#a lógica é uma batata
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53. ENZO VOGRINCIC IMAGINE
ᡣ𐭩 ─ enzo vogrincic × leitora.
ᡣ𐭩 ─ gênero: divertido. 🪁
ᡣ𐭩 ─ número de palavras: 558.
ᡣ𐭩 ─ notas da autora: oioi meus aneizinhos de saturno, como vão? espero que gostem viu? se cuidem e bebam água, um beijo. 😽💌
Matías Recalt e Simón Hempe de férias em Montevidéu e ainda por cima indo na casa do maior e mais low profile casal latino de dois mil e vinte e quatro para experimentar um almoço brasileiro? Isso mesmo, meus amores e olha… Foi eita atrás de vish!
S/n, com ajuda de Simón, já tinha feito arroz, feijão e colocado algumas batatas na panela de pressão.
Bandolins de Oswaldo Montenegro ecoava na caixa de som que Matías trouxe na viagem. Ele e Enzo estavam jogando conversa fora na varanda enquanto fumavam cigarro.
Quando a panela pegou pressão, a brasileira olhou no relógio da parede da cozinha e forçou a visão. S/n não enxerga nada de longe sem o seu óculos.
─ Duas e dezessete, chica. ─ Simón fala sorrindo, terminando de picar as cebolas, pimentão, tomate e dois pepinos para a salada. ─ ¿Qué pasa?
─ Daqui três minutos tem que desligar a panela de pressão. ─ A brasileira diz indo até o armário e já pegando os pratos para o almoço.
Simón arqueia uma sobrancelha e isso faz a garota soltar uma risada.
─ Minha avó disse a minha mãe que passou pra mim que três minutos é o tempo suficiente para se cozinhar batatas. ─ Esclarece a mulher gentilmente.
A expressão do moreno muda e ele solta um “Ahhhh”, compreendendo a lógica da brasileira.
Quando S/n já estava temperando o purê, Simon deixou seus pensamentos intrusivos ganharem e pegou uma colher do escorredor de louças, colocando um pouco mais de sal e um pouco das batatas amassadas.
A garota sorriu largamente e fez o mesmo. Colocou a mão embaixo para não cair e acompanhou Simón até a varanda.
─ Gente, vocês podem provar se está bom? É uma receita nova. ─ S/n fala sorrindo tentando não dar risada.
─ Claro, chiquita. Deixe-me ver. ─ Enzo se levanta da cadeira e vai até sua mulher, que leva a colher até a boca do homem.
Vogrincic fecha o olho esquerdo sem querer e nem mastiga direito o purê de batata. Ele sorri e umedece os lábios.
─ Está… ─ O uruguaio tosse. ─ Está perfeito amor, muito bom mesmo. ─ Enzo sorri nervoso e pede licença, indo até o filtro de água na cozinha.
─ E eu, S/n? Experimento também não? ─ Matías cruza os braços, fingindo certa indignação.
─ Ah, amigo, não seja por isso. Olha o aviãozinho. ─ Simón enfia a colher com o purê com tudo na boca do mais novo. Matías mastiga e engole com um semblante surpreso.
─ Carajo, tá faltando sal na casa de vocês? ─ Ele pergunta sem pensar e passa entre Simón e a brasileira. ─ Puta que pariu, tá puro sal, mano. Eu não vou comer isso não. Minha nossa, nossa, nossa. ─ Matías pega o copo de água da mão de Enzo e toma tudo num gole. ─ E ainda tu fala que tava bom, né puto? Tu tem medo da tua mulher, é?
Simón e S/n só sabiam rir da reação espontânea de Recalt. Vogrincic por sua vez, estava mais preocupado de tirar o gosto do sal da sua boca que respondeu franco, tirando mais risadas de sua namorada e do argentino:
─ Acho que tenho que ter depois dessa né? Por Dios, nena, quase que você me mata de pressão alta!
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Carboidrato no processo de ganho de massa muscular: Como dissemos carboidrato é igual à energia, e para você praticar atividade física como a musculação você tem que ter um estoque de energia para gastar no treino, imagina, por exemplo, que um veículo precisa de combustível para poder funcionar, o carboidrato para nosso corpo seria nessa lógica. O carboidrato que consumimos ele é digerido pelo nosso organismo e é convertida em glicose (açúcar) e estocada em nossos músculos e fígado em forma de glicogênio (fonte de energia), esse glicogênio é que nos dará energia para nossa atividade física, o glicogênio no fígado é utilizado para manter nossa glicemia (quantidade de açúcar no sangue) e o que é armazenado nos músculos é utilizado para suprir o próprio músculo e por isso é tão importante para ter um bom rendimento no exercício físico. Quanto mais intenso e mais prolongado for o treino, maior será a utilização do glicogênio muscular (carboidratos) então o seu consumo é super importante seja para treino de força ou treino de endurance. Mas esse glicogênio não é formado de maneira tão rápida e simples pelo nosso organismo, isso leva algumas horas, então a sua refeição pré-treino não será aquela de 1 horas ou 30 minutos antes do treino e sim de horas atrás. Por exemplo, se você treina às 6 da manhã, a sua principal fonte de glicogênio será os carboidratos que você ingeriu antes de dormir, então é importante incluir uma boa fonte de carboidrato no seu jantar, como arroz, batata-doce ou macarrão, esses alimentos sim serão a sua fonte de glicogênio, o alimento que você irá consumir 1 hora antes do treino, por exemplo, seu corpo irá utilizar para manter a sua glicemia estável e para que você não fique com fome e sinais de fraqueza e tontura durante treino.
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Mães Más✨🫶🏻🌸
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram.
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... porque no final eles venceram também!
E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo..."
As outras crianças comiam doces no café da manhã, e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso celular de madrugada.
Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam.
Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse só uma hora ou até menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil.
Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos que achávamos cruéis.
Eu acho que ela dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata.
Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.
Tinham que subir, bater à porta para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar.
Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência.
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Foi tudo por causa dela.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o nosso melhor para sermos "Pais Maus", tal como a nossa mãe foi.
Eu acho que é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes
"MÃES MÁS".
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✧˖°2023 ✧˖° - Um ano Impactante!
Oilá! ✧˖°
Como está você?
É engraçado como consigo arranjar pauta para escrever apenas uma vez ao ano e, quase sempre, é em dezembro!
Já faz um ano que comprei um novo baralho para leituras e, sem surpresa alguma, não pratiquei o suficiente.
Porém, acredito ter bons motivos...
Em Outubro de 2022 participei de um processo seletivo em uma empresa de tecnologia para moderar comentários em página do Facebook, a gestora parece não ter botado fé em mim e não passei, mas meu CV ficou lá. Eis que em Janeiro de 2023 eu fui contatada por um conhecido que trabalha lá pra investir num novo processo, que desta vez, foi super ágil, pois acredito que viram que havia compatibilidade.
Pois bem, houve, pois estou fazendo outro tipo de moderação, mais investigativa já há um ano! Falar pra vocês meus xuxus, estou adorando! Há dias que são frustrantes, pq não encontro o que preciso com as infos que me são disponibilizadas, mas na maioria das vezes eu sempre acho alguém! Eu adoro investigar!
Ao longo de 2023 fui percebendo o quanto eu curto coisas investigativas, embora seja uma batata pra resolver problemas simples de lógica por tender a ir pelo caminho e dedução mais complexa e absurda, me saio muito bem em contextos específicos, como este trabalho CLT e a clínica de psicologia.
Pois é, estou formada já há 2 anos completos e atendo pessoas de forma online com base no Behaviorismo. Ter um psicólogo me atendendo na mesma base teórica me ajuda muito nos casos e é perfeitamente compatível com minha visão de mundo e entendimento do ser humano. Está sendo fantástico, pois comecei em 2021 com apenas uma pessoa com valor simbólico e, com o passar do tempo, fui estabelecendo um valor adequado pra realidade das pessoas que me procuram e pra mim também. Tanto que atualmente há cerca de 9 pessoas na minha rotina com as mais variadas realidades e está sendo delicioso poder acompanhar a trajetória dessas pessoas ao longo da vida.
Eis que você me pergunta: que hora você atende?
Durante a noite. Eu fico online pro CLT em horário comercial e a noite eu atendo, com exceção de sextas feiras, pois a sextas são sagradas, assim como os finais de semana.
Estar nessa loucura que, ora me faz ter episódios ansiosos e esquivos e ora me faz sentir realizada, me permitiu crescer muito como pessoa e como profissional, mas tudo isso gera um custo, pois eu vivo cansada e agitada, perninha nervosa e concentração prejudicada aos finais de semana, pois eu gasto tudinho que tenho ao longo da semana. Tive retração de gengiva em quase todos os meus dentes por apertar eles uns contra os outros, foi uma tortura ir na limpeza anual da dentista, tá tudo muito sensível.
Neste ano de 2023 eu permaneço namorando a mesma pessoa do ano passado e pretendo namorá-lo até que minha existência seja envida à outro plano. Fizemos muitas coisas diferentes esse ano e tivemos muitas frustrações também, com pessoas e lugares, mas nos mantivemos unidos. <3
Talvez em nenhum outro momento da minha vida me senti tão realizada!
Eu vejo que não houve nenhuma grande conquista absurda, como são as vendidas pelos influencers, mas foi grandioso o suficiente pra eu estar confiante de que posso conquistar muito mais.
Relembrando outros momentos da minha trajetória, eu acreditava muito que era incapaz de fazer qualquer coisa relevante, ou ter sucesso profissional, até mesmo pessoal. Eu já havia aceitado que teria um trabalho solitário, teria uma casa antiga solitária, ficando somente eu, dois gatos e um jardim pequeno. Há alguns anos atrás eu não acreditava ser capaz de intervir na minha vida, pois sempre me zoaram (e permanecem me zoando) por eu ser lenta, desatenta, desligada, até burra, porém, eu vejo que nada disso procede. Olhando pra rotina que eu tenho e tudo que eu sou capaz de criar e aprender, eu não sou nada disso, nunca fui, só me faltava o ambiente certo pra desenvolver as minhas potencialidades e a segurança financeira suficiente pra sentir poder planejar algo relevante, mesmo que esse algo relevante seja pintar um desenho, costurar algo, bordar, modelar ou crochetar.
Existem, até hoje, inseguranças que foram fixadas em mim por anos a fio, mas eu luto contra elas e busco compreender que minha cabeça, EU funciono de um jeito único e que tenho um ritmo só meu que também gera os frutos pedidos pelo capitalismo e pelo meu desejo de aprender e conhecer.
No fim das contas, o maior reconhecimento que podemos ter é o que vem de nós mesmos.
Ninguém do meu antigo emprego vai entender o quão grandioso são meus dois trabalhos e o quanto eles me proporcionam possibilidades, pois a cabeça dele é pequena, e eu falo isso sem pudor, pois eu vejo que o mundo deles é bem menor do que as possibilidades que eu consigo enxergar hoje, do que a vida pode ser, do quanto eu posso me realizar por mim.
Em 2023 eu pude cuidar melhor do Tomilho, meu hamster, mas o calor que tem feito em Dezembro foi tamanho que ele não resistiu, mesmo eu fazendo rodízio de blocos de gelo plástico pra ele se refrescar. Luna e Pandora, minhas gatas, estão bem cuidadas também. Me sinto sortuda em ter duas gatas maravilhosas perto de mim, há dias que chegam a ser insuportavelmente carentes, mas eu entendo elas. Somos uma família afinal.
Todo Janeiro eu faço a lista de metas pro ano vigente e depois reviso elas no ano seguinte, é muito bom saber que algumas metas não foram alcançadas por eu ter me comprometido com coisas maiores do que planejava, outras me surpreendem em como o que eu buscava aconteceu da forma mais inusitada possível!
Especificamente ontem revisitei meus diários e agendas, pois meu diário que usava desde 2021 acabou, restando algumas páginas pra encerrar o mês de Janeiro de 2024. Infelizmente, não encontrei nenhuma agenda de 2024 com arte oficial da Ariel, então comprei um fichário A5 bem gracioso, agora preciso entender como utilizar um modelo diferente de organização, o que não é um problema, meu problema maior é interromper minha coleção de agendas da Ariel kkkkkk Nessa de olhar os arquivos da minha vida, vejo que eu sempre gostei de registrar coisas, embora em 2023 eu não tenha tido tanto tempo de escrever como há 10 anos atrás, tudo de importante está lá! Isso me fez lembrar do meu avô Adolfo, ele fez livros com poemas, versos e sonhos que teve, chegando a catalogar tudo e imprimir, como uma grande biblioteca de si. Pretendo fazer o mesmo com os registros que possuo!
Sinto saudades dele, ele era um vô muito amoroso e dedicado. Pretendo ainda construir um caminhãozinho de madeira semelhante ao que ele fez pra mim quando era criança, era uma carretinha na verdade, coisinha mais fofa! Por isso, quero aprender mais sobre carpintaria num futuro próximo.
