#curta goiano
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pirapopnoticias · 1 year ago
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pipocacompequi · 6 years ago
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[SESSÃO CRÍTICA] Absair Weston faz ficção científica no cerrado goiano em "O Jardim das Pedras"
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Já imaginou se um dia a nave de Barbarella fosse parar em Tatooine, terra natal de Luke Skywalker, de Star Wars? Pois assim que "O Jardim das Pedras", de Absair Weston (Weston Filmes), mostra a sua cara, já temos a familiar sensação de conhecer aquele cenário. 
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Sinopse: Em um futuro distópico pós-apocalíptico, uma sangrenta guerra civil, motivada por interesses políticos, separa os estados brasileiros em varias nações. Goiás tornou-se uma República Parlamentarista, e vive um cenário de pesadelo, a pior seca de sua historia. 
Personagens instigantes, com roupas excêntricas e aparelhos tecnologicamente estranhos estão por todos os lados. Ambientes áridos, comportamentos inesperados, ausência de comunicação. Tudo denota uma época completamente diferente da que vivemos. O que num primeiro momento alguém pode não notar é que, Raquel - a exploradora interpretada de forma muito competente por Priscila Weston - está no Brasil! E sua missão é buscar água num ambiente completamente inóspito. 
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Trazendo uma mensagem preocupada com o meio ambiente e curtido em um ar visivelmente retrô - seja pela estética de roupas e aparelhos, seja pela forma de filmar, com uma câmera que privilegia planos abertos fixos, cores ancoradas no marrom e vermelho das paisagens e a ausência preponderante de trilha sonora - Absair mantém de forma invejável, a coerência de sua proposta, ao mesmo tempo em que fisga o espectador. A única coisa que não consegue, é matar a vontade de acompanhar mais aventuras de Raquel!
Conversamos com o diretor Absair Weston sobre sua recente produção, vencedora dos prêmios de Melhor Atriz, Melhor Som e Melhor Curta-metragem de Ficção no  8º Anápolis Festival de Cinema (AFC).
Entrevista – Absair Weston
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Pipoca com Pequi: Apesar de ser um gênero muitíssimo pouco explorado em Goiás, já vimos relances de "O Jardim das Pedras" em vários outros lugares da cultura pop - seja no cinema, nos quadrinhos ou mesmo na música. Quais suas principais influências ao produzir esse curta?
Absair Weston: Acho que as principais influências sofridas nos filmes, vai desde Mad Max (George Miller), Star Wars (George Lucas), Blade Runner (Ridrey Scott), até Stalker de (Andrei Tarkovski).
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O ator Alex Amaral como Ze Baha, personagem de "Antropoceno".
Pipoca com Pequi: Existe uma preocupação na obra relativamente ao meio ambiente, à gestão dos recursos hídricos e até ao futuro da raça humana. A intenção era produzir um filme que militasse explicitamente nessa área?
Absair Weston: O Roteiro do curta-metragem “O Jardim das Pedras”, nasceu a partir de uma reportagem que li em 2014, sobre a importância do Bioma Cerrado para o Brasil. Comecei imaginar um personagem em um futuro próximo caminhando pelo Cerrado devastado à procura de água, portanto essa era a ideia primária. Mas na sequência, vamos abordar outros temas como, religião, direitos humanos, guerra e as dimensões de uma nova raça.
Pipoca com Pequi: Há notícias de que você está produzindo um longa, "Antropoceno", baseado nesse universo de "O Jardim das Pedras". Podemos esperar mais aventuras de Raquel no longa? Qual a relação dele com o curta?
Absair Weston: Para mim, O Jardim das Pedras é um filme contemplativo que atendeu a minha ideia primária, mas Antropoceno é um filme de ficção científica eletrizante em que a protagonista Raquel começa em sérios apuros, mas logo passa o “protagonismo” para uma outra personagem, uma guerreira indígena, que vai enfrentar muitos obstáculos em sua odisséia.     
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A nova protagonista da saga Antropocena será uma guerreira indígena futurística.
Apesar de ter um roteiro bem diferente, o curta e o longa têm uma grande relação, pois estão na mesma geografia, no mesmo ano e no mesmo universo. O longa foi criado através do curta. Quando estava gravando o curta, comecei imaginar um universo maior, cheio de muitos personagens e uma trama mais complexa, parei as gravações e comecei a escrever o longa Antropoceno, muito empolgado; terminei de escrever e comecei as gravações. Não demorou muito para concluir, levei para edição e finalização, e em uma conversa com o Jonathas Veloso chegamos a uma conclusão que para o longa ter a qualidade esperada, não seria um processo rápido, com isso resolvemos lançar o curta “O Jardim das Pedras, filme que inspirou toda essa trama.
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A protagonista Raquel começa em sérios apuros
Pipoca com Pequi: Há poucas semanas, Jonathas Veloso lançou seu curta "Underthe Sun", que também trata de um mundo pós-apocalíptico cuja principal preocupação é a obtenção de água. Veloso também trabalhou no seu filme fazendo a edição e pós-produção. Em quais aspectos as duas obras dialogam, tanto em aspectos da produção quanto da temática? Vocês trocaram ideias a respeito?
Absair Weston: Fiquei sabendo que o Jonathas estava querendo fazer um filme de ficção científica quando ele já estava editando O Jardim das Pedras. Ele me contou um pouco do roteiro, e vi que apesar do filme ter uma temática parecida (falta d'água e se passar em Goiás), a estética e a trama é bem diferente. Eu acho que de uma forma ou de outra O Jardim das Pedras deve ter encorajado eles a se arriscarem no gênero.     
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Vou fazer só uma observação, eu falo pós-apocalíptico também, mas não acho que Antropoceno esteja no pós-apocalíptico, a história envolve tentativas de prevenir um evento apocalíptico. O filme se passa em 2058, muitas pessoas morreram em uma sangrenta guerra civil brasileira, muitos morreram de fome e de sede, mas alguns estão gozando dos privilégios de uma nova nação, que se formou após a guerra civil; da alta tecnologia da nova Goiânia, seus milionários religiosos estão em um paraíso no centro devastado do cerrado goiano. Isso claro, é válvula propulsora para o conflito entre Católicos ricos da capital e Muçulmanos pobres do interior, “uma nova Cruzada”.
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Marcos Cronos, primeiro ministro de Goiás.
  Pipoca com Pequi: Sabemos que fazer cinema nem sempre é fácil num cenário onde o mercado cinematográfico ainda privilegia obras estrangeiras, e nem sempre há espaço ou investimento para produções locais. Você enfrentou muitas dificuldades para produzir esse curta?
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Absair Weston: Sim, bastante! Mas quando você faz o que gosta, tudo vale a pena.
Pipoca com Pequi: Após o lançamento elogiadíssimo do curta no VIII Anápolis Festival de Cinema, quais os próximos passos na agenda? Quais serão as próximas exibições? 
Absair Weston:  Bom, sobre a minha agenda, eu estou concluindo um Western “O Ataque dos Lobos”; vou começar a produção do curta “Quando os Dias Ficam Amarelos” drama de Jackeline Weston. Sobre o curta “O Jardim das Pedras”, já temos algumas exibições marcadas, sobre Antropoceno, logo vamos ter uma grande novidade, assim que for confirmado, voltarei aqui para anunciar.
 Trailer
youtube
Filmografia - Absair Weston
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volarevaccis · 6 years ago
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[Fanfic] Poemas de nossa terra
Fandom: Hetalia Estados
Personagens: Goiás e Minas Gerais. Curta participação de SP, menção a Brasília.
Resumo: Tinha pena daquelas pessoas que não sabiam nem ler e escrever. Notas: Comecei esta história a alguns anos atrás, por algum motivo resolvi terminá-la agora. Nesse tempo, eu escrevia muito para  o fandom dos Estados e foi um lugar muito amoroso para mim. Os Estados sempre vão ter um lugar no meu coração. 
“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes.”
Cora Coralina
Os livros nunca foram o seu ponto forte, simplesmente não gostava. O problema não eram as histórias - Goiás sempre adorara ouvir histórias, mas as letras o atrapalhavam. Era como se o conto perdesse a fluidez toda vez que tinha que parar e decifrar o que os signos tentavam lhe dizer.
Minas Gerais achava que era só questão de se acostumar, a leitura ficaria mais fácil e dinâmica na medida em que o outro o fizesse com mais frequência e por isso, sempre que podia, dava ao Estado vizinho um livro, para este tivesse algo para ler. Goiás bem que tentava explicar que não era isso, não mais. Ele sabia ler, mas as palavras secas nada valiam. Não tinha a emoção da voz carregada nos dizeres de um contador de histórias, não tinha vida. Eram imóveis, mortas e ele preferia mil vezes a prosa falada em uma roda de viola do que sentar no escuro do quarto, sozinho com folhas de papel.
As explicações do goiano nunca foram aceitas pelo mineiro, sabia que eram desculpas e assim, invariavelmente, algumas vezes no decorrer do ano, ele comprava um livro que achava que Goiás poderia gostar da história ou algum clássico, algo que o goiano deveria conhecer. O último foi dado meses antes, sem nenhuma data em especial, era um livro de contos.
Goiás havia o guardado na estante – estante que nem teria se não fosse pela insistência do mineiro em lhe dar livros pelo decorrer dos anos. Meses depois, enquanto limpava a casa, esbarrara no móvel e o livro, que era o último da fila, caíra no chão. Goiás o apanhara, o título lhe chamava a atenção. Estórias da Casa Velha da Ponte, ele lera, entoando baixinho o título e lembrando-se do que o Estado vizinho dissera daquele exemplar.
Aquele era um livro de contos, Minas Gerais dissera que era uma escrita simples, e que tinha certeza que o goiano também se apaixonaria. Goiás, porém, não se interessara e o livro ficara abandonado em cima da mesa da sala de estar por algumas semanas, até lembrar-se de guardá-lo junto com os demais que também ganhara.
E ele havia prometido ler, relembrara com peso na consciência. Como sempre Minas Gerais o encarara com olhos de desconfiança, insistindo e insistindo para que não desistisse dessa vez. Era a mesma coisa desde que o mineiro tentara lhe ensinar as letras pela primeira vez, e desde então sentia a mesma culpa, era sua falha não conseguir satisfazer as expectativas do outro. Como se para diminuir a decepção que o outro sentiria, como se pudesse enganá-lo, Goiás sorria e prometia que iria, dessa vez, ele ia mesmo ler, consciente de que nem Minas Gerais acreditava nestas mentiras.
Verdade era que nunca se apaixonaria pelas letras como o outro. Goiás não tinha seus grandes poetas, Minas Gerais tinha tantos que não sabia o escolher o favorito. Minas Gerais escrevia com a proeza de um grande mestre, e mal qual Goiás redigia uma carta.
Sempre sentira vergonha, o fato de que nunca seria inteligente o suficiente para fazer jus à capacidade do Estado semelhante a si. Era frustrante e ele tentava não pensar, guardando os livros que Minas Gerais lhe dava na estante, no fundo da casa e assim escondendo os livros de seus próprios olhos.
Goiás não gostava de ler, esta não era a expressão mais correta. Detestava. Odiava como os livros o faziam se sentir burro e incapaz e as palavras do mineiro sempre lhe despertavam culpa por nem mesmo tentar.
- Olha, você não pode dizer que não gosta sem nem tentar, pode? Cada escritor é diferente! – Naquele dia Minas Gerais o inquirira, e Goiás acenara hesitante, a confirmação ainda que tímida fora o bastante para abrir um sorriso no rosto do mineiro. – Então leia este, homem! Não vai se arrepender, eu te garanto.
Assim, lembrando-se daquele pedido, Goiás sentara com o livro em colo, pensando se aquele impresso seria também outro que o ridicularizaria por sua burrice. Esperava, de fato, não se arrepender.
 “A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”
Carlos Drummond de Andrade
Havia uma tristeza no mundo, e ele estava no mato rasteiro e seco. Estava dentro do sorriso esquecido e afável de Goiás. Havia algo escondido ali, uma dor morna que ninguém poderia notar. Mas Minas Gerais percebia que por trás do abraço apertado havia um coração suplicando por acalento e, por isso, preocupava-se.
Seu desassossego vinha já da tenra infância, quando conhecera aquele outro garoto de cabelos desgrenhados. Desde o primeiro momento que o vira, percebera algo de muito parecido a si. Goiás era o que mais se assemelhava, era aquele que veio ao mesmo tempo e teve o mesmo início, ele era o irmão entre os irmãos. Junto com a percepção de que havia um laço de afetividade mais forte do com os demais, veio à noção de uma responsabilidade maior ainda. Minas Gerais tinha uma certeza, era sua obrigação cuidar de Goiás.
Eles cresceram e a diferença logo era notada quando o mineiro espichara e Goiás continuara um garoto franzino e esquecido nas jazidas auríferas secas. Eram semelhantes, mas Minas Gerais tinha algo que Goiás não tinha, mais do que ouro, o mineiro sabia que havia um motivo que o fazia ser especial e que o permitira prosperar, enquanto Goiás não.
O que não admitiria era que essa ideia de ser especial era porque também se achava superior a Goiás. Não dizia, era um segredo guardado lá no fundo, a verdade era que sentia pena. Para ele, Goiás era seu irmão mais novo, menor e miserável, merecedor de sua caridade e necessitado de seu carinho.
Era só por isso que o visitava naqueles anos em que estradas eram difíceis de atravessar. Dizia que era uma aventura, meses a fios passados numa estrada barrosa quase inexistente no mato. Ele movia-se pela culpa, o lombo do cavalo machucava as ancas e a cavalgada era longa e acidentada, mas a dor no âmago que sentia ao perceber o que verdadeiramente pensava de Goiás era ainda pior.
Seria mais fácil se pudessem comunicar-se por correspondências, Goiás quase nunca respondia suas cartas. Nas vezes que visitava o geralista, em Belo Horizonte – o que por si só era raro, mas não mais do que o caminho inverso - o goiano sempre usava de desculpas. Falava sobre a dificuldade das estradas e percas de correspondência e que era mais comum do que o outro pensava. Ele sentia muito, dizia.
