#a sina do brasileiro
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Veni, vidi, perdidi
#my post#quando cê tá estudando coisa séria (gramática) mas é uma brincante at heart#e tudo te inspirada a fazer piada 😔😔😔#a sina do brasileiro
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"acenda o meu cigarro"
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resumo: acordada nas madrugadas ruidosas, nossa pirralha decide se aventurar pela escadaria do seu prédio para fumar e espairecer a mente, conhecendo feito escrito na sua sina, seu vizinho charmoso que aofre do mesmo mal do século daqueles que pensam demais: a insônia.
baseado livremente na música "sinais", da banda terno rei.
notas da autora: de volta oficalmente aos trabalhos escritícios-literários-criativos (acabei de inventar essa palavra, eu acho rsrsrs), deixei a mente fluir e trouxe em forma de fanfic uma ideia que sempre me apareceu enquanto ouvia essa música em específico (que aliás marcou demais os meus 2020/2, quando eu praticamente só escuva os terno rei), então por que não aproveitar essa minha onda de nostalgia com essa banda que vive na minha alma e escrever algo baseado nas músicas deles, não!?, então basicamente juntei o útil ao agradável e ivoialá, "acenda o meu cigarro", surgiu. o nome também é uma tentativa de fazer uma brincadeiririnha com o nome do filme "drive my car", ou no bom e velho português-brasileiro: "dirija o meu carro". enfim, a ideia aqui é mais explorar o primeiro encontro, a construnção da química e das trocas de vivências e fumos (e olhem que eu nem fumo...); por um acaso estou meio afixionada com o ator kyle gallner, então ele foi o escolhido para viver essa história.
avisos: aqui está tranquilíssimo. na realidade, a única coisa que queria deixar avisado é que o mais breve possível eu irei atualizar minhas fanfics pendentes (oração & the secretary.), apenas isso! ;)
idioma: pt-br
contagem de palavras: 4225 palavras
playlist que escutei pra inspirar:
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Acordada às duas e tantas da madrugada, sem muitas opções do que fazer além de ficar zanzando feito um zumbi nos cômodos do meu apartamento, perturbando o sono alheio quase como uma provocação infantil do tipo: “se eu não consigo dormir, então vocês também não irão…!”, decidi pela primeira vez após tantos meses morando por ali retornar um velho hábito esquisito que tinha de em noites de insônia adentro, acometida pela ansiedade generalizada e uma falta de disposição apática, simplesmente fugir para a cobertura ou teto do prédio, rodeada pelo vento gelado das madrugadas, com o intuito de ficar vendo a hora passar diante de mim enquanto observava as luzes acessas, carros indo e vindo, algumas pessoas ainda acordadas caminhando para sabe-se-lá aonde. Eu só tinha o objetivo de ficar parada, contemplando a beleza caótica do urbanismo aglomerado, fumando meu cigarro, por vezes em companhia de meus fones de ouvidos, minhas músicas aceleradas e melancólicas, uma vez aqui e acolá com algum livro ou meu caderninho de rabiscos. Rara era as vezes que me munia com uma garrafa de bebida alcoólica, só quando me dava o luxo de gastar um dinheiro a mais com alguma coisa que eu gostasse que não fosse refrigerante sabor laranja ou suco de uva integral.
Naquela madrugada de quinta-feira me enfiei na minha blusa de moletom preta, enfiei meu celular com os fones de fio enrolado ao redor do aparelho, o maço de cigarro vermelho e um isqueiro simples de plástico azul-escuro, que comprei na pressa já que havia magicamente perdido o meu uns dias atras – ou alguém simplesmente o pegou de mim. Calcei meus chinelos, com minhas meias brancas de cano alto, o shortinho de seda do meu pijama larguinho deixando minhas pernas expostas aquele arzinho frio que estava fazendo, contrastando com o capuz que envolvia meu rosto. Verifiquei se meus gatos estavam dormindo e pela posição deles, os mesmo estavam no décimo quinto sono, diferente de mim. Saí do meu apartamento, com cuidado, dividia o corredor com mais outros dois vizinhos que via raramente. Uma era uma senhorinha nos seus setenta e poucos anos, curiosa feito uma criança pequena, adorava futricar da vida de todo mundo, menos a dela, para quem que ela esbarrasse no elevador.
O outro era um casal gay que mais passavam os dias fora do que naquele lugar, vez ou outra vinham gente que alocava o apê para passar umas temporadas, principalmente pela região ficar próxima aos estádios onde shows ocorriam. Eu gosto de brincar que nem precisava gastar dinheiro com ingressos, já que do meu apartamento eu conseguia escutar o barulho dos shows. Isso era motivo de reclamações durante as reuniões de condomínio.
Apertei o botão para subir no elevador, esfregando os olhos, querendo que o sono viesse de todo jeito. Não notei de primeira o aviso pregado ao lado do painel de controle, espremi a visão para ler que:
— O elevador ficará interditado por tempo interditado até que a manutenção seja feita. Pedimos encarecidamente a compreensão de todos os moradores… Atenciosamente, a portaria e o síndico. — Franzi o cenho: — Não fode comigo! — Murmurei, olhando desacreditada para o elevador. Eu tinha duas opções: ou eu voltar para trás ou eu ficar nas escadas mesmo, pois nunca que eu iria subir uns nove lances de escadas. Nunca. Já que estava na chuva, que eu me molhasse! Assim que entrei na área das escadas, senti ao longe um cheiro familiar ao meu olfato. Olhei para baixo, onde imersa na luz quente automática, vi que no lance de baixo a luz estava acesa também, o que significava que eu não estava sozinha. Eu poderia ficar no meu lance, ou subir e ficar entre o meu corredor e o de cima, mas a minha curiosidade gritou e quando me dei conta, meus pés já estavam descendo degrau por degrau, até chegar no lance que dava acesso ao andar de baixo, vendo as costas de um homem, sem camisa, a pele bronzeada das costas definidas refletindo a luz amarela, onde a fumaça do cigarro acesso dançava translúcida em linhas até o teto. Cabelos acobreados, lisos e curtos rentes a nuca.
Fiquei parada, atrás dele, sem saber como agir. De repente eu fiquei sem jeito comigo mesma, pensando que a melhor coisa seria não atrapalhar o fumo de um homem em plena madrugada de quinta-feira, a nossa frente a janela estava aberta, deixando que o ar frio passasse e arrepiasse todos meus pêlos, permitindo a mim, em pé, um quadro iluminado da cidade acordada. Mas ele me escutou. Óbvio que me escutou – talvez a respiração mais pesada ou o barulho dos meus pensamentos irritantes, de alguma forma ele me escutou e virou lentamente a cabeça por cima do ombro. Nariz adunco, lábios carnudos e um olhar caído e intenso me fitaram. A sobrancelha grossa se movimentou para cima, um sorrisinho surgiu no cantinho dos lábios, ele voltou para frente, sua voz rouca arrastou um cumprimento:
— Também não consegue dormir?
— Hmnnn, está meio óbvio assim!? — Minha voz saiu esquisita, um tanto esganiçada e brusca, me senti estranha por ter soado quase tosca. Mas ele não reagiu de forma grosseria com minha resposta, pelo contrário, ele soltou uma risadinha nasalada e movimentou seu corpo para ficar de perfil, encarando-me pra valer, com olhos esbugalhados cor anis, cílios volumosos dando-lhe um drama na expressão de tédio. Tinha bigode, espesso por cima do lábio superior carnudo. Levou o cigarro pela metade até os lábios, comprimindo-os ao redor do rolo de nicotina, puxando e exalando após tragar, o resto esbranquiçado de fumaça. Seu olhar me analisou de cima abaixo, com distância. Parou para olhar meu rosto, sorriu gentil me respondendo:
— Não é todo mundo que vêm parar nas escadarias em pleno corujão das quintas-feiras.
— Você têm razão… Eu posso? — Apontei para o espaço vago ao lado dele, tentando sorrir de forma amigável, ele deu de ombros acenando com a cabeça, arrastando o corpo para o lado, quase se encostando na mureta do corrimão, me olhando com uma espera. Sentei ao seu lado já puxando o meu maço, ele leu com curiosidade a marca:
— Você é do Red Camel? Interessante… Eu prefiro o bom e velho Marlboro! Faz mais meu tipo… — Sorriu charmoso, tirando do meio das pernas, no degrau debaixo, o maço clássico para me mostrar. Olhando-o de relance, vi que ele estava de bermuda cargo preta com bolsos e chinelos, assim como eu. Na realidade, olhando-o de perto, quase dente a dente ou melhor!, cigarro a cigarro, percebi que ele era muito bonito.
Esbocei uma risadinha, puxando um cigarro pela abertura, puxando-o e levando o rolinho até meus lábios, pegando o isqueiro de dentro do meu bolso, tentando acender o fogo. Uma, duas, três tentativas falhas, até ouvir um zip metálico soar ao meu lado e uma chama surgir diante de mim; o meu vizinho desconhecido estava me oferecendo a sua chama descontraído e receptivo, o isqueiro ziplock cromado aberto, a chama encostando na ponta já acendendo o meu cigarro. Como o ato natural de respirar, eu puxei a fumaça, terminando de acender o meu cigarro, observando com olhar atento ele afastar a chama, os olhos ainda presos no meu rosto, provavelmente no cigarro entre meus lábios, antes de voltar ao seu próprio rolinho de nicotina.
Ficamos ali, lado-a-lado, naquele silêncio esfumaçado.
Até o momento que fui segurar as cinzas com minha própria mão, mais uma vez a mão dele surgiu com um cinzeiro prateado, pequeno o suficiente para caber dentro de um bolso mais largo, colocando-o entre nós, no degrau abaixo. Após eu perceber o cinzeiro e o aparente cuidado que ele tinha em não sujar o espaço, ele descontraidamente comentou:
— Já reclamaram das cinzas que eu sem querer deixei cair, mesmo fumando encostado na janela, então passei a me prevenir trazendo meu próprio cinzeiro… Fica a dica!
