#Juiz de Paz
Explore tagged Tumblr posts
Text
Imagine Harry Styles
Eu sei que não apareço aqui há quase um ano. Mas senti falta de vocês.
Originalmente, esse imagine foi postado no meu instagram com um membro do BTS e adaptei pra trazer pra cá. Espero que gostem ^^
Contagem de palavras: +8k
Encaro o relógio na tela do meu celular pela quarta vez, suspirando e lutando contra as malditas lágrimas que insistem em se formar nos meus olhos.
Ouço o barulho da porta se abrindo, e logo o som de passos desajeitados preenchem todo o lugar.
Eu permaneço no sofá, sequer me mexo.
— Querida? — Fecho os olhos ao ouvir a voz do meu marido.
Eu me viro, encarando o homem com o terno amarrotado e a gravata torta. Harry me oferece um sorriso bêbado enquanto tenta empurrar os sapatos para fora dos pés, quase caindo no processo. Eu suspiro e me aproximo dele.
Apoio seu corpo alto e pesado no meu. Seu braço longo fica sobre os meus ombros e nós caminhamos em direção à suíte.
— Me desculpa. — Ele fala baixo, as palavras emboladas como se a língua fosse maior que o normal. — Eu precisei ir para um jantar da empresa e perdi o seu aniversário. — Harry lamenta.
Um sorriso bobo se forma em meus lábios.
Bom, pelo menos ele havia se lembrado.
— Não tem problema. — Eu digo, terminando de desatar o nó de sua gravata. — Por quê bebeu tanto? — Bufo, fingindo estar brava.
Eu sabia como Styles era fraco para bebida. Uma taça de vinho era o suficiente para deixá-lo com as bochechas vermelhas e o sorriso solto. Mas o cheiro forte de álcool deixava claro que ele havia bebido muito mais do que uma taça de vinho.
— Vou recompensar você. — Ele diz, depois que eu retiro seu paletó. Harry ergue as mãos grandes, segurando minhas duas bochechas. Seus olhos estão quase fechados, as bochechas muito vermelhas. — Feliz aniversário, querida.
— Obrigado, H.
O meu coração bate forte.
E, para a minha surpresa, Harry puxa o meu rosto em direção ao seu.
Seus lábios cheios e macios tocam os meus, me fazendo arregalar os olhos antes de fechar.
O primeiro e último beijo que trocamos fora a dois anos, no dia em que dissemos sim em frente ao juiz de paz.
Nosso casamento não passava de um contrato, benéfico para nós dois. Harry precisava do dinheiro da minha família, eu precisava de liberdade.
Depois de uma longa e sincera conversa durante o jantar de noivado, decidimos seguir em frente.
Começamos com uma amizade. Harry era educado, gentil e sensível. Sempre me tratando com muito respeito.
O grande problema foi quando meu coração começou a confundir as coisas. E eu acabei irremediavelmente apaixonada pelo meu marido.
Me contentei com a amizade de Styles. Fazendo o meu melhor para esconder os sentimentos que cada vez mais se tornavam mais fortes.
A cada sorriso que ele me dirigia, cada mínimo elogio educado. Meu coração batia como louco. O frio na barriga me atingia e eu conseguia ficar ainda mais boba por ele.
Solto um suspiro quando a língua quente toca meu lábio inferior.
Harry me puxa para mais perto, seus dedos se perdem no meu cabelo.
Nosso primeiro beijo foi apenas um selar. E foram incontáveis as vezes que eu me perguntei como seria beijá-lo de verdade.
Mesmo que o sabor alcoólico fosse forte, ainda era bom. Mesmo que o beijo demonstrasse desejo, ainda era delicado.
Seus lábios eram quentes e macios, sua língua afoita e curiosa, explorando cada partezinha da minha boca.
Meu coração batia tão forte que eu podia senti-lo retumbando em meus ouvidos. Minha pele inteira estava arrepiada.
O beijo foi quebrado com dezenas de selinhos e eu sorri como uma boba.
Harry sorriu de volta, passando o polegar em minha bochecha.
E então disse as palavras que acabaram completamente com a minha ilusão e o fio de esperança ao qual me agarrei.
— Minha Helena…
O meu sorriso se fechou, e quase pude ouvir o som do meu coração virando um amontoado de estilhaços.
Harry caiu para trás na cama, em um sono profundo.
Segurei o soluço que tentou escapar, mas as lágrimas já haviam começado a escorrer de forma vergonhosa.
Humilhada, ergui suas pernas até que estivessem sobre o colchão.Puxei sua coberta, estendendo sobre o corpo adormecido.
Olhei para ele uma última vez antes de sair do quarto, atravessando para a porta ao outro lado, que inicialmente seria um quarto de hóspedes, mas há dois anos, é o meu.
Deitei na minha cama, abraçando com força um dos meus travesseiros e deixei meu choro dolorido escapar, tentando aliviar a dor em meu peito.
Harry não havia me beijado.
Em sua ilusão de bêbado era a ela quem estava beijando.
Helena, sua primeira esposa. Aquela que há três anos foi arrancada dos seus braços por um câncer agressivo.
Sequer consegui dormir.
Quando o celular despertou, tomei um banho rápido e usei maquiagem para esconder as olheiras e o nariz avermelhado pelo choro.
Desci para a cozinha, começando a minha rotina.
Fazer o café da manhã para Harry era algo que me deixava feliz. Ele nunca poupava elogios, mesmo que o sabor da comida não fosse tão gostoso assim.
Mas hoje, me limitei ao café preto e uma sopa de algas para ajudar com a provável ressaca dele.
Servi o meu próprio café, fechando meus olhos ao beber o primeiro gole da bebida quente.
Ouvi os passos desajeitados na escadaria, assim como os resmungos que o homem soltava.
— Bom dia. — Murmurou.
— Bom dia, Harry. — Continuei de costas, querendo ao máximo evitar de olhar para ele. Mesmo com a maquiagem, sabia que ainda era possível ver os rastros do choro e da noite mal dormida. Além disso, Styles parecia ter o dom de me ler como se fosse um livro. Era observador e conseguia enxergar tranquilamente tudo que quisesse.
— Fiz ou falei alguma besteira ontem? — Pude ouvir quando ele pegou uma xícara, pronto para servir seu café.
Como uma idiota, me virei, segurando seu braço.
Harry precisava se hidratar, comer alguma coisa antes de beber café ou acabaria passando mal.
Seus olhos ficaram levemente arregalados, já que eu pouco interferia em qualquer coisa que ele fizesse. Assim como ele comigo.
— Tome a sopa de algas primeiro. — Sugiro, soltando o seu braço e voltando a encarar a janela.
— Tem certeza de que nada aconteceu ontem? — Ele questiona, passando por trás do meu corpo para se servir da sopa no fogão ao meu lado.
— Uhum.
— Hm, isso está uma delícia. — Ele fala, mesmo acabado da ressaca, com animação.
Não digo nada. Bebo mais um gole do meu café e jogo o restante na pia, deixando a xícara por ali para lavar depois.
Ouço quando Harry solta um longo suspiro. Encostado na mesa, ele toma a sopa com calma, me olhando por cima da tigela.
— Está com muita dor? — Não consigo segurar em perguntar, preocupada com ele.
— Um pouco. — Faz uma careta.
— Tem remédio para dor de cabeça no armário do banheiro. — Tento sorrir.
A conversa me faz sentir ainda pior. Mas, pelo menos, ele não se lembra de ontem.
Decido sair da cozinha, mas antes que eu faça isso, sua mão grande segura o meu pulso, me mantendo no cômodo.
— Eu fiz algo que magoou você, não foi? — Seus olhos castanhos me encaravam cheios de culpa, mesmo que sequer soubesse o motivo. — Pode me dizer. — Incentiva.
— Não é nada, Harry. — Garanto, forçando um sorriso.
O inglês não parece acreditar nas minhas palavras, mas não sobram alternativas além de soltar o meu braço e me deixar sair da cozinha.
Pelo resto da manhã, me mantenho dentro do meu quarto. Deito na cama novamente e finalmente o cansaço me vence.
Acabo caindo em um sono pesado, tão cansada que sequer sonho.
Acordo com uma mão grande balançando de leve o meu ombro.
— S\N. — A voz de Harry soa baixinha. Abro meus olhos, resmungando por ser acordada. Ele me dá um sorriso de lado. — Venha almoçar.
Arregalo os olhos.
Harry cozinhou?
Olho para o relógio do meu celular, sem conseguir entender como uma soneca acabou durando quase 5 horas.
— Você não deveria estar no escritório? — Pergunto ainda um pouco perdida.
— Decidi tirar folga hoje. — Ele sorri mais uma vez, se levantando.
Coloco a mão sobre a boca, tentando segurar a risada.
Como Harry estava abaixado ao lado da cama, não consegui prestar atenção em sua roupa. Mas agora, é quase impossível não rir ao ver o homem de quase 1,80 usando meu avental de cozinha. Decorado com coraçõezinhos e adornado por um babado embaixo.
— Não ria. — Ele coloca a mão sobre o peito, como se estivesse mortalmente ofendido. O que, obviamente, me faz rir alto. — Vem. — Estende a mão, praticamente me arrastando para fora da cama.
Suas mãos vão para os meus ombros, me empurrando para fora do quarto.
Ainda estou sonolenta, mas meu estômago revira de fome e minha boca saliva assim que chegamos no andar de baixo e o cheiro da comida perfuma o lugar inteiro.
— Você fez tudo isso? — Falo surpresa com a quantidade de pratos disposta na mesa.
— Duvidando dos meus dotes culinários, senhora Styles? — Ele pergunta erguendo uma sobrancelha, puxando uma cadeira e me fazendo sentar.
Senhora Styles.
Não é a primeira vez que ele me chama assim, sempre com a entonação de brincadeira.
— Estou faminta. — Mudo de assunto.
Harry senta à minha frente, sem tirar o avental. Olho para todos aqueles pratos, tentando decidir o que comer primeiro.
Na verdade, eu estava apenas provocando ele. Sabia muito bem do talento de Harry na cozinha.
Porém, com a rotina cansativa no escritório, eu acabei ficando com a responsabilidade da comida e da arrumação da casa.
Não era algo que me incomodava, mais de uma vez o inglês ofereceu contratar alguém para me ajudar.
Mas eu gostava de manter as coisas do meu jeito.
— Estou pensando em voltar para a faculdade. — Falo de repente. Harry ergue os olhos, a boca tão cheia de comida que suas bochechas ficam infladas.
— Sério? — Pergunta colocando a mão na frente da boca.
— Acha uma ideia ruim? — Pergunto.
Eu precisei trancar a faculdade de design por conta do casamento. Mais uma das exigências do meu pai.
— De forma alguma. — Ele nega com a cabeça. — Eu acho ótimo, S/N. — Sorri. — Está gostando da comida?
— Está tudo uma delícia. — Falo com sinceridade. — Por quê decidiu cozinhar tanto?
— Queria me desculpar com você… — Meu corpo trava. — Ontem acabei me esquecendo do seu aniversário. — Harry suspira. — Me desculpe por isso, S/N.
— Está tudo bem. — Eu afirmo, mesmo que não seja 100% verdade.
Nos dias em que se seguiram, eu me concentrei em voltar para a faculdade. Consegui destravar minha matrícula e voltei às aulas.
A primeira semana passou voando e por dias inteiros quase não vi o meu marido.
O que era bom.
Esse era o primeiro passo para esquecer esse amor unilateral.
Eu precisava me dedicar a esquecê-lo, e enfiar a cabeça nos livros, correr atrás de prazos de trabalhos e provas seria o ideal para tirá-lo da minha cabeça e do meu coração.
Preciso me convencer de que a amizade que temos é tudo que Harry pode me oferecer.
Mesmo que eu me lembre de seus lábios contra os meus cada vez que feche os olhos.
Harry
Solto um suspiro baixo, sentindo meus olhos arderem depois de revisar mais de cinquenta relatórios. Encaro a foto de Helena sobre a minha mesa, sentindo o mesmo sentimento de melancolia de sempre.
Era difícil saber que voltaria para casa agora e não seria recebido por seu sorriso ou suas piadas ruins.
Por mais que morar com S/N não fosse necessariamente ruim, ela não era Helena.
A minha Helena.
— Já vai? — Brad pergunta quando eu saio da minha sala.
