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Direito Romano, Direito Canônico e Jurisprudência Islâmica
Com a mudança do Império Romano pagão para o Império Romano Cristão, ou Bizantino, houve um retorno a uma das formas anteriores de solidariedade social (semelhante ao antigo judaísmo) com um padrão comum de prática devocional como condição de cidadania e lei e como sua garantia. A prática devocional adquiriu associações doutrinárias restritivas que consignavam pessoas que não aceitavam a doutrina oficial – pelo fato de pertencerem a outra religião – a uma posição fora do quadro legal geral. A doutrina exigia que fossem confinadas a condições civis e religiosas que eram restritivas política e socialmente, e regidas por leis especiais. Assim, as relações entre confissões foram politizadas e a convivência religiosa tornou-se refém das relações interestatais e da adesão à fé majoritária, em meio a um clima carregado de animosidade religiosa e desprezo, alimentado por diferenciações socioculturais que atribuíam primazia a um grupo sobre outro porque os governantes haviam sacrificado a universalidade da lei à adesão doutrinária, infligindo danos à estabilidade social e à paz. Alguns autores católicos ainda veem o cesaropapismo bizantino como um ideal cristão. Neste sistema, o estado não apenas proclamava e patrocinava – através da pessoa do Imperador – a formulação da doutrina (como nos concílios doutrinários em Nicéia e em outros lugares) e apoiava e propagava a verdadeira forma da doutrina. O Estado também se baseava na religião e em seus propósitos finais como base para o Estado e as leis e buscava adaptar as realidades sociais às demandas da interpretação cristã exercida pelos clérigos.
A autoridade religiosa estabeleceu as bases oficialmente legitimadoras para a autoridade civil e julgou em muitos assuntos civis. Nenhum dos assuntos mencionados foi definitivo e imutável. A história não admite finalidades. O uso de simbolismo religioso por Constantino, pagão e cristão, foi constante. Quando ele transferiu a capital imperial para Constantinopla (Istambul após a conquista otomana de 1453), a cidade foi consagrada à Virgem Maria. Ele então convocou o Concílio de Niceia em 325 d.C., convertendo-se ao cristianismo apenas em seu leito de morte, tendo também promovido cultos pagãos em um contexto onde o cristianismo desfrutava de formas de primazia. Mais tarde, absorveu fontes anteriores de autoridade e as cristianizou, conferindo a elas suas próprias características e seu nome. O estado pagão foi o primeiro a proteger a Igreja e trazê-la para a estrutura do governo. Esse começo não impediu a Igreja de colocar seu selo no novo estado, e foi o próprio estado que realmente buscou essa mudança para uma teocracia política. O estado bizantino incorporou o ideal de um estado cristão. De fato, é estranho que intelectuais e pesquisadores árabes em história religiosa islâmica e califado ignorem a herança política e religiosa do Levante pré-islâmico.
Assim, as decisões dos Concílios entraram no campo do direito público e privado. No Código de Justiniano (483–565 d.C.), elas assumiram um peso igual ao de outras fontes de direito. O direito romano foi misturado com conceitos eclesiásticos de tal forma a preservar uma herança legal que se desvinculou, em última análise, da religião e foi integrada em distintos sistemas legais europeus modernos. Na medida em que a Igreja estava operando sob o patrocínio de um grande estado com fortes estruturas em Bizâncio, ela se tornou em Roma a única autoridade coerente em tempos de grande instabilidade precipitando e seguindo o que é conhecido como invasões bárbaras. Roma tornou-se, a partir de então, a patrona espiritual do Sacro Império Romano, estabelecido quando o Papa Leão II coroou Carlos Magno Imperador no dia de Natal do ano 800. A Igreja só adquiriu poder político e militar efetivo igualando o poder de reis e notáveis na época de Gregório VII (r. 1073–1085), um poder que aumentou e diminuiu com o passar dos séculos e mudanças nas relações interestatais e real-imperiais na Europa e além. Este poder – seja político ou religioso – sempre esteve intimamente ligado ao estado, o estado como patrono e a Igreja como guia, dado que seu pessoal era o elemento letrado do poder. A função legal da Igreja era limitada a decidir questões legais relativas à Igreja, suas relações internas e organização e o campo de culto; mas isso foi estendido a muitas áreas da vida, especialmente na era de ouro do Direito Canônico do século XI ao XIII. Isso coincidiu com o controle da Igreja sobre o rito de passagem conhecido como batismo. A usura foi proibida e o casamento foi regulamentado: onde o casamento tinha sido baseado em práticas locais e tribais, como as dos francos que permitiam o casamento de irmãos e irmãs, o casamento tornou-se um vínculo sacramental que transcendia a sociedade e era supervisionado pela Igreja. A Igreja então, em uma história altamente complexa e conflituosa, codificou as regras da guerra e da autoridade política, e adotou o princípio da primazia papal e patrocinou teorias políticas que fizeram dos reis imagens e imitações de Cristo e do pensamento político uma cristologia política. Isso mais tarde se tornou a teoria do direito divino dos reis e do governo pela graça de Deus.
