#das ruas pras escolas das escolas pra ruas o disco...
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Essa aqui foi a maior do ano pra mim
#fazia tempo que não sentia um artista demonstrando tanto potencial sabe#ela vai voar que estréia#POETA#das ruas pras escolas das escolas pra ruas o disco...#foi difícil escolher uma só pra postar fiquei entre essa Letramento e Crítica as Armas#Passarinho Urbano também todas fodasse colega queridaa#mulheres capricornianas meu eterno calcanhar de aquiles
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MARCELO D2 E A ANCESTRALIDADE DE FUTURO!
Com 13 discos de estúdio na bagagem - 4 com o Planet e 9 em carreira solo - já né segredo que Marcelo D2 ocupa um espaço notório na música popular e na cultura Hip-Hop pelo mundão. Acontece que em seu novo trabalho, ele ultrapassa barreiras, fura otas bolhas e se consagra ainda mais como um dos grandes arquitetos da música brasileira.
Intitulado "IBORU, Que Sejam Ouvidas Nossas Súplicas", Marcelo D2 nos leva por uma jornada musical de puro suingue, com o afrofuturismo batendo na alta, como sempre falara Chico Vulgo.
O disco começa com a voz de Wander Pires te transportando pra avenida quase que espontaneamente. 'Por baixo', numa crescente, um instrumental drumless do lendário Barba Negra (aka O Terrível Ladrão de Loops), versos afiados de D2 e uma fala de sua coroa. Apenas o início de uma saga que vai flutuando entre a boniteza e a concretude dos fatos como são. Trazendo a beleza da crueza e do povo, como o timbre de Nega Duda que vem logo em seguida. A genuína cultura de rua e dos morros, favelas e do subúrbio carioca.
Das rodas que varam da noite ao clarão do dia; ad infinitum. Os terreirões de Umbanda e Candomblé, os Bate-Bolas, Rosinhas e Malandros que transitam pelas ruas encantadas de um Rio de Janeiro que não passa na retrospectiva da Globo, não está nos trends, ou em capas de jornais. Essas são algumas das várias personas carioca que inspiram IBORU. Que inclusive, dia 28 deste mesmo mês de Junho, ganhará seu complemento audiovisual. Um curta que contará a história fictícia do encontro de João da Baiana, Clementina de Jesus e Pixinguinha, nos idos dos anos de 1923. O curta, assim como a estética do disco, foi toda assinada pela mágica Luiza Machado e o próprio Marcelo, diálogo que vem ampliando ainda mais a arte do rapper carioca. A produção fica por conta da produtora da família D2 - PUPILA DILATADA.
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O elenco de músicos e compositores de "IBORU, Que Sejam Ouvidas As Nossas Súplicas", chega a ser baixaria de tanto talento junto. A começar pela cozinha, composta por bambas da velha escola e da nova geração, tudo junto e misturado; Marcio Alexandre, Zero, Miúdo, Jorge Luiz, João e Marcelinho Moreira. Nas cordas, temos João Lopes (banjo), Maycon Ananias (cordas geral), Gabe Noel (violoncelo), Wanderson Martins e o craque Rodrigo Campos (ambos no cavaquinho). Violões de 6 e 7 cordas, no nome de Kiko e Fejuca, camisa 10 que contribui também batucando no couro e arranjando no cavaco.
Nos sopros, Thiago França (sax), Marlon Sete e Pedro Garcia no trombone e voz. Na bateria, o novo expoente da bateria brasileira, Thiaguinho Silva. O côro é comandado pela Luiza Machado, sua parceira de vida e arte, que entoa unissomo com as vozes de Jussara, Jurema, Hodari, Betina, Luiza e Camila de Alexandre, e o talentoso Luccas Carlos.
Falando em voz e coro, vale ressaltar a parceria louvável entre Luiz Antonio Simas e Marcelo D2. Desde o último disco de estúdio com intervenções e trocando prosas juntos sobre ancestralidade, resistência e identidade. Também estão no catálogo grandioso de compositores João Martins, Inácio Rios, Diogo Nogueira, Igor Leal, Fred Camacho, Neném Chama, Carlos Caetano, Márcio Alexandre, Cabelo, Douglas Lemos, Moa Luz e Otacilio da Mangueira. É mole?
Todo esse time consegue criar uma atmosfera de uma vibração coletiva incrível, que dialoga o asfalto com o morro de uma forma ímpar. O grave do surdão e do 808 suingando com o hihat, que por sua vez unifica-se com as palmas e o tamborim... isso é o Nave e mais uma sequências de beats absurdos. Uma parceria que já vinha dando certo desde "A Arte do Barulho". E pelo visto, continua. Numa parceria luxuosa que vem se estreitando nos últimos anos, Nave e Kiko Dinucci - que traz suas picotadas lombradas, guitarras levemente sujas, uma viola elegantíssima - se entendem em grau, número e frequências.
A produção é algo instantaneamente clássico - o que já faz pensar nesse disco do OGI que vem aí. Mas isso é papo de futuro, pra outro momento.
Ah, jamais podemos esquecer de mencionar a co-produção e mixagem, que ficou na assinatura de nada mais/nada menos que o gênio e cumpade de longa data de Marcelo, Mario Caldatto. É óbvio que a qualidade de sempre foi entregue.
Dito isso e abordado o time, agora vamos as participações; Nega Duda, Metá Metá, BNegão, Mumuzinho, Alcione, Xande de Pilares, Zeca Pagodinho e o imortal Mateus Aleluia. Há homenagens a Romildo Bastos (Padre Miguel) e mestre Monarco (Portela) a sua maneira afrosambadélica.
Essa fusão chega ao ápice quando IBORU traz a cultura Hip-Hop pra dentro duma quadra de Padre Miguel com adlibs de Westside Gunn em um partido alto feito de beats, palmas, trombone e guitarra. Ou com um batuque e naipe de sopros junto a MPC, como fez no seu último trabalho com Um Punhado De Bambas no Cacique de Ramos - que aliás, outro excelente trabalho que transcende as fronteiras convencionais e cria uma experiência auditiva e cativante, como faz novamente nesse trabalho.
É junto de baluartes, ídolos e bambas que D2 aprendeu boa parte do que sabe do samba. Zeca e Arlindo são reverenciados em mais de um momento do disco. Beth, João Nogueira, Dona Ivone, Luiz Carlos, Candeia, Cartola, Martinho, Paulinho e o pessoal do Fundo de Quintal. Entre muitos outros. É bonito ver o artista em seu auge, com a pura satisfação de fazer o que gosta, evoluindo e não se prendendo a velhos chavões e modos operandi. Além de toda essa gratidão de quem aprendeu com os verdadeios movimentadores da massa e da cultura popular.
E se você se pergunta da outra parte, nunca se esqueça que antes de D2, era o Sinistro, com sua vivência pelas quebradas do mundaréu. Rio 40 graus. De Padre Miguel, Cascadura, Madureira, do Andaraí, Humaitá e das vielas do centrão. Lapa, Gamboa, Cinelandia. Vivência que Peixoto teve nos camelos com seu camarada Skunk. Das chamas que circundavam a capital carioca nos anos 90.
No final, "IBORU" vai além do siginificado em iorubá, do Ifá, e muito mais do que título de disco ou uma simples combinação de gêneros musicais; é uma verdadeira celebração da diversidade e da riqueza da cultura brasileira. Destaca temas relevantes e urgentes, como a desigualdade social e a resiliência das comunidades marginalizadas. Ancestralidade de futuro.
Ao mesmo tempo e paralelo a concretude lírica e dos batuques de fine estirpe, a nuance abstrata das melodias se faz valer em loops, samples e um instrumental finesse. A sinestesia e o campo lúdico do disco é forte, e isso tem muito a ver com o imaginário popular, fé e outros pagodes da vida que circundam a vida do brasileiro - que assim como Marcelo, se recria e se renova a cada nova batalha. "Provando e comprovando a sua versatilidade", já diria seu saudoso amigo Bezerra da Silva, que eu sei que assim como os outros bambas mencionados aqui neste texto, no disco, e durante a vida do Sinistro, também benzeu e abençoou "IBORU" até vir ao mundo terreno, há uma semana atrás, dia 14 de Junho.
E faz uma semana que é festa no Orum...
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ALÔ, MEU POVO! A HORA É ESSA!!!
#hip hop#rap nacional#samba#samba rap#pagode#samba de raiz#chula#musica popular brasileira#underground#alternativo#samba de roda#samba de morro#partido alto#resistencia cultural#iboru#iboru que sejam ouvidas as nossas suplicas#marcelo d2#selektakoletiva#download
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A música é circular
Ou como lidar com o fato de que música é movimento
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Eu amo música. As memórias mais longevas que eu trago comigo envolvem letra e melodia. Basta escutar um trechinho para você se deparar com cheiros, vozes, cores e coisas como se fossem velhos amigos que chegam para te visitar. Músicas são como fotografias e filmes intangíveis e invisíveis aos olhos, mas plenas dentro de um cinema cujo acesso é privativo e se estende por todo o território debaixo da nossa pele: nossa alma.
Mas ao contrário da nossa videoteca interna, a música, que é criada e distribuída aqui fora, até pouco tempo atrás necessitava de um meio físico para ser consumida. Quer dizer, ela ainda precisa, apenas tornou-se mais fácil de ser escutada. Ou vai me dizer que você consegue escutá-la sem seu smartphone com acesso à internet ou sua caixinha bluetooth?
A evolução tecnológica nos presenteou com uma mão e nos tirou com outra: enquanto uma coleção inteira de discos pode caber em uma caixinha de 22 cm de comprimento chamada HD externo, todo o repertório social que envolvia a aquisição deste capital social foi dissolvido a uma experiência cada vez mais personalizada - e solitária.
Se antes, recorríamos ao rádio, às revistas, às conversas com os amigos e às idas às lojas de discos, onde conhecíamos mais pessoas e mais bandas, hoje temos a música entregue numa bandeja customizada com tudo o que gostamos, graças a um algoritmo que aprende com nossas audições dentro do aplicativo. Aparentemente, quem desenvolveu tal recurso acredita estar nos entregando um ambiente dentro da nossa zona de conforto, ao nos envolver somente com sons familiares ao nosso repertório construído ao longo da vida.
O problema é que esse repertório construído antes da revolução digital envolvia o contato com gostos alheios, com aquilo que nos era completamente inesperado, com tudo feito a partir de trocas. O algoritmo chegou e encontrou essa mesa posta, e se apropriou dela se vendendo como a última bolacha do pacote, a solução para os problemas de distribuição e consumo desse banquete tão desigual chamado indústria musical.
Amparadas num sistema nada sustentável, as empresas que oferecem plataformas digitais para escoamento de música se encontram agora num ponto onde é impossível manter o discurso antes disruptivo: elas estão tão dentro do sistema quanto as grandes gravadoras que fatiavam o mercado e determinavam quem seria ouvido ao longo de as décadas: catálogos que somem e reaparecem ao sabor das disputas contratuais, pouca (ou nenhuma) informação técnica sobre as obras, qualidade de som oscilante e uma remuneração vergonhosa para os artistas.
Atualmente, o Spotify paga US$ 0,003 por cada stream de uma música. E a partir do ano que vem (2024), só vai receber essa mixaria quem alcançar um número mínimo de streams ao longo do ano.
Por isso ainda gosto de me aventurar comprando merchandising oficial pra apoiar os meus favoritos, e me aventurar entre lojas e sebos que seguem resistindo à hegemonia digital que precarizou ainda mais o ofício da arte.
Consumir música de um modo palpável que me dê prazer e ajude o artista envolve sair de casa, bater perna na rua e conhecer pessoas. E por mais que eu não deseje mais entupir minhas paredes de estantes com coisas, vou construindo uma relação baseada no equilíbrio e na circulação da arte e da economia. O dinheiro circula do meu bolso pro artista, e os meus discos circulam da minha estante para a estante dos outros. Simples assim.
