#enclausuramento
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Louisa Thimsdalley, filha do conde de Antovish, com 20 anos, bisexual e @/yapew
Ir para o estábulo não era uma coisa que Louisa podia — não por ser proibido como andar a cavalo —, mas pela tentação que ele lhe trazia. Sentir o cheiro de feno, ouvir o relinchar dos cavalos, apenas a fazia querer montar em um deles e cavalgar tão longe quanto as patas de Leo permitissem, mas ela não podia, sabia que não podia. As lembranças do acidente ainda estavam fixas em sua memória, a forma como seus cabelos estavam balançando com o vento, o galope rápido de Leo, a paisagem bonita, até sentir um supetão. Leo havia parado, de um jeito que nunca havia feito, e então empinou.
Louisa estava tão acostumada com o passo do cavalo, tão acostumada em sentir o movimento de Leo, como se fossem um só, como se o cavalo fosse a extensão do seu próprio corpo, que ela havia parado de usar os estribos, seus pés suspensos no ar; as rédeas eram leves, pouco presas a Leo, o que levou sua própria perda de equilíbrio. Ela tentou se segurar, mas se viu puxando apenas o ar, até sentir o chão duro atrás de si e tudo ficar escuro. A verdade é que Lou não sabe dizer quanto tempo passou, se foram minutos, horas ou dias; quando acordou do desmaio, a mente ainda nublada pela tontura, ela tentou se levantar, mas percebeu que seus membros estavam moles como gelatina. Levantou brevemente a cabeça, se deparando com a pior cena que poderia: a queda imprudente virara sua perna direita há quase 90º, o osso exposto, o sangue fluindo como as tintas que pintava os quadros. Ela desmaiou de novo. E foi assim por muito tempo, ela acordava, gritava por socorro, tentava se levantar, mas se via presa, e então a escuridão a encontrava novamente. Lou demorou muito tempo para acordar em outro lugar, desta vez, em meio a um galope agitado, presa nos braços protetores de alguém; ela se perguntou se era a morte finalmente a levando, afinal, havia perdido a consciência antes de poder observar quem era seu salvador. Acordou tempos depois novamente, desta vez, presa a cama de seu quarto, um médico já cuidando dela, todos de sua família ao seu redor preocupadíssimos. Aquela cama, porém, não lhe trouxe uma sensação de paz e alívio, sabendo que estava bem, mas uma sensação de enclausuramento. Era como se houvesse algemas a prendendo, impedindo-a de se levantar, de cavalgar, pintar, viver… Ela ficou meses presa naquela mesma cama, sem poder se levantar, por vezes, tinha que reclamar quando sua mãe não lhe deixava nem pegar os próprios talheres para comer, tentando alimentá-la igual fazia quando era apenas um bebê. Se sentia inútil, fraca, terrível, e quando levantou, as coisas não melhoraram.
Por algum motivo, Loulou acreditou que, quando saísse da prisão de sua cama, poderia finalmente viver tranquilamente, igual como fazia antes, mas percebeu que sua perna, antes tão forte, se tornara quase como um gravetinho, prestes a quebrar novamente. Ela era fraca, mal sustentava seu corpo, teve que usar uma bengala nos primeiros meses, o pé direito se negando a acompanhar o resto do corpo. E quando pode abandonar a bengala, aquela maldita perna ainda quis brincar com sua cara, se arrastando em vez de andar tranquilamente. Foi naquele momento que Lou percebeu que sua vida nunca poderia ser igual: ela nunca mais poderia correr, sempre presa àquela perna manca, nunca poderia dançar de um jeito magestoso, nunca poderia mais cavalgar como antes. Sua mãe e Ben foram bem claros, na época em que ela ainda estava presa à uma cama, que não a queriam nunca mais em cima de um cavalo; quando tentou protestar, eles ameaçaram doar Leo. Perdê-lo estava fora de cogitação, ela preferia nunca mais cavalgar, mas ao menos poder ver seu cavalinho, então manteve a boca fechada.
Sua vida foi cinza, sem cores mesmo que ela adorasse pintar, até a chegada de Napoleão. Seu tio raramente a visitava, mas quando o fez, foi com o maior presente de todos: um filhote de basset! Ele era um cão espoleta, um filhotinho que brincava com suas meias, roubava seus pinceis e adorava um cafuné atrás das orelhas. Ele a enchia de lâmbidas e sempre a seguia, como um parceiro fiel. Napoleão parecia perceber quando ela estava triste e, portanto, sempre se aproximava e colocava o focinho em sua mão, como se dissesse “ei, estou aqui, não precisa ficar chateada”. Foi ao lado dele que conseguiu ter coragem de andar, que a fez relembrar o porquê gostava tanto de passear, que a fez voltar para as suas pinturas. Napoleão era um ótimo modelo, sempre dormindo quando Louisa usava suas aquarelas para desenhá-lo. Para incentivá-la a continuar pintando, Diana encheu Summerfield e a casa em Londres com todos os quadros de Lou, o que a deixou envergonhada, principalmente quando sua mãe recebia visitas e sempre fazia os convidados admirarem e tecer elogios àquelas artes.
Na verdade, seus quadros em Londres e Napoleão eram as únicas coisas que a deixavam feliz naquela cidadezinha. Ela era uma garota do campo, assim como sua mãe na juventude; mal havia saído de Sussex, quase sempre apenas em Summerfield. Quando era menor, e sua mãe se oferecia para levá-la à capital, Louisa sempre negava; se era para ficar em casa sem fazer nada, ela preferia ficar no local onde tinha a oportunidade de cavalgar e campos largos para passear. Ela não era como Mary Anne, que gostava de ler e bordar, que se impressionava com as idas à ópera; ela preferia ver as paisagens, sentir o cheiro de terra molhada, o toque da grama. Em Londres, porém, tudo o que ela encontrava era uma cidade cinza, poeira pelas ruas e pessoas que a olhavam com enorme julgamento.
Seu debut não foi magestoso, afinal, ela mal conseguia caminhar, dançar então, era um completo desastre! Não teve qualquer cortejo, sentindo que todos os cavalheiros que se aproximavam de si o faziam por pena. Ela via a compaixão em seus olhos e odiava isso; por vezes, preferia aquelas matronas que sussurravam críticas do que àqueles que tentavam fazê-la ser uma pobre coitada. Louisa de fato havia sofrido um acidente, Louisa de fato não andava ou dançava majestosamente, Louisa de fato não era nada parecida com a dama perfeita que a irmã era, mas ela não era nenhuma coitadinha que precisava de pena. Ela queria pessoas que olhassem para ela e ignorassem o acidente, pessoas que andariam ao seu lado de forma normal, sem arrastar propositalmente o passo para que ela pudesse andar com calma; ela queria alguém que corresse e a desafiasse a alcançá-lo.
Havia encontrado pessoas como ela em Londres: uma garota ruiva com uma família amaldiçoada, que perdera tantos noivos que muitos diziam ser fadada a nunca se casar; um garoto com problemas auditivos que era visto cheio de pena, como se não merecesse o título que herdara; uma garota com a reputação em ruínas pelo erro da irmã, que foi jogada na lama sem chance de se reerguer; um jovem esperto e falante, mas que perdia a voz quando ia em bailes e eventos sociais, gerando apenas risos… A quantidade de pessoas com histórias trágicas eram infinitas, mas Louisa não queria ser mais uma delas. Ela queria ser alguém que era vista além do passado desastroso, queria ser vista só como Srta. Louisa Thimsdalley, não como “a pobre Thimsdalley que sofreu um acidente”. Ela odiava qualquer um que a olhasse com pena.