Essa preocupação com as relações sociais e a política, além do culto, não foi o único elemento que tornou as tradições jurídicas e intelectuais cristãs comparáveis às do islamismo. Os mecanismos lógicos e paralógicos conceituais que foram usados no pensamento cristão ocidental eram comparáveis aos da jurisprudência islâmica e seus princípios fundamentais, como a ab-rogação, a analogia e a atribuição do poder de interpretação ao legislador, depois à doutrina e aos costumes. Tudo isso indica em termos legais condições comuns de desenvolvimento romano e do Oriente Médio, além da convergência das duas religiões no contexto das duas religiões monoteístas e os conceitos resultantes de poder, autoridade e texto.
Secularism in the Arab World: Contexts, Ideas and Consequences - Aziz Al-Azmeh
#império romano#cristianismo#concílio de niceia#casamento#traducao-en-pt#secularismaw-aaa#cctranslations
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Hipátia (ou Hipácia) de Alexandria (nascida entre 351 e 370 e morta em 8 de março de 415) foi uma filósofa neoplatônica do Egito Romano. Ela foi a primeira mulher documentada como tendo sido uma matemática, além de ser Reitora da Escola Platônica em Alexandria, centrada na famosa Biblioteca de Alexandria. Além de matemática, ela lecionava filosofia e astronomia. Cabe a Hipátia a "honra" de ser também uma das primeiras vítimas documentadas de feminicídio por motivos religiosos. Pagã, ela era a cola que mantinha unido o grupo político de Orestes, governador romano do Egito. Ansiando tomar o poder para si, o Bispo Cirilo de Alexandria (considerando que o evento aconteceu após o Primeiro Concílio de Niceia, o bispado de Cirilo era reconhecido como tal por toda a cristandade), incitou os cristãos da cidade a assassinarem a filósofa de uma maneira ironicamente condizente com a práxis política do cristianismo, em especial o neopentecostalismo: ela foi arrancada de sua carruagem, desnudada, arrastada até uma igreja, esquartejada viva usando pedras como instrumentos de corte, teve os pedaços de seu corpo atirados a uma fogueira, e as cinzas espalhadas pelo Rio Nilo. O primeiro feminicídio por motivos religiosos documentado aconteceu há exatos 1608 anos. De lá para cá, o que mudou? O feminicídio se tornou cada vez mais rompante em nossa sociedade; o machismo ainda impede que mulheres assumam determinadas posições sociais (os cristãos justificam isso citando I Tm 2, 9-15); a violência de gênero nem causa mais espanto, de tão recorrente que é. Lembremos de Hipátia, assassinada em 8 de março de 415 por ser uma mulher independente, dona do próprio nariz e poderosa. Lembremos da Grande Mártir da Filosofia. #lucavalheiro #8M #8m #8M2023 #8m2023 #8deMarço #8deMarco #8demarco #oitodemarco #diainternacionaldamulher #diadamulher #mulher #hipatiadealexandria #hipatia #filosofia #feminicidio #feminicidioreligioso Crédito pela imagem: Jules Maurice Gaspard, "Retrato de Hipátia de Alexandria", 1908, domínio público. (em Olavo Bilac, Rio De Janeiro, Brazil) https://www.instagram.com/p/CpiTqTQLAUI/?igshid=NGJjMDIxMWI=
#lucavalheiro#8m#8m2023#8demarço#8demarco#oitodemarco#diainternacionaldamulher#diadamulher#mulher#hipatiadealexandria#hipatia#filosofia#feminicidio#feminicidioreligioso
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To do. Estudar a Páscoa.
O meu vai na mais puta. Porque é meu.
**"Igreja Católica durante o Concílio de Niceia, realizado no século IV d.C."
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☑️ Porque Jesus é representado com cabelos longos e de barba?
