#enegrecendo
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REMINISCÊNCIAS
e o tempo estrangulou minha estrela
quatro números giram insidiosos
enegrecendo os confeitados
e o tempo estrangulou minha estrela
caminhava reles sobre poço escuro
os brilhos choravam a meus verdores
e eu olhava e eu olhava
e o tempo estrangulou minha estrela
recordar três rugidos de
ternas montanhas e raios escuros
duas taças amarelas
duas gargantas raspadas
dois beijos comunicantes da visão de
uma existência a outra existência
duas promessas gementes de
tremendas loquacidades distantes
duas promessas de não ser de sim ser de não ser
dois sonhos jogando a ronda do sino ao
redor de um cosmos de
champagne amarelo esbranquiçado
dois olhares afirmando a avidez de uma
estrela tiquinha
e o tempo estrangulou minha estrela
quatro números riem em cambalhotas desgostosas
morre um
nasce um
e o tempo estrangulou minha estrela
sons de nenúfares ardentes
desconectam minhas futuras sombras
um vapor desconcertante recheia
meu soalhado recanto
a sombra do sol tritura a
esfinge de minha estrela
as promessas se coagulam
frente ao signo de estrelas estranguladas
e o tempo estrangulou minha estrela
mas sua essência existirá
em meu intemporal interior
brilha essência de minha estrela!
alejandra pizarnik: la tierra más ajena (1955)
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@empoderamentoblack Não escolhemos ser negros, apenas tivemos sorte👑💎🍫❤ Siga: @black.imperio @beleza_poder_negro #2frochicks #pretinhos #pretinhas #negros #negras #negritude #enegrecendo #pretavcélinda #pretovcélindo #cachos #crespo #cachosnaturais #amocachos #empoderamento #tranças #preto #preta #orgulhopreto #amosernegro #amorproprio #casaisnegros #amorapele #pretinhoskids #empoderamentoblack #podernegro #Poderblack https://www.instagram.com/p/B-3MNz3hwWt/?igshid=1pjk604yejlvq
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Não escolhemos ser negros, apenas tivemos sorte👑💎🍫❤ . . . . . . . . . . . . . . . #pretinhos #pretinhas #negros #plenaaos50 #IzyFėlix #SeCuide #SeAme #EscuteSuaPele #EscuteSeuCorpo #qualidadedevida #negras #negritude #enegrecendo #pretavcélinda #pretovcélindo #cachos #crespo #amocachos #empoderamento #preta #orgulhopreto #amosernegro #amorproprio #amorapele #empoderamentoblack #podernegro #poderblack #divasblack #maquiagempelenegra #makeupdodia (em São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/CFQHbb8FDTJ/?igshid=19igsuc27jt67
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"Você lembra quando eu não segui à risca as instruções da poção contra mau-olhado e todos que beberam ficaram cegos por três horas? Não, Evelyn, eu não posso fazer nada errado." Só de lembrar do incidente, a pele de Pocahontas enchia de bolinhas de nervosismo. A resposta nervosa avermelhando o pescoço, urticária querendo romper na pele. Bruxa surgiu, a ponta dos dentes enegrecendo por tempo suficiente para controlar a reação e voltar à coloração normal. "E não, não falarei dos meus erros desse tipo. Vamos focar em você e no doido. Recapitulando." Sem respeito nenhum, a bruxinha capturou o balde antes que derramasse e caiu na mesma direção, ficando longe do ataque da outra. "O ficante ganhou status plus premium e está doída por não ser exclusiva? Sério, você consegue ser mais trouxa do que eu." O que era uma grande mentira e ela jogou uma pipoca no rosto alheio para distrair. "Ele sabe que você arriou os pneus traseiros?"
Starter para Baba/Pocah @calymuses
Ser sugada por uma cidade mágica não era fácil para ninguém, principalmente para duas adolescentes cheias de problemas e dúvidas. Há 12 anos atrás, quando Evelyn chegou na cidade, Pocah foi uma das pessoas que a recebeu, deu abrigo e mostrou que aquele lugar poderia ser sua casa. Tinha sim alguns pequenos probleminhas, porém não era como se Evelyn não conseguisse relevar para manter a amizade tão querida. Tanto que ali estavam: Curtindo uma noite de filmes "You always act like you've never done anything wrong." choramingou se jogando no sofá com o balde de pipoca recém estourada em seu colo "Eu sei que ele não é lá o melhor dos partidos, mas sei lá! Ele tem um borogodó que não sei explicar"
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Mas minha mente é o abismo Memórias que não quero reviver Momentos que escapam em que fujo de mim Quando a consciência me depreda E me sinto como nada Caindo em um buraco negro de ideias Onde nem a felicidade escapa Minhas esperanças e sonhos enegrecendo Deixando de ter forma e de existir
#suicida#suicídio#depressão#desespero#depressivo#deprimido#sofrimento#tormento#dor#pesar#meusescritos#meustextos
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Cuidado para que a sua visão não esteja distorcida enegrecendo suas atitudes e mente.