Além de amigo de longa data, ele é meu secretário.
Está comigo há anos e é um dos poucos em quem confio plenamente.
— Sim. — Resmungo. — Você pode ir também.
— Pensou sobre o que conversamos? — Ele diz quando entramos no elevador.
— Eu não preciso de terapia, Brad. — Reclamo, revirando os olhos. Há dias ele vem falando nesse mesmo assunto.
— É óbvio que precisa, Harry. Você precisa superar.
— Isso não vai acontecer nunca. — Bufo. — Helena é a minha esposa!
— Era. — Brad segura o meu braço, me fazendo olhar para o seu rosto calmo. — Me desculpe, irmão. Mas, pessoas morrem o tempo inteiro.
— Não diga isso. — Eu viro o rosto, evitando encará-lo.
— É a verdade. E você está perdendo uma oportunidade incrível, sabe disso, não sabe?
A tal oportunidade incrível é o fato de eu ser casado com S/N.
Desde que confessei a ele que tive um sonho estranho onde beijava a minha esposa, o mais novo insiste que eu estou me apaixonando por ela.
O que não é verdade.
Eu estava bêbado, S/N cuidou de mim e o sonho se misturou com a realidade.
Apenas isso.
Me despeço do mais novo, entrando no meu carro.
Dirijo com calma pelas ruas de Seul, soltando alguns suspiros.
Eu não queria dar o braço a torcer e recorrer à terapia para conseguir viver a minha vida. Mas, Brad estava certo em alguns pontos.
Eu não aproveitava mais nada. Tudo de bom que me aconteceu nos últimos anos, cada conquista. Simplesmente não consegui me sentir feliz por isso.
Me sentia, de certa forma, culpado por seguir vivendo quando Helena não estava mais aqui.
E por mais que eu soubesse que essa não era a vida que ela queria para mim, perder o amor da minha vida matou algo no meu coração.
Quando Helena se foi, ela levou uma grande parte do homem que um dia eu fui.
Estaciono na garagem espaçosa.
Assim que coloco os pés em casa, me livro da gravata irritante.
— S\N? — Chamo baixinho ao ver a garota na sala, sem querer assustá-la.
Mas, ela sequer se mexeu.
Me aproximei com cautela.
S\N estava com os braços sobre a mesinha de centro, o rosto apoiado em um deles e os olhos fechados em um sono profundo. Seus livros e cadernos estavam espalhados por todo o lado e ela parecia realmente cansada.
Quase não a vi desde que voltou a vida acadêmica. Os nossos horários não batiam, e para falar a verdade, eu não me esforçava para encontrá-la.
Mesmo que não quisesse admitir, desde aquele maldito sonho, eu venho me perguntando como seria beijá-la de verdade.
Me pego admirando seus traços.
Mesmo adormecida naquela posição desconfortável, com os lábios levemente entreabertos, e olheiras fundas, ela é bonita.
Nunca neguei a beleza de S\N. Precisaria ser cego para tal ato.
— S\N? — Chamo baixo. Ela franze as sobrancelhas, mas segue dormindo.
Deve realmente estar exausta.
Com cuidado, pego seu corpo no colo.
A garota deita a cabeça em meu ombro, respira pesado e abre um sorriso quase mínimo. Carrego minha esposa até seu quarto, a coloco de forma confortável na cama e pego uma das cobertas dobradas no armário para cobrí-la.
A olho mais um momento antes de sair, fechando a porta atrás de mim.
Deixo seus livros e cadernos exatamente onde estão, temendo guardá-los em algum lugar errado e estragando sua linha de raciocínio durante os estudos.
Vou para a cozinha, sentindo meu estômago reclamar.
Grudado no microondas há um bilhete, um post-it igual aos que estavam grudados nos livros de S\N.
“Seu jantar está pronto! Aqueça por dois minutos e depois descanse! Está trabalhando demais ;)”
Eu sorrio, guardando o papelzinho em meu bolso e apertando os botões de tempo do eletrodoméstico.
Mesmo com a rotina cansativa de estudos, S\N ainda se preocupava com a minha alimentação.
O que me deixa ainda mais culpado.
Ela merece mais do que um casamento por conveniência.
É uma mulher incrível e uma ótima amiga.
Merece alguém que a ame e cuide dela.
Eu não sou esse homem. E saber que ela estará presa a mim pelos próximos três anos de contrato me deixa cada vez mais culpado.
Depois de comer a comida deliciosa, tomo um banho e vou para meu quarto.
Desejando sonhar com minha Helena antes de dormir.
Fazia muito tempo que ela já não povoava mais os meus pensamentos.
Acordo ao ouvir barulho vindo da cozinha.
Saio da cama, desço as escadas e sinto meu corpo travar ao ver S\N. Ela está de costas, colocando água no filtro de café. Veste apenas uma camisa grande como pijama, seus cabelos presos em um coque desajeitado.
Eu já a vi assim antes.
Mas nunca teve tanto efeito em mim.
Ela parece notar minha presença, vira o rosto e me oferece um sorriso.
— Bom dia, H.
Eu respiro fundo, sem conseguir entender o que está acontecendo comigo.
Minha pele inteira está arrepiada, um calor insuportável me deixa inquieto.
Em passos largos atravesso a cozinha, sem conseguir mais segurar essa vontade.
Seguro sua cintura com as minhas mãos. S\N arregala os olhos, mas não me afasta.
Encaro seus lábios avermelhados, sentindo a minha própria boca formigar.
Curvo o pescoço, fecho os olhos e solto um suspiro quando sinto o contato de seus lábios nos meus.
S\N solta um gemido baixo, suas mãos tocam o meu peito e eu aprofundo ainda mais o contato.
Passo um dos braços por baixo do seu corpo, erguendo-a e colocando-a sobre a bancada.
Desço minha boca, marcando sua pele cheirosa.
Ela geme baixinho, joga a cabeça para trás.
Enlouquecido.
É assim que eu me sinto.
Completamente entorpecido por essa mulher.
Infiltro as mãos por baixo da camisa enorme, apertando suas coxas entre os meus dedos.
Meu corpo inteiro pede por ela, implora por ela.
— H… — Ela geme, e me enlouquece ainda mais.
— Eu quero tanto você. — Sussurro aquela verdade. S\N sorri para mim, com os lábios inchados pelos nossos beijos.
— Eu sou sua. — Ela sussurra.
Sua mão acaricia meu pau por cima da calça de moletom, me fazendo gemer.
Porra, eu preciso dessa mulher. Agora.
Puxo minha camiseta para fora, e como se estivesse tão ansiosa por esse momento como eu, S\N empurra minha calça para baixo, junto da cueca.
Eu suspiro, hipnotizado quando ela puxa a barra da própria camiseta para fora.
Enrolo o braço em sua cintura, puxado-a mais para a beirada da bancada. Ataco sua boca gostosa, arrasto a calcinha fina para o lado e encaixo meu pau em sua entrada quente e úmida.
Ela solta um gemido alto contra meus lábios quando embalo o corpo para a frente.
A sensação é indescritível.
Eu gemo, aperto sua pele em minhas mãos e começo a me mover cada vez mais rápido.
S\N geme o meu nome, joga a cabeça para trás e segura meus ombros.
Subo uma das mãos, apertado um dos seus seios.
Ela geme mais, aperta as pernas em volta da minha cintura e eu tenho certeza de que estou perto de gozar.
Sua boceta quente me aperta, e eu meto com ainda mais força.
O barulho do choque dos nossos corpos preenche a cozinha.
Minha pele se arrepia, a sensação do orgasmo próximo me enlouquece e eu grudo sua boca na minha mais uma vez.
Perto. Muito perto.
Me sento na cama.
Assustado.
Respirando de forma desregulada.
Totalmente suado.
Olho ao redor do meu quarto vazio, tentando entender o que está acontecendo.
Ergo a coberta, encarando a minha cueca completamente suja e o meu pau ainda endurecido como pedra.
Não. Não. Não. Não.
Isso não pode estar acontecendo.
Eu tive a porra de um sonho erótico com S\N?
Ainda assustado e me sentindo um completo maníaco, saio da cama.
Entro embaixo do chuveiro gelado, fechando meus olhos com forço e fazendo o meu melhor para esquecer esse maldito sonho.
Já estou atrasado para chegar no escritório quando finalmente a água fria consegue acabar com a minha ereção.
Me visto com um terno e desço as escadas. Decido pegar uma fruta para comer no caminho e meu corpo trava na porta da cozinha.
S\N está na frente da bancada, fazendo café. Vestida exatamente como o meu sonho.
— Bom dia, H. — Sorri.
Meu coração dá um salto.
E a minha calça fica mais apertada de repente.
Eu me viro, praticamente fugindo daquela casa.
— Bom dia, H. — Brad fala assim que eu saio do elevador. — Bom dia. — Falo rápido, passando pela sua mesa como um foguete e entrando na minha sala.
Me sinto um adolescente na puberdade, não um homem de 30 anos de idade.
Sento na minha mesa, esfrego as mãos no rosto e tento afastar aqueles pensamentos de mim.
Duas batidas na porta me fazem suspirar e eu mando que Brad entre.
— Tudo bem? — Ele pergunta com uma sobrancelha erguida. Eu assinto com a cabeça, sem encará-lo, até ouvir a risadinha que o mais novo soltou. — Sonhou com ela de novo, não foi? — Debocha.
— Brad…
— Qual é, H. Não tem nada de errado em desejar a sua esposa. — Ele senta na cadeira do outro lado da mesa, cruzando as pernas.
— Eu não desejo ela! — Minto. — Helena é a minha esposa. A única mulher que eu vou desejar nessa vida.
— Você é um cabeça dura. — Ele suspira. — Já pensou sobre a terapia?
— De novo isso?
— Sim, de novo. Eu estou preocupado com você, Harry.
— Está tudo bem comigo. — Argumento.
— Não, não está. — Ele nega com a cabeça. — Por favor, pelo menos tente. Se não gostar da experiência, não vou mais insistir.
— Me dá a sua palavra?
— Sabe que sim.
— Marque a maldita sessão. — Resmungo.
Brad abre um sorriso grande e sai da minha sala.
Durante o resto do dia me pego perdido em pensamentos, sem conseguir me concentrar em mais nada.
Minha mente fica passando e repassando as cenas em meu sonhos.
Eu me sinto um lixo.
S\N nunca me deu entrada alguma. Ter esse tipo de sonho com ela é algo nojento. E eu me sinto sujo.
Além de me sentir a porra de um traidor, desejando outra mulher que não a minha Helena.
Passo a fugir ainda mais de S\N.
Saindo mais cedo e voltando ainda mais tarde.
Sem encontrá-la por alguns dias.
Nosso contato é basicamente algumas mensagens e nada mais.
O que em nada acalma a porra da confusão que se forma em mim.
Além de seguir tendo sonhos cada vez mais sujos com ela, eu me pego sentindo sua falta.
Sentindo falta dos nossos cafés da manhã tranquilos, dos jantares divertidos e principalmente da companhia dela.
Dois meses depois…
— Como está hoje, Harry? — Kwan, meu terapeuta, pergunta.
Eu acabei gostando da experiência depois da primeira sessão. Ter alguém, que não me julgava, para desabafar era bom.
Por quase várias horas contei a ele toda a minha história. Como minha infância foi solitária e meus pais trabalhavam demais para prestar atenção em mim e no meu irmão mais velho. Como a adolescência foi ainda pior e eu não passava de um garoto confuso e carente de atenção. Como eu conheci, me apaixonei e perdi Helena.
E então, como S\N entrou na minha vida.
Nos primeiros dias, me senti receoso de contar a ele sobre o contrato. Não era exatamente uma coisa legal.
Mas, depois de algumas sessões, me senti mais confortável para dizer.
Para a minha surpresa, essa prática ainda era comum entre as famílias ricas da Coreia. Algo horrível, na minha opinião.
Com certeza, não eram todos que tinham a sorte de encontrar alguém tão incrível e compreensiva quanto a minha esposa.
Contei também sobre os sonhos.
Kwan, dividia a mesma opinião de Brad. Acreditava que eu estava me apaixonando por S\N.
Mas, eu segui negando.
— Estou bem. — Respondo abrindo um sorriso.