Minas Gerais lamentava ainda mais, se fosse um pouco mais fácil a comunicação não teria que se sentir tão culpado por aquela distância. Mas ele aceitava, batia algumas palmadas carinhosas no ombro do irmão. Tudo bem, ele prometia continuar a escrever. Novamente sentira pena porque o atraso impedia o outro de até receber notícias de seus irmãos.
Por isso mesmo levara algum tempo para dar a devida atenção para aquela coceira que sentia na orelha: as cartas que recebia eram poucas e esparsas no tempo. Ficava tanto tempo sem saber do outro que parava de pensar no problema, mas em uma daquelas tardes em que organizava seus pertences, encontrara também uma caixa com antigas cartas. Abandonara o que fazia, apoiando o pequeno baú em seu colo, lendo cartas de amor, cartas de familiares distantes. Achara também aquelas poucas cartas que o irmão mais novo enviara, e o sorriso antes terno, aos poucos esmoreceu dando lugar a sua desconfiança.
Cada correspondência vinha com uma caligrafia diferente. A estranheza o pôs a refletir, e então pensara em algo terrível.
 “A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez.”
Carlos Drummond de Andrade
Durante muitos anos era costume para Minas Gerais se encontrarem em privado com São Paulo. Juntos, as decisões de todos eram feitas primeiro entre eles, e por isso mesmo era comum que se encontrassem frequentemente, ainda que apenas para conversar. Naquele último encontro, o paulista trouxera papéis do último censo educacional.
Os índices de analfabetismo em São Paulo abaixaram, fora o que o Estado paulista chegara anunciando enquanto pendurava o paletó e o chapéu no cabide atrás da porta. Parecia muito satisfeito consigo mesmo, Minas Gerais avistara o sorriso quando o outro cruzara seu portão, e por isso não se assustou com a falta de cerimônias do outro rapaz.
- Em breve estarei no mesmo patamar que Rio Grande do Sul, e aquele gaúcho terá de conformar-se em ser o perdedor que é. Em números não parece muito, mas se notar bem o quadro evolutivo vai ver que bastam alguns anos. Eu vou o ultrapassar.
Minas Gerais, que antes da chegada do paulista, fumava um cachimbo, deixara-o em cima da mesa para olhar os papéis. Seu olhar fora rápido, passando apenas pelos primeiros e últimos nomes da lista.
- Você ainda está longe e realmente, não parece muito. Sejamos sinceros, estamos todos horríveis.
- Eu conformo em ser ruim, desde que ainda melhor que Rio Grande do Sul. E não me oferece um charuto, amigo?
- Competitivo? Imagina. – O mineiro levantara-se, dando a volta pela sala para buscar a caixa de charutos guardada no armário, seus movimentos sendo cuidadosamente seguidos pelo olhar do paulista.
- Meus avanços a parte, os outros apresentam resultados lamentáveis.
- Eu vi, mas o que a gente pode fazer? – Ele voltara, entregando o charuto ao paulista.
- Políticas públicas. – O paulista respondera com o charuto na boca, acendendo-o com fósforo.
- Políticas públicas. – Minas Gerais repetira e suspirara, retornando para sua poltrona. Desviando o olhar para fora, apoiara a cabeça na mão e encarara o céu azul e tedioso com um ar irritado. – Meu povo não sabe ler, e os livros são meu passatempo preferido. Hoje mesmo, o dia está tão bonito que depois do almoço eu me sentei em uma árvore para ler. Não acha estranho, Paulo?
O paulista apenas arqueara a sobrancelha, soltando a fumaça do charuto. Fazia silêncio em respeito, e esperava que o outro prosseguisse.
- Eu sou um rapaizola, mas já vivi quatro vezes o tempo de um homem sábio. O conhecimento que adquiro não posso redistribuir ao meu povo. Eu sou eles, mais também só outro entre eles. Alguém mais privilegiado.
- Do que está reclamando, afinal? De saber ler enquanto metade da população não consegue?
- Eu não sei. Eu só tenho pena dessa gente que nem consegue ler.
 “Eu sou a dureza desses morros revestidos, enflorados, lascados a machado, lanhados, lacerados. Queimados pelo fogo Pastados, calcinados e renascidos.”
Cora Coralina
A fazenda onde Goiás vivia era grande, terra demais para uma pessoa viver sozinha. A maior parte nem era produtiva, havia a casa, a plantação e o rancho onde cuidava dos animais. O resto era mato. Goiás dizia que gostava assim, que gostava de poder andar pelo mato e que sentia precisar guardar um cantinho seu de mata virgem, um dia os fazendeiros queimariam toda a terra.
Quando Minas Gerais chegara à propriedade, a porteira estava aberta. Sabia que o goiano a abria toda manhã e a fechava apenas ao anoitecer. Era sinal de que ele estava na fazenda, e não viajando para alguma vila ou cidade maior. Em silêncio e com a fronte tensa, o mineiro atravessara a pequena estrada que guiava o caminho dentro da propriedade. O sol estava forte, e queimava a pele mesmo usando o chapéu. Goiás não estaria em casa, o mineiro logo imaginara mesmo com o sol a pino o rapaz deveria estar trabalhando em sua plantação e, de fato, fora lá que encontrara o irmão mais novo.
- Goiás!
Sem descer do cavalo, o mineiro gritara, sentindo os lábios secos. Fazia tempo que acabara sua água e ele não reabastecera o cantil em nenhuma nascente naquele dia. Bastou um grito, porém. O goiano estava agachado, arrancando ervas daninhas com as mãos nuas, erguera o rosto e o fitara surpreso. Desajeitado, limpara as mãos na calça já imunda, e apressara os passos em sua direção.
- Uai! Mas que surpresa! Não sabia que estava vindo! – O goiano parara de frente ao seu cavalo, e Minas Gerais finalmente descera do lombo do animal, sentindo as pernas dormentes.
- Mas eu te mandei uma carta, devia ter chegado faz tempo.... – O mineiro puxava a guia do cavalo, fazendo um leve carinho em sua crina antes de se virar para o irmão mais novo. - Não recebeu?
Goiás o olhara confuso por um instante, como se tentasse lembrar-se do que o mineiro falava.
- Ah, a carta! Recebi. Só não deu tempo de responder. – Ele rira, avançando e abraçando forte o Estado vizinho. – Eu só achei que ia demorar mais para chegar, mas deixa disso. Bom te ver, rapaz!
- Tudo bem, é bom te ver também. – Respondera carinhoso, e também sorria. Mas seu abraço não tinha a mesma energia de outras visitas. – Impressão minha ou você continua o mesmo baixinho de sempre?
- Engraçado você. – O goiano revirara os olhos, mas rira. Puxando a guia do cavalo do mineiro em direção a casa. – Mas você deve estar cansado. Vem que eu te ofereço uma água geladinha. Mas então, o que veio fazer aqui?
- Bastante. - Minas Gerais concordou - Vim mesmo só te visitar, ver como você está.
Goiás o encarara um pouco surpreso, não acreditava na possibilidade de Minas Gerais vir apenas por vir, sem qualquer motivo. Deixara para lá mesmo assim, ele não tinha nada do que cobrar explicações do outro, só lhe restava ser grato pela gentileza da visita. Então apenas agradecia, dizendo estar feliz em vê-lo, e falando de muitas coisas para entreter o hóspede. Cansado, Minas Gerais limpava o suor que escorria pela testa, acompanhando o goiano na caminhada.
- Quente hoje, né? – Ele comentara, lambendo os lábios secos, e olhando para o céu. Sua desconfiança apenas aumentara por Goiás não saber da sua chegada.
Será?
Ele se perguntou, e perguntou de novo quando chegaram a casa, Minas Gerais pegara suas malas enquanto o goiano amarrava o cavalo. Seus olhos não despregavam da nuca do irmão mesmo quando já na cozinha, sorvia o copo de água que lhe era dado, a pergunta simplesmente não saia da cabeça.
- Goiás, eu te trouxe um presente também. Deixa eu te entregar logo. – O mineiro deixara o copo em cima da bancada, dando uma palmada no ombro do goiano para que este o seguisse.
Abrira sua mala, o embrulho estava ali e o coração batera aflito. Será que era aquilo mesmo? Será? Ele se perguntava sem parar, e assim, não prestava atenção e ignorava as palavras humildes do goiano que repetia nada daquilo ser necessário.
Mas era sim, era muito necessário. Minas Gerais pensou, levantando e entregando para o goiano um livro embrulhado em um papel marrom. Ele precisava saber.
- Eu imaginei que essas coisas não chegam tão fáceis por aqui. – Ele dizia, olhar fixo no goiano enquanto este abria e encarava mudo a capa do que tinha em mãos. Como Goiás nada dizia, Minas Gerais continuou. – Pessoalmente, eu gostei muito desse. Também pudera, os escritores fundadores da Academia Brasileira de Letras não é para qualquer um mesmo.
Goiás olhava para baixo, não exatamente para o livro, mas apertava o objeto com mais força. Sentia o transtorno do irmão na expressão de seu rosto, Minas Gerais era sempre preciso em suas observações, mas dessa vez queria não estar certo, não queria e então insistia em continuar a falar.
- Eu gostei muito do último livro de Machado de Assis. Conhece, não conhece? Mas este é especial para mim, é mais pessoal.
Com esforço, Goiás despregara o olhar do chão e até forçar um sorriso. O coração do mineiro doera com aquele gesto, ainda mais em ter que ouvir a voz trêmula e incerta do irmão.
- Obrigado, Minas. Uai, sendo esse Machado de Assis aposto que é coisa boa né? Só ouço falar coisa boa desse homem.
- Não é Machado de Assis. O título está na capa: “Lampejos Sacros, Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior.” - O nó da garganta ficou pior, sua máscara desmoronou quando teve de corrigir o irmão mais novo. – Goiás, seja sincero comigo. Você não sabe ler.
Eu só tenho pena dessa gente que nem consegue ler, ele se lembrou de dizer uma vez. Pena de gente como o irmão.
- Por isso você não responde minhas cartas. Você não sabe ler, sabe?
 Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo.
Carlos Drummond de Andrade
Ele foi uma criança excêntrica, quando todos queriam correr pelo pasto jogando varetas no gado ou mesmo assustando galinhas, tudo o que Minas queria era ficar trancado na capela. Gostava do silêncio, gostava das artes – eram bonitas. Belas madonas e virgens piedosas e inocentes querubins. Poderia passar horas na igreja, ouvindo os sermões e ficava fascinado em ouvir histórias e mais extasiado ainda quando descobria o que era um livro e o conhecimento que este possuia. De fato, Minas passou a acreditar que todo homem que tinha um livro em casa era um sábio, mesmo que fosse apenas uma cópia surrada da Bíblia – qualquer que fosse a leitura, houve um tempo que o objeto em si era uma raridade.
Minas sabia escutar, mais do que isso, tinha o desejo de ouvir. Começou aí: Diziam que era um garoto inteligente e assim foi que levou a vida. Logo cedo, cuidou de sua própria vida. Poderia administrar a si mesmo sem ajuda de nenhum ávido e imundo bandeirante. Houve uma época que aprendeu francês, pensou ser engajado, que entendesse de política e então... Quando foi que percebeu?
Que não bastava ser inteligente, que não bastava ter uma biblioteca. Havia algo mais precioso para si do que a simples lírica da prosa. Quando percebeu, já não havia garotos correndo pelo pasto. As crianças cresciam e percebeu que a companhia era mais importante do que qualquer arrogância – Quando mais velho, aprendeu algo que já sabia, é no meio da gente que está a poesia do mundo.
Gostava de prosear com os homens compartilhando uma garrafa de cachaça, gostava dos bichos e do seu cavalo. Sim, também gostava de ser elogiado. Também gostava de ser inteligente, talvez sentisse superior a alguns outros. Mas passara a pensar que também era errado não sentir orgulho – por quê não? Ele era quem era, e era feliz sendo assim. O que era ruim mesmo era não compartilhar, era a arrogância e o pedantismo.
Mas isto – isto Minas não o era. Gostava de cuidar,  gostava de ensinar. Minas Gerais queria ser alguém bom.
 “Senhor, fazei com que eu aceite  minha pobreza tal como sempre foi.  Que não sinta o que não tenho.  Não lamente o que podia ter  e se perdeu por caminhos errados  e nunca mais voltou” Cora Coralina
Livros eram coisas bonitas, como tudo que era diferente parecia aos seus olhos. Quando passeava por Vila Boa, às vezes via um filho de fazendeiro lendo debaixo de alguma árvore, alguém com sorte o suficiente para ter dinheiro e um professor para lhe ensinar as letras. Ficava observando e sentia uma pintada de inveja, perguntava-se que segredos o livro lhe contava.
Ele também poderia ter um professor, se quisesse.
- Seja sincero comigo. Você não sabe ler, sabe?
Sentia o cérebro pulsar com tanta força que não conseguia ouvir nada além do próprio sangue bombeando em seus ouvidos. Queria chorar, correr para longe dali. Ao invés disso, focava todos os seus esforços em ficar parado, não movia nenhum músculo. Poderia ter um professor, se quisesse. Mas para quê? Admitir a vergonha que era o Estado de Goiás não conseguir ler nem uma carta.
- Você não sabe ler. Por isso não responde minhas cartas.
Goiás fungara, o livro caíra no chão e ele logo prendera a respiração de novo, um bicho acuado pelo predador. Não conseguia olhar para Minas, humilhado, ele tentava negar a acusação, mas aquilo apenas irritava ainda mais o geralista. As mãos de Minas Gerais seguraram forte os seus ombros, sacudindo-o e tentando obrigá-lo a olhar para si.
Simplesmente ninguém nunca o ensinou, e depois que as minas de ouro secaram ficou tarde demais para pedir. Ele poderia ter um professor, se quisesse. Mas para quê. Ele era um vazio demográfico, uma terra sem importância. Ali ninguém precisava saber ler.
