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Zé Maria do Tomé
José Maria Filho, conhecido como Zé Maria do Tomé, foi morto com 25 tiros em abril de 2010 no município de Limoeiro do Norte, interior do Ceará, mais de 14 anos após o crime, um dos envolvidos, o réu Francisco Marcos Lima Barros foi levado a júri popular numa quarta-feira (9) e condenado a 16 anos de prisão. Zé Maria era ativista contra a pulverização aérea de agrotóxicos na localidade do Sítio…
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BRASIL URGENTE
As crianças e adolescentes , moradores na #ilhadomarajó clamam e pedem socorro!
A sociedade civil, as autoridades, o Governo Federal, Estadual e Municipal em conjunto com o Exmo. Sr. Presidente da República Federativa do Brasil. @lula com apoio das ONG e a intervenção da ONU , precisam agir, tomar providências para acabar com essa atrocidade e violência contra as nossas crianças e adolescentes que estão sendo molestadas, aliciadas e violentadas por esses criminosos e monstros na Ilha do Marajó e em todo território Brasileiro.
Obrigado. Helder Dias. Da @hdamodels e da @aquarellasustentavel
URGENT BRAZIL Children and teenagers, residents of #ilhadomarajó cry out and ask for help! Civil society, authorities, the Federal, State and Municipal Government together with the Hon. Mr. President of the Federative Republic of Brazil. @lula with the support of NGOs and the intervention of the UN, they need to act, take measures to put an end to this atrocity and violence against our children and adolescents who are being molested, groomed and raped by these criminals and monsters on Ilha do Marajó and throughout Brazilian territory. Thanks. Helder Dias. From @hdamodels and @aquarellasustentavel
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"INCONGRUÊNCIA DE GÊNERO NA INFÂNCIA" OU REPATOLOGIZAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE?
Eugenia Rodrigues[1]* e Gays pela Abolição de Gênero[2]**
[1] * Eugênia Rodrigues é graduada em Comunicação Social, na habilitação Jornalismo, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Seu trabalho de conclusão de curso foi “Fora da caixa: a construção da criança trans no jornalismo brasileiro”. É pesquisadora da área de estudos de mulheres, feministas e de gênero, porta-foz da campanha No Corpo Certo e crítica à medicalização da vida. Contato: [email protected].
[2] ** Gays pela Abolição de Gênero (antiga Gay AntiQueer) é um coletivo formado por homens gays alinhados por ideais materialistas e abolicionistas que, desde 2015, procura produzir e traduzir conteúdo, aproximando a militância gay de uma visão crítica de gênero. Contato: [email protected].
Nota dos autores
Apoiamos o direito a uma vida digna e saudável para todas as pessoas, respeitando sua autonomia corporal e escolhas enquanto adultas. Portanto, a questão discutida neste trabalho deve ser tratada com extrema delicadeza. Nosso intuito é promover uma reflexão e levantar hipóteses sobre como tem sido abordada a “incongruência de gênero” a fim de abrir espaço para uma discussão crítica de possibilidades. As respostas para nossas indagações não são fechadas e requerem atenção a estudos futuros. É imprescindível mencionar a importância do acolhimento por parte das famílias de crianças cujos comportamentos não se enquadrem nos estereótipos vigentes, pensando sempre no bem-estar destes jovens em situação de vulnerabilidade psicossocial.
Resumo
Tem-se notado em diversos países, entre eles o Brasil, um aumento do número de crianças e adolescentes diagnosticados com “incongruência de gênero” (termo atual para condições que já foram nomeadas genericamente como “inversão sexual”, “transexualismo”, “disforia de gênero” e “transtorno de identidade de gênero”). Paralelamente, as vendas de medicamentos utilizados como bloqueadores da puberdade em crianças com esses diagnósticos também têm aumentado expressivamente. Entretanto, estudos de longa duração revelam o desaparecimento desses sintomas após a puberdade e a homossexualidade como características predominantes entre os pacientes. Tão recente quanto a despatologização da homossexualidade, em 1973, data o reconhecimento do “transtorno de identidade de gênero” na infância. Este trabalho busca investigar a correlação entre a medicalização de comportamentos infanto-juvenis desviantes do sistema de gênero vigente e a medicina como instrumento de normatização.
Palavras-chave: Crianças transgênero. Homossexualidade. Patologização.
“GENDER INCONGRUENCE OF CHILDHOOD” OR REPATHOLOGIZATION OF HOMOSSEXUALITY?
Abstract
In several countries, including Brazil, there has been an increase in the number of children and adolescents diagnosed with “gender incongruence” (current term for conditions that have been generically referred to as “sexual inversion”, “transsexualism”, “gender dysphoria” and “gender identity disorder”). At the same time, sales of drugs used as puberty blockers in children with these diagnoses have also increased significantly. However, long-term studies show disappearance of these symptoms after puberty and homosexuality as predominant characteristics among patients. As recent as the depatologization of homosexuality, in 1973, there was the recognition of “gender identity disorder” in childhood. This paper aims to investigate the correlation between the medicalization of deviant child behaviors from the current gender system and medicine as an instrument of normatization.
Keywords: Transgender children. Homosexuality. Pathologization.
1 Introdução
O aumento do número de crianças e adolescentes diagnosticados com “incongruência de gênero” é expressivo, chegando a cem vezes, entre 2009 e 2016 no Reino Unido (DE GRAAF et al., 2018). Consequentemente, as vendas do SUPPRELIN®, um medicamento utilizado como bloqueador da puberdade — quando ocorrem, entre outras mudanças fundamentais no organismo, o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários como crescimento dos seios e menstruação em meninas, ou barba e engrossamento da voz em meninos — aumentaram 800%, entre 2010 e 2018 (ENDO PHARMARCEUTICALS, 2010, 2019).
Por outro lado, estudos de longa duração observam o desaparecimento da disforia de gênero após a puberdade em 70% dos pacientes (STEENSA; COHEN-KETTENIS, 2015) e a predominância da homossexualidade entre eles, superando os 60% (AITKEN et al., 2015). Um fato significativo é relatado pelo teórico queer Giancarlo Conejo (2011) em seu artigo denominado “A guerra ao menino afeminado”. Conejo, que é gay, relata que foi levado a psicólogos por seus pais, ansiosos por uma “cura” para seu “afeminamento” e que recebeu um diagnóstico de “transtorno de identidade de gênero”. Relatos similares são feitos por transexuais adultos, conforme veremos adiante. Como indaga Kreher (2016), estaríamos expondo lésbicas, gays e bissexuais adolescentes a intervenções médicas desnecessárias, pautadas por estereótipos de gênero? Este trabalho realiza uma análise inicial multidisciplinar destes fenômenos, passando pela história da patologização da homossexualidade no final do século XIX (JEFFREYS, 2003; TREVISAN, 2000) até os critérios internacionais atuais para o diagnóstico de incongruência de gênero adotados no país, inclusive pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É fundamental, portanto, uma reflexão sobre os efeitos e riscos destas políticas para crianças e adolescentes fora do padrão, resguardando o direito de pessoas adultas à sua autonomia corporal.
2 Histórico da questão
Tratar como uma condição médica comportamentos que fogem às normas sociais vigentes não é algo recente: no século XIX, a medicina e a psicologia já se empenhavam em corrigir o comportamento das mulheres e homens desviantes — inclusive sua sexualidade. A publicação do Psychopatia Sexualis, de Henrich Kaan, em 1846 inaugura um domínio médico-psicológico das chamadas perversões, que ocuparia o lugar das velhas categorias de devassidão e sodomia (FOUCAULT, 1978). Na tentativa de explicar o comportamento homossexual masculino, o jurista alemão Karl Heinrich Ulrichs, talvez o primeiro ativista gay, postulou que certos homens teriam “almas femininas presas em corpos masculinos”, afirmando assim o desejo por homens como essencial — e necessariamente — de ordem feminina (HERDT, 1993). Magnus Hirschfeld, médico e fundador da primeira organização pelos direitos homossexuais em 1897 na Alemanha, também teorizou sobre a homossexualidade a partir da ideia de uma “inversão sexual”, de homens “femininos” pertencentes a um “terceiro sexo” (STEAKLEY, 1997).
[…] de acordo com declarações de seus parentes, não era como os outros meninos. Sua indisposição para atividades masculinas e sua preferência por divertimentos femininos começaram bem cedo. Assim, ele evitava todos os jogos de menino e exercícios de ginástica, enquanto brincar de bonecas e outras ocupações femininas eram particularmente agradáveis a ele […]. Sexualmente, o paciente sentia como uma mulher para os homens, e tinha inclinações por pessoas de seu próprio sexo […]. Também sua aparência externa, hábito, formas, costumes e vestiários são notáveis, e decididamente lembram forma e características femininas. Essa impressão de uma mulher vestida de homem é ainda maior por um crescimento fino de pelos no rosto, que são raspados, com exceção de um pequeno bigode […]. Opinião: 1. Sr. V. H. é uma pessoa anormal e com um defeito de origem. Seu instinto sexual contrário representa uma parte de sua condição física e mental anormal; 2. Esta situação, na medida em que congênita, é incurável. Existe uma organização deficiente dos maiores centros cerebrais, o que o torna incapaz de viver uma vida independente. Seu instinto sexual perverso o impede de exercer as funções sexuais normais […]. (KRAFFT-EBING, 1892 apud SIMIÃO, 2015, p.189–191)
Nota-se, no relato acima, os processos de medicalização e patologização entrelaçando-se no diagnóstico. A medicalização da sociedade, ensina Ivan Ilitch, consiste num processo em que a área de atuação da medicina se alarga ao ponto de constituir uma forma de violência sobre o indivíduo (ILITCH, 1975). Coloca-se no campo da medicina a origem e a solução de um problema que não é — ou que, a princípio, não seria — médico. No exemplo acima, a homossexualidade, as preferências por certos brinquedos e jogos na infância e algumas características externas são apontadas como tendo origem numa suposta “organização deficiente dos maiores centros cerebrais”. O “tratamento” indicado, felizmente, não foi dos mais extremos: o médico entendeu que bastava que o sr. V.H. vivesse “sob o cuidado e conselho de indivíduos normais”. Há de se observar que o termo “medicalização” sugere um processo que pertence ao exercício da medicina, enquanto que essa perspectiva é, cada vez mais, difundida por psicólogos (as), psicanalistas, fonoaudiólogos (as), assistentes sociais e por toda a sociedade, de modo que é mais conveniente utilizar o termo “patologização”. O profissional que atendeu ao sr. V.H. patologizou — leia-se, entendeu como elementos caracterizadores de uma patologia, uma doença (física e ou mental) a ser curada — comportamentos que hoje consideramos, ou ao menos deveríamos considerar, normais: o desvio dos padrões impostos a cada sexo e a atração por pessoas do mesmo sexo. A patologização também sugere que haveria uma causa, em geral biológica, para aquele sintoma, que seria preciso se chegar a um diagnóstico e, finalmente, a uma cura (usualmente através da prescrição de fármacos e/ou de cirurgias). Esse processo, no sistema capitalista, está subjugado aos interesses da indústria médico-farmacêutica.