— E então, algum avanço essa semana? — Ele pergunta, cruzando as pernas e ajeitando a posição em sua poltrona.
— O mesmo de sempre. — Dou de ombros.
Kwan se refere ao fato de eu continuar fugindo de S\N dentro da nossa casa.
Por mais que agora eu a veja mais do que no inicio da minha fuga idiota, ainda faço o meu melhor para não acabar trombando com a garota pelas manhãs, quando ela está com pijamas curtos. Ou à noite, quando está linda.
Minha fuga não é tão difícil, já que S\N está se dedicando à faculdade, quase não tendo tempo algum.
Nos últimos dois meses, jantamos juntos apenas duas vezes, ambas em restaurantes, com os meus pais.
Fora isso, combinamos quem faria o jantar e deixaria o suficiente para o outro.
— Ainda sente que está traindo Helena? — Kwan pergunta. Ele fez esse mesmo questionamento há algumas semanas, e a resposta foi positiva.
— Não. — O terapeuta sorri.
— Como chegou a esta conclusão?
— Eu fui ao cemitério. Conversei com Helena. — Cocei meu queixo. — Foi uma conversa difícil.
Deixei as flores no pequeno vaso de plantas, juntei as mãos e fechei os olhos. Fiz uma prece breve antes de suspirar e finalmente encarar a foto de Helena na lápide.
Não tive coragem de voltar aqui desde o dia em que minha Helena começou seu descanso.
Na foto ela sorri, radiante. Antes do câncer que a deixou tão debilitada.
— Faz muito tempo, não é? — Sussurro. Eu suspiro, sabendo que não haverá uma resposta, mas, esperando que de alguma forma, ela me ouça de onde esteja. — Desculpe demorar tanto, meu amor. Eu realmente fiquei perdido sem você, sabia? — Fungo. O meu rosto já está banhado por lágrimas, meu peito pesado pela quantidade de coisas não ditas todos esses anos. — Eu sinto tanto a sua falta, minha Helena. — Tombo a cabeça para a frente, tocando sua foto com a minha testa e liberando todo aquele choro dolorido que guardei. — Eu me casei de novo, sabia? — Soluço. — Era para ser só um contrato. Mas… — Engulo meu choro, encarando o teto. — Mas ela é tão incrível. Você teria adorado a S\N. — Sorrio triste. — Ela é inteligente, é gentil, tem o maior coração que eu já vi. Ela não se importa com o meu coração machucado, me dá espaço para me curar… — Seco o meu rosto. — E eu tentei tanto evitar isso… queria tanto evitar me apaixonar por ela… mas eu não consegui, amor. — Choro. — Eu não consegui.
Fecho os meus olhos, meu choro é alto, sacode o meu corpo inteiro.
Ao mesmo tempo, é libertador.
— Eu sei que você não gostaria de me ver triste… foi o que você disse antes de partir, não foi? Que seria o meu anjo. — Seco um pouco meu rosto com a manga da camisa. — Eu nem sei se ela sente algo por mim. — Rio sem muito humor. — Eu tenho agido como um idiota com ela. Quando nos conhecemos, foi você quem me conquistou. Dessa vez, vou tentar ganhar o coração dela. Me ajude, sim? — Fungo. — Me ajude a ser feliz, por favor. — Respiro fundo. — Sempre vou amar você, Helena. Mas, acho que o meu coração pertence à S\N agora.
— Isso é ótimo, Harry. — Kwan fala, enquanto me oferece uma caixa de lenços, que eu aceito. — Então, acha que está apaixonado por S\N?
— Acho que sim. — Admito em voz alta pela primeira vez.
— E qual o seu próximo passo?
— Conquistá-la. — Afirmo.
Caminho em círculos pela sala de estar.
Cheguei antes do horário antes, preparei um jantar gostoso e esperava poder jantar com S\N.
Mas, já eram quase duas da manhã e nada da minha esposa chegar.
Já havia ligado, mandado dezenas de mensagens. Nada. Nem uma resposta.
Será que ela está com alguém?
Quando tivemos a primeira conversa do contrato, eu não me opus que ela tivesse relacionamentos amorosos, desde que discretos.
Fake chat
E agora, estava me remoendo com as minhas próprias palavras.
O som da fechadura chama a minha atenção e eu dou passos largos até a porta.
S\N está com um braço apoiado nos ombros de um cara que eu nunca vi.
— O que aconteceu? — Pergunto preocupado, me aproximado para tirá-la dos braços dele.
— Nós saímos para beber, comemorar o final das provas. Mas, S\N acabou exagerando. — O homem diz, de forma culpada.
— Certo, obrigado por trazê-la. Eu posso cuidar disso agora.
Não quero ser ignorante com o garoto. Mas ainda me sinto incomodado em saber que S\N esteve perto dele estando tão alterada.
O desconhecido faz uma reverência, saindo pelo corredor e eu fecho a porta.
S\N abre os olhos de leve, suas bochechas estão muito vermelhas. Um sorriso preguiçoso se forma em sua boca.
— Oi, H. Você está em casa. — Fala toda embolada, segurando o meu rosto dos dois lados.
— Por quê bebeu tanto? — Reclamo, me abaixando para passar um braço por baixo de seus joelhos, pegando-a no colo.
— Estava comemorando. — Ela passa os braços em meus ombros e começa a balançar os pés enquanto eu a carrego até seu quarto. — Por quê chegou cedo? — Largo seu corpo sobre a cama e ela tomba a cabeça para o lado, me encarando com os olhos pesados.
— Queria jantar com você. — Bufo.
— Jantar comigo? — Ela ergue as sobrancelhas. — Você não janta em casa há uns dois meses. — Ela diz, fazendo um beicinho triste.
Eu quero rir.
Nunca havia visto S\N tão bêbada. E por mais que estivesse bravo pelo perigo que ela correu, precisava admitir que estava uma gracinha.
— Eu sei. — Suspiro e me ajoelho à sua frente, começando a desamarrar o cadarço dos seus tênis. — Você me desculpa?
— Eu sempre desculpo você. — Ela revira os olhos, me deixando levemente confuso. Tiro seus tênis e as meias, colocando no chão ao lado da cama.
— Acha que consegue tomar um banho?
— Não quero tomar banho, quero dormir. — Reclama, parecendo uma criança birrenta.
— Vamos pelo menos tirar a maquiagem, hum? — Ofereço e ela afirma com a cabeça. Pego em sua mesa um pacote de lencinhos umedecidos e me sento ao seu lado na cama.
S\N fecha os olhos quando eu começo a passar o lenço com a maior delicadeza em sua pele.
Meu coração acelera quando passo sobre seus lábios, sentindo minha boca secar por um momento.
Ela abre os olhos lentamente, encara o meu rosto e suspira.
— Haz?
— Sim?
Os olhinhos pequenos pela bebedeira fitam o meu rosto com atenção, ela solta um suspiro longo e um beicinho se forma em sua boca quando lágrimas grossas começam a se formar. Exatamente como uma criança pequena.
Mas S/N não é uma criança.
E eu definitivamente não sei lidar com uma mulher bêbada e chorona.
— Ei, o que aconteceu? — Pergunto, usando meus polegares para afastar as lágrimas quentes que começam a escorrer.
— Você pode — Soluça. — Me devolver?
— Devolver o quê? — Digo ainda mais confuso. Não me lembro de ter pego nada que seja de S/N.
— Ou pelo menos cuidar. — Ela continua, ignorando totalmente a minha confusão. — Eu sei que você não quer, então… — Ela suspira e olha para cima, tentando evitar o choro. — Então, devolve. — Me olha séria.
— Eu não sei do que está falando, S/N. — Falo baixo, afastando mais lágrimas, o que só dá mais espaço para as novas que deslizam em sua pele.
— Do meu coração. — Ela soluça. Eu arregalo os olhos. — Eu não quero mais amar você, Harry. Por favor, me devolve ele. — Ela joga a cabeça para a frente, seus ombros balançam com o choro e eu me desespero.
— S/N… — Eu chamo, mas seu choro se torna mais alto. Mais sentido.
Eu não vejo seu rosto, mas posso ver as lágrimas pingando em seu colo.
O meu coração dói.
Engulo o nó que se formou em minha garganta e ergo seu rosto pelo queixo.
— Você me ama? — Sussurro. Ela balança a cabeça positivamente. — Por quê não me disse antes? — Com dois dedos afasto os fios insistentes do seu cabelo para trás da orelha, depois tento, mais uma vez, afastar as suas lágrimas.
— Porque eu sei que você não me ama, Harry. — Lamenta. O meu coração aperta no peito e eu abro a boca para falar, mas uma das mãos pequenas me pega de surpresa, esmagando os meus lábios. — Você não sabe quantas vezes eu já quis ser a sua S/N. — Eu pisco algumas vezes. As duas palavras me atingem como socos. — Helena foi tão sortuda em ser sua. — Ela sussurra.
Com cuidado, eu seguro a mão que está sobre a minha boca, tirando-a. S/N baixa a cabeça mais uma vez, mas eu não permito.
Me aproximo mais na cama, me sentindo o ser mais desprezível que existe.
Esse tempo todo, enquanto eu fugia dos meus próprios sentimentos. Não pensei nos dela. Não pensei que poderia estar machucando o seu coração.
Seguro uma das suas bochechas, fazendo com que ela me olhe.
Nossos olhos se encontram e o meu coração acelera em uma velocidade preocupante.
Ela está bêbada.
Está sensível.
E eu sou um idiota por pensar em beijá-la nessa situação.
Como um ímã, eu me aproximo, fecho os olhos e toco meu nariz com o seu. Espero que ela me empurre, me xingue. Mas isso não acontece.
S/N ergue o queixo, deixando um selar leve e salgado pelas lágrimas. E então se afasta, colocando os dedos na minha boca mais uma vez.
— S/N. — Ela diz, e eu ergo uma sobrancelha. — Não me chame pelo nome dela mais uma vez, Harry.
Eu engasgo.
S/N abre um sorriso triste e puxa as pernas para cima da cama, se deita de costas para mim.
— Pode sair do meu quarto, por favor? — Murmura baixinho.
— Nós precisamos conversar. — É tudo que eu consigo dizer.
— Não agora.
Eu respeito a decisão dela.
Além de estar atordoado demais para lidar com os meus próprios sentimentos.
A minha boca arde pelo contato mínimo, meu coração segue batendo forte e eu sinto meu corpo pesado.
Ignoro todo o jantar que preparei e vou diretamente para o meu quarto, me deitando na cama e encarando o teto branco.
S/N me ajuda a chegar até a cama. Minha visão está turva por toda a bebida.
Eu inalo o cheiro do cabelo dela e fecho os olhos.
É gostoso.
Ela me ajuda com a gravata e com o paletó.
Suas bochechas estão vermelhas pelo esforço, e provavelmente pela irritação. Mas, mesmo assim, me trata com carinho.
Ela é uma gracinha.
— Feliz aniversário, querida. — Eu digo, olhando para os olhos tão bonitos da minha esposa.
— Obrigado, H. — S/N sorri.
Eu gosto do sorriso dela. Gosto muito.
Puxo sua nuca, fazendo algo que apenas a bebida me dá coragem o suficiente de fazer. E beijo ela.
S/N parece surpresa, mas retribui.
Seu gosto é doce, o beijo é calmo e delicioso. E eu me perco nessa sensação.
Nos separamos com sorrisos.
Meu coração acelera, o álcool corre ainda mais solto, faz ainda mais efeito.
As borboletas que eu pensei que nunca mais apareceriam, voam pela minha barriga.
A sensação de estar apaixonado.
Que eu achei que nunca mais sentiria.
Uma pontinha de culpa me atinge. Eu não deveria fazer isso. Eu sou casado. Eu amo a…
— Minha Helena.
O sorriso de S/N se fecha. Mas antes que eu possa dizer qualquer coisa, o sono me atinge e eu caio na cama.
Sonhando com ela.
Com a minha S/N.
Abro meus olhos, sentindo meu corpo inteiro suado e meu coração batendo em uma velocidade descomunal.
Não foi um sonho.
Meu beijo com S\N foi real. E eu fiz a maior das besteiras, chamando-a pelo nome de outra mulher.
Olha para o relógio na mesa de cabeceira, quase nove da manhã.
Será que ela já levantou?
