Xerxes
Beijar Xerxes não gerou culpa em Kavita, afinal, no seu tempo ela gostava de ir para as baladas e ficar com diversos caras diferentes.
Ela nunca os repetia, nem precisava conhecê-los, no máximo sabia seus nomes. Era uma estudante de física muito focada em seu objetivo e não tinha tempo para romance, apenas queria satisfazer suas vontades.
Kavita nunca esteve em um relacionamento sério, muito menos em um casamento. Ela não sabe o que é amar alguém.
"Você está com vergonha, Xerxes?" Daliya perguntou.
"Eu não devia ter beijado a esposa do meu irmão." O rapaz se sentia culpado.
"Pare de ficar tão sério!" disse Daliya fazendo cócegas em Xerxes para que ele parasse de sentir culpa.
"Pare com isso, cunhada, não consigo respirar!" pediu Xerxes em meio aos risos.
"Não vou cessar até você parar de sentir culpa."
Ele a abraçou para que parasse de fazer cócegas, os dois continuaram rindo e olharam diretamente nos olhos um do outro.
Ele não resistiu em beijá-la mais uma vez.
Se Xerxes a amava, ela não sabia, se Xubair a amava, ela não tinha certeza, mas tudo o que ela queria era aproveitar os bons momentos enquanto estivesse naquele tempo.
"Curtir só um pouquinho." dizia a si mesma, convencida de que nada a prenderia a 1890 e que ela voltaria para casa em breve.
Os dois aproveitaram mais o tempo sozinho, decidiram voltar para a mansão antes que Xubair voltasse.
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Xubair ainda está transformado em fera.
Ele correu por toda Lucknow.
Assustando cidadãos.
E ao voltar para casa no final da noite.
Ele não esperava assustar Daliya, achava que ela já dormia em seu quarto. Aquela foi a primeira lua cheia dos dois juntos e ele se sentiu culpado por assustá-la.
Próximo do amanhecer, Xerxes encontrou o seu irmão na cozinha, babando e devorando uma refeição.
"É melhorar parar de babar ou vai assustar ainda mais a cunhada."
Daliya era o ponto fraco do nawab e isso o deixou irritado.
"Ei! Não fale da minha mulher! Eu achei que ela já estava dormindo, como eu podia imaginar que ela estaria acordada de madrugada?"
"Não brigue comigo, irmão. Mas pense que como uma mulher casada ela gostaria de esperar o marido chegar em casa para irem dormir juntos, não concorda?"
Xubair odiava que seu irmão tivesse razão e o mandou embora da cozinha, ficando sozinho com seus pensamentos e culpa.
Alguns dias após o episódio da lua cheia, Daliya conversou com o médico da família, Don, sobre a fera que assustava Lucknow e ela não sabia que essa criatura aparecia uma vez por mês para assustar a cidade.
"É que nem o cadeirudo das novelas." comentou ela.
"Quem é cadeirudo?"
"Ninguém, pensei alto."
Daliya infelizmente precisou usar óculos, devido a constantes dores de cabeça.
"Se precisar de alguma coisa, mandem me chamar." o médico pediu.
Naquela tarde, Xubair estava de folga e foi até o quarto.
"Se arrume, vamos sair para almoçar."
Ele desejava fazer um agrado a sua esposa, que sempre reclamava de ficar presa dentro de casa. Ainda sentia culpa por tê-la assustado naquela noite e foi muita sorte ela não ter tido outro desmaio.
"Não vai fugir no meio da refeição como da última vez?" ela perguntou.
"Não, estou te devendo mil desculpas, eu quero me redimir com você."
Daliya sentiu seu coração pulsar com força, há alguns dias ela não vinha tendo boas interações com o nawab.
Pediram salmosas para o almoço, Xubair se serviu de vinho e Kavita preferiu beber leite.
Ela não era acostumada a pimenta! Tinha se esquecido que as comidas da terra de sua mãe eram apimentadas, mas como morava apenas com o pai em Corppedalle, quase nunca comiam comida apimentada.
Em alguns momentos Xubair rosnou, ela perguntou se ele estava bem e ele respondeu que sim.
