#é hoje que ela comete todos os crimes possíveis
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com: maximiliano de bourbon, @sickfreak
onde: nas suítes de luxo.
sempre haverá um abismo entre o que lucelia conseguia suportar e o que ela desprezava. jamais estaria em posições onde demonstrasse sua vulnerabilidade, sobretudo em ocasiões onde olhares atentos observavam movimentos que pudessem ser suspeitos. e seus planos para aquela noite se encaixavam perfeitamente naquela categoria. talvez fosse algo impensado e seguindo por um caminho onde seus sentimentos estavam sobrepostos à razão que deveria a envolver como um manto, mas acreditava se agarrar a uma das poucas oportunidades que tinha para fazer o que bem entendesse. arriscado ou não, se fosse pega ou não, ela não se preocupava tanto assim. amaldiçoar maximiliano por tempo indeterminado não havia sido o suficiente; atormentá-lo com fantasmas do passado era apenas o começo do que ela gostaria de fazê-lo passar. do que ele merecia passar. em determinado momento, jamais cogitou a ideia de possuir poder o suficiente para julgar ações alheias, mas uma vingança era o que lucelia acreditava merecer. um alívio para a própria alma, após tantos anos em tormento. não era difícil encontrá-lo, embora o sortilégio estivesse abarrotado de gente em todos os cantos. um único movimento de mãos foi o suficiente; o feitiço havia sido lançado e maximiliano a seguia, sem argumentar ou dizer uma palavra. era simples, um truque básico demais para uma bruxa experiente, mas que sempre dava certo. e não havia chances de esconder o pequeno sorriso que se formara em seus lábios quando já não estavam mais à vista de outras pessoas. eram apenas os dois, sem chances de interrupções que a impedissem de fazer o que desejava. a porta estava trancada, e tudo havia acontecido rápido demais para registrar na memória; o feitiço se desfez no exato momento em que lucelia fizera maximiliano perder a consciência, e agora ele estava amarrado com correntes da própria decoração do quarto. embora não soubesse dizer exatamente quando ele acordaria, em algum momento, seus olhos já não estariam mais fechados. e quando isso aconteceu, seu sorriso se estendeu mais ainda. “que decepcionante vê-lo nessa posição, maximiliano.” pelo contrário, era satisfatório demais para ela vê-lo em sinal de vulnerabilidade. “pensei que seria um pouco mais difícil de trazê-lo até aqui, considerando sua idade.” ela soprou uma risada. “eu acreditava que você era, de fato, um vampiro um pouco mais experiente, mas nem sempre a idade é uma indicação precisa de algo.”
#lucelia armstrong ⸻ ‘ threads ’ .#ft. maximiliano de bourbon.#é hoje que ela comete todos os crimes possíveis
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Esse ano foi difícil
Esse ano foi difícil , um dos temas mais falados nos últimos dias desse ano , e por dias venho ignorando tal frase por pensa meu ano foi bom deu tudo certo nada foi diferente: estava pensando apenas que eu tive emprego ano todo e tive saúde . Mas hoje perceber a real importância dela para mim .
Acordei hoje dia 25/12/2021 ás 5:21 e o ano ainda não acabou estava refletindo sobre um sonho que tive onde eu brigava com minha esposa a agredia ela sacava uma arma para mim eu tomava a arma dela e faço um disparo para o lado dela , inconformado com tudo que estava acontecendo aponto para minha própria cabeça e aperto gatilho diante da presença da minha mãe , meu irmão , minhas sobrinhas e filhas de uma vizinha , incrivelmente ao aperta o gatilho ela não disparo e no sonho mesmo me recordo da inúmeras vezes fui solvo por deus .
Como de costume peguei meu celular para olhar as mensagens do whatsap para ver se havia mensagem da minha ex-esposa e filha que não passaram natal comigo por que terminamos recentemente , após como de costume meu comportamento padra de consumo fui para instagram onde perco horas do meu dia vendo hels engraçados ,motivacionais , informativos etc.. em um desses hels volta aparecer um vídeo com a frase: como esse ano foi difícil , tema muito visto nos ultimo tempos ne foi ai onde me veio a real reflexão rápida de alguns acontecimentos que deram ênfase nessa frase .
Esse ano foi um ano difícil onde estamos saindo da pandemia do covid que além do vírus trouxe a depressão , o desemprego , a raiva , o odeio , agressões , o afastamento das pessoas etc... com tudo fazendo as pessoas estarem mais distante querendo ou não tendo menos apoio psicológico porque o afastamento de pessoa causa muita coisa também como se já não bastasse os problemas pessoais ainda tem os problemas familiares de terceiros .
Enfim e em meio isso tudo veio a reflexão do que foi o o ano para mim, eu nunca me diagnostiquei com um profissional mas acho que sofro de depressão . já tentei cometer suicídio algumas vez mas nunca consegui ir a diante para minha sorte eu só cagão tenho medo da dor , das possíveis coisas que podem acontecer caso não tenha sucesso , medo do lado espiritual , medo de nunca mais poder ver as pessoas nas quais amo :penso também que podemos só deixa de existe e depois que morremos nada mais importa não há consciência mas até aqui são N hipóteses .
Esse ano foi um ano de muito acontecimento com tudo um ano de vitória, com todas as lutas permaneço vivo ,dai pode ser pensa ne e você esta escrevendo então não suicidou ne quem me deram eu precisasse lidar só com meu quadro de depressão , mas em meio a isso tem minha família que as vezes se envolve com pessoas do crime e em diversas vezes eu corri ameaças de morte , tive que briga inúmera vezes por eles , apanha por eles viver uma vida menos confortável por eles é minha família , as vezes queria só sumir desse ambiente e por muitos anos me diz ser dependente da condição que vivo e só mesmo , mas só porque não tive a capacidade de tomar uma atitude consistente e muda minha historia , as vezes por tenta cuida e muita das vezes porque sou uma pessoa desorganizada e com pouco foco . em meio tudo isso ainda tem meu relacionamento ne hahahsahs, relacionamento pode ser um grande apoio psicológico para ajuda a passar essas dificuldade mas com o meu ele veem com brinde de duas pessoas diferente com dificuldade de aceitar um não outro ,com tudo diversas brigas acontecem por ,desconfiança , ciúmes , falta de compromisso , preguiças , falta de foco , falta de companheirismo , falta de carinho , presença etc.. claro que tiveram varios acontecimento negativos para que chegasse a esse ponto : ai pode se pensa ne você tem uma relação ?porque estão juntos ?