Saio do quarto, notando que a porta do quarto de S\N está entreaberta. Bato, mas não obtenho resposta. Empurro a porta de leve, ouvindo o barulho de seu chuveiro.
Decido fazer o café da manhã.
Precisamos urgentemente conversar, colocar todas as cartas na mesa pela primeira vez esses dois anos de casamento. Mas eu sei que, se ela lembrar o que aconteceu na noite passada, não vai querer dizer nada. Além disso, ela precisa se alimentar e hidratar depois de beber tanto.
Assim como ela fez comigo, preparo uma sopa de algas. Faço também um chá, um café e deixo sobre a mesa um comprimido caso ela esteja com dor de cabeça.
Poucos minutos depois, quando eu já estou terminando a minha xícara de café, S\N aparece na porta da cozinha. Veste um conjunto confortável de moletom lilás e seus cabelos estão úmidos.
— Bom dia. — Eu digo. Ela me olha por menos do que um segundo antes de baixar a cabeça e murmurar uma resposta para o meu cumprimento. — Fiz sopa de algas e chá pra você. — Aviso, já servindo a sopa na tigela. Largo a comida acompanhada de uma colher sobre a mesa.
— Obrigado. — Ela diz baixo.
— Está com dor?
— Só um pouquinho. — Diz, tomando a primeira colher da sopa. Em nenhum momento ela me olha. Seus olhos permanecem baixos, assim como o seu tom de voz. E isso me dá a certeza de que ela lembra sobre tudo na noite passada.
— Precisamos conversar, não acha?
— Não podemos esquecer? — Ela resmunga. — Eu estava bêbada e…
— Você disse que me ama. — Corto sua desculpa, já sentindo meu coração acelerar com a ansiedade. — É verdade?
— Harry… — Ela suspira.
Eu acabo dando ouvidos à minha mente ansiosa. Largo minha xícara de café na pia e caminho até a mesa. Seguro o rosto de S\N, que finalmente me olha. Seus olhos estão arregalados e ela engole em seco.
— É verdade? — Pergunto de novo.
— Harry, por favor. — Lágrimas se juntam nos cantinhos dos seus olhos.
— Me diga. — Eu peço. — Você me ama, S\N?
Ela suspira, passa a pontinha da língua pelos lábios e assente.
Um sorriso involuntário se forma em meus lábios e eu curvo o pescoço, tocando sua boca com a minha.
Ouço seu suspiro surpreso e espero mais um pouco, deixando apenas selinhos leves antes de aprofundar o beijo.
Empurro a língua com calma, sendo recebido de forma tímida. S\N coloca as mãos em meus ombros, mas não me empurra. Seus lábios macios e quentes acariciam os meus com delicadeza.
Passo um dos braços em sua cintura, fazendo com que ela se erga do banco e sente sobre a mesa. Aperto meu corpo contra o seu, e o beijo já não é mais tão calmo e delicado assim.
É mais afoito, mas desesperado. Minhas mãos passeiam por suas costas até chegar em sua nuca.
Separo nossos lábios quando a necessidade de respirar se torna mais forte.
Com a respiração desregulada, abro meus olhos para vê-la.
S\N está tão abalada quanto eu, seus lábios inchados e os olhos cheios de incertezas.
— Me desculpa. — Começo a dizer. — Eu não queria ter machucando você, S\N. — Me mantenho perto dela, ainda abraçando seu corpo e segurando sua nuca. — Eu deveria ter sido mais cauteloso com os seus sentimentos.
— Eu não estou entendendo. — Ela murmura baixinho.
— Eu lembro do nosso beijo no seu aniversário. — Ela arregala os olhos de leve. — Eu achei que tinha sido um sonho. — Suspiro. — Você não falou nada e eu me convenci que não havia acontecido de verdade. Mas só ontem eu percebi que foi verdade e que eu fui um idiota. — Ela me olha com atenção. — Eu não chamei você pelo nome de Helena. Enchi a cara aquela noite por me sentir culpado por não conseguir parar de pensar em você. — Admito.
— O quê?
— Eu me sentia culpado por começar a me apaixonar por você. — Suspiro. — Por isso eu praticamente fugi nessas últimas semanas. Eu queria me convencer de que não estava me apaixonando, mesmo que Brad e o meu terapeuta digam o contrário.
— Terapeuta? — Ergue uma sobrancelha.
— Temos muita coisa para conversar ainda. — Eu rio. — Mas o importante agora é: não vou devolver. — S\N franze as sobrancelhas. — O seu coração é meu, não vou devolver.
As bochechas de S\N ficam vermelhas, ela abaixa a cabeça, escondendo o rosto em meu peito. Não consigo evitar a risada, fazendo um carinho leve em seus cabelos.
— Eu estava bêbada, não pode usar minhas palavras contra mim. — Ela reclama, erguendo o rosto para me olhar, fazendo um beicinho com os lábios. Eu deixo um beijo ali, fazendo-a sorrir. — Está mesmo apaixonado por mim?
— Totalmente. — Admito, apertando ela mais contra mim.
— Acho que ainda estou sonhando. — Ela suspira, passando os braços em minha cintura, me abraçando de volta. Eu curvo o pescoço, mordendo sua bochecha de leve. — Ai!
— Viu? Tá bem acordada, Senhora Styles. — Ela fica ainda mais vermelha, me fazendo rir. — Agora, tome o seu café da manhã. — Beijo sua bochecha.
S\N
— O que acha de irmos embora? — Harry sussurra em meu ouvido. Seu braço está apoiado em minha cintura e já deve ser pelo menos a quinta vez que ele sugere de ir embora desde que chegamos à festa de aniversário de um dos maiores investidores da empresa.
— Querido, chegamos há uma hora. — Relembro.
— Eu sei. — Resmunga, ficando de frente agora, e segurando minha cintura com as duas mãos. — É pedir demais uma noite tranquila ao lado da minha esposa? Sem precisar ficar dando sorrisos falsos para um monte de gente chata?
Harry é um bebê de 1,80. Aprendi isso no decorrer das últimas semanas, desde que o nosso casamento passou a ser verdadeiro.
Bom, em algumas partes.
Decidimos ir com calma, mesmo com o casamento, achamos melhor nos conhecermos e passar por todas as etapas que um casal normal passa.
— Por favor. — Ele pede, fazendo um biquinho enorme com os lábios. Eu rio, deixo um selinho em seus lábios e me rendo, assentindo.
Ele sorri, satisfeito e praticamente me arrasta até onde o aniversariante está, para nos despedirmos.
Assim que chegamos em casa, seus braços rodeiam a minha cintura, seu corpo se encaixa ao meu por trás e ele distribui beijos leves em meu pescoço.
— Cheirosa. — Elogia baixinho em meu ouvido, me arrepiando inteira.
Mesmo com o avanço do nosso relacionamento, Harry e eu nunca passamos dos beijos. Sempre que a coisa esquentava um pouco mais, ele dava para trás.
Eu não o pressionava, mesmo que precisasse tomar uma série de banhos frios e me satisfazer sozinha. Sabia que era um passo muito grande e queria que ele estivesse pronto para ser totalmente meu.
— O que acha de assistirmos um filme, hum? — Sugiro.
— Pode ser. — Ele concorda.
— Vou tomar um banho então. — Me viro, deixando um selinho demorado em seus lábios antes de subir para o corredor de quartos.
Ainda dormíamos separados, mesmo que de vez em quando, acabassemos adormecendo abraçados no sofá da sala.
Tirei a maquiagem e desfiz o penteado simples que havia feito para o evento.
Tentei tirar o vestido, mas não conseguia alcançar direito o zíper. Chamei por Harry, mas ele não respondeu.
Bati na porta do seu quarto, entrando em seguida. Um hábito que nós dois havíamos adquirido com a intimidade crescente.
Porém, me arrependi no segundo em que o meu marido saiu da porta do banheiro, vestido apenas uma toalha enrolada na cintura e com gotas de água do banho recente escorrendo pelo peito largo.
— Desculpa! — Falei virando de costas. Ouvi ele dar uma risadinha.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não alcanço o zíper do vestido. — Tento manter minha voz firme, ignorando o calor que começava a sentir. — Você pode me ajudar?
— Claro.
Senti uma das mãos de Harry tocar minhas costas por cima do vestido, e logo o tecido ficou frouxo. Segurei em meu peito, para que ele não caísse completamente e me deixasse praticamente nua, já que estava sem sutiã. Murmurei um “obrigado” apressado e já iria sair do quarto, porém suas duas mãos seguraram minha cintura.
Harry afastou meu cabelo, apoiando todo em um dos ombros e deixou um beijo molhado em minha nuca. Um suspiro escapa dos meus lábios e eu tenho certeza de que ele nota minha pele inteira arrepiar.
— Eu já disse o quanto está linda hoje, querida? — Murmura, com a voz rouca. Fecho os meus olhos, sentindo minha boceta pulsar dentro da calcinha já encharcada.
— Algumas vezes. — Relembro.
— Acho que deveria dizer de novo. — Harry me vira. Ainda segurando o vestido, ergo os olhos até os seus. — Você está realmente linda, S/N. — Sussurra, me puxando para beijar os meus lábios.
Me entrego ao beijo, soltando suspiros baixos. Escuto quando Harry empurra a porta para que ela feche e em seguida começa a caminhar com passos cuidadosos enquanto empurra meu corpo em direção da cama.
Harry separa os nossos lábios, me encarando com os olhos cheios de um desejo velado. Seu peito sobe e desce rápido, e suas mãos encontram as minhas, em um pedido silencioso de permissão. Em resposta, liberto o vestido, que acumula em minha cintura.
Harry respira fundo, seus olhos passeiam pelos meus ombros e colo. Mais uma vez ele me olha.
— Você pode fazer o que quiser. — Sussurro. Ele morde o lábio inferior e assente.
Suas mãos tocam os meus ombros, até que eu chegue ao colchão e me deite. Então, puxa o vestido pelas minhas pernas, jogando-o no chão.
Meu coração bate acelerado. Depois de longos anos amando aquele homem em silêncio, estou apenas de calcinha na sua cama.
Seus dedos gelados começam a subir pelas minhas pernas, como se ele usasse o tato para mapear meu corpo. Vai engatinhando lentamente pela cama, até estar em cima de mim.
Harry me beija, lento e sensual. Sua língua passeia, acaricia a minha e me arranca suspiros longos.
Depois, seus lábios começam a descer. Passam pelo meu maxilar, pescoço e colo, até chegar em meus seios.
— Você é tão linda. — Sussurra. Segurando minha cintura com as mãos e beijando a minha pele. A boca quente suga um dos meus mamilos e eu gemo baixo.
Meu corpo está sensível, e toda a vontade que eu tenho dele se torna ainda mais desesperada.
Harry dá atenção aos meus dois seios com as mãos e a boca antes de voltar a explorar o restante do meu corpo. Seus lábios deixam marcas invisíveis por toda a parte.
Ele beija minha barriga e desce ainda mais. Com os olhos nos meus, puxa com delicadeza a calcinha azul clarinho para fora do meu corpo.
Ouço quando ele murmura um palavrão antes de voltar a beijar minha pele.
Seus lábios passeiam pelas minhas coxas, descendo até a minha intimidade.
Harry me saboreia com calma. Ele lambe e chupa com delicadeza. Ele faz pressão em meu clítóris, depois desce até a minha entrada e eu tenho certeza de que estou pronta para explodir.
Aperto o lençol entre os dedos, chamo o nome dele e me perco nas milhões de sensações.
Harry espera até que o meu corpo pare de tremer para subir seus beijos. Sua boca ataca a minha com vontade. O meu gosto em sua língua me faz revirar os olhos. Seguro seus ombros, tentando manter meu controle.
Mas de nada serve quando ele separa o beijo. Seus olhos estão presos aos meus quando Harry leva a mão até o nó de sua toalha, arrancando-a do próprio corpo de uma vez e jogando para o chão.
Aperto os lábios e sinto minha boceta escorrer ao ter a visão de seu pau pela primeira vez.
Nenhum de nós parece estar disposto a esperar.
Ele se ajeita entre as minhas pernas, lubrificando o próprio membro em mim enquanto se esfrega entre meus lábios inferiores.
Ele se encaixa, encarando os meus olhos.
— Você tem certeza? — Sussurro. Mesmo que eu queira, e muito, quero a certeza de Harry.