Portanto, ela suspirou quando adentrou os estábulos de Summerfield, sabendo que o cavalariço não estava lá naquele momento. Napoleão trotou atrás dela. Havia um medo em Louisa de olhar para Leo e ver nele uma compaixão ou, pior, uma raiva por ela tê-lo o abandonado. Desde o dia de seu acidente, ela nunca mais o montara, embora antes o fizesse todos os dias, e mal o visitara. Ela caminhou, procurando entre as baías o puro-sangue que era seu. Ela pegou a maçã que havia trazido, já escutando alguns outros cavalos relinchando, pedindo um pedacinho da fruta. Loulou encontrou Leo em uma das últimas baias, ele mal olhou para ela, farejando primeiro a maçã. Louisa a entregou, vendo o cavalinho lamber seus dedos para pegar todos os pedaços da fruta.
Louisa riu e foi nesse momento que Leo levantou os olhos, aqueles olhos que pareciam humanos demais para pertencer a um animal. Sua respiração parou, o medo da reação do cavalo, mas tudo o que viu foi saudade; ele farejou mais dela, continuou pedindo sua atenção, como se estivesse apenas aguardando o momento em que ela iria montá-lo. Louisa passou a mão em sua bela crina, escutando o relinchar.
— Eu também senti saudade — ela sussurrou para o cavalinho, e só então percebeu que estava chorando.
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POV. | While you were asleep I was surely awake
Dia após dia, Fausto ainda podia sentir o frio do vidro de sua antiga prisão sob seus dedos. O preço da ganância, da ousadia e do sonho que se tornou seu maior pesadelo. Agora, em liberdade, cada pequena brisa em sua pele o fazia se arrepiar.
Abaixo de si, os aplausos pela chegada do príncipe faziam eco nos arcos do salão nobre do palácio do rei. A festa de aniversário do herdeiro ao trono era pomposa, cheia de convidados; o feérico, por outro lado, estava em sua forma diminuída, escondido com sucesso por entre as sombras das pilastras e tapeçarias do teto. Seus ouvidos capturaram a risada da antiga mentora e seu peito endureceu com ressentimento, bastando tudo de si para que não voasse em sua direção naquele momento. Paciência, como Rumpelstiltskin havia dito e prometido.
Com esforço, passou a procurar por rostos conhecidos – uma missão impossível quando ele é quem havia passado séculos como um passarinho engaiolado e a maioria ali não viveria até os 90. A comida era desinteressante, a música era chata, os convidados eram inapropriados e o feérico se viu desprezando, com risos maliciosos, cada parte daquele evento, varinha na ponta dos dedos desejando por lançar uma maldição a esmo na multidão. Um nariz maior para o nobre mago. Dor de barriga para as irmãs escandalosas. Mãos invisíveis para aquele guloso na mesa de jantar. Cabeça de sapo para aquele garoto tímido que se encolhia entre os convidados.
Suas risadinhas pararam no momento em que três pessoas distintas, seguindo uma jovem simpática de cabelos loiros, chegaram ao salão. A boca de Fausto secou e, saindo de seu esconderijo, foi até o lustre principal a fim de ter uma melhor visão. Sabia sobre muitas das fadas que estavam ali, mas aqueles três lhe despertaram memórias que não gostaria de reviver de seu julgamento. Dentre elas, havia um único de quem esperou por compreensão, a fraqueza que os dias monótonos e silenciosos puderam apertar suas garras e fazer a ferida do enclausuramento doer ainda mais, preso nas memórias de um toque fantasma em sua pele, acolhedor. Até mesmo as fadas poderiam sentir saudades de um toque humano e Fausto desejou que fosse Outono a recolher suas lágrimas uma última vez.
Esses dias haviam passado e, mesmo que sua garganta se fechasse com um engolir dolorido, voltou seu olhar mais uma vez a Fada Madrinha, animosidade e rancor capazes de fazer os céus descerem sobre a dita cuja se dependesse somente de força de vontade. E quase achou que pudesse ter realmente desencadeado algo ao ouvir as janelas batendo com o vento forte, seguidos de um forte raio roxo. E, menos bizarro que isso foi o príncipe caindo desacordado logo após o primeiro pedaço de bolo, espalhando o temor entre os convidados, que se espalhavam pelas saídas do salão. Fausto acompanhou a figura de um certo feérico até que sumisse mais uma vez na multidão, deixando que levasse com ele os rastros de um sentimento perigoso.
Sua cabeça doía insistentemente, mas nada que um dos truques infalíveis da Fada Madrinha não pudesse resolver, com três toques de sua varinha de condão nos próprios cabelos. O rei berrava por seus homens após resguardar o filho e Fausto voltou a sua forma humana, passos silenciosos ao entrar no escritório do duende mal-humorado. "Vão até a Floresta Proibida e achem uma espada na pedra." Foi o único comando que receberam, dispensados para o lugar selvagem no meio da noite.
Fausto tinha um novo mestre. O primeiro rosto que viu em anos, confundido com a possibilidade de ser mais um delírio de sua mente. A proposta irrecusável de liberdade e vingança, de que tinha algo a oferecer e que o rei estava disposto a comprar. A lealdade tinha um valor, e ambos concordaram com isso. E foi assim que se curvou a Rumpelstiltskin, agarrando com as duas mãos a nova oportunidade de retomar a vida de onde foi forçado a parar. Desta vez, não haveria nada em seu caminho.
#ttdtask01#Fausto tava bilu tetéia da cabeça após ser libertado#aproveitando a task pra por tudo em dia#se liga no jogo de luzes do pai
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Eu tenho medo de ser apaixonante apenas como uma ideia
Confesso; o jeito que apresento minhas extremidades pode chegar a ser até que bem bonito de observar, até que bem intimidador.
"E que as vezes as pessoas tem medo de se aproximar de você" "tua existência é muito honesta"
Como eu muito já escutei, mas, ainda que com cautela elas se achegam e assim que eu abro as entranhas, as portas, os olhos, alguma lente sempre se rompe.
Eu ofereço leito, peito e tudo aquilo que escorre.
Eu não sei se é muito, se é pouco, se eu ajudo a se enxergarem com mais altivez, mais nitidez (e isso, de fato, assusta)
Mas elas se lambuzam que nem abutres, se empanturram, como se nunca tivessem aprendido o que é calma.
E, num romper, súbito, caem no silêncio. No enclausuramento.
Eu pergunto sempre: "Mas o que foi?" "Foi al que eu disse?" "Que eu não fiz?"
Elas me devoram, mas não se satisfazem, fazem movimento de ida, saída, passam a explorar os arredores. Talvez aprendam o que precisam de si... E vão.
É tão previsível que eu posso até premeditar o que vai ser dito, algo pelas linha do como incrível eu sou, "mas você merece muito mais do que isso"
Algo pelas linhas do "que sorte de quem tiver você"
E me bate uma nausea repentina, uma aflição meio dejavu, logo em seguida que me pedem permanência na vida "mas não vai embora não, eu quero ainda poder te olhar ser"
Por um segundo eu até que me odeio, eu disseco tudo que eu poderia ter feito de errado, quem eu poderia ter sido, que diferença teria tido.
