#café com tapa na cara a essa hora da manhã
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keepmyeyesonthehorizon · 1 year ago
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cherryblogss · 7 months ago
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hey diva
enzo arrependido rastejando depois de uma briga🗣
vem aí⚠️⚠️⚠️ a volta dos arrependidos.
Assim, meu hc pessoal é que no universo do Enzo!amante ele tem um pavio curto, por exemplo ele pode até aturar certas coisas para te punir depois, mas se você pegar ele em um dia ruim, pode ter certeza que ele vai querer brigar.
portanto, vem aí o angst:
Vocês já estavam há algumas semanas se bicando. Começava com pequenas coisas da casa, coisas da rotina, uma fala aqui e ali, mas nunca evoluía para uma briga. Dificilmente, você e Enzo discutiam, sempre que surgia uma desavença, buscavam resolver de forma calma.
Até que um dia não foi tão fácil dialogar. Em uma festa da empresa, era importante Enzo criar contatos com uns juízes, então, você ficou de lado e um cara da sua idade chegou perto puxando conversa mas com intenções claras de flerte, que você desviava.
Enzo só observava de longe a interação, os sentimentos possessivos crescendo dentro dele. Após um tempo pede licença da conversa e se dirige a você, quando chega perto, só te puxa pelo braço e diz que vocês já vão embora. O caminho inteiro até o apartamento, Enzo te tratou mal e não respondia nada do que você perguntou.
Ao entrarem em casa, a tensão explodiu totalmente com acusações da parte dele e você tentando se defender, mas ele nem te deixava falar nada.
"Você já traiu antes quem garante que não vai trair agora?"
Quando escutou isso sentiu como se fosse um tapa na sua cara, as lágrimas que enchiam seus olhos finalmente escorreram pelo seu rosto e seu estômago revirou.
Enzo percebe o erro na hora que falou isso, a sua carinha abatida na hora que as palavras saíram da boca dele, mas o orgulho e a vergonha não permitiram ele ir atrás de você que se trancou no quarto de visitas da casa.
No primeiro dia, ele chega em casa e te vê no sofá da sala com a gatinha no colo. Tentando conversar, Enzo se aproxima, mas você nem liga, só sai do cômodo falando que quer dormir. Enzo sente o coração parar por um minuto, ao pensar que talvez dessa vez não fosse tão fácil conseguir seu perdão.
No segundo dia, ele ainda estava com os nervos a flor da pele, então chegou em casa meio bêbado de whisky, te agarrou em um abraço apertado e implora para você falar com ele ou pelo menos dormir na mesma cama, irritada com o escândalo que ele fazia, só se soltou e foi bufando para o quarto de visitas novamente.
No terceiro dia, ele comprou flores e uma correntinha de prata com o seu nome. Quando ele ia se ajoelhar para pedir desculpas, você disse na hora que não queria nem uma dessas coisas inúteis e que era para ele enfiar naquele lugar. Mesmo que você amasse ele e não se arrependia de ter tido um caso, sentia o pesar de ter traído alguém. O fato do mais velho usar isso em uma discussão, te faz ter dúvidas sobre a confiança no relacionamento e na imagem que ele tinha de você.
Nos dias que passaram, Enzo fez de tudo para te agradar, mas você nem deixou ele dizer uma palavra na sua direção, quando você ficava brava de verdade, o moreno tinha que correr atrás dia após dia. Por isso, sabia que teria que apelar muito e deixar as ações falarem por ele, então todo dia ele ia fazendo pequenos favores por você (mais do que ele ja fazia), sempre que você acordava o café da manhã já estava feito, a casa organizada, seus produtos de cabelo e skincare que estavam acabando ele ja tinha comprado novos, deixava notinhas com detalhes que ele ama em você. Enzo fazia essas pequenas coisas buscando seu perdão e tentando te amolecer, - lowkey dormia todo noite chorando e vc escutava tudo com o coração pesado - por isso, no dia que você tinha dado bom dia para ele depois de 1 semana ignorando-o, Enzo decidiu que era a hora de agir com o plano master, agora que tinha certeza que você não ia jogar ácido na cara dele.
Vocês estavam na cozinha depois ds um dia de trabalho, só de te ter no mesmo ambiente ele já se sentia completo de novo. Testando as águas, Enzo pôs a mão no seu ombro, quando você não reclamou, ele praticamente te engole em um abraço por trás, você solta um risinho pela forma que aquele homem feito era completamente besta por você. Percebendo seu bom humor, Enzo pergunta baixinho no seu ouvido:
"por favor, por favor, por favor, me perdoa, eu não pensei direito, tenho muito ciúmes de você." Diz em um só fôlego com medo de você interromper ele. "Dorme comigo essa noite, amor."
meu gás acabou, pq eu não sei perdoar🧍‍♀️
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twozz · 1 month ago
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O Desafio de Voltar a Fazer Algo por Mim
Esse ano foi o que eu mais vi evolução em mim mesma. Tanto em questões como aparência e sociabilidade quanto em coisas mais profundas como espiritualidade e saúde mental. Me acomodei a uma rotina corrida cursando informática em uma instituição renomada, ue mal me deu tempo para simplesmente ficar atoa, lendo ou assistindo algo. Porém agora nas férias esse tempo se tornou disponível, e me sinto totalmente perdida.
Não que eu não goste de estar de férias. É divertido não ter grandes obrigações. Porém me deixa aflita ter desaprendido a fazer coisas que não se relacionam a estudos. O fato de que me peguei deitada na cama, rolando aquela timeline infinita do tiktok enquanto me irritava com questões idiotas e pessoas mais idiotas ainda me fez perceber o quão desacostumada com ter tempo eu estou. Me considerei alguém até que decentemente disciplinada ao longo do ano, mas acho que era muito por necessidade, não porque eu realmente quisesse fazer as coisas na hora e do jeito certo. Se eu não fizesse eu rodava, simples. Então me dei alguns tapas na cara (literalmente) e resolvi que iria desinstalar aquele raio de aplicativo como iniciativa na jordana de me tornar alguém que realmente faz algo da vida. Desde então fazem uma semana, o que é pouco tempo, eu sei, porém quero registrar aqui as minha evolução no ritmo em que ela for acontecendo, e só agora, uma semana depois, que eu de fato vi melhoras em mim mesma.
Melhora 1: Paciência
Eu sou alguém paciente para a grande maioria das coisas, porém de um tempo pra cá notei o quanto pessoas burras simplesmente me tiravam do sério. E com burras, quero dizer aquelas pessoas que falam uns claros absurdos em busca de atenção, mas que são especialmente insuportáveis fazendo isso. Eu me irritava ao ponto daquilo me deixar de mau humor pelo resto do dia, murmurando para lá e para cá o quão idiota o ser humano pode ser. Não posso dizer que eles magicamente deixaram de me irritar, mas o simples fato de não ter mais tanto acesso a eles assim já me ajudou bastante. Claro que esses seres de baixa massa cefálica existem em todas as plataformas, porém nas de vídeos curtos eles acabam ganhando uma atenção a mais até mesmo de quem não os suporta, pois é bem fácil falar abobrinha em 30 segundos, e mais fácil ainda assistir alguém falando abobrinha just for the sake of it. Então essa semana passei bem menos estressada com coisas banais, o que pra mim já é alo suficientemente bom.
Melhora 2: Disciplina por autocuidado.
Acordar ás oito, tomar café da manhã, escovar os dentes, pentear o cabelo e aí sim pegar no celular. Por incrível que pareça, eu não conseguia fazer isso a até uma semana atrás. Eu acordava e já ia para o tiktok, e ficava lá até minha mãe começar a bater na porta me mandando arrumar casa pois já passou da hora. Fazer essas coisas que listei não demoram nem uma hora, e já aumentam totalmente a qualidade das minhas manhãs. Detalhes como esses fazem total diferença. Agora consigo ficar de humor bom logo de manhã, já que consigo focar em fazer o que tenho que fazer.
Melhora 3: Prontidão.
Esse se liga com o último, mas basicamente prontidão é fazer as coisas que você deve fazer assim que te for proposto fazer. Como por exemplo responder a pergunta de alguém ou realizar uma tarefa, sem aquela enrolação toda de "já tô indo!"
Acho que até agora é isso. Se alguém leu até aqui, obrigada :) espero poder relatar mais melhora com o passar dos dias.
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bts-scenarios-br · 4 years ago
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Reaction - Quando ele finge esquecer o seu aniversário, mas te surpreende no final.
(gên. feminino)
SEOKJIN
Você e o Jin tinham combinado de passar o final de semana do seu aniversário em um pequeno hotel perto do lado que ele tinha encontrado. Por mais que quisesse ir para um lugar mais longe, você o convenceu que apenas aquilo já era mais do que o suficiente para comemorarem. 
Acontece que já era sexta-feira, seu aniversário, e hora de irem para o aeroporto, mas o seu namorado não deu sinal de vida algum. Quando acordou e não recebeu nenhuma mensagem dele, imaginou que ele quisesse te dar os parabéns pessoalmente, quando te encontrasse, mas ele simplesmente não apareceu.
Você até mesmo ligou para o Yoongi, preocupada que talvez tivesse acontecido alguma coisa na empresa ou durante a noite, mas tudo o que ele te disse foi: 
"Eu vi ele mais cedo, acho que está gravando agora, mas não parecia ter nada de errado com ele." 
Por mais que não quisesse, isso te deixou nervosa. Poxa, vocês tinham se dedicado tanto para organizar essa viagem, que era ele quem queria fazer desde o início, para no final ele simplesmente ignorar? 
Mas você não ia deixar isso estragar todo o seu final de semana. Que o seu dia já tinha se arruinado era um fato, mas iria garantir que pelo menos o resto fosse bem aproveitado. 
Entrou em contato com a equipe dos meninos que também cuida de você, e não demorou muito para a segurança que normalmente está na sua companhia aparecer na sua frente. Por você namorar Kim Seokjin, tornou-se comum você não poder sair desacompanhada para certos lugares, mas por sorte você acabou com algumas pessoas que estão dispostas a te ajudar.
"Bom dia, S/N." A mulher disse, abrindo o porta malas do carro e colocando sua bagagem lá. "E feliz aniversário, também!"
Ela sorriu para você e você se forçou a fazer o mesmo, agradecendo. 
Chegaram até o aeroporto, onde você iria pegar um avião até uma cidade um pouco menor, para de lá pegar um ônibus até onde queria. A mulher percebeu que você não estava nos seus melhores ânimos, e se ofereceu para resolver as burocracias do voo, o que você aceitou de bom grado, se sentando em um bando enquanto ela fazia o check-in necessário. 
"Aqui." Ela te entregou seus documentos, quando voltou. "Aconteceu alguma coisa?" Perguntou, mostrando uma leve preocupação. "Está menos empolgada do que o normal, ainda mais pro seu aniversário." 
"Ah, não é nada demais, não se preocupe." Você disse com um sorriso fraco. "Aliás, você sabe se o Jin está vindo pra cá?" 
"Sinto muito." Ela respondeu um pouco decepcionada. "Não ouvi do Sr. Kim hoje." Você suspirou e concordou com a cabeça, se preparando para embarcar. Se separou da mulher, agradecendo pelo trabalho dela e recebendo mais um parabéns, e então foi passar pelo detector de metais e ir atrás do portão que deveria ir, se sentando perto dele para esperar que abrissem as portas.
Foi só quando anunciaram a embarcação que você percebeu o erro: aquele voo era para Veneza, na Itália. 
Franziu a testa confusa, conferindo na passagem e percebendo que, de fato, era para a Itália. Pensou que algum erro muito grande deveria ter acontecido, para ser a cereja do bolo do seu dia, então foi tentar falar com algum funcionário, já cansada. 
"Com licença." Abordou um comissário de bordo da empresa. "Eu acho que algo de errado aconteceu com a minha passagem, não era para Veneza, era para-"
"Não, é pra Veneza mesmo, jagiya." Uma voz de repente disse atrás de você, e você se virou assustada para se deparar com o Jin. "Vamos?" Ele sorriu fraco, entregando sua passagem e passaporte para o homem, que deixou que os dois entrassem. 
Você não disse nada no caminho para os seus assentos, apenas deixou que o seu namorado te arrastasse até lá, o olhando perplexa. Foi só quando se sentaram que você conseguiu dizer algo.
"O que tá acontecendo?" O olhou assustada. 
"Se eu simplesmente dissesse que a gente ia pra Veneza você não ia querer por achar demais." Ele te olhou. "Por isso tive que te pegar desprevenida." 
"Mas…" Você começou, soltando um suspiro e dando um tapa no braço dele logo em seguida. "Você precisa sumir o dia inteiro e me deixar à beira do surto?" 
"Ah é sobre isso." Ele soltou uma risada. "Eu só queria dar uma emoção." Piscou um olho, e você o deu outro tapa. 
"Da próxima vez me coloca em uma montanha russa, se quer deixar as coisas emocionantes, mas não precisa me deixar doida bem no meu aniversário."
"Ah é, eu estava quase esquecendo disso." Ele disse, mais calmo, olhando em volta e se certificando que ninguém estava olhando para vocês, e então se inclinando e te dando um selinho doce, sussurrando contra os seus lábios logo em seguida. "Feliz aniversário, jagiya."
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YOONGI
Você acordou com a luz entrando por entre as cortinas do quarto. Se espreguiçou e sorriu quando se lembrou de qual dia era aquele, se virando para o lado para encontrar seu namorado, mas se deparando com a parte dele da cama vazia. 
Se sentou e coçou os olhos, suspirando ao tentar ouvir algum barulho no apartamento, mas nada. Pegou seu celular da mesinha de cabeceira e verificou se tinha algum recado dele, mas de novo, nada. 
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Ficou olhando para o telefone por alguns segundos, na esperança de que ele fosse ao menos te responder, mas não foi tão rápido assim. Suspirou irritada e se levantou, indo lavar o seu rosto e escovar os dentes. Quando voltou, ele finalmente tinha respondido suas mensagens. 
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Você começou a digitar de novo, querendo saber que horas que ele iria voltar para casa, na esperança de que ele se lembrasse do dia, mas ele foi mais rápido do que você para mandar mensagem. 
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Bloqueou o celular e o jogou do seu lado, já se sentindo chateada o suficiente mesmo que ainda não tivesse nem chegado o horário do almoço. 
Foi preparar o seu café da manhã, sozinha, e aproveitou para responder às mensagens que tinha recebido dos seus parentes. Seus amigos te convidaram para almoçarem juntos, e quando ficaram sabendo que o Yoongi não tinha nem mesmo te mandado um "Parabéns", eles te levaram para a casa deles e tentaram te distrair o máximo possível. 
Assim que você passou pela porta do seu apartamento, sentiu seu celular vibrar no bolso. 
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Suspirou cansada, respondendo a primeira coisa que veio à sua cabeça. 
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Foi até o seu quarto e tomou um banho rápido, se vestindo com um moletom preto do Yoongi que, por mais que não quisesse ver a cara dele na sua frente, ainda era a coisa que te fazia dormir melhor.
Não levou nem mesmo dez minutos para você ouvir a porta da frente abrir, e se encolheu por baixo das cobertas, tentando ao máximo fingir que já estava dormindo. Como estava de costas para a porta do quarto, não conseguiu nem.mesmo ter um vislumbre do seu namorado, apenas ouviu a porta ser aberta e, poucos segundos depois, fechada de novo. 
Sentiu um aperto no peito por pensar que ele nem mesmo se deu ao trabalho de te dar oi, mas esse sentimento foi embora quando você sentiu uma coisa gelada no seu pescoço. 
"Mas o que-" Se sentou na cama, logo percebendo o que tinha sido. "Holly?" Arregalou os olhos, estendendo a mão para o cachorro, que logo te lambeu. 
Percebeu um pequeno papel preso na coleira dele, e tirou a nota, reconhecendo a letra do Yoongi no mesmo instante. 
"Eu ouvi você dizendo para o meu irmão que queria que o Holly morasse com a gente, da última vez que fomos até a casa da minha família, então fui buscar ele lá hoje para fazer isso de vez.
Nunca esqueceria seu aniversário, jagiya, mas eu demorei mais do planejava para conseguir a surpresa, sinto muito :(" 
Você não conseguiu conter o sorriso no no rosto, pegando o cachorro no colo e saindo do quarto praticamente correndo. Encontrou o Yoon na cozinha de vocês, tirando algumas comidas das embalagens que reconheceu ser do seu restaurante favorito.
"Yoongi…" Chamou fraquinho, mas foi o suficiente para ele te olhar com um misto de surpresa e preocupação. 
"Eu sei que disse que não queria comer, mas achei que pudesse ser só porque estava brava, então trouxe algumas coisas." Ele disse. "A gente não precisa comer juntos, se não quiser, mas não é bom você dormir de barriga vazia." 
Você ignorou completamente o que ele disse, deixando o Holly no chão e quase se jogando nos braços do seu namorado. Ele se assustou no começo, mas poucos segundos depois já estava te segurando firme.
"Me desculpa mesmo por hoje, eu não queria te deixar tão pra baixo." Ele falou baixinho.
"Tudo bem, Yoon." Se afastou um pouco olhando para o rosto dele. "Eu não podia ter amado mais a surpresa." Sorriu, olhando para o cachorro que estava andando pela cozinha e cheirando o lugar. 
"Ah, é verdade!" Ele te largou, indo até a bancada e pegando uma pequena caixinha branca com um lacinho rosa claro por cima. "Feliz aniversário." Disse um pouco tímido, te entregando o presente. 
Você o abriu e tirou de lá uma corrente prateada, com um pequeno pingente de um cadeado, que te fez entortar a cabeça para observar. Mas, assim que fez esse movimento, o Yoon chacoalhou o pulso dele, o que te chamou atenção para um fato: ele tinha exatamente o mesmo pingente, mas em uma pulseira. 
"Que gracinha, Yoon." Disse, pegando o acessório na mão e sorrindo. 
"Que bom que gostou." Ele sorriu também, orgulhoso mas tímido por ter te feito feliz. "E desculpa de novo por hoje jagiya."
"Não precisa se desculpar, já disse que está tudo bem, sem contar que valeu a pena." Riu, apontando com a cabeça para o Holly, que estava brincando com uma pantufa sua. "Agora vem." Pegou na mão dele, o puxando para a mesa. "Ainda bem que você me conhece bem assim, porque eu estava realmente com fome."
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HOSEOK
Mas isso não aconteceu, no final das contas. Na verdade, foi bem pior do que imaginava: o Hoseok nem mesmo te ligou ou te deixou algum bilhete fofo (que eram coisas que ele já fazia mesmo em dias normais!), o que apenas serviu para te deixar preocupada. Você sabia que ele estava bem, porque sabia onde ele estava naquele momento e tinha notícias de que nada de errado tinha acontecido com ele, mas mesmo assim, tinha uma Lucinda vermelha se acendendo na sua cabeça.
Você tinha aceitado a oportunidade de viajar com os meninos durante a turnê deles, e de, inclusive, passar o seu aniversário durante ela. Já era comum você acordar sem a presença do Hobi do seu lado, já que ele costumava sair cedo para se preparar para entrevistas e eventos, mas lá no fundo você meio que esperava que, pelo menos nesse dia, ele iria ficar para te dar um bom dia decente.
Você acabou passando o dia com alguns staffs com quem tinha amizade, e também com as namoradas de alguns membros. Inclusive, quando soube que os meninos tinham voltado pro hotel, não pensou duas vezes antes de ir se esconder no quarto do Namjoon junto com a namorada dele, que achou a situação engraçada, mas não te impediu.
"Ah, oi S/N!" O companheiro do seu namorado disse quando te viu sentada na poltrona do canto do quarto. "Feliz aniversário aliás." Ele te deu um sorriso simpático, e você olhou indignada para a namorada dele. 
"Tá vendo, até o seu namorado se lembrou, mas o meu não!" Disse nervosa, mas com uma voz doce logo em seguida. "E muito obrigada Nam." 
Os dois riram, e ele foi até o banheiro para tirar a roupa que é usando.
