#berlim alexanderplatz
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amor-barato · 4 months ago
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Estremeceu, engoliu em seco. Tropeçou no próprio pé. Então tomou impulso e sentou-se no bonde elétrico. No meio das pessoas. Adiante. Primeiro foi como no dentista, quando este agarra a raiz de um dente com o boticão e o arranca, a dor aumenta, a cabeça ameaça explodir. Voltou a cabeça na direção do muro vermelho, mas o bonde disparou com ele sobre os trilhos, então só sua cabeça continuou virada para o lado da prisão. O vagão fez uma curva, árvores e casas intercalavam-se. Ruas animadas surgiam, a Seestrasse, pessoas subiam e desciam.
Dentro dele, o grito soava terrível: atenção, atenção, vai começar. A ponta de seu nariz gelou, sua bochecha vibrava. “Jornal vespertino do meio-dia”, “B.Z.”*, “A mais nova revista”, “a Funkstunde”, “subiu mais alguém?”. Os policiais agora usam uniformes azuis. Desceu do vagão sem que ninguém percebesse, estava no meio das pessoas. E daí? Nada.
Alfred Döblin, in: Berlim Alexanderplatz
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rodadecuia · 2 years ago
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aloneinstitute · 2 years ago
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🇩🇪 Berlin • O melhor da Alemanha
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As origens do primeiro edifício religioso remontam ao século XIV, quando Frederico II de Brandenburgo, conhecido como Dente de Ferro, decidiu estabelecer sua residência na atual Ilha dos Museus e construir ali uma Capela da Corte. A atual construção da Catedral começou entre 1747 e 1750, na época de Frederico o Grande. A catedral, sob a direção de Johann Boumann, assumiu no início as características de um monumento barroco. O edifício foi então submetido a uma reforma classicista pelo arquiteto Karl Friedrich Schinkel entre 1817 e 1822 e finalmente em 1885 por Julius Raschdorff, que propôs a Frederick William IV um projeto que reconciliou os diferentes estilos.
Finalmente, a estrutura foi demolida a mando de Guilherme II, que ascendeu ao trono em 1888. Em 1893, o imperador autorizou a construção da atual catedral.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Catedral sofreu sérios danos devido aos bombardeios dos Aliados. Em 1975, a reconstrução do monumento foi iniciada pelas autoridades da RDA e só foi concluída em 1993, quatro anos após a queda do Muro. A Catedral hoje, reconhecível por sua esplêndida fachada barroca e sua imponente cúpula, é certamente um dos lugares mais importantes para se visitar em Berlim. No interior há muitas atrações para admirar, tanto de valor religioso como secular, incluindo a cripta Hohenzollerngruft, a cripta Hohenzollern, com cerca de 100 sarcófagos da dinastia. Também de grande interesse é a majestosa cúpula, da qual você pode desfrutar de uma vista espetacular do centro da cidade.
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✳️ Veja mais sobre a Alemanha🇩🇪
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pirigotico · 6 years ago
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View from @isapetal‘s apartment. 
Berlin, April 2019
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romy-day-glo · 6 years ago
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Isabelle Adjani in "Possession" by Andrze Zulawzki. 1980.
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emasanchezrs · 4 years ago
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Like a Torre de Comunicaciones . . . . . #berlin #berlinberlin #alexanderplatz #platz #plaza #tv #television #germany #berlim #berlincity #sky #tvhost #tvshow #germanytour #alemania #spree #ochsenmarkt #torre (en Alexander Platz Berlin) https://www.instagram.com/p/CPVpVz6jPjy/?utm_medium=tumblr
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joseotavio · 4 years ago
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Berlim, até breve! 🇩🇪 #berlim #berlijn #berliner #alexanderplatz #murodeberlin #berlinermauer #hauptbahnhof #hofgarten #hanover #germany #alemanha #brasileirosnaalemanha #visithanover #photography #viagem #ferias #vakantie #sommerurlaub #urlaub #brandenburger #brandenburgertor #jewsmemorial #jüdichesdenkmal #postdam (at Berlin, Germany) https://www.instagram.com/p/CD0_zX7H0sn/?igshid=1syrezjxrvp7g
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blogclasseturista · 5 years ago
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Relógio Mundial, Alexanderplatz, Berlim. #worldclock #alexanderplatz #berlin #berlim #relogio #classeturista #classeturistanaalemanha #germany #deutschland #serturista #attitude_longitude #weltzeituhr (em Alexanderplatz Berlin) https://www.instagram.com/p/B5_LOraBBoW/?igshid=1rcxwt14yi1vr
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leoviso · 5 years ago
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the last berliner - nostalgia #tbt #berlin #latergram #berlingram #instaberlim #txl #alexanderplatz #eastberlin #urbanphotography #urbex #germany #deutschland #winter2018 #sovietarchitecture #alemanha #berlim #braziliantraveller #ontrain #archilovers (em Berliner Fernsehturm) https://www.instagram.com/p/B4lB_LtpBKA/?igshid=174uf1ibcvgu0
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blogdavania · 2 years ago
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Berlim
Berlim, a cidade onde o verde pintou o muro, como disse Inácio de Loyola Brandão em seu livro, ao descrever a sua verdadeira obsessão pela preservação do meio ambiente.