Talvez tenha vindo dele meu desejo de construir, criar e reproduzir coisas.
Tenho um post sobre miniaturas de proporção 1/12, que é a proporção dos bonequinhos de Sylvanian Families, em andamento, pois fiz muitas coisas pequenas esse ano de 2023 e agora estou entrando na etapa de fazer coisas menores ainda, para depois unir tudo numa bela casita com cara de um cottagecore, mas sendo a casinha de uma bruxa na floresta. Nesse ponto, de reutilizar materiais e aprender a encontrar uso pra muitos recicláveis eu evolui bastante, fico bem feliz!
Meu crochê também melhorou, embora eu não tenha tanta paciência assim pra fazer coisas grandes ainda kkk
Acho que a única coisa que eu fiz pouco esse ano foi desenhar, tenho alguns desenhos pela metade que quero finalizar e tenho zero ideias de novas artes, mas nas poucas aquarelas que fiz eu me saí bem!
Olhando em retrospecto, é bem provável que eu nunca passe fome, pois sei fazer muitas coisas diferentes e, se precisar, não me acanho em faxinar empresas caso seja preciso, como já fiz em 2017 pra poder pagar a faculdade. Jeito eu sempre vou dar na minha vida e eu sei que vou conseguir me organizar financeiramente e psicologicamente pra crescer muito mais!
Preciso me aprimorar em muitas atividades que gosto, às vezes sinto que não tenho tempo para viver, então aprendi a aproveitar cada espacinho que tenho na rotina pra descansar livremente, ou criar algo legal. Uma pena que seres humanos vivem só até os 100 anos, esse mundo tem tantas possibilidades , é tão grande que não dá tempo de fazer tudo kkkk
Estive refletindo sobre minha saúde e a dificuldade que tenho em lidar com a comida, tendo a ter um consumo compulsivo quando ansiosa ou entediada, na busca por reforçadores positivos eu me acabo em leite com aveia! É, isso mesmo, leite com aveia! às vezes tem granola, à vezes, ao invés de leite é iogurte natural integral, meio bizarro talvez por não me acabar em doces, sim, justamente pra eu não me acabar em doces! Depois da estabilização da bariátrica eu ganhei 10kg, meu objetivo inicial com a cirurgia era chegar em 55kg, se eu chegarei lá eu não sei, mas me sinto muito confortável com os 63kg que eu tive e quero retornar. Quero poder retornar à academia. Embora eu tenha odiado esse ambiente desde sempre, a forma como eu vejo o uso desse lugar me ajudou a mudar meu afeto com ele, afinal, minha lombar estava maravilhosa quando eu fazia musculação! Agora está dolorida, ou seja, perdi músculos na região e a coluna tá sentindo. Nesse ano entendi que sou uma pessoa de compromissos, eu preciso fincar um contrato com algo pra que eu tenha disciplina para fazê-lo diariamente. Por um lado é muito bom, por outro mostra uma defasagem na minha disciplina kkkkk
Em 2023 retirei a vesícula biliar, guardei as pedrinhas inclusive e achei que teria meu problema de constipação resolvido, pois bem, notei que no meu caso, tenho que somar muita carne com muita salada pra funcionar kkkkk Isso me fez lembrar agora que tenho que comprar mais uma caixa de probióticos, pois está sendo um tratamento eficaz! Quem diria que não cagar era falta de bactérias, antes tomar um comprimido do que ter que me entupir de mamão, ameixa seca, óleo de rícino e metamucil.
Bom, acho que vou encerrando por aqui. Realmente, 2023 foi um ano impactante pra mim, um ano bem diferente e que me deu a certeza que eu posso ser eu mesma e conseguir chegar em meus objetivos.
No fim das contas, ser eu mesma agora é um prazer enorme, e não uma tortura.
Espero que o ano de 2024 traga coisas boas pra você! Nem sempre parece muito bom, algumas fases são bem desafiadoras, mas lembre sempre de registrar suas conquistas, seus desafios, suas tristezas e até aquele dia que você não queria mais estar aqui, porque quando a gente vai avançando, vamos vendo que podemos mais do que imaginamos e acabamos sendo mais forte dos que os outros nos fazem acreditar.
Como eu disse em Agosto de 2020: se eu sobreviver à isso, sobrevivo à qualquer coisa.
E essa foi a maior verdade que eu poderia proferir!
˚ ✦ . . ˚ . . ✦ ˚ . ★⋆. ࿐࿔ ˚ ✦ . . ˚ . . ✦ ˚ .
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Bom dia McDonald's? Eu vim fazer um pedido do estrangeiro com um ser humano que tem a personalidade do anfitrião e batata frita headcanons pls,muito obrigado
Headcanons de Estrangeiro com umx leitorx humanx com a personalidade do Anfitrião
Aqui o seu pedido senhora/senhor/senhore.
Estrangeiro definitivamente não enxergava potencial em você, para ele, você somente era um bobo da corte, fazendo piada com tudo que via e ouvia. Mas depois que ele conheceu os seus outros lados e gostos, que não sejam ser um palhaço, ele te deu uma chance...
Ele notou como você pode ser realmente responsável com certas coisas, no qual ele admira e acha fascinante, você sempre demostrou ser caóticx e social, mas vendo como você tinha, de fato, gostos e responsabilidade deixou Estrangeiro fascinado, e... Até mesmo admirado de você, fazendo a curiosidade de Estrangeiro sobre você aumentar levemente, resultando em mais passa tempos juntos.
Estrangeiro aprende a ter paciência com você durante o tempo, desde que ele sabe que a sua personalidade e lógica não é inteiramente baseada em coisas caóticas. Você pode gritar, correr por aí e fazer quantas piadas estúpidas, Estrangeiro sempre vai ficar ao seu lado com a paciência intacta.
Estrangeiro tenta entender a sua lógica as vezes, ele quer aprender por que você faz piadas de tal coisa, ou por que você fala alto e ri da dor dos outros. Ele tem uma grande curiosidade em você.
Estrangeiro entende completamente que nem todas as vezes você pode manter essa imagem caótica, ele entende que você ainda é humano e tem seus próprios problemas físicos, mentais e emocionais, e ele quer que você fique ciente que está tudo bem não deixar essa imagem em pé todas as vezes quando você está perto dele.
Estrangeiro as vezes fica tímido em segurar mãos, ele já ouviu diversos comentários que a mão dele não é comum, e ele tem medo que você não goste da sensação de segurar a mão dele por ser esquisita.
É bem notável como Estrangeiro era levemente mais tímido com você do que os outros, isso por causa do fato que Estrangeiro admira como você era inesperado do que os outros humanos, era, de fato, uma coisa interessante no ponto de vista de Estrangeiro. E por você ser tão inesperado, ele teme que um dia ele irá te irritar, decepcionar ou te deixar triste, Estrangeiro te admira! E ele odiaria te perder tão derrepente.
Estrangeiro está ciente você deve ter um ego grande, o que faz ele feliz, pois você vai estar sempre aberto para qualquer tipo de pergunta que ele irá fazer para você.
Estrangeiro pode ser tímido, mas ele também pode ser romântico quando ele quer, fazendo o mais clichê jantar romântico em sua casa, ou uma caminhada, que se você quiser, pode ser segurando mãos.
E também, se ele quiser, ele pode simplesmente provocar você com provocações românticas quando vocês desenvolverem um relacionamento mais profundo. Estrangeiro acha hilário como você pode ser facilmente irritado com simples comentários.
#sinais do outro lado#canon x reader#x reader#reader insert#sdol#sinais do outro lado x reader#sdol x reader#soft headcanons#x reader headcanons#fluff headcanons#headcanons#headcanon#estrangeiro x reader
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“Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: "Eu os amei o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas regressarão". Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar pelas balas que tiraram da mercearia, ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé duas horas junto deles, enquanto limpavam o quarto: tarefa que eu teria feito em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por eles, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... porque no final eles venceram também!
E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo..." As outras crianças comiam doces no café da manhã, e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso celular de madrugada.
Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse só uma hora ou até menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil.Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos que achávamos cruéis.
Eu acho que ela dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos. Tinham que subir, bater à porta para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar. Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Foi tudo por causa dela.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o nosso melhor para sermos "Pais Maus", tal como a nossa mãe foi.Eu acho que é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes "MÃES MÁS" !”
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(pt) Introspeção sobre a perfeição
A procura inconsciente incessante da perfeição é uma maldição. A perfeição é puramente conceptual, não podendo ser nunca encontrada ou alcançada. Tome-se o exemplo de um triângulo: existirá um triângulo no universo? Em boa verdade, não. Não existe uma figura tal no universo que seja constituída por três segmentos de reta que se unam nas suas terminações, pois não existem verdadeiros segmentos de reta para começar. Os triângulos são puros conceitos, não sendo materializáveis, mas tornam-se úteis graças à matemática, que por sua vez, se torna ��til graças à física. Então o que torna a perfeição, também estritamente conceptual e não materializável, útil?
A falta dela.
É a procura da perfeição – ou a tentativa de uma aproximação progressiva, na tentativa de a alcançar – que a tornam útil. Ela serve para apontar falhas, faltas de perfeição. Serve apenas para criar o caos no mundo, ou efémeros momentos de paz de espírito num grupo seleto de indivíduos. “Perfeitas imperfeições” é, subsequentemente, um conceito patético, se pensarmos bem nele. É como aceitar a existência de Deus para garantir um certo sentimento necessário e ingénuo de segurança ou certeza perante o incerto, como seja a morte. Trata-se de uma fútil tentativa de abordar um conceito desconhecido, agindo como se este fosse conhecido. Por mais elementar que este próximo comentário seja, fá-lo-ei na mesma, porque se fosse tão claro para toda a gente como verdadeiramente é, em termos de complexidade conceptual, então não se usaria tanto a expressão e eu não sentiria a necessidade de reiterar a ideia: ora, é a lógica da batata, mas sendo imperfeito, ou contendo imperfeições, não é perfeito. Vai até para além disso: uma imperfeição é algo que se afasta da perfeição. Uma perfeita imperfeição seria, por isso, nada mais do que uma imperfeição no grau máximo, um total falhanço, portanto.
Perfeição. Que conceito tóxico, envenenador.
(Já nem falo da apropriação da sociedade dos nossos tempos a este termo – “corpo perfeito”, “pele perfeita”, “feições perfeitas”, etc. - apropriação esta que gera toxicidade só por si; no entanto, nesse sentido, é a comunidade que instaura estes termos na vida dos diversos membros, criando uma expectativa e pressão sistemáticas. Refiro-me, sim, à maneira como cada um vê a perfeição, maneira esta que é inevitavelmente parcialmente condicionada pelos dogmas sociais referentes ao tópico, mas que é, ultimamente, uma questão pessoal e particular, determinada pela apreensão de cada pessoa relativamente ao conceito e definição)
Creio que este conceito tem a capacidade de arruinar alguém. Há quem veja a perfeição da forma mais humana, real, mundana, prática, e, honestamente, favorável concebível. Estas pessoas são invejáveis, pois aprendem a contentar-se com o que é “bonito”, chamando-lhe “perfeito”, leem algo que sacia o seu espírito e chamam-lhe “perfeito”, experienciam algum momento de grande alegria e chamam-lhe “perfeito”. Isto não posso considerar nada mais do que incompreensão perante o conceito de perfeição e/ou falta de ambição. Não digo isto num tom elitista, mas puramente pragmático. Quero estender um pseudópode da minha alma e verdadeiramente dar a entender o caos silencioso que a busca incessante pela perfeição origina.
Sinto-me refém da ideia de perfeição, impingida em mim sempre enquanto conceito e nunca enquanto algo alcançável. Quando andava na escola, os professores diziam-me sempre que não fazia mais do que a minha obrigação, sendo que eu apresentava trabalhos e resultados bastante bons. Mas isso era esperado de mim: um bom trabalho e um desempenho exemplar. (E por mais que isto pareça uma história da carochinha, sobre problemas de primeiro mundo, relembro que o dito primeiro mundo se deve focar mais neste tipo de questões, por ter as necessidades corpóreas saciadas, que se foque, então, na observação do espírito, dos costumes, do ambiente, hereditariedade, conceptualismos e afins. Estando fisicamente confortáveis, permitamo-nos atormentar espiritualmente. É isto que se pede a quem me lê, que se ponha à mercê da provocação, à disposição do espicaçamento)
Eu sou apenas uma sequência de eventos e não um historial de conquistas. Apercebi-me que isto deixou registado no meu cérebro que que o que eu fazia era apenas o normal para mim. Aprendi e apreendi uma conceção de perfeição que envolve critérios exigentes. Não sendo a perfeição, ainda assim, materialmente possível, é-me necessário mais para chegar ao ponto de, por um momento, sentir que estou na posse de perfeição. Desejo ser cegado pela crença de que lá cheguei. Teorica e praticamente, sei e saberei posteriormente que não atingi a perfeição. Mas a minha humanidade, carregada de imperfeições e, por isso mesmo, suscetível a ser iludida, permitir-mo-á.
