#Ângela Chaves
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Capítulo 3 - Amor de perdição
08 de Maio de 2011, 05:00 AM – Pedro Juan Caballero, Paraguai
Raul desceu de seu helicóptero em meio a uma clareira, próxima à sua plantação de maconha; ao seu lado, Martin Madrazo e Percy Chaccón. Passaram próximo às plantas, Raul colheu uma folha, colocou na boca e laqueou. Seus associados o aguardavam próximos às tendas, parados em formação.
Dentro de um dos acampamentos, Garcia, amarrado, amordaçado e com um saco plástico na cabeça. Quando os três adentraram, o saco foi removido, o dito “rei da fronteira” cuspiu sangue e arfou profundamente. Raul se aproximou, dobrando a manga de sua camisa. Alguns segundos depois, ele deu alguns tapas na cara dele, fazendo-o acordar.
- Soube que está atrapalhando o progresso dos irmãos, isso procede? – Fico questionou.
- Procede sim, senhor! – Ele exclamou, arfando e cuspindo sangue novamente.
- Então está ciente do porquê foi decretado. Isso é bom! – Fico pontuou, sinalizando para que o levassem para o lado de fora.
Amarraram o Garcia em um pedestal de madeira, com seus braços abertos. Fico vestiu uma capa de chuva transparente e tomou uma machete em mão. Antes de começar, cuspiu a folha mascada no chão, sentindo uma corrente elétrica passar por seu corpo.
No primeiro golpe, separou o braço direito do sujeito, que ficou pendurado ao mastro. No segundo, levou sua perna esquerda. À esta altura, sua capa já estava vermelha. – Podem trazer os cães, esse aqui já está subindo! – Ele zombou, passando a machete para Percy, que assumiu seu lugar. Terminando com os restos do sujeito.
Os retalhos de Garcia foram servidos aos cães, e o aviso de que a fronteira com o Brasil estava livre foi enviado. Fico e Percy se limparam, conversaram com seus afilhados e deixaram o local com Trevor. Sobrevoaram a plantação, até chegar a uma pista de pouso clandestina, mudando do helicóptero para um jatinho particular.
08 de maio de 2023, Segunda-feira, 19:00 PM – Manhattan, NY
A Mercedes GLA 250 de Raul parou frente ao prédio de Victória. Ele se lembrou da fatídica eliminação do ”rei da fronteira”, uma das últimas ações realizadas ao lado de seu amigo, Percy Chaccón; temido assaltante de bancos e antigo braço direito de Fico Segundo. Há cerca de dez anos, havia sofrido um acidente de moto, colidindo com uma carreta e ficando tetraplégico aos quarenta anos.
Martin Madrazo havia sido enforcado com o cadarço de seu tênis, na prisão estadual de Stockton. Daquele tempo, apenas Fico estava em atividade. Ele lamentava a morte ou a incapacidade da velha escola, sentia falta da rigidez da malandragem.
Cristina tinha grande responsabilidade na destruição da vida de Percy e Victória. Suas escapadas com o ex-sócio de Fico, levaram Ângela ao suicídio. Comprimidos para dormir e bebida foram seus algozes. Victória chegou do colégio e encontrou a mãe, no chão do banheiro, vítima de uma overdose induzida.
Os eventos trágicos vividos por Victória a desestruturaram completamente. Seu pai não era mais o mesmo; viúvo e excluído do comando, Percy se perdeu, caminhando para o acidente que por pouco não custou sua vida. Fico não o matou pelas traições, mas, este preferia estar morto à ficar de fora daquilo que mais amava.
Raul foi tirado do transe pelo manobrista, que batia em sua janela. Ele pegou sua carteira e seu celular, entregou a chave do carro ao jovem e se encaminhou para dentro. Parou frente as portas do elevador, respirou fundo e selecionou o andar do apartamento de Victória.
Enquanto subia até o andar escolhido, lembrava-se da promessa feita à Denise. Ele havia concordado em acabar com o sexo casual, mas, não poderia abandoná-la à própria sorte. Raul sabia que tinha de lidar com as consequências de seus atos passados e presentes, ainda que o incomodassem profundamente. Denise não entenderia.
Ele caminhou pelo corredor, passando pelas portas dos apartamentos vizinhos. Sentia-se como Dany Torrance, caminhando até a suíte mais perigosa do hotel Overlook. Tocou a campainha e aguardou. Alguns minutos depois, a enfermeira que cuidava de Percy o atendeu.
- Olá, em que posso ajudar? – Ela perguntou, olhando-o de cima à baixo e lançando um sorrisinho sacana.
- Vim ver meu amigo, Percy! – Raul exclamou, desconsiderando-a apesar da beleza.
- Como devo anunciá-lo? – Ela perguntou, percebendo o corte cirúrgico por parte dele.
- Raul Cortez! – Ele pontuou.
A jovem enfermeira adentrou o apartamento, parecendo incomodada com o descaso do bonitão. Demorou-se um pouco à voltar, mas, Raul manteve-se paciente.
- O senhor pode entrar! – Ela disse, insatisfeita.
Raul a seguiu até os aposentos de seu amigo. Ele estava em sua cadeira anatômica, observando a janela. – E aí, vagabundo, como está? – Percy disse, rindo. A enfermeira não imaginava que seu paciente fosse ficar tão animado com a visita. – Vanessa, nos dê licença, por favor!
- Estou fodido, mas, você parece bem! – Raul exclamou, sentando-se ao parapeito, frente aos olhos dele.
- Estou feliz que tenha vindo me ver, já faz algum tempo desde nosso último encontro! – Percy pontuou. – Fique para o jantar, a Vivi vai adorar!
- Ficarei por você! – Raul disse, engolindo em seco.
- Isso me alegra! – Ele exclamou.
- Como estão as coisas por aqui? Precisam de algo? – Raul questionou, realmente preocupado.
- Está tudo bem, a Vivi conseguiu um ótimo emprego. Ela é minha salvação! – Percy exclamou, parecendo orgulhoso, mas, seu amigo sentiu um enorme aperto no peito.
- A Victória é uma ótima garota! – Raul exclamou, sorrindo um pouco sem graça.
Percy não fazia ideia de que Raul bancava seu tratamento, seus remédios, seus cuidadores e todas as despesas de sua casa, incluindo os luxos de Victória. O apartamento onde moravam também pertencia à ele, bem como a empresa onde ela trabalhava.
- Como estão Marco e Mônica? Não os vejo há algum tempo! – Ele questionou.
- Estão bem. Marco foi para a França com a noiva e Moe está em casa com minha esposa e enteada! – Raul esclareceu, evitando tocar no nome de Cristina. Isso não seria nada confortável, para nenhum dos dois.
- Você ainda está em atividade ou o Fico Terceiro já assumiu? – Percy perguntou, parecendo bastante interessado.
- Até o momento só existe Fico Segundo! – Raul exclamou, sorrindo de um jeito malicioso. Seu amigo riu amplamente.
- Tu lembra da primeira vez que fomos pra tranca? – Percy perguntou, rindo.
- Culpa sua, foi cobrir o sargento de porrada. Tava pensando em quê? – Raul exclamou, rindo ainda mais.
- O filho da puta ficou todo ferrado! – Percy disse.
- Pode crer! – Raul completou.
- Tu não tinha nem bigode quando entrou pro quartel! – Percy sacaneou com ele.
- Porra, vacilo falar isso! – Raul disse, rindo outra vez.
- E aí seus maloca! – Victória disse, entrando repentinamente no quarto.
- Qual é Vivi? – Raul perguntou, cumprimentando-a de longe.
- Vocês estão com cara de quem está aprontando! – Vic exclamou, rindo e se aproximando de seu pai. Ela o abraçou e deu um beijo em sua testa.
- É só resenha! – Percy exclamou, rindo.
Após alguns minutos, Vanessa parou na porta do quarto e disse: – Senhor Chaccón, está na hora do seu jantar, posso servir?
- Claro! – Ele respondeu. Victória o conduziu até a sala de jantar, sendo seguida por Raul.
Antes que pudessem se acomodar à mesa, o celular dele tocou. Raul pediu um minuto para atender e voltou para o quarto de Percy, sentando-se novamente no parapeito da janela. Do outro lado, Caio Valério aguardava.
- Salve meu padrinho! – Valê exclamou.
- Dá o papo! – Raul exigiu.
- Pegamos dois aqui no beco dando mole. O senhor quer dar um confere? – Valê perguntou.
- Amacia eles aí, chego em meia hora, já é? – Raul exclamou, desligando em seguida.
Raul voltou para a sala de jantar, um pouco acelerado, mas, ainda assim, tentando manter o clima ameno. Sentou-se ao seu lugar, mas, sua cabeça não parava de fervilhar.
- Tá tranquilo? – Percy questionou.
- Tô sim irmão, mas, não vou poder ficar para a sobremesa! – Raul exclamou, tentando não prolongar muito a conversa.
- Função? – Percy insistiu.
- É por aí! – Raul disse, concentrando-se em seu prato.
Victória ficou excitada ouvindo-o falar como um delinquente. Achou por bem passar um de seus pés pela perna dele, mas, ele desviou seu toque, surpreendendo-a.
- Por que a Mônica não veio? – Ela questionou, aborrecida com ele.
- Ela e as meninas estão preparando as coisas pra voltarmos pra Califa! – Raul disse, desconsiderando seu tom.
- Nossa, mas, vocês acabaram de chegar! – Vic exclamou, revirando os olhos.
- Eles têm assuntos à resolver! – Percy pontuou. Raul assentiu.
- Que correria! – Ela disse, revirando os olhos. Enquanto alimentava Percy, Vanessa estava observando Raul, e seu jeito abusado irritava Victória.
- Pior Vivi! – Ele exclamou, sorrindo de um jeito tímido. O coração dela tamborilou.
- Pelo menos você veio nos visitar! – Ela disse, fazendo-o engolir em seco.
- Eu não iria embora sem me despedir! – Raul exclamou, tentando parecer casual.
- Bom senso, não é, amado! – Vic pontuou, revirando os olhos. Raul sabia que ela podia ser rancorosa às vezes, mas, suas indiretas estavam ferrando com ele.
- Nunca errou! – Ele disse.
- Quando vocês voltam? – Ela questionou, surpreendendo à todos.
- Não sei dizer, temos muitos perrecos pendentes! – Raul pontuou, tentando esquivar-se.
- Aposto que sim! – Vic exclamou, lançando um olhar efusivo para ele.
- Deixa baixo! – Ele pediu.
- Como sempre! – Ela declarou, dando um chute na canela dele.
- Obrigado pela recepção, meu cria! – Raul disse, tentando disfarçar a dor.
- Porra, já vai? Mal tocou na comida! – Victória questionou.
- Eu preciso ir, sinto muito! – Ele lamentou, levantando-se. Ela também se levantou, seguindo-o até a porta do apartamento. Ele podia ouvir seus passos pesados, e isso o deixava temeroso.
- O que está rolando contigo? – Ela questionou, segurando a porta.
- Vamos conversar ali fora, por favor! – Ele pediu, sussurrando. Ambos saíram, ela fechou a porta atrás deles.
- Por que você vai embora, amor? – Vic perguntou, puxando-o pelo braço.
- Tô na atividade! – Raul esclareceu, tentando livrar-se dela.
- Você está agindo de um jeito muito estranho! – Ela exclamou, revirando os olhos.
- Presta atenção boneca, vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra que você e o coroa fiquem na boa, mas, nosso lance acabou! – Ele exclamou, beijando o rosto dela.
- Do que você está falando? Por quê? – Victória exigiu, seguindo-o pelo corredor.
- Porque a casa caiu. Melhor você ficar na encolha e não aparecer por um tempo. Se precisar de alguma coisa, chama no pré-pago! – Raul disse, parando frente à porta do elevador.
- Caralho, que merda, eu não quero dinheiro, quero você! – Ela exclamou, parecendo aborrecida.
- Acha que isso não dói em mim, meu amor? Mas, a única coisa que posso te dar é dinheiro! – Ele admitiu, selecionando o andar do piso térreo.
- Não faça isso comigo! – Ela exigiu, e ambos adentraram o elevador.
- Me perdoe por isso, mas, as coisas estão complicadas pro meu lado! – Raul disse, e ela o agarrou. As portas fecharam. Ele a acolheu em seus braços.
- Você veio aqui pra terminar comigo? – Vic questionou, com lágrimas nos olhos.
- Não chora, amor, tem que ser assim! – Ele pediu, limpando as lágrimas dela.
- Eu te amo! – Victória exclamou, beijando a boca dele.
- Eu também te amo, Vivi, mas essa parada tá errada. Você tem que seguir sua vida! – Ele lamentou, e um nó se formou em sua garganta ao ver o sofrimento dela. As portas do elevador abriram, ambos se afastaram.
Raul saiu do prédio, imaginando que Victória não aceitaria o término. Essa não era sua maior preocupação, mas, ainda assim, o pensamento pairava por sua mente. O trânsito à sua frente parecia suas ideias mais frenéticas. Ele não gostaria de chorar perto dela, por isso, seu carro foi o confessionário. Ele esvaziou seu cantil de whisky, tentando amenizar.
Ao chegar à zona portuária, ele se lembrou da madrugada lancinante que teve. O momento não correspondia ao status quo, ele estava ali por outro motivo. O fardo da chefia era pesado, mas, ele tinha o costume de suportar. Desceu do carro e se encaminhou para a entrada.
- Qual é, neguinho, onde pensa que vai? – O segurança do local exigiu, colocando o cano na cara dele.
- Porra, Gilmar, tu é o bicho! – Raul exclamou, rindo e abraçando seu amigo.
- Satisfação, meu padrinho! – Gilmar disse, na sagacidade.
- Cadê os moleques? – Ele questionou.
- Lá no fundo, patrão! – Gilmar exclamou, apontando com os olhos. Suas mãos estavam ocupadas com uma AK47.
- Vamos passar esses filhos da puta! – Raul disse, encaminhando-se para dentro. Gilmar o seguiu. Ao chegarem, encontraram Valê e Fredo, apavorando os malucos. – Quem são esses caras?
- Dois cabeças secas que estavam na minha cola. Satisfação, padrinho! – Fredo exclamou.
- Porra, agora vocês arrastam os botas? Qual é a cena? – Raul disse, revirando os olhos.
- Eles chegaram metendo moral e pedindo grana! – Valê esclareceu.
- Que grana, seus merdas? – Raul questionou, antes de dar um tapa na cara de cada um dos filhos da puta que estavam amarrados.
- Aquela do depósito do Ortega! – O meganha da direita respondeu.
- Quem me garante que não foram vocês que passaram fogo naquela porra e sumiram com o dinheiro? Cês tão de sacanagem comigo, caralho? – Raul exigiu, transparecendo aborrecimento.
- Não senhor! – O meganha da esquerda exclamou.
- Bota esses merdas de volta no saco! – Raul exclamou, e Gilmar se adiantou.
- Não, pelo amor de Deus, senhor! – Eles imploraram.
- Pelo amor de Deus o quê, filho da puta? – Raul questionou, se aproximando.
- O Ortega quer um nome, ele tá pressionando! – O meganha da direita exclamou.
- Vou mandar tua língua pra ele, acha que vai servir? – Raul pontuou, rindo da cara deles. – Não fode, porra!
- Não coloca a gente no saco, a gente fala! – O meganha da esquerda implorou.
- Fala o que, caralho? – Raul exigiu.
- Onde o Ortega está! – Ele exclamou.
- Tem mais algum cu azul envolvido? – Raul inqueriu, enfiando o cano na boca do cara.
- Não tem não, senhor! – O meganha da direita exclamou.
- Tem certeza, filho da puta? Não vou perguntar outra vez! – Raul exigiu, destravando a arma.
- Tenho sim, senhor! – Ele exclamou, engasgando.
- Dá o papo logo, vou largar o dedo! – Raul pontuou, colocando o dedo no gatilho.
- Ele tem uma concessionária no Brooklyn! – Ele respondeu. Raul explodiu a cabeça do meganha da esquerda.
- Passa esse otário aí e some com tudo! – Raul disse, recebendo um lenço de Valério e limpando o cano de sua arma.
- Entendido, patrão! – Fredo exclamou.
- Você não, porra, os dois aí. Você vem comigo! – Raul pontuou, saindo do local. Ele o seguiu imediatamente.
- O que o senhor precisa? – Fredo questionou.
- De onde saíram esses caras? – Ele exigiu, guardando sua arma.
- São dois idiotas aqui da área. Vieram falando que queriam uma grana pra sumir, porque o Ortega tá pressionando, querendo saber quem foi o responsável pela operação na boate e os caralhos! – Fredo esclareceu.
- De certa forma, eles conseguiram sumir! – Ele zombou.
- Podemos dizer que sim, mas, o que faremos com o Ortega? – Fredo perguntou.
- Vamos ter que passar esse filho da puta logo! – Raul pontuou.
- Claro, padrinho! – Fredo concordou.
- Aquele merda abriu caminho para o Galindo, mas, nós vamos fechar! – Ele esclareceu. – E o Caíto, descolou alguma coisa?
- Sei que o senhor não quer minha opinião, mas, acho que ele não tem nada à ver com as cagadas da Cecília! – Fredo pontuou.
- Pode falar, moleque, qual foi? – Raul questionou, sacando um cigarro e acendendo.
- Levei um papo com a Victória, e pelo jeito, a Cecília só estava querendo arrumar um acompanhante para a Mônica ir ao casamento. Nada à ver com o comando ou qualquer coisa parecida. Acho que ela não tinha noção de quem o Menéga realmente era! – Fredo pontuou, acendendo um cigarro também.
- Impossível, porque o Menéga já era sócio do Ortega antes mesmo de iniciarmos nossas operações com a P.C Média. Não precisa se culpar pelo que aconteceu com ele. Uma hora ou outra a casa ia cair! – Raul esclareceu.
- Espera, o senhor quer dizer que ele já era faccionado quando me pediu para apresentá-los? – Fredo questionou, completamente perturbado.
- Exatamente; ele vinha tentando me vender a operação do Ortega há uma cota. O Caíto vivia me enchendo o saco pra armar um encontro, mas, como o Menéga era um cagoete filho da puta, e eu não gosto de trabalhar com gente assim, nunca aceitei! – Raul pontuou.
- Porra! – Fredo exclamou, esfregando o rosto nervosamente.
- Me desculpe por não ter dado o papo logo de cara, mas, não sei o quanto o Caíto está devendo nessa, então, tenho que ser cauteloso! – Raul exclamou, apertando o ombro do afilhado.
- Quem é o Galindo? – Fredo perguntou, tentando entender.
- Um bostinha que vive na fronteira com o México, brincando de chefe de Cartel com os índios e os Yankees! – Raul exclamou, revirando os olhos.
- Caralho, padrinho, esse puto fornece pro Ortega? – Ele questionou, demonstrando preocupação.
- É por aí! – Raul exclamou.
- Vamos derrubar o barraco desses comédias! – Fredo pontuou, sentindo raiva por ter sido usado por alguém que considerava amigo.
- Vamos sim, mas, na calma. Não quero erros nessa parada! – Raul disse, jogando a bituca fora.
O celular pré-pago de Raul tocou mais uma vez, do outro lado, um de seus braços, Arturo Urquiza, vulgo Argentino. Ele pediu um tempo para atender, afastando-se um pouco de Fredo.
- Padriño! – Arturo cumprimentou.
- Fala aí, irmão! – Raul respondeu.
- Se liga, chefe, tem uma pica com o Romero pra resolver! – Ele exclamou.
- Caralho, Argentino, pica é o que eu tenho, isso aí é uma rola que puta que pariu! – Raul disse, gargalhando.
- Já está voltando? – Arturo questionou, rindo muito também.
- Aguenta a mão aí, meu braço, chego amanhã! – Raul esclareceu, acendendo outro cigarro.
- Já é! – Ele disse, antes de desligar. Raul voltou ao encontro de seu afilhado, que parecia bastante desconfortável. Gilmar e Valê saíram do galpão. – Qué passa?
- Tudo certo no bagulho! – Gilmar exclamou.
- Vamos vazar daqui! – Raul disse, encaminhando-se para seu carro.
- Pode crer! – Gilmar confirmou, dando área também.
- Até que foi suave! – Valê exclamou, esfregando o rosto nervosamente.
- Vai se foder, Caio! – Fredo disse, segurando-o pela gola da camisa.
- Caralho, qual foi? – Valê exigiu, espantado.
- Qual foi o quê, porra? Esses filhos da puta vieram atrás de mim por causa das suas ambições. Quando pretendia me contar sobre sua “amizade” com o Menéga? É melhor tu pedir pra sair, senão, eu vou te ripar, vacilão do caralho! – Ele exclamou, empurrando Caio.
- Tá falando de quê? – Valê questionou.
- Acabei de fazer papel de otário pro patrão, tentando limpar sua água, e você de conchavo com a concorrência? Quero você fora do comando e da cidade. Tem até amanhã! – Fredo disse, virando-se para ir embora também.
À caminho de seu carro, Fredo ligou para Raul e explicou o que havia acabado de acontecer. Ele lamentou a decisão, mas, não questionou, pois, o Gago fez o que tinha que fazer. A situação entre os dois se tornou insustentável quando os vacilos da família de Caio repercutiram sobre a rotina de Fredo.
Ao chegar na garagem do prédio de Mônica, o pré-pago de Raul tocou novamente. – Padriño, escuta me! – Valê exclamou, apavorado.
- Caíto, essa porra tinha que acontecer! – Raul pontuou severamente.
- Eu vou ser penalizado por causa de uma cagada de adolescente? – Ele questionou, parecendo bastante aborrecido.
- Você sabe que não é só isso. Se a Cecília transitava livremente pelo território inimigo, é porque tem coisa errada. Considere-se com sorte, está saindo vivo. Faça o que o Gago mandou! – Raul disse, preparando-se para encerrar a chamada.
- Porra, padrinho, te acompanho há mileduque! – Ele exclamou.
- Não fode, Caio. O decreto começa correr à partir de amanhã! – Raul exigiu, encerrando a chamada.
