Tumgik
#bendito mar
yume-fanfare · 10 months
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I CANNOT BELIEVE THDI
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IF WE COUNT RERUNS IT AMOUNTED TO OVER 200 PULLS AND I STILL DIDNT GET HIM.
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jorgema · 1 year
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La odisea de un latido en otra alma: una búsqueda trascendental del divino gesto de conectar
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Todos vagamos en este mundo como almas en búsqueda, ansiosos por encontrar una conexión tan profunda como el mar y tan significativa como un cielo estrellado en primavera. Fantaseamos con la dulce ingenuidad de un niño, con poder enlazarnos completamente a un alma, unir nuestra respiración a los latidos de alguien más, anudar nuestra mente a los sueños de otro ser. Con enlazar las miradas y fundirnos en un abrazo que sacuda la realidad que nos cobija, con vincular las sonrisas al son de una alegría y de ligar nuestras lágrimas en la profundidad de una compañía honesta. 
Esta búsqueda trascendental se da en cada lugar del mundo e incluso en cada rincón que el arte hace suyo; la buscamos en un poema o en una dulce canción, al vivir a través de un libro o presenciar el acto mismo de conexión en una película o ese imaginario lugar llamado teatro. Todo con el fin de sentir, de convivir y sobrevivir a eso que llamamos vida.
En muchas ocasiones, luchamos con nuestra propia razón para que ella no caiga presa también de este hermoso, pero infame instinto, pues el corazón ha caído redondo y sin esfuerzo ante él, sigue buscando sin descanso lo que necesita gritos y calla en profundo silencio. Lo que a veces nos lleva a que nuestro bienestar emocional este a «espada de Damocles», pues pende de un hilo, uno que sostiene en alto una espada sobre su cabeza.
Bendito aquel que ha logrado esa hermosa conexión humana, que la cultiva a profundidad y que ha creado un vínculo significativo. Que sabe la dicha que tiene, pero también comprende la gran responsabilidad que posee. Que no la da por sentado, pues ve más allá de este momento fugaz. Que decide amar cada día al despertar y teme con reverencia y honor, perder tal presea por culpa de una incoherencia o ego desmedido.
En resumen, todos buscamos conectar, todos necesitamos estar, y todos soñamos con poder provocar y accionar ese hermoso gesto de divinidad, conectar más allá de nuestra propia oscuridad.
— Contemplación Poética 02 || @jorgema
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journaldemarina · 6 months
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Terça-feira, 02 de abril de 2024
Meu deus, esse é o mês do meu aniversário! Fui burra e esqueci desse pequeno detalhe e perdi de usar desconto de aniversariante para a Festinha de Jovens Descolados da Cidade daqui duas semanas, paguei preço cheio. 31 anos. Trinta e um. Que loucura. Quando criei esse espaço eu tinha 22, logo faria 23. Como o tempo passa. Acho que mais uma vez não vou comemorar. Nunca fiz nada na verdade, diria que é tradição.
* * *
Acordei hoje na cama do AA. Pois é. Depois dele muito insistir, inclusive. Desde que terminou com a namorada vive me mandando mensagem, me chamando pra sair, querendo me ver. Disse mil vezes que estava com saudade. Hoje pela manhã disse, além de estar com saudade, que estava com medo de eu não querer ver mais ele. Meio que não quero mais mesmo, adivinhou, mas não sei como falar. Ignorar não está adiantando então provavelmente em algum momento terei de agir feito adulta. O que acontece, na verdade, é que não curto mais transar com ele. E transar com ele era meio que o único motivo para me furtar para aquelas bandas. Pelo menos dormi no ar-condicionado.
O que me deixou muito feliz hoje ao acordar na cama do AA foi pegar meu celular e ver notificação do cara além-mar dizendo que estava pensando em mim e sentindo a minha falta. Querido. Lindo. Fofo. Ah, se eu tivesse dinheiro… chegaria agora no aeroporto pedindo je veux un billet d'avion pour Marseille, s'il vous plait.
* * *
Tem o lance da guria doida que por uma semana me perseguiu até voltar com a ex. Achei que estava resolvido. Pois então. Duas sextas-feiras atrás eu estava completamente triste. Fui dar uma volta, saí com meu bendito ex só pra beber de graça, e em algum momento lembrei que estava rolando uma festinha com entrada gratuita que toca exatamente as músicas que curto. Fui lá, vi as pessoas de sempre, fiquei fofocando de boas. Num dado momento avistei a dita cuja se comendo com um cara num cantinho. Pensei "aleluia! estou livre", mas pensei cedo demais, porque quando ela notou que eu me encontrava no mesmo recinto simplesmente largou o cara e voou para mim. Me arrancou do grupo de amigas, me segurou pela cintura, me jogou na parede, me cercando. Tive que segurar ela pelos ombros e dizer que eu não queria ficar com ninguém. Ainda assim foi uma luta para me desvencilhar dela. Que sensação horrível, me senti assediada. Não demorei muito e fui pra casa. Pela manhã vi várias mensagens e ligações dela, respondi com silêncio. Quinta-feira passada ela me chamou para sair, aí aceitei. Cheguei lá e ela achava que era encontro mas fui desabafar para a versão sóbria dela meu desconforto e reiterar que não quero ficar. Acho que entendeu. Espero, pelo menos.
* * *
Hoje finalmente fiz a carteirinha da biblioteca pública! Fazia tempos que já queria ter feito. Agora sim pertenço a essa cidade. Acho representativo. Porém fui afobada e peguei emprestado logo um livro de 952 páginas. Sabe deus quando termino! Estou devendo aqui um resumo vagabundo das leituras que fiz até o momento esse ano.
* * *
Fun fact: eu achava estranho que o cara além-mar insere uns ")))" no final das frases. Eu sigo muitas contas russas por causa de costura e modelagem e olhando os comentários de postagens em um dado momento notei que eles usam muito isso e significa uma carinha feliz. Ele morou muitos anos em Moscou, Rússia. :)
Not-so-fun fact: ainda não achei um outro teto para morar, o que eu gostaria ainda não tenho certeza que vai dar certo. Sigo sem perspectivas de futuro, não sei o que faço da vida. Não tenho um tostão no bolso mas quero dar rolê na Europa. Meu cérebro está derretido, não tenho miolos, só vento e tesão.
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theozzcl · 9 months
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Poco a poco se desvanece su figura, su rostro se pierde entre la multitud de gente que quedo en el pasado, su aroma se esfuma como la niebla al llegar el medio día, su voz ahora no es más que un silbido irreconocible que desaparece en el viento. Bendito sea el odio que avanza de manera rauda en mi mente borrando todos los recuerdos que resultaron ser mentiras. Bendita la ira que me motivo a tirar todas sus promesas al eterno olvido del fuego. Ahora espero sentado en la cornisa del acantilado, consolado por la brisa helada del mar, que el invierno llegue y la lluvia se lleve los últimos restos de esa vida que se desvaneció.
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la-semillera · 6 months
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ESTHER FERRER & GUADALUPE GRANDE
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jarrón y tempestad
(i)
actúa de manera que loa ángeles tengan que hacer
franz kafka
(ii)
como descenso por la flor desapacible todos los equipajes más ligeros que la eternidad de las víctimas se dispersan en el mar de los astros de lana verde. las fronteras, la trompeta arcaica, el río circular los veloces juguetes de la felicidad, sobre todo la unidad del error.
todo menos frágil que la eternidad de las víctimas. no ha llegado a la retina el enjambre que anima el amor ni el sol bajo el oro místico distante a la pasión de volar. la circulación del ácido en la heredad florida el puente de cieno, las bridas del horizonte que se ciernen sobre la enorme marea en la encrucijada sin tiempo el leviatán desde lejanas horas devorando el vidrio de la caligrafía, sus benditos perfumes.
todo más espeso que la eternidad de las víctimas. tal vez los ellos, tal vez las letras en ese jarrón de flores atraviesen el sueño del barco perdido hasta el puerto todo carcasa en su comienzo marino abrazados en la ruta de los ritos eternidad de la inmovilidad parapetada en el cielo delirante donde duerme llora, avanza, ama, se exilia lo exiliado de la verdad y se abriga el frío de las ardillas que se esconden como barco de papel ante la tempestad de las maderas. nada tan evidente como la eternidad de las víctimas trasparente como la amenazadora belleza de la flor.
_ Guadalupe Grande. Jarrón y tempestad, La uña rota. Segovia, 2022
_ Esther Ferrer, Performance 1985, Silencio. Universidad Complutense, Madrid.
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dreanwitch · 8 months
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Marine
Acordar de ressaca em um navio desconhecido não era estranho o suficiente, o pirata Portgas D. Ace também precisava estar deitado ao seu lado.
" Primeiro: o que exatamente era tudo aquilo? E... como as coisas tinham chegado naquele ponto mesmo? "
Digamos que o simples fato de uma capitã renomada da marinha acordar ao lado de um pirata procurado era minimamente incomum, mas o mais importante agora era colocar cabeça para funcionar e descobrir o porquê de tudo aquilo. Mesmo que a ressaca infernal viesse a tornar aquela simples tarefa em uma missão impossível.
| Ace x F!Reader | - | 11.000 palavras | - | Capítulo 1 |
Pela posição do sol no céu, deva para se chutar ser cerca de umas nove e meia da manhã. A jovem mal acordou e já foi respirando fundo, imaginando como teria força para se levantar e encarar mais um dia sob sua perspectiva. Foi enjoativo.
Acordar para a vida costumava ser a pior parte de passar horas e horas com a mente inquieta na companhia serceta de uma garrafa de rum. Postergando ao máximo sua ida para cama, com pensamentos inúteis acompanhados de uma bebedeira solitária. Perceber que se dormisse, acordaria para mais um dia ordinário tinha quase um gosto desesperador. Sua vida estava se tornando uma espiral em preto e branco que nunca chegava a lugar nenhum.
Ela ariu seus olhos pela primeira vez naquele dia, mas teve de os fechar logo em seguida. A luz do sol estava muito intensa.
A brisa gostosa da manhã no mar a envolvia, coagindo a jovem parar de pensar por alguns segundos para poder captar a manhã gostosa em meio ao mar aberto cheio de boas vibrações e esperanças puras, que apenas os jovens aventureiros cheios de sonhos engolidos pelo mar feroz, e apenas eles, carregam consigo.
Contudo, manter-se concentrada em coisas boas não foi uma tarefa fácil, não quando se estava em meio aos ventos fortes da Grand Line.
Assim que abriu os olhos novamente se viu os fechando em seguida. O dia estava lindo, mas ele já havia a derrotado. As nuvens quase inexistentes na imensidão azul e o céu estavam girando descontroladamente e além disso, respirar era difícil. Desnorteada e cega pelo excesso da claridade, ela procurou pelo boné que sempre mantinha em sua cabeça. Peça característica e caricata do imponente uniforme da marinha. Ela visava furtivamente fugir da luz do sol enquanto lutava contra a vontade de vomitar.
A mente estava branco, os únicos sinais que o cérebro dela captavam eram os efeitos colaterais da última bebedeira. Ela ainda não se recordava muito bem das coisas, mas já tinha informações suficientes para averiguar que aquela ressaca que estava por vir seria a pior que experiênciaria em toda sua vida.
No mínimo, a noite passada devia ter sido bem selvagem — ao menos foi o que presumiu de primeira.