A partir dessa visão de mundo e de técnicas que se aperfeiçoariam ao longo dos anos, iniciam-se, então, experimentos científicos para corrigir o comportamento homossexual, utilizando-se de lobotomia, castração física e química, enxertos de órgãos, transplantes de testículos, terapia eletroconvulsiva e medicamentos hormonais (BLAKEMORE, 2019; OVERWHELMED, 2017). A história das intervenções médicas em homossexuais se confundiria com as daqueles que Magnus Hirschfeld nomearia de “transexuais”. Magnus participaria indiretamente das primeiras cirurgias de readequação genital, praticadas como uma cura para estes “doentes” (KHAN, 2016). No ano de 1952, três fatos acontecidos na Inglaterra e nos Estados Unidos marcam a continuidade da medicalização da homossexualidade: no primeiro país, a descoberta da orientação sexual do cientista Alan Turing ensejou sua condenação por “grave indecência”. Figura central para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, ele foi obrigado a aderir ao “tratamento médico” com hormônios femininos, que visavam a diminuir seu desejo indevido e a modificar seu corpo para assemelhá-lo ao do sexo que é autorizado a se relacionar com homens. Turing ficou impotente, lhe cresceram seios e ele morreria dois anos depois envenenado — especula-se que por suicídio. No mesmo ano, nos EUA, a Associação de Psiquiatria Americana patologizou formalmente a homossexualidade listando-a como um transtorno mental e a mídia celebrou a primeira pessoa norte-americana a se submeter a uma cirurgia de “mudança de sexo”: Christine Jorgensen. Christine, que em alguns depoimentos se descreve como “um homossexual masculino” (JEFFREYS, 2014), se submeteu ao protocolo elaborado pelo médico dinamarquês Christian Hamburger (KHAN, 2016).
Influenciado por Hamburguer e por Hirschfeld, com quem havia convivido diretamente, e à vista da grande procura de norte-americanos pela nova “cura”, o endocrinologista Harry Benjamin começou a atender a este grupo e em 1967 publicaria o livro The Transexual Phenomenom, que se tornou referência para o que hoje se conhece como “´processo transexualizador” nos Estados Unidos e no resto do mundo. Nele, defende-se por princípio o uso de hormônios artificiais e cirurgias como possível cura para o “transexualismo” (BENJAMIN, 1967). O uso de hormônios como “tratamento” chegaria à África do Sul: durante o período do apartheid (1948–1994), homossexuais foram castrados quimicamente com doses massivas de hormônios e, entre 1969 e 1987, cerca de 900 homens e mulheres foram submetidos à cirurgia de redesignação de gênero em hospitais militares (KAPLAN, 2004). A patologização da desviância atingiria crianças e adolescentes, seja ao se considerara a infância fora do padrão dos pacientes como sintoma de uma patologia, como no citado caso do “sr. V.H”, seja para celebrar a “cura” de um menino “afeminado” através da terapia de modificação comportamental, como fez o psicólogo norte-americano George Alan Rekers (RECKERS, 1974).
Esses parâmetros guiariam não apenas médicos (psiquiatras, endocrinologistas, cirurgiões plásticos) mas também psicólogos — a medicalização, repita-se, não é um processo exclusivo de profissionais da medicina. À rigidez dos padrões de comportamento para o sexo do século XIX, o psicólogo John Money oporá a bebês intersexuais a plasticidade tecnológica do que ele denominará “gênero”. Money utiliza pela primeira vez sua noção de gênero em 1947 e a desenvolve clinicamente mais tarde com Anne Ehrhardt e Joan e John Hampson para falar da possibilidade de modificar hormonal e cirurgicamente o “sexo” dos bebês nascidos com órgãos genitais e/ou cromossomos que a medicina, com seus critérios visuais e discursivos, não pode classificar somente como femininos ou masculinos. O neozelandês, que viveria a maior parte da vida nos Estados Unidos, conceitua gênero para nomear o “sexo psicológico; pensa sobretudo na possibilidade de utilizar a tecnologia para modificar o corpo segundo um ideal regulador preexistente que prescreve como deve ser um corpo humano feminino ou masculino” (PRECIADO, 2008, p. 81).
Em 1973, após longa luta, a homossexualidade deixou de ser listada oficialmente como uma patologia pelo Manual de Diagnóstico e Estatística dos Estados Unidos. Contudo, sete anos depois, o mesmo documento passou a reconhecer o chamado “transtorno de identidade de gênero” (gender identity disorder, GID) na infância. Rapidamente, esse diagnóstico passou a ser aplicado a crianças cujos comportamentos não se enquadravam nas rígidas normas. A prescrição de medicamentos e cirurgias partem de diagnósticos médicos; assim, se ao longo do século XX quase não há registros de menores de idade sendo encaminhados para “terapia hormonal”, isso mudaria na virada do século. Em 2006, foi publicado o primeiro estudo acerca do uso de uma substância inibidora de hormônios gonadotrópicos, a triptorrelina, na inibição da puberdade de crianças e adolescentes fisicamente saudáveis que receberam diagnósticos de “disforia de gênero” (WAAL et al., 2006). A partir dessa experiência, outras substâncias com efeitos semelhantes seriam utilizadas com a mesma finalidade como a histrelina, a leuprorrelina e a goserelina. O bloqueio de puberdade para estes fins começou a ser recomendado e utilizado internacionalmente[3] e, em paralelo, iniciou-se também a prática de ministrar a menores de idade uma segunda categoria de hormônios artificiais que já era aplicada em adultos — os cross-sex hormones ou “hormônios cruzados”, que suprimem as características sexuais secundárias do sexo biológico e induzem características físicas do outro sexo.
A medicina e psicologia brasileira seguirão as tendências estrangeiras ao longo do século XX e XXI (TREVISAN, 2000). No alvorecer do XXI, John Green relata o caso de Marina:
Nascido com genitais masculinos, mas sexualmente atraído por outros homens, alguns pensavam que sua essência, alma, espírito, ou pensamento eram, na verdade, femininos, e estavam encarcerados erroneamente num corpo masculino. Nem sua provável formação católica, ou meio social em que foi criado no Brasil rural, nem o aconselhamento médico ofereceram a Marina um modelo alternativo para construir sua identidade sexual e social. Seu desejo de servir, de assumir o papel tradicional da mulher num relacionamento, parecia-lhe a única opção disponível. (2000, p. 136–137)
Em 2008 e 2013 o Brasil criou e ampliou o financiamento público do chamado “processo transexualizador” (Portarias nº 1.707/2008 e nº 2.803/2013 do Ministério da Saúde) estabelecendo a idade mínima de 18 anos para os pacientes se submeterem aos hormônios e 21 às cirurgias irreversíveis. No mesmo ano de 2013, o Conselho Federal de Medicina, baseando-se em estudos estrangeiros, emitiu o Parecer n.º 8/2013, sugerindo o bloqueio da puberdade de crianças diagnosticadas com o que denominava à época “transtorno de identidade de gênero” tão logo surjam os primeiros sinais de amadurecimento físico e recomendando a administração de hormônios cruzados para adolescentes a partir dos 16 anos. Em 2017, a adoção dos critérios internacionais para o diagnóstico de disforia de gênero na infância e adolescência foi sugerida pelo Manual para Disforia de Gênero da Sociedade Brasileira de Pediatria, critérios esses que incluem a preferência por brinquedos e roupas socialmente atribuídos ao outro sexo:
Em meninos (gênero designado), uma forte preferência por cross-dressing (travestismo) ou simulação de trajes femininos; em meninas (gênero designado), uma forte preferência por vestir somente roupas masculinas típicas e uma forte resistência a vestir roupas femininas típicas […] Em meninos (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos ou atividades tipicamente masculinas e forte evitação de brincadeiras agressivas e competitivas; em meninas (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente femininas. Forte desgosto com a própria anatomia sexual. (SBP, 2017, p. 5)
Em 2018, o Conselho Federal de Psicologia, a exemplo de outros países, publica a Resolução n.º 1/2018, que penaliza profissionais que questionem identidades de gênero. Finalmente, em janeiro de 2020, o Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução nº 2265/2019, reiterando a sugestão de intervenções hormonais em menores de 18 anos e recomendando a redução da idade mínima para cirurgias de 21 para 18 anos.
3 O que os estudos nos mostram
A partir do final dos anos 1960, começam a ser publicados estudos de longa duração acerca de crianças e adolescentes atendidos para o que atualmente a Organização Mundial de Saúde e o Manual de Diagnóstico em Saúde Mental (DSM) denominam “incongruência de gênero”.
3.1 O aumento no número de diagnósticos
Dados do Brasil e do mundo vêm mostrando um aumento considerável no número de diagnósticos e atendimentos para as condições supracitadas em todas as idades.
No cenário internacional, destaca-se um aumento de 400% no número de diagnósticos para disforia de gênero em crianças e adolescentes entre 1980 e 2008 no Canadá (WOOD et al., 2013) e, também, lá, um aumento de 500% nos casos entre 1998 e 2011 (KHATCHADOURIAN, 2014).
Nos Estados Unidos, o número de crianças que se identifica como trans aumentou de 0,7% para 3% entre 2017 e 2018 (MEERWIJK et al., 2017; RIDER et al., 2018). Na Inglaterra, houve um aumento de 1000% (mil por cento) no número de diagnósticos entre 2009 e 2016 (DE GRAAF et al., 2018) e os casos quadriplicaram entre 2013 e 2018 (TURNER, 2018). Na Suécia, foi reportado um aumento de 900% entre 2011 e 2016 (FRISÉN; SÖDER; RYDELIUS, 2017).
No Brasil, foi registrado aumento de 32% nos atendimentos ambulatoriais para o protocolo transsexualizador, passando de 3.388 em 2015 para 4.467 entre 2015 e 2016, o número de cirurgias de transgenitalização do sexo masculino para o feminino cresceu 48% (de 23, em 2015, para 34 em 2016) e a chamada terapia hormonal também subiu de 52 para 149 procedimentos, num aumento de 187%. (BRASIL, 2017). Em 2017, o Ambulatório de Identidade de Gênero da USP informa aumento de 60% na procura e que “a busca é maior por parte de famílias de crianças entre 5 e 12 anos” (FARIAS, 2016). Finalmente, em 2019, após a flexibilização para mudanças em documentos, o número de pedidos para inclusão do nome social no Estado de São Paulo disparou: em menos de 30 dias da nova regulamentação, foram feitos quatro pedidos para crianças entre 5 e 10 anos, sete para a faixa etária de 11 a 16 e 45 com idades entre 17 e 21 anos (LEITE, 2019).
3.2 Sobre a persistência para os diagnósticos
Uma série de estudos indica que as taxas de persistência para este tipo de diagnóstico, historicamente, são baixas; a maioria dos casos se resolve após a puberdade. A exceção, conforme será apontado nas considerações finais, reside nas crianças e adolescentes que receberam bloqueadores de puberdade.
Em 2008, um estudo mostrou uma variação na persistência do transtorno de identidade de gênero após a puberdade de 2,5% a 20%, ou seja, na maioria dos casos, o transtorno desaparece antes da puberdade (KORTE, 2008).
No levantamento de Steensma et al., realizado em 2011, foram analisados 10 estudos realizados entre 1968 e 2008 que revelaram que, de um total de 246 crianças, apenas 39 delas mantiveram a disforia. A taxa geral de persistência foi de apenas 16% e variou entre os diferentes estudos de 2% a 27%. Ou seja, entre 73% e 98% das crianças acompanhadas pararam de se sentir disfóricas após a puberdade. O estudo ainda se colocou fortemente contra a chamada “transição social” (mudança de nomes, pronomes, documentos etc.) para crianças menores de 10 anos, argumentando que, a partir dos dados levantados, ela diminui as chances de desistência (STEENSMA et al., 2011).
A pesquisa de Singh (2012) mostra que apenas 12% dos nascidos meninos estudados tiveram persistência para identificação como transexual após seus 17 anos, o que endossa a afirmação de Steensma et al. (2013) de que a puberdade é um fator de resolução para os diagnósticos em 84,2% dos casos analisados.
Por fim, Steensma et al. (2015) revelaram que 70% das crianças diagnosticadas não retornaram à clínica e à transição.
