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fadasbrasileiras · 2 years
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Por que eu não me aceito?
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Por que diabos eu não me aceito?
Não tem um dia em que depois do banho eu olho para o meu corpo limpo de roupas e não veja os meus "defeitos". Não tem um dia em que meus olhos não correm meu corpo de cima a baixo, e só identifique aquilo que eu não aceito em mim mesma.
Não tem um dia que eu não olhe para minha própria bun.da e ache ela feia, ou veja minhas coxas como um depósito de gordura. Não tem um dia que eu não veja minhas estrias como sinônimo de desleixo e preguiça, e não como marcas de um corpo que amadureceu. Por que eu faço isso? Por que eu não me aceito? Por que não consigo olhar para o meu corpo e o reconhecer como perfeito, belo, exuberante e digno de estar na capa de uma revista, e de ter milhões de likes em uma foto de biquíni?
Por que eu só enxergo meus defeitos?
Olá querida amiga, ou queride amigue, é com essa introdução penosa que retorno aqui para o blog (é a Rebeca aqui, caso você pergunte. Kk). Esse vai ser o meu primeiro post do ano, trazendo um papo um tanto delicado para mim mesma, mas que tenho como meta a ser alcançada nesse ano (ano pessoal, porque agora tenho 22. E pode tocar Taylor Swift fazendo o favô!!).
Enfim, já faz um tempo que quero abordar esse tema e falar sobre autoestima feminina, e sobre o corpo da mulher perante a sociedade e ela mesma. E bom, depois de uma crise existencial agorinha a pouco em frente ao espelho, onde passei o raio X em todos os meus "defeitos" ao ponto de criar um bolo na minha garganta. Criei a coragem de me responder o porquê que eu não me aceito do jeito que eu sou. E começar a escrever esse post desabafo/reflexão sobre meus próprios problemas, e como eles se conectam com os nossos problemas como mulheres na sociedade (brasileira/mundial) em que vivemos. Espero conseguir me ajudar, te ajudar e nos ajudar com esse triste, confuso, problemático, mas necessário post.
Bom desde muito cedo eu sempre tive problemas de aceitação com a casinha corporal em que hábito. Fui uma criança considerada "gorda"; mas que hoje, ao rever minhas fotos, me considero normal, saudável, positivamente bochechuda e urgentemente necessitada de um auto abraço. Mas enfim, logicamente que a 10 anos atrás eu não estaria pensando dessa forma. Me lembro que com menos de 10 anos de idade, eu pensava que seria gorda pelo resto da minha vida (como se fosse uma coisa ruim!) e muito influenciada por todos os programas de domingo e suas "transformações estéticas"; planejava a longo prazo, que quando fosse adulta faria com certeza uma lipo, colocaria silicone e todos aqueles aparatos que me "fariam bonita". E que em nada me lembrariam meu pequeno e crescente corpo infantil, que tanto odiava. É horrível lembrar disso, porque vejo o quão problemática com a minha própria imagem eu cresci. Eu tinha menos de 10 anos, e odiava meu corpo, e a todo custo queria mudar ele. Fosse a pequeno ou longo prazo. De verdade, se fosse possível (se Doctor Who existisse) eu voltaria no tempo, e falaria que eu era perfeita do jeito que era! Uma Rebequinha maravilhosa, cheia de qualidades e que suas três "dobrinhas" nas costas não diminuíam em nada suas capacidades, inteligência, beleza e fofura. Mas né, isso ainda não é possível.
Mas desde então, sendo essa a minha lembrança mais antiga que tenho sobre aceitar meu corpo e o ver como 100% pleno. Vivo desde então no limbo entre gostar muito da minha casa de 1,65 cm, ou odiar ferozmente partes dela.
Quando estava na adolescência, considerava meu corpo como 50% bonito e 50%: "bom de melhorar". Parecia desengonçada demais para gostar de mim, e a "fase de crescimento", ainda mantinha uma esperança de que conforme envelhecesse; com um passe de mágica eu me transformasse na minha própria "mulher ideal". Aquela versão perfeita de mim, que era um híbrido de todas as musas televisivas que em nada se pareciam comigo. Já que não sou branca, loira, europeia ou cliente vip do Tio Pitangui. Ou seja, na adolescência ainda não reconhecia minhas raízes genéticas, ou se quer me aceitava como uma versão resumida da minha "mulher ideal."
E a partir daí, minha vida se tornou complicada de muitas formas. Mas, consegui "alcançar a graça" de me achar bonita e construir uma auto estima "sólida" quando passei dos 18 anos. Mas isso é claro, vestida. Vestida eu era inabalável! Gostava do que via, mas mesmo assim minha mente listava o "Top 4 defeitos do meu corpo", antes de dormir. Como se fossem tópicos para melhorar, já que tudo estava "ok", e só com mais "alguns ajustes" poderia me amar por completo, ou fazer uma outra pessoa me amar. (Saca a problemática!?)
Quando entrei na casa dos 20, passei a me identificar como feminista (uhu!!), e me interessar muito por auto estima da mulher, e toda a parada social que envolve a imagem que construímos em nossas cabeças a respeito dos nossos corpos. E a forma que ela são baseadas em padrões absurdos e desumanos de beleza, construídos pela sociedade machista e patriarcal. E a cada dia, como uma boa cyber ativista, via que toda imagem que circula nas redes e faziam sucesso, eram como dinamite a explodir a auto estima inexistente de uma Rebequinha de 10 anos; que planeja fazer cirurgia plástica quando crescer. Um absurdo social, que precisa urgentemente ser mudado!
Mas aí vem o 'plot twist': ao mesmo tempo em que eu passei a enxergar que toda essa minha auto cobrança sobre o meu corpo, e meu ódio compulsivo sobre meus "defeitos característicos" eram mais uma reprodução da construção social machista sobre o corpo de mulher ideal. Eu também passava a negar essa afirmação, de forma "inconciente". Louco, não? 
Por mais que estivesse consciente que eu não me aceitavam "de propósito", eu também não tinha forças para deletar de vez o "Top 4 defeitos abomináveis do meu corpo". Onde diariamente eu buscava por soluções efetivas para:
4° braço flácido e com covinha
3° pelos corporais
2° estrias
1° celulite
Sim, eu sei. Sou uma grande hipócrita!
De verdade, por mais que estivesse desperta e enxergasse que a sociedade não aceitar pelos no corpo da mulher, celulite, estrias e medidas desproporcionais por ser algo fora do padrão das construções machistas, misóginas e problemáticas. Ao mesmo tempo, no fundo, eu não queria ter estrias, celulite, pelos e medidas desproporcionais. Mesmo vendo que o problema não era em mim, e nunca havia sido meu, eu não deixava (e não deixo. Infelizmente. ) de os costurar em mim.
Olhar para a celulite e estrias na minha bun.da, nunca esteve atrelado ao meu auto carinho, ou ao olhar de auto amor. E muito menos ao pensamento que reconhece, que uma bun.da grande tem gordura e que celulite faz parte dessa gordura. E é normal! Nunca olhei para minhas estrias, e vi que elas estão ali porque minha bun.da se tornou a bun.da de uma adulta. E que está tudo bem, tudo estar ali, fazendo parte de mim, da minha origem, e da minha essência. Eu nunca olhei para os meus pelos na barriga (que hoje tento apelidar carinhosamente de "pelúcia") e vi que eles são traços genéticos, que moldam meu sangue e a união de diversos povos, e suas infinitas características. E que se eles estão ali no meu buchinho, é porque tem motivo!
Eu nunca olhei para o meu braço volumoso e com covinha, e vi com carinho o braço da minha avó paterna. Eu nunca olhei para o meu corpo e o vi como um corpo de resistência a tudo aquilo que eu como mulher, fotografa e feminista, luto todos os dias para fazer o mundo aceitar. 
Isso é estranho eu sei. Mas eu só sabia/só sei, reconhecer a beleza real e verdadeira no corpo de outra pessoa, e não no meu. Hipócrita? Sim!
Hoje mesmo, a Ashley Graham (modelo que gosto muito.) postou uma foto mostrando suas estrias na barriga. Resultado do crescimento das duas vidinhas que ela carregou durante 9 meses. E quando olhei para aquela foto, falei para mim mesma: "Que mulher linda do caramba! Olha que marcas lindas! #teamoAshleyGraham".
De novo, tendo consciência de que a beleza real é a mais bonita, e de que mulheres não são feitas de plástico. Reconhecendo assim, e como sempre, a beleza em outro corpo que não era o meu.
Só que aí, nem 1 hora depois de ter elogiado a Ashley, olhei para o interior do meu braço com linhas brancas, para as minhas coxas com textura de gordura, para minha bun.da com "formato estranho", estrias brancas e celulite de sobra. E dessa vez eu não falei: "Que mulher linda do caramba! Que marcas lindas! #teamoRebecaJesus".
Triste? É eu sei. Quando chegou a vez de me reconhecer, eu não reconheci. De ver a beleza real no meu próprio corpo, eu me recusei a ver.
E muito pelo contrário, fui apenas atingida por muitos pensamentos aterradores enquanto passava hidratante na minha pele, de frente para o espelho. Como: "E se eu fizer agachamentos?", "Agachamentos levantam o bumbum.", "Será que retirar estrias ainda é muito caro?", "Por que minha coxa é assim?", "Ahg! Essas estrias! Elas aumentaram?".  E que a cada movimento ascendente, circular e linfático mais e mais vigoroso, ao ponto da minha pele ficar vermelha, todos esses pensamentos diminuíram mais e mais minha auto estima e a confiança em mim mesma. Fazendo com que eu me sentisse da mesma forma, com que me sentia quando tinha 10 anos. A cada "não deveria ter tomado refrigerante hoje" ou "deveria ter mais cuidado comigo mesma", eu anulava minhas qualidades e nem se quer notava que aqueles pensamentos só reforçavam que meu corpo deveria ser perfeito para sociedade e não necessariamente para mim. O meu corpo só seria aceito por mim, depois que ele fosse aceitável pela sociedade. Sociedade essa que não vive, e nunca viveu sob a minha pele.
Digo isso por quê, buscando a motivação de todos esses pensamentos encontro algumas respostas. Por exemplo, eu nunca usei shortinho jeans em toda a minha vida. (Um pecado pra quem é piriguete, como eu!). Sempre tive vontade, mas por conta de uma construção familiar (que eu conto outro dia) nunca pude usar. Mas agora, mesmo tendo "me libertado" dessa tal "construção familiar", eu não tenho auto confiança em sair mostrando para todos minhas coxas flácidas e com celulite. E por quê? Porque VÃO pensar que eu não malho, que eu sou preguiçosa e que estou gorda. Afinal, uma coxa com celulite não está nos looks de shortinho que tenho como inspiração no Pinterest, ou naquele que têm diversos likes no Instagram. Então por que eu iria me expor ao ridículo, usando um?
Viu?! Notou?! Eu coloquei inconscientemente a vontade da sociedade, sob a minha vontade e me anulei, rejeitei, odiei e não me aceitei. De novo! E o pior: inconscientemente. Já que tenho a plena consciência de que nossos corpos devem ser livres de padrões de beleza. Mas enfim, tenho problemas e não os nego. 
Fora outro absurdo que também impede minha aceitação, e esse é imperdoável!
Um dos motivos principais pelo qual eu não aceito o meu corpo, é porque fico pensando no que a pessoa com quem eu for me relacionar vai pensar ao me ver sem roupas. (Escrevendo dá mais raiva do que pensando. Aff). 
Eu inconscientemente me preocupo sobre como eu, uma mulher cis, vou parecer para o cara que resolver pegar. Me preocupo no que o cara vai pensar sobre minhas celulites, pelos e estrias, quando me ver sem nada. Eu fico inconscientemente noiada, em agradar e atender o ideal estereotipada e problemático de corpo feminino, para um cara me desejar, baseado somente no meu corpo, e durante uma noite. Isso é muito absurdo!! E o pior: é inconsciente e automático. Por mais que eu me esforce, em algum momento do meu dia eu vou pensar, em me moldar para atender essa toxidade horrível e machista.
Toda essa minha pira com o meu corpo, só contribuí para toda a destrutiva história de que nós, mulheres, nunca fomos nada mais do que um "corpo". O corpo da sociedade! Corpo esse que nunca foi meu, nunca foi seu; mas sempre foi da sociedade. Onde ela sempre pode ditar o que é certo ou errado, e nós tivemos que aceitar consciente ou inconscientemente. Eu não deveria estar me preocupando com o meu corpo, e muito menos com o que segundos pensam sobre ele, mas infelizmente tudo o que me cerca me obriga diariamente a não me aceitar.
Estou realmente cansada de mal tratar minha casa. De olhar ela com um olhar julgador, de me tocar com movimentos bruscos na busca incansável de reduzir e eliminar meus "defeitos". Estou farta de querer lutar contra o padrão, mas no fundo querer me manter segura e "aceitável" nele. Eu não aguento mais pensar em agradar os outros, sem estar me sentindo agradável para mim mesma. De verdade, eu não quero mais viver desse jeito! E não quero que nenhuma de nós, viva desse jeito.
Quero um dia me olhar no espelho com carinho e amor. E ficar feliz em ver todas as minhas (im)perfeições, e todas as marcas e traços que fazem de mim uma grande gostosa. Quero alcançar a evolução de espírito de enxergar a real beleza no meu corpo primeiro, e de não ter medo de mostrar ele ao mundo. Espero um dia conseguir ficar sem roupas e me achar linda vestindo a minha belíssima pele. Não me importando com o que os outros pensam ou não sobre ela.
Quero um dia, espero que o mais breve possível, me aceitar de corpo inteiro!
E assim queride leitore, não desejo isso apenas para mim,  mas para você também. Espero que você também possa enxergar e aceitar suas (im)perfeições. E se olhar no espelho com amor da cabeça aos pés, admirando cada curva e sombra sua. E que em um futuro, nós venhamos nos orgulhar juntos dos nossos corpos aceitos e reais. Que a gente venha pavimentar uma estrada, com mais auto amor e respeito para nossas próprias casas. E que assim, a mudança da sociedade parta primeiramente de nós, e assim a gente reflita tudo o que há em nós para todo o mundo. 
Bom, acho que acabei por aqui! (Aplausos!) Espero ter te ajudado em algo, e que assim como eu, você também exercite sua aceitação. Por que afinal de contas, nós somos maravilhoses e merecemos o melhor amor desse mundo, e a melhor vida que existe no universo. E é sobre isso!! 
Um grande beijinho para você. 
E até o próximo post!
Ps. Não deixa de visitar a gente também no Insta, tá? É @_fadasbrasileiras. Ten várias novidades por lá, e você vai gostar com certeza!
Enfim...
Com esperança de aceitação, 
Rebeca.
...
:: Playlist 1#::
Freedom - George Michael 
- Porque é a única música que lembro ao pensar em liberdade e aceitação. 
Nobody Like U - 4Town (Do Red sim!!)
- Porque todes nós somos Mei Mei né?!
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fadasbrasileiras · 3 years
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O dilema dos vinte e poucos...
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20, 21, 22, 23 e contando. Entrar na casa dos 20 é uma mistura de "sou adulto e agora?" com "eu consigo até os 30!" e por fim "será que até os 30 eu consigo tudo isso?" Porém sinto lhe dizer, esses 10 anos até os 30 tudo muda. A confiança do "eu consigo" parece ser roubada pela realidade e muda pra um "eu acho que não consigo." Baseado em fatos reais, eu digo que os vinte e poucos são subidas e ladeiras á baixo kkkkk. E tudo bem.
Quando cheguei na casa dos 20, eu estava plena (ou quase) no meio da faculdade e fazia altos planos pra antes dos 25! E é claro, que eu caí do cavalo bonito. Sai da faculdade com meus 22 quase 23 e tomei uma realidade dura bem na cara. Recém formada em 2017 e com um psicológico inexistente, o resultado não foi positivo.
Me encontrei em uma onda de comparação e cobrança que era maior que minha sanidade. Uma hora eu tinha 17 anos e na outra estava com 23 e: tinham pessoas (com a mesma idade que a minha ou próxima) casando; tendo filhos; fazendo a 2° faculdade; indo morar fora; dona do próprio negócio; comprando casa...enfim, vivendo suas vidas. Mas pra mim eu era única que não tinha "evoluído" e tava presa, estagnada e paralisada. Me senti uma inútil. Tudo o que eu tinha conquistado não importava mais, e na minha cabeça eu era nada! Só enxergava o que poderia ter feito ou o que tinha deixado de fazer.
Era uma auto sabotagem sem fim. Acreditava que o eu estava fazendo não era o suficiente perto dessa "grandeza" alheia. E sim, eu estava tentando e não dava em nada. Você também jovem leitor deve ter passado por isso também: fazer o seu melhor e não funcionar. Nessa altura eu procurava emprego e recebia mais nãos do que entrevistas. E o meu pensamento era: "será que o problema não sou eu?", sendo que o resultado desses nãos era o resultado de coisas muito maiores do que eu e qualquer outro jovem. Estávamos e estamos vivendo em uma sociedade governada após um golpe, com uma economia lascada, fome, miséria e um Palpatine atual no governo. Mas não, eu achava que a culpa era toda minha por não ser bem sucedida antes dos 25 e atender as espectativas padronizadas alheias.
Ser bem sucedido antes dos 25 é quase impossível dentro dessa realidade gritante brasileira. Ou você nasce previlegiado ou tem muita sorte. Ou tem um psicológico de milhões, ou sofreu tanto pra conseguir que não consegue nem aproveitar.
E nisso tudo, eu era a garota recém formada com zero expectativa de um final feliz para os meus planos antes dos 30, e é claro, isso me rendeu muitas crises de ansiedade. Isso somado a situação do país (de 2017 até agora, porque só piorou), problemas familiares, financeiros e uma realidade fantasiosa cheia de expectativas que só existia na minha cabeça, me fez acreditar que eu só era mais um número na multidão e que valia de nada. Ser mulher dentro dessas expectativas alheias é pior ainda, pois se acrescenta o prazo de validade de "criar" uma família antes que seu útero "apodreça e caía" (contém ironia ao extremo), já que ter filhos depois dos 30 é uma enorme vergonha. Principalmente dentro da religião que eu cresci. Uma tremenda lavagem cerebral, isso sim!
Mas isso tudo somado, só me deixava mais pra baixo, já que ser bem sucedida, seguir carreira e se eu quisesse em um futuro ter filhos, já não era possível, já que a idade estava correndo e eu aparentemente não ia conseguir. Na visão do outros, é claro. E essa comparação com a vida alheia foi triste.
Simplesmente parecia que a vida era uma programação robótica que eu devia seguir e não estava conseguindo. O padrão provavelmente iria me atropelar.
E o tempo foi passando e no meio disso tudo, cheguei aos meus 25, bem no ano de 2020. E sim, veio a pandemia. E nisso me fiz muitas perguntas do que seria realmente a vida.
Afinal a realidade foi dura com todo mundo! O mundo não era mais o mesmo e nem eu. Em meio a esse caos que foi 2020, tentei colocar os "pingos nos i's" e aceitar as minhas verdades. Nesse meio tempo eu entendi que cada um tem seu tempo, somos totalmente diferentes e o que for pra ser, será. Não adianta eu/você nos colocarmos em uma realidade que não é a minha/nossa. Enfim, parece até clichê, mas eu me aceitei de vez, incluindo minhas dificuldades e sigo respeitando meu tempo.
Pra você que também passou ou está passando por isso, posso lhe dizer que tudo bem. Não precisamos ser todo mundo. E tudo bem! Tudo bem trabalhar fora da sua área; tudo bem conseguir o primeiro emprego ou a primeira faculdade depois dos 25; tudo bem não saber qual faculdade fazer; tudo bem estar se entendendo ainda; tudo bem não querer casar; tudo bem ter filhos; tudo bem não se conhecer totalmente; tudo bem não fazer parte de um padrão; tudo bem e tudo bem!!
Somos diferentes e a vida é diferente pra cada um, o importante é viver. Vai ter dificuldade? Vai! Vai ter uma infinidade de nãos? Vai! Vai ter gente falando que você está errado? Vai! Mas o importante é tentar, se aceitar e seguir seu ritmo sem extrapolar. A vida é sobre acertos e erros e tudo bem chegar aos 20 ou 30 sem planos. Nem tudo é sobre certezas. As vezes é só sobre tacar um foda-se e tudo bem.
Eu, agora, com quase 27 ainda sigo nesse exercício. As vezes ainda me cobro, mas em uma intensidade bem menor e mais realista. Faço o que eu posso, tento com o que eu tenho e uma hora eu chego lá. E é sobre isso, tenha o seu próprio tempo e bora seguir sua vida, viva o seus vinte e poucos sendo você mesme e respeite o seu ritmo. E foda-se pra quem te encher sobre isso!
Obrigade pra quem leu até aqui e saiba que você não está só.
Pra essa texto eu separei três músicas que podem se repetidas ou não, mas a mensagem é sempre válida.
1. My Time - Jungkook.
É sobre a rapidez do amadurecimento, como as coisas nos 20 e poucos andam rápida ou devagar demais e sobre encontrar seu próprio tempo e ritmo. Escutei essa quando umas groselhas andavam pela minha cabeça justamente sobre isso e sim, eu não era única.
2. Oração ao Tempo - Maria Gadú.
Essa mostra como o tempo funciona, que tem beleza no tempo passar e tudo bem, afinal, estamos vivos. Essa eu sempre escutava mas não refletia direito. Mas nessas escutadas prestei assunto e não é que tem razão, viver é assim mesmo.
3. Amanhã Não Se Sabe - LS Jack.
Provavelmente essa é repetida, mas é sempre bom lembrar de aproveitar o presente. É um ótimo exercício e lembrete, principalmente se você é como eu: pensa tanto que até os pensamentos disputam corrida. KKKK. Enfim, desacelerar faz muito bem viu.
Link da nossa playlist:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=f1006ec39cd542b9
Um grande beijinho, das fadas brasileiras.
Com amor,
Vanessa
Aproveita e segue a gente no insta. ❤️
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fadasbrasileiras · 3 years
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Acabou, e agora?
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A gente piscou e é dezembro, de novo. Para mim 2021 e 2020 foram uma única coisa. Em muitos momentos desse ano me perdi no personagem, e não soube dizer se algo aconteceu em 2021 ou 2020. Foi uma completa bagunça na minha mente, e acredito que na sua também.
Honestamente esse ano passou tão rápido, mas não de forma positiva. Todos os dias foram angustiantes, e de repente já estamos no fim. Tudo pareceu como aquela cena Lua Nova, onde a Bella está sentada em frente a janela sofrendo com a partida do Edward, e vendo as estações passando sem reagir. Foi exatamente assim que me senti nesses 12 meses.
Desde janeiro até aqui, meu peito continuou pesado, e continuei fazendo papel de palhaça vendo a sociedade se degenerar dia a dia.
Foram tanto altos e baixos esse ano para todos nós, onde os baixos se destacam mais, infelizmente.
Para alguns, a dor foi constante e infinita, e até hoje inexplicável. Para outros a vida continuou como se estivesse em 2019. Enquanto para outros, foi uma mistura incessante de sentimentos anestesiadores, que arrastou o corpo até dezembro.
Enfim, o que quero dizer é que 2021 foi um ano de extremo contraste na sociedade.
Em alguns momentos vimos pessoas buscando comida no lixo ou morrer de Malária, e em outros vimos uma galera festejando por farofa de blogueira e comendo pizza na calçada de Nova York.  Né?
Mais do que nunca vimos os terríveis contrastes do Brasil, e como eles levam a destruição e a morte. E dentro disso,  como sempre vimos os mais fracos perdendo em todas as ocasiões, sem erro. Mas o que não vimos em 12 meses e quase 365 dias, foi a justiça acontecer. Não vimos os maus pagando por suas maldades. Mas muito pelo contrário, vimos eles apenas desferindo golpes ainda mais violentos e baixos.
Foram 12 meses traumatizantes e torturadores,  para todos aqueles que buscaram apenas ver a justiça acontecer. E bom, agora faltam menos de 15 dias e tudo isso ficará no passado,  pois um novo ano vai começar. Mas é certo pensar assim, eu te pergunto?
Absolutamente não! (Já respondo!) Mais do que nunca, nós como sociedade devemos pegar todos as nossas dores, traumas e cicatrizes, e as usar como agente de mudança.
Pensa, o ano de 2022 é o ano da virada para nós no Brasil. Serão nos próximos 12 meses que teremos o dever e a obrigação de cobrar por justiça, verdade e mudança. E para isso não devemos esquecer tudo o que nos aconteceu nesse ano, por mais terrível que seja.
A partir das 00:00 do dia 1 de janeiro de 2022, cada vida perdida, cada objetivo não alcançado, e cada minuto de injustiça deixado em 2021, terá uma nova cor. A cor da justiça!
A explicação de todas as mentiras que ouvimos, só depende de nós mesmos como sociedade. Jamais devemos cair no conto de fadas do "deixa o passado no passado" ou "o quê já foi, já foi!". NÃO! Devemos ativar Câncer (ref. Astrológica) e jogar na cara todo esse ressentimento, toda a angústia, e toda sede de justiça. Chega de passar pano, gente!
Esse ano aguarda o desfecho do golpe de 2014, e o fim dos 4 anos de terror que vivemos nas mãos de meia dúzia de incompetentes. E o fim dessa trama dramática, só depende de nós.
Tenha certeza, que serão enormes as ondas de retaliação contra a resistência, e que nossa liberdade será constantemente ameaçada. Assim como todos os casos de perseguição, injustiça, e violência se tornaram cada vez mais frequentes e menos puníveis. Mas, isso por mais louco que seja, servirá como combustível para chama daqueles que se cansaram de abaixar suas cabeças. Formamos a geração da mudança, e não será fácil nos calar. (Eles que aguardem.)
Já chega de tanta injustiça, desigualdade e hipocrisia. Muitas vidas foram perdidas, e ainda estão se perdendo, para que a gente deixe isso barato, sabe? A sua resistência,  não importa o nível, ela é essencial e é poderosa. Somente acordando, e encarando todas as desgraças de frente é que conseguiremos vencer tudo isso. É preciso denunciar, expor e sempre lembrar, de tudo aquilo que nos assola. Assim, mostraremos aos nossos carcereiros que dessa vez difere, que Miguilim amadureceu e que o buraco é mais embaixo.
No micro ambiente, tenho certeza que esse ano também não foi um dos melhores para você. E que assim como eu, aquele pensamento de: "deveria ter feito mais" ou "eu não fiz nada esse ano", assombra seus pensamentos.
Se eu acertei, só quero dizer que você não está sozinha/o/e nessa!
Bom, esse ano foi extremamente pesado fora dos nossos corpos, que atingiu nosso senso de auto reconhecimento, sabe? Tudo foi tão conturbado, que as pequenas conquistas reais do nosso dia-a-dia.  E com toda essa avalanche os  nossos detalhes passaram despercebidos, e não foram comemorados ou se quer valorizados.
Por mais que todos estivessem batendo na tecla do auto cuidado, da atenção psicológica (o que é bom). No fundo, a gente sabe, que muita hipocrisia rola por trás de cada palavra como essa. Tanto que mais do que nunca, temos um padrão mais alto a se alcançar, sendo o padrão da saúde mental desequilibrada.  Mas um desequilibrado dentro do padrão, sabe? Aquele que tem  data e hora para começar e terminar, e nos colocar mais que de pressa de volta no jogo. Onde a gente vai fingir que nada aconteceu, e que a vida é colorida, e que tudo bem se dar "alta" das "bad vibes".
E junto com esse padrão, está o da valorização das pequenices. Mas as pequenices padrão, é claro!
Enfim, como sempre a sociedade tenta se ajudar, mas acaba caindo em mais um ciclo de cobrança, padronização e desigualdade. Que no final, não representa e nem ajuda ninguém!
Bom, fechando essa guia (que será assunto aqui no blog ano que vem) tenho certeza que esse ano você conquistou muitas coisas, e você está de parabéns por isso!
Quando eu digo muitas coisas, pode ter certeza que eu não estou falando da rotina de skin care (cuidado com a pele, em bom pt-br.) de mil e 1 produtos. Não! Estou falando, de quando você não estava a fim de levantar da cama, mas mesmo assim você levantou, e continuou. Tirando forças de sei lá onde, para seguir sua vida. Isso sim, é conquista! (Admiro muito, por sinal.)
Assim como, toda vez que você evitou um conflito/discussão porque sabia que ia dar merda, sabe? Sem dúvidas é uma grande conquista, e você deve se orgulhar dela.
E é claro, se nesse ano você se obedeceu e ouviu sua intuição, e disse: "chega de fazer papel de trouxa!" Você venceu demais, e brilhou na sua cidade!
E por último, e mais importante: Se você está completamente imunizade, e só aguardado a dose de reforço; só posso dizer que você conquistou um lugar no paraíso (se é que existe)
E se, você fez tudo isso, pode ter certeza que você é uma pessoa maravilhosa, e que conquistou tudo e mais um pouco em 2021. E desse jeito, 2022 será pequeno pra você, GIGANTE!
E é assim, que a gente reconhece nossas conquistas, e valoriza nossas próprias pequenezas. Vizualizando aquilo que realmente importa na vida, entende?
O que eu quero te dizer é que, não diminua seus esforços e suas conquistas, por que elas não se encaixam no padrão das outras pessoas. Você precisa apenas ser você,  e isso é mais do que suficiente! Toda conquista sua, por mais mini que seja, é valiosa SIM!
Uma coisa que aprendi esse ano, com as aulas Yoga da Pri Leite (abraço Pri Leite!!) foi sobre respeitar os limites do corpo, e de se esforçar sem forçar. Aprendi que isso é muito importante,  e com certeza será uma grande mudança na forma como me vejo daqui pra frente, sabe? Quanto a conquistas, meta e padrões, é basicamente nessa mesma pegada.
Em resumo, 2021 foi uma grande bomba de acontecimentos maioritariamente negativos para todos, mas por mais que sejam ruins serão eles a chave da porta para um futuro melhor. E a mudança só depende de nós. Ativar a memória, e lutar pela verdade, deve ser nossa maior motivação.
Desejo com todo o meu coração, que em 2022 nossas diferenças nos unam, que nossos propósitos sejam os mesmos e que a justiça não tarde mais.
Também desejo, que você possa alcançar seus objetivos no seu próprio ritmo, e valorizando cada micro conquista sua. Que com certeza merece ser reconhecida e aplaudida. Que em 2022, você possa ser ainda mais você, e cada vez mais você.
E será sobre isso, e estará tudo bem.
E nós aqui, Rebeca e Vanessa, só temos que agradecer por seu apoio nesse ano. Obrigada por militar, se emocionar, e refletir com a gente. 2022 será ainda melhor, aguardem com bastante carinho!
Obrigada por chegar até aqui, no nosso último post de 2021, e que a força esteja sobre nós.Um grandioso abraço de BR e um grande beijinho,
Rebeca (e também Vanessa).
:: Playlist 1# ::
- Alors on dance - Stromae
- Loser X Lover - Tomorrow Together (TXT)
Ambas são músicas que representam meu 2021, e que servirão para passagem pro 2022. São super dançantes, e dão uma boa vibe. Vale a pena escutar!
