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[1875] pirarucu / alto madeira, afluente do amazonas - franz keller & leuzinger.
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Melhores Banquetas para Cozinha
As banquetas são uma escolha popular de assento para cozinhas americanas, também conhecidas como cozinhas estilo ilha.
Essas cozinhas são caracterizadas por uma ilha central ou península que serve como área de preparo de alimentos e também como espaço para refeições rápidas e casuais.
As banquetas desempenham um papel fundamental nesse ambiente, oferecendo assentos práticos e estilosos.
Uma das vantagens das banquetas para cozinha americana é a sua versatilidade.
Elas vêm em uma variedade de estilos, materiais e alturas, permitindo que você escolha aquelas que melhor se adequam ao seu espaço e ao seu estilo de decoração.
Se você tem uma cozinha moderna, pode optar por banquetas com design elegante e linhas limpas. Para uma cozinha rústica ou industrial, banquetas de madeira ou metal podem adicionar um toque de charme.
Além da estética, as banquetas para cozinha americana também oferecem praticidade.
Elas são perfeitas para refeições rápidas, como o café da manhã ou um lanche rápido, e proporcionam um local conveniente para os membros da família e convidados se sentarem enquanto você prepara as refeições.
As banquetas também são uma ótima opção para entretenimento, permitindo que você converse com os seus convidados enquanto cozinha ou realiza tarefas na cozinha.
Ao escolher banquetas para a sua cozinha americana, leve em consideração a altura da ilha ou península.
É importante selecionar banquetas com a altura adequada para que os assentos fiquem na altura ideal em relação à superfície da ilha.
A altura padrão das banquetas para cozinha americana é geralmente entre 60 e 75 centímetros, dependendo da altura da ilha.
Além disso, verifique se as banquetas possuem apoio para os pés, o que proporciona conforto adicional aos usuários. Almofadas ou assentos estofados também podem ser uma opção interessante para adicionar conforto e estilo.
Em resumo, as banquetas são uma escolha prática e elegante para cozinhas americanas. Elas oferecem assentos versáteis, permitem que você desfrute de refeições rápidas e casuais, e adicionam um toque de estilo ao ambiente.
Com uma ampla variedade de opções disponíveis, você certamente encontrará as banquetas perfeitas para complementar a sua cozinha americana.
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⌜ 𝑨𝑽𝑰𝑺𝑶𝑺: enzo!namoradinho, slice of life, um bocadito só de espanhol, size kink, a leitora é br e um pouco menor que o enzo (meninas altas maravilhosas me perdoem pfv), ciúmes, oral fem, fingering, dumbification, dirty talk, sexo sem proteção [não faça!]. ˚☽˚.⋆ ⌝
꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ mais um para todas as cadelinhas desse uruguaio aleatório pelo qual a gente se apaixonou perdidamente. come o brasil lindo.
𓍢ִ໋🀦 ENQUANTO ELE SALPICA O FRASCO DE TEMPERO NA PANELA FERVENTE, VOCÊ TERMINA DE CORTAR A CEBOLA VERDE SOBRE A TÁBUA DE PLÁSTICO ─────
Enzo mexe o conteúdo com a colher de madeira, segura com a outra mão no cabo levemente aquecido e pende a cabeça pro canto, feito ponderasse sobre o procedimento. Por fim, estala a língua e te oferece um olhar. Será que já tá bom, não?
Você desliza o dedo pela lâmina de aço, limpando antes de pegar mais montinho com três folhas da cebola.
— Não — diz —, ainda falta colocar as cebolinhas. E ainda nem piquei o pimentão.
— É que tá borbulhando muito.
— É pra ferver mesmo, Enzo.
— Mas tá demorando, eu tô com fome.
Você até deixa de picar o tempero, direcionando ao namorado um olhar sem graça, sério. E o vê abrindo um sorriso, esticando os lábios devagarzinho, quase que em câmera lenta. Sai, Enzo, resmunga, irritadiça, largando a faca pra tomar da mão dele a colher de pau.
Mexe a panela, de frente para o fogão, no lugar em que ele estava. A mão livre vai parar na cintura, cheia de marra. Aspira o cheirinho da iguaria que fabricam, o estômago até ronca. Era pra ser só mais um jantar normal em casa, porém queria comer algo diferente, e o uruguaio ficou todo animado para abrir o Google no celular e pesquisar uma receita que nunca tinham provado antes.
— Vai botar uma camisa — você manda, sem mesmo encará-lo.
Ele recosta na pia, logo atrás de ti. Corre os dedos pelos fios negros ainda úmidos por ter saído do banho direto para a cozinha e te ajudar no que orientasse.
— Por quê? — devolve, cruzando os braços. Não pode ver, porque está de costas, mas o sorrisinho ladino na face do homem combina muito bem com a canalhice que murmura ao pé do seu ouvido, inclinando-se pra frente. — Tá te distraindo, nena?
Você sacode os ombros, de cara feia. Ih, menino, expressa de uma maneira tão brasileira, com sotaque e tudo, que o faz rir. O seu mau humor aparente, entretanto, não é motivo para que ele possa cessar com a implicância. Empenhado numa missão de te tirar do sério, pelo que parece, fica parado bem atrás de ti, as mãos escondidas na bermuda de moletom. Dá pra sentir a virilha masculina recostando na sua bunda de leve, a respiração quente sendo soprada na sua pele. E só de ter consciência de que o corpo dele sobressai o seu, já se encontra inquieta.
— O que você quer, hein? — solta, sem se virar. — Vai picar o pimentão.
Ele nada responde. De canto de olho, você nota o rosto alheio se aproximando; o olhar fixado em ti, o pescoço tombado. Não sabe exatamente qual é o propósito dele ao te encher o saco dessa forma, porém não pode negar pra si mesma que o frio na barriga que sente só com essa interação é um reforço do quanto é rendida por ele. Ao mesmo tempo que quer ser dura, quer também que ele prossiga te amolando.
E Enzo tem o melhor jeito de te amolar, não é? Agora, por exemplo, a escolha é tascar um beijo no seu pescoço sem aviso prévio, enquanto os dedos afundam nos cabelos da sua nuca de uma forma tão intensa que você por pouco não derrete. Enzo!, repreende, num sobressalto. O dá um empurrãozinho com o ombro, mas é detida pela força do maior, que rodeia a sua cintura com as mãos e recosta o nariz na lateral da sua face.
— Tão bonita nervosinha. Mandona — te fala, entre sussurros. — Toda brasileira é assim?
— Só quando namoram uruguaios insuportáveis de chato. — Espalma a mão no peito dele para afastá-lo, sem falhar miseravelmente dessa vez. — Pica o pimentão, anda.
Ele bate continência, sí, señora, submetendo-se a sua ordem. Você desvia o olhar, não quer deixá-lo ver o sorrisinho que cresce nos seus lábios ao ouvir tal frase. Parece que, às vezes, esse pilantra faz algumas coisas por pura maldade. Você manda, e eu obedeço, bella, e quando ele completa com o elogio, nossa, o seu coração por um triz não erra as batidas.
Não pretende dar muita atenção, Enzo é assim; quanto mais você der corda, mais ele vai fazer. Por breves minutos, a cozinha fica em paz, somente o borbulhar do caldo e o estalo da lâmina na tábua reverberam. Você o supervisiona, silenciosa, os olhos atentos observando o corte do pimentão. Mas a calmaria se esvai assim que ele se aproxima de ti novamente, enganando como quem só vem para te entregar mais ingredientes. Apenas tem tempo de derrubar o legume picadinho na panela, porque os braços dele te envolvem e tiram do chão.
Filho da mãe, xinga umas duas ou três vezes seguidas, até quando é colocada de volta no chão. Mais uma vez, quer manter a postura, entrega a tábua de plástico para ele de novo, e volta a atenção pra comida no fogo. Pinga um bocadinho do caldo na palma da mão, para experimentar. Mais um pouquinho de sal, talvez...
— Enzo! — Não consegue nem esticar a mão para pegar o saleiro na prateleira ao lado, a mordida que recebe no espacinho por trás da orelha te faz encolher, na ponta do pés. E não só isso, não, é claro que ele não se dá por satisfeito só com isso. O olhar afiado na sua direção, mordendo o lábio feito um moleque que vem aprontar mais uma.
Afunda o rosto na curva do seu pescoço, de olhinhos fechados e tudo. Rodeia com os braços, esfrega o nariz pela sua pele, os dentes mordiscam na cartilagem da orelha, capturam o lóbulo. O chamego te faz arrepiar, principalmente quando ele afasta os seus cabelos para se colocar por trás de ti outra vez e beijar a sua nuca.
— Para de me atazanar — manha, mesmo gostando do carinho que recebe. — Deixa eu terminar isso aqui, que ainda vou levar um pouco pra Dona Lucía. — Tenta se apartar dos braços dele.
— Quê? Quem?
— Que mora aqui na rua. O filho dela gostou da minha comida. — Nem precisa mais se dar ao trabalho de soltar-se sozinha, ele mesmo toca a sua cintura para virar as tuas costas contra o fogão, o encarando por fim.
— Como assim? Que filho? Qual o contexto disso? — as perguntas vem uma depois da outra, apressadas. O sorriso travesso que também se mostrava na face masculina agora dá lugar a uma expressão mais contida.
— Nada. Eu levei um pedaço daquele bolo que eu fiz semana passada, aí ela disse que ele gostou.
— Hm, então agora você tá alimentando o filho da vizinha?
— Tsc, que alimentando o filha da vizinha, cara... — Cobre o rosto dele com a palma da sua mão, empurra de levinho. E ele responde, óbvio, o ciúmes repentino devora os bons modos, pois pega nos seus cabelos pela nuca, envergando o seu pescoço pra dar espaço pra boca dele poder mordiscar e chupar a pele o quanto quiser. — Meu deus, ‘cê tá insuportável hoje...
A voz rouca ecoa manhosa, arrastada, ao pé do seu ouvido. Tô com fome, nena.
— Se ajudasse mais e atrapalhasse menos, talvez já estivesse comendo — retruca, durona.
Enzo segura nos cantos do seu rosto.
— Não, ‘cê não entendeu... — diz. Olha nos seus olhos. — Tô com fome, nena.
Você sorri, boba. Evita até devolver o contato visual, porque começa a sentir o rosto mais quente, as pernas bambeando. Tanta amolação, deveria saber que ele queria alguma coisa.
— Entendeu agora, hm? — Ele tomba a cabeça, o olhar paquerando os seus lábios entreabertos. — Ou eu preciso dizer mais alguma coisa? Falar mais bonitinho.
— A panela tá no fogo.
E ele roda o botão, desligando o fogo. Simples.
— Algo mais? — te pergunta. — E não se preocupa com o ʽfilho da vizinhaʼ, eu mesmo vou lá mais tarde levar.
Você ri, a entonação dele ao se referir ao desconhecido parece cômica, embora você tenha plena certeza que cutucou o urso com a vara curta.
— Vai, é? — replica, de bom humor.
— Uhum. — Encosta a ponta do nariz na sua.
— Você é muito bobo, sabia?
— Uhum. — Te dá um selinho, uhum, e depois outro, mesclando entre o seu riso, até que toma a sua boca para si. Os lábios estalam, em belo encaixe, a língua ardente empurra a sua.
Os seus dedos se entrelaçam entre os cabelos dele, apertam os fios na palma da mão, enquanto sente as mãos alheias, por sua vez, firmes na sua cintura, de modo que até te separa do fogão para manter o mais colada possível no corpo masculino. Não solta as mechas espessas nem mesmo quando o assiste descendo os beijos pelo seu corpo abaixo. No decote da blusa do seu pijama, por cima do tecido, na pele do seu ventre quando puxa o seu short.
Os beijinhos pela virilha transformam-se em chupões, regiões que ficam marcadas de saliva quente e depois fazem arrepiar quando a temperatura amena da noite bate. Com o toque das mãos nas suas coxas, o homem te leva a separar um pouco as pernas, mas não perde o rosto no meio delas sem antes erguer o olhar para ti, exibir aquele sorrisinho que te faz querer resmungar um seu puto, por tão bobinha de tesão que te deixa.
Ainda ganha uma mordidinha no joelho, seguida por um beijo tão docinho que você afaga os cabelos grandes, num suspiro. O carinho se expande do jeito que você imaginava, a boca do uruguaio dominando, agora, o seu íntimo. A língua perpassando por aqui e ali, fazendo uma bagunça molhada entre as dobrinhas. Sugando o mel do prazer que escorre a cada carícia.
Pega a sua perna para apoiá-la sobre o ombro dele, conseguir um ângulo em que possa te oferecer mais, devorar melhor. Você se segura na bordas do fogão, a coluna vergando pra frente, lutando contra a vontade de fechar as pernas por tamanha queimação deliciosa que sente tomando conta da boca do estômago. Arfa, ofegando.
Enzo usa o indicador e o médio para expor o seu pontinho inchado, sensível. É canalha quando abusa do nariz grande pra roçá-lo por ali, devasso, te colocar na ponta do pé como resposta ao estímulo. Não vai aguentar, sabe que não vai conseguir resistir por muito tempo. E quanto mais você pensa na sensação, mais ela te domina, te vence. Quer avisar que vai deixar-se levar, porém te falta fôlego. As perninhas tremem, o gemido manhosinho ecoa em meio à busca por oxigênio, o peito apertado, doído.
O uruguaio, no entanto, aproveita o seu êxtase para sugar mais uma vez, beber do corpo no qual vai se enfiar na primeira oportunidade que tiver. Ao levantar-se do chão, os lábios estão meladinhos, brilhando sob a lâmpada da cozinha. Mesmo sabendo do quão frágil você está agora, não pode se afastar nem por um segundo, mantém uma das mãos entre as suas pernas. O dedo médio escorregando do seu clitóris abusadinho até se colocar pra dentro, mal cabendo de tanto que você contrai, apetecida.
— Ali — apesar do desejo fazê-lo pulsar, na ânsia de te ter, é calmo ao orientar, com um aceno da cabeça na direção da bancada. E ele mesmo te guia até lá. Nota a sua expressão de perdida, respirando pesado, tão bambinha e tola que o homem sorri, o ego elevado por ter te causado tamanho estrago. — Mira, cariño — segura nos cantos do seu rosto para tentar fisgar a sua atenção. A voz soa tranquila, as palavras saem devagarzinho, pra combinar com o seu estado bobinho —, vira pra mim, hm? Quero ficar dentro de você agora, vira, okay? — Mas você não responde, embora compreenda o significado do que ouve, ainda muito dispersa pelo orgasmo recente. Enzo sorri de novo, divertindo-se. Beija o seu queixo. Ah, tão lindinha, nena...
Te coloca de costas pra ele. Sopra ao pé do seu ouvido que precisa que você se curve um pouquinho, só que ele faz por ti. Enquanto se livra das próprias roupas, não impede os lábios de beijarem pelo seu ombro. Ou, depois, as mãos de deslizarem pelos lados do seu corpo, afetuoso, até que venha a se alinhar pra se pôr dentro.
O ritmo é lento, sensual. Não há pressa alguma, porque sabe que você é dele, que pode te ter hoje, amanhã e em qualquer outro momento. Praticamente te abraça por trás, de olhos fechados, a sua pele queima contra a dele. O rosto deita na curva do seu pescoço, a mão subindo por baixo da blusa de pijama para segurar no seu seio.
Se entrega nas mãos dele até que o sinta te inundar com todo o sentimento que acumulou tão lentamente. O seu interior fica mais quente, lateja. Mas ele não te abandona, não se retira de ti nem quando finaliza por inteiro.
Você escuta a respiração pertinho do seu ouvido, um ranger rouco da voz embebedada pelo ápice. É abraçada com mais força, mais carinho. Te quiero, reina, e estala um beijo na sua bochecha. Muchísimo. Hasta la luna y más alla. Te amo.
#imninahchan#enzo vogrincic fanfic#enzo vogrincic x reader#enzo vogrincic smut#enzo vogrincic#la sociedad de la nieve#a sociedade da neve
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— Milk Farm
É 1890, Harry Styles é filha do dono de uma das maiores fazendas da Inglaterra. Louis Tomlinson é o leiteiro da cidade. Harry não deveria sentir tanto desejo estar em estar perto de Louis, muito menos deveria odiar tanto a proximidade de sua irmã gêmea com ele.
Hpussy
Diferença de idade (17 e 19)
Porn with plot
Perda de virgindade
11 mil palavras
Na lenda de Ragnarök, o evento cataclísmico que marca o fim do mundo na mitologia nórdica, é dito que os sinos tocarão para alertar os deuses sobre a chegada iminente da batalha final. Os sinos são mencionados como parte dos sinais que anunciam o início do conflito entre os deuses e as forças do caos.
Vinculado à percepção dos sons e as vibrações sonoras, sinos também representam o critério da harmonia universal, simbolizando também o chamamento divino, e a comunicação entre o céu e a terra, além de seu contato com a vida subterrânea.
Para os moradores de Colchester, o sino representava um novo dia. Cinco batidas no som de uma música caseira vinham diretamente da igreja da cidade. O sol já apresentava-se tão bem nas ruas serenas, livrando-se do frio escomunal do outono rigoroso. Era possível ouvir as galinhas cacarejando, os bois sendo alimentados e os cavalos já correndo tão livremente fora de seus celeiros.
Entretanto, Harry não deveria ouvir isso. Ela não deveria estar ciente dos ventos das manhãs, dos empregados andando pela casa e, muito menos, da água gélida que caía das torneiras antes das 7 horas da manhã. Aliás, a regra era clara: os empregados usam a água gelada em seus banhos, enquanto seus patrões usam a água quente para um banho confortável. Era comum, na verdade, já que apenas as grandes fazendas, a alta sociedade e os donos de grandes dotes possuíam água quente em suas residências.
A ponta dos dedos não conseguiam evitar o ranger da madeira a cada passo da garota. Saía de seu banho em silêncio, mesmo que seus dentes se chocassem um contra os outros por conta do frio. Enrolada em um robe grosso vindo do Oriente, ela buscava não molhar o chão que escorregava por baixo de seus pés molhados, falhando ao que os cachos pingavam gotículas grossas. Tudo o que a cacheada precisava era de, no mínimo, uma frecha de luz. Todavia, nem sua lâmpada poderia ser acesa, muito menos as cortinas serem abertas.
Uma moça como Harry deveria estar dormindo a essa hora, era simples. Ela estara entrando na vida adulta com seus 17 anos, logo casaria-se e cuidaria de seus filhos, sendo assim, necessário que dormisse por, pelo menos, 8 horas diárias. Sua mãe a mataria se visse que, durante o último mês, ela acordara duas horas antes do que o esperado para ver de sua janela um ordinário empregado.
De fato, aquilo estava acabando com sua vida. O pó-de-arroz era seu melhor amigo indispensável para cobrir as marcas escuras e as bolsas inchadas abaixo de seus olhos. O chá estava sendo substituído por doses escondidas de café, e seu professor já não suportava mais a falta de atenção nas aulas.
Mas a parte crucial, ninguém jamais entenderia.
Louis William Tomlinson era conhecido na cidade. E, apesar dos desejos de Harry para que fosse conhecido como seu namorado, ele era apenas um galã entre as meninas de todas as classes, mas um sonho possível somente para as moças pobres.
Apesar dos olhos azuis encantadores, de suas roupas bem lavadas, do sorriso sempre grande e albescente, sua linhagem não era tão agradável para os pais das moças que o queriam.
Ser vista com o leiteiro da cidade seria uma elevação com os adolescentes e uma queda de reputação social ao mesmo tempo. Além do mais, com uma família de seis irmãos, morando no cortiço de cidade, misturando-se com o gueto e trabalhando para os grandes senhores de fazendas, sua reputação não poderia nem ao menos ser comprada, já que o faltava dinheiro até para sobreviver.
Harry não planejava ser vista com ele, mas isso não a impedia de ficar em sua janela vendo o dia amanhecer, enquanto de longe conseguia seguir os movimentos de Louis com os olhos verdes curiosos.
O trabalho do homem era apenas esperar que os leites estivessem engarrafados, sair para fazer suas entregas e voltar até que todas estivessem concluídas. Mas absolutamente tudo ficava melhor quando ele decidia ajudar os fazendeiros.
Mesmo com a temperatura baixa, Louis retirava sua camisa branca para não sujar, sentava-se no banco de madeira e retirava o leite das vacas que caiam diretamente no grande balde. Os músculos de seus braços contraíam, enquanto suspiros eram arrancados de Harry. Ela sentia-se esquentar sempre que a mão grossa e as veias saltadas se arrastavam pela testa com rastros do suor quente.
Quando chegava na escola contando para as meninas sua visão tão privilegiada, elas a odiavam mais, enquanto outras se juntavam para o chá da tarde apenas para ouvir mais detalhes, na esperança de que Louis aparecesse sempre.
Uma vez, quando Louis estara trabalhando nos celeiros e entrou completamente acabado do dia de trabalhado dentro da casa, uma das amigas de Harry pediu pateticamente para lamber seu suor.
Tomlinson apenas sorriu de lado enquanto soltava uma risada constrangida. Querendo ou não, ele sabia bem que todas as meninas queriam um pedaço de si. Todas elas tinham um boato para inventar, mas todas sabiam que Louis nunca havia ficado com alguém da cidade. Aquilo intrigava Harry, mais do que deveria.
Apesar do poder das histórias de Harry sob as outras garotas de sua idade, havia alguém que a fazia querer gritar por horas sem parar.
Harriet Styles era o empecilho de sua vida.
Nascida apenas dois minutos antes da cacheada, sua gêmea era tudo o que ela não era. Com os mesmos traços, o corpo igualmente esculpido, o cabelo um pouco mais do que o de Harry, ela era encantadora. E, para piorar, vivia na cola de Louis.
Louis a adorava, Harry a odiava.
Há cerca de um ano, Louis e Harriet começaram a se ver na fazenda. Então, tentando se vingar de sua irmã, Harry perdeu sua virgindade com o noivo dela, na cama dela.
Aquilo gerou brigas infinitas, dedos em seus rostos, gritos escandalosos, lágrimas raivosas. Mas tudo o que Harriet disse no final fora:
"Ainda bem que eu me livrei dele. Obrigada por todo o trabalho, irmãzinha."
Desse dia em diante, os encontros aumentaram. O pior de tudo era: Harry não fazia ideia do que tanto eles faziam juntos. E caso descobrisse, prometeu que deixaria sua irmã careca. Então, ela jamais seria uma dama boa o suficiente para casar com alguém.
Quando os olhos dispersos perderam Louis de vista e o sino anunciou 6 da manhã, Harry saiu da janela, voltando a fechar a cortina pesada.
Jogou-se em sua cama macia, abrindo o robe e respirando fundo. As mãos subiram por seus seios gordinhos, massagendo os mamilos. Com calma, tocou sua barriga, acariciou o começo de sua virilha e se frustrou. Suas mãos jamais seriam as mãos de Louis. Elas eram, aparentemente, tão boas, tão firmes, tão grossas. As suas eram sem graças, sem fundamento.
Quando estara prestes a tentar outra vez, acariciando o clitóris macio, sua porta fora aberta com prontidão, fazendo-a pular e se cobrir com o pano ainda pendente em seu corpo.
— Deus, Harry. Eu não acredito no que quase vi. — Era Harriet. Ela acendeu a luz do quarto, vendo a irmã tão corada e encolhida na cama.
— Você quer me matar? Eu pensei que era a mamãe. — Quase gritou, amarrando o robe novamente em seu corpo. Não falaria em voz alta, mas a sensação de ser pega a fez se molhar no mesmo instante.
— Papai e mamãe saíram de madrugada, farão uma viagens de longos dias até a França. Eles avisaram. — A mais velha disse, aproximado-se da irmã e deixando um beijo em sua bochecha.
Os olhos de Harry brilharam. Seus pais não estariam no país. Estariam tão distantes como não ficavam há tanto tempo. Sentia-se nas nuvens, com o coração acelerado e seu sorriso grande nos lábios. Afastou-se instantaneamente de Harriet.
— Eu preciso me arrumar para ir à escola. — Correu até o guarda-roupa. — Saia do meu quarto, Harriet.
— Isso não significa que você vai dar para o Louis, irmã. — Andou até a cama da irmã, sentando-se na mesma enquanto a observava, Harry se livrando do robe e procurando peças de roupa.
— Cala a boca. — Bufou.
— É óbvio que todos os homens da cidade já tiveram você. — Riu, analisando o corpo da outra. — Louis não vai querer uma prostituta. Por isso, se alguma de nós duas têm a oportunidade, sou eu.
Harry estava se vestindo, não dando ouvidos a outra. No final, Louis jamais resistiria a ela — pelo menos era o que esperava.
A camisola já estara vestida por baixo, sendo posto os espartilhos em sua cintura. Enquanto a maioria das mulheres reclamavam da peça de roupa, tudo o que Harry podia fazer era agradecer. Sentia-se uma verdadeira prostituta quando o usava sem a camisola por baixo, tendo os seios ainda mais fartos e seu corpo perfeitamente modelado.
— Vamos, Harriet, puxe pra mim. Aperte o quanto conseguir. — Virou-se de costas para a irmã, sentindo quando começou a entrelaçar o espartilho e puxar. Sua respiração se prendeu nos pulmões por breves segundos, antes que seu corpo se acostumasse com a ideia apertada.
Seu corpo parecia tão bonito, tão desejado por si mesma. Olhava-se no espelho encantada ao que sentiu um beijinho da irmã em seu ombro, terminando de amarrar a roupa. Ela estara prestes a deixar mais um selar quando, sem paciência, Harry a empurrou.
O vestido azul deslizou-se por seu corpo. Ele apertava seu torso, descia apertada até sua cintura e caia mais naturalmente sobre os quadris, ganhando volume. As mangas eram longas, mas não bufantes, dando a vez para que o pequeno casaco azul e dourado que alcançava o meio de sua silhueta fosse vestido. E, apesar de comportado, o decote expunha o volume de seus seios que o espartilho proporcionava.
— O que você ainda está fazendo aqui? Vá se arrumar. — A irmã se deu por vencido, saindo do quarto sem dizer mais nada.
A roupa fora finalizada com suas botas com saltinho, seu chapéu com fitas que cobriram o coque e suas luvas de renda branca.
No entanto, quando desceu as escadas para tomar seu café, descobriu por Harriet que Louis não estava mais lá. Nem mesmo acordando mais cedo ela conseguia o encontrar.
🥛
O humor ruim de Harry era tão evidente.
Na pequena escola de tijolos, concentrada no topo de uma pequena montanha, ocorria tudo consideravelmente bem. Apesar da expressão emburrada, dos lábios em um biquinho chateado e seus xingamentos à Rose, que buscava balançar o leque na velocidade perfeita, seu dia não estava sendo tão entendiante.
É claro, Sr. Frederic ensinando matemática em um dia de sexta-feira não era agradável a ninguém. Todos ansiavam para o término da aula, ansiavam por suas casas antes das uma da tarde. As barrigas revirando de fome, seus olhos revirando em tédio, seus lábios tremendo a cada bufar. Nem mesmo o professor parecia raciocinar.
Mas o almejo de Harry sob aquelas circunstâncias eram bem diferentes. Charles Lowell havia a chamado antes do sino da primeira aula tocar. O diálogo entre os dois foi breve, diferente do apertar em seu seio esquerdo que a fez gemer baixinho, com os olhos inocentes na direção das pupilas negras, enquanto seus dedos pressionavam a roupa perfeitamente passada do garoto, segurando-se em seu bíceps.
Ele a questionou de forma ofensiva, em busca do preço que cobraria para ter sua boca chupando a bucetinha da cacheada.