"Por que simplesmente não fala com ele, se está assim?" Ela te perguntou.
Lá no fundo, você sabia a resposta, e era porque tinha medo. O Hobi sempre foi um anjo na sua vida, sempre muito atencioso e carinhoso com você, e se lembrava até mesmo das coisas mais boas possíveis cobre você, então uma possível razão para ele ter esquecido o dia do seu aniversário te assustava. 
"Será que ele está me traindo?" Você disse de repente, fazendo sua amiga te olhar assustada. 
"Não ele não está!" O Namjoon praticamente gritou de dentro do banheiro, saindo de lá rápido. "Ele não está te traindo, S/N, só tem muita coisa acontecendo." Ele disse. "A gente está falando do Hoseok, como pode pensar que ele faria isso?" Perguntou indignado. 
"Eu vou lá saber, também não imaginava que ele iria esquecer o dia do meu aniversário!" Resmungou. "Ele lembra até mesmo o nome do cachorro da minha avó, mas esqueceu o dia que eu nasci?" 
"É só estresse, S/N." Ele disse, agora mais calmo. "Confia em mim, o Hobi não está fazendo nada de errado." 
Você acabou cedendo ao que o Namjoon estava dizendo, pensando que realmente era loucura imaginar que o Hobi estava fazendo algo do gênero, mas mesmo assim não conseguiu deixar de lado sua preocupação e decepção. 
"Mas você não planeja ficar aqui a noite toda, né?" A namorada do Nam disse. 
"Se quer me expulsar daqui é só falar." Você resmungou. 
"Não, não é isso, mulher." Ela negou com a cabeça, e o Namjoon, que estava sentado na cama enquanto mechia no celular, soltou uma leve risada. "É que é seu aniversário, S/N, precisa comemorar!"
"Eu sinceramente não estou nem um pouquinho afim de comemorar." Suspirou, fechando os olhos. "Eu só queria ir para a minha cama e dormir até esse dia acabar." 
"Então faz isso." O Namjoon disse de repentente, colocando o celular do lado dele e recebendo um olhar indignado da namorada. "Você passou por um dia estressante, S/N, merece descansar." Ele falou, compreensivo. "E eu acabei de ver que o Hobi está trabalhando em alguma coisa com o Jimin, então o quarto está livre para você." 
Você agradeceu mentalmente aos céus por pessoas como o Namjoon existirem. Por mais que a sua amiga ainda tenha tentado te convencer a ficar, você mostrou para ela que você e o Joon estavam certos, e depois de ele dizer algo para ela que você não conseguiu ouvir direito, ela acabou deixando você ir até o seu quarto. 
Quando chegou lá, estranhou por ver uma luz sair por baixo da porta, tentando se lembrar se tinha deixado elas ligadas antes de sair. De qualquer maneira, isso não importava. Abriu a porta devagar, se sentindo realmente cansada, não fisicamente, mas emocionalmente. 
Porém, assim que deu o primeiro passo para dentro do quarto, já reconheceu alguma coisa de diferente. Tinha uma música suave tocando ao fundo, além de velas aromáticas com um cheiro que reconheceu na hora ser o seu favorito espalhadas pelo lugar. Ouviu um barulho de água vindo do banheiro, e andou com passos incertos até lá, arregalando os olhos quando viu o seu namorado jogando algumas pétalas de rosas dentro da banheira que lá tinha. 
"Hobi?" O chamou, confusa, e ele se virou para você, te mostrando o sorriso em formato de coração dele e indo até a sua direção, te puxando para um abraço. 
"Feliz aniversário." Ele disse perto do seu ouvido, se afastando e te olhando com os olhos cerrados. "Realmente estava achando que eu estava te traindo só porque não tinha dito nada?" 
"Como sabe disso?" Perguntou, mas logo a resposta veio na sua cabeça. "Namjoon…" 
"Ele estava quase me matando dizendo para eu ir logo antes que a namorada dele te arrastasse para uma balada." Ele falou, e o comportamento do líder de mais cedo começou a fazer sentido. 
"Mas…" Olhou em volta. "Por que sumiu o dia inteiro?"
"Na verdade eu tenho um presente um tanto quanto especial." Ele passou por você, indo até a cama e pegando uma pequena embalagem retangular. "Isso chegou hoje, e eu não ia conseguir esconder de você por tempo o suficiente para que eu preparasse aqui se falasse com você." Ele estendeu o presente na sua direção. "Não queria te magoar, mas era o único jeito que eu encontrei de não estragar a surpresa." 
Ele apontou para a embalagem com a cabeça, e você se apressou a abrir. Por baixo do papel tinha um pequeno livrinho vermelho com um titulo escrito em uma letra já muito bem conhecida: "Nossas memórias". Você o abriu com calma, sorrindo assim que entendeu do que se tratava. 
O Hobi parecia ter pego as mais diversas coisas que remetiam a momentos que tiveram juntos. Desde ingressos do parque de diversões onde deram seu primeiro beijo até uma florzinha, agora já seca, que você tinha dado para ele enquanto passeavam por um parque no último dia de vocês na Coreia.
"Hobi, isso é lindo." Disse, tentando segurar o choro. 
"Que bom que gostou." Ele sorriu, levantando seu queixo para olhar para ele é te dando um selinho. "Pelo menos valeu a pena o surto." 
"Valeu." Riu, fungando um pouco. "Mas obrigada mesmo." 
"Não precisa agradecer, jagiya." Ele disse, te dando outro selinho. "Na verdade…" Ele colocou um dedo no queixo, como se pensasse em algo. "Se você quiser me acompanhar naquela banheira eu ficaria muito satisfeito." Disse piscando um olho e te puxando pela mão de volta para o banheiro, fazendo você rir fraquinho mais uma vez.
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NAMJOON
Você acordou com o Namjoon se mexendo do lado dele na cama, o que foi estranho. Normalmente ele te puxava pela cintura e depositava alguns selinhos na sua nuca antes de ter coragem de sair do quentinho do seu corpo, mas hoje, bem hoje, foi diferente. 
"Nam?" Disse sonolenta, se virando para ele sem mal conseguiu abrir os olhos. 
"Hm?" Ele murmurou em resposta, se levantando. "Eu tenho que ir mais cedo para a empresa hoje, não sei porque me querem lá esse horário." Se espreguiçou, começando a andar até o banheiro. "Eu já tive que ficar naquela reunião ontem até tarde, e agora tenho que voltar antes mesmo das nove." 
Você se sentou já cama ainda meio atordoada, observando ele sumir atrás da porta do banheiro de vocês. Ele estava de brincadeira, né? Bem no dia do seu aniversário ele decide acordar estressado e sair resmungando por aí? Aliás, bem no dia do seu aniversário, ele decide não se lembrar do seu aniversário? 
"Eu não sei que horas eu volto hoje, mas te ligo pra avisar." Ele disse, voltando para o quarto alguns minutos depois, apenas com uma toalha presa na cintura. 
"Nam." Você o chamou fazendo com que ele te olhasse curioso. "Você não está esquecendo de nada hoje não?" 
"Hoje?" Ele franziu a testa, e você concordou com a cabeça. "Ah, é verdade!" Você começou a se animar, mas logo isso passou com o que ele disse em seguida. "Tem um jantar da empresa hoje de noite, eu quase esqueci." Olhou para você. "Quer ir comigo?"
Você ficou o encarando em completo silêncio por alguns segundos, soltando um suspiro enquanto fechava os olhos e se jogava para trás, cansada. 
"Tá, pode ser." Acabou dizendo.
O Namjoon se vestiu sem dizer mais nada e se despediu normalmente de você, apenas com um beijo na sua testa, antes de ir embora de vez. Ele te mandou apenas uma mensagem ao longo do dia, e foi para confirmar o horário em que ele iria chegar em casa para se arrumarem. 
Quando você viu que o sol já estava se pondo, foi tomar um banho antes que o Nam chegasse. Tinha passado o dia recebendo ligações de amigos e familiares, e até mesmo uma visita de dois dos seus melhores amigos, mas nada disso tirou o sentimento ruim que tinha dentro de você por não ter recebido nem mesmo um parabéns do seu namorado. 
Saiu do banheiro e colocou sua roupa íntima, indo escolher uma roupa para usar. Enquanto observava sua opções, ouviu a porta ser aberta, mas nem mesmo se deu ao trabalho de olhar para o Namjoon, que também não fez nada além de passar reto por você. Na verdade, o Namjoon chegou muito perto de jogar todo o plano dele pro ar quando te viu daquele jeito, especialmente por ter percebido que estava chateada. Ele só queria te encher de beijos até que começasse a rir de novo, mas ele se segurou para o bem da noite. 
Ele tomou um rápido banho e saiu do quarto para se vestir, vendo você sentada na frente do espelho enquanto preparava sua maquiagem. Respirou fundo e entrou no personagem de novo. 
"Eu sinceramente não sei porque eles insistem nesses jantares." Ele disse, colocando a calça. "É sempre um saco, e a mesma coisa toda vez, um monte de gente forçando a amizade." Você o olhou, já perdendo a paciência. "Sem contar que eu estou exausto, já passo o dia inteiro com aquelas pessoas trabalhando, não tem porque ficar com eles no meu tempo livre também." 
"Não vai, então." Você disse, nervosa. "Já está ignorando uma coisa importante hoje já, outra não vai fazer diferença!" 
"Como assim?" Ele te olhou, fingindo estar confuso. 
"Nada, esquece." 
Vocês voltaram a se, arrumar com a tensão tomando conta do cômodo. Entraram no carro com o motorista que estava preparado para vocês. O clima não muito simpático se manteve no caminho, que foi quase inteiro em silêncio.
"Aconteceu alguma coisa, S/N?" Ele te perguntou, de repente, virando o rosto para você. "Você parece meio nervosa."
"Não é nada Namjoon, já disse." Respondeu, olhando para fora. 
Na verdade, foi só ali quando olhou pela janela que percebeu que não fazia a mínima ideia de onde estava. Você definitivamente não estavam no caminho que esperava pegar para chegar no restaurante, e você sentiu a preocupação e até mesmo o medo tomar conta da sua cabeça. 
"Nam…" O chamou, baixinho. "Onde ele está levando a gente?" 
"Eu não sei…" Ele respondeu no mesmo tom, olhando para fora. "Esse não é o caminho para o restaurante." 
Você o olhou assustada, sentindo que estava a beira de um colapso bem ali. 
"Ah que maravilha." Falou, dessa vez nem tentando falar baixo. "Como se o meu aniversário já não estivesse ruim o suficiente ainda vou ser sequestrada bem hoje." 
O Namjoon ficou te olhando em silêncio por alguns segundos, até ele começar a rir, e você nunca teve tanta vontade de socar o rosto lindo dele como teve nesse momento. 
"Eu pensei que nunca ia falar." Ele falou, e o carro parou bem nesse instante. "Vem." Abriu a porta, te pegando pela mão e indo para fora. "Estava esperando pra ver quanto tempo ia demorar para dizer que tinha esquecido seu aniversário." Sorriu, tepuxando e dando um beijo carinhoso na sua testa. "E eu sei que deve estar querendo me matar, mas desse jeito a surpresa ia ser mais emocionante." Sussurrou. 
Ele te puxou para começarem a andar, e só então você percebeu onde estavam. Era um tipo de jardim simples, mas muito bonito. Há alguns metros de distância de vocês, tinha um pequeno gazebo de madeira, onde conseguiu enxergar uma mesa com velas em cima, assim como duas taças ainda vazias.
"Parabéns, jagi." Ele falou, quando chegaram até a mesa, te dando um beijo no canto da boca e puxando a cadeira para você. "Juro que vai valer a pena."
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JIMIN
Você já sabia que iria acordar sem o Jimin no dia do seu aniversário, mas mesmo assim soltou um suspiro chateado quando virou para o lado e viu a cama vazia. 
Ele estava fora de Seoul para fazer algumas gravações, e iria voltar apenas no dia seguinte. Ele te avisou sobre isso assim que ficou sabendo prometendo que quando estivesse de volta em casa vocês iriam aproveitar e comemorar ao máximo. 
Mas uma coisa te pegou de surpresa, e não foi de um jeito positivo: você não recebeu nenhuma mensagem dele, muito menos uma ligação. Em dias normais já era comum o Jimin te ligar assim que acordasse para te dar bom dia, quando estava longe, mas em um dos dias mais importantes do seu ano ele aparentemente havia esquecido completamente disso.
Você pensou seriamente em ligar para ele, com medo de que que de ruim tivesse acontecido, mas essa ideia foi embora quando recebeu mensagens dos meninos te cumprimentando, e até mesmo de alguns staffs, e pensou que, se algo tivesse acontecido com o Jimin, alguém teria lhe informado. 
Por isso tentou seguir com o seu dia como planejava: feliz e fazendo o que gostava. Saiu na hora do almoço e foi até o seu restaurante favorito, decidindo se dar um banquete de aniversário. Depois disso, foi até o shopping que tinha mais perto da sua casa, passando nas suas lojas favoritas e se dando ao luxo de comprar algumas coisas que sempre quis, mas nunca teve coragem. 
Quando estava indo embora e já estava começando a ficar escuro, você sentiu o seu celular vibrar na sua mão. Olhou para ele eufórica, criando esperanças de que fosse o seu namorado sem nem mesmo perceber. Mas, infelizmente, não era quem você queria. Eram dois dos seus melhores amigos, dizendo para ir até a casa deles para pegar o seu presente.
Você não queria ir, não queria mesmo. Só queria ir para sua casa, se jogar na cama, e ficar lá até amanhecer, sem ter q fazer nada mais. Mas foi exatamente por isso que foi até os seus amigos. Percebeu que estava triste, e que provavelmente se arrependeria depois, quando estivesse melhor, por ter deixado se abalar tanto. 
"Está tudo bem, S/N?" Um dos seus amigos perguntou, percebendo que você estava muito menos empolgada com o dia do que deveria. "Tá meio pra baixo." 
"Verdade." A sua outra amiga concordou. "O que aconteceu?" 
Você suspirou, ponderando se valia a pena contar para eles ou não. As chances de eles quererem matar o Jimin eram muito grandes. Não é que eles não gostassem dele, eles gostavam, mas gostavam ainda mais de você. Mas, apesar de tudo, eram seus melhores amigos. E você não aguentava mais guardar tudo isso para si, então acabou os contando o que tanto te afligia. 
"Ai, S/N." Sua amiga disse. "Ele deve ter tido os motivos dele." Deu de ombros. 
Você a olhou espantada, para dizer o mínimo. Ela estava… defendendo o Jimin?
"Que?" Você perguntou, a encarando.
"Ela tá certa." Seu amigo concordou, pegando um pouco da cerveja dele e dando um gole. "Quer dizer, é o Jimin." Disse como se fosse óbvio. "Se ele fez isso com certeza teve algum motivo válido." 
"Vocês estão do lado dele?" Perguntou, levantando uma sobrancelha. 
"Não, não é questão de estar do lado de alguém." Ela voltou a falar. "É só que a gente conhece o Jimin, S/N, e você também, sabe que ele não faria uma coisa dessas por mal." 
"Sinceramente, eu nem sei mais o que pensar." Você suspirou, e eles se entreolharam, vendo que estava claramente chateada.
Ficaram em silêncio por um tempo, mas ele foi cortado quando o celular do seu amigo vibrou na mesinha de centro e ele o pegou numa velocidade impressionante. Você viu ele ficar aliviado assim que viu do que se tratava, e até pensou em perguntar quem era, mas não quis se envolver nisso naquele momento. 
"Você está muito cansada?" Ele perguntou, e você concordou com a cabeça. "Então vamos, eu te levo para casa." 
Você ficou o olhando em silêncio por alguns segundos, mas concordou. Se levantou e deu um abraço na sua amiga, que sussurrou um "Aproveita" antes de te soltar,e você a olhou como se ela tivesse dito que fadas existem. 
Vocês pegaram seus casacos e saíram do apartamento, indo até o carro do seu amigo. O caminho ficou em silêncio por grande parte do tempo, mas quando ele parou em um sinal ele te olhou e suspirou. 
"Ei, não fica assim por causa disso." Disse, colocando a mão no seu ombro. "É seu aniversário, não deixa o dia ser arruinado so porque o Jimin não te ligou." 
"Isso nem faz diferença mais." Disse, quando o carro voltou a andar. "Já está tarde, não tem nem como eu aproveitar." 
"Nunca se sabe." Ele disse, e você franziu a testa. "A vida é uma caixinha de surpresas." 
"Não." Disse em um resmungo. "Eu só quero chegar em casa e me jogar na cama." 
"Bom, na sua casa já chegou." Ele disse, estacionando o carro na frente do seu prédio. "Mas não vai pra cama, vai se divertir." 
"Você já tá me irritando." Falou séria, e ele riu, fazendo você fazer o mesmo. "Obrigada pela carona, e pelo presente, o quadro vai ficar lindo lá na sala." 
"Por nada." Ele sorriu. "Depois a gente se fala!" Você concordou, já fechando a porta. "E feliz aniversário!" Gritou, dando partida no carro, e você riu. 
"Obrigada!" Gritou de volta, vendo ele se afastar. 
Você sorriu, um pouco mais contente do que mais cedo, e se virou para entrar no prédio, mas assim que o elevador parou no seu andar você voltou a se sentir para baixo de novo, percebendo que iria voltar a ficar sozinha, e que tinha sido basicamente esquecida pela pessoa mais.importante da sua vida. 
Mas era óbvio que você estava errada. Os seus amigos não estavam errados, estavam falando do Park Jimin, é óbvio que ele não ia deixar tudo passar em branco. Tudo bem que eles já sabiam do plano, mas esse argumento não deixa de ser válido. 
Você abriu a porta e franziu a testa assim que notou a diferença no apartamento. Todas as luzes estavam apagadas, com exceção de umas luzinhas de Natal na sacada. Uma música calma e romântica estava tocando baixinho, quanto mais se aproximava da porta para a varanda, mais percebia pequenos detalhes pelo lugar: velas com o seu cheiro favorito, que nunca acendia, já que sabia que o Jimin não era fã; a coberta no sofá que vocês não costumam usar, pois acham quente demais, mas é a mais aconchegante; ou mesmo os pratos e taças que estavam na pequena mesa do lado de fora, que vocês nunca tinham usado por medo de estragar, e estavam guardando para uma ocasião especial. 
Você ficou parada na porta da sacada em êxtase, sem saber ao certo como reagir, ou nem mesmo o que pensar. Literalmente, a única coisa a passar pela sua cabeça era "O que está acontecendo?". 
E então você sentiu uma presença atrás de você, e não precisou se virar quando sentiu duas mãos na sua cintura para saber de quem se tratava. 
"Achou mesmo que eu ia te deixar sozinha hoje, jagi?" Ele sussurrou ao pé do seu ouvido, depositando um leve beijinho logo em baixo. 
"O que você tá fazendo aqui?" Se virou para ele devagar, com os olhos brilhando de animação e uma sombra de sorriso nos lábios. 
"Eu vim passar o dia mais especial do ano com a pessoa mais especial da minha vida." Respondeu, sorrindo pela sua animação. 
"Mas não ia chegar só amanhã?" Perguntou, enquanto ele puxava uma das cadeiras da mesa e te sentava nela. 
"Ia." Ele respondeu. "Mas eu consegui adiantar tudo hoje para poder ir embora." Se inclinou para ficar com o rosto a centímetros do seu. "A única consequência era que eu não ia conseguir ter tempo de falar com você decentemente." 
"Então me deixou enlouquecendo o dia inteiro?" Franziu os olhos, em um tom divertido, e ele riu, se inclinando e te dando um beijo rápido, mas apaixonado. 
"Feliz aniversário, jagi." Disse antes de sair e ir buscar o jantar de vocês na cozinha. 
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TAEHYUNG
"Tive uma emergência, por isso saí, mas depois eu te ligo." 
Era tudo o que estava escrito no pequeno bilhete que o Tae deixou em cima do travesseiro dele, que você viu quando acordou. Levou alguns segundos para raciocinar, mas logo a frustração tomou conta de você: tinha que ser justo no seu aniversário?