Por causa do Santo Sudário.
A Igreja nunca "inventou" uma representação de Jesus. Mas a única prova da Face real de Cristo é o Santo Sudario de Turim.
Diversas fontes antigas reportam a história do rei Abgar V de Edessa (atual Urfa, na Turquia). Abgar teria recebido de um discípulo de Cristo um tecido impresso com a imagem de Jesus, tornando-se o primeiro rei cristão, ainda no século I. Mais tarde, sob o domínio romano, a cidade volta ao paganismo e o pano desaparece.
O tecido de Edessa é encontardo no século VI, escondido entre as muralhas da cidade. A notícia se espalha rapidamente e Edessa se torna uma meta de peregrinações. O pano é conhecido como “Mandylion” (lençol), e considerado uma imagem “acheiropita” (não feita por mãos humanas). A descoberta do Mandylion em Edessa afeta a representação do rosto de Cristo.
A partir do século VI ele deixa de ser pintado como o de um romano e toma como referência a imagem do Mandylion.
O 2º Concílio de Niceia, no ano de 787, determina que toda a imagem de Cristo deve ser uma cópia fiel do “original”. O que é o Sudário?
O Sudário de Turim, ou o Santo Sudário é uma peça de linho com 4,4 metros de comprimento e 1,1 de largura, que mostra a imagem de um homem que aparentemente sofreu traumatismos físicos de maneira consistente com a crucificação. O Sudário está guardado fora das vistas do público, em Turin (Itália), desde cerca de 1578.
Em 1978, uma equipe de pesquisadores americanos realizou vários testes no Sudário. Seu objetivo era entender como a imagem tinha de formado.
1️⃣ A imagem não foi pintada com nenhum líquido ou corante, nem produzida em temperatura alta (teria alterado o sangue e ficaria fluorescente à luz ultravioleta). •
2️⃣ Ela se formou porque algumas fibras de cada fio ficaram amareladas por oxidação e corrosão de sua celulose. Quanto mais fibras afetadas, mais escura a imagem.
3️⃣ Os cientistas concluíram que a tecnologia disponível no século 21 não é suficiente para produzir uma imagem como a do Sudário.
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Seria Deus uma galinha?
Na primeira leitura da liturgia da missa de hoje, Deus aparece ralhando com Adão e Eva por terem comido o fruto da árvore proibida. Deus quer saber porque Adão está escondido e, depois de saber que ele se escondeu por estar nu, deduz que ele tenha comido o fruto. Adão acusa Eva, que acusa a serpente, e todos são condenados: a serpente a comer o pó da terra e ser inimiga da mulher, a mulher a parir entre dores e o homem a comer o pão com o suor do seu rosto. Irritado, Deus acabou enxotando todo mundo do paraíso.
A multiplicação dos pães
No Evangelho, Jesus multiplica os pães. Mas antes disso, o texto relata que Jesus sentiu compaixão do povo que o acompanhava, a ponto de recear que, se mandasse eles de volta para suas casas, iriam cair de fome no meio do caminho, então ele foi dividir o seu problema com os discípulos, que também não sabiam como resolver, mas tinham um pouco de pão, que Jesus multiplicou milagrosamente.
O Filho rebelde
Jesus, o compassivo, é alguém mais próximo de nós ao demonstrar compaixão pela fome do povo - uma atitude muito diferente de um Deus com jeito de "policial mau" que expulsa e condena por causa de uma mordida numa fruta. O Filho de Deus parece reprovar as atitudes do seu Pai não em palavras, mas nas suas ações, pelo jeito.
Como um só Deus ao mesmo tempo é três?
Acontece que séculos atrás um diácono chamado Ário aventou uma diferença mais ou menos semelhante entre Jesus e Deus: Deus seria uma coisa, e Jesus, outra (uma ideia que explicaria as posturas diferentes de Deus, o condenador, da primeira leitura, e de Jesus, o compassivo, no Evangelho). O primeiro Concílio de Niceia resolveu isto, reconhecendo a mesmíssima divindade ao Pai e ao Filho (e o primeiro Concílio de Constantinopla fez o mesmo em relação ao Espírito Santo), polindo a apresentação de Deus como um Deus único que é três Pessoas diferentes.
