#Li Martins cinco meses
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ensaiosobreotempo-blog · 5 years ago
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Flertando com um desejo impossível
Eu andava com meus fones de ouvido no volume 7 enquanto aquela música do Cazuza repetia mais uma vez na minha playlist e eu olhava aquela praça gigante que ficava perto do meu trabalho e ainda não me sentia acostumado com tudo aquilo, mesmo fazendo cinco meses que toda aquela cidade grande me deixava chamá-la de lar. Toda sexta-feira eu ia andando para casa onde passava o final de semana todo deitado sonhando com as rodas de samba que aconteciam por cada canto da cidade e guardava uma surpresa especial para mim. Quando cheguei naquela pracinha pequena, próxima a minha estação o avistei, era ele, o rapaz que se vestia e se portava de um jeito que eu nunca ousaria ser. Sabia que nós dois não habitávamos o mesmo mundo, por isso nunca tive a coragem de encará-lo por mais de 4 segundos, mas reconstruía a sua imagem na minha cabeça por horas e horas. No entanto, toda aquela distância entre nós me dava fôlego para fantasiar mais e mais. Ele era o clichê que eu sonhava desde adolescente, quando morava naquela cidade que nunca me coube. Eu não tinha coragem de desejá-lo,  mas naquela sexta-feira 13 escolhi sentar na mesma pracinha da qual ele estava quase todas as outras sextas e nunca me notara, então ali fiquei e desafiei minhas próprias fantasias.Ele lia um livro de poemas e eu pensei em duzentos e oitenta e duas frases para puxar assunto com ele dizendo o quanto poemas era praticamente a minha forma de existir desde quando encontrei com a morte anos atrás, mas não ousei nada além do que apenas imaginar. Ele depois de uns minutos se levantou e foi embora, e eu nem pude perceber quando isso aconteceu porque já estava frustrado demais pensando nas minhas próprias impotências. Encontrei com ele novamente duas ruas depois, sentado no balcão daquela lanchonete cafona que tinha cheiro de mofo. E o mundo que nos separava desmoronou nos meus olhos naquele instante me fazendo sentir o coração apertar de medo, por cogitar que toda aquela fantasia que me distanciava dele, na verdade era uma fantasia que apenas me distanciava do meu próprio desejo. Para deixar claro, essa lanchonete cafona que tinha cheiro de mofo era a minha favorita há três meses desde quando eu descobrira o melhor café expresso com o melhor preço do bairro. Era lá naquele balcão que eu sentava por várias vezes na semana na hora do almoço e pedia um expresso e depois me perdia no bloco de notas do celular escrevendo os meus poemas sobre a vida e os desamores. Precisei de fôlego, mas fiz o mesmo que nas outras semanas fingindo normalidade e morrendo de medo de que ele pudesse achar que eu era um maníaco perseguidor de pessoas interessantes. Pedi meu expresso e me forcei a começar um novo poema para que ele pudesse notar o meu habitual. Já ele, apenas se afundava na tela do seu celular com cara de tédio enquanto o seu café esfriava. Rapidamente ele atendeu uma ligação e levantou às pressas, deixando seu livro de poemas jogado no balcão. Eu surtei no momento que percebi que ele havia esquecido o livro e ali senti que todo o nosso destino havia se cruzado por um livro esquecido numa lanchonete cafona. Carreguei o livro comigo para casa e o li por completo naquele mesmo final de semana. Não pude esperar por outro dia se não a segunda-feira para sair do trabalho e passar naquela pracinha e encontrá-lo lá, naquele mesmo banco de sempre para entregá-lo seu livro e iniciar a história que eu já havia vivido várias e várias vezes na minha cabeça. Acontece que ele não estava lá, nem na segunda, nem na terça, nem na sexta! Meu corpo doía por não encontrá-lo e minhas fantasias sobre o encontro só aumentavam. Três semanas se passaram e nada dele naquela pracinha que havia me apresentado o cara mais interessante do bairro, mas o livro de poemas nunca mais saiu da minha mochila. Era final de mês e eu já havia aceitado a ideia de que não o veria nunca mais, então fui me acostumando com a antiga rotina, até que de supetão meus olhos pairaram sobre ele novamente na minha lanchonete favorita de novo sentado da mesma maneira que eu havia o encontrado da outra vez. O momento havia chegado! Cheguei com um tom de pressa na lanchonete me sentando rapidamente e pedindo o meu café e parei meus olhos no dele: ━ Desculpe-me atrapalhar, mas me lembro de você há umas semanas atrás saindo apressado dessa lanchonete e deixando esse livro para trás. Guardei para você. Surpreso ele olhou para o livro do qual parecia nem se recordar mais e confesso que aquilo foi um soco no meu estômago. ━ Obrigado pela gentileza, não é sempre que isso acontece! ━ Que isso, fico lisonjeado em ter guardado um livro tão bom e ter a chance de entregá-lo para o verdadeiro dono. Naquele momento eu quis sumir imediatamente por ter percebido a minha fala mecânica e ensaiada saindo da minha boca. Eu era uma decepção a mim mesmo. Naquele mesmo momento ele pagou a conta em silêncio e foi embora. E depois nós nos encontramos muitas e muitas sextas-feiras e o seu olhar perdido em qualquer coisa que não fosse em mim me lembrava dolorosamente que a fantasia que eu carregava de que os nossos mundos não se cruzariam não era apenas uma imaginação, era a verdade nua e crua me lembrando meus desejos impossíveis.
Por Lucas Martins | @ensaiosobreotempo
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blogfamososnaweb · 8 years ago
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Ex-Rouge, Li Martins está grávida do primeiro filho
Ex-Rouge, Li Martins está grávida do primeiro filho
Quando um artista anuncia a chegada de um filho, logo a notícia se espalha entre os fãs e tudo vira festa. Se for a primeira gravidez, então a festa se torna ainda maior. Por isso quem está em festa são os fãs da cantora Li Martins, ex-integrante da girl band Rouge.
A confirmação foi dada pela assessoria de imprensa da cantora, que namora o modelo JP Mantovani desde 2015 quando os dois…
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vinhosemsegredo · 5 years ago
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Após 24 anos à frente da importadora Cellar, sua criação, Amauri de Faria resolveu viver a vida passando o bastão a um grupo de jovens empresários muito bem sucedidos. Gourmet refinado e ótimo faro para vinhos de grande distinção, Amauri transita entre França e Itália com enorme intimidade. Num belo almoço na Trattoria Fasano, o menu italiano da Chef Mara Zanetti Martin da Osteria da Fiore, Veneto, acompanhado de vinhos franceses escolhidos pelo anfitrião transcorreu com maestria.
  nada como iniciar com champagne
O brinde inicial segue a etiqueta ortodoxa, champagne Blanc de Blancs. A mais delicada, a mais mineral, a mais estimulante para o paladar. Esta cuvée especial denominada Les Chemins d´Avize é um millésime 2010 com vinhedos integralmente Grand Cru. Refinada, incisiva, e salivante, tal sua mineralidade. O longo trabalho sur lies de pelo menos cinco anos nas adegas confere um final de notas cremosas, sutilezas e longa persistência aromática. Surpreendentemente jovem e muito bem conservada.  Caiu como uma luva com as ostras gratinadas.
  o menu de quatro pratos
O segundo vinho, um Sancerre branco de Alphonse Mellot em sua cuvée especial denominada Edmond. São vinhas antigas em solos argilo-calcários com idade entre 40 e 87 anos. A vinificação à moda bourguignon é feita em barricas com posterior bâtonnage. O vinho adquire uma rica textura e ganha complexidade aromática. Foi muito bem com as ostras no sentido de harmonizar texturas, enquanto o champagne contrastou sua acidez e mineralidade com a fritura e o toque marinho das mesmas.
  a Borgonha entra em campo!
Terceiro vinho branco, provando que eles são muito gastronômicos. Este Premier Cru Champ-Canet de Jean-Marc Boillot tem menos de meio hectare com vinhas de 55 anos. O vinho é trabalhado em barricas de carvalho (30% novas) com sucessivos bâtonnages. A elegância de um Puligny tendo a fruta em plena harmonia com a madeira. Casamento perfeito com a massa verde ao molho de mexilhões e vôngoles. 
  rocambole de coelho, batatas e alcachofras
Eis que chega o primeiro tinto, Chambolle-Musigny de Frederic Magnien, um Premier Cru do vinhedo Borniques. Este vinhedo fica bem ao lado do grande Musigny, o único Grand Cru de Chambolle, pois Bonnes Mares é dividido com Morey-St-Denis. Talvez esta proximidade tenha passado uma certa austeridade ao vinho. Demorou para se abrir, provando que tem mais uns bons anos de guarda, dada a excelente safra 2015. Foi muito bem com o rocambole de coelho, guarnecido com batatas e alcachofras. Delicadeza de ambas as partes. Os demais convivas escolheram o fígado acebolado com purè de batatas que também harmonizou muito bem.
  que Bordeaux Supérieur!
Aqui está o pulo do gato para quem conhece vinhos a fundo. Escolher um grande Grand Cru Classé para o almoço é algo muito prazeroso, mas de resultado extremamente previsível. Agora, escolher um “simples” Bordeaux Supérieur com nível de Grand Cru Classé é coisa para Amauri de Faria. Quem já viu o histórico vídeo de uma degustação às cegas em Paris no restaurante Laurent, onde vários degustadores experientes, dentre eles Olivier Poussier, melhor sommelier do mundo no ano 2000, classificando o Chateau Reignac 2001, este acima na foto, como segundo melhor vinho do painel, concorrendo com feras do tipo Petrus, Margaux, Haut Brion, ficou absolutamente estarrecido com o resultado.