Havia sons, era uma reprimenda? Ele não tinha mais presença de espírito para ouvir.
 Coração é terra que ninguém vê - diz o ditado. Plantei, reguei, nada deu, não. Terra de lagedo, de pedregulho, - teu coração. Bati na porta de um coração. Bati. Bati. Nada escutei. Casa vazia. Porta fechada, foi que encontrei. Cora Coralina
O outro era um teimoso e ele era um covarde.
Por dias, Goiás tentou ignorar o geralista, esperando que apenas a sua má vontade fosse dissuadi-lo a desistir do assunto. Mas pelo contrário, quando mais o goiano teimava, mais Minas insistia em lhe alfabetizar, adiando por semanas o seu retorno para Belo Horizonte.
Assim, transcorria a rotina, Goiás criando mil e uma justificativas para evitar o estudo: Precisava limpar o pasto, alimentar as galinhas, ir até a vila, preparar o almoço. Para tudo, Minas Gerais se propunha a também a ajudar e, em algum ponto, Goiás era obrigado a se render e a sentar-se à mesa de jantar, sob a luz de velas, enquanto seu irmão lhe mostrava cartilhas de alfabetização e o obrigava a fazer exercícios.
Goiás fazia, mas fazia de mal humor. Não tanto por má vontade, mas porque considerava tudo aquilo difícil. Sua cabeça não conseguia acompanhar, eram muitas letras e muitos sons. E às vezes tinha que fazer o “xis”, outra vez, tinha o mesmo som, mas eram duas letras juntas (e uma delas, o tal do maldito “agá”, nem som deveria ter!). Não era por menos que se sentia chateado, e inferior e até mesmo magoado com o tal do professor.
Goiás tinha a pulga atrás da orelha, em sua opinião, Minas fazia aquilo mais por si do que para ajuda-lo.
Foi então, inevitável que a briga se sucedesse. Na verdade, eram dois teimosos, mas apenas um covarde. Goiás passara a ter o costume de resmungar, fazer malfeito ou nem fazê-lo, o que testava a paciência do benevolente mineiro. Ajuda uma ova, só quer se mostrar o tanto que é melhor, o resmungo foi baixo. Nem queria ser ouvido.
Mas são nessas horas, tão peculiares e oportunas, que o silêncio se faz mais evidente, Minas Gerais largou o lápis e o encarou com frieza cortante.
- É isso que você pensa? Que eu estou aqui por que tenho pena? Por que eu acho que sou melhor que você? – a voz seca do irmão apertou o coração do goiano, que não tinha coragem de encará-lo de volta. – Está bem! Eu tentei porque você é meu irmão e eu te amo, mas se nem você se importa então foda-se!
Minas ainda esperou, queria ouvir alguma resposta, mas Goiás apenas fechava o cenho, teimoso. Sem pedir desculpas. O goiano nunca foi bom em confronto. Sem mais paciência, o geralista então se retirou. Era melhor do que discutir. Só então Goiás se permitiu abaixar a cabeça, sentindo a dor ferroar as suas têmporas e o nó na garganta roubar a respiração. Ele queria sim aprender, apenas... apenas teve medo. Ele não era inteligente para isso.
No dia seguinte, Minas Gerais foi embora, mas deixou as cartilhas para trás.
 “É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça." Cora Coralina
 Quando Goiânia fora construída, Goiás não se mudou para a nova capital. Comprara uma casinha humilde para quando precisasse passar as noites no centro administrativo, mesma coisa que fizera em Goiás Velho. Sua casa era sua fazenda, gostava de estar lá cuidando de plantas e bichos. Não havia solidão quando rodeado pela natureza. Só decidira se mudar definitivamente para Goiânia quando os planos da transferência da capital federal tornaram-se concretos.
Até hoje achava um pouco engraçado o tanto que havia mudado seus hábitos por Brasília, coisas que ele não teria feito por mais ninguém. A capital era luz no coração do cerrado, Goiás queria estar por perto e ver o milagre acontecer. A sensação que sentira de ter Brasília em seus braços, a mãozinha apertando o pano de sua camisa, era difícil de explicar, trazia água para os seus olhos. Finalmente se sentia parte de algo grande, sentira-se importante e tivera esperança no futuro.
Os últimos anos mesmo pareciam sonhos, o desenvolvimento trazia um lampejo de esperança em seu peito que crescia, crescia e o assustava. Deixara de conformar-se com o que tinha, e desejava por mais e aquilo o aterrorizava. As políticas nacionais finalmente voltaram os olhos para o interior do Brasil, e o que mais Goiás temia era não ser bom o suficiente para aquelas pessoas que chegavam.
As estradas ficavam melhores, cidades conheciam luz elétrica. Transporte, economia, havia mais escolas e professores, falava-se em progresso, mas Goiás conhecia cidades de verdade – vira Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, e sabia que nada era comparado aos demais. Lembrava-se do olhar de piedade que lançavam para suas roupas simples, sentia raiva das palavras mansas e caridosas de Minas Gerais tanto quanto detestava sua ânsia pela afeição do outro e pelo seu próprio atraso.
- Faça um esforço, Goiás. Só um.
 Mesmo depois da grande briga que tiveram, Minas Gerais sempre pedia para Goiás se esforçar em aprender, mas este se negava a estudar as cartilhas de alfabetização propriamente. Verdade mesmo era que nem voltaria a lê-las se o mineiro não o visitasse. Era frustrante para ambos, Goiás não dava importância para o dever de casa e não foram poucas as vezes que discutiram pela sua falta de esforço. Como um bom samaritano, Minas Gerais sempre voltava, sempre tentava de novo, para fazer sua caridade.
Aquele lembrete constante de inferioridade, Goiás não precisava e assim continuava a viver em seu rancho beira chão. Casa simples, pobre e humilde. Nada acontecia ali, mas ao menos era feliz.
 Brasília aconteceu. Brasília fora uma história completamente diferente, pela primeira vez sentia que alguém estaria ali por ele, com a nova capital não seria mais sozinho. Brasília o fazia ser importante, e mais que o desgosto de si mesmo, sentira o medo da rejeição. Os primeiros anos de vida já despontavam a inteligência da nova capital. Goiás não se incomodava de outros o rebaixarem, mas não aguentaria ver piedade também nos olhos de Brasília.
Não era a primeira vez que punha os pés em Belo Horizonte, o tamanho da cidade sempre o surpreendia. Ainda melhor que Rio de Janeiro ou São Paulo, lá ele não tinha de coragem de ir sozinho. Era a primeira vez que vinha para pedir um favor como aquele, pedir para que Minas Gerais o ensinasse novamente a ler e a escrever.
Parado na soleira da porta, batendo palmas para chamar pelo irmão e ignorando coisas como sinos ou campainhas, Goiás tinha claro na sua mente a humilhação que sentira quando o mineiro descobrira sua limitação. Recusara-o obstinadamente por muitas vezes, e só podia esperar que o outro entendesse suas angústias, perdoasse-o e tentasse ensiná-lo uma vez mais.
Abaixaria a cabeça e pediria com sinceridade. Precisava ter o coração forte, humildade e deixar o medo para trás. Agora, ele tinha alguém importante para cuidar.
 “O professor disserta sobre ponto difícil do programa. Um aluno dorme,  Cansado das canseiras desta vida. O professor vai sacudi-lo? Vai repreendê-lo? Não. O professor baixa a voz, Com medo de acordá-lo.” Carlos Drummond de Andrade
Minas Gerais abriu a porta, recebendo-o com surpresa, mas muita educação e boa vontade. Apesar da apreensão do goiano, o anfitrião já servia o cafezinho e o lanche. O espanto era só porque aquele não era o hábito do goiano – foi com vergonha que Goiás percebeu que ele nunca visitava o irmão, era sempre Minas que o visitava. Fazia tanto tempo que não visitava Belo Horizonte que nem se lembrava como era a casa do irmão, como eram os móveis, como era a decoração, onde ficava o banheiro...
E era ele que estava sempre maldizendo o irmão pelas costas, dizendo que este era esnobe e superior. E ali estava ele, envergonhado e um ingrato, batendo na porta apenas porque precisava de um favor.
Mas mesmo assim, Minas Gerais deixou-lhe falar, ouvindo-lhe atenciosamente.
- Eu acho... Eu acho que ele sabe. – Goiás abaixara os olhos, esfregando os olhos – Brasília sabe que quando me pede para ler algo para ele de noite, eu não estou lendo o livro e sim inventando histórias da minha cabeça.
O olhar de pena aumentara, Goiás sentia mesmo sem olhar. Tinha certeza que Minas Gerais o olhava com genuína pena, o goiano até esperava algum comentário sarcástico. Ao invés disso, houve apenas silêncio. Goiás engoliu em seco, já que não fora interrompido, prosseguira com o seu pedido, mas não com menos vergonha.
- Eu queria, eu preciso... – Gaguejava, forçando-se para encarar o irmão nos olhos – Eu quero aprender a ler e escrever. Dessa vez, de verdade.
E ao invés de uma arrogante crítica - ou qualquer lembrete de que Minas Gerais já havia tentado lhe ensinar as letras, o que Goiás recebeu foi um afago nos cabelos e um sorriso.
- Era tudo o que eu queria ouvir.
Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida
Carlos Drummond de Andrade
 No final das contas, Goiás realmente lera o livro de contos que ganhara de presente. Mais do que isso, sentado no sofá, nem mesmo viu as horas passar. O rosto corado também não escondia um sorriso. Sabia que Minas tinha feito de propósito, escolhido aquele livro de propósito – um livro que falava de Goiás, não era algo que ele esperava algum dia encontrar e nem mesmo gostar.
Soube então que teria que ligar para Belo Horizonte, falar com o irmão e dizê-lo que terminou a leitura. Ou melhor, talvez fosse melhor escrever uma carta.
 “Bem por isso mesmo diz o caboclo: a alegria vem das tripas — barriga cheia, coração alegre. O que é pura verdade.”
Cora Coralina
Então eram nessas horas, quando se sentia pequeno e fraco diante das palavras escritas, ele tentava se lembrar da única poetiza que verdadeiramente esquentara seu coração. Cora Coralina e seus versos dos becos de Goiás não eram poemas que entendera, ao contrário, foi um livro que o entendeu. Ouvira aqueles poemas serem proclamados por muitas vozes, e as rimas ficaram gravadas dentro do coração. Para lembrar os escritos de Aninha, Goiás não precisava de impressos: Sabia tudo de alma.
Notas: Cora Coralina (goiana) é reconhecida como a maior poetisa de Goiás, e seu trabalho passou a ser conhecido pela divulgação de Drummond (mineiro), os dois poetas trocavam cartas. É uma história mais ou menos assim. Os índices de analfabetismo em Goiás era um dos maiores do brasil lá pela década de 20. Também é correto dizer que teve grande influência de Minas Gerais e São Paulo na educação, e no crescimento do Estado em si. Bláblá coisas históricas.
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robsonpaniago · 4 years ago
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GOIANO https://lnkd.in/dGUBpq9 Uma poesia que fala da sua terra natal e da cultura goiana com muito pequi, gabiroba, cajuzinho selvagem, vaca mugindo e que tais. Robson Pa Iago nasceu em Jataí - GO, no Estado aonde Cora Coralina fazia doces na beira da ponte e contava causos, aonde Zezé de Camargo e Luciano encantam multidões desse local maravilhoso. São pessoas destemidas e de quem podemos esperar muitas surpresas. Um Administrador e poeta que declara suas origens em “Goiano” do livro Administração & Poesia by Robson Paniago !!! Curta e aproveite: Português: https://lnkd.in/d3KxbJU Espanhol: https://lnkd.in/dgRbDxJ Inglês: https://lnkd.in/dq9xSxs +55(19)99903-7805 WhatsApp https://www.instagram.com/p/CLeNBiFjbyp/?igshid=ozm7x8iuo6y6
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fabioferreiraroc · 4 years ago
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10 livros de ficção que todo professor deveria ler
Lendo se aprende a ler e escrever. E digo isso, porque saber ler é uma qualidade baseada na formação. Subestimada, a leitura é a grande heroína de todos os tempos. É um clichê, mas ler faz viajar! Literalmente, esse ditado faz sentido e pode ser extrapolado em outra direção. É possível conhecer o mundo por meio dos livros e, também, há uma possibilidade de contar sobre o mundo escrevendo um livro
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Não gostar de ler é um insulto. Calma, eu explico! Em tempos de informação fácil, disponibilizada gratuitamente por meio da internet, com acervos inteiros em sites especializados, robustos compêndios acessíveis, discursos simples e complexos, artigos de divulgação e livros digitalizados, para todos os gostos e apetites, obter uma boa leitura tornou-se algo democrático. Sobretudo, enquanto existem os experts de Whatsapp, informação de qualidade é essencial. Nem é preciso dizer que os professores, formadores de opinião por excelência, são os legítimos bebedores dessa fonte. Leitura não é só importante, é fundamental! Lendo se aprende a ler e escrever. E digo isso, porque saber ler é uma qualidade baseada na formação. Subestimada, a leitura é a grande heroína de todos os tempos. É um clichê, mas ler faz viajar! Literalmente, esse ditado faz sentido e pode ser extrapolado em outra direção. É possível conhecer o mundo por meio dos livros e, também, há uma possibilidade de contar sobre o mundo escrevendo um livro. Ou, reformulando, viajar faz ler.
Essa é uma boa premissa para cultivar novos educadores com conhecimento além daquele obtido em sua formação básica. Em todos os ambientes de ensino, Literatura pode ser inserida, para incrementar o discurso, melhorar o aprendizado e dar exemplos amplos de características especificas de disciplinas escolares. Na Literatura de ficção, por exemplo, autores de renomada importância sugaram informações de livros científicos e de cientistas importantes. Ian McEwan, em seu livro “Solar”, dá um exemplo significativo do conflito entre vaidade e envergadura científica quando narra a história de um físico em fim de carreira, premiado, que produziu, com seu poderoso intelecto, um modelo físico-matemático fundamental. A expertise do autor atesta o mundo acadêmico com singular capacidade e acerta em mostrar nuances elaboradas dos perfis dos docentes e dos pesquisadores da ciência. Ou ainda, o livro “Stoner”, de John Wlliams, que mostra a rotina de um professor universitário, suas desventuras, suas obrigações, os percalços de sua profissão, sua ruína e sua glória, mesmo que essa seja fugaz e curta. Nesta personagem, o professor pode se enxergar.