✨ e o link pra você: https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=P8Js6s-ISpasMrXXPDG-nQ
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fadasbrasileiras · 3 years
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Entre o ódio e o medo - do passado; do presente; e do futuro, no Brasil.
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Esse texto contém relatos cronológicos de sentimentos que persistem e tecem a trama da/o brasileira/o a aproximadamente 525 anos.
Medo: ''PSICOL: Estado psíquico (mental) provocado pela consciência do perigo, real, imaginário ou por ameaça.'' Ódio: ''1- Aversão ou repugnância que se sente por alguém ou por alguma coisa; antipatia, desprezo, enzona, odiosidade. 2- Rancor profundo e duradoura que se sente por alguém/algo.'' - Fonte: Dicionário Michaelis online. (michaelis.uol.com.br)
Não faço ideia de como vou continuar a escrever esse texto, afinal são tantas coisas para ter medo e ódio ao mesmo tempo. Desde o momento que idealizei escrever sobre esse tema, tudo piorou em uma escala tão absurda que não sei se sou capaz de formular palavras capazes de expressar toda minha angústia.A cada dia que passa vejo que a luz, a esperança, a força (sei lá como você chama) está cada vez mais distante de todos nós. Uma injustiça segue a outra e todas seguem a hipocrisia e o desamor. E parece que a alva nunca romperá. Quando intitulo esse texto como ''Entre o medo e o ódio'', é porque exatamente entre eles que me encontro e me perco vivendo a história presente, passada e futura nesse ensolarado e injusto país chamado Brasil. A história que foi construída até então, e a que vivemos hoje, enquanto estamos construindo a historia do futuro; todo esse caminho me assusta, e me provoca reflexões e sentimentos que sempre estiveram presentes, mas que não haviam sido encarados, até agora.
Você já deve ter se assustado com a avalanche de palavras tão assustadoras logo nas primeiras linhas desse texto. Mas meu bem, se você olhar para dentro do seu peito agora, é essas palavras que você vai unicamente encontrar. Hoje vivemos um dos piores momentos no país e no mundo; seja pelo vírus, pela intolerância, ou por toda desgraça que estamos causando ao planeta em proporções incomparáveis. Mas vejo tamanhos infortúnios como um caminho bifurcado, onde um lado do caminho leva a manter tudo como está e deixar tudo ainda pior; enquanto o outro lado nos dá a oportunidade de mudar, reconhecer e consertar tudo o que há de errado. Então é lógico que alimentada por tantos acontecimentos, eu escolho o segundo caminho, e me sinto na obrigação de abordar um tema que diz respeito a todos nós como sociedade; que é a nossa história. História essa que aprendemos na escola e com a mídia, mas que nunca paramos para refletir sobre todo o caminho de injúrias e injustiças que crescemos caminhando, sem ao menos nos perguntar o porquê de tantas pedras e sangue sobre ele.
Vejo que traçar um paralelo histórico que nos faça refletir sobre onde é que a gente chegou, e onde será que a gente vai parar com esse ritmo tão destrutivo; é uma maneira de invocar a mudança e a justiça. Encarar o medo de frente, e reconhecer todos os erros é evoluir e crescer. Também não deixo de dizer que o ódio não surge ''do nada'', mas tem uma origem e no contexto atual é ''A origem''. Sabemos que o ódio e o medo é histórico, revoltante, e nos ameaça com sua falta de fim. A história do Brasil já começou errada, e os frutos dessa semeadura infernal colhemos até hoje. As feridas nunca se fecham, mas muito pelo contrário, só há mais e mais dedos imundos para cutucar. E baseado nisso tudo, escrevo esse texto com o objetivo de levantar questionamentos, provocar reflexões, revoltas, medo, ódio e por fim mudanças, sobre nossa própria história; seja do passado, presente e futuro.
A começar redundantemente pelo começo a mais de 500 anos atrás, Pindorama estava na maior paz, até ser invadida pela galera da varíola. Sim! Os invasores europeus, que usam o pseudônimo de colonos, para justificar a violência e selvageria, contra toda vida que já habitava no território ''descoberto". E assim, damos início ao primeiro capítulo da desgraça nacional.
Antes de começar, gostaria de pedir licença a todos os povos originários de Norte à Sul do país, para poder falar sobre a história de vocês. Não sou indígena, pois infelizmente ainda não conheço minhas origens, mas sei e reconheço que a terra que me abriga hoje pertence unicamente aos povos originários, assim como o sangue que corre em minhas veias. Espero ter a capacidade de falar com respeito o pouco que sei sobre a história, vista com meus olhos estrangeiros que buscam mais do que nunca conhecer a verdade e a justiça. Então você que é indígena, por favor não hesite em me falar o que achou. Vou adorar te conhecer, ouvir sua história e sua opinião. Então fica aqui minha solidariedade e respeito a todos os povos originários do Brasil, ou seja, aos verdadeiros Brasileiros(as).
Infelizmente o etnocídio indígena encontrou moradia fixa e persiste a partir do momento que em que o homem branco europeu desceu de sua imunda caravela, sem o mínimo de respeito e educação. Os povos indígenas foram (e infelizmente ainda são) perseguidos e mortos por covardes bastardos que não se contentam com o que tem. A terra e toda vida que ela abriga foi banhada com sangue inocente de seus guardiões; atravessando séculos a medida que o invasor se embrenhava no território ancestral, privando a liberdade de quem já era livre e ocultando toda a história que já estava aqui. E tudo isso para quê? Por ganância, apenas. Nunca vou entender o que justifica o homem branco europeu se julgar superior aos povos indígenas? Ou a história e a vida de um lugar que não conhecia? É injustificável! E sim! É imperdoável.
O que mais me revolta, é a maldita história branca que aprendemos na escola, que valoriza e exalta como heróis a vida desse seres deploráveis, que se intitulam como ''descobridores do Brasil''. Não concordo que a história não reconheça as atrocidades cometidas por eles, criaturas que não tiveram a decência de saber quem eram os donos dessa terra, ou de se interessar sobre o que faziam e qual era a verdadeira história do lugar que invadiam. Mas não! Muito pelo contrário, o "colono'' chegou com toda sua lábia, mentiras, doenças e violência, para destruir aquilo que nunca foi (e nunca será) seu. Tratando os povos originários como fossem os parasitas invasores, e escrevendo a mentirosa história como se fossem heróis puros e inquestionáveis. Apenas lamentável!
E foi nesse lar intrépido que o Brasil se formou. Fizeram tamanha barbáries com a desculpa imbecil de que os povos originárias eram ''selvagens'', mas é mais do que evidente que os selvagens eram e são os brancos europeus, responsáveis por toda desgraça na história do mundo.  Vamos ser honest@s?! Falar sobre a perseguição e genocídio contra os povos indígenas do Brasil (e do mundo) é um assunto longo e injustiçado. Onde é visível que a Europa tem um débito ético  imensurável a quitar com a história, e com a vida de milhares de povos que resistem e aguardam que a justiça milenar seja feita, onde as marcas desse passado violento persistem até hoje em seus corpos.
Nossa terra abriga mais de 300 etnias indígenas de Norte a Sul do país, onde cada uma apresenta sua individualidade de cultura, costumes e história. Infelizmente (como sempre) aprendemos com a sociedade a generalizar os povos indígenas, como se fossem apenas um só, com características e hábitos estereotipados. E aí está o maior erro que cometemos contra os povos originários. As etnias indígenas são ricas e plurais, ao ponto de não se poder comprar os Guaranis com os Tikuna, por exemplo. Que vem de extremos diferentes do país, e logo apresentam uma cultura totalmente divergente da outra. Para o seu melhor entendimento, é o mesmo que comparar Brasileiros e Coreanos, não têm absolutamente nada a ver. Mas isso nós não aprendemos na escola não é mesmo? Então como iríamos saber? Realmente não há como saber enquanto estivermos imersos nessa imunda história, moldada e contada por brancos e para brancos. A história que aprendemos na escola é uma farsa, uma mentira bem contada que atravessa séculos, e que continuará atravessando rumo ao futuro se nada for feito agora. Agora pensa aqui comigo, se o Brasil pertence aos povos originários, por que não sabemos mais sobre a história deles? E a resposta a essa pergunta pode ser explicada pelo grande plano maligno de embranquecer a terra, com mentiras. Onde o homem branco além de invadir e destruir o território que não lhe pertencia, esse também subverteu a história ao ponto de somente a sua mentira ser considerada verdade; enquanto toda a verdade é ocultada e, por que não dizer, queimada. Está dando para acompanhar? Hoje não aprendemos sobre a verdadeira história indígena, porque os brancos não querem dar espaço aos povos originários para contarem a verdade. E quando acontece, logo dão um jeito de calar a voz da verdade, como o caso da professora de Rondônia que foi expulsa da escola que lecionava por "insistir na temática indígena", é mole? Não querem dar visibilidade para que se retire da escuridão a verdadeira face da história. A hipócrita sociedade embranquecida atual (e passada), sempre teve medo da verdade e de assumir seus erros mostrando o sangue nas suas mãos. E o pior disso é que na tentativa de se ''redimir'' acabam contando uma história mentirosa e carregada de estereótipos que têm sido exaltada  anualmente em todo 19 de Abril, e que de indígena não há nada.
Infelizmente toda pessoa, que não esteja em contato com a verdade contada pelos povos originários, terá o primeiro contato com a cultura indígena e as raízes do país, através da escola. Onde nos é contado uma história branca, carregada de estereótipos e mentiras, nos fazendo acreditar desde muito cedo que o ''colono'' é o grande herói que nos salvou da ''selvageria'' ancestral.  É péssimo, ver que em toda nossa jornada escolar a verdadeira história dos povos originários não ser abordada em nenhuma vez. Vemos que toda produção indígena sempre foi menosprezada pela sociedade, nunca pesquisada ou tida como alvo de estudo e valorização. Mas o que vemos, é uma ocultação e marginalização dos donos dessa terra, que são apagados da história geral.
No lugar da fala dos povos originários, vemos mais e mais histórias narradas por segundos. Até hoje o homem branco vê a cultura e a vida de indígenas, como objeto de experimentação acadêmica e admiração fotográfica em uma exposição em Paris. Onde através de imagens de objetivo duvidoso, continuam a reforçar estereótipos e a visão de que os povos originários continuam presos no tempo e parados em 1500. Isso é absurdo de maneiras imensuráveis, pois o homem branco acha que faz a sua parte, mostrando mais daquilo que o imaginário coletivo já têm em mente. Penso que se o homem branco quisesse interferir ainda mais na vida dos povos indígenas, que fosse para dar voz a eles, ou usar sua influência para convencer e denunciar as atrocidades que ele mesmo faz. Mas isso ninguém quer fazer, né?
Justo mesmo seria deixar os povos originários contarem sua própria história, sem a interferência de segundos. Ter um espaço igual na sociedade midiática, sem serem narrados pelo homem branco como se fossem pessoas incapazes de levantar sua própria voz. Dar oportunidade e iluminar as produções deles, seria a melhor forma de ''contribuir'', e o mínimo que se possa fazer após séculos de destruição e mentiras. E não me venha dizer que ''não há'' produções indígenas, pois há sim e sempre houve. O que nunca houve foi o reconhecimento, e a valorização de tudo aquilo que está relacionado aos donos dessa terra, e que seja contrária a história branca e mentirosa plantada nesse solo. Infelizmente esse direito e tantos outros tem privado a força dos povos originários desde 1500. Onde se você tiver o mínimo de bom senso vai saber que não tenha um dia em que uma pessoa indígena não tenha que lutar por reconhecimento, espaço, sua terra e todos os direitos que básicos que um ser humano deve ter.
Ver todas essas injustiças continuarem a acontecer aos povos originários, é o resultado da invasão que crescemos conhecendo como ''colonização'' nos livros de história. Marginalizamos os donos dessa terra e calamos a todos os instantes suas vozes, que carregam a verdade. Não sabemos nada sobre os povos originários, e continuamos a alimentar o imaginário coletivo com a imagem indígena, reforçando estereótipos de geração em geração. E me pergunto até quando isso? Até quando teremos esse débito impagável? Até quando vamos continuar a caminhar em cima de tantas mentiras históricas?
É horrível ver que em pleno século 21 ainda tentem moldar os povos originários dentro da destrutiva cultura europeia, onde as raízes são apagadas por não serem aceitas na ''civilização''. Nunca vou me esquecer da letra de ''Território Ancestral'' da Kaê Guajajara, onde ela diz ser ''(...) Kaê na mata, Aline na urbanização''. Com essa palinha já deu para entender do que se trata essa problemática que estamos mergulhados. Os povos indígenas até o ano de 1988 eram proibidos de usarem seus etnomes (nomes dados em suas etnias), e se apresentarem com eles na sociedade. Sim! A sociedade branca também implica com o nome de uma pessoa indígena. O nome! Pense, o nome que você recebe dos seus ancestrais, que carrega luta, vida, e resistência, não é aceito na sociedade por não ser considerado correto, ou integrado. É muito revoltante pensar nisso, pois com essa ocultação dos nomes dos povos originários, que carregam a pluralidades das etnias nele, foi que nossas raízes se perderam. Se perderam no sentido de que inúmeras pessoas indígenas foram ''renomeadas'' pela europeização, ou seja, por trás de todo Silva ou Santos, se esconde uma etnia que foi ocultada pela nossa terrível história. E esse é apenas um pequenino exemplo, das milhões de injustiças que os povos originários vêm sofrido todos os dias desde o infeliz contato com o invasor luso europeu.
Outro ponto que gostaria de abordar aqui é sobre o imaginário coletivo que a sociedade mantém sobre os povos indígenas. Imaginário coletivo, que se alia em tudo ao racismo estrutural. No qual hoje ao falarmos sobre pautas que lutem contra o racismo no país, acabamos olhando apenas para o racismo sofrido por pessoas pretas e a sociedade afro-brasileira. Mas o que pouco pensamos, ou paramos para observar é que o racismo também atinge as pessoas indígenas, em igual e destrutiva escala. Para primeiro exemplo, crescemos com o pejorativo termo ''índio'' que usamos para se referir a uma pessoa indígena. O problema é que essa palavra vem carregada de conotações e ideias racistas, e estereotipadas. Onde quando se falamos de ''índio'' vem a mente, graças ao imaginário coletivo, a imagem de uma pessoa que não usa roupas, que fala ''mim ser'', que é canibal e corre solta pela mata. O que é uma imagem absurda, racista e mentirosa. O termo índio, que aprendemos a usar desde cedo na sociedade, e que têm um dia para ''homenagear'', faz com que a pluralidade étnica dos povos originários seja reduzida e generalizada. Faz com que estereótipos e mentiras sejam reforçados, e que o conhecimento sobre a verdade identidade dos povos indígenas se torne cada vez mais distante de ser conhecida.
Por conta desse imaginário coletivo sobre a imagem do ''índio'', ainda hoje vemos que muitos consideram os povos originários como ''não integrados'' na sociedade, como ''atrasados'' e "arcaicos" em tudo o que fazem; vistos como se estivessem parados no tempo. Essa imagem racista está tão presente na nossa sociedade, que se ignora totalmente o fato de que os povos originários se integraram na sociedade europeia ocidental a partir do momento que teve contato com o piolhento homem branco em 1500. E que conforme a sociedade avançou em tecnologias, as mesmas também se integram na vida e cultura dos povos indígenas, assim como de toda pessoa não indígena. Não houve diferença. Mas um raciocínio tão básico ainda não chegou na mente atrasada da sociedade racista que vivemos, pois, para eles o lugar de ''índio'' é na mata, caçando e andando nu, como a imagem que mantém em suas mentes arcaicas e infradotadas.
Me revolta muito ver que a sociedade acaba medindo, validando a origem e ''autenticidade'', de um indígena com base nesse imaginário coletivo. Tanto que um indígena é questionado por sua autenticidade se ele tem um celular, se assiste à novela das 21h, se passa as férias em Ubatuba, usa Rolex ou se cria conteúdo no Tik Tok. Coisas que qualquer pessoa branca faz e que não é questionada em hipótese alguma. Nossa sociedade insiste em pensar que um indígena só é indígena, se ele estiver de acordo com aquilo que ela considera como ''coisa de índio''. Isso é muito injusto e absurdo, e acontece com mais naturalidade do que a Amazônia é incendiada. Pesado? É, eu sei. Dá muito ódio ver que os povos originários são desrespeitados à séculos, e que ninguém realmente se importe com a causa, e que ninguém dê espaço e visibilidade aos donos e donas dessa terra. A luta indígena por direitos básicos é real, existente e se arrasta à mais de 500 anos sem uma resolução. Até quando vamos ter que viver assim? A realidade é que os povos indígenas hoje, continuam lutando contra opressão da sociedade pós colonial, para manter as suas raízes, sua história, e mostrar ao mundo que suas vidas importam, que sempre importaram. A batalha contra as injustiças é interminável para todo povo originário; e o seu preconceito, falta de conhecimento e respeito, só contribuem para que tudo isso piore.
Falar dos povos originários, é também falar sobre a natureza, sobre a terra e a vida que nela existe. Vida essa que assim como os corpos de seus guardiões, não deixa de ser desrespeitada e degrada pela ignorância e desamor do homem branco há séculos. Hoje infelizmente, e graças ao (des)governo genocida que têm liderando o país, o Brasil enfrenta uma das maiores chacinas aos povos originários e a natureza. Onde motivados pela ganância e expansão da cultura da destruição ambiental, o atual governo visa "flexibilizar a lei" a favor dos malfeitores, dando livre arbítrio para violências contra povos indígenas de norte à sul do país. O garimpo ilegal e o agronegócio pop são os principais motivos dessa luta interminável. Fazendeiros e garimpeiros são munidos pelo governo para agirem com violência contra aldeias, povos isolados, e todo indivíduo que se opõe e deseja saber da justiça. E a cada semana surge um novo PL (projeto de lei) para assegurar que tamanhas barbáries sejam oficiais. Isso é um assunto de extrema urgência no país, mas parece que ninguém se importa. Que ódio!
Os povos originários e a natureza gritam por socorro agora. Por apoio de alguma liderança que se importe de verdade, e que não seja apenas mais uma com o objetivo de calar a voz da resistência. Nos últimos meses o país e o mundo pode presenciar mais de 6 mil indígenas de diferentes povos, presentes no acampamento Luta Pela Vida, em frente a sede do governo federal em Brasília. Sendo a maior marcha dos povos originários desde 1988, homens e mulheres de todas as idades, se reuniram em um ato de arrepiar com tamanha energia e resiliência, para protestar contra o Marco Temporal, que entrou em julgamento no Supremo. Esse consiste em um PL que reconhece apenas os territórios indígenas demarcados a  partir do ano de 1988, ignorando completamente o fato de que a história dos povos originários tenha começado muito antes de 88 e muito, mas muito antes de 22 de abril de 1500. Isso é um absurdo tão grande, pois viabiliza o caminho para a violência legalizada de grileiros, fazendeiros e garimpeiros assegurados pelo governo etno-genocida atual. Isso abre as portas para a destruição de vidas indígenas, para exploração e destruição da natureza. E porque não dizer: abre o caminho para nossa própria extinção. Hoje a floresta Amazônica chega a terrível marca de ter 95% de seu território comprometido, seja pelo desmatamento ou por queimadas criminosas, que têm como objetivo avançar a agricultura e pecuária (como se já não tivesse o bastante). Hoje infelizmente o bioma produz mais gás carbônico do que absorve, ou seja, o pulmão do planeta terra se encontra como o pulmão de uma pessoa fumante em seu estágio terminal de funcionamento. A floresta pede socorro, a vida no Brasil implora por justiça. Mas tudo o que vemos são mais e mais injustiças e atrocidades, com o passar dos dias. E todos sabemos que a Amazônia é apenas o maior exemplo, e há outros biomas brasileiros igualmente, se não totalmente extintos.
E agora vem a parte revoltante: todas essas atrocidades acontecem, e ninguém faz nada. E assim, se constata que das contáveis vezes que uma voz se levantou para lutar a favor e reivindicar a justiça para toda essa história, essa voz foi infelizmente calada através do fogo de uma munição. Não é incomum vermos na mídia, (das poucas vezes que informação vaza, ou não é manipulada) que ativistas, indígenas ou não, são mortos por confrontar os invasores. Enquanto o estado não faz nada, e finge que está tudo na plena paz. Também é mais comum do que se pode pensar, ver aldeias inteiras incendiadas, ou desapropriadas, por serem uma ''ameaça'' ao poderio destrutivo do homem branco. Por isso que eu digo, a natureza e os povos indígenas estão em uma constante guerra contra a violência do ''colono'' à séculos. E não! Isso não é apenas uma lenda ou fakenews, mas sim, mais uma história de terror que compõe o Brasil, mas que ninguém quer saber o porquê. Já que não os atinge diretamente, entende?
O Brasil têm um longo e violento histórico que envolve a terra e a vida que ela abriga, e hoje, por conta de tanta intolerância e desgoverno, tudo se maximizou. Mas assim como tudo que o sol tropical toca sobre Pindorama, a verdade é ocultada com as brancas e aniquiladoras mentiras. Mentiras já se parecem tanto com a verdade, ao ponto de que ninguém querer realmente mudar. As mentiras sobre as reais injustiças do país foram tão bem contadas ao longo dos séculos, que o conforto de quem não sofre na pele é mais importante do que um questionamento sobre a veracidade da história, ou seja, ninguém se importa com um indígena a menos, um ativista a menos, um quilômetro de mata a menos, uma verdade a menos. Quem irá contar? Sendo que os responsáveis estão bem em suas casas luxuosas, pagas com o sangue de milhares, de invisíveis inocentes ao longo da história.
É muito triste pensar que os proprietários dessa terra tiveram que sofrer inúmeras injustiças, e desgraças por conta da ganância e selvageria do homem branco. É revoltante pensar que essa história tenha se repetido desenfreadamente em todo mundo, e até hoje não tenha um julgamento para punir os responsáveis. Muito pelo contrário, hoje ainda vemos as mazelas na descendência e a continuidade da série de injustiças acontecendo na luz do dia; com os juízes da sociedade de braços cruzados e com os olhos tapados pela hipocrisia. Eu falo de todo tipo de violência que povos indígenas estão sofrendo hoje, seja pela ameaça constante de suas terras como o caso do povo Yanomami no norte do país, e tantos outros povos que correm diariamente o risco de perderem suas casas para a violência do homem branco, apenas por resistirem. Passando pela violência física, psicológica e sexual que inúmeras mulheres indígenas sofrem até hoje. Fato que precisa ser tratado com urgência e seriedade pela sociedade.
Infelizmente o Brasil nasceu do corpo violentado de uma mulher originária, e isso continua acontecendo de forma absurdamente natural, sem que nenhuma autoridade se importe com a segurança, saúde e vida das mulheres indígenas. Outra grande injustiça, é que vemos muito a circulação de um feminismo branco que não ilumina a pauta indígena, que é emergencial. Falar sobre feminismo indígena, e darmos visibilidade para a realidade das mulheres originárias, é necessário. Se ser uma mulher não indígena no Brasil é uma verdadeira guerra, imagina como deve ser a vida de uma mulher indígena? Que cresceu tendo sua história e seus corpos subvertidos pelos olhos do homem branco? A violência é real e constante sobre os povos originários, e principalmente sobre as mulheres. Por isso digo, que é  preciso levantarmos um debate efetivo para punir os responsáveis por essa onda gigantesca de violência contra as donas e donos dessa terra, e isso precisa acontecer agora! Já chega de tanta injustiça! O homem branco mata, destrói, incendeia, sequestra, ameaça, e saí impune? Em que século estamos?? A onde vamos parar com isso??
Atualmente, com tanta violência acontecendo contra os povos indígenas, as promessas cada vez mais destrutivas do governo, com o desprezo mundial pela vida e direitos básicos aos povos originários, não deixo de me desesperar e de ter medo do futuro. Temo um futuro em que a história continue a manipular a verdade, e as mentes das futuras gerações. De um futuro que a justiça continue a se atrasar, e que o homem branco continue a matar, roubar, sequestrar, incendiar e destruir, saindo impune de todos os seus crimes. Odeio o fato de que a história indígena teve que se cruzar com a vida desprezível do homem branco, e que tanto sofrimento tenha sido escrito com o passar das décadas. Isso me revolta muito! Os povos originários têm tanta vida e história para nos contar, temos tanto a aprender com os únicos proprietários dessa terra. Mas isso nunca será possível enquanto nossa sociedade continuar a desrespeitar, marginalizar e oprimir suas vidas e histórias. Vidas indígenas importam, sempre importaram, e sempre importarão! Já chega de tanta injustiça!!
É triste pensar que não foi somente no sangue dos povos originários, que o Brasil se levantou e construiu o que conhecemos por ''história''. Continuando na linha temporal de destruição que se alastra por séculos, encontramos a escravidão dos povos africanos, que contribui com mais um capítulo de ódio e injustiça plantados nessa terra que nos abriga hoje. Assim como a perseguição e chacina contra os povos indígenas, a perseguição e violência contra pessoas pretas se constrói desde os primórdios do Brasil. A história é conhecida, dolorosa e imperdoável, mas assim como tudo no país, a mesma parece que nunca existiu, que é apenas um conto fantasioso da história. Vejo que a negligência da justiça para pessoas não brancas, é um fato que se repete e ninguém se importa em consertar. A sociedade faz vista grossa por séculos, e alimenta a boca de hipócrita e mentirosos, que conhecemos com o título de ''heróis da pátria''.
Mesmo que eu não seja uma mulher preta, eu sei que a história afro brasileira compõe a minha própria história, pois sou fruto da união de muitos povos. Mesmo sendo miscigenada, assim como a grande maioria das pessoas no Brasil, eu reconheço e tenho orgulho de dizer que meu sangue também é preto. Minha avó paterna foi uma mulher preta, que deu à luz a um homem preto, que hoje eu chamo de pai. Então falar sobre a história afro brasileira, e suas inúmeras injustiças é também falar da minha própria história e da minha família.
Sabendo que assim como a história dos povos originários, os povos africanos também tiveram a infeliz sina de cruzar suas histórias com a lamentável vida do homem branco. Os séculos se passaram e milhares de vidas pretas inocentes foram tiradas pela violência, daqueles seres que se julgavam superiores por terem menos melanina em suas peles. O racismo estrutural no nosso país encontra dois caminhos em nossa história, seja contra pessoas indígenas ou pessoas pretas; onde ambas sofrem a gerações com as injustiças e mentiras do homem branco e sua desprezível história.
Ao falarmos sobre racismo, infelizmente já nos vêm à mente os incontáveis episódios históricos e cotidianos que mulheres e homens pretos passaram e passam até hoje, na hipócrita e violenta sociedade ''branca''. A descriminação de pessoas pretas está tão enraizada na história, ao ponto de hoje cometermos atos racistas sem perceber. Seja com gestos, expressões ou ideias, a história se nutriu a toxicidade escravocrata para se consolidar e anexar costumes extremamente discriminatórios.
São inúmeros exemplos que se perpetuaram ao longo dos anos, e fazem alusão a um passado de morte, injustiça e violação dos direitos e da vida de pessoas pretas. Fato que infelizmente consiste em acontecer, pois, a sociedade está vendada pela hipocrisia, e afundada em estereótipos e preconceitos. Citando um exemplo bem básico, ao se referir a pessoas pretas, a sociedade nos ensinou o termo negro e negra. O que configura uma ideia muito errada sobre a sociedade afro brasileira, onde a palavra negro é carregada de significados negativos e é a mesma usada para se referir a pessoas pretas. Sendo que se para falar sobre a cor da pele, o branco sempre foi branco, mas o preto é negro. E isso é apenas um pequeno exemplo.
Se pensarmos um pouco mais, vemos outro exemplo na forma que aprendemos popularmente a definir a textura do cabelo crespo, sendo com a conotação de ''ruim'' ou "duro". Isso é absurdo de uma forma inexplicável. Não existe cabelo bom ou ruim caramba!! Cabelo é cabelo, sem distinções. Mas isso a sociedade racista não se preocupou em consertar, tendo uma propagação altamente destrutiva, acabando com a autoestima, identificação e aceitação de muitas mulheres e homens pretos. E seguindo o mesmo caminho, a sociedade também bordou em nossas mentes a imagem de que "marginal" é um homem preto; e que a euforia carnavalesca também é associada a pessoas pretas. Bom, são coisas pequenas e quase não perceptíveis no dia-a-dia de quem não faz parte da sociedade afro brasileira, mas que carregam morte e destruição a cada vez que são ditas. E continuam a deixar um rastro de destruição irreparável na vida de quem sofre na pele, e é diariamente ocultado ou estereotipado.
Vejo que mesmo após a abolição da escravatura, que assegurava o direito legal a toda violência contra pessoas pretas, a sociedade nunca deixou de escravizar a imagem de inúmeros homens e mulheres.  E de cometer as mais perversas injustiças com naturalidade, e normatização da sociedade. E mesmo hoje 133 anos após a abolição da escravatura, as marcas deixava na sociedade afro brasileira são irreparáveis. Vemos que a sociedade cresceu e continuou a desamparar, menosprezar é agir com violência contra pessoas pretas, de todos os gêneros. Não há um brasileiro, e uma brasileira preta que não tenha sofrido em sua vida um episódio de descriminação racial.
Desde muito pequenos, a vida dessas pessoas se desenvolve em meio a repressão de uma sociedade, que não suporta a igualdade. Que não se contém em criticar e menosprezar uma pessoa, por conta de sua cor, estilo, cultura e vida. Se observarmos a desigualdade social existentes entre pessoas pretas e pessoas brancas,  vemos que aqueles remotos e quase esquecidos tempos de escravidão não estão nada longe da realidade que temos hoje. A sociedade escravocrata, racista e hipócrita não evoluiu, essa continua fedendo a enxofre como a 200 anos atrás. A marginalização dos "ex escravos", tem seu peso presente até hoje, onde a sociedade se mantém em negar direito a básicos da vida, a pessoas pretas. Colocando na ponta do lápis e citando alguns exemplos, hoje vemos que a violência policial (indivíduos que deveriam assegurar o bem-estar de todo cidadão sem distinção) é presente contra jovens pretos, sejam eles homens ou mulheres. É sempre noticiado, com uma frequência assustadora, casos em que policiais assassinam jovens pretos na madrugada, ou entram nas favelas para fazer a famosa e terrível "limpa". A desculpa que usam é sempre a mesma: "uma ação pacífica para controlar o tráfico e a violência nas favelas". Mas o que mais me espanta, é que no meio desses "pacíficos" atos, a vida de crianças e adolescentes também serem alvo da bala. Assim como a vida de uma mulher grávida que ao visitar sua família em uma comum terça-feira, acabou sendo mais um número na estatística, e mais um rosto esquecido na violenta sociedade branca. Outro exemplo é o fato existente, mas ocultando pelo estado, que decreta voz prisão a jovens pretos por "confundidos" com criminosos. Sim, esse absurdo é real. Não faz nem duas semanas que vi uma matéria no jornal, falando exatamente sobre isso. O fato que há um número considerável de jovens que têm sua prisão decretada, devido a polícia "confundir" seu rosto com o rosto de um procurado. O reforça estereótipos de forma legal e as claras, de que todo preto e toda preta é um possível criminoso nos olhos dos "defensores" cívis. Isso não é um absurdo? E com base nessa "confusão" ideológica, essas pessoas inocentes são fichadas e detidas injustamente até provarem o contrário. Tudo porque o estado curiosamente de  "confunde" apenas com a imagem jovens pretos e periféricos.