— Anotado! Sempre carregar um cinzeiro a tira colo, pois nunca se sabe quando estaremos fumando no lugar mais inesperado, certo?
— Com certeza! — Riu, terminando de arrematar seu cigarro, amassando a bituca no pratinho. Seus olhos azulados não desgrudava de mim, sua voz era quente e seu hálito era Marlboro puro com um estranho doce mentolado ao fundo: — E o que te trás aqui, no meu cantinho especial?
— O mesmo que você, provavelmente.
— Insônia então!
— Exato. Essa maldita insônia.
— Então é você que madrugada sim, madrugada não, fica andando para lá e pra cá feito barata tonta, movendo objetos e abrindo janelas e portas até se acalmar e finalmente dormir, é? — Ele semicerrou os olhos. Segurei a risada envergonhada:
— Me desculpa! Eu juro que tento ser menos barulhenta!
— Se isso é você tentando não ser barulhenta, então imagine quando você é barulhenta de fato!
Nos encaramos e começamos a rir, descontraídos como se fossemos amigos de longa data. Recuperado o fôlego, o homem estendeu sua mão:
— Prazer, eu sou Kyle.
Me apresentei, já pensando que o nome dele era bem exótico. Ele com certeza não era gringo, seu português era muito natural, sem sotaque carregado. Talvez algum de seus pais eram estrangeiros e por algum motivo parou aqui neste país tupiniquim, mas não quis fazer muitas perguntas sobre a vida dele. Queria apenas fumar e aproveitar o momento. Lado a lado com Kyle, sentia o calor do seu corpo em contraste do vento frio que penetrava pela janela. Quando terminei o meu cigarro, amassei no pratinho, limpando os dedos no meu moletom, encostando-me na parede soltando um longo suspiro. Ficamos novamente imersos no nosso próprio silêncio, minha mente estava anuviada, esparsa como a fumaça do cigarro que acabei de matar. Já Kyle apresentava um semblante mais sério, uma interrogação formando entre suas sobrancelhas.
— Você costuma perder o sono por causa dos seus pensamentos?
A pergunta repentina tinha um tom sincero, quase vago. Olhei para ele, percebendo que seu rosto tinha uma expressão suave. Suspirei fundo, juntando os caquinhos da minha vida naqueles últimos meses, ponderando se eu poderia me abrir com um estranho. As palavras começaram a sair, simples da minha boca:
— Nem sempre. Tipo… Desde que me mudei para cá, neste prédio e de emprego também, as coisas deram uma mudadinha e às vezes me pego pensando demais nos meus problemas para resolver e perco o sono. É isso ou eu acabo trocando a noite pelo dia. Simples… E você?
— Quase o mesmo. Eu trabalho fazendo turnos e plantões, então não é incomum eu perder o sono, trocar a noite pelo dia e virce-versa. Quando estou de folga, mesmo sendo por dias ou até uma semana completa… É meio foda resgastar o hábito de deitar à noite e dormir por oito, dez horas seguidas. Foda.
— Oh, então você é médico?
— Sou �� a voz saiu acompanhada de um suspiro sofrido, percebi melhor que aquela estranha apatia dele na realidade era cansaço acumulado em seu rosto, Kyle continuou: — foram longos anos de curso, mais especialização, depois uma pós, um mestrado… Agora um doutorado. Vivo à base de cafeína, cigarro e — olhou para os lados, como se a qualquer momento alguém aparecesse, se curvando para frente abaixando o tom de voz: — armodafinil ou um metilfenidato aqui e ali, eu estou aguentando o tranco.
— Caralho.
— Pois é, caralho! — Riu, complementando: — Não que eu esteja reclamando do salário e dos benefícios, mas sabe… Uma escolha e uma renúncia. Por isso eu vivo aqui fumando um cigarro atrás do outro, ao menos é meu momento de paz e serenidade comigo mesmo.
— Então eu estou atrapalhando o seu momento sozinho, Sr. Kyle!?
— Sim, de fato você está — seu tom era brincalhão, o sorriso faceiro não sumia de seu rosto cuja linhas finas de expressão desenhavam uma idade uns tantos números a mais que a minha. Aquilo só o deixou mais atraente ainda para mim. Kyle buscou no bolso da bermuda seu maço de cigarros, puxando o último da caixinha, colocando-o entre os dedos, um ar reflexivo na sua fala teatral:
— É irônico eu, um médico que fuma? Sim, é. Porém isso daqui é a única salvação de um homem fudido como eu. Sério.
— Você parece um bêbado lunático falando isso… Sério.
— Não tenho culpa se eu sou sincero com meus problemas, queridinha. — Kyle tinha um riso fácil, frouxo, relaxado para quem sofria demais como ele estava deixando a entender. Ascendeu o cigarro, fumando mais uma vez. Ficamos mais alguns minutos em silêncio, ele fumando encarando a janela – ou o nosso reflexo – enquanto eu tinha meus olhos para o mesmo lugar; a forma como o tronco dele ondulava pelo reflexo da janela. De repente uma onda de calor atravessou meu corpo, quase insuportável demais, me vendo obrigada a deslizar a blusa de moletom para fora, tirando meu celular e maço antes de jogar a peça nos meus pés. O ato de me despir chamou a atenção do homem que desviou seu olhar para mim, interessado no meu pequeno show de exposição. Estava com a camisa de alça fina do pijama de seda, com bordados em renda. Meus cabelos bagunçaram e eu me sentia estúpida demais perto dele, ficando com as bochechas vermelhas. Quando o olhei, notei que o olhar dele estava sereno e sua expressão mais relaxada, como se o ato de me despir daquela blusa pesada me igualasse a ele, com seu torso despido. Agora não tinha mais minha armadura imaginária feita de puro algodão e mormaço ao meu redor, agora eu era carne e osso expostos debaixo da luz amarelada daquela escadaria. Percebi que era minha vez de puxar assunto, havia um pedido mudo dele para que eu tomasse essa iniciativa. Sem pensar muitas vezes, deixei que a pergunta saísse naturalmente de mim:
— Quantos anos você tem?
— Trinta e sete anos… E sinto que já vivi uma vida inteira.
— Tipo como…?
— Você é jornalista ou algo do tipo? — Seu olhar subiu de cima para baixo, analisando meu rosto. Ri da tentativa dele, negando com a cabeça:
— Professora. Agora adivinha de quê!
— Hmn, se não é jornalista, então é a prima pobre de uma… História? Só pode, com essas perguntas de quem sempre têm que saber dos porquês e tudo mais.
— Na mosca. E caralho, não venha me zoar pela minha profissão — cruzei os braços, fingindo estar aborrecida: — sou pobre sim, mas com orgulho!
Ele ficou uns segundos me encarando desacreditado, até eu cair na risada, encostando pela primeira vez nele; foi um casual tapinha no ombro, rápido porém muito presente. Kyle revirou os olhos:
— Bem, para responder sua pergunta: eu viajei bastante, conheci muita gente, aproveitei pra caramba minha faculdade, já me meti em encrenca, também salvei muita gente delas… Sem contar minha vida profissional, saca? Eu não tenho nada a reclamar…
— Exceto de não conseguir pregar esses belos olhinhos azuis à noite, né? — Retruquei, sincera. Kyle tragou longamente soltando a fumaça para frente, esmagou a bituca no cinzeiro:
— Exceto por eu ter que aguentar uma pirralha falando que nem uma gralha no meu ouvido em plena manhã de quinta.
— Não sou pirralha. Tenho vinte e sete anos, para a sua informação!
— Oh, sério!? — Um brilho iluminou os olhos do homem, por um momento pensei que ele iria me elogiar, porém a língua de navalha dele cortou mais uma vez: — Pensei que você era bem mais velha que isso, caralho!
— Olha se for pra ficar zoando comigo eu juro que vou me levantar e voltar para minha casa!
— Ei, ei, ei! Só estou te enchendo o saco… Pirralinha! — Me puxou descontraidamente para seu lado em um abraço de lado que me pegou de baixa-guarda, mas que não me incomodou no todo. Sentindo a pele dele, quente e macia em contato com a minha, me fez arrepiar levemente. Rindo ainda, ele me olhou com um doce que contrastava com a cortina de seus cílios e o sorriso de seus lábios:
— Então você é professora, hum?
— Sim. Professora.
— E você comentou que mora aqui há alguns meses, você é da cidade ou…?
— Sou caipira que tenta se passar por uma cidadã plena desta cidade caótica. Vim para cá depois de passar no mestrado, consegui uma designação e desde então nunca mais quis ir embora. Dá para perceber meu sotaque? — Perguntei genuinamente curiosa, já acostumada com comentários sobre meu sotaque muito acentuado ou meu jeitinho calmo demais. Mas Kyle negou com a cabeça, se afastando de mim para usar a mão do braço que me envolvia para coçar o queixo, antes de sorrir caloroso:
— Eu também não sou daqui, nem da cidade e muito menos do estado! Vim pra cá ainda moleque, atravessei o país praticamente, morei com uma tia enquanto terminava o ensino médio, trabalhava e fazia cursinho pros vestibulares. Tentei uma vez, não passei, meus pais me deram mais uma tentativa senão eu teria que voltar pra roça que eu vim… Fiquei meio puto da vida, isso foi muito bom já que me agarrei em tudo quanto era estudo e passei no ENEM e essas merdas todas. Desde então só volto pra minha cidade natal para visitar meus velhos.