Ele se encaminhou para o apartamento, com a cabeça pesada, cheio de paranoias. Todas as merdas aconteceram de uma vez, e ele lamentava ter que fazer tudo tão às pressas. Ao chegar, pegou a chave e destrancou a fechadura.
Denise se adiantou e abriu a porta, exigindo: – Tu tava onde, porra?
- Negócios! – Ele exclamou, passando por ela e encaminhando-se para o banho.
- Me fala, Raul, onde você estava? – Ela exigiu mais uma vez, puxando-o pelo braço.
- Abaixa o tom! – Raul pontuou, encarando-a seriamente.
- Tu tava com aquela vagabunda? – Denise gritou, empurrando-o.
- Tava na puta que pariu, foda-se onde é que eu tava, caralho! – Ele gritou de volta, afastando-se dela. Denise deu um tapa na cara dele. Raul ficou vermelho de raiva.
- Olha como fala comigo, filho da puta! – Denise exigiu, tentando se aproximar. Raul segurou as mãos dela antes que o batesse novamente e encarou seus olhos com uma fúria jamais vista.
- Nunca mais me chame assim, ou, essa porra não vai acabar bem! – Ele exclamou, soltando-a e se encaminhando para o banheiro.
- Agora você me ameaça? – Denise o seguiu, questionando.
- Escuta aqui, meu amor, eu não sou homem de ameaças, mas, também não sou de machucar mulheres. Não me provoca, caralho! – Raul pontuou, encarando-a. Ela avançou sobre ele.
- Vai fazer o que? – Denise exigiu. Raul foi sobre ela, pegando-a no colo. O vestido dela subiu.
- Vou te foder! – Ele respondeu, afastando a calcinha dela, penetrando-a em seguida. Ela gemeu e arqueou a coluna, sentindo sua pele estremecer.
- Cachorro! – Ela disse, mordendo o lábio inferior antes de beijá-lo. As penetrações ficaram mais rápidas e profundas. Ele rasgou o vestido dela, expondo seus seios, chupando seus mamilos em seguida. – Ai caralho! – Ela gemeu.
- Fala que me ama! – Ele exigiu, colocando-a no chão, virando-a contra a parede e penetrando-a por trás com voracidade. Ele agarrou o cabelo dela, fazendo sua cabeça encostar contra seu peito. – Fala, caralho!
- Eu te amo! – Ela gemeu mais uma vez. Ele deu um tapa na bunda dela, antes de rasgar completamente seu vestido.
- Fala mais uma vez, eu não escutei! – Raul exigiu, soltando seu cabelo e agarrando seu quadril.
- Eu te amo, porra! – Ela gritou, empurrando contra ele, aumentando a intensidade da foda.
A intimidade dela se apertou em torno dele, fazendo-o suspirar. Suas transas costumavam ser intensas, mas, nenhuma como essa. Ela sabia o quanto podia ser perigoso provocá-lo, mas, isso a deixou com muito tesão. Ele mordia o pescoço dela, enquanto empurrava com força para dentro. Os dois gozaram juntos.
- Você me ama? – Ela questionou, virando se para ele, buscando o fôlego e tentando conter os tremores de suas pernas.
- Eu te amo, minha gostosa! – Ele respondeu, puxando-a para si e beijando-a.
- Tá falando da boca pra fora? – Denise perguntou, encarando seus olhos.
- Claro que não, amor! – Raul pontuou, apertando-a em seu abraço. – Eu prometi que não iria mais te trair, estou cumprindo minha promessa, então, não fica no meu pé!
- Onde você estava? – Ela questionou, beijando-o em seguida.
- Denise! – Ele exclamou, revirando os olhos.
- Me fala, amor! – Ela pediu, apertando-o. Ele a puxou para baixo do chuveiro, tirou o resto da roupa, abriu o registro e a água quente caiu sobre os dois.
- Eu tava em uma missão, passei dois canas e exclui um dos meus braços por insubordinação! – Raul respondeu, apertando-a novamente. – Satisfeita?
- Porra, Raul, que merda! – Denise exclamou, parecendo espantada.
- Você não deveria ouvir essas coisas, mas, se faz questão, vou te contar tudo, tá certo? Eu tô te dando o papo porque te amo, mas, para de ficar me pressionando! – Ele pontuou, beijando-a.
- Você me ama? – Ela perguntou, sorrindo de um jeito sacana.
- Pra caralho; acha que eu deixaria você mandar em mim se não amasse? Mas, para com essa porra dessa fanfarronice! – Raul exclamou, dando um tapa na bunda dela.
- Você é tão mandão, isso me deixa excitada! – Denise pontuou, mordendo o lábio inferior dele.
- Foi por isso que você quis me dar, não foi, safada? – Ele questionou, beijando-a intensamente.
- Convencido! – Ela exclamou, apertando-o.
- Gostosa! – Ele disse, segurando o cabelo dela.
- Me chupa! – Denise pediu, fazendo-o descer até o meio das pernas dela. Os gemidos vieram em seguida, quando ela sentiu a língua dele percorrer sua intimidade.
Terça-feira, 05:00 AM
Raul estava na cozinha, passando um café e pensando em sua árdua caminhada. Herdar o comando do seu pai foi a pior merda que poderia ter acontecido, ele só queria ser um advogado, tocar a vida um dia de cada vez, sem tantas preocupações com segurança e lealdade.
- Bom dia, pai, caiu da cama? – Mônica perguntou, aproximando-se dele.
- Bom dia, minha vida, eu nem subi nela! – Ele exclamou, abraçando-a e dando um beijo em sua testa. – Desculpe pelo tumultuo ontem, não queria que as coisas chegassem à esse ponto!
- Relaxa, a vida é assim! – Moe disse, sentando-se frente à bancada.
- Quer café? – Ele perguntou, pegando duas canecas e servindo.
- Claro! – Ela exclamou, recebendo seu elixir.
- Porra, a Denise tá foda, toda hora me enchendo de perguntas! – Raul disse, sentando-se ao lado dela.
- É por isso que não vou me casar! – Moe exclamou, tentando conter o riso.
- Faz muito bem! – Ele pontuou, revirando os olhos antes de sorrir.
- Acha que é uma boa ir pra Charming com vocês? – Moe questionou, bebendo seu café.
- Claro, você não pode me deixar sozinho com aquela megera! – Raul disse, rindo.
- Para pai, ela só quer o seu bem! – Moe disse, rindo também.
- Você está pronta para assumir a frente? – Ele questionou, encarando-a.
- Estou sempre pronta! – Ela exclamou.
- Vamos nos encontrar com o Romero hoje à noite! – Raul pontuou.
- Beleza, vamos cair pra dentro! – Ela disse, bebendo mais café.
- Acha que pode assumir o lugar do Caio na P.C Média? – Ele questionou.
- Poder eu posso, mas, não sei se quero! – Moe pontuou, rindo.
- Você disse que estava pronta para ir de frente, como não quer? – Raul perguntou.
- Não quero ficar presa numa sala, cercada por engravatados. Quero cair pra dentro, no campo, do seu lado. Vamos meter marcha, resolver essas picas! – Moe disse, surpreendendo-o.
- Você não nega o sangue, é mesmo neta do Filipe! – Ele exclamou, sorrindo. – Vou passar os negócios na P.C para o Marco!
- Acha que o Gago vai dar conta? – Moe perguntou.
- O Gago não está aguentando a pressão sozinho, e o seu irmão precisa aprender a fazer o corre! – Raul esclareceu, acendendo um cigarro.
- O senhor tem alguma coisa à ver com o sumiço do Menegazzo? – Ela questionou, pegando o cigarro dele e tragando antes de devolver.
- Eu mandei o Gago passar o cara, era um vacilão! – Raul esclareceu.
- Quem é o próximo? – Moe questionou mais uma vez.
- O Pedro Ortega! – Ele admitiu.
- Nós dois vamos passar esse cara, deixa o Gago fora da parada. Chama o Gilmar e o Argentino, eles são mais discretos! – Moe pontuou.
- Como você soube? – Raul perguntou, parecendo surpreso.
- De onde eles tiraram a ideia de explodir o estoque do cara? Essa parada tá rolando nas ruas! – Moe exclamou, revirando os olhos.
- Foi ideia do Otto! – Ele disse, rindo.
- O Otto não manja nada de ações em campo, o lance dele é tecnologia. Pensando bem, acho que vou trazer o Argentino pra cá e vamos subir pra P.C Média. Esses caras estão vacilando demais! – Ela pontuou seriamente.
- Acha que a Bianca toparia entrar de frente contigo? – Raul questionou, se animando com a sagacidade de sua filha.
- Ela sempre me disse que queria abrir uma grife e os caralhos, acho que pode ser um bom lance pra lavar dinheiro. Moda gera alto, além de não chamar atenção! – Moe expos.
- Por mim tá fechado, joga o papo nela durante a viagem. Quanto ao Argentino, vai ter ideia pra bolar na Califa, mas, acho que pode acontecer sim! – Raul exclamou, sorrindo.
- Você tem certeza de que me quer de frente? – Moe questionou, enquanto bolava um baseado.
- De hoje em diante, o comando é seu, só vou acompanhar! – Ele pontuou denotando sua assertividade.
- Primeiro passo é ripar o Ortega e incorporar os remanescentes, depois, vamos empurrar os cretinos pra lá da fronteira. Pelo amor de Deus, chega de explosões em solo americano, caralho, isso deixa todo mundo em choque e coloca o puto do Romero no nosso pé! – Moe pontuou.
- Te ensinei direitinho! – Raul exclamou, gargalhando.
- Esquematiza a operação com o Gilmar, quando voltarmos pra cá, vamos varrer esses comédias! – Ela disse, acendendo o baseado.
- Missão dada é missão cumprida, minha rainha! – Raul exclamou, olhando para ela com orgulho.
- Achei que eu fosse sua rainha! – Denise disse, se aproximando dos dois.
- Dá um bola aí e relaxa! – Ele pontuou, recebendo o baseado e tragando profundamente. Raul passou o baseado para ela.
- Avisa o Argentino que é pra levar dinheiro, pó e uns ferros pra acalmar o Romero. Aquele cara é um atrasa lado, sem comissão ele vai ficar embaçando! – Moe pontuou, pegando seu baseado de volta. – Vou subir, arrumar minhas coisas e acordar as meninas. Vocês dois, atividade, o voo sai às nove!
- Ela tá cheia de marra! – Denise exclamou, vendo sua enteada subir as escadas.
- Ela é a dona do comando, marra é o sobrenome dela! – Raul disse, completamente satisfeito.
- Você enlouqueceu? – Denise questionou, completamente estarrecida.
- Estou mais sóbrio do que nunca. Pensou que eu colocaria a Jordana de frente? – Ele inqueriu, sacaneando com ela.
- Nem brinca com uma coisa dessas! – Denise exclamou, estremecendo.
- Fica em paz, minha dama, só estou de sacanagem! – Raul disse, puxando-a para um abraço.
Quando Moe chegou ao seu quarto, Bianca e Jordana já estavam fechando suas malas. Jordie já havia separado os looks de sua irmã e os colocado sobre a cama.
- Está tudo bem, amiga? – Bianca questionou, aproximando-se dela.
- Tranquilo. Precisamos conversar sobre aquela sua ideia! – Moe exclamou, tragando antes de passar para ela.
- Sério? Caralho, quando? – Bianca ficou animada.
- Vou resolver umas paradas na Califa, quando voltar, tu vem comigo e fechamos esse esquema. Mas, é um lance para o comando, tudo bem? – Ela questionou, encarando-a.
- Claro amiga, o que precisar! – Bianca exclamou, tragando o baseado.
- Acha que o Jax vai embaçar? – Moe perguntou, colocando suas roupas na mala.
- Eu e o Jax não estamos bem há um tempo, ele não tem que falar porra nenhuma! – Ela pontuou, revirando os olhos.
- Amiga, nós precisamos ter certeza do que estamos fazendo. Não seria o caso de bolar uma ideia com ele? – Moe questionou.
- E falar o que? – Bianca exigiu.
- Essa parada não é um lance passageiro, vamos precisar ficar aqui permanentemente! – Moe esclareceu. – Pensa um pouco, depois a gente conversa, fechou?
- Tem um lugar pra mim nesse lance? – Jordie perguntou, se aproximando.
- Por enquanto não, baixinha. Você é muito nova! – Moe disse, abraçando-a.
- Não quero mais morar em Charming, aquele lugar é um buraco de merda! – Jordie lamentou. Moe caminhou ao lado dela até a varanda.
- Essa cidade corrompe as pessoas, não é lugar pra você. Tem que fazer sua cabeça, se fortalecer antes de cair pra selva, entendeu? – Moe esclareceu.
- Você não vai me deixar apodrecendo lá, não é? – Jordie questionou.
- Claro que não, meu anjo, relaxa. Só que não posso te colocar no comando! – Ela pontuou, encarando a irmã.
- Isso é uma merda! – Jordie lamentou.
- Estou fazendo o possível pra adiantar nosso lado, mas, essas coisas levam tempo. Não quero vocês duas no crime, sei que meu pai também não quer. Essa pica é minha e do Marco! – Moe pontuou.
- Não entendo por que eu e a Bibi estamos fora! – Jordie exclamou.
- Porra, baixinha, eu e o Marco fomos criados pra ser frente, abrir caminho seguro para vocês passarem. Essa parada é muita sujeira, tá sabendo? Vocês vão ficar bem, mas, longe dessa vida! – Moe esclareceu, recebendo o baseado de sua amiga.
- Quer dizer que você assumiu o comando? – Bianca questionou, parecendo espantada.
- Não oficialmente, mas, assumi sim! – Ela pontuou, tragando profundamente antes de apagar a ponta no cinzeiro.
- Caralho, Mônica, o papai se aposentou? – Jordie perguntou, perplexa.
- Jamais, o velho é meu braço. Por hora, vamos esquecer essa porra, temos um voo para embarcar! – Moe exclamou, rumando para pegar sua mala.
Eles voltaram para Charming. Cada qual trazia consigo uma sensação diferente. Moe estava ansiosa com as novas responsabilidades, mas, queria muito reencontrar seu antigo affair, o argentino que ela mais gostava nesse mundo. Bibi e Jordie estavam animadas, pois, planejavam uma rave cabulosa na fazenda dos pais de Bianca. Denise estava com raiva e ciúmes. Raul estava chateado com o término, e acabou mantendo-se mais afastado que o normal.
22:00 PM – Charming, CA
Em uma clareira, logo ao fundo do condomínio Charming Heights, Mônica e seu segurança aguardavam a chegada de Romero. Apesar de ser sua primeira vez como frente do comando, ela estava calma. Arturo fumou vários cigarros, temendo pela vida dela.
- Relaxa, lindinho, nós vamos dobrar esse maluco! – Moe disse, sorrindo para ele.
- Você me surpreende à cada dia. Como pode estar tão calma? – Ele questionou.
- Os federais querem o mesmo que nós, evitar uma guerra criando uma guerra. Vai dar certo, confia! – Moe disse, dando um selinho nele.
- Eu confio em você com a minha vida, mas, não confio nesse vira folha! – Arturo pontuou.
- O que aconteceu em Nova York adiantou os planos na mudança de liderança, mas, é melhor assim, meu pai já estava ficando visado demais! – Moe esclareceu, acariciando o rosto dele.
- Você é muito jovem para esse trabalho, isso me preocupa! – Ele lamentou.
- Contigo ao meu lado, vou dar conta! – Moe disse, encarando-o, com um sorriso tímido nos lábios.
- Você só me ilude! – Arturo exclamou, rindo e beijando-a em seguida. Moe se sentia segura ao lado dele.
- Jamais, sabe o quanto te considero. Nós dois somos fechamento certo, eu quero muito que você vá pra Nova York ficar comigo! – Ela exclamou, retribuindo o beijo.
- Se o Gago não zicar! – Ele disse, revirando os olhos.
- Quem te falou sobre o Gago? – Moe questionou, sorrindo de um jeito sacana.
- Esse lance de vocês é sério? – Ele perguntou, parecendo incomodado.
- Não rolou nada demais, não se preocupe! – Moe exclamou, beijando-o outra vez. Ela gostava do jeitinho ciumento dele.
Alguns minutos depois, os faróis da Hammer pontaram na estrada. Romero estava chegando. Os dois desceram do carro e aguardaram entre as árvores, porque nenhum deles confiava no cara. Ele se aproximou, apagou os faróis e desceu sozinho. Arturo destravou sua arma, enquanto caminhava atrás de Moe para junto dele.
- E aí milica, o que manda? – Moe questionou, encarando Romero.
- O que vocês vão fazer à respeito do desacerto em Nova York? – Ele questionou, acendendo um cigarro.
- Vamos expandir os negócios, e o Galindo vai ter que se render; essa competição está chamando atenção demais! – Ela pontuou.
- Acha que vai conseguir acalmar os ânimos? – Romero questionou, sorrindo para ela.
- Dinheiro tem um efeito calmante nas pessoas! – Moe esclareceu, sinalizando para que o Argentino entregasse os malotes e o resto das mercadorias.
- Muito esperta! – Romero disse, com um brilho nos olhos ao notar quanta grana havia acabado de entrar.
- Não é expertise, é gestão, tá sabendo? Não quero barulho nas ruas, os negócios fluem melhor no sigilo! – Moe pontuou, acendendo um cigarro também.
- Não vai ser fácil! – Romero exclamou.
- Deixa de corpo mole, malandro; não tem nada fácil nesse ramo, mas, se eu adianto desse lado e você adianta do lado de lá, não tem erro! – Moe disse, pressionando-o.
- Seu velho te ensinou direitinho! – Romero disse, rindo.
- É o seguinte, vocês vão receber todo o apoio, mas, quero disposição, tá ligado? Quem resistir, é pra passar! – Moe exclamou, tragando profundamente.
- Não acha que vai dar muita goela? – Romero questionou.
- E quem falou que é pra explanar? O comando não deve ser mencionado! – Ela pontuou.
- Isso pode dar certo! – Ele disse, rindo.
- Vai ter que dar, não tem espaço pra mancada, tá sabendo? – Moe disse.
- Você não acha que é um plano muito ambicioso? – Romero questionou.
- Você quer ficar de x9 até quando? Apaziguando os maloca, o tio Sam dorme tranquilo, então, podemos voltar a falar em ambições! – Moe exclamou, jogando a bituca fora.
- Tudo tem seu preço, tu sabe, não é? – Ele questionou.
- Cara, eu só quero paz na quebrada, não importa o preço. Qualquer coisa, só dar um salve no Argentino! – Moe disse.
- Vou levar o decreto pra cima! – Romero exclamou. Moe ouviu enquanto voltava para sua Mercedes. Acomodou-se ao lado de Argentino, que conduziria a nave. Romero se aproximou da janela, obrigando-a a baixar o vidro. – Quem nós colocaremos de frente nos postos que caírem? – Ele questionou.
- Façamos a missão primeiro, depois nos preocuparemos com quem vai fazer a frente. Atividade, milica! – Ela exclamou, subindo o vidro. Argentino se adiantou em deixar o local. Raul esperava ansiosamente em casa.
- Já era? – Arturo perguntou, parecendo espantado.
- Claro, falei que daria certo! – Moe disse.
- Tomara que não dê merda! – Ele exclamou.
- Vamos combinar uma coisa? Mesmo que dê merda, a gente só não pode morrer, de resto tá suave e o que vier é lucro!
- Morrer? Nem fodendo! – Ele pontuou.
- É isso, amor! – Ela disse.
- Acha que essa contribuição é suficiente para acalmar todo mundo? – Arturo questionou, realmente preocupado.
- Eles receberam cem quilos de cocaína pura, um barão e peças militares. Claro, é temporário, mas, tenho que ressarcir o prejuízo de alguma forma, ou, nossa operação pode ficar na mira! – Moe esclareceu, enquanto partiam para o condomínio dos Cortez. – Preciso que marque um encontro com o Galindo amanhã!
- Seu pai não vai gostar! – Ele pontuou, preocupando-se.
- Meu pai não tem escolha! – Moe esclareceu, virando-se para admirar a noite vista da janela do carro.
Eles chegaram à mansão de Raul. Argentino seguia Moe, cabisbaixo, temendo pela vida de todos os envolvidos na trama. Ela temia o próprio medo, mas, sabia que teria de manter a cabeça no lugar, suas ações pediam extrema cautela. Até o momento, as coisas estavam calmas, mas, em um minuto tudo poderia mudar. Raul ressarciu parte do prejuízo à contragosto.
Ambos adentraram o escritório dele, Argentino fechou a porta atrás de si e se posicionou frente à ela, segurando sua M16 contra o peito, mantendo os olhos fixos ao horizonte. Ele sabia que tudo quanto ouvisse ali, jamais poderia sair. Mônica era uma eximia gerenciadora de crises, todos sabiam, mas, ainda assim, temiam suas decisões.
- Como foi a reunião? – Raul questionou, levantando-se de sua cadeira para receber a filha.
- Melhor do que esperávamos. O Romero vai repassar as contribuições, informar seus superiores e organizar a operação de tomada dos comandos adjacentes. Enquanto isso, me encontrarei com Miguel e oferecerei uma trégua, caso aceite, vai nos poupar esforços desnecessários! – Moe pontuou, aproximando-se dele.
- Você não vai se encontrar com o Galindo! – Raul exclamou, parecendo aborrecido.
- Esse é o melhor caminho! – Ela disse, firmando sua posição.
- Ele vai te matar! – Raul bradou.
- Ninguém vai me matar, mas, quanto ao senhor, já não posso garantir. Aposto que o Romero tinha um sniper em algum lugar daquela clareira, apenas esperando o senhor pontar o pote. Não adianta ficar puto, temos que resolver da melhor forma, e me reunir com o Galindo é o que temos no momento! – Moe bradou de volta, fazendo-o recuar.
- Eu não te coloquei de frente para ser morta! – Raul lamentou.
- Eu não vou morrer! – Ela pontuou, aproximando-se e acariciando o rosto dele.
- Nós vamos juntos! – Ele exclamou.
- O senhor vai ficar aqui e esperar meu retorno. Vou levar apenas o Argentino, não quero que o Miguel se sinta ameaçado! – Moe esclareceu.
