com as suas crenças) cria a sua própria bolha espacio-temporal, vive dentro dela, e em função dela… e esse é o seu mundo!!!
O Tempo em absoluto não existe, apenas existe a ILUSÃO ESPACIO-TEMPORAL (nós temos a sensação de Tempo e de Espaço… da sucessão de infinitos momentos que pontilham o Espaço e aos quais chamamos de Agora, ou de Presente)… e, cada um de nós vive em função dessa sensação, dessa ilusão em que acredita (desse dogma que criou para si mesmo e ao qual se submete)!
A percepção dos eventos e da velocidade a que tudo está a passar-se no Mundo e na Sociedade, depende de nós, de cada um de nós, da nossa Consciência, da nossa capacidade de nos projectarmos para além do Plano Presente, de nos libertarmos das amarras do ilusório Espaço-Tempo, que nós mesmos criámos, e no qual acreditamos e insistimos em viver.
Há uns dias atrás eu conversava acerca disso com uma amiga do Uruguai e explicava que o Mundo não está a andar mais depressa… o planeta gira em torno do seu eixo exactamente à mesma velocidade e é isso que define o período de um dia… os dias não encurtaram… as cerca de 24 horas de um dia continuam a ser as mesmas 24 horas… nada mudou… a única coisa que mudou, para alguns de nós, foi a CONSCIÊNCIA de Tempo, foi a percepção da distância que separa um momento, de outro momento.
Os galácticos (com milhões de anos de avanço em relação a nós) estão a actuar para além do Espaço-Tempo mas a percepção que nós temos (que alguns de nós têm, porque a maioria nem sequer sabe da sua existência) da sua actuação, depende da nossa Consciência de Espaço e de Tempo, da forma como entendemos e nos projectamos nessa realidade ATEMPORAL tão elástica que, para uns é muito longa, e para outros muito curta!
É a nossa percepção dos eventos, e do intervalo entre os eventos, que nos dá essa sensação de Tempo… porque, na realidade, tudo acontece aqui e agora, em simultâneo (Passado, Presente e Futuro)!
Tudo é (ou parece) mais demorado, ou mais rápido, de acordo com aquilo que acreditamos ser o Tempo… de acordo com a nossa percepção do espaço que medeia entre eventos… e assim, tudo está óptimo, e caminhamos, a passos largos, para o Paraíso, ou, dependendo da nossa interpretação relativista dos eventos e da forma como "esticamos" e nos projectamos no TODO ATEMPORAL (nessa malha elástica que nós dividimos por momentos e que definimos como Tempo) se caminha lenta, ou rapidamente para a desgraça…
Todos estamos dependentes da interpretação que fazemos dos eventos, do nosso posicionamento perante a realidade, e da percepção que temos dos espaços que medeiam entre esses eventos…
O TEMPO É APENAS UMA SENSAÇÃO RELATIVA À NOSSA PERCEPÇÃO E ÀS NOSSAS CRENÇAS!
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universoemascensao · 1 year ago
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Jesus já voltou.
A espiritualidade se faz, necessariamente, no próprio mundo físico, sendo este apenas um produto e uma cópia do mundo espiritual. Só existe uma vida eterna, que transcende a matéria, e estamos vivendo ela agora. Porém a reencarnação existe devido à ilusão da morte criada pela matéria, mas cada uma das vidas de um indivíduo é um céu ou um inferno para ele, dependendo das suas dívidas com Deus. Ao alcançar a vida eterna, o indivíduo consegue enxergar o passado, o presente e o futuro, tudo ao mesmo tempo, através do "Espírito Santo", que nada mais é do que o famigerado Eu Superior ou o Eu Primordial do qual tudo se formou (Deus), alcançado através da evolução espiritual e do alinhamento do chakra coronário com o Todo. Todo Espírito é santo (puro) à princípio, mas ele vai deixando de ser conforme vive e toma suas próprias decisões, baseadas em um cérebro errôneo e dual que precisa errar para aprender. Por isso, Jesus foi enviado por Deus para ensinar a todos os espíritos o caminho mais eficiente e rápido de volta a Deus. Uma vez tendo participado da criação do mundo, pode-se dizer que Jesus já voltou, há 2000 anos atrás, e está "arrebatando" os filhos de Deus desde então. Esse processo continuará até o Fim dos Tempos, que se aproxima cada vez mais. Eu, João, digo estas coisas em nome de Deus e do Mestre Jesus, em prol do aprimoramento da humanidade. Jesus voltará logo através das nuvens em toda a sua glória, quem o conhece sabe e sente esse fato. O tempo para acertar as dívidas com Deus está ficando curto, ainda mais depois que Jesus encarnou para salvar quem merece. Por isso, mesmo sendo umbandista, eu concordo com a Igreja Católica, que oriente os fiéis a se arrependerem dos seus pecados e pedirem perdão a Deus e se redimir. Deus, o Rei dos Reis, o Senhor Altíssimo Todo Poderoso, é todo bondoso e amoroso. Basta admitir que errou e pedir perdão que Ele perdoa, e assim é possível experimentar um pouquinho do céu na terra, que é a presença de Jesus. Há dois séculos, Jesus tem administrado um exército de trabalhadores da luz para lutar contra o mal. E ele está presente aqui na Terra, enquanto Espírito. Ele é o Amigo Maior, o Grande Irmão, o Salvador do povo de Deus. Devemos acreditar nas palavras de Jesus, o médium mais perfeito e habilidoso já enviado que aceitou morrer para defender suas ideias de amor ao próximo perante a sociedade pecadora da época. Se o amamos, devemos acreditar no que ele diz. Se ignoramos as suas palavras, vivemos na desgraça e na depressão. Jesus é o caminho, a verdade e a vida!!! Sua vida foi um exemplo e uma metáfora para as vidas dos seres humanos, e tudo que ele disse é verdade. Não é atoa que a doutrina espírita chame Jesus de Espírito de Verdade.
Jesus e os guias espirituais que ele comanda trabalham incansavelmente contra o mal e salvam as almas pecadoras, seja do umbral ou seja aqui do mundo físico mesmo. Não existe separação entre o mundo físico e o mundo espiritual, os dois coexistem no tecido do espaço-tempo do universo; e os dois funcionam do mesmo jeito. Porém, o mundo espiritual é invisível, e também é bem maior: existem mais de 20 bilhões de espíritos desencarnados. Dessa forma, o que separa a vida física de um espírito encarnado com a vida vivida por ele depois do desencarne é apenas e simplesmente um corpo. No mundo espiritual, portanto, a única diferença é que somos apenas consciências etéreas, enquanto que, tendo um corpo, recebemos sensações e estímulos a todo momento durante a encarnação.
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miguel-junior-avelino · 4 years ago
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Eu te Amo Ary❤
*19/08/2020*
*Cinco meses completamos juntos, passou tão rápido.* *Eu penso que quando se está feliz as coisas começam a acontecer naturalmente, cada coisa no seu devido lugar e assim passa mais rápido, eu me recordo como se fosse hoje ,o primeiro abraço,cafuné ,cheiro,me fez me sentir único e especial, e então você quis me fazer só seu.* *E desde então eu tenho sido muito feliz, por que eu te tenho ao meu lado e isso é o suficiente. Eu amo cada pedacinho de você, por que eu te amo como você é e você me aceita como eu sou, eu sempre pedi a Deus alguém como você e ele me enviou você. E eu sou grato a ele por isso. Você é tudo o que eu preciso meu amor. Tantas coisas aprendemos juntos, vivemos, experimentamos e isso só fez com que o amor, respeito, amizade, companheirismo crescesse. Eu vejo o nosso amor como uma transformação por que ambos mudamos, você me mostrou que mesmo que exista pessoas ruins no mundo você sempre estará lá para enxugar as minhas lágrimas e dizer que tudo ficará bem mesmo que não fique, por que o amor é isso uma transformação. Eu gosto de palavras que serão eternizadas, eu gosto de saber que um dia você poderá reler tudo e pensar no meu sorriso quando vou te ver.E jamais caberia em palavras tudo o que eu sinto por você,Qualquer sacrifício vale a pena, se for pra ter você do meu lado, Porque ninguém fez com que eu me sentisse assim, entregue, com esse gosto de felicidade na boca.*
*Parte 02❤*
*21/08/2020*
*E para falar a verdade, nesses últimos dias que se passaram, pensei apenas em você, noites em claro, banhos demorados, sorrisos apaixonados. Tá ai uma palavra que me define “paixão” estar apaixonado. Mas não pense que me apaixono por toda mulher que me arranca sorriso. Com você é tudo diferente, porque você é diferente, você é tudo o que eu desejei um dia, uma mulher que me faz feliz e que me intende quando eu mesmo não me intendo. Você sempre esteve presente em minha vida e espero que continue assim, existindo o eu e você e que um dia possa existir o “nós” aprendi que a vida sem você, não é vida, passei a ver com outros olhos tudo que você faz para mim. Eu poderia fazer uma lista das coisas pelas quais eu me apaixonei em você, mas, é tudo, eu me apaixonei pela sua risada, pelo seu jeito tímido, pelo jeito que fala, pelo jeito que você me olha, enfim, tudo. E se eu pudesse, eu pararia o tempo e correria para seus braços e esqueceria de tudo e de todos,sabe porque?Meus piores dias são aqueles em que eu não te vejo.*
26/08/2020 00:44 - AmOr❤👫: *Parte 03❤*
*22/08/2020*
  *Quando eu te* *conheci não esperava* *que uma* *pessoa pudesse juntar todas as minhas partes* *quebradas formando algo por inteiro, mesmo eu não sabendo mais viver inteiramente. Nunca tive a* *coragem de esperar muito de você, medo de esperar e não acontecer nada.* *E eu estava saturado dos nadas que a vida me proporcionava. Mas uma coisa eu aprendi nesse processo de sobrevivência que a gente passa todos os dias ao abrir os olhos; que a esperança pode ser encontrado dentro de um alguém. E eu a vi em você. Foi nesse exato momento em que passei a te amar.* *Tudo bem que te amos são ditos a todo instante e logo em seguida essas pessoas se perdem. Mas se eu te perdesse de mim, eu passaria o resto da minha vida te procurando. Não é porque você é bonita, tem uma boca linda e um cheiro gostoso… Vai além do que você é.* *É coisa de dentro pra fora. Eu to falando de alma! E nem preciso acreditar em uma pra saber que o amo por inteiro. Quando penso em tudo que sinto por você, tenho vontade de chorar.* *Chorar porque não consigo te dizer o que tem aqui dentro de mim, eu não consigo definir, eu não consigo desenhar e muito menos descrever. Ai você sorri e tudo sai do complicado e passa a ser tão simples, sabe.* *Sou tão, tão feliz por saber que você existe, e tenho certeza que se eu gritasse sobre você para o mundo, eles esqueceriam toda a desgraça que estão passando para poder ser feliz também. Mas eu sou ciumento demais pra te dividir com o resto do mundo. Não quero, não posso. Porque metade de você é meu, e a outra metade também.* *E apesar de todo romantismo barato que tento demonstrar através das palavras que até te deixa com um sorriso bobo,tão lindo quando você sente que encontrou a pessoa certa.* *Quando você percebe que todas as suas orações à Deus foram atendidas,quando cada choro baixinho durante a noite se transforma em sorrisos e sonhos de um futuro bom. Quando um abraço, mais que qualquer outro, te aconchega e te faz sentir pequenino diante de tanta ternura.* *É tão lindo ser cúmplice, namorado, e amigo,rir olhar nos olhos e contemplar, e apenas conseguir pensar: te conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu, eu tenho sorte de ter você.*
*Parte 04❤*
*24/08/2020*
*Você é perfeita. Perfeito pra mim, já disse o quanto eu amo você hoje? Ou o quanto você é importante de minha vida? Ou o quanto eu preciso de você pra ser feliz? Príncesa, não me deixa nunca. Por favor, eu imploro se for preciso. Se um dia eu perder você eu não vou saber mais o sentido de “viver”, pode parecer exagerado mas não é. Você se tornou a minha vida, a razão do meu viver, a minha felicidade. Eu preciso de você do meu ladinho pra sempre, na verdade até depois dele. Você me faz tão feliz, você não tem ideia de como eu fico quando estou com você. Quando você me diz algo e me faz sorrir feito bobo… É tão bom sabia? É bom sentir isso, é bom sentir que eu sou especial pra alguém, é bom sentir que alguém ainda se preocupa comigo de verdade… Sabe, era pra mim ter feito um vídeo, mas eu tava tão sei lá, não vinha nada na cabeça… Como agora, não está vindo nada e sei lá não está ficando do jeito que eu queria que ficasse perfeito! Eu já tinha escrito vários textos pra postar, mas fui bobo e apaguei eles… Tô faz tempo fazendo isso aqui, pensando no que escrever no que postar… Não quero que pareça “clichê” sabe? Enfim, voltando… Amor, eu não vivo sem você. De verdade, não vivo mesmo. Não me vejo mais sem você tanto on quanto of. Eu me viciei em você, em te ver, em ouvir a sua voz. Como pode, eu que jurei nunca me apaixonar por alguém,fui me apaixonar… E garanto que está sendo a melhor coisa do mundo sabia? Apesar de tudo, você sabe esse “tudo”. Meus braços estão doendo de escrever mas o que eu não faço por você? Pra te ver sorrindo ou imaginar seu sorriso? Eu preciso de você mais do que um filho precisa de uma mãe, sei lá… Você cuida de mim tão bem, fica contando suas piadas sem graças pra me tirar um sorriso, faz de tudo pra me agradar; é o meu anjo, é o amor da minha vida. Eu dependo de você pro meu dia começar bem, pra mim acordar sorrindo e ter você pra pensar. Amor, feliz 0.5 meses! Eu quero me casar com você, quero poder acordar do seu lado todos os dias e te encher de beijinhos, te surpreender pra te arrancar sorrisos bobos. Eu quero você pra sempre do meu lado, porque essa distância tem que existir? São apenas 10 km, mas amor porque ele tem que existir? Você não podia ser meu vizinho não? Eu nunca vou desistir de você sabia? Eu prometo amor. Não posso te perder nunca, não posso perder o amor da minha vida. Bebê, eu amo você demais ♥.e lembrando aqui da nossa conversa sobre iludir ,fique bem claro isso , você não foi uma opção tá? você foi e é ,sempre será minha escolha .*
26/08/2020 00:44 - AmOr❤👫: *Parte 0.5❤*
*25/08/2020 as 11:04*
*É tão bonitinha quando estamos no celular, e você diz que me ama, quando me chama de amor, de gueguel , de lindo… É mais bonitinha ainda quando você me faz dengo. Queria tanto estar aí do seu ladinho, te abraçando, te beijando, fazendo carinho em você… Mas como nenhum de nós dois temos vergonha na cara, nenhum vai ver o outro isso que nem longe moramos, quer dizer… um pouco longe. Me desculpe por várias vezes te irritar, por ficar com ciúmes atoa… É que eu cuido do que é meu, e tenho medo de perder você. Nunca pensei que eu fosse amar alguém desse jeito, como eu amo você é um amor tão grande, que não tem como explicar. Desculpe se eu não demonstro meu amor direito tá? Promete pra mim que nunca vai sair do meu lado, que nunca vai me abandonar? Sabe mozinho, você é a minha vida eu não sei mais viver sem você. Quando converso com você, fico tão bem, tão feliz… Pode não parecer, mais eu fico. Ei, eu amo falar contigo, eu amo ouvir a sua voz! Queria tanto morar do seu ladinho, pra ficar com você toda hora, pra não sentir essa vontade de você como eu sinto, quando eu falo que você é minha, e você diz “Ary é do Gueguel” começo a sorrir feito bobo, é estranho pra mim isso… Primeira vez que sinto esse amor todo, tenho medo de um dia você se enjoar de mim é um medo tão grande =( dou a minha vida por você! Obrigado por me fazer feliz durante 4 meses… Quase 5 , obrigado por me aguentar, aguentar minhas chatices, obrigado por acima de tudo ser minha amiga! Eu te amo demais morzinho, demais mesmo… Mais do que você imagina ,Quando você diz que não imagina sua vida sem mim, eu me sinto mesmo alguém importante, como nunca havia sentido. Você sempre faz de tudo pra me ver sorrir, você diz que gosta da minha barba ,do meu sorriso. Saiba que para mim, também não imagino a minha vida sem ti, amor, você me completa e me faz a pessoa mais feliz do mundo simplesmente quando sorri, pois eu sei que é meu o seu sorriso. Gosto de quando você cheira meu pescoço, quando você pegou na minha mão e instrelacou naquele instante eu senti que precisa mesmo de mim assim como eu preciso de você. O nosso amor é recíproco, e esse, eu não troco por nada.*
*Último agora neném ❤*
*Ontem também 25/08/2020*
*_Nossa história começou tão derrepente, por um golpe de sorte do destino, e estamos a cada dia provando a todos que podemos ser a diferença e podemos vencer as preocupações._*
*_Amor todos os dias penso em como sofri para te encontrar, como me enganei com falsos amores até achar você, você sim é aquele que me completa, que me dá forças quando eu caio para me erguer novamente, que me apoia nas coisas boas para mim e para nós._*
*_Você com seu jeito manso e calmo me conquistou, me fez mudar coisas em mim que ninguem conseguiu, você sim é a pessoa que Deus quis na minha vida, Ele nos fez enfrentar pedras no caminho mas agora sei que estamos vivendo um plano de Deus._*
*~Foi mal +1❤😀~*
*_Ontem me perguntaram como eu conquistei você … Mas eu só sei como você me conquistou. Com esse seu jeito, de fazer brincadeira, do seu modo de falar sério, da maneira com que você trata um homem, o respeito que você tem pelas pessoas, seu jeito de pensar, agir, falar , seu sorriso lindo. Sua voz que me encanta. A maneira com que você encara os problemas. Ou seja, você tem tudo aquilo que eu sempre quis, e muito mais do que eu poderia imaginar. Você me conquistou meu amor, sendo você mesmo. Fazendo bem que você me faz.nada vai abalar a sua importância pra mim.Foram inúmeras as vezes que eu pensei que nunca iria amar e ser amado, até você aparecer. No começo eu não imaginava que seria assim, algo tão forte e bonito. Como dizem “quem menos esperamos são as que mais nos surpreende”, eu tive a sorte de me surpreender com você. Mais do que tudo você é meu companheira, minha amiga, consegue me entender, sabe fazer com que eu me sinto melhor. Sei que é com você que irei viver os melhores dias da minha vida, sei que você enxugará minhas lágrimas quando eu chorar, sei que você quer e precisa me ver sorrindo sempre. Cada segundo ao seu lado é especial para mim, você é a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Amo seus defeitos, amo seus gestos, amo suas palavras.Você é a pessoa responsável pelo sentimento mais lindo que eu sinto aqui dentro de mim._*
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joaozinhobranquinha · 3 years ago
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Temos que cuidar muito para a hipocrisia não dilacerar o nosso coração, porque é uma hipocrisia, de fato, sabermos distinguir quando as coisas estão nos incomodando. Quando dizemos: “O tempo está fechado. Vai chover”, “O tempo está aberto. Vai fazer sol”, é porque sabemos olhar os aspectos da natureza. Também sabemos olhar as pessoas, se estão bem ou não, de acordo com os nossos interesses, mas, muitas vezes, portamo-nos numa atitude de indiferença e falta de cuidado.
O discípulo do Senhor é aquele que está sempre atento aos sinais dos tempos. Primeiro, atento ao sinal do tempo em que nós vivemos. Não podemos ignorar as coisas que acontecem no meio de nós, como se tudo estivesse bem quando tudo não está bem. Vivemos tempos acelerados, vivemos tempos de profundas transformações e não podemos nos comportar com ingenuidade diante dos acontecimentos do tempo presente de forma alguma.
