Tumgik
#Tristeza da terra queimada
erescimetria · 3 hours
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Isaías 35:1-10
O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio
ela florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus.
Fortificai as mãos desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes.
Dizei àqueles que têm o coração perturbado: Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos.
Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos;
então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe.
A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No covil dos chacais crescerão caniços e papiros.
E haverá uma vereda pura, que se chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não rondarão por ali.
Nele não se encontrará leão, nenhum animal feroz transitará por ele; mas por ali caminharão os remidos,
por ali voltarão aqueles que o Senhor tiver libertado. Eles chegarão a Sião com cânticos de triunfo, e uma alegria eterna coroará sua cabeça; a alegria e o gozo possuí-los-ão; a tristeza e os queixumes fugirão.
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hellderdias · 23 days
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O povo brasileiro!
Tem muita gente no Brasil, desorientada, sem noção, acesso a informação, sem o mínimo de desconfiômetro e de EDUCAÇÃO!
Essas pessoas, não tem mãe, pai, para orientar essas “crianças” e chamá-las à atenção?
Que vergonha, que tristeza, ver tudo isso! Vamos meu povo, ocupar o tempo, tornar as suas vidas, úteis! Vamos procurar, o que fazer, cuidar da suas vidas e honrar e suas existência, aqui na terra. Faça a diferença, para fazer algo e mudar o seu olhar.
Façam algo, por vocês,,pelo nosso planeta, vamos plantar mudas de árvores, capinar um terreno baldio, para evitar as queimadas, ler um livro, fazer uma ação social, cuidar da proteção dos animais, que estão morrendo, queimados, vítimas da ignorância, da negligência e da falta de noção e a ausência de compromisso e de responsabilidade, de indivíduos como vocês.
Esse é o retrato do caos, é lamentável, de ver, um bando de pessoas , zumbizuando na porta de uma DP, tumultuando e atrapalhando a ordem publica.
Não sentem vergonha não?
Reflitam e pense nisso. A @aquarellasustentavel agradece.
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marianeaparecidareis · 2 months
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"ACREDITAR NÃO SIGNIFICA SER INGÊNUO. CRER É ACEITAR E COMPREENDER, SEGUNDO A LUZ DA INTELIGÊNCIA, O QUE VOS DIZEM AQUELES QUE NUNCA MENTIRAM: OS SANTOS DE DEUS."
💥🙏👑💥O NOSSO SENHOR JESUS DIZ:
“A beleza, o poder e a força da fé são tais que somente no Céu você será capaz de compreender sua plenitude. Aqui abaixo você tem apenas um pálido reflexo disso, mesmo nas almas mais impregnadas de fé. Mas essa reflexão já é tão vasta que basta orientar toda uma vida e conduzi-la direto a Mim.
“Estou falando de fé. Da verdadeira fé. Da minha fé. Existe apenas um Deus; há apenas um Cristo; existe apenas uma fé.
“Esta verdadeira Fé que nasceu com o homem, habitante da Terra, única flor no deserto e exílio do primeiro homem e dos nascidos dele, que se aperfeiçoou ao longo dos séculos, haurindo plenitude da minha vinda, o selo - que não mente e não pode ser desmentido - sobre a fé dos patriarcas e profetas, esta Fé - da qual a Igreja é a guardiã, o repositório dos tesouros da Palavra - não é mutável, pois compartilha os atributos do Seu Criador de imutabilidade e perfeição.
“Olhe de perto. O que a FÉ garantiu aos antigos pais? Minha vinda, um ato de caridade tão excelente que só basta para que as pessoas tenham a certeza de um Deus, o Pai da raça humana. Ele deu a garantia da vida eterna reservada para todos aqueles que morreram no Senhor e anunciou o castigo eterno para os transgressores contra a Lei do Senhor.
Ele deu a garantia de nosso Ser Triúno. Ele deu a certeza da existência do Espírito Santo, de quem vem toda luz espiritual sobrenatural.
“O que garantiu a fé dos cristãos nos últimos vinte séculos? As mesmas coisas. Eu modifiquei a fé? Não. Em vez disso, Eu confirmei e construí em torno dela a fortaleza da minha Igreja Católica, Apostólica e Romana, na qual está a Verdade depositada por Mim Mesmo O Mestre, O Cristo.
“Até o último dia e o último homem, a Fé é e continua sendo '''Isso''' Não pode haver outra. Pois se você Me diz que o mundo está evoluindo, Eu respondo que essa evolução não é um obstáculo para a Fé, mas, ao contrário, deve tornar cada vez mais fácil para você acreditar.
“Acreditar não significa ser ingênuo. Crer é aceitar e compreender, segundo a luz da inteligência, o que vos dizem aqueles que nunca mentiram: os Santos de Deus, a começar pelos patriarcas; acreditar é compreender à luz da Graça, que vos trouxe, plena e superabundante, o que ainda permanece obscuro para a inteligência. Acreditar é, antes de tudo, amar. Credulidade é tolice, Não. Acreditar é santo porque é para o espírito ser obediente aos mistérios do Senhor.
“Bem-aventurados aqueles que não alteram sua fé. Bem-aventurados os que permanecem fiéis ao Senhor. Luz sobre luz é fé em um Ser.
As coisas, todas as coisas - sejam sobrenaturais ou naturais - são reveladas à luz da verdade, desconhecida dos incrédulos, e a alma se eleva às alturas do amor, veneração, paz e segurança.
“Não, palavras humanas não podem descrever o que a fé é em um coração. Nem podem aqueles que crêem entender o abismo de terror, escuridão e aniquilação que é um coração desprovido de fé.
“Mas nunca julgue seus infelizes irmãos e irmãs incrédulos. Acredite também por eles. Para reparar suas negações. Eu sozinho julgo. Só Eu condeno. Eu sozinho recompensa. E só Eu sei como gostaria apenas de recompensar, pois te amo. Eu te amo a tal ponto que para poder te salvar Eu morri por você, por todos vocês.
E vocês não podem Me dar alegria maior do que salvar suas almas, deixar-Me salvá-las. E você não pode Me dar uma tristeza maior do que querer perder suas almas rejeitando Meu presente de salvação.
“Agora considere, quanta dor o Seu Jesus sente. O vosso Jesus, que vê as almas a perecerem como as flores queimadas por um vento de fogo que apressa a sua obra de destruição dia após dia.
Na verdade, digo-vos que isso é muito mais doloroso do que a flagelação bárbara.
“Seu Jesus está chorando. Choremos juntos pelas pobres almas que querem morrer. Mesmo que o nosso choro não os salve, o seu ainda permanecerá como um conforto para o Seu Jesus, e por esse conforto que você seja abençoado.”
JESUS - CADERNO[01] MARIA VALTORTA.
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12kl23 · 4 months
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Sempre que me sinto triste ou no fundo do poço, quando minha alma está barulhenta, mas o eco é baixo e até mesmo aceitável, é a época onde mais sinto necessidade de escrever.
Qualquer coisa.
Geralmente não consigo manter a constância em - basicamente - nada, tudo parece perder a graça em instantes. Nenhum projeto dura nas minhas mãos, pois ele sequer tem tempo de ganhar vida. Um aborto. É assim que considero uma obra perdida minha. Aborto. E é tão curioso pensar como todas as histórias que eu poderia estar contando agora, estão amassadas ou queimadas debaixo de uma árvore, embaixo de uma terra de hibisco, nada perdura por muito tempo.
