#Veronica Tomass
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Revelar seu segredo não era exatamente uma grande coisa, talvez tivesse coisas mais sombrias em seu coração que ela mesmo desconhecia, contudo o maior problema era ouvir o segredo alheio. Ok, era amiga de ambas as garotas, mas segredos assim não era revelados de maneira obrigatória e muito menos num ambiente onde conforto sequer existia. Ela como terapeuta entendia muito bem sobre, por isso, sabia que eram segredos que levaria para o agora como seus e sem revela-los para ninguém. Se é que iam sair vivas dali. Em todo caso, as aventuras daquela missão iriam para o túmulo consigo, ou ao menos, parte da aventura. Após Perséfone entregar as pérolas e saírem dali, caminhar em silêncio parecia ainda pior do que qualquer conversa que poderiam ter. A tensão palpável sem saber interpretar se eram por simplesmente estarem no submundo ou pelo o que ocorreu no jardim da deusa. Revelar um segredo para uma amiga era ok, mesmo que de maneira forçada, mas contar algo do fundo do seu âmago para uma inimiga? Love entendia o lado de ambas as amigas que optaram por se calar o resto da viagem.
Não sabia dizer se era algo bom ou ruim. Quando conversavam, brigas saíam, mas o silêncio parecia mais perturbador. Uma possível consequência ao trauma do silêncio dos deuses ela supôs. Não saber o que nenhuma das duas estava pensando era... Desconfortável. Não queria pensar naquilo, mas cogitando colocar todos os pesos na balança, se qualquer uma das duas tomasse qualquer decisão impensada para se vingar ou... Até pior. Estavam indo para o Lete. Love até poderia ser filha de um dos Erotes, mas era também legado de Nêmesis e de vingança e justiça ela entendia tão bem quanto. Ambas andavam sempre de mãos dadas. Preferiu afastar o pensamento porque conhecia ambas para saber que apesar das brigas, ninguém seria inconsequente o suficiente para cometer uma loucura como a que cogitou. E (in)felizmente qualquer outro pensamento foi interrompido com a aparição das fúrias. ❝ ― Merda! ❞ ― Esbravejou enquanto lançava seu leque no ar e atingia Tisífone de raspão.
Quando ouviu Veronica falar consigo e lhe lançar a poção, a mulher segurou com a mão livre. Eram três, uma pra cada. O problema era que estava no território delas e certamente matar não era uma opção uma vez que elas voltariam no mesmo instante. E tinha certa desconfiança de que Hades não ia gostar nenhum pouco disso. Quando atingida pelas garras de uma na altura das costelas, Love gritou e puxou seu leque mesmo fechado e Tisífone se aproximou novamente, ela deixou que a lâmina rasgasse o rosto da fúria enquanto quebrava a poção entregue antes pela melhor amiga. Estava suada e ofegante quando olhou e procurou pelas companheiras, as encontrando no mesmo estado que si. Com a exceção de que estavam mais inteiras. Apesar de não ter sido um corte profundo, ainda ardia e Kinn buscou em sua mochila de suprimentos por ambrosia para comer. Com sorte, em poucas horas o ferimento sumiria de vez e ela estaria mais disposta. ❝ ― Vamos precisar agilizar. Talvez Hades não goste nada disso! ❞ ― Reiterou, começando a andar novamente. Os leques não saíram de suas mãos. Não poderiam baixar a guarda ali de modo algum.
O caminho para o Lete foi guiado por Veronica que parecia saber melhor do que elas. Havia pedido algumas dicas para Nico, mas no fim, nada melhor que a líder da missão para realmente liderar o bonde. ❝ ― Tô orgulhosa! ❞ ― Ela aproveitou a aproximação com a melhor amiga para dizer num sussurro. A devota de Hera poderia interpretar como quiser. Seja pela missão, por estar liderando e por revelar um segredo e se manter firme mesmo assim. Qualquer uma delas, Love também estava. Bastou apenas mais alguma caminhada para se aproximar então de Amarantha. ❝ ― Seu ombro está melhor? ❞ ― Perguntou de maneira preocupada, parando apenas por alguns minutos para fazer uma bandagem melhor na amiga e não algo improvisado. Não era uma healer, mas se importava com ambas e todo cuidado era pouco. E então, finalmente no Lete. A tailandesa não queria dar pressa, mas sentia que era necessário. Já estavam a tempo demais no submundo e a pérola parecia cada vez mais tentadora de se pisar e ir logo para o acampamento.
Estava atenta aos arredores enquanto Amara falava consigo e Veronica fazia a extração do rio. ❝ ― Bem, acho que temos que ter ainda mais cuidado, então. ❞ ― Comentou entre risos e sua expressão mudou quando a semideusa avançou para cima de Veronica, e mesmo que não fosse proposital, Love gritou. ❝ ― Perai, não faz isso. Não vamos dificul- ❞ ― A fala foi cortada ao meio quando percebeu o que havia acontecido. Kinn se aproximou de Veronica no mesmo instante, segurando o rosto da amiga com ambas as mãos ao deixar os leques no chão e fazer mesma lhe encarar. ❝ ― Amiga! Sou eu, Love. Tô aqui! ❞ ― Tentou assegurar a mulher, mesmo que o desespero tomasse conta dela. Felizmente ainda havia sido reconhecida, então o rio não havia retirado todas as suas memórias. ❝ ― Estamos numa missão, no submundo. Esse é o rio Lete! ❞ ― Deu ênfase, esperando que aquilo fosse o suficiente para algum entendimento. Se é que ela ainda realmente ti
Como se não bastasse todo o desespero, Love também ouviu o uivado a distância. Merda, merda, merda. Não conseguiam matar e caçar nem mesmo um cão no acampamento, quem dirá que iriam fazer aquilo no território dele? Ok que na colina meio-sangue era Petrus quem estava controlando com o tal apito, mas ainda assim... A mulher soltou um suspiro. ❝ ― Fica aqui, Ronnie! Não se mova e não faça mais nada. Ou melhor... ❞ ― Buscou as coisas de Veronica, juntando-as na mochila da amiga e pegou a perola, entregando na mão da melhor amiga. ❝ ― Aqui, toma! ❞ ― Engoliu a seco, ainda restava um frasco para coleta. Love assentiu para Amara que serviria de isca. Não era a favor daquilo, mas não tinham muita escolha ou tempo para decidir nada. ❝ ― Você se lembra do acampamento, certo? Então pensa nele quando pisar na pérola. Faça isso agora, vou estar logo atrás de você. ❞ ― Mostrou a própria pérola para a amiga, e incentivou ela a sair logo dali. ❝ ― Anda, vai! ❞
A filha de Anteros engoliu a seco quando Veronica não saiu dali. Era nítido que estava assustada ao ver o cão e muito mais por não entender a situação. Queria perguntar qualquer informação que fosse relevante para entender até que momento ela perdeu qualquer recordação, mas o tempo era pouco. Suas mãos estavam tremendo e ela se focou em coletar o frasco restante do liquido prateado com cuidado. Não queria ser a próxima da lista. Numa distância nem um pouco longa, via Amara dando tudo de si para manter o cão longe de lá. Mas era uma batalha que não duraria muito tempo. Seria ela ou o cão. Temia que fosse a primeira opção, o que a fez se apressar ainda mais para colher logo e terminar de encher o frasco. ❝ ― Veronica, a gente precisa ir. Se prepara! ❞ ― Ela se levantou ao fechar o último frasco. O jogou na mochila de qualquer jeito enquanto as mãos voltavam a erguer seus leques. Kinn os mirou no cão infernal e os lançou como distração, ainda sentindo a dor nas costelas pelo ataque da fúria. O ataque foi o suficiente para distrair e chamar a amiga. ❝ ― AMARA! Vamos. ❞ ― Correu até a semideusa, a segurando e a fazendo se apoiar em seu ombro enquanto o cão voltava a se erguer. ❝ ― Pensem na enfermaria do acampamento. AGORA! ❞ ― Gritou e jogou sua pérola e da Amara no chão, de olho para que Veronica fizesse o mesmo. E então pisaram juntas.
