#O Caldeirão Mágico

[comicchannel]

Funko Pop Disney Buddy The Black Cauldron Eilonwy with Gurgi - 1588

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[oespiritocelta]

O Caldeirão Mágico (The Black Cauldron)

O Caldeirão Mágico é um filme produzido pela Disney, baseado nos dois primeiros livros de As Crônicas de Prydain, de Lloyd Alexander, uma série de cinco romances que, por sua vez, são baseados na mitologia galesa.

A animação conta a história de um místico caldeirão mágico desejado pelo temido Rei de Chifres que espera dominar o mundo com a ajuda dos poderes sobrenaturais vindos do caldeirão. Contudo, um jovem chamado Taran, acompanhado da Princesa Eilonwy, de uma criatura chamada Gurgi, de sua porquinha Hen Wen e do simpático Sr. Flores Flama procuram impedir o vilão de alcançar o tão famigerado caldeirão.

[apavorantes]

THIS IS A STARTER FOR @maximeloi ✦ @silencehq

No rosto de Bishop, um sorriso confiante. Em suas mãos, um pequeno frasco com um líquido colorido dentro — uma poção. A poção que Natalia Pavlova e ela haviam produzido no dia anterior e descoberto aliviar o esgotamento mágico dos Filhos e Aprendizes da Magia. Ela não se lembrava da última vez que ficara tão feliz por madrugar na biblioteca.

Logo a poção estaria circulando por toda a estufa, e da mesma forma circularia pelas conversas dos outros campistas quando soubessem o que os Filhos da Magia estavam cozinhando no caldeirão. Embora não fosse uma solução para o problema do traidor, era o ingrediente que faltava para que voltassem a trabalhar no fechamento da fenda, e, mais que isso, era a chance da equipe de lutar contra o encapuzado em sua próxima aparição e limpar o próprio nome.

Bishop, porém, tinha prioridades pessoais naquele momento. Enquanto os Filhos da Magia se curavam e se preparavam para a próxima etapa, ela queria levar a poção à única pessoa que compreendia suas angústias das últimas semanas: Maxime, outro Aprendiz da Magia e, mais recentemente, seu parceiro de teorias, investigações e lamentações. Depois de sua conversa junto a Yasemin, queria dá-lo pessoalmente a notícia do antídoto, celebrar o retorno de suas energias após serem drenados pelo traidor como dano colateral. Felizmente, não demorara a encontrá-lo quando saiu em sua busca, no caminho que supunha ser para o chalé de Afrodite. Bishop acenou com o braço e, com o largo sorriso no rosto, correu até ele.

“Maxime!” Chamou-o. Segurava a poção com um pouco mais de força, cuidadosa para não derrubá-la. “Eu tenho uma notícia boa. Notícia ótima, na verdade! E um presente.” Ela exibiu o frasco de poção frente ao rosto. “Quer recuperar sua energia?”

[elaraz]

( feminino • ela/dela • bissexual ) — Não é nenhuma surpresa ver ELARA BLACKWOOD andando pelas ruas de Arcanum, afinal, ELA é uma BRUXA DO COVEN OF THE SHADOWED FLAME que precisa ganhar dinheiro como ALQUIMISTA. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de TREZENTOS ANOS, ainda lhe acho INTELIGENTE e AMBICIOSA, mas entendo quem lhe vê apenas como MANIPULADORA e IMPIEDOSA. Vivendo na cidade há mais de um século, ELARA cansa de ouvir que se parece com EVAN RACHEL WOOD.

história.

nascida no seio de uma linhagem antiga de bruxas, elara blackwood veio ao mundo em meio ao crepúsculo de um outono há mais de 300 anos, no coração das florestas do norte da europa. sua família, os blackwood, sempre foi conhecida pela prática de magias poderosas e obscuras. desde muito cedo, a garota demonstrou um talento excepcional para as artes místicas, e foi esse talento que a levou a ser acolhida pelo coven of the shadowed flame.

no coven, ela escolheu se aperfeiçoar na prática de feitiços proibidos, como a invocação de demônios e a manipulação de sombras, feitiços que apenas as mais corajosas – ou tolas – ousariam tentar. com cerca de 200 anos, chegou ao vilarejo de lichendorf, atraída pelo mistério do véu que separava o mundo mortal de arcanum. intrigada pelas histórias que circulavam sobre a cidade e as criaturas que ali habitavam, ela decidiu investigar por conta própria.

durante as primeiras décadas em arcanum, elara preferiu manter-se nas sombras. entretanto, quieta e sinuosa, conseguiu se aliar a algumas das figuras mais influentes da cidade e formar alianças delicadas com outros seres sobrenaturais. embora mantivesse uma fachada de colaboração com o pequeno conselho, a bruxa trabalhava em segredo, sempre buscando maneiras de obter vantagem. ela estudava as estruturas da cidade, aprendendo sobre suas fraquezas e como poderia manipulá-las em seu favor. ao mesmo tempo, continuava suas práticas sombrias em seu laboratório de alquimia, criando poções e artefatos mágicos que reforçavam seu poder.

headcannons.

elara nunca confiou completamente no arcanjo miguel. embora respeitasse seu poder e sua influência, ela sempre acreditou que ele escondia segredos sobre o verdadeiro propósito de arcanum. para a bruxa, ele era uma peça importante, mas temporária, em um jogo muito maior.

ela mantém um vínculo secreto com uma entidade das trevas particularmente poderosa, que a aconselha em seus momentos mais críticos. a bruxa sabe que, em algum momento, terá de pagar um preço alto por essa aliança.

teve um grande amor no passado — uma bruxa de outro coven que ela foi forçada a abandonar ao se unir ao coven of the shadowed flame. guardando esse segredo a sete chaves, elara ocasionalmente visita locais ligados à memória dessa pessoa, ainda que nunca admita que o sentimento a afeta.

personalidade e coisinhas mais.

ambiciosa até o talo, elara vê o mundo como uma série de oportunidades esperando para serem aproveitadas. não há limites para o que ela está disposta a fazer para alcançar seus objetivos. ela é uma mestre na arte da manipulação, habilidosa em dobrar as vontades dos outros sem que percebam. sua inteligência afiada é sua maior arma, permitindo-lhe estar sempre um passo à frente de seus oponentes. ao mesmo tempo, seu orgulho é seu maior calcanhar de aquiles. ela teme perder o controle — tanto sobre os outros quanto sobre seus próprios poderes. esse medo a faz ser cautelosa, mas também pode cegá-la para armadilhas sutis que a esperam.

habilidades: criação de poções poderosas, telecinesia, invocação de demônios, manipulação de sombras. fraquezas: orgulho excessivo, medo de perder o controle de seus poderes, dependência de seus feitiços. possessões: um grimório antigo, um caldeirão de ferro, um anel de prata com uma pedra negra.