— Forasteiro que nem eu então… A vida tende ser meio complicada para nós que somos de fora — olhei para frente, para a paisagem que temos da cidade acordada assim como nós, me sentindo perder nos meus devaneios acordada: — bem, pelo menos para mim as coisas são um pouco puxadas, tipo nem é pelo emprego, agora que passei pelo estado e estou com algo garantido. Mas sei lá, socializar com gente que viveu uma vida toda acostumada sempre a ter acesso a tudo, desde cultura e outros pequenos privilégios que não tive na minha cidade natal… Me assustou quando cheguei. E ainda me assusta. Acho que é por isso que eu perco o sono fácil… — Virei para olhá-lo, me surpreendendo que Kyle tinha sua atenção completamente voltada para mim, lábios entreabertos como se ele estivesse contemplando algo de surreal. Sorri tímida:
— Eu meio que busco sinais à meia-noite para tentar me encaixar nessa cidade enorme. Não que eu não queira ser engolida, mas mais do que isso — esbocei essa coisa grandiosa com meus braços: — eu quero fazer parte do todo. Senão irei me perder em mim mesma e não irei aproveitar nem metade de tudo que aqui pode me proporcionar…
— Você tem seu ponto. E concordo… Eu já fiquei muitas noites acordado, ainda no meu internato, me questionando como sobreviver nessa caoticidade, e porra, percebi que às vezes tudo que eu precisava era me abrigar comigo mesmo num canto e esperar as coisas virem naturalmente até mim… Tipo, essa luz acima de nós — apontou para a lâmpada que irradiava a luz amarelada, quase ocre em cima de nós, esquetando o lugar e afastando o gélido azulado que vinha de fora: — é o meu sol. O sol que eu não vejo nos meus plantões de madrugada ou que eu acabo negando quando chego em casa completamente derrotado. E aí eu fico aqui, pensando, pensando… Pensando. E fumando, é claro.
Sorrimos um para o outro. Era natural a conversa fluir com ele, parecia que já éramos amigos de longas conversas naquela escadaria. Peguei o meu maço, puxando mais um rolinho para mim, levando-o até meus lábios. Olhei para Kyle com o cigarro pendendo nos meus lábios, a voz soando meio abafada:
— Acende meu cigarro, por favor?
— Claro!
Como mágica o isqueiro estava na minha frente, acesso, com sua chama frágil tremendo e acendendo o meu cigarro. Agradeci, cruzei os braços e fiquei ali, observando a janela na minha frente, enquanto a voz de Kyle surgia ao fundo comentando sobre os vizinhos chatos dele que ficava monitorando as idas e vindas dele no apartamento dele. Quando terminei meu cigarro, o sono estava encostando em mim, pesando minhas pálpebras e me conduzindo aos sonhos acordados. Kyle me perguntou entre um bocejo e um longo espreguiço:
— Que horas já são?
— Deixa eu ver — peguei meu celular, a voz se arrastando de sono também: — puta merda, já passam das três da manhã!
— A conversa e o cigarraço renderam, viu?
— E como! — Levantei num pulo, trazendo comigo minha blusa de moletom e meu cigarro nas mãos. Acompanhada de Kyle, agora de pé, pude absorver melhor a visão do corpo magro definido, as ondas dos músculos e como a pele alva parecia acobreada pela luz amarelada. Ele era centímetros mais alto que eu, seus olhos estavam pequenos de sono, o sorriso era amplo ao estender a mão:
— Obrigado pela companhia, pirralha, quero que você saiba que foi muito bom papear com você essas filosofias da matina. Se quiser, estarei sempre aqui para acender seus cigarros.
— Okay, digo o mesmo. — Apertei sua mão. Ficamos com nossas mãos apertadas, sorrindo um para o outro, com certa expectativa pairando entre nós, até finalmente eu afrouxar o aperto e me virar de costas para subir mais um lance e chegar no meu andar, sentindo o olhar dele me queimando.
Tornou-se uma prática comum, nas madrugadas de insônia, encontrá-lo sentado nas escadas. Às vezes estava em pé, outras até mesmo deitado no pequeno corredor entre os degraus de subida e descida, debaixo da janela. Com ou sem camisa, bermudas ou calças de moletom, chinelos e meias nos pés, os dias se tornaram semanas, entre cigarros, cinzeiros compartilhados, algumas canecas de café, vinho ou suco, risadinhas e comentários sobre o sindico que não estava gostando do cheiro de cigarro e cinzas impregnados entre os andares oito e nove, tínhamos criado uma amizade sincera das madrugadas – que na virada no primeiro para o segundo mês se tornou encontros casuais na manhã pelo elevador ou à tarde, retornando da escola, vendo-o conversar com o nosso porteiro. Já no terceiro mês, ele me enviava mensagens perguntando se eu estava de pé ou me ligava quando eu não estava afim de sair do conforto da minha cama. Também pareceu decorar meu cronograma: quando chegava das compras, ele estava parado casualmente de fora, com o cigarro entre os dedos, a cara de cansaço do plantão das duas noites viradas anteriores no rosto, se prontificando a me acompanhar até meu apê para ajudar com as compras.
Eu também tentava ajudá-lo: sempre que podia, levava suas encomendas até a porta do seu apartamento, convidava ele para ir comigo na feira aos finais de semana que ele estava disponível e até mesmo para matar o tempo no meu apê humilde, onde ele se estirar no sofá com um dos meus gatos no colo, vendo a tevê até cair no sono.
Nesses três meses ele não havia tentado nada demais comigo; nenhum tipo de investida maliciosa ou radical demais. Exceto pelas vezes que ele soltava elogios que soavam sinceros como: “hoje você está muito bonita”, ou “adoro como você é inteligente!”, me deixando lisonjeada, Kyle mantinha sempre uma postura muito polida comigo. Nem mesmo quando nos abraçávamos ou nossas mãos ou joelhos se encostavam, ele tentava tirar proveito, mesmo vendo algo brilhar em seus olhos – talvez uma espera vinda de mim. Um sinal para que ele pudesse tentar algo que talvez maquinasse na sua mente desde o primeiro dia que seus olhos cor anis pousaram em mim. Eu sentia isso, e sabemos que intuição de mulher nunca falha.
De fato, seus olhares eram mais lânguidos e doces para mim, os sorrisos maiores e mais calorosos, suas mãos pareciam querer me envolver quando me abraçava. Mas o que me pegava era a forma como ele acolhia a chama de seu isqueiro para acender o meu cigarro, o vermelho do fogo refletido no azul de seus olhos, tornando-se um espelho para aquela fonte de calor que ascendia o meu fogo.
Estávamos na nossa usual posição de troca: ele curvado com as mãos protegendo a chama frágil do isqueiro ligado, enquanto eu equilibrava o cigarro reto nos meus lábios para mantê-lo firme no lugar, vendo a pontinha queimar e virar cinza, puxando o ar quente para dentro enquanto erguia minha postura, encostando na parede atrás de mim. Era uma madrugada de sexta-feira de um feriado municipal, então tanto eu quanto ele estávamos de folga – ele pegou banco de horas e só voltaria na próxima segunda.
Kyle encostou na parede ao lado, debaixo da janela, acendeu o seu cigarro, tragando e exalando para cima. Observei a fumaça diluir na cortina de luz amarelada, densa e ao mesmo tempo fina. Sua voz rouca atravessou nosso espaço:
— Tá livre esta noite?
— Tô, por que?
— Nada — deu de ombros, tirando do bolso da calça de moletom um papel me estendendo: — só queria saber se você curte parques de diversão, chegou esse na cidade umas semanas atrás e pensei que seria legal irmos lá, dar uma voltinha, quem sabe ir na roda-gigante…
— Tá me chamando para um encontro? — Ri, meio descrente, lendo o panfleto amassado que ele me deu. Kyle riu divertido:
— Bem, se você gostar da ideia disso ser um encontro… sim, eu estou.
Ergui meu olhar para ele, minha expressão mudou ligeiramente para surpresa, porém tentei retornar ao meu estado normal, comprimindo o risinho histérico em meus lábios o engolindo com uma tragada exagerada no meu cigarro, me provocando algumas tosses secas. Depois que me recompus, eu olhei mais uma vez o panfleto que prometia ser um parque de diversões realmente divertido, familiar e com uma roda-gigante enorme instalada no centro que dava ampla visão a cidade.
O olhar do homem era esperançoso. Minha voz saiu suave e decidida:
— Tudo bem, eu aceito.
Era como se o rosto do homem tivesse sido iluminado pela chama do próprio cigarro. Nunca me senti tão aquecida e acessa por dentro quanto me senti naquele momento.
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Aquele em que você descobre que fez o curso errado( mas também não existia o certo)
Esse texto é sobre desabafo e revolta. Os maiores índices de desemprego do país estão concentrados nos jovens brasileiros. Com diploma ou não, curso certo ou errado, a sina de não ter um trabalho digno é certa. Por isso, choro e esperneio nos parágrafos abaixo, e discorro a minha visão sobre a situação.
Quando eu era mais nova, queria adiantar tudo que pudesse. Acredito que seja uma noia da minha geração, alcançar o "sucesso" quanto antes. Mas que sucesso é esse? Ora, fazer tudo como manda o roteiro, aquele que vi na Sessão da Tarde, até chegar lá.
Obedecer aos pais, estudar e ir bem em TODAS as matérias. Você também deve silenciar sua vontade de fazer coisas artísticas e ridículas, pois é perda de tempo. Tudo para depois se afundar na ansiedade e ter a vida acadêmica frustrada aos vinte ou trinta e tantos anos.
Não preciso comentar sobre o desemprego/ sub emprego, logo mais irei enfiar o dedo nessa ferida infecionada.
Na teoria, depois entrar em uma Universidade, você faria um concurso e vida garantida para sempre. Nós aqui de 2022 sabemos que esse é a maior fakenews dos anos 2000/2010.
