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Arcádia interior
Lembro-me do sítio dos meus avós, agora dos meus pais, naquela tarde de garoa fina e conversa saída do peito. Em verdade, é uma chácara, mas sempre chamei de sítio. Há muito o que lembro que vivi por lá, mas há mais o que pensei, como me conheci e reconheci por lá. Por lá não há caminhos pré-estabelecidos, o campo, apesar de não ser muito grande, é um espaço aberto, livre, que não me dita percursos e nem tempos de afazeres. Os pés de frutas que brotam pela terra ainda sem bem saber do que são, convocam o passeio disponível por entre as pequenas mudas que hora ou outra tentamos adivinhar e lembrar do que são pela folha ou cheiro. Sei que tem uma bananeira pois das recentes ela foi uma vingou bem já. Mas tem também uma mangueira antiga e uma pitangueira. Exatamente ou talvez exatamente ao nosso olhar, no meio do terreno, tem a pimenteira, me disseram que é pimenteira a árvore, mas eu mesma não sei, nunca procurei saber; nela há algo que se conserva pra além da mangueira.
— Eu não sei para os outros, mas para mim ela é o meu avô, me lembro dele sempre — eu disse no impulso.
Mais pra baixo tem a pequena horta, tem Matos pelo meio dela, mas tem alfaces, couves, abóboras, cenoura, beterraba, temperos e ervas para chás, alecrim, boldo, manjericão, tomilho. Além de uma composteira próxima.
— Sabe, eu sempre me sinto estranho nesse tipo de situação. Quando não tem nada para me distrair, ou fazer. O velho frio na barriga reaparece.
— Quando eu venho pra cá sempre fico assim, contemplativa, reflexiva. Por isso eu não trago ninguém aqui, meu cantinho, meu esconderijo.
— Pensar sobre si mesmo sempre é difícil, como na física, não conseguimos saber a velocidade e a posição de um objeto ao mesmo tempo. Quando sabemos para onde estamos indo não sabemos onde estamos e vice e versa. Pensar na vida me faz pensar que eu não deveria pensar na vida. Pensar na vida é tornar algo fluido mecânico.
— Quando eu penso na vida eu acredito que estou fazendo minha experiência valer. Porque viver todo mundo vive, mas quando eu penso, eu penso quem eu sou perante isso. O que isso muda na minha constituição.
Nesse tempo-espaço os caminhos são livres como o tempo também é. Durante o entardecer, lembro que descia o terreno de grama falhada para ver o por do sol perto d’água, na beira do lago, sem obstáculos na vista e por lá eu perdia um tempo. Ao longe vê-se colinas, os montes que nascem das águas, se sobrepõem em tons de verde azulados, e quando é noite às vezes aparece uma luzinha ou outra, de pequenas moradas ao longe. Os momentos eram longos e as experiências eram profundas. O pensar fluía e ia longe para onde eu não saberia mais, nem mesmo como chegar ou ir assim, de forma tão disponível. Quando eu não descia para ver o entardecer na represa, eu olhava da casa mesmo, simples e de varanda larga, pela terra meu olhar corria para o horizonte se esbarrando pelas velhas laranjeiras do caminho, mas elas eram distantes o suficiente para não obstruir a vista ampla.
— Olha esse fim de tarde! Eu adoro fins de tarde. Quando tem sol as sombras ficam compridas e as cores quentes, isso me faz pensar sobre os fins. Mas quando está nublado a gente nem nota que está ficando escuro, então eu só percebo os passarinhos, tantos quantos não saberia dizer para além de um João de Barro. — pausa para o olhar — Sabe do que estou me lembrando? Quando eu fazia lição de casa a minha avó ditava pra mim, cada uma em um canto da mesa e de lá, pelo movimento da mina mão, ela via quando eu escrevia uma palavra errada, “casa não é com z”. Era muito magico. E a gente tem tanta dificuldade de ver o amor e o carinho nas minucias.