Como resposta, o meu marido ergue uma mão, entrelaçando os nossos dedos antes de me preencher.
— Porra… — Ele geme, respirando fora do ritmo.
Ele fica parado dentro de mim por um momento. Os nossos olhos se encontram e de automático, nós dois sorrimos.
Finalmente.
Um do outro.
Harry se move. Saindo e entrando em um ritmo lento e gostoso. Suas mão aperta a minha e ele volta a me beijar.
Meu coração bate forte, o meu corpo inteiro treme e não consigo segurar o impulso de me empurrar mais contra ele.
O ritmo calmo dá lugar á um muito mais necessitado.
Harry solta a minha mão, as duas vão para as minhas coxas, dando sustentação para estocadas mais profundas.
Eu gemo alto, Harry suspira.
Meus seios balançam com os movimentos, sendo capturados pela sua boca em seguida.
O orgasmo começa a se formar em longas ondas de arrepios. O frenesi também parece estar atingindo Harry. Ele aumenta o ritmo, aperta mais o meu corpo contra o seu e cola sua testa na minha. Gemidos grossos fogem dos seus lábios e eu aperto minhas pernas em volta da sua cintura.
Gozo revirando os meus olhos e chamando alto pelo nome dele. Harry abraça o meu corpo, entrando fundo uma última vez e escondendo o rosto em meu pescoço. Posso sentir as contrações de seu membro a medida que seu gozo escorre entre as minhas pernas.
Alguns segundos depois, ele ergue o rosto, sorri cansando e beija os meus lábios antes de sair de mim e deitar ao meu lado.
Encaro o teto, tentando controlar minha respiração e meu coração acelerado.
Harry me puxa, me fazendo deitar em seu braço. Me viro, ficando de frente para ele e acariciando de leve seu peito suado com a ponta dos dedos.
— Eu te amo. — Deixo um beijo em seu peito antes de deitar.
— Eu também te amo. — Ergo o rosto no mesmo segundo. Harry ainda não havia dito aquelas palavras, mesmo que deixasse claro os seus sentimentos por mim com ações. — Eu te amo, minha S\N.
45 notes
·
View notes
Text
A vida é um caminho repleto de desafios e incertezas. Desde a perda da minha mãe, uma mulher cuja fé era uma luz em meio à escuridão, minha relação com Deus foi marcada por revolta e questionamentos. Como poderia um Deus amoroso permitir que alguém tão bom partisse? A mágoa se tornou parte de mim, e as palavras de fé que um dia ecoaram em minha casa agora pareciam apenas um eco distante.
Quando fui morar com meus tios, a catequese foi uma imposição que inicialmente rejeitei. A dor que sentia não permitia que eu visse o valor naquele aprendizado. No entanto, o tempo e a insistência da minha tia me levaram a um retiro que mudaria tudo. Foi ali, em meio a um grupo que parecia tão distante de mim, que a lembrança da minha mãe iluminou meu coração. A fé dela, que resistiu mesmo nas tempestades da vida, começou a ressoar dentro de mim.
Naquele momento de reflexão, percebi que a dor e a perda podem, paradoxalmente, servir como portais para uma conexão mais profunda com o divino. Senti Deus se aproximar, não como um juiz distante, mas como um guia amoroso que me abraçava em meus momentos de fragilidade. Através dessa experiência, compreendi que a vida é feita de ciclos e que cada sofrimento tem seu propósito, mesmo que não possamos vê-lo de imediato.
Atualmente, enfrento novos desafios: problemas familiares e o término de um relacionamento que deixaram minha alma fragilizada. A tristeza tem sido uma companheira constante, mas, neste estado de vulnerabilidade, encontrei consolo na certeza de que tudo acontece no tempo de Deus, e não no meu. A fé que antes era um fardo agora se transformou em um refúgio.
Sigo aprendendo a confiar que, assim como a luz da minha mãe iluminou minha vida, a luz de Deus também brilhará em meio às minhas trevas. Acredito que, mesmo nas noites mais escuras, o amanhecer sempre chega. E, com ele, novas oportunidades de amor, crescimento e compreensão.
Esta jornada de fé é um testemunho de que, mesmo quando tudo parece perdido, o amor divino nos encontra e nos guia, ajudando-nos a reconstruir nossos corações e a encontrar paz na tempestade.
(Texto autoral).
#mentesexpostas#autorias#pequenospoetas#textos#fé#minhas autorias#meustextos#versografando#poesia#pequenasescritoras#literature#texto en tumblr#minhas palavras#lardepoesias#lardepoetas#religion#esperança
10 notes
·
View notes
Text
Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos.
Colossenses 3:15
37 notes
·
View notes
Text
As vezes eu acho que gostaria de costurar a minha língua, um fio preto entrando nas células da boca até à faringe, uma dor de agulha deixando ela inchada. qualquer coisa para me impedir de falar. eu sempre falo coisas erradas, segredos que eu não deveria contar, coisas vergonhosas que parecem certas na minha mente, tropeço nas minhas palavras e torno tudo estranho, parece um dom. toda vez que eu coloco o pé pra fora de casa deveria ser considerado um suicidio social. quando eu era pequena e via as pessoas nas séries se auto envergonhando eu ficava chateada e não entendia como isso era possível, hoje eu entendo. a minha pele não fica colada com os meus ossos, ela se arrasta no chão me deixando com falta de ar, minha glote inchada faz com que toda minha fala saia totalmente estranho, eu tentei me defender mas só saiu um murmúrio - eu pareço um zumbi, eu perambulo pelas noites esperando um momento de paz para ser eu mesma, mas sempre tem um juiz na plateia
#textos#brasil#escritores#escritores no tumblr#girl blogging#livros#notas#poemas#tumblr#depressão#vladimir nabokov#vergonha
10 notes
·
View notes
Text
Uma Luz Brilhante.
Lembra-se de Gênesis 1, quando Deus criou o mundo. Uma das primeiras coisas que Deus disse foi “Haja luz” (Gênesis 1:3). Assim como Deus criou a luz para brilhar sobre a terra, Jesus veio como uma luz para toda a humanidade.
Jesus diz que Ele é a luz do mundo. Ele também aponta que a luz é necessária para encontrar o seu caminho neste mundo. Jesus é a luz que guia os homens para a verdadeira vida.
Jesus não é apenas a luz que ilumina nosso caminho pela vida, mas também é aquele que ilumina o resto do mundo. É pela luz de Jesus que podemos olhar para o resto do mundo e julgar sobre o que é certo e bom.
A luz no Antigo Testamento é muitas vezes um símbolo de julgamento, porque é a luz que expõe a escuridão e o mal no coração das pessoas. Jesus é o verdadeiro Juiz que vem com a autoridade de Deus Pai para julgar os corações dos homens e mulheres (João 8:13-17).
Embora Jesus seja o verdadeiro Juiz de toda a humanidade, aqueles que O seguem e creem em Sua ressurreição não têm nada a temer em relação ao julgamento. Não somos mais condenados por nosso passado, mas por meio de Jesus recebemos acesso a uma nova vida Nele (Romanos 8:1).
Reserve um momento para agradecer a Deus por brilhar a luz Dele em sua vida. Por causa de Jesus, você pode experimentar a graça e a paz de Deus em seu coração.
2 notes
·
View notes
Text
Portugal tem uma dívida enorme para com esta Senhora traduzida em França, Espanha e Alemanha e agraciada com grau Chevalier dans L’Ordre des Palmes Académiques pelo então primeiro ministro francês (e futuro presidente da república) Jacques Chirac e pelo Presidente da República Federal da Alemanha Richard von Weizsäcker com a Verdienstkreuz 1. Klasse.
Escreveu que era juiz de si mesma e não se absolvia. Diz agora que tem 80 anos e ninguém acredita. É uma honra IMENSA tê-la aqui. Ora leiam!
[Em tempos de isolamento social ouso interpelar várias personalidades das artes e das ciências (e em outros domínios). Publicarei uma entrevista por dia ficando arquivada neste mural num álbum – Galego Armado Em Proust – criado para o efeito, podendo ser consultado sempre que queiram. Esta é a vigésima segunda entrevista].
‘[…] Outrora dancei até às cinco, até às sete, mas já namorava, e era com o meu marido. Também já com ele ia ao Hot Club, a cave dos melhores do mundo, e ficava por lá a ouvir Jazz, ou Bossa Nova, pela noite fora. Era a minha segunda vida, de noitadas e boémias…’.
1. Qual é a primeira memória que tem? Que tempo foi esse? _ Primeiras memórias: na antiga École Française de Lisboa, tinha eu três anos, a festinha de fim de ano. Por essa mesma altura brincar no pátio Bagatela, um verdadeiro pátio de vendedeiras, (nada do que é hoje como moderno edifício de luxo) com os meninos do primeiro andar, nossos vizinhos do prédio: o Vasco e a Guidinha. Será que ainda existe hoje? E os meninos?
2. Ainda se lembra do nome do primeiro namorado? _. Lembro, mas não digo.
3. Quem gostaria de ter sido aos 15 anos? E agora? _. Aos quinze anos queria fazer ballet, em Paris, com uma professora russa. Agora quero ser uma avó feliz.
4. Quem e como são os seus amigos? _ São amigos, está tudo dito.
5. É uma mulher que chora? _ Quando li O Monte dos Vendavais chorei que me fartei (tinha 17 anos); e voltei a chorar quando mais tarde vi o filme. Mas não digamos chorar, e sim comover-se. Sim, comovo-me, quando alguma coisa me toca profundamente. Pode ser o Requiem de Bach, ou o sofrimento e a perda de alguém que me seja querido.
6. Qual é o seu maior medo? _. Que sofram à minha volta. Que não venha a morrer em paz.
7. De quem mais sente falta? _ Sinto a falta de todos, quando não estão: marido, filhos, netos, amigos...
8. Qual é a sua característica mais marcante? _. Outros dirão melhor do que eu. Mas eu diria o gosto de estudar, de escrever, de trabalhar. Trabalhar é algo que considero privilégio. E que nunca falte algum sentido de humor. Não procuro respostas, são mais interrogações.
9. Qual é a sua característica que mais detesta? _ Ter carradas de alergias, a quase tudo. Uma maçada.
10. E a que mais antipatiza nos outros? _ A estupidez e a má educação.
11. Como é que lida com a frustração? _ Primeiro sofro, é uma contrariedade. Depois sigo em frente.
12. O que é que demarca o território da intimidade? _ A liberdade de ter um espaço e um tempo só nossos.
13. Que pessoa viva mais admira? _ O meu marido, um homem excecional, a vários títulos. Quando o conheci jogava hóquei em patins e tocava contrabaixo. E tinha duas paixões, o Jazz e a Bossa-Nova. Ainda hoje.
14. E a que mais despreza? _ Não desprezo ninguém, já não tenho idade para isso.
15. Qual é a qualidade que mais aprecia numa mulher? _ A inteligência e a elegância discreta.
16. E num homem? _ A cultura e o carácter. Mas tanto na mulher como no homem, a amizade leal e a capacidade de rir, mais de si do que dos outros.
17. É doce a sensação de ser mulher? _ Doce porquê? Para a mulher tudo é tão mais difícil...
18. Que mulher gostaria de ver como Presidente da República de Portugal? _ Não há mulher à vista...outrora teria sido a Prof. Teresa Santa-Clara Gomes, da Faculdade de Letras, de quem herdei a paixão pela Cultura Alemã. Uma mulher excepcional, muito à frente daquele tempo.
19. Como interpreta a frase "Não sou racista, tenho até amigos negros"? _ Uma frase infeliz. O racismo, como os outros ismos, que são vários, mostram que ainda não se evoluiu o necessário.
20. O antropólogo José Pereira Bastos defendeu que Portugal devia pedir desculpa aos ciganos. Exagero do investigador? _ Patetice, está na moda escolher e comentar os temas ditos fracturantes. As comunidades ciganas são antigas, os seus hábitos nómadas estão a evoluir, e o que é preciso é que a sociedade (o Estado) lhes garanta saúde, educação, trabalho e o respeito que todos em sociedade merecem.
21. O que responderia a quem que lhe perguntasse ‘A minha filha sente-se um rapaz. O que posso fazer?’ _. Deve ir a um bom Psicólogo, aconselhar-se com ele, dizer que idade tem a sua filha, seguir o acompanhamento feito, voltando lá já com ela, e ver depois o que sucederia. Há casos e casos.