Dessa maneira, mantenho uma coleção com um número fixo de discos, mas que a cada ano se renova: o que eu não escuto mais, eu passo adiante, abrindo espaço para o novo. Se não estamos dispostos a admitir que algo não nos anima nem nos agrega mais, nos tornamos acumuladores.
Eu cresci com vitrolas, vinis e fitas desde que me conheço por gente, graças às coleções do meu tio e do meu pai. Somente na metade dos anos 90 eu comecei a comprar por conta própria, deixando de usar o dinheiro do lanche na escola para poder adquirir os discos que eu queria.
Quando o CD deu seus primeiros passos no Brasil, ele valia o preço de três discos de vinil. Por isso ele demorou a se popularizar. O boom de consumo de música no Brasil teve seu início em 1993, com a economia estabilizada pelo Plano Real, a abertura comercial do país e a queda nos custos de fabricação tanto dos discos, quanto dos aparelhos de som reprodutores dessa mídia.
O auge dessa caminhada se deu em 1997, quando o Brasil ocupou o 6° lugar no mercado mundial de música, atraindo o olho grande das gravadoras e demais empresas da cadeia desse setor. Com a expansão dessa indústria, muita coisa foi lançada no Brasil. Mas muita coisa mesmo. Coisas boas, mas coisas ruins numa quantidade infinitamente maior. A impressão era que se alguém quisesse gravar um peido e lançar em CD, essa aventura seria bancada, graças ao cenário favorável da época.
Para o bem ou para o mal, foi esse contexto que me permitiu ficar menos triste quando eu não podia comprar o hit do momento. Eu sempre poderia contar com a área de promoções, que era onde as lojas escoavam os artistas que ninguém ouvia falar. Descobri muita coisa legal que décadas mais tarde se tornariam obras valorizadas pela crítica e pelo público.
Foi uma época fascinante.
Mas agora, com a praticidade e qualidade oferecidas pelos arquivos e leitores digitais, me peguei pensando sobre a relação com o aspecto físico da coisa. Hoje consigo dizer adeus a um CD, mas mantendo o que eu mais gostar daquela obra com a melhor qualidade possível no meu HD ou em backup na nuvem.
Ser racional a este ponto é um desafio, pois a emoção não está somente na música em si. Colecionar música é uma questão de conseguir acessar a empolgação, as lágrimas e outros momentos mais reflexivos das nossas vidas. E confesso que tenho medo de sentir falta ou até mesmo de esquecer essas experiências.
Eu mesmo gosto muito de tirar da prateleira um CD da Mariah Carey comprado em 1995 e abrir o encarte para observar as ações do tempo sob o papel. Ali eu revejo como estava o céu daquela tardinha em que saí mais cedo da aula pra bater perna trás de música, o trajeto de ônibus que fiz da escola em direção à loja, a ansiedade em saber se o dinheiro que eu tinha seria suficiente pra levar o disco pra casa...
Hoje eu me encontro na encruzilhada entre a admiração pela praticidade e onipresença do digital, e a defesa da mídia física como item agregador de experiências palpáveis, afetivas e justas entre artistas e fãs. Entre um e outro, eu fico com os dois: com o primeiro, te conheço, com o segundo, te valorizo.
E no meio do caminho, te dissemino, seja doando ou revendendo, circulando a arte, para que ela não pare de pulsar.
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・✰ . 𝐀𝐁𝐎𝐔𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐀𝐑𝐀𝐂𝐓𝐄𝐑.
Esse que vem vindo é JUDE “JU” MALCOLM CHOI, de 30 ANOS. ele mora em LITTLE HASTINGS e costuma andar muito com os SMOOK, mas bem que tem cara, né? há quem diga que ele se parece com o KIM NAMJOON, mas acho que esse povo só anda assistindo televisão demais! nada a ver, como se ele fosse ser um mero DETETIVE.
𝐁𝐀𝐒𝐈𝐂 𝐈𝐍𝐅𝐎
pronomes. ele/dele • gênero. homem-cis • nacionalidade. americana • etnia. coreana • sexualidade. homossexual • idade. 30 • aniversário. setembro, 12 • signo. virgem • língua falada. inglês e coreano • altura. 181cm • cor dos olhos. castanho escuro • cor do cabelo. naturalmente preto • porte físico. atlético • óculos. aro redondo de armação metalizada
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋𝐈𝐓𝐘
A primeira vista, é bastante sério, correto e compenetrado, trabalha demais e vive por isso, não tem um humor muito carismático, dificilmente ri de alguma piada se não vê graça alguma sobre, mas esconde de todos um lado mais sensível, observador e empático, ser humano na polícia era um problema, Jude sofre por pessoas que sequer sabia o nome. Essa coisa de acreditar no lado bom das pessoas já lhe colocou em risco algumas vezes, já sofreu um atentado por ter ajudado um garoto que servia de informante, e precisou estudar muito para começar a mudar isso. E é essa parte sistemática e correta que cobre o seu verdadeiro eu, sonhador e artístico, essa divisão existe apenas para não decepcionar os seus avós, porque ele ainda tem esperança de viver do que realmente ama e não apenas para sobreviver.
𝐇𝐈𝐒𝐓𝐎𝐑𝐘
Jude foi um nome escolhido por seu pai porque ele era um grande fã da banda Beatles e tinha se casado com uma hippie que amava Yoko Ono, era um casal perfeito que não sabia exatamente onde foi que deu certo, mas acabou dando. Estavam bem com a vida simples que levavam e ensinando o que podia para o filho quando ele nasceu, estavam prontos para mostra-lo o mundo e todas as maravilhas que vinham junto, tudo que era natural e bonito, era o que Jude podia ver, cresceu ouvindo os discos daquela banda, amando cada música e aprendeu a tocar piano, escrever poesia, até fez um livro aos oito anos, mas tudo isso acabou quando um acidente de carro levou seus pais e ele precisou sair da cidade grande no qual vivia, para ir até aquela parte do país onde viviam os seus avós.
E como sair do moderno, novo, poético, desligado a tradições, progressista, para chegar a um ambiente conservador e tradicional. A mente artística foi moldada para ser padrão, pra quê ser artista? vai passar fome, escolha uma profissão que lhe renda dinheiro e uma carreira. Jude era chamado pela família de Ju, apenas isso, porque odiavam até o seu nome, mas escondido dos olhos de seus avós, ele fazia um pouco do que lhe conectava aos seus pais, seus livros preferidos continuavam os mesmos, sua música preferida era a mesma e seus poemas surgiam de maneira instantânea, nos rabiscos de seu caderno.
Era solitário na escola, um bom aluno, mas não era tão expressivo, quase sempre silencioso e nunca participava de nada, sempre mantendo as atividades familiares em primeiro lugar. Jude decidiu se tornar policial ainda na escola, assim que terminou, já se inscreveu e fez todo o processo necessário, só para que pudesse melhorar a vida de seus avós e pudessem ter uma vida tranquila, que ele tivesse uma carreira e uma profissão importante. E de fato aconteceu, iniciou como um mero oficial uniformizado, aguentou todos os estresses de um trabalho na rua, fazendo de tudo um pouco, seja prendendo jovens delinquentes ou salvando gatinhos das árvores.
Dentro do que podia, conseguia excelente avaliação em seu desempenho e isso lhe ajudou muito quando atingiu a idade certa e concluiu os processos necessários, se tornou detetive e sabia que agora poderia melhorar um pouco as coisas para a família, a velhice de seus avós seria mais tranquilo e valeria a pena, mais uma vez guardou suas frustrações e infelicidades em uma caixinha, seguindo com o plano de cuidar de quem cuidou dele, enterrando essa caixinha no mais íntimo de seu consciente, apesar de ainda estar ligado a música e ainda tocar piano as vezes, agora podia fazer isso sem esconder, ele quem tava pagando as contas e não precisava mais esconder os seus gostos e suas preferências.
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Se eu fosse lésbica
Mais ou menos aos sete anos de idade eu soltei, num almoço em família, que era apaixonada pela Sandy.
- Minha filha, você tem que ser apaixonada pelo Júnior! – Minha tia rapidamente me corrigiu. Eu, desde sempre uma garota muito curiosa, muito questionadora, rebati.
- Ué, por quê?
- Porque meninas têm que se apaixonar por meninos e os meninos que têm que se apaixonar por meninas – heterossexualidade compulsória resumida em um diálogo, meninas!
- Mas e se eu não gostar de meninos?
- Tu não podes gostar de meninas, minha filha, senão você vai ser lésbica, isso não é certo. Olha só: teu pai e tua mãe, eu e teu tio, tua tia e o marido dela. Tu vês por aí duas mulheres se beijando? Se casando?
- Não – eu estava confusa. Só tinha dito que era apaixonada. Nunca tinha mencionado casamento!
- Então, é assim que a vida é: meninas gostam de meninos e meninas gostam de meninas.
Lésbica. Por que ser lésbica era tão ruim eu não sabia, mas fiquei morrendo de medo de ser isso. Com o tempo eu descobri que assim como meninos que se comportavam como meninas eram “viados”, “viadinhos”, as meninas que pareciam meninos eram “lésbicas” ou, pior: “sapatão”. Uma prima minha que nunca usava saias, vestidos e blusinhas coladas, só andava com meninos e falava mais parecido com meus primos do que com as outras primas, sempre que aparecia nas reuniões de família, me deixava absolutamente desconfortável.
Será que ela era lésbica? Será que era contagioso? Eu saía de perto. Evitava contato. Corria para o quarto onde minhas primas que só falavam de homens estavam. Ali o ambiente parecia não infectado com aquele negócio de lésbica. Ali eu me sentia segura.
Eu não era lésbica. Eu gostava de vestidos longos, maquiagem, princesas da Disney e, como uma delas, eu sonhava com meu príncipe encantado. Até gostava de um gordinho com cabelos lisos até os ombros na escola! Eu não era lésbica.
Eu só ficava vidrada na Sandy quando, às tardes na casa dos meus avós com minhas tias e primos, colocávamos os DVDs com videoclipes e shows pra dançarmos. Mudei o discurso de “sou apaixonada pela” para “quero ser a” Sandy. Contava pra minha tia, revoltada, que meu primo queria ser a Sandy que nem eu! Se eu não podia ser apaixonada pela Sandy e só me restava ser ela nas brincadeiras, eu não podia deixar que ele roubasse isso de mim! Naquele ponto eu já era apaixonada pelo Júnior. Era assim que tinha que ser. Mas se eu fosse lésbica... eu casava. Com a Sandy, claro. No primeiro dia, na beira da praia, com esse turo turo turo aqui dentro explodindo em mim.
Mas eu não era. Também não era quando minha obsessão foi RBD. Meus cards eram todos da Anahí. Os pôsteres que eu comprava tinham a cara dela, os cabelos loiros, olhos azuis, sainha rodada, estrelinha na testa e o jeitinho meigo que ela entregava aos fãs na novela e nos shows. Nas brincadeiras, era ela que eu queria ser. Na novela, Mia Colucci era minha personagem preferida. Minhas músicas preferidas eram as que ela cantava. Talvez eu fosse apaixonada pelo Poncho. Mas eu sabia que ela era taurina – sempre fazia um bolinho em seu aniversário – que tinha sofrido de anorexia e que dia 19 de abril de 2001 o coração dela tinha parado durante 8 segundos. Eu costumava dizer que, durante oito segundos, o mundo tinha perdido a cor. O poema antes de Salvame eu sabia de cor – aliás, eu SEI de cor. Sabia os nomes de todos os namorados, odiava a maior parte deles por eles serem feios e ela, poxa, tão bonita, desperdiçando tanta beleza...
Em uma das crises de solidão, em meio a todo bullying sofrido dentro da escola, exclusão por parte das garotas da sala, brigas em casa – tanto entre meus pais quanto comigo –, quando pensei em desistir de mim, foi a ideia de nunca a conhecer que me segurou. Pode parecer besta, mas esse era o nível de paixão que a Letícia de 12 anos tinha por essa mulher. MAS EU QUERIA MESMO ERA CASAR COM O PONCHO, TÁ, TIA? Não lembro nem o aniversário dele, mas na hora de contar a todos quem eu gostaria que noivasse comigo, era ele quem eu mencionava.