Mas eu morro cada vez que não escrevo. É uma variável engraçada, assumo. Nem eu mesma consigo decifrar o que sinto, é um turbilhão que, ao mesmo tempo, é nada. Para sentir que a máquina ainda está funcionando, meus dedos precisam estar segurando um lápis ou batendo na tecla desesperadamente, tirando as ideias tortas da minha cabeça. Tornando todas elas mastigaveis, mais tangíveis, mesmo estando em um papel. É quando vejo o coração pulando no peito e quando eu estou motivada. Se passar 3 semanas sem escrever ou inventar nada, é o tempo que estou morta. É a época que costumo estar feliz, com companhias. Não é divertido. Quase uma epifania.
Hoje estou escrevendo uma história sobre uma garota que morre no final, é tão triste sua história que não vejo outro final para si. Ela não conseguiria aguentar por muito tempo, é apenas uma menina. E eu entendo muito ela. O nome dela é Alice, vulgo Celina. É uma história emocionante para mim, apesar de ser imoral. Nunca fui muito fã de seguir normas, então fiz o que o meu cérebro mandou. Escrevi sobre algo imoral. Algo errado.
Estou sentada na minha cama agora enquanto teclo loucamente aqui. Estou pensando se matarei a Alice no final da história ou antes. Antes da história começar. Veja, ultimamente tive algumas decepções com a minha família, eles me traíram ficando ao lado de quem não me quer bem. Não são minha família, mas quem eu recorria quando o mundo estava acabando. O mundo acabou para mim alguns dias, e eles foram os responsáveis de terminar tudo. Não vou dizer que estou vivendo um melodrama onde minha vida foi destruída por terceiros e eu sou a vítima, nada disso. Quero dizer que uma corda foi rompida e eu estou deixando a vida deles. Mas não me evito de ficar triste, eles eram tudo para mim.
A família é tudo para mim.
Então, neste drama copioso, estou triste e com vontade de escrever. Como se meu cérebro estivesse voltando a imergir em águas bem! profundas e pouco ruidosas. O barulho lá fora não é tão alto aqui embaixo. O mundo está embaçado, mas posso enchergar com clareza meu coração. A minha essência, minha tristeza. E é isso que estou querendo dizer. Pulei a queda em alto mar, oceano quebrando e eu afundei mais. Agarrei o potencial da minha tristeza, e voltei a escrever.
Eu amo o que eu faço, só não amo o processo. Mas acho que dá para tirar as espinhas sem se machucar no processo de abertura da rosa. Aqui embaixo da sim...
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courtyscars · 5 months
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"Apogeu"
parte de uma história incompleta que escrevi em um afogamento de emoções desgostosas. claro, é sobre todoroki shouto, pois ele é minha atual obsessão
"Shouto-"
Todoroki não olha pra cima. Não, não enquanto sente o fogo de seu pai como uma bola de neve – irônico, mas Shouto não é capaz de formular esse pensamento – e cresce, cresce e ao invés de descer de uma montanha, sobe de seu estômago, dobra de tamanho ao chegar no esôfago, queima como lava na faringe e tem gosto metálico, tem gosto de podridão, tem gosto de raiva-
Raiva.
A raiva de seu pai. A raiva dos céus caindo sobre a terra, profetizando o fim da existência humana, e como pode isso? Como pode o fogo cair dos céus – um lugar tão maravilhoso, puro, lindo e limpo, reconfortante como ver All Might sorrindo na TV, All Might sendo Puro e Limpo e Bom –, quando o fogo surge do chão? Quando o fogo nasce da descoberta humana em uma tentativa de crescer, crescer, ser superior, evoluir, melhorar, sempre e infinitamente gananciosos.
No final, não foi a própria raça humana que se condenou? Mas não... Não, a humanidade não vai ser quem vai sangrar, não vai ser quem vai chorar e morrer pouco a pouco a cada perda. O planeta vai entrar em colapso por algo que nunca desejou e nunca mereceu. O planeta vai desejar a destruição da humanidade e apenas – pois os humanos só trouxeram desgraças – e ainda assim, o planeta sofrerá. Para todo sempre.
Como pôde- Como pôde o céu, o Salvador, um caleidoscópio da perfeição, não ver isso? Não ver o fogo destruir tudo a sua frente, tudo que já existiu e destinar tudo que existirá a destruição?
Todoroki vomita. Ele vomita enquanto sua mãe segura seus cabelos, fazendo massagens nas suas costas. Ele vomita o que pode pois não quer- ele não suporta o sabor da raiva. O cheiro do fogo queimando tudo porque Ele não foi capaz de subir aos céus, então alguém terá de ser. Não importa se-
"Oh, meu amor" Algo frio pinga na nuca de shouto. E então de novo.
PLOC.
PLOC.
PLOC.
"Eu sinto muito. Eu sinto. Me desculpe, meu filho" O vômito, branco e aquoso, forma algo nojento, desgostoso no chão. Shouto sente o cheiro e desta vez não é raiva. É medo, é podre e vergonhoso. É isso que Shouto é? É isso que ele tem a oferecer?
Sua mãe, com seus cabelos brancos, tão brancos quanto a neve, o abraça. O medo se desmancha e suja os joelhos de Shouto. Mas sua mãe- sua mãe tem desgosto por toda sua roupa, na ponta de seu vestido, nos seus joelhos, nas suas pernas pálidas e em seus sapatos azuis bebê.
Dos olhos dela, olhos castanhos, como o pó que formou Adão, que formou Eva, que trouxe significado a existência, escorre como de um riacho. Não se parece com medo, não, não. É tristeza.
Tristeza pinga em Shouto, pinga em suas roupas e mela o rosto de sua mãe como ele nunca tinha visto antes.
A tristeza se parece com neve. Se parece com o branco que cai do céu, onde nada pode alcançar e ainda assim, ainda assim, a neve se derrete, mas nunca deixa de existir, diante do fogo que parece tomar conta do planeta, do universo, de tudo. A terra seca, com brasas das árvores queimadas, se torna úmida com a neve derretida. A neve, agora água, se ramifica na terra, tentando curar e falhando. Falhando pois nunca é o suficiente, o frio nunca bastará, nada pode restaurar o que foi queimado.
E ainda assim, com tristeza se espalhando semelhante à parasitas, ao ponto de se misturar com o medo, o desgosto nos joelhos de Shouto, sua mãe o pega no colo como se fosse o segurar para sempre.
Como se-
Como se pudesse curar Shouto.
E parece que sim.
Pois sua mãe é neve, mas ela está quente. Não quente como a raiva que nasceu da ganância humana de evoluir, crescer, mas quente como amor. Caloroso como se o fogo fosse capaz de ser bom, gentil e amigável. Mas sua mãe é neve. Talvez seja por isso.
Ah, talvez Shouto também-
Algo escorre de seus olhos. Mas não é neve pois Shouto nunca, nunca será capaz de se igualar a sua mãe. A mãe de Shouto é amor, é cura, é segurança. Shouto foi feito para ser um Deus. E ainda assim, tudo que ele é- É apenas medo, vergonha. É desgosto.