— Você já parou para ver os pássaros hoje? Sempre que eu estou triste e vou ver os pássaros um azul me aparece. Diferente de outros, este não fica preso em uma gaiola, ele fica solto e longe da minha vista. Aparecendo de vez em quando tentando me guiar e mostrando que ainda existe. Como se cada aparição fosse uma pista. Me mostrando que apesar da tristeza, eu estou no lugar certo. Eu não tenho vergonha de suas asas, deixo-o voar livre. A questão é que dificilmente estou onde ele está.
— Por isso quando o pássaro azul aparece, ele me traz à tona o que já estava dentro de mim. Os mistérios estão mais dentro do que fora. — os olhos cheios da garoa salgada, os peitos doendo de liberdade.
Por lá e por essa trégua que o lugar me dá, sinto que as minhas percepções e os meus sentidos se apuram, meus sentimentos são menos atravessados, me sinto mais exposta e assim mais disponível para experiências. Na cidade, mesmo que haja entardecer, não posso ver as sombras ficando compridas ao longo do tempo porque os prédios se amontoam na vista de forma que eu não posso ver com perfeito entendimento onde se encontra uma próxima rua transversal ou onde é um próximo vão. Demanda esforço e às vezes deslocamento encontrar um respiro para a vista. Na cidade, nublado ou sol, percebo mais o barulho dos carros passando regularmente ao longo do dia, mesmo ao entardecer, isso não muda, somente à noite parece que os intervalos entre eles aumentam e é isso que dá um respiro para os ouvidos.
No sítio minhas sensações não têm nome, assim como o cachorro que corre o terreno não tem tipo, os pássaros são espontâneos de forma que não os conheço por espécie, as galinhas do vizinho percorrem ciscantes da sorte que possa vir e por assim digo que não há mais puro sentido para minha existência.
(Marta Montagnana. Colaboração de Lucas Fahl)
Foto: Marta Montagnana, 2013.
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Olha a gente no Jornal Agora! @darknearfd #indieban #indiecomic #atelierlivre #riogrande #rs #quadrinhos #manga #ja #jornalagora #cartunista #cartum
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LIEU POUR TRAVAILLER
- Atelier Livre
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- casa viva
- Estudio Hibrido
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Entre o labor e o pomar dourado
Uma luz oblíqua tingia as gramas enquanto Catulo guiava a carriola. Nem o avanço das sombras o demovia do trabalho ou lhe arrefecia o ritmo. O rangido da roda avisava aos ouvidos próximos do labor em curso.
Alcides achegou-se ao velho peão principiando a conversa. O outro, circunspecto, abrandou o semblante com a chegada do rapaz. Poucos ousavam perturbar Catulo, mas sua sisudez não persistia junto ao rapaz mais moço.
_ Catulo, meu velho! As maritacas já nos sobrevoaram. Ouvimos sua algazarra e sabemos que se recolhem noutra margem da represa, empoleiradas nos pés de sete copas. E embora o manto da noite esteja prestes a nos encobrir, tu não cessas de recolher os ciscos do dia! Deixa os ramos e a lenha, que para hoje já há combustível que baste ao fogo e do alimento noturno já saboreamos os aromas.
_ Eu, os bois já recolhi ao curral – continuou Alcides – e os potros fechei às porteiras. Não procuro cá no jardim outros afazeres, se não uma rede onde me estender com o ventre cheio.
O velho boiadeiro levantou o rosto com um leve sorriso. Trazia a firmeza calma de muitos anos nos mesmos afazeres, e a experiência denunciada pelas barbas encanecidas.
_ O trabalho não acaba, nem nos foge. É bem verdade, menino Alcides! Mas há uma dança do corpo com os dias e suas tarefas que o poente não encerra. O sono é uma breve pausa, a refeição, um detalhe na sucessão dos fatos. Essa terra que modulamos e remexemos nos absorve. Depois de um dia de colheitas e trato do gado, não é em outro mundo- de folga e gozo – que adentramos na noite, mas um breve respiro entre o arado e o trator, a carriola e a cavalgadura. A terra nos tem. Dela não escapamos.