Bom não e de tudo ruim e ainda temos uma filha maravilhosa incrível de 2 anos e 8 meses que é o amor em pessoa esperado já ela já estava destinada a vir ao mundo muito antes seu nome foi escolhido há 9 anos atrás ela já era scarlet , mas não e só por isso ainda existe sentimento entre nos porém só o sentimento o sentimento não levaram esse relacionamento a diante e acho que nos dois sabemos disso por isso e necessário passar por “As vezes é preciso destruir para cima do sentimento nos darmos construir” um tempo , não sabemos quantotempo será não existe tempocerto, a única certeza é que nãopode continua como esta . é doloroso pensa que posso perde uma grande pessoa como ela, não e sobre posse , mas sim sobre as coisas boas que existe também , não e tudo ponto negativo embora seja nosso pontos mais forte . E sobre toda historia que já vivemos , e sobre todas vitorias , e sobre ter passado por cima de muitas diferenças para viver 5 anos juntos , foi sobre colher , foi sobre passar fome juntos e eu sei que um relacionamento não e só um mar de rosas como se vê nas redes sociais onde tudo e bonito e magico . Claro que tem inúmero perfis de relacionamentos mas eu não consigo afirma se existe um perfil certo , claro que algumas pessoas podem dar match de cara e outras não , mas de uma coisa eu sei , relacionamento é uma construção e as vezes é preciso descontruir para construir. só que as vezes demoramos entender isso , as vezes um lado só entende e esta ai também o motivo de diversas desavenças , não existe nada certo a única coisa certa é que cada um tem seu tempo , tempo para tudo , para amar , para sentir , para aprender , para entender nada é simples nada nunca e tão simples pioro quando se trata de pessoas que não vão pensa como você , ninguém pensa como você , não em tudo vamos encontra um pouco de nos e de nossos valores e defeitos em varias pessoas e que bom né porque se não imagina a merda que não seria um relacionamento onde as duas pessoas pensa igual ,Vamos ser realistas a vida não é um conto de fada para um chance pequena ser considerado como medidor potencial para uma possível realidade , claro que também é uma possibilidade mas diante de diversa variedade de personalidade entrar uma pessoa que pensa como “você” hahahs , “você” certamente pode não ser o ideal de um relacionamento saudável , eu não sou , não sozinho seria egocentrismos de mais pensa que minha forma de pensa é a melhor embora fazemos isso diversas situações mas o ponto é precisamos da diversidade para poder crescer , experimenta nos trás dificuldade mas com a dificuldade a superação e o aprendizado , nunca só ferida o importante e sempre esta atento fazendo analises e autoanalise . Com tudo a vida e repleta de acontecimentos que influencia em nossas mãos , que mais de 70% são causado por nos mesmo e outros 30% por terceiros , claro que essa indicação não é 100% verídica varia de pessoa para pessoa de acordo com que ela da importância seja pela o opinião alheia ou alto julgamento no fim sempre vai influencia de alguma forma e só cabe a nos mesmo medir o que se deve da importância respeitando nos mesmo e nosso melhores princípios , mas ai cabe cada um preserva o que é importante , mas lembre-se o mesmo ira guia teus caminhos e quem caminha com você esteja sempre ciente disso . Hoje é dia 25/12/2021 natal onde a dois dias eu estava com pensamento de cometer suicídio em minha casa com uma corda no pescoço preso na barra de porta dopado por remédios tranquilizantes , o que me fez desistir e que eu sempre superei as dificuldades seja elas quais foram e vos digo que para chegar aqui coisas surpreendentes já me aconteceram , e hoje eu também tenho uma filha que quero muito cuidar para que ela não passe por muito dos problemas que eu já passei . Duas frase que me ajudou em muito dos problema que já passei mas que coloca muita pressão é : Eu não tenho tempo para depressão , Se esta acontecendo tem um motivo . E hoje a segunda faz mais sentido ainda para mim tudo que passei foi para me torna mais forte hoje . No dia de hoje o sentimento é que venci mais um dia e não tenho vergonha de fala sobre o ontem , o ontem é um passo e nesse momento estou olhando para presente e futuro . Todo quadro de depressão tem um inicio , e na maioria das vezes só percebemos quando já se agravou muito . se eu lhe conta toda minha historia eu choro porque só eu sei a dor que senti para chegar ate aqui . Eu preciso ser uma pai melhor para minha filha para que ela não precise passar por tudo que passei , bom ela já tem um pai que assumiu ela.
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Sobre a liberdade individual
Quando se fala em liberdade individual, a esquerda progressista logo trata de reduzir todo o debate em liberdade do corpo, ou, como ela falsamente conduz, em liberdade de gênero ou direito ao assassinato de fetos. Mas, liberdade individual abrange temas dos mais diversos possíveis.
Proibir a vaquejada, proibir a publicidade infantil, proibir que pessoas possam fumar em locais abertos e públicos, proibir o bronzeamento artificial, obrigar o uso de cinto de segurança e o uso de faróis acesos em rodovias em plena luz do dia, dentre muitos outros exemplos, também ferem, de alguma forma, com a liberdade dos indivíduos.
Quando examinadas, a proibição e a obrigação partem de uma mesma natureza autoritária. Obviamente, há muito o que se discutir com relação a tais proibições e obrigações, e é exatamente nisso que consiste a divergência de opiniões não somente entre conservadores e progressistas, mas, também, entre conservadores e liberais.
Com um governo de viés esquerdista, nós vimos nascer novas leis para crimes não tão novos assim. Crimes como os de homofobia e de feminicídio, foram pauta no Congresso. O problema é que as leis criadas a partir de tais crimes, são de difícil compreensão, uma vez que, ou são subjetivas demais ou ambíguas demais, tornando-as sem aplicabilidade.
Hoje, no Brasil, todo e qualquer crime cometido contra homossexual é enquadrado como crime de homofobia, no entanto, quão profunda e exata é a análise por parte das autoridades de uma vítima de crime de homofobia? Em outras palavras, como, por exemplo, podemos identificar uma vítima como sendo um homossexual de fato?
O problema pode ser menor mas também conflitante, os crimes contra mulheres, por exemplo, não deveriam exigir novas leis, pelo contrário, somente a aplicação de leis já existentes. A Lei Maria da Penha, criada em 2006, que pune quem comete crime de agressão contra a mulher (também chamado de feminicídio), não teria necessidade alguma de ser criada se os detentores da Lei forçassem as autoridades equivalentes a cumprirem a Constituição, que assegura a segurança de todos os indivíduos, homens e também mulheres, contra agressões de qualquer finalidade.
As proibições, as obrigações e o respeito pela liberdade dos indivíduos formam um conjunto vivo que deve ser revisto a todo momento. Não basta a criação de mais leis para que o crime seja evitado. E quanto mais leis conflitantes, mais desorientado é um povo e mais próximo do caos a sociedade segue. O Estado, repleto de burocratas, tem um verdadeiro fetiche por leis, e isso também tem de ser combatido.
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The Priest.
Quando se comete um crime é necessário ter disciplina. Você precisa estudar o local onde tudo vai acontecer, você precisa escolher a vitima e quando esta é escolhida, você precisa seguir uma pequena lista:
Primeiro, você precisa saber dos hábitos dela.
Segundo, você precisa conhecer a rotina dela.
Terceiro, você precisa garantir que ninguém vai ligar você a ela.
Quando escolhi o padre Fisher, eu procurei sobre seus possíveis antecedentes criminais, me perdoem os católicos que um dia leram isso, mas sejamos realistas, a igreja católica tem uma quadrilha de velhos estupradores e porque em um convento cheio de garotas virgens não seria diferente?
Ele tinha o péssimo hábito de tocar em meus ombros enquanto rezava, depois fazia um pequeno carinho em meus cabelos - ore para que Deus lhe perdoe de todos os seus pecados minha filha - ele dizia. Parecia ler minha mente, pois eu não estava de fato rezando, eu se quer ligava para aquele lugar, aquela imagem de um homem crucifixado me incomodava, me deixava desconfortável, porque aquilo deveria ser considerado normal? Eu sempre me pergunta, mas tia Amira sempre me dizia que a fé era a única coisa que os mortais podiam acreditar piamente, era verdade, é verdade. Mas eu não sou humana e muito menos mortal. Deus nos ensina que devemos ser boas pessoas, aprendemos que pessoas que fazem coisas ruim vão para o inferno. Eu não vou para o inferno, não sou humana, então eu posso fazer coisas ruins, eu posso mandar mortais para o inferno.
