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Criatividade em uma sociedade cansada?
A cisão entre cognição e afeto e, como tal, a ruptura da personalidade e dos sentidos e significados que formam o nosso núcleo motivacional, são processos em causa fortemente influenciados pela dinâmica social da divisão de classes e pelas leis de acumulação e consumo, visto que, como seres histórico-sociais, somos impactados pelo modo de produção vigente. Nesse sentido, a alienação não é apenas a alienação do produto do trabalho, mas a alienação da atividade humana como um todo, do gênero humano e das relações, de modo que as possibilidades de desenvolvimento diferem significativamente para a classe trabalhadora — a que vende sua força de trabalho por um salário. As oportunidades de humanização ficam restritas àquilo que a classe consegue ter acesso, apenas garantindo a reprodução do seu lugar social. Como, nesse contexto, podemos falar em criatividade? Em desenvolvimento humano? Em “autoconhecimento” ou "aprimoramento de habilidades", quando as condições concretas são limitantes?
Com essas indagações em mente, podemos apontar não para uma resolução definitiva ou para uma sequência de dicas "infalíveis", mas para uma forma de resistência que se inscreve na contradição: buscar desnudar o real para agir criticamente e sem idealizações, compreendendo que o sintoma também pode ser uma forma de inconformismo; o papel da psicoterapia pode ser limitado, dadas as condições por vezes individualizantes e seu histórico atrelado a uma ideia de "domesticação e normalização" de formas desviantes de ser, mas podemos repensar este espaço como o espaço da potencialização de um sujeito ativo, que tensiona o que está "dado" pelo modelo de sociedade, repensando a sua inserção na realidade (o que produz afetos positivos versus o que reserva um lugar de subjugação), buscando práticas que façam sentido para si e o amparem nesta inter-relação, bem como trocas com o outro que o fortaleçam e movimentem.
Artigo que serviu de base: ALMEIDA, MR de; SCHÜHLI, Vitor Marcel. Psicopatologia e Psicologia sócio-histórica: notas preliminares. Anais do Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo, Florianópolis, SC, Brasil, v. 9, 2011.
➡️ Psicóloga Joyce Severo Soares | CRP 07/40411
➡️ Atendimento online para todo o Brasil
➡️ Voltado às mulheres
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Você também escuta?
enigma pra acender feitiço no brilho
Quando minhas mãos forem asas, desejo voar beirando o amor que perfuma o beijo entre mar e areia.
E abrir abismos nos sulcos dos troncos pra olhar o visgo dos líquidos percorrendo a sinceridade de cada caminho.
Quando a Lua desenha o ritmo insondável das sombras que sabem tanto de mim, retorno ao quase delírio da ambivalência sedutora desprendida a cada giro.
Da saudade só eu sei o quanto.
E o que há após o infinito da Morte?
Digo que há a Dança, exaltada, desviante, impetuosa, petulante.
A Dança da serpente luminosa que se faz de ponte entre os mares-espelho do meu altar.
Brinco nos fachos sorrateiros mergulhados nos ruídos literais que se erguem agudos quando meu coração ressoa a festa que pulsa inteira em cada encontro na Noite.
Renasço no laço.
Sim. Ainda estou aqui. Cresço além dos ais, porque ouso dizer. Quero ser mais.
Sim. Feiticeira. Curandeira. Cúmplice.
E tudo está tão no princípio que a gargalhada sabe ser livre e olhar no fundo de meu veneno pra escolher permanecer.
No risco, as curvas são marcas da Fonte, guardiãs dos segredos, convites em qualquer direção.
Paixão. Movimento. Vida.
Você também escuta?
.xxx.
#bruxaria mariposa#enigma alado#ano da vassoura#lua#outono#mariposa-carrossel#bruxaria de gira#gibosa#fixa da água#via combusta
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Filmes de Terror Com Mulheres F*das
Filmes de terror são comumente estrelados por personagens mulheres que necessitam de resgate ou são as primeiras a morrer. Também é comum ver mulheres sendo representadas de maneira sexualizada, estúpida e ingênua, características que não representam a realidade de muitas.
Por isso, no dia 8 de março (Dia das Mulheres) resolvemos celebrar e enaltecer alguns filmes de terror que possuem mulheres f*das! Muitas dessas atrizes dão vida à personagens empoderadas e que não correm do perigo. Nessa Dia das Mulheres, está na hora de falarmos sobre representação feminina forte e consciente, que representam as reais situações de mulheres que enfrentam machismo, relacionamento abusivos, sistemas opressores e questões sobre maternidade.
Os filmes de terror indicados abaixo são provas de que é possível levantar debates nesse meio ao colocarem mulheres como protagonistas. Portanto, celebre o dia de hoje lutando contra o mal junto à essa mulheres!
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
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“Midsommar: O Mal Não Espera a Noite” é um filme de 2019 dirigido por Ari Aster. O trama conta a história de Dani (Florence Pugh) que está em um relacionamento em ruínas com seu namorado Christian (Jack Reynor). Ao sofrer uma grande tragédia na sua vida, Dani resolve viajar com Christian para conhecer uma remota comunidade na Suíça.