MeupaizinhoDeus
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A Secretaria da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), abre inscrições para a primeira turma da oficina Cinema Negro em Ação, do projeto de capacitação profissional Revelando o Rio Grande. Os encontros ocorrerão virtualmente pela plataforma Zoom, de 1º a 12 de agosto, das 9h às 12h, de segunda a sexta-feira. A atividade será ministrada pela cineasta e jornalista Camila de Moraes. Interessados podem se matricular gratuitamente neste link bit.ly/3ciiA5m A oficina visa identificar os profissionais negros brasileiros que atuaram e atuam no audiovisual, passando por diversas áreas da cadeia cinematográfica. O curso também pretende incentivar a formação de mais pessoas negras atuantes nesse setor. “Camila de Moraes tem um papel histórico para o cinema gaúcho, primeira mulher negra a lançar um longa-metragem em circuito comercial no estado do RS. Seu trabalho à frente da curadoria do Festival Cinema Negro em Ação tem revelado diversos talentos do audiovisual brasileiro”, destaca Zeca Brito, diretor do Iecine. Programa – Histórico sobre o cinema negro brasileiro universal Aula 2 – 10/06 – (2h) – O olhar negro por trás das câmeras– Enegrecendo as telas do cinema– Construindo narrativas negras – Nos embalos da musicalidade dos video clipes negros– Analisando o elevado número de curtas feitos por pessoas negras Aula 7 – – Analisando o baixo índice de longas produzidos por pessoas negras – O registro de memórias negras por meio do documentário– A arte da ficção na cinematografia negra– Pessoas negras também produzem séries– A transformação proposta por Produtoras e Associações negras Aula – Caminhos possíveis para buscar fomentos e parcerias– Festivais negros no território brasileiro– Plataformas de streaming com conteúdos negros– Distribuição, a nossa metodologia negra para circular pelo mundo Ministrante Camila de Moraes é jornalista e cineasta. Dirigiu o documentário de longa-metragem O Caso do Homem Errado, que aborda a questão do genocídio da juventude negra no Brasil. A cineasta se tornou a segunda mulher negra a entrar em circuito comercial com um longa-metragem após 34 anos de silenciamento no Brasil. Aclamado, o longa O Caso do Homem Errado esteve na seleta lista de pré-selecionados pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil e concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2019. Assina a direção do curta-metragem documental Mãe Solo, realizado durante a pandemia (2021). Camila de Moraes também dirigiu o curta-metragem A Escrita do Seu Corpo, que trata sobre a questão de identidade racial e de gênero por meio da poesia (2016). A cineasta também desenvolveu o roteiro do documentário de longa-metragem Beije sua Preta em Praça Pública (2021). Dirigiu e co-roterizou o piloto da série de ficção chamada Nós Somos Pares, que aborda a vida de seis mulheres negras e suas relações de amizade e amores (2020). Produziu e co-roterizou o documentário Mãe de Gay (2008) vencedor de dois Galgos de Ouro no Festival Universitário de Gramado. Idealizadora e Curadora do Festival Cinema Negro em Ação (2020/2021). Fez produção do curta-metragem de ficção Marcelina – com os olhos que a terra há de comer, de Alison Almeida, e assistência de produção do documentário Poesia Azeviche, de Ailton Pinheiro. Camila de Moraes é gaúcha, mas reside em Salvador há doze anos. *Todos os artigos publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam a linha editorial do portal e de seus editores.
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Há muito, existiam deuses e humanos na terra. Criaturas com diversos poderes e formas as quais ninguém poderia enumerar nos dias atuais.
Então esse mundo mágico habitava os dias das pessoas mais importantes e das mais comuns, não sendo motivo de muito temor e ira. A compreensão de que eram semelhantes em dividir o ambiente não permitia que o equilíbrio fosse quebrado de maneira fácil.
A pequena Cecilia nasceu num jardim, sob o olhar vigilante de várias ninfas curiosas; sua mãe tinha entrado em trabalho de parto sozinha e, pela falta de auxílio, perecido diante das pequenas flores amareladas. A criança sadia e nova chorou até que sua atenção fosse atendida e todas as ninfas da floresta entendessem que talvez fosse uma obra do destino que a pequena menina estivesse ali com elas, naquele jardim proibido.
Cecilia sabia que em nada era igual as suas mães ninfas ao crescer: sua pele que se tornava cor de pêssego ao sol nada se assemelhava com as nuances oliveadas das habitantes do lugar; nem mesmo seu cabelo era próximo, pois os caracóis loiros se derramavam perfeitamente sob as suas costas enquanto das ninfas, os fios esverdeados cheios de flores eram bem mais marcantes.
Ainda assim, ela se sentia amada.
Como a única criança no meio de quinze ninfas da floresta, acabou sendo o centro das atenções das mesmas. O cuidado exemplar, as brincadeiras doces, o ensino de como tratar a floresta e o jardim com seus pequenos animais estavam presentes em seu dia-a-dia. Talvez se tratasse da criança mais amada e desejada pois nenhuma das ninfas tinha sido mãe até aquele momento.
Pois o jardim permanecia fechado e a proibição da entrada de homens era regada a uma maldição que apenas a deusa que as protegia poderia reverter. E ela não o faria.
Pois os homens eram criaturas vis e cruéis, capazes de ferir quem quer que fosse para saciar seu desejo.
Naquele jardim, Cecilia cresceu em beleza e sabedoria. Ela era tão estonteante que mesmo as ninfas que cuidavam de si todos os dias se admiravam com sua beleza surreal; isso também as deixava preocupadas sobre o futuro da jovem, pois alguém poderia querer exercer poder sobre a mesma e elas, pobres ninfas, nada poderiam fazer sobre.
E indiferente a preocupação das ninfas, a jovem humana tinha o costume de se banhar a noite num lago próximo ao local aonde tinha de dormir.
Foi numa noite sem lua que Cecilia o conheceu.
Foi o primeiro homem que tinha tido o poder de entrar naquele ambiente e sua forma, tão distinta, chamou a atenção da moça. Ele era mais alto que ela e que talvez as demais ninfas, seus olhos e seus cabelos se assemelhavam a ônix cujo brilho se findava rápido; não usava roupas a partir de plantas ou qualquer manto esverdeado, tão somente um manto negro com detalhes em prata sem desenhos ou entalhes. Sem coroas, joias, qualquer adereço.
Apenas um homem, diante dela e sua nudez.
“oh minha deusa...” – Teve de dizer e este se sentou de maneira mais confortável na margem do lado ainda sem dizer uma palavra. – “Nunca te ensinaram que é mal educado observar alguém durante o banho?”
“E porque seria?” – Indagou a ela por sua vez enquanto gentilmente expunha totalmente seu rosto dessa vez. A cicatriz que cortava todo o lado direito e que deveria tê-lo cegado não passou despercebida por ela. – “Não fiz nada mais do que estar aqui e está de costas para mim. Não há nada para se ver.”
“Ainda assim é mal educado.”
O homem não conseguiu conter o riso tal qual dialogasse com uma criança e tivesse ouvido uma resposta impertinente.
“Vista-se, precisamos ir.”
“O que?” – Cecilia piscou confusa, cobrindo a parte superior do corpo ao se virar para este mais uma vez. – “Do que está falando?”
“Eu vim buscá-la.” – Havia mais delicadeza na voz dele, como se tivesse ensaiado as palavras tantas vezes que agora poderia dizê-las mesmo sem querer. – “Você se perdeu há muito.”
“Não pode fazer nada contra a minha vontade.” – Ela pontuou firme dessa vez, sabendo que se tratava de um homem pelas histórias tão familiares sobre eles impondo o que quer que fosse quando queriam. – “não é por que é um homem que pode aparecer no jardim e me levar. As coisas não funcionam assim.”