Sendo estes momentos meros momentos, no entanto, não me será possível encontrar a felicidade e plenitude em diversas áreas, as quais têm como conceitos elementares realidades novamente elementares e abstratas, conceptuais, pois estas ilusões efémeras não se podem transpor para estas realidades eternamente. O corpo engana, a mente é falível e ilude-se momentaneamente, apreende-se a realidade, desprende-se a falha. Morre a ilusão. Cortam-se as asas, cai o anjo morto, e volta tudo a ser meramente tolerável…
De que se trata, então, a perfeição humana, teoricamente praticável? (se foi, efetivamente, praticada até ora não me compete afirmar, sendo que também permanece uma incógnita para mim. Há quem se afirme em tal estado no que toca, por exemplo, à dimensão amorosa. Mas é-me difícil de conceber que alguém se tenha encontrado nesse estado e, especialmente, durante um período extenso de tempo. O ser humano é extremamente falível, longínquo da perfeição, sendo fácil detetar-lhe falhas. Como seria, então, viável para outro ser humano deixar-se iludir durante um período de tempo significativo? (cuja duração não consigo expressar, e sei apenas que difere de um breve momento de ceguez, não conseguindo afirmar quão mais duradouro terá de ser para ser considerado significativo, se uns minutos, se horas, se semanas, se toda a eternidade ou, pelo menos, toda a duração de um ser) Não obstante de subsistir esta dúvida, podem-se sempre observar e analisar conceitos, desafiando as suas particularidades) A perfeição humana teoricamente praticável trata-se de uma constante ilusão, possibilitada pela exposição permanente a estímulos provenientes de uma realidade da qual provirá esta ilusão. Um bocado confuso. Vamos simplificar.
Vamos retomar o exemplo do amor, visto que por ser tão propagado se torna mais acessível. Para alguém se convencer que ama, tem que ser exposto a momentos efémeros de aparente perfeição através de estímulos que têm origem no amado. Isto é conseguido graças ao que a outra pessoa diz, faz, é, ou tudo em simultâneo. Quando se torna algo novo, ótimo, fascinante, é nesse fascínio que se inicia o momento de cegueira. É o “wow” causado que distrai de tudo o resto, a pessoa foca-se nesse “wow” e flui com ele, deixando-o passar, como um barco que se encontra ao sabor da maré e se levanta quando uma onda vem, deixando-a ir, subindo com ela e descendo novamente. É assim que funcionam os efémeros momentos de perfeição. E é assim que alguém se convence que está apaixonado: tendo vislumbres de perfeição. [A/N posterior: é capaz de ser nisto que consiste a paixão, mas se sim, não corresponde às ideias românticas, perfeitas e idealizadas que tanto nos aparecem representadas]
A perfeição é algo que nos deve cegar de forma constante. Nós vivemos amostras de como a perfeição deve ser sentida, que nos fazem desejar manter e prolongar esses estados. A beleza da vida é atingir estes estados de ceguez, pois é neles que podemos encontrar felicidade pura. Já alguma vez vos aconteceu serem completamente dominados por felicidade? Pode vir nos momentos mais simples e meio banais, ou em momentos com pessoas ou em lugares só por si carregados de simbolismo. Uma vez fui esquiar e numa manhã, a meio de uma descida, quando parei num café que havia ao pé das pistas e tirei os esquis, deitei-me na neve fofa, cansado, a olhar para cima, para o céu, e a ver as nuvens a passar lenta e pacificamente. E estranhamente, senti-me dominado por um estado intenso de uma calma feliz, creio que uma espécie de epifania divina pacífica. Chamemos-lhe epítome da vivência humana.
O epítome da vivência humana é a mais bela sensação de todas. Uma semi-ascensão, um vislumbre do pináculo de toda a existência humana, uma amostra de como a perfeição haveria de ser se fosse possível.
Devia ir esquiar outra vez…
∼ T
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NO CARROSSEL DO DESESPERO VOMITEI DE TONTURA
— Criança sozinha não pode, senhor — disse apontando para o garoto que entrou por último no carrossel.
— O guri tem doze anos. Ele pode decidir judicialmente com quem quer morar, mas não pode ir num brinquedo de parque sozinho? — estufou as narinas, arregalou os olhos e ergueu as mãos e antebraços junto dos ombros, questionando a lógica (inexistente) das regras do parque em que levou o irmão caçula. — Isso só gira com um monte de unicórnios, não é um tobogã com tubarões no final.
O olhar do funcionário que cuidava do brinquedo era a definição visual de quem está cansado da vida e não vai insistir na discussão. Deixou o pirralho ir sozinho mesmo, o máximo que poderia acontecer era perder o vigésimo quarto emprego em um ano e meio e ter de procurar outro.
Nada de novo sob o sol.
E que sol! O verão no Paraná não costumava ser tão escaldante, evidências do aquecimento global faziam as crianças chorarem por sorvete. A testa de Marcelo poderia fritar um ovo de tão suada enquanto ele, roboticamente, apertava botões de liga e desliga e abria e fechava um portãozinho de um metro de altura.
Do lado de fora do gradil, muito perto dos controles do carrossel, Renato esperava o irmão, lambuzando-se na terceira casquinha enquanto aguardava o baixinho na quinta volta seguida no carrossel. Ainda bem que quem estava comendo era o irmão mais velho, senão o carrossel já estaria forrado por vômito de chocolate e algodão-doce.
— Quer um pouco? — ofereceu o quarto sorvete do dia, agora um picolé, ao perceber que o funcionário derretia mais que o doce no palito.
— Não, eu sobrevivi a isso a semana toda, não vai ser hoje que vai dar errado — jogou as costas no mesmo gradil onde o outro apoiava os cotovelos — Ele não cansa disso? Eu já estou tonto de vê-lo girar tantas vezes seguidas.
— E provavelmente ele ainda vai querer girar mais algumas, várias, muitas voltas — riu entre as lambidas no picolé — Eu vou comprar uma água, quer alguma coisa?
— Não, eu tenho uma garrafa comigo aqui — ergueu o frasco plástico que tinha em mãos, a água visivelmente já tinha evaporado, condensado e outras mil coisas ali dentro daquela garrafa debaixo do sol.
— Ok, eu volto já para tentar tirar ele daí.
Renato foi procurar a própria bica de água em alguma nascente amazônica. Quase uma hora depois de ter ido “comprar água”, ele retornou para resgatar o irmãozinho das rotações infinitas do carrossel. Não sabia ainda que o resgate teria que ser dele mesmo quando a mãe descobrisse que…
— Como assim ele saiu?! Eu não estava aqui, porque deixou ele descer? — Renato chacoalhava a garrafa no ar, gesticulando, jogando água para todo lado, visto que tinha a tampinha numa mão e o frasco em outra.
— Quem argumentou que ele tem idade até para decisões judiciais foi você — disse em tom seco enquanto apertava o botão verde mais uma vez.
Uma respiração profunda tocou o cangote de Marcelo, que estava de costas para a grade.
— Eu ‘tô muito ferrado, minha mãe vai tirar a pele da minha bunda com a sandália — a fala sussurrada e o tom de voz trêmulo de Renato fez o funcionário virar-se para ele, seus olhares se cruzaram — Eu vou ficar sem meu Pokémon Go por meses. — Renato literalmente derreteu, mas não de calor e sim em lágrimas, soluçando um choro dramático com a testa apoiada no ombro de Marcelo.
O mais velho apertou o botão vermelho do controle, a expressão que tinha no rosto era séria. Movendo apenas o braço e a mão, levantou o trinco e abriu o portão de acesso ao brinquedo. Ergueu o membro superior direito e apontou para fora do gradil, sem dizer uma única palavra. As crianças desceram e correram para fora. Marcelo tirou de algum lugar uma placa que dizia “em manutenção”.
— Não posso admitir que alguém seja impedido de jogar o melhor jogo já criado pelo homem — colocou seu boné do Ash e tirou a camisa do uniforme do parque, mostrando a camiseta arco-íris que vestia por baixo — Vamos achar o seu irmão ou eu não me chamo Marcelo Maciel.
— Renato, prazer — estendeu o braço.
Apertadas as mãos, com um compromisso feito entre as partes, foram em busca do pequeno-mas-juridicamente-apto-a-decidir-com-quem-morar, Rodrigo.
Passaram pela montanha-russa (pequena, diga-se de passagem) e, em meio ao frenesi da fila, foram arrastados com as outras pessoas. Quando entreolharam-se já estavam sentados no carrinho e com as travas cobrindo parte do tronco. Marcelo sentiu o pulmão travar assim que começaram a se mover sobre os trilhos.
Receberam ao final uma cópia da foto de suas caras adoráveis durante a descida — Marcelo faria questão de queimar aquele pedaço de papel quando chegasse em casa.
Seguiram então até o carrinho de bate-bate, onde descobriram ser duas pessoas extremamente competitivas e sem foco.
Renato começou batendo em todos os carrinhos possíveis na tentativa de ver se o seu motorista não habilitado era o pequeno Rodrigo.
Péssimo exemplo para todos os menores de idade, criou, sem necessidade, uma briga de trânsito. Sentiu o choque na traseira que fez seu bumbum desgrudar do banco e voltar para ele numa dor infeliz no cóccix. Quem ousava arranhar seu para-choque traseiro?
— Por que você bate em todos para ver quem é? Não lembra nem a roupa que seu irmão está usando, idiota? — gritou Marcelo do outro lado da área do brinquedo.
— Quem você chamou de idiota, Marcelo? — tinha os olhos em riscos, semicerrados, convidando Maciel para a briga de trânsito mais infantil do parquinho.
Perderam meia hora ali, jogando seus carrinhos um contra o outro, espantando as crianças — e saíram apenas porque foram expulsos pelo controlador do brinquedo.
O Túnel do Amor não era muito convidativo, mas eles tinham de procurar Rodrigo. Entraram no barquinho em forma de cisne e seguiram. Saíram do outro lado do túnel completamente encharcados após uma discussão sobre queimar ou não a foto da montanha-russa.
— Eu vou queimar isso no fogão da minha mãe, ninguém pode ter acesso à essa prova.
— Como assim queimar? ‘Tá doido, Marcelo? Dá isso para mim, ninguém vai achar ela no meu álbum.
Assim começou a troca de empurrões, braços esticados, tentativas de pegar a foto um do outro e PLOFT!
Percorreram mais alguns brinquedos pequenos e irrelevantes, tediosos. Restava apenas a temida roda-gigante.
— Eu não vou subir nessa cabine com você e ficar preso lá em cima tendo que olhar pra sua cara feia de fome — resmungou Renato, recebendo um revirar de olhos do Marcelo como resposta.
Foi puxado pelo antebraço para dentro do cubículo, como ele chamava, e obrigado a sentar em um dos banquinhos lá dentro.
— Se parasse de reclamar não pareceria tão ruim.
Alguns minutos de silêncio e dois estômagos manifestaram-se irados. A fome era pior naquele calor de uma hora da tarde e naquela cabine abafada que ainda estava na primeira metade da volta.
— Eu tenho medo de montanha-russa — desabafou numa voz baixa, olhando pelos vidros da cabine, evitando contato visual enquanto admitia seu pânico particular desconhecido pelo mundo.
— Por que não me disse? Eu teria entrado na fila sozinho.
— Sei lá, parece um medo muito idiota.
— Mais idiota do que eu? — sorriu quadrado, tirando uma risada tímida de Marcelo.
Muitos e muitos brinquedos depois, já secos pelo poder magnífico do calor solar em secar roupas, retornaram ao carrossel, exaustos e frustrados. Talvez Rodrigo tivesse entrado na toca do coelho e ido visitar a Rainha de Copas.
O celular de Marcelo e de Renato tocaram, uma notificação do joguinho que ambos amavam tanto avisava que uma nova batalha começava naquele momento. O ginásio era o carrinho de pipoca doce, metros à frente do carrossel. Renato só não esperava que um dos jogadores na batalha fosse…
— Diguinho e seu companheiro Sudowoodo — arregalou os olhos — Meu irmão está no Ginásio Pokémon numa batalha? — Os dois mais velhos trocaram olhares confusos e viraram-se juntos para o carrinho de pipoca.
— É sério? — Jogou os ombros para baixo, pendendo os braços e bufando, desapontado. — Procuramos no parque todo por esse pirralho e ele estava aqui jogando Pokémon… Subindo absurdamente de nível, Renato, olha isso!
A humilhação era grave, gravíssima. Seus níveis eram pequenos bebês chorando comparados ao nível de Rodrigo. Talvez ele, além de juridicamente-apto-a-decidir-com-quem-morar, fosse também apto a destruí-los por completo no joguinho.