Ao chegar lá, Dani começa a enfrentar seus traumas e seu relacionamento deteriorado. Convivendo com pessoas de costumes estranhos e até mesmo assustadores, a protagonista se pergunta se merece permanecer em um namoro não valorizado e se ela mesma estava satisfeita com a vida que estava levando.
Apesar do desenvolvimento psicologicamente pesado e assustador, comum dos filmes de Ari Aster - como “Hereditário” -, muitas mulheres podem se identificar com a confusão de identidade e a dor do relacionamento de Dani. O filme é excelente em mostrar o forte crescimento da personagem e como ela caminha para sua independência. “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite” é um ótimo filme para celebrar a libertação feminina. Nota IMDB: 7,1/10 Nota Spooky Co.: 8/10
A Bruxa
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“A Bruxa” é de 2015 e foi dirigido por Robert Eggers, o mesmo diretor do mais recente longa “O Farol (2019)”. A história conta a vida de uma família de New England em meados de 1630, que vive isolada e é fortemente devota ao cristianismo. As coisas começam a ficar estranhas quando o caçula de cinco filhos desaparece e a plantação da família morre. Quando sinais demoníacos começam a aparecer a família se volta contra a filha Thomasin (Anya Taylor-Joy) que é acusada de bruxaria.
Historicamente, a bruxaria é associada à mulher para representar uma figura desviante e pecaminosa. No século XVI, a Igreja Católica perseguia mulheres por meio da Inquisição com a desculpa de que elas seriam bruxas. Por isso, existem elementos de sexualidade e independência feminina que são associadas ao satanismo durante o filme. A protagonista Thomasin interpreta bem o papel de uma mulher que explora essas questões ao mesmo tempo que está inserida em um cenário perturbador.
Além de ser um ótimo filme de terror psicológico e tensão, “A Bruxa” é bem sucedido em iniciar um debate sobre a associação da figura feminina com o mal. Nota IMDb: 6,9/10 Nota Spooky Co.: 7,5/10
Um Lugar Silencioso
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“Um Lugar Silencioso” estreou em 2018 e foi dirigido por John Krasinski. O filme se passa em um cenário pós-apocalíptico onde o mundo foi dominado por criaturas que não conseguem ver, mas conseguem ouvir muito bem. Uma família formada pelos 2 pais e seus 2 filhos são obrigados a viver em completo silêncio para não encontrarem seus terríveis destinos.
Durante o filme, somos apresentados à uma dos protagonistas, a matriarca da família Evelyn Abbott (Emily Blunt). Evelyn sobrevive ao apocalipse grávida (!!!) após já ter perdido um filho. Um dos momentos mais tensos do filme acontecem quando ela está prestes à entrar em trabalho de parto. Além desse, Evelyn faz bem o seu papel de mulherão da p**ra ao enfrentar criaturas mortais ao mesmo tempo que desempenha sua maternidade.
O filme é torna-se incrível ao construir um suspense através do silêncio e as cenas de tensão são de roer os dedos! Confira Evelyn em “Um Lugar Silencioso” e não perca a estreia de “Um Lugar Silencioso II” que estreia no Brasil em março. Nota IMDb: 7,5/10 Nota Spooky Co.: 8/10
O Babadook
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“O Babadook” é um filme australiano de 2014 dirigido por uma mulher, Jennifer Kent. A história conta a vida da mãe solteira Amelia (Essie Davis) e de seu filho Samuel (Noah Wiseman). A trama se desenrola quando mãe e filho começam a ser perseguidos por uma entidade de um livro infantil que eles liam juntos, o Babadook.
“O Babadook” aborda brilhantemente questões sobre maternidade. A protagonista encontra-se em um estado quase depressivo depois de perder o marido no mesmo dia que ganhou seu filho, além de ter que lidar com uma criança que a sufoca e isola do resto do mundo. Quando Amelia começa a ser perseguida pelo Babadook ela imediatamente tem o instinto de proteger o filho. Porém, ela passa a ser assombrada por muito mais que um espírito ao se deparar com suas próprias questões de mãe e mulher.
“O Babadook” surpreendeu muitos com uma forte personagem assustador e uma protagonista que muitas mulheres mães podem se identificar. Nota IMDb: 6,8/10 Nota Spooky Co.: 7/10
O Silêncio dos Inocentes
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“O Silêncio dos Inocentes” é de 1991 e foi dirigido por Jonathan Demme. O filme conta a história de uma jovem trainee do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster) que está tentando avançar na carreira. Clarice é então colocada em um caso para investigar uma série de assassinatos atribuídos à um serial killer e para isso deve pedir ajuda à um outro infame assassino, Hannibal Lecter.