[bolladonnas]

                                      ESPELHO ESPELHO MEU ...                        existe alguém mais amaldiçoada do que eu?

belladonna “donna” grimhilde, vinte e sete anos, primogênita da rainha má, torre dos pesadelos, módulo iii, no futuro assumirá a persona de vienna, o pesadelo no conto ‘os bárbaros’. goleira dos escorpiões, bissexual.

CONEXÕES.

manipulação e indução de venenos — pode criar, formar e manipular venenos e substâncias venenosas. consegue produzir qualquer tipo de veneno e substância tóxica através de seu próprio corpo ou utilizando fontes de poder alternativas, podendo gerar enormes quantidades e até elevar em grande escala. ao manipular diversos venenos, ela pode utilizá-los em outros seres vivos, induzindo-os a doenças perigosas ou fatais, dependendo do desejo que a percorra; todo e qualquer veneno criado, afeta o sistema imunológico do outro indivíduo. também consegue aliviar sintomas causados por venenos, mesmo que não tenha sido provindo de suas habilidades; exemplo: livrar uma intoxicação, porém há limitações. belladonna não consegue envenenar mais que cinco pessoas ao mesmo tempo, caso exceda a utilização, acaba se auto intoxicando.

cianeto — o dragão preto com rajadas vermelhas; o ovo não demorou muito a eclodir conforme raiva colocava nele. sim, o dragão é a extensão de toda a sua maldade, tendo um comportamento rebelde na maioria das vezes, procurando briga com os mais fracos. houve uma vez, que cianeto mordeu um outro dragão a ponto de arrancar um pedaço da carne do mais fraco. donna tem uma relação boa com o daemon, dividindo muito os sentimentos diante da ligação da alma.

perder o controle: ato de perder-se, de não ter o controle sobre algo. a rainha má não compreendia tal contexto, até manipular uma maldição e pegar-se errando. errar…parecia tão surreal que alguém como ela pudesse errar um feitiço, que gritou aos quatro ventos, gritou ao espelho como ele era inútil, incapaz de reconhecer a si mesma como a única culpada.a maldição da qual estamos falando, é a do beijo mortal; após perceber que havia uma falha — quando charming acordou a branca de neve — regina decidiu que poderia a melhorar, que poderia tirar aquela brecha. bom, deu tudo errado no momento em que jogou a porção em seu caldeirão e misturou elementos demais. do beijo de amor verdadeiro, para ódio supremo, uma criança surgiu na fumaça, a espantando. sua filha, mas não provinda de paz, alegria ou desejo; mas sim da desgraça, da dor, do arrependimento. 

belladona sempre soube que não foi desejada, que seu nascimento em nada poderia ser descrito como natural, mas regina grimhilde parecia disposta a colocá-la no caminho da maldade. aprendeu desde cedo a explorar sua magia, a encontrar caminhos para que o mal e a dor pudessem percorrer a solta; cresceu falando com o espelho mágico da mãe, o questionando sobre futuros. na terra do nunca, reconheceu os seus semelhantes, guiando-se através das histórias, de como o mundo parecia injusto com eles em outra época. quando mais velha, percebeu que não tinha uma boa relação com a mãe, que talvez, jamais pudesse a alcançar em seus feitos ou medo.

quando entrou para a academia, assumiu a figura de algoz dos mocinhos, sempre os pirraçando, os provocando; não teme as consequências dos seus atos, se aproveita do fato que a mãe controla a academia para fazer o que bem entende. tem uma personalidade volátil, quase mimada; não aceita não como resposta, não aceita ser colocada como segunda opção e ama desafios. no fundo, donna esconde um segredo, ninguém imagina o que a assombra: descobriu a pouco tempo que nascer de uma maldição a deixou com uma condição rara. aos poucos está perdendo o controle de si mesma, enlouquecendo; costuma ouvir vozes, ver vultos. ao que parece os venenos que correm em suas veias, corromperam o funcionamento do seu corpo, uma consequência do seu nascimento; da rejeição.

através de suas redes sociais, conquistou seguidores com sua maldade; costuma postar desafios cruéis, comentários ruins e até fake news a respeito dos mocinhos; divertindo-se sempre falando mal de alguns. quando na terra do nunca, mostra a indústria grimhilde e as maldades que faz ao lado dos amigos.

[annalegend]

...e por falar em gostosuras e travessuras 🎃

Tudo o que eu quero, é que todos os feitiços se virem contra os feiticeiros, e que dos nossos corações só brotem as poções de cura e amor...

Que tudo que seja bom, transpareça e floresça...

Que todos os bons pensamentos se façam realidade como um passe de mágica!

HIHIHIHIHIHIHI

Essas são as palavras mágicas para preparar o ambiente...pois hoje vamos fazer um chá mágico!

Um chá para elevar a alma...

Ingredientes...

Lave bem uma maçã bem vermelha...e descasque com todo o cuidado.

Paus de canela se juntarão com as cascas da maçã em um caldeirão fumegante! :)

Tá bom... tá bom...

Se não tiver um caldeirão fumegante pode ser uma canequinha mesmo! hehe!

O que importa é a intenção! Hã?!

A maçã é o símbolo da vida...

E a canela é o símbolo do otimismo, da alegria e um restaurador de energias...

Dois ingredientes simples, mas perfeitos para um dia como hoje!

Que o cheiro desse chá invada sua casa...e transmute todas as energias contrárias...

E ao tomar...

Faça um pedido de forma amorosa! E imagine ele já realizado...

Vibre nessa energia por algum minutos...

Esse é o pó de pirlimpimpim que faltava!

Feliz dia das Bruxas, a todas as bruxas do bem e da paz...

Dia mágico com direito a chá com pirimpimpim e boas energias pra nós!

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[intotheroaringverse]

Joe Quintanilla: A Marriage Story.

A primeira vez que ele e Gretchen Smithers se viram foi como em todas as histórias de universitários: estavam naquela festa abarrotada de gente, em um lugar mal iluminado, o cheiro de cerveja barata exalando por alguém ter derrubado vários copos no chão e o ar era preenchido aos poucos pela brisa gelada acompanhada do cheiro ocre de cigarros que não eram necessariamente apenas de tabaco. Era uma situação tão insalubre que Joe concluía que não valia a pena ter saído de casa para isso, enquanto ele fumava do lado de fora da casa de fraternidade, pensando que estava velho demais para esse tipo de coisa, já que ele era professor auxiliar e não mais um aluno.

— Você vai congelar aqui fora — a voz dela chamou a atenção dele. Vinha daquela coisinha, sentada nas escadas, a meia-calça com um grande buraco na coxa, enquanto ela mesma fumava vagarosamente. — Não sei de onde você é, mas certamente não tá acostumado a encarar as viradas climáticas dessa cidade.

— Missouri — ele respondeu, batendo a mão com o cigarro entre os dedos no peito. — Não tem nada que eu não conheça de friagem.

A loira deu de ombros, continuando a fumar como se não fosse com ela. De longe, Joe conseguia sentir o mesmo cheiro que se espalhava pela festa inteira. Arqueou uma sobrancelha, pensando se era por isso que ela parecia tão inabalável com o frio, mesmo estando mais desprotegida que ele.

