#Afonso Marmelo
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pt-tiagosantos · 6 years ago
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Selecção Ensaios
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O nosso Festival segue o mote de ser uma montra de todo o cinema português, não podendo ser ignoradas as obras produzidas no seio das academias e escolas. Existe uma torrente anual constante de estudantes com vontade de criar ou, muitas das vezes, realizadores que voltam ao mundo académico para adquirir ou renovar novas competências no domínio da linguagem cinematográfica. Começa a ser muito ténue a linha que desarticula aquilo que consideramos cinema produzido em contexto profissional do que é produzido em contexto académico, mas sabemos que aquilo que os une é, sem dúvida, uma qualidade e originalidade surpreendentes.
O nosso Festival segue o mote de ser uma montra de todo o cinema português, não podendo ser ignoradas as obras produzidas no seio das academias e escolas. Existe uma torrente anual constante de estudantes com vontade de criar ou, muitas das vezes, realizadores que voltam ao mundo académico para adquirir ou renovar novas competências no domínio da linguagem cinematográfica. Começa a ser muito ténue a linha que desarticula aquilo que consideramos cinema produzido em contexto profissional do que é produzido em contexto académico, mas sabemos que aquilo que os une é, sem dúvida, uma qualidade e originalidade surpreendentes.
Assistir às sessões da Selecção Ensaios é sentir o sangue novo que sempre pautou o cinema (independentemente da idade do criador), é ser confrontado com técnicas e diálogos heterogéneos, ideias vanguardistas e inclusivamente conhecer novos intérpretes com performances inesperadas e por isso marcantes. Para o espectador e cinéfilo em geral, estas sessões representam o aceder a mentes de jovens criadores, dando-lhes uma real noção dos valores e ideias que pautam actualmente este movimento artístico português e internacional e perceber as suas semelhanças e diferenças. É a oportunidade única de ver a semente que germina, as primeiras obras, as novas formas de olhar o cinema e o mundo.
A Selecção Ensaios é assim um caminhar pelo cinema português e internacional desenvolvido academicamente. Esta aparente dualidade serve de objecto de discussão, fornecendo uma linha invisível de linguagem cinematográfica que une os novos artistas por todo o mundo. É um responder, por vezes quase em jeito de manifesto fílmico, do estado actual das coisas em Portugal e no mundo.
Apresentamos a programação da Selecção Ensaios deste ano, com obras produzidas num contexto académico nacional e internacional num cruzamento inter-academias possibilitador de um olhar comparativo entre o futuro do cinema nacional e o seu posicionamento no mundo.
Título Realizador Género Escola Duração País 24 Memórias Por Segundo Carlos Miranda Curta Documentario Kino-Doc 00:20:33 Portugal A Sweet Story Cristina Marx Curta Animação Film University Babelsberg KONRAD WOLF 00:07:20 Alemanha A Ver o Mar Ana Oliveira Curta Ficção ESMAD 00:25:00 Portugal Amor, Avenidas Novas Duarte Coimbra Curta Ficção ESTC 00:20:00 Portugal Anamnesis Olivier Maia Curta Doc ESAD.CR 00:12:16 Portugal Aula de Natação Gonçalo Viana Curta Ficção U. Lusófona 00:04:45 Portugal Back Home Haruka Motohashi Curta Documentário The City of New York 00:12:50 Japão Bruma Sofia Cachim Curta Animação Católica – Escola das Artes 00:06:00 Portugal Casas Caiadas Kyle Sousa Curta Ficção Católica – Escola das Artes 00:16:30 Portugal Celeste Francisco Pereira Coutinho Curta Ficção Loyola Marymount University 00:10:00 EUA Cinzas Célia Fraga Curta Ficção ESAP 00:15:00 Portugal Comments Jannis Alexander Kiefer Curta Ficção University Potsdam Babelsberg 00:04:58 Alemanha CrabMan Wallyson Mota, Aline Pellegrini Curta Mockmentário Academia Internacional de Cinema – São Paulo/Brasil 00:17:46 Brazil Creating Neptune Sebastião Varela Curta Exp Kingston School of Art 00:06:38 Reino Unido Drowning Pedro Harres Curta Animação Babelsberg Film University 00:05:00 Alemanha Entre o Céu e o Mar Giuliane Maciel Curta Doc ESAD.CR 00:12:34 Portugal FIFO Sasha Ferbus Curta Ficção Mediadiffusion 00:12:00 França Flor do Gás João Castela Curta Ficção Católica – Escola das Artes 00:12:40 Portugal For you Kataryna Wisniowska Curta Ficção Polish National Film School in Lodz 00:17:23 Polónia Give Me a Lighter Gokhan Kaya Curta ficção Documental Dokuz Eylul University Film Design Department 00:30:00 Turquia Him&Her Nathalie Lamb Curta Animação Filmakademie Baden-Württemberg 00:07:47 Alemanha Histórias de Lobos Agnes Meng Curta Documentario DocNomads/Lusofona 00:22:27 Portugal Homesick Hila Einy, Yoav Aluf, Noy Bar, Bezalel Curta Animação Academy of Arts And Design 00:07:15 Israel Horse Brisa Montoya Curta ficção Escuela de Medios Audiovisuales-Universidad