Clarice faz-se uma protagonista extremamente forte e presente apesar de ser constantemente diminuída por seus superiores. Inicialmente, o supervisor de Clarice a manda para conversar com Hannibal unicamente pelo fato dela ser mulher e pensar que poderia reduzi-lo à dizer coisas. A agente, entretanto, acaba fazendo um trabalho surpreendente tanto com Lecter quanto com seu caso de serial killer. Clarice acaba se tornando um ótimo exemplo de uma mulher que triunfa em um meio dominado por homens.
Para quem gosta de filmes investigativos, recheados de suspense, assassinos seriais e uma protagonista badass, “O Silência dos Inocentes” é um clássico atemporal! Nota IMDb: 8,6/10 Nota Spooky Co.: 9/10
Gostou das indicações? Conhece algum filme de terror com protagonista mulher que não foi citado acima? Então deixa sua recomendação aí nos comentários!
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enquanto ainda sou jovem
23 a idade do sucesso? nas circunstâncias em que me encontro se pinta como uma espécie rara de desespero. o que me intriga é saber que não estou de fato desesperada. temo não saber explicar o fenômeno. ainda não cheguei a esse nível, queridissima clarice. digamos que eu ainda não tenha aflorado meu lado lispector da coisa. desviar daquilo que de fato quero falar se torna aparente. por isso, penso que quando alguém se torna muito triste a níveis absurdos de melancolia, a pessoa de fato começa a se sentir livre. viu, não saberei explicar. há algo de libertador em não vislumbrar a velha luz no fim do bom e velho túnel. é que você começa a se enxergar como parte da própria escuridão. há a sua e aquela que te rodeia. se acostumar com algo que é ruim não faz bem para minha saúde. bom, eu não vejo assim. e não é que eu queira me contrariar. mas acho que faço parte daquela porcentagem que é a desviante. não existe alguma coisa assim na ciência? bom, uma vez que eu não sei muito sobre ciência .. um coisa curiosa é que eu nunca vou além, deixo que meu pensamento faça este árduo trabalho. eu negocio muito com a vida, ela me tira de um lado e eu vivo demasiadamente do outro. (só pessoas que pensam de forma demasiada, irão entender o argumento anterior). tudo bem. é uma revolução contraditória. leva tempo pra se chegar lá. outro dia, é só mais um. a conclusão dos fatos está fora de questão.
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Lourinhã vai ter videovigilância nas ruas para "manutenção da segurança"
O município da Lourinhã e a GNR estabeleceram uma parceria para a instalação de um sistema de videovigilância em diversas ruas da vila e nos estacionamentos de duas praias deste concelho do distrito de Lisboa.
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A videovigilância das ruas visa contribuir para a "manutenção da segurança pública e para a prevenção de condutas criminosas ou desviantes, cujo impacto negativo na população local e nos turistas importa evitar, na máxima medida possível", segundo o protocolo assinado, a que a agência Lusa teve acesso.
No documento é ainda referido que, tendo em conta a "dinâmica socioeconómica e importância turística", o concelho "recebe e acolhe um elevado número de pessoas ao longo de todo o ano", sobretudo entre abril e outubro.
Por isso, é acrescentando, o município e a GNR reconhecem a necessidade de "adoção de políticas e medidas que simultaneamente garantam de modo objetivo a segurança e tranquilidade pública, assim como contribuam positivamente para o sentimento de segurança da comunidade local e de todos aqueles que utilizam e usufruem dos espaços públicos".
Assim, a videovigilância, enquanto instrumento de apoio à concretização dessas medidas, vem contribuir para "reforçar as condições necessárias para a proteção de pessoas e bens, para a prevenção de atos criminais e comportamentos desviantes, conferindo igualmente maior eficácia operacional por parte da GNR em caso de incidentes, constituindo um importante mecanismo complementar da atividade policial", de acordo com o protocolo.
O sistema de videovigilância vai abranger as ruas João Luís de Moura, Gago Coutinho, dos Bombeiros Voluntários da Lourinhã, Engenheiro Adelino Amaro da Costa e Avenida Maestro Manuel Maria Baltazar, na vila da Lourinhã, bem como os parques de estacionamento junto às praias do Areal e da Areia Branca.
No âmbito do acordo, compete à câmara municipal adquirir, instalar e manter o sistema de videovigilância, implementar sinalética identificativa dos locais sob vigilância e assegurar a instalação do centro de monitorização nas instalações da GNR.
A GNR fica obrigada a pedir autorização para a instalação do sistema, garantir a sua operacionalidade através dos meios humanos e técnicos e a sua correta utilização, bem como cooperar com a autarquia na implementação de medidas complementares.
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IMPERATRIZ MERITATEN PERGUNTA: Narcissa, minha querida. Ainda está participando de duelos mágicos? Se sim, peço que pare imediatamente. Isso é coisa de changelings selvagens. Seja a dama que você nasceu para ser.