Em 2009, no auge da Saga Crepúsculo, mudei o nickname do Twitter para @Lele_Greene porque eu achava Ashley Greene, a Alice Cullen, a coisa mais linda do mundo. No plano de fundo do meu perfil do twitter, eu tinha uma colagem com nove fotos da Kristen Stewart que o site repetia por toda a tela, o que me fazia ter mais de oitenta carinhas daquela mulher me encarando todas as vezes que eu entrava em minha conta e, por mais sinais que meu estranho comportamento me desse, eu era apaixonada pelo Robert Pattinson. Mas se eu fosse lésbica, eu dizia, eu pegava Kristen e Ashley. Juntas, de preferência. Como em algumas fanfictions que eu havia lido, onde as fãs mais ousadas as faziam largar tanto Jasper quanto Edward e viverem um romance apaixonado, cheio de dedos, línguas, mãos nos peitos umas das outras. Depois de uma noite de leituras como essas, eu passava a madrugada rezando, culpada, pra um Deus que, como haviam me ensinado na catequese, me odiaria se eu gostasse desse tipo de comportamento.
Se eu fosse lésbica, com toda certeza namoraria Scarlett Johansson, mas como não era, tinha crush no Chris Hemsworth. Natalia Dill, Aline Moraes, Bruna Linzmeyer, Marjorie Estiano, Isis Valverde, Maria Casadeval, Fernanda Souza, Megan Fox, Beyoncé, Rihanna, Emma Watson, Dakota Fanning, Amanda Seyfried, Thais Araújo, Rachel McAddams, todas elas mexiam comigo do jeito que minhas tias queriam que os homens que as acompanhavam nos trabalhos em que estavam envolvidas mexessem.
Se eu fosse lésbica, eu disse pro meu irmão, ficaria com a filha da prima da minha mãe que, por sinal, estava linda na festa de 15 anos de uma outra prima. Mas, como eu não era, torcia pra que ele ficasse. Se eu fosse lésbica, namoraria minha melhor amiga no ensino médio, mas me obriguei a gostar de outro garoto gordinho de cabelos longos que cruzava os corredores da escola. Se eu fosse lésbica, não teria me sujeitado a transar com um garoto que conheci no Facebook só pra provar que eu não era hétero, mas como não era, eu me sujeitei.
Quando eu me apaixonei por McFly, Panic! at the Disco e All Time Low, me agoniava o fato de que eles eram as únicas bandas que realmente me tocavam, sendo que eles só cantavam para mulheres! Se eu fosse lésbica, tudo bem, mas eu não era, então todas as vezes que eles cantavam para “ela”, em minha cabeça eu me forçava a cantar para “ele”. Gostar de boy bands que quase sempre falavam de amor e, sempre que o faziam, falavam para uma garota, transformou minha adolescência em
She He pulled on his her hand
With a devillish grin,
She He led him her upstairs,
She He led him her upstairs
Left him her dying to get in[1]
Esse processo era feito em todas as músicas de amor possíveis. Imagina que saco, ter que ficar se policiando ao cantá-las por causa de uma besteira?
Se tivessem me dito que “tudo bem gostar de meninas, contanto que seja recíproco”, eu não teria chorado durante meses à noite em minha cama porque minha melhor amiga me deixava nervosa todas as vezes que nos aproximávamos. Se eu não lesse sobre, assistisse filmes, séries, ouvisse músicas e vivesse no meio de casais heterossexuais, eu não passasse boa parte da minha adolescência me considerando uma aberração, uma pecadora, alguém que decepcionaria a família. Mas como eu nunca tive a oportunidade de assistir um filme em que Bella Swan e Alice Cullen se amassem, ler um livro ou encontrasse uma novela com uma história de amor entre duas mulheres sem que elas morressem no final – e que, não importa o que digam e quem o diga, quem está errado é qualquer pessoa que as façam se sentir mal com o que elas são, com o que elas sentem – me sinto quebrada. Existe um buraco na minha história, e ele me causa mais dores do que eu tenho consciência.
Se eu fosse lésbica, talvez eu estivesse mais calma. Talvez eu não quisesse invadir o meio artístico só pra falar de mulher, me infiltrando no meio de adolescentes que, como eu, estão fadadas a consumir amores heterossexuais, fazendo-as ler e assistir e ouvir que amar outra mulher é a coisa mais terrivelmente linda e absolutamente normal do mundo, que elas não são uma aberrações e que tudo bem estar apaixonada pela melhor amiga.
Mas essa sapatona tem raiva. Raiva de tudo o que passou, raiva das dores que deliberada e desnecessariamente foram jogadas na cara e nas costas dela. Raiva do pai, da tia, do tio, de pessoas na rua, do cinema, da TV, da escola, mas mais ainda de tudo o que os levou a me machucar do jeito que eles o fizeram – e ainda fazem. A diferença é que agora eu estou com a raiva nas mãos, sangue nos olhos, com uma vontade imensa de falar e, falando, conquistando e convencendo, mudando a merda de situação que eu e outras sapatinhas vivemos.
[1] Trecho da música Remembering Sunday – All Time Low.
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It's the ol' racist homicidal double standard. Very well capture in this Brazilian song.
Haiti
by Caetano Veloso and Gilberto Gil (1993)
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Quando você for convidado // When you’re invited
Pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado // To go up to the gallery of the Jorge Amado House Foundation
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos// To watch from up there the line of soldiers, almost all Black
Dando porrada na nuca de malandros pretos // Beating Black malandros on the back of the neck
De ladrões mulatos // [Beating] mulatto thieves
E outros quase brancos // And other near-Whites
Tratados como pretos// Treated as Blacks
Só pra mostrar aos outros quase pretos// Just to show the other almost Blacks
E são quase todos pretos// And they’re almost all Black
Como é que pretos, pobres e mulatos// How Blacks, the poor, and mulattos
E quase brancos, quase pretos de tão pobres são tratados// And nearly Whites — but so poor they’re almost Black — are treated
E não importa se olhos do mundo inteiro possam // And it doesn’t matter if the eyes of the whole world might
Estar por um momento voltados para o largo // Turn briefly on the Largo [square]
Onde os escravos eram castigados // Where the slaves were beaten [Salvador’s Pelourinho]
E hoje um batuque, um batuque // And today, a batuque, a batuque [drumming circle]
Com a pureza de meninos uniformizados // With the wholesomeness of boys in high-school uniforms
De escola secundária em dia de parada // On parade day
E a grandeza épica de um povo em formação // And the epic greatness of a people in formation
Nos atrai, nos deslumbra e estimula // Attracts us, enchants and animates us
Não importa nada // Nothing makes a difference
Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico // Not the vestige of the mansion, not the lens of Fantástico [popular Sunday night TV news and entertainment show]
Nem o disco de Paul Simon // Not the Paul Simon album
Ninguém // Nobody
Ninguém é cidadão // No one is a citizen
Se você for ver a festa do Pelô’ //If you go to see the party in the Pelô [Pelourinho]
E se você não for // And if you don’t go
Pense no Haiti // Think about Haiti
Reze pelo Haiti// Pray for Haiti
O Haiti é aqui // Haiti is here
O Haiti não é aqui// Haiti is not here
E na TV se você vir um deputado em pânico // And on TV if you see a congressman in panic
Mal dissimulado // Poorly veiled
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo // Before any, but really any
Qualquer, qualquer // Any, any
Plano de educação // Education plan
Que pareça fácil // That might seem easy
Que pareça fácil e rápido // That might seem easy and fast
E vá representar uma ameaça de democratização // And may represent a threat of democratization
Do ensino de primeiro grau // Of elementary instruction
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital // And if that same congressman defends the adoption of the death penalty
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto // And the venerable cardinal says he finds so much spirit in the fetus
E nenhum no marginal // And none in the marginal [blanket designation for poor criminal]
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual // And if, upon running the light, the standard red light
Notar um homem mijando na esquina da rua // You see a man pissing on the street corner
Sobre um saco brilhante de lixo do Leblon// On a shiny bag of garbage from Leblon
E ao ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina // And upon hearing the grinning silence of São Paulo before the massacre
Cento e onze presos indefesos // One hundred and eleven defenseless prisoners
Mas presos são quase todos pretos // But prisoners are almost all Black
Ou quase pretos // Or almost Black
Ou quase brancos, quase pretos de tão pobres // Or nearly White, but so poor they’re almost Black
Pense no Haiti // Think about Haiti
Reze pelo Haiti // Pray for Haiti
O Haiti é aqui // Haiti is here
O Haiti não é aqui // Haiti is not here
E pobres são como podres // And the poor are considered rotten
E todos sabem como se tratam os pretos // And everyone knows how Blacks are treated
E quando você for dar uma volta no Caribe // And when you go take a trip around the Caribbean
E quando for trepar sem camisinha // And when you have sex without a condom
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba // And present your intelligent participation in the embargo of Cuba
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— Luca, é um boy serelepe de 30 anos na cara. Pertence à família dos O'connors e todo mundo sabe que é um pouco teimoso e impulsivo, mas que pra compensar é gentil e honesto.
Quando Luca nasceu, seus pais tinham um casamento cheio de amor e companheirismo. Se perguntarem pra ele, até hoje é assim! Mas oh, a doce mentira! Sua infância repleta de ensinamentos religiosos, opiniões fortes sobre algumas famílias da cidade... e claro! A atenção para as boas ações!
Tem três irmãos mais novos... mas apenas uma é biológica. Os outros dois foram jovens acolhidos pelos O'Connors quando os tais adolescentes perderam seus próprios pais. Isso não impediu Luca de ver os dois como seus irmãos, sentindo-se responsável pelos mesmos.
Na igreja, Luca fazia de tudo. Desenrolava eventos para ajudar moradores de rua, ajudava os líderes dos grupos com ensaios, tocava na banda e cantava no coral! Uma figurinha conhecida em todos os cultos, não perdendo um sequer! Dava orgulho para os pais, líderes da congregação local.
Aos 21 anos comprou um espaço perto da igreja e o transformou em uma loja de discos voltada para o público gospel! Todos os louvores eram vendidos, parte do lucro era destinado ao orfanato, ao abrigo, as pessoas carentes da congregação. O pouquinho que restava, Luca juntava para pagar suas contas.
Utópico. Luca sempre escolheu acreditar na mentira que seus pais contam. Assim como os moradores Luca é enganado pela fachada que eles ergueram. Acredita piamente que o ódio dos pais pelos Gorski vem por causa da corrupção. Sendo assim, os depreza um pouco também. Mas oh, mal sabe a verdade por trás dos comentários horríveis que os pais soltam!
Guarda alguns segredos... Como por exemplo, na escola, na igreja, Luca já beijou alguns rapazes. Entre os jovens da congregação, meninos e meninas, na adolescência, Luca era tido como o come quieto. Não havia um membro na igreja na época com quem não teve algo. Atualmente só é mais quieto pois os crentes de sua idade são geralmente casados, possuem famílias. Teve muitas namoradas, a maioria eram da igreja, na haviam algumas fora também, embora essas não durassem pois seus pais nunca aprovavam.
Desde a adolescência que Luca não é mais virgem, mas bem, é um outro segredo também que guarda. Seus pais acreditam que, apesar da idade, Luca não se desviou do caminho. Para provar isso, Luca sempre usou um anel na mão direita para simbolizar seu compromisso com a castidade. Prometeu aos pais que só iria tirar quando se cassasse. Teve um período difícil, usou algumas drogas, teve problema com bebidas, seus pais lhe mandaram para Nova Iorque por alguns meses para que se recuperasse, de modo que tal situação nunca foi descoberta.
Para Luca, seus pais são boas pessoas, são fiéis e honestos... Mas mal ele sabe que essa realidade em que acredita, irá despencar em breve.
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O racismo, a herança macabra da escravidão africana, o abismo social, a violência policial são temas que se tocam e se confundem. Isso fica claro na música Haiti.
