Tumgik
#ahreumwang
madneocity-universe · 6 years
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Sofia and The Infinite Silence 
Era quase um crime o sol estar brilhando tanto e a previsão do tempo em Los Angeles ser algo perto de um calor infernal pelo resto do dia, ela pensou, dentro do carro, enquanto tomava coragem pra sair dele e encarar o que estava prestes a vir. Não que ela já não tivesse feito isso antes, no funeral da única filha dos McCan, e depois na casa da família dela, apenas acenando com a cabeça quando as pessoas perguntavam como ela estava e que sentiam muito. Era fácil assim, quando ela não tinha que falar e só estar lá, existindo e fazendo parte das coisas, mas não tão fácil quando tinha que ser real. O fato de que ela ainda não tinha encarado a morte de sua única amiga além de Victoria, o fato de que ela ainda não tinha aceitado que aquilo tudo aconteceu, na parte de trás do colégio, enquanto ela e Yves iam buscar a mesma em casa, o fato de que ela nunca mais responderia suas mensagens e nem as de Yves e nem as de ninguém, o fato de que Sofia McCan não só não existia mais, como não tinha deixado absolutamente nada para trás quando resolveu ir embora. Ela não queria ter que lidar com o pensamento constante daquelas coisas atormentando a mente dela, buscando uma resposta de seu coração e cérebro, queria ainda menos falar sobre isso com alguém ou a escola inteira, mas lá estava ela; decidindo que tinha tido o suficiente, que todos tinham tido o suficiente, e pronta para dizer a todos como de fato se sentia e como se despediria de Sofia McCan, mesmo que não estivesse mesmo pronta e se sentisse prestes a ruir a qualquer momento. As coisas precisavam acontecer, passar e serem substituídas por outras, mesmo que isso significasse a machucar mais e sufocar um monte de coisas. Era responsabilidade dela esquecer e enterrar todo aquele drama e dor. Eu não acredito que excluiu mesmo vestidos da sua vida. - O filho mais velho dos Corazón parecia muito focado e concentrado no texto bagunçado na agenda em cima de seu colo, mas assim que sentiu a presença de Ahreum, se sentando no lugar reservado ao lado dele, não evitou medir pelo menos um breve olhar divertido para a garota e a calça preta que ela usava. - Quais argumentos plausíveis você usou pra conseguir um free pass desses? Por incrível que pareça, a minha mãe se manteve muito calada e compreensiva com a minha escolha, desde que ela pudesse fazer o resto por mim. - A mais jovem murmurou em um tom estranho, quase treinado, analisando brevemente o conjunto todo; a calça de cintura alta com botões dourados e a blusa social nude muito clara e lisa, e ela tinha certeza que, junto com os brincos e os sapatos, se vendidos, poderiam alimentar um país de terceiro mundo. - E você? Acho que nunca te vi em um terno antes. Esse é... Um original Ian Corazón, exclusivo pra mim, na verdade. - O outro respondeu rapidamente, antes de se voltar ao caderno aberto em cima das pernas, pouco ligando pra cumprimentar ou saudar qualquer uma das pessoas que chegavam aos poucos no campo de futebol e começavam a tomar os lugares atrás deles como se elas se importassem e quisessem mesmo estar ali. - Era pro baile de formatura dela. - Proferiu encolhendo os ombros, hesitando entre uma palavra e outra, com medo de dizer tudo rápido demais ou de uma maneira que a deixasse preocupada. - Achei que seria justo usar, já que colocaram o vestido de formatura dela com ela... Deixei o corsage no túmulo hoje de manhã. Então, é como se tivesse acontecido. E por mais conformista e neutro que ele soasse, a coisa toda parecia uma loucura aos ouvidos dela, mesmo quando as palavras se assentaram e se organizaram corretamente em sua mente, mesmo que ela tivesse repetido aquilo uma porção de vezes na cabeça dela e mais um monte de outras vezes depois. Era loucura, só podia ser, ou ele estava lidando com tudo melhor que ela. Conversou com alguém sobre... Os sonhos? - Esquecendo todas as ideias e comentários que ela tinha no fundo da mente, voltou a falar, depois de perceber que tinha ficado calada por muito tempo, suficiente pra começar a ouvir muitas conversas no espaço atrás deles. Não exatamente, eu não ia, mas contei pros meus pais e concordamos que é melhor eu começar a falar com um profissional e um tratamento, se for necessário. - Respondeu