Que saibamos interpretar os tempos em que nós vivemos com a graça, com a luz e com o discernimento necessário que o Senhor nos dá
Não é simplesmente achar que vivemos uma revolução digital e tecnológica, com tudo aquilo ela que traz, realmente é um mundo de transformação, mas não consigo prestar atenção no que está acontecendo ao meu lado. Os pais que não conseguem prestar atenção nas transformações que seus filhos estão vivendo… Não estou aqui para acusar, estou aqui para alertar a cada um de nós. Muitas vezes, um filho fica trancado dentro de um quarto dia e noite, e um pai e uma mãe não estão atentos ao que está acontecendo; muitas vezes, ele está lá escravizando-se com esses meios digitais, vivendo processos de transformações profundas, e não estamos atentos.
Você sabe que, desde pequeno, você acompanha uma criança; e todo e qualquer processo de mudança exige uma atenção, até porque causa uma tensão, mas toda atenção não é para nos deixar tensos, é para nos alertar do que precisamos cuidar, o que nós precisamos fazer, como precisamos agir.
Não deixe as coisas andarem por andarem, não deixe as coisas acontecerem por acontecerem; incêndios seriam evitados se as pessoas prestassem atenção na primeira chama que se acendeu e apagasse aquela chama. “Mas é apenas uma ‘chaminha’. Não tem problema”. Tem! Porque depois provocam desastres porque não se cuidou daquela pequena chama. Quantas coisas acontecem no nosso corpo! Às vezes, é uma “verruguinha” que vem; às vezes, é um sinal de que se cuidássemos daquele primeiro sinal evitaríamos o câncer ou tantas outras coisas, porque não prestamos atenção nos sinais que o próprio corpo está dando.
É preciso prestar atenção nos sinais dos tempos. E aqui não é criar alarde, não é ser profeta da desgraça, não é sempre ficar prevendo ou provocando o mal, mas é cuidar para que o mal não cresça. Se estivermos atentos aos sinais da vida, nós a viveremos com mais cuidado, mais responsabilidade, sabendo transformar os tempos em que nós vivemos.
Não sejamos hipócritas, se nós sabemos interpretar tanta coisa, que saibamos interpretar os tempos em que nós vivemos com a graça, com a luz e com o discernimento necessário que o Senhor nos dá.
Deus abençoe você!
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kinkascarvalho · 4 years ago
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V A M O S - À - N Í N I V E ?
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. Jonas 1:2
Este convite, “VAMOS A NINIVE?” nos faz lembrar a história do profeta Jonas. Sabemos que cada Cristão tem uma responsabilidade maior com o Senhor dos Exércitos; pregar a Palavra da Salvação ao nosso próximo. Lembramos de Jonas e ficamos preocupados; temos ido a Nínive? A ordem para Jonas é providencial exemplo para os Servos do Senhor nos dias de hoje. O Cristão precisa observar se está dentro deste contexto. Observar com cuidado se estamos dentro da Vontade maior a Ordem Divina, tanto como aconteceu com o profeta Jonas, como no “Ide” do nosso Senhor Jesus Cristo. Estaremos negando a ambas situações ou já estamos viajando para Nínive?
Vivemos vida regalada, fácil ou mesmo humilde não importa, mas como Servos precisamos cumprir o desejo do Senhor, caso contrário nossa vida ficará igual ao profeta. Muitas vezes deixamos escapar ou relaxamos, o Servo se preocupa com si próprio, esquece que como Cristão tem algo mais a oferecer ao Senhor, se estender em missão, levando o Evangelho aos que não conhecem, isto quer dizer: estou pronto para viajar até Nínive! Ou sucumbiremos em alto mar “na boca de um grande peixe?”
O Profeta pensou que se esconderia do Senhor, planejou ir para a Cidade de Társis uma Cidade longínqua que fica ao Sul da Espanha, Jonas deixou de olhar para o grande poder de Deus que está presente em todos os nossos passos. Deus entregou a missão ao Profeta, podemos dizer que para a época era uma missão difícil, mas o Profeta preferiu fugir, negar a missão. Deus queria o Profeta Jonas um Missionário.
A missão do Profeta diga-se era difícil (embora para Deus nada nos impede de fazer a Sua Vontade), mas Jonas faltou em sua fé, talvez foi medo, fugiu. Nínive capital do Império Assírio, ao nordeste da Palestina, Jonas tinha que pregar contra os pecados daquela cidade que eram grandes e exigiam intervenção Divina. A fuga de Jonas tinha por finalidade, escapar da missão, era incumbência difícil, e, talvez, evitar a conversão e a preservação daquela Nação que seria uma ameaça para Israel. Foi a partir deste momento que se dirigiu para o porto marítimo de Jope, mais acessível à Judá e a Israel. Pensava Jonas de lá ir para lugar bem longe de Nínive outro lugar mais afastado.
Entre todos os acontecimentos durante a fuga, a viagem para bem longe, levou Jonas a restauração, livre do grande peixe, trazido a terra, a voz do agradecimento o levou a promessa de oferecimento de sacrifício, o Profeta fala ao Senhor: “o que votei pagarei. Ao Senhor pertence à Salvação! (parte final do cap.2.v 9). Jonas já reconhecia a obediência, que conserva a comunhão com Deus que vale muito mais que a satisfação da vontade própria, da alegria da carne, que inevitavelmente leva à desgraça. O peixe só restaurou Jonas a terra, depois de em seu coração se ter restaurado o desejo de pôr em pr��tica a sua vocação missionária.
Precisamos viajar até Nínive! Precisamos restaurar nossa voz missionária perante o Senhor! Ele é nosso comandante e espera por milhares e milhares de missionários. A vontade é que assim nunca esqueçamos que o Senhor da Glória espera pelos Seus!
*No Amor de Cristo,
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fadasbrasileiras · 3 years ago
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Entre o ódio e o medo - do passado; do presente; e do futuro, no Brasil.
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Esse texto contém relatos cronológicos de sentimentos que persistem e tecem a trama da/o brasileira/o a aproximadamente 525 anos.
Medo: ''PSICOL: Estado psíquico (mental) provocado pela consciência do perigo, real, imaginário ou por ameaça.'' Ódio: ''1- Aversão ou repugnância que se sente por alguém ou por alguma coisa; antipatia, desprezo, enzona, odiosidade. 2- Rancor profundo e duradoura que se sente por alguém/algo.'' - Fonte: Dicionário Michaelis online. (michaelis.uol.com.br)
Não faço ideia de como vou continuar a escrever esse texto, afinal são tantas coisas para ter medo e ódio ao mesmo tempo. Desde o momento que idealizei escrever sobre esse tema, tudo piorou em uma escala tão absurda que não sei se sou capaz de formular palavras capazes de expressar toda minha angústia.A cada dia que passa vejo que a luz, a esperança, a força (sei lá como você chama) está cada vez mais distante de todos nós. Uma injustiça segue a outra e todas seguem a hipocrisia e o desamor. E parece que a alva nunca romperá. Quando intitulo esse texto como ''Entre o medo e o ódio'', é porque exatamente entre eles que me encontro e me perco vivendo a história presente, passada e futura nesse ensolarado e injusto país chamado Brasil. A história que foi construída até então, e a que vivemos hoje, enquanto estamos construindo a historia do futuro; todo esse caminho me assusta, e me provoca reflexões e sentimentos que sempre estiveram presentes, mas que não haviam sido encarados, até agora.
Você já deve ter se assustado com a avalanche de palavras tão assustadoras logo nas primeiras linhas desse texto. Mas meu bem, se você olhar para dentro do seu peito agora, é essas palavras que você vai unicamente encontrar. Hoje vivemos um dos piores momentos no país e no mundo; seja pelo vírus, pela intolerância, ou por toda desgraça que estamos causando ao planeta em proporções incomparáveis. Mas vejo tamanhos infortúnios como um caminho bifurcado, onde um lado do caminho leva a manter tudo como está e deixar tudo ainda pior; enquanto o outro lado nos dá a oportunidade de mudar, reconhecer e consertar tudo o que há de errado. Então é lógico que alimentada por tantos acontecimentos, eu escolho o segundo caminho, e me sinto na obrigação de abordar um tema que diz respeito a todos nós como sociedade; que é a nossa história. História essa que aprendemos na escola e com a mídia, mas que nunca paramos para refletir sobre todo o caminho de injúrias e injustiças que crescemos caminhando, sem ao menos nos perguntar o porquê de tantas pedras e sangue sobre ele.
Vejo que traçar um paralelo histórico que nos faça refletir sobre onde é que a gente chegou, e onde será que a gente vai parar com esse ritmo tão destrutivo; é uma maneira de invocar a mudança e a justiça. Encarar o medo de frente, e reconhecer todos os erros é evoluir e crescer. Também não deixo de dizer que o ódio não surge ''do nada'', mas tem uma origem e no contexto atual é ''A origem''. Sabemos que o ódio e o medo é histórico, revoltante, e nos ameaça com sua falta de fim. A história do Brasil já começou errada, e os frutos dessa semeadura infernal colhemos até hoje. As feridas nunca se fecham, mas muito pelo contrário, só há mais e mais dedos imundos para cutucar. E baseado nisso tudo, escrevo esse texto com o objetivo de levantar questionamentos, provocar reflexões, revoltas, medo, ódio e por fim mudanças, sobre nossa própria história; seja do passado, presente e futuro.
A começar redundantemente pelo começo a mais de 500 anos atrás, Pindorama estava na maior paz, até ser invadida pela galera da varíola. Sim! Os invasores europeus, que usam o pseudônimo de colonos, para justificar a violência e selvageria, contra toda vida que já habitava no território ''descoberto". E assim, damos início ao primeiro capítulo da desgraça nacional.
Antes de começar, gostaria de pedir licença a todos os povos originários de Norte à Sul do país, para poder falar sobre a história de vocês. Não sou indígena, pois infelizmente ainda não conheço minhas origens, mas sei e reconheço que a terra que me abriga hoje pertence unicamente aos povos originários, assim como o sangue que corre em minhas veias. Espero ter a capacidade de falar com respeito o pouco que sei sobre a história, vista com meus olhos estrangeiros que buscam mais do que nunca conhecer a verdade e a justiça. Então você que é indígena, por favor não hesite em me falar o que achou. Vou adorar te conhecer, ouvir sua história e sua opinião. Então fica aqui minha solidariedade e respeito a todos os povos originários do Brasil, ou seja, aos verdadeiros Brasileiros(as).
Infelizmente o etnocídio indígena encontrou moradia fixa e persiste a partir do momento que em que o homem branco europeu desceu de sua imunda caravela, sem o mínimo de respeito e educação. Os povos indígenas foram (e infelizmente ainda são) perseguidos e mortos por covardes bastardos que não se contentam com o que tem. A terra e toda vida que ela abriga foi banhada com sangue inocente de seus guardiões; atravessando séculos a medida que o invasor se embrenhava no território ancestral, privando a liberdade de quem já era livre e ocultando toda a história que já estava aqui. E tudo isso para quê? Por ganância, apenas. Nunca vou entender o que justifica o homem branco europeu se julgar superior aos povos indígenas? Ou a história e a vida de um lugar que não conhecia? É injustificável! E sim! É imperdoável.
O que mais me revolta, é a maldita história branca que aprendemos na escola, que valoriza e exalta como heróis a vida desse seres deploráveis, que se intitulam como ''descobridores do Brasil''. Não concordo que a história não reconheça as atrocidades cometidas por eles, criaturas que não tiveram a decência de saber quem eram os donos dessa terra, ou de se interessar sobre o que faziam e qual era a verdadeira história do lugar que invadiam. Mas não! Muito pelo contrário, o "colono'' chegou com toda sua lábia, mentiras, doenças e violência, para destruir aquilo que nunca foi (e nunca será) seu. Tratando os povos originários como fossem os parasitas invasores, e escrevendo a mentirosa história como se fossem heróis puros e inquestionáveis. Apenas lamentável!
E foi nesse lar intrépido que o Brasil se formou. Fizeram tamanha barbáries com a desculpa imbecil de que os povos originárias eram ''selvagens'', mas é mais do que evidente que os selvagens eram e são os brancos europeus, responsáveis por toda desgraça na história do mundo.  Vamos ser honest@s?! Falar sobre a perseguição e genocídio contra os povos indígenas do Brasil (e do mundo) é um assunto longo e injustiçado. Onde é visível que a Europa tem um débito ético  imensurável a quitar com a história, e com a vida de milhares de povos que resistem e aguardam que a justiça milenar seja feita, onde as marcas desse passado violento persistem até hoje em seus corpos.
Nossa terra abriga mais de 300 etnias indígenas de Norte a Sul do país, onde cada uma apresenta sua individualidade de cultura, costumes e história. Infelizmente (como sempre) aprendemos com a sociedade a generalizar os povos indígenas, como se fossem apenas um só, com características e hábitos estereotipados. E aí está o maior erro que cometemos contra os povos originários. As etnias indígenas são ricas e plurais, ao ponto de não se poder comprar os Guaranis com os Tikuna, por exemplo. Que vem de extremos diferentes do país, e logo apresentam uma cultura totalmente divergente da outra. Para o seu melhor entendimento, é o mesmo que comparar Brasileiros e Coreanos, não têm absolutamente nada a ver. Mas isso nós não aprendemos na escola não é mesmo? Então como iríamos saber? Realmente não há como saber enquanto estivermos imersos nessa imunda história, moldada e contada por brancos e para brancos. A história que aprendemos na escola é uma farsa, uma mentira bem contada que atravessa séculos, e que continuará atravessando rumo ao futuro se nada for feito agora. Agora pensa aqui comigo, se o Brasil pertence aos povos originários, por que não sabemos mais sobre a história deles? E a resposta a essa pergunta pode ser explicada pelo grande plano maligno de embranquecer a terra, com mentiras. Onde o homem branco além de invadir e destruir o território que não lhe pertencia, esse também subverteu a história ao ponto de somente a sua mentira ser considerada verdade; enquanto toda a verdade é ocultada e, por que não dizer, queimada. Está dando para acompanhar? Hoje não aprendemos sobre a verdadeira história indígena, porque os brancos não querem dar espaço aos povos originários para contarem a verdade. E quando acontece, logo dão um jeito de calar a voz da verdade, como o caso da professora de Rondônia que foi expulsa da escola que lecionava por "insistir na temática indígena", é mole? Não querem dar visibilidade para que se retire da escuridão a verdadeira face da história. A hipócrita sociedade embranquecida atual (e passada), sempre teve medo da verdade e de assumir seus erros mostrando o sangue nas suas mãos. E o pior disso é que na tentativa de se ''redimir'' acabam contando uma história mentirosa e carregada de estereótipos que têm sido exaltada  anualmente em todo 19 de Abril, e que de indígena não há nada.
Infelizmente toda pessoa, que não esteja em contato com a verdade contada pelos povos originários, terá o primeiro contato com a cultura indígena e as raízes do país, através da escola. Onde nos é contado uma história branca, carregada de estereótipos e mentiras, nos fazendo acreditar desde muito cedo que o ''colono'' é o grande herói que nos salvou da ''selvageria'' ancestral.  É péssimo, ver que em toda nossa jornada escolar a verdadeira história dos povos originários não ser abordada em nenhuma vez. Vemos que toda produção indígena sempre foi menosprezada pela sociedade, nunca pesquisada ou tida como alvo de estudo e valorização. Mas o que vemos, é uma ocultação e marginalização dos donos dessa terra, que são apagados da história geral.
No lugar da fala dos povos originários, vemos mais e mais histórias narradas por segundos. Até hoje o homem branco vê a cultura e a vida de indígenas, como objeto de experimentação acadêmica e admiração fotográfica em uma exposição em Paris. Onde através de imagens de objetivo duvidoso, continuam a reforçar estereótipos e a visão de que os povos originários continuam presos no tempo e parados em 1500. Isso é absurdo de maneiras imensuráveis, pois o homem branco acha que faz a sua parte, mostrando mais daquilo que o imaginário coletivo já têm em mente. Penso que se o homem branco quisesse interferir ainda mais na vida dos povos indígenas, que fosse para dar voz a eles, ou usar sua influência para convencer e denunciar as atrocidades que ele mesmo faz. Mas isso ninguém quer fazer, né?
Justo mesmo seria deixar os povos originários contarem sua própria história, sem a interferência de segundos. Ter um espaço igual na sociedade midiática, sem serem narrados pelo homem branco como se fossem pessoas incapazes de levantar sua própria voz. Dar oportunidade e iluminar as produções deles, seria a melhor forma de ''contribuir'', e o mínimo que se possa fazer após séculos de destruição e mentiras. E não me venha dizer que ''não há'' produções indígenas, pois há sim e sempre houve. O que nunca houve foi o reconhecimento, e a valorização de tudo aquilo que está relacionado aos donos dessa terra, e que seja contrária a história branca e mentirosa plantada nesse solo. Infelizmente esse direito e tantos outros tem privado a força dos povos originários desde 1500. Onde se você tiver o mínimo de bom senso vai saber que não tenha um dia em que uma pessoa indígena não tenha que lutar por reconhecimento, espaço, sua terra e todos os direitos que básicos que um ser humano deve ter.
Ver todas essas injustiças continuarem a acontecer aos povos originários, é o resultado da invasão que crescemos conhecendo como ''colonização'' nos livros de história. Marginalizamos os donos dessa terra e calamos a todos os instantes suas vozes, que carregam a verdade. Não sabemos nada sobre os povos originários, e continuamos a alimentar o imaginário coletivo com a imagem indígena, reforçando estereótipos de geração em geração. E me pergunto até quando isso? Até quando teremos esse débito impagável? Até quando vamos continuar a caminhar em cima de tantas mentiras históricas?
É horrível ver que em pleno século 21 ainda tentem moldar os povos originários dentro da destrutiva cultura europeia, onde as raízes são apagadas por não serem aceitas na ''civilização''. Nunca vou me esquecer da letra de ''Território Ancestral'' da Kaê Guajajara, onde ela diz ser ''(...) Kaê na mata, Aline na urbanização''. Com essa palinha já deu para entender do que se trata essa problemática que estamos mergulhados. Os povos indígenas até o ano de 1988 eram proibidos de usarem seus etnomes (nomes dados em suas etnias), e se apresentarem com eles na sociedade. Sim! A sociedade branca também implica com o nome de uma pessoa indígena. O nome! Pense, o nome que você recebe dos seus ancestrais, que carrega luta, vida, e resistência, não é aceito na sociedade por não ser considerado correto, ou integrado. É muito revoltante pensar nisso, pois com essa ocultação dos nomes dos povos originários, que carregam a pluralidades das etnias nele, foi que nossas raízes se perderam. Se perderam no sentido de que inúmeras pessoas indígenas foram ''renomeadas'' pela europeização, ou seja, por trás de todo Silva ou Santos, se esconde uma etnia que foi ocultada pela nossa terrível história. E esse é apenas um pequenino exemplo, das milhões de injustiças que os povos originários vêm sofrido todos os dias desde o infeliz contato com o invasor luso europeu.
Outro ponto que gostaria de abordar aqui é sobre o imaginário coletivo que a sociedade mantém sobre os povos indígenas. Imaginário coletivo, que se alia em tudo ao racismo estrutural. No qual hoje ao falarmos sobre pautas que lutem contra o racismo no país, acabamos olhando apenas para o racismo sofrido por pessoas pretas e a sociedade afro-brasileira. Mas o que pouco pensamos, ou paramos para observar é que o racismo também atinge as pessoas indígenas, em igual e destrutiva escala. Para primeiro exemplo, crescemos com o pejorativo termo ''índio'' que usamos para se referir a uma pessoa indígena. O problema é que essa palavra vem carregada de conotações e ideias racistas, e estereotipadas. Onde quando se falamos de ''índio'' vem a mente, graças ao imaginário coletivo, a imagem de uma pessoa que não usa roupas, que fala ''mim ser'', que é canibal e corre solta pela mata. O que é uma imagem absurda, racista e mentirosa. O termo índio, que aprendemos a usar desde cedo na sociedade, e que têm um dia para ''homenagear'', faz com que a pluralidade étnica dos povos originários seja reduzida e generalizada. Faz com que estereótipos e mentiras sejam reforçados, e que o conhecimento sobre a verdade identidade dos povos indígenas se torne cada vez mais distante de ser conhecida.
