#ana botner
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miedkha · 2 years ago
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É noite lá fora. Eu descanso.
Eu seguro um oceano na palma da mão
Eu queimo minha palma com cinzas. Eu queimo minha palma com a mais elegante cinza.
Agora estou cruzando os mares com a criatura lá fora e eu me lembro de nina simone quando ela correu para aquele rio fervendo e pediu uma chance à Deus.
Mas eu não ligo muito para a água e suas consequências e eu penso...
Eu nunca sou tão metafísica e sinto sua falta agora, e eu acho que quero esquecer a palavra escuridão e todas as suas crianças, embora eu saiba como são lindas e eu fico pensando sobre aquela coisinha em que você explode em pedacinhos e cai na palma da mão dele e fica olhando ele fumar, e eu acho que posso lidar com isso.
Existem tantos estudos sobre o amor e alguns sobre a delícia...
Eu agora vejo gatos pretos e acidentes bárbaros, vejo seu santuário com poetas mortos e uma única foto de família, e vejo fortes marés de fascismo e inexplicáveis ventos de tristeza, perda e as punições da lei. Vejo cores que odeio e muitas pessoas murmurando. Eu vejo a sociedade caindo, um silêncio profundo e uma escada, e as escadas não significam nada. E a fatalidade é uma marcha vitoriosa de moribundos. Mas isso não é o amor.
Eu vejo o culto do eu devorando suas almas com dinheiro sujo. Eu vejo a ambição e o espectro sem fim que nos foi prometido no século dezenove. Eu vejo você e me lembro de como você me prometeu em um poema de que este seria o meu século e eu sei agora que posso lidar com a explosão.
Ana Botner, Boom
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