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El tema con los tarot temáticos no son los artistas, sino las editoriales mercenarias: no es lo mismo encontrarse un tarot sin chiste pero honesto, que el mazo del James Bond de Daniel Craig. Hay arte y hamparte a donde quiera que miremos; el tarot es, ante todo, arte, y como en toda creación encontramos capillas sixtinas y bananas con cinta pegadas en paredes de mucho copete.
Elegí cuatro El Loco de distintos mazos modernos para ilustrar mi punto. La imagen típica nos presenta El Loco como un joven a merced de las circunstancias, ingenuo, despreocupado, ignorante de los peligros que le esperan. La imagen mental que tenemos ha cambiado desde el bufón o payaso medieval, conforme han pasado los siglos, a imágenes positivas como alguien inocente, desprejuiciado y abierto a nuevas experiencias.
1 Basado en el Marsella, este El Loco es un muy lindo rediseño del Tarot de Oswald Wirth – alumno de Eliphas Levi- que apareció originalmente en el libro Imagiers du Moyen Âge de 1889 2 Robert Wang presenta El Loco ochentoso de su Tarot Junguiano; rodeado de vegetación, tiene una rosa en llamas en la mano mientras la serpiente Ofis envuelve el mundo; no es un viajero despreocupado o engañado por las apariencias, sino una figura segura de sí misma y dueña del mandala de doce rayos, o todas las fuerzas planetarias 3 Mi opinión es que el librito que acompaña al Tarot D´or – en realidad, son sólo Arcanos Mayores por ahora- puede irse a la volqueta sin picar en el estante, pero como obra de arte es todo una preciosidad; como verán en la foto, el título que la artista Joelle Balle dio a esta carta es “ La búsqueda alquímica”, que nos presenta El Loco lleno de movimiento entre motivos marinos, urbanos y atributos propios del viajero soñador 4 Qué carta más loca; aquí sí vemos un simbolismo próximo al usual con un vibrante loco de las pampas, de Napo, el muy conocido artista argentino; desconozco cuál el rol exacto de Betty López en esta obra, pero si alguien sabe, me cuenta.
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| felippe carotta
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Mostrarnos comprensivos ante cualquier situación que se nos presente, probablemente haya cuestiones que debas evaluar varias veces, es un asunto que necesitará de tu plena reserva y cuidado.
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Nuevo articulo de #tarot y #horoscopo publicado en TarotGitano
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Sem Ana, Blues
Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela. Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar. Depois que Ana me deixou - não naquele momento exato em que estou ali parado, porque aquele momento exato é o momento-quando, não o momento-depois, e no momento-quando não acontece nada dentro dele, somente a ausência da Ana, igual a uma bolha de sabão redonda, luminosa, suspensa no ar, bem no centro da sala do apartamento, e dentro dessa bolha é que estou parado também, suspenso também, mas não luminoso, ao contrário, opaco, fosco, sem brilho e ainda vestido com um dos ternos que uso para trabalhar, apenas o nó da gravata levemente afrouxado, porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete de Ana - depois que Ana me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe. De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca - de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais
com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu. O que começou a acontecer, no meio daquele ciclo do gosto de vodca, lágrima e café, foi mesmo o gosto de vômito na minha boca. Porque no meio daquele momento entre a vodca e a lágrima, em que me arrastava da sala para o quarto, acontecia às vezes de o pequeno corredor do apartamento parecer enorme como o de um transatlântico em plena tempestade. Entre a sala e o quarto, em plena tempestade, oscilando no interior do transatlântico, eu não conseguia evitar de parar à porta do banheiro, no pequeno corredor que parecia enorme. Eu me ajoelhava com cuidado no chão, me abraçava na privada de louça amarela com muito cuidado, com tanto cuidado como se abraçasse o corpo ainda presente de Ana, guardava prudente no bolso os óculos redondos de armação vermelhinha, enfiava devagar a ponta do dedo indicador cada vez mais fundo na garganta, até que quase toda a vodca, junto com uns restos de sanduíches que comera durante o dia, porque não conseguia engolir quase mais nada, naqueles dias, e o gosto dos muitos cigarros se derramassem misturados pela boca dentro do vaso de louça amarela que não era o corpo de Ana. Vomitava e vomitava de madrugada, abandonado no meio do deserto como um santo que Deus largou em plena penitência - e só sabia perguntar por que, por que, por que, meu Deus, me abandonaste? Nunca ouvi a resposta. Um pouco depois desses dias que não consigo recordar direito - nem como foram, nem quantos foram, porque deles só ficou aquele gosto de vômito, misturados, no final daquela fase, ao gosto das pizzas, que costumava perdir por telefone, principalmente nos fins-de-semana, e que amanheciam abandonadas na mesa da sala aos sábados, domingos e segundas, entre cinzeiros cheios e guardanapos onde eu não conseguia decifrar as frases que escrevera na noite anterior, e provavelmente diziam banalidades, como volta-para-mim-Ana ou eu-não-consigo-viver-sem-você, palavras meio derretidas pelas manchas do vinho, pela gordura das pizzas -, depois daqueles dias começou o tempo em que eu queria matar Ana dentro de tudo aquilo que era eu, e que incluía aquela cama, aquele quarto, aquela sala, aquela mesa, aquele apartamento, aquela vida que tinha se tornado a minha depois que Ana me deixou. Mandei para a lavanderia os lençóis verde-clarinhos que ainda guardavam o cheiro de Ana - e seria cruel demais