Ler aquele bilhete fez um rubor invadir a face da princesa mais nova, mesmo que estivesse sozinha no momento em que o fez. Os sentimentos conflitantes que lhe invadiram entraram imediatamente em uma luta dentro de si, pois ao mesmo tempo em que as palavras "isso é coisa de changelings selvagens" realmente a envergonhassem e a fizesse considerar, seriamente, acatar ao pedido da mãe — afinal, a última coisa que ela queria era se igualar aos changelings —; ela também se perguntava... E quando alguma vez tinha aceitado o que a imperatriz lhe dizia? Sempre havia sido a filha desviante e isso só havia piorado após ouvir as palavras de Proserpina. "Você, como eu, não foi moldada para seguir aquilo que esperam de você. Então não se deixe levar pelo que tentam lhe impor". Aquilo ecoava em sua mente dia e noite, e foi por conta dessas palavras que ela apenas amassou o bilhete e o jogou na lareira. A mãe que interpretasse o que quisesse de seu silêncio.
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Os Fundamentos Filosóficos da Usura: Enfoques Éticos e Jurídicos na Idade Média
A usura, entendida como a cobrança de juros sobre empréstimos, constituiu um tema de grande controvérsia na Idade Média, período marcado por intensas transformações econômicas e sociais. Na intersecção entre os campos filosófico, teológico e jurídico, o debate sobre a usura refletia tensões fundamentais entre os imperativos morais, as necessidades econômicas e as estruturas de poder. Este artigo examina as bases conceituais e doutrinárias que estruturaram esses debates, mobilizando perspectivas de Aristóteles, do direito romano, da filosofia estoica e das tradições religiosas cristã, judaica e islâmica. O objetivo é demonstrar como esses arcabouços de pensamento influenciaram as práticas econômicas e as concepções éticas na Idade Média e como continuam a iluminar as questões de justiça financeira hoje.
Aristóteles e a "Esterilidade do Dinheiro"
Uma Crítica Fundadora
O pensamento aristotélico, formulado em especial na obra Política, postula que o dinheiro é fundamentalmente um instrumento de troca, desprovido da capacidade de gerar valor intrinsecamente. Destinado a facilitar as transações e a medir o valor dos bens, o dinheiro não deve se tornar um fim em si mesmo. Aristóteles condena a usura como uma prática desviante, qualificando-a como "geração artificial de dinheiro a partir do dinheiro", violando a ordem natural e social. Essa crítica se baseia em uma concepção teleológica das trocas econômicas, na qual cada bem ou instrumento deve cumprir um papel específico e a acumulação de riqueza por si só é considerada uma perversão da ordem econômica.
Uma Injustiça Social
Aristóteles também considera que a usura gera uma forma de injustiça, pois permite lucros sem a produção de valor tangível e contribui para a exploração dos mais vulneráveis. Essa ideia foi retomada e amplificada pelos pensadores cristãos, notadamente Tomás de Aquino, para justificar a condenação moral e religiosa da prática. Nas tradições judaica e islâmica, embora os contextos sejam diferentes, essa crítica à usura como fonte de desigualdades e injustiça ressoa fortemente, incorporando adaptações aos sistemas jurídicos e éticos de cada religião.
Contribuições do Direito Romano e da Filosofia Estoica
Uma Base Jurídica Pragmática
O direito romano, pragmático e preocupado em regular as relações sociais, reconhecia o juro como uma realidade econômica, mas impunha restrições rigorosas às taxas aplicáveis para evitar abusos financeiros e proteger os devedores. As Institutas de Justiniano estabelecem limites precisos e prenunciam regulamentações posteriores na Europa cristã. Esse arcabouço legal reflete uma busca por equilíbrio entre a necessidade econômica e a preservação do bem comum, procurando conciliar os interesses de credores e devedores.
Uma Ética Estoica de Justiça
A filosofia estoica, com sua ênfase na razão, na virtude e no bem comum, teve um papel indireto, mas significativo, nas críticas à usura. Ao valorizar a moderação, a justiça e o senso de dever, os estoicos rejeitam as práticas percebidas como contrárias ao interesse coletivo e capazes de gerar conflitos e desigualdades. Esses princípios influenciaram a doutrina ética dos primeiros juristas cristãos e muçulmanos, que buscavam conciliar a justiça moral com as realidades econômicas.
Santo Agostinho e a Condenação Cristã
Uma Crítica Teológica Radical
Para Santo Agostinho, a usura é intrinsecamente um pecado, pois explora a dificuldade dos mais vulneráveis e incentiva o amor ao dinheiro, considerado a raiz de todos os males. Em A Cidade de Deus, ele afirma que a usura não é apenas uma transgressão econômica, mas uma ameaça à alma do credor, que se afasta de Deus ao se entregar à avareza.
A Síntese Teológica de Tomás de Aquino
Tomás de Aquino, figura central da escolástica, integra os princípios aristotélicos e a doutrina cristã para elaborar uma condenação sistemática da usura. Ele argumenta que os juros recebidos sobre um empréstimo constituem uma forma de ganho injusto, já que não correspondem a nenhum trabalho nem à produção de valor. Essa posição levou a iniciativas práticas como os Montes de Piedade, que ofereciam crédito sem juros aos mais pobres, demonstrando o desejo de colocar em prática os princípios de caridade e solidariedade cristã. É crucial notar, porém, que o pensamento cristão sobre a usura apresentava nuances e debates internos, principalmente em torno de noções como o "justo preço" e o "lucro cessante", que permitiam certa flexibilidade na aplicação da proibição.