“É mesmo?” – O sorriso estava lá mais uma vez, devido a impertinência talvez. – “Acho que você sabe menos do que deveria sobre esse jardim, princesa.”
“Princesa?”
“No começo dos tempos... Existia apenas o Caos e nada mais. Ele era amplo, um deus de força imensurável até mesmo para os deuses mais poderosos e, estranhamente, ele se perdeu. A solidão o fez se destruir e colidir consigo mesmo, gerando outras duas criaturas são poderosas quanto ele mesmo: Nyx e Erebo, a escuridão e o vazio.”
“O que...?”
“Apesar de irmãos, Erebo e Nyx se casaram e tiveram numerosos filhos deuses.” – O homem a lembrou, como se ensinasse verdadeiramente uma criança. – “E eu sou o encarregado de te buscar, princesa.”
“Eu... Eu não entendo. O que isso tem relação comigo?”
“Erebo é senhor do vazio, mas foi trancado no Tártaro. Ou, é isso que todos acreditam.” – Ele parecia tão suave falando tudo aquilo, como senão temesse nada. – “Apesar da lenda dizer que Erebo e Nyx ficaram juntos... Ela o enfeitiçou.”
Cecilia terminou de se vestir, ainda úmida da água do lago e observou atentamente a expressão daquela criatura que estava do outro lado da água, mas não tão distante. Ele parecia ferido e irritado ao contar aquilo como se... Fosse pessoal.
“E... Ele nunca fez nada?” – Tentou descobrir mais, enquanto tirava a água dos cabelos e dava passos leves na direção do mesmo.
“Ele ansiou por destruir tudo pela traição, Erebo nunca foi um deus razoável.” – Ele fez um aceno com a mão, mostrando que aquele comentário significava mais do que deveria. – “Ele desejou transformar o mundo como todos conheciam no seu domínio, mas... Teve um pequeno problema antes. Algo que destruiu-o para sempre.”
“Mesmo?”– Cecilia se sentou a dois metros de distância, curiosa pela história que ouvia. – “Mas ele não era muito mais poderoso do que qualquer um dos deuses novos? Sendo gerado do caos?”
“Ele era.” – A escuridão profunda tomou conta do ambiente e, por alguns segundos, não era possível distinguir nada. Nenhuma luz ou pessoa, som, quase como um vazio. – “Porém até os deuses mais antigos podem se apaixonar e foi o que houve com ele. Erebo se apaixonou por uma jovem deusa e por causa disso, os dois pereceram em destruição: ele no Tártaro e ela... Selada num corpo humano.”
“Parece cruel.” – foi tudo o que conseguiu dizer ante a angustia que lhe crescia no peito.
O homem continuou sentado, mirando a mesma com ternura como se conseguisse ver além do que ela jamais veria. Cecilia acabou por perceber que ele tinha a pele tão esbranquiçada quanto a sua e, igualmente, usava uma pulseira de prata. A sua, pelo que as musas diziam, tinha estado no corpo de sua mãe mortal e era o único objeto dela que poderia guardar enquanto a dele... Por que tinham um mesmo objeto?
“Você precisa vir comigo Cecilia.” – Ele chamou e o choque a fez se afastar um tanto, arregalando os olhos.
“Eu...”
Ela percebeu que atrás do homem havia um tipo de escuridão que ela jamais tinha notado antes, como se o mundo tivesse se extinguido; parecia tão poderosa que o simples olhar lhe levava lágrimas aos olhos.
“Por favor, não me deixe sozinho.” – A voz dele de alguma forma parecia dolorida.
“Não posso.” – Se afastou mais um passo ao passo que todo o seu corpo tremia em terror. – “Isso... Isso é demais para mim.”
A forma humana de Erebo suspirou, como que cansada, e ele se sentou mais uma vez trazendo o ambiente à normalidade com um aceno. Também havia dor na expressão dele, por mais que o mesmo tentasse disfarçar aquilo, sem sucesso.
“Você corre perigo aqui.” – Ele confidenciou, estando diante dela num piscar de olhos.
A destra dele segurou seu queixo e o ergueu, até que os olhos de ambos estivessem fixos um no outro; não havia nenhum tipo de sensação costumeira no toque e nenhuma lembrança veio disso. Nenhum calor, nenhum cheiro, como se ele estivesse e não estivesse ali.
Vazio.
“Como...?”
“Se eu sei aonde você está, é fácil aos demais deuses te...” – Ele a soltou enquanto se ajoelhava diante desta. – “Esse jardim é a sua prisão. Confie em mim, vou te manter segura."
“Isso é um tipo de promessa?” – Cecilia via a tensão pela primeira vez nele, a figura tão imponente que a mirava como se soubesse qual fragilmente ela quebraria.
“Não é uma promessa.” – Erebo selou a testa dela com um beijo, a cobrindo com o próprio manto negro. – “Eu vou destruir o mundo se tentarem te tocar mais uma vez, minha luz.”
E antes que ela pudesse o responder, querendo saber mais, ele desaparece quando a lua se mostrou presente no céu.
Cecilia acabou adormecendo ali mesmo naquela noite, abraçada ao manto grosso e quente que parecia a proteger de alguma forma.
Os dias se tornaram longos e as noites curtas, como se o tempo estivesse correndo ao contrário. Aos poucos ela conseguiu enxergar coisas que não via antes: a forma como era observada, as orações, os animais fugindo da sua presença; como sempre atraía a atenção quando caminhava, fosse do sol ou das próprias ninfas.
E apesar da ausência do deus, conseguia saber que ele também estava ali.
Nas sombras que ela ainda não tinha coragem de visitar.
Até que finalmente teve coragem de fazer o que devia, diante das dúvidas de seu coração e se muniu do manto, como seu único pertence, e se afastou pouco a pouco do jardim. Ao passo que se afastava, a escuridão se tornava cada vez mais próxima e densa.
Como se a sua luz se apagasse.
Cecilia insistiu ainda, agonizando de uma dor que crescia em seu peito por um motivo exótico e sem sentido; quanto mais ela se afastava de sua antiga casa mais forte a queimação parecia preencher a sua pele, enegrecendo-a como se estivesse morrendo.
“Me ajude, por favor.” – Implorou enquanto mais uma vez caminhava, tentando achar uma saída, qualquer coisa que pudesse o ajudar.
Cecilia sentia algo e um terror crescia cada vez mais, como se ela não tivesse nenhuma maneira ou lugar de estar seguro. Ela continuava correndo, continuava tentando se manter viva.
