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Berna, 19 junho 1946 - quarta-feira
Fernando, Sua carta me surpreendeu tanto! Eu tive a impressão de ter caído numa coisa assim: de jogar verde para colher maduro. Não paro de imaginar vocês em Nova York e não sei como. Como é que Heleninha fala no meio da cidade? E você trabalha de noite num arranha-céu? e os arquivos? Só agora é que vejo que vocês no Rio eram uma das garantias que eu procurava. Por que é que todo mundo quer sair do Brasil? E você é espírita, é, Fernando? Então como é que você me pergunta o que eu faço às três horas da tarde? Ou já falamos sobre isso? às três horas da tarde sou a mulher mais exigente do mundo. Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate. Quando passa, vêm seis da tarde, também indescritíveis, em que eu fico cega. Se o telefone toca eu dou um pulo e se me "convidam" eu pareço criança ou cachorrinho, saio correndo e enquanto corro digo: estou perdendo minha tarde. Mas eu tenho ido de tarde à biblioteca pública. E, por estranho que pareça, estou estudando cálculo das probabilidades. Não só porque o abstrato cada vez mais me interessa, como porque eu posso renovar minha incompreensão e concretizar minhas dificuldades gerais.
Estivemos em Paris andando desde manhã até de noite. Aquela cidade é doida, é maravilhosa. Não consegui absorvê-la, ter uma idéia só. De volta fomos diretamente para um apartamento novo, ainda novo, tudo encaixotado, estranho, desarrumado. Encontrei cartas de casa, vários recortes de jornal, várias notinhas, referências a você e a mim. Com o cansaço de Paris, no meio dos caixotes, chorei de desânimo e cansaço. Hoje passei o dia lendo; às três horas li de novo sua carta. Agora, São nove horas da noite, mas parece seis da tarde. E eu brilho, brilho sempre -isso deve ser brilho. Na verdade deve ser apenas adaptação ao novo apartamento. Não se pode deixar uma janela aberta, voa tudo; é um lugar onde ainda estão construindo, sem muitas casas. A rua chama-se Ostring e eu sou a pérola de Ostring, não vê? Vocês pretendem mandar buscar Eliana? como vão fazer? Quanto tempo na realidade vão ficar nos EUA? Paulo diz que vocês vão ficar seis meses apenas...
Desejo muita felicidade a vocês. Sejam muito felizes: estou com vontade de dar conselhos grandiosos, dizendo: custa um pouco adaptar-se a um lugar novo etc. Fernando, você tem trabalhado? e Helena, o que é que faz? Acabei de passar uma semana das piores em relação ao trabalho. Nada presta, não sei por onde começar, não sei que atitude tomo, não sei de nada. Digo a mim mesma: não adianta desesperar, desesperar é mais fácil ainda que trabalhar. Me mande um conselho, Fernando, e uma palavra bem amiga. Desculpe esta carta tola. Respondam depressa e eu mandarei uma muito boa, muito calma.
Não sei mais nada, Fernando... E as notícias que recebo do Brasil são as piores. Até pão falta. Vocês devem estar experimentando agora a tristeza de estar num país onde mesmo lentamente tudo tende a melhorar e receber notícias constantes desse jeito. Dá vontade de ser um grande homem e fazer alguma coisa. Certamente teremos alguma revolução. Até o ar lá está precisando disso. Fernando, Helena, um abraço grande. Me escrevam, agora que vocês sabem quanto pode valer uma carta e sobretudo certas cartas. Dei um ar de tristeza? não, dei um ar de alegria. Clarice.
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PARADOR -- EXPRESSO
Gosto de dizer que é dentro do ônibus onde desenvolvemos nossa consciência de classe.