O mais sábio agora era beber novamente. Manter-se bêbada e poderia de alguma forma ajudar com a ressaca infernal.
Contudo, havia algo de errado que não se encaixava de jeito nenhum. E não, não era o fato dela estar deitada no convés de um navio em Mar aberto com uma ressaca infernal, sentindo falta de ar. Até aí, nada muito novo, provavelmente logo logo seus subordinados começariam a repreende-la por dormir do lado de fora e ela iria fingir que estava lá para ver as estrelas, tentando ao máximo inutilmente mascarar o comportamento imprudente e abuso de álcool.
Após cobrir os olhos com o chapéu que estava na cabeça, notou que aquele em suas mãos não era seu estimado boné, então largou a garrafa de rum que estava segurando desde sabe se lá quando e usou a mão para erguer o bendito estranho chapéu dentro do seu campo de visão.
Focar foi uma tortura. Todos os seus sentidos pareciam estar extremamente conscientes a respeito de cada pequena ondulação do mar contra o casco do navio e das irregularidades na madeira. Um líquido ácido ameaçava constantemente fazer o caminho contrário direto do estômago até a boca e nem levantar-se por completo era possível.
Ao menos a sensação de morte que o ato de tentar se concentrar em algo a proporcionou não durou muito. Já que não foi de um todo complicado desvendar a quem pertencia aquele chapéu laranja (um acessório que ela particularmente acreditava ser de um estranho mal gosto). O couro laranja gasto, envolto por contas grossas de marfim avermelhado com o estranhos símbolos de prata só poderiam significar uma única pessoa em toda Grand Line.
Ele era um pirata novo. Novo e jovem, tinha cerca de sua idade e um enorme potencial de causar estragos. Um jovem capitão que havia rejeitado o posto de corsário e tinha o seu cartaz de procurado espalhado por todos os lugares: Portgas D. Ace.
Mas acreditem, o mais estranho nem foi o fato de estar em posse daquele ‘item’. Foi o fato dela erguer um pouco a cabeça no convés e perceber que o próprio dono, Portgas D. Ace em carne e osso, estava logo ao seu lado. Profundamente adormecido com a cabeça recostada no peito dela e babando de um jeito nojento entre os seios expostos pelos botões abertos da camisa azul.
Certo, o que diabos significava aquilo mesmo?
Ela piscou, confusa e estranhando toda a situação. Pelo menos, olhando pelo lado bom, havia encontrado seu boné, ele estava descansando em cima da cabeça do pirata.
Após dar uma olhada, identificou que que o boné uma vez foi banco estava sujo e com uma parte da aba completamente chamuscada, mas ela não poderia se importar menos. Rapidamente bateu ele na mão para limpar a poeira e colocou na cabeça, estar sem seu boné era o mesmo que estar nua.
Passos pesados ecoaram pelo convés do navio, a frequência deles era estranha; um gato gigantesco apareceu em seu campo de visão, o animal tinha uma espécie de olhar presunçoso, um cheiro estranho e, de fato, parecia assustador. A mulher no convés nem piscou ou ousou respirar enquanto a ele a avaliava.
Pacificamente, indo contra todas suas expectativas, o animal se apoiou nas patas dianteiras e lambeu a bochecha da marinheira duas vezes, ronronando. Então se deitou confortavelmente no chão de madeira logo ao lado, com sua calda balançando preguiçosa sob o sol.
As coisas poderiam ficar ainda mais estranhas em um único dia?
Devagar, ela soltou um gemido involuntário e molhou a garganta com a bebida. Ainda estava completamente cética a respeito da atual situação em que se encontrava.
Será que existe algum código para relatar oficialmente aquela situação aos colegas de guerra? Bom, qualquer coisa era só encaixar na categoria de sequestro e reportar. Mas ao mesmo tempo... que tremenda vergonha alegar ter sido sequestrada por um bando de piratas. O que os demais iriam pensar?
De toda forma… como as coisas chegaram naquele ponto mesmo? — ela colocou o cérebro encharcado de álcool para funcionar e fez um esforço para descobrir.
Ah sim! - algo estalou em sua cabeça e ela sorriu. - Tudo começou com a sua escapulida despretensiosa para aquela pequena ilha da Grand Line. O programa do dia era fugir do trabalho por algumas horinhas, nada demais, apenas beber um pouquinho longe de tudo e todos para pensar a respeito do que diabos estava fazendo da vida. Logo após fugir do próprio navio navio utilizando a caminhada na lua e roubar o bote de um navio pirata que foi interceptado por sua equipe.
Era comum para ela escapar as vezes para lamentar-se a respeito de como ela se sentia como um log pose quebrado, que não apontava para lugar nenhum. E estava tudo bem, desde que fosse longe de tudo e todos.
Encher a cara naquele barzinho de bebida fuleira longe da grande tropa naval que comandava era seu programa preferido. Lá ela era não era uma jovem capitã da marinha, nem uma oficial prodígio com um futuro brilhante, era apenas uma jovem qualquer se embebedando enquanto podia. Sempre no mesmo bar, no meio do mais absoluto nada.
Sempre o visitava todas às vezes, apesar de viver dizendo que a bebida era horrível.
Era só mais um dia onde estava fazendo essas coisas de adulto e tudo mais. Durante um momento, lembrou-se rapidamente de sua família. O que sua vozinha faria se soubesse que ela estava fugindo do trabalho aquela hora do dia? Era de fato a vergonha da profissão. Não era merecedora do temido e respeitado nome pelo qual era conhecida. Mas... faz parte… a jovem gostava de pensar que boa parte daqueles oficiais de prestígio também não gostaram muito do trabalho que faziam.
Até então tudo estava ocorrendo em ordem, mas aí houve aquele aviso no denden-mushi! Isso, foi isso! Seu denden-mushi começou a apitar como um louco! Então o QG mais próximo começou a sinalizar sobre os piratas de Spade, os novatos que estavam chamando muita atenção por onde passavam na Grand line. O grupo que havia se tornado a mais nova obsessão de Isuka, sua antiga colega de guerra e assunto do momento nos QG's da marinha.
Eles estavam por perto, foram vistos seguindo rota a caminho daquela ilha depois de um confronto com a marinha em alto mar, onde em meio a trocas de tiros de canhão afundaram o navio do governo mundial.
Ela não estava trabalhando agora, mas como “supostamente” ainda estava cumprindo seu horário, seguiu o fluxo e terminou metida naquela situação.
Parando para relembrar, não havia sequer chegado a refletir muito profundamente a respeito do que estava fazendo. Apenas respondeu o chamado no calor do momento.
Não exatamente se importava com o trabalho, seus dias na marinha estavam ficando cada dia mais insuportáveis, executava as missões com indiferença e escapulia para algum canto sempre que era possível. Entretanto, não conseguia simplesmente ignorar e fugir para longe da responsabilidade que pusera sob os próprios ombros, um vez que havia tinha decidido por conta própria ser uma marinheira.
O capitão daqueles piratas era um peixes dos grandes surgindo em sua rede. Uma vez que capturasse o criminoso conseguiria ainda mais prestígio na instituição do governo mundial onde, apesar de ter a tenra idade, ocupava o cargo de capitã. De quebra, ainda deixaria toda a família orgulhosa e então todos ficariam felizes. Não era nada pessoal, apenas negócios.
E então… foram o quê? Dois, três dias de confronto? Ela não tinha bastante certeza dessa parte da história. Apenas digamos que o encontro dos dois usuários de frutos do diabo foi bem acalorado.
O famoso jovem capitão era bem orgulhoso, foi fácil conseguir comprar uma briga diretamente contra ele. Inclusive, pensar em como foi fácil provocar o temível Portgas D. Ace arrancou da jovem uma risada enquanto ela olhava de canto para ele deitado. Suas costas queimadas pelos raios de sol após dias e dias no convés do navio navio alto mar ainda estavam um pouco avermelhadas, fazendo com que todas aquelas pequenas manchas que ele tinha pelo corpo se destacassem ainda mais.
Ela se pegou enumerando cada uma delas, distraída do seu objetivo inicial que era se lembrar de como havia parado naquela situação. No momento, não importava mais, tudo o que em sua mente pensava era nas sardas nas codtas dele. As grandes, as pequenas, as falhadas, as escuras, todas elas.
A tarefa gradualmente foi ficando cada vez mais impossível, as sardas pequenininhas estavam a deixando perdida. A jovem utilizava a unha do indicador para traçar um caminho entre elas enquanto as contava em um murmúrio, mas logo todas as sardas começaram a se mover e ela sentiu uma terrível vertigem.
Cerrando os dentes para evitar o vômito iminente de vir naquele momento, ela puxou um pano que estava no chão logo ao lado e cobriu a boca com ele. Olhando bem, não era um trapo qualquer. Era uma camisa verde-claro, de mangas que estava com os botões abertos, faltando dois ou três. Observando o estado do capitão que estava de torço desnudo não foi tão difícil juntar dois mais dois.
Ela também percebeu estar com um pé descalço, mas não tinha a mínima ideia de onde havia ido parar o par do sapato e não possuía nenhuma pista que a ajudasse a descobrir.
Após a lição aprendida, ela deixou sua distração com as sardas de Ace de lado, fechou os olhos, bebeu mais um pouco e voltou a usar seus dois neurônios restantes para pensar.
Foi uma boa briga. A pedido de seu capitão, a tripulação dos piratas Spade não se envolveu no confronto. O plano inicial da jovem era terminar com todos eles após incapacitar a ameaça principal, pedir reforço para escolta e então voltar a beber e seguida seu dia. Contudo, o confronto não foi exatamente fácil; o seu hábito de sair por aí subestimando a tudo e a todos com certeza não era nada digno de glória. Portgas não estava ganhando fama à toa e ela descobriu da maneira mais difícil dolorida.
E por falar no pirata… A cara de Ace veio na mente dela mais uma vez. A imagem de sua reação quando ela tirou o boné branco da cabeça no meio da briga, virou ele e então balançou de um lado para o outro em sinal de rendição foi digna de se emoldurar em um quadro.
Ofegante, cansado, porém continuamente alerta, Ace se manteve exitante e em posição de ataque, assistindo-na agir despreocupadamente e transbordando de desconfiança.
— Ei, o que diabos você pensa que está fazendo? — com uma expressão séria no rosto e os punhos em chamas, Ace a questionou.
— Por acaso você não sabe o que é bandeira branca? — ela dá sua resposta afiada de forma muito tranquila, considerando que até poucos segundos atrás estavam em meio a uma luta mortal, ou quase isso.
Seu imponente casaco branco com a palavra "Justiça" bordado nas costas é jogado no chão e ela se senta sobre ele. A marinheira coloca o boné de volta no lugar, contatando a marinha através do seu denden-mushi para avisar que estava fora da perseguição ao capitão Portgas e indicando uma falsa localização que os piratas supostamente seguiram. Alegando que a partir daquele momento não estava mais encarregada o caso dos piratas Spade. - uma vergonha a sua reputação impecável diga-se de passagem.
Logo em seguida a marinheira ergueu as mãos na altura da cabeça, demonstrando de boa-fé suas intenções. Ela até tentou sorrir, mas não foi lá um ato muito charmoso, já que apenas um segundo antes havia limpado o nariz e cuspido um sangue bem grosso misturado com saliva. Ela deu o seu melhor para ser amistosa pelo menos.