Al-Ghazali e a Proibição Islâmica da Riba
Os Fundamentos Corânicos
No mundo islâmico, a proibição da riba se baseia em versículos corânicos explícitos que condenam a usura como uma injustiça social e econômica. Al-Ghazali, figura emblemática do pensamento islâmico, desenvolve uma crítica ética profunda, defendendo que o ganho financeiro deve estar vinculado ao risco compartilhado e ao trabalho produtivo, e não à simples exploração da necessidade alheia.
Os Modelos Financeiros Alternativos
Al-Ghazali apresenta alternativas éticas à usura, como a mudarabah (parceria de lucro e perda) e a musharakah (coempresas), que se baseiam na divisão justa dos riscos e lucros e promovem a cooperação entre as partes. Esses sistemas, ainda praticados na finança islâmica contemporânea, ilustram uma abordagem ética e pragmática das finanças, que busca conciliar os imperativos religiosos com as necessidades econômicas.
O Papel dos Judeus nas Práticas Financeiras
Uma Especialização Constrangida
Excluídos de muitos setores da economia pelas leis discriminatórias na Europa medieval, os judeus frequentemente se especializaram no crédito a juros. Apesar de crucial para a economia local, essa atividade gerou estigmatização e perseguições recorrentes, alimentando o preconceito antissemita.
Os Debates Éticos Internos
Dentro das comunidades judaicas, surgiram debates sobre os limites morais da usura, especialmente em relação a empréstimos entre correligionários. A Halakha, a lei judaica, permite a cobrança de juros a não judeus, mas a proíbe entre judeus. Essas discussões destacam a complexidade de uma atividade econômica necessária, mas moralmente questionável, e mostram os esforços para conciliar os imperativos religiosos com as realidades sociais.
Conclusão
A usura, através das tradições aristotélica, romana, estoica e religiosa, foi um ponto central dos debates éticos e econômicos da Idade Média. Essas críticas, embora enraizadas em contextos específicos, continuam a influenciar as reflexões contemporâneas sobre as práticas financeiras. Ao reintegrar essas perspectivas históricas ao discurso atual, torna-se possível enriquecer os debates sobre justiça econômica, responsabilidade social e ética no âmbito das finanças. As questões levantadas pelos pensadores medievais - a exploração dos mais vulneráveis, a busca excessiva pelo lucro, o papel social do dinheiro - permanecem extremamente relevantes em um mundo marcado pelas desigualdades e pela globalização financeira. Revisitar esses debates nos convida a repensar os sistemas econômicos contemporâneos e a promover um desenvolvimento mais justo e equitativo.
Bibliografia
Aristóteles. Política. Edições Flammarion, 1999. Análise dos princípios econômicos e morais desenvolvidos por Aristóteles.
Tomás de Aquino. Suma Teológica. Edições Loyola, 2001. Um fundamento para a doutrina cristã sobre a usura.
Al-Ghazali. A Revivificação das Ciências Religiosas. Edições Al-Bouraq, 2003. Exploração das bases éticas islâmicas contra a riba.
Direito Romano. As Institutas de Justiniano. Edições Calouste Gulbenkian, 2010. Regulamentações pragmáticas sobre a usura.
Maimônides. Mishneh Torah. Edições Sêfer, 2001. Abordagem jurídica judaica sobre a usura.
Homer, Sidney e Richard Sylla. A History of Interest Rates. Wiley, 2005. Perspectiva histórica sobre as taxas de juros.
Clark Murray, John Benjamin. The History of Usury. Routledge, 2010. Tratado sobre a evolução das percepções a respeito da usura.
Piketty, Thomas. O Capital no Século XXI. Intrínseca, 2014. Análise contemporânea das dinâmicas econômicas.
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Magia ou superstição
Os estudos sobre tradições orientais textuais-rituais relacionadas com a feitiçaria e as ciências do invisível ainda são assombrados pela pergunta sem resposta “é magia?” A dificuldade em responder a essa pergunta decorre em parte da ambiguidade semântica da própria palavra "magia" e em parte de uma longa história de elites ocidentais usando esse termo para desacreditar as tradições de pessoas colonizadas, as classes pobres e trabalhadoras e as mulheres. Por um lado, em contextos ocidentais hoje, os praticantes afirmam realizar mágica e se identificam como praticantes de magia; outros professam a existência da magia, mas a consideram uma forma de comportamento maligno ou pelo menos amoral, enquanto outros ainda pensam na magia como uma forma fantástica de entretenimento.