Dependendo da linha, as situações mais sórdidas podem acontecer. Água caindo do teto, do ar condicionado, pingando em bancos vazios ou nos artistas que se escondem em meio à multidão. Artista como um sinônimo de trabalhador. Feito de palhaço, mal apreciado e incompreendido perante a raiva exalada do próprio corpo em forma de suor. Quantas vezes não vimos algum surto às sete horas da manhã? Ou quem sabe até mais cedo, despertando com o grito de imploração para parar no próximo ponto. Nessas idas e vindas, aprendemos, por meio dos olhares, da observação, que nosso sonho de conforto está tão distante quanto o ponto final, e em pé, agarrados a qualquer coisa que nos segure em meio a bruscas freadas de um motorista tão cansado quanto nossos ombros, é quando sentimos a conformidade finalmente acordando.
Mas no trem é onde me sinto pertencente à minha classe.
Os sôfregos e desalmados, mas ainda esperançosos pelo dia de amanhã, caminham entre um vagão e outro carregando suas necessidades, seus desencontros, em seus bolsos e mochilas. Logo de manhã, no breve momento que termina a hora azul, eu não consigo fazer jus à minha carteira de sonhador. São tantos no meio do caminho, ocupando o mesmo lugar no espaço, que minha respiração fica pesada. Mas, como largo cedo do trabalho, consigo pegar o trem na hora de retornar à minha casa, sem fazer quase esforço algum em meu psicológico.
No último dia da semana que estive no Méier, por exemplo, passei pela catraca com uma mulher ao seu lado anunciando sua desistência de pegar o trem.
“Passa aqui, menino,” ela disse a mim sem saber que poderíamos ter quase a mesma idade. “Que aí não perde a passagem. Pode passar!” Ela afirma confiante, e eu, renegando os absurdos da tarifa imposta pela empresa que tantos nós, cariocas, odiamos, agradeço à sua bondade.
Desço as escadas rolantes, que não funcionam, e sento em um banco de madeira para aguardar o trem. Há uma leve palpitação em meu peito, mas procuro me distrair com as pessoas do outro lado da estação, grade afora, concentradas em suas próprias vidas. Vejo o ônibus que pego de manhã, na ida ao trabalho, e evito não me arrepender. Penso em coisas boas, como no quão cedo chegarei em casa e conseguirei almoçar com minha esposa. Noto o clima se fechando, o céu começando a ficar nublado, mas pouco deixo me afetar.
Entre uma conversa e outra com mais de uma pessoa em meu celular, vejo o famigerado se aproximando pelos trilhos. Há muitas pessoas no aguardo dele, comigo, mas dessa vez presto a devida atenção nos dizeres do primeiro vagão:
“DEODORO
PARADOR”
Opto por não entrar.
Volto a sentar, mas em outro banco. Um de concreto dessa vez. E nisso penso, que, de acordo com a placa ao meu lado, há a possibilidade de passar o trem para Santa Cruz. Não que esse seja meu destino, mas Deodoro ainda fica duas estações antes da minha. Penso se coloco ou não os fones de ouvido para ouvir música e me acalmar melhor; lidar com a ansiedade dessa maneira sempre foi melhor para mim. Só que é preciso sempre estar com a atenção dobrada na estação de trem. Ou pelo menos foi o que me ensinaram desde criança.
Vejo o segundo trem chegar em menos de meia hora, e acaba sendo o mesmo que o anterior, para meu infortúnio. São duas e meia da tarde. Se eu não entrar nesse, chegarei em casa muito tarde.
Então tomo minha decisão.
