#Fotografia conceitual
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sobrevidasblogeuando · 10 days ago
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Depressão Martinho: Um Rasto de Destruição em Portugal Continental
Introdução O calendário marcava o início da primavera, uma estação de renascimento e esperança, mas a natureza tinha outros planos. Em vez de flores a desabrochar e do sol a brilhar, Portugal Continental foi palco de uma tempestade implacável. A depressão Martinho, com os seus ventos ciclónicos e chuvas torrenciais, varreu o país, deixando um rasto de destruição e evidenciando a nossa…
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angelhellohi · 6 months ago
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fromhenrique · 1 month ago
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Pedro Guimarães photographed by me in 2025
@ihenriqueph for #autoral content
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blogdojuanesteves · 8 months ago
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VIAGEM PITORESCA PELO BRASIL > CÁSSIO VASCONCELLOS
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Ainda criança na casa de sua família, o fotógrafo paulistano Cássio Vasconcellos, hoje com 58, anos ouviu falar muito de seu trisavô Ludwig Riedel (1790-1861), renomado botânico berlinense, que acompanhou no Brasil a icônica expedição do também alemão  Barão Georg Heinrich von Langsdorff (1774-1852) colecionador de espécies e estudioso da natureza. Assim, desde que se lembra, o imaginário dos chamados "artistas viajantes" não lhe saiu da cabeça, como as florestas brasileiras sempre impulsionaram sua criatividade e gosto por esta estética.
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Em seu belo livro Viagem Pitoresca pelo Brasil (Fotô Editorial, 2024) Vasconcellos remonta a publicações quase homônimas em seu título, uma certa homenagem a Voyage pittoresque et historique au Brésil, do francês Jean Baptiste Debret (1768-1848) publicado inicialmente em Paris, em 26 fascículos, durante os anos 1834 a 1839, formando um conjunto de 3 volumes e Malerische Reise in Brasilien, de 1835, do artista alemão  Johann Moritz Rugendas, ambos com algumas versões brasileiras. Para este livro o fotógrafo percorreu vestígios da Mata Atlântica em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. 
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Mais recentemente seguindo o mesma estética do"Pittoresque" (que faz referência às impressões subjetivas desencadeadas pela contemplação de uma cena paisagística em relação à pintura) temos a obra do paulistano Antonio Saggese, com seus livros  Pittoresco (Edusp, 2015) e Hiléia (Editora Madalena,2016) [ leia reviews aqui. no blog em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/152956262256/hil%C3%A9ia-antonio-saggese e https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/132665968846/pittoresco-antonio-saggese ] que recorrem a esta mesma dinâmica gráfica de Vasconcellos na criação de uma imagem marcadamente tão interessante quanto sublime,  seja em sua concepção formal, estética ou conceitual quando tratamos da sua representação mais extensa.
Cássio Vasconcelos iniciou este livro por volta de 2015 ainda que seu interesse pela  natureza venha da família logo cedo, para ele a estética é muito interessante. Como ele mesmo conta: "Resolvi criar um diálogo com estes trabalhos originais quase 200 anos depois, mas através da fotografia." Sem dúvida a plasticidade formatada pelos europeus encontra eco nas suas imagens, resultado de complexas operações, a começar pela captura das imagens: "diferentemente da pintura, preciso, de início, localizar o lugar certo  e com a luz ideal, para que seja possível executar o posterior tratamento das fotografias e chegar ao resultado final. É diferente do pintor que pode acrescentar ou remover uma árvore do lugar por conveniência, porque a luz não é suficiente." Em meio a riqueza da flora brasileira, a aproximação com as etchings e litografias deixadas por eles reverberam elegantemente nas imagens. 
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Em Viagem Pitoresca pelo Brasil as imagens de Vasconcellos estão em ótima companhia com  textos de Julio Bandeira: "Natureza e Cultura, a mata e a busca pelo sublime." O autor é Doutor em Teoria e História da Arte pela Universidade de Essex (Reino Unido), Mestre em História do Brasil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ; sócio do Instituto Histórico Geográfico do IHGB e faz parte do corpo de pesquisadores da Biblioteca Nacional. Já publicou mais de 30 livros, sua maioria dedicados a pintores viajantes. 
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Para Bandeira, se na obra de Debret, a natureza é um complemento cenográfico para inclusão de indígenas, com imagens pintadas ao natural, na obra de Cássio Vasconcellos muitas dialogam com a contemporaneidade. No seu prazeroso texto para os que cultuam as chamadas "Brasilianas" outros preciosos autores também aparecem como o médico e botânico bávaro Carl Friedrich Philipp von Martius ( 1794-1868) mais conhecido apenas por Martius; o gaúcho Manuel José de Araújo Porto-Alegre ( 1806-1879) e Rugendas entre outros.
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O que é certo que o fotógrafo não faz uma "pintura", muito menos emula outro trabalho e sim fotografia, com anos de seu aprimoramento em diferentes técnicas, cujo resultado é mais próximo de uma Etching ( gravura em metal). No entanto, a proximidade com os viajantes dá-se pelo clima que Vasconcellos imprime em suas imagens que abdica de personagens como os propostos por Debret e Rugendas, a não ser por um grupo de fotografias que fazem contraponto com as folhas estudadas por seu trisavô que estão em museus como o Smithsonian, onde nestas a figura humana, homens e mulheres nus, extraídos de pinturas do final do século XIX, acomodam-se em lâminas e estampas mais românticas, uma profunda pesquisa para que estas amoldem-se nas grandes árvores registradas.
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Na pesquisa pelos lugares, um elemento chave do fotógrafo foi o brasileiro Ricardo Cardim,  botânico e paisagista, mestre em Botânica pela Universidade de São Paulo, que atua com biodiversidade nativa e arqueologia botânica para restauro da paisagem natural, que abriu algumas trilhas ao seu lado. É dele também o ótimo texto "A redescoberta do Brasil". Para ele, poucos lugares na Mata Atlântica, a "Caeté", floresta verdadeira, ainda não foram palmilhados pela atual civilização após dois séculos: "Não se veem mais nas matas as grandes árvores seculares, de troncos com metros de diâmetro  e altura acima de 40 metros." Entendemos então que Viagem Pitoresca pelo Brasil não é apenas mais um livro a provocar estese mas também um libelo do autor. "É nesse drástico cenário herdado nas primeiras décadas do segundo milênio que Cássio Vasconcellos expõe sua obra sensível de uma paisagem esquecida e desconhecida pelos seus proprietários, a população brasileira." diz o botânico.
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Um dos belos conjuntos do livro são as reproduções de  "Exsicatas" montadas por Riedel, trisavô do fotógrafo, uma amostra de planta que é prensada e em seguida seca em uma estufa, com temperatura acima apropriada para o material, que posteriormente são fixadas em uma cartolina. Vasconcellos conta que o design gráfico Fábio Messias descobriu-as em suas pesquisas para o desenho do livro. Elas fazem o contraponto em páginas que desdobram-se com as imagens de elementos humanos encartadas no meio da publicação. Segundo o autor: "Muitas dessas pinturas (nus) são realistas. As que eu usei parecem mais com fotografia, e a fotografia final parece com a pintura. As  pinturas escolhidas foram produzidas após a invenção da fotografia."
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A curadora e crítica Ana Maria Belluzzo, curadora da mostra homônima do livro na galeria paulistana Nara Roesler, ( de 17 de agosto à 12 de outubro deste ano) professora no Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo ( FAU-USP) e autora do livro Brasil dos Viajantes (Metalivros,1994) escreve que o arqueólogo francês Conde de Clarac, em seus desenhos, gravados  em metal por Claude François Fortier ( 1775-1835) foram a referência para os "artistas viajantes"do século XIX. Ela destaca a obra de Vasconcellos: "O artista apura valores valores inerentes à fotografia, acentua e transforma registros do real, que são interpretados com aplicação de recursos de edições digitais".
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Em seu texto no livro "No coração da floresta: fluxos e batimentos", a curadora portuguesa Ângela Berlinde acerta em que poucos artistas moldaram o escopo da arte contemporânea e influenciaram a fotografia no Brasil, mais do que Cássio Vasconcellos. Para ela: "no gigante dos trópicos o fotógrafo atreve-se à construção de uma nova cartografia pessoal, fitando as vibrações da travessia com coragem e transgressão. A sua poética  desconcertante está em conduzir o dentro e o fora da sua obra, ao testar os limites e transgredir fronteiras." De fato, é só nós lembrarmos que vem sendo assim há algumas décadas, desde que o fotógrafo construía suas imagens marinhas nos anos 1980 emulsionando papéis artesanalmente; ao usar sua SX70 para Polaroids autorais nos anos 1980 e 1990 com seu livro Noturnos ( Bookmark, 2002); ou quando passou a criar com a fotografia aérea suas perspectivas urbanas inusitadas  que resultaram no seu livro Aeroporto ( Ed. Madalena, 2015) entre tantos outros desafios que marcaram de forma indelével a fotografia brasileira e internacional.