Por conta desse imaginário coletivo sobre a imagem do ''índio'', ainda hoje vemos que muitos consideram os povos originários como ''não integrados'' na sociedade, como ''atrasados'' e "arcaicos" em tudo o que fazem; vistos como se estivessem parados no tempo. Essa imagem racista está tão presente na nossa sociedade, que se ignora totalmente o fato de que os povos originários se integraram na sociedade europeia ocidental a partir do momento que teve contato com o piolhento homem branco em 1500. E que conforme a sociedade avançou em tecnologias, as mesmas também se integram na vida e cultura dos povos indígenas, assim como de toda pessoa não indígena. Não houve diferença. Mas um raciocínio tão básico ainda não chegou na mente atrasada da sociedade racista que vivemos, pois, para eles o lugar de ''índio'' é na mata, caçando e andando nu, como a imagem que mantém em suas mentes arcaicas e infradotadas.
Me revolta muito ver que a sociedade acaba medindo, validando a origem e ''autenticidade'', de um indígena com base nesse imaginário coletivo. Tanto que um indígena é questionado por sua autenticidade se ele tem um celular, se assiste à novela das 21h, se passa as férias em Ubatuba, usa Rolex ou se cria conteúdo no Tik Tok. Coisas que qualquer pessoa branca faz e que não é questionada em hipótese alguma. Nossa sociedade insiste em pensar que um indígena só é indígena, se ele estiver de acordo com aquilo que ela considera como ''coisa de índio''. Isso é muito injusto e absurdo, e acontece com mais naturalidade do que a Amazônia é incendiada. Pesado? É, eu sei. Dá muito ódio ver que os povos originários são desrespeitados à séculos, e que ninguém realmente se importe com a causa, e que ninguém dê espaço e visibilidade aos donos e donas dessa terra. A luta indígena por direitos básicos é real, existente e se arrasta à mais de 500 anos sem uma resolução. Até quando vamos ter que viver assim? A realidade é que os povos indígenas hoje, continuam lutando contra opressão da sociedade pós colonial, para manter as suas raízes, sua história, e mostrar ao mundo que suas vidas importam, que sempre importaram. A batalha contra as injustiças é interminável para todo povo originário; e o seu preconceito, falta de conhecimento e respeito, só contribuem para que tudo isso piore.
Falar dos povos originários, é também falar sobre a natureza, sobre a terra e a vida que nela existe. Vida essa que assim como os corpos de seus guardiões, não deixa de ser desrespeitada e degrada pela ignorância e desamor do homem branco há séculos. Hoje infelizmente, e graças ao (des)governo genocida que têm liderando o país, o Brasil enfrenta uma das maiores chacinas aos povos originários e a natureza. Onde motivados pela ganância e expansão da cultura da destruição ambiental, o atual governo visa "flexibilizar a lei" a favor dos malfeitores, dando livre arbítrio para violências contra povos indígenas de norte à sul do país. O garimpo ilegal e o agronegócio pop são os principais motivos dessa luta interminável. Fazendeiros e garimpeiros são munidos pelo governo para agirem com violência contra aldeias, povos isolados, e todo indivíduo que se opõe e deseja saber da justiça. E a cada semana surge um novo PL (projeto de lei) para assegurar que tamanhas barbáries sejam oficiais. Isso é um assunto de extrema urgência no país, mas parece que ninguém se importa. Que ódio!
Os povos originários e a natureza gritam por socorro agora. Por apoio de alguma liderança que se importe de verdade, e que não seja apenas mais uma com o objetivo de calar a voz da resistência. Nos últimos meses o país e o mundo pode presenciar mais de 6 mil indígenas de diferentes povos, presentes no acampamento Luta Pela Vida, em frente a sede do governo federal em Brasília. Sendo a maior marcha dos povos originários desde 1988, homens e mulheres de todas as idades, se reuniram em um ato de arrepiar com tamanha energia e resiliência, para protestar contra o Marco Temporal, que entrou em julgamento no Supremo. Esse consiste em um PL que reconhece apenas os territórios indígenas demarcados a  partir do ano de 1988, ignorando completamente o fato de que a história dos povos originários tenha começado muito antes de 88 e muito, mas muito antes de 22 de abril de 1500. Isso é um absurdo tão grande, pois viabiliza o caminho para a violência legalizada de grileiros, fazendeiros e garimpeiros assegurados pelo governo etno-genocida atual. Isso abre as portas para a destruição de vidas indígenas, para exploração e destruição da natureza. E porque não dizer: abre o caminho para nossa própria extinção. Hoje a floresta Amazônica chega a terrível marca de ter 95% de seu território comprometido, seja pelo desmatamento ou por queimadas criminosas, que têm como objetivo avançar a agricultura e pecuária (como se já não tivesse o bastante). Hoje infelizmente o bioma produz mais gás carbônico do que absorve, ou seja, o pulmão do planeta terra se encontra como o pulmão de uma pessoa fumante em seu estágio terminal de funcionamento. A floresta pede socorro, a vida no Brasil implora por justiça. Mas tudo o que vemos são mais e mais injustiças e atrocidades, com o passar dos dias. E todos sabemos que a Amazônia é apenas o maior exemplo, e há outros biomas brasileiros igualmente, se não totalmente extintos.
E agora vem a parte revoltante: todas essas atrocidades acontecem, e ninguém faz nada. E assim, se constata que das contáveis vezes que uma voz se levantou para lutar a favor e reivindicar a justiça para toda essa história, essa voz foi infelizmente calada através do fogo de uma munição. Não é incomum vermos na mídia, (das poucas vezes que informação vaza, ou não é manipulada) que ativistas, indígenas ou não, são mortos por confrontar os invasores. Enquanto o estado não faz nada, e finge que está tudo na plena paz. Também é mais comum do que se pode pensar, ver aldeias inteiras incendiadas, ou desapropriadas, por serem uma ''ameaça'' ao poderio destrutivo do homem branco. Por isso que eu digo, a natureza e os povos indígenas estão em uma constante guerra contra a violência do ''colono'' à séculos. E não! Isso não é apenas uma lenda ou fakenews, mas sim, mais uma história de terror que compõe o Brasil, mas que ninguém quer saber o porquê. Já que não os atinge diretamente, entende?
O Brasil têm um longo e violento histórico que envolve a terra e a vida que ela abriga, e hoje, por conta de tanta intolerância e desgoverno, tudo se maximizou. Mas assim como tudo que o sol tropical toca sobre Pindorama, a verdade é ocultada com as brancas e aniquiladoras mentiras. Mentiras já se parecem tanto com a verdade, ao ponto de que ninguém querer realmente mudar. As mentiras sobre as reais injustiças do país foram tão bem contadas ao longo dos séculos, que o conforto de quem não sofre na pele é mais importante do que um questionamento sobre a veracidade da história, ou seja, ninguém se importa com um indígena a menos, um ativista a menos, um quilômetro de mata a menos, uma verdade a menos. Quem irá contar? Sendo que os responsáveis estão bem em suas casas luxuosas, pagas com o sangue de milhares, de invisíveis inocentes ao longo da história.
É muito triste pensar que os proprietários dessa terra tiveram que sofrer inúmeras injustiças, e desgraças por conta da ganância e selvageria do homem branco. É revoltante pensar que essa história tenha se repetido desenfreadamente em todo mundo, e até hoje não tenha um julgamento para punir os responsáveis. Muito pelo contrário, hoje ainda vemos as mazelas na descendência e a continuidade da série de injustiças acontecendo na luz do dia; com os juízes da sociedade de braços cruzados e com os olhos tapados pela hipocrisia. Eu falo de todo tipo de violência que povos indígenas estão sofrendo hoje, seja pela ameaça constante de suas terras como o caso do povo Yanomami no norte do país, e tantos outros povos que correm diariamente o risco de perderem suas casas para a violência do homem branco, apenas por resistirem. Passando pela violência física, psicológica e sexual que inúmeras mulheres indígenas sofrem até hoje. Fato que precisa ser tratado com urgência e seriedade pela sociedade.
Infelizmente o Brasil nasceu do corpo violentado de uma mulher originária, e isso continua acontecendo de forma absurdamente natural, sem que nenhuma autoridade se importe com a segurança, saúde e vida das mulheres indígenas. Outra grande injustiça, é que vemos muito a circulação de um feminismo branco que não ilumina a pauta indígena, que é emergencial. Falar sobre feminismo indígena, e darmos visibilidade para a realidade das mulheres originárias, é necessário. Se ser uma mulher não indígena no Brasil é uma verdadeira guerra, imagina como deve ser a vida de uma mulher indígena? Que cresceu tendo sua história e seus corpos subvertidos pelos olhos do homem branco? A violência é real e constante sobre os povos originários, e principalmente sobre as mulheres. Por isso digo, que é  preciso levantarmos um debate efetivo para punir os responsáveis por essa onda gigantesca de violência contra as donas e donos dessa terra, e isso precisa acontecer agora! Já chega de tanta injustiça! O homem branco mata, destrói, incendeia, sequestra, ameaça, e saí impune? Em que século estamos?? A onde vamos parar com isso??
Atualmente, com tanta violência acontecendo contra os povos indígenas, as promessas cada vez mais destrutivas do governo, com o desprezo mundial pela vida e direitos básicos aos povos originários, não deixo de me desesperar e de ter medo do futuro. Temo um futuro em que a história continue a manipular a verdade, e as mentes das futuras gerações. De um futuro que a justiça continue a se atrasar, e que o homem branco continue a matar, roubar, sequestrar, incendiar e destruir, saindo impune de todos os seus crimes. Odeio o fato de que a história indígena teve que se cruzar com a vida desprezível do homem branco, e que tanto sofrimento tenha sido escrito com o passar das décadas. Isso me revolta muito! Os povos originários têm tanta vida e história para nos contar, temos tanto a aprender com os únicos proprietários dessa terra. Mas isso nunca será possível enquanto nossa sociedade continuar a desrespeitar, marginalizar e oprimir suas vidas e histórias. Vidas indígenas importam, sempre importaram, e sempre importarão! Já chega de tanta injustiça!!
É triste pensar que não foi somente no sangue dos povos originários, que o Brasil se levantou e construiu o que conhecemos por ''história''. Continuando na linha temporal de destruição que se alastra por séculos, encontramos a escravidão dos povos africanos, que contribui com mais um capítulo de ódio e injustiça plantados nessa terra que nos abriga hoje. Assim como a perseguição e chacina contra os povos indígenas, a perseguição e violência contra pessoas pretas se constrói desde os primórdios do Brasil. A história é conhecida, dolorosa e imperdoável, mas assim como tudo no país, a mesma parece que nunca existiu, que é apenas um conto fantasioso da história. Vejo que a negligência da justiça para pessoas não brancas, é um fato que se repete e ninguém se importa em consertar. A sociedade faz vista grossa por séculos, e alimenta a boca de hipócrita e mentirosos, que conhecemos com o título de ''heróis da pátria''.
Mesmo que eu não seja uma mulher preta, eu sei que a história afro brasileira compõe a minha própria história, pois sou fruto da união de muitos povos. Mesmo sendo miscigenada, assim como a grande maioria das pessoas no Brasil, eu reconheço e tenho orgulho de dizer que meu sangue também é preto. Minha avó paterna foi uma mulher preta, que deu à luz a um homem preto, que hoje eu chamo de pai. Então falar sobre a história afro brasileira, e suas inúmeras injustiças é também falar da minha própria história e da minha família.
Sabendo que assim como a história dos povos originários, os povos africanos também tiveram a infeliz sina de cruzar suas histórias com a lamentável vida do homem branco. Os séculos se passaram e milhares de vidas pretas inocentes foram tiradas pela violência, daqueles seres que se julgavam superiores por terem menos melanina em suas peles. O racismo estrutural no nosso país encontra dois caminhos em nossa história, seja contra pessoas indígenas ou pessoas pretas; onde ambas sofrem a gerações com as injustiças e mentiras do homem branco e sua desprezível história.
Ao falarmos sobre racismo, infelizmente já nos vêm à mente os incontáveis episódios históricos e cotidianos que mulheres e homens pretos passaram e passam até hoje, na hipócrita e violenta sociedade ''branca''. A descriminação de pessoas pretas está tão enraizada na história, ao ponto de hoje cometermos atos racistas sem perceber. Seja com gestos, expressões ou ideias, a história se nutriu a toxicidade escravocrata para se consolidar e anexar costumes extremamente discriminatórios.
São inúmeros exemplos que se perpetuaram ao longo dos anos, e fazem alusão a um passado de morte, injustiça e violação dos direitos e da vida de pessoas pretas. Fato que infelizmente consiste em acontecer, pois, a sociedade está vendada pela hipocrisia, e afundada em estereótipos e preconceitos. Citando um exemplo bem básico, ao se referir a pessoas pretas, a sociedade nos ensinou o termo negro e negra. O que configura uma ideia muito errada sobre a sociedade afro brasileira, onde a palavra negro é carregada de significados negativos e é a mesma usada para se referir a pessoas pretas. Sendo que se para falar sobre a cor da pele, o branco sempre foi branco, mas o preto é negro. E isso é apenas um pequeno exemplo.
Se pensarmos um pouco mais, vemos outro exemplo na forma que aprendemos popularmente a definir a textura do cabelo crespo, sendo com a conotação de ''ruim'' ou "duro". Isso é absurdo de uma forma inexplicável. Não existe cabelo bom ou ruim caramba!! Cabelo é cabelo, sem distinções. Mas isso a sociedade racista não se preocupou em consertar, tendo uma propagação altamente destrutiva, acabando com a autoestima, identificação e aceitação de muitas mulheres e homens pretos. E seguindo o mesmo caminho, a sociedade também bordou em nossas mentes a imagem de que "marginal" é um homem preto; e que a euforia carnavalesca também é associada a pessoas pretas. Bom, são coisas pequenas e quase não perceptíveis no dia-a-dia de quem não faz parte da sociedade afro brasileira, mas que carregam morte e destruição a cada vez que são ditas. E continuam a deixar um rastro de destruição irreparável na vida de quem sofre na pele, e é diariamente ocultado ou estereotipado.
Vejo que mesmo após a abolição da escravatura, que assegurava o direito legal a toda violência contra pessoas pretas, a sociedade nunca deixou de escravizar a imagem de inúmeros homens e mulheres.  E de cometer as mais perversas injustiças com naturalidade, e normatização da sociedade. E mesmo hoje 133 anos após a abolição da escravatura, as marcas deixava na sociedade afro brasileira são irreparáveis. Vemos que a sociedade cresceu e continuou a desamparar, menosprezar é agir com violência contra pessoas pretas, de todos os gêneros. Não há um brasileiro, e uma brasileira preta que não tenha sofrido em sua vida um episódio de descriminação racial.
Desde muito pequenos, a vida dessas pessoas se desenvolve em meio a repressão de uma sociedade, que não suporta a igualdade. Que não se contém em criticar e menosprezar uma pessoa, por conta de sua cor, estilo, cultura e vida. Se observarmos a desigualdade social existentes entre pessoas pretas e pessoas brancas,  vemos que aqueles remotos e quase esquecidos tempos de escravidão não estão nada longe da realidade que temos hoje. A sociedade escravocrata, racista e hipócrita não evoluiu, essa continua fedendo a enxofre como a 200 anos atrás. A marginalização dos "ex escravos", tem seu peso presente até hoje, onde a sociedade se mantém em negar direito a básicos da vida, a pessoas pretas. Colocando na ponta do lápis e citando alguns exemplos, hoje vemos que a violência policial (indivíduos que deveriam assegurar o bem-estar de todo cidadão sem distinção) é presente contra jovens pretos, sejam eles homens ou mulheres. É sempre noticiado, com uma frequência assustadora, casos em que policiais assassinam jovens pretos na madrugada, ou entram nas favelas para fazer a famosa e terrível "limpa". A desculpa que usam é sempre a mesma: "uma ação pacífica para controlar o tráfico e a violência nas favelas". Mas o que mais me espanta, é que no meio desses "pacíficos" atos, a vida de crianças e adolescentes também serem alvo da bala. Assim como a vida de uma mulher grávida que ao visitar sua família em uma comum terça-feira, acabou sendo mais um número na estatística, e mais um rosto esquecido na violenta sociedade branca. Outro exemplo é o fato existente, mas ocultando pelo estado, que decreta voz prisão a jovens pretos por "confundidos" com criminosos. Sim, esse absurdo é real. Não faz nem duas semanas que vi uma matéria no jornal, falando exatamente sobre isso. O fato que há um número considerável de jovens que têm sua prisão decretada, devido a polícia "confundir" seu rosto com o rosto de um procurado. O reforça estereótipos de forma legal e as claras, de que todo preto e toda preta é um possível criminoso nos olhos dos "defensores" cívis. Isso não é um absurdo? E com base nessa "confusão" ideológica, essas pessoas inocentes são fichadas e detidas injustamente até provarem o contrário. Tudo porque o estado curiosamente de  "confunde" apenas com a imagem jovens pretos e periféricos.
Infelizmente a sociedade hipócrita criou um imaginário coletivo que associa a imagem de pessoas preta à malandragem, ao crime e todas as conotações não morais, o que é imperdoável. Isso acontece mesmo que a realidade desminta tudo, onde podemos ver sem muito esforço que os verdadeiros ladrões, malandros, vagabundos e assassinos, são brancos e ocupam os maiores cargos políticos e os melhores lugares na sociedade. Então, né? A hipocrisia! Outro exemplo de injustiças sempre cometidas as pessoas pretas, é o fato de que com mais de 50% da população se identificando com a cor preta, não vemos a representação do mesmo em grandes eventos desportivos (sem ser esportes específicos), campanhas publicitárias de todos os portes, e trabalhos televisivos. Por quê? Infelizmente tudo o que vemos é nada mais nada menos, do que pessoas brancas e de preferência loiras e quase escandinavas, representando as pessoas pretas e miscigenadas do Brasil. E é esse o Brasil que crescemos considerando "normal", com imagem da pessoa preta sempre submetida a manipulação branca, assim como a imagem indígena. Não é de revoltar?
É triste demais cair na real e perceber que fomos criados reforçando estereótipos e uma cadeia de violência contra a vida, e os corpos afros brasileiros. A sociedade branca elitista sempre foi resistente em proporcionar qualidade de vida a população preta. Seja dando espaço político, defendendo suas vidas com justiça ou valorizando suas produções. Isso é gritante nos quatro cantos do país, e do mundo também. Vou dar um outro exemplo basicão agora: hoje vemos que o Brasil é reconhecido internacionalmente por conta de uma produção artística da sociedade afro brasileira, que é o Samba, certo? Mas penso que para que hoje o ritmo tivesse toda essa aclamação e reconhecimento, esse teve que enfrentar a torrencial represália da sociedade branca; como vemos hoje com o funk, que também é uma produção 100% preta e pobre. A sociedade é muito baixa, ao ponto de criminalizar toda produção artística da preferia, mas, ao mesmo tempo, adorar ver a galera descer até o chão em toda formatura e festa de casamento. Vemos que uma produção preta e pobre, só têm "valor" quando é contada por um branco, assim como foi com a popularização do Samba, chegando a alçar voos internacionais. Vejo que o movimento do funk é a mais pura expressão artística da preferia e da sociedade preta da atualidade. É o modo que os pobres encontraram renda, lazer e crescimento artístico, e isso é lindo! Porém, a sociedade branca, continua a marginalizar, criminalizar e censurar todo o movimento. E como sempre, a agir com violência contra todos os corpos pretos e periféricos que compõem o mesmo. Isso porque quando a "escoria" social têm voz, isso incomoda demais. A sociedade branca, elitista e hipócrita não aceita que pretos e pobres façam sucesso, e ocupem espaços que apenas os brancos ocupam. Isso é tão injusto!