de Los Andes 00:04:57 Venezuela If the worlds spinned Backwards Leonardo Martinelli Curta Ficção Universidade Estácio de Sá 00:05:00 Brazil Impromptu Yasir Kareem Curta Ficção Lusofona 00:18:00 Portugal In Between Spaces Don Senoc Curta Ficção University of the Philippines Film Institute 00:18:30 Filipinas In Orbit Rony Khoubieh Curta Ficção ENSAV – Toulouse 00:15:52 França In Touch Marta Miaskowska Curta ficção Academy of film and television in Warsaw 00:15:42 Polónia Irony Radheya Jegatheva Curta Animação Curtin University 00:07:53 Australia Laura Guilherme Franco Curta ficção UC 00:16:00 Portugal Life In Gray Leonardo Martinelli Curta Documentario Universidade Estácio de Sá 00:15:00 Brazil Man of the Venice of the North Kostantin Alexandrov Curta Ficção St. Petersburg State University of Film and Television 00:13:30 Rússia Manuel Casimiro: Pintar a Ideia Isabel Gomes Longa Doc Colégio das Artes – UC 01:27:27 Portugal Margem Joel Brandão Curta Ficção Católica – Escola das Artes 00:23:00 Portugal Matéria Marina Jigalova-Ozkan Curta ficção High Courses for Scriptwriters and Film Directors 00:15:16 Rússia Mictlan Leon Landazuri Curta ficção Universidad Autónoma de la Ciudad de México 00:09:54 Mexico Mother’s Day Rita Figueira, Vânia Oliveira Curta Animação ESMAD 00:07:29 Portugal No Fim do Mar João Monteiro Curta Exp ESAP 00:15:00 Portugal No Sleeping Emmanuel Levy Curta ficção Wajda Film School, Warsaw Poland 00:05:58 Polónia Not Another War Movie Stephanie Koussa Curta Documentário Institut d’études scéniques, audiovisuelles et cinématographiques à l’Université Saint-Joseph 00:20:00 Siria O Chapéu Alexandra Allen Curta Animação IPCA 00:04:50 Portugal O Indefinido Miguel Ângelo Curta Ficção FCSH-Nova 00:04:50 Portugal Obsession Lusia Zhai Curta Ficção Academy of Art University 00:13:25 EUA Onde o Verão Vai (episódios da juventude) David Pinheiro Vicente Curta Ficção ESTC 00:21:00 Portugal Os Estrangeiros Rita Al Cunha Curta Documentario Ao Norte / Plano Frontal Film Residency 00:14:00 Portugal Primeira Noite André Rodrigues Curta Ficção ETIC 00:05:01 Portugal Propeller Tiago Silva Curta Ficção ESAD.CR 00:13:40 Portugal Quem Me Bate à Porta Afonso Marmelo Curta Ficção ESMAD 00:14:45 Portugal Rabo Negro Tiago Silva Curta Doc ESAD.CR 00:25:49 Portugal Receptor Emmanoel Ximendes Curta Experimental Oficina de Cinema Indie do IFRS 00:19:30 Brazil Roof Knocking Sina Salimi Curta Ficção School:Kino Eyes Master 00:12:14 Portugal Roots Dennis Tsai Curta Documentário Massachusetts College of Art and Design 00:13:30 Taiwan, China Satán Carlos Tapia Curta Ficção Ecole Cantonale dárt de Lausanne 00:17:14 Mexico SHE.TEMA.OHA Cristiana Forte Curta Ficção Baltic Film and Media School 00:24:50 Estonia Sleepless Nights… Maria Teixeira Curta Animação Film University Babelsberg KONRAD WOLF 00:01:17 Alemanha Slumberous Sara Eustaquio Curta ficção CalArts 00:06:00 EUA Sou Miguel Saraiva Braga Curta Doc World Academy 00:13:02 Portugal Soulkeeper Théo Hoch Curta Mockmentário Paris 1 Panthéon Sorbonne University 00:10:11 França Success Valentin Suntsov Curta Ficção The Boris Shchukin Theatre Institute 00:07:36 Rússia The BlackGod Grzegorz Paprzycki Curta Documentário Krzysztof Kieślowski Faculty of Radio and Television University of Silesia 00:30:00 Ucrânia The Dance of Amal Rami Al Rabih Curta Experimental University Lumière 2/ Prague FIlm School 00:07:30 Republica Checa The Theory of Evolution Ting Hang Yip Curta Ficção Taipei National University of the Arts 00:24:55 Taiwan, China The way of the shaman drum João Meirinhos Curta Doc U. OF MANCHESTER 00:12:24 Portugal Um Marco no Futebol José Caetano Curta Ficção UBI 00:10:00 Portugal Valley Can Erkan Curta Animação Eskişehir Anadolu Art School 00:10:31 Turquia Wishbutton Vladimir Kvetnoy Curta Ficção High Courses for Script Writers and Film Directors 00:25:00 Rússia Without Water Eneos Çarka Curta Documentário University of Arts of Albania 00:07:11 Albânia Zeitgeist Oleg Kauz Curta Animação Filmakademie Baden-Württemberg 00:08:57 Alemanha
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choquejuergas · 3 years ago
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manuel rivas, o lapis do carpinteiro
“pois eu, díxenlle para amolalo, de escoller pasaporte, sería portugués. pero, por sorte, esa fronteira irá esvaéndose no seu propio absurdo”
“mirábaa dende a fiestra do piso, na mesma edificación do club, apartado, sen vecindario. a fiestra tiña un xeranio. se a viramos dende fóra, cando ela axexaba inmóbil na xanela, pensariamos que se lle pousaran bolvoretas vermellas no fermoso tótem da súa cara”
“eu profiro a literatura da biblia á da evolución das especies, dixo o pintor. a biblia é o mellor guión que se fixo, polo de agora, da película do mundo. non. o mellor guión é aquilo que ignoramos. ¡o poema secreto da célula, señores!”