No entanto, ao invés de sentir-se ofendida, ela esfregou-se mais na mão alheia, sentindo o biquinho enrijecido de seu seio contra os dedos macios, mesmo com a roupa grossa. Um sorriso escroto, misturado com libidinosidade, surgiu nos lábios vermelhos, fazendo Charles ficar ainda mais encantado.
"Nos acertamos no final da aula, querido. Não se deve falar com uma dama dessa forma. Seus pais não o ensinaram algo extremamente básico?"
E, deixando-o para trás, ela saiu. Seus quadris largos balançavam em sua direção, soltando uma risadinha ao chegar perto das amigas, disfarçando todo o acontecimento anterior. Sendo, seu maior problema, sua apreciação por ser vista como uma prostituta de bordéis baratos.
A sensação de sentar-se a mesa com seus pais para o jantar, vestindo vestidos comportados, luvas novas, penteados com laços grandes, tendo sido, anteriormente, fodida em algum beco, era incrível.
Seus pais permaneciam pensando que Harry era a filha pura, enquanto ela permanecia com seu sorriso inocente sem contestar nenhum dos elogios.
Quando, naquele dia, o sino de lata fora balançado pelo professor, ecoando um alto som dentro da sala, todos saíram com rapidez, mas elegância. Sumiam na paisagem esverdeada, marcando chás da tarde para o sábado, passeios até a igreja no domingo e festas do pijama.
Harriet não havia aparecido, muito menos se arrumado para ir à escola. O que deixara Harry incomodada. Se a irmã não estivesse na escola, poderia estar com o que era seu.
Sentiu-se tola ao recusar o convite de Victoria para irem até a fazenda de Harry em sua carruagem. Queria chegar rápido, mas ao mesmo tempo queria aliviar aquilo que Louis fizera com seu corpo.
— Charles, precisamos ser rápidos. O Senhor Frederic fica por mais uma hora dentro da sala revisando os materiais. — O puxava para a lateral da pequena escola, dividida em apenas duas salas de aula.
— Você não tem com o que se preocupar, princesa. — Aproximou-se para beija-la, sendo afastado.
— Não. Sem beijos. Você disse que queria me chupar. Isso vai custar um espartilho de couro. Já que visita a cidade todos os fins de semana, não será problema para você. — Sorriu, encostando-se na parece. Não era o lugar ideal, mas servia.
Seus sapatos brancos sujavam na grama úmida, assim como a ponta do vestido longo. A cada mínimo movimento a expressão apavorante de Harry ficava pior. Pelo menos não teria que fazer muito esforço, diferente de Charles.
Apesar da falta de beijos em sua boca, os lábios carnudos de Lowell umideciam seu pescoço frio, beijando-o adoradamente, como uma peça de porcela. As mãos grandes massageavam seus seios, fazendo sua cabeça pensar apenas em Louis.
Se fosse Tomlinson ali, deixaria-o engravida-la apenas para o alimentar dos leites de seus peitos. Permitiria que a boca chupasse cada gota, que ele se satifazesse apenas com o gosto doce dos mamilos vermelhos e do leitinho quente.
— Ajoelha, Charles. — Bateu em seus ombros. A xotinha pulsava de tesão só com o pensamento, molhando entre suas pernas, já que a calcinha era ausente naquele dia.
Harry poderia ser bem agressiva durante o sexo, apesar da intimidade delicada e do corpo esbelto que parecia jamais ter sido tocado. Ela amava ser controlada, apanhar em seu rosto ao que se contraia em um pau grosso, ou ser proibida de gozar, mas amava também ter o domínio de cavalgar forte, cuspir de forma humilhante no rosto do seu parceiro se não estiver saindo da forma que deseja e o ensinar como uma vagabunda merece ser tratada.
Afinal, aproveitava de um pouco dos dois mundos, tirando a inocência de virgens dentro de banheiros e sendo arrombada atrás de paredes de tijolos.
— Deus, Harry. Que bucetinha linda. — Ela sabia. Elogios como esse eram comuns.
O garoto estara ajoelhado na grama, enquanto Harry levantava seu vestido. Apreciando a intimidade molhadinha, ele sentia a ponta do salto da mulher por seu corpo, até que a coxa estivesse se apoiando no ombro alheio. Ela se abriu mais, sentindo-se tão exposta. Um sorriso cafajeste estara presente nos lábios molhados, as covinhas afundando nas bochechas, e Charles passando a se afundar entre suas pernas.
Soava meio inexperiente a atacar com tanta fome, tentando penetrar sua língua e apanhando no rosto sempre que se afastava. Ela rebolava em seu rosto, esfregando-se naquele rosto bonito, querendo seu gosto por ele todo.
— Isso, isso! — Gemia baixo. Seu chapéu já estara desvencilhando de sua cabeça, o penteado sendo desfeito sempre que não resistia a tombar-se para trás. Sua mão era bruta nos fios castanhos, forçando-o a pronto de o deixar sem ar.
O relinchar de um cavalo podia ser ouvido. Alguém, provavelmente, havia parado ao pé do morro.
— H, temos que ir. — Lowell parecia acabado. As bochechas coradas, os lábios e queixo sujos, o cabelo cacheado bagunçado.
— Temos, Charles? — Apesar da dificuldade para agarrar seu vestido com apenas um braço, ela o fez. Desatou a luva de sua outra mão e brincou com seu grelinho, passando a pontinha da unha para arranhar e seu dígito para massagear a dor.
Olhava tão profundamente naqueles olhos, sendo perseguida por um turbilhão de sentimentos. Um deles era a frustração de confiar em homens virgens. Eles tinham tanta confiança em si, mas tão pouca nela. Harry já havia se livrado que inúmeras situações apenas com o rostinho bonito e os cílios grandes fazendo sua parte de piscadela chorosas.
— Se você não voltar com essa boca agora, eu vou entrar dentro daquela sala, dar tão gostoso para o professor Frederic, e fazer todos os dias você ter a consciência de que jamais me tocará outra vez. — Estalou um tapa em sua bucetinha, gemendo alto. O melzinho em seus dedos foi saboreado por sua própria boca, enlouquecida no próprio gosto.
E, como sabia, a ameaça disfarçada de chantagem, funcionou.
Submersa nas emoções, atraia Louis com seu pensamento. Até que pensou estar delirando. Ele era um êxtase extremo para seu cérebro, e uma adrenalina para seu corpo. E de todas as vezes que se tocou pensando nos olhos azuis, jamais tivera algo tão realista em sua frente. Jamais se tocou para ele.
Louis estava ali, de costas para os dois. Recolhia as garrafas de vidro que seriam repostas na segunda-feira. Tão disperso, distraído e concentrado em suas atividades. Parecia tão diferente do que estara pela manhã. Seus cabelos desgrenhados, mas molhados — denunciando que havia saído do banho recentemente —, vestia calças desgastadas, uma blusa de botões, com os mesmos abertos, e suspensórios soltos nas laterais de seu corpo.
A pele macia de sua barriga era tão atrativa, coberta em um caminho de pelos ralos até que sumisse dentro da calça de alfaiataria, tão bonito e pecaminoso, como a tatuagem desenhada em sua clavícula. Inconsequentemente, Harry gemeu mais alto, gozando na boca de Charles, enquanto suas mãos apertavam fortemente seu vestido e o homem investia mais a língua dentro de si. Seus olhos estavam conectados aos azuis agora, seus dentinhos de coelho afundados em seu lábio inferior e a expressão melosa de Harry, olhando em sua direção como se implorasse por ele.
Louis a observou por alguns segundos, dando seu costumeiro sorriso de lado e o negar leve com sua cabeça. Desceu os olhos para Charles e depois para o vestido bagunçado, dando as costas.
Harry sentia-se tão rejeitada. Jamais fora tão humilhada apenas com um olhar. Seus olhos marejaram, o coração apertou, afastando Lowell no mesmo segundo.
— Eu preciso ir. — Arrumou o vestido, vendo o homem jogado no chão.
— Mas-
— Nos falamos depois. — Saiu andando, voltando apenas para sussurrar. — E se você ousar contar isso pra alguém, eu digo que seu pinto é tão pequeno que se parece com um clitóris. — Saiu marchando, ouvindo a risada atrás de si se tornando distante.
Correr nunca fora uma missão fácil para Harry, ainda mais quando os empecilhos contavam com seu salto afundando no solo macio, seu vestido embolando ao que dava as passadas apressadas e a insistência dos cachos volumosos caírem por seus ombros, fazendo-a segurar o chapéu azul bebê em sua cabeça.
Ela precisava de uma desculpa para encontrar Louis. Apesar de saber, lá no fundo, que Louis jamais se importaria realmente com os detalhes de sua vida. Talvez se importasse mais em saber qual era o café da manhã de Harriet, do que saber quantos prêmios a Styles mais nova pretendia ganhar.
Louis Tomlinson era terrível. Mesmo não fugindo de Harry, seus passos eram maiores, mais largos. Ela não entendia. Os dois compartilhavam do mesmo tamanho, mas as pernas femininas eram ainda mais longas que as dele. Elas deveriam ser mais ágeis, contando com o fato de que Styles dispunha de uma professora particular de ioga, vinda diretamente da Índia.
— Louis! Espere! — O homem já descia o morro, parecendo suspirar profundamente ao ouvir a voz. Aquilo fez com que Harry se encolhesse.
— Diga, senhorita. — Ainda que estivesse no meio na descida de barro, Louis voltou, subindo com a cesta de garrafas, carregada em um de seus braços. — Me parece com dificuldades para descer. — Ofereceu seu braço, tal que fora agarrado no meu segundo.
Harry jamais esteve tão perto de Louis, assim como jamais ouviu tanto de sua voz.
Ela soava tão calma, mesmo com o sotaque carregado do interior da Inglaterra. Era suave, rouca em certas palavras, mas macia. Se fosse tocavel, Harry imaginava que seria como deleitar-se em um campo de flores suaves e tenras.
Seu cheiro era tão bom, deixando notório o uso do sabão caseiro, tal como em suas roupas limpas. E mesmo com a imagem obviamente cansada e gasta, Louis ainda era o homem mais bonito que já conheceu. Desde a barba rala recentemente crescida, ao seus bíceps que a deixavam tão segura de que estara em boas mãos.
— Você está indo até a fazenda? — Louis concordou, concentrado em ajudá-la, até que finalmente estivesse em chão plano. — Pode me levar? Eu não tenho com quem ir. — Engoliu a seco. — E... Eu vim atrás de você também para pedir uma coisa.
— Eu não vou contar ao seu pai, senhorita. Não é da minha conta. — Ela sorriu pequeno. — Vamos, suba. Vou a levar em casa. — Estendeu sua mão, ajudando-a subir na parte de trás do carrinho conduzido pelo cavalo, sendo uma versão de entrega das carroças, só que mais fácil de ser pilotada.
Styles não se propiciava a tal humilhação de ser vista andando de forma tão miserável. Mas Louis estava ali, fazendo um lindo barulho com seus lábios em forma de um biquinho, permitindo que o cavalo começasse a andar. Era encantador, mesmo que trágico.
Permitiu-se tirar o chapéu que enfeitava sua cabeça, sentindo a aragem fresca em sua face. O caminho emanava paz, tornando o cintilar dos vidros e o cavalgar do cavalo os únicos sons possíveis de serem ouvidos durante toda a estrada.
Louis parecia ignorar sua presença, concentrado nas rédeas e em assobiar alguma canção. Harry o olhava desolado, os fios cacheados contra sua face a tornando ainda mais dramática. Era como se suplicasse por um oxigênio que se recusava a entrar em seus pulmões, deixando-a para morrer em uma constante injúria.
— O que tem feito, Louis? — Perguntou sorridente, o receio da rejeição atingindo suas linhas de expressão.
— O que eu faço quando você não está me observando?
As bochechas avermelhadas por conta do frio ganharam uma sensação tão quente de vergonha em sua derme. Louis sabia. Ele era um maldito homem com o ego inflado, não muito diferente de todos os outros que Harry já conheceu..
— Eu não o observo. — Falou rudemente.
— Então por que está sempre em sua janela ao amanhecer? — Ergueu a sobrancelha. Mas seu olhar era tão distante. Ele observava a tudo, menos ao que estara plantada ao seu lado.
— Ora, vendo o sol nascer. Não sou exibida com você, que fica tirando a camisa para moças inocentes. — O acusou, tocando com a pontinha do dedo o ombro alheio. Louis olhou para sua mão, rindo.
Ele amava rir, aquilo irritava Harry. Não pelo simples fato de ser feliz, mas pela risada que acompanhava o tom sarcástico.
— Não se preocupe com isso, quando tiro minha camisa, não há nenhuma moça que eu queira impressionar. — Seus lábios se ergueram em um sorriso. — Aliás, seu pai me vê como um filho. Então... Seríamos como irmãos, não acha? — Questionou retoricamente de forma tão calma.
Aquilo era muito para Harry.
— Ah, acho que uma de suas luvas se perdeu.
Era muito até para Harry. O seu carma tinha nome e sobrenome. O seu carma era o maldito Louis Tomlinson. Ele nem havia a tocado, mas já a oprimia como uma onça poderia fazer com um gatinho.
Os braços da cacheada se cruzaram em uma total birra, enquanto tentava inutilmente esconder sua mão sem a luva. Assim como Louis a ignorava, ela também o fazia. A diferença era que, ao invés de deixá-lo vencer, ela apertava os braços abaixo de seus seios, deixando-os ainda mais expostos para o outro. Sabendo bem que, uma hora ou outra, ele não se contentaria em apenas sentir a provocação.
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O amor tem sido um tema essencial nas narrativas humanas ao longo da história. Embora os contos eróticos possam se deleitar na expressão da sexualidade e eroticismo, eles não são desprovidos de amor.
São deixados em livros, contos, cartas e em várias tradições literárias, incluindo a mitologia grega e romana, que o amor é retratado de diferentes formas, desde relacionamentos românticos, casos de desejo e paixão.
Afinal, como citava Platão em uma de suas obras mais famosas, todos estão destinados a essa busca constante e incansável por sua outra metade a fim de se restabelecer o original e primitivo “todo”. Não apenas sobre o sexual, mas incluindo-o em sua busca.
A manhã de sábado se estabelecia. O galo já havia cantado, os empregados já haviam posto e retirado a mesa de café, entrando na preparação do almoço. Entretanto, Harry permanecia em seu quarto.
Durante toda a madrugada, observando o céu de sua janela, pensando na imensidão do universo e questionando o vácuo que surgia em sua cabeça sempre que estara perto de Louis, tomou-se a conclusão de que, de alguma forma, talvez o desejo incansável pelo rapaz estivesse aflorando.
Harry e Louis não eram Piramo e Tisbe do século XIX, mas Harry ansiava por um final de história melhor.
Contanto que não acabasse mortos para inspirarem um novo conto de Romeu e Julieta, ela sentia-se em vantagem. De qualquer forma, Romeu amava Julieta, assim como Píramo amava Tisbe, diferente de Louis, que ao menos gostava de Harry.
A não ser como sua irmãzinha postiça, é claro. Soava sempre mais patético sempre que pensava sobre isso.
Fora perto do amanhecer que Harry se sentou em sua escrivaninha. A cadeira de madeira não era confortável, mas nem mesmo sua cama parecia aconchegante naquele instante. Tudo parecia tão confuso ao que se misturava com o calor de seu corpo e a corrente fria de ar adentrando a janela aberta.
Se pudesse listar um novo dicionário, adicionaria uma nova sensação: a sensação de Louis Tomlinson. Apelidaria de Louie para simplificar a palavra, sendo descrita como a sensação que parte do aconchego de olhos ternos, misturado com a confusão de um amor e envolvido em um tesão absurdo.
Daquele dia em diante, Harry decidiu que só se relacionaria com outros homens ou até mesmo mulheres, após descobrir o que sentia verdadeiramente por Louis. Caso fizesse com outra pessoa, uma parte de si estaria traindo-o — mesmo que ele não fosse seu.
Seus dedos estavam cansados, escrevia sem parar em diversos papéis, o tinteiro já chegando ao fim quando decidiu que seria aquela carta.
Escrevia uma carta à Louis. Não declarando seu amor, mas declarando seus desejos. Era vesgonhoso citar a forma que desejava suas mãos, ou confessar seus sonhos mais molhados. Apesar das palavras eróticas e da forma poética que as usava, torcia para que, depois de sua morte, ninguém a publicasse como uma lembrança.
Dobrou a carta, deixou um beijinho marcado de batom vermelho e usou o sinete para lacrar o papel, a marcação vermelha contendo um H em sua formação.
Quando terminou, levantando-se, o sino bateu nove vezes. Suas costas doíam, mas seu coração acelerado e ansioso fazia o suficiente para que a dor fosse esquecida e substituída.
Ela permitiu-se tomar um banho longo, escovar os dentes com um sorriso em seus lábios, pentear os fios até que estivessem repartidos no meio e enrolando em pequenos cachos conforme secavam.
Era sábado, sem seus pais e com poucos empregados na casa. Um dia preguiçoso que pedia por uma camisola de cetim. Havia sido presenteada em troca de um boquete no banheiro da igreja. Vestia-a muito bem, com a cor rosinha constatando tão bem em sua pele.
Calçou suas sandálias brancas, passou o batom vermelho e borrifou seu perfume francês. A carta estara em sua mão, tal como seu coração. Vivia em um impasse, mas decidindo rapidamente que seguiria em frente com a decisão.
O sol resplandecia ao lado de fora. A fazenda aparentava estar vazia, mas não em total silêncio. Era perceptível os cavalos correndo e uma risada ecoando, fazendo-a correr para perto do grande campo livre onde os cavalos costumavam treinar para as competições de equitação.
Eles valiam milhares de libras, vivendo até mesmo melhores que Harry. O que significava que apenas pessoas permitidas podiam cuidar ou cavalgar neles. Harriet não era uma, Harry tinha certeza, apesar da risada soar tão parecida com a dela.
Suas dúvidas foram sanadas ao que, de longe, um Louis sem camisa e uma Harriet de roupas íntimas, foram vistos. Harry ferveu de ódio, porque deveria ser ela ali. Ela deveria ter Louis atrás de seu corpo, rindo enquanto guiava o cavalo. Ela deveria estar encostada em seu peito úmido. Ela deveria rir de suas piadas e beija-lo escondido.
Uma lágrima raivosa escapou, secando-a tão rápido como a velocidade que os dois se aproximavam. Até que estavam bem em sua frente.
— O que você acha que está fazendo, Harriet? — Gritou com a irmã, vendo-a descer do cavalo com suas roupas molhadas.
— Bom dia para você! — Sorriu cínica. — Eu e Louis fomos nadar no lago. Aquele que íamos quando nossos primos estavam aqui.
Louis havia ido até o celeiro guardar o cavalo. Voltava bagunçando seus fios castanhos, sem se preocupar muito com o que acontecia entre as irmãs. Os pés descalços e a calça de algodão preta estavam molhados e, mesmo que tentasse não olhar, o peitoral escorria gotículas grossas.
— Bom dia, Harry. — A voz aveludada o cumprimentou com um sorriso grande.
— Vá para o inferno você também. — Falou irritada, voltando a olhar para Harriet. — Entra para dentro de casa e vai colocar uma roupa. Agora.
— Você normalmente é menos careta, sabia? — Pediu a ajuda de Louis para pular a cerca, com ele vindo logo atrás. — Se tivesse saído com os caras que costuma sair, não estaria de tanto mau humor hoje.
Harry respirou fundo, prestes a estapear aquele rosto e fazê-la entrar a força dentro de casa. Todavia, não perderia o controle.
Após ser convencida por Harriet, os três seguiam até o coreto da fazenda. Quando eram menores, costumavam fazer piquiniques ali. Ela parecia não ter perdido o costume, já que havia uma cesta e um pano estendido no chão de pedra. Era como uma traição de ambas as partes.
— O que trouxe, Lou? — A mais velha perguntou, se sentando. Suas pernas estavam abertas como um banquete para Louis, com seu corpo levemente jogado para trás, apoiada em suas mãos.
— Peguei sanduíches na cozinha... — Revirava a cesta. — Frutas, garrafas de leite e o que você mais gosta. — Sorriu para ela, deixando Harry em pé como uma vela ambulante. — Tequila!
— Deus, você me conhece mesmo.
Ele sorriu convencido. Harry chutaria sua irmã se Louis não estivesse ali. Depois, o entregaria a carta que, agora, está presa em sua calcinha.
— Senta aí, H. — A outra falou, fazendo-a apenas assentir e se sentar entre os dois. Era algo tão desconfortável.
— Tequila, Harry? — Era Louis perguntando, fazendo-a apenas assentir e ajeitar a camisola em seu corpo. Sentia-se virando uma velha conservadora.
Tomlinson derramou um pouco da bebida dentro da garrafa de leite, sacudindo para que misturasse. Deu um longo gole, passando para Harriet, que fez o mesmo. Harry pegou ao ser oferecido, cheirando a mistura e levando até os lábios, sentindo aqueles olhos em si.
Com goladas hesitantes, o leite branquinho escorria pelo canto de seus lábios de forma imperceptível para ela. Sentindo apenas quando as gotículas caminhavam por sua clavícula, até seus seios. Quando afastou a garrafa e deu ao homem, notou seus olhos vidrados, e Harriet mais perto de seu corpo.
A mais velha tocou a barra da camisola, levantando-a de seu corpo e retirando quando Harry permitiu. A boca rosada correu em sua clavícula, chupando o leite derramado até seu queixo, fazendo-a se arrepiar.
Harry olhou para Louis, sorrindo ladino. Ele parecia ver o paraíso com aquelas seios grandes expostos, os biquinhos duros e a pele se arrepiando. Os olhos verdes se fecharam com o beijo em seu pescoço, abrindo apenas para ter a visão maravilhosa do pau grosso delineado na calça do homem.
— Você não acha que ela está suja de leite, Lou? — Harriet questionou, se afastando para derramar mais um pouco pelos seios da irmã. No entanto, a única coisa que fez, fora beijar seus ombros e acariciar sua bochecha, deixando lambidinhas no canto de seus lábios.
— Vem me limpar, gatinho. — Harry falou extasiada, observando como era fofo a forma envergonhada que Louis se aproximava, lambendo as gotas na barriga branquinha e subindo até seu seio. A garota praticamente o esfregou em seu rosto, segurando nos fios lisos e passando o biquinho por seus lábios, até que ele estivesse mamando.
— Se ele mama tão bem assim no seu peito, imagina o que fará quando você o ensinar a mamar sua bucetinha, irmã. — Harriet sussurrou como diabo em seu ouvido, descendo os olhos pelo corpo da mais nova e puxando a carta que encontrou presa em sua calcinha.
Harry estava prestes a contestar, mas o leite sendo lambido em seu torso a fez se calar. Sua calcinha estara encharcada, aproveitando a excitação do momento com aquela boca chupando seu peitinho, enquanto apertava o outro, brincando com o biquinho.
Louis não era o mais experiente nisso, ficou óbvio para as duas. Mas só o fato de ser ele, e o detalhe que ela ensinaria do jeito que gosta, era maravilhoso. Praticamente um sonho.
— "Em meus devaneios mais desvairados, vejo-nos envoltos em lençóis de seda, unidos num abraço apaixonado, onde nossos corpos se fundem em um frenesi de desejo. Imagino suas mãos firmes explorando os lugares mais íntimos, despertando sensações indizíveis em meu ser. Ah, como anseio sentir seu pau pulsante, profanando a fronteira entre o prazer e a loucura." — Harriet recitava um trecho da carta, apoiada em suas panturrilhas, sentada ao lado dos dois. — Deus, Louis. Ela diz que quer sentar em seu rosto enquanto se fode em sua língua e se esfrega em seu nariz.
— P-para, Harriet! — Mandava, inebriada pelos estímulos em seus seios. Louis mamava faminto, segurando em sua cintura enquanto trazia o corpo mais para si. — A minha xotinha tá pulsando... Eu vou, merda... — Gemia desesperada, a cabeça tombada para trás ao que recebia as mordidas superficiais nos mamilos.
— Ele não vai tocar você, H. — Acariciou a barriga da irmã, deixando leves carícias. — Louis nunca tocou em uma, por que você seria especial? — Riu, negando com a cabeça. Louis parecia ter sentido raiva daquilo, já que maltratou mais os peitos, beliscando forte com seus dedos e deixando o outro bem molhado de sua saliva. — Você queria ser a primeira dele, não é? — Murmurou, fingindo tristeza.
— Harriet! Porra! — Gritou, seu braço enlaçando o pescoço de Louis enquanto sua outra mão descia até sua intimidade, tocando o clitóris por cima do pano fino da calcinha.
Ela se masturbava na mesma intensidade que seus peitos eram chupados. Seus olhos estavam fechados em total concentração, ouvindo o barulho molhado ao seu lado da irmã se tocando. Mas toda sua concentração estava na boca deliciosa não saindo de seus peitos gostosos e doloridos.
— Vem, H. — Louis surrussou contra seu pescoço, puxando Harry para cima de si, deixando-a sentar em sua coxa. Com seu indicador, afastou o pano encharcado da calcinha, concedendo o grelinho a se roçar em sua calça.
— Aperta meus peitinhos. — Mandou, pegando as mãos e as colocando em seus peitos, vendo o sorriso nos lábios finos ao que ela ia para frente e para trás com seu quadril, gemendo alto.
Ele brincava com os peitinhos, notando a ausência de Harriet ali. Todavia, sabia para onde ela deveria ter ido. Por isso, não se importou em continuar, beijando a bochecha de Harry enquanto os movimentos diminuíam, tornando-se mais lentos, mas mais intensos.
— Sabe, Louis. — Ela dizia baixo, sujando sua calça. — Eu já dei pra tantos caras pensando em você. — Louis riu baixinho. — E se caso um dia eu tiver a oportunidade... — Ela sorriu, olhando em seus olhos e selando seus lábios. — eu vou deixar você chupar todo o meu gozo. Você vai cuspir ele no meu cuzinho e vai me foder tão forte com a porra desse pau delicioso.
— Continua, princesa... — Pediu, sentindo o corpo tremer em sua perna.
— Eu não sei, Louis! Eu quero fazer tantas coisas com você. Deixar você foder meus peitos, mas também quero que encha minha buceta de porra. — Sua boca se abriu em um gemido mudo. O corpo se contorceu em excitação enquanto ela liberava seu gozo na calça alheia, agarrando-se ao corpo.
— Seu linguajar se assemelha ao de uma puta, sabia?
Harry riu, sentando direito em seu colo enquanto o abraçava, contando algumas pintinhas em suas costas. Pela proximidade, conseguia sentir o caralho grosso abaixo de si, dando uma leve rebolada, mas sendo impedida de continuar.
— Talvez eu seja uma. Você gosta de gozar em putinhas? — Sussurrou no pé de seu ouvido, beijando seu pescoço e deixando a marca vermelha de batom.
— O que você quer que eu admita, Harry? — Perguntou, brincando com seus cachinhos.
— Que eu fui a primeira que gozou em você, pra você e com você. — Bufou. Era óbvio. — E que você não vai comer a Harriet.
Ela colocaria um limite de "Você não vai comer ninguém", mas soaria tão possessiva. Deixaria para mostrar esse seu lado em algum outro momento. Por ora, era apenas aquilo.
— Você foi a primeira pessoa com quem eu já tive toda essa proximidade, Harry. — Riu, envergonhado. Harry tentou sair do abraço para olhar em seu rosto, mas ele não permitiu. — E eu não farei nada com a sua irmã. Jamais fiz, na verdade. — Garantiu.