- Você está cometendo um erro! – Raul disse, impaciente.
- O senhor me colocou no comando porque confia em minhas decisões. Deixe-me fazer o trabalho, se não obtivermos algo positivo, retome seu posto e faça como preferir! – Moe exigiu.
- Você não pode esperar que eu me sente aqui e relaxe enquanto se arrisca dessa maneira! – Ele exclamou, puxando-a para si e beijando sua testa em seguida.
- Não estou pedindo que relaxe, estou pedindo para confiar em meu julgamento. Para que possa fazer o trabalho bem-feito, preciso que me apoie nas decisões que terei de tomar. Não quero tirar sua autoridade, quero reforçá-la, e se isso significa que precisamos de mais aliados, é isso que vai ser feito! – Moe disse, abraçando-o.
- Nós demos cabo do Menéga e de dois cabeças secas que estavam ameaçando abrir o bico, o negócio foi limpeza! – Raul exclamou, voltando para sua cadeira. Moe tomou um lugar frente à mesa dele.
- Esse tipo de coisa não vai mais acontecer. Pretendo realizar a visão do meu avô, com o menor custo de sangue possível. Quero que o senhor viva para poder ver seus netos crescerem! – Ela pontuou, cruzando as pernas preguiçosamente e acendendo um cigarro.
- Como pretende fazer isso? – Ele questionou, parecendo preocupado.
- Vamos tirar a sujeira das ruas, investir em negócios mais legítimos e ocultar nosso esquema de forma civilizada. Meu avô tinha a visão, mas, não tinha as ferramentas. Podemos acabar com os ratos, alimentar a mídia com os maloca mortos e promover alguns políticos, jogando no colo deles a limpeza das ruas. Chega de ficar dando a cara por qualquer intriga. Nós ganhamos rios de dinheiro, mas, ainda temos que lidar com tudo pessoalmente, isso precisa parar! – Moe esclareceu.
- E como o Galindo vai contribuir com a visão do meu pai? – Raul indagou, um tanto confuso.
- Com mãos, tem muita gente correndo por ele além da fronteira. Ele e o Salvador podem melhorar e muito nossas rotas na América Latina. Ganhamos território, melhoramos as condições dos envolvidos, todos saem mais fortes com essa parada. Além disso, soube que o Galindo precisa de investidores para viabilizar alguns projetos; nós seremos essa ponte. Temos todos os contatos importantes, não vejo por que seria um problema unir os esforços! – Ela pontuou, servindo-se com uma dose de whisky.
- Isso significa que terei de acionar meus contatos? – Raul perguntou, tentando dificultar.
- Sinceramente, pai, não esperava que o senhor fôsse fazer tanto corpo mole! – Moe desabafou, parecendo decepcionada.
- Você está me disciplinando? – Ele perguntou, em tom de deboche.
- Estou deixando claro que suas birras não vão me impedir de levar o comando para o rumo certo. Gostaria de poder contar contigo, mas, se não posso, nossa conversa acaba aqui! – Ela exclamou, transparecendo seu aborrecimento.
- Seu empenho me deixa orgulhoso! – Raul disse, rindo.
- Para de palhaçada, caralho! – Moe pontuou, revirando os olhos.
- Acho que devemos trocar de lugar, vem pra cá! – Ele exclamou, levantando-se de sua cadeira novamente e rumando para frente da mesa.
- Babaca! – Ela disse, levantando-se e rumando para a saída.
- Vem aqui, meu amor, só estou brincando com você. Quero ouvir seu plano! – Raul expos, rindo ainda mais.
- Você é impossível, cara, na moral mesmo! – Moe exclamou, parando no meio do caminho.
- Faremos o que achar melhor. Confio em você! – Ele disse, tentando parar de rir. Nada o alegrava mais do que provocar sua filha.
- Se o senhor não me levar à sério, ninguém o fará! – Moe pontuou, revirando os olhos novamente.
- Eu te levo à sério, minha vida, se não fosse assim, não teria te dado o comando para administrar! – Raul esclareceu, sorrindo para ela.
- Não quero passar o Ortega sem o aval do Galindo, temos que usar essa merda à nosso favor. Entregamos os ratos na mesa dele e conquistamos sua confiança, isso somado às contribuições nos dá um trunfo, uma saída tranquila desse entreveiro do caralho que o senhor aprontou! – Ela exclamou, aproximando-se dele.
- Essa doeu! – Ele disse, fingindo estar chateado.
- Aproveite para refletir sobre seus últimos surtos. Eu te amo mais que tudo nessa vida, mas, tem de aprender à ficar frio! – Moe expôs, abraçando-o e beijando seu rosto antes de sair do escritório. Raul observou a filha com orgulho.
- Quero que cuide dela, não a deixe nem por um minuto! – Ele ordenou ao Argentino, que assentiu e seguiu Mônica até a porta de seu quarto. Montou guarda lá, pronto para derrubar qualquer um que aparecesse.
Quarta-feira, 01:00 AM
Algum tempo depois, Denise adentrou o escritório, deparando-se com Raul, esparramado em sua cadeira, com os pés repousados sobre a mesa, saboreando a dose de whisky que Moe havia abandonado.
- O que você aprontou dessa vez? A Mônica parecia bastante aborrecida quando saiu! – Ela exclamou, aproximando-se e sentando sobre a mesa, na frente dele.
- Não aprontei nada, como poderia? Você esteve no meu encalço o dia todo! – Ele pontuou, revirando os olhos.
- O que está acontecendo com você? – Denise exigiu, cruzando os braços sobre o peito.
- Tenho muitas preocupações no momento, não quero sofrer um inquérito da minha mulher! – Raul desabafou, tirando os pés da mesa e ajeitando sua postura.
- Isso não é um inquérito, apenas quero saber o que acontece com minha família! – Ela exclamou, recuando um pouco.
- Está tudo bem, só não quero falar sobre isso! – Ele esclareceu, puxando-a para seu colo.
- Acha que me deixar de fora dos problemas vai resolvê-los? – Denise questionou.
- Amor, pensei estar sendo claro quando disse que não queria ser inquerido! – Raul exclamou.
- Me sinto inútil quando me afasta dessa maneira. Só quero estar com você, é pedir muito? – Ela perguntou, com lágrimas nos olhos.
- Não faça isso comigo, você está sendo injusta! – Raul disse, secando suas lágrimas e beijando seu rosto.
- Não fazer o que? – Denise questionou.
- Para amor, assim você quebra minhas pernas. Não gosto de ver mulheres chorando, isso acaba comigo! – Ele exclamou, beijando-a.
- Se não quer que eu chore, não me exclua da sua vida! – Ela desabafou, chorando mais.
- Me desculpe pela rispidez, eu só quero que me deixe quieto com meus pensamentos! – Raul disse, apertando-a em seu abraço.
- Você perde a linha toda vez que faço alguma pergunta! – Ela exclamou, apertando-o e repousando a cabeça sobre o ombro dele.
- Se você sabe disso, pare de perguntar, minha joia! – Raul pontuou, rindo de nervoso.
- Eu te odeio! – Ela lamentou, soluçando.
- Eu te amo pra caralho, mas, tem hora que tu é foda de aguentar! – Ele disse, revirando os olhos mais uma vez.
- Babaca! – Denise exclamou.
- Um babaca sincero. Você tem que considerar isso quando fica brava com as minhas canalhices. Não omito coisas pra te sacanear, só estou tentando te proteger! – Raul pontuou, segurando o rosto dela, fazendo-a encará-lo.
- Queria voltar no tempo e não ter o conhecido! – Ela lamentou, tentando não olhar para ele.
- Caralho paixão, você está pegando pesado! – Ele disse, parecendo realmente chateado.
- É a verdade. Odeio te amar tanto! – Denise lamentou novamente.
- Não estou aqui pra te fazer mal; você quer dar um tempo? – Raul perguntou. Um nó se formou em sua garganta.
- Você quer? – Ela respondeu com outra pergunta, preocupando-o.
- Claro que não, estou bem contigo! – Ele pontuou.
- Eu também não quero, mas, acho que é o melhor a fazer, não estamos dando certo! – Denise lamentou, voltando a chorar.
- Você tá perdendo a linha sem motivo, sacanagem falar isso! – Ele disse.
- Você só vacila comigo! – Ela exclamou, encolhendo-se no abraço dele.
- Me perdoe, não é a minha intenção! – Raul pontuou, esforçando-se para não chorar.
- Se você quer terminar é só falar! – Ela disse, afastando-se um pouco para olhar para ele.
- Eu tô aqui feito um idiota, te agradando, tentando entender seu lado e você vem com essa. Tá de sacanagem? – Ele exigiu, sem conseguir conter as lágrimas.
- Não precisa ficar bravo! – Ela disse, segurando o rosto dele em suas mãos.
- Vacilo, brincar com meus sentimentos assim! – Raul exclamou, tentando livrar-se do toque dela. Havia fragilidade nele, e ela podia ver.
- Foi você quem sugeriu a separação! – Denise pontuou, tentando trazê-lo para perto de si.
- Claro, você está gerando comigo toda hora! – Ele lamentou, cobrindo o rosto e respirando fundo.
- Você sempre se esquiva das minhas perguntas! – Ela exclamou, acariciando o cabelo dele. Raul odiava chorar, isso o deixava furioso.
- Não quero responder porque é assunto do comando. Pare de misturar nosso casamento com meus negócios! – Ele bradou, tropeçando nas palavras. Denise estremeceu, pois, sabia que havia passado do ponto.
- Não sabia que era assunto do comando! – Ela disse, arrependendo-se de ter iniciado outra briga.
- Se eu disse que não quero conversar, respeita, caralho. Se fosse uma parada da nossa vida particular, abriria o jogo sem problemas, como sempre faço! – Raul exclamou, chorando mais, e isso com certeza aumentou sua raiva.
- Calma, pelo amor de Deus, você vai ter um infarto! – Denise pediu, vendo os nervos dele à flor da pele. Ela o puxou para um abraço.
- Caralho, Denise! – Ele disse.
A discussão podia ser ouvida do andar dos quartos. Moe se encaminhou para o escritório à contragosto. Ela preferia não se meter no relacionamento do pai, mas, a situação pedia intervenção. Ao adentrar o local, ela questionou: – O que está acontecendo?
- Não está acontecendo nada! – Denise exclamou, levantando-se. Moe reparou no estado em que Raul se encontrava.
- Vocês estão traumatizando minha irmã, caralho! – Ela expôs, fechando a porta atrás de si.
- Foi apenas uma discussão! – Denise disse, dando a volta na mesa.
- Não está dando pra aguentar, toda hora é um quebra pau diferente! – Moe exclamou.
- Desculpe filha! – Raul lamentou, levantando-se também.
- A Jordana está bem? – Denise perguntou, parecendo preocupada.
- É melhor você subir e acalmá-la! – Moe esclareceu, enquanto se aproximava de seu pai.
- Desculpe amor, passamos do ponto! – Raul exclamou, abraçando Moe. Ela podia sentir o coração dele agitando-se contra o peito.
- Vocês têm que parar com isso, pelo amor de Deus! – Ela pediu, completamente aflita.
Jordana desceu as escadas como um raio, esquivando-se de sua mãe. Ela temia ter sua família destruída mais uma vez, então, lançou-se para dentro do escritório, correndo para o encontro de seu pai e irmã. – O senhor está bem? – Ela perguntou.
- Estou sim, foi apenas um desentendimento! – Raul esclareceu.
- Perdoe a minha mãe, ela é muito imbecil às vezes, mas, vocês não podem se separar! – Jordie implorou, abraçando Raul e Moe.
- Nós não vamos nos separar! – Raul exclamou, dando um beijo na testa dela.
- Se isso acontecer, eu posso ficar com o senhor? – Jordie implorou, chorando copiosamente.
- Você sempre poderá ficar comigo, meu amor! – Ele disse, tentando acalmá-la.
- Não quero perdê-lo papai, não me deixe! – Ela exclamou, soluçando.
- Se nós rompermos, você vai ficar comigo! – Denise exigiu, entrando no escritório.
- Eu nunca vou sair de perto do meu pai, sua megera desgraçada! – Jordie gritou, avançando furiosamente sobre ela. Raul foi mais rápido, impedindo-a de agredir Denise. Moe colocou-se entre elas, tentando conter a madrasta.
- Ele não é seu pai, menina idiota! – Denise gritou de volta.
- Para com essa porra! – Raul bradou, sentindo seu sangue ferver.
- É sim! – Jordie exclamou, tentando livrar-se da contenção. Por um instante, Raul desejou soltá-la, mas, pensou melhor à respeito.
- Você está falando merda! – Moe pontuou, empurrando-a rumo a saída.
- Você deveria me agradecer, aposto que não gostaria de dividir sua herança com ela! – Denise gritou, completamente enlouquecida.
- Cala a boca, você tá se passando muito! – Moe exclamou, finalmente conseguindo levá-la para fora.
- Eu vou te matar, sua vadia! – Jordana gritava à plenos pulmões.
- Calma filha, ela só está com raiva! – Raul disse, ainda tentando conter sua caçula, que tinha sangue nos olhos naquele momento.
- O senhor é mais meu pai do que ela é minha mãe! – Jordie exclamou, chorando ainda mais.
- Não importa o que digam, você sempre será minha filha. Se acalme! – Ele pontuou, puxando-a para seu abraço. Jordie agarrou-se à ele como na primeira vez em que temeu o monstro em seu armário, e Raul foi até lá, certificar-se de que poderia dormir em paz.
- Eu a odeio, papai. Não me deixe com ela! – Jordie implorou.
- Eu não vou te deixar, apenas, se acalme! – Ele esclareceu, sentindo seu coração se partir.
Arturo desceu as escadas, conduzindo Mônica e Denise para a cozinha. Ela ainda estava xingando e se debatendo, mas, o Argentino tinha experiência em conter pessoas enlouquecidas.
- Você perdeu a porra da razão? – Mônica questionou, encaminhando-se para preparar um chá de camomila para a madrasta.
- Por que você se importa? – Denise questionou, ainda sob vigília do segurança.
- Desde que você e a Jordana entraram em minha vida, senti que teria uma família novamente. Não quero ver ninguém ferido ou magoado nessa porra, então, sim, eu me importo pra caralho! – Ela pontuou.
- Me desculpe! – Denise lamentou, finalmente sentando-se à bancada. Arturo não se afastou.
- Você não pode jogar tudo pro alto sempre que ficar com raiva do meu pai. Ele pode ser difícil de lidar, mas, ama muito vocês duas! – Moe exclamou, virando-se para encará-la.
- Eu não quero perder vocês! – Ela desabafou, caindo em si.
- Nós estamos fazendo o caralho pra que essa família resista, se você não colaborar, vai ser impossível. É isso que você quer? – Moe exigiu. Denise engoliu em seco.
- Eu me passei muito, não foi? – Ela questionou, parecendo chateada.
- Se passou pra caralho, mas, vou te dar um conselho que deveria ter dado à minha mãe, muitos anos atrás: nunca se coloque entre o meu pai e os filhos dele! – Moe pontuou com veemência. O Argentino riu baixinho, sabendo o quão certeira era aquela afirmação.
- Acha que ele vai me perdoar? – Denise perguntou, notando o tamanho da merda que havia feito.
- Depende da Jordana. A mágoa dela vai ditar o ritmo dele com você! – Moe esclareceu, decidindo aumentar a dose de água na chaleira. Todos precisariam se acalmar.
- Eu não imaginava que as coisas fossem tomar essa proporção! – Denise exclamou, realmente apreensiva.
- Lembre-se disso antes de voltar a falar que a Jordana não é filha dele! – Moe pontuou, completamente indignada.
- Não sei onde estava com a cabeça quando disse isso! – Denise lamentou, voltando a chorar. Moe se aproximou dela, acolhendo-a em seu abraço.
- Você se exaltou, é normal, todo mundo se exalta, mas, tem que pensar antes de falar. Aqui sempre será sua casa, e esta sempre será sua família, ainda que vocês se separem. Não há motivos para perder o que temos! – Moe disse, acariciando o cabelo dela. Denise não esperava tamanha compreensão por parte de Moe, bem como a reação apocalíptica de Jordana ao defender o padrasto.
O Argentino finalmente relaxou, sentando-se frente ao balcão e encarando o horizonte. Isso fez Moe sorrir. Ela não disse nada, mas, gostava de sua discreta companhia. Arturo admirava o jeito dela, seu tom apaziguador de conflitos o inspirava e trazia bons presságios. Esta não fora a primeira vez que presenciara um perreco dos Cortez, ele estava acostumado às tribulações de seus patrões, mas, fora a primeira vez que a situação se extinguiu com tanta tranquilidade.
Moe acabou de preparar o chá, serviu quem estava na cozinha e se encaminhou para servir os que estavam no escritório. Por lá o clima não era tão pacífico, Jordana ainda estava no veneno. Ela e Raul estavam no sofá; Jordie repousava sua cabeça em uma almofada no colo do pai, que ouvia suas queixas, enquanto acariciava seu cabelo.
- Está tudo bem por aqui? – Moe perguntou, antes de oferecer a bebida para eles.
- Claro, meu amor! – Raul exclamou, tomando seu chá. Jordie sentou-se e pegou sua xícara.
- Vou dormir, chega de confusão, por favor! – Moe pediu, lançando um olhar efusivo sobre eles.
- Só depende da megera! – Jordie exclamou, revirando os olhos.
- Eu entendo seu lado, baixinha, mas, respeita sua mãe, tá ligada? Você falou um bolão pra ela, tá errado! – Moe pontuou com veemência.
- Ela falou uma pá também! – Jordie disse, parecendo aborrecida.
- Independente, cara, tá errado. Ela é sua mãe, tem que tratar com respeito! – Moe pontuou, encarando-a.
- Eu vou pedir desculpas! – Jordie concordou à contragosto.
- É isso! – Moe exclamou antes de sair.
- A Moe está brava comigo? – Ela perguntou, encarando Raul.
- Não filha, ela só está te passando uma visão! – Ele esclareceu.
- Eu a considero muito, não quero que fique chateada! – Jordie lamentou, chorando outra vez.
- Ela também te considera, meu amor, por isso está te corrigindo! – Raul pontuou, limpando suas lágrimas.
- Desculpe papai, eu me passei muito! – Ela disse, abraçando-o.
- Já foi, agora, trate de se acalmar! – Raul exclamou, acolhendo-a.
02:40 AM
Mônica e Arturo subiram para seu quarto, e ela o convidou a entrar. Ele ponderou por alguns instantes, temendo causar mais algum conflito na casa. Ela insistiu, pois, sabia que ambos demandariam de uma conchinha sincera para superar os acontecimentos homéricos presenciados.
- Posso tomar um banho? Eu tô quebrado, na moral mesmo! – Ele disse, rindo.
- Claro que pode! – Moe exclamou, rindo também.
- Vem comigo? – Arturo convidou.
- Bora, quero muito ficar de resenha contigo! – Ela disse, seguindo-o até o banheiro. O envolvimento deles dispensava qualquer formalidade.
- Cara, o bagulho ficou louco do nada! – Ele pontuou, despindo-se e entrando embaixo do chuveiro.
- Você tem toda a razão! – Moe admitiu. Ela se sentou na beirada da banheira, ficando de frente para ele.
- Qual foi o motivo da treta? – Arturo perguntou, relaxando com a água quente que caía sobre ele.
- Sinceramente, acho que meu pai e minha madrasta não se suportam mais. Eles são muito diferentes, saca? – Ela exclamou.
- Sei qual é! – Ele disse, colocando-se à disposição para que ela desabafasse.
- O pior de tudo é que minha irmã presencia essa patifaria, e acaba ficando sequelada! – Moe exclamou.
- Ela pegou pesado com a coroa, até eu fiquei bolado! – Arturo pontuou.
- É prova que já virou bagunça essa parada! – Moe disse, demonstrando sua indignação.
- Posso te mandar a real? Nunca chegou à esse ponto! – Ele exclamou.
- Nossa, que brisa torta, não deveria ter vindo! – Moe lamentou.
- Eu tô ligado, na minha casa era mesma pira! – Arturo admitiu, parecendo chateado.
- Vamos pra casa da Bianca! – Ela exclamou.
- Seu coroa vai se bolar! – Ele disse.
- Mais? O cara já está pra lá de Marrakesh! – Moe pontuou, ressentindo-se.
- O lance é deixar que eles se resolvam, boneca. Você não é o problema, é normal as coisas saírem dos trilhos quando tem alguma mudança na rotina! – Arturo esclareceu, preocupando-se com ela.
- É nessas horas que sinto falta da minha vida em Nova York. Privacidade, sossego e zero perreco! – Moe disse.
- Zero perreco? Tá de sacanagem! – Arturo zombou, afinal, sabia de toda a movimentação.
- O que acha de tomarmos umas brejas e comermos uma porção? – Ela exclamou, rindo.
- Você sabe como me ganhar! – Ele disse, rindo também.
- Sua companhia está fazendo esse lugar valer à pena, muito obrigada! – Moe admitiu.
- Sou seu servo, tu sabe! – Ele exclamou, lançando um sorriso sacana para ela.
- Vai rolar aquela conchinha marota mais tarde? – Ela perguntou, retribuindo a sacanagem.
- Claro amor! – Ele disse, saindo do banho e envolvendo a toalha em sua cintura.
Arturo pegou um baseado e o isqueiro no bolso de sua calça. Os dois saíram do banheiro. Ele vestiu uma bermuda, ela estava de pijama. Ambos se encaminharam discretamente até a cozinha para preparar uma porção de calabresa e cebola frita, bastante carregada no limão. O resto da família estava dormindo. Os conflitos haviam sido deixados para a manhã seguinte.
Os dois se esgueiraram até a área da piscina com o fardinho de cerveja e a porção, fechando as portas da varanda, para que a conversa não acordasse os outros meliantes. As músicas antigas de Jorge e Mateus tocavam no celular de Moe, eles aproveitaram para curtir um momento casal botequeiro. O baseado foi aceso, entre os tragos e beijos, eles matavam a saudade. O verão californiano estava embalando os dois.