— Sim, amortece um pouco — a garota disse, abrindo um sorriso pequeno. — Você quer?

E o que era mais um erro na sequência de escolhas ruins daquela noite, não é mesmo?

— Só um trago.

Ele se sentou nas escadas com ela e não saiu dali pelas próximas duas horas. Amor ao primeiro cigarro, talvez.

Gretchen era alguns anos mais nova que ele, apenas, o que era um alívio. Sete anos, sim, mas sete era um número mágico, estava em vários livros que ele usava como consultoria para suas aulas. Sete era um número da sorte. Sete era o número de encontros que eles tiveram até eles se beijarem pela primeira vez. Sete foram os maços de cigarros que ela deu para ele de presente de aniversário. Sete foram os pequenos acidentes que Gretchen se envolveu sozinha em sala de aula, estudando naquela universidade para bruxos no Canadá, até eles se conhecerem naquela festa. Sete foram os números de aulas de reforço que ele deu a ela para evitar que ela explodisse o seu caldeirão tentando inventar poções mais fortes que o necessário. Sete foram os minutos que ele contou em frente ao espelho, ensaiando o discurso para dizer como ele se sentia em relação a ela.

Sete era o número deles.

— Você acha que vai voltar para os Estados Unidos quando isso acabar? — ela perguntou um dia, suas pernas por cima das dele sobre a cama, a chuva castigando a janela do lado de fora.

Ele estava distraído contando a constelação nas costas dela, os pensamentos longe demais para conseguir uma resposta de imediato.

— Talvez. O quadro de professores aqui já está completo e eu preciso de um emprego — explicou, beijando o ombro da namorada. — E você? Vai sair daqui pra algum lugar?

— Dizem que Castelobruxo é muito bom para quem quer começar uma carreira — ponderou, se esticando na cama preguiçosamente. — Mas lá não tem herbologistas com gostos por demonologia como encontro por aqui.

Um sorriso surgiu no rosto de Joe.

— Então, o que você pretende fazer da sua vida, Srta. Smithers?

Ela o encarou, daquele jeito que o fazia tremer sutilmente com a força que ela empregava nisso. Era como se estivesse lendo as entrelinhas de sua vida através das íris. E então era como assistir o azul de seus olhos adquirirem aquele tom cobalto profundo, o mesmo do tom raivoso do mar. Gretchen era tão perigosa e atraente quando o encarava daquela forma.

— Me tornar a Sra. Quintanilla, talvez.

Eles riram, mesmo sabendo que não era brincadeira. Joe sabia que não era, pela forma como o peito dele se encheu e o rosto dela corou após dizer aquelas palavras com tanta certeza.

Sete era o número deles, por isso, se casaram no dia 7 do mês 7, em pleno verão do Maine. A família de Gretchen compareceu parcialmente, ainda brigados com ela por escolher largar tudo para se mudar com um homem que conheceu a menos de um ano para um outro país. A de Joe apareceu em peso, incluindo seus parentes chilenos. Receberam várias bençãos, em rituais antigos, e ele nunca se sentiu tão feliz.

— Você vai amar aqui, não é tão frio quanto o Canadá, mas...

— Mas tem você. E é tudo o que preciso.

Ela dizia aquilo com tanta intensidade, com os olhos nele, sem nenhum sinal de arrependimento, que ele realmente acreditava que estava tudo bem e tudo certo entre eles. Iam começar uma nova vida juntos, uma que eles tinham escolhido juntos. Não tinha porquê temer algo. Eles se amavam. Ele entendia as preocupações dela, ela entendia os hobbies dele. Nada realmente iria fazê-los se sentir diferente do que se sentiam naquele momento, dividindo uma taça de vinho quente no verão.

A luz do sol refletia na aliança em sua mão, a famosa hora dourada fazendo o seu nome valer. Era a última tarde juntos, antes que ele partisse mais um ano para Ilvermorny, assumindo sua posição como professor de Herbologia da escola. Talvez por isso se fazia tão urgente estarem juntos, o máximo possível, impossivelmente juntos.

— Eu acho... — Gretchen dizia, o tom de voz rouco. — Eu tenho certeza que estou grávida.

— Tenho quase certeza que não é bem assim que funciona, babe — Joe riu contra os cabelos da esposa, antes de beijar a nuca dela. — Precisa de um tempo.

— Não. Eu tenho certeza que fizemos o nosso primeiro bebê agora — ela se virou, encarando Joe com aquele ar quase insano. — Eu posso sentir que ele tá dentro de mim, agora.

Gretchen não era vidente, muito menos de alguma tradição ritualística. Mas Joe acreditava nela. Ele sempre iria acreditar nela.

Quando Lilith nasceu, ele queria tirar um ano sabático e ficar em casa. Iria revezar as horas acordado com a esposa e eles poderiam passar por aqueles meses tão difíceis juntos.

— E quem vai trazer dinheiro pra casa? Quem vai sustentar a nós três, hm? — ela revidou, enquanto ninava a garota em seus braços.

Ela parecia tão exausta e ao mesmo tempo tão distante. E embora Joe tentasse ajudar e se reconectar, havia sempre a resposta mais vazia e desinteressada de seu repertório no lugar de uma linha de raciocínio que eles poderiam discutir.

Quando Lilith nasceu, eles começaram a se perder.

E não era como se ele estivesse distante. Ele sabia que a vida com uma criança não era fácil. Mas talvez Gretchen não soubesse, não até ter uma garotinha agitada que estava sempre querendo descobrir o mundo de maneira sensorial. Não até ela estar constantemente viajando de volta ao Canadá para conseguir um pouco de paz. Não até eles mentirem um para o outro que estava tudo bem, ano após ano, que era uma questão de adaptação, que nada foi perdido, que eles estavam construindo algo juntos. Joe queria acreditar. E ele acreditou, por sete anos.

— Há quanto tempo?

A voz dele era quebrada, lutando contra as lágrimas, sabendo o quanto ela acharia que ele era fraco. Se fossem alguns anos atrás, Gretchen estaria fazendo piadas sobre o sangue latino dele o deixar sempre a flor da pele. Mas ela não sorria. Joe acreditava que nunca mais iria vê-la sorrindo para ele.

— Há quanto tempo você vem me traindo, querida?

Poderia procurar por todos os sinais, poderia procurar por respostas em todos os lugares possíveis. Talvez sete anos fosse realmente muita coisa. Talvez quase uma década juntos abria mesmo espaço para que muita coisa mudasse desde o primeiro encontro deles, em uma festa universitária. Talvez eles fossem pessoas diferentes, de origens diferentes, com objetivos diferentes. Talvez não devessem ter saído do Canadá. Talvez devesse ter insistido para ela não abandonar os estudos. Talvez ele devesse ter agradecido o cigarro e ido para casa.