Emblemática, complexa, simbólica, muito estudada por sua gramática, por seu ritmo, por sua poesia e por seu conteúdo político, a música é, antes de tudo, uma denúncia da miséria, em seus múltiplos sentidos, fincada na hipocrisia de um mundo assimétrico.
O Haiti é uma ideia. Ela dispensa discursos longos e rebuscados. Frases encaixadas neste rap ousado falam dos pretos que apanham da polícia no mesmo lugar onde os escravos eram castigados, de políticas que se desdobram privação do ensino básico, da incoerência entre defender a pena de morte e condenar o aborto, da aceitação passiva da morte violenta de 111 presos indefesos.
Assim, a ideia do Haiti, país mais pobre das Américas, é evocada onde todo tipo de violência contra pretos e pobres é naturalizada. Ela se expressa onde persiste a herança macabra da escravidão africana, o abismo social, a violência policial.
Haiti
(Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil/1993)
Intérpretes: Caetano Veloso e Gilberto Gil
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
#musica#music#brazilian music#brasil#brazil#cultura#culture#musica e trabalho#MusicAndWorkers#Centro de Memória Sindical
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Santa Rita e chimarrão
No segundo ano do ensino médio eu tive uma fase de ter ataques de riso diretamente do mais absoluto nada. Eu achava que alguma válvula no meu cérebro havia sido rompida e que eu simplesmente nunca mais ia conseguir controlar o riso. O pior era que ele vinha sem ser provocado, então eu já não sabia mais quando e onde ia acontecer. Na maioria das vezes eu estava junto de colegas, em meio a esculhambações na sala de aula, e conseguia disfarçar porque o tempo todo alguém fazia alguma palhaçada. Entretanto, lembro perfeitamente da vez em que estava caminhando de volta da escola em um horário esquisito, talvez antes ou depois do horário em que todos saem, e a rua estava meio vazia. Eu, como sempre, estava pendurada no meu mp4 que o Vini trouxera do Uruguai - quando ele disse que veio o caminho todo ouvindo rádio para não correr riscos alfandegários, meu primeiro instinto foi pensar em limpar os fones de ouvido, já que tinham ficado tanto tempo na orelha dele. Mas bem, lá estava eu voltando da escola ouvindo Beatles, a quem estava há pouco descobrindo. Chovia, eu levava um guarda-chuva. Tocava Strawberry Fields Forever e, cruzando a esquina de uma das ladeiras que desciam até minha casa, desatei a rir. Era um riso enorme, desses que vem da garganta e nos fazem emitir sons agudinhos. Eu lembro de baixar o guarda-chuva para tentar esconder o rosto. Imagina se alguém vê uma louca rindo sozinha na rua. Percorri assim algumas quadras, cuidando para não dar de cara com alguma parede, já que o guarda-chuva tapava boa parte da minha visão. Living is easy with eyes closed.
Da mesma forma que aqueles ataques de riso vieram, eles foram embora. Me pergunto se os Beatles agiram como uma espécie de droga que fazia eu sentir um certo poder dentro de mim. Um poder de estar sozinha no mundo e de ser responsável por alguma coisa, que era eu mesma. Um poder de desbravar sozinha um caminho que eu não conhecia. O fato de ser algo só meu, que ninguém ao meu redor conhecia, fazia eu sentir que aquilo me pertencia. Ninguém das minhas amigas, muito menos da minha família, ouvia Beatles. O fato de o Vini ter morrido um ano depois de ter me dado o mp4 fez eu me pendurar ao aparelho de uma forma brutal. Eu ansiava pela hora do recreio e pelos momentos em que eu ia e voltava da escola, só para poder ligar o mp4 e ouvir música. Às vezes conseguia camuflar os fones por baixo dos cabelos e jaqueta do uniforme e ouvia na sala de aula mesmo. Era eu todos os dias, pra cima e pra baixo, pendurada na música. Claro que não fiquei só em Beatles. Percorria blogs na internet e baixava discos e discos, porém todos anglófonos.
Rio agora ao pensar na minha inocência de não saber como a minha vida daria mais alguns milhões de giros de 360 graus quando eu viesse a descobrir Caetano, Gil, Bethânia, Novos Baianos, e o samba, a que eu tinha um preconceito vindo puramente da ignorância. Muito devo a uma festinha que frequentava em Porto Alegre quando cheguei na casa dos 20 anos, a Cadê Tereza?, que só tocava música brasileira, e aos movimentos de rua dos quais comecei a fazer parte antes da catástrofe de 2013. Uma vez que você senta no chão da rua com pessoas em volta bebendo, se divertindo e fazendo samba, não tem mais volta. A vida muda pra sempre. O coração dá um salto. Às vezes a gente chora. Caymmi ri e Caetano nos alcança um lenço. A gente chora no Minhocão, a gente chora na sinaleira à caminho do trabalho, a gente chora sentado no chão da sala num domingo de manhã bebendo café. Bethânia nos lembra que é lindo. Mas não é brincadeira. É luta. A guerra está em todos os cantos, dentro e fora de nós. A eterna busca ao equilíbrio.
Hoje completo 28 anos, um mês e um dia. A lua está fora de curso, estou quietinha com meu chimarrão numa silenciosa manhã de domingo de sol. Ando pensando muito sobre o período de adolescência em que descobri Beatles porque agora, aos 28, descobri a Beatle brazuca, a que começou elétrica e logo depois se entregou aos prazeres da bossa e do carnaval, a Ritinha que tem os dois pés no rock mas toca cuíca com a garganta. Rita, que sabia de muita coisa, menos que havia algo que ela não pudesse fazer. Na verdade, ela sabia que podia fazer tudo. Uma menina em cujos braços uma completa desconhecida largou um bebê onça no aeroporto de Fortaleza. Dentro de uma caixa. No alto dos meus 27 anos, e agora nos meus 28, Rita me ensina que as coisas de fato acontecem. Que se a coisa é boa para nós, não tem como sermos ruins para a coisa. Rita me fez voltar à adolescência, ao período em que alguém falava tanto comigo e só comigo, embaixo do guarda-chuva, meu segredo. Ontem fui e voltei da feira com Rita Lee pendurada no ouvido. Meu riso se expande. Tanto por vir, tanto por conhecer. Santa Rita, o nome do bairro onde morei. Santa Rita, padroeira das ovelhas negras. Você ri mas é verdade. É verdade, mas você ri. E rindo a vida acontece.
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Haiti
Song and Lyrics by Caetano Veloso and Gilberto Gil (1993)
Quando você for convidado // When you’re invited
Pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado // To go up to the gallery of the Jorge Amado House Foundation
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos// To watch from up there the line of soldiers, almost all Black
Dando porrada na nuca de malandros pretos // Beating Black malandros on the back of the neck
De ladrões mulatos // [Beating] mulatto thieves
E outros quase brancos // And other near-Whites
Tratados como pretos// Treated as Blacks
Só pra mostrar aos outros quase pretos// Just to show the other almost Blacks
E são quase todos pretos// And they’re almost all Black
Como é que pretos, pobres e mulatos// How Blacks, the poor, and mulattos
E quase brancos, quase pretos de tão pobres são tratados// And nearly Whites — but so poor they’re almost Black — are treated
E não importa se olhos do mundo inteiro possam // And it doesn’t matter if the eyes of the whole world might
Estar por um momento voltados para o largo // Turn briefly on the Largo [square]
Onde os escravos eram castigados // Where the slaves were beaten [Salvador’s Pelourinho]
E hoje um batuque, um batuque // And today, a batuque, a batuque [drumming circle]
Com a pureza de meninos uniformizados // With the wholesomeness of boys in high-school uniforms
De escola secundária em dia de parada // On parade day
E a grandeza épica de um povo em formação // And the epic greatness of a people in formation
Nos atrai, nos deslumbra e estimula // Attracts, enchants, and animates us
Não importa nada // Nothing makes a difference
Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico // Not the vestige of the mansion, not the lens of Fantástico [very popular Brazilian Sunday night news show in the 1990s]
Nem o disco de Paul Simon // Not the Paul Simon album
Ninguém // No one
Ninguém é cidadão // No one is a citizen
Se você for ver a festa do Pelô’ //If you go to see the party in the Pelô [Pelourinho]
E se você não for // And if you don’t go
Pense no Haiti // Think about Haiti
Reze pelo Haiti// Pray for Haiti
O Haiti é aqui // Haiti is here
O Haiti não é aqui// Haiti is not here
E na TV se você vir um deputado em pânico // And on TV if you see a congressman in poorly vriled
Mal dissimulado // Panic
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo // Before any, but really any
Qualquer, qualquer // Any, any
Plano de educação // Education plan
Que pareça fácil // That might seem easy
Que pareça fácil e rápido // That might seem easy and fast
E vá representar uma ameaça de democratização // And may represent a threat of democratization
Do ensino de primeiro grau // Of elementary instruction
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital // And if that same congressman defends the adoption of the death penalty
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto // And the venerable cardinal says he finds so much spirit in the fetus
E nenhum no marginal // And none in the marginal [blanket designation for poor criminal]
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual // And if, upon running the light, the standard red light
Notar um homem mijando na esquina da rua // You see a man pissing on the street corner
Sobre um saco brilhante de lixo do Leblon// On a shiny bag of garbage from Leblon
E ao ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina // And upon hearing the grinning silence of São Paulo before the massacre
Cento e onze presos indefesos // One hundred and eleven defenseless prisoners
Mas presos são quase todos pretos // But prisoners are almost all Black
Ou quase pretos // Or almost Black
Ou quase brancos, quase pretos de tão pobres // Or nearly White, but so poor they’re almost Black
Pense no Haiti // Think about Haiti
Reze pelo Haiti // Pray for Haiti
O Haiti é aqui // Haiti is here
O Haiti não é aqui // Haiti is not here
E pobres são como podres // And the poor are like the rotten
E todos sabem como se tratam os pretos // And everyone knows how Blacks are treated
E quando você for dar uma volta no Caribe // And when you go take a trip around the Caribbean
E quando for trepar sem camisinha // And when you have sex without a condom
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba // And present your intelligent participation in the embargo of Cuba
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Mateusfazenorock (entrevista)
Por Uirá dos Reis
Dias depois do lançamento de seu disco “Rolê nas Ruínas” (e depois de infinitas audições em looping) decidi chegar junto do Mateus e conversar sobre seu disco, o que me levou a pensar em outras questões que estão presentes no álbum, que é um disco de rock incomum (o que é uma pena, obviamente), livre ao ponto de passear por quantas paisagens e culturas musicais se queira, com melodias por vezes dançantes, as vozes por vezes sacanas e tudo abertamente corpóreo, seja para o sexo, para a festa, para a luta ou para a morte. Rock and Roll. E funk e reggae e MPB: Rock de Favela. Suas letras trazem temas muito sérios que, não obstante me tocam diretamente, como o racismo ou questões de classe. Decidi me convidar para entrevista-lo por e-mail e assim fizemos por algumas semanas – que ele me impôs um hiato profundo até que voltou com a explicação já no título do email da manhã: “Demorei mas mandei. Foi mal a demora, andei introspectivo e com dificuldade em verbalizar as coisas”. Salve, Mateus Fazeno Rock!
Foto da capa de Nay Oliveira e arte de Fluxo Marginal
Ouça “Rolê nas Ruínas”: https://www.youtube.com/playlist?list=PLLNpitdnzc837Er9ofKK2CXLsY3KRnvlf
Percebo que há em seu trabalho um interesse forte na letra. Em todas as suas canções o que é dito através da letra, que resvala na música, nos arranjos e por fim na performance, tem importância declarada. O que entrou primeiro em sua vida, a literatura ou a música?