08:00 AM
Após toda a agitação da madrugada, Raul decidiu dormir no sofá de seu escritório. Ele não admitiria, mas, ficou bastante abalado com as duras palavras de sua esposa. As brigas do casal nunca passaram de discussões superficiais, mas, dessa vez, Denise havia o atingido onde mais dói. Ele era um pai extremamente orgulhoso de seus filhos.
Para ele, tudo que importava era a família, mesmo que fossem desequilibrados, sabia que estava pronto para matar ou morrer por cada um deles. Assim, ao questionar a paternidade de Jordana, sua esposa havia aberto uma ferida incurável em seu relacionamento. Raul não gostaria de odiá-la por isso, mas, odiou. Ele não conseguiria lidar com ela por um tempo.
Ao longe, o toque do celular pré-pago dele ressoava, as doses de whisky que adormeceram seu corpo também levaram seus sentidos; por consequência, demorou-se a acordar e encontrar o aparelho, atendendo no último toque. Fredo estava prestes a desistir.
- Quem me incomoda? – Raul divagou, ainda sonolento.
- Bom dia, padrinho, é o Gago aqui. Desculpe por ligar tão cedo! – Fredo exclamou, um tanto sem graça.
- Fala aí, Gaguinho, o que manda? – Ele perguntou, sentando-se no sofá e sentindo a cabeça girar.
- Eu preciso de um favor; na verdade, o Alexandre precisa. Esse moleque idiota foi pego vendendo receitas e acabou sendo expulso da faculdade. Tem alguma coisa que o senhor possa fazer? – Fredo perguntou, torcendo para que ele não ficasse muito puto.
- Você sabe me dizer se a faculdade chegou a processá-lo? Porque, se aconteceu alguma coisa desse nível, vai ser foda de reverter! – Raul exclamou, fechando e abrindo os olhos rapidamente, tentando fazer sua visão recuperar o foco.
- Não processaram, meu pai morreu numa grana pra fazer a história sumir! – Fredo esclareceu, sentindo-se aliviado por não levar um esparro.
- Nesse caso, podemos falar com o reitor de Stanford, talvez aceitem o meliante! – Raul pontuou, rindo.
- Caralho, padrinho, isso seria muito bom! – Ele disse, completamente satisfeito.
- Quase um milagre, mas, você precisa preparar o bolso, porque essa porra vai custar caro! – Raul esclareceu, enquanto pressionava a testa. Sua cabeça estava latejando.
- Sem problemas, contanto que esse imbecil volte a estudar, está valendo! – Fredo comemorou.
- Quando eu voltar aí pra cidade, já terei sua resposta. Precisam de mais alguma coisa? – Ele perguntou, assustando Fredo.
- É só isso mesmo, padrinho; muito obrigada, o senhor salvou demais. Só agradeço! – Ele exclamou, realmente feliz com a notícia.
- Até mais, moleque! – Raul disse, antes de encerrar a chamada.
Antes que ele pudesse levantar, seu pré-pago tocou novamente. Ele encostou no sofá, fechou os olhos por um instante e exclamou: – Porra, é a festa da Paula. Pau lá dentro, pau lá fora! – Depois de recuperar parte de sua alma, atendeu.
- Não acredito que você terminou comigo! – Victória exigiu, em um tom estridente. A cabeça dele ressoou como um sino.
- Fala baixo, minha cabeça tá doendo! – Raul implorou.
- O que aconteceu? – Ela perguntou, parecendo preocupada.
- Dedo no cu e gritaria. O que você quer? – Ele perguntou, exasperado.
- Quero saber por que você terminou. Isso foi mancada! – Vic lamentou.
- Eu fiz o que precisava fazer, não significa que gostei! – Raul exclamou, respirando fundo e contorcendo-se a cada pontada em sua cabeça.
- Se não gosta, por que fez? – Ela pontuou, revirando os olhos.
- Tô sem paciência pra esparro hoje! – Ele disse, com toda a aspereza disponível.
- Arrombado! – Victória disse, transparecendo aborrecimento.
- Pior que eu tô! – Raul exclamou, rindo, sua cabeça estava prestes a explodir.
- Nossa, você está agindo como um idiota! – Ela já estava perdendo a paciência.
- Caralho amor, não me esculacha! – Ele exclamou, desejando a morte.
- Eu vou te matar! – Ela disse, explodindo de raiva.
- Jura? Você faria isso por mim? Te amo! – Ele zombou, provocando-a.
- Fala direito comigo, estou com saudade! – Vic exigiu.
- E o que eu posso acrescentar nessa sua dor? – Ele debochou.
- O que fizeram contigo? – Ela exclamou, notando que havia algo de estranho nele.
- Fala sério, vai atacar de terapeuta? – Raul sacaneou, voltando a deitar no sofá.
- Quero que saiba que pode contar comigo, ao contrário do que pensa, não estou aqui apenas para encher o saco e gastar seu dinheiro! – Vic pontuou, tentando confortá-lo.
- Desculpe se fui agressivo, não tô com cabeça pra ponderar no momento! – Ele admitiu, amenizando o clima.
- Me conte o que aconteceu; não precisa entrar em detalhes, isso pode te ajudar! – Vic pediu gentilmente.
- Eu nem deveria estar falando contigo! – Ele lamentou.
- Pode falar, Juju! – Ela disse, sorrindo.
- Os desacertos começaram quando você e a Cecília levaram minha filha até a boate do Menegazzo; depois disso, foi só ladeira!
- Desculpe por causar tantos problemas! – Vic exclamou, tentando digerir o que acabara de ouvir.
- Relaxa, não deveria ter te envolvido nessa minha vida louca! – Ele ponderou, sentindo um certo alívio em sua cabeça.
- Lamento não estar mais envolvida nessa sua vida louca! – Ela admitiu, aborrecendo-se com a lembrança do término.
- É melhor desse jeito! – Raul declarou.
- Melhor pra quem? Só se for pra você! – Ela exclamou, em um tom mais ríspido.
- Não fala assim, sabe o quanto gosto de você! – Ele disse.
- Queria tê-lo só pra mim! – Vic lamentou, e ele pôde notar sua sinceridade.
- Porra, assim você me quebra! – Ele admitiu.
- Você terminou comigo do nada e sou eu quem te quebra? Sabe quantos quilos de corretivo tenho de usar para esconder as olheiras? Mal consigo abrir os olhos, seu cretino! – Ela exclamou, realmente irritada.
- Caralho amor, não sabia que tinha lhe feito tão mal. Me desculpe! – Ele lamentou.
- Não adianta me chamar de amor, estou me sentindo uma boneca inflável. Você me usa e joga fora! – Vic pegou pesado com ele.
- Me perdoe, não é minha intenção! – Raul disse, sem conseguir conter o riso.
- Vai rindo, babaca! – Vic pontuou, arfando.
- Calma amor, não brigue comigo! – Ele exclamou, rindo ainda mais.
- Vai chegar o dia em que eu não vou me importar contigo e essa situação vai ser inversa! – Ela declarou, completamente obstinada.
- Não seja tão rancorosa! – Raul disse, sem conseguir parar de rir.
- Cretino! – Ela exclamou, enquanto tomava um táxi até o trabalho.
- Eu vou pra academia agora; você pode continuar a me esculachar mais tarde, ok? – Ele declarou, levantando-se do sofá e preparando-se para encerrar a chamada.
- Eu não vou te ligar nunca mais! – Vic disse, enfurecida.
- Credo, que maldade amor! – Ele sacaneou, saindo do escritório.
- Você vai ver! – Ela disse, encerrando a chamada. Victória quebrou o aparelho e o jogou no meio do trânsito em seguida. Raul não levou à sério, mas, ela não estava para brincadeiras.
Quando ele chegou à sala, Moe estava descendo as escadas, vestida para treinar, com seus fones de ouvido, cantando à plenos pulmões: – Tentei ser vida certa, mas, sou vida louca. Se seu eu te amo, nunca ouviu meu eu também, é que o coração que você se amarrou, não se amarra em ninguém. Você querendo um amor e eu querendo cem, é que o coração que você se amarrou, não se amarra em ninguém!
- Eu criei um monstro! – Jordie disse, seguindo-a e arrependendo-se de tê-la apresentado as músicas de Lauana Prado.
- Que algazarra é essa? – Raul questionou, encarando suas filhas com espanto.
- A Mônica demonstrando que nasceu pra cachorrada! – Jordie exclamou, rindo muito.
- Bora treinar, papito! – Moe disse, pulando na frente dele.
- Que brisa! – Ele disse, gargalhando.
- Bora, pai, a gente te espera! – Jordie exclamou, animando-se também.
- Vamos esperar na academia, já tô vazando! – Moe saiu pulando rumo a porta de entrada da casa. Jordie e Arturo a seguiram, tentando acompanhar seu ritmo frenético.
- Caralho! – Raul exclamou, antes de subir para se vestir.
Algum tempo depois, ele chegou à academia; as meninas estavam dominando o pico ao lado de Jéssica Pope. Raul as cumprimentou e caminhou até Gael. A energia dele não se parecia nem um pouco com o furacão que era Bianca, sua filha biológica.
- Bom dia, meu irmão, tudo na paz? – Gael perguntou, cumprimentando-o em um tom ameno e tranquilo.
- Bom dia, tudo certo e você? – Raul disse.
- Suave demais, cara. A Bianca me disse que vai voltar para Nova York com vocês, vai ser bom para ela. Infelizmente, a Jéssica não poderá ir, e como pode imaginar, isso causou um surto na Bibi! – Ele exclamou, rindo.
- A Bibi é um acontecimento, imagino que tenha odiado a notícia! – Raul pontuou, enquanto caminhava ao lado do amigo até as esteiras. Ambos treinavam juntos sempre, e como de costume, iniciariam com um cárdio básico.
- Eu e a Lumen iremos para um retiro nesse final de semana, tudo bem se a Bibi ficar com vocês? – Gael perguntou, super sereno.
- Ela já mora na minha casa, cara! – Raul respondeu, gargalhando.
- Você está falando mal de mim, Chatonildo? – Bibi questionou, enquanto fazia seus exercícios na cadeira extensora.
- Claro que não, Bibi, você é a minha favorita! – Raul exclamou, rindo.
- Mentiroso; enfim, não importa, eu moro na sua casa mesmo e acho bom não reclamar! – Ela respondeu, mostrando a língua para ele.
- Você já está no meu testamento, é tarde para reclamar! – Ele disse, mostrando a língua para ela também.
- Acho muito bom! – Bibi disse, rindo.
- A tia Gemma passou por aqui e disse que é pra irmos jantar na casa dela hoje! – Moe avisou seu pai.
- Eu não quero ver a cara de bunda do Jackson! – Bibi exclamou, revirando os olhos.
- Não fale assim, meu amor! – Gael disse, exalando mansidão.
- Nossa, que programão de índio! – Raul admitiu, rindo.
- Nunca errou! – Bibi exclamou, concordando com ele.
O Argentino estava parado ao lado de Moe, como um dois de paus, admirando-a enquanto fazia seus agachamentos. – Tem uma babinha escorrendo aí! – Jéssica disse, sacaneando com ele.
- Coitado, amiga! – Bibi complementou.
- Ele vai morrer do coração! – Jordie sacaneou, rindo.
- Vocês são péssimas! – Arturo exclamou, não conseguindo conter o riso.
- A gente te ama, Argentino! – Bibi disse, sacaneando. – O Chibs que não vai amar, mas, isso é o melhor de tudo!
- Tava demorando! – Moe exclamou, revirando os olhos. Suas amigas gargalharam.
- Se o Gago estivesse aqui, você poderia pedir música no fantástico! – Jordie disse.
- Que fanfarronice é essa, Mônica? – Raul exigiu, rindo também.
- O golpe tá aí, cai quem quer! – Bibi exclamou, rindo alto.
- Eu não sei de nada! – Moe disse, piscando para Arturo, antes de mudar para o set de avanço.
Nem mesmo os guardas da rainha conseguiriam manter a postura sob essas condições, mas, ele era sagaz o suficiente para desviar o olhar na hora certa. Raul sabia que a filha havia passado o cerol nele, mas, havia deixado de se importar com suas escapadas há um bom tempo. Por isso, levava na esportiva a zoeira que estava rolando.
- Temos que brindar ao galho do Gaguinho no jantar de hoje! – Bibi disse, levando a zoeira à outro nível. Todos riram muito.
- Gago e chifrudo! – Jordie exclamou.
- Que sina! – Jéssica pontuou, gargalhando.
- Eu vou contar pra ele! – Raul disse, encaminhando-se para iniciar seu treino de peito.
- Fofoqueiro! – Bibi sacaneou.
- Eu não namoro com ninguém, podem parar! – Moe sacaneou também.
- Quero só ver a cara de idiota do Chibs quando encontrar o Argentino! – Bibi exclamou, pulando e irradiando energia.
- Vai dar uma merda do caralho! – Jéssica disse, rindo de nervoso.
- Eu daria um barão pra ver os três, igual ao meme do homem aranha! – Jordie exclamou, sacaneando.
- Isso porque vocês são minhas amigas! – Moe reclamou, voltando a concentrar-se em seu set.
- Eu quero é ver o oco! – Bibi pontuou, encaminhando-se ao leg-press.
- O Chibs vai surtar! – Jéssica exclamou, pensando no encontro que estava prestes a rolar.
- O escocês vai atirar pra cima! – Bibi disse, gargalhando. Moe apenas revirava os olhos.
- Quero só ver o salseiro! – Jordie pontuou, rindo muito.
- Vou ligar pro Gaguinho, acho que dá tempo de chegar pro jantar! – Bibi sacaneou.
- Liga sim, amiga! – Jordie exclamou.
- Filhas da puta! – Moe disse, rindo.
Raul queria atear fogo na zoeira, então, achou prudente fazer uma chamada de vídeo com Fredo. – Fala aí, Gagolino. Tem uma galera querendo te ver!
- Gaguinho! – Bibi e Jordie gritaram ao mesmo tempo, aproximando-se de Raul.
- Você não presta, pai! – Moe disse, cobrindo o rosto.
- Bom dia, meninas! – Fredo disse, sorrindo um pouco sem graça.
- Você está muito ocupado? Poderia cair pra Charming hoje, não acha? – Bibi perguntou. Moe e Arturo quase morreram.
- É sacanagem dela, Fredo! – Moe exclamou, fazendo-o gargalhar.
- Chega mais, Gagolino! – Raul disse, sem conseguir conter o riso também.
- Porra, mas, assim, do nada? – Ele exclamou, sem entender.
- A Momô quer te apresentar uns conhecidos! – Bibi disse, quase perdendo o ar de tanto rir.
- Cês tão de sacanagem comigo, não é? – Fredo questionou, divertindo-se com as palhaçadas. A euforia deles estava contagiando o silencioso andar da presidência.
- Deixem ele trabalhar, seus cuzões! – Moe disse, tentando tomar o celular de Raul.
- Não me deixem trabalhar não, pelo amor de Deus! – Fredo exclamou, aumentando a farra.
- Caralho, Fredo! – Moe disse, rindo.
- O que você está aprontando aí? – Ele perguntou, sacaneando com ela.
- Esses putos querem te colocar numa roubada! – Moe exclamou, enquanto Raul tentava impedi-la de pegar o celular.
- O Trevor está aí na cidade, é só falar com ele e em menos de três horas você estará aqui com a gente! – Raul disse. Moe deu uma cotovelada nele.
- Eu odeio vocês. Me ajuda! – Moe implorou ao Gael, mas, ele estava adorando o fervo também.
- Por que você não quer que eu vá? – Fredo questionou, pilhando ela ainda mais.
- Não é isso, cara! – Moe exclamou, revirando os olhos.
- Ela está te traindo, Gaguinho! – Bibi disparou, gargalhando.
- Deixa de ser besta! – Moe disse, desistindo de conter a torrente de merda.
- Verdade? Eu vou colocar fim nessa patifaria, logo menos tô encostando! – Ele exclamou, fazendo o coração dela disparar. Arturo engoliu em seco.
- Só vem, Gagolino! – Jordie gritou, completamente eufórica.
- Caralho, isso vai dar merda! – Jéssica exclamou, aproximando-se de Mônica.
- Se fodeu, Momô! – Raul disse, rindo ainda mais.
- É tudo mentira, Fredo! – Moe disse, exaurida.
- Estou brincando, boneca. Não posso sair daqui hoje, tenho algumas reuniões inadiáveis. Só estarei livre na sexta-feira, caso queira minha presença! – Fredo exclamou, sorrindo para ela.
- Sexta-feira está ótimo, vamos tocar o terror na fazenda dos meus pais! – Bianca disse, invadindo o momento e salvando a amiga do constrangimento.
- Tudo bem se eu for? – Ele insistiu, querendo ouvir a opinião de Mônica.
- Claro que sim, vai ser ótimo tê-lo aqui conosco! – Ela exclamou, sorrindo para ele. Fredo sentiu-se aliviado, pois, ela pareceu sincera.
- Perfeito, te ligo mais tarde! – Ele disse, piscando para ela.
- Já é! – Moe disse, retribuindo o gesto.
- Tchau, Gaguinho! – Bibi, Jordie e Raul despediram-se dele, ainda rindo muito da situação.
- Caralho, vocês são uns filhos da puta! – Moe pontuou, bastante aborrecida.
- Por que, amiga? O Gago é muito legal, vai animar o nosso esquenta! – Bibi exclamou.
- Porque ele está pousado na Mônica, e agora, vai vir pra cá estragar o rolê dela com o Argentino! – Jordie pontuou, ateando gasolina na fogueira.
- Ninguém vai estragar meu rolê com o Argentino, mas, essa foi a maior torta de climão que já comi na vida. Vocês se passaram muito! – Ela admitiu, desistindo do treino.
- Que mau humor! – Raul provocou.
- O senhor é o pior de todos, como pôde fazer isso? O cara estava trabalhando, do nada surge uma algazarra dessa! – Moe disse, revirando os olhos.
- Você está puta da vida porque ficou evidente que gosta dele e não quer que ele saiba! – Bianca sacaneou com ela.
- Parei com vocês, na moral mesmo! – Moe disse, pegando seu celular e os fones de ouvido para ir embora. Arturo a seguiu, aliviado por não ter de encontrar Fredo nesse momento. Os dois caminharam de volta para a casa dela.
- A Bibi tem razão! – Arturo exclamou à contragosto.
- Porra, até você, Argentino? – Moe questionou, revirando os olhos.
- Não tem problema gostar dele, eu não me importo! – Ele disse, dando de ombros. Ela não acreditou.
- A questão é que não queria trazê-lo até aqui, isso adianta muito as coisas, e eu gostaria de ir com calma, manter tudo em aberto. Não quero mergulhar em um relacionamento; não sei se dá pé pra mim no momento, entende? – Ela pontuou.
- Diga isso à ele, vai que cola! – Arturo exclamou, tentando apoiá-la.
- Eu já disse, mas, aparentemente, ele não entendeu! – Ela admitiu.
- Como assim? – Ele perguntou, parecendo surpreso.
- Teve uma cena nossa esses dias, e eu acabei falando pra ele que estamos construindo uma amizade, que quero ir devagar, mas, com esse surto da minha família e amigos, ele acabou acelerando a mobilete. Me colocou na maior saia justa. Não tinha jeito de falar: Não, eu não quero que você venha passar um final de semana na casa do meu pai, porque quero ficar leve, curtindo uma brisa, sem fiscal, sacou! – Moe desabafou. Felizmente, o lance que tinha com o Argentino a permitia ser sincera.
- Caralho, sinto muito! – Ele exclamou, puxando-a para seu abraço.
- Não sinta, porque, eu queria ficar contigo um pouco, aproveitar nosso lance! – Ela admitiu, revirando os olhos.
- Nós vamos ter tempo para ficar juntos em Nova York, bebê. Relaxa o coração! – Arturo pontuou, sorrindo para ela.
- Talvez, se ele não montar guarda no meu apartamento! – Moe lamentou, realmente incomodada.
- Nem sei mais o que dizer! – Ele exclamou, parecendo chateado.
- Não tem muito o que dizer. As pessoas ao meu redor sempre agem como se soubessem mais sobre minha vida do que eu mesma. Meu pai surtou de vez, de onde tirou a ideia de ligar pro Federico, cara? Nada à ver fazer isso. Era pra ser só uma resenha, uma gastação, mas, acabou se tornando um pandemônio! – Ela desabafou.
- Sei qual é! – Arturo disse, dando um beijo no rosto dela.
- Obrigada por ficar ao meu lado, não sei o que faria sem você! – Moe pontuou, beijando o rosto dele também.
- Precisamos nos adiantar, está chegando a hora da reunião com o Galindo! – Ele pontuou, lamentando ter de lembrá-la de mais esse problema.
- Espero que meu pai recupere a sanidade logo, estou começando a acreditar que esse lance é demais pra mim! – Moe admitiu, sentindo um frio percorrer sua coluna.
- Sinceramente, ele está torcendo pra você arregar, dá pra ver na cara dele que não está feliz com nada disso! – Arturo exclamou, sendo brutalmente sincero.
- Ele acha que sou fraca, não é mesmo? – Moe perguntou, um tanto chateada.
- Não é isso, boneca, ele não quer que você se machuque! – Arturo respondeu, trazendo-a para mais perto de si.
12:00 PM
O sol estava à pico, em uma das regiões mais afastadas da civilização. O grande deserto escaldante que se estendia por quilômetros no horizonte estava assustando Mônica. Geralmente, ninguém volta de lugares assim. Por mais que quisesse desistir, não daria esse gostinho à seu pai. Saber que ele contava com seu fracasso a decepcionou e muito, mas, só é possível demonstrar coragem quando se vence o medo.
Ela fumava um cigarro encostada ao capô do carro, enquanto aguardava a chegada de Miguel. Ele não havia colocado empecilhos em seu encontro, pelo contrário, mostrou-se disposto a conversar. Restava saber se esse era o maior engodo ou acerto do século. Ali estavam Moe, seu cigarro e um sonho.
