#LEIDECOTAS
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O aparecimento de novos rostos como repórteres é algo comum nos canais televisivos, novos jornalistas formados entram no mercado de trabalho e após essa entrada começam a produzir suas próprias matérias. Entretanto, uma profissão tão informativa precisa ser também inclusiva e lidar com a pluralidade social. No Brasil há muitas pessoas que ocupam diferentes espaços, tanto relacionados às etnias, crenças, gêneros e, além disso, dentro de todos esses lugares há as pessoas com deficiência (PcD).
O mercado de trabalho não é de tão fácil acesso para todos, principalmente para pessoas com deficiência. Muitas empresas não são capacitadas para receber pessoas com algum tipo de deficiência, a acessibilidade nesses casos é de suma importância, já que a locomoção de algumas dessas pessoas depende de espaços abertos e segurança para evitar acidentes e trazer conforto para o ambiente em questão.
Visto isso, ainda são analisados casos de pessoas que em alguma situação da vida, tornaram-se pessoas com deficiência e por esse motivo perderam seus respectivos empregos, já que trabalhavam em organizações que não apresentavam acessibilidade devida para as necessidades do funcionário que se tornou PcD. É sabido que neste novo momento para a pessoa, pode afastá-la de sua antiga função exercida, e acarretar em demissão por não conseguir seguir a função por conta da deficiência adquirida, como por exemplo, um motorista de ônibus que ficou cego, neste caso o mesmo não conseguirá continuar dirigindo o transporte público, já que para exercer essa função a visão é indispensável.
Entretanto, existem muitos casos de pessoas que exerciam funções que poderiam tranquilamente continuar a serem exercidas pelas mesmas, mesmo após a pessoa se tornar PcD. Essa afirmação tem como base o exemplo vivido pelo jornalista Rafael Ferraz Carpi. Rafael se formou em jornalismo no ano 2006, mas já trabalhava na área desde 2002, todavia, após um acidente que o deixou tetraplégico em 2011, as duas redações nas quais o jornalista trabalhava fecharam as portas para o mesmo, alegando falta de acessibilidade.
Logo, é visível que muitas empresas não atendem o colaborador PcD, no primeiro caso poderia haver a opção de trocar o motorista cego de função e no segundo fica evidente a importância de espaços arquitetônicos que sejam acessíveis a todos.
Há uma lei chamada Lei de Cotas Nº 8.213/1991 que obriga as empresas a manter algumas vagas para a inclusão de pessoas com deficiência, mas essas vagas são reservadas apenas em empresas com mais de cem funcionários. Além disso, as vagas normalmente são apenas para subempregos, as pessoas com deficiência dificilmente são contratas para cargos superiores e de chefia, o que mostra que a relação de igualdade não acontece da forma que deveria.
As emissoras de televisão e os jornais estão, infelizmente, dentro dos números de empresas que por muito tempo não contrataram pessoas com deficiência, mas que hoje cumprem a Lei de Cotas. Mas quantas pessoas com deficiência você viu apresentando uma reportagem? Provavelmente pouquíssimas. Já que o reconhecimento ainda é muito baixo.
Além dessa falta de reconhecimento por parte das empresas, ainda há a questão de algumas escolas inclusivas que por muito tempo não prepararam as pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, julgando que talvez não fosse um espaço acessível para as mesmas. Logo, essas pessoas não procuraram seus espaços no mercado, não tendo uma profissão e consequentemente não ganhando sua independência financeira com uma carreira. A independência ensinada nas escolas inclusivas se limita a vida social e as emoções pessoais, mas nada que vá além e chegue às questões profissionais.
Para exemplificar a afirmação acima é tomado como exemplo o estudo de observação e vivência base para o presente artigo, o aluno de Ciência da Computação da universidade Veiga de Almeida, Pedro Gonçalves Gomes, que sempre estudou em escolas inclusivas e se sentiu despreparado ao chegar ao ambiente universitário, já que em sua trajetória escolar as organizações educacionais focavam apenas no desenvolvimento social e não em uma preparação para o nível superior, nem mesmo para o mercado de trabalho.
Além disso, mesmo com a falta de incentivo ao vestibular por parte de muitas escolas inclusivas, os poucos alunos PcDs que entram nas universidades, muitas vezes não conseguem concluir o curso porque a instituição não apresenta acessibilidade necessária para atendê-los. Mesmo que a Lei 13.146/2015, Lei Brasileira de inclusão, garanta direitos e promova igualdade para pessoas com deficiência, para possibilitar a inclusão até reservando para essas pessoas vagas em universidades federais. Entretanto, é necessário que além da acessibilidade física, haja um facilitador que oriente e ajude o aluno com deficiência para, assim, tornar a trajetória universitária mais acolhedora com relação às necessidades desses alunos.
Então, é visto que, por muito tempo houve uma cultura que de certa forma sabotou as carreias de pessoas com deficiência, já que as mesmas não foram instruídas a fazerem parte do mercado de trabalho. Hoje, com a vasta informação que há, principalmente na internet, é sabido que as pessoas com deficiências podem alcançar cargos que antes eram preenchidos apenas por pessoas sem deficiência, e essa difusão de informação mostra às empresas que cargos mais altos podem e devem ser ocupados por pessoas com deficiência que estão se preparando profissionalmente. Além de ter sido comprovado que uma empresa que adota uma postura inclusiva é vista com bons olhos pela sociedade, visto que está comprometida a criar espaços mais justos e igualitários.
