#apropriação social da tecnologia
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educibercultura · 7 months ago
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Apropriação Social da Tecnologia: entre a pós-verdade e o enxame digital
Na cultura contemporânea, a tecnologia desempenha um papel decisivo nas dinâmicas sociais contribuindo, inclusive, para moldar nossas percepções, formas de interação e até mesmo o conceito de verdade.
Ao possibilitar o acesso a um oceano de informações, os recursos tecnológicos também nos expõem a narrativas que, muitas vezes, não correspondem aos fatos, fazendo com que a noção de verdade seja fluida, sujeita a manipulações e a interpretações subjetivas, dando origem ao conceito de pós-verdade.
No enxame digital da sociedade na Cibercultura, enquanto estamos imersos no emaranhado de informações e conexões, corremos o risco de perder a nossa capacidade de discernimento e de reflexão profunda, prevalecendo uma cultura de distração, de superficialidade e do instante, que acaba por eclipsar a contemplação.
O que fazer diante desse cenário? Antes de tudo, é preciso entender como a tecnologia influencia a nossa compreensão de mundo para questionarmos como nos apropriamos dela. Isso porque a tecnologia não é neutra. Pelo contrário, a tecnologia reflete e reforça as dinâmicas culturais, políticas e econômicas do contexto em que está inserida, revelando complexas relações entre informação, poder e conhecimento na sociedade.
Apesar dos desafios, há esperança. É possível criar um cultura de apropriação social consciente e crítica da tecnologia, procurando entender não apenas as suas potencialidades, mas também as suas limitações e riscos envolvidos. Uma apropriação social da tecnologia que valorize a verdade, a ética, a inclusão, a diversidade de vozes e a construção de um mundo mais justo.
Quer saber mais sobre o conceito de pós-verdade e a sua diferença em relação a fake news? Então, acompanhe a entrevista com o Prof. Mario Sergio Cortella. Até o próximo post!
youtube
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Referências
CANAL DO CORTELLA. Pós-verdade ou fake news? YouTube, 13 de agosto de 2020. Disponível em: https://youtu.be/ckoLHDfe2dc. Acesso em: 23 abr. 2024.
HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Tradução: Lucas Machado. Petropólis-RJ: Vozes, 2018.
SANTAELLA, Lucia. A pós-verdade é verdadeira ou falsa? Barueri-SP: Estação das Letras e Cores, 2018.
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orsassur5 · 6 months ago
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O lado sombrio do boom do lítio: Investigação sobre a extração e seus impactos devastadores
No coração de muitas tecnologias verdes e da revolução dos veículos elétricos, encontra-se o lítio - o metal precioso necessário para alimentar baterias de íon-lítio. No entanto, uma investigação profunda revela um rastro de destruição ambiental e social ligado à sua extração.
**Localizando as minas:** Nossa investigação revelou que muitas das minas de lítio estão localizadas em regiões remotas, muitas vezes em países em desenvolvimento, onde regulamentações ambientais e de trabalho são laxas. Países como Chile, Argentina, Bolívia e Austrália emergiram como principais produtores, mas à custa de vastas áreas de terra e ecossistemas destruídos.
**Impacto ambiental:** A extração de lítio requer grandes quantidades de água, o que pode levar à escassez em regiões já propensas à seca. Além disso, o processo de extração pode contaminar o solo e as fontes de água com produtos químicos tóxicos, ameaçando a biodiversidade local e a saúde das comunidades próximas.
**Conflitos sociais:** As comunidades locais muitas vezes são marginalizadas e deslocadas para dar lugar às operações de mineração. Relatos de violações dos direitos humanos, conflitos com povos indígenas e apropriação indevida de terras são comuns nessas áreas.
**Questões trabalhistas:** Os trabalhadores das minas muitas vezes enfrentam condições precárias de trabalho, salários baixos e falta de medidas de segurança adequadas. A exploração desenfreada do trabalho infantil também foi documentada em algumas áreas de extração de lítio.
**Perspectivas futuras:** Enquanto o mundo corre para uma economia de baixo carbono, é essencial considerar os impactos não tão verdes da indústria do lítio. A demanda por políticas mais rigorosas de proteção ambiental e direitos humanos em toda a cadeia de suprimentos do lítio é urgente para mitigar esses efeitos prejudiciais.
Nossa investigação destaca a necessidade crítica de uma abordagem mais ética e sustentável na extração e utilização do lítio, antes que seus benefícios sejam superados pelos custos devastadores para o planeta e suas comunidades.
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oavastsecurelinevpnautnomo · 7 months ago
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Proteção contra vírus
Proteger-se contra vírus é essencial para manter a saúde em dia. Os vírus são agentes infecciosos microscópicos que podem causar diversas doenças, desde um simples resfriado até doenças mais graves como a gripe ou a covid-19. Para se proteger de vírus, é importante adotar medidas simples, porém eficazes.
Uma das principais formas de se proteger contra vírus é através da higiene pessoal. Lavar as mãos com frequência, principalmente após usar o banheiro, antes de comer e ao chegar em casa, é fundamental para prevenir a propagação de vírus. Utilizar álcool em gel também é uma prática recomendada, principalmente quando não há a possibilidade de lavar as mãos com água e sabão.
Além da higiene pessoal, manter os ambientes limpos e arejados também ajuda na proteção contra vírus. Limpar regularmente superfícies de contato, como maçanetas, corrimãos e celulares, pode reduzir o risco de contaminação. Manter a casa bem ventilada também é importante, pois a circulação de ar ajuda a dispersar partículas virais.
Outra forma de proteção contra vírus é através da vacinação. Manter o calendário de vacinação em dia ajuda a fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de contrair doenças virais. Além disso, é importante seguir as orientações das autoridades de saúde, como usar máscara em locais públicos e manter o distanciamento social, para evitar a propagação de vírus.
Seguindo essas medidas simples, é possível reduzir o risco de infecção por vírus e manter a saúde em dia. Proteja-se e proteja os outros, cuidando da higiene pessoal, da limpeza dos ambientes e seguindo as orientações das autoridades de saúde. Sua saúde agradece!
Privacidade online
A privacidade online é um tema cada vez mais relevante nos dias de hoje, com o crescente uso da internet em diversas áreas da nossa vida. Trata-se do direito que cada indivíduo tem de controlar suas informações pessoais e decidir quem tem acesso a elas. Com o avanço da tecnologia e o aumento das plataformas virtuais, tornou-se fundamental estar atento e proteger os nossos dados online.
Existem várias medidas que podemos adotar para preservar a nossa privacidade na internet. Uma delas é utilizar senhas fortes e únicas para cada conta, evitando assim a fácil violação de nossas informações pessoais. Além disso, é importante estar consciente das permissões que concedemos aos aplicativos e sites que utilizamos, limitando o acesso a dados sensíveis sempre que possível.
Outro aspecto relevante é o cuidado com as informações que compartilhamos nas redes sociais e em outras plataformas online. Devemos pensar duas vezes antes de publicar dados pessoais, como endereço, telefone ou informações financeiras, pois essas informações podem ser utilizadas de forma inadequada por terceiros.
É essencial também contar com ferramentas de segurança, como antivírus e firewalls, para evitar ataques cibernéticos e a apropriação indesejada de nossos dados. Manter os softwares sempre atualizados é outra prática fundamental para garantir a segurança online.
Em resumo, a privacidade online é um direito que deve ser respeitado e protegido por todos os usuários da internet. Adotar medidas de segurança e conscientização sobre o uso correto de nossas informações pessoais são passos essenciais para navegarmos de forma segura e preservarmos a nossa privacidade no mundo virtual.
Segurança na internet
A segurança na internet é um tema de extrema importância nos dias atuais, pois com o aumento do uso da tecnologia e da internet, é fundamental estar ciente dos riscos e tomar medidas para proteger os nossos dados e informações pessoais. Existem várias formas de garantir a segurança na internet, desde a utilização de antivírus e firewalls até a adoção de práticas seguras de navegação.
Uma das principais medidas de segurança na internet é manter os programas e sistemas operacionais sempre atualizados. As empresas de software frequentemente lançam atualizações para corrigir vulnerabilidades e falhas de segurança, por isso é essencial manter o seu sistema atualizado para se proteger contra possíveis ataques cibernéticos.
Além disso, é importante utilizar senhas fortes e únicas para cada conta online. Evite senhas óbvias ou fáceis de adivinhar, e opte por combinações de letras, números e caracteres especiais para garantir a segurança dos seus dados. Também é recomendável ativar a autenticação em dois fatores sempre que possível, para adicionar uma camada extra de segurança às suas contas online.
Outra dica importante é ter cuidado ao clicar em links suspeitos ou abrir anexos de e-mails desconhecidos, pois muitos ataques cibernéticos ocorrem por meio de links maliciosos ou phishing. Mantenha-se informado sobre as últimas ameaças online e esteja atento aos sinais de possíveis tentativas de roubo de dados.
Em resumo, a segurança na internet é uma responsabilidade de todos. Ao adotar medidas simples, como manter os sistemas atualizados, utilizar senhas seguras e ter cuidado com links suspeitos, é possível reduzir significativamente os riscos de ser vítima de ataques cibernéticos. Lembre-se: a prevenção é a melhor forma de garantir a sua segurança online.
Navegação anônima
A navegação anônima é uma funcionalidade oferecida por muitos navegadores da web que permite aos usuários explorarem a internet sem que suas atividades online sejam registradas ou armazenadas. Ao ativar a navegação anônima, o navegador não salva o histórico de navegação, cookies ou informações digitadas em formulários, proporcionando maior privacidade e segurança ao usuário.