Observavam o guri a alguns metros, concentrado no celular, sentado no banco ao lado do pipoqueiro. Renato e Marcelo formavam agora uma definição visual do fracasso. Sujos, imundos, suados como camelos e fedendo a água-clorada-do-túnel-do-amor. Marcelo cutucou o mais novo com o cotovelo.
— Ei, que tal um sorvete de casquinha, um picolé, um refrigerante trincando de gelado, um cachorro-quente, uma pipoca e talvez umas batatas? — ergueu as sobrancelhas rapidamente algumas vezes.
— Merecemos isso duas vezes depois de tudo que corremos. Eu comeria o próprio Charizard que o Rodrigo está derrotando naquele ginásio.
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Glorinha,
Desculpe a pressa. Meus dedos estão engordurados, é porque a janta está no fogão. Vamos, iríamos, quero dizer, irei comer macarrão com salsichas e batata cozida. Não é nada saudável, eu sei, porém, talvez isso seja o pior, é muito fácil de fazer! A praticidade é uma das coisas mais bonitas nessa vida. A vida hoje está cheia de coisas fáceis, fuja delas na possibilidade e na imanência desses fenômenos (viu só? que palavra chique: f-e-n-ô-m-e-n-o. tô treinando a escrita, graças a ti), exceto para jantas, que aí tá liberado mesmo. Esses dias eu derrubei água no computador, acho que entrou em curto-circuito (outra palavra engraçada kkk). É que eu ando desastrado como sempre, sem foco, sabe? Meio com pressa de viver as coisas, engraçado, pois é quase simultâneo, que eu consigo focar em algo por muito tempo, daí atrasando as coisas que paralelamente devemos fazer, por exemplo, estou de olho n’água da batata, quase pronta, e escrevo aqui para você. Na verdade, tenho escrito esta carta mentalmente faz tanto tempo que nem lembro mais.
Escrevo para mesurar a saudade, mensurar a maldade e censurar a proibição. Escrevo porque quero. Ainda não sou inteligente, como você, sabiamente, recomendou que eu fosse. Cito: "Você é um menino muito inteligente, mas seja inteligente no total, não só em certos aspectos da sua vida”. A batata está pronta, só falta a salsicha, farei uma pausa para comer, mas eu já volto. Adultos voltam sim, aprendi isso com o Daniel, o Tigre. Acho engraçado o nome dele acompanhar um artigo masculino. Uma vez, também sabiamente, até então somente minha severa professora de matemática, mas de bom coração, daqueles bem molinho, disse para mim: você pensa mais rápido do que sua mão (a capacidade de escrever). Um ano depois eu fui levado para a diretoria pois, você deve saber, acabei rabiscando a prova de avaliação da educação no estado de São Paulo, forçando a professora a me tirar da sala, algo que era meu objetivo desde o começo. Lá, com dona Alessandra ao meu lado, o diretor disse para consultar um psiquiatra, ou um psicólogo, à preferência da mãe. Eu já te disse que penso muito rápido, ou às vezes penso muito lento, mas de forma detalhada ao extremo, e repeditamente?
Entendi algo precioso nesses anos em que a nossa comunicação não existiu. Aquilo que digo sobre os outros, diz muito mais sobre mim do que deles. É como se o defeito que vejo dos outros de certa forma dialoga com os problemas que eu carrego, sendo analogias internas, numa conversa introspectiva, onde só eu poderia resolvê-los. Quem ficou louco fui eu, não você. Nunca você. Eu, sempre.
Você não é egoísta.
Esses dias estava com a Manu, lá em Santos. E todo santo dia ela ficava até de madrugada conversando com a namoradinha on-line dela, desculpa o diminutivo, é que elas são crianças, 14 e 15 anos? Nem sabem o que amor, eu tenho 25 e ainda não sei o que ele é. Mas lembro de ter sentido. Contigo, com ela, com outras, com outros, de mim mesmo, dos meus irmãos. Tem dia que eu sinto que entrarei em curto-circuito, feito meu computador, é aquela sensação de que a vida vai passar num sopro, como que se só por capricho dos Deuses minha vida fosse tirada daqui e levada para o mundo do acolá, o grande Desconhecido. Memento Mori, era disso do que eles falavam? Dessa sensação de que tudo vai acabar a qualquer instante, quando até o vento, um canto desafinado do vizinho ao tomar banho, enchem meu coração de felicidade. Nesses momentos, críticos e delicados, minha mente sensibiliza os mínimos detalhes. Olhar nos olhos do cara que vende pão pode ser algo complicado, ou muito lindo. Então, você lembra? Das ligações, as madrugadas... Lembra? Se eu fechar os olhos e pensar muito forte eu acho que consigo sentir a mesma felicidade que esses dias trouxeram para mim. Pausa, hora da janta. Foi você que mandou aquele celular para mim? Acho que não. O que tinha tecladinho e tinha um touch screen horrível. Eu sabia entrar nas músicas sem olhar para o celular, de tão íntimo que fiquei do aparelho e, consequentemente, de você. Isso eu sei que não te contei mesmo, mas quando morei aí nas suas terras, no coração da Av. Conde da Boa Vista, prédio Módulo, às vezes o elevador quebrava e tinha que subir uns tantos décimos andares. Alan tinha alugado um novo apartamento, dois quartos, hipoteticamente melhoraria nossa convivência. Durante a mudança, totalmente embriagado de cannabis, escutando uma música altíssima, um rapaz viu que era fácil como tirar doce de criança. Puxou a mochila, aconselhando que se eu o desse, sem violência, poderia ir em paz. Perdi toda minha biblioteca de músicas especiais, foi um dia triste. Eu até acho que ele morava ali em volta, e dias depois ficou me seguindo. Eu sou meio paranoico mesmo, desculpa. Nem a Larissa conseguiu me aguentar, morar junto. Eu fico imaginando como a história da Manu acabará. Será que muita história vai rolar pelos olhos dela? Uma coisa que nunca admiti para ninguém é: eu fui pra Recife na esperança de encontrar você, ou qualquer outra coisa que substituísse um vazio incômodo, que com você, às vezes, não parecia existir.
A verdade é: prioridades. Você nunca foi a minha, talvez em alguns momentos, confesso, mas quando houve realmente a minha oportunidade, eu sei que fui distante. Menti. Acho inteligentíssimo da sua parte afastar-se de mim, bloquear nas redes sociais, eu realmente sou tóxico. Você conhece o dilema do porco-espinho?
O dilema do porco-espinho é uma metáfora criada pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) para ilustrar o problema da convivência humana. Schopenhauer expôs esse conceito em forma de parábola na sua obra Parerga und Paralipomena, publicada em 1851, onde reuniu várias de suas polêmicas anotações filosóficas.
O porco-espinho, quando frio o suficiente para congelar uma vida, reúne-se com os outros pares da espécie para o aquecimento coletivo. Porém, quando perto demais, acabam machucando uns aos outros, obrigando novamente a se afastarem. O frio não desiste e faz eles lembrarem que devem ficar juntinhos, caso queiram o calor necessário, e os espinhos voltam a furar o próximo. Nesse vai-e-vem, o que tiro da parábola é: O quanto mais eu quero magoar alguém, quanto mais fundo desejo colocar o espinho da dor num outro ser humano, mais e igual é a ferida que abriu (ou abrirá) em mim, pelo espinho do outro. Seja lá por qual iniciativa, minha ou a dele. Concluo. Quando eu quis te magoar (conscientemente), a ferida que havia em mim estava sendo feita, ou já havia sido, por mim. Entende? É meio confuso. O problema não era você e suas atitudes, ou o simples transar com o querido Olmir, Netinho para os íntimos, mas não é aquele di Paula. O que doía em mim vinha de mim. Da raiva que eu sentia do mundo, esse desejo de explodir, a masculinidade tóxica, pronta para devorar o primeiro ser vivo que passar na frente e, assim, proteger sua prole. Um instinto de proteção, mas se proteger do que? Da fragilidade? De saber que ela pode ser dele, e não minha, que ela nunca será “minha”, que eu não sou unanimidade? Medo do quê? Será que sou gay? Sério, já me perguntei isso. Eu beijei uns rapazes, e não é isso. Eu já pensei tanto... Ainda não sei sobre o porquê deste medo. Sei é da reação que tenho dele. Um jeito de não enfiar espinhos em alguém é, olha só que fórmula mágica, em 1, 2 e 3: ficar sozinho. Dói ficar sozinho. Têm dias que eu acordo chorando, sem nem saber o porquê... Outros dias, já disse, meu coração sorri ao primeiro soprar da brisa sulina, balançando os versos de meu cabelo no ar. Você consegue ver como eles dançam?
Antes de ir embora, eu queria te contar uma história nada a ver, kkkkkkkkkkkk. Ah, antes da história, eu adoro isso, chamo funções recursivas, é algo que você consegue usar para criar infinitas coisas serializadas, tipo, antes da história, que fica antes de eu ir embora. Outro tipo de função recursiva é a do “sucessor”. Sucessor de zero, um. Aplica de novo, você tem o dois, repete e continua, parabéns, você construiu o conjunto dos números naturais! Tá. Me empolguei, desculpa. Pode pular essa parte (vou corrigir isso e colocar o aviso antes). Antes da história: já faz três anos que estou em Florianópolis. Curso Filosofia, bacharel e licenciatura, mas gosto mesmo é da lógica. Antes da matrícula presencial, descobri que aquela casinha que você foi me visitar, fora vendida num leilão, fruto da inadimplência (olha só, outra palavra chique). Estávamos sem casa. Lari debandou num apto com o Wahiderson, perto do Zahir falamos Washington, mas eu acho que ele é malandro e saca que estamos falando do pai dele. Mamãe foi pra PG com o Jairão. Eu peguei uma bicicleta, meu violão e vim para a Ilha da Magia, que de mágica não tem nada. Eu já havia tentado Geografia, Matemática, só trabalhar e Conservatório. Nada deu certo. Dessa vez tinha que fluir, não é? Chegando aqui acabei sendo acolhido pelo programa do PAEP (Programa de Apoio Emergencial de Permanência). Acabei conseguindo a Bolsa Estudantil de Permanência, depois a vaga para a Moradia fixa saiu, e daí eu vi que as coisas encaixariam. De lá pra cá, afundei a cara nos livros, usei pouquíssimas drogas, acredita? Mas, usei, não nego! Hahaha, só que eu percebi, não ia mais em festas, bem diferente do Enxada Rio Claro (os meninos da rep até ficam de cara quando digo que me dei bem na faculdade, que estudei etc.), ficar em casa é mais divertido, melhor para a alma, sabe? Os dias que não quero me sentir tão sozinho, faço que nem sua amiga, a solidão é menor na multidão. Quando cheguei nesse quarto, onde escrevo esta cartinha, que é mais terapia do que carta, fui depressa dar uma cara minha para o lugar. Coloquei fotos na parede, desenhos, colagens, mensagens aleatórias e fórmulas de lógica na parede, para quando entrarem, falarem: Nossa, quem que mora aqui? É como se eu registrasse um pouco de mim no mundo, mesmo que a resposta da pergunta seja: não sei, ainda a pessoa sabe que o fator desconhecido veio de algum lugar, e não importa que esse lugar seja eu para ela, mas importa para mim. Entende? O que eu queria dizer chegou exatamente agora.