Foi então que tudo começou: a luz que piscava no fundo da sua mente, que parecia a cegar em certo ponto e a fez tropeçar.
“Você é linda, já disse isso?” – A voz de Erebo soou divertida e ela sentiu o carinho suave em seus cabelos depois disso, sabendo que ele os tinha ajeitado.
“Fala isso para me agradar.” – Rebateu com igual riso, se deitando calmamente no colo deste. – “Você não consegue admitir que não me acha tão linda assim.”
“Beleza importa quando te amo assim?” – Ele se inclinou quase que totalmente e os lábios de ambos se tocaram vagarosamente. – “Você é mais importante que o universo todo, minha luz.”
“Só porque sou uma deusa ligada a luz... Não precisa me chamar de luz.” – Seu rosto estava um tanto corado e este sorriu disso, o verdadeiro sentido de estar sempre repetindo o apelido.
“Você é a minha luz no vazio, minha doce...”
O nome, seu verdadeiro nome, fugiu dos lábios dele como se tivesse sido apagado. E ela se viu caindo mais uma vez, diferentemente de antes, se tratava de uma espécie de jardim ainda mais perfeitamente cuidado.
“Querida?” – Ela escutou a voz de Erebo e o viu a mirar, em confusão. Por algum motivo, estava ajoelhada no chão com lágrimas no rosto, totalmente chocada com isso. – “Minha luz, fale comigo... O que houve?”
“Erebo...” – Por algum motivo, não conseguia falar.
Era como se o ar lhe faltasse e ela estivesse sendo engolida por escuridão, todo o seu mundo corpo cheio de veneno humano. Como se ela não fosse uma deusa e sim uma criatura fraca e frágil como humana.
“Eos. O que está acontecendo?” – O Deus do vazio a chamou pelo nome, em um terror parecido com o dela. – “Eos!”
“Eu...”
“Por favor, Eos... Eu vou dar um jeito.” – Ele a abraçou forte, tremendo muito.
Só conseguindo retribuir de maneira fraca o contato, adormeceu mais uma vez e acordou de mesma maneira: deitada e com o outro por perto. Eles estavam numa espécie de quarto bem decorado, cuja única luz se devia a magia e chamas; ela esticou a mão para o tocar e sem querer o alarmou e acordou, percebendo que diferente de si ele não parecia ter tido um descanso.
“Querido..?” – Sua voz estava cada vez mais fraca, quase extinta.
“Não se esforce demais.” – Ele lhe pediu com suavidade, beijando a sua testa. – “A maldição está ativa ainda, mas consigo controlar tudo daqui. Meus planos para com Nyx vão ter de ser adiados, mas...”
“Erebo, do que está falando?”
“Ela te amaldiçoou.” – O Deus se ajoelhou perto da cama, mantendo a sua mão próxima e a beijando de maneira devota. – “Se eu... Se eu não conseguir, Eos, você vai virar humana. Eles vão te transformar em mortal."
“É só isso?” – Ainda cansada e cheia de dor, teve de sorrir a ele. – “Achei que fosse algo muito mais sério.”
“Eos! Se você morrer... Morrer como humana e como deusa, nunca mais conseguiremos ficar juntos!”
“Você ainda não entende a extensão do meu amor, Erebo.” – Sua forma divina contou, sentindo lágrimas douradas escorrendo pela pele perfeita até os fios loiros repostos num dos vários travesseiros macios. – “Não existe maneira de nos separarem, não quando pertenço ao você como nunca fui de nada antes. Deusa ou humana, nesse mundo ou noutro, sei que estaremos ligados.”
“Eos, não me diga isso! Eu não posso, não posso te perder também.” – Ele insistiu, quase como se a ignorasse diante da dor que sentia em perceber a despedida. – “Por favor, minha luz, por favor não me deixe.”
“Todos os dias e ainda que na noite mais densa, a aurora de um novo dia vai se tornar a sua esperança. Dia após dia, noite após noite... Estarei te esperando. Porque você preencheu o que antes era sem vida, sem nada e trouxe tudo consigo: todo o amor, toda a felicidade e toda a calmaria. Se meu crime foi te amar, eu...” – A voz suave foi se tornando mais baixa, cada vez mais distante. – “Eu sou eternamente culpada por te amar, Erebo. Hoje e para sempre.”
“Eos!”– Ele chamou mais uma vez, enquanto o cômodo todo estremecia diante da partida da mesma.
“Erebo!”– Cecília chamou, já dotada de conhecimento o suficiente para saber que os deuses a queriam machucar. – “Socorro, Erebo!”
Lágrimas cristalinas escorriam por suas bochechas enquanto ela corria sem fôlego e sem rumo, imersa cada vez naquela escuridão profunda. O pânico a cortava como uma faca afiada e ela tropeçou mais uma vez antes de sentir algo a segurar pelo pé.
No segundo que o toque veio, a queimação brutal a fez gritar como nunca antes enquanto tentava sem sucesso se soltar.
“Por favor!” – Implorou e quando achou que tudo estaria perdido, ela foi engolida pelo vazio.
Pela aquela sensação de unicidade do infinito puro e composto, imerso de tudo que poderia ser feito e que nunca tinha sido tocado.
De alguma forma, se sentia segura ali.
Pois o vazio não era necessariamente a ausência de tudo, mas sim a presença dele.
“Me perdoe, eu demorei muito.” – O ambiente foi mudando conforme ele se mostrava, apenas para mostrar o quarto que ela reconhecia de suas memórias.
Eos tinha um quadro ali, em sua homenagem, mas Cecilia não se parecia nada com ela. Como poderiam ser a mesma criatura? Como poderiam... Merecer aquele amor?
“Minha luz.” – A jovem segurou a mão que ele lhe estendeu e ficou frente a frente com ele, sem temor ou medo dessa vez. – “Confia em mim?”
“Confio.” – Ela sentiu o beijo casto em sua testa mais uma vez e fechou os olhos, segurando firme nas vestes dele.
“Você prometeu que todos os dias estaria comigo, sempre quando um novo dia começasse.” –- Erebo tinha a voz suave e parecia convicto do que faria. – “E durante três milênios, estive esperando o seu retorno, minha luz. Seu retorno como Eos, como Cecilia, qualquer retorno que a sua alma quisesse me dar para que assim... Eu pudesse cumprir a minha parte da promessa.”
“Sua parte?”