Imagens © Cássio Vasconcellos.   Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
Concepção e fotografias: Cássio Vasconcellos
Edição: Eder Chiodetto
Textos: Ângela. Berlinde, Julio Bandeira e Ricardo Cardim
Co-edição: Fabiana Bruno
Design gráfico: Fábio Messias ( Zootz comunicação)
Coordenação Editorial: Elaine Pessoa
Edição bilingue Português-Inglês
Impressão: Gráfica e Editora Ipsis- 1000 exemplares, papel Munken Lynx Rough e Pólen Bold
para aquisição: www.fotoditorial.com
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janeladasartes · 2 years ago
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Arte Pós-Moderna
Em um sentido generalista, a arte contemporânea se refere a toda produção artística da atualidade, como pintura, dança, escultura, fotografia e performance na arte.
Nesse cenário, esse estilo propõe uma releitura do que é arte, por meio de novas técnicas e pensamentos. Desse modo, desconecta-se dos padrões artísticos anteriores.
Como afirma o artista contemporâneo alemão Gerhard Richter:
"Não sigo nenhum objetivo, nenhum sistema, nenhuma tendência; Não tenho programa, nem estilo, nem direção. Não tenho tempo para preocupações especializadas, temas de trabalho ou variações que levem à maestria. Eu evito definições. Eu não sei o que eu quero. Sou inconsistente, não comprometido, passivo; Gosto do indefinido, do ilimitado; Eu gosto de incerteza contínua. (2002)”
Subjetiva, inovadora e original, Gerhard Richter não pode definir melhor essa corrente artística, que não tem como proposta analisar a obra de maneira direta. Pelo contrário, esse estilo valoriza tanto a obra como a percepção do artista ao criá-la, a sua integração com seu trabalho e o seu processo criativo.
Contexto Histórico
Após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, o mundo vivenciou um período intenso, caracterizado pela globalização, avanço tecnológico e pelo desenvolvimento de novas mídias.
De forma simplificada, esse estilo surgiu em um período em que o mundo e a cena artística transitavam da era industrial (moderna), baseada no consumo, para a era da comunicação e da digitalidade, caracterizada pela informação e diálogo.
Esse panorama deu origem a uma nova mentalidade, que buscou romper com padrões preestabelecidos e valorizar a ação do inconsciente no processo criativo, entre outras linhas de pensamento menos ortodoxas. Logo, a arte contemporânea despontou explorando novas linguagens, técnicas e experimentações.
Em outras palavras, esse estilo prestigia a atitude do artista. Logo, prioriza a sua liberdade criativa e não o objeto artístico final. Esse processo acontece de forma profunda. Afinal, além de focar na experimentação da produção artística, também promove a reflexão e o rompimento de paradigmas.
Nesse contexto, é fundamental destacar a liberdade do artista da arte contemporânea. Isso porque, durante séculos, a arte foi atrelada às vontades da Igreja, da sociedade ou do governo. Ou seja, o artista não exercia seu papel com autonomia.  
Nesse cenário, a arte contemporânea surgiu como uma espécie de libertação. Afinal, esse estilo promove a liberdade de criação de modo intenso, sem amarras ou censura.
Essa manifestação artística não apresenta um estilo único, mas vários, como o minimalismo, a arte conceitual, a pop art, a arte efêmera, a arte de rua e a performance artística.
Principais Características
a subjetividade e a abstração;
a união de várias correntes artísticas;
o desvinculo com padrões preestabelecidos;
a interação da obra com o espectador;
a forte reflexão e questionamento;
a utilização de diferentes materiais;
a liberdade artística;
o uso de tecnologia e novas mídias;
o caráter efêmero da arte.
Seus estilos de Vanguarda
POP ART: Surgida no fim da década de 1950, a pop art pode ser definida pelo retrato e interpretação de seus artistas em relação à cultura popular e de massa.
Provocativa e nada óbvia, a pop art contou com artistas de vanguarda como Andy Warhol e Roy Lichtenstein, e influenciou outros campos, como a moda e o grafismo.
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FOTORREALISMO: O fotorrealismo surgiu entre as décadas de 1960 e 1970 e teve como principal proposta replicar a fotografia do modo mais realista, exato e preciso para a pintura.
Entre os artistas desse estilo, Chuck Close e Gerhard Richter foram os seus representantes mais famosos.
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ARTE CONCEITUAL: Surgida na década de 1960 e atingindo seu ápice na década seguinte, a arte conceitual é considerada uma arte contemporânea por apresentar um forte caráter experimental e por priorizar a ideia e a atitude do artista em detrimento da obra.
Os principais artistas dessa corrente foram Marcel Duchamp, Joseph Kosuth, Joseph Beuys, e Yves Klein, entre muitos outros.
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ARTE MINIMALISTA: O minimalismo teve seu início nos Estados Unidos. na década de 1960, e explorou o cenário artístico ao promover a utilização de mínimos recursos e poucas cores para a produção de suas obras.
Alguns representantes importantes desse estilo foram: Donald Judd, Frank Stella e Richard Serra, entre vários outros.
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PERFORMANCE NA ARTE: Baseada na abstração e com raízes conceitualistas, a performance na arte surgiu na década de 1960 e promove a interação do espectador com a obra.
Considerado um estilo artístico sem limites por desafiar, em muitos momentos, conceitos morais, a performance na arte muitas vezes tem como principal obra o próprio artista e valoriza a reflexão e mensagem da produção artística.
Artistas que aplicam o que é arte contemporânea dentro da arte performática são: Marina Abramović e Yoko Ono.
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ARTE DE RUA: Como um dos mais recentes movimentos dentro do que é arte contemporânea, a arte de rua é um gênero que ganhou destaque com o surgimento dos grafiteiros famosos na década de 1980. 
Promovendo a reflexão, o ativismo social e um olhar crítico sobre a sociedade, a arte de rua pode ser encontrada em diferentes campos, como murais e instalações.
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Arte Contemporânea no Brasil
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A partir da década de 50, no Brasil, movimentos vanguardistas se desenvolveram, do qual se destaca o Neoconcretismo, visto como um precursor da arte contemporânea brasileira.
Muitos foram os artistas que fomentaram a arte contemporânea no país, dos quais merecem destaque:
Hélio Oiticica (1937-1980)
Lygia Clark (1920-1988)
Lygia Pape (1927-2004)
Amilcar de Castro (1920-2002)
Aluísio Carvão (1920-2001)
Franz Weissmann (1911-2005)
Hércules Barsotti (1914-2010)
Willys de Castro (1926 - 1988)
Cildo Meireles (1948-)
Referências : Toda Matéria e Laart.
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hotsweetlov3 · 1 month ago
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BASIC INFORMATIONS
nome: choi miyoung. hangul: 최 미 영 idade: 26 anos. nascimento: 10 de fevereiro nacionalidade: incheon, coréia do sul. ocupação: fotógrafa e ilustradora.
BIOGRAFIA
nascida e criada em meio a mimos na cidade metropolitana de incheon, miyoung acostumara-se a ser a querida da família por ser filha única. seus pais, donos de uma média empresa voltada para o comércio marítimo, não eram milionários, mas lhe davam tudo o que o dinheiro podia e não podia comprar. eram uma verdadeira família feliz. pelo menos, até o dia que mudaria para sempre a vida dos três. [tw: acidente, morte] era uma noite de inverno, voltavam de um evento familiar importante na fronteira entre seul e gyeonggi quando tudo aconteceu. não demorou para os noticiários anunciarem a tragédia: "carro capota em seul, deixando dois adultos e uma criança de 13 anos gravemente feridos." já no hospital local, ao acordar, a jovem miyoung surpreendeu e desesperou a todos ao demonstrar um grave abalo na memória — não lembrava-se de nada antes do acidente. os médicos foram diretos: sua mãe estava em coma profundo, e seu pai lutava pela vida durante uma cirurgia de emergência. miyoung, por sua vez, não reagiu como o esperado. sem lembranças, não sentiu dor, nem tristeza. a notícia parecia apenas um fato distante. e isso partiria o coração de seu pai futuramente. foi difícil lidar com o fato de não ter memórias, especialmente ao não reconhecer o próprio pai e amigos. traumatizada, tentou desesperadamente encontrar formas de recordar seu passado, mas o máximo que conseguia eram fragmentos dispersos ao olhar fotografias antigas. a angústia de se sentir vazia a fez passar incontáveis noites em claro, revendo as mesmas imagens repetidamente. contudo, algo novo nasceu dessa dor: uma ligação com a fotografia. se não conseguia recuperar o passado, então garantiria que nunca mais esqueceria o futuro. tudo o que via, fazia ou lia era registrado, seja por fotos, seja por desenhos. enquanto isso, seu pai, consumido pela culpa, tomou a decisão mais difícil de sua vida: desligar os aparelhos de sua esposa e mudar-se para seul, buscando apoio da família para recomeçar. assim, sem protestos ou hesitação, pai e filha partiram para um novo capítulo. a adaptação de miyoung ao novo ambiente foi rápida. sem lembranças que a prendessem ao passado, não sentiu falta de nada nem de ninguém. criou novos laços, conheceu novamente seus familiares e, três anos depois, aos 16, havia moldado uma nova personalidade e um novo objetivo de vida. tornou-se uma aluna exemplar, construiu uma relação forte com o pai e cultivou novas amizades. finalmente, sentia que a vida estava voltando ao normal. o tempo passou e, ao terminar os estudos, miyoung decidiu seguir um caminho que unisse sua mente lógica e criativa com sua paixão por registrar momentos: tornou-se fotógrafa e ilustradora, especializando-se em arte conceitual e fotografia documental. suas memórias podem ter sido apagadas, mas agora ela construía suas próprias histórias, tanto para si quanto para os outros. seus trabalhos, sensíveis e expressivos, ganharam reconhecimento, e sua arte se tornou sua forma de expressão e conexão com o mundo. ainda muito próxima do pai, miyoung nunca deixou de cuidar dele, assim como ele aprendeu a respeitar sua maneira única de encarar a vida. sua personalidade vibrante e amigável a tornou querida por muitos, mas, no fundo, ainda havia em seu coração um espaço reservado para aqueles que verdadeiramente marcaram sua trajetória. seu fiel companheiro, kou, o shih tzu que a acompanhava desde a adolescência, agora já mais velho, ainda permanecia ao seu lado. agora, aos 26 anos, miyoung compreendeu que talvez nunca recupere completamente as lembranças do passado. mas isso não a impede de viver intensamente o presente e construir um futuro brilhante, registrando cada detalhe em suas lentes e pincéis, para nunca mais esquecer.