Não existe base concreta para cobrar que aos vinte e poucos se tenha a vida da geração passada. Terreno, casa própria e concurso garantido se tornaram lendas urbanas dos anos 90. Não vivemos mais nessa época.
Eu sou pobre e entrei na Universidade aos 17. Fiz Ciências Biológicas, porque dentre os cursos perto de casa, aquele era o que mais fazia sentido em 2016. Uma escolha errada, mas eu era uma adolescente, não posso me condenar.
A Ana adolescente fez tudo que ela conseguiu. Passou em quarto lugar em uma Universidade estadual, mesmo não querendo ir para lá. Cuidava do irmão que era um bebê, lidava com os 500 milhões de traumas e seguia a vida.
Talvez, você tenha uma história parecida. A entrada do pobre e negro na Universidade não acaba magicamente com todas as dificuldades que se carrega nas costas há séculos(literalmente). Precisamos falar sobre isso sim.
Mesmo que essa não seja exatamente sua trajetória, acredito que se sinta perdido. Eu estou. Saúde mental abalada e 4 crises existenciais na semana é realidade aqui.
Não é honesto, nem comigo e nem com você, querer que aos 17/18/19/20 se saiba algo da vida. Porém, me sinto frustrada e enganada. Tenho a sensação que nos venderam um futuro que nunca existiu, isso sim.
E vem a pior parte. Infelizmente, dentro capitalismo, isso é uma estratégia. Aquela que você precisa acreditar em algo para seguir enriquecendo véio rico. É como aquelas cenas de desenho animado, colocam a cenoura na frente do cavalo para ele continuar andando.
Nós somos a cenoura, o cavalo e a pessoa ao mesmo tempo. O véio rico ta na carruagem, rindo.
Educação formal, sozinha, não muda a realidade. Você, eu e Steve Bannon (coordenador da campanha de Trump e Bolsonaro, não vou ofender porque não tenho dinheiro para o processo) somos provas disso. Tudo é manipulável, pós-verdades e o c@ralh0. Muitas vezes, o conhecimento técnico-científico, não vale de nada no mercado de trabalho.
Ai o desemprego cai nas nossas costas como uma incompetência ou desqualificação pessoal, falta de esforço, mas nunca um problema do sistema. Nós podemos ter mais conhecimento, títulos e até trabalhar mais que nossos pais em sua época, mas as dinâmicas são outras.
O capitalismo precisa de um exército de reserva, e nós, mesmo com graduação, mestrado, doutorado, em cursos que amamos ou odiamos, não faz muita diferença. O desemprego é bem democrático para a classe trabalhadora, a diferença é que quem tem um pouco mais de dinheiro enfia seu filhote em algum cargo por aí.
As plebeias, como nós, ficamos apenas com a depressão. Buscando novas carreiras aprendidas no YouTube(autocrítica), não tendo um autógrafo na carteira de trabalho, fazendo MEI para empresa não ter vínculo empregatício. Aceitando sub trabalhos ou fazendo de graça para fazer portfólio, porque "é assim mesmo no começo".
Imagem: Meme da Carminha(Avenida Brasil) gritando “Infernoooo”.
Fora o trabalho não pago, né meninas e meninos. Limpar a casa, fazer comida, lavar a roupa, cuidar de crianças, idosos e doentes. Todas essas coisas alguém precisa fazer, nesse caso fica com quem não está trabalhando e por coincidência, veja só, ainda mais com o sexo feminino.
Que aqui entre nós e as Teorias sobre o Trabalho de Reprodução e Manutenção da Vida, já é um trabalho bem cansativo e essencial para tudo funcionar. Se não come, não tem higiene e nem cuidado, a pessoa morre. Quem vai enriquecer os véio branco s enão tem trabalhador de pé?
Mas tem um porém, ninguém vai pagar por esse trabalho não. É obrigação feminina, de uma moça bela, recatada e do lar. Como diria a gata "Amor é trabalho não pago"- Silvia Federici. Não vamos entrar nessa pauta nesse texto, mas é uma pauta a se pensar.
Muitas vezes, o estudar dentro do sistema que vivemos, só tem a função de excluir e adoecer. Professor escroto, metodologias de ensino baseadas no "se vira, você é adulto" e outras frases que ferem uns 10 diretos humano.
Poxa vida né, se eu soubesse que era apenas para ler slide com Ctrl+C Ctrl+V do livro e fazer lista de exercícios da internet , não viria para esse c@r4lh0 de lugar.
A parte do terror psicológico é a minha preferida. "Como assim você não vai para esse congresso que custa 537464578637 reais, com a sua bolsa de 400 conto?", "Na minha época não existia essa choradeira", falou o professor bancado pelos pais até entrar em um concurso com 35 anos(critico, mas gostaria).
Ter professores que vem de lugares muito diferentes que você, fazem da Universidade um lugar pior que trabalho abusivo, porque pelo menos no trabalho você ganha para passar raiva, e minimamente processo trabalhista funciona.
Eu acredito na construção de uma Universidade popular, voltada para nossos problemas, engajadas em soluções que o nosso povo tanto precisa. Mas o que temos agora são funcionários públicos defendendo estado mínimo(só de pensar me tremo de ódio).
Além de toda privatização, onde nada funciona bem. Faculdade só para aprender coisas voltadas ao mercado de trabalho e acabou. Os professores engajados, alunos que lutam, infelizmente são minorias.
Assim como a diversidade, mesmo com políticas sociais, as pessoas pobres, negras, PCD, LGBTQIA+ são poucas no ambiente acadêmico. Só incluir dentro dos vestibulares, não garante a permanecia de ninguém. O ambiente universitário foi pensado para quem tem dinheiro. É muito real, passar fome e outras necessidades enquanto estuda.
Não vou tocar no tópico saúde mental, pois os dados de suicídio no público universitário fala por si só.
Pois bem, 4/5 anos disso tudo, você sai se sentindo burro e ablubléblé das ideias, tendo um único destino: DESEMPREGO.
Não importa que curso você escolheu, você ta f&rrad0.
Podemos justificar em parte essa situação, com o governo daquele nazifacista desgraçado e vagabundo(que espero que nesse momento esteja na cadeia), também pela pandemia. Mas no capitalismo tardio em um país periférico, não tem margem para um cenário muito deferente do desemprego.
Antes era “não são capacitados”, agora é “direitos diminuem emprego”. Na moral, vai tomar no c#. Fecham escolas, faltam funcionários em hospitais, demoram 300 anos para construir obras públicas por falta de funcionário, não tem médico no interior, não incentivam industria local, nem agricultura orgânica e familiar, e ainda vem falar que é culpa da CLT? Meu c#, isso superexploração do povo brasileiro.
Espero que as condições de trabalho mudem, a CLT volte a ganhar mais força, mais postos de trabalho surjam e nós finalmente podemos sair dessa situação de barril. Eu preciso comprar meus livros galera, mas agora mal tenho dinheiro para pagar as contas.
Papi Lula, segura as pontas ai até o poder popular andar sozinho, please.
E sabe para que minha faculdade serviu? Apenas para entender método científico e ter ódio do mundo. O que é melhor que nada, mas não foi isso que eu pedi.
Pois bem, irei fazer outro curso, talvez eu me arrependa, mas só tentando. Esse post faz parte de um projeto para ir bem nela, pois é licenciatura em Letras. Afinal, brasileira, não desiste não.
Para mais ódio e reflexões, me encontre nesse mesmo endereço mais vezes.
Comenta qual curso você fez e como está o mercado de trabalho para ajudar a galera.
É isso, um beijo da Ana!
Gostou desse post? Você me ajuda muito mandando para uma amiga/amigo/amigue.
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Afinal, o governador Tarcísio sempre foi da direita permitida?
Trinta segundos. Isso é o tempo que basta para se entender o que está em jogo. Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro, ex-militar do Exército Brasileiro. Candidato com aval do bolsonarismo mais aguerrido. A pergunta que fica no ar, entre uma foto ao lado de Kassab e outra em diálogos cordiais com o Judiciário, é: Tarcísio de Freitas sempre foi da direita ou da tal "direita permitida"? Afinal, aquela que até os tucanos gostam, ou melhor, os tucanos moldaram.
Seria Tarcísio a continuidade de um projeto? Não o projeto conservador, com suas aspirações reais de mudança, mas aquele projeto que se acomoda, que se ajusta à pressão dos salões do poder, que se adapta às alianças fáceis. Sim, porque Tarcísio, como observamos, começa a dar sinais de que entendeu o manual de operação da “realpolitik” paulista: sorrir para Kassab, fazer acordos políticos e, assim, garantir seu lugar na dança das cadeiras que há décadas define o ritmo do poder no estado mais rico do país. Era esse o bolsonarismo que se propunha? Ou será que estamos diante de mais um caso de "direita que agrada a esquerda", travestida de uma falsa firmeza, uma máscara mal colocada?
Lembremos de Geraldo Alckmin, figura proeminente do PSDB, que, por anos, governou São Paulo com um estilo moderado e conciliador. Embora nunca tenha se vendido como um líder revolucionário ou de ruptura, Alckmin sempre esteve à vontade no jogo de alianças políticas que moldam o poder no estado. Tarcísio agora parece trilhar um caminho semelhante, em que o diálogo com figuras como Kassab sugere uma aproximação com esse estilo de governo, mais próximo do centro e das concessões do que das mudanças reais que muitos esperavam.