Você decidiu deixar isso quieto por um tempo, imaginando que fosse algo relacionado a empresa, e que ele logo iria te telefonar ou pelo menos mandar uma mensagem, mas quando mais as horas se passavam, maior era o silêncio vindo dele. Quando chegou a hora do almoço, já estava se sentindo estressada. Tinha mandado diversas mensagens para ele, assim como telefonado mais de cinco vezes, mas nada. Ao que tudo indicava, seja lá qual fosse a emergência dele era mais importante do que o aniversário da namorada. 
E foi só quando você desistiu de entrar em contato e começou a se arrumar para tentar se animar, que seu telefone começou a tocar loucamente. Era o Taehyung e, por mais que te doesse, não atendeu, porque não estava com cabeça para falar com ele nesse momento. 
Ele te ligou um total de 14 vezes seguidas, sem cansar. Até que na décima quinta vez o contato que apareceu no seu visor foi diferente, e esse você não teve coragem de ignorar. 
"S/N?" Ouviu a voz do melhor amigo do seu namorado do outro lado. 
"Oi, Jimin." Respondeu, não muito animada, mas tentando parecer educada. "Aconteceu alguma coisa?" 
"Na verdade sim." Ele disse, e você franziu a testa. "O Yeontan fugiu, e o Tae não consegue o encontrar em nenhum lugar." Ele disse, e você sentiu seu coração se despedaçar. "Ele está procurando no parque que tem perto do apartamento de vocês, se puder ir lá ajudar…" 
"Pode deixar, eu já estou indo." Disse rápido, desligando o celular praticamente na cara do Jimin.
Você saiu correndo pela casa, pegando o que precisava para sair de lá o mais rápido possível. Enquanto esperava o elevador descer percebeu o quão idiota tinha sido. Realmente tinha sido mesquinha assim só porque ele não estava te mimando no seu aniversário? E ainda pensou que era por besteira. Mas era óbvio que era algo sério desse jeito, era o Taehyung de quem estava falando, ele nunca iria esquecer de algo importante, a menos que algo ainda mais importante acontecesse. 
Saiu em disparada para o parque, sem se importar com mais nada ali. Quando chegou no lugar, olhou em volta mas não conseguiu encontrar o seu namorado, então decidiu simplesmente ir atrás do cachorro. 
Olhou em todos os cantos que passava, pelas moitas, atrás das árvores, embaixo dos bancos, se perguntando como que o Tae deu conta de perder o cachorro. O que ele tinha feito, por Deus? 
Mas, quando você ouviu um pequeno farfalhar em um montinho de folhas que tinha no pé de uma árvore, você paralisou. Olhou para a direção e quase sentiu o seu coração pular para fora quando viu a pequena bolinha de pelos que tanto amava rolando feliz. 
"Tannie!" Disse, chamando a atenção do animal e correndo até ele, que fez o mesmo e correu em sua direção. "Pelo amor, o que você aprontou, menino?" Disse, se agachado para pegá-lo no colo. "Você ia matar todo mundo do coração, sabia? Se quer dar um rolê tudo bem, mas não some assim não!" 
"Você encontrou ele?" Uma voz já conhecida disse atrás de você, mais calma do que deveria nessa situação. 
Você virou devagar para o Taehyung, se deparando com um leve sorriso nos lábios dele. 
"Encontrei." Sorriu também. "Ele estava brincando no meio das folhas, acho que-"
Você interrompeu sua fala assim que percebeu o que tinha ao lado dele, no chão: uma toalha xadrez vermelha e branca, junto com uma cesta e diversas frutas e doces espalhados pelo espaço, além de uma garrafa de vinho e duas taças. 
"O que é isso?" Levantou os olhos para ele, surpresa. 
"Nosso almoço." Ele disse, rindo e se aproximando. "Deve querer me socar agora, eu sei, mas é uma parte do seu presente de aniversário." Ele pegou a guia da coleira do Yeontan, que estava segurando, e prendeu na coleirinha do pequeno, o tirando do seu colo e colocando no chão. "O Tannie não tinha sumido, eu só precisava fazer com que viesse aqui." Ele riu quando você o deu um soquinho no ombro. 
"Eu quase tive um ataque cardíaco, Taehyung!" Choramingou, e ele te puxou para um abraço, ainda rindo, e te dando um beijo no topo da cabeça. 
"Eu sei." Se afastou, olhando no fundo dos seus olhos. "Desculpa por isso, mas queria que hoje fosse especial." Você cedeu, sorrindo de leve, e ele fez o mesmo, se inclinando para te dar um beijo leve. "Vem." Te puxou pela mão, até que se sentassem na toalha. 
Ele deixou que o Yeontan brincasse do lado de vocês, tirando alguns dos seus postiços favoritos de dentro da cesta. Mas nada disso era o que ele queria fazer, já que a surpresa estava na última caixinha que ele pegou na mão.
"O que é isso?" Perguntou quando ele te deu uma caixinha com um lacinho em cima. 
"Seu presente." Ele sorriu. "Não disse isso até agora, mas parabéns, jagiya." 
Você sorriu também, abrindo a embalagem e deixando seu queixo cair quando viu o que tinha dentro. Era um anel, delicado e simples, mas uma das coisas mais preciosas que já tinha visto. Uma pedrinha branca era o que estava no topo dele, se realçando mas ainda assim em harmonia. 
"Tae…" Disse, encarando a joia. "Isso é lindo." 
"Que bom que gostou." Ele sorriu, pegando o anel e colocando no seu dedo a elas da mão esquerda. "Quero que deixe ele aqui, até a gente conseguir colocar um definitivo." Falou, e você o olhou surpresa, mas sorrindo com a carinha que envergonhado que ele fez por ter dito isso. 
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JUNGKOOK
"Pode deixar que ele só sai daqui quando for pra eu receber um mais bonito." Ele riu fraquinho, se inclinando e te puxando para um beijo apaixonado.
O Jungkook acordou naquele dia como se fosse um dia como qualquer outro. Te acordou com um beijinho no pescoço como sempre faz, e se levantou para ir tomar banho e ir trabalhar enquanto você acordava. Por alguns minutos, você até esqueceu que era o seu aniversário. Na verdade, foi só quando você pegou o seu celular e leu as mensagens que tinha recebido, te cumprimentando.
Franziu a testa e ficou olhando para a porta do banheiro, esperando o Jungkook sair de lá. Talvez ele só não tenha percebido ainda, assim como você no começo. Mas quando saiu, já vestido, ele seguiu o caminho dele até o espelho para arrumar o cabelo ainda sem dizer nada. 
"O que vai fazer hoje?" Você perguntou, tentando ver se ele se lembrava do jantar que tinha prometido te levar. 
"Hoje?" Ele te olhou pelo espelho, e você concordou com a cabeça. "Nada." Deu de ombros. "Só vou para a empresa, hoje o ensaio vai ser meio puxado." Falou, pegando o celular que estava na cômoda e vendo o horário. "Aliás eu já preciso ir, está ficando tarde." 
Ele tedeu um selinho e um "Tchau." e foi embora, te deixando com uma cara de tacho para trás, sozinha. 
Você ficou nervosa, é claro, mas não quis demonstrar. Por um lado, entendia que as vezes a cabeça dele ficava cheia demais, e podia acontecer de ele esquecer essas coisas. Mas, mesmo tendo isso em mente, não conseguiu não se sentir chateada com tudo. Poxa, era o seu aniversário. Vocês estavam conversando sobre isso na noite anterior, era realmente algo irrelevante a esse ponto? 
Não passaram nem mesmo cinco minutos desde q vc tinha enviado a mensagem para ele, quando recebeu uma ligação de uma das staffs dos meninos, que tinha o número salvo para emergências. 
Depois de algumas horas, quando começou a anoitecer e o Jungkook ainda não tinha entrado em contato com você, você perdeu a paciência. Pegou seu celular, sem conseguir se controlar mais, e mandou uma mensagem para ele.
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"Alô?" Disse, um pouco confusa.
"S/N?" Ela confirmou. "Ah, graças a Deus que atendeu." Ouviu ela suspirar aliviada.
"Aconteceu alguma coisa?" Estava ficando cada vez mais perdida, e até um pouco preocupada. 
"Sim." Ela respondeu rápido. "O Jungkook sofreu um acidente no ensaio e machucou o tornozelo." Você parou de respirar quase instantaneamente. "Estamos esperando um médico vir aqui para avaliar, talvez ele tenha que ir para o hospital." Nesse ponto você já estava praticamente segurando o choro. "Ele pediu para ver se você podia vir aqui…"
"Eu já estou indo." Disse, dando uma rápida despedida para a mulher e saindo de casa o mais rápido possível.
A verdade era que você estava envergonhada pelo o que tinha feito. Sabia que não estava errada, até porque ele de fato esqueceu seu aniversário, tinha o direito de ficar chateada. Mas se sentiu mal ao saber que ele estava machucado por aí, e você preocupada apenas com isso.
Pediu um táxi para ir até a empresa, e chegou lá mais tarde do que gostaria, por conta do trânsito. Pagou o motorista e desceu, indo correndo para o prédio. Você apresentou sua identificação, e ele começaram a te conduzir até onde disseram que estava o Jungkook. Mas o estranho foi quando vocês começaram a ir para o lado do restaurante da empresa, ao invés de ir até onde você se lembrava ser as salas de ensaio, mas imaginou que talvez tivesse uma enfermaria por ali onde preferiram deixar ele descansando. 
"É bem aqui." O funcionário apontou para uma porta de correr. "O Sr. Jungkook está te esperando aí dentro, fique à vontade." 
"Obrigada." Agradeceu, fazendo uma reverência e abrindo a porta.
Mas o que você encontrou lá dentro estava longe de ser o que esperava. Na verdade, aquilo lá era uma sala particular do restaurante, com a mesa já posta com o que reconheceu serem alguns de seus pratos coreanos favoritos. E o Jungkook, estava de pé, ao lado da mesa, todo arrumado e com um sorriso sacana que você queria arrancar da cara dele à força. Quando percebeu o que tinha acontecido, não sabia se o abraçava por estar bem ou se o batia por ter mantido para você, então acabou fazendo os dois. 
"Ainda bem que está bem." Falou, o puxando para um abraço, mas logo se afastou e deu um leve soco no peito dele, que não fez nem cócegas, apesar de ele ter rido. "Mas você não tem piedade de mim, né?" Ele colocou as mãos no seu rosto enquanto você resmungava. "Eu quase quis te matar mais cedo, aí você que quase me matou de preocupação!" Ele riu de novo. "E foi tudo pra nada  desde o começo!" 
"Não foi pra nada, foi pra deixar seu aniversário mais emocionante." Ele disse, aproximando o rosto do seu. "Qual ia ser a graça de ter um aniversário sem uma aventura." 
"Realmente, pensar que seu namorado não te ama e depois que ele vai ter que ir pro hospital é muito aventureiro." Disse irônica, fazendo ele rir e te dar um selinho, ainda segurando o seu rosto perto do dele quando voltou a falar. 
"Me sinto ofendido que tenha achado que eu não te amo, eu fiz tudo isso exatamente porque te amo demais." Você não conseguiu segurar um sorrisinho, e ele fez o mesmo se afastando e te puxando para a mesa. "Agora senta aqui que a noite está apenas começando, jagiya." 
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Oioioi, como vocês estão??
Como seempre, perdão pela demora hihih mas espero que tenham gostado, e me desculpem por qualquer erro!
Até mais, e fiquem bem!!
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cherrykindness · 4 years ago
Note
Oi, você podia fazer um imagine em que a s/n e o Harry estão namorando, mas ela tem um filho de outro relacionamento e ainda é amiga do pai da criança, o que deixa o Harry inseguro por achar que não pode competir com ele por eles serem uma família. Isso é uma coisa que eu pensei enquanto lia honeymoon, e adoraria que você fizesse se os pedidos estiverem abertos. Eu amo a sua escrita.
AMO VOCÊ... E SUAS PANQUECAS DE CHOCOLATE
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“Ei, tio Harry! Mamãe disse que você ‘tá no trânsito agora, por isso não pode conversar comigo. Eu acho que já vou ‘tá dormindo quando você chegar; ainda é quinta, então não posso dormir depois das dez. Eu queria esperar pra dizer isso amanhã, mas eu ‘tô com muita, muita, muuuuita vontade de contar, então eu vou dizer... Eu consegui tirar um A naquela prova, tio Harry! Você disse que eu conseguiria, mas nem acreditei. Mamãe fez bolo de chocolate de sobremesa e disse que amanhã podemos tomar sorvete depois da escola pra comemorar. Você vai né, tio Harry? Amanhã eu quero comer no café da manhã aquelas panquecas que só você consegue fazer... Minha mãe sempre queima quando tenta copiar, mas não diz pra ela que eu te contei. ‘Tô com saudade, tio Harry... De você e das suas panquecas. Tenho que ir agora, meu papai chegou. Tchau, te amo!”
“Eu também estou com saudades, garoto! Não vejo a hora de ver você e sua mãe novamente. O que acha de darmos uma volta pelo parque enquanto tomamos esse sorvete? Ainda não me esqueci da promessa que fiz antes de sair. Agora eles têm aqueles carrinhos com formato de cisne, podemos pedalar até o outro lado do lago. Parabéns pela nota, cara, estou realmente orgulhoso de você! Eu estou dirigindo agora, devo chegar bem tarde, mas cuide da sua mãe até que eu esteja aí, ok? Prometo que suas panquecas preferidas estarão quentinhas quando você acordar amanhã. Eu também te amo, Tom. Sinto falta de vocês.”
Hall silencioso, luzes apagadas.
Harry precisou se esforçar um pouco para não pisar nas pequenas peças de Lego que se espalhavam por quase todo o tapete, a iluminação fraca e o barulho quase inaudível de água corrente revelando que a cozinha parecia ser o único lugar ocupado entre todos os cômodos da enorme casa que Styles dividia com a noiva e o pequeno Thomas há quase três anos.
Ele estava exausto. Pouco mais de dois meses haviam se passado desde que o cantor deixara Londres para a gravação de um novo trabalho. Harry gostava de estar próximo de seus companheiros de elenco e de se aventurar às novas oportunidades, sendo seu papel como Jack no longa-metragem “Don’t Worry Darling” a mais nova entre elas. Entretanto, apesar de estar grato por mais uma chance de exteriorizar seus dons no universo da atuação, o britânico não podia negar o aperto no peito sempre que estava sozinho e do outro lado do mundo, ainda estranhando o ambiente silencioso que rodeava seu apartamento em Los Angeles, uma ocasião rara quando se convive vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana à presença de uma criança de seis anos. Mesmo após todos aqueles meses, ele ainda não havia se acostumado com a “vida real” após o fim da quarentena.
Sem se preocupar com o amontoado de malas deixadas na sala, Harry se dirigiu à cozinha já com um sorriso no canto dos lábios. Ele tinha certeza de que S/N não havia escutado o barulho da porta, provavelmente com alguma música de seu último disco soando alto nos fones de ouvido enquanto lavava as louças deixadas no jantar. Ele estava ansioso para beijá-la novamente e dormir em lençóis quentes, a cama espaçosa se tornando sua pior inimiga durante os dias longe de casa.
Harry sabia que não encontraria Tom acordado àquela hora da noite; como foi dito na mensagem de voz deixada pelo pequeno, o dia marcado no calendário ainda o impedia de ir para a cama após as dez, o relógio indicando meia-noite e quarenta e sete ao lado do porta-retrato que mostrava a pequena família durante uma viagem à Disney, comemoração aos cinco anos de Thomas.
O sorriso sincero no rosto do cantor, guardado há longos dias apenas para duas pessoas em específico, vacilou, no entanto, dando lugar a uma careta involuntária. Chris, mais conhecido por ser ex-namorado, primeiro amor e pai do filho de S/N, estava ali, ensaboando alguns talheres como se aquilo fizesse parte de sua rotina diária.
Harry odiava se sentir inseguro. Ele não tinha absolutamente nada contra o homem que estava à sua frente, exceto o fato de que tudo em Christopher o fazia parecer minúsculo, a confiança se tornando um termo desconhecido quando o loiro de quase 1,90m ocupava a mesma sala.
“Ah, ei, cara.” Chris cumprimentou assim que notou a presença de Styles, levantando os olhos da louça por alguns segundos. “Pensei que chegaria mais tarde.”
Harry ergueu uma sobrancelha como um tipo de resposta automática, encostando-se no batente da porta.
“Não, o trânsito estava estranhamente favorável hoje.” Sorriu com os lábios fechados, girando a chave do carro na mão direita, um hábito nervoso que havia adquirido há algum tempo. “S/N está lá em cima?”
“Sim, ela foi verificar se Tom continua dormindo. O garoto tentou te esperar até o último segundo.” O loiro riu, balançando a cabeça negativamente. “Parabéns pelo filme, aliás.”
“Obrigado.” Harry agradeceu genuinamente, observando com atenção a forma em que o australiano parecia tão à vontade em sua presença e em sua casa, guardando todos os utensílios nos lugares corretos como se houvesse feito aquilo milhares de vezes.
“Eu e S/N decidimos transferir a noite de sexta-feira para hoje porque Tom parecia ansioso demais para comemorar o A em inglês.” Chris continuou discursando animadamente, se referindo ao dia em que a família — a verdadeira família — se reunia para comer algumas besteirinhas de fast-food e se divertir com jogos de tabuleiro. “Fomos ao cinema, depois voltamos porque Thomas nos convenceu a ajudá-lo a construir uma cenário enorme de Lego. É claro que S/N desistiu daquilo em menos de uma hora, ela continua tão impaciente quanto na época em que a conheci.”
Porra.
Harry sabia que não havia sido proposital, mas Chris estava fazendo um péssimo trabalho em fazê-lo acreditar que era minimamente merecedor de pertencer àquela família. O cara não era nada além de um pacote de qualidades embrulhado em um papel de presente bonito e um laço cor-de-rosa, e não ajudava em nada saber que a separação entre ele e S/N não havia sido por nada além da descoberta que os levaram a perceber que eram melhores como amigos, sendo Tom uma lembrança eterna do que um dia fora um relacionamento amoroso e feliz.
Harry queria socá-lo, mas também queria agradecê-lo porque bem... Tom era uma das coisinhas mais preciosas de sua vida, e não haveria um Tom se não houvesse uma S/N e um Chris no passado.
Porra.
“Ela disse que está treinando.” O cantor disse com um sorriso fraco, balançando os ombros. “Essas pecinhas de Star Wars que Tom gosta são como uma fórmula pronta para uma dor de cabeça, não posso culpá-la totalmente.”
Chris riu, sua resposta sendo interrompida por uma S/N eufórica se jogando nos braços do noivo, o abarrotando de beijinhos por todo o rosto com uma parada certa nos lábios, unindo-os em um beijo rápido mas absurdamente significativo.
“Senti sua falta, Styles.” Ela disse com os olhinhos brilhando, desferindo um tapa fraco no peito do britânico logo em seguida. “Por que não me avisou que já estava em casa?”
“Chris disse que você estava checando Tom.” Harry argumentou, fazendo uma careta enquanto massageava o local atingido dramaticamente. “Você tem um jeito engraçado de demonstrar saudade, babe.”
Christopher riu enquanto observava a cena, logo checando o relógio de ouro branco que adornava seu pulso: “Bom, chegou a hora de deixar os pombinhos a sós. S/N, me ligue se Tom continuar reclamando dessa dor de dente, certo? Acredito que seja só um dentinho de leite prestes a bambear, mas todo cuidado é pouco.”
Após saudar o australiano com uma despedida rápida, Harry aproveitou a deixa para finalmente ir ao quarto no qual sentira tanta falta, carregando consigo todas aquelas malas. Exceto pela adição de uma pelúcia do Baby Yoda à cama, certamente esquecida por Tom durante alguma das noites em que o pequeno preferia se refugiar no quarto do casal, tudo continuava o mesmo.