“Não existe escuridão que seja capaz de apagar a sua luz ou o amor que sinto por você. Nem o tempo, nem a morte. Nada. E eu prometo que nunca mais seremos separados.” – Ele encostou a testa na dela enquanto respirava fundo, se preparando para fazer algo que ninguém antes tinha tido coragem. – “Como deus ou homem, estaremos juntos. Pois a minha alma é feita para ser sua em qualquer tempo.”
“Erebo o que...?”
“Te prometo que em outra vida, Eos, seremos mais felizes. Ou morreremos juntos tentando fugir desse destino cruel.”
Ele fechou os olhos e imediatamente todo o universo sentiu uma implosão. Um poder tão ensurdecedor havia se extinguido, de forma tão repentina, que haviam sobrado apenas fragmentos do evento no mundo: na demora da aurora em se despedir daquele dia em diante, de como a escuridão era tão profunda algumas vezes que parecia engolir o mundo todo. Em como um destino havia sido selado para toda a eternidade.
E Elizabeth não sabia daquela promessa.
Ainda que vivesse uma vida completamente feliz, a sensação de algo lhe faltar estava presente. Nada, nenhuma habilidade ou pessoa parecia substituir isso.
E sua pequena busca sedenta continuava com o passar dos anos.
Até que ele apareceu.
A maneira desengonçada, o sorriso e o jeito cativante de que eles... Já tinham sorriso um para o outro antes. A maneira que ela não conseguia mensurar sua sede por o conhecer mais, por o proteger e por querer o tocar.
Como se fosse uma extensão um do outro, vindos de tão longe para se encontrarem num acaso do destino.
Almas gêmeas.
Ela e Marcelo estavam destinados a uma sem fim tragédia que demoraria a se tornar um resultado em que... Ambos estariam juntos como Erebo e Eos tinham desejado.
Almas condenadas a se amarrem e morrerem por isso.
Num eterno dia de vinte e cinco horas.
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O conto do Anis Estrelado
Em um reinado de estrelas, havia todo mês a cerimônia do giro azul. As estrelas apresentavam suas danças acrobáticas, seus saltos aéreos e o numero mais esperado era do Giro-Azul. Este consistia em a estrela girar, girar, girar até que seu branco despetalado se tornasse azul emarinhado. A maioria delas parecia estar num samba encomendado por circenses. A casa do céu se desordenava em perfeita alegria, piscavam as estrelas num azul que invadia buracos negros e dava c��cegas nas galáxias curiosas. As luzes eram tantas neste festim,que poucos percebiam uma estrela debruçada e quieta nas margens da festa, a noite inteira. De tão parada, no meio de tanta dança, estava ela enegrecendo. Branca, branca pálida, acizentada, e então acizentada escura, se aproximava aos poucos do breu soturno do escuro espaço sideral. Até que o breu a chamou:
-Estrela Ana, o juíz tira o chapéu para as que dançam. A ti, não haverá chapéu, mas lhe darei uma flauta do meu fecundo breu.
E a pequena estrela respondeu:
-Não sei quem és, assombroso menor. Mas hoje só tenho a ti, enquanto as mais altas giram em azul. Aqui não consigo girar, me falta porto, me falta ventre. Vou escurecendo. Dai-me esta flauta, para que ao menos me sirva de bastão, e eu possa apoiar-me em algum eixo imaginário. A pequena estrela Ana segurou a flauta, igual uma raíz segura a terra quando esta crescendo. E a estrela Ana não girava como as outras pois o céu lhe era impalpável demais. Segurando a flauta como seu bastão de força e apoio, rezou para que alguma vez na vida pudesse por os pés no chão. Não sabia ela que a ponta da flauta apontava em linha reta para um planeta. E lentamente a flauta foi levando-a para o Planeta Terra.
De tantas as terras, os desertos, os mares, não se sabe a razão, mas a estrela Ana, segurando sua flautinha, foi caindo de fininho dentro de um vulcão. Tantos os lugares para cair, caiu dentro de uma fininha boca de vulcão. Anos se passaram e ninguém mais soube da estrela Ana. Até que um dia, na mesma data em que no céu acontecia a cerimônia do Giro-Azul, viu-se pequenas fagulhas na boca do vulcão. As fagulhas iam se multiplicando, estourando, sambando e girando em tons vermelho rubro. E assim Ana, a estrela que desde seu nascimento pertenceu à Terra e ao Fogo, encontrou seu jeito de girar, de se dividir e se multiplicar, bem em cima da boca de um vulcão.
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escuridão (byron)
eu tive um sonho, que em nada era sonho. o sol claro se extinguiu, e as estrelas erravam escuras pelo espaço eterno, sem raio, sem rumo, e a terra gélida rolava cega enegrecendo no ar sem lua; veio e foi-se a manhã — e veio, sem trazer dia, e os homens esqueceram suas paixões no horror desta desolação sua; e os corações estremeceram mesquinhos rogando por luz: e eles acenderam faróis — e os tronos, os palácios de reis coroados — as cabanas, as habitações de toda coisa que mora, eles queimaram por feixes; cidades consumiam-se e eles congregavam-se em seus lares ígneos para ver outra vez o rosto um do outro; feliz quem morava dentro do olho de um vulcão, e sua tocha montanhosa: pávida expectativa era o que tinha todo o mundo; florestas ardentes — que hora a hora esvaneciam — troncos crepitantes que extinguiam-se com estrondo — tudo era negror. à luz agonizante, os cenhos dos homens pareciam de outro mundo ao baixarem sobre eles clarões espasmódicos; alguns se prostravam, cobriam os olhos e choravam; alguns até pousavam os queixos sobre as mãos cerradas, e sorriam; e outros lançavam-se cá e lá, combustível para piras funerais, e levantavam os olhos loucos e irrequietos ao céu turvo, o manto do mundo findo; e outra vez maldições os derrubavam no pó e eles rangiam dentes, ululavam; pássaros guinchavam e, com terror, voejavam pelo chão, e batiam asas inúteis; os brutos mais ferozes vinham mansos e trêmulos; e víboras rastejavam e enrolavam-se na profusão, sibilando sem presas — abatidas e devoradas. e a Guerra, que em um momento já não era, fartou-se novamente: refeições compravam-se com sangue, e cada um saciava-se soturno à parte empanturrando-se no breu: não restava amor; toda a terra era uma ideia — que era morte imediata e inglória; e a fisgada da fome roia as entranhas — gente morta, sua carne e ossos insepultos; os tíbios pelos tíbios devorados, até os mestres pelos seus cães, exceto um, que foi fiel a um corpo, mantendo as aves e animais e gente esfomeada longe, até a fome agarrá-los ou desfalecentes achegarem magras mandíbulas; abnegava-se comida mas com penoso e perpétuo ganido, e, num breve e desolado gemido, lambendo a mão que não respondia carinhos — ele tinha morrido. a turba esfomeava-se aos poucos; mas dois de uma enorme cidade sobreviveram e eram rivais: depararam-se ao lado das brasas mirradas de um altar onde os escombros de uma missa sagrada tiveram profano uso; eles rasparam, arrepiando as mãos frias e esqueléticas, as cinzas débeis, e seu débil fôlego soprou vida pouca a uma chama que era um escárnio; então ao clarear levantaram os olhos e atinaram seus semblantes — viram, guincharam e morreram — a par de sua mútua hediondez morreram, sem saber quem era este em cujo cenho a escassez escrevera estranhez. o mundo ficou oco, populoso e poderoso, era um caroço, sem era, sem erva, sem lenho, sem homem, sem vida — caroço morto — um caos de barro duro. rios, lagos e mares, todos inertes sem nada a atiçar de suas fossas silentes; naus sem marujo jazem podres no mar, e seus mastros desabaram lentamente: caíram dormidos no abismo para não ressurgir — as vagas morreram; as marés estavam na cova, a lua, sua senhora, já havia expirado; os ventos mirraram no ar estagnado, e as nuvens pereceram; a Escuridão dispensava sua ajuda — Ela era o Universo.