para mim lembrar agora que cheiro era esse, aquele, bem na curva onde o pescoço se transforma em ombro, um lugar onde o cheiro de nenhuma pessoa é igual ao cheiro de outra pessoa -, mudei os móveis de lugar, comprei um Kutka e um Gregório, um forno microondas, fitas de vídeo, duas dúzias de copos de cristal, e comecei a trazer outras mulheres para casa. Mulheres que não eram Ana, mulheres que jamais poderiam ser Ana, mulheres que não tinham nem teriam nada a ver com Ana. Se Ana tinha os seios pequenos e duros, eu as escolhia pelos seios grandes e moles, se Ana tinha os cabelos quase louros, eu as trazia de cabelos pretos, se Ana tivesse a voz rouca eu a selecionava pelas vozes estridentes que gemiam coisas vulgares quando estávamos trepando, bem diversas das que Ana dizia ou não dizia, ela nunca dizia nada além de amor-amor ou meu-menino-querido, passando dos dedos da mão direita na minha nuca e os dedos da mão esquerda pelas minhas costas. Vieram Gina, a das calcinhas pretas, e Lilian, a dos olhos verdes frios, e Beth, das coxas grossas e pés gelados, e Marilene, que fumava demais e tinha um filho, e Mariko, a nissei que queria ser loura, e também Marta, Luiza, Creuza, Júlia, Débora, Vivian, Paula, Teresa, Luciana, Solange, Maristela, Adriana, Vera, Silvia, Neusa, Denise, Karina, Cristina, Marcia, Nadir, Aline e mais de 15 Marias, e uma por uma das garotas ousadas da Rua Augusta, com suas botinhas brancas e minissaia de couro, e destas moças que anunciam especialidades nos jornais. Eu acho que já vim aqui uma vez, alguma dizia, e eu falava não lembro,
pode ser, esperando que tirasse a roupa enquanto eu bebia um pouco mais para depois tentar entrar nela, mas meu pau quase nunca obedecia, então eu afundava a cabeça nos seus peitos e choramingava babando sabe, depois que Ana me deixou eu nunca mais, e mesmo quando meu pau finalmente endurecia, depois que eu conseguia gozar seco ardido dentro dela, me enxugar com alguma toalha e expulsá-la com um cheque cinco estrelas, sem cruzar ¿ então eu me jogava de bruços na cama e pedia perdão à Ana por traí-la assim, com aquelas vagabundas. Trair Ana, que me abandonara, doía mais que ela ter me abandonado, sem se importar que eu naufragasse toda noite no enorme corredor de transatlântico daquele apartamento em plena tempestade, sem salva-vidas. Depois que Ana me deixou, muitos meses depois, veio o ciclo das anunciações, do I Ching, dos búzios, cartas de Tarot, pêndulos, vidências, números e axés ¿ ela volta, garantiam, mas ela não voltava - e veio então o ciclo das terapias de grupo, dos psicodramas, dos sonhos junguianos, workshops transacionais, e veio ainda o ciclo da humildade, com promessas à Santo Antônio, velas de sete dias, novenas de Santa Rita, donativos para as pobres criancinhas e velhinhos desamparados, e veio depois o ciclo do novo corte de cabelos, da outra armação para os óculos, guarda-roupa mais jovem, Zoomp, Mister Wonderful, musculação, alongamento, yoga, natação, tai-chi, halteres, cooper, e fui ficando tão bonito e renovado e superado e liberado e esquecido dos tempos em que Ana ainda não tinha me deixado que permiti, então, que viesse também o ciclo dos fins de semana em Búzios, Guarajá ou Monte Verde e de repente quem sabe Carla, mulher de Vicente, tão compreensiva e madura, inesperadamente, Mariana, irmã de Vicente, transponível e natural em seu fio dental metálico, por que não, afinal, o próprio Vicente, tão solícito na maneira como colocava pedras de gelo no meu escocês ou batia outra generosa carreira sobre a pedra de ágata, encostando levemente sua musculosa coxa queimada de sol e o windsurf na minha musculosa coxa também queimada de sol e windsurf. Passou-se tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi se tornando ao poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades além de Ana. Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto. Porque nunca contei à ninguém de Ana. Nunca ninguém soube de Ana em minha vida. Nunca dividi Ana com ninguém. Nunca ninguém jamais soube de tudo isso ou aquilo que aconteceu quando e depois que Ana me deixou. Por todas essas coisas, talvez, é que nestas noites de hoje, tanto tempo depois, quando chego do trabalho por volta das oito horas da noite e, no horário de verão, pela janela da sala do apartamento ainda é possível ver restos de dourados e vermelhos por trás dos edifícios de Pinheiros, enquanto recolho os inúmeros recados, convites e propostas da secretária eletrônica, sempre tenho a estranha sensação, embora tudo tenha mudado e eu esteja muito bem agora, de que este dia ainda continua o mesmo, como um relógio enguiçado preso no mesmo momento - aquele. Como se quando Ana me deixou não houvesse depois, e eu permanecesse até hoje aqui parado no meio da sala do apartamento que era o nosso, com o último bilhete dela nas mãos. A gravata levemente afrouxada no pescoço, fazia e faz tanto calor que sinto o suor escorrer pelo corpo todo, descer pelo peito, pelos braços, até chegar aos pulsos e escorregar pela palma das mãos que seguram o último bilhete de Ana, dissolvendo a tinta das letras com que ela compôs palavras que se apagam aos poucos, lavadas pelo suor, mas que não consigo esquecer, por mais que o tempo passe e eu, de qualquer jeito e sem Ana, vá em frente. Palavras que dizem coisas duras, secas, simples,
arrevogáveis. Que Ana me deixou, que não vai voltar nunca, que é inútil tentar encontrá-la, e finalmente, por mais que eu me debata, que isso é para sempre. Para sempre então, agora, me sinto uma bolha opaca de sabão, suspensa ali no centro da sala do apartamento, à espera de que entre um vento súbito pela janela aberta para levá-la dali, essa bolha estúpida, ou que alguém espete nela um alfinete, para que de repente estoure nesse ar azulado que mais parece o interior de um aquário, e desapareça sem deixar marcas.