S/N ainda se despedia de Chris no andar de baixo, e Harry tentava não deixar a insegurança levar o melhor de si enquanto sentia os jatos de água quente atingirem e relaxarem os músculos de todo o seu corpo, um alívio após longas horas dentro de um avião. Ele ouviu quando a porta do banheiro foi aberta, mas permaneceu com os olhos fechados até que os braços de sua futura esposa o rodearam pela cintura, abraçando-o carinhosamente.
“O que está pensando?”
“Nada.” Harry respondeu baixinho, alcançando uma das mãos macias da mulher para da início a um afago. “Apenas cansado da viagem.”
“Você sabe que não pode mentir para mim, querido.”
O cantor suspirou, virando-se para S/N já com uma feição constrangida e bochechas coradas, o vapor ardente que flutuava pelo ar servindo apenas para piorar a situação.
“Se Chris pedisse por outra chance, você aceitaria?” Ele perguntou timidamente, mantendo os olhos baixos. “Você voltaria para ele?”
“O quê?” S/N perguntou incrédula, soltando uma risada nervosa. “Você está brincando comigo, não é?”
Harry acenou negativamente, mordendo o lábio inferior: “Eu-eu não sei se mereço você ou Tom, S/N. Chris está sempre por perto enquanto eu estou do outro lado do mundo, ele pode comparecer a todos os eventos e festinhas na escola de Tom enquanto eu apenas o deixo triste quando digo que não poderei estar presente por culpa de algum show ou ensaio da banda. Eu sei que não sou o pai de Tom de verdade e nem estou tentando ocupar o papel de Chris na vida dele, mas às vezes-às vezes sinto que não consigo ser o suficiente para vocês dois.”
“Oh, Harry, eu não sabia que você se sentia assim.” Ela disse pesarosa, o apertando em um abraço. “Me desculpe se algum dia eu te fiz se sentir inseguro sobre isso, eu não sabia...”
“Não se preocupe, amor, você não fez.” Harry respondeu de imediato, sentido-se completamente ridículo ao notar que algumas poucas lágrimas pinicavam o canto de seus olhos. Droga, ele odiava a sensibilidade extrema que o assolava depois de tanto tempo longe dela. “Eu só... Acho que é demais tentar competir com alguém como ele.”
S/N riu fraco, negando antes de afastar um cacho molhado que estava quase a cobrir os olhos do cantor, o encarando amorosamente: “Você não precisa se sentir assim porque simplesmente não há competição alguma acontecendo por aqui. Chris foi sim uma parte importante da minha vida, a pessoa que me deu o melhor presente do mundo e que terá minha gratidão eterna por isso, mas você é o homem que eu amo, Styles. Você pode não compartilhar laços sanguíneos com Tom, mas eu sei que ele o considera como um pai assim como Christopher, e Chris também sabe disso. Eu não voltaria para o meu antigo relacionamento nem por todas as chances do mundo porque não me vejo passando o resto da vida com qualquer outra pessoa que não seja você.”
“Deus, eu te amo.” Harry murmurou, distribuindo algumas dezenas de selinhos na boca da mulher. “Eu não vejo a hora de me casar com você.”
“Apenas mais alguns meses, Styles.” Ela disse cordialmente, rindo entre os beijos que recebia. “Então seremos uma família ainda mais completa.”
-
Andando pelo corredor com a pelúcia verde e estranhamente fofa na mão, Harry nem tentava disfarçar o sorriso bobo que insistia em querer aparecer em seus lábios, tudo graças às palavras e atividades que o deixaram fora de órbita após todo aquele tempo fora. Era bom finalmente saber quais eram os pensamentos de S/N sobre o futuro que os aguardava e se sentir um pouco menos vulnerável após todas aquelas declarações doces. Harry havia a deixado com tanto custo no quarto, como se uma ida rápida ao cômodo mais próximo fosse semelhante a uma viagem ao Japão. Ele estava decidido a não se desgrudar dela por pelo menos mais algumas noites, mas sabia que Tom não dormiria bem sem o Baby Yoda ao seu lado.
Adentrando sorrateiramente ao quarto, Harry sorriu ao ver o garotinho completamente esparramado sobre os lençóis com estampas do Darth Vader, o tecido de algodão preto casando perfeitamente com os pijamas do pequeno, também pertencentes à franquia de Star Wars.
Ele se aproximou da cama com cuidado, colocando o bichinho na abertura deixada entre os bracinhos de Thomas. Harry presumiu que o fato do garoto estar habituado a sempre dormir com a pelúcia, apenas havia acionado aquela sensação natural de estar sempre próximo a ela, suas suspeitas sendo confirmadas quando Tom a abraçou em um movimento automático, resmungando palavras incoerentes assim como sua mãe costumava fazer quando caía no sono.
Harry planejava sair logo após o beijo rápido deixado na testa do pequeno, desligando a luminária em formato de sabre de luz acoplada à parede. Sua ideia, no entanto, falhou drasticamente, Tom apoiando os cotovelos sobre o colchão macio enquanto o encarava com os olhos pequenininhos.
“Tio Harry?” O garotinho murmurou, fazendo com que o mais velho pressionasse o botão para que o quarto fosse iluminado novamente.
“Ei, garoto.” Harry disse baixinho, sorrindo abertamente ao ter uma interação real com Thomas após tanto tempo o vendo apenas através de uma tela. “Desculpa, não queria te acordar.”
O pequeno balançou os ombros, abrindo os braços em um convite silencioso. S/N fazia o mesmo quando estava atrás de abraços, e mesmo que Tom houvesse herdado grande parte das características físicas de Chris, seu interior gritava S/N/C.
“Vim até aqui trazer esse carinha pra você.” Harry continuou ao se afastar, apontando para o Baby Yoda.
“Eu dormi com a mamãe ontem. A gente ‘tava brincando na sala hoje, mas acho que dormi no sofá e o papai esqueceu de trazer o Grogu pra mim. Obrigado, tio Harry.”
“Espero que você consiga dormir melhor agora.” O cantor disse, levantando-se novamente. “Agora vamos deitar de novo, uh? Você tem escola amanhã, e tenho certeza de que sua mãe ficará uma fera se descobrir que te acordei.” Fingiu estremecer, fazendo Thomas rir baixo. “Nos vemos no café da manhã, Tom.”
“Com panquecas?”
“Com panquecas.”
Já com luzes apagadas e o ar-condicionado ajustado para uma temperatura que não faria com que a criança tivesse uma gripe pelos próximos dias, Harry deu uma organizada rápida em alguns briquedos que quase escapuliam da “caixa da bagunça” de Thomas, dando uma última conferida no garoto antes de ir até a porta, a encostando suavemente.
“Tio Harry.” Ele ouviu o garoto chamar em um tom quase inaudível, colocando a cabeça para dentro do quarto instantaneamente. “Eu amo você... E suas panquecas de chocolate.”
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casal-ousado · 4 years ago
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Contos de sexta-feira - 02
NO AUGE DO TESÃO, MISTURAMOS COMIDA COM PORRA
Essa rolou numa viagem de férias, pra uma cidade turística em MG.
Ficamos uma semana numa casinha bem legal. Privacidade, vista bacana, perto de tudobque a gnt precisava.. só eu e meu gostoso por lá. Tava tudo perfeito!
Só um detalhe pra pontuar: não tinha café da manhã.. e é justamente por isso que conto a história a seguir:
Em um dos dias, logo pela manhã bem cedinho eu acordei primeiro e resolvi levantar da cama pra preparar nosso cafe da manhã, nada demais até então. O cardápio seria uma tapioca recheada com frango e queijo pra cada um mais um pedaço de bolo de chocolate. Pra mim chá e pro meu gato, café preto forte e doce.
Meu pijama era bem curtinho, tava de calcinha fio dental e sem sutiã. Ja sabem que meu rabão é bem grande e gostoso ne? Tenho peitos médios e cintura fina, apesar de ser baixinha eu sou bem gostosa.
Enquanto eu preparava as coisas na pia, assustei com um abraço por trás e um beijo gostoso de bom dia no pescoço. A gnt ja tinha fodido bem na noite anterior, inclusive tinha dado o cuzinho como nunca (conto pra vocês qualquer hora dessas).
Assim que ganhei o abraço por trás, meu instinto foi empinar a bunda. Meu gato é viciado em bunda, e já sentiu o recado. A gnt ja tava no modo safado ativado logo as 6h da manhã.
- Que bunda gostosa bebê! Ainda ta doendo o cuzinho?
- Um pouquinho amor, mas ta de boa. Foi gostoso.
So de lembrar da sentada na pica dele no dia anterior eu fiquei molhada, e quando ele começou a pegar no meu rabão e beijar meu pescoço com mais vontade... Aí o mel desceu.
- Ai bebê, assim vc me mata. Ja tô melada. Pega na minha xerequinha pra ver.
Ele quando passou a mão pela frente e por dentro do shortinho de pijama, e viu que eu ja tava pingando, disse:
- Caralho, vc é mto safada. Amo essa buceta molhada. Vira de frente e senta na bancada. Vou te chupar aqui e agora, vai ser meu café da manhã.
- Seu desejo é ordem pra mim. Eu respondi.
Abaixei o pijaminha e a calcinha, sentei na bancada e abri a bucetinha pra ele. Minha bucete é pequena e bem bonitinha, modestia a parte. Sei que ele pira.
- Lambe gostosinho, depois suga com vontade. Cai de boca vai!
Ele chupava minha buceta com tesão e uma fome inexplicável. Me xingava de puta e vagabunda, gostosa do caralho.. eu gemia alto logo de manhã. Eu contorcia e apertava meus peitos enquanto o tesão me levava a loucura.
- Puta que pariu, gostoso do caralho! Você chupa bem demais!
- Sua bucetinha é a mais gostosa que passou na minha boca.. Ele falou.
Se é a mais gostosa eu não sei, mas que é a mais apertada eu garanto. Virei de costas de novo e pedir pra ele meter na minha xereca apertada. Queria ficar arrombadinha logo, precisava da piroca dele em mim me fodendo gostoso. Já tava quase gozando na língua, imagina na pica então.
Depois de algumas trocas de posição e tapa na cara, acabei gozando gostoso. Chegando a molhar a bancada da pia. Agora eu precisava recompensar meu gostoso:
- Como vc quer gozar? Eu perguntei.
- Quero uma mamada gostosa, ate eu gozar na sua boquinha de veludo! Ele disse.
Ajoelhei na mesma hora pra mamar. Suguei e lambi aquele pau melado de buceta como nunca, delicioso de mamar. Foi quando tive uma vontade estranha mas safada, pela primeira vez queira misturar porra com comida:
- Bebê, quero comer bolinho com calda quente. Da pra mim?
- Que? Ta louca? Kkk
- Louca de tesão. Goza no bolo que vou comer tudinho.
- Caralho, você é muito safada! Vou encher de porra e vc vai ter que comer.
Nessa hora chupei com mais vontade e segurei um pedaço de bolo de chocolate esperando a jorrada. Nao deu outra, o safado gozou como nunca. Tudinho em cima do bolinho pra mim.
Não pensei duas vezes, logo coloquei tudo na boca e mal deu tempo de mastigar e já taga engolindo. Foi o bolo mais gostoso que ja comi, e o mais safado também!
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tetisfebe · 5 years ago
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SOMBRAS
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Cá estou eu mais uma vez, sempre acordando depois do meio dia, com a ressalva de que eu não posso dormir até as 3hrs da tarde, justamente para evitar uma dor de cabeça e mais uma vez começar o dia me enchendo de remédios, como se não bastasse fazer com que eu me sinta um ratinho de laboratório nas condições em que me encontro sempre que volto do hospital.
Antes de você achar que eu sou um completo de um vagabundo, permita-me lhe adiantar que sou estudante num instituto federal, estudava informatica, pois gosto muito de programação e desenvolvimento, e nas horas vagas eu trabalho com fotografia e design, mas estou afastado de absolutamente tudo. Estou apenas aguardando um sinal verde do meu médico para que eu possa voltar a fazer tudo isto de novo. Afinal, preciso devolver a minha mãe e a minha madrinha tudo o que elas já gastaram comigo até agora. O que não foi pouco.
Nem que eu tenha que deteriorar tudo o que resta deste meu corpo quimicamente abatido de tanto trabalhar feito um condenado nestes pouquíssimos anos de vida que restam para quitar esta divida.
Não faz muito tempo que completei 22 anos, tem mais ou menos uma semana. Não teve festa, pois não gosto de encher minha casa de gente desde meu aniversário de 6 anos, em que uma tia minha, que hoje sequer a considero, me deu um baita de um tapa na cara na frente de todos os meus colegas de escola por causa de uma peça de LEGO, coisa que deixou todo mundo que eu convidei pra minha festa, completamente chocados, ao ponto de todo mundo me evitar na escola no outro dia.
Sem contar também com o meu aniversário de 7 anos, onde minha mãe estava na cama de um hospital se recuperando de uma cesária, de um irmão que eu nunca tive, pois era nada mais do que um nati-morto.
E mesmo com a vida apenas começando a caminhar para os meus últimos dias, eu não conquistei nada de tão grandioso em comparação aos meus amigos de escola.
Enquanto alguns estão curtindo festas, coisa que eu também faço, alguns estão na faculdade, e outros formando suas famílias. Eu estou acorrentado aos pés da minha própria cama. Por motivos que explicarei nas próximas linhas.
De vez em quando, quando me dá vontade de comer um salgado na esquina. Eu peço pra minha mãe me soltar. Afinal, tem uma lanchonete perto da casa do meu tio, então ela não tem com o que se preocupar. Pois desde que tive uma severa overdose meses atrás, todo mundo da minha família ficou alerta e de olhos vidrados em relação a mim e a cada passou que eu dou.
Dá pra ver de longe a marca da corrente no meu tornozelo.
Antes disto tudo eu tinha uma vida social razoável. Tinha uns colegas que eu chegava a conversar, mas depois eles mudaram de uma forma que hoje eu vejo que nenhum deles hoje me faz falta. E também faz um bom tempo que não saio de casa, e quando saio, é sempre na certeza de que talvez eu nunca mais irei voltar.
Infelizmente eu me tornei usuário de drogas pesadas, e como consequência, acabei me tornando alcoólatra também. Tudo por conta própria, não precisei de influência alheia para me autodestruir. Perdi muito peso desde que entrei nesta vida para fugir das brigas que eu tinha com minha mãe por causa da minha sexualidade, e também do infeliz que eu me arrependo de um dia ter chamado de pai. Ele nunca foi muito presente, sempre foi afastado de mim. Antes eu queria que ele fosse mais próximo, hoje eu quero que ele morra.
Talvez eu tenha licença o suficiente para me considerar um bastardo, e rabiscar o nome dele da minha certidão de nascimento e todos os demais documentos que ocupam espaço na minha carteira.
Quando eu não podia fugir, eu me trancava em meu quarto e ligava o som no mais alto volume para que ninguém pudesse me incomodar, ouvir minha mãe reclamando comigo sem motivo algum me dava vontade de enfiar um objeto pontiagudo em minhas orelhas e forçar-me uma surdez voluntária. E como era eu quem pagava o sinal de internet, eu ficava ali a noite toda, vendo vídeos, discutindo em alguns foruns do Reddit e vendo algumas fotos no Flickr.
“American Idiot” do Green Day, “The Battle of Los Angeles” do Rage Against the Machine e “The Argument” do Fugazi eram os albuns que eu mais gostava de ouvir nessas horas. Sempre me traziam um pouco de paz naquele campo de guerra em que não haviam trincheiras.
Meus pais são separados, não se falam há um bom tempo. Minha mãe seguiu o baile dela normalmente, só aquele que dizia ser meu pai que ainda insiste em repetir a mesma ladainha de que eu fiquei afastado dele por causa da minha mãe e blablabla. Não tenho paciência pra este tipo de coisa.
Ele hoje tem sua família, da qual eu vejo na rua e finjo que nem conheço. E de verdade, eu não conheço ninguém dali a não ser ele mesmo. Ele trabalha em um emprego em que precisou de dados meus para completar seu cadastro e assinar o contrato, os quais dei com dó daquele pobre infeliz. Mas se eu pudesse eu o deixava morrer de fome. Mas cedi pois meu coração ainda era brando e ainda tinha algum tipo de compaixão por ele.
Acredito que desde que eu nasci eu venho causando problemas.
Não existe nada na minha vida em que algo dê errado comigo, ou com alguém próximo de mim. Maioria das vezes por minha causa. Alguém sempre sai prejudicado no processo. E sempre de uma forma dolorosa.
Minha mãe até já aceitou que eu precise ficar trancado no quarto, ficando o dia inteiro jogando vídeo game, já que é o único entretenimento que eu tenho depois da internet, além de ficar o dia inteiro debruçado no meio monte e livros que tenho acumulado na estante. Que apesar de drogado, eu tenho um certo grau de erudição. Já que eu vivo acorrentado ao pé da minha cama, não tenho outra escolha a não ser ficar me aprofundando em conhecimento, mesmo tendo um cérebro tão ferrado. É o minimo, já que não me deixaram cometer suicídio e acabar de vez com essa porra toda.
E mais uma vez, vocês podem achar que estou sendo mantido em carcere privado ou em condições sub-humanas similares à tortura, sendo que na verdade eu mesmo quis ser acorrentado, pois tendo em conta o estrago que meus impulsos pós-overdose puderam me causar e não demora muito para estes mesmos impulsos me levem para lugares em que talvez eu fique lá perecendo sem que alguém perceba, me decompondo até que os urubus façam a festa sob o meu cadáver.
Só que hoje tá sendo um dia bem diferente do que habitualmente costumava ser. Pois acordei com vontade de ir até a casa do meu avô.
Ele tem sido a pessoa que mais tem me dado apoio nos piores dias da minha vida, que no caso é todo dia, e que ainda tem paciência pra conversar comigo. Digo isto, pois... eu gosto de conversar, mas eu percebi que tem algumas pessoas que não entendem a forma que eu falo, e acham que eu sou um idiota, e não demora muito para que elas abram a boca para dizer isto sem se preocupar se isto vai ou não me machucar. E para piorar eu sempre falo tudo de um jeito obvio, afinal, esta é a unica forma que tenho de me comunicar. Eu amo a companhia dele. Quando não estamos conversando sobre as coisas mais aleatórias possíveis, estamos na garagem, mexendo com alguma coisa. Da ultima vez, ficamos o dia inteiro consertando uma bicicleta da qual eu destruí uma peça dela tentando fazer umas manobras que vi em um vídeo do Anthony Panza. E eu nem preciso dizer que me machuquei nessa brincadeira, mas foi só um arranhão.
Eu me tornei tudo de ruim que minha família poderia imaginar.
Lembra daquela tia lá? Ela também tem um filho que é bem mais velho, bem pior e mais fodido do que eu, de tão troncho. Mas deixa quieto. Quando eu era pequeno eu queria muito ser um atleta de esportes radicais. A principio eu queria muito ser skatista, pois amava ver o Bob Burnquist fazendo manobras no X-Games, que eu simplesmente acordava cedo e tomava o controle pra ninguém mudar de canal.
Ela vivia me dizendo que eu deveria seguir como engenheiro ou arquiteto. Sendo que eu sou inimigo numero um das ciências exatas. Como se eu fosse o Claire Redfield e as matérias de Física, Química e Matemática fossem meu Nemesis.
As vezes eu me arrependo de não ter ficado calado na hora que ela me perguntava o que eu queria ser. Pois tudo o que ela queria que eu fosse era sempre visando o dinheiro. Pois ela sempre foi uma avarenta do caralho, tanto que hoje tá nadando nas águas sujas da falência.
Acredito que ela depositava essa expectativa em mim por causa que o filho dela não conseguiu chegar onde cheguei em termos de escolaridade, mas isto não é uma coisa que eu me orgulho. Apesar de ter essa imagem de inteligente, eu sempre fui péssimo na escola. Meus boletins vinham mais vermelhos que o sangue que manchava minhas roupas da vez que tentei me matar cortando os pulsos no banheiro da escola.
Sempre amei Downhill, também via na TV toda manhã enquanto tomava café. Sonhava com um patrocinio da GoPro e da Monark, pois tinha uma bicicleta que era meu maior sonho de obtenção. Era tudo pra mim.
