#elysia𝐞𝐬𝐬𝐚𝐞𝐱 [ … ] prosa. 。 * 𓂅 🔥
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♡ 𝗦𝗧𝗔𝗧𝗨𝗦 : fechado com @princekiercn .
♡ 𝗟𝗢𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡 : pelo castelo .
os passos de elysia soavam leves, quase etéreos, pelo corredor de pedras lisas enquanto ela se aproximava do gabinete onde sabia que encontraria seu irmão, kieran, preso em alguma tarefa tediosa e protocolar que a coroa, em sua impiedosa majestade, lhe impunha. à porta entreaberta, ela observou-o por um breve instante: o semblante digno, a postura impecável e os olhos fixos em um pergaminho interminável de obrigações. com um suspiro quase imperceptível, elysia decidiu que aquilo já era o suficiente. bateu de leve à porta e, sem esperar um convite formal, deslizou para dentro do aposento com um sorriso desenhado nos lábios. "kieran," começou ela, num tom de brincadeira suave, "não acha que sua irmã devota merece uma breve audiência com o futuro rei, sob o pretexto de um ‘assunto de família’ que não pode aguardar?"
ela não lhe deu tempo de refutar. num gesto que era ao mesmo tempo irônico e cheio de familiaridade, tomou-lhe a mão e, com uma determinação gentil mas inabalável, afastou-o dos pergaminhos, dos relatórios e das lamúrias que se acumulavam em sua mesa. conduziu-o pelo corredor, onde as tapeçarias ancestrais sussurravam histórias antigas, e continuou a guiá-lo até um canto mais calmo do palácio, longe do frenesi dos conselheiros e dos olhares incessantes dos cortesãos. "quanto à razão da minha ausência no baile," continuou, lançando-lhe um olhar divertido enquanto desciam uma escadaria estreita e mal iluminada. "ah, meus eternos deveres religiosos… os deuses parecem decidir que devo me resguardar ao seu serviço, e não aos encantos de algum príncipe, você não acha? não sei se, por fim, permitiriam que encontrasse um marido sequer." ela riu, lançando-lhe um olhar sugestivo. "mas deixemos de falar sobre mim! soube que, enquanto estive ausente, nosso querido futuro rei foi assediado por dançarinas e nobres senhoritas de olhar encantador e vestidos brilhantes. diga-me, kieran, houve alguma jovem que conseguiu roubar um instante da sua atenção? ou será que todos os sorrisos e reverências daquela noite lhe foram igualmente enfadonhos?"
ela o olhou com carinho, mas havia uma chama de curiosidade genuína por trás da leveza de suas palavras. "ah, e a propósito," disse ela, um toque de entusiasmo cintilando em sua voz, "não posso deixar de lhe contar sobre o filhote de coruja que apareceu no pátio dos estábulos! tão pequeno, com as penugens ainda desajeitadas, e os olhos… enormes, olhando para todos como se desconfiasse de nossa sanidade por invadirmos seu domínio." ela riu, puxando o braço do irmão para que ele prestasse atenção, como se o fato em si tivesse uma importância grandiosa. "imaginei que a criaturinha estivesse um tanto perdida, e já disse ao tratador que ele deve cuidar dela até que esteja forte o suficiente para voar. pensei em chamá-la de amanita, pela cor peculiar que têm seus olhos, como um cogumelo estranho."
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𝐫𝐨𝐧𝐚𝐧 is with @ivanhawklight
no acervo imperial . . .
o loiro soltou um suspiro abafado, olhando para ivan com um sorriso de canto, tentando disfarçar o desconforto da situação. “mentir para você?” ele repetiu a pergunta de forma quase brincalhona, segurando uma risada. “não, não há necessidade. seria tolice tentar. e você, com seus olhos de águia, descobriria antes mesmo que eu pudesse lançar a mentira.” seus olhos brilharam com um toque de humor, mas ele logo retomou sua postura mais séria, sabendo que a conversa precisava de mais foco. "mas, honestamente, o que estou dizendo é a mais pura verdade... ao menos dentro dos limites da nossa... política de sobrevivência." sua voz teve um tom quase conspiratório, mas com um sorriso que traía qualquer intento sério.
"porém, devo confessar," continuou o loiro, "que entre os papéis, a tinta e as decisões intermináveis, já estou a ponto de ceder à tentação de buscar um respiro em algo menos... burocrático." ele olhou para ivan, com um ar de cumplicidade. "que tal trocarmos os pergaminhos por canecas e nos refugiarmos por um tempo em pigg & blanket? tenho certeza de que uma boa cerveja pode oferecer respostas mais rápidas e eficazes do que qualquer parágrafo dessas ordens militares." a ideia parecia quase como um bálsamo para a alma, e ronan aguardou, quase ansioso, pela resposta de seu amigo. "faz tempo que não nos damos o luxo de uma boa pausa, não é?" ele riu, a tensão dos últimos momentos começando a se dissipar. "além disso, acredito que até o exército se beneficiaria de um pouco de descompressão. vá lá, ivan, faça esse favor a si mesmo. prometo que o único tipo de relatório será o de quem teve a melhor rodada."
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soltou um suspiro pesado e exagerado, seu tédio sendo quase palpável enquanto observava niamh por trás dos papéis que a absorviam. o olhar dele escorregava preguiçosamente pelas páginas, e um sorriso enviesado despontava em seus lábios quando ele finalmente decidia quebrar a concentração obstinada dela. "ah, niamh," começou, um toque de provocação em sua voz, "será que essas pesquisas intermináveis têm algum encanto que eu mesmo não tenho? ou será que está tentando me castigar com elas?" ele inclinou-se ligeiramente, os olhos atentos observando cada movimento dela, o rosto sério por um breve instante antes de ele sorrir de canto, divertindo-se com a própria provocação. de súbito, sua expressão mudou, assumindo um ar de sinceridade inusitado. sem aviso, ele estendeu a mão e segurou a dela, os dedos firmes, mas o gesto inesperadamente gentil. puxou-a levemente para si, forçando-a a erguer os olhos e desviá-los das páginas por um momento. "diga-me, quando é que vamos voltar para casa, afinal?" ele suspirou como uma criança impaciente, mas seus olhos brilhavam com algo mais profundo, uma faísca de vulnerabilidade por trás da pergunta.
𝒐𝒑𝒆𝒏 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓 . 𓂅 com você!
onde: acervo imperial
" Pare aí mesmo! " avisou antes que MUSE se aproximasse ainda mais e lhe tirasse completamente a concentração, seus olhos sequer tinham se erguido das páginas a sua frente, mas ela sentia a presença da outra pessoa como uma sombra, prestes a lhe tirar do sério. " sugiro que pense bem na pergunta que vai me fazer, pois se ela for muito idiota, minha resposta pode não ser tão satisfatória. " para não dizer mal criada, já que o que Niamh menos tinha era paciência para perguntas que ela julgava estupidas.
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♡ 𝗦𝗧𝗔𝗧𝗨𝗦 : fechado com @princetwo .
♡ 𝗟𝗢𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡 : no jardim de elysia .
o jardim secreto de elysia era um verdadeiro refúgio, um lugar oculto sob o véu de vinhas espessas e árvores antigas que pareciam ter uma vida própria. as flores raras que ali floresciam eram uma maravilha em cores e fragrâncias que não se encontravam em nenhum outro lugar do império. desde pequena, elysia havia encontrado conforto entre as pétalas delicadas e as folhas que se balançavam suavemente com a brisa, longe dos olhares da corte. o espaço tinha algo de mágico, como se o tempo ali fosse diferente, e a única coisa que importava era o presente, o agora. a atmosfera era tranquila, mas um pouco melancólica, como se o próprio jardim guardasse segredos antigos, ou lembranças das incontáveis tardes passadas ali, sozinha ou com seus irmãos. elysia estava deitada sob uma árvore, seu olhar perdido entre as flores, com uma expressão contemplativa, quando ouviu os passos de vincent se aproximando. um sorriso suave curvou seus lábios enquanto ela se levantava, o vestido esvoaçando suavemente ao se mover. o tom de sua voz, doce e leve, quebrou o silêncio.