Infelizmente a sociedade hipócrita criou um imaginário coletivo que associa a imagem de pessoas preta à malandragem, ao crime e todas as conotações não morais, o que é imperdoável. Isso acontece mesmo que a realidade desminta tudo, onde podemos ver sem muito esforço que os verdadeiros ladrões, malandros, vagabundos e assassinos, são brancos e ocupam os maiores cargos políticos e os melhores lugares na sociedade. Então, né? A hipocrisia! Outro exemplo de injustiças sempre cometidas as pessoas pretas, é o fato de que com mais de 50% da população se identificando com a cor preta, não vemos a representação do mesmo em grandes eventos desportivos (sem ser esportes específicos), campanhas publicitárias de todos os portes, e trabalhos televisivos. Por quê? Infelizmente tudo o que vemos é nada mais nada menos, do que pessoas brancas e de preferência loiras e quase escandinavas, representando as pessoas pretas e miscigenadas do Brasil. E é esse o Brasil que crescemos considerando "normal", com imagem da pessoa preta sempre submetida a manipulação branca, assim como a imagem indígena. Não é de revoltar?
É triste demais cair na real e perceber que fomos criados reforçando estereótipos e uma cadeia de violência contra a vida, e os corpos afros brasileiros. A sociedade branca elitista sempre foi resistente em proporcionar qualidade de vida a população preta. Seja dando espaço político, defendendo suas vidas com justiça ou valorizando suas produções. Isso é gritante nos quatro cantos do país, e do mundo também. Vou dar um outro exemplo basicão agora: hoje vemos que o Brasil é reconhecido internacionalmente por conta de uma produção artística da sociedade afro brasileira, que é o Samba, certo? Mas penso que para que hoje o ritmo tivesse toda essa aclamação e reconhecimento, esse teve que enfrentar a torrencial represália da sociedade branca; como vemos hoje com o funk, que também é uma produção 100% preta e pobre. A sociedade é muito baixa, ao ponto de criminalizar toda produção artística da preferia, mas, ao mesmo tempo, adorar ver a galera descer até o chão em toda formatura e festa de casamento. Vemos que uma produção preta e pobre, só têm "valor" quando é contada por um branco, assim como foi com a popularização do Samba, chegando a alçar voos internacionais. Vejo que o movimento do funk é a mais pura expressão artística da preferia e da sociedade preta da atualidade. É o modo que os pobres encontraram renda, lazer e crescimento artístico, e isso é lindo! Porém, a sociedade branca, continua a marginalizar, criminalizar e censurar todo o movimento. E como sempre, a agir com violência contra todos os corpos pretos e periféricos que compõem o mesmo. Isso porque quando a "escoria" social têm voz, isso incomoda demais. A sociedade branca, elitista e hipócrita não aceita que pretos e pobres façam sucesso, e ocupem espaços que apenas os brancos ocupam. Isso é tão injusto!
A história das injustiças que pessoas pretas sofrem em meio a sociedade é extensa e rende muito debate, pois é o que mais vemos acontecer sem o menor filtro. A violência de todos os graus, contra corpos pretos se apoia sobre a sólida base do racismo estrutural que o Brasil se consolidou. Basta ligar a TV para a baixa representatividade de pessoas pretas nos cargos de destaque, seja desde o jornalismo até a novela das 21h, onde sempre retrata as empregadas domésticas de uma família branca, como uma mulher preta e de fala simples. Você entra na internet e vê inúmeros casos de violência policial e abuso de autoridade conta pessoas pretas, assim como incontáveis casos de racismo que acontecem na luz do dia sem ter a justiça sendo feita. Fato que me lembra, que não poderia deixar de citar o caso do rapaz que foi acusado injustamente de furtar uma bicicleta que nem era parecida com a sua, de um casal branco no Rio de Janeiro. E que no final das contas havia sido furtada por um ladrão BRANCO, apelidado de ALEMÃO (se não me engano), irônico não? Mas esse infeliz acontecimento iluminou a injustiça e insegurança diária que uma pessoa preta vive no Brasil. Onde todos os seus movimentos podem ser motivo de suspeita para os olhares brancos,  fazendo com que ela ou ele seja obrigado a andar com a nota fiscal ou um comprovante de tudo o que honestamente possui, para o caso de ser vítima de uma injusta acusação, que se baseia na cor de sua pele. Sério! Que país é esse? Que sociedade imunda é essa que vivemos, galera?
Basta sair de casa que infelizmente vemos a preferia ocupada por pretas e pretos, e os centros ocupados pela minoria branca. Onde vemos que pretos só frequentam para participar dos bastidores. Tem sido assim a nossa vida inteira não é mesmo? Toda essa gritante desigualdade normalizada, e jogada para escanteio como se fosse nada. A vida de pessoas pretas e brancas é muito diferente, por mais que vivam no mesmo metrô quadrado. A sociedade sempre foi, e é muito cruel com todos aqueles que não fazem parte do seu mundo branco e elitista. Vemos que milhões hoje sofrem com a falta de oportunidades, porque a sociedade não suporta ver uma mulher preta ou um homem preto dizendo a realidade. A sociedade não suporta ver a vida de pessoas pretas nos estandartes da sociedade, recebendo os mesmos holofotes que os brancos. E quando isso acontece, infelizmente já sabemos o desfecho. Essa vida é retirada com covardia, e jamais em hipótese alguma se levantará uma investigação sobre as raízes da ação, como foi o que aconteceu com a Marielle Franco, e o ex presidente do STF Joaquim Barbosa. Compreende a raiz do problema que enfrentamos?
Falar sobre a sociedade afro brasileira é dar voz para que todas as merdas que a sociedade branca fez e ainda faz seja jogada no ventilador, assim como também acontece quando falamos sobre os povos indígenas. A hipócrita sociedade não assume sua culpa, e continua a distorcer toda a realidade. E nisso acaba privando, criminalizando e marginalizando ainda mais todo movimento de resistência. Quanto mais apontamos os erros na sociedade em que vivemos mais ela se torna intolerante e agressiva. É revoltante demais ver que jovens pretos não tem segurança nas ruas,  e que seus corpos são alvo de toda violência social seja física ou psicológica. É triste ver a enorme defasagem de oportunidades entre pessoas preta e pessoas brancas. A baixa representatividade midiática e publicitária, assim como a intolerância quanto a toda manifestação política, religiosa e cultural que dê voz as raízes e a verdade dessas pessoas. Sonho com um Brasil, em que meu próprio pai possa sair com tranquilidade no inverno usando uma touca sem ser parado pela polícia, como já aconteceu com ele. Ou que mulheres como minha avó materna não sejam confundidas com empregadas e babás, por serem casadas com homens brancos. Assim como, um futuro que  apresente mais Marielles Franco, para denunciar  festa dos ratos brancos na política e dar voz a mulher da preta e pobre. Queria viver em um Brasil em que episódios como Jacarezinho e Carandiru, não fossem exemplos do plano de extermínio que a sociedade branca arquiteta contra os corpos pretos há séculos. É doloroso demais ver que nossa história tenha sido escrita, e ainda seja, em cima de tanta morte, desigualdade e destruição. Vejo que a sociedade branca é uma grande covarde, e quanto mais acuada mais violenta e intolerante se torna. O que exemplifica muito bem a nossa contemporânea no país, desde 2018.
Por que você acha que o investimento na saúde e educação pública é sempre descartado? Porque a minoria rica e branca não quer ver um pobre, um preto ou um indígena com qualidade de vida. Seja com a saúde de qualidade, ou com o conhecimento. (Onde saúde, não deixa de ser um conhecimento.) E é aí que temos um grande ponto da nossa história, que é a disseminação de conhecimento igualmente para todos. O Brasil não tem a toa um dos maiores níveis de analfabetismo, e desigualdade escolar.  Pois, pensa aqui comigo, a galera que ocupa os grandes cargos hoje e dita as regras do jogo, é minoria no país; já que a maioria é pobre e com um pequeno nível de instrução. Logo, limitando o nível de conhecimentos dessa grande maioria, é também limitar as oportunidades destes alcançarem a elite e tomarem o controle. Então por que investir em educação que é a base do conhecimento? Sendo que se pode ter para sempre o controle sobre vida de uma pessoa com uma perspectiva mínima, que manja mesmo de abaixar a cabeça e trabalhar. Eles não querem que os pobres, que a escória da sociedade,  seja inteligente e tenha conhecimento. Pensa se não é um baita de plano maligno bem arquitetado! A base do país são pobres sem conhecimento, então se essa maioria tivesse acesso ao mesmo e seus olhos fossem abertos, a vida da minoria elitista seria bem diferente do que é hoje. Com o povo inteligente, não há como mentir, esconder e dizer aos Deltas e Epsilons que flores e livros são ruins e vão acabar com suas vidas, não é mesmo? (Referência de Huxley por que não há outra mais correta).
Com o conhecimento livre para todos, através da educação (e suas áreas coligadas), não haveria limites para a massa. Pois, com o conhecimento  ninguém te engana, ninguém te manipula, ninguém te limita!! Dar a chave do conhecimento ao povo é dar a oportunidade de emancipar suas decisões, de mostrar caminhos, a verdade e dar em suas mãos as rédeas de suas próprias vidas. Mas que sistema capitalista patriarcal, vai querer isso não é mesmo? Que elite vai querer que o povo acorde da Matrix, e comece a questionar o porquê de tudo? Pois é! Nenhuma. E é isso o que acontece com tamanha força no Brasil. (E em todos os países da galáxia do 3° mundo.) Nenhuma potestade governamental quer ver a maioria manipulável, pensando fora da caixinha. Isso seria um problema irreparável, e eles sabem muito bem disso! E quando isso acontece, bom, mais que de pressa eles vão conter as chamas com mais um dos seus truques sujos. Como foi o que aconteceu aqui em 2014, com o golpe contra a primeira presidenta mulher do país, a inesquecível Dilma Rousseff.
Se você acha que a Dilma saiu da presidência, apenas pelas "pedaladas fiscais"? Errou. Dilminha foi vítima de um golpe misógino, que a acusou sem provas concretas, e que abriu um impeachment baseado em manifestações centro direitas, que largavam o "não é só por R$ 0,40" e "vem pra rua, vem!" na Paulista. Tudo porque o pobre estava sonhando demais para eles. Com mais de 10 anos com a esquerda no poder, dando esperança de um futuro melhor para massa quase completamente desperta. Pensa que absurdo para elite, foi ver o país deixando o mapa da fome, ver estudantes pobres na faculdade e no exterior, pau à pau com os riquinhos dos Jardins? E ainda investimento em fontes de energia renováveis? Isso foi demais pro coração podre da elite branca tradicional brasileira. Então, por que não criminalizar uma mulher? Ninguém vai achar injusto, pois ela é uma mulher. Por que não armar um golpe, e tomar cada gota de esperança do pobre? Pois bem, foi isso o que aconteceu. Dilminha foi mais uma vez vítima do patriarcado, e da misoginia que a sociedade Brasileira se construiu considerando como certo e irrevogável. E foi aí também que os pobres deixaram de alçar voos tão altos.
É muito absurdo pensar que em 5 anos o Brasil virou de cabeça para baixo, por conta do machismo! E ainda têm gente que me fala que feminismo, não leva a nada. Com o golpe de 2014 mergulhamos e afundamos no capítulo mais aterrorizante da história, que por infeliz destino ainda está sendo escrito. Com a direita elitista e radical no poder o Brasil maximizou toda violência e intolerância histórica em uma escala monumental. Hoje mais de 90 milhões passam fome, a violência policial triplicou nas favelas e ruas, assim como toda intolerância a tudo considerado "errado", desde a comunidade lgbtq+, às mulheres e pobres. Tudo hoje está ferrado, e é muito doloroso falar sobre isso, na moral Não tem um dia em que a gente não acorde literalmente com vontade de chorar. Se já era difícil suportar a história até aqui, essa conseguiu se superar na íntegra. Ser pobre, mulher, de esquerda e com mínimo de empatia é um desafio no Brasil atual, onde a cada segundo vemos mais e mais atrocidades de um palhaço energúmeno e toda sua quadrilha, ferrando com a vida de milhões. E o pior disso é pensar como aquele homem desprezível foi para lá.
Fruto do golpe, o inepto (des)governante se ergueu nas costas do ódio que o povo estava da direção elitista do Palpatine (o que veio depois da Dilma, e assumiu temporariamente a cara do golpe). Ou seja, alimentado pelo sentimento de abandono que os pobres tiveram, e motivado por um espírito conservador de base religiosa, o canalha infelizmente conseguiu preencher a lacuna da classe C, que come mortadela e quer arrotar peito de peru; dizendo aquilo que eles queriam ouvir no momento. Discursos que prometiam uma "qualidade de vida" sem a corrupção dos "bons costumes", é o que motivou a galera que assiste Datena e condena toda manifestação periférica que acontece na porta de casa, gritando o nome de Jesus; a eleger o desgraçado. Ele só está lá, porque as pessoas que não têm acesso ao conhecimento verdadeiro, que têm uma cultura mais tradicional baseada no patriarcado religioso, estava se sentindo "traída" pelo PT que contaram na TV. Ou seja, ele conseguiu ganhar a mente de quem não tinha muita coisa plantada lá. De quem não se esforça em escolher um caminho próprio Ele ganhou a mente de quem só quer trabalhar, e ir para igreja, e ver que os pecadores ardam no inferno, sem que ele pratique o verdadeiro evangelho, que é o amor ao próximo.
Ele só está lá, porque a turma de 1964 nunca deixou de existir, e, porque 1985 deixou muitos descontentes, e com um desejo de "revanche" incessante. E é com base nisso que hoje escrevemos a pior história de nossas vidas. Uma história que se ergue na intolerância, no desamor, nas mentiras e na manipulação. É repugnante analisar tudo o que tem acontecido até agora, e ver que a sociedade está divida entre sensatos e alienados, ou em quem pensa e quem se deixa levar ao abrir a porteira. De todas as desgraças incessantes que vem acontecendo desde o golpe, quem se deu mal na história e continua se dando, são os pobres. Se antes a classe C estava com uma leve esperança de dias melhores viriam, hoje essa esperança não existe. Está cada dia mais difícil ser pobre no Brasil, e isso eu falo com grande propriedade. Infelizmente a vida de todo Delta e Epsilon é baseada em coisas muito básicas que são: trabalhar para comer e pagar as contas. E criar os filhos com dignidade, e ver eles crescendo na vida através da educação. E quem sabe, em um futuro remoto: ter uma casa própria. É isso! Sim. Só isso. Questões tão básicas como emprego, alimentação (saúde) e educação, é tudo o que mais de 80% da massa brasileira sempre precisou. Tivemos um período em que podíamos literalmente sonhar e ver os sonhos se concretizando aos poucos; mas hoje a situação está tão difícil que parece que esse tempo nunca existiu.
Hoje, ainda mais por conta da pandemia, o país verde e amarelo têm mais de 19 milhões de famintos. Sendo que aproximadamente 14 milhões estão em situação de extrema pobreza. Ou seja, o povo brasileiro não tem o que comer, e sem comida não há vida. Hoje se você não morrer por covid-19 no Brasil, você provavelmente vai morrer de fome. E tudo isso por quê? Porque o desgoverno quer mais que o pobre se foda por completo, e de que preferência: morra. Já que um pobre a menos significa menos uma voz buzinando no ouvido dos desgovernantes, e menos uma vida insignificante para "governar" e atrapalhar o assalto dos colarinhos brancos. Infelizmente o básico do básico está difícil pra caramba hoje. Com o pouco que se ganha, você vai ao supermercado para pagar sua crise de ansiedade, vendo itens tão básicos como arroz e feijão, custando mais de 10 reais. Itens que antes estourando, custavam 5 ou 3 reais. É extremamente surreal ver que custo de vida, tão básico, aumentou absurdamente no país líder em exportação e seleiro alimentício do mundo. Que país é esse? Que deixa o povo passar fome, enquanto a minoria abriga seus milhões em paraísos fiscais? O Brasil é o país da desigualdade, e da hipocrisia dos que (des)governam por meio das mentiras.
E nesse mesmo ritmo é só querer enxergar que você verá os resultados de toda essa onda imensa de extinção aos pobres, onde a alta dos preços obriga a massa a tomar decisões extremas para sobreviver. Como, por exemplo, umas semanas atrás uma mulher foi presa por furtar 2 pacotes de miojo, 2 coca colas e 1 pacotinho de suco, porque estava passando fome com seus filhos ainda pequenos. Daí eu pergunto: que país é esse que prende e nega a liberdade de uma mãe de família que passa fome, mas absolve homens ricos e brancos que roubam bilhões dos cofres públicos, e cometem atrocidades sem fim?? Que país é esse em que para não morrer,  somos obrigados a furtar comida? Comida!! O item básico da sobrevivência.
E não o bastante, esses dias uma mulher morreu por ter 90% do seu corpo queimado por estar cozinhando com álcool, já que o preço do gás de cozinha custa mais de R$ 100,00 nos quatro cantos do país.  Isso é vida, galera? Pessoas estão morrendo por tentar "dar um jeito" em algo que é direito básico. Pessoas estão morrendo no Brasil porque NINGUÉM SE IMPORTA COM OS POBRES. É triste ver que notícias como essas estão se tornando cada vez mais comuns, e menos solucionadas. Todas essas histórias infelizmente se cruzam com minha própria história, onde a um tempo atrás eu e minha familiar jantamos apenas pão de forma e ficamos umas 3 semanas usando o micro-ondas por não ter gás. Bom, meus exemplos não são nada comparados ao que milhões de brasileiros e brasileiras passam agora, mas quero dizer que eu entendo e sei qual é a dor de você pedir ajuda a alguém e receber um grande não, ou de ser tratado com desdém. Quando as pessoas falam que estão passando fome, elas não brincam! A dor de um estômago vazio, e o sentimento de impotência são terríveis, e creio que ninguém queira sequer experimentar na vida por "brincadeira". Então, porque os detentores da razão, fazem corpo mole em liberar um auxílio emergencial digno para todos? Por que ele brinca com a dor dessas vidas, como se fossem marionetes? Eles são repugnantes, e merecem colher toda desgraça que plantam hoje no país.
O que me revolta e traz um sentimento de ódio tremendo ao meu peito, é o fato de que o presidente ser um babaca que conta mentiras na ONU, enquanto acha que faz muito liberando 200 reais a contáveis famílias, que devem escolher se compraram um botijão de gás ou se comprar pão, ou se pagam a conta de água e luz; com essa bolada de R$ 200,00 golpes. Ele ignora a situação da massa, instaurando o caos e cometendo diversos crimes contra a humanidade, ele ignora a própria e escancarada realidade! É revoltante demais pensar que um ser humano tão baixo, com apoiadores piores ainda, esteja na direção da vida de mais de 213 milhões de pessoas, que em sua grande maioria são pobres e inocentes. Ele não se importa com ninguém que não seja alienado como ele. Como pode, ele estar lá? (Perguntinha retórica, porque todo mundo sabe o porquê. Começa com G e termina com E, para quem não sabe.) Então, com base nisso tudo eu apenas temo os próximos dias, os próximos meses e o restante de tempo que se siga no Brasil até ter uma nova chave de mudar nosso destino, através da URNA ELETRÔNICA.
Se hoje a vida das brasileiras e brasileiros está difícil para coisas simples, como comida, que é a fonte da sobrevivência; imagina para coisas maiores? Como liberdade e voz. Vemos no cenário atual uma onda abominável de desigualdade, seja a social, ou de gênero. O conservadorismo da direita avança e se irradia com rapidez, gerando uma impunidade cada vez maior. Se você é uma mulher no Brasil, você sabe bem do que eu estou falando. Hoje infelizmente a história vive um regresso monumental, onde vemos a justiça agir com folga sobre estupradores e assassinos, enquanto age com repressão contra a vida e os direitos das mulheres. Seja das sessões da CPI que limitam os argumentos das integrantes do sexo feminismo, ao veto sobre a distribuição gratuita de absorvente a mulheres de baixa renda e em situação de vulnerabilidade. Passando por diversos PLs que visão controlar nossos corpos e calar nossas vozes o mais rápido possível. Como mulher, digo com clareza: está cada dia mais difícil ser mulher no Brasil, e eu tenho medo.
Tenho medo dos caminhos que esse patriarcado tóxico possa traçar em nossos futuros. Tenho medo do que milhões de meninas e mulheres estão enfrentando agora, nas mãos de homens violentos que se escondem atrás de um fanatismo religioso assegurado por essa merda de "tradicionalismo" governamental. Faz pouco tempo desde que conseguimos ter mais voz e visibilidade na mídia, e podermos falar abertamente sobre feminismo, iluminando a realidade de muitas mulheres no país, e levando informação e vida para todas. Mas a cada segundo, é possível sentir a opressão que há sobre a voz das mulheres brasileiras, e o plano sempre foi esse desde que tudo decaiu para o que é hoje. Um exemplo? Dilma. Outro exemplo? Marielle. Vê como a desgraça do país tem bases no patriarcado e machismo? Elas são apenas alguns exemplos da misoginia recorrente que temos no país, e que busca com todas as forças calar e dominar a vida de inúmeras Marias, Luisas, Vanias, Elenas, Vanessas, eu e você. Digo com propriedade, que o país está e sempre esteve na pior, porque homens brancos estão no topo! Assim, como no mundo todo. A liberdade feminina no país tem sido caçada e isso não é novidade. Sonho com um país em que as mulheres não sejam vistas como fáceis de enganar ou golpear, e que não sejam vistas como somente um corpo para desejar ou manipular. Sonho com um país em que minhas decisões sejam vistas como as de um ser humano, e não como as decisões "daquela mulher". Sonho com um país que todas tenhamos direito a saúde e a vida. Com um país em que a cultura do estupro não seja normalizada, ao ponto de eu me questionar sobre ser seguro sair de casa usando determinada roupa, ou me perguntando se fiz alguma coisa de errada toda vez que exponho minha opinião ou vontade. Assim como, por me sentir desconfortável em um ambiente repleto de homens, sejam eles familiares ou não. Sonho com tudo isso, mas infelizmente também tenho medo do que acontece hoje e o que possa acontecer amanhã.
A hipocrisia instalada aqui e agora, é um retrato do regresso e da desordem. O que contrasta muito bem com as palavras que estão escritas na flâmula que o exército de alienados carrega nas costas no 7 de setembro. Bom, e por falar em liberdade não posso dizer que mais do que nunca essa corre perigo no Brasil, e os últimos episódios são os que mais assustam. Depois de um show de horrores em pleno 7 de setembro,  dia em que comemorarmos a "liberdade" e "independência" nacional, vejo que nunca estivemos mais dependentes de violência, da hipocrisia, da desinformação e todas as maldições que a colônia nos deixou.
Ao mesmo tempo que revolta, também assusta ver que a democracia corre perigo com um número considerável de pessoas loucas que gritam e fazem referência a toda desgraça que aconteceu aqui a partir de 1964. É sei lá, insano ver as pessoas pedindo para serem torturadas, perseguidas e privadas de toda sua liberdade de expressão novamente. Depois que inúmeras vidas se perderam em nome da violência, e "moral" da família tradicional brasileira a menos de 40 anos; e que até hoje não tiveram a chance de serem vistas pela justiça. Falar sobre a ditadura e toda a história tóxica envolvida, ainda é um assunto pouco iluminado no país, e o pouco que se fala é logo calado, como se fosse algo proibido. Sabemos que tudo aconteceu porque nos anos 60 o povo estava começando a se unir e acordar da Matrix, se questionando o porquê que tudo tinha que ser daquele jeito. E o resultado, foi que calaram da forma mais desumana a voz de todos que questionaram. Logo, um período de longos 21 anos repletos de sangue inocente, contradições e violência se escreveu na história do Brasil, e persiste em nos assombrar na atualidade.
E agora eu me pergunto com uma quantidade maior do que gostaria de receio, será quê todo o terror deixou de existir em 1985, ou apenas saiu dos holofotes, para manipular algo ainda pior nos bastidores? E que por um acaso mostra as garras hoje. Eu honestamente não sei a resposta para essa pergunta. Mas isso explicaria o porquê de tanta intolerância, repressão e extremismo, que usa o fantoche do Sonaro como estrela principal e rosto de algo muito mais podre que ele. As marcas da ditadura são tão fortes e presentes que hoje é fácil encontrar monumentos, ruas e avenidas que homenageiam o nome de torturadores e assassinos de pessoas, e da liberdade. E eu me pergunto: onde é que estamos mergulhados? Com toda essa exaltação a uma época que merece nada mais nada menos, do que ser julgada por Haia. E tendo agora uma trupe de palhaços nostálgicos, que incitam o ódio e o medo novamente. Gente, o que é isso? Peço ao universo diariamente para que esses tempos jamais voltem "oficialmente", com nome e sobrenome. Mas não posso deixar de dizer que algo já não esteja acontecendo por debaixo dos panos. O que me assusta. Falo isso, citando como exemplo o caso do ato sobre a estátua fedida do mais podre ainda Borba Gato, aqui em São Paulo à poucos meses atrás.
Nunca pensei que ver fogo sobre uma estátua, fosse causar tanta revolta dos conservadores hipócritas. E aí vemos a problemática histórica que todos cresceram considerado como certa e unânime. O ato teve como objetivo levantar um único questionamento, que foi: por que nós valorizamos a figura de genocidas, e homens com reputação questionável em nome da história e do progresso??. Pois, é galera, um único questionamento resultou na prisão de um dos ativistas, e uma cadeia de hipocrisia e injustiças. Onde tudo me lembrou apenas uma coisa: censura.
Censuraram um ato pacífico, em que ninguém ficou ferido (exceto o telhado e vidro dos poderosos), alegando ser vandalismo. Absurdo? Eu sei! Agora no Brasil é vandalismo se questionar sobre a história e os "valores" que ela contém, e que continuamos a disseminar nas próximas gerações. Tudo isso carrega uma hipocrisia tão grande, mas o pior é que vai ficar por isso mesmo. Quem sofreu foi o Galo na prisão injustamente, e o questionamento continua sem ser questionado. O que é péssimo! Gente, vocês têm noção disso? Hoje a sociedade cala quem se pergunta sobre os caminhos que tomamos serem realmente justos, enquanto passa pano para galera mal educada e violenta, que defende o kit covid, e a volta de repressão. Que país é esse?? Se isso não é um remake mais "livre para todos os públicos" de 1964 eu não sei o que é.
Nossa história e valores são podres e deturpados, e o pior é que todos aqueles que são contrários ao bando, são cruelmente silenciados. Isso não acontece de hoje ou ontem, mas SEMPRE foi assim! O Brasil vive, e sempre viveu na desgraça da exploração do menor, para alimentar o maior. E fato: o menor é a maioria, enquanto o maior não passa de meio dúzia. E finalmente eu me pergunto: até quando?? Até quando tudo tem que ser assim? Até quando indígenas, pretos e pobres vão sofrer? Até quando tanto sangue inocente vai ser derramado nas páginas da história? Até quando nossas produções vão ser marginalizadas? Até quando vamos ter que viver entre o ódio e o medo? Até quando?
Quem vai responder a todas essas perguntas são eu e você, todos os dias. Cabe a nós reescrever a história da forma correta e justa para todos. E não! Não é tarde demais. A gente pode mudar tudo isso e deixar de uma vez por todas de abaixar a cabeça para que a minoria branca e burguesa dite nossas ações. É hora de assumirmos esse B.O histórico e consertar tudo isso; seja dando voz, iluminando a escuridão, questionando ou reconhecendo a história que conhecemos é uma grande farsa manipulada. Galera está pesado pra caramba, e difícil para todos nós, mas acredito que o pior seja ficar calado e inerte em meio a tudo isso. Não dá mais para permitir que a história seja subvertida e favoreça apenas alguns. Chega!
É tempo de lutarmos em conjunto, e quando digo isso, quero dizer que a luta indígena não é somente para quem é indígena, mas é para todos nós, por exemplo. Todos podemos lutar com os povos originários, e batalhar por um futuro que seja totalmente diferente de tudo o que se escreve desde 1500; assim como tantas outras lutas sociais que clamam por justiça no Brasil. Eu não preciso ser uma pessoa lgbtq+, indígena ou preta para lutar a favor da igualdade, da justiça e da vida plena para todos os filhos e filhas desse solo! O que vivemos hoje é um momento de extremo desamor e egoísmo, então cabe a mim e a você nadar contra essa maré de extrema desgraça. Não existe uma luta só minha ou só sua, mas existe apenas a nossa luta. Claro que, você tem mais propriedade para dizer sobre sua realidade mais do que eu ou qualquer outra pessoa, mas isso não significa que eu não possa estar do seu lado, levando a minha realidade para aprender com a sua, e vice-versa. Se querermos por um ponto final em toda essa barbárie histórica, e escrevermos a nossa história indígena, preta, miscigenada e pobre, a hora é agora!! Temos que abrir mão do "eu" e pensar no "nós", naquilo que somamos. E somente assim poderemos vencer tantas injustiças sobre o passado e presente, e evitar as do futuro. A justiça só depende de nós! Nós podemos mudar nossas vidas e reescrever nossa história. Somente com todos unidos, lutando por um único ideal de igualdade e vida, poderemos superar toda essa triste história que chamamos de nossa, e nos afastamos para sempre de todo o ódio e medo, que hoje se abrigam em nossas veias.
Bom, e é isso! Obrigada por ter chegado até aqui. Escrever esse texto me levou um tempo absurdo de revolta e um ódio extremo traçando todo o paralelo que meu conhecimento conseguiu reunir, sobre nossa triste e injustiçada história. Confesso que ainda falta muita informação, muito sobre o que questionar e trazer as claras, sabe? Mas acredito que com o tempo, espero que breve, a gente possa estar debatendo todas essas questões com mais frequência e honestidade. De verdade eu estou cansada de tanta injustiça, mas nunca me senti mais disposta para lutar e correr atrás da justiça. Em resumo, espero que você esteja bem e imunisad@, e que tenha refletido com esse texto escrito com tanto fervor por essa mulher ariana que vos escreve. Enfim, vou amar receber sua opinião em qualquer lugar. Continue bem, seguindo seu próprio ritmo e acima de tudo resistindo. Obrigada novamente,  e até a próxima. (Mais breve eu espero kk) 
 Um grande abraço de BR! 
Com carinho, revolta e sede de justiça histórica,
 Rebeca, a fada 1.
:: Playlist 1# :: 
E como de costume preparei algumas musiquinhas para nossa playlist. Dessa vez separei 3 que são: 
 1- Mãos vermelhas - Kaê Guajajara. Conheci o trabalho da Kaê faz pouco tempo e me pergunto diariamente por que ela não está na rádio, na TV e em todas as galáxias existentes? Essa mulher é maravilhosa! E mãos vermelhas é um tapa na cara da história tão lindo, mais tão lindo. Você vai entender quando ouvir... 