Love pensou no acampamento e mais do que isso, pensou logo na enfermaria porque o estado de Amara estava péssimo. Estava toda ensanguentada e sequer sabia onde eram os ferimentos. Não tinham tempo. Veronica havia perdido a memoria e tudo parecia bem errado na missão, mesmo que tenham completado o objetivo. Quando surgiu em frente a enfermaria junto com Amara, Love gritou. ❝ ― AJUDA! AQUI! ALGUÉM, POR FAVOR. ❞ ― Suplicou enquanto sentia seu corpo pender e cair de joelhos junto com Amara. Não tinha visto @mcronnie, ela não estava ali. O que a fez ficar em alerta e olhar pelos arredores. ❝ ― Ronnie.. VERONICA! ❞ — Ela viu a amiga pisar na pérola, não fazia sentido. Será que o cão a havia pego antes? Droga, droga. ❝ ― VERONICA! ❞ — Chamou de novo, se levantando enquanto prontamente curandeiros e olhos curiosos surgiram para ajudar Amara e ela. Sem saber bem como prosseguir depois daquele ponto, ela balbuciou algumas palavras e passou a correr pelo acampamento, ignorando qualquer cuidado para ir em busca da melhor amiga. Ela tinha que estar ali.
❛ ⊹。 A reprimenda de Amarantha a fez revirar os olhos, mas foi eficaz para a fazer voltar a atenção; nunca comeria algo que não conhecia a origem em sã consciência, porém a tentação daquele banquete pareceu forte o suficiente para que ela usasse seu mau hábito de "ver com as mãos". Não era normal que algo parecesse tão interessante, e por isso recuou da mesa. ❝ ⸺ Dá pra calar a boca? Eu não sou idiota. ❞ Não admitiria que o dom de ser insuportável da filha de Dionísio tinha ajudado, embora ter buscado sorrateira o olhar da melhor amiga provasse que esteve sim tentada, apertando os lábios em um pedido silencioso de desculpas. O momento de distração quase a fez abaixar a guarda, porém não teve tempo para tanto, no fim. O surgimento da deusa dona daquele espaço que pisavam fez seus pelos se arrepiarem, ainda desconfiada maneou a cabeça em um cumprimento discreto. ❝ ⸺ Perséfone, nossos cumprimentos em nome do acampamento. ❞ Embora não tivesse apreço excepcional por nenhuma deusa além de Hera, Perséfone era uma figura interessante o suficiente para que Verônica tivesse curiosidade extra sobre ela. Isso, e o fato de que ela era detentora de artefatos e tesouros além do imaginável por mortais. Love tomou a frente explicando suas necessidades à deusa, e enquanto isso, Vee tentava analisar e ler as expressões da deusa, sabia que a aura quase hospitaleira não vinha sem um preço, deuses sempre queriam algo em troca. Love foi esperta, encontrar o rio não era o mais difícil, difícil seria voltarem segurança. ❝ ⸺ Isso, e você entende né? Precisamos ajudar, seus filhos também tem sido atormentados. Suas pérolas são quase uma lenda, na verdade. ❞ Sorriu para ela, reconheceu a expressão que Perséfone tinha; algo estava escondido à superfície, e elas descobririam antes de quererem, o preço pela ajuda.
A desconfiança com as intenções de Perséfone se transformaram em choque com o pedido. Olhou para Amara e teve certeza que não queria contar nada que pudesse ser usado contra si depois, ela não nada confiável. Love a olhou, e antes mesmo que pudesse fazer algo, começou a falar. Droga, praguejou mentalmente, ela poderia ao menos ter negociado antes. Ouviu Love atentamente, ofereceu um afagar suave no ombro da amiga ao final, não precisava dizer, ela entenderia. Veronica não conseguia julgá-la. Sentiu a pressão do olhar de Amara e Perséfone sobre si, a guiando a ser a próxima. Ser líder seria assim? Pigarreou, dando um passo mais a frente, encarando Perséfone. ❝ ⸺ Segredos? Não prefere algo mais sólido? ❞ barganhou, dando mais um passo a frente, o sorriso era instigador agora. ❝ ⸺ Um favor, seria mais útil. Uma dívida... ❞ Ofereceu, engolindo em seco qualquer sinal de intimidação, podia estar oferecendo algo bem mais difícil de se cumprir do que apenas ferir seu orgulho, mas ainda assim, preferia arriscar. ❝ ⸺ Talvez não saiba, mas eu tenho um dom único para recuperar o que foi perdido... ❞ Se interrompeu, sorrindo confiante agora, ao ver uma sombra de reconhecimento cruzar as íris coloridas da outra. ❝ ⸺ ah, sim, a senhora sabe sim. ❞ A deusa sorriu, e após um momento negou com a cabeça. A respiração de Veronica cessou de ansiedade, antes que notasse.
⸺ ah, sim, um favor de uma filha de Hécate, ou melhor, de uma devota de Hera... Eu poderia usar isso, claro, mas não seria justo com sua amiga, agora que ela já revelou um dos seus segredos, seria? Além disso, sabemos que você só faria o que Hera te autorizasse. ⸺ Não importava o que dissesse agora, Perséfone estava decidida. A loira abriu a boca, ainda sem saber se iria argumentar ou mentir, mas foi interrompida pela mão erguida da mulher. ⸺ E não nos faça perder tempo com mentiras, não pedi muito... Eu só quero desejo um segredo, algo que ninguém mais tem conhecimento. ⸺
Revirou os olhos, seu acordo com Hera a impediria de sobrepor a vontade da senhora, e talvez por isso Perséfone não se arriscaria. ❝ ⸺ Eu não tenho... ❞ O Erguer de sobrancelhas alheio soou como uma advertência, então decidiu não mais recorrer. ❝ ⸺ Ok... Eu tenho um problema com rejeição, não sei lidar. Todo mundo tem defeitos, né? ❞ Começou, só pensou em uma coisa para dizer, e melhor fazer de uma vez, como arrancar um band-aid. ❝ ⸺ Mas... Isso ficou pior no acampamento... Hécate me provou várias vezes que não se importa, e... Não sei quando começou, mas eu meio que comecei a me punir por ainda esperar algo dela, eu queria algo que me lembrasse sempre que ela não é confiável, ao mesmo tempo que me machucar fazia isso ser mais intenso. Eu nunca me mutilei, nada disso, eu só... fiz meu primeiro piercing para esquecer a mágoa, e depois dos primeiros, eu só continuei. Acho que me olhar no espelho e ter um lembrete de quantas vezes ela me decepcionou, mantém minha cabeça no lugar. ❞ Despejou, de uma vez, uma reflexão que nunca havia compartilhado com ninguém, e agora, foi obrigada a deixar Amarantha saber. Abraçou o próprio corpo um instante, suspirou quando recebeu uma confirmação de Perséfone. Era o suficiente. Estendeu a mão para pegar sua pérola, e a melhor amiga fez o mesmo.