“¡un momento! eu non son materialista. sería unha vulgaridade pola miña parte, un desaire á materia que tanto fai por saír de sí para non aburrirse. eu creo nunha realidade intelixente, nun ambiente, por así dicilo, sobrenatural”
“creo na santa compaña porque a vin. non é un tipismo. de estudiante, unha noite, fun rebuscar na oseira que hai na beira do cemiterio de boisaca. tiña un exame e necesitaba un esfenoide, un óso da cabeza dificilísimo de estudiar. ¡o esfenoide, que marabilla, coa súa forma de morcego con ás! escoitei algo que non era ruído, coma se o silencio cantase un gregoriano. e velaí ante os meus ollos, a fileira de lucernas. alí estaban, e dispensade a pedantería, as frangullas ecplasmadas dos defuntos”
“o que facían as dúas irmás facíano en realidade todas as mozas. ían con zocas e cos zapatos na man, para telos limpos á hora de danzar. así que se xuntaban na porta do baile ben, ben, un cento de pares de zocas, como barquiñas nun areal”
“o medo ante o tolo precede á compaixón, que ás veces nunca chega. quizais, cría el, porque intuímos que esa doenza forma parte dunha especie de alma común e anda por aí ceiba para escoller a un ou outro corpo, segundo lle veñan dadas”
“el era fillo de labregos pobres. na súa casa da aldea había moi poucas cousas bonitas. recordábaa sen morriña, chea de fume ou moscas. coma un cano a través do tempo, a memoria fedía a esterco e gas de carburo. todo tiña, empezando polas paredes, unha pátina como de touciño rancio, unha cor de amarelo ennegrecido que se metía nos ollos. pola mañá, cando saía coas vacas, todo o vía con esas gafas de amarelo ennegrecido. ata os verdes prados víaos así. pero había dúas cousas na casa que el miraba coma tesouros. unha era a súa irmanciña pequena, beatriz, unha louriña de ollar azul, sempre acatarrada e con mocos verdes. a outra era unha vella lata de marmelo na que a mamá gardaba as súas xoias: uns pendentes de acibeche, un rosario, unha medalla de ouro venezolano tan brandiña coma o chocolate, un peso de prata do rei afonso xii que herdara do seu pai, e unhas fibelas nacaradas de suxeitar o pelo. e había tamén un frasquiñocon dúas aspirinas e o meu primeiro dente. puña o dente na palma da man e parecíalle un gran de enteo roído por un rato. pero o realmente bonito era a vella caixa de folla de lata, oxidada nas xuntas. tiña na tapa a imaxe dunha moza cunha froita na man, cun pente no cabelo e cun vestido vermello estampado de flores brancas e volantes nas mangas. a primeira vez que viu a marisa mallo foi coma se saíse da caia de marmelo para pasear pola feira grande de fronteira”
“mira, gengis, castañas do courel, do país dos soutos, fervidas en nébeda e fiúncho. es neno, gengis, ouvean os cans do vento, tremela a noite no candil, e os maiores andan engoumados polo peso do inverno. pero vén a túa nai, gengis, e pousa no centro da mesa a prata das castañas fervidas, crianzas envurulladas en capizos morniños, unha bafarada animal que amolenta os ósos. é o inceso da terra, gengis, ¿a que o notas?”