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Vi que acabou de conhecer a versão de conto de fadas de MADELEINE PETSH! Por aqui o nome dela é EMMA CORDELIA TRITON e ela tem 23 ANOS de idade. Você, no entanto, deve conhecê-lo como a prole de ARIEL E PRÍNCIPE ERIC. Recomendo que fique de olho nela, pois, apesar de ser INTELIGENTE e AUDACIOSA, também pode se mostrar muito ARROGANTE e INSTÁVEL. Bom, agora que as devidas apresentações estão feitas, espero que tenha a chance de vê-la novamente em breve, provavelmente andando pelos corredores da OSTIUM!❞
— ✕ HEREDITARIEDADE;; ❞
A primogênita de quatro irmãos.
— ✕ HEADCANONS e HABILIDADES;; ❞
✧ Era fato que a chegada de Emma e James, foi recebida com grande alegria em todo o reino. Os gêmeos eram de fato encantadores e conforme cresciam apenas se mostravam ainda mais, era como se juntos pudessem conquistar o mundo inteiro e o brilho que se via nos olhos de Emma mesmo em sua infância provava isso. A menina era doce e encantadora e muito apaixonada pelo mar, sempre fugia do castelo para se aventurar nas águas, tendo aquela habilidade de ser sorrateira naturalmente e contar com a ajuda de seu mais fiel escudeiro James, que encobria a menina no alto de seus dez anos, sempre que ela queria fortalecer aquele vinculo que sentia com a água salgada, ela sentia dentro de si, as ondas eram como o pulsar de seu pequeno coração. Sentia como se fosse o mar fosse uma extensão de seu corpo, e cada dia mais a menina só explorava o oceano, não foi surpresa para James quando Emma lhe contou o que conseguia fazer. Eram filhos de uma sereia afinal.
✧ Porém tudo mudou quando a menina completou seus doze anos, as escapadas se tornaram mais frequentes e ela se tornou muito mais ousada quando estava no mar, se afastando muito mais da areia, muito além da praia, e era ali que o perigo morava para Emma. Em uma de suas explorações ela encontrou com a única pessoa que não deveria jamais encontrar, Ursula. Está quando soube quem Emma era lhe lançou um feitiço, Emma apenas perdeu os sentidos e levada pelas ondas do mar revolto que iam e vinham acabou dando de volta na praia. James que não sabia o que fazer pela demora da irmã, quando anoiteceu foi obrigado a contar ao pai o que a irmã vinha fazendo por anos a fio, e logo a menina foi encontrada. Depois de todos os esforços para acordar a pequena princesa e deixa-la bem, Emma acordou, mas com o tempo perceberiam que Emma nunca mais seria a mesma. Seu coração estava enegrecendo, a medida que os dias passavam a menina dava sinais de suas mudanças e pouco tempo depois, não havia mais traços da menina doce que a Triton era antes de tudo acontecer, o pior era que ninguém sabia o que havia acontecido pois Emma jamais revelara o motivo de ter parado na praia e desacordada. O fato era que a menina apresentava uma personalidade manipuladora e cruel, algo que seus pais e as pessoas ao seu redor não conseguiam entender. A unica explicação que podiam dar era que a jovem estava passando por algum trauma. Nos poucos momentos que Emma parecia recobrar traços da criança que foram eram seguidos por crises terríveis. Isso acontecia quando o feitiço enfraquecia o suficiente para que Emma recobrasse o que a mesma chamava de ‘seu juízo perfeito’. Eram seguidas de graves crises onde a menina não sabia lidar com as coisas que fazia, onde claramente se arrependia por ter se tornado assim, mas tais crises eram raras e logo acabavam deixando a menina com aquele brilho de insanidade que lhe era característico.
✧ MIMETISMO SEREIANO
✧ HIDROCINESE
— ✕ EXTRACURRICULARES;; ❞
Líder de torcida, Clube de duelos e Vela.
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Um velho general chega a porta de sua casa sóbrio, ele podia ter bebido e se revoltado, encontrado um subterfúgio para sua dor, tomado grandes doses etílicas e se entorpecido. Se não lhe restasse mais nada nesse mundo, talvez agora ele estivesse embriagado tentando arrumar confusão com alguém que fizesse o favor de mata-lo. Lhe restava seu filho, seu filho agora era sua única razão para continuar naquele mundo já que todos seus outros amores partiram.
Sua garota era um prodígio, poderosa, um nascimento abençoado, uma promessa, uma arma para a vitória mas que se revelou brevemente. Foi um curto período de esperança antes dela ser brutalmente assassinada. Os inimigos ficaram sabendo, espiões e depois dos espiões vieram os algozes que impediram que ela florescesse. Faltava tão poucos dias para que ela alcançasse seus doze anos.