A história das injustiças que pessoas pretas sofrem em meio a sociedade é extensa e rende muito debate, pois é o que mais vemos acontecer sem o menor filtro. A violência de todos os graus, contra corpos pretos se apoia sobre a sólida base do racismo estrutural que o Brasil se consolidou. Basta ligar a TV para a baixa representatividade de pessoas pretas nos cargos de destaque, seja desde o jornalismo até a novela das 21h, onde sempre retrata as empregadas domésticas de uma família branca, como uma mulher preta e de fala simples. Você entra na internet e vê inúmeros casos de violência policial e abuso de autoridade conta pessoas pretas, assim como incontáveis casos de racismo que acontecem na luz do dia sem ter a justiça sendo feita. Fato que me lembra, que não poderia deixar de citar o caso do rapaz que foi acusado injustamente de furtar uma bicicleta que nem era parecida com a sua, de um casal branco no Rio de Janeiro. E que no final das contas havia sido furtada por um ladrão BRANCO, apelidado de ALEMÃO (se não me engano), irônico não? Mas esse infeliz acontecimento iluminou a injustiça e insegurança diária que uma pessoa preta vive no Brasil. Onde todos os seus movimentos podem ser motivo de suspeita para os olhares brancos,  fazendo com que ela ou ele seja obrigado a andar com a nota fiscal ou um comprovante de tudo o que honestamente possui, para o caso de ser vítima de uma injusta acusação, que se baseia na cor de sua pele. Sério! Que país é esse? Que sociedade imunda é essa que vivemos, galera?
Basta sair de casa que infelizmente vemos a preferia ocupada por pretas e pretos, e os centros ocupados pela minoria branca. Onde vemos que pretos só frequentam para participar dos bastidores. Tem sido assim a nossa vida inteira não é mesmo? Toda essa gritante desigualdade normalizada, e jogada para escanteio como se fosse nada. A vida de pessoas pretas e brancas é muito diferente, por mais que vivam no mesmo metrô quadrado. A sociedade sempre foi, e é muito cruel com todos aqueles que não fazem parte do seu mundo branco e elitista. Vemos que milhões hoje sofrem com a falta de oportunidades, porque a sociedade não suporta ver uma mulher preta ou um homem preto dizendo a realidade. A sociedade não suporta ver a vida de pessoas pretas nos estandartes da sociedade, recebendo os mesmos holofotes que os brancos. E quando isso acontece, infelizmente já sabemos o desfecho. Essa vida é retirada com covardia, e jamais em hipótese alguma se levantará uma investigação sobre as raízes da ação, como foi o que aconteceu com a Marielle Franco, e o ex presidente do STF Joaquim Barbosa. Compreende a raiz do problema que enfrentamos?
Falar sobre a sociedade afro brasileira é dar voz para que todas as merdas que a sociedade branca fez e ainda faz seja jogada no ventilador, assim como também acontece quando falamos sobre os povos indígenas. A hipócrita sociedade não assume sua culpa, e continua a distorcer toda a realidade. E nisso acaba privando, criminalizando e marginalizando ainda mais todo movimento de resistência. Quanto mais apontamos os erros na sociedade em que vivemos mais ela se torna intolerante e agressiva. É revoltante demais ver que jovens pretos não tem segurança nas ruas,  e que seus corpos são alvo de toda violência social seja física ou psicológica. É triste ver a enorme defasagem de oportunidades entre pessoas preta e pessoas brancas. A baixa representatividade midiática e publicitária, assim como a intolerância quanto a toda manifestação política, religiosa e cultural que dê voz as raízes e a verdade dessas pessoas. Sonho com um Brasil, em que meu próprio pai possa sair com tranquilidade no inverno usando uma touca sem ser parado pela polícia, como já aconteceu com ele. Ou que mulheres como minha avó materna não sejam confundidas com empregadas e babás, por serem casadas com homens brancos. Assim como, um futuro que  apresente mais Marielles Franco, para denunciar  festa dos ratos brancos na política e dar voz a mulher da preta e pobre. Queria viver em um Brasil em que episódios como Jacarezinho e Carandiru, não fossem exemplos do plano de extermínio que a sociedade branca arquiteta contra os corpos pretos há séculos. É doloroso demais ver que nossa história tenha sido escrita, e ainda seja, em cima de tanta morte, desigualdade e destruição. Vejo que a sociedade branca é uma grande covarde, e quanto mais acuada mais violenta e intolerante se torna. O que exemplifica muito bem a nossa contemporânea no país, desde 2018.
Por que você acha que o investimento na saúde e educação pública é sempre descartado? Porque a minoria rica e branca não quer ver um pobre, um preto ou um indígena com qualidade de vida. Seja com a saúde de qualidade, ou com o conhecimento. (Onde saúde, não deixa de ser um conhecimento.) E é aí que temos um grande ponto da nossa história, que é a disseminação de conhecimento igualmente para todos. O Brasil não tem a toa um dos maiores níveis de analfabetismo, e desigualdade escolar.  Pois, pensa aqui comigo, a galera que ocupa os grandes cargos hoje e dita as regras do jogo, é minoria no país; já que a maioria é pobre e com um pequeno nível de instrução. Logo, limitando o nível de conhecimentos dessa grande maioria, é também limitar as oportunidades destes alcançarem a elite e tomarem o controle. Então por que investir em educação que é a base do conhecimento? Sendo que se pode ter para sempre o controle sobre vida de uma pessoa com uma perspectiva mínima, que manja mesmo de abaixar a cabeça e trabalhar. Eles não querem que os pobres, que a escória da sociedade,  seja inteligente e tenha conhecimento. Pensa se não é um baita de plano maligno bem arquitetado! A base do país são pobres sem conhecimento, então se essa maioria tivesse acesso ao mesmo e seus olhos fossem abertos, a vida da minoria elitista seria bem diferente do que é hoje. Com o povo inteligente, não há como mentir, esconder e dizer aos Deltas e Epsilons que flores e livros são ruins e vão acabar com suas vidas, não é mesmo? (Referência de Huxley por que não há outra mais correta).
Com o conhecimento livre para todos, através da educação (e suas áreas coligadas), não haveria limites para a massa. Pois, com o conhecimento  ninguém te engana, ninguém te manipula, ninguém te limita!! Dar a chave do conhecimento ao povo é dar a oportunidade de emancipar suas decisões, de mostrar caminhos, a verdade e dar em suas mãos as rédeas de suas próprias vidas. Mas que sistema capitalista patriarcal, vai querer isso não é mesmo? Que elite vai querer que o povo acorde da Matrix, e comece a questionar o porquê de tudo? Pois é! Nenhuma. E é isso o que acontece com tamanha força no Brasil. (E em todos os países da galáxia do 3° mundo.) Nenhuma potestade governamental quer ver a maioria manipulável, pensando fora da caixinha. Isso seria um problema irreparável, e eles sabem muito bem disso! E quando isso acontece, bom, mais que de pressa eles vão conter as chamas com mais um dos seus truques sujos. Como foi o que aconteceu aqui em 2014, com o golpe contra a primeira presidenta mulher do país, a inesquecível Dilma Rousseff.
Se você acha que a Dilma saiu da presidência, apenas pelas "pedaladas fiscais"? Errou. Dilminha foi vítima de um golpe misógino, que a acusou sem provas concretas, e que abriu um impeachment baseado em manifestações centro direitas, que largavam o "não é só por R$ 0,40" e "vem pra rua, vem!" na Paulista. Tudo porque o pobre estava sonhando demais para eles. Com mais de 10 anos com a esquerda no poder, dando esperança de um futuro melhor para massa quase completamente desperta. Pensa que absurdo para elite, foi ver o país deixando o mapa da fome, ver estudantes pobres na faculdade e no exterior, pau à pau com os riquinhos dos Jardins? E ainda investimento em fontes de energia renováveis? Isso foi demais pro coração podre da elite branca tradicional brasileira. Então, por que não criminalizar uma mulher? Ninguém vai achar injusto, pois ela é uma mulher. Por que não armar um golpe, e tomar cada gota de esperança do pobre? Pois bem, foi isso o que aconteceu. Dilminha foi mais uma vez vítima do patriarcado, e da misoginia que a sociedade Brasileira se construiu considerando como certo e irrevogável. E foi aí também que os pobres deixaram de alçar voos tão altos.
É muito absurdo pensar que em 5 anos o Brasil virou de cabeça para baixo, por conta do machismo! E ainda têm gente que me fala que feminismo, não leva a nada. Com o golpe de 2014 mergulhamos e afundamos no capítulo mais aterrorizante da história, que por infeliz destino ainda está sendo escrito. Com a direita elitista e radical no poder o Brasil maximizou toda violência e intolerância histórica em uma escala monumental. Hoje mais de 90 milhões passam fome, a violência policial triplicou nas favelas e ruas, assim como toda intolerância a tudo considerado "errado", desde a comunidade lgbtq+, às mulheres e pobres. Tudo hoje está ferrado, e é muito doloroso falar sobre isso, na moral Não tem um dia em que a gente não acorde literalmente com vontade de chorar. Se já era difícil suportar a história até aqui, essa conseguiu se superar na íntegra. Ser pobre, mulher, de esquerda e com mínimo de empatia é um desafio no Brasil atual, onde a cada segundo vemos mais e mais atrocidades de um palhaço energúmeno e toda sua quadrilha, ferrando com a vida de milhões. E o pior disso é pensar como aquele homem desprezível foi para lá.
Fruto do golpe, o inepto (des)governante se ergueu nas costas do ódio que o povo estava da direção elitista do Palpatine (o que veio depois da Dilma, e assumiu temporariamente a cara do golpe). Ou seja, alimentado pelo sentimento de abandono que os pobres tiveram, e motivado por um espírito conservador de base religiosa, o canalha infelizmente conseguiu preencher a lacuna da classe C, que come mortadela e quer arrotar peito de peru; dizendo aquilo que eles queriam ouvir no momento. Discursos que prometiam uma "qualidade de vida" sem a corrupção dos "bons costumes", é o que motivou a galera que assiste Datena e condena toda manifestação periférica que acontece na porta de casa, gritando o nome de Jesus; a eleger o desgraçado. Ele só está lá, porque as pessoas que não têm acesso ao conhecimento verdadeiro, que têm uma cultura mais tradicional baseada no patriarcado religioso, estava se sentindo "traída" pelo PT que contaram na TV. Ou seja, ele conseguiu ganhar a mente de quem não tinha muita coisa plantada lá. De quem não se esforça em escolher um caminho próprio Ele ganhou a mente de quem só quer trabalhar, e ir para igreja, e ver que os pecadores ardam no inferno, sem que ele pratique o verdadeiro evangelho, que é o amor ao próximo.
Ele só está lá, porque a turma de 1964 nunca deixou de existir, e, porque 1985 deixou muitos descontentes, e com um desejo de "revanche" incessante. E é com base nisso que hoje escrevemos a pior história de nossas vidas. Uma história que se ergue na intolerância, no desamor, nas mentiras e na manipulação. É repugnante analisar tudo o que tem acontecido até agora, e ver que a sociedade está divida entre sensatos e alienados, ou em quem pensa e quem se deixa levar ao abrir a porteira. De todas as desgraças incessantes que vem acontecendo desde o golpe, quem se deu mal na história e continua se dando, são os pobres. Se antes a classe C estava com uma leve esperança de dias melhores viriam, hoje essa esperança não existe. Está cada dia mais difícil ser pobre no Brasil, e isso eu falo com grande propriedade. Infelizmente a vida de todo Delta e Epsilon é baseada em coisas muito básicas que são: trabalhar para comer e pagar as contas. E criar os filhos com dignidade, e ver eles crescendo na vida através da educação. E quem sabe, em um futuro remoto: ter uma casa própria. É isso! Sim. Só isso. Questões tão básicas como emprego, alimentação (saúde) e educação, é tudo o que mais de 80% da massa brasileira sempre precisou. Tivemos um período em que podíamos literalmente sonhar e ver os sonhos se concretizando aos poucos; mas hoje a situação está tão difícil que parece que esse tempo nunca existiu.
Hoje, ainda mais por conta da pandemia, o país verde e amarelo têm mais de 19 milhões de famintos. Sendo que aproximadamente 14 milhões estão em situação de extrema pobreza. Ou seja, o povo brasileiro não tem o que comer, e sem comida não há vida. Hoje se você não morrer por covid-19 no Brasil, você provavelmente vai morrer de fome. E tudo isso por quê? Porque o desgoverno quer mais que o pobre se foda por completo, e de que preferência: morra. Já que um pobre a menos significa menos uma voz buzinando no ouvido dos desgovernantes, e menos uma vida insignificante para "governar" e atrapalhar o assalto dos colarinhos brancos. Infelizmente o básico do básico está difícil pra caramba hoje. Com o pouco que se ganha, você vai ao supermercado para pagar sua crise de ansiedade, vendo itens tão básicos como arroz e feijão, custando mais de 10 reais. Itens que antes estourando, custavam 5 ou 3 reais. É extremamente surreal ver que custo de vida, tão básico, aumentou absurdamente no país líder em exportação e seleiro alimentício do mundo. Que país é esse? Que deixa o povo passar fome, enquanto a minoria abriga seus milhões em paraísos fiscais? O Brasil é o país da desigualdade, e da hipocrisia dos que (des)governam por meio das mentiras.
E nesse mesmo ritmo é só querer enxergar que você verá os resultados de toda essa onda imensa de extinção aos pobres, onde a alta dos preços obriga a massa a tomar decisões extremas para sobreviver. Como, por exemplo, umas semanas atrás uma mulher foi presa por furtar 2 pacotes de miojo, 2 coca colas e 1 pacotinho de suco, porque estava passando fome com seus filhos ainda pequenos. Daí eu pergunto: que país é esse que prende e nega a liberdade de uma mãe de família que passa fome, mas absolve homens ricos e brancos que roubam bilhões dos cofres públicos, e cometem atrocidades sem fim?? Que país é esse em que para não morrer,  somos obrigados a furtar comida? Comida!! O item básico da sobrevivência.
E não o bastante, esses dias uma mulher morreu por ter 90% do seu corpo queimado por estar cozinhando com álcool, já que o preço do gás de cozinha custa mais de R$ 100,00 nos quatro cantos do país.  Isso é vida, galera? Pessoas estão morrendo por tentar "dar um jeito" em algo que é direito básico. Pessoas estão morrendo no Brasil porque NINGUÉM SE IMPORTA COM OS POBRES. É triste ver que notícias como essas estão se tornando cada vez mais comuns, e menos solucionadas. Todas essas histórias infelizmente se cruzam com minha própria história, onde a um tempo atrás eu e minha familiar jantamos apenas pão de forma e ficamos umas 3 semanas usando o micro-ondas por não ter gás. Bom, meus exemplos não são nada comparados ao que milhões de brasileiros e brasileiras passam agora, mas quero dizer que eu entendo e sei qual é a dor de você pedir ajuda a alguém e receber um grande não, ou de ser tratado com desdém. Quando as pessoas falam que estão passando fome, elas não brincam! A dor de um estômago vazio, e o sentimento de impotência são terríveis, e creio que ninguém queira sequer experimentar na vida por "brincadeira". Então, porque os detentores da razão, fazem corpo mole em liberar um auxílio emergencial digno para todos? Por que ele brinca com a dor dessas vidas, como se fossem marionetes? Eles são repugnantes, e merecem colher toda desgraça que plantam hoje no país.
O que me revolta e traz um sentimento de ódio tremendo ao meu peito, é o fato de que o presidente ser um babaca que conta mentiras na ONU, enquanto acha que faz muito liberando 200 reais a contáveis famílias, que devem escolher se compraram um botijão de gás ou se comprar pão, ou se pagam a conta de água e luz; com essa bolada de R$ 200,00 golpes. Ele ignora a situação da massa, instaurando o caos e cometendo diversos crimes contra a humanidade, ele ignora a própria e escancarada realidade! É revoltante demais pensar que um ser humano tão baixo, com apoiadores piores ainda, esteja na direção da vida de mais de 213 milhões de pessoas, que em sua grande maioria são pobres e inocentes. Ele não se importa com ninguém que não seja alienado como ele. Como pode, ele estar lá? (Perguntinha retórica, porque todo mundo sabe o porquê. Começa com G e termina com E, para quem não sabe.) Então, com base nisso tudo eu apenas temo os próximos dias, os próximos meses e o restante de tempo que se siga no Brasil até ter uma nova chave de mudar nosso destino, através da URNA ELETRÔNICA.
Se hoje a vida das brasileiras e brasileiros está difícil para coisas simples, como comida, que é a fonte da sobrevivência; imagina para coisas maiores? Como liberdade e voz. Vemos no cenário atual uma onda abominável de desigualdade, seja a social, ou de gênero. O conservadorismo da direita avança e se irradia com rapidez, gerando uma impunidade cada vez maior. Se você é uma mulher no Brasil, você sabe bem do que eu estou falando. Hoje infelizmente a história vive um regresso monumental, onde vemos a justiça agir com folga sobre estupradores e assassinos, enquanto age com repressão contra a vida e os direitos das mulheres. Seja das sessões da CPI que limitam os argumentos das integrantes do sexo feminismo, ao veto sobre a distribuição gratuita de absorvente a mulheres de baixa renda e em situação de vulnerabilidade. Passando por diversos PLs que visão controlar nossos corpos e calar nossas vozes o mais rápido possível. Como mulher, digo com clareza: está cada dia mais difícil ser mulher no Brasil, e eu tenho medo.
Tenho medo dos caminhos que esse patriarcado tóxico possa traçar em nossos futuros. Tenho medo do que milhões de meninas e mulheres estão enfrentando agora, nas mãos de homens violentos que se escondem atrás de um fanatismo religioso assegurado por essa merda de "tradicionalismo" governamental. Faz pouco tempo desde que conseguimos ter mais voz e visibilidade na mídia, e podermos falar abertamente sobre feminismo, iluminando a realidade de muitas mulheres no país, e levando informação e vida para todas. Mas a cada segundo, é possível sentir a opressão que há sobre a voz das mulheres brasileiras, e o plano sempre foi esse desde que tudo decaiu para o que é hoje. Um exemplo? Dilma. Outro exemplo? Marielle. Vê como a desgraça do país tem bases no patriarcado e machismo? Elas são apenas alguns exemplos da misoginia recorrente que temos no país, e que busca com todas as forças calar e dominar a vida de inúmeras Marias, Luisas, Vanias, Elenas, Vanessas, eu e você. Digo com propriedade, que o país está e sempre esteve na pior, porque homens brancos estão no topo! Assim, como no mundo todo. A liberdade feminina no país tem sido caçada e isso não é novidade. Sonho com um país em que as mulheres não sejam vistas como fáceis de enganar ou golpear, e que não sejam vistas como somente um corpo para desejar ou manipular. Sonho com um país em que minhas decisões sejam vistas como as de um ser humano, e não como as decisões "daquela mulher". Sonho com um país que todas tenhamos direito a saúde e a vida. Com um país em que a cultura do estupro não seja normalizada, ao ponto de eu me questionar sobre ser seguro sair de casa usando determinada roupa, ou me perguntando se fiz alguma coisa de errada toda vez que exponho minha opinião ou vontade. Assim como, por me sentir desconfortável em um ambiente repleto de homens, sejam eles familiares ou não. Sonho com tudo isso, mas infelizmente também tenho medo do que acontece hoje e o que possa acontecer amanhã.