“e aprendíalle cousas. por exemplo, que o máis difícil de pintar era a neve. e o mar, e os campos. as amplas superficies de aparencia monocor. os esquimós, díxolle o puntor, distinguen ata corenta cores na neve, corenta clases de brancura. por iso, quen mellor pinta o mar, os campos e a neve son os nenos. porque a neve pode ser verde e o campo rucear como as canas dun vello campesiño”
“un pintor cabal, canto máis realista queira ser, sabe que non se pode levar o mar a un lenzo. houbo un pintor, un inglés, turner se chamaba, que o fixo moi ben. a imaxe máis abraiante que existe do mar é o seu naufraxio dun barco de negreiros. aí escóitase o mar”
“cando sentía o lapis, cando falaban desas cousas, das cores da neve, da gadaña do pincel no silencio verde dos prados, do pintor submarino, da lanterna dun ferroviario abríndose paso na néboa da noite ou da fosforescencia dos vagalumes, o garda herbal notaba que lle desaparecían os afogos, como por encantamento, o agurgullar dos pulmóns coma un fol enchoupado”
“nas matogueiras do arredor do faro, entre os penedos, dúas lavandeiras tendían a roupa ao clareo. o seu lote era coma o ventre de trapo dun mago. tiraban del interminables pezas decores que repintaban o monte. as mans rosadas e gordechas segúian o dictado dos ollos do vixía, guiados á súa vez polo pintor: as lavandeiras teñen as mans rosas porque de tanto fregar e fregar na pedra da auga vanse quitando os anos da pel. as súas mans son as mans de cando eran nenas e comezaron a ser lavandeiras. os seus brazos, engadiu o pintor, son os mangos do pincel. da cor da madeira do ameneiro, porque tamén se formaron a carón do río. cando torcen a roupa mollada, os bracos das lavandeiras tensan como raíces do ribazo. o monte é coma un lenzo. fíxate. pintan sobre toxeiras e silveiras. as espiñas son as mellores pinzas das lavandeiras. aí a vai. a longa pincelada dunha saba branca. dous trazos de calcetíns vermellos. o tremor livián dunha lencería. tendida ao clareo, cada peza de roupa conta unha historia”
“entre a prisión e as primerias casas da cidade había uns penedos altos. ás veces, durante as horas de patio, víanse mulleres no cumio que semellaban esculpidas de non ser pola maraxe que lles ondulaba as saias e as guedellas. no curruncho soleado do patio, algúns homes facían viseira coa man e miraban cara elas. non facían aceno ningún”
“a el ardíalle o fondo dos ollos. se fose de noite, escintilarían coma os dun gato montés”
“ás veces, deixábao aberto no regazo e ficaba abstraído mirando a película que proxectaba o ceo na galería da sala ou pechaba os ollos nun soñar esperto”
“de nena, marisa pensaba que as estacións era en parte unha creación daquel xardineiro tan calado que parecía mudo. apagaba e prendía as cores, coma se tivese unha mecha invisible baixo a terra no xardín, unindo bulbos, árbores e plantas. o amarelo endexamais se apagaba. o decreto do inverno extinguía as derradeiras luces da roseira da dourada chinesa, pero era daquela, na atmósfera fúnebre, cando maduraban os limóns e xurdían as ánimas con miles de candeas na frondosa das mimosas. e ao tempo que florecían en faíscas a chorima do bravo toxo dos montes e as xestas, prendían os gamallos da forsythia. e logo xa agromaban as lámpadas do chan dos primeros lirios e narcisos”
“ademais, deu en chover outra vez, esa chuvia de santiago que se mete nos bronquios e vas coma un anfibio. ata os cabalos de pedra botan auga pola boca”
“pasado o gran túnel que borraba o horizonte urbano, o tren adentrouse na acuarela verde e azul da ría do burgo. o doutor da barca palpabrexou coma se lle doera a beleza nos ollos. dende as barcas, con longos raños, os mariscadores rabuñaban o fondo mariño. un deles parou de faenar e mirou cara o tren, coa man de viseira, erguido sobre o abaneo do mar. o doutor da barca lembrouse do seu amigo o pintor. gostaba de pintar escenas de traballo no campo e no mar, pero non á maneira do tipismo folclórico, que as embelecía como estampas bucólicas. nos lenzos do seu amigo o pintor, a xente aparecía mimetizada na terra e no mar. os rostros semellaban sucados polo mesmo arado que fendía a terra. os pescadores estaban cativos das mesmas redes que capturaban os peixes. chegou un momento en que os corpos se fragmentaron. brazos fouce. ollos de mar. pedras do rostro. o doutor da barca sentiu simpatía polo mariscador erguido na barca a mirar o tren”
“santa teresa compara a alma cun castelo medieval, todo de un diamante tallado por el vidriero divino. ¿por que diamante? se eu fose poeta, e quen me dera selo, falaría dunha folerpa de neve. non hai dúas iguais. e vanse esvaendo na existencia, no brillo do sol, coma se dixesen: ¡que aburrimento, a inmortalidade!”