22. Em 2020 feminismo é sinónimo de …? _ Pode ser de tanta coisa...até de ignorância, porque houve um momento histórico bem conhecido, de luta por direitos elementares negados às mulheres, mas estamos no século XXI e a fome no mundo é para mim um problema maior do que esse. Ou o do clima. Ou o da continuação de abuso dos direitos humanos, em todos, crianças e homens, não apenas nas mulheres.
23. Eu não vou em touradas! E a Yvette Centeno? _ Não vou, mas já fui algumas vezes, outrora. Gosto de ver na televisão a Tourada à Portuguesa, cavalos magníficos que desafiam o touro, cavaleiros trajados a rigor, e de grande “Arte”no toureio. Por trás desse espectáculo protege-se uma espécie ibérica, o touro, outra espécie nossa, o cavalo lusitano, e desenvolve-se paisagem e produção agrícola que dá trabalho a muita gente. Não aprecio o ser contra por ser contra. Ou são todos vegan e não comem bifinho de lombo, ainda que de vaca?
24. Laura Ferreira dos Santos na sua luta “pelo direito a morrer com dignidade” implorava “só peço o direito a não morrer aos bocadinhos.”. Eutanásia, crime ou compaixão? _ Eutanásia é um assunto científico, médico, com dimensão ética complexa, não vou dar opinião, porque a exigência de um envolve vários à sua volta. Hoje sabemos que não se morre com sofrimento, e há ainda a opção do testamento vital. Uma coisa é pedir que nos matem, outra que não nos deixem sofrer.
25. Eu preocupo-me muito com os animais, mas ser vegan não será um pouco exagerado? _. Para mim é exagerado, por várias razões, prejudica a saúde, em crianças e adultos, com o tempo; e é tão mais caro...ser vegan é por vezes outra maneira de ser diferente.
26. ‘Nasceu-te um filho. Não conhecerás, jamais, a extrema solidão da vida…’, versos de Jorge de Sena. Subscreve? _ Não. A Mécia, sua mulher de nove filhos é que poderia dizer isso...os filhos não são coisa nossa, são vidas outras, aut��nomas, tanto exemplo de pais ou mães com filhos e votados à extrema solidão da vida. Sena: um desabafo poético...
27. Já se sentiu roubada no seu tempo para escrever? _ Já. A vida não pára, à volta de um escritor. Mas não se trata bem de ser roubada, é antes interrompida...a escrita recupera-se, a vida nem por isso.
28. Quais são os seus escritores preferidos? E os poetas? _ São muitos, mas alguns deixaram marcas, conforme a idade em que os li: Prévert, quando era jovem, Michaux mais tarde, e René Char, Baudelaire e Rimbaud, já como estudiosa, Goethe, por razões óbvias, é a razão do meu doutoramento, os do Bauhaus, os surrealistas, são muitos e ainda leio muito, leio sempre. E faltam ainda outros, de vários continentes. Dos que traduzi (também traduzo) o mais influente foi Paul Celan. Depurei a minha escrita, ao lê-lo.
29. Alexandre O’Neill disse que achava muito mais tocante para um poeta o aperto de mão de um leitor que a crítica de um crítico. E a Yvette Centeno? _ Uma conversa, sim. Mas há críticas (raras) que nos leem por dentro. E isso faz-nos bem, sentir que comunicámos. Mas não escrevo para a crítica, quem escreve arrisca-se ao bom e ao mau, é assim, e deve continuar o seu caminho sem dar importância ao que se diga.
30. Um verso de que goste muito? _ De Sophia: ia e vinha / e a cada coisa perguntava / que nome tinha.
31. Quem é o seu compositor preferido? _ Mozart; e Wagner...
32. Com quem dançaria até às 5 da madrugada? _. Outrora dancei até às cinco, até às sete, mas já namorava, e era com o meu marido. Também já com ele ia ao Hot Club, a cave dos melhores do mundo, e ficava por lá a ouvir Jazz, ou Bossa Nova, pela noite fora. Era a minha segunda vida, de noitadas e boémias.
33. Qual é o seu maior arrependimento? _ Não tenho. Escolhi a vida que vivo (excepto este corona –vírus!). Ah, lamento não ter aprendido polaco, quando a minha mãe era viva.
34. Qual é o seu actual estado de espírito? _. Sinto que fui uma privilegiada. Vivi entre duas pátrias, Portugal e França. E sempre ligada às artes. Queria escrever, escrevo. Casei, tive filhos, tenho netos, tenho amigos, mesmo os de longe, aos oitenta anos não posso pedir mais nada.
35. Ainda se morre por amor ou isso só acontece nos poemas de Teresa Horta? _. Cada qual, poeta ou não, saberá dizer melhor. A Teresa Horta ainda está viva e escreve...poderá responder.
36. Qual a actriz que gostaria que a representasse num filme sobre si? _ Marina Vlady (mas não é do seu tempo…)
37. Uma palavra de que goste. _. Uma? Depois de tantas por aqui? Amizade.
38. Um poema que seja seu. _ “Toda a arte é limiar / toda a arte é limite”
39. Depois deste suplicio que pergunta gostaria de me fazer? _. Como é que isto lhe passou pela cabeça, Luís? Efeitos do confinamento??? E que método vais usar? Freud, Jung, Lacan, Tomatis?
Foi um privilégio ter contado consigo, muito obrigado Professora Yvette Centeno!
Luís Galego, 16.04.2020
2 notes
·
View notes
Text
Respeitar autoridade é importante
novembro 23, 2023
Graça, Paz e Alegria!
Mensagem do Portal Evangélico Compartilhando Na Web.
Leia 2 Pedro 2.1-22
Os cristãos eram tidos como problema no Império Romano. Principalmente por não se renderem aos cultos pagãos, aos tidos como deuses, ao imperador e essas coisas. Acreditavam que os cristãos não respeitavam a cultura, a religiosidade e as autoridades.
Nós somos assim desde o começo! Não negociamos a vontade do Senhor nem aceitamos coisas que entendemos que são erradas do ponto de vista da Bíblia. Mas todas as coisas, não apenas algumas, como foi um movimento há pouco tempo envolvendo política com fé: falava-se de princípios com família, sexualidade, ser contra aborto, e tudo isso está mesmo certo, mas negligenciavam a mentira, o falso testemunho, a falta de domínio próprio, o uso de palavra torpe... Não escolhemos que princípios seguimos ou não estamos seguindo nenhum!
Mas respeitamos a autoridade. Mesmo que a lei seja estranha, mesmo que não gostemos, se ela não impedir a soberania do Senhor, obedecemos. Os cristãos foram orientados por Jesus a levar pelo dobro do caminho que a lei definia algo que um romano obrigasse a levar. Ninguém gostava dessa lei, mas Jesus disse que era para fazer e até mais! Logo, respeitamos, sim, as leis, a menos que mande negar ao Senhor, apresente obrigatoriedade de coisas que não podemos abrir mão para fazer a vontade do Senhor. Aí, desobedecemos mesmo que haja consequências.
E os primeiros cristãos eram tido por encrenqueiros por fazer isso. Não por fazerem manifestaçoes contra as leis ou por desobedecer o que não gostavam. Antes, iam além em algumas leis que o povo não gostava, seguindo a recomedação de Jesus, mas eram intransigentes em outras, mesmo que fosse para morrer. Os romanos não entendiam a razão de não cederem em coisas que para eles eram bobas.
Devemos orar pela autoridade, gostemos dela ou não. Devemos respeitar a lei, concordemos com ela ou não, a menos que nos mande negar ao Senhor, mande mentir, matar, roubar... Autoridade não é só o político, mas policial, juiz e tantos outros. Precisamos levar isso com seriedade diante do Senhor, pois mesmo o que pode parecer ruim, Ele permite com um fim proveitoso!
Terminamos na próxima semana a mensagem sobre essa passagem, permitindo o Senhor!
Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
OBS - Caso o player não toque a mensagem até a execução da música no final, você pode clicar nos "três pontinhos" (...) no próprio player e ouvir direto no Spotify. Aproveite e siga nosso Podcast por lá ou em outra plataforma que agrega podcasts! Pesquise "Ministério Compartilhando"!
#compartilhandonaweb#ministeriocompartilhando#bíblia#leiaabiblia#devocional#mensagem#meditaçāo#comentariodevocional#pedro#spotify#apple podcasts#google podcast#podcast#tunein#quintafeira#Spotify
2 notes
·
View notes
Text
Pleno domingo e meu chefe me mandando msg pq esqueci de colocar uma informação na peça e o juiz tá mandando editar. Minha resposta foi:
Cara folgado da porra, eu já faço todo o trabalho e ele nem se dá a honra de analisar antes de enviar?? Estagiário não tem paz mesmo, me poupe.
4 notes
·
View notes
Text
DIÁRIO DE UMA RECÉM CASADA: 12 lições do 1º ano
8° mês: bodas de Pompom
Mais um mês intenso, de muito trabalho! Meu esposo assumiu uma produção de quase 5mil camisas neste mês e a produção se dá dentro de nosso apertamento! Como é delicado trabalhar e morar num mesmo lugar! Foi preciso contratar ajuda porque só nós dois não daríamos conta de todo processo, então, além de muito serviço da D12, também tivemos um mês bastante agitado em casa. Mais gente pra comer, hóspedes queridos quase morando conosco, muitos lençóis e muitas toalhas sujas pra lavar toda semana, mais pratos sujos pra lavar... Resumo deste mês: Deus põe à prova nossas orações e prova nossos pensamentos.
8ª LIÇÃO: Os votos do casamento são um compromisso para toda vida e eu preciso fazer valer a cada dia
Eu sempre desejei ter uma casa aberta, receber a Igreja, ser uma família missionária...! E me comprometí com isso no meu casamento, por meio dos votos, diante de Deus e das testemunhas!
Mas, claro, quando se está solteiro (ainda que você já more sozinho), você não tem noção do que uma casa cheia significa na prática. Digo "ainda que more sozinho" porque, sendo solteiro, você assume todas as tarefas da casa, mas provavelmente cozinha apenas pra um. E, morando com os pais, mesmo que seja uma casa aberta, não é você a dona da casa, a responsável pelo andamento da casa. Estou registrando essa diferença porque eu, pessoalmente, vivi a realidade de uma casa aberta enquanto solteira, tanto morando sozinha como morando com meus pais. Mas foi diferente me deparar com as implicações de meu próprio lar aberto. Todo o trabalho que fica quando as pessoas vão embora, agora, é minha responsabilidade. E mais: nem sempre a dispensa vai estar favorável. No meu caso, algumas vezes neste mês, precisei orar e pedi ajuda a Jesus pra cozinhar pra várias pessoas com apenas uma cebola, meio tomate, um pouquinho de cuscuz... Ou pra lavar os baldes cheios de roupa com pouca medida de sabão. Enfim!
Se eu quero casa cheia, eu preciso amar (suportar com alegria e leveza) tudo o que isso tudo implica na prática: roupas de cama e banho acumuladas, banheiros mais sujos com frequência, casa cheia, de repente e de surpresa, em dias em que não estamos muito bem... Bom, a verdade é que ser hospitaleira não é receber gente quando a casa está em ordem, cheirosa e tem bolinho no forno (o que eu adoro e particularmente prefiro!), mas, principalmente, quando mesmo sem nada disso, há alegria no coração, paz e boa disposição em dividir o que se tem.
Eu sempre temi me tornar como alguns jovens à minha volta, que, quando solteiros, falavam de ter casa cheia, mas, quando casaram, "se fecharam em suas vidinhas". Confesso que sempre os julguei no meu coração. Depois, porém, que eu me casei e me dei conta dos desafios diários da casa cheia, passei a compreender que nem todos se vêem capazes de manter seu lar à disposição. E qualquer que seja o caso, eu não sou juiz, certo? O juiz é Deus.
Mas o fato é que é uma bênção ter a casa cheia! É bom demais viver os milagres do dia a dia que só eu e Deus sabemos. Muitos desses milagres nem mesmo meu marido se dá conta. Me lembro de ter levantado um dia com mal estar, não havia dormido bem. Mas dentro de poucas horas chegaria un casal muito precioso pra almoçar conosco; e já tínhamos combinado o cardápio: comida baiana! Minha vontade era remarcar (e certamente todos entenderiam), mas eu escolhi orar ao Senhor! E que boa escolha eu fiz! Fui cortando os temperos e orando... Quando menos esperei, lá estava a comida pronta! E ficou tudo delicioso!