"vincent," ela começou, com um sorriso que era só seu, carregado de um carinho genuíno. "não pude deixar de notar como o grande baile parece ter sido o centro de todas as atenções… uma pena que eu precisei me ausentar devido a… ah, questões religiosas, os deuses, como sempre, exigiram minha presença mais do que o baile, e não pude ficar. uma pena, não?" ela fez um gesto esbaforido, como se se desculpasse por seu comportamento excêntrico, e seu sorriso se ampliou, os olhos brilhando com um toque de humor. "talvez os deuses tenham um interesse particular em me manter longe dos divertimentos mundanos. nunca será para mim o sonho de encontrar um bom marido, não é mesmo?" ela se aproximou de uma das flores raras, tocando suas pétalas com a ponta dos dedos, o olhar fixo nas cores vibrantes, mas a mente claramente em outro lugar. "fiquei sabendo de algo, ou melhor, de um pequeno incidente entre os khajols e um cavaleiro… algo que gerou burburinhos na noite do baile. parece que algumas faíscas voaram por ali, não é?" elysia deu uma risada suave, mas logo sua expressão se fez mais curiosa. "mas e você, querido irmão, permaneceu na festa até o fim? a noite foi realmente tão… excitante?"
ela deu um passo em sua direção, com a leveza de quem não queria pressionar, mas suas palavras carregavam uma suavidade afiada. "e sobre o desaparecimento da pira sagrada... tenho certeza de que isso está mais relacionado com algo maior. mas você deve saber mais sobre isso, não?" seus olhos brilharam com a perspicácia de uma mente afiada. "ou talvez tenha mais intrigas acontecendo sob o véu da corte do que qualquer um ousaria admitir?" o jardim parecia absorver suas palavras, o som dos pássaros e o murmúrio da água no fundo só aumentando a sensação de que ali estavam não apenas os dois irmãos, mas também o peso de muitas questões ainda não resolvidas.
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𝐞𝐥𝐲𝐬𝐢𝐚 is with @viserionz
no jardim de elysia . . .
o jardim secreto de elysia era uma preciosidade escondida entre as altas muralhas do palácio, uma pequena fortaleza de flores e trepadeiras silvestres onde ela podia entregar-se ao raro prazer de estar sozinha, com suas próprias intenções e pecados velados. entre o verde profundo das folhas e as rosas vermelhas que pendiam das roseiras como gotas de sangue rubro, a princesa parecia uma miragem, de pele alva em contraste com os fios ruivos que deslizavam sobre seus ombros. a presença de viserion ali era uma intrusão calculada, um desvio do que era certo e sensato, e ela sabia disso mais do que ninguém. ainda assim, ali estava ele, chamado ao seu santuário, ao seu desejo proibido, embora ela própria se resguardasse entre as flores. quando ouviu o som inconfundível de suas botas pisando o caminho de pedras, elysia, com um pequeno gesto de cabeça, dispensou a serva leal que o trouxera. a voz suave de agradecimento continha uma firmeza que indicava claramente que os próximos momentos pertenciam apenas a ela e ao cavaleiro.
sem erguer o olhar, continuou arrancando os espinhos das rosas em suas mãos, como se a tarefa silenciosa tivesse algo de ritualístico — os dedos finos manchados de sangue que escorria em finos fios rubros, tingindo as pétalas. havia algo de desafiador na maneira como ignorava a dor, como se o toque dos espinhos fosse uma penitência autoinfligida, a maneira que encontrava de sentir, ainda que breve, o amargor do controle perdido. “viserion azad,” disse ela, o nome dele se arrastando em sua voz com a solenidade de uma invocação, marcando sua presença de maneira inexorável. com um gesto fluido da mão ensanguentada, indicou o sofá acolchoado próximo a ela. “sente-se.” as palavras, ainda que corteses, continham uma força sutil, quase uma ordem envolta em sedução velada, como se até o silêncio entre eles fosse um convite irresistível.
ela manteve-se em silêncio por alguns segundos, completando seu pequeno ritual até que o último espinho fosse arrancado. então, levantou o rosto, e finalmente os olhos de elysia encontraram os dele, firmes e sem reservas. ali, na profundidade daquele olhar, havia uma intensidade contida, um fogo calmo e feroz, mas sem nenhuma pressa. ela permitiu que um breve suspiro escapasse, um eco de vulnerabilidade escondida. “se não se importa, eu tenho algumas perguntas para você,” anunciou, as palavras densas de uma formalidade antiga, mas com algo mais profundo subjacente. havia, sem dúvida, muito mais naquela convocação que uma simples curiosidade; a própria escolha de palavras era um véu que escondia intenções ambíguas. ela permaneceu assim, olhando-o, como se a resposta de viserion fosse uma promessa de algo que ainda não ousava confessar a si mesma.
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𝐫𝐨𝐧𝐚𝐧 is with @aylaras .
nas criptas . . .
olhou para a vastidão da noite, tentando disfarçar o nervosismo que o consumia. "ah, não é nada demais", disse ele, com um sorriso brincalhão, virando-se para aylara. "só estou aqui, tentando entender o que diabos está acontecendo com leviathan. o maldito dragão está inquieto, e quando isso acontece... bom, todo o inferno pode se soltar." ele riu sem entusiasmo, tentando afastar os pensamentos sombrios que começavam a surgir em sua mente. "talvez seja apenas o clima, quem sabe?" a observou por um momento, seu olhar investigativo ainda tentando decifrar o motivo de ela estar ali, solitária à noite. a inquietude que ele sentia com leviathan parecia agora deslocada, como se estivesse tentando esconder algo atrás da máscara de despreocupação. "mas... aqui está você, tão tranquila... será que está a caminho de algo mais interessante?" ele sorriu com uma risada leve.
"ou será que estou interrompendo um encontro romântico, aylara? já consigo até imaginar o cenário — você, com um sorriso encantador, encantando algum sortudo por aí..." ronan riu suavemente, como se a situação fosse uma piada entre os dois, mas seus olhos estavam atentos, não querendo perder uma única reação dela. o sorriso dele se alargou, um toque de diversão visível em seus olhos enquanto ele se aproximava, os passos despreocupados, como se a provocação fosse parte de um jogo que ambos conheciam bem. "embora, se isso fosse realmente um encontro, temo que a competição tenha ficado acirrada, minha cara", ele disse, inclinando-se ligeiramente para frente. "mas quem sabe, você talvez não precise de um cavaleiro... eu imagino que você já tenha algo bem mais interessante ao seu lado, não?" ele piscou, o tom divertido ainda claro, mas com um toque de um interesse mais profundo.