Foram dois meses de preparação. Padre Fisher se levanta as 5h, ele toma café com as freiras ás 6h após sua sessão de orações, ás 7h as garotas acordam e vão se exercitar no pátio, ele se masturba em seu quarto, vendo cada garota com suas roupas justas e nada católicas. Ás 11h ele celebra a missa, olha para as pernas de cada garota e o cheiro que exala de seu corpo é o mais nojento possível, faço uma careta quando ele passa por mim, ele toca meus ombros e depois o mesmo com Sarah Abram, uma garota de cabelos pretos e curtos, mandada a força para o convento pelos pais, católicos praticantes que a pegaram chupando a melhor amiga na cama deles. Mortais e o sexo.
Enfim, esquecendo a Sarah, vamos voltar ao padre. Almoçamos todos pontualmente ás 12h, as freiras e o padre em uma mesa separada, a madre anda entre nossas mesas nos observando, um movimento errado e a palmatória é certa. Temos aulas das 13h até ás 19h de tudo o que podem imaginar, exceto ciência. Voltamos para nossos dormitórios, se lembram da Sarah? Ela é minha colega de quarto, ela não tenta me agarrar, na verdade ela só se senta na janela e começa a fumar, eu me sento no chão ao seu lado e fico observando a lua, não conversamos nunca, somos colegas de quarto e compartilhamos de uma melancolia silenciosa.
O dia D era em um domingo, estava frio o inverno estava em seu estágio mais rigoroso, Sarah estava usando meu celular para assistir conteúdos impróprios, era uma boa forma de deixa-la distraída, eu sai do quarto, anunciando que ia tomar banho, eu precisava de cerca de 20 minutos. O Padre Fisher se encontrava na capela, sozinho, todos haviam se recolhido após a missa, ele estava recolhendo as bíblias dos bancos.
Não havia necessidade de usar uniforme mas eu estava, ninguém me viu, inclusive ele que não notou minha presença, chamei por ele com uma voz estupidamente manhosa, não me julguem, fazia parte do plano.
- Padre me perdoe, porque eu pequei... - É claro que aquele velho nojento estava me olhando de cima a baixo, é claro que seu olhar nojento era carregado de luxuria. - Eu fiz um novo amigo, o senhor falou dele hoje, Legião o nome? - É claro que eu iria provocar, irrita-lo com minha blasfêmia, que melhor jeito de se irritar um religioso se não usando sua própria crença para isso.
- Ele me disse que você tem sido um grande pecador padre, olhando para nossas pernas, tocando nossos corpos, se masturbando enquanto nos exercitamos, estuprando as freiras quando ninguém mais pode ouvi-las gritar, que tipo de homem de Deus você é? - Eu me aproximava a cada acusação, seu olha de revolta se tornou indignado, depois assustado, em pânico, desesperado... Ah o desespero, como eu AMO esse olhar de desespero...
Ele se sentou sobre um dos bancos, eu caminhei em torno dele, parando atrás dele, tocando seus ombros como ele fazia, apertei a carne com força, olhando a imagem a nossa frente.
- Sabe Harold... - Chamei por seu primeiro nome. - Este homem a nossa frente não merecia o que fizeram com ele, ele era bom, mas você... Você merecia algo pior, não apenas isso, deveria ser assado como um leitão da ceia de ação de graças, você se diz um homem de Deus mas faz o trabalho do Diabo.
5 minutos haviam se passado, eu lhe agarrei pelo pescoço, quase o erguendo do chão, lhe joguei sobre o altar, felizmente vazio, o que diminuía a quantidade de barulhos que poderiam chamar a atenção de alguém e me atrapalhar. 7 minutos, enfiei um pedaço de pano em sua boca e fiz força para quebra seu braço esquerdo, era difícil porque ele se debatia como um peixe, o som de ossos se quebrando era música para os meus ouvidos, me voltei para o outro braço repetindo o ato. 10 minutos se passaram e eu estava retirando com cuidado a imagem de porcelana da cruz, lhe deixando repousado em um banco com cuidado, era arte, eu amo arte, eu respeito a arte. Com a cruz livre, eu a retirei da parede, deitando o objeto pesado no chão e me direcionando ao padre, novamente lhe puxei pelo pescoço, jogando-o sobre a madeira, rasguei o manto do altar e amarrei seus braços em cada extremidade da cruz, depois seus pés.
Que momento desagradável, virar aquilo de cabeça para baixo, cruzes invertidas eram blasfemas, combinavam com ele, droga já se passavam de 15 minutos, precisava acabar logo. Retirei uma adaga do bolso de meu uniforme e sorri para o velhote nojento.
- Te vejo no inferno, desgraçado. - Cortei sua garganta com cuidado para não me sujar de sangue, com um pano segurei o cálice e recolhi o liquido, 17 minutos. Cobri o altar novamente com outra toalha, arrumei os castiçais junto a taça, imitei o que ele fazia nas missas. E com um minuto de vantagem, saí caminhando pala catedral até a porta. - O corpo e o sangue de um impio, adeus Harold.
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Advogado é preso suspeito de estuprar enteadas por mais de 10 anos
Um advogado de 42 anos foi preso na manhã desta quinta-feira,2, em Niterói, na região metropolitana do Rio, suspeito de estuprar as duas enteadas por mais de dez anos seguidos
Segundo as investigações da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), o advogado começou a abusar sexualmente das enteadas quando elas tinham cinco anos de idade. Hoje, as meninas estão com 13 e 17 anos.
As investigações apontaram que o pai das meninas ficou sabendo que elas eram abusadas após uma denúncia anônima. Mesmo distante das filhas, ele acabou descobrindo que havia inúmeros relatos dos abusos no colégio onde elas estudam e uma denúncia sobre o caso no Conselho Tutelar de Niterói.
Ainda segundo a polícia, o advogado é extremamente possessivo e agressivo e chegou a combinar com as vítimas o que elas deveriam falar em depoimento.
Abuso de crianças e adolescentes
Diariamente, crianças e adolescentes são expostos à violência sexual. Até abril de 2019, o Disque 100 recebeu mais de 4 mil denúncias de abuso infantil em todo o Brasil, mas sabemos que esses dados não estão nem perto da realidade, uma vez que ainda é difícil ter estatísticas que realmente abranjam o problema de forma real.
Isso se dá por inúmeros fatores como, por exemplo, pelo preconceito e pelo silêncio das vítimas (que às vezes não entendem o que está acontecendo com elas) e pela “vergonha” e falta de informação sobre o assunto de familiares.
Segundo o estudo da Rainn, a maior organização social contra a violência sexual dos Estados Unidos, 93% dos casos acontecem quando o agressor é próximo e tem “poder” sobre a vítima, como pais, primos, tios, avôs, vizinhos e professores.
Tipos de abuso infantil
É importante lembrar que abuso sexual, violência sexual e pedofilia são coisas distintas. Segundo o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes:
Pedofilia: Consta na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) e diz respeito aos transtornos de personalidade causados pela preferência sexual por crianças e adolescentes. O pedófilo não necessariamente pratica o ato de abusar sexualmente de meninos ou meninas. O Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não preveem redução de pena ou da gravidade do delito se for comprovado que o abusador é pedófilo.
Violência Sexual: A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes é uma violação dos direitos sexuais porque abusa e/ou explora do corpo e da sexualidade de garotas e garotos. Ela pode ocorrer de duas formas: abuso sexual e exploração sexual (turismo sexual, pornografia, tráfico e prostituição).
Abuso sexual: Nem todo pedófilo é abusador, nem todo abusador é pedófilo. Abusador é quem comete a violência sexual, independentemente de qualquer transtorno de personalidade, se aproveitando da relação familiar (pais, padrastos, primos, etc.), de proximidade social (vizinhos, professores, religiosos etc.), ou da vantagem etária e econômica.
