#FanficPleasureHouseCap15
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Pleasure House - (15) - Warrior
Gente, eu postei o capítulo errado, me perdoem. Mas enfim, vamo seguir, boa leitura.
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Point Of View Camila
Era incrível como aquela noite tinha sido maravilhosa. Estranhamente maravilhosa. Ter Lauren ali, ao lado da minha família pareceu tão certo, que, mais uma vez, me vi pensando em como seria um futuro ao lado dela.
E o pensamento me fez sorrir.
Sabia que corria um risco ao leva-la ali. Obviamente, meu pai percebeu na hora quem ela era e suas piadinhas entre uma frase e outra me deixou apreensiva e tudo ficou ainda pior quando Normani apareceu de surpresa. Havia me esquecido totalmente que ela e Ally se davam bem e que ela tinha mandado um convite a ela. Sua cara de espanto quase estragou tudo e, por sorte, Sofia não havia percebido.
Anotei mentalmente que deveria chama-la para esclarecer tudo aquilo, afinal, ela era minha melhor amiga e era uma das pessoas que eu mais confiava. Sabia que poderia contar com ela e que me apoiaria em qualquer decisão que eu tomasse. [N.A: tadinha da bixinha, mal sabe].
Com isso programado, voltei meu olhar para Lauren. Ela era tão linda, tão malditamente perfeita, que eu não conseguia entender como ninguém percebia meu olhar nada inocente para cima dela. Estava tão claro como água que eu estava apaixonada e que não era por minha noiva e sim pela mulher que esteve ao meu lado durante aquela noite, que me deixou louca por não poder tocá-la da forma que eu queria, por não poder beijá-la e mostrar para todas as pessoas daquela galeria que vez ou outra a olhavam, que ela era minha.
Mas Lauren parecia estar alheia a tudo aquilo. Percebi que aquela deveria ter sido a primeira noite que ela saia sem ser em um encontro pago, onde tinha que ser a dama perfeita. Ela estava tímida, mas havia se soltado e uma felicidade enorme tomou conta do meu coração quando a vi conversando animadamente com minha irmã. Isso me deu esperanças para o futuro, quem sabe se elas fossem amigas, todos poderiam aceita-la mais rápido.
Balancei a cabeça, sorrindo de leve com o pensamento e tirei meus olhos da direção de novo. Lauren estava com o olhar perdido na estrada, mais calada que o normal, séria como nunca havia visto antes.
– O que você tem? – Perguntei, tocando em sua coxa de leve. – Está séria desde que voltou do banheiro... Aconteceu alguma coisa?
Ela me olhou e mordeu o lábio, como se estivesse lutando para me falar alguma coisa. Voltei meu olhar para estrada e parei em um sinal vermelho, olhando de novo para ela.
– Você e Normani são muito amigas, não é?
Franzi o cenho, sem entender a pergunta, muito menos onde ela queria chegar com aquilo.
– Sim, por quê?
– Você confia nela?
– Nós somos amigas de infância, praticamente, Lauren. Nos conhecemos no Ensino Médio. É óbvio que confio nela. – Falei, voltando a colocar o carro em movimento. – Onde quer chegar?
– Eu só acho que deveria prestar mais atenção nela. Eu não... Não consigo confiar nela.
– Acho que você não a conhece o bastante para julga-la assim. – Murmurei, dando um olhar rápido para ela. – Ou conhece?
Ela desviou o olhar e ficou em silêncio. Quase pude entender tudo, imagens dela e de Normani na mesma cama, invadiram minha mente, me fazendo apertar o volante com força.
– Ela já foi sua cliente? – Perguntei amargurada, querendo saber da sua boca.
– O quê? Não! – Ela respondeu de forma rápida e surpresa, fazendo uma cara enojada. – Nunca!
Olhei para ela, quase me esquecendo que estava no controle de um carro, querendo saber se estava mesmo falando a verdade. Mas sua expressão desgostosa ao falar de Normani me mostrou que ela não poderia estar mentindo.
– Por que não confia nela? – Perguntei, chegando ao bairro onde ela morava.
– Eu não... Não sei, Camila, apenas não gosto dela. Ela tem um semblante falso.
– Como eu disse, Lauren, você não a conhece realmente. Normani é uma pessoa muito extrovertida, muitas vezes fala o que quer sem pensar nas consequências. Eu confio muito na minha amiga, ela nunca me deu razão para fazer o contrário.