PERSONALIDADE
com o passar dos anos, miyoung amadureceu, mas manteve traços marcantes de sua personalidade juvenil. agora, aos 26 anos, é uma mulher carismática, determinada e perspicaz, capaz de equilibrar sua natureza doce e amigável com uma inteligência afiada e uma autoconfiança admirável. sua curiosidade pelo mundo só cresceu, e sua capacidade de observação tornou-se ainda mais aguçada, algo que reflete tanto em sua fotografia quanto em sua arte. criativa e intuitiva, miyoung aprendeu a transformar emoções em imagens e histórias, conseguindo capturar momentos e sentimentos de maneira única. embora continue extrovertida e sociável, o tempo lhe ensinou a ser mais seletiva com quem se aproxima. sua necessidade de afeto ainda existe, mas agora ela sabe equilibrá-la melhor, sem se apegar cegamente a qualquer um que lhe ofereça carinho. tornou-se mais independente emocionalmente e confiante em sua própria companhia. seu lado teimoso e orgulhoso continua presente, e ela não hesita em defender suas opiniões e crenças. no entanto, aprendeu a ouvir mais os outros e a considerar diferentes perspectivas antes de agir impulsivamente. seu forte senso de justiça e empatia faz com que seja alguém confiável e inspirador para quem a cerca. ainda possui um espírito brincalhão e um humor afiado, mas agora carrega também um ar de maturidade que equilibra sua personalidade vibrante. ela se tornou alguém que vive o presente intensamente, sem se prender ao passado que não pode lembrar, mas garantindo que cada momento do agora seja significativo. miyoung não busca mais respostas sobre o que perdeu. em vez disso, constrói sua própria história, uma memória de cada vez. 💙
DETALHES
sempre carrega uma câmera analógica.
aprendeu a tomar café, mas só bebe se tiver algo doce junto.
guarda um diário ilustrado.
adora dias chuvosos.
tem medo de esquecer momentos importantes.
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marcoscalomeno · 2 months ago
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Nova matéria publicada na Hooks Magazine!
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É realmente muito gratificante receber reconhecimento pelo nosso trabalho, seja como forma autoral ou através de clientes e parceiros, e dessa vez não foi diferente com a PYDE, uma marca que atendo em Curitiba no mercado de fashion autoral com uma pegada urbana e leve toque de alfaiataria em suas peças mas com uma comunicação mais conceitual, diferente do que é comum no setor de moda.
E sua singularidade trouxe como um chamariz a atenção do próprio setor, destacando essa matéria super legal que saiu na Hooks Magazine onde vocês podem ler no link abaixo!
É por essas e outras que amo meu trabalho como fotógrafo, diretor de fotografia e todas as outras áreas criativas que me enfio haha! ♥
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martheusia · 6 months ago
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O Theusia
Apresentação do autor e blog.
O blog
Introdução ao blog.
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assinatura: assinatura que acompanha algumas das peças, principalmente aquelas associadas ao portfólio.
Meus agradecimentos a quem visitou este espaço e buscou saber um pouco da minha arte. Inaugurado em 6 de outubro de 2024, Theusia é o meu blog autoral, conceitual e comercial, no qual disponibilizo todos os meus feitos artísticos e textuais, relacionados com o meu portfólio Martheusia, ambas as graduações em Jornalismo e Design Gráfico, ou preceitos básicos do Design Gráfico. O catálogo deste espaço é permeado por artigos, colagens e montagens, crônicas, desenhos e ilustrações, ensaios, fotografias e resenhas feitos ao longo dos anos. E no caso de produção gráfica, o texto descritivo sumariza todos os detalhes em sua elaboração e idealização, bem como o índice de referência e materiais que deram suporte à sua criação.
E o que é o Theusia? Bem, para esclarecer melhor a razão e o propósito deste blog, faz-se importante navegar um pouco em seu contexto e, em seguida, cronologia. O Theusia nasce da minha precisão por catalogar todos os meus trabalhos, em outubro 6, de 2024. Por sinal, este que vos escreve é o Matheus, ou Theus; sou estudante de Design Gráfico, e criador desse site. Os lançamentos reunidos vão desde projetos conceituais que levam a minha assinatura, Martheusia — aglutinação do meu nome, o termo arte, e o sufixo -ia, que atribui ao termo uma perspectiva ou semântica, ou uma lente do entorno, bem como o caráter de cosmos composto por vários elementos —, a outros feitos, que por sua vez são produzidos à luz de preceitos da graduação e ambiente corporativo/comercial. Já o formato do conteúdo postado pode ser visual — colagem, desenho, fotografia, ilustração, maquete e modelo, e montagem — ou textual — artigo, crônica, ensaio e resenha.
O Theusia tem origem nos primeiros planejamentos de um site para hospedar todos os meus feitos ainda em 2022, um ano após o início da minha recessão devido a problemas pessoais. Isso porque até o terceiro trimestre de 2020, o portfólio, à época intitulado A Sinestesia Aquariana (criado em 2019), estivera hospedado no Tumblr e não havia um direcionamento ou propósito claro, tampouco um barbante estético e conceitual delineando a sua identidade através do material postado. Ou seja, era a bagunça. E o que fora lançado refletia os meus primeiros experimentos com softwares de edição de imagem e criação de ilustração e vetores; no início, com as aulas de Planejamento Gráfico durante a graduação em Jornalismo (2017–junho de 2020), o programa era apenas o CorelDraw — no qual eu aperfeiçoava os traçados dos esboços feitos à mão scaneados —, e depois com as aulas de Semiótica, busquei me aventurar com alguns membros da extensa família Adobe, são eles o Illustrator, InDesign, Lightroom e o clássico Photoshop, os quais utilizo até hoje.
De lá para cá, coisas mudaram. O Martheusia conta hoje com o desígnio de transmitir uma percepção particular a respeito de personagens sutis do cotidiano, de anseios, experiências e sentimentos, além de espelhar instruções básicas decorrentes de ambas as graduações, Jornalismo e DG; e até por isso, este repertório se divide em produção visual conceitual (arte) ou comercial (produto), retratos ou registros feitos ao longo dos anos (fotografia), e produção textual (texto). No caso de postagem visual, consiste-se de materiais gráficos disponibilizados em alta qualidade — as peças têm em torno de 9000 px — e com um parágrafo ou texto completo, que sintetiza o conceito e contexto de cada obra ou protótipo, concluído com o mapeamento de referências — caso existam — que os capitaneiam e, por fim, o índice de serviços e sites ou programas usados na elaboração de cada projeto. Por meio disso, a intenção é justamente dissecar todos os meus feitos e documentar a minha evolução com o tempo, seja como artista visual, seja como designer gráfico em formação. E por enquanto, é isso.
Sejam todxs bem-vindxs ao Theusia, um projeto de Theus Moura.
***
O autor
Introdução a mim.
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20240930 095441: retrato faz parte da sessão que serviu de ponto de partida para o projeto Gênese.
O ontem
O que aconteceu entre uns anos atrás e uns anos para cá.