Exploração sexual: É a forma de crime sexual contra crianças e adolescentes conseguido por meio de pagamento ou troca. A exploração sexual pode envolver, além do próprio agressor, o aliciador, intermediário que se beneficia comercialmente do abuso. A exploração sexual pode acontecer de quatro formas: em redes de prostituição, de tráfico de pessoas, pornografia e turismo sexual.
*Grooming consiste em ações de sedução cometidas por um adulto para contatar uma criança pela Internet com o objetivo de ganhar sua confiança e amizade. **Sexting é a troca de mensagens virtuais de conteúdo sexual por meio, principalmente, de celulares
Como proteger as crianças da violência sexual
Embora o abuso infantil seja um tema complicado de ser abordado, ele é extremamente importante. Primeiro, porque é algo que acontece frequentemente em muitos lares brasileiros e, segundo, porque ele pode ter consequências danosas às vítimas.
Por isso, é de extrema importância que os pais estejam cientes das seguintes dicas:
Explique para a criança quais são as partes íntimas do corpo
É importante que as crianças aprendam a nomear corretamente as partes do corpo e saibam identificar o que é íntimo, assim ela pode relatar aos pais quando algo fora do comum acontecer. Explique que ninguém pode tocar nessas regiões e nem vê-las, apenas os pais quando forem dar banho ou trocar de roupa.
Explique sobre os limites do corpo
Converse com a criança sobre permissão. Ensine que ninguém pode tocar as suas partes íntimas, nem ela não pode tocar nas partes íntimas de nenhuma pessoa, seja ela conhecida ou desconhecida. Alerte a criança para possíveis estratégias usadas por abusadores, como trocar carícias por doces, apresentar um “cachorrinho” e assim por diante.
Incentive seu filho a conversar com você
Muitas vezes, os abusadores pedem às crianças para manterem o ocorrido em segredo, seja ameaçando ela ou de maneiras lúdicas. Por isso, ensine que segredos não são coisas boas e que ele sempre pode e deve contar a você tudo o que acontece. Lembre-se que essa relação de confiança é muito importante e, por isso, a criança NUNCA deve ser punida, criticada ou castigada por contar qualquer coisa sobre o seu corpo. Saiba mais sobre como denunciar estupro.
Veja também: Menina de três anos é vítima de estupro em escola de Olinda
Advogado é preso suspeito de estuprar enteadas por mais de 10 anospublicado primeiro em como se vestir bem
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Mais de 30 propostas sobre segurança são apresentadas pelos senadores no primeiro mês da legislatura
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Mais de 30 propostas sobre segurança são apresentadas pelos senadores no primeiro mês da legislatura
Completado o primeiro mês da nova legislatura, senadores já apresentaram mais de 30 propostas com um ponto em comum: tratam de temas ligados à segurança pública e áreas afins, um dos temas mais valorizados pelos eleitores nas eleições do ano passado.
As propostas se somam ao pacote anticrime enviado ao Congresso Nacional pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e dispõem sobre aumento de penas e tipificação de novos crimes, além de regras de execução penal como progressão de regime e saídas temporárias de presos, auxílio-reclusão, maioridade penal e mais.
O senador Marcio Bittar (MDB-AC), por exemplo, já apresentou duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs), uma para extinguir o chamado auxílio-reclusão e a outra para diminuir a maioridade penal para 16 anos. A PEC 3/2019 exclui da Constituição o benefício previdenciário denominado auxílio-reclusão. A PEC 4/2019 reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Ela altera o art. 228 da Constituição para determinar que serão penalmente inimputáveis as pessoas com menos de 16 anos.
— Eu estou propondo o fim das saidinhas coletivas, porque mais ou menos 5% daqueles que saem não voltam mais. Estou propondo o fim da audiência de custódia, que desmoraliza as nossas forças policiais. Estou propondo o fim do auxílio-reclusão, que custou, no ano passado, mais de R$840 milhões aos cofres públicos para sustentar pessoas que cometeram delitos, que tiraram vidas — disse Bittar em Plenário recentemente.
Para Bittar, o auxílio-reclusão é paternalista e um “assistencialismo exacerbado”, que a população não concorda em pagar, pois quer leis mais rigorosas e combate incisivo ao crime. Quanto à maioridade penal, o senador afirma que a idade de 18 anos foi definida na década de 1940 e que o Brasil é muito diferente hoje. Para ele, jovens de 16 anos são cidadãos capazes e devem responder por seus crimes.
Já o PL 634/2019, do senador Luiz do Carmo (MDB-GO), aumenta de 30 para 40 anos o limite máximo para as penas de prisão e também aumenta dos atuais de 20 a 30 anos para de 30 a 40 anos a pena de reclusão para crimes de latrocínio (roubo seguido de morte).
A proposta também endurece a progressão de pena para os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e o terrorismo. Atualmente, a progressão de regime para condenados por esses crimes se dá após o cumprimento de dois quintos da pena no caso de condenados primários e após três quintos no caso de reincidentes. O projeto de Luiz do Carmo altera para três quintos para os primários e quatro quintos para os reincidentes.
O senador argumenta que a pena máxima de 30 anos foi estabelecida pelo Código Penal de 1940 e que, de lá para cá, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou e os índices de violência cresceram muito.
Do senador Major Olimpio (PSL-SP) há o PL 1.029/2019 e o PL 1.030/2019. O primeiro extingue todas as possibilidades de saídas temporárias de presos, as chamadas ‘saidinhas’ ou ‘saidões’. O segundo aumenta a pena máxima brasileira para 50 anos, aumenta o tempo para o condenado conseguir livramento condicional e a aumenta as penas para crimes como homicídio, latrocínio, estupro e outros.
O PL 655/2019, do senador Weverton (PDT-MA), cria as figuras penais do "estupro compartilhado" e do "estupro compartilhado de vulnerável", com penas de reclusão de 15 a 30 anos. A proposta também aumenta as penas para estupro, estupro com morte, estupro de vulnerável e estupro de vulnerável com morte.
— A proposição tem por objeto tornar mais rígida as penas para o crime de estupro, além disso, tipifica o estupro compartilhado e o coloca no rol dos crimes hediondos. O estupro compartilhado é uma perversa modalidade de crime que destrói a vida das mulheres que sobrevivem a tamanha crueldade — diz Weverton.
Também de Weverton é o PL 677/2019, que estabelece condições para o aumento da pena do crime de feminicídio. Esse crime poderá ter a pena aumentada em 1/3 até metade se for praticado contra menor de 14 ou maior de 60 anos, pessoas com deficiência ou vulneráveis; se for praticado em presença física ou virtual de descendente ou ascendente da vítima ou em descumprimento de medidas protetivas.
Do senador Marcos do Val (PPS-ES), há o PL 870/2019, que prevê o uso de algemas durante busca pessoal e condução de presos. O projeto permite o uso de algemas durante a busca pessoal até que o agente tenha a certeza de que o acusado não esteja armado. Também permite as algemas em pessoas presas em flagrante ou naquelas cuja prisão foi decretada por autoridade judiciária.
— Acredito que a população elegeu diversos parlamentares que tinham como bandeira a segurança pública e a redução da criminalidade. Diante disso, é natural que esses parlamentares, entre os quais me incluo, deem essa resposta imediata aos seus eleitores e ao povo brasileiro — disse Marcos do Val à reportagem.
O PL 868/2019 também tem como autor Marcos do Val. O projeto determina a divulgação pública na internet do nome, endereço e foto de condenados por crimes que envolvam pedofilia.
Prisão de políticos
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que apenas endurecimentos de penas não vão resolver a questão da segurança pública.