– Eu já acho que ela pensa muito antes de falar...
– Tudo bem, Lauren! Vamos lá. – Falei, parando o carro em frente ao seu prédio, voltando meu olhar para ela. – Me diga o que você sabe sobre Normani, para desconfiar tanto assim dela.
– E por que eu saberia algo sobre ela? – Ela perguntou, apertando as mãos sobre o colo.
Parecia nervosa e aquilo me pegou de surpresa. Nunca vi Lauren nervosa. Sempre parecia tão segura de si e de suas ideias... Aquilo me deixou ainda mais confusa.
– Essa é a única explicação para uma desconfiança tão repentina. – Murmurei, soltando meu cinto de segurança e me aproximando dela. Peguei seu rosto em minhas mãos e ela estremeceu, seus olhos se enchendo de lágrimas. – Lauren... Você está me assustando. O que está acontecendo?
– Eu estou tão apaixonada por você, Camila. – Ela murmurou, colocando a mão por cima das minhas. – Isso não era para acontecer, mas eu não pude evitar.
Suas lágrimas molharam os meus dedos, mas não me importei. Ela falava aquilo com tanto pesar que cheguei a me sentir mal. Era como seu eu fosse o pior tipo de pessoa e que ninguém pudesse se apaixonar por mim. Mas o seu sofrimento foi o que realmente me chamou atenção.
– Nós não mandamos no coração, Lauren. Não precisa ficar assim, não é o fim do mundo estar apaixonada por mim, ou eu sou um ser tão desprezível assim?
– O que? Não! Por favor, Camz, não pense assim. – Sorri de leve ao ouvi-la me chamar novamente por aquele apelido. Ela tocou meu rosto. – É o contrário. Você é a melhor pessoa que eu já conheci e eu não sou nada, só cheguei para atrapalhar a sua vida e mesmo assim, você se apaixonou por mim. Isso é tão errado, eu não mereço um sentimento assim vindo de você.
– Não diga bobagens, Lauren. É claro que você merece. – Falei, limpando suas lágrimas com carinho. – Acho que essa noite foi diferente demais para nós duas, por isso você deve estar com os nervos à flor da pele. Vou subir com você e te colocar na cama, tudo bem?
– E vai fazer amor comigo? – Ela murmurou, um sorriso nascendo em seu rosto, seu pequeno nariz vermelho pelo choro.
Era tão linda que chegava a doer e um sorriso enorme se abriu em minha cara idiota ao ouvir “fazer amor” sair da boca dela. Quase revirei os olhos para mim mesma.
– Vou fazer amor com você e cuidar de você.
– E dormir comigo?
– É isso que você quer?
– Sim.
– Então, eu vou dormir com você.
Felizmente, seu sorriso se ampliou e percebi que foi diferente de todos os sorrisos que ela já havia me dado. Era um sorriso de menina, toda linda e delicada e não aquele sorriso sedutor de mulher fata. Coloquei o carro em movimento e entrei em seu prédio, estacionando na segunda vaga que ela mantinha.
No elevador, não conseguimos manter as mãos longe uma da outra e fiz o que tive vontade de ficar fazendo durante toda a noite: a beijei. Simplesmente a coloquei contra a parede e saqueei sua boca com carinho, passando as mãos pelo seu corpo trêmulo e, sentindo seu cheiro que me deixava louca. Incrivelmente, senti toda a culpa e todos os sentimentos ruins ficarem para trás assim que pisei novamente em seu apartamento, lembrando-me vagamente de que jurei a mim mesma que nunca mais pisaria ali.
E, ao contrário e tudo o que eu pensava, foi ali que me senti bem e que me esqueci de que ficar com Lauren era um erro. Tudo parecia tão certo que me perguntei como pude me enganar durante todos aqueles anos, enquanto achava que Veronica era a mulher da minha vida. Agora eu entendia exatamente tudo o que meu pai sempre me dizia sobre paixão.
Era realmente uma loucura.
Eu já não pensava direito, tudo o que eu fazia era em função de Lauren, meu coração batia mais rápido ao pensar nela e eu já não sentia desejo por nenhuma outra mulher. Pensar em Lauren me deixava excitada na hora, enquanto pensar em qualquer outra mulher, até mesmo Veronica, já não mexia comigo.