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thedicklee · 4 years
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heavy is the head that wears the crown
desde antes mesmo de nascer richard II já era considerado um filho bastardo para todos do reino que a família real maiden controlava há séculos. não por ele ser fruto de um dos vários casos sujos do rei richard I com suas amantes reais, mas sim porque o povo nunca enxergou a rainha bomi como uma candidata legitima ao trono na ausência de seu marido; a mulher havia vindo de muito longe para ser considerada uma pessoa apta para sequer ser uma suposta substituta para um dia reinar sobre aquele povo que não a via como igual. o que as más línguas não sabiam era que ela era a razão por aquele reino não ter ruído, foi a influência vinda de terras distantes que salvou aquele reino da miséria, seu casamento com richard simbolizando uma forte aliança com seu reino oriental. a ideia de se casar com um homem tão repulsivo e incompetente como era o rei lhe causava asco, mas ela sabia que era para um bem maior – onde ela havia crescido a mágica era vista como um dom, sua linhagem uma das mais poderosas daquele lado das terras e ela tinha esperanças de conseguir influenciar aquele reino tão intolerante, mudar aquela visão tão arcaica de que se deveria odiar o que eles não conheciam. não se engane, nunca havia sido por aquele povo do qual ela nutria um ódio imenso, era pelas mulheres que ela viu serem assassinadas a sangue frio sem poder fazer nada, todas as bruxas queimadas, cada nome que ela fazia questão de aprender enquanto elas ficavam aprisionadas nos calabouços do majestoso castelo que ela se recusava a chamar de casa, ela jurava que um dia traria a vingança.
entretanto, o destino caiu como uma luva quando foi ela a jogada naquele lugar frio e sujo por seu marido ainda mais gélido e imundo. sua única esperança sendo o garoto franzino que ela havia lutado tanto para que o rei não conseguisse envenenar, o pequeno príncipe que havia herdado todas as feições de sua mãe e por isso era considerado um estranho também para aquele reino. ele possuía o rosto de bomie, mas a magia que corria por suas veias era fraca demais, sufocada por todo o sangue ruim que havia herdado de seu pai, mas de uma coisa bomi sabia, o coração dele era bom e isso um dia ainda o salvaria.
bastardo e sem mãe, foi assim que richard II se viu antes mesmo de completar cinco anos, o desespero tomando conta de si quando um dia acordou e não encontrou a mulher em seus aposentos, nem na salinha secreta que dividiam enquanto ele fugia de seus deveres de príncipe (lições, lições, mais lições, treinamento de batalha com a sua espada de madeira, montaria, estratégia, bandidagem) e acompanhava com seus olhos brilhando em encantamento as coisas estranhas de que sua mãe fazia com ervas que ele desconhecia, mas cheiravam bem e a presença da mulher sempre foi uma que lhe trouxe um imenso conforto, diferente da de seu pai, que a mera presença era capaz de fazer suas pequenas pernas tremerem e seu olhar grudar no chão. foi ele quem lhe deu a notícia de que sua mãe havia adoecido e falecido, não em palavras tão doces, mas em umas ríspidas que foram capazes de fazer seu coração virar um mural de cacos de vidro estilhaçados, as lágrimas que jorravam de seus olhos e os gritos agoniados de negação lhe renderam uma das piores surras que já havia levado, suas camisa de seda branca se tornando rosada ao que o cetro de richard I causava feridas em suas costas. tudo doía, mas nada se comparava ao vazio que tomou conta de si nos dias seguintes durante os ritos de passagem em homenagem à sua mãe que ele era obrigado a participar com suas melhores vestes e a coroa pesando-o para baixo. ele não conseguia entender porque tudo mais parecia uma festa do que um enterro e para a sua própria sanidade ele escolheu acreditar que era porque celebravam a vida da rainha no lugar de se enlutarem com a sua morte. mas quem ele queria enganar, richard sabia muito bem o que todos pensavam deles e talvez aquele povo estivesse realmente feliz que agora era uma pessoa a menos para odiarem dentro da corte real, a sua sorte era que sabia que nada disso mudava o fato de que um dia aquele povo teria que engoli-lo, porque nada tiraria o que lhe era seu por direito de nascença. 
foi em uma de suas escapadas dentro do castelo que richard acabou encontrando uma porta que não parecia combinar com a decoração opulenta de todas as centenas de cômodos que o lugar imenso abrigava, era escura e parecia que era raramente aberta. já tinha dez anos, mais esperto quanto aos olhos vigilantes dos servos de seu pai, acostumado o suficiente com as punições que as fofocas lhe rendiam para saber que sempre deveria ser discreto, por isso deixou a porta em paz, por enquanto. a monotonia do castelo e de seus horários lotados de tarefas que eram repetidas todo santo dia o tornaram um expert em descobrir coisas, observar até aprender padrões e foi com muita observação que depois de algumas semanas ele tinha anotado os horários que guardas entravam e saíam daquela porta velha, geralmente no horário das refeições, o que em um primeiro momento o levou a acreditar que talvez fosse uma sala para que os cavalheiros descansassem durante suas refeições, mas também sabia que seu pai era conceituado demais para permitir tamanha mordomia para servos dentro das premissas da construção principal do castelo que era exclusiva para a realeza. 
foi durante uma noite agradável que ele resolveu que sua curiosidade estava a ponto de explodir e trazendo consigo uma leve adaga que havia herdado de bomi, fez o caminho decorado até a tal porta no escuro para não chamar atenção alguma, suas vestes noturnas facilmente o faria ser confundido com algum servente que ainda podia estar perambulando pelo castelo naquele horário da noite, então não se preocupava muito, no escuro era fácil ser furtivo. ele apenas se arrependeu de não ter trazido nenhuma fonte de luz quando abriu a porta com cuidado e se deparou com a mais pura escuridão no que parecia ser uma escada estreita e argilosa que o levava cada vez mais para baixo, mas ele também se via incapaz de desistir agora que estava ali, talvez no fim daquilo existisse algum tipo de luz que o ajudasse a se guiar pelo que quer que fosse aquele espaço sinistro. mas, mais uma vez se viu encurralado quando atingiu o degrau final da escada com um passo em falso e se encontrou na mesma escuridão que o acompanhou até ali o frio era insuportável e o lugar fedia o suficiente para fazer seu estômago embrulhar. infelizmente não havia sido tão discreto assim com seus passos pesados pela escada e as ânsias que lhe assolavam, porque o barulho de movimentação em um dos cantos da câmara lhe causaram calafrios, assim como a voz que o procedeu. um pouco cedo demais para visitas, não acha? 
paralisado, todo músculo em seu corpo se recusando a se mover e sua voz podia ter ficado presa em sua garganta, mas aquela voz, ele a reconheceria em um milhão de anos, não importava que era tão novo na última vez que havia a escutado, a voz de sua mãe era o que acalmava em suas noites turbulentas, as últimas palavras que ela havia lhe dito antes de supostamente morrer entalhadas em sua mente permanentemente. dando passos urgentes na escuridão em direção de onde vinha o som, ele não esperava ser recebido por grades maciças de ferro, o impacto contra elas finalmente tirando algum som do rapaz, um rugido de dor ao que deixava seu corpo ir ao chão em choque e tristeza. — mãe, é você mesmo? — sua voz era trêmula, mas a urgência por trás delas era palpável, ele precisava saber se tudo aquilo não era apenas mais um truque de sua mente. as mãos que o alcançaram por entre as grades não eram tão suaves quanto ele se lembrava, mas havia um carinho indescritível por trás da leveza de cada toque que recebia que tornava a resposta bem clara. era bomi. ela estava viva. seoham?  era a vez dela de soar trêmula, o nome oriental que havia escolhido para ele antes mesmo de seu nascimento, mas que havia sido banido pelo rei assim que soube que ela queria manter as antigas tradições de seu antigo povo. claramente não a impediu de chamá-lo daquela forma quando o infeliz do homem não estava por perto. meu garoto. foi tudo que conseguiu ouvir na voz também chorosa da mulher que puxou-o para um abraço como pode por entre as grades, seus braços tão finos que eram capazes de atravessá-las sem grandes problemas e aquilo fez o coração de richard arder ao passo que se segurava à mulher com toda a sua força. — ele me disse que você morreu. por que você está aqui? por que ele mentiu pra mim? o que ele fez com você? — implorava por respostas em meio ao seu pranto descontrolado, nem os sussurros da mulher capazes de acalmá-lo diante de tantos sentimentos conflitantes que o assolavam. 