— É um apelo da sociedade, mas só endurecimento de pena não resolve. Se não voltar a crescer a economia e não diminuir a miséria, vai ser enxugar gelo. As causas da violência são mais estruturais, mais profundas. Endurecer pena é um viés, mas, mais importante é gerar emprego, mais importante é incluir socialmente. O cidadão vulnerabilizado pela miséria, pela pobreza, é alguém que é mais facilmente recrutado pela criminalidade — afirmou Randolfe.
Ele, porém, apresentou o PL 992/2019, que altera o Código de Processo Penal para determinar o afastamento imediato do detentor de mandato eletivo em caso de prisão em flagrante, preventiva ou temporária em crimes como peculato, corrupção passiva, concussão, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação e outros.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentou o PL 991/2019, que criminaliza, com pena de um a três anos de detenção, o porte de arma de brinquedo, simulacro ou réplica de arma de fogo usados como meio de intimidação. Para ele, o poder público é o principal responsável pela sensação de insegurança e impunidade por parte da população.
— Não adianta você estabelecer no art. 144 da Constituição que a segurança pública é direito de todos e dever do estado, se o estado é o principal a falhar nesse aspecto — disse Contarato.
Veja outras propostas
PL 647/2019 Acaba com os chamados “saidões” de presos em datas comemorativas, quando é permitido ao preso deixar a penitenciária por um determinado período com o objetivo de encontrar os parentes. PL 651/2019 Extingue as audiências de custódia, instrumento penal no qual o acusado por crime preso em flagrante tem direito de ser ouvido por um juiz para que sejam avaliadas possíveis ilegalidades na prisão. PL 648/2019 Aumenta de 30 para 50 anos a pena máxima no país, endurece a progressão de pena para crimes contra a vida e crimes sexuais e altera a prescrição de penas. PL 663/2019 Extingue a atenuante prevista no Código Penal para menores de 21 anos. PL 665/2019 Aumenta de 360 para 720 dias — com possibilidade de renovação por igual período — o prazo máximo de permanência de preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima. PL 679/2019 Cria a prisão preventiva especial, de 148 ou 178 dias, para crimes como homicídio qualificado, estupro qualificado, latrocínio, sequestro e outros. PL 757/2019 Dá prioridade de tramitação para os processos penais relativos aos crimes hediondos. PL 847/2019 Estabelece que induzir, instigar, constranger ou ameaçar alguém, por meio da rede mundial de computadores, “para que pratique ato prejudicial à sua saúde, à sua incolumidade física ou psíquica ou à sua vida” terá pena de reclusão de um a quatro anos e multa. A pena poderá ser aumentada se a vítima for menor de 18 ou maior de 60 anos ou ter deficiência mental PL 1196/2019 Prevê aumento de pena quem entrega ou fornece arma, munição ou explosivo para criança ou adolescente cometer crime a seu mando. PL 1265/2019 Institui o dia 21 de abril como Dia Nacional de Combate à Violência e ao Crime Hediondo. PL 549/2019 Amplia a proteção às torcedoras contra atos de violência em ambientes de prática esportiva. Assegura às torcedoras proteção contra qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause risco de morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico ou dano moral ou patrimonial. Proíbe cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas de caráter misógino e proíbe cânticos discriminatórios misóginos. PL 553/2019 Determina que, na aplicação de pena contra atividades lesivas ao meio ambiente, o juiz deverá levar em conta antecedentes da pessoa jurídica considerando se a empresa tem boas práticas de gestão ambiental, observa procedimentos legais, realiza auditorias periódicas e se pune os seus funcionários envolvidos em infrações ambientais. PL 557/2019 Determina que, na elaboração dos critérios para a seleção do serviço militar, será concedida prioridade aos jovens egressos de instituições de acolhimento familiar ou institucional. PL 603/2019 Determina que todo projétil de arma de fogo conterá dispositivo que possibilite a identificação de seu lote, que será de no máximo mil unidades. PL 650/2019 disciplina a prática de terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista. PL 672/2019 Cria punições para crimes resultantes de preconceito em razão de identidade de gênero e orientação sexual. PL 860/2019 Define e cria punições para os crimes resultantes da intolerância, discriminação ou do preconceito por sexo, orientação sexual e identidade de gênero. PL 1028/2019 Revoga a proibição de prisão de eleitor em período eleitoral. PL 1198/2019 Cria o crime de transporte irregular de crianças e adolescentes. PL 1208/2019 Altera a Lei de Tortura para prever o crime de tortura em razão de discriminação de qualquer natureza.
Fonte: Mais de 30 propostas sobre segurança são apresentadas pelos senadores no primeiro mês da legislatura
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Brasil dos desaparecidos e esquecidos
“Minha filha estava a 120 metros da nossa casa quando desapareceu há 23 anos. Tinha 13 anos de idade, mas já com um corpo de mulher. Nesses anos todos vivi o mais profundo abandono e a mais profunda omissão por parte do Estado, que nunca fez nada para ajudar a encontrar ela. Os senhores não sabem o que é acordar todos os dias, todos esses anos, sem saber o que aconteceu com seu filho. Daria tudo para não estar aqui agora”, afirma Ivanisi da Silva Santos. Ela fundou a ONG paulista Mães da Sé junto com outra mãe de desaparecido. São filhos e filhas, crianças e adolescentes, que provavelmente foram vítimas de quadrilhas para o tráfico de órgãos, exploração sexual, adoção ilegal ou trabalho escravo. Desaparecidos por causa de um crime e esquecidos pelo Estado, que devia encontrá-los.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública para o Comitê internacional da Cruz Vermelha, sobre os boletins de ocorrências registrados por desaparecimentos no Brasil, de 2007 a 2016, foram 693.076 registros de pessoas desaparecidas. Em média, 190 pessoas desapareceram por dia neste período, oito por hora. Já 2017 terminou com 82.684 boletins de ocorrência registrando o desaparecimento de pessoas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Quando se trata do desaparecimento de crianças e adolescentes, a estatística oficial aponta para 40 mil casos por ano.
Cativeiro com UTI pré natal
“Convivo com essa realidade há 23 anos e desde que comecei meu trabalho na ONG, já conheci casos de quadrilhas que tinham até UTI pré natal com médicos, nas casas para onde levavam as crianças roubadas. Mas para os governos, nossos filhos são invisíveis. O maior exemplo é o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, lançado em 2013. Na lista estiveram sempre as mesmas 371 crianças, nunca foi atualizado. Até que, em janeiro deste ano, tiraram o cadastro do ar. Como levar a sério um Estado que trata as coisas deste jeito? A saída é agir por conta própria. Como a própria mãe que foi negociar a liberdade da filha que estava refém num bordel em Madrid”, vai contando Ivanisi.
Ela defende a criação de um plano nacional que atue, principalmente, na prevenção e informação. Cita como exemplo o Programa de Localização e Informação de Desaparecidos (PLID), que funciona nas sedes dos Ministérios Públicos Estaduais, em todas as regiões do país.
“Em São Paulo, através do PLID, descobrimos que mais de 3 mil pessoas já foram enterradas, nos últimos anos, como indigentes, mas tinham registro de ocorrência como desaparecidos. O desaparecimento também está incluso no crime de tráfico de drogas, pessoas, órgãos e exploração sexual. Precisamos andar de mãos dadas, separados não vamos chegar a lugar nenhum. A exclusão social á a principal causa desse problema”, conclui Ivanisi.
Fugindo da pobreza
Leonardo Magalhães Cardoso, defensor público federal e coordenador do Grupo de Trabalho de Assistência e Proteção à Vítima de Tráfico de Pessoas destaca o perfil da maioria dos desaparecidos e de quem comete esse tipo de crime.