"Será que ele tem raiva? Oh meu Deus! Eu o mordi aquela vez! Será que vou pegar raiva? Não, eu não sinto nada, talvez seja outra coisa." pensou consigo mesma.
"Aprovou a refeição de hoje, minha querida?"
Ele perguntou.
"Sim! Sim! Você compensou pelos últimos dias."
Daliya estava realmente muito feliz de sua relação com Xubair ter voltado a ser boa.
Assim que chegaram em casa, se despiram.
"Daliya." Xubair murmurou "Eu gosto tanto de você, vamos ter um filho, eu quero muito um filho."
Ao acordar no meio da madrugada, Daliya recebeu uma mensagem de Xerxes deixada em cima da sua cabeceira, ele pedia para se encontrarem naquela noite.
Daliya observou o marido, tinham feito amor intenso naquela noite. Ele se esforçou para alegrá-la naquela tarde, mesmo que tenha adquirido queimaduras de sol por tanto tempo ao ar livre.
"Pele de rico né... tão sensível!"
Capítulo 6 __//__ Capítulo 1 __//__ Capítulo 4
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Cuidados
Xubair deitou-se ao lado da esposa, esperando que ela icasse boa logo.
"Bom dia, querida." Xubair chamou pela esposa que dormiu durante todo o dia anterior. "Você se sente melhor?"
Daliya acordou meio desorientada.
"O que aconteceu?" ela perguntou.
"Você desmaiou e dormiu o dia inteiro, o médico virá falar com você, mas eu tenho que ir trabalhar, Xerxes tomará conta da casa, chame-o se preciso."
Daliya segurou na mão do marido, não querendo que ele fosse embora enquanto estava tão fragilizada.
"Queria poder ficar, mas preciso ir trabalhar." disse ele
"Tudo bem, eu vou descansar."
Daliya ficou sozinha no quarto tentando por a cabeça em ordem. Lembrou-se da noite em que Xubair brigou com ela, de como ela se sentiu tonta e com dor de cabeça até tudo se apagar.
"Será que eu tenho a mesma doença da minha mãe?" se questionou ao relembrar a morte prematura de sua mãe dos tempos modernos.
Daliya se levantou da cama, não queria passar o dia deitada enquanto tinha uma missão a cumprir, mas sua cabeça ainda doía.
"Cunhada?" Xerxes bate na porta.
"Pode entrar."
Xerxes se sentiu envergonhado de encontrar sua cunhada ainda na cama e sem véu, ele se mantém olhando apenas para as costas dela.
"Cunhada está se sentindo mal? Quer que eu chame o médico?"
"Não precisa, eu estou bem."
Xerxes ousa se aproximar um pouco mais dela, hipnotizado por sua beleza.
"Meu irmão mandou eu tomar conta de você, se não estiver bem, preciso saber."
"Você é muito gentil, Xerxes." ela virou-se para ele, o que fez o coração do homem quase parar, pois ele a achava muito linda.
Kavita se lembrou da briga que teve com o marido e ter uma voz doce e gentil se preocupando com ela, a acalmava.
"Estou só fazendo o meu trabalho de cunhado." disse ele, com o coração a mil. "Você parece tão triste."
"Não é nada, é só que seu irmão brigou comigo antes de isso tudo acontecer."
"Não fique brava com o meu irmão, ele sempre teve um temperamento difícil, mas tudo o que ele faz é para nos proteger, ele não deseja seu mal." Xerxes pulou para o outro lado da cama, se aproximando de Daliya "Ele gosta de você, cunhada, apenas seja mais paciente."
Daliya prometeu que não iria mais pensar na briga.
Kavita admirou a lealdade de Xerxes com seu irmão. Ele sabia falar tão bem, que sentia que ele podia convencê-la a fazer qualquer coisa, inclusive perdoar Xubair.
O médico veio ver Daliya. Ele contou a ela sua doença do coração. Kavita ainda tinha dúvidas se era realmente uma doença do coração ou ela teria a mesma doença de sua mãe, já que a medicina daqueles tempos não eram avançadas.