Mas parece que nossos pais, até mesmo parentes, ja vem com uma função nativa de querer destruir nossos sonhos, afim de nos moldar dentro de uma caixinha. Pois querem que cresçamos para trabalhar e formar famílias, por obrigação.
Por vezes nos mandam pro Exercito na intenção de nos consertar mesmo quando não existe nada de errado conosco, deixando isto a cargo de um bando de filho da puta, que a gente também pode chamar de general de brigada, coronel, tenente-coronel e major. O que pra mim é tudo a mesma bosta, não muda nada. Detesto a todos por igual.
Estava morrendo de fome, e como ja tinha escovado os dentes e tomado banho, fui pra cozinha comer alguma coisa. Geralmente é hora do almoço, sempre que passa do meio dia. Mas como sou eu quem faço as regras quando não tem ninguém em casa, resolvi comer algo doce. Lembrei que tinha um brigadeiro que fiz ontem a noite. O que caiu bem pois tinha também um pacote de bolacha que eu não tinha terminado de comer.
O problema é que tinha um prato coberto com papel alumínio em cima da mesa do armário. E parecia que tinha sido feito a no minimo meia hora, pois ainda tava um pouquinho quente. E com certeza era pra mim, pois só tinha eu ali em casa. Tava o maior silêncio dentro de casa, a não ser a som agradável do meu gato ronronando no sofá.
Seria covardia colocar toda essa comida na vasilha dos cachorros, pois parecia que alguém tinha trazido pra mim. E conhecendo quem faz a comida aqui, essa comida ou parecia ter sido comprada em algum lugar, tipo um restaurante que vende quentinhas, ou algum vizinho que costuma fazer muita coisa, viu que sobrou e trouxe pra mim. Não sei, tenho muitas perguntas a respeito disso.
No final ficou por ali mesmo, tanto que tinha até um garfinho ali junto.
Quando minha mãe chegou, perguntou se eu tinha almoçado, eu disse que sim, mas que eu mesmo tinha feito minha própria comida, pois ela viu que a quentinha estava “intacta”, e tinha uma louça recém-lavada.
Cheguei na casa do meu avô, eram quase 6hrs da tarde. Percebeu que eu tinha chegado por causa do barulho da catraca da bicicleta. Tinha acabado de chegar, estava cortando alguns pedaços de frango pro jantar. Perguntou se eu ia ficar pro jantar, mas respondi que não. Perguntou como eu estava, eu disse que estava melhorando, e que nessa ultima semana eu só fiquei estudando e ouvindo musica.
Fui pra sala ver um pouco de TV. Ao contrario de muita gente, eu não sou não sou de me deitar no sofá, mesmo sendo a casa do meu avô. Como não tinha nada de interessante, fiquei mexendo no celular e deletando algumas coisas pra liberar um espaço na memória.
Quando me dou conta, meu pai tinha chegado. Como a gente não se dá muito bem, eu coloquei meus fones de ouvido e fingi que nada estava acontecendo. Aumentei o volume no máximo, e antes dele chegar até a sala, eu peguei um quadrinho que tinha na mochila e fingi que estava lendo. Pela sombra pude ver que ele tinha se aproximado um pouco. Confesso que fiquei apreensivo.
Não demorou muito, e meu avô se sentou no sofá e pediu que eu deitasse com a cabeça sob sua perna. Passou a mão em minha cabeça, e fazendo carinho em mim começou a conversar comigo:
— Como é que cê tá se sentindo hoje? – perguntou. — Tirando a parte que eu só queria dormir como quem tivesse feito uma nebulização com Rivotril? – respondi sem a intenção que fazê-lo rir.
Deixei a bicicleta lá mesmo na garagem e voltei pra casa a pé, queria fazer o minimo de barulho possível quando eu chegasse em casa. Pois mesmo sendo ainda tão cedo, eu não estava afim de ouvir reclamações ou antes de entrar dentro de casa, ali mesmo no batente, ter que revirar os bolsos pra ter certeza que não tinha uma pedra de crack, ou ser obrigado a tirar o casaco pra ver se não estava com cheiro de cachaça.
Mas como eu não tenho nada a perder, só abri a porta e fui direto pro meu quarto. Confesso que eu não esperava, mas assim que adentrei meu quarto e acendi a luz, tinha um papel sob a minha cama. Perguntei a minha mãe se alguém entrou no meu quarto, e ela disse que não. Fiquei pensativo por uns segundos e depois fechei a porta.
Tomei um banho, jantei e depois fiquei o resto da noite no computador. De vez em quando olhava para aquele papel sob a minha cama. Algo me dizia que aquele papel não apareceu ali do nada, alguém deve ter entrado sorrateiramente no meu quarto afim de somente deixar aquele papel ali, como se fosse uma especie de aviso.
Infelizmente neste dia eu estava numa insônia terrível por causa dos remédios, então resolvi assistir alguma serie aleatória pra ver se eu esquecia a existência daquele bendito papel que ficava ali prendendo minha atenção. Mas não teve jeito.
Tentei reconhecer a letra, mas parecia ser de alguém que me conhece mas que eu não a conheço. Pois me recordo da caligrafia de todo mundo que estudou comigo. Alguns tinham a letra mais bonitinha e outros tinha uns garranchos mas que mesmo assim eram legíveis.
Estranho!
Estava começando a ficar com medo, olhei pela janela para ver se não tinha alguém com atitudes suspeitas. Mas era tudo delírio da minha cabeça.
Mesmo tremendo, tomei o papel em minhas mãos. Me aproximei de uma fresta de luz que vinha da sala para que eu pudesse enxergar.
Dizia o seguinte: “Eu sei quem você é, logo descobrirá que eu sou”.
Tinha pouquíssima coisa escrita, mas que disseram muito a ponto de me deixar a noite inteira me questionando sobre como e quem poderia ter deixado isto aqui e ter saído sem levantar qualquer tipo de suspeita, sendo que minha casa fica em um lugar bem movimentado, com vizinhos ao redor mesmo até tarde da noite. Muito bem iluminado, e com uma das vizinhanças mais atentas que um falcão observando uma presa antes de atacar do alto de uma montanha.
Passei a noite virado, mas ainda consegui tirar um leve cochilo das quatro da manhã até as seis, horário em que minha mãe sai pra trabalhar. Antes dela sair, eu mostrei a ela aquele misterioso papel. Ela estava tomando café, enquanto eu escovava meus dentes, ela pegou o papel e me perguntou o que significava aquilo. Repliquei dizendo que também tinha minhas duvidas sobre o que seria este papel.
Ela ficou sem entender, e eu também. Então tomei meu remédio, e sai, pois tinha que reativar minha matricula no Instituto Federal. Mas antes passei na casa do meu avô pra pegar a bicicleta. Como estava com o papel no bolso da mochila, decidi mostra-lo.
— Vô, olha o que apareceu ontem no meu quarto. Essa letra não é minha e minha mãe não sabe quem colocou lá. — Onde que cê achou isto? — Tava sob a minha cama quando cheguei em casa ontem. Achei estranho, pois parece que tem alguém me espionando, sendo que eu conheço todo mundo que mora lá na rua e até hoje nunca vi ninguém que fosse estranho a tal ponto de mandar esse tipo de bilhete.
Como eu ja tava um pouco atrasado eu resolvi sair, mas deixei o bilhete com meu avô, pois pedi que ele entregasse pra um parente que trabalha na policia e possivelmente tem contato com alguém que trabalha no departamento de criminalística, pra analisar, e ver se encontra pelo menos um digital ou algo do tipo.
Assim que cheguei o instituto, todo mundo que trabalhava lá ficou assustado ao me ver todo machucado.
— Meu Deus, o que aconteceu com você? – perguntou a reitora toda assustada. — Nada não, só tava mal esses tempos ai mas agora tá tudo tranquilo, vim pra reativar minha matricula, inclusive.
Assim que fui abrir a mochila, eu pude ver pelo vidro o segurança me fitando. Até então não achei estranho, pois ele deve ter sido recém contratado, pois quando eu ainda estava saudável eu não lembro de ver ele por aqui.
Consegui.
O único problema até então foi ele me seguindo até o portão, e me olhando até o fim da rua. Aquilo estava me incomodando tão profundamente que eu não sabia o que fazer a não ser colocar meus fones de ouvido e seguir caminhando sem olhar pra trás. Mas era tão tentador olhar pra trás, e ele continuava lá, de braços cruzados me olhando com um olhar de julgamento. Imagino como deve ser assim que eu voltar daqui a dois dias pra retornar a rotina de estudos, o inferno que vai ser.
Enquanto caminhava, acabei passando no beco em que comecei a ter contato com aquelas drogas pesadas. Alguns garotos me observavam de longe, enquanto acendiam um cachimbo. Em meio a fumaça eles pareciam ver minha silhueta e me reconhecer pela forma que eu fico parado. De pés juntos e segurando a alça da mochila.
Possivelmente o dono da boca poderia estar ali, mas como eu ja tinha quitado minha divida com ele, estava tudo tranquilo. O cara me conhecia, sabia que eu não gostava de deixar as paradas no debito. Eu pagava só o que eu usava, sempre fui desse jeito. Organizado até mesmo na hora de me dissolver.
Ele é barra pesada, mas como sabe que eu não tô nem ai pra vida mesmo, ficou de boas pois sabia que eu não iria dedurar o cara pra policia, mesmo tendo policiais na minha família, o que é errado. Mas foda-se também, estou morrendo do mesmo jeito, o que mais eu poderia fazer? Sentar e esperar?
— “Daê lôco” — E ai, véi? Beleza – respondi dando-lhe um aperto de mão. — Como é que vai essa vida ai? Nunca mais colou na boca aqui pra fumar uma ponta, o que houve? — Só parei. Mas tá tudo tranquilo, tava deprimidão, mas eu tô com pouco tempo de vida por causa das overdoses. Dai queria ficar um pouquinho melhor pra pelo menos conseguir ir no show do Kodak Black no mês que vem. — Carai, tu vai mesmo? — Vou, comprei o ingresso já tem um tempo, só tô esperando chegar. — Mas tá estudando né? — Tô sim, o tempo todo. — Massa, tô gostando de ver. Fica de boa ai parcêro. Qualquer coisa se tiver alguém de marcação contigo manda um zap pa nois aqui que nois deita o otário rapidinho. — Não pô, relaxe ai que tá tudo tranquilo. Os cana só me fita por causa das marca na mão e no braço, mas como minhas roupas tão com um pouco do cheiro do hospital os cara sossega e me deixa passar. — Então beleza, vá lá, boa sorte ai. — Valeu.
Esse traficante ai sabia da minha condição, que sabia que mesmo eu tendo tudo o que tinha, eu tava nas drogas por causa que eu só queria fugir das brigas que eu tinha em casa. Mas não quero reaver essa história, já estou com a mente tão fodida que não quero mais me recair e voltar pra porra daquela reabilitação que mais parece um porão do DOPS/DOI-CODI, só que sem militares. O que é a mesma merda também, me trataram feito lixo naquela porra daquele lugar. Conseguiram me reabilitar? Sim, mas com muitas aspas, pois eu não estava totalmente dependente. Levei choque a toa. Em troca ganharam todo o meu ódio e desprezo, que façam bom proveito.
Cheguei em casa um pouco mais cedo pra ter certeza de que a pessoa por trás dos bilhetes apareceria. Tentei não chamar tanta atenção pois certeza que ele sabe de cada passo que eu dou.
Não era nem 3hrs direito, o sol da tarde ainda tava coberto pelas nuvens que faziam no dia. Deixei a porta do meu quarto aberta, e a janela trancada com um cadeado, já que eu tinha feito essa engenharia por uma emergência um tempo atrás. Fiquei com a minha mãe na cozinha, ajudando a preparar algumas coisas para comermos mais tarde. Deixei meus fones de ouvido na mochila, e evitei também emitir qualquer tipo de ruido. Fiquei atento a todo e qualquer ruido que surgisse pela casa assim que anoiteceu e conforme a hora avançava.
Nada de anormal, até que que um papel pousa sob o teclado do meu computador, e com ele vinha o seguinte recado:
“Esteja amanhã na praça as 16hrs, estarei esperando no banco em frente à igreja. Estarei usando um Adidas branco e uma camiseta branca”.
Estranho. Não ouvi passos no lado de fora da minha casa, tem um monte de gente lá fora. O que está acontecendo? Não que eu esteja ficando com medo, mas como é que alguém consegue ser assim tão discreto ao ponto de passar um pequeno pedaço de papel pela fresta do telhado, calculado justamente para cair em cima do meu espaço de trabalho?
Notei que tinha algo a mais escrito no rodapé daquele pedaço de papel.
“Vá sozinho, certifique-se que não há ninguém lhe seguindo. Não mostre esse bilhete pra ninguém!”
Nossa, a pessoa sabe que deixei o outro bilhete que ela escreveu com meu avô.
Caralho, e agora?
Naquele momento eu precisava ficar o mais calmo possível. Pensando com meus botões, aposto que a pessoa só queria conversar comigo de uma forma pacifica. Pois talvez passe pela mesma coisa que eu ou algo do tipo. Não descarto essa possibilidade já que tem um monte de gente la fora na mesma situação que eu, tentando se manter sóbrio e equilibrado.
Mais tarde, quando me preparava para dormir, fiquei olhando as luzes das casa ao redor. Mas assim que deitei pra dormir, algo me impedia de pegar no sono. Nem consegui dormir direito naquela noite de tão ansioso que eu estava, ainda pensando no que aquele novo bilhete me dizia de forma tão clara. Meu coração estava disparado de tal forma, que meu coração iria explodir minha caixa torácica. Minha cama parecia se mexer, estava ofegante, não conseguia respirar.
Todos os meus pensamentos cessaram, mas havia apenas um que ainda insistia em povoar minha mente:
Quem será essa pessoa que me conhece tão bem, mesmo eu nunca tendo visto seu rosto antes?
Acordei tão destruido que parecia que eu tinha sido atropelado por um caminhão. Tudo em mim doía. Doía mais que todas as surras que levei dos noias nos becos, do tempo que eu ainda usava aquelas droga perto das lata de lixo correndo o risco de levar a mordida de um rato ou contrair a porra de uma leptospirose por estar sentado em cima de uma poça d’agua no escuro tentando acender um cachimbo pra fumar uma pedra de crack, mesmo depois de ter injetado uma porção de heroína na veia com uma agulha sem ponta.
Tudo corria normalmente, mas a ansiedade tomava conta de mim de uma forma que nada mais fazia sentido. Queria que desse logo 4hrs da tarde que eu pudesse acabar logo com isto e sanar de uma vez todas as minhas duvidas.
Ficar parado não estava adiantando nada, se eu tomasse mais uma xícara de café eu entraria em uma crise da qual seria necessário me sedar para que eu pudesse me acalmar. Então resolvi me trancar novamente em meu quarto e terminar um livro sobre Nicolá Tesla que encontrei na biblioteca. Sendo que na minha mesa tem uma pilha de livros que eu comecei a ler e parei na metade, e outros que eu sequer toquei, que nem tirei do plastico para falar a mais pura verdade, apesar da minha vida ser uma completa de uma mentira.
Preciso parar de me depreciar.
Assim que deu 10 para as 4hrs da tarde, corri o mais rápido que eu pude para a praça. Me certifiquei que não teria nada para fazer naquele horário, pois não poderia perder a oportunidade de ouro de finalmente ver o rosto da tal pessoa misteriosa e enigmática que hoje fazem 3 dias que me manda bilhetes.
O sol tava bem frio, coberto por uma enorme nuvem que deixou um clima agradável no local. Pois os dias de verão aqui são piores que no deserto do atacama ou no vale da morte nos Estados Unidos, sendo que eu nunca fui pra lá.
Evitei usar os dois fones de ouvido pra que eu não me distraísse, pois precisava estar mais atento que uma serpente prestes a dar o bote em sua presa.
Faz de conta que eu nunca fiz essa analogia, que coisa horrível.
Confesso que eu já fui melhor.
Olhei no relógio e já era 4h05 da tarde, e nada dela chegar. Por um momento achei que ela tinha se atrasado. Sendo que ela estava sentada na escadaria da porta que dá para a sacristia da igreja. Ela estava exatamente com a mesma roupa que tinha descrito no bilhete.
Fez um sinal com a mão me chamando para que eu fosse até onde ela estava, mas pediu para que eu fosse de uma forma discreta para que não chamasse tanta atenção, pois conhece a forma que o povo daqui é aloprado e não pode ver qualquer coisa que tudo vira um carnaval.
Sentei-me ao lado dela. Seus fones de ouvido estavam tão altos que pude ouvir de longe que ela estava ouvindo “Mein Teil” do Rammstein, eu conseguia ouvir cada palavra que o Till Lindemann pronunciava sobre os mal-feitos de Armin Meiwes.
Antes que ela pudesse dizer “oi”, eu não pude me conter e ja fui dizendo:
— Então e você? Caralho, você é muito linda. Nossa. – falei totalmente perplexo, pois finalmente pude prestar um pouco mais de atenção em rosto que exibia uma feição serena, de alguém que assim como eu tentou ir embora mas não conseguiu.
— Agora você sabe quem que tá mandando os bilhetes, espero que não tenha estranhado minha letra, pois faz um bom tempo que eu não escrevo, desde que eu machuquei a mão.
— Não tem problema. A unica coisa que eu queria saber mesmo era saber quem que era a pessoa que me conhecia tão bem, que entrou em meu quarto sem minha mãe ver, mas que agora ta aqui sentada do meu lado ouvindo uma banda alemã que já processada por um canibal.
— Espero que não tenha ficado assustado. Desculpa por ter entrado no seu quarto. — Não tem problema, mas por que fez isto? — Quer mesmo saber? — Obvio que quero, faz dias que eu não consigo dormir direito pensando nesses benditos bilhetes que cê mandou e agora tô com um monte de parenteses abertos e até agora não consegui fechar nenhum.
Ela não me pareceu nenhum pouco estranha. Só tinha um visual meio Avril Lavigne no clipe de “Complicated”, misturado com as roupas folgadas da Billie Eilish, mesmo estando um calor infernal, que nem eu tava aguentando.
— Então, por que que você começou a se drogar? – perguntou ela sem rodeios, mandando assim, na lata, pois sabia que do jeito que eu gosto de enrolar pra responder uma pergunta, optou pela opção mais fácil. — Nossa, por muita coisa. Meu pai me detesta, minha mãe não aceitou o fato de que eu sou gay. Mas também não me importo. Tô com pouco tempo de vida mesmo, mas o medico disse que se eu parasse de me drogar, minha saúde poderia até se estender ao ponto deu não precisar mais tomar tanto remédio – respondi. — Só isso? – retrucou. — Tem mais, mas só de pensar no caos que foi minha vida daqueles tempos pra cá eu fico com uma agonia terrivel. E você? — Meu pai me encontrou no banheiro tentando me enforcar com o cabo da chapinha. — CARALHO! – respondi um pouco assustado. — Não sei se eu posso chamar isto de sorte, mas assim que eu fui colocada no chão, uma ambulância ia passando, e meu pai correu atrás pedindo pro motorista parar e voltar pois eu tava quase inconsciente. — Mas por que você fez isto? – perguntei — Na minha família, só meu pai que gosta de mim. Minha mãe é uma narcisista, por isto que meu pai se separou dela e entrou com um pedido na justiça pra que pudesse ficar com minha guarda, pois se eu ficasse com minha mãe, ela poderia fazer algo de ruim comigo, pois do jeito que ela é o quanto me odeia, ela poderia me esfaquear ou quebrar um vidro na minha cabeça de tanto ódio que ela sente de mim.