Também fiquei pensando que muitos casais têm receio de comprometer a intimidade por abrir a casa, desde o início. Conosco tem sido especialmente gostoso receber a Igreja, a família, amigos e contatos em nossa casa, desde a primeira semana que nos instalamos. Uma vez, ao convidar uma família de outra cidade para se hospedar conosco, eles nos disseram: "mas vocês têm certeza? Acabaram de casar...!" Eu amei a resposta de meu esposo: "nós estamos oferecendo nossa casa e não nosso quarto!" Todos rimos, mas essa é para nós a mais pura verdade. Claro, parte de nossa privacidade fica comprometida quando nossa casa está cheia, mas temos tido o cuidado de sempre conservar "nosso quarto", uma figura metafórica, óbvio, já que, neste mês inclusive, cedemos nosso quarto para servir umas irmãs que se hospedavam conosco por um tempo. Mas digo "nosso quarto" porque, apesar da casa cheia, buscamos ser diligentes em preservar nossa intimidade. E confesso que é muito bom disfrutar de uma intimidade tal que, ao sair do quarto, ninguém sabe o que houve ali. Podemos, sim, estar rodeados de pessoas queridas e ainda assim preservar aquilo que é "só nosso".
O outro lado da moeda: ter uma casa aberta implica necessariamente ser conhecido e não viver de aparências. "Quem vê de longe não sabe", não é verdade? Quem vê o casal sorrindo o tempo todo nas reuniões não imagina os perrengues em casa. Quem vê o clima romântico nas redes sociais nem desconfia as farpas que se trocam em casa. Mas quem anda junto e vê de perto testemunha a obra do Espírito Santo! Alguns de nossos amigos mais próximos, que estão mais rotineiramente aqui em casa, já presenciaram conflitos, mal entendidos, chateações... Mas presenciaram igualmente o perdão, a paciência, a misericórdia, o recomeço! E amamos isso e aprendemos muito com tudo isso! Mas precisa ter fé e coragem para se manter nessa disposição!
Bom, o fato é que é sempre uma delícia dividir com alegria o que temos! Às vezes, temos uma comidinha especial; às vezes, algumas sobras requentadas. Mas "o Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas alegria, justiça e paz no Espírito Santo"! Então, quem quiser vir a nossa casa é bem-vindo; é só chegar!
Amada e Atraída,
Natali Santana.
7 notes
·
View notes
Text
Eu tenho um Pai.
Um Pai que me ama, que me respeita, que se interessa pelo que eu sinto, que se importa comigo. Um Pai que me busca, não importa o quão longe eu já tenha ido. Um Pai que nunca se afasta; que me acolhe, que me consola, que me corrige, que me capacita, me habilita. Um Pai que me ama todos os dias, mesmo nos meus piores dias.
Eu tenho um Pai que eu amo. Um Pai por quem eu sou completamente apaixonada. Um Pai que sorri para mim, que me abraça, que diz que eu sou a sua filha amada e favorecida.
Eu tenho um Pai que nunca desiste de mim, mesmo quando eu já desisti. Um Pai que põe um ponto e vírgula na minha vida quando tudo que eu quero é por um ponto final. Eu tenho um Pai que me reivindica, que me salva.
Eu tenho um Pai que me vê além; além das minhas possibilidades, além das minhas habilidades, além do meu passado, além dos meus erros, além de tudo aquilo que eu fiz contra outro, ou do que fizeram contra mim. Um Pai que me enxerga além daquilo que eu sou hoje; um Pai que me leva a me tornar aquilo que Ele planejou para que eu fosse.
Eu tenho um Pai que nunca se cansa de mim, que sempre quer passar um tempo comigo, que nunca enjoa da minha voz, do meu canto, da minha dança. Eu tenho um Pai que dança comigo; eu tenho um Pai que me escuta, que fala comigo, que canta para mim. Eu tenho um Pai que pôs uma sandália nos meus pés; que me curou, que me livrou da prisão, da solidão, da morte, do vazio. Eu tenho um Pai que me preenche, que me completa. O meu Pai é a minha alegria, a minha esperança, o meu resgatador, o meu beneficiário. Eu tenho um Pai que é o meu sacerdote supremo, que é o capitão da minha vida, o Justo Juiz, o meu profeta confiável, o meu Rei soberano. Eu tenho um Pai que me restaura, que sofre quando eu sofro. Eu tenho um Pai que me redime, que me pastoreia, que me dá sabedoria, que me ama. Eu tenho um Pai que me traz paz, que é o meu Ramo de Justiça, que é o meu marido fiel, que me batiza com o Espírito Santo, que carrega o meu fardo. Eu tenho um Pai que é poderoso para salvar. Eu tenho um Pai que me restaura por completo, que me purifica, que me traz de volta, que me ensina. Eu tenho um Pai que é a justiça de Deus para mim, a minha Rocha firme, o trinfante que me dá vitória, que me liberta, que me governa, que é a minha Plenitude, a minha fé, a minha estabilidade, a Verdade. Eu tenho um Pai que é a perfeição, o meu maior exemplo, a minha vida, o meu padrão, a minha motivação, a fundação da minha Fé.
Eu tenho um Pai que nunca tira os olhos de mim, que se importa com todas as coisas que são importantes para mim, que supre todas as minhas necessidades em Glória por Cristo. Eu tenho um Pai que eu passei a vida inteira procurando, em todos os lugares, em todos os meus relacionamentos e hoje eu O encontrei. Eu tenho um Pai que me tem, eu pertenço a Ele e Ele me pertence. Nunca mais estive sozinha porque hoje não sou mais órfã, eu sou filha.
Eu era órfã, perdida mas hoje eu sou uma filha amada e favorecida de Deus.
2 notes
·
View notes
Text
AIN SOPH (hebraico): “O Ilimitado.” ELIONAY O GRANDE Divindade da Grandeza Gigantes Extravagância ELIONAY JOVIAL Divindade da Juventude Imortalidade Imortal Aspecto Semi Mortal total falta de ser humano sem ser humano aspecto imortal ELIONAY O GRAGÃO Divindade da Força aspecto sansão de cobra de dã mas que é evoluído dragões EXTREMO TRIBAL Divindade que na forma humano que ter todo o seu aspecto de antes de entrar no mundo como bebê recém nascido no aspecto de homem voltar até aspecto de deus em força e imortal e divino GRANDE JOVIAL DRAGÃO EXTREMO TRIBAL voltar a divindade em três aspectos nome cabalístico disso
Salvaon - Senhor Todo-Poderoso Shadday (שרי) - Todo Poderoso Shaphatar - Juiz Yahweh - Javé Yaveh (Ha'Shem) El Elion Norah - O Senhor Deus Altíssimo é Tremendo Yaveh (Ha'Shem) Tiçavaot - Senhor das Hostes Celestiais Yeshua - Jesus o Nome sobre todo o Nome YHWH – (יהוה) - Tetragrama; Um nome difícil, quase impronunciável, de Deus; quase sempre traduzido por Senhor. Yehoshua - (Jesus)é o Salvador Javé - (Ha'Shem) é a Salvação
Avinu Malkenu- Pai Nosso, Rei Nosso
Boreh - O Criador
Elohei Avraham, Elohei Yitzchak ve Elohei Ya`aqov — "Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó"
El ha-Gibbor — "Deus Forte".
Emet — "Verdade".
E'in Sof — "Infinito", nome cabalístico de Deus.
Ro'eh Yisrael — "Pastor de Israel".
Ha-Kaddosh, Baruch Hu — "O Santo, Bendito Ele".
Kaddosh Yisrael — "Santo de Israel".
Melech ha-Melachim — "O Rei dos Reis".
Magen Avraham — "Escudo de Abraão".
YHWH-Yireh (Yahweh-Yireh) — "YHWH provê" (Gênesis 22:13, 14).
YHWH-Rapha" — "YHWH cura" (Êxodo 15:26).
YHWH-Nissi (Yahweh-Nissi) — "YHWH nossa bandeira" (Êxodo 17:8-15).
YHWH-Shalom — "YHWH, a nossa paz" (Juízes 6:24). • YHWH-Tzidkenu — "YHWH, nossa Justiça" (Jeremias 23:6). • YHWH-Shammah — "YHWH está presente" (Ezequiel 48:35). Tzur Israel — "Rocha de Israel"
BY PRODUTOR DO SITE
0 notes
Text
Isaías 11 - “Este é o tempo em que hostes de anjos sob o comando de Deus lutam contra hostes de demônios que querem subjugar a Terra. PALAVRAS DE DEUS PAI.
💥💥💥O SENHOR DEUS DIZ:
“Continuo a falar aos meus precursores, àqueles que, com seu holocausto, preparam os caminhos do Senhor e não evangelizam de outra forma senão com suas vidas santas.
“Exultem, Ó Meus servos fiéis, que estão contentes em salvar suas almas, mas oferecem-se para que a Luz vença as Trevas e a salvação seja dada a muitos que agora não a desejam.
Quando chegar a Minha hora, não estarei sozinho reinando.
Você deve estar comigo.
Começando nesta terra, você estará Comigo durante Meu Reinado de Amor e Paz. Não te prometi que você estará onde estou e que terá um lugar no meu Reino?
Como os dignitários em um palácio real, seus espíritos serão uma coroa para Mim na terra, servindo-Me como ministros luminosos, e eles herdarão a posse da Terra que prometi aos mansos e que se tornará posse dos Céus quando a Terra não existe mais.
“Muito antes dessa hora, vocês, Ó justos, possuirão O céu.
Ele já está aberto para recebê-lo na hora em que você sair de sua prisão atual.
Mas então será uma posse radiante e completa, conhecida por todas as criaturas, a assunção à glória até mesmo da carne com a qual você conquistou o Céu, tornando-o o principal instrumento de sacrifício por fidelidade a Seu Deus.
“Vencedores sobre Satanás, que corrompeu a carne, vencedores sobre os sentidos, que mexem em vocês por causa da herança do pecado e pela instigação de Satanás, vocês possuirão O Universo junto com seu Deus e serão espelhos de Deus, que aparecerá em sua carne glorificada em todo o seu esplendor.
Vocês devem ser semelhantes ao Pai, Ó filhos santos.
Semelhante a Jesus, Meu Santíssimo Filho. ["Aqui Deus, o Pai, começa a falar, em vez do Filho."] Semelhante a Maria, Nossa Rainha.
“Você tem a semelhança intelectual do Pai [256] e a semelhança humana dos dois mais gloriosos Viventes no Céu, e, uma vez que ter O Intelecto é como ter A Palavra e o Amor, e onde Um está, os outros Dois na Tríade perfeita estão, vocês, tendo a semelhança do Pai, serão os possuidores daquela Perfeição que fez O homem como Ele e o fez escolher O homem como seu filho.
“Antes dessa hora vocês serão os dignitários de Meu Filho; verão O milagre do amor de uma Terra imersa em paz e voltada para ouvir A Deus.
Você saberá como seria a vida do homem se ele não tivesse se degradado pela aliança com Satanás.
“Vocês não serão defraudados por esta hora, Ó Amados Seguidores do Amor feito carne.
O que vocês agora ouvem soando em vocês, A palavra de Meu Filho para os seus Mais amados, será ouvido por vocês soando nos quatro cantos do globo, e você verá os homens correndo com sede de verdadeiro Conhecimento.
Homens - Não brutos disfarçados de homem, Não demônios com rosto humano, Não os perpétuos Judas que vendem Meu Filho e ferem O amor triplo. Esses que são um com o comércio.
“Se agora é o tempo em que hostes de anjos sob o comando de Deus lutam contra hostes de demônios que querem subjugar a Terra, então será o tempo em que hostes de justos ararão a Terra para prepará-la para a Palavra, reinando apenas uma vez na Terra antes do desaparecimento do mundo.
“Onde está O Mestre, estão os discípulos e vós estareis, porque amais O Mestre mais do que a vós próprios; Você estará lá, onde Ele dará sua lição final.