Dentre as fotos, algumas da minha infância, da coleção de Mamãe Album and Photos, uma do meu pai e minha mãe casando-se, os dois bonitões, pela foto, eu suponho, mamãe parece ligeiramente mais feliz do que o Anderson, o Monumento. Há três por quatro de quase todo mundo: Manuela, tentando segurar um sorriso espontâneo. Larissa, recordação anual da escola, feita para gerar lucro, onde certamente o fotógrafo pediu “Um sorrisão bem bonito, vai”. Eu, com um sorriso forçado e bangela, os dois decorridos pela decadente infância. Eu, de novo, normal, tirando por obrigação, já que a UNESP pedia na matrícula. Adriano, o sorriso é de confiança, ele usa um terno que a organização séria de música exigia para o registro oficial de músicas, com direitos a royaltes e essas coisas burocráticas, foto tirada para o grupo musical que iríamos formar, “Som Sudeste”. KKKKKKKKKKKKKK. O Gabriel, pequeno, a foto está muito descolorida, então, não consigo ver se ele está feliz de verdade. Júlia, ex-namorada, ser humana antes de tudo, e passível de amor como qualquer coisa no universo, sorriso tímido, boca fechada. Sobraram três fotos. Tá quase acabando, tô chegando lá. Eu e Adriano, o violão do Davi em minhas mãos, um anel de coco no dedo mínimo, o pulso carrega uma pulseira, era sua? Você tinha escrito alguma coisa nela, agora não me vem na cabeça o que é... Era “paciência”? Depois me diga, por favor. Faz tempo que não tenho notícias detalhadas sobre você. O Adriano me olha meio relaxado, ainda que rígido geometricamente, vestindo a famosa calça de capoeira e a boina chique. Esse dia tocamos juntos, os três, às vezes era algo bonito de ouvir. A segunda, e penúltima foto, por ordem de apresentação, não de importância, acho que nem é possível compará-las, estou beijando a Dona G. O rosto dela não aparece, nem o meu. A curva do meu cabelo se confunde com o lábio dela sorrindo, o que indica que nossos lábios estavam longe, na hora do clique. O que sobra é uma sugestão do rosto dela, um cigarro em meus dedos e o colar de pedra azul-sei-lá-o-que, sou péssimo com categorias. Colar que acabei doando para uma garota que trabalhava numa lanchonete, que ficava em frente à loja de celulares, daquele vizinho do Mal, o Washington, marido da Rô, pai do João, Murilo e Melissa. Você chegou a conhecê-los? A casa deles ficava logo depois da nossa, nossa porque também foi tua, enquanto esteve lá. Trabalhei lá uns meses e num dia aleatório quando fui comprar um lanche, tentei puxar papo, eu já estava meio embriagado de formosura, e ela comentou, claro, que estava com problemas de relacionamento, e pediu que aquela coisa passasse logo (outra engraçada, passasse kkkkkk) e etc. Eu, na minha ingenuidade, aconselhado por Dona G “esta pedra ajuda na resolução dos amores e etc”, doei o colar para a formosa flor. No outro dia, até me mostrou a própria trança que havia feito no colar, personalizando o novo artefato, exibido entre os ombros e na altura da gola do uniforme capitalista. Espero que realmente tenha funcionado, que ela esteja em paz com o amor dela. Pois viver só é difícil. Repito. Você precisa viver com alguém, racional, vivo ou estático. Humano, sensível ou palpável. Um amigo, um cachorro, ou uma pedra. Uma mina, uma gata, ou a água. Um universo, uma águia, ou o ar. Uma vida, uma vida, ou a vida.
Eu não sou racional.
Na última foto, alaranjada pelas luzes do centro, caminho de mãos dadas com você, na hora eu nem lembro se tinha noção de que o Caio estava de paparazzi, e que você devia ter pensado nisso 7 dias, 9 horas, 32 minutos e 57 segundos antes daquilo acontecer, e como você se esforçava para criar coisas. Lembra, no Marco Zero, você me disse que alguém havia dito para você: você é infantil fantasiando essas coisas, como pensar que os peixes num dia de sol são estrelinhas que brilham no céu do mar, literalmente refletindo, feito espelho fiel, o céu azul dos dias ensolarados, que são de costume em Recife, diga-se de passagem. Esta tua capacidade de criar coisas é tua, nunca perca isso. Eu ainda guardo o livro do Elliott, fico vendo as fotos, com muito carinho. Perdi a camisa do Elliott, em algum lugar, infelizmente. O chapéu voou. As tirinhas do Snoopy ficaram coladas na casa leiloada, em forma de protesto contra o capitalismo, aqui viveu alguém que amou. Obrigado por todos os presentes. Alguém me roubou o livro do Vinicius, eu também gostaria que ele fosse nosso, mas, sinto que agora é impossível.
Cariña. Carino. Carina. Ca-ri-na. Teu nome começa com o espanto. Ca. A boca termina aberta, revelando o espanto do ‘a’, acompanhado pelo grandioso meio círculo, o ‘c’. Ri. Alguém leria “ri”, do verbo rir, mas como sei que essas duas letrinhas vêm do teu nome, fica fácil. É o salto da língua, voando para encostar no céu da boca, assim como os pássaros inflam o peito antes de voar, formando o “-ri”, a segunda partícula do hexápode, siri. Assim como Lolita, no ímpeto do ‘-na’, a língua despenca e bate nos dentes, retrocedendo imediatamente, a fim de dar espaço para o som do ‘a’ e concluir o salto performático. Ca. Ri. Na. O asfalto da rua parece dourado. Eu já estava usando a pulseira qual comentei acima, estou usando um short exageradamente caído, meio largadão, os ombros curvos para a frente, denunciam uma futura falha óssea. Devo ser um terrível espetáculo no fim da vida. Meu cabelo estava curto, o seu, nos ombros. Você veste uma bela saia rosa, com rasteiras, viva a praticidade, regata branca e bolsa de couro, estendida sob o ombro esquerdo. Seus pés caminham abertos, como espelhando um arco geométrico, representando a área de possibilidades que a vida tem a oferecer. Eu, caminho com os pés retos, uma linha reta, sempre. Linha. Reta. Toda reta é uma linha, mas nem toda linha é uma reta. Queria ser mais linha e menos reta. Mais sensível e menos racional. Menos homem e mais amigo. Menos comigo e mais contigo. Entende? Pessoas caminham entre as barracas, postes acabam por separar a área delimitada que cada vendedor possui para ganhar o sustento do mês. A multidão se perde até o fim da foto. Outro casal, mais afastado de todos, caminha solitariamente na calçada, nós, selvagens, ficamos na rua, resistindo em pé onde carros desfilam o troféu emborrachado de latas, elástico, borracha e poliéster. Minha camisa é azul, triste, desbotada, puída e sem estampa. Uma senhora, sozinha, com as pernas cruzadas e olhando para baixo, reflete: “será que o ganhei no mês vai dar?”. Dói ficar sozinho. Será que ela tem alguém para dividir essas dores do cotidiano? Dessa incerteza de estar jogando a vida fora por algo que não faz tanto sentido, será que alguém há por ela? A divisão é essencial. Tenho o álbum do Adriano e do Davi, como parte do enfeite, da decoração do quarto. Engraçado, né? Uma foto, cara... Eu lembro quando vi uma foto tua pela primeira vez, foi uma alegria tão estranha. Às vezes releio umas coisas suas e fico dando risada sozinho. Outras vezes lembro de você e fico triste.
Eis a história final, prometo.
Pandemia. Tédio. (Serei rápido, como exige a sociedade líquida). Instalei o Tinder, grande ideia. Match. Onde mora? João Pessoa – PB. Ligação. Risada. Sensação leve. Menina negra, pele preta, dedicada, faculdade pública e bolsista. ‘Gosta de poesia?’ Que coincidência, também gosto. Ah, a aurora de róseos dedos... Hoje entendo melhor o racismo. Por algum motivo aleatório, associei você, ou nem tão aleatório assim. Havia semelhanças superficiais, mas ainda assim são semelhanças. Li em algum lugar sobre a solidão que mulheres negras, em específico, sofrem com a solidão. Eu também, ainda que branco, sou imensamente solitário. Não falo isso pelo cotejo, pela comparação. Ambas as solidões são específicas e particulares, englobadas ou não num certo espectro de avaliação. Pensei em como você deve se sentir só, por essa situação. Minha solidão não advém da cor branca, de uma mulher negra, às vezes, sim, esse é o motivo. No meu caso, nunca é. Minha solidão é diferente. Será que vocês duas compartilham essa solidão? E por algum motivo, isso foi catalisador no sentimento por mim? Não venho com a fraca tese do “palmiteirismo”, qual pessoas negras namoram brancas para amenizar o efeito racista, embora falhem, caso o objetivo realmente seja esse. Por quê? Essas coisas não são mensuráveis, pequeno ou grande, têm o mesmo impacto. Quanto ao teu sentimento, creio isso ser parcela pequena, ou do tamanho que você imaginar. Você me conheceu muito de perto. Viu que não é coisa boa, né? Enfim. Ao associar você com ela, sem compará-las, toda vez que recebia um gesto de carinho, dava o gatilho de lembrar de ti. Isso nunca me aconteceu, geralmente eu consigo sedar as memórias e seguir sem pensar no passado. Mas, você continuava insistente, e volta e meia reaparecia numa outra analogia, metáfora ou sei lá o que. Essa situação acabou por me assustar, e cortei total relação com a moça. Formosíssima. Carinhosa, uma flor tão colorida como você. As pessoas são frias. A Giovanna é fria. Minha mãe é fria. A Larissa é quente, mas é fria. O Alan é frio. Você é quente. A Aiyra é quentinha, o Zahir é brasino, fogoso. (Sabia que a cor da Lalinha se chama brasino(a)?)
Você é uma luz. É clichê dizer isso, mas é a única conclusão possível. Aprendi em lógica que quando as premissas são verdadeiras, a conclusão será por necessidade. Não que a conclusão seja necessária, tipo, tinha que ser assim e acabou, mas ela só segue por necessidade de as premissas serem verdadeiras. Colocando tuas atitudes de premissas, verdadeiras e inegáveis, nem o tempo poderia apagá-las, a conclusão, necessariamente, é que tu és luz. Cálida. Aquilo que vem do vinho, ou de um bom banho quente. Você lembra? Do carinho de pés. Antes de dormir, e logo após acordar, lembra?
Não precisa orar por mim pois sou um caso perdido, obrigado pela tentativa. Ao invés de orar, vou te proteger. Sem força física, sem ímpeto masculino possessivo, mas com o amor. Uma foto, um ressentimento (res é coisa, coisa de sentimento?). Ressentimento não é coisa ruim. É lição.
Já pensou te encontrar em outra vida? Maluquice.
Você é um dos poucos pleonasmos que existe para o ‘amor’.
Não precisa responder,
Lopes.
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Os 15 melhores começos de livros da literatura universal
Pedimos aos leitores e colaboradores que apontassem os melhores começos de livros da literatura universal. Cento e cinquenta e seis livros foram citados por 2,4 mil participantes, destes, selecionamos os 15 livros que obtiveram mais citações. A seleção percorre quase quatro séculos de literatura, de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes; publicado em 1605, a “O Jardim do Diabo”, de Luis Fernando Veríssimo; publicado em 1988.
Pedimos aos leitores e colaboradores que apontassem os melhores começos de livros da literatura universal. A consulta foi feita a colaboradores, assinantes — a partir da newsletter —, e seguidores da página da revista no Facebook e no Twitter. Mais de 150 livros foram citados por 2,4 mil participantes, destes, selecionamos os 15 livros que obtiveram mais citações. A seleção percorre quase quatro séculos de literatura, de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes; publicado em 1605, a “O Jardim do Diabo”, de Luis Fernando Veríssimo; publicado em 1988. Além das obras capitais de Veríssimo e Cervantes, integram a lista: “Moby Dick”, de Herman Melville; “Notas do Subsolo”, de Dostoiévski; “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa; “O Complexo de Portnoy”, de Philip Roth; “A Lua Vem da Ásia”, de Campos de Carvalho; “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J. D. Salinger; “O Amanuense Belmiro”, de Cyro dos Anjos; “A Metamorfose”, de Franz Kafka; “Anna Kariênina”, de Lev Tolstói; “O Ventre”, de Carlos Heitor Cony; “Lolita”, de Vladimir Nabokov; “As Ondas”, de Virginia Woolf; e “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez. A lista está publicada em ordem classificatória.
Moby Dick, de Herman Melville
Chamem-me simplesmente Ismael. Aqui há uns anos não me peçam para ser mais preciso —, tendo-me dado conta de que o meu porta-moedas estava quase vazio, decidi voltar a navegar, ou seja, aventurar-me de novo pelas vastas planícies líquidas do Mundo. Achei que nada haveria de melhor para desopilar, quer dizer, para vencer a tristeza e regularizar a circulação sanguínea. Algumas pessoas, quando atacadas de melancolia, suicidam-se de qualquer maneira. Catão, por exemplo, lançou-se sobre a própria espada. Eu instalo-me tranquilamente num barco.
Anna Kariênina, de Lev Tolstói
Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira. Tudo era confusão na casa dos Oblónski. A esposa ficara sabendo que o marido mantinha um caso com a ex-governanta francesa e lhe comunicara que não podia viver com ele sob o mesmo teto. Essa situação já durava três dias e era um tormento para os cônjuges, para todos os familiares e para os criados. Todos, familiares e criados, achavam que não fazia sentido morarem os dois juntos e que pessoas reunidas por acaso em qualquer hospedaria estariam mais ligadas entre si do que eles.
Notas do Subsolo, de Dostoiévski
Sou um homem doente… sou mau. Não tenho atrativos. Acho que sofro do fígado. Aliás, não entendo bulhufas da minha doença e não sei com certeza o que é que me dói. Não me trato, nunca me tratei, embora respeite os médicos e a medicina. Além de tudo, sou supersticioso ao extremo; bem, o bastante para respeitar a medicina. (Tenho instrução suficiente para não ser supersticioso, mas sou.) Não, senhores, se não quero me tratar é de raiva. Isso os senhores provavelmente não compreendem.
Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo.
Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa
Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvores no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser — se viu —; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, esse figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, cara de cão: determinaram — era o demo.
A Metamorfose, de Franz Kafka
Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no topo de qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas numerosas pernas, lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas diante dos seus olhos.