Ele abriu a porta. Sua casa era simples, de madeira, três cômodos apenas, a cozinha que ficava logo na entrada e dois quartos em laterais opostas, um para seus filhos e o outro o seu. Era uma casa que deveria abrigar quatro pessoas e metade das que moravam ali a abandonaram.
Sentado no escuro ele viu o seu garoto de cabeça baixa...não dava para ver seus olhos pois estavam mergulhados nas sombras. Se a respiração não o denuncia-se o julgaria como morto. Seu coração se deprimiu ainda mais com aquele pensamento. Se seu último fruto morresse, sua razão de existir iria com ele.
Hel’Adris –Você já sabe. É melhor. Eu não teria como contar. Agora somos apenas nós dois.
Se sentou-se ao lado do filho, puxando uma cadeira. Mesmo próximo os olhos dele ainda pareciam dois buracos vazios.
O pai buscou uma jarra de vinho e uma taça, guardadas na estante.
Hel’Adris – Sei que você é uma criança, mas para a dor que sente eu não posso alivia-a sozinho. Beba um pouco do vinho para que consiga dormir tranquilo. A noite pertencerá a mim, deixe que eu sofra por nos dois.
Ele encheu a taça e a pôs frente do filho.
Hel’Adris – Tome.
Blenzerish – Como a minha irmã morreu?
Hel’Adris – De uma maneira covarde.
Blenzerish - Que maneira?
Hel’Adris – Não aguentaria saber como.
Blenzerish – Aguento.
Hel’Adris – Ela teve a garganta destruída por um animal. Provável que tenha sido um tigre. Foi no campo de trigo, ela estava adormecida. Talvez sonhando, com algo além desse nosso pobre paraíso. Haviam testemunhas, camponeses que não a ajudaram, simplesmente fugiram. Viram a besta saltando sobre ela e depois apenas escuraram seus gritos inocentes, enquanto corriam para se salvar.
Blenzerish – E o corpo ?
Hel’Adris – Não dá para traze-lo aqui. O pescoço dela estava em uma situação que não podia ser costurado para melhorar a estética do cadáver. As ligaduras ficaram por um fio se movimentasse muito a cabeça ela se desprenderia, então eu incendiei o campo de trigo com o corpo ali mesmo, porque uma viagem de lá para cá traria esse risco.
Blenzerish - Eu queria tê-la visto.
Hel’Adris – Não é uma lembrança que eu queria que ficasse.
Blenzerish - Você não está acreditando na minha força.
Hel’Adris – Você nunca demonstrou ela para mim, portanto não posso acreditar, na verdade nunca cheguei a cogitar que tinha alguma. Quero que amanhã você já comece a se preparar para a fusão, assim não ficará tão vulnerável quanto é agora.
Blenzerish – Se acha que não tenho força é porque o senhor não está me deixando adquirir. Me protege de uma maneira saturada. Eu conseguira ver o corpo, assim como mataria quem a matou.
Hel’Adris – Pois permaneça vivo para se vingar.
O garoto bebeu o vinho, duas taças cheias e em minutos dormiu ali mesmo com a cabeça deitada no plano da mesa. Hel’Adris o deixou ali , e ele ficou observando e indagando-se sobre o futuro dele enquanto se lamentava pela perda da mulher Patrias a muitos anos e recentemente a da filha Meire .
Hel’Adris presenciou a pele de sua filha enegrecendo, seus ossos carbonizando, viu as cinzas dela subirem para o céu, ele queria cheirar toda a fumaça que agora era a essência dela. Fumaça...um corpo tão belo e jovem virou cinzas e fumaça. Ele ficou no meio do incêndio mas seu corpo era duro e o fogo não conseguiu o agarrar. Em uma pira de duzentos graus ele ficou de pé como se o fogo ao seu redor fosse um só vento quente de um verão qualquer. As chamas no trigo eram maiores que ele, colunas e colunas de labaredas criando uma casa flamejante.
Hel’Adris confiava em seu reino, na fidelidade de seus homens subordinados que patrulhavam todas as instancias, se eles não conseguiram deter o intruso que matou sua filha, ele era o responsável por não colocar uma guarita melhor posicionada. Agora que área daquele reino ele havia deixado de cobrir? Onde estava a brecha que deixou passar o assassino de sua filha? Uma coisa era certa, foi uma fusão que a matou, alguém que fez uma comunhão de almas com o felino listrado.
A fusão consiste em misturar o espirito humano com espirito de um animal, nesse procedimento é necessário o sacrifício do animal com qual quer se fundir. As grandes bestas como, elefantes, leões, tigres, lobos estão quase extintas devido as práticas do sacrifício que alimenta os exércitos dos reinos. A comunhão de almas permite que o adquirente do espirito do animal fique mais forte e inclusive ele pode se tornar o próprio animal que absorveu a alma, mas é algo extremamente complicado e que requer anos de treinamento.
Hel’Adris queria que seu filho fizesse a comunhão, quem sabe isso desse a ele alguma virtude.
A madruga e a tristeza do pai viúvo só aumentavam. Ele pensou mais uma vez em tomar uma jarra inteira de vinho mas temia ficar violento e acabar fazendo mal a Blenzerish. Hel’Adris estava cheio de fúria e não queria se arriscar em beber e descontar suas frustações no filho. Hel’Adris temia em só conseguir a tranquilidade novamente depois que se vingasse. Era um plano tolo, se vingar sem ainda saber quem, as pistas eram frias, um tigre entre outros mil...
Blenzerish , sonhou com sua irmã no campo de trigo em que morrera . Ela tinha lindos olhos escuros como as profundezas de um mar intocado, os cabelos dela eram mágicos, pareciam ser seda , macios e cheirosos e não precisava chegar muito perto para sentir a fragrância doce de seu corpo que dominava os lugares onde ela entrava. Mesmo ali no trigal o aroma dos cereais era abafado pelo seu cheiro de menina. Os dois apenas se olharam. Ela era a benção ele a maldição. Sem duvidas Hel’Adris preferiria Meire ao invés dele.
Meire no sonho começou a ficar inquieta olhando de um lado para o outro , então ela se esqueceu que seu irmão estava ali e ficou desesperada, e um enorme tigre vindo do nada pulou em cima dela ...O tigre mordeu sua garganta com tanta força que Blenzerish escutou os ossos dela quebrarem. E esse susto o despertou.
Werlish – Dormindo na mesa ? Seu pai me mandou ficar aqui com você e leva-lo ao treinamento, assim que acordasse.