Esta funcionalidade é especialmente útil para aqueles que desejam pesquisar conteúdo sensível, fazer compras online sem deixar rastros ou simplesmente explorar a web de forma mais discreta. Ao utilizar a navegação anônima, os usuários podem evitar a personalização de anúncios com base em seu comportamento online, reduzir a quantidade de spam em suas caixas de entrada e impedir que terceiros coletem informações pessoais sem consentimento.
No entanto, é importante ressaltar que a navegação anônima não garante total anonimato na internet. Os provedores de serviços de internet ainda podem acessar informações sobre a atividade online do usuário, e sites visitados durante a navegação anônima podem coletar dados por meio de cookies e outras tecnologias de rastreamento.
Portanto, ao utilizar a navegação anônima, os usuários devem estar cientes de suas limitações e considerar a utilização de medidas adicionais, como redes privadas virtuais (VPNs), para aumentar ainda mais sua privacidade online. Em um mundo digital cada vez mais complexo, a navegação anônima é uma ferramenta valiosa para proteger os dados pessoais e desfrutar de uma experiência online mais segura e tranquila.
Criptografia de dados
A criptografia de dados é uma técnica essencial para garantir a segurança e privacidade das informações transmitidas e armazenadas digitalmente. Por meio da criptografia, as informações são convertidas em códigos indecifráveis, impedindo que terceiros mal-intencionados tenham acesso às mesmas.
Existem diferentes algoritmos de criptografia, cada um com suas características e níveis de segurança. Um dos métodos mais populares é a criptografia de chave pública, que envolve duas chaves: uma chave pública, usada para criptografar os dados, e uma chave privada, usada para decifrar a informação. Esse sistema garante que somente o destinatário correto consiga acessar o conteúdo.
Além disso, a criptografia de ponta a ponta é amplamente utilizada em aplicativos de mensagens e transações online, garantindo que somente os remetentes e destinatários das mensagens tenham acesso ao conteúdo, sem a possibilidade de intervenção de terceiros.
É fundamental que empresas e usuários individuais compreendam a importância da criptografia de dados e implementem medidas de segurança em suas comunicações e transações online. A falta de criptografia adequada pode resultar em vazamento de informações sensíveis, colocando em risco a privacidade e segurança dos envolvidos.
Em resumo, a criptografia de dados desempenha um papel crucial na proteção da privacidade e segurança online, tornando-se uma prática indispensável na era digital em que vivemos. É essencial investir em soluções de criptografia confiáveis e atualizadas para garantir a integridade e confidencialidade das informações transmitidas e armazenadas.
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humanopaulistano · 1 year ago
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Bem Estar ?
Está semana vou explorar outro órbita da realidade de consumo e que acredito impactar  o COTIDIANO social de forma direta e indireta, estava "folheando" meu catalão de revistas - a tecnologia nos permite acessar revistas digitais e acho isso incrível,pois nos adaptamos e fazemos uso para a transformação de cultura - e me deparei com uma matéria disponível na revista Galileu sobre "O lado tóxico do bem estar" .
    Já vinha pensando sobre as questões da toxicidade do estar bem, somos impostos a estar bem o tempo todo e criar um personagem social para lidar com o outro, desenvolver características simbióticas de compartilhamento do estado de espírito para se sentir aceito e pertencente a um grupo. O uso das redes sociais traz também esse local onde e quando estamos fora de uma certa tendência popular somos excluídos e desconectados dos demais, ainda falando dentro das redes que tendência as relações e nos torna distantes ao mesmo tempo, quem nunca se preparou em uma roda de amigos e nesta situação a grande maioria está plugado no smartphone e ainda ao mesmo tempos está lá mandando uma mensagem sobre algo que está acontecendo, um comentário, uma fofoca sobre a pessoa que está ali junto ?
    Mas voltando a leitura que muito me interessou, fala sobre um movimento capitalista que se aproveita da busca do bem estar como um nicho de lucratividade, a busca por estar bem em níveis físico e mental, estruturas de rotinas, metodologias de sucesso pessoal, financeiro, afetivo e profissional. Lá a autora #MaríliaMarasciulo fala sobre a própria experiência ocorrida entre 2019 /20,  traz muitas reflexões e dados sobre este conceito e como se desenvolve.
    Não vou de fato discorrer linha a linha do texto usado como base para as ideias que me foram despertadas, mas irei explanar os pontos que ao meu ponto de vista é interessante e que me trouxe gatilhos a situações que vivo, um tanto sobre mim e pessoas próximas. 
O que de fato é bem estar ? 
Normalmente eu costumo responder "a partir do que", "comparado" e ou "na visão de quem ?" Acredito que isso é algo muito subjetivo igualmente é similar a "Felicidade" , você é feliz ?
   Trazendo um referência pop , no filme "sexy and the City ²" , - sim esse filme faz parte do meu repertório e é uma zona de conforto -, acontece um diálogo entre duas personagem em um momento de desabafo e alto stresses sobre a vida e felicidade e surge a pergunta você é feliz ? , E Charlotte responde que sim , daí um novo questionamento , todos os dias ? E ela responde que sim , não o dia todo, mas pelo menos uma vez por dia, ela encontra um momento em que ela está feliz .
    Trago essa conclusão logo de cara para chocar - mais ainda que a própria referência - como nunca pensamos sobre isso e como isso poderia resolver certas questões e cobranças que temos sobre nós mesmos, porém de contrapartida em um contexto couth a imposição do entendimento de que sim é possível ser feliz todos os dia, traz certo ponto de vista tóxico que nos força a solução para o alcance da felicidade e se não somos estamos fracassando.
    Um outro ponto levantado na matéria que satura o dia a dia é sobre a apropriação cultural, em breve resumo, ela descreve que não há nada de errado conhecer, usar e se inspirar em culinárias, moda, linguagens e tradições em seu uso pessoal, pois isso faria parte do conceito de aprendizagem e aumento de conhecimento de mundo, o que não pode é descontextualizar e reduzir essas tradições em um simples produtos com finalidade de lucrar sobre. Um dos exemplos utilizados seria a quinoa, o produto originário da Bolívia e Peru teve a procura três vezes maior após a popularização, aumentando o custo do produto que se tornou inacessível para a própria população destes países que a consomem. A produção também sofreu um impacto que interfere no seu cultivo e na qualidade do solo e relações ecológicas, a consciência que um "simples" produto desencadeia apenas por um mercado de consumo.
É apresentado outros exemplos e circunstâncias que envolvem celebridades que idealizam um padrão de busca inacessível tanto financeiras e estéticas, esses métodos, que muitos delas são cientificamente inválidas no que se refere a benefícios para o corpo e saúde.
              
Eu pessoalmente gosto de pesquisar e saber mais sobre , assim consigo filtrar as opções e pegar um pouco de cada uma sem a pressão e obrigatoriedade de seguir métodos absurdos e que custam caro também, por exemplo gosto muito de cristais e pedras naturais , quando encontro um quartzo por $30, não tenho a necessidade de comprar um de $600 so pelo motivo de indicação de uma marca específica que normalmente é a mesma que vende a ideia , o produto , o conceito e assim ela lucra em todas as formas possíveis e muita das vezes em um métodos que mais me estressa do que faria bem .E Não um cristal aqui , uma Yoga dali , um meditação que achei e assim crio minha própria rotina de bem estar sem um padrão elevado de expectativa x realidade.
https://consumidormoderno.com.br/2022/05/29/wellness-mercado-bem-estar/
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ddb-celiapalma · 2 years ago
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Intenção
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A intenção do a/r/cógrafo é complexa e funcionará como um guia através de perguntas, processos sistemáticos de recolha, comparação, experimentação, contraste e interpretação de informações. (Veiga, 2020, p.102)
Qual a intenção da obra?
Um manifesto como declaração pública de princípio e intenção do papel da mulher que habita o presente, e que habitou o passado.
Qualquer imagem é uma forma de poder.
Vivemos um tempo estranho, em pleno seculo XXI, onde as novas guerras preenchem os nossos ecrãs, e assistimos a um retrocesso da liberdade, onde os políticos escravizam a sua população, e em alguns países ainda se vive na era primitiva onde o papel da mulher se reduz a um erro, como é o caso das mulheres iranianas sem liberdade para corporizar o seu ser, ou como a mulher afegã sem direitos sequer à educação do saber.
Como forma de ser, a mulher do passado expressava-se através do seu canto, recorda-me as imagens das lavadeiras junto ao rio, que cantarolavam, ou como já referi antes as mulheres dos pescadores que trabalhavam arduamente nas fábricas de conserva.
Este distanciamento de tempo e espaço, que parece por vezes tão perto na distância espacial e tão distante quando temporal.
A procura da ruralidade como manifesto da ação de empoderar estas mulheres, num exercício de diálogo como manifesto e reconhecimento das suas ações, um exercício que (re)visita a invisibilidade das mulheres nos acontecimentos históricos.
Partindo da análise do confronto do passado e presente do papel da mulher no contexto rural, na recolha de histórias de vida é central na construção da narrativa.
O artefacto corporiza a mulher na ação imersiva da (re)visitação visual e sonora do pensamento coletivo na liberdade de ser aplicado ao método da a/r/cografia como processo da comunicação para a partilha da reflexão.
A intenção atua sobre o pensar a liberdade de ser, personifica a mulher através do canto, num paralelismo com a realidade sonora das vozes de hoje que se misturam com as vozes do passado. Corporizar uma só voz numa instalação imersiva, em que o espectador no seu processo individual revisita duas realidades em paralelo. A estética poderá partir da forma minimal do rosto invisível ao sentido aditivo da imaginação. Assim a obra poderá progredir no conforto audível ao desconforto do mesmo, consoante a indiferença do espectador.
Neste ponto da linha de investigação, intenção, coloco algumas hipóteses para o desenrolar da narrativa com as seguintes questões, estética(s), narrativa(s) e experiência(s).