Por outro lado, durante o período formativo do campo dos estudos religiosos, os estudiosos associaram "magia" a "superstição". Quando esses estudiosos e outras elites ocidentais aplicaram o termo "magia" a povos colonizados, eles o definiram como uma versão irracional e corrupta de uma religiosidade racional ou um tipo de ciência falha. Muitos desses acadêmicos citaram especificamente tradições e práticas africanas como exemplos de pensamento “primitivo” ou “supersticioso”. Essas elites usaram simultaneamente os termos “magia” e “superstição” para desacreditar as práticas tanto das classes trabalhadoras quanto das mulheres dentro de suas próprias fronteiras, neste caso definindo “magia” como traços sobreviventes de estágios primitivos de desenvolvimento social e cognitivo que precisavam ser expurgados de uma sociedade “racional”.
Um impulso inicial contra a definição de magia como resultado de pensamento deficiente ou irracional veio do antropólogo E. E. Evans-Pritchard, cujo trabalho retratou a magia e a adivinhação como lógicas dentro do mundo epistêmico de seus interlocutores Azande na África centro-oriental. Evans-Pritchard não questionou, no entanto, se os termos “magia” e “bruxaria” eram traduções apropriadas da terminologia Azande. Dentro dos estudos islâmicos, a separação de “magia” de “religião” resultou na longa negligência dessas tradições dentro do campo. Finalmente, os estudiosos do islamismo na África há muito tempo consideraram “magia” como representando elementos sobreviventes de tradições africanas locais ou, mais recentemente, como refletindo uma mimese inquestionável de tradições textuais-rituais originárias do Norte da África ou do Oriente Médio. A bagagem colonial que pesa sobre esse termo levou vários estudiosos a argumentar pela eliminação total da palavra. Wouter J. Hanegraaff, por exemplo, comparou a “magia” a “uma espécie de lixeira” cheia de formas de conhecimento e práticas que não se encaixam facilmente nas definições iluministas de “religião” e “ciência”. Enquanto isso, Randall Styers acusou os estudiosos da magia de “selecionar diversas formas de comportamento, modos de conhecimento, práticas sociais e hábitos de uma gama indiscriminada de sistemas culturais e épocas históricas e transmogrificá-los em um fenômeno unificado”.
O argumento de Styers critica com precisão a erudição que aplica irrefletidamente o rótulo de “magia” a tradições textuais ou rituais sem questionar a relação entre suas fontes e a história desse termo em particular. No entanto, o trabalho de acadêmicos em vários subcampos demonstrou que a palavra “magia” tem sua própria história e que é possível isolar e identificar o crescimento e a disseminação de discursos mágicos específicos ao longo do tempo, em regiões geográficas e em e entre diferentes comunidades religiosas. Kimberly B. Stratton demonstrou de forma convincente que o discurso de magia e bruxaria surgiu em textos gregos antigos no século IV a.C. como resultado de mudanças nas leis de cidadania e guerras com os persas. Dentro desses textos, representações de usuários de magia e bruxas serviram para destacar ansiedades sobre mulheres sexualmente desviantes e estrangeiros ameaçadores. Bernd-Christian Otto rotulou esse tipo de discurso mágico como um “discurso de exclusão”, que marginaliza pejorativamente pessoas associadas a práticas ameaçadoras. Como um discurso de exclusão, as acusações de prática mágica posicionam o acusado além dos limites de uma comunidade específica e sua construção de ortodoxia, moralidade e/ou racionalidade. No entanto, Otto também apontou que as pessoas se identificaram como “mágicos” e se referiram às suas próprias práticas como “magia” desde quase os primeiros usos do termo. Recentemente, Otto argumentou convincentemente que pode haver uma tradição textual-ritual contínua, embora em constante mudança e heterogênea, de “magia aprendida ocidental” da antiguidade até o presente. A magia, nesse sentido, opera como um “discurso de inclusão”, no qual indivíduos e grupos se identificam como praticantes de magia. Como o termo polissêmico “magia” resiste à definição, este livro afirma que a questão operacional deve ser reformulada como “de quem é a magia?” e que a pesquisa sobre essas tradições textual-rituais deve começar localizando atores e pensadores específicos dentro da história maior deste termo.
Sorcery or Science?: Contesting Knowledge and Practice in West African Sufi Texts - Ariela Marcus-Sells
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Se permitir fluir para além da conformidade
Ao adentrar por caminhos de natureza selvagem
Precisando reavaliar aquilo que antes parecia fato
Assombrada por inseguranças e sentimentos
Grandes demais para o seu algoritmo primário
Abraçando aquilo que te tornar desviante
Uma monstruosidade em meio ao ecossistema
Para somente então, ao final deste ciclo,
Seja coletado os frutos daquilo que se foi plantado
Mesmo que seja através do sacrifício
Em nome das diferentes formas de cuidado
Encontradas nos mais distantes paraísos
Exóticos em seus rostos e formatos
Alimentando a essência daquilo inominável
Reconhecido apenas por aqueles que compartilham o afeto
Acho que esse é o verdadeiro significado da maternidade
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TRÊS ENSAIOS SOBRE TEORIA SEXUAL, Sigmund Freud
e-book grátis TRÊS ENSAIOS SOBRE TEORIA SEXUAL, Sigmund Freud
Edição em Português e Alemão
TRÊS ENSAIOS SOBRE A TEORIA SEXUAL (no original em alemão, Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie) é uma obra seminal de Sigmund Freud, publicada pela primeira vez em 1905. Neste livro, Freud apresenta suas ideias fundamentais sobre a sexualidade humana, uma área que ele acreditava ser central para o desenvolvimento psicológico. A obra é composta por três ensaios interconectados, nos quais Freud explora a sexualidade desde a infância até a vida adulta, desafiando muitas das concepções sociais e científicas da época.