“São, sobretudo, crianças e adolescentes levados para trabalho escravo, doméstico, exploração sexual e tráfico de órgãos. Meninas entre 10 e 19 anos e de baixa renda. Depois, trans e homossexuais e homens adultos para trabalho escravo. Cinquenta e cinco por cento dos denunciados são mulheres e 65 por cento das agressões são cometidas por homens. A fuga da pobreza é a principal causa e um facilitador para que trafica pessoas. Além disso, temos muita dificuldade de policiamento nas fronteiras. O Brasil tem 110 rotas de tráfico interno, principalmente de mulheres. E são 131 rotas internacionais, a maioria para remoção de órgãos na África do Sul e países da Ásia”, aponta Leonardo.
Ele afirma que, entre 2007 e 2010, foram cerca de 55 mil pessoas traficadas no mundo todo, o que gerou um volume de 150 bilhões de dólares em negócios.
“O IBGE mostra que, entre 2016 e 2017, houve um aumento de 11,2% de famílias abaixo da linha da pobreza. O índice de vulnerabilidade social, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o Norte e o Nordeste concentram mais de metade das rotas de tráfico internacional de pessoas com destino à Europa. Devíamos ter um cruzamento de dados entre hospitais, redes hoteleiras, institutos médicos legais, aeroportos, portos e rodoviárias”, diz Leonardo.
Ele informa ainda que, de agosto até hoje, 674 crianças e adolescentes foram atendidas na fronteira com a Venezuela, na cidade de Pacaraima em Roraima. Deste total, 46 estavam desacompanhados, 254 separados dos pais e 374 sem nenhum documento.
Impunidade e falta de integração
Vanessa Lima, coordenadora do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico e Desaparecimento de Pessoas da Paraíba, afirma que a impunidade para traficantes de pessoas é uma das causas para que o crime cresça.
“Muitas vezes quem faz o trabalho é o Ministério Público do Trabalho. Já que a impunidade dos traficantes é quase uma regra. Precisamos dar uma resposta satisfatória para a sociedade, não existe punição para quem trafica pessoas. Temos também a dificuldade de integração entre os órgãos que lidam com a questão, os dados não são enviados para quem está na ponta, na execução, na proteção. Não há conversas entre instituições e sim uma briga por protagonismo. Não podemos ter vaidade, principalmente os órgãos de justiça e segurança pública. E temos que ter educação sexual nas escolas, sim. Crianças são abusadas em casa, os crimes por LGBTfobia aumentam, temos que empoderar nossas mulheres e meninas para que reconheçam seus corpos e não caiam em armadilhas. Pessoas não são mercadoria, pessoas não têm preço”, conclui.
A invisibilidade e a falta de políticas públicas colaboram para que um crime tão antigo seja tão desconhecido, afirma Renata Braz Silva, da Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça.
“As quadrilhas têm grande facilidade de movimentação, não existem fronteiras para elas. O tráfico interno de pessoas também é muito grande. Outro problema é que a vítima não se vê como vítima, tem até vergonha de estar à serviço da exploração sexual, por exemplo”, aponta Renata.
Para Ricardo Paiva, da Comissão de Ações Sociais do Conselho Federal de Medicina, a falta e um cadastro nacional de desaparecidos é um dos problemas para que milhares de pessoas continuem desaparecidas.
“Temos até uma lei que já determina um minuto por dia nas televisões públicas com imagens dos desaparecidos. Mas não é posta em prática porque não existe um cadastro com fotos dessas pessoas. O Paraná e o Rio Grande do Sul resgatam 95% das crianças desaparecidas, o mesmo índice de Canadá e de alguns países europeus”, informa Ricardo.
“Um dos efeitos mais perversos do capitalismo é a mercantilização do mundo. Não apenas a água, a terra e o trabalho são reduzidos a mercadorias, mas até mesmo a liberdade e a dignidade humana. O Brasil tem que se integrar à uma corrente internacional de debates e ações práticas para reduzir e eliminar a mercantilização da vida, especialmente da vida de mulheres e crianças pobres. As instituições democráticas, inclusive esta Câmara dos Deputados, não podem se render às forças que submetem a dignidade humana aos interesses e preços do mercado. O tráfico de pessoas é inadmissível. Não podemos admitir formas modernas de escravidão”, diz o deputado Luiz Couto (PT/PB), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM).
Mais números
Ainda segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, São Paulo lidera as estatísticas, com 242.568 registros de desaparecimentos de 2007 a 2016, seguido por Rio Grande do Sul, com 91.469, e Rio de Janeiro, com 58.365. Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná e Roraima não passaram os dados completos deste período. As causas vão da fuga de casa por causa de conflitos familiares, passando por transtornos mentais, violência, alcoolismo, até conflitos entre quadrilhas organizadas do tráfico de drogas e também de órgãos.
Como evitar o desaparecimento de crianças
–Nunca deixe a criança andar ou brincar sozinha na rua
-Fique de olho no comportamento dos adolescentes, que podem dar pistas de que algo errado está acontecendo com eles
-Saiba o que a criança faz na internet
-Ensine a criança a memorizar dados importantes, como endereço de casa e telefone
-Fique alerta e nunca deixe de prestar atenção na criança em locais movimentados, como aeroportos e rodoviárias.
Como agir em caso de desaparecimento
–A primeira coisa é comunicar o desaparecimento para a polícia, não é necessário esperar 24h para fazer registro
-Qualquer delegacia de polícia pode registrar o boletim, é possível registrar também no Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca)
-Avise de todas as formas possíveis, cartazes, rádios, televisão, redes sociais, amigos, parentes e vizinhos e nas ONGs especializadas
-Deixe alguém no local onde a criança sumiu, porque ela pode voltar ao lugar
-Não mexa na casa, pois podem existir vestígios com pistas sobre o desaparecimento da criança ou do adolescente
Fonte: Por Pedro Calvi / CDHM
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— Dr. Danilo Baltieri, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), 2015.
Dos cinco aos oito anos, Laurinha*, hoje com dez, assistia à babá se masturbar diariamente. A mulher esperava a patroa sair, ia para o quarto com a garota e a sentava em uma cadeira. Em seguida, se deitava na cama e obrigava a menina a permanecer ali até que chegasse ao orgasmo.
O caso só foi descoberto quando a criança contou na escola, com ar de naturalidade, o que acontecia, sem se dar conta de que era vítima. A família nunca desconfiou de nada. Como aquela mulher de confiança, que cuidava de tudo havia anos, que também era mãe, carinhosa, poderia cometer aquilo? Seria mesmo verdade ou uma invenção da menina?
Assuntos como pedofilia e estupro envolvem um tabu tão grande que pouco se imagina que as mulheres sejam portadoras dessa doença e que também cometam estupros. Segundo um dado da PF (Polícia Federal), a cada dez pedófilos, um é mulher. Assim como os presídios masculinos têm alas reservadas para estupradores, chamadas “seguro”, os femininos também possuem e elas estão ocupadas.
O que acontece é que, em geral, as mulheres são denunciadas com menor frequência. Alguns motivos explicam essa subnotificação, como a ausência de penetração durante o agressão, a cultura machista que vê como algo normal as relações precoces entre meninos e mulheres mais velhas, ou o receio da família de denunciar e transformar o fato em um trauma maior que interfira na sexualidade dos garotos.
Toque, beijo, carícia e ato libidinoso envolvendo crianças são considerados crimes pela Constituição, assim o estupro, e precisam ser repassados à polícia.