Ficamos conversando até tarde da noite, estávamos morrendo de fome, mas nem nos preocupamos com isto. Parecia que estávamos colados com cola super bonder no banco da praça. Compartilhamos absolutamente tudo o que nos machucava, e cada vez que ela me contava algo que aconteceu com ela, mais eu me sentia parte dela e ela de mim. Parecia nossas dores nos completava, e nossos sofrimentos era o que nos mantinham vivos. Apesar dela ser bem mais bonita do que eu, afinal, ela só tinha uma marca no pescoço, enquanto eu parecia um espantalho de tão mal cuidado e abatido. Eu sei, não preciso dizer onde eu estava, vocês já estão cansados de saber. E eu não me orgulho de dizer que eu era um crackudo.
Proerd, é o programa.
Acordei no outro dia com uma mensagem que ela tinha me mandado, dizendo que minha mãe a encontrou na rua. Dizendo que ela tinha a reconhecido por causa que eu terminei dormindo com o celular desbloqueado e ela terminou vendo a foto dela no contato do WhatsApp.
Mas minha mãe do jeito que é, me acalmou dizendo que tava tudo bem, pois notou o jeito que havia chegado em casa, todo alegre, coisa que ela não via fazia muito tempo desde que eu sai daquela “reabilitação” lá.
— Eu vi essa menina hoje na rua, ela veio me pedir desculpa porque tinha entrado aqui em casa. Ela disse que cêis conversaram até tarde da noite. Eu tava quase ligando pro seu avô pra perguntar se cê tava na casa dele.
— Fiquei com medo de cê me proibir de falar com ela por causa da marca no pescoço. Desde a ultima overdose que eu tive todo mundo tá me fitando feito segurança de shopping quando alguém entra de chinelo numa loja da Louis Vuiton.
Depois de uma longa conversa, ela deixou que ela viesse até aqui em casa. Tanto que até tirou a corrente que tava no pé da minha cama, já que eu tava com o organismo limpo e os remédios já estavam acabando.
No outro dia saindo do instituto, assim que atravessei o portão, eu saquei o celular e mandei uma mensagem pra ela dizendo que se ela pudesse ela podia vir na minha casa pra passarmos o dia juntos, vendo serie, lendo livro, jogando vídeo game, ou desenhando as coisas mais bizarras que viesse em nossas mentes pra depois montar uma pasta só com as figuras mais bizarras que pudéssemos rabiscar e colorir com os diversos lápis de cor que eu tinha abandonado num recipiente no canto da estante e que só estava ali levando poeira.
Ahhhhhhh...
Desde que essa garota surgiu na minha vida, com todos aqueles bilhetes enigmáticos, criando todo um cenário que mais parecia um episódio de Criminal Minds, tudo pareceu mudar para a melhor. Pois desde que nos tornamos amigos, nós unimos forças e nos damos as mãos para que possamos sobreviver juntos. Já muita coisa que eu contei sobre mim pra ela e vice-versa, ressoa com uma força bruta em nós dois.
Uma vez enquanto conversávamos, deitados no gramado do instituto, eu coloquei os fones de ouvido e fingi que estava dormindo, deixei o volume do iPod no minimo, e pude ouvir ela falando baixinho, algo que parecia ser ela agradecendo por alguma coisa. Não sou muito bom fazendo leitura labial, mas parecia que ela tava agradecendo por ter me encontrado. Como eu perdi a crença em Deus já faz tempo, eu apenas fiquei feliz pois, nunca na vida me senti tão vivo.
Acredito que as vezes o destino coloca em nosso caminho, alguém nas mesmas condições que nós, para que percebamos que juntos podemos encontrar uma luz para que possamos nos libertar dessa prisão que é as nossas sombras.
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lariariane · 5 years ago
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Aliud
- Então, Sr. Flynn, conte-me mais sobre o que aconteceu ontem.
Ela olhou dentro dos seus olhos encarando-o, tentando decifrar cada gesto.
- Como eu disse antes, eu não sei nem o porquê de eu estar aqui.
- Ok Sr. Flynn, mas se você me ajudar com mais informações, eu posso ajudar você. Já ouviu aquele ditado popular? Uma mão lava a outra? Então, me ajude a te ajudar.
Ele estava cansado de falar, de correr e de lutar.
Ninguém sabia exatamente o que tinha acontecido, somente a versão dele do outro universo.
- Como eu estava dizendo antes, Lola...
- Por favor, me chame de delegada Lola.
- Então você que está no comando do caso?
- Sr. Flynn, você não está no direito de fazer perguntas. Eu faço as questões e você somente as responde. Está entendido?
- Sim, delegada Lola. – Ele olha para ela e bufa.
- Eu sei que você está cansado, que você quer ir para sua casa e descansar. Mas eu preciso entender o motivo da sua versão de outra dimensão está em nosso planeta. Você sabe que as autoridades têm regras restritas para isso. Se outra versão de nós quiser visitar nosso planeta, essa versão precisa ter um visto. E eu estava olhando em alguns documentos, e vi que a sua versão não tem o visto requerido.
Lola cruza seus braços e olha para ele seriamente.
- Eu preciso saber o porquê que ele não tem o visto, Sr. Flynn.
- Mas eu não sei. Essa é a primeira vez que eu o vi. Juro!
- Mas por que que você tem visto para o planeta Aliud? Eu vi que você foi para lá três vezes somente nesse mês.
- Eu sou um homem de negócios.
Lola se levanta e anda até a máquina de café. Ela pega uma xícara, coloca na máquina e pressiona o botão para fazer o seu expresso.
- Você prefere café ou chá, Sr. Flynn?
- Chá, por favor. Ia ser bem-vindo algo quente para me acalmar.
Lola pega seu café da máquina e se senta em sua cadeira.
- Você só terá seu chá se responder minhas perguntas.
- Quê? Mas isso não é o certo.
- Você é um homem de negócios, correto? Pois bem, aqui eu sou a lei, eu faço as regras, Sr. Flynn. – Ela bate na mesa e olha irritada para ele.
Flynn engole em seco a sua saliva.
- Certo. Era dez da manhã. Eu estava fazendo meu simples café da manhã, com duas fatias de pão, feijão, bacon e meu chá quente. Como você sabe, eu sou irlandês.
- Eu sei! – Ela olha para ele ainda irritada. – O mais rápido que você contar a história, mas rápido eu posso te liberar, ou não. Depende somente de você.
- Por que não? Eu não fiz nada de errado. Ele que fez, a minha outra versão.
- Mas eu preciso saber da porra do motivo de ele estar morto.
Ela começa a falar alto com ele.
- Eu não o matei. Ele se matou.
- Eu sei que você está escondendo algo. E NÓS não vamos descansar até você revelar.
- Ok. Então, eu estava fazendo meu café, e eu escuto algo atravessando o meu portal.
- Você quis dizer pelo o seu espelho, certo?
-Sim! Eu andei até meu quarto para ver o que estava acontecendo, mas quando eu percebi, ele já estava de pé em frente a minha cama. Eu disse ‘Oi’, e ele disse ‘Oi’ de volta para mim...
 SETE HORAS ANTES
 - Oi outro de mim. Meu nome é Flynn, e o seu?
- Oi, Flynn. Meu nome é Flynn Vinte e Dois.
- Eu nunca vi nenhuma versão minha antes usando o meu portal. Isso é incomum. Posso ver o seu visto?
- Claro, Flynn. – Flynn Vinte e Dois coloca sua mão atrás de sua calça e puxa sua arma.
- QUE PORRA �� ESSA CARA? – Flynn dá alguns passos para trás.
- CALA A BOCA! – Ainda com a arma apontada para a cabeça de Flynn. – Agora, me escute com atenção. Você vai se sentar em sua melhor cadeira, mas antes disso, eu preciso de uma fita adesiva, para a sua própria segurança, se é que você me entende. – Flynn Vinte e Dois pisca para Flynn.
Flynn pega um rolo de fita adesiva da gaveta de seu quarto e joga para a sua outra versão.
- Bom garoto. Agora, sente-se na cadeira mais confortável que você tem.
Flynn senta-se enquanto fica observando Flynn Vinde e Dois passar a fita prendendo-o em sua cadeira rosa.
- Cuidado por favor, essa cadeira é uma relíquia de minha avó.
- Eu sei, eu tenho a mesma cadeira e é da minha avó Vinte e Dois. – Ele ri para Flynn enquanto termina de adesivá-lo.
- E por que isso?
-  O que?
- Por que você não tem mais a cadeira? – Flynn pergunta para ele já preso em sua cadeira.
- É uma longa história. Eu posso te contar se você trocar algo comigo. – Flynn Vinte e dois olha para ele maliciosamente.
- O que você quer? – Ele pergunta gaguejando.
Flynn Vinte e dois se ajoelha na frente de Flynn e se apoia nele.
- Você é o melhor Flynn que eu conheço. O melhor dos melhores Flynns. – Ele toca gentilmente no rosto de Flynn. – Você tem um apartamento legal, um bom trabalho e um salário alto também (eu suspeito). Você é um garoto tão bom. Você é um cavalheiro. – Ele beija a bochecha de Flynn.
- O que você precisa? Fale logo e pare de me beijar. – Flynn começa a chorar.
- Desculpe criancinha. Eu não queria ter feito você chorar, mas você sabe, eu não sou o mesmo homem que você. Até mesmo o seu cabelo é melhor do que o meu.
- Você só precisa de um condicionador melhor. E eu posso te ajudar a ser um bom homem e a encontrar um bom trabalho. Eu posso te ensinar. – Flynn fala e acaba parando de chorar. – Você pode até mesmo acabar morando comigo.
- Isso é muito gentil da sua parte.
- Eu estou falando sério!
- O negócio é que eu preciso de uma vida nova, Flynn. Minha vida em Aliud está sendo muito difícil de ser vivida. Algumas pessoas estão me caçando. E quando eu digo caçando, eu realmente quero dizer que eles querem a minha CABEÇA.
Flynn começa a suar e pergunta.
- Por que que eles estão querendo te caçar?
- Porque eu sou um homem mal. EU PRECISO DE UMA VIDA NOVA FLYNN, E SOMENTE VOCÊ CONSEGUE ME AJUDAR. – Ele começa a gritar no rosto de Flynn.
Flynn começa a chorar novamente.
- Você sabe do porquê que eu não tenho um visto? Porque eu sou um fugitivo, até mesmo do meu próprio planeta. Eu fiz má escolhas. Fiz amizades com pessoas más. Eu matei algumas, e quase fui morto em todo esse processo. – Ele pega o braço de Flynn. - Eu preciso disso! – Ele aperta mais forte.
- Você precisa do meu chip de identificação?
- SIM!
- Não, você não pode ter isso. Vai se foder!
- Ok! Vamos colocar fita adesiva nessa sua boquinha suja.
Flynn Vinte e Dois coloca fita na boca dele e vai até a cozinha pegar uma faca.
- Bem melhor agora. É exatamente o que os outros Flynns me disseram, que você é um bobão. – Ele ri e dá um tapa na cara dele.
Ele pega o braço de Flynn novamente e corta a pele sua pele, tirando o chip de identificação para fora.
Flynn grita de tanta dor, mas nenhum som sai de sua boca.
- É um ótimo chip de identificação. Vejo aqui que você tem vários vistos de outras dimensões. Perfeito. Obrigada! – Ele beija a bochecha de Flynn. – Agora, eu vou colocar o meu chip de identificação em seu braço e costurar com o meu laser. – No mesmo momento que ele estava costurando o braço de Flynn, ele começa a cantar. - Out of body and out of mind, kiss the demons out of my dreams, I get a funny feeling, that's alright. – Ele termina de costurar o braço.
- Viu? Fácil igual espremer um limão! Agora é a minha vez.
Flynn Vinte e Dois corta seu próprio braço, e coloca o chip de identificação de Flynn e começa a costurar com o seu laser.
- Só é um pouco difícil fazer em mim mesmo. Mas, vai ficar bom. Você não acha? – Ele mostra para Flynn seu braço.
- Antes de eu terminar tudo, eu preciso fazer uma coisinha. Você tem ideia do que pode ser?
Flynn balança sua cabeça negando enquanto chora.
- Garantir que você NUNCA irá falar para ninguém sobre a nossa conversinha! Agora você irá me ajudar. – Ele pega sua arma e aponta na cabeça de Flynn. – Sorria! – Flynn Vinte e Dois atira.
Ele limpa a arma e coloca no colo de Flynn e em seguida tira toda a fita adesiva dele. Pega seu mini robô do bolso de seu jeans e fala:
- Eu preciso que você limpe toda essa zona em dois minutos.
Enquanto o robô faz o seu serviço como solicitado, Flynn Vinte e Dois arruma seu cabelo e veste uma camisa nova do guarda-roupas de Flynn. Ele pega o telefone de Flynn e liga para a polícia.
 SETE HORAS DEPOIS NA DELEGACIA
 - Então é isso? Lola pergunta.
- Sim. Ele se matou na minha frente enquanto estava sentado em minha cadeira rosa. Nós estávamos somente conversando. Mas ele era um homem triste, ele falava que tinha uma vida terrível em Aliud. Eu tentei salvá-lo, mas quando eu fui para a cozinha, ele pegou sua arma e atirou em sua própria cabeça. Foi horrível. Sujou toda a cadeira rosa que era de minha avó.
- Ok Sr. Flynn, eu acho que eu ouvi o suficiente. Muitas coisas estão ficando complicadas para as versões de outros planetas, o que você acaba de me contar é infelizmente normal hoje em dia. Triste, mas normal. – Lola se levanta e Flynn segue ela.  
- O que vai acontecer com o corpo do Flynn Vinte e Dois? - Ele para de andar.
- Sobre o corpo, não se preocupe, ele será transferido para Aliud. Eu só preciso que você assine uns documentos e estará livre para ir embora. A delegacia de polícia em Aliud estará responsável pela investigação sobre Flynn Vinte e Dois, então se nós tivemos mais alguma dúvida, entraremos em contato, ok?
- Sem problemas delegada Lola. Fico feliz em ter ajudado.
- Sinto muito pela sua cadeira, pude ver que estava em boas condições. Espero que você consiga limpá-la.
- Estava mesmo. Mas obrigada de qualquer forma.
Depois de ter preenchido toda a papelada, Flynn Vinte e Dois sai da delegacia e fala para si mesmo.
- Nova vida, novo eu! – Andando na direção de sua nova casa.
 *Música: Green Day - Novacaine
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gotmewrongfanfic · 6 years ago
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                                           Yeah, it goes away
Nos meus mais loucos sonhos adolescentes essa cena já tinha acontecido. Meu lindo e talentoso ídolo, olhando diretamente nos meus olhos, dizia que me amava. As paredes cobertas de pôsteres do meu antigo quarto testemunharam os dias e noites de adoração e dos sonhos loucos comuns a essa fase. E agora, uma década depois de ouvir “Would?”, por acaso, pela primeira vez, - e de ter descoberto o som dessa e de outras bandas daquela cidade do noroeste americano que eu nem sabia que existia - eu me via vivendo dentro de um sonho. Os segundos de silêncio absoluto foram passando enquanto a Julia adolescente dava “tapas” nas minhas costas esperando uma reação. - I love you, too. – foi tudo o que eu pude responder e foi tão sincero quanto a lágrima que insistiu em cair do meu olho naquele momento. Ambos sorrimos e eu senti muita sinceridade vindo dele. Não conseguia processar – depois de tudo – que aquele homem me amava e queria ficar comigo. Não porque eu não tivesse amor próprio, mas sobretudo por fazermos parte de mundos opostos. Deu pra sentir por essas poucas semanas que éramos pessoas de rotina e temperamento bem diferentes. Talvez isso tenha nos atraído, em primeiro lugar? Talvez. Mas se pensávamos em algo mais duradouro eu não tinha certeza de como isso poderia funcionar. Jerry era ação, eu emoção. Ele era prático, eu analisava tudo. Por trás da pose de rockstar eu podia perceber esse homem ávido por parecer comum. E eu adorava isso nele. Ele não se afetava com nada. Ele me fazia rir e me ouvia falar com atenção. Aquele tipo de pessoa que não vira o rosto quanto fala com você, sabe? Gostava do fato de que eu conseguia prender a atenção dele. Outra coisa intrigante. Apesar da diferença significativa de idade, ele nunca me tratava diferente. Nossas falas e ações eram equiparadas. - Eu quero mesmo que você me perdoe por não ter falado nada sobre a Jennifer. – ele diz – Eu só não queria te envolver nessa minha história com ela, que já acabou, à propósito. - Jerry, eu nem ia querer saber da sua história com outras mulheres. Só foi uma situação chata me deparar com ela me exigindo que eu me afastasse de você. - Eu sei, ela passa dos limites às vezes. Mas eu vou falar com ela mais uma vez e fazer ela entender que acabou tudo entre a gente e que agora eu estou com você. - Você não precisa fazer isso. Talvez ela só queira chamar sua atenção... - Você não conhece a Jennifer. A primeira coisa que eu vou fazer quando voltarmos de São Francisco vai ser falar com ela. - São Francisco? – pergunto surpresa. - Oh com tanta coisa esqueci de te falar. Eu vou tocar com o Metallica esse fim de semana em São Francisco. Você vem comigo, né? - Uau claro, eu vou adorar. – respondo realmente empolgada em poder sair de LA e do radar da tal Jennifer, me divertir com o Jerry e ainda ver o Metallica! - Ótimo! – ele fala me dando um selinho. Ficamos mais um tempo juntos na cama e tão logo a noite avançou, adormecemos. Se pudesse voltar no tempo, - ou parar em um momento específico - seria esse que escolheria. Nós dois juntos e em paz. Era mágico. Pena que a mágica uma hora acaba.
Na manhã seguinte, enquanto tomávamos café da manhã juntos, Jerry disse que estava pensando em cortar o cabelo e pergunta o que eu acho. - Humm bem, se é o que você quer, vai em frente... – respondo – Mas saiba que eu e 99% dos seus fãs preferimos você de cabelo comprido. - completo e ele sorri. - Certo... É que já venho pensando nisso há uns dias. Acho que mudar é sempre bom. Eu me sinto diferente, mas quando me olho no espelho eu me vejo igual haha. E não pretendo cortar muito, também. – ele diz. - Como eu já disse: vá em frente. Posso te acompanhar quando você for cortar? - Claro que sim. – ele sorri e dá uma piscadinha de olho. E lá fomos nós andar por Los Angeles. Jerry cortou o cabelo na altura do ombro e achei que ele continuava um charme. Era bom ver ele se sentindo diferente, numa melhor versão de si mesmo. E sentir que eu havia contribuído com isso era um privilégio. Ele também havia me mudado. Estava me sentido mais madura e um pouco menos analítica. Desde que havia o conhecido, agia mais por impulso. Não que não tivesse medo de me arriscar, mas a recompensa – estar ao lado dele – valia o risco.   Passamos o resto do dia juntos e foi maravilhoso. Jerry era muito mais divertido do que eu imaginava. As últimas 24 horas tinham sido as melhores desde que cheguei nos EUA. Eu nem acreditava no quão feliz alguém podia ser.
Mais tarde naquele dia resolvo ligar pra Babi e contar as últimas novidades. Após ouvir sobre meu rápido encontro com a ex do Jerry, Babi foi enfática: - Julia, da próxima vez que essa fulana aparecer na sua frente, você tem que deixar bem claro pra ela que ela perdeu e que esse homem agora é seu. - Babi, você tá louca? Primeiro que eu espero não encontrá-la nunca mais. Segundo que o Jerry me garantiu que já deixou bem claro pra ela que o relacionamento deles acabou. Ela que não se esforça pra entender. Que droga, parece que eu que sou a “outra” aqui! - Calma, o que importa é que é com você que ele quer ficar. Porra, ele te chamou pra ficar na casa dele. Quer mais prova de que esse homem tá caído por você? - Ele disse que me ama. - Como?!? - Ele disse que me ama. – repeti. - Olha o que eu estou te dizendo! Como foi isso? Você devia ter começando a conversa por aí, não acha? - Ele é tão incrível, Babi. Cada dia que passa eu me apaixono mais. E isso não é justo porque se isso não der em nada no final, eu tô muito fudida. - E por que não daria certo? Não me vem com esse papo de que ele é famoso e você tem seu trabalho e sua vida... Esses não são motivos pra você desistir de viver uma história com esse cara. Muitas mulheres dariam tudo pra estar no seu lugar. - Eu sei! Mas continua não sendo fácil. Quando eu tô com ele eu só quero ficar com ele e dane-se o mundo. Mas daí em penso um pouco mais e me dá um medo. - Então não pensa. Eu já te falei, seu problema é que você pensa demais. - Ai, Babi. Você é a louca mais adorável do mundo. - Eu sei -  ela diz rindo. – Eu sou sua amiga e só quero que você seja feliz. - Aww, obrigada... Ei, quase ia esquecendo, adivinha quem vai ver seus queridinhos do Metallica amanhã? - O quê?? Mas você é muito sortuda, mulher. - Jerry vai tocar com eles em São Francisco. Tô muito empolgada. Lembra do show deles que a gente foi juntas ano passado? - Se lembro! Cara, vai e aproveita. E não pensa muito porque pensar demais dá rugas! Haha - Ok, vou tentar. Um beijo. - Beijo. Não custa tentar.