Harry sorriu com aquela vitória. Era uma competição onde apenas ela jogava, mas já era seu prêmio no final.
Os dois ficaram por mais algum tempo ali, naquele abraço, naquele aconchego molhado. Harry beijava sua pele, Louis acariciava suas costas, tocando sua espinha dorsal com calma. Vez ou outra, Harry se esfregava como um gatinho, recebendo risadinhas de Louis.
— Me leve para o quarto. Eu estou cansada. — Bocejou fraquinho, enlaçando as pernas na cintura alheia e sentindo-o levantar.
Era ainda melhor do que nos seus sonhos. Porque Louis cuidava tão bem de seu corpo. Acariciava sua derme, beija-a molhado por seu corpo, sussurrava como seu cheiro era incrível.
Ela não poderia estar se sentindo melhor aquele dia, temendo que fosse um sonho, e que logo cairia de sua cama.
Presa naqueles pensamentos, não notou quando já situava-se em seu quarto. Louis encostou a porta, deixando-a deitada em sua cama. Era convidativo chama-lo pata deitar ao seu lado, dormir agarrada ao corpo, acordar em algumas horas e continuar naqueles braços. Mas Louis parecia apressado para ir embora.
Deixou um beijo terno em sua testa, puxando a coberta para que ela se cobrisse. No entanto, fora impedido. Ela sorriu, tirando a calcinha de seu corpo e o oferecendo.
— Leva pra você. Eu ainda tenho muitas. — Mordiscou o lábio inferior, contendo um sorrisinho. Ele beijou o pano e guardou em seu bolso, finalmente a cobrindo.
E, infelizmente, ele se foi naquela manhã.
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Domingos chuvosos se tornam uma perdição, acompanhados do vento frio perfeito para deitar em cobertas quentes e limpas.
O cheiro de chocolate quente apoderava-se dos cômodos da casa, um aroma adocicado e caseiro de uma cozinha quente. Biscoitos no forno e o creme sendo batido para acompanhar.
Harry e Harriet chegavam da igreja naquele domingo. Após uma missa longa, bençãos do padre da cidade, a falta de Louis e uma forte chuva que as encharcou, a Styles mais nova se recuperava. Sua recuperação não se fazia apenas por esses fatos, mas pela obstinada dor em seus seios, também.
Como uma dama, herdeira de riquezas e fazendas pelo país, deveria trocar de roupa três vezes ao dia, sem contar com a camisola do fim de noite. Todavia, era impossível nessas circunstâncias. Todos seus vestidos eram muito apertados, e quaisquer panos eram muito incomodos ao que encostavam nos mamilos sensíveis.
Ela odiava Louis por fazê-la sentir dor. E odiava-o ainda mais por não dar as caras naquele domingo. Talvez, em sua presença, eles poderiam tomar chocolate quente enquanto ela o desenhava, trocando beijos quentes e toques secretos.
Mas seu final, durante todo aquele dia, fora trágico.
Em seu quarto, parada em frente ao espelho, ela desenhou-se. Dividia sua atenção em olhar o corpo parcialmente nu, coberto apenas por um roupão, em desenhar seus detalhes e beber da bebida quente acompanhada de biscoitos enquanto ouvia Harriet falar.
— Sabe, irmã... — Ela iniciava outro assunto, indo até o prato de biscoitos e pegando mais um. Vestia apenas sua camisola e meias rosas, tentando executar uma trança em seus cabelos.
— Sim? Diga. — A olhou sorridente, vendo o corpo descansar no chão, ao lado do seu, de bruços.
— Você se lembra de ontem, não é? — Harry assentiu, traçando suas pernas na folha. — Eu a deixei com Louis para ir atrás de alguém. — A cacheada franziu seu cenho.
— Pensei que o seu "alguém" fosse Louis.
— Não, por Deus! — Riu. — Ele é gostoso, mas eu sou fã de quem sabe pelo menos beijar. — Harry conteu uma gargalhada, não querendo soar maldosa.
— Louis sabe chupar peitos. Não descarte esse dom! — Rolou os olhos.
E então, a irmã contou sua história com a Senhorita Cross. Ela era um ou dois anos mais velha, cuidava da horta pessoal da fazenda. Havia sido contratada alguns meses atrás, em busca de qualquer emprego que a tirasse de casa. Senhor Styles, como um bom homem, a arranjou em minutos algum trabalho que não fosse pesado, mas que pagasse bem.
Emily Cross ocupava a casa de visitas atrás da fazenda, dividindo com mais duas das empregadas que trabalhavam na casa. Os sumiços de Harriet foram explicados, apesar delas não possuírem nada sério.
De fato, sua irmã não era mais uma preocupação.
Agora, o único impasse nisso tudo era Louis.
Elas terminaram o dia deitadas na cama de Harry, escutando Harriet cantar e permitindo que o vento casto e frio adentrasse o quarto enquanto dividiam um cigarro de palha. As vantagens de seus pais em outro país cresciam cada vez mais.
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Segunda-feira destruía Harry. Não todas, mas aquela estava o tirando do sério.
As garotas contaram sobre o final de semana, em um papo infinito. Os garotos se gabaram da aposta de equitação. Harry apenas se gabou de seu estresse com tanto falatório. E claro, ganhou seu espartilho de couro.
Durante o intervalo, conseguia pensar apenas em Louis enquanto tomava sua garrafa de leite. Victoria também parecia pensar nele, já que comentou sobre a aparição do mesmo no pequeno comércio de sua mãe, naquela manhã.
Seus olhos quase reviraram ao ouvir sobre os olhos dele, sobre suas roupas e sobre o quão gentil ele era. Harry sabia disso tudo, não precisava de comentários obscenos disfarçados de elogios.
Para piorar, Charles o chamou no final da aula, dizendo que precisava de uma vagabunda para chupar seu pau. Harry apenas o chutou nas bolas e saiu de sua frente impacientemente. Sua falta de vergonha na cara tinha um limite.
Ou não, já que, no momento em que descia a colina, seus olhos brilharam em contentamento, correndo tão rapidamente até Louis.
Ele estava parado no pé da colina, um sorriso no rosto e encostado em seu carrinho. Parecia tão belo, tão fodidamente seu — por mais que ele ainda não soubesse disso.
— O que está fazendo aqui? — O beijou em sua bochecha, dando pulinhos de alegria.
— Vim entregar uma carta que chegou para você. Seus pais a mandaram. Tem até um cartão postal! — Disse tão surpreso, como se fosse algo de outro mundo.
— Hey! Eu posso te dar um cartão postal. Você gostaria de um? — E foi como se Harry tivesse o oferecido milhares de libras. Era algo tão genuíno aquele brilho feliz nos olhos azuis.
— Eu adoraria um. Obrigado, Harry. — Agradeceu gentilmente, ao menos aparentando ser o cara que o ignorava tão facilmente.
É possível que os acontecimentos de dias atrás fora essencial para aquela abertura entre os dois. A timidez de Louis poderia soar rude algumas vezes, mas era notável que não se passava de um medo. Medo de como agir, medo de falar errado, medo de estrapolar em suas conversas ou errar com quem tanto queria acertar.
Diferentemente de outros dias, Louis não parava de tagalerar. Eles conversaram durante todo o caminho. Harry o ajudou gentilmente a coletar as garrafas, mesmo sendo zombada por tropeçar algumas vezes em seu longo vestido lilás. O lado bom dos tropeços é que ganhava um selinho de recompensa.
Sua perspectiva estava no ponto de vista de Louis. Como ele era gentil com seus "clientes", como ganhava suas gorjetas que era colocadas em um saquinho de pano e como sempre segurava a ponta de sua boina cinza para cumprimentar as pessoas na rua.
Ao que pararam em uma fonte de água minada no meio da estrada, Louis prendeu o cavalo para que ele pudesse se hidratar. Ajudou Harry a saltar do carrinho e a levou para baixo de uma árvore, na intenção de se refrescarem um pouco.
— Você deve estar fervendo com esse vestido. — Ele riu, se encostando no tronco e estocando o braço nos galhos.
— Já estou acostumada, falando a verdade. — Aproximou-se do corpo. — Mas posso ficar sem, é só me pedir. — Abraçou o corpo de Louis, olhando em seus olhos. — Ou mandar. Eu gosto quando mandam.
— Acho melhor irmos embora, Harry. — Sorriu torto. Styles só desejava saber o que passava naquela mente.
— Desculpa. Eu não queria falar nada de mais. — Respirou fundo. — Eu só...
— Está tudo bem. Não quero que se sinta mal, princesa. — Agarrou seu rosto com as mãos, selando fracamente seus lábios.
Mas Harry mal conseguia sentir o gosto de seus lábios. Por isso, persistiu no selar, afundando seus lábios aos dele. Louis parecia inseguro, com seus dedos trêmulos segurando o rostinho macio, trazendo-a mais para si de forma hesitante.
Ali, com o sol esquentando seus corpos, com o sol da pequena mina vazando e do respirar ansioso de Louis, eles se beijaram intensamente pela primeira vez.
Todos os detalhes estavam gravados na cabeça cacheada. Cada mínimo som, cada mínimo toque. A textura e o gosto da língua de Louis contra a sua, os sorrisos bobos que escapavam dos dois, os sons molhados e um pouco desajeitados. Até mesmo a leve batida em seus dentes se tornou especial. Não fora dolorida, não fora vergonhosa. Eram apenas os dois, aproveitando de suas bocas, provando uma parte tão íntima, tão pessoal. Beijos eram significativos, ainda mais quando a oportunidade vinha com alguém tão especial.
No decurso da semana, Harry e Louis continuaram com aquela rotina.
Ele se beijavam encostados em árvores, andavam de cavalo por todo o pasto, deitavam no coreto e compartilhavam histórias.
Harry descobriu muitas coisas sobre Louis. Sobre seu aniversário de 20 anos que seria em dois meses, que ele amava ganhar os auto-desenhos de Harry, sua cor favorita era vermelho e seu pai havia morrido durante uma embarcação, onde limpava o fundo dos navios.
Foi por essa época que começou a trabalhar na fazenda para sustentar sua família junto com sua mãe. O que achou injusto por um tempo, já que sua vontade era trabalhar nas grandes embarcações, como seu pai. Todavia, com a maturidade, entendeu que deveria ficar por perto.
Harry também compartilhou com ele segredos, assim como compartilhou cartões postais, com e sem o seu rosto.
— Essa foi uma viagem que fizemos até a Espanha. Eu lembro de comer tantos pães que minha mãe tinha feito... — Sorriu boba, mostrando ao outro. Sentada em seu colo, usurfruia das lembranças do passado.
— Eu gostaria de ter uma fazenda na Espanha. Seria grande, com muitos cavalos e muitos filhos. — Acariciou o rosto bonito de Harry.
— E quem seria sua esposa? — Questionou, deixando os cartões postais de lado para enrolar os braços em seu pescoço e o beijar nos lábios.
— Tenho muitas opções. Deixe-me pensar. — Harry olhou ofendido para ele, deixando um tapinha em seu rosto. — Eu estou brincando, princesa! Por Deus, não seja tão agressiva.
— Não gosto de brincadeiras! — Emburrou o rosto. — Mas gosto da ideia de ser uma esposa. — Sorriu, puxando o lábio inferior de Louis, gemendo baixinho ao sentir as mãos em sua bunda.
Louis costumava a deixar louca, mesmo que inconsequentemente. Suas mãos apertavam sua bunda, seu pau raspava em sua intimidade e seus lábios costumavam beijar os lugares certos de seu pescoço. Mas ele nunca sabia quando começava, assim como nunca sabia como parar, antes que Harry estivesse prestes a tirar suas roupas.
— Eu cozinharia para você, lavaria suas roupas, cuidaria dos nossos filhos, serviria você sempre que estivesse ocupado... — Selou seu maxilar, até o pé de seu ouvido. — No fim da noite, quando eu estivesse bem cansada, você me comeria bem lento até que eu estivesse dormindo. — Gemeu com a ideia. — E eu deixaria você usar meu corpo da forma que quisesse. Você me comeria, foderia minha boca, dormiria latejando dentro de mim. — Levou a mão de Louis até sua intimidade, por cima da calcinha. — Quando eu acordasse pela manhã, estaria com seu leitinho quentinho guardado.
Tomlinson parecia tenso, sua mão cobria toda a bucetinha, onde Harry rebolava.
Era insana a forma que Louis a viu se contorcer durante toda a semana, e mesmo assim não a tocou de outras formas. Ela queria morrer, mas de tanto dar para ele.
— É muito cedo para nos casarmos, então? — Ele perguntou rindo, podendo sentir a umidade em seus dedos.
— Eu posso considerar o pedido com o seu pau dentro de mim. — Murmurou excitada, gemendo com o aperto dos dedos em seu clitóris.
Louis tossiu de forma forçada, tirando sua mão da intimidade quente. Ela estava fervendo, literalmente. Harry afastou-se frustrada, mas não querendo demonstrar. Ela se sentou ao seu lado e se recompos, mesmo com a merda de uma ereção que marcava a calça de Louis.
— Eu não entendo. — Ela falou após um silêncio doloroso.
— Eu gosto dos seus peitos.
— Eu sei, Louis. Mas não fala assim, é brochante. — Passou a mão por se próprio rosto. — Eu quero que você tenha prazer.
— Sim, sei disso.
— E eu quero ter também. Mas você precisa se soltar mais. — Olhou para ele. — Não quero forçar você a nada. — Louis a olhou ternamente.
Sem pensar muito, tirou a blusa que usava. Ela sabia que ele amava seus peitos. Mas ela queria conseguir amar aquele pau, o que não era difícil, mas jamais esteve tão perto de um Louis sem suas calças.
Se deitou na cama, observando Louis. Apertou seus seios, juntando um ao outro, cruzando as pernas quando começou a estimular eles.
— Tira sua calça. Você vai aproveitar dos meus peitos. Eu quero que se aproveite de mim. — Falou seriamente. — Quero que você aprenda a me usar até que eu esteja implorando pra você não me machucar mais. Entendeu?
Incerto, Tomlinson se livrava sua calça, assentindo para Harry sobre tudo. Não tinha muito o que fazer, apenas concordar. Ela o guiou até que estivesse com ele por cima de seu corpo, as duas pernas ao lado de sua barriga e sua mão apoiada na cabeceira.
— Eu nunca estive tão perto dessa pica, Deus...
— Harry! — Chamou sua atenção.
— Eu quero beijar essa divindade, Louis. Não fique com vergonha. Mas eu tô tão molhada. — Beijou a cabecinha rosada. — Você vai foder meus peitos, eu vou deixar eles bem apertadinhos e você vai comer, entendeu?
— Entendi, princesa.
— E você pode gozar onde quiser. Só, por favor, mete esse pau em mim de alguma forma que eu vou adorar. — Sorriu, espremendo os peitinhos quando ele encaixou o membro no meio deles, começando um vai e vem gostoso.
Louis ia fraco, com medo de machucar, mas aumentando a intensidade quando os lábios avermelhados contornavam a glande molhada.
Ele segurava na cabeceira, ofegante conforme Harry apertava mais e gemia, com as bolas pesadas batendo em sua pele e as veias grossas se arrastando em seus peitos. Harry se sentia suja por fazer aquilo com ele, mas estava amando ser apenas um brinquedinho para que ele pudesse se aliviar.
— Você é imunda, Harry. — Rosnou, fodendo tão forte que ficava cada vez mais avermelhada.
Em um impulso, uma de suas mãos apertou as bochechas gordinhas, fazendo-a parar para que pudesse cuspir em seu rosto. O que sabia que a excitaria mais, a fez tremer conforme gozava forte em sua calcinha. Sua boquinha estava mais aberta, pedindo por mais daquele pau que comia seus peitos como se fodesse uma xotinha.
Quando Louis gozou, ela engoliu, até mesmo os rastros brancos deixados em seu peito.
Naquela noite, Harry jamais esteve tão satisfeita.
🥛
Harry pensou que tudo mudaria desde a noite em que sentiu o gosto de Louis.
Mas nada mudou.
Na verdade, a única coisa que mudou fora a forma como Harry não gozava há 1 mês.
Ela não podia reclamar de como Louis era um bom quase-namorado. Ele a levava flores, entrava por sua janela de madrugada, escrevia bilhetes, beijava sua testa, a buscava na escola.
Ele a tratava como uma princesa. Até mesmo se ajoelhava para tirar seus sapatos ou corria até sua casa quando via algo que o lembrava ela. Realmente, sem reclamações. Seus passeios eram incríveis, seus beijos eram incríveis, sua pegada estava incrível. Só que tudo isso junto deixava Harry pegando fogo, mas Louis nunca apagava.
Era frustante quando ao menos queria a dizer o porquê. Sempre fugindo do assunto e dizendo que tem algo importante a fazer.
Todavia, Harry jamais se perdoaria se perdesse Louis. Porque, pela primeira vez, estava realmente gostando de alguém. Então suas vontades se tornaram passageiras e acumuladas.
Ela ainda desenhava sua intimidade, escrevia cartas quentes, andava rebolando para ele quando estavam pertos de alguém. E ele não parecia odiar, muito pelo contrário.
Tomlinson a chamava de gostosa, dizia como seu corpo era perfeito, como ela o excitava, contava de seus sonhos com Harry, e sussurrava em seu ouvido como sua bunda estava linda. Isso não ajudava em nada, na verdade, só piorava.
Foi então que, deitados na praia vazia, acariciando o peitoral de Louis, ela sentiu que precisava colocar algo para fora.
Haviam planejado aquele piquenique na praia algum tempo atrás. Harry levou algumas coisas, Louis também. Forraram um lençol nas pedras e passaram a tarde ali. A saudade era tanta, ao menos fazendo questão de se desagarrarem.
Senhor Styles havia o chamado atenção ao quase atirar em seu corpo ao ver a sombra subindo na janela de sua filha. Ele o ameaçou, disse que aquilo não iria para frente e que, apesar de ser um bom garoto, Harry já tinha outros pretendentes.
Proibidos de se encontrarem, mesmo com Louis trabalhando na fazenda, Harry fez um protesto contra seu pai. E como ele conseguiria resistir a sua mais nova chorando todas as noites de forma dramática em seu quarto?
Sentindo pena e remorso, Desmond chamou Louis aquela manhã, dizendo que se violasse sua filha, ele estaria morto. Deveriam estar juntos com algumas regras como: sem encontros todos os dias, sem beijos longos, sem pular a janela de madrugada e que toques ou qualquer coisa a mais só aconteceria depois do casamento. Aliás, aquele namoro só era garantido até que um pretendente melhor comprasse sua mão por libras, terras ou até mesmo uma caixa de suco.
Com seu rosto encostado no peitoral nu, sua coxa por cima da perna de Louis e a mão grossa do homem acariciando sua cintura, Harry não aguentava mais.
As primeiras lágrimas vieram de forma calma, apenas escorrendo sem que Harry percebesse. Tornou-se claro que era um choro quando soluções o acompanharam, fazendo Louis se assustar. Mas sua garota não o deixou ver seu rosto, chorando ainda mais intensamente.
— Princesa, o que aconteceu? — Penteou seus fios para trás com os dedos. — Você está bem?
— Eu só estou pensando. — Disse calma, mesmo que o choro tornasse tudo desesperador.
— Em algo triste?
— Não. Deveria ser feliz. — Se desfez do abraço, olhando no rosto de Louis.
— Então por que você me parece tão triste? — Acariciou seu rosto, vendo-a deitar em sua mão.
— Você não entende, Lou. Definitivamente não entende. — Louis se sentou, beijando a pele com as lágrimas salgadas. — Por favor... — Fechou os olhos ao sentir mais lágrimas caindo, junto aos seus narizes encostados.
— Você precisa me explicar, princesa.
— E eu preciso que você me coma, Louis. — Fora seu ápice para cair em soluços profundos e uma cachoeira de lágrimas.
Nem mesmo as ondas quebrando nas pedras abafavavam o choro. Nem mesmo Louis a colocando contra seu corpo abafava suas lágrimas. Eram incessantes, tal como a dor que sentia em seu peito.
O cenário era ideal para que pudesse desabafar, perfeito para que, daqui alguns minutos quando escuresse, Louis não visse mais seu rosto bobo e corado.
Normalmente, no mundo espiritual, o pôr do sol significa autoconhecimento, e uma internalização de energias irradias. No entanto, Harry jamais esteve tão perdido em seu autoconhecimento, jamais esteve tão perdido em outro alguém, com o desejo de sentir apenas suas energias.
Louis a beijou, trazendo seus lábios para perto, chupando seu inferior com destreza. Ele havia ficado tão bom em guiar o beijo, em devorar sua boca e chupar sua língua. Suas mãos puxavam Harry para si, agarrando-o grosseiramente.
— Eu tenho medo de fazer tudo errado, H. De machucar você e não ser bom o suficiente. — Confessou, deixando um leve carinho em sua cintura, olhando nos olhos verdes molhados.
— Tudo o que você fizer é certo, Lou. — Deixou um selinho em seus lábios, fungando. — Deixa eu te ensinar como me tocar. — Arrastou sua bochecha na barba rala de Louis. — Você foi tão perfeito nas vezes que brincou com os meus peitinhos. Eu nunca gozei tão bem. — Beijou seu pescoço, tirando a calcinha por baixo do vestido.
Louis entendeu, abrindo o zíper do vestido e o tirando de seu corpo. Harry deixou uma risadinha sapeca escapar.
— Então faça o que você quiser. — Ele se rendeu com um sorriso. — Mas me prometa que não vai mais chorar por isso. — Ela empurrava seu corpo para que ele se deitasse.
— Agora que eu tenho você pra brincar? Nunca mais. — Se sentou abertinha na barriga de Louis, virada de costas para seu rosto.
Ela abriu a calça alheia, se livrando enquanto esfregava todo seu melzinho pela barriga bronzeada. Louis tinha a porra da melhor visão de sua vida. A bunda empinada estava de frente para si, deixando a vista o cuzinho sempre que se empinava para trás. Louis a tocou, sabendo da permissão que tinha.
Quando as mãos grandes apertaram as carnes fartas, ela gemeu, terminando de tirar sua cueca.
— Língua pra fora, Lou. Você vai aprender a chupar a bucetinha que pertence a você. — Olhou para ele por cima do ombro. — E se pensar em usar essa língua com qualquer outra, eu corto ela no mesmo instante. — Bateu em sua barriga quando ele riu, fazendo-o engasgar.
Tomlinson estava com a língua para fora, quando, de repente, Harry estara sentando em seu rosto. Ela se esfregava no músculo quente, apoiada em sua barriga e encontrando seu prazer. Pensando que Louis ficaria esperando seus comandos, ficou surpresa quando a língua se arrastou por toda a intimidade, chupando seu grelinho.
Ele não teve pena, chupando-a de forma gostosa, não tendo receio em afundar seu rosto na xota gostosa. O nariz empinado estimulava a entrada molhada, enquanto seus lábios devoravam seu pontinho.
O corpo mole tombou para frente, caindo com a bochecha na coxa de Louis, aproveitando a cada momento que ele empinava sua bunda para chupa-la. As mãos grandes agarravam suas coxas, deixando-a sem ar a cara aperto e a cada chupada. Mamava como se tivesse fome, fazendo-a gemer tão alto que ela mal tinha tempo de abocanhar o pau pertinho de sua boca.
— Enfia seus dedos! — Gritou, tentando se recompor e masturbando Louis com prazer, chupando só sua glande e cuspindo na base para conseguir o tocar rápido e escorregadio.
Ao invés de cessar sua vontade fodendo sua buceta, Louis arrastou seus dedos pela entrada, levando para seu períneo e começando a estocar em seu cuzinho. A mistura de dor com prazer fora tão grande que o corpo caiu mais, fazendo-a engasgar no pau alheio.
Rebolava seu rabinho com gosto para Louis, sentindo as vibrações da boca dele quando começou a mamar seu pau tão obscenamente. Levava-o até o fim, encostando a pontinha de seu nariz na pélvis dele. Em um desses momentos, o sentiu estocar mais forte em sua boca, retribuindo com a sentada na língua molinha, o sufocando com o nariz dentro de sua intimidade.
— Chega, Louis! — Gritou desesperadamente quando três dedos estavam dentro de si, fodendo-a praticamente a seco. — Chega, porra! — Ele não parava, e por mais gostoso que fosse, ele precisava entender que não mandava ali. — Eu disse pra parar. — Apertou suas bolas fortemente, sentindo os dedos torcerem dentro de si.
Louis parou, saindo de dentro dela. Ambos estavam cansados, suando e ofegantes. Harry olhava para o mar sentada no peito de Tomlinson. Ponderava por que a ideia e a forma de foder com ele era boa demais.
— Você vai continuar aí depois de implorar pra ser comida ou vai parar de latejar no meu peito e cavalgar no meu pau como me prometeu diversas vezes? — Ele era tão abusado que a fez revirar os olhos, virando seu corpo para ele e se sentando em suas coxas.
— Vai ser do jeito que eu quiser que seja. — Se apoiou em apenas um joelho, encaixando a glande na grutinha e dobrando sua outra perna. Queria estar exposta para ele. — Quando você aprender a me bater como um homem, você pode escolher o que fazer. — Sentou-se de uma vez, fazendo ele gritar pela dor apertada.
Harry poderia fingir que não sentia dor, mas ela realmente não estava sentindo naquele dia. O pau de Louis era grande, grosso e a machucaria em qualquer ocasião, menos nessa, que ela pingava como tivesse gozando, apesar de ser apenas a lubrificação natural que escorria.
Começou a subir, tirar o pau de dentro dela e sentar de novo, em um ritmo gostoso e tão prazeroso. Queria que ele visse a forma que era engolido e descartado, se abrindo cada vez mais para que Louis a visse se contraindo no nada e gemendo, enquanto suas mãos se apoiavam nos joelhos alheios.
Tomlinson marcava seu quadril com os apertos, gemendo roucamente sempre que sentia o interior dela. Era quente, macio, apertado e molhado. Era melhor do que ele imaginou tantas vezes.
— Era bem assim que você imaginava sempre que me via? — Apertou um de seus peitos, fazendo-a rebolar com a outra mão. Ela descia em seu pai rebolando como uma maldita tentadora. — Amor, sempre que você está no meu colo eu sinto o quão encharcada você fica. Tudo isso pela ideia de me ter dentro de você?
— Sim, sim, sim. — Suas pernas estavam cansando, fazendo-a cair com os dois joelhos, deixando com que ele fosse fundo dentro de si. — Eu gozaria até mesmo pela bunda se fosse possível, sempre que você está perto de mim. — Rebolou gostoso na glande, se aproximando do rosto de Louis para o beijar. — Quando formos para casa, você irá me levar até o quarto e me comer no banho. — Beijou seus lábios. — Depois na minha cama. — Arrastou os peitos por ele. — Depois durante a madrugada e de manhã.
Ela sentiu os cabelos serem puxados, gemendo. Suas unhas arranharam o maxilar de Louis, machucando sua pele.
Um sorriso safado abriu-se em ambos os lábios, fazendo com que Harry se afastasse apenas para quicar rapidamente em Louis. Seu cabelo sendo jogado para o lado e suas mãos apoiadas no peitoral, seus peitos pulando a cada cavalgada que dava, sendo mais aberta ao que Louis a ajudou.
Ele estocou dentro dela, forte e grosseiramente, sentindo-a se contrair e sua expressão se contorcer em mais prazer, até que os dois estivessem gozando juntos, com Harry melando complemente seu pau enquanto preenchia ela de porra.
O corpinho esbelto caiu em cima do de Louis. Ele a agarrou com carinho, beijando sua bochecha.
— Você se lembra de quando eu mamei nos seus peitos? — Ela assentiu, quase dormindo. — Você disse algo que eu nunca vou esquecer.