A cidade dos envergonhados e arrependidos alemães, que vivem para purgar os pecados do passado.
A cidade do muro que a dividiu entre os "bons e os maus", hoje a une, embora seja impossível não notar a diferença entre uma e outra.
A ilha dos museus, a grande avenida que corta a cidade e passa pelo Portão de Brandemburgo, pelo Tiegarten e alcança a Coluna da Vitória.
Lá onde se pode visitar o Museu do Holocausto de nefastas imagens, mas onde também se pode ver preservados pedaços do tal muro da vergonha e o Checkpoint Charlie, para que nunca sejam esquecidos.
A cidade de uma das mais belas catedrais do mundo, do rio de onde se pode ter uma outra visão da vida nessa grande metrópole grafitada.
A cidade da arte urbana por excelência e das baladas do underground, dos bairros periféricos revitalizados, da Alexanderplatz do icônico filme, das milhões de bicicletas, sobre as quais jovens e velhos por ela passeiam simpáticos, gentis e civilizados.
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homocausticus · 3 years ago
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Um homem na Alexanderplatz
Um homem na Alexanderplatz
Um 1981, Ranier Werner Fassbinder filmou a peça Berlin Alexanderplatz como uma forma de obra derradeira sem saber que morreria um ano depois. A história de um homem perdido em seus dilemas na cidade de Berlim rendeu um remake em 2020 que está arquivado no meu computador e ainda não vi. Mas as pessoas querem ter razão sobre tudo e pensam que uma cultura ou obra de arte é algo de sua propriedade…
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luiscarmelo · 3 years ago
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Intervenção na Feira de Guadalajara 2021
1) Cómo es su visión de la identidad viviendo en una región multicultural?
O pensamento científico habituou as sociedades ocidentais a considerar ‘o que não é’ como um erro. Ao invés, um pensamento nómada tem a tendência a incluir o erro dentro da fórmula e a navegar com ele até desvendar saídas. O problema do pensamento científico, das vanguardas artísticas que preencheram boa parte do século XX, do projecto digital dos nossos dias e até do ligeirismo das modas (e dos rebrandings) é o permanente salto entre o que se apresenta como uma evidência indiscutível, numa determinada altura, para logo a seguir ser violentamente revogado. Uma identidade só pode ser avaliada através de uma visão nómada do espírito e não através de fechamentos, sejam eles de que natureza forem. Uma identidade é sempre o culminar de muitas misturas e de vários paradoxos e não uma linha recta ou ziguezagueante que se limitasse a criar fronteiras fictícias ou a decalcar passagens pré-assinaladas. O caso português é interessante. Estando a geografia do país situada na derradeira finisterra da Eurásia, ali se acamaram e misturaram, desde a pré-história, os mais diversos povos. Ali se miscigenaram profundamente. Esta metáfora da finisterra lusitana é também a história e o diagnóstico em movimento do mundo actual.
2) Existe, en su opinión, una literatura europea?
A literatura não vive de uma noção estrita de territorialidade geográfica. A literatura cria os seus próprios espaços através das contorções da linguagem e todo o pasmo que advém da literatura prende-se, em primeiro lugar, com as muitas pulsões e respirações da própria linguagem. De qualquer modo, é óbvio que nas obras literárias se reflectem luzes e dados que acenam a partir das realidades onde ela é - ou foi - escrita. Chama-se a isso imaginário. No entanto, a Espanha de ‘Dez horas e meia numa noite de verão’ de Marguerite Duras pouco ou nada tem que ver a radiografia de uma Espanha real. O mesmo se pode dizer da Berlim de Alfred Doblin em ‘Berlim Alexanderplatz’, da Viena de Musil em ‘O homem sem Qualidades’ ou, por exemplo, da Paris de Celine em ‘A viagem ao fim da noite’. Existirá uma literatura que foi escrita na Europa ou a partir da Europa, mas é particularmente difícil restringir o âmbito de um conceito, cujas fronteiras fechadas se limitassem a um continente. O mais recente nóbel, Abdulrazak Gurnah, nasceu em 1948, durante o domínio colonial britânico do Tanganyika e de Zanzibar. Em 1968 transferiu-se para Inglaterra, onde estudou e continua a viver. Poderá perguntar-se, lado a lado com o caso de Rushdie: serão escritores britânicos? Claro que não. Mas também não o são da Tanzânia, nem de Índia. O essencial da literatura não é o espaço da representação. Imaginar que A representa B implica suprimir as diferenças, implica forçar, reduzir, suprimir. Muito pelo contrário, a literatura e a poesia vivem da realidade própria que as suas obras criam. Essa margem de “poiesis” é a alma da criatividade literária, daí que só para catalogações pragmáticas de teor académico (ou outro) se possa ordenar a literatura por continentes. 