Nessa hora que eu percebi que não estava apenas apaixonada. Eu a amava. Amava Lauren com todo o meu coração.
– Vem. – Ela me puxou, me tirando dos meus pensamentos.
Segurando minha mão, ela foi em direção às escadas e subimos. Percebi que estávamos indo para o quarto dela e senti o desejo me engolfar, quase podia sentir seu gosto em minha boca e a textura de sua pele em minhas mãos.
Entramos em seu quarto e seu cheiro tomou conta das minhas narinas, meu cérebro já reconhecendo cada detalhe dela. Ela se virou para mim e largou a bolsa em cima da poltrona, seu sorriso de menina ainda estampando seu rosto.
– Toma banho comigo?
Aproximei-me dela e toquei em sua cintura, subindo as mãos pelas suas costas, encontrando o zíper e o abaixando. Puxei seu vestido para baixo e sentir meu membro pulsar dentro de minha cueca ao observar seus mamilos nus e a calcinha de cor da pele cobrindo parcialmente sua intimidade. Era a primeira vez que eu a via vestida em uma roupa clara, era como se fosse outra Lauren, e o pior era que as duas me enlouqueciam da mesma forma.
De qualquer maneira, Lauren me encantava e me fazia ficar ainda mais louca por ela.
Abaixei-me e ela saiu do vestido, se apoiando em meus ombros enquanto eu tirava seus sapatos de salto. Passei as mãos por suas pernas, subindo até chegar as laterais de sua calcinha. Quando ela ficou nua para mim, beijei o alto de suas coxas e me levantei, me afastando com um passo para trás.
– Isso é um sim? – Perguntou, sorrindo marota.
– Eu acho que sim... – Murmurei, erguendo minhas mãos até as alças do meu vestido, com a intenção de tirá-lo. Mas ela me impediu, se aproximando e começando a deslizar as alças do vestido por meu ombro.
Despiu-me lentamente, tal como eu fiz com ela. Quando fiquei nua, ela tocou meu pau duro de leve e sorriu, me deixando e seguindo para o banheiro. A segui e ela ligou o chuveiro, me puxando pela mão. A água quente nos envolveu e eu a puxei para os meus braços, beijando-a lentamente, acariciando seu corpo, mas nunca ficaria imune a Lauren.
Mesmo calma, o tesão foi o mais forte e empurrei seu corpo para a parede, sua mão tocando meu pau de cima a baixo, enquanto a beijava com mais fervor, minha língua acariciando a sua. Ela gemeu baixinho e desci a boca pelo seu queixo e pescoço, passando a língua pela pele sedosa até chegar aos mamilos durinhos. Seu grito reverberou pelo banheiro e ela tremeu quando enfiei meu dedo em sua boceta molhada.
– Vire de costas, quero lamber você. – Ordenei, com a voz rouca, louca para meter nela, mas me segurando o máximo.
Sem pestanejar, Lauren obedeceu e se virou, apoiando as mãos nos azulejos e empinando sua bunda para mim. Esfreguei meu pau na pele dela, a cabeça melada se enfiando no meio de suas pernas. Enrolei seu cabelo em minha mão e lambi sua nuca, sentindo o gosto levemente doce de sua pele em minha língua. Lauren gemeu e arranhou o azulejo, estremecendo, toda excitada para mim.
Coloquei apenas a cabecinha dentro dela e ela estremeceu, abrindo as pernas para mim. Ainda com um pingo de juízo na mente, levei a boca ao ouvi dela e perguntei:
– Você usa anticoncepcional?
– Sim... Eu tomo injeção. – Ela suspirou. – E sou totalmente limpa, Camila. Prometo. – sussurrou dengosa a última palavra.
– Eu também. – Afirmei, metendo meu pau nela até o fundo. – Porra, Lauren... Sou tão louca por você!
– E eu por você. – Ela conseguiu responder em um gemido fino que me encheu de tesão.
Comecei a meter nela, passando minha língua pelas suas costas e nuca, mordendo seu ombro, deixando-o vermelho com a marca dos meus dentes. Lauren rebolava sobre meu pau e eu metia nela cada vez mais, enquanto levava a outra mão até seu clitóris e mexia ali, rodeando-o e prendendo-o entre meus dedos.