_ Vixi, seu Catulo! Não vem com essa prosa soturna, que eu quero é descansar sossegado! Diz que há um lugar em que a terra não nos exigirá mais o corpo e as forças. Onde o sol não abrasa, nem a chuva encharca. Que os bois se conduzem sem cantigas de homens. Que as frutas dadivosas se produzem sem adubos. O dia todo é dourado, todo peão descansa sob um pé de manga, e o ano inteiro há goiabas.
Catulo gargalhou e depois ficou sereno, apoiando o rosto no dorso das mãos, e essas, no cabo do rastelo.
_ Passar o dia contando causo num pomar cheiroso é um sonho bonito, moleque! Se assim fosse, eu me ocuparia só de colher os maracujás que pendem próximos do chão – redondos e aromáticos – encheria cestos de banana e tachos de acerola... Passaria as tardes observando bem-te-vis despetalando as flores dos cajueiros no meio daquelas folhas grandes e coloridas. Dormiria muito, e sempre sentindo soprar o hálito sonoro sobre as folhas todas... Seria possível? E será que a gente não cansaria de tanto descansar?
Nessa feita, a figura de dona Nilza apontou na varanda da casa contígua ao jardim:
_ Seu Catulo! Ô menino Alcides! Se acheguem pra jantar! Vocês acham que tenho a noite toda? Quero ver darem conta de toda a louça que me resta a lavar!
(Ana Carla de Brito)
Foto: A.C.B., 2013
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Contenda arcadiana
Finalmente, a reforma geral agrária foi aprovada. De cidadãos, todos que ganharam sua terra, tornaram-se georgianos, arcadinos. Cada um poderia a partir disso construir sua arcádia. Contudo, cada coletividade local deveria demarcar entre os envolvidos as fronteiras de seus chãos.
- Ora, Gumercindo, temos que chegar em via de fronteirizar nossos chãos. Convido-te para o negócio. - Claro, Liliano! Proponho seu início agora! - Sugiro que nossa fronteira seja a partir de onde estou – apontou com o pé uma pedra distinta das demais para Gumercindo. - Ora, Liliano, e ficar sem esse valão atrás de ti, nem por onde! Ele será importante para dar água aos girinos. - Ora, Gumercindo, então, o que pensas desse molho de alecrim até além de ti como sendo teu? - In-hipotético! Tê-los em meu torrão é proteger minha própria dos ventos avassaladores dos deuses. - E porventura pensarmos nossa propriedade dividida a partir dos dilúvios durante as festividades do Despejamento de Água sobre as Pedras? Como bom augúrio, deixe que a própria terra revele a separação... - Creio que bom vem na hora essa ideia! Façamos as honras de buscar água no rio em benção de Lethe e despejemos em-b-ora sobre as pedras da sorte...
Liliano interesseiro por todo aquele quintal através de seus mandos nefastos de destruição da terra e lixívia e Gumercindo receoso de proteger em sua propriedade, foi ao rio à Lethe e com muito cuidado, recolheu água do rio que traz o esquecimento e de beber presenteou as pedras o juízo dessa contenda para que fronteirizasse no esquecimento.
Esquecidas no solho do olvido, as pedras ajuizaram em esquecimento o que elas sempre foram: pedras. Neste ano, esquecidas, essas juízas se esqueceram do dilúvio que sulcaria o torrão, fronteirizando o desejo cobiçoso de Liliano. Não houve chuvas naquele ano, nem girinos que crescidos, pudessem ter alimento as serpentes sedentas por sapos. Acidentalmente, envenenaram Liliano com sua picada. Em socorro, gritando, este morreu sem ser ouvido por Gumercindo em ajuda por ventos que vindos do Leste, abafaram seu suplício.
(Fercho Márquez)
Imagem: frame do filme Me chame pelo seu nome (dir. Luca Guadagnino, 2018)
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Uma Arcádia sob a Lua
MANDRUSCO: Crisóstemus, saia dessa caverna! Está anoitecendo, venha ver os pirilampos e seu balé iluminado.
CRISÓSTEMUS: Mandrusco, você viu a lua? Está um luar convidativo para um passeio na beira do córrego. Traga seus gatos que eu levarei meus cães.