Diálogo é palavra bonita, mas todo bom entendedor sabe que, no Brasil, diálogo geralmente significa “vamos fazer o que sempre fizemos, sem mudar absolutamente nada, só ajustar o discurso para as massas”. E Tarcísio, que começou com uma imagem de gestor rígido, anti-establishment, agora passa a se portar como mais um na fila para agradar os barões do sistema. As fotos e sorrisos ao lado de Kassab, ex-prefeito de São Paulo, homem forte do PSD, cujo histórico está longe de ser um exemplo de moralidade e de mudanças reais, só reforçam o que já era previsível: a direita, ou ao menos a versão da direita que chega ao poder, na verdade, acaba por ser a "direita permitida", ou seja, aquela que não incomoda. Uma direita que não afronta, que dialoga com o STF, que se alinha com figuras como Kassab. É, no fundo, uma direita que é funcional ao sistema.
Claro, Tarcísio não se vende como revolucionário, mas também nunca explicitou sua transformação para o velho modo de governar. O sistema paulista, costurado por décadas de PSDB, segue intacto, com pequenos ajustes estéticos. A pergunta que fica: se o bolsonarismo e sua militância elegeram Tarcísio acreditando estar colocando alguém "de fora", alguém que mudaria as regras, então por que agora ele parece estar tão à vontade entre os que sempre dominaram? Kassab é a cara dessa falsa direita centrista que finge ser moderna, mas representa os interesses mais arcaicos e fisiológicos do país. E ao dialogar com ele, Tarcísio escolhe, conscientemente, o caminho que já conhecemos.
Talvez seja a sina da política paulista: quem governa, cedo ou tarde, se curva à lógica da "direita que agrada". A direita que se senta à mesa com o Judiciário, que acena para os empresários tradicionais, que oferece pouco em termos de mudança substancial e muito em termos de marketing político. Paulo Francis diria que é uma tragédia cômica assistir a mais um capítulo dessa novela. Olavo de Carvalho, por sua vez, veria nisso a traição final: o establishment absorvendo o que deveria ser a força transformadora da verdadeira direita.
No fim, fica a reflexão: Tarcísio é um sintoma ou uma escolha? Escolheu ele ser mais um operador da política velha, ou o sistema é tão poderoso que mesmo os mais técnicos e promissores acabam se convertendo à velha cartilha de "diálogo" e "moderação"? Seja qual for a resposta, o que resta é a certeza de que a direita permitida segue firme, à esquerda de quem votou nela.
Trinta segundos e a história se repete.
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SINA, de acordo com o dicionário brasileiro:
"Destino que não se pode evitar; fatalidade, sorte.
Aquilo que todo mundo está sujeito; predestinação, fado."
No meu caso, minha sina é sempre eu me envolver com uma mulher casada ou que namore, sem eu saber do status dela.
Dessa vez achei que ia dar certo, não como das outras vezes, porque dessa vez eu conseguia ver no olhar dela quando olhava pra mim que seus olhos brilhavam ao me ver, que ela não conseguia segurar o sorriso e por mais que a noite no trabalho fosse árdua ou cheia de problemas, quando eu passava pela porta da produção a calmaria tomava conta dela. Mas aí vieram as notícias vindas não da boca dela no primeiro momento: "ela é casada". Logo depois ela mesma veio me contar sobre e me disse que o marido não se encontra presente por "necessidade" e mesmo seu passado não estando presente fisicamente com ela, ele ainda se encontra lá, na sua mente, privando ela de qualquer liberdade. Privando aquela bela mulher do sorriso lindo, da risada encantadora, da singelidade mais perfeita, da pessoa carinhosa e amorosa que é, de se entregar por completa para mim.
Ela é incrível, me vi apaixonado quando não procurava ninguém e me achei nela. Naqueles olhos negros e profundos que querem me dizer tanto gritando em silêncio.
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Chutando de bico!
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Palmeiras eliminado! Rodada de clássicos pelo Campeonato Brasileiro. Bears vencem os Commanders pela NFL. Futsal Sub-18 de Rondônia é destaque. Verdão segue sem conseguir eliminar o Boca em confronto pela Libertadores. Hoje a partir das 15h tem início o Brasileirão. Jogo que abriu a semana 5 contou com três touchdowns de DJ Moore. Pesadelo – Segue a sina. O Palmeiras não consegue passar pelo Boca Juniors em mata-mata da Libertadores. E ontem não foi diferente, mas com drama. O time argentino saiu na frente, com um vacilo da defesa alviverde, o craque Cavani não perdoou e anotou para os Xeneizes. O Boca levou s primeira etapa como quis, encaixotando a equipe paulista, que fez um primeiro tempo muito ruim. Na segunda período, com mudanças do técnico Abel Ferreira, colocando as “crias” da base, que mudou o panorama do jogo, ainda mais depois que o zagueiro e capitão, do Boca, Rojas foi expulso. O Palmeiras fez o primeiro gol com um chute de Piquerez, de fora da área, que contou com a falha do goleiro Romero. Porém, foi a única falha do arqueiro argentino. Mesmo com o bombardeio da equipe brasileira, Romero foi o destaque no tempo normal com pelo menos quatro defesas difíceis. E o Boca picotava o jogo, alcançando seu primeiro objetivo, o levar a decisão para os pênaltis. Nas penalidades, a estrela de Romero, que defendeu as cobranças de Raphael Veiga e Gustavo Gomes. Pol Fernandez decretou a eliminação e colocou o Boca Juniors, com seis empates nessa Libertadores no mata-mata, na final, e também é o único time a chegar em doze finais do torneio. No dia 4 de novembro, Fluminense e Boca Juniors farão a grande final no Maracanã. Prepare o coração – As 15h, direto da Serrinha, Goiás e Bahia abrem o Brasileirão Assaí 2023, neste sábado (7). O Vasco recebe o São Paulo em São Januário as 17h30. E nos embalos de sábado à noite, as 20h, clássico das multidões direto da Neo Química Arena entre Corinthians e Flamengo. Domingo, no horário nobre do futebol brasileiro, a partir das 15h serão três jogos. Clássico carioca entre Fluminense e Botafogo, no Maracanã. Em mais um clássico, só que paulista, o Palmeiras recebe o Santos, no Allianz Parque. E para fechar o horário nobre, mais um duelo regional, um dos mais pegados do Brasil, o Internacional encara o Grêmio no Beira-Rio. Mais três jogos fecham o domingo às 17h30. Começando com o Athlético-PR recebendo o RedBull Bragantino na Ligga Arena. Fortaleza e América-MG se enfrentam no Castelão. Na Arena MRV o Galo tem o duelo contra o Coritba. A rodada terminará, no sábado (14) com Cuiabá e Cruzeiro na Arena Pantanal às 20h, por conta da data Fifa (A CBF quer preservar o gramado do estádio na capital Mato-grossense por causa do jogo da Seleção Brasileira). • Jogos nos horários de Rondônia Semana 5 – Épico, assim podemos definir a partida do wide receiver DJ Moore do Chicago Bears, que anotou três touchdowns, e praticamente carregou seu time para a vitória. Os Bears abriram 27 a 3 sobre o Washigton Commanders, e depois foi só administrar a partida. O quarterback Justin Fields, dos Bears, teve ótima atuação lançando para quatro touchdowns. Mesmo com a vitória, a primeira na temporada, a equipe de Chicago ainda amarga a última colocação NFC Norte. Os Commanders caíram para terceira colocação na NFC Leste. No domingo e segunda-feira treze jogos fecham a rodada. Destaques para o Sunday e Monday Night Football. No domingo, pelo Sunday Night, o San Francisco 49ers recebe o Dallas Cowboys no Levi’s Stadium, a partir das 20h20. E na segunda, pelo Sunday Night, o Las Vegas Raiders encaram o GreenBay Packers, em Nevada, no Allegiant Stadium as 20h15. Tabelinha rondoniense Seleção de Futsal rondoniense é convocada para o Brasileirão de Futsal. Convocados – Em Ananindeua, no Pará, entre 3 a 9 de dezembro, o Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-18, masculino terá início. Dez estados irão participar do torneio. Além de Rondônia também Goiânia, Pernambuco, Sergipe, Mato Grosso, Bahia, Amazonas, Distrito Federal, Acre e Pará. *Por João Rafael Costa Read the full article
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ABC assina contrato profissional com destaque das categorias de base
O ABC mantém a sua sina de formar grandes promessas para o futebol brasileiro. O alvinegro assinou contrato profissional com outro jovem que foi destaque da equipe na disputa do Campeonato Potiguar Sub-20. O volante Randerson, de 19 anos, que recentemente foi promovido ao time principal do ABC a pedido do técnico Argel Fuchs, assinou seu primeiro vínculo profissional. Na equipe Sub-20,…
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#COLUNISTAÁLVAROCOSTA#GESTÃODEÁGUAS#GESTÃODEÁGUASEEFLUENTES#GESTÃODERECURSOSHÍDRICOS#GESTÃOPÚBLICA#SANEAMENTOBÁSICO
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A “maldição” Aladino Félix: De como fui resgatar a história que nunca deveria ter sido contada e acabei com a mesma sina do amaldiçoado
Parte 4 - De como usurparam minhas pesquisas sobre Aladino Félix
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Se no post mortem Aladino Félix teve seu nome usurpado, este pesquisador, por sua vez, teve suas pesquisas usurpadas. Seria por efeito da maldição, da sina de Aladino?
Foi na minha tese de mestrado em História defendida em 1999 na Universidade Estadual Paulista (Unesp), que trouxe à lume a história de Aladino, até então ocultada e esquecida. Provei que seu movimento, sob as ordens de militares de extrema-direita, foi a autora de mais da metade dos atentados terroristas em São Paulo em 1968 com vistas de abrir o leque de justificativas para a decretação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) em 13 de dezembro daquele ano.
Desde então, venho tentando publicar, embalde, meu livro que conta a história completa de Aladino e do lado oculto do Regime Militar, mas as editoras e a grande imprensa têm me ignorado, boicotado e desprezado.