Pois bem, provado ontem com quase 20 anos de idade, o vinho está magnifico e sem nenhum sinal de decadência. Chateau Reignac fica na comuna de Saint-Loubès, bem ao norte de Entre-deux-Mers, um terroir absolutamente secundário. No entanto, os 79 hectares da propriedade fica numa croupe argilo-graveleuse de excelente drenagem, o mesmo perfil geológico do grandes vinhos de margem esquerda. Os rendimentos também são de Grand Cru Classé, apenas 26 hl/ha. O corte privilegia a Merlot, uva extremamente sedutora, com um pouco de Cabernet Sauvignon. O vinho passa 20 meses em barricas francesas. Portanto, o resultado da famosa degustação não foi uma avaliação amadora. O vinho é realmente magnífico!
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chateau diferenciado para um “simples” Sauternes
Novamente a mão de Amauri de Faria se faz presente. Uma escolha muito antiga da importadora Cellar e imbatível até hoje. Não existe no Brasil um vinho de apelação simples Sauternes com esta qualidade. Olhando a ficha técnica do Chateau Haut-Bergeron fica fácil entender a afirmação. Sua localização relativamente perto do grande Yquem, pertence à comuna de Preignac, a mesma do famoso Gilette, um Sauternes de estilo diferenciado. Seu corte com alta porcentagem de Sémillon (80 a 90%) favorece o ataque da Botrytis, além de conferir rica textura ao vinho. Agora o que realmente surpreeende é a idade das vinhas ao redor de 60 anos, além dos absurdos rendimentos por parreira entre 10 e 12 hl/ha, índices dos melhores Sauternes, incluindo o mítico Yquem. E realmente este Bergeron da safra 2009, uma das melhores deste novo século, estava deslumbrante. Rico em Botrytis, untuoso, e com um equilibrio entre açúcar e acidez, somente dos grandes Sauternes. Um fecho triunfal!
Olhando para os cinco felizardos à mesa, a qual me incluo, lembrei da frase de Jorge Paulo Lemann: se você é a pessoa mais inteligente da mesa, você está na mesa errada. É por isso que sempre estou na mesa certa. Obrigado Amauri pelo trabalho de mais duas décadas trazendo sempre vinhos de muito bom gosto e assim, elevando o nível de paladar do consumidor brasileiro, sobretudo os paulistanos, sua grande clientela. Que Bacco continue te iluminado nos melhores caminhos!
À mesa com Amauri de Faria Após 24 anos à frente da importadora Cellar, sua criação, Amauri de Faria resolveu viver a vida passando o bastão a um grupo de jovens empresários muito bem sucedidos.
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elmartillosinmetre · 5 years ago
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Ocho historias de mujeres (I)
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[Ilustración con la isla de Alcina en la edición de la única ópera conservada de Francesca Caccini]
Acantilado publica en español el exitoso libro de carácter divulgativo en el que la historiadora británica Anna Beer trata la vida de ocho compositoras que considera injustamente olvidadas
A la ciencia le sientan fatal los adjetivos. Desde cualquier punto de vista. También a las ciencias humanas (incluidas las artes), con sus especificidades. Puntualizo. Los estudios de historia social del arte han ayudado a ampliar la mirada sobre realidades que un tiempo pasaron desapercibidas. En este caso, el adjetivo (“social”) no es reductivo, no achica el foco, lo amplía. Pero al calor de ellos se han colado estudios que conscientemente parcelan y reducen. Hay, por ejemplo, musicólogas que se llaman a sí mismas feministas y que dicen hacer musicología con perspectiva de género. Yo no sé qué es la musicología con perspectiva de género ni para qué sirve, pero sí sé que tiene más que ver con la ideología que con la ciencia.
En ese entorno intelectual tan a la moda, y en la ideología que subyace a todo ello, protegida con fiereza desde la política, la universidad y el periodismo, encaja este libro publicado por Acantilado en español hace unos meses a partir de la edición original inglesa de 2016. Y aclaro: Anna Beer, su autora, no es musicóloga (como se esfuerza en demostrar involuntariamente una y otra vez a lo largo de la obra), y su libro no aporta absolutamente nada desde el punto de vista de la musicología; tampoco lo pretende. Beer es historiadora y ha destacado por la escritura de biografías de personajes ingleses (la de Bess Raleigh, esposa de Sir Walter, y la del poeta John Milton son las dos más aclamadas). En esa línea, este libro ofrece ocho ensayos biográficos, escritos con espíritu divulgativo, sobre otras tantas mujeres que se dedicaron a la composición musical entre principios del siglo XVII y finales del siglo XX.
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[La historiadora británica Anna Beer]
Anna Beer ha decidido acompañar el bello, poético e irónico título de su obra (Armonías y suaves cantos) de un subtítulo: “Las mujeres olvidadas de la música clásica”. Y el subtítulo es importante porque define la tesis que defiende el libro, y que cualquiera puede ya imaginar: olvidadas por el hecho de ser mujeres. Pero, ¿olvidadas? ¿De verdad? ¿Caccini, Strozzi, Jacquet de la Guerre, Martines, Schumann, Hensel, Boulanger y Maconchy, olvidadas?
¿Olvidadas?
El término “olvidadas” es demasiado ambiguo. Acotémoslo. ¿Olvidadas porque sus nombres no son populares? ¿Hasta qué estrato de conocimiento se mide la popularidad del nombre de un artista, muerto, en algunos casos, hace siglos para que podamos considerarlo un olvidado? ¿Abarca el imaginario popular más allá de tres o cuatro nombres de músicos clásicos (Bach, Mozart, Beethoven, Vivaldi)? Pero incluso, acercándonos al aficionado más tradicional a la música clásica, que básicamente es el aficionado al repertorio clásico-romántico, ¿soportarían algunos maestros esenciales en el devenir del arte musical su escrutinio?, ¿podría un aficionado medio situar a Josquin o a Monteverdi en la historia, aunque sólo fuera cronológicamente?
¿Olvidadas porque no hay bibliografía sobre ellas? Hace unas semanas un musicólogo español residente en Londres publicaba en un medio nacional una pequeña entrevista con la autora de este libro que empezaba con la pregunta de por qué había tenido que esperar él hasta ahora para que alguien le explicara “la interesante situación de la compositora Francesca Caccini en la corte de los Médici”. Pasmo absoluto. Sobre Francesca Caccini hay bibliografía desde el siglo XIX, y sobre la corte de Cristina de Lorena, aún más. La respuesta es que usted no ha tenido interés en saber. Sobre las ocho compositoras de las que se habla en este libro hay abundante bibliografía; de algunas, la documentación es ingente.
¿Olvidadas porque no se editan? La mayor parte de la música de estas mujeres está editada y en algunos casos su música es accesible gratuitamente a través de plataformas de Internet (busque aquí: imslp.org).
¿Olvidadas porque no se programan? No tengo datos objetivos al respecto, pero algunas de estas compositoras aparecen con normalidad en programas de conciertos desde hace décadas. Hay obras de Barbara Strozzi, por ejemplo, que son hit-parades del Barroco, y piezas de Schumann y Hensel son habituales de los mejores ciclos de cámara y de lied.
¿Olvidadas porque no se graban? La poca música que ha sobrevivido de Caccini está grabada, incluidas tres versiones diferentes de su ópera. Lo mismo ocurre con Strozzi, una compositora extraordinariamente popular en la discografía del siglo XVII. Podemos hacer la comparación con un compositor relevante de su época. He escogido a Giovanni Felice Sances (1600-1679), que fue nada menos que maestro de capilla de la corte imperial vienesa, un músico de enorme calado y trascendencia. Strozzi tuvo la suerte de publicar ocho libros de música profana a lo largo de su vida (uno se ha perdido). De Sances han sobrevivido cinco libros de música profana y ocho de música sacra, además de algunas óperas. Vayamos a Spotify: bajo el nombre de Sances nos salen siete álbumes monográficos; bajo el de Strozzi, catorce. Vayamos a Arkivmusic: Sances, 25 registros; Strozzi, 48. Vayamos a Amazon: Sances, 22; Strozzi, 64. De Jacquet de la Guerre hay registro de su ópera, de la mayoría de sus cantatas, de todas sus sonatas y al menos hay ya dos integrales de su música para clave. Martines dejó una obra breve, pero de su única sinfonía (obertura, realmente) hay al menos tres registros. También están grabados sus tres conciertos y sus sonatas, además de existir registros de cantatas y arias diversas. La fonografía ha descuidado en cambio su música sacra. Clara Schumann y Fanny Hensel tienen una copiosísima discografía. Algo parecido pasa con Lili Boulanger, de la que se ha grabado prácticamente toda su música. Y de Maconchy, posiblemente la menos popular de las ocho, no faltan registros: su integral de cuartetos, puede que lo más significativo de su obra, está grabada, pero también hay multitud de piezas sinfónicas y vocales en disco, incluidas algunas de sus óperas breves.
No, en absoluto puede afirmarse alegremente que estas ocho compositoras son olvidadas de la música clásica y de ningún modo están siendo silenciadas por un oscuro y siniestro poder heteropatriarcal.
Vayamos con el segundo tema: ¿les ha perjudicado su condición de mujeres? Esta cuestión hay que plantearla en tres tiempos: en su época, a lo largo de la historia, en la actualidad. Actualmente, su reputación no sólo no parece sufrir daño, sino que no deja de crecer (y el éxito de este libro ya es una prueba). La discriminación legal padecida por las mujeres hasta bien entrado el siglo XX (aún hoy persiste en muchos países, incluso en civilizaciones enteras) es una realidad incuestionable. Obviamente nacer mujer era un obstáculo para muchas cosas, incluida la dedicación al arte. Por otro lado, los valores dominantes en las sociedades occidentales sobre los roles sexuales actuaron hasta hace bien poco también negativamente en la valoración de las obras artísticas de las mujeres. Sin duda, su condición de mujeres afectó históricamente a la consideración que hasta hace bien poco se tenía de forma generalizada sobre su música.
Si las miramos en relación a su época, salvo Maconchy, que vivió de pleno ya la era de la democracia de masas, todas estas mujeres fueron, de un modo o de otro, unas privilegiadas, con acceso a una formación y unos medios para la expresión artística imposibles de imaginar para la mayoría de las personas (hombres o mujeres) de su tiempo. Por supuesto su condición femenina les planteó algunos límites, pero no era el sexo el único condicionante que impedía a los individuos desarrollar carreras artísticas, y desde luego, en su caso no fue el más importante.