3.3 A relação com a homossexualidade
Parece existir uma sobreposição entre a orientação sexual e estes diagnósticos. Em sua revisão, Nucci (2009) encontrou quinze artigos publicados entre 1977 e 2006 que estabeleciam uma relação entre a homossexualidade e a bissexualidade na vida adulta e a não conformidade de gênero na infância, destacando que as dimensões da orientação sexual e de gênero são, para parte significativa dos pesquisadores, interligadas:
Nesses estudos, o “comportamento atípico” em crianças é pensado pelos autores como um indicador, na infância, de uma possível homossexualidade na vida adulta. Tal teoria, como vimos anteriormente, está ancorada na associação entre gênero e preferência sexual, onde ser homem é igual a ser heterossexual, e a preferência heterossexual é signo de masculinidade. Como consequência, o homem homossexual seria de algum modo feminino (neste caso, seu comportamento na infância seria “feminino”) e a mulher homossexual, da mesma forma, seria masculina.
Também no ano de 2008, estudos longitudinais forneceram evidências de que o comportamento atípico de gênero na infância é correlacionado à orientação homossexual na idade adulta (KORTE, 2008).
Wallien (2008) afirmaria que “no que diz respeito à orientação sexual, o resultado mais provável da GID infantil seria a homossexualidade ou a bissexualidade na vida adulta e não a transexualidade”. Em um estudo, 70% das meninas diagnosticadas e 67,7% dos meninos foram classificados como homossexuais (WOOD et al., 2013).
Outra pesquisa mostraria que maioria dos indivíduos estudados exibiu atração pelo mesmo sexo na adolescência ou idade adulta (HEYLENS et al., 2012).
Numa outra ocasião, o percentual de pacientes que não se declaravam como heterossexuais foi superior a 60% (AITKEN et al., 2015; LITTMAN, 2018).
Reckers (1972) concentrou sua pesquisa de doutorado no tratamento de meninos “femininos”. Neste trabalho, ele cataloga uma série de “comportamentos femininos” como postura “feminina”, marcha, gestos de braço e mão, inflexão na fala e interesse em roupas, jogos e tópicos de conversação considerados típicos do sexo femininos.
Em 2005, Zucker e Spitzer argumentaram contra a ideia de que os diagnósticos para GID seriam uma forma de continuar a patologização da homossexualidade. Para os autores, a inclusão do novo diagnóstico teria sido feita pelos mesmos membros do comitê que lutaram pela remoção da homossexualidade do DSM-II e, portanto, não faria sentido que o intuito fosse esse. Apesar disso, eles reconhecem que, já em 2005, em alguns casos os diagnósticos para GID foram utilizados como argumento para “tratar” a homossexualidade precocemente (PLEAK, 1999; ZUCKER; BRADLEY, 1995; DE AHUMADA, 2003; NICOLOSI; NICOLOSI, 2002).
3.4 A disforia e as nascidas meninas
Um aumento no número de casos entre pacientes do sexo feminino também chama a atenção. Wood já apontava para um aumento de 400% no número de casos de disforia no sexo feminino (WOOD et al., 2013).
Em 2015, mais um estudo canadense mostraria um aumento local no número de diagnósticos em adolescentes do sexo feminino, assim como verificado em 2013 (AITKEN et al., 2015). Em 2018, no Reino Unido, dos 256 casos analisados, 83% eram meninas (LITTMAN, 2018).
No mesmo ano, um grupo finlandês que observou a mesma desproporção reconheceu uma prevalência de comorbidades psíquicas e psiquiátricas em seus pacientes, de ambos os sexos (KALTIALA-HEINO, 2015).
Observou-se, também, que mais meninas persistiram em seus diagnósticos e entraram de fato em transição: 38,5% das meninas contra 27% dos meninos (STEENSA; COHEN-KETTENIS, 2015).
Dos indivíduos que deixaram de apresentar o diagnóstico, uma porção significativa — todas as mulheres e metade dos homens — passou a expressar orientações não heterossexuais (VAN SCHALKWYK et al., 2015).
Milrod e Karasic destacaram, em 2017, que um número crescente de adolescentes do sexo feminino está recebendo hormônios análogos ao liberador de gonadotropina na infância e puberdade e, posteriormente, hormônios do sexo oposto, tendo a mastectomia e a faloplastia como possibilidades ao completarem 18 anos. Há registros de cirurgias transexualizadoras sendo realizadas antes dessa idade, violando os padrões de atendimento da própria Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero (WPATH) (MILROD, 2017).
A psicóloga Lisa Marchiano (2017) se posicionou criticamente à transição infantojuvenil denunciando que adolescentes de 14 anos estão passando por processos de mastectomia (ROWE, 2016) e que um médico prescreveu a uma menina de 12 anos hormônios do sexo oposto por ela se recusar a usar vestidos (LYONS, 2016).
Aitken et al. (2015) também apontam uma mudança na proporção entre meninos e meninas na busca por tratamento da incongruência de gênero. Até 2006, tinha-se uma maioria de meninos (sexo biológico), invertendo-se o cenário, de 2006 a 2013, para uma prevalência de meninas.
De Graaf e colaboradores (2018) encontraram um número ligeiramente maior de meninos, 50,6%, (2000–2017), mas esse número representa uma diminuição de 20% do período anterior (2000–2006)
3.5 Comorbidades
Estudos apontam que diagnósticos de incongruência de gênero têm sobreposição com outras comorbidades. No período da infância e adolescência destacam-se distúrbios alimentares, e também diagnósticos para o espectro autista.
Em 62% dos casos, a pessoa havia sido diagnosticada anteriormente com algum tipo de transtorno mental (LITTMAN, 2018).
Campo et al. (2003) revelam que 61% dos pacientes com transtorno de identidade de gênero tinham outras comorbidades psiquiátricas, sendo a identidade de gênero um problema secundário aos outros transtornos presentes.
Khatchadourian (2014) verificou que, dos pacientes com incongruência de gênero, 35% tinham algum distúrbio de humor (20 do sexo feminino e 9 do sexo masculino), 24% tinham transtorno de ansiedade (15 do sexo feminino e 5 do sexo masculino), 10% tinham TDAH (2 do sexo feminino e 6 do sexo masculino), 7% tinham um indicativo de que estariam no espectro do autismo (2 do sexo feminino e 4 do masculino), 5% tinham algum distúrbio alimentar (2 do sexo feminino e 2 do sexo masculino), 7% de seus pacientes tinham algum problema de abuso de substâncias (2 do sexo feminino e 4 do masculino), e 26% de seus pacientes tiveram dois ou mais diagnósticos de problemas de saúde mental (12 do sexo feminino e 10 do sexo masculino).
Embora disforia de gênero e distúrbios alimentares não sejam entendidos clinicamente como um mesmo fenômeno, a associação e sobreposição entre tais diagnósticos foi observada por Coutrier et al. (2015), Hepp et al. (2004), Khatchadourian (2014), Walter e Whitehead (1997), Nelson (2012) e Strandjord (2015).
Também foi encontrada sobreposição com o espectro autista por Williams et al. (1996), Vermaat et al. (2018), Abelson (1981), Landpen e Rasmussen (1997), Meyenburg (2014), van der Miesen et al. (2018), Mukaddes (2012) e Tateno (2015; 2008).
Em 2018, uma revisão mostrou que 35% dos pacientes atendidos na clínica de identidade de gênero londrina Tavistok — de um total de mais de 1000 menores atendidos lá desde 2001 — tinham traços de autismo (ADAMS, 2018).
Finalmente, o Guia da Sociedade Brasileira de Pediatria admitiu:
Sabe-se que os transtornos de humor, transtornos de personalidade, uso e abuso de drogas e ansiedade são mais frequentes entre sujeitos com o diagnóstico de disforia de gênero, quando comparados com a população geral. O comportamento suicida também é maior, independentemente da presença de qualquer comorbidade psiquiátrica. (2019, p. 4)
3.6 Sobre raça e etnia
Dados demográficos oficiais para esta população ainda são escassos, principalmente para o Brasil. Entretanto, nos EUA, Flores et al. (2016) encontraram que as pessoas adultas que se identificam como trans tinham maior probabilidade de pertencer a minorias étnicas e raciais, principalmente de origem latina, do que a população adulta em geral. Esses dados falam especificamente da população adulta; por isso, podem não representar a situação dos jovens e crianças medicalizados aqui retratada. Também nos EUA, Rider (2018) encontrou que jovens de minorias étnicas representavam 41,3% daqueles em desconformidade de gênero, contra 28,5% dos demais, o que sugere que o desconforto com a identidade de gênero possa ser agravado por questões étnico-raciais.
4 Possíveis causas e efeitos
4.1 Cobertura midiática
Os meios de comunicação são responsáveis por formação de opinião, direcionamento de consumo e influência no comportamento de crianças, adolescentes e adultos. A abordagem da questão da incongruência de gênero, cada vez mais frequente na mídia, não foge a essa regra, contribuindo significativamente para o aumento do número de casos observado. Littman (2018) destacou como fator importante a exposição à internet e também chamou a atenção para o fato de que 37% dos casos faziam parte de grupos de amigos em que havia mais de um caso de disforia de gênero. A cobertura midiática, inclusive no Brasil, costuma acatar acriticamente as falas de médicos das especialidades beneficiadas pelo processo transexualizador, reproduzir estereótipos sexistas e negligenciar aspectos fundamentais da questão como os efeitos colaterais dos hormônios (RODRIGUES, 2017).
4.2 As “regras do jogo”
As rígidas normas sociais para cada sexo biológico, as quais poderíamos aqui conceituar resumidamente como “gênero”, são uma gama de rituais e símbolos complexos. Seu entendimento por parte de crianças e adolescentes é parte de um processo de individualização e subjetivação. É esperável que existam períodos de desacordo e confusão acerca dos mesmos principalmente com as mudanças fisiológicas intensas da puberdade e a forma como isso afeta a percepção do próprio corpo pode ser decisiva. Em entrevista à revista Crescer concedida em 2019, a psicóloga Elaine Di Sarno afirma:
Atualmente, as crianças tendem a observar e perceber como as diferentes características físicas são vistas pela sociedade, o que pode resultar na construção de um ideal, à medida que abstraem conceitos do que é valorizado como atraente, bem como do que tende a ser “rejeitado” na aparência física. Essa percepção voltada aos corpos dos outros e ao seu próprio corpo podem vir a gerar a satisfação ou insatisfação corporal, desde a infância.