3) Como escritor ¿Qué ventajas le da una Europa libre de censuras para la difusión de su obra?
Felizmente, desde os meus vinte anos que vivo em democracia. Contudo, tenho a memória do que foi viver numa sociedade fascizante onde havia censura, perseguições e terror social. Este contraste permite-me entender a importância da liberdade para a criação e para a difusão das obras literárias. De facto, comecei a publicar há 40 anos, em 1981, e nunca senti o espectro da censura. Hoje em dia, no entanto, vivemos numa era global de fluxos. As pessoas arrastam-se no fluxo da rede, no fluxo das viagens, no fluxo fos ginásios, no fluxo do consumo e, sem darem por isso, tornam-se muitíssimo permeáveis a novas formas de censura e a falsidades noticiosas (e outras). Ser livre e criar de modo livre implica uma radical autonomia face ao ruído que desaba todos os dias sobre as nossas cabeças. Jogo complexo, é certo, mas o único em que vale mesmo a pena percorrer (até porque um clímax mediático não é, na larga maioria das vezes, um clímax efectivo e real). Não devemos permitir que uma linguagem qualquer - por mais vibrante e imagética que seja - se sobreponha ao que uma pessoa é, enclausurando-a numa espécie de armário calafetado de onde não se vê sequer o mundo, quanto mais a literatura que é uma arte do silêncio. As vantagens de um mundo livre de censura são infinitas, mas nada, absolutamente nada é adquirido. Há que lutar todos os dias.
4) Cuáles son sus motores de inspiración para escribir?
A inspiração é um conceito do romantismo que está ligado a uma certa transcendência de que o poeta e/ou o escritor seriam mediadores. A ideia de inspiração está também ligada a uma dimensão do artista insubmisso, maldito, visionário e criador de mitos. Um dos modelos do poeta inspirado reside em Friedrich Holderlin, o que, por extensão, se poderia aditar a Arthur Rimbaud e, mais tarde, a um Jim Morrison ou a um poeta português como Al Berto. Eu não creio na inspiração, embora reconheça que escrever é sair do mundo do dia-a-dia. Escrevi no meu ‘Ofertório’, num poema que consta agora da antologia ‘El Assombro Irrealizado’, que “Escrever é desabar”. Desabar no sentido de desmoronar e de irromper. Desmoronar para recriar e irromper para voltar a reaparecer no mundo com outro rosto, com outra forma. Ao fim e ao cabo, escreve-se para que a imaginação possa dar origem a novos horizontes, a novas possibilidades. Os meus motores para esta operação constante de reinvenção do existir passam por algum isolamento e pela suspensão do mundo. Quero com isto traduzir o que o poeta holandês Remco Campert um dia disse, quando lhe perguntaram quando escrevia Respondeu: “Escrevo, quando não pertenço”. Isto é: escrevo quando consigo apartar-me do mundo, ainda que dele receba, naturalmente, a respiração. Seja como for, cheguei a um ponto da minha vida em que escrever é algo semelhante a uma parte sanguínea do meu próprio organismo, razão por que os meus “motores” se tornaram já mais corporais do que propriamente “inspirados”.
5) Qué impactos tienen, sobre sus obras, los acontecimientos (ya sea políticos, económicos, naturales, sociales medioambientales etc.) que se viven hoy en día? Hasta qué punto se convierten en una motivación para escribir? 
O pano de fundo é sempre, irremediavelmente, o tempo em que vivemos. A cena desenrola-se diante de nós e marca, influencia, define mesmo a largura do ser. É difícil perceber bem a terza rima de Dante, naquela sua pendularidade muito específica em que cada grupo de três versos vai criando a sua música própria. E é um facto que o texto da ‘Divina Comédia’ terá sido escrito durante quase duas décadas, no início do século XIV, numa península itálica completamente ao sabor do caos social e político. O próprio autor sabia-se condenado à morte, se regressasse a Florença. Tudo isto está presente na ‘Comedia’ e, ao mesmo tempo, não está. O mesmo se passa nos nossos dias. A cena que temos diante dos nossos olhos é o único espectáculo a que estamos sujeitos, por que não somos eternos. Daqui a sete séculos, tudo terá que ser de novo recontextualizado, para que se possa entender o que andamos agora a escrever. Daí que concordo plenamente que os acontecimentos hoje vividos sejam fundamentais, ainda que a génese da literatura não seja reportá-los, mas sim permeabilizá-los dentro da ordem estética e musical (relembrando Dante) que é, afinal, a ordem de fundo de toda a escrita literária.