Eu tento me lembrar que eu escrevo poesia como escape, gargalho de coisas que nem tem graça, que eu escuto enquanto encaro nos olhos.
E aí passa a ser quase óbvio: qualquer um seria sortudo.
Eu amo com ponto de exclamação! Aprendo suas receitas preferidas, os míseros detalhes e, por um segundo, eu me odeio, mas eu guardo todos os seus segredos, te ofereço vulnerabilidade.
Gosto como eu me esforço para memorizar os traços, eu poderia te escrever um livro que descrevesse todos e cada um deles.
Talvez me amem como um conceito, ao invés da pessoa na qual eu trabalhei tanto pra ser, talvez me amem como alguém que te mostre quem você quer ser, mas se eu pudesse pedir...
Se eu for rito de passagem que, ao menos, você me torne sagrada.
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05 NOVEMBRO 2009
O COMODISMO NA IGREJA
“A deficiência dos que lideram os regimentos da Igreja enrijece o que poderia ser um relevante passo em busca das almas dispersas... O temor existe!! (neles) O comodismo também!! Não abrir-se ao *Espírito ocasiona a estagnação da Ação Redentora!... Os Evangélicos se permitem uma abertura muito superior no que se refere à divulgação do Evangelho!! São criativos e desenvolvem lideranças capazes de atender os que verdadeiramente buscam Me encontrar!!... Falo dos *verdadeiros fiéis evangélicos, cuja integridade moral não estaria sob suspeita... São livres do enclausuramento que estrangula a ação da Minha Igreja, que posso definir como hermética e travada em seus Movimentos Pastorais!!...
Filha a máquina está pesada demais com uma tripulação envelhecida e alheia às reais necessidades deste mundo em ebulição!!... Conheces por excelência os malefícios causados pela *rigidez de Meus Servos!!... A falta de uma abertura de coração onde o Espírito pudesse agir soberanamente! Não abrem e não *amam!! Tudo em função de uma estática Hierarquia pouco propensa a ouvir Minha Voz... (!)
Filha Nossa!... Bem sabes o que vos digo. Sofres isolada justamente por falta de cúmplices *arrojados que se disponham a enfrentar o estabelecido... Infelizmente estes poucos haverão de sofrer muitas represálias, em nome da conscientização e urgência de Novos métodos de ensino!!
A contemplação da Minha Vida não deve se restringir a poucas páginas da Bíblia!! Seria muito restrito!! A Bíblia contém a Minha *Doutrina; o Pensamento do Eterno do Pai. Mas não é tudo!! (!) O que tens feito justamente dá abertura aos pequenos fatos e detalhes, que baseados em fatos reais, dão um colorido novo ao que está empoeirado e esquecido: A Bíblia!...”
“Tua conduta em buscar incansavelmente a Verdade e somente a *Verdade, te credencia a enfrentar opositores enfadonhos e de pouca ou nenhuma *inspiração Divina!! Não usaríamos de talentos tão aprimorados se não houvesse uma diretriz a seguir e um objetivo a ser alcançado!! A Meta quem estipula somos Nós, e nem mesmo tu filha, sabes onde tudo isso possa chegar!...
Caminhas na obediência, embora *cegamente!!... Isto é fé, e fé dos grandes ‘reformadores’ da Minha Igreja!!...
Sim filha!! São Francisco foi um reformador! Assim como Teresa d’Ávila e Catarina de Siena!...
Não te assustes!! Nada seria grande demais às tuas capacidades... Entendes a Nossa necessidade. Assumiste com coragem o desafio e prossegues como guerreira, mesmo que totalmente *isolada e carente de apoio humano!... Tens a Nós filha amada!! Tens o que outros talvez não tenham por omissão e comodismo. Tens o impulso vitorioso de uma verdadeira serva de Deus, que acredita na Promessa a ti feita embora o mundo queira te fazer desistir!!...
És heroica no que fazes com tamanha dedicação... És heroica por enfrentares a escuridão à tua frente... És heroica por desejar enfrentar a qualquer custo os impedimentos que quererão te silenciar... Filha, são desses heróis que precisamos hoje, na luta desigual contra Satanás!! Tens Nossa Proteção; Nossas Bênçãos e o Colo amoroso de tua Mãe amada nos momentos de desabafo...
NÃO DESISTA filha!! Mesmo que Minha Igreja construa uma muralha de silêncio à tua volta alguém ouvirá a Minha Voz!!... SIM. Alguém como tu filha, que terá coragem de lutar pela Minha causa, ou seja: Levar Minha Vida à vida de milhões!! Avança e confia!!.....” Jesus
(Orientações de Jesus e Maria Santíssima a Marjorie Dawe)
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O começo da pandemia foi um período bastante conturbado para a minha concepção de casa. Apesar de ser curitibana, moro em São Paulo há alguns anos e considero que minha casa é aqui, mas a sensação de fim de mundo de 2020 me fez questionar isso.
A videoperformance “Todo espaço que há pra mim” marca a busca por um espaço que é meu, mas acredito que também fale do enclausuramento da pandemia e de outros temas que nos fazem sentir presas ou limitadas. Admitir que me sentia enclausurada ajudou muito para que eu pudesse sair desse lugar, definir onde é minha casa e quais espaços são meus, simbólicos ou físicos.
O trabalho foi feito em Outubro de 2020 e tem 2 minutos e 23 segundos de duração.
vimeo
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“Eu odeio ter que tomar tantos remédios”, ela disse.
“O problema é quando eles tomam conta de você”, falei, empático.
“Eles já me tomaram. Já não sei mais o que ou quem sou”
“Você é uma bela mulher”, falei o óbvio sem pensar em nada melhor.
Ela baixou o olhar. Era ermética a elogios, apesar de seus encantadores olhos verde-mar e de sua talentosa mão para escrita. Nada penetraria a escuridão que ela parecia querer preservar dentro de si, como uma vítima que protege seu próprio algoz, pois vê nele a única força bruta capaz de despedaçar os muros do seu enclausuramento particular.
“Já me tomaram, já não sei quem eu sou”, repetia baixinho perdendo o olhar no vazio...
O que seria ela então antes de a tomarem? Talvez alguém que fosse incapaz de proteger-se de si mesma? Alguém cuja a mesma existência que um dia lhe soprara a vida agora pesasse demais, machucasse demais? Sua fala que pouco dizia e muito expressava, sua linguagem corpórea tímida e retraída, tudo nela externava a fadiga de uma alma densa, carregada.
“Gosto das flores no final do inverno. É como se, uma vez contidas pelo frio do vento gelado, começassem então a desabrochar, abrindo uma a uma as suas pétalas ressecadas. É um momento único, sublime”.
Eu não costumava reparar muito em flores, talvez fosse um sujeito rude demais para certas sutilezas. Apenas assenti com a cabeça.
“Aceita mais uma cerveja?”, Perguntei.
Tornei a que restava em minha garrafa e voltei da cozinha com mais duas em mãos.
“Olha só moça bonita, essas são as únicas flores que tenho visto desabrochar ultimamente”
Saquei as tampinhas e pus abridor sobre o parapeito da varanda.
“Você não acha tudo isso uma fuga? A maneira como você bebe, essas garrafas todas vazias, não estaria você fugindo?” Ela perguntou derramando em mim seus olhos verdes e entristecidos.
“Sim, acredito que você esteja certa.”
“Então qual a razão de viver assim?