 2- Rap da felicidade - Cidinho e Doca, e Dj Marlboro. Um clássico do funk, e a minha vida e de todos os brasileiros, cantada e mixada. 
 3- Que país é esse - Legião Urbana. Acho que essa foi escrita em tempos similares aos de hoje, então penso que esse questionamento nunca se fez tão atual. 
 Aproveite com saúde e sagacidade! 
Um grande beijinho.
Link da playlist: https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=24a93e624c754b18&nd=1
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fadasbrasileiras · 3 years
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A sociedade e o ‘’defeito’’, do ser mulher.
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Conforme envelheço observo com mais clareza os aspectos que envolvem o ser mulher na sociedade. Seja pela forma como fui criada, como vivo, ou como consigo ver os exemplos externos a mim. De toda forma, vejo que ser mulher na sociedade nacional ou global, possui determinadas questões que diferenciam, presumem, julgam o seu sexo biológico, apenas por ele existir. Estou falando que toda a sociedade faz uma análise de seus feitos, e cataloga os resultados de forma pejorativa, apenas por você ser mulher. Como se o ''ser mulher'', fosse uma característica sobre-humana ou um defeito social, capaz de alterar qualquer produção sua. 
O atual (e insistente) modelo social construiu tamanha façanha sobre as ''diferentes semelhantes'', onde as diversas flechas liberadas pelo machismo apontam defeitos inexistentes aos nossos próprio olhar, mas que ganham vida aos olhos do patriarcado, para diminuir, dominar, desqualificar e oprimir a figura da mulher. Esse ciclo sem fim, tem moldado o comportamento das mulheres à gerações, disparando mentiras inconsistentes, que crescemos considerando verdades. Infelizmente muitas de nós não sabem o motivo do porquê de muitas coisas que acontecem, ou aconteceram em suas vidas. O por quê sobreviver como mulher, sempre foi uma tarefa mais difícil. O porquê temos sempre que provar algo a mais. Ou o por quê que nada é o bastante ou o suficiente.  Já vou adiantar que você não está, e nunca esteve errada. E que todos esses defeitos apontados como seus, na verdade são da sociedade, do patriarcado e do machismo.
Vou trabalhar uma linha do tempo desde o nosso nascimento, passando pela maneira como crescemos, nossa relação social com o sexo oposto, e terminando no julgamento de nossas atitudes. Vou comparar a forma como a sociedade trata os homens e as mulheres, e como é gritante a diferença. Vou grifar nossos ''defeitos'', e mostrar que eles não existem, que são criação da sociedade e não nossa. Espero despertar um espaço de reflexão na sua mente, sobre como você, mulher,  cresceu. Ou se você não é uma mulher, como você acabou contribuindo consciente ou inconscientemente, para essa desgraçada cadeia. Vamos trocar ideias! Esse é somente o primeiro dos muitos textos que pretendo postar sobre feminismo, e a interminável luta das mulheres. Quero ouvir/ ler/ saber, a opinião de vocês! Somente trocando ideias, e trabalhando a compreensão, podemos criar um mundo melhor. Espero seu ''feedback'' nas nossas redes que estão no link lá na descrição, ok?!  Sem mais delongas: bora pro texto! 
Iniciando pelo nascimento de uma mulher. Alguma vez na vida, você já deve ter ouvido um casal cis grávidos notificando que irão dar a luz a uma menina. E alguém, que pode ser até o pai da criança, ou aquele tio/amigo sem noção, vai e solta o famoso: ''você (o pai da criança) FRAQUEJOU!''. Acredito que todas nós já ouvimos algo assim, com a maior normalidade. E vimos que ninguém nunca parou para refletir, ou corrigir essa fala. O que me revolta é o fato de como ''fazer'' um ser humano do sexo feminino, se torna sinônimo de fraqueza para o homem. Como se a condição de gerar vida, estivesse exclusivamente direcionada ao homem. É notável que esse pensamento somente permeia a sociedade, devido a preferência da mesma por futuros indivíduos do sexo masculino. Sim! O patriarcado nos atinge, muito antes de abrirmos nossos olhos. Vemos assim que o ''ser mulher'' é desde o começo visto como um defeito, uma falha, uma fraqueza ao patriarcado. 
Tamanha fala, sempre me incomodou. Seja por estar condicionando a reprodução, que acontece de forma conjunta (na maioria dos casos) apenas ao homem. Excluindo assim a figura da mulher que está carregando, nutrindo e dando vida ao ''tendão de Aquiles'' masculino. Ou por reforçar que a ''masculinidade'' de um homem, é alterada quando este produz uma mulher. Como se fosse um defeito. Afinal como um homem, em sua plena masculinidade (tóxica, claro!!) poderia ''fazer'' uma mulher? Como esse glorioso filho de Marte poderia dar fruto a um ser inferior a ele?.  Desta forma, apenas por gerar juntamente com a parceira, este homem passa a ser considerado por todos, e se auto considera um FRACO. Um homem que não é mais tão homem assim. 
Analisar esta situação me deixa ainda mais inconformada, devido os moldes sociais que crescemos considerando ''normais'', serem extremamente doentes e até presente dia não terem sido corrigidos, ou apontados como defeituosos. Para muitos essa fala pode ter sido dita apenas na ''zoeira'', ou para outros foi dita com teor de cobrança. Mas em ambos os casos, e não importando onde tenha sido usada, está na cara que quem diz uma coisa dessas não entende nada sobre genética ou como funciona o processo de reprodução humana. E muito menos compreende ou se incomoda, em estar sendo um machista ridículo e ignóbil; que contribui para o sistema que irá oprimir esse inocente fruto da ''fraqueza''.
A partir desse primeiro exemplo, podemos ver a problemática que envolve o ser mulher na sociedade, que começa a partir do seu nascimento e a acompanha enquanto houver fôlego em seus pulmões. Mas essa é apenas a ponta do iceberg, pois conforme uma mulher cresce, os defeitos só aumentam. A mulher é criada cheia de moldes, principalmente quando ainda é menina. São aquelas famosas sentenças no imperativo: "Senta direito!!", "Se comporta que nem moça!!", "Mocinha 'direita' não faz isso!!", "Não toca nisso!!" "Não olha aquilo!!"; e por aí vai todas as ordens ditadas por nossos pais, parentes, amigos e todo ser componente da sociedade que vivemos. E assim, novamente a existência da mulher desde cedo é sempre cercada de falhas a serem consertadas, e devem ser sempre lembradas. A pressão começa na infância e vida de uma mulher nunca é boa o suficiente para ser apenas vivida, a sociedade atribui que ''ser mulher'' é cercada de defeitos muito antes, que ela saiba o que defeito quer dizer.
Você é criado de uma forma diferente, seja pela sua casa ou pela sociedade, a infância de uma mulher nunca será como a infância de um homem. Claro que, salvam alguns casos de liberdade, os admiro. Mas na grande maioria das vezes, lembramos de nossas infâncias marcadas por regras a serem seguidas, padrões para se encaixar, e a forte ideologia de gênero que nos cercava apresentando: ''coisas de meninas'', ''feminilidades'', ''delicadezas'' ,''obediência e submissão''. A grande maioria de nós cresceu imersa nessa prisão, sem ao menos saber o motivo de muitas ações que cometemos.
Você já se perguntou por quê você tinha de brincar com bonecas? De ''casinha''? Ou brincadeiras mais leves e menos ''de menino''? Pois é, o patriarcado dividiu o que era infância também, e o que nós mulheres deveríamos ou não, fazer nela.  Isso é horrível! Já que a infância é a única fase em que estamos totalmente livres. Livres das preocupações do mundo adulto, do medo, das tensões, cobranças e por aí vai. A infância é a única fase de nossas vidas onde podemos ser quem quisermos ser, sem tantos moldes sociais. Então por que estragar tamanha pureza, com ideologias machistas? Dividindo o que é certo ou errado, baseado no sexo biológico de uma mini pessoa? Onde já se viu inferiorizar e afastar, dividindo por rosa e azul (que são cores, e CORES NÃO TÊM GÊNERO P*RRA!!!) o que cada um deve fazer? 
Em nosso caso, foram acordadas toda atitude pacífica, comportada e embelezada com laços e babados na cor rosa; ficando restrita qualquer prática que não fizesse parte do padrão. Fico pensando em quantas habilidades todas nós poderíamos ter desenvolvido na infância, mas que acabamos por não fazer, porque não era ''coisa de menina''. Pensa amiga? Quem sabe seguiríamos outra profissão, teríamos mais hobbies e melhor, teríamos mais experiência de vida. Uma nobre experiência, que não se baseou na construção patriarcal, do que era adequado a nós. E assim fomos criadas, sem saber o motivo de tantas restrições.
Quando digo que a sociedade sempre enxergou a mulher como um defeito, falo principalmente da maneira como crescemos nos sentindo inseguras. Insegurança física e psicológica. Como se sempre tivéssemos que atender a mais e mais expectativas, conforme crescemos. E quando há algo realmente errado, somos ensinadas a se colocar sempre como a culpada da situação. Novamente a existência da mulher nunca é correta, sempre haverá um defeito a ser apontado pela sociedade. Sim! Irei falar sobre todas as inseguranças que a sociedade nos fez sofrer enquanto crescíamos, e ainda nos põe à prova diariamente. Quem de nós conforme foi se "tornando mulher", ( termo que acho errado não importa onde esteja empregado. Você não se torna mulher, você nasce uma!! Isso na CisBináriaLandia, claro!) não se sentiu cada vez mais insegura de sair na rua, de dar sua opinião ou de ser quem você realmente é? Como que cada escolha, cada passo, fosse um erro. Como se fôssemos constantemente vigiadas, medidas. Como se a qualquer momento alguém apontaria sem dó, um defeito no que quer que estejamos fazendo/sendo.
O que mais me revolta na minha própria vida, é a insegurança que sinto em sair de casa. Tenho medo de ser assediada, atacada ou de não voltar mais para casa. Isso por usar roupa X ou por passar em frente a um lugar Y. Onde todas as opções têm como agressor um infeliz homem, que não consegue guardar para si mesmo seus próprios pensamentos, olhares e atitudes desprezíveis. O pior disso tudo, é onde a sociedade e o defeito entram. Como se já não bastasse toda insegurança e privação do direito de ir e vir de uma mulher, quando o pior acontece e é felizmente notificado. A vítima jamais será a vítima, já que: "quem mandou ela sair com aquela roupa?", "ela pediu pra ser assediada", "homem é assim mesmo, culpa dela ter 'dado bola'?". Sempre serão sempre as frases utilizadas pela sociedade para justificar o assédio, abuso e morte de uma mulher. Novamente vemos que a posição de uma mulher jamais será respeitada, sempre haverá um defeito a ser apontado, de forma a fazer dela a vilã ou a culpada de toda história. Mesmo que haja provas, e que sua palavra diga o contrário.
A pressão é tamanha, que infelizmente a vítima começa a se questionar se realmente ela é a errada? Se ela tem mesmo o ''defeito'' que causou tamanho desrespeito? Infelizmente todas nós sabemos bem, que o Gaslighting usado pela sociedade é cruel e impiedoso. Tanto que passamos a nos comportar de outra forma para evitar tais "defeitos", pensando coisas como: " já que eu tenho a bunda grande, é melhor não usar um short hoje. Vai que algo ruim acontece". E assim seguimos mudando nossos caminhos, para evitar as portas de bar ou obras, mudando nossas roupas, estilo e até caminhar. Sim! Até o caminhar de uma mulher é modificado para evitar a violência diária. O rebolar, que é um movimento natural e comum para que têm quadris, é criminalizado pela sociedade machista. E assim, temos que mudar, e evitar os movimentos naturais de nosso corpo em diversas situações da vida. Digo essas palavras com propriedade, pois já perdi a conta de quantas vezes ao estar andando, tive que parar de jogar naturalmente os quadris, porque havia homens no caminho. E de modo algum queria chamar o mínimo que fosse de atenção negativa. Assim com os olhos pregados no chão, com passos acelerados e robóticos, já andei e ainda ando milhares de vezes na minha vida. Doentia essa sociedade que crescemos não é?
Toda essa desgraçada pressão acontece ao nosso exterior, ou seja, nos cerca sem que tenhamos controle. Mas sabemos bem que a insegurança também mora dentro de nós, em nossas mentes. Como se já não bastasse a insegurança física, aturamos e crescemos com inúmeras inseguranças psicológicas impostas pela sociedade e seus malditos padrões, que estão prontos a consertar nossos defeitos. Aí começamos a triste e real história de que o corpo da mulher é o alvo principal do grande defeito construído e apontado pela sociedade. Nosso corpo. Lugar de habitação de nossa alma, nossas personalidades, a casa de nossas vidas; é palco da depreciação, padronização e desrespeito. Todas nós crescemos vivendo e observando a sociedade tratar o corpo feminino como objeto, uma mercadoria. Sempre havendo o que consertar, um padrão a se encaixar, um mercado a enriquecer. Falo sobre as dietas, as cirurgias e as imagens irreais construídas sobre o corpo da mulher. Acho que todas nós alguma vez já se sentiu insegura com algo em seu próprio corpo. Braços, coxas, barriga, peito ou bunda. Nada é o bastante, nada é perfeito do jeito que é. Sempre haverá o que diminuir ou aumentar, de forma a padronizar. Fazer parte de uma imagem inexistente na realidade, mas tão viva e real na mentalidade fetichizada da sociedade.
O corpo de uma mulher nunca será 100℅ seu, a sociedade sempre irá apontar um defeito a ser consertado ou uma "melhoria" a ser realizada. E com isso perdemos nossas identidades, e nossas vidas. Distúrbios físicos e mentais, são o resultado de toda essa obsessão pelo corpo defeituoso da mulher, que a sociedade constrói a décadas. O mais triste é que não vemos isso acontecer no universo masculino. Se um homem tem pelos é louvável, mas se uma mulher tem é repulsivo! Se um homem tem excesso ou falta de gordura, é normal. Mas se isso acontece com uma mulher, é um problema na certa! E por aí vai toda a diferença que há entre os corpos de ambos os sexos. Voltamos a frisar que a existência da mulher na sociedade não é como a de um homem. Mesmo sendo da mesma espécie, a mulher será sempre a extraterrestre. A defeituosa.
Podemos ver inúmeros exemplos que querem modificar o corpo de uma mulher não importa em que época está de sua vida. Mas não vemos isso acontecer com homens. Porquê? Eles não têm defeitos em seus corpos também? Ou será que é somente essa sociedade hipócrita, machista e tóxica em que vivemos, que faz questão de supervalorizar o homem, enquanto inferioriza a figura da mulher e tudo relacionado a ela.? E o pior disso é que os defeitos encontrados na vida de uma mulher, não param somente em seu corpo, mas também vão para sua mente. Acredito que todas nós já fomos interrompidas por algum homem, quando discursamos ou expressamos nossas opiniões. Ou fomos vítimas do famoso e odiado Mansplaining. O machismo além de apontar defeitos em nossos corpos, também os direciona para nossas mentes e nossas falas. Como se tudo o que pensamos e dizemos, não passasse de meia dúzia de pensamentos e palavras: ''exageradas'', ''histéricas'' e ''sem valor''. Não entendo o porque o patriarcado, definiu a fala masculina como a mais importante na sociedade? Sendo que todas sabemos que isso nunca foi verdade, e jamais será. Então por que nos interromper? Por quê não dar credibilidade às nossas falas? Por quê nos limitar assuntos a serem discutidos? Todos na sociedade temos voz, e merecemos expressá-la de alguma forma.
Quantas vezes em nossas vidas vemos, escritoras, jornalistas, políticas ou mesmo nossas mães, falarem com a ''voz da razão'' sobre algum assunto; e serem caladas e consideradas ''loucas'' por seu posicionamento? Sim! Isso acontece com mais frequência do que gostaríamos. Por que isso tem que ser assim? Por quê que nós mulheres não podemos ter nossas vozes, e pensamentos respeitados? Tendo sempre alguém para encontrar defeito no que dizemos e pensamos, querendo sempre corrigir? isso é muito injusto galera! O engraçado é quando um homem fala sobre algo que nunca foi falado, ele é considerado um ''visionário'' por suas ideias. Mas quando é uma mulher á fazer isso, nunca ninguém a irá considerar ''visionária'' por seu feito, mas sim uma ''louca exagerada''! Estamos na segunda década do século 21 e o patriarcado continua sendo cruel sobre nossas vidas, visando diminuir a passos largos nossas expressões. Achar defeitos seja na fala, ou no corpo de uma mulher é sua principal estratégia para continuar esse maldito ciclo de interiorização. Interiorização esta, que não têm fundamento algum para se comprovar, mas que consiste por milhares de anos apenas pelo ser mulher existir. 
Infelizmente nenhuma das perguntas que fiz poderão ser respondidas francamente enquanto haver algum ser vindo o 5° dos inferno, para dizer: "mas nem todo homem é assim.", "nem todo homem é favorecido pela sociedade", ''nem todo homem é machista'', ''nem todo homem inferioriza a figura da mulher. Inclusive fui criado por mulheres!''. Sim amiga! Essas desprezíveis frases, de novo. OK HOMENS!! SE VOCÊ NÃO É MACHISTA, ISSO NÃO TE TORNA UM SER ESPECIAL!! Muito pelo contrário, isso te torna uma pessoa racional, e porque não dizer: mais humana. Não pense que por fazer o mínimo, isso te torna o homem mais evoluído da face da terra. É estupidez pensar assim! 
Nunca compreenderei o motivo que os homens (héteros/ cis) se ''doem'' tanto em ouvir as verdades da sociedade machista pela boca de uma mulher, que nasceu vitima? Como se todos fossem no fundo culpados, e quisessem se justificar a todo instante. É novamente aquele lance do Gaslighting, onde o agressor fica encontrando pontos para reverter o caso, e fazer com que a vítima pense que o agressor é a verdadeira vítima. Doente, não? Mas acontece com tamanha frequência que muitas vezes não nos damos conta, que estamos sendo novamente vítimas do Gaslighting social, e que os defeitos da sociedade estão se voltando para nós. É ridículo ver essas frases com a intenção de inocentar o machismo.
Mas existe um porém que vale a pena ser analisado nessas frases. Apenas concordo em dizer que "nem todo homem é favorecido pela sociedade", se for para falar sobre aqueles homens que não são considerados homens, pelos próprios homens. Sim! Estou falando dos desprezados: " mulherzinhas". Não somente homens gays, ou de qualquer opção sexual não binária. Pois eles são o principal alvo, infelizmente, dessa toxidade machista que estamos todos afundados. Mas falo daqueles raros casos de homens héteros cis, que são considerados frouxos ou mulherzinha, por não seguirem o padrão hétero top/escroto/ de masculinamente frágil; estabelecido pela maioria dos homens héreros cis.
Seja por coisas mínimas como cuidar do visual, usar cor de rosa, roupas ou acessórios " femininos". Onde claro, que todo ser humano com o mínimo de bom senso sabe que roupas, cores e estilo, não possuem gênero. Passando por atitudes básicas de respeito e compreensão humana. Como por exemplo, se um casal cis têm o homem que divide as tarefas domésticas (como todo adulto sensato e nada especial de faz), ou por ele não implicar com as atitudes da parceira ou com a maneira de falar, vestir ou viver dela. Esse homem será acusado de falta de firmeza, masculinidade e testosterona. Ou para os leigos: será frouxo e mulherzinha. Tudo porque ele é um ser humano funcional, que sabe respeitar a individualidade de uma mulher, e compreende que sua parceira não é sua propriedade. Sim coisas básicas do ser humano. Mas que para o patriarcado machista, são atitudes que jamais podem fazer parte do universo masculino. Afinal, compreensão, respeito e independência são coisas de mulher, não dos humanos. Ok?
Fora que quando um homem quando cresce sempre é levado a agir de forma questionável, para que em hipótese alguma se pareça com uma mulher. Seja na aparência, evitando deixar o cabelo crescer, ou na forma de viver, tendo sempre que deixar em evidência que não é frágil. Que não chora. Passando é claro, pelo constante incentivo à falta de castidade. Com a vida sexual ativa, seja pelas horas extras no banheiro, ou pela lista de ‘’contatinhos’’. Caso um homem não siga algum desses rigorosos passos, haverá algo de errado, com certeza. Ele estará passando tempo demais com sua mãe, estará sendo cada vez menos homem. Cada vez mais parecido com o que uma mulher faria. E não! Homens não devem se parecer com as mulheres. Nunca. Jamais! Isso é um defeito, e deve ser consertado com práticas de homem macho.
Esses são apenas alguns dos tristes exemplos que crescemos observando, ou fazendo parte. Uma mulher pode ter atitudes de homem, em algumas mentes abertas. Mas um homem jamais poderá se parecer, ou muito menos ter atitudes consideradas de mulher. Para qualquer mente, inclusive as abertas, isso será um defeito. Assim vemos que toda atitude respeitosa, que contradiz a masculinidade frágil, ou que se assemelha com a existência de uma mulher; será totalmente desprezada, excluída e abominada por outros homens. Já que seu semelhante não é homem de verdade.  E assim, é notável que tudo aquilo que é relacionado a mulher é considerado defeituoso pela sociedade. Só não vê quem não quer!!
Somente a partir desse exemplo, posso concordar que não, não é todo homem que é favorecido pela sociedade. Mas somente com esse exemplo, que está muito mais que evidente, que um homem só não é favorecido pela sociedade quando ele se "parece" com uma mulher. Quando é um homem ''mulherzinha'', seja por sua orientação sexual ou não. Novamente vemos que a figura da mulher é vista como defeituosa, não somente para si própria, mas também quando envolve a figura do homem. Onde essa perde o todo seu valor e credibilidade, aos olhos da sociedade.
Sei que é muita coisa ser absorver e odiar, mas o problema ainda não acabou. Como se nós mulheres já não fôssemos suficientemente menosprezadas por nossos corpos e atitudes, no pouco espaço que conquistamos com muita luta na sociedade, temos que lidar com mais assédio, menosprezo, e preconceito. Estou falando da área profissional. Lugar onde podemos mostrar nossos esforços, nossas habilidades, e quebrar diariamente estereótipos. Mas é também nesse mesmo lugar que a sociedade cisma em nos colocar limites e barreiras. Construindo muros para delimitar quais áreas nós podemos andar, e quais trabalhos podemos desempenhar. Como se o mesmo trabalho desempenhado por um homem, quando feito por uma mulher, se tornasse defeituoso, ou um motivo de espanto. Assim, é preciso deixar claro, que as ''fronteiras profissionais'' para homens e mulheres, não se baseiam naquilo que realmente importa, ou seja: a habilidade, o talento e a capacidade. Mas reforça ideias ultrapassadas do patriarcado, colocando o gênero como mais importante que a produção.
Falar sobre mulheres em lugares onde somente homens transitam, foi o estopim para que esse texto se tornasse real, e vou contar toda história agora. Um tempinho atrás estava assistindo a um programa de dança de rua, que funciona no esquema de The Voice. Se formam equipes e têm batalhas, apresentações temáticas, entre outras coisas com a temática de dança de rua. Estava adorando assistir esse programa, mas o que sempre me incomodava era a baixa representatividade de mulheres no palco. E das poucas vezes que uma dançarina tinha uma oportunidade mais equilibrada com as dos dançarinos homens, havia uma certa vibe de menosprezo pelo trabalho delas, sabe? Como se ali, fazendo os mesmos movimentos que os dançarinos homens, não fosse o lugar delas. Como se o trabalho delas nunca fosse o suficiente. E por quê? Acertou quem disse: APENAS POR SEREM MULHERES.
Mesmo com esses golpes dolorosos do maldito machismo, continuei assistindo o programa. Afinal, vai que dava uma reviravolta e a galera dava o devido valor para o trabalho das amigas? (Iludida? Eu sei.)O ponto alto da minha revolta veio na semifinal do programa, onde de 5 participantes, havia apenas 1 única dançarina mulher. As apresentações começaram, e a dançarina entrou no palco. Fez uma apresentação incrível, e honestamente nada a diferenciava das apresentações feitas por outros participantes ao longo do programa, e muito menos das realizadas pelos outros semifinalistas naquele mesmo dia. Enfim, a dançarina fez sua apresentação e ao final, como de costume, os jurados/líderes das equipes foram dar seus comentários sobre a sua apresentação. E bom, infelizes comentários pelo que contarei agora.
Os comentários foram iniciados pelo líder da equipe que a dançarina fazia parte, o qual deveria elogiar a técnica, falar que desempenhou um excelente trabalho, e comentar sobre o ritmo, sincronia e conceito; como ele havia feito durante toda temporada e com os outros semifinalistas homens. Mas infelizmente, o jurado começou seus comentários da seguinte forma: "com a apresentação dela, hoje vimos que mulheres não são apenas bonitas, mas que também podem fazer outras coisas!".  Não exatamente nessas palavras, mas o tom de infelicidade contido na fala, foi o mesmo. Mas não o suficiente, o segundo dos 3 jurados que comentaram, continuou com: " fiquei impressionado! Porque apesar de ser mulher, ela fez um bom trabalho."  E assim terminou os comentários sobre a apresentação da dançarina. Não se falou sobre técnica, conceito, ou ritmo; nada disso. Mas se reforçou grandemente ideias machistas e patriarcais, que colocaram o gênero acima da produção da dançarina.
Não sei o que foi pior de assistir nesse programa. Se um comentário infeliz desqualificando, medindo e menosprezando o trabalho de uma dançarina apenas por seu gênero, ou o se foi a presença de dois! Onde um completava os absurdos do outro. O mais revoltante foi ver o rosto da participante frustrado, como se quisesse gritar: ''EU NÃO ESTOU AQUI PARA OUVIR QUE 'APESAR DE SER MULHER', CONSIGO FAZER ISSO OU AQUILO! ESTOU AQUI PARA OUVIR SOBRE O TRABALHO QUE DESEMPENHEI. QUERO QUE COMENTEM SOBRE A TÉCNICA, O CONCEITO, E O RÍTMO; ASSIM COMO VOCÊS FIZERAM COM OS OUTROS DANÇARINOS!!!!''. Queria muito que ela tivesse dito isso, mas assim como sempre acontece com muitas de nós, ela apenas ouviu, sorriu, e saiu calada.
Foi muito revoltante ver esses infelizes comentários, pois até o momento os jurados mantinham um certo padrão de fala. Comentando sobre a técnica e o que havia sido apresentado, dentro é claro, dos conceitos e termos da dança. Mas na vez de comentar sobre o trabalho da dançarina, foi mais que evidente a diferenciação que fizeram nos comentários; como se quisessem reforçar que o mais importante ali, não era o trabalho desempenhado por uma mulher, mas sim que esse trabalho estava sendo feito por uma mulher. Pouco importando o esforço que ela teve, ou qual história ela contou, ela era uma mulher dançando. Não uma dançarina, assim como todos os homens dançarinos, mas: UMA MULHER DANÇANDO.
O que me deixou com extremo ódio foi ver que ela realizou um trabalho muito semelhante ao que um outro dançarino havia feito anteriormente, e que os jurados (que eram todos os homens) comentaram com ávidas palavras, sobre a técnica, rítmo e a semiótica envolvida na coreografia. Mas, na vez da dançarina mulher, mesmo tendo um trabalho idêntico ao do dançarino, seus comentários foram baseados apenas na sua condição física; generalizando que apesar de ser uma mulher, ela havia conseguido. E continuou reforçando ideias abomináveis para o século 21, dizendo que mulheres, em geral, não são apenas um rosto ou um corpo bonito, mas elas podem até fazer um trabalho decente. É absurdo!! Eu sei. E por quê isso? Como se ser mulher fosse um defeito. O 'apesar' na frase deixa isso muito claro. Como se dançar não fosse algo a ser feito por uma mulher. E o fato de uma mulher o fazer, era motivo de espanto. Uma anomalia, um defeito. 
Tais comentários se espantaram com o fato de que mulheres chegam aos holofotes por suas capacidades, e habilidades. O que é extremamente impensável,  já que são ''apenas bonitas''. Como se o externo, a aparência de uma mulher, a qualifica como inferior, menos capaz, ou apenas como um objeto inanimado. É horrível ver a problemática catastrófica que o patriarcado deixou, com a dominação da imagem física da mulher ao longo dos séculos. Foi muito triste, odioso e revoltante ver isso em um programa de TV que tinha como jurados uns nomes bem importantes da juventude moderninha atual. O mais inacreditável, foi ver uns caras que aparentemente têm uma mente aberta e ''atualizada nesse século'' dizerem tamanhos absurdos machistas, e antiquados. Fato que me põe a prova para pensar, se há algum homem que presta hoje em dia? Se há algum homem que não tenha tido suas faculdades mentais, tomadas pela ignorância?
Tamanhos comentários e descaso com o trabalho das dançarinas não foi a primeira vez a ser vista no programa. Onde o tema central do mesmo era uma forma de arte,  este deveria ser plural em seus participantes. Afinal, se expressar através da dança, ou da arte em geral, não requer um gênero específico. Assim como tudo na vida, francamente?!. Mas nesse programa que tinha como especialidade a dança de rua, havia pouquíssimas mulheres disputando. A grande maioria não passou das primeiras fases, sendo eliminadas com motivos que as definiam como ''fisicamente francas'' para fazer isso ou aquilo, ou por seus estilos não estarem ''alinhados''' ao tema do programa. De fato, todas estas ''desculpas'', eram estratégias para esconder a face machista e preconceituosa de quem as dizia. Absurdo! Mesmo que a dança no programa fosse livre para todos, o trabalho das dançarinas era sempre visto de uma forma diferente, como se nunca fosse o bastante. Mesmo desempenhando o mesmo que os dançarinos ali, as dançarinas eram estranhas e intrusas em um território dominado por homens. Não havia o mesmo ''rebu'', para suas produções, como havia para as dos homens. O tratamento era diferente, e o que importava não era a habilidade ou o talento, mas sim o gênero.
E com essa longa e frustrante introdução, quero falar sobre a maldita opressão que sofremos quando desafiamos os limites, e pisamos em solo não destinado ''para mulheres'', sendo: as ''profissões de homens''. Primeiro que para mim, e creio que para você também, não existe essa de ''profissão de homem ou de mulher''. Existe profissão, e ponto. Assim como cores, brincadeiras, roupas e toda parafernália que o patriarcado delimitou como binário. Como fotógrafa posso dizer com propriedade sobre o assunto. Onde mesmo desempenhando linhas parecidas e estilos semelhantes, nunca veremos o nome da Andujar citado antes do nome do Salgado ou da Lange antes de Capa. Esse é o exemplo que tenho na minha área de conhecimento, mas tenho certeza de que você também têm alguns nomes em mente, que estão alinhados com a sua profissão. E que servem para refletirmos em silêncio sobre as injustiças de nossas profissões, quando se trata de igualdade de gênero.