Com cuidado, Louis virou o corpo no pano, saindo de dentro dela. O gozo escorreu por sua pele, descendo por seu períneo e bunda. Harry estava completamente melada, assim como Louis.
— O que eu disse? — Perguntou mais atenta.
— Que eu lamberia seu gozo, cuspiria no seu cuzinho e o comeria com meu "pau delicioso". — Mordeu seu lábio inferior, descendo o rosto até estar com a boca na intimidade quente, chupando todo o gozo e abrindo suas nádegas.
— Faz isso. Faz agora. — Se abriu mais pra ele. Louis riu, cuspindo dentro do buraquinho maltratado. — Não para, tá bom? — Pediu, olhando para os olhos azuis e para o horizonte alaranjado, sorrindo grande.
Louis enfiou todo o comprimento de uma vez. Harry agarrou as unhas em suas costas, machucando sua pele. Tomlinson estocou forte, fodendo com pressão, mesmo que estivesse sendo esmagado pelas paredes. A garota se livrava do pano abaixo de si, sentindo as pedras geladas em suas costas, constatando com o calor de sua pele.
— Você vai se machucar, princesa. — Agarrou em sua coxa, forçando mais para dentro.
— Eu quero. — Brincou com seus mamilos, apertando-os. — Bate em mim, Louis. — Se contraiu contra ele, sabendo que doeria.
Tomlinson passou a arrombar o buraquinho contraído, sendo doloroso para os dois, mas extremamente prazeroso quando ele conseguiu se mover rápido. Sua mão puxou Harry para si, deixando um beijo em seus lábios, e se afastando para surrar sua bochecha com as costas da mão. Ela gemeu querendo mais.
Então, ele a proporcionou uma marca de seus dedos na pele branca. Dois de seus dedos começaram a estimular o clitóris inchadinho, sem parar seus movimentos, sem hesitar em a comer forte.
Quando Harry juntou suas mãos, apertando os dedos de Louis tão forte, ela gozou. Saía como água de si, um orgasmo forte que sujou ambos, vindo de seus olhos se fechando calmante, gemendo apenas quando sentiu seu homem gozando forte.
— Obrigada por isso. — Sussurrou cansada, encolhendo o corpo.
— Você é a melhor namorada do mundo, princesa. — Se deitou atrás dela, beijando seus ombros e pescoço.
— Namorada?
— Minha namorada. — Riu, se aconchegando no corpo e sentindo seu cheirinho.
🥛
Voltei com mais uma one! Apesar de não estar dentro das minhas expectativas, eu gostei dela. Espero que tenham gostado também, e perdão por qualquer erro. Minha caixinha para ask está aberta 🩷🌷
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♡♱ 𝕮𝖍𝖗𝖎𝖘𝖙𝖎𝖆𝖓 𝖂𝖔𝖒𝖆𝖓 (𝖕𝖙-𝖇𝖗) 。゚ ୨୧
ೀ sinopse: pensou que o único lugar possível para se esconder do mal seria no convento, mas tudo muda quando o padre adam driver chega.
ೀ avisos: contém palavras de baixo calão, sexo explícito, sexo sem camisinha, creampie, perda de virgindade, masturbação, sexo oral, exibicionismo, dirty talk, size kink, orgasmo múltiplo, hipersensibilidade, praise kink, age gap, priest!adam x fem!nun! reader.
ೀ nota: esse capítulo aqui não tem o intuito de ofender ninguém ou ofender o catolicismo, caso não se sinta confortável, não leia.
𝐓𝐔𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐄𝐂̧𝐎𝐔 quando você completou 18 anos. Com a chegada da maioridade vieram as responsabilidades, e também vieram séries de pesadelos e sensações bizarras, como se alguém — ou algo — te perseguisse.
Sentia um arrepio constante na espinha, como se estivesse sendo observada por olhos invisíveis em cada esquina escura, ou em cada canto de seu quarto. A sensação de ser seguida por algo sinistro a perseguia implacavelmente, como uma sombra indesejada que se recusava a desaparecer e, a cada passo que dava, dia após dia que seguia, parecia apenas intensificar a sensação de que algo terrível a seguia, espreitando nas sombras.
Seus sentidos ficavam em alerta máximo, captando cada som sutil, cada movimento furtivo ao seu redor. O medo se transformou em uma constante companhia, enrolando-se em torno de ti como uma névoa gélida, impedindo-a de relaxar ou encontrar paz. Mesmo em momentos de aparente calma, a presença opressiva do desconhecido a assombrava, deixando-a à mercê de um terror crescente e incontrolável.
Ouvia sussurros chamando-a, sentia mãos quentes tocando seus ombros, ou algo deitado em seu lado no colchão.
Era tudo tão estranho e bizarro, que decidiu se juntar à um convento e se tornar freira. Quem sabe dentro da igreja não conseguisse a paz que tanto almejava? Quem sabe assim, aquela sombra não iria parar de se atrelar à sua?
Aquela tinha sido a sua melhor escolha.
Na penumbra da igreja, os fiéis se reuniam em prece, mergulhados na serenidade do local sagrado. Ajoelhou-se silenciosamente no banco de madeira polida, seus olhos erguidos para o altar iluminado pelas velas enquanto o som suave dos cânticos preenchia o espaço enquanto, mergulhava em suas reflexões.
De repente, um murmúrio percorreu a congregação quando o padre se aproximou do púlpito. Seus passos reverberaram pelo chão de pedra enquanto ele se aproximava, e ergueu o olhar para observá-lo. Seu coração deu um salto quando seus olhos encontraram os do novo padre. Alto e imponente, ele emanava uma aura de tranquilidade e dominância enquanto se dirigia à frente da igreja.
Possuía traços marcantes, com cabelos escuros e uma expressão serena que parecia irradiar sabedoria e compaixão. Seus olhos profundos refletiam a luz das velas, lançando sombras dançantes em seu rosto angular, junto à barba e o bigode que emolduravam. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao encontrá-lo, uma sensação estranha e inexplicável que a fez desviar o olhar rapidamente.
— Queridos... — o padre Joseph disse, subindo ao altar. — Esse é o padre Adam, vindo diretamente do Vaticano. Ele assumirá meu cargo a partir da próxima semana.
O padre mais alto sorriu sem mostrar os dentes e levou uma mão ao peito, como se estivesse se sentindo lisonjeado por ter tal honra.
Enquanto os padres começavam sua homilia, você lutava para manter o foco nas palavras, mas sua mente inquieta voltava para o estranho magnetismo que emanava do padre Adam. Por mais belo e carismático que ele fosse, algo em seu olhar parecia esconder segredos sombrios, despertando uma sensação de inquietude que não conseguia ignorar.
[...]
Depois daquela semana, o padre Joseph foi embora. Tudo estava nas mãos do padre de longos cabelos escuros e alta estatura.
De repente, a sensação de pânico voltou — moderadamente —, aquela sensação de que havia algo a seguindo tinha voltado. Mas, faz dois anos que isso tinha sumido? Porque Deus decidiu te castigar novamente de tal maneira?
Deveria pagar algum pecado? Tinha atirado pedras à cruz de Cristo?
Não via outra opção a não ser se afundar em orações, e orar tudo o que sabia. As sensações se aquietavam quando você estava rezando, e perdeu as contas de quantas vezes seus joelhos ficaram doendo após ficar horas e horas sussurrando no altar. O crucifixo branco que ficava enrolado em sua mão já estava começando a ficar num tom mais encardido de tanto contato que tinha com suas digitais.
Agora mesmo, estava ajoelhada de frente à grande cruz de madeira, com o altar iluminado por mais de cem velas, enquanto você mantinha seus olhos fechados e rezava baixinho a oração "Glória a Deus nas alturas".
De repente, sentiu uma brisa fria percorrer a igreja quente e escura, batendo em seus ombros e quando olhou para o lado, lá estava o padre Adam. Como ele entrou sem fazer nenhum barulho? Parecia que seus pés eram leves como uma pluma, quase como se ele tivesse se materializado.
— Não quis interromper suas preces, filha.
— Não interrompeu, eu já tinha acabado, padre.
— Há algo te perturbando, querida... — o tom de voz dele era suave, quase furtivo.
— Como sabe?
— Posso ver no seu olhar.
Virou-se para ele, encarando aquele par de olhos castanhos. Havia algo muito estranho, apesar de serem brutalmente sensuais e cativantes, também eram densos. Tão profundos quanto mil abismos.
— Não sei o motivo... — ele levou uma mão até seu ombro, apertando levemente.
Seu corpo estremeceu levemente. Aquilo era muito similar à uma carícia, e não conseguia se lembrar da última vez que recebeu algum carinho de um homem.
Sentiu-se mal e se culpou instantaneamente. Estava gostando de ter o toque do padre Adam? Estava perecendo ao prazer da carne? Mas o que era aquilo? O que estava acontecendo com você naquela semana?
Não se conhecia.
— Mas... — ele prosseguiu. — Posso rezar por você, se me permitir.
— Agradeço imensamente.
O homem mais alto começou a rezar em latim. Apesar de você não falar esse idioma fluentemente, conhecia muitas palavras e foi capaz de identificar.
Ele estava rezando "Glória a Deus nas alturas", mas em seu idioma primário. Era a mesma oração que você estava fazendo antes. Ele estava ali há muito tempo? Escondido nas sombras escutando?
“Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominibus bonae voluntatis.
Laudamus te, benedicimus te, adoramus te, glorificamus te, gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam, Domine Deus, Rex caelestis, Deus Pater omnipotens.
Domine Fili unigenite Jesu Christe, Domine Deus, Agnus Dei, Filius Patris, qui tollis peccata mundi, miserere nobis.
Qui tollis peccata mundi, suscipe deprecationem nostram.
Qui sedes ad dexteram Patris, miserere nobis.
Quoniam tu solus sanctus, tu solus Dominus, tu solus altissimus, Jesus Christe, cum sancto Spiritu, in gloria Dei Patris.
Amen.”
Um calafrio percorreu sua espinha ao escutar o "amém" dito dessa maneira mais forte, e você viu as chamas das velas no altar dançarem suavemente, por mais que todas as janelas e portas estivessem fechadas.
— Obrigada, padre.
Se levantou dos degraus. Já estava tarde, seu corpo clamava por descanso.
— Por nada — ele respondeu.
E, quando você ia sair, ele segurou sua mão e juntou às dele, fazendo-a praticamente desaparecer. Aquela mão pálida, grade, forte e cheia de veias aparentes estava sobre as suas. Elas eram quentes e macias, tão boas de serem sentidas que pareciam algo vindo de um paraíso artificial.
— E, não se esqueça de rezar antes de dormir.
Ele a olhou profundamente mais uma vez, fazendo você sentir sua garganta fechada. Responder era praticamente impossível agora, pois um nó havia se formado em suas cordas vocais. O que era aquilo, nervoso?
Assentiu com a cabeça e soltou as mãos dele, indo até o convento, para afundar a cabeça em seu travesseiro e desfrutar do sono dos justos. Dormiu com muito custo naquela noite, após ter rezado infinitas "Ave Maria".
[...]
O dia amanheceu sob um véu de sombras, onde nuvens pesadas pairavam no céu, obscurecendo a luz do sol e lançando o mundo numa penumbra sepulcral. O ar estava impregnado de uma sensação de inquietação, como se o próprio vento sussurrasse segredos sombrios que arrepiavam a sua espinha a todo instante, fazendo seus pelos se arrepiarem. No convento, o silêncio pairava como um véu de morte, envolvendo os corredores vazios em uma atmosfera de expectativa tensa, era como se algo estivesse prestes a acontecer.
Cada passo seu ecoava como um eco solene, reverberando nas paredes de pedra como um presságio fúnebre.
Os sinos da capela repicavam em uma cadência sombria, anunciando um dia que se desenrolava. Haviam corvos, que voavam em círculos sobre o telhado do local e suas vozes roucas cortavam o ar.
Cada sombra parecia se contorcer e se esticar, alimentando seu medo. Medo daquela sensação de que havia algo atrelado ao seu corpo... algo que não é desse mundo.
O dia se desenrolava como um capítulo perdido de um conto macabro, te deixando mais apreensiva a cada instante. Na parte da tarde, bem próximo às quatro horas, precisou ir ao monastério para pegar mais alguma velas que necessitavam ser repostas no altar da capela. Sob a luz pálida daquele dia extremamente não-expressivo, sua figura tímida deslizava pelos corredores sombrios da construção. Sentia seu corpo pesado enquanto seus sapatos tocavam no chão frio de pedra.
O ar estava impregnado com um silêncio pesado, sendo apenas interrompido pelos murmúrios dos corvos, que pairavam para lá e para cá, envolvendo-o numa atmosfera pavorosa. As sombras dançavam ao seu redor, contorcendo-se como espectros famintos que aguardavam nas dobras da escuridão.
A luz fraca das velas iluminava fracamente o espaço, lançando sombras distorcidas nas paredes antigas e nos móveis empoeirados.
Com passos cautelosos, você se aproximou de uma porta entreaberta, seus sentidos aguçados alertas para qualquer sinal de perigo iminente. Seu corpo tremia ligeiramente, uma mistura de medo e curiosidade a impulsionando adiante, mesmo quando a voz interior sussurrava advertências de perigo.
Se deparou com uma cena que ficaria em suas memórias para sempre. O cômodo era escuro, e várias velas estavam dispostas em cima da mobília velha. Mas, o que mais te impactou nessa cena foi o padre Adam — que estava sentado numa cadeira, no meio do cômodo escuro.
A cabeça estava jogada para trás, enquanto ele estava se tocando sem pudor algum. A mão grande e forte — que havia segurado a sua ontem — estava deslizando para cima e para baixo em seu membro, que estava melado pelo pré-gozo, escorrendo da glande rosada. A mão dele era bem grande, e mesmo assim, o pau ainda estava bem visível, com aquelas veias pulsantes e bem distribuídas por toda a extensão.
O seu corpo estava quase entrando em combustão, de tão quente que estava se sentindo agora. Seu coração estava martelando descompassado em seu peito enquanto você notava como o pomo de Adão dele subia e descia a cada momento em que ele respirava de um jeito mais ofegante. O moreno gemia de forma profana enquanto se satisfazia, e isso havia despertado algo em você.
Suas bochechas estavam coradas, e sua mão estava contra a própria boca, pois tinha medo de acabar deixando escapar algum som que não deveria. Havia um calor crescente no meio de suas pernas, um desejo estranho e uma inquietação em seu baixo ventre. O que era aquilo?
Por que ver um homem se rendendo ao prazer da carne estava te deixando assim? Você deveria se sentir envergonhada, deveria se sentir mal por isso, mas estava ficando excitada?
Seus olhos estavam vidrados naquela cena erótica, e você apertou ainda mais a mão contra sua boca quando o ouviu gemer mais alto e atingir o ápice, fazendo o conteúdo branco e viscoso escorrer pela extensão do próprio membro.
Saiu dali o mais rápido possível e desceu às escadas do monastério tentando controlar sua respiração, enquanto ainda sentia seu rosto queimar — só não queimava tanto quanto a inquietação no meio de suas pernas. Tentou tomar um bom copo de água para ver se acalmava seus nervos e controlar seus batimentos cardíacos, mas parecia que aquilo iria ficar na sua cabeça por um tempo; um bom tempo.
Como iria olhar para o padre agora? Como iria olhar para ele sem lembrar dos atos profanos que ele estava praticando num quarto escuro na construção?
Eram muitas perguntas e nenhuma resposta. O jeito era deixar que o próprio universo tomasse seu rumo.
[...]
A noite era tempestuosa, o som da chuva batendo impiedosamente contra as janelas era como uma sinfonia de caos e desassossego; raios cortavam o céu escuro, lançando breves lampejos de luz que iluminavam o seu quarto, revelando os contornos sombrios dos móveis e das sombras que dançavam nas paredes.
Olhava para o enorme espelho que havia perto da janela, pensando em como iria conseguir pegar no sono. Já havia rezado tudo o que sabia, e mesmo assim, a imagem do padre Adam dando prazer a si mesmo não saía da sua cabeça, assim como aquele fogo que ardia em seu íntimo ao vê-lo em tal situação.
O estrondo dos trovões ecoava pelo ar, como uma voz selvagem que rugia na escuridão, sacudindo os alicerces do convento com sua fúria incontrolável. O vento soprava forte, uivando como uma criatura faminta que clamava por entrada, enquanto as árvores fora curvavam-se em submissão ao seu poder avassalador.
Estava deitada em sua cama, os lençóis emaranhados ao redor de seu corpo como correntes que a mantinham prisioneira de seus próprios pensamentos impuros. Seu coração batia descompassado em seu peito, ecoando o ritmo frenético da tempestade lá fora, enquanto lutava em vão para encontrar paz em meio ao caos. Olhava para o teto de madeira, observando os padrões que eram desenhados no próprio material.
Cerrava os olhos com força, desejando desesperadamente que a tempestade passasse e trouxesse consigo a tranquilidade tão esperada. Sua mente atormentada por pensamentos impuros não iria te deixar em paz, nada iria.
Seu quarto era levemente iluminado pela luz branca e fraca de um poste que ficava ali em frente. Mas, essa luz parecia mais escura hoje.
De repente, ouviu batidas na porta.
Olhou para o relógio, que ficava em cima da mesinha de cabeceira. Faltavam cinco minutos para a meia-noite. Quem seria essa hora? Outra freira?
Levantou-se, usando sua camisola branca e fina e foi até a porta a passos relaxados, imaginando quem seria e o que queria. Ao abrir, se deparou com a última pessoa que esperava: padre Adam.
Ele estava em pé, e quase era do tamanho da porta. Estava sem suas roupas habituais, vestindo uma calça preta e uma camisa branca fina.
— P-Padre... — suspirou.
— Olá, querida. Problemas para dormir?
— S-Sim... estou tentando há algumas horas, mas meu corpo se recusa a descansar.
— Compartilho da mesma experiência.
Um silêncio mórbido pairou entre vocês dois, então você limpou a garganta brevemente e o olhou. Ele era tão grande comparado a você.
— Bom, hm... posso saber o por que de estar aqui...? Digo, essas horas...
Um sorriso praticamente sacana se instalou nos lábios sensuais do mais velho.
— Vim te perguntar se você gostou do que viu.
Seu corpo estremeceu no mesmo instante, e seu coração pareceu parar por alguns segundos, enquanto sua respiração ficava mais pesada. Arregalou os olhos e suas bochechas ficaram coradas de vergonha e desonra.
— E-E-Eu... eu n-não sei d-do que o senhor está f-falando...!
— Sabe sim, você é bem inteligente — levou uma mão até seu rosto, segurando seu maxilar e mantendo o contato visual. — Eu sei que você estava espiando. Que garotinha mais impura, não?
— D-Desculpa, não foi a intenção...
— Não me importo que você tenha olhado, só me entristece que não tenha se juntado.
— E-Eu não tenho como fazer o que o senhor fez... não tenho o que tem.
Uma risada rouca saiu dos lábios dele bem baixinho.
— Não mesmo... — a mão dele desceu por seu pescoço, e em seguida para seus seios, apertando levemente o esquerdo. — Deixa eu te contar um segredo... — ele se abaixou e se inclinou para frente, colando os lábios ao seu ouvido, enquanto a mão descia e adentrava sua camisola, chegando perigosamente em sua virilha, onde ele deslizou os dedos grossos por cima.
Seu corpo se estremeceu, e um gemido tímido saiu de seus lábios quando sentiu ele estimular levemente aquele ponto sensível, e pôde ouvi-lo sussurrar:
— Você tem algo muito melhor...
Os lábios dele desceram para seu pescoço, depositando beijos ardentes em sua pele, e te fazendo automaticamente abraçar os ombros largos dele. Estavam praticamente no corredor, entre a porta e o quarto.
— P-Padre... — tentou protestar. Mas aquilo saiu mais como uma súplica, do que um verdadeiro protesto.
— Adam.
Ele corrigiu, num tom ríspido.
— Mas que tipo de padre é você? — perguntou, sentindo o calor subir por suas pernas novamente, se concentrando em seu íntimo. — Que comete heresias...
Ele se afastou um pouco de você e te olhou nos olhos. Aquele olhar tão profundo e marcante, não era vazio e suas íris tomaram uma coloração vermelha, que brilhava como dois pontos na mais completa escuridão.
— V-Você não é um padre... você é... — ficou sem palavras.
— Sim, gracinha. Eu sou o seu demônio.
— Meu? — se perguntou internamente qual pecado teria cometido para merecer tal punição.
— Eu fui feito pra você. E, eu já tinha tentado me aproximar antes, mas você decidiu vir para o convento — ele reclamou. — Não posso te julgar, no fim, foi divertido.
— C-Como conseguiu entrar no convento? Como conseguiu se tornar padre? Pegar em cruzes, rezar...
— Eu tenho muita força de vontade, e deu um trabalhinho, sim. Mas, olha só como estamos... — ele se aproximou de seu rosto e deixou um selar demorado no canto de sua boca. — Valeu a pena.
A mão dele foi até dentro da sua calcinha, adentrando o tecido macio e permitindo que as digitais finalmente tocassem seu sexo nu. Um gemido de surpresa deixou seus lábios quando os dedos rudes do mais alto deslizaram um pouco mais embaixo, molhando-se com sua excitação.
Ele levou a mão até a própria boca, chupando os dedos vorazmente, com os olhos fechados. O moreno praticamente rosnou.
— Que delícia... — conseguiu dizer aquilo num tom que lhe deixava com as pernas bambas. — Preciso de mais.
— Ei, o que-.
Não teve tempo de protestar, ele segurou seu corpo como se você fosse tão leve quanto uma pluma, te agarrando, tirando seus pés do chão e entrando no quarto. Sua mente estava meio nublada, não conseguia pensar em nada agora que não fosse aquele homem; aquele demônio.
— Espera, e-eu nunca...
— Oh, eu sei... — ele levou o rosto até a curva de seu pescoço, passando o bigode por sua pele sensível. — Sinto o cheiro da sua pureza à quilômetros...
Os lábios dele foram até os seus. Eram quentes, macios e deliciosamente tentadores, só não era ainda melhor do que sentir a língua dele deslizando sobre a sua. Estava nos braços de Adam enquanto ele saboreava seus lábios e deslizava as mãos grandes por seu corpo, compartilhando seu calor com o dele. Nunca imaginou que fosse tão bom beijar um homem, mas estava sendo muito melhor do que nos seus sonhos.
Sentiu-se na cama, ficando de frente para ele enquanto o mesmo retirava a camisa e jogava em algum canto do cômodo. O peito pálido e com alguns pelos estava exposto, como seus braços fortes. Mas que belos músculos, aquele demônio tinha uma boa anatomia ou ele só tinha se ajustado à uma forma que sabia que iria lhe causar tesão?
Havia um crucifixo de prata ao redor do pescoço dele, com uma cruz detalhada e com alguns pedaços de uma jóia vermelha, supôs que fosse um belíssimo rubi.
Num movimento rápido, ele a puxou para o colo dele, fazendo você se sentar e sentir a ereção crescente que estava coberta pelo tecido escuro da calça. Seu rosto estava corado e sua respiração estava pesada, ele agora lhe dava selinhos lentos, que causavam estalos baixos.
— Seu coração está batendo tão rápido...
Aquele órgão pulsava em seu peito como as asas de um beija-flor.
Uma mão dele foi até seus ombros, abaixando as alças delicadas da camisola, fazendo-a cair levemente por seu peito, revelando seus seios que estava com os mamilos enrijecidos. Ele riu baixinho, um sorriso cafajeste que te deixou completamente excitada.
A outra mão foi até suas costas, obtendo um apoio para te inclinar levemente para trás, deixando seu peito mais visível enquanto ele praticamente salivava ao prestar atenção em sua pele, e perceber como você se arrepiava.
— Adam... — iria protestar sobre algo.
— Não se preocupe, eu sou forte o suficiente.
Assim, ele abaixou a cabeça, levando a boca até seus mamilos sensíveis, fazendo um gemido tímido escapar por seus lábios enquanto ele deslizava a língua descaradamente por sua pele macia. Aquela era uma sensação indescritível, pois nem mesmo em seus sonhos mais promíscuos foi capaz de imaginar que essa seria a sensação de ter a boca de um homem em seu corpo.
A mão livre do demônio foi até seu outro seio, praticamente o cobrindo por inteiro com aquela mão enorme, e apertando de um jeito que mais parecia massagear. Adam mantinha os olhos fechados, desfrutando daquele corpo perfeito que ele almejava há meses, e você estava gemendo baixinho, timidamente, se entregando pouco a pouco.
O moreno te deitou na cama em seguida, mantendo sua cabeça no travesseiro enquanto aproveitava para terminar de tirar a camisola que ainda te vestia, e ele aproveitou para puxar a calcinha junto. Agora você estava completamente exposta e sentia-se ainda mais envergonhada por ver como ele estava prestando atenção a cada mínimo detalhe em você. Desde quantos sinais de nascença estavam visíveis até suas bochechas coradas.
Cruzou as pernas por impulso.
— Não, não, minha querida... — ele disse num tom de voz suave. — Eu estava admirando esse paraíso que você tem entre as pernas, e você as fecha?
— Isso é um pouco vergonhoso...
O mais velho se deitou de bruços, distribuindo alguns beijinhos por sua coxa, fazendo você sentir aquela mesma sensação de quando o viu se tocando no monastério horas mais cedo. Aquele calor estava subindo por seu ventre novamente.
— Quando eu estiver fazendo você revirar os olhos, nem vai lembrar da vergonha... — os beijinhos foram subindo mais um pouco. — Agora abre essas pernas pra mim...
Ainda relutante, você abriu as pernas vagarosamente.
— Boa garota.
Ele segurou suas coxas na parte exterior, perto de sua bunda, e pôde posicionar melhor o rosto. Foi beijando a parte interior, praticamente queimando a pele sensível com aqueles beijos ardentes que pareciam te consumir como labaredas consomem a estrutura de uma construção durante um incêndio.
Os lábios dele chegaram perigosamente perto de sua virilha, antes de ele ir até a parte que tanto almejava: sua buceta.
Estava encharcada, tanto que sua excitação escorria. Ele sorriu maliciosamente ao notar e te abocanhou sem pudor algum. Um gemido de surpresa escapou por seus lábios, e você imediatamente cobriu sua boca com uma mão enquanto fechava os olhos.
Sentiu ele sorrir e grunhir contra sua buceta.
— Não precisa se conter tanto... as paredes do convento não são tão finas quanto parecem.
E voltou a te chupar novamente. Aquela era uma sensação tão celestial que nem parecia que algo profano estava sendo feito em cima daquela cama pois nunca, em todos esses anos, poderia imaginar que a sensação de ter a boca quente de um homem explorando seu sexo encharcado fosse tão perfeita assim, ainda mais quando o nariz dele estava sendo esfregado contra seu clitóris.
Pensou em como teria que rezar depois disso e pedir muito perdão por estar fazendo algo tão explícito e erótico. Finalmente havia se rendido aos prazeres da carne, ainda mais com um demônio. Mas, seus pensamentos rapidamente eram deixados em segundo plano quando sentia a boca quente dele indo até seu clitóris. Bem que ele disse que quando você estivesse revirando os olhos, não iria pensar em vergonha alguma.
— Porra... — a voz grave dele ecoou entre vocês. — Você é tão doce...
— Eu sou? — questionou timidamente, olhando para baixo e vendo como ele estava focado em continuar te chupando.
— Uhum... — ele murmurou, não perdendo o foco e jogando uma de suas pernas por cima do ombro largo enquanto apertava com uma mão.