A hipocrisia instalada aqui e agora, é um retrato do regresso e da desordem. O que contrasta muito bem com as palavras que estão escritas na flâmula que o exército de alienados carrega nas costas no 7 de setembro. Bom, e por falar em liberdade não posso dizer que mais do que nunca essa corre perigo no Brasil, e os últimos episódios são os que mais assustam. Depois de um show de horrores em pleno 7 de setembro,  dia em que comemorarmos a "liberdade" e "independência" nacional, vejo que nunca estivemos mais dependentes de violência, da hipocrisia, da desinformação e todas as maldições que a colônia nos deixou.
Ao mesmo tempo que revolta, também assusta ver que a democracia corre perigo com um número considerável de pessoas loucas que gritam e fazem referência a toda desgraça que aconteceu aqui a partir de 1964. É sei lá, insano ver as pessoas pedindo para serem torturadas, perseguidas e privadas de toda sua liberdade de expressão novamente. Depois que inúmeras vidas se perderam em nome da violência, e "moral" da família tradicional brasileira a menos de 40 anos; e que até hoje não tiveram a chance de serem vistas pela justiça. Falar sobre a ditadura e toda a história tóxica envolvida, ainda é um assunto pouco iluminado no país, e o pouco que se fala é logo calado, como se fosse algo proibido. Sabemos que tudo aconteceu porque nos anos 60 o povo estava come��ando a se unir e acordar da Matrix, se questionando o porquê que tudo tinha que ser daquele jeito. E o resultado, foi que calaram da forma mais desumana a voz de todos que questionaram. Logo, um período de longos 21 anos repletos de sangue inocente, contradições e violência se escreveu na história do Brasil, e persiste em nos assombrar na atualidade.
E agora eu me pergunto com uma quantidade maior do que gostaria de receio, será quê todo o terror deixou de existir em 1985, ou apenas saiu dos holofotes, para manipular algo ainda pior nos bastidores? E que por um acaso mostra as garras hoje. Eu honestamente não sei a resposta para essa pergunta. Mas isso explicaria o porquê de tanta intolerância, repressão e extremismo, que usa o fantoche do Sonaro como estrela principal e rosto de algo muito mais podre que ele. As marcas da ditadura são tão fortes e presentes que hoje é fácil encontrar monumentos, ruas e avenidas que homenageiam o nome de torturadores e assassinos de pessoas, e da liberdade. E eu me pergunto: onde é que estamos mergulhados? Com toda essa exaltação a uma época que merece nada mais nada menos, do que ser julgada por Haia. E tendo agora uma trupe de palhaços nostálgicos, que incitam o ódio e o medo novamente. Gente, o que é isso? Peço ao universo diariamente para que esses tempos jamais voltem "oficialmente", com nome e sobrenome. Mas não posso deixar de dizer que algo já não esteja acontecendo por debaixo dos panos. O que me assusta. Falo isso, citando como exemplo o caso do ato sobre a estátua fedida do mais podre ainda Borba Gato, aqui em São Paulo à poucos meses atrás.
Nunca pensei que ver fogo sobre uma estátua, fosse causar tanta revolta dos conservadores hipócritas. E aí vemos a problemática histórica que todos cresceram considerado como certa e unânime. O ato teve como objetivo levantar um único questionamento, que foi: por que nós valorizamos a figura de genocidas, e homens com reputação questionável em nome da história e do progresso??. Pois, é galera, um único questionamento resultou na prisão de um dos ativistas, e uma cadeia de hipocrisia e injustiças. Onde tudo me lembrou apenas uma coisa: censura.
Censuraram um ato pacífico, em que ninguém ficou ferido (exceto o telhado e vidro dos poderosos), alegando ser vandalismo. Absurdo? Eu sei! Agora no Brasil é vandalismo se questionar sobre a história e os "valores" que ela contém, e que continuamos a disseminar nas próximas gerações. Tudo isso carrega uma hipocrisia tão grande, mas o pior é que vai ficar por isso mesmo. Quem sofreu foi o Galo na prisão injustamente, e o questionamento continua sem ser questionado. O que é péssimo! Gente, vocês têm noção disso? Hoje a sociedade cala quem se pergunta sobre os caminhos que tomamos serem realmente justos, enquanto passa pano para galera mal educada e violenta, que defende o kit covid, e a volta de repressão. Que país é esse?? Se isso não é um remake mais "livre para todos os públicos" de 1964 eu não sei o que é.
Nossa história e valores são podres e deturpados, e o pior é que todos aqueles que são contrários ao bando, são cruelmente silenciados. Isso não acontece de hoje ou ontem, mas SEMPRE foi assim! O Brasil vive, e sempre viveu na desgraça da exploração do menor, para alimentar o maior. E fato: o menor é a maioria, enquanto o maior não passa de meio dúzia. E finalmente eu me pergunto: até quando?? Até quando tudo tem que ser assim? Até quando indígenas, pretos e pobres vão sofrer? Até quando tanto sangue inocente vai ser derramado nas páginas da história? Até quando nossas produções vão ser marginalizadas? Até quando vamos ter que viver entre o ódio e o medo? Até quando?
Quem vai responder a todas essas perguntas são eu e você, todos os dias. Cabe a nós reescrever a história da forma correta e justa para todos. E não! Não é tarde demais. A gente pode mudar tudo isso e deixar de uma vez por todas de abaixar a cabeça para que a minoria branca e burguesa dite nossas ações. É hora de assumirmos esse B.O histórico e consertar tudo isso; seja dando voz, iluminando a escuridão, questionando ou reconhecendo a história que conhecemos é uma grande farsa manipulada. Galera está pesado pra caramba, e difícil para todos nós, mas acredito que o pior seja ficar calado e inerte em meio a tudo isso. Não dá mais para permitir que a história seja subvertida e favoreça apenas alguns. Chega!
É tempo de lutarmos em conjunto, e quando digo isso, quero dizer que a luta indígena não é somente para quem é indígena, mas é para todos nós, por exemplo. Todos podemos lutar com os povos originários, e batalhar por um futuro que seja totalmente diferente de tudo o que se escreve desde 1500; assim como tantas outras lutas sociais que clamam por justiça no Brasil. Eu não preciso ser uma pessoa lgbtq+, indígena ou preta para lutar a favor da igualdade, da justiça e da vida plena para todos os filhos e filhas desse solo! O que vivemos hoje é um momento de extremo desamor e egoísmo, então cabe a mim e a você nadar contra essa maré de extrema desgraça. Não existe uma luta só minha ou só sua, mas existe apenas a nossa luta. Claro que, você tem mais propriedade para dizer sobre sua realidade mais do que eu ou qualquer outra pessoa, mas isso não significa que eu não possa estar do seu lado, levando a minha realidade para aprender com a sua, e vice-versa. Se querermos por um ponto final em toda essa barbárie histórica, e escrevermos a nossa história indígena, preta, miscigenada e pobre, a hora é agora!! Temos que abrir mão do "eu" e pensar no "nós", naquilo que somamos. E somente assim poderemos vencer tantas injustiças sobre o passado e presente, e evitar as do futuro. A justiça só depende de nós! Nós podemos mudar nossas vidas e reescrever nossa história. Somente com todos unidos, lutando por um único ideal de igualdade e vida, poderemos superar toda essa triste história que chamamos de nossa, e nos afastamos para sempre de todo o ódio e medo, que hoje se abrigam em nossas veias.
Bom, e é isso! Obrigada por ter chegado até aqui. Escrever esse texto me levou um tempo absurdo de revolta e um ódio extremo traçando todo o paralelo que meu conhecimento conseguiu reunir, sobre nossa triste e injustiçada história. Confesso que ainda falta muita informação, muito sobre o que questionar e trazer as claras, sabe? Mas acredito que com o tempo, espero que breve, a gente possa estar debatendo todas essas questões com mais frequência e honestidade. De verdade eu estou cansada de tanta injustiça, mas nunca me senti mais disposta para lutar e correr atrás da justiça. Em resumo, espero que você esteja bem e imunisad@, e que tenha refletido com esse texto escrito com tanto fervor por essa mulher ariana que vos escreve. Enfim, vou amar receber sua opinião em qualquer lugar. Continue bem, seguindo seu próprio ritmo e acima de tudo resistindo. Obrigada novamente,  e até a próxima. (Mais breve eu espero kk) 
 Um grande abraço de BR! 
Com carinho, revolta e sede de justiça histórica,
 Rebeca, a fada 1.
:: Playlist 1# :: 
E como de costume preparei algumas musiquinhas para nossa playlist. Dessa vez separei 3 que são: 
 1- Mãos vermelhas - Kaê Guajajara. Conheci o trabalho da Kaê faz pouco tempo e me pergunto diariamente por que ela não está na rádio, na TV e em todas as galáxias existentes? Essa mulher é maravilhosa! E mãos vermelhas é um tapa na cara da história tão lindo, mais tão lindo. Você vai entender quando ouvir... 
 2- Rap da felicidade - Cidinho e Doca, e Dj Marlboro. Um clássico do funk, e a minha vida e de todos os brasileiros, cantada e mixada. 
 3- Que país é esse - Legião Urbana. Acho que essa foi escrita em tempos similares aos de hoje, então penso que esse questionamento nunca se fez tão atual. 
 Aproveite com saúde e sagacidade! 
Um grande beijinho.
Link da playlist: https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=24a93e624c754b18&nd=1
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bened1ctcumberbatch · 5 years ago
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Ator e método
Podemos dizer que as quatro características fundamentas da ação - tanto na vida real, como em teatro - são as seguintes:
1) A ação sempre obedece à lógica. 2) A ação é sempre contínua e ininterrupta. 3) A ação sempre tem, simultaneamente, dois aspectos: ação interior e ação exterior. 4) Não existe ação sem objetivos.
O conhecimento dessas características é de extrema importância no trabalho do ator. Mas o conhecimento teórico não basta, é preciso saber utilizá-lo na prática quando começamos a trabalhar com um determinado material dramatúrgico, seja ele um simples exercício ou um complicado papel numa determinada peça. Por onde vamos começar? Já sabemos que no palco devemos agir em nome do personagem; que devemos aceitar, como se fossem nossos, tanto a situação em que o personagem se encontra como também os objetivos de sua ação. Mas para começar a agir no lugar do personagem é necessário, em primeiro lugar, estabelecer com a máxima clareza quem é o personagem, quais são suas características. Como ele é? Bom, mau, jovem, velho, inteligente, burro? Onde ele vive e para que vive? E, principalmente, o que ele quer?
Resposta A resposta para tudo isso pode ser encontrada, em parte, no material dramatúrgico com o qual estamos trabalhando. Este material, cujos componentes devem ser cuidadosamente analisados e selecionados, servirá de base para o nosso trabalho. No método de Stanislávski ele é denominado com o termo Circunstâncias Propostas. Para nós, atores, esse termo significa a verdade, a realidade da vida do personagem nas situações que o autor da obra dramática nos propõe. Portanto, não se trata da verdade da vida real e sim da “verdade cênica”, especificamente teatral como o é a “fé cênica”. A mesma verdade da vida real, isto é, a realidade objetiva, pode ser interpretada e apresentada por dois artistas de maneira muito diferente, sem que essa diferença prejudique a “verdade artística”, ou seja, a realidade subjetiva de cada um deles. Assim, quando encontramos um cavalo vivo, esse “mamífero doméstico solípede”, cujas especificações ninguém discute por achá-las óbvias, estamos diante de uma realidade objetiva. Entretanto, quando apreciamos, por exemplo, os quadros de Delacroix com seus famosos cavalos fogosos e, em seguida, vemos Guernica, de Picasso, com aquele cavalo mutilado pelo terror, há enorme diferença entre os dois, e ainda maior diferença entre eles e um cavalo real. Mas isso não nos impede de aceitar a “verdade artística”, isto é, a realidade subjetiva dos dois pintores. Assim, o problema do ator é descobrir nas Circunstâncias Propostas a sua verdade artística.
Detalhes Eu disse acima que a resposta às nossas perguntas sobre a natureza da ação do personagem pode ser encontrada, em parte, no material dramatúrgico. Disse “em parte” porque geralmente os dramaturgos são muito econômicos em suas explicações. Eles preferem deixar os detalhes à nossa imaginação para não limitar a nossa criatividade. Se numa peça encontramos, por exemplo, a seguinte rubrica: João (Entrando) - Bom dia!”, nunca podemos nos limitar a executar a ação como está escrito: entrar e dizer bom dia. Precisamos imaginar de onde João entra, o que aconteceu com ele antes, o que ele quer. Porque o “bom-dia” pode ser dito a uma pessoa a quem o João traz um presente ou a quem ele vai matar logo em seguida. Quantas vezes, em grandes teatros, uma omissão nas Circunstâncias Propostas mudava todo o sentido de uma cena, de um ato ou até mesmo da peça inteira! E não somos apenas nós, pobres mortais, que cometemos esses erros - os grandes mestres também os cometiam. Stanislávski conta que num dos ensaios de Tio Vânia, de Anton Tchekhov, o autor ficou indignado quando soube que o intérprete do papel- título estava vestido como um homem do campo (Stanislávski o imaginou assim porque ele era um administrador de fazenda). Tchekhov disse: “Mas eu expliquei isso tão claramente! E vocês não entenderam nada”. Mostrou, em seguida, uma frase no meio da qual havia a rubrica: Endireita sua gravata fina. Realmente, daí se deveria concluir que Vóisnitski não podia ter aspecto nem hábitos de um grande camponês, o que é de enorme importância para a peça inteira. Assim, Stanislávski confessou sua omissão e com isso deixou de completar as Circunstâncias Propostas com sua imaginação.
Imaginação Mas vejamos um exemplo bem simples de como deve funcionar a imaginação de um aluno num exercício com as Circunstâncias Propostas. Digamos que ele receba como tema do exercício o seguinte: “Eu vou pedir dinheiro emprestado a um amigo”. Só isso, nenhum outro detalhe. Para executar essa ação sem nenhum trabalho preparatório, o aluno diria: “Ó Fulano, quer me emprestar cem mil cruzeiros?”. A não ser a estranha leveza com que o personagem pede uma bolada dessas, nada de interessante encontramos nessa ação. Em vez disso, o aluno deve completar as circunstâncias tão vagas com sua imaginação, dentro das características da ação, que há pouco verificamos. Ele raciocinará da seguinte maneira:
1) A lógica da ação. “Ao imaginar tudo o que podia ter acontecido com o personagem e o que o levou a pedir dinheiro, tomarei o máximo cuidado para evitar toda e qualquer lógica”. 2) Ação contínua, ou seja, ação anterior e ação posterior. “Agora eu vou imaginar o que aconteceu: o personagem tirou cem mil cruzeiros do caixa do banco onde trabalha e deve depositá-los novamente amanhã, na primeira hora, senão será preso”. (Notem que o seu “ontem” é: “tirei o dinheiro”; o seu “amanhã”: “serei preso”; o seu “hoje”: “estou pedindo dinheiro emprestado”. Estará tudo certo do ponto de vista da lógica? Parece que sim. E ele continua:
3) Ação interna. “O personagem tem medo do que possa acontecer, mas embora ansioso por conseguir o empréstimo, não deve deixar o amigo adivinhar do que se trata, porque este seria capaz de denunciá-lo”. 4) Ação externa. Por isso o personagem procura parecer muito calmo, pensando: “Afinal de contas, não é uma coisa tão grave! Eu sei que vou me safar”.
Mas, e a lógica? Desta vez ela parece um pouco manca: como pode ele parecer muito calmo ao pedir um empréstimo de cem mil cruzeiros? Mas é exatamente essa calma que poderia parecer suspeita. Então o personagem não deve procurar esconder a sua excitação, mas deve inventar uma razão plausível para justificar o seu nervosismo. Por exemplo: uma grande oportunidade comercial que ele perderia se não conseguisse esse dinheiro imediatamente.
5) Objetivo da ação. “Sei que o objetivo da ação do personagem deve ser bastante atraente para excitar a minha imaginação. Se eu estivesse no lugar do personagem, que fato poderia induzir-me a roubar uma importância tão grande? Já sei! O personagem tomou esse dinheiro para salvar a vida de sua mãe que está à morte e deve ser operada por um médico muito caro. Se o personagem for preso, essa desgraça vai matar a sua mãe”.
Vejam como o sentimento filial, próprio de todos os seres humanos, criou a necessária atratividade do objetivo. E quanto à lógica, há alguma falha? Parece que não. É claro que muitos outros detalhes, que deixo de procurar para não fugir da simplicidade do exemplo, entrariam no jogo, mas digamos que o trabalho com as Circunstâncias Propostas seja considerado completo. Que fazer agora? Como assumir os problemas e os objetivos do personagem? Stanislávski oferece um elemento do Método que ele chama de o mágico “SE FOSSE”. Uma vez estabelecidas, analisadas e selecionadas as Circunstâncias Propostas, como no nosso exemplo, o aluno se perguntaria: “E se eu fosse aquela pessoa? Se a minha mãe estivesse à morte? Se o único lugar onde pudesse arranjar dinheiro na hora fosse o caixa do banco? Etc., etc., etc.,… como eu iria agir?”. Stanislávski chama esse “SE FOSSE” de mágico porque ele quase que automaticamente desperta a VONTADE DE AGIR.
Sensação Para experimentar a sensação ao usar o mágico SE FOSSE, basta que o leitor repita os pequenos exercícios citados anteriormente, mas desta vez, só depois de estudar as Circunstâncias Propostas e completá-las com a sua imaginação. Não comece antes de pensar sobre o que se segue: 1) Como eu me comportaria, ao atravessar uma rua, se fosse cego? 2) Que faria eu se fosse pai (ou mãe) de uma menina raptada, que leva o dinheiro do resgate? 3) Que pensaria eu se estivesse acompanhando de longe o enterro de uma pessoa muito querida? 4) Se eu, extremamente cansado, fosse obrigado a divertir alguém, como contaria uma piada?
Nessas condições, você sentirá muito mais vontade de agir do que nas experiências anteriores. Nunca é demais insistir em esclarecer o verdadeiro significado de certos termos do Método. Stanislávski foi freqüentemente acusado de procurar impor ao ator a aceitação total da realidade da vida do personagem, aquela mística metamorfose do ator em personagem. O próprio Bertold Brecht fez essas acusações. Mas se isso fosse verdade, Stanslávski usaria no seu Método o termo “EU SOU” e não “SE EU FOSSE”. Esse condicional é muito significativo. Ele presume a aceitação simultânea da realidade - eu, o ator que sou - e do imaginário – o personagem que eu, o ator, poderia ser. Ainda em 1937, quando essa dúvida pairava no mundo inteiro, o famoso ator do elenco do teatro de Stanislávski, L.M.Leonidov, num encontro com os elencos dos teatros de Moscou deu uma idéia bastante clara sobre esse problema. Ele disse: “Seria um verdadeiro absurdo se eu dissesse: Eu, Leonidov, sou o governador da cidade (um personagem de O inspetor Geral, de Gógol ). Eu sou simplesmente Leonidov. Mas o que importa é o que eu faria se fosse o governador da cidade”. Mas tarde veremos como o termo SE FOSSE é interpretado e denominado pela psicologia científica moderna. Por enquanto, usaremos os termos como os encontramos no Método dando apenas esclarecimentos necessários para evitar que haja uma interpretação errônea do seu significado.