Virou-se para Amarantha, o olhar severo deixava claro que não queria comentários. ❝ ⸺ Bora, sua vez. Vamos acabar logo com isso. ❞ Apenas esperou a loira terminar de falar e pegar sua pérola para se despedir de Perséfone, sem nenhum sinal da apreensão anterior, Veronica se obrigou a compartilhar mais do que tinha qualquer intenção; não gostava nem um pouco de se sentir encurralada. Guiou para fora do jardim a passos firmes, só queria terminar logo com isso, mas sabia que algo estava errado no momento em que a ophis thaleros se movimentou e esquentou em seu pescoço. O som de um silvo no alto antecedeu a aproximação dos monstros alados.
Fúrias.
Puxou seu colar a tempo de ver a joia se transformar no seu chicote e estralar no ar, próximo a uma das fúrias que desviou em um riso maldoso. Observou duas lâminas cortarem o ar, na direção das fúrias, e serem apanhadas pela fúria que tinha quase certeza que se chamava Megera. ❝ ⸺ Não temos tempo pra isso! ❞ Praguejou, e a depois que afastou Alecto de si, novamente agitando seu chicote, enfiou a mão na bolsa, com encantamento fez com que os potes de poção do sono encontrassem seus dedos e arremessou um para Love, depois de chamá-la. ❝ ⸺ Toma, vai apagar elas, só toma cuidado para não... ❞ Se interrompeu procurando por Amarantha quando ouviu o brado de dor vindo dela. Uma das adagas estava agora cravada no ombro da loira. ❝ ⸺ Merda! Não deixa elas se aproximarem de você. ❞ Avisou e correu na direção da outra, com um movimento ágil se colocou de frente a ela dando cobertura. ❝ ⸺ Se tiver a chance, quebra um desses nelas. ❞ Orientou entregando o segundo frasco de poção, guardando outro pra si e puxou sua adaga nova.
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“Un’alba piena di cani, ecco, un’alba simile alla testa di un dio bambino, sbranato, decapitato”. L’ossessione per le lettere d’amore. “Pangea” finisce in una (sontuosa) tesi di laurea
L’epistolario non è mai pari – nasce mutilo. Le mutilazioni sono diverse, di diverso ordine. A volte sono meramente editoriali: si ritiene che siano degne di pubblicazione – cioè sassi che infrangono il privato, iene che irrompono in sala da pranzo – le lettere di un autore notevole (chessò: Samuel Beckett) ignorando quelle dell’altro, l’interlocutore. Eppure, l’epistolario non è un rispecchiamento, non è un gioco di specchi – è una danza. Senza le lettere di uno – ovvio – non ci sarebbero le altre; c’è sempre uno che fomenta la fiamma dell’altro: insieme, si è incendio. L’altra mutilazione deriva dal destino: le lettere di uno dei due sono state eliminate, bruciate, nascoste. Strana malia dell’epistolario: lotta, in fondo, per restare nascosto, privato, uno sposalizio tra due, i soli, da cui gli altri sono estinti. In effetti, ci si scrive per fondare un alfabeto – potrei parlare e scrivere in quel modo soltanto a te, non ad altri.
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Poi c’è la mutilazione più profonda. Un epistolario non rispetta mai le attese – a volte porta più in là; a volte in un punto morto; a volte in una giungla desertificata. Scrivere è sempre un atto d’offesa, torcere la quiete di un lago, alterare le superfici, rompere i vetri. Svegliare la serpe che dorme. L’esito è inesplicabile, ma sempre inquieto – l’uomo non dovrebbe scrivere, comporre verbi, ma accennare. Ci si scrive per non darsi pace, per darsi un appuntamento, spesso frainteso, più sovente mancato.
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Lavorare negli epistolari è una trappola. Impaniarsi nelle vite altrui significa soffocare la propria, alterarla. Nel terremoto della retina ci scopriamo visionari prima che voyeur, minimizzando le isole del possibile.
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Anna Maria Domenella si è recentemente laureata – magistrale – all’Università degli Studi di Verona con una tesi sull’“evoluzione della scrittura d’amore: dagli scambi epistolari su carta a quelli in rete”. Nel lavoro, la Domenella usa, come forme esemplari, tre testi: le Lettere a Bruna di Giuseppe Ungaretti (edite nel 2017 da Mondadori), narrate anche attraverso un dialogo con Bruna Bianco; lo straordinario lenzuolo su cui Clelia Marchi scrive la sua confessione/biografia (pubblicato dalla Fondazione Mondadori nel 1992 come Gnanca na busia); l’epistolario, “Senza gestire l’ignoto”, che ho condiviso con Veronica Tomassini, pubblicato su “Pangea”, per qualche mese, dal gennaio del 2019, e sul blog della Tomassini.
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In ogni caso, le mutilazioni sono multiple: a volte nell’assenza di risposte, altre di prospettiva. La mutilazione è implicita nella lettera di carta, perché modifica il tempo: ricevo oggi una lettera che hai scritto qualche giorno fa, sono valide, ora, quelle asserzioni? Compressione – il tempo esiste solo quando ti leggo – e mutazione – è ancora autentico il nostro patto?, quanto sei cambiato da allora? – rendono l’epistolario un ‘genere’ che alimenta i dubbi, e dunque le grandi passioni.
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Il lavoro della Domenella è generoso e audace: sfocia su un epistolario fittizio, creato in rete da autori di oggi, senza la prospettiva di una pubblicazione cartacea, per ora. Per ragioni diverse, dettate dal destino con il mirto in mano, io e la Tomassini abbiamo l’ossessione per le lettere, forse perché sono qualcosa di tanto fragile, improvvido, foriero di incomprensioni, che va accudito. La Tomassini – scrittrice di rabbiosa grandezza, che ha il coraggio, tra i rarissimi, di consumarsi scrivendo, come una liturgia di ghiaccio – ha fatto degli epistolari una virtù letteraria, una formidabile forza. In fondo, ne sono stato graziato. “Dei tre epistolari, di certo, questo è quello che mi ha richiesto più energie. Oscuro e luminoso, insieme. Il buio altro non è che una forma di luce”, scrive la Domenella. (d.b.)