Ace ergueu a sobrancelha de longe e não moveu um músculo. Ele ainda estava registrando o que estava acontecendo, podia muito bem ser algum tipo de truque, quem lhe garantia que não.
— Qual é, punho de fogo? Estamos nessa tem quanto tempo? Tô morrendo de fome. Bora dar uma trégua e filar um rango. Depois você se rende à "justiça" e eu te jogo na prisão. — desta vez ela gritou, bastante mal-humorada e apontando o dedo na cara dele.
Não tinha tempo para os conflitos internos e receios de um pirata qualquer. Estava desanimada demais para concluir a tarefa, com fome, cansada e, realmente, pensava que não valia mais apena todo o esforço para pegar um procurado. Bom, quando que isso valeu o esforço mesmo?
Se antes seu ânimo para trabalhar estava baixo, depois de toda essa confusão ele ultrapassa os níveis negativos. Por que tinha de ser sempre aquela maldita tortura todas às vezes? lutas eram divertidas e emocionantes, havia aquele senso de perigo, a adrenalina, a emoção de encontrar um oponente a altura de se superar. Só que sem senso de um propósito firme, nada daquilo fazia sentido.
— Eh? — percebendo o quão séria ela estava a respeito daquilo, o queixo do pirata caiu e ele gritou uma exclamação exaltada. Nada expressava bem a confusão que ele sentiu no momento.
Ela não devia estar mesmo falando sério, não é? Mas então por qual raio de motivos… aquele pedido de bandeira branca para um intervalo era realmente sério? - Ace exclamou mentalmente, incrédulo, dando um passo para trás.
— Já que é assim, beleza então. Mas você não vai me render à justiça. Eu que vou acabar com você, sacou, marinheira? — Ace retrucou, ainda confuso, mas levando na esportiva. Aquilo era muito incomum... mas ele não negaria que estava morrendo de fome também.
A marinheira devia ser bem louca mesmo e não ligar para nada (Ou isso, ou era ela muito esperta para tentar um plano assim. Bom, ou muito burra também. Era uma possibilidade, porque se aquilo fosse mesmo um plano, ela achava que ele iria cair em uma coisa tão suspeita?). Ace quase ficou ofendido por pensar que ela estava subestimando tanto a sua inteligência. E pensou em retirar o aceite mas a ideia não vingou.
Dentro de um hora Ace já estava completamente confortável na companhia dela enquanto procuravam o que comer e um lugar para sentar que, de preferência, não estivesse destruído por causa da briga que eles estavam tendo momentos atrás.
Quem diria que um pirata procurado e uma oficial da marinha se sentaram de frente pro fogo, conversando e comendo um animal assado que eles caçaram juntos. Descansando de uma briga e isso tarde da noite.
No mínimo incomum.
— Ei, seu pirata, você bebe? Tenho um rum ótimo comigo. É daqui da ilha mesmo. Venho aqui sempre, eles tem a melhor bebida que você pode encontrar na Grand line. — ela ofereceu a garrafa em um tom desafiador, sorrindo e olhando para o pirata com desdém enquanto bebia sem pestanejar.
— Qual pirata que se preza não bebe? Passa pro pai aqui, dona marinheira. — ele cantarola de volta, pretensioso. Ace, devido ao orgulho, incomodava-se um pouco com a ideia de dividir aquela bebida com ela devido a sua crença de partilhar apenas com companheiro, mas não era do tipo levava desaforo para casa. Assim, o pirata sorriu de volta, ajeitando o chapéu na cabeça e tomou dela a garrafa. Era mesmo forte, muito forte.
A bebida desceu queimando e envolvendo todo seu interior em um abraço caloroso e viciante, tão quente quanto as chamas de sua mera-mera no mi. A mente do pirata ficou turva e tonta, ele deu uma última mordida no pedaço de carne salgada que tinha em mãos e mandou para dentro mais três goladas secas da bebida, lambendo os lábios. Descuidadamente deixando o líquido escorrer pela beirada da boca, tendo consciência de que ela estava assistindo atenta. Ace sentiu-se vitorioso.
Meio zonzo, jogou a garrafa de volta para a dona. Limpou a boca com as costas das mãos e voltou a comer desenfreadamente.
— E não é você tem culhões? — ela elogiou, erguendo o dedo em direção a ele e dando de ombros. — Mas sinto lhe informar, pirata, eu sou bem melhor. — Então entonou a garrafa e tomou o restante da bebida de uma vez só. Terminando com uma risada bêbada.
Eles continuaram a comer, as provocações cessaram e, vez ou outra, ambos trocavam algumas palavras. Conversando cada vez mais com o passar do tempo e a medida que o álcool tomava conta da mente de ambos.
O clima estava leve e o cheiro de maresia preenchia todos os quatro cantos da ilha. Os grilos estavam cricrilando uma sinfonia tranquila. Depois de uma longa conversa fiada Ace parecia cansado, olhava as chamas crepitantes com seus olhos castanhos bem baixos. Murmurando baixinho uma antiga e arrastada canção pirata e segurando um generoso pedaço de carne. A jovem conhecia bem aquela música, e apreciava a voz do pirata que a cantava. A letra era sobre um caso de amor proibido e impossível que cruzou todo o novo mundo e terminou nas espumas de uma praia em uma ilha distante.
A marinheira soltou um suspiro. Bêbada, a jovem puxou o lenço da camisa de uniforme tentando afrouxar o nó em sua garganta. Amarrou o adorno azul em volta da perna e, após dar uma olhada bem cumprida na direção do pirata, quase um pouco tímida, ela deixou-se levar pela emoção do momento.
Baseando-se no laço de confiança que apenas dois bêbados que estão enchendo a cara juntos podem compartilhar, ela fez um pedido:
— Ei, ei, Portgas, conta pra mim uma história de pirata? — ela pediu curiosa com os olhos brilhando.
Ace parou. Apoiou as mãos no chão atrás das costas e a observou, calado.
Ela aguardou ele começar. Estava com isso na cabeça fazia muito tempo. O plano inicial, era perguntar se ele tinha alguma história legal de pirata, para só então pedir para que ele lhe contasse, mas fazer enrolação não era bem o seu forte, ainda mais enquanto estava bêbada.
— Hein? — o pirata respondeu de boca cheia, voltando toda a sua atenção em direção à marinheira.
— Uma história de alguma aventura sua, idiota. — Ela solta uma risada e explica. — Não tem muito tempo que é pirata, né? Mas você deve ter algo pra contar. — ela presume.
Conhecia seu nome tinha algum tempo, Isuka fazia questão de a cada dez palavras que saiam de sua boca onze seriam o nome de Ace seguido de diversas ameacas de prisão. Só que havia algo mais que fazia com que a marinahiera se sentisse curiosa, havia algo no fundo do olhar de Ace que emanava aquela sensação ou a impressão de um homem do mar, o sentimento de um espírito aventureiro simpático, convidativo que a fazia ter vontade de se aproximar. Era curioso e ela gostou muito.
Desde de que se encontrou com ele pela primeira vez naquela ilha, a pergunta inocentemente pairou por sua mente. "O que será que ele pode ter a contar sobre sua jornada?" - alguns piratas tinham esse ar, eles eram pessoa livres e espirituosas e sempre que os via aquele questionamento pairava por sua cabeça.
Aquile aspectos dos homens e das mulheres do mar sempre a cativou graciosamente. A forma que aqueles olhares destemidos brilhavam com esperança e ambição. O contato com esses indivíduos, poder cruzar com eles em sua jornada (e ser o ponto final da jornada de alguns deles) em seu coração, era a melhor parte de trabalhar como marinheira.
— Infelizmente é verdade que minha jornada começou a pouco tempo, mas devo ter mesmo uma ou duas histórias. — Ace admite com uma ponta de frustração na voz, ele ainda tinha muito o que conquistar e muitos a quem derrotar para ser reconhecido. Ele cruza os braços atrás da cabeça, relaxado. Em seguida aponta o dedo para ela, brincando com o poder da fruta logia:
— Eu só não sei como a vida de um pirata iria ser interessante para uma marinheira.
— Apenas para esclarecer, é capitã pra você. Não sou uma simples marinheira qualquer. — riu em um tom desafiante. Não era hora de ser soberba, mas escapuliu. Ela inconscientemente se foi em direção a ele, pousando as mãos no colo, hipnotizada com as chamas na ponta do dedo de Ace, movendo-se de um lado para o outro imitando o símbolo do infinito.
Ace soltou uma risada com a pequena brincadeira. Estalou os dedos e apagou as chamas, olhando para ela, descontraído.
A marinheira balançou a cabeça negativamente. Recompondo-se, fez um bico e cruzou os braços longe do pirata.
Olhando para ele de canto, proclamou:
— Okay, se você faz tanta questão assim de saber… essa informação é para o meu futuro relatório. Apenas me conte tudo o que tiver, eu tenho tempo de sobra. — a jovem até disfarçou um pouco do interesse, mas claro que não funcionou nadinha. Ace percebeu facilmente como seus olhos se iluminaram como os de uma criança curiosa.
— Tudo bem então, capitã. — Ele topou com hm sorriso audacioso e foi divertido. Boa parte das histórias não pareciam ser exatamente reais, mas desvendá-las para escutar o pirata contornando o assunto, ou esperar que ele mesmo se desmentisse e em seguida continuasse contando os seus relatos épicos eram bem divertidos.
Talvez fosse porque depois de 8 garrafas e meia (…ou foram nove? Não fazia diferença) ambos estivessem mais para lá do que pra cá. Então nada do que falavam era realmente algo a se levar a sério.
Ace conseguia ser ótimo contando histórias. Encenando todas as situações, gritando, fingindo-se de ferido e até falecido para dar mais realidade aos próprios relatos. Em uma das vezes ele chegou até mesmo a cair e não levantar mais (o que fez com que a marinheira entrasse em desespero e o agarasse pelos ombros as lágrimas, achando que ele realmente havia ido de Dave Back Roger). Isso, antes de notar que ele apenas estava dormindo mesmo.
Aconteceu bem mais de uma vez após isso e ela pensou que nunca iria se acostumar com aquilo, mas não conseguiu parar de rir por nenhum segundo.
— Então, lá estava eu! Tinha acabado de começar, estava sozinho na Grand Line com nada mais do que um barquinho a vela e um gargalo de garrafa quebrado, prestes a enfrentar uma caravela tripulada com três gigantes e meio!
— Três e meio? — ela perguntou espantada, afastando-se um pouco para trás quando o pirata que levantou a voz, sorrindo orgulhoso do seu feito, inclinou-se diante dela. Atenta, a marinheira bebe a bebida que está em mãos e nem mesmo pisca esperando pelo clímax que virá a seguir.
— Nah, na verdade, talvez fosse só um. — após a verdade Anticlimática, Ace dá de ombros com indiferença e coça o nariz.
— Um gigante ainda é um gigante, eles são fortes, grandes, fortes e grandes, com mãos enormes, pés grandes… — ela começa a divagar, fugindo do assunto inicial lembrando de seus pouco encontros com aquelas figuras enormes. Ace ergue um dedo e volta a chamar sua atenção, explicando:
— Bom, é possível que fosse só um cara grande, gordo e bem, beeem feio. Sinceramente, eu não lembro direito agora.
