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#[ ai meu oco ]
pollisipo · 26 days
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Diário Terapêutico - Capítulo 1
Como pode algo vivido só fazer sentido depois de dito? Hoje foi assim. Aprendi três grandes lições e a primeira diz sobre perder a esperança, essa coisa que vem daquilo que se espera e é ai que mora a primeira lição: não esperar é libertador. é alivio. é paz. é sentar no banco da barraca para tomar um caldo de cana para ver o tempo passar a espera de nada ou ninguém. passa carro, passa gente, passa moto, passa pássaro, passa vento, passa o sol. passo eu. É tirar o peso. No que tiro o peso, aprendo a segunda lição: sustentar custa caro. custa vida. custa coragem. custa sentir. custa tempo. Quando aprendo que valor é tudo aquilo que custa tempo de vida para ser produzido, tecido e construído me dou conta de que já paguei muito caro e agora eu não quero mais pagar caro porque o que eu tenho vale muito. para mim. quero pechincha. quero o mais barato, leve 3 por 1. promoção. porque o barato faz com que me sobre tempo de vida para a vida vivida que eu desejo. A última lição tem a ver com potencialidade. já adianto, eu perdi. ela morava no meu coração. e nos meus olhos, e nos meus desejos de fazer acontecer. ela deixou um ninho. mas esse hoje é um ninho parecido com a casa de joão de barro. oco. veja, só é vazio porque já foi cheio. só é ninho porque já foi morada. só é alívio porque já existiu o incômodo. só se incomoda quem sente. só muda quem luta, só resiste quem existe. eu existi. e por existir eu perdi. existir exige. existir cansa. eu cansei. eu perdi. e nunca me senti tão feliz por finalmente perder. hoje, perder é a minha vitória. Perder faz parte da sua despedida, joão de barro?
03/09/2024, 21h55.
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aleehllourenco · 6 months
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Sinto que meu cérebro tá sendo programado automaticamente pra