O psiquiatra Danilo Baltieri, especialista em transtornos sexuais e coordenador do Ambulatório de Transtornos de Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que o diagnóstico da pedofilia é difícil e o tratamento, longo. Ele esclarece, ainda, que nem todo pedófilo abusa de crianças e a maioria dos estupradores não é portadores de pedofilia.
– A pedofilia é doença: o desejo, o interesse constante por crianças durante, no mínimo, seis meses. As mulheres portadoras tendem a ser pessoas tímidas, que pouco se expõem socialmente, e, geralmente, tem alguma outra parafilia associada, como a zoofilia (sexo com animais) e exibicionismo.
Tratamento
Segundo o médico, muitas pessoas se aproveitam de oportunidades para cometer estupro, mas isso não significa que esses abusadores portem pedofilia.
– Na maioria das vezes, as pessoas presas por estupro são oportunistas, que se relacionaram com um adolescente por curiosidade, estupraram uma única vez. Mas se diagnosticada com a doença, essa pessoa precisa receber atendimento além da pena de prisão.
Maria*, portadora de pedofilia, foi obrigada a procurar tratamento depois de ser flagrada mexendo nas partes íntimas de uma menina que a irmã dela cuidava. Pressionada, ela acabou confessando que sempre sentiu desejo por crianças e que aquela não era a primeira vítima. Ela se descreve como uma ‘vergonha para a família’.
Aos 37 anos, Maria faz tratamento com um psiquiatra há três.
– É uma tortura, um sofrimento diário, uma angústia. Hoje eu sei que o que eu fazia é crime, mas ao mesmo tempo não conseguia me controlar. Eu dependia daquilo para ter prazer.
Baltieri diz, ainda, que a pedofilia é uma das doenças mais estigmatizadas da medicina e a sociedade a vê como uma ‘praga’, que deve ser combatida com violência, sem se dar conta da necessidade de tratamento médico desses portadores, para o bem deles e de suas possíveis vítimas.
– Nós médicos não queremos ignorar o crime, se fez tem que pagar, mas o tratamento é importante para que não haja reincidência.
Segundo dados do Disque 100, dos casos de estupro registrados entre janeiro de 2012 e março de 2014, 60% não foram cometidos por parentes da vítima. O médico explica que as mulheres não procuram crianças do seu círculo familiar como vítima, na maioria dos casos.
– As mulheres portadoras da pedofilia, a maioria, se utilizam de crianças estranhas. Sabe-se por meio de pesquisas que, quanto mais estranha a criança, quanto mais nova a vítima, aumenta-se as chances de o agressor ser portador da doença. Uma pessoa que manteve relação com uma criança ou adolescente uma única vez, dificilmente porta a doença.
Em 15 anos de ambulatório, Danilo atendeu a cinco mulheres que portavam a doença. Ele informou que o tratamento foi individual, diferente do oferecido aos homens que incluem terapias em grupo, e com uso de medicamentos.
Em conversa com o R7, a pequena Laurinha disse: “Ela ficava na cama mexendo nela”. A reportagem encontrou com a criança no Cevat (Centro de Visitas Assistidas do Tribunal de Justiça). Os pais dela eram separados quando a escola comunicou sobre o que a criança contou e o pai entrou na Justiça para ter a guarda da menina alegando negligência por parte da mãe, responsável pela contratação da babá. O homem conseguiu e, desde então, não entrou mais em acordo com a mãe sobre as visitas, que passaram a ocorrer no Cevat.
Papel da família
Se é papel da polícia prender e investigar as denúncias de estupro, da Justiça condenar e do Estado oferecer um tratamento ao detento avaliado e identificado como portador da pedofilia, cabe aos responsáveis pela vítima denunciar. A família não tem obrigação de saber se aquele agressor é portador, deve comunicar o crime às autoridades responsáveis.
*Os nomes são fictícios para proteger a identidade da vítima e da paciente
— Sylvia Albuquerque, “Mulheres pedófilas: entenda por que elas são pouco denunciadas”, R7, 6.07.2015. http://noticias.r7.com/sao-paulo/mulheres-pedofilas-entenda-porque-elas-sao-pouco-denunciadas-06072015
Olha essas também:
• “Homens correm mais risco que mulheres de serem assaltados, roubados e mortos.” « EUA ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=453
• “Desde o começo, feministas eram mulheres ricas de esquerda que se reuniam para odiar os homens.” « Erin Pizzey ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=50008
• Mulher é presa suspeita de estuprar menina de 12 anos, em Manaus « Brasil ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=35632
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'Não tenho medo de Deus, tenho medo dos homens'
“Por trás de tudo, nós somos apenas selvagens Escondidos atrás de camisas, gravatas e casamentos Como poderíamos esperar alguma coisa? Nós somos apenas animais ainda aprendendo a engatinhar”
Tive uma formação humanista na universidade, totalmente oposta àquela aprendida no contexto suburbano em que me formei pessoa. Esse pouco tempo de quatro anos contribuiu muito para a construção de minha visão de mundo. Mas, nos últimos meses, acontecimentos na minha vida, no Brasil e no mundo puseram em xeque a noção quase dogmática de humanidade que reinava na minha consciência.
Enquanto nas terras queimadenses em que nasci e cresci, a máxima “bandido bom é bandido morto” tem aceitação quase unânime, no ambiente acadêmico em que a noção de Direitos Humanos é compreendida de fato, a sede por vingança expressa nessa curta frase é rechaçada. São dois opostos que não se comunicam nem querem se entender. Tendo a me estabelecer no segundo lado, mas os recentes massacres nas prisões brasileiras me empurraram um pouco na outra direção.
O modo como os assassinos devassam os corpos de seus inimigos me fez questionar a humanidade de quem tem capacidade para cometer tamanha atrocidade. Não reconhecemos mais humanidade nos ceifadores do Estado Islâmico, certo? Contextos sociais à parte, não consigo enxergar diferenças entre os homens que degolam e comemoram a violência da morte do decapitado.
Jamais sentiremos pena de Hitler ou quaisquer outros ditadores da história responsáveis pelo extermínio de milhares, ou de Osama Bin Laden, cujas ordens tiveram consequências semelhantes. E quanto aos chefes das facções que estão, neste momento, ordenando todo este pandemônio nos presídios? Não se pode medir perdas de vidas por quantidade.
Durante a enxurrada de notícias terríveis, continua chamando a atenção a percepção do “brasileiro médio” sobre o caso. A maioria parece indiferente, ao ponto de perder a empatia para com as vítimas. Outros já torcem para que morram o máximo possível de detentos. Numa breve reflexão, usei a empatia que ainda tenho para me colocar no lugar dessas pessoas e tentar entender de onde vem esses sentimentos.
Para isso, bastou que eu fizesse uma breve retrospectiva de 2016, ano em que mais me envolvi em incidentes de (in) segurança pública. Fui cercado por pivetes durante o Carnaval, levei um soco e quebrei um dente num parque público e fui abordado um homem bem mais velho debaixo de um cartão postal. Felizmente, não houve danos materiais, mas senti na pele, mesmo que por apenas algumas horas, a repulsa que quase todos sentem pelos bandidos.
Não se trata, porém, de um pensamento racional. São emoções que vêm do fígado e têm gosto de bílis. No meu caso, foram embora depois de uma noite de sono, mas deixaram como legado o medo e a aversão a determinados tipos urbanos. Tornou-se impossível caminhar pela cidade sem manter os olhos em alerta constante, como se eu fosse um herbívoro na floresta, e houvesse carnívoros à espreita, só esperando a hora certa de dar o bote.