***
Qui pubblico, in sequenza, le risposte che ho dato ad alcune questioni della Domenella.
LA SCINTILLA. Motivo di scrittura. Perché ha scritto?
Mi è giusta una richiesta. Inattesa. Che andava esaudita. La scrittrice Veronica Tomassini si è chinata su di me, proponendomi la scrittura di un epistolario fittizio, di un romanzo epistolare. Fu una domanda così nitida, candida, bianca, che dissi di sì. Ogni ‘sì’, però, chiede una responsabilità: morale e estetica. Insieme a Veronica Tomassini abbozzai l’ipotesi dei due protagonisti di questo romanzo epistolare, Vera e Nathan. Uno scrittore non ha vita, è un crocevia di ossessioni, immagina le vite degli altri. Ho dovuto guardare con esattezza microscopica alla vita raminga di Nathan. Poi, abbiamo cominciato a scrivere. Scrivendo, è importante complicarsi la vita, interrare trappole, ideare svolte e capovolgimenti. Scrivere è l’ingresso nel rischio. Dire ‘sì’ a una richiesta, infine, è l’equivalente del sì di Abramo che è disposto a sacrificare ciò che ha di più caro, il figlio, senza tentennamenti.
IL FUOCO. Contenuto. Cosa ha detto quando ha scritto?
Nathan è un nome che amo: significa ‘dono’, ed è il profeta, nella Bibbia, che raddrizza – per lo meno, tenta – le violenze del re Davide. Ho amato confondermi in quel re caratterizzato dalla fionda e dalla cetra, da seduzione e omicidio – e ho voluto un nome da usare come pungolo, come cilicio. In realtà, Nathan è un uomo disadatto: colleziona tigri di vetro, vende preziose mappe celesti, antiche, avute chissà come, a personaggi di dubbia moralità, ama il sottosuolo e l’attico della Storia. Ha incontrato soltanto una volta Vera – crede sia sua sorella – è la sua stimmate – la ama a distanza, non intende raggiungerla, consapevole che ciò che tocca si lacera, si rompe, si disintegra. Nel suo vagare disordinato, passa da Praga a Parigi, poi volge a Est, in Georgia, in Armenia, fino ai recessi della Mongolia. Ama la carne, fa incontri al limite del grottesco, infine preferisce sparire, essere la traccia d’argento di un ricordo contraffatto. Per virtù discorde, non può accontentare Vera: al contrario, le scrive con esattezza le parole che lei non vorrebbe sentirsi rivolgere.
LA BRACE. Eredità. Cosa lascia con questo epistolario?
L’eredità non riguarda lo scrittore, gettato in uno spazio incontaminato, in un futuro che alterna deserto e bosco. Lo scrittore nasconde i verbi tra i cespugli, reclina le proprie storie in un nido, tra le rupi. Vuole essere scovato, eventualmente condannato. Non so se il libro, quello che vediamo in libreria, in piramidi, sia oggi il supporto adatto per una grande storia. Forse lo scrittore dovrebbe fabbricare in libro le proprie storie, fotocopiarle, lasciarle sulla soglia delle case, scelte casualmente. Consegnarsi, così, povero, nudo, scabro, irrichiesto. D’altronde, il romanzo epistolare scritto con Veronica Tomassini – e retto dalla sua richiesta di cristallo –, di cui ha parlato, per grazia, anche qualche quotidiano nazionale – ricordo “Avvenire” e “il Giornale” – è rimasto inedito e non vi è intenzione di pubblicarlo. È stato un momento, un gesto unico, come un’alba memorabile, seghettata di verde, che perfora l’oscurità. Un’alba piena di cani, ecco, un’alba simile alla testa di un dio bambino, sbranato, decapitato.
*In copertina: Liv Ullmann e Bibi Andersson in “Persona” (1966) di Ingmar Bergman
L'articolo “Un’alba piena di cani, ecco, un’alba simile alla testa di un dio bambino, sbranato, decapitato”. L’ossessione per le lettere d’amore. “Pangea” finisce in una (sontuosa) tesi di laurea proviene da Pangea.
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🌙- To put a blanket on them as they sleep.
iria pedir por um período de afastamento do hospital - depois que vovó park morreu não tinha a mesma energia para voltar a prender-se por escolha dentro das paredes monótonas e sufocantes. ninguém veio despedir-se da mais velha, o que absolutamente quebrou seu coração ; lidava com a passagem de pacientes frequentemente, alguns até mesmo partiam por escolha, algo que ele entendia muito melhor do que gostaria & embora jamais tivesse aprendido a desapegar-se de qualquer vida que cruzava a sua, nunca havia sentido tanta desesperança quanto o dia em que liberaram a autopsia da senhora & nem uma viva alma além dos residentes prestou seus respeitos no funeral.
sabia que tinha filhos & netos, porém, também tinha plena ciência que eles a culpavam pela morte do marido ; repugnava o pensamento, mas ao contrário da própria mãe, entendia o porque ela tinha pecado - afinal, o que mais fazer ? devia ter morrido no lugar do homem que lhe causou tanta dor ? acreditou que jamais poderia perdoar um assassinato, e talvez, nem sequer fosse seu lugar o fazer - ainda sim, quando a pobre velhinha, doente com solidão, deu um sorriso largo e agradeceu por ter o ‘ menino de ouro ‘ ao seu lado nos últimos momentos, não teve arrependimentos. pensou até mesmo, caso tivesse a chance - gostaria de dizer adeus a um outro alguém.
conseguiu impedir-se de desabar em lágrimas durante o dia do falecimento, até as celebrações fúnebres - veio para casa & ajudou sehwan com o dever, sorrindo fraco mas convincente o suficiente para não instigar a curiosidade do filho sobre o que havia de errado. depois de colocá-lo para dormir, abrindo o vitral que construíram no quarto azul marinho do menino, com uma visão privilegiada do céu estrelado, o médico retornou ao quarto do casal, onde a esposa esperava acordada com uma expressão simpática & compreensiva. estilhaçou logo ali, quebrando em soluços e tremores violentos, quase não comedidos pelos braços que o envolviam de forma familiar, e confortante, impedindo que entregasse o melhor de si ao luto. seu rosto estava enterrado na curva do pescoço da mulher, incessante a tristeza e desespero que continuava a jorrar dos olhos escuros - não tinha chorado daquela forma nem mesmo quando perdeu os membros da família. suas mãos agarravam o tecido fino do traje de dormir da outra, como se tivesse medo de perde-la no momento que não pudesse mais tocá-la.
perdeu noção de quanto tempo os dois tinham passado na mesma posição, as mãos delicadas de inna correndo por suas costas em um esforço de acalmá-lo, que eventualmente provou-se frutífero quando conseguiu que ele tomasse um banho quente & se deitasse. estava prestes a pegar no sono quando sentiu o peso da cama mudar ao seu lado, indicando que ela tinha se cansado de vigiá-lo pela noite, ou assim imaginou - até sentir o grosso cobertor recair sobre seus ombros, e sentir o mais sutil dos beijos sendo plantado na sua têmpora. rapidamente, antes que ela pudesse levantar-se, puxou a mulher para si, acomodando seu corpo contra o seu debaixo da coberta. descansou a cabeça próxima das mechas escuras da outra, envolvido pela fragrância familiar, enquanto a mão esquerda transformou-se em travesseiro para ela, a outra drapeou ao redor do estômago alheio, apertando sua figura contra a dele, sempre aterrorizado em deixa-la ir. “ - eu te amo.�� suspirou, ainda grogue com sono, um beijo leve deixado no ombro exposto da cônjuge. “ - eu te amo tanto.”