Bem, vamos começar do começo. A minha relação com artes visuais nasceu quando eu ainda era criança. Desde lá a tenra idade, um dos meus principais hobbies é desenhar, mas naquele período o hábito era frequente: costumava me sentar à mesa para pôr em prática o hobby logo depois do jantar, com uma resma de papeis ao lado e a meia-lua de lápis de diversos tamanhos e tipos. Aí tempos depois, aos 16, uma das minhas amigas do colégio, a Isabel, me presentou com uma caneta-tinteiro para desenho, a famosa nanquim, sendo este o momento de reset no curso dos meus trabalhos, porque foi quando parei de criar formas livres, tentando reproduzir animais, lugares e pessoas — sem muito sucesso —, para começar a investir em formas abstratas, sem pé nem cabeça, tampouco um corpo. Dessa maneira, os projetos passaram a ter mais detalhes e formas complexos, eles eram contínuos e expansivos, sem dimensionalidade; e quem me acompanhava ao longo desse processo era a música, outro hobby e paixão minha.
O meu horário favorito para desenhar costumava ser a madrugada; tal predileção se dá principalmente pela quietude no ambiente, além da amenização do tempo — durante o dia e tarde, por aqui é bastante quente com frequência. Era o colegial, e também nesse horário passei a estudar para as provas. Estar acordado e em atividade à meia-noite nos traz uma sensação diferente, em especial quando se está sozinho, e lá eu estava na sala, com a velha resma de papeis, a nanquim e os fones atirando músicas aos meus ouvidos. Chegou uma hora que comecei a flertar com a ideia de escrever e compartilhar sobre o que estava ouvindo; até já tinha certa experiência com essa coisa de blog: até alguns anos antes, eu escrevia sobre o meu dia a dia como num diário. Assim, não faltou muito para dar início ao meu outro principal hobby, que é falar de música; e no começo, essas postagens tinham uma estrutura muito simplificada, pois o objetivo era transcrever a minha reação crua, o primeiro contato, após ouvir alguns dos lançamentos recomendados a mim no Last.fm e antigo e finado Twitter — e me perdõem, mas evito chamá-la de X.
Já o ensino médio não foi lá algo muito positivo. E conforme o grau pré-universitário chegava, maior era a minha indecisão sobre a área a ser cursada na faculdade. Não havia norte ou uma área de trabalho pelo qual estaria aficionado, eu apenas gostava de escrever, e era isso. Poucos dias após a liberação do amargo resultado dos dois vestibulares prestados, optei por seguir com Jornalismo. Em 2017, iniciei a minha graduação nesse campo pela Faculdade Cearense (atual UniCearense), lá em Fortaleza, focando em produção para impressos e jornalismo cultural. Porém, a contragosto, ainda nesse início, algumas dúvidas surgiam, o que turvava a pseudo-certeza de que havia encontrado o curso ideal. E o pivô disso foi a disciplina de Planejamento Gráfico, por uma razão simples: a partir dela, comecei a treinar e usar softwares de edição de imagem e diagramação de impresso, nesse sentido, o Photoshop e o CorelDraw. Era um mísero feixe de luz atravessando o nublado horizonte: e depois durante as aulas em laboratório de Semiótica, o restante da família Adobe já estava bem assentada nas vísceras do meu computador à época. Ali, decidi: quando acabasse Jornalismo, eu faria Design Gráfico.
O tesão por Jornalismo era praticamente inexistente, e, noutro extremo dessa gangorra, eu já estava caçando referências visuais a respeito da atuação e importância de um designer gráfico, ao mesmo tempo que treinava o Illustrator — no instante que o conheci, abandonei imediatamente o CorelDraw —, Lightroom e InDesign — meio que estava pavimentando aos poucos o novo caminho profissional. Era um mundo novo desabrochando para mim. Enquanto as coisas na graduação seguiam sem muita satisfação, no Photoshop eu fazia ligeiros experimentos com colagem e edição de imagem, e havia sido nessa mesma época que passei a também investir em fotografia — era um deleite abrir a câmera e registrar as sutilezas da rotina do jeito certo, o que acabara sendo entulho anos mais tarde na nuvem. As coisas então se mantiveram nesse ritmo até o início da pandemia, quando passei por um absurdo desgaste psicológico; não havia muita pertinácia para continuar esses rascunhos, e com a graduação tampouco: ao concluir o último semestre, a cancelei — e o TCC ainda está salvo de onde parei.
2020 foi uma no absurdo. E apesar de sempre ter sido uma pessoa caseira, senti bastante falta de sair de casa, e o meu quarto se transformou numa prisão. Entre um suspiro e outro, eu retornei de onde parei com os tais rascunhos: comecei a produzir trabalhos seriados com dois velhos amigos, a colagem e o desenho, para alimentar o blog que tive à época, A Sinestesia Aquariana. ASA foi criado em 2019 e hospedado no Tumblr, era uma galeria de fotografias e montagens acompanhadas por um parágrafo que sumarizava contexto de cada lançamento e suas referências. E fui um pouco além: em outubro, criei Louco no Synth, portal de música, ao qual escrevia resenhas completas, acompanhado pelo podcast homônimo, por meio do qual sintetizava tais textos — foi um período interessante, estive em contato com softwares de edição de áudio que me despertaram o desejo de futuramente trabalhar com música, como o Audition e Audacity; e noutra via, tive o meu primeiro emprego como designer gráfico na fortalezense Agência Kacho — o que garantiu que essa fosse a área para eu cursar depois.
2021 foi tão amargo quanto: em janeiro, perdi uma artista implacável que muito me influencia até hoje, a SOPHIE; e no segundo semestre, um dos meus queridos professores do curso de Jornalismo, Carlos Perdigão, viera a óbito por complicações da covid, que por muito pouco quase vitimou um tio. Algumas pessoas seguiram isoladas, outras persistiram no namoro com o risco. E eu decidi pausar os trabalhos, fechei o LNS, havia muito a ser processado — a demissão inclusive; mas mediante o pessimismo, a notícia da vacinação veio ao encontro da precisão por um afago, foi uma fagulha de esperança. Aí em 2022, vacinado e saindo mais de casa, cogitei retornar às atividades com o material arquivado para iniciar um novo portfólio, desta vez chamado de Martheusia, assinatura esta usada para alguns projetos pós-ASA, e, no ano seguinte, fiz inscrição para prestar vestibular novamente e dar continuidade àquele velho plano de cursar Design Gráfico. Em contrapartida, 2023 também havia sido turbulento em casa, pela relação com a minha mãe e o falecimento da primeira cachorra, a Nina. Os meses e o vestibular se passam, aos poucos se sara, e chega a hora de criar outras metas.
O hoje e o amanhã
O que acontece daqui em diante.
Estamos em 2024. Eu comecei a graduação em Design Gráfico pela Anhanguera em fevereiro, e em poucos meses, um blog de música, quase aos moldes do que havia sido o LNS — sem podcast, apenas as resenhas, estas dividas entre um extenso parágrafo e um artigo completo —, o qual precisou ser arquivado por falta de tempo para ser cuidado. Em contrapartida, a urgência pela criação de um portfólio para catalogar todo o meu acervo de trabalhos, perpassados pela colagem e montagem, crônica e resenha, desenho e ilustração, e fotografia, se consolidou neste blog, o Theusia, fundado em 6 de outubro. Martheusia, para ficar claro, segue sendo a minha assinatura impressa na maioria dos meus projetos, quando estes são elaborados a partir de um conceito, quando o objetivo por trás da sua produção é compartilhar a minha perspectiva artística a respeito de um determinado elemento ou de todo um cosmos. Mas não fica só nisso. Por meio desse espaço, também me proponho a documentar aprendizados tidos ao longo da graduação transformados em peças visuais, estas focadas em elementos de natureza corporativa ou comercial, bem como reparar o que já havia sido feito bem antes, em particular rascunhos salvos após o infeliz incidente com uma pane no meu computador, que deletou vários dos meus projetos.
E por enquanto é isso — mas a trajetória não acaba por aqui. No mais, outras atualizações serão aqui postadas como editoriais ou mais um parágrafo, na minha longuíssima e verborrágica biografia.
Um abraço, Theus Moura.
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outroscinemas · 8 years ago
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Fragmentos de um eu
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O curta-metragem Superbarroco (2008), de Renata Pinheiro, nos convida a uma imersão sensorial e estética singular. Por meio de uma linguagem visual rica e experimental, a diretora tece uma narrativa poética que transcende a mera representação da realidade. A obra, marcada por uma grande originalidade e uma beleza formal particular, é um convite à reflexão sobre a natureza da existência, da memória e da identidade.
Sob essa perspectiva, Superbaroco releva uma rica complexidade formal e conceitual. A obra de Renata Pinheiro estabelece um diálogo com o cinema experimental, que busca novas formas de expressão cinematográfica, desafiando não apenas as convenções narrativas, mas também estéticas. Nesse sentido, ao utilizar projeções em tempo real sobre o cenário, o curta-metragem cria um efeito imersivo e hipnótico, transportando o espectador para um mundo de sonhos e memórias. Dessa forma, as relacionando às experiências visuais do movimento futurista e às instalações de arte contemporânea. A fotografia, com suas cores vibrantes e contrastes marcados, evoca o expressionismo alemão e o surrealismo. A cenografia exuberante e onírica dialoga com o barroco, movimento artístico que valoriza a exuberância e o excesso.