as explicações de bomi não dissolveram nenhuma de suas mágoas, muito pelo contrário, só alimentou o ódio e descrença que sentia pelo rei, um ser tão vil que se aproximava muito mais de um monstro do que uma pessoa de verdade. trancafiou a rainha quando descobriu suas raízes mágicas, mas queimá-la em praça pública parecia fácil demais na mente perversa do homem que escolheu deixar bomi morrer aos poucos, definhando por anos e anos naquele lugar horrendo que eram os calabouços do castelo. na noite que descobriu tudo aquilo, richard ficou com bomi até que os primeiros resquícios da manhã adentrassem por uma fresta perto do teto, o que significava que estavam apenas parcialmente no subsolo e mais a frente ajudaria o garoto a ter contato com ela por fora do castelo também. cada segundo passou com a mesma maravilha que richard carregava em seu olhar quando acompanhava a mulher quando era menor, mal se importava com a sujeira que a mão dela carregava desde que ela continuasse o acariciando com todo o amor que tinha por ele. foi nesse dia que o pequeno jurou que a visitaria todos os dias e, que se o rei queria que ela morresse ali, richard não iria deixar que isso acontecesse. 
e ele manteve essa promessa, por mais oito anos ao menos, porque um dia, quando desceu para encontrá-la, tudo que encontrou foi uma cela vazia e um rosto conhecido lhe encarando com muita raiva na cela ao lado da que pertencia à sua mãe. 
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teiadepalavras · 4 years
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palavras
e num ímpeto de raiva, as palavras jorram como lava. a cabeça turva, a mente em chamas, não permitem que os lábios se fechem para impedi-las de sair. as palavras são mais rápidas, criam faísca e saem atendo fogo, que consome tudo ao redor sem deixar nada para trás. elas machucam, chamuscam, queimam, incineram. tudo sem perdoar.
com um estrondo, encerram o contato, isolam o pensamento e se fecham em si mesmas.
e, no silêncio após as palavras, é que vem as lágrimas.
um jorro também, mas este de natureza diferente. de arrependimento, de tristeza, de desentendimento. de solidão? talvez. as águas que saem dos olhos são acompanhadas das águas que assossegam a alma. a mente, agora calma, avalia as palavras que saíram aos borbotões, palavras que não mentiam, mas contavam uma história enviesada demais, cruel demais.
e as águas dos olhos tentam em vão apagar a marca deixada pelo fogo das palavras. o fogo se extingue. a terra, chamuscada, recebe o alívio líquido com gratidão. mas a paisagem desolada que sucede a queimada não se apaga. 
há perdão, há esquecimento, há tempo. mas, tal como tatuagem que marca a pele, o fogo das palavras marca a mente, deixa ali uma cicatriz eterna, uma lembrança enegrecida, guardada em um canto escuro e silencioso, mas sempre ali. eternamente ali.
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tempocativo · 7 years
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A tristeza da terra queimada Tempo Cativo não podia ficar indiferente a esta tragédia que assola Pedrógão Grande, com esta foto deixo a minha profunda tristeza e com um sentimento de pesar a todas as famílias que sofreram perdas.
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poesias-de-quinta · 5 years
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Há muito o meu coração está seco, Há muito a tristeza do abandono, A desolação das coisas práticas Entrou em mim, me diminuindo. Porém de repente será talvez a contemplação De um céu noturno como mais belo não vi, Com estrelas de um brilho incrível, De uma pureza incalculável, incrível. A poesia voltará de novo ao meu coração Como a chuva caindo na terra queimada. Como o sol clareando a tristeza das cidades, Das ruas, dos quintais, dos tristes e dos doentes. A poesia voltará de novo, única solução para mim, Única solução para o peso dos meus desenganos, Depois de todas as soluções terem falhado: O amor, os seguros, a água, a borracha. A poesia voltará de novo, consoladora e boa, Com uma frescura de mãos santas de virgem, Com uma bondade de heroísmos terríveis, Com uma violência de convicções inabaláveis. Verei fugir todas as minhas amargas queixas de repente. Tudo me parecerá de novo exato, sólido, reto, A poesia restabelecerá em mim o equilíbrio perdido. A poesia cairá em mim como um raio.
Manuel Bandeira 
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erescimetria · 17 days
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Isaías 35:1-10
O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio
ela florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus.
Fortificai as mãos desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes.
Dizei àqueles que têm o coração perturbado: Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos.
Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos;
então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe.
A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No covil dos chacais crescerão caniços e papiros.
E haverá uma vereda pura, que se chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não rondarão por ali.
Nele não se encontrará leão, nenhum animal feroz transitará por ele; mas por ali caminharão os remidos,
por ali voltarão aqueles que o Senhor tiver libertado. Eles chegarão a Sião com cânticos de triunfo, e uma alegria eterna coroará sua cabeça; a alegria e o gozo possuí-los-ão; a tristeza e os queixumes fugirão.
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historiasdocoracao · 5 years
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Verônica e o passado...
Ainda com as mãos trêmulas, Olivia tocou na maçaneta da porta. Era a terceira vez que tentava entrar ali, mas nunca conseguia. Não entendia porque a mãe fazia de tudo para mantê-la longe daquele cômodo da casa e isso instigava sua curiosidade ainda mais. A mãe era enfermeira e passaria a noite no hospital em uma emergência. Na ligação telefônica, ao avisar a filha sobre a emergência, ela alertou Olivia sobre o cômodo.
- Olivia, por favor, não se aproxime daquele lugar. Ali não há nada além de coisas velhas e lembranças desnecessárias. Assista um filme e não vá dormir tarde. Chegarei ao amanhecer.
Mesmo assim, Olivia teimava em desobedecer a mãe. Estranhamente, quando ela girou a maçaneta, a porta se abriu revelando um cômodo escuro e fedido. A garota olhou para trás, observando as escadas que a levaria para a parte de cima da casa, engoliu a saliva com dificuldade e tateou a parede em busca do interruptor para acender a luz. Tentou algumas vezes, mas a luz estava queimada. Tirou o celular do bolso para utilizar a lanterna. Por enquanto, não via nada além do chão de madeira e muita poeira o cobrindo. Mesmo sem enxergar muito bem, ela continuou andando até que tropeçou em alguma coisa. Lentamente, ela se abaixou o celular para enxergar o que era quando um grito ficou sufocado na sua garganta. Era um osso humano, em estado avançado de decomposição, que estava no porão de sua casa. Ela tentou se acalmar ainda observando o osso, lutando contra a vontade de sair correndo dali. Andou mais um pouco e sentiu que o chão havia mudado. Sua lanterna não funcionava muito bem, parecia estar mais fraca do que o normal, mas Olivia não tinha tempo de pensar sobre isso. O chão estava muito fofo e Olivia gritou ainda mais alto quando viu o chão de terra e algumas lápides dentro do próprio porão. Os nomes que outrora estavam gravados ali, sumiram com o decorrer do tempo.
Olivia tremia da cabeça aos pés. Ela tentava respirar calmamente, mas o cheiro de mofo misturado com o medo que estava sentindo tornava sua respiração difícil. Reunindo toda sua coragem, levantou a lanterna do celular e olhou ao redor. Viu um quadro, provavelmente pintado à mão, de uma moça muito bonita e parecida com sua mãe. Ela estava com um vestido vermelho que deixava os ombros a mostra, sentada provavelmente em um banco e seu olhar era triste, mesmo que estivesse sorrindo sem mostrar os dentes. Seu cabelo estava preso em um coque alto com uma trança fazendo uma tiara, sua pele era clara e seus olhos e cabelos eram bem pretos. O coração de Olivia se encheu de tristeza ao ver aquela moça, trazendo lágrimas aos seus olhos.
Decidiu que seu tour acabava ali e que nunca mais desobedeceria a sua mãe com relação aquele cômodo. Mas, ao se virar, a garota derrubou uma mesa, que não havia percebido que estava ali, caindo no chão um caderno vermelho, cheio de poeira, mas parecia intacto comparado aos outros objetos ali. Ela pegou o caderno do chão, apertou contra seu peito e saiu do cômodo.