Tão vazio quanto o futuro do cidadão médio brasileiro, me sento no primeiro lugar que vejo e, apesar de toda a ansiedade tremendo em meu peito devido a anos de abalos psicológicos sobre este transporte em questão, consigo fazer uma viagem tranquila. Estou sentado ao lado de uma janela à minha esquerda. Sinto-me calmo, bem comigo mesmo e com uma certa empolgação por dentro, como se eu tivesse vencido uma batalha importantíssima num front que perdura há 5 anos, mesmo que meu coração esteja acompanhando o barulho dos trilhos. De estação a estação o trem para e recolhe pouquíssimas pessoas. Talvez devido ao horário. Bom, certamente devido ao horário, eu penso procurando agir feito um cidadão comum, mais uma vez. E minha imaginação voa, visto que a mente do ser ansioso não para de trabalhar. Não tenho metáforas adequadas para essa comparação; ou sequer uma inadequada. Mas, talvez você, leitor, possa imaginar–e logo em seguida me perdoar–que devido a tanto trabalho, na hora que eu escrevi essas palavras em uma noite de domingo, minha cabeça já estava tão cheia que tudo o que eu queria era apenas deitar. E não se engane! Eu não quero apenas descansar todos os verbos e advérbios, sujeitos e predicados, períodos e versos, mas também a carcaça que carrega toda essa gramática; meus ombros, sobretudo. Eu quero descansar meus olhos, que veem tantas pessoas todos os dias e ainda não acreditam nos sonhos da madrugada. Eu quero descansar minha garganta; ou melhor, minhas cordas vocais. O ser humano passa dois anos para aprender a falar, e sessenta aprendendo a calar a boca. Isso sim é inacreditável! Eu quero descansar, principalmente, meus ouvidos. São tantas vozes, tantos barulhos confundidos em frequências diferentes, que de vez em quando, mesmo em casa, eu me pego tonto. Pois então, talvez em Bento Ribeiro, eu lembro de avisar à minha esposa que estou a caminho de casa, finalmente.
“Quando o homem não tem nada na vida, ele tem um vazio dentro dele,” as palavras de um ambulante me despertam ao mundo real. “Aí ou ele encontra Deus ou encontra o crack.”
Eu olho ao meu redor, procurando o homem de tais palavras, para então ver um sujeito de cabelos brancos e cego de um olho. Ele carrega seus doces, balas e chocolates em uma dessas coisas que tem vários saquinhos presos e dá para pendurar com um gancho no ferro do teto. Não faço a menor ideia de como isso se chama, e penso até em perguntar. Comento o que está acontecendo com um amigo, mais jovem do que eu, através do WhatsApp, e ele me sugere colocar um fone de ouvido e segurar firme a mochila. Dou uma risada cansada até que o trem chega ao seu destino final e eu desembarco, junto com os poucos comigo e o homem de um olho só.
A linha que procuro fica literalmente do outro lado; ou à minha frente, assim que saio do vagão.
“Boa tarde, amigão,” eu falo para um sujeito próximo a mim. “O Santa Cruz eu pego aqui?” Mesmo sabendo que estou no lugar certo, tenho em mim a necessidade da confirmação pela minha falta de costume.
“Então,” fodeu, eu penso. “Não sei, não,” ele arrasta sua resposta olhando para o sentido oposto. Como assim tu não sabe, caralho? Tá escrito ali. Eu sei que tá escrito ali, aqui, em quase todo lugar nessa porra de estação. Mas essa operadora é maluca. Tem manutenção todo dia, toda hora. Os trens tão tudo caindo aos pedaços. “Mas eu acho que sim. Só sei que tô aqui esperando há um tempão.”
“Valeu. Brigadão,” afasto-me logo em seguida, e, com a mochila à minha frente, subo as escadas para o banheiro.
Sem mais delongas, assim que eu volto às plataformas, o tão esperado Santa Cruz se aproxima. À essa altura do campeonato eu já desisti de contar as horas. Apenas aceito o meu destino. De Deodoro são duas estações.
“Deixai toda a esperança, vós que entrais”, eu consigo ler, nos segundos mais rápidos que consigo contar, ao abrir das portas.
Vejo o sujeito que me aproximei anteriormente, com a necessidade de confirmação de uma dúvida ansiosa, entrando uns vagões à frente daquele meu. Ao contrário do anterior, não há lugar para me sentar. Permaneço, então, em pé em frente às portas. Não irei ficar aqui por muito tempo, tudo bem. São duas e meia da tarde, eu verifico no celular de um senhor ao meu lado. As letras são tão grandes que todos conseguem ler a infidelidade das conversas que ele mantém com uma mulher chamada Lindalva. Mas não noto ninguém tão fofoqueiro quanto eu, mesmo que sem querer. Penso no quão interessante a vida de cada uma dessas pessoas pode ser, mas me permanecendo autoconsciente o suficiente para saber que todos nós estamos apenas buscando sobreviver um dia após o outro.