Ele estava praticamente te fodendo com a língua, fazendo-a ver estrelas e praticamente alcançar sua utopia. Você levou uma mão até os cabelos escuros e macios dele, apertando sem nem se dar conta do que estava fazendo enquanto gemia.
O mais velho se concentrava agora em seu clitóris, fazendo movimentos em "oito" com a língua naquele ponto sensível. Aquilo te fez estremecer e praticamente lacrimejar de tanto prazer que estava sentindo. A sensação em seu baixo ventre voltou, mas dessa vez, muito mais forte que antes, como se houvesse um nó que estivesse prestes a se romper.
— A-Adam, por favor, eu... eu... — suplicou.
— Deixa vir que eu te seguro, querida — ele praticamente rosnou contra seu clitóris.
Não demorou muito para que tivesse seu primeiro orgasmo, o primeiro orgasmo de sua vida. Foi uma sensação tão intensa, que nem mesmo tinha palavras para descrever o quão incrível aquela experiência havia sido. Seu coração palpitava no peito, suas pernas tremiam e seus olhos estavam se revirando enquanto você apertava aqueles cabelos macios e escuros.
Ele lambeu sua intimidade mais um pouco, antes de se distanciar, com os lábios melados.
— Você tem um gosto melhor do que eu tinha imaginado... — ele admitiu, se sentando na cama.
A ereção já estava incomodando, aquelas calças estavam apertando mais que o normal. Mas, ele teria o alívio que almejava em breve, ainda não tinha terminado o que queria fazer antes de te penetrar.
O mais velho te fez sentar na cama, levemente inclinada para trás. Sentia seu corpo quente, o sangue fluía por suas veias rapidamente. Uma mão dele foi até sua intimidade, deslizando os dedos grossos por sua excitação gotejante, melando-os.
— Está sensível... — disse baixinho.
— Ah, querida... essa é a melhor parte.
Sentiu um dedo dele deslizar para seu interior apertado, provavelmente o dedo médio.
Arfou, olhando naqueles olhos profundos e cheios de desejo enquanto ele movia a mão devagar. Seu interior se contraia, devido a sensibilidade do orgasmo recente, mas mesmo assim era uma boa sensação.
— Vamos ver se você aguenta mais um...
E, assim, ele deslizou o dedo anelar, te fazendo gemer baixinho mais uma vez.
— Ótimo... ótimo... — te reconfortou.
Os dedos dele faziam esse movimento de vai e vem, curvados levemente para cima, te deixando cada segundo mais sensível. Era uma sensação estranha, ao mesmo tempo que era levemente dolorida, era extremamente bem-vinda e satisfatória. Fazia isso lentamente, mas não chegava a ser algo tortuoso.
— Está gostando disso? — ele questiona, baixinho, analisando seu rosto.
Você murmura algo de forma afirmativa, e ele segura seu queixo, fazendo-a olhar para seu rosto.
— Quero palavras, não murmúrios.
— Sim...
Ele começou a mover os dedos um pouco mais rápido, fazendo-a se contorcer levemente. Suas pernas ainda estavam um pouco trêmulas, e você fechou os olhos, inclinando levemente a cabeça para trás enquanto se entregava a mais uma sensação deliciosamente tentadora e excitante.
— Quando você estiver necessitada, e eu não estiver por perto... é isso que você vai fazer... — ele dizia aquilo num tom tão erótico, que parecia te levar para outra dimensão. — Você vai fazer isso com a sua mão, ouviu bem?
O moreno desceu a mão por seu queixo, até chegar em seu pescoço, onde ele não a enforcou, mas teve um certo apoio para poder olhar melhor para seu rosto. Suas bochechas ainda estavam coradas e seus lábios estavam entreabertos.
— Aprenda direitinho, hm? Na próxima vez você vai se tocar, e eu vou assistir...
Ele aumentou um pouco o ritmo dos dedos, movendo a mão mais rápido, fazendo com que a palma batesse contra seu clitóris e os dedos fizessem o som molhado reverberar entre vocês dois, te deixando ansiosa para sentir aquilo de novo.
— Eu tô... eu tô... — tentava falar, mas não conseguia.
A antecipação do ápice já fazia suas palavras tropeçarem umas nas outras.
— Mantenha os olhos abertos, querida — ele mantinha o ritmo dos estímulos. — Quero que olhe nos meus olhos enquanto goza nos meus dedos.
Aqueles olhos castanhos estavam fixos aos seus, e mesmo com a baixa iluminação que invadia o quarto, você conseguia prestar atenção em como aquelas íris escuras estavam ainda mais obscurecidas pelo desejo crescente que ardia por você. Não estava conseguindo se controlar, aquela sensação vinha com tudo mais uma vez, num desespero crescente que subia por seu ventre.
Ele continuava segurando seu pescoço, um pouco perto de sua nuca, mantendo seu rosto erguido e finalmente se deliciando com a visão de vê-la alcançar seu ápice. Seus quadris tremeram, um gemido sôfrego deixou sua garganta, e você sentiu como havia molhado os dedos dele, e como seu interior estava se contraindo.
O segundo ápice foi tão incrível quanto o primeiro.
— Muito bem, meu amor. Muito bem...
Ele retirou os dedos de seu interior e levou até a própria boca, chupando-os como havia feito mais cedo.
Estava ainda mais molhada, escorrendo ainda mais e molhando o lençol da cama. O demônio alto e forte se levantou, ficando de pé no chão de pedra e se livrando daquelas calças que estavam apertando a enorme ereção dele. Quando ele abaixou a calça, você não pôde deixar de se surpreender com o tamanho de seu membro.
Já havia o visto, mas agora que a mão dele não estava no mesmo, parecia ser maior. Só de lembrar daquela cena erótica no monastério, aquela sensação subia por seu ventre novamente. Ele estava pulsando, com a glande rosada molhada de pré-gozo, e ele pulsava.
— Eu sei que é grande... — ele se deitou sobre você, tomando seus lábios gentilmente, como se fosse uma forma de te acalmar. — Mas não se preocupe, vai caber.
Os lábios dele foram até os seus gentilmente, deslizando a língua pela sua, enquanto os lábios dele pareciam massagear os seus. Estalos baixos daquele beijo estavam ecoando entre vocês, e você estava tão perdida nessa sensação que mal se importava com o mundo ao redor.
As mãos grandes dele foram até seus braços, segurando seus pulsos com firmeza e deixando-os pressionados contra os lençóis. Sentiu ele te penetrar devagar, indo com calma e sutilmente, para que não acabasse te machucando.
Você gemeu contra os lábios dele, e ele separou o beijo, fazendo com que um filete de saliva acabasse pendendo entre vocês dois, que logo se desfez. Sentia centímetro por centímetro, e fazia uma pequena pressão no início, mas ele foi devagar e com calma até penetrar tudo.
— Puta merda... — ele gemeu.
— Caralho... — você gemeu baixinho.
O fato de estar se entregando assim, e agora falando um palavrão já havia deixado bem claro como aquele demônio havia conseguido corromper você.
— Viu? Eu te disse que ia caber... — ele a tranquilizou, começando a mover os quadris devagar. — Nossos corpos foram feitos um para o outro, querida.
Ele não estava mais com peito colado ao seu, mas estava movendo os quadris num ritmo lento e altamente erótico que te fazia perder o juízo, enquanto ele segurava seus pulsos com aquelas mãos grandes e olhava em seus olhos. Não sabia dizer se era só impressão, mas ele ficou ainda mais gostoso em cima de você, e imaginou como aquelas costas largas e aquele corpo alto cobriam o seu corpo pequeno perfeitamente.
Os gemidos e grunhidos profanos do demônio estavam adentrando em sua mente, e logo mais iriam se tornar seu som favorito, era melhor do que ouvir os pássaros cantando na aurora. O pau dele esticava seu interior deliciosamente, fazendo-a gemer sem pudor, olhando nos olhos escuros dele se sentindo indefesa e entregue.
Estava nas garras do demônio.
A cada trovão que iluminava o céu noturno, você podia prestar atenção nos músculos fortes do moreno, e sentir-se feliz por ter a chance de se deleitar com isso. Já Adam, estava mais do que feliz por tê-la embaixo dele, e ele sabia que deveria tomar cuidado com seu corpo, pois às vezes não tinha controle da própria força.
— Sabe por quantas e quantas noites eu ansiava em te tornar minha? — por Deus, aquele homem sabia como fazer seu mundo virar de cabeça para baixo. — Agora olha só...
— P-Por que não tira esse crucifixo? — questionou timidamente, prestando atenção em como o pingente se movia a cada movimento de vai e vem que Adam fazia.
— Ele é um amuleto de proteção. Me impede de usar 100% do meu poder.
— Por que não usa?
Uma risada lascívia escapou dos lábios dele ao ouvir seu questionamento.
— Porque eu posso acabar te machucando, e essa é a última coisa que eu quero.
— P-Podemos tentar sem o crucifixo? — não estava se reconhecendo agora, ainda mais fazendo uma sugestão tão promíscua.
Os olhos dele brilharam naquele tom carmesim novamente.
— Ah, querida... eu não poderia estar mais feliz em ser seu.
Ele saiu de dentro de você, se sentou na cama e retirou o crucifixo. Aquele sorriso malicioso estava no rosto dele, sentia que algo muito bom estava por vir e que não iria se arrepender de ter feito essa proposta.
— Fica de quatro.
Ordenou, e você ficou com um pouco de dificuldade, mas conseguiu. Ele xingou baixinho com a visão de sua bunda empinada, e segurou seus braços, levando seus pulsos até suas costas, mantendo-os juntos e enrolando o crucifixo neles.
— Isso vai ficar bem aqui... — ele prestou atenção na cruz brilhante. — E se você não aguentar, pode me avisar.
Imediatamente você sentiu uma sensação diferente, como diversos toques em seu corpo. Adam só tinha duas mãos, mas você sentia mãos segurando seus pulsos, segurando a parte de trás dos seus joelhos para manter seu equilíbrio e finalmente uma mão dele em seu quadril.
Ele segurou a ereção com a outra mão e levou até sua intimidade molhada e exposta, deslizando a glande levemente por sua entrada, te provocando desse jeito sujo.
— Meu Deus... — suspirou surpresa.
— Deus definitivamente não está aqui, querida — e ele empurrou tudo, te fazendo gemer alto e surpresa enquanto fechava os olhos.
A outra mão foi até seu quadril, te fazendo empinar os quadris para que ele pudesse mover os dele. A chuva ainda estava forte lá fora, e os trovões e os raios eram altos o bastante para poder mascarar os gemidos e os sons de seus quadris que ecoavam pelo quarto. Felizmente, a cama não fazia tanto barulho, e a cabeceira não estava batendo contra a parede de pedra, mas ele estava sendo bem intenso.
Não conseguia expressar a satisfação de estar sendo segurada por essas "mãos invisíveis", mas era uma sensação que beirava a definição de "celestial". Adam estava focado em te satisfazer, movendo os quadris num ritmo que era um pouco mais rápido, e a fazia gemer.
Nunca pensou que fosse se encontrar na cama, gemendo graças a um padre — na verdade, um demônio disfarçado de padre —, mas olha só a ironia do destino. Ele havia te corrompido da forma mais deliciosa possível, te fazendo enxergar que era bom poder se render ao prazer da carne quando estivesse com alguém que sabia o que estava fazendo.
E, céus... ele sabia foder.
— A-Adam, o que é isso? — perguntava, entre gemidos. Mal conseguia falar, as ondas de prazer eram de desnortear qualquer um que ousasse sentir.
— Isso não é nada, eu estou pegando leve com você... — ouviu ele rir, aquela risada cafajeste de mais cedo.
Os cabelos negros caíam pelo rosto de Adam, que estava olhando para baixo e apreciando a visão de sua bunda indo de encontro ao quadril dele, enquanto ele apertava sua carne com as duas mãos. O pomo de Adão subia e descia enquanto ele respirava pesadamente e gemia sem pudor algum. Ouvi-lo gemendo era tão bom.
Sentia aquela sensação novamente em seu baixo ventre, como se aquele nó imaginário estivesse próximo a se romper e fosse te levar ao ápice novamente. Estava prestes a saborear a deliciosa sensação num terceiro orgasmo.
— Por favor, não pare... por favor... — sua voz estava manhosa, mal conseguia falar.
Tendo em vista isso, ele usou um pouco mais do poder, fazendo você sentir agora como se a boca dele estivesse em seu clitóris, mas ao mesmo tempo estivesse em seus seios. Eram muitos estímulos juntos, e no momento em que sentiu, um gemido de surpresa deixou seus lábios que estavam abertos em um perfeito "o".
Ele aproveitou para mover os quadris num ritmo mais bruto e rápido.
— Goza pra mim, meu amor. Você tá quase lá, quase lá... — o tom de voz rouco dele adentrava e corrompia sua mente. — Goza no meu pau.
— Eu t-tô... eu tô- aah! — o gemido que anunciou o ápice acabou cortando sua lamúria enquanto você sentia as ondas de prazer atingirem seu corpo violentamente, fazendo seus quadris tremerem e sentiu que estava molhando o pau dele com aquele líquido quente.
Seus sentidos estavam confusos, a sensação ainda estava fluindo por todo o seu corpo, como o sangue que fluía por suas veias ativamente. Gozou com força, fechando seus olhos e praticamente gritando, agradecendo mentalmente pela tempestade que assolava o mundo lá fora.
— Que delícia, querida. Puta que pariu- ugh! Eu vou gozar, eu vou gozar... — o moreno gemia num tom mais manhoso e delicioso de se ouvir, aquilo não sairia da sua memória nem tão cedo.
Ele penetrou profundamente mais algumas vezes enquanto gozava em seu interior, liberando jatos de porra quente em sua buceta e respirava ofegante. O pomo de Adão subia e descia, como havia sido no monastério. As mãos grandes apertavam sua pele e os músculos daquele abdômen forte se contraíram.
Vocês ficaram parados mais alguns instantes, tentando voltar à realidade depois dessa experiência intensa.
O moreno saiu de seu interior e depositou um beijo em uma de suas nádegas.
— Seja uma boa garota e mantenha tudo aí dentro, hm? — ele disse tranquilamente.
Uma mão foi até seus pulsos, pegando o crucifixo e aquela força invisível parou de te segurar, te permitindo deitar no colchão. Ele colocou o crucifixo novamente e se deitou ao seu lado, te puxando para o colo dele.
Seus corpos estavam quentes e suados, mas aquilo era muito melhor do que havia imaginado. Ele deixou um beijo no topo de sua cabeça, e você pode fazer aquele peito forte de travesseiro enquanto ele deslizava a ponta dos dedos por seu ombro nu, no que seria uma carícia singela.
Passou uma perna pelo quadril dele, se aninhando no braço grande e forte do mais velho.
— Eu sou seu... — ele pegou sua mão e levou até os lábios, depositando um beijo terno. — E você é minha.
— Você é meu demônio de estimação? — brincou, fazendo-o rir.
— Se é assim que você quer se referir à mim.
[...]
𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐇𝐀𝐃𝐄𝐒: morceguinhos, eu sou tão apaixonada nesse plot maluco que eu tirei do cu, que eu juro que vou fazer um livro inteiro sobre isso no wattpad puta merda, o Adam é uma delícia e ele como PADRE fica a coisa mais pecaminosa do mundo juro puta que pariuuuu 🗣️
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𝒕𝒉𝒊𝒏𝒈𝒔 𝒘𝒆 𝐥𝐨𝐬𝐭 𝒕𝒐 𝒕𝒉𝒆 𝐟𝐥𝐚𝐦𝐞𝐬.
─── you were 𝑏𝑜𝑟𝑛 𝑤𝑖𝑡𝘩 𝑛𝑜𝑡𝘩𝑖𝑛𝑔 and you 𝑠𝑢𝑟𝑒 𝑎𝑠 𝘩𝑒𝑙𝑙 have nothing now.
Havia uma goteira na sala.
Mesmo enquanto o interrogador falava, aquilo era só o que era capaz de notar. O som interrompia o questionamento a intervalos regulares como um metrônomo, ditando o ritmo de seus pensamentos, seus batimentos cardíacos, sua respiração. Como uma melodia, o destilar de cada goda o ancorava ao momento presente mais do que quaisquer palavras.
Não o havia notado de início. A princípio, mesmo sua percepção aguçada o havia traído: deixado a sós na sala por mais de uma hora, o palpitar de seu coração havia abafado quaisquer outros ruídos. O próprio inalar e exalar soava ensurdecedor. Segundos se transformaram em minutos, até que os instintos nele incutidos por anos de treinamento vieram à tona: com as palmas das mãos sobre a mesa e viradas para cima, fechou os olhos e abriu todos os demais sentidos. A presença de Buruk era como uma extensão da própria consciência, suas emoções um espelho, e separá-los fisicamente pouco havia feito para distanciar o vínculo que os unia.
Quando o investigador-líder por fim o agraciou com sua presença, não tardou a perceber que a estratégia de o fazer esperar não o havia desesperado. Acomodado na cadeira de madeira como se em sua própria casa, Tadhg parecia quase entediado enquanto o aguardava, o semblante uma máscara de calma glacial. Com sua camisa parcialmente desabotoada e os cabelos ainda por pentear, aqueles eram os dois únicos sinais de despreparo que tinha a ofertar, ambos um produto do horário escolhido. Havia desamarrado os cadarços de seus coturnos enquanto desperdiçava o começo de sua manhã, e ofereceu um sorriso em vias de bom dia ao reconhecer o rosto familiar do interrogador. Não era seu primeiro encontro com a lei, e dar-lhe tempo para recobrar o controle havia sido o erro número um.
Cada pergunta lhe pareceu rotineira. Onde você estava no momento em que o incêndio começou? Deitado. Você notou algo incomum? Não. Ao chegar na terceira, seus olhos se estreitaram.
Você notou algum dos dragões agindo estranho no dia do incêndio?
Aquela era a primeira pista. Não o surpreendia que o Império quisesse culpar os montadores e seus dragões incontroláveis – era a narrativa perfeita. Dado o histórico de sua própria montaria, sabia o que viria a seguir, e foi apenas por isso que deixou as respostas curtas de lado.
Ajustou a própria postura como se por fim estivesse pronto para levar a entrevista a sério. Ao abrir a boca e dizer mais do que duas palavras pela primeira vez desde que havia sido escoltado até a sala, o fez de maneira intencional. ❛ Poderia me trazer um copo d'água, por favor ? ❜ Foi o pedido que fez, mantendo a neutralidade frente à pergunta escolhida para o testar, as boas maneiras que havia aprendido em sua infância em meio a nobreza se convertendo em arma. Por um par de segundos, só o que o entrevistador fez foi o encarar em silêncio, como se para quebrá-lo sob a intensidade de um olhar autoritário. Notando que a tática não seria efetiva, por fim o ato de policial mau foi deixado de lado.
Com ambos partindo da neutralidade, era hora de uma conversa franca.
Duas eram as certezas que tinha: Burukdhamir era inocente, e era também o suspeito perfeito para uma investigação criminal. Sabendo do histórico do dragão que era seu assim como era dele, Tadhg estava determinado a não deixar que o culpassem.
Catalogou cada um dos fatos que se lembrava em uma lista mental, e então a compartilhou em voz alta. Estava na cama quando o cheiro de fumaça permeou a ala de dormitórios. Buruk estava empoleirado em uma das torres do castelo o guardando até que pegasse no sono. Sim, ele tinha certeza. Em um momento fazia silêncio, e no seguinte ouviu o primeiro dos gritos. Sua primeira preocupação foi com Roya, a gata calico que havia adotado para preencher sua vida esvaziada pelo luto. Colocou-se de pé, dando-se ao luxo de calçar as botas e vestir um casaco antes de deixar o conforto do próprio quarto com a gata em seus braços, sabendo que a neve espessa do lado de fora o queimaria tanto quanto as chamas. Encontrara com os amigos já do lado de fora, enquanto as chamas lambiam as paredes do castelo e consumiam tudo o que não era feito de pedra. Os professores os haviam agrupado como um rebanho e os conduzido para a segurança, e Tadhg havia assistido enquanto a representação física de cada uma das memórias que um dia havia dividido com Alya pegava fogo.
A cama em que haviam dormido juntos. As cartas e poemas trocados. O retrato caricato que ela havia pintado de si, com os talentos artísticos de uma criança de cinco ou seis anos. Tentar resgatar os pertences teria custado sua vida, para a qual não dava particular valor, mas tinha a gata em quem pensar e a quem manter viva. Como se arrancasse o próprio coração do peito, havia escolhido deixar o passado para trás.
Sonhos e premonições eram coisas de feiticeiros. Tadhg lidava com fatos de maneira clínica. Tinha as próprias suspeitas mas, quando questionado sobre quem se beneficiaria com a queda de Wülfhere, escolheu guardar cada uma delas para si, dando de ombros como se não se importasse particularmente com a pergunta ou a resposta. Sabia não se tratar de um acidente, por muito que este fosse o quadro que o Imperador quisesse pintar. Não tinha dúvidas de que encontrariam o responsável em meio às fileiras de khajols, mas sabia por experiência que erguer e apontar seu dedo só o transformaria em alvo. Não era imbecil o suficiente para o arriscar. Não odiava a todos os khajols e nem os considerava malignos por natureza, mas sabia serem os únicos a ter o que ganhar com o ocorrido: poder, como se o que já tinham não os corrompesse o suficiente.
Quem estaria interessado no desaparecimento do Cálice dos Sonhos?
Ali estava, afinal: a pergunta que valia seu peso em ouro. Em sua opinião, um feiticeiro com visão limitada, tão preocupado com as disputas internas em Aldanrae que estava cego ao fato de que o acesso ao Sonhār era a única frente de resistência que tinham diante de Uthdon, e que cortá-lo seria cortar as futuras gerações de dragões que os protegeriam. Tanto ele quanto o investigador sabiam ser a resposta óbvia, e não o precisava dizer em voz alta: o que escolheu fazer invés disso foi muito pior. Pausou como se estivesse genuinamente considerando a questão e suas implicações. Abriu a boca e a fechou uma, duas, três vezes, como se hesitasse despejar um segredo precioso. Quando por fim tinha o investigador sentado na beira da cadeira oposta à sua em expectativa, quebrou o silêncio com uma pergunta própria.
❛ Alguém com insônia ? ❜ A sugestão foi posada de maneira séria, sendo necessário esforço hercúleo para conter o sorrisinho que muito a queria acompanhar. Aquela resposta era mais inflamatória do que qualquer acusação, uma fagulha de desafio, respaldada apenas pelo fato de que era mais útil para o Império vivo. ❛ Senhor. ❜ Acrescentou em sinal de respeito, a palavra tendo gosto amargo em sua boca, e sendo a diferença entre deixar o cômodo como prisioneiro ou andando com as próprias pernas.
Com o próprio atrevimento ainda dançando em seus lábios, foi dispensado sem mais perguntas.
↳ para @aldanrae. task 001: entrevista sobre o incêndio.
#cae:task#─── ı wıll take you down to the burnıng ground. › development | tadhg barakat.#postei e saí correndo pois emocionada#─── ıt's empty ın the valley of my heart. › povs | tadhg barakat.
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Lucifer Morningstar x Male Reader
"Afago ao rei deprimido"
•Série: Hazbin Hotel
•Gênero: romance/sad
•Sinopse: Uma vez por semana você comparece à morada do orgulhoso chefão do inferno para exercer sua função de alma acorrentada. Você é o servo das sextas-feiras e o único com acesso aos aposentos pessoais dos Morningstars. Em um desses dias de faxina, você acaba sendo vítima da fragilidade de Lucifer.
•Palavras: 1.6k
3° pessoa - presente
Falar pra vocês que fiquei mais de 1h tentando decidir se escrevia Lúcifer com ou sem assento (pelo nome original do personagem ser sem, deixei o "u" carequinha mesmo, mas é bem capaz de eu surtar depois de postar e editar tudo 🤐)
Diante do último cômodo a ser limpo, você contrai as pálpebras e suspira audivelmente, hesitando antes de bater com os nós dos dedos na madeira. Longos segundos depois, a voz de Lucifer ecoa através da porta.
Você tem que decifrar as palavras do rei, que se embolam e soam abafadas. Você presume que ele está com o rosto afundado no travesseiro, daí os grunhidos sem sentido.
Por garantia, você se apresenta — Sou eu, senhor… M/n. Posso entrar? – já é noite, você passou o dia todo tirando poeira dos móveis intocados, concretizando mais um dia sendo refém de um acordo que você sequer fez. Todo o seu autocontrole é usado naquele instante para manter a voz pacífica. — Só falta o seu quarto para que eu finalmente possa ir embora.
Mas as palavras… essas você não controla.
Você não sabe, mas sua sinceridade é a principal razão pela qual Lucifer te mantém por perto e te dá acesso ao ninho onde ele se afoga em melancolia.
Assim como ele também não sabe que o seu motivo para ser tão sincero é a falta de necessidade que você tem de acariciar o ego dele e o prazer que você sente em não fazer isso.
A tranca gira e lá está ele, abatido, sorrindo fraco para você. — Porra… já se passou uma semana? Eu nem percebi. Pra mim você tinha vindo aqui ontem. – um riso soprado escapa de Lucifer.
O riso mais infeliz que você já ouviu.
— Não vou demorar. – sua resposta é simples e sua face neutra. Quando o dono da porra toda te dá espaço, você entra arrastando um aspirador à esquerda e carregando um espanador à direita, dentro de um cesto embaixo do braço, que você usará para levar a roupa suja até a lavanderia.
— Sem pressa. – Lucifer volta para a cama e se senta na beira do colchão, com os joelhos separados e os cotovelos repousando nas coxas, encarando o chão enquanto apoia o queixo nas mãos. Ele aparenta estar aguardando sua deixa, mas na verdade, está desfrutando da sua companhia.
— Eu tô com pressa.
— Eu ordeno que não esteja.
Você bufa, odiando como sua frieza não surte efeito nele.
A melhor opção para você, dadas as circunstâncias e seus objetivos, é investir no silêncio, anormalmente fácil de manter.
Seu foco principal é a enorme estante de livros, que se estende por toda a parede extensa daquele quarto exageradamente grande.
Entretanto, sua concentração ao retirar os livros das prateleiras é completamente desviada por um olhar penetrante. Lucifer encara fixamente as suas costas, implorando por uma brecha, clamando por sua atenção. — O que foi? – você gira os calcanhares para encará-lo, incapaz de executar suas funções com o diabo te fitando com tanto afinco.
— Eu sou um bom pai? – Lucifer, que costuma ser tão barulhento, sussurra com embargo na voz. A dúvida, que o consumia mais a cada amanhecer infernal, nunca foi expressa em voz alta, e quando finalmente falada, fez subir toda a amargura pela garganta. — Você sabe de boa parte das coisas que rolaram por aqui. Eu sou um puta boca aberta e… de acordo com as coisas que eu te contei e as que você presenciou… – Lucifer impede as lágrimas de rolarem ao esfregar o antebraço nos olhos marejados. Ele desvia o olhar, tentando disfarçar o próprio estado. — Você diria que fui um bom pai para a Charlie?
Talvez você devesse ser mau.
Ter nascido no inferno não é um castigo, é uma péssima circunstância. Você não está pagando por pecado algum, apenas teve o azar de conhecer esse mundo após uma decadente dona de terras se apaixonar por um fracassado e dar sem proteção. O tão almejado demônio dos sonhos não era angelical o suficiente e não assumiu a prole. Sua mãe, carregando você dentro de si, dormia nas ruas, às vezes tão fora de si que ocupava espaço nas calçadas. Lucifer tropeçou nela em um dia qualquer, ele literalmente tropeçou no corpo faminto da sua mãe no chão e, como quem não quer nada, ofereceu moradia e trabalho.