Passei um tempão refletindo pra responder essa. Precisei ir lá na infância, mas na real com essa pergunta posso pensar em várias fases da minha vida. Se for na infância a música, com certeza a música. Tive várias formas de receber essa arte. Meu avô comprou um violão pra um amigo seu tocar aqui em casa aos domingos e esse violão foi o instrumento que usei pra fazer barulho bem cedo, antes disso teve a bateria de panela também. Mas se formos falar de um processo mais consciente a minha imersão nos saraus lá pra 2008 numa praça aqui perto de casa, me fez exercitar as duas linguagens de forma conjunta. Poesia e música. Se bem que a leitura também foi bem compartilhada na infância pq enquanto eu era criança minha mãe tentava retomar os estudos e passar no vestibular então liamos juntos. Não tenho um pai então muito do meu aprendizado tem a ver com momentos em casa com minha mãe, vó e vô.
O seu projeto tem um nome curioso que aponta pra um estilo musical específico, o rock, e que a partir deste nome seu disco poderia ter sido de muitas maneiras no que diz respeito ao som/sonoridades. Você evoca esse estilo musical – e ele está presente na energia de todas as faixas, certamente – mas não se prende a ele. É bonito isso, porque me parece que você está mais devotado à favela que ao rock, uma vez que existe o funk ali, o rap ali, por vezes a percussão tem mais importância que a guitarra... A atitude do seu álbum, digamos assim, é rock, funk ou rap? Quais elementos dentro dessas três culturas te interessam e influenciam?
O que me interessa nesses três caminhos de música, é que suas essências apontam prás festividades e histórias de um povo em seus territórios. Evocam libertação. Percorrem caminhos contrários aos apontados pelo mundo branco. Aos mesmo tempo é contraditório pq usei no disco como referência o Nirvana/Kurt Cobain, um representante bem branco do mundo do rock que marcou com certeza muito forte meu interesse pela música e pelo som. Mas quis e quero ir mais fundo e sei que fazer rock é muito sobre contar histórias e que existe um mundo imenso submerso por fontes limitadas de informação.
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Seu disco é claramente um disco extra-Regional II. Não me parece que lá alguém faria um disco de rock que não fosse indie em alguma medida, e também acho que jamais olhariam para o funk com tanta intimidade ao ponto de colocar em seu rock elementos do próprio funk brasileiro. Bom, você é um rapaz da Regional VI, do bairro da Sapiranga na periferia de Fortaleza, vizinho da minha amada Messejana, que é de onde venho. Como ter sido criado num bairro da periferia de Fortaleza, com seus sons, morais e ritmos próprios (bem diferentes dos sons, morais e ritmos da classe média), tendo estudado em escola pública de bairro, te afeta como artista e como pessoa sobretudo quando em contato com esses novos círculos sócio-culturais aos quais, suponho, agora te são permitidos o acesso por conta da arte?
Ainda não são meus espaços. Só me sinto bem quando não estou sozinho nos pontos de arte tido como centrais. Agradeço por ter encontrado estima e poder pra pensar sobre meu passado presente futuro e fazer algo com isso. E também por ver hoje vaaarios pivete na Sapiranga fazendo coisas incríveis. Mas também um salve pras que crescero cmg e hoje fazem coisas incríveis por aí, roberta kaya, lelé, mario magno! Não espero estar em relação de dependência com os espaços centrais e espero encontrar meios de sobrevivência a parte desses pactos.
A arte salva?
Não sei. Acho que não. Pelo menos não sozinha ou não da forma que ela é utilizada hoje. Pra eu ficar pelo menos bem preciso de tanta coisa que a arte não dá conta. Um chão, memória, comida, paciência, família. Arte pode caminhar com tudo isso, mas sozinha ela não dá conta.
Gostaria que você me contasse um pouco da história do disco “Rolê nas Ruínas”, que é produzido por Rami (Freitas) e tem presença imensa do Caiô e do Nego Célio. Me conta como isso se foi desenhando, como se foi construindo esse grupo e esse trampo, também me conta como se deu a aproximação com cada pessoa envolvida no trabalho?
Acho que fui entendendo aos poucos o que eu tava fazendo. Em 2017 eu tava pensando em gravar um EP com 5 músicas, de músicas que eu escrevi entre 2016 e 2017. A ideia era um trabalho apenas com vozes e se surgisse algum instrumento, que fosse sutil. No final, a vida foi andando e não rolou. Em 2018 foi que eu comecei a reunir outras músicas que já vinha compondo nesse caminho e pensar o que fazer com elas. Tinha acabado de me conectar com o Caiô e com o Célio. Separadamente, cada um em um contexto. Sendo que, na real, o Caio eu conheço desde 2011 através da Viviane Brasil grande amiga que já trabalhamos juntos no projeto dela. Eu, ela e Roberta. Enfim. Comecei a mostrar as músicas pro Caio, na verdade, já estávamos nessa troca. Fizemos até uma música juntos e íamos gravar. Aí propus da gente criar esse projeto mais voltado pro rock, Não vou dizer o nome rsrs talvez isso seja algo mais à frente. Enfim chegamos a gravar guia de slowmotion e de outra que acabou não entrando quando rolou a cisão. Que tipo, Caio precisava cuidar do outragalera e eu precisava muito fazer isso se não enlouquecia. Então decidi focar apenas em produzir o disco sem pensar em fazer show nem nada disso. Mas aí quando abri o processo na internet foram rolando convites e eu entendi esse movimento como uma parte importante para compreender e evoluir com o que eu tava fazendo, também foi fundamental pra eu conseguir alguma grana que apoiasse de alguma forma a produção, fiz algumas apresentações com cachê 100, 200 que me ajudaram bastante (embora eu tenha tido que trabalhar de mil outras formas pra conseguir custear os processos de produção). Quanto a participação do Caio e do Célio foi bem natural pq paralelo a isso, fizemos um som juntos chamado A guerra entre nós e esse som foi fundante de um espaço/conexão que é pra nós uma base de trabalho, a Espelho Negro. Temos algumas músicas lançadas juntos e outras na gaveta mas muitooo desse processo foi compartilhado com eles, então natural mais que natural eles estarem tão presentes. Porque são presentes na minha vida também. Quanto ao Rami já trabalhamos juntos a cinco anos em vááárias missões. Confio muito nele e o acho incrível e sensível demais e sabia que ele me compreenderia sonoramente, então partiu!
Complementando, não queria deixar de fora Nay nem Arara nem fluxo nem Gustavo Portela nem Eric. Porque todas essas pessoas são importantes pra mim e foram muito importantes para a construção do trabalho mas também fico naquela, de a resposta ser muito longa. Então só agradeço muito que essas pessoas estejam presente, pra além desse trabalho em outros e pra além do trabalho amo e admiro tods.
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Mateus com Eric Lennon e Rami Freitas
Como é você criando? Obcecado? Ou lida de boa com as ideias martelando na cabeça, e faz uma coisa, faz outra, volta, faz de novo, faz algo novo... Como funciona a criação pra você?
Depende muito da fase/etapa ou de como aquilo que tá surgindo mexe comigo. No geral eu to sempre tentando fazer música kkkkk as vezes fico fazendo várias coisas, apenas como exercício de compor, de testar melodias, palavras, ritmos. Acho que as músicas que foram a frente nesse disco, por exemplo; elas me vieram muito ao acaso, no sentido de que só depois que eu faço, eu percebo o quanto aquilo mexeu comigo e me instigou a ficar repetindo. Algumas vieram praticamente inteiras duma veizada só... Do Harlem a Cajazeiras, eu fiz na rua vindo da casa da roberta pra minha (ela mora na rua logo aqui ao lado). Trilha Sonora também foi de uma vezzz. Agora teve música como Missa Negra que eu fiz uns versos numa semana, mandei pra algumas pessoas pra ver se instigavam a terminar comigo ou só mesmo pra trocar ideia. E na repetição aqui em casa é que foram surgindo os outros versos. Acho que também quando faço um versinho que gosto muito de cantar e tocar e mexe comigo, eu fico repetindo mil vezes durante vários dias, mudando a forma, mexendo com ele e aí isso vai se desenhando e evoluindo e ganhando forma. Minha forma de compor mudou muito da adolescência pra cá, as músicas que fazia mais novo, vinham muito de imaginar possíveis situações ou me inspirar em narrativas de livros que lia e hoje acho que as palavras estão pregadas no meu corpo.
Sua presença no palco é muito marcante porque sempre coloca o público numa espécie de deleite afirmativo que é muito bonito. As pessoas costumam estar felizes em te ver, estão emocionadas, agitadas, se reconhecendo em algo que é vigoroso e bonito, e elas sabem disso. E você tem uma extensão vocal acima da média dentre os cantores e uma voz muito linda, mas também é impressionante o seu corpo em cena, porque toda sua expressão é poderosa. Você falou de ter feito CPBT ainda em 2012. Qual a importância da performance no seu trabalho como músico? A atuação te interessa? Já atuou? Se sim, pode falar dessa experiência?
Estudei teatro pelo CPBT 2012 e atualmente faço formação continuada em teatro na Vila das Artes. Me interesso pelo teatro desde 2011 mas as ações que fiz no teatro sempre foram muito pontuais e espaçadas. Não sei exatamente se o que faço no palco com a música tem a ver com o teatro. Porque refletindo aqui me vejo como um ator muito imaturo e destreinado. Acho que o que acontece no show tem muito mais a ver com a minha vontade de estar ali, e quando não consigo colocar minha energia ali por algum bloqueio que eu sinta, saio triste.
A primeira vez que te vi, e já tem uns bons anos, foi na banda Casa de Velho. Eu já era amigo do Marcus e do Rami. Essa foi a primeira banda da qual você participou? Teve algo antes? Você falou dos saraus no seu bairro em 2008, conta um pouco também dessa experiência?
Minha primeira banda foi com 14 anos, mas ficava só ensaiando kkkkk juntando os trocados e indo pra estúdio ruim tocar sem se ouvir kkkkkk ! Depois participei de um projeto chamado Arte no Beco, que surge no contexto desses saraus. Era muito ligado a um movimento político que era ativo no meu bairro na época e nós ensaiávamos na praça e tinha prática de ensinar pra pivetada tocar percussão. Nesse projeto eu passei por todas as funções, percussão, violão. Guitarra, baixo e voz. Depois entrei no CPBT 2012 (Curso Princípios Básicos de Teatro, que acontece no Theatro José de Alencar) e conheci a Viviane Brasil, aí nessa época eu e Roberta Kaya tocamos num projeto pensado pela Vivi. Eram músicas da Vivi, e a gente tinha muito forte nesse projeto o lance de construir arranjos com as 3 vozes. Foi muito importante essa experiência pra mim. Depois segui um tempo experimentando coisas eu e Roberta, chegamos a nos apresentar algumas vezes. Faziamos versões de diversas músicas. Eu gostava muito. Só depois veio a Casa de Vei.
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Foto Nay Oliveira
FAIXA A FAIXA
As letras, por Mateus Fazeno Rock:
1. AS VOZES DA CABEÇA
Sei que não parece uma ligação direta mas me inspirei de alguma forma nos Os Tincoãs pra fazer essa música e por isso também compartilhei com meus amigos. O nome inclusive veio antes de eles fazerem a parte deles, o Caio escreveu primeiro, o manda bala dele vinha logo depois que terminava minha parte e a gente mandou áudio pro Célio, depois fui pra casa do Célio e ele tinha feito a parte dele. É sobre dores e revolta, e fragilidades e nossa saúde física e mental. Aquilo que a gente sente na pele, diretamente na pele.
2.BEMLETINHA/SLOWMOTION
Sentimento de vulnerabilidade na volta pra casa. O que costumam ver sobre meu corpo é que causo medo quando volto a noite. Esteja eu lombrado ou não. Mas o medo é meu e é real, de morrer por tá passando num lugar que eu não devia tá passando, de alguém achar que vou roubar e decidir me espancar, ou de a polícia ficar com raiva por não achar nada nas minhas coisas e começar a me bater (como já aconteceu bem mais de uma vez.)
3.LEGAL LEGAL
A gente costuma ter patrões brancos, contratantes brancos enfim, gente que tem poder e grana, brancos. E por conta disso ficar de alguma forma condicionado às escolhas dessas pessoas e que situações de trabalho ou de estrutura vamos ter. É uma resposta a isso, a alguns desrespeitos que já passei ao longo da vida em trabalhos artísticos ou não. Teve uma situação mt especifica que aconteceu no dia que fiz essa, que inclusive veio de uma vez só (a música). Mas é isso, quem é vai entender.