Dogmas como luzes
Embora a ideia de dogmas seja bastante antipática, os da doutrina da Igreja servem para iluminar coisas como o comportamento de Deus na primeira leitura: se Deus estava tão brabo assim com Adão e Eva, porque se deu ao trabalho de fazer roupas para eles, como uma vovó costureira faz para os seus netinhos? Se eles profanaram tão profundamente o paraíso com a sua desobediência, porque Deus apenas não estalou os dedos à lá Thanos e acabou com os dois e a serpente? Teria sido mais simples do que deixar dois anjos guarnecendo as portas do paraíso e uma espada flamejante guarnecendo a Árvore da Vida. Isso só se explica transferindo a compaixão de Jesus, o Filho, ao comportamento de Deus na primeira leitura.
Deus tem pena
Deus não estava irritado porque foi contrariado, nem esperava ser obedecido para afirmar-se autoritariamente. A condenação de Adão e Eva é uma explicação teológica do motivo pelo qual não vivemos em um paraíso (ou pelo qual vivemos em um inferno, numa formulação mais pessimista): somos pecadores. Se quem redigiu o texto mostrou Deus irritado, o retratou assim porque, afinal de contas, faltava ainda o Advento de Cristo quando redigiu o texto. Jesus se mostra compassivo porque, sendo Deus (o que sabemos graças às luzes do dogma lançadas sobre a Revelação), revelou-nos a compaixão de Deus por nós. Lendo o texto da primeira leitura sem considerar o Evangelho, o que salta aos olhos é Deus irritadíssimo, mas voltando a ela depois de ler o Evangelho, percebe-se que a compaixão de Deus estava lá o tempo todo: a expulsão e as condenações são consequências mais ou menos automáticas (mais ou menos como proibir uma criança de fazer uma coisa que o adulto sabe que é perigosa, e geralmente proibir uma criança de qualquer coisa resulta em cenas bem mais dramáticas que a expulsão de Adão e Eva); mas Deus, como uma vovó, se deu ao trabalho de despachar os dois com a roupa que ele fez, que não precisava ter feito, e que só se destaca na história depois de se compreender Deus como um Deus compassivo, e não condenador.
Quem tem pena é galinha...
... como diz o ditado. Mas também é Deus. Não que Deus seja uma galinha ou vice-versa, mas Deus tem isso em comum com as galinhas: os dois tem pena. A galinha tem pena porque Deus a criou assim (com a ajuda de Darwin da Evolução das Espécias), Deus tem pena porque é Deus e nós, que não somos nem Deus nem a galinha, podemos imitar esta pena, não a da galinha, mas a de Deus, que tem compaixão de nós assim como nós temos que ter uns pelos outros - o que afasta qualquer ideia de superioridade da compaixão: quem se rebaixa à miséria alheia para ter compaixão é Deus, nós temos compaixão apenas como resposta à compaixão de Deus.
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Santos do dia 31/12
Santos do dia 31/12
S. SILVESTRE I, PAPA O Papa Silvestre I governou a Igreja com sabedoria, por vinte anos, no tempo em que o imperador Constantino construía as primeiras Basílicas romanas e o Concílio de Niceia aclamava Cristo, Filho de Deus. Faleceu em 31 de dezembro de 335 e foi sepultado no cemitério de Santa Priscila, em Roma. ⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂⁂ S. MELÂNIA, MATRONA ROMANA Melânia, a Jovem, para…
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O Equinócio primaveril de Ostara, a Páscoa e a Pessach
Foto: Selena Fox, via Twitter / Arte: Dirk Dystra, 1978
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Essa frase já foi mencionada aqui algumas vezes, mas não custa lembrar: tudo é um só. O mundo, felizmente, é sincrético e a celebração da Ostara no Hemisfério Norte durante 19, 20, 21 e 22 de março nos permite elucidar uma linha do tempo de Deusas, simbologias e celebrações. Lá (no Hemisfério Norte, no caso), a Primavera acontece de 20 de março até 21 de junho e esse dado é valioso, uma vez o nascer (the dawn) das flores e de uma nova era será um dos temas reverberados nessa conversa que temos agora. Assim, comecemos.