💋- To give them a kiss on the lips.
estava nervoso em vê-la novamente - depois de tanto tempo, ela ainda estaria esperando ? parecia tão pretensioso da sua parte esperar que ainda tivesse guardado um lugar na sua vida para ele, afinal três anos tinham se passado. pouco contato entre os dois & ainda sim, como o garoto tolo que sempre foi, ele permitiu-se ter esperança. quando o dia combinado finalmente chegou, esperou na ponte, chegando alguns muitos minutos adiantado - lembrava-se deles jogando lírios brancos no rio em memória da mãe do rapaz, algo que jamais compartilhou com outro alguém. tinha mantido a promessa que fizeram ao separar-se - melhorar a si mesmo antes de poder prometer que ficaria ao seu lado. voltou para casa da tia, ajudou veronica & acima de tudo, aprendeu a estar confortável na própria pele ; não era o mesmo que dizer adeus aos fantasmas do passado, pois estes sempre seriam parte de si, e a saudade que antes lhe fazia doente, agora mostrava o caminho de quem devia tornar-se. era isso que pais faziam no final, descobriu - independente da maneira, lhes mostravam o caminho. não tinha mais vergonha de ter simplesmente amado a mãe ou sentir sua falta & estranhamente, foi isto que o libertou do fardo pesado de ser ‘o filho de uma assassina ‘, para o menino inocente que encontrou o corpo no quarto do hospital, miséria e ódio não o levaram a lugar algum. portanto, não deixaria que o consumissem novamente.
agora sentia-se preparado para encará-la - não era perfeito, estava longe disso. seus erros permaneciam os mesmos, e tinha medo como qualquer um, contudo, nada que encontrou durante estes três anos provou ser tão forte quanto o que sentia por ela. ficou claro quando finalmente viu ela se aproximando da ponte, e o coração disparou instigando um sorriso largo : estava em casa finalmente. correu até ela, sem nenhuma palavra envolvendo seus braços em torno da mulher e a beijando até perder o fôlego, sem conseguir conter o próprio sorriso. “ - eu prometi que vinha.” daquele dia em diante, não iria a lugar algum - não sem ela.
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Pleasure House - (15) - Warrior
Gente, eu postei o capítulo errado, me perdoem. Mas enfim, vamo seguir, boa leitura.
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Point Of View Camila
Era incrível como aquela noite tinha sido maravilhosa. Estranhamente maravilhosa. Ter Lauren ali, ao lado da minha família pareceu tão certo, que, mais uma vez, me vi pensando em como seria um futuro ao lado dela.
E o pensamento me fez sorrir.
Sabia que corria um risco ao leva-la ali. Obviamente, meu pai percebeu na hora quem ela era e suas piadinhas entre uma frase e outra me deixou apreensiva e tudo ficou ainda pior quando Normani apareceu de surpresa. Havia me esquecido totalmente que ela e Ally se davam bem e que ela tinha mandado um convite a ela. Sua cara de espanto quase estragou tudo e, por sorte, Sofia não havia percebido.
Anotei mentalmente que deveria chama-la para esclarecer tudo aquilo, afinal, ela era minha melhor amiga e era uma das pessoas que eu mais confiava. Sabia que poderia contar com ela e que me apoiaria em qualquer decisão que eu tomasse. [N.A: tadinha da bixinha, mal sabe].
Com isso programado, voltei meu olhar para Lauren. Ela era tão linda, tão malditamente perfeita, que eu não conseguia entender como ninguém percebia meu olhar nada inocente para cima dela. Estava tão claro como água que eu estava apaixonada e que não era por minha noiva e sim pela mulher que esteve ao meu lado durante aquela noite, que me deixou louca por não poder tocá-la da forma que eu queria, por não poder beijá-la e mostrar para todas as pessoas daquela galeria que vez ou outra a olhavam, que ela era minha.
Mas Lauren parecia estar alheia a tudo aquilo. Percebi que aquela deveria ter sido a primeira noite que ela saia sem ser em um encontro pago, onde tinha que ser a dama perfeita. Ela estava tímida, mas havia se soltado e uma felicidade enorme tomou conta do meu coração quando a vi conversando animadamente com minha irmã. Isso me deu esperanças para o futuro, quem sabe se elas fossem amigas, todos poderiam aceita-la mais rápido.
Balancei a cabeça, sorrindo de leve com o pensamento e tirei meus olhos da direção de novo. Lauren estava com o olhar perdido na estrada, mais calada que o normal, séria como nunca havia visto antes.
– O que você tem? – Perguntei, tocando em sua coxa de leve. – Está séria desde que voltou do banheiro... Aconteceu alguma coisa?
Ela me olhou e mordeu o lábio, como se estivesse lutando para me falar alguma coisa. Voltei meu olhar para estrada e parei em um sinal vermelho, olhando de novo para ela.
– Você e Normani são muito amigas, não é?
Franzi o cenho, sem entender a pergunta, muito menos onde ela queria chegar com aquilo.
– Sim, por quê?
– Você confia nela?
– Nós somos amigas de infância, praticamente, Lauren. Nos conhecemos no Ensino Médio. É óbvio que confio nela. – Falei, voltando a colocar o carro em movimento. – Onde quer chegar?
– Eu só acho que deveria prestar mais atenção nela. Eu não... Não consigo confiar nela.
– Acho que você não a conhece o bastante para julga-la assim. – Murmurei, dando um olhar rápido para ela. – Ou conhece?
Ela desviou o olhar e ficou em silêncio. Quase pude entender tudo, imagens dela e de Normani na mesma cama, invadiram minha mente, me fazendo apertar o volante com força.
– Ela já foi sua cliente? – Perguntei amargurada, querendo saber da sua boca.
– O quê? Não! – Ela respondeu de forma rápida e surpresa, fazendo uma cara enojada. – Nunca!
Olhei para ela, quase me esquecendo que estava no controle de um carro, querendo saber se estava mesmo falando a verdade. Mas sua expressão desgostosa ao falar de Normani me mostrou que ela não poderia estar mentindo.
– Por que não confia nela? – Perguntei, chegando ao bairro onde ela morava.
– Eu não... Não sei, Camila, apenas não gosto dela. Ela tem um semblante falso.
– Como eu disse, Lauren, você não a conhece realmente. Normani é uma pessoa muito extrovertida, muitas vezes fala o que quer sem pensar nas consequências. Eu confio muito na minha amiga, ela nunca me deu razão para fazer o contrário.
– Eu já acho que ela pensa muito antes de falar...