4.AQUELA ULTRAVIOLÊNCIA
A música é do Caiô, e me vejo nela pela semelhança dos processos de vida e de entendimento das próprias ações e também do que nos sujeitamos quando relacionamos nossa vida e nossas histórias de vida com os playboy. Não vai existir cuidado com nossa saúde e é isso. Desviar.
5. NÉVOA
Não sei muito o que dizer sobre essa. É sobre paixão, sobre momento, sobre encontrar alguém e os mistérios que tem nisso.
6. MELÔDODJAVAN
Essa acho que a letra não deixa dúvidas. Posso tá enganado, obviamente. Mas é muito um pensamento sobre mim, minha voz, meu corpo, as condições que tenho pra trabalhar, minhas inspirações, meus motivos pra continuar ou parar. E gosto do Djavan que surge como adjetivo nessa música.
7. MISSA NEGRA
Ai, poderia escrever muitas coisas sobre essa música. Mas vou resumir. É lazer da favela, da juventude afroindígena urbana favelada. O percurso, as contradições, os conflitos territoriais no encontro de muita gente, o lícito e o proibido. É sobre nosso lazer por si só ser criminalizado. Nossa reunião é criminalizada.
8. DO HARLEM A CAJAZEIRAS
Outra que também que não sei se precisa falar muito. O genocídio, a direção do genocídio, a atualização do genocídio. A precarização e a violência sobre gente preta, gente indígena e favelada. É recorrente mas tratada como casos isolados e não vinculados. Mas estão todas historicamente e estruturalmente ligadas.
9. TRILHA SONORA PARA O FIM DO MUNDO
Essa eu sinceramente não sei explicar muito bem. Ela tem muito a ver com todas as outras. E na minha cabeça é como se fosse uma caminhada, mas não uma caminhada comum, uma caminhada do meu corpo no cosmos, eu penso sobre meu encontro com o mundo branco, os baques, os caminhos de vida e de morte, penso no passado no futuro, no que me acolhe e no que me mata. É isso. É trilha dos vários sentidos da palavra trilha.
Foto Nay Oliveira
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Longa Caminhada em Busca da Superação
O sonho de todo jovem - principalmente aqueles que levam uma vida difícil em comunidades carentes ou nas periferias - ao se apaixonar pelas rimas e pelas batidas do hip hop é escrever as próprias letras, gravar o seu tão cobiçado disco e ser respeitado pelos veteranos. Quando ouvi pela primeira vez os toques iniciais de teclados - seguidos por riffs de guitarra - do rap Lose Yourself, as palavras proferidas na sequência por Eminem na introdução da música pareciam ter um endereço certo: a cognição de um rapaz batalhador e cheio de ideias na cabeça (eu). O autor dos versos, Marshall Mathers, parecia me interrogar ao dizer: "Olha, se você tivesse uma chance ou uma oportunidade para ter tudo o que você sempre quis... em um momento, você pegaria ou deixaria escapar?". O chamado musical foi a ponte que me conectou ao filme 8 Mile - Rua Das Ilusões (2002), um drama que tem a pulsação e o ritmo de um coração suburbano que bate ponto todos os dias, cumpre seu dever e no fim do expediente só quer curtir um som e se divertir - identificação imediata a partir das imagens de um trailer de cinema. Em 2003 (ano de lançamento no Brasil), a experiência que tive ao assistir o longa-metragem foi impactante, pois até então eu nunca tinha visto algo parecido na tela grande: a história de um rapaz pobre, vivendo em meio às dificuldades e o preconceito (seja qual for), que alimenta o desejo de mudar sua condição através da música rap, mas tendo de enfrentar a rivalidade das batalhas de rimas, a hostilidade dos desafetos e o medo do fracasso. Dirigido por Curtis Hanson e escrito por Scott Silver, 8 Mile é parcialmente inspirado na vida do próprio Eminem que tinha uma relação familiar conturbada e - antes de alcançar o sucesso na indústria fonográfica com a ajuda do produtor Dr. Dre - ele era o que o competitivo american way of life (modo de vida americano) rotula como loser (perdedor, um zero à esquerda). Segundo o diretor, quando recebeu a proposta para realizar o filme, seu interesse era despir o artista de seu alter ego musical Slim Shady e focar no Marshall como pessoa, em sua verdadeira essência, em sua maneira de encarar a dura realidade das coisas, sentimentos, emoções, etc. Antes do início das filmagens, Mathers passou seis semanas ensaiando com Hanson a dramaticidade necessária que deveria ser aplicada ao personagem principal e para a surpresa de todos... o rapper surpreendeu como ator; um outro fato interessante é que Lose Yourself ganhou um Oscar de melhor canção, composta por Eminem, Jeff Bass e Luis Resto (isso mesmo, uma composição fora dos padrões tradicionais que normalmente são indicados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas!!!).
O cenário da trama é Warren, subúrbio de Detroit (Michigan - E.U.A.), esta que é uma cidade industrial famosa por sua produção automobilística, sede da GM e da Ford e que já tinha sido retratada em RoboCop (1987) como um lugar de futuro decadente prestes a ser revitalizado. 8 Mile (ouça a música-tema) se passa no segundo ano da década de 2000 cujo índice real de desemprego lá era de 4,5%, época em que começava o êxodo de pessoas, o declínio da fabricação de carros naquela região e gradualmente as montadoras foram perdendo força de mercado, transferindo-se para outros países. Jimmy "B-Rabbit" Smith (interpretado por Eminem) é um metalúrgico que vive com a mãe (interpretada por Kim Basinger) e a querida irmãzinha numa motocasa e - na ausência da figura paterna - trabalha duro para sustentar o lar, além disso tem problemas com sua progenitora que namora justamente um ex-colega de escola do filho. Nas horas vagas, ele é um rimador tentando construir com as ferramentas disponíveis (ideias, caneta, papel e sua voz) a oportunidade de mudar a sua realidade. Após se inscrever num concurso de improvisação, Rabbit trava de tanto nervosismo logo no início da competição e desce do palco vaiado pela plateia. No concorrido jogo do rap, o jovem branco é apoiado por seus amigos negros a fim de superar seus medos e tocar a carreira pra frente.
Um dos momentos mais divertidos e descontraídos do filme é quando Rabbit e seu amigo David “Future” Porter (interpretado por Mecki Phifer) estão consertando um carro em frente de casa e no rádio começa a tocar Sweet Home Alabama, clássico da banda de rock Lynyrd Skyrnyd, nesse momento o papo entre os dois evolui para um freestyle rap inspirado pelo ritmo da música. Uma cena bonita que ilustra a amizade entre um jovem branco e um jovem negro vivendo a mesma realidade árdua na quebrada periférica de um país desenvolvido. O título do filme é uma referência à estrada homônima que passa por sete bairros do subúrbio de Detroit (no qual Marshall Mathers morou na juventude) e que de certa forma representa a longa caminhada empreendida pelos trabalhadores em sua jornada diária por uma vida digna - o que não é diferente do lugar que eu ou você vive, onde as pessoas acordam cedo e seguem a via expressa para ganhar seu pão de cada dia num grande centro populacional. Vale a pena conferir a película!
Por: Gusnob DesSaints.
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Ela toda de Black veio bem slow Nog puxou no Rap, eu no R&B flow Hoje uma pá de mano cola nos shows Mas quem tava lá quando tudo começou? E eu lembro bem era 2010, sem Nike nos pés E eu só querendo chegar Sem cartões de quartos de hotéis, minas infiéis E malucas querendo me dar Quem tava lá? Olhei aqui na foto, cê não tava lá Por que hoje cê pensa em se aproximar Oh ow, quer colar comigo por que sabe bem que eu sou Te peguei no erro Oh ow, era só mais uma puta disfarçada "Eu quero o mundo" tipo Scarface, entende a pegada? "Say hello to my little friend" Mais um foda-se bem alto, eu me viro no game Eu tô bem! Chamei o Costa Gold pra colar e... (vish, fi!) Lotto veio com um beat que era sacanagem Então escuta o som e aproveita a viagem Só não vai achando que é só massagem O Rap tá virando piquenique De filha da puta, buceta e de brinde sífilis Difícil quem recusa no fim da striptease É triste ter DST, não esquece que existe HIV O pior é que eu vi MC que tá afim de me imitar E não vai dar mesmo que cê force sua voice Agora eu entendi que a moda agora é isso aqui Querem saber até que escola atendi E esse pessoal, me irrita, não tem igual minha rima Salve Brown, Marechal, mais real, me inspira E ainda essa mina me liga Quer meu pau, e meu mal, sou real A minha sem brisa (Por quê?) Isso é mais que lazer, quem vai me dizer? Se eu não sei fazer essa porra, então quem sabe fazer? Então vai se fuder Se não dá pra você é porque o Rap não é só festa E o mic é pra quem nasce pra ser E eu olhei pra cara dela e ela disse "ow" "Você que é o Predella?" Eu disse: Eu sou! "Então me dá uma prova" Vai lá na casa de Rap dos mais avançados Pergunta no palco quem toma de assalto sempre com esse flow E eu fiz um gol de placa Desde 2008 eu e os doido em casa Em 2012 o Gold veio sim Vim no meio e fiz MC ser bem menos do que eles pensava Para! Sabe, lek. Track Muita cultura de Rap, a rua é serena mano E os mente pequena vira betty boop, loop O lotto no pad, o toque do truco O troco do cheque, mas se o assunto é hip hop Chama o Predella que o louco se perde E o Phill insiste em falar do Costa na internet Enquanto minha entrevista tem mais views que todos seus discos de rap Sem facebook ou instanerd A rua é só pra homem ô muleque Nem começou o ano ainda e já lançamos 20 track Predella trouxe o marrom e o Luccas Carlos vem no dab Chama o Snoop Dogg, Nog, Eminem era um muleque E isso é pelo Damassa, pelo rap, chefe Um só, neguin Vagabundo não esperava essa não Vamos voltar a realidade Costa Gold Me diz quem tava lá? Sabadão pela LAPA no papo de rap Na porta do bar com os muleke, de cap Nas métrica loka de pré Quinto Andar Aqueles verso de amor e toda fé que ia dar certo Ia na festa encontrar, perguntar Comentar: "não tá fácil ter que trabalhar de barman pra empatar" Canetar só quando hora vagar E se essa Porra virar... mesmo assim vai ter quem vai falar? ZOEIRA! Eu era DJ e porteiro lá Virava os UNDER mais sujo, até acenderem a luz e mandarem eu parar. "Bora, Marecha? Tenho que fechar o bar!" Bacon vomitou no banheiro eu tinha que lavar Depois disso ainda sem dormir partia pra praia pra entregar flyer, rapá 99 eu novinho tipo NOG, queria logo viver disso aqui Marcava show sem nem ter som, mandava um refrão E meia hora de free... Era ruim, mas evolui... Até que 2003 ganhei 6 Batalha do Real seguida E sai invicto da Liga dos MC's Pode perguntar pro Aori Boomshot Desde 2004 sua mina gosta de ouvir 2005 (Só os fortes) mercado central comendo abacaxi 2006 mandei tomar no cu, bati nos MCs abusado que gosta de mentir Só com 16 fiz eles desistir Toma! Admito que me arrependi, parei pra refletir Meditei dia inteiro entendi investi em poder do agora, presente... Faço minhas próprias roupas, minhas próprias base Minhas próprias frases, sou meu próprio agente Faço os irmão sentir o que é ser espírito independente 2000 e sempre, batalha do conhecimento Lembro Predellinha pivetinho ali com a gente no acontecimento pro crescimento da semente que entende que o hip hop é onde as pessoas se conhecem pela mente que se desprende pra ir à frente do seu tempo... Viagem: 2008 2009: Rimanescência, Imagens 2010: A Guerra neguin 2011: Griot Som consagrou o que chamam Rep de mensagem e meu respeito é pela coerência entre o que eu escrevo e o que eu sou Bate cabeça igual da antiga 2012, mantive erguida Criei Projeto Livrar pra tirar os menor do 12 pra dar uma lida 2013, somos um só com Projota em Curitiba Freestyle brabo, lágrimas de verdade Essa porra é minha vida!! 2014, O Hip Hop é foda Rael, Emicida, Mestre KL Jay B-Boy Pelezinho e beat box Fernadinho 15, o tempo passou, Sant Música não deixa eu mentir Os verdadeiro ainda sabe de onde eu vim Sem me vender, sem ter CD Sem me exceder, nem acender THC pra aparecer Sem querer ser interesseiro ou querer crescer Sem merecer, sucedi sem ter nem ir em TV Meu saber sobre o silêncio Sabe ler se cê trai REP pra ser... tem que nascer, cês são Bebê Respeita o pai, carai Rimo com muita fome, muita fome! Por que quem tava lá sabe, nem microfone nóiz tinha Talento e mídia? (Han) Cada um mostra o que tem nas linha MC Marechal, Um Só Caminho Só vou parar porque a porra da música não é minha Fui Ela toda de Black veio bem slow Nog puxou no Rap, eu no R&B flow Hoje uma pá de mano cola nos shows Mas quem tava lá quando tudo começou?