A narrativa poderá apresentar um exagero da ruralidade e a sonoridade obsessiva através dos cânticos das mulheres. Um ecossistema de seres que são confrontados com a feminidade, a sensualidade, e o silêncio.
O espaço interativo poderá ser composto por luz, som e imagem vídeo que reage à presença do espectador numa performance imersiva de som e imagem que harmoniza tecnologia e arte.
Como criar um ambiente imersivo?
A instalação poderá ser um espaço de revisitação acolhedor que nos remete para um espaço íntimo, através da projeção imersiva, em que o espectador corporiza o espaço de estar.
Como criar a conexão da prática artística com o público?
A Memória coletiva pode ser definida como uma interação, de partilha de uma memória social, de tradições artísticas passadas ou futuras, e tornar-se em “memória histórica”.
Como desenvolver a experiência a partir de um registo sonoro?
Apropriação de objetos do quotidiano das mulheres como forma de complementar a prática artística.
Como corporizar a mulher?
O diálogo das coisas no tempo das mulheres.
A mulher, o erro e o silêncio.
Como criar uma prática “artivista”? E qual o seu significado?
A liberdade de ser mulher.
De que modo poderá a prática promover uma mudança social e/ou cultural?
Intenção
Da vontade de dar voz em prática artística como toda a história à volta das mulheres do passado, da estimulação sensorial durante uma viagem pela história da ruralidade, no resultado direto da pesquisa visual e sonora, e no estudo do empoderamento da mulher dos dias de hoje, e o estado da rápida mudança que assistimos.
A intenção de retratar uma realidade partilhada pelas mulheres, onde os diálogos que entoam a liberdade eram muitas vezes através de cânticos. 
Todos os fatores contribuíram para a intenção de registar o ambiente sonoro, onde os estímulos são segmentados pela experiência sonora das vozes femininas, de efeito imersivo como retrato imaginário da mulher do futuro.
O diálogo é gerado a partir da presença do espectador em aproximação e afastamento, alguns sons serão captados em espaços de fruição da cultura algarvia, a exemplo os mercados e feiras onde se entoa os famosos pregões populares.
Os pregões da nossa infância permanecem no nosso imaginário. Estão ligados a produtos e a serviços de outros tempos: pregões saloios e pregões populares para recordar.
Pregão na sua definição como o ato ou efeito de apregoar. É o anúncio público feito em voz alta; proclamação. É sinónimo de divulgação, sendo ainda cada uma das proclamações de matrimónio futuro. Os pregões eram como ações de marketing de outros tempos, permitindo anunciar produtos ou serviços que estavam à venda. 
Por exemplo o famoso pregão dos ardinas que vendiam jornais dos vendedores da lotaria: “-olha a sorte grande segunda-feira anda à roda sai ao vigarista. Ou “Olha a sardinha vivinha!”. “Quem quer pencas ou tronchudas?”. “Há carapau e sardinha, linda!”. “Olha o bom gelado!”. A trilha sonora em som de fundo, misturado em forma de música urbana, que se ouvia nas ruas e mercados do Porto, numa época em que a melhor publicidade era feita pelo próprio vendedor de um produto, na cara do potencial cliente. A ideia surge como forma de assinalar a transição de formas populares de tradição oral, dentre as quais se destaca o pregão de rua, para o disco e o rádio.” (Vieira, 2019).
Esta viagem de transgressão dos limites leva-me à questão de como será a mulher do futuro partindo da ruralidade temporal? 
O canto que se transforma em bit?
Como se desconstrói a melodia? 
Os tempos presentes são feitos de muitas camadas históricas que tendem a projetar-se no futuro. Herdadas de passados mais ou menos recentes marcam a nossa vivência quotidiana, refletindo-se tanto nas conexões que estabelecemos uns com os outros como nas formas que vão tomando as relações e os conflitos ligados à economia e geopolítica presente - atual guerra da Ucrânia, camadas sob o ângulo da história e do conceito do império, começando com uma perspetiva que aborda as sobrevivências atuais da história.
O espectador contribui na concretização da obra passando da estética a uma possível inestética. O ritmo e repetição enleiam-se num ritual de composições que agitam tempo e espaço. - Mulher do futuro e imaginário.
Conclusão 
Muitos artistas descrevem a criação como um percurso do caos ao cosmos. Um acúmulo de ideias, planos e possibilidades que vão sendo selecionados e combinados. As combinações são por sua vez, testadas e assim opções são feitas e um objeto com organização própria vai surgindo. O objeto artístico é construído desse anseio por uma forma de organização. (Salles, 2004, pp. 33) 
A investigação prossegue para a conceptualização.
Referências Bibliográficas
Veiga, P.A. (2020). O Museu de Tudo em Qualquer Parte: arte e cultura digital - inter-ferir e curar. Coleção Humanitas, Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Grácio Editor. ISBN: 978-­989-­902-3­25­-3.
Salles, Cecília A. (2004). Gesto Inacabado: processo de criação artística. 2ª ed., São Paulo: FAPESP - Annablume. ISBN 85-7419-042-X
Vieira, A.B. (2019). “ ‘Olha a sardinha vivinha!’ O pregão não morreu, mas é preciso preservá-lo”. Jornal Público. Consultado em
URL https://www.publico.pt/2019/02/22/local/noticia/olha-sardinha-vivinha-pregao-nao-morreu-preciso-preservalo-1863091 (Acesso fevereiro 2023)
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romanaescarlatte · 3 years ago
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TECNOLOGIADA DA INFORMAÇÃO, UTILIZAÇÃO DO HIPERTEXTO E REFORMULAÇÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO
Observando os cenários apresentados à partir dos artigos “Tic’s na educação: a utilização das tecnologias da informação e comunicação na aprendizagem do aluno” de Cláudio de Oliveira e Samuel Pedrosa Moura vinculado na revista eletrônica do curso de pedagogia da PUC de Minas Gerais volume 7, nº1 no ano de 2015 , “O hipertexto e as práticas de leitura” de Eliane Arbusti Fachinetto vinculado na Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura, nº 03 no 2º Semestre de 2005  e do vídeo “Ensino e novas tecnologias” do programa Conexão Futura no canal Futura na plataforma youtube com os convidados Priscila Gonsales, diretora-executiva do Instituto Educa Digital, Priscila Fernandes, editora Blog Educação e Celso Antunes, consultor de educação. Onde discutem a questão da estrutura das escolas para receber e utilizar as novas tecnologias, e como têm sido estipuladas a formação e preparação dos professores, assim poderemos elucidar a questão do ensino nas escolas regulares mediante a utilização das tecnologias da informação e comunicação juntamente com a perspectiva das novas práticas de leitura com a presença do hipertexto dentro da contemporaneidade metodológica para a realização de tal mutabilidade.
O conceito de centralização que irá envolver os presentes objetos de arguição pauta-se na revolução realizada no setor de informática, e como este movimento de aprimoramento da realidade social afetou o setor de educação que dispõe da formação e preparação dos professores para aplicação e desenvolvimento desta idealidade dentro do espaço da escola, com a utilização de  recursos tecnológicos, que vem se tornando a cada dia mais necessária por ser considerada mais atrativa pois possui inúmeras possibilidades com uma diversidade imensa de mídias, o que colabora na assimilação dos conteúdos, tornando-a interativa. Para isto ocorrer é necessário reformular as relações de ensino aprendizagem, técnicas para que o aluno se torna protagonista e desenvolva relações dialógicas e de compartilhamento que deverá integrar-se aos demais espaços de conhecimentos gerando uma pluralidade, uma troca. O que não isenta a necessidade de política públicas que pensem e atendem está demanda, abordada constantemente por De Oliveira e Moura (2015).
Já o artigo de Fachinetto (2005)  exemplifica o possível desenvolvimento das novas formas de se apropriar do exercício da leitura à partir das relações comparativas existentes entre o hipertexto encontrado na internet carregado de não linearidade, com links, fluindo informações sem nenhuma regra hierárquica para a organização da leitor em consequência isto ocorrer com o decorrer do fluxo de leitura e o texto disponibilizado de maneira física possui uma linearidade maior, com hierarquia de informações. As potencialidades cognitivas da leitura no âmbito do hipertexto ainda são um enigma, porém as relações que são estabelecidas na ação de leitura do hipertexto necessitam de uma investigação mais fundo para estabelecer-se as possíveis relações da mente com o hipertexto.
A relação que se estabelece entre o hipertexto e práticas de ensino com a utilização das tecnologias da informação e comunicação é devido ao fato de estarem intrinsecamente e constantemente atreladas uma a outra quando se expõe a idealização de ensino com utilização da internet e de recursos tecnológicos. Deste modo, é nítido a gritante necessidade que De Oliveira e Moura (2015) demonstram em como é necessário repensar o currículo para que seja possível a realização, o nascimento, o aprimoramento destas novas práticas dentro do ambiente escolar, por muitas vezes as argumentações, inclusive do consultor educacional Celso Antunes no programa Conexão Futura, evidenciam conceitos do professor português António Sampaio da Novoa na questão de formação de professores, como a formação continuada sendo o suporte necessário aos professores recém licenciados dentro das escolas similar a residência médica. Ou ainda, a reformulação do professor como um mediador do conhecimento dentro da sala aula, assim tornando o aluno o responsável por transformar a informação em conhecimento estimulando a interatividade social e troca. Todos os conceitos citados são de extrema importância e a escola grita por esta reformulação, pois a sociedade atual está inserida dentro do meio tecnológico em todos os âmbitos e consequentemente para a formação do indivíduo que está inserido nela, é necessário a interação, apropriação desta modalidade de adquirir conhecimento, tanto técnico com o contato primário quanto intelectual visto que as vantagens são inúmeras quando analisadas num contexto geral de aprendizagem, o que se dá por via dos hipertextos presentes nesta rede auxiliando o desenvolvimento cognitivo.