Ao meu lado direito vejo a articulação entre os vagões e alguns homens sentados no chão. Em pé, neste mesmo lugar, há uma mulher de pele bronzeada, porém rosto branco, e cabelos loiros. Viro minha cabeça para a esquerda e então vem um, dois, três ambulantes anunciando seus produtos, gritando em nossos ouvidos. Para minha surpresa, um dos vendedores possui um microfone conectado a um pequeno alto-falante preso em sua cintura. Esse sujeito em particular, então, para de frente para a loira.
“É você aquela atriz?” ele pergunta.
Algumas pessoas viram os olhos para a mulher. Eu sou uma delas, tentando entender o que está acontecendo, mas não consigo ouvi-la.
“Daquele filme, pô!”
A mulher balança a cabeça dando um sorriso. Consigo notar que ela está constrangida, o que não é muito difícil visto a quantidade de olhares.
“É tu quem não deu moral pro Ken!” o homem insiste. “Atenção, senhores passageiros, por gentileza!” ele faz seu anúncio. “Olha só quem tá no trem com a gente hoje! Vamos dar uma olhada nessa Barbie aqui, gente! Vamos dar uma salva de palmas pra essa pose toda,” mas ninguém acompanha seu pedido. Confesso que fico um pouco enojado mediante ao assédio e viro minha cabeça para o lado oposto, de novo. O que me faz notar outro homem peculiar. Dessa vez, um sujeito vestido de Michael Jackson, preparando uma caixa de som no chão e ajeitando seu microfone de cabeça. Quando Billie Jean começa a tocar eu custo a acreditar em todo esse caos. À minha frente, finalmente sem outro lugar para olhar, um homem reclama de toda essa palhaçada enquanto um jovem ao seu lado, que eu julgo ter aproximadamente quinze anos, está de pé lendo Triste Fim de Policarpo Quaresma.
O trem pára. Falta uma estação para eu descer.
Lembro de Nelson Rodrigues.
Se a vida é mais profunda depois da praça Saens Peña, se é na zona norte que ainda se morre por amor, então o que sobrou para a zona oeste? Minha pergunta é respondida no momento que piso dentro do vagão.
Veja bem, como posso considerar subúrbio um lugar onde suas cafeterias cobram R$15,00 por um café pequeno e um salgado de queijo com presunto, ambos mornos? Essa foi a profundidade que Nelson encontrou? Cuspir em minha mão e depois lambe-la me deixaria mais acordado e saciado. Além do mais que, meu avô, paulista por si só, teve o mesmo fim teatral após sessenta anos de casado com a mesma mulher, falecida seis meses antes dele, e doze filhos adultos. Creio que o Suicídio de Amor, essa figura personificada, bípede, de dois olhos fundos, nariz, boca e orelhas, se mudou. Talvez seja meu vizinho, ou esteja em situação de rua no calçadão de Campo Grande, pedindo ajuda. Talvez eu o veja todo dia empurrando um carrinho de mão, se desfazendo de móveis antigos da própria casa, ou esteja vendendo toalhas no centro do Rio entre jovens de terno e gravata e crianças vendendo bala. Mas ainda, sobretudo, completamente apaixonado pelo ser humano tal qual aquele que se sacrificou por nós, de acordo com a fé cristã.
As portas se abrem pela segunda vez.