Fiquei em silêncio. Da mesma forma que não falo de sexo durante uma transa, não falo sobre beber enquanto bebo. Não que isso fosse alguma espécie de tabu, mas talvez uma escolha. Permaneci no meu silêncio. No hiato das palavras acendi outro cigarro. Ela insistiu no assunto:
“Você foge para poder recuperar o fôlego antes do próximo mergulho. Tudo demais faz mal, inclusive a realidade.” Freud dizia que não seria possível enfrentar a realidade o tempo todo sem algum tipo de fuga.
Assenti com a cabeça. Eu não teria do que discordar, embora não resumisse a questão toda ao seu argumento. Ela continuou:
“Mas a própria vida não deveria ser o local onde buscaríamos esse fôlego? Se queremos ar para arejar, respirar e tocar a vida, por que buscá-lo justamente fora dela?”
Nessa hora percebi que seus olhos verdes contraíram-se levemente, como quem segura uma lágrima prestes a cair. As janelas de sua alma eram escancaradas demais, um grande problema pros dias de hoje. No entanto era justo aí que se via a essência de sua beleza. Ela era bela tanto por dentro como por fora, mesmo que em seu braço guardasse pequenos aranhões e na alma grandes cicatrizes. Deixou os cabelos cor-de-mel cairem pela face. Dei um trago profundo e exalei a fumaça lentamente antes de falar:
“É uma grande ironia, não é mesmo? Dizem que o ser humano é social em sua essência. Dizem que a vida não está no indivíduo em si, mas no compartilhar com os pares. Esse é meu problema. Meu problema são os outros. Aí vem mais uma ironia: se o saudável é seguir nossa essência sociável, então na verdade o problema sou eu. “
“Bem, talvez a vida seja uma sequência de ironias temperadas com algumas metáforas."
Algo me ocorreu. Não seria ela, e somente ela, a responsável pela própria automutilação do seu espírito? Ou estaria eu julgando-a injustamente demais? Se a cada manhã ela enxugava o rosto com uma toalha de espinhos, não poderia a vida ter-lhe oferecido uma outra toalha então? E se nas mesmas manhãs ela penteava os longos cabelos com navalhas afiadas, haveria ela pedido para ter cabelos longos demais?
A causa e a consequência se confundiam em minha cabeça. Uma nuvem cinza pousou em meus pensamentos. Tornei outra garrafa na tentativa de clarear.
Ela, em silêncio, observava tudo. Olhou para as paredes da sala, a luz amarelada no teto. Olhou para varanda e depois deitou os olhos sobre mim. Aquele olhar me engolia. Quanta sinceridade cabe em um par de olhos? Quanta sinceridade meus olhos são capazes de suportar?
“Separei uma cerveja que é a sua cara”, ela falou, olhando para o refrigerador.
“eu aceito”.
Buscou a cerveja e voltou com seu caminhado feminino e decidido.
Encostou os cotovelos no parapeito da varanda.
Aqueda noite me trazia à mente os velhos sonhos empoeirados. E meus sonhos não eram desejos, eram nada mais que pedidos de paz. Ficar em paz. Eu continuei com meus goles a passos largos. Eu continuei com meus goles antes que aquele olhar me engolisse por completo. Como olhos tão languidos iluminavam tanto? Beleza e melancolia se misturavam em seu rosto em tons sutis e irretocáveis.
“Meu tempo está se esgotando. Preciso ir”
Eu sabia que ela iria embora. Sim, ela iria embora. Não da minha rua, não do meu bairro. Não da minha cidade...
Era cedo demais para ficar tarde, no entanto ela insistiu em partir. Eu me despedi e desejei boa sorte. Fingimos que ainda nos veríamos, em uma vã tentativa de transformar um “adeus” em um simples “até logo”. Mas o até logo nem sempre é logo ali.
Ela me abraçou forte. Eu retribuí.
Caminhou em direção à porta da sala, a transpassou sem olhar para trás, e partiu deixando o vazio de algo bom que chega ao fim.
O ar da sala agora vazia me agulhava a garganta. Eu ainda escutava suas palavras ecoando pelas paredes (“gosto das flores no final do inverno...”).
Então logo veio o completo silêncio, sufocante e ensurdecedor. Eu precisava respirar. Desci na alta noite pelas ruas vazias. Comprei mais cervejas (uma fuga, teria dito ela). Não fosse o tempo, teríamos mais tempo, eu pensei. Não fosse aquele olhar, não fosse aquele olhar...
O céu denso guardava suas estrelas em um véu cinza de nuvens. De volta ao apartamento, as cinzas do último cigarro jaziam frias no cinzeiro da sala. Me acomodei na poltrona ao centro, pensativo. (quem disse que haveria de ser justo? Quem?).
Abri uma cerveja. A tampinha rolou para debaixo do sofá.
E por lá ficou.
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sem querer encontrei uma conversa com meu ex de 2019 e simplesmente eu mandei um áudio contando do sonho daquela noite, em que o mundo acabava todos os dias e o dia se repetia infinitamente; não existia amanhã, somente um eterno hoje. a diferente era que, caso acontecesse algo que as pessoas quisessem apagar da memória, podiam apagar e aquele momento/pessoa/animal/objeto nunca mais seria lembrado. no sonho, ele escolhia esquecer de mim. um amigo nosso me contou, e eu fiquei arrasada, sem chão. de alguma forma, voltei no dia em que começamos a nos falar e queria ao máximo chamar a atenção dele, mas ele não correspondia de forma alguma. eu lembrava, ele não. o nosso amigo tentava me impedir e falava pra desistir, pra eu não correr atrás, pra parar de me machucar. eu insistia. eu lutei sofri chorei. acordei. chorei na vida real. mandei 5 áudios enormes contando o sonho e chorando em todos. medo, angústia, saudade. já havíamos terminado na época desse sonho, mas eu continuava falando com ele. dava 500 chances, falava que amava, em busca dele me tratar bem de novo. quando ele respondeu as mensagens, foi com um áudio dizendo “pera, já te respondo, tá meio corrido aqui”. depois de 2h manda outro, dizendo “é.. uma merda isso aí. mas sei lá, fico feliz em saber que eu importo assim pra ti, que tu sentiria minha falta nesse ponto. sei lá. desde que tudo entre a gente aconteceu, sei lá, eu sinto tua falta. ainda acho que tu é minha pessoa e ainda acho que ainda vai existir um a gente. sei lá. por mais que tu não queira, não sei. não sinta as coisas como antes, é bom ouvir isso, por mais que tenha sido uma merda pra ti. mas tá tudo bem, eu não vou te esquecer nunca. te amo” e o áudio encerra com uma batida de funk no fundo.
no dia seguinte reclamo de dor de cabeça. ele disse pra eu tomar remédio. depois de eu achar meio rude, ele pergunta o que pode fazer por mim e comenta do áudio que ele mandou antes. depois disso, uma discussão inteira que durou dias de tensão e um clima horrível porque eu não era mais a mesma, não demonstrava como antes, não queria ele como antes e enfim. tudo isso nós já havíamos terminado. terminado porque ele me traiu com sei lá quantas pessoas. me tratava mal. eu me sentia mal.
eu li tudo isso incrédula. primeiro porque a linha intuição berrou pra mim o que eu devia fazer com ele e eu não escutei. depois eu vejo na minha frente o ano de 2019 inteiro o quanto eu estava tentando conquistar minha liberdade depois de 2 anos vivendo um enclausuramento e ele só me puxava. eu sempre falava do meu dia e dos meus interesses e nunca tinha o mínimo de um retorno, interesse. tinha quando era sexo. e era tão fácil me manipular, ele não precisava fazer esforço nenhum. eu entregava todas as minhas armas. eu contava todos os meus planos. eu lembro exatamente do que eu senti em cada uma dessas conversas. de me sentir escanteada. toda vez que eu saía, era uma mudança no humor. quando ele sumia, eu ficava feliz que ele aproveitava a vida.