Caio Fernando Abreu
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VII El Carro: El Viaje Interior
VII El Carro: El Viaje Interior
VII El Carro: El Viaje Interior
“El sí mismo usa la psique individual como medio de transporte. El hombre es conducido por así decirlo, a través del camino de la individuación”. Carl Jung
Luego de la parálisis causada por la encrucijada que habíamos experimentado en el arcano anterior, correspondiente al Joven Enamorado “El Carro” nos viene a proponer movimiento, flexibilidad, acción. Este…
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El Tarot junguiano esta compuesto por un set de imágenes arquetipicas diseñadas cuidadosamente para ser utilizadas en el proceso que Jung denominó "imaginación activa". La intención es que este mazo sea una introducción a los principios de la psicología junguiana y alienten a considerar su concepción del esoterismo occidental como un portal al inconsciente individual. Para evitar la distracción o fijación de símbolos como los números o las letras, este mazo de Tarot experimenta con cartas que carecen de las identificaciones a las que estamos acostumbrados. Sin números, sin palabras. La idea es despertar a través de la simbología pictórica los arquetipos que nos habitan más allá de cualquier lenguaje. En el librito que viene con el mazo, su creador. El Dr. Robert Wang suma el simbolismo de la astrología y aporta a cada arcano una clasificación de arquetipos, súper interesante. Lo recomiendo para adentrarse en el y estudiarlo profundamente. 🤓 #jung #tarotjunguiano #mazodetarot #tarot https://www.instagram.com/p/CZrxdH-Os6Y/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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Hoy 23 hs (hora española) podréis disfrutar en streaming de "La Espada de Damocles" a través de la emisión de Radio Unión (107.9 fm) de Murcia (Facebook: @musica.radiounion) Es una producción especial para Radio Union. Se trata del octavo programa de la saga titulada: "Jung para la vida diaria", que versa sobre temas como el ego, la sombra, animus y anima, el si mismo, los complejos autónomos, trabajo sobre sueños, imaginación activa, y mucho más... La emisión de hoy se titula: "Aprende a Descubrirte con la Técnica de la Imaginación Activa". Aquí os dejo el enlace para oír el programa : https://radiounion.es/ Hablaremos sobre cómo acceder a lo inconsciente a través de la técnica junguiano de la Imaginación Activa", descubriremos como dialogar con aspectos olvidados en nosotros personificado en elundo imagina, a encontrar a nuestro guía interior en éste apasionante viaje del alma... Un abordaje que nunca antes has concebido ... En diferido: https://ift.tt/3ffr3Dx #psicologia #filosofia #reflexiones #frases #autoayuda #busqueda #religion #espiritualidad #libros #tarot #esoterismo #lenormand #coronavirus #pandemia #miedo # quedateencasa #confinamiento #libros #reordenamientovital #yoga via Facebook https://ift.tt/2KMdTQa
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Tarot Junguiano - PsicoTarot Karmico Evolutivo - 13002
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Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.
Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar.
Depois que Ana me deixou - não naquele momento exato em que estou ali parado, porque aquele momento exato é o momento-quando, não o momento-depois, e no momento-quando não acontece nada dentro dele, somente a ausência da Ana, igual a uma bolha de sabão redonda, luminosa, suspensa no ar, bem no centro da sala do apartamento, e dentro dessa bolha é que estou parado também, suspenso também, mas não luminoso, ao contrário, opaco, fosco, sem brilho e ainda vestido com um dos ternos que uso para trabalhar, apenas o nó da gravata levemente afrouxado, porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete de Ana - depois que Ana me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe.
De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca - de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu.
O que começou a acontecer, no meio daquele ciclo do gosto de vodca, lágrima e café, foi mesmo o gosto de vômito na minha boca. Porque no meio daquele momento entre a vodca e a lágrima, em que me arrastava da sala para o quarto, acontecia às vezes de o pequeno corredor do apartamento parecer enorme como o de um transatlântico em plena tempestade. Entre a sala e o quarto, em plena tempestade, oscilando no interior do transatlântico, eu não conseguia evitar de parar à porta do banheiro, no pequeno corredor que parecia enorme. Eu me ajoelhava com cuidado no chão, me abraçava na privada de louça amarela com muito cuidado, com tanto cuidado como se abraçasse o corpo ainda presente de Ana, guardava prudente no bolso os óculos redondos de armação vermelhinha, enfiava devagar a ponta do dedo indicador cada vez mais fundo na garganta, até que quase toda a vodca, junto com uns restos de sanduíches que comera durante o dia, porque não conseguia engolir quase mais nada, naqueles dias, e o gosto dos muitos cigarros se derramassem misturados pela boca dentro do vaso de louça amarela que não era o corpo de Ana. Vomitava e vomitava de madrugada, abandonado no meio do deserto como um santo que Deus largou em plena penitência - e só sabia perguntar por que, por que, por que, meu Deus, me abandonaste? Nunca ouvi a resposta.
Um pouco depois desses dias que não consigo recordar direito - nem como foram, nem quantos foram, porque deles só ficou aquele gosto de vômito, misturados, no final daquela fase, ao gosto das pizzas, que costumava perdir por telefone, principalmente nos fins-de-semana, e que amanheciam abandonadas na mesa da sala aos sábados, domingos e segundas, entre cinzeiros cheios e guardanapos onde eu não conseguia decifrar as frases que escrevera na noite anterior, e provavelmente diziam banalidades, como volta-para-mim-Ana ou eu-não-consigo-viver-sem-você, palavras meio derretidas pelas manchas do vinho, pela gordura das pizzas -, depois daqueles dias começou o tempo em que eu queria matar Ana dentro de tudo aquilo que era eu, e que incluía aquela cama, aquele quarto, aquela sala, aquela mesa, aquele apartamento, aquela vida que tinha se tornado a minha depois que Ana me deixou.