Além disso, a Literatura, essencialmente, é uma arte do estudo do comportamento e das situações. A excelência literária das grandes histórias prosadas está em suas personagens famosas, emblemáticas e que nunca são esquecidas. Não são poucos os escritores personagens, uma moda entre autores, mas também, pode-se afirmar, que o professor surge, de maneira não incomum, em grandes romances clássicos e modernos. Nesse texto, gostaríamos de mostrar que alguns livros, dentre centenas, são sugestões de leitura essencial para professores.
Stoner, de John Williams
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Stoner, de John Williams (Rádio Londres, 320 páginas)
Sobre este livro, o escritor Ian McEwan disse: “Uma descoberta maravilhosa para todos os amantes da Literatura”. William Stoner é um professor universitário, da área das Letras, que progressivamente se isola de sua família. Lida com os conflitos do trabalho, onde tem relações complicadas com os colegas e os chefes. Sofre desventuras no amor e tem uma carreira frustrada. À medida que sua vida passa seus desejos e ambições vão sendo depositados em uma gaveta trancada, de seu gabinete, para não mais serem retiradas. A prosa linear e segura de John Williams transporta o leitor para o ambiente de Stoner, para sofrer os sintomas de sua crise de maneira verossímil da mesma forma impassível e silenciosa de seu herói trágico e moderno.
Juventude, de J. M. Coetzee
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Um livro sobre a busca pela inspiração e a fuga da mediocridade. Serve para todos! Simultaneamente, a personagem principal deste romance, inspirado e importante, também deseja o verdadeiro amor. O autor apresenta um entusiasmado pretendente a poeta que, por trabalhar em um emprego entediante, acaba sentindo o distanciamento de seu sonho quando as mulheres que conhece não lhe oferecem a inspiração que necessita. O livro, autobiográfico, é um retrato cru e eficaz dos ideais juvenis. Ao mesmo tempo explora o fato de que tanto no amor quanto no trabalho é preciso ter o sentimento de absoluta de paixão. Não é preciso dizer o motivo desse livro ser leitura obrigatória para professores.
O Professor do Desejo, de Philip Roth
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Aqui há um exemplo de como os professores não devem ser. Essa tragicomédia, do escritor americano Philip Roth, trata da vida do professor David Kepesh, oscilando entre uma aventura/desventura e outra, é um romance de formação. Kepesh é um intelectual brilhante, ganhador da bolsa Fullbright, e, também, um conquistador inveterado e sem limites. O livro, como é costume do autor, trata da sexualidade masculina sem ressalvas, os instintos animalescos e a repulsa frente ao grotesco. Não há para Kepesh comportamento equivocado, mulher que não deseje e não tente possuir. Em síntese, o professor do desejo, neste contexto, é a efígie do professor almejado, extraordinário e talentoso, mas que não precisa ser imitado.
K — Relato de uma Fuga, de Bernardo Kucinski
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Sem a gritante afetação política que permeia os tempos de hoje, Kucinski mostra um momento terrível da história brasileira com equilíbrio e detalhes. Neste romance, baseado em uma história real, que diz respeito à família do escritor, a personagem principal investiga o desaparecimento de sua filha, professora do Departamento de Química da Universidade de São Paulo, durante o período da ditadura civil-militar brasiliera. O livro de Kucinski é um marco da Literatura nacional e retrata uma época obscura, um poderoso drama de geração que fornece material instrutivo para aqueles que sabem como foi e conheceram esse período e para aqueles que desconhecem ou fingem desconhecer. Leitura obrigatória para professores.
Solar, de Ian McEwan
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A coisa mais impressionante de “Solar” é o modelo científico, profundamente bem apresentado, que faz com que a personagem principal do romance, um físico excêntrico, vaidoso, canastrão e cheio de idiossincrasias, seja interessante e nada superficial. E tão interessante quanto, é a rotina de competição e pessoalíssimos que ocorre em muitos núcleos acadêmicos, uma realidade que nem sempre ajuda. Escrito com um grande apuro literário e com riquezas de detalhes, “Solar” acompanha de perto a tragicômica carreira do físico que, cheio de sarcasmo e cinismo torna-se uma grande personagem e, simultaneamente, prende atenção e incomoda o leitor. É possível, sendo professor e pesquisador, encontrar-se nesse romance. O livro explora ainda o tema atual do aquecimento global e suas implicações na política e na economia, que rende situações patéticas e divertidíssimas. Um alívio cômico para a lista de leituras ficcionais obrigatórias para professores. Pois, afinal, assuntos pesados também podem ser tratados de forma hilária.
O Estrangeiro, de Albert Camus
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O estrangeiro faz parte da lista pela importância do autor. Acadêmico por excelência, Camus era um filosofo importante de seu tempo, pesquisador e professor. A escolha de apresentar sua ideia existencialista da vida, do humano e das coisas, por meio da Literatura, criando um personagem inesquecível e trágico, como é o caso de Meursault, é magnífica. Assim como Nietzsche e Sartre, sua Literatura é tão impactante e importante que o transformou em um ícone. Sua obra rendeu-lhe o prêmio Nobel de literatura de 1957. Retirado do mundo precocemente por causa de um acidente de carro, Camus poderia, ainda, ter dado uma contribuição maior para a Literatura e a Filosofia. Seria imenso! Em “O Estrangeiro”, Meursault é um indivíduo sem talentos, pacato, que passa seus dias entre banhos de praia com Maria e fumando em seu apartamento. É o início do livro que define o poder dessa obra imortal. Nas primeiras linhas, Camus narra usando a voz de Meursault: “Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei”. Assim, dessa maneira direta, fria e impactante, se define uma personagem! Ao longo do livro nos deparamos com um homem passivo frente o absurdo da vida, que entende a importância do agora, do sentido do corpo e do poder da sensação até se deparar com sua desventura e chegar a intensa conclusão que, frente a morte, uma situação comum a todos, é essencial aproveitar o momento. Antecipando o evento de sua própria morte, Meursault é um Sísifo consciente que desafia seus algozes e diz, com a fúria de seu entendimento do absurdo, umas das frases mais intensas e belas da Literatura universal, “Para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio”.
As Pequenas Mortes, de Wesley Peres
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Pequena morte, é o pós-orgasmo! Um título lírico, poético e potente para um livro. Especialmente para os goianos, e mais ainda para aqueles que vivenciaram a tragédia relacionada ao césio 137, “As Pequenas Mortes”, um tesouro nada pequeno da Literatura contemporânea, estuda uma personagem curiosa: o músico obsessivo, Felipe Werle, um ser impregnado de manias e idiossincrasias, angústias e desejos. A saga do músico, entre desejos permitidos e proibidos, e suas intensas fixações por sexo, pelo câncer e sua intima ligação com o césio “naquele ano em que Goiânia esteve entranhada de um azul que não se vê”, é oferecida aos leitores, inclusive na mancha gráfica das páginas, que tem o azul mórbido e tenebroso do elemento radioativo. O estudo psicológico da personagem, que narra sua vida em um fluxo de pensamentos, tortuoso, caótico e claustrofóbico, é fruto da inteligência do autor. Somos levados pelo caleidoscópico mundo, de pensamentos delirantes e fobias, da personagem e encaminhados para a beira de um abismo de identificação, que faz refletir sobre sexo, morte e pequenas mortes.
Quincas Borba, de Machado de Assis
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Aqui basta que falemos de Humanitas. Segundo Quincas Borba: “Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais feitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” A filosofia fictícia criada por Machado de Assis é tão poderosa, precede Borges, mestre das invenções literárias, que é um manual completo do comportamento. Contém em sua estrutura a fórmula acadêmica de uma tese influente. É bom que os cientistas bebam nessa fonte inesgotável de criatividade e usurpem dela ideias. Afinal de contas, “Humanitas precisa comer”.
Bartleby e Companhia, de Enrique Vila-Matas
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“Prefiro não fazê-lo.” Bartleby, personagem de Herman Melville, responderia isso, caso fosse instruindo a ler esse texto. Tomado por uma inércia infinita, uma letargia assustadora e uma incapacidade de agir incompreensível, essa personagem possui um enorme carisma, mas é incapaz de terminar qualquer tarefa que lhe é imposta. Em seu livro, Vila-Matas explora o mito de Bartleby e eleva sua ação à enésima potência. Ele simboliza todo escritor que possui um diário cheio de ideias e histórias e nunca as publica. Essa ideia pode ser extrapolada para professores entediados e estressados. Reconhecer-se em Bartleby, não é complicado. Os autores estudados pelo narrador do romance, um caçador, são escritores famosos e isolados como Robert Walser, Musil, Juan Rulfo, Rimbaud e outros, afetados pelo “labirinto do não”, da não- escrita. Uma enciclopédia de escritores, o livro monta uma teia complexa de comportamentos sinistros que, eventualmente, assombram, também, professores.
Ficções, de Jorge Luís Borges
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“O universo (que outros chamam a Biblioteca) compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de ventilação no centro, cercados por balaustradas baixíssimas. De qualquer hexágono, veem-se os andares inferiores e superiores: interminavelmente.” Os professores de Arquitetura adoram indicar para os alunos o conto “A biblioteca de Babel”, de onde estre trecho foi retirado. Borges é um dos maiores escritores do mundo. Sua capacidade de abstração, com um sentimento matemático apurado, rendeu contos complicadíssimos e intrincados. Seu talento para a exploração e descrição de espaços e mitos é inimitável. Em “O jardim de veredas que se bifurcam”, o leitor se depara com um texto elegante, maduro, paradoxal, lapidado e, óbvio, fantástico. Borges é capaz de tecer conjecturas e causar perplexidade sobre o universo, explorando temas ancestrais como o tempo, a eternidade, o infinito. Merece ser lido e relido sempre que possível.
10 livros de ficção que todo professor deveria ler Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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marcellaalves · 5 years ago
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Texto para site: Como reconhecer um goiano na praia
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Texto produzido para o site Curta Mais em 05/12/2018. O texto não segue as regras de SEO.
Primeiramente o goiano é 8 ou 80. Então ele sempre vai ser aquela pessoa que está mais protegida do sol, com boné, muito protetor solar, guarda-sol e camisa com filtro ou o que dorme no sol achando que já está acostumado com o calor (porque a nossa terrinha é bastante quente) e termina o primeiro dia com insolação.
O goiano sempre reclama da cerveja quente nos bares à beira-mar. A verdade é que a bebida pode até estar gelada, mas nunca será o suficiente para ele.
Amigável como mais ninguém é, o goiano viaja só com a família e depois de dois dias na praia ele já conhece o dono do bar, ganha desconto dos garçons e tem 3 novas viagens marcadas com os amigos que ele fez em um dia.
Algo que o goiano SEMPRE faz na praia é encontrar algum conhecido por lá e depois vem a seguinte afirmação: "nossa, mas o Brasil é um ovo mesmo".
Se tem uma coisa que goiano não é, essa coisa é fresco. Ele experimenta todos os pratos típicos do local e ainda afirma no final: "pequi com galinha caipira é muito melhor".
Apesar de experimentar tudo, em algum momento vai ter a reclamação de que a comida está com areia. E depois de alguns dias essa pequena observação torna-se generalizada. Na roupa tem areia, na mala tem areia, na cama tem areia e não adianta tentar limpar, ela nunca acaba.
Sabe aqueles vendedores ambulantes de praia? Já viu o quanto eles conversam e conseguem te convencer a comprar algo totalmente sem necessidade? Pois o goiano consegue convencer o vendedor a fazer qualquer produto que ele esteja vendendo por, pelo menos, metade do preço.
Quer ter 100% de certeza que aquela pessoa é goiana? Em algum momento, mesmo que ela não seja a maior fã do estilo musical, ela vai pedir para o pessoal do bar trocar o axé por sertanejo.
Durante um passeio pela cidade, o goiano vai fazer o seguinte questionamento: "gente, alguém sabe onde é que tem um pitdog aqui pra gente comer um x-tudo?" E não é muito difícil que ele procure por pão de queijo também.
Para aproveitar bem a viagem, os goianos gostam de fazer todos os passeios disponíveis na cidade. Pode ser de barco, pode ser um passeio turístico dentro da cidade ou um mergulho com os peixinhos, vai ter um goiano lá.
E por fim, durante os dias passados na praia, em uma conversa com os novos amigos que foram feitos ali, o goiano vai convidar o pessoal pra conhecer Caldas Novas, porque lá além de ter água quente, tem praia também.
Imagem: Annie Spratt/Unsplash
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lagimotta · 5 years ago
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"Provido de equipamentos simples, crianças do campo criaram suas próprias narrativas audiovisuais a partir de seus desejos e práticas do brincar. Permeadas pelo imaginário dos contos de fadas, pela cultura de massa, especialmente pelo cinema de gênero, e pela experiência na natureza, os curta- metragens mostram uma infância do campo por ela mesma."