Na verdade, é o que somos: animais. Exatamente como disse Marina and The Diamonds nos versos da música “Savages” (selvagens) que ilustram este texto e cujas letra e melodia devem ser apreciadas em sua totalidade. O ódio coletivo contra os marginais me parece uma reação instintiva que tem por objetivo a sobrevivência de nossa espécie.
Evoluímos enquanto civilização e conseguimos conter, na medida do possível, um dos nossos instintos mais primitivos: a violência. Entretanto, quando a mesma civilização parece ameaçada, é como se um botão vermelho de emergência fosse acionado em nossas cabeças. Entramos em modo de autodefesa. É natural, mas nem todos querem enxergar como tal, mas como barbárie gratuita que deve ser repelida com argumentações agressivas.
Outro fator que me ajudou a me imaginar no lugar alheio foi uma foto antiga do Campo de Santana, no Centro do Rio, todo ocupado por moradores, um cenário difícil de imaginar nos dias de hoje com o medo arraigado nas pessoas. Outros espaços públicos tão lindos quanto, como a Praça Paris e o Passeio Público - o último, o primeiro parque urbano das Américas! - também apresentam índices de criminalidade e abandono proporcionais à sua beleza.
Como é ser de uma geração que conseguiu aproveitar a cidade nessa intensidade e perdeu esses laços graças a outros indivíduos? Eu também sentiria bastante revolta. Fiz força pra entender a preferência de meus avós pela Ditaduta Militar e descobri que não era pelo governo, mas, principalmente, pela sensação de segurança de uma era menos urbana, pelo crime menos organizado e pelo precário acesso a informações, não por possíveis méritos estatais.
Antigamente não se via na televisão (não quer dizer que não havia), por exemplo, cenas chocantes como as protagonizadas pelos ônibus da linha 474 carregando e sendo depredados por um exército de menores infratores. Chegou ao meu feed no Facebook um texto de um rapaz sobre a mais recente repetição desse espetáculo indesejado. Ele atenta para o fato de uma mulher, que filma o ato, gritar horrores, incitando a morte dos adolescentes.
Que ela é uma imbecil, representa uma elite raivosa e retrógrada e seus pensamentos devem ser repudiados, não tenho dúvidas. Mas usar isso pra justificar os arrastões é passar do limite do aceitável. Não, o 474 não é uma arma da Zona Norte contra a Zona Sul (dualidade, aliás, bem infantil e maniqueísta). O lado mais fraco aqui são os próprios suburbanos, que só queriam aproveitar a praia. São eles quem vão ser roubados dentro do ônibus, são eles quem vão ser pisoteados na areia, são eles quem vão acabar desistindo do programa de fim de semana por medo e, por consequência, perder o direito à cidade. São os motoristas e cobradores que vão ficar traumatizados, sem conseguir trabalhar.
Cito como exemplo Adriene, então moradora da Rocinha, e que lá morreu vítima de uma bala perdida enquanto tentava proteger os filhos pequenos. Ela trabalhou um mês comigo, cobrindo férias de uma funcionária. Em outra ocasião, segundo me contou, o instinto materno também se mostrou forte: na praia, tentou evitar que suas crianças fossem pisoteadas pelos banhistas durante um arrastão. Nunca mais voltou lá, apesar dos constantes pedidos dos pequenos. Achou mais seguro montar uma piscina de plástico na laje.
A mesma boca que espuma de um lado despejando barbaridades contra seres humanos do outro lado da cidade é a mesma que conta com status de intelectual para igualmente propagar a violência (e ainda zombar de quem pensa diferente, conforme li nos comentários). Mais uma vez, o instinto selvagem se sobrepõe à consciência.
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Piauí faz a melhor reportagem sobre as milícias e Marielle Franco
No dia de hoje, completa um ano da morte de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
A melhor reportagem sobre as investigações em torno do assassinato é da revista Piauí, assinada pelo repórter Allan de Abreu. É daquelas reportagens que revelam a excelência jornalística.
A investigação da Polícia Civil, liderada pelo delegado Giniton Lages, passou um bom tempo perdida. A um momento, três delegados federais tentaram forjar uma versão pela qual o vereador Marcello Siciliano e o miliciano Orlando Curicica seriam os responsáveis. Era falsa, possivelmente encomendada pelos políticos Domingos e Chiquinho Brazão, interessados em prejudicar Siciliano, com quem disputavam votos. Mas se tornou conveniente para a Polícia Civil. Só no final do ano, por pressão do ministro Raul Jungmann, que a investigação se voltou para o Escritório do Crime, um grupo de sicários que comete assassinatos em troca de dinheiro. Havia um indício forte: o celular de um de seus dois líderes, o major PM Ronald Pereira, foi detectado na região do crime minutos antes. O outro líder é o coronel da reserva Adriano Nóbrega, cuja mãe e mulher trabalhavam no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia do Rio. Foram demitidas quando o envolvimento do Escritório veio a público.
Trecho da reportagem
Em algumas conversas gravadas, o ex-capitão Nóbrega é chamado de “patrãozão” pela milícia de Rio das Pedras. Em um dos diálogos, um miliciano afirma ter recebido quatro caixas de uísque de um deputado – o parlamentar não é identificado pelo Gaeco. Em 21 de janeiro, as promotoras recorreram à Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), da Polícia Civil – e não à Delegacia de Homicídios – para cumprir os mandados de prisão, na manhã do dia seguinte, de treze membros do Escritório do Crime. Entre eles estavam o ex-capitão Adriano Nóbrega e o major Ronald Pereira. A operação foi batizada de “Os Intocáveis” – era uma maneira de realçar a impunidade que havia anos pairava sobre o grupo. A fim de evitar vazamentos, os celulares de todos os policiais envolvidos na operação foram confiscados até o dia seguinte. O cuidado não foi suficiente: oito dos trezes alvos conseguiram escapar do cerco policial, e seis continuavam foragidos até o fim do mês do passado. Entre eles, Nóbrega.
A promotora Petriz fez questão de ir à casa do major Pereira, em Curicica, para acompanhar sua prisão. Ao vê-lo algemado, ela foi direto ao assunto: “O que você tem a dizer sobre o assassinato de Marielle?” O PM abaixou a cabeça e ficou em silêncio. Nem Petriz nem Nascimento quiseram falar com a piauí. A defesa do major nega tanto o envolvimento dele com o Escritório do Crime quanto a participação na morte de Marielle.
Às 6h15 do dia 21 de fevereiro, exatamente um mês após a execução da operação “Os Intocáveis”, Domingos Brazão levou um susto ao se deparar com quinze agentes da PF dentro de sua casa. Com uniformes camuflados, capacetes e metralhadoras, eles arrombaram a porta da residência de Brazão, em um condomínio fechado na Barra da Tijuca. Os policiais cumpriam um dos oito mandados de busca e apreensão para “apurar possíveis ações que estariam sendo praticadas com o intuito de obstacularizar as investigações dos homicídios de Marielle e Anderson”, conforme nota divulgada pela PF. Os outros alvos eram o delegado HK, o agente aposentado Gilberto Costa, o sargento Rodrigo Ferreira e sua advogada, Camila Nogueira.
As promotoras e a Polícia Federal já estão certas da participação do grupo de assassinos no crime contra a vereadora. Quem mandou matar e por qual motivo são questões ainda sem respostas. “O crime se espalhou pelo poder constituído do Rio. Tem bancada. É uma metástase sem controle. O estado não sai mais dessa situação por suas próprias mãos”, me disse uma autoridade que participa das investigações do caso Marielle.
Piauí faz a melhor reportagem sobre as milícias e Marielle Francopublicado primeiro em como se vestir bem
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