“cando volveu durmir, herbal escoitou ao doutor da barca falando coa monxa aquela, a madre izarne. dicíalle: os recordos son engramas. ¿e iso que é? son como cicatrices na cabeza. e entón viu unha rea de xentes coa trencha de carpinteiro facerlle cicatrices na cabeza. e aos máis, el dicíalles que non, que non lle fixeran cicatrices na cabeza. ata que apareceu marisa, a nena marisa, e el díxolle: si, faime unha cicatriz na cabeza. e nan. a súa cabeza era un anaco de ameneiro. nan deulle un corte suave e achegou o nariz para ulir. e logo veu o seu tío, o trampeiro, e ficou co coitelo en alto, dicindo: ben che me pesa, herbal. e el dixo: se hai que darlle, dálle tío. pero logo, a súa cabeza estaba enlamada, nunha feluxe de carbón, en asturias, e unha muller berraba, e o oficial dicía: ¡disparen, hostia, me cago en diola! e el dicía: non, non me fagades esa cicatriz. e logo viuse nun monte, á beira dunha estrada, nunha noite de luar en agosto. tiña de diante un mozo uniformado, con cara de trampeiro, e ía dicirlle por que. ¿por que me fas esta cicatriz? lembrou o lapis. o lapis de carpinteiro”
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guiadaestradareal · 3 years ago
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História de Marmelópolis, MG Marmelópolis é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, na microrregião de Itajubá. A área é de 108,1 km², a altitude, de 1277 m. Segundo o Censo IBGE/2010, a população é de 2.968 habitantes, com densidade demográfica de 27,51 hab/km². Quem nasce nesta cidade é marmelopolense. Até o início do século XIX a região onde hoje se localiza a cidade de Marmelópolis era habitada pela tribo dos índios Timbiras. Esses índios desapareceram com a chegada dos primeiros colonizadores: o alferes Antônio José Ribeiro, sua esposa e filhos, que vieram do Rio Grande do Sul e inicialmente se estabeleceram num lugar denominado de Incubatão, com o objetivo de encontrar ouro. Nesse local o alferes construiu sua fazenda e seus escravos passaram a garimpar o ouro num rio próximo, atualmente onde se localiza o bairro Cata dos Marins. Manoel Ribeiro de Carvalho, um dos filhos do alferes, roçou uma grande extensão de terra e fez uma queimada para construir sua fazenda, após casar-se com Mariana Justina de São Jos��. Em torno dessa fazenda foi surgindo um pequeno povoado e o lugar recebeu, inicialmente, o nome de Queimada. Manoel pertencia a Cavalaria Imperial, possuía muitos escravos que, além do garimpo, trabalhavam em lavoura de milho, feijão e fumo. Um dos seus filhos (Manoel Frederico Ribeiro) trouxe para a Queimada em 1914 as primeiras mudas de marmelo. O marmelo, originário da Pérsia, foi trazido para o Brasil em 1532 por Martim Afonso de Souza. Fonte: Wikipedia http://www.marmelopolis.mg.gov.br/ #guiadaestradareal #venhaconhecernaestrada #brhistoricalcities #visiteminasgerais #igminasgerais #lugaresdeminas #cidadeshistoricas #institutoestradareal #estradareal #iphan #clickminasgerais #oficialminasgerais #turismomg #minasgerais #conhecendominas https://www.instagram.com/p/CQyiadgsD4K/?utm_medium=tumblr
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headlinerportugal · 6 years ago
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Nova tradição de Páscoa? Walk & Dance! | Reportagem
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The Parkinsons em palco
A quinta edição do Walk & Dance realizou-se este ano de 17 a 20 de abril, como de costume, na Semana Santa. Véspera de Domingo de Páscoa portanto. Mais uma vez a The New Party Makers (produtora e promotora de eventos freamundense) proporcionou-nos mais um cartaz de enorme qualidade. Escolhidos alguns dos principais projetos musicais do país bem como artistas regionais numa medida de realçar o talento local. De registar igualmente o “piscar o olho” às bandas estrangeiras. Este ano os espanhóis Músculo! marcaram presença.
Dia 1 – Quarta-feira, 17 abril
O certame abriu com um concerto de West Coast Man, projecto musical de Pedro Costa, artista natural das Caldas de Vizela. Este concerto de abertura decorreu no Gardens Bar, um dos cinco locais do simpático e quase remodelado centro de Freamunde por onde a música ecoou. Está realmente mais confortável na zona da Casa da Cultura com obras a terminarem. 
Dia 2 – Quinta-feira, 18 abril
Primeira noite completa e já no espaço principal do festival. No acolhedor e confortável Teatro da Associação de Mútuos Socorros a noite iniciou-se pelas 22:39 horas com um concerto de Hélio Ribeiro, um artista da casa e igualmente técnico de som do festival. Tocando guitarra clássica e fazendo uso do seu bem-sonante timbre, acompanhado por um teclista muito descontraído e feliz por estar em palco. Uma das canções que interpretou foi “Silêncio”, uma das que fará parte do “álbum quando sair”, citando o artista. A sua agradável performance foi assistida por amigos e familiares próximos num ambiente muito simpático. Fez questão de agradecer o convite ao Walk & Dance tendo-lhe dedicado a “Canção do Engate”, inesquecível tema de António Variações.
Destaque da noite: S. Pedro
S. Pedro o projecto de Pedro Pode (também conhecido por ter feito parte dos doismileoito) levou a Freamunde a sua banda em formato alargado, tendo contado com duas vozes femininas no apoio vocal num total de 6 elementos. Confessou-nos que acabam de gravar um disco e que iriam tocar algumas das novas canções. Desse modo o público de Freamunde serviu de cobaia. Uma das fresquinhas que tocou foi “Calos” com recepção calorosa do público. Refrão simples e “catchy” o que ajudou bastante ao acompanhamento. Gostamos bastante das novas canções pelo que estamos ansiosos por este novo registo discográfico. “Joaquim” não faltou na setlist e o fim deste primeiro excelente momento da noite terminou com uma versão ligeiramente mais acelerada de “Anda Apanhar Sol. Perfeito fim de concerto em que algum do público tinha a letra na ponta da língua.