Algum tempo depois, a Hammer dele se aproximou, com os vidros fechados. Arturo desceu do carro, mas, manteve-se calmo, evitando movimentações muito bruscas. Mônica poderia ter levado um exército para escoltá-la, mas, preferiu não soar tão ameaçadora. Marcus Alvarez e Miguel Galindo desceram do veículo, aparentemente desarmados. Ela sentiu alívio imediato.
Os quatro se cumprimentaram, Alvarez e Urquiza se afastaram um pouco, dando espaço para que seus chefes pudessem conversar com mais privacidade. Uma brisa fresca amenizou o calor, facilitando a vida de todos os presentes.
- Baronesa da neve, a que devo a honra do contato? – Miguel disse, sorrindo e tomando a mão dela para beijar. Moe surpreendeu-se. Arturo não gostou do que viu.
- Creio que temos alguns interesses em comum. Gostaria de discutir nosso futuro! – Moe exclamou, sorrindo gentilmente.
- Sou todo ouvidos, princesa! – Ele admitiu, sendo bastante receptivo e oferecendo seu braço para ela se apoiar. Ambos caminharam juntos.
- Digamos que meus associados acabaram esbarrando em um rato, que costumava estar à sua mesa. Isso acabou causando uma desavença, mas, creio que possamos resolver tudo! – Moe pontuou, observando-o. Miguel era muito mais bonito do que ela poderia supor. Sua barba perfeitamente aparada, o cabelo cuidadosamente arrumado e o sorriso de canto de boca estavam desestruturando o coraçãozinho dela.
- Seus associados fizeram um ótimo trabalho, deveria recompensá-los. Os ratos em questão já estavam pedidos pela organização. Vocês me prestaram um enorme favor! – Ele disse, olhando para ela de um jeito sexy. O sorrisinho sacana voltou aos lábios dele.
- Estou feliz em saber! – Moe exclamou, retribuindo o sorriso.
- Gostaria de retribuir a gentileza. Me diga, o que posso fazer por você? – Miguel perguntou, abusando da malandragem.
- Soube que tem interesse em restauração e construção de cidades, essas questões estão em minha planilha, entende? Acho que formaríamos uma bela equipe! – Ela declarou, sentindo o perfume dele. Sua pele ficou arrepiada.
- Penso o mesmo, boneca! – Miguel exclamou, parando para admirá-la.
- Não sabe o quanto me alegra! – Moe disse, fazendo charme.
- Tenho algo que pode deixá-la ainda mais feliz. Um de seus braços me procurou, pedindo asilo. Acredito que tenha sido pego rondando minha mesa. O que quer que faça com ele? – Miguel perguntou, e o tom aveludado de sua voz estava mexendo com o interior dela.
- Bem, você está certo, isso me deixa muito feliz. O que acha de recebê-lo? Podemos lidar com isso depois. Aposto que ele não espera por nossa aliança! – Ela exclamou de um jeito sacana.
- Você sabe das coisas, pimenta! – Miguel pontuou, mordendo o lábio inferior.
- Obrigada! – Ela disse, fazendo charme mais uma vez. A temerosa reunião havia se tornado um flerte delicioso para ambos.
- Tem mais alguma coisa que possa fazer para mantê-la com esse belo sorriso? – Ele perguntou, ficando de frente para ela e acariciando seus braços com a ponta dos dedos. Moe ficou arrepiada novamente.
- Gostaria do seu consentimento para eliminar o último empecilho na terra da liberdade, e então, poderemos dar continuidade à essa linda amizade que estamos construindo aqui! – Ela expôs, mordendo os lábios. Ele parecia hipnotizado com a visão.
- Se você continuar a resolver meus problemas, terei de pedi-la em casamento! – Miguel exclamou, rindo.
- Você é muito gentil! – Ela disse, fazendo-se de tímida.
- Com esse espírito, consinto tudo o que você quiser! – Ele admitiu, tentando conter seu instinto de beijá-la.
- Não posso pedir tudo de uma vez, senão, não terei pretexto para encontrá-lo novamente! – Moe exclamou, com toda a sagacidade disponível.
- Mulheres sábias mexem comigo! – Miguel pontuou, rindo amplamente.
Ele ofereceu seu braço para ela novamente, e ambos caminharam de volta ao encontro de seus respectivos acompanhantes. Nem em suas melhores expectativas, Moe poderia supor que tudo acabaria tão bem. Miguel beijou o rosto dela e deu uma piscadinha na despedida. Arturo ficou aborrecido.
No caminho de volta para Charming, o Argentino manteve-se atento à estrada, procurando não dar bandeira sobre o que estava sentindo. Obviamente, Moe percebeu que ele ficou mexido. Ela precisou se esforçar muito para não rir, afinal, não gostaria de provocá-lo.
- Você está bem? – Ela perguntou, encarando-o.
- Aquele maluco é muito abusado! – Ele pontuou, revirando os olhos.
- Você está com ciúmes? – Moe perguntou, acariciando o rosto dele.
- Ciúmes? Eu queria crivar ele de bala! – Arturo exclamou, parecendo realmente incomodado.
- Que maldade, não seja assim! – Ela disse.
- O cara é folgado! – Ele declarou.
- Calma, não precisa ficar chateado! – Moe pediu gentilmente.
- Eu tô puto, isso sim! – Arturo admitiu, rindo de nervoso. Seus olhos azuis ficavam acinzentados quando estava irritado e ela sabia disso.
- Estou percebendo! – Ela disse, beijando o rosto dele.
- Vou pedir dispensa esse final de semana! – Ele exclamou, e seu rosto ficou vermelho de raiva.
- Por quê? – Moe perguntou.
- Não vou dar conta de manter a postura vendo aquele gago filho de uma puta te cercando! – Ele disse, apertando o volante.
- Para com isso, lindinho! – Moe exclamou.
- É a verdade, eu não quero ver mesmo! – Ele admitiu.
- Você vai me deixar? – Ela perguntou, fazendo biquinho.
- Tem outro jeito? Não tem! – Ele disse, evitando olhar para ela.
- O foda é que eu não posso fazer nada, porque quem convidou ele foi meu pai, e vai ficar muito chato se não der atenção, entende? – Moe esclareceu, sentindo-se mal, pois, foi colocada na pior posição possível.
- Eu sei disso! – Arturo pontuou.
- Não quero ficar sem você! – Ela admitiu, encostando-se no banco e fechando os olhos por um instante.
- Desculpe, mas, não consigo lidar! – Ele exclamou, tentando se acalmar.
- Que situação merda! – Moe disse, esfregando o rosto nervosamente.
Eles chegaram à casa dela, estacionando frente às portas da garagem. Moe se apressou à sair do carro, dando a volta no mesmo e indo ao encontro de Arturo. Ela o abraçou com força, surpreendendo-o. Ele a envolveu em seus braços e deu um beijo em sua testa. – Vamos namorar? – Moe perguntou em um sussurro.
- Tá de sacanagem? – Ele perguntou de volta, rindo. Ela o apertou ainda mais.
- Namora comigo, Argentino! – Ela pediu, tentando beijá-lo.
- Eu não tenho estrutura pra isso! – Ele disse, gargalhando.
- Por quê? – Moe questionou, rindo muito também.
- Você sabe por quê! – Ele exclamou, acariciando o cabelo dela.
- Porque você é ciumento? – Moe perguntou, só de sacanagem.
- Você me conhece, acha que é uma boa ideia? – Ele perguntou de volta, dando um cheiro no pescoço dela.
- Eu adoro seu jeitinho ciumento! – Moe admitiu, gargalhando.
- Mônica! – Ele exclamou.
- Você é rancoroso, amor? – Ela perguntou, mordendo o lábio inferior dele.
- Pra caralho! – Arturo disse, rindo muito.
- Namora comigo, vai! – Moe pediu mais uma vez, acariciando o rosto dele.
- Para! – Ele exclamou, sendo beijado por ela.
- Eu tô falando sério! – Ela sussurrou.
- Você me falou que não queria entrar num relacionamento! – Arturo relembrou, beijando-a em seguida.
- Com você eu quero! – Moe disse, sorrindo de um jeito tímido.
- Tudo isso por que eu disse que vou pedir dispensa? – Ele perguntou, rindo.
- Porque você é um gostoso! – Ela admitiu, beijando o pescoço dele.
- Daí é foda! – Arturo disse, apertando-a. Jordie e Bianca se aproximaram, fervendo ao ver os dois juntos.
- O que tá rolando aqui? – Bibi perguntou, sacaneando.
- Estou curtindo meu namorado! – Moe disse, piscando para a amiga.
- Ai que delícia! – Jordie exclamou, pulando.
- Tá falando sério, amiga? – Bibi perguntou, sorrindo de um jeito sacana.
- Bem que eu queria, mas, o bombonzinho aqui é difícil pra caralho! – Moe exclamou, dando um selinho nele em seguida.
- Porra, Argentino, aceita, vai! – Bibi disse, importunando-o.
- Vamos deixar eles curtirem, amiga! – Jordie exclamou, puxando Bianca para dentro de casa.
- E aí amor, vai aceitar? – Moe perguntou, voltando a beijá-lo.
- Não tem jeito, Mônica! – Ele exclamou, acariciando o rosto dela.
- Por quê? – Ela questionou, fazendo biquinho.
- Você não vai tancar! – Arturo disse, rindo.
- Como você sabe? – Ela exigiu, encarando-o seriamente.
- Eu sou sistemático pra caralho, pra socar a cara de um é muito fácil, não vai dar bom! – Ele esclareceu, beijando o rosto dela.
- Eu te quero muito, sabia? – Moe questionou, dando outro selinho nele.
- Se você ainda me quiser na segunda-feira, eu aceito, já é? – Ele perguntou de volta.
- Supondo que hoje fôsse segunda-feira, você toparia subir para o meu quarto? – Ela questionou, sorrindo de um jeito sacana.
- Claro que sim! – Ele respondeu.
- Então, amor, vamos namorar? – Ela pediu, beijando-o.
- Se aquele gago chegar em você, eu vou matar ele, Mônica! – Arturo exclamou, parecendo aborrecido.
- Não vai precisar! – Ela declarou.
- Cê não tá levando fé, mas, eu tô falando muito sério! – Ele disse, encarando-a.
- Ele não vai chegar em mim, porque vou estar contigo! – Moe pontuou, dando um selinho nele em seguida.
- Isso vai dar uma merda do caralho! – Arturo exclamou, esfregando o rosto nervosamente.
- Não vai, prometo pra você! – Ela disse, acariciando o cabelo dele.
- Você me conhece muito bem, depois não adianta falar que não avisei! – Ele pontuou, dando um selinho nela.
- Relaxa, ok? Vamos pro jantar da tia Gemma juntos hoje, vai ser nossa estreia como casal. Já estou amando! – Moe disse, animando-se.
- Vê lá o que você vai aprontar! – Ele exclamou, rindo.
- O estouro do blindex! – Ela declarou, completamente energizada.
Ambos adentraram a residência de mãos dadas, dedos entrelaçados, por exigência de Mônica. Raul estava em cólicas, querendo saber da reunião, mas, ela estava mais preocupada em atear fogo à babilônia, por isso, acendeu um cone.
- Que romance é esse? – Raul perguntou, fazendo os dois rirem.
- Cê viu, pai? Olha o meu namorado. Lindão, né? – Moe pontuou, saltitando.
- Se você está dizendo! – Ele exclamou, gargalhando.
- Claro, o senhor acha que eu namoro homem feio? Por favor, né! – Moe declarou, sem conseguir se conter. Arturo estava quase perdendo o ar de tanto rir.
- Pelo menos meus netos serão bonitos! – Ele disse, entrando na zoeira.
- Velho ligeiro da porra! – Moe pontuou, encaminhando-se para o escritório. Ela foi seguida pelos dois.
- Eu sou sinistro! – Raul disse, rindo ainda mais. Ele estava feliz por ter os dois de volta.
- Tava pensando aqui, eu sou o senhor de calcinha! – Ela exclamou, sacaneando com ele.
- Infelizmente! – Ele admitiu.
- Bora fazer um churras e encher a cara? Tô a fim de arrebentar esse condomínio! – Moe declarou.
- E o jantar da Gemma? – Raul questionou.
- Agora são três da tarde, dá tempo de ferver aqui e ferver lá! – Moe pontuou, querendo ver o salseiro armado.
- Quem disse que meninas são mais tranquilas, mentiu! – Raul disse ao Argentino. Os dois gargalharam.
- O senhor não vive sem mim, para de palhaçada! – Ela exclamou, sacaneando com ele.
- Cê quer chapar? Bora então! – Raul pontuou, pegando sua garrafa de whisky e encaminhando-se para a área da piscina. Moe e Arturo o seguiram. Não havia condições de falar de negócios no momento.
- Bota uma seresta aí, caralho! – Moe disse, saltitando feito uma gazela. Arturo só conseguia rir.
- Força, Argentino. É só o que te desejo! – Raul admitiu. A zoeira não tinha limites para eles.
- Só fé, padrinho! – Ele declarou.
Bianca e Jordie ouviram a algazarra, e como boas festeiras, juntaram-se à eles. Denise estava em seu consultório, amargando os acontecimentos da madrugada, mas, eles não se importavam com as contendas. Os Cortez em sua totalidade, sacudiam a poeira extremamente rápido, e este era o segredo de seu estrondoso sucesso.
O celular de Mônica explodia de tanto tocar, mas, como havia sido esquecido no carro, Fredo ficou no vácuo eterno. A Califórnia vibrava com sua presença, de modos que, qualquer empecilho não seria suficiente para conter a farra. O Gago ficaria surtando com isso, mas, ninguém ligava. Ele finalmente havia encontrado alguém que não estava nem aí pra bosta.
Com certeza o circo estava pegando fogo, com os palhaços dentro e os bombeiros de folga. Otto e Treze se preparavam para encostar em Charming; Moe os notificou sobre a rave, e eles não perderiam por nada. Victória estava com raiva, pois, ela e Fredo ficaram fodidos nas mãos de pai e filha.
Cigarro, maconha, whisky e tequila eram servidos à vontade. Solzinho, verão e piscina, o quebra do momento. Energia ruim nem em pensamento. Os convidados de Gemma estavam fazendo um esquenta de respeito. Denise chegou do trabalho e se deparou com o embrasamento, por um instante agradeceu, pois, o clima ruim a deixava mal. Ela preferia que estivessem embrasados e embriagados.
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Flora Miguel acordou naquela segunda-feira com os primeiros bramidos do navio do bispo, e muito pouco tempo depois soube que os gêmeos Vicário estavam esperando Santiago Nasar para matá-lo. A minha irmã, a freira, a única que falou com ela depois da desgraça, disse que não se lembrava sequer de quem lhe dissera. “Só sei que às seis da manhã todo mundo sabia”, disse-lhe. Achou, entretanto, inconcebível que fossem matar Santiago Nasar e, em troca, pensou que o iriam casar à força com Ângela Vicário, para assim lhe devolver a honra. Sofreu uma crise de humilhação. Enquanto meio povo esperava pelo bispo, ficava em seu quarto chorando de raiva e pondo em ordem o cofre das cartas que Santiago Nasar lhe escrevera do colégio. Sempre que passava pela casa de Flora Miguel, ainda que ninguém estivesse lá, Santiago Nasar raspava com as chaves a tela metálica das janelas. Naquela segunda-feira ela o estava esperando com o cofre das cartas no regaço. Santiago Nasar não podia vê-la da rua; ela, entretanto, viu-o aproximar-se através da rede metálica antes mesmo que a raspasse com as chaves. – Entre – disse-lhe. Ninguém, nem mesmo um médico, entrara nessa casa às 6h45m da manhã. Santiago Nasar acabava de deixar Cristo Bedoya no estabelecimento de Yamil Shaium, e na praça havia tanta gente interessada nele que era incompreensível que ninguém o visse entrar na casa da noiva. O juiz instrutor procurou pelo menos uma pessoa que o houvesse visto, e o fez com tanta persistência como eu, mas não foi possível encontrá-la. A folha 382 do sumário, ele escreveu outra sentença marginal a tinta vermelha: A fatalidade nos faz invisíveis.
García Márquez (Ninguém Escreve ao Coronel)
#gabriel garcía márquez#trecho de livro#ninguém escreve ao coronel#literatura colombiana#nobel prize
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Temporada de vingança (está chegando a hora de acertar as contas)
Sérgio pede para Tina começar a acompanhar os passos de Lígia.
[Tina]- hã? Pra quê?
[Sérgio]- limite-se apenas a fazer o que eu mando, pode ser?
[Tina]- não, não pode! O que você tá achando? Que eu tenho que trabalhar pra você vinte e quatro horas?
[Sérgio]- você sabe que será bem recompensada.
[Tina]- independente disso, eu não vou seguir uma pessoa sem ao menos saber por que. Cê só pode estar de brincadeira com a minha cara.
[Sérgio]- a Lígia me interessa. É isso.
[Tina]- você tá apaixonado por uma professora que praticamente acabou de ser contratada?
[Sérgio]- sim, ué, por quê? Não posso?
[Tina]- claro que pode. Só me assustou mesmo.
[Sérgio]- então, agora que sabe, vai me ajudar ou não?
[Tina]- tá, mas por quanto tempo vai ser isso?
[Sérgio]- até eu decidir. Quero que seja a sombra dela. Fui claro?
Tina afirma com a cabeça, ainda desconfiada.
Anoitece. Já em casa, Lígia é surpreendida pela campainha.
[Lígia]- ué, gente, será que a Ângela esqueceu a chave?
Ao abrir, ela dá de cara com João.
[João]- e aí.
[Lígia]- que cê tá fazendo aqui?
[João]- bom, não nos vimos direito hoje, foi correria. Quis passar pra saber como está.
[Lígia]- bem, obrigada.
[João]- que bom.
João tenta entrar no local, mas é barrado.
[Lígia]- olha, João, eu quero te pedir uma coisa: vamos nos limitar a ter somente contato profissional. Pode ser?
[João]- por que tá me pedindo isso?
[Lígia]- porque não quero que as coisas se confundam mais. Eu não estou apaixonada por você e não quero te fazer sofrer.
[João]- diz isso porque está apaixonada por outro, não é mesmo? É o Tarso?
Gael, Fernando e Caio se encontram em frente a uma boate no centro da cidade.
[Fernando]- isso aqui é uma boate?
[Gael]- eu jurava que era a portinha de um depósito.
[Caio]- depósito pode ser, mas de ouuuutra coisa. (risos)
Gael e Fernando se olham.
[Gael]- bicha, que boate é essa?
[Caio]- calma, meninas, vai ser divertido. Quem sabe vocês não animam e viram meus coleguinhas de profissão?
[Fernando]- quê?!
[Gael]- em quê você trabalha, bicha?
[Caio]- vamos entrar que logo saberão.
Ainda receosos, Gael e Fernando acompanham Caio.
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Sobre as "Almas Perdidas"
Sobre as “Almas Perdidas”
Por: Ângela França de Brito
“Anima Persa”, é o título original do filme, “Almas Perdidas”, de 1977, do diretor Dino Risi. O filme, classificado como drama, tem como atriz principal Catherine Deneuve (Sofia Stolz a tia), Vittorio Gassman (Fabio Stolz o tio), Danilo Mattei ( Tino o jovem sobrinho), Ester Carloni ( Anetta a empregada), Anicée Alvina (Lucia a modelo).
O filme começa com a chegada a Veneza do jovem Tino, sobrinho de Sofia, casada com Fabio, claramente um homem mais velho, extremamente sóbrio e apegado aos costumes de validação social, da família dita tradicional, ascendência, e demais, com uma sexualidade nitidamente reprimida, e repressora, principalmente para com a esposa Sofia. Um verdadeiro saudosista do passado. Ou, o que ele entendia como “bom passado” para ele.
Tino percebe desde o início um certo estranhamento no local. Na residência não se podia ir a todos os cômodos, como se uma espécie de “perigo” pairasse no ar. O comportamento da Tia também lhe era um tanto incompreensível, um certo nervosismo, uma certa insegurança, demonstrada de maneira sublime pela grande Deneuve, com uns sorrisinhos incontidos e incômodos...
Uns barulhos estranhos vinham do sótão, atribuídos, inicialmente, aos ratos, porém, logo, logo, escancarados ao Tino, pela empregada Anetta. Velhinha magrinha, e peralta, como uma menina, que simplesmente não seguia cegamente as regras da casa, e acabou levando o Sobrinho à descobrir, afinal, o propagador dos ruídos assustadores: O irmão de Fabio, um professor tomado pela loucura, alegavam, devido ao excesso de estudo e questionamento, avançados, sobre os feitos do Deus cristão.
Anetta não os considerava, ou melhor, somente até certo ponto, pois tinha consciência de quem mandava. Colocava-se então como alguém da chamada “base da pirâmide”, que na Europa, ainda hoje guarda no “inconsciente coletivo” resquícios da servidão e opressão terrível sofrida por aquele Povo, ao longo de milênios. Dessa forma, era do “contra”, pois sabia que o real valor daquelas pessoas estava no dinheiro e status que possuíam. Talvez Anetta, a velhinha saltitante, fosse, de fato, a única a lidar com aquelas pessoas como realmente deveria...
Tino foi à Veneza aprender Pintura com o Professor Versatti (ator Gino Cavalieri), um professor reclamão. Para ele, sem desenho não poderia existir uma boa pintura. Nessa turma Tino encontrou Lucia, motivadora de certas descobertas. A jovem e eloquente modelo lhe deu coragem para avançar por sobre a história da família, e começar a destrinçar os laços sobre a unusual relação entre o irmão louco de Fabio e a criança.
Justamente ai que o filme mostra a que foi feito, e põe à descoberto a “natureza”, do circunspecto Fabio tal qual a do “escorpião e o sapo”. A tia Sofia, não tivera uma filha, morta ainda na infância. O tio Fabio não era o pesaroso pai que perdeu a filha. Os diários infantis encontrados por Tino, guardados a “sete chaves”, no armário do pequeno teatro, em escombros, indicaram a verdadeira “alma” da família.