Tive uma esperança de que finalmente minhas pesquisas sobre Aladino iriam ganhar destaque e com isso chamariam a atenção das editoras, quando, algumas semanas antes da eleição presidencial de 2018, um jornalista de uma poderosa agência noticiosa me procurou via Facebook e Messenger, já que me encontrava no Japão, para uma entrevista por escrito sobre Aladino, que lhe concedi, prontamente.
No dia 1º de outubro, às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial, que seria realizada em 7 de outubro, essa agência publicou uma reportagem sobre os "atentados de direita fomentaram o AI-5", assinada por esse jornalista, que apontava o grupo de extrema-direita comandada por Aladino Félix, que agia sob os pseudônimos de Dino Kraspedon e Sábado Dinotos, como o responsável pelos atentados terroristas na cidade de São Paulo em 1968 que fomentaram a decretação por parte do então presidente, o general Artur da Costa e Silva, do famigerado AI-5.
A reportagem foi imediatamente saudada e reconhecida por toda a imprensa e pela classe intelectual como um furo jornalístico digno de prêmio, um resgate histórico sensacional, que só agora (em 2018) era realizado. E quem ficou com todo o crédito foi esse jornalista, pois ele nem sequer citou o meu nome, a despeito da entrevista por escrito que lhe concedi desde o Japão, onde me encontrava “exilado” há dois anos e meio, de ter usado como fonte a minha tese de mestrado em História defendida na Unesp em 1999, além de meu primeiro livro Contatados (2007), em que trouxe um capítulo inteiro, o maior do livro, aliás, sobre Aladino, além de meus artigos.
Esse jornalista, sem citar meu nome ou meus trabalhos, mas com base neles e nos documentos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e do Serviço Nacional de Informações (SNI) que desencavei, elaborou sua própria versão dando ênfase aos atentados terroristas de Aladino e ao fato de que este agia sob as ordens de militares de alta patente, entre eles o chefe do Gabinete Militar da Presidência da República, general Jayme Portela de Mello, e o general do Exército Paulo Trajano. A personalidade polifacética de Aladino, seu lado messiânico, profético e ufológico, bem como seus livros, foram obliterados por esse jornalista, que, com o perdão do óbvio mas irresistível trocadilho, pintou um quadro um tanto tendencioso, borrado e fragmentado do que se passou.
O quadro completo já havia fornecido em 19 de setembro, quase duas semanas antes da reportagem desse jornalista, na matéria especial que escrevi e publiquei no meu site para marcar “Os 50 anos do fim do terrorismo-messiânico de Aladino Félix, o contatado que abalou o Regime Militar”, fartamente ilustrada com documentos e fotos.
Se meu livro O Brasileiro que Queria Governar o Mundo: A História Oculta de Aladino Félix (Sábado Dinotos), o Terrorista que Abalou o Regime Militar, já tivesse sido publicado e não fosse o mais boicotado da história, certamente nada disso seria tomado como novidade, uma novidade que começou a deixar de sê-la no final de 1994 quando realizava pesquisas no Arquivo do Estado de São Paulo para minha tese na Unesp e fui um dos primeiros a ter acesso aos então recém liberados documentos do DOPS, entre os quais os referentes a Aladino Félix. A apuração de toda a sua história, que alterava completamente o que se sabia sobre o Regime Militar, exigiu de mim cinco anos de laboriosas buscas e pesquisas, fosse entrevistando antigos seguidores e amigos ou debruçado sobre livros, documentos, jornais, revistas, fichas e apontamentos.
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Cláudio Suenaga diante das fichas de Aladino Félix (Sábado Dinotos) nos Arquivos do DOPS, então armazenados no Arquivo do Estado de São Paulo. Fotos de César Augusto Atti e Cláudio Suenaga. 9 de outubro de 1996.
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Os documentos do DOPS então armazenados no Arquivo do Estado de São Paulo, na Rua Dona Antônia de Queirós, 183, Consolação, centro de São Paulo, em 26 de agosto de 1995. Foto de Cláudio Suenaga.
Metade de minha tese foi dedicada à reconstituição e análise do movimento terrorista-messiânico de Aladino, bem como o mais longo capítulo do meu primeiro livro Contatados: Emissários das Estrelas, Arautos de uma Nova Era ou A Quinta Coluna da Invasão Extraterrestre?, publicado em 2007 pela Biblioteca UFO. Dediquei também um longo capítulo a Aladino em meu outro livro inédito intitulado Sangue no Céu: A Agenda Apocalíptica das Religiões e Seitas Messiânicas e Milenaristas.
Em sua edição 134, de junho de 2007, a revista UFO publicou o artigo de minha autoria intitulado “Mistérios da Ufologia Brasileira: A verdadeira história de Dino Kraspedon e Aladino Félix” [Campo Grande (MS), Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV)/Mythos Editora, História, p.16-21], com o adendo “Provas de que Aladino Félix era Dino Kraspedon” (p.24-25) e a chamada de capa “Aladino Félix: A trajetória do líder messiânico que queria governar o mundo e dizia estar em contato com extraterrestres. Ele também assinava como Dino Kraspedon e Sábado Dinotos.” E a revista UFO Especial: Testemunhas, Abduzidos e Contatados – Parte 1, em sua edição 74, de outubro de 2013, reeditou o artigo com uma nova diagramação e o novo título de “Aladino Félix, o contatado que queria comandar o mundo” [Campo Grande (MS), Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV)/Mythos Editora, p.42-49].
O sociólogo Lísias Nogueira Negrão, da Universidade de São Paulo (USP), um dos maiores especialistas em messianismo no Brasil e que integrou a banca examinadora de minha tese de mestrado, fez várias referências ao grupo “terrorista e ufologista” de Aladino Félix, como ele qualifica, em seu artigo “Revisitando o messianismo no Brasil e profetizando seu futuro”, publicado na Revista Brasileira de Ciências Sociais nº 46, de junho de 2001 (São Paulo, vol. 16, p.119 a 129; citações a Aladino e Suenaga nas págs. 126 e 129).
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22 de março de 1999, dia da defesa de minha tese de mestrado A Dialética do Real e do Imaginário: Uma Proposta de Interpretação do Fenômeno OVNI – a primeira no Brasil nesse patamar acadêmico sobre ufologia –, desenvolvida junto ao Departamento de História da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis, entre os anos de 1994 e 1998 sob a orientação do antropólogo Prof. Dr. Benedito Miguel Angelo Perrini Gil e o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Da esquerda para a direita, o Prof. Dr. Milton Carlos Costa (Unesp), o mestrando Cláudio Tsuyoshi Suenaga (segurando a tese), Prof. Dr. Lísias Nogueira Negrão (USP) e o orientador Prof. Dr. Benedito Miguel Angelo Perrini Gil (Unesp).
O músico, produtor, agitador cultural, militante político, jornalista e escritor Antonio Celso Barbieri, desde Londres, nos forneceu um importante testemunho de sua “quase fatal participação” no grupo de Aladino Félix em seu artigo “Sábato Dinotos: Discos Voadores, Ditadura Militar e o dia em que Barbieri quase entrou numa fria!”, publicado em seu site em 26 de novembro de 2012.
Barbieri fez várias citações aos meus trabalhos e fez questão de reproduzir na íntegra o meu já referido artigo “A verdadeira história de Dino Kraspedon e Aladino Félix”, publicado na edição 134, de junho de 2007, da revista UFO. Em suas palavras,
“O trabalho de Cláudio Suenaga, 1968, A História Que Tentaram Apagar, traz revelações surpreendentes sobre a figura de Aladino Félix e levanta a suspeita de que a sua participação na história daquele conturbado período foi subestimada pelo descaso ou preconceito de nossos historiadores. As informações a seu respeito se resumem a rotulá-lo de louco ou lhe atribuir um papel secundário. Há muitas evidências de que Aladino tinha contatos com altos escalões do Regime Militar e é provável que acreditasse servir-se deles no seu projeto de tomada do poder. Pode ter sido um inocente útil que acreditava no apoio de alguns militares aos seus planos, ou também um bode expiatório utilizado por eles para deflagrar a caça às bruxas. Para o pessoal da esquerda, ele não passava de um simples informante ou agente provocador. O Dr. Walter Bühler declarou que Aladino havia sido treinado pela CIA, em Chicago, de onde, ‘por uma razão qualquer, foi desligado’. As evidências de suas ligações com autoridades militares e as suspeitas de que poderia ter agido cumprindo ordem deles nunca foram investigadas a fundo. Isto é compreensível partindo de quem estava ligado ao Regime Militar; só não consigo entender o desinteresse dos historiadores em geral, que poderiam talvez levantar fatos inéditos de nossa História. As autoridades sempre negaram qualquer ligação com Aladino e apenas diziam que recebiam dele informações e denúncias, de caráter grave, sobre a situação do país. Mas, na época, falava-se que o terrorismo de grupos paramilitares de direita não começara nos anos 60, mas décadas atrás, nos anos 40 e 50. Aladino também fez esta denúncia, mas tido na conta de ‘louco’, ‘místico’ e ‘visionário’, ninguém acreditou que por trás dele pudesse ocultar-se uma ‘gigantesca rede conspiratória que ao longo dos anos assumiu o controle de todos os aspectos da vida da nação’.”
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O grande Antonio Celso Barbieri segurando um raro exemplar de A Antiguidade dos Discos Voadores (São Paulo, São Paulo Editora, 1967), de Aladino Félix, que assinou o livro com o pseudônimo de Sábado Dinotos.
Assim é que desde pelo menos a defesa de minha tese em 1999, é de conhecimento acadêmico e público que o grupo de Aladino, intrinsecamente ligado aos altos escalões do Governo Militar, embora muito mais identificados, em suas convicções, pregações e ações, às facções esquerdistas, foi o responsável pela escalada do terror que assolou a capital paulista em 1968, a qual contribuiu sobremaneira para disseminar o clima de agitação e desordem que abriria o leque de justificativas para o fechamento total do regime mediante a decretação do AI-5.