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deixou as sombras com passos leves, os braços cruzados e uma expressão irônica suavemente desenhada no rosto ao observar a figura ajoelhada à beira da água. seu olhar penetrante fixou-se na chama vacilante que minah tentava proteger entre os dedos trêmulos. sob a luz oscilante, ele parecia ao mesmo tempo distante e perigoso, como um predador observando uma presa incauta. "não é seguro para garotinhas vagarem por aí sozinhas no escuro, especialmente quando têm algo de tão valioso para proteger," murmurou ele, o tom deliberadamente provocativo, mas seu olhar tinha um peso inusitado, algo que sugeria uma curiosidade que ele se esforçava para ocultar. aproximando-se alguns passos, deixou-se ficar a uma distância respeitosa, mas os olhos não saíam dela, cada movimento capturado por sua atenção desconcertante. "e então, o que exatamente faz aqui, de joelhos, como se o próprio destino do mundo dependesse da próxima palavra sua?"
open to all + Lantern Waterfield
Os perfumes da noite se entrelaçavam com o aroma do incenso sagrado, que subia em espirais finas ao lado das lanternas dispostas na água. Em cada uma, ela via os pedidos, as súplicas, os anseios dos outros khajols, cada chama uma pequena promessa de esperança e devoção. Minah ajoelhou-se na margem, seus dedos hesitavam no contorno da pequena lanterna de barro. A chama tremulava, um reflexo de sua própria alma hesitante, como se o fogo que sustentava sua força interna estivesse enfraquecendo — e talvez estivesse. Desde o roubo da pira sagrada, sentia-se cada vez mais afastada de Morana. Estava para acender a própria lanterna e ofertar seu pedido quando um ruído suave, vindo das sombras próximas, cortou sua concentração. ❛ Teria alguém aí? ❜
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𝐫𝐨𝐧𝐚𝐧 is with @ofdeorain .
na passagem norte . . .
a observou com uma expressão divertida, sabendo que qualquer resposta poderia ser mal interpretada, mas a verdade parecia óbvia demais para ser escondida. a preocupação que sentia por leviathan, que inquietava as correntes de seu espírito, não o impedia de sorrir ao encarar elora, com sua presença imponente que sempre conseguia despertar algo curioso nele. ele inclinou a cabeça, como se ponderasse a resposta. "bem, é uma pergunta difícil, elora... qual seria a resposta certa, não é? qualquer palavra que eu escolher pode fazer você querer me lançar no mar. no entanto..." ele se aproximou um pouco, sorrindo de forma enigmática. "em qualquer circunstância, você continua sendo uma mulher linda, como sempre foi, e isso nunca muda, não importa o que o destino tenha preparado para nós."
o riso quase inaudível deixou seus lábios, mas logo se dissipou ao voltar a atenção para o que mais o incomodava. a inquietação de leviathan, que ele sentia mais intensamente a cada momento, não podia ser ignorada. "leviathan está inquieto, como se algo estivesse prestes a acontecer. a tensão no ar é inconfundível", disse ele, com um leve franzir de sobrancelhas, a preocupação se misturando à curiosidade. "é uma sensação estranha, como se o próprio tempo estivesse retendo sua respiração." mudando o foco, ele continuou, com um tom mais suave, tentando afastar a tensão do momento. "e, falando nisso, como anda a situação com o seu dragão? o comportamento dele também tem sido algo... peculiar?" ele aguardou, curioso, como se soubesse que elora tinha algo mais a dizer.
ronan inclinou-se ligeiramente para frente, com um brilho nos olhos e um sorriso irreverente. "agora, sem mais rodeios, elora, o que está fazendo aqui sozinha, em uma noite como essa? não me diga que está apenas explorando a paisagem. certamente, uma mulher como você tem algo mais interessante em mente." ele deu uma pausa, deixando o tom de flerte transparecer de maneira mais clara. "quem sabe, posso ser eu a fazer a companhia que você tanto procura... se você se permitir, claro." o olhar de ronan permaneceu intenso, mas cheio de humor, como se a provocação fosse apenas o começo de algo mais.
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a surpresa de elysia era uma chama súbita, algo íntimo e inesperado que lhe atravessava o espírito, uma sensação que ecoava pelo corpo com a força de uma revelação. as palavras de viserion a tocaram de uma forma que poucos ousavam, derrubando as muralhas erguidas ao redor de seu coração — ela, a filha relegada a segundo plano, um mero adorno à glória dos verdadeiros herdeiros. mas ali, sob o peso do olhar devoto daquele cavaleiro, sentiu-se reconhecida, uma presença ardente e viva, merecedora de ser louvada. a mão de elysia permaneceu no rosto dele por mais alguns instantes, um toque quase etéreo, como se as promessas entre eles fossem seladas pela própria pele. "então, eu ouvirei suas preces, viserion," murmurou, a voz dela mais suave que a brisa entre as rosas, um sussurro que carregava o peso de uma confissão. "e, se estivesse em meu poder, realizaria até mesmo as mais ousadas, as mais profundas."
com as palavras dele ressoando ainda em sua mente, o sorriso de elysia desabrochou lentamente, quase involuntário, uma concessão que raramente se permitia. ela se deu ao luxo de experimentar o prazer de sua promessa com uma genuinidade que poucos viam, e respondeu com uma doçura crua, mas desprovida de qualquer hesitação. "pois saiba, viserion," disse ela, inclinando-se ligeiramente para ele, seus olhos como brasas brilhando em meio aos cachos ruivos, "que não me contentarei com nada menos." com aquela última promessa, elysia deu os últimos retoques em sua roupa, preparando-se para deixá-lo, mas agora com uma faísca de esperança gravada nos lábios e no olhar. ao afastar-se, não podia negar o anseio que se acendia em seu peito, uma expectativa cálida e quase dolorosa por vê-lo outra vez, por sentir a chama indomada de seu dragão em sua presença — um desejo ao qual, contra toda a lógica, ela estava disposta a se render.
❪ ⠀ ⠀ ENCERRADO !!! ⠀ ⠀ ❫.
... Se Viserion acha a princesa bonita? Rá. Antes de responder à pergunta, ele lançou-lhe um olhar ainda mais atento, afiado, e concluiu duas coisas sobre a menina. A primeira, que os imperiais deviam tê-la privado de espelhos quando criança — porque só isso explicaria o modo quase ingênuo com que se dignava a perguntar o óbvio ao rapaz. A segunda; que talvez a sua dúvida fosse verdadeira porque nem mesmo na superfície da água ou no reflexo de um espelho limpo alguém poderia ter plena consciência do efeito que uma beleza como essa consegue exercer sobre os homens — sobre ele. E talvez fosse importante e mais seguro para sua própria paz que ela nunca soubesse… mas quem disse que Viserion sabia controlar a língua?
"... Eu acreditaria na sua estátua, se fosse esculpida e colocada à disposição dos fiéis na capela."
O brilho de um sacerdote febril na sua devoção invadiu o tom castanho dos olhos de Viserion. Ele não atreveu a se opor quando ela decidiu segurar o seu rosto; as palmas cálidas e suaves. Ajoelhado, o cavaleiro percebia os cabelos ruivos da princesa descerem ao redor enquanto a coluna dela se inclinava para se aproximar centímetro após centímetro. Já estava tão completamente envolvido na tarefa de observar os ângulos da mulher que o correto segundo as regras da corte parecia sem importância àquela altura — fazendo ele querer se deixar levar pela fantasia de que os fios vermelhos da ruiva criariam uma manta de fogo afastando-os dessa realidade em que os homens de menor valor sequer têm a permissão de imaginar a figura de uma dama de alto porte.
Um dragão, ela disse. Viserion é um dragão; ou ao menos parte de um. Cadetes sabem o que isso significa antes de terem a chance de arrancar a cabeça do seu primeiro soldado Uthdon. Ele não se importaria de parecer rude e lançar os membros desfigurados dos inimigos da nação aos pés da princesa, salpicando o seu vestido de sangue, sempre que retornasse vivo da realidade crua e fria da fronteira — mas pela maneira como ela dava à ele todos os motivos para nunca permitir o desrespeito de alguém tolo, talvez houvesse uma porcentagem dentro do corpo pequeno da garota que apreciasse a cena... e o horror que vêm junto.