Mandei para a lavanderia os lençóis verde-clarinhos que ainda guardavam o cheiro de Ana - e seria cruel demais para mim lembrar agora que cheiro era esse, aquele, bem na curva onde o pescoço se transforma em ombro, um lugar onde o cheiro de nenhuma pessoa é igual ao cheiro de outra pessoa -, mudei os móveis de lugar, comprei um Kutka e um Gregório, um forno microondas, fitas de vídeo, duas dúzias de copos de cristal, e comecei a trazer outras mulheres para casa. Mulheres que não eram Ana, mulheres que jamais poderiam ser Ana, mulheres que não tinham nem teriam nada a ver com Ana. Se Ana tinha os seios pequenos e duros, eu as escolhia pelos seios grandes e moles, se Ana tinha os cabelos quase louros, eu as trazia de cabelos pretos, se Ana tivesse a voz rouca eu a selecionava pelas vozes estridentes que gemiam coisas vulgares quando estávamos trepando, bem diversas das que Ana dizia ou não dizia, ela nunca dizia nada além de amor-amor ou meu-menino-querido, passando dos dedos da mão direita na minha nuca e os dedos da mão esquerda pelas minhas costas. Vieram Gina, a das calcinhas pretas, e Lilian, a dos olhos verdes frios, e Beth, das coxas grossas e pés gelados, e Marilene, que fumava demais e tinha um filho, e Mariko, a nissei que queria ser loura, e também Marta, Luiza, Creuza, Júlia, Débora, Vivian, Paula, Teresa, Luciana, Solange, Maristela, Adriana, Vera, Silvia, Neusa, Denise, Karina, Cristina, Marcia, Nadir, Aline e mais de 15 Marias, e uma por uma das garotas ousadas da Rua Augusta, com suas botinhas brancas e minissaia de couro, e destas moças que anunciam especialidades nos jornais. Eu acho que já vim aqui uma vez, alguma dizia, e eu falava não lembro, pode ser, esperando que tirasse a roupa enquanto eu bebia um pouco mais para depois tentar entrar nela, mas meu pau quase nunca obedecia, então eu afundava a cabeça nos seus peitos e choramingava babando sabe, depois que Ana me deixou eu nunca mais, e mesmo quando meu pau finalmente endurecia, depois que eu conseguia gozar seco ardido dentro dela, me enxugar com alguma toalha e expulsá-la com um cheque cinco estrelas, sem cruzar ¿ então eu me jogava de bruços na cama e pedia perdão à Ana por traí-la assim, com aquelas vagabundas. Trair Ana, que me abandonara, doía mais que ela ter me abandonado, sem se importar que eu naufragasse toda noite no enorme corredor de transatlântico daquele apartamento em plena tempestade, sem salva-vidas.
Depois que Ana me deixou, muitos meses depois, veio o ciclo das anunciações, do I Ching, dos búzios, cartas de Tarot, pêndulos, vidências, números e axés ¿ ela volta, garantiam, mas ela não voltava - e veio então o ciclo das terapias de grupo, dos psicodramas, dos sonhos junguianos, workshops transacionais, e veio ainda o ciclo da humildade, com promessas à Santo Antônio, velas de sete dias, novenas de Santa Rita, donativos para as pobres criancinhas e velhinhos desamparados, e veio depois o ciclo do novo corte de cabelos, da outra armação para os óculos, guarda-roupa mais jovem, Zoomp, Mister Wonderful, musculação, alongamento, yoga, natação, tai-chi, halteres, cooper, e fui ficando tão bonito e renovado e superado e liberado e esquecido dos tempos em que Ana ainda não tinha me deixado que permiti, então, que viesse também o ciclo dos fins de semana em Búzios, Guarajá ou Monte Verde e de repente quem sabe Carla, mulher de Vicente, tão compreensiva e madura, inesperadamente, Mariana, irmã de Vicente, transponível e natural em seu fio dental metálico, por que não, afinal, o próprio Vicente, tão solícito na maneira como colocava pedras de gelo no meu escocês ou batia outra generosa carreira sobre a pedra de ágata, encostando levemente sua musculosa coxa queimada de sol e o windsurf na minha musculosa coxa também queimada de sol e windsurf. Passou-se tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi se tornando ao poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades além de Ana. Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto. Porque nunca contei à ninguém de Ana. Nunca ninguém soube de Ana em minha vida. Nunca dividi Ana com ninguém. Nunca ninguém jamais soube de tudo isso ou aquilo que aconteceu quando e depois que Ana me deixou.
Por todas essas coisas, talvez, é que nestas noites de hoje, tanto tempo depois, quando chego do trabalho por volta das oito horas da noite e, no horário de verão, pela janela da sala do apartamento ainda é possível ver restos de dourados e vermelhos por trás dos edifícios de Pinheiros, enquanto recolho os inúmeros recados, convites e propostas da secretária eletrônica, sempre tenho a estranha sensação, embora tudo tenha mudado e eu esteja muito bem agora, de que este dia ainda continua o mesmo, como um relógio enguiçado preso no mesmo momento - aquele. Como se quando Ana me deixou não houvesse depois, e eu permanecesse até hoje aqui parado no meio da sala do apartamento que era o nosso, com o último bilhete dela nas mãos. A gravata levemente afrouxada no pescoço, fazia e faz tanto calor que sinto o suor escorrer pelo corpo todo, descer pelo peito, pelos braços, até chegar aos pulsos e escorregar pela palma das mãos que seguram o último bilhete de Ana, dissolvendo a tinta das letras com que ela compôs palavras que se apagam aos poucos, lavadas pelo suor, mas que não consigo esquecer, por mais que o tempo passe e eu, de qualquer jeito e sem Ana, vá em frente. Palavras que dizem coisas duras, secas, simples, arrevogáveis. Que Ana me deixou, que não vai voltar nunca, que é inútil tentar encontrá-la, e finalmente, por mais que eu me debata, que isso é para sempre. Para sempre então, agora, me sinto uma bolha opaca de sabão, suspensa ali no centro da sala do apartamento, à espera de que entre um vento súbito pela janela aberta para levá-la dali, essa bolha estúpida, ou que alguém espete nela um alfinete, para que de repente estoure nesse ar azulado que mais parece o interior de um aquário, e desapareça sem deixar marcas.