Apesar de tentar ver filmes, ela só conseguia pensar no quadro da mulher de vestido vermelho e no caderno que havia trazido consigo de lá. Colocara ele no quarto, com a esperança de esquecer que havia túmulos ali embaixo, mas não conseguia. Provavelmente, não conseguiria dormir aquela noite.
Buscou o caderno e sentou-se na sala para ler. Já na primeira página, descobriu que a dona do caderno, que na verdade era um diário, chamava-se Verônica.
“Abril, 19.
 Querido Diário,
Preciso lhe contar, já que não posso fazê-lo para ninguém, que fui à loja de fitas nesta manhã e esbarrei com o amor de minha vida. Não sei o seu nome ou de onde vem, mas sinto uma ligação muito forte entre nós dois. Estou sorrindo ao escrever isso aqui, pois sei que o encontrarei no baile desta noite. Me deseje sorte, querido Diário. Preciso declarar-me para o amor de minha vida.
Volto para lhe contar mais tarde,
V.”
 Olivia continuou a leitura do diário por mais algumas páginas, até descobrir que Verônica vivera um amor proibido.
 “Junho, 15.
 Querido Diário,
Papai não está feliz com meus encontros às escondidas com meu amado. Não posso lhe revelar seu nome, pois colocarei em risco nossa relação. Mas lhe adianto que ele é um cavalheiro e hoje beijou minha mão com tanta paixão, que quase me escapuliu um “eu te amo”. Preciso ir, mamãe me chama para jantar. (Pretendo fugir com ele em breve. Não conte a ninguém!)
V.”
Olivia não entendia porque ela havia rabiscado aquela frase. Talvez alguém tivesse a surpreendido, mas não tinha certeza. Porém, o que Verônica lhe passava, era que sentia muito medo de sua família. Que provavelmente era a família de Olivia, pela incrível semelhança entre ela e sua mãe. Avançou algumas páginas descobrindo que o inevitável acontecera. O pai de Verônica lhe forçou a casar com outra pessoa, que não era seu misterioso amado.
 “Novembro, 12.
 Querido Diário,
Papai me obrigou a casar com um homem velho e fedido. Não me agrada estar em sua companhia. Meu amado não foi esquecido. Estivemos juntos outrora e estaremos juntos para sempre, ligados pelo fio do destino. Ligados, principalmente, pela agitação presente em meu ventre. Lhe escrevo isto segurando meu filho que foi concebido pelo amor. Mamãe descobriu. Chorou comigo e me disse para esconder esse segredo para sempre. Pediu que eu esquecesse meu amado, coisa que não poderei fazer. Seguirei amando-o até o fim de meus dias. Preciso ir, Diário. Preciso dar atenção ao meu marido do qual não me agrada a companhia. Lhe contarei novidades em breve.
V.”
 Olivia era capaz de visualizar as cenas enquanto lia o diário de Verônica. Estava se sentindo realmente triste pela moça que nem conhecia. Ela parecia muito infeliz, forçada a estar em um casamento e grávida de outra pessoa.
 “Dezembro, 25.
 Querido Diário,
Conversei com meu amado esta manhã. Contei-lhe sobre nosso filho e ele me revelou o plano que está criando há meses para fugir comigo. Ele ainda me ama. Com todas as forças, foram as suas palavras. Fugiremos em duas semanas, no próximo baile em que o meu marido estará embriagado demais para notar minha ausência. Ele tem bebido cada vez mais e me deixou uma marca vermelha no rosto, após uma de suas bebedeiras. Minha mãe chorou ao ver meu rosto, meu amado se enfureceu e meu pai disse-me que eu mereci isto. Não entendo porquê. Mas também não me importo. Serei feliz novamente em duas semanas, como há muito não sou. Terei a minha verdadeira família. Meu coração está ficando em paz.
V.”
 O resto do diário estava em branco. Olivia não sabia se Verônica havia conseguido fugir ou não com seu amado. Não soube se ela teve o bebê ou o que aconteceu após o baile. Colocou o diário embaixo do travesseiro e deitou-se, imaginando o porquê o seu pai não aceitara seu relacionamento com o amado misterioso.
Quando acordou no dia seguinte, a mãe já estava em casa, mas dormindo em um sono pesado. Depois do café da manhã, Olivia seguiu novamente para o porão, pois haveria um pouco de claridade vindo de fora. Realmente, o porão estava um pouco mais claro e ela pode perceber três lápides unidas. Os nomes já não estavam mais escritos ali e deu um grito ao ouvir seu nome sendo falado.
A mãe estava em pé na porta, muito brava com ela, já que as recomendações sobre aquele cômodo eram muito claras.
- Mãe – disse Olivia, suspirando – quem é essa mulher parecida com você? Ela morreu do que? Por que está enterrada no porão de nossa casa? Quem são as outras duas pessoas enterradas? Por que há um cemitério no nosso porão?
- Olivia, saia já daí. Você me desobedeceu e terá consequências graves. Eu te falei para não vir aqui desenterrar um passado que eu não sei se poderemos enterrar de novo...
A voz da mãe foi se alterando, como se não fosse mais ela quem falasse naquele corpo. Olivia correu ao seu encontro e a tirou dali. A mãe ainda estava aturdida enquanto se sentava no sofá da sala.
- Olivia, minha filha, essa família escondeu o segredo de Verônica durante anos. Eu mesma não sei o que ela cometeu de tão grave e minha avó me rejeitou enquanto eu ia crescendo e me tornando cada vez mais parecida com Verônica. A história dela foi escondida de todos e só contaram uma terrível versão de que ela odiava todos da família e deixou seu bebê nas mãos de sua mãe já que ela pretendia ser livre para viver o seu amor. Eu sempre duvidei disso, principalmente quando encontrei aquele retrato que está no porão em que ela está com um olhar tão triste, que doeu meu coração. Minha mãe trancou aquele cômodo e nunca mais me deixou entrar. Após um tempo, eu acabei desistindo de saber a verdade, mas sempre tive medo de você se assustar ao ver o cemitério improvisado ali, por isso sempre a mantive longe daquele cômodo. Minha avó está nos seus últimos dias de vida e ainda me rejeita. Ela fala coisas sem sentido sobre Verônica e ninguém é capaz de contraria-la. Eu sinto que Verônica era boa, mas jamais toquei no assunto, com medo da reação de minha avó.
Enquanto a mãe de Olivia divagava suas teorias sobre a avó, Olivia entendia que precisava agir rápido. Nunca fora próxima da bisavó já que ela sempre odiou sua mãe e a velhinha morreria achando que Verônica não a queria. Mas era mentira. Olivia havia escrito que ela estava feliz com o bebê e que fugiria com o amado quando pudesse. Ela precisava desenterrar o resto da história e dar paz a sua bisavó antes de sua partida.
Passado alguns dias após aquela conversa com a mãe, Olivia foi visitar a bisavó no hospital. Ela confundiu Olivia com Verônica, já que passara anos olhando o retrato de Verônica, tentando entender porque fora rejeitada.
Olivia sentou-se ao lado da bisavó, mesmo com seus protestos e beijou-lhe a mão. Contou para ela a verdadeira história de Verônica. Lágrimas brotaram aos olhos de sua bisa e pediu perdão à neta, mãe de Olivia, por intermédio de Olivia, já que ela havia rejeitado a neta muito tempo. Agradeceu imensamente a bisneta já que poderia descansar em paz. Fechou os olhos e adormeceu para sempre.
Após o enterro da bisavó, Olivia mostrou à mãe como conseguiu descobrir a verdadeira história.