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[Armonías y suaves cantos. Las mujeres olvidadas de la música clásica. Anna Beer. Traducción de Francisco López Martín y Vicent Minguet. Acantilado, Barcelona, 2019. 426 páginas.]
Pero, ¿quiénes fueron estas ocho compositoras cuyas vidas Anna Beer nos cuenta con tan indudable habilidad narrativa como machacona y sesgada insistencia en los prejuicios sexistas que afectaron a su trabajo?
Sus historias, su música
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[Retrato de joven llamada La bella, por Palma el viejo. A menudo, imagen usada para representar a Francesca Caccini]
1. Francesca Caccini (1587-d.1637). Llamada La Cecchina, fue hija de Giulio Caccini, uno de los compositores fundamentales en el desarrollo de la monodia acompañada en los primeros años del siglo XVII.
Admirada primero como cantante, debutó como compositora a los 20 años con un ballet que tuvo gran acogida. Fue protegida por Cristina de Lorena en la corte florentina de los Médici. En la década de 1620, y hasta la mayoría de edad del duque Fernando II, que se produjo en 1628, Caccini llegó a ser la artista mejor pagada de toda Florencia. En 1618 había publicado ya un libro de arias y dúos (Il primo libro delle musiche). Escribió varias óperas entre las que sólo ha sobrevivido La liberazione di Ruggiero dall'isola d'Alcina, representada en Florencia en 1625 y en Varsovia tres años después. En 1627 se había instalado en Lucca, donde en los primeros años 30, viuda por dos veces, vivía en una situación envidiable, aunque volvió a Florencia y trabajó otra vez para los Médici entre 1634 y 1637, cuando se le pierde la pista.
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[Barbara Strozzi en retrato de Bernardo Strozzi (no eran familiares)]
2.  Barbara Strozzi (1619-1677). Posiblemente hija natural del poeta Giulio Strozzi, quien en cualquier caso la adoptó, se convirtió en cantante admirada por su grácil virtuosismo. Fue discípula de Francesco Cavalli, el gran sucesor de Monteverdi en los teatros de ópera venecianos. No tuvo acceso a ellos como compositora, pero llegó a editar ocho libros de música profana entre 1644 y 1664, más que ningún otro compositor en esos años; en ellos se documenta el paso del universo del madrigal al de la cantata.
Participó al parecer con brillantez desde joven en las reuniones de los Unisoni, una rama de los Incogniti creada por su padre. En ambos casos se trataba de academias intelectuales dominadas por el republicanismo, el escepticismo y un cierto aire de libertinaje que no pude entenderse al modo actual, sino más bien en el del fomento de la absoluta libertad de pensamiento. Tampoco puede entenderse en sentido moderno el hecho de que Barbara asumiera el papel de cortesana en el mundo veneciano de su tiempo, aunque el sexo jugara obviamente su papel y Strozzi tuviera multitud de amantes nobles. Beer afirma que en sus relaciones con Giovanni Paolo Vidman, que le dio tres hijos, el papel de Barbara fue más el de una concubina. Barbara Strozzi gozó de una sólida posición social y económica y de un notable prestigio como cantante y compositora toda su vida.
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[Elisabeth-Claude Jacquet de la Guerre retratada por François de Troy]
3.  Elisabeth Jacquet de la Guerre (1665-1729). Hija de organista, Elisabeth Jacquet fue una niña prodigio en el Versalles de Luis XIV. Pero, siguiendo a Suzanne Cusick, musicóloga del género, Anna Beer considera que llamarla así es sólo un arma para minusvalorar su talento como mujer, ya que de este modo Elisabeth pasa a ser una especie de monstruito, una simple excepción entre las por norma imperfectas mujeres. (Supongo que cuando se dice exactamente lo mismo de compositores como Mozart, Mendelssohn, Saint-Saëns o Korngold significa justamente lo opuesto. Cosas del heteropatriarcado.)
A los 15 años, la joven entró al servicio de Madame de Montespan, la más poderosa amante del rey hasta la llegada de Madame de Maintenon, con la que Luis XIV llegaría a casarse en secreto. Para entonces, Elisabeth había dejado el servicio de Montespan, pues antes de cumplir los 20, se casó con el organista Marin de la Guerre y se trasladó a París, donde siguió gozando de gran prestigio como clavecinista. En 1687 publicó su primer libro de obras para clave, que venía antecedido por la típica y estereotipada dedicatoria de servicio y fidelidad incondicional al rey (lo que Beer juzga de “lamentable servilismo”), aunque destacó también por sus piezas dramáticas, especialmente cantatas. Compuso igualmente un ballet en 1691 (hoy perdido) y una ópera, Céphale et Procris, que en 1694 se estrenó en la Academie Royale de Musique con escaso éxito, lo que la alejó del teatro. Desde 1707 publicó tres libros de cantatas, uno de sonatas para violín, recopilaciones varias de canciones y un segundo libro de piezas para clave. Regentó un salón de música y debate y llevó una vida acomodada. Su obra está en proceso de plena recuperación. Catherine Cessac, musicóloga sin adjetivos y su biógrafa, usó como epigrama para ella una frase de Jean de la Bruyère: “Si la ciencia y la sabiduría se encuentran unidas en una sola persona, no me intereso por su sexo: la admiro”. Pero a Beer tampoco le parece bien y riñe a Cessac por no ser suficientemente feminista y no darse cuenta de las cosas que le fueron negadas a Jacquet de la Guerre por el hecho de ser mujer, entre otras ocupar una tribuna de un órgano y ser compositora oficial de la corte. Sea.
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[La compositora vienesa, hija de napolitano y alemana, Marianna Martines] 
4.  Marianna Martines (1744-1812). Esta vienesa hija de un napolitano que trabajó de maestro de ceremonias en la embajada papal fue protegida de Pietro Metastasio, el gran poeta de la corte imperial, que se tomó su formación casi como un proyecto personal, en el que como profesores participaron Porpora y Haydn, entre otros.
Tuvo amplio reconocimiento como cantante, instrumentista y compositora. Aunque no salió nunca del ámbito de los conciertos privados vieneses, su música alcanzó resonancia internacional, especialmente a partir de que en 1773 la prestigiosa Academia Filarmónica de Bolonia la eligiera como miembro. Jamás viajó a la ciudad italiana, como era preceptivo, contentándose con mandar un Dixit Dominus que los académicos, haciendo con ella una excepción, aceptaron. Beer cuelga en la vida de Martines la etiqueta del decoro, gran virtud femenina de su tiempo: “El decoro impregnó cada compás de su obra y cada hora de su vida”. ¿Cómo lo sabe? En realidad es imposible saber algo así. Sí sabemos que Martines (su padre cambió la ortografía española del apellido al llegar a Viena) eludió siempre tanto la edición de su música como los viajes y llevó una vida cómoda, regentando ella misma una sala de conciertos, que frecuentaron Haydn y Mozart, y una academia de canto, y escribiendo en un estilo más bien conservador, obras vocales, tanto religiosas como profanas, incluidos dos oratorios y varias misas, y algunas piezas orquestales (una gran obertura) y para teclado solista o acompañado (tres conciertos).
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[Fanny Hensel, nacida Mendelssohn]
5.  Fanny Hensel (1805-1847). Se cuenta que cuando Fanny Mendelssohn nació en 1805 una de las primeras cosas que su madre dijo de ella fue: “Unas manos perfectas para tocar fugas”. Sea cierta o no, la anécdota basta para entender el ambiente en el que nació esta mujer que andando el tiempo sería conocida por ser la hermana mayor de Felix, con quien tuvo una estrechísima relación.
Hijos de un banquero (Abraham) y nietos de un influyente filósofo (Moses), los Mendelssohn encontraron todo tipo de estímulos para dedicarse a la música, aunque a Fanny su padre le recomendó no hacer de ello su profesión, en un consejo en que se unían los prejuicios sexistas (la música debía ser adorno para las mujeres) con los deseos de protección dentro de una sociedad en la que crecía imparable el antisemitismo. Fanny no dejó en cualquier caso nunca de componer y cuando se casó con el pintor Wilhelm Hensel, este la animó no sólo a seguir haciéndolo sino a editar su música. A pesar de las numerosas ofertas de las editoriales alemanas, Fanny sólo se decidiría a hacerlo en 1846, un año antes de su prematura muerte por un ictus, la misma causa que acabaría con la vida de su más célebre hermano sólo seis meses después. En ese año final de su vida, la compositora publicó once colecciones de música entre canciones, piezas de piano y un trío. El total de su catálogo incluye hoy más de 400 piezas, en las que dominan las más requeridas en los ámbitos domésticos de la época, canciones y obras pianísticas breves, pero dejó también algunas piezas teatrales, cantatas, obra de cámara diversa y una obertura sinfónica. Tiene razón Beer cuando afirma que ese predominio de la canción y la pieza pianística de carácter reflejaban los “ideales estereotipados de feminidad” de la época, que requerían de las mujeres “obras amables, sencillas y eminentemente emocionales, no complejas o intelectuales”, ideales que, es justo también decir, no siempre cumple la música de Fanny Hensel.
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isabellamlucena · 6 years ago
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Poesia como abrigo
A poeta alagoana Karen Pimentel conta suas primeiras experiências como autora
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Foto: Acervo Pessoal
Em um trecho de A Hora da Estrela, Clarice Lispector dizia que sua força vinha da solidão.  Assim como sua musa, Karen Pimentel também tirou sua força dela, usando a solidão como tema principal de sua obra. Apaixonada por literatura desde a adolescência, ela sempre escreveu como forma de retratar e de colocar pra fora seus conflitos pessoais. Solidões narra a sua história metaforicamente, mostrando versões da autora em meio a poemas escritos entre Montevidéu e Maceió. Os poemas falam sobre o sentimento de não pertença, sobre as solidões cotidianas e relacionamentos. “O Solidões ele fala muito desse não pertencer e desse tá sempre buscando uma validação, uma aceitação do outro e essa é uma Karen que eu quero deixar para trás, sabe?’’