6) La realidad nos puede salvar de la ficción o la ficción nos salva de la realidad? 
Vivemos num mundo em que certas coordenadas clássicas passaram a estar em profunda crise. As diferenças entre privado e público tendem a esvair-se. As diferenças entre verdade e sentido  tendem a esvair-se. As diferenças entre autidórios e emissores tendem a esvair-se. Do mesmo modo que as diferenças entre realidade e ficção tendem a esvair-se. Esta anulação de diferenças caracteriza o mundo que se designa hoje como hiper-real. O virtual tem dominado, de certa forma, este processo que se baseia na obsessão do algoritmo. As imagens que hoje acendem e dominam a vida são numéricas e não analógicas, estão desprendidas de referentes fixos e apenas dependem das linguagens que as geram, decompõem e programam. As imagens virtuais, como toda a hiper-realidade, não pressupõem contexto e, portanto, um ‘de fora’ e um ‘de dentro’ que as definissem. Isto significa que noção de realidade e a noção de ficção se estão a alterar profundamente. Ora a literatura, tal como a significamos ainda hoje, nasceu num mundo muito diferente deste. Tal implica que a literatura (não digo o livro, digo a literatura) se está, também ela, a transformar numa actividade de nicho, lateral e secundária. Hoje os heróis e as referências são imagens efémeras e não obras literárias e escritores. Algo que eu acho sadio, de uma certa forma, pois, respondendo à pergunta, esta capacidade de resistência pode ser o que efectivamente melhor salva a literatura.
7) Háblanos del “peligro” de romper fronteras gracias a la literatura?
Acho sempre positivo romper fronteiras. Não reconheço “perigo” algum nessa transumância. A missão das narrativas mitológicas consistiu – e, porventura, ainda consiste – em aproximar o desconhecido do conhecido, apesar de as fronteiras entre ambos serem elásticas e sempre redesenháveis, e, também, em proporcionar a transgressão da norma que elas mesmas enunciavam e expunham (à imagem do que foi o desempenho da tragédia e do que é, hoje em dia, o discurso dos media). A literatura não descenderá directamente dos mitos, mas faz parte da sua genealogia. Por isso, a sua missão continua a ser a de captar e de criar territórios, proporcionar novos modos de interrogar e viajar destemidamente na aventura do sentido. Romper fronteiras, mesmo no acto concreto da escrita, é parte da sua alma. Pelo meu lado, prefiro toda a literatura que reúna o ‘irreunível’, tal como aqueles eléctrodos invisíveis que soldam a matéria, criando novos arquipélagos imaginativos. Pelo meu lado, prefiro toda a literatura sem medo de ser densa e que se apresente como um esteio da linguagem capaz de consertar os declives da finitude. Tudo isso implica romper fronteiras. Visto do lado do leitor, esta transumância da literatura poderá ser vista deste modo: à imagem de todos os planetas, um texto está sempre em translação, embora a nossa secreta tentação passe por lê-lo como se ele estivesse parado. Imaginamo-lo à imagem de uma carapaça fechada em si mesma e com um significado entendido como final e resolvido. É estranho, mas é assim que uma grande parte da nossa cultura se habituou a elaborar o seu saber e muitos dos seus percursos, hábitos e normas. Mas a verdade de um texto literário está na sua interminável mutação e, portanto, na sua radical determinação em romper fronteiras.
 Em Espanhol 
1) ¿Cómo es su visión de la identidad viviendo en una región multicultural?
El pensamiento científico ha acostumbrado a las sociedades occidentales a considerar "lo que no es" como un error. En cambio, un pensamiento nómada tiende a incluir el error dentro de la fórmula y navegar con él hasta que descubre salidas. El problema del pensamiento científico, de las vanguardias artísticas que llenaron gran parte del siglo XX, del proyecto digital de nuestros días e incluso de la ligereza de las modas (y cambios de marca) es el salto permanente entre lo que se presenta como evidencia indiscutible, en un punto determinado, sólo para ser revocada violentamente poco después. Una identidad sólo se puede evaluar a través de una visión nómada del espíritu y no a través de cierres, sean estos los que sean. Una identidad es siempre la culminación de muchas mezclas y varias paradojas y no una línea recta o en zigzag que se limita a crear fronteras ficticias o trazar pasajes predeterminados. El caso portugués es interesante. Dado que la geografía del país se ubica en la última finisterra de Eurasia, allí se han asentado y mezclado los más diversos pueblos desde la prehistoria. Allí se mezclaron profundamente. Esta metáfora de la finisterra portuguesa es también la conmovedora historia y el diagnóstico del mundo actual.