Veja, Mandrusco, o nevoeiro está levantando, o bosque fica mais lúgubre e os olhos dos gatos brilhantes. Meus cachorros ficam agitados com essa lua, ela é nua como a colina em dia de verão.
MANDRUSCO: Crisóstemus, sinta como exala o cheiro da bananeira e da Goiabeira. E o vento parece que trespassa nossos corpos. Os cervos se escondem atrás do chorão e os corvos gralham pelo bosque, assim como os cães uivam para a lua.
CRISÓSTEMUS: Mandrusco, vamos sentar embaixo da goiabeira, para dizermos uns versos enluarados e deixar que o vento os leve para além do bosque.
(Paulo Ohar, 2018) Foto: Ana Carla de Brito
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No olhar distante
As mulas viajavam juntas, enfileiradas como vagões de um trem. Quatro para trás, três à frente e no meio dois tropeiros. O homem mais alto, de rosto queimado pelo frio, limpava com os olhos a sua velha espingarda. O menos alto, que vinha na mula seguinte, contava cada nuvem que tocava os picos de uma serra não tão distante dali. Luís, o menos alto, perguntou ao companheiro de viagem: - Será que aquelas montanhas têm nome? - Claro. - Então me diga. - Seu abestado, ali chamamos de “serra”. - Serra de quê? - Mas é um abobado mesmo, serra não precisa de sobrenome. É tudo igual - respondeu Frederico, o tropeiro alto que falava sem tirar os olhos da espingarda. - Igual é não, tem diferença sim. - Então me explica quais são as diferenças. - Explicar eu não sei, mas posso lhe garantir que são diferentes. - Se não consegue explicar, é porque não existe diferença. Luís, que também não tinha sobrenome, continuou admirando a serra e as nuvens que, por entre as sombras, escorregavam e desciam. Sem compreender o que sentia ao avistar à distância aquela paisagem, Luís silenciou e se permitiu apenas sentir, despindo-se de qualquer palavra.
(Bruno Lessa, 2018)
Foto: Ana Carla, 2016.
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As cidades e o nome: Lucas
LUA DE LUCAS LUGAR LUCAS LUCAS LUGAR
água, espaço azul e azul pedras azul cinza azul branco
o lugar é o espaço da palavra.
(Ana B)
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As cidades e o nome: Miguel
Miguel poderia ser uma pessoa, mas era uma região. Se fosse uma pessoa, seria daquelas pessoas que nunca saíram de um lugar, nem mesmo pra viajar. Apegada, acreditaria que ali estaria seu mundo, tudo o que precisava ali teria. E o que não tivesse, então não precisava. Parece que até as notícias selecionava para não ver o que mais acontecia pra dali adiante.
Apesar de ser plana a região e pouco construída só com casas térreas, chega uma hora que o olhar não mais enxerga tão longe e as árvores também fecham a vista em algumas direções. O vilarejo parecia que sempre existia e tinha sido sempre do mesmo jeito. Resistiu ao tempo. Por ali, muitos eram parecidos, faziam as próprias coisinhas e assim viviam trocando e se ajudando.
Poucos saíram de lá e a maioria deles acabou voltando. Esses nem comentavam como havia sido fora, apenas diziam “prefiro aqui”.
Também ninguém vinha de fora, não havia atrativos comerciais ou turísticos na região. Acho que realmente não havia muito mais pra além de Miguel.
Miguel era aquilo e estava bem, completa, até por não conhecer nada além.
(Marta Montagnana)
Foto: Marta Montagnana
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As cidades e o nome: Analua
Analua é um vilarejo situado às margens de um rio caudaloso. Parte de seus habitantes possuem pequenos barcos pesqueiros através dos quais tiram seu sustento do rio que banha Analua.
Casas pequenas de madeira, bicicletas utilizadas mais do que carros pelos moradores; uma praça, uma igreja e a prefeitura compõem o centro da vila.
A lua que é vista em Analua quando despenca a noite é hipnotizante, pois o vilarejo não possui energia elétrica e sua iluminação pública é feita através de lampiões de querosene. Portanto, à noite, com menos iluminação, a lua se destaca no céu escuro e estrelado.