“E então, com Ele, como um feixe de luz voltando aos Céus, você deve retornar �� morada para orar por aqueles que vivem na hora final e aguardar a Hora do Juízo, quando você ainda estará ao lado de Meu Filho, não mais O Salvador, mas O Juiz do mundo, pois O tempo da salvação terminará e o n��mero dos escolhidos será cumprido.
“Essa hora será um triunfo em seu triunfo, filhos.
E já que Eu Te Amo, Eu Te Digo que você deve estar sem medida na vontade ativa de conquistar a santidade, pois aquela hora será tal para você que mil vidas imoladas por causa dela e os tesouros da terra abandonados por isso o tesouro não seria suficiente para igualar a glória daquela hora e a bem-aventurança da eterna possessão de Deus.”
JESUS CADERNO [01] MARIA VALTORTA.
[256]“Nada mais é necessário, Ele está dizendo, do que uma semelhança humana, por semelhança com Deus Pai, a semelhança com o Filho como Deus também será tida. Portanto, quem é à semelhança de Deus, o Espírito Criador, só tem que assumir a semelhança física do Deus Encarnado e de sua Mãe, que foi aquela criada à perfeita imagem e semelhança de Deus (explicação dada por Nosso Senhor para o ditado).
0 notes
Text
Amado Pai, não permita que eu seja egoísta; semeia em meu coração a vontade de fazer diferença. Que eu seja abrigo e não juiz. Que eu traga soluções e não aumento de problemas. Que eu possa ser esperança ao invés de descrença. Cala a minha boca se eu não puder edificar. Não me deixe espelhar ressentimentos. Reconstrói a minha vida. Acalma meus medos e me ensina a crescer com os percalços. Que eu perca o medo de olhar adiante; que eu perca o orgulho e aceite a ajuda que me é ofertada quando necessário e se não houver abraço pra me acolher, que eu seja suficiente pra mim. Cada um oferece o que pode. Ensina meu coração não esperar nada em troca. Ninguém perde por ser amor.
Oração da Quarta-feira
Pai,
Encha o meu coração de paz, restaura minhas forças, renova a minha fé e cubra-me de amor.
Liberta-me das aflições, da angústia, das preocupações e das desilusões. Guia meus pensamentos para um lugar seguro!
Descanso em Teu colo porque sei que o Senhor nunca me abandonará!
Amém!
Sabrina Braga
Oração de Sábado
Meu Senhor,
Gratidão por suas bênçãos e por sempre cuidar de mim, dos meus filhos e dos meus familiares. Também peço a Ti, Pai, que cuide de todo o nosso povo!
Guia seus filhos pelo Teu caminho, pois é o caminho da salvação, da cura e da felicidade!
Sou imensamente grata por todo o amor que me dá!
Amém!
0 notes
Text
Flores azuis
E então uma única flor rosa
E um cacto triste incapaz de se sustentar em pé
Os seus olhos
Os seus olhos amendoados, brilhantes, quentes, calmos
A sua covinha na bochecha
Suas unhas horizontais
O seu beijo
A sua barriga
A sua cicatriz
Os nossos dedos entrelaçados
A luz quente do sol
O sol e a lua, com gêneros trocados
Meu amor, eu estendo minha mão direita e prometo te derreter pelo resto das nossas vidas.
Meu amor, na frente de um juiz de paz, eu prometo te dar beijinhos até nossas bochechas murcharem e perderem a forma, e ainda sim continuar te beijando.
Meu amor, eu assino contratos com duas testemunhas, autentico firma, e prometo segurar sua mão em todas as calçadas, caminhadas, praias, ruas, danças na cozinha.
Principalmente, prometo a você amor, doce e puro, leve e calmo.
Que ele nunca tenha fim.
0 notes
Text
“ Sobre todos os pecados, bem parece ser o mais torpe, sujo e desonesto o pecado de Sodomia, e não é achado um outro tão aborrecido ante a Deus e o mundo, pois por ele não somente é feita ofensa ao Criador da natureza, que é Deus, mais ainda se pode dizer, que toda a natureza criada, assim celestial como humana, é grandemente ofendida: somente falando os homens neste pecado, sem outro ato algum, tão grande é o seu aborrecimento que o ar não o pode sofrer, mas naturalmente fica corrompido e perde sua natural virtude. Por este pecado lançou Deus o dilúvio sobre a terra, quando mandou a Noé fazer uma arca, em que escapasse ele e toda sua geração, porque reformou o mundo de novo; e por este pecado sorveu as cidades de Sodoma e Gomorra; por este pecado foi destruída a Ordem dos Templários por toda a Cristandade em um dia. E porque segundo a qualidade do pecado, assim deve ser punido: porém mandamos e pomos por lei geral, que todo homem que tal pecado fizer, por qualquer guisa que ser possa, seja queimado e feito pelo fogo em pó, por tal que já nunca de seu e corpo e sepultura possa ser ouvida memória."
Falo das maldades que nos tornam habituados a violência, ao falar de Sodoma e Gomorra falo das bases do seu desaparecimento, as pequenas e sequentes " pequenas violências", que nos tornam omissos, dotados de uma cegueira aqueles que vêem mas não enxergam, ouvem mas não escutam,tornam-os ou tornam-nos insensíveis, refratários a empatia, numa viagem egocêntrica, egoísta, desprovida de humanismo, cercada de desumanidade, ditada por ditaduras de eufemismos, suaves tentativas de dar plasticidade e aparente paz; paz ao espírito ou a alma, que refrata qualquer notícia que possa representar a negação da "felicidade", uma ditadura da alegria, do "sodo-comodismo" e do "gomo-nacisismo".
Vamos SORRIR!?
Os "pequenos" pecados ou maldades do nosso dia a dia.
Por: Fred Borges
"À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra, e disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os pés; de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. Responderam eles: Não; antes na praça passaremos a noite. Entretanto, Ló insistiu muito com eles, pelo que foram com ele e entraram em sua casa; e ele lhes deu um banquete, assando-lhes pães ázimos, e eles comeram. Mas antes que se deitassem, cercaram a casa os homens da cidade, isto é, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e, chamando a Ló, perguntaram-lhe: Onde estão os homens que entraram esta noite em tua casa? Traze-os cá fora a nós, para que os conheçamos. Então Ló saiu-lhes à porta, fechando-a atrás de si, e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não procedais tão perversamente; eis aqui, tenho duas filhas que ainda não conheceram varão; eu vo-las trarei para fora, e lhes fareis como bem vos parecer: somente nada façais a estes homens, porquanto entraram debaixo da sombra do meu telhado. Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Esse indivíduo, como estrangeiro veio aqui habitar, e quer se arvorar em juiz! Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, isto é, sobre Ló, e aproximavam-se para arrombar a porta. Aqueles homens, porém, estendendo as mãos, fizeram Ló ir para dentro da casa, e fecharam a porta; e feriram de cegueira os que estavam do lado de fora, tanto pequenos como grandes, de maneira que cansaram de procurar a porta." (Gênesis 19:1–11)
Na idade da inocência cabe a inocência, da ingenuidade cabe a ingenuidade, não devemos antecipar ou ficar estáticos ou nos deixar ser manipulados, aquilo que nos é reservado a tempo e em tempo, em conformidade à nossa maturidade emocional, espiritual,material, social e política. Tudo tem uma razão de ser,nada vêm do nada,tudo tem um arguir, possuir e um libertar, dar tempo ao tempo,mas quando repetimos os erros, quando reelegemos,relevamos,relegamos ou delegamos o pecado repetidamente ao maior chefe de Estado de uma nação?
A maturidade acadêmica só vem atrelada ao conhecimento e a experiência adquiridos e notadamente dominados.Não deveria acontecer o mesmo com a maturidade política?
Mas sempre haverá algo a aprender!A errar!? Assim pagamos o preço da nossa própria ignorância, falta de memória e da nossa falta de disciplina. Disciplina é continuidade e a busca pela excelência, a descontinuidade gera a tolerância aos pequenos erros, aos pequenos detalhes, essa tolerância é que dará margem a ditadura.
Sodoma e Gomorra são o atestado prematuro do carnal e material ante o espiritual. A descontinuidade de ambos representa o desequilíbrio.Sodoma e Gomorra está na ditadura ou na ditadura cujo disfarce é uma democracia.
As democracias estão sendo derrotadas no nascedouro, na juventude,talentos estão sendo perseguidos, aprisionados e assassinados, e àquelas nações que apoiam esses movimentos, por questões pragmáticas, geopolíticas, ou pela aludida "diplomacia de resultados" são piores comparadas aos assassinos ou algozes, pois o assassino é tão ou mais culpado àquele quem o apóia,o esconde, o maquia, o sustenta, planeja, pior comparados àqueles que operacionalizam ou consomem o fato, do fato consumido por múltiplas máscaras da insensata insensatez.
Tudo bem? Não! Nada está bem! País pacífico não está nada em paz! Basta observar e analisar as estatísticas da violência, de todos os tipos de violência.Quem pode promover a paz quando a guerra aqui se faz?O Haiti é aqui!
Toda vez que um regime totalitário nasce, vidas são ceifadas, vidas de artistas, pianistas, e esse foi o caso de Pavel Kushnir.Mas cuidado, quando olhamos para fora, devemos antes olhar para dentro.
Pavel Mikhailovich Kushnir (19 de setembro de 1984 – 27 de julho de 2024) foi um pianista, escritor e ativista político russo, que se tornou o primeiro prisioneiro político na Rússia moderna a morrer durante uma greve de fome . Nascido em uma família musical em Tambov , Kushnir demonstrou talento excepcional como pianista desde cedo, apresentando aos 17 anos o ciclo completo de 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich . Depois de se formar no Conservatório de Moscou em 2007, ele trabalhou como pianista e acompanhante em várias cidades russas, eventualmente se tornando solista da Filarmônica Regional de Birobidzhan em 2023.
Kushnir se envolveu em ativismo civil, participando de protestos contra a anexação da Crimeia e a guerra na Ucrânia, e tinha um pequeno canal no YouTube onde criticava o governo russo. Ele foi preso em 2024 por seus vídeos e acusado de fazer apelos públicos por atividades terroristas. Kushnir morreu em 27 de julho de 2024, em um centro de detenção em Birobidzhan durante uma greve de fome seca, segundo a versão oficial do governo Russo.
"A verdadeira arte pode acontecer em um dormitório. Às cinco da manhã, na presença de dois moradores de rua e uma sala cheia de corpos bêbados, você pode tocar brilhantemente o prelúdio de Debussy em um teclado encharcado em álcool e incendiado, e ver lágrimas escorrendo dos olhos dos moradores de rua." dizia Pavel, para atestar que a arte é livre, libertadora e libertária!
Seus amigos acham que ele foi espancado na prisão, mas sua mãe insistiu em uma cremação sem maiores investigações. Pavel, sua mãe e seu irmão tinham visões opostas sobre a guerra e a política russa; alguns anos antes, ele até brigou com seu irmão e depois não teve contato com a família por dois anos. Havia onze pessoas na cerimônia em Birobidzhan; seu corpo foi então enviado para um crematório em Khabarovsk. Sua mãe e seu irmão não compareceram à despedida.
Sodoma e Gomorra é aqui e agora, ordenado pífio, condições desumanas, escravidão moderna,ordens acatadas,prisões efetuadas, gerações negativadas, uma torrente de balões de lixo e excrementos jogados pelo ar, mar, rios apodrecidos, presidentes com datas de validade vencida,seguidores ou atiradores suicidas, abduzidos pelo efeito manada,população enfadada, mofada,descarada,embolorada,milícias fardadas e as pequenas maldades do nosso dia a dia tornando a execução e a excessão regra e régua, "melimetrada", sem melindre, sem parcimônia, sem vergonha, metralhada pelo Kalashnikov 47 de Beijing, estamos muito longes da paz ser deflagrada ou tocada pela música de Pavel Kushnir, assim como das 5 disciplinas contínuas de Peter Senge!
0 notes
Text
Corregedor do CNJ dá 5 dias para juiz de paz realizar casamento de casal gay no CE
Wallison Cavalcante e Bruno Dantas tentam se unir desde janeiro no interior do estado, mas enfrentam barreira no cartório. Corregedor cobra explicações e diz que ato de cunho civil e não religioso. O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, determinou nesta quinta-feira (8) que a Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Ceará adote as providências necessárias para realizar em até 5…
0 notes