Já podia sentir um longo arrepio perpassar meu corpo e se concentrar em minhas bolas, fazendo-as pesadas, cheio de gozo acumulado. Comecei a meter mais rápido, sentindo sua boceta me comer, tão quente como uma fornalha. Lauren começou a gemer mais alto, seu corpo tremendo e sua bocetinha pulsando, fechando-se como um punho apertado contra mim.
Um rugido escapou por minha garganta e Lauren gritou junto comigo, seu orgasmo começando a banhar todo o meu membro, me deixando ensandecida e me levando ao orgasmo também. Continuei a meter alucinada, meus dentes cravados em sua nuca, meu dedo mexendo furiosamente em seu clitóris e tirando o máximo dela.
Segurei-a com força entre meus braços e ela cedeu, sua cabeça caindo sobre meu ombro, enquanto nossos corpos tremiam e a água caia ao nosso lado. Lambi levemente a sua pele e ela voltou a se apoiar na parede, enquanto eu saía de dentro dela lentamente, meu pau ainda teso e sua intimidade toda melada. Um sorriso se abriu em seus lábios e logo me vi sorrindo também, passando a mão por suas costas e chegando a sua bunda. A excitação me tomou em cheio e apalpei suas nádegas, deixando meu dedo médio escorregar entre as bandas da bunda e tocar seu orifício pequeno e quente.
Senti o corpo de Lauren ficar tenso e aquilo me fez sorrir mais ainda, imaginando que ela já previa todo o prazer que poderia dar a ela quando eu estivesse ali dentro.
– Eu quero estar aqui também, Lauren. – Murmurei em seu ouvido, apalpando seu orifício lentamente. – Quero tudo de você.
– Eu não faço anal, Camila. – Ela falou tão rápido e tão séria que eu quase me afastei.
De repente, eu percebi. Ela não estava tensa pelo tesão. Lauren estava rígida, totalmente paralisada, suas costas eretas e suas mãos abertas contra a parede. Acho que ela nem mesmo respirava e eu tire meu dedo de onde estava, virando um pouco o rosto para vê-la. Seus olhos estavam fechados com força e uma expressão de dor tomava conta de todo o seu rosto bonito.
Só então ela pareceu voltar a respirar e seus ombros caíram. Seu corpo tremeu violentamente e ela se afastou de mim, entrando embaixo do chuveiro, tomando seu banho rapidamente, sem sequer me dar um olhar.
– Lauren... – Ela terminou de tirar o sabão e passou por mim, saindo do box e puxando um roupão, cobrindo-se rapidamente. – Lauren, eu...
– Eu vou lá embaixo preparar alguma coisa para gente comer. – Falou apressadamente, dando um nó no roupão. – Me espere aqui no quarto, eu já volto.
E saiu, batendo a porta do banheiro atrás de si. Fiquei tão chocada que só sai do lugar quando ouvi a porta do quarto ser fechada também, me perguntando o que porra havia acontecido ali. Sem saber o que deveria fazer, terminei meu banho rapidamente e fechei o chuveiro, saindo do box. Sequei-me com uma toalha limpa que estava sobre o aparador e sai do banheiro, encontrando o quarto vazio.
Coloquei apenas a minha cueca e furtei uma de suas blusas que estavam estendidas em sua cama, já estava pronta para ir atrás dela quando ouvi meu celular tocar dentro da minha bolsa que eu havia trago. Quase ignorei, mas pelo toque eu soube que era uma mensagem e resolvi ler, mesmo tendo que ignorar depois. Caminhei até minha bolsa que estava no chão e meu coração pulou forte ao ver o nome da Lauren na tela.
Quase sai correndo para verificar se ela ainda estava no apartamento, mas seria muito ridículo da minha parte sair correndo por cada canto. Sem contar que a casa era dela, ela não iria fugir do próprio apartamento... Ou iria?
Sem saber o que pensar, abri a mensagem e li:
Lauren:
Estou fazendo sanduíches. Continue no quarto e escute a música Warrior, da Demi Lovato. Não saia daí, já estou subindo.
Sem entender nada, entrei no YouTube pelo celular e pesquisei a música, sentando-me na cama para começar a ouvir. A voz sofrida de Demi Lovato foi a primeira coisa que me mostrou que aquela não era uma música alegre.