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amor--adeus · 6 years ago
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Uma das muitas cartas que escrevo para ela.
Um conselho antes de começar a ler essa texto: escolha a nossa música preferida e aperte o play: sugiro Never Be Alone, em um tom baixo, seria perfeito para o momento.
Eu fico imaginando o que você está fazendo agora. Lendo este texto num banco de ônibus? Ou em casa, deitada nessa cama que já fomos felizes? Estarei eu sendo boba e você simplesmente está em algum lugar que não faço a menor ideia? Bom, isso agora é irrelevante.
Então, estive pensando e concluí que existem algumas seletas coisas nessa vida que, graças a Deus, o dinheiro não compra. Não há quantia nesse mundo que compre o brilho nos meus olhos e o sorriso bobo em meu rosto quando estou perto de você ou quando simplesmente estou ouvindo a sua voz: essa voz que insiste em dizer ser estranha e eu insisto em dizer que hoje é a música mais bonita que toca em meus ouvidos e faz meu coração saltitar.
Não há quantia que consiga expressar o que sinto por você. Não há uma só nota que pague o frio na barriga que você me causa.
Será que você não percebe, garota? Nós somos perfeitas juntas, perfeitas na nossa imperfeição. Muita gente vai dizer que não, até nós mesmas mas, só a gente é capaz de dar um lindo tapa na cara de todos e rir juntas, como amamos fazer.
Lembra nosso primeiro dia? Sentamos na mesa da sua casa, tomamos algumas tantas cervejas em meio a fumaça de cigarro e conversamos por uma eternidade sobre tudo, de tudo. As horas não passaram, elas voaram. Eu queria mais tempo com você, queria mais risada, queria continuar me sentindo mais leve e mais feliz, porque essas foram as exatas sensações que você me causou. Parecíamos tão íntimas para duas pessoas que nunca ficaram verdadeiramente à sós.
Eu sei que te prometi várias coisas e descumpri a principal delas. Eu magoei você, neném. Coloquei lágrimas no rosto de quem só quis arrancar sorriso. Coloquei dúvidas nos pensamentos de quem só quis dar certezas. Trouxe dor onde só quis proporcionar alegria. Por isso, te peço perdão.
Se eu pudesse preencheria sua casa de rosas (porque já percebi o quanto você as adora), te cobriria de perfumes, te encheria de comida. Mas, o seu perdão é umas das coisas inclusas no grupo seleto daquilo que não se pode comprar. E é por isso que estou aqui buscando conquistar novamente você.
Buscando não perder o seu toque em meu corpo, seus olhos sobre os meus, sua risada se confundindo com a minha. Só de pensar em você meu coração perde o compasso, sai do ritmo e eu lembro de cada detalhe seu, nosso... Nossas idas comprar acarajé, pastel, pizza ou qualquer outra coisa que encontrássemos pelo caminho. Lembro dos banhos que tomamos juntas, das noites que dividimos a mesma cama, do dia em que nos tornamos a dupla vencedora de sinuca, com uma só vencedora, é claro, você. Lembro até daquele dia que fiz você passar vergonha na Subway de madrugada, lembra? Eu lembro de tudo, de todas as nossas loucuras e tenho saudade de cada pedacinho dessa nossa curta vida juntas.
Eu sei, não é uma tarefa fácil conquistar logo você, essa ruivinha de língua afiada, que faz o que quer, na hora que quer. Essa mulher capaz de dormir por horas sem me dar uma gota de ousadia mas acordar num dia de manhã e preparar nossa mesa de café como se estivéssemos comemorando algo especial. Mas o que você não sabe é que estávamos sim, estávamos comemorando o nosso encontro.
Eu sei, magoei você e descumpri uma das minhas promessas. Me perdoe.
Eu sei, te afastei. Me perdoe.
Eu sei...
Mas, te peço, me deixe fazê-la feliz, eu sei que sou capaz. Só me da sua mão e me deixe te tornar a mulher mais feliz desse mundo todinho.
Você deixa?
- D.Q
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rafaelpm2013-blog · 6 years ago
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Viva Vida Viva
“O ser humano é como um sopro;
a sua vida é como a sombra que passa.”
Sl 144;4
  Nascemos fadados ao fim, nascemos e desde então começamos a correr para nosso fim. Cada dia, cada instante, cada hora que passa, estamos mais perto do fim, mais próximos do adeus a essa vida aqui. Nascemos certos de que embreve, logo, iremos partir. E isso é ruim¿ Não, isso é o que precisamos para viver de forma plena aqui, nesse mundo terreno. Se corremos a corrida da vida, sabendo que nos aproximamos do fim, ou da morte, precisamos viver como se nosso último dia fosse hoje, ou venha a ser hoje.
Cansei de ler sobre: Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje, ame hoje, viva hoje, diga que ama hoje, se sente saudade diga, informe sobre a saudade, sobre o amor...
E isso é fato, isso é verdadeiro, mas vai muito além.
Perderemos nossos avós, nossos amados avós deixarão de existir nesse plano, perderemos seus abraços, seus beijos, seus cuidados; perderemos nossos pais, nossos amados pais, perderemos seus conselhos, seus puxões de orelha, perderemos nossa base aqui; perderemos nossos amigos, ah, os nossos amigos, perderemos seus sorrisos, suas gargalhadas, perderemos as boas conversar, o chopp no bar da esquina...
Então, abrace seus avós, dê colo a eles, dê carinho, dê atenção, seja para eles, mas seja, seja presente, os aperte; abrace seus pais, beije seus pais, ame seus pais, conviva com eles, seja filho, seja amigo, seja amado e ame seus pais;  seja amigo, ligue para teu amigo distante, ligue para seus amigos de infância, marque um café, um chopp, relembre as brincadeiras de infância, relembre suas histórias, dê risada com eles, dê risada deles, faça amigos, viva, seja amigo, seja irmão, mas seja e seja hoje!
Também ame, ame, viva, entrega-se  ao amor, á vida, fale o que sinta, não sejamos orgulhosos, prepotentes, sinta saudade, sinta a saudade, mate a saudade, diga que está com saudade, diga que sente falta, dê carinho, dê tempo, dê atenção...Dê o melhor de ti.
A vida não termina no primeiro monte, no primeiro “não”, no primeiro problema, na primeira perda, a vida continua, a vida continua, o tempo passa e nada impede ele de passar, seja rico, podre, de direita, de esquerda, branco, preto, livre ou escravo.
Dê a cara a tapa, fale muito, ame muito, viva muito, seja inteiro, esteja inteiro, viva inteiro, ninguém consegue viver a metade de nada e nem de ninguém, até porque a morte não te pega pela metade.
Seja um bom homem, uma boa mulher, estamos cansados de pessoas ruins, mentirosas, enganadoras, fingidas.Não temos tempo para isso, não temos tempo para chorar de dor, de ódio, de orgulho. Temos, sim, tempo para rir, sorrir, para sermos felizes, tempo para SER e ESTAR, ser boas pessoas e estarmos vivendo nossa felicidade, o tempo é breve, a vida é fugaz, não temos tempo para a infelicidade.
Peça perdão, diga que errou, não guarde mágoas, guarde gargalhadas, guarde sorrisos, guarde amigos, guarde porres com seus amigos, guarde o seu amor, guarde seu coração, ele vai precisar ser forte nessa vida. Guarde sua vida, ela acabará, talvez agora, talvez depois do café da manhã
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kangtaxn-blog · 6 years ago
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IT’S A PUBLIC SPACE ISSUE
 . @nxgun
Todos os dias Kangta acordava antes do despertador. Nesse ponto da vida dele despertadores não passavam de placebos, ou controle de danos caso ele realmente precisasse de uma ajuda extra pra acordar - o que raramente acontecia, mas nunca se sabe. Um homem prevenido vale por dois. 
Ele toma seu café da manhã na casa grande da mansão, junto com o resto da família, pra não ter o trabalho de cozinhar e parte pra sua corrida diária de 15 quilômetros pela vila. 
Kangta correndo parecia um comercial de sportswear da Puma, com pedômetro ativado no applewatch e um fôlego de baritono ópera pra correr as subidas e descidas pela vila. ele eventualmente encontra um rosto conhecido cumprimentando com um olá apressado, com os tênis levantando cascalho e poeira das ruas estreitas, pavimentadas em paralelepípedos. 
Correr nesse horário da manhã é a melhor coisa, quando o calor ainda não tá e fritar a cabeça, e a cidade ainda nem acordou direito. O dia não chega a ser cinza, mas as cores são mais mudas com o sol ainda escondido atrás das montanhas e das árvores envolvendo a vila. Com os fones de ouvido sem fio tocando Don’t Stop do Fleetwood Mac - da playist de corrida que ele cura e refina com músicas novas toda semana no Spotify - Kangta corria se sentindo em um videoclipe, imaginando a fotografia e a direção de cena. 
Até algo que não combinava nenhum pouco com seu vídeo imaginário apareceu. 
Um entulho de móveis velhos, possivelmente abandonados, no fundo entre duas casas quase no limite da parte residencial da vila. Kangta preferia correr por fora  e desviar dos pontos com mais gente, que atrapalhava de manter o ritmo cardíaco se ele que tivesse que parar toda hora pra esperar os cavalos ou entregadores passarem. 
Ele parou em frente aos moveis, correndo no lugar, já batendo a mão no bolso da bermuda pr aachar o celular e ligar pros responsáveis pra retirarem aquele entulho de um local publico. Aqueles móveis podiam ser doados ou reaproveitados, não deviam estar no lixo. Ainda mais no Verão, onde os turistas vêm visitar - como ficaria a car ada vila com uma cena dessas? Kangta quase apertou ligar no telefone mas a ação congelou quand ole viu uma mão caindo do sofá abandonado. Por um segundo ele considerou ligar pra policia ao invés, porque pronto, só faltava ser um cadáver abandonado no meio da rua também. E apesar de ele lidar com vários problemas e questões da vila, ele não fazia nem idéia do protocolo pra lidar com homicidio. A taxa de homicidio doloso naquela ilha é quase zero, e essa é uma estatistica que ele não quer ver subir.
Limpando o suor do buço com a mão, Kangta enfiou o celular no bolso e se aproximou do cadáver. Ele já é testemunha de qualque jeito, então melhor tentar reconhecer o corpo. O que ele não esperava era 1) reconhecer o corpo e 2) o corpo estar roncando. 
Naquele sofá sujo, com o estofado manchado e mofado, a espuma saindo do encosto e algumas molas de fora, Gun dormia feito a Bela Adormecida. Agora, mesmo que ele estivesse vivo anda foi uma surpresa pro Kangta. que não via aquele rosto faz um bom tempo. Gun vai e vem com o vento, impossível de rastrear.
Kangta viu Gun crescer, se ele tava dormindo na rua é porque alguma coisa não tava certa. Ele tentaria ser o mais sensível e empático possível com o dongsaeng passando necessidade.
“Ya.” Ele estralou um tapa com as costas da mão na cara do moleque, backhand slap pra quem é insolente. “Acorda. Se você tiver bêbado leva outro tapa. Abre os olhos.”   
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havecourageandbekind-blog · 3 years ago
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Minha amiga Alice, sou apaixonada pelo seu livro, seu país, faz de conta, história, personagens, enfim todo seu universo. Preciso confessar: quando fui a primeira vez à Disney, só encontrei duas pelúcias do gato de Cheshire disponíveis para a venda. Quase saí no tapa por uma. Não bati, mas saí da loja com o  gato debaixo do braço. Essa crônica não é para ficar citando tudo o que já comprei, visitei e criei, referente ao seu universo, e sim, sobre as frases do seu livro. Me parecem tão aplicáveis nos dias de hoje.
No meu e no seu país, “as melhores pessoas são loucas” e são mesmo. São aquelas que se jogam na vida sem medo, que arriscam, se entregam. Não medem consequências. Não ficam naquela de pensar muito, vão lá e fazem. Acontecem. E são os medrosos que as rotulam de loucas. Precisamos todos de um pouco de loucura em nossas vidas. Tu não achas?
Quando o narrador descreve: "Ficou ali sentada, os olhos fechados, e quase acreditou estar no País das Maravilhas, embora soubesse que bastaria abri-los e tudo se transformaria em insípida realidade..." Não concordas cara Alice, das tantas vezes que queremos fugir da realidade e basta fecharmos os olhos imaginando estar em outro lugar. É incrível a sensação de teletransporte que o simples baixar das pálpebras nos traz. Nos leva a um lugar tão distante, muitas vezes, tão conhecido que seria capaz de sentir o cheiro da lembrança. Claro que a realidade está ao nosso alcance a cada despertar para um novo dia. Mas, em muitos momentos precisamos dar uma escapada para renovar as energias, sentir um parente distante mais próximo, sonhar com uma viagem, imaginar um mundo melhor e tantas outras possibilidades. Válvula de escape mais que necessária. Não só para o seu País das Maravilhas, também para o meu País da Mentira, do Ódio, das Fake News. Nossos ânimos estão à flor da pele e o raciocínio se tornou lento demais para distinguir o certo e o errado. O impulso nos domina. A pressa. “É tarde, é tarde, é tarde!”. Será que já não é tarde? Será que não passou da hora de nos aceitarmos como seres humanos, sem arrogância, sem contar vantagem? E ainda mais estar sempre de olho no relógio, atentos, pois a qualquer momento o outro pode passar a nossa frente. Com que tipo de gente estamos nos relacionando para ficarmos assim tão perplexos com a simplicidade? Competição, minha amiga. Vale para tudo. Corrida diária de obstáculos.
"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então" e continuarei mudando até o final do dia. Começa pelo cardápio escolhido para o café da manhã, a descoberta de novos sabores, gostos, texturas, corte de cabelo, roupa nova, uma cor inusitada. Tudo se altera a cada hora no decorrer do dia. A essência é a base. Permanece a mesma. Já o resto. Pisco os olhos e mudo. A ordem é buscar alternativas. Não dá mais para duelar consigo mesmo, matando metade de si. Aprender a mesclar. Evoluir. Isso é o mais espetacular do ser humano. Mudar. Tá, nem sempre é para melhor, concordo. Tem pessoas que insistem em nadar no fluxo contrário do rio, desafiando a natureza. Fazer o quê minha amiga! Poderíamos apelar inspirados na Rainha de Copas, primeiro a sentença e depois o veredito: cortem a cabeça! Não se surpreenda se a lista de condenados no meu país for bem maior que a do seu. “Se esse mundo fosse só meu tudo nele era diferente…quem me dera que ele fosse assim maravilhosamente só para mim”…Suspiro!
Para não estender demais nosso papo, sigo com a última frase. Faz todo o sentido ser colocada aqui neste período que estamos vivendo: “Dizem que o tempo resolve tudo. A questão é: quanto tempo?", me diga você Alice, no final dessa nossa conversa, quanto tempo? Uma menina que viu a realidade de uma forma diferente. Que perseguiu um coelho, caiu em um buraco, num mundo de fantasias da sua imaginação. Enfrentou o mal-humor e o autoritarismo da rainha do País das Maravilhas. Ouviu os animais. Diminuiu e cresceu de tamanho algumas vezes. Enfrentou suas batalhas. Tu Alice, me inspira, nos dias de hoje: menina esperta, mulher forte, heroína!
Fonte: “Não posso voltar para ontem porque lá eu era uma outra pessoa” - Alice no País das Maravilhas.
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angeldeluzescritora · 3 years ago
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Lauren acordou na casa de duff dormindo enquanto ele preparava , o  café da manhã. 
Bom dia  flor do dia dizia duff.
Duff beijou ela na cama.
Lauren-Você sabe que eu não te perdoei né duff?
Duff-Sei sim lauren  mas prometi te fazer o melhor lauren?Eu juro que te amo?Eu nunca parei de pensar em você lauren,? Eu te amo com meu coração e vou fazer coisas que você mas imagina.
Se levanta lauren.Vamos uma rapidinha disse duff. 
Sim,lauren começou a gemer o nome de duff,E a suar tanto,estava nua novamente e nos braços de duff.
Eu te odeio tanto duff ontem  foi a piro noite da minha vida  eu odeio gemer a merda do seu nome duff ...
Duff-Eu sei eu te amo tanto lauren?você é perfeita  em todos os sentidos. 
Lauren-Eu te amo seu desgraçado  e ainda te amo ,AAA
Ela geme tanto seu nome que caem dormindo  juntos...
Ele se levanta e toma o café.
Quer café da manhã não doida?
Mas  tarde duff quero dormir. 
Duff-Vou tocar disse duff ,se quiser dinheiro vem me ver no ensaio disse duff
Ele tomou banho se trocou.
Duff-Beijos minha gatinha selvagem disse duff e  a beijou.
Mas tarde lauren tomou banho comeu.
E foi pro ensaio.
 ela viu duff sem camisaE o beijou no meio do show.
Axl-Voltaram ?Também depois das loucuras  de ontem.
-Não disse  Lauren...
Como não disse duff você não me ama gatinha ela ficou grudada nele?
Ela Riu sarcástica ,?
Eh tenho  uma surpresa para você disse duff...
Eu sei que ela é eu não andamos bem,mas vou fazer de tudo para voltar a reconquistar,-la ele a abracou.
E começaram a se beijar,..
Slash-Vocês dois em brigam, e voltam disse slash?,também fizeram sexo ontem na rua?vocês são doidos..
-Como se você não fizesse disse Lauren ?
Eu faço toda hora disse slash rindo.
Duff virou lauren !espera um pouco  disse duff.
E deixou o baixo no chão. 
E jogou lauren no seu colo..
Aceita casar comigo lauren??
Em que sentindo  loiro maluco?deve muita coisa para me reconquistar,?parando de me trair fazendo amor todos os dias ,muito presentes  acha que eu sou fácil disse Lauren sarcástica.
Duff-Eu estou um pouco cheio de marcas de ontem lauren,Quero que você crave suas unhas na minha pele? Isso me deixa louco ...
Os caras olhavam tudo .
E lauren beijava muito duff na frente de todos..
Axl-VÃo para o motel .
Vão ao merda disse duff...vocês são foda!!!! Rindo irônico..
As mãos de duff deslizavam sobre  a coxa de lauren  fazendo ela gemer  de excitação .
O caraio sexo ao vivo assim não dar disse slash ,? Se for assim vou trazer minhas minas aqui?. Também
Duff riu ..
Sexo ao vivo Não disse Lauren?vai ser só eu e meu amorzinho?para duff aqui com seus amigos não?Ela tirou as mãos de duff..
Mas tarde então meu amor lauren beijou duff..
Duff-Você ama seu rockeiro  badboy não é mesmo ,??
Não amo não disse ela.
Duff engoliu em seco bebendo um copo de vodka..
Lauren riu sarcástica  e deu um tapa em duff.
Duff-Isso dói lauren,?
Lauren-É para doer mesmo duff,?Deois de tudo que você me fez??
Duff-Está bem eu paro ..
Ela Riu alisando a cara do duff.
Duff-Você não muda essa cara de safado duff?,até parece  que vou acreditar em você.
Amanhã nos casamos..
Lauren-O que disse  você tá brincando.?
Não Disse duff amanhã te peço em casamento  e foda se...o que vão dizer.