Eostre é a Deusa anglo-saxã do amor, da fertilidade (de ventres e terras) e do renascimento (de humanos, flores, frutos e ideias). Também conhecida como Deusa da Aurora (Dawn), Eostre é chamada de Ostera na mitologia germânica e, ainda, entre suas equivalentes, é representada por Astarteia (Fenícia), Istar (Suméria), Vênus (Roma), Afrodite (Grécia) e Ísis (Egito). Parte da literatura também associa Eostre ao signo de Virgem, uma vez que - no Hemisfério Sul - Ostara/Equinócio de Primavera ocorrem nos dias 20, 21 e 22 de setembro, sendo que Virgem se manifesta no zodíaco de 23 de agosto até 22 de setembro. Vale lembrar que Equinócios são fenômenos que acontecem duas vezes ao ano - na Primavera e no Outono -, em que dois dias e duas noites seguidas têm a mesma duração. Pois bem.
Ostara (Primavera) era o período em que a Deusa Eostre (Deusa da Primavera/Aurora) tinha seu auge. É nessa época em que Deus-Sol atinge a puberdade e a Deusa-Mãe, também representada pela lua (lua = fertilidade), volta a ser donzela. Em uma caminhada pelo campo, Eostre encontra um pássaro pelo qual se encanta, no entanto, ao admirá-lo, pensa que tal beleza ficaria ainda melhor se o pássaro fosse uma lebre, o animal preferido da Deusa. A lebre (e não coelho) representa a lua e, obviamente, a fertilidade mencionada há pouco. Transformado, o pássaro-agora-lebre perde o canto e sua alegria. As cores perdem o viço. O solo se torna estéril. O mundo se estristece. Eostre interferiu no livre-arbítrio e isso não é permitido a ninguém (nem a um Deus). Aconselhar, sim. Furtar o direito de ir e vir, jamais. As intenções da Deusa, no entanto, eram genuínas. Na mitologia, os Deuses são demasiadamente humanos para nos ensinarem sobre nossas próprias falhas. Todo mundo falha, ora. Assim, Eostre aguardou a próxima Ostara para que - no ápice de sua essência - devolvesse ao coelho sua forma original. Ao retomar sua forma original, o pássaro ofertou seis ovos coloridos (verde, rosa, lilás, amarelo, azul e laranja) para Eostre como agradecimento. A terra ganhou vida. As flores e frutos renasceram. Ventres geraram novas vidas. Os sons voltaram a ressoar. A Deusa voltou a dançar e, com sua graça, curar o que carecia de renovação. Assim, Eostre (Deusa da Aurora) tem na Ostara (Equinócio da Primavera de 19 a 22 de março) sua passagem pela Terra para tudo frutificar, sanar e sarar. O que for semeado nesse período - sentimentos, ideias e intenções elevadas - será colhido em estações próximas.
Tanto no Tarot de Marselha quanto no Tarot Druida, Eostre é representada pelo arcano da Rainha de Ouros (Queen of Pentacles), figura materna que simboliza bondade, amor, compaixão, cuidado e proteção. Entre as pedras energizantes, o quartzo transparente - tido cristal ancestral - também representa a Deusa, auxiliando no alinhamento dos chackras a partir de sua luz conciliadora. Ah, sim. Tudo é um só. Deusas, terra, animais, estações, oráculos e celebrações. Eostre é Easter (Páscoa, em inglês). É por isso que a Páscoa católica, ou seja, o renascimento de Cristo e a renovação da fé após um árduo período de Quaresma (em que tudo parece meio estéril), é celebrado com ovos coloridos (de chocolate, no caso) e o Coelho. Essa Páscoa católica, aliás, foi deferida no Concílio de Niceia, no ano de 325. Vejam que dado precioso: a reunião aconteceu na antiguidade, no entanto, remontou simbologias tidas como pagãs (os ovos, o coelho e a ressurreição) para criar sua própria celebração religiosa. O domingo de Páscoa, aliás, acontece em 12 de abril de 2020. No mesmo ensejo, a Pessach - período judaico que festeja a libertação dos hebreus do Egito (chamada por alguns de ¨Páscoa judaica¨) -, é tida como um momento de passagem e transmutação espiritual, acontecendo de 8 a 16 de abril de 2020. Tudo é um só. Tudo é energia.
Assim, como absolutamente nada é por acaso, Ostara, Páscoa (Easter) e Pessach ocorrem em um período de muitas sombras pessoais e energias desreguladas à solta (em nós e no mundo). Em meio ao Coronavírus e uma série de desdobramentos inesperados (no limiar da explosão solar de Áries, sobre a qual falaremos em breve), o isolamento nos assombra. No entanto, em tempos de renascimento (físico, mental e - acima de tudo - energético), que o bálsamo de Eostre, a Deusa que tudo semeia, nos acolha. Que cada um de nós agradeça pela sorte existencial de estarmos vivos, celebrando tal oportunidade sarando feridas da alma a partir do amor em essência. Aceitar receber esse amor, aliás, especialmente quanto tantas sombras de adversidade nos dizem subliminarmente que não somos merecedores, é o primeiro passo para abraçar as flores de Ostara.