Em 2019, o Dr. Marcus Evans pediu uma supervisão externa da Clínica Tavistock, em Londres, na qual foi observado um aumento de 400% no número de casos de incongruência de gênero em crianças nos últimos 5 anos (2014–2019) . Ao expor a gravidade da questão, ele destaca que a adolescência e a infância são períodos em que as pessoas se desenvolvem social e biologicamente — um período em que os jovens se identificam com diferentes grupos e com aspectos masculinos e femininos de si mesmos:
Há pressão da criança em estado de angústia, pressão da família e do grupo de colegas e dos lobbies pró-trans — e tudo isso pressiona o clínico que pode querer ajudar o indivíduo a resolver seu estado angustiado, indo junto com uma solução rápida […] Há muita coisa em jogo aqui, pois essas decisões têm consequências de longo alcance. (apud IVES, 2019)
O bullying também é um fator determinante nessa percepção distorcida. Um estudo de 2017 mostrou impactos diretos do bullying homofóbico em crianças como fator decisivo para o surgimento posterior de disforia de gênero (DELAY et al., 2017). O processo de subjetivação que direciona esses jovens para a transexualidade parece, portanto, ter origem extrínseca, na socialização e nos agentes socializadores:
Nenhuma criança se define como transgênero. Ela recebe esse rótulo de adultos, que na maioria das vezes são os próprios pais e, posteriormente, especialistas. As crianças estão amplamente imersas em suas fantasias e podem ter identificações lábeis; é preciso respeitar os movimentos identificatórios delas para poder obter uma saída saudável. (JORGE; TRAVASSOS, 2018, p. 115)
4.3 Heteronormatividade e não conformidade
A tentativa de corrigir comportamentos homossexuais através de tratamentos médicos e psicológicos está pautada por uma visão heteronormativa de ser. Essa conexão entre estereótipos de comportamento de gênero e sexualidade é lembrada em:
As performances de gênero, a sexualidade e a subjetividade são níveis constitutivos da identidade do sujeito que se apresentam colados uns aos outros. O masculino e o feminino só se encontram por intermédio da complementaridade da heterossexualidade. (BENTO, 2010, p. 173)
Exemplos da imposição da heteronorma são trazidos por membros da própria comunidade LGBT. Conejo, por exemplo, relembra:
De fato a psicóloga que mencionei declarou que eu tinha um transtorno de identidade de gênero […] Eu não fui o único patologizado por estes professores, psicólogas e psiquiatras, o foram também meus pais, e especialmente minha mãe. Figuras como as do ´pai ausente´ ou ´mãe super protetora´ não tardaram a aparecer como explicações depois teria que ser explicado) meu afeminamento. (2011 apud RODRIGUES, 2017)
A heteronormatividade enquanto um ideal também é encontrada no relato de uma pai que ganhou notoriedade na mídia brasileira por ter uma “filha trans”, atendida no Hospital das Clínicas de São Paulo. Na matéria, ele parece aliviado por descobrir que seu filho não era homossexual mas sim “uma menina no corpo de um menino” (THERRIE, 2017). Vemos essa mesma conexão na obra do ativista trans João W. Nery (2011). No trecho, fica evidente como a construção de sua própria transexualidade residiu em conflitos com sua sexualidade e os estereótipos de gênero:
Adorava as brincadeiras consideradas de menino. Era reprovado. Gostava de me vestir como os garotos, tentando rivalizar e competir com eles. Era ignorado. Tremia e me apaixonava pelas meninas, mas era impedido de me declarar. Meus sonhos eram ser um super-herói, mais tarde casar com uma princesa e ser pai. Era incompreendido. (apud RODRIGUES, 2017)
História semelhante à de João Nery é contada por Jô Lessa, também homem trans. Na adolescência, relatou à mãe seu interesse em uma amiga. As consequências foram traumáticas:
Ela me levou a uma clínica, disse que eu seria atendido por um psicólogo e assim aconteceu. Só que o psicólogo que me atendeu já estava orientado por ela no que fazer, como fazer e fez. […] Eu pensava assim até entender que naquela época eu apresentava sintomas de “homossexualismo”, pois estou relatando acontecimentos entre o final da década de 70 e início dos anos 80, ou seja, ela não precisava orientar o psicólogo para que o mesmo me internasse, esse procedimento constava no CID — Código Internacional de Doenças. (LESSA, 2016)
Jô passou por duas internações em clínicas no Rio de Janeiro, sendo submetido a “tratamentos” degradantes. Amanda Guimarães, youtuber conhecida como Mandy Candy, relata:
Mas os adultos, minha mãe, por exemplo, percebiam que eu não era um menino como meus irmãos. Por mais que eu brincasse de tudo com eles, como subir em árvore, guerrinha, lutinha etc., meu jeito era muito diferente, eu sempre fui muito delicada, meu jeito era feminino. […] E pra piorar tudo na minha cabeça, além da negação do meu corpo masculino, eu também não sentia atração por meninas […]. (2016, p. 19, 30)
Não obstante a lenta e gradual aceitação de gays, lésbicas e bissexuais na sociedade, precisamos ficar atentos para as novas roupagens que a homofobia pode assumir na contemporaneidade. Pelúcio e Miskolci (2009, p. 152) alertam:
O “fantasma” que rondou os leitos lascivos das décadas de 1980 e 90 não perdeu de todo o seu poder de assombro, mas desdobrou-se em muitas fobias materializadas em monstros sociais. Se a homossexualidade foi higienizada, em boa medida controlada em suas expressões mais rebeldes no modelo monogâmico-familiar, agora se avança na patologização de outros comportamentos.
Alguns grupos gays também começaram a se posicionar criticamente a este processo:
Esse processo (de feminilização) parece intensificar-se quando fazemos um recorte socioeconômico dessa situação: quanto mais na periferia, mais o jovem gay é empurrado ao polo de comportamento feminino, ao ponto de muitas vezes ser levado a crer que ele é “uma mulher presa no corpo de um homem”. Feminizar-se é exatamente o que a sociedade espera de nós, para que ela encaixe qualquer discordância com gênero na categoria oprimida e possa perpetuar os dois polos de comportamento que sustentam o patriarcado e a heterossexualidade compulsória. A grande mídia se aproveita disso, ao vender personagens estereotipados em suas produções que só reforçam essa imagem da bicha (GAYS PELA ABOLIÇÃO DE GÊNERO, 2015).
Assim, a feminilidade não é algo natural, nem para mulheres e nem para homens. Para Judith Butler (1993) “a feminilidade não é, então, a consequência de uma escolha, mas a citação forçada de uma norma, cuja complexa historicidade é indissociável de relações de disciplina, regulação, punição” ( apud SALIH, 2002, p. 125).
Ainda faltam mais dados sobre o fenômeno conhecido como “destransição” ou a reversão do processo de “transição de gênero”, mas Charlie Evans, jovem destransicionada e ativista lésbica, fundou a “A Rede de Defesa da Destransição” (“The Detransition Advocacy Network”) e afirma que o grupo tem sido procurado por centenas de pessoas nessa situação (apud SCULLY, 2019). Segundo ela:
Jovens lésbicas são excepcionalmente vulneráveis a esse tipo de ideologia, particularmente porque muitas apresentarão inconformidade de gênero. Somada à opressão do sexo feminino como um todo, muitas jovens lésbicas satisfarão os critérios necessários para utilizarem bloqueadores de puberdade a partir dos dez anos de idade. Existe alguma surpresa em um mundo que oprime lésbicas e idolatra homens heterossexuais que tantas meninas queiram ser homens? (EVANS, 2019)
Evans, em outro texto, revela seu temor em relação aos direitos das mulheres:
Esta não é a única forma em que corpos femininos são alterados pelo bisturi a fim de ajustá-los. Há enormes violações de direitos humanos de mulheres e meninas pelo mundo assim. Porém, poucas são encorajadas, mantidas, ou mesmo prescritas, pelos serviços de saúde e escolas e política governamental. Eu suspeito que essa seja a única violação como tal que é celebrada como progressista e liberal. Por isso é tão aterrorizante. (EVANS, 2019)
4.4 Padrões corporais e as nascidas meninas
Embora o maior número de transexuais representados na mídia seja do sexo masculino (mulheres trans) (GLAAD, 2018), o que os dados revelam é que isso vem mudando. Todos os estudos supracitados apresentam um crescimento no número de indivíduos do sexo feminino diagnosticados com incongruência de gênero. Em seu trabalho, Aitken et al. (2015) creditam isso ao fato de que a transição seria mais aceita em fêmeas, já que, segundo eles, haveria um custo social menor em ser homem trans. Contraditoriamente, os autores também argumentam que homens são mais intimidados quando “afeminados” do que mulheres por serem “masculinizadas” e que isso poderia afetar as decisões de transição.
Em 2016, em sua revisão denominada Será que os diagnósticos para transgeneridade na juventude colocam gays, lésbicas e bissexuais adultos em risco de intervenção médica desnecessária?, Kreher destaca a permissividade de médicos e pesquisadores destes estudos para com a questão e levanta algumas possíveis explicações para o fenômeno:
Eu argumentaria que foi negligente por parte dos autores deste estudo sequer considerar essa mudança de contexto com o fato de que as mulheres experimentam significativamente mais ódio em relação ao próprio corpo do que os homens. Isso se manifesta em mais cortes, dietas, anorexia, bulimia e cirurgia plástica. Labioplastia agora está se tornando mais popular entre adolescentes e mulheres jovens, de modo que seus órgãos genitais possam estar em conformidade com representações da pornografia. Todos estes comportamentos no sexo feminino costumavam ser inexistentes ou raros, mas tornaram-se populares através do contágio social devido ao aumento da atenção da mídia. Eu não estou dizendo que anorexia é o mesmo que disforia de gênero. Há semelhanças e há grandes diferenças.
É importante destacar que os índices de dismorfia corporal em crianças é 7 vezes maior em meninas do que em meninos (NHS DIGITAL, 2017), o que indica uma maior vulnerabilidade do sexo feminino à pressão por normatizações em relação aos seus corpos. A organização australiana Pretty Foundation, que busca promover a autoestima em meninas, aponta dados preocupantes: 38% das meninas de 4 anos se sentem insatisfeitas com seus corpos, 34% das meninas de 5 anos sentem vontade de fazer dieta e 68% delas já sofreu bullying por sua aparência física (2019). Ao passo que traços dessa visão distorcida do próprio corpo são assimilados à construção da feminilidade, isso também afeta jovens não-heterossexuais em conflito com essas normas. Rapazes gays e bissexuais relataram três vezes mais problemas relacionados a distúrbios alimentares do que os heterossexuais, e o mesmo estudo ainda mostrou que não há diferenças significativas entre moças heterossexuais e lésbicas e bissexuais na prevalência de qualquer um dos transtornos alimentares (FELDMAN, 2017).
4.5 Medicalização e mercado
Os efeitos colaterais dos hormônios artificiais que conferem características do outro sexo são conhecidos há décadas[4]* e, em relação aos que bloqueiam o amadurecimento dos corpos infantojuvenis,
Os bloqueadores de puberdade são indicados para o tratamento da puberdade precoce, porém ainda não é possível afirmar se são seguros para a fisiologia de crianças com saúde normal que apresentam disforia de gênero. O estudo com hormônios antagônicos em adultos revelou uma propensão ao desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão arterial, trombose, acidentes vasculares, diabetes e câncer. (JORGE; TRAVASSOS, 2018, p. 114)
Além dos efeitos adversos, é impossível não registrar que pacientes que emendem o bloqueio puberal com os hormônios cruzados e, obviamente, os que se submetam a cirurgias de redesignação sexual, ficam permanentemente estéreis. Retomando um olhar histórico sobre a eugenia, reconhecemos o padrão de impedir que indivíduos com determinadas características físicas, mentais e comportamentais deixem descendentes. Um trabalho de 2013 já chamava a atenção para as complexidades ofuscadas por essa narrativa “de salvar as crianças do iminente desastre da puberdade” (SADJADI, 2013).
Apesar de muitas vezes ter seu pensamento utilizado como forma de justificar a noção de transsexualidade, Judith Butler se manifestou sobre a “disforia de gênero” na infância, citando o psiquiatra Richard Isay, referência em sexualidade e ele mesmo homossexual:
O diagnóstico, por si só, ele escreve, “pode causar dano emocional por ferir a autoestima de uma criança que não tem nenhum transtorno mental”. Isay aceita o argumento de que muitos jovens gays preferem, quando crianças, o assim chamado comportamento feminino, brincando com as roupas da mãe, recusando-se a participar de atividades rudes e conturbadas; no entanto, ele afirma que o problema aqui não se deve às características, mas às “repreensões dos pais, […] visando a modificar esse comportamento, que teriam efeito deletério sobre a autoestima desses garotos”. A solução que ele propõe é que os pais aprendam a dar apoio ao que ele chama de “características atípicas de gênero”. (2009, p. 103)
Atualmente, as principais substâncias utilizadas com a finalidade de bloquear a puberdade são a histrelina e leuprorrelina. Dentre os medicamentos cujo princípio ativo é a histrelina, os mais vendidos nos EUA são o VANTAS® e o SUPPRELIN®, segundo a PharmaCompass (2018). De acordo com o relatório anual da companhia, a receita com as vendas do SUPPRELIN® aumentaram 800% entre o período de 2010 e 2018 (ENDO PHARMARCEUTICALS, 2010; 2019). Ou seja, o aumento da prescrição e venda destes medicamentos acompanhou o aumento do número de diagnósticos para “TIG”/”disforia de gênero”/”incongruência de gênero” no mesmo período. E embora bloquear a puberdade de crianças rotuladas como trans não seja o único uso previsto para tais substâncias, há uma publicidade massiva na mídia para estas intervenções, as quais no Brasil, são oferecidas gratuitamente nos ambulatórios de identidade de gênero.