Vontade Dissemos acima que o uso do mágico SE FOSSE normalmente desperta a vontade de agir. Mas digamos que isso não aconteça, que, apesar da máxima boa vontade, o leitor não consiga imaginar o que ele faria se fosse…etc.etc. Creio que isso só poderia acontecer se o leitor não soubesse usar a sua imaginação, ou melhor, se ele interpretasse mal o significado da palavra imaginação. O que significa imaginar coisas? Vamos recorrer a um exemplo prático. Você poderia imaginar sua viagem à lua? Não deve ser difícil – você deve ter visto em fotografias ou em cinema as astronaves, tanto em vôo como em terra firme, e não deve ter dificuldade em imaginar os detalhes. Você está dentro da cabine. O foguete acaba de partir. Conte o que é que você está vendo! Para avivar sua imaginação, peça que alguém lhe faça perguntas sobre a sua viagem: o que está vendo dentro da cabine? O que está vendo pela janela? etc., e responda com o maior número possível de detalhes. Desta maneira você constatará que imaginar (como você acaba de fazer) significa ver as coisas ausentes, inexistentes ou irreais, contanto que as veja mentalmente.
Experiência Vamos fazer mais uma pequena experiência. Olhe para um objeto, um rádio, por exemplo, e, sem tirar os olhos dele, responda a uma série de perguntas feitas por um amigo seu, como, por exemplo, essas: “De que cor é o rádio? Tem algum detalhe em outra cor? De que material é feito? Para que serve aquele botão à esquerda?”. Nessas condições, ao responder a essas perguntas, você dirá o que perceberá através da sua visão física. Logo em seguida, o seu amigo deverá passar para uma outra série de perguntas que você terá que responder também sem tirar os olhos do rádio: “Onde foi fabricado esse rádio? É uma fábrica brasileira ou estrangeira? Como é essa fábrica? Como é a sala em que se montam os rádios? Quem está trabalhando na montagem? Como estão vestidos os operários? De que cor são os macacões? etc. Desta vez, ao responder, você estará falando não sobre o que estiver presente diante dos seus olhos - o rádio – e sim sobre o que você imaginou ao ouvir a pergunta, ou seja, sobre o que você viu mentalmente naquele momento. Se o seu amigo de repente perguntar: “Este rádio tem algum defeito na pintura?”, você constatará que, para responder a esta pergunta, será necessário um pequeno lapso de tempo para tornar a ver o rádio que, embora sempre presente diante dos seus olhos, você quase não enxergou enquanto seu amigo lhe fez perguntas sobre a fábrica, os operários, etc. Constatamos, portanto, que vendo as coisas imaginárias, irreais, deixamos de ver as coisas reais que estão diante de nós, e vice-versa: basta prestar atenção às coisas físicas para que desapareçam as coisas imaginárias. Isso nos mostra que podemos manobrar a visão física à nossa vontade, no sentido de transformá-la em visão interior. Desta maneira, a nossa imaginação adquire agora um aspecto menos abstrato, mais palpável para nós atores: imaginar significa ver de maneira concreta o que nos é oferecido nas Circunstâncias Propostas.
Visualização Essa maneira de usar a “visão interna” Stanislávski chama de Visualização. Depois de recorrer ao mágico SE FOSSE e de se perguntar “Como eu estaria agindo nessas condições?”, o ator vai procurar visualizar essa ação. Gostaria de dar um exemplo de como se processa o uso desse elemento do Método no trabalho prático de um teatro. O ator Renato Borghi, na primeira peça encenada no Teatro Oficina, A vida impressa em dólar, fez o papel de Ralph Berger, filho de uma família judia muito pobre. O personagem, apesar de estar ganhando um pequeno ordenado, nunca tem um vintém no bolso - ele entrega tudo que ganha à mãe. O intérprete do papel, filho de uma família abastada, nunca teve dificuldade financeira como, por exemplo, o problema de levar sua namorada ao cinema, enquanto que Ralph Berger nunca teve dinheiro para oferecer à sua noiva um pequeno divertimento como esse. Para fazer esse papel o Renato, rico, deve aceitar as circunstâncias em que vive o Ralph, pobre. Como estaria agindo o ator SE FOSSE POBRE? Para entender a situação em que se encontra o personagem resolvemos improvisar uma cena fora da ação da peça. Imaginamos um encontro de Ralph com a sua noiva na rua. Durante o passeio, a noiva de repente diz: “Ralph, leve-me ao cinema”. Eu perguntei a Renato Borghi: “Que faria se fosse Ralph?” Antes de responder, Renato visualizou - conforme explicou mais tarde - o pobre rostinho de sua noiva, visualizou a rua em que estava morando, visualizou os seus bolsos vazios, chegou a “ver” uma curva da rua e, de repente, agiu como Ralph Berger. Ele não teve coragem de confessar sua pobreza, preferiu mentir e disse: “Vamos ao cinema amanhã, está bem? Porque hoje…eu me lembrei agora - quantas vezes eu queria lhe mostrar a vista maravilhosa que se abre daquela curva, e sempre me esquecia! Vamos dar um passeio, você vai ver que maravilha!”. Através desse pequeno “laboratório” o ator descobriu o que ele faria se fosse o personagem. O importante nesse exemplo é que, dentro de sua visualização, Renato se viu no lugar de Ralph; não o viu com os olhos de um espectador, e sim se viu agindo no lugar de Ralph. A isso nós chamamos de Visualização Ativa, para diferenciá-la de uma simples contemplação da ação alheia.
Cuidado É preciso tomar muito cuidado para não confundir as duas. Lembro-me de um aluno que, durante um exercício para o qual ele escolheu uma cena de ciúme, procurou pôr em prática o uso da visualização. O resultado foi mais do que lamentável: o seu “terrível” amante ciumento não passava de uma ridícula caricatura que fez rir todos os seus colegas da turma. Diante desse resultado eu afirmei que ele não tinha visualizado coisa alguma. Para me provar o contrário, ele jurou que “tinha visualizado o personagem com tanta clareza que até podia ir tomar café com ele!”. Vocês compreenderam? Esse “Otelo” produzido pela sua imaginação, ou seja, visualizado por ele, vivia completamente à parte, e ele, o aluno, não passava de um simples espectador que, depois de observar (contemplar) a ação do personagem, em vez de, ao menos, responder à pergunta “Que faria eu SE FOSSE esse homem ciumento?”, resolve simplesmente macaquear o seu comportamento. Daí o ridículo do resultado desse exercício. E agora, para dar um exemplo diametralmente oposto ao anterior, gostaria de exemplificar o efeito do uso da visualização sobre o trabalho de uma grande atriz. Refiro-me à Greta Garbo.
Consciência Tive muita sorte em regravar um disco norte-americano que, na época, não se encontrava no Brasil. Esse disco continha trechos principais dos filmes interpretados por Greta Garbo. O que me impressionou particularmente e me fez lembrar uma cena do filme em todos os seus detalhes foi um trecho de Rainha Cristina. Ao ouvir o disco eu tive a impressão nítida de que a genial atriz, enquanto dizia o texto, usava visualização conscientemente. As próprias Circunstâncias Propostas dessa cena exigiam a conscientização da visualização, conforme explicarei abaixo. Do trecho escolhido destaquei duas partes em que a personagem, depois de passar uma noite de amor com Antônio, o embaixador espanhol junto à sua corte, fala com ele. O texto da primeira parte é o que se segue: “I’ve been memorising this room…In a future…In my memory… I shall live a great deal in this room…” Dentro das Circunstâncias Propostas desse texto o objetivo da rainha é reter na memória o aspecto desse quarto para usá-lo depois em suas recordações. Portanto, essa fase representa, como problema para a intérprete do papel, o uso da memória. E o que é a memória, senão a visualização consciente do passado? As reticências que vocês encontraram no texto acima foram postas por mim para assinalar as pequenas pausas existentes na interpretação de Greta Garbo. Quem assistiu ao filme certamente se lembrará dos olhos de Greta Garbo naqueles momentos. Eles fitavam o futuro da rainha quando ela estaria sozinha, “vendo” o seu passado… A genial interpretação dessa parte, que nos fazia sentir todo o drama da pobre rainha, era certamente resultado dessa visualização. E agora, cito a segunda parte da mesma cena:
Antônio - Tell me - you said you would - why had you come to this inn dressed as a man? Cristina - In my home… I’m very constrained… Everything is arranged very formally… Antônio - Ah!… A conventional house-hold? Cristina - Very.
Depois da primeira fala de Antônio, Greta Garbo mantém uma pausa de seis segundos antes de começar a falar. As reticências representam pausas menores. A Razão da pausa maior contém mil detalhes: a impossibilidade de revelar a verdade; a vontade de responder a pergunta, mas de uma forma que não a comprometa; a sensação do ridículo dessa situação; o protesto interior contra a vida que a obrigam levar; a sua impotência para modificar as coisas e, ao mesmo tempo, a aceitação das condições de sua vida como um compromisso de honra E provavelmente muitos outros detalhes que eu não saberia citar. Tudo isso nós sentimos e tudo isso é resultado daquela pausa de seis segundos. No final, antes de responder “Very”, há também uma pequena pausa que deve ser resultado de uma visualização muito complexa e cujo resultado poderíamos chamar simplesmente de triste resignação da rainha. O uso correto da visualização ativa é de imensa importância no trabalho do ator. Seu efeito se reflete tanto na “ação exterior” (mímica, gestos, falas), como na “ação interior” (pensamentos, emoções).
Influência A influência da “ação interior” do personagem sobre o estado psíquico do espectador se efetua, às vezes, dentro da imobilidade e do silêncio total em cena. Todos nós sabemos que esse tipo de ação freqüentemente é mais impressionante do que a ação física. Basta lembrar, por exemplo, do excelente filme Perdidos na noite em que os dois intérpretes principais aparecem mudos e imóveis em muitas cenas. E, entretanto, justamente nessas cenas é que nós sentíamos maiores emoções: parecia-nos que estávamos vendo nos olhos dos atores o que eles “visualizavam”. O diretor soviético A. Popov, durante muitos anos também professor, criou um estudo profundo do que ele chamava de “zonas de silêncio”, ou seja, o estudo do funcionamento e da realização das pausas em teatro. Um exemplo disso encontramos num artigo publicado na revista “Teatro”, de Moscou, sob o título A respeito de uma pausa (janeiro de 1971). A autora do artigo, A. Polevítscaia, uma das mais velhas e famosas atrizes russas, descreve em mínimos detalhes todas as ações físicas do personagem criado por ela, numa cena em que ela, durante sete minutos, não pronuncia uma palavra sequer. Vocês podem imaginar o que aconteceria se a atriz, ao executar essas ações físicas, deixasse de usar a “visualização ativa” da situação e dos problemas do personagem? Tenho certeza de que a platéia toda estaria dormindo no terceiro minuto. E, entretanto, Stanislávski, que várias vezes assistiu ao espetáculo, recomendava ao seus alunos que prestassem especial atenção a essa cena como um exemplo da “arte de sentir”.
Experiências E agora, com os poucos elementos que até o momento conhecemos, podemos fazer algumas experiências de sistematização do uso desses elementos, a exemplo do que fizemos, há pouco, no trabalho com as quatro características da ação em relação às Circunstâncias Propostas. Desta vez, porém, incluiremos no trabalho dois novos elementos do Método: o mágico SE FOSSE e a VISUALIZAÇÃO. Digamos que o assunto escolhido seja bastante simples: um rapaz (ou uma moça) escreve à sua namorada (ou namorado) uma cartinha marcando um encontro. Terminada a carta, ele (ou ela) a dobra, põe-na no envelope e sai para enviá-la. (Para fazer esse exercício procurem não usar objetos reais, papel, caneta, etc. – deixem tudo à sua imaginação, usem objetos imaginários). Por onde vamos começar? Em primeiro lugar, temos que analisar o tema para compreendê-lo claramente. Isso significa: estabelecer e fixar as Circunstâncias Propostas e completá-las com a nossa imaginação. Quem é o personagem? Ele é jovem, velho, bonito, feio, inteligente, burro, rico, pobre? Quem é sua namorada? Como ela é? Em que pé estão suas relações? Quais são as intenções do namorado? O que é que ele escreve na carta? O que é que ele alega para marcar um encontro? Ele é sincero nessa alegação? O que é que ele pretende na realidade? Tratando-se de um exercício, não devemos esquecer que, para transformar em ação o resultado da análise das circunstâncias propostas, que acabamos de fazer, cabe-nos usar todos os elementos até agora conhecidos. Por isso:
1º Verifiquemos se os detalhes por nós estabelecidos obedecem à lógica, se não há algum absurdo, e não deixemos de examinar através da lógica todos os detalhes do trabalho posterior. 2° Sabendo que a ação deve ser contínua e, portanto, deve ter o seu passado e o seu futuro, temos que improvisar mentalmente o que aconteceu antes do personagem começar a escrever a carta: Como se passou o último encontro? Houve alguma conversa no telefone?…E logo em seguida: Que vai acontecer depois do encontro? O que é que o encontro pode alterar nas suas relações de hoje? O que é preciso evitar ou conseguir? 3° Pensando na ação exterior desse exercício devemos desempenhar com a máxima atenção a nossa ação física: procurar sentir a realidade da presença dos objetos imaginários – do papel na mesa, da caneta na mão, do movimento da pena, do aparecimento das linhas escritas, etc. 4° Pensando na ação interior- que evidentemente deve se processar simultaneamente com a ação exterior - devemos ter presentes os pensamentos naturais que acompanham a ação física dentro das Circunstâncias Propostas. Ao segurar a folha de papel: “Será que ela vai achar esse papel muito barato? O envelope não devia ser mais bonito?”; ao segurar a caneta: “Esta pena arranha um pouco. É bom experimentar antes”; antes de começar a escrever: “Preciso encontrar palavras que a convençam… que a comovam…vou escrever assim!”; ao escrever pare para reler, pensando: “Será que saiu bom?”; ao fechar o envelope, visualize o rosto dela quando ela estiver lendo a carta, etc. 5° Pensando no objetivo da ação, devemos estabelecer não apenas o que o personagem quer que aconteça, o que representa a sua vontade, mas também o que ele não quer que aconteça – ou seja, a sua contra-vontade. Esse confronto do objetivo e do obstáculo, conforme verificaremos detalhadamente mais tarde, é de grande importância no trabalho do ator: ele cria a luta interior do personagem e representa a base da dialética da vida, da natural condição do espírito humano. 6° Uma vez completada essa parte do trabalho, devemos perguntar a nós mesmos: “Se eu fosse esse rapaz, se eu tivesse uma namorada tão bonita e desejada, se eu tivesse a esperança de conseguir o encontro que agora vou pedir, o que eu escreveria para ela?” Complete isso com outras perguntas úteis para despertar-lhe a vontade de escrever, e quando chegar a sentir essa vontade, basta começar a agir escrevendo. 7° Agora, digamos que contra toda a expectativa, você não chegue a sentir realmente essa vontade. Então recorra à visualização, isto é, repasse alguns detalhes do trabalho com os elementos anteriores, na base da “visualização”. Comece por visualizar os objetos que usa - o papel, a caneta, etc. Depois procure “materializar” os seus pensamentos em formas de “visão interna”. Por exemplo, quando você se pergunta quem é a namorada, como ela é, procure “vê-la” em maiores detalhes até que chegue a sentir realmente atração por ela; quando pensar no próximo encontro, visualize-o em todos os detalhes para sentir necessidade de pedir esse encontro; e, principalmente, quando estiver pensando no objetivo da ação, isto é, no que o personagem quer que aconteça, procure “materializar” essa luta interior ao máximo através da visualização. E não esqueça que só poderá conseguir algum resultado positivo se a sua visualização for realmente ativa, ou seja, se você conseguir “se ver” agindo dentro das circunstâncias que visualiza. A capacidade de usar a visualização é primordial na arte do teatro, pois ela equivale à capacidade de usar a imaginação, sem o que nenhuma arte existe. Por isso não é suficiente compreender a mecânica da visualização e fazer algumas experiências práticas para constatar a validez desse elemento. Na realidade, os exercícios de visualização devem tornar-se parte integrante de vida inteira do ator, a começar pelos exercícios mais primitivos, e a terminar por complicadas “visões cósmicas” dos personagens criados pelos dramaturgos geniais. Esses exercícios devem transformar-se em ginástica diária da imaginação. Sem ela o ator não poderá exercer a sua arte, como não o poderá um dançarino, um cantor, um pianista, sem fazer exercícios diários de dança, vocalises, solfejo, etc. Quanto aos exercícios de que falei acima, quero propor aqui, apenas a título de exemplificação, alguns temas que os meus leitores poderão transformar em exercícios de imaginação, isto é, criar em redor dos mesmos Circunstâncias Propostas concretas (situações em que o personagem se encontra) e os objetivos (necessidade que deverá satisfazer).
Exercícios É preferível fazer esses exercícios em companhia de alguns amigos, pois esse trabalho torna-se mais útil quando submetido à observação, controle e críticas alheias.
1) Imagine uma folha de papel em cima de sua mesa. Procure visualizá-la nitidamente, em todos os detalhes e, em seguida, dobre-a em várias direções, executando com precisão todos os movimentos das mãos como SE FOSSE uma folha de papel real. Quando conseguir um resultado satisfatório, por exemplo, quando chegar a convencer o seu amigo de que está realmente lidando com um “pedaço de papel”, acrescente a esse exercício Circunstâncias Propostas e os Objetivos do personagem. Por exemplo: uma moça trabalha numa fábrica de envelopes ganhando muito pouco; enquanto dobra o papel ela pensa - e, portanto, visualiza - a situação de miséria em que se encontra sua família. Ela precisa desse emprego, ela precisa produzir mais para ser aumentada.
2) Você acompanha com o olhar um cortejo fúnebre. Procure visualizar nitidamente todos os detalhes: o carro, o caixão, as coroas, os acompanhantes . Em seguida, estabeleça as Circunstâncias Propostas e os Objetivos. Quem era o falecido? Quais eram as suas relações com ele? Por que veio ver o enterro? O que impede de acompanhar o enterro junto aos outros?
3) Um homem examina as ruínas de um teatro que ele conhecia antes da demolição. Acrescente as Circunstâncias Propostas e os Objetivos. Por exemplo: um ex-ator alcoólatra, que há dez 10 anos foi expulso do elenco desse teatro. Ele veio para ver se poderia tentar de novo a sua antiga profissão. Ele revive muito momentos da sua vida artística.
4) Uma mulher muito feia atende a uma chamada telefônica. Um desconhecido que não quer se identificar marca um encontro num jardim público da cidade. Ela vai. No banco do jardim, enquanto espera, ela procura adivinhar qual dos muitos transeuntes seria o seu “namorado”. De repente descobre, escondido atrás de um arbusto, um rapaz que a observa rindo às gargalhadas. Depois da volta para a casa, ela examina o seu rosto no espelho.
A imaginação do leitor poderá criar muitos outros temas mais próximos da sua vivência e, portanto, mais atraentes, mais excitantes. E não fique decepcionado se, apesar de todo esforço, não conseguir o resultado desejado. Lembre-se que você está apenas no início da leitura de uma matéria cujo estudo prático exige muito tempo. Nas páginas seguintes você encontrará outros elementos do Método que, certamente, lhe facilitarão as experiências.
(O presente artigo, aqui um pouco reduzido, é o 3º capítulo do livro Ator e método, de Eugênio Kusnet, leitura obrigatória para profissionais e estudantes de teatro (Editora Hucitec, Funarte, São Paulo-Rio de Janeiro, 2003). Os entretítulos são de minha responsabilidade.