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S Pedro, o nosso destaque da noite O último concerto da noite trouxe-nos Filipe Sambado com seus  Acompanhantes de Luxo (não é só mesmo o nome da banda, é literalmente vinculativo). O pico de público registou-se com este concerto, não tendo defraudado as expectativas. Para quem segue mais atentamente o artista já lhe reconhece a pose mais teatral e o cuidado extra com o seu visual. Desta feita não foi excepção. Também Manuel Lourenço (Primeira Dama) nas teclas e vozes demonstrou-se igualmente muito expressivo. Rodeado por amigos, Sambado esteve sempre com boa disposição, mesmo quando o nível de som dos instrumentos e das vozes não estava do seu agrado. O técnico de som esteve sempre prontamente atento. O álbum foco da actuação foi ‘Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo’ lançado no ano passado e cujas críticas positivas e boa aceitação do público em geral trouxe o seu trabalho para outro patamar de reconhecimento. Em “Dá Jeitinho” assume que é “uma música muito lisboeta” e que a capital “não é minha cidade, não sei qual é…” numa clara crítica à situação das rendas e ao descaracterizar dos típicos bairros lisboetas. ‘Vida Salgada’ álbum de 2016 foi igualmente abordado com temas como “Tou Confuso”, “Aprender e Ensinar” ou “Mentol”. Naturalmente os singles “Alargar o Passo” e “Só Beijinhos” foram dois pontos altos.
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Filipe Sambado em palco no Teatro da Associação de Mútuos Socorros Saímos do teatro bem satisfeitos com as actuações da noite e rumamos ao Oito & Oitenta, a dois passos do teatro (não literalmente porém poucos mais foram) para finalizarmos a noite com DJ Set pela Love.
Dia 3 – Sexta-feira, 19 abril
Frankão com O Gringo Sou Eu (poderíamos chamar-lhe Frankão, o gingão) tratou de “agitar as águas” logo no concerto de abertura com os seus beats e as suas letras bastante simples e expressivas. Por entre um mix de rap, hip-hop, samba e funk este brasileiro que chegou a terras lusas em 2010 contagiou toda a gente. Verdade seja dita, o público aderiu massivamente ao seu espetáculo especialmente quando Frankão desceu do palco e balanceou por entre corpos dançantes e sorridentes.
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Frankão a dar tudo no primeiro concerto desta noite Míticos são já os Pop Dell'Arte e nesta sua passagem por Freamunde tocaram alguns dos seus temas. A performance da banda liderada por João Peste não foi notoriamente do agrado de toda a gente. Muito morna é a expressão que podemos utilizar para descrever a parte inicial deste concerto. Certo é que foi em crescendo e terminou bem melhor do que no arranque.
Destaque da noite: The Parkinsons
O ponto alto da noite foi o concerto dos The Parkinsons. Andam na estrada depois da edição de mais um álbum marcante como é o caso de ‘The Shape of Nothing to Come’ lançado no decurso do ano passado. A irreverência crua de Afonso Pinto é sempre um bom rastilho para aquecer os ânimos. Com caras conhecidas da cena musical e cultural de Guimarães e Fafe a tratarem de incendiarem o espírito punk pelas primeiras filas, foi precisamente nessa zona que surgiu um intenso mosh pit em que toda a gente se divertiu à brava. Tanto a cerveja como os bonitos copos recicláveis (em estreia este ano) voaram por entre o público num frenesim épico. A banda de Coimbra definitivamente não desilude.
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Afonso Pinto dos The Parkinons, como sempre, “um poço” de energia sem fim A noite terminou no Espaço A com os novatos Gator, The Alligator. Surgidos em Barcelos na fase final do ano passado e já com uma presença na última edição do Festival Termómetro a banda de Barcelos é um fenómeno a acompanhar. Aquele ambiente extraordinariamente esfusiante transferiu-se rua abaixo e estava bem vivo quase às 3 horas da manha, altura do início do concerto. ‘Life is Boring’ é o único álbum desta formação tendo sido devidamente apresentado. Tanta era a animação que, durante um crowdsurf, a bola de espelhos caíu em cima desse aventureiro. O quarteto soube cativar o público que preenchia em muito bom número o bar e deu um concerto bem conseguido.
A noite terminou com DJ Set por Eduardo Morais.
Dia 3 – Sábado, 20 abril
Durante a tarde fomos espreitar a exposição “Doze” da talentosa Vera Marmelo e assistimos à conversa informal que a fotógrafa do Barreiro nos proporcionou sobre a sua aventura durante todos esses anos a capturar os artistas em palco e até mesmo fora deles.
Em seguida tocaram os Hot Air Baloon em versão duo com a vocalista Sarah-Jane e Tiago Machado o seu companheiro na guitarra clássica. A Cervejaria Fratelli esteva com casa cheia e foi pena o concerto não se ter realizado ao ar livre. Estava um excelente dia e a música que nos proporcionavam sabia muito bem ouvir num florido jardim… Um dos momentos giros foi uma bonita interpretação de “Fisherman's Blues” dos The Waterboys.