Werlish, comia pão . Ele era um colega de classe Blenzerish . Tinha cabelos louros e olhos verdes.
Blenzerish – Eu não vou.
Welish – Mesmo depois do que aconteceu ontem , insiste em ser uma pessoa passiva ? Deviam te expulsar do reino. Você não combina , não segue os princípios e as doutrinas. Os homens nascem para guerra, vivem dela e nela morrerão.
Blenzerish – Grande destino esse.
Disse ironicamente
Welish – O que há de errado com você ? Nem parece que é filho de um general. Não tem paixão pelo conflito como seu pai. Se Hel’Adris fosse meu pai , daria muito orgulho a ele me tornando um excelente soldado.
Blenzerish – Estou de luto.
Werlish – A morte só impede os mortos de se mexerem, não os vivos. Vamos.
Blenzerish – Não consigo sair daqui.
Werlish – Vai ter uma garota nova na classe. Devia ir. Se ela for tão bonita quanto sua irmã era ,vale apena ir.
Blenzerish – Ela morreu ontem e vocês dois eram quase namorados , jura que em menos de vinte quatro horas ela já não lhe faz mais falta ?
Werlish – Eu não posso me abalar , não posso ter fraquezas .
Blenzerish – Está triste , mas fingindo-se alegre ?
Werlish – Você não me conhece bem, mas estou fingindo sim. Porem devo me manter como inabalável.
Blenzerish – Chorou ?
Werlish – Não.
Blenzerish – Esse ‘’ não ‘’ foi muito inseguro.
Werlish – Não
Disse ele entonando a voz , a deixando mais grossa e seria.
Blenzerish – Humm...Agora dá para acreditar.
Werlish – Você chorou ?
Blenzerish – Até não poder mais.
Werlish – Manterei seu choro em segredo , para que você não seja alvo de deboches.
Blenzerish – Não existe nada de errado em chorar pela morte de quem se ama.
Werlish – É demonstração de fraqueza.
Blenzerish – Que obsessão você tem em querer parecer invencível.
Werlish – Eu sou.
Ele mordeu o ultimo pedaço de pão e para ajudar a descer tomou um gole de água.
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CATA ESSA BELEZA FAMILIAR!!! 🖤 Enegrecendo os ambientes desde mil novecentos e alguma coisa. ⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀ O• H • A • N • A {♡} ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ #negritude #negra #familia #family #blackisbeautiful #blackisgood #poesia #pretinhosidade #afro #melanin #queen #loving #fierce #resilient #photography #photoshoot #iphone #apple #hair #photooftheday #fotografia #boxbraids #marriege #casamento #ohana🌺 (em Ambelle Casa de Festas) https://www.instagram.com/p/B31uaG4g1lP/?igshid=13plj1y6bdcqo
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Pressinto um susurrante silêncio amedrontador dos covardes, que acotovelam a cólera e o ódio que permanece enegrecendo !
Ao testemunhar a perseverança da sua luz que se mantém acesa incessantemente até o exato instante, que eu o encontrarei morrendo vagarosamente.
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Opinião: Uma economia que funcionava
Agora que percorro campos desertos e aldeias que morrem, esqueço-me que “Com o passar dos séculos, o crescimento de grandes rebanhos implicou o alargamento do raio das deslocações dos rebanhos da Estrela, em busca de pastagens, para as campanhas da Idanha, para a região do Douro, para os campos do Mondego, nos arredores de Coimbra, e para o Alentejo (região de Évora e Campo de Ourique)”. 1
Funcionava então uma pastorícia que, associada ao cultivo dos campos, dava que comer escassamente a muitos que um dia partiram, enquanto os que ficaram em algumas aldeias vivem sem esperança, onde vagueiam simplesmente, sentando-se nos abrigos das paragens de autocarro que não vejo chegar. Também como não há gente que o justifique um minimercado fechou e transformou-se numa carpintaria.
Um café quase nada tem que se mastigue e lá dentro a tristeza ocupa uns homens silenciosos. Um funcionário de uma rede telefónica mostra-se ativo, mas ninguém se sabe com quê. Num supermercado de uma vila próxima foi difícil encontrar um funcionário, talvez porque pouco crente acerca da existência de clientela, para que viesse receber-me o dinheiro de uma compra. Pergunto-me agora para que serviram tantos professores que ensinaram como se fazia o desenvolvimento económico e social das regiões. Parece que ninguém quis aprender ou aplicar o que diziam e também não leram os livros citados. Constatou-se há pouco que um desses sábios professores nem sequer existia.
Diz-me um site de uma Universidade. Pareceu-me que queriam dizer que era apenas personagem de ficção macabra. Parece que então os estudantes só liam, mas sem nada entender, os livros sobre investimentos financeiros. Estava todo envolto num espesso véu monetário.
Tudo se sussurrava com dogmatismo, que não deixava ver o real que se despovoava e se transformava num inferno verde. É este que demasiadas vezes no verão é pasto de chamas, empobrecendo-nos a todos e enegrecendo as paisagens.
Entretanto, falando só de dinheiro e de papéis comerciais, as poucas poupanças da gente que daqui partiu para fazer pela vida, esfumaram-se e agora encontro só ruas vazias, aquecidas por um sol outonal. Há gente que parece sofrer de uma doença que se chama desesperança e solidão, enquanto a farmácia abre escassas horas para dar uma saúde demasiado artificial a esta gente.
Mas, perto discutem-se casos de corrupção e há gente que intriga como se isso resolvesse alguma coisa. Entretêm-se com inócuos e infrutíferos jogos de poder, mas o Povo sabe bem que é só fogo de vista e muita pólvora seca.
1 Maria Adelaide Neto Salvado – A propósito de uma tesoura romana de tosquia da região da Covilhã, do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, in Materiaes, III Série, n.º 2, 2018, Sociedade do Museu de Francisco Tavares Proença J.or, Castelo Branco, pp. 69-91, p. 79.
Opinião: Uma economia que funcionava
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Mais de 120 pessoas no evento ENEGRECENDO A PROPAGANDA. Contei um total de ZERO CEOs de agências. Então duvide quando ler matérias e entrevistas dizendo que as lideranças estão priorizando a inclusão de negras e negros nas agências.#VTNC pic.twitter.com/06PqUcExNG
— Ken Fujioka (@kenfujioka) November 14, 2019
via https://twitter.com/yuribraga November 14, 2019 at 07:11AM
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