A fotografia captura a beleza decadente dos ambientes e a intensidade dos sentimentos do protagonista. Já a montagem, precisa e elegante, contribui para a construção do ritmo do filme, alternando momentos de intensa emoção com sequências mais contemplativas. Ainda mais, a trilha sonora, composta por músicas e sons ambiente, cria uma atmosfera envolvente e complementa a experiência visual. A narrativa, embora breve, é rica em camadas de significado.
A jornada do personagem principal, por exemplo, pode ser compreendida como uma alegoria da vida, marcada por momentos de alegria, tristeza e reflexão tanto a respeito dele enquanto indivíduo, quanto do mundo que o circunda. A ausência de diálogos intensifica a experiência sensorial, permitindo que o espectador se conecte com as emoções do personagem através das imagens e da trilha sonora. A influência do cinema de animação e do videoclipe também é perceptível na obra, com a utilização de efeitos visuais e de uma estética pop e vibrante.
Sendo assim, Superbarroco é uma obra que transcende as fronteiras entre cinema, arte e experiência visual. A diretora Renata Pinheiro cria um universo visual rico e complexo, que convida o espectador a uma jornada introspectiva e poética. Assim, marcada por uma grande originalidade e beleza formal, obra é um convite à reflexão sobre a natureza da realidade, da memória e da identidade.
FICHA TÉCNICA
Direção: Renata Pinheiro Roteiro: Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira Produção: Sérgio Oliveira Direção de Fotografia: Pedro Urano Direção de Arte: Dani Vilela e Karen Araújo Elenco: Everaldo Pontes, Neifa Mendonça, Cláudia Oliveira, Thaís Nascimento Edição: João Maria Araújo Som: Danilo Carvalho e João Maria Araújo Música: Vitor Araújo
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fragmentosaudiovisuais · 8 years ago
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fragmentos de um eu
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O curta-metragem Superbarroco (2008), de Renata Pinheiro, nos convida a uma imersão sensorial e estética singular. Por meio de uma linguagem visual rica e experimental, a diretora tece uma narrativa poética que transcende a mera representação da realidade. A obra, marcada por uma grande originalidade e uma beleza formal particular, é um convite à reflexão sobre a natureza da existência, da memória e da identidade.
Sob essa perspectiva, Superbaroco releva uma rica complexidade formal e conceitual. A obra de Renata Pinheiro estabelece um diálogo com o cinema experimental, que busca novas formas de expressão cinematográfica, desafiando não apenas as convenções narrativas, mas também estéticas. Nesse sentido, ao utilizar projeções em tempo real sobre o cenário, o curta-metragem cria um efeito imersivo e hipnótico, transportando o espectador para um mundo de sonhos e memórias. Dessa forma, as relacionando às experiências visuais do movimento futurista e às instalações de arte contemporânea. A fotografia, com suas cores vibrantes e contrastes marcados, evoca o expressionismo alemão e o surrealismo. A cenografia exuberante e onírica dialoga com o barroco, movimento artístico que valoriza a exuberância e o excesso.
A fotografia captura a beleza decadente dos ambientes e a intensidade dos sentimentos do protagonista. Já a montagem, precisa e elegante, contribui para a construção do ritmo do filme, alternando momentos de intensa emoção com sequências mais contemplativas. Ainda mais, a trilha sonora, composta por músicas e sons ambiente, cria uma atmosfera envolvente e complementa a experiência visual. A narrativa, embora breve, é rica em camadas de significado.
A jornada do personagem principal, por exemplo, pode ser compreendida como uma alegoria da vida, marcada por momentos de alegria, tristeza e reflexão tanto a respeito dele enquanto indivíduo, quanto do mundo que o circunda. A ausência de diálogos intensifica a experiência sensorial, permitindo que o espectador se conecte com as emoções do personagem através das imagens e da trilha sonora. A influência do cinema de animação e do videoclipe também é perceptível na obra, com a utilização de efeitos visuais e de uma estética pop e vibrante.
Sendo assim, Superbarroco é uma obra que transcende as fronteiras entre cinema, arte e experiência visual. A diretora Renata Pinheiro cria um universo visual rico e complexo, que convida o espectador a uma jornada introspectiva e poética. Assim, marcada por uma grande originalidade e beleza formal, obra é um convite à reflexão sobre a natureza da realidade, da memória e da identidade.
FICHA TÉCNICA
Direção: Renata Pinheiro Roteiro: Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira Produção: Sérgio Oliveira Direção de Fotografia: Pedro Urano Direção de Arte: Dani Vilela e Karen Araújo Elenco: Everaldo Pontes, Neifa Mendonça, Cláudia Oliveira, Thaís Nascimento Edição: João Maria Araújo Som: Danilo Carvalho e João Maria Araújo Música: Vitor Araújo
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residenciafonte · 8 months ago
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A Fonte deságua na Floresta
Quem não se lembra da aula de ciência sobre o ciclo da água? Sobre a troca contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, as águas do solo, superficiais, subterrâneas e florestais? Compreendendo que para se ter água é preciso de floresta e vice-versa, é possível imaginarmos que o Fonte e a Biblioteca-Floresta estão juntes biologicamente. E foi justamente ao encontro deste ciclo que a presente mostra propõe potencializar as relações entre estes dois projetos artísticos, com objetivo de deixar sua união cada vez mais forte.
A respeito dessa troca que há entre o Fonte e a Biblioteca-Floresta, é preciso mencionar que ela segue num fluxo contínuo e cultivando a policultura dos sujeitos, das experiências e dos pensamentos. Pois, diferentemente de uma “monocultura da mente” cuja essência atua enquanto ferramenta de poder, acumulação e controle da vida, inspirada nas ideias da filósofa e ativista indiana Vandana Shiva, a policultura visa o oposto. Ou seja, tratam-se de projetos de arte que semeiam o convívio em coletividade e o fazer compartilhado, que acima de tudo fazem com que não esqueçamos que é preciso do outro para se viver; humanos e não-humanos.
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E por mais que o mercado de arte insista na monocultura – apostando continuamente na “monopintura”, substituindo rapidamente uma tendência artística por outra e estocando em grandes “silos” artistas para quiçá serem “resgatados” quando estiverem à beira da morte – ainda assim há uma movida artística que se une num exercício de liberdade: organizando exposições coletivas, festividades, residências artísticas, plantando árvores, compartilhando ateliês, cozinhando junto e sobretudo escutando e incentivando uns aos outros. Nota-se aqui uma sede em fazer arte tão grande que é capaz de manter a fonte cristalina e a floresta de pé, mesmo diante de tantas adversidades.
Assim, impulsionada pela ideia de policultura inerente a estes dois projetos artísticos, a curadoria partiu de um recorte de artistas que têm ou tiveram ateliê no Fonte e sobretudo de artistas que realizaram residências/imersões no Fonte e/ou na Biblioteca-Floresta, reunindo uma cartografia ampla de territorialidades que por ali passaram ao longo destes dez anos. Em continuidade, foram selecionadas obras com linguagens variadas e que dialogam de forma direta com o tema da natureza e/ou da coletividade, enfatizando a diversidade das materialidades artísticas, dos meios de se produzir e de se pensar arte na contemporaneidade.
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Adrián Balseca (artista equatoriano que esteve em residência no Fonte em 2015) desenvolve uma pesquisa que relaciona o mito de modernidade, questões socioambientais e dinâmicas extrativistas. Para a ocasião, o artista planta uma árvore de pau-brasil dentro de uma lata de petróleo, apontando para o uso de elementos naturais manipulados enquanto commodities e problematizando o lema nacional de “progresso” a qualquer custo. Em diálogo, Rodrigo Braga (artista manauara que esteve em residência no Fonte em 2015) apresenta duas fotografias que podem ser interpretadas pelo carvão enquanto elemento chave da industrialização e o vermelho como sangue da força de trabalho.
Em continuidade a percepção do sangue derramado sobre a terra, Merv Espina (artista filipino que esteve em residência no Fonte em 2023) apresenta uma peça visual e sonora que discorre o nome de ambientalistas assassinados no Brasil e nas Filipinas no ano passado. Enquanto isso, Sandra Gamarra (artista peruana que esteve em residência no Fonte em 2017) se dedica a uma investigação conceitual que se relaciona diretamente com a colonização na América. Com duas pinturas produzidas durante sua residência, a artista assimila e utiliza imagens de paisagens brasileiras e peruanas encontradas em circulação na imprensa com frases que remetem à exploração dos povos indígenas e de seus territórios.