Ao finalizar a reflexão através dos três objetos de análise é possível com clareza a influência dos conceitos do professor António Sampaio da Novoa, na metodologia e no fazer pedagógico proposto no decorrer de toda a obra. Repensar, inovar o modo de ensino através do tempo é um exercício que exige constância, indivíduos mudam, a sociedade muda, ocorrem revoluções, transformações, adequações o que afeta o indivíduo. Pois então se todos estes fatores mudam e consequentemente atingem o aluno, por que razão as práticas de ensino não deveriam se renovar, se adequar? O que acontecem para que o velho fazer ainda caiba no novo viver?
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dentesguardados · 4 years ago
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daniel, qual o papel da sexualidade na sua vida? percebe-se que, aqui no tumblr, pelo menos, você explora isso e instiga reblogando posts mais ou menos eróticos. como você enxerga o papel do erótico na sua concepção pessoal e também qual sua visão perante a sociedade? você explora isso? seus livros também tem certo erotismo, o que talvez seja um reflexo
Nos meus primeiros escritos, digamos até "Até o dia em que o cão morreu", a presença do sexo era sintoma principalmente de três coisas: 1) uma apropriação por via estética de uma libido jovem (ou seja, transbordante) e em grande parte tolhida por timidez e insegurança, convertida assim em situações imaginadas que projetavam essas perturbações no terreno livre e ambíguo da ficção literária; 2) a noção mais intelectual de que o sexo era tanto um fato corriqueiro da vida das pessoas (merecedor, portante, de constar numa ficção que se pretendia realista) quanto a experiência desestabilizadora por excelência, igualada por Bataille à experiência sagrada como meio de obtenção, em vida e preservando a integridade do indivíduo, de uma dissolução desejada pelo inconsciente, e que só se consumará de fato na morte; e, por fim, 3) exercício puro e simples de vaidade, de vontade de impressionar, da construção de imagens sociais condizentes ao ego de quem eu era naquele tempo, no contexto social que eu habitava naquele tempo. De lá pra cá, acho que meu interesse em fazer o erotismo figurar nas minhas narrativas ganhou nuances e complexidades. O sexo naquilo que escrevo desde o início tem pouco de vivência, e pode ser melhor comparado ao emprego de violência gráfica, que também me atrai esteticamente mas não tem correspondência fatual na minha vida. O erotismo que aparece nos textos é mais uma tentativa de criar momentos de instabilidade, curiosidade e confusão que provoquem o desejo do leitor de alguma maneira significativa, seja por excitação, repulsa ou uma reação no nível do significado mesmo, de fazer pensar sobre as relações e atos que transcorrem. De livro para livro, a intenção pode mudar bastante: no "Meia-noite e vinte" faz parte do projeto retratar certas maneiras como a tecnologia e o narcisismo favorecem relações à distância ou impedem conexões presenciais que teriam sido desejáveis e transformadoras para os envolvidos; não só existe um jogo de desencontros entre os personagens que desejam uns aos outros ao longo do tempo no romance, mas os encontros que acontecem são virtuais ou marcados por constrangimentos, distâncias e mal-entendidos típicos desse tempo de redes sociais e tecnologias de contato à distância. Já no "Barba ensopada de sangue" o sexo que aparece é parte integrante da mitologia construída para o protagonista, em cenas que são realistas mas também profundamente ficcionais, no sentido de que não querem dizer muita coisa além de elaborar a virilidade, o estoicismo e a sensibilidade peculiar (incluindo aí a atenção a detalhes sensoriais decorrente da prosopagnosia que formata a percepção do personagem) com os quais procuro revestir o herói da narrativa. Tem muito mais estética pela estética nas cenas eróticas desse livro. Se tem um livro meu em que a sexualidade aparece de maneira a explorar de modo um pouco mais sincero e investigativo algumas questões da minha própria sexualidade, provavelmente é o "Mãos de Cavalo". Aquela balança desregulada, no Hermano, entre a auto-estima e a insegurança profundas do personagem, que resultam ora numa frieza distante e arrogante, ora numa sensibilidade hesitante e meio ingênua, e o vaivém de adesão e repulsa pelos tropos de masculinidade vigentes na cultura pop e nas brincadeiras de adolescência, tudo isso tem muito de mim próprio naquela época, ainda que no livro as coisas sejam exageradas, distorcidas e, na quase totalidade dos casos, representadas por cenas e ações que não correspondem a episódios da minha vida. De todo modo, atravessa todas essas épocas e trabalhos, e resiste até hoje, a percepção de que o desejo é uma espécie de cola que gruda todas as pessoas, e que o desejo é essa gangorra de satisfação e frustração, de conforto e tumulto, e que o erotismo se torna interessante exatamente na medida em que é capaz de representar essas oscilações e instabilidades, ao passo que o contrário, um erotismo que entrega exatamente o que o destinatário quer, que articula vontades e práticas demasiado nítidas e esquemáticas, um erotismo em que as pessoas se saciam e pronto, ou em que sabem exatamente o que foi que as feriu ou desagradou, ou que, pior ainda, se constrói em cima de papeis e tipos caricatos da cultura popular ou das formulações identitárias, esse é um erotismo muito menos interessante, que pouco nos diz ou estimula, e nos piores casos reforça hábitos e preconceitos que reduzem a complexidade, a diversidade e a ambiguidade do desejo. O desejo sexual se alimenta indiscriminadamente da igualdade e da diferença, do oferecimento e da interdição, não importa, e a maneira como ele se impõe à revelia de nossos hábitos, crenças e ideologias é assunto fascinante e inesgotável. Quanto ao Tumblr, não tenho critérios claros pra escolher o que posto, seja de cunho sexual ou não, e nessa nova versão o mundo erótico do Tumblr meio que se diluiu de toda forma. Mas eu sempre procurei postar aqui imagens que, sem pensar muito, tocam em sensações e ideias que estou ruminando, ilustram visualmente o tipo de coisa que me atiça, excita e instiga em determinado momento. O fluxo das imagens e citações que se acumulam precisa me surpreender um pouco também, e com o tempo se forma esse arquivo pesquisável de referências que me fornece um relatório estético-narrativo quando eu preciso, seja pra passar o tempo, seja pra procurar rumo criativo.
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jonudo · 5 years ago
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O que é pós-modernismo?
O pós-modernismo é uma das principais linhas teóricas da sociologia contemporânea. A Sociologia contemporânea pode ser definida como as formas de expressão teóricas mais recentes da disciplina da Sociologia, que tem seu surgimento acontecendo a partir da segunda metade do Séc. XX. Tem suas leituras da realidade baseadas na explosão das tecnologias da informação e comunicação (TICS) e o Processo de reestruturação produtiva, que se dá através de uma nova divisão internacional do trabalho, que parcela a atividade produtiva em uma escala global, destruindo a figura da grande indústria e estabelecendo várias indústrias menores que abraçam questões mais específicas. Esse processo só é possível através da expansão das TICS, que ligam essas indústrias globalmente.
Essa nova condição de produção faz surgir um conjunto de novas teorias, as teorias da sociologia contemporânea, bem como o questionamento das teorias sociológicas clássicas, essas que estão baseadas na leitura da sociedade moderna, baseada na cientificidade, industrialismo e urbanismo. Se questiona cada vez mais a existência da própria indústria, bem como a figura do trabalhador e da classe operária, visto que se não há indústria, não existem esses dois elementos.
Krishnan Kumar, em seu livro “Da sociedade pós-industrial a pós-moderna”,aponta 3 linhas principais da sociologia contemporânea: A linha sociológica que trata das redes informacionais, a pós-industrial, a corrente pós-fordista que revive a centralidade do trabalho, baseada nas teorias de organização da produção; e a terceira linha, o pós-modernismo.
Podemos apontar três principais características nas leituras do pós-modernismo: A primeira característica é a de um tratamento da realidade social baseada num ecletismo teórico. A segunda é a pressuposição das teorias pós-industriais; e a terceira característica é a de tomar como objeto de estudo aspectos culturais de maneira isolada dos aspectos econômicos. Podemos observar essas 3 características no livro “A condição pós-moderna”, do pesquisador francês Jean-François Lyotard.
Em “A condição pós-moderna”, Lyotard se apropria da produção de outras linhas teóricas para interpretar a realidade. Ele se apropria das teorias pós-industriais para afirmar que a sociedade informatizada não está centralizada no trabalho, mas na linguagem. Através da centralidade da linguagem, é dito que todas as formas de sociabilidade estão baseadas na maneira que nos comunicamos uns com os outros, não importa se nas formas mais básicas de relações sociais ou na ciência. A ciência para Lyotard também deve ser forjada no paradigma da linguagem, e que a linguagem deve obrigatoriamente ter suas leis respeitadas. A lei básica da linguagem é a de que toda condição de comunicação tem sempre um emissor e um receptor e entre esses dois é necessário se fazer compreender, e para se fazer compreender com eficácia é necessário apelar pras formas mais simples de linguagem, que para Lyotard é o Senso Comum. O Senso Comum é a forma de expressão reinante no cotidiano, e nele se impera a individualidade: é nele que nos expressamos  estabelecemos nossa particularidade dentro do mundo, e nele há uma manifestação infinita de expressões de linguagem.  A valorização do senso comum como forma de conhecimento implica na impossibilidade de métricas e juízo de valor sobre as formas de conhecimento do mundo, nele, todo conhecimento baseado nele é valido e se torna uma narrativa, e essa narrativa é valida dentro dos jogos de linguagem.