Por ter me envolvido de corpo e alma na pesquisa sobre Aladino, absorvendo tudo o que pude, ao que parece também absorvi a sua sina, pois vou me tornando cada vez mais maldito, enquanto outros, partindo de minha pesquisa e sem a desgraça de sua sina, fazem seus nomes em cima dela.
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Cláudio Suenaga segurando fotocópias dos documentos do DOPS sobre Aladino Félix no Arquivo do Estado de São Paulo. Fotos de César Augusto Atti. 9 de outubro de 1996.
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#aladino#história do brasil#regime militar#ditadura#contatados#ufologia#discos voadores#ovnis#jornalismo
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O Lira dos anos vinte
– por Carlos Hahn
“Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!” *
Mentira. Trago comigo a lembrança de um tempo em que o socialismo avançava pelo mundo. Era questão de tempo. Toda a América “hispanohablante” triunfaria em suas insurreições. Ato contínuo, nossa grande nação tupi** teria forças para pôr em curso a revolução brasileira.
“E a tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!”
Bobagem. Apesar do contra-ataque liberal e ainda que mundo não gire na velocidade que eu queria, jamais deixei de enxergar o curso da história como um rio que serpenteia. Dá mil voltas, é verdade, e não raro volta atrás, mas sempre a caminho do mar, em obediência à gravidade.
“Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto”
Meia-verdade. Pobres pouco mais de 365 dias vezes 13 em que, estando no poder, a esquerda não fez mais que remediar desigualdades e injustiças. Quando muito, arranhou o verniz da estrutura sócio-econômica. Orgulhosa de ser “light”, abriu mão de sua missão revolucionária: educar e organizar o povo para o momento da ruptura. Passada mais de uma década, além de não termos colhido os frutos de uma revolução, tivemos de engolir o caroço da contrarrevolução. E o povo? Ah, em vez de estar preparado para resistir – nas ruas, não nas redes –, estava pronto para capitular. A essas alturas, embriagado pela pobreza das ideias dessa gente que comanda o shopping-center do país, encontrava-se ávido por transmutar-se de explorado em explorador.
“E minha alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto”
Nem a pau. Meu espírito desperto mira atento o horizonte enevoado. Precisamos, é evidente, de uma nova esquerda – ou melhor, de uma verdadeira esquerda. Convenhamos: viralizar postagens lacradoras em redes sociais, emitir notas de repúdio, pôr automóveis a buzinar e panelas a bater é brincar de oposição. Pior: dessa forma ocupa-se o espaço que deveria ser tomado pela massa de trabalhadores moídos e mal pagos. Aqueles a quem a pobreza foi imposta. Os únicos capazes de levar a cabo a revolução. E muito mais pior de ruim ainda: grande parte dessa gente aplaude hoje em desespero o avanço acelerado do fascismo, que como já cantava Nei Lisboa, é fascinante, deixa a gente ignorante, fascinada.
“Que me resta, meu Deus? morra comigo
A estrela de meus cândidos amores”
Não exagere. Enquanto não surgir um candidato deveras revolucionário, voto sem medo na estrela da esperança. Pela sanha da ironia cruel dos absurdos, Lula ainda é o único capaz de fazer o que ele mesmo não fez: ensinar a fome a receber cachê. Formar uma nova geração de brasileiros, educados na solidariedade e na consciência de classe. Mobilizar jovens e adultos trabalhadores a enfrentar a elite, que por uma questão de sobrevivência sempre buscará atravancar o protagonismo popular.
“Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores”
Deixa disso. Nosso peito rubro de flores incendeia a aurora de aromas libertários. É preciso estender a mão aos que mais necessitam das mudanças. Ouvir suas demandas e, juntos, iluminar caminhos. É possível marchar à margem da estrada por onde trafega o comboio do ódio. E preparar a emboscada. Sobretudo, não ficaremos para sempre vazios vendo o vírus vindo e ouvindo um carnaval. Poderemos sempre irradiar o encantamento da fervura da utopia, demonstrar o quanto o mundo pode ser justo e igualitário, o quanto a vida pode ser plena, o quanto podemos evoluir ombro a ombro.
Tá, Hahn, mas… e o Arthur Lira?
Ao Lira, nada. Ele que vá ser rei para os carecas da Jamaica.
° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° °
*Citações em itálico: versos do poema “Adeus, meus sonhos!”, do livro “Lira dos vinte anos”, de Álvares de Azevedo.
** Citações em negrito: adaptações de versos do álbum “Carecas da Jamaica”, de Nei Lisboa.
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:⁎ ❝ ᷀ ົ ཽ 𝐂𝐀𝐕𝐀𝐋𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐓𝐇𝐄𝐎𝐃𝐎𝐑𝐎 𝐅𝐄𝐋𝐈𝐏𝐄 𝐃𝐄 𝐀𝐋𝐂𝐀̂𝐍𝐓𝐀𝐑𝐀 , , ⋆” 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐔𝐌 (𝟐𝟏) 𝐀𝐍𝐎𝐒, 𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋𝐄𝐈𝐑𝐎 ⃛*ೃ. ᴺᴵᴸˢ ᴬᴸᴸᴱᴺ "ᴮᴼᴼᴮᴼᴼ" ˢᵀᴱᵂᴬᴿᵀ ᴶᴿˑ
𝑽𝑬𝑹𝑫𝑬, azul e amarelo foram os tons radiantes que tremularam sobre a bandeira escolhida pelo cavaleiro assim que nomeado.
Chamado de “cavaleiro despatriado”, a escolha da bandeira imperialista do Brasil à representá-lo, ao invés dos tons vermelho e azuis estadunidenses, apenas reforçava o orgulho destemido do cavaleiro nascido no exílio familiar. Filho de um duque que fora contra a coroa brasileira, Theo nasceu em território acreano mas fora criado sob a tutela das reservas étnicas pouco cuidadas pelo governo dos Estados Unidos. Apesar de tudo, nada seria capaz de deixá-lo menos orgulhoso para com as fortes raízes cherokee e brasileiras, algo que parece vir tão impresso em sua genealogia quanto a energia inacabável que sempre o mete nas mais incomuns confusões. No entanto, diferentemente do jovem príncipe Henry, o abrasileirado parece não buscar as coisas inusitadas, ao contrário, quanto mais as evita, mais as atrai para si, como se esta fosse sua sina mais perversa, aquela que o famigerava ‘’irresponsável’’ diante de suas atribuições nobres e a qual lhe conferia não somente o indevido apelido como, também, a discordância comum e rotineira a respeito de sua capacidade em aconselhar, algo que por vezes o fizera descreditado e até mesmo contestado em referimento à sua permanência no instituto Kongerige. Contudo, Felipe de Alcântara já provara por vezes suficientes que apesar de seus enrolares problematizados se faz digno do título de cavaleiro vermelho.
Inabalável à flama da determinação, não importa a situação ou o risco que percorre o momento, o sorriso tipicamente descontraído brilha na face do sorteado, e comumente se vê acompanhado do riso que sucede uma piada – às vezes – sem-graça, quase como a caricatura do estereótipo brasileiro, no entanto, como o irmão mais velho que sempre fora, Theodoro mostra ser capaz de atuar com a seriedade que os momentos pedem, algo que costuma ressaltar sua capacidade de amenizar a tensão climatizada, um talento único que colabora para que seja um dos integrantes mais populares da comitiva de príncipes e auxiliares.
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A vida dos boiadeiros, tocando o gado pelo país, é retratada na melodia. Chama a atenção a introdução de novos meios de transporte e as mudanças que interferem no sistema de trabalho e na vida cotidiana desse segmento.
Peão
(Composição: Almir Sater e Renato Teixeira/1982)
Intérprete: Almir Sater
Diga você me conhece
Eu já fui boiadeiro
Conheço essas trilhas
Quilômetro, milhas
Que vem e que vão
Pelo alto sertão
Que agora se chama
Não mais de sertão
Mas de terra vendida
Civilização
Ventos que arrombam janelas
E arrancam porteiras
Espora de prata riscando as fronteiras
Selei meu cavalo
Matula no fardo
Andando ligeiro
Um abraço apertado
E um suspiro dobrado
Não tem mais sertão
Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão
A fogueira, a noite
Redes no galpão
O paiero, a moda,
O mate, a prosa
A saga, a sina
O "causo" e onça
Tem mais não
Ô peão....
Tempos e vidas cumpridas
Pó, poeira, estrada
Estórias contidas
Nas encruzilhadas
Em noites perdidas
No meio do mundo
Mundão cabeludo
Onde tudo é floresta
E campina silvestre
Mundão "caba" não
Sabe, "prum" bom viajante
Nada é distante
"Prum" bom companheiro
Não conto dinheiro
Existe uma vida
Uma vida vivida
Sentida e sofrida
De vez por inteiro
E esse é o preço "preu" ser brasileiro
#musica e trabalho#MusicAndWorkers#musica#music#brazilian music#brasil#brazil#cultura#culture#Centro de Memória Sindical
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SERGIO LG MUNIS
SETE MINUTOS: A TRILOGIA
Parte I – O Julgamento
Parte II – Sem Saída
Parte III – Encontro Marcado
Edição 2021
Créditos
O retrato do autor inserido na página 4 foi produzido pela fotógrafa Renata Gabriel em outubro de 2020.
O retrato de Van Gogh incluído na página 6 foi obtido no Google na mesma época.