às vezes nem acredito que passei por isso tão nova. que eu já vivi isso em algum momento e que demorei anos pra poder ter abertura emocional com alguém de novo.
doeu, mas passou. eu to aqui de novo, bem de novo. passou.
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é dificil viu gente, hoje me deparei com o fato de q eu to ha mais ou menos um ano chorando sobre a mesma situação, a mesma pessoa, o mesmo sentimento de duvida interminavel que eu tenho em mim sobre o que quero fazer da minha vida e o que pretendo alcaçar e viver e sentir, eu tenho 21 agora, me parece tão pouco muitas vezes, mas ao mesmo tempo sinto que tem coisa em mim que poderiam estar mais bem resolvidas se eu fosse mais consciente delas, e não só ir por esse lado emocional que me carrega e que me deixa cega sobre os aspectos gerais da minha vida, tento fazer mudanças, tento me distanciar de coisas que eu sei que me impedem de ir além de fluir com a minha vida e a minha experiencia na terra, me sinto hoje desconectada das coisas, das pessoas, do mundo, das experiencias, nada me causa uma gana tão forte mais, procuro sempre o mesmo tipo de validação, que me prende e me impede de fazer as coisas por mim, me pego chorando sobre assuntos que só tempo e clareza mental, que vem com o tempo resolve, talvez eu esteja fugindo também de aceitar que as coisas mudam, que nem sempre funciona do jeito que emocionalmente parece me preencher mas me causa lacunas em outras partes que não percebo por esse emocional cego, eu tenho gana de atenção, de carinho e afeto e isso me paraliza infelizmente, parece que me tornei viciada nessa validação e só consigo continuar depois de ter isso, e não é assim que as coisas tem que ser eu me sinto inconsciente dessas questòes as vezes, não to ligada, amarrada, nem presa nada e niguem e ao mesmo tempo me sinto enjaulada nesse meu sentimento toxico de validação, não quero isso pra mim, não quero que as minhas emoções se baseiem nesse enclausuramento pq isso realmente me paralisa de diversas maneiras, não quero mais ser essa pessoa, quero ser livre dessas amarras que eu acho que coloco em mim mesma, a vida é muito mais, tem muito mais pra se fazer e viver, mas é isso, to nesse lugar de fuga talvez, de nào querer parar pra refletir sobre minha situação e emeu lugar, tem coisas que eu sei que me preenchem e pra muito mais do que qualquer pessoa individual ou situação especifica, eu sei que tenho muito pra dar, mas não sei exatamente onde concentrar minhas energias, redirecionar elas, a meditação não sai da minha cabeça agora, lembro que me centrava, me dava proposito, e eu as vezes sinto falta do proposito das coisas, quero realmente conhecer coisas novas, pessoas novas, conhecer a vida mais a fundo, não necessariamente sei conquistar isso completamente pq ainda to presa e eu to ciente que eu mesma me coloco nessa prisão, e eu sou a unica capz de me tirar dela, mas enfim kk acho que tenho q achar frmas de me reconectar, me fazer presente pra mim, me entender como ser que tem seus traumas e suas dificuldades e que isso é desconstruivel e reconstruivel tamb;em me devo zelo, cuidado e bondade, e as vezes me esqueço disso, mas eventualmente, como agora, me volta, e tudo bem também, a tpm vem de vez em quando, o negócio e saber lidar
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eu tenho medo de ser apaixonante apenas como uma ideia.
confesso; o jeito que apresento minhas extremidades pode chegar a ser até que bem bonito. de observar. até que bem intimidador.
"é que às vezes as pessoas tem medo de se aproximar de você".
"tua existência é muito honesta", como muito eu já escutei.
mas ainda que com cautela, elas se achegam e assim que eu abro as pernas, as portas, os olhos, alguma lente sempre se rompe.
eu ofereço leito, peito e tudo aquilo que escorre.
eu não sei se é muito, se é pouco, se eu ajudo a se enxergarem com mais altivez, mais nitidez (e isso de fato, assusta).
mas elas se lambuzam que nem abutre, se empanturram como se nunca tivessem aprendido o que é calma.
e, num romper, súbito, caem no silêncio. no enclausuramento.
eu pergunto sempre: "mas o que foi?", "foi algo que eu disse?", "que eu não fiz?"
elas me devoram, mas não se satisfazem.
fazem movimento de ida, saída, passam a explorar os arredores.
talvez aprendam que precisam de si, e vão.
é tão previsível que eu posso até premeditar o que vai ser dito.
algo pelas linhas do como incrível eu sou, "mas você merece muito mais do que isso".
algo pelas linhas do: "que sorte de quem tiver você".
e me bate uma náusea repentina, uma aflição meio dejavu, logo em seguida que me pedem permanência na vida.
"mas não vai embora, não". "eu quero ainda poder te olhar ser".
por um segundo eu até que me odeio, eu disseco tudo o que eu poderia ter feito de errado, quem eu poderia ter sido, que diferença teria tido.
eu tento me lembrar que eu escrevo poesia como escape, gargalho com coisas que nem tem graça, que eu escuto enquanto encaro nos olhos.
e aí passa a ser quase óbvio: qualquer um seria sortudo.
eu amo com ponto de exclamação!
aprendo suas receitas favoritas, os míseros detalhes e, por um segundo, eu me odeio, mas eu guardo todos os seus segredos, te ofereço vulnerabilidade, gosto como eu me esforço pra memorizar os traços.
se você quisesse, eu poderia te escrever um livro que descrevesse todos e cada um deles.
talvez me amem como um conceito, ao invés da pessoa na qual eu trabalhei tanto para ser.
talvez me amem como alguém que te mostra quem você quer ser.
mas, se eu pudesse pedir...
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alerta de sobrevivente. avistamos RIVER MICHAEL EVANS CORENSWET subindo a colina em busca do olympus. pelo que sabemos até agora, possui 27 ANOS e veio de ENGLEWOOD/COLORADO. algumas fontes dizem que antes da pandemia era ESTUDANTE, mas agora é FUGITIVO. é incrível como se parece com DYLAN O’BRIEN.
com vinte e sete anos hoje, river nunca imaginou que sua vida adulta seria marcada pelo enclausuramento sufocante e ditatorial vivido dentro da tower.
nascido e crescido em uma pequena cidade, nunca vira muito futuro para si em englewood. não por achar que era melhor do que todos ao seu redor ou que a cidadela fosse realmente pequena demais para seus sonhos, mas sim porque nunca realmente encontrara um lugar para si ali. não na sua rua, ou sua vizinhança, ou sei bairro. não se encaixava lá porque não era interessante pra ninguém, e porque além das boas notas, em nada se destacava a não ser pelo fato de ser filho da conselheira discente de sua escola. sempre fora o tipo de adolescente que passava despercebido por onde andava, às vezes sendo até evitado pelos outros alunos, devido ao cargo da mãe. naturalmente quieto e observador desde pequeno, além dos pais como companhia tinha os livros e uma facilidade notável para análises e mapeamentos, o que rapidamente o fez criar uma paixão pelas humanas – especialmente geografia, geopolítica e história. infelizmente, não eram muitos os colegas que dividiam o mesmo interesse, principalmente no colegial, onde havia tanto para descobrirem sobre si mesmos e se experimentarem. mesmo não sendo ou se tornando um, river foi criado por adultos intelectuais, falando coisas de adultos intelectuais e convivendo com outros adultos intelectuais – fossem alunos universitários de seu pai, que também era professor na universidade de denver, ou amigos próximos da família envolvidos no meio.