- Encontrei o diário dela, mas percebi que haviam folhas arrancadas dali. Procurei por todo o porão e encontrei as páginas que Verônica teve o bebê que lhe foi arrancado de seus braços para que sua mãe criasse. Era o jeito que seu pai lhe puniria por amar outro homem e não o seu marido. O pai do bebê, o marido de Verônica, nem olhava para a criança, sabendo que era fruto do verdadeiro amor entre ela e seu amado. A mãe de Verônica cuidou do bebê do melhor jeito que pode e foi impedida de lhe contar a verdadeira história de sua mãe, o quanto ela sofreu ao ser separada de sua filha. Verônica ficou trancada no porão, definhando aos poucos, tudo porque seu pai achava que ela merecia pagar por amar demais. O amado de Verônica enlouqueceu quando soube o que havia lhe sucedido e deu um jeito de entrar no porão, planejando uma fuga que foi malsucedida, já que ela estava fraca demais. Com ajuda de um amigo, eles fugiriam com a bebê para longe aquela noite, mas Verônica foi pega em flagrante pelo pai que desconfiou da movimentação perto da casa. Ele matou os três sem dó e Verônica morreu nos braços da mãe, que clamava pela sua vida. O que a manteve viva foi a bebê de Verônica, que ela tomou como filha e dedicou-se todos os seus dias para ela, ignorando completamente a presença do marido, que morreu de desgosto por ter matado a filha e perdido a esposa.
Quem completou o diário de Verônica foi a mãe, mas alguém arrancou essas páginas importantes, com o intuito de que a filha de Verônica a odiasse para sempre. – Olivia cessou o relato, observando atentamente as reações de sua mãe.
Com todas aquelas informações, a mãe de Olivia decidiu o que iria fazer. Pouco tempo depois, elas mudaram para uma casa menor e sem tristes lembranças do passado, transformando a outra casa, em um grande museu, onde contava-se a história de Verônica, a filha do primeiro prefeito da cidade.
Em uma de suas visitas à antiga casa, Olivia e sua mãe, observaram o quadro de Verônica. Seu semblante parecia em paz. Aquele olhar de tristeza havia suavizado. Olivia indagou um dos trabalhadores se haviam reformado o quadro e ele alegou veemente que não. O pegaram no porão da casa daquele jeito e estava em exposição, sem ser mexido. A mãe de Olivia sentia-se em paz após olhar o quadro. De alguma maneira, Verônica estava lhe agradecendo.
Ela sussurrou para o quadro, olhando-o atentamente:
- Agradeça a minha maravilhosa filha, Olivia.
Sorriu para Verônica, abraçou Olivia e deixou a antiga casa para trás.
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marianeaparecidareis · 5 months
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"ACREDITAR NÃO SIGNIFICA SER INGÊNUO. CRER É ACEITAR E COMPREENDER, SEGUNDO A LUZ DA INTELIGÊNCIA, O QUE VOS DIZEM AQUELES QUE NUNCA MENTIRAM: OS SANTOS DE DEUS."
💥🙏👑💥O NOSSO AMADO SENHOR JESUS ENSINA E DIZ:
“A Beleza, O Poder e a Força da FÉ são tais que somente no Céu você será capaz de compreender sua plenitude. Aqui abaixo você tem apenas um pálido reflexo disso, mesmo nas Almas mais impregnadas de FÉ.
Mas essa reflexão já é tão vasta que basta orientar toda uma vida e conduzi-la direto A MIM.
“ESTOU falando de FÉ. Da Verdadeira FÉ. Da MINHA FÉ."
Existe apenas UM DEUS.
HÁ apenas um CRISTO.
Existe apenas uma FÉ.
“Esta Verdadeira FÉ que nasceu com O homem, habitante da Terra, única flor no deserto e exílio do primeiro homem e dos nascidos dele, que se aperfeiçoou ao longo dos séculos, haurindo plenitude da MINHA VINDA, O Selo - que não mente e não pode ser desmentido - sobre A FÉ dos Patriarcas e Profetas, esta FÉ - da qual a Igreja é a Guardiã, O repositório dos tesouros da PALAVRA.
ESTA FÉ não é Mutável, pois compartilha os atributos do SEU Criador de Imutabilidade e Perfeição.
“Olhe de perto, OBSERVE."
O que A FÉ garantiu aos antigos pais?
GARANTIU A MINHA Vinda, um ato de Caridade tão excelente que só basta para que as pessoas tenham A Certeza de UM DEUS, O PAI da Raça Humana.
DEUS Deu a garantia da Vida Eterna reservada para todos aqueles que morreram no SSENHOR e anunciou O Castigo Eterno para os transgressores contra A Lei do SENHOR.
DEUS Deu a garantia de nosso SER Triúno.
DEUS Deu a certeza da existência do Espírito Santo, de quem vem toda LUZ Espiritual sobrenatural.
“O que garantiu A FÉ dos Cristãos nos últimos vinte séculos?
As mesmas coisas.
EU modifiquei A FÉ?
Não.
Em vez Disso, EU Confirmei e Construí em torno dela A Fortaleza da MINHA IGREJA CATÓLICA, Apostólica e Romana, na qual está a VERDADE depositada por MIM Mesmo O MESTRE, O CRISTO.
“Até O último dia e O último homem, A FÉ é e continua sendo "ISSO" Não pode haver outra. Pois se você ME Diz que o mundo está evoluindo, EU respondo que essa evolução não é um obstáculo para A FÉ, mas, ao contrário, deve tornar cada vez mais fácil para você acreditar.
“Acreditar não significa ser ingênuo.
Crer é aceitar e compreender, segundo A LUZ da inteligência, o que vos dizem aqueles que nunca Mentiram: Os Santos DE DEUS, a começar pelos Patriarcas.
ACREDITAR é Compreender à LUZ da GRAÇA, que vos trouxe, plena e superabundante, o que ainda permanece obscuro para a inteligência.
ACREDITAR É, antes de tudo, AMAR.
CREDULIDADE É tolice, NÃO.
ACREDITAR é Santo porque é para O Espírito Ser Obediente aos Mistérios DO SENHOR.
Bem-Aventurados aqueles que não alteram sua FÉ.
Bem-aventurados os que permanecem FIÉIS AO SENHOR. Luz sobre LUZ é FÉ em um SER.
As coisas, todas as coisas - sejam sobrenaturais ou naturais - são reveladas À LUZ DA VERDADE, desconhecida dos incrédulos, e a Alma se eleva às alturas do Amor, Veneração, Paz e Segurança.
“Não, palavras humanas não podem descrever o que A FÉ É em um Coração".
Nem podem aqueles que crêem entender O Abismo de Terror, Escuridão e Aniquilação que é um coração desprovido de FÉ.
“Mas nunca Julgue seus infelizes irmãos e irmãs incrédulos.
Acredite também por eles.
Para reparar suas negações.
EU SOZINHO JULGO. SÓ EU CONDENO. EU Sozinho Recompenso. E Só EU SEI como gostaria apenas de recompensar, pois TE AMO.
EU Te Amo a tal ponto que para poder te salvar EU MORRI POR VOCÊ, Por Todos Vocês.
E vocês não podem ME Dar alegria maior do que salvar suas almas, Deixar-Me Salvá-las.
E vocês não podem ME Dar uma tristeza maior do que querer perder suas almas rejeitando MEU presente de Salvação.
“Agora considere, quanta DOR O SEU JESUS SENTE. O Vosso JESUS, que Vê as almas a perecerem como as flores queimadas por um vento de fogo que apressa a sua obra de destruição dia após dia."
NA VERDADE, Digo-vos que isso é muito mais doloroso do que a flagelação bárbara.
“SEU JESUS ESTÁ CHORANDO". Choremos juntos pelas pobres almas que querem morrer. "Mesmo que O NOSSO CHORO NÃO OS SALVE, o seu CHORO ainda permanecerá como um conforto para O SEU JESUS, e por esse conforto que você seja abençoado.”