Mas o diabo faz acordos, não caridade. Ele queria, além da alma dela, a sua.
Quando sua mãe morresse, você seria dele, e quando aconteceu, tudo mudou. Você naturalmente se sentiu revoltado, pois não pediu nada daquilo, e fazia questão de deixar claro o quanto estava cagando para o título do ser que tinha posse sobre você, mas ainda assim, o obedecia, afinal, você é dele… Ao atingir a maioridade, a liberdade nunca esteve tão distante.
Sua acidez e palavras afiadas, no fim, só fizeram Lucifer expressar mais domínio sobre você, exigindo sua companhia com mais frequência, tanto que após Lilith sumir e Charlie seguir os próprios sonhos, momento em que a maioria dos funcionários foram mandados embora e a presença dos empregados passou a ser semanal, inclusive a sua, ainda lhe é dada exclusividade.
Você é o único que quase viu Lucifer chorar.
— Quando Lilith estava aqui, diria que você era o melhor pai do mundo. – um mínimo sorriso nostálgico estica os lábios de Lucifer. Suas palavras despertam um calor doloroso no peito do governante. — Mas agora, você está tão ausente. Me arrisco a dizer, senhor, que você não conhece a sua filha além da versão dela de sete anos.
Você esperava vê-lo emputecido, com chifres e olhos vermelhos. No entanto, a figura poderosa deita no macio da cama, encolhendo-se nas cobertas.
Você não tem dever afetivo algum com ele e quer se sentir feliz com seu desamparo.
Mas apenas sente pena.
— Eu não culparia você, pelo menos não totalmente, assim como também não julgaria a sua filha caso ela cortasse laços. – por fim, você se volta às prateleiras novamente. — De qualquer forma, foda-se o que eu penso. Eu não sou ninguém, minhas palavras não devem ter valor pra você.
Você não sente mais os mirantes de Lucifer queimando sua forma e segue com a que veio. Ainda assim, com a mente avoada, distante do que está fazendo, presa na interação recente, remoendo, principalmente, sua reação a tudo isso.
Por que você não está contente com a desgraça de quem faz da sua vida um mero adereço?
E por que isso tem que ser uma questão? Por que é tão difícil de ignorar?
— Deita comigo. – a voz de Lucifer, rouca e mansa, chicoteia seus ouvidos.
Confuso, você franze as sobrancelhas. — o quê? – sua surpresa é tão acentuada que quase te leva a rir. Um sorriso incrédulo enfeita seu rosto no tempo em que você encara o nada, sem coragem para se virar e enfrentar o diabo.
De costas, você é mais valente.
— Falei pra vir deitar comigo. – Lucifer repete com a mesma calmaria e firmeza. — Juro que não vou fazer nada, só quero alguém aqui comigo… quero você aqui. – ele aperta o edredom no espaço vazio ao lado, como se o fato de estar vazio e ter apenas a roupa de cama para segurar fosse o problema.
Ouvindo pela primeira vez, você sentiu raiva, mas na segunda, suas bochechas esquentaram. — Não! – na sua cabeça, soou decidido, mas veio frágil e incerto.
Sua alma é dele e você ousa nergar-lhe?
— Perdão… eu dei a entender que estou pedindo? – o tom de Lucifer, apesar de gentil, gela a espinha. — Estou mandando, M/n.
Você não quer vê-lo estressado. Ele nunca perdeu a linha contigo ao ponto de gritar com fogo nas ventas ou avermelhar o olhar, mas você já presenciou essa versão do supremo orgulhoso e estremece ao se imaginar sendo alvo do fogo de Lucifer.
— Tá. – seu bufar não é discreto, denuncia a sua frustração com êxito.
Ao se redirecionar, você quase desmonta com a visão e se pergunta por que o teme.
Lucifer, aninhado entre os lençóis de seda vermelha, olha para você com as esferas brilhantes, mordendo o lábio inferior em anseio, quase explodindo ao ver você se aproximar dele na enorme cama. O majestoso bate freneticamente com a palma da mão no lugar vazio, te convidando a se apressar para ocupar o espaço ao seu lado.
— Você é tão bobo. – é o que você diz enquanto deita, tentando impedir uma risada de escapar, e até consegue, mas o preço é um sorriso largo, tão sincero que você não segura.
— E ainda mando e desmando nessa birosca todinha! – Lucifer aponta para si mesmo, exibindo os dentes com um sorriso orgulhoso.
— Continua sendo bobo. – você quase ronrona enquanto se aconchega no colchão bizarramente confortável, mas fica imóvel e cora quando seu olhar cruza com o de Lucifer. Você poderia só presumir que ele é um poderoso excêntrico e ficar na sua, mas as sobrancelhas caídas dele, que transformam o sorriso vibrante em um sorriso abatido, te induzem a perguntar. — Por que cê tá me encarando assim?
— Nada demais… só tô acostumado a deitar aqui, olhar para o lado e não ver ninguém… – Lucifer entrelaça os dedos com os seus, unindo suas palmas e as repousando no travesseiro. — Mas agora tem você.
Quando você entende o que está acontecendo, o coração bate pesado. — Eu… eu não sou ela.
— Eu sei. Lilith não está mais aqui… – uma lágrima, única e solitária, trilha caminho na bochecha pálida de Lucifer, encerrando sua jornada na maçã vermelha. — Eu tô cansado de ser forte… – a mão trêmula dele sobe pelo seu corpo e para na sua cintura, fazendo pressão na curvatura.
Ele teme que você suma.
Você retribui o sorriso que Lucifer insiste em manter, e quando ele te abraça com força e entrelaça as pernas nas suas, você aceita e o conforta, estando ali, pela primeira vez, como alguém, e não como algo.
— Por favor… – Lucifer soluça, encharcando sua camiseta. — Me permita ser fraco… só hoje! Me deixe ser vulnerável…
Você não sabe para quem ele implora.
Mas você está lá.
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COMO SE ORGANIZAR PARA RESPONDER UM TURNO!
Sinto que esse título pode ser meio estranho, porque todos sabem como responder um turno, ao menos, é o que estou garantindo aqui. Mas vou dar uma situação: você recebeu a resposta do turno, mas não sabe como começar a responder, de fato, abre o post e fica lendo e lendo, a criatividade não parece estar muito em alta… O que fazer?
A ideia veio em uma conversa com um amigo, onde citamos a dificuldade em escrever as respostas das threads de forma “rápida”, que, às vezes, é possível demorar alguns dias para sair algo que nos agrade realmente, ou temos a vontade de responder, mas existe a falta de criatividade para tal. E não é um caso isolado, porque já escutei reclamações semelhantes e é por isso que estamos aqui, espero conseguir ajudar. Avisando que esse guia está cheio de cores, se te incomodar durante a leitura, me avise.
Os turnos aqui são curtos, bem bobos e não condizem com qualquer personagem que tenho por aí, ou seja, não passam de exemplos.
PASSO UM: LENDO A THREAD QUE RECEBEMOS.
Jasper tinha os fios curtos e colados em seu rosto, tudo por conta do suor que escorria devido ao sol forte contra sua cabeça, mesmo que coberta pelo chapéu, aquele calor infernal não estava contribuindo para sua vida naquele momento. Segurava o timão com força, tentando manter o barco firme no mar, seu pai contava consigo para levar a tripulação para o píer e todos seguirem juntos. “Almirante Adonias, nós precisamos de provisões para os próximos dias. A tripulação que está com meu pai é complicada.” Referiu-se aos homens mais velhos, aqueles que queriam comer ou beber até o mundo acabar. Os olhos miraram o garoto loiro ao fundo do convés, o reflexo dos óculos alheios quase atrapalhando sua visão. “Você consegue cuidar disso, por favor! Chame Niming se precisar de ajuda.”
PASSO DOIS: JUNTANDO OS PONTOS CHAVES.
Agora que o turno foi lido (independente de quantas vezes o fez), vamos pegar os pontos chaves que podem ajudar na resposta. “Como assim pontos chaves, Rinn?” Simples, se você não sabe como responder o que tem, junte detalhes que chamem sua atenção antes de sair escrevendo.
Qual a situação? Em qual situação estamos inseridos, onde o turno está se passando e tudo que acontece.
No exemplo: estamos em um barco, no mar e prestes a chegar em um píer. Não sabemos quanto tempo vai demorar ou a distância em si, mas sabemos onde estamos e podemos usar desses artifícios para criar o cenários.
Quem tá sendo citado? Para quem é a resposta e quais são as outras citações?
No exemplo: a resposta vai para Jasper (a capitã? a filha do capitão? o que ela é?), quais outras pessoas são citadas? O pai da mesma, o possível capitão. A tripulação. E temos uma nova citação “Niming”, quem é Niming? Você tem liberdade de dar uma função, um traço e até criar esse NPC, visto que a outra pessoa não lhe deu mais informações.
Qual a posição do seu personagem no contexto da thread? Qual a relação entre eles? O que seu char é ali, qual sua relação com o outro personagem e por aí vai. Seja no 1x1 ou em uma comunidade, qual a relação entre os personagens?
No exemplo: Jasper e Adonias podem ser amigos, parentes ou apenas capitã e marujo. Você determina isso antes, na conexão/plot que fechou com o partner! Dependendo da relação, você pode escrever como o char se sente em relação a pessoa, veja abaixo.
O esfregão passava contra a madeira com afinco, querendo tirar uma mancha de óleo que constava ali. Era o tipo de coisa que muitos não gostavam de fazer, mas o loiro até que gostava, preferia manter tudo limpo ao seu redor. Conhecia Jasper desde os cinco anos, seus pais serviram juntos no exército e até fizeram parte da mesma tripulação, logo os filhos iam ser amigos de longa data e Adonias era muito agradecido por ser parte da tripulação da moça, ela sempre a salvou em todas as situações imagináveis, era sua melhor amiga, quase sua irmã de outra mãe.
Vejam bem, foi relatado que Adonias e Jasper se conhecem desde pequenos, por isso, ele consegue falar com tanto carinho sobre a moça. Colocar coisas pessoais, sentimentos do char pelo outro e lembranças é uma boa forma de “encher linguiça” para que a thread não fique pequena ou coisa assim.
O que vamos responder? Como fazer os diálogos? O que vai ser respondido de um char para outro?
Creio que as respostas sejam óbvias quando chegamos na questão do diálogo, basicamente só ler e colocar uma frase “aleatória” ali, mas que condiz com o que está sendo dito. Mas acho importante trabalharmos esse tópico também, principalmente para continuar o dinamismo do turno e não fazer o negócio morrer na praia, porque é complicado quando a gente manda recebe um turno e não temos uma continuação, uma outra fala para criar um novo diálogo. Meu intuito aqui é dar aberturas para que quando a Jasper responder, ela não se prender apenas no que começou. Vejamos o que foi dito no exemplo:
“Almirante Adonias, nós precisamos de provisões para os próximos dias. A tripulação que está com meu pai é complicada.”
“Você consegue cuidar disso, por favor! Chame Niming se precisar de ajuda.”
Temos dois diálogos abertos, um sobre buscar provisões e outro que envolve um NPC, o que podemos responder? Existe algo que vai gerar mais diálogos? Podemos escrever mais? Todas as respostas dependem da nossa vontade na hora, vou dar duas opções de respostas, uma só respondendo o necessário e mantendo a conversa apenas nessa roda e a outra vai envolver o que já temos disponível + uma nova linha de conversa.
PRIMEIRA OPÇÃO:
“Claro, capitã Jasper! Vou providenciar tudo que for necessário”.
“Vou chamar sim, porque toda ajuda é precisa para alimentar toda a tripulação… A nossa come bem, a dos nossos pais é ainda pior.”
Simples e usando apenas o que temos no primeiro turno, ou seja, o primeiro e o segundo diálogo. Quando a pessoa for responder, tem como continuar a conversa e aumentar, caso o partner deseje (acho importante, porque esse diálogo é muito simples e pode acabar com mais duas linhas, terminando a thread por aí mesmo, se não tiver mais movimento), é bom para todo mundo! Com “bom”, estou querendo dizer porque a) você respondeu b) tem espaço para seu partner continuar.
SEGUNDA OPÇÃO:
“Claro, capitã Jasper! Vou providenciar tudo que for necessário”.
“Vou chamar sim, porque toda ajuda é precisa para alimentar toda a tripulação… A nossa come bem, a dos nossos pais é ainda pior.”
“Inclusive, vamos usar outro barco? Acho que nossa doce Brisa Tropicana não vai aguentar um monte de gente”.
“Verdade. Estava esquecendo, parece que o Ycaro vai ficar no píer dessa vez, problemas familiares ou coisa assim. Ele já falou contigo?”
Temos as respostas da primeira opção e duas novas, que podem ajudar a sustentar a thread por mais tempo. Usei as mesmas cores, laranja e vermelho, para mostrar que correspondem aos dois diálogos que temos em aberto no jogo. Invés de esperar abrir um espaço para fazer tais comentários, optei por colocar de uma vez para que o diálogo entre Adonias e Jasper não morra na praia. Pensando no partner que pode ficar sem criatividade para continuar a “única conversa” presente no texto, por que não colocar mais falas? Por que não deixar seu personagem falar tudo que quiser, mas que, claro, se mantenha dentro do contexto que estão inseridos?
Penso que ao adicionarmos mais diálogos em uma cena temos um leque de oportunidades, dentre elas, quero destacar: ideias para threads futuras, usando nosso exemplo inicial, a relação dos dois x os pais; a chance da thread durar muito mais e desenvolver ambos os chars, porque se não evoluirmos a cena, infelizmente, a thread vai ficar cansativa e monótona até que um dos lados queira encerrar e abrir uma nova, criando uma pequena bola de neve que pode incomodar, em determinado momento; e o mais importante disso tudo, você acaba desenvolvendo mais seu personagem, fazendo ele falar de vários “assuntos” e mantendo uma dinâmica confortável. Creio que ajude também na otimização de tempo, por que esperar sua vez de responder, de novo, para adicionar outro diálogo, quando se pode fazer enquanto for sua vez. Isso pode ajudar até seu partner a ter mais musing para responder em seguida!
Nada mais justo que mostrar o turno final para vocês, visto que o comecei e fiquei empolgada em escrever. Estarei usando a segunda opção de diálogos, pois gosto de fazer muitas conversas em uma única resposta.
O esfregão passava contra a madeira com afinco, querendo tirar uma mancha de óleo que constava ali. Era o tipo de coisa que muitos não gostavam de fazer, mas o loiro até que gostava, preferia manter tudo limpo ao seu redor. Conhecia Jasper desde os cinco anos, seus pais serviram juntos no exército e até fizeram parte da mesma tripulação, logo os filhos iam ser amigos de longa data e Adonias era muito agradecido por ser parte da tripulação da moça, ela sempre a salvou em todas as situações imagináveis, era sua melhor amiga, quase sua irmã de outra mãe. “Claro, capitã Jasper! Vou providenciar tudo que for necessário”. Garantiu sorridente, apoiando o queixo contra a base do esfregão, a citação da tripulação mais velha o fez suspirar, teriam trabalho mesmo até chegarem ao destino final. “Vou chamar sim, porque toda ajuda é precisa para alimentar toda a tripulação… A nossa come bem, a dos nossos pais é ainda pior.” Brincou rindo, quase gargalhando antes de voltar o que fazia, esfregando o restante do espaço ou quase isso, porque voltou a olhar a amiga, muitas ideias e dúvidas. “Inclusive, vamos usar outro barco? Acho que nossa doce Brisa Tropicana não vai aguentar um monte de gente”. Bateu a destra, delicadamente, sobre a borda de madeira, amava aquele barco com sua vida já que foi o primeiro que a jovem tripulação conquistou e que o rapaz cuidava com tanto amor. “Verdade. Estava esquecendo, parece que o Ycaro vai ficar no píer dessa vez, problemas familiares ou coisa assim. Ele já falou contigo?”
PASSO TRÊS: CONSIDERAÇÕES FINAIS E MUITO BLAH BLAH.
Antes de continuar, quero reforçar que não estou impondo regras para como você deve responder seu turno, mas creio que ter uma base/ajuda para traçar o pensamento da resposta pode ajudar; pessoalmente, ia adorar ter algo assim quando comecei na tag e tinha problemas em responder os jogos.
Esse é um método simples para te ajudar a pensar e elaborar uma resposta que te agrade, se for mais ou menos é seu critério; não se force a responder quando não tem pique para tal, porque é muito comum fazermos respostas no automático e depois de arrepender, claro que podemos alterar após o envio, mas se não der tempo, vai se lamentar, um pouco, sobre não ter pensado melhor ou feito de outra forma.
Agora que as dicas foram dadas, vamos recapitular os pontos importantes, como um mini roteiro para te ajudar a responder seus jogos. Do fundo do coração, espero que esse guia ajude alguém a responder uma thread! Mas vamos recapitular, recebemos o turno, mas a criatividade faltou, então vamos salvar em algum lugar ou marcar que temos um turno para responder - caso seja no discord ou dm, porque se for no tumblr, você pode colocar nos rascunhos. Leia o turno de novo, quantas vezes for necessário para que algumas ideias surjam em sua mente. Na administração, temos um termo chamado BRAINSTORMING, que é uma chuva de ideias que são lançadas em uma discussão e você pode ter isso ao ler uma thread; quando acontecer, anote o que está pensando. “Posso colocar essa frase, enaltecer esse detalhe” e por aí vai, se achou interessante, anote! Mesmo que descarte ou altere depois. Mas vamos fazer um roteiro com tudo que aprendemos.
Após ler e fazer algumas anotações, pense qual a situação que o turno está ocorrendo. Qual o local? Como ele é? Existe alguma distância de um espaço para outro? Existem outros locais, que ainda não foram explorados? Perguntas nesse estilo podem ajudar a verificar a situação que os personagens estão.
Além do seu char e do parceiro, temos outras pessoas sendo citadas? Seja em um comentário, contando algo que ficou sabendo de fulano, até uma aparição breve de ciclano no espaço. É um NPC e é muito bom utilizarmos deles para construir uma cena.
Qual a relação entre os personagens? Eles são conhecidos, amantes, amigos de longa data, desconhecidos, etc. Me diga, o que são um para o outro? Quais os sentimentos do seu char sobre aquele que está junto? (É uma boa forma de “encher linguiça” e fazer um turno maior, mas que, ainda assim, dê um desenvolvimento legal e não pareça tudo jogado ali).
Quais são os diálogos apresentados no texto base (enviado pelo partner)? Como você pode continuar a conversa? Rascunhar ideias de resposta pode ser muito útil, talvez você não use nenhuma delas por ter uma nova ideia na hora de responder, mas é bom ter opções.
Outro ponto: saber quando acabar um diálogo e começar um novo, ou até retomar algo de outras threads (se já tem mais que uma). Ter essa flexibilidade e tato sobre as conversas do seu jogo, não insistir em algo que vai ser robótico.
Sei que anotar tudo pode ser cansativo, até inútil, porque é só ir lá e responder invés de ficar pensando, mas um turno é quase como uma cena de filme/série, onde existe um roteiro. Nós podemos negar esse ponto, mas quando respondemos algo, acabamos pensando com antecedência antes de escrever… Apagamos, mudamos palavras, caçamos termos novos. Isso não é fazer um roteiro? Rascunhos existem e sei que muitos fazem, não é regra, mas isso pode ajudar muito na hora de escrever. Não só para joguinhos em um rpg, pra vida mesmo, uma redação, um artigo científico ou o que for, ter um rascunho é ótimo, porque você consegue mudar até estar satisfeito. Livros não são escritos de uma vez, os autores fazem inúmeros rascunhos, um capítulo pode demorar meses para ficar agradável e chegar na versão que é impressa, então, me digam com sinceridade, por que os turnos precisam ser diferentes? Por que precisam ser tão imediatos? Recebeu e respondeu. Não tem problema gostar disso, eu mesma já fiz inúmeras vezes, mas não sem fazer um breve rascunho, ao menos, um mini roteiro do que vou colocar ali.
Parece surreal estar falando isso, porque parece que estou falando coisas fora da caixinha ou que rolam apenas no meu pessoal… Mas quero trazer uma nova visão para quem desejar aceitar. Já tive muitos problemas com meus turnos, tinha vergonha e raramente ficava satisfeita… Tenho threads que nem gosto de ler novamente, por vergonha, por saber que podia ter escrito melhor e ter dado mais abertura para meu partner. Tudo que estou falando é para mostrar um caminho de aprimoramento, não na escrita ou na organização, isso vai de cada um e no seu tempo, o aprimoramento é mental, da minha ‘neura’ em saber que podia ter feito melhor; seguindo isso, de um jeito ou de outro, vou acabar satisfeita.
Eu bati muito na tecla sobre os diálogos e sinto que pode abrir a discussão de turnos grandes x médios x pequenos. Isso não importa muito, como o meu amigo @hwares já mostrou em seu guia, menos pode ser mais! Muitos diálogos ou ações não vão tirar seu estilo de turno, tem como fazer algo pequeno/mediano com muitos diálogos e poucas ações (um face to face/f2f, por exemplo), assim como é possível fazer as famosas bíblias com muitas ações e poucos diálogos, ou vice versa, talvez até algo balanceado entre ambos os polos. Inúmeras possibilidades, basta tentarmos, dar o primeiro passo. Existe beleza nos menores e maiores jardins!
E acabamos por aqui, espero mesmo ter sido útil e chat/inbox estão sempre abertos para vocês. Qualquer coisa que surgiu enquanto lia esse guia, por favor, me deixe saber, se concorda ou discorda do que foi dito, pode me falar. Eu curto receber feedback.
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Ciclos são bastante importantes no mundo dos semideuses, o começo e fim de uma vida, a causa e as consequências de uma jornada, o prólogo e o epílogo de uma história... Solstícios e Equinócios são nada mais que transições que decretam o fim de um momento e o começo de outro, mas, muito mais que isso, significam mais um ciclo concluído em que os semideuses se mantiveram firmes em seus pés diante das adversidades diárias que constantemente desejavam derrubá-los, e por isso são vastamente celebrados em ambas as culturas grega e romana. Principalmente depois da Última Grande Guerra, contra Gaia, dez anos atrás, festividades acontecem nessa época do ano, por vezes sediada até mesmo no Olimpo com a permissão de Zeus, ou Júpiter, para os Romanos.
Para tanto, quando a data se aproxima, o Acampamento Júpiter envia sua Legião fortemente equipada em marcha solene, com seu estandarte imponente e a flâmula da Águia cortando o vento, em direção ao Meio-Sangue, muito mais perto dos Deuses Olimpianos, onde se alojam temporariamente. Esse ano, no entanto, as coisas estão um pouco mais complicadas do que das outras vezes uma vez que as forças de ambos os Acampamentos estão vastamente enfraquecidas. Muitos acreditaram que o Equinócio de Outono seria esquecido, tido como um risco para os campistas, porém, com a tensão crescendo e, aos poucos, deteriorando a sanidade dos semideuses, o Deus Mensageiro tomou a frente.
De uma hora para a outra, uma frota de taxis amarelos surgiu aos portões do Júpiter, do primeiro da fila, três mulheres desceram, mas só um olho era compartilhado entre elas. As Greias sorriram alegres. ─ Bom dia, semideuses! ─ Disse a primeira, mais baixa que as outras duas, passando o olho para a mais alta. ─ O serviço de corridas das Irmãs Cinzentas veio atender ao pedido de nosso contratante! ─ A segunda disse, logo repousando o globo nas mãos da terceira, que o levou comicamente sobre o buraco onde deveria ficar um de seus olhos. ─ Agradeçam a Mercúrio pela oportunidade de aproveitar da viagem mais rápida do mundo divino! ─ Elas riram em conjunto e as portas de todos os taxis se abriram para receber os campistas.
Para aqueles que ousaram entrar nas cabines nada convencionais, garrafinhas de água e balas estavam à disposição para desfrutarem enquanto apreciavam a corrida, a plaquinha brilhando digitalizada para que colocassem os cintos de segurança. Por mais que quisessem aproveitar a viagem para descansar ou fazer qualquer coisa, os carros partiram com tanta velocidade que a única coisa que os semideuses poderiam fazer era se segurar e tentar não passar mal enquanto disparavam a mais de 400km/h, atravessando postes, edifícios, árvores e tudo que houvesse no caminho como se fossem feitos de fumaça. Dentro de 12h os semideuses já chegavam ao arco do Meio-Sangue, expondo as letras em grego antigo.
No Meio-Sangue, o Sr. D recebeu a notícia diretamente de seu irmão, Hermes, e com muito mal gosto acatou às ordens divinas. O Acampamento Grego seria a sede das festividades do Equinócio de Outono desse ano. Barracas de bebidas, comida e jogos foram preparadas por todo lado; o Anfiteatro entrou em uma reforma, com placas de madeira impedindo semideuses não afiliados aos grupos de teatro e música de entrarem no local, durante a semana para acomodar as apresentações que lá seriam feitas; o Lago de Canoagem foi completamente decorado com luzes para aquecer os corações dos românticos durante a noite - obra do Chalé de Afrodite, liderado por Theodora Harvelle, com a ajuda do Chalé de Poseidon, mais especificamente Chloe Blake; na Praia dos Fogos, tochas de luau foram colocadas para criar uma ambientação divertida para festividades; e, aos poucos, tudo foi se acomodando para o acontecimento que não somente atrairia semideuses, como também alguns Deuses.
A maioria dos Olimpianos, por motivos óbvios, não apareceram, mas duas carruagens divinas chegaram em conjunto, a primeira, enfeitada com conchas e corações brilhantes, e, dela, desceu Afrodite; a segunda, portando asas douradas que se moviam com os ventos, dessa, Hermes desceu sorridente. Outros Deuses menores deram o ar de sua graça, muitos que nunca haviam se proposto a participar de tais eventos, provavelmente temerosos a Zeus querendo mostrar que ainda eram leais ao trono, mas não com uma entrada tão triunfal quanto os quatro Olimpianos, muitos chegando a pé ou surgindo trazidos por forças da natureza, como foi o caso de Flora e Zéfiro.
Informações OOC.
Veio aí o Primeiro Capítulo dessa nossa aventura!
O festival terá a duração de duas semanas OOC (20/09 a 04/10) e cinco dias IC (20/09 a 24/09)
Semideuses romanos que não quiserem participar do evento não terão vindo com a caravana de taxis das Irmãs Cinzentas e estarão acompanhados da Lupa e de campistas menores no Júpiter.
Mais informações dessa festa serão postados no Discord e teremos algumas missões para completar no Equinócio de Outono!
Postem seus looks em #dchq:looks!
Personagens citados: @lovingthea & @seachloe
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PODERES DESPERTOS: FIRST ACT.
Mental Manipulation: confere à semideusa a capacidade de estar no controle de pensamentos e ações de seu alvo sem ser necessário toques, basta que ela mentalize o rosto da pessoa. @silencehq, @hefestotv
TW: o texto a seguir contém uma descrição explícita de uma crise de ansiedade que beira o pânico, caso o tópico cause desconfortos, a leitura é desencorajada pela autora.