mas estava bem com isso. ter poucos amigos. ele não precisava ter mais do que um ou dois desde que estes fosse moralmente aceitáveis e minimamente maduros pra não se deixarem levar por problemas e dramas adolescentes os quais jamais tivera paciência para se envolver. river sempre pensara mais no futuro do que no presente, coisa que o fez passar por um amadurecimento precoce que encurtou seus anos de experiência de vida na escola, esperando por um momento de libertação que, apesar de tão sonhado, nunca viria a ser realizado: viajar pelo mundo. aproveitava o próprio foco em seus objetivos para ter mais tempo pros trabalhos de meio período e funções que lhe ajudassem a juntar dinheiro, já que queria visitar um país atrás do outro. estava tão compenetrado na ideia que ignorou boa parte do crescimento e desenvolvimento natural de um ser humano sociável que convive com pessoas da própria idade, limitando-se a pequenos encontros com seu par de amigos da escola, e nunca realmente os acompanhando em festas, ou festivais, ou qualquer coisa que lhe tomasse seu precioso tempo e considerasse besteira. tal comportamento despertou um efeito colateral do crescimento acelerado, tornando river um rapaz consideravelmente prepotente e questionador, muito baseado em seus próprios conceitos de como as coisas erradas eram e do que as certas deveriam ser. ele estava virando a cópia de seu pai, embora este obviamente fosse muito mais sábio e experiente.
michael, por sua vez, apesar do orgulho de seu primeiro e único filho preocupava-se com o fato dele ser muito jovem para viver como um velho rabugento tal como ele próprio era. ele e river sempre foram extremamente apegados um ao outro. talvez pelo fato de que lenora houvesse lutado muito para ter seu único filho – tendo o garoto sido planejado desde os primórdios, mesmo com os problemas para engravidar –, o único sonho de michael era viver em paz com sua família até o momento que river pusesse os pés pra fora de casa para desbravar o mundo que tanto sonhava, o que, de fato, certamente consideraria um grande golpe em seu coração quando acontecesse. chegara a desejar que isso nunca acontecesse, então arrependeu-se muito quando tanto denver quanto englewood foram tomadas por drones. sentiu como se a prece houvesse sido ouvida de um jeito muito deturpado.
quinze de março. river estava na escola quando os primeiros drones arrebentaram e ultrapassaram os portões. em meio ao caos e ao horror dos ataques, várias vezes paralisara diante a morte e o despertar de tantos antes do corpo lembra-lo de que precisava correr pra longe também, enquanto ainda havia tempo de escapar sem grande estardalhaço, afinal, apesar do pouco talento para lutar, o instinto de sobrevivência em mostrou-se muito grande. a ligação da mãe avisando-o de que deveria correr para o pátio fora atendida em um momento de lucidez. o plano era saírem de lá dentro de um dos ônibus escolares, então lenora esperou o filho com o coração saindo pela boca em meio ao desespero silencioso dos adolescentes resgatados e escondidos dentro do transporte, para que não chamassem atenção. river finalmente alcançou as portas de saída para o pátio, mas não sozinho. em seu encalço, a morte corria muito mais do que as pernas do corenswet poderiam aguentar, e quando lenora percebeu que seu único filho não conseguiria sozinho, fez o que achou que uma mãe deveria fazer pelo ser vivo mais importante e amado em sua vida: trocou a dela pela dele. correndo em direção ao drone, passou por river como um raio, jogando-se em cima do corpo violento e ensanguentado para que seu filho embarcasse em segurança.
o choque, o sofrimento e o horror do adolescente foram estilhaçados pelas palavras firmes e doloridas da mãe, que desesperadamente o mandara partir e salvar as outras crianças enquanto ela pudesse segurar. river lembraria desse momento para sempre. como fora a ordem mais dolorosa que já seguira na vida. entrara em modo automático logo depois disso, tentando dirigir até o local mais seguro que imaginara: a universidade onde o pai trabalhava. apesar de denver não estar em condições tão melhores do que englewood, ele e os outros vinte alunos teriam mais segurança dentro do campus. quando chegaram lá e foram resgatados depois de passarem pelos portões, contar para michael sobre o ocorrido fora como reviver o momento mais uma vez. foi exatamente quando river percebeu que jamais se acostumaria com isso. o luto foi vivido em lugares diferentes, levando em consideração que ele e o pai passaram por muitos lugares antes de chegar na tower. michael recusou-se a ser separado do filho, mesmo quando tentaram enviá-lo para outra base militar no intuito de treiná-lo para combate, então alegou que precisava de river como professor assistente dentro da colônia.
foi assim que o jovem corenswet se enfiou cada vez mais dentro das páginas dos livros, acompanhando a escola que seu pai criou, desenvolveu e liderou durante os dez anos que permaneceram lá. foi o professor mais jovem dentre os nove que ali lecionaram, tornando-se uma figura popular entre os duzentos e cinquenta alunos de diferentes idades que ali aprendiam. nunca na vida pensou que isso aconteceria. nunca pensou que aconselharia pessoas com menos idade do que ele, e que as ensinaria a desenvolverem suas opiniões, sendo detentores e defensores do pensamento crítico, assim como ele tinha orgulho de ser. descobriu-se gostando muito disso, ainda mais quando o ocupava a ponto de fazê-lo esquecer da perda da mãe e de seus sonhos. entretanto, mais uma vez na vida, efeitos colaterais o arrebataram. quando alguns de seus alunos mais velhos começaram a perecer em missões das quais nunca participavam, tanto ele quanto o pai começaram a suspeitar de algo a mais do que o infortúnio do destino. michael decidira tomar providência dos questionamentos e investigar enquanto river incomodava as autoridades sobre a convocação de quem não tinha prática em campo para enfrentar drones, mas surpreendentemente fora intimado a participar de uma missão externa – algo extremamente raro para qualquer docente, ainda mais sendo uma espécie de diretor.
antes de ir, acompanhando de alguns agentes, pedira para que river recolhesse o material para a aula do dia posterior no quarto em que dividiam, o que fez com que o rapaz se apressasse para decodificar a mensagem, crente da existência de um problema. seu pai guardava os planejamentos na própria sala de aula, logo, não fazia sentido nenhum. as informações e as hipóteses contidas nos papéis o chocaram tanto que river demorou alguns segundos para sair correndo atrás da equipe que levara seu pai, percebendo que já era tarde demais. desesperado com o pedido feito na carta – que juntasse seus alunos para que fugissem antes de pararem na lista de abate da direção –, river fez o que pôde pra avisar a todos de forma discreta. até ver que seria o próximo a ser levado na lista. e, embora em nada lhe agradasse ter que pedir ajuda a malcolm davis, precisava achar seu pai e não tinha tempo pra ficar e descobrir o que aconteceria depois que lhe pegassem.