[marcia-stronger]

Vamos contar-lhe um segredo:

Acabámos de lhe fazer um feitiço...

Usámos pó de estrelas, gotas de orvalho, um raio de luar, algumas colheradas de carinho, um sorriso e algumas letras, roubadas claro, de uma poesia antiga.

Foi tudo colocado num caldeirão e misturado lentamente.

No fim colocámos dois ingredientes mágicos: uma porção de amor e duas doses de felicidade.

Enviámos numa nuvem de sonho e derramámos sobre o seu coração.

Pronto! Está enfeitiçad@!

Até à noite de Halloween!

Com muitas leituras, muitas doçuras e algumas travessuras....

Mala d'estórias

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A Tríplice Fronteira em Foz: Encontros Culturais entre Brasil, Argentina e Paraguai

Foz do Iguaçu é conhecida mundialmente por suas paisagens deslumbrantes e pelas imponentes Cataratas. No entanto, há um aspecto ainda mais fascinante que torna essa cidade única: sua localização geográfica estratégica, no ponto de encontro entre Brasil, Argentina e Paraguai. A Tríplice Fronteira é muito mais do que um marco geográfico — é um caldeirão cultural vivo, onde tradições, línguas, sabores e histórias se misturam todos os dias.

Essa riqueza cultural se reflete em todos os cantos da cidade. E para quem deseja explorar cada detalhe com conforto, a sugestão é o https://www.nacionalinn.com.br/hoteis/golden-park-internacional-foz-do-iguacu, uma das melhores opções de hospedagem em Foz, com estrutura completa, localização privilegiada e tarifas acessíveis.

Onde os Mundos se Encontram

Na Tríplice Fronteira, três países se tocam e se observam a partir de margens separadas apenas por dois rios: o Iguaçu e o Paraná. Essa proximidade criou, ao longo do tempo, uma região marcada por intensa integração social, econômica e cultural. Em poucos minutos, você pode sair de Foz do Iguaçu e estar em Ciudad del Este (Paraguai) ou Puerto Iguazú (Argentina), vivenciando realidades diferentes, mas conectadas.

Essa mobilidade proporciona experiências únicas. Você pode tomar um café da manhã no Brasil, almoçar uma parrillada argentina e fazer compras à tarde no Paraguai. É o tipo de passeio que só Foz oferece.

Marco das Três Fronteiras: O Símbolo da União

Um dos principais pontos turísticos para quem quer entender a essência da Tríplice Fronteira é o Marco das Três Fronteiras. No lado brasileiro, o espaço foi revitalizado e hoje oferece muito mais do que a vista simbólica dos três países: há apresentações culturais, espetáculos de luzes e projeções, exposições históricas e restaurantes com comidas típicas das três nações.

Ao entardecer, o cenário se torna ainda mais mágico. A vista do pôr do sol sobre os rios, com os marcos dos três países visíveis ao longe, é uma experiência que emociona qualquer visitante.

Gastronomia Trinacional: Um Banquete Cultural

A influência das culturas brasileira, argentina e paraguaia se traduz também em uma das melhores formas de conhecer um lugar: a comida. Em Foz do Iguaçu, não faltam opções para experimentar um pouco de cada país. As churrascarias brasileiras convivem harmoniosamente com as casas de empanadas argentinas e os pratos típicos paraguaios, como a sopa paraguaia (uma espécie de torta salgada de milho).

Restaurantes como o Empório com Arte, o La Mafia Trattoria ou os estabelecimentos tradicionais de Puerto Iguazú oferecem verdadeiros banquetes culturais para quem aprecia a boa gastronomia.

Uma Região Multicultural

A convivência de mais de 80 nacionalidades em Foz do Iguaçu faz da cidade uma das mais cosmopolitas do Brasil. Imigrantes árabes, chineses, italianos, japoneses, haitianos, libaneses, ucranianos e muitos outros ajudaram a construir a identidade atual da cidade.

Você sente essa mistura nas ruas, nos mercados, nas celebrações religiosas e até nos sotaques locais. É um verdadeiro mosaico humano, que convive em paz, respeitando as diferenças e somando histórias.

Compras na Tríplice Fronteira

Foz do Iguaçu também é um paraíso para quem gosta de compras. Muitos visitantes aproveitam a proximidade com o Paraguai para visitar Ciudad del Este, conhecida por seus shoppings e centros comerciais com uma infinidade de produtos eletrônicos, roupas, perfumes e acessórios.

No lado argentino, Puerto Iguazú oferece um charme mais rústico, com lojas de vinhos, queijos, doces típicos e o famoso doce de leite argentino. Uma boa dica é visitar a Feirinha de Puerto Iguazú, onde você encontra delícias locais a preços acessíveis.

Hospedagem Ideal para sua Experiência na Tríplice Fronteira

Para explorar todas essas possibilidades com tranquilidade e praticidade, a melhor escolha é o https://www.nacionalinn.com.br/hoteis/golden-park-internacional-foz-do-iguacu. O hotel oferece conforto, excelente localização (próximo a shoppings, atrações turísticas e fronteiras), Wi-Fi gratuito, piscina, academia, quartos climatizados e um café da manhã reforçado para começar bem o dia de aventuras culturais.

Com um ótimo custo-benefício, é uma base perfeita para quem quer vivenciar todas as possibilidades que a Tríplice Fronteira oferece.

Continue Explorando com o Blog Nacional Inn

Quer descobrir mais dicas sobre Foz do Iguaçu, seus segredos e roteiros menos conhecidos? O https://blog.nacionalinn.com.br/ está repleto de conteúdos úteis, guias completos e artigos atualizados para quem deseja fazer uma viagem memorável.

Conclusão

A Tríplice Fronteira é mais do que uma curiosidade geográfica — é um exemplo vivo de convivência entre povos, culturas e tradições. Visitar Foz do Iguaçu é ter a oportunidade de experimentar o mundo em três idiomas, três culinárias e múltiplas histórias — tudo em um só lugar.

Hospedando-se no https://www.nacionalinn.com.br/hoteis/golden-park-internacional-foz-do-iguacu, você garante conforto e mobilidade para explorar essa região única com a profundidade que ela merece.

[rafahellenboaventura]

Resenha literária

Livro: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkabam

Autora: J.K. Rowling

Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️💖

Esse se tornou meu preferido entre os três que já li 🥹.

Nesse livro acompanhamos o terceiro ano de Harry em Hogwarts 🏰, mas antes mesmo das aulas começarem, já somos presenteados com algumas pérolas, como:

A tia Guida virando um balão 🎈;

Harry fugindo e fingindo se chamar Neville (risos) no Noitibus Andante 🚌😂;

E o encontro inusitado com o Ministro da Magia, que, SURPREENDENTEMENTE, não o repreende pelo feitiço não autorizado ⚡😱.