Parte da nova geração de poetas alagoanos que vem surgindo ultimamente, seu livro de estreia foi publicado no edital da Imprensa Oficial Graciliano Ramos no final do ano passado. Aos 23 anos, Karen é bacharel em direito e atualmente reside em São Paulo, trabalhando no Tribunal de Justiça de São Paulo. Quando questionada, é assim que ela se define, “porque eu não consigo me descrever assim de maneira literal, por isso que escrevo poesia.’’
Nessa conversa, Karen contou para o Circulador sobre como começou sua imersão no mundo da literatura, seu processo de escrita, sua relação com a poesia e sobre a experiência de publicar seu primeiro livro.
CIRCULADOR – Como começou o seu contato com o mundo da literatura?
KAREN PIMENTEL – O meu contato com a literatura começou de uma maneira que eu acredito ter sido um pouco tardia. Eu sou uma incentivadora para que as crianças já tenham contato cedo com o mundo da literatura. Estudei em bons colégios que me incentivaram nesse sentido, mas eu não tinha tanto incentivo em casa. Foi mais ou menos nos meus 14, 15 anos que eu tive um contato maior com a literatura e me apaixonei. Eu gostava muito de ir na biblioteca do Sesc Poço, minha mãe trabalhava lá e aí eu saía catando nas prateleiras. O meu primeiro contato com a Clarice Lispector foi assim. Eu peguei aquele livrinho fininho lá, A Hora da Estrela e eu me emocionei muito. Aí eu fui pro de contos, Felicidade Clandestina e de alguma forma eu me identificava muito com o que ela escrevia e eu não sabia explicar. Depois eu comecei a ler muitas distopias, li bastante George Orwell, Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo, 1984, os clássicos, Laranja Mecânica. Eu comecei assim e depois eu desembestei, comecei a perceber que eu gostava mesmo era de um tipo de literatura mais poética.
Você sempre quis escrever um livro?
Eu comecei a ter vontade de escrever um livro na adolescência, quando eu era muito inquieta com as coisas que eu sentia. Eu fui começar a fazer terapia já adulta, depois de entrar na faculdade e naquela época, eu não encontrava formas de lidar com os múltiplos que existiam dentro de mim, as múltiplas faces de uma pessoa só e com a solidão que eu sentia de não me encaixar. Eu acho que uma frase que me acompanhou muito na adolescência foi o não pertence, eu sentia um não pertencimento e uma tristeza assim que eu não conseguia entender. Aí eu comecei a escrever como uma forma de falar sozinha sem parecer doida. E apesar de ser, de eu falar que é terapêutico, é terapêutico, o processo em si da escrita pra mim era doloroso, era meio sozinho. Mas foi mais pra lidar com os meus demônios mesmo internos, que eu comecei a escrever. Me interessava muito na adolescência e desde então eu tive essa ideia: ah, queria escrever um livro, queria colocar pra fora, pro mundo, pro que eu falo sozinha aqui conseguir comunicar com alguém, sabe?
Como foi que você começou a escrever poesia?
Eu comecei a escrever poesia porque era o que dava pra eu escrever. Eu não tinha muito contato com a poesia em si. Eu lia muito prosa, mas era uma prosa mais poética, daí quando eu fui começar a escrever com meus 14, 15 anos, eu tentava escrever prosa mas aquilo não era prosa, sabe? Aí eu ficava puta merda, eu não sei escrever, eu não nasci pra escrever, isso não é pra mim. Porque eu ficava insistindo, tentava escrever prosa, tentava escrever uma história, tentava ficar criando trama, personagem, cenário e os elementos de uma narrativa e eu não conseguia. Às vezes era só, sei lá, uma grande linha de pensamento, um fluxo de pensamento e criação de imagens. Era mais ritmo do que qualquer outra coisa, do que contar uma história. Mas aí eu percebi que não dava para mim essa história de prosa e comecei a ver que o meu lance era poesia mesmo, que sempre que eu sentava para escrever saía poesia. Então foi no próprio processo criativo que eu descobri que o meu lance era poesia e não prosa.
Você tem planos de escrever outros gêneros literários além da poesia?
Então, eu não tenho planos de escrever outros gêneros literários. Na verdade, a minha profissão mesmo é com o direito, trabalho no Tribunal de Justiça, sou formada em Direito. A literatura sempre foi e sempre será uma parte de mim. Só que eu sei que literatura não é só inspiração, é muito trabalho. E para escrever prosa ou outros gêneros literários, isso dependeria de mais tempo de dedicação e de aprender técnicas e de utilizar. Infelizmente, agora não tá muito nos meus planos. Então como a poesia é o gênero que eu estou mais acostumada, quando escrevo, escrevo poesia mesmo, que é o que eu sei, que é o que eu faço melhor.
Como foi publicar seu primeiro livro?
Publicar esse livro foi uma experiência única, marcou uma transição muito forte na minha vida. Porque o Solidões ele fala muito desse não pertencer e desse tá sempre buscando uma validação, uma aceitação do outro e essa é uma Karen que eu quero deixar para trás, sabe? Que eu quero deixar de lado, que eu quero deixar na história, deixar registrada nesse livro. Não quero ser mais a Karen que escreveu Solidões. É outra pessoa assim. E foi muito importante para mim, foi um registro histórico mesmo de uma parte da minha vida. Foi conseguir comunicar, porque eu acho que uma grande parte do meu sentimento de não pertença, de solidão, era que às vezes eu sentia que eu não me comunicava com os outros. Eu precisava falar sozinha e aí eu usava da escrita para isso, da literatura, para conseguir conversar sozinha, mas agora o meu livro tá saindo por aí e conversando com os outros. É como se eu tivesse conversando com todo mundo agora, e sempre foi essa a minha vontade, então eu fiquei muito feliz.
Como se deu o processo de escrita de Solidões?
O Solidões surgiu dessa ideia que eu já tinha de juntar os poemas que tratassem dessa mesma temática, de se sentir meio de fora, meio longe, de tentar se conectar com o outro e não conseguir, de sentir que as relações escapavam pelas minhas mãos e de não ser aceita, de não me encaixar. Eu já tinha alguns poemas escritos pela minha vida e aí eu comecei a fazer uma seleção mesmo, como se fosse uma curadoria dos poemas que eu achava que se encaixavam. Em 2016 eu fiz uma viagem para o Uruguai, fiz intercâmbio e passei 6 meses lá. Lá eu escrevi bastante, parece que aquela cidade (Montevidéu) é mágica. Geralmente o processo de escrita começava num verso que me ficava na cabeça, eu ficava com aquele verso, que vinha, como se fosse uma comichão assim por dentro de que eu precisava escrever. Aí eu escrevia um verso, deixava ele de molho, depois eu pegava os versos, sentava e aí vem a parte do suor. Já tinha tido um insight, já tinha tido inspiração e aí vem a parte do tá, o que é que eu vou fazer com isso agora? Eu pegava o computador ou então no caderno mesmo e dali de uma frase, de um verso que me martelava na cabeça, de um tema, eu ia construindo. Riscava muito, rabiscava, mudava muitas vezes. Para sair um poema eram cinco folhas de caderno riscadas. Depois eu ia trabalhando em cima do poema. Quando eu fiz essa curadoria dos poemas que eu já tinha escrito na minha vida, restaram muitos que eu escrevi em Montevidéu, alguns que eu escrevi em 2016, alguns que eu tinha escrito em 2015 e em 2017 e dois poemas que são da minha adolescência. O poema que se chama Sal, e um poema chamado 5h45, escrevi os dois aos 15,16 anos. Achei que eles também dialogavam com a proposta de solidões.
Quem são suas principais influências na hora de escrever?
Em 2015, 2016, eu tava na onda de levar a literatura mais a sério. Desde a adolescência, eu escrevia muito poema, mas lia pouco poesia, foi a partir de 2015 que eu comecei a conhecer mais e a me identificar com muitas mulheres. Eu adoro Drummond, é um dos meus poetas preferidos, mas eu gosto muito, me identifico muito com poetas mulheres. Lá no Uruguai, eu conheci uma poeta chamada Alejandra Pizarnik, ela é argentina, se suicidou muito jovem. Eu li um livro dela lá que me abalou, e desde então a Alejandra é uma referência para mim.Também me influenciam muito poetas contemporâneas de literatura brasileira, a Ana Martins Marques, a Marília Garcia. As poetas alagoanas, Ana Maria Vasconcelos, que tem um livro chamado Grão, publicado pela Imprensa Oficial, a Gabriela Holanda, que tem um livro chamado Monocromático, publicado pela Imprensa Oficial também, a Natália Agra, autora de De Repente é Chuva. E a Amanda Prado, que publicou comigo recentemente no mesmo edital. Ela é a poeta que eu mais me identifico atualmente. Em 2015, eu também conheci a Angélica Freitas, autora de O Útero é do Tamanho de um Punho, que me influenciou muito… E mulheres, mulheres poetas que me incentivaram, basicamente, que são muito minha referência na hora de escrever, na minha maneira de enxergar o mundo e de enxergar a literatura. E a paixão que eu sinto pela literatura é a Clarice Lispector, essa mulher que me abalou assim.
Como foi a experiência de participar do edital da Imprensa Oficial Graciliano Ramos?
Participar do edital da Graciliano foi um processo bem legal, gostei muito. Eu tenho amigos que já publicaram por ela e eu acho um espaço importantíssimo para fomentar a produção literária em Alagoas. Eu já tinha participado uma vez em 2016 e o livro não foi selecionado, mas era outro livro, outro título, outra coisa. O Solidões é um livro bem mais maduro, e eu tô muito feliz que foi ele que saiu e não o outro que eu mandei.
Na sua opinião, quais são os principais desafios para um novo escritor no cenário cultural alagoano?