Lauren-Só acredito vendo?
 Duff-então eu vou te mostrar como eu amo você lauren
Duff-E vou te desejar pelo resto de minha vida.
Mudou de Ideida duff disse ela encarando..
Lauren-Você gosta quando eu te excito?e deixo marcas nos seu corpo.
Adoro adoro muito,Disse duff.Adoro quando você deixa marcas no meu corpo.disse duff.
Duff-Você me excita caraio?você me deixar louco lauren?eu quero fazer amor com você para de fazer esses jogos,preciso me concentrar no show.
Chega  vocês dois sei que o romance tá bom?mas vamos tocar.disse Axl já nervoso ..
Ela Riu .. Vou rindo duff.ela encostou  e deu um beijo super fofo nele.
Mas tarde duff quero ver suas mãos deslizando sobre meu corpo  novamente.,e fazer amor com você todos os dias.
Eita que vai pegar fogo hoje a noite em duff disse slash passando as mãos sobre duff
Não perco por espera?quer dizer na minha casa lauren te pego e te marco um especial as 21:00 te vejo la.
Eles começaram a tocar enquanto 
duff arrepiou-essa mulher  me deixa maluco.... ,de excitação .
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wangshurp · 4 years ago
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Park Moonjae
@wgs_moonjae FACECLAIM: Seo Johnny DATA DE NASCIMENTO E IDADE: 09 de Fevereiro de 1995 / 26 anos NACIONALIDADE: Estadunidense ETNIA: Sul-coreano GÊNERO: Masculino ORIENTAÇÃO SEXUAL: Heterossexual  ATIVIDADE: Cuidador no aquário de Wangshu LOCALIZAÇÃO: Dalian  TEMAS DE INTERESSE: Angst; Crack; Fluff; General.  TRIGGERS: Abuso físico/psicológico, palhaços, aranhas. 
PERSONALIDADE: Moonjae é  a simpatia em pessoa, daquele tipo que sempre vai sorrir ao te ver e ficar feliz com a sua presença, mesmo que ele tenha lhe visto há pouquíssimas horas atrás. Sorridente, espontâneo, divertido e de bem com a vida poderiam ser as palavras chaves para descrever o rapaz e o seu jeito de levar a vida, pois procura focar suas energias no presente e ser grato por cada uma das experiências que esse lhe proporciona, não tendo tempo para se depreciar remoendo o passado ou se desgastando na ânsia pelo futuro. Ele vive em seu próprio mundo na maioria das vezes, e nunca viu problema algum nisso.  Apesar de ser um cara tranquilo e sem propensão alguma a conflitos desnecessários, Moonjae tem o grande defeito de ser impaciente, o que pode tirá-lo de seu estado de pacificidade por algumas horas, mas nada que se estenda ao ponto de contagiar todo o seu humor; na realidade, ele está mais para um filtro, acabando sempre por ser o responsável de drenar tais sentimentos ruins das pessoas ao seu redor para tentar dissipá-los do ambiente o quanto antes. 
JUSTIFICATIVA: Mesmo sendo filho de um casal tipicamente sul-coreano, Moonjae acabou nascendo em terras norte-americanas devido ao fato do patriarca da família ter decidido de forma imprudente se mudar para os Estados Unidos a fim de conseguir uma vida bem sucedida e de muito dinheiro como dos empresários que via na televisão. Não que almejar uma boa condição financeira fosse errado, mas o Sr. Park não possuía apenas um sonho de viver o sonho norte-americano, mas sim uma grande obsessão por aquela vida que lhe era mostrado através da televisão, ao ponto de largar toda a estabilidade que ele e sua esposa possuíam em Incheon para recomeçar do zero em um país totalmente diferente do que estavam acostumados. 
Em um primeiro momento, a Sra. Park hesitou em acompanhar o marido nessa nova empreitada, mas também gostava de acreditar na ideia de que coisas boas e diferentes oportunidades os aguardavam do outro lado do globo, e usou isso como incentivo para vencer seu medo. A mãe de Moonjae era uma mulher muito simples e que via a felicidade nas coisas pequenas da vida, algo que o rapaz herdou totalmente da progenitora; ela apreciava a natureza e os animais, gostava de cafés longos durante enquanto acompanhava o sol se pôr, e sempre sonhou em constituir uma família unida e um lar feliz, coisas que ela esperava conquistar independente de em que parte do mundo estaria. Muitos a alertavam que seu casamento poderia não vingar devido a tamanha diferença de ambições entre ela e o marido, mas ela acreditava que eram capazes de prosperarem juntos mesmo com tamanhas divergências, algo que descobriu ser um engano com o passar dos anos.
O sonho americano não aconteceu da forma que Sr. Park esperava, tendo uma dificuldade imensa para conseguir um emprego estável e que fosse capaz de prover conforto à sua família - sim, família, pois agora tinham o pequeno Moon os acompanhando nessa empreitada. Os americanos não viam no patriarca a capacidade de ocupar cargos de maior confiança como os que ele já havia trabalhado na Coreia, muito disso devido ao preconceito enraizado na cultura ocidental com pessoas de países asiáticos, o que as poucos enfiou o pai de Moonjae em uma ladeira em que não se enxergava o fim, onde o mesmo procurou refúgio em jogos e álcool para fugir das dívidas e dos problemas que se acumulavam em suas costas com o passar dos meses. Era difícil ser um estrangeiro em um país em que a xenofobia era constante, mais ainda ser um estrangeiro que o orgulho não permitia regressar ao país natal e admitir seu fracasso, deixando-o preso em um looping eterno que o levava para mais e mais perto do caminho para a depressão.
Com a doença vieram as crises dentro de casa, com Moonjae presenciando durante toda a sua infância cenas em que seu pai, alcoolizado, ameaçava agredir sua mãe e até mesmo de matá-la; lembrava-se dela encolhida no canto da sala aos prantos implorando para que ele recobrasse a consciência e se afastasse dela, se afastasse do filho e se lembrasse de quem ele era antes de todo aquele sonho ruir, mas não adiantava. Foram necessários muitos meses para que a Sra. Park juntasse forças para decidir dar um basta naquela vida que tanto lhe agredia e tomar o rumo de seu caminho daqui para frente ao lado de seu filho, e quando esse momento chegou, ela não pensou duas vezes: aproveitou uma manhã em que o marido ficaria fora o dia todo na procura de um emprego e saiu de casa com apenas duas malas de roupa, as suas e de Moonjae, em direção ao aeroporto internacional mais próximo em Nova Iorque, comprando uma passagem só de ida para um lugar que sabia que seriam acolhidos e teriam a chance de serem felizes de novo, junto de pessoas que os amavam e os esperavam. Eles iriam para Wangshu.
PRESENTE: Hoje, com 26 anos completos e bem distante de todo aquele pesadelo que havia sido o início de sua vida, Moonjae era um rapaz sorridente, alegre e de bem com a vida; ele e a mãe reconstruíram a vida ao lado de seus avós maternos na pequena e independente ilha, onde o mesmo cresceu aprendendo a valorizar o simples e agradável, a comida caseira a comidas industrializadas, o conforto de casa ao agito do centro, os animais e a natureza mais que os demais seres humanos.
Formado em oceanografia, sempre disse desde pequeno que iria trabalhar com o mar, mesmo não fazendo a menor ideia do que isso significava exatamente na vida adulta. Descobriu em seu curso de graduação que seu sonho de infância não estava de todo errado; Moonjae era curioso e ficava intrigado pelo desconhecido e inexplorado, e era isso que o fundo do mar lhe parecia. O único emprego possível para ficar perto dos animais marinhos era no aquário da ilha, onde seu rosto já era mais do que familiar para os funcionários, visto que ele não passava mais do que duas semanas sem ir ao local para ver se apareceram novas espécies e se poderia, quem sabe, interagir com elas. A insistência foi tanta que os administradores não tiveram escolha a não ser deixar o moreno ter uma chance de provar que era capaz de cuidar dos animais e de aplicar seus conhecimentos que tanto tinha para oferecer, mas sabiam no fundo que essa ação não traria arrependimentos.
Moonjae é apaixonado por Harumi, uma moça a qual namora há exato 01 ano e que conheceu de uma forma extremamente clichê, porém divertida. Havia acabado de sofrer uma decepção amorosa quando, distraidamente, esbarrou na moça em uma feira local e derrubou todas as frutas que a mesma carregava, tratando logo de apanhá-las e fazer alguma de suas gracinhas para quebrar o gelo do momento e evitar um possível tapa, mas foi quando seus olhos pousaram no sorriso feminino que o rapaz viu seu mundo inteiro parar por alguns segundos. Daí não se saiu muito, mas ambos inconscientemente passaram a refazer aquele caminho da feira várias e várias vezes na esperança de se encontrarem novamente e, quem sabe, estenderem aquela breve conversa que tiveram no primeiro dia, mas sem sucesso. Foi então que, desacreditados da força do destino e deixando as esperanças de lado, Moonjae avistou a japonesa passando pelas cerejeiras iluminadas na primeira noite do Festival de Primavera do ano anterior, sendo arrancado por um impulso de ir até a moça e tentar dizer algo melhor do que só alguns gracejos, e deu certo. Muito certo.
Fora tudo isso, Moonjae é um ativista engajado na causa de impedir que as praias de Dalian sejam quintal de uma das franquias da famosa rede hoteleira dos Hiltons. Havia crescido, brincado e estudado naquelas areias e águas, Dalian tinha configuração de ponto paradisíaco da ilha por causa da tranquilidade e do afastamento do centro cheio de turistas, e o rapaz acreditava que era assim que deveria permanecer. A construção era desnecessária - aos olhos de Moonjae - e traria mais ônus do que bônus: acabaria com a paz dos moradores antigos e tradicionais de Dalian, prejudicaria a fauna marinha com a poluição humana, quebraria redes de resorts menores e nativos da ilha, dentre muitas outras que ele poderia passar o dia enumerando se lhe dessem a chance. Não seria difícil encontrar o jovem distribuindo panfletos por aí sobre a necessidade de protegerem o território a ilha de influências ocidentais e que fogem das características de Wangshu, pois ele se esforçaria até o último minuto para que isso não acontecesse.
DESEJOS: Moonjae é um rapaz simples e de bom coração, portanto suas aspirações são igualmente simplórias; quer trabalhar para garantir aos avós e a mãe condições de vida sempre confortáveis e tranquilas, quer continuar estudando sobre os animais marinhos até poder escrever um artigo sobre espécies raras que ele jura existirem em Wangshu e, sendo sua aspiração mais alta, ser reconhecido um dia pelos seus esforços para com os animais e a natureza pelo governo da ilha ao ponto de ter algum tipo de influência para agir da forma que deseja, mas isso ainda estaria um pouco longe de acontecer. Sonha também passar o resto de sua vida ao lado de Harumi, pois descobriu que jamais seria capaz de amar outra pessoa como amava aquela moça, tampouco encontraria um sorriso tão doce quanto aquele o que, na realidade, nem desejaria que acontecesse. 
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eumechamomanoela · 6 years ago
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213
**Rafael**
  Acordei como de costume com o cheiro do café que o Cris fazia, dessa vez um pouco mais forte pois estava dormindo na sala.
  - Acordei você? - Perguntou ele me vendo levantando.
  - Você não, mas o cheiro do café sim. - Disse.
  Ele levantou o copo na minha direção e percebi que não era pra mim, olhei para trás Carlos estava acordado.
  - Ricardo já acordou? - Perguntei.
  - Ainda esta levantando. - Respondeu ele.
  Terminei de arrumar as coisas que usei para dormir e como o Ricardo não saiu do quarto deixei ali na sala mesmo até ele sair de lá para que eu pudesse guardar, tomamos café em silêncio, manias do Cris se fosse café da manhã na casa dos meus pais aquilo ali estaria uma bagunça ou até mesmo na casa da Manoela.
  Meu celular da empresa começou a vibrar com mensagens da Alicia que eu até tinha esquecido da existência dela.
  “Alicia: Aproveitando que esta ai preciso que resolva umas coisas. 
   Eu: Amanhã pode ser? Tenho que levar o Carlos e o Ricardo em alguns lugares.
  Alicia: Quando e como você vai resolver não me importa, contando que resolva já estará ótimo.
  Eu: Trocou a ferradura foi? O que eu te fiz? 
  Eu: Me mande o que é que no máximo amanhã estará resolvido.
  Alicia: Foi enviado um e-mail para o senhor, obrigada.”
  - Cris posso fazer uma pergunta informal? - Perguntei.
  Ele assentiu.
  - Alicia tem namorado? - Perguntei.
  Cris pareceu não gostar da pergunta.
  - Esta interessado nela? - Perguntou ele.
  - Não é pra entender porque ela é tão grossa. - Respondi.
  - E você acha que um homem resolveria o problema dela? - Perguntou ele.
  - Não, não quis dizer isso não. Desculpe. - Disse.
  Me levantei da mesa e lavei o que havia sujado e fui tomar banho enquanto o Ricardo saia do quarto.
  ...
  Assim que terminei de me arrumar fui para sala onde Carlos e Ricardo já me esperavam prontos. 
  - Você não vai Cris? - Perguntou Ricardo. 
  - Não, por hoje eu pretendo descansar. - Respondeu ele sentado no sofá.
  Os dois sairam na frente e foram chamar o elevador e quando eu estava fechando a porta Cris me chamou.
  - Rafael. - Disse Cris.
  - Sim senhor. - Disse.
  - Alicia é minha filha, fora do casamento. - Disse ele.
  Abri a boca para falar qualquer coisa que viesse a minha cabeça, mas ele me interrompeu.
  - Não a Amanda, minha atual esposa não faz ideia por isso ela deu aquele chilique e não ela não tem namorado, mas o senhor tem uma não tem? - Perguntou ele.
  - Eu nem devia ter tocado nesse assunto, me desculpe. E não eu e a Manoela não somos namorados. - Respondi.
  Ele assentiu e pedi licença e fechei a porta. 
  Corri até o elevador e os dois estavam segurando a porta, saimos do prédio e andamos nem quinze minutos até o curso das meninas, pelo tempo que eu enrolei conversando com o Cris elas estavam saindo já. 
  ...
  **Manoela**
  Era nosso ultimo dia no curso. Na semana seguinte já estaríamos todos em suas salas de aula e aquilo me deixava nervosa. 
  - E vamos fazer o que agora? Comemorar? - Perguntou Vanessa.
  - Não sei vocês mas eu quero comemorar com a Lorena. - Disse Alex abraçando ela.
  - Olhem só se o namorado da Manu não apareceu. - Disse Vanessa. 
  Lorena e eu olhamos na direção em que a Vanessa estava olhando e lá estava o Rafa acompanhado do meu pai e o pai da Lorena.
  Lorena se soltou dos braços do Alex e correu na direção do pai dela e ela quase derrubou ele no chão, eu fiquei paralisada então o Rafa veio até ao meu encontro e me abraçou, eu não tinha reação.
  - Acho que seria bom você ir pelo menos abraça-lo não acha? - Perguntou ele.
  Sai do meu pequeno transe e ele me soltou, caminhei até o meu pai e ele me abraçou, correspondi o abraço da forma que pude mas não era como antes.
  - Eu só tenho dois dias aqui da pra você demonstrar que estava com saudades. - Disse ele.
  Pensei em responder com grosseria mas achei melhor não, afinal se ele estava ali é porque estava com saudades.
  - Vamos almoçar? - Perguntou Rafa.
  - Temos que ir pra casa, Ari já deve ter feito. - Disse.
  - Ari já estava ciente do que ia acontecer hoje, pode ficar tranquila. - Disse Rafael. 
  Apresentamos nossos pais para os nossos amigos e colegas de curso e fomos almoçar num restaurante que tinha ali próximo. 
  - Por que só dois dias? - Perguntou Lorena.
  - Cris que trouxe a gente disse que ia ser rápido mesmo. - Respondeu Ricardo. 
  Depois do almoço fomos andar pela cidade e mostrar algumas coisas para eles, Rafael estava com a gente mas ao mesmo tempo não estava. 
  Enquanto meu pai foi com a Lorena e o Ricardo comprar água fui até ele.
  - Rafael você ta bem? - Perguntei.
  - To. - Respondeu ele.
  - Tem algo te incomodando eu te conheço vai, fala pra mim. - Disse colocando minha mão no ombro dele. 
  Rafael se afastou e eu estranhei aquilo.
  - Você é muito infantil Manoela, seu pai passou horas num avião pra vir aqui fazer as pazes com você e olha como você ta reagindo, vai la cara da valor. Sem contar que você ta aqui por causa dele. - Disse ele.
  - Que isso Rafael você ta louco de falar assim comigo? Esqueceu de tudo que aconteceu antes dele me mandar pra cá ou de tudo que aconteceu comigo aqui? Não consigo, sou humana, tenho sentimentos também que não vão sumir só porque ele rodou sei lá quantos quilômetros para me ver. - Disse tentando manter o tom de voz baixo. 
  - Se fosse o Matteo no lugar do seu pai você já estava a essas horas trancada com ele num quarto. - Disse Rafael.
  - Você me respeita Rafael que eu não te dou esse direito. - Disse já segurando algumas lágrimas.
  Eu realmente não estava entendendo o que tinha dado no Rafael ele nunca foi daquele jeito.
  - Ta tudo bem aqui? - Perguntou meu pai se aproximando.
  - Sim pai, só o Rafael falando que tem que trabalhar e não pode nos acompanhar. - Respondi. 
  Meu pai olhou para o Rafael e ele assentiu e veio se despedir de mim e eu me afastei.
  - É uma pena mesmo. - Disse meu pai.
  - Não se preocupe pai, eu posso muito bem te mostrar tudo. - Disse. 
  Rafael se despediu da Lore e do pai dela e foi embora.
  - Vocês estavam brigando? - Perguntou meu pai.
  - Rafael é tão igual aos outros, mas vamos deixar isso de lado e seguir com o nosso passeio. - Disse pegando a mão do meu pai. 
   Andamos o dia todo não falamos de problemas, ele não perguntou nada de como foram os meses e eu não quis tocar no assunto, já de noite fomos para a casa com eles, Ari havia feito uma janta e Cris e Rafa jantaram conosco e logo depois foram embora.
  - Esta feliz amiga? - Perguntei quando nos deitamos. 
  - Claro que eu to, só não estou mais pois a Alice não veio. - Respondeu ela.
  - Seu pai falou por que? - Perguntei.
  - Minha mãe como sempre não é. - Respondeu ela. 
  - Que pena, sinto falta dela também. - Disse. 
  - Você não parece muito feliz. - Disse ela.
  - Ainda to processando. - Disse.
  - Eu vi você e o Rafa discutindo no parque. - Disse ela.
  - Ah isso. Eu não quero nem saber dele por um tempo, sei la o que deu nele de verdade, deu um acesso de raiva e ele descontou tudo em mim. - Disse.
  - O que ele falou para você? - Perguntou ela.
  - Falou que eu sou errada por não estar dando valor por meu pai estar aqui, por eu não estar sendo como você com seu pai. - Respondi. - E falou que se fosse o Matteo eu já estaria transando com ele. 
  - Amiga eu vou matar o Rafael, como ele pode me comparar com você, não foi o meu pai que me mandou pra cá para controlar minha vida, não foi o meu pai que me deu um tapa na cara por eu me apaixonar por alguém e olha que meu pai me viu beijando meu tio. - Disse ela.
  - Relaxa amiga, vamos dormir. - Disse.
  ...
  **Lorena**
 Tentei dormir porém sem sucesso, me levantei e fui tomar água e voltei para me deitar porém eu só rodava na cama, estava puta com o que a Manu me falou sobre o Rafa então resolvi me meter. 
  “Eu: De verdade como você pode comparar a vida da Manoela com a minha? Você entrou um pouco atrasado na vida dela não sabe da missa a metade e sem contar que você esqueceu por um acaso tudo que aconteceu com ela, me fale o motivo da sua briga idiota e sem motivos com a minha amiga...” 
 Me levantei e fui me deitar com a Manu. 
 ...
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