Caio Fernando Abreu
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¡Feliz día del Tarotista y del Psicólogo! Menuda sincronicidad que ambas efemérides coincidan en la misma fecha, dos vías apasionantes para conectar con el inconsciente y conocernos mejor a nosotros mismos. Agradecido con mis mentores (@marinela_tarot @jdjpaez y #VeetPramad ) que han sido los mejores guías y compañeros de viaje que he podido tener en este peregrinaje perenne de 78 estaciones... y gracias a #CarlGustavJung y los Post junguianos por acercarme a este fabuloso mundo de imágenes, símbolos y mitos, ¡Felicitaciones a todos mis compañer@s Junguis y mentores por sus valiosos conocimientos que me acompañan de por vida! Y gracias a #LadyFridaHarris y #AleisterCrowley por haber creado este hermoso “espejo del alma”. ¡Congratulations a mis colegas por instagram @tarot_wizard @soymacarenagodoy @tarotsociety @tarotapprentice @thedailytarot @tarotelectric #DíaDelTarotista #DíaDelPsicólogo #Tarot #InstagramTarot #TheMagus #TheUniverse #TheFool #OrdoTemplisOrientis #93
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As Terras de Atlas “As Terras de Atlas” é um livro ficcional de aventura e fantasia, escrito sobre o continente perdido de Atlântida e sobre a somatória de informações que se tem sobre este tema. Na verdade, não é possível que se fale em uma Atlântida histórica, mas a lenda de Atlântida tem sua origem em textos gregos antigos que descrevem a existência, em eras remotas, de um continente onde hoje só há o Oceano Atlântico. Bernardo Lynch de Gregorio cursou Filosofia, é médico psiquiatra, psicoterapeuta junguiano e orientador de grupos de estudo sobre Mitologia Grega, trabalhou como assessor sobre assuntos mitológicos para diversas obras no teatro, cinema e TV. É diretor de teatro, atuou com Expressão Corporal e Dança Contemporânea. Paralelamente, é estudioso de temas esotéricos ligados à Antroposofia, à Teosofia, ao Taoismo e a tradições milenares como a Astrologia, a Cabala e o Tarot. #cabala #kabalah #astrologia #tarot #numerologia #Atlas #atlantida #antroposofia #teosofia #editorabarauna #publicarlivro #teatro #livro #literaturafantastica http://www.editorabarauna.com.br/as-terras-de-atlas-1188.html R$65,90 https://www.instagram.com/p/B4vH9suj5Fg/?igshid=19aymmqeydhky
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Mis lecturas de tarot son orientativas al tema a tratar, no dejan de ser predictivas, pero siempre la decisión está en cada persona. El tarot te será de ayuda pero no determina la vida de nadie.
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1. Marco teórico
Más allá de delimitar teóricamente el proyecto académico, este capítulo apuesta por la socialización semántico-conceptual, es decir, poner en común términos, definiciones, intenciones y reflexiones necesarias para la comprensión y ejecución del proyecto entre los autores, los lectores del documento y los usuarios-jugadores del Tarot.
Es comunidad semántica, pues, más allá de establecer cánones teóricos, presenta las interpretaciones y apuestas de los autores en las condiciones mínimas de juego e invita a los usuarios-jugadores a continuar el universo creativo, creando una experiencia narrativa que apuesta por lo hipertextual y lo transmedia.
1.1. El Tarot
Presentar una única definición del Tarot es una tarea que resulta imposible, toda vez que existen múltiples acepciones, que obedecen a significados denotativos y connotativos de autores, culturas y religiones. Sin embargo, con el fin de dar un marco conceptual explícito al proyecto, se presentan algunas definiciones.
Según Vázquez (2009), el Tarot es una técnica de adivinación a través de cartas o cartomancia, entendida esta última como la “supuesta adivinación, augurio o predicción del futuro por medios de una baraja de naipes u otro tipo de cartas” (Wikipedia, 2019).
Para Cousté (1991), el Tarot es un libro adivinatorio, donde reposa una colección de jeroglíficos simbólicos, que dan respuesta a la antología de los imagineros del medioevo, el patriarca de los juegos de mesa o el camino iniciático de conocimiento.
En el libro “El Tarot de Marsella”, el Marteau (1998) define el concepto como:
“Es un conjunto de figuras que expresan simbólicamente el trabajo del hombre para llevar a cabo su evolución; es decir, para llegar a los fines inscritos en su destino, evolución que le exigirá luchas, esfuerzos, alegrías y sufrimientos según vaya de acuerdo o no con las leyes universales”.
Por su parte, el sitio web Euroresidentes (s.f.) hace una aproximación a la etimología del término, en un esfuerzo por definirlo. Según menciona este medio, el Tarot tiene diferentes orígenes:
Hebreo: deriva de théraph, que significa “tablas del oráculo judío”.
Griego: tiene origen en la palabra eratoi, que guarda relación con “compañeros”.
Árabe: parte de palabra tar, que traduce “enemigo”.
Latín: es propia de la palabra terere, que se relaciona con el verbo “barajar”.
Egipcio: al igual que el árabe, viene del término tar y significa “camino”.
En resumen, no hay un único significado ni procedencia del Tarot. Lo que sí es claro es que éste es un constructo semántico, producto de religiones, filosofías y culturas antiguas, donde se reúnen símbolos, índices e iconos (la tríada del signo) que procuran por adivinar, prever, augurar o pronosticar el futuro. Es preciso, además, indicar que la interpretación de este conjunto de cartas puede transmutarse de acuerdo a contextos sociales e individuales.
1.1.1. Formación del Tarot
El mazo del Tarot está conformado por 78 cartas, que se dividen en arcanos mayores y arcanos menores. Los primeros suman 22 cartas, sobre las que se representa el universo -desde su creación-, el mundo terrenal y plano espiritual. Por su parte, los arcanos menores suman 56 cartas.
Para este proyecto se entiende el Tarot como un conjunto de 22 cartas. Cada una de ellas responde a cada uno de los arcanos mayores del Tarot convencional, a saber:
El mago
La papisa o la sacerdotisa
La emperatriz
El emperador
El papa o el sumo sacerdote
Los enamorados
El carro
La justicia
El ermitaño
La rueda de la fortuna
La fuerza
El colgado
La muerte
La templanza
El diablo
La torre
La estrella
La luna
El sol
El juicio
El mundo
El loco
Además, cada arcano del proyecto tiene una característica que deriva de la psicología junguiana, específicamente de los arquetipos.
1.1.2. El Tarot de Marsella
Debido a la variedad de mazos, este proyecto identifica el “Tarot de Marsella” como su principal referente en la construcción y significado de los arcanos y su metodología de uso, gracias a que este goza de mayor popularidad, ha servido como inspiración a otros mazos y cuenta con mayor documentación en bibliotecas físicas y colecciones digitales.
En particular, y según algunas descripciones, las representaciones de este Tarot son de corte medieval y pueden tener influencia en el arte vitral gótico (Wikipedia, 2019). Estas características se evidencian, por ejemplo, en la primera carta del mazo: “El Mago”. La representación figurativa del personaje (sus atuendos e instrumentos) revelan un estilo del medioevo. Por su parte, la semántica de cada color de la carta conversa en cómo se comprende la arquitectura gótica.