JESUS - CADERNO [01] MARIA VALTORTA.
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quase-bruxa · 6 years
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Uma história medicinal que toda mulher deve ler para recuperar a sua essência, as suas raízes e o significado de sua existência.
Este conto conta uma história muito, muito antiga, que muitos já não se lembram, ou que muitos já não falam, antes de os humanos aparecerem com duas pernas no chão, onde todas as mulheres, antes de serem mulheres, eram árvores e, como tal, tinham raízes que as tornavam unas com a Mãe Terra, mãos largas e casacos feitos de troncos, com longos cabelos que se cobriam de folhas, frutos e aves que cantavam na Primavera.
Elas viviam nos mais belos recantos, nutriam-se de sol, água e vento e jamais estavam sozinhas, pois rodeavam-nas todas as criaturas da floresta terrestre, a mais mágica podes imaginar. Da mesma forma, as guardava e nutria a mais sábia de todas as árvores, que elas chamaram de “Árvore Avó,” uma árvore muito antiga que conhecia todos os segredos da vida e da morte, e sempre que qualquer árvore-mulher de qualquer parte do mundo ficava doente, comunicava com a Árvore Avó através de suas raízes para se curar.
As mulheres árvore tinham poderes mágicos, elas comunicavam sem usar palavras, moviam os elementos sem ter mãos e podiam sentir todos os seres da Natureza através de uma rede profunda que formavam com as suas raízes dentro da terra.
Um dia, muito tempo depois, chegaram à Terra os humanos de duas patas, algo aconteceu e começaram os tempos de guerra, morte e destruição, alguns diziam que por causa da ambição do reino, o poder e a riqueza. Foi uma época terrível, onde muitas mulheres árvores foram transformadas em madeira e queimadas como uma forma de gerar calor. Assim, para manter vivas as suas filhas, a Avó permitiu que as árvores se desenraizassem e tivessem pés para poderem correr e esconderem-se longe do perigo. As mulheres árvores deveriam assim aprender a andar e a sobreviver por conta própria, em troca tiveram de perder as suas raízes e a sua conexão com a Mãe Terra e a todos os seres vivos, o que lhes causou grande dor e tristeza, mas esta foi a única maneira de sobreviverem e preservarem a tradição das mulheres árvore.
Quem me contou esta história diz que passaram muitos séculos até que a guerra pelos reinos terminou, e nela muitas mulheres árvore morreram de tristeza, pois não suportaram a solidão e o desenraizamento, outras se esqueceram de quem eram e aprenderam a viver com os humanos de duas patas e perderam os seus poderes e habilidades mágicas. Mas havia um outro grupo de mulheres árvore que foram distribuídas pelo mundo e, apesar de se separarem, prometeram nunca deixarem de serem quem eram e de conservar na memória mais profunda de DNA tudo o que elas aprenderam com a Árvore Avó. Este grupo de mulheres árvore comprometeu-se a reencontrar-se em todas as vidas seguintes, mantendo muito bem guardado o segredo das suas origens e poderes.
A Avó, também desejando não se separar deste bosque de donzelas, e num acto de amor profundo pelas suas filhas, abençoou todas as mulheres com uma árvore no seu ventre e esta árvore transformou-se naquilo que é hoje o nosso útero. Assim, todas as mulheres podem recuperar o seu enraizamento com a Mãe Terra nutrindo-se com o seu amor, pois o útero é a âncora da sua verdadeira essência. A partir dele está a forma de recuperar a razão mais primordial de ser mulher. E o maravilhoso desta bênção da Árvore Avó é que tenhamos ou não útero físico, teremos sempre o útero energético que nunca nada nem ninguém nos poderá retirar.
Esta é uma história muito, muito antiga, e muitos dizem que neste momento a Avó Árvore está a chamar em alto e bom som pelas suas filhas. Tanto é que se abraçares a árvore mais antiga do bosque e encostares o teu ouvido ao seu trono, ela te contará os segredos das mulheres árvore, te encherá de todo o seu amor e te doará toda a sua medicina ancestral. E a partir daí nunca mais estarás desconectada da Avó Árvore. O teu útero recuperará as suas raízes e caminharás sempre ancorada à Terra. Fim.
Por Ximena Hernandez Noemi Avila
Fonte: http://www.cantarosagrado.cl
Texto traduzido para português por Isabel Maria Angélica
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torideoliveira · 6 years
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Boa parte da história sendo levada pelas chamas
O Brasil é (ou era) o dono de um dos maiores museus de história natural e de antropologia da América Latina. No dia dois de setembro de 2018, as chamas causadas pela desvalorização do Estado pelo Museu Nacional, fundado em 1818 por Dom João VI, acabaram com uma grande parte da história do Brasil e do mundo. O Museu completou 200 anos neste ano, porém não existem razões para comemorar o aniversário da mais antiga instituição científica do Brasil.
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Foto por Fábio Motta/Estadão
A desvalorização do Estado pelo Museu Nacional levou ao seu fim da pior maneira possível: com um incêndio. Anos de história sendo queimada em um pequeno espaço de tempo. Levou um período extremamente curto para que boa parte do acervo virasse cinzas. O Museu abrigou a família real portuguesa, a família Imperial brasileira e sediou a primeira Assembléia Constituinte Republicana, de 1889 a 1891.
A tragédia poderia ter sido evitada?
Sem sombra de dúvidas. Um arquiteto, que não deseja ser identificado, fez uma denúncia ao Ministério Público Federal, delatando as péssimas condições do museu. O relato foi entregue ao MPF 37 dias antes do acidente, e, caso as péssimas condições do museu fossem relevantes ao Estado, com toda a certeza o maior museu do Brasil ainda estaria de pé, com seu grande acervo de cerca de 20 milhões de itens.
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Foto pelo G1
Sim, o incêndio foi criminoso: criminoso contra a história brasileira e de todos os outros povos que tinham suas heranças presentes no Museu. Juscelino Kubitschek foi o último presidente a visitar o museu, e esse fato também é um reflexo do descaso do ramo político com a cultura. Um deputado custa aos cofres públicos cerca de dois milhões por ano. A verba de manutenção do museu é de quinhentos e vinte mil reais por ano, e desde 2014 não vinha recebendo esse valor, que pode ser considerado como um nada, caso comparado com o que foi perdido.
Sobre o acervo?
"As pessoas foram de manhã tentar achar a Luzia, mas parece que ela estava numa caixa e tem muito escombro. Não sabemos se ela pode ter resistido dentro dessa caixa. Tem que fazer a perícia para liberar o prédio. Da parte lá de trás, do departamento de geologia e paleontologia, parece que sobrou alguma coisa", disse Cristina Serejo, vice-diretora do museu, para a Agência Brasil.
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Luzia por Walter Neves/Biociências da Universidade de São Paulo
“Sobrou parte do acervo dos invertebrados, o setor de vertebrados e botânica. Foram retiradas algumas cerâmicas, peças minerais e os meteoritos, talvez uns 10%”, disse a vice-diretora do Museu. Ou seja, aproximadamente 90% do acervo da instituição foi perdida. Apenas sobraram: oeteorito Bendegó, parte da coleção de zoologia, a biblioteca central do museu, o departamento de zoologia de vertebrados, o herbário e um crânio (que talvez seja o de Luzia). O resto foi, provavelmente, apagado pelas chamas.
O que podemos levar de lição em relação ao desastre?
Caso alguém ainda tenha dúvidas de que o Estado não dá seu devido valor à cultura do país, o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro é um símbolo do descaso do governo com a história e com o conhecimento. O retrato do Brasil atual é a incompetência de nossos governantes, aqueles que estão no poder para representar o povo e que são pagos com o dinheiro de nossos impostos, de proteger seu povo, a sua cultura, a sua origem e a sua história. Uma perda irreparável, um erro imperdoável.