É muito ruim crescer em um mundo onde as mulheres estarão sempre um passo atrás. Mesmo que seu trabalho seja idêntico (e confessemos: muitas vezes melhor!!) ao de um homem, seu nome nunca virá antes. Seu trabalho nunca será reconhecido com tamanho ênfase e aclamação. Sempre haverá uma dúvida, e um: "apesar de ser mulher" para desqualificar. E repito, como se ser mulher fosse defeito. Cansei de ver os homens que me cercaram da infância até aqui, que incluem na grande maioria das falas a do meu próprio pai, dizendo: "fulana fez aquilo, mesmo sendo mulher.", " saiu desse jeito, porque foi feito por uma mulher!! ", " tinha que ser mulher!". Dentre muitas outras sentenças, onde o termo mulher nunca era usado em um tom de parabenização ou de forma neutra, mas todos carregavam altas cargas de menosprezo, estranhamento e narizes franzidos. Como se estivessem falando de algo errado, ou seja: com defeito. Cresci assim, e agora que sou adulta tenho a oportunidade de ser a personagem principal desses infames comentários. Chegou a vez do meu trabalho e de minhas produções serem julgadas e rotulados como: "feitas por aquela mulher". Infelizmente.
Me entristece ver que o patriarcado dominou nossas vidas e de nossas antepassadas, ao ponto de sermos seres alheias à humanidade. Limitando nossos passos e áreas em que devemos ou não andar, não importando nossas capacidades ou esforços. Apontando incansavelmente defeitos em nossas produções, de forma a passar essa desconfiança para todos que cruzem nossos caminhos. Cansei de ver inúmeras pessoas, que tristemente incluem outras mulheres, preferirem muitas vezes serem atendidas em uma consulta médica, por um médico homem, com a desculpa que são ''melhores''. Mas melhor como? Se ambos estudaram o mesmo tempo? O que torna o trabalho de um homem superior ao de uma mulher? O que faz com que a produção de uma mulher, que não esteja nas áreas delimitadas como ''para mulheres'', ser tão inferior ao ponto de não ter a demanda como a de um homem?. É terrível pensar nas raízes desses problemas, que para muitos passa despercebidos, mas para quem sofre possuí um peso imensurável.
Nunca vou  me esquecer das contáveis vezes em que peguei um ónibus conduzido por uma mulher. Não sei se porque essa é a profissão do meu pai, ou seja, cresci familiarizada com a atmosfera machista inclusa na mesma. Mas meu peito se enche de orgulho todas as vezes em que as vejo lá, firmes e fortes, demostrando para todos que nada diferencia o trabalho de uma mulher ao o um homem. Pode parecer clichê para quem não compartilha a mesma linha de pensamento que tenho, e  pode até se perguntar: ''Mas as mulheres estão trabalhando hoje em dia, e é isso que importa!''. Mas para mim, não é apenas o fato de estarmos trabalhando que importa. Há seu valor em hoje podermos trabalhar onde quisermos, mas o que sonho está muito além da realidade. Sonho em poder mais de nós em todos os lugares, o ponte de não existir mais essa de: trabalho de homem ou trabalho de mulher. Fazendo com que exista apenas trabalho, e que todos os ambientes sejam equilibrados para ambos os sexos.
E sendo assim, que por fim que os ignóbeis parem de nos importunar com as chatas frases: ''Já que você quer direitos iguais: Bate uma laje aí!'' ou ''Carrega esse saco de cimento aí!''. Eu realmente não entendo quem foi que ensinou ou disse para essas carentes criaturas, que uma mulher não consegue carregar um saco de cimento, ou bater uma laje? Serio, por que eles ainda pensam assim quando se sentem ameaçados? Caro ignóbil, por favor, mulheres nutrem uma outra vida durante 9 meses em seus corpos e todos os dias convivemos com o medo, o pavor e o ódio. Ter um dia sem passar raiva por ser subestimada ou ser assediada, para nós é um dia de glória. Então bater uma laje, logicamente não é nada! Mulheres podem fazer tudo, e estar onde quiserem. Nada nos limita, nada nos define como menos capazes. Então é claro, que mulheres podem fazer qualquer coisa que homens geralmente fazem. É apenas nos dizer o horário, pois temos muito mais coisas para fazer em um dia, que estão além de bater uma laje. Desculpa pelo desabafo, mas precisava dar uma resposta a essas frases tão infantis que ouvimos com frequência. Se você conhece alguém que diz isso, manda esse trecho pra ele, junto com aquele gif da Gretchen fazendo um coração. Certeza que ele vai entender! ;)
Seguindo na nossa linha do tempo sobre os ''defeitos'' da mulher na sociedade, chegamos agora na parte final onde abordarei um tema muito irônico. Já vimos que ao ser gerada uma mulher já é considerada uma falha, mesmo que na barriga de sua progenitora. E que conforme cresce, têm de lidar com inseguranças físicas e psicológicas, onde jamais será defendida por suas razões, mas muito pelo contrário, sempre haverão defeitos apontados nela, para justificar toda agressão sofrida. Assim como vimos que o patriarcado construiu muros que delimitam áreas em que devemos mostrar nossas habilidades, e capacidades. E quando não obedecemos á esses limites, nossas produções são desvalorizadas, menosprezadas e diferenciadas, em comparação a tudo realizado por homens, mesmo sendo iguais. Fora que quando se trata de homens, esse jamais poderá se assemelhar a uma mulher. Seja no estilo, característica física, modo de pensar ou viver. Pois esse não será mais tão homem assim, pois apresenta defeitos e erros, onde estes são sua semelhança com o sexo oposto. E por aí se vai, todo o ciclo de defeitos que a sociedade patriarcal aponta sobre nós, e que a cada instante é reforçado pelo machismo. Mas chegamos agora, a um ponto da história que é comum para ambos os sexos, uma pauta de equilíbrio, onde não há ser vivente que esteja, sendo então: ERROS.
Mas como assim erros? Você se pergunta. Bom falo sobre os erros humanos, seja ele do menor ao maior. Atos que a ética social catalogou como errados. Seja roubar, trair, assassinar, mentir e entre outros. Podemos concordar que aí todos nós, sendo homens ou mulheres estamos passivos de cometer. Afinal não somos santos, e ainda bem que não. A ética também nos garante que para todo erro, deve haver uma punição, certo? E essa punição é igual para homens e mulheres, ou ela é diferente? Teoricamente é igual, onde para todo erro, independente do seu nível de gravidade haverá sim, uma punição. Mas o que reparamos na sociedade, é que quando uma mulher comete um erro, mesmo que seja exatamente igual que o erro de um homem, para ela a punição será muito mais severa. Não pelos órgãos punidores, mas sim pela sociedade julgadora. Como assim? Eu explico. 
Falando primeiramente dos casos pequenos. Quando éramos crianças e se mentíamos em alguma briga na escola, briga física que ia além do: ''a conversa não chegou no chiqueiro!''. E por consequência rolavam uns tapas ou socos, que levavam os envolvidos para direção (o órgão punidor, da situação problema.) e posteriormente recebíamos ainda mais bronca em casa. Então chegamos ao seguinte ponto: Se fossem meninos envolvidas no delito escolar, o órgão punidor começaria com: ''Vocês dois precisam ter respeito e educação um pelo outro! Peçam desculpas, e que isso não se repita mais na escola!''.  Até aí ok, né? E chegando em casa, talvez os pais reforçassem o que a direção da escola disse, mas, talvez houvesse uma fala assim: '' Meu filho só estava se defendendo. Fez bem em bater. Bom que assim já aprender a brigar como homem!'' Não exatamente nessas palavras, mas dá pra conhecer o teor de defesa sobre um ato considerado ''errado'', quando os envolvidos são do sexo masculino. 
Mas invertendo essa história ''embarque nesse Carrossel!'', se fossem meninas envolvidas na briguinha escolar, veríamos uma outra postura do órgão punidor. Onde este agiria mais ou menos assim: ''Que péssima atitude para duas alunas. Vocês jamais podem fazer isso! Suas mãe não ensinaram que mocinhas não devem brigar? Peçam desculpas, e que isso JAMAIS se repita na vida de vocês!!'' Conseguiu sacar a diferença no tratamento? Para meninos, é dito que o ocorrido foi errado e não se deve repetir, na escola. Mas quando são meninas, é reforçado que por serem meninas isso jamais pode acontecer, na vida, estando além das paredes da escola. E assim reforça a ideia de que meninas não dever ''cometer erros''. Viu só como a punição é diferente? E não para por aí. Ainda falando sobre o erro cometido por meninas, ao chegar em casa o tratamento será ainda pior. Além de relembrar o que é dito pela escola, não irá faltar frases como: ''mas você é mocinha! o que deu na sua cabeça?'', '' Você precisa aprender a ser comportada, porque se continuar assim nunca ninguém vai te querer!'' ou ''E agora como eu vou explicar para as outras mães, que você brigou na escola? Você vai ficar com fama de encrenqueira! De sem educação!!". 
Viu só? Como a punição é diferente. O erro foi o mesmo, mas para a menina a punição envolveu outras coisas também, coisas que não tinham nada haver. Foi reforçado o estereótipo de que mulheres devem ser pacíficas, e até que ninguém a iria querer. Ou seja, se falou que uma mulher sempre precisará agradar a sociedade ou alguém, e para isso precisa ser ''correta'' em seus atos.  Fora que por uma briga escolar, a menina ficaria ''mal falada''. Gente?! Os problemas nessas falas são imensuráveis, e isso para erros ''bobos e infantis''. Que sociedade é essa em que vivemos? Aliás, sinto muito se você ouviu isso ou algo parecido na infância, de verdade.
Assim podemos ver a diferenciação que a sociedade faz na hora de punir os erros de homens e mulheres, desde as menores falhas. Agora você pensa nos erros de maior ''calibre'', e em como as sociedade apontará diferentes punições para homens e mulheres. Para exemplificar: Quando uma mulher é infiel no seu casamento, ela ficará socialmente ''mal falada'', pois todos irão fofocar aos quatro ventos que ela traiu o marido e por isso não presta. Não presta para casar, ser amiga, criar os filhos, trabalho e confiar. Ou seja, o tamanho do ''NADA'' na sociedade é gigante, e se aplica á tudo. Mesmo não tendo nada haver com a traição. Mas a mulher ficará infelizmente com essa marca eterna, estampada na testa, pelo resto da vida. Porém não vemos isso acontecer com homens. 
Já que se um homem trai, a sociedade apresentará um manual de defesa quanto ao seu erro. Onde se encontra os seguintes e absurdos capítulos: ''Foi um momento de fraqueza!'', ''Perdoa ele! Sei que ele te ama de verdade, a traição não era amor.'' Ou então a defesa mais famosa de todas, que joga o erro para cima da mulher (olha o Gaslighting indo!! Olha o Gaslighting voltando!!), sendo o: ''A culpa foi sua! Quem mandou não se cuidar? Não se arrumar e não dar atenção para ele? Por isso ele foi procurar o que você não dá em outro lugar!''. Absurdo não? Mas é a verdade, e ela é absurda assim. É evidente que um homem jamais ficará mal falado por trair, mesmo isso sendo unanimemente errado. E muitas vezes esse ''erro'' pode até ser incentivado pela sociedade, mas é claro, apenas para homens. 
O mesmo vemos acontecer se uma mulher abandona seus filhos e os deixa com o ex-marido. Para sempre ela será conhecida como: " A vagabunda. A desalmada que abandona incapazes!". Enquanto isso é muito comum vermos homens abandonado seus filhos com as ex-esposas, e em momento algum estes são chamados de "vagabundos desalmados". Muito pelo contrário, frases como: ''ele ainda é um garoto!'', e ''ele não ainda não estava pronto para ser pai.'', serão usadas pela sociedade para defender o erro do homem.  Afinal é super normal uma mãe criar seus filhos sozinhas, mas não um pai. Em todas as histórias vemos que para o mesmo erro ou falha, a punição atribuída pela sociedade é mais severa para mulheres. Pois erros são inadmissíveis para mulheres! Fora que jogar pedra na Geni, é muito mais fácil que criar cidadãos com senso de justiça.
E por fim vou citar um outro exemplo mais extremo, que você deve conhecer bem. Uns tempos atrás foi noticiado o caso de uma mulher com nome artístico de um tipo de flor, que "organizou" a morte do próprio marido. Todos se chocaram com a frieza da criminosa e tudo mais, pois: ''como uma mulher pode fazer isso com o próprio esposo?'', todos se perguntavam. A repercussão do crime foi gigantesca, ao ponto de alguns homens passarem ''colocar suas barbas de molho'', por um tempo. Mas toda a sociedade, incluindo as pessoas que espalharam o erro cometido pela mulher criminosa, se esqueceu de um outro crime igualmente imperdoável, que aconteceu a mais ou menos uma década atrás. Crimes este, em que um certo goleiro, também planejou a morte da namorada a sangue frio. 
Na época todos se chocaram momentaneamente, enquanto os jornais notificavam a sentença do judiciário. Por fim, foi provada a culpa do criminoso e ele foi punido. Mas um tempo depois, ele conseguiu sair da prisão por algum motivo. Mas o que é mais espantoso:  o criminoso voltou as atividades comuns da sua vida, como se nada nunca tivesse acontecido, e está assim até hoje! Assim como muitos outros homens que cometem crimes hediondos contra parceiras, ou outras pessoas, na sociedade injusta em que vivemos. Mas agora, o que quero dizer com isso? Chegamos a encruzilhada da questão, que é: Se você perguntar sobre o primeiro crime que citei, o da esposa que acabou com a vida do marido, para qualquer um na rua; todos irão concordar que ela é uma criminosa. Uma assassina louca, e que merece tudo de ruim que o mundo reservar! Fora que irão contar com detalhes o que aconteceu, como se fosse uma reprise de ''Cidade Alerta''. Mas se você perguntar sobre o que o goleiro criminoso fez, as pessoas concordaram que foi um erro e que ele pagou. Mas também dirão que a ''vida segue'', completando com: ''Todos merecem perdão! ''. Sacou a diferença?
Os crimes são muito semelhantes, mas vemos um favoritismo de defesa para o lado do homem. Não estou defendendo o crime de ninguém, ou ''passando pano'' para coisas erradas. Mas quero ressaltar que assim como as punições são as mesmas (quero me iludir com a teoria), a opinião pública também deveria ser a mesma para ambos os casos. Afinal: Dois pesos, duas medidas. Certo? Mas não é essa a realidade que construímos. Pois vemos que, desde o menor ao maior erro, o julgamento social será sempre mais impiedoso e cruel para os erros de mulheres. Como se o defeito social, fosse muito mais visível na face de uma mulher. Vemos também que crimes imperdoáveis e violência, não têm o mesmo ''afeito'' sobre a moral social, quando as vítimas são mulheres. São inúmeros, incontáveis casos de crimes cometidos contra a integridade da mulher todos os dias, e vemos uma certa alienação social para classifica-los como errados de verdade. Podemos ver vários exemplos, em que até os órgãos punidores se curvam para ''passar pano'' à esses erros.  Não é atoa que o Brasil é um dos países líderes em feminicídios e crimes contra a mulher, no mundo. Pois de volta aquilo escrito antes, mesmo que o erro seja de autoria do homem, haverão mil e um motivos para responsabilizar a vítima mulher, como culpada. Eis o Gaslighting social, cuspindo em nossas caras, de novo!
A mesma reflexão cabe para o que vivemos atualmente, com a presidência sendo liderada pelo ''pseudo genocida'', e todas as barbáries que ele e sua gangue cometem diariamente. Pensa: se fosse a Dilminha na liderança, ela já estaria fora do cargo a séculos. E todos reconheceriam os seus erros e má administração, assim como fazem injustamente até hoje. Né, direita? Sua golpista!! Vemos uma sociedade muito mais intolerante quando o erro é cometido por uma mulher, do que por um homem, independendo de sua gravidade. Isso sim, é imperdoável! E quando o erro é cometido por um homem, logo é justificado, esquecido e ocultado. O exemplo disso está aí, na cara de todos, onde vamos para 3 anos sem saber quem foi que mandou matar a Marielle, não é?. Enfim, a hipocrisia!
E assim, chegamos ao fim dessa longa e revoltante linha do tempo que aponta os "defeitos" do ser mulher pela sociedade. Foram muitos assuntos abordados, eu sei! E revolta é inevitável, eu sei também! Tentei ao máximo costurar os conteúdos certinhos, e abordar o máximo de assuntos que meu sol em áries escolheu para falar. Realmente espero que você esteja acordada desse ''Matrix'' patriarcal e machista que infelizmente vivemos, e que eu tenha despertado algo a mais dentro de você. Há tantas outras coisas para falar, pois a lista de defeitos que carregamos em nossas vidas aos olhos da sociedades é infinita. Mas por hora vou parar por aqui.
A sociedade fez questão de normalizar, e de nos criar dizendo que não existe ''nada de errado''. E que todos os ''defeitos'' encontrados em nossas vidas, são apenas frutos de nossa imaginação. Como sempre, quando uma mulher questiona ou quer saber as raízes de um problema, ela é a exagerada da situação! Mas já está mais do que na hora de provarmos que toda opressão é real, de abrirmos nossos próprios olhos e percebemos que sim, há algo de errado! E que não! Não temos defeito nenhum!. O defeito está no patriarcado e na sociedade machista. Chegou a hora de pegarmos todas as flechas disparadas até agora, e lançarmos para seu lugar de origem. É hora de atingir os que nos atingem, de ferir os que nos ferem (sem violência claro!! Somos superiores e não precisamos disso!) Da verdade prevalecer, e dos DEFEITOS DA SOCIEDADE serem apontados, para ela mesma. Espero de verdade que você tenha gostado desse texto, mana. Escrevi com bastante dedicação, na esperança de mudar esse sistema que tanto nos oprime. Desejo que no futuro, possamos viver em uma sociedade mais justa e mais igual, para nós mulheres. Que nossa semeadura, resulte em grandiosos frutos e que seja mais uma conquista para nossa luta. 
Enfim, obrigada por ler!! 
Sinto muitíssimo pela vida não ter normalizado, ainda. E sinto ainda mais, se você perdeu alguém.
Se você puder, fica em casa tá?! 
Mas se for sair: use a máscara e o álcool em gel. Se cuida e vai na paz!!Um grande abraço (virtual) de BR!
Rebeca, a fada 2.
:: Playlist 1# :: Para esse texto que estava tão ansiosa em escrever, selecionei 3 músicas. Sim! Há tantas músicas ótimas, que não podia deixar de fora. E vamos a elas:
1- Pagu - Rita Lee e Zélia Duncan. 
2- Respeita - Ana Cañas. 
3- 1º de Julho - Cássia Eller. 
Não tenho muito a escrever sobre essas músicas, mas quando você ouvir vai entender o por quê escolhi.  Link da Playlist:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=a96561d565e64d45
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fadasbrasileiras · 4 years
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Ditadura digital e a eutanásia de identidade.
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Um golpe silencioso nos foi dado e a liberdade de nos expressar de forma individual, valorizando nossas diferenças, se tornou inexistente. A padronização segue em crescimento, e tudo aquilo que acende em oposição é marginalizado. Essas palavras parecem o epílogo de um livro de ficção distópica, certo?
Porém não. Se prestar bem atenção, vivemos essa realidade sem ao menos nos darmos conta, e somos contaminados voluntariamente, a cada nova postagem e interação nas redes sociais. Lugar em que acreditamos ter liberdade, e sermos valorizados por nossas individualidades. Mas que a cada coração enviado e recebido para completos estranhos, nos perdemos cada vez mais. Perdemos nossas identidades e personalidades, para sermos aceitos, estamos no centro das atenções, e ter o máximo de corações que pudermos. Mesmo que não sejamos mais a pessoa que está fora da tela, e abriga um coração real.
Não sei se já reparou, mas de forma automática tomamos nossos aparelhos celulares nas mãos, e saímos a distribuir dois cliques em cada foto ao longo da extensão que o polegar nos abre, repetidamente debaixo para cima. Mas aí te pergunto: Por que você "gostou" de todas aquelas imagens? O que elas dizem para você? Consegue se lembrar de algum elemento que te cativou de verdade, e que você realmente gostou? Sim, eu sei! É difícil responder a essas perguntas. Mas por obrigação deveríamos ter a resposta para elas, afinal são nossos ''gostos'', e ninguém os pode controlar além de nós mesmas(os), certo? Ou caso contrário, estaríamos sendo manipulados, controlados pelo automatismo de consumir, aprovar, desejar, e participar, daquilo que não requer nossa real importância.
E assim somos levados todos os dias, de 5 a 8 vezes em que clicamos no ícone colorido de câmera minimalista. Automaticamente consumindo sem saber do que se trata, sem nenhuma profundidade nessa relação social. Já me perguntei dezenas de vezes, qual é o valor desses corações virtuais. O que isso representa? E refletindo me dei conta que todos buscamos por uma coisa: ser notado. Receber atenção, para aquilo que somos, fazemos ou que fingimos ser e fazer. Na teoria, as redes sociais constituem um espaço de criação e compartilhamento de grande parte daquilo que fazemos no mundo real. 
Temos a oportunidade de mostrar para um número infinito de pessoas, quem somos realmente. Temos um espaço, para compartilhar nossos gostos e desgostos. No resumo da ópera, interagir com diversas culturas, diferentes pessoas, e toda pluralidade que o mundo real oferece, mas de forma rápida. Assim na teoria, as redes sociais são a forma prática de aldeia global, dita por McLuhan nos anos 60. A globalização nutre os conteúdos, e cria um mundo mais integrado e igual. Bom, seria ótimo se fosse assim, certo? Oportunidades iguais, as diferenças sendo valorizadas, e todos se integrando e recebendo atenção de forma positiva e igual. Mas eu e você, sabemos que não é bem assim na prática.
Quando foi a última vez, que você interagiu com um conteúdo diferente? Mas diferente mesmo. Não estou dizendo para mudar as palavras de lugar, usar uma outra peruca ou música, e produzir ''6'' chamando de ''meia dúzia''. Estou falando de diferente mesmo, ou seja, fora do padrão. Sim! Esse padrão que passou pela sua mente agora. É dele mesmo que estou falando! Qual foi a última vez que você não o viu nas suas redes sociais? Pois é, dentro dessa infinita loucura de receber o coração de pessoas que não sabemos o som de seus batimentos reais, o sistema criado e aprovado por nós mesmos, retém seus favoritos. Aqueles que sempre serão o motivo da admiração de todos, os merecedores de 3 dígitos e a letra K no final, para indicar seu público fiel. Aqueles que não somam e nem contribuem nas causas da vida real, mas que mesmo assim, enaltecemos sua originalidade plagiada, e os aplaudimos com nossos pixelados corações. E estas criaturas, eleitas pelo sistema virtual, são ninguém mais que: as(os) padronizadas (os).
Já cansei (e espero que você também tenha) de ver garotos e garotas, homens e mulheres (em sua maioria brancos. Só para constar a base do close errado, que continuamos a ''gostar''), com o mesmo estilo, fazendo as mesmas "coisas" e usando as mesmas hashtags, para chamar a atenção para a foto de seu padronizado perfil. Eu sei que você sabe do que estou falando. E dessa forma, suas ações explodem em uma sequência incontável de repetições. Sendo elogiados pela originalidade de suas criações, que possui 550 milhões cópias idênticas, em toda extensão dos nossos ''globalizados'' feeds sociais.
Todos querem ser o mínimo parecidos com ''os padronizados''. Já que se eles recebem tanta atenção, tanto amor, por que não ser como eles? Mesmo que eu deixe de ser eu mesma(o), parando de produzir aquilo que acredito, para produzir o que é fácil de ser consumido. E que eu sei que não somará nada no mundo real. Porque não me enganar mais um pouco? Sim! Sei que já pensou assim, porque eu já pensei e ainda penso. É natural, afinal de contas a única diferença que vemos e interagimos nas redes sociais, é a troca do ''meia dúzia'' pelo número ''6'', e vice-versa. Toda essa padronização repercute de forma tão absurda, que é difícil querer sair do rebanho, quando ''o padrão'' é tudo aquilo que vemos ''dar certo'' e ser ''aceito''.  Mas é necessário acordarmos. E o mais rápido possível!
Pense, se todos esses conteúdos fabricados e genéricos, que recebem toda nossa atenção, fossem de fato conteúdos e questões de importância no mundo real, como por exemplo as petições ambientais. Como nosso mundo seria? Ou melhor, se todos os ''likes'' fossem revertidos em votos, poderíamos retirar com folga, aquele ser desprezível e degenerado do governo do país, certo?. Esses são apenas exemplos, mas que nos põe a pensar: se toda a atenção que damos para páginas e pessoas, que aparentemente não se importam com nada menos que os seus ‘’recebidos", fossem voltada para as causas e pessoas que impactam e realmente importam no mundo fora da tela. Como seria a nossa sociedade? Já pensou nisso? Por isso digo, que já está mais do que na hora de acordarmos.
Hoje felizmente, começamos a ver um mundo onde as minorias raciais e de gênero lutam para surgir em visibilidade, onde a queda de estereótipos e padrões começam a sair da teoria. Todas as mudanças alcançadas até agora, tendem apenas pelo progresso, não há mais como voltar atrás. Mas sabemos bem, que existe em contraponto, mentes que cismam em construir um padrão a ser obedecidos e invejado por todas(os). Fazendo com que todas as conquistas positivas percam seu valor, e que todos aqueles que querem ser diferentes sejam massacrados pelo ''exército padrão''. E o ''exército padrão'' que estou falando, é todo conteúdo e pessoa que se enquadra como ''mais do mesmo''. E que continuam a acender na internet, reforçando com rédeas curtas, todo tipo de estereótipo, preconceito, descriminação; e toda infinita sujeira que o padrão nos faz sofrer. E o pior disso tudo, é que tamanho absurdo infelizmente não se retém atrás da tela, mas ruge ferozmente no mundo real.
Os algoritmos das redes sociais, por sua vez, também não são justos. E a divulgação daquilo que realmente importa, ficará sempre um passo atrás de tudo aquilo que é padronizado, rápido e fácil de ser consumido. Sem precisar usar nossa preciosa e preguiçosa massa cefálica, com dois cliques continuamos a nutrir essa cadeia desigual, sem nem sabemos o nome da pessoa que acabamos de ''gostar''. Se a vida virtual é um reflexo da realidade, vemos que no fundo ninguém quer equiparar as massas, ninguém quer colocar o empregado ao lado do patrão. Mesmo que digitalmente, a desigualdade social está mais real do que nunca. 
Não é preciso pensar muito, mas quantos perfis você já se deparou na tela do seu celular, que tinham ótimos conteúdos e que te fizeram pensar sobre a vida, ou apresentavam um formato diferente do habitual. Mas que não tinham sequer um público com a numeração na casa da centena? E que mesmo tendo noção do que se tratava você deslizou para cima, e abandonou aquela página para curtir o "Faria vs Não Faria" da quadragésima oitava pessoa que repetiu esse conteúdo, ainda naquela hora?? É irônico pensar que por ser um serviço de interação "gratuito", as oportunidades seriam iguais para todas(os). Afinal é o mundo digital, e por natureza é a frente dos nossos tempos, cromado e visionário, assim como Matrix. Mas não! Matrix é reproduzido na forma que vivemos essa simulação de igualdade sem querermos acordar e ver todas as mentiras. 
A desigualdade digital surge tão rápido como um raio, dissimulando nossas certezas, e manipulando aquilo que apoiamos e reprovamos. Quantas vezes você já viu o mesmo conteúdo sendo reproduzido por uma pessoa padrão, e por uma pessoa "diferente", seja pelo seu gênero, cor ou etnia; e você e outras "milhares de pessoas", optaram por alimentar esse ciclo vicioso, deixando o seu coração para ninguém mais que a pessoa padrão? Mesmo tendo visto, entendido e ignorado o que era ''igual'' ao produzido pela pessoa padrão, mas apresentava como protagonista aquilo que era fora do padrão. Me pergunto até quando isso? Até quando vamos continuar nessa eutanásia digital? Onde apoiamos a padronização, mesmo não fazendo parte dela. E com isso concordando em anular as diferenças, matando um pouco de nós mesmas(os), a cada curtida.
Outro ponto que reforça toda essa cadeia de desigualdade, e que prega a falsa valorização da individualidade, é a forma como você deve se  ''autoconstruir'' para receber atenção. Como profissional que trabalha com a construção da imagem, entendo as redes sociais como uma extensão da vida real, e adoraria ver perfis de pessoas que mostrassem quem elas são realmente, com suas diferenças e gostos bem visíveis traduzidos em cada imagem. E não uma predefinição organizada por alguém popular, e passou sua ''receitinha visual'' do sucesso. Deixo bem claro por escrito, minha aversão a presets e " Feed organizado". Penso: por que seguir isso? Por que não fazer as coisas como te agrada realmente? Qual será a consequência de não postar todos os dias? Ou de colocar uma foto que não esteja de acordo com a paleta análoga de tons frios, que você seguiu no perfil de um(a) blogueira(o) X? Afinal qual foi a última vez em que você postou algo que te agradou realmente? Sem se sentir pressionada (o) para manter seu ''feed organizado'' e ter mais "alcance", para ser notada(o) por pessoas desconhecidas, que provavelmente estão te dando um coração de forma automática. Sem se importar com o seu "empenho" em fazer parte da massa. 
Sério!. Qual foi a última vez que você foi você mesmo na internet? Ou sequer você já foi você? É um absurdo nos sentirmos constantemente pressionados em manter um certo padrão a fim de agradar os outros. Já não chega isso acontecer de forma cultural na vida real, infelizmente. Então por que escolhemos essa triste realidade para ser vivida no mundo virtual, também? Essa ditadura digital é altamente tóxica e silenciosa, e quando nos damos conta vivemos vidas paralelas nas redes sociais. Lugar que deveríamos ser nós mesmas(os), e ter conexões amplas com a diversidade global, interagindo com pluralidade social existente. Mas tudo o que vemos são máscaras e disfarces, realidades falsas que buscam incansavelmente fazer parte do padrão. E nesse caminho se esquecem quem realmente são, tendo suas identidades mortas de forma sutil e silenciosa. Na falsa liberdade gozada por nós a cada clique, somos imersos em um mundo onde a desigualdade, a manipulação e as mentiras, são as únicas livres de verdade. 
Somos produtos e consumidores, somos consumidos pela angústia de querer ser aquele atraente produto com 1 milhão de seguidores, e fazemos de tudo e mais um pouco para ser. É uma sela confortável que drena sua energia e sua individualidade a cada notificação. Cada movimento é uma regra a ser seguida, e cada passo dado fora da ''linha padrão'' é julgada como errada, ou melhor dizendo: cancelada. E isso a troco do quê? De atenção? De ser popular? Quem garante que tal atenção e reconhecimento seja real? E que venha mesmo do coração? Daquele coração que bombeia sangue e possui 2 artérias, não da junção vermelha de pixéis. Se lidamos com pessoas no mundo virtual assim como no real, então que venhamos lidar com sentimentos tão concretos como os da vida real também. Pois se não, qual é valor disso? A era das relações líquidas é mais visível do que nunca, e tenho medo.
Recebemos e damos amor, carinho, reconhecimento e afeição artificiais, através de nossos corações de luzes pixeladas. Honestamente não sei onde isso pode parar, pois à medida que as interações digitais se tornam mais rápidas e constantes, mais nos tornamos vazios, frios e artificiais. Sendo controlados pela ditadura digital que não há lugar para diferenças, igualdade e sequer humanidade.