A quem interessa diagnosticar a desviância? A quem interessa patologizar como “incongruentes” meninos e meninas com determinadas preferências de brinquedos, vestuário e amizades? A quem interessa medicalizar a homossexualidade, modificando, por vezes de maneira irreversível, os corpos de gays e lésbicas e esterilizando-os antes que cheguem à idade adulta? À erradicação da homossexualidade visível, para que estes indivíduos sejam vistos como heterossexuais? Quem protege o menino que brinca de ser princesa e a menina que se recusa a usar vestidos? A quem interessa a manutenção de homossexuais como nichos de mercado de profissionais de saúde e laboratório, sejam os homossexuais reais, sejam os assim presumidos na infância por conta dos comportamentos desviantes? Para Sheila Jeffreys e Lawrence Mass, através do diagnóstico de “transtorno de identidade de gênero” em crianças e adolescentes, a psiquiatria norte-americana continua sutilmente engajada em terapias de controle social e “cura” da homossexualidade (2003, p. 47).
Até que ponto interesses econômicos não estariam moldando a nossa forma de ver a questão, em especial os de quem detém o poder de prescrever fármacos e os que comercializam fármacos? Bilek (2018) observou a influência de interesses financeiros de conglomerados farmacêuticos, instituições filantrópicas e personalidades milionárias nas pautas do ativismo trans, inclusive, através do financiamento estratégico de universidades americanas e canadenses. Na política, como Hadfield (2019) relata, o grupo britânico Lib Dems recebeu do laboratório Ferring Pharmaceuticals, que fabrica bloqueadores de puberdade, mais de £300.000,00, entre 2018 e 2019, somando £1.454.258,27 entre 2012 e 2019 (BBC, 2019). O Lib Dems se comprometeu com reivindicações de grupos trans, inclusive para menores de idade. Em seu site, le-se: “O direito de pessoas transgênero — e especialmente crianças transgênero — de receber os cuidados médicos adequados está cada vez mais sob ameaça de múltiplas frentes” (LGBT+ LIBERAL DEMOCRATS, 2015).
5 Considerações finais
Os estudos indicam que sujeitos homossexuais e bissexuais são parte significativa dentre os que receberam e recebem diagnósticos do que se denomina atualmente incongruência de gênero. Apesar da despatologização formal da homossexualidade em 1973 pelo DSM, muitos destes sujeitos ainda são, na prática, medicalizados através desse diagnóstico e das intervenções corporais. A chamada “afirmação de gênero” vem acontecendo cada vez mais cedo, adequando menores de idade à heteronorma antes mesmo que eles tenham tempo para se perceberem, ou não, como gays, lésbicas e bissexuais. Isso nos faz pensar se o processo medicalizador que se desenvolveu a partir do século XIX com o objetivo de “curar” homossexuais — em vão, obviamente — continua vigente e também se não estaríamos individualizando em diagnósticos questões coletivas como a dificuldade de acolhimento por parte das famílias, escolas e sociedade em geral das meninas e meninos “fora da caixa”. Convidamos a comunidade acadêmica a refletir sobre este tema e se engajar em práticas que protejam a humanidade, a saúde e os afetos de crianças, em especial das que desafiam os padrões estabelecidos.
[3] Entre outras, as Diretrizes para os cuidados primários e de afirmação de gênero de pessoas trans e não-binárias de gênero, da Universidade da Califórnia (DEUTSCH, 2016), e o Parecer n.º 8 de 2013, do Conselho Federal de Medicina.
[4] Ver: <http://www.nocorpocerto.com/efeitos-colaterais/>.
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ENGLISH / PORTUGUÊS
VIDEOS - Depression: Yasmin Gabrielle commits suicide at age 17
The teenager Yasmim Gabrielle, stage assistant of the Raul Gil Program (Brazilian channel SBT), killed herself. "Depression is a disease that is killing our children," said the program's producer. The official profile of Yasmim on Instagram has more than 200 thousand followers www.instagram.com/yasmimgabriellesbt
More information and videos www.facebook.com/portalplugado
VIDEOS - Depressão: Yasmim Gabrielle comete suicídio aos 17 anos
Tirou a própria vida a adolescente Yasmim Gabrielle, assistente de palco do Raul Gil, programa do canal brasileiro SBT. "Depressão é uma doença que está acabando com nossas crianças", disse o produtor do programa. O perfil oficial de Yasmim no Instagram possui mais de 200 mil seguidores www.instagram.com/yasmimgabriellesbt
Mais informações e vídeos www.facebook.com/portalplugado
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A criança e a Vulnerabilidade
Você sabia que 04 de junho é o Dia Internacional das crianças vítimas de agressão?
Uma em cada seis crianças em todo o mundo vive em uma zona de conflito.
O dia 4 de junho foi proclamado em 1982 como o “Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão.
"A Fundação Save The Children” publicou o relatório "For the War on Children 2020” 415 milhões de crianças em todo o mundo - 149 milhões em áreas violentas de conflito em 2018 - vivem em zonas de conflito.
Isso significa que quase uma em cada seis crianças vive em uma zona de conflito.
A maioria dos 415 milhões de crianças são africanos (170 milhões). Uma em cada quatro crianças africanas vive em uma zona de conflito.
No Oriente Médio, uma em cada três crianças vive em uma zona de conflito.
Segundo o relatório, este é um aumento de 34% no número de crianças que vivem em zonas de conflito desde 2010; 170% em crimes cometidos contra menores.
Segundo o UNICEF, 29 milhões de bebês nasceram em áreas problemáticas em 2018.
O dia 4 de junho foi proclamado em 1982 como o “Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão”. A decisão foi tomada em benefício de crianças palestinas e libanesas sujeitas a ataques de Israel.
O objetivo era espalhar a dor de todas as crianças fisicamente e psicologicamente exploradas, sujeitas a injustiça ou mortas em várias partes do mundo, e criar a consciência necessária para impedir o que acontecia.
Quando as crianças sofrem incidentes traumáticos como guerras em idades mais jovens, a situação causa danos permanentes à sua psicologia pelo resto de suas vidas.
Segundo a ONU, existem principalmente seis crimes cometidos contra menores: uso de crianças combatentes, homicídio, abuso sexual, retenção, ataques a escolas e hospitais, impedimento de ajuda humanitária.
Você sabia que 12 de junho é o Dia Mundial dde Combate de Trabalho Infantil?
A exploração da mão de obra de crianças e adolescentes ainda é praticada em muitos países, como no Brasil, em geral nas regiões economicamente menos favorecidas, por causa da necessidade de renda familiar. Estatísticas da própria OIT mostram um panorama mundial em que 168 milhões de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, estão em situação de trabalho infantil, cerca de 11% da totalidade da população infantil e mais da metade (85 milhões) está envolvida com trabalhos perigosos.
Mesmo com muitas normas proibindo o trabalho infantil, essa exploração ainda é alta nos municípios brasileiros, apesar de o governo ter se comprometido a erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2020. A OIT considera as "piores formas de trabalho infantil" certas atividades nocivas e cruéis aos jovens, como o trabalho escravo, o uso de crianças em conflitos armados, a prostituição de menores e o uso de jovens na produção e tráfico de drogas. O trabalho em canaviais, em minas de carvão, em funilarias, na metalurgia e junto a fornos quentes são formas nocivas registradas no Brasil.
Números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o trabalho infantil, entre 2013 e 2014, aumentou 4,5% no país. Em 2014, havia cerca de 3,3 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho no Brasil, apenas 500 mil em situação regular, como aprendizes, ou com carteira assinada, os demais em situação de informalidade de vínculo, sem garantia de direitos. E mais: nos últimos cinco anos, 12 mil crianças sofreram acidentes de trabalho e 110 morreram. Ainda segundo o IBGE, no Brasil, 258 mil crianças e jovens realizam trabalho doméstico nas casas de outras pessoas e a grande maioria (94%) é de meninas. O Trabalho Infantil nos centros urbanos envolve crianças que trabalham nas feiras livres, em lixões e que vendem produtos nas avenidas e semáforos, além das que são aliciadas pelo narcotráfico. No campo, trabalham 450 mil meninos e meninas, sendo que quase 75% dessas crianças estão na agricultura familiar, sem receber pelos serviços realizados.
Pernambuco apresentou aumento de 10,4% na ocupação de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. Em 2013 foram 146.038 menores de idade exercendo alguma atividade profissional, com cerca de 70 mil na faixa etária de 5 a 15 anos. Porém, no estado, 1.076 crianças e adolescentes em situações de trabalho foram resgatados, em 2014, de acordo com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/PE).
No Brasil, só é permitido começar a trabalhar a partir dos 16 anos, exceto nos casos de trabalho noturno, perigoso, insalubre ou penoso, nos quais a idade mínima é de 18 anos, sendo permitido o trabalho a partir dos 14 anos, mas somente na condição de aprendiz. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a pessoa é considerada criança até os 12 doze anos incompletos e adolescente, dos 12 completos aos 18 anos incompletos e o ECA conceitua Trabalho Infantil como aquele realizado por crianças ou adolescentes com idade inferior a 16 anos, a não ser na condição de aprendiz.
A Justiça do Trabalho também vem agindo em busca da erradicação do trabalho infantil no país. Uma iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) instituiu o Programa de Combate ao Trabalho Infantil, que vem, desde 2012, se engajando na luta para mudar essa realidade ao promover estudos técnicos, seminários, debates, publicações e ações de marketing de grande repercussão social. Com o slogan "Trabalho Infantil. Você não vê, mas existe", a nova campanha do Programa pretende contribuir para uma mudança de cultura, mostrando que o trabalho infantil existe e precisa ser eliminado, para que as crianças possam apenas brincar e estudar.
A juíza Ana Freitas explica que a Convenção 182 da OIT, ratificada pelo Brasil desde 2008, reconhece que o trabalho infantil se deve, primordialmente, à pobreza, e que a solução somente poderá ser obtida com o crescimento econômico sustentável e com a educação universal. "A exploração do trabalho infantil constitui grave violação dos direitos humanos, pois, além de prejudicar a formação educacional da criança, desestimulando-a ou inviabilizando seus estudos, ainda pode trazer graves prejuízos à saúde física e mental, como deformações ósseas, fadiga excessiva e perturbações emocionais".