"Como quiser. Eu me lembrarei." respondeu, a mão ainda atrás do joelho feminino percorrendo a extensão da panturrilha até o começo do osso do tornozelo. Lá, Viserion se lembrou de ser gentil e cuidadoso ao calçar os sapatinhos nos pés da jovem. O cavaleiro não quebrou o olhar com o dela — ele talvez preferisse morrer à perder o contato visual que os mantinha em um ciclo mágico. As pontas dos cachos ruivos faziam cócegas no seu nariz. "E eu me lembrarei de trazer a você um troféu para cada tolo que eu estripar seguindo suas instruções. "
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fitou a irmã mais nova, seus olhos deslizando por cada traço do rosto de narcissa, ciente do peso e da força que ela, como herdeira de sangue, representava. na jovem, e nas demais filhas da imperatriz, via a verdadeira linha imperial, o futuro que sua própria linhagem nunca personificaria. embora amasse a meia irmã profundamente, não podia deixar de sentir a picada aguda de uma inveja silenciosa, um lembrete constante de que, entre todos eles, ela era apenas um acessório sem verdadeiro valor no xadrez imperial. “paciência, narcissa,” murmurou elysia, sua voz controlada, mas carregada de uma gravidade velada. “um pouco de temperança nos beneficiará mais do que palavras descuidadas nesses dias onde a sombra paira sobre todos nós. precisamos lembrar que essas pessoas, por mais que o orgulho se agite em nós, são necessárias, e estão aqui a mando do próprio imperador.” ela fez uma pausa, os lábios hesitando ao mencionar a figura que, embora fosse o pai de narcissa, para elysia não passava de um símbolo distante.
observando a irmã devorar mais um biscoito com o desinteresse que só a juventude permite, elysia ergueu uma sobrancelha, uma advertência discreta. “e seja um pouco mais graciosa ao comer, minha querida. não esqueça que, ao andarmos, trazemos conosco a presença do imperador, e todos os olhos se voltam a nós em busca do mesmo rigor.” ela, então, suavizou o olhar, permitindo que um sorriso maternal surgisse em seu rosto. “mas que tal algo mais fresco? posso pedir que tragam biscoitos novos para você. tenho certeza de que os apreciará.” sua voz se tornou acolhedora, quase como a de uma mãe afetuosa, e, com um suspiro, elysia lançou um olhar ao redor, observando as figuras que os cercavam com cautela. “talvez seja melhor deixarmos esse assunto por ora, narcissa. existem ouvidos atentos por toda parte, e há tempos e lugares mais seguros para discutirmos tais questões.” disse-lhe, tentando protegê-la de qualquer problema.
⠀⠀୧ ۞ ୨⠀⠀As palavras sérias da irmã fizeram com que Narcissa imediatamente se retesasse em sua cadeira, o pedaço de biscoito em sua boca agora ter a mesma textura de serragem, tornando difícil terminar de engolir. Odiava como ela soava exatamente como a mãe em momentos como aquele, parecendo que mesmo não estando no cômodo, a presença da mulher ainda estivesse ali, pairando sobre suas cabeças na forma da voz grave e acusatória de Elysia. Ainda assim, concordou com sua fala, acenando com a cabeça ao direcionar o olhar para o mesmo grupo que ela observava. — Me soa quase como uma devolutiva. Eles perdem algo deles, então rouba algo nosso para dar o troco. Quem garante que os próprios não esconderam o tal cálice só pra poderem alegar terem motivos legítimos para retaliar? Tudo isso me parece cheirar mal demais e eu não gosto nem de pensar no que isso tudo vai gerar pro nosso lado. Já não basta termos que conviver com eles. — disse casualmente, enfiando outro biscoito inteiro na boca.
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a risada suave de elysia foi a primeira resposta ao atrevimento que viserion ousou proferir, deslizando da garganta dela como uma seda polida. ela permaneceu em silêncio por um momento, como se saboreasse o ar impregnado de tensão e perigo que ambos compartilhavam. o cavaleiro a enfrentava de cabeça erguida, olhos acesos pela intensidade de uma força primitiva e desafiante, que contrastava com o toque de seus dedos, leves, reverentes quase, ao ajustar a meia. “viserion azad…” ela repetiu o nome dele com uma lentidão quase preguiçosa, como se pudesse se demorar em cada sílaba, deixando que escorresse de seus lábios com uma suavidade deliciosa e perigosa. a voz dela tinha uma qualidade gutural, uma nota abaixo do tom habitual, que parecia querer aninhar-se no silêncio entre eles e incendiá-lo. “este nome, viserion… ressoa bem mais interessante agora que o ouço de tão perto.”
“eu não sei ao certo…” ela inclinou-se mais perto, o olhar perfurante, perscrutando-o como se cada expressão dele lhe revelasse segredos proibidos. “mas uma coisa é clara. nenhum homem jamais ousou falar comigo desta forma, não enquanto eu estava presente. nenhum teve a audácia de se portar com tamanha… brutalidade.” ela deixou escapar um sorriso irônico, uma satisfação oculta por trás do olhar atento. “e por mais estranho que pareça… isso me atrai, me faz querer… descobrir até onde você iria.” a princesa o estudava com olhos famintos, com uma curiosidade voraz que nada tinha de inocente, algo intensamente dominador e predatório, mas temperado com uma chama que a consumia no mesmo ritmo em que consumia o cavaleiro ajoelhado. lentamente, com a calma felina de quem sabia muito bem como controlar um jogo perigoso, elysia deslizou os dedos até a mão dele, aplicando um toque firme que guiava sua pele mais acima, para onde o calor pulsava. um suspiro escapou dos lábios dela, quase imperceptível, como se o toque do changeling a ferisse e a acalmasse ao mesmo tempo.
“diga-me,” ela sussurrou, deixando a pergunta pender no ar com o peso de uma promessa e de um desafio. “você me acha bonita?” elysia observou viserion com uma intensidade profunda, os olhos cor de mel percorrendo cada traço dele como se analisasse algo que já decidira que queria, mas que ainda tentava compreender. com um último e lento deslize dos dedos, ela segurou o rosto dele, obrigando-o a encará-la de perto, a centímetros de seus lábios. “viserion,” disse ela, com uma suavidade inesperada, mas imbuída de firmeza. “você não é um cão, não importa o que digam.” seus olhos brilhavam com uma autoridade inabalável, a voz cortante como a lâmina de uma espada. “você é um dragão. e um dragão jamais deve permitir que alguém o trate ou o chame como algo menor.” ela deu um leve sorriso, quase imperceptível, uma faísca de admiração escondida sob sua compostura. “lembre-se disso, sempre.”
Ele não se permitia o luxo de ser tolo; ao contrário do que a maioria dos khajols espalhava sobre os changelings. Viserion conhecia o perigo quando via. Duvidava que existisse alguma criatura mais violenta que o calor queimando por trás dos olhos de mel da princesa. Na próxima vez — porque ele sabia que haveria uma próxima vez — , Viserion teria o cuidado de verificar as cabeças do ambiente antes de cuspir mil e uma ofensas na direção dos khajols. Esta, sim, foi a única lição que ele conseguiu absorver; para o desagrado do sermão que a ruiva se demorou repetindo.
A princesa parecia consciente de que o atrevido gostava de se posicionar como alguém imune à autoridade. "O mais obediente dos cães" foi o quê Elysia declarou, envolta por uma risada perversa de quem havia causado a morte de vários homens antes deste. Não havia nada mais mortal do que aquele som, mas ainda assim o cavaleiro de dragões gostou de ouvi-lo flutuar a atmosfera de conflito. Um nome, ela lhe exigiu.
"Viserion Azad, Vossa Alteza." Ele se arrependeu no instante em que o nome deixou os lábios. A moça estava muito perto. Perigosamente perto. O cavaleiro carecia das boas maneiras de um aristocrata para disfarçar a tensão que se acumulava nas paredes; nem fazia o mínimo de esforço para impedir que o seu olhar caísse sobre ela completamente. O corset, apertado, salientava a cintura. O busto da dama se abria com a modéstia de uma feiticeira que passava mais tempo à sós com os Deuses do que com os humanos — e ela passava mesmo, se os rumores que o rapaz escutara aqui ou ali estivessem corretos.