Os principais desafios para um novo escritor principalmente aqui em Alagoas é que as opções são um pouco limitadas de publicação, então a gente depende muito dos editais, basicamente dos editais públicos, como o da Imprensa Oficial. Tem alguns concursos que às vezes a universidade promove, mas eu sinto que a gente fica com o leque de escolhas um pouco reduzido. Existem algumas iniciativas autônomas que não dependem do estado e de editais necessariamente, mas de maneira geral, a maioria das pessoas acaba dependendo sempre dessas alternativas. Além disso, é todo um processo para conseguir ser publicado, sempre uma seleção, um critério de escolha e às vezes a sua proposta não se enquadra naquilo. Depois de muito trabalho, depois de várias tentativas, é que você finalmente consegue ser publicado. Também tem todo um problema de divulgação. Claro, a Imprensa Oficial dá um apoio, mas você tem que sair com seu livro debaixo do braço, fazendo sua publicidade. Ela consegue colocar os livros a venda na rede de livrarias que existe em Maceió, o que também é uma pena, pois basicamente só existe uma rede de livrarias. Mas, tirando isso, é o escritor que tem que usar a internet, usar as redes sociais, tentar participar dos eventos literários para conseguir levar o seu livro. É um trabalho árduo mesmo, porém eu fico feliz de ver que existem várias iniciativas de gente que se importa com a literatura em Alagoas. Nem tudo tá perdido, nem tudo é só sofrimento. Quando a gente se vê perto de outros que passam por situações parecidas, a gente consegue se dar uma força. Existem grupos literários como o Ofélia, a oficina do Sesc, o Ignoto Literário, o Pernoite, pessoas que se reúnem para discutir e fazer literatura. E recentemente foi lançado um fórum de literatura alagoana que pretende reunir todos esses grupos literários em Alagoas, pro pessoal tentar se articular. Então, se as situações são difíceis e as condições são difíceis eu acho que a gente se unindo consegue tentar transpor essas barreiras e dificuldades.
Quais são seus planos pro futuro? Você pretende publicar outros livros?
Os meus planos para o futuro envolvem tentar entrar no mestrado em Direito. Eu não vislumbro publicar um novo livro assim tão breve. Pode ser que aconteça de eu ir escrevendo, mas agora meu foco tá mais na minha carreira jurídica mesmo. Mas a gente nunca sabe o que pode acontecer. Eu nunca vou largar a literatura e ela nunca vai largar de mim. Então pode ser que eu volte a escrever com mais frequência, mas eu não tenho nenhum projeto fechado.
Entrevista produzida para a disciplina de Jornalismo Cultural da Professora Janayna Ávila
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bloglivre-blog · 5 years ago
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TOP 10: Séries inéditas que estreiam em 2018
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TOP 10: Séries inéditas que estreiam em 2018
Depois de The People v. OJ Simpson a série antológica American Crime Story – que a cada temporada conta uma história independente baseada em algum crime real que ganhou comoção pública – está de volta para o seu segundo ano com o título nacional de O Assassinato de Gianni Versace (The Assassination of Gianni Versace), o famoso estilista de alta costura italiano. A série antológica baseada em crimes reais, estreia amanhã (18), às 23h, no canal FX.  Se você é apaixonado por séries confira a lista abaixo com 10 séries inéditas que estreiam em 2018:
1 – PHILIP K. DICK’S ELECTRIC DREAMS (Amazon)
Há poucos meses, o legado do escritor Philip K. Dick voltou aos cinemas com Blade Runner 2049, dirigido por Denis Villeneuve. Agora o autor será revisitado por meio da série de antologia Philip K. Dick’s Electric Dreams, criada por Michael Dinner para o Amazon Video, serviço de vídeo sob demanda da Amazon. Difícil evitar a comparação com Black Mirror no sentido de que ambas fazem o espectador pensar sobre o mundo e o impacto do desenvolvimento tecnológico suas vidas. Enquanto Black Mirror é claramente uma obra de ficção científica, Philip K. Dick’s Electric Dreams incorpora elementos da fantasia, misturando os dois gêneros.
No elenco da produção estão nomes como Anna Paquin, Terrence Howard, Steve Buscemi e Bryan Cranston, um dos produtores executivos junto com Ronald D. Moore, Michael Dinner e outros. A série chegou ao Brasil na última sexta-feira (12) pelo serviço de streaming Amazon Prime Video. Em formato antológico, com episódios independentes entre si, o seriado adapta dez contos do autor, em tramas de 50 minutos de duração cada. A editora Aleph lançará em março uma coletânea homônima do escritor.
2 – O ASSASSINATO DE GIANNI VERSACE: AMERICAN CRIME STORY (FX)
A série antológica que a cada temporada conta uma história independente baseada em algum crime real que ganhou comoção pública estreia amanhã (18), às 23h, no canal FX.  O seriado, com 10 episódios, vai abordar o assassinato do famoso estilista italiano Gianni Versace (Édgar Ramirez). O designer de moda foi morto na escadaria de sua mansão a tiros pelo serial killer Andrew Cunanan (Darren Criss).
A temporada analisa o assassinato do estilista, mergulha no trabalho da polícia e do FBI na busca pelo criminoso, que nunca foi capturado, e no relato do sofrimento de seus familiares. Especula-se que o crime poderia ter sido evitado, se não fosse a homofobia na polícia norte-americana, já que ele cometeu quatro crimes antes de matar o designer, mas nunca foi capturado.
Penélope Cruz assumirá o papel de Donatella Versace, a irmã do estilista, enquanto Ricky Martin será o modelo Antonio D’Amico, companheiro do designer durante 15 anos. O Assassinato de Gianni Versace ainda nem estreou, mas já está criando controvérsia com as pessoas que terão suas vidas retratadas. Em entrevista para o The Guardian, Antonio D’Amico criticou a recriação da morte para o show:
“Aquela imagem de Ricky Martin segurando o corpo em seus braços é ridícula. Parece uma imitação de Pietá, de Michelangelo. Talvez seja licença poética do diretor, mas não foi assim que reagi. Quando ouvi os tiros, senti meu corpo congelar. Vi Gianni deitado na escadaria, cercado de sangue. Naquele ponto, tudo escureceu. Alguém me afastou e eu não vi mais nada.”
Os atores Max Greenfield, Finn Wittrock e Annaleigh Ashford completam o elenco. American Crime Story é desenvolvida por Scott Alexander e Larry Karaszewski, que são produtores-executivos em conjunto com Ryan Murphy, Nina Jacobson, Brad Simpson e Brad Falchuk.
3 – MOSAIC (HBO)
Mosaic é uma nova experiência narrativa da HBO. A trama gira em torno da morte da celebridade Oliva Lake. O espectador poderá analisar pistas e escolher a ordem de abordagem por meio de um aplicativo da série. Com direção de Steven Soderbergh (Logan Lucky: Roubo em Família) e roteiro de Ed Solomon (Truque de Mestre), o aplicativo que permite a interatividade do espectador com a série não chegará ao país, mas a produção estreia dia 22 janeiro de 2018 pela HBO, às 23h, no Brasil. Soderbergh explica:
“É um assassinato. Mas não é um assassinato cheio de mistérios. Há dois períodos diferentes, um atual e outro de quatro anos atrás. Esse caso, que todo mundo achou que estava resolvido, é reexaminado com resultados interessantes. Então você pode voltar e avançar dependendo de quem você quer acompanhar naquele ponto. Parece ser o tipo de história que se beneficia de perspectivas múltiplas. Escrever e editar isso foi complicado.”
Estrelada pela atriz Sharon Stone interpretando Olivia Lake, uma bem-sucedida autora e ilustradora de livros infantis cujo idealismo é sufocado por uma série de decepções, mentiras, corrupções e assassinatos. O elenco conta com Garrett Hedlund, Frederick Weller, Beau Bridges, Paul Reubens, Jennifer Ferrin, Devin Ratray, Michael Cerveris, James Ransone, Jeremy Bobb e Maya Kazan. Mosaic é uma série limitada em seis partes, com uma hora de duração cada,com produção executiva de Casey Silver e Michael Polaire. A coprodução executiva é de Adrian Sack, coprodução de Joseph Reid e música de David Holmes. A direção de fotografia é de Peter Andrews (heterônimo de Steven Soderbegh) e edição de Mary Ann Bernard Carmen (outro heterônimo do diretor).
4 – ALTERED CARBON (Netflix)
Essa é a adaptação do romance cyberpunk homônimo de Richard Morgan. No livro os humanos desenvolveram uma tecnologia que permite transferir as memórias e a consciência para uma espécie de chip, chamado Stack, que pode então ser inserido em um novo corpo, conhecido como Sleeve na série. Aos ricos é possível trocar de corpos à vontade enquanto os pobres têm que se contentar com o que lhes é oferecido pelo governo.
O seriado conta a história do ex-agente especial Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman), que volta dos mortos para investigar a morte do homem mais rico do mundo. A imortalidade e o que isso significa para a humanidade é o principal tema abordado no seriado. A primeira temporada terá dez episódios com estreia na Netflix em 2 de fevereiro de 2018.
5 – ROSEANNE (ABC)
Há 29 anos a atriz, escritora e comediante Roseanne Barr estreava na comédia Roseanne, exibida originalmente pela ABC na televisão americana. O show foi exibido de 1989 a 1996 nos Estados Unidos e louvado pelo seu retrato realista de uma família trabalhadora de classe média moradora de Conners, Illinois. Apesar da nova versão não ter explicado nada a respeito de como a personagem retornará, no vídeo ela diz ao ao marido: “Você não pode viver no passado, Dan! Quando as coisas vão embora, elas vão embora para sempre”, uma ironia e brincadeira a respeito do próprio retorno da série.