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Na última sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado n alertando que equipes médicas fiquem atentas a uma nova inflamação misteriosa que está afetando crianças e adolescentes e pode estar ligada ao novo coronavírus. — O Sars-CoV-2, o novo coronavírus, o HIV e o vírus da dengue se constituem de material genético (RNA) coberto por um envelope de lipídios e proteínas. — Um dos principais nomes do fisiculturismo brasileiro da atualidade, Rafael Brandão, 26, mudou-se recentemente para os Estados Unidos em busca do sonho de se tornar Mr. Olympia, maior premiação internacional da modalidade. — Acesse o site e saiba mais!🦅 • • • • #vacinacao #vacina #imunizar #covid #criancas #children #kids #rafaelbrandao #darkness #integralmedica @jeanhipolito.oficial @coach.andreiasouza @intelectuscoaching.oficial @nikyguesso #colunasupinando #buscandoevulacao #superandosempre #body #bodybuilder #mrolympia #fisiculturismo https://www.instagram.com/p/CAX_SCHBFJL/?igshid=1ikhdag9r2vhl
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De novo?A falência completa da democracia brasileiraO quê?O Ranço EleitoralTorçamos para a militância bolsonarista culminar na criação de um Partido Conservador COLUNISTAS EQUIPE EDITORIAL CONTATO APOIE O CP MUNDOPsiquiatra infantil de renome mundial chama tratamentos trans de “possivelmente um dos maiores escândalos da história da medicina”Thaís GarciaPublicado 5 dias atrás em 26.09.2019Por Thaís Garcia Psiquiatra infantil de renome mundial chama tratamentos trans de "possivelmente um dos maiores escândalos da história da medicina" 20Imagem: Reprodução/Twitter A comunidade médica está finalmente começando a recuar contra a onda de crianças “transexuais” que assolou as instituições médicas em apenas alguns anos. Enquanto vários críticos se manifestaram para expressar preocupação – e foram imediatamente alvo de campanhas brutais de difamação e muitas vezes tiveram suas carreiras destruídas -, uma nova carta foi lançada, assinada por dezenas de médicos e profissionais médicos que estão profundamente preocupados com a origem de tudo isso. Mais de 200 médicos especialistas já assinaram uma carta exigindo uma investigação. Isso pode se tornar algo grandioso. Eles apoiam um resumo de 16 páginas enviado a Hunt no início deste mês, pelo professor de pediatria da Western Sydney University, na Austrália, John Whitehall. O plano é apresentar a petição ao ministro de Saúde australiano, antes que o parlamento seja retomado em meados de outubro. Em três dias, mais de 200 médicos adicionaram seus nomes a esta petição médica, pedindo ao ministro da Saúde australiano, Greg Hunt, que convoque uma ampla investigação parlamentar sobre tratamento médico arriscado de jovens que acreditam “ter nascido no corpo errado”. Nove psiquiatras infantis, nove pediatras e 14 professores universitários e professores associados estão entre os signatários, até o momento da carta dos médicos ser lançada on-line, no domingo (22). No mês passado, Hunt referiu preocupações ao Royal Australasian College of Physicians, mas John Whitehall e seus apoiadores não acreditam que a entidade educacional seja capaz de executar a investigação abrangente e independente necessária. Um dos maiores escândalos da história da medicina O psiquiatra infantil e de renome mundial, Christopher Gillberg, diz que acha que o tratamento não comprovado de crianças com identificação trans é “possivelmente um dos maiores escândalos da história da medicina”. O grupo de neuropsiquiatria do professor Gillberg, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia – que tem centros de pesquisa na Grã-Bretanha, França e Japão – pediu uma moratória imediata ao uso de medicamentos bloqueadores da puberdade, por causa de seus efeitos desconhecidos a longo prazo. Considere o quão forte é essa linguagem, vinda de um psiquiatra infantil de renome mundial. “Possivelmente um dos maiores escândalos da história da medicina…os processos por negligência médica, que seguem este terrível experimento social, serão astronômico”, disse Gillberg. Suécia Ele disse que a situação na Suécia era “absolutamente horrenda”, com centenas de crianças por ano recebendo bloqueadores da puberdade “experimentais” e hormônios sexuais, arriscando a infertilidade “diante das dúvidas de seus pais”. Inglaterra Na Inglaterra, médicos especialistas também pediram o fim de procedimentos experimentais com crianças. Segundo estes médicos, a influência e o lobby dos ativistas trans sobre as famílias e os médicos na Inglaterra é preocupante. Ex-funcionários e médicos de uma clínica de tratamento trans em crianças, a Tavistock, acusaram-na de explorar e intimidar as famílias e os médicos. “Os ativistas oprimem a sociedade dizendo que a terapia é uma questão de vida ou morte. Utilizam-se de frases como – Você preferiria ter um menino vivo ou uma menina morta? – Essa narrativa de ativistas ingleses está em toda parte”, disse um dos médicos e ex-funcionário da clínica. O número de crianças e adolescentes britânicos que buscam ajuda com questões de identidade de sexo em clínicas disparou em menos de uma década. Segundo o The Times, houve 94 encaminhamentos em 2010. Em 2017/2018 havia 2.519. E isso representa um aumento de 25% em relação a 2016/2017, quando havia 2.016. Experimento com crianças O Dr. John Whitehall e o professor de medicina baseada em evidências da Universidade de Oxford, Carl Heneghan, também alegaram que a falta de evidências sólidas e de longo prazo tornam o tratamento médico trans de crianças “experimental”. O australiano pediu comentários do Royal Children’s Hospital de Melbourne, lar da maior clínica de transexuais infantil do país. O porta-voz da carta dos médicos, Rob Pollnitz, pediatra aposentado com 50 anos de experiência, disse acreditar que a confusão de sexo em crianças e adolescentes é principalmente uma questão psicológica, não biológica. “Antes de ministrar tratamentos não comprovados com hormônios e cirurgia, devemos fazer o possível para resolver seus problemas psicológicos”, disse Rob Pollnitz. O professor Gillberg disse que a grande maioria dos novos diagnósticos de disforia de sexo na Suécia são adolescentes que, diferentemente dos casos mais familiares de início precoce envolvendo homens, “não mostraram tendências trans antes dos 10 anos”. “Muitos dos casos suecos (de início tardio) têm autismo ou anorexia nervosa”, disse Gillberg. Ele acrescentou que era muito comum esses jovens “terem ainda mais problemas de identidade na puberdade – quem sou eu? Como devo me comportar? O que será de mim? Eu sou hetero? – acima da média. “Essa crise de identidade quase sempre se resolve dentro de alguns anos. Acredito que é este grupo que agora é recrutado pelos ativistas no campo”, disse Gillberg. Ativismo LGBT e o lobby trans O “lobby trans” reclamou que o debate sobre tratamento iniciado pelo professor Gillberg na Suécia fará com que os jovens trans questionem sua identidade. Gillberg traz à tona o fato de que o chamado “modelo de afirmação” desses ativistas pode estar destruindo milhares de crianças. As crianças estão sendo recrutadas e, uma vez recrutadas, geralmente adotam comportamentos que as alteram permanentemente e fisicamente pelo resto de suas vidas. Psiquiatra infantil de renome mundial chama tratamentos trans de "possivelmente um dos maiores escândalos da história da medicina" 21 Paradas de Orgulho Gay com crianças. Fotos: Twitter. Experimento social A decisão de Gillberg e centenas de outras pessoas de se manifestar é incrivelmente encorajadora. Essa nova geração precisa desesperadamente de especialistas médicos para falar, apoiar os pais que estão sendo afastados pelos ativistas LGBT e informar os governos que isso é um experimento social e que está sendo feito em crianças que ainda não conseguem entender as consequências de o que estão fazendo. Para cada criança e adolescente que passa por essa violência psicológica, é anunciada uma nova tragédia individual. Destruição da família A sede esquerdista de destruir a família sempre existiu. E o alvo sempre foram as crianças. É uma estratégia que se repete ao longo dos anos. Na década de 60, a esquerda alemã tentou implementar uma revolução sexual defendendo como normal, o sexo de adultos com crianças. O jornalista alemão do Spiegel, Jan Fleischhauer, escreveu um extenso artigo, narrando o quão longe a esquerda levou a revolução sexual, destruindo a inocência de crianças na Alemanha. A barbárie da década de 60, pode ser lida neste link. Hoje, a história apenas se repete, com o mesmo alvo e novas estratégias. Essa doutrinação de crianças precisa ser freada. Fontes: The Bridge Head, Spiegel, The Times e The Australian. Ajude-nos a mantermos um jornalismo LIVRE, sem amarras e sem dinheiro público. APOIAR » TÓPICOS RELACIONADOSATIVISMO LGBTDISFORIA SEXUALIDEOLOGIA DE GÊNEROIDEOLOGIA DE SEXOPROTEÇÃO DA CRIANÇAThaís Garcia Thaís GarciaCorrespondente Internacional na Europa. 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Um em cada três usuários de internet é uma criança
A youtuber Amanda, 13, e a mãe, Sheila Carvalho. “Acho que eu já nasci para ser youtuber. Adoro ligar a câmera e conversar com as pessoas do mundo todo”, diz a menina
Eles usam as redes sociais com desenvoltura e protagonismo, têm seus próprios canais, e alguns se tornam verdadeiras celebridades no mundo virtual. A pouca idade não é mais uma barreira para o amplo acesso de crianças e jovens às possibilidades do ambiente virtual. Em todo o mundo, um em cada três usuários de internet é uma criança, segundo o relatório “One in Three: Internet Governance and Children’s Rights”, baseado em vários estudos coordenados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicado em 2016.
A estudante Amanda de Carvalho, 13, usa desde os 7 anos seu canal no YouTube (Vida de Amy) para postar vídeos divertidos e mostrar sua vida. Hoje, ela conta com quase 500 mil inscritos. No Brasil, esses perfis são um fenômeno. Cerca de 48 dos cem canais mais populares do YouTube abordam conteúdo para crianças de 0 a 12 anos.
A mãe da menina, a fonoaudióloga Sheila Carvalho, 45, conta que tudo começou como uma brincadeira e uma forma de ela acompanhar o desenvolvimento da fala da filha, que tem deficiência auditiva. “Eu neguei o canal por dois anos, mas depois sugeri fazermos juntas para poder controlar. Aí ela começou a gostar, e as pessoas começaram a pedir outras coisas”, diz.
A mãe lembra ainda que o aparelho auditivo usado por Amanda acabou despertando a curiosidade dos seguidores – na maioria das vezes, de forma positiva. “Foi legal porque ela começou a falar da deficiência e mostrar esse outro lado. Infelizmente, a grande maioria não sabe que o surdo pode falar, sim, e pode ter uma vida com as mesmas oportunidades que uma criança ouvinte. Foi também uma forma de ela motivar até mesmo crianças com outras deficiências”, afirma Sheila.
O estudo “The State of the World’s Children 2017: Children in a Digital World” colheu 63 mil respostas de jovens entre 13 e 24 anos em 24 países e mostrou que o acesso vem acontecendo cada vez mais cedo e revelou que a juventude de 15 a 24 anos é a mais conectada. Em todo o mundo, 71% dela está online em comparação com 48% da população total.
Acesso. A onipresença de dispositivos móveis, de acordo com outra pesquisa realizada por Mobile Time e Opinion Box, é realidade para praticamente três em cada quatro crianças de 10 a 12 anos que possuem um aparelho próprio.
O estudo ouviu 545 adultos brasileiros que possuem smartphone e têm filhos de 0 a 12 anos e mostrou ainda que quem mais influencia as crianças a querer um smartphone são amigos (40%), televisão (22%), pais (20%), irmãos e primos (18%) e que, em geral, depois que a criança realiza o sonho de ter o próprio celular, o monitoramento por parte dos pais fica mais relaxado. Cai para 67% a proporção que estipula um limite máximo de tempo de uso por dia, em geral de duas horas ou mais.
A psicóloga Vanina Dias, professora universitária e pesquisadora dessa temática há seis anos, atualmente investiga 50 famílias, numa parceria entre a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná. No estudo com adolescentes de 15 a 17 anos e pais acima de 70 anos, ela percebeu que, “para o jovem, a internet se tornou um modo de ampliar a socialização”. “Hoje os filhos têm o domínio maior por terem nascido no século da informação. Já os mais velhos têm mais dificuldade. Então, quem ensina sobre o uso das tecnologias são os filhos”, afirma.