2) ¿Existe, en su opinión, una literatura europea?
La literatura no vive de una estricta noción de territorialidad geográfica. La literatura crea sus propios espacios a través de las contorsiones del lenguaje y todo el asombro que proviene de la literatura se relaciona, en primer lugar, con los múltiples impulsos y respiraciones del lenguaje mismo. En cualquier caso, es obvio que en las obras literarias se reflejan la luz y los datos que evocan las realidades donde está - o fue- escrito. A esto se le llama imaginario. Sin embargo, en el libro Diez horas y media en una noche de verano, de Marguerite Duras, la España tiene poco o nada que ver con la radiografía de una España real. Lo mismo puede decirse del Berlín de Alfred Doblin en Berlin Alexanderplatz, de la Viena de Musil en El hombre sin cualidades o, por ejemplo, del París de Celine en El viaje de noche. Habrá literatura escrita en Europa o desde Europa, pero es particularmente difícil restringir el alcance de un concepto cuyas fronteras cerradas se limitan a un continente. El nobel más reciente, Abdulrazak Gurnah, nació en 1948, durante el dominio colonial británico de Tanganica y Zanzíbar. En 1968 se trasladó a Inglaterra, donde estudió y sigue viviendo. Uno podría preguntarse, junto con el caso Rushdie: ¿son escritores británicos? Claro que no. Pero no son de Tanzania ni de la India. La esencia de la literatura no es el espacio de representación. Imaginar que A representa a B implica suprimir las diferencias, implica forzar, reducir, suprimir. Al contrario, la literatura y la poesía viven de la realidad que crean sus obras. Este margen de "poiesis" es el alma de la creatividad literaria, de modo que sólo para catálogos pragmáticos de contenido académico (o de otro tipo) se puede ordenar la literatura por continentes.
3) Como escritor ¿Qué ventajas le da una Europa libre de censuras para la difusión de su obra?
Afortunadamente, desde los veinte años he vivido en una democracia. Sin embargo, tengo el recuerdo de lo que era vivir en una sociedad fascista donde había censura, persecución y terror social. Este contraste me permite comprender la importancia de la libertad para la creación y difusión de obras literarias. De hecho, comencé a publicar hace 40 años, en 1981, y nunca sentí el espectro de la censura. Hoy, sin embargo, vivimos en una era global de cambios. La gente se infiltra en el flujo de la red, el flujo de los viajes, el flujo de los gimnasios, el flujo del consumo, y sin darse cuenta, se vuelve extremadamente permeable a nuevas formas de censura y noticias (y otras) falsedades. Ser libres y crear libremente implica una autonomía radical del ruido que nos golpea la cabeza todos los días. Es un juego complejo, es cierto, pero el único por el que realmente vale la pena jugar (sobre todo porque un clímax mediático no es, en la mayoría de los casos, un clímax efectivo y real). No debemos permitir que ningún lenguaje, por vibrante e imaginativo que sea, reemplace lo que es una persona, encerrándola en una especie de armario desde el que ni siquiera se puede ver el mundo, y mucho menos la literatura que es un arte del silencio. Las ventajas de un mundo sin censura son infinitas, pero no se gana nada, absolutamente nada. Se debe luchar todos los días.
4) Cuáles son sus motores de inspiración para escribir?
La inspiración es un concepto de romanticismo que está ligado a una cierta trascendencia que mediaría el poeta y / o el escritor. La idea de inspiración también está vinculada a una dimensión del artista inflexible, maldito, visionario y creador de mitos. Uno de los modelos del poeta inspirado reside en Friedrich Holderlin, que, por extensión, podría sumarse a Arthur Rimbaud y, más tarde, a un Jim Morrison o un poeta portugués como Al Berto. No creo en la inspiración, aunque reconozco que escribir se sale del mundo cotidiano. Escribí en mi 'Ofertorio', en un poema que ahora está en la antología 'El Asombro Irrealizado', editado en méxico por Textofilia Ediciones, que “Escribir es colapsar”. Colapsar en el sentido de colapsar y estallar. Colapsar para recrear y estallar para reaparecer en el mundo de nuevo con otra cara, con otra forma. Al final, está escrito para que la imaginación pueda dar lugar a nuevos horizontes, nuevas posibilidades. Mis motores para esta operación constante de reinventar la existencia pasan por cierto aislamiento y suspensión del mundo. Con esto quiero traducir lo que dijo una vez el poeta holandés Remco Campert, cuando se le preguntó cuando estaba escribiendo, él respondió: “Escribo cuando no pertenezco”. Es decir: escribo cuando logro separarme del mundo, aunque naturalmente recibo mi aliento de él. De todos modos, llegué a un punto en mi vida en el que escribir es algo parecido a una parte de sangre de mi propio cuerpo, por eso mis “motores” se han vuelto más corpóreos que propiamente “inspirados”.