Aclamada pela representação realista de uma família americana de classe média, os novos episódios do revival da série estrelada por Roseanne Barr (Roseanne) reunirão todos os membros originais: John Goodman (Dan), Sara Gilbert (Darlene), Laurie Metcalf (Jackie), Michael Fishman (DJ) e Lecy Goranson (Becky). A atriz Sarah Chalke, que interpretou a personagem Becky em épocas anteriores, também aparecerá em outro papel. Roseanne estreia no canal de TV americano ABC em 2 de fevereiro de 2018.
6 – OBJETOS CORTANTES (HBO)
Depois do sucesso de Big Little Lies, também produzida pela HBO, chegou a vez de Objetos Cortantes. Baseada no livro homônimo da escritora americana Gillian Flynn (a mesma de Garota Exemplar, que já rendeu material para os filmes Garota Exemplar (2014), de David Fincher, e Lugares Escuros (2015), com Charlize Theron), a série será dirigida por Jean-Marc Vallée (Clube de Compras Dallas), responsável por todos os sete episódios da primeira temporada de Big Little Lies.
Estrelada por Amy Adams (Animais Noturnos) e Patricia Clarkson (Ilha do Medo), o cineasta revelou durante entrevista para o site Collider que o plano inicial era transformar Objetos Cortantes (primeiro livro da autora) em filme, mas a ideia mudou após a chegada da produtora Marti Noxon (UnREAL), que assume a função de showrunner da minissérie. A trama conta a história da repórter Camille Preaker (Amy Adams), que retorna (a contragosto) para sua cidade natal a fim de investigar os assassinatos de duas garotas pré-adolescentes. Ao mesmo tempo, Camille – recém-saída de um hospital psiquiátrico – precisa conviver com a mãe hipocondríaca (Patricia Clarkson) e a meia-irmã que mal conhece. O seriado será lançado em junho de 2018 pela HBO. O livro de estreia de Gillian Flynn foi publicado no Brasil pela editora Intrínseca em 2015.
7 – PATRICK MELROSE (Hulu)
Depois de brilhar na série Sherlock – drama policial da BBC moderno, ambientado nos dias atuais, baseado nas histórias de Sherlock Holmes, personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle – Benedict Cumberbatch, também conhecido por seu papel como Stephen Strange/Doutor Estranho, será o protagonista da minissérie Patrick Melrose baseada nas obras de ficção do autor e jornalista Edward St. Aubyn.
O ator britânico irá interpretar o personagem título, descrito como um playboy escandalosamente engraçado que luta contra problemas de vício com o passar dos anos. A trama vai mostrar sua infância privilegiada, mas profundamente traumática, no sul da França; o abuso de substâncias graves em seus vinte anos em Nova York e, em última instância, seu caminho rumo à recuperação em casa, na Grã-Bretanha. Patrick Melrose é uma série limitada, dividida em cinco partes, do canal Showtime que promete ser mesmo tempo angustiante e hilária.
8 – CASTLE ROCK (Hulu)
A ideia do seriado de antologia é reunir as várias histórias de terror da frutífera obra de Stephen King no mesmo universo. Bill Skarsgård, por exemplo, que vive o palhaço Pennywise no remake de It: A Coisa, está no elenco como um jovem com um problema judicial incomum. Todos os episódios se passam na cidade de Castle Rock, recorrente na obra do escritor. Produzida por J.J. Abrams, a série estreia no Hulu em 2018, mas ainda não tem data definida.
9 – THE UMBRELLA ACADEMY
Gerard Way e Gabriel Bá reunidos no set da adaptação da Netflix
Inspirada na obra vencedora do Eisner Award de Melhor Minissérie em 2008, The Umbrella Academy é uma graphic novel escrita por Gerard Way e ilustrada pelo quadrinista brasileiro Gabriel Bá, a série acompanha um grupo de seis crianças com super-poderes, que foram adotadas por um milionário e criadas como super-heróis. No Brasil, foi lançado pela editora Devir em dois volumes (Volume 1: A Suite do Apocalipse e Volume 2: Dallas) além de estar disponível na plataforma de leitura de quadrinhos digitais via streaming Social Comics.
O live-action da Netflix vai acompanhar a família disfuncional de super-heróis que tentará resolver a misteriosa morte do seu pai, Reginald Hargreeve, assim como lidar com suas diferentes personalidades. Ellen Page interpretará Vanya, a filha adotada de Hargreeves que, entre os irmãos, é a única sem poderes especiais. Outros cinco atores já estão confirmados: Tom Hopper (Spaceboy); David Castañeda (Kraken); Emmy Raver-Lampman (Rumor), Robert Sheehan (Seance) e Aidan Gallagher (Número 5).
O piloto da série foi redigido por Jeremy Slater. O showrunner da produção é Steve Blackman (Fargo), além de atuar como produtor executivo com a Bluegrass Television, e com Mike Richardson e Keith Goldberg da Dark Horse Entertainment. The Umbrella Academy está previsto para estrear em 2018 na Netflix.
10 – MANIAC (Netflix)
Emma Stone e Jonah Hill no set de filmagens de Maniac, série de comédia da Netflix
A série de comédia dirigida criada por Patrick Somerville e dirigida por Cary Fukunaga, que retorna à TV depois do sucesso da primeira temporada de True Detective (HBO), foi encomendada pela Netflix para uma primeira temporada de dez episódios. Ambientada nos anos 80, a trama segue um homem que vive em um mundo de fantasia dentro de sua cabeça, mas na realidade está preso em um hospital psiquiátrico.
A produção da Paramount TV procura por roteiristas atualmente. O elenco inclui Emma Stone, Jonah Hill, Justin Theroux, Julia Garner, entre outros. Stone e Hill, que atuaram juntos em Superbad, viverão pacientes desse mesmo hospital. Maniac é um remake da série norueguesa de 2014 dirigida por Kjetil Indregard. A Netflix ainda está sem data de estreia, mas é provável a produção que chegue às telinhas em 2018.
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astroimages · 6 years ago
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Marte acaba de receber seu novo robô residente. O módulo de pouso InSight (Interior Exploration using Seismic Investigation, Geodesy and Heat Transport) da NASA, tocou com sucesso a superfície do Planeta Vermelho, depois de uma jornada de quase sete meses e 458 milhões de quilômetros desde o dia que partiu da Terra.
A missão de dois anos da InSight irá estudar o interior profundo de Marte para aprender como todos os corpos celestes com superfícies rochosas incluindo, a Terra e a Lua se formaram.
A InSight foi lançada desde a Base da Força Aérea de Vandenberg na Califórnia em 5 de Maio de 2018. O módulo tocou o solo Marciano nessa segunda-feira, dia 26 de Novembro de 2018 no lado oeste da Elysium Planitia próximo ao equador marciano, com um sinal afirmando uma sequência completa de pouso aproximadamente às 18:00, hora de Brasília.
“Hoje, nós pousamos com sucesso em Marte pela oitava vez na história da humanidade”, disse o administrador da NASA, Jim Bridenstine. “A InSight irá estudar o interior de Marte, e nos irá ensinar uma ciência valiosa enquanto nos preparamos para mandar astronautas para a Lua e mais tarde para o próprio Marte. Essa realização representa a igenuidade da América e de nossos parceiros internacionais e serve como um atestado da dedicação e da perserverança do nosso time. O melhor da NASA ainda está por vir e isso acontecerá logo”.
O sinal do pousou foi enviado para ao Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, através de um dos pequenos CubeSats experimentais chamados de MarCO, ou Mars Cube One, que foram lançados no mesmo foguete que lançou a InSight e a seguiu até Marte. Eles são os primeiros CubeSats a serem enviados para o espaço profundo. Depois de realizar com sucesso uma série de experimentos de navegação e de comunicações, os CubeSats gêmeos MarCOs foram colocados numa posição para receber transmissões durante as etapas de entrada, descida e pouso da InSight.
“Nós atingimos a atmosfera marciana a uma velocidade de 19800 km/h e toda a sequência até tocar a superfície de Marte durou seis minutos e meio”, disse Tom Hoffaman gerente de projeto da InSight no JPL. “Durante esse curto intervalo de tempo, a InSight realizou de forma autônoma uma série de operações e fez tudo sem problema, e a sonda fez tudo de forma perfeita”.
A confirmação de um pouso com sucesso não é o fim dos desafios de se pousar no Planeta Vermelho. A fase de operações na superfície de Marte da InSight, começou um minuto depois do chamado touchdown. Uma das primeiras atividades foi abrir seus dois painéis solares decagonais, que irão fornecer energia para a InSight. Esse processo começou 16 minutos depois do pouso e levou outros 16 minutos para ser completada.
A equipe da InSight espera uma confirmação para o final da segunda-feira dia 26 de Novembro que seus painéis solares foram abertos com sucesso. A verificação acontecerá a partir da sonda Odyssey da NASA, que atualmente orbita Marte. Esse sinal é esperado atingir o controle da missão da InSight no JPL, cerca de cinco horas e meia depois do pouso.
“Nós somos precisamos da luz do Sol para gerar energia, então ter os painéis solares prontos, abertos e operando é uma grande questão”, disse Hoffman. “Com os painéis solares fornecendo energia nós precisamos começar as operações científicas, nós estamos bem no caminho para investigar o interior de Marte pela primeira vez”.
A Insight começará a coletar dados científicos dentro de uma semana após o pouso, com as equipes focadas principalmente em preparar e ajustar os instrumentos da InSight para o solo marciano. No mínimo dois dias depois do touchdown, a equipe de engenharia irá começar a abrir o braço robótico da InSight que tem 1.8 metros de comprimento e ele poderá fazer imagens da paisagem.
“Pousar foi complicado, mas eu estou preocupado também em perfurar o solo marciano”, disse Bruce Banerdt, o principal pesquisador da InSight do JPL. “Quando as primeiras imagens chegarem, nossa equipe de engenharia e de ciência irá começar a pensar e planejar como espalhar os instrumentos científicos. Em dois ou três meses, o braço irá instalar os principais instrumentos científicos da missão, o Seismic Experiment for Interior Surface, ou SEIS, e o Heat Flow and Physical Properties Package, ou HP3”.