No primeiro ensaio, Freud discute a sexualidade infantil, que até então era um tema amplamente ignorado ou negado pela sociedade. Ele argumenta que a sexualidade não surge apenas na puberdade, mas está presente desde os primeiros anos de vida. Para Freud, a sexualidade infantil se manifesta de maneiras não genitais e através de várias fases, conhecidas como as fases oral, anal e fálica. Nessas fases, a criança experimenta prazer por meio de diferentes partes do corpo (como a boca e o ânus), e isso se conecta ao desenvolvimento de sua personalidade.
Freud introduz a ideia de "pulsões parciais", que são formas primitivas de prazer associadas a diferentes áreas do corpo e que, gradualmente, se integram para formar uma sexualidade adulta. Esse conceito desafiou a visão moralista e repressiva da época, que via as crianças como essencialmente assexuadas.
No segundo ensaio, Freud aborda o conceito de "perversões sexuais". Ele argumenta que todas as formas de comportamento sexual adulto, inclusive as que a sociedade rotulava de perversas, têm suas raízes nas fases do desenvolvimento infantil. Para Freud, a distinção entre "normal" e "anormal" na sexualidade adulta é arbitrária, pois o que é considerado perverso pode ter origem em pulsões infantis que foram reprimidas ou redirecionadas.
Freud introduz o termo "desvio" para se referir a comportamentos sexuais que não seguem o padrão reprodutivo (heterossexualidade genital), e sugere que todos os seres humanos apresentam, em algum nível, tendências sexuais desviantes que são, em grande parte, moldadas e reprimidas pela cultura.
No terceiro ensaio, Freud analisa o desenvolvimento sexual na puberdade e a transição para a sexualidade adulta. Ele descreve a puberdade como um período de reorganização das pulsões sexuais infantis, onde essas pulsões se integram em um comportamento sexual genital mais direcionado à reprodução. Nesse processo, o complexo de Édipo desempenha um papel crucial, com a criança resolvendo seus sentimentos conflitantes em relação aos pais e redirecionando suas pulsões para parceiros fora da família.
Freud também discute a importância da repressão sexual, sugerindo que o processo de socialização envolve a repressão de muitos impulsos infantis. No entanto, ele adverte que a repressão excessiva pode levar a neuroses e outros distúrbios psicológicos.
Os TRÊS ENSAIOS SOBRE A TEORIA SEXUAL causaram grande impacto e controvérsia. Freud desafiou as normas da época ao sugerir que a sexualidade está presente desde a infância e que comportamentos considerados desviantes fazem parte do espectro normal do desenvolvimento sexual. Suas ideias foram atacadas por conservadores e revolucionaram a forma como a psicologia e a psiquiatria abordavam o comportamento humano.
Essa obra de Freud continua a ser uma das fundações da psicanálise e da compreensão moderna da sexualidade. Mesmo que algumas de suas teorias tenham sido criticadas ou reformuladas, sua visão sobre a sexualidade como um fator central no desenvolvimento humano permanece influente até hoje.