Debruçando-se sobre o conceito de animismo, Dudx (artista campinense que esteve em residência no Fonte em 2018) dá corpo a seres ficcionais, híbridos e encantados, seja por meio da pintura ou da escultura. Em vivo diálogo, Selva Carvalho (artista paulistana que esteve em residência no Fonte em 2022 e se estabeleceu com um ateliê no mesmo até o momento presente) materializa por meio da escultura e de sua ativação performática a relação entre humanos e não-humanos. São artistas que cantam e dançam, que compreendem a espiritualidade e a alegria como fenômenos emanados pela força da natureza, como bem se observa em seus trabalhos.
Sensível a esta energia misteriosa, Marcelo Brasiliense (artista belo-horizontino que esteve em residência no Fonte de 2021-2024) expõe uma série de objetos mágicos e amuletos produzidos com elementos naturais, como se estes fossem capazes de evocar cura e proteção espiritual por onde quer que passem. São objetos para serem carregados nas mãos, assim como os de André Felipe Cardoso (artista de Minaçu que esteve em residência no Fonte em 2022): uma caixa de fósforo, um livro e um pedaço de arenito sobre um tamborete de madeira e a capa de um álbum de fotografia. Nota-se aqui a presença do cerrado, mais especificamente do Quilombo Alto Santa onde o artista vive, seja como imagem representada ou na própria materialidade.
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A presença deste bioma também se encontra no vídeo de Simone Moraes (artista ribeirão-pretense, fundadora do Fonte e da Biblioteca-Floresta), que registra uma ação em que ela demarca com seu próprio corpo uma célula de plantio de árvores do cerrado e de si mesma, para ser realizado após a artista completar sua passagem pela Terra. Nota-se aqui uma relação entre o corpo e a paisagem que também se faz presente nas esculturas de Juliana Cerqueira Leite (artista paulistana que esteve em residência no Fonte em 2021), que remetem ao espaço interno de um corpo humano em decomposição sobre terrários. Como se ambas as artistas dissessem: “Da terra viemos e para ela voltaremos”.
A terra enquanto elemento base para este ciclo segue pulsante nas obras de Marcelo Amorim (artista goianense e fundador do Fonte) e Saulo Szábo (artista carioca que teve ateliê no Fonte em 2023), cujos trabalhos aqui presentes foram desenvolvidos a partir de uma imersão artística em junho deste ano na Biblioteca-Floresta. Estas obras, bem como a de Simone Moraes, foram idealizadas especialmente para esta exposição e trazem para o Fonte uma dimensão visual, conceitual e material da Biblioteca-Floresta, aproximando ainda mais estes dois projetos artísticos.
Marcelo Amorim projeta um vídeo em que corre atrás do inalcançável em meio a uma “fumaça de terra”, superando sua própria exaustão num embate silencioso dele mesmo com ele próprio. Enquanto isso, Saulo Szábo apresenta uma instalação com trouxas de terra coletada no solo da Biblioteca-Floresta que se encontram em decantação para virarem argila, num processo que une os ciclos da água e da terra. São trabalhos que evocam a terra como matéria capaz de moldar os sujeitos, os caminhos a serem percorridos e toda uma cultura material que acompanha a humanidade desde seus primórdios até o presente.
Em paralelo, Martin Lanezan (artista argentino que esteve em residência no Fonte em 2014) apresenta pinturas que combinam seres elementares com personagens camponesas, como se suas figuras fossem guardiões da fauna e da flora por mais fictícias que sejam. São imagens que conversam com os viajantes presentes nas fotografias de Nino Cais (artista paulistano e fundador do Fonte), que são capazes de dar a volta ao mundo sem sair de casa. Com seus rostos cobertos, os viajantes voam em tapetes mágicos e passeiam por jardins secretos, sempre descalços, vestindo indumentárias exóticas e carregando objetos domésticos como se fossem preciosidades.
Esta pulsão ficcional reverbera também no vídeo de Pilar Quinteros (artista chilena que esteve em residência no Fonte em 2017), em que a partir de uma orquídea de papel em tamanho monumental narra reflexões baseadas em histórias locais sobre espécies estrangeiras introduzidas na Patagônia para fins comerciais e espécies endógenas confrontadas e forçadas a coexistir. Também imerso no tema da paisagem, Ariel Cusnir (artista argentino que esteve em residência no Fonte em 2018) apresenta uma pintura de um dia de verão, retratando um grupo de pessoas que se divertem num banho de rio ao passo que suas imagens se mesclam no reflexo esverdeado da água.
A presença da água enquanto demarcador territorial fica ainda mais latente nos trabalhos de Camila Bardehle (artista chilena com ateliê no Fonte desde 2022) e de Zé Tepedino (artista carioca que esteve em residência no Fonte em 2021), que respectivamente trazem os oceanos Pacífico e Atlântico para as paredes pivotantes do espaço expositivo. É com este encontro simbólico das águas salgadas que a mostra conecta o mar de Valparaíso com o do Rio de Janeiro, rompendo fronteiras e aproximando regiões por meio de um azul profundo que a tudo conecta.
Uma vez mais a água, elemento essencial à vida de todos os existentes terrestres, retorna para evocar os ciclos da água, da terra, da vida e da arte presentes em A Fonte deságua na Floresta. Tal qual um ritual realizado com muito afeto envolvido, a mostra celebra o aniversário de uma década do Fonte, marca o fim de um ciclo e o início de outro. É uma exposição que deseja vida longa ao Fonte, à Biblioteca-Floresta e aos demais projetos artísticos que estão por vir, como quem diz em voz alta que arte só existe quando compartilhada; melhor ainda quando compartilhada na companhia daqueles que amamos.
Paula Borghi São Paulo, julho 2024
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Serviço exposição A Fonte deságua na Floresta artistas Adrián Balseca, André Felipe Cardoso, Ariel Cusnir, Camila Bardehle, Dudx, Juliana Cerqueira Leite, Marcelo Amorim, Marcelo Brasiliense, Martin Lanezan, Merv Espina, Nino Cais, Pilar Quinteros, Rodrigo Braga, Sandra Gamarra, Saulo Szabó, Selva de Carvalho, Simone Moraes, Zé Tepedino. curadoria Paula Borghi abertura 27 de julho, das 14:30h às 18:30h visitação 1 a 30 de agosto horários quintas e sextas, das 14h às 19h, e sábados, das 11h às 17h entrada gratuita Rua Mourato Coelho, 751 - Vila Madalena, São Paulo instagram.com/@residenciafonte
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mmvit24l · 9 months ago
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artesubjetividade · 1 year ago
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Tensão, Daniel Gore
fotografias, 10x15cm
“Tensão” vem dos pontos de tensão do ovo, em que apresenta uma dualidade de resistência e fragilidade, que relaciona com o ser humano. A figura do tempo se torna presente e representada no equilíbrio, para sua realização cerca de quarenta minutos são necessários para o equilíbrio. Nessa extremidade, o ovo, uma figura considerada frágil, se mostra rígida e resistente. A analogia com a matéria ser humano, onde todos têm adversidades e questões que precisamos ser figuras de resistência ao longo da vida. Esse corpo consegue suportar mais do que pode parecer, existe em forma dura e supera expectativas.
Em um próximo momento, quando tento equilibrar a pedra em outro ponto do ovo ele se quebra revelando seu conteúdo, entranhas. Simbolicamente representando a dualidade da fragilidade do corpo, humano-ovo.
A artista Kim Soonim (Coréia do Sul, 1975) possui uma série de produções que envolvem natureza, tempo e o ser humano. A artista em um trabalho de sua série “The time of water”, reúne pedras que selecionou as no lago Daecheongho e às dispõe nas margens desse lago. Em uma entrevista, mostra como o trabalho requer cuidado e tempo para ser realizado. Soonim junta histórias de habitantes daquele espaço em conjunto com a natureza local para criar uma grande instalação, onde conta também sobre a influência da água e das pessoas em seu trabalho final, que será de alguma forma modificado com o tempo, e essa efemeridade faz parte da obra e das narrativas da artista.
Gilles A. Tiberghein em “A arte da natureza” elabora como se deu a transformação do estatuto teórico da forma, onde a matéria em si teria seu objetivo trazido à tona. Nesse conceito, o domínio do escultor não é o que considera-se fundamental para a realização de uma obra, mas sim a reflexão conceitual que a matéria pode proporcionar. Diante desse pensamento, experimento ilustrar meu pensamento conceitual de uma forma distinta de trabalhos anteriores, focando na matéria em si e o que ela pode representar sem a direta ação do escultor de modificá-la de alguma forma.
Referências:
2023 대청호 환경미술제 김순임 작가 인터뷰. Coréia do sul청주시립미술관 Cheongju Museum of Art, , 2023. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XM7NcugbY-s&t=128s>
TIBERGHIEN, Gilles. A arte da natureza. Revista do programa de pós-graduação em Artes Visuais EBA, UFRJ, Rio de Janeiro, 2000.