Apresentação de Gisele Motta no X Seminário Alaic
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Apresentação “Fazer-cinema em uma escola em transformação no” X seminário Associação LatinoAmericana de Investigadores em Comunicação (ALAIC) (UFF/2019). 
https://abpcomalaicnauff.wixsite.com/abpcomalaic2019/anais-alaic
#pedagogia do cinema #educaçãodocampo #educaçãotransformadora #educaçãoinovadora #metodologiadeprojetos #pesquisa-ação #UFF #Niterói #UnB  #goiás #riodejaneiro #conexão #chapada dos veadeiros #nordeste goiano #periferias #reformaagrária #assentamento  #eventosacadêmicos #alaic
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relatabrasil · 5 years ago
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'Mestre do Sabor': Saiba o que vai rolar na segunda noite da etapa 'Prato de Entrada' do reality
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Nesta quinta, 17/10, mais Chefs vão tentar a vaga no programa ao apresentar seus melhores pratos aos Mestres José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão Claude Troisgros apresenta 'Mestre do Sabor' ao lado do fiel escudeiro Batista e os Mestres José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão Victor Pollak/Globo Mais uma quinta chegou e com ela a segunda noite da etapa 'Prato de Entrada' do Mestre do Sabor. Nesta rodada, o público vai ter a chance de ver mais Chefs tentando a vaga no time de um dos Mestres do programa apresentado por Claude Troisgros. José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão precisam montar um time com 8 integrantes e vão avaliar os pratos às cegas, ou seja, sem saber quem foi que preparou a receita. Se eles curtirem, apertam o botão verde e o Chef está dentro do programa. Agora, se os três apertarem o botão vermelho, o candidato não entra na competição. Podemos então ter certeza de que vem muita emoção e talento nesta quinta, 17/10. E agora vamos relembrar como estão os times após o primeiro dia de programa. TIME JOSÉ AVILLEZ - 2 INTEGRANTES Djalma Victor O mineiro de 35 anos conseguiu a vaga ao apresentar uma barriga de porco prensada, prato afetivo e típico de sua região. Djalma Victor apresenta Porquinho no Milharal Gustavo Young O paulistano de 36 anos apresentou a receita de um pargo confitado e garantiu sua entrada no reality Gustavo Young apresenta Pargo confitado com purê de pupunha e farofa Uairini TIME KÁTIA BARBOSA - 3 INTEGRANTES Carol Albuquerque A gaúcha foi mais uma candidata a apresentar, em seu prato, um pargo, mas desta vez grelhado. A receita conquistou Kátia Barbosa e garantiu a presença de Carol no reality Carol Albuquerque apresenta Pargo com purê de banana da terra assada Lili Almeida O Arroz Caldoso de Rabada da baiana foi um sucesso, levando Lili a seguir na competição com Kátia Barbosa como Mestre. Lili Almeida apresenta Arroz Caldoso de Rabada para entrar no #MestreDoSabor Seichele Barboza A sergipana, que completou 29 anos dia 15, mostrou toda sua espontaneidade no palco e garantiu sua permanência na competição com o prato Arraia no Arroz de Majongome. Seichele Barboza apresenta Arraia selada na manteiga de garrafa TIME LEO PAIXÃO - 2 INTEGRANTES André Barros O sabor do Bobó de Camarão do goiano foi irresistível para o mineiro, que o quis em seu time. André Barros apresenta Bobó de Camarão com castanha de baru e babaçu Diego Gimenez O paulistano trouxe elementos amazônicos a um prato típico francês e foi aprovado pelos Mestres, levando-o a escolher ir para o time de Leo Paixão. Diego Gimenez apresenta Cassoulet do Amazonas 📌 Acompanhe o Mestre do Sabor nas redes sociais! 👉 Clique e curta Mestre do Sabor no Facebook! 👉 Clique e siga Mestre do Sabor no Twitter! 👉 Clique e siga Mestre do Sabor no Instagram! 'Mestre do Sabor': Confira todas as receitas do programa
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work-style-blog · 5 years ago
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Casarão de Goiânia recebe eventos culturais no centro da cidade
Com o objetivo de movimentar a vida cultural em Goiânia, a Casa Liberté surge como um lugar de diversão, mas também de reflexão e debate
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Foto: Instagram I @conceito062
Movimentando as noites de Goiânia,  no dia 22 de maio a Casa Liberté recebeu a premiere de lançamento do ‘’extended play’’ (EP) ‘’Arte Proibida’’ da banda alternativa goiana Guerrilha dos Coelhos Mutantes. O evento teve início às 17 horas com uma discotecagem especial preparada pela banda e, às 21 horas, o EP foi lançado com projeções de vídeos e clipes. Segundo anunciado pela banda em suas redes sociais, os ingredientes para a composição deste trabalho foram  a rebeldia do punk, o bailão submerso na psicodelia do  new wave music e acidez de um rap de mensagem.
Segundo o idealizador da Casa Liberté, jornalista e ilustrador Heitor Vilela, de 25 anos, as atrações recebidas no local são, no geral, aquelas que comportam temáticas como cultura independente local e nacional, artes visuais, música, performances, danças e principalmente rodas de debates, palestras, cine debates e atividades do gênero. 
‘’Eu trabalhei com Jornalismo Cultural nos últimos 5 anos, como editor do caderno de cultura do Diário da Manhã e no Jornal Metamorfose. Então conhecendo a cena cultural um tanto engessada da cidade, queria abrir um local que rolasse cultura, música, bebidas, comidas, performances e debates políticos e sociais relevantes, tudo isso a um preço acessível’’, contou o empresário.
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Heitor Vilela para o CurtaMais I Foto: Curta Mais
O espaço foi inaugurado em outubro de 2018, após a festa "Liberté Maio de 2018" ,organizada  pelo coletivo de mídia independente Jornal Metamorfose em memória dos 50 anos do levante popular conhecido como Maio de 68. Heitor faz parte do coletivo e após a festa, em 23 de Maio do ano passado no Cabaret Voltaire, ele começou a idealizar a Casa Liberté. Ele ainda conta como está sendo a receptividade do público goiano.
‘’A receptividade foi e está sendo excelente. Como disse antes, trabalho com Jornalismo Cultural e conheço a maioria dos espaços alternativos e mesmo os mainstream da cidade. A ideia era criar algo que as pessoas já gostam com o diferencial de algo que a cidade era carente. Nisso entra a escolha do local: um casarão no centro. Até então os poucos espaços culturais alternativos do centro haviam fechado. Então tinha um interesse na renovação da cultura, arquitetura e movimentação no centro da capital. A galera adorou e continua colando na casa, contribuindo com ideias e projetos, que sempre mantém a casa ocupada e ativa’’, finalizou o jornalista.
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nunoxaviermoreira · 6 years ago
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Tucano-toco ou Tucanuçu ( Ramphastos toco ) - Toco Toucan by Marcus Vinicius Lameiras Local: ZooRio Classificação Científica Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Piciformes Família: Ramphastidae Com a característica marcante de possuir enorme bico alaranjado com uma mancha negra na ponta. Sua plumagem é negra, destacando-se o papo e o uropígio brancos, além do crisso manchado de vermelho. Destaca-se também a área de pele nua de cor laranja ao redor dos olhos e as pálpebras azuis. O bico amarelo-alaranjado de tecido ósseo esponjoso, que mede cerca de 20 cm, é duro e cortante, sendo usado como uma pinça para capturar alimento. Mede 56 cm de comprimento e pode pesar 540 g. Apesar do tamanho, é muito leve, devido à estrutura interna, onde existem grandes espaços vazios. O tucano usa-o com grande habilidade, apanhando desde pequenas presas até separando pedaços de alimentos maiores. Suas bordas são serrilhadas e a força do tucano corresponde a seu tamanho. Para ingerir o alimento, lança-o para trás e para cima, em direção à garganta, enquanto abre o bico para o alto. Alimentação Sua dieta consiste basicamente de frutas, insetos e artrópodes, mas também costuma saquear ninhos de outras aves e devorar ovos e filhotes. Devido a essa característica, são prontamente perseguidos pelas aves em período reprodutivo. Reprodução Faz seu ninho em árvores ocas, buracos em barrancos ou em cupinzeiros. Costuma botar de dois a quatro ovos, que são incubados por período de 16 a 18 dias. O macho costuma alimentar a fêmea na época da reprodução. Seus predadores são: os macacos que saqueiam o ninho e os gaviões. Vivem em casais no período reprodutivo, formando bandos após a saída dos filhotes dos ninhos. Hábitos Vive aos pares ou em bandos de duas dezenas de aves que voam em fila indiana. Voa com o bico reto, em linha com o pescoço, alternando curtas batidas com um planar mais demorado. Ao dormir vira a cabeça e descansa o bico nas costas. Comunicam-se com chamados graves, parecendo um pouco o mugido do gado (vindo daí o nome goiano de tucano-boi). Habitam as matas de galeria, cerrado, capões; única espécie da família Ramphastidae que não vive exclusivamente na floresta, sobrevoa freqüentemente os campos abertos e rios largos; gosta de pousar sobre árvores altaneiras. Menos sociável que os outros tucanos. Os ocos também são usados para dormir, quando a grande ave dobra-se de tal forma que diminui o seu tamanho em dois terços. Inicialmente, coloca o bico sobre as costas e, em seguida, cobre-se com a cauda. Essa posição de dormida também é usada quando dorme no meio das folhas da parte superior da copa das árvores. Distribuição Geográfica De larga distribuição em regiões campestres do interior, da Amazônia (p. ex. Manaus e foz do Amazonas) ao Paraguai, Bolívia e Argentina; não atinge o litoral do Brasil oriental. Fonte: Wikiaves https://flic.kr/p/8nB9xW
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pipocacompequi · 4 years ago
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[Sessão Crítica] Maria Grampinho
por Dannilo Santiago
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A cidade histórica de Goiás - GO sempre foi um berço de cultura no estado, cativando gerações ao longo das décadas. Personagens como  fazem parte do imaginário coletivo e ajudaram a criar a identidade artística, social e cultural da antiga capital goiana e cativaram os mais diversos artistas a criarem a partir daí suas obras.
O curta-metragem de Flávio Gomes, Maria Grampinho (2020) conta através de entrevistas de moradores da cidade, pequenas histórias sobre a personagem título, uma mulher que morou no porão da casa de Cora Coralina na segunda metade do século XX e que ganhou notoriedade entre os moradores por sua presença silenciosa e constante. Após sua morte ela se tornou personagens de contos, causos, poemas, artesanato e outros curta-metragens da cidade.
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O filme se trata de um documentário animado, um recurso raro, onde a personagem principal ganha vida a partir de stop-motion de um boneco, usando os famosos grampos na cabeça que lhe deram o apelido de “grampinho” e uma trouxa de panos. Os entrevistados foram gravados normalmente e a partir disso foi feita animação digital vetorial, como se a partir das imagens captadas fossem feitos desenhos por cima dos frames. As entrevistas animadas iam intercalando com as imagens do boneco de Maria Grampinho pela cidade de Goiás, onde cada um contava um pouco das experiências pessoais e como a cidade lidava com ela.
Através os relatos dos entrevistados é possível construir a imagem que a cidade de Goiás tinha de Maria, de uma mulher silenciosa e até mesmo misteriosa, que possuía uma rotina rigorosa que despertava a curiosidade nas pessoas ao redor. Mesmo que essas pessoas tenham tido, de fato, contato com ela, vale ressaltar que ela faleceu a 35 anos e observando a presença dela dentro do imaginário coletivo da cidade, dos contos, das poesias e dos artesanatos, pode-se supor que ao longo dos anos esses relatos foram influenciados por essa imagem que a cidade atribui a personagem, e que também essas experiências pessoais influenciaram no imaginário popular, observando uma construção narrativa de quem foi de fato, Maria Grampinho e o seu legado cultural para a cidade de Goiás.
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Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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filhasdofogo · 8 years ago
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mulheres não são um nicho de mercado
No início de fevereiro, entrevistava um produtor de um evento em que se apresentariam uma dupla de homens e uma mulher, solo. Perguntei a ele por que razões ele tinha chamado a dupla de homens pra tocar, e ele me deu uma resposta longa e florida, explicando-me sobre a linguagem proposta e a trajetória musical do duo. Após perguntar por que escolheu o projeto solo para o evento, porém, a resposta foi curta: “ah, porque eu queria chamar uma mulher”.
Em meios teoricamente progressistas, como o da música e da arte tida como “experimental” ou “de vanguarda”, há uma abordagem que pretende destacar quando algo é feito por mulheres. No primeiro anúncio do line-up do goiano Festival Bananada, por exemplo, as faixas do quarteto Teto Preto (cuja vocalista e única mulher é Laura Diaz) foram apontadas por trazer “uma temática fortemente feminina”. As letras são abertas a interpretações, mas o apontamento me parece equivocado: as duas faixas lançadas pelo Teto Preto (sendo uma delas um cover de “Já Deu pra Sentir”, do Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção) parecem tratar de complexidades políticas e culturais que não podem ser precisamente resumidas em “temáticas femininas”.
A banda paulistana Rakta, na mesma postagem, foi rotulada como um “trio de mulheres”. Na entrevista com Carla Boregas para o filhas do fogo, a baixista destaca que não é incomum que se referissem ao grupo dessa maneira, e supõe alguns motivos para que essa setorização aconteça: “Eu vejo isso como um claro reflexo da opressão da criatividade feminina; por que parece tão incomum a produção musical feita por mulheres que existe a necessidade de que isso seja assinalado?”, comentou.
Com a popularização do movimento feminista, a questão de inclusão da mulher na música têm se tornado uma cota, um nicho, ou uma reserva de mercado. Na mídia (mesmo “independente” e “alternativa”), a pergunta “como é ser uma mulher na música?” se tornou quase inescapável, assim como textos e chamadas que colocam o sexo e outras opressões vividas por essas mulheres em evidência (“Na música eletrônica, a coisa também está cada vez mais feminina”, “Como uma funkeira 'negra e gorda' virou símbolo de beleza e voz da favela”). Em debates e palestras, não é incomum que mulheres só sejam convocadas a falar sobre como é “ser mulher” em determinada área.
Embora quiçá bem intencionado, o tiro que pretende incluir as mulheres na música eletrônica/experimental por destacá-las acaba muitas vezes saindo pela culatra. No artigo Gender, Genre and Electroacoustic Soundmaking Practices (Gênero [como classificação de homens/mulheres], gênero [musical] e práticas do fazer sonoro eletroacústico), de 2006, a compositora e pesquisadora Andra McCartney escreve sobre como a incorporação da musicista Pauline Oliveros como a única mulher em textos didáticos sobre música eletroacústica contribuiu para que seu trabalho fosse enxergado como uma espécie de essência do que seria o “fazer feminino” nesse tipo de arte.