“La realidad del mensaje de la arquitectura gótica tenía que ser entendido a través de su luz. La composición de la misma, su distribución a lo largo de los espacios de la catedral y su incidencia directa sobre los fieles componía el mosaico de escenografías a disposición del creyente”. (Medina, 2013)
Continuando con los colores, el escritor y cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, en compañía de Philippe Camoin, ha identificado diez colores en el mazo de Marsella, que son portadores de múltiples significados (Jodorowsky, s.f.). Los colores son: blanco, azul claro, azul profundo, amarillo claro, amarillo profundo, carne, verde claro, verde profundo, rojo y negro.
Así pues, como referente principal, el contexto espacial y visual del Tarot de Marsella entrega bases conceptuales, contextuales y gráficas a este trabajo académico.
1.2. Los Arcanos
Según Cousté (1991), el término «arcano», desde la generalidad, se asocia a todo aquello que no es comprensible debido a su naturaleza misteriosa. En el mismo libro, Cousté referencia a Paracelso, que atribuye el concepto a los alquimistas. Para estos últimos, «arcano» era un aspecto de la eternidad que no es accesible a la mente humana.
Esto supone que la mera presencia de las cartas sobre la mesa no es garantía de la correcta interpretación del destino. El Tarot, como una colección de arcanos mayores y menores, requiere un amplio conocimiento sobre cada carta, su significado, su relación con las demás y cómo afecta, a partir de los antecedentes y las realidades, el futuro del jugador.
Para la escritora Esselmont (s.f.), los arcanos mayores -objeto de estudio de este trabajo académico- representan lecciones de vida, influencias kármicas y los grandes arquetipos que acompañan el alma en el viaje hacia la iluminación. Los significados de estos son profundos y complejos.
En este documento se entienden los arcanos como las situaciones emocionales y sentimentales -individuales y colectivas- a las que se enfrenta el ser humano. Estas,
independiente del plano (positivo o negativo) aportan a la consolidación espiritual de la persona y la acompañan en su recorrido y destino.
El Tarot de este proyecto recupera los 22 arcanos mayores del Tarot de Marsella y conserva algunos iconos, índices y símbolos de este. Sin embargo, producto del mismo universo narrativo del proyecto, se agregan otros signos, que alteran el significado de las cartas.
1.3. Los Arquetipos junguianos
Además de los significados propios de los arcanos, el proyecto presenta otro referente teórico: la psicología junguiana. La presencia de esta supone una nueva carga semántica a las cartas del mazo.
Para Carl Jung, psicoterapeuta y autor de esta corriente psicológica, los seres humanos tienen diferentes facetas internas que constituyen la diversidad e individualidad de cada uno. Estas facetas son conocidas como «arquetipos» (Verón, 2017).
En detalle, los arquetipos son constructos del inconsciente colectivo, que son heredados psicológicamente por los seres humanos, es decir, los arquetipos son universales y se correlacionan con significados religiosos, culturales, oníricos, entre otros (Young, 1999).
“En palabras más sencillas, los arquetipos son formas determinadas de afrontar la vida, actitudes particulares que aparecen representadas en imágenes universales. Estas imágenes, según Jung, se encuentran presentes de una u otra forma en todas las culturales del mundo, desde la forma más primitiva de mitología, hasta en la cultura de los medios masivos de comunicación y, del mismo modo, en las profundidades de la mente de todos los hombres”. (Aldana de Conde, 1996).
1.3.1. Arquetipos de la personalidad
Jung presenta un conjunto de arquetipos primarios, agrupados en cuatro categorías, que tienen diferentes significados, valores y personalidades (Martínez, 2018 ). Ellos son:
Orientación a las personas:
El amante.
El amigo.
El cuidador.
Orden / Control:
El gobernante.
El creador.
El inocente.
Orientación al propio individuo:
El sabio.
El explorador.
El héroe.
Cambio:
El mago.
El rebelde.
El bufón.
De estos, y bajo los sustantivos que propone Aldana de Conde (1996), el proyecto enmarca su trabajo en los arquetipos:
El viajero.
El crítico.
El bienhechor.
El guerrero.
El destructor.
El artista.
El bufón.
El mago.
1.4. Emociones y sentimientos
Ampliando el marco teórico-psicológico del proyecto, se identifican las emociones y los sentimientos humanos, que -para efectos del proyecto- se asocian a los arcanos, que tienen -a su vez- un arquetipo acompañante. Así, cada carta es una triada entre un arcano, un arquetipo y una emoción/sentimiento.
Para Damasio (como se cita en Cossini, Rubinstein y Politis, 2017), “las emociones son complejas colecciones de respuestas químicas y neuronales que regulan al organismos para actuar frente a un fenómeno determinado. Se desencadenan de forma automática y son fundamentales para la supervivencia”. Estas se clasifican en básicas, secundarias, y sociales (Vivas, Gallego y González, 2007).
Para la ampliación semántica de los arcanos se propone trabajar con las emociones básicas (Vivas et al., 2007):
Alegría.
Tristeza.
Enojo.
Miedo.
Asco.
Sorpresa.
Por su parte, según Carlson y Hatfield (citado en Corbin, 2016) el sentimiento “es la experiencia subjetiva de la emoción (...) es la combinación de la emoción instintiva y breve, junto con el pensamiento que obtenemos de forma racional de esa emoción”.
Aunque la lista de sentimientos es extensa, en este proyecto se consideran:
Euforia.
Admiración.
Afecto.
Optimismo.
Gratitud.
Satisfacción.
Amor.
Agrado.
Enfado.
Odio.
Tristeza.
Indignación.
Impaciencia.
Envidia.
Venganza.
Celos.
1.5. Kábala
Por último, y como un elemento matemático, el proyecto propone la integración del alfabeto hebraico, que guarda una estrecha relación con el Tarot (Aun, 1969). Este está compuesto por 22 letras hebreas. Cada una de ellas tiene un valor absoluto, nominal y reducido, un significado y una relación con un arcano mayor.