Há pessoas apontando o celular para o cover de Michael Jackson. Sua jaqueta é, de fato, uma cópia daquela icônica preta de detalhes cintilantes. Ele está da cabeça aos pés incorporado no que julgo ser seu músico favorito. Afinal, quem faria uma coisa dessas para um monte de gente, cansada e dilacerada do trabalho, em uma quinta-feira? Ele canta e dança, mas não canta tão bem. Acaba abaixando a voz quando não consegue acompanhar o tom da música, o que não impede seu show. Surpreendo-me com a habilidade em conseguir rodopiar e fazer um moonwalk com o trem em movimento e cheio de pessoas.
As portas se abrem ao meu destino.
Eu saio, ouvindo a música do rei do Pop se afastando à medida que subo as escadas da estação. Não lembro em qual parada meu coração se acalmou, e quando percebo essa tranquilidade já estou olhando para o céu, ainda nublado. Nisso, dou um sorriso.
Cleber Junior
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Muito feliz em poder compartilhar com vocês a capa do meu novo romance LGBTQIAPN+. 😍 🏳️🌈
O fake date Projeto Namoro Falso sai em agosto, pelo selo Libertà, e espero que se apaixonem pela história. 🥰
Sinopse:
Quando descobre que seu ex, Zeca, está indo com o novo namorado para o Festival Literário do Ceará, o primeiro pensamento do escritor Erick Bacelar é desistir da viagem. Triste com o término repentino do seu namoro, o que ele menos quer é ficar na presença do novo casal feliz. Mas sua mãe e Thales, seu irmão, aparecem com o plano perfeito: usar seu primeiro livro como inspiração e arrumar um namorado falso para a viagem.
Apesar de saber que não é uma boa ideia – afinal, namoros falsos só dão certo na ficção –, Erick decide aceitar que Thales encontre o cara ideal na agência de talentos de sua mãe.
O escolhido é o ator Leonardo Fernandes, que participará do filme baseado no segundo livro escrito por Erick. Os dois embarcam juntos para Fortaleza, para alguns dias de paz, sol e tentativas de ciúmes em Zeca.
Mas Erick não esperava encontrar o ex-namorado o tempo todo e, por isto, ter que se manter sempre próximo de Leonardo, gerando uma mistura de sentimentos, confusões e dúvidas em sua cabeça.
Será que o plano realmente vai dar certo?
#livros#literaturanacional#literatura#leitura#literaturabrasileira#livro#dica de livro#livro nacional
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Alguns dias atrás, fiz um vídeo falando sobre os dois Moda Personagem que eu fiz do menino Jimmy. Então, hoje, só queria lembrar deles de novo com vocês, mas por fotos!
Lembrando que o 3º volume da série está em pré-venda!
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Árida
Já não me interessa a divina engenharia Já não me admira a auto obsessão Já não me convence essa exposição Já não me comove cada uma das virilhas
Meu coração é um ímã e uma ilha Cada carícia, uma batida disforme Cada ferida só pôde ser salva graças A química que vertem l��nguas
Querer a provocação, esquecer imagens A traça sábia antevê o ciclo O engano do teu céu centrífugo Dependurando anjos cheirando a formigas
Uma comoção para uma camisa branca Saltando intestinos, mascando países Questionar cada arcada dentária de leões? As presas verteram-se em dedos segurando canetas
Me pesam ossos e páginas Que desesperadamente arranco Como se fossem pétalas Para diminuir o peso da memória
A margem do segredo Uma verdade de cactos: O abandono é uma divindade Colhida no auge do temor
Em fissuras nos céus de cemitério Prendo o feitiço dos ossos Cravo teu nome na saliva que me derrete E tão pouco, me embebedo na chuva...
Desabroche âncoras do peito Não importa qualquer escolha A vaidade é um único amor que me prostro Seja para cessar os enigmas da esfinge ou não...
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#pierrot ruivo#carteldapoesia#espalhepoesias#lardepoetas#mentesexpostas#liberdadeliteraria#projetoalmaflorida#projetoflorejo#pequenosautores#pequenosescritores#compartilharemos#projetovelhopoema#poesiabrasielira#literaturabrasileira#literaturanacional
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Os corações partidos da rua Cornélia
O livro, da autora nacional Raíssa Selvaticci, é uma releitura sáfica do filme " Ela é o cara".