"Minha princesa," ele pensou em começar a frase, considerando dar à jovem a advertência de que todos os seus atributos mais doces — os que os homens anseiam todos os dias por tomar em uma moça — se revelavam sem censura ao olhar de um bárbaro disposto a vangloriar-se da visão com os camaradas mais tarde. Não que ele fosse fazê-lo, é claro. Viserion ainda possuía algum respeito, ou ao menos alguma disciplina dos treinamentos. Mas outro cadete? Ah.
No entanto, antes que tivesse a chance de fazer a coisa certa — porque, convenhamos, raramente ele o fazia — o inesperado aconteceu.
A garota se desfez do decoro como uma roupa que já não cabia mais em seu corpo. Ele assistiu, quase hipnotizado, enquanto a khajol libertava os pés dos seus sapatinhos e as pernas das suas meias finas. Ora, os dogmas da alta sociedade poderiam muito bem sofrer um infarto fulminante àquela altura! Holofotes de luz pareciam ganhar consciência, focando imediatamente na revelação de Vossa Alteza. Um único pensamento rompeu através do crânio, fazendo a cabeça dele doer. Seja esperto, Viserion. Sabia que era uma questão de tempo até que guardas irrompessem prontos para levar à forca o responsável por macular a flor mais pura do reino. Todos os esforços do cavaleiro para manter a sanidade dissipou-se — o perigo ficou claro: esta mulher seria a sua condenação e a sua ruína.
"Se acha que isso é humilhante..." a voz soou controlada e firme como a corda de um arco. "a senhorita conhece pouco sobre a natureza dos homens. Menos ainda sobre mim. "
Dobrou os joelhos, entregue ao papel de servo que auxiliaria a princesa a restaurar a sua modéstia. Ela não precisaria pedir duas vezes: após o primeiro instante de silêncio, Viserion agarrou a meia, sentindo a delicadeza e o leve calor de uma peça que estava há pouco tempo contra a pele de alguém. Já havia cruzado uma linha invisível desde que decidira ofendê-la durante a refeição: o que seria cruzar outra agora? O cavaleiro estava à centímetros de sua Majestade, mas os dedos trabalhavam com precisão e alcançaram sem pressa o tornozelo da princesa. Delicado, frágil, quente. A doçura do perfume da pele de alabastro envenenou o oxigênio.
"De onde eu vim, isso seria considerado uma honra..." trabalhava de forma mecânica ajustando a meia, esticando a peça para que se adequasse melhor à perna da nobre. Viserion, então, se deixou ir além do permitido. Se deixou ser apenas um animal. Ele deslizou um único dedo acima, roçando cuidadosamente uma parte da coxa que ficaria guardada dos olhares curiosos se as saias do seu vestido não estivessem invadidas pelo montador de dragões. "... e um convite."
Viserion ergueu o queixo, encarando-a de onde estava ajoelhado. Um sorriso sutil apareceu em seu rosto, as covinhas afundando nas bochechas. "Por acaso está me convidando — eu, um dos changeling que você certamente detesta —, mesmo diante do olhar de seus Deuses Falsos, Elysia?"
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observou-o com olhos tão afiados quanto lâminas de obsidianas. a tensão entre eles se espremia no silêncio, apenas interrompida pelas palavras que ainda ecoavam, carregadas de um desprezo que ela fazia questão de desferir com a precisão de uma flecha. a cada segundo que se passava, seu rosto permanecia impassível, mas seu olhar? aqueles olhos cálidos e perigosos que estudavam o homem sem deixar de notar cada movimento, cada reação, até o último tremor de seu corpo. "ah, sim, claro..." a voz dela escorregou pela sala como se estivesse cantando uma canção de escárnio. "e eu sou apenas outra mulher à qual você, 'cavaleiro', supõe que deva se submeter. uma daquelas que, com um toque de sua língua, pode fazer de você o mais obediente dos cães, não é?" ela avançou alguns passos, fechando a distância entre eles, sua postura ereta como uma serpente pronta para atacar. "mas você se engana, meu caro. seus olhos falam por você. você não é tão submisso quanto tenta fazer crer."
ela deu uma breve risada, quase como se estivesse se divertindo com sua própria crueldade, antes de olhar diretamente para os olhos dele, com um olhar frio e calculista, sem acreditar um sequer nas palavras que ele acabara de proferir. "você pensa que tem controle sobre esta situação, não é? que pode sair com mais do que uma simples vida, um perdão barato, quem sabe? mas deixa eu te perguntar, 'cavaleiro': qual é o seu nome? digo, você parece ser alguém digno de minha atenção.." ela se inclinou ligeiramente, os olhos percorrendo o rosto dele com uma crítica silenciosa, reparando na robustez de seus traços. não eram os de um nobre, mas ainda assim, agradáveis. quase desnecessários em sua aparência como o próprio ar que ele respirava. um homem simples, e, até certo ponto, um reflexo de suas origens. nada impressionante, mas… interessante.
com um gesto que desafiava qualquer tentativa de humildade, ela lentamente abaixou as meias de ambas as pernas, cada movimento calculado, e desfez os laços dos sapatos, libertando os pés com um gesto que não fazia nada mais do que ressoar em pura autoridade. a delicadeza da sua pele parecia brilhar na luz tênue da sala, contrastando com a frieza do momento. e, então, os olhos dela voltaram a se fixar nele. "agora, cavaleiro", disse ela, sua voz mais baixa, mas pesada como uma sentença, "ajoelhe-se. arrume minhas meias... com sua boca. como um animal, como todos vocês são. e, ao final, calce meus sapatos." o vestido luxuoso que ela usava, bordado em seda e ouro, reluziu ao ser ligeiramente levantado enquanto ela se posicionava, pronta para ver o cavaleiro se curvar diante dela, não apenas por um gesto físico, mas pela pura humilhação que ela estava prestes a impô-lo. "você não é o único que sabe humilhar alguém aqui.", completou ela, com um sorriso que era tanto desafio quanto promessa.
Viserion estava ciente de que um simples gesto para a direita poderia desfazer o controle que a mulher exercia apertando o seu braço, mas ao mesmo tempo sabia que a resposta dela seria muito mais rigorosa do que o que enfrentaria se decidisse simplesmente cooperar com a situação. O cavaleiro notou a fúria nos dedos femininos e a ameaça implícita na forma como a ruiva observava ao redor em busca de privacidade. Não havia hesitação, apenas a frieza de quem sabe muito bem o que quer e o que será feito caso alguém ouse se rebelar.
O rapaz suavizou o peso nos próprios pés, deixando-se conduzir.
A falta de delicadeza do empurrão foi a última coisa que sentiu antes de ser atirado contra a coluna, o baque na pedra ressoando como o choque de gelo e fogo. Ele foi preso frente à frente para a sua captora destemida. Agora, estavam a sós no local que ela havia escolhido. Quando o cavaleiro finalmente se mexeu, sentindo as costas reclamando, o movimento se deu com pouca resistência; apenas o bastante para massagear o pescoço e ranger os dentes. Não fazia o cardápio dele acordar e já ter que bater a cabeça nas pedras do castelo tão cedo — especialmente no dia após uma noite de bebidas.
"Aí." resmungou, com a expressão amarga, ouvindo o sermão se iniciar e se estender pelos próximos minutos de tortura. Aqui cabe uma característica peculiar da elite: essa classe têm um apreço imenso por se ouvir tagarelando. Amam o som da própria voz, ele pensava, conforme o discurso da feiticeira fluía com uma autoridade que só os anos de privilégios e poder poderiam perpetuar na mente de alguém. Ela discorria sobre honra e obediência, sobre Deuses-Que-Não-Existem e sobre o devido respeito que os plebeus devem reverenciar ao Império e às nobres Damas. Viserion, no entanto, pouco ouvia isso; o olhar dele vagava, mapeando o espaço ao redor como se caçasse por uma rota de fuga escondida entre as esquinas.