A separação entre o que acredita-se ser “música” e “música de/para mulheres” se torna clara nesses contornos, e a demarcação de espaços deixa de ser uma questão puramente mercadológica e se torna também patriarcal. A exclusão feminina no fazer artístico passa a acontecer na forma de inclusão subordinada – enquanto o homem é o “eu”, a mulher segue representando a alteridade. Nas palavras de Simone de Beauvoir, “a mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem, e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante ao essencial. O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro.”
Na roda de conversas do festival Novas Frequências 2016 sobre a mulher na música experimental, a compositora Renata Roman (produtora do Dissonantes, série de concertos protagonizados por mulheres) resumiu o espaço delas nesse cenário: "[A colocação das mulheres como nicho] vai acabar quando esse espaço que não temos ainda na cena se naturalizar. Quando os organizadores das cenas, dos festivais, começarem a pensar na presença de mulheres não por constrangimento.”
Este texto não pretende, em momento algum, dar a entender que questões de gênero não influenciam o fazer musical de mulheres, ou suas experiências em meios artísticos. Meu objetivo com ele é apenas salientar as estratégias de empurrar essas mulheres aos subespaços que uma cultura machista acredita que elas deveriam preencher.
Mulheres não são um nicho de mercado.
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culturadoperachado-blog · 6 years ago
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Cine cultura exibe dois curtas goianos
Nesta quinta-feira, 28, o Cine Cultura traz o lançamento de dois curtas goianos às 19h. Sendo eles, A viagem de Icaro e Dônaria.
Sabe qual é o melhor? É entrada gratuita! Então traz a pipoca, xs amigxs e x crush pra curtir, que vai ser SENSACIONAL!
Rensga eu vou!
Cine Cultura: 28 de junho
Local: Cine Cultura - Praça Doutor Pedro Ludovico Teixeira, 2 - Centro Goiânia.
Entrada gratuita (na estréia dos curtas)
Informações: (62) 3201-4670 /  [email protected]
Linhas de ônibus que passam próximos ao Cine Cultura: 002 (Terminal Isidória), 003 (Terminal Garavelo), 004 (Terminal Bandeiras), 006 ou 008 (Terminal Veiga Jardim), 007 (Terminal Vila Brasilia), 017 ou 019 (Terminal do Cruzeiro), 018 (Terminal Araguaia), 027 ou 400 (Terminal Praça da Bíblia), 164 (Terminal Goiânia Viva), 167, 187 ou 909 (Terminal Parque Oeste), 052 (Terminal Dergo), Eixo anhanguera (terminal Praça A e Padre Pelagio).
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roberteestele-blog · 7 years ago
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Saiba A Arrogância Desde Um Chatbot Com o objetivo de O Senhor Negócio
É razoável nos dias a este dia acertar robôs com agudeza artificial para executarem os atendimentos desde alguma corporação bem como revolucionar a modo desde fidelizar afilhados ? Parece determinado vez evidente, contudo os chatbots podem aumentar bem como negativa complicar recebimento ao favorito. Mas, se jamais forem usados adequadamente podem proporcionar também incômodos do que vantagens. Imagine você visto que favorito, propor corrigir alguma confusão de outra maneira resolver um distúrbio e também estar perdendo tempo com certo andróide que não resolve bagatela de outra maneira fica apenas repetindo frases menos aspecto. Esse forma a cena pode atrapalhar os seus possíveis fregueses bem como estimular uma imagem contra da sua instituição. Por boa, pense claramente outrora a utilizar os chatbots. chatbot é apresentado, geralmente, adaptado com as principais corpo de ação no convívio de empresas e compradores, que nem conjunto de páginas da internet. Assim os usuários nunca precisam além disso conectar-se determinado sítio exclusivo em outras palavras agachar certo aplicativo com finalidade de acolher auxílio. A ajustamento no meio de aplicativos e também tecnologias acaba simplificar as vendas desde maneira nem afim. Que tal requisitar uma denotação com artefato a fim de um afável e também, desta maneira que recebê-la, clicar no designação do instrumento e também ir de modo direto com o objetivo de a butique comprá-lo? Os bots sarau seu atendente executável nesse autos. Embora grande bando acredite que ileso as mesmas coisas, um chatbot se difere bem com um chat na internet. No alto, visto que vimos, auxílio é globalmente robotizado a acometer a regras específicas. Agora um chat na internet pode ser único apresentação de outra maneira aparência característica que precisam estar executados por gente reais. Afastado disso, no chat na internet há completo compreensão e também objetividade nas pedidos. Você possuem dúvidas em cima de que a melhor caminho? Ao chão vamos executar qualquer alígero estudo dentre qualquer chave. E a princípio do inbound mercadologia é precisamente qualquer visão exclusivamente do cliente. alvo é entregar certo argumento que atenda perfeitamente as suas brigas e aguardo, criando uma comunicação direta, gerando leads e relacionamentos duradouros. Várias empresas acreditam que esses robôs conseguem encontrar-se cativados nesta próxima grande aversão da ação cerca de seres humanos e marcas. Facebook, Microsoft, Telegram, WhatsApp, WeChat, Kik Messenger e tantos demais aplicativos a mensagens devem ser os responsáveis por catafalco enorme agitação. Sabe aquela acontecimento desde que no futuro tudo acontecerá estável por robôs? Pois é, esse fortuna imediatamente se tornou existente e também a atribulação disso bom os famosos chatbots. Essa conhecimento este qualquer dose além disso assistente nos afazer bem como se destaca caçoada funcionalidade e conveniência que proporciona à amplitude desde ajuda bem como caso com cliente. No advir desse assunto vamos entender além disso em cima de atividade dos chatbots bem como particularmente que nem eles ileso fundamentais com finalidade de e-commerce. Por este justificativa, a Destreza Afetado é considerada uma conhecimento avanço em chatbots, imediatamente que oferece aos programas bem como aos softwares qualidades similares ao funcionamento da ajuste humana, apropriado a gerar informações a abrir com elementos fragmentados. Por castigo, determinado chatbot pode colaborar único usador a adiar determinado horário, a adquirir um criação de outra maneira a fazer determinado demanda conectado, no meio de outras capacidade. Para começar a interagir com respectivo chatbot, as pessoas só precisam clicar no tecla do Facebook Messenger, desimpedido na sua Fan Page. A comunicação por volta de animal da cadeia alimentar e também marcas mudou muito com a abeiramento da rede de computadores interligados, principalmente nos últimos anos por apreço das redes sociais. Adolescentes ferramentas surgem continuamente bem como os aplicativos desde doutrina que mataram MENSAGEM DE TEXTO CURTA curado a próxima forte arraiano dentre convívio graças aos bots bem como chatbots. Os chatbots nunca se mostraram bem proveitosos para fidelizar clientes, tornando-se indispensáveis a fim de muitas companhias, resolvendo problemas humilde, respondendo a perguntas e interagindo com os consumidores, os programas somente transferem os contatos com finalidade de auxílio humano em que momento preciso, como nos casos dentro de que é acurado apurar perturbações também complexos. Acomodar-se que chatbots ileso programas de pc respondendo mensagens desde usuários negativa está condenável, conceitualmente. Facebook Messenger é único dos aplicativos de mensagem melhor populares do universo. No ombreira da clareza do administração goiano, chatbot Beto ajuda colaborador que isto perante procura desde indicações relativas à aplicação pública. além disso fantástico disto fundamental é que apesar dos chatbots não serem algo I.A., as plataformas reconhecem termos relacionados. Com os avanços a apreensão afetado bem como machine learning, a aptidão é que os chatbots possam oferecer experiências mais personalizadas de recebimento.
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Por adicional ala, afastado dos chatbots básicos”, inclusive existe alternações no que é usada a Agudeza Adulterino que possibilita interações em grau superior avançadas e próximas à verdade humana. chatbot é algo alternativa com o objetivo de que favorito consiga falar com a sua estabelecimento em azo real, em qual lugar ele estiver. 2. Cerne no desfrutador: base centralizado e argumento da criatura do chatbot incólume os usuários que irão utiliza-lo, então é fundamental agastar solucionar as necessidades deles e também para brindar a com mais perfeição experiência. Um dos pontos além disso relevantes com o objetivo de as marcas bem como acometimentos a respeito de a recente dispositivo para troca de informação é que alor está substituindo os aplicativos que pálio indiano também possível a acatamento por parte dos usuários e inclusive além disso acessível a fim de as marcas. A informação por após dos chatbots parece tornar-se grande legal, contudo até então é certa curiosidade” com finalidade de diversas empresas e marcas, tendo no ar que pequenas e também médias organizações ainda desconhecem essa resultado. Primeiro de implementar essas tecnologias aos negócios é necessário aferir vários elementos destinado a que ao envés a soluções os chatbots nunca se tornem problemas. Em cima de seguida, desde 2001 a 2004, foi a chance da Sete Zum, uma acólito executável com inteligência afetado que podia agir mutuamente por melhor dentre 1h com usuários menos que eles percebessem que se tratava a software. Acesso conhecia junto com 5 milénio questões e também foi a primeira a relacionar-se por chat ( ICQ, na época). No entanto, que chamou em grau superior a afabilidade dos observadores foi que os bots usaram de artifícios no ambiente das conversas, fingindo atenção em assuntos apenas destinado a atingir que desejavam. debuxo foi alienado no caso de a assistentes da barga coletivo entendeu que a alteração de bitola tornava antissocial demais analisar os referência e também adotar cometimento. Desta forma, antigamente que propósito ficasse afastado com autoridade, a agudeza convencional foi desligada.
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marcellaalves · 5 years ago
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Texto para site: Manual de sobrevivência em Goiânia, escrito por uma verdadeira goiana
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Texto produzido para o site Curta Mais em 27/09/2018. O texto não está seguindo as regras de SEO.
Quem já viajou para fora do estado sabe: existem 1001 pré-conceitos sobre como são e como agem os goianos.
Convenhamos, alguns são reais, mas outros chegam a ser engraçados de tão absurdos. Pensando nisso, esse texto foi feito para explicar para as pessoas de fora de Goiás como nós goianos pensamos e agimos.
Para começar, somos sim a terra do sertanejo. Algumas das maiores duplas sertanejas saíram daqui e outras que não saíram, mudaram para cá. Mas não é só isso que toca por aqui. Nós também somos o berço da música independente. Assim como o festival Villa Mix estoura as duplas sertanejas e a pecuária é um evento bastante esperado, aqui tem o Bananada, o Goiânia Noise e o Vaca Amarela que apresentam diversas bandas independentes e  que tocam do rock ao hip-hop. E acredite, festivais de música eletrônica também fazem muito sucesso por aqui.
Além disso, tem baladas para todos os gostos. Sertanejo, rock, pop, funk, bares badalados, diversos hookahs e aqueles copos sujos também.
E se você estiver em algum rolê por aqui e de repente alguém gritar "vila" seguida por várias outras pessoas, não se assuste. Isso é normal. O Vila Nova é um time daqui e gritar seu nome se tornou uma espécie de tradição, até mesmo para quem não torce pra ele.
Aqui tem sim quem ande de botina, chapéu e fivela porque gosta e não é peão ou fazendeiro. Mas também tem quem ande porque é peão ou fazendeiro e fora do trabalho usa tênis e cabelo arrepiado.
Aquela coisa que fica nas ruas e organiza o trânsito chama "sinaleiro". "Paia" é algo que para nós é sem graça. "Trem" resume quase tudo o que a gente quer falar, mas acabamos esquecendo o nome. "Uai" inicia ou finaliza quase todas as nossas frases. Pra gente bolacha são aquelas recheadas e biscoito é o de queijo ou o frito que a nossa avó faz quando vamos visitá-la. E "pit dog" tem em todo lugar com os melhores sanduíches pra comer depois da festa ou até antes.
Ninguém nunca vai fazer uma pamonha melhor que a nossa, pão de queijo é mineiro, mas aqui a gente também manda muito bem nessa receita e galinhada também é um prato essencial do nosso estado. Apesar disso, churrasco, comida japonesa, comida mexicana e todas as outras culinárias que não são típicas daqui também agradam bastante. Pequi é algo extremamente goiano, mas acredite, não é uma paixão universal. Tem quem não goste.
Tem muita fazenda em torno do estado e nos interiores também, mas nem por isso nossas cidades são iguais a uma roça. Na verdade, a capital é muito bem desenvolvida, tem água quente, tem energia, tem aeroporto, muitos carros e vários ainda dizem que é um dos melhores lugares para se morar. Mas sim, você provavelmente vai ver alguém andando a cavalo no meio da rua.
Tem uma coisa que a gente não pode discordar de ninguém: as nossas mulheres realmente são maravilhosas. E além de lindas, são extremamente legais. Pode conversar com uma sem medo, você não vai se arrepender.
A gente fala "porrrrrta, porrrrteira, porrrrtão" e é chato quem fica imitando e tirando sarro. Todos os estados tem seu sotaque e é isso que faz com que cada um seja especial da sua própria maneira.
Aqui sempre faz calor. Algumas vezes é normal, algumas vezes é quase insuportável. A gente sempre reclama, mas se faz 15° já está todo mundo agasalhado e sentindo muito frio. Inclusive, são nesses dias que as botas saem do nosso armário.
Não temos praia por aqui, mas temos Caldas Novas com águas naturalmente quentes e cachoeiras maravilhosas em diversas cidades para se refrescar naqueles dias que são insuportáveis.
Goiás é diferente do que muitas pessoas pensavam? Com certeza. Se você ainda não conhece, a gente aconselha a vir visitar o estado e tirar suas próprias conclusões ao invés de só ler o nosso texto. Mas de uma coisa a gente tem certeza: você vai querer voltar!