Este subtítulo se identifica como «Kábala», la ciencia de los números, pues agrega un elemento numérico que -como se especifica en el Manual de Uso (capítulo 6)- propone una condición al azar del jugador.
1.6. Universo narrativo
El universo narrativo se define desde la transmedia, entendida esta como “los escenarios de negociaciones semánticas en las que se hace necesario establecer definiciones claras y orientadoras” (Scolari, citado en Albarello, 2013.).
Así pues, para este proyecto, se entiende universo narrativo como la definición y socialización de las condiciones, descripciones e instrucciones de los diferentes usos y aplicaciones de Tarot, involucrando una narración central (que funge como tono narrativo), la descripción de todas y cada una de las cartas, la definición de elementos visuales y -por supuesto- las instrucciones de los diferentes juegos, que sirven de base para la libre interpretación de los jugadores, de acuerdo a sus realidades e intenciones. El universo narrativo nunca está finalizando, el usuario-jugador es quien lo delimita.
Es preciso indicar que la narrativa transmedia también supone la integración de diferentes soportes y formatos, y que esta puede abordarse desde cualquiera de los elementos textuales. Como lo definen Jenkins (citado por Guerrero-Pico & Scolari, 2016), la transmedia tiene tres elementos claves:
La historia debe expandirse a través de varios medios.
Su expansión es gestiona desde arriba (top-down), donde están los productores, y se amplía desde abajo (bottom-up) a través de las interpretaciones y modificaciones creadas y difundidas por los usuarios, utilizando diferentes plataformas.
El último elemento (que no siempre es acatado por los productores) se refiere a la posibilidad de abordar el universo desde cualquiera de sus unidades textuales.
Bajo la definición de Jenkins, el proyecto no es transmedia en su totalidad, sin embargo -y continuando con el compromiso que se planteó en la introducción- los autores continúan expandiendo el universo narrativo hasta lograr una mediación de este tipo, donde los usuarios-jugadores fungen un importante rol.
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Juan Carlos Morales S. Estudiante de Diseño Gráfico Sígueme en Twitter: @juancadotcom Mírame en Instagram: @juancadotcom
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O Tarot é um recurso terapêutico importante para quem deseja se aprofundar no autoconhecimento e na superação de questões emocionais. Jung percebeu, através de suas experiências com o tarô, que as imagens das cartas podiam ativar processos psíquicos que lhe permitiam esclarecer coincidências que ele definiu como "sincronicidade". A sincronicidade foi outro conceito junguiano extremamente importante, pois através dele se pode perceber que os acontecimentos estão em sintonia com o que pensamos e o que sentimos. Coincidências são, na verdade, indícios importantes que podem nos ajudar a tomar decisões na vida. Os arcanos são expressões da psique humana, e sua análise pode trazer à tona o universo psicológico desconhecido daquela consciência, revelando conteúdos essenciais para a compreensão de muitas situações de vida que ela experiencia. #tarot #oraculo #terapiaholistica #igrejainvisivel #espaçosYn #sride #sridevaRafik #magia #sorte (em Igreja Invisível) https://www.instagram.com/p/Bt3anRiAR-U/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=r4yktq4pfrfr
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Sem Ana, Blues.
Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela. Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar. Depois que Ana me deixou - não naquele momento exato em que estou ali parado, porque aquele momento exato é o momento-quando, não o momento-depois, e no momento-quando não acontece nada dentro dele, somente a ausência da Ana, igual a uma bolha de sabão redonda, luminosa, suspensa no ar, bem no centro da sala do apartamento, e dentro dessa bolha é que estou parado também, suspenso também, mas não luminoso, ao contrário, opaco, fosco, sem brilho e ainda vestido com um dos ternos que uso para trabalhar, apenas o nó da gravata levemente afrouxado, porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete de Ana - depois que Ana me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe. De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca - de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu. O que começou a acontecer, no meio daquele ciclo do gosto de vodca, lágrima e café, foi mesmo o gosto de vômito na minha boca. Porque no meio daquele momento entre a vodca e a lágrima, em que me arrastava da sala para o quarto, acontecia às vezes de o pequeno corredor do apartamento parecer enorme como o de um transatlântico em plena tempestade. Entre a sala e o quarto, em plena tempestade, oscilando no interior do transatlântico, eu não conseguia evitar de parar à porta do banheiro, no pequeno corredor que parecia enorme. Eu me ajoelhava com cuidado no chão, me abraçava na privada de louça amarela com muito cuidado, com tanto cuidado como se abraçasse o corpo ainda presente de Ana, guardava prudente no bolso os óculos redondos de armação vermelhinha, enfiava devagar a ponta do dedo indicador cada vez mais fundo na garganta, até que quase toda a vodca, junto com uns restos de sanduíches que comera durante o dia, porque não conseguia engolir quase mais nada, naqueles dias, e o gosto dos muitos cigarros se derramassem misturados pela boca dentro do vaso de louça amarela que não era o corpo de Ana. Vomitava e vomitava de madrugada, abandonado no meio do deserto como um santo que Deus largou em plena penitência - e só sabia perguntar por que, por que, por que, meu Deus, me abandonaste? Nunca ouvi a resposta. Um pouco depois desses dias que não consigo recordar direito - nem como foram, nem quantos foram, porque deles só ficou aquele gosto de vômito, misturados, no final daquela fase, ao gosto das pizzas, que costumava perdir por telefone, principalmente nos fins-de-semana, e que amanheciam abandonadas na mesa da sala aos sábados, domingos e segundas, entre cinzeiros cheios e guardanapos onde eu não conseguia decifrar as frases que escrevera na noite anterior, e provavelmente diziam banalidades, como volta-para-mim-Ana ou eu-não-consigo-viver-sem-você, palavras meio derretidas pelas