ele, com um breve dar de ombros, antes de fechar o caderno e relaxar a postura na cadeira, como se já estivesse ali por horas na mesma posição, o que não era bem uma mentira. - Por mais que eu não queira e não me sinta confortável dizendo o quão dolorido e horrível é, essa merda toda acabou com a Sofia e tudo o que nós podemos responder é que sentimos muito por não ter percebido. Não parece justo e nem certo. - Pontuou enquanto acenava com a cabeça algumas vezes, talvez só pra ele, tentando se conformar que não tinha nada de ruim em contar pra um psicologo ou terapeuta que tinha pesadelos com sua ex namorada suicida e se sentia tão pior e sozinho quanto ela. - E é horrível o quão bizarro isso tudo é, ter que esperar algo acontecer, pra então dizer que as coisas estão fora do lugar com você também e... O que você quer que eu faça? - Ele jurava que as últimas palavras não tinham saído num tom duro e nem rude, mas ela ainda assim se sentia pressionada, e alguém como ela poderia reconhecer tal sentimento na menor virgula colocada no lugar errado e não precisava de mais nada. - O que você quer que eu diga? - E ela sabia que ele não queria o mal dela e nem estava fazendo aquilo por qualquer motivo ruim ou com a intenção de provocá-la, mas ela se sentia atacada e queria bater nele. - O quão sozinha e quebrada eu também me sinto e que a Sofia me assombra todos os dias e que me sinto culpada por não ter percebido também? Que não suporto o fato de que ela não está em casa, e nem no shopping, e nem na escola e nem na praia e nem em qualquer outro lugar que eu possa alcançar ela? Que eu odeio essa escola e todas as pessoas que tiravam um tempo pra infernizar ela e a mim também? Que uma cerimônia pra homenagear uma garota que só se tornou importante depois de morrer é a maior das ofensas e que nós não precisamos disso? Que eu me odeio por escrever essa porra de discurso como se a Sofia fosse só a minha Senior e não... Não... - E a partir de ali, ela não conseguia nem mais dizer qualquer outra coisa, mesmo com a raiva a consumindo e ela socando o braço dele a cada pausa como se ele fosse um saco de areia. Um silêncio se estendeu enquanto a filha mais velha dos Wang começava a chorar, ainda batendo no braço do garoto sentado ao lado dela, e ele nem mesmo tinha coragem de se mover ou se esquivar dela, assistindo com uma expressão um tanto tranquila enquanto ela quebrava e se despedaçava na frente dele, e ele não a impediu, porque ela precisava soltar tudo, assim como ele tinha feito nem uma semana atrás nos braços dos pais. Eu quero que comece do começo. - Depois de alguns minutos que pareceram horas, tomou o cuidado de segurar uma das mãos dela e afastar para longe de qualquer lugar que ela pudesse bater, enquanto sussurrava cada palavra com ainda mais cuidado. - Quando. Na festa. - Começou, limpando o rosto desajeitadamente com as costas da mão que não segurava a pasta que tinha levado com o discurso que tinha feito para a ocasião. - Eu nunca liguei pra eles e não me importava em parecer menos ou mais legal na frente de qualquer pessoa e eu não queria estar lá... Mas a Sofia dizia que eu precisava começar a sair da minha concha e me virar socialmente, pra quando ela fosse pra faculdade e todas essas coisas. - Continuou franzindo a testa, tentando se concentrar nas pessoas que já enchiam todo o campo e uma raiva voltou a crescer, uma vez que a maior parte delas nem sabia quem ela tinha sido. - Não era pra gente ter parado na festa, mas... Não faz ideia no quão insistentes eles são e acham que todos nós precisamos viver em uma espécie de comunidade fechada ou sei lá, então começou a acontecer... Não sei quando comecei a ficar bêbada e não sei se estavam me ajudando de verdade, não conseguia fazer muita coisa, mas eu sentia tudo, e consigo me lembrar das mãos do Gregg e do corpo dele e do quão torturante e nojento tudo aquilo foi e enquanto durou. Eu tinha me perdido da Sofia, não sabia nem se ela ainda estava lá, até achar ela... Com outras pessoas e em um lugar que eu tinha certeza que não fazia parte da festa, e eu tenho certeza que ela não queria estar lá também. Você sabe, Yves. Ela não queria estar lá, ela não queria fazer as coisas que forçaram ela a fazer. - Pausou o discursos por alguns segundos, as imagens voltando a se misturar na cabeça dela, tão confusas como sempre