Poderia ficar escrevendo mais dezenas de pontos que esmagam meu juízo todos os dias, sobre a vida virtual. Mas quero deixar um eco real em sua mente para que reflita: o quanto você se encontra perdido nos mandamentos autoritários que te reprimem a individualidade, hoje e agora? O quanto desse silencioso golpe, já tomou parte de sua vida real? Pense...
Então é isso leitoras(es), não deixe de dar sua opinião sobre esse texto. Quero muito saber o que você pensa, sobre essa infeliz ''Ditadura Digital'' que vivemos. Todas as nossas redes estão lá em cima. Até o próximo texto!!
Obrigada por ler!  Um grande abraço de BR, com sentimentos reais.
Rebeca, a fada 2. 
:: Playlist 1# ::
1. Admirável Chip Novo - Pitty.
Para esse texto desabado, não vejo melhor sugestão de música do que "Admirável chip novo" da Pitty. Diretamente do CD da coca cola dos anos 2 mil, e da mente do profeta Huxley.
2. Emoji - AuRa.
E como segunda opção, vamos de ''emogi'' da AuRa. Recomendo assistir ao vídeo também, para melhor compreensão da nossa esmagadora, querida e silenciosa artificialidade sentimental nas redes sociais.
Link da playlist:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=e2ad2dab0dc34f2a
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fadasbrasileiras · 4 years
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"Midsize e a hipocrisia"
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Esses dias estava vagando pela internet e me deparo com um termo novo (não é tão novo, mas para mim foi) para descrever tipos de corpos. Não me levem a mal, eu gostei (até) de que exista um termo que refina as buscas de looks e inspirações no app vizinho muito usado que começa com a letra P. Aliás essa é a minha rede social preferida pra organização de diversos temas.
Mas então, vocês perguntam: "Vanessa, o que te deixou incomodada afinal?" O modo como vêem esse tipo de corpo.
Fui procurar mais sobre e é exatamente o meu tipo de corpo "tamanho médio" e com certeza de mais da metade da população brasileira. É um corpo nem magro e nem gordo. Não é um 38 e nem um extra grande ou plus-size. Mas porque esse termo só ganhou biscoito agora? Acredito que seja a necessidade de uma organização de padronagens, tais como as numerações. Mas o irritante de ver são os looks e feeds padronizados estilo "gringa" bombando com o termo. Sendo que se você olhar no espelho, procurar na sua família ou na esquina da sua casa, vai encontrar uma mulher midsize. Que é a mulher brasileira, com suas curvas e sendo feliz com isso. É o que deveria acontecer, mas não acontece, porque o padrão "ultra, magra gringa" não está lá e não vai estar, porque somos BRASILEIRAS, não mulheres européias de 1,80 e tá tudo bem não ser.
Aqui vai mais uma história engraçada (era triste, mas eu decidi não dar tanta importância e ficou engraçada). Quando eu tinha meus 15, 16 anos e estava quase que com o corpo totalmente formando e a puberdade quase acabando, eu notei que eu não era uma menina magra como as da minha sala. Eu usava 42/44 e continuo usando (dependendo da roupa é até 46, e tudo bem, corpos existem e mudam). Mas eu odiava meu quadril largo, achava que chamava muito atenção negativa, e ainda tinha minhas coxas grossas, era o pacote do ódio. Eu tinha uma colega que usava 36 e até aí tudo bem, mas ela insistia em me comparar com ela e dizer que minhas pernas grossas eram quase que o tamanho dobrado das dela. Me chamou de gorda na cara dura (como se isso fosse ofensa). E qual o problema de ser gorda? Nenhum. Ninguém é obrigado a ser igual a todo mundo. Mas eu fiquei triste, depois irritada (porque como uma boa ariana com lua em gêmeos, eu funciono assim, KKK)
Mas aí, como eu sabia que queria seguir a carreira em moda, eu assistia aquele programa que passava aos sábados no canal 4, sobre moda e um certo "esquadrão", que se é que me entende é uma bela porcaria, porque cria padrões, desmerece os tipos de corpos e ninguém precisa disso. E por causa desse programa eu inventei de querer uma calça reta pra "disfarçar" o meu quadril, mesmo odiando esse modelo de calça. Achei que ia disfarçar alguma coisa e não mudou nada, meu quadril é largo e estava lá, e hoje eu vejo que não tinha e não tem problema (te amo meu quadril de 112 cm), somos lindes, tendo quadril largo ou não.
E quando entrei no terceiro ano do ensino médio, ainda me achava "gorda", ora pelo quadril, ora pela gordurinha na barriga ou pelo braço de "pãozinho." Todos normais, mas que eu achava todo "errado"! Mas eu procurava não ligar porque eu precisava de uma faculdade, depois eu emagrecia (olha o pensamento doido da pessoa).
Enfim em 2013 entrei na faculdade, com pessoas que não tinham o mesmo padrão financeiro pobre como o meu (e se tinham, escondiam com todas as forças pra não serem zoados e taxados de pobretões). E me deparei com um novo tipo de corpo ideal: usar 34, 36 e no máximo 38. Sabe a conversa que o Nigel tem com a Andy na fila do refeitório no "Diabo veste Prada" sobre os novos tamanhos "padrões"?, pois ela é real e existiu durante a minha faculdade de moda. E casos estejam curiosos eu me formei na universidade de três letras, que misturam dois bairros paulistanos: um com o nome do estádio do SPFC e outro com o nome do sambódromo da cidade de São Paulo. Me digam depois se conseguiram adivinha, KKK.
Mas voltando, eu fiquei chocada com esse padrão, porque com 18 anos claramente não iria conseguir aquela numeração. Como uma pessoa que usa 42 vai alcançar o 34 sem prejudicar o seu corpo? Isso de modo "saudável" no mínimo assusta. Detalhe éramos estudantes de moda, porque diacho era necessário ter  medidas de modelos de 1,70 da Victoria Secret's??? Eu nem estava sendo paga por aquilo.
Eu até procurava umas dietas doidas e uma exercícios, mas nunca colocava em prática. Graças a Deus e minha mamãe que sempre dizia que era linda daquele tamanho e que se falavam mal era inveja. Hahaha.
Na minha sala tinha um grupo no Facebook de uns 3 ou 4 alunos que se achavam o próprio Christian Dior e a Chanel pra discutir sobre os looks dos colegas da sala e falar mal das roupas de "pobres" repetidas e dos "pesos" fora da tabela. Resultado: todo mundo se pegava se policiando nos seus looks pra não ir parar no grupo e ser mal comentado.
Eu sei que eu peguei um ódio daqueles três, que sempre evitava eles pra evitar um barraco no meio da universidade. Sim, eu desço do salto bonito e discuti inúmeras vezes na faculdade. 
Mas eu não sei o que se deu com esse grupo, tanto de pessoas quanto de Facebook, porque eles deixaram o curso no segundo semestre. E a paz reinou. Ou não. Realmente não. Pois sempre rolava as comparações entre as meninas do curso: por altura, tamanho do busto, cintura, quadril, enfim a festa toda errada.
Lembro que passei de soutien 42 pra 46 (porque meu corpo terminou de formar) e toda a hora tinha alguma menina me perguntando se era silicone, quantas ml era (tipo, hum?) Sendo que eu morro de medo de cirurgia. E até parece que de um dia pro outro eu teria feito uma cirurgia tão invasiva. Deus me free. Eu sempre achei bonito busto grande e quando finalmente tive (porque na minha família tinha) eu comecei a achar exagerado por causa desses comentários. Virou meu quadril parte II. Mas não liguei muito, eu liguei o "dane-se" e tá ligado até agora sobre esse assunto.
Essa foi uma das minhas histórias sobre padrões corporais na minha vida e carreira.
Por isso acho chato seguir o padrão Pinterest da gringa, só porque ganhou um nome do que toda brasileira tem. Porque em resumo não tem biscoito pro seu, pro nosso tipo de corpo. Todos somos lindes e perfeites do jeito que somos e bem entendemos ser. 
Não importa o que você seje ou escolheu ser, mas se ame. Procure se amar. Aceite seu belo corpo. Seja ele do jeito que for.
Não existe padrão de corpo bonite pra você. Seje você mesmo e se curta do jeito que é.
Não se importe com o termo sobre o seu corpo, "dentro ou fora" se moda. Use o que bem entenda e se quiser usar o midsize ou plus size pra se inspirar, use, mas não deixe isso te definir.
Afinal, o corpo é seu e cada um cuida como quiser. Apenas se ame.
É isso, fades.
Comenta sua história com "padrões" pra gente bater uns papos.
Por hoje é só. Fiquem bem e saudáveis. Até a próxima.
Abraços de BR!
Vanessa. Fada 1.
:: Playlist 1# ::
Pra esse texto eu separei duas músicas que ouvi faz pouco tempo, tá, nem tanto tempo assim. Kkkk
1. Just Right - GOT7. Ouvi em 2017 e fez um bem danado pra minha auto estima pós graduação. Que é em resumo que somos lindes do jeito que somos.
2. Healing - Seventeen. É sobre cura e de aproveitar o que realmente importa para nós mesmos. E deixar de lado tanto comentário e situação negativa.
Link da Playlist:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr?si=f1006ec39cd542b9
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fadasbrasileiras · 4 years
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"O tempo precisa de tempo"
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"E se..." são palavras que sempre cercam o nosso dia-a-dia e a infeliz da ansiedade ajuda a comprimir o peito de quem se pega pensando no futuro. Eu mesma já perdi milhões de minutos em um futuro que nem chegou e já o estava comparando com os alheios a minha volta. Pois se você já fez isso, não se sinta só, pois há uma grande parcela de pessoas fazendo isso agora mesmo. Mas porque isso acontece com todos nós independente da idade? Sinceramente eu também não sei, mas sei que não damos tempo ao nosso tempo. O tempo de nossos corpos, nossas mentes e do nosso amadurecimento.
Recentemente me peguei comparando (sim, de novo, porque a desgraça desse sentimento vem e parece não querer ir embora) as minhas conquistas "pesadas" com a minha idade. Resultado: me senti velha demais pra determinadas coisas, atrasadas pra outras, parada no meio do caminho e por fim me senti inútil, por estar com quase 26 anos e não ter feito "nada" que a minha idade "pede".
Quando você chega aos 20 anos, vem uma enxurrada de coisas que precisamos ter até os 30 anos; (levante a mão quem já ouviu uma cobrança dessas \o) por exemplo: devemos estudar, ter um diploma, trabalho fixo, casa própria, carro do ano, uma família com dois filhos e dois cachorros ou gatos. Só de listar isso, eu já fiquei sem fôlego. Sem contar que pra mulheres inclui ser "bela, dedicada e do lar", porque parece que a carreira feminina termina na maternidade, enfim a hipocrisia.
Mas o que eu quero dizer (escrever) com isso? Não é essa "lista de tarefas", que dependendo da pessoa é muito mais extensa, que defini quem somos, nem muito menos o tempo pra cada coisa.
"Nosso tempo, precisa de tempo." Mas que porcaria clichê é essa? você deve estar pensando, mas analise um pouco. Cada pessoa tem um tempo pra determinada fase da vida. Tem pessoas que assim que terminam o ensino médio já tem um negócio próprio, outros conseguem depois dos 40. Algumas estudam a maior parte da vida e esperam 3, 4 ou 5 anos pra se estabelecer na carreira, outros no primeiro semestre já tem um emprego na área. Tudo bem esperar o seu tempo, pois você não está sozinho nisso. Tudo bem se você se sentir confuso, triste e frustrado com a sua idade e suas metas. Tudo bem se sentir assim. Somos humanos, é justo que passamos por emoções, no final dá certo pra cada um, no determinado tempo e na determinada data e forma. Cada um tem o seu momento de felicidade que lhe cabe bem e cobre todos os "e ses..." de uma vez ou quase.
A vida de cada um é distinta, diversa e cheia de obstáculos, conquistas, choros e alegrias diferentes. Faz parte do existir.
Então viva o seu tempo. O presente prepara e fortalece o caminho pro futuro. E lembre-se cada um tem seu tempo e todos são válidos. Não se cobre tanto, pois a cada espera (que é chata, insuportavelmente chata, eu sei) mas perto do que você deseja você está.
Seja você, no seu tempo.
:: Playlist 1# ::
As duas músicas que eu separei pra esse texto, são um tiquinho velhas, mas são exatamente aquilo que precisamos ouvir quando a confusão de sentimentos coloca em dúvida se somos capazes de conseguir alguma coisa. Foram algumas das minhas músicas companheiras durante a minha época de vestibular e semestres atribulados de faculdade, quando eu me desesperava com as minhas notas, o medo de perder a bolsa integral e o um futuro incerto. Pois bem, isso passou e essas músicas ainda me lembram que coisas boas demoram a chegar.
1. This time of my life - David Cook
2. This is my time - Raven Symoné (se você é fã ou já assistiu o Diário de uma Princesa, vai reconhecer essa)
link da nossa playlist: https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr
Bom, é isso. Espero que vocês fiquem bem, apesar de tudo.
Abraços de BR!
Um beijo,
Vanessa. Fada 1
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fadasbrasileiras · 4 years
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Viva o hoje, porque o amanhã pode não existir.
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E lá vamos nós para mais um texto aqui. Sou imensamente grata pela sua presença, e estou feliz de que alguém que não seja apenas eu, possa ler esse texto, que iria ser mais um do meu Diário. Pensar ao longe, imaginando nas vidas e realidades que podem ser alcançadas através desse texto, me motiva. Me motiva a continuar no hoje, vivendo o hoje e tomando iniciativas no hoje. Já que amanhã é apenas uma ideia, uma expectativa e um objetivo. E é justamente sobre a importância de viver intensamente o hoje, sem deixar para depois, é que venho conversar com você.
Bom, a vontade de escrever sobre isso veio de um acúmulo de sentimentos que venho sentido desde todas essas recentes e catastróficas mudanças no mundo, onde mais do que nunca a vida está tendo um grande valor. E depois de ter assistido aquele filme da Julia Roberts e da Susan Sarandon, "Lado a Lado" (drama noventista bem sessão da tarde, eu sei.) foi o gatilho para que organizasse minhas reflexões, e quisesse compartilhar sobre a importância de viver o hoje, sem arrependimentos. LEMBRANDO DE VIVER COM PRUDÊNCIA!! né amigas(os)? Não estou dizendo para você sair de casa, aglomerando, sem máscara, acabando com sua vida, e a vida dos outros. Muito pelo contrário! É sobre valorizar a vida, para que ela seja longa, proveitosa e sem arrependimentos. Ou seja, é uma reflexão sobre a vida em geral, sem a presença do vírus. Sendo assim: Continue em casa. 
Mas, vivendo sem deixar para amanhã, seja no agir ou dizer, já que o amanhã pode não existir. Então em relação ao filme, tirando que é mais um longa nada inovador, que super valoriza os dramas vividos por pessoas ricas e brancas, que se relacionam com outras pessoas genuinamente iguais a elas. E que no resumo da ópera não há nada de novo, sobre o sol da injustiça social. Tirando mais essa história estadunidense (convenhamos: ‘‘lavagem cerebral’‘) que não se diferencia de tantas outras narrativas da 7ª arte, que crescemos achando corretas e perfeitas. Teve um ponto na história de "Lado a Lado" que me chamou a atenção, e foi o que aconteceu com a personagem de Jackie. Quando ela descobre que está doente, e sabe que têm pouco tempo de vida (dei spoiler, sinto muito. Mas o filme é velho! Então não têm lá tanto valor. Isso é claro, se você não for spoiler fóbico. Neste caso: sinto muito, viu? Mas vai continuar.) ela passa a viver seus dias de uma forma diferente, vivendo a sua rotina com mais VIDA. Dando assim, mais sentido e valor a coisas corriqueiras, que antes passariam despercebidas.
Logo, gestos como acordar a filha no meio da noite para dar um passeio na neve, ou performar uma música legal com seus filhos no quarto de casa; se tornaram as últimas oportunidades que Jackie teve de permear memórias e vida, no coração das pessoas que amava. Isso me deixou triste e reflexiva, pelo fato da personagem apenas passar a viver dessa maneira, por estar próxima da morte. Ou seja, ela tinha plena certeza de que o seu amanhã não existiria. E só a partir desse trágico fato, é que ela foi capaz de enxergar o que sempre é visto, porém com mais valor. Realmente vivendo, e não apenas existindo.
Dessa forma me pego pensando, por que deixamos tanta coisa para depois? Por que não fazemos como a Jackie? Vivendo nossas rotinas com mais vida, valorizando as pequenas coisas, e fazendo do ordinário, extraordinário. Mesmo que nem todos nós estejamos condenados por uma patologia, tendo os dias limitados pela mesma; se pararmos para pensar, o amanhã não existe. Achamos que ele existe, mas na realidade não! O amanhã é incerto, vago, líquido. Então por que depositamos tanta certeza nele? Claro, que tudo precisa de equilíbrio. Isso é primordial, jamais se esqueça do equilíbrio!!  Mas, por que será que, deixamos tantas coisas, que podem e devem ser feitas hoje, para amanhã? Sendo que temos a vontade hoje?
Agora devido ao vírus, viver um dia de cada vez e com a maior qualidade possível, se tornou algo essencial aqui na minha casa, e na minha vida pessoal. De verdade, não sabemos se vamos estar aqui amanhã ou muito menos, se as pessoas com que queremos compartilhar a vida, irão. Então, por que não dizer: eu te amo hoje. Por que não parar de querer fazer parte do padrão, hoje? Por que não apostar em você e naquele seu antigo sonho, hoje? É o hoje que existe, e é no hoje que podemos fazer algo. Agora que um novo ano começa, nos cabe apenas essa reflexão: não devemos deixar para o amanhã, aquilo que está ao nosso alcance e pode ser feito hoje. Que em grande maioria são assuntos do coração, que pedem apenas nossa compreensão, auto compreensão, iniciativa e coragem. 
Penso, em quantas pessoas se foram sem ouvir um eu te amo, sem realizar desejos simples. Ou tantas outras que tinham planos juntos com estas, e estavam adiando para um futuro que não existirá. Isso me deixa muito mal, mas ao mesmo tempo me impulsiona a querer fazer aquilo que tenho em mãos hoje, e o que posso fazer hoje, no hoje. Sem deixar para amanhã, seja por alguma insegurança, medo, ou por achar que não é suficiente. Hoje todos nós precisamos, mais do que nunca, de coragem em viver. E assim deixar de apenas existir, sendo levadas(os) pela onda, sempre no automático. Temos que aceitar o que temos agora de mais precioso, sendo o ar em nossos pulmões, e a vida que corre em nossas veias, e com isso: apenas viver. Assim que o mundo se curar, encare a vida com outros olhos. Seja mais Jackie, vivendo extraordinariamente o ordinário, tomando iniciativas. Não deixe para depois aquilo que você sente queimar o seu coração para ser feito no presente. Mesmo que o amanhã exista. Faça hoje! Amanhã com certeza trará suas próprias vontades, que não devem ser adiadas também.
O que aprendi até então com meus vinte anos, e tenho tido plena certeza a cada dia é de que, da vida não levamos nada. Ninguém alcança a perfeição, ou o nirvana. Digo isso, porque na grande maioria das vezes, o motivo de adiarmos tantas coisas em nossas vidas, é por querermos alcançar a felicidade. É tudo sobre a felicidade no final das contas. Muitas vezes acabamos tendo um ideal de felicidade, baseado na vida e conquistas de outras pessoas, e que idealizamos de tamanha forma, que essa fictícia felicidade, se torna irreal. Assim, em um ciclo vicioso acabamos por adiar mais e mais coisas, em busca de um padrão de felicidade que jamais será alcançado. E seguimos negligenciando nossas conquistas, felicidades e vida que deve ser vivida no hoje. 
Mesmo que ninguém alcance o ápice da felicidade, eu sei que todos nós temos individualmente nossas perfeições e nirvanas. Onde estes são construídos por nós mesmas(os), por meio da aceitação e compreensão. Felicidade é assim como arte, subjetiva. Cada um encontra sua felicidade e perfeição, mais cedo ou mais tarde, do seu próprio jeito e está tudo bem em ser diferente. Cada vida tem seu espaço, seu valor, seu objetivo, e todos somos importantes no universo. É exatamente nossas diferenças que mantém tudo equilibrado. Então porque não viver o hoje do seu jeito, ao invés de ficar esperando o amanhã perfeito, que é inexistente. O seu hoje é perfeito, e é seu.
Não estou dizendo que nunca devemos evoluir, e que devemos aceitar nossas desgraças e coisas que nos incomodam, ou nos deixam infelizes. Muito pelo contrário, digo que você deve sempre trabalhar em prol da sua felicidade e do seus objetivos. Mas quero dizer também que o agora tem sua beleza, e merece ser vivido por você. Continue acreditando no futuro, mas nunca deixe que ele esmague o seu presente, ou o seu agora. Viva o hoje também, prove cada novo sabor dos ingredientes que você adiciona para chegar no seu objetivo. Mas prove com vontade, saiba da onde eles vieram, compreenda eles, e os ame também. É o hoje que constrói o amanhã, então o hoje deve ser perfeito em sua imperfeição.
Escrever e acreditar no que escrevo é um desafio para mim, tanto que a medida que escrevo para você, é o mesmo que escrever para mim. Sempre fui mestre em planejar todos os detalhes do futuro, e de não valorizar e viver o que acontecia, e construía no presente. Só depois de alguns tombos na vida, onde o que planejava nunca se concretizava, porque eu mudava o caminho da construção presente, e nem sequer prestava atenção. Somente assim, depois de muitas frustrações, notei que: o amanhã é feito do hoje. Por mais que o futuro/amanhã possa parecer certo e sólido, ele é mutável. E suas mudanças se moldam naquilo que fazemos hoje, como um efeito cascata. Dessa forma, só podemos ter certeza do futuro, baseado naquilo que vivemos e fazemos no hoje/agora.
Assim, depois de compreender o presente, diariamente vou tentando com bastante vontade valorizar as pequenas perfeições que me cercam. Seja sendo grata por todos que amo estarem vivos e saudáveis, seja a mini esperança que tenho que vida seja melhor do que já foi. Ou então, o passo de coragem que estou dando hoje, escrevendo isso para você. Dessa forma vou vivendo o hoje, em sua imperfeita perfeição. Encaixando as peças daquilo que considero como felicidade, tentando também atender a todos os desejos do meu coração, e ficando atenta a eles. ( exceto é claro, por coisas que custem mais de 20 reais, ou pessoas que não fazem a mínima ideia de que eu exista. Chora o coração dessa Tenvely. kkk ) E assim aproveitando as realizações, e me concentrando nas pequenas e valiosas felicidades, proporcionadas por viver apenas no presente. 
Como já diria com muita sabedoria e pistolice minha mãe: ''temos que viver um porquinho de cada vez! Meia hora de cada meia hora!!'' Seguindo por:  "amanhã é amanhã! E o resto não 'inter'' (nota: 'inter' quer dizer interessa. Sim! Minha mãe fala as palavras com diminuição. E sim! Viver mais de vinte anos com ela, fez de mim e da minha irmã, especialistas em linguagem não verbal, e no idioma de mamãe.) Enfim amiga(o), de verdade, espero que você tenha compreendido minhas confusas mas sinceras palavras. E que tenha refletido sobre a importâncias do agora, do hoje e daquilo que fazemos nele. 
Vamos tentar juntos valorizar nossas conquistas diárias, realizar desejos, viver a vida com mais vida. E sermos felizes com os nossos imperfeitamente perfeitos, mas confiáveis e sólidos: Presente. Continue planejando! Foco nos seus objetivos, mas não se esqueça de viver o agora. Se estiver com vontade de comer dois pedaços de bolo, coma. Não se importe com a dieta, ou com o que a galera do programa ''bem estar'' disse sobre o que é saudável, apenas faça o que quer fazer: hoje. Amanhã você não terá toda essa vontade. Diga aquilo que têm para dizer, ou não diga aquilo não quer dizer. Apenas viva!! Não exista no modo automático. Viva! Você está vivi e deve viver, começando agora.
E é isso, te agradeço muito por ter chegado até o final, e espero de coração ter despertado uma reflexão na sua mente e no modo como você vive. Garanto que irei tentar aqui, e a medida que for mudando pode ter certeza que vamos conversar de novo. Se você gostou desse texto, não deixe de compartilhar com a gente. Estamos ''ON'' em todas as redes lá em cima no endereço do LinkTree (ou à esquerda, se você estiver na versão desktop.) e vamos amar, ouvir, ler, interagir com você: hoje. Obrigada de novo, e viva.
Fique bem!
Um grande abraço de BR,
Rebeca, a fada 2.
:: Playlist 1#::
Para esse texto escolhi " Pais e filhos" do Legião Urbana. Essa música é linda e profunda, e diferente do título não se trata apenas de uma narrativa fixa, sobre pais e filhos. Mas são sobre as pessoas em geral, suas vidas, e as coisas que acontecem no hoje. É sobre as ‘’pequenices’’ da vida, e suas diferenças, e como todas partem de uma raiz única, sendo: a vida. De ''Pais e Filhos'', o refrão chama minha atenção e me faz refletir profundamente, que nas palavras do Renato: "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar para pensar, na verdade não há." Motivada pela magia da semiótica na letra do Legião, essa canção se encaixa no meu entendimento em como devemos valorizar o hoje.
A segunda música é:  ''Ain't no mountain high enough'', dueto atemporal do Marvin Gaye, e da Tammi Terrell. Por ser uma ótima música, e por estar no filme ''Lado a Lado'', (errou quem pensou que era por conta de ''Guardiões da Galáxia!!'' há!) que foi o estopim que faltava para que fazer esse texto possível.
1- Legião Urbana - Pais e Filhos
2- Marvin Gaye, feat Tammi Terrell - Ain't no mountain high enough
Link da playlist:
 https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr
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fadasbrasileiras · 4 years
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‘’E SE...’’. Os esmagadores ‘’e se...’’ e as incertezas de um ano novo.
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''Acordei com o coração apertado, e com dificuldade para respirar depois do sonho que tive. Sonhei que estava desesperada porque minha vida não tinha " andado'', me sentia frustrada, angustiada e agoniada de uma maneira como nunca senti. Desesperada, por todos os meus esforços não emplacarem em resultado, gritava aos céus para algo grande acontecer.' Honestamente tenho muito medo desses sonhos, E SE for verdade??'' E foi embalada nesse sentimento a partir desse sonho que meu ano começou.
2020 finalmente acabou, mas confesso que ainda estou presa em Março. Mesmo que minha ficha ainda não tenha caído, já faz 1 semana que o ''ano novo'' começou. De verdade isso me apavora. E agora, parece que toda energia ruim que se acumulou no fim do ano passado, não ficou presa em 31 dezembro, mas segue perturbando minha mente e coração. E esses primeiros dias parecem ter um peso incomparável sobre meus ombros (e acredito que sobre os seus também.)
As ''festas'' passaram, e não consegui sentir nada. Continuava incrédula de que era Natal e Virada de ano, e não me sentia feliz. Afinal não havia motivo nenhum para comemorar ou ser feliz, quando as mortes em todo país se aproximavam a toda velocidade a marca de 200 mil. Assim, meu psicológico se tornou ainda mais frágil do que já é, e quando me dei conta, estava absorta em uma avalanche repentina de dúvidas, medos e incertezas sobre o ''ano novo'', onde todas começavam com: "e se..."
Novamente recai sobre meus questionamentos e ansiedades, sobre meu próprio futuro. Vendo com meus olhos do presente, que se iludem na ideia de que estão corretos sobre o amanhã, e me fazem acreditar nas suas mentiras. E ao que caí novamente, me apavorei e fiquei sem ar ao ver meu futuro incerto, informe e um completo fracasso. Tudo por eu não estar fazendo parte do padrão. Ou seja, recaí, e por grande parte do dia pensei em soluções para ter uma estabilidade ilusória, o mais rápido possível. Pensei em desistir de tudo, sem ao menos ter tentado. E tudo porque me perguntava: ‘’E SE esse nada der certo? E SE tudo o que penso nunca der certo? E SE der tudo errado? E SE.. E SE... E SE??’’
Fiquei petrificada, e parecia que todas as minhas certeza e passos tomados até aqui, tinham perdido o valor (acho que foi um pico de ansiedade. Se você souber, me diga por favor). Tudo o que conseguia pensar era em como o que tenho agora, não chega nem perto do começo, daquilo que planejo ter e fazer. E em como não tenho nenhum caminho concreto para caminhar, e quando digo concreto, digo padrão. Ou seja, algo CLT que esteja atrás da tela de um monitor, e que precise bater ponto. Sim, recai novamente sobre a ilusão de bradesqueira. (Eu disse no texto anterior que estava difícil para mim também, e que com bastante frequência era atormentada pelos fantasmas de ser bradesqueira. Eis que esse foi mais um episódio). 
O que mais me deixa furiosa é que foram e são apenas pensamentos, nada de tão ruim aconteceu. Porém, já me sinto suficientemente desanimada e duvidosa sobre minha própria capacidade. Essa onda de questionamentos negativos, me fizeram acreditar que nunca tentei nada, de que nunca venci nada, de que nunca concluí nada. De que sou uma completa fracassada! Me sinto tão pequena e indefesa que parece que ainda tenho 6 anos de idade. Doentio não?
O medo do amanhã, se agrava principalmente por hoje não haver aquela certeza que gostaria de ter. Por estar no meio do processo, sendo a descida antes da subida, na montanha russa da vida. E para quem tem a mente ansiosa (quem não tem hoje em dia, né amigas (os)?) não ter ''certezas a jato'', e um presente padrão "direitinho" é terrível.  E passar pela crise diária de ''e se...'', tudo se torna esmagador, ao ponto em que você não consegue se ouvir e a vida perde completamente o valor. De verdade, hoje os malditos ''e se'' me levaram de vez, mas tive sorte (e forças) para conseguir me resgatar a tempo, perceber e compartilhar através desse texto o que sinto, e me provar que por mais difíceis que sejam, os ''e se'', não aconteceram.
Enfim, tenho realmente medo do que possa acontecer no futuro, pois são tantos planos e tantas expectativas. Que no final das contas não tenho paz, pois constantemente tenho que me vigiar contra todos os ''e se'', que rondam minha mente como lobos famintos. Mas algo me tranquiliza, e é o fato de nada ter acontecido ainda. E de não haver motivos reais, para preocupação e ansiedade. Realmente é difícil se lembrar disso tudo, quando o que você consegue pensar é: ''E se fomos despejados outra vez??''. 
Tendo plena certeza de que os ''e se''' acontecem apenas como suposições mentais, digo para nós (eu e você ), que não devemos dar tanto poder a esses malditos questionamentos. Sei que o coração aperta, e que o fôlego falta, e que todos os ''e se'' parecem conter as mais puras revelações. Mesmo que pareçam corretas, e que todos os seus passos até aqui tenham ficado diminutos perto das incertezas, lembre-se de que são apenas pensamentos. Eles não são reais e não têm poder sobre você.