– Tudo bem, Lauren! Vamos lá. – Falei, parando o carro em frente ao seu prédio, voltando meu olhar para ela. – Me diga o que você sabe sobre Normani, para desconfiar tanto assim dela.
– E por que eu saberia algo sobre ela? – Ela perguntou, apertando as mãos sobre o colo.
Parecia nervosa e aquilo me pegou de surpresa. Nunca vi Lauren nervosa. Sempre parecia tão segura de si e de suas ideias... Aquilo me deixou ainda mais confusa.
– Essa é a única explicação para uma desconfiança tão repentina. – Murmurei, soltando meu cinto de segurança e me aproximando dela. Peguei seu rosto em minhas mãos e ela estremeceu, seus olhos se enchendo de lágrimas. – Lauren... Você está me assustando. O que está acontecendo?
– Eu estou tão apaixonada por você, Camila. – Ela murmurou, colocando a mão por cima das minhas. – Isso não era para acontecer, mas eu não pude evitar.
Suas lágrimas molharam os meus dedos, mas não me importei. Ela falava aquilo com tanto pesar que cheguei a me sentir mal. Era como seu eu fosse o pior tipo de pessoa e que ninguém pudesse se apaixonar por mim. Mas o seu sofrimento foi o que realmente me chamou atenção.
– Nós não mandamos no coração, Lauren. Não precisa ficar assim, não é o fim do mundo estar apaixonada por mim, ou eu sou um ser tão desprezível assim?
– O que? Não! Por favor, Camz, não pense assim. – Sorri de leve ao ouvi-la me chamar novamente por aquele apelido. Ela tocou meu rosto. – É o contrário. Você é a melhor pessoa que eu já conheci e eu não sou nada, só cheguei para atrapalhar a sua vida e mesmo assim, você se apaixonou por mim. Isso é tão errado, eu não mereço um sentimento assim vindo de você.
– Não diga bobagens, Lauren. É claro que você merece. – Falei, limpando suas lágrimas com carinho. – Acho que essa noite foi diferente demais para nós duas, por isso você deve estar com os nervos à flor da pele. Vou subir com você e te colocar na cama, tudo bem?
– E vai fazer amor comigo? – Ela murmurou, um sorriso nascendo em seu rosto, seu pequeno nariz vermelho pelo choro.
Era tão linda que chegava a doer e um sorriso enorme se abriu em minha cara idiota ao ouvir “fazer amor” sair da boca dela. Quase revirei os olhos para mim mesma.
– Vou fazer amor com você e cuidar de você.
– E dormir comigo?
– É isso que você quer?
– Sim.
– Então, eu vou dormir com você.
Felizmente, seu sorriso se ampliou e percebi que foi diferente de todos os sorrisos que ela já havia me dado. Era um sorriso de menina, toda linda e delicada e não aquele sorriso sedutor de mulher fata. Coloquei o carro em movimento e entrei em seu prédio, estacionando na segunda vaga que ela mantinha.
No elevador, não conseguimos manter as mãos longe uma da outra e fiz o que tive vontade de ficar fazendo durante toda a noite: a beijei. Simplesmente a coloquei contra a parede e saqueei sua boca com carinho, passando as mãos pelo seu corpo trêmulo e, sentindo seu cheiro que me deixava louca. Incrivelmente, senti toda a culpa e todos os sentimentos ruins ficarem para trás assim que pisei novamente em seu apartamento, lembrando-me vagamente de que jurei a mim mesma que nunca mais pisaria ali.
E, ao contrário e tudo o que eu pensava, foi ali que me senti bem e que me esqueci de que ficar com Lauren era um erro. Tudo parecia tão certo que me perguntei como pude me enganar durante todos aqueles anos, enquanto achava que Veronica era a mulher da minha vida. Agora eu entendia exatamente tudo o que meu pai sempre me dizia sobre paixão.
Era realmente uma loucura.
Eu já não pensava direito, tudo o que eu fazia era em função de Lauren, meu coração batia mais rápido ao pensar nela e eu já não sentia desejo por nenhuma outra mulher. Pensar em Lauren me deixava excitada na hora, enquanto pensar em qualquer outra mulher, até mesmo Veronica, já não mexia comigo.
Nessa hora que eu percebi que não estava apenas apaixonada. Eu a amava. Amava Lauren com todo o meu coração.
– Vem. – Ela me puxou, me tirando dos meus pensamentos.
Segurando minha mão, ela foi em direção às escadas e subimos. Percebi que estávamos indo para o quarto dela e senti o desejo me engolfar, quase podia sentir seu gosto em minha boca e a textura de sua pele em minhas mãos.
Entramos em seu quarto e seu cheiro tomou conta das minhas narinas, meu cérebro já reconhecendo cada detalhe dela. Ela se virou para mim e largou a bolsa em cima da poltrona, seu sorriso de menina ainda estampando seu rosto.
– Toma banho comigo?
Aproximei-me dela e toquei em sua cintura, subindo as mãos pelas suas costas, encontrando o zíper e o abaixando. Puxei seu vestido para baixo e sentir meu membro pulsar dentro de minha cueca ao observar seus mamilos nus e a calcinha de cor da pele cobrindo parcialmente sua intimidade. Era a primeira vez que eu a via vestida em uma roupa clara, era como se fosse outra Lauren, e o pior era que as duas me enlouqueciam da mesma forma.
De qualquer maneira, Lauren me encantava e me fazia ficar ainda mais louca por ela.
Abaixei-me e ela saiu do vestido, se apoiando em meus ombros enquanto eu tirava seus sapatos de salto. Passei as mãos por suas pernas, subindo até chegar as laterais de sua calcinha. Quando ela ficou nua para mim, beijei o alto de suas coxas e me levantei, me afastando com um passo para trás.
– Isso é um sim? – Perguntou, sorrindo marota.
– Eu acho que sim... – Murmurei, erguendo minhas mãos até as alças do meu vestido, com a intenção de tirá-lo. Mas ela me impediu, se aproximando e começando a deslizar as alças do vestido por meu ombro.
Despiu-me lentamente, tal como eu fiz com ela. Quando fiquei nua, ela tocou meu pau duro de leve e sorriu, me deixando e seguindo para o banheiro. A segui e ela ligou o chuveiro, me puxando pela mão. A água quente nos envolveu e eu a puxei para os meus braços, beijando-a lentamente, acariciando seu corpo, mas nunca ficaria imune a Lauren.
Mesmo calma, o tesão foi o mais forte e empurrei seu corpo para a parede, sua mão tocando meu pau de cima a baixo, enquanto a beijava com mais fervor, minha língua acariciando a sua. Ela gemeu baixinho e desci a boca pelo seu queixo e pescoço, passando a língua pela pele sedosa até chegar aos mamilos durinhos. Seu grito reverberou pelo banheiro e ela tremeu quando enfiei meu dedo em sua boceta molhada.
– Vire de costas, quero lamber você. – Ordenei, com a voz rouca, louca para meter nela, mas me segurando o máximo.