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MARIA VALTORTA TROUXE *NOVO COLORIDO!!
"Filha Nossa. Bem sabes o que vos digo. Sofres isolada justamente por falta de cúmplices arrojados que se disponham a enfrentar o estabelecido. Infelizmente estes haverão de sofrer muitas represálias em nome da conscientização e urgência de Novos Métodos de ensino!!... Os Evangélicos se permitem uma abertura muito superior no que se refere a divulgação do Evangelho!! São criativos e desenvolvem lideranças capazes de atender os que verdadeiramente buscam ME encontrar! Falo dos 'verdadeiros' fiéis evangélicos, cuja integridade moral não estaria sob suspeita. São livres do enclausuramento que estrangula a ação da Minha Igreja, que posso definir como 'hermética' e travada em seus Movimentos Pastorais!!... Filha, a máquina está pesada demais!! Com uma tripulação envelhecida e alheia às reais necessidades deste mundo em ebulição!!... Conheces por excelência os malefícios causados por esta rigidez de Meus Servos!! A falta de abertura de coração, onde o *Espírito pudesse agir Soberanamente!... Não abrem e não amam!!.. (!) Tudo em função de uma estática Hierarquia pouco propensa a ouvir a Minha Voz!! A contemplação da Minha Vida não deve se restringir a poucas páginas da *Bíblia. Seria muito restrito!! A Bíblia contém Minha *Doutrina. O Pensamento do Eterno PAI. Mas não é TUDO!! O que tens feito, (Evangelhos de Valtorta) justamente dá abertura aos pequenos fatos e detalhes, que baseados em FATOS REAIS, dão um colorido Novo ao que está empoeirado e esquecido: A *BÍBLIA!...” (JESUS a Marjorie Dawe)
https://www.youtube.com/channel/UCSxKYsNRMS1BzDw3YTey0SA
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A força do equívoco
Por Diego Sztulwark
"É a força do equívoco que permite que Arlt continue a ser um personagem em nossas leituras", diz Horacio González no início de seu livro "Arlt, Política e Loucura". Você não lê para Arlt sem o "Uma pergunta incessante: o que ele quis dizer?" Onde o que foi dito não é suficiente em si mesmo, o leitor é convidado a envolver-se na tarefa de decifrar, como fator ativo no confronto com o que é incompreendido, não por déficit cognitivo, mas por causa das ambivalências constitutivas das coisas do mundo.
É esse equívoco mundano que parece ao mesmo tempo triunfar e recuar para um presente definido pelo implausível, mas despido de todo questionamento na ordem do sentido. E o fato é que a alardeada liberdade não tolera defeitos ou mal-entendidos. É uma liberdade sem enigmas ou defeitos. Programado e dependente de um mecanismo que não aceita fissuras: o mercado como único funcionamento que não erra. Nele, reina a verdade. Trata-se, então, de que essa verdade seja disputada como o princípio orientador inapelável de uma ordem institucional maleável (uma ordem antipolítica, se considerarmos seu efeito neutralizante, o político que supõe achatar todas as instituições na instância do mercado).
Uma estranha "univocidade do ser" é a desses fervorosos crentes na oferta e no comando, que encontram no sistema de preços um substituto para toda a Natureza. Na filosofia de Espinosa, a ordem natural se constitui em torno de regras eternas sob as quais uma infinidade de coisas é produzida de uma infinidade de maneiras, todas elas sem hierarquia de valor a priori. Ao contrário, o reverenciado "mercado" nada mais faz do que selecionar e hierarquizar, obscurecendo simultaneamente qualquer compreensão do que acontece – em termos de poder social – na ordem da produção. O mercado sonha com uma liberdade totalitária perfeita, sabendo que essa perfeição só pode ser alcançada eliminando das coisas todos os vestígios de uma pluralidade de significados e todo o conhecimento social sobre as fontes de valor.
Os personagens encarregados de substituir uma ordem por outra (substituição da fala que María Pía López em "Insistir", artigo publicado ontem na Página 12) conservam algo do universo arltiano. Eles emergem dela, mas pretendem enterrá-la. Encarnam exemplarmente esse equívoco que desejam eliminar. Nomes como Sabag Montiel, Agustín Laje ou o ministro Pettovello habitam um universo que oscila entre o "sonambulismo e o jornalismo" (expressão que pertence ao livro de González, de 1996). Só que a profissão de jornalista se tornou robotizada – ou se tornou perigosa – e o sonambulismo se generalizou (e politizou). Montiel, Laje ou Pettovello surgem como tipologias de um grotesco e perigoso desejo de revogação: o assassino que não pode matar, o intelectual que não consegue emancipar-se do fantasma influente de Eduardo Feinmann ou o reformador social que quer fazer o bem sem saber com quem. São resultados de um grupo maior que se refere (nem que seja pela forma como recebem likes e votos) ao que González chamou de "condição espiritual do leitor contemporâneo". Isso é exibido por "gritos de prazer remoto diante da evidência de que temos em vista a matéria-prima da qual o mal é feito". Há algumas semanas, Liliana Herrero disse numa entrevista televisiva que a quarentena tinha sido traumática não só pela perda de vidas, mas também pelo que tinha de "duplo confinamento": primeiro, sanitário; e um segundo, tecnológico. O primeiro em uma casa, o segundo no circuito que vai da tela às chamadas redes sociais. De prIfero, diz Herrero, uma parte da população saiu gritando "Viva a liberdade, porra". Do segundo – aquele enclausuramento no subsolo da consciência em que as línguas são remodeladas – não conseguimos escapar. Estamos ali, enjaulados. O ensaísta Abel Gilbert afirma que o vírus triunfou, que nos mutou. Ele pode estar certo. E que essa razão seja o que anima esses personagens depreciativos, conjurados, que parecem ter se emancipado de todo o jogo arltiano de contrastes morais, pondo fim a toda dúvida sobre o significado de suas ações. A própria astúcia da razão parece desorientada quando as vê como um recurso frágil para a continuação da marcha da história (marcha que, se não for desviada, aponta para a destruição das últimas fissuras em que a completa subsunção da vida ao capital ainda não foi consumada). Não se trata mais, portanto, de "loucura e política", mas de procedimentos abusivos de necessidade e urgência, péssima técnica legislativa e costuras desarrumadas. Essas são as ferramentas de um governo fraco que anuncia suas próprias derrotas, como vimos ontem, ou prepara uma força sem precedentes do aparato institucional. São as alternativas de senhorio criminoso, evidentes tanto na presença ameaçadora de um membro do grupo Revolução Federal nas sessões legislativas quanto no abraço político de Milei a Netanyahu. Não estamos mais diante de nenhum paradoxo de sentido. Esse senhorio supõe a liquidação do próprio absurdo como núcleo do real (fonte de humor e resistência criativa) em favor de uma lógica geopolítica e mercantil que só pode ser alcançada por meio de uma farsa geral. É através das fantasias que se instala a mais férrea racionalidade da espoliação. E é contra essa pretensão demasiado sã que a força do equívoco, da loucura e da política, a que González Arlt apelou, deve levantar-se para animar as conspirações populares que lentamente se põem em marcha.