5) Qué impactos tienen, sobre sus obras, los acontecimientos (ya sea políticos, económicos, naturales, sociales medioambientales etc.) que se viven hoy en día? ¿Hasta qué punto se convierten en una motivación para escribir? 
El trasfondo es siempre, sin remedio, la época en que vivimos. La escena se despliega ante nosotros y nos marca, influye, incluso define la amplitud del ser. Es difícil entender la tercera rima de Dante, en esa pendularidad tan específica en la que cada grupo de tres versos crea su propia música. Y es un hecho que el texto de la 'Divina Comedia' fue escrito durante casi dos décadas, a principios del siglo XIV, en una península italiana completamente a merced del caos social y político. El propio autor se sabía condenado a muerte si regresaba a Florencia. Todo esto está presente en la 'Comedia' y, al mismo tiempo, no lo está. Lo mismo es cierto hoy. La escena que tenemos ante nuestros ojos es el único espectáculo al que estamos sometidos, porque no somos eternos. Dentro de siete siglos, todo deberá ser recontextualizado nuevamente, para que podamos entender lo que estamos escribiendo ahora. De ahí que coincido plenamente en que los hechos vividos hoy son fundamentales, aunque la génesis de la literatura no es relatarlos, sino permearlos dentro del orden estético y musical (recordando a Dante) que es, al fin y al cabo, el orden de fondo de toda la escritura literaria.
6) La realidad nos puede salvar de la ficción o la ficción nos salva de la realidad? 
Vivimos en un mundo en el que ciertas coordenadas clásicas están ahora en profunda crisis. Las diferencias entre lo público y lo privado tienden a desvanecerse. Las diferencias entre la verdad y el significado tienden a desvanecerse. Las diferencias entre auditores y emisores tienden a desvanecerse. Así como las diferencias entre realidad y ficción tienden a desvanecerse. Esta eliminación de las diferencias caracteriza al mundo que hoy se conoce como hiperreal. Lo virtual ha dominado, en cierto modo, este proceso que se basa en la obsesión por el algoritmo. Las imágenes que hoy iluminan y dominan la vida son numéricas y no analógicas, se desprenden de referentes fijos y solo dependen de los lenguajes que las generan, descomponen y programan. Las imágenes virtuales, como toda hiperrealidad, no presuponen contexto y, por tanto, un 'exterior' y un 'interior' para definirlas. Esto significa que la noción de realidad y la noción de ficción están cambiando profundamente. La literatura, como todavía la entendemos hoy, nació en un mundo muy diferente a este. Esto implica que la literatura (no digo el libro, digo la literatura) se está transformando en sí misma en una actividad de nicho, lateral y secundaria. Hoy los héroes y referentes son imágenes efímeras y no obras y escritores literarios. Algo que me parece saludable, en cierto modo, porque, al responder a la pregunta, esta capacidad de resistencia puede ser lo que efectivamente salve mejor la literatura.
7) Háblanos del “peligro” de romper fronteras gracias a la literatura?
Creo que siempre es positivo romper fronteras. No reconozco ningún "peligro" en esta trashumancia. La misión de las narrativas mitológicas consistió - y, quizás, sigue siendo - acercar lo desconocido a lo conocido, a pesar de que los límites entre ellos son elásticos y siempre redibujados, y también proporcionar la transgresión de la norma que ellos mismos enunciaron y exponen (a imagen de lo que fue el trabajo de la tragedia y lo que es, hoy en día, el discurso de los medios de comunicación). La literatura no desciende directamente de los mitos, sino que forma parte de su genealogía. Por tanto, su misión sigue siendo la de capturar y crear territorios, brindando nuevas formas de cuestionar y transitar sin miedo en la aventura del sentido. Romper fronteras, incluso en el acto concreto de escribir, es parte de su alma. Por mi parte, prefiero toda la literatura que reúna lo 'irremediable', como esos electrodos invisibles que unen la materia, creando nuevos e imaginativos archipiélagos. Por mi parte, prefiero toda la literatura sin miedo a ser densa y que se presenta como el pilar de un lenguaje capaz de reparar las pendientes de la finitud. Todo esto implica romper fronteras. Visto desde el lado del lector, esta trashumancia de la literatura se puede ver así: en la imagen de todos los planetas, un texto está siempre traducido, aunque nuestra tentación secreta es leerlo como si estuviera inmovil. Lo imaginamos a imagen de un caparazón cerrado sobre sí mismo y con un sentido entendido como definitivo y resuelto. Es extraño, pero así fue como gran parte de nuestra cultura se acostumbró a desarrollar sus conocimientos y muchos de sus caminos, hábitos y normas. Pero la verdad de un texto literario reside en su interminable mutación y, por tanto, en su radical determinación de romper fronteras.