Definitivamente, o montador de dragões se recusava a dar atenção a uma aristocrata qualquer discutir com tanta propriedade sobre o sofrimento, sobre o peso das gerações e os legados do reino… Mas no instante em que as palavras "filha do Imperador" cortaram o eco do ambiente como uma adaga se cravando ao alvo, o sangue de Viserion congelara ao ponto de ser doloroso dentro das suas veias. A khajol, essa mesma mulher de cílios absurdamente longos e cabelos de cachos acobreados, era, na verdade, uma das princesas de Aldanrae.
Elysia Caelira Essae — aqui, raivosa, em carne e osso. Sua vida devia valer mais que o dobro de todos os homens do exército; sua magia nobre devia escorrer como ouro em seu corpo esguio. Desde pequeno, ele cresceu rodeado por lendas bonitas de que a família real estava mais perto de tocar os Deuses do que dos humanos comuns. Viserion sentiu o suor brotar sob o couro desgastado de seu casaco. Era tolice pensar que poderia continuar no mesmo tom hostil com a princesa. Não era apenas uma mulher de importância ao reino, mas a que conseguiria, com uma única palavra, condená-lo à morte.
"Eu... Me perdoe, Sua Alteza." os olhos acastanhados de Viserion se prenderam ao chão como uma prece muda. Ele estava vagamente consciente da proximidade inadequada entre homem e mulher — mas o toque da pedra fria contra suas costas servia como um lembrete cruel da realidade que os separava. Um sorriso amargo despontou dos lábios; um sorriso que era tudo menos um gesto de paz. "Não desrespeitarei nenhuma mulher. Não desrespeitarei os Deuses. Não desrespeitarei a Coroa ou a Corte."
O rancor subiu pela garganta de Viserion com um gosto amargo. O que sabia as princesas da dor de perder tudo — não por uma causa, mas pelo simples azar de ter nascido no lado errado da sorte? "Changeling" a ruiva dizia, usando a sua melhor carta de desprezo. O cavaleiro cerrou os punhos, sentindo a aspereza da pele calejada, as marcas cravadas por anos de luta e queimaduras nas costas de um dragão violento.
Controle-se.
"Sou apenas outro homem destinado à sangrar na fronteira, Majestade. Não precisa se incomodar tanto comigo. Talvez, no próximo mês, eu encontre o lado errado de uma lança Uthdon, e aí a princesa não precisará esquentar os nervos com o bárbaro changeling enquanto borda e toma os chás na sua sala de visitas."
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embora imersa em um turbilhão de pensamentos e exigências, permitiu-se uma pausa ao sentir o toque suave do braço de aishwarya, seu gesto de carinho discreto mas significativo. a voz de sua amiga, sempre capaz de suavizar os momentos mais carregados, trouxe-lhe um resquício de conforto. por um instante, ela fechou os olhos, permitindo-se absorver a suavidade do momento antes de responder, seus olhos reluzindo com uma leveza sutil, quase encantadora. "ah, aishwarya," elysia começou, a voz vibrando com um tom indulgente, mas não desprovido de uma leveza agridoce. "sua habilidade em tentar suavizar o mundo com palavras me é tão familiar. sempre com seu otimismo inquebrantável. eu... bem, eu gostaria de partilhar dessa sua confiança. mas, ah, como as coisas se enredam, não é?" ela suspirou de forma melodiosa, quase como se estivesse compondo uma peça sinfônica. "o baile de máscaras... sim, foi um momento de brilho e disfarces, não acha? os rostos cobertos pela luxúria do anonimato, todos à procura de uma excitação fugaz, disfarçando intenções e segredos por trás de adornos brilhantes e sorrisos calculados."
elysia soltou um riso baixo, quase imperceptível, mas que escapou como uma pequena faísca de diversão, contrastando com o ambiente ao redor. "tive que me ausentar, claro," ela continuou, o tom de sua voz suavizando, "os assuntos religiosos, você sabe... eles exigem atenção imediata, quase como um chamado de dentro da alma. e, no entanto, não pude deixar de sentir a leveza daquele momento, enquanto o resto do mundo dançava de acordo com suas próprias sombras." ela olhou de relance para a taça de suco de morango que aishwarya segurava e, com um sorriso travesso, roubou um gole generoso do líquido doce, deixando o momento escapar como um leve jogo entre amigas.
"ah, muito bem! como esse néctar saboroso... talvez, em outra vida, eu fosse uma deusa da doçura," elysia brincou, rindo suavemente enquanto devolvia a taça à sua amiga. "mas, voltando ao baile, quem realmente conseguiu dominar o palco naquela noite, hein? a máscara mais refinada, o disfarce mais elaborado... não, não me refiro às roupas, claro, mas àquelas almas que conseguiram esconder melhor seus próprios desejos. cada sorriso escondia algo... quem sabe, até mesmo alguns que ainda aguardam para ser desvelados, não é?" com uma expressão que se manteve entre o irônico e o contemplativo, elysia então puxou suavemente o braço de aishwarya, conduzindo-a para mais perto, como se quisesse manter a conversa flutuando sobre o véu delicado da leveza, ainda que, por trás de suas palavras, o peso da realidade estivesse sempre presente.
𝐌al havia pousado a taça de suco de morango, deliciando-se em seu sabor adocicado salpigado em toda extensão da língua, quando a voz da princesa ressoou pelo salão de refeições, firme e cortante, como o toque frio e afiado de um sino metálico. As palavras, ainda que cuidadosas, reverberaram com uma seriedade que fez as chamas das tochas vacilarem, tornando o ambiente subitamente mais frio. Ao redor, murmúrios cessaram, e olhares desviaram para a expressão implacável de Elysia, cuja severidade não se quebrava nem mesmo ao piscar.
Num primeiro momento, mesmo em meio à tensão crescente e ao fluxo de informações, Aishwarya permaneceu mais absorta na textura aveludada da torta. Mas, ao erguer as vistas, encontrou-se diante do furacão silencioso que prendia-se nos reconditos da outra. Seu coração apertou, mais em compaixão do que em receio. Sabia que a perda da pira sagrada provocava justa indignação, mas questionar tão diretamente os convidados a inquietava. Parecia excessivo e, ousadamente pensou que... Indevido? Tinha certeza que o poder necessário para isso não estaria ao alcance dos meio-feéricos.
Ajeitando os cabelos soltos que moldavam sombras ao redor da face, ensaiou um sorriso discreto, quase tímido, buscando, com aquela leveza, dissipar o peso que o ambiente adquirira. Com a maior naturalidade que pôde reunir, deu dois passos à frente, transmitindo a graça característica de sua presença, e, em um tom suave, porém audível o bastante para que Elysia captasse cada sílaba, começou a falar.
“Ei, ei, ei. Ely, será que isso tudo não passa de um... equívoco? Digo, imagine só,” Aishwarya sugeriu, acompanhando o pensamento com um riso breve e incerto. “Seria ingenuidade um changeling tentar — ou mesmo conseguir — algo que claramente lhe escapa às habilidades, não acha?” Ofereceu um sorriso sem defesas, uma tentativa sincera de suavizar o clima e receber algo menos áspero em resposta. “Às vezes, no calor de tanta devoção, esquecemos que nossas tradições são mais fortes do que as circunstâncias. Pode ser que a pira tenha sido apenas... temporariamente extraviada? Esses salões são tão grandes, e qualquer um poderia, sabe, enganar-se sobre o paradeiro de uma coisa ou outra.”
Esboçou um gesto displicente, como se referir-se a uma pira sagrada perdida entre almofadas e tapeçarias fosse a mais corriqueira das situações; sabia que não era, é claro, mas poderiam, ao menos, sustentar essa aparência até que os ânimos se apaziguassem devidamente. Arya então se aproximou, perfume de canela e mirra pairando no ar, o olhar doce pousando sobre a amiga com uma gentileza quase desarmante. “Não seria melhor respirarmos fundo? Pois, veja, estou certa de que a verdade realmente se revelará... Mas, até então, deveria experimentar esse suco, os próprios deuses devem tê-lo abençoado!