O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
Ela estava tão profundamente entranhada em minha consciência que, no primeiro ano na escola, eu tinha a impressão de que todas as professoras eram minha mãe disfarçada. Assim que tocava o sinal ao fim das aulas, eu voltava correndo para casa, na esperança de chegar ao apartamento em que morávamos antes que ela tivesse tempo de se transformar. Invariavelmente ela já estava na cozinha quando eu chegava, preparando leite com biscoitos para mim. No entanto, em vez de me livrar dessas ilusões, essa proeza só fazia crescer minha admiração pelos poderes dela.
A Lua Vem da Ásia, de Campos de Carvalho
Aos 16 anos matei meu professor de lógica. Invocando a legítima defesa — e qual defesa seria mais legítima? — logrei ser absolvido por cinco votos a dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris. Deixei crescer a barba em pensamento, comprei um par de óculos para míope, e passava as noites espiando o céu estrelado, um cigarro entre os dedos. Chamava-me então Adilson, mas logo mudei para Heitor, depois Ruy Barbo, depois finalmente Astrogildo, que é como me chamo ainda hoje, quando me chamo.
O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger
Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que os meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso. Em primeiro lugar, esse negócio me chateia e, além disso, meus pais teriam um troço se contasse qualquer coisa íntima sobre eles. São um bocado sensíveis a esse tipo de coisa, principalmente meu pai. Não é que eles sejam ruins — não é isso que estou dizendo — mas são sensíveis pra burro.
O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos
Ali pelo oitavo chope, chegamos à conclusão de que todos os problemas eram insolúveis. Florêncio propôs, então, um nono, argumentando que outro copo talvez trouxesse a solução geral. Éramos quatro ou cinco, em torno de pequena mesa de ferro, no bar do Parque. Alegre véspera de Natal! As mulatas iam e vinham, com requebros, sorrindo dengosamente para os soldados do Regimento de Cavalaria. No caramanchão, outras dançavam maxixe com pretos reforçados, enquanto um cabra gordo, de melenas, fazia a vitrola funcionar.
O Ventre, de Carlos Heitor Cony
Positivamente, meu irmão foi acima de tudo um torturado. Sua tortura seria interessante se eu a explorasse com critério — mas jamais me preocupei com problemas do espírito. Belo para mim é um bife com batatas fritas ou um par de coxas macias. Não sou lido tampouco. A única atração que tive por livro limitou-se à ilustração de um tratado de educação sexual que o vigário do Lins fez o pai comprar para nosso espiritual proveito. Só creio naquilo que possa ser atingido pelo meu cuspe. O resto é cristianismo e pobreza de espírito.
Lolita, de Vladimir Nabokov
Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita. Será que teve uma precursora? Sim, de fato teve. Na verdade, talvez jamais teria existido uma Lolita se, em certo verão, eu não houvesse amado uma menina primordial.
O Jardim do Diabo, de Luis Fernando Verissimo
Me chame de Ismael e eu não atenderei. Meu nome é Estevão, ou coisa parecida. Como todos os homens, sou oitenta por cento água salgada, mas já desisti de puxar destas profundezas qualquer grande besta simbólica. Como a própria baleia, vivo de pequenos peixes da superfície, que pouco significam, mas alimentam. Você talvez tenha visto alguns dos meus livros nas bancas. Todo homem, depois dos quarenta, abdica das suas fomes, salvo a que o mantém vivo. São aqueles livros mal impressos em papel jornal, com capas coloridas em que uma mulher com grandes peitos de fora está sempre prestes a sofrer uma desgraça.
As Ondas, de Virginia Woolf
O Sol ainda não nascera. Era quase impossível distinguir o céu do mar, mas este apresentava algumas rugas, como se de um pedaço de tecido se tratasse. Aos poucos, à medida que o céu clareava, uma linha escura estendeu-se no horizonte, dividindo o céu e o mar. Então o tecido cinzento coloriu-se de manchas em movimento, umas sucedendo-se às outras, junto à superfície, perseguindo-se mutuamente, em parar.
Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
Desocupado leitor: sem juramento meu embora, poderás acreditar que eu gostaria que este livro, como filho da razão, fosse o mais formoso, o mais primoroso e o mais judicioso e agudo que se pudesse imaginar. Mas não pude eu contravir a ordem da natureza, que nela cada coisa engendra seu semelhante. E, assim, o que poderá engendrar o estéril e mal cultivado engenho meu, senão a história de um filho seco, murcho, antojadiço e cheio de pensamentos díspares e nunca imaginados por ninguém mais, exatamente como quem foi engendrado num cárcere, onde toda a incomodidade tem assento e onde todo o triste barulho faz sua habitação?
Os 15 melhores começos de livros da literatura universal Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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Saúde e medicina - um tema crucial para o autodesenvolvimento - Parte 1
Olá matrixianos! Embora muitos não se julguem assim, hoje vou abordar um tema bem delicado que pode mexer com suas bases e te fazer pensar no assunto para o resto da vida. Saúde.
Mas Danilo, você por acaso é médico, ou tem formação da área? Não, para a sua sorte. Pois, venho informá-los que muitas coisas que foram aprendidas sobre esse assunto das supostas “autoridades” está errado. Sim, a maioria de nós fomos enganados e convencidos a enriquecer a indústria alimentícia e o sistema capitalista corporativista, enquanto nos matamos com seus venenos e os seus tóxicos.
O fato de eu não ser uma “autoridade” no tema ajuda muito mais a falar sobre ele ao invés de atrapalhar. Pois um médico no meu lugar teria que falar com “rodeios”, para preservar uma certa ética profissional perante sua classe. Eu não tenho essa necessidade. Falo como usuário do sistema medicinal brasileiro, como livre pensador e filósofo. Afinal de contas, o tema “Saúde” interessa a todos e sua discussão deve ser amplamente democrática. E não apenas autoridades médicas ter voz para falar a respeito, pois o tema “saúde” não pertence a eles e sim a todos nós. Portanto, caso eu receba alguma crítica por não ter me formado na área, minha proposta é a seguinte: analisem meus argumentos e façamos um debate de conteúdo. Afinal, posso não saber fazer uma cirurgia ou diagnosticar uma doença, mas sou autodidata no assunto e sei raciocinar sobre a sua essência. E faço isso por uma razão: estimular em todos a capacidade de pensar por si mesmos, ao invés de ter que engolir as “verdades” que compõem o paradigma atual.
Então se você está preparado para ouvir e tocar nessa ferida em particular, senta que lá vem textão! Vou começar pelo principal argumento que o matrixiano usa para se manter na sua quente e inabalável zona de conforto. “Eu não me importo de morrer cedo! Bla bla bla, a vida está ai pra aproveitarmos intensamente, etc.
Pois bem, eu não me dirijo às pessoas que estão satisfeitas com suas vidas e não desejam pensar nas consequências dos seus atos. Acho que elas devem mais é se esbaldar de comer Big Mac e batatas fritas. Na verdade, eu me dirijo àqueles que se preocupam em algum grau com as consequências dos seus atos, mas conservam certa ignorância com a real consequência de muito do que faz com relação aos hábitos de alimentação, higiene, efim, de tudo o que impacta a própria saúde. Esses, se assim desejarem, já estão na hora de conhecer a verdade que está por trás dos interesses capitalistas, do quão defasado e corrupto é o sistema médico, e quanto a mídia colabora para nos mantermos cegos sobre os perigosos hábitos dessa nova geração e o quanto a sua saúde está diariamente em perigo e comprometida no futuro próximo devido aos hábitos da vida moderna. Se você achar que isso tudo é exagero, leia as sequências do texto e tire suas próprias conclusões. De tão amplo que é esse assunto, vou dividi-lo em tópicos para ajudar começanto a partir de agora. OS MÉDICOS - ELES NÃO VÃO TE SALVAR Crescemos acreditando que médicos são especialistas em saúde humana e que sabem te aconselhar sobre os melhores hábitos. Crescemos ainda pensando que eles conhecem a cura do seu problema, e indicam remédios seguros e testados, nos quais você pode confiar que te ajudarão a melhorar de saúde. Desejamos ter a mais profunda segurança que a medicina do consultório é atualizada e conhece em detalhes o funcionamento do corpo humano como um todo, seus sistemas e suas interrelações, as funções bioquímicas e celulares, e portanto, que estudam a cura dos males, e estão preparados para restaurar a nossa saúde. Crescemos acreditando, mas não é verdade. Senão para uma minoria de profissionais raros que estão tentando abordar a saúde de uma forma mais racional. Mas em regra, a lógica da medicinal convencional é a forma mais ineficaz possível em promover saúde, e a mais nociva possível no sentido de comprometer essa mesma saúde. Longe de culpar os médicos, a culpa é da interferência podre do sistema social podre em que vivemos. Assim, corrigindo a frase inicial, eu diria que a maioria dos médicos não sabem aconselhar, não entendem de saúde, não conhecem a cura das doenças, receitam venenos na forma de drogas sintética (desde um simples anti-inflamatório até um tarja preta) que auxiliam a destruir a nossa saúde, exerce uma prática com base em conhecimentos desatualizados, não são profundos conhecedores da biologia ou da bioquímica, e estão preparados para causar um desastre na sua saúde (nota: Escrevi esse texto em 2017. Hoje em 2020 percebo uma melhora nesse cenário caótico. Muitos profissionais já estão abrindo a cabeça. Mesmo assim, o público ainda está longe de acompanhar as mudanças de paradigmas sobre o cuidado com saúde. Obrigado, pode continuar lendo o texto). Estou pronto para enfrentar as mais furiosas reações a essas afirmações. Porém, explicarei da melhor forma possível esse tema amplo, para que os bons e sábios entendedores percebam que não é a ideia aqui denegrir nenhuma classe profissional, já que a crítica não se dirige à classe em si, mas ao “sistema” que moldou essa classe (e fazendo justiça, o sistema social endeusador do dinheiro deturpou e moldou miseravelmente quase todas as classes profissionais). Porém, é inevitável reiterar a verdade que um médico “matrixiano” (repito – a maioria) causa muito estrago e que a depender do seu nível de consciência é urgente a sua “conversão” a um novo conceito de prática medicinal. Existem formas mais “brandas” e “diplomáticas” de abordar esse assunto, mas não há tempo! Se eu não impactá-los com essa noção da realidade, vocês continuarão aceitando os argumentos de autoridade. Para isso não ocorrer, vamos entrar um pouco na discussão do atual sistema médico e suas principais falhas. A ATUAL PRÁTICA CLÍNICA E O SINTOMA VISTO COMO “PROBLEMA” Os médicos foram treinados e motivados a se especializarem em uma parte ou sistema específico do corpo. Tornaram-se especialistas nas doenças que se manifestam naquela região ou sistema. Entretanto, quase nenhum problema de saúde se manifesta com causa isolada em determinada parte ou sistema (claro, com exceção de traumas, lesões e pancadas). A maioria (infecções, alergias, doênças crônicas, etc) são efeito de um desequilíbrio geral de nível mais profundo, que envolve comportamento e função de tecidos e células. E a saúde das células e tecidos está portanto intimamente suscetível às >toxinas< que ingerimos e aos alimentos que comemos ou bebemos. Estou falando isso porque sou contra a especialização? Claro que não. O problema é que por causa de uma cultura medicinal de especialização cega, o foco da analise clinica tornou-se muito mais preocupada para com o efeito do que a causa da doença. Logo, os protocolos e os remédios foram formatados para agir sobre a sintomatologia, e não sobre a cura. Agir sobre o efeito do problema ignorando a causa, é uma forma aliviá-lo no presente e mascará-lo, provocando o desenvolvimento de problemas maiores a longo prazo. (continua no link...)
https://una-consciencia.tumblr.com/post/627373911108124672/sa%C3%BAde-e-medicina-um-tema-crucial-para-o
#saúde#autodesenvolvimento#qualidadedevida#saiadamatrix#lairribeiro#medicinachinesa#medicinaayurveda#medicinaintegrativa#despertar#novaera
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𝗜'𝗺 𝘁𝗵𝗲 𝑜𝓃𝓁𝓎 𝑜𝓃𝑒 of 𝐌𝐄! ( task 001. )
Whenever I 𝐬𝐞𝐞 someone less 𝒻𝑜𝓇𝓉𝓊𝓃𝒶𝓉𝑒 than I And let's 𝖋𝖆𝖈𝖊 𝖎𝖙, who isn't less 𝒻𝑜𝓇𝓉𝓊𝓃𝒶𝓉𝑒 than I? My tender 𝗵𝗲𝗮𝗿𝘁 tends to start to ʙʟᴇᴇᴅ And when 𝓈𝑜𝓂𝑒𝑜𝓃𝑒 needs a 𝐦𝐚𝐤𝐞𝐨𝐯𝐞𝐫 I simply 𝗵𝗮𝘃𝗲 to 𝓽𝓪𝓴𝓮 𝓸𝓿𝓮𝓻 I know, I know 𝑒𝓍𝒶𝒸𝓉𝓁𝓎 what they ɴᴇᴇᴅ! 𝕱𝖔𝖑𝖑𝖔𝖜 my lead And yes ɪɴᴅᴇᴇᴅ, you 𝔴𝔦𝔩𝔩 be
𝒫𝑜𝓅𝓊𝓁𝒶𝓇 !