Sem pestanejar, Lauren obedeceu e se virou, apoiando as mãos nos azulejos e empinando sua bunda para mim. Esfreguei meu pau na pele dela, a cabeça melada se enfiando no meio de suas pernas. Enrolei seu cabelo em minha mão e lambi sua nuca, sentindo o gosto levemente doce de sua pele em minha língua. Lauren gemeu e arranhou o azulejo, estremecendo, toda excitada para mim.
Coloquei apenas a cabecinha dentro dela e ela estremeceu, abrindo as pernas para mim. Ainda com um pingo de juízo na mente, levei a boca ao ouvi dela e perguntei:
– Você usa anticoncepcional?
– Sim... Eu tomo injeção. – Ela suspirou. – E sou totalmente limpa, Camila. Prometo. – sussurrou dengosa a última palavra.
– Eu também. – Afirmei, metendo meu pau nela até o fundo. – Porra, Lauren... Sou tão louca por você!
– E eu por você. – Ela conseguiu responder em um gemido fino que me encheu de tesão.
Comecei a meter nela, passando minha língua pelas suas costas e nuca, mordendo seu ombro, deixando-o vermelho com a marca dos meus dentes. Lauren rebolava sobre meu pau e eu metia nela cada vez mais, enquanto levava a outra mão até seu clitóris e mexia ali, rodeando-o e prendendo-o entre meus dedos.
Já podia sentir um longo arrepio perpassar meu corpo e se concentrar em minhas bolas, fazendo-as pesadas, cheio de gozo acumulado. Comecei a meter mais rápido, sentindo sua boceta me comer, tão quente como uma fornalha. Lauren começou a gemer mais alto, seu corpo tremendo e sua bocetinha pulsando, fechando-se como um punho apertado contra mim.
Um rugido escapou por minha garganta e Lauren gritou junto comigo, seu orgasmo começando a banhar todo o meu membro, me deixando ensandecida e me levando ao orgasmo também. Continuei a meter alucinada, meus dentes cravados em sua nuca, meu dedo mexendo furiosamente em seu clitóris e tirando o máximo dela.
Segurei-a com força entre meus braços e ela cedeu, sua cabeça caindo sobre meu ombro, enquanto nossos corpos tremiam e a água caia ao nosso lado. Lambi levemente a sua pele e ela voltou a se apoiar na parede, enquanto eu saía de dentro dela lentamente, meu pau ainda teso e sua intimidade toda melada. Um sorriso se abriu em seus lábios e logo me vi sorrindo também, passando a mão por suas costas e chegando a sua bunda. A excitação me tomou em cheio e apalpei suas nádegas, deixando meu dedo médio escorregar entre as bandas da bunda e tocar seu orifício pequeno e quente.
Senti o corpo de Lauren ficar tenso e aquilo me fez sorrir mais ainda, imaginando que ela já previa todo o prazer que poderia dar a ela quando eu estivesse ali dentro.
– Eu quero estar aqui também, Lauren. – Murmurei em seu ouvido, apalpando seu orifício lentamente. – Quero tudo de você.
– Eu não faço anal, Camila. – Ela falou tão rápido e tão séria que eu quase me afastei.
De repente, eu percebi. Ela não estava tensa pelo tesão. Lauren estava rígida, totalmente paralisada, suas costas eretas e suas mãos abertas contra a parede. Acho que ela nem mesmo respirava e eu tire meu dedo de onde estava, virando um pouco o rosto para vê-la. Seus olhos estavam fechados com força e uma expressão de dor tomava conta de todo o seu rosto bonito.
Só então ela pareceu voltar a respirar e seus ombros caíram. Seu corpo tremeu violentamente e ela se afastou de mim, entrando embaixo do chuveiro, tomando seu banho rapidamente, sem sequer me dar um olhar.
– Lauren... – Ela terminou de tirar o sabão e passou por mim, saindo do box e puxando um roupão, cobrindo-se rapidamente. – Lauren, eu...
– Eu vou lá embaixo preparar alguma coisa para gente comer. – Falou apressadamente, dando um nó no roupão. – Me espere aqui no quarto, eu já volto.
E saiu, batendo a porta do banheiro atrás de si. Fiquei tão chocada que só sai do lugar quando ouvi a porta do quarto ser fechada também, me perguntando o que porra havia acontecido ali. Sem saber o que deveria fazer, terminei meu banho rapidamente e fechei o chuveiro, saindo do box. Sequei-me com uma toalha limpa que estava sobre o aparador e sai do banheiro, encontrando o quarto vazio.
Coloquei apenas a minha cueca e furtei uma de suas blusas que estavam estendidas em sua cama, já estava pronta para ir atrás dela quando ouvi meu celular tocar dentro da minha bolsa que eu havia trago. Quase ignorei, mas pelo toque eu soube que era uma mensagem e resolvi ler, mesmo tendo que ignorar depois. Caminhei até minha bolsa que estava no chão e meu coração pulou forte ao ver o nome da Lauren na tela.
Quase sai correndo para verificar se ela ainda estava no apartamento, mas seria muito ridículo da minha parte sair correndo por cada canto. Sem contar que a casa era dela, ela não iria fugir do próprio apartamento... Ou iria?
Sem saber o que pensar, abri a mensagem e li:
Lauren:
Estou fazendo sanduíches. Continue no quarto e escute a música Warrior, da Demi Lovato. Não saia daí, já estou subindo.
Sem entender nada, entrei no YouTube pelo celular e pesquisei a música, sentando-me na cama para começar a ouvir. A voz sofrida de Demi Lovato foi a primeira coisa que me mostrou que aquela não era uma música alegre.
Música ON*
This is a story that I’ve never told (Essa é uma história que eu nunca contei)
I gotta get this off my chest to let it go (Eu tenho que tirar isso do meu peito e deixa-la ir embora)
I Need to take back the light inside you stole (Preciso ter de volta a luz de dentro que você roubou)
You’re a criminal (Você é um criminoso)
And you steal like you’re a pro (E rouba como um profissional)
All the pain and thuth I wear like a battle wound (Toda a dor e verdade, eu uso como se fosse uma cicatriz de batalha)
So ashamed, so confused (Tão envergonhada, tão confusa)
I was broken and bruised (Eu estava quebrada e ferida)
A cada estrofe eu sentia meu coração pesar no peito, ao mesmo tempo em que minha mente começava a trabalhar fervorosamente para tentar entender o que era tudo aquilo. O que era aquela música e o que significava para Lauren? Uma parte em especial foi a que mais me chamou atenção e eu voltei aquela estrofe por duas vezes, tentando achar uma explicação para aquele desabafo:
There's a part of me I can't get back (Tem uma parte de mim que não posso recuperar)
A little girl grew up too fast (Uma garotinha cresceu rápido demais)
All it took was once, I'll never be the same (Bastou uma vez, nunca mais serei a mesma)
Now I'm taking back my life today (Agora estou recuperando minha vida)
Nothing left that you can say (Não há nada que você possa dizer)
'Cause you are never gonna take the blame anyway (Porque você nunca vai aceitar a culpa de qualquer maneira)
Deixei a música rolar e quando acabou, Lauren entrou no quarto. Seus cabelos molhados estavam presos e ela ainda vestia seu roupão, trazendo uma bandeja com sanduíches e sucos. Seu nariz estava vermelho novamente e ela tinha lágrimas nos olhos, enquanto colocava a bandeja sobre a mesinha perto da cama.