Todos estão agindo de forma estranha com o garoto, como se precisassem protegê-lo de algo (e, de fato, precisavam!) 🕵️‍♂️. Enquanto aguarda o início das aulas, hospedado no Caldeirão Furado, no Beco Diagonal, Harry vive momentos interessantes. Achei muito legal conhecer melhor esse lugar, acompanhar a experiência dele e o reencontro com a família Weasley e Hermione 👪✨.

Aqui vemos o Rony preocupado com o Perebas (seu rato de estimação 🐭, que não anda nada bem desde a viagem ao Egito) e também a adoção do Bichento pela Mione 🐱, um gato que terá um papel importante na história.

Já na escola, finalmente temos um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que realmente sabe o que está fazendo: o Professor Lupin. Mas ele claramente guarda alguns segredos... 🤔

Ainda tem o Sirius Black a solta, causando o caos no mundo mágico 😱. Achei bem interessante a introdução desse personagen na história, e como mais do passado e como isso envolve o Harry é apresentado. E, claro, temos os grotescos dementadores , que trazem uma tensão e adicionam uma camada sombria ao enredo.

Lendo esse livro, senti muita vontade de tê-lo conhecido antes dos filmes 🎬, para ter vivido a real surpresa e a experiência de tentar desvendar os mistérios sozinha 🔍. Apesar de já saber o que aconteceria no final, o caminho até lá foi diferente — com muito mais detalhes e revelações que deixaram tudo muito mais claro para mim. ✨

Por fim, preciso comentar: a revelação envolvendo o Rabicho, embora necessária, se deu em um momento tão absurdo que só rindo (hahaha) 😂. Achei o Rony muito guerreiro por ouvir toda a história enquanto segurava o rato mordendo ele 🐀 kkkkkkkk.

No geral, amei a leitura! 📚💖 As descobertas e o reencontro com esses personagens incríveis tornaram tudo ainda mais mágico ✨.

P.S.: Preparem-se para ver comentários sinceros e cheios de deboche, a diversão está garantida hahaha 😂🎉

Beijocas 💋

[selfishrat]

𝘢𝘯𝘢́𝘭𝘪𝘴𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘧𝘪𝘭𝘮𝘦𝘴 𝘣𝘢𝘴𝘦𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘦𝘮 𝘧𝘢𝘵𝘰𝘳 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘮 𝘢𝘭𝘦́𝘮 𝘥𝘦 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 — boba e superficial — 𝘰𝘱𝘪𝘯𝘪𝘢̃𝘰.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ⋮ ⌗ㅤ miscㅤ (˶ˆᗜˆ˵)

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CERIDWEN

A história conta que o filho de Ceridwen, Morfran, era terrivelmente feio e ela pensou em torná-lo sábio para compensar. Ceridwen começou a fazer uma poção em seu caldeirão mágico para conceder a ele os dons da sabedoria e da inspiração, também chamados de Awen.

A mistura teria que ser fervida por um ano e um dia. Ela colocou Gwion Bach, um jovem garoto, para mexer a mistura. As três primeiras gotas da poção dariam sabedoria; o resto era um veneno fatal. Três gotas quentes caíram no polegar de Gwion enquanto ele mexia, queimando-o e ele instintivamente colocou o dedo na boca, ganhando a sabedoria e o conhecimento que Ceridwen pretendia para seu filho. Percebendo que Ceridwen ficaria brava, Gwion fugiu, mas Ceridwen o perseguiu.

Usando os poderes da poção, ele se transformou em uma lebre. Ela se tornou um galgo. Ele se tornou um peixe e pulou em um rio. Ela se transformou em uma lontra. Ele se transformou em um pássaro; ela se tornou um falcão. Finalmente, ele se transformou em um grão de milho. Ela então se tornou uma galinha e o comeu sem problemas. Mas por causa da poção, ele não foi destruído.

Quando Ceridwen engravidou, ela sabia que era Gwion e quando a criança nasceu, era tão bonita que ela não conseguiu mata-lo. Em vez disso, ela o jogou no mar e ele foi resgatada por um príncipe chamado Elffin ap Gwyddno. O bebê renascido cresceu para se tornar o lendário bardo Taliesin.

-> Arte de Anette Pirso

[lostgoonie1980]

129. O Caldeirão Mágico (The Black Cauldron, 1985), dir. Ted Berman & Richard Rich

[magiaespiritual]

Em um mundo de encantamentos e segredos, onde a magia fluía como um rio místico, os Bruxos da Antiguidade detinham o conhecimento da hera sombria e o registravam em seu livro das sombras. Este convite para adentrar nesse universo onde realidade e sobrenatural se entrelaçam é magistral. Em "Bruxos da Antiguidade — Contos e Lendas", somos transportados a um tempo esquecido, onde bruxos e bruxas percorriam a terra, dominando os elementos e desvendando os segredos do universo. Cada capítulo revela uma história única, um fragmento desse mundo ancestral perdido no véu do tempo. Desde o despertar da magia até a herança deixada pelos bruxos, somos envoltos em narrativas carregadas de mistério e emoção. As palavras fluem com feitiços e encantos, conduzindo-nos a paisagens mágicas e personagens cativantes. Cada página se revela como um portal para um reino de maravilhas, onde a fantasia se materializa. Conheceremos sobre o caldeirão fervilhante que guarda segredos sombrios, a dança das sombras nas noites mais escuras, e os contos que nos transportam para um mundo onde tudo é possível. Os bruxos Magos e Druidas enfrentam desafios, desvendam enigmas e desafiam as leis do universo para dominar a magia e salvaguardar seus segredos milenares. A cada capítulo, desvendamos lendas ancestrais que atravessaram gerações, como a profecia dos antigos, que envolve destinos entrelaçados e mistérios ocultos. Conheceremos feitiços e Elixires proibidos que cobram um preço alto e sombrio. Acompanharemos os seres mágicos em suas jornadas pela floresta dos encantos, onde criaturas sombrias espreitam na escuridão da noite. Os leitores serão transportados para um universo repleto de poções e magias estelares, com conhecimentos antigos e perigosos, incluindo receitas mágicas e palavras reais em idiomas ancestrais como o Aramaico e o Latim.

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[24quadrosporcapitulo]

· 03 | A segunda vez que a Disney foi salva por um rato: “As Peripécias de um Ratinho Detetive”

Em 1887 estreou a primeira história de Sherlock Holmes, personagem criado pelo escôces Arthur Conan Doyle, que desde então, marcou a ficção investigativa e a imagem de detetives para sempre, tanto que ele se tornou o personagem literário humano com mais adaptações cinematográficas do mundo (segundo o Livro dos Recordes). 

Na década de 1920, um jovem trabalhador chamado Walt Disney, junto com seu colega de trabalho e amigo Ub Iwerks, também criaram um personagem para realizar seu trabalho, nesse caso, curtas animados. Era um coelho em preto e branco, e quando colorido, vestia um short azul. Esse personagem foi chamado Oswald, o Coelho Sortudo. Ele protagonizou curtas entre 1927 e 1943, mas aí veio a surpresa: no ano seguinte a sua estreia, o dono da distribuidora Winkler Pictures para quem ambos trabalhavam na época, conseguiu os direitos do personagem, fazendo com que os dois não conseguissem utilizar sua criação. Além disso, muitos animadores colegas dos dois foram contratados pela distribuidora.