Ela começa a rir da sinceridade dele. — Deixa ver se adivinho, você também estava bêbado e em terra firme. — zombou.
— É verdade que eu tava bêbado, mas eu estava no mar, eu tenho quase cem por cento de certeza. — ele ergueu o dedo no nariz dela, defendendo-se.
— Pelo menos você estava lá. Ao que me parece, você realmente já fez um par de coisas interessantes. — achando graça, ela o encarou segurando o queixo com os punhos.
— Eu ainda estou novo, então por enquanto isso já é bom. Mas você ainda ouvirá muito o nome Portgas D. Ace por aí, capitã! Quer dizer… isso se você desistir da ideia de me trancar em Inpel down. — ele lembrou — Minha aventura está só começando.
— Olha, eu posso pensar no seu caso. — ela riu.
Assim, Ace se sentou novamente apenas para se levantar logo em seguida e então contou mais sobre suas aventuras no mar. Seus relatos marítimos eram contos repletos de um sincretismo em um ato bom demais que parecia até ensaiado.
Mesmo estando na cara que tudo não passava da recontagem de algumas histórias bem famosas por aí, e que ele não estava sendo muito sincero tudo ainda era muito gostoso de se ouvir, havia se dado bem com o pirata. Ela os escutou com os olhos brilhando, riu, emocionou-se e acrescentou diversos comentários curiosos.
Então... começou a ficar mais pessoal. Ele falou sobre cada um dos membros da tripulação; sobre como eles enfrentavam navios da marinha e embarcaram em aventuras pela Grand Line, fazendo apenas só que desse na telha.
Ace contou-lhe sobre como ganhou seus poderes de fruto do diabos e como havia passado dias preso em uma ilha deserta devido a isso. Além de como ganhou, de quebra, um grande amigo e companheiro durante esse tempo difícil. Também lhe falou sobre um passado mais simples e divertido vivido no East Blue. Suas aventuras com os irmãos juntando tesouros com os irmãos, irritando DanDan, fugindo dos punhos do amor de seu velho avô e sonhando com o futuro em que eles conquistariam os mares.
A aquela altura não se sabiam que horas eram, mas os dois tinham certeza que era tarde. E, em um instante de silêncio que surgiu após uma extensa e enérgica conversa, ambos suspiraram ao mesmo tempo, exaustos.
A jovem marinheira que encarava o fogo com o rosto apoiado nas mãos, olhou de canto para o pirata sentado ao seu lado e casualmente perguntou:
— Portgas, por que você quis ser pirata?
Pelo pouco tempo que a marinheira conheceu o pirata ela soube que ele era do tipo orgulhoso, sonhador. Que parecia esperar se destacar encontrando algum tesouro lendário, ou matando um pirata famoso. De fato, clássico.
No fundo, bem no fundo, parecia a ver um pouco mais além disso, mas ela não sabia dizer se era realmente verdade ou se aquela impressão não passava de um fruto da sua imaginação.
Ace abaixou a cabeça e olhou para ela de volta fazendo um bico. Assim ambos se encararam por alguns segundos, enquanto o pirata pensava a respeito de como responder aquela pergunta. Apoiando a mão que segurava uma garrafa de vidro em cima do joelho dobrado, Ace inclinou-se para o lado da jovem colocando a não em forma de concha ao lado dos lábios e sussurrou:
— Vou te falar, mas é segredo tá?
— Tá, tá. Adoro um segredo. Pode confiar que sou um túmulo. — ela acenou, fazendo um zíper em volta da boca, super séria. Sussurrando aquelas palavras em resposta, esperando ansiosa pela grande revelação.
Ace abre um sorriso presunçoso e declara:
— Quero a cabeça do barba branca! Assim, uma vez superando o inimigo do Gol D. Roger eu vou ser maior do que o rei dos piratas! — Ace afirmou seu sonho mais louco alegremente, olhando para a marinheira com confiança.
Ela para, pisca repetidamente, inclina a cabeça um pouco para a direita e encara o pirata com atenção, processando a informação expressa com tanta confiança por Potgas.
A jovem enfim decide que o mais sensato a se fazer naquela situação é explodir em risos até a barriga doer. Não é que ele fosse fraco, mas era do barba branca que Ace estava falando. O fodendo barba branca. Ace era mesmo um cara engraçado e muito bêbado também, para sair falando uma coisa dessas.
Era hilário ouvir alguém falando que iria arrancar a cabeça do velho Edward Newgate tal como se dissesse que iria matar um fulano qualquer. Nem seus superiores mais respeitados da instituição do governo mundial se atreveriam a declarar de forma tão banal um objetivo tão absurdo. A imprudência do jovem era admirável e o tamanho dos seus sonhos realmente invejável. Ela suspirou enquanto pensava, admirando o pirata sob a luz das estrelas.
— Você vai morrer se peitar um Yonkou. Que coisa de doido! Teve essa ideia sozinho ou te ajudaram a pensar nisso? Sei que tem muito masoquista por aí, mas você passou do ponto um tiquinho, camarada. — ela zombou, mas pelo menos ela admirava a confiança que ele tinha em si mesmo.
— Não me agoura! — Ace deu um empurrão nela com o ombro, envergonhado e bravo. Coçou o nariz sem graças e então pensou em uma forma de desconversar. Assim, desviando do insulto bêbado que recebeu.
Depois de acalmar seu ataque de risos ela sorriu largo, encarou Ace com uma expressão sonhadora e claramente bêbada, declarou:
— Se bem que... se for você, acho que talvez tenha uma chance, uma bem pequena. Só me promete que se encontar com o velho bigodudo, você vai me contar tudo sobre. — ela sorriu despreocupadamente, empurrando sua garrafa de rum em direção a ele para um brinde que firmaria aquela promessa.
Ace não exitou em bater a garrafa dele em direção a dela. Era muito gostoso encontrar alguém que acreditasse em sua capacidade de alcansar seus desejos mais profundos. Ainda mais que soasse tão sincera assim. O pirata sentiu-se feliz. — Nessa mesma ilha, nesse mesmo lugar, com essa mesma bebida. — Ace marcou e ela assentiu, sorrindo. Então ambos brindaram e beberam.
— Agora, falando sério, — ele cruzou as mãos atrás da cabeça e pareceu relaxado, bebendo um bocado e aumentando o tom da voz para se esclarecer de maneira confiante:
— Eu apenas decidi ser pirata por que eu quis. Precisa de motivo melhor? Foi a vida que eu escolhi.
— Sei, sei. Me engana que eu gosto. — a marinheira nem mesmo piscou, acenando para ele, crente que Portgas mentia que nem sentia.
— Tá bom, mas e você? — ele quis saber e virou o jogo.
A marinheira fez uma careta e olhou para o pirata, ambos voltaram a se encarar como anteriormente, agora mais de perto, a ponto das abas dos chapéus tocarem uma na outra, um toque tímido que foi chegando devagar e os assustou ao encostar.
— Por que quis ser da marinha? — Ace questionou novamente, agora baixinho e olhando na direção oposta da dela. Esperando uma resposta que envolvesse esperanças heróicas, cheias do famigerado sonho da justiça ideal.
De certa forma era até meio fofo. Ela parecia ser meio desse tipo... ou quem sabe, para homenagear um herói que marcou sua infância, assim como aquela marinheira dos cabelos de fogo que vivia na cola do seu bando.
Ela cerrou o cenho, verdadeiramente pensando em como responder aquela pergunta, mas ao encarar aquela questão chegou à conclusão de que não sabia respondê-la e a nova descoberta a deixou assustada. Foi como se um alçapão houvesse sido aberto sob seus pés, levando-na para dentro de um buraco escuro e sem fundo.
— Eu… — ela desviou os olhos, propondo-se a encarar o resto do fogo que ia se esvaindo.
Pensando bem, aquela foi a primeira vez em toda sua vida que a questionaram algo do tipo, o que era até engraçado, como que ela mesma não havia feito a mesma pergunta para si mesma?
O mais impressionante para a marinheira era como sua mente estava completamente em branco, procurando loucamente por uma resposta apropriada, mesmo após perceber que não sabia porque havia escolhido aquela vida que a fazia mais infeliz do que qualquer outra coisa.
— Eu… eu não sei?… — sua resposta à pergunta do novo colega soou mais como uma pergunta que ela fazia para si mesma. — Eu nunca pensei sobre isso. Nasci e fui criada dentro da ilha de Marineford, acho que nunca nem cheguei a pensar em outras opções. Quer dizer… o que mais eu poderia fazer, né? — ela divagou, longínqua. Não era segredo que não gostava muito do trabalho, agora muito menos do que no início, mas não esperava chegar naquele ponto. Parando para pensar, não fazia muito sentido mesmo.
— E eu lá vou saber? A vida é sua, não minha. — Ace a respondeu com indiferença, soltando um bocejo antes de dar uma olhada em como ela estava, intrigado. — Mas sério? Nunca pensou em fazer mais nada de diferente? Cuidar de um bar, trabalhar com alguma coisa? Eles devem precisar de quem trabalha fora da marinha dentro daquela base monstruosa, né?
A marinheira estava silenciosa, mexendo nas brasas do fogo com um gravetinho, pensando.
— Dá um tempo, se eu tô falando que não. — ela inflou as bochechas, irritada. Então suavizou a expressão e deu de ombros. — Sabe, apenas me pareceu natural me tornar aprendiz também e ir pra marinha igual todo mundo. Sempre me falaram que eu tinha talento pra isso. Além disso, todos na minha família são marinheiros, bom, todos mesmo o tio Bruno. Mas ninguém fala dele mesmo. Cresci vendo, ouvindo e até mesmo respirando a marinha. — ela deu sua justificativa com sinceridade, ameaçando o pirata com o graveto em chamas, irritada por ele interromper a sua linha de pensamentos.
Ace fechou o punho em volta das chamas do graveto e se irritou com ela de volta.
— Por que ficou brava comigo do nada? Maluca.
— Eu não tô brava. E o maluco é você! — ela agarrou a gola aberta da camisa dele.
— Eu não. — em resposta, Ace gritou de volta e segurou a gola da camisa azul que a marinhiera usava.
— Você sim.
— Eu não.
— Você sim.
— Eu não! — com as testas coladas e soltando fumaça pelos ouvidos, Ace parou por um momento, meio confuso.
— Ei, ei. Espera-se um segundo… do que a gente tava falando mesmo? — o pirata questiona, olhando no fundo dos olhos da marinheir. Percebendo o sentimento de raiva se esvair das janelas brilhantes e dar lugar a dúvida.
O pirata e a marinheira abrem a boca ao mesmo tempo, para falar, mas permanecem em um momento de silêncio, só para ter certeza de qual foi o motivo da discussão mesmo, mas não conseguem lembrar. No final, a Capitã da de ombros e apenas responde:
— Sei lá.
E com tudo aquilo parecendo uma perda de tempo os dois se soltam e caem na risada, indo logo beber um pouco mais. Parece o mais natural a se fazer, em seguida, voltam a se sentar no chão lado a lado.
— Ah! Lembrei! — Ace exclama. Bate o punho na mão na aberta e vira para o lado, procurando olhar para a marinheira. — Sabe, o meu velho… ele é um oficial da marinha, um desses fodões, sabe?
— Seu velho… tipo seu pai? — ela imagina um velho que se parece com o homem ao seu lado, inconscientemente levando o assunto para outro lado. — Se é assim eu devo conhecê-lo… Quem é? Não é querendo me gabar, mas eu conheço um monte desses figurões. O almirante de frota, Sengoku me adora.