De noite regressamos ao Teatro para fecharmos o festival em beleza. Para início de noite tivemos João Garcia com o seu one-man-band Iguana Garcia. Munido de sintetizadores, de guitarra e teclados por entre loops e beats eis que a sua selva electrónica animou os ânimos. Tocou-nos temas do seu primeiro álbum ‘Cabaret Aleatório’ e teve ainda a cortesia de nos mostrar “Horas Vagas” um dos seus novos temas cujo álbum sairá em breve.
Destaque da noite: Glockenwise
Para nós o melhor da noite foi o concerto dos Glockenwise. Já ansiávamos em ouvir ao vivo o novo álbum ‘Plástico’ há algum tempo. Este último registo discográfico é o quarto da carreira destes barcelenses porém o primeiro cantado em português, tendo sido considerado pelo HeadLiner um dos melhores de 2018. Rui Fiusa, Rafael Ferreira e Nuno Rodrigues homens fortes destes Glockenwise, têm o apoio ao vivo de dois elementos. ‘Plástico’ foi o prato forte desta bela performance. “Sempre Assim” abriu o concerto e o tema que dá o nome ao álbum seguiu-se. Aliás plástico (literalmente plástico) fez parte da decoração do palco, cuja iluminação esteve permanentemente em tons azulados. Outros temas como “Corpo”, “Dia Feliz” e “Dores” foram igualmente tocados. O remate final aconteceu com “Bom Rapaz”. Realmente foi um dia feliz, neste caso, uma noite feliz após a estreia deste vosso repórter em concertos dos Glockenwise. Só tardou pela demora.
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Glockenwise a apresentarem ‘Plástico’ Da Chick findou a parte dos concertos no Teatro com a performance mais mexida da noite e bem coadjuvada por todo o público presente. Teresa Freitas de Sousa com os seus três rapazes (Foxy Band) encheu Freamunde com o seu Funk, o seu Groove e o seu Disco. “Do The Clap” foi impossível de resistir como impossível de não praticar. A boa onda deixou-nos felizes e com um sorriso na face.
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Da Chick em plena interacção com o público A electrónica dos espanhóis Musculo! vindos de Pontevedra para o Espaço A foi o derradeiro concerto. A banda que deu nas vistas no Festival Termómetro não nos deixou impressionados.
O fim de noite aconteceu com DJ Set por CelesteMariposa.
Notas finais
Já não nos imaginamos na semana na Páscoa sem darmos um salto até Freamunde para o Walk & Dance. Decididamente afirma-se como uma nova tradição, consolidada ao fim de 3 presenças consecutivas. Decididamente de presença obrigatória, pelo que, já pensamos na edição de 2020.
Aproveitamos a ocasião para agradecer à organização do Walk & Dance por mais uma vez receber-nos tão bem. Neste 2019 foi o 3º ano consecutivo e esperamos repetir a presença nos próximos anos. Sem dúvida que já não imaginamos Páscoa sem Walk & Dance, é mesmo uma nova tradição nossa!
Todas as fotos da noite de quinta, 18 abril: clicar aqui
-- fotos por Cláudia Bandeira --
- Hélio Ribeiro - S. Pedro - Filipe Sambado e Acompanhantes de Luxo
Todas as fotos da noite de sexta, 19 abril: clicar aqui
-- fotos por Diogo Meira --
- Gator, The Alligator - Pop Dell’ Arte - The Parkinsons - O Gringo dou Eu
Todas as fotos da noite de sábado, 20 abril: clicar aqui
-- fotos por Cláudio Martins --
- Iguana Garcia - Glockenwise - Da Chick
Texto: Edgar Silva
Fotografia: Cláudia Bandeira, Diogo Meira e Cláudio Martins
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house675 · 6 years ago
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O mais famoso representante do espiritismo no Brasil nasceu em 2 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo (MG). Seu pai, João Cândido Xavier, vendia bilhetes de loteria para sustentar os nove filhos. Sua mãe morreu quando o garoto tinha 5 anos. No leito de morte, prometeu nunca abandoná-lo. Ele foi morar com a madrinha, Rita de Cássia, uma mulher cruel
Rita o punia com vara de marmelo. Toda vez que ele aguentava as surras em silêncio, era recompensado com visitas do espírito de sua mãe. Muitas vezes, ela aparecia quando ele rezava perto de uma bananeira, no quintal. Ela pedia paciência e dizia que um anjo cuidaria dele. Esse anjo veio na forma de sua nova madrasta, Cidália, que era muito gentil.Chico e seus irmãos voltaram a morar juntos
Texto Afonso Chagas Correia
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neweramuseum · 5 years ago
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NEM Double Exposure 06 - Curated by Mehmet Omur
FEATURED WORKS BY: Isabel Alfonso, Deb Field, Manuela Matos Monteiro, David Babington, Grazia Russo Corucci, Nelson Marmelo, Filiz Ak, Ile Mont, Janis Brandenburg Lee.