Os jovens trabalhadores ficaram muito infelizes, obviamente, mas não desistiram e sua decisão foi criar um outro personagem, aproveitando para corrigir certas coisas que queriam antes. Assim ambos, junto com Les Clark, desenvolveram a ideia de um rato que usaria shorts, dessa vez vermelhos, extremamente simpático, otimista e bondoso, que se chamava… Mortimer. Graças a Deus a esposa de Disney, Lillian Bounds, que também era animadora, deu o conselho para mudá-lo para algo menos formal: então rebatizaram para Mickey Mouse. E assim, em 18 de setembro de 1928, “Steamboat Willie” estreou com som sincronizado, desde então, marcando um rato como o maior símbolo do início de uma nova era na animação. 

Bem, anos se passaram, e a Segunda Guerra Mundial chegou. Desde que se inseriu nela, o governo dos EUA (assim como os de outros países também) usou várias indústrias como propaganda para o seu lado, entre elas o cinema. A Walt Disney Company, assim como empresas como a Warner Bros., tiveram que lançar produções para tal objetivo. No caso da Disney, os longa-metragens não tinham público e nem dinheiro para serem produzidos com qualidade, então era comum que os filmes “não-propaganda belicista” desse período fossem dois, três ou mais curta-metragens compilados. 

Com o fim da guerra, a recuperação não veio de forma rápida. Ao longo dos anos 1950, a Disney flutuou entre sucessos (“Cinderela”), fracassos (“A Bela Adormecida”) e medianos (“Alice no País das Maravilhas”). Entretanto, em 1966, veio o baque: Walt Disney, o criador e o coração daquela empresa, faleceu em decorrência de um câncer no pulmão, aos 65 anos. Cinco anos depois, Roy O. Disney, irmão de Walt e co-fundador da empresa, também faleceu. E os Nove Anciões, animadores lendários que estavam lá desde “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), ou já tinham falecido ou se aposentaram ao longo das décadas seguintes. A Disney se viu sem rumo, sem uma bússola para seguir, e completamente perdida num novo período. Esse é o começo da “Era de Bronze” ou “Era das Trevas” da casa do Mickey. 

Os filmes dessa era são muito criticados tanto pela qualidade da história quanto da animação. Cada vez mais dinheiro era colocado mas menos entrava. Começamos com “Aristogatas” (1970), passamos por “Robin Hood” (1973) e “O Cão e a Raposa” (1981), até o fracasso irreparável de “O Caldeirão Mágico” (1985), um filme que custou US$ 40 milhões mas rendeu US$ 25 milhões, sendo massacrado pelo público e pela crítica, fazendo com que considerassem até fechar os estúdios de animação.

Isso não aconteceu, mas o departamento de animação foi transferido para um local menor, mais afastado e foi implementada uma nova filosofia de animação: criar filmes de forma mais rápida, barata e para toda a família para evitar desastres como o último.

A ideia de adaptar “Basil of Baker Street” (1958) livro infantil inspirado nas obras de Sherlock Holmes, escrito por Eve Titus e ilustrado por Paul Galdone, surgiu antes dessa época conturbada mas a ideia foi arquivada por causa de “Bernardo e Bianca” (1977), já que os dois projetos tem ratos investigadores como protagonistas. Mas durante o desenvolvimento de “O Caldeirão Mágico” (1985), a proposta voltou à vida, com ambos sendo produzidos continuamente. Uma primeira versão foi criada, foi aprovada com algumas ressalvas para mudanças, porém o orçamento foi cortado pela metade e com o prazo de finalização para um ano. Com o fracasso desse, o filme se tornou a grande esperança para os (agora) armazéns, galpões e trailers do departamento de animação. 

Entre os contratados para o projeto estavam John Musker e Ron Clements, a dupla que codirigiu sucessos como “A Pequena Sereia” (1989), “Aladdin” (1992) e “A Princesa e o Sapo” (2009), trabalharam junto com o veterano Dave Michener e a lenda da Disney Burny Mattinson. Juntos, eles comandaram o filme até a conclusão, mas não sem mais dificuldades.

“A ideia era fazer diferente de Bernardo e Bianca, porque não há humanos envolvidos na história. É uma aventura que acontece em um mundo em miniatura escondido do nosso. Queríamos fazer isso totalmente neste mundo de ratos em miniatura. Os humanos estão nesta história apenas como pano de fundo.” — disse o diretor Ron Clements à imprensa.

Michael Eisner, na época recém nomeado CEO da empresa, decretou que o título provisório do projeto, o mesmo que o do livro,  era "muito britânico" para o público dos EUA e mudou-o para The Great Mouse Detective (“O Grande Rato Detetive” em tradução livre). Os animadores escreveram um “comunicado” interno, zombando do novo título genérico, com títulos inventados igualmente insípidos para clássicos anteriores, como A Garota com Sapatos Transparentes (“Cinderela”),  Cores e Música  (“Fantasia”) e Filhotes Levados Embora  (“101 Dálmatas”). Mas essa piadinha (leve) chegou aos ouvidos de Michael Eisner e de Jeffrey Katzenberg — na época, responsável pelo departamento cinematográfico do estúdio —, que não gostaram nada dela.

Junto com o novo título de 'Basil de Baker Street', foi decidido renomear toda a biblioteca dos clássicos animados. Os novos títulos são os seguintes… ‘SETE HOMENZINHOS AJUDAM UMA GAROTA’ ‘O MENINO DE MADEIRA QUE QUERIA SER DE VERDADE’ ‘CORES E MÚSICA’ ‘O MARAVILHOSO ELEFANTE QUE REALMENTE PODE VOAR’ ‘O PEQUENO CERVO QUE CRESCEU’ ‘A GAROTA COM SAPATOS TRANSPARENTES’ ‘A MENINA NO MUNDO IMAGINÁRIO’ ‘AS INCRÍVEIS CRIANÇAS VOADORAS’ ‘DOIS CACHORROS SE APAIXONAM’ ‘A GAROTA QUE PARECIA MORTA’ ‘FILHOTES LEVADOS EMBORA’ ‘O GAROTO QUE VAI SER REI’ ‘UM MENINO, UM URSO E UM GATO GRANDE PRETO’ ‘ARISTOGATAS’ ‘ROBIN HOOD COM ANIMAIS’ ‘DOIS RATOS SALVAM UMA GAROTA’ ‘UMA RAPOSA E UM CÃO SÃO AMIGOS’ ‘O CABEÇA DE OSSO DO MAL’ E claro o nosso novo clássico que vai ganhar o coração do público americano… ‘O GRANDE RATINHO DETETIVE’

Com esse clima bem bacana entre chefes e empregados, começou o processo de saber o que iriam adaptar. Apesar de inspirado no livro, o filme só utiliza o cenário da Londres da Era Vitoriana e os três personagens principais, mas também, não adapta nenhum dos livros de Sherlock Holmes. Há sim muitas referências, inclusive é muito amado pelos fãs do detetive, mas que, com as outras inspirações — que vão desde os filmes do diretor Alfred Hitchcock até James Bond —, se transforma em algo novo e único. No entanto, algo que demorou a ser concluído, já que o roteiro passou por nada mais nada menos que 10 roteiristas (creditados!) que tinham ideias muito diferentes. 