Mesmo com esse preparo profissional das pessoas com deficiência, e o Brasil sendo, segundo uma pesquisa do Censo 2010 do IBGE, o quinto lugar no ranking mundial de acessibilidade, muitos jornalistas com algum tipo de deficiência não conseguem encontrar vagas em suas áreas específicas em grandes jornais ou emissoras. Hoje há um total de 45 milhões de pessoas com alguma deficiência no Brasil, e ainda assim os profissionais da área da comunicação enfrentam muitas dificuldades para protagonizar no mercado de trabalho, sendo solicitados, muitas vezes, apenas quando precisam contar histórias que sofreram em suas próprias peles e não fazer o trabalho de comunicador e jornalista que estudou e se formou para assumir.
Além disso, as nomenclaturas usadas em algumas reportagens nas quais as personagens são pessoas com deficiência, isso afasta ainda mais a imagem da pessoa com deficiência das mídias e consequentemente da sociedade em geral, já que a ideia da mídia é informar e de certa forma trazer algum tipo de novo conhecimento, logo, se a empresa midiática não educa seus funcionários sobre como lidar ou tratar uma pessoa com deficiência, como os mesmos farão isso no “ao vivo”? E a relação de empregados com deficiência traz à empresa uma pluralidade maior que fará com que o universo dessas pessoas que por muitas vezes foram invisíveis e sem voz, seja visível e acompanhado pelos telespectadores, formando assim a representatividade que as pessoas com deficiência precisam, para que as mesmas entendam que não há limites para as conquistas profissionais, que esses lugares podem ser ocupados por elas.
Outrossim, pode ser feito um destaque da atitude do jornalista Rafael Ortega de Saavedra, que se recusou a ter a imagem de sua cadeira de rodas excluída da tela, com o intuito de trazer visibilidade para a causa das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Essa visibilidade é de fato importante, tanto para pessoas sem deficiência, para que entendam que o espaço é plural e para as pessoas com deficiência para que se espelhem e conduzam suas vidas para alcançar à carreira e liberdade financeira.
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Conheça a Lei de Cotas das Empresas
O mercado de trabalho é cruel para todo mundo, seja para a pessoa com deficiência ou não. Mas as pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência têm uma barreira muito maior para derrubar, por motivos claros.
Com o intuito de facilitar a contratação e incluir as pessoas com deficiência nas empresas, foi criada a Lei n° 8.213/91 conhecida como “Lei de Cotas da Pessoa com Deficiência”. A lei obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem determinada quantidade de pessoas com deficiência – a porcentagem estabelecida por lei depende do tamanho da empresa.
A priori a Lei seria eficaz, porém na prática o que se vê são enormes “buracos”. Renata, funcionária da Fundação Síndrome de Down, em Campinas, denuncia que empresas preferem contratar pessoas com pequenas deficiências do que aqueles que possuem deficiência mental. Ela relata um caso que presenciou de uma conhecida que tinha uma ampla formação acadêmica - fez graduação, falava quatro idiomas diferentes e trabalhava em uma boa empresa – mas sofreu um acidente e perdeu os movimentos das pernas. A empresa então a colocou nas cotas. Renata diz que a mulher tinha qualificação suficiente para trabalhar em vagas normais e que essa decisão da empresa só serviu para tirar a vaga que seria de uma pessoa com deficiência que estava à procura de emprego, mas devido a condições socias, não possui uma boa qualificação. Segundo o Portal Contabilsc, 61% da população com deficiência não possui ensino médio.
O grande erro da lei é uma única cota abranger todos os tipos de deficiência: física, visual, auditiva e intelectual.
Para aqueles que tem qualquer tipo de deficiência, está procurando emprego e está com dificuldades, em Campinas existem alguns órgãos que auxiliam nessa procura:
Fundação Síndrome de Down
Para Quem? Para toda deficiência mental e intelectual (não somente a Síndrome de Down)
O Que faz? Ajuda jovens adultos a ingressarem no mercado de trabalho
Onde Fica? Rua Antônio Marinho, 430 – Barão Geraldo
CIAPD
Para quem? Para o portador de qualquer deficiência.
O que faz? Oferece oficinas, acompanhamento psicológico e ajuda o usuário a participar de processos seletivos.
Onde Fica? Rod. Dom Pedro I, Km 136 – Parque da Universidade (Portão 4 da PUC-Campinas)
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25º Aniversário da Lei de Cotas
Descrição da Imagem: Logo do Aniversário da Lei de Cotas. No canto superior esquerdo está escrito em preto 25º Aniversário e , embaixo, vem escrito em letras grandes, LEI DE COTAS, nas cores azul, verde e amarelo. Abaixo, em letras menores, está a frase “Trabalho: Direito de Todos. Valorizar as diferenças é promover oportunidades” com os símbolos das deficiências auditiva, visual, física e intelectual.
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