manchas do vinho, pela gordura das pizzas -, depois daqueles dias começou o tempo em que eu queria matar Ana dentro de tudo aquilo que era eu, e que incluía aquela cama, aquele quarto, aquela sala, aquela mesa, aquele apartamento, aquela vida que tinha se tornado a minha depois que Ana me deixou. Mandei para a lavanderia os lençóis verde-clarinhos que ainda guardavam o cheiro de Ana - e seria cruel demais para mim lembrar agora que cheiro era esse, aquele, bem na curva onde o pescoço se transforma em ombro, um lugar onde o cheiro de nenhuma pessoa é igual ao cheiro de outra pessoa -, mudei os móveis de lugar, comprei um Kutka e um Gregório, um forno microondas, fitas de vídeo, duas dúzias de copos de cristal, e comecei a trazer outras mulheres para casa. Mulheres que não eram Ana, mulheres que jamais poderiam ser Ana, mulheres que não tinham nem teriam nada a ver com Ana. Se Ana tinha os seios pequenos e duros, eu as escolhia pelos seios grandes e moles, se Ana tinha os cabelos quase louros, eu as trazia de cabelos pretos, se Ana tivesse a voz rouca eu a selecionava pelas vozes estridentes que gemiam coisas vulgares quando estávamos trepando, bem diversas das que Ana dizia ou não dizia, ela nunca dizia nada além de amor-amor ou meu-menino-querido, passando dos dedos da mão direita na minha nuca e os dedos da mão esquerda pelas minhas costas. Vieram Gina, a das calcinhas pretas, e Lilian, a dos olhos verdes frios, e Beth, das coxas grossas e pés gelados, e Marilene, que fumava demais e tinha um filho, e Mariko, a nissei que queria ser loura, e também Marta, Luiza, Creuza, Júlia, Débora, Vivian, Paula, Teresa, Luciana, Solange, Maristela, Adriana, Vera, Silvia, Neusa, Denise, Karina, Cristina, Marcia, Nadir, Aline e mais de 15 Marias, e uma por uma das garotas ousadas da Rua Augusta, com suas botinhas brancas e minissaia de couro, e destas moças que anunciam especialidades nos jornais. Eu acho que já vim aqui uma vez, alguma dizia, e eu falava não lembro, pode ser, esperando que tirasse a roupa enquanto eu bebia um pouco mais para depois tentar entrar nela, mas meu pau quase nunca obedecia, então eu afundava a cabeça nos seus peitos e choramingava babando sabe, depois que Ana me deixou eu nunca mais, e mesmo quando meu pau finalmente endurecia, depois que eu conseguia gozar seco ardido dentro dela, me enxugar com alguma toalha e expulsá-la com um cheque cinco estrelas, sem cruzar ¿ então eu me jogava de bruços na cama e pedia perdão à Ana por traí-la assim, com aquelas vagabundas. Trair Ana, que me abandonara, doía mais que ela ter me abandonado, sem se importar que eu naufragasse toda noite no enorme corredor de transatlântico daquele apartamento em plena tempestade, sem salva-vidas. Depois que Ana me deixou, muitos meses depois, veio o ciclo das anunciações, do I Ching, dos búzios, cartas de Tarot, pêndulos, vidências, números e axés ¿ ela volta, garantiam, mas ela não voltava - e veio então o ciclo das terapias de grupo, dos psicodramas, dos sonhos junguianos, workshops transacionais, e veio ainda o ciclo da humildade, com promessas à Santo Antônio, velas de sete dias, novenas de Santa Rita, donativos para as pobres criancinhas e velhinhos desamparados, e veio depois o ciclo do novo corte de cabelos, da outra armação para os óculos, guarda-roupa mais jovem, Zoomp, Mister Wonderful, musculação, alongamento, yoga, natação, tai-chi, halteres, cooper, e fui ficando tão bonito e renovado e superado e liberado e esquecido dos tempos em que Ana ainda não tinha me deixado que permiti, então, que viesse também o ciclo dos fins de semana em Búzios, Guarajá ou Monte Verde e de repente quem sabe Carla, mulher de Vicente, tão compreensiva e madura, inesperadamente, Mariana, irmã de Vicente, transponível e natural em seu fio dental metálico, por que não, afinal, o próprio Vicente, tão solícito na maneira como colocava pedras de gelo no meu escocês ou batia outra generosa carreira sobre a pedra de ágata, encostando levemente sua musculosa coxa queimada de sol e o windsurf na minha musculosa coxa também queimada de sol e windsurf. Passou-se tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi se tornando ao poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades além de Ana. Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto. Porque nunca contei à ninguém de Ana. Nunca ninguém soube de Ana em minha vida. Nunca dividi Ana com ninguém. Nunca ninguém jamais soube de tudo isso ou aquilo que aconteceu quando e depois que Ana me deixou. Por todas essas coisas, talvez, é que nestas noites de hoje, tanto tempo depois, quando chego do trabalho por volta das oito horas da noite e, no horário de verão, pela janela da sala do apartamento ainda é possível ver restos de dourados e vermelhos por trás dos edifícios de Pinheiros, enquanto recolho os inúmeros recados, convites e propostas da secretária eletrônica, sempre tenho a estranha sensação, embora tudo tenha mudado e eu esteja muito bem agora, de que este dia ainda continua o mesmo, como um relógio enguiçado preso no mesmo momento - aquele. Como se quando Ana me deixou não houvesse depois, e eu permanecesse até hoje aqui parado no meio da sala do apartamento que era o nosso, com o último bilhete dela nas mãos. A gravata levemente afrouxada no pescoço, fazia e faz tanto calor que sinto o suor escorrer pelo corpo todo, descer pelo peito, pelos braços, até chegar aos pulsos e escorregar pela palma das mãos que seguram o último bilhete de Ana, dissolvendo a tinta das letras com que ela compôs palavras que se apagam aos poucos, lavadas pelo suor, mas que não consigo esquecer, por mais que o tempo passe e eu, de qualquer jeito e sem Ana, vá em frente. Palavras que dizem coisas duras, secas, simples, arrevogáveis. Que Ana me deixou, que não vai voltar nunca, que é inútil tentar encontrá-la, e finalmente, por mais que eu me debata, que isso é para sempre. Para sempre então, agora, me sinto uma bolha opaca de sabão, suspensa ali no centro da sala do apartamento, à espera de que entre um vento súbito pela janela aberta para levá-la dali, essa bolha estúpida, ou que alguém espete nela um alfinete, para que de repente estoure nesse ar azulado que mais parece o terior de um aquário, e desapareça sem deixar marcas.
Caio F. de Abreu.
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