NÚMEROS
41% das crianças na faixa de 0 a 3 anos usam o aparelho celular dos pais
fonte: OTEMPO
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Vício em celular chega a consultórios e já preocupa médicos no Brasil
Equipe que atende grupo de terapia Gui Christ / BBC BRASIL Desde a morte do pai, em 2013, *Mariana lutou contra a depressão e viu o quadro piorar ao mergulhar por horas a fio no Facebook. "Era como uma fuga, uma anestesia para esquecer problemas". Significava também "procrastinar tarefas da casa e os estudos". "Checava o celular o tempo inteiro. Estava viciada". Já na vida de *Luísa, 47 anos, o smartphone entrou como alternativa para relaxar à noite, após um longo dia de trabalho. Em poucos anos, virou o centro de conflitos com as filhas e o marido. "Reclamavam que eu tinha virado um zumbi, que fingia prestar atenção em conversas quando, na verdade, estava pensando em algo que li ou esperando mais uma curtida no Instagram. Era capaz de debater temas no Facebook, mas não conversava com minhas filhas", disse Luísa à BBC Brasil. A dependência tecnológica, que inclui o "uso abusivo" da internet, redes sociais, jogos e celulares, não é dimensionada no Brasil, mas já chega como problema a especialistas. "Não existe nenhum órgão dizendo que há uma preocupação nacional sobre isso, mas diferentes segmentos observam que a tecnologia de forma excessiva começa a criar problemas recorrentes. Há aumento de queixas de pacientes nos hospitais universitários, nas clínicas de psicologia, de psiquiatria e em escolas", diz o PHD em psicologia e coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Cristiano Nabuco de Abreu. Destaque para o Brasil O Brasil tem 120 milhões de usuários de internet, o quarto maior volume do mundo, atrás de Estados Unidos, Índia e China, mostra relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Em 2016, o país foi considerado o segundo que mais usa o WhatsApp, em um levantamento do Mobile Ecosystem Forum (MEF). O primeiro lugar ficou com a África do Sul. Embora não haja indicadores de quantos, em meio a esse batalhão, são considerados dependentes, estudos dão pistas sobre os riscos. Uma pesquisa que a consultoria Deloitte divulgou em outubro sobre o uso de celular no dia a dia do brasileiro - com 2 mil entrevistados - mostra, por exemplo, que dois em cada três pais dizem acreditar que seus filhos usam demasiadamente o smartphone. Mais da metade dos que estão em um relacionamento veem excessos por parte dos parceiros e 33% admitem ficar online de madrugada para ver mídias sociais. "Temos, comparativamente a outros países, uma quantidade de tempo de uso da tecnologia bastante expressiva e aumentando", alerta Nabuco, também autor do livro Internet addiction in Children and Adolescents (em tradução livre: O vício em internet entre crianças e adolescentes).
Cristiano Nabuco de Abreu, do Hospital das Clínicas Gui Christ / BBC BRASIL "Detox digital" A preocupação vai além, no entanto, do tempo gasto. Se concentra, principalmente, na relação do usuário com esse tipo de ferramenta, diz Eduardo Guedes, pesquisador e membro do Instituto Delete - primeiro núcleo do Brasil especializado em "desintoxicação digital" na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Essa relação, segundo ele, pode ser dividida em uso consciente, quando o virtual não atrapalha a vida real; uso abusivo, quando atividades online são priorizadas em detrimento das offline; e uso abusivo dependente, quando o virtual atrapalha o real e há perda de controle. O Instituto pesquisa o impacto das tecnologias desde 2008 e já ofereceu atendimento gratuito a cerca de 500 pessoas, nem todas com dependência diagnosticada. Frases como "desliga o computador e vai dormir", "sai do Face e vai trabalhar", "fecha o WhatsApp e come o jantar" e "larga o celular para não bater o carro" são usadas para chamar a atenção no site que divulga os serviços. Narcisismo? A sensação de prazer despertada nos usuários é uma das possíveis explicações para a dependência. "Falar de si gera um prazer equivalente a se alimentar, ganhar dinheiro ou fazer sexo. E em 90% do tempo as pessoas estão falando de si nas redes sociais, com feedback instantâneo", complementa Guedes. "Em uma conversa normal, em 30% do tempo normalmente se fala sobre si". Os dados são de uma pesquisa da Universidade de Harvard segundo a qual esse comportamento gera um mecanismo de recompensa no cérebro, graças à liberação de dopamina, além de endorfina, ocitocina e serotonina, hormônios ligados ao prazer. Mas esse prazer é temporário, observa Guedes. "E vira problema quando passa a ser a fonte exclusiva de prazer, quando a pessoa passa a viver para postar a foto e deixa de aproveitar o momento". Gianna Testa, integrante da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), explica que o "sistema de recompensa" do usuário é muito afetado por estímulos - ou pela ausência deles - criados pelo reconhecimento virtual nas redes sociais, como medida de aceitação e sucesso. O efeito seria comparável ao da dependência de substâncias químicas no sistema nervoso central. "Hoje é muito claro em adolescentes, por exemplo, o quanto a autoestima depende do número de curtidas, do sucesso que eles têm nas redes sociais", observa a especialista, também sócia da ASEAT, uma assessoria de segurança e educação em alta tecnologia, de Brasília.
Vício surge quando internet se torna fonte de prazer Gui Christ/ BBC BRASIL Como medir o vício? Segundo Guedes, um conjunto de cinco critérios são observados para avaliar se o uso da tecnologia deixou de ser saudável. O primeiro deles mede quão importante o celular se tornou para trazer a sensação de "refúgio de prazer ou segurança". Quanto maior a importância da ferramenta, mais grave a condição do usuário. "Uma pessoa que terminou um casamento, que está com baixa autoestima, por exemplo, muitas vezes posta uma foto e isso ajuda a melhorar. É um gatilho positivo. Mas, se ela só trabalha a autoestima por meio da rede, isso pode gerar isolamento, desprezo pelas relações na vida real e até depressão", exemplifica. Em tímidos, o uso abusivo pode levar pode levar à fobia social. Outro termômetro é a relevância da tecnologia no dia a dia. Ir ao banheiro ou para a cama, por exemplo, e levar o celular junto pode parecer inofensivo, mas, em alguns casos, indica distúrbio.
Tratamentos não têm como objetivo proibir o uso Gui Christ/ BBC BRASIL Outros dois indicadores na avaliação do vício são se a pessoa tolera eventos ou ambientes em que terá de ficar desconectada e se, em caso de "abstinência" no uso do celular, a experiência se torna insuportável, com efeitos físicos e psicológicos sobre o indivíduo. Pacientes com o distúrbio relatam temor de ficarem distantes das redes e mau humor, mãos tremendo, ansiedade, agressividade e tristeza quando a falta da tecnologia se concretiza. "Há também quem use tanto o celular que, quando está sem, ele precisa ter algo nas mãos, para ficar mexendo", diz Guedes. Segundo ele, o efeito é semelhante ao vivido por ex-fumantes, que sentem a necessidade de movimentar uma caneta entre os dedos para simular os gestos que se acostumaram a fazer quando fumavam. O quinto critério mede o quanto a dependência causa conflitos na vida real. É o caso, por exemplo, de filhos que reclamam a atenção dos pais dividida com a internet até que eles próprios começam a encontrar nas telas refúgio, gerando, em consequência, novos conflitos no ambiente familiar. É algo que Luísa viveu e vive. "Minhas filhas já não reclamam tanto de mim. Agora, eu é que reclamo delas. Mas isso quando não estamos todos mergulhados no celular, eu, meu marido e minhas duas filhas, cada um no seu mundo. Essa cena é comum na nossa casa, em restaurantes... Às vezes tento botar ordem na casa, pegar os celulares, mas não dura muito. Não tem atrapalhado estudos, carreiras, mas, sem dúvida, nossa vida familiar. Eu, por exemplo, frequentemente, deixo o celular embaixo do travesseiro e volto a ele assim que meu marido dorme. Sinto falta de ar, um certo nó na garganta quando estou longe do meu aparelho", conta.
Dependência de jogos não é só de internet BBC BRASIL Jogos online Não são só os dependentes de celular que estão sujeitos a esses sintomas. "Muito estresse, falta de concentração e uma ansiedade terrível" pegavam em cheio o estudante Antônio*, de 25 anos, quando tentava se livrar sozinho da vontade descontrolada de jogar. O jogo virou parte da sua vida quando tinha 4 anos de idade. Movido por um espírito de competitividade "muito grande", acabava fisgado por computador, celular, videogame e o que mais permitisse entrar na disputa. Ficou dependente. "Não almoçava, não estudava e preferia ficar em casa", diz. Para Antônio, o problema ficou evidente apenas quando pessoas próximas passaram a observar que "a convivência estava difícil" e o assunto virou "motivo de estresse". E também de separação. "Eu jogava escondido da minha esposa, tinha dificuldade de conversar e nosso relacionamento acabou terminando". O casal chegou a fazer terapia e reatou. Há um ano, teve o primeiro filho. Ele está na terceira tentativa de parar. "80% dos indivíduos que são dependentes de videogame, de internet, apresentam depressão", diz Nabuco. Segundo o especialista, um grupo de estudiosos defende que a dependência tecnológica seria um sintoma secundário em um indivíduo que já tem depressão, transtorno bipolar de humor e fobia social. Outros acadêmicos argumentam que embora haja a coexistência de outro transtorno psiquiátrico, estamos lidando, certamente, com uma nova "classificação diagnóstica". Seria possível, portanto, que a tecnologia cause e não apenas agrave um problema.
Crianças e adolescentes são mais suscetíveis ao vício BBC BRASIL Jovens e crianças: público mais vulnerável Jovens e crianças são mais vulneráveis, diz Cristiano Nabuco de Abreu, porque só atingem a maturação total do cérebro a partir dos 21 anos e, com isso, demoram mais a desenvolver funções como o "freio comportamental" - por meio do qual seria possível evitar situações de risco ou atos por impulso. Uma das preocupações dos especialistas é o acesso precoce aos gadgets. "Muitos pais entregam o celular ou o tablet ao filho, usam os dispositivos como babá eletrônica, e acham bonito. Mas quanto mais precoce esse contato, mais chances de atraso no desenvolvimento da criança". O caso mais chocante que Nabuco atendeu foi o de uma mãe descrevendo que o filho não almoçava e não dormia, por exemplo, sem estar com o celular. "O problema maior era quando eles iam ao shopping, o menino largava a mão dela e corria para balconistas nas lojas para pedir colo e então acessar o teclado dos computadores que ali estavam. Sabe quantos anos ele tinha? 2 anos e 4 meses". A dependência mais comum entre os meninos é o uso de jogos eletrônicos. Nas meninas, principalmente adolescentes, a dependência de redes sociais é mais comum.
Para psiquiatra, a família deve se envolver BBC BRASIL São Paulo e Rio oferecem tratamento gratuito Em São Paulo e no Rio de Janeiro há atendimento gratuito para a população, no Hospital das Clínicas da USP e no Instituto Delete. "O grande objetivo não é fazer com que as pessoas se livrem da tecnologia. O que a gente quer é que elas retomem o controle desse uso", diz Nabuco, do Hospital das Clínicas. Oito em cada dez pacientes, segundo ele, chegam ao final do tratamento sem sintomas. Os demais, muitas vezes reiniciam a terapia. O tratamento envolve reuniões em grupo para conversas com psicólogos e psiquiatras e, se for preciso, o uso de medicamentos para combater transtornos associados à dependência. No Instituto Delete, o método usado envolve desde a identificação das raízes do problema até a adoção de técnicas de respiração e "ressensibilização". "O foco não é proibir o uso, mas criar estratégias para a pessoa ter prazer em atividades na vida real", complementa Eduardo Guedes.