Colorir ovos - sejam eles de isopor ou madeira - em verde, rosa, lilás, amarelo, azul e laranja - talvez seja trabalhoso para alguns e, se a dica parecer boa, acender uma vela em uma das tonalidades mencionadas e intencioná-la a Eostre - com agradecimentos e pedidos - ilumine seu coração. Lembre sempre: a luz conduz ao renascimento (em todas as esferas).
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Copyright © 2020 / Astrologia Singular Conteúdo inteiramente autoral e protegido pela Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 18 da Lei 9.609, de 19 de Fevereiro de 1998 - de Proteção Intelectual - e a Lei 9.610, também de 19 de Fevereiro de 1998, responsável pelo Direito do Autor. Não é permitida nenhuma publicação do texto em outros veículos sem os devidos créditos da autoria da Astrologia Singular.
(Texto originalmente publicado no site astrologiasingular.com.br em março/2020)
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TERÇA-FEIRA: DIA DEDICADO AOS SANTOS ANJOS Na terça-feira se recorda a devoção aos Santos Anjos. É uma ocasião propícia para manter viva a certeza da proteção de Deus, por meio dos seus Santos Anjos. Além de lembrar o lugar especial dos Anjos em nossa caminhada espiritual, também é importante rezar todos os dias a Oração ao Anjo da Guarda. Os Anjos influenciam a nossa vida muito mais do que se pensa, e são nossos intercessores junto a Deus. Conhecendo-os melhor, mais frequentemente invocaremos seu poderoso auxílio. A devoção aos Anjos da Guarda foi cultivada desde os começos do cristianismo. A sua festa, com caráter universal para toda a Igreja, foi instituída pelo Papa Clemente X no século XVII. Os Anjos da Guarda são mensageiros de Deus encarregados de velar por cada um de nós, protegendo-nos no nosso caminho na terra e compartilhando com os cristãos a preocupação apostólica de aproximar as almas de Deus. O Catecismo da Igreja diz que “a existência dos seres espirituais, não-corporais, os anjos, é uma verdade de fé”. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n.328). Nenhum católico pode, então, negar a existência dos Anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. Cat. n.330). A existência dos Anjos é dogma confirmado por vários concílios, pela Sagrada Escritura e pela Tradição da igreja. O primeiro concilio ecumênico que confirmou a existência de seres espirituais foi em Niceia em 32, quando se fala no decreto (DS, 54), “em coisas invisíveis”: “Creio em só Deus, pai todo poderoso criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis”. Evidentemente se refere aos Anjos criados por Deus. Essa verdade foi reafirmada no II concilio de Lião sob Gregório X, em 127, nos seguintes termos: “Cremos em… um Deus onipotente…, criador de todas as criaturas de quem e por quem existem todas as criaturas, no céu e na terra, visíveis, corporais e espirituais (DS 461) São Paulo ensinava em sua primeira carta aos fies de colosso: Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis, tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele (Cl 1,16). A Tradição da Igreja acredita que nosso Anjo da Guarda tem a tarefa de oferecer a Deus as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, nada mais importante que ter uma vida de intimidade com nosso Anjo da Guarda, invocá-lo constantemente e colocar-se debaixo de sua proteção. Oração ao Santo Anjo da Guarda Santo Anjo do Senhor, tu que me foste dado por Deus como companheiro de toda minha vida, salva-me para a eternidade e cumpre tua obrigação para comigo, a qual te foi imposta pelo Deus de amor. Sacode-me na tibieza e livra-me de minha fraqueza! Preserva-me de qualquer caminho e pensamento errado. Abre-me os olhos para Deus e para a Cruz. Fecha, no entanto, meus ouvidos às inspirações do inimigo maligno. Vela sobre mim quando durmo e fortifica-me durante o dia, para o cumprimento do dever e para cada sacrifício. Deixa-me ser um dia tua alegria e tua recompensa no Céu. Amém. Fonte: Padre Rodrigo Maria
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🙏
Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.
O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.
Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio que, por cinco vezes, teve de fugir de sua sede episcopal.
Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos, ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua Igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.
Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.
Santo Atanásio, rogai por nós!
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02
MAI
Santo Atanásio
Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio que, por cinco vezes, teve de fugir de sua sede episcopal.Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos, ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua Igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.Santo Atanásio, rogai por nós!
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A Igreja Ortodoxa Grega continua seguindo o calendário Juliano, que utiliza a astronomia para definir a data da Páscoa, de acordo com o Concílio de Niceia, do ano 325. Desta forma, raramente o Domingo de Páscoa ortodoxo coincide com o católico. A próxima data em que coincidirão será em 2025, no domingo de 20 de abril. Sendo assim, hoje comemoramos a Páscoa. Καλό Πάσχα! Καλή Ανάσταση! Feliz Páscoa para você e toda a sua família! 🙏🏻 #souseusindico #sindicosp #síndicosp #sindicoprofissional #síndicoprofissional #condominio #condominios #condomínio #condomínios #condominioclube #condomínioclube #condominiosp #condomíniosp #sindico5estrelas #síndico5estrelas #sindicocertificado #síndicocertificado #seteporcento #escolhaumsindico5estrelas #escolhaumsíndico5estrelas #felizpascoa #pascoa #páscoa #felizpáscoa #pascoa2022 #páscoa2022 #igrejaortodoxa #pascoagrega #kalopascha #xroniapolla https://www.instagram.com/p/Cct8xefMXSC/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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Sábado de Aleluia e Vigília Pascal – Emissão 16-04-2022
Sábado de Aleluia e Vigília Pascal – Emissão 16-04-2022
A Igreja Católica celebra nas últimas horas de Sábado Santo e nas primeiras de Domingo de Páscoa o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, a Vigília Pascal, assinalando a ressurreição de Jesus. Nos primeiros séculos, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam sempre ao domingo. O Concílio de Niceia, no…
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MAI
Santo Atanásio
Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio que, por cinco vezes, teve de fugir de sua sede episcopal.Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos, ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua Igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.Santo Atanásio, rogai por nós!
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HOJE, A SOLENIDADE DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR A festa da Anunciação celebra o momento em que o anjo Gabriel, no pequeno vilarejo de Nazaré, anuncia a Maria sua próxima maternidade, segundo a narração do Evangelho de Lucas Cidade do Vaticano A celebração da Anunciação, episódio narrado no Evangelho de Lucas (Lc 1, 26-38), tem origem nos primeiros séculos do cristianismo e se caracteriza por um elemento dogmático fundamental: a concepção virginal de Maria. De fato, desde os primeiros séculos, a Igreja professava a Encarnação de Deus através da concepção de uma Virgem. Com o Concílio de Niceia do ano 325 e o Concílio de Constantinopla foi estabelecido o Credo com o qual ainda hoje proclamamos que o Filho de Deus “por nós homens e para a nossa salvação desceu dos céus e se Encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez homem”. A celebração da solenidade litúrgica difundiu-se na época de Justiniano, no século VI e foi introduzida na Igreja romana pelo Papa Sérgio I no final do século VII com uma solene procissão na basílica de Santa Maria maior, na qual os mosaicos do arco do triunfal são dedicados à divina maternidade de Maria, proclamada Theotokos do Concílio de Éfeso (ano 431). O ANÚNCIO: MARIA E JESUS Toda e qualquer referência à Virgem Maria está ligada diretamente ao filho Jesus. Por isso, originariamente, a festa de 25 de março, ao menos no Oriente do século V, era considerada uma festa mariana, embora a recordação da Encarnação de Cristo já fosse venerada no século IV na Palestina, na mesma data. Nos séculos seguintes a festa foi introduzida também no Ocidente, algumas vezes com referência ao Senhor, outras a Maria, até o Concílio Vaticano II esclarecer definitivamente. De fato, Paulo VI na Exortação apostólica Marialis cultus de 1974, ao fixar a denominação “Anunciação do Senhor” esclarece que se trata da festa conjunta de Cristo e da Virgem. O encontro entre o Anjo e Maria Estamos no centro da história da salvação, no início do desígnio divino, ou seja, a sua encarnação que tornará nova todas as coisas. Este é o significado de uma festa que de uma só vez supera e renova todo o Antigo Testamento, que já tinha sido antecipada no mesmo, em algu https://www.instagram.com/p/CM2NQLqj9kk/?igshid=14rc9e8a602e3
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