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fitou o jovem com um olhar que faiscava um misto de desgosto e incredulidade. cada palavra sua havia ecoado no salão, cruzando o ar como um veneno lançado diretamente aos khajols, deixando no ar uma amálgama de zombaria e desprezo. seu semblante, antes mantido no controle rígido da nobreza, desmanchou-se em uma expressão furiosa e fria, enquanto atravessava o salão em passos firmes e decididos, rompendo a atmosfera de risadas e despreocupação que cercava o jovem cavaleiro. ao se aproximar dele, sua mão segura e inexorável agarrou-lhe o braço, arrastando-o consigo para longe dos olhares alheios, onde a alcova de uma coluna sombria lhes oferecia a privacidade necessária para o que viria. com um empurrão deliberado, ela o prendeu contra a parede de pedra fria, seu rosto tão próximo do dele que pôde sentir o calor de sua respiração, agora entrecortada pela surpresa. “diga-me, changeling, acha que isso tudo é uma piada? que a perda de artefatos sagrados e as tragédias que atingem nossas terras são uma desculpa para suas gracinhas ofensivas?" sua voz soava como um sussurro ameaçador, uma nota de aço envolta em veludo. "enquanto você ri, nossa história sangra. sua falta de respeito pelas mulheres da corte, suas palavras vulgares, e o deboche que exala… isso não será tolerado." ela o encarava com uma intensidade que poderia penetrar a couraça de qualquer dragão. "cada mulher que cruzou aquele salão carrega em si o peso de gerações, o respeito pela nossa linhagem, algo que você, changeling, claramente é incapaz de compreender."
elysia deu um passo ainda mais perto, desafiando-o a desviar o olhar, fazendo com que ele sentisse o peso de sua presença. "eu sou elysia caelira essaex, princesa e guardiã dos deuses, e não permitirei que um comportamento vil como o seu manche a honra de nossa corte." a ameaça em seu tom era clara, uma promessa sombria. "a próxima vez que insultar uma dama de qualquer forma — seja com palavras ou ações —, eu farei questão de que o próprio imperador esteja ciente de cada sílaba, de cada gesto. e, acredite, changeling," ela o fitou com um olhar perigoso, "você nunca mais ousará rir diante de mim." seu rosto ainda tão próximo do dele, seus olhos captaram um brilho atrevido, como se parte de elysia estivesse testando até onde o rapaz suportaria o peso de sua presença impetuosa. "está claro, changeling?” ela inclinou-se um pouco mais, sua voz tão suave quanto afiada. "e tenha certeza de que, se ousar desrespeitar qualquer mulher novamente, será para mim que responderá."
tw: machismo.
O local era impregnado por um leve perfume de madeira envelhecida. Ali, em meio à frieza daquele espaço, Viserion Azad fazia sua refeição rodeado por outros iguais a ele — cavaleiros de dragões; pessoas que serviam ao exército e não possuíam as etiquetas necessárias para ocupar uma cadeira na mesa dos aristocratas.
Uma noite de bebidas depois, a cabeça de Azad pulsava com uma intensidade tão forte que ele se pegava temendo um AVC a qualquer instante. Era precisamente por isso que, em suas passagens pelo bordel da capital, o montador de dragões tantas vezes recusara o álcool oferecido. Não fazia sentido encher a cara em um lugar onde os prazeres buscados eram de outra natureza ― na sua opinião, uma natureza mais agradável que a promessa de uma taça completa. Mas, na noite do baile, o encanto por uma belíssima dama o arrastara a um estado de embriaguez que agora cobrava seu preço com memórias confusas, dor e ânsia de vômito. Talvez fosse a hora de ignorar as mulheres bonitas.. ele refletiu, usando uma faca para passar manteiga no pão, apenas para um segundo depois encontrar o olhar amargurado de uma outra jovem do lado oposto do salão.
Ela tinha o cabelo acobreado, o que foi uma surpresa. A cor ruiva não estava na lista dos tons mais comuns do império, constatou; demorando-se além do que seria adequado para despregar os olhos.
Ouviu levemente o burburinho de criticas se espalhando entre as cabeças dos estudantes mais distantes. Sabia por intuição que a ruiva estava de alguma forma no centro do tumulto, porque nenhum khajol perderia a oportunidade de importunar até o mais inofensivo dos changelings. Para a infelicidade deles, Viserion pouco se importava com críticas, especulações ou fofocas. Qual o assunto da vez? Ele não sabia dizer. A cabeça do cavaleiro estava imersa em questões muito mais produtivas; como por exemplo admirar a maneira com que o corset usado pelas jovens da alta nobreza modela a cintura com uma perfeição quase artificial ― especialmente; a cintura da feiticeira ruiva e esnobe, que brandia a arrogância como um guerreiro brande a espada no campo de batalha.
"[ …] questão de tempo até que a justiça se imponha e a verdade seja revelada." escutou a Lady dizer. Houve um período em que Viserion pensara que o desgosto dos khajol se restringia apenas às rodas de conversas privadas entre amigos; uma hostilização discreta. Menos de um dia depois, já em Hexwood, ele soube o tanto de gotas de ingenuidade que esse pensamento carregara. Aquele desprezo ficou claro como o brilho da lua em uma noite sem nuvens. E o rapaz, desde criança, tinha prazer por provar aos outros que estavam certos sobre suas acusações e preconceitos contra os changelings.
"Vejam, colegas, acredito ter encontrado a solução perfeita para descobrir o paradeiro do Cálice de Wufhere!" disse, sem direcionar a fala a ninguém em específico, mas alto o suficiente para que os feiticeiros do lado oposto ouvissem cada sílaba. "Sugiro… que comecemos nossa busca debaixo das saias das moças! Esses nobres da corte estão tão sobrecarregados com suas vestes que, nem com uma tocha acesa e um mapa, eu poderia vislumbrar a perna de uma dama entre tantas camadas de tecido." O silêncio parou apenas por um segundo no ar. Como o gelo, a atmosfera se desfez em risadas altas. Homens à mesa dos militares batiam nas costas uns dos outros, a gargalhada retumbando como a aprovação de camaradas que compartilhavam um momento engraçado na fogueira. Viserion teve a impressão de ter escutado uma mesura mandando-o calar a boca à esquerda, mas não deu crédito a ela. "As Ladys poderiam fazer uma fila e erguer o vestido só para acabar com as dúvidas, não concordam? "
Se não podia ser um estudante comum, ele seria, portanto, um pesadelo feito de más maneiras e língua grande.
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o semblante de elysia suavizou ao encontrar miray, e, apesar do turbilhão de emoções provocado pelas notícias recentes, havia uma centelha de satisfação em seu olhar ao rever a amiga. suas palavras, ligeiramente abafadas pelo murmúrio ao redor, encontraram um tom cálido e afável. "ah, miray, vejo que compartilhamos o mesmo pesar, mas ao menos a sua companhia é uma verdadeira trégua em meio a tanto desalento," começou, um sorriso delicado desabrochando em seu rosto. "confesso que a noite anterior me escapou por entre os dedos, e quase não tive a oportunidade de aproveitar a festa. fui chamada de súbito para ajudar a solucionar um... incidente nas alas do salão. questões menores, mas que exigiram minha atenção por mais tempo do que eu desejava," completou, deixando um certo mistério na escolha das palavras. ao perceber o olhar de miray na direção dos changelings, elysia seguiu a linha da visão, observando com vagarosa cautela o grupo de recém-chegados. seus olhos brilharam com uma ligeira faísca de curiosidade antes de ela retornar sua atenção à amiga, a voz agora baixa e envolta em uma falsa leveza.