Podemos concluir que se, nessa leitura, todo conhecimento é relevante, Lyotard libera aqueles que estão dispostos a interpretar a realidade todos os instrumentos e métodos que estes julguem necessário, excluindo as chamadas “Metanarrativas”, como o Materialismo Histórico e o Funcional-Estruturalismo de Parsons; pois estas desconsideram o senso comum e a subjetividade dos sujeitos, ignorando a centralidade da linguagem. É baseado nessa leitura que podemos avaliar o critério eclético do pós-modernismo.
A segunda característica é a apropriação das leituras pós-industriais da realidade. A obra de Lyotard pressupõe a ideia de uma sociedade que não tem mais como centralidade a categoria do trabalho, a indústria estaria se tornando cada vez menos importante e a própria figura do trabalhador seria superada em um futuro breve. Esta nova sociedade, ao contrário, estaria fundamentada na informação. As tecnologias da informação e da comunicação abalam cada vez mais a administração pública e criam experts que são os responsáveis por construir a dinâmica do nosso mundo. Tudo que entra na dinâmica das TICs se transforma em mercadoria apropriada por grandes corporações, e esta mercadoria está cada vez mais atrelada não a indústria, mas a processos informacionais.
A terceira característica, que é a dos aspectos culturais desconectados da dimensão econômica está atrelada a ideia de Lyotard de “Jogos de Linguagens”. Segundo o autor, os jogos de linguagens são as relações sociais vistas sob o paradigma da linguagem, e são a forma que os sujeitos usam para decodificar o conjunto de relações sociais. Na pós-modernidade, os sujeitos cada vez mais usam do acesso a informação para criarem a sua própria subjetividade, gerando assim um indivíduo cada vez mais atomizado e identitário, e a partir do momento em que ele se torna cada vez mais único, precisa encontrar formas de tornar sua subjetividade exposta através de uma linguagem que seja acessível aos outros indivíduos. Então, nessa leitura, os indivíduos vão se relacionar através da aposta, apostando naquilo que ele imagina que possa alcançar no outro, presando pelos aspectos que não tendem a abstração ou racionalidade, ou seja, no pouco reflexivo, no intuitivo. É por isso que podemos enxergar em Lyotard uma expressão cultural apartada da totalidade das relações sociais, ou seja, a, cultura vista de forma unilateral, desprezando os aspectos do trabalho e valorizando as dimensões intuitivas e mais imediatas.
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coisadecrianca · 5 years ago
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E o que isso tudo tem a ver com a disciplina?
Para começar: TUDO! Poderia estar relatando vivências da dança (tenho várias), da minha família, do início da faculdade, das viagens... Mas descrevendo tudo isso, é possível fazer esse caminho contrário. Não tentar, enquanto adulta (em tese), pensar em Alfabetização e Letramento, mas pensar enquanto ser humano que passou por essa fase. Qual a melhor forma de alcançar alguém senão pela empatia e reflexão dos nossos próprios atos?
           Assim, poderia aqui fazer uma lista de citações diretas e “de acordo com fulano e ciclano”, afinal falar disso remete mesmo à extensa bibliografia a que tivemos acesso ao longo dos anos na faculdade –especialmente nessa matéria. Mas, resumidamente, acho que fica claro que alfabetização e letramento são coisas distintas que, no entanto, se relacionam. Alfabetizar é possibilitar a aquisição da tecnologia da leitura e da escrita, letramento diz respeito à verdadeira apropriação de tais práticas, da compreensão de seu uso social e cotidiano, conforme Magda Soares nos descreve cautelosamente em seu livro Letramento: um tema em três gêneros (o qual possui um texto utilizado em aula que pode ser encontrado clicando aqui, Rojo também explora a temática em sua obra Letramentos Múltiplos)..
           Fica, assim, clara para mim a ideia presente nesse mesmo texto de Magda que nos fala que a pessoa à partir do momento em que se torna letrada, já não é mais a mesma de antes, pois altera-se o seu lugar social e seu modo de viver na sociedade. Isso porque sua relação com as coisas já se torna, assim, diferente. Quando falamos em letrar, falamos em um processo que envolve muito mais do que as cartilhas e ditados, pois esse processo transcende os muros da escola (clique aqui  e aqui para saber mais sobre a pedagogização do letramento) e as linhas do caderno, ele está presente na vida cotidiana que acontece sim na sala de aula, mas acontece também na rua com os coleguinhas, dentro de casa com a família (como foi o meu caso) e onde quer que seja o contexto em que a criança se insere.
           Assim, finalizo esse relato e fecho essa doce caixinha de lembranças te convidando, quem quer seja você leitor, a refletir comigo sobre a infância, o que esperamos das crianças e o que podemos fazer por elas seja como educadores, pais, tios etc. De que forma estamos impactando suas vidas e de que maneira fomos impactados? Que sejamos gentis antes de mais nada e capazes, sobretudo, de nos reinventarmos para aprender ensinando e ensinar aprendendo: o mundo das letras, o mundo da leitura, o mundo inteirinho (e nada menos).
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educiber-blog · 6 years ago
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Jogar é um vício? Não, é um prazer!!!!!
Você que é conectado e antenado, seguimos os conhecimentos. Hoje vamos conversar um pouco sobre games na educação.
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Vocês sabiam que na Grécia, Platão já considerava a proposta do “aprender brincando”?  Mas, na Idade Média, o rigor da educação cristã afastou os jogos só voltando a ser considerados como suporte atrativo tempos depois durante o Renascimento.
Piaget em 1978, já dizia: “a ludicidade é um instrumento pedagógico para o desenvolvimento da criatividade, iniciativa e autonomia, como também para a apropriação dos diversos saberes produzidos historicamente pela humanidade”. Então por que não inserir atividades lúdicas em sala de aula, favorecendo a aprendizagem prazerosa?
Na contemporaneidade é que o bicho pega com a indústria de jogos eletrônicos. Os antigos jogos de tabuleiro ou cartas foram substituídos pelos digitais, e, consequentemente, pelos jogos de videogame e computador. Com isso, mais um desafio surgiu para os educadores: como utilizar jogos digitais em sala de aula? 
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Créditos: Shutterstock
Com o crescente avanço tecnológico nesta área, tem surgido estudos sobre a relação de games e a aprendizagem. Um dos pioneiros nesses estudos foi um cara chamado Becker, ele analisou o desenvolvimento do raciocínio na era da eletrônica, destacando a TV, os computadores e os jogos eletrônicos. e muitos outros estudos tem sido realizados aqui no Brasil a nível de mestrado e doutorado. Mas apesar de tantas comprovações de melhoria na aprendizagem envolvendo os jogos em geral na sala de aula, ainda é muito pouco inserido os jogos nas práticas pedagógica. Por quê?
Alguns educadores rotulam os jogos como causadores de transtornos de personalidade e ansiedade. E por falta de entendimento sobre os jogos eletrônicos e aprendizagem temos algumas especulações sobre o não uso em sala de aula: dificuldades dos professores com a cultura digital, a qualidade dos jogos digitais voltados para a educação e o preconceito sobre os jogos digitais relacionados a violência e outros.
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Não podemos mais negar que a tecnologia já está em toda parte. Na era digital, as pessoas estão cada vez mais conectadas ao mundo, seja usando redes sociais, seja conversando com facilidade com quem está do outro lado do mundo nos games. E pessoas de todas as idades aproveitam e usam a tecnologia em seu dia a dia. E isso pode ser um problema para escolas que não entram na era digital. Não acham?
Atrair o aluno para sala de aula
Talvez o maior desafio do sistema educacional na era digital seja conseguir reter a atenção do aluno na sala de aula devido a tantas informações que ele tem acesso em qualquer lugar.  O perfil dos aluno atualmente independe de classe social, já que a maioria das pessoas têm acesso a um smartphone ou mesmo lanhouse hoje em dia. Com o acesso ilimitado a informações, o aluno pode adquirir conhecimento de maneiras diversas e além da sala de aula, por isso o desafio do professor se torna maior.
Para resolver esse problema, o mais recomendado é tornar o local de ensino atrativo, com recursos que prendam a atenção e despertem interesse. Como utilizar os games, é inegável como os alunos são atraídos por eles.  Mas não basta trazer recursos tecnológicos para as escolas. O professor deve estar preparado para usar a tecnologia de forma atrativa, ele precisa conhecer as potencialidades dos dispositivos tecnológicos para assim poder utilizá-los pedagogicamente tendo em vista alcançar objetivos que contribuam para a construção da aprendizagens dos alunos. As tecnologias por si só, não são capazes de produzir essas mudanças inovadoras, elas só se efetivarão se professores e professoras estiverem juntamente com seus alunos envolvidos e comprometidos com uma educação motivadora, dinâmica e significativa.
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A “gamificação” é uma tendência que pode ajudar nessa questão.  Os games são uma realidade na vida de crianças e adolescentes e eles podem deixar aulas e estudo muito mais atraentes. O que vocês acham? Seria legal aprender com prazer? Com o lúdico? Com jogos?
O segredo dos jogos não está no jogo em si gente, mas sim na atividade do jogador. Buscar vídeos no YouTube, mostrando como se passa de fase ou ainda buscar informações em sites, são recursos muito interessantes para os estudantes. Os jogos motivam a leitura, e, por muitas vezes, leitura de coisas acima de seu nível de compreensão.
Por isso, que ao nos depararmos com os jogos digitais, devemos perceber que eles podem ser mais do que meros passatempos, podem ser sim utilizados como uma fonte educacional maravilhosa, é só saber escolher.
Uma atividade fantástica pessoal que pode atrair os alunos em sala de aula também são as narrativas transmidiáticas. Mas que troço é esse? Atualmente, narrativas transmidiáticas tem sido explicado como uma história que se desenrola através de diversas mídias. Como exemplos temos o Pokémon, Matrix, Harry Potter e tantos outros. Na maioria das vezes, as histórias, começam em um livro, gerando um filme, um game, páginas de fãs na internet, além de gerar camisas, chaveiros, brinquedos, enfim, uma infinidade de coisas ligadas à uma mesma  história.  Então, por que não partir de um game ou um filme, por exemplo, que os alunos gostem e daí iniciar outras produções, como: histórias em quadrinhos, blogs, vídeos, fanfics. Espere aí, o que são fanfics?