A ideia é que a InSight opere na superfície de Marte por um ano marciano mais 40 dias, ou Sols, até o dia 24 de novembro de 2020. Os objetivos da missão dos dois cubeSats MarCO foram completados com a transmissão da telemetria da InSight após o sobrevoo por Marte.
“Esse é um salto de gigante para os nossos intrépidos exploradores robóticos que têm o tamanho de uma maleta”, disse Joel Krajewski, gerente do projeto MarCO no JPL. “Eu penso que os CubeSats têm um grande futuro além da órbita da Terra e a equipe do MarCO está feliz por estar pavimentando esse caminho”.
Com o pouso da InSight na Elysium Planitia, a NASA consegue, uma marca histórica, pousar um veículo em solo no Planeta Vermelho pela oitava vez.
“Cada pouso em Marte é uma aventura, mas agora com a InSight segura na superfície nós podemos fazer um tipo único de ciência em Marte”, disse Michael Watkins, diretor do JPL. “Os CubeSats experimentais MarCO também abriram uma nova porta para a exploração espacial com pequenas espaçonaves. O sucesso dessas duas missões únicas é um tributo para centenas de engenheiros e cientistas talentosos que colocaram toda a sua genialidade para transformar o dia de hoje em um grande dia.
O JPL gerencia a InSight para o Science Mission Directorate da NASA. A InSight é parte do programa Discovery da NASA gerenciado pelo Marshall Space Flight Center da agência em Huntsville, Alabama. Os CubeSats MarCO foram construídos e gerenciados pelo JPL. A empresa Lockheed Martin em Denver construiu a sonda InSight incluindo o seu estágio de cruzeiro e o seu módulo de pouso, além de poiar as operações da sonda para a missão.
Um grande número de parceiros europeus, incluindo o Centre National d’Études Spatiales, o CNES da França, e o Centro Aeroespacial Alemão, DLR, estão apoiando a missão da InSight. O CNES e o Institut de Physique du Globe de Paris, ou IPGP, forneceu o instrumento SEIS, com uma importante contribuição do Max Planck Institute for Solar System Research, o MPS, na Alemanha, do Swiss Institute of Technology, o ETH na Suíça, o Imperial College e a Universidade de Oxford no Reino Unido e o JPL. O DLR forneceu o instrumento HP3, com importantes contribuições do Space Research Center, o CBK, da Academia Polonesa de Ciências e Astronomia na Polônia. O Centro de Astrobiología, o CAP da Espanha, forneceu os sensores de vento.
Para mais informação da InSight, visite:
https://www.nasa.gov/insight/
Para mais informação do MarCO, visite:
https://www.jpl.nasa.gov/cubesat/missions/marco.php
Para mais informações das missões da NASA em Marte, visite:
https://www.nasa.gov/mars
Fonte:
https://www.nasa.gov/press-release/nasa-insight-lander-arrives-on-martian-surface-to-learn-what-lies-beneath
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primeirarte · 7 years ago
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Quinze Dias, o debut literário de Vitor Martins.
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Usualmente estou acostumado a ler livros por obrigação (trabalho, pesquisa, faculdade), e faz tempos (cerca de quatro ou cinco anos) que venho tentando quebrar esse padrão de leitura por obrigação (sem muito sucesso). Comprei clássicos (brasileiros, estrangeiros), li vários teóricos, li livros de contos e novelas, mas (infelizmente) nenhum deles conseguiu resgatar a vontade de ler por prazer, por simples diversão.
Particularmente acho isso muito triste, pois quando eu era criança minha mãe lia para mim (ela é professora de Literatura), e depois fui tomando gosto pela leitura e mantive o hábito até o ensino médio; onde encontrei minha barreira com a Literatura e com o péssimo hábito de ler para fazer provas.
Mas o que quero ressaltar nesse post hoje é o livro Quinze Dias, por Vitor Martins.
Fazia tempo que eu queria ler este livro, desde a primeira vez em que o vi na prateleira de uma loja da livraria Leitura no Shopping Cidade aqui em BH. Li a contra capa e as notas nas abas das capas e fiquei instigado. Na época em que encontrei o livro pela primeira vez, não tinha dinheiro para levar ele, então deixei pra uma próxima oportunidade.
Fiquei curioso sobre o livro então pesquisei na internet e acabei achando o blog, vlog, twitter e tumblr do Vitor, mandei um email para ele perguntando sobre algumas questões técnicas e o prometi que quando eu tivesse dinheiro compraria o livro.
Eis que alguns meses se passaram e meu antigo trabalho finalmente havia me pagado. Fui às compras: comprei um livro pra mim, outro para meu namorado (Viúva Negra, da Marvel) e outro para minha irmã (Bear, da Bianca Pinheiro). Comprei também o último CD de The 1975 (I like it when you sleep, for you are so beautiful yet so unaware of it), banda que venho escutando muito ultimamente.
Inicialmente fiquei com um pouco de preconceito quanto ao Quinze Dias, pensei que seria algo relacionado à ~literatura jovem~, tipo aqueles livros de youtuber que tem mais páginas em branco para serem preenchidas do que alguma história, diga-se, narrativa, real para ser lida.
Por ser uma narrativa cuja temática LGBT é presente, fiz duas pressuposições: ou seria uma fanfic bem comum de dois garotos brancos se apaixonando e vivendo suas vidas de gays de classe média em que ia terminar com eles se casando; ou ela ia terminar com um dos personagens morrendo, virando um drama.
Eis que aí se encontra o fator chave da minha surpresa com Quinze Dias: a narrativa foge desses dois estereótipos e se encontra em um ambiente muito original e sincero.
Tanto a trama, quanto os personagens são muito bem construídos, a progressão temporal acontece de forma gradual e o roteiro fecha de maneira impecável. A maneira como Vitor aborda temáticas relacionadas às seus personagens, como ser gordo e gay, lésbica e negra; acontece de forma natural (sem ser grosseira e forçada) e de certa forma ilustrando de forma real o que acontece no dia a dia de várias pessoas.
A ambientação, os dilemas levantados e as referencias ao mundo pop (passando pela música, cinema e até a própria literatura), tudo é bem construído a fim de criar uma narrativa bem gostosa de ler e acompanhar; a cada capítulo fiquei mais ansioso pelo próximo e me diverti muito ao acompanhar a rotinha de Rita, Felipe e Caio, durante os Quinze Dias de férias.
A representação dos personagens é muito bem colocada, fugindo dos estereótipos e levantando questões relevantes em relações às minorias. O fato de o personagem principal ser gordo é outro ponto positivo a ser levado em consideração; dificilmente temos pessoas gordas como protagonistas em histórias, muito menos LGBTs. É a partir dessa lacuna que Vitor desenvolve uma história maravilhosa e que vale a pena ser lida.
p.s: quando terminei de ler esse livro fiquei em um estado de felicidade imensa, que não sentia há muito tempo (muito menos ao terminar de ler um livro). Sou grato a esse livro por redespertar a minha vontade de ler livros (que estava adormecida, ou em coma, faz muito tempo).
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bondenargentina · 7 years ago
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James Bond no ha muerto, cambió de cara [GENTE, circa 1973]
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Detrás del legendario agente 007 ya no estará más Sean Connery. Problemas de cachet y saturación del protagonista obligaron su reemplazo por Roger Moore, “El Santo”. Este se entrenó durante meses, sufrió accidentes y caza cocodrilos para encarnar a James Bond, logramos saberlo mediante a esta nota exclusiva que consiguió nuestro corresponsal en Nueva York, Alberto Oliva.
Quien haya pensado que el agente secreto James Bond había colgado su revólver y sus sofisticaciones en el ropero después de su séptima incursión en el cine con “Los diamantes son eternos”, seguramente tuvo una mala pesadilla. Porque James no es un gato cualquiera con siete vidas sino con las que se le vengan en gana, como bien lo han demostrado sus dueños Albert Broccoli-Harry Saltzman tras haber finalizado en Nueva York, Nueva Orleáns y Jamaica la octava aventura del 007, cuto título, entre otras cosas, retoca un famoso refrán: “Viva y deje morir” (Live and let die).
Pero esta octava vida del gato Bond pretende algo más que ironizar y retocar refranes. Es, ante todo, un nuevo intento de mostrar que el personaje del 007 es más importante y llega más allá de quien lo protagonizó. El irlandés Sean Connery fue el galán en cinco películas y se quiso poner duro en la sexta, un poco por cachet y otro poco porque estaba cansándose del personaje. Resultado: los dueños Broccoli-Saltzman recurrieron al británico George Lazenbuy para hacer la sexta aventura del agente inglés en “Al servicio secreto de su majestad”. Corolario: un desastre de taquilla que coincidió con una contraoferta ventajosa hecha por el mismo Connery, quien necesitaba dinero para seguir haciendo lo suyo en teatro, por lo que aceptó meterse en la piel de Bond en una séptima experiencia que se llamó “Los diamantes son eternos”. El éxito fue tan grande que Connery desapareció del mapa. “El gato sólo tiene siete vidas y ésta es la última”, pronosticaron los pesimistas. Pero los dueños Broccoli-Saltzman encontraron a un nuevo gato. O mejor, el mismo gato pero con ocho vidas o con las “que se necesitaran”.
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El nuevo gato es Roger Moore, un británico de 45 años y ojos azules y de oscura trayectoria teatral y artística pero con un gran arrastre televisivo como actor en las series de “Ivanhoe”Q y “Maverick” y como protagonista de la famosa “El Santo”, donde personificó a un detective “puedelotodo”.
Sin embargo, en “Viva y deje morir”, Roger Moore no tendrá nada de santo. Armado con una pistola Wealther PPK que le sirve tanto para matar silenciosamente como para disparar ganchos alpinistas, y montado en su reluciente Aston Martin sport, el 007 se mete en la jaula de Mr. Big (Yaphet Kotto), su enemigo de turno (que por primera vez en la serie es negro) para deshacerle por el aire su proyecto de conquistar el mundo infectándolo con heroína. En su travesía hacia este mundo extraño lleno de poderes vudú y drogas potentes, Bond tendrá que vérselas con “Solitaire” (Jane Seymour), una belleza telepática que actúa como doble agente para Oriente y Occidente, y con otra luchadora negra (Gloria Hendry). En el medio, claro, se le interpondrán todo tipo de villanos potentes y máquinas sobrenaturales que intentarán despacharlo al otro mundo.