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Infância Fraterna: Encrencas e Alegrias Na infância, rusguinhas entre manas são um tanto frequentes. E, tratando diretamente do meu relacionamento com a Tritri, de vez em quando, os motivos mais banais já faziam eclodir atritos. Outras vezes, a gente bancava as precoces, em acirradas desavenças por política... Tudo porque o meu candidato era adversário do dela, e nós, as duas pirralhas, os defendíamos pra valer! Bem... Hoje já posso confessar... Paty é que estava certa! E as maneiras de resolver as diferenças eram por vezes as mais inusitadas, por exemplo: Paty tinha um jeito peculiar de me combater... Me dando vassouradas! Ela, pequenininha, vinha segurando a vassoura pelo cabo, correndo meio desequilibrando... Vez por outra, também fazia uso de sandálias Havaianas para me bater! E eu não podia revidar! Por ser a irmã mais velha, tinha que me controlar! Mas, depois de um tempo que a gente tinha feito as pazes, eu pegava um tomate-cereja na plantação da nossa casa, lavava, deixava meio úmido, o enrolava em um monte de açúcar refinado e entregava à ela dizendo que era um doce... Rsrsrs, ela caiu nessa armadilha inúmeras vezes! E fazia um monte de caretas quando percebia que, na verdade, não era uma guloseima... Era vingancinha na época... Mas, hoje em dia, acredito que ela pode até mesmo me agradecer... É coisa fit, chique, de baixa caloria! A única televisão da casa também era motivo de disputas quando nenhum adulto estava aproveitando suas atrações. Nos dias úteis, a encrenca entre eu e minha mana, por esse motivo, acontecia quase sempre por volta do meio-dia e meia, que era o horário em que eu chegava da escola e ela estava se preparando para ir para o colégio dela, rsrsrs. Nesse meio-tempo, ela queria que eu brincasse com ela, mas eu pretendia assistir meus programas preferidos (Agora, escrevendo essa matéria, estou me sentindo uma ogra! Paty só queria brincar comigo, o que significa que desde então já gostava da minha companhia. E eu brigando com ela! Desculpa, Tritri!) ! Então, eu ligava a TV e ela desligava! Repetíamos esse processo uma centena de vezes. Vale salientar que nosso aparelho na época não contava com controle remoto. Era daquele tipo que, para ligar, a gente puxa um botão, e para trocar de canal, a gente tem que ficar girando o mesmo botão. Estou revelando isso para que vocês tenham a exata percepção dos danos que esse nosso ato acarretava à coitada da TV! Essa sofrência ficava ainda mais conflituosa quando a gente tinha todo o tempo do mundo para desfrutar da presença uma da outra e da TV. Por exemplo, eu era público fiel do Cine Trash, e Paty não curtia tanto como eu. Às vezes ela ficava mais incomodada do que o habitual, o que era somado com a vontade que ela tinha de ver desenhos animados que, para minha desgraça, eram exibidos no mesmo horário dos filmes que eu planejava ver. Então, quando nossa disputa verbal não convencia nenhuma de nós a assistir junto ou pelo menos deixar a outra assistir o que a interessava... A gente "partia para a ignorância" (Nossa! Que sensação estranha, escrever e ler essas coisas sobre minha vida! Já estou começando a acreditar que eu não presto, rsrsrsrs!) , corria até a TV (Acho que a televisão devia chorar por dentro nessas horas, vendo a gente indo na direção dela! Pois já sabia a sessão de tortura que ia precisar enfrentar!) e... A primeira que chegava segurava o botão, e, a segunda, segurava o botão também, tentando vencer a mão da primeira! Ele não parava de rodar, fazendo uma barulhada daquelas... Crácrácrácrácrá! Mas, chegou o dia em que, durante essa loucura, algo aconteceu e mudou nossa atitude para sempre quanto a isso! Nessa "rodagem" prolongada do tal botão, ele se soltou! E a gente não soube colocar de volta! Então nos entreolhamos, em acordo silencioso deixamos o botão em cima da TV e saímos quietinhas para brincar em paz no quintal... Assim, como se nada houvesse acontecido! Ao final da tarde, levamos uma bronca daquelas! Tivemos sorte, pois acabamos descobrindo que o botão só tinha se desencaixado! Mas daquele dia em diante, nunca mais disputamos poder através da TV! Por conta de ocorrências assim, é que eu e Paty não acreditávamos se algum adulto afirmava que, quando a gente crescesse mais um pouco, nos tornaríamos as melhores amigas, inseparáveis defensoras uma da outra! Mas vejam só... Aconteceu mesmo! Somos unidas para enfrentar perigos até quando estamos desacordadas! Vou explicar... Certa vez, ambas estávamos dormindo e lembro que eu estava tendo um pesadelo, quando, de repente, a Paty me acordou, o que me possibilitou escapar da situação! Ela disse que eu estava falando meio alto, o que a fez despertar. Então, eu revelei o porquê do meu comportamento, e ela, surpreendentemente, me disse que também estava tendo um "sonho" turbulento, e que só acordou quando me ouviu falando sozinha! Ou seja, livramos uma à outra de um momento desagradável, mesmo sem saber o que se passava! A nossa vida fraternal não era feita só de guerrinhas... Também formávamos uma bela dupla para brincar! Íamos treinar andar de bike na praça da principal igreja da cidade. Tal espaço estava longe de ser o mais adequado para isso, não contava com retões e era apinhado de canteiros um tanto altos onde ficavam palmeiras... Então, tínhamos que ter juízo, nos aperfeiçoar na execução das curvas. Eu não apreciava isso! Quando tinha que contornar os canteiros, fazia de forma tão devagar, que certa vez até caí em cima de um deles em câmera lenta! Perfeito era aos domingos! Quando a rua que ia em direção ao Banco, longa e só com alguns quebra-molas, ficava super deserta e proporcionava acelerar a bike ao máximo! Agora vocês entendem ainda mais porque acho triste o filme "Cidade dos Anjos" ... É isso aí! Digamos que eu tenho essa mania em comum com a protagonista... Voar de bike! Era interessante e mais seguro praticar com a bike na praça da biblioteca. O problema, é que ela ficava um tanto distante da minha casa, e aí nem sempre era prático ir lá! E aviso para quem estiver me considerando a doida da bike... Você ainda não está sabendo quem da minha família foi que aprontou feio sobre duas rodas! Adivinhe! Ela mesma! A Tritri! Um dia, resolveu descer uma ladeira bem íngreme, a rua era de terra e repleta de pedras soltas. Estava tudo tranquilo, quando, de repente, ela começou a ganhar velocidade e oscilar, pois a bike estava derrapando! Por estar nervosa, ela não conseguia parar, ficava chorando e gritando: "Gente, freia para mim!" . E para nosso desespero, lá embaixo, ao final da descida, tinha um muro! Nosso pai, que também estava de bike, para evitar uma colisão terrível, emparelhou com ela e se jogou com bike e tudo ao seu encontro. Os dois caíram em um matagal que ficava às margens da rua. Em meio a isso, uma moça se aproximou, em pânico com a cena, enquanto o cachorrinho dela, um Poodle, se colocou a latir sem parar e tentou atacá-los! Pelo menos não sofreram nenhum dano físico grave... Só alguns esfolados feinhos! Mas, criança que não "beijou" o chão de vez em quando, não pertenceu aos anos 80/90! Aliás, muitas crianças de hoje em dia são nota mil se comparadas com algumas da minha geração! Dia desses, vi uma menininha de uns quatro anos com uma atitude encantadora... Paty e eu estávamos em frente à vitrine de uma loja de brinquedos, quando ela chegou acompanhada por sua mãe... Ficou olhando uma LOL por uns minutos e sussurrou para ela: "Já viu, mãe? É essa que as minhas amigas tem! Compra uma?" e a mãe explicou com calma: "Outro dia, filha. Lembra que eu te falei que hoje a gente só ia ver coisa séria?" , a menina então assentiu e seguiu seu caminho serenamente! Uau! Um anjo! Sinceramente, vejo nisso um exemplo de maturidade! Ainda mais com o apelo que essa boneca exerce não somente sobre as crianças... Todo mundo considera elas fofinhas... Talvez por seu jeito vintage! Eu, por exemplo, já fiz a Paty me prometer que qualquer dia desses me presenteará com uma delas. Considero interessante essa proposta de não ter como escolher exatamente o modelo da bonequinha. Fico imaginando qual será a minha! Todas são fabulosas! Mas confesso que uma é a minha preferida... A que parece com Audrey Hepburn! Amo cinema e sou fã dessa atriz! E, por isso mesmo, sei que deve ser uma das mais difíceis de se encontrar entre os tantos tipos de LOL disponíveis. Porém, é preciso voltar ao assunto... Paty e eu, em compensação, quando pequenininhas já chegamos a cair chorando na poeira dos pisos das lojas por causa de brinquedos bem mais sem graça, rsrs. Atitude vergonhosa, eu sei! E um desses ataques, no caso da Paty, foi por algo, a meu ver, extremamente inexpressivo... Cuja beleza e utilidade só ela devia reconhecer na época... Um pequenino robô de plástico prateado, que não mexia braços nem pernas e parecia pintado com uma tinta de baixa qualidade! Seguindo mais um pouco em meu relato sobre o dia a dia em uma cidade pequena... Lá tínhamos eventos maiores, sim, mas eram poucos... E ocorriam prioritariamente ao ar livre, exemplificando... Aniversário da cidade, chegada de parque de diversões (Uau! Eu adorava aquele disco gigante em que as pessoas ficavam sentadas enquanto ele girava ao som de hits! De vez em quando, um "passageiro" mais ousado arriscava sair da borda do brinquedo, ir até o centro do disco correndo e fazer coreografias!) , festejos carnavalescos e festa junina... Essa também era muito boa! Dava uma vontade irresistível de deixar um pouquinho da mesada em cada barraquinha de quitutes! Sem falar nas brincadeiras! Amo Pescaria! Era rainha em matéria de ganhar kits de maquiagem infantil! Ah, e se uma das barraquinhas estivesse momentaneamente abandonada, rapidamente era invadida por minha gang, rsrsrs! A criançada ia chegando com seus brinquedos, às vezes com animais de estimação e ia se reunindo ali... Até lanche a gente compartilhava! Mas não se preocupem... A gente desocupava prontamente quando o real dono do espaço chegava! Em uma ou outra dessas festas se providenciava um pula-pula (Aquele totalmente fechado, inflável) ... Eu achava o máximo (Ainda adoro! Mas, além de hoje em dia ser um tanto raro encontrar um assim, acredito que ficaria complicado para a minha pessoa poder brincar, pois provavelmente é voltado somente ao público infantil) ! Durante uma festa, entrei com minha irmã num desses pula-pulas, como sempre, sob a orientação do meu pai de que, por eu ser a irmã mais velha, devia cuidar dela com muita responsabilidade... E a bem da verdade, apesar das nossas briguinhas de irmãs, sempre gostei de contar com ela a meu lado, para brincar então... Mais ainda! Dessa vez, a coisa foi ainda mais descontrolada do que já é a realidade de um pula-pula... Primeiro: O brinquedo estava praticamente lotado... Segundo: As crianças não estavam somente saltando, algumas estavam brincando de caratê, capoeira... E... Terceiro: Tive a que, para mim, foi a visão mais assustadora... Paty se afastou e ficou caída no meio do pula-pula, cercada de gente que estava se arremessando em voadoras! Conforme o pessoal quicava, ela era lançada para cima, e já estava começando a chorar, pedir para eu tirar ela dali... Então (Até hoje me sinto uma heroína por isso, rsrsrs) fiquei tão preocupada de vê-la naquela situação, que driblei minha vontade de ficar me jogando, atravessei o mar de pernas e braços que se projetava em meu caminho, levantei ela e saímos dali. Ou seja, como podem notar, esses festejos eram ocasiões sempre muito aguardadas e que rendiam conversas por longo período! Porque realmente revolucionavam com alegria o cotidiano do povo! Assim era (Conforme a minha vivência!) grande parte dos anos 80/90 de raiz! Excelência, superação, no mundo, na arte... A Era que nunca vai desbotar... Pois segue, torna-se história e continua viva, sendo parte do coração da gente! Aprecio tanto esses tempos que nem sei se isso ocorre por eles pertencerem à minha infância e adolescência (Reza a Filosofia, que cada pessoa vai dizer que os anos que marcaram esses períodos de suas vidas, foram os melhores de todos os milênios!) ou se todas as pessoas que passaram por essa época concordam com essa visão de beleza! Bons tempos, com certeza!... Ou, melhor ainda, Sublimes! Como também eram as brincadeiras com a turma da vizinhança, na rua em frente à nossa casa! Ficávamos ali até meia-noite... Alternando entre elástico, pique alto, estátua, adedanha, pique corrente... Rsrsrs, era tenso quando a "corrente" vinha cercando a gente, kkkk! E para finalizar, compartilho com vocês uma de nossas brincadeiras domésticas preferidas... Que era administrar nossa imaginária lojinha de doces por encomenda! Tudo lindo, organizado... Pelo menos era a nossa intenção! Todo dia, após seu trabalho, a caminho de casa, nosso pai ia em um mercado, comprava alguns doces e trazia para presentear a gente! E aí a diversão ficava ainda mais especial, pois a gente inseria eles no contexto... A Paty "adquiria" minhas guloseimas e vice-versa! O problema era quando deixávamos tudo nas mãos das nossas amigas, também imaginárias, Lidiane, Esmeralda e Sofia! Eram as atendentes da loja! Rsrsrs! Elas viviam cometendo errinhos nas vendas e por vezes implicavam umas com as outras. Choviam telefonemas de clientes insatisfeitas com as atitudes delas, que, por qualquer coisa, desacatavam as freguesas. O pior, era a ausência de comando que eu e a Paty tínhamos para com as meninas... Aprontavam de tudo e a gente ficava com pena de demitir! O prejuízo era grande, mas, por mais espantoso que pareça, nunca íamos à falência! 08/08/2018 Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere) Com Patrícia Lettiere ( http://patricialettierepintandonopedaco.tumblr.com )
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Marcelo D2 e Luiza Machado querem resgatar o orgulho de ser carioca
Eu não nasci no Rio mas moro na cidade desde os 17 anos, então hoje já vivo aqui há mais tempo do que vivi em qualquer outro lugar no mundo e me sinto carioquíssima. “Me orgulho de ser carioca, me orgulho de ser brasileiro”, esses versos não são meus, embora – se eu soubesse versar – poderiam ser. São de Marcelo D2 na música “1967”, de seu primeiro disco solo, Eu Tiro É Onda (1998).
Vinte e três anos depois do lançamento da faixa, as mazelas do Rio de Janeiro não mudaram muito. Politicamente a cidade é um desastre. Pensar que boa parte do totalitarismo que tomou de assalto o governo federal é cria nossa, dá muita tristeza. Mas vale lembrar que o Rio também é a cidade mais cantada em verso e prosa por artistas (talvez perca, somente, para Nova York) e apesar do caos social continua maravilhosa.
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Rio de Janeiro / Bem BoladoYasmin Nascimento/Divulgação
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Difícil conhecer um carioca que troque o Rio por qualquer outro lugar do mundo, de livre e espontânea vontade. Eu até conheço alguns que trocaram, mas todos voltariam correndo pra cá se conseguissem bons empregos por aqui. Eu mesma já ensaiei três saídas definitivas e nunca consegui sair de vez. E acho que nunca vou conseguir. Toda vez que estou a um passo da mudança, lembro dos shows no Circo Voador, das rodas de samba do Samba do Trabalhador, da mureta da Urca, dos botecos do Largo de São Francisco, do Museu de Arte Moderna no Aterro, do Parque Lage, das cachoeiras do Horto, do pôr do sol no Arpoador, das quadras das escolas de samba, do Carnaval de rua, dos mergulhos na praia da Urca, da feijoada em Santa Teresa, dos jogos do Flamengo no Maracanã, do Morro Dois Irmãos, do chope gelado do BG e aí eu dou outra chance. Sim, o Rio é aquele boy lixo que a gente sabe que, mais cedo ou mais tarde, vai vacilar outra vez mas por ser gostoso, a gente releva.
E é essa dicotomia intrínseca do Rio que é retratada na campanha da Bem Bolado Brasil que chega hoje as redes e as ruas sob o olhar da produtora Pupila Dilatada, de Marcelo D2 e Luiza Machado. O casal preparou um grande filme composto por diversos mini clipes que funcionam sozinhos também. “Existem vários Rios de Janeiro, da Zona Sul a Zona Norte, cada cantinho dessa cidade conta uma história. A que eu vou contar para vocês é o Rio Bem Bolado. Esse Rio da sagacidade carioca, da boemia da Lapa, das rodas de samba e muito Carnaval de rua. Do povo que anda sorrindo debaixo de suas máscaras, que não perde a esperança por um futuro melhor até quando o presente pesa”, explica Marcelo D2. “Cada vez que eu ando por suas ruas me apaixono ainda mais por essa cidade. Já reparou que todo mundo no Rio de Janeiro se conhece?”, brinca o rapper e diretor.
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Taí uma verdade. Carioca se conhece. Ou melhor, se reconhece. E acho esse reconhecimento bonito. Ninguém pode falar mal do Rio, só nós.
No filme dirigido por Marcelo e Luiza, imagens de um Rio apaixonante. Mercadão de Madureira, trilho do trem, Morro da Conceição, bondinho de Santa Teresa, Morro dos Prazeres, Museu do Amanhã e muita arte de rua.
A campanha rola durante boa parte do mês de abril e visa resgatar o orgulho genuíno de ser carioca. Mas também promove o lançamento da seda de Marcelo D2, espalha lambe-lambes ilustrados pelas ruas da cidade e prepara uma projeção artística com VJ show numa empena localizada na frente do Cristor Redentor, transmitida do bairro do Humaitá.
A Bem Bolado é uma empresa acostumada a transformar ideias inovadoras em realidade. Num momento como este, é importante falar de empresas que se unem a artistas que têm o que dizer. “Diante de tantas notícias desanimadoras e da situação do nosso país, pensamos que é o momento para tentar resgatar o orgulho de ser brasileiro. Orgulho que a gente já não sente faz tempo. Vivemos em um dos países mais lindos do mundo, o Rio de Janeiro é nosso cartão postal e diante de tanta coisa ruim, a gente nem se lembra disso. Eu vejo essa campanha como um presente para o brasileiro, principalmente para o carioca”, acredita Fabrício Penafiel, diretor de marketing da Bem Bolado.
Num país que criminaliza tanto a cultura, a responsabilidade social de empresas é ainda maior e a Bem Bolado mostra que é possível continuar vendendo seus produtos sem deixar de promover relações sustentáveis entre arte e economia. Belo exemplo.
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Conheça mais de @tsu_sasha!
NOME: Sasha Lyn USER DO TWITTER: tsu_sasha DATA DE NASCIMENTO / IDADE: 13 de Novembro de 1993 / 27 anos. GÊNERO: Feminino. NACIONALIDADE: Americana. ETNIA: Mista; meio oriental, meio branca. OCUPAÇÃO: Empresária
Turista em Shuiro desde o começo de Julho de 2020.
PERSONALIDADE
A louca dos brechó-chique e tatuagem de chiclete, uma escorpiana que morde e assopra, com ascendente em gêmeos e que parece ter o dobro de língua — pra tirar foto, pra falar pelos cotovelos, pra beijar na boca e outras cositas más.
Sasha que não é Grey mas ja faturou seis dígitos no OnlyFans e não gosta muito de café puro, mas brinda com tudo e todos, porque adora conhecer gente nova, se meter em rolês aleatórios e ter mais histórias pra contar.
Se eu te disser que ela tem uma fundação que ajuda meninas a programar, você acredita?
PASSADO
Olhando pro glamour todo de hoje nem parece que Sasha é cria de Tsushima, que ralou os joelhos todos trepando em árvore e tirando teco do dedo do pé nas pedras pra pular pelada na praia. Mas ela é. Desde pequenininha causando com as tias velhotas da rua dela.
Lyn era bem molequenta, tinha fama de espevitada por culpa do pai que passava pano pras artes da filhotinha linda dele. Um moço solteiro e bem quisto, que trabalhava na prefeitura num cargo importante e morava num casarão com piscina e tudo. A mamãe tinha ficado na Califórnia, dizem por ai, vai ver foi de lá que o jeitinho todo especial da menina que vivia com chiclete velho na boca e all star surrado no pé tinha vindo.
O que salvava é que ela mandava muito bem na escola. Assim as vizinhas chiliquentas tinham que dobrar a língua pra falar dela. Não foi a toa que ela foi parar no MIT, com um cabeção desses.
PRESENTE
Faz pouco tempo que o nome de Sasha saiu na Forbes Under 30 por um projeto fintech dela que faturou zilhões, mas desde que o que papai foi descansar no céu e a vida foi tomando um rumo diferente, Sasha ficou uma cota sem pisar em Tsushima - que sempre tava no roteiro das férias de verão, desde a adolescência. Ela precisou organizar as coisas no coraçãozinho pra finalmente fazer as pazes com o luto e se sentir em casa de novo na ilha.
Processos, né, nem todo o dinheiro do mundo paga a conta da saudade, mas depois de um bom descanso e uma dose de coragem com gin e romã, ela decidiu que era hora de voltar as raízes e curtir a casinha onde foi bem feliz com o pai, agora na companhia de seu novo amor: Ralph. Um peludinho com olhos caídos e patas fedorentas que é uma fofura que só.
FUTURO
Tá bem seguro, viu, o suficiente pra ela tirar uns dez anos sem trabalhar, mas Sasha tá bem mais interessada em se perder nas dúvidas mortais tipo qual sabor de picolé chupar debaixo de um dia de sol ou que disco é o melhor pra ouvir fazendo um amorzinho em dia de chuva do que com o que ela tem planejado pro futuro.
Ela tava meio cansada, sabe. Precisando mesmo é de uns dias tomando banho de lua com umas novas amizades e uns bons drinks, uma boa massagem nos pés e uns beijinhos encoxados nos becos e ruelas pra onde ela costumava correr no pique-esconde uns anos atrás.
Cê sabe, aproveitar a vida enquanto ainda tem saúde e uma pele boa pra encostar em quem gosta de carinho e quem rir junto com ela.
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Tendências heterossexuais e panromanticas; TEMAS DE INTERESSE: Angst; Crack; Fluff; General; Romance; Smut. FACECLAIM: Lyn Hersh.
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