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blogdojuanesteves · 1 year ago
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UTOPIA > LUCAS LENCI
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A relação problemática entre ambiente e o ser humano representada pela imagem fotográfica ganhou notoriedade em 1975 com a mostra New Topographics Photographs of a Man-Altered Landscape, no museu de fotografia da George Eastman House, em Rochester, Nova York, com curadoria de William Jenkins, um importante papel na ruptura da história da fotografia e as representações não tradicionais da paisagem. 
A visão romântica e transcendente deu lugar às indústrias austeras, a expansão suburbana e cenas cotidianas, elaboradas por fotógrafos e artistas como os alemães Hilla e Bernd Becher e os americanos Robert Adams, Lewis Baltz (1945-2014), Joe Deal (1947-2010), Frank Gohlke, Nicholas Nixon, John Schott, Stephen Shore e Henry Wessel (1942-2018) que tomaram seu lugar na arte estabelecida. Sem dúvida um marco ao tratar desta relação na construção de uma imagética constituída pela apresentação conceitual e gráfica.
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Utopia (Vento Leste, 2023) do paulistano Lucas Lenci é mais uma tentativa de transformar essa relação em arte pela reflexão projetada por uma topologia sentimental ora poética, ora cética, no embate entre a natureza e o urbano, um conceito atraente tanto visualmente quanto ontológico. Entretanto, a proposta procura ser mais ampla no sentido de anexar a ideia da construção digital em seu trabalho, quando produz uma clara dicotomia entre a realidade e a ficção em suas cenas. Embora ao observador mais atencioso ela seja evidente de início, a compreensão mais complexa pode ser lenta ao leitor desavisado, o que parece atingir a maioria imersa na confusão visual mais contemporânea, formatada pelo excesso de imagens produzido sistematicamente e difundido pelas redes.
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Em um sentido mais filosófico, Lenci cria formas nas quais sua própria invenção e conteúdo em suas construções - na verdade, suas percepções e sensações que dão origem a este volume - são incorporados em sua execução e permanecem essenciais para sua eficácia. Os filósofos mais remotos já haviam notado que um evento deste tipo é de natureza altamente tátil, um momento- se puder ser medido, garantido no tempo cronológico- que pode de fato ser da mesma ordem. Assim, a etimologia de invenção, como descreve o filólogo americano Tom Conley em seu An Errant Eye (University Minnesota Press, 2010) explica como a topografia, a arte de descrever o espaço local é algo que acontece, ou aqui melhor dizendo, que o artista faz acontecer. Um evento que cria uma sensação de espaço e lugar porque exige uma consciência elevada de compreensão, que é, de contato com o ambiente de tal forma que as relações até então desconhecidas são feitas a partir da experiência das coisas apreendidas pelo autor.
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Então vejamos o pensamento de Lucas Lenci: "Os conceitos de velocidade e distância foram distorcidos pela minha geração. Inebriados pela internet, abraçamos com paixão a desmaterialização de praticamente tudo: de produtos, serviços, informações e da própria fotografia. Agora uma foto viaja instantaneamente, transformando-se em dados e pixels, percorrendo distâncias antes inimagináveis." O fotógrafo nasceu em 1980 e é graduado em fotografia e desenho industrial. Iniciou sua carreira profissional como fotógrafo após atuar como produtor executivo de projetos comerciais, editoriais e culturais. Publicou o livro Desaudio ( Ed.Madalena, 2013) [ leia aqui review https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/116469317861/desaudio-lucas-lenci ], Movimento Estático (Editora Valongo, 2016) [ leia aqui review https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/153956336821/movimento-est%C3%A1tico-lucas-lenci ] e Still Life ( Fotô Editorial, 2020) [ leia aqui review https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/613665409938472960/por-mais-falso-que-o-assunto-seja-uma-vez ] entre participação em outras publicações.
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Lenci revela que explora uma "geografia afetiva", uma reflexão acerca "das emoções que os lugares e os espaços que habitamos nos despertam." As fotografias, segundo ele, retratam endereços intangíveis, ao mesmo tempo que estão ancoradas em precisas coordenadas de georreferenciamento, na busca por capturar distâncias tanto físicas quanto virtuais. Imagens que buscam ir além das representações de cidades reais ou fictícias: "um interesse pelo simbólico, imbuído das experiências pessoais, da memória, da história, mecanismos que mostram os vínculos emocionais, entre o indivíduo e seu meio ambiente.
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As imagens de Utopia nos levam para o pensamento do historiador Philip J. Edington, do Departamento de História da University of Southern California: "A posição “assimilativa” procura equiparar as fotografias a todos os outros signos num universo semiótico e derivar os seus significados principalmente deste contexto. Uma posição excepcional que sustenta que estes são signos indiciais que carregam uma impressão direta do mundo. Argumenta-se que as duas posições podem ser colapsadas numa espacialização radical do conhecimento visual, expandindo a tese do genial historiador da arte vienense Ernst Gombrich (1909-2001) sobre a “primazia do significado” para incluir os caminhos neurais através de mapas do campo visual.
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Daí a importância de Lenci incluir as localizações exatas das suas tomadas fotográficas que compõem cada uma de suas imagens. "A mente exige que cada evento interpretativo, cada “leitura” de uma fotografia ocorra numa posição de perspectiva." Uma expectativa que o autor tem de distanciar-se da cartografia da plataforma geo-histórica (Hyper Cities), alimentada pelo Google, como um exemplo do mais recente conhecimento de redes na Internet hiperespacial, cada vez mais amplas em sua contextualização, que pode expandir o universo de significado interpretativo, ao mesmo tempo que aprofunda a sua inscrição nos locais terrestres da sua produção. Rejeitando o ceticismo radical da posição assimilacionista, o ensaio percebe as qualidades excepcionais da fotografia na circulação de signos que ancoram a interpretação à medida que constrói-se um conhecimento histórico, abrindo caminhos de uma perspectiva na topologia sem fundo e incorporada anteriormente pela semiótica.
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O fotógrafo paulistano Tuca Vieira, autor do excelente livro Atlas Fotográfico da cidade de  São Paulo e Arredores ( Casa da imagem/Museu da Cidade de São Paulo, 2020) escreve um ensaio no livro sobre a fugacidade da imagem digital, em contraponto a elaboração complexa das imagens de Lucas Lenci: "A vida útil de uma fotografia pode chegar hoje a apenas alguns segundos de duração, e ela logo em seguida pode cair no esquecimento. Disso também decorre a diminuição dramática do tempo que dedicamos a cada uma delas, tanto no ato de produzi-las quanto de apreciá-las..." Para ele, então passamos a desconfiar das imagens. No entanto, diz ele, "há também os que se dedicam a estudar as características únicas da imagem como ela é hoje produzida, e que são capazes de extrair de suas particularidades a força necessária para reter nosso olhar apressado.
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Para Vieira, "Lucas Lenci trabalha de forma criativa essa desconfiança, equilibrando-se cuidadosamente numa fronteira entre o crível e o estranho, o possível e o improvável. As imagens da série "Utopia" [Alpha Cities] conseguem provocar justamente esse segundo olhar, que retém o observador para além do encontro fugaz inicial. E isso não é pouco num mundo de experiências tão fragmentadas, marcado pela economia da atenção. Essa fotografia em dois tempos primeiro captura a atenção do observador (que desconfia do que vê) e depois exige um olhar mais atento, detido, na promessa de revelar seu enigma.
A posição do autor de Utopia, encontra alguns paralelos na nossa produção, caso do belo livro Repaisagem São Paulo (Porto de Cultura, 2011) do artista paulista Marcelo Zocchio, que mostra aspectos da história da cidade de São Paulo nos últimos 140 anos. Uma montagem de imagens suas atuais e outras antigas, com uma inclusão cartográfica dos anos 1897, 1930 e de hoje, imagens de consagrados fotógrafos, como as suíço Guilherme Gaensly (1843-1928), do carioca Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) e do italiano Vincenzo Pastore ( 1865-1918)  entre outros, cujo resultado é um interação temporal da do espaço e vida urbana.
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Aproximando-se no sentido gráfico e conceitual, inclusive no formato de Utopia ( embora com imagens panorâmicas), o livro Entre Morros ( Cosac Naify, 2014) da fotógrafa carioca Claudia Jaguaribe igualmente problematiza a tensão entre a mudança e a permanência. Com imagens produzidas por ela, faz uma revisão da relação tempo e espaço com a noção de lugar. Segundo ela, "Na série a nitidez está no todo e nos detalhes das imagens, captando a força da trama urbana. Vê-se, simultaneamente, perto e longe, dentro e fora, de cima e na encosta dos morros cariocas. O Rio dessas fotos, assim como as cidades idealizadas por Lucas Lenci, não existe em estado natural. Ele é uma construção feita a partir de seus contrastes urbanos. Natureza e cidade, riqueza e pobreza, violência e gente.