Com os dedos trêmulos, ela enfiou as mãos nos bolsos do casaco fino que mal aquecia seus ombros, tentando disfarçar os espasmos que já começavam a percorrer suas mãos. Não podia permitir que a ansiedade tomasse conta mais uma vez. Precisava desviar os pensamentos para longe, antes que perdesse o controle. Fechou os olhos devagar, inspirando profundamente, buscando imagens familiares que pudessem acalmar sua mente. Tentou se concentrar nos objetos cotidianos que a cercavam: o arco com o qual treinava, os anéis que colecionava, flores, estrelas, constelações. Por alguns instantes, a sensação de alívio chegou, como se o caos estivesse distante. Mas não demorou para as memórias recentes voltarem à tona, trazendo de volta a inquietação. Os irmãos feridos pelos monstros na fenda, a última vez que viu Santiago, Rachel no jantar apontando sem hesitar para Remzi…
O peito dela subia e descia de forma descompassada, como se o ar ao redor houvesse se tornado rarefeito. Os sons à sua volta pareciam distantes, abafados pelos sons feitos pelo coração que martelava descontroladamente contra as costelas. As mãos tremiam, a umidade se acumulava nas palmas, e um calor súbito tomava conta de seu corpo, fazendo o suor brotar em sua testa. Tudo parecia apertado — o espaço, a roupa, até mesmo sua própria pele. As paredes da sala, que antes pareciam tão distantes, agora se aproximavam lenta e cruelmente. Ela tentou puxar o ar, mas parecia impossível. O peito se recusava a expandir, como se seus pulmões tivessem sido selados. Tentou segurar a borda da mesa ao seu lado, mas seus dedos escorregaram, fracos. Os pensamentos vinham em uma enxurrada caótica, cada um mais desesperado que o outro.
Os olhos se abriram de forma abrupta, e ela percebeu que um par de olhos desconhecidos a encaravam.
— Esta tudo bem? — O estranho perguntou, o tom preocupado deixando claro para ela que não estava sendo tão discreta quanto havia imaginado.
— Hm, sim, eu… Só preciso ir. Obrigada. — Antes que mais perguntas pudessem ser feitas, ela se levantou e deixou a sala.
A cada novo passo podia sentir os batimentos acelerarem e a respiração pesar, como se uma rocha gigantesca fosse posta exatamente sobre seu peito. Cada ruído ao redor — uma conversa distante, risadas altas, os sons produzidos pelos choques de espadas nas salas de treino, até mesmo o som da própria respiração entrecortada e os passos apressados — parecia amplificado, quase insuportável. Nesse ponto, ela praticamente corria pelos corredores, diminuindo seu ritmo apenas quando chegou na floresta e encontrou uma árvore de tronco largo para se esconder.
Encostou as costas no tronco e deslizou devagar até o chão sem nem se dar conta que a blusa havia se erguido levemente e a pele era arranhada pela madeira. Seus dedos começaram a formigar. "Concentre-se. Respire", ela tentou lembrar a si mesma, mas era como tentar acalmar uma tempestade com um sussurro. O chão parecia sumir sob seus pés, e o mundo ao seu redor se tornava uma mancha conforme tudo parecia começar a girar ao seu redor.
Deitou a cabeça para trás e ergueu os olhos na direção das nuvens, focando toda sua atenção em seus formatos enquanto aos poucos seguia com as técnicas de respiração. Demorou um pouco até que sentisse a pressão em seu peito começar a diminuir, porém acabou sendo interrompida por sons bastente audíveis de passos se aproximando de onde estava.
— Mas que porra é essa? — Virou-se na direção dos sons a tempo de ver o rosto preocupado do campista com quem havia falado antes de correr até ali.
— Você saiu meio apressada da sala, fiquei pensando se não precisava de ajud…
— Se eu quisesse ajuda, eu teria pedido, você não acha?
Questionou enquanto se levantava, o corpo completamente direcionado para o recém chegado. Pouco a pouco a raiva dava espaço a uma raiva completamente irracional, que Alina claramente não estava conseguindo disfarçar, dada a expressão assustada no rosto do outro.
— Eu vou chamar outra pessoa…
— CALA A BOCA! — Ela explodiu, sua voz afiada como uma lâmina. — Você não vai chamar ninguém, e vai calar a.maldita.boca. Agora! — A raiva borbulhava dentro dela, crescendo como uma doença insidiosa que lentamente devora a vitalidade de seu hospedeiro. Sem que percebesse, seus olhos, antes esverdeados, tornavam-se negros, e finos capilares escurecidos se espalhavam por sua esclera, como rachaduras em porcelana. Tudo o que via era o rosto do campista à sua frente, cujo nome ela sequer conseguia lembrar. — Nunca te ensinaram a não se meter onde não é chamado? Eu devia fazer você cortar fora essa língua. Talvez assim você aprendesse a não se intrometer na vida dos outros.
O medo no rosto dele se esvaiu, substituído por um olhar vazio, distante, como se estivesse enfeitiçado. Quase mecanicamente, ele puxou uma adaga da bainha e a ergueu, levando-a em direção à própria boca, que agora se abria, expondo a língua para o corte. Por um momento, Alina ficou paralisada. Ele só podia estar brincando, certo? Quando finalmente percebeu o que estava prestes a acontecer, já era quase tarde demais. Com um movimento brusco, ela arrancou a adaga da mão dele, seu coração acelerando. Mais um segundo, e ele teria conseguido executar exatamente o que ela havia acabado de ordenar.
— Some daqui, agora. — A voz era baixa, porém firme. — E não se atreva a contar pra ninguém sobre o que acabou de acontecer.
Ela assistiu o campista sair correndo, tropeçando em seus próprios pés, até desaparecer. Somente quando ele sumiu de vista, Alina se permitiu desabar no chão, o corpo tremendo. Inspirou profundamente, tentando recuperar o controle, mas o peso da culpa já se instalava. Mais uma cicatriz para sua mente inquieta, mais uma noite sem sono garantida.
[…]
No dia seguinte, ao ver Quiron e o campista andando pelo pavilhão, já começou a se preparar para qualquer castigo que o centauro fosse impôr a ela, uma vez que ela havia cometido uma transgressão ao fazer o rapaz quase cortar a língua fora. Entretanto, quando Quiron passou por ela, a única coisa que fez foi cumprimenta-la, enquanto o rapaz a olhava de longe, seu rosto um misto de ódio e medo. E foi então que ela entendeu que o que havia acontecido no dia anterior era algo bem mais complexo do que ela havia pensado até então.
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𝐋𝐄𝐀𝐓��𝐄𝐑 𝐄𝐌𝐏𝐎𝐑𝐈𝐔𝐌 : a loja de lykos é um pequeno espaço rústico , especializado em produtos de couro , pelego e artesanato feito com partes de animais . ele vende uma vasta gama de itens , como tapetes de pele , bancos de couro , cintos , jaquetas , sapatos resistentes e bolsas com design simples . cada peça na loja reflete o trabalho manual e o cuidado de lykos , que dedica tempo para criar produtos únicos e duráveis . o ambiente é simples e funcional . não há prateleiras altas ou outros tipos de barreiras visuais . ele gosta de manter uma visão clara de todos que entram e saem da loja e o que estão fazendo . no fundo da loja , uma grande bancada de madeira serve como caixa , onde ele atende clientes , finaliza pedidos e se mantém ocupado fazendo a administração geral da loja . leather emporium tem um aroma terroso de couro , com detalhes decorativos feitos dos próprios materiais que ele utiliza : chifres esculpidos , cascos polidos e peles tratadas , penduradas aqui e ali como parte do ambiente .
fábrica: atrás do balcão, abre-se uma porta para a parte dos fundos do leather emporium. uma sala pequena, com uma mesa num canto e uma parede cheia de ferramentas que lykos usa. cadernos com desenhos e anotações sobre os próximos projetos estão jogados por toda a parte. frigorífico: da sua pequena fábrica, há duas portas. uma reta da porta da entrada, que dá para o pátio e uma à direita que dá para uma pequena sala refrigerada que lykos usa para guardar restos de animais que ele não quer que estraguem. é minúscula e mal cabe um homem adulto. pátio: na porta que dá para o pátio dos fundos, você desce dois degraus antes de tocar no chão de terra. ao lado esquerdo da porta, embaixo da janela, tem um tanque de tamanho suficiente para caber a carcaça de uma ovelha. ali ele lava as mãos e certas partes dos animais depois de carnear. no canto esquerdo do pátio também têm uma árvore pequena que tem um gancho para ele pendurar os animais usados. também tem uma bomba de água em um canto, perto de um banco que ele usa para descansar. há alguns objetos jogados que ele usa ao longo do dia, como um carrinho de mão e a sela que por enquanto não tem cavalo fixo. também tem um comedouro e bebedouro para animais vivos, que é algo raro por ali. segundo andar: antes da porta do frigorífico, tem uma escada pequena e sinuosa, que também é bem frágil. ela leva ao segundo andar, que é onde lykos vive. assim como o resto do leather emporium, é um ambiente bem rústico e simples. fotos de inspiração no pinterest do lykos. entrada terminantemente proibida para qualquer funcionário, cliente ou conhecido com exceção de raros convidados.
vagas de emprego.
atendente/faz-tudo: 1 vaga.
+ read more para uma lista mais completa dos produtos que ele oferece na loja. vários produtos são feitos sob medida devido ao fato dele trabalhar sozinho. produtos podem ser adaptados conforme o gosto do cliente. a maioria dos produtos não está em abundância na loja, pois esses produtos levam tempo para serem feitos e provavelmente precisará encomendá-lo.
couro curtido:
bolsas.
carteiras e pastas.
cintos.
sapatos (botas, sapatos sociais, sandálias simples).
acessórios (luvas, chaveiros, braceletes).
jaquetas e casacos, de múltiplos estilos (longos, biker, blazers).
encadernamento de agendas, livros e cadernos. (miolo deve ser fornecido pelo cliente).
malas, necessaires e pochetes.
tapetes (o que lykos mais produz).
almofadas.
itens de montaria (selas tradicionais e personalizadas, cabeçada/buçal, rédeas, chapéus, coletes de montaria, viseiras, peiteiras personalizadas, bainhas, etc).
coldres.
bancos e cadeira.
rolos de couro (caso queira comprar o produto bruto, lykos também vende o couro curtido puro).
pele e pelegos:
tapetes de pele e pelego (o que lykos mais produz).
ushankas.
mantas e cobertores.
almofadas.
bancos e cadeiras.
casacos e jaquetas de pele (estilos mais simples que os de couro, por serem de maior dificuldade.)
chifres, cascos, ossos e dentes:
braceletes, colares e brincos.
talheres de chifre.
botões e fivelas.
copos de chifre.
agulhas de costura, crochet e tricô feitas com ossos.
facas com cabo de osso. lâmina fornecida por um ferreiro ou trazida pelo cliente.
outros.
apitos e chaveiros esculpidos em achas de madeira. pintados a mão.
revestimento de bancos (a domicílio).
restauração de produtos.
sabão artesanal, feita com a gordura do animal morto.
#⁽ ⠀ ✧ ⠀ ⁾ 𝐥𝐲𝐤𝐨𝐬 𓂅 writing 🔗 extra .#essa lista foi difícil de fazer#com ctz esqueci coisa#pra quem conhece o lykos basicamente tem uma correaria
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.ᐟ⭑
( mulher cisgênero • ela\dela • pansexual ) — Não é nenhuma surpresa ver ÀSTER CARDINALE andando pelas ruas de Arcanum, afinal, a BRUXA DO COVEN OF THE LUNAR VEIL precisa ganhar dinheiro como LADRA. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de DEZOITO ANOS, ainda lhe acho MAGNÉTICA e ASTUTA, mas entendo quem lhe vê apenas como BRUTAL e VINGATIVA. Vivendo na cidade DESDE SEMPRE, ESTRELA DA MORTE cansa de ouvir que se parece com CATERINA FERIOLI.
★・⸝⸝﹒bio.
Em uma noite particularmente escura, quando as árvores da floresta que circundava Lichendorf pareciam mais retorcidas do que nunca, um choro ecoou entre as sombras. O som era tão frágil e delicado que poderia facilmente ser confundido com o pio de uma coruja ou o lamento do vento, mas para os ouvidos aguçados de Elara, uma fada guardiã da floresta, era inconfundível. Guiada pela sua curiosidade e senso de dever, Elara voou entre os galhos nodosos, suas asas cintilantes deixando um rastro de pó dourado no ar. Quando finalmente chegou à origem do som, seu coração de fada quase parou. Lá, enrolado em uma manta esfarrapada e abandonado sob um velho carvalho, estava um bebê. Seus olhos, grandes e assustados, brilhavam com lágrimas não derramadas à luz da Lua. Elara pousou suavemente ao lado da criança, suas asas tremulando com preocupação. Ela estendeu uma mão delicada para tocar a bochecha do bebê, sentindo o calor da vida pulsando sob a pele macia. Naquele momento, um som de galhos se quebrando ecoou pela clareira. Elara se virou abruptamente, suas asas se abrindo em uma postura defensiva. Das sombras, emergiu uma figura imponente e ameaçadora. Era um homem alto, de cabelos brancos. O homem avançou com passos silenciosos, seus olhos frios fixos em Elara. As árvores pareciam se curvar diante de sua presença, galhos formando arcos sobre sua cabeça. A estrutura de madeira, corroída pelo tempo e pela umidade, parecia prestes a desmoronar a qualquer momento. Musgo e trepadeiras cobriam grande parte das paredes externas, como se a própria natureza tentasse reclamar o espaço para si. O homem empurrou a porta rangente com o ombro, adentrando o interior escuro e mofado. O assoalho gemia sob seus pés a cada passo. Foi ali que ele criou a criança até seus 13 anos, obrigando-a a se humilhar para sobreviver. O homem, que a criança aprendeu a chamar de "Mestre", transformou aquele lugar decadente em um covil de treinamento implacável. Dia após dia, ano após ano, ele moldou a criança em uma ferramenta de sua vontade. Ensinou-lhe a arte do furto, os segredos das sombras e o poder do silêncio. As mãos pequenas e delicadas que um dia seguraram a manta esfarrapada, agora eram exímias com a adaga.
A menina, era conhecida nas ruas escuras de Lichendorf como "Estrela da Morte". Seu capuz negro como ébano e olhos de um verde profundo contrastavam com sua pele pálida, quase translúcida, que parecia absorver a luz da Lua. Ela se movia com uma graça sobrenatural, seus passos tão leves que nem mesmo as folhas secas ousavam farfalhar sob seus pés. Nas noites mais escuras, deslizava entre os becos e telhados como se fosse parte da própria escuridão. Ela enganava até os mais espertos homens, roubando mercadores e arrumando brigas em tavernas. Numa noite particularmente agitada na taverna O Corvo, ela executou seu golpe mais audacioso. Vestida com um vestido simples de camponesa, cabelos trançados e bochechas coradas artificialmente, aproximou-se de um grupo de mercadores ricos que celebravam um negócio bem-sucedido e os convenceu a beber canecas e canecas. Enquanto os mercadores riam e bebiam, ela os observava atentamente. Ela sabia exatamente quando agir. As velas da taverna tremulavam, o cheiro de cerveja derramada e fumaça de cachimbo pairava no ar, misturando-se com o aroma tentador de carne assada vindo da cozinha. À medida que a noite avançava, as línguas dos mercadores ficavam cada vez mais soltas, suas risadas mais altas e seus movimentos mais desajeitados. Ela continuava a encher suas canecas, sempre com um sorriso audacioso. Então ela roubou o veículo, com eles dando conta apenas quando o cavalo trotava pela estrada empoeirada que levava para fora de Lichendorf. Ela segurava as rédeas, seus olhos verdes brilhando com uma mistura de adrenalina e satisfação. O vento noturno açoitava seu rosto, levando consigo o cheiro de cerveja e fumaça que ainda impregnava suas roupas. Mas a euforia foi curta. Pouco antes de conseguir sair da estrada principal, uma figura sombria surgiu abruptamente diante do veículo. Era como se a própria noite tivesse ganhado forma, uma silhueta negra e imponente que se erguia no meio do caminho. Ela mal teve tempo de registrar o que estava acontecendo quando sentiu seu corpo ser violentamente arrancado do assento . O impacto foi brutal. Ela sentiu o ar escapar de seus pulmões enquanto rolava pela estrada empoeirada, pedras e gravetos arranhando sua pele através do vestido fino. A figura se aproximou e pela visão turva, ela viu um rosto que não conhecia. "Filha da Lua", ele falou, sua voz melodiosa e antiga como o próprio vento. Foi a última coisa que ela ouviu antes de cair em um sono profundo.
★・⸝⸝﹒cnn.
@gzsoline ・ Estrela da Morte: Àster, agora conhecida como "Estrela da Morte", se tornou uma figura lendária em Lichendorf, e Kai ouviu rumores sobre essa jovem prodígio das sombras, embora não saiba sua verdadeira identidade.
O Encontro na Taverna: Quando Àster executou seu golpe mais audacioso na taverna O Corvo, e foi interceptada por uma figura sombria, su personagem estava de alguma forma conectada àquele momento, talvez percebendo uma energia ou uma presença familiar, mas não diretamente envolvida.
@abbcdon ・ A Captura de Àster: A captura de Àster pela figura sombria marcou um ponto crucial em sua vida. Abbadon, de alguma forma, está envolvido na trama maior que levou Àster a cruzar caminhos com essa figura misteriosa.
@mitsandpoetic ・ Refúgio: Após Àster fugir dos mercadores e decidir abandonar seu Mestre, ela cruzou o território até chegar na Boutique Lírio do Vale. Carmella aceitou protegê-la, cobrando serviços de Àster como mercenária.
@blackorbs ・ Conflito Interno: River sente uma culpa, um sentimento de responsabilidade, por não ter protegido Àster em sua infância.
Descoberta do Passado: Eventualmente, su personagem e Àster podem se encontrar e elu revelar seu passado com Àster, criando um momento de confronto entre os dois personagens e uma discussão sobre o que realmente aconteceu.
@blackorbs ・ Futuro do Caos: Àster se vê obrigada a confrontar o Mestre, seu antigo mentor, que tem seus próprios planos para usar o caos atual a seu favor. Por essa razão, ele convenceu Ba'al a perseguir Àster. O Mestre revelou que suas intenções eram muito mais do que apenas treinamento e que ele tem uma conexão profunda com os eventos que estão se desenrolando em Arcanum.
Infância: Durante um breve período Àster ficou sob os cuidados de su personagem quando criança, até que o Mestre a retirou da residência à força.
@azazcles ・ Assalto Mal-Sucedido: Àster estava prestes a roubar um homem quando Azazel surgiu e a impediu. Por infortúnio do destino, Azazel foi contrata para matá-lo. Mas com toda a situação, o homem fugiu e nenhuma delas conseguiu finalizar o serviço.
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Em plena luta
1 Recorda que o fracasso, o obstáculo e a dor constituem forças milagrosas da vida que devemos utilizar na superação das próprias fraquezas.
2 A semente vale-se da cova de lama para germinar e produzir.
3 A madeira bruta submete-se ao martelo, à enxó e à plaina da carpintaria, a fim de converter-se em utilidade.
4 A rosa aproveita a haste espinhosa para florir e perfumar a paisagem.
5 A pedra sofre a intromissão do buril, concorrendo às galerias de beleza no campo da arte.
6 A própria Natureza vale-se da nuvem, do temporal ou da tempestade para tornar-se fecunda.
7 O mundo é a grande escola, onde o triunfo real e soberano pertence ao Espírito que soube descobrir a grandeza do próprio sacrifício, aceitando-o com amor, humildade e alegria.
8 Há, em toda parte, muita provação que somente produz desalento e lágrimas, enfermidade e morte; entretanto, nas almas duramente tituladas na academia da fé, o sofrimento gera dignidade, inspiração luminosa, respeito e heroísmo.
9 Cada qual pode converter a própria cruz em asas luminosas para a ascensão divina.
10 Jesus transformou a aflição do Calvário em luz imperecível de ressurreição e vitória.
11 Que faremos, pois, de nossos pesares pequeninos?
12 Aprendamos a ultrapassar os insignificantes desgostos da luta humana e venceremos facilmente as altas fronteiras de sombra que ainda nos separam da vida imperecível.
Emmanuel
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TW: Tristeza, muita tristeza. Para nós mulheres de tpm que buscam consolo em chocolates e histórias tristes.
ㅤAonde Enzo e Calista nunca se conheceram.
Calista amava Enzo.
Enzo amava Calista.
Ela sentia a faísca de seus dedos por sua pele clara. Mas Calista tem sido má. Ela tem mentido, traído e roubado. Já não havia mais doçura neles. Nem aquela melodia que um dia usaram para escrever belas canções. Belas como o significado de Calista. Agora, na verdade, soava mais como uma melancolia alternativa.
Matavam o tempo com cigarros e suspiros tediosos. Calista não conhecia mais Enzo. Enzo não conhecia mais Calista.
A brisa que cantava pela janela aberta deixou o ar fresco. A loira, jogada no sofá, acariciava seu gato preto. O felino ronronava em seus braços. Mesmo que ela sentisse a lacuna da falta de Enzo, jamais admitiria em voz alta. Acreditava que as paredes tinham ouvidos e que não tardariam de confidenciar a ele tudo que escutaram.
Se sob a Lua azul eles se beijaram pela primeira vez, agora o Céu chorava em grossos pingos de água fria. Era mesmo o céu? Ou era Calista e Enzo? Quem secaria seus olhos? Se eles eram como tarde e noite, porque estavam sozinhos?
Enzo tem a cabeça girando como o globo terrestre. Ele sabe porque as paredes já sussurram quando Calista não estava em casa. O uruguaio sente como se tivesse as mãos nos olhos da loira, sempre pronto pra estragar tudo e mostrar a verdade diante de seus narizes. Enzo provavelmente ainda a idolatraria.
Enquanto ele pedalava e pensava no que deu errado com seu amor, a água caia ensopando suas roupas e seus fios negros. Seus olhos ficando mais e mais embaçados, incapazes de olharem adiante. E se, ele fosse levado para a noite em que viu os fios loiros de Caslista pela primeira vez? Mudaria algo? Ele teria ignorado-a? Teria mudado o futuro? Não. Enzo faria tudo de novo e de novo. Mesmo com o poder de mudar o passado, ele faria cada ação de novo. Enzo sabia que preferia morrer do ser assombrado pelo fantasma de Calista, mesmo que ela não estivesse morta. Quando ele observava seu reflexo no chão molhado e escorregadio, é Calista quem ele via. Porque eles são extremamente parecidos.
Quando Calista abre os olhos, seu felino não esta mais lá. A patente da janela está molhada e pinga no chão de madeira. Os olhos da loira se fecham de novo e seus labios se abrem pronunciando o nome do homem que ama. Estava sonhando acordada. Estava sozinha. Talvez ela pediria desculpas se isso fizesse Enzo mudar de ideia. Mas agora, há flores com espinhos em seu coração, dói balbuciar o nome dele sem pensar.
Talvez Calista deveria ir embora.
O horizonte de Enzo começa a desmoronar apenas em pensar na vida sem Calista pra o aquece-lo. Ele ficaria doente. O ar é congelante, como se o vento prendesse sua garganta e não te deixasse respirar. As luzes piscam e os carros se movem rápido. Enzo está pedalando como se sua vida dependesse daquilo. Quem dos dois estaria certo? Alguém poderia dizer agora? Já não importa mais.
Talvez Enzo deveria pedir desculpas.
Enzo nunca havia conhecido Calista. Calista nunca havia conhecido Enzo.
Ele sabe que não deveria ama-la, mas ama.
A loira abaixa pra pegar o felino em seus braços, e ele mia. Disse que ela é uma assassina. Uma amante nata. Calista da uma última olhada em seu apartamento, ajeitando a bolsa nos ombros, ela vai até a janela e observa a chuva. Lágrimas rolando em seus olhos, agora ela chorava como o Céu. Fechou o vidro e deu meia volta. Seus pés deixaram um rastro molhado no piso até a porta.
Enzo subiu as escadas tropeçando em seus pés lamacentos. Não sabia se não enxergava pela água ou pelas lágrimas. As mãos tremendo em ansiedade. Quais palavras ele usaria? Ele seguraria em sua mão ou apenas rastejaria implorando por seu perdão? Estava pensando em beijá-la como na noite de Lua azul. Ele ainda se lembrava das sensações, dos arrepios. Bruscamente, abriu a porta e seu sorriso se desfez. Seu coração doeu em seu peito. Agora ele pingava no chão de madeira, apagando o rastro de Calista. Gritou pela loira de olhos caramelos e por seu gato de pelos extremamente pretos.
Era assim que a mente de Enzo se encontrava. Pulou de susto quando a janela se abriu, fazendo o vento uivar, espalhando papeis e coisas pela sala. Enzo se jogou no sofá, apagando o cheiro de Calista com suas roupas molhadas. Fechou os olhos e tentou achá-la, implorando para as paredes sussurassem algo. Mas elas estavam quietas. E quando ele abriu os olhos pela segunda vez, seus lábios rachados de frio balbuciaram o nome da sua amada. Calista.
Silêncio.
Enzo estava sozinho.
Enzo deveria ir embora porque ele nunca conheceu Calista.
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#oneshot#enzovogrincicxreader#enzo vogrincic#vogrincic#sociedade da neve#sociedadedanevecast#trizteza#enzo x reader#enzo
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como um bom filho de nyx, aleksei não havia pregado os olhos naquela noite. tinha hábitos perigosos, como o de passear pela madrugada, oculto na escuridão da ausência da lua. por onde andava, apenas a fumaça de seu cigarro denunciava sua presença, efêmera, conforme ele guiava passos largos e sem rumo. guardava as bitucas de cigarro no bolso, para não incomodar as ninfas, e lançava olhares furtivos para o bosque atrás de si. antes do primeiro grito, ele se lembrava da sensação que lhe percorreu a espinha— um silêncio ensurdecedor por breves segundos, interrompido abruptamente pelos gritos.
tw: existe uma série de gatilhos associados a morte e assassinato, além da menção de sangue. caso tenha sensibilidade com algum desses temas, pule para o último parágrafo.
gritos sempre haviam sido um gatilho para ivashkov. assombrado pelas memórias das últimas palavras de diversas pessoas, proferidas em gritos ou sussurros pouco antes de seu pai tirar-lhes a vida. e depois de seu pai, ele. um fantasma mais recente se unia aos outros para ativar violentamente o gatilho em sua mente: flynn. os gritos do dia do baile ainda percorriam sua mente torturada.
não sabia determinar se os gritos vinham de perto ou de longe, ora ensurdecedores, ora parecendo vir de algum ponto mais adentro do bosque. ele girava, tentando capturar algum sinal que denunciasse o que os causava ou de onde vinham, até ouvir o alarme ser acionado. talvez seu maior erro tenha sido decidir ir completamente sozinho atrás dos gritos, acreditando que logo mais semideuses viriam consigo. era imprudente, mas, cá entre nós, era exatamente o modus operandi que sempre tivera.
a névoa parecia se espessar conforme avançava mata adentro, e ele não via nenhum outro semideus. agora parecia impossível de fugir, como se algo tivesse plantado em sua cabeça e o sugasse para o epicentro do caos. ele se lembrava de transmutar um pedaço de tronco em seu machado, e então as coisas ficaram pouco claras.
ao olhar para baixo, sangue. em todas as suas mãos. erguer o olhar fez com que percebesse que já não estava mais no acampamento meio-sangue.
a cena fez com que fosse fácil esquecer de tudo. como se todas suas memórias tivessem sido subitamente limpas, e só restasse o que vinha antes daquele ponto. a primeira vez em que seu pai o fez assistir. o cenário de árvores tinha sido substituído pelos painéis de mogno escuro. olhar para cima permitia um vislumbre de teto ornamentado com afrescos dourados, com entalhes que misturavam mitologia russa com padrões barrocos. dele, longos lustres de cristal pendiam, apagados. a única iluminação vinha, na verdade, da lareira de mármore branco, que ainda queimava fracamente. e abaixo de si, a poça de sangue, manchando todo o tapete persa vermelho.
o cenário em si só denunciava, sem a necessidade do sangue, que algo terrível havia acontecido. o tapete de trama intricada estava virado, fora do lugar. a mesa de centro de vidro, quebrada, espalhava cacos por cima do tecido vermelho. a cadeira de veludo verde estava caída, com o estofado rasgado. o vento gelado entrava através da janela alta, empurrando as grossas cortinas vermelhas, e, mesmo assim, o ar parecia abafado.
a memória estava distorcida, pois, por mais que aleksei não tivesse mais que dez anos quando aquilo acontecera, estava em sua fisionomia atual. recuando pelo cômodo como fizera naquele dia, seus olhos tentavam se distrair, sem sucesso. até os retratos de antigos aristocratas, pendurados em quadros de molduras douradas sobre todo o salão, pareciam fitá-lo profundamente, como se fossem capazes de ver sua alma. e o silêncio sepulcral, interrompido apenas pelos ocasionais estalos da madeira no fogo morrendo.
ele caminhou para trás, trêmulo. era exatamente como naquele dia, mas não via seu pai por ali. mesmo enviesada, sua mente conseguia perceber que algo estava errado, fora do lugar. ivashkov carregava a culpa pelo corpo que jazia no piso de madeira desde aquele dia, mas ainda assim, o autor do crime não estava presente na memória deturpada. ele não conseguia definir se a realidade estava ali ou nos flashes das memórias que passavam em sua cabeça—do pai lhe mandando limpar o machado, enquanto se apropriava da parte separada da figura decapitada. aquilo fez com que ele manchasse suas mãos de sangue, a mancha que nunca saíra.
continuava a recuar. dali, a cena ia se desenvolvendo em paralelo ao real. na memória verdadeira, tinham ido embora não muito depois daquilo, no silêncio da noite. mas ali, ele ia se afastando, e o cômodo se alargando, até metamorfosear por completo em um quarto com um único objeto. um espelho. não vira o espelho, mas sabia que ele estava ali, como um demônio pendurado sobre sua coluna.
deveria virar? o ímpeto duelava fortemente com o frio que congelava. e então ele virou, e achou no reflexo a figura que faltava.
seu pai. o instinto de tocar o rosto, tentando conferir a realidade, fez com que ele se sujasse de sangue. isso prolongou o desespero, a sensação de sujidade, o peso da culpa. ele tentou andar para trás, e tropeçou. mais uma vez, não estava mais naquele lugar. outro corpo ocupava a sala, mas não havia sido seu pai o autor. não, aquilo tinha sido ele.
a primeira pessoa que matara a serviço de nyx.
ivashkov gritou. as memórias continuaram, depositando sobre si traumas que ele havia empurrado fundo em sua mente, expondo rostos outrora esquecidos. o evento torturante durou por horas, até que ele finalmente foi acordado. ainda sozinho, ainda na floresta. e agora em prantos.