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Se nos reportarmos a Wikipédia encontramos que Fan fiction (em português, literalmente, "ficção de fã"), também grafada fanfiction ou, abreviadamente, fanfic é uma narrativa ficcional, escrita e divulgada por fãs em blogs, sites e em outras plataformas pertencentes ao ciberespaço, que parte da apropriação de personagens e enredos provenientes de produtos midiáticos como filmes, séries, quadrinhos, videogames, sem que haja a intenção de ferir direitos autorais ou obter de lucros. Portanto, tem como finalidade a construção de um universo paralelo ao original e também a ampliação do contato dos fãs com as obras que apreciam para limites mais extensos. Tudo isso os jovens adoram, não é verdade?
O melhor é com esses tipos de atividades os alunos aprendem de modo prazeroso e com significado para vida. Com certeza jamais esquecerão.
Para finalizar trouxemos alguns exemplos de jogos interessantes:
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Estes jogos estão disponíveis para várias plataformas, ou seja, eles podem ser jogados tanto nos computadores, nos tablets e até mesmo nos videogames.
 “Valiant Hearts” (Uma narrativa histórica da Primeira Guerra Mundial: recomendado para maiores de 12 anos e com legendas em português.) Temas atuais tratados por meio de jogo de lógica:“Machinarium” (sem classificação definida, em inglês) Jogo muito interessante para o ambiente escolar, pois trata de temas atuais com uma elegância não muito comum aos games. Da mesma forma que o filme “Wall – e”, vemos nesse jogo a temática da sustentabilidade.
Divirtam-se!!!!
Sua escola está preparada para esses desafios? Comente abaixo e conte pra gente quais são suas expectativas.
Gostou? Então, fique ligado, próxima semana tem mais!!!!
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Aprofunde os conhecimentos:
Vídeo: Games e educação 
Referências:
ALVES, Lynn; TORRES, Velda (Org.) Jogos Digitais, entretenimento, consumo e aprendizagens: uma análise do Pokémon Go. Salvador: Edufba, 2017
ALVES, Lynn et al. Games e narrativas transmidiáticas: uma possível relação pedagógica. Disponível em: http://www.sbgames.org/sbgames2013/proceedings/cultura/Culture-29_full.pdf Acesso em: 21 fev. 2018
JAMISON, Anne. FIC: Por que a fanfiction está dominando o mundo. Rio de Janeiro: Anfiteatro, 2017
MARTINEZI, Lourdes Villalustre; PÈREZ, Mª Esther Del Mora. I Juegos perceptivos com realidad aumentada para trabajar contenido científico Lourdes Villalustres. Educação, Formação & Tecnologias. Espanha, v. 10, n.1, 2017. Disponível em: http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/585/264 Acesso em: 31 jan. 2018.
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polianapintolove-blog · 6 years ago
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Tendências Tecnologias na Educação
Vivemos em um cenário altamente tecnológico, e despertar nos alunos da atualidade o interesse em aprender, neste meio, é um grande desafio, a ser superados tanto pelos professores, quanto pelas unidades de ensino, que em sua grande maioria não dispõem de recursos físicos e pedagógicos voltados para essas TIC’s.
           Para ilustrar este tema de grande relevância para o meio Pedagógico, realizarei um breve resumo do Capítulo 2 – Letramento digital e Letramento acadêmico: um diálogo necessário. Do livro Educação Fora da Caixa: Tendências Internacionais e Perspectivas sobre a Inovação na Educação.
Resumo
 1. INTRODUÇÃO
           A cultura escrita, dada sua complexidade e suas múltiplas facetas, se constitui em objeto de pesquisa de diferentes áreas do conhecimento. Tal interesse revela o poder que essa modalidade da língua encerra. O interesse pelas construções culturais mediadas pela escrita é manifestado por muitos autores nos Novos estudos do letramento, ou como foi adotado no Brasil apenas Estudos do letramento. A aprendizagem está se dando no dia a dia das pessoas, na ocorrência de aprendizagem informal, para então compreender como fazer uso desse mecanismo de modo formal, na sala de aula. Assim, este artigo tematiza o letramento digital, as práticas sociais de uso da escrita e da leitura mediadas pelas tecnologias digitais, investigando como a educação pode se valer do movimento de aprendizagem informal para potencializar o letramento acadêmico, com o propósito de demonstrar a relação entre letramento digital e a potencialização dos letramentos, sobretudo do letramento acadêmico 
2. LETRAMENTO COMO PRÁTICA SOCIAL
O recrudescimento das práticas de leitura e escrita em consequência da popularização das mídias digitais impulsionou o uso do termo letramentos em várias áreas do conhecimento. Tal feito, quando relativo ao letramento digital, por vezes reduz o conceito à instrumentalização, limitando e restringindo seu potencial pedagógico e de inclusão digital e social. Os estudos da escrita então se concentravam no processo mental e individual da escrita, que em um sentido estrito a tomavam como tecnologia implicando codificação de sons em letras e decodificação de letras em sons. Brian Street, em sua obra seminal Literacy in theory and practice (1984) afirma que a escrita não pode ser tratada como neutra ou como mera técnica uma vez que as práticas de leitura e escrita são construídas na interação interpessoal, em contextos sociais e históricos. Assim, as práticas sociais de uso da escrita guardam íntima relação com os contextos em que ocorrem, dada sua estreiteza com a ação do homem, sua cultura e sua historicidade. Um evento de letramento, então, se configura como qualquer ocasião em que a língua escrita é integrante da natureza das interações dos participantes e de suas estratégias e processos interpretativos (Heath, 1982, p. 319). Práticas de letramento são, então, construtos sociais e devem ser analisadas a partir do contexto histórico, não se limitando ao contexto escolar já que o aceso a cultura escrita e a sua apropriação não se circunscrevem a essa esfera, elas se instituem nas relações interpessoais em geral. 
3. LETRAMENTO DIGITAL COMO ESTRATÉGIA PARA POTENCIALIZAR O LETRAMENTO ACADÊMICO
O apelo das TDIC, associadas ao acesso à internet, sobretudo nos centros urbanos, tem transformado a forma como as pessoas se informam, se comunicam e, consequentemente, como aprendem. Esse contexto permitiu um recrudescimento de práticas sociais mediadas pela leitura e pela escrita. Mensagens de texto Letramento digital e letramento acadêmico, foram transformadas na forma mais eficiente e usual de comunicação formal e informal. Espaços on-line hoje são locais importantes de aprendizagem, seja na busca de informação sobre como cuidar de flores, acompanhar a previsão do tempo, como manter o jardim livre de pragas, aprender uma nova receita ou um novo idioma. Embora essas informações façam uso de variadas semioses, em todos esses casos, o uso da língua prevalece, seja como recurso para a aprendizagem ou como objetivo dessa aprendizagem (Barton, 2013). Em todos esses casos as pessoas estão participando de novas práticas de leitura e de escrita, de novos letramentos. Logo, a tela das mídias digitais configuradas como espaço de escrita e de leitura traz não apenas novas formas de acesso à informação, promove também novos processos cognitivos, novas formas de aprendizagem, novas maneiras de ler e de escrever. A perspectiva dos estudos do letramento permite entender as práticas de uso da escrita como práticas sociais que tem lugar em contextos específicos e para fins específicos (Kleiman, 1995). Logo, compreender a abrangência da escrita na vida social nos permite pensar e propor atividades contextualizadas na prática social de uso da escrita levadas a efeitos por nossos estudantes, oriundos de diferentes camadas sociais, com diferentes conhecimentos e informações sobre as coisas que estão no mundo. Além disso, diferentes suportes para leitura e escrita promovem práticas sociais de uso da escrita distintas, isto é, diferentes espaços de leitura e escrita, diferentes mecanismos de produção e difusão geram diferentes letramentos (Soares, 2002). Nesse sentido importa cotejar os conceitos de letramento digital e letramento acadêmico, no âmbito dos estudos do letramento com vistas a demonstrar tais teorizações podem favorecer a formação de nossos estudantes. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:  
“Entender o que os homens fazem com a escrita implica entender os homens na configuração social, cultural e histórica em que vivem.” (Cerruti-Rizatti, 2009, p. 4)
Na perspectiva sociocultural de leitura e escrita assumida aqui, que parte do que as pessoas fazem com a linguagem escrita em suas vidas, intentamos demonstrar a necessidade da horizontalização das práticas letradas de nossos estudantes, tomando o natural interesse pelas mídias digitais para potencializar o letramento digital e, assim, como estratégia para ampliar o letramento acadêmico. Tal compreensão decorre da perspectiva histórico-cultural à qual este estudo está filiado, considerando que a constituição de sujeito, de linguagem e de conhecimento estão interligadas e que para nos aproximarmos das orientações de letramento dos nossos alunos é preciso compreendê-las de forma plural. Compreender a relação que se estabelece entre sujeitos e tecnologias digitais, as linguagens e as sensibilidades desencadeadas por essa relação e as aprendizagens decorrentes dela, se configuram contemporaneamente como caminhos que podem levar à expansão dos letramentos dos estudantes, isto é, a expansão das práticas sociais de uso da escrita e da leitura. A expansão dos letramentos, atrelada a uma abordagem de aprendizagem significativa da língua escrita, depende do olhar atento para o entorno sócio histórico em que os alunos estão situados, bem como para as suas vivências.
5. REFERÊNCIAS
Bakhtin, Mikhail. (1997). A interação verbal. In: Bakhtin, M. Marxismo e filosofia da linguagem. (p. 110-127) São Paulo: Hucitec.