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Foto por Reuters
Sim, o Estado não valorizou o museu como deveria, mas é certo afirmar que boa parte da população brasileira também não colaborou no enaltecer do museu. Em 2017, mais brasileiros visitaram, no mesmo período, o Museu do Louvre em Paris, na França, do que o Museu Nacional. Portanto, é necessário que o povo também demonstre interesse pela cultura que é exibida nos museus brasileiros. É de imensa tristeza que muitos brasileiros não tenham a prazerosa oportunidade de visitar a instituição, que contava com uma vasta diversidade de história e de conhecimento. Até mesmo os fósseis de Luzia, de múmias e de alguns dinossauros resistiram centenas de anos na terra, mas não sobreviveram ao Brasil atual. Que esta terrível tragédia sirva de exemplo para que preservemos as nossas origens e o intenso trabalho de incontáveis pessoas para preservar resquícios da vida.
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dizfranzinha · 3 years
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[ poesia-de-retalho e 10 min de atenção ]
ᅠᅠ
microrevoluções surgem de quando burlamos os ritmos e os algoritmos!
a unica cela que me prende
é a da bike que me leva
a tantos becos vielas
a tantos cantos silêncios
a tantos planos grafites stencils
por tantas décadas milênios
andando nas ciclovias, passarelas
calçadas, parando em budegas
sertões, serras, praias,
pinto as estradas como telas
que viagem tá sob rodas
tá roxeda to nem vendo
mas mente pulsa
e debruça sobre os corres
a bike me emancipa, me liberta
e me faz ver
me socorre
e me mostra quem é de corre
ᅠᅠ
tudo bem tá lá em cima
cuidado que a queda é grande
prefiro ser pequenina
do que fingir que sou gigante
se eu for grande que eu tenha bases
que eu voe alto
se não com asas
que eu crie as naves
ᅠᅠ
não almejo casa grande
quero refúgio nos meus quilombos
aqui não há chicote
mas lá fora
há tiro no lombo disparado pelos covarde
meu lombo arde
é sol de 40 graus 12 horas por dia
num trabalho infernal
semanal
( cada dia tô mais preta queimada
sem protetor solar
sem cantar
sem cantor
é ardor nos lombo do pobre trabalhador )
[[[ sem álcool gel
que é mais caro que um pedaço de pão,
debaixo desse atual céu ]]]]
ᅠᅠ
década decadência
múltipla falência
tô perdendo minha essência
tô revendo o que é vital
que eu pra tá aqui ainda viva
fiz o que eu não devia
matei muitas de mim
no final
ᅠᅠ
e misturo tudo
é muita coisa ao mesmo tempo
tal hora sem ver eu penso
existem favelas
em outros planetas?
e nessas favelas,
chegam as minhas letras?
chegam os meus escritos
vou mandar por cometas
todos os meus rabiscos
que corpo construo na minha cidade?
que cidade construo com meu corpo na reta?
ᅠᅠ
não tem bula certa,
na esquina da santa casa
do alto, do cristo
um grito entalado no peito
eu que quero
eu quero
quero a poesia que te engasga
que te corta
que te enforca
e que te rasga
não quero poesia morta
quero poesia viva
minha poesia não é imediata
como a bala que atravessa a avenida
e finda a vida duma criança
quero meu verso inverso
quero montar na utopia
e construir meu universo
ᅠᅠ
no grito abafado
eu não quero representar sua voz
eu quero rasgar nesses escritos
todas as minha dores suprimidas
numa poesia supapo veloz
hey mah ta vacilando nazarea é?
hey mah não seja meu algoz!!!!!!!!!!
meça minhas dores com as tuas na balança
e verá que tamo páreo a páreo
eu não sou tua inimiga
chega a ser hilário
não me taca no fronte !!!!!!!!!!!
querendo ser mais afronte
jogo de pique esconde
jogo de vacilação
não esconde minha história
que jé nem será lembrada
se eu não crio memória
já fui apagada
já fui ofuscada
já fui colocada de banda,
colocada pra trás
e se eu grito agora
é que já em algum canto
o meu sub//sobreconsciente
já não suporta mais
ᅠᅠ
eu peço eu rezo
eu meço um palmo de profundura
nas profundezas do meu ser
da minha mente que mente pra minha barriga
não amanhecer com fome
e mesmo fome fomento
cultura daqui da quebrada
que não é quebrada
é contínua
é linha reta se quiser
e oscilante e vibra se quiser
é rabisco
é grafite
é pixo
você querendo ou não isso é cultura!
então surta, ou atura!
ᅠᅠ
cultura de periferia
que feria e fere o estado
que tem seus planos defasados:
prossigo sobrevivente em estado de poesia
vivendo na resistência
resistência
palavra que não sai de mim
pois verso sobre minha existência
na loucura de pensar algo que rime
eu me perdi do time
eu me perdi da vida
respeito minha raiva
respeito minha tristeza
respeito minha estrada
e cuido das minhas ferida
não quero mãe preta chorando
a lágrima escorrida do rosto
caiu, vira semente e brota
eu vivo uns dias sozinha,
eu vivo uns dias por terra
escrevo, apago, eu choro
ᅠᅠ
acolho em meus braços
seu choro, menino,
sua pipa voou, encontre seu ninho
ᅠᅠ
roberta já dizia
é que sou forte, sou viga, sou aço
assim sei viver, é como me acho
seguro, controlo, retenho, não vou
é o que reconheço, é o que tenho, o que sou.
subindo a escada que desce
desfiando o tecido que tece
vendo um bebê na criança que cresce
indo dormir quando o sol aparece.
ai que assim me quebro
e agora eu digo
ai que assim eu desvio o caminho
burlando as expectativas, eu cutuco as feridas, eu entendo meus bugs e se bloqueio minha mente
após vem cria-ação em meu corpo-memória
em contato com o chão
eu construo minha história, mesmo os que me dizem não, eu construo memórias, eu sou preta potência em super ascensão
ᅠᅠ
segurando meu flow
digo e repito a quem e de corre aqui presente
primeiro não desiste e comeca a sonhar
por segundo e mais importante
e se teu sangue costuma pulsar em versos
monte na utopia e construa seu universo
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mattnessworld · 3 years
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Heaven has been denied us
Estamos todos perdidos entre os sentidos de devoção
Quando sua mente fala mais alto que se possa escutar
O que nós somos?
Os anos roubaram sua inocência, garota
Eu dizia que o paraíso era na Terra com você
Mas o céu nos tem sido negado
É difícil voar com as asas queimadas
Tenho cheirado cristais
E você cheira como flores de um lugar abandonado
Ainda há vida onde não podemos alcançar
Então me toque, toque, toque
Com seus dedos suaves pelas minhas lágrimas
Você precisa sentir algo fora da sua tristeza
O que vamos ser?
Se não for capaz de sentir
Se não for capaz de ser
O que nós somos?
E eu sinto o mundo acabando dentre minhas emoções
Enquanto minha mente permanece repleta de sonhos
Eu confio no meu amor
Eu te vejo em todos meus sonhos
Mas não consigo mais enxergar você aqui
Trancada em uma caixa de dores
Vestindo o manto da morte
Coberta pelo semblante de suas tristezas
Quando iremos alcançar o céu?
Fora dos meus sonhos
Fora dos meus devaneios
Dentro de mim
Dentro de você
Longe do lugar escuro que você chama de lar
Ainda há vida onde não podemos ver
Então sigo sentindo seu perfume
Mas não vejo nada
Eu quero chegar ao paraíso
Mas o céu nos foi negado, meu bem
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