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Em termos mais conceituais, no trabalho de Jaguaribe ( assim como nos de Lenci)  suas imagens estruturam-se a partir de evidentes elementos de contemporaneidade, como a simultaneidade de informações visuais que hoje permeiam praticamente todos os meios de comunicação, sendo em sua maioria construções digitais a partir de uma ou mais imagens, onde a perspectiva clássica e informação stricto sensu são por consequência fortemente alteradas, escreveu Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do Instituto Moreira Salles ( IMS).
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Trabalhos que, no dizer de Lucas Lenci, não são apenas "o testemunho desta era de desmaterialização, mas catalizador de novas jornadas." o que podemos enxergar como um manifesto que nos leva às ideias, guardada a distância, introduzidas pelo filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) no seu trabalho sobre o grande pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), O visível e invisível (Ed.Perspectiva, 1984) (originalmente publicado em 1964, pela francesa Gallimard, que traz o conceito de visão topológica para descrever e explicar uma forma particular de ver que considera, no contínuo surgimento de uma imagem fotográfica, uma possibilidade de superar uma filosofia idealista que transforma tudo em pensamento, sem levar em conta o contato primordial com o mundo. O pintor ou aqui no caso, o fotógrafo não transforma o mundo em pensamento para fotografar e por isso, não faz uma representação do mundo em sua imagem, mas cria um mundo próprio, resultado da mescla entre o vidente e o visível, que possibilita por esse ato criador, a experiência com o Ser enquanto presença.
*Imagens © Lucas Lenci.    Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
Vento Leste Editora: Mônica Schalka/Heloisa Vasconcellos
Fotografia, captação e montagem: Lucas Lenci 
Textos Lucas Lenci/Tuca Vieira
Edição bilíngue: Português/Inglês
Tratamento de imagens: Marcos Ribeiro 
Design Gráfico: Fábio Messias e Nathalia Parra [Zootz Comunicação] 
Coordenação editorial: Lucas Lenci e Tuca Vieira
Produção gráfica: Jairo da Rocha
Impressão: Capa dura, 500 exemplares em papel Alta Alvura:  Ipsis Gráfica e Editora 
Para adquirir o livro  ventoleste.com
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testandolivromaju · 2 years ago
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investigações na produção da artista-bolsista
Os trabalhos aqui apresentados são resultados de investigações acerca da publicação impressa desenvolvidos pela artista.
ABC TIPOGRÁFICO
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Projeto gráfico que consistia na montagem de um alfabeto a partir de letras coletas no cotidiano, como placas de parada de um ônibus, embalagem de pão, capas de livros, etc. O projeto foi idealizado para ser impresso em um formato sanfonado em um tamanho pequeno, aproximadamente um A7. 
Este trabalho foi marcado pela abordagem de preparar uma impressão para uma gráfica industrial, diferente da gráfica rápida em que se imprime os trabalhos. Logo, precisou especificar a sangria e a marca de corte. 
-Não houve impressão do projeto e só existe essa boneca digital. O objetivo deste trabalho era a experiência de preparar um projeto editorial que fosse preparado para uma demanda de impressão industrial, com várias tiragens. Pra isso, precisou aprender sobre as especificações que uma gráfica grande exige, assim como o aproveitamento de papel maior, como um A0. 
SÉRIE CONVERGÊNCIAS
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As imagens deste trabalho surgem da apropriação de chapas de raio-x com intervenção digital. Ao pensar nestas imagens em suporte impresso, algumas questões foram consideradas: o papel de impressão, o formato de impressão e o suporte final do material. 
Foram feitos testes de impressão em papel fotográfico e percebeu que as imagens funcionavam bem neste papel se fosse pensado para ser um print, mas como é um papel bem brilhoso, fica inviável para ser colocado em livro. O papel couchê foi a mesma questão do fotográfico: brilhoso demais e no momento que se dobra a folha ao meio, a impressão 'craquela' o que provoca um ruído bem feio na imagem. 
A construção conceitual do primeiro projeto com as imagens foi um livro de artista. Inspirada por um trabalho de Louise Bourgeois, Ode à l'Oubli, no qual ela faz um ode ao esquecimento eu vou em contrapartida dessa proposta. É impossível me esquecer de toda a dor que essas imagens representam em mim. Eu não consigo me esquecer nem por um segundo. Minha pele lateja, meus músculos doem e preciso de um momento para me alongar e deitar. 
Me aproprio do título de Louise e acrescento: impossível. 
Estabelecido a parte conceitual do trabalho e o fio condutor deste projeto gráfico, voltei-me para as pesquisas de referências de composição e experimentação de materiais. Neste momento descubro o trabalho da artista Dianna Froid e fico encantada por suas colagens em tecido e me sinto motivada a experimentar algo nesta linguagem. 
O meu processo criativo é caótico e as coisas acontecem simultaneamente. A pesquisa de referências de linguagem visual ocorrem junto com a leitura conceitual do trabalho. As páginas que aqui serão expostas em fotografias foram feitas no momento, onde utilizei os materiais e artifícios disponíveis. As mãos que bordam e costuram manualmente o livro são de minha mãe. 
A impressão das imagens foram feitas em papel fotográfico. Após alguns testes de impressão em gráficas rápidas este apresentou como o melhor papel para a imagem, apesar de extremamente brilhoso ele apresentava nitidez de detalhes a uma boa saturação das cores. Porém, após o trabalho finalizado, vejo que o papel 'briga' um pouco com o tecido. O papel parece não se aderir a superfície das tramas, o que talvez em outra oportunidade seja algo a ser revisto. 
As páginas de algodão cru foram endurecidas com cola, para garantir firmeza no livro. Primeiro bordou o que precisava ser bordado e antes de colar as imagens foi passado uma camada de cola branca. A última imagem do livro, uma colagem, foi realizada antes desse processo de passar cola e quando passei a camada, a colagem absorveu umidade e deu aquela enrugada estranha. 
Utilizei papel alumínio em uma das páginas. Contatei a artista Dianna Froid por email e trocamos uma ideia sobre alguns de seus trabalhos e principalmente sobre utilizar o papel alumínio doméstico em seus trabalhos. Foi um processo bem tranquilo e usei como fundo de página. Provavelmente irei explorar esse material novamente em outra oportunidade. 
A capa foi pintada à mão e algumas palavras no decorrer do livro foram carimbadas. Só há um exemplar deste livro. 
Segue as imagens do trabalho aqui descrito.
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laura-a-bordo · 2 years ago
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.˚˖ 18/08, semiótica ˚₊‧
Após a apresentação do plano de ensino e bibliografias referentes à este componente, fomos introduzidos ao conteúdo que será estudado ao longo do semestre.
Primeiramente, estudamos o conceito de "signo", como mostra o meu mapa conceitual abaixo,
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O significante pode variar nas expressões linguísticas, visuais e sonoras, mas é material, ou seja, é uma expressão concreta, fixa. Já o significado é imaterial, pois depende da interpretação para existir, e essa interpretação varia conforme a cultura e realidade de quem interpreta. Vejamos o exemplo a seguir:
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O significante muda conforme a língua (no exemplo temos o português, inglês, italiano e japonês, respectivamente), porém o significado é o mesmo. Porém, Saussure frisa que essas definições vão além da coisa e da palavra,
"O signo linguístico une não uma coisa e uma palavras, mas um conceito e uma imagem acústica" (SAUSSURE, 1997, p.80)
Além disso, diferenciamos as vertentes de semiótica, a linha americana do estudo do signo desenvolvida por Charles Sanders Peirce, e semiologia, a linha européia muito ligada à linguística de Ferdinand de Saussure. No entanto, para maior possibilidade de análises, utilizaremos das duas vertentes na realização de atividades
A semiologia de Saussure se baseia apenas nos termos "significante" e "significado", como vimos anteriormente.
Já na semiótica Peirceana, os termos "ícone", "índice" e "símbolo" são usadas para categorizar diferentes tipos de signo, como explica o mapa abaixo:
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Outra diferença importante entre as duas vertentes é que, para Peirce, tudo é signo se houver interpretante, tanto que este é importante para a formação do signo.
Na aula, analisamos imagens para melhor identificar essas categorias, e aqui trago uma imagem referente a cada uma delas. As imagens foram retiradas dos slides apresentados em sala de aula.
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A primeira é um signo icônico, a fotografia. Não há signo mais icônico que este, pois ele retrata a realidade exatamente como ela é. A segunda é um índice de que alguém esteve naquele lugar, no caso, que um homem esteve na Lua — mesmo não enxergando o signo "homem", associamos a pegada à ele e assumimos o seu significado com base em pistas. Já na última imagem, temos o símbolo da paz. Ele carrega esse significado por convenções sociais que associam a imagem ao conceito proposto.
Também recapitulamos as figuras de linguagem, como a metáfora, elipse, paradoxo, eufemismo, oxímoro, entre outros; e como elas podem ser aplicadas nos signos visuais estudados previamente.
Referências
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1997.
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