"O que preciso fazer para evitar novos desmaios?" ela perguntou.
"Mantenha a calma, não se estresse com o seu marido, peça para os empregados tomarem conta da maioria das atividades domésticas, procure fazer atividades que não exijam esforço como bordados."
Kavita pôs a mão sobre as têmporas só se imaginando como uma mulher do lar de 1890, não era isso que ela planejava, como iria escapar escondida de casa para coletar metais e cristais se ela corria risco de desmaiar novamente?
"Senhora Ali Shah? Está sentindo alguma coisa?" o médico perguntou.
"Estou pensando que será difícil não me estressar com o meu marido como o senhor disse." Daliya riu, fingindo que era isso mesmo sobre o que pensava.
O médico acreditou em suas palavras e também riu. Desejou melhoras e a deixou sozinha no quarto para descansar.
Xubair decidiu preparar um jantar para Daliya após ela melhorar, ele contratou um chef para fazer seus pratos favoritos, porém, o nawab pediu para se retirar antes mesmo do jantar começar, ele pediu desculpas a esposa e disse que iria compensar no futuro.
Daliya foi desabafar com sua mãe, como Xerxes brigou com ela, depois saiu no meio do jantar que ele mesmo preparou. Ela pediu que não se preocupasse, pois homens sempre estavam ocupados ou preocupados com alguma coisa, mas logo ele voltaria para ela.
As duas aproveitaram um momento mãe e filha.
Sem a presença do marido na mansão, Daliya aproveitou para escapulir e buscar seus cristais e metais, ela achou uma rocha, mas infelizmente encontrou apenas uma garrafa velha. Nenhuma sorte.
Por outro lado, Xubair correu do jantar com a esposa, porque ele não conseguia mais se conter. Ele correu para longe e se jogou no chão após sentir uma dor latente.
"Isso de novo não!" resmungou consigo mesmo.
Ele passou o resto da tarde até o anoitecer sentindo uma dor monstruosa até que não conseguiu mais se controlar e se transformou em uma fera amaldiçoada.
Daliya odiava fazer as atividades domésticas. De tanto lavar roupas a henna em seus braços desbotaram.
Vendo-a tão chateada Xerxes a convidou para um passeio.
"Ainda está chateada com meu irmão?" perguntou ele.
"Claro! Depois da briga ele tentou compensar o comportamento com um jantar, mas ele desapareceu!"
"Isso é típico dele." Xerxes riu "Seja mais paciente com ele, ele deve ter esquecido que é lua cheia."
"Ele não pode jantar na lua cheia?" Daliya também riu "Qual o problema dele?"
"Digamos que você não é a única com problemas de saúde, toda lua cheia ele precisa se ausentar porque, digamos que ele fica doente."
"Isso é sério?"
"Vamos nos sentar para conversarmos melhor."
"Quando pequeno nossos pais notaram algo estranho com ele, uma espécie de problema de raiva por conta da lua. Então toda lua cheia ele fica sozinho para se controlar."
Daliya imaginou que talvez ele tivesse um problema para controlar a raiva e naquela época eles associavam tal comportamento a lua.
"Poxa, eu o julguei tanto... achei que ele fosse só um isensível controlador."
"Não fique triste, ele queria estar com você, tenho certeza disso, só deve ter esquecido que é lua cheia."
"E não se preocupe." Xerxes se aproximou mais dela "Eu posso lhe fazer companhia nas lua cheias, é a minha função, cuidar da minha cunhada."
Daliya não sabia dizer o que aconteceu. Talvez o cheiro do perfume das flores, a luz da lua brilhando sobre eles ou a aproximação de Xerxes, lhe deixaram louca o suficiente para que roubasse um beijo.
Os irmãos eram tão diferentes. Xerxes era tão fácil de conversar, amigável e gentil, como resistir?
O rapaz se afastou com o rosto corado, Daliya riu.
"Nós não deviamos ter feito isso." disse ele "Meu irmão vai me matar."
"Tem medo do seu irmão? Porque eu não tenho."
Capítulo 5 __//__ Capítulo 1 __//__ Capítulo 3
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