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A natureza cercada #natureza #enclausuramento #nature #naturezavscidade #instanature #tree #instacool #uff #gragoatá (at Gragoata UFF) https://www.instagram.com/p/CfjjyRDOCJl/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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Filipinas suspendem emissão de vistos para todas as nacionalidades As Filipinas decidiram suspender temporariamente a partir desta quinta-feira a emissão de vistos para todos os estrangeiros e cancelar as autorizações já emitidas numa tentativa de travar a propagação do novo coronavírus naquele país, anunciaram as autoridades locais.
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Vai ficar tudo bem, eu prometo. // Drabble - leitora x Kyle pós-morte
eng version (x)
avisos: angst
palavras: 361
- Kyle? - você chamou, insegura. Um grunhido frustrado e ao mesmo tempo abissalmente triste fez-se ouvir em resposta. Não era a primeira vez que você ouvia esse som encurralado sair da gargante dele, mas seu peito rasgou como se fosse. Respirando fundo em silêncio e segurando da melhor forma que pôde as lágrimas que queimavam atrás dos seus olhos, você empurrou a porta antes entreaberta e entrou no quarto.
Kyle tinha no rosto uma expressão angustiada, como se tivesse esperado por você o dia todo (e ele tinha), mas a sua chegada não lhe trouxesse um pingo do alívio que ele havia esperado. Aquilo fez o seu coração apertar ainda mais: não havia absolutamente nada que você pudesse fazer por ele, nada que pudesse fazer passar aquela sensação claustrofóbica de enclausuramento no próprio corpo e de amarga confusão que ele sentia.
Ele se sentou na cama onde ele provavelmente não conseguira descansar nem um minuto, e você juntou-se a ele. Tocou-lhe o braço suavemente, e mais uma vez teve de segurar o choro. Aquele braço não pertencia, não encaixava. Aquele não era o braço que tantas vezes te havia envolvido nos últimos dois anos, que te havia acariciado os cabelos e apertado as bochechas, secado suas lágrimas até. Aquele era, mas não era o Kyle que você conhecia e amava.
- Shhh. - você murmurou, tentando acalmá-lo quando percebeu que ele próprio parecia prestes a cair aos prantos. - Tá tudo bem. Vai ficar tudo bem, meu bem. Eu te prometo. - você o abraçou, apertando-o contra o seu próprio corpo com toda a força que pôde. Você não sabia o que tinha acontecido ao seu namorado, não sabia como, nem porquê. Não conhecia aquele novo corpo, não conhecia aquela nova voz que não sabia falar. Mas você conhecia Kyle, e, olhando dentro dos olhos dele, você teve certeza de que ele ainda estava ali. E de que estava sofrendo. Muito. - Eu estou aqui com você, tá bem? E eu não vou a lugar algum, entendeu? A lugar algum... - você repetiu debilmente, a voz falhando, ao mergulhar o seu rosto no peito dele e, enfim, começar a chorar.
#ahs#ahs fandom#american horror story#kyle spencer#kyle spencer imagine#kyle spencer x reader#kyle spencer x y/n#kyle spencer x you#evan peters imagine#evan peters#evan peters x you#evan peters x y/n#ahs coven#coven#american horror story coven#ahs fanf#ahs one shot#american horror story one shot#ahs drabble
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* ✕ 。 • — Você não ficou sabendo? Anabelle Lacroix acabou de chegar em SG, vamos ser sinceros ela se parece muito com Kristen Stewart. Você sabe, aquelx que tem 27 anos e é conhecida por ser zeladora no Museu das Tradições e Barques du Léman? Eu fiquei sabendo que ela pode ser fiel, confiável e determinada mas também desconfiada, reservada e irônica. Só me pergunto o que o futuro reserva para ela.
&. BASICS
Full Name: Anabelle Saint Lacroix
Nicknames: Belle, Ana
Age: 27
Sexuality: Bissexual
Date of Birth: 14/04/1995
Place of Birth: Paris, France
Gender: Female
Current Location: Saint-Gingolph, Suíça
&. MORE BASIC INFO
Languages: French & English;
Religion: Ateísta;
Education: Formada em Artes Plásticas na Université de Paris;
Occupation: Pintora de Arte Contemporânea na 59 Rivoli, em Paris (antiga) | Zeladora no Musee des Traditions et des Barques du Léman (atual)
Drinks, Smokes, & Drugs: Cerveja, whisky, cigarros Gauloises.
&. PERSONALITY
Zodiac Sign: Aries
MBTI: INTJ
Likes: Museus, galerias, cafés, filmes ruins, livros da Agatha Christie, acordar cedo, pintar, café sem açúcar, longas caminhadas, passear à margem do rio Sena, conversas profundas e aleatórias, música indie, folk e pop-rock, gatos, cheiro de tinta fresca, o som do cascalho sobre os sapatos, viagens de fim de semana...
Dislikes: Small talk, filmes românticos, religião, festas em boates, conhecer pessoas novas, burocracia, monotonia, vaidade, reality shows, andar de carro...
Bad Habits: Beber café demais, dormir de menos, andar para todo e qualquer lugar, ser sincera até demais, roer as unhas...
Secret Talent: Pintora extremamente talentosa em arte contemporânea.
Hobbies: Fazer trilhas e colecionar as pedras no caminho.
Fears: Enclausuramento, dirigir, traição.
Five Positive Traits: Confiável, fiel, determinada, criativa, aventureira.
Five Negative Traits: Desconfiada, reservada, irônica, rancorosa, impaciente.
Other Mentionable Details:
Tem um caderno de anotações onde está sempre desenhando/anotando coisas interessantes que vê no dia a dia;
Adora passar tempo lendo em um café;
Apesar de ser segura da sua bissexualidade, nunca ficou com outra mulher;
&. BIOGRAPHY
Leia a história completa da Anabelle aqui.
Anabelle Lacroix, ou Belle - como gosta de ser chamada -, é uma mulher com uma armadura grossa, porém, não impenetrável. Após viver uma vida de desconfiança, isolamento e traição, Belle tornou-se uma pessoa reservada e de poucos amigos.
Penetrar a sua armadura �� algo que tornou-se difícil não só pela sua dificuldade em confiar nas pessoas, mas em sua habilidade em conversar com as mesmas. Belle não é perita no quesito puxar assunto, encher abobrinha, chame do que quiser... Para ela, começar uma conversa é algo difícil. Manter-se em uma então, mostra-se algo mais desafiador ainda. Não consegue sustentar papos sobre amenidades ou coisas supérfluas.
Anabelle gosta de se relacionar da mesma forma que gosta de pintar: de forma intensa. Apesar de difícil de ser conquistada, uma vez que Belle entrega sua confiança, ela é irrevogável. Depois de passar por toda a casca, Belle se mostra não só uma mulher sentimental, artística e criativa, como também uma amiga extremamente fiel, capaz de guardar qualquer segredo.
Apesar dos traumas, Belle espera que em Saint-Gingolph encontre alguém digno de sua confiança novamente. Espera também que consiga reconquistar o seu prestígio artístico, uma vez que está determinada a se relacionar com quem quer que seja para conquistar o sonho de ter suas obras reconhecidas.
No dia a dia, você provavelmente encontrará Belle trabalhando no pequeno Château de St-Gingolph. Mas nas horas vagas, a verá pelos cafés da cidade, fumando seus cigarros franceses e lendo um bom livro de investigação policial. Apesar de ser aversa às multidões e festas, Ana sempre será uma boa companhia para aventuras, trilhas, caminhadas e excursões.
Para Anabelle, Saint-Gingolph representa uma cidade repleta de novas oportunidades e recomeços. É para isto que ela está aqui.
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