Continuar e não desistir é o que temos certeza, no agora, sendo assim devemos apenas fazer isso. Você ainda não tentou, então não deve desistir sem tentar. O amanhã é incerto? É. Mas só será certo quando você chegar lá, fazendo o que você está fazendo hoje: perseguindo seus objetivos e sonhos. E mais importante, não desistindo: do hoje e de você.
Não sei o que será de 2021 para mim, e tenho medo de pensar. Mas só quero que todis tenhamos saúde, e que possamos batalhar por tudo aquilo que queremos. E que os "e se" sejam cada vez menos frequentes. Mas quando acontecerem, que tenhamos voz para gritar que eles: NÃO SÃO REAIS, E NUNCA SERÃO.  E que por mais apavorantes que sejam, não vão nos parar.
Então é isso, sei que é difícil não pensar no amanhã e não se assustar com as incertezas. Mas se lembra de viver o hoje, e de dar o seu melhor. E fechar os olhos e respirar fundo quando a dúvida bater. O futuro não chegou, então vamos manter a calma!
Desejo de todo meu coração que você tenha saúde, e um ano conforme você queira. Torço para que os seus planos, sonhos e objetivos sejam materializados, assim como estão na sua mente e coração. Obrigada pela sua presença, e por fazer parte das nossas vidas.
Um grande abraço de BR,
Rebeca, a fada 2.
::Playlist 1# ::
Para esse texto escolhi duas músicas, onde as letras já falam por si só. Então, é só curtir o pagode do Grupo Revelação, lembrando é claro do triunfo da Maria da Paz, depois de tantos ''e se..'', em A dona do pedaço. (Referência de novela sempre é bom, né?!!)  E acreditar nos conselhos sinceros do Renato, já que: "quem acredita sempre alcança". 
Espero que você ouça com o coração, e receba a mensagem.
1- Grupo Revelação - Tá escrito
2- Renato Russo - Mais uma vez
Link da playlist:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr
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Não deixe de dizer o que achou sobre esse texto, manda uma ‘alô’ pra gente. Todas as nossas redes estão lá em cima, na biografia.
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fadasbrasileiras · 4 years
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Como não desistir dos seus sonhos e objetivos, mesmo em realidades contrárias. - parte 1
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"Nossa, mas isso não dá dinheiro!!", "Vixe! Eu acho que você foi mal assessorada", "Não! Desiste disso! Vamos achar outra coisa pra você fazer". Sim, essas foram as frases que eu e minha irmã ouvimos ao escolher nossas profissões, parece mentira, mas foi verdade. O fato é que essas palavras nem foram ditas pelos nossos pais (inclusive, beijos pai e mãe, hahaha), mas sim de parentes, nem tão próximos, que se acharam no direito de dar opiniões nada confortáveis. A resposta que demos para isso foi o silêncio, dado o choque que sofremos com tamanha falta de senso. 
Na verdade, nos formamos sim no que queríamos, seguimos sendo designer de moda e fotógrafa. Mas não foi um caminho fácil na verdade, nem bonito também, mas ouvimos essa falta de cabimento até hoje, mesmo já formadas. Mas como isso aconteceu? Como continuamos mesmo sendo contrariadas? Acho que foi a mistura de áries e leão que a duas tem, kkk. Enfim, foi um certo ajuste de ideias, força e o apoio de quem realmente importa. Pode ser clichê dizer que força de vontade faz alguma coisa, porque as vezes a gente nem tem força pra sequer responder o "porquê" das coisas. Mas com a gente foi a mistura de raiva, paciência e acreditar que "algo ia dar certo". Parece que é uma mistura louca, mas acredite, funciona.
Eu e a Rebeca viemos de escola pública (o que já por si só molda o seu ponto de vista, mas isso fica pra um próximo post) e éramos "acostumadas" a não pensar em mais nada fora o ensino médio, afinal "pobre só faz isso mesmo", escutávamos na escola. Mas nossos pais acreditavam e acreditam até hoje em nós. E decidimos o que íamos fazer bem cedo, estávamos decididas. Mas aí a realidade veio e os comentários também. Como íamos pagar a faculdade? No caso eu Vanessa, porque fui a primeira a me formar na minha família. Eu escolhi meu curso, fui pra um cursinho, estudei feito uma desvalida, não dormi e nem comi direito, tudo mirando na faculdade pública. Que quando chegou a hora, não passei por dois pontos. Sim, chorei feito uma cachoeira e já estava quase desistindo, por que afinal não tinha como. E foi quando me inscrevi no ProUni, por dica do meu dentista (ah, e salvem o ProUni também, porque ele é a salvação de muitos alunos de escola pública), me inscrevi sem muita animação e passei.
E foram 4 anos em uma instituição privada, com bolsa integral e um mundo totalmente diferente do meu; afinal, eu não tinha sequer ideia de que se comprava roupa todo dia e que "repetir" roupa era sim crime inafiançável (claro, em 2013, onde ninguém tinha essa consciência e nem o biscoito de hoje com o consumismo). Confesso que quis desistir uma porção de vezes no meio do curso, seja, por ser "gorda" pra moda (como se isso fosse problema, ah, e eu uso 42), seja, por ser pobre demais pra fazer moda (sim, eu escutei isso da minha professora de modelagem) por não ter dinheiro pra comprar 70 (!) tipos de tecidos pra uma aula no dia seguinte, ou no meu TCC (que fiz totalmente sozinha, fui tapeada pela costureira) onde ouvi da minha orientadora palavrões (falta de ética, oi?!) e um "você é imoral" e "não adianta, você não vai se formar", tudo isso porque eu não consegui entregar todos os looks propostos. Isso tudo me fez pensar: "pronto, é agora que desisto e faço outra coisa", sem contar que eu passei mal nessa dia, e minha mãe ficou com medo que eu partisse desse pra melhor, tudo por conta da falta de profissionalismo de uma professora. Mas se eu desistisse não era justo, não era justo comigo, com a eu de 17 anos que sofreu horrores, com a minha família e com q minha bolsa de estudos. 
Depois disso e de uma DP por conta de um total de 0,2 no fechamento da nota, eu decidi que não iria desistir por causa de um bando de babacas, sim, incluindo colegas de classe, professores, costureiras e parentes. Sim, existem pessoas maldosas nesse mundo em todas as áreas. Eu não desisti e me formei em 2017 (depois de 6 meses de DP) e só fui colar grau em 2018, porque a faculdade me trolou até os acréscimos do segundo tempo. E foi aí que eu pensei que depois de formada, o mundo seria mais tranquilo pra uma jovem de 22 anos, mas não. O diploma sem experiência, não significa nada, NADA! 
Não quer dizer absolutamente nada para os recrutadores, e mais uma vez eu me via quase desistindo de tudo de novo. Fiquei um total de 3 anos (até agora, em 2020) procurando emprego e me deparando com os seguintes requisitos nas vagas de emprego:
inglês fluente (sendo que a maioria nem tem dinheiro pro mês, quem dirá pra fazer curso de inglês)
Experiência de 5 anos COMPROVADA
Um monte de programas pra saber mexer
Várias funções juntas (mas com um único salário)
Desejável ser uma astronauta e ter participado da corrida espacial de 1969.
É tanto requisito sem noção, eu me formei há três anos, como posso ter experiência há cincos anos???? Sendo que pra estagiário exigiam experiência também!
Passei tanta raiva, crises de ansiedade e sufoco procurando emprego que saí da minha formação e fui procurar em outras áreas, que só me renderam estresse e uma gastrite nervosa. Pedi demissão de um emprego com 7 dias, por não aguentar as cobranças de algo que não fazia sentido.
Na época fui contratada pra ser vendedora, e acabei sendo caixa, segurança, call center, financeiro, VM e ganhando o salário de uma só tarefa. E ainda tinha que ouvir: "mas você é formada, tá fazendo o que aqui?" de pessoas que podiam ser minhas avós. 
E no final desse rolê, veio pandemia, o emprego sumiu e as esperanças também e no final disso tudo, eu DESISTI. 
Mas sem acalmem, kkk. Não desisti de seguir minha formação, nem dos sonhos da Vanessa de 17, mas desisti de ser padrão .Padrão de profissão, padrão de vida estabilizada, padrão de vida conjugal e padrão de empregabilidade. E sim, montei meu próprio padrão. Eu e minha irmã (que você confere a história logo depois desse post) nos tornamos empreendedoras, esse blog é parte disso, dos nossos sonhos e da não desistência deles, e talvez um "cala a boca" pra todos os desaforos já ouvidos. E se você se identificou, seja bem vindxs!!!
E como recomendação musical desse post, aí vão:
1- Start Over - Gaho
2- Clap - Seventeen
Link da Playlist:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr
Abraços de BR,
Vanessa, a fada 1.
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fadasbrasileiras · 4 years
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Como não desistir dos seus sonhos e objetivos, mesmo em realidades contrárias. - parte 2
As vezes eu não dou o devido valor às minhas conquistas, e continuo a acreditar no ciclo vicioso de que "não sou o bastante", por não estar fazendo parte do padrão da maioria. Por estar fazendo (ou tentando) da minha vida, aquilo que eu acredito só para mim. Aquilo que me faz realmente feliz, mesmo em situações contrárias. Eu sou a Rebeca, tenho 20 anos, sou fotógrafa e essa é minha história de: ''Como não desistir dos seus sonhos e objetivos, mesmo em realidades contrárias.'' Espero de verdade que tanto minhas palavras quanto as da Vanessa, sirvam de combustível para que você não desista. Que você se sinta motivada(o) em continuar naquilo que escolheu, por amor ou algum motivo especial, mesmo que hoje/agora esteja tudo contrariamente difícil. Se acontecer, deixa a gente saber. Escreve pra gente nas nossas redes, e conta sua história também. Vamos amar te ouvir. 
Enfim, ao som de "Nem luxo, Nem lixo" da Rita Lee, vou te contar minha historinha, que de fato sou "uma pessoa comum. Uma filha Deus, em uma canoa furada. E que estou remando contra maré". Na verdade, sempre estive contra a maré, a vida toda. Seja pela personalidade, criação, e escolhas. Que é justamente o motivo desta história, repleta de detalhes. Que só pôde acontecer porque escolhi aquilo que me fazia bem, me deixava ( e me deixa feliz), mas que vai contra a maré. Seja da realidade, de expectativas, dos padrões em geral. Já começando a história, vou dar um grande spoiler: sou uma fotógrafa sem câmera (sem uma DSLR padrão ''fotógrafo topzera''). E me formei sem uma, fiz meu primeiro fotolivro sem uma, e não tenho previsão de ter uma. É isto. Mas por quê? Segue aqui.
Quando tinha meus 14 anos, enquanto folheava uma revista Capricho, me apaixonei pela câmera que a Taylor Swift segurava para um dos editoriais. Era uma Diana f+ CMYK. E a partir de então, comecei a me interessar muitíssimo por fotografia analógica, tudo aquilo era tão especial! E tinha me cercado a vida toda, e somente a partir de então, pude me dar conta de que fotografia era importante para mim, e era o início da minha paixão. Paixão que estou cultivando até hoje, pois mesmo após 6 anos, continuo me apaixonando pela minha escolha profissional. E isso em um campo repleto de altos de baixos. Mais baixos do que altos, com certeza. Vai por mim.
Depois de me apaixonar por toda Lomography, e me frustrar pela loja em São Paulo ter fechado no mesmo ano. Fui entender o que a fotografia significa para mim, fui encaixar as peças que estavam lá a todo esse tempo, e florescer as razões para minha paixão pela fotografia, as quais mantenho até hoje e acredito que irei manter até o fim. Fotografar para mim é " valorizar a vida, e dar esperança ". Digo isso porque enquanto via no meu antigo Tumblr, algumas fotos de viagem ao maior estilo Lonely Planet, em um dia de cão, em que tudo o que eu fazia a noite era chorar (sim! Nessa época eu chorava muito, muito mesmo. Pobre Rebequinha adolescente, ainda estava aprendendo a levantar das rasteiras da vida). E enquanto via todas aquelas fotos, seja dos Becos se Valência na Espanha, ou de ruas em Kyoto, das praias no Recife. Aquelas imagens me davam a esperança de que o mundo era muito maior do que eu pensava. Que havia muitas realidades além da minha, inúmeras coisas para se ver, aprender, sentir e ser. Esperança de que mesmo nos meus piores dias, tudo poderia ser diferente. Já que o mundo estava aí, pronto para me ensinar, abrigar e mostrar as maravilhas da vida. 
Agora vejo, o quanto a semiótica já me cercava, mesmo sem saber. Também vejo que a fotografia valorizando a vida sempre esteve lá, principalmente nos dias em que eu e a Nessa, minha irmã (Nessa é apelido de Vanessa, e não o pronome demonstrativo feminino.) inventávamos sei lá por qual motivo, de pegar a caixa de sapatos e rever todas as nossas fotos de bebês, do casamento dos nossos pais, e aquilo era excelente! Era um dos momentos em que eu gostava de ser criança, de estar lá, revendo o passado. Ouvindo as histórias e choramingando, por que raios os meus pais não me convidaram para o casamento deles?? (Sim! Tive essa fase também. E sim! Eu continuo querendo o bolo de coco do casamento deles. Não é minha culpa, a culpa é da fotografia que me emergiu e me fez acreditar que meus pais estavam me enrolando.) Volta e meia sempre víamos essas fotos, e o mais curioso é que todos os meus registros da nossa infância, podem ser guardados em uma única caixa de sapatos. Isso porque não tínhamos uma câmera, e tudo o que temos foi feito ou com uma câmera que quebrou (pois alguém quebrou!) ou com câmeras emprestadas de algum parente. E pelo que eu sei, esses registros estão aqui em casa por um verdadeiro milagre! Porque eles poderiam nem existir, e ainda ter se perdido em uma das 10 mudanças de casa que minha família já viveu. Mas eles estão lá, perfeitos e em ótimas condições em papel Kodak (a maioria). Bom, tudo isso pra mim já é suficiente como motivo para amar fotografia, como um instrumento para valorizar a vida. Começando dentro da sua própria história, e partindo para narrar as histórias escondidas e desvalorizadas no mundo. 
Tinha 14 anos, e começava a ter certeza de que era isso que eu queria para o resto da minha vida. Cedo não? Pois é, tenho sol em Áries. Então querer fazer tudo antes de todos, é bem normal. Mas você se pergunta: ''como você chegou na fotografia Rebeca? Assim, do nada? ''Pra ser honesta, de um modo ou de outro iria cruzar com a fotografia, mais cedo ou mais tarde. Porque meu plano inicial era fazer artes visuais. Sempre um ser das artes. Seja desde a pintura de dedo com guache (porque a Nessa ficava com o único pincel que tínhamos. Sim! Eu cristalizei. Tenho Lua em Câncer.), ou seja da minha era de artesã com biscuit (culpa do canal Bem Simples. Quem lembra?!) ou das inúmeras "reinações", como já diria minha mãe, que fazia do nada com papel amassado de revistas, embalagem vazias, etc etc etc e tals. Fora que sempre tive a obrigatoriedade de saber me virar customizando as coisas, principalmente capa de caderno da escola. Por que os cadernos da Tilibra, Grafons e todos os com glitter e capa dura, eram caros demais para serem comprados de um dia para o outro. Ainda mais no meio do mês, que era justo os dias que meus cadernos de repente, acabavam todas as suas folhas. Então cresci com essa facilidade para os trabalhos manuais, fora que sempre desenhei. Sempre mesmo! 
Não sei jogar vôlei, andar de bicicleta, nadar ou fazer qualquer atividade que as crianças faziam nos anos 2000, com as turmas de amigos ao ar livre e nas férias. Mas eu sei desenhar todas elas. Isso eu sei!!  Fui criada em casa, com zero amiguinhos e coisas "padrão" de criança, então quando eu não estava assistindo Cocoricó, estava desenhando que estava assistindo Cocoricó. Ou que estava lá na fazenda do Júlio, brincando com o Alípio e a mimosa, e a Nessa. É claro! Qualquer coisa relacionada às artes visuais, era o que eu sabia fazer e tinha interesse em fazer. Fazia com facilidade e amava! E é assim até hoje. Então artes visuais era meu destino, até que a fotografia se desmembrou e quis vir sozinha me conquistar. E deu certo. Estamos aí há 6 anos!! Mas Artes de modo geral, continua sendo minha paixão raiz. Tanto que hoje trabalho (tento) com fotografia artística. Vejo na fotografia um suporte para unir tudo o que quero expressar com as artes manuais, só através de equipamento, e a magia da luz. Podendo assim criar novas realidades, fazer experimentos, e o mais poderoso: fazer enxergar o que é comumente visto. No sentido de resignificar o banal, trazer a tona o ignorado. Isso é o que mais me toca sobre as possibilidades da fotografia. E é o que me esforço em transmitir através das minhas imagens. Hoje trabalho para fazer você notar de uma forma diferente: o metrô, a calçada, a cadeira, o secador de mãos. Tudo de uma nova forma, valorizando aquilo que sempre esteve lá. Reparando. (~momento do jabá~: agora que você já conhece mais sobre como funciona meu processo criativo, vai lá me fazer uma visita no Instagram, é @arebecajesus. Vai ser muito bem vinda(o)! Obrigadinha, e é nóis!)
Enfim, avançando na linha do tempo e deixando um pouco de lado minha história romântica com a minha profissão. O tempo passou, e suportei a escola o máximo possível, pois precisava chegar ao 3° ano do ensino médio, e dar duro para tirar uma ótima nota no ENEM e conseguir uma bolsa integral do ProUni. (pausa para o ~momento ativista~: SALVEM O PROUNI! Através dele pessoas pobres podem ir mais longe, podem orgulhar seus pais que têm somente o ensino básico, e ser a 2°pessoa da família a ir para faculdade. Lutem pelo ProUni galera, vale a pena!!! E aproveitando o gancho: PAREM DE ENROLAR E VACINEM O POVO!!! VACINAS GRÁTIS E PARA TODOS OS BRASILEIROS, URGENTE!!.) Esse era meu objetivo, e eu só tinha duas opções: conseguir ou conseguir. A Nessa já tinha aberto o caminho, e me mostrado que era possível, então assim como em tudo, tomei o exemplo da minha irmã para seguir, e eu tinha que conseguir. Você deve se perguntar, "mas você não tinha outra opção?". E minha resposta era: NÃO!. Era somente fotografia, tinha de ser. Estava fazendo aquilo pela eu de 14 anos. Tinha galgado 4 anos dentro daquele objetivo, suportando meus parentes desacreditando, inclusive o meu avô avarento, que certa vez me perguntou: ''e isso (ser fotógrafa) dá dinheiro?''  Então logicamente não tinha outra opção. 
E lá estava eu no 3° e mais esperado ano da escola, passando perrengue por ser introvertida e não me compreender (assunto de outro post, é só aguardar.), por tentar fazer parte do padrão e preocupadíssima com o ENEM, e não me sentindo pronta para o mesmo. Na verdade, não me sentia pronta para nada. Meu último ano foi terrível, terrível!! (Única salvação foi que comecei a gostar de k-pop! Foi o que salvou aquelas " amizades" Chernobyl que eu tentava conquistar fingindo ser quem eu não era, e só ''tomando na cabeça''.). Foi terrível porque minha família passava pelo começo, do que durariam 2 anos, pelo conhecido ''valado'', naquele ano e no seguinte faltou tudo. Tudo mesmo. Pra você ter noção, haviam dias em que tínhamos que escolher entre colocar 20 reais de gasolina para me levar à escola, ou usar esse dinheiro para comprar comida. Pensa, como ficou minha cabeça: faltando no 3° ano, não fazia cursinho e tudo o que era ruim só piorava. Mesmo assim, lá estava eu, sei lá como, de pé. Tinha que conseguir. E assim foi o ano inteiro. Lembro que parecia que somente eu me importava com o vestibular, e ir para faculdade no outro ano. Já o resto da turma queria somente ir no parque aquático e na "festa do branco", ou nos rolês, que eles sempre me excluíam.  Certa vez, umas duas pessoas que estudavam comigo inventaram de "socializar" comigo e me incluir na conversa, perguntando o que eu iria fazer na faculdade. Quando respondi fotografia, eles começaram a debochar falando que não viam a necessidade de fazer faculdade, já que hoje em dia '' qualquer um pode ser fotógrafo.'', dito isso é claro com tom de deboche. Olhei pra eles e não respondi, mas no fundo sabia que eles eram somente os primeiros que eu iria encontrar que iriam tentar me desmotivar, e jogar pedras na minha vidraça. Assim, como todo o 3ºano do ensino médio, lutei em silêncio.
Enfim, nem liguei na hora. Mas cristalizei, e espero que eles estejam lendo isso hoje. E espero vender uma das minhas belíssimas fotos para eles um dia. Os dias passaram e o dia do ENEM chegou. Não estava pronta. Tinha estudado? Claro que tinha. Mas, por que diabos nunca cai o que a gente estuda? Lancei na mão de Deus, respondendo literalmente as questões que não fazia a mínima ideia com D de Deus. E dei meu melhor. Só torcia para tirar uma nota suficiente para a bolsa integral. Para ser a 2° da minha família na faculdade, para orgulhar meus pais e dar início aos meus objetivos. O ano letivo acabou, e passei pelo portão da escola pela última vez e nunca mais olhei para trás. Fim, era só aguardar. Dentro de 3 meses estaria na faculdade.
Bom, era isso que eu acreditava. E foi aí que tudo começou a dar ruim. Foi literalmente:  ''Início de um sonho: DEU TUDO errado!!'' (mas para não te deixar angustiada (o) , demorou para dar certo, mas até que deu. Senão não estaríamos aqui). Era final de fevereiro de 2018, e tudo continuava de mal a pior na minha casa, estávamos vivendo de favor há mais de 6 meses ( sou muito grata as pessoas que nos acolheram durante 2 anos, sem mesmo nos conhecer. Obrigada pessoal! Espero um dia poder retribuir o triplo para vocês, de verdade.)  Estava determinada a encontrar um emprego, eu poderia ''trabalhar depois das aula'', pensava a pobre Rebeca. E estava há dois meses inscrita no site de empregos, que é pior do que o palhaço IT para te dar medo, ansiedade e raiva. Estava aceitando qualquer emprego, mas ainda estava de boas. Se fosse colocar em um gráfico minha sanidade, estava em uns 15℅. Como aquele alerta do celular de que a bateria está acabando, mas ainda dá pra fazer ‘’uns corre’’. Era mais ou menos por aí que estava a minha sanidade. 
Ok, ainda faltava a nota do ENEM sair, e eu me inscrever na bolsa. Só que aí, as notas saíram e minha nota tão esperada não tinha sido lá essas coisas, mas ainda achava que dava. E então lá fui eu me inscrever no ProUni, na 1ª chamada. Fui confiante na universidade que tinha um curso de 4 anos, como primeira opção e uma outra que não me lembro, como segunda opção. Tinham somente 1 bolsa na ampla concorrência, e eu ainda acreditava que a esperança era a última que morria. (Hoje vejo, que na verdade ela se finge de morta para ninguém encher o saco dela. E aí corre da cena e se esconde em uma montanha como eremita. E depois de muito tempo e muito perrengue, que tu passa sozinha, você cruza com ela (a esperança) em um fatídico dia. E se surpreende porque ela não estava morta, só estava escondida todo esse tempo. E então, vocês tomam chá no chalé empoeirado dela, conversando e começando o papo com: "poxa, quanto tempo..."  Acho que é mais ou menos assim, que funciona a esperança na minha vida. E sim! Dei uma viajada e tanto.) Para resumir a história, não passei na primeira chamada, nem na segunda que aconteceu no final do mês. 
E imagina como me senti?? Péssima! E foi assim durante todo o primeiro semestre de 2018, a ''bateria'' da minha sanidade já havia acabado, e eu não conseguia nem ligar, seu seja, a partir daí e até Agosto: DEU TELA AZUL. Nunca vou me esquecer da extrema angústia que senti naqueles 6 intermináveis meses, não tinha mais esperança de nada, não iria estudar. O que era meu único objetivo há muito tempo, não iria acontecer conforme meus planos. E tudo só continuava a piorar, começava a me questionar todos os dias se algum dia iria conseguir, com:  ''E se eu nunca conseguir?'' e ''O que será de mim agora?''. Foi horroroso! Sentia meu coração partido em mil pedaços, não era somente por não ir para faculdade, mas porque, esse ser só um dos diversos motivos que me deixavam na pior. Tudo se desmoronava na minha casa, e mesmo ruim pra caramba, todos em casa estavam ainda pior. Então o que era minha dor comparada a todos os seus "parentes" virarem as costas pra sua família, e todos os dias ver seu pai "vendendo o almoço, para comprar o jantar"? Minha dor não era nada ao que vivíamos como família. Até agora não sei por qual motivo, tudo tinha que acontecer na mesma época. Por que vida? Por quê?  Isso só pode ser explicado por uma onda gigantes de puro e genuíno: AZAR. 
Por mais que seja um saco relembrar tudo isso e escrever aqui, acho importante pontuar a lista dos meus fracassos. Porque vai que um dia penso em desistir, ou sei lá, alguém pensa em desistir e tromba com esse post. Então, só para que nem eu nem você desistam, vou continuar a te contar a cronologia das minhas derrotas, e que mesmo assim ( vontade é o que não faltou) não desisti. De volta à 2018: Foquei somente então em procurar um emprego, pois ''quem sabe eu poderia pagar a faculdade, certo?'' Errado. Agora pensa em uma agonia, e multiplica por dez somando com ansiedade, frustração e desesperança. Era assim que eu procurava por um emprego. Estava aceitando QUALQUER emprego, QUALQUER um. Pra você ter uma ideia, fui até distribuir currículos pessoalmente, e mais de uma vez. E tudo o que eu ganhava era um: " não estamos contratando" e "a tá ok. Deixa aqui com a gente". E foi assim, em um loop infinito de NUNCA ser chamada para nenhuma entrevista. E eu me inscrevia para todas as vagas possíveis, desde: Garçonete, assistente de RH, vendedora de carros, e atendente de qualquer coisa. Não me importava com nadaaaa, só queria um emprego. E dar um jeito na angústia do meu coração, e no sentimento de inutilidade que sentia todos os dias quando ia dormir. Para mim o primeiro semestre daquele ano, deveria ser deletado, cancelado e incinerado. (Mas aí tem 2020 para competir, então a disputa está acirrada.) 
Nenhum emprego surgiu, mas o que não faltava eram especulações e ''Mansplaining'' de pessoas que mal me conheciam, e se achavam no direito de dizer o que era melhor para a vida da ''jovem desempregada de 18 anos''. Quase nenhuma pessoa apareceu para me incentivar ou falar que ''iria ficar tudo bem'', muito pelo contrário, elas só falavam que eu deveria me esforçar mais, ou por que eu não tentava ser bradesqueira?. Discursando com soberba as palavras: ''a namorada do meu filho, não passaram duas semanas que ela se inscreveu, e já foi chamada. Não sei por que você não consegue?" e "ai! atualiza seu currículo lá, não é tão difícil. É uma empresa tão boa, você iria se dar bem lá". E a pressão era tanta que comecei a acreditar que a vida de bradesqueira, ou seja, um emprego padrão de escritório que têm uma fictícia estabilidade, era o que eu precisava. (Se você não está acompanhando bem, ser ''bradesqueira'', significa trabalhar como atendente de um banco específico. Que é aquele com a logo em branco e vermelho, e que começa com a segunda letra do alfabeto. E que por azar, tem sede na minha cidade. Ou seja, todos aqui acreditam a mais de 30 anos, que trabalhar lá é o mesmo que descobrir a vacina para o Coronavírus.). E bom, o que era tão ''fácil'' nunca acontecia. Nem pra bradesqueira eu servia. Mesmo tentando, esperando e venerando sem parar, um emprego ''fácil'' de bradesqueira, só para fazer parte do padrão aceitável, por pessoas que não me conhecem. Apenas para ter uma estabilidade ficcional, gastei muita energia por essa b*sta de vaga, que nunca deu em nada. 
Eu estava tão desesperada por um emprego, que já tinha me anestesiado do meu verdadeiro objetivo. Começava a duvidar se eu era boa para fotografia, se eu gostava mesmo. Se aquele era meu caminho. Lembro de uns infelizes Chernorentes (junção das palavras Chernobyl e parentes)  que  reapareceram na vida da minha família, depois de muito tempo, para deixar uma época que estava ruim, ainda pior. E quando falei que queria fazer fotografia, começaram a debochar perguntado se ''dava dinheiro'', e ainda tive de ser comparada com paparazzi. É mole? Bom que, a vingança veio de uma forma plena, mas isso somente em Agosto. Quando ouvi isso era Março. Os dias passavam, e não consigo me lembrar de nenhum ponto alto daquele semestre. Daí vieram, as inscrições do meio do ano para o ProUni. Estava crente que não iria conseguir, de novo. Até mudei de curso na primeira inscrição, e que não passei por sinal. Tentei sem nenhuma esperança a segunda chamada, e para minha surpresa, foi aí que deu certo.
Mas pra quem conhece ProUni, você sabe que, mesmo que dê certo, pode dar errado. Ainda tinha de ser aprovada nos documentos. E adivinha só? A faculdade que fui aprovada ficava do outro lado da cidade, era o começo da minha outra história (que até rendeu um mini projeto fotográfico) de ir todos os dias da zona Oeste até a zona Leste de São Paulo. Lembro que o dia de levar os documentos, já começou no perrengue, porque não tínhamos dinheiro, e tínhamos que levar diversos papéis para comprovar a renda. (No meu caso, era a falta dela. Literalmente.) Enfim, nunca tinha andado na linha 3 vermelha do metrô antes, e pra mim foi ''um rolê do caramba''. Lembro que cheguei lá, com muito custo, entreguei os papéis para a moça que começou a separar em uma pasta verde. Honestamente, não sentia nada. Eu tinha certeza que não iria ser aprovada. ''Não vai dar certo!'', pensava. Enquanto analisava a moça me disse que haviam faltado alguns papéis, e que deveria trazê-los naquele dia ainda para terminar a análise. E nisso, ela me entregou com outro papel com uma lista de documentos para ''matrícula''. Porém meu nível de descrença era tão grande que não tinha me tocado, que estava DANDO CERTO. Em minha defesa, tenho Mercúrio em peixes, então demora pra ficha cair. E afinal, eu estava tão desgastada emocionalmente, que não tinha energia para criar expectativas. 
Voltei para casa junto com meu velho (velho pai), e retornamos na faculdade antes que fechasse com os papéis, incluindo os da ''matrícula''. Lembro de falar para o meu pai, enquanto estávamos no trem novamente: ''Se eu conseguir essa bolsa, vai ser um milagre!''. Bom, a partir de então é que tudo começa a dar certo (bom quase tudo). A moça terminou de revisar e pediu para que eu assinasse o ''Termo de concessão da bolsa''. E eu assinei e ainda perguntei: ''moça, deu certo?''. E ela, meio sem entender: ''sim. Deu sim!''. E pronto! Fiquei positivamente anestesiada, pedi pra abraçar a moça (saudades da época em que podíamos pedir para abraçar estranhos.) olhei para fora da sala, e falei pro meu velho: ''Deu certo!!''  E ele começou a chorar, e eu também. Resolvi a matrícula, passe do ônibus e outras coisas, e foi tudo tão rápido. Tive 6 meses de pura angústia, para resolver em 30 minutos. É mole? Bom, quando liguei para avisar minha mãe que estávamos voltando, contei para ela que tinha dado certo, e que eu iria estudar. E foi aí que eu desabei. Chorei tanto, mais tanto. Parecia que todo choro que eu tinha segurado durante todo aquele tempo, tinha saído de uma vez só com um: ''oi mãe, consegui.'' Foi um choro de alívio, que nem eu e nem a Rua Antônio Macedo, vai esquecer. 