Foco não é proibir o uso, diz Eduardo Guedes BBC BRASIL A busca por mais equilíbrio envolve tratamento e também uma consciência maior do problema. Mariana* iniciou terapia para "desintoxicar". Faz sessões em grupo por uma hora e meia, uma vez por semana. "Considero que percorri uns 40% desse caminho, em um processo lento e com recaídas", calcula. Um pesquisador do tema disse à BBC Brasil ter sido procurado por operadoras de telefonia celular que estariam preocupadas com o uso abusivo dos aparelhos e em busca de possíveis soluções. Procuradas pela BBC Brasil, Claro, Oi, Vivo e TIM - as principais operadoras de telefonia no país - não confirmaram se planejam medidas como enviar mensagens a clientes para alertar sobre possíveis riscos do uso abusivo, assim como ocorre na indústria de cigarros e bebidas. Por meio do SindiTelebrasil, sindicato que representa o setor, afirmaram, no entanto, que "sempre defenderam o uso consciente desses serviços, respeitando a liberdade de escolha, as necessidades, convicções, crenças e hábitos de cada indivíduo". O Ministério da Saúde informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para todos os tipos de transtorno mental, incluindo depressão e vícios em álcool e outras drogas, mas que não tem dados específicos sobre os problemas ligados à tecnologia. *Os nomes reais dos entrevistados foi trocado para proteger sua privacidade. Read the full article
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Fenômeno da internet, dupla Um44k anima a 16ª edição do “Desfile Solidário”
http://www.piscitellientretenimentos.com/fenomeno-da-internet-dupla-um44k-anima-a-16a-edicao-do-desfile-solidario/
Fenômeno da internet, dupla Um44k anima a 16ª edição do “Desfile Solidário”
O salão nobre do Fluminense, em Laranjeiras, será palco para a décima sexta edição do tradicional “Desfile Solidário” em prol da Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa (CACCST).
Sábado, 11 de novembro, a partir das 14h, artistas e músicos emprestarão o seu talento e desfilarão grifes conhecidas que cederam suas roupas em prol da Instituição.
Assim como aconteceu nos últimos desfiles, os artistas convidados e vários famosos entram na passarela dando as mãos às crianças assistidas pela instituição. Nesta edição, a dupla Um44k, formada pelos músicos Luan Otten e Saulo Poncio, anima a festa que conta com a presença de outros famosos.
Sobre a CACCST
A Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa – CACCST – atua há 16 anos no terceiro setor e atende atualmente a 80 famílias com crianças portadoras de câncer do estado do Rio de Janeiro e de outros estados brasileiros.
Ao observar o caso destes pequenos, carentes e vítimas da doença, a instituição identificou importantes questões como a dificuldade das famílias em iniciar e dar continuidade aos tratamentos devido ao alto custo; a dificuldade de oferecê-lasuma qualidade de vida adequada dentro de suas casas; a precariedade do transporte público; a falta de uma dieta balanceada, além de outros fatores que prejudicam as crianças e que, consequentemente, afetam a família.
Iniciada em Bangu com pouco mais de cinco crianças, mudando-se no ano seguinte para Santa Teresa, hoje a CACCST está no bairro do Estácio, com um foco cada vez mais voltado para a qualidade de vida com apoio nutricional, psicológico epedagógico, além de hospedagem. São também realizadas atividades educativas, como: oficinas de fotografia, vídeo, teatro, pintura e confecção de produtos autossustentáveis (foco nas famílias), além de outras ações que valorizam osassistidos e estimulando as famílias a uma participação mais efetiva junto a CACCST.
De caráter social e sem fins lucrativos, a instituição que está localizada na Rua Santos Rodrigues, nº 60, atendeu, nestes 15 anos, a mais de 700 famílias que receberam além de hospedagem, alimentação e transporte de suas residências atéos locais de tratamento, cestas nutricionais e higiênicas mensalmente, assistência social com orientação psicológica, odontológica e pedagógica, dentre outros programas de cunho igualitário em prol de uma melhor qualidade de vida einclusão social.
Para dar um apoio ainda maior a essas famílias, a CACCST oferece serviços de assistência social, orientações psicológica, pedagoga, odontológica e de oncologia e atividades culturais. Além disso, algumas mães ficam hospedadas na instituição, recebendo apoio e auxiliando no tratamento de seus filhos, para isso recebem capacitação profissional para que elas tenham uma renda extra, já que não conseguem um trabalho fixo em função do acompanhamento de seus filhos aqui no Riode Janeiro.
O regime de atendimento oferecido pela Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa tem o seu funcionamento de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 90, seção D, capítulo D, sendo classificado emOrientação e Apoio Sócio-familiar.
O evento conta com o apoio das grifes: Pikiko Moda Infantil, Luidgi Specciale, Ação Children – Allegri Teen – Alphabeto – Atelier Sementinha de Amarena – Basthiana – Bebê Carioca – Cactus Kids – Desejos de Sofia – Elleven – Fabula -Farm – Get Girls – Zump – Isabela Capetto – Lilica Repilica – Mercatto – Raffa’s – Silhueta Infantil – Trick Nick – X Site – Zara – Zero Zen
Artistas que já participaram com nossos desfiles:
Alexandre Borges – Arthur Aguiar – Adriana Bombom – Alexandre Henderson – Anamara – André Leonno – Banda Agnela – Banda Octus – Banda Trio Ternura -Beatriz Arantes -Bernardo Mendes -Bernardo Mesquita – Beto Simas – Bruno Gissoni – Carla Dias -Carlos Bonow – Cleiton Morais – Daniel Erthal – Daniele Suzuki -David Lucas – Dig Dutra -Eduardo Pires -Fabiana Karla – Fernando Mesquita – Francine Piaia – Giovana Echeverria – Guilherme Winter – Isabelle Drummond -JoãoVitor Oliveira -Juliana Paiva -Juliana Rolim – Klebber Toledo -Laura Barreto -Michael Borges -Nise Palhares – Nivea Stelman – Oscar Magrini – Pedro Cassiano – Quitéria Chagas – Ricardo Tozzi – Rodrigo Simas -Rosa Maria Murtinho – Sérgio Menezes- Susana Vieira – Thiago de Los Reys – Thiago Martins – Ully Lages, dentre outros.
SERVIÇO
16º Desfile Solidário da Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa
Local: Salão Nobre do Fluminense – Laranjeiras
Endereço: Rua Álvaro Chaves, 41
Data: 11 de novembro de 2017 – Sábado
Horário: A partir das 14h
Entrada: R$ 20,00
Contatos: (21) 2240-7640 / (21) 2502-8343
Site: www.caccst.org.br
Classificação Livre
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Nicole Bahls é presença confirmada da 16ª edição do “Desfile Solidário Sweet Sixteen!”
http://www.piscitellientretenimentos.com/nicole-bahls-e-presenca-confirmada-da-16a-edicao-do-desfile-solidario-sweet-sixteen/
Nicole Bahls é presença confirmada da 16ª edição do “Desfile Solidário Sweet Sixteen!”
O salão nobre do Fluminense, em Laranjeiras, será palco para a décima sexta edição o tradicional “Desfile Solidário” em prol da Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa (CACCST).
Sábado, 11 de novembro, a partir das 14h, artistas e músicos emprestarão o seu talento e desfilarão grifes conhecidas que cederam suas roupas em prol da Instituição.
Assim como aconteceu nos últimos desfiles, os artistas convidados e vários famosos entram na passarela dando asmãos às crianças assistidas pela instituição.
Sobre a CACCST
A Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa – CACCST –atua há 16 anos no terceiro setor e atende atualmente a 80 famílias com crianças portadoras de câncer do estado do Rio de Janeiro e de outros estados brasileiros.
Ao observar o caso destes pequenos, carentes e vítimas da doença, a instituição identificou importantes questões como a dificuldade das famílias em iniciar e dar continuidade aos tratamentos devido ao alto custo; a dificuldade de oferecê-lasuma qualidade de vida adequada dentro de suas casas; a precariedade do transporte público; a falta de uma dieta balanceada, além de outros fatores que prejudicam as crianças e que, consequentemente, afetam a família.
Iniciada em Bangu com pouco mais de cinco crianças, mudando-se no ano seguinte para Santa Teresa, hoje a CACCST está no bairro do Estácio, com um foco cada vez mais voltado para a qualidade de vida com apoio nutricional, psicológico epedagógico, além de hospedagem. São também realizadas atividades educativas, como: oficinas de fotografia, vídeo, teatro, pintura e confecção de produtos autossustentáveis (foco nas famílias), além de outras ações que valorizam osassistidos e estimulando as famílias a uma participação mais efetiva junto a CACCST.
De caráter social E e sem fins lucrativos, a instituição que está localizada na Rua Santos Rodrigues, nº 60, atendeu, nestes 15 anos, a mais de 700 famílias que receberam além de hospedagem, alimentação e transporte de suas residências atéos locais de tratamento, cestas nutricionais e higiênicas mensalmente, assistência social com orientação psicológica, odontológica e pedagógica, dentre outros programas de cunho igualitário em prol de uma melhor qualidade de vida einclusão social.
Para dar um apoio ainda maior a essas famílias, a CACCST oferece serviços de assistência social, orientações psicológica, pedagoga, odontológica e de oncologia e atividades culturais. Além disso, algumas mães ficam hospedadas na instituição, recebendo apoio e auxiliando no tratamento de seus filhos, para isso recebem capacitação profissional para que elas tenham uma renda extra, já que não conseguem um trabalho fixo em função do acompanhamento de seus filhos aqui no Riode Janeiro.
O regime de atendimento oferecido pela Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa tem o seu funcionamento de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 90, seção D, capítulo D, sendo classificado emOrientação e Apoio Sócio-familiar.
O evento conta com o apoio das grifes: Pikiko Moda Infantil, Luidgi Specciale, Ação Children – Allegri ��Teen – Alphabeto – Atelier Sementinha de Amarena – Basthiana – Bebê Carioca – Cactus Kids – Desejos de Sofia – Elleven – Fabula -Farm – Get Girls – Gump – Isabela Capetto – Lilica Repilica – Mercatto – Raffa’s – Silhueta Infantil – Trick Nick – X Site – Zara – Zero Zen
Artistas que já participaram com nossos desfiles:
Alexandre Borges – Arthur Aguiar – Adriana Bombom – Alexandre Henderson – Anamara – André Leonno – Banda Agnela – Banda Octus – Banda Trio Ternura -Beatriz Arantes -Bernardo Mendes -Bernardo Mesquita – Beto Simas – Bruno Gissoni – Carla Dias -Carlos Bonow – Cleiton Morais – Daniel Erthal – Daniele Suzuki -David Lucas – Dig Dutra -Eduardo Pires -Fabiana Karla – Fernando Mesquita – Francine Piaia – Giovana Echeverria – Guilherme Winter – Isabelle Drummond -JoãoVitor Oliveira -Juliana Paiva -Juliana Rolim – Klebber Toledo -Laura Barreto -Michael Borges -Nise Palhares – Nivea Stelman – Oscar Magrini – Pedro Cassiano – Quitéria Chagas – Ricardo Tozzi – Rodrigo Simas -Rosa Maria Murtinho – Sérgio Menezes- Susana Vieira – Thiago de Los Reys – Thiago Martins – Ully Lages, dentre outros.
SERVIÇO
16º Desfile Solidário da Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa
Local: Salão Nobre do Fluminense – Laranjeiras
Endereço: Rua Álvaro Chaves, 41
Data: 11 de novembro de 2017 – Sábado
Horário: A partir das 14h
Entrada: R$ 20,00
Contatos: (21) 2240-7640 / (21) 2502-8343
Site: www.caccst.org.br
Classificação Livre
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