O tio Fabio era também seu “irmão louco”, aquele da língua “obscena”, similar a de um porco, como bem comparou Anetta. A tia Sofia era a criança. Ao bem da verdade, a enteada de Fabio, que a encontrou quando casou com sua mãe... Coisas que acontecem na vida cotidiana de muitas Sociedades, onde pedófilos escrotos se casam com mulheres que têm filhas ( e filhos) crianças, justamente para saciar seus instintos perversos.
É bom que pessoas, algumas delas, defensoras dos direitos homossexuais se limitem ao quererem falsear a verdade dos fatos contidos nos estudos Freudianos, Lacanianos, e demais, sobre perversão, pois, salvos pequenos elementos conceituais, são válidos ainda na Atualidade. O grande número de desvios sexuais, dentre eles, a pedofilia, avançam em “brancas nuvens” por todos os Continentes.
Se se afirma que homossexualidade não é doença, e em muitos aspectos não é. Não se pode negar que na sexualidade humana existe o saudável, e o doentio, não importando se é entre homo, ou, heterossexuais. Pois, Sexo é biológico e é cultural. Sexo é saúde e é bom. Sexo também é vício e doentio a depender das experiências que os seres humanos tiveram em seu desenvolvimento infantojuvenil. A negação desse fato é política. A má política.
A arte no filme “Almas Perdidas”, se evidencia nos aspectos sombrios e decadente da mansão da família. No comportamento inseguro e infantilizado de Sofia, “castigada” e oprimida continuamente por Fabio, o padrasto-marido viciado em sexo com criança, em jogo, na usurpação dos bens alheios, já que a riqueza era da família de Sofia. Ele era somente um inútil, com traços fortemente narcisista, um fracassado, que, por ter consciência de sua pouca importância, fingia e representava a importância que não tinha, fingia e apresentava altos sentimentos que não possuía. Era somente um medíocre infame.
A riqueza cênica exibida nas representação do ator Vittorio Gassman, com as mudanças na expressão corporal, claramente desvendou quem era o personagem Fabio Stolz. A exuberante sofisticação cênica de Deneuve, mulher maravilhosa. Quem assiste ao Filme e vislumbra aqueles sorrisinhos nervosos da personagem... o contínuo abatimento moral... Sente-se em gotículas de suspensão dos próprios sentidos.
Deneuve, sabe “jogar na cara da Sociedade”, alguns dos comportamentos e trejeitos de pessoas que foram abusadas sexualmente na infância, e convencida a “adorar' e justificar, na idade adulta, seus abusadores. Leiam o livro: “Tigre Tigre” da Autora Margaux Fragoso , e entenderão “na real”, do que se trata essa afirmação.
Toda a trama do diretor Dino Risi, é excepcionalmente um drama exposto de forma eficaz pelo elenco de Atrizes e Atores, Sonoplastas, Cinegrafistas, Roupeiro, Cabelo e Maquiagem, e Demais, com muita humanidade, sensibilidade incrível. A personagem de Deneuve cantarolando com uma voz infantil, é terrível e lindo ao mesmo tempo.
Assim como nem toda pintura é uma obra de arte. Nem todo filme pode ser incluído na categoria de Cinema Arte. Entretanto, o Filme “Almas Perdidas”, de 1977, pode ser visto e interpretado como Arte.
Ângela França de Brito.SSA-BA-Brasil, 06/10/2023.
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What I’m watching (2019 Edition) / Éramos Seis (2019)
#éramos seis#watching#watching19#soap opera#telenovela#novela#Antonio Calloni#Xande Valois#Davi de Oliveira#Maju Lima#Pedro Sol#Glória Pires#Ângela Chaves
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MEU IMORTAL
6 - O Morto Vivo.
Após a aula Cristian se dirigiu ao pátio do colégio para pegar sua bicicleta nova. Era ridículo pensar naquilo. Seu amigo voltou para lhe dar um presente caro. Ângela o acompanhava, enquanto Cesar, foi se despedir dos parceiros de time de atletas.
— Ganhou uma bicicleta nova? — Indagou Ângela.
— Ah, sim é.... meu pai me deu de presente. A outra estava meio enferrujada.
— A outra parecia inteirinha. — Assentiu ela.
— Por dentro... estava rangendo sabe?
De repente o ronco potente de um carro lhe chamou atenção no meio daquele pátio barulhento. Quando olhou para frente viu um Jaguar negro estacionado. Cristian estremeceu naquele momento. O que ele está fazendo aqui?
Muitos alunos observavam curiosos e claro que ele não seria despercebido, era um possante daqueles que não se via todos os dias. Cristian sentiu-se até constrangido, mesmo que ninguém ali soubesse de sua relação com o alguém naquele carro. Cesar parou junto com o grupo de atletas do time, os rapazes contemplavam o possante admirados.
E não havia outra maneira, Cristian não sabia o que aquilo significava, apenas que no dia seguinte todos estariam comentando sobre o fato dele ter entrado num carro importado e teria que inventar alguma desculpa para despistar e o mais difícil seria Ângela e Cesar. Podia imaginar a pressão que teria que aguentar.
Teve de ir até lá, esqueceu sua bicicleta e foi em direção ao carro importado. Ângela ficou observando-o sem compreender absolutamente nada e o chamou depressa.
— Ei Cris, o que está fazendo? Temos um trabalho para fazer!
Cristian hesitou e fechou os olhos. Só pode ser brincadeira!
— Éh... Eu preciso... Resolver uma coisa antes disso, mas eu te vejo na sua casa.
— Mas é na sua casa!
— Pode ser na sua? — disse Cristian por fim, e depois correu para dentro do Jaguar deixando Ângela e toda escola ali observando tudo.
Assim que chegou no veículo o vidro deslizou automaticamente para baixo e revelou o condutor. David vestia trajes negros modernos de alta moda com óculos escuros como se fosse um “MIB Homens de Preto”. Cristian ainda não havia se acostumado com aquela ideia de um amigo que volta dos mortos mais velho e com uma aparência diferente do que ele conhecerá, afinal não cresceram juntos. Era como se ele estivesse vendo aquele David pela primeira vez.
— Almofadinha eu vim buscá-lo.
— O que pensa que está fazendo? — disse Cristian entredentes para parecer discreto, mas queria berrar.
David estranhou sua reação.
— Pensei que iria gostar de me ver.
— Não aqui na frente do colégio todo, alguém pode te reconhecer.
David deu uma gargalhada, ele parecia um pouco menos sombrio que na noite anterior. Estava leve.
— Cris, essas pessoas estão preocupadas com outros assuntos adolescentes e eu preciso passar um tempo com meu único amigo. Agora vamos!
Cristian entrou no carro e eles partiram. Cristian nem precisou olhar em volta para saber que todos estavam assistindo aquilo como a final de copa do mundo ou o último capítulo de uma novela, mas sentiu uma certa euforia crescer dentro de si. Era algo diferente, mais radical e deixar aquele ponto de interrogação era animador.
David acelerava na pista e o ronco do motor era como música para os ouvidos de Cristian.
— Por que mandou aquele presente? — indagou Cristian.
— Presente? Que presente?
— Isso é ridículo. Não pode voltar como um "The Walking Dead" e me dar uma bicicleta nova.
— Primeiro: eu quase te atropelei; Segundo: a bicicleta estava danificada... Quer um motivo melhor? Você é meu melhor amigo.
— Obrigado. Eu só não consigo entender, onde arrumou tanto dinheiro para ter esse carro, essas roupas e para comprar uma bicicleta daquelas?
O carro parou de repente. David tirou seu sinto e se aproximou de Cristian o bastante para que eles pudessem ficar com os rostos colados. Cristian tentava entender aquela aproximação, mas não conseguia se concentrar com David o encarando incisivamente. O hálito frio de David era como uma brisa fria da manhã. Sem intensões David o encarava com critério.
— Escuta Cris, só o que precisa saber agora, é que estou vivo, estou aqui com você e não quero que entre numa paranoia com isso, entendeu?
Cristian consentiu com a cabeça sem encontrar palavras em sua mente. David girou a chave e deu a partida. Depois o Jaguar cruzava a pista em direção a rodovia que dava acesso a serra. Era um caminho familiar para ele, mas não queria se preocupar para onde estava sendo levado. Percebeu que David estava ali ao seu lado, vivo e isso o confortou. Ele escorregou pelo estofado, um sentimento de leveza, como se sua infância se misturasse com o presente. Ele olhou para o lado e fitou o misterioso David. Podia relaxar ao som de Of Monsters And Men. O ar ligado aquecendo seu corpo e a bela paisagem do serrado verde se estendendo no horizonte.
— Onde você está ficando a noite?
— Num hotel na Costa Leste. Não é um lugar muito bonito, mas o café da manhã é bom.
David pegou um cigarro com uma mão no bolso da Jaqueta de couro preta e lançou na boca ascendendo com um isqueiro preto com as mãos longe do volante. Sua expressão era imprudente. Ele tragou a fumaça e soltou aos poucos com os lábios quase colados e soltou um leve sorriso ao perceber que Cristian não despregava os olhos dele. Colocou as mãos no volante novamente tomando controle sobre o veículo.
— O que foi? — perguntou David provocando.
— Ele fuma também. — Cristian não escondeu a hostilidade no tom de voz.
— Isso me mantem calmo. — Ele olhou para o outro lado com certa resistência. — Deveria provar.
— Não obrigado! Estou bem.
— Não faça essa linha. — Exigiu.
Cristian olhou para ele consternado.
— Que linha? Você chega com um carro importado, roupas caras e presentes caras. Com essa cara de badboy mal encarado e pede para eu não fazer linha?
— Badboy? Sério? — Zombou ele com desdém. E acrescentou claramente depois. — Escuta, eu não sou mais aquele garoto “saco de pancada” que vivia no silencio chorando pelos cantos. Esse sou eu certo?
Cristian sentiu a tensão se formar. Balançou a cabeça ainda aborrecido.
— O David que eu conheci era uma pedra por fora, mas era gentil e bondoso por dentro. Por esse garoto que eu dediquei meus dias em tentar fazê-lo feliz.
David reprimiu um sorriso repuxando os lábios. Enquanto manobrava o possante, depois ficou sério de repente. Seu pensamento parecia distante, algo que o tirou de orbita. Parecia preocupado.
— Corta esse papinho. — Murmurou com ceticismo. — Estamos crescidos e não muda o fato do que aconteceu comigo. Eu olho para você e não vejo o mesmo Cristian que conheci. Parece que está no escuro tentando achar uma luz, mas também parece que prefere ficar no escuro.
Cristian estremeceu ao ouvir aquilo. Claramente ele sabia identificá-lo e entender o que estava passando. Ele o conhecia bem, mas não aquela nova versão de Cristian com tantos segredos e enfrentamentos diários de personalidade e identidade.
— E você está esquisito. — Murmurou Cristian para descontrair.
David o encarou com perplexidade.
— Esquisito? — disse ele aturdido. — Você não me viu sem roupa. — Seu tom era agudo.
Cristian olhou para o lado de fora imediatamente e tentou controlar a respiração. Não esperava que fosse ouvir aquilo. Percebeu que estava corado e não voltaria a encará-lo de novo pelos próximos minutos. Ficou constrangido com a piada, nunca imaginou ouvir isso do próprio amigo. Claro que ele estava morto, mas ainda era estranho.
— Sem essa, eu só mudei um pouquinho e vai ter que se acostumar com isso. — Determinou com voz aveludada.
Cristian engoliu a seco. O comentário anterior foi apenas uma brincadeira e ele tentou meditar isso.
David parou o carro e com os olhos brilhantes e deu um sorriso ameaçador e disse:
— Saia do carro, quero te mostrar uma coisa. — disse ele com certa autoridade.
Obediente Cristian saiu do carro reagindo de forma repulsiva a tom de autoridade daquele estranho. David o encarou do outro lado.
— Vai ficar aí parado? — Provocou com as sobrancelhas unidas fazendo uma cara de mal.
Cristian apenas o encarou com desaprovação de seu tom espreitando os olhos e se obrigou a segui-lo.
Os dois entraram na mata. Pela trilha de terra rodeada de arbustos e arvores gigantescas eles chegaram à casa da arvore. Cristian não havia notado de primeira, mas ao perceber ficou impactado. Estático ele contemplava a nova casa na arvore.
— David, você fez isso? — indagou boquiaberto.
— Sim amigo, me cortou o coração vê-la naquele estado, então eu a reformei durante a manhã inteira.
Os dois olhavam para a casa, reformada, com madeiras envernizadas, cortadas sob medida como se fosse um chalé, mas ainda trazia referencias da casa anterior. Tudo bem milimetricamente encaixado e pregado. Parecia com aquelas casas dos filmes americanos. Estava perfeita.
— Quero entrar para ver! — disse Cristian animado e correu para ver por dentro.
David o seguiu satisfeito vendo o amigo feliz.
Assim que David abriu a nova porta com uma maçaneta, ele ficou deslumbrado com o interior. David havia emoldurado seus desenhos e o pregou na parede como arte decorativa, as paredes pintadas de azul, o cheiro de tinta fresca era recente. A mesa torta foi substituída por um balcão de madeira com bancos e uma cama cumprida foi posta no lugar dos pufes e almofadas, onde eles sentavam para ler quadrinhos. Uma Teve foi posta num aparador estreito preso a parede e os gibis conservados numa prateleira alta, a janela não era mais torta e tinha persianas.
— Fez tudo isso sozinho?
— Não sou tão esquisito assim, está vendo?
De repente aquele David repugnante e irritante desapareceu.
— Ainda não acredito que fez isso? — disse Cristian encantado. — Mas como e com que dinheiro?
David pigarreou e olhando para os lados para dissuadi-lo.
— Vamos relembrar os velhos tempos? — disse ele num tom amigável.
— O que? — disse Cristian curioso.
David ergueu um DVD de filme de terror.
— Nem pensar. — Contestou Cristian balançando a cabeça e encarando os fatos. — Não vou fazer isso com você. Esquece. Não sei nem de onde tirou dinheiro para fazer isso, para me dar uma bicicleta, para pilotar um carro importado e tudo mais.
David respirou fundo irritado.
— Por que não esquece os problemas Cris e vamos curtir esse momento juntos. Por que é tão difícil você relaxar. Será que eu vou ter que fazer do modo mais difícil. — Disse ele reprimindo a raiva.
— Quero ver. — Desafiou Cristian de forma insolente.
David se aproximou dele rapidamente e o colocou contra a parede, suas faces estavam coladas, a respiração de David era ofegante e fria. Seus olhos eram como lança-chamas sobre os de Cristian que estava reprimindo um suspiro. Ligeiramente sua mente se transportou para os momentos íntimos que tinha com Cesar no banheiro em que ficava naquela posição e sentia seu corpo sendo pressionado contra o dele. Aquilo o deixou excitado, mas não por conta de David. Quando voltou a realidade sentiu medo ao vê-lo encará-lo daquela forma.
— Não está sendo fácil encarar tudo isso. Eu entendo você, mas precisa relaxar — Disse David entredentes e depois conclui imponente. — Sente-se.
Cristian o encarou fulminando o com os olhos, mas desviou e não conseguiu conter o riso. Parecia uma piada ele ter aparecido daquela forma e falar daquela maneira com Cristian.
— Você acha isso engraçado? — Questionou David, irritado.
— Não acredito que você se tornou essa pessoa mimada e impaciente.
— Posso forçá-lo a fazer o que eu quiser. — Disse com certo orgulho.
Cristian escorregou para o lado saindo da frente de David e passou para o outro lado.
— O fato é que todos nós sofremos e não virei um metido, presunçoso e insuportável.
David puxou Cristian pelo braço e o fez girar parando de costas com o braço nas costas e a outra mão de David imobilizou a outra mão de Cristian colada ao corpo num movimento célere sem previsão. Cristian estava com as costas coladas no peitoral forte de David sentindo o batimento de seu coração. David colocou seu rosto próximo a nuca de Cristian e sua respiração o fez arrepiar.
— Está vendo? Eu não sou mais aquele pivete que apanhava dos coleguinhas e que sempre era zoado por ser diferente. Eu mudei Cris.
De repente eles foram pegos de surpresa quando ouviram alguém gritar lá fora. Cristian não conseguiu assimilar a voz, mas entrou em estado de nervos. David o soltou e Cristian sentiu a articulação de seus braços doerem. David se manteve calmo, levou o indicador a boca e fez Shi! Para Cristian que parecia assustado.
Cristian respirou fundo e caminhou até a janela e viu um policial negro, alto e devidamente uniformizado. Ele olhava para a casa na arvore contra o sol. Cristian sabia quem ele era. Marcus Toledo, era o novo delegado do distrito de polícia da cidade e pai de sua melhor amiga, Ângela. Mas o que ele estava fazendo ali?
— Cristian! O que faz nessa área?
— Olá Marcos, eu... sempre vim aqui estudar. — Disse Cristian em nervos.
— Está tudo bem? — Marcus notou uma certa instabilidade em Cristian. — Não sabia que tinha construído outra casa na arvore depois do que aconteceu.
Cristian deixou o ar preso em seus pulmões saírem.
— Sim... eu gosto de vir aqui e lembrar dos tempos de infância. — Disse ele com um risinho forçado.
Agora ele foi mais convincente. Marcus deu de ombros. Olhou em volta vasculhando o local, e depois olhou para Cristian com certa compaixão.
— Está certo, não quero atrapalhar seu momento, mas sabe de quem é aquele carro parado na beira da estrada? É uma máquina.
— Eu não sei... do que está falando? — Cristian voltou a ficar nervoso. — Na verdade eu vim por outro caminho, acho que vi nada de estranho por aqui. — Completou por impulso.
— Vá para casa, não quero você aqui sozinho! Pode ser perigoso.
— Pode deixar Marcus!
Cristian o viu virar as costas e entrar na mata de novo. Esperou mais alguns segundos. E voltou para David.
— O que foi isso?
David que estava rijo, relaxou respirando fundo.
— Quem era?
— O pai de Ângela e delegado da cidade.
David ficou irritado de repente. Revirando os olhos e xingando algo que Cristian não pode ouvir.
— Ei o que foi?
— Realmente eles não superaram. — disse ele incrédulo.
— O que você esperava David? — Contestou Cristian. — A cidade ficou chocada com o assassinato de um menino de dez anos. Depois disso todos ficaram com medo deixar seus filhos saírem nas ruas com um suspeito que nunca foi pego. Obvio que ninguém superou.
— Agora vou ter que circular menos pelas ruas da cidade para não chamar atenção.
— Não era para menos, um possante desses parado na beira de uma estrada. Tem noção do que isso significa quando chegar nos ouvidos dos meus pais?
— Vamos dar um jeito nisso Cris. Fica tranquilo.
Cristian sentou na cama encarando a janela e pensando em toda aquela loucura.
— Não acredito que isso está acontecendo?
David colocou o filme para eles assistirem e depois foi para cama deitando espaçosamente e empurrando Cristian. Por um instante era como se toda aquela face sombria e preocupada tivesse desaparecido e desse lugar a um semblante tranquilo e calmo.
— Já disse para relaxar idiota. Vamos ver o filme.
Cristian viu a vinheta do que parecia ser um filme de terror antigo e não muito conhecido e depois olhou para o amigo ao lado.
— Pensei que odiasse filmes de terror?
— Eu aprendi a gostar, isso me fazia lembrar de você. — Assentiu David espontaneamente. — Por incrível que pareça isso me tranquilizava.
E aquilo tranquilizou Cristian, gostava da forma natural que o amigo agia quando estava com ele. Era satisfatório e empolgante.
O filme começou e David estava sentado no chão enquanto Cristian se acomodou na cama. Hora ou outra eles mudavam de posição. Um momento David cochilava e Cristian o contemplava imaginando como seus desejos não chegavam nem perto daquilo, da realidade. Depois Cristian cochilava e David trocava mensagens em seu celular.
— Naquele dia eu não pude me despedir e me senti culpado por uma porção de coisas. — Murmurou Cristian enquanto prestava atenção nos momentos finais do filme.
— Quando eu fui a Nápoles pela primeira vez, senti que eu queria viver ali. Os campos verdes eram verdadeiramente incríveis. Foi passageiro, mas sabia que em algum momento eu poderia voltar. Não se compara com a vez em que estive em Paris, onde foi incrível passear por aquelas ruas. Não foi fácil me despedir dos alpes Suíços. Estive em muitos lugares e aprendi muito nesses anos. Eu tenho problemas em me despedir. Tudo me lembra aquela noite. — Relatou David enquanto assistia ao filme com os pensamentos distantes. — Fui embora sem ter a chance de me despedir de você e todo o resto, mas no fundo eu sabia que eu poderia voltar, pois não houveram despedidas, ninguém disse adeus. Isso significa que a história não acabou.
Naquele momento Cristian encarou o amigo com admiração. David nunca deixou de ser forte e determinado. Cristian gostava disso nele, apesar de tudo o que sofreu ele enfrentou todos esses anos longe de casa e aproveitou cada momento e voltou para vê-lo de novo.
— Então você veio se despedir? — murmurou Cristian com convicção.
— Sim. — disse sem hesitar. — Eu não pertenço a este lugar Cris. — Seus olhos não desviavam da TV.
— E quanto a sua mãe Miriam, ela está na cidade merece saber que...
David piscou e franziu o cenho.
— Miriam... como ela está?
— Bem, outra mulher, mais renovada e alegre. Ela até abriu um bar.
David ergueu a sobrancelha grossa fingindo se importar.
— Acredito que é melhor assim, que ninguém saiba, além de você Cris. Para nossa segurança. Eu fui sequestrado e traficado no mercado negro Cris, encontraram um corpo que não era o meu e fui dado como morto. Precisamos evitar um escândalo. — David se levantou. — Agora precisamos ir, já está de noite.
Cristian não tinha se dado conta do horário, olhou para janela e o céu estava tomado pelo escuro da noite. Ele bateu na testa.
— Droga! O trabalho do colégio! — Cristian saiu correndo para fora da casa da arvore.
— O que foi? — Perguntou David seguindo-o.
Os dois estavam andando de volta para trilha.
— Eu tinha um trabalho para fazer hoje à tarde, mas aí você apareceu e eles devem estar putos comigo.