Você pode se perguntar: "mas Rebeca, por quê choraste por uma coisa tão simples como ir para faculdade com 6 meses de atraso?" Porque essa não foi só uma conquista minha, mas foi a conquista da minha família, dos meus pais. De uma mãe multitarefa que completou a 8° série, e de um motorista de ônibus, que uma vez ouviu do seu irmão esnobe: ''Você? Você nunca vai conseguir colocar suas filhas na faculdade.''  Então, eu era a segunda pessoa da minha família a ir para faculdade, representando a minha família. E dizendo ''cala a boca!!'', a todas as pessoas que desacreditaram, debocharam e nos colocaram para baixo, sempre. E espero de todo meu coração, que esse seja apenas o começo.
Objetivo concluído. Agora só me faltava: ''tirar boas notas, aprender, e me formar com excelência!!'' (sim!! Pareço o Mike Wazowski da Universidade Monstros, eu sei.) Comecei em Agosto de 2018 e terminei agora em Julho de 2020. Onde tive o último semestre (que eu mais estava esperando) totalmente EAD. Foi dose. Mas sobrevivi. Minha experiência na faculdade foi muito especial. Mesmo que tenha demorado, e que não tenha ido para a instituição que proporciona uma experiência de 4 anos (que né, formação só têm valor se for de 4 anos. Se você se forma com 2 anos, é ''tirado''. Enfim, a hipocrisia. Não é mesmo?), a querida Universidade do Povão Paulistano (meu apelido para UNIP) foi suficiente para mim. Todos os dias era uma aventura, e mesmo que as coisas em casa continuassem na mesma, eu estava lá, cumprindo meu objetivo. Atravessando a cidade de Osasco ao Tatuapé, e descobrindo minha fascinação pelas curiosidades do meu campus na ZL, lugar que jamais iria pensar em visitar um ano antes, e quanto mais passar 2 anos estudando. Eu curti tanto a minha experiência lá, que até fiz um mini diário fotográfico, que mostram algumas das coisas que mais me faziam acreditar que tudo aquilo era real. Seja as janelas de vidro, até as cadeiras do refeitório, o metrô e a biblioteca, onde eu amava ficar quando chegava mais cedo. Agora vejo que foi de extrema importância valorizar cada um dos simples detalhes que vivi. Primeiro para que eu não me esquecesse, e segundo para que eu sempre valorizasse aquela conquista, para sempre ter em mente toda a angústia que tinha passado. E com isso, mesmo nos dias mais difíceis, eu não desistisse. (Se você quiser dar uma olhada nessas minhas lembranças da ZL, é só colocar lá no Instagram: #daoestealesterebecajesus. Comenta se você ficou curiosa (o) sobre alguma foto, de verdade, preciso contar as histórias por trás das minhas fotos para alguém que não seja a Vanessa. Ela já sabe de todas, e até já perdeu a graça. Então vai lá, vou adorar te contar algo sobre os registros na Universidade do Povão Paulistano.)
E dias difíceis, em que tive vontade de desistir, não faltaram. Como disse no começo, sou uma fotógrafa sem câmera (na verdade, câmera eu tenho e ela me serve muito bem, obrigada. Fotografo hoje, e me formei com: Meu celular, de 5 mp. Que até a Tecpix, ganha em resolução. Quem lembra da Tecpix?). Bom, não tenho uma DSLR full frame f*dastica, mas tenho meu celular, confiança no meu trabalho e no caminho que percorri até aqui. Mas para isso, tive que duvidar muito, muito mesmo de mim. E querer desistir umas 3 milhões de vezes em 4 semestres. Toda atividade era um desafio, e ainda certa vez tive que suportar as piadinhas de uma colega sem graça, que não sabia aumentar o tempo de exposição do obturador e fechar o diafragma, para tirar fotos dos vitrais do Mercadão Municipal de São Paulo. E eu na minha boa vontade configurei para infeliz de boas, e ainda ouvi: "ela não têm (um equipamento) mas manja, kkk". Parece coisa de criança certo? Mas foi o modo como ela disse que me deixou com muita raiva. Fora que em todos os trabalhos semestrais eu nunca fotografava. Era muito chato não ter nenhuma foto minha, ou mostrar na prática o que eu sabia. Bom, mas por outro lado pude trabalhar minhas habilidades como assistente, modelo e diretora de arte. 
Demorei muito tempo, para perceber e aceitar de forma confortável que um fotógrafo não é feito por seu equipamento. Porque como já diria um professor que tive: ''de que adianta você ter a lente mais cara, com o equipamento de última geração, sendo que quando você fotografa você NÃO SENTE. Não põe 'O VOCÊ' alí, não entende o poder daquela construção imagética? Então de que adianta?''. Tive que passar muito perrengue, e me questionar se era boa o bastante, para poder compreender e aceitar de coração essas palavras. Que hoje, acabo vivendo elas. Passei todos os 3 de 4  semestres, achando que meu trabalho só seria bom se eu o fizesse com um equipamento x, se fosse igual aos meus outros colegas, e se eu fosse padrão. Mas a minha vida inteira funcionou fora dos padrões, não seria agora que iria funcionar de um jeito padrão. De qualquer forma, deu certo me formar com o celular. E sim, é possível! Depois que tirei um 9 no meu primeiro fotolivro, feito exclusivamente com a câmera de 5mp, tive certeza de quê, o que eu fazia era bom, era meu, e era eu. Me orgulho muito de ter me formado sem uma câmera (mérito que divido com mais 5 colegas de sala. Abraços galera!!), e por hoje reconhecer que um fotógrafo não é feito de seu equipamento. E caso queira ver as fotos do meu primeiro fotolivro, feitas exclusivamente com meu celular é só buscar pela hashtag: #preludiorebecajesus, no Instagram. Está tudo lá como prova, de que é possível ser uma fotógrafa sem equipamento.
Mas, essa lição só fui aprender tarde, porque no meio tempo, para completar, continuava a procurar emprego. Sim, e continuava a não ser chamada para nenhuma entrevista e a passar raiva com os sites e os recrutadores. Onde você tem tudo e mais um pouco que a função pede, mas eles olham teu currículo e mesmo assim, não te respondem. Nem mesmo para falar: ''Não vamos te chamar para entrevista, por implicância mesmo. Mas não leva a mal não, continua fazendo papel de trouxa aqui nesse site, e gastando toda sua energia. Você está fazendo um ótimo trabalho." No mínimo deveriam dar esse tipo de resposta. Não é? Enfim, continuavam tentando um emprego com a esperança de comprar meu equipamento, tentava qualquer coisa. Inclusive insistia na maldita vaga de ''bradesqueira''. Sim, eu ainda estava iludida e pensava que se eu me humilhasse bastante, quem sabe aqueles bananas engomadinhos que se formam em economia (não porque gostam, mas sim, porque é o que dá a certeza de estabilidade no trabalho de escritório),  me deixariam fazer parte do ''clã padrão'' deles, só para que eu tentasse provar da ilusão de trabalho com estabilidade. Pois vai que a fotografia não desse certo de primeira? Então, por que não continuar a tentar ser padrão?
Hoje escrevo isso, e tenho vontade de dar uma voadora em mim mesma. Por que diabos para nós que escolhemos profissões dentro do ramo da arte e/ou cultura, somos sempre condicionados a querer um outro emprego padrão? Só porque é a certeza de uma ilusão de estabilidade. Por que isso gente? Seja para ser bradesqueira, como foi meu caso, ou para tentar fazer concurso público, e trabalhar na prefeitura da sua cidade em áreas que não teve, e jamais terá haver com você. Por que nós sempre somos levados para esse caminho? Sempre abaixamos nossas cabeças e não investimos 100% nas nossas profissões fora do padrão mas que amamos, por medo de não fazer parte do ciclo vicioso de estabilidade financeira, que é ditado por pessoas que não fazem parte da nossa geração. E que não conhecem quem somos, o que queremos e o que passamos para escolher o que julgam como errado e instável. Já que, pensa comigo, de quê adianta ficar em emprego que não seja na sua área, sendo que você está gastando toda sua sanidade mental, em algo que não vai nunca valer a pena para você? Vai por mim, o esforço não vale a sua saúde mental, seu amor próprio, e além de tudo, o dinheiro da futura terapia e calmantes sintéticos. Vamos lá, amigas(os)! Somos melhor que isso tudo, somos melhor do que o padrão que querem impor para nós. Vai dar tudo certo! É só continuar, e segurar firme quando a curva for muito acentuada. (Da mesma forma que eu seguro no ônibus lotado às 7 da manhã, quando dispara a toda velocidade na rotatória para entrar na Rodovia Raposo Tavares.) 
Eu sei, sei bem que não é fácil. Que é estressante, frustrante, esmagador, e péssimo. Não ter respostas imediatas das nossas paixões que dedicamos anos de estudos. E que sabemos desempenhar trabalhos mil vezes melhor, do que certo fulano, que está fazendo sucesso, e que não deve ter nem a metade da história da sua trajetória. Isso eu sei e muito bem. Mas, não é justo como você se desgastar em lugares onde as pessoas nunca notaram seu potencial por completo. E se notarem sempre irão dar um jeito de te menosprezar, de te colocar para baixo e te fazer desacreditar de você. E de tudo o que você já viveu. Isso porque se sentem ameaçadas com seu talento, habilidade ou a sua presença. Em resumo, porque sentem inveja. Eu sei também que os boletos não se pagam sozinhos, e que o pão e o leite não aparecem na porta de graça. Mas quero te lembrar, que você não precisa se perder aí nesse trabalho nada haver! Junta toda sua energia, para que o hoje, os desaforos que você ouve, sirvam como degraus para você subir e atingir os seus objetivos / sonhos. Leve o tempo que durar, nunca saia de casa sem se lembrar das suas convicções, de quem você é. E das razões por que você vai lá. E também pode ter certeza que as Fadas Brasileiras vão estar torcendo pelo seu sucesso, mesmo que ainda a gente não se conheça. Tenha plena certeza disso!
Bom, falo tudo isso porque tenho experiência. Na verdade, uma experiência de 1 único mês exatamente. E essa experiência foi a mais recente, frustrante e a que mais me dá ódio. A qual resultou o início de tudo isso que estamos construindo hoje, conforme aquilo que eu e a Nessa determinados como certo para nós mesmas. A partir dessa injustiça que vivi, Fadas Brasileiras teve a força que faltava para nascer, e agora nós e você, podemos nos apoiar e crescer juntos. Lutando contra essa realidade que é injusta com quem escolhe remar contra a maré, e sair do bando de gados. Vamos juntos remando para esquerda (quem entendeu, entendeu! E tá entendido. ;) Essa odiosa porém necessária experiência, começou assim que terminei minhas aulas no penoso, mas seguro, EAD. Já fazia um tempo que tinha voltado a procurar emprego com o mesmo desespero de 2018, afinal eu continuava precisando de grana, e querendo minha liberdade para aplicar naquilo que eu mais precisava e que me tirava (e ainda tira) o sono. Quando fiz 20 anos, comecei a ter um sentimento novo dentro de mim, comecei a me sentir um peso para os meus pais. Não que eles me cobraram, mas eu mesma queria não depender tanto deles. Já está mais do que na hora de andar sozinha, e do mais importante, é hora de retribuir. (Lembrando é claro que, esse foi meu sentimento pessoal. Cada um de nós tem seu tempo, seus probleminhas e as soluções para os mesmos.)  Era isso o que eu pensava todos os dias, conforme o semestre ia acabando e eu iria ficar desocupada novamente, precisava mais do que nunca de um emprego. Só que agora tinha em mente, o plano de suportar um trabalho ordinário para investir no meu negócio. Naquilo que planejava junto com a minha irmã, e que ninguém poderia nos parar. Esse era o meu urgente objetivo.
Me inscrevi novamente para inúmeras vagas. E esperava o retorno de alguma, isso me faz lembrar do episódio que vivi no final do ano passado. Episódio hilariante na mesma medida que frustrante. Antes do natal de 2019, fui chamada para um entrevista para ser atendente de uma farmácia. O salário era ok, para um trabalho 6x1. E era consideravelmente estável, iria sair para trabalhar após a aula com tranquilidade. Bom era o que eu esperava. Enfim, fui para entrevista com um total de zero esperança, mas fui. Já que era a primeira resposta que tive do site de vagas, em um espaço de 2 longos anos. Bom, lá estava eu em uma sala com outras 24 mulheres, muito mais eloquentes e com formações mais alinhadas do que a minha. Me apresentei, fiz um desenho que fazia parte do teste, preenchi uma ficha, e joguei um "por que não?" enquanto respondia a sequência de perguntas, do por quê eu deveria ser contratada pela farmácia. Estava certa de que não passaria. Mas, adivinha? Eu passei. Sim! Das 24 mulheres, sobraram apenas 9 contratadas e eu era uma delas. Felicidade, certo? Errado. Levei um golpe. Golpe porque o Sr. recrutador, nos fez acreditar que em Janeiro de 2020 já estaríamos todas trabalhando na farmácia mais próxima das nossas casas, uniformizadas de branco e vermelho e com um laço no cabelo. Plenas e empregadas. Era bom demais para ser verdade, e eu deveria ter desconfiado. Porém o que eram apenas duas semanas de espera, acabou sendo 3 meses. E daí veio outro golpe. O Coronavírus, achou residência fixa neste planeta. E aí, foi o fim de tudo. Zero retorno da farmácia, durante 3, 5, 8 meses seguidos. Azar certo? Certíssimo. Da única entrevista que passei, eu não passei. Ou seja, estava desempregada e empregada ao mesmo tempo. (Enfim a Hipocrisia, de novo! )
Eu esperei iludida até Janeiro, Março, e depois de Março por retorno. Ou um pedido de desculpas para dizer que foi um engano, que minha aprovação como atendente da farmácia não tinha passado de um ''delírio coletivo''. E que eu poderia voltar a ficar desiludida com minhas tentativas falhas de entrar no mercado de trabalho. Mas nem isso fizeram amigas (os), nem isso. E olha que eu corri atrás, liguei diversas vezes no escritório, para o recrutador e mandei inúmeras mensagens me arrastando pela vaga, afinal, só podiam ''ter perdido minha ficha, certo?'' Errado. Não me atenderam nunca, e da única vez que me atenderam, um carinha arrogante disse que eu estava: ''esperando a tempo demais'', e que deveria tentar de novo me inscrever no site, e quem sabe passaria. Isso como se fosse culpa minha. Esperei por essa droga de vaga até Agosto, mas continuava a disparar currículos para todos os lados da cidade, porém online. Torcendo para uma vaga home office (por causa do coronga.) de qualquer coisa que ainda funcionasse. Bom, as aulas terminaram mas minha frustração por empregos continuou. E foi em Agosto que comecei a levar um lendo ''rabo de arraia'' das injustiças da vida.
Lembro que das inúmeras inscrições que fiz, me inscrevi para uma vaga de captadora de recursos, de uma ONG bem famosa, bem famosa mesmo. A descrição da vaga era boa demais para ser verdade. Somente ''4 horas, de segunda à sexta. CLT (raridade!), plano de saúde, vale transporte, e meio salário mínimo (justo porque era um emprego de meio período, então um meio salário)''. Mas o que não estava escrito nas entrelinhas, era o que eu teria que passar (e me corromper) para permanecer neste emprego cômodo, que tinha como objetivo arrecadar doações para salvar crianças. Uma missão belíssima, e eu só precisaria de 4 horas. Era bom demais para ser verdade! Deveria ser muito concorrido, mas mesmo assim me inscrevi. E por azar, ou sorte, maldição ou bênção, acordei com meu telefone tocando de manhã, e atendi. (coisa que nunca faço, por dois motivos: 1°-  estar dormindo e 2° - Por que o lado esquerdo inferior do touch do meu celular não funciona. Porque acho que queimei ele limpando a tela com álcool em gel, quando estava no ensino médio. Enfim, as doses de todos os dias, mas seguimos.). Mas nesse dia o touch funcionou, e consegui atender. E do outro lado a moça me parabenizou, por ter sido selecionada para a vaga da ONG, e perguntava se poderia marcar uma entrevista online para o outro dia. Meio sem entender e ''sonada'', respondi que: "sim, sem problemas! Pode marcar." E lá fui eu fazer no outro dia para minha segunda entrevista da vida, sendo a primeira online. Falei com uma senhora de nome engraçado, e contei quem eu era, enquanto pensava: " vou falar com essa estranha, tirar minhas dúvidas, e pronto. Não vou passar mesmo!! Mas, ao menos não gastei dinheiro da passagem, e só vesti um blusão por cima do pijama. Então, tranquilidade." Porém, por um golpe do destino eu passei para a segunda etapa da entrevista do dia seguinte. E no dia seguinte consegui o emprego. 
Era sexta-feira, e na outra sexta-feira uma semana depois, estava indo rumo ao mercado "da vovó" como diria minha irmã, em Itaquera (ZL novamente pintando na minha vida), para meu terceiro dia de trabalho. E que já haviam me remanejado de "território", ( é como os idiotas daquela empresa, chamam os lugares em que você aborda pessoas e faz um discurso) pois não aceitei o ''Mansplaining'' do meu superior. Que com dois dias abordando desconhecidos e os convencendo a doar uma graninha para as crianças, ele queria que eu tivesse a desenvoltura do Bottini em convencer, soubesse de todas as técnicas de marketing e reversão, e a psicológica analítica das adesões. Somadas é claro, a própria experiência de 2 anos e 8 meses e 47 dias, 3 horas e 21 minutos dele. Isso eu tinha 2 dias de trabalho, e um treinamento de nem 2 horas, que aconteceu na terça feira daquela mesma e fatídica semana de Agosto. Mas isso, aquele infeliz, não queria saber. E como ele tinha um ''cargosinho'' de b*sta acima do meu, ele mexeu os pauzinhos e me mandou trabalhar no outro dia, à uma distância de 3 horas da minha casa. (Isso porque eu estava a nem 15 minutos de distância da minha casa, nos 2 primeiros dias. Pois era para ter uma experiência de início, que deveria durar 1 semana no mínimo, trabalhando em um lugar perto de casa para minha segurança. Isso até me acostumar com a rótina. Certo? Errado novamente.) E esse só foi o primeiro dos muitos closes errados que vivi e presenciei, nesse emprego que é o próprio exemplo de gaiola confortável.
Eu ainda não podia acreditar que tinha finalmente um emprego, o que eu batalhei para ter em 2 penosos anos, foram resolvidos em 2 dias. Dentro de uma semana, estava com minha carteira assinada, vestindo uma camiseta azul com letras brancas em Helvética. Com um tablet na mão, acenando e perguntando se poderia ter 1 minuto da atenção de estranhos, em supermercados que jamais fui em minha vida. E ainda por cima, com um vírus dizimando a face da terra. Onde eu saia com medo, trabalhava com medo e voltava como medo de me contaminar Seja nas 3 conduções que pegava ou com as pessoas que interagia durante as 4 horas de expediente. Hoje, vejo que arranjei forças da onde não tinha. Mas o que eu pensava: se há tantas pessoas que saem de casa sem proteção, sem se importar com o próximo, para bancar o esperto, abusando da "autoridade" que têm, e amassando a notificação que um guarda o deu por não usar máscara. Se essas pessoas saem de casa, para não acrescentarem nada na sociedade, indo totalmente contra a realidade, e fica aparentemente "tudo bem" para elas, o universo não deveria ser tão injusto a ponto de não querer me livrar da contaminação. Justo eu que havia ficado um total de 4 meses e 21 dias sem pisar na calçada se casa, e que agora iria sair para salvar vidas. Iria representar uma ONG, que aparentemente se importava com os próximos. Estava disposta a sair se casa e me arriscar, para ser parte da mudança da vida de crianças inocentes, e que hoje por conta do vírus, estavam em situações ainda piores. (tenho até uma outra história sobre, ter mudado meu olhar sobre a sociedades nesse período que trabalhei para essa ONG, e como isso me mudou. Mas fica para uma próxima vez, aqui nesse mesmo site).  Por eles e por meus objetivos tinha de ser corajosa, e ir. 
Foi muito estranho que justo em um período tão caótico eu tenha encontrado um emprego. Eu sei, eu tenho azar! E apenas aceitei esse emprego, porque foi o único que me aceitou, e porque as coisas em geral continuavam ruins em casa, então era a minha chance. Fora que como me conheço, se recusasse iria me martirizar pelo resto da minha existência .E assim, eu fui durante 1 único mês. Não vou dizer que foi uma experiência de tudo ruim, o que estragou foi, como sempre, as pessoas que têm um cargo acima do seu, e acham que são os próprios embaixadores globais da salvação. Sendo que na verdade, eles fazem parte de um esquema podre, onde mentem e não se importam tanto assim com seus próximos. Só para você entender, essa ONG que fui contratada terceirizou o serviço de captações para uma outra empresa. Sendo essa então a representante da ONG, e a que assinou minha carteira, treinou e era para cuidar de mim. Ou seja o que a ONG fazia lá no topo, não tinha nada haver com o que os corruptos nojentos dessa empresa terceirizada faziam ‘’às escondidas''. 
Enfim, estava aguentado firme porque tinha objetivos pessoais a serem alcançados, e aquela era minha chance. Além do mais tinha me identificado de verdade com a causa, com o ativismo envolvido. Mas era somente eu, que tinha essa visão. Às vezes quando falava que tinha visto tal cena ''assim, ou assada'' no caminho, e que me comovida agora de uma forma diferente ao ver crianças vendendo balas no farol, e que pensava: "estou trabalhando por vocês crianças, por vocês!" Quando compartilhava essa minha visão com os superiores ou colegas, todos eles me olhavam como se eu tivesse dito alguma blasfema. Algo repugnante, digno de olhares tortos, e rostos que esboçaram: "mas que diabos ela está falando agora?" . Foi muito estranho perceber que somente eu tinha entendido e me identificado com o óbvio, com a missão daquele trabalho. Honestamente até hoje fico sem entender. 
Nesse único mês, convivi com todo tipo de pessoa, e tive de dizer: "sim senhor!" não sei quantas vezes, para me adequar ao jeito que o superior achava melhor, (na visão dele lógico!) a forma que eu deveria fazer meu discurso ''convencedor de seres humanos, para ajudar na causa das crianças''. Bom, mesmo não gostando do que me doutrinaram a dizer, muitas vezes eu só soltava o disco arranhado do mesmo jeito, não me sentia confortável com o que falava. Mas só porque queria dançar conforme a música do superior, mesmo sabendo que aquilo era exagero e babaquice demais para se seguir, seguia. Eu tinha objetivos e não podia deixar essa oportunidade escapar, então somente sorria e me fingia de captadora ''boazinha e fofa'', com espírito de Ana Francisca recém chegada em Ventura (quem assistiu 'Chocolate com Pimenta', pegou a ref.) Assim segui meu mês abordando pessoas, e as convidando para:  ''abraçar a causa das crianças''. Falei com várias pessoas desconhecidas, e ouvi as mais inusitadas histórias. Haviam as que me ignoravam totalmente, e outras as quais tinham muita vontade de ajudar a causa, mas que infelizmente a situação atual não permitia. Então os deixava partir, desejando que encontrassem logo novos empregos, e dizendo que tudo iria melhorar. De modo nenhum os forçava a doar. O que percebi que era raridade também, nesse admirável emprego novo. Ou seja, o ''não forçar'' as pessoas que não tinham grana suficiente nem para elas, era totalmente INADMISSÍVEL, para os meus superiores. E para completar, vivi um mês de Caixeira Viajante. A cada semana estava em um lugar diferente da cidade, trabalhando com pessoas diferentes e dançando conforme a música delas. E fazendo tudo do meu jeito, assim que viravam as costas, e paravam de me pressionar a ''forçar doações''. 
Tinham pessoas legais, outras nem tanto, mas o que todas tinham em comum era a falsidade (tirando a galera rara que foi gentil comigo e não me pressionou, e a minha colega que rodou junto comigo. Abraço, Rô!!). Sempre desconfie de pessoas boas demais com você, que te elogiam demais e que te chamam de ''fofa''. Essa mesma pessoa pode te demitir em um sábado por mensagem de texto, sem te explicar nada, e alegar que é: "Só mais uma informante". Sim, foi isso o que aconteceu comigo. Durei apenas 1 único mês no meu primeiro emprego. Me demitiram em um sábado, quebraram o contrato, e ainda queriam que eu saísse aplaudindo e jogando rosas para todos aqueles canalhas corruptos. Bom, até hoje não sei ao certo por qual razão fui demitida. Me disseram que foi por que não alcancei os malditos "resultados" deles. Enfim, esses canalhas queriam que eu ameaçasse as pessoas expondo ela a Raios Gama, para que elas doassem, não importando se ela fosse desempregada, estivesse sobrevivendo com o auxílio emergencial do governo, ou que tivesse que sustentar toda família. Nada disso: ''Ela está mentindo!! Pressiona ela a doar. REVERTE! REVERTE!'', eles diziam toda vez em que eu deixava uma pessoa ir, por compreender sua situação.  Era somente na grana, e nos próprios benefícios que essas pessoas repulsivas pensavam, se escondendo atrás da pele de ''cordeiros salvadores de criancinhas'', e cantarolando a canção da ''doação voluntária''. 
É claro que ia muito da índole da pessoa seguir ou não esse caminho. Mas o que mais me revolta, eram as pessoas com cargos de liderança, que não se importavam com ninguém além deles mesmos. Fico me perguntando como é que chegaram lá? Resumindo, só sobrevivia nesse emprego, quem se corrompia mentindo sobre valores, era intimidador ou um ótimo ‘’pelego’’. Coisas que nunca nem fui, e nunca serei. Saí de lá, e nunca mais quero ouvir falar deles. Também não recomendo para ninguém, sabe? Ainda bem, que com a grana da demissão, fiz finalmente meu look de Dua Lipa, de cabelo bicolor. (Tudo na mais plena segurança da minha casa, é claro!). E mais alto do que nunca gritei: ''EU TENHO NOVAS REGRAS, EU CONTO!!''
Bom, que bela primeira experiência de emprego eu tive não é mesmo? Fiquei tão revoltada com tamanha injustiça, que decidi chutar o balde de vez. Jamais em toda minha vida passaria por isso de novo, não iria servir mais ninguém, ou tentar trabalhar para mais ninguém. O destino levou 3 anos das minhas energias, para resultar em nada. E quando resultou, durou 1 mísero mês, estava cansada. Foi a gota d'água e o que finalmente faltava, para que decidisse fazer as coisas do meu jeito, pela primeira vez. Iria trabalhar para mim mesma! Da minha caminhada de altos e baixos profissionais, passando por um estopim de injustiça, junto com mágoas e mais injustiças do passado, tive força para dizer que era hora de as Fadas Brasileiras saírem do papel. Voando na internet a dentro motivando, apoiando, e inspirando pessoas assim como eu, que já estão fartas de abaixar suas cabeças e fingir que não remam contra a maré, em uma troca mútua de crescimento, experiência e verdades. 
Era hora, de acreditar em mim, sem ninguém para me mostrar o caminho, ou a receita certa. E acreditar em histórias de pessoas como eu, que agora terão tudo o que nem eu, e nem minha irmã tivemos, alguém para dizer: ''Não importa se o hoje te diga não, apenas continue. VAI DAR CERTO, EU ACREDITO NO SEU POTENCIAL, E NO SEU SONHO/OBJETIVO!'' 
E essa foi minha história, baseada em fatos reais, de como não desistir dos seus objetivos e sonhos. Espero que tenha se identificado, e que tenha te dado uma luz. Mesmo que hoje esteja difícil respirar, (eu sei, porque continua difícil para mim também) quero que continue, e não desista de forma alguma. Se lembre de tudo o que você já passou, valorize suas conquistas. De verdade, se dê biscoito. Muito biscoito!! A fábrica da Bauducco, se possível. Você merece!! Nós merecemos. Um brinde a nós, pessoas fora do padrão e que seguem seus objetivos e que remam contra a maré. Mesmo que ainda seja tudo muito injusto e revoltante, que eu continue em uma montanha russa emocional. E que me questione, uma vez por semana se baixar a cabeça e seguir o padrão, não é a melhor opção. Mesmo me sentindo ansiosa com o constante medo de voltar aos tempos sombrios de 2018, bom, o que me dá esperança é pensar que o Park Seyori, demorou mais de dez anos para vencer toda injustiça que viveu. (Abraço pra galera boa de Itaewon Class!!) Mesmo que seja ficção, me deixa um pouco mais esperançosa em encarar os desafios de frente, e não fugir da raia. Já que se teve jeito para ele, também deve ter jeito para mim, essa fotógrafa de 20 anos que está tentando construir um Brasil (e um mundo) melhor junto com a irmã. Dando apoio ao máximo de pessoas que puder, e as incentivando a não desistir, e você faz parte disso!!!
E é isso. Só quero te agradecer por ter lido nossas histórias, que é o primeiro post do Tumblr das Fadas Brasileiras. Obrigada demais pela sua presença aqui. Te convido a escrever sua história para nós, ou o que achou desse post. Pode ser no email, Twitter, DM ou stories com marcação no Instagram. (Você acha todas as redes na descrição lá em cima). De coração, vamos amar te conhecer e te responder, e te dar uma palavra amiga.
Por esse post é só. Muito obrigada, amigas (os) leitoras (es) e até breve.
:: Playlist 1#::
Ah! Quase ia me esquecendo. Como somos musicalmente frustradas (até o momento), toda postagem vamos te indicar uma música nova (ou duas, ou três.), que têm haver com o assunto, ou que estamos ouvindo muito no momento. Ou só porque é uma ótima música para compartilhar. Então você terá algo novo para conhecer (ou relembrar por uma nova perspectiva, caso já conheça), a cada novo post aqui. E claro, todas as músicas vão para nossa no playlist Spotify. Que você pode ouvir enquanto faz o dever de casa, ou lava o banheiro... Fica a vontade. 
Você já tem as indicações da Vanessa no post acima, e agora as minhas indicações. Que são:
1-  Lanterna dos Afogados - Cassia Eller 
2-  Catedral - Zélia Duncan 
Amo muito essas duas músicas, e honestamente é a mesma coisa que cantar meus sentimentos. Espero que você também possa se identificar com elas.
Para ouvir nossa playlist é só clicar abaixo:
https://open.spotify.com/playlist/731AnWHu34d4WMF6SmzLbr Abraços de BR,
Rebeca, a fada 2.
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fadasbrasileiras · 4 years
Text
‘‘É aquele ditado: vamô fazê o quê?’‘ - BRASIl, Inês
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