Sobre Os Direitos Autorais
Sergio Luiz Gantmanis Munis é o titular dos direitos autorais desta obra literária, a serem devidamente registrados, em data oportuna, junto ao Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional. Desse modo está proibida cópia, reprodução, divulgação, transcrição ou uso do texto ou de parte dele, sem a expressa autorização do autor, sujeitando os infratores à penas da Lei 9.610 de 19/02/1998.
Sobre o Autor
Sergio Luiz Gantmanis Munis pode ser definido como alguém que compõe sinfonias de palavras, e que sendo um amante da arte de escrever em verso e prosa, ele bem sabe que nem tudo no mundo é apenas em preto e branco e nem mesmo somente cor-de-rosa. O autor não se considera um escritor profissional, apenas porque ele não vive disso, já que seu maior e mais expressivo talento – que é escrever – ele manifesta apenas por prazer e não por obrigação ou por dinheiro, e só compõe, com fluída simplicidade, sobre o que quer e quando deseja. Ele é um mestre dos diálogos e tem a absoluta certeza de que os amantes, os heróis, as heroínas, os deuses e as deusas nunca morrerão, porque são partes essenciais da fantasia coletiva e mais especialmente da sua ficção. Assim sendo, o autor busca nesse processo criativo uma satisfação pessoal e íntima, que só é superada pelo seu desejo de ultrapassar suas próprias expectativas, bem como as expectativas que os outros têm ao seu respeito.
O autor já publicou dois livros de não-ficção, é livre-pensador e ensaísta, que vive para a arte e não “à custa da arte”. Algumas pessoas o consideram “invisível”, porém ele é inegavelmente a prova real, viva e visível de que o puro talento literário ainda existe e pode eclodir numa obra como Sete Minutos, de modo independente e à margem dos cartéis e do mercantilismo do mercado editorial brasileiro.
Palavras do Autor
Para o autor pouco importa se a presente trilogia vai ser aceita e publicada como um livro impresso pelas editoras nacionais, já que existem muitas barreiras a serem vencidas, num mercado onde as grandes editoras privilegiam os autores consagrados e famosos, enquanto que as editoras menores cobram altos valores para publicar autores menos conhecidos. É certo que essa discriminatória reserva de mercado, acaba empurrando os novos autores para o mercado dos livros eletrônicos (e-books), mas nada disso tem absolutamente o poder de impedir a publicação desta obra literária, na forma de um livro impresso, no exterior, em países como Portugal, França e Estados Unidos. O mais importante de tudo isso, é que artistas grandiosos como Shakespeare e Goethe, que são as principais fontes de inspiração para o autor, nunca dependeram de editoras para manifestar publicamente seu talento. E falando sobre a “invisibilidade” do autor, sabe-se que um grande gênio das artes plásticas, Vincent Van Gogh, enquanto estava vivo vendeu apenas um quadro “A Vinha Encarnada”, dentre as 900 pinturas que produziu em 10 anos de carreira.
E sabem quem comprou esse único quadro? Seu irmão Théo, que o sustentou durante toda sua vida! Até o momento da produção desta trilogia, o autor teve dois livros publicados e comercializados, sendo solidário com o sofrimento de Vincent, pois, apesar da genialidade explícita em cada um dos volumes desta trilogia, que foram produzidos separadamente, o autor não tem recebido, enquanto vivo, a chance de vê-los publicados por uma editora nacional. Destino ou sina? Qual é a diferença se a dor de Vincent e do autor é a mesma? Assim sendo, esta obra literária é oferecida às pessoas mais próximas do autor, ainda que nem reconhecimento se possa esperar deles! Então esta obra é direcionada gentilmente aos desconhecidos das próximas gerações, já que em relação à geração dos dias atuais, não se sabe o que esperar de positivo!
Os elogios, manifestações e críticas a esta trilogia podem ser enviados diretamente ao autor, pelo seguinte endereço eletrônico: [email protected]
Para Vincent Van Gogh, um irmão da vida e da arte, e que, assim como o autor é também um irmão e fã de Victor Hugo!
Apresentação
Sete Minutos é uma obra de ficção apresentada na forma de uma trilogia, onde o primeiro volume é intitulado “O Julgamento”, o segundo volume é intitulado “Sem Saída”, e finalmente o último volume da série tem o título de “Encontro Marcado”, cujo projeto integral foi realizado no período compreendido entre 2011 e 2015, quando então foi finalizado o último volume da série, em que a presente edição é uma revisão produzida na passagem do ano de 2020 para 2021.
Esta trilogia é um romance ficcional que, em três volumes distintos, promove uma viagem no tempo, reunindo o passado, o presente e o enigmático futuro em um único e singular tempo. O roteiro do livro é ambientado em várias cidades, destacando-se entre elas Saint George, Londres, Nova York, Jerusalém, Roma, Alexandria e São Paulo. Nesta obra o autor através de seus personagens, conta uma bela, terna e profunda estória de caráter universal, empregando para isso um estilo, uma linguagem e uma dinâmica que podem ser consideradas únicas. O autor neste projeto, buscou resgatar valores literários do passado, juntando-os aos do presente, visando a criação de um texto homogêneo, convidativo, instigante e revelador. A maior virtude do autor na criação desta obra, foi permitir que os três volumes pudessem ser lidos sequencialmente ou não, e de intuir e criar personagens, alguns deles lendários, mas que têm sentimento, razão, biografia e rosto. Com isso, esses personagens existem, agem, sentem e pensam, como se estivessem atuando num filme de cinema ou numa série de televisão, onde o roteiro é originalmente simples, atemporal e universal. Mas mais do que tudo o roteiro é mágico, onde os atos dos personagens se sucedem no limite e na unidade que há entre tempo e espaço, e entre natural e sobrenatural, bem e mal, amor e ódio, e principalmente no limiar que existe entre o sagrado e o profano.
SE AINDA HOUVER UM AMANHÃ
Farei uma homenagem àqueles que me inspiraram
Ouvirei mais uma vez os sábios que me aconselharam
Agradecerei aos que muito ou pouco me ajudaram
Perdão pedirei aos que pelo caminho ficaram.
Perdoarei os que me feriram e humilharam
Deixarei de julgar os que me condenaram
Compreenderei os que não me compreenderam
Amarei os que não me amaram.
Porque receber é humano e doar divino é
Porque quem se julga grande, pequeno é
Porque a ingratidão é o caminho do precipício
Porque a gratidão é que leva ao equilíbrio.
Porque o ódio desconstrói a felicidade
E o desamor cria um abismo em verdade
Porque o amor não correspondido é cruel
E a maior crueldade é apenas ser infiel.
Enquanto eu era tido como um homem arrogante
Representava o papel de uma invisível semente
Porque se na calada da noite lancei uma torrente
Ao amanhecer deixei uma mensagem somente.
Se eu for despertado pelo crepúsculo da manhã
Serei grato a Deus por mais um dia de vida sã
E ainda que tempo e espaço não me pertençam
Completarei as sete missões que me faltam.
Porque se a vida não durar até o próximo amanhecer
É certo que não haverá um novo dia para viver
E sendo a última despedida eternamente sofrida
O retorno para casa é a melhor contrapartida.
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Estúpido Cupido
by mrssolo
Rose Tico sempre se sentiu uma azarada quando se trata de relacionamentos. Todos os namoros que engatou deram errado e parece que sua sina é ser chutada por algum cara antes do dia dos namorados.
Após perder completamente a esperança, Rose vê sua irmã se tornar noiva justamente no jantar de um outro noivado. Ela acaba fugindo para o jardim por não aguentar todo o clima de romance que a cerca, e acaba tendo um encontro nada comum com o Cupido em pessoa.
Words: 2348, Chapters: 1/?, Language: Português brasileiro
Fandoms: Star Wars Sequel Trilogy
Rating: Mature
Warnings: Creator Chose Not To Use Archive Warnings
Categories: F/M
Characters: Armitage Hux, Rose Tico, Rey (Star Wars), Ben Solo | Kylo Ren, Enric Pryde, Dopheld Mitaka, Paige Tico, Finn (Star Wars), Kaydel Ko Connix, Beaumont Kin
Relationships: Armitage Hux/Rose Tico, Rey/Ben Solo, Paige Tico/Beaumont Kin
Additional Tags: Gingerrose - Freeform, Gingerflower, Roux - Freeform, Rose Tico x Armitage Hux, Armitage Hux é flechado pelo Cupido, Rose é artista, Reylo menor, Hux é sonambulo
source https://archiveofourown.org/works/25844155
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Lendas do Folclore do Brasil
Bruxas (Mariposas)
As bruxas do folclore brasileiro são descendentes diretas das Bruxas portuguesas, com costumes e fadários similares. São mulheres de várias idades que possuem ligação direta com espíritos. Costumam agir apenas durante a noite já que, durante o dia vivem como pessoas comuns. Causam vários tipos diferentes de males e infortúnios, como sumir com animais, enlouquecer viajantes e sugar o sangue, ou a força vital, de crianças, as deixando doentes.
Essas bruxas possuem uma variedade absurda de habilidades: Se metamorfoseiam (principalmente em mariposas), voam, transformam pessoas em animais e podem até alterar a realidade, fazendo com que as pessoas enxerguem o ambiente à sua volta de formas assustadoras e distorcidas.
Deve-se tomar muito cuidado para não confundir qualquer praticante de magia com uma bruxa! Essas bruxas são especificamente vítimas de maldição, e embora possam sucumbir a esse estado corrompido, cumprem uma sina da mesma forma que lobisomens e mulas-sem-cabeça, não necessariamente concordando com as próprias ações.
Nota: As Bruxas faladas nessa lenda, são as mesmas Bruxas imaginadas por pessoas desinformadas da Idade Média, e sobretudo, são lendas!
Créditos do Texto: Inktober 2018 - Guia Fantástico do Brasil
Créditos da Imagem: Pinterest
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