— Vocês podem fazer outro dia. — disse ele indiferente.
— Vamos entregar amanhã David não dá mais tempo.
— Eles devem ter feito Cris, não pira. — disse David como se não desse a mínima. — Da próxima vez irei buscá-lo naquele ponto onde nos encontramos a primeira vez. Assim não corremos nenhum risco. Depois ele puxou Cristian para si e lhe entregou seu celular.
— Anote seu número aí. — Ordenou.
Cristian o encarou com insolência, mas obediente colocou seu número de telefone e lhe entregou o celular de volta.
— Assim eu posso me comunicar antes com você.
Cristian revirou os olhos abandonando-o ali e seguindo de volta para o carro. David deu de ombros e o seguiu.
Eles pegaram a pista de carro e foram para o colégio. Cristian reparou no chaveiro pendurado da chave do carro que havia um mini cartão branco com o número 213. Será o número do quarto do hotel que ele está?
O Jaguar estacionou na frente da escola e Cristian tirou o sinto e abriu a porta. Não queria se despedir de David, estava irritado com a forma que ele o tratou naquele dia e também por tê-lo feito perder o trabalho com os amigos.
— Te encontro amanhã almofadinha. —Disse David num tom presunçoso.
Cristian ignorou e saiu correndo do carro e foi pegar a bicicleta. Precisava chegar em casa o mais rápido possível e pensar em algo para o trabalho do colégio.
David o observou partir pedalando pela pista até desaparecer na curva. De repente seu celular tocou e ele atendeu.
— Alô, já estou na cidade.... não se preocupe... o plano está quase completo e logo voltearei para lhe entregar a encomenda. Ninguém sabe que estou vivo, eu sei as consequências. — Ele ouviu mais alguns instantes e encerrou a chamada.
#clubedolivro#literatura#livros#gay books#books & libraries#intriseca#gay romance#gay story#GAYTRAP#gaytwink#fantasy story#leitura#clubedeleitura#meulivronovo#meuimortal#my immortal
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O amor não tem DNA - 27
Narrando por Giselle
- Então quer dizer que o Mateus tentou beijar você? -a Thaís me perguntou pela milésima vez com cara de espanto assim que eu terminei de contar tudo o que havia acontecido naquela noite-
- Sim, ele tentou -eu disse e quase quis ri-
- E o amigo médico dele é gato? -ela indagou-
- Muito -eu disse rindo-
- Mas mais que ele? -ela me olhava-
- Claro que não, mas eu não dispensava em nenhuma situação -eu disse rindo-
- Nenhuma mesmo? -ela me olhou desconfiada-
- Só se -eu disse e dei uma pausa e sacudi minha cabeça afastando aquele pensamento-
- Só se o que? -ela quis saber-
- É bobeira -eu comentei- Vamos pedi a conta logo que quero ir pra casa descansar que mais tarde vou lá na casa dele ver a Júlia.
- Só ver a Júlia? -ela perguntou rindo-
- E ver a família dele também -eu falei rindo-
- E ele? -ela perguntou rindo-
- Ele é consequência -eu disse rindo-
- Aaah tá bom -a Thaís caiu em uma gargalhada-
Nós pagamos a conta do nosso almoço e seguimos pra casa, assim que chegamos eu corrigi alguns trabalhinhos dos meus pimpolhos e quis chorar quando vi cada trabalhinho colorido, feito com tanto amor por eles, por hora eu me peguei pensando que eu não veria isso do João, que o João não teve a oportunidade de passar por essa fase linda da descoberta, mas não cabia a mim questionar isso, ele viveu o suficiente para me fazer mãe, pra me fazer forte, pra me fazer ser amor quando eu menos imaginei que seria.
[•••]
Chamando on-
Eu: Oi, dona Ângela
D Ângela: Oi, Gi. Tudo bem?
Eu: Tudo e por aí?
D Ângela: Estamos bem.
Eu: Só liguei pra avisar que estou indo aí ver a Júlia.
D Ângela: Venha, nós vamos lhe esperar.
Eu: Tudo bem, com vinte minutos chego aí.
D Ângela: Tudo bem, vamos aguardar você. O Mateus ainda está trabalhando, mas estamos todos aqui
Eu: Tá bom -eu disse sorrindo- Até depois.
D Ângela: Até. Vem com Deus.
Eu: Amém. Beijos.
D Ângela: Beijos.
Chamando off-
Assim que desliguei o celular não sabia se eu agradecia ou não pelo Mateus não está lá na casa, uma grande parte minha queria vê-lo mas outra queria ficar sem cruzar os olhos com ele por algum tempo até que eu conseguisse assimilar tudo o que aconteceu na noite de ontem e na manhã de hoje.
Assim que me despedi da Thaís, peguei a chave do carro e segui para a casa do Mateus. Quando cheguei fui muito bem recebida por todos, inclusive pelo seu Lucimar pai do Mateus que conheci naquela tarde.
Nós estávamos entretidos conversando e a D. Ângela com a Rafa estavam falando o tempo todo sobre o aniversário da Júlia, o Heitor estava em um outro sofá usando o celular e o S. Lucimar estava no sofá comigo brincando com a Júlia que estava no meu colo, nós vimos a porta da casa se abrir e esfriou todo o meu corpo por pensar em quem seria e claro que era ele, o Mateus, ele entrou na casa e seus olhos cruzaram com os meus e eu logo olhei para a D. Ângela que estava com um sorriso largo no rosto até que todos vimos uma moça entrando com ele ali.-
- Olha só que chegou?! -a D. Ângela sorriu ao ver o Mateus, mas logo desmanchou o sorriso quando viu quem o acompanhava-
- Boa noite -ele disse meio constrangido quando viu meus olhos em cima dele-
- Boa noite -todos respondemos-
- Deixa eu apresentar, essa aqui é a Vanessa -ele indicou ela- Vanessa essa é minha família, minha mãe Ângela, meu pai Lucimar, meu irmão Heitor e a namorada Rafaella -ele olhou com um sorriso maior que o mundo na minha direção com Júlia e eu não entendi todo aquele sorriso- E ali naquele sofá estão as razões dos meus melhores sorrisos.
"As razões?" Eu me questionei e parece que a Vanessa teve o mesmo pensamento que eu, mas a diferença foi que ela o questionou ali na frente de todos inclusive me deixando constrangida.
- Estão AS razões? -a Vanessa perguntou desconfiada-
- Sim, a Júlia minha filha e a Giselle mãe de leite dela -ele falou sem se quer pensar no que aquelas palavras causariam dali em diante-
- Imaginei fosse A razão, que no caso seria a Júlia -a Vanessa comentou-
Todos os olharem estavam destinados para eles dois e por sorte a Júlia me chamou atenção colocando a mão no meu rosto, eu peguei sua mãozinha e depositei um beijo ali e a vi sorri de volta para mim.
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[TASK 130: CAPE VERDE]
In celebration of Black History Month, here’s a masterlist below compiled of over 110+ Cape Verdean faceclaims categorised by gender with their occupation and ethnicity denoted if there was a reliable source. If you want an extra challenge use random.org to pick a random number! Of course everything listed below are just suggestions and you can pick whichever character or whichever project you desire.
Any questions can be sent here and all tutorials have been linked below the cut for ease of access! REMEMBER to tag your resources with #TASKSWEEKLY and we will reblog them onto the main! This task can be tagged with whatever you want but if you want us to see it please be sure that our tag is the first five tags, @ mention us or send us a messaging linking us to your post!
THE TASK - scroll down for FC’s!
STEP 1: Decide on a FC you wish to create resources for! You can always do more than one but who are you starting with? There are links to masterlists you can use in order to find them and if you want help, just send us a message and we can pick one for you at random!
STEP 2: Pick what you want to create! You can obviously do more than one thing, but what do you want to start off with? Screencaps, RP icons, GIF packs, masterlists, PNG’s, fancasts, alternative FC’s - LITERALLY anything you desire!
STEP 3: Look back on tasks that we have created previously for tutorials on the thing you are creating unless you have whatever it is you are doing mastered - then of course feel free to just get on and do it. :)
STEP 4: Upload and tag with #TASKSWEEKLY! If you didn’t use your own screencaps/images make sure to credit where you got them from as we will not reblog packs which do not credit caps or original gifs from the original maker.
THINGS YOU CAN MAKE FOR THIS TASK - examples are linked!
Stumped for ideas? Maybe make a masterlist or graphic of your favourite faceclaims. A masterlist of names. Plot ideas or screencaps from a music video preformed by an artist. Masterlist of quotes and lyrics that can be used for starters, thread titles or tags. Guides on culture and customs.
Screencaps
RP icons [of all sizes]
Gif Pack [maybe gif icons if you wish]
PNG packs
Manips
Dash Icons
Character Aesthetics
PSD’s
XCF’s
Graphic Templates - can be chara header, promo, border or background PSD’s!
FC Masterlists - underused, with resources, without resources!
FC Help - could be related, family templates, alternatives.
Written Guides.
and whatever else you can think of / make!
MASTERLIST!
F:
Ana Firmino (1953) Cape Verdean - singer.
Sandra de Sá (1955) Brazilian [25% Afro Cape Verdean, 71.7% Afro Brazilian, 1.1% Unspecified Indigenous Brazilian, 2.1% Unspecified European, 0.1% Unspecified Other] - singer-songwriter.
Maria de Barros (1961) Cape Verdean - singer.
Pebbles / Susan Lynne Semedo (1964) Cape Verdean - actress and radio personality.
Fantcha / Francelina Durão Almeida (1965) Cape Verdean - singer.
Karin Mensah (1965) Cape Verdean - singer and educator.
Maria Alice / Maria Alice de Fátima Rocha Silva (1971) Cape Verdean - singer.
Anika Noni Rose (1972) Cape Verdean - actress and singer.
Blu Cantrell / Tiffany Cobb (1975) Cape Verdean, African American, Narragansett / Italian, Scottish, French, German, English - singer-songwriter and producer.
Nancy Vieira (1975) Cape Verdean - singer and composer.
Suzanna Lubrano (1975) Cape Verdean - singer.
Lura / Maria de Lurdes Assunção Pina (1975) Cape Verdean - singer.
Sara Martins (1977) Cape Verdean - actress.
Sara Tavares (1978) Cape Verdean - singer, guitarist, percussionist, and composer.
Milka Loff Fernandes (1980) Cape Verdean - actress and tv presenter.
Carmen Souza (1981) Cape Verdean - singer-songwriter, guitarist, and pianist.
Jenifer Solidade (1984) Cape Verdean - singer.
Tatiana Silva / Tatiana Silva Braga Tavares (1985) Cape Verdean - model and Miss Belgium 2005.
Mayra Andrade (1985) Cuban [Cape Verdean] - singer.
Jennifer Dias (1985) Cape Verdean - singer.
Ashley Holliday / Ashley Holliday Tavares / Ashley Popelka (1985) Cape Verdean [Afro Cape Verdean] / Bohemian Czech, German, Austrian, English - actress and director.
Débora Gonçalves (1985) Cape Verdean - singer and basketball player.
Leila Lopes / Leila Luliana da Costa Vieira Lopes Umenyiora (1986) Cape Verdean - actress, model, tv host, and Miss Universe 2011.
Cyann Ribeiro (1986) Cape Verdean - actress, singer-songwriter, model, and author.
Sara Santos (1986) Cape Verdean - actress.
Brandi Marie / Brandi Marie King (1988) Cape Verdean, Ivorian, Mexican, Portuguese - actress, model, and web star.
Elle DaCruz (1989) Cape Verdean, Portuguese - model and tv personality.
Analicia Chaves (1989) Cape Verdean, Portuguese - model.
Elle Varner / Gabrielle Varner (1989) Cape Verdean [Afro Cape Verdean] / African American, Swedish - singer.
Samira Vera-Cruz (1990) Cape Verdean / Angolan - actress, director, producer, and editor.
Chelsea Tavares (1991) Cape Verdean - actress and singer.
ARI / Aeriél Miranda (1992) Cape Verdean / African American, Creole, Cherokee, Jewish, Portuguese, French, German - actress, model, and filmmaker.
Elida Almeida (1993) Cape Verdean - singer.
Noe Milk (1994) Cape Verdean - porn actress.
Mai-Lynn Yim (1995) Korean / Cape Verdean, African American, Irish - actress and model.
Brigite Jazz (1995) Cape Verdean - instagrammer (brigiteeeee).
Ângela Maria Fonseca Spínola (1995) Cape Verdean - model and Miss Portugal 2005.
Andrea (1995 or 1996) Cape Verdean - youtuber (CurlsBeauty).
Shawna Rose (1995 or 1996) Cape Verdean, Cherokee - actress and model.
Samora Smallwood (?) Cape Verdean / Unspecified - actress, director, and writer.
Tirzah Evora / Tirzah Ellen Evora (?) Cape Verdean - actress, model, and Miss Cape Verde 2011.
Melanie David (?) Cape Verdean - actress, singer-songwriter, and blogger (instagram: iammelaniedavid).
Africa Miranda (?) Cape Verdean - actress, spokesmodel, and producer.
Diana Lovell (?) Cape Verdean - actress and model.
Vanessa Borggea (?) Cape Verdean - model and Miss Cape Verde 2006.
Celina Pereira (?) Cape Verdean - singer and educator.
Geneva Maccarone (?) Cape Verdean, Italian - actress.
Kathlyn Celeste (?) Cape Verdean - instagrammer (kathlynceleste).
Leniza Evy (?) Cape Verdean - instagrammer (leniza_evy).
Belinda / Belinda Lima / Belinda Lima Francis (?) Cape Verdean - singer.
Nadine Fortes (?) Cape Verdean - instagrammer (vaidosadmais).
Patricia Neves / Patricia Alves (?) Cape Verdean - actress and costume designer.
Gardénia Benrós (?) Cape Verdean - singer.
Diamond Dos Santos (?) Cape Verdean, Belizean, Dominican, Brazilian - musician (instagram: diamdada).
Bela Duarte (?) Cape Verdean - singer and painter.
Sara Morgado (?) Cape Verdean - model.
Joyce Delgado (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2018.
Cristilene Pimienta (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2017.
Cristy Spencer (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2013.
Joceline Fortes Rocha (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2009.
Zamise Fonseca (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2008.
Jocilene Afonso (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2007.
Tânia Neves (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2005.
Wilsa Fortes Pina (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 2002.
Carmelinda Gonçalves (?) Cape Verdean - Miss Cape Verde 1996.
Beautyxskillz (?) Cape Verdean - gamer.
Maggie (?) Cape Verdean - bodybuilder and instagrammer (blibram).
Alexandra Santos (?) Cape Verdean - model (Instagram: asantos._).
M:
Dany Silva (1947) Cape Verdean - singer, composer, and producer.
Eddy (FMG) / Eddy Fort Moda Grog / Eddy Fortes (1950) Cape Verdean - rapper.
Johnny Rodrigues / João Rodrigues (1951) Cape Verdean - singer.
Leonel Almeida (1952) Cape Verdean - singer.
Boy Gé Mendes / Gerard Mendes (1952) Cape Verdean - musician.
Val Xalino (1953) Cape Verdean - actor, singer, producer, and recorder.
Vasco Martins (1956) Cape Verdean - guitarist and pianist.
Mirri Lobo / Emilio Rito de Sousa Lobo (1960) Cape Verdean - singer and composer.
Ramiro Mendes (1961) Cape Verdean - singer, artist, and author.
Bau / Rufino Almeida (1962) Cape Verdean - musician.
Michael Beach (1963) Cape Verdean - actor.
Tito Paris / Aristides Paris (1963) Cape Verdean - singer, guitarist, and bassist.
Izé / Mário Lúcio / Lúcio Matias de Sousa Mendes (1964) Cape Verdean - actor, singer, composer, writer, and painter.
Teófilo Chantre (1964) Cape Verdean - singer.
Benzino / Raymond Scott (1965) African American, Puerto Rican / Cape Verdean, German - rapper, producer, and record executive.
Tó Cruz / António José Ramos da Cruz (1967) Cape Verdean - singer.
Stomy Bugsy / Gilles Duarte (1972) Cape Verdean - actor and rapper.
Jacky Brown / Jacky Teixeira (1972) Cape Verdean - rapper, singer, and presenter.
Tcheka / Manuel Lopes Andrade (1973) Cape Verdean - singer-songwriter and guitarist.
Gil Semedo / Gil Semedo Moreira (1974) Cape Verdean - singer-songwriter, producer, and music executive.
Izé / Izé Teixeira (1974) Cape Verdean - singer.
Nelson Freitas / Nelson Zé Ferreira (1975) Cape Verdean - actor, singer, producer, and recorder.
Boss AC / Ângelo César do Rosário Firmino (1975) Cape Verdean - rapper-songwriter.
Gilyto / Mr. Entertainer / Gilyto Semedo (1976) Cape Verdean - singer-songwriter, dancer, producer, mentor, and cultural activist.
Milton Lopes (1977) Cape Verdean - actor.
Hernani Almeida (1978) Cape Verdean - guitarist and pianist.
Elizio / Mister ODC / Di Cabo Verde (1979) Cape Verdean - singer-songwriter.
Masspike Miles / Miles Wheeler (1980) Cape Verdean / French - rapper and singer.
G-Amado / Gonçalo Jorge Amado da Veiga (1985) Cape Verdean - actor and singer.
Roberto Xalino (1987) Cape Verdean - actor, rapper, singer, and producer.
The Afro Boy / Luis Borges (1988) Cape Verdean / French, Swedish - model.
Deivys Nicola / Deivys Nicola D’Almeida (1997) Cape Verdean - youtuber (D Rock TV) and instagrammer (d__rock).
Lisandro Cuxi (1999) Cape Verdean - singer and dancer.
Drew Fonteiro (?) Cape Verdean - actor, dancer, writer, and illustrator.
A'Ali de Sousa (?) Cape Verdean - actor and filmmaker.
E-Life / Elvis de Oliveira (?) Cape Verdean - rapper and radio DJ.
Manu Lima (?) Cape Verdean - musician, composer, interpreter, and author.
Luis Alves (?) Cape Verdean - actor.
Ashar Medina (?) Cape Verdean, Surinamese - actor, director, and writer.
Don Xavier (?) Cape Verdean - actor, motivational speaker, author, and entrepreneur.
Leroy Gómez (?) Cape Verdean - singer-songwriter and saxophonist.
Jovino dos Santos (?) Cape Verdean - actor, composer, and interpreter.
Nelvino Lima (?) Cape Verdean - actor, radio presenter, and travel blogger.
Michael Monteiro (?) Cape Verdean - actor, stuntman, and screenwriter.
Curlyheadedbrownboy_ (?) Cape Verdean, Unspecified Native American - model.
Dj Viesel (?) Cape Verdean - DJ.
Gany Fernandes (?) Cape Verdean - model (Instagram: therealgany).
Problematic:
Amber Rose / Amber Levonchuck (1983) Cape Verdean [Afro Cape Verdean, Portuguese], Scottish / Ukrainian, Irish, Italian - actress, model, and talk show host. - Sexist and homophobic comments.
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Os Dias Eram Assim
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#Os Dias Eram Assim#23h#Ângela Chaves#Alessandra Poggi#Gustavo Fernandez#Carlos Araújo#2017#Globo#TV Globo#Telenovela#Novela#Rede Globo#Audiência#Audiência da TV#Audiência On#IBOPE#Kantar IBOPE
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O despertador toca, Ângela acorda. Ainda sonolenta se levanta e vai até o banheiro lavar o rosto para poder sair. Hoje, 26 de janeiro de 2030 é aniversário da pessoa que ela mais ama, sua mãe, e ela ficou de ir ao shopping comprar algo para presentea-la.
No banheiro se vê no espelho e se sente diferente, uma sensação estranha lhe aperta o coração, não sabe exatamente o que é, mas esse sentimento estranho tenta lhe consumir. Ângela procura não dar muita importância para isso, pois nada pode atrapalhar esse dia que é tão especial. Voltando para o quarto separa uma roupa magnífica, um vestido de cores vibrantes e um tênis ALL Star branco, e se arruma. Enquanto desce as escadas, para no meio da sala e grita:
- Mãe!!
Não obteve respostas. Acha isso estranho, pois são 09:00hs e a casa deveria está movimentada, já que na residência mora a mãe, o pai e seus dois irmãos. Imagina que eles tiveram que sair para buscar os enfeites, as comidas e tudo que será usado para a festa de hoje a noite, então vai até a cozinha, toma um café da manhã rápido, pega a chave do carro e vai para a garagem. Ela tem um carro popular, um Onix prata. Ao sair observa que o dia está lindo com um céu está limpo, com aquela tonalidade de Azul Capri.
- Que dia maravilhoso!! Não podia ser melhor.
Ao sair da garagem percebe que a rua não está tão movimentada como de costume. Não viu um senhor de 70 e poucos anos que costuma regar suas plantas nos finais de semana, não viu um pai brincar com seu filho pequeno de 8 anos... enfim, não viu a rua como ela geralmente via. Talvez seja pelo fato de que ela acordou se sentindo estranha. Tomara que não seja o início de uma gripe ou resfriado. Ângela não deixou esses sentimentos abalar o seu objetivo.
Chegando próxima ao shopping, vê em um prédio da Av. Francisco Matarazzo um telão e nele está passando uma notícia. Ela decide encostar o veículo para poder visualizar com mais tranquilidade. Há legenda do que o jornalista estava falando, facilitando a compreensão da mensagem transmitida.
- É com um enorme prazer que venho informar que o nosso querido ator e comediante, Mazzaropi, voltou à vida. - Diz o jornalista.
Ela leu atentamente a notícia e disse em voz alta para si mesma:
- Caramba!! Não acredito que já chegamos a esse ponto de ressuscitar os mortos.
Ligando o carro, continua o resto do percurso. Agora falta bem pouco para chegar ao seu destino. Após deixar o veículo no estacionamento, Ângela pega o elevador para chegar às lojas. Com ela está uma moça jovem, com seus 20 anos. Para quebrar o gelo, Ângela diz:
- Você viu a notícia que saiu agora a pouco a respeito do Mazzaropi?