* * * Por: Lionel Fischer
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celsokinder · 5 years ago
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"... Já se sentiu com um desejo de abraçar loucamente o mundo? Às vezes eu gostaria de abraçar todos que encontro pela frente Gostaria de vê-los sorrir por motivos fúteis pela paz nos seus Corações gratos por viverem num mundo em paz Sabe... as escolhas que fiz não foram as mais fáceis ao contrário tornaram meu caminho mais árduo No entanto, cada lágrima, cada falta tornaram-me mais humano e sensato deram-me a devida força para as cargas que hoje me fazem capaz de ajudar tantos a carregar Há uma beleza uma rica beleza  nos problemas e nas dores que não sei explicar e apenas sei contemplar não... não passivamente mas, criativamente Você tem coragem de chorar? De se descabelar e ainda assim ponderar; "Isso é o mais divino que poderia me chegar!"? É dessa forma  que deixamos de nos importar conosco e ganhamos uma nova vida uma vontade de caminhar e abraçar quem por nós venha passar Você já abraçou um desconhecido hoje? Sorriu ou anuiu com um bom dia? Isso não é fuga nem escapismo outrossim, é um jeito de vencer as batalhas Ah... as batalhas... são jornadas filosóficas e empíricas conclamando nossa Graça o fazer graça com as desgraças para que nossa jornada fique mais linda e rica quando não empreendemos força e sim... amor com um único aceno ou abraço ou por um meio sorriso ou afago Quando abraçamos alguém os desejos pessoais ficam de lado pois um abraço tem o dom de nos dizer que o melhor presente é o acaso Ahhh... Um abraço é remédio e comida ao mesmo tempo que independente do seu passo ou compasso quando recebido ou doado traz as bênçãos pro teu lado Já abraçaste alguém hoje um amigo ou um desconhecido? Eles são seres iguais, são seres vivos mostrando-lhe num abraço que estás vivo Quem abraçarás agora? Posso te dar um abraço? Posso ser teu amigo? Podemos sentir que estamos vivos? Quando percebemos que estamos vivos as perdas não nos importunam não importam... só nos importa que a cada nova alvorada tenhamos quem abraçar abraçar... e estender nosso amor nossa paz ..." Celso Kinder™ #vida #life #abraço #hug #cuddle #poesia #instawriter #follow https://www.instagram.com/p/B6DCzRPns7R/?igshid=ohhdl35wsy54
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mauricio1954 · 6 years ago
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Credo de Eurípedes
 Fonte: Eurípedes – o homem e a missão (Corina Novelino)
 “CREIO que  não temos nossa causa em nós mesmos; que existe acima do homem e superior à natureza um  Ser Pensante,  Infinito, Eterno,  Imutável, um  Supremo Legislador;  que a existência de um Criador, de uma Razão primitiva, é um fato adquirido pela evidência material dos fatos, que o Universo não é nem surdo, nem cego; que avida não é uma confusão sem fim, um caos informe; que tudo tem sua razão de ser, seu alvo, seu fim.
 CREIO que o Nada é uma palavra vã; que a Morte não existe; que nada morre; que o ser sobrevive ao seu invólucro; que a morte não existe; que a morte não é um termo, mas. Uma metamorfose, uma transformação necessária, um renovamento; que somos eternos pela base do nosso ser; que nada do que existe pode ser aniquilado; que existiremos, porque existimos.
 CREIO que não há aniquilamento, mas sempre estados sucedendo a outros estados, a eterna transmissão de outra ordem de coisas a outra, de uma economia a outra, de um serviço a outro; que tudo  renasce; que tudo volta a sua  hora, melhorado, aperfeiçoado  pelo  labor; que o nascimento não é  o verdadeiro começo; que nascer não é principiar, mas mudar de figura; que nossas existências não são mais que continuações, séries, consequências; que o sono ou despertar, morte ou nascimento, são uma e a mesma coisa; transição semelhante, acidente previsto.
 CREIO  que tudo evolui e tende  para um estado superior; que tudo se transforma e aperfeiçoa; que o homem marcha sempre e sempre se engrandece; que tudo rola, prolonga-se e renova-se; que a morte não é o único teatro se nossas lutas e de nossos progressos; que o universo é sem lacuna; que há mundos infinitos nesse universo infinito; que o mundo é um ponto que conduz a outro e que os há para todos os graus de crescimento.
 CREIO  que, saindo desta vida, não entramos em um estado definitivo; que nada se acaba neste mundo; que enquanto um destino humano tem alguma coisa a cumprir, isto é, um progresso a realizar,  nada  está para  ele acabado; que a morte não deve ser tomada senão como um descanso em nossa viagem; que a morte é feixe de caminhos em todas as direções do universo e nos quais efetuamos nosso destino infinito.        
CREIO    que DEUS não criou  almas civilizadas; que a alma humana é o resultado do trabalho, que todos os homens são cidadãos da mesma pátria, membros da  mesma família, ramos da mesma árvore; que todos têm origem, destino e aspiração comuns, que todos começaram a ascensão que estão somente mais ou menos  altos; que os mais vis têm por lei alcançar os mais elevados.        
 CREIO que o homem não é o último  anel  que une a criatura ao Criador; que  não  somos os primeiros depois  de DEUS; que  temos  ao menos tantos  degraus  sobre a  cabeça  como abaixo  dos  pés; que  a  vida está em  toda  a parte,  que  a alma  está  em toda coisa, que o corpo envolve um  espírito;  que o homem não é o único; que é seguido  de uma  sombra; que  todos, o próprio calhau  miserável, tem atrás de si uma  sombra, uma  sombra  diante deles; que todos são alma que vive, que viveu, que deve viver.    
 CREIO que a harmonia do Universo se resume em uma só lei; que o progresso por toda parte é para todos, para o animal como para a planta, para  a planta como  para  o mineral; que  tudo segue a mesma rotação, que  tudo morre da mesma  maneira e morre ultimamente;  que  a  vida sorve  todos  os elementos da própria morte; que cresce por série continua de transformações infinitas, que parte do infinitamente pequeno marcha para o infinitamente grande.    
 CREIO que tudo que vive é encarnação; que toda evolução, toda transformação  é encarnação, que as criaturas sobem no  crescimento d’alma  como no  dos  invólucros; que o  homem é o  espírito encarnado; que a alma não é criada ao mesmo tempo que o corpo, que ela é apenas incorporada; que a encarnação é uma lei da natureza, uma necessidade absoluta,  conseqüência lógica  da  lei do progresso;  que  todo o homem é  um  resumo de  existências anteriores, que se compõem de numerosos personagens, formando um só.        
 CREIO na pluralidade dos mundos, na multiplicidade das existências, na universal ascensão dos seres, na progressão contínua da alma, com os seus transportes, seus recuos, suas crises e as sanções que daí decorrem.
 CREIO que  neste universo, obra  da Infinita Sabedoria, nada acontece  pelo jogo do acaso; que nada se faz sem uma Soberana Justiça; que toda desordem não existe  senão em aparência; que não há  acaso, nem fatalidade; que as forças, leis, que  ninguém pode derrogar; que todas as coisas do mundo têm ligação entre si; que nada é  isolado; que o mundo  material é solidário  com o mundo espiritual e que  ambos se penetram  reciprocamente; que  tudo se mantém, tudo se concorda, tudo se encadeia, e, se liga, sobre o  ponto de vista  moral, como físico; que na ordem dos fatos, dos mais simples aos mais complexos, tudo é regulado por uma lei.        
 CREIO  que a lei  moral é uma verdade absoluta; que a  Justiça, a Sabedoria,  a Virtude, existem na marcha do mundo, tanto quanto a realidade  física; que não se pode transpor, sem trabalho e sem  mérito, um grau  na iniciação humana; que o espírito deve chegar só, por si, à verdade, e que  tem de  tornar-se merecedor  de  sua felicidade, que a felicidade para ter tido o seu preço, deve ser adquirida e não concedida.
 CREIO  que a  vida não  é um  jogo, uma ilusão, que a verdadeira vida não  é  a que  multiplica  os gozos;  que  a felicidade tal qual a entendemos não  pode existir; que é preciso que o esforço subsista neste mundo; que  não estamos aqui  para  gozar, mas  para  lutar, trabalhar, combater; que  a  luta é  necessária  ao desenvolvimento  do espírito; que  o Verdadeiro fim da vida consiste no dever que incumbe a todo ser humano de subjugar a matéria ao espírito.
 CREIO que o homem é justificado não por  sua fé, mas  por  suas obras; que  a  prática do bem  é  a lei superior, a condição  sine qua non  de nosso futuro; que a santidade é o alvo a que devemos chegar; que não se pode  fazer tudo impunemente; que a felicidade e a desgraça dos homens dependem absolutamente da observação da lei universal, que regem a ordem em a natureza.
 CREIO que existem um Inferno e um Paraíso filosóficos, isto é, um sistema natural que liga entre si, intimamente, as causas além e aquém do tempo; que sempre nos sucedemos a nós mesmos; que sempre determinamos, por nossa marcha presente a marcha que seguiremos mais tarde.
 CREIO que o presente  determina o futuro; que cada homem tece em volta de si o seu destino; que se torna sem cessar o que mereceu ser; que nenhum desvio do caminho reto fica impune; que os  que dele se afastam  serão a ele levados fatalmente;  que o progresso é uma lei soberana a qual ninguém resiste; que não há um defeito, uma imperfeição moral, uma ação  má que não tenha sua contradita e suas consequências naturais; que não há ato útil sem proveito, falta sem sanção; que não ação que possa sonegar-se.
 CREIO que cada um deve a si mesmo sua sorte, que cada um cria as suas alegrias como as suas penas; que o homem é o seu próprio algoz; que se  remunera e se pune a si mesmo; que colhe o que semeia e nutre-se do que colhe, debilitado ou fortificado pelos alimentos que ele próprio produziu;  que a alma transporta em si mesma o seu próprio castigo, em todo o lugar em que possa encontrar;  que o inferno não é um lugar, mas uma condição de  ser, um estado da alma; que pertence a cada um de nós sair dele ou aí nos manter.
 CREIO que a pena está senão na falta; que é impossível que coisas possam separar-se; que o sofrimento não é o resultado do acaso; que toda lágrima lava  alguma coisa; que dor e culpabilidade são sinônimos; que o homem  em evolução é tributário de seus erros e de seus maus pensamentos; que somos nós os instrumentos de nosso próprio suplicio.
 CREIO  que toda  vida  culposa deve  ser  resgatada; que  toda  falta cometida,  todo mal causado é uma dívida contraída, que deve ser paga no  momento ou no outro, quer em uma existência quer na outra; que a fatalidade aparente, que semeia de males o caminho da vida, não é senão a  conseqüência  do nosso  passado,  o efeito produzido pela causa; que a vida terrestre é  ao mesmo tempo reparação e preparação;  que nenhum de nós é o que deve ser e que é preciso que a razão se cumpra, que a justiça se faça e o bem seja.
 CREIO que cada nova existência é um novo ponto de partida, em que o homem é aquilo que se fez; que renasce com seu débito e com seu crédito; que  nada perde do que adquiriu; que o esquecimento temporário do passado é a condição indispensável de toda provação e de todo o progresso; que é preciso que o esforço seja livre e voluntário; que o conhecimento dos fatos anteriores e das sanções inevitáveis embaraçaria o homem, em lugar de ajudá-lo; que é justo e necessário que, em seu estado atual, o passado e  o futuro lhe sejam ocultos.
 CREIO, enfim, que a revelação é progressiva, que a verdade se desvenda  sempre, segundo os tempos e os lugares; que estamos na  aurora da vida  consciente e que  marchamos, todos,  na solidariedade universal, através devidas sucessivas  para a infinita perfeição; que o futuro encerra e que  tudo foi criado, tendo em vista um bem final; que o Bem é a lei do Universo e o Mal um estado transitório, sempre reparável, uma das fases inferiores da evolução dos  seres para o bem; que nada  de irremediável pesa sobre nós; que tudo se apaga; tudo se dissolve; que a dor é libertadora, que  nada é negro, nada é triste; que tudo acaba bem e que não se tem senão de esperar a sua hora em um mundo ou em outro.”
 Eurípedes Barsanulfo - 31 de dezembro de 1913 (texto recebido de Claudia Moreira na lista Evangelização Infantil do Ev Infantil Yahoo Groups)
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celioxavier · 3 years ago
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O sabor da confiança. O salmo 90 que hoje estamos rezando, vem traduzir a experiência de vida, de quem se sente permanentemente nos braços de Deus, e confia inteiramente na Seu amor misericordioso. Rezemos e saboreemos cada versículo deste Salmo. Podemos nos sentir, continuamente mergulhados, nos braços de Deus. Diante de tudo que estamos vivendo, as dificuldades e os enfrentamentos do nosso quotidiano, deixemos ser guiados por Deus. Deixemos Deus nos conduzir, a palma da sua mão. Rezemos este trecho do Salmista: “Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos para em todos os caminhos te guardarem”. Este Salmo é de confiança e deve ser rezado a partir da nossa própria experiência de vida, a partir da experiência de confiança, recebida de Deus e dada por Deus. Confiemos meditando este trecho: “Haverão de te levar em suas mãos, para o teu pé não se ferir nalguma pedra. Passarás sobre cobras e serpentes, pisarás sobre leões e outras feras”. Podemos assumir plenamente em nossa vida, que estamos na palma da mão de Deus. Somos convidados por Deus a sermos como uma criança, que rasga o horizonte e se abri a um futuro cheio de sonhos e esperanças. Rezemos este versículo: “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo, e a seu lado eu estarei em suas dores”. O Salmista no salmo 90, nos ajuda, já agora, entrar, na dinâmica pascal, que parte da fé, atravessada pelas tribulações. O Salmista nos ajuda acolher a plenitude de vida, na perspectiva da salvação e libertação operadas pelo nosso Deus e nos abre, a esta experiência. O Salmista, nos ajuda, ter presente e já contemplar esta nova semana que se abre diante de nós. Procuremos viver esta perspectiva desta nossa semana, a partir da nossa comunhão com Deus. Podemos perceber, tudo isso vem nos permitir objetivar melhor os desafios que nos esperam. Esses, contemplados a partir de Deus, deixam de constituir barreiras e podem readquirir as reais proporções, que nos permitem ganhar asas e voar nos longos braços de Deus. Padre Célio Xavier https://www.instagram.com/p/CawuhCEOWrd/?utm_medium=tumblr
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andywillr · 3 years ago
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Se não houver amanhã, hoje valeu a pena? Pois nem sempre haverá amanhã. A cada dia estamos tão preocupados como o futuro que deixamos de lado tudo que realmente tem valor no presente. Dias vão e vem, momentos se perdem com o tempo e o tempo escapa pelos dedos, tudo que acontece no presente está se perdendo. Estranho como a cada dia deixamos mais coisas para o futuro, sem que nada seja feito hoje. Deixamos o melhor de nós para amanhã, as melhores atitudes será sempre para o próximo dia, estamos sempre pensando em uma eternidade que na realidade não existe, a verdade nua e crua nos diz que eternidade é algo que escolhemos acreditar para fugir do mundo presente que vivemos. O presente, o agora são uma das maiores dadivas que temos em nossas vidas, estão nas nossa mão pra fazer valer a pena, para ser único, mas na realidade preferimos achar que o amanhã será muito mais belo, tudo que acontecerá amanhã começa a ser criado agora. Sem dadiva do presente nunca haverá gloria no futuro, sem um agora bem vivido, não haverá um futuro de sucesso. Podemos ler, reler, ver, examinar, pensar, repensar, mas nada disso faz sentido se o agora , o hoje não for usado com sabedoria e força. Você pode pensar que a vida é injusta, que o mundo é cruel, que tudo no universo e seletivo que ficamos de fora, mas como estamos usando o presente está refletindo no amanhã que queremos. Você pode fazer hoje valer a pena para escrever a sua história ou usar o amanhã para reclamar e contar as história dos outros. Desgraças e graças estão todos os dias em nossas vidas, tragédias e bênçãos estão a nossa porta, vida e morte, mas como você vê e escolhe o que fazer agora vai mostrar o melhor ou pior em sua vida. Se não houver amanhã o hoje valeu a pena? Não haverá amanhã, não haverá amanhã, o que você vai fazer?
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mmlcc08032021sss · 3 years ago
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22
OUT
2021
“Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente” (Lucas 12,56-57).
Temos que cuidar muito para a hipocrisia não dilacerar o nosso coração, porque é uma hipocrisia, de fato, sabermos distinguir quando as coisas estão nos incomodando. Quando dizemos: “O tempo está fechado. Vai chover”, “O tempo está aberto. Vai fazer sol”, é porque sabemos olhar os aspectos da natureza. Também sabemos olhar as pessoas, se estão bem ou não, de acordo com os nossos interesses, mas, muitas vezes, portamo-nos numa atitude de indiferença e falta de cuidado.O discípulo do Senhor é aquele que está sempre atento aos sinais dos tempos. Primeiro, atento ao sinal do tempo em que nós vivemos. Não podemos ignorar as coisas que acontecem no meio de nós, como se tudo estivesse bem quando tudo não está bem. Vivemos tempos acelerados, vivemos tempos de profundas transformações e não podemos nos comportar com ingenuidade diante dos acontecimentos do tempo presente de forma alguma.
Que saibamos interpretar os tempos em que nós vivemos com a graça, com a luz e com o discernimento necessário que o Senhor nos dá
Não é simplesmente achar que vivemos uma revolução digital e tecnológica, com tudo aquilo ela que traz, realmente é um mundo de transformação, mas não consigo prestar atenção no que está acontecendo ao meu lado. Os pais que não conseguem prestar atenção nas transformações que seus filhos estão vivendo... Não estou aqui para acusar, estou aqui para alertar a cada um de nós. Muitas vezes, um filho fica trancado dentro de um quarto dia e noite, e um pai e uma mãe não estão atentos ao que está acontecendo; muitas vezes, ele está lá escravizando-se com esses meios digitais, vivendo processos de transformações profundas, e não estamos atentos.Você sabe que, desde pequeno, você acompanha uma criança; e todo e qualquer processo de mudança exige uma atenção, até porque causa uma tensão, mas toda atenção não é para nos deixar tensos, é para nos alertar do que precisamos cuidar, o que nós precisamos fazer, como precisamos agir.Não deixe as coisas andarem por andarem, não deixe as coisas acontecerem por acontecerem; incêndios seriam evitados se as pessoas prestassem atenção na primeira chama que se acendeu e apagasse aquela chama. “Mas é apenas uma 'chaminha'. Não tem problema”. Tem! Porque depois provocam desastres porque não se cuidou daquela pequena chama. Quantas coisas acontecem no nosso corpo! Às vezes, é uma "verruguinha" que vem; às vezes, é um sinal de que se cuidássemos daquele primeiro sinal evitaríamos o câncer ou tantas outras coisas, porque não prestamos atenção nos sinais que o próprio corpo está dando.É preciso prestar atenção nos sinais dos tempos. E aqui não é criar alarde, não é ser profeta da desgraça, não é sempre ficar prevendo ou provocando o mal, mas é cuidar para que o mal não cresça. Se estivermos atentos aos sinais da vida, nós a viveremos com mais cuidado, mais responsabilidade, sabendo transformar os tempos em que nós vivemos.Não sejamos hipócritas, se nós sabemos interpretar tanta coisa, que saibamos interpretar os tempos em que nós vivemos com a graça, com a luz e com o discernimento necessário que o Senhor nos dá.Deus abençoe você!Padre Roger Araújo
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praza-teatro · 4 years ago
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32m2. O ABSURDO DO DESASTRE. Por Diego QS
Um 14 de março de 2020, sexta-feira, o presidente do governo anunciava que teríamos que ficar nas nossas casas durante (de primeiras) 15 dias. A sexta-feira 12 de março de 2021 ButacaZero estreia 32m2, umha comédia absurda bastante realista que pretende reflexionar sobre o que passou nestes 12 meses. E o domingo 11 de abril e o sábado 8 de maio vejo eu esta obra na Casa da Cultura de Melide e no Teatro Principal de Compostela, respetivamente.