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tavinhopaes · 4 years ago
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...nesta data, quando em 2012, estive por 20 dias, em Berlim, "a cidade em que tudo é possível; inclusive o impossível", por mero acaso encontrei um grupo fazendo o que achei ser uma manifestação política (afinal, era o Dia Internacional Contra o Terrorismo e um maluco, dias antes, havia esfaqueado 10 pessoas na gigantesca AlexanderPlatz).... pelo ritmo, apesar de não falar alemão, percebi que era mais um Sarau de Poesia
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romy-day-glo · 6 years ago
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Isabelle Adjani in "Possession" by Andrze Zulawzki. 1980.
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currywurstundquarantaene · 4 years ago
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Wie spät ist es?
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Um dos principais estereótipos que se tem em relação aos alemães é que eles são extremamente pontuais, e, de fato, eles prezam bastante por manter os horários como sinal de respeito ao tempo do outro - embora ultimamente os trens alemães não tenham ajudado muito nesse quesito.
Em Berlim, há três relógios diferentões que refletem essa relação próxima dos alemães com as horas. 
Curiosidade: no quartel general da CIA, nos EUA, existe uma escultura chamada Kryptos, colocada lá em 1990. Ela é composta de 4 mensagens codificadas, que juntas formam uma outra charada. Em 1999 foi resolvida a primeira delas e até hoje resolveram se mais duas, ou seja, ainda falta uma. Em 2014, o escultor, Jim Sanborn, deu ao New York Times a dica de que parte do texto criptografado, quando desvendado, soletra as palavras BERLIN e CLOCK. Ele ainda disse que “há vários relógios muito interessantes em Berlim”. Concordo.
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1. Mengenlehruhr
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Mengenlehr significa teoria dos conjuntos. Este relógio, também conhecido por Berlin-Uhr, foi comissionado pelo Senado de Berlin em 1975 e foi concebido pelo designer Dieter Binninger, sendo o primeiro de seu tipo. Ele ficou na Kurfürstendamm em um mastro de sete metros até 1995, quando o Senado desistiu dele, e ele foi realocado à frente do Europa-Center, em altura reduzida.
O sistema é menos complicado do que parece. É um relógio de 24 horas. A grande bola de cima pisca a cada segundo - num segundo ímpar brilha, num par, se apaga -, as duas primeiras linhas indicam as horas e as duas de baixo os minutos. Cada luz na primeira linha indica cinco horas, e cada da segunda indica uma hora. Cada traço da terceira linha indica cinco minutos, sendo vermelho quando indica um múltiplo de cinco (15, 30, 45), e as luzes da quarta linha representam um minuto cada. Abaixo tem um gif que ilustra o funcionamento.
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2. Uhr der fließenden Zeit
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O “relógio do tempo que flui”, também localizado no Europa-Center, não é exclusivo de Berlim, mas está presente em 30 cidades pelo mundo, inclusive em São Paulo e Porto Alegre. O design é uma modernização da clepsidra, ou relógio d’água, que, como uma ampulheta, conta com a gravidade para medir a passagem do tempo. Ele foi realizado pelo francês Bernard Guitton em 1979. O de Berlim tem 13 metros de altura. 
Eu vou ser sincera que eu não consegui entender bem o funcionamento do relógio, mas ele utiliza sifões para movimentar o fluido, e um pêndulo garante o fluxo constante. Cada bola deste lado esquerdo representa uma hora, e cada disco do lado direito representa dois minutos. A cada 12 horas todas as bolas e discos ficam cheios e se esvaziam para recomeçar um ciclo. Aqui tem um vídeo de uma explicação (áudio em alemão, legendas em inglês).
3. Urania-Weltzeituhr
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Este relógio, inaugurado em 1969 como parte do plano de renovação da Alexanderplatz, é um famoso cartão postal e ponto de encontro em Berlim. Por ele dá para se saber das horas de 168 grandes cidades do mundo todo, em um sistema de 24 horas. O design é de Erich John, e foram necessários mais de 120 engenheiros para tirar o relógio do papel.
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A estrutura tem 24 lados, e é dividida em três linhas. As de cima e debaixo contém os nomes das cidades pertencentes a um dado fuso, enquanto a do meio, em cor contrastante, possui os números das 24 horas do dia. O relógio é mecânico, provido por um gerador, e se move lentamente ao longo das horas, lento demais para ser percebido a quem observa ao vivo. Aqui tem um time-lapse curtinho que dá pra ver como é lentinho, mas é bem interessante.