Música ON*
This is a story that I’ve never told (Essa é uma história que eu nunca contei)
I gotta get this off my chest to let it go (Eu tenho que tirar isso do meu peito e deixa-la ir embora)
I Need to take back the light inside you stole (Preciso ter de volta a luz de dentro que você roubou)
You’re a criminal (Você é um criminoso)
And you steal like you’re a pro (E rouba como um profissional)
All the pain and thuth I wear like a battle wound (Toda a dor e verdade, eu uso como se fosse uma cicatriz de batalha)
So ashamed, so confused (Tão envergonhada, tão confusa)
I was broken and bruised (Eu estava quebrada e ferida)
A cada estrofe eu sentia meu coração pesar no peito, ao mesmo tempo em que minha mente começava a trabalhar fervorosamente para tentar entender o que era tudo aquilo. O que era aquela música e o que significava para Lauren? Uma parte em especial foi a que mais me chamou atenção e eu voltei aquela estrofe por duas vezes, tentando achar uma explicação para aquele desabafo:
There's a part of me I can't get back (Tem uma parte de mim que não posso recuperar)
A little girl grew up too fast (Uma garotinha cresceu rápido demais)
All it took was once, I'll never be the same (Bastou uma vez, nunca mais serei a mesma)
Now I'm taking back my life today (Agora estou recuperando minha vida)
Nothing left that you can say (Não há nada que você possa dizer)
'Cause you are never gonna take the blame anyway (Porque você nunca vai aceitar a culpa de qualquer maneira)
Deixei a música rolar e quando acabou, Lauren entrou no quarto. Seus cabelos molhados estavam presos e ela ainda vestia seu roupão, trazendo uma bandeja com sanduíches e sucos. Seu nariz estava vermelho novamente e ela tinha lágrimas nos olhos, enquanto colocava a bandeja sobre a mesinha perto da cama.
– Lauren... Por favor, o que está acontecendo? Me diz! – Murmurei, indo até ela e segurando suas mãos.
Ela assentiu e nós voltamos para cama, sentando uma ao lado da outra, mas eu queria mais do que aquilo e a puxei para mim, deitando-me na cama com ela. Coloquei-a de costa para mim e abracei sua cintura, puxando-a para mim.
– Eu tinha nove anos quando meu pai me estuprou pela primeira vez. – Ela soltou com a voz embargada.
Acho que meu coração parou de bater e meu cérebro parou de raciocinar, funcionando apenas para repetir aquela frase milhares de vezes. Estava preparada para qualquer coisa, qualquer maldita coisa, menos aquilo.
– O que? – Me ouvi perguntar, virando-a para mim rapidamente. Seu rosto estava banhado de lágrimas. – O que você disse?
– Por favor, não me faça repetir. – Murmurou, desviando o olhar de mim. – Eu tenho tanta vergonha de falar sobre isso... Me desculpa, Camz, você não merecia saber. Eu sei que deve esta morrendo de nojo de nojo de mim agora... – Ela disse e tampou o rosto com as mãos, seus soluços interrompendo o silêncio do quarto.
Eu estava paralisada. A imagem de uma Lauren pequena, com os olhos verdes assustados e os cabelos castanhos sendo violentada por um homem não saia da minha cabeça. Uma fúria tão grande se apossou de mim que eu não pude me controlar, quando vi, já estava pulando da cama e indo em direção a minhas roupas.
– Quem é ele? – Rugi, tirando a blusa de Lauren com violência e a tacando no chão, pegando em seguida meu vestido agora todo amaçado, o vestindo rapidamente.
Lauren deu um pulo da cama e se sentou, me olhando assustada.
– Ele quem?
– Seu pai! – Falei, caçando meus sapatos pelo quarto. – Eu vou matar esse filho da puta com as minhas próprias mãos, Lauren, eu juro!
– O quê? Não! – Ela saiu da cama e veio até mim, minha vontade era de passar por cima dela, por cima de qualquer um, mas seus olhos cheios de dor e de pânico me pararam. – Por favor, nem pense em uma loucura dessas, Camila! Você não é assim, não é uma assassina!
– ELE TE ESTUPROU, PORRA! – Gritei, fora de mim, sentindo uma dor sufocante e cheia de raiva, uma vontade compulsiva de chorar queria se apossar de mim. – Você era apenas uma criança e ele fez isso com você! Como não quer que eu não mate um filho da puta desses, Lauren?