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placerdiario · 4 years ago
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Motelx 2020 - 14th Edition from Playground on Vimeo.
Produtora: Playground Direcção Criativa, Realização e Fotografia: Rui Vieira Director de Fotografia: Leandro Ferrão Bailarina: Almudena Maldonado Design: Pedro Maia Copywriter: João Marques da Silva Música: Fred / Núcleo Violoncelo: Yu Lin Humm Produção Executiva: Alexandra Dias Produtor: João Abreu Casting: Netcast 1ª Assist. Imagem: Selma Lopes 2º Assist. Imagem: Ricardo Lameiras Video Assist: Afonso Marmelo Make-up & Fx: OldSkull FX - João Rapaz, Rodrigo Pereira, Catarina Santiago Chefe Maquinista: David Valente Pós-produtor: Ricardo Montez Pós-produção Imagem: Lightfilm Edição: Marco Miguel Grade: Paulo Inês Pós-produção Áudio: Dizplay Behind The Scenes: Ana Lia Martins
Com o apoio da Planar, Escola de Dança do Conservatório Nacional, STP Audiovisuais, Lightfilm, Núcleo/Dizplay, Netcast, Mr. Frank, DeJonghe Film Postproduction
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motioncollector · 4 years ago
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DCN Video Pick: Motelx 2020 - 14th Edition by Playground // Produtora: Playground Direcção Criativa, Realização e Fotografia: Rui Vieira Director de Fotografia: Leandro Ferrão Bailarina: Almudena Maldonado Design: Pedro Maia Copywriter: João Marques da Silva Música: Fred / Núcleo Violoncelo: Yu Lin Humm Produção Executiva: Alexandra Dias Produtor: João Abreu Casting: Netcast 1ª Assist. Imagem: Selma Lopes 2º Assist. Imagem: Ricardo Lameiras Video Assist: Afonso Marmelo Make-up & Fx: OldSkull FX - João Rapaz, Rodrigo Pereira, Catarina Santiago Chefe Maquinista: David Valente Pós-produtor: Ricardo Montez Pós-produção Imagem: Lightfilm Edição: Marco Miguel Grade: Paulo Inês Pós-produção Áudio: Dizplay Behind The Scenes: Ana Lia Martins Com o apoio da Planar, Escola de Dança do Conservatório Nacional, STP Audiovisuais, Lightfilm, Núcleo/Dizplay, Netcast, Mr. Frank, DeJonghe Film Postproduction
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altamontpt · 7 years ago
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A última noite do Festival Rescaldo começou por encher as medidas, desaguando em tédio. Ainda assim, saímos felizes.
Das três vezes que entrei na garagem da Culturgest não foi para estacionar nenhum carro. Das duas primeiras, dirigia-me a uma festa. A terceira (sábado passado), de certa forma, também. O Festival Rescaldo é uma celebração diferente – ou, pelo menos naquela noite fria, foi.
Entrar pelas escadas de serviço. Ir à casa de banho, o lento sensor da luz a fazer-me sentir que estava dentro de uma construção de betão abandonada, as luzes piscando até se fixarem numa frequência permanente. O som do ar condicionado, as prateadas tubagens no tecto, para uns devaneio risível e para outros pormenor não só arquitectural mas sonoro. Pormenor esse que me preparava para a música marginal e exploratória que na garagem já se ouvia timbrar.
O tal timbre era certeiro, pelas mãos do duo EITR (Pedro Lopes na electrónica e Pedro Sousa no saxofone) e das baquetas de Gabriel Ferrandini. As várias superfícies da garagem pareciam ter sido construídas para aquele momento, o som efervescendo em lume brando, num acastanhado negrume de sons. Copo na mão, queixo no chão, sentimento inebriante.
FarWarmth, alter-ego de Afonso Arrepia Ferreira, tomou conta do lado contrário da garagem para fazer isso mesmo, o contrário. Se o primeiro concerto marcou pela bruma contida, a austeridade com espasmo sensato aqui e ali, FarWarmth foi estímulo do início ao fim, através de luz, cor, fumo e som digital cortante à la Ben Frost.
Por fim, a colaboração entre 10 000 Russos e Jonathan Uliel Saldanha fez torcer o nariz, pela sua desinteressante exploração da batida motorik e das paisagens siderais do seu psicadelismo escuro. A repetição da frase chata “We’re all gonna die” entediou e as máquinas da garagem pareciam querer gritar “bis” para Lopes, Sousa e Ferrandini. Infelizmente já era tarde, a garagem já estava fechada, ninguém para ouvir os seus apelos. Talvez um dia.
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Fotos gentilmente cedidas por Vera Marmelo.
Festival Rescaldo 2018 – Dia 5
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neweramuseum · 6 years ago
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NEM Double Exposure 02 - Curated by Sukru Mehmet Omur
FEATURED WORKS BY: Alexandra Cordeiro, Mehmet Duyulmuş, Eric Raddatz, Filiz Ak, Isabel Alfonso, Julia Badakhshan, Josephine Duson, Nelson Marmelo and Fleur Schim.
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