Imagem: Rafael Ferreira - Drone Like/Divulgação
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corredor944 · 3 years ago
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… circula no whatsapp - 364 … HISTORIA DO BRASIL
🔴Lista cronológica dos principais fatos que marcaram a História do Brasil
🟢Brasil Colônia
1500 - A expedição de Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. 1501 - Américo Vespúcio faz uma expedição exploratória na costa brasileira. 1504 - Chegam ao Brasil navegadores  franceses para exploração do território. 1530 - É instituído o regime de capitanias hereditárias por Dom João III. A expedição colonizadora de Martim Afonso chega ao Brasil. 1532 - Fundada a Vila de São Vicente, primeira vila do Brasil por Martim Afonso. 1534 - O Brasil é dividido em capitanias hereditárias. Início da escravização do índio no Brasil. 1543 - A primeira Santa Casa do Brasil é fundada por Braz Cubas. 1548 - Criado  o governo-geral com o objetivo de centralizar a administração da Colônia. 1549 - A cidade de Salvador é fundada.  é constituído o primeiro governo geral do Brasil com Tomé de Souza. 1550 - Inicia a criação de gado no Brasil, com chegada de espécies. Em Salvador chega a primeira leva de escravos vindos da África. 1555 - Os franceses fundam a França Antártica, no Rio de Janeiro. 1562 - João Ramalho torna-se capitão-mor de São Paulo de Piratininga. 1563 - A cidade de São Sebastião (Rio de Janeiro) é fundada por Estácio de Sá. 1567 - Os franceses são expulsos do Rio de Janeiro. 1570 - A liberdade dos índios é garantida pela Carta régia. 1571 - Decreto de Dom Sebastião determina  que somente navios portugueses transportem mercadorias para o Brasil. 1578 - Francis Drake e outros corsários ingleses exploram pau-brasil no Maranhão. 1580 - Início do domínio espanhol, também chamado União Ibérica. 1584 - Os portugueses dão inicio a conquista da Paraíba. 1585 - O forte em torno do qual cresceu a atual cidade de João Pessoa é construído por Martim Leitão. 1586 - Espanhóis e portugueses tentam, sem sucesso, expulsar os franceses da Paraíba. 1587 - Barcos estrangeiros são proibidos de ancorar no Brasil. O capitão inglês Thomas Cavendish pratica atos de pirataria em São Vicente. 1595 - Lei de Filipe II proíbe a escravização dos índios. Ataque do corsário inglês James Lancaster no Recife. 1596 - Ingleses fundam feitorias no delta do Rio Amazonas. 1599 - Jerônimo de Albuquerque pacifica os portugueses na Paraíba e funda Natal. 1605 - Governo espanhol proíbe que estrangeiros desembarquem no Brasil e nas demais partes do além-mar português. 1612 - Os franceses invadem o Maranhão e fundam a França Equinocial. 1615 - Jerônimo de Albuquerque, Alexandre Moura e Francisco Caldeira apoderam-se do forte de São Luiz do Maranhão, derrotando a França Equinocial. 1616 - A cidade de Santa Maria do Belém, no Paraná,  é fundada por Francisco Caldeira. 1619 - Índios Tupinambás se revoltam, porém são derrotados no Pará. 1621 - O Estado do Maranhão (Maranhão, Ceará e Pará), é criado pela Coroa Espanhola. 1624 - Os holandeses invadem a Bahia; os portugueses estabelecem a resistência. 1625 - Os holandeses são expulsos da Bahia com o apoio da esquadra espanhola. 1630 - Os holandeses atacam Pernambuco e se estabelecem. 1637 - Mauricio de Nassau, governador holandês de Pernambuco, expulsa as tropas luso-brasileiras em direção à Bahia. 1638 - Inicia a expedição de João Dias em direção ao sul do país. 1640 - Procuradores da Capitania de São Vicente expulsam os jesuítas. Chega ao fim o domínio espanhol. 1644 - Ao desentender-se com a Companhia das Índias Ocidentais, Maurício de Nassau deixa o cargo de governador. 1645 - Insurreição dos luso-brasileiros de Pernambuco contra os holandeses. 1648 - Na primeira Batalha dos Guararapes os holandeses  são derrotados por Francisco Barreto. 1654 - Expulsão definitiva dos holandeses do Brasil. 1661 - Através de tratado de paz os holandeses reconhecem a perda da colônia do Brasil. Aliança com Portugal autoriza o comércio dos ingleses no Brasil e nas Índias. 1669 - Francisco de Mota Falcão ergue o Forte de São José do Rio Negro. 1671 - Através de decreto é liberada a entrada de navios estrangeiros em portos brasileiros. 1674 - Bandeira de Fernão Dias Pais Leme parte em direção ao sertão de Minas Gerais. 1684 - Explode, no Maranhão, a Revolta de Beckman. 1685 - Construídos quatro fortes na região amazônica, ameaçada pelos franceses de Caiena. A Coroa Portuguesa proíbe a produção de manufaturas no Brasil. 1694 - É montada na Bahia a primeira Casa da Moeda. Primeiras notícias de descoberta de ouro em Minas Gerais. 1702 - É criada a Intendência das Minas, tendo como função principal distribuir terras para a exploração do ouro e cobrança de tributos para a Fazenda Real. 1708 - Inicia a Guerra dos Emboabas. 1710 - Deflagrada a Guerra dos Mascates, conflito entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes de Recife. 1711 - Através de Carta Régia São Paulo é elevada à categoria de cidade. 1713- Através do Tratado de Utrecht; a França aceita o rio Oiapoque como limite entre a Guiana e o Brasil. 1715 - Pelo Tratado de Utrecht; a Espanha concorda em devolver a Colônia do Sacramento a Portugal. 1720 - São criadas as Casas de Fundição. Nesse ano, inicia a Revolta de Vila Rica, em protesto contra a criação das Casas de Fundição. 1722 - Expedição de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, que descobriria ouro no sertão goiano. 1727 - Cuiabá  é fundada pelo governador Rodrigo César. 1728 - Descobertas as primeiras jazidas de diamantes em Serro Frio (atual Diamantina). 1729 - Inicia a produção de diamantes no arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina, em Minas Gerais. 1737 - Início da ocupação portuguesa do Rio Grande do Sul, voltada para a criação de gado. 1747 - Por alvará régio são confiscados os tipos de imprensa existentes no Brasil. 1750 - Pelo Tratado de Madri, é reconhecido o domínio de Portugal sobre os territórios a oeste do meridiano de Tordesilhas. 1752 - Colonos açorianos chegam ao Rio Grande do Sul; algumas famílias se estabelecem em Porto dos Casais (Porto Alegre). 1759 - Os jesuítas são expulsos do Brasil. 1761 - Através do Acordo do Pardo Espanha e Portugal anulam o Tratado de Madri. 1763 - Transferida de Salvador para o Rio de Janeiro a capital do Estado do Brasil. 1765 - Decretada a derrama, pela qual se obrigava a população mineradora a completar a soma acumulada do imposto devido. 1766 - Inicia o plantio de arroz no Maranhão. 1771 - Começa a funcionar a Intendência dos Diamantes. 1775 - Reunificação dos Estados do Brasil e do Grão-Pará e Maranhão. 1777 - Tratado de Santo Ildefonso entre Portugal e Espanha. A Colônia do Sacramento passa definitivamente para o domínio espanhol. 1777 - Morte de D. José I e ascensão de D. Maria I ao trono português. Pombal é afastado do governo e os rumos da política e administração lusas sofrem uma mudança radical (fase conhecida como “Viradeira”). 1789  - Inconfidência Mineira, primeiro dos movimentos emancipacionistas que caracterizam a crise do Sistema Colonial. 1792 - Execução de Tiradentes. 1798  - Conjuração dos Alfaiates ou Inconfidência Baiana: movimento emancipacionista com participação predominante de elementos populares. Possuía projetos de caráter social, como a abolição da escravatura. 1801 - Os sul-rio-grandenses ocupam o território dos antigos Sete Povos das Missões, então em poder dos espanhóis, aproveitando uma curta guerra entre Portugal e Espanha. O Tratado de Badajoz, firmado entre os dois países nesse mesmo ano, reconhece implicitamente o domínio lusitano sobre aquela região. - Conspiração dos Suaçunas, conciliábulo de senhores-de-engenho pernambucanos que alguns historiadores insistem em considerar como movimento emancipacionista. Não são aplicadas punições aos supostos envolvidos. 1808 - Chegada de D. João à Bahia, dando início ao PERÍODO JOANINO (1808/21). Carta-régia determina a abertura dos portos brasileiros “a todas as nações amigas”. Fim do “exclusivo” metropolitano e enfraquecimento do Pacto Colonial. Passagem do Brasil para a órbita direta do capitalismo industrial inglês, em substituição ao anacrônico colonialismo mercantilista português. - Alvará de Liberdade Industrial, revogando as proibições impostas por D. Maria I em 1785. Medida de pouco alcance prático, dada a falta de tecnologia e de capitais no Brasil. - Instalação da Imprensa Régia e publicação do primeiro jornal brasileiro. - Criação de escolas de Medicina (primeiros cursos superiores instalados no Brasil) no Rio de Janeiro e em Salvador. 1810 - Início da pressão inglesa para extinção do tráfico negreiro no Brasil. 1815 - Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido ao de Portugal e Algarves. 1817 - Revolução Pernambucana. Último movimento emancipacionista e o único que chegou ao estágio da luta armada. 1818 - O príncipe regente torna-se rei, com o título de Dom João VI. Criada a colônia suíça de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. 1820 - Chega ao Brasil a notícia da Revolução do Porto. 1821 - Fim do absolutismo no Brasil. D. João VI aceita submeter-se à autoridade das Cortes. Juntas Provisórias de Governo substituem os governadores das províncias (nova denominação das capitanias) nomeados pelo rei. - Por pressão das Cortes de Lisboa, D. João VI retorna a Portugal, deixando o príncipe-herdeiro D. Pedro como regente do Brasil. - As Cortes exigem o retorno de D. Pedro a Portugal. 1822 - Dia do Fico (9 de janeiro)  - D. Pedro recusa-se a obedecer às Cortes e decide permanecer no Brasil. A partir daí, acelera-se o processo da Independência. 1822 - Dom Pedro proclama a independência do Brasil. (7 de setembro)
🟢Brasil Império
1822 – Aclamação do príncipe D. Pedro como imperador do Brasil, com o nome de D. Pedro I. 1823 - É instalada, a Assembleia Constituinte encarregada de elaborar a primeira Constituição do Brasil. Choque entre as tendências liberais da Assembleia e o autoritarismo do imperador. D. Pedro I dissolve a Assembleia por meio de um golpe militar. 1824 - D. Pedro I outorga uma Constituição centralizadora: unitarismo (ausência de autonomia provincial), quadripartição de poderes (sendo o Poder Moderador privativo do monarca), voto censitário e subordinação da Igreja ao Estado. - Confederação do Equador: revolta separatista pernambucana, com características idênticas às da Revolução de 1817. Forte repressão por parte de D. Pedro I. - Os Estados Unidos reconhecem a independência do Brasil. 1825 - Portugal e Grã-Bretanha (Inglaterra) reconhecem a independência do Brasil. 1826 - Brasil e Inglaterra constituem uma convenção sobre a extinção do tráfico negreiro. 1826 - Morre D. João VI. D. Pedro I é reconhecido como rei de Portugal (D. Pedro IV), mas abdica em favor de sua filha D. Maria da Glória (D. Maria II). 1828 - Chega ao fim a Guerra da Cisplatina entre Brasil e Argentina, resultando em um Tratado de paz onde ambos os países aceitam a independência da Província Cisplatina, com o nome de “República Oriental do Uruguai”. 1830 - Promulgado o Código Criminal. 1831 - É criada a Guarda Nacional. 1834 - Morre em Portugal D. Pedro I. 1835 - Início da Regência Una do padre Feijó. No Pará, deflagrada a Cabanagem; no Sul, a Revolução Farroupilha. Revolta dos Malês na Bahia. 1837 - Feijó renuncia à Regência. O regressista Araújo Lima torna-se regente interino. Na Bahia, inicia a Sabinada (tentativa de separatismo temporário). 1839 - Garibaldi, um dos líderes farroupilhas, funda em Santa Catarina a passageira República Juliana. 1840 - Dom Pedro de Alcântara tem antecipada sua maioridade e se torna o segundo Imperador do Brasil. 1842 - Revoltas liberais surgem em Minas Gerais e São Paulo. O movimento é sufocado por Caxias, que já vencera a Balaiada e depois pacificaria o Rio Grande do Sul. 1848 - Tem início a Revolução Praieira. 1849 - A cidade de Joinville, em Santa Catarina é fundada por colonos alemães. 1850 - Promulgação da Lei Eusébio de Queiroz, que proíbe definitivamente o tráfico negreiro para o Brasil. 1851 - Tem início a guerra entre Brasil e Paraguai contra Rosas e seu aliado Oribe, ex-presidente do Uruguai. 1852 - O general Caxias comanda forças brasileiras, uruguaias e argentinas que derrotam e depõem Rosas. 1854 - Fundado o novo Banco do Brasil (antiga casa da moeda). Inauguração da primeira estrada de ferro do Brasil. 1856 - Início da construção da primeira estrada pavimentada do país, a União Indústria, ligando Petrópolis a Juiz de Fora. 1865 - Tem início a Guerra do Paraguai. 1866 - O rio Amazonas é aberto à navegação internacional. 1867 - É inaugurada a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. 1870 - Fim da Guerra do Paraguai. 1871 - Promulgação da Lei do Ventre Livre. 1872 - Primeiro recenseamento realizado no Brasil. 1873 - É fundado o Partido Republicano Paulista, na Convenção de Itu, em São Paulo. 1874 - Inicia a corrente imigratória italiana para o Brasil. 1877 - Início do “ciclo da borracha” na Amazônia, utilizando principalmente mão-de-obra nordestina deslocada de suas províncias por uma grande seca. 1884 - O Ceará é a primeira província a extinguir a escravidão. 1885 - Promulgação da Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe, que emancipa os escravos com mais de 65 anos. 1888  - Abolição da escravidão por força da Lei Áurea. 1889 - Chega ao fim o período do Império.