Reza a lenda que há muito tempo atrás, uma moça de nome Ana, uma das primeiras habitantes da localidade, gostava de sair à noite e ir até a beira do rio onde ficava a contemplar a lua. Fazia isso quase todas as noites. Até que um dia numa noite de luar intenso, que se estendia pelo rio até as suas margens, Ana resolveu seguir o luar rio a dentro e nunca mais foi vista.
Por causa disso, ela ficou conhecida como Analua e o vilarejo mais tarde veio a ter o seu nome em sua homenagem.
(Paulo Ohar)
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As cidades e o nome: Sofia
Horizonte recortado ao Norte pelos telhados angulosos de casarões monocromáticos, hora tendendo para o ocre, hora para o laranja, a depender da estação. Ao Sul vê-se o horizonte recortado por imensos paredões de rochas, barreira natural que protege seus moradores a milênios da invasão de outros povos.
As pessoas caminham em sincronicidade pelas vielas da cidade. De manhã todas dirigem-se para o centro. Ao final do dia o fluxo leva para os bairros residenciais a poucos casarões do centro.
Não é uma cidade grande, mas seus moradores orgulham-se das suas instituições e história.
(Bruno Lessa)
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As cidades e o nome: Beatriz
Cidade que rememora uma mulher. De trato doce e sorriso afetuoso, Beatriz de figura importante, passou para a memória através de seus grandes feitos. De cura, no conversar, ia sarando os alienados. Trazia consigo um perfume de essência verde cheirosíssimo. Ninguém sabia do que era. Dizia ser seu talismã.
Cidade pequena, também simples, que tão assim, passa despercebida na estrada e nos mapas. Beatriz carregava esse caráter misterioso de Beatriz. Em casa, longe das relações públicas, Beatriz podia descansar as costas no arco do cansaço e mostrar no rosto branco e liso, duas rugas da casca do tempo.
Sua careta, de surgimento domiciliar e fugidio se armava sempre quando seus gatinhos pretos e seus cachorros sapecas faziam estripulias.
- Vou ralhar com vocês! Bisa Bia: para os íntimos, dizia.
(Fercho Marquéz)
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As cidades e o nome #5
MERGUI
Mergui fica no sul da Noruega, é seca e fria com casas compridas e ruas largas. Árvores baixas, flores amarelas e secas, quase queimadas. Uma cidade pequena, ao centro um lago chamado Mergui, fundo e azul, distante do mar, sendo o lago a única referência de água nos arredores.
Diz a lenda de uma certa mulher de idade com tantos erros em meio aos certos do pequeno povoado silencioso. Mergui tinha rosto pálido, lábios quase azuis e sua sombra no chão era de cor roxa, sem brilho.
Um dia Mergui, mergulhou no lago, seu corpo magro subiu de volta, e refletiu a imagem da cidade.
(Ana B)
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As cidades e o nome: Porto Alegre #2
Porto alegre, se tivesse rosto, estaria na penumbra quando eu estivesse escrevendo. Mas posso ver, é uma mulher. Mulher!
Decidida, ela parece ter posições fortes, mas ouve bem a todos ou é o que deseja aparentar. Parece ter um ar jovem e motivado, com grandes aspirações. Simultaneamente, parece cansada, parece não ter fôlego suficiente e que esses estados oscilam em suas ações e pensamentos. Cansada do que insiste em danificar essas posições fortes, do que insiste em, de manso, aos poucos, se incrustar como cobrança do que desejou se distanciar.
Mesmo assim parece tranquila, não aflita, tranquila sabe de seus conflitos, e também sabe que não é quem pode resolver a todos e à sua história em um tempo tão curto.
Sozinha, precisa de muitos sem depender de ninguém. Contradições que tanta terra e tanta água em contato colocam. Momentos em que invadem a terra na água e a água invade a terra de volta, em movimentos de conflitos, mas também de busca de equilíbrio, de convivência, de entendimento, apesar dos muros que se constroem.
(Marta Montagnana)
Fotografia: Marta Montagnana
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