– Eu sei que da raiva, eu sei! Mas não vale a pena se sujar com ele, Camila. Por favor, olha para mim. – Ela disse, pegando meu rosto em suas mãos. – Já passou, eu estou bem e...
– NÃO, VOCÊ NÃO ESTÁ BEM! PORRA! – xinguei alto, só agora me dando conta do quão frágil ela estava. De repente, pega-la em meu colo e fazê-la esquecer era tudo o que eu queria. – Vem aqui... Perdoe-me, eu sou uma idiota insensível. – Murmurei, puxando-a para os meus braços.
Ela me abraçou forte e escondeu o rosto em meu pescoço, chorando baixinho. Tive vontade de pegá-la no colo e escondê-la de todo mundo, tirar aquela dor enorme de dentro dela, mas me sentia incapaz de qualquer coisa.
– Você não é nada disso. – Ela murmurou, seu corpo tremendo em meus braços. – Você é a melhor pessoa do mundo e eu amo você.
– O que? – Perguntei, sentindo meu coração bater mais forte.
Ela olhou para mim e, mesmo com o rosto sofrido e os olhos cheios de dor, murmurou:
– Eu amo você mais do que tudo no mundo.
Peguei seu rosto entre minhas mãos e encostei minha testa na dela. Meu coração batia descompassado, lutando entre a raiva, a pena e a emoção.
– Eu também te amo, Lauren. Te amo muito.
– Não deveria amar...
– Não diga bobagens! – Briguei, puxando-a ainda mais para mim, levando-a até a cama. Deitei-me com ela e acariciei seu rosto. – Eu queria tanto te fazer esquecer de tudo isso.
– Você me faz esquecer, Camz.
– Mas hoje, no banheiro... Você me impediu por causa disso, não é?
– Sim, eu fiquei nervosa. – Ela murmurou, me olhado. Ainda chorava, mas conseguia falar sem soluçar. – Doía muito quando ele fazia isso em mim, doía em todos os lugares, mas sexo anal... Não é algo que eu possa aceitar tão facilmente. Mas eu juro, juro que vou me esforçar para fazer e agradar você.
– Não! Lauren, para com isso. – Falei, puxando-a para se deitar em meu peito. – Estou me sentindo uma estúpida por ter falado sobre isso. Você não tem que fazer nada para me agradar. Eu ainda quero matar aquele filho da puta por ter feito isso com você, mas no momento eu só quero cuidar de você.
Ela acariciou minha pele exposta pelo vestido e beijou o centro entre meus seios, fugando.
– Eu pensei que ele tinha me estragado para todos os tipos de pessoas. – Ela falou e virou o rosto para mim. – Mas aí veio você e me fez sentir o maior prazer do mundo. Eu tenho que te agradecer por tanta coisa, Camz. Eu nunca soube o que era ser amada, ou ao menos cuidada. Minha mãe só me xingava o tempo todo, meu pai me estuprava e os dois, por qualquer motivo, batiam em mim. Eu me sentia a pior pessoa do mundo, ainda me sinto e me pergunto o que eu fiz para merecer alguém como você na minha vida. Acho que eu só nasci para te encontrar e descobrir o que era uma vida com você. Se um dia eu te perder... Eu vou perder tudo. Não posso mais me imaginar sem você.
Minha garganta doía em um nó formado por eu evitar o choro, mas foi impossível impedir que as lágrimas caíssem por meu rosto. Olhei em seus olhos e acariciei seu rosto, sabendo que meu amor por ela só aumentava a cada segundo. Pela primeira vez eu entendi que aquele amor não era errado. Deus não colocaria um sentimento tão grande em nosso coração se fosse alto prejudicial.
– Você nunca vai me perder, ouviu? – Solucei. – Nun-nunca. Pare com isso. Eu sempre estarei aqui para você e prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo.
– Você já me faz feliz em todo o sentido da palavra.
– Mas eu quero fazer mais. Você vai ficar enjoada de tanta felicidade. – Murmurei, sorrindo para ela, que limpava meu rosto banhado de lágrimas. – Eu te amo, Lauren.
– Eu te amo mais, Camila.
Sem conseguir me conter, a puxei ainda mais para mim e a beijei com todo o meu amor, sabendo que por ela eu passaria por qualquer tipo de situação, apenas para tê-la para sempre ao meu lado.
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