Originalmente, era um filme de 90 minutos, mas, por razões orçamentárias, teve que ser cortado para 74 minutos com uma história simples e mais enxuta e um elenco menor de personagens, bem como alguns atalhos na animação. Várias cenas foram descartadas, o que é comum em filmes, tanto live-actions quanto animados, mas para um com o orçamento contado e um prazo muito curto para ser lançado, elas são a última coisa que você quer que aconteça. Erros de continuidade abundam no filme, com objetos como chapéus, figurinos, adereços e mais aparecendo e desaparecendo com frequência alarmante, obviamente por causa dessa situação.

A sinopse do filme é: Dr. Dawson, um ratinho médico do exército, que está voltando para Londres do Afeganistão, esbarra em Olivia Flaversham, uma criança cujo pai, o Sr. Flaversham (um fabricante de brinquedos), foi sequestrado e obrigado a servir aos propósitos nefastos do Professor Ratagão. Ele a leva até o famoso Basil de Baker Street, um ratinho detetive (😉), o único que pode salvar o Sr. Flaversham e frustrar o plano de Ratagão para derrubar a Rainha e se autoproclamar governante supremo de todo o reino dos ratos.

Originalmente, era um filme de 90 minutos, mas, por razões orçamentárias, teve que ser cortado para 74 minutos com uma história simples e mais enxuta e um elenco menor de personagens, bem como alguns atalhos na animação. Várias cenas foram descartadas, o que é comum em filmes, tanto live-actions quanto animados, mas para um com o orçamento contado e um prazo muito curto para ser lançado, elas são a última coisa que você quer que aconteça. Erros de continuidade abundam no filme, com objetos como chapéus, figurinos, adereços e mais aparecendo e desaparecendo com frequência alarmante, obviamente por causa dessa situação.

Primeiro Olivia ia ser adulta, depois foi mudada para uma criança. Basil era muito mais “frio” e maníaco como sua contraparte literária, mas Ron Miller, produtor do filme, achou que isso era “não agradável”, então descartaram essa ideia. O animador Rob Minkoff revelou que a interpretação do Prof. Henry Higgins pelo ator Leslie Howard no filme "Pigmalião" (1983) foi uma inspiração, assim como o trabalho de voz de Barrie Ingham, dublador original do personagem, que havia se revelado com a Royal Shakespeare Company. 

“Achei Basil surpreendentemente sensível.”, disse Ingham, “Ele é terrivelmente egocêntrico; mas, no final, é sua sensibilidade que o impede de ser bombástico e autoritário. Ele tem muita energia frenética, o que tornou seu personagem um grande desafio.”

“Não queríamos torná-los simplesmente versões em miniatura de Basil Rathbone e Nigel Bruce”, afirmou Clements. “Dawson não é um palhaço. Ele é um contraste para Basil, mas também uma pessoa calorosa e atenciosa.”

Basil Rathbone foi um dos atores britânicos mais consagrados em Hollywood, e a sua interpretação de Sherlock Holmes é uma das mais famosas dentre as tantas adaptações. Inteligentemente o filme inclui Rathbone como uma homenagem, trazendo uma silhueta na janela acima da casa dos ratinhos. Na verdade, para uma afirmação mais correta, Basil (o detetive rato) mora embaixo do 221B Baker Street, o endereço do detetive humano. A voz de Rathbone também é ouvida, de uma gravação de uma leitura da história de Sherlock Holmes "The Adventure of the Red-Headed League" (em português, A liga dos cabeças-vermelhas ou A liga dos ruivos) para a Caedmon Records em 1966. Rathbone faleceu em 1967, depois de sofrer um ataque cardíaco.

Nigel Bruce, também um ator britânico, interpretou o Dr. Watson ao lado de Basil Rathbone em todos os 14 filmes da série e em mais de 200 programas de rádio de The New Adventures of Sherlock Holmes. Ele formou na mente das pessoas a imagem do personagem, assim como seu amigo. Porém a voz dele não é a que aparece na cena mencionada acima porque houveram desentendimentos financeiros sobre o uso de um trecho desta gravação, então a Disney tinha outros atores gravando as falas de um jeito parecido até que um acordo foi alcançado. A voz que é ouvida é a do ator Laurie Main, que narrava as histórias das fitas cassete do livro Disney Read-A-Long e também atuou em vários outros projetos de animação e live-action da Disney, como “Aladdin”. Nigel Bruce faleceu em 1953, também após um ataque cardíaco.

Para os outros personagens, incluíram maneirismos e até algumas características de pessoas que estiveram envolvidas com o projeto, como o próprio Dr. Dawson, que teve a personalidade mudada do livro para uma inspirada em Eric Larson, o último dos Nove Anciões a se aposentar e que treinou muitos dos animadores do filme. 

“Havia paralelos marcantes entre Larson e o personagem do Dr. Dawson”, lembra Glen Keane, um desses animadores. “Ambos são bondosos e têm personalidades gentis. Usamos alguns dos maneirismos de Eric para o personagem. Até a maneira como Dawson usa suas calças puxadas para cima sobre a barriga veio de Eric.”. 

Outro personagem que teve esse desenvolvimento foi o principal antagonista do filme. Ratagão foi dublado originalmente por Vincent Price, que estrelou filmes clássicos como “Os Dez Mandamentos” (1956), “Museu de Cera” (1953) e “O Solar Maldito” (1960), estava esperando há tempos uma oportunidade de trabalhar para a Disney.

Ele disse “Eu amei fazer o papel porque eles me deixaram entrar nos segredos da animação. Eu sempre fui muito visual e um grande fã de animação, então foi uma verdadeira emoção ver o processo de bastidores. [...] Eu estava absolutamente em um estado de terror porque não sabia o que eles queriam. Ratagão foi um grande desafio porque eu era parte do processo criativo. Os cineastas me mostraram centenas de desenhos e me deram a liberdade de expandir isso. Foi uma experiência recíproca. Eles gostaram da minha interpretação e eu achei a deles brilhante”.

Foi tão recíproca que os animadores até incorporaram alguns dos gestos e expressões faciais do ilustre ator.

Uma solução encontrada ao longo do projeto foi a utilização da animação computadorizada, principalmente para baratear a produção mas também para cenas mais complicadas na época, como no filme anterior “O Caldeirão Mágico”. 