e ela nem sabia se conseguia dizer quem estava naquelas lembranças e o que elas significavam; ela escolheu parar de tentar decifrar antes de chegar no resultado que ela não queria. - Começou quando o meu corpo e o que eu queria não dizia mais respeito a mim, quando vi fazerem pior com a Sofia, e desde então não sei o que fazer e nem como me comportar e nem como me defender a não ser ignorar e fingir que não me sinto errada e suja e culpada por tudo. - Tinha pensado na maneira que contaria aquilo tantas vezes que nem conseguia sentir o alivio que pensou que sentiria enquanto relatava tudo a Yves. Esperava algo parecido com um peso sendo tirado de suas costas ou uma paz, mas ainda se sentia como se nada tivesse mudado e as coisas só continuariam no mesmo mood de sempre, desde aquela noite; só existindo e aceitando as coisas como se não fosse nada e se privando de todo o resto por pensar que não merecia ou que não era boa o suficiente. - Não posso contar isso pra uma pessoa em uma sala e esperar que ela ache uma solução. Tenho tentado consertar e encontrar um resultado faz tanto tempo, que não acho que qualquer outra pessoa seja capaz. Mas não quero terminar como a Sofia e não quero me sentir mais como se tudo fosse culpa minha, Yves... Não é sobre isso que tudo isso é? - Antes de concluir seu discurso com as palavras que já tinha pensado e organizado, se voltou ao pequeno palco com microfone no final do campo de futebol, uma parede improvisada com fotos da McCan e post it's e cartas atrás como palavras vazias e copiadas do tumblr. O lugar onde ela tinha treinado esse discurso na tarde anterior, tomando o cuidado para não gaguejar e nem se esquecer. Libertar. - Proferiu em um tom sério, ignorando as muitas sensações e emoções atingindo cada célula do corpo dele da maneira mais negativa e cruel possível, ignorando o quão forte era a vontade de bater em muitas pessoas e matar Gregory Cross como ele vinha matando a melhor amiga e tinha conseguido fazer com Sofia McCan. Queria arrancar todas aquelas cartas sem sentido e fotos falsas daquela parede e destruir todas as cadeiras para o publico que nem sabia qual era o sorvete favorito da garota em questão e muito menos quem ela era num geral. Mas apesar de toda a raiva e ódio o consumindo e tomando lugar de tudo que existia nele, conseguiu entender. Não era sobre guardar, superar, lembrar, culpar, julgar ou descontar. Libertar. Do jeito que ela não conseguiu fazer, antes do silêncio infinito.
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madneocity-universe · 6 years
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Mood and Timeline. Ahreum Wang, earth five mirror. 
Name: Ahreum Wang
Family: Montgomery-Wang
Birth: 14/02/2032, Australia. 
PP’s: Olivia Hye and Sunmi (teen and old)
“Não me chame de bonita, me chame de brilhante!”
Tags: Boss lady, “Tijolinho”, Valentine’s Day Girl, Amazing with A of Ahreum, Lips and Cheeks, Asian Snow White, Princess in Marsala Dress, GUCCI Human. 
About: Vive pra comer, se deixar bate no McDonald’s todo dia. Quando Yves berra quer colocar uma meia suja na boca dele e esquecer ele dentro de um armário. Ama os irmãos, mas não vai dizer isso porque não é concept. QUER GRITAR QUE O ROSTO DELA É MAIS DO QUE OS LÁBIOS E AS BOCHECHAS, MAS NINGUÉM QUER OUVIR. Dedicada, esforçada, não fala que ela não pode porque ela vai lá e VRA! POSSO SIM. Capitã do time de polo dos fins de semana, jura que só joga por causa da caridade, mas aquele 1% quer o troféu sempre. Um neném. Igualzinha ao pai, cria da Elena e do Soo, melhor amiga da Victoria, orgulho da mãe por não ser igual a ela e a que o pessoal manda dar notícias ruins porque acham que ela fala melhor e é mais culta. Tá sempre com um café expresso na mão. Vive atolada nos livros ou em alguma biblioteca, mesmo que nem sempre precise. Termina os domingos com terra na cara e parecendo um leãozinho. Gosta de padrões e vive pra entender e interpretar eles, mas não leva isso pra tudo. Está dividida entre dança e números desde pequena, já que ama os dois. Se intitula como singular. Não costuma se abrir e nem dizer o que pensa, por isso vai levar 84 anos mais 20 comebacks do EXO pra contar pro Edgar que gosta dele e acha a tinta nos jeans tão poético quanto uma música indie. Por hoje é só, crianças. 
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