𝒬𝓊𝑒 𝓉𝒶𝓁 𝒹𝑒𝓈𝒸𝓇𝑒𝓋𝑒𝓇 𝑜 𝒻í𝓈𝒾𝒸𝑜?
Voz: O timbre é indubitavelmente fino e adocicado, contudo, não chega a ser uma soprano ( é uma mezzo soprano, na verdade ), visto que não alcança as notas de soprano 1 com facilidade. Geralmente, não fala nem num volume alto, tampouco baixo, mas parece querer manter-se afinada até mesmo nas frases mais simplórias, mantendo a voz controlada e com o mínimo de falhas possíveis a todo tempo ( voice claim: Fabi Bang )
Idade: Exatos vinte anos de idade, e faz aniversário no dia 8 de agosto ( Arabella é uma leonina com lua em Leão e ascendente em Libra ). Estamos aceitando presentes!
Gênero: Cis gênero feminino.
Peso: 50 quilos.
Altura: 1,61cm.
Sexualidade: Apesar de já ter beijado meninas, Ara diria que foi mais por uma experiência e para ter certeza do que gosta. Hoje, vê que nunca se sentiu verdadeiramente atraída por mulheres, a não ser que essa mulher seja a Beyoncé. Ah, vamos lá! Quem nunca teve um crush na Beyoncé?! Ela é simplesmente uma diva, quase tão incrível, linda, fantástica, maravilhosa, inteligente, deslumbrante quanto a própria Ara.
Defeitos físicos: Defeitos? Pff, por favor ! Essa palavra não está nem no dicionário da Arabella, e te garanto que ela nem deve saber o significado. Todos ouviram? Tudo bem, podem aplaudir! Agora só você… Você mesmo, pode chegar mais perto, que eu vou ter que sussurrar, e prometa-me que fica só entre eu e você. Bom, você sabe que a Ara é bailarina, não? E sabe que dizem que pés de bailarina muitas vezes são feios? Estou aqui pra lhe dizer que é verdade. Geralmente, Ara usa sapatos fechados para esconder os calos e algumas feridas que surgem de vez em quando, mas a verdade é que ela detesta seus pés. Mas shh ! Não diga a ela que eu lhe falei isso !
Qualidades físicas: Ah, pelo amor de Madonna! Estamos falando de Arabella Meridiem ( segurem os aplausos até o final, por favor )! As qualidades físicas são basicamente ela ser ela! Os cabelos cor de ouro sob o sol da manhã, na altura do pescoço e sempre bem hidratados e sem pontas duplas ( ouvi dizer que isso te dá vinte pontos a menos ) o corpo diminuto, delicado e bem modelado graças aos anos de ballet, os olhos tão azuis quanto aquamarines, as unhas sempre impecáveis, a pele macia e sempre bem tratada no SPA ( tinha que frequenta-lo pelo menos uma vez por semana ou entraria em colapso! ) e o abdômen e pernas atléticos… Bom, ela poderia ficar horas falando das suas qualidades físicas, mas isso seria basicamente escrever sua própria Bíblia Sagrada.
É saudável? Que bom que se interessou em saber da alimentação da fadinha! Bom, todos sabemos que um prato saudável no almoço é composto por cinquenta por cento de vegetais crus e cozidos, vinte e cinco por cento de proteínas e vinte e cinco por cento de carboidratos. Um almoço comum da fada geralmente é composto por alface, cenouras e beterraba, as vezes variando mudando também para o brócolis e pimentão, salmão grelhado, grão e bico ou feijão como proteínas, e arroz integral ou batatas gratinadas como carboidratos. E claro, sempre uma fruta de sobremesa. Seu café da manhã geralmente é composto por panquecas com farinha integra, frutas vermelhas, cereais com iogurte natural e um copo de suco de laranja. Além disso, todos os dias pratica o ballet ou a patinação artística… Bom, acho que isso já responde a pergunta, não? Arabella é extremamente saudável.
Maneira de andar: Ara não anda, ela desliza a passos largos e harmoniosos ––– e isso é um legado da vida como bailarina. A coluna está sempre ereta, a cabeça erguida. Quando está parada, tem o costume involuntário de deixar os pés em primeira posição.
𝒬𝓊𝑒 𝓉𝒶𝓁 𝒹𝑒𝓈𝒸𝓇𝑒𝓋𝑒𝓇 𝑜 𝓅𝓈𝒾𝒸𝑜𝓁ó𝑔𝒾𝒸𝑜?
Práticas / hábitos: Dança ballet desde que se conhece por gente, e esse é um hábito que a fadinha nunca pensou em abandonar. Um pouco mais tarde, mas ainda criança, criou apreço pelo teatro e pela patinação no gelo.
Inteligência: Você sabe quem foi que falou que para ter sucesso, você precisa ser inteligente e ter conhecimento? Bom, ele não poderia estar mais errado. Ora, não me faça rir! A resposta para tudo é ser popular ! É tudo sobre popularidade, se me permite ser sincera, então pouco importa se você está prestando atenção na aula daquele professor chato que usa camisa social abotoada até o pescoço ( UGH! ) ou se você passa exatamente esse tempo planejando eventos lindos, incríveis, e claro, mágicos no DM do seu instagram ou nos grupos no messenger. Inteligência lógica, linguística, e companhia? Nah, Ara não aprecia. Mas se tratando da interpessoal era outra história; quando quer, a fadinha pode ser deveras simpática.
Temperamento: Sanguíneo, completamente! Tem uma energia invejável, dormindo e acordando cedo e cheia de disposição para se arrumar e preparar o café da manhã ideal antes de ir para sala de aula. A personalidade extrovertida e comunicativa não deixa a desejar, sendo talvez a responsável por ser uma garota extremamente amigável. Contudo, também pode ser persistente até demais, e tem uma certeza tão grande de suas ideias e opiniões que podem acabar causando desentendimentos ––– por mais que estes nunca sejam explícitos.
O que te faz feliz? Não é novidade para ninguém que Arabella ama magia! Com a varinha mágica é sempre mais poderosa, mas também consegue fazer magia com as mãos, e… Bom, magia pode fazer tanta coisa! Criar vestidos lindos, sapatos maravilhosos, teletransporte, cessar dores de cabeça, enfim. Magia faz Ara muito feliz, e um dia ela espera te-la oficialmente de volta, sem necessitar dos pares de sapatos.
O que te faz triste? Câmeras ligadas, microfone funcionando… Certo! Oh, a entristece demais não termos a paz mundial reinando num mundo tão hostil e terrível, repleto de desigualdade! Só seremos uma sociedade perfeita quando aprendermos a amar uns aos outros quanto a Kim amou o Kris… Por 72 dias. Uh, já desligaram os microfones, ok? Por favor, é que eu sou alérgica… Pronto, certo. Ninguém está ouvindo. A entristece ter que usar sapatos tão desconfortáveis e fora de moda sempre que quer fazer magia! Ora, sabemos que eles são de cristal, mas mamãe falou que os da Cinderella eram confortáveis, lembra-se? Claro que Ara prefere se arrastar bonita do que andar feia, mas os sapatos nem eram assim tão lindos. Ela ainda prefere seus louboutin. Ah, e o Zayn ter saído do One Direction também.
Esperanças: Acredita que até hoje a fadinha não conseguiu verificar sua tabela de pontos de bondade?! Mamãe falou que é muito confidencial e que ela não pode ficar sabendo, se não pode afetar suas atitudes presentes de uma forma negativa ––– um absurdo, assim nem parece que ela é perfeita! Mas sua maior esperança é que ela consiga provar que é realmente boa e finalmente ter seus poderes de volta da devida forma.
Medos: Jaquetas laranja neon, crocs e calça saruel.
Sonhos: Batatas
𝒬𝓊𝑒 𝓉𝒶𝓁 𝒹𝑒𝓈𝒸𝓇𝑒𝓋𝑒𝓇 𝑜 𝒶𝓈𝓅𝑒𝒸𝓉𝑜𝓈 𝓅𝑒𝓈𝓈𝑜𝒶𝒾𝓈?
Família: Por mais ocupada que a Fada Madrinha seja, jamais foi o tipo de mãe que largou os gêmeos a própria sorte! Toda noite, quando voltava do Escritório da Magia, dava a devida atenção aos filhos, jantando juntos quase todas as noites e perguntando como foram os seus dias ––– claro, para ouvir um monólogo de cada um. Ademais, é fácil dizer que parece que os gêmeos nasceram grudados, tamanha a proximidade deles.
Amigos: Dos mais diversos! Claro que duvida que alguém um dia vá ocupar o lugar de Ever ( te amo, parceiro ) mas bom, também tem sua querida Phillie, a maravilhosa Juliette, a lindíssima da Jane, o seu companheiro de todas as horas Njord… Tudo bem, essa última é mentira. Mas ora! Ninguém pode culpá-la por querer fazer dele popular. Enfim, além destes, já te falei que a Fada Madrinha ajudou no sucesso da Taylor Swift? Pois é, e foi assim que Ara acabou conhecendo-a e elas se tornaram amigas. Num dos eventos também acabou fazendo amizade com a Selena Gomez ( que todos dizem que parece que sua colega Melena, mas Ara não concorda ) e também com a Billie Eilish e o Shawn Mendes.
Estado Civil: Livre leve e solta Solteira.
Terra Natal: Por mais que seu querido conto de passe na famosa França, ali não era o local de nascimento de Ara. Na verdade, ela nasceu numa terra mágica chamada Erihall, que pode ser acessado apenas por seres com magia. Claro que tem a ala de Pedidos, que é onde as Fadas Madrinhas e Padrinhos trabalham mandando as fadas para os humanos desolados, recebendo cartas cheias de pedidos e enviando respostas, mas a área de lazer é simplesmente adorável! O gramado esverdeado nunca fica seco, nem mesmo nas épocas mais quentes, e tem as mais diversas lojas vendendo iorgurte congelado. Além, é claro, das adoráveis casas em que vivem os trabalhadores ––– a Fada Madrinha e seus filhos, no entanto, vivem em uma mansão tão grande que pode ser comparada a um palácio!
Infância: Por mais que sua infância tivesse sido impecável no quesito privilégios e criação, Ara lembra-se bem da sua angústia a medida que crescia: todas as suas amigas desenvolvendo os poderes, empolgadas com as novas habilidades, mas Ara...? Bom, ainda não tinha magia, mesmo que já houvesse passado do tempo. Era, para dizer o mínimo, frustrante.
Crenças: Arabella crê piamente na divindade do Narrador e da Madonna.
Hobbies: Como já dito anteriormente, Arabella dança ballet desde que se conhece por gente, sendo um dos seus hobbies favoritos, juntamente com a patinação no gelo e as aulas de teatro. Também tem gosto por culinária, por mais que na maioria das vezes prefira manter sua alimentação regulada ––– ou seja, nada de farinha branca!
𝒬𝓊𝑒 𝓉𝒶𝓁 𝒹𝑒𝓈𝒸𝓇𝑒𝓋𝑒𝓇 𝑜 𝒶𝓈𝓅𝑒𝒸𝓉𝑜𝓈 𝓅𝓇á𝓉𝒾𝒸𝑜𝓈?
Comida favorita: Muffins de mirtilo, feitos com farinha de amêndoas, farinha de aveia, farinha de coco, canela, bananas, adoçante natural, leite vegetal, e claro, mirtilos!
Bebida favorita: Suco de laranja espremido na hora, sem gelo e sem açúcar, por favor.
O que costuma vestir? Cores pastéis são evidentemente as queridinhas de Arabella! Combinações de azuis, rosas, beges e brancos, com jóias douradas discretas compõem o vasto guarda roupa da fadinha que jamais vai admitir que usa uma roupa uma vez, e a joga fora. No dia a dia, adota majoritariamente o estilo parisian chic, não deixando de lado os sobretudos, blusas de chiffon, geralmente com um lenço envolvendo o pescoço, saias adornadas com botões dourados acima dos joelhos, e scarpins de salto de 8cm; já os fios loiro claros, alinhados em um corte chanel geralmente estão modelados em cachos grandes.
O que mais o diverte? Já experimentou pegar trapos horríveis e sem marca e transformar em um lindo vestido de baile? Todos conhecemos essa história, mas ninguém comenta o quão divertido é para a fadinha realizar as transformações! Utilizar magia a diverte quase tanto quanto dançar ballet e ter uma noite de fofocas com suas amigas mais próximas.
𝐼𝓃𝓈𝓅𝒾𝓇𝒶𝓉𝒾𝑜𝓃𝓈:
Glinda Upland ( Wicked ), Tahani Al-Jamil ( The Good Place ), Sharpay Evans ( High School Musical ), Maui ( Moana ), Lottie ( A Princesa e o Sapo ), Cher Horowitz ( As Patricinhas de Bervely Hills ).