As protagonistas são a Madrid, uma patricinha dona do podcast com o mesmo nome do livro, e a Estela, fã de homem-aranha e futebol.
Enquanto a Madrid está sendo presionada a conseguir um namorado pra engajar o podcast, que não tá indo muito bem, a Estela rouba a identidade do irmão pra jogar no time masculino da faculdade, e é aí que a Madrid descobre e propõe um acordo - cof chantagem cof - de um relacionamento falso.
É um romance super levinho, com muitas referências pop, que te transporta de volta pros romances dos anos 2000, os nossos favoritos!
Uma curiosidade: a autora é tão fã de Taylor Swift que o nome do livro é uma referência a música dela chamada Cornélia street.
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Gliteraria Nick 🐬
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liberdade • carlos drummond de andrade
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Acorda, mortal! É no sepulcro que a larva humana desperta para a vida!
— Álvares de Azevedo
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Deu onze horas, fumei uns cigarros
Pensando em você, em nós dois
Deu meia-noite abri um vinho
Enchi todos os copos vazios
Bebendo com gosto lembrando do seu sabor.
É carnaval, mas você não estar aqui
Deve ter se encontrado em outras bocas
Deve estar dançando agora cheia de cores
Oh meu Deus como sinto falta do seu sorriso
Nessa terra de ninguém você era meu ponto certo
Meu hit de sucesso.
A folia chega cheia de encanto
Mas nada me traz o êxtase dos teus toques em mim
A gente viveu por muito tempo em vinte metros quadrados
Se escondendo de todos, amando pouco, querendo muito
A playlist ligada recorda-me o nosso canto
Te decifrei como um enigma, tocando-te de forma suave como um violão
São novos tempos e ainda te espero
Para ser brega e amar-te ainda mais
De janeiro a janeiro.
Laís Mendes
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Esquema de pirâmide??
Temos por aqui!!
📚É impossível ler um livro das séries e não querer ler os outros.
Só lembrando que, apesar de fazerem parte da mesma série, cada livro conta a história de um casal diferente, por isso as histórias são independentes e podem ser lidas na ordem que quiserem.
Por isso, nem adianta querer burlar o esquema de pirâmide lendo os livros em outra ordem, qualquer um que vocês lerem primeiro vai deixar vocês com um gostinho irresistível de quero mais para ler os outros.
📍Todos os livros disponíveis em e-book na Amazon.
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Assim que se vive um Shipp!
Leia aqui: https://amz.run/94nM
#literature#livro de romance#lgbt books#literaturanacional#literatura brasileira#livro nacional#leitores
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Quando você levanta depois da queda
Tudo fica turvo e você não acredita que pôde cair.
Você relembra a si mesmo que era forte e que não deixaria aquilo acontecer contigo: mas aconteceu. Então você levanta, cheio de poeira nos joelhos e medo na mente, tentando colocar os pés em equilíbrio, tentando andar, mais uma vez.
Você consegue, supera o medo e assim se prepara pra próxima queda, e diz para si mesmo que irá levantar, mais rápido e confiante na próxima.
Afinal, o que seria da vida se não quedas consecutivas e levantamentos corajosos?
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Vez ou outra, em livros de publicação independente, eu me deparo com os nomes dos elementos trocados, então resolvi fazer este post para explicar o que é cada um deles e falar um pouco sobre as partes de um livro.
Vou começar pelos dois que eu mais vejo serem confundidos: prefácio e prólogo.
O prefácio é uma nota sobre o livro (normalmente escrita por uma pessoa convidada).
Curiosidade: em inglês, a palavra preface indica o que seria equivalente ao que a gente chama de nota do autor. Para o que nós conhecemos como prefácio, usa-se foreword.
O prólogo, por outro lado, faz parte da história. Pode ser uma cena de flashback, um vislumbre do futuro, uma cena interessante etc.