Falando as horas em alemão
Admito que, em qualquer língua que eu esteja aprendendo, eu tenho dificuldade de falar as horas, mas com bastante prática, dá pra sobreviver. Aqui está o vocabulário necessário para comunicar as horas em alemão:
A forma mais direta de se dizer as horas é “Es ist ... Uhr”. Assim como em português, podemos usar o sistema de 24 horas ou o de 12 e indicar o período, se o contexto não bastar.
Es ist neunzehn Uhr. Es ist sieben Uhr abends.
São 19 horas. São 7 da noite.
Se você quiser ser preciso, é só adicionar os minutos, mas não precisa dizer “Minuten”.
Es ist neunzehn Uhr vierzehn. 
São 19 e 14.
Mas como toda língua, também tem um jeito mais ágil de se falar as horas em alemão. Para isso, são importantes as palavras halb, viertel, vor e nach.
Para falar de uma hora e trinta minutos, em alemão se usa o halb. Mas cuidado, não é que nem em português, que a gente diz “sete e meia”, a hora sete completa e mais meia hora. Em um alemão traduzido literalmente, diríamos “meia oito”, ou seja, já estamos meio caminho andado para as oito, mas a hora oito ainda não está completa. Faz sentido?
Es ist halb acht. São sete e meia. 
Para outras horas, você vai usando o vor e o nach junto com ou a hora cheia, ou o halb. Nossa, pera. Nos exemplos fica mais fácil:
Tem uma música do Udo Jürgens (tipo um Roberto Carlos austríaco) que começa assim: Sie treffen sich täglich um viertel nach drei... [elas se encontram diariamente quinze depois das três...].
Viertel (1/4) indica quinze minutos. É bastante usado com vor [antes/“pras”] e nach [depois] para dizer alguma hora e 15 ou 45 minutos. 
Es ist viertel nach sieben. Es ist viertel vor acht.
São sete e quinze. São quinze pras oito.
A mesma ideia vale com fünf e zehn também. Uma coisa que complica um pouco a equação é que você junta essa ideia com o halb pra falar de horas mais avançadas. Por exemplo, agora são 19h25.
Es ist fünf vor halb acht.
É basicamente isso.
Para perguntar as horas, você tem estas opções:
1) Wie viel Uhr ist es? 2) Wie spät ist es? 3) Wie viel Uhr haben wir?
A primeira é a mais neutra. Você poderia utilizá-la para parar alguém na rua e perguntar: “Entschuldigung, bitte, wie...”. As outras são mais utilizadas em contextos mais tranquilos, com gente que você já conhece.
Para combinar horários, você vai adicionar a preposição um à pergunta 1):
Um wie viel Uhr sollen wir uns treffen? A que hora nos encontramos?
Você também pode perguntar já com sugestões de horários:
Können wir uns um 19 Uhr treffen? Können wir uns gegen 19 Uhr treffen?
Podemos nos encontrar às 19h? Podemos nos encontras pelas 19h?
Para praticar 
Como eu disse ali em cima, pode ser um pouco confuso no começo, mas tudo é questão de costume. O lado bom é que tem bastante exercícios online. A Deutsche Welle, especialmente, tem muitos recursos para treinar. Uma coisa legal que eles têm é uma espécie de série chamada Nicos Weg, que cobre conteúdos do A1 até B1 com a história de um rapaz que se muda pra Alemanha sem saber nada de Alemão e vai se virando para encontrar sua prima, já que perdeu o endereço dela quando chegou lá. É bem legal, principalmente porque é tudo em alemão, mas como é pensado para quem tá aprendendo desde o início, começa simples de se acompanhar. Sempre tem exercícios correspondentes a cada episódio, que tem uns cinco minutos cada.
Este episódio é específico para ensinar as horas, tem dois minutinhos: https://learngerman.dw.com/de/wie-sp%C3%A4t-ist-es/l-40443235
Ufa! Obrigada por me acompanhar até aqui.
Bis morgen!
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joseotavio · 4 years ago
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Pensa num sorvete bom? Multiplica por 10. Pois é. Postdam/Berlim 🇩🇪 #berlim #berlijn #berliner #alexanderplatz #murodeberlin #berlinermauer #hauptbahnhof #hofgarten #hanover #germany #alemanha #brasileirosnaalemanha #visithanover #photography #viagem #ferias #vakantie #sommerurlaub #urlaub #brandenburger #brandenburgertor #jewsmemorial #jüdichesdenkmal #postdam (at Lindt) https://www.instagram.com/p/CDyvscKH_vR/?igshid=780tlq8ajff1
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