#um pouquinho atrasado#mas como dizem; antes tarde.....#⋆ ⁺ ★ 𝐄𝐓𝐂 ⊰ a dream is a wish your make with your heart ❜
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Como são feitas as batatas fritas de saquinho?
Plantas industriais são como grandes máquinas de Rube Goldberg com propósito. Hum, acho que invertemos a lógica aqui, mas para o mundo Lupa Luneta, essa inversão faz sentido, haha! Das coisas mais curiosas são as soluções que precisam ser inventadas para a mecanização de uma tarefa, como descascar batatas, por exemplo. Esse video é antigo, de 1997. É legal que não tem narrador nem ninguém explicando, é o processo inteirinho, por si só. Abre espaço para o questionamento que você quiser.
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Mães Más
Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu irei lhes dizer: "Eu os amei o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas voltarão". Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar pelas balas que tiraram da mercearia, ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé duas horas junto deles, enquanto limpavam o quarto: tarefa que eu teria feito em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por eles, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... porque no final eles venceram também!
E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo..." As outras crianças comiam doces no café da manhã, e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso celular de madrugada.
Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse só uma hora ou até menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos que achávamos cruéis. Eu acho que ela dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.Tinham que subir, bater à porta para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16 ou até mesmo os 18 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar. Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa dela.
E Por que Deus permite que as mães vá embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, embora velho, será pequenino feito grão de milho.
Hoje então deixamos aqui às Mães que apesar das canseiras, dores e trabalhos, sorriem e riem, felizes, com os filhos amados ao peito, ao colo ou em seu redor; e às que choram, doloridas e inconsoláveis, a sua perda física, ou os vêem “perder-se” nos perigos inúmeros da sociedade violenta e desumana em que vivemos;
Às Mães ainda meninas, e às menos jovens, que contra ventos e marés, ultrapassando dificuldades de toda a ordem, têm a valentia de assumir uma gravidez - talvez inoportuna e indesejada – por saberem que a Vida é sempre um Bem Maior e um Dom que não se discute e, muito menos, quando se trata de um filho seu, pequeno ser frágil e indefeso que lhe foi confiado;
Às Mães que souberam sacrificar uma talvez brilhante carreira profissional, para darem prioridade à maternidade e à educação dos seus filhos e às que, quantas vezes precisamente por amor aos filhos, souberam ser firmes e educadoras, dizendo um “não” oportuno e salvador a muitos dos caprichos dos seus filhos adolescentes;
Às Mães precocemente envelhecidas, gastas e doentes, tantas vezes esquecidas de si mesmas e que hoje se sentem mais tristes e magoadas, talvez por não terem um filho que se lembre delas, de as abraçar e beijar...;
Às Mães solitárias, paradas no tempo, não visitadas, não desejadas, e hoje abandonadas num qualquer quarto, num qualquer lar, na cidade ou no campo, e que talvez não tenham hoje, nem uma pessoa amiga que lhes leia ao menos uma carta dum filho...;
Também às Mães que não tendo dado à luz fisicamente, são Mães pelo coração e pelo espírito, pela generosidade e abnegação, para tantos que por mil razões não tiveram outra Mãe...
E finalmente, também às Mães queridíssimas que já partiram deste mundo e que por certo repousam já num céu merecido e conquistado a pulso e sacrifício...
O que eu tenho para dizer, é que vocês valorizem essas mulheres que lhes deram a vida, valorizem cada momento, cada abraço, beijo, carinho, cada conselho. Pois isso tudo faz uma falta enorme. Digam o quanto as amam, antes que a vida lhes faça enxergar que já é tarde. A todas as Mães, a todas sem exceção, um Abraço e um Beijo cheios de simpatia e de ternura! E Parabéns, mesmo que ninguém mais as felicite! E Obrigado, mesmo que ninguém mais as agradeça!
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Como eu perdi 51 quilos em 4 meses usando o plano de dieta mais simples do mundo
Como eu perdi 51 quilos em 4 meses usando o plano de dieta mais simples do mundo
Como muitas pessoas que eu tenho em dezenas de planos de dieta ao longo dos anos que vão desde Atkins para South Beach para Weightwatchers para Jenny Craig e muito mais. Na verdade, comi bastante sopa de repolho para satisfazer um pequeno país! Eu tenho 5 pés e 10 e eu costumava pesar 230 quilos e precisava perder uns bons 50 quilos para me colocar em um pouco de forma. E então isso me atingiu. Parece tão lógico agora e tão simples, mas eu tinha ignorado a solução mais simples de perda de peso de todos. Aqui está como eu descobri isso.
Eu estava no Reino Unido em férias e falando com uma tia. Estávamos tomando chá juntos e minha tia estava assistindo seu programa favorito de TV chamado "Today with Des and Mel". O anfitrião, um cara bastante charmoso chamado Des O'Connor, estava sendo perguntado como ele ficou tão elegante e viril aos 70 anos (ele tinha acabado de se tornar pai) e me deu a solução mais simples de perda de peso que eu já tomei. ouviu. Na verdade, você seria seriamente desafiado a encontrar alguém de 70 anos mais apto e mais vibrante em qualquer lugar do planeta.
A resposta de Des era que ele só come uma refeição por dia à noite, e na verdade come o quanto ele quer naquela refeição. Durante o dia, ele pode muito bem comer um pouco de fruta e, naturalmente, ingerir bastante líquido, mas ele jura pelo plano e faz isso há mais de 40 anos.
Isso parecia tão simples e ridiculamente fácil e eu tinha muita dúvida se isso funcionaria para mim. No entanto, é baseado em lógica pura. Por perder calorias significativas durante o dia, o corpo compensa à noite e, em seguida, armazena calorias para mantê-lo indo no dia seguinte até a sua refeição da noite. No entanto, não sou cientista ou médico e estou interessado apenas em resultados. Veja como isso funcionou para mim.
A primeira semana foi um pouco desafiadora. Eu mordisquei o biscoito estranho para me manter com meu café preto da manhã. Sentia falta do aspecto social do almoço, mas me contentei em saber que estava fazendo minha saúde e meu corpo um enorme favor. Na primeira semana eu perdi 6 quilos e no primeiro mês 15 quilos caíram do meu corpo! No entanto, tendo sido em muitos programas de dieta ao longo dos anos eu estava preocupado que tudo pudesse voltar. Com isso em mente eu comecei um programa de caminhada suave à noite depois da minha refeição do dia e isso realmente me ajudou com meus níveis de energia. Eu realmente não queria ir a uma academia ou me estressar correndo.
Eu estava comendo tudo o que eu queria à noite, incluindo sorvetes e muitas costelas e batatas fritas etc. No entanto, após o primeiro mês, meu corpo parecia começar a se regular e eu não parecia desejar muito esses alimentos ricos e pesados. Eu acho que meu corpo começou a aprender que precisava comer bem e saudável à noite para que pudesse passar as próximas 24 horas.
No segundo mês caí mais 13 libras. No terceiro mês eu perdi mais 12 libras e no mês quatro mais 11 libras para uma perda de peso total de 51 libras em quatro meses. Verdadeiramente incrível. Eu ainda estou cambaleando com isso. Eu não recomendo este plano para a vida e tenho lentamente reintroduzido um café da manhã saudável e um almoço muito leve. É realmente um grande plano para perder peso rapidamente - e funciona como nada que eu já tentei antes.
Um ano e eu ainda estou no meu peso alvo de 180 libras. Eu ainda faço meu exercício de caminhada na maioria das noites e me sinto 1000% melhor com cargas mais energia. Eu recomendei este plano para dezenas de amigos e tenho que dizer que funcionou para 90% deles. Dê uma chance, as chances são de que funcionará muito bem para você também! Verifique com o seu médico primeiro para estar seguro ou pode também por outro método: https://www.moderdietgoldoriginal.com .
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Tatame Atado
Eu não quero sopa. Eu não estou doente. Glória insiste em perguntar como foi meu dia. Ela quer saber o que eu ando fazendo com as horas mortas, caiadas após a primeira xícara, obsedadas de sua importância após a segunda com o devido dispositivo musical atado. Pensei num título bobo que não significasse nada : tatame atado. Eu odeio nomes com acentos.
Glória obedece a lógica dos dias com horas marcadas, das celeumas de famílias neuróticas, das postagens longas no facebook, das fotos de férias de verão de algum magnata, na coleção de gravatas e sapatos finos da senhora do Mistral. A fase azul das senhoras vívidas. Um easter egg pra mim mesmo.
Não tenho certeza de nada, estou aprendendo a viver com a repetição de meus erros infanticidas. De certa forma eu estrangulo a ideia de criança-interna diariamente. Eu asfixio a criança usando uma sacola das lojas Mesbla. Goiânia circa 1987, ou algo assim, perto demais do Césio pra ignorar a lembrança. Um tio meu foi revistado em Brasília com um contador Geiger. Eu não saberia escrever amoxilina depois de duas xícaras de café e a metade de uma outra. Assim eu subscrevo ao exame da Ordem do dia com uma variedade ignominiosa de pensamentos acerca da possibilidade de continuar vivendo, fazendo o jogo dos mascarados de plantão.
Glória acredita na sua importância diante dos meus trilhos. Curioso que eu tenha conseguido uma companhia tão constante como as minhas gengivas que sangram continuadamente há pelo menos uma década. 2009 um ano que definitivamente nunca terminou. Depois daquela bala energética que me fez virar criança e desenhar um mundo inteiro de audazes visões de um amanhã melhor prometido. Glória acredita em terapia. Glória ajusta o termômetro embaixo das axilas pra confirmar a febre de final de setembro. Outubro chove copiosamente como uma criança chorando no cerrado, árvores com troncos distorcidos, vegetação rala e seca. A criança que nunca teremos. A patologia como via de regra. As generalizações bruscas que eu cuspo em cada café da manhã, comprovando minha teoria de repetições e paradoxos e a confirmação da continuidade disso tudo como uma plausível esfera de realidade.
Talvez Glória tenha me dito que Augusto decidiu deixar o Brasil, finalmente. Vai pra Europa em busca de um cabresto colonial que confirme suas expectativas de civilidade. Eu não condeno as escolhas de Augusto. Eu faria o mesmo se tivesse dinheiro e garantia de emprego. Eu provavelmente trabalharia num museu vigiando as peças raras, o cheiro contrastante de coisa velha arcaica com ar-condicionado. Nada resumiria melhor a Europa em meus tormentos particulares. Eu seria um bom vigia de museus e plantaria batatas no meu backyard diante do nada, diante da névoa, dentro de uma ilha de smog, felinos correndo por todas direções. Eleonora, Remedios e Valência. As três gatas da sorte de Glória que eu teria que dar um jeito de levar pra Europa, também.
Nosso amor contratualizado. Nossas performances diárias de importância precocemente senil. O carinho envelhece tão logo se manifesta de uma maneira torpe em repetição, cânticos e evangelhos guardam a vista de mais uma cerimônia. Eu só funciono e respondo Glória depois da metade da terceira xícara. Até então eu sou um zumbi benzodiazepínico, sem libido, sem coragem de dar bom dia pras gatas, sem motivação pra nenhuma visita surpresa à Inhotim.
Acordou ao meu lado, suando num sonho banho-maria febril. Estávamos em outubro, em cima do criado-mudo do seu lado da cama uma sucessão empírica de comprovações farmacológicas. A Realidade lá fora supitando guerras, eclodindo emoções intempestivas, recrudescendo fascismos de outrora. sempre a roda cíclica da História que se repete com uma roupagem diferente mas do mesmo significado. Tudo não vai ficar bem, e eu não peço desculpas. Augusto está certo, fugir é o melhor caminho para quem nasce brasileiro das vistas e do fraterno desequilíbrio em se dar o direito de ser ingênuo num mundo de vampiros e lobisomens capitalistas. De repente me ponho a pensar num travesti histérico que pontua minha visão durante as caminhadas do final de tarde. Com uma voz pastosa e estridente, sintoma claro de quem fuma três carteiras por dia, ele rasga o verbo contra sintomas de sua preocupação, cultua signos de piedade provocada em quem faz contato ocular e tenta vender suas traquitanas, umas bugingangas hippies que ele mesmo produz no seu exílio.
De alguma forma eu perco o fio da meada. Talvez por excesso de esperança em dar continuidade ao mesmo grau de investimento emocional que eu imagino que os outros coloquem à disposição. Glória está doente, ao meu lado, nessa cama de casal. O travesti deve estar despertando. Augusto à essa hora deve estar preso no trânsito que impede sua chegada ao aeroporto. O melhor caminho do Brasil é longe da saída de serviço, de preferência com uma passagem de ida, classe econômica que seja, pra um outro lado de lá que esteja menos congestionado.
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