"a integração deles certamente foi... controversa, para dizer o mínimo. mas admito que ainda desejo crer que os changelings, apesar de sua natureza, possam, de alguma forma, conviver conosco com respeito mútuo. porém, entendo bem suas reservas, e não seria imprudente desconfiar, especialmente com algo tão grave quanto o desaparecimento da pira," ela disse, com uma pitada de cautela que evitava explicitamente julgar. aproximando-se um pouco mais, elysia inclinou a cabeça e, em tom conspiratório, acrescentou: "no entanto, devo admitir... qualquer um com intenções menos nobres se beneficiaria deste caos. a pira não é um objeto qualquer, e a sua ausência nos afeta a todos. um crime como esse demanda não só astúcia, mas uma audácia quase herética." ela parou, deixando um leve sorriso escapar. "e, entre nós, espero que ainda haja ao menos uma verdade a emergir deste mistério, para que possamos lidar com aqueles que se aproveitam de nossa vulnerabilidade." seu olhar tornou-se mais caloroso ao recostar-se, voltando a atenção para miray. "agora, antes que me perca em tantas suspeitas, conte-me… conseguiu ao menos aproveitar a festa? ou será que o véu de valinor também lhe roubou algo da diversão?"
A mente ainda estava confusa e um tanto lenta por conta da quantidade ingerida na noite anterior, mesmo assim tentava se ater ao que estava acontecendo e pensar com clareza sobre a situação com a pira sagrada, aquilo era simplesmente péssimo para eles. Especialmente agora que estavam sendo forçados a viver em conjunto com os cavaleiros de dragão, os deixava enfraquecidos perante a possível ameaça que andava livremente entre eles. Acenou levemente com a cabeça em concordância ao comentário de Elysia, ainda não havia conseguido se encontrar com Aleera para debater sobre o assunto ou sequer havia achado Vincent para que reclamassem em conjunto sobre a situação. ❝É uma lástima sem igual... Ofensivo a todos nós que tenha ocorrido em um raro momento onde nossa guarda estava baixa, certamente uma atitude desleal.❞
E ainda assim sua maior preocupação estava no fato de que quem havia roubado teria de ser capaz de passar por outras proteções mágicas e defesas, a Colmain não gostava daquela perspectiva, de que eram alguém com tamanho poder ou já tão inserido naquele meio que passava despercebido. O olhar acompanhou o dela até a mesa dos changelings, a conversa baixa deles certamente levantando alguma suspeita para as khajols. ❝Não posso dizer que me seria uma surpresa, especialmente se formos considerar a forma que certas pessoas tem se portado desde a decisão do Imperador.❞ E Miray jamais julgaria abertamente as decisões dele, mesmo que soubesse que nem mesmo alguns se seus filhos estavam de acordo com tal escolha. A fala da filha do duque sendo referente as depredações que os changelings haviam feito as oferendas dos khajols aos deuses, algo que havia a deixado furiosa. ❝Acredito que o que nos resta é não apenas a esperança de que tudo se resolverá e a verdade serpa exposta, mas também a confiança na competência daqueles que já estão em busca de respostas e uma solução.❞
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permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos fixos na mulher diante dela, os dedos da mão delicadamente repousando sobre a mesa. o sorriso angelical ainda dançava nos lábios da princesa, mas a frieza em seu olhar era palpável, como a lâmina de uma espada prestes a cortar. ela não se intimidava com as palavras de aylara; em vez disso, deixou que a arrogância da jovem falasse por ela, pois sabia que a resposta mais poderosa seria dada na própria ausência de palavras. com um leve movimento, elysia endireitou-se, mantendo os olhos fixos nos da morena, como se pudesse penetrar sua alma com apenas um olhar. então, sua voz suave, mas carregada de uma autoridade natural, ecoou no salão.
“ah, tão corajosa e tão… desinformada, não é, minha cara?” elysia falou, com um tom que transbordava calma, como se estivesse lidando com uma criança travessa, e não com uma jovem que ousava desafiar sua posição. "justiça? dizer que a justiça é algo a ser jogado ao vento, sem mais nem menos, como você faz agora, é, de fato, uma visão muito… particular. em hexwood, falamos muito sobre honra, mas eu, como princesa, sou mais inclinada a acreditar que os deuses revelam a verdade de formas que nem todos podem compreender. a verdade, minha querida, sempre será revelada, cedo ou tarde. e, acredite, ela não será como você imagina.” ela deu um passo mais perto, sua postura ereta e digna, ainda com aquele sorriso irrepreensível. o olhar de elysia nunca vacilou. "quem precisa de provas quando se tem o beneplácito dos deuses, não é? a verdade está escrita no tecido do universo, e o cálice de wufhere, bem… vamos esperar para ver onde ele aparece."
elysia fez uma pausa, um gesto quase imperceptível movendo-se sobre seus lábios. "e quanto a mim, bem, posso muito bem continuar a falar sobre as camadas de tecido que, pelo visto, você aprecia tanto. um vestuário que não passa de um reflexo de vaidade, mas para alguns, como você, talvez seja a única defesa. pois, ao contrário de você, não me interesso pelas palavras vazias. eu sou uma princesa. e minhas palavras, minha honra, são abençoadas pelos deuses. coisas que pessoas como você jamais compreenderão." ela recuou um passo, então, como se o confronto já tivesse sido decidido. "continue falando o que desejar, querida, mas, como sempre, eu serei a que sairá por cima. afinal, a verdade não pertence aos que correm de um lado para o outro em busca de um espetáculo, mas aos que estão dispostos a esperar. e eu, como você deve saber, tenho paciência." elysia olhou por cima do ombro, como se tivesse acabado de dispensar uma conversação entediante, seu sorriso permanecendo intacto. a batalha das palavras estava ganha, e com ela, a princesa deixava claro que não se importava em ser desafiada por alguém tão inferior.
aylara não havia acordado com a ideia de entrar em uma discussão com uma khajol. nada proposital. no entanto, passava pelo salão próximo a mesa de khajols justamente no momento em que ela insinuava uma acusação contra changelings ao comentar sobre o desaparecimento do cálice dos sonhos e da pira sagrada. o sangue de aylara esquentou. estava mais do que nítido que ela chamava os seus de almas desleais. ela parou por um momento, observando a cena e deixou que um sorriso irônico aparecesse no canto de seus lábios. em seguida, ela desviou o caminho que fazia e seguiu até a mesa de khajols. ao chegar, ela fez questão de abrir caminho e apoiar suas mãos na mesa. "justiça, hm?" aylara repetiu a palavra com um sorriso de desdém, fazendo um pequeno bico nos lábios como se ponderasse por um momento. "interessante ver vocês comentando sobre isso, enquanto estão dispostos a acusar um grupo sem provas." ela enviou um olhar fixo na direção daquela que esteve falando até o momento. "pelo que bem me lembro, vocês ficaram bastante indignados quando insinuaram que os khajols poderiam ser os responsáveis pelo desaparecimento do nosso cálice. e agora? como estão agindo?" ou pensavam que ainda não tinham percebido? aylara não perdeu tempo, sabendo que tinha atraído a atenção de todos ao redor da mesa. com um movimento rápido, bateu uma palma, o som ecoando no salão. "mas quem precisa de provas, certo? ao que me parece, na sua visão, basta dizer algumas palavras elegantes que ninguém se importa, olhar para os outros de cima, e pronto, ninguém vai se atrever a questionar sua honra." em um gesto exagerado, ela fez uma reverência sarcástica. quando se endireitou novamente, rolou os olhos como se a cena fosse um espetáculo patético. fácil falar de justiça quando o único interesse é prejudicar um dos lados. ah, como era divertida essa honra de hexwood. "uma pena que eu não poderia me importar menos com as suas palavras e as suas vestes, madame. se isso também é caro para os filhos de hexwood, é... não, eu não respeito. continue falando o que quer e vai escutar o que não quer dobrado."
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