Influenciado por uma cena semelhante no final da obra de estreia de Hayao Miyazaki, “O Castelo de Cagliostro” (1979), o artista de layout Mike Peraza teve uma ideia para o clímax do filme e a apresentou ao diretor John Musker que aprovou-a. Assim, toda a sequência final do filme acontece dentro do Big Ben, o grande relógio no coração de Londres. Tipo, literalmente dentro do Big Ben. Para isso os animadores combinaram a arte tradicional desenhada à mão com o que a tecnologia tinha de mais moderno. Durante esta sequência, os personagens animados se movem por 54 engrenagens móveis, guinchos, catracas, vigas e polias criadas por artistas que trabalham com computadores, auxiliados em parte por uma excursão ao funcionamento interno do relógio real. 

“No passado, estávamos limitados a simplesmente rastrear ou deslocar para a esquerda ou direita em uma obra de arte plana.”, observou o animador Phil Nibbelink, que foi responsável junto com Tad A. Gielow (trabalhou em “A Casa Monstro” [2006] e “O Gigante de Ferro” [1999]), no processo da sequência. “Com o computador, podemos girar ao redor de toda a sala e fazer o tipo de movimento de câmera que melhor se adapta ao drama da situação. Pela primeira vez, foi possível aproximar tomadas do tipo helicóptero ou câmera fixa, onde a câmera está flutuando livremente na sala e voa sobre engrenagens, passando por cima dos dentes enquanto os personagens correm para salvar suas vidas.”

O compositor vencedor do Oscar Henry Mancini, conhecido por trilhas sonoras clássicas de filmes como “Bonequinha de Luxo” (1961) e “A Pantera Cor-de-rosa” (1963) compôs a trilha sonora, marcando a estreia de Mancini compondo para um longa 100% animado. O filme só tem quatro músicas com letra e não tem cenas a la “Moana” ou “O Corcunda de Notre Dame”, mas são músicas que ajudam a contar a história. Inclusive cogitaram vários cantores para interpretá-las, entre eles Michael Jackson e Madonna. No fim, quem canta no filme original são Melissa Manchester (Let Me Be Good to You) e Vincent Price para as músicas do seu personagem (The World's Greatest Criminal Mind; Goodbye, So Soon).

 

Finalmente, “The Great Mouse Detective” foi lançado nos cinemas em 02 de julho de 1986. No Brasil, o filme chegou em 25 de dezembro, com o título “As Peripécias de um Ratinho Detetive”. Um total de 125 artistas estiveram envolvidos na produção do filme. A crítica foi principalmente positiva elogiando o vilão e o clima noir do filme. 

Custou US$ 14 milhões e arrecadou em uma bilheteira mundial de US$ 25 milhões, um sucesso suficiente para que a Disney se recuperasse do rombo de “O Caldeirão Mágico”, possibilitando que os gerentes acreditassem nos estúdios de animação, consequentemente trazendo à vida projetos como “A Bela e a Fera“ (1991), “O Rei Leão” (1994), “Mulan” (1998) e todos os filmes de sucesso do Renascimento da Disney. Afinal foi em uma festa de encerramento do projeto, que John Musker perguntou a Mike Peraza se ele estaria interessado em dirigir a arte do novo filme que ele e Ron Clements estavam desenvolvendo para a Disney, chamado de "A Pequena Sereia". Hoje, embora não tenha o reconhecimento que merece, ele é considerado uma espécie de “filme cult” entre os fãs da empresa que o assistiram.

E fica para sempre a frase de Walt Disney sobre seu império, na época, em ascensão:

“Nos últimos anos, nós nos aventuramos em muitos campos diferentes. Só espero nunca perder de vista uma coisa: que tudo começou com um rato.”

Onde assistir: “As Peripécias de um Ratinho Detetive” — disponível no Disney+.

╰─────────────➤ ✎ REFERÊNCIAS

❑ 🖼️ -  

— disney • animações. Pinterest (pasta). https://pin.it/2NvGZXyeL 

The Great Mouse Detective. Disney Animation. [s. d.]. https://disneyanimation.com/films/the-great-mouse-detective/  

'Mouse in Transition': Rodent Detectives and Studio Strikes (Chapter 11). Steve Hulett. Cartoonbrew. 29 AGO. 2014. https://www.cartoonbrew.com/untold-tales/mouse-in-transition-rodent-detectives-and-studio-strikes-chapter-11-103143.html 

Art of the Great Mouse Detective. Character Design References. 12 DEZ. 2019. https://characterdesignreferences.com/art-of-animation-9/art-of-the-great-mouse-detective 

❑ 📝 - Como Mickey Mouse salvou Walt Disney da ruína e mudou o cinema para sempre. BBC. 24 nov. 2023. https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/11/24/como-mickey-mouse-salvou-walt-disney-da-ruina-e-mudou-o-cinema-para-sempre.ghtml  

❑ 📝 - Of Mice-Detectives and Men: In Praise of The Great Mouse Detective. Olivia Rutigliano. Crime Reads. 07 OUT. 2021. https://crimereads.com/of-mice-detectives-and-men-in-praise-of-the-great-mouse-detective/ 

❑ 📝 - Did You Know? Unravel 8 Sneaky Facts from The Great Mouse Detective. Jim Fanning. D23. 30 JUN. 2016. https://d23.com/did-you-know-unravel-9-sneaky-facts-from-the-great-mouse-detective/ 

❑ 📝 - As Peripécias do Ratinho Detetive (1986). Miguel Serpa. Medium. 12 Jul. 2018. https://medium.com/@migdomserpa/as-perip%C3%A9cias-do-ratinho-detetive-1986-181ccbc0442e 

❑ 📝 - How Basil Saved Disney Feature Animation: Part One. Jim Korkis. Mouse Planet. 23 FEV. 2011. https://mouseplanet.com/how-basil-saved-disney-feature-animation-part-one/3207/ 

❑ 📝 - How Basil Saved Disney Feature Animation: Part Two. Jim Korkis. Mouse Planet. 02 MAR. 2011. https://mouseplanet.com/how-basil-saved-disney-feature-animation-part-two/3226/  

❑ 📝 - As Peripécias de um Ratinho Detetive na Renascença Disney. Lucas. O Camundongo. 17 AGO. 2016. https://www.ocamundongo.com.br/ratinho-detetive-renascenca/ 

❑ 📝 - The Sherlockian Brilliance of The Great Mouse Detective. Mark Harrison. Den of Geek. 21 NOV. 2019. https://www.denofgeek.com/movies/the-sherlockian-brilliance-of-the-great-mouse-detective/  

❑ 📝 - Retrospectiva da Disney: A Era das Trevas (1970–1988). Miguel Serpa. Medium. 21 MAIO 2018. https://medium.com/@migdomserpa/retrospectiva-da-disney-a-era-das-trevas-1970-1988-bf31c5a8fd77

❑ 📝 - The Making of a Mermaid!. Michael Peraza. Ink and Paint Club. 15 MAR. 2010. https://michaelperaza.blogspot.com/2010/03/the-making-of-mermaid.html