- Pior que nem vi. O que dizia a matéria? - Questiona a moça.
- Um jornalista disse que o Mazzaropi voltou à vida.
- Ahh!! Que legal, mais um. Espero um dia ter essa oportunidade também.
- Como assim mais um?! Essa e a primeira vez que ouço algo do tipo.
- Não sei dizer como é feita a seleção, mas diariamente em todo o mundo pessoas são escolhidas para voltar a vida.
- Como assim?! Achei que fosse apenas pessoas de relevância. Pois se muitas pessoas são escolhidas, como que fica a questão da superpopulação no planeta?
- Isso não é um problema. Enquanto umas pessoas voltam a vida outras morrem. Normal. Isso acontecia antes e continua acontecendo isso normalmente, não é algo que se possa interromper... é o ciclo da vida.
- Nisso você tem razão. Mas o curioso é que é a primeira vez que ouço algo sobre voltar a vida. Talvez eu já tenha visto, mas não dei a devida atenção, não sei... Quer saber de uma coisa? Desde que acordei hoje cedo, as coisas estão estranhas...
- Ah! Você ainda não sabe, por isso o motivo do seu estranhamento. Você chegou recentemente. A resposta é simples. Esse é o mundo dos mortos.
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Temporada de vingança (amores proibidos?)
Ângela chega em casa e encontra Lígia.
[Ângela]- ué, pensei que ainda estivesse na faculdade.
[Lígia]- vim mais cedo pra preparar umas aulas. E não queria atrapalhar seu romance. (risos)
[Ângela]- amiga, pelo amor de Deus, ninguém mais viu além de você e do João, né?
[Lígia]- que eu tenha notado, não. Amiga, sinceramente, não sei por que você fica se escondendo, o Josué já é maior de idade.
[Ângela]- não, né, Lígia, cê tá doida? Eu sou secretária do diretor, imagina o escândalo.
[Lígia]- então vocês tão fazendo isso errado. Ficar dando beijo na porta da faculdade? Por favor, né.
[Ângela]- é, tem razão. Temos que ser mais discretos. Ai, será que o João não espalha? Ele é meio banana, pode ser que abra a boca sem querer.
[Lígia]- abre nada. Falando em João, que mala que ele é, viu. Não para de mandar mensagens, tive até que colocar o celular no modo avião.
[Ângela ri]- é isso que dá ser irresistível.
[Lígia]- não posso perder o foco. E não vai ser um homem que vai me desconcentrar.
[Ângela]- então o que pretende fazer?
[Lígia]- por enquanto nada, porque ainda tô paciente. Mas tudo tem limite e uma hora ela acaba. Aí, meu bem...nem eu sei do que sou capaz.
Tina liga pra Sérgio e conta sobre o paradeiro de Sara.
[Sérgio]- uma boate?!
[Tina]- uhum. Encheu a cara com as amiguinhas e foi curtir o after. Pelo visto, ela vai chegar tarde em casa, tá.
[Sérgio]- ah, mas não vai mesmo, me passa o endereço dessa boate!
[Tina]- vou te mandar pelo WhatsApp.
[Sérgio]- ótimo, fico no aguardo.
[Tina]- lembrando que preciso de grana pra ir embora. Não dá pra pegar ônibus uma hora dessas.
[Sérgio]- já te mando. E obrigado. Não sei o que faria sem você.
[Teresa]- com quem tá conversando?
Sérgio desliga o celular.
[Sérgio]- com uma das amigas da Sara. Parece que ela está numa boate.
[Teresa]- e o quê que tem? Deixa a menina se divertir.
[Sérgio]- da minha filha cuido eu, mãe. Por favor, não se mete.
Cícera afirma para Caio o seu amor por Ícaro.
[Cícera]- eu amo meu noivo. E por favor, te peço pra não continuar com esse papo, porque fico extremamente incomodada.
[Caio]- tudo bem, como quiser, gatinha. Vou parar de ser chato, me desculpa. Mas vem cá, posso dormir aqui?
[Cícera]- pode, né. Não dá pra te deixar do lado de fora sem chave. Mas você também precisa ser mais responsável, né, Caio, pelo amor de Deus.
[Caio]- mas eu sou, ué. Só perdi a chave.
[Cícera]- perdeu porque é irresponsável. Mas enfim, fica aí. Bom que me faz companhia. Vê se toma um banho.
[Caio]- eu vou, amor da minha vida. Não sou pigzona.
[Cícera ri]- o quê?
[Caio]- depois te explico as gírias. Vou lá ficar cheirosa.
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Governo certificou Caminho Português de Santiago Interior entre Viseu e Chaves
Governo certificou Caminho Português de Santiago Interior entre Viseu e Chaves
O Governo certificou o Caminho Português de Santiago Interior, que se estende de Viseu a Chaves em território nacional, no âmbito de um trabalho de reconhecimento e preservação do património cultural e natural, foi hoje anunciado. A portaria que certifica este caminho foi assinada pelas secretárias de Estado do Turismo, Rita Marques, e Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira. O…
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Fanfic Pega Pega Adriano e Sabine
Capitulo 2
Assim que saiu do banho Adriano escuta o telefone tocar, ele atende e do outro lado da linha e o seu amigo desde o ensino médio Alfredinho o convidando pra ir ao clube, pois com o dia quente e a véspera de feriado a turma de amigos resolveu fazer uma reuniãozinha pra se divertir e matar as saudades. Mas Adriano contesta:
- Alfredinho bora rapaz a turma vai estar toda lá! Faz tempo que a gente não se encontra, vai ser divertido!
- É que vai ter uma festa de Natal aqui em casa hoje, vai estar cheio de gente, não sei se vai ser uma boa eu sair
- Mas essa festa provavelmente deve começar a noite até lá vc já vai estar de volta, bora rapaz vc ta parecendo um padre nos últimos meses com esse vestibular. Tem que curtir um pouco
- ta bom, se for agora de tarde dá tempo de chegar pro começo da festa. Aguenta ai que to chegando.
Adriano pegou as chaves do carro, desceu as escadas rapidamente e visou a empregada que seus pais perguntarem ele foi até ao clube mas volta pra festa.
Chegando lá estava Alfredinho, Maria Claudia, sua grande amiga dos tempos de escola, e outros colegas todos sentados numa mesa com guarda- sol naquela tarde quente e bebendo uma cerveja naquele calor infernal carioca.
O clima era de total descontração e zueira parecia que tinham voltado aos tempos de escola. Alfredinho estava com uma máquina fotográfica brincando de tirar fotos das meninas que brincavam fazendo poses de modelo e aproveitavam pra chegar bem perto de Adriano encostar nele! O clima tava ótimo, até que passa uma jovem desconhecida na frente da mesa, uma moça bonita, de cabelos loiros longos, de biquíni azul, Alfredinho como sempre não deixa passar e solta um fiu fiu em alto e bom som, além de pronunciar um sonoro ó la em casa pra não só a moça como o espaço da piscina inteira ouvir, oq ele não sabia é que a moça tinha marido e o marido estava na mesa ao lado da deles que levantou como um foguete e parou na frente de Alfredinho e o indagou:
- Oque foi que vc disse rapaz? Oq foi que vc disse pra minha mulher?
-eu! eu! não sabia que ela era casada! Não tinha como saber! eu eu!
- Seu muleque! Vc acha bonito agir assim com as mulheres casadas
-Me! Me desculpe! Eu não sabia! eu ...... eu.....
O homem veio direto e partiu pra cima de Alfredinho o segurando pelo colarinho, Adriano que estava próximo, interviu e falou:
-Hei! Ele já te pediu desculpas! Não precisa engrossar não!
O homem então soltou Alfredinho e foi pra cima de Adriano teve uns minutos de bate-boca até que o cara vira um soco na cara de Adriano dando início a uma confusão generalizada que tumultuou o clube inteiro e a polícia precisou ser chamada foi todo mundo pra delegacia.
Já era quase 19h:30 horas da noite e Adriano, Maria Claudia, Alfredinho e toda turma aguardando pra prestar depoimento. Adriano que apoiava a mão no olho que recebeu o soco pois estava bem dolorido, só pensava pronto, agora além de ganhar um olho roxo vou perder metade da festa de Natal e como é que vou explicar esse olho inchado?
Nesse mesmo tempo a festa da noite de Natal na casa da família Torresini começa a pipocar de gente! os convidados começando a chegar entre eles A Sabine e o seu filho adotivo Dom que tem mais ou menos a mesma idade do Adriano.
Sra.Angela e Sr.Alberto a cumprimentam com muita emoção:
- Meu Deus Sabine quanto tempo querida! Como vc continua bonita, indaga Angela e Sr Alberto complementa: Bonita mesmo!
-Imagina estou envelhecendo, mês que vem entro pra turma das cinquentonas
-O Dom está um rapagão hein! A Última vez que vi devia ter uns 6 ou 7 anos, interfere Ângela.
-Por falar em rapagão, como ta o filho de vcs, deve estar um rapaz jovem tbm não?
- há o Adriano está com 20 anos ele saiu a tarde pra encontrar o pessoal no clube e até agora não voltou, já estou até preocupada, já devia estar aqui!
- Há os jovens estão todos assim é capaz de ele ficar por lá mesmo no programa do que passar uma noite inteira véspera de Natal ouvindo conversa chata de gente mais velha! E tá certo ele!
- Não Sabine! Adriano não é assim não! As festas de Natal ele nunca perde não e não tem esse grilo de conversar com gente mais velha, graças a Deus! Acho que vc nunca viu uma foto dele até né? Deixa eu te mostrar!
Dona Angela vai até a mesinha atrás do sofá e pega um porta retrato todo de aço cromado onde tem uma foto de Adriano no último aniversário dele seis meses antes e entrega a Sabine, que olha detalhadamente a foto do jovem e se surpreende com a beleza do rosto e dos traços do garoto mas sem deixar a mostra nenhuma emoção retumbante no rosto! Age de maneira discreta e fria como sempre mas o seu olhar corre diretamente para a boca carnuda do menino como quem admira uma obra de arte.
Antes que a antiga amiga Ângela perceba alguma impressão diferente nos olhos de Sabine ela devolve o porta retrato a mãe do rapaz e faz um elogio discreto a beleza do garoto, daqueles que qualquer tia, avó faria. Sabine sabia muito bem ser fria qdo tinha que ser.
Do outro lado da cidade Adriano e sua turma continuavam presos na delegacia por conta do incidente da tarde:
Adriano: Meu deus! A festa lá em casa já era pois como é que vou encarar os convidados com o olho roxo, fora que meu pai vai me matar! Maldita hora Alfredinho que vc foi abrir a boca, parece que nunca viu mulher!
Alfredinho: eu não tinha como saber que a loirona era casada né, nem que o marido tava ali do lado!
Maria claudia: ta loco! Vou precisar ligar pro meu pai me buscar! Mas já sei que vou to mar um esporro daqueles! Mas se tem que ser que seja de uma vez né!
Depois de um tempão de espera, o delegado chamou o Adriano pra tomar depoimento e depois os outros 2 amigos e liberou todo mundo.
O pai de Maria Claudia já estava esperando do lado de fora pra levar todo mundo pra casa e indagou:
- mas que bonito hein! Que belo presente de natal vcs me deram! Credo Adriano! E esse olho inchado rapaz? Chega em casa e põe um gelo nisso!
O carro arrancou e depois de deixar o Alfredinho em casa ele partiu em direção a casa de Adriano. O jovem desceu, agradeceu a carona e desejou feliz Natal para Maria Claudia e seu pai. Entrou pelo jardim discretamente, tava cheio de carro estacionado na rua de convidados, entrou correndo pois ninguém podia ver o olho inchado e vermelho, teria que entrar pela porta da cozinha, e foi isso que fez depois de fazer sinal pedindo silencio para a empregada, se esgueirou até a escada aproveitando que os pais estavam distraídos recepcionando convidados na sala de jantar, olhou no relógio já era quase 9 horas da noite.
-Meu deus! Oq eu faço agora?
Chegando no seu quarto ele fica alguns minutos olhando pra parte de fora da janela pensando em como agir e que explicação dar aos pais e aos convidados.
Nesse meio tempo vê uma mulher ao lado de um rapaz negro sair da casa e indo em direção a um dos carros estacionados na porta de fora. Ele não conseguia ver o rosto dela de onde estava mas os cabelos levemente enrolados e volumosos, bem marcados chamou a tenção e daí ele se lembrou?
-Meu deus é ela! Com essa confusão eu até esqueci! Será que se eu correr vai dar tempo....... mas estou com esse olho roxo melhor não! Meu deus que dia desastroso!
Antes que ele terminasse esse pensamento sabine e Dom entraram no carro e o motorista deu a partida e arrancou com o carro deixando Adriano reflexivo.
Adriano tomou um banho rápido trocou de roupa e qdo era quase 10 horas resolveu descer para festa, a casa ainda estava cheia. Sua mãe qdo o viu entrar na sala de jantar a mãe de Adriano olha assustada e repara no olho inchado e vermelho:
- meu filho oq é isso? Vc nunca atrasa! agora me chega quase no final da festa e nesse estado? Oq houve?
Toda a atenção da festa se volta pra ele e o pai o olha com uma expressão um pouco brava e desapontada.
-eu tava lá no clube qdo o Alfredinho se envolveu nunca confusão com um marido ciumento, fui defender e sobrou pra mim, ele me deu um soco no olho! Fomos parar na delegacia pra depoimento, por isso cheguei tão tarde!
- A sabine tava aqui esperando pra te conhecer mas recebeu uma ligação da enteada dela de última hora e precisou sair. Amanhã ela já precisa pegar um voo pra retornar à Paris!
Essa última fala da mãe dele foi caiu como um balde de água fria na cabeça do rapaz, sabe-se lá quando ele teria outra chance de ver aquela famigerada mulher pessoalmente de novo. Frustrado com os últimos acontecimentos resolveu beber um pouco e relaxar até que a festa acabasse.
Era cerca de 2 da manhã qdo os últimos convidados se despediram e os Torresinis exaustos e um pouco altinhos foram descansar cada um em seus respectivos quartos. Adriano caiu na cama sonolento com o efeito da bebida e em poucos minutos dormiu profundamente.
Em seus sonhos vê a porta abrir e uma silhueta feminina entra em seu quarto como está escuro não divulga o rosto apenas a silhueta sombreada, se aproximando cada vez mais. Quando ela chega bem perto da cama ele consegue ver bem o rosto em meio aos cabelos levemente enrolados, era a moça da foto preto e branco que ele tinha visto a tarde com os pais. Ela trajava um vestido rosa claro cinturado mas um pouco esvoaçante e rodado na parte da saia, típico traje feminino de festa e nos pés uma sandália de salto agulha cintilante na cor creme, uma maquiagem discreta mas que destacava muito bem os cílios e as sobrancelhas bem delineadas e um pouco grossas como na foto, olhos brilhantes e mega penetrantes e na boca um batom rosa pêssego só pra dar uma realçada discreta.
Adriano olha impactado e pergunta:
- É você? Como vc entrou aqui?
- Eu estive aqui na sua casa, esperei um tempão pra te conhecer mas vc não apareceu! então resolvi vir aqui pessoalmente pra matar a sua curiosidade!
Adriano com o rosto vermelho e meio encabulado respondeu:
-É meu pai me mostrou uma foto sua hoje á tarde e fiquei curioso pra te ver pessoalmente!
- Mas oq teus pais não sabem é o real motivo que tá despertando essa tua curiosidade mas eu sei!
Adriano dá um sorriso amarelo totalmente envergonhado e sabine continua a chegar mais perto dele e fala:
-É essa sua boca linda ham! Deve deixar as meninas doidas?
Enquanto falava isso ela acariciava a boca do rapaz com os dedos os dedilhando e fazendo a libido de Adriano dar um salto. Não aguentando mais ele se inclina e tasca um beijo nela, como vê que ela não se retira nem faz nenhum sinal desse afastar continua a beijar e a cada beijo quedava ficava mais ousado colocava a Língua dentro da boca dela entrelaçando as línguas, enqto isso ela levanta a blusa do rapaz a tirar pelos braços e pelo pescoço, em contra partida momento em que a abraça vai abrindo o zíper do vestido que ficava nas costas , ela se desvencilha do pescoço dele por um minuto enquanto desce um ombro do vestido, depois o outro e vai deslizando o vestido lentamente pelo corpo até ele chegar aos seus pés na frente do garoto, deixando a vista quase todo o seu corpo, o colo, os seios, a barriga e as pernas ficaram totalmente expostas. Nesse momento ela apenas trajava uma calcinha preta. Ela chega perto de Adriano e enquanto o beija empurra o rapaz para a cama enquanto se deita por cima dele, vai deslizando a sua boca pelo peitoral de Adriano, desce até a barriga e quando chegou perto do púbis do menino tirou a roupa intima de rapaz o deixando inteiramente nú e deitando-se novamente por cima dele continua a beija-lo intensamente, Adriano a essa altura sentia seu corpo inteiro estremecer de prazer e de êxtase, ela continua deslizando sua boca pelo corpo de Adriano dessa vez o deflorando inteiramente com a boca. Adriano então num rompante se levanta e a puxa pelo tronco a virando na cama e ficando agora dessa vez ele por cima dela, abocanha os seios da mulher enquanto alterna com intensos beijos em sua boca, porém bem
no momento do auge do amor quando ele ia penetra-la ele acorda subitamente! Abre os olhos surpreso e atônito:
-Meu Deus era tudo só um sonho! Será que estou ficando loco?
Olha por debaixo de seu lençol e percebe que está daquele jeito e pensa:
- Meu deus! Eu tive um sonho erótico com uma mulher que nunca vi e nem conheço! Preciso esquecer essa história definitivamente!
CONTINUA....................
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CIRCUITO MUNDIAL: Maia/Vinicius Cardozo avançam em Sofia; Ângela/Rupia perdem primeiro jogo em Ruanda
CIRCUITO MUNDIAL: Maia/Vinicius Cardozo avançam em Sofia; Ângela/Rupia perdem primeiro jogo em Ruanda
Dupla masculina vence seus dois jogos na Bulgária e passa do qualifying. Em Rubavu, equipe feminina é superada por alemãs e volta a jogar nesta sexta
Duas duplas brasileiras entraram em quadra em etapas diferentes do Circuito Mundial de vôlei de praia nesta quinta-feira (15.07). No torneio duas estrelas de Rubavu, em Ruanda, Ângela e Rupia Inck (DF/MG) foram superadas na primeira rodada da fase de grupos e na competição uma estrela em Sofia, na Bulgária, Maia e Vinicius Cardozo (RJ) ganharam suas duas partidas no qualifying e avançaram à chave principal.
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source https://fotospublicas.com/circuito-mundial-maia-vinicius-cardozo-avanca-em-sofia-angela-rupia-perde-primeiro-jogo-em-ruanda/
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Candidatas do Enem em Sergipe falam sobre expectativa para provas deste domingo
Estudantes respondem sobre ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Candidatas de Aracaju falam sobre expectativa para a prova do Enem Anderson Barbosa/G1 Após 46% de abstinência na primeira fase, candidatos de Sergipe fazem provas, neste domingo (24), para responder questões sobre ciências da natureza suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. O estado registrou 86.895 inscritos para fazer a versão impressa, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em conversa com a equipe do G1 pouco antes do fechamento dos portões na capital, alguns candidatos falaram sobre a expectativa para as provas. “Eu gostei da primeira fase, achei que eu me saí bem. Mas agora não estou com tantas expectativas para essa segunda etapa. Embora tenha estudado bastante. Como eu trabalho, e tentava conciliar os estudos”, disse Erika Caroline Coimbra Santana Neto, de 19 anos, que trabalha com vendedora e pretende cursar pedagogia ou letras. Para Ângela Jesus Santos, 34 anos, que está fazendo o Enem pela quarta vez, a grande expectativa está relacionada com a prova de matemática.” Estou muito ansiosa, e torcendo que tudo dê certo. Acho que matemática vai ser um pouco mais difícil. estudei menos do que gostaria”, lamentou a operadora de caixa que pretende cursar pedagogia ou fisioterapia e sonha em trabalhar com crianças especiais. Os horários do Enem: Abertura dos portões: 11h30 (horário de Brasília) Fechamento dos portões: 13h Início das provas: 13h30 Término das provas: 18h30 Medidas de prevenção Segundo o Inep, as medidas de prevenção contra o coronavírus serão as mesmas para todos os lugares. Entre as medidas, estão: Uso obrigatório de máscaras para candidatos e aplicadores; Disponibilização de álcool em gel nos locais de prova e nas salas (a quantidade total só será conhecida após a aplicação do exame); Recomendação de distanciamento social no deslocamento até as salas de provas Identificação de candidatos do lado de fora das salas, para evitar aglomeração – haverá marcações no piso para ter distanciamento, caso haja fila Contratação de um número maior de salas: na edição de 2019 foram 140 mil locais de aplicação; agora serão 200 mil Salas de provas com cerca de 50% da capacidade máxima Candidatos idosos, gestantes e lactantes ficarão em salas com 25% da capacidade máxima Higienização das salas de aulas, antes e depois do exame É recomendado que o candidato leve máscaras reservas para trocar O que levar Cartão de confirmação Documento oficial com foto Caneta esferográfica preta de material transparente máscara para trocar durante a prova água lanche Itens proibidos: Borracha, corretivo, chave com alarme, artigos de papelaria, impressos e anotações, lápis, lapiseira, livros, manuais, régua e caneta de material não transparente; Óculos escuros, boné, chapéu, viseira, gorros ou similares; Dispositivos eletrônicos como celulares, tablets, calculadoras, gravadores, pen drive ou mp3; Alarmes, chaves com alarmes ou qualquer outro componente eletrônico; Fones de ouvido ou qualquer transmissor, gravador e/ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens. Protetor auricular; Relógios de qualquer tipo. Candidatos doentes O Inep prevê reaplicar a prova para quem tiver doenças infectocontagiosas, entre elas a Covid. Também entram na lista sarampo, rubéola, varicela e coqueluche. Caso os sintomas apareçam na véspera do exame, o indicado é ligar para o 0800-616161.
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