A primeira pergunta é bastante precisa, dado o tema: porque recorrer à comédia para retratar umha tragédia como foi (e está a ser) esta pandemia? A segunda pergunta já seria “porque temos a necessidade de nos fazer esta pergunta?”, porque semelha que lhe há que ter um “respeito” a sucessos “importantes” da história, por isso de nom se burlar das mortes e cousas polo estilo, e semelha que esse “respeito” se tem de dar através dum género “sério” como o drama.
Piadas aparte, acho que o motivo polo que se recorreu à comédia é pola universalidade deste género. O drama implicaria contar umha história individualizada que possivelmente provocaria um certo rejeitamento por parte da recepçom, o drama obrigaria a umha identificaçom demasiado pessoal pra que a sociedade ainda nom está preparada, estamos a falar dum sucesso que ainda está a ocorrer. A comédia, e sobre todo o jogo tam absurdo ao que se chega nesta obra, provoca que a história poida ser “universal” (na nossa sociedade), e esta geralizaçom fai que ê espetadore se identifique com momentos concretos cum distanciamento que provoca que chegue a ver com graça as suas próprias vivências. Ao fim e ao cabo, a comédia é o que há mais lá da tragédia, esse género morto.
E logo de falar do género, temos de falar da estética, porque o primeiro no que pensei ao ver 32m2 foi na identidade de ButacaZero. E é que chegades a este ponto acho que já está o suficientemente perfilada como para falar brevemente dela. Quiçá #camiños, Despois das Ondas e 32m2, por exemplificar coas 3 últimas obras que vim delus, tenham grandes diferenças, mas tenhem alguns elementos comuns que definem à companhia: questionam através dumha história fictícia o relato criado em torno a umha história real (o relato da pandemia) e usam umha estética que combina as formas populares galegas coas linguagens cénicas contemporâneas. Já com esta tendência eu estou a desejar ver a seguinte obra desta parelha artística formada por X. Castiñeira e E. F. Carrodeguas, por serem umhes artistas claramente comprometides co aqui e o agora sociais.
E onde ficou a ideologia nesta pandemia? Esta pergunta está no questionamento que se fai nesta obra dende o começo. Na esquerda de rua sempre há esta preocupaçom polas contradiçons que temos a obriga de assumir no nosso dia a dia. E nesta obra isto fai-se patentíssimo, mas é que na realidade neste último ano assumimos contradiçons que as pessoas que nos definimos como “antissistema”, como as personagens de 32m2, nunca assumiríamos numha situaçom “normal”. Assumimos acatar todo o que diziam as autoridades sem o questionar o mais mínimo, vivemos esse absurdo de Mar pondo as luvas e quitando as luvas dependendo do que digesse Simón em cada momento. O medo, ao igual que a esta parelha, fijo que cambiássemos os costumes e as ideias.
Durante o confinamento estivemos contentes, aburrides, enfadades, confundides, excitades… Esta mistura de emoçons contraditórias no ritmo acelerado da comédia provoca o riso da comédia, nada novo. Mas desta vez as emoçons contraditórias a ritmo acelerado tivemo-las nós durante algo menos de 3 meses fechades nas nossas casas, nos que por primeira vez paramos a pensar e conversar. Na primeira cena, nessa coreografia cotiá, Mar e Xan nom falam, a sua vida é umha rotina coreografada. O paro obriga-lhes a falar. E voltam a nom falar noutros dous momentos da obra, com ritmos antagónicos, o texto passa a um segundo plano e volta cobrar importância a vida coreografada: no momento de máximo êxtase, no que o ritmo é o mais acelerado, no que passam o dia fodendo, e o momento contrário, o momento no que já, logo dum tempo, estám (estávamos) fartes deste jogo, a rotina fai que nem tenham ganas de foder e entra em jogo o ritmo oposto, esse momento que todes sofremos no que semelha que o tempo nom passa. E nesse momento a obra ainda nom está no seu ritmo mais lento, o ritmo mais lento entra em jogo na cena final, no momento no que abandonam o espaço de 32 m2 e estám numha nuvem, sabemos polo texto que estám baixo umha ponte. E nesta cena final ê espetadore passa de rir a cachom a lhe cair umha lágrima pola meixela (um recurso que nom é a primeira vez que vemos numha dramaturgia de Carrodeguas, por certo).
Há um gesto no que nos devemos parar (ou gestus, melhor dito), porque me levou a pensar na diferente recepçom que teria por umha pessoa que conhece minimamente a história do teatro e umha que nom, porque me interessam ambas, nom só a primeira. Pra alguém que nom conheça em absoluto o teatro brechtiano nesse momento seguramente sentiu igualmente que se parou o teatro, que todo se pausou, pola força que tem o gestus. Estou a falar do berro silencioso que emite Mar no meio da obra. Esse berro lembra-nos, inequivocamente, ao emitido por Nai Coragem nos anos 40, e produze polo tanto umha analogia, pra quem tenha essa referência presente, entre a Galiza pandémica e a Alemanha nazi.
E por suposto, devemos falar do espaço, o protagonista desta história. Por suposto, devemos reconhecer a cenografia de Beatriz de Veja, que nom é a primeira vez que trabalha coa parelha de ButacaZero, e já nos fica demostrado o bom trio que fam. O espaço é agoniante. O espaço é ver que 32 m2 é umha merda de espaço no que vive muita gente. Quando sentas na butaca o primeiro que vês é um espaço mínimo cum móvel central que quase o ocupa todo. Nesse móvel concentram-se todas as estâncias básicas dum piso (dormitório, cozinha e banho). Haverá espetadores que pensem que esse espaço está mui exagerado, mas esse espaço é a representaçom perfeita da merda na que vive muita gente e que só conseguimos ver com claridade através dum espaço esperpêntico. Esta é a história oculta no relato da pandemia, estes espaços agoniantes sem as famosas varandas.
Pra rematar, há pessoas às que ainda nom mencionei. O que me levou primeiramente a querer ver esta obra desde o momento no que se anunciou, sabendo que nom ia sair igual do teatro, foi a colaboraçom de ButacaZero com Rodrigo Cuevas. A música deste asturiano envolve a cena numha atmosfera criada pola combinaçom do tradicional co contemporâneo dende o começo, dende antes de precisar ver nada já temos no espaço sonoro o popular na contemporaneidade, que se desenvolve num problema de velho (a miséria da precariedade laboral) agravada por um problema atual (a pandemia). O fio da música, o espaço, a dramaturgia… vem-nos a dizer que o capitalismo, em última instância, mata.
Nom mencionei tampouco, e devo mencionar, a Nuria Gullón e Xurxo Cortázar, porque quando o trabalho interpretativo está mais que bem há-o de reconhecer. Nom é fácil atopar umha atriz e um ator que tenham essa presença e esse ritmo na cena. Por suposto, também mencionar a Beba Gayoso pola coreografia. Considero que ButacaZero reuniu à equipa perfeita, mui bem coordenada, que também é algo que nom se vê mui a miúdo, por desgraça.
Diego QS
32m2, de ButacaZero
Em Cena: Xurxo Cortázar e Nuria Gullón
Texto: Esther F. Carrodeguas
Música Original: Rodrigo Cuevas
Cenografia e Luz: Beatriz De Vega
Construçom: José Faro “Coti”
Vestiário: Alicia Root
Coreografia: Beba Gayoso
Aj. Direçom: Anxo Outumuro
Produçom e Distribuçom:  Esther F. Carrodeguas
Direçom: Esther F. Carrodeguas e Xavier Castiñeira
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Coordinación deste blog sobre artes escénicas: Afonso Becerra de Becerreá
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justmatth · 4 years ago
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Querido Azul.
Já faz um tempo o qual não nos falamos, eu tentei escrever sobre você por uma boa parte nos últimos dois anos, mas...;bem você sabe. Depois que o Verde se foi tem sido difícil e tudo que eu queria falar sobre você, acabava em uma narrativa banal do término de um relacionamento homoafetivo aos 20 e poucos anos. 
No começo achei que não fosse sobreviver sabe? É como se estivesse me sufocando aos poucos, tudo que eu sabia sobre quem você era e o que góstava de fazer desapareceu, aos poucos bem diante dos meus olhos, parecia um degradê quando se pinta com lápis de cor até chegar ao branco, até poder se dizer Azul virou Desbotado ou ‘’Sem Cor’’. 
Muita coisa tem sido difícil nos últimos dois anos, Julia Baker e eu paramos de conversar com tanta frequência no final da faculdade, ela era uma boa amiga e eu achei que estaríamos próximos após toda a dramaturgia interminável de términos de relacionamentos chegasse ao fim mas, ela apenas sumiu por um tempo e foi parar e outro país. Foi meio triste porque sequer nos despedimos, e eu juro Azul, eu tentei mas no final, acho que não era uma despedida relevante para ela. As vezes eu sinto saudades, ela tem um ótimo gosto musical, eu até tentei me comunicar mesmo com ela longe mas parece que o distanciamento fica cada vez maior, porém não nego que estou feliz por ela, ao menos no instagram ela parece sorrir e finalmente ter encontrado alguém que a faça feliz, ela é uma dessas pessoas que merece ser feliz. 
Bem, quando aos meus ou melhor, nossos outros amigos, eles estão...bem? Em 2020 entramos em uma pandemia mundial que mais parece ter sido projetada para o seu mundo paralelo e irreal, não se ofenda....mas é a verdade. Desde então Marcela e Nathan e eu mesmo nos distanciamos. Eu tenho tentado não me cobrar quanto a ser presente na vida das pessoas e me sentir um péssimo amigo por isso, é uma construção diária e na maioria das vezes falha. Eu queria morar perto da Marcela outra vez, sempre que algo estava ruim eu corria para lá e apenas me sentia seguro e acolhido, ela sempre teve essa imagem de ser uma pessoa forte, apesar de não ser. Definitivamente, 2020 não foi um bom ano e demonstrou muitas fragilidades nas relações humanas. 
Eu ainda guardo algumas medicações as quais não tomei escondidas, eu sei que aquela vez tentamos algo ruim com isso, e admito que esses pensamentos ainda são mais constantes do que eu gostaria que fossem mas, é como ter um botão de autodestruição e não aperta-lo. Também voltei a beber e fumar mais do que de costume, acho que estou entrando em uma época ruim novamente e lidar com o fato de que eu sou uma pessoa complicada enquanto o mundo está morrendo por uma doença não tem ajudado. 
Érika e Mariana foram boas companhias durante um tempo mas, a Érika começou a se afastar, talvez por conta de que você ficou com um dos melhores amigos dela e mesmo vocês sendo amigos também, ele tenha prioridades com ele. Quanto a Mari e o restante do grupinho o qual sempre tivemos juntos, eu os vi uma única vez a pouco tempo, foi um passeio agradável mas desconexo do que costumava ser. Na passagem de 2020 para 2021 não mudou muita coisa, seus amigos vieram te ver na primeira semana do ano, foi bom e estranho ao mesmo tempo. Eu queria poder dizer ‘’hey vai ficar tudo bem, com todos nós’’ mas, não temos mais 17 anos e estamos com dilemas sobre orientações sexuais, o mundo ficou maior e sinceramente, cada dia mais assustador. E falando em coisas assustadoras, eu tenho começado a desenvolver fobia social a um nível extremo outra vez, alguns tiques nervosos perceptíveis tem me tornado corriqueiros perto de desconhecidos, o que não ajuda na hora de procurar um emprego. E antes que se pergunte, sim continuamos desempregados e com arrependimento profundo de não termos nos arriscado em outro curso e em outra cidade, o azar é tamanho que quando consegui um emprego na área de atuação (terceirizado para ser ainda mais estranho), fomos mandados embora 1 semana depois, ao menos não foi por uma falha pessoal e sim por conta de pessoas no poder da administração de políticas públicas as quais não querem gastar verba empregando ‘’recém formados’’ sem experiência, você trabalhou também por 3 meses em uma empresa na área do call center em 2020, aquilo ajudou a te deixar pior.  
E por fim, no campo das relações humanas e afetivas, nunca estivemos pior do que estamos. Eu deveria começar falando pela passagem a qual você beija seu melhor amigo/fica com ele por uma noite,  e mesmo nunca tendo pensado nisso gostou, porém você ficou pilhado com isso umas boas semanas até criar coragem de falar com ele sobre o ocorrido, ou.....; falamos sobre o caso do menino que você estava ficando e te dispensou porque queria passar em uma faculdade fora enquanto pegava geral, e quando ele não conseguiu passar apareceu bêbado na sua casa querendo sexo e perguntando se você estaria solteiro? Não querendo te vangloriar mas, você já foi mais autoconfiante e em situações assim teria superado tudo e mandado o babaca que queria apenas algumas fodas ir pastar bem cedo. Talvez sejam os episódios de depressão constante ou toda a desgraça que o mundo tem virado mas eu sinto falta de ser você, eu queria conseguir recuperar metade do que ser você era. Por fim, entramos no tinder, vários matchs mas sua insegurança pessoal, não fez com que durasse muito tempo, e nas últimas semanas você tem se culpado bastante por seus relacionamentos anteriores e pensado ‘’como eu sempre estrago tudo’’, eu achei que já tivéssemos superado isso mas, nah. Não dessa vez....
Querido Azul, peço desculpas pelo  desabafo longo e tardio, não tive coragem de falar sobre esses pesares com seus amigos, quero arrumar um jeito de ficar bem outra vez antes de reencontra-los e reestabelecer alguns vínculos, e não se preocupe, vou me esforçar para escrever um livro o qual de fato fala sobre você, antes de partir. 
Att. Um outro eu. 
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ccbrandao · 4 years ago
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Feliz Ano Novo de 2022
2021. Já cá estamos. Finalmente, não é? Esperámos por isto, não digo um ano inteiro, mas pelo menos os últimos nove meses. 2020 deu-nos a volta a quase tudo, mas o que importa é que já acabou. É isso? Chega a meia-noite e nós brindamos porque 2020 ficou para trás. Hoje, tudo é novo. Só que não. São demasiadas as coisas que vieram connosco para este a que tanto gostamos de chamar de ano da esperança. Não dá para apagar. Tenhamos calma com essa ansiedade de futuro quando tanto passado ainda por cá anda e andará.
Em 2021 há uma vacina que, acreditamos, vai acabar com a pandemia - demore lá o tempo que tiver que ser. A pandemia pode acabar em 2021, mas, de 2020, trouxemos coisas para muito tempo. Algumas para sempre. Trouxemos números enormes de mortalidade, pessoas que, a maior parte, sim, tinha problemas associados. Mas problemas com os quais eram capazes de viver não fosse a covid-19, não fosse o que nos escapou das mãos, as obrigações, e não fosse tanta coisa errada e egoísta que fizemos em nome da nossa liberdade. São exatamente 6972 pessoas que morreram em Portugal devido à covid-19. É com cada uma delas que entramos neste novo ano. Não são passas que nos custam a engolir. São pessoas que não podem desaparecer do nosso pensamento se queremos algo verdadeiramente novo. São os nossos avós, pais, amigos que não ficam em 2020 e pesarão nas nossas decisões e atitudes deste ano que está a começar.
Depois dos foguetes da meia-noite, cá estavam também os nossos restaurantes, os bares dos amigos, as nossas lojas preferidas, os mercados de todos os dias há tantos anos, os palcos das nossas alegrias, os alojamento que ansiávamos conhecer, todos de porta fechada. Quantos permanentemente? Não há esperança de vacina que pague dívidas e salários, que ponha comida na mesa e um teto sob as cabeças. As primeiras previsões falam numa taxa de desemprego de 8%, que não ficou para trás depois das 12 badaladas. Durará mais do que o que gostávamos, nós os não confortáveis com a desgraça dos outros. Porque a deles é a nossa, mais direta que indiretamente. E há brindes muito amargos.
Nos Estados Unidos, 2021 ficará marcado pela tomada de posse de Joe Biden. Mas para aqui vieram, também, além de um atraso na corrida contra as alterações climáticas, as 545 crianças separadas dos pais na fronteira com o México. Pais de quem não se sabe o paradeiro em nome de uma política de defesa que ataca tantos valores que julgávamos certos por aqueles lados. Não basta virar o ano, e ainda que Biden tudo faça para a reunião, é preciso carregar os largos dias de traumas que aquelas crianças vivem. Em 2021 e por outros tantos anos. Não são apenas eles, os americanos, é algo que carregamos todos.
Como carregamos, para este ano que se diz novo, o peso dos nomes de George Floyd, Bruno Candé ou Ihor Homenyuk. Desejar paz e justiça para 2021 não apaga a brutalidade do que vimos em 2020, não devolve estes pais aos filhos. Se não nos dispusermos a mudar as nossas atitudes e a lutar por políticas de igualdade, não basta mudar o calendário e recomeçar as contas. Contas como as que apenas somam mortes no Mediterrâneo. De 2020, mais de 600 pessoas afogadas a fugir de conflitos e misérias devem assombrar o nosso medo desinformado, as nossas escolhas no momento de olhar para os assuntos da Europa em 2021. Para que, simplesmente, se deixe de morrer no mar porque de um lado da costa há tortura, e do outro indiferença.
Este é também ano de eleições presidenciais por cá. E não é que vá trazer novidades, mais cinco anos do mesmo, todos sabemos. Mas há coisas de 2020 que trouxemos para estas eleições. O crescimento de uma fação que nasce do egoísmo e da ignorância e se atreve a ultrapassar praticamente todas as outras opções. Não fomos capazes de elucidar os adeptos do “ele diz as verdades”, demos-lhe palco, holofotes e audiências. É difícil resistir aos soundbites, claro. Até nos rimos porque nos parece um espetáculo divertido, não fosse tão desonesto, e, acima de tudo, tão perigoso.
Porque não lhe demos importância, o movimento cresce, vai buscar quem procura a saída mais fácil, mais egocêntrica. Cresce e obriga agora a um voto útil para nós, aqueles que, descontentes com o atual, ainda assim (ou precisamente por isso) achamos que votar é preciso, é importante. Contra fascistas e contra a sempre presente política do “são todos iguais” e do “o meu voto não faz diferença”. Desta vez, mais do que um direito, é nosso dever ir votar contra a ascensão destas forças, enfraquecê-las, deixar em janeiro de 2021 o que não fomos capazes de parar em todo o ano anterior. Trazer apenas a memória, para hoje e para o futuro - sempre - de para que se fez o 25 de abril.
Começou, finalmente, este tão aguardado ano de 2021, o ano do qual não queremos contar como mais um. Muito menos mais um à semelhança do anterior. Diz valter hugo mãe, que “o que nos muda também nos acrescenta”, mas não basta acrescentar um ano se não mudarmos. Atitudes, motivações, a relação com os outros em todos os níveis. Numa das tiras da Mafalda, Quino lembrava-nos como “as pessoas esperam que o ano que começa seja melhor que o anterior” quando, na verdade, “o ano que está a começar é que espera que as pessoas sejam melhores”. E eu concordo. Achar que, com tanto 2020 nos ombros, 2021 vai ser um bom ano é depositar demasiadas esperanças nas pessoas. E sabemos como a coisa corre quando o fazemos: em setembro já estamos ansiosos pela passagem de ano (só não é antes porque o verão atenua sempre tudo).
Que 2021 seja mais e melhor do que aqueles primeiros três meses durante os quais ainda costumamos ir mantendo as nossas promessas e resoluções. Venha daí essa vacinação em massa, pois claro. Mas que pensemos, ao mesmo tempo, que somos a cura para tanto que de mau trouxemos de 2020. Para que à meia noite de 2022 possamos dizer “Feliz Ano - realmente - Novo!”.
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