______. (2003). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes.
           Barton, David & LEE, Carmen. (2015). Linguagem online. São Paulo: Parábola editorial.
Bunzen, Claudio. (2014). Apresentação. In: Street, B. Letramentos sociais. São Paulo: Parábola editorial.
Cerutti-Rizzati, Mary Elizabeth. (2009). Apropriação sociocognitiva da escrita: uma discussão sobre a dimensão intrassubjetiva da linguagem. Letras de Hoje, v. 44, n. 3.
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educibercultura · 7 months ago
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NET ARTE, A ARTE DA E NA INTERNET
Olá, pessoal!
Agora que vocês conhecem o que é realidade virtual e realidade aumentada, vamos aprender sobre a net art ou arte na internet. Sabiam que já existem exposições de arte feitas com o uso de tecnologias digitais como a inteligência artificial e o georreferenciamento? É isso mesmo! E o melhor, essas exposições só podem ser consumidas pela internet, com o auxílio da realidade virtual ou da realidade aumentada.
A net art começou ainda nos anos 1990 com a popularização da internet. Sua ideia era aproximar o público da arte por meio da interatividade. Com o passar dos anos e também aperfeiçoamento das tecnologias digitais, o processo se tornou mais sofisticado.
Em 2011, o Google criou o Google Art and Culture, uma plataforma que possibilita aos navegantes do ciberespaço realizar visitas virtuais a museus e exposições, possibilitando o conhecimento de acervos presentes em diversos lugares do mundo. Se você ainda não utilizou essa plataforma, fica a dica, pois vale a pena conferir!
Nos últimos anos, as exposições imersivas viraram febre no país. A mais famosa foi a que trouxe as obras do pintor holandês Van Gogh e que esteve em várias cidades brasileiras. Muito legal, não é mesmo?
Quer conhecer mais sobre a net art? Uma sugestão é visitar o LabFront, grupo de pesquisa que investiga, produz e realiza eventos e exposições sobre as diversas formas de arte com o digital. Chegamos ao fim do nosso post. No próximo encontro, conversaremos sobre a apropriação social da tecnologia. Até lá!
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Referências
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: Teoria da cultura de massa. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
GONÇALVES, Fernando do Nascimento. Arte, ativismo e tecnologias de comunicação nas práticas políticas contemporâneas. Contemporânea, ed. 20, v. 10, n. 2, 2012. Disponível em: http://www.contemporanea.uerj.br/. Acesso em: 16 abr. 2024.
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anime-mbti7-blog · 6 years ago
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A Eutanásia No Direito Brasileiro|Hop No Brasil
{A Olimpíada Nacional em História do Brasil é um projeto de extensão da Universidade Estadual de Campinas, desenvolvido pelo Departamento de História por meio da participação de docentes, alunos de pós-graduação e de graduação, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações (MCTIC), por meio do edital de Olimpíadas Científicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Segundo ECA, estrangeiro residente ou domiciliado fora do país, deverá, no pedido de adoção, comprovar estar devidamente habilitado à mesma, de acordo com as leis do seu país e ainda apresentar estudo psicossocial elaborado por agência especializada e credenciada no país de origem.|RESUMO E COMPARAÇÃO ENTRE OS TEXTOS: “História dos métodos de alfabetização no Brasil” de Maria Rosário Longo Mortatti e “Breve História das Metodologias” de José Juvêncio Barbosa. Na tentativa de alcançar um posto mais elevado na Liga, corpo diplomático brasileiro juntamente com governo de Artur Bernardes, priorizou a meta de elevar status do país a membro permanente do conselho, dentre outras metas e assuntos a serem resolvidos, como a questão do café depositado na Alemanha e dos navios alemães.} {Tudo está mudando, depois da tão importante CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88. Constituição cidadã, essa que conferiu tantos direitos e obrigações aos seres humanos em sociedades e que continuará sempre presente nas mentes do povo brasileiro, como um grito de vitória.|Ao longo da história de evolução da cidadania política e aquisição dos direitos civis e políticos pelo povo brasileiro, podemos, preliminarmente, definir como verdadeira a concepção de "cidadania política" como um conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe permitem intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a cargo público (indireto).} {A preocupação em conseguir tal posto surgiu apenas após a 3ª assembléia, em outubro de 1922, pois foi nesse período que sistema de rodízio dos assentos temporários começou a ameaçar a permanência do Brasil, a partir da percepção dessa possibilidade é que começou a se formar uma idéia de se candidatar para assento permanente, mas como governo de Epitácio Pessoa já estava no final, essa idéia não foi levada a diante.|Diante da grande dificuldade encontrada em alcançar seu objetivo, a incorporação da Alemanha foi vetada pelo governo brasileiro e por motivo de represália, em junho de 1926 Brasil notificou Secretário da SDN da sua retirada da organização devido a distorção do caráter universal desse organismo.} {Porém Ministério das Relações Exteriores juntamente com a Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, estavam fazendo um trabalho diferenciado entre 1915 e 1916 no que diz respeito a logística de transportes de mercadorias e principalmente café, apesar das dificuldades criadas pelas partes conflitantes Lloyd Brasileiro continuou com seu bom desempenho nesse ramo.|Como conclusão podemos observar que apesar dos tímidos e inconstantes avanços comércio exterior brasileiro exporta muito pouco e apesar de estar galgando postos como economia mundial, suas exportações não refletem essa posição e sua participação como exportador atualmente é 1,4% no mercado mundial, muito pouco para quem almeja a liderança.} {Como ao Estado cabia a função de promover a paz e aniquilar a desordem nas relações sociais e fantasma do comunismo ameaçava capitalismo no Brasil, Estado criou sindicatos, instituições assistenciais, com apoio da igreja Católica e financiamento dos burgueses.|Dez anos mais tarde, em 1932 Brasil contou com a visita de Adele de Loneux, trazendo novos ideais europeus acerca do Serviço Social por meio de diversas conferências que fez pelo país e ao retornar para a Bélgica levou consigo duas brasileiras, Maria Kiehl e Albertina Ramos, que aos se formarem sob influência européia, voltaram ao país e fundaram a Escola de Serviço Social de São Paulo.} {Crescimento constante, desde a redemocratização do regime político em 1945, do clientelismo urbano, como instrumento de deformação das vontades no plano eleitoral e a supressão total (no caso do Estado Novo) ou quase total (no caso do regime militar) dos direitos políticos.|CERVO14 ainda complementa que a gota d'água para Brasil foi em 18 de outubro de 1917 quando vapor mercante Macau também foi torpedeado e seu comandante foi preso, diante disso Poder Executivo e Congresso Nacional reconheceram estado de guerra iniciado pelo Império Alemão contra Brasil em 26 de outubro.} {A dita Proposta, colocada um pouco de lado atualmente, pretendia centralizar a arrecadação nacional de tributos em favor da União, a quem caberia cerca de 92% (noventa e dois por cento) dos tributos arrecadados no país, em detrimento dos Estados, Municípios e Distrito Federal, que seriam favorecidos com apenas 8% (oito por cento) do montante arrecadado, mais verbas decorrentes de repasses obrigatórios da União.|Vargas ao falar aos trabalhadores brasileiros no 1º de maio de 1941: Não é possível manter a anomalia tão perigosa como a de existirem camponeses sem gleba própria, num país onde os vales férteis como a Amazônia, Goiás e Mato Grosso permanecerem incultos e despovoados.” (Lenharo,p.19).} {Com surgimento do Capitalismo na Europa, a gênese deste ideal assistencialista encontra-se embasada na contradição fundamental que demarca a sociedade capitalista burguesa, mais precisamente no
Como ser uma mulher boa de cama
, onde a produção é cada vez mais social e a apropriação do trabalho, suas condições e seus resultados, são cada vez mais privadas, assumindo distintas roupagens nesta época.|De acordo com exposto acima, com essa atitude de Calógeras começamos a notar, ainda que de forma não tão explícita, as contradições que os representantes brasileiros cometiam e continuavam cometendo ao longo das conferências, pois motivo da discordância brasileira na classificação dos países feita pelas potências maiores e seus esforços em prol das potências menores, era que
Como ser uma mulher boa de cama
se encaixaria nesse último grupo de potências e seria deixado de lado nas tomadas de decisões importantes.}
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outrasformas · 3 years ago
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Exisitir no futuro: a esperança para a inovação que vem do fazer coletivo, local, plural e circular
O cenário essencialista da automação coloca o fazer humanizado à margem da vida, da sociedade e da perpetuação da vida no planeta Terra, , conforme citam Smith, A. e Fressoli, M.em Post-Automation  (2021).  A  ideia segundo a qual um certo tipo de progresso social, humano e econômico que ocupa o imaginário  capitalista neoliberal dependeria da ampliação da produção certamente não leva em consideração o crescente processo de degradação ambiental e as tendências de precarização do trabalho humano. Já é possível notar neste contexto que a automação e o progresso tecnocrático não salvará a humanidade de problemas sistêmicos e complexos como, por exemplo,  as mudanças drásticas que acometem os serviços ecossistêmicos. Neste contexto, urgem iniciativas disruptivas que subvertam, por meio da apropriação e transvaloração das tecnologias existentes, a partir de propostas criativas, colaborativas e de cuidado com a natureza e com as relações humanas.
Exemplos como os já postados aqui no blog de práticas colaborativas (desde a iniciativa despertada pelo designer Geraldo de Barros nas fábricas  autogerenciadas coletivamente, e a rede Transmoras de transformação de resíduos têxteis pela população T e coordenada pela ativista Vicenta Perrota) parecem ser possibilidades vivas e de cuidado na economia social e solidária. Tais modos de subversão por meio do empreendedorismo social e da ética hacker configuram verdadeiras vrdadeiras brechas para a democratização do futuro, alicerçada em meios de existência convivais baseados, por sua vez, em ecologias diversas. Exemplos como o das redes de fabricação digitais e fablabs espalhadas pela América Latina se inserem nesse contexto de descolonização das mentalidades ao passo que propões experiências de subeversão  e apropriação de tecnologias em diálogo com os contextos de sujetivação e de posicionalidade de cada comunidade.