De cualquier manera, en el camino Bond tendrá tiempo para lucir chiches nuevos y correr peligros inimaginables:
Un reloj pulsera con campo magnético para desviar proyectiles;
Enfrentar a un matador temible llamado Tee Hee que tiene una mano de metal capaz de hacer polvo cualquier arma del calibre que sea;
Un arpón ultrasofisticado que sirve como honda para matar a distancia y como radio, televisión y transmisor plegable que se reduce al tamaño de un cigarrillo;
Seguir a sus enemigos con lanchas, aviones y autos que por lo general terminarán armando un puchero humeante de hierro, vidrio y cadáveres.
Estos y otros excesos del nuevo filme de Bond no le dieron demasiado trabajo a Roger Moore porque su ficha pública y privada tampoco roza la santidad.
El primer disgusto se lo dio a su madre, dejando la carrera de arquitecto en cuarto año, atraído por el teatro. El segundo fue primero privado y después público; un agitado romance con la cantante Dorothy Squiros, al promediar el año 1963, que derivó en un hijo y en una separación posterior casi impuesta por la presencia de una segunda mujer con la que alternaba durante sus escapadas “al continente”: la italiana Luisa Mattioli, con la que finalmente se casó, y con la que actualmente comparte una casa en Wales y una lujosa mansión en Beverly Hills. El tercero es monetario y habla por sí solo: antes de viajar a Nueva Orleáns y Jamaica para comenzar la filmación como flamante Bond, se lo vio entrando y saliendo de varios bancos suizos, al parecer buscando una gruesa caja de caudales donde depositar el millón y medio de libras que cobrará por su papel, de manera que las olas no lleguen a la playa de su anterior esposa, que ya lo ha demandado por “abandono de hogar”.
Pero el nuevo 007 no es egoísta. O casi. Por lo pronto, en “Viva y deje morir” comparte su trabajo. ¿Con quién? Bueno, con Jane Seymour, quien es modelo y suele tomar sol en las tapas de cientos de revistas europeas.
“Jane es ideal para el papel –dijo el director Hamilton- porque se adapta perfectamente a la mujer fatal y a la ingenua. No hay que olvidarse que en la serie de Bond al sexo hay que introducirlo un poco como comedia, ya que si no la calificación de “Prohibida para menores de 18 años” nos corta una gran parte de la audiencia que constituye nuestro éxito de taquilla.”
Sin embargo, al ficha técnica de Jane Pasa por alto esa ambivalencia de niña y mujer fatal: se limita a decir que nació el 15 de febrero de 1951, que solía tocar el violín en la escuela, que su verdadero nombre es Joyce Penelope Widma Attenborough y que por eso la llaman Poppy. Aparte de eso, se sabe que le encanta Steve McQueen, el actor Albert Finney y los jugadores de fútbol Charlie Cooke y Bobbie Moore. “Habla mucho, eso sí; es su único defecto”, dicen los más críticos.
Por su parte, el nuevo Bond prefiere el silencio. En los momentos en que no filmaba se escamó de los periodistas para flotar en las playas calientes de Jamaica. Casualmente su compañera de andanzas no era su esposa sino la propia Poppy.
Sea como fuere, el hecho es que la octava aventura del gato Bond ya está en camino. Todo indica que es difícil que “Viva y deje morir” quede en llanta.
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“INVENTÉ UN BOND DISTINTO, CON TRAJE Y CORBATA”
Para meterse en la piel del 007 tuvo que hacer mucho ejercicio y bajar 7 kilos. También tuvo que ir a la peluquería varias veces antes de que lis maquilladores le diaran el “OK” final. Pero la similitud con el Bond de Sean Connery se termina allí.
Porque Roger Moore ha tratado de componer un Bond propio en “Viva y deje morir”. “Haber tratado de meterme en su lugar, imitándolo mal, como hizo George Lazenby, hubiera sido un suicidio”, me dice mientras charlamos en un descanco de la filmación a lo largo de la autopista Franklin Delano Roosevelt, de Nueva York, donde tendrá lugar la escena más peligrosa de una carrera de autos en la que se destrozan completamente ocho vehículos.
-¿En qué se diferencia tu Bond al de Sean Connery? -La más importante es que to trabajo suin doble. Esta es una nueva política de Saltzman-Broccoli para que la serie parezca más real, y a mí personalmente me resulta más desafiante. Sean era el actor de media película y yo soy el actor de toda ella. Esa es la diferencia… -¿Pero cómo podés hacer de nadador, conductor de lanchazy aviones, cazador de tiburones y experto en karate al mismo tiempo? ­-Aunque te parezca mentira, tuve que aprender un poco de todo eso. En Inglaterra hice un curso de aviación para poder hacer la persecución de los aviones, y en Jamaica tomé cursos para saltos en alto y caza de cocodrilos y tiburones. El karate ya lo sabía porque hice un entrenamiento especial en Japón para la serie “El Santo”.
-¿Y no tuviste ningún accidente? -Sí, uno serio y el otro leve. El primero fue con el arpón para tiburones: disparé a un bicho, no di en el blanco y el tiburón se me vino encima. Si no hubiera sido por mi profesor, que incendió inmediatamente su lámpara submarina, ahora no estaría aquí. El otro fue un desgarramiento durante una persecución de lanchas con motor fuera de borda: tienen 150 caballos de fuerza y al dar una vuelta medio cerrada me golpeé la pierna. De las otras salí bien parado y me divertí mucho, además.
-Por lo general es muy difícil voilver a conquyistar a la audiencia con un papel que inició otro actor. ¿No viste eso como una dificultad, teniendo en cuenta la simpatía y el arrastre de Sean Connery? -Francamente, no. Estoy acostumbrado a tomar papeles dejados por otros. La serie “Maverick” la empezó James Garner y la seguí yo; la de “El Santo” la había comenzado George Sanders y la retomé yo. Así y todo las convertí en dos éxitos con identidad propia. Pienso hacer lo mismo con esta experiencia de Bond. El camino es doblemente difícil, pero por eso me atrae más.
Oigo por ahí que lo que Roger más lamentó no tener para meterse en la piel de Bond fue un físico más grande. De cualquier manera, lo supo aprovechar para su lado, según el director Hamilton: “Por eso el Bond de Roger es más saltarín, más chiquilín, si se quiere”. “Completamente de acuerdo” –dice Roger interrumpiéndolo-, al punto que sentí la necesidad de cortarme el pelo corto para estar más en papel. Me costó mucho, porque me encanta el pelo largo, como lo tuve para la serie televisiva “The Persuaders”.
¿Me podrías adelantar alguna de las nuevas excentridades de tu Bond?
Respira hondo. Mira hacia el costado como si lo estuvieran persiguiendo o espiando. Busca el asentimiento de productor Broccoli y cuando éste asiente con la cabeza recién se anima a largar el rollo: “no podemos adelantar mucho porque después la gente pierde el entusiasmo en el cine. Te cuento una que es divertida: la primera vez que veo a Solitaire en un bar ella empieza a agredirme llamándome cobarde, poco hombre y qué se yo cuántas cosas más. Ella tiene poderes telepáticos y entonces Bond tiene que lograr dejar su mente en blanco para que Solitaire no se entere de lo que está pensando. Eso no quita que mientras ella siga tratando de leer mi pensamiento yo deslice furtivamente una mano por atrás y baje silenciosamente el cierre, dejándola semidesnuda ante la mirada asombrada de la gente del bar y las risas de los hombres. De allí en más, como imaginarás, me toma una bronca terrible”.
Habla muy a la británica, es decir con cierto aire estirado que compensa con alguna que otra sonrisa. Fuera deescena su vaso de whisky nunca está vacío y siempre está mirándose al espejo o arreglándose la corbata o el pelo. “El prototipo del británico”, pienso “sólo le falta el paraguas y una omelette de queso”. Roger parece darse cuenta que lo estoy mirando con cierto aire de asombro y se me adelanta a la pregunta: “Ya sé, me vas a decir que mi Bond es muy formal, muy británico, ¿no? Bueno, ésa es la forma en que yo lo veo. ¿No te parece divertido que un agente secreto maneje un avión, estrelle lanchas y mate tiburones con traje y corbata? Allí tenés, ésa es la mejor imagen de mi Bond”.
Noto que Broccoli y Saltzman metieron bien el ojo, Roger es rapidísimo, aparte de entrador y hombre múltiple. Por algo será que aun sin haber estrenado “Viva y deje morir” ya le han confirmado un segundo contrato para hacer “El hombre de la pistola de oro”, que sumergirá a Bond en Cambodia, Thailandia y Singapur. Es lógico: Sólo faltaba Asia, ¿no?
ALBERTO R. OLIVA, corresponsal de “Gente” en los Estados Unidos Versión original (ver en Google Drive)
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graunafm · 7 years ago
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Integrantes do Rouge ensaiam com balé para show com formação original
Integrantes do Rouge ensaiam com balé para show com formação original
As cinco se reuniram no mesmo estúdio onde ensaiaram para o disco “Mil e Uma Noites, lançado em 2005. Nas imagens feitas no local, além de mostrar os dançarinos, Li Martins aparece amamentando a filha, Antonella, de 3 meses.
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lcentretenimento · 8 years ago
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Ex-Rouge Li Martins confirma que está grávida de uma menina.
Ex-Rouge Li Martins confirma que está grávida de uma menina.
A cantora Li Martins confirmou que está grávida de cinco meses de uma menina. Na última terça-feira, a ex-integrante do grupo Rouge realizou um teste de gravidez e na quarta-feira, 08, revelou o sexo de seu primeiro filho em rede social. (more…)
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