“ressentimento, ele ainda ressente tudo que passou. o maior medo do aleksei está em tomar o mesmo trajeto que o pai. de fazer exatamente a mesma coisa e acabar se tornando a mesma pessoa, e definitivamente o medo de ter um filho. isso porque ele acha, em partes, que já se torna aos poucos essa pessoa, como um processo irreversível que lentamente progride. e assim, acabaria criando outro dele, a pessoa que ele mais odeia nesse mundo.”
@silencehq @hefestotv
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Uma Família de Três (C.L 16)
Part. VI — O Sol, a Tempestade e o nosso Arco-íris.
⚠️Avisos: Angústia, Embriaguês e Tabagismo.
Palavras: 4.170.
Aproveitem a leitura!
🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸🇺🇸����🇸
18 de outubro de 2018 —Texas, EUA
O barulho de risadas enchem o bar do hotel, há uma melodia alegre sendo tocada no piano por um dos hóspedes bêbados, vozes estridentes e altas ecoando e tentando se sobressair acima das notas do piano.
Eu continuo observando as interações felizes das pessoas ao meu redor, por um momento sentindo inveja de toda a diversão que sentem. Um som amargo escapa do fundo da minha garganta quando me dou conta do sentimento feio que estou deixando tomar conta de mim.
Virando para frente em direção ao balcão do bar, pego o copo de vidro redondo e viro de uma vez todo o líquido transparente que queima a minha garganta. Bato o copo contra o granito frio do balcão e levanto a mão para o barman, pedindo outra rodada. Pelo canto de olho posso ver a careta de desgosto que Jules faz enquanto observa toda a cena com os braços cruzados.
— Você não precisa ficar aqui se não quiser, não me lembro de ter pedido por um babá. — Digo sem olha-lo.
O barman escorrega um novo copo cheio com a cura para os meus tormentos e eu não demoro em derrubar mais um pouco do líquido ardente pela minha garganta.
— Eu poderia facilmente acreditar nisso se não fosse pelo fato de estar vendo você virar o quarto copo em menos de quinze minutos. — Jules diz e paga o copo da minha mão, me fazendo encara-lo com olhos raivosos. — Jesus, Marie! Que merda é essa? Absinto? — Ele faz uma careta e põe a língua para fora após dar um pequeno gole.
— Eu preciso de algo forte esta noite. — Dou de ombros para ele e seus olhos escuros me fitam por um segundo antes que se revirem.
Jules não diz mais nada, apenas fecha os olhos e vira o restante do conteúdo do copo de uma vez. A careta que adorna suas feições quase que me faz rir, porém a sensação de desconforto no meu peito ainda é forte demais para qualquer demonstração que não seja de raiva e tristeza.
— Ele ainda está no quarto? — Pergunto a Jules e ele nega com a cabeça.
— Ele saiu com Pierre. — Responde e eu aceno em compreensão.
É claro que ele iria sair com Pierre depois da discussão horrível que tivemos. Afinal, eu sou a trouxa que afoga as mágoas em absinto. E ele... bem, ele é o cara que sai com o melhor amigo e provavelmente vai comer alguma vagabunda que se jogar em cima dele. Solto uma risada quando penso que não será qualquer vagabunda, mas sim ela.
Jules me encara de canto e eu sei que ele sabe exatamente o que acabei de pensar.
— Ela não está junto, Marie. — Ele diz e eu dou de ombros.
— Bem, não é mais da minha conta de qualquer maneira, não é? — Eu digo e ele nega com a cabeça em aborrecimento, mas opta pelo silêncio. Ótimo, cale a boca e me deixe beber.
Giro novamente a minha banqueta e volto a observar os outros hóspedes. Meu corpo queima de ansiedade em pedir mais uma bebida, ou até mesmo ir até o fumódromo e ascender um cigarro. A paz que sei que a nicotina me traria agora, faz com que eu morda os lábios em excitação.
— Vou até o fumódromo. — Digo pulando da minha banqueta, agarrando rapidamente o balcão quando sinto tudo ao meu redor girar.
Em um piscar de olhos, Jules está ao meu lado me segurando fortemente pela cintura para que eu não me desequilibre e parta a cara no chão.
— Ei, ei, vá devagar! — Ele diz e sinto sua mão puxar a bainha do meu vestido para baixo. — Ninguém precisa ver mais do que seria aconselhável para um lugar público. — Um sorriso puxa seus lábios e eu o espelho.
— Obrigado. — Digo e ele acena com a cabeça.
Caminhamos lentamente até a área aberta para fumo ao lado do bar, Jules ao meu lado com seu braço ao redor da minha cintura, para se certificar que eu terei equilíbrio o suficiente até nos sentarmos em um banco de madeira ao lado do cinzeiro.
Incrivelmente a ala de fumantes está vazia, o que me deixa um pouco mais relaxada para puxar o maço e o esqueiro da pequena bolsa que carrego. Jules apenas observa cada movimento que eu faço desde abrir a embalagem, puxar um dos filtros brancos, colocar entre os lábios e ascende-lo com o esqueiro. Ele permanece quieto e eu sei que ele está se revirando de desconforto por dentro. Fumar é uma das coisas que mais irritam Jules. Maconha uma vez ou outra não o deixava tão estressado, mas cigarros? Tsc! Ele odiava profundamente. Mas hoje, parece ser mais uma das coisas que ele está me liberando fazer sem me dar um sermão de cinco horas sobre como eu provavelmente morrerei de câncer de pulmão aos 45 anos.
Eu aprecio a breve sensação de paz que atravessa o meu corpo com a primeira tragada e seguro a fumaça em meus pulmões um pouco mais de tempo apenas para tentar absorver um pouco mais da calmaria no meu sistema. O silêncio que nos envolve, apesar de ainda ser possível ouvir as vozes e música que vazam de dentro do bar, é reconfortante e eu não sinto a necessidade de quebrar aquele momento. Dou mais algumas tragadas, prendendo e soltando a fumaça, me concentrando em tentar reorganizar meus pensamentos. Algumas imagens dos acontecimentos de mais cedo rondando meu cérebro.
O silêncio permanece por mais um tempo antes que Jules seja o primeiro a quebra-lo.
— Ele não fez. — Ele diz e eu me viro para ele, encarando o seu perfil.
Eu sei perfeitamente sobre o que ele está falando, mas me recuso a emitir qualquer som, dou mais uma tragada.
— Ele não fez, Marie. — Ele tenta novamente, desta vez me encarando como se esperasse uma resposta minha. Eu dou de ombros. — Eu sei que te machuca, sei que você não quer ouvir nada sobre isso agora, mas penso que você precisa ouvir isso. — Ele finaliza ainda me encarando, esperando qualquer reação.
Mais uma tragada. Mais um aperto no peito. Eu desvio meu olhar do de Jules e volto a encarar o arbusto do outro lado.
— Você tem razão. — Eu respondo após alguns segundos. — Eu não quero ouvir nada disso agora. — Digo jogando a bituca no cinzeiro e puxando outro cigarro do maço.
Mesmo não olhando para Jules, sei que há preocupação em seus olhos.
— Ele te ama, Marie. As coisas só estão muito confusas para ele agora. — Eu solto a fumaça com raiva pelo rumo daquela conversa.
— Sabe, se você quer tanto defender Charles, você deveria mandar uma mensagem para Pierre e perguntar a onde eles estão e ir até eles. — Digo mais áspera do que gostaria. — Pela última vez, Jules, eu não preciso de um babá. — O encaro séria e ele acena com a cabeça, mas permanece sentado ao meu lado.
— Então é isso o que você vai fazer? Se embebedar e fumar um maço de cigarros todas as noites? — Ele pergunta e eu reviro os meus olhos para ele e volto meu olhar para o arbusto.
— Não será todas as noites. — Digo entre dentes. — Mas mesmo se fosse, não seria da sua conta. — tento dar um ponto final naquela conversa, mas eu já deveria saber que Jules não deixaria o assunto morrer tão facilmente.
E quando ele se senta de lado no banco, com o corpo totalmente virado para mim eu sei exatamente o que aquilo significa. E eu quero gritar.
— Você está totalmente enganada. Isso é da minha conta, tudo que se trata sobre você e Charles é da minha conta. — Ele responde tentando manter a calma em sua voz.
— Oh me desculpa! Eu devo ter esquecido a parte em que viramos um trisal e você começou a fazer parte deste relacionamento. — Dou mais uma tragada no meu cigarro e pelo canto dos olhos posso ver a irritação no olhar de Jules. — Me conta novamente como isso ocorreu, Jules? Acredito que meu cérebro bêbado de absinto me fez esquecer totalmente como era a sensação de ser fodida por você e pelo Charles todas as noites. — Digo me virando totalmente para ele.
O rosto de Jules está vermelho e eu não sei se é de raiva ou de vergonha e sinceramente não me importo no momento, só queria voltar para os meus cigarros e para o silêncio.
— Sabe, você está bêbada agora e nada que me disser eu vou levar para o lado pessoal, então pode atacar. — Ele diz com uma voz suave e isso só me irrita ainda mais.
— Obrigada, senhor "Sou superior a tudo isso". — Falo sarcástica e volto a focar somente no meu cigarro. Jules não diz mais nada.
Passamos os próximos 40 minutos sentados ali, e depois do meus 6° cigarro, meu corpo começa a dar sinal de rejeição a quantidade excessiva de nicotina e álcool no meu organismo, me causando ânsia de vomito. Engulo em seco e tento focar apenas em não morrer ali na frente de Jules. Deus me livre dar a ele a satisfação de que estava certo.
— Se você já acabou, podemos ir para o quarto agora? — Ele pergunta baixo e eu dou de ombros.
— Não vou voltar para o quarto de Charles e não há mais vagas disponíveis aqui. Vou pegar um uber e parar em qualquer lugar que eu achar. — Digo evitando o seu rosto, o constrangimento de estar literalmente sem saber para aonde ir fazendo meu estomago dar uma revirada ainda maior.
— Obvio que você vai ficar comigo no meu quarto. — Ele diz e eu o encaro. A expressão em seu rosto dizendo "Eu não quero brigar, mas se for necessário eu irei."
Eu apenas assinto com a cabeça, sem vontade nenhuma de discutir e não que eu tivesse alguma escolha. Entre passar a noite no quarto de hotel do meu melhor amigo ou entrar bêbada em um uber e pedir para ele parar em qualquer lugar com vagas para que eu possa dormir, é obvio que escolho Jules. Estamos no Texas, pelo amor de deus! O que eu menos preciso agora é virar uma história de True Crime.
Jules me lança um sorriso de "eu sei que tenho razão" E por um momento eu repenso na possibilidade de virar um caso de True Crime só para não ter que ver o seu rosto convencido.
O caminho até o elevador é lento, comigo apoiando a maior parte do meu peso em Jules.
Jules aperta o botão do elevador e quando as portas metálicas se abrem ele me guia para dentro.
O elevador não é pequeno, mas mesmo assim Jules fica de frente para mim após apertar o botão para o andar do quarto onde está hospedado.
O cheiro emadeirado do seu perfume Armani é parecido com o de Charles e preenche todo o elevador. Fecho meus olhos tentando afastar quaisquer pensamentos sobre ele. Eu não quero pensar nele, não quero lembrar de momentos com ele, não quero sentir o cheiro dele.
— Você está bem? — Jules se aproxima ainda mais de mim e sinto sua mão afastar algumas mechas do meu cabelo do meu rosto. — Você está suando. — Ele diz baixo, seu sotaque francês carregado de preocupação. Tão parecido com ele.
Meu corpo estremecesse com o pensamento dele. Eu o quero. Quero Charles. Quero amá-lo e quero que ele me ame. Mas ele não o faz. Ele não me ama, pelo menos não mais. Ele ama ela. Ele escolheu ela. Ele faria com ela tudo que um dia fez e disse que faria comigo? Meu coração grita, minha garganta arranha. Eu não quero pensar em Charles. Eu não quero desejar Charles. Seu toque, sua voz, seu olhar, seu cheiro... Eu respiro fundo absorvendo o cheiro que me cerca. Vocês tinham que usar o mesmo perfume?
— Marie... — A voz de Jules chama por mim, mas minha mente confusa a deixa em segundo plano. Será mesmo Jules? Este é Jules? — Querida, você está bem?
O meu coração puxa com a lembrança de semanas atrás. Nós dois em seu apartamento, os beijos, os toques, nossas peles se roçando uma na outra, o suor, a temperatura... "Querida, você está bem?" A voz de Charles está ofegante, seus cabelos suados grudando em sua testa, os olhos verdes quase sendo engolidos pela pupila dilatada em luxúria. Em prazer. Prazer de estar comigo, prazer em estar dentro de mim, em me sentir, em me ouvir gemer seu nome. Lindo. Absolutamente lindo. "Eu te amo", eu digo e ele sorri preguiçosamente. "Eu te amo para sempre", ele responde.
Eu abro meus olhos, sinto eles encherem de água. Vai embora dor, vai embora e me deixa em paz.
Minha visão fica turva pelas lágrimas, mas eu ainda posso ver a sombra de olhos escuros me encarando. Há um silêncio, um silêncio na minha mente e um entorpecimento no meu corpo. Não! Eu quero sentir! Eu preciso sentir, preciso sentir qualquer coisa.
O vazio começa a se espalhar por mim. Ele é denso e escuro e eu posso senti-lo das pontas dos dedos e formiga. É quieto, mas não é aconchegante. É assustador. É frio.
— Marie, fala comigo, por favor... — A voz dele está tão distante. O francês tão alto e o cheiro tão, tão forte.
Eu preciso sentir, eu preciso sentir algo.
Eu pisco com força repetidas vezes até que as lágrimas saiam dos meus olhos e escorram pelo meu rosto. Agora vejo Jules. Menos turvo, consigo ver Jules. Ele está aqui. Ele vai me ajudar e o vazio não vai me dominar.
Eu seguro nos ombros de Jules, olho em seus olhos preocupados, ele é tão bonito. Tão diferente, mas tão igual a Charles. Charles... O vazio grita novamente, se alastrando por minha corrente sanguínea, tomando tudo para ele. Não! Eu quero sentir! Eu quero sentir!
Então encaro Jules novamente e sei que eu preciso, que ele vai me ajudar a escapar. Minhas mãos vão para seus ombros, eu os aperto, eu os sinto. O vazio para, mas ainda está lá. Jules me encara apreensivo. Foda-se!
Eu fecho os olhos, eu me inclino e eu o beijo. O vazio para.
Plin! O elevador chega no andar, as portas se abrem, eu me afasto de Jules e olho em direção ao corredor. Há olhos verdes me encarando.
30 de janeiro de 2023 — Monte Carlo, Mônaco.
Um peso de duas toneladas ao redor do meu peito, parece que
Acabou de cair de uma altura de vinte andares
Se já teve alguém que passou por essa vida
Com o seu coração ainda intacto, ele não viveu direito
A última vez que senti o seu peso no meu peito, você disse
Não demos certo, mas, amor, nós fizemos nosso melhor. — All the things end, Hozier
Há uma nuvem cinza sob o céu de Monte Carlo. A nuvem é pesada e faz com que os pedestres nas ruas corram à procura de um abrigo, antes de serem engolidos pela chuva.
Sempre vi beleza em dias nublados e chuvosos. Sempre vi beleza na melancolia trazida pela chuva. Enquanto as pessoas tendem a pedir por dias ensolarados e quentes, eu costumo pedir pelos dias molhados e gélidos. Eu nunca entendi ao certo o porquê da minha fascinação pela chuva, mas me recordo que ela sempre esteve comigo. Há algo de belo no indesejado. Algo mágico e real.
Jules sempre dizia que Charles e eu eramos um arco-iris. Charles com o seu brilho e calor como o sol, iluminava e aquecia quaisquer lugares onde pisava. Trazia alegria e esperança a quem precisava, e sua persistência sempre nos fez acreditar ressurgiria no dia seguinte ainda mais forte. Mas às vezes, era tão intenso a ponto de machucar e queimar. Causava grandes incêndios que poderiam ser irreparáveis. Por muito tempo a intensidade poderia ser demais. O brilho poderia cegar a quem o admirasse mais do que o necessário, além de se tornar totalmente dependente dele para se ter dias felizes. Assim como o sol, Charles não poderia ficar sozinho, pois o que seria algo para se apreciar, logo se tornaria algo totalmente destrutível.
E enquanto a mim, ele dizia: “Você é como a chuva, Marie. Você é vida para aqueles que se permitem apreciar. É o que traz equilíbrio para as pessoas ao seu redor. Mas também pode vir em forma de garoa que adoece, ou tempestade que destrói. Sua intensidade pode causar um dilúvio. Entretanto, pode ser um banho de chuva em uma tarde de verão.
Entre uma brincadeira de crianças e um furacão. É assim que é definido o seu amor.
O cinza te persegue, a melancolia te atrai. Porém, em você, conseguimos sentir paz tanto nos dias agitados, como nos calmos. Nem todos entendem a sua importância, até que se passe muitos dias sem você.”
Eu encaro as ruas através dos vidros das janelas do apartamento de Charles. O silêncio envolve todo o lugar desde que Charles se ofereceu para colocar Vincenzo na cama após o jantar.
As primeiras gotas começam a cair sobre a cidade, molhando tudo o que alcançam. Não posso deixar de pensar que assim como à água penetra sobre os quilômetros de concreto, deixei que meus sentimentos penetrassem a minha alma e me tornei como um rio corrente prestes a transbordar.
Passei os últimos anos tentando me encontrar e me ver sem o sol. Tentei apoderar da minha tempestade para que eu pudesse me reerguer, mas acontece que não podemos simplesmente construir um novo edifício em cima de um cemitério sem que sejamos assombrados pelas lembranças.
Como uma tatuagem marcada além da pele, minhas memórias com Jules e Charles sempre estarão presentes. Uma cicatriz que doeu para aparecer ali, mas toda vez que me lembro de como ela surgiu, o meu rio corre e cai em uma cachoeira de amor.
— Você teria mudado algo? — Levo um susto com a presença repentina de Charles ao me lado.
— A quanto tempo você está aqui? — Pergunto encarando seu perfil já que ele observa a vista pela janela.
— Não há muito tempo. — Da de ombros. — Desculpe, não queria assusta-la. — Me fita e sou eu quem volto a minha visão para a cidade lá fora.
— Tudo bem. — Respondo.
— Então… você mudaria algo? — Ele volta a perguntar.
— Sobre o quê? — Pergunto ainda sem encara-lo.
— Sobre nós dois. Quer dizer, sobre tudo que nos aconteceu. — Ele responde e meu interior se retorce em desespero pelo rumo que a conversa poderá tomar a partir daqui.
Parte de mim, fica aliviada em ouvir a sua voz depois de todo o tempo em silêncio durante o jantar. Porém, há outra parte que implora para que ele fique calado, pois, será inevitável que um de nós não saía machucados de quaisquer palavras que possam surgir agora.
Sua pergunta é simples. Entretanto, a resposta é mais complexa do que eu gostaria. Eu mudaria algo?
Sinto-me encurralada, pois sei que se minha resposta for sim, significa que me arrependo de algo sobre nós. Eu me arrependo?
Eu paro para pensar em todos os eventos que me trouxeram até este momento. Cada sorriso, cada lágrima. Cada sussurro e cada grito. Cada "Eu te amo” e cada "Sinto sua falta”. Cada verdade e cada mentira. Cada viagem, cada momento de Charles, Jules e eu juntos. Cada alegria e cada devastação após nos perdermos. Cada abraço, cada beijo, cada aventura, cada colapso, cada realização e cada perda. Cada vida e cada morte. Eu penso em tudo o que consigo pensar, e no final só há uma resposta sincera que eu possa dar para Charles.
— Sim. — Respondo.
Não olho para Charles, mas posso sentir seu olhar queimando sobre o meu perfil. Um minuto de silêncio é o que ele permite que caia sobre nós para refletirmos sobre minha resposta.
— O que você mudaria? — Ele pergunta.
Outra pergunta simples com uma resposta complexa. O que exatamente eu mudaria? Teria escolhido não me aproximar do garoto magrelo e com olhos lindos e nem do seu amigo, bizarramente 8 anos mais velho que ele? Não. A resposta para isso com certeza é um não. Eu jamais poderia me arrepender dos momentos vividos ao lado de Charles e Jules. Eles mudaram a minha vida, minha perspectiva e pela primeira vez me mostram que estaria tudo bem sonhar e se deixar levar.
Então do que eu me arrependo? Talvez de ter me apaixonado pelo idiota desajeitado que era Charles Leclerc com 16 anos? Talvez de ter me permitido ser puxada demais para perto do sol a ponto de me deixar queimar e desintegrar? De ficar girando em sua órbita como um planeta em seu sistema? De ter o admirado por muito tempo e simplesmente ter ficado cega pelo seu brilho a ponto de achar que qualquer dia sem ele, talvez não fosse um bom dia? Ou de ter criado um planeta inteiro dentro de mim, onde o seu calor seria necessário para que houvesse vida dentro do meu coração?
“Entre uma brincadeira de criança e um furacão. É assim que é definido o seu amor.” Penso novamente nas palavras de Jules.
Charles e eu eramos um arco-iris. Eramos a esperança um do outro, uma aliança sagrada e bíblica, mesmo para aqueles que não tinham fé. A alegria e a melancolia juntos e equilibrados. Eramos a paixão, mas também eramos a obsessão. Eramos entregue tão naturalmente um ao outro que simplesmente fazia sentido. Acreditávamos que eramos o significado de nossa existência. Que seriamos eternos dentro do nosso arco-iris colorido. Tudo simplesmente fazia sentido.
… Até não fazer mais.
Assim como tudo que se aproxima demais do Sol ou do Olho do furacão, nos tornamos ruínas.
Eu engulo em seco antes de me virar para ele. O meu olhar encontra o seu e há tanta intensidade em seus vidros verdes, que sinto transbordar o rio dentro de mim.
Do que você se arrepende, Marie? Do que você se arrepende? A pergunta retumba em minha mente. Então eu respiro e deixo que a razão se silencie dentro de mim e que de espaço para que meu coração fale.
Eu me arrependo de não ter me fundido a ele como um só. Me arrependo de não ter colado sua pele sobre a minha e de não ter entrado em suas entranhas. Me arrependo de não ter bebido de seu sangue o suficiente para que fosse realizado esse pacto entre nossas almas.
Eu me arrependo de não ter te provado que eu poderia ter sido bem melhor do que ela.
Os meus olhos se enchem e meu coração queima. Diga a ele, Marie! Deixe ir! Então respirando fundo eu o digo:
— Eu mudaria ter me apaixonado por você. — A razão ganhou.
Charles engole em seco. O seu olhar está em chamas sobre mim.
Há uma compreensão muda entre nós. Todos os '' e se” que poderiam ter feito as coisas diferir no nosso relacionamento. Toda via, não acredito que qualquer coisa que tivéssemos feito teria mudado o que nos tornamos.
Charles acena com a cabeça e olha para a janela por alguns segundos antes de se virar e andar em direção ao que penso ser o seu novo quarto. Mas antes que ele possa ser engolido pela escuridão do corredor ele se vira para mim novamente.
— Eu entendo o que você quer dizer. Realmente entendo, mas jamais mudaria nada do que senti por você. Não mudaria nada do que nós fomos. — Suas palavras soam como agulhas sobre a minha pele.
Sei que o silêncio seria a melhor escolha entre nós por enquanto, mas mesmo assim não consigo evitar lhe dar uma resposta. Essa atração pelo que machuca, sempre seduzindo nós dois.
— Há mais fenômenos no mundo do que o arco-iris, Charles. E eu sinto muito por você te-los descoberto antes de mim. — respondo sustentando seu olhar e calando todos os gritos que imploravam para que eu me entregasse novamente a ele.
Ele fica confuso com minhas palavras por um segundo antes que algo dentro do seu cérebro clique. Eu sei ser uma crueldade minha ter utilizado das palavras de Jules sobre nós para tentar tampar uma ferida aberta em nossos corpos.
A chuva lá fora fica mais forte e eu volto a encarar a janela. O sol não aparece entre as nuvens carregadas. Não haverá nenhum fenômeno colorido hoje.
— A única coisa que eu mudaria, é deixar nós dois acabarmos com tudo da forma que aconteceu. Eu mudaria cada segundo que deixei você pensar que eu não te amava. — Meu corpo se arrepia com suas palavras e sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, mas não desvio a minha atenção da vista a minha frente.
Ouço os passos de Charles saindo da sala e me deixando sozinha com a chuva e com o peso da tempestade no meu peito.
✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨
N.A: Hello! Depois de tantas ameaças estou de volta! Foram meses de muita agonia e trabalho mas agora consegui! Esse capítulo resolvi separar em duas partes, por isso está mais curtinho! Mas o próximo entregarei tudo.
Espero que tenham gostado! 😁
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