Além do prefácio e do prólogo, outro elemento relevante para este post é a epígrafe. A epígrafe nada mais é do que uma frase ou citação curta feita no começo do livro e que, de alguma forma, possui relação com o conteúdo da obra. Cuidado para não confundir com a dedicatória que, embora também seja um texto curtinho, tem outra função (seu nome é literal).
Outros elementos: folha de rosto; sumário; epílogo; glossário; posfácio.
A folha de rosto contém informações sobre o livro: nome da obra, autoria, profissionais que trabalharam no livro (capista, editor, revisor, tradutor, diagramador etc.), nome da editora (se houver) etc.
O sumário — eu imagino que — todo mundo conhece, nada mais é do que um “menu” do livro. Em e-books, é comum que que cada item seja um link que leva até a seção indicada.
O epílogo, assim como o prólogo, faz parte da história. É comum que o epílogo traga uma cena que aconteceu “depois do fim” da história ou um desfecho para ela.
O glossário é, em uma explicação simplificada, um “dicionário” de termos usados no livro. Serve para explicar palavras inventadas, expressões do mundo fictício, termos técnicos etc.
O posfácio tem uma função similar à do prefácio, a diferença é que ele vem depois (o prefácio vem antes). É comum que o posfácio seja escrito por uma pessoa convidada.
Eu tentei listar neste post os elementos mais importantes de um livro digital, mas seu livro pode ter mais coisas e nem tudo que eu citei aqui é obrigatório/indispensável.
É de bom tom e respeitoso com quem presta serviços editoriais e artísticos que o seu livro contenha uma folha de rosto, creditando devidamente as pessoas envolvidas.
Inserir um sumário, de preferência navegável, pode melhorar a experiência de quem vai ler o seu livro.
Se você escreve fantasia, ficção científica, romances históricos ou qualquer coisa que utilize palavras fora do cotidiano (rebuscadas, em desuso, estrangeiras, termos técnicos etc.) ou inventadas, é importante considerar se um glossário será uma boa contribuição para o seu livro. Uma alternativa é a utilização de “notas de rodapé” (que, em um e-book, podem ser linkadas às palavras relacionadas).
Ah, não se esqueçam de inserir texto alternativo nas imagens do seu e-book. O Kindle Create possui a função de inserir, cobre do seu diagramador utilizá-la.
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Hoje recebi um presente de Natal adiantado da minha editora: meus livros Cartas Perdidas Pelo Caminho e Projeto Namoro Falso estão indo para 2ª edição! 🥳🥰😍
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Mais um trecho de As Aventuras de Jimmy Wayn - Reviravolta na Família.
“Observando a letra cifrada, coloquei meus dedos no braço do violão e toquei com a outra. A melodia que antes estava só na minha mente tomou forma no espaço e chegou aos ouvidos da minha namorada. Era uma melodia calma, um pouco triste e com uma pitada de esperança. Tudo isso misturado junto!
Ao perceber essas nuances, Samira chorou, ao mesmo tempo olhando para mim e sorrindo, agradecendo.”
Lembrando que o livro sai em 30 de Novembro em ebook e em 14 de Dezembro em formato físico. Aproveite e adquira o seu!
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Encosta na minha a sua ferida - Brenda Bernsau
Luma, uma modelo cansada da profissão, quer fazer uma tatuagem significativa para ela, o que a leva até o estúdio de Talita, com quem ela teve um relacionamento marcante dez anos atrás.
Determinada a reconstruir esse vínculo, Luma tenta se reaproximar de Talita, que ainda guarda ressentimentos e procura evitá-la.
Só quando se vê emocionalmente fragilizada por descobrir que sua mãe de consideração está doente, é que Talita aceita se unir a Luma numa viagem de trailer entre o interior do Rio e de Minas. Durante esse percurso, conflitos antigos emergem e novas revelações desafiam as duas a enfrentar suas mágoas e a descobrir um novo significado para a história delas.
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