Leia, gratuitamente, TRÊS ENSAIOS SOBRE TEORIA SEXUAL, Sigmund Freud: https://bit.ly/3oC9MLj
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Nietzsche sobre a Irracionalidade do Empirismo e da Ciência
Quem tiver acompanhado a história das ciências particulares encontrará em seu desenvolvimento um fio condutor para a compreensão dos processos mais comuns e mais antigos de todo “saber e conhecer”: lá como cá se têm as hipóteses apressadas, as fabulações, a boa e estúpida vontade de “crer”, a falta de confiança e de paciência que se desenvolveram por primeiro — nossos sentidos aprendem tardiamente, e não aprendem de todo a ser órgãos de conhecimento sutis, fiéis e prudentes. Em certa circunstância, nossos olhos têm por mais cômodo reproduzir uma imagem criada já muitas vezes a se fixar no que há de desviante e novo em uma impressão: essa última tarefa exige mais força, mais moralidade. Ouvir algo novo é penível e difícil aos ouvidos; temos por ruim ouvir música estranha. Ao ouvir outra língua, involuntariamente buscamos transformar os sons ouvidos em palavras que nos soem mais familiares e como que “de casa”; foi assim que fez, por exemplo, o alemão de outrora, quando ouviu o termo arcubalista e o transformou em Arbrust [balista]. Também o novo depara com o que há de inamistoso e resistente em nossos sentidos; e de modo geral já em nossos “mais simples” processos de sensibilidade prevalecem afetos como medo, amor, ódio, incluídos aí os afetos passivos da preguiça. Assim como hoje um leitor não lê as palavras (ou sílabas) individuais em uma página — em vez disso, de vinte palavras destaca aproximadamente cinco ao acaso e “adivinha” o sentido que presumivelmente cabe a essas cinco palavras —, tampouco vemos uma árvore de modo preciso e completo, no tocante a folhas, galhos, cores e forma; para nós é muito mais fácil, tomando-se a árvore, fantasiar algo aproximado. Mesmo em meio às mais raras vivências, procedemos desta mesma forma: nós inventamos a parte maior das vivências, e quase não há como nos forçar a não contemplar um processo como “inventores”. Tudo isso quer dizer: somos fundamentalmente, e desde tempos imemoriais, habituados a mentir. Ou, para expressá-lo de modo mais virtuoso e mais hipócrita, mais agradável, em suma: é-se mais artista do que se sabe. Em uma conversa animada vejo frequentes vezes a fisionomia de uma pessoa com quem falo em conformidade com os pensamentos que ela expressa, ou que acredito ter evocado nela, com tamanha nitidez e sutileza de caracterização que esse grau de nitidez ultrapassa em muito a força de minha capacidade visual: a sutileza do jogo muscular e da expressão dos olhos deve ter sido sido fabulada por mim. É provável que a pessoa fizesse outra cara, talvez nenhuma.
— Friedrich Nietzsche. Além do Bem e do Mal. São Paulo: Edipro, 2019, p. 124-125.
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Série Autoficções de isolamento
Fotoperformance/2020 A criação de imagens autoficciográficas atravessa meu corpo como órbitas desviantes no epicentro do caos. O cotidiano repetido, o estado de suspensão, os momentos de intimidade e isolamento, me procurando e me perdendo nos cantos da casa. A sensação de sermos corpos sós e ao mesmo tempo corpo coletivo emaranhado nas biogeografias de vulnerabilidades. As experiências de isolamento durante uma pandemia mundial servem como dispositivo para criação de retratos autoficcionais e reflexões sobre a ausência do toque, os traçados dos (não) encontros, os objetos cotidianos e a crise planetária.
Curva ascendente > milhares de corpos fora da órbita-Brasil com traços graves de autoritarismo e ação genocida do estado Rota de fuga > orbitar pelo desvio em sobrevivências autoficcionais
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Performance de Ana Reis Fotografias de Ana Reis, Henrique Santana e Mari Ra Chacon
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Caminhava, adentrando o espaço entre lembrar e esquecer
me retornei a você e na rapidez de um olhar desviante: te vi
Com o peito batendo em cadência bruta
nesse instante, o tempo se dilata
te conheço há séculos e você permanece estranha
Vejo suas costas, não codifico seus conteúdos
me sinto um espelho atrasado
olho sem retorno
E você sai, como se fizesse isso sempre, da mesma forma que se abandona um vagão
Vaga eu fico.
Chego na luz, retomo a consciência
enlouqueço de vez.
Acredito que isso ocorra no lapso do ser e do foi
campo liso de fluxos
E quando penso em você, não consigo compor seu rosto
em uma batalha de sinapses: te chamo pelo meu nome
Nunca desejei tanto esquecer
e
jamais amei tanto me lembrar de você
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GNR realiza ações de sensibilização em escolas para regresso às aulas
A Guarda Nacional Republicana (GNR) inicia hoje para assinalar o regresso às aulas um conjunto de ações de sensibilização relacionadas com segurança e comportamentos inclusivos dirigidas ao alunos, professores e encarregados de educação em cinco mil estabelecimentos escolares.
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Em comunicado, a GNR indica que as ações de sensibilização, que têm início hoje, dia em que arranca o ano letivo, e terminam dia 16, visam chamar a atenção para a "necessidade de adoção de comportamentos de autoproteção, ao nível da segurança em geral, de comportamentos inclusivos no seio da comunidade e prevenindo comportamentos desviantes da ordenação social".
Durante a campanha, no âmbito do Programa Escola Segura (PES), que celebra 32 anos de existência, a guarda dará a conhecer os militares responsáveis pelo programa na respetiva escola, com a distribuição do número de contacto destes.
Os militares da guarda vão alertar para os perigos do bullying e do 'ciberbullying' para que a comunidade escolar esteja atenta para os sinais mais comuns de bullying e que saibam reagir e prevenir este tipo de crime.
"As Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (SPC), que incluem cerca de 400 militares, irão promover em exclusividade ações de sensibilização no âmbito da segurança na rua, em casa e ainda no âmbito da segurança rodoviária", refere também a GNR na nota.
No âmbito das ações, a GNR vai abordar igualmente segurança no transporte dos alunos para a escola, sendo importante alertar os condutores para a utilização dos cintos de segurança e dos sistemas de retenção para crianças.
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