O exercício do projeto parece ser sempre orientado por projetar algo à frente, semelhante à atividade de lançar um projétil á frente de determinado ponto, e o processo de robotização parece corroborar para esse desenho estéril de um tipo de futuro pautado na novidade e na produção infinita. Para além do importante exercício de imaginação,fazem-se necessárias iniciativas que levem em consideração a realidade e os saberes já existentes nas diversas comunidades humanas, com a garantia do empoderamento e fortalecimento dos vínculos de tais comunidades.
Referências: Sareen, S. (2021). Digitalisation and social inclusion in multi-scalar smart energy transitions. Energy Research & Social Science, 81, 102251. Smith, A., & Fressoli, M. (2021). Post-automation. Futures, 132, 102778.
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portfoliodidatica · 3 years ago
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ATIVIDADE I
O autor começa a explicar através do texto que, a “indústria global da educação” vem-se aproveitando do momento vivido atualmente com a doença COVID-19, onde todo o entendimento sobre escola educação está sofrendo alterações para surgir com ideários que excluem a herança histórica da escola, como também, suas dimensões públicas e comuns. A indústria traz aqui como enfoque onde é inevitável o assento digital, com ofertas privadas, contudo, sabemos que as mesmas estão interessadas na produção de matérias, conteúdos e instrumentos de gestão voltados a esfera pública.
É um momento dubio, pois, muitos são seduzidos pela nova promessa sem questionamentos do novo meio com tecnologias e transformações, porém, outros o recusam totalmente, a espera da volta de um “normal” que nunca irá ser atingindo. O autor traz o seguinte “É preciso compreender a espessura do presente e agir pela construção de uma outra escola, não pelo desaparecimento” (NÓVOA, ALVIM, 2021).
É impossível, atualmente, pensar em educação e não pensar em meio virtual e tecnológico. Contudo, é impossível também não observar a nítida divisão que essa vertente da educação traz com as classes sociais. Sabemos que o “mercado global da educação” apenas irá crescer e nos como profissionais da educação, o autor deixa claro que:
“Pela nossa parte, o mais importante é reforçar a esfera pública digital, desenvolver respostas públicas na organização e na “curadoria” do digital, criar alternativas sólidas ao “modelo de negócios” que domina a Internet, e promover formas de acesso aberto e de uso colaborativo. É com base nesses princípios que podemos imaginar uma apropriação do digital nos espaços educativos e a sua utilização pelos professores, sem cairmos no disparate de reproduzir “à distância” as aulas habituais ou na ilusão de que as tecnologias são neutras e nos trazem soluções “prontas-a-usar”.” (NÓVOA, ALVIM, 2021).
Faz-se necessário o entendimento que o modelo escolar que conhecemos está em seu fim, é necessário a metamorfose de uma remodelação na escola, pois, aprender não é um ato individual, mas sim, social. Necessitamos do outro para ocorrer a aprendizagem. Por isso, é necessária uma mudança significativa na arquitetura da escola, acabando com aquele modelo de salas fechadas, onde o professor está acima dos alunos, trazendo agora lugares abertos, adaptáveis e flexíveis, onde o aluno possa escolher estudo individual ou em grupo, como também, uso de tecnologias e uma relação de trabalho entre alunos e alunos e professores.
Os autores trazem como necessidade a mudança no currículo escolar também, pois, a matriz estudada no século XX está esgotada. Se debruçarmos o olhar para a arte e a ciência contemporânea iremos enxergar que ambas se encontram entrelaçadas. É necessário também um olhar voltado a uma nova pedagogia, vendo que o aluno não é apenas um aprendente e a escola um ambiente de aprendizagem, e o professor o facilitador de ambas. Contudo, se os seres os humanos aprendem é porque são ensinados. Os professores devem construir pontes dentro e fora da profissão, na escola e na sociedade.
Por fim, deixo aqui uma frase do texto que deixa bem claro que: “Aos que acreditam numa educação inteiramente digital, dizemos que tal não é possível, nem desejável, pois nada substitui a relação humana. Os meios digitais são essenciais, mas não esgotam as possibilidades educativas.” (NÓVOA, ALVIM, 2021).
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ddb-celiapalma · 2 years ago
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Gatilho
Gatilho Conceptual
O gatilho despoleta ou manifesta conexões entre a inspiração e a razão, canaliza-as e conduz o artista à criação. Tal como a inspiração, o gatilho pode nem sempre ser imediatamente reconhecido como tal mas, também como na inspiração, o artista/investigador não terá grandes dúvidas ao analisar retrospetivamente o processo criativo, depois da pesquisa e respetivas reverberações ocorrerem, identificando dessa forma o momento em que a inspiração latente foi energizada e potenciada, dando lugar ao início do processo criativo do projeto, criando a posterior intenção. (Veiga, 2020, p.102)
Partindo da fase da inspiração no método a/r/cografia e de modo a refletir sobre as tradições e a ruralidade das gentes algarvias, encontrei recentemente o projeto centrado nas canções - cânticos e “ladaínhas” dos pescadores algarvios. O projeto tem como nome “Leva Leva, Ladaínha de Pescadores” e é dinamizado pela editora independente FLEE Project. A partir do estudo e reflexão deste, e na exploração do tema na prática artística, o mesmo revelou-se o fio condutor ou poderei também definir como o gatilho para o início da minha investigação, na questão da identidade e valorização da mulher algarvia, como por exemplo as mulheres dos pescadores, que foram esquecidas e quase invisíveis pela nossa história. Com este exercício exploratório questiono o outro lado da história, de modo a construir a linearidade da narrativa. (Marzo & Dupont, 2022)
O gatilho do projeto surge ao revisitar a técnica transmedia storytelling que é utilizada como retrato de uma realidade, no projeto “Leva Leva, Ladaínha de Pescadores”. A partir do outro lado da história que apresenta as mulheres dos pescadores algarvios, através da narrativa que é contada, com o propósito de partilhar o conhecimento, criar sentido e significado para inspirar, e motivar o espetador, conectando-o ao conhecimento como valorização da experiência individual e coletiva da nossa identidade.
O gatilho é, do ponto de vista da a/r/cografia, o evento que propulsiona o a/r/cógrafo a formular a questão de investigação (artística e/ou académica), a vontade de perseguir uma determinada linha de investigação teórica, estética ou técnica, que determinará de seguida uma hipótese ou intenção de pesquisa. (Veiga, 2020b, p.102)
Neste ponto da linha de investigação, gatilho, coloco algumas hipóteses para o desenrolar da narrativa com as seguintes questões, estética(s), narrativa(s) e experiência(s).
A narrativa poderá apresentar um exagero da ruralidade e a sonoridade obsessiva através dos cânticos das mulheres. Um ecossistema de seres que são confrontados com a feminidade, a sensualidade, e o silêncio.
“Woman, be visible, be heard?”
O espaço interativo poderá ser composto por luz, som e imagem vídeo que reage à presença do espectador numa performance imersiva de som e imagem que harmoniza tecnologia e arte.
Como criar um ambiente imersivo?
A instalação poderá ser um espaço de revisitação acolhedor que nos remete para um espaço íntimo, através da projeção imersiva, em que o espectador corporiza o espaço de estar.
Como criar a conexão da prática artística com o público?
A memória coletiva pode ser definida como uma interação, de partilha de uma memória social, de tradições artísticas passadas ou futuras, e tornar-se em “memória histórica”.
Como desenvolver a experiência a partir de um registo sonoro?
Apropriação de objetos do quotidiano das mulheres como forma de complementar a prática artística.
Como corporizar a mulher?
O diálogo das coisas no tempo das mulheres.
A mulher, o erro e o silêncio.
Como criar uma prática “artivista”? E qual o seu significado?
A liberdade de ser mulher.
De que modo poderá a prática promover uma mudança social e/ou cultural?
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(fonte) Projeto “Voz Pública” de Dora Bartilotti (www.vozpublica.cc)
Conclusão 
A investigação tem-se revelado um autêntico rizoma conceptual, que me aponta diferentes formas e conceitos de contar a história. Partirei da ideia de pensar o género como prática artística, no sentido de mostrar a sua relação social e cultural através de uma voz própria e de uma nova expressão colectiva, e assim prosseguindo para a intenção.
“O conhecimento e valorização do modo de vida das populações rurais constituiu um passo fundamental no reconhecimento da realidade social portuguesa, das condições de vida e da diversidade e riqueza das suas manifestações culturais e, também, da precariedade e do atraso a que se encontravam sujeitas largas camadas da população. Michel Giacometti participou assim do movimento cultural de reação às circunstâncias sociais e políticas do Estado Novo.” (Weffort , 2019, p.191)
Referências Bibliográficas
Marzo, Alan. Dupont, Olivier. (2022). Leva, Leva. Ladainha de Pescadores Portugueses. FLEE 004. Saison France Portugal.
Veiga, P.A. (2020). O Museu de Tudo em Qualquer Parte: arte e cultura digital - inter-ferir e curar. Coleção Humanitas, Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Grácio Editor. ISBN: 978-­989-­902-3­25­-3.
Weffort, A. B. (2019). Povo que Canta – a fixação documental das tradições musicais portuguesas, de Michel Giacometti a Tiago Pereira. In M. L. Martins & I. Macedo (Eds.), Livro de atas do III Congresso Internacional sobre Culturas: Interfaces da Lusofonia (pp. 190-197). Braga: CECS. 
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