– Lauren... Por favor, o que está acontecendo? Me diz! – Murmurei, indo até ela e segurando suas mãos.
Ela assentiu e nós voltamos para cama, sentando uma ao lado da outra, mas eu queria mais do que aquilo e a puxei para mim, deitando-me na cama com ela. Coloquei-a de costa para mim e abracei sua cintura, puxando-a para mim.
– Eu tinha nove anos quando meu pai me estuprou pela primeira vez. – Ela soltou com a voz embargada.
Acho que meu coração parou de bater e meu cérebro parou de raciocinar, funcionando apenas para repetir aquela frase milhares de vezes. Estava preparada para qualquer coisa, qualquer maldita coisa, menos aquilo.
– O que? – Me ouvi perguntar, virando-a para mim rapidamente. Seu rosto estava banhado de lágrimas. – O que você disse?
– Por favor, não me faça repetir. – Murmurou, desviando o olhar de mim. – Eu tenho tanta vergonha de falar sobre isso... Me desculpa, Camz, você não merecia saber. Eu sei que deve esta morrendo de nojo de nojo de mim agora... – Ela disse e tampou o rosto com as mãos, seus soluços interrompendo o silêncio do quarto.
Eu estava paralisada. A imagem de uma Lauren pequena, com os olhos verdes assustados e os cabelos castanhos sendo violentada por um homem não saia da minha cabeça. Uma fúria tão grande se apossou de mim que eu não pude me controlar, quando vi, já estava pulando da cama e indo em direção a minhas roupas.
– Quem é ele? – Rugi, tirando a blusa de Lauren com violência e a tacando no chão, pegando em seguida meu vestido agora todo amaçado, o vestindo rapidamente.
Lauren deu um pulo da cama e se sentou, me olhando assustada.
– Ele quem?
– Seu pai! – Falei, caçando meus sapatos pelo quarto. – Eu vou matar esse filho da puta com as minhas próprias mãos, Lauren, eu juro!
– O quê? Não! – Ela saiu da cama e veio até mim, minha vontade era de passar por cima dela, por cima de qualquer um, mas seus olhos cheios de dor e de pânico me pararam. – Por favor, nem pense em uma loucura dessas, Camila! Você não é assim, não é uma assassina!
– ELE TE ESTUPROU, PORRA! – Gritei, fora de mim, sentindo uma dor sufocante e cheia de raiva, uma vontade compulsiva de chorar queria se apossar de mim. – Você era apenas uma criança e ele fez isso com você! Como não quer que eu não mate um filho da puta desses, Lauren?
– Eu sei que da raiva, eu sei! Mas não vale a pena se sujar com ele, Camila. Por favor, olha para mim. – Ela disse, pegando meu rosto em suas mãos. – Já passou, eu estou bem e...
– NÃO, VOCÊ NÃO ESTÁ BEM! PORRA! – xinguei alto, só agora me dando conta do quão frágil ela estava. De repente, pega-la em meu colo e fazê-la esquecer era tudo o que eu queria. – Vem aqui... Perdoe-me, eu sou uma idiota insensível. – Murmurei, puxando-a para os meus braços.
Ela me abraçou forte e escondeu o rosto em meu pescoço, chorando baixinho. Tive vontade de pegá-la no colo e escondê-la de todo mundo, tirar aquela dor enorme de dentro dela, mas me sentia incapaz de qualquer coisa.
– Você não é nada disso. – Ela murmurou, seu corpo tremendo em meus braços. – Você é a melhor pessoa do mundo e eu amo você.
– O que? – Perguntei, sentindo meu coração bater mais forte.
Ela olhou para mim e, mesmo com o rosto sofrido e os olhos cheios de dor, murmurou:
– Eu amo você mais do que tudo no mundo.
Peguei seu rosto entre minhas mãos e encostei minha testa na dela. Meu coração batia descompassado, lutando entre a raiva, a pena e a emoção.
– Eu também te amo, Lauren. Te amo muito.
– Não deveria amar...
– Não diga bobagens! – Briguei, puxando-a ainda mais para mim, levando-a até a cama. Deitei-me com ela e acariciei seu rosto. – Eu queria tanto te fazer esquecer de tudo isso.
– Você me faz esquecer, Camz.
– Mas hoje, no banheiro... Você me impediu por causa disso, não é?
– Sim, eu fiquei nervosa. – Ela murmurou, me olhado. Ainda chorava, mas conseguia falar sem soluçar. – Doía muito quando ele fazia isso em mim, doía em todos os lugares, mas sexo anal... Não é algo que eu possa aceitar tão facilmente. Mas eu juro, juro que vou me esforçar para fazer e agradar você.
– Não! Lauren, para com isso. – Falei, puxando-a para se deitar em meu peito. – Estou me sentindo uma estúpida por ter falado sobre isso. Você não tem que fazer nada para me agradar. Eu ainda quero matar aquele filho da puta por ter feito isso com você, mas no momento eu só quero cuidar de você.
Ela acariciou minha pele exposta pelo vestido e beijou o centro entre meus seios, fugando.
– Eu pensei que ele tinha me estragado para todos os tipos de pessoas. – Ela falou e virou o rosto para mim. – Mas aí veio você e me fez sentir o maior prazer do mundo. Eu tenho que te agradecer por tanta coisa, Camz. Eu nunca soube o que era ser amada, ou ao menos cuidada. Minha mãe só me xingava o tempo todo, meu pai me estuprava e os dois, por qualquer motivo, batiam em mim. Eu me sentia a pior pessoa do mundo, ainda me sinto e me pergunto o que eu fiz para merecer alguém como você na minha vida. Acho que eu só nasci para te encontrar e descobrir o que era uma vida com você. Se um dia eu te perder... Eu vou perder tudo. Não posso mais me imaginar sem você.
Minha garganta doía em um nó formado por eu evitar o choro, mas foi impossível impedir que as lágrimas caíssem por meu rosto. Olhei em seus olhos e acariciei seu rosto, sabendo que meu amor por ela só aumentava a cada segundo. Pela primeira vez eu entendi que aquele amor não era errado. Deus não colocaria um sentimento tão grande em nosso coração se fosse alto prejudicial.
– Você nunca vai me perder, ouviu? – Solucei. – Nun-nunca. Pare com isso. Eu sempre estarei aqui para você e prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo.
– Você já me faz feliz em todo o sentido da palavra.
– Mas eu quero fazer mais. Você vai ficar enjoada de tanta felicidade. – Murmurei, sorrindo para ela, que limpava meu rosto banhado de lágrimas. – Eu te amo, Lauren.
– Eu te amo mais, Camila.
Sem conseguir me conter, a puxei ainda mais para mim e a beijei com todo o meu amor, sabendo que por ela eu passaria por qualquer tipo de situação, apenas para tê-la para sempre ao meu lado.
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