🟢Brasil República
1889 - Proclamação da República. Banimento da Família Imperial e formação de um Governo Provisório chefiado por Deodoro. - Primeiras medidas do novo governo: modificação da Bandeira Nacional, liberdade de cultos, separação entre Igreja e Estado, criação do Registro Civil e secularização dos cemitérios. 1890 - Encilhamento: crise financeira provocada pelo ministro da Fazenda, Rui Barbosa. 1891 - Promulgada a primeira Constituição da República. Deodoro é eleito presidente da República pelo Congresso nacional e Floriano Peixoto vice. Golpe de Estado. Renúncia de Deodoro, após uma série de atritos com o Congresso e uma tentativa frustrada de golpe de Estado. Floriano (o “Marechal de Ferro”) assume a chefia do Estado. 1893 - Tem início a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, estendendo-se a Santa Catarina e Paraná. 1893 - Revolta da Armada no Rio de Janeiro, com participação de monarquistas. Ao se retirarem da Baía da Guanabara, os rebeldes da Armada unem-se aos federalistas no Sul. 1894 -Fim da República da Espada (1889/94) e início da República das Oligarquias (1894/1930). - Eleição do civil Prudente de Morais para a Presidência da República. 1897 - Prudente de Moraes sofre um atentado. O arraial de Canudos é destruído por tropas federais. 1898 - É eleito presidente da República Campos Sales, idealizador da “Política do Café-com-Leite” e da “Política dos Governadores”. 1903 - Revolta no Acre contra a Bolívia. Plácido de Castro proclama a independência do Estado e meses depois o território é anexado ao Brasil. 1903 - “Revolta da Vacina” no Rio de Janeiro, envolvendo também a insatisfação popular com as más condições de vida e a alta de preços. 1906 - O Convênio de Taubaté propõe soluções para a crise de superprodução do café. Os governos estaduais deveriam comprar e estocar a produção excedente. 1907 - Congresso aprova a Lei de Repressão ao Anarquismo, autorizando a deportação de estrangeiros ligados ao movimento operário. 1908 - Criação da Confederação Operária Brasileira. Chegam ao Brasil os primeiros imigrantes japoneses. 1909 - Morte de Afonso Pena. O vice Nilo Peçanha assume a Presidência. - Candidatura presidencial do marechal Hermes da Fonseca e quebra da “Política do Café-com-Leite”. 1910 - Hermes da Fonseca é eleito presidente e Venceslau Brás vice. - Revolta da Chibata, reivindicando melhores condições para os marinheiros da Armada. - Criação do Serviço de Proteção ao Índio (atual FUNAI), chefiado pelo então major Cândido Rondon. 1912 - Campanha do Contestado: destruição, pelo Exército, dos núcleos messiânicos instalados na região da divisa entre Paraná e Santa Catarina. 1914 - Conflito no Ceará contra o governo de Franco Rabelo. Jagunços comandados pelo Padre Cícero e Floro Bartolomeu ocupam Vale do Cariri. 1915 - Anarquistas organizam o Congresso Nacional da Paz em Protesto contra a I Guerra Mundial. 1916 - Fundada a Liga de Defesa Nacional. Fim da Guerra do Contestado. 1917 - Greve Geral paralisa a cidade de São Paulo, Navios alemães torpedeiam navios brasileiros. Em represália, o Brasil entra na guerra. 1918 - Eleições presidenciais. Rodrigues Alves é eleito presidente e Delfim Moura, vice. Gripe espanhola se alastra por São Paulo e outras regiões do país. 1920 - Conflito na Bahia. É decretada intervenção federal. 1922 - Revolta do Forte de Copacabana (Os 18 do Forte), sendo a primeira revolta do movimento tenentista. - Realiza-se, em São Paulo, a Semana de Arte Moderna. - Fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), impropriamente conhecido como “Partido Comunista Brasileiro” (denominação oficializada somente no final dos anos 50). 1923 - Crise no Estado do Rio de Janeiro. Intervenção federal. 1924 - Eclode em São Paulo outra revolta tenentista contra o governo federal. Tem início a Coluna Prestes. 1926 - Criação do Partido Democrático, em São Paulo. 1927 - Instituído o voto feminino no Rio Grande do Norte. 1928 - Fundação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). 1929 - Lançada a candidatura Getúlio Vargas. 1930 - Inicia  no Rio Grande do Sul e no nordeste a Revolução de 1930, dando fim à  Primeira República (ou República das Oligarquias) e início da Era Vargas. 1931 - Cria-se o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Tem início a promulgação de leis sociais. 1932 - Novo Código Eleitoral estabelece o voto secreto e o direito das mulheres votarem e serem votadas. - Tem início a Revolução Constitucionalista de São Paulo: movimento armado com o objetivo de apressar a reconstitucionalização do País (tentativa da oligarquia paulista de retomar o poder). 1933 - Instalada Assembleia Nacional Constituinte, eleita por voto secreto e com participação do eleitorado feminino. 1934 - É promulgada a segunda Constituição da República , que incorpora a legislação trabalhista e os recentes aperfeiçoamentos eleitorais; criação dos “deputados classistas” (20% do total). - Vargas é eleito indiretamente para a Presidência da República, com um mandato de quatro anos. 1935 - Decretada a Lei de Segurança Nacional. Em novembro, ocorre o levante da Aliança Nacional Libertadora (Natal, Recife e Rio de Janeiro). O governo reprime o movimento decretando estado de sítio. 1937 - Uma nova Constituição é imposta ao país. Golpe de Estado de Vargas, com apoio das Forças Armadas e da maior parte dos setores conservadores. Dissolução do Congresso Nacional e outorga de uma Constituição autoritária (a “Polaca”). - Divulgação, pelo governo, do “Plano Cohen” (projeto de insurreição comunista forjado por um oficial do Exército). 1937 - Fase do Estado Novo, dentro da Era Vargas. Os partidos políticos são extintos e não mais se realizam eleições. Instaura-se uma ditadura e os estados voltam a ser governados por interventores nomeados. 1940 - Governo institui salário mínimo. 1941 - Criação do Ministério da Aeronáutica. 1942 - Alemães torpedeiam navios brasileiros e o Brasil declara guerra à Alemanha e a Itália. 1943  - Entra em vigor a Consolidação das Leis do Trabalho, código trabalhista inspirado na “Carta del Lavoro” da Itália Fascista. - “Manifesto dos Mineiros” em prol da redemocratização do Brasil. 1944 - Participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), do Exército, e de um destacamento da Força Aérea na luta contra os alemães na Itália. 1945 - Vargas é deposto por um golpe militar. José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, assume interinamente a Presidência da República. Chega ao fim a Era Vargas. 1946 - É promulgada a quarta Constituição da República. Início do governo Dutra. 1947 - O governo Dutra decreta a extinção do Partido Comunista. 1948 - Cassado o mandato dos deputados comunistas. 1950 - Eleições presidenciais. Vitória de Getúlio Vargas. 1951 - Inaugurada a I Bienal Internacional de Artes Plásticas. 1952 - Criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 1953 - Criação da Petrobrás. E 300 mil trabalhadores reivindicam reajuste salarial. 1954 - O governo concede aumento de 100 % aos assalariados. - Suicídio de Getúlio Vargas em 24 de agosto. 1955 - Juscelino Kubitschek é eleito presidente da República. 1956 - O governo Juscelino, com base em seu Plano de Metas, empreende diversas realizações desenvolvimentistas. 1960 - Inauguração da cidade de Brasília. 1961 - O presidente Jânio Quadros toma posse em janeiro e renuncia em agosto. - Crise institucional. A cúpula das Forças Armadas se opõe à posse do vice João Goulart na Presidência. Solução de compromisso: Ato Adicional à Constituição de 1946, instituindo o sistema parlamentarista. - Posse de João Goulart (“Jango”). 1962 - Criação do Conselho Nacional de Reforma Agrária. 1963- - Referendo restabelece o sistema presidencialista. - Jango propõe as “Reformas de Base” (agrária, bancária, administrativa, universitária e das Forças Armadas). 1964 - É deflagrado o golpe político-militar que afasta João Goulart (Jango). O marechal Castelo Branco assume a presidência da República. Ato Institucional suspende direitos políticos de centenas de pessoas. 1964 - Fim da República Populista e início dos Governos Militares (1964/85). 1965  - Cassação de vários líderes políticos, sindicais e estudantis, com destaque para João Goulart, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Leonel Brizola. - Queda da inflação, que no final do governo Goulart conseguiu o índice de 100% ao ano. - Após a vitória de candidatos da oposição para os governos estaduais da Guanabara, Minas Gerais e Goiás, o presidente Castelo Branco edita o Ato Institucional nº 2, que extingue os partidos políticos existentes e institui o bipartidarismo, consubstanciado na ARENA (partido da situação) e MDB (partido da oposição). 1966 - Suspensas eleições para cargos executivos, inclusive deputados e senadores. 1967 - O marechal Costa e Silva toma posse como presidente. É promulgada uma nova Constituição Federal. 1968 - Movimentos de oposição são reprimidos com violência. - O governo edita o Ato Institucional nº5, que concede ao presidente da República poderes excepcionais por tempo indeterminado. 1969 - O governo passa a ser exercido, interinamente, por uma junta formada pelos três ministros militares. 1970 - Oposição ao governo se intensifica com guerrilhas na cidade e no campo. Regime endurece com prisões, torturas e censura. 1972 - Inaugurada a Transamazônica em meio às críticas pela devastação do meio ambiente. 1973 - Médici assina acordo com o ditador Stroessner para a construção da hidrelétrica de Itaipu. O país vive o período do "milagre econômico". 1974 - Inauguradas a hidrelétrica de Ilha Solteira, a Ponte Rio Niterói e o Metrô de São Paulo. Inicio do governo do general Geisel. Em seu governo, tem início a abertura política, que o próprio Geisel define como “lenta, gradual e segura”. 1975 - Brasil entra na era nuclear assinando acordo com a Alemanha. 1977 - Intensifica-se o movimento da sociedade civil em favor da recuperação dos direitos democráticos. 1978 - Geisel inicia processo de abertura. Fim do AI-5. Eleição indireta do general Figueiredo, chefe do SNI. 1979 - Inicio do governo do general João Figueiredo. Aprovada a lei da anistia. 1980 - Libertação dos presos políticos e autorização para os exilados retornarem ao País.. 1981 - O governo restabelece eleições diretas para os cargos do Executivo, exceto para presidente da República e prefeitos das capitais e áreas de segurança nacional. 1982 - - Eleições diretas para governador, suspensas desde 1966. 1984 - O país se mobiliza, reivindicando eleições diretas. A Campanha “Diretas-Já” reúne multidões nas principais capitais do País; mas a emenda Dante de Oliveira, que as instituiria, é rejeitada no Congresso. 1985 - Fim dos governos militares  e início da Nova República. 1985 - Em eleições indiretas para a Presidência da República o candidato da oposição Tancredo Neves é eleito o novo Presidente do Brasil, entretanto devido a problemas de saúde não assume e em 21 de abril, é anunciada a sua morte. 1986 - Decretado o Plano Cruzado I e II, destinado a conter a inflação e estabilizar a economia. 1987 - Instala-se a Assembleia Constituinte, sob a presidência de Ulysses Guimarães. A crise econômica se agrava; a inflação não é contida. 1988 - Promulgada a oitava Constituição do Brasil. Cresce a violência no campo e na cidade. - Assassinado no Acre o líder seringueiro Chico Mendes. 1989 - Fernando Collor de Mello é o primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1960. 1990 - Collor lança o Plano Collor I, plano econômico revolucionário, que muda a moeda em vigor e retém, por 24 meses, depósitos feitos em contas-correntes ou em poupanças. 1991 - Retomada escalada da inflação. O governo não obtém apoio do Congresso e a crise econômica se aprofunda. Plano Collor II. 1992 - Sucessivos escândalos abalam o governo Collor. A inflação retoma seu processo de crescimento. 1992 - Fernando Collor renuncia à Presidência pouco antes de sofrer impeachment pelo Congresso, que o declara inelegível por oito anos. O vice-presidente, Itamar Franco, torna-se presidente efetivo. 1993 - Plebiscito popular opta pelo presidencialismo republicano como sistema de governo. Nova reforma cria o cruzeiro real. 1994 - Lançada uma nova moeda, o real. O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, candidata-se à Presidência da República e vence. 1995 - A inflação é debelada e o país retoma a confiança. Inicia-se processo de privatizações. 1996 - Governo brasileiro é o principal articulador para o efetivo estabelecimento do Mercosul. Iniciam-se diversas campanhas para projetar um novo país no cenário global. 1997 - A sociedade protesta por reformas sociais, entre elas a Tributária, da Previdência e da Saúde. Governo de Fernando Henrique preocupa-se com a aprovação da emenda para reeleições. 1998 - Fernando Henrique é reeleito e uma nova bancada no Congresso assume em 1999. 2000 - O país comemora os 500 anos do descobrimento. 2000 - A crise econômica da Argentina e a desaceleração global abalam a economia brasileira. 2002 - Vitória do candidato de oposição Luís Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República. 2003 - O presidente Lula discursa na Assembleia Geral da ONU propondo a criação de um fundo mundial de combate à fome. 2006 - Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, passa oito dias no espaço como participante em uma missão russa. 2006 - Luís Inácio Lula da Silva é reeleito Presidente do Brasil. 2007- Início do segundo mandato de Luís Inácio Lula da Silva.               2008 - Centenário da Cruz Vermelha Brasileira. Centenário da imigração japonesa no Brasil. Bicentenário da Polícia Civil do Brasil. 2009 - Série de escândalos abala a credibilidade do Congresso Nacional. Escândalo do Mensalão no Distrito Federal, escândalo dos atos secretos no senado brasileiro. Pandemia de gripe A (H1N1). Lei anti-fumo entra em vigor. 2010 - Entra em vigor no Brasil, em maio,  o Projeto Ficha Limpa. O projeto visa impedir que políticos com condenação na Justiça possam concorrer às eleições. 2011 - Dilma Vana Rousseff, foi empossada a primeira mulher presidente da República do Brasil.
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