— Não, credo. Não. — Ace balança a cabeça de um lado para o outro, negando veementemente e a interrompe. — Tá mais pra… tipo meu avô ou algo assim? Mas bem mais ou menos. Ele me criou quando era criança e depois me jogou com uns bandidos por aí. — Ace está incerto.
O pirata não sabe o que parece pior, o fato de ser filho do maior criminoso do mundo ou pensar que o velho Garp poderia ser seu pai (ou avô) biológico. Todas as possibilidades eram igualmente terríveis.
Depois de se perder na conversa mais uma vez, ele encara a marinheira de canto e continua o assunto:
— Bom, ele vivia brigando comigo e com meu irmão pra gente entrar na marinha e nem por isso eu entrei. Sempre quis ser pirata. Afinal, a vida é minha, quem decide como viver ela sou eu. Vou atrás daquilo que acredito que seja certo e o que eu quero. Eu não sei por qual motivo nasci, mas acho que vivendo minha vida uma hora eu descubro isso. Apenas procuro não ter arrependimentos.
— Uau. Tem um criminoso procurado me passando sabão e dando conselhos de vida. Devo ter chegado no fundo do poço mesmo. — ela zombou da própria situação com um certo amargor na língua. — Se bem que eu nunca pensei sobre isso... e eu também nem sei o que quero. Na verdade, acho que nunca nem tentei descobrir. Então talvez você tenha esse direito mesmo.
— Vai fazendo coisas que gosta, uma hora você descobre. — ele sugeriu. — Além do mais, de onde eu venho costumam dizer que: pra quem não sabe o que quer, qualquer coisa serve.
— Foi assim pra você? — a marinheira ergue uma sobrancelha, curiosa.
— Claro que não. Eu sempre tive um objetivo bem claro.
— Oh! Valeu. — Ela cruzou o s braços e soltou um muxoxo fininho, chateada. Ficou em silêncio e pôs-se a pensar um pouco.
— Vai me dizer que você não sabe do que gosta? — Ele olhou para ela com desconfiança.
— Eu... eu não sei. Mas você me olhando assim também não me ajuda a pensar, sabia? — ela explode, bufando. Deita no chão com os braços esticados e, erguendo os pés para o alto, põe-se a olhar para o céu. Estalando a língua no céu da boca e imitando o barulho dos ponteiros de um relógio, decidindo não pensar em nada difícil.
— Olha, eu gosto muito de beber, mas acho que não conta.
Ace deita ao lado dela no chão, rindo. Os dois olham para o céu estrelado por alguns segundos, em silêncio. Então o pirata a chama:
— Ei, tem algo que tá na minha cabeça faz um tempinho. Não quero te ofender nem nada, mas você nunca pensou em ser, sei lá? Pirata? — Ace pergunta de mansinho, como quem não quer nada. Então ela vira o pescoço bruscamente em direção a ele e os dois se encaram. Ela consegue ver nos olhos dele que aquele questionamento vem de uma dúvida sincera. Só a ideia fazia seu estômago reviraram em ansiedade e as mãos suarem.
Ele não podia nem fazer um quatro sem cair de bunda, mas havia percebido como os olhos dela estavam brilhantes quando a marinheira escutou as meias verdades sobre suas aventuras. Ou até mesmo como ela parecia animada falando a respeito dos grandiosos piratas aventureiros com quem havia tido a oportunidade de conversar dentro da prisão de maior segurança do governo nacional… dos com quem teve oportunidade de brigar, ou dos quem era fã.
— Pirata? Eu? — ela aponta para si mesma com o polegar, encarando o moço com incredulidade. Pareceu uma piada. Entretanto, o pirata procurado continua:
— É. Você. Você parecia tão interessada nessa vida bandida. E eu acho que, se me permite dizer, pelo jeito que você fala, nem parece que você gosta tanto assim da marinha mesmo, então não vai fazer diferença, né? — seu ponto de vista é simplista. — O que ainda está mantendo você aqui, além da responsabilidade que essa sua função põe sobre você? Até onde eu vejo, você não é uma das marinheiras mais entusiasmadas que já conheci. — ele dá de ombros. Em sua cabeça fazia pleno sentido. — Não é todo marinheiro que para uma captura para chamar um pirata pra beber.
Ela olha bem fundo nos olhos dele, sentindo a sinceridade do seu ponto de vista e sente-se derrotada. Seus argumentos foram instigantes e fazem com que a marinheira reflita por um breve momento enquanto bebe.
— Você não está totalmente errado, eu não exatamente adorooooo, adoro, amo de coração, entende? Os marinheiros não são bem os mocinhos da história. Eu não sou idiota para acreditar que toda essa propaganda de justiça seja verdadeira e sincera e também não sou burra para achar que os piratas são heróis. Mas pensa, ser a única mancha negra em meio a gerações e mais gerações de marinheiros? Acho que todos ficaram meio desapontados. — é nisso em que primeiro pensa.
— E o tio Bruno? — Ace questiona, pois se bem lembrava, ela havia comentado que esse tio não era marinheiro.
— Primeiro, não falamos do tio Bruno. E isso já tem mais de 20 anos. Ele é da época dos meus pais.
— Credo, que família rancorosa. — ele apontou desapontado, questionando como ela sequer sabia do tal tio Bruno se ninguém falava dele. Mas isso era assunto para outra conversa de bêbado. — Mas que você não gosta e dá pra ver, heim. — Ace aponta tomando a bebida dela e engolindo.
— Eu apenas não queria ser uma grande decepção. Prefiro deixar o cargo de desgosto da família sendo ocupado pelo meu tio. — Ela desconversa. Ace a observa desapontado e pensa que não vai mais insistir no assunto. Ela já havia respondido. Uma pena que o sentimento acabasse se tornando grilhões dela, família não deveria ser assim, não família de verdade. Seu semblante se torna triste e o pirata lembra do irmão mais novo deixado no east blue.
— Como é sua família, Portgas? — ela questiona para fugir do clima de enterro, lembrando que ele havia mencionado sobre o irmão e um cara que ele disse ser o "velho dele".
Ace olha para o horizonte e sorri. — Tenho um irmão da mesma idade, mas ele faleceu muito jovem. E um mais novo, mas não é de sangue. Sempre achei que ele fosse um barulhento, pé no saco. Mas sabe que eu sinto falta dele? — e riu. — Inclusive, era nele em quem pensava agora. Te falei deles antes do Luffy, lembra?
Ela sorri assentindo, recordando as histórias de infância que ele havia contado. A ternura com que ele fala do irmão está muito mais do que perceptível e a marinheira não deixa de pensar em como, apesar de não serem parentes de sangue, aqueles dois tem sorte de ser a família um do outro.
— Entendo o sentimento.
— Capitã, por que não se tornou uma pirata? Aí você poderia viver as próprias aventuras ao invés de ficar perguntando para os outros por suas histórias. — Ace quebrou o silêncio que surgiu, havia dito a si mesmo que não voltaria no assunto, mas quando percebeu já havia feito a pergunta. A dúvida se impregnara em sua mente de um jeito indescritível, ele tinha que acabar aquele assunto.
— Se não quisesse contar, não contava. — a jovem revira os olhos, colocando a mão no rosto do pirata e vira ele para o lado, ao mesmo tempo que gira a cabeça para o lado oposto. — Essa conversa está ficando fora de controle, Portgas. Eita! Tu é bem quente. — ela adiciona com espanto. Apertando as bochechas dele com ambas as mãos.
— Qual é? — Ace agarra o pulso dela e puxa para baixo, impedindo que ela o sufocasse. E fica surpreso por a encontrar com um semblante sério.
Mordendo a unha do polegar, a marinheira olha diretamente para o pirata e põe-se a murmurar:
— Mas será? isso não seria maldade com toda minha família? Eles sempre acreditaram tanto no meu potencial como marinheira... Minha vozinha iria chorar horrores, garanto.
Entretanto, Ace a interrompe antes que ela completasse seu raciocínio, pedindo desculpas:
— Por acaso esse é um assunto que eu não devo tocar? Tudo bem se não quiser por sua vozinha no meio. — ele olha para ela de canto com cuidado, ela parecia prestes a chorar e tudo o que ele menos queria no momento era uma bêbada chorosa em seu pé, ele poderia acabar chorando também.
O pirata espera um sinal para que pudesse prosseguir. Pensando com cuidado, na medida do que seu raciocínio bêbado permite, nas palavras que dirá seguir.
— Você é sua própria pessoa... uma mulher totalmente crescida que merece ser livre das correntes que outros colocaram sobre suas costas, sabe? Não precisa de tudo isso, apenas seja quem você quer ser e faça o que quiser fazer. É simples. — ele não era ninguém para dar conselhos e se intrometer na vida dos outros, mas já estava bêbado demais para pensar muito em certas coisas. Provavelmente, nunca esteve tão bêbado assim antes, acompanhar aquela marinheira era cilada, ela era muito boa de copo. Então, se deixassem ele iria falar mesmo e falar muito.
— Não se preocupe, falar disso não me incomoda. — ela acena com calma. Ace era bem educado para um pirata, aquilo era refrescante.
Suas últimas palavras fizeram com que a marinheira se sentisse envergonhada e ao mesmo tempo, foram estranhamente reconfortantes. O fato a deixou sem nada para dizer de volta, encarando o solo até que pensasse em algo para redirecionar o assunto.
— Pra falar a verdade, minha vozinha só iria chorar por eu ser um desgosto à família mesmo. Igual ela fez quando descobriu que meu tio Bruno fugiu com uma Kuja para os cafundós do East Blue e olha que ele nem era marinheiro de verdade ainda, estava em treinamento. — ela comentou exasperada, procurando sumir com o silêncio que se formou logo em seguida, enquanto ainda processava as palavras gentis do pirata.
— Nossa. As Kuja não são aquelas piratas que detestam homens? — Ace questionou, incrédulo.
— São sim, mas elas não são más, só meio misândricas, mas má não. Se você não for um homem elas vão te tratar bem, já dei uma parada lá na ilha delas uma vez. Nem todo pirata é mal. — ela contou e ouviu Ace murmurar "sortuda" com uma carranca na cara. Ela apenas riu e continuou falando: — Sonhe com a ilha das mulheres até o dia de sua morte, pirata. — ela riu dele. E continuou:
— Bom voltando no meu tio… para você ver como essas coisas do coração são bem doidas. Portgas, você tinha que ver, foi um escândalo enorme. Ninguém da família fala no nome dele até hoje e isso já tem uns vinte anos. — ela deu risada, fofocando. — O tio teve até uma filinha, quando eu andar pelo East Blue vou visitar eles. Ela já deve ter a minha idade hoje. Tenho muita vontade de os conhecer. — ela divagou sobre seus planos.
Ace acha um pouco de graça daquela dinâmica. Com aquilo dito, confirmou o que havia pensado anteriormente sobre a família dela, ele chega a sentir-se um pouco deprimido por tudo.
— Mas sabe, os piratas não deviam ser os caras maus? Pelo menos eu nunca ouvi falar que um pirata que fosse um herói bonzinho. — ele brincou e arrancou uma risada espirituosa da marinheira.
— Você tem um bom ponto. — ela sorriu, mostrando-se mais confiante depois de ouvir as palavras dele e franze o cenho pensando no último argumento do pirata.
— Se vocês não forem maus, nós da marinha não existiríamos. Mas ah, pera! Tem um sim! O Gol D. Roger! De certo ponto de vista, o cara foi um herói para toda uma era. Criminoso e escória para muitos, claro. Mas a jornada de aventura dele serviu de inspiração. Minha vozinha até trocou uns tiros com ele mais de uma vez e inclusive se juntou com ele para derrotar o bando dos poratas Rocks. Ela me contou. — A marinheira se gabou.
— Eu não gosto desse cara. E você veio de Marineford mesmo, tem certeza? Porque eu tenho certeza que ninguém pensa nele como um herói. — Ace faz careta estalando a língua e se deita no chão de braços abertos. Ele tinha seus motivos para não gostar do rei dos piratas, uns bem plausíveis, inclusive.
O assunto morre, mas a marinheira parece estar animada desta vez, ela espera um longo momento e engatinha para o lado do pirata e senta no cascalho fresco.
— Ei, Portgas, vem cá. — ela assustou cautelosa, acenando para ele.
— Fala. — Ace ergue o tronco para poder ver ela e espera meio curioso pela pergunta.
— Nós meio que somos colegas agora, né?
— Parceiros, irmãos. Isso até você voltar a querer ir atrás da minha cabeça de novo. — ele sorri, caloroso, levantando e lembrando de reunir suas coisas para ir embora. Havia recordado da tripulação que estava no navio enquanto eles estavam descansando da briga, Deuce mesmo iria ficar uma fera quando ele voltasse.
Ace observou a marinheira sorrir de volta para ele e gostou, havia feito uma boa amizade naquela noite, quem diria?
Ambos podiam viver realidades completamente opostas e terem passado por situações bem diferentes, mas tinham conflitos familiares de certa forma. Ele simpatizou, esperando que ambos pudessem viver as próprias aventuras e superar tudo isso, de preferência, longe da família.
O pirata se prepara então para a despedida.
— Ossos do ofício. — ela dá de ombros, indiferente. — Mas são águas passadas. Prometo. — a marinheira ergue o dedo mindinho. — Gostei disso de parceiros. Você é um cara muito legal. Eu estava pensando… se eu largasse a marinha você me aceitaria no seu bando? — ela pergunta cheia de curiosidade.
— Você mudou de ideia muito rápido! — Ace aponta para ela boquiaberto e pasmo. Onde estava a marinheira indecisa e com medo de decepcionar a vozinha de minutos atrás?
— Acontece. — na verdade não. Que pessoa em posse de suas faculdades mentais decide simplesmente confiar e amarrar seu futuro a um completo estranho e supostamente um inimigo? Pois é, ninguém. Talvez houvesse bebendo demais naquela noite, a ponto de não estar em seu sentido mais apurado.
— Sua vozinha não iria chorar horrores?
— Sim, mas ela supera a decepção. A velha é dura na queda. Tá na ativa da marinha até hoje.
O pirata para com os olhos esbugalhados, bastante surpreso com o pedido. Tá legal que ele havia sugerido, mas não esperava que ela fosse mudar de ideia tão rápido, nem que fosse pedir para se juntar logo ao bando dele.
De certa forma, Ace gostou daquela decisão, não mentiria. Ele admirou profundamente toda a coragem que a marinheira demonstrou, sua atitude e a força monstruosa. O pirata realmente só não estava tendo tanta fé nela. Pessoas indecisas e sem forças para mudar o próprio destino são meio lamentáveis, e disso ele sabia bem.
Ace senta de volta no chão, jogando a mochila verde de lado com um largo sorriso aberto. Ele pega a garrafa de bebida que havia sido deixada jogada e toma um bocado, jogando o chapéu para trás, para poder coçar a nuca enquanto pensa. Deixando a marinheira ansiosa por sua resposta.
Então ele finalmente abre um largo sorriso e dá uma batidinha nas costas dela, cumprimentando a moça, descontraído. Entrelaçando o dedo mindinho ao dela que esperava ansioso.
— Até que não é uma má ideia, hein, tu até que é gente boa, capitã. Saiba que quando você quiser vir, os piratas de Spade estarão com os braços abertos para você. — ele inclina sua bebia em direção a ela, para que pudessem compartilhar o momento.
— Mesmo? valeu. — ela sorri de volta, parecendo bem feliz. Toma a garrafa das mãos dele sem aviso e termina de beber de uma só vez e a levanta. — Um brinde aos novos caminhos! — e ele a acompanha, pegando outra garrafa e bebe tudo também, bastante entusiasmado naquilo que seria uma definitiva saideira. — Um brinde! — Ace declara.
Mas em seguida, ela faz algo inesperado. A capitã puxa o dendenmushi que estava guardado no bolso e acena para o pirata ao seu lado, indicando que ele chegasse mais perto e desta forma, espera para ser atendida. Portgas, ao seu lado assiste a tudo atentamente, curioso com o que ela estava fazendo. O caracol toca por um longo momento, até alguém atender do outro lado da linha.
— Alô, oi. Aqui é a Capitã [Nome]. Estou ligando para dar atualizações novas sobre meu encontro com o novato procurado. — Então fez uma pausa para escutar. — Como sabem, dias atrás, separada de minha tripulação, encontrei com Portgas D. Ace e os piratas de Spade no sul da Grand Line e eu venho dar o meu último informe oficial a respeito. — mais uma pausa, mas dessa vez mais curta que a anterior. — Tô deserdando a marinha. Sim, não, não, exatamente. Não. Você não escutou errado. Tô caindo fora.
— Ei, o que você pensa que está fazendo? — bêbado, Ace grudou no ombro dela, rindo. Sussurrando suas palavras de surpresa em um tom consideravelmente alto bem no pé do ouvido da moça, achando tudo aquilo um absurdo sem tamanho e engraçado. Ele pensou que fosse alguma brincadeira, mas pelos barulhos que escutava vindos do denden mushi dificilmente seria algo do tipo.
A marinheira desertora empurrou o pirata no chão com a mão desocupada e riu de volta, erguendo o denden mushi alto para que o pirata não alcançasse.
— Estou desertando, ué. — ela respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Ace a cortou, dando risada do quão sério ela estava a respeito da decisão ridícula.
— Tem certeza? Você está bêbada. — ele apontou, fazendo uma ótima observação.
— Estou, mas são nesses momentos que você tem as melhores ideias! Eu nunca estive mais lúcida, Portgas.
Tendo dito isso, ela voltou sua atenção para o caracol e voltou a falar com o correspondente do outro lado da linha:
— Ainda está na linha? Avise para meus superiores que a partir de hoje sou uma pirata e conquistarei todo o novo mundo sob as ordens de Portgas D. Ace, capitão dos piratas de Spade e não tentem me fazer mudar de ideia. Fala pro velho Sengoku que eu vou ter que ficar devendo as bolachas de arroz dele. — ela faz uma pequena pausa para ouvir o que o outro lado tem a dizer, então volta afirmando: — Não, não estou em perigo, muito menos sendo coagida pela tripulação. É livre e espontânea vontade. Eu cansei de vocês.
Então, fez uma longa pausa, parecia irritada enquanto escutava o que a pessoa para quem ligou havia a dizer a respeito disso. Ace assistiu de perto, se esforçando para espiar toda a conversa, segurando a risada daquela situação surreal e tentando falar com a marinheira ao mesmo tempo em que ela estava na ligação. O que acabou resultando em uma grande bagunça.
— É claro que eu tô falando sério, por que não estaria? E nem vem me falar que eu tô bêbada, okay? Eu sei bem que estou. — ela confirma sua escolha para o correspondente da marinha, mantendo-se firme com a decisão tomada. — Diga à minha família e aos meus subordinados que sinto muito, bom, na verdade não, mais ou menos. Na verdade, diga vou sentir saudades. Por último, vá se foder Vice-Almirante Deloai. Eu nunca gostei de você mesmo. Babaca.
Ela desliga o dendenmushi, mas logo em seguida ele volta a tocar e tocar.
A ex marinheira olha para Ace de olhos arregalados, pálida como se estivesse acabado de ver um fantasma, parecendo tomar noção do peso de sau ação. O pirata encarou em silêncio, não conseguindo mais rir, sem saber o que falar na hora. Ambos chocados com o que havia acabado de acontecer
— Eu fiz mesmo isso? — ela perguntou para Portgas.
— Fez sim. — o pirata assentiu com cuidado.
— EU FIZ MESMO ISSO! — ela gritou dando um abraço nele de surpresa, jogando o pirata no chão, em êxtase pelo resultado do seu ato de coragem.
Logo em seguida, atingida pelo peso das ações, ela sentou em cima do peito de Ace e colocou a mão na cabeça, chocada.
— Eu fiz mesmo isso… Eu fiz! Eu mandei o Deloai se foder! — Seu humor mudou rapidamente e logo estava alegre de novo. Levantou em um pulo, virou o boné branco para trás e tirou a blusa branca de manga, amassando o uniforme branco meio sujo e em seguida o jogando na fogueira. Abriu outra garrafa de cachaça e bebeu um bocado antes de jogar o resto para alimentar o fogo.
— O que você tá fazendo?! — Ace agarrou o braço dela, antes que a jovem se queimasse com o fogo que aumentou de uma vez.
— Qual é? Você pensou que eu estava brincando, Portgas? Ou melhor... capitão Ace!
Ele tomou alguns segundo necessários para digerir os últimos acontecimentos e choramingou, vendo a última garrafa indo embora.
— Você podia ter dado pra mim! — ele reclamou, observando o fogo aumentar gradualmente. Agachando ao lado da desertora.
— Desculpa. Acho que tem mais um restinho — A mulher se levanta e olha com cuidado para o fundo da garrafa, tentando não derramar o que ainda estivesse lá e quando confirma. Ela a vira a garrafa de ponta cabeça despeja o resto dentro da boca de Ace, que abre bem os lábios e estica a língua para fora da boca, dando seu melhor para não deixar que nem uma gota fosse desperdiçada. (O que, infelizmente, não tem uma taxa de sucesso muito alta, já que ele termina com álcool pingando em seu pescoço e parte do rosto).
Ace termina de queimar o casaco, jogando mais fogo na pequena fogueira.
— Acho que eu tenho que te dar Boas-vindas aos piratas de Spade ou algo assim agora. Nós temos que celebrar! — o jovem pirata começa meio indiferente e se torna muito animado durante a declaração final. Chamando a atenção dela que estava presa em seu ex uniforme branco virando cinzas.
A jovem olha para o pirata, ele usa a ponta do dedo para erguer o seu chapéu de cima dos olhos, que inclusive estava parcialmente pegando fogo também. É, ela tem de admitir para si mesma que aquilo tem sim um certo estilo e sorri para ele, agradecendo.
— Acho que isso dá uma comemoração mesmo. O bar daqui ainda tá aberto. Dá pra gente comprar umas bebidas, levar pro navio e vazar antes que mais alguém da marinha pra essa ilha. — Sugeriu.
— Boa ideia.
E que boa ideia, heim. Ela conseguia se lembrar bem do choque da tripulação quando a inimiga entrou no navio segurando várias garrafas de rum ao lado do próprio capitão logo atrás carregando bebida e rindo. Anunciando a todos que a tripulação tinha uma nova companheira.
Após isso, a noite foi extremamente divertida. Cheia de comemorações, comidas gostosas, cantoria e bebida para acompanhar. Lógico que eles tiveram de explicar o que havia acontecido, e com isso, a marinhaira foi simplista. Contou a todos que havia feito o pedido e o capitão acatado, Ace apenas confirmou a história, acrescentando que ele havia a visto de perto desertar do posto bem na sua frente e como tinha mandado um Vice-Almirante se foder.
Foi uma história interessante pelo que ela se lembrava, mas não muito crível.
A moça não tinha a mínima ideia de onde estava seu dendenmushi, mas tinha certeza que a essa altura ele estava tocando como louco, o pobre caracol. Era meio engraçado pensar na forma como havia lutado tanto para construir tudo o que tinha na vida, sua reputação na marinha, seu nome, sua posição, a boa relação cultivada com todos na própria família... tudo para abdicar em poucas horas de uma noite qualquer.
Quem diria que a filha exemplar, a mesma que havia acumulado grandes feitos, tornando-se a mais jovem na família a alcançar o posto de capitã. Logo quem era a promessa de trazer o posto de Almirante para a família de marinheiroa novamente e que era detestada por majoritariamente todos os primos, pois sempre era usada como um exemplo, tinha desaparecido por dias e então simplesmente ligado completamente bêbada, dizendo que estava se juntando à uma tripulação pirata.
E como se não fosse suficiente, ainda faltou com respeito a um superior. Anunciando assim, o início de sua vida como criminosa. Vergonhoso era eufemismo, bem no mínimo, mínimo mesmo.
Quem diria que havia trabalhado tanto e gastado tantas energias em prol daquela vida, de corresponder às expectativas que sua família, seus subordinados e superiores tinham para com ela, apenas para jogar fora em uma única noite de bebedeira com um completo estranho. Realmente engraçado mesmo.
Definitivamente deveria começar a maneirar pra ontem na quantidade de álcool que consumia.
Ela encarou as velas abertas no mastro, então um dos piratas passando pelo convés, sorriu para ela, voltando a atenção para moça ao notar que a nova integrante estava acordada.
— Bom dia, Marine. — Deuce acenou animado. Ela acenou de volta com um sorriso amarelo. Eles a chamam assim agora, tudo por causa do boné que ela insistia em manter na cabeça, mesmo após ter abdicado do posto e queimando o uniforme.
Merda. Não, não foi engraçado nada, foi assustador  assustador pra caralho (mas só um pouco engraçado, de um jeito meio irônico). A incerteza que aquele momento de autoconsciência a proporcionou foi desesperadora. 
Mas... O mais estranho mesmo, era que mesmo diante de toda essa situação e desse misto de sentimentos conflituosos ela estava (apesar de toda a ressaca, ânsia de vômito, vertigem, lambidas daquele gato enorme e a baba do capitão escorrendo até embaixo das suas costas) incrivelmente feliz como nunca estivera em anos. A jovem encontrava-se completamente satisfeita pela primeira vez na vida com uma decisão que havia tomado. Mesmo sem ter ideia do que pretendia com aquele passo no escuro.
 Como diabos era possível ficar daquele jeito? Sentia-se mais viva e realmente no controle da própria vida, de alguma forma liberta. Em anos, aquela a primeira vez que fez algo que realmente queria fazer e não podia sentir-se melhor. A sensação era de fato ótima.
Seu coração batia angustiado, mas ao mesmo tempo ela também sentia aquele friozinho gostoso na barriga. Estava longe de casa e da marinha. O cheiro da salmoura e o sol das ondas parecia o mesmo, mas seu coração batia com leveza, era como se um peso houvesse sido retirado das suas costas e agora ela fosse livre, finalmente. Encontrava-se ansiosa pelo caminho desconhecido à sua frente, louca para desbravar as novas terras com todas as suas forças. Parecia ser um sonho, pura maluquice. Talvez até descobrisse algo que gostasse mais do que tudo, ela estava animada.
Olhando de canto para Ace, a nova pirata sorriu satisfeita, foi grata por seu encontro com aquele homem e decidiu que seguiria seu espírito livre até os confins do oceano, pois havia encontrado nele um bom amigo.
Ela afagou os cabelos do pirata de um jeito terno, silenciosamente. Percorrendo a palma da mão pela extensão das costas do dele até a base e então subindo pelo mesmo caminho sinuoso com a ponta dos dedos. Parando na nuca, deu um tapinha na cabeça dele (o que não foi suficiente nem para fazer cócegas no pirata, ou chegar a perturbar seu sono).
Imprudentemente, decidiu pegar o resto da bebida e derramar na cara de Ace sem cerimônias. Já estava cansada de servir como travesseiro para ele, dormente, além de também estar completamente faminta. Precisava dar uma volta e ir atrás de algo para comer logo ou então daria um ataque bem ali mesmo.
Ace acordou em um pulo, tossindo e com os olhos ardendo. Ele se ergueu de joelhos sobre ela, apoiando uma das mãos ao lado da cabeça dela, enquanto usava a outra para limpar o rosto. 
— Mais o que você está fazendo? — ele ergueu a voz meio rouca devido ao fato de que havia acabado de acordar, fazendo uma careta mal-humorada, enquanto era atingido por uma dor de cabeça infernal que nem sequer esperou que ele acordasse apropriadamente para se manifestar.
Ela se encolheu, juntando os braços sob o peito em defensiva, movendo-se por reflexo e olhando nos olhos dele, enquanto Ace a encarava de olhos esbugalhados e lábios repuxados para baixo, afinal, por que eles estavam juntos daquela forma de manhã mesmo? Foi um momento estranho.
Sua cabeça voltou a girar, mas a ex-marinheira manteve a compostura. Relaxou no convés apoiando a cabeça em um dos braços, em seguida deu um aceno para Ace. Piscando brincalhona, enquanto pousa a ponta do dedo no meio da clavícula dele, despreocupadamente percorrendo em uma linha o caminho através do peito, desenhando por entre os músculos dele até chegar na altura do umbigo. Causando assim, um arrepio na espinha do pirata. 
Ace arregalou os olhos, sentindo o rosto esquentar enquanto o sangue subia para a face, sem saber como reagir a toda aquela informação que estava recebendo logo ao acordar.
— Te acordando pra dar bom dia, capitão ~ 
E respondendo, ela virou para o lado e vomitou horrores. Aliás, que forma esplêndida de se começar o dia!
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cristotudoemtodos · 5 days
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“Por que o pecado é algo tão terrível? É porque ele é cometido contra Deus! Como podemos não tremer diante disso? É porque não compreendemos o que isso significa! E por que não compreendemos o que isso significa? É porque não sabemos quão glorioso e bendito Deus é! É uma coisa terrível quando percebemos contra Quem nós pecamos. Como os puritanos costumavam dizer, nós não pecamos contra um pequeno líder de uma simples cidade, mas contra o Rei da Glória, Aquele que está assentado no mais alto e sublime trono. Imagine isto por um momento: Deus está no dia da criação, dizendo aos planetas que se coloquem em determinada órbita no espaço, e todos eles se curvam, dizem “Amém!” e Lhe obedecem. Ele diz às estrelas que ocupem seus lugares no céu e sigam à risca o Seu decreto, e elas todas se curvam e Lhe obedecem. Ele diz às montanhas que se ergam e aos vales que se afundem, e eles se curvam e O adoram. Ele diz ao bravo mar: “Você virá até este ponto e daqui não passará”, e o mar O adora. Porém, quando Deus lhe diz “Venha!”, você diz “Não!”. - WASHER, Paul. O Verdadeiro Evangelho: redescobrindo a mensagem mais importante da Escritura. 1. ed. 2. reimpr. São José dos Campos: Fiel. 2016. p. 25. @cristotudoemtodos www.blogcristotudoemtodos.blogspot.com
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fulloffears · 1 year
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Tu ausencia me marea, tu presencia es una marea, bendito el día en que me comencé a ahogar.
Canto penas, canto apenas, hasta la voz me dejó de funcionar. Suenan las quenas, en la lejanía, el sonido de tu despertar, quejas ajenas a la condena que significa para vos el respirar.
Tangos llenan lo inllenable, el aire frio de este desamor, tanto llena lo inllenable que casi olvido que soy puro vacío.
Madre de todos, Madre o Todo? me estoy poniendo spinoziana, insoportable.... quien anda en lodo lo deja todo en manos de lo inescrutable.
Impura mi alma, y pura el alma de los que caminan sin andar buscando, yo busco un alma que no depura a quien no conoce lo inexplicable.
Esta alma mía no tiene respiro, y el respiro es piro, fuego puro y prueba de un existir, pero si mi ánima es exterior a todos mis sentidos, no sé si puedo a llamar esto existir.
Existo, excito, éxito, existo pasionalmente, excito pasiones, éxito de las pasiones, hace rato dejé de pensar, soy un cuerpo maniatado por las cadenas de la irracionalidad.
Muerte en silencio, muerto el silencio muerta la peste de la habladurías, me encantaría que este sea el final de mis días, que no son días pues el tiempo no pasa cuando hay muerte en el alma, como pasa con esta alma mía.
Soledad, fria soledad, sola el alma, dulce y joven en edad, tratando de sostenerse de estos restos de cuerpo que quedan de lo que alguna vez fui yo, ahogada en ríos de veracidad, nunca de verdad. La soledad ha matado a la verdad. Me miento para seguir acá.
Me hablo de una esperanza, me digo espera el alza de la buenaventuranza, aguanta un poco más, resiste corazón, pero está quieto hace tiempo, lento y poco contento, por eso me olvidé quién soy.
Soy el viento que no corre, el mar que se quedó sin olas, el sol que alumbra pero solo deja sombras, soy puro restos, migajas, minúsculas partes de algún ente, ontologicamente alejada de ser, algún sinónimo de casi nada, perdida en lo intrascendente.
-fulloffears
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danitepate · 6 months
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"Si si" (Charles Bukowski)
cuando Dios creó el amor no ayudó mucho
cuando Dios creó a los perros no ayudó a los perros
cuando Dios creó las plantas no fue muy original
cuando Dios creó el odio tuvimos algo útil
cuando Dios me creó a mi, bueno, me creó a mí
cuando Dios creó al mono estaba dormido
cuando creó a la jirafa estaba borracho
cuando creó las drogas estaba drogado
y cuando creó el suicidio estaba deprimido
cuando te creó a ti durmiendo en la cama
sabia lo que hacia
estaba borracho y drogado
y creó las montañas y el mar y el fuego al mismo tiempo
cometió algunos errores
pero cuando te creó a ti durmiendo en la cama
"acabo" sobre su Bendito Universo
—Charles Bukowski
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yume-fanfare · 1 year
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definitely every thing ever has happened this june and i do not want to repeat it ever again
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esuemmanuel · 1 year
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En estos momentos me vuelvo agua... lágrimas de sal contenta... riachuelo de gozo... Eres la visita de un ángel, porque sé... sé que has sido enviado por un ángel... Siento en mi pecho el roce de Su mano, en el centro de mi corazón yace escarbando Su dedo y pinta, con la gloria del Cielo, un mar inmenso de azules transparencias, de oleaje magistral... Un mar que baña la playa de mi ser más banal, transformándolo en un ápice de nada para volverme en materia sagrada, dándole a mi alma la vasija perfecta para transitar esta vida... para pisar esta tierra... Tu presencia aquí no es coincidencia... Has sido enviado para recordarme la sapiencia, el candor, la templanza... Eres un pedazo de Dios, una chispita de Su esperanza... ¡Bendito ángel humano, gracias!
— Esu Emmanuel©, In these moments I become water… tears of happy salt… rivulet of joy… You are the visit of an angel, because I know… I know that you have been sent by an angel… I feel in my chest the touch of His hand, in the center of my heart lies digging His finger and paints, with the glory of Heaven, an immense sea of blue transparencies, of masterful swell… A sea that bathes the beach of my most banal being, transforming it into an iota of nothingness to turn me into sacred matter, giving my soul the perfect vessel to pass through this life… to tread this earth… Your presence here is not a coincidence… You have been sent to remind me of wisdom, candor, temperance…. You are a piece of God, a sparkle of His hope…. Blessed human angel, thank you!
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hablandodelavida · 5 months
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Mi casa elegida
Te echo de menos, Madrid. Hay muchas personas que te detestan, que piensan que eres una ciudad saturada llena de ruido molesto y gente con prisa. Que solo tienes conciertos multitudinarios, espectáculos de fuego y parques de atracciones. Que únicamente sirves de paso para alcanzar otros destinos y que eres, de manera irremediable, una casa por accidente, el sitio donde el trabajo aflora y de donde huyen cuando el tiempo se libera. Muchos te ven como una gran nube gris, peligrosa en las esquinas, cansada y envidiada al mismo tiempo, casa de muchos y hogar de pocos. Hay quienes desmerecen tu asfalto porque desconocen que tu mar es otro. Lo reconozco. La primera vez que llegué a ti, lloré. A menudo, muy a menudo, me he alejado para mirarte desde lejos. Otras tantas he querido gritar y olvidar tu ruido. También he maldecido tus calles grandes, tus barrios amplios, tantas esquinas donde no poder encontrar de repente los besos que buscaba. He necesitado tomar aire, otro aire, y expulsarlo en ti. Irme para volver. Marcharme para aprender a buscarte. Cerrar los ojos para verte. Pero yo conozco tu silencio, ese que suena cuando se prenden las farolas a media tarde. Lo he buscado, lo he necesitado y lo he escuchado. Recuerdo los días en los que me sentía tan minúscula que salía a buscarme entre la gente: cuantas más personas había, más protegida me sentía. Y recuerdo, también, lo fácil que era dar con tus escondites cuando quería hacerme invisible. Tú siempre tan amable. Pienso a menudo en aquel viaje en el que llegué a ti buscando un amor que nunca fue para que fueran otros. Apenas cumplía veinte años y tenía ganas de comerme el mundo empezando por ti. He conocido tu noche, me he dejado la piel en ella y he preferido saber a qué hueles cuando todo el mundo duerme. Después, he salido de mi habitación para que me enseñes los siguientes pasos. He visto cómo levantaste el mismo puño millones de veces ese bendito 8 de marzo, he hecho historia a tu lado en la Puerta del Sol cuando nadie creía en nosotros y he encontrado en ti la defensa que me negaban en otros lugares. He celebrado los atardeceres desde Tirso de Molina, cobijada entre las flores. Son tus calles las únicas en las que retraso la vuelta a casa porque ya me siento en casa cuando paseo por ellas. Eso solo me pasa contigo. Me has dado amor profundo y real, me has dado ilusión de la que daña, me has dado pasión incontrolable y una libertad que defenderé hasta que muera, me has dado tristeza absoluta y también la manera de comprenderla, me has dado la nostalgia que se enciende con las farolas por la noche, me has dado rabia y la fuerza necesaria para combatirla, me has dado voz, me has dado palabra. Hoy te escribo desde otro sitio donde estoy cogiendo aire, todo el que puedo, para soltarlo en tus pulmones y empezar, de nuevo, a tu lado, otra vez, porque sigo con hambre y porque hace tiempo que dejaste de ser una ciudad por accidente y te convertiste en mi casa elegida. Porque yo sí te echo de menos. Pero siempre vuelvo. No vayas a olvidarte nunca de eso.
Elvira Sastre, Madrid me mata
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groennuuk · 6 months
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Mar de la Mancha, poemas escritos en la Habana a fines de los ochenta, Margarita García Alonso
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Cuban Miracle @CubanMiracle @chiquitamala : "ya lo tengo!🥰por supuesto que tenía que leer el del título de la portada, esto es una reliquia Marga, me encantan, bellezura pura, y aún no lo termino, Dios te bendiga siempre🙏🥰"
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"enorme alegría me das,bendito domingo en que me llevas como lectura, si algo puedo contar de lo que hemos pasado y sentido que quede en tus ojos, no seràn textos perdidos, gracias inmensas, abrazos Miracle!"
Mar de la Mancha #poesia
Poemas escritos en la Habana a fines de los ochenta, revisados frente al Mar de la Mancha en 1992, que escaparon a la inestabilidad de los primeros meses de exilio.
por si les entra el deseo:
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ricardodeoliveirablr · 9 months
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ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS EM MOMENTO DE DESESPERO
OLÁ A TODOS OS IRMÃOS E IRMÃS DE FÉ, SEJAM MUITO BEM-VINDOS A MAIS UM VIDEO DO NOSSO CANAL DE UMBANDOMBLÉ DO GUARDIÃ OXOSSI E DA MÃE DELAMARE DE IEMANJÁ
 "BENDITO LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, LOUVADO SEJA SÃO BENEDITO, LOUVADO SEJA SANTO ANTÔNIO DE CATEGERÓ E NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS DA BAHIA. PEÇO AS SANTAS ALMAS, PRINCIPALMENTE AO MEU PRETO VELHO – DIZER O NOME QUE ME CONFORTE, QUE ME DÊ O AMPARO DE SUA FORÇA, QUE ME DÊ A FORÇA DE SUA PAZ, QUE ME DÊ A PAZ DE SUA ALEGRIA ESPIRITUAL, POIS NESSE MOMENTO, EU – DIZER SEU NOME TODO – PRECISO SABER QUE ESTOU CERCADA, AMPARADA E PROTEGIDA POR VÓS, MEU PROTETOR(A) E QUE SUA LUZ E SEU AMOR ME DÃO SUSTENTO E ANIMO PARA SEGUIR EM FRENTE APESAR DE TODAS AS CORRENTES CONTRÁRIAS QUE JÁ, NESSE MOMENTO SÃO QUEBRADAS. EU – NOME TODO – AGORA ME ABRO E DEIXO QUE VOSSA LUZ E VOSSA PRESENÇA INUNDEM MEU SER, MINHA ALMA, MINHA MENTE, MINHAS EMOÇÕES E AS ACALME, ALIVIE MINHA ANSIEDADE E DESESPERO.
SEI QUE VOSSAS MÃOS PODEROSAS PAI –(VÓ, VÔ, MÃE, TIA OU TIO – DEPENDE DO PRETO VELHO CHAMADO) COM A FORÇA DA RAINHA DAS ÁGUAS, YEMANJÁ, PEGA TODOS OS MEUS PENSAMENTOS NEGATIVOS, MEUS MEDOS, MINHAS AFLIÇÕES, MINHAS ANGUSTIAS E AS ELIMINA NAS ÁGUAS DO MAR SAGRADO. PEGO TODA MINHA SOLIDÃO, MINHAS CONFUSÕES, MINHAS DORES E RECEIOS E DEPOSITO NAS MÃOS ABENÇOADAS DE OXALÁ E ASSIM ME SINTO LIBERTO DE TUDO QUE ME CAUSE FRUSTRAÇÃO, DESAMPARO, SOFRIMENTO OU DOR. ABRO MINHA ALMA E MEU CORAÇÃO PARA RECEBER NESSE MOMENTO SUA SANTA PRESENÇA EM MINHA VIDA E DESDE JÁ SINTO TODO ALIVIO, TODA PAZ, TODA SERENIDADE, TODA CONFIANÇA, TODA FORÇA, TODA ALEGRIA E ASSIM VOS OFERTO TODA MINHA GRATIDÃO EM FORMA DE ORAÇÃO. SALVE DEUS, SALVE JESUS, SALVE MARIA E JOSÉ, SALVE SÃO BENEDITO E SANTO ANTÔNIO DE CATEGERÓ, SALVE O MEU PROTETOR(A) – NOME DO PRETO VELHO. AXÉ E AMÉM. REZAR UM PAI NOSSO, UMA AVE MARIA E UMA SALVE RAINHA".
ADOREI AS ALMAS!!
COMPARTILHE ESSE E OUTROS VIDEOS DO CANAL ATRAVES DAS REDES SOCIAIS, LIGUE OU MANDE A SUA MENSAGEM NO WASTS 75 99146 2008 ORAREMOS A TODOS OS IRMÃOS E IRMAS QUE PRECISAM, DEIXEM SEU COMENTARIO QUE TODOS SERÃO LEMBRADOS EM NOSSAS ORAÇÕES.
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mahfilhadedeusblog · 1 year
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13 de outubro- Dia Mundial do Escritor
"Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!"
Castro Alves
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annacardooz · 11 months
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Não é fácil e nunca será. Você tem que correr atrás, cair e levantar, até conquistar! 👊🍀Fica em paz, o que for teu um dia o vento trás. 🌾☮Ela sorri pra disfarçar a dor…💦💔Você colhe o que planta. ⛵🌼Mas a distância nunca separa quem ama 🎵❤🍃Sentimentos? Ela já teve um dia, mas hoje em dia preferiu ser fria. ❄👣💭Dia bom é a gente que faz. 👅👣Ela gosta de olhar as estrelas, pois a imensidão do céu explica a intensidade da sua alma.😍🌸A vida só te traz o melhor quando você deixa ir o que já não te pertence. 👣Eu vivo do jeito que eu quero, não pedi opinião. ☺✖Seus olhos tinham o brilho das cores do aquarela. 🌈Ninguém alem de você está no controle de sua felicidade. Portanto, ajuste as velas e corrija o rumo. ⚓🍃 As melhores idéias são as mais perigosas. ✨ Bendito seja o homem que possa conquistá-la. ✋ Moça, olha pra frente e vai em frente, deixa o passado ficar no lugar dele. 💫🍃 O que eu fiz só Deus sabe, que se foda os imbecis. 👊Aceitando só o que me acrescenta ✌Encontrei mil motivos para sorrir, e você fazia parte de mil e um. ❤Nunca reclamar, só agradecer.🍃Estranho seria se eu não me apaixonasse por você! 😍💏 E o que não for leve, que a vida leve. 🍃🌱Ela é o mistério da noite, mas também a luz dia. É capaz de ser poeta e ao mesmo tempo ser poesia. 🔯🍃Let it be. 🌈💫Ela não acreditava em anjos, até se apaixonar por um. ⚡💙Sor(rio), mais prefiro a(mar). 🌊🐚⚓Por pensar demais, eu preferi não pensar demais dessa vez. 💭💕E o que passou, passou. E o que marcou, ficou. 🍃🍀E as coisas lindas, são mais lindas, quando você está. 🌸😍Há sempre a pequena chance de o impossível rolar. 🌸🍂Ela já foi romântica, já foi boazinha, já foi muito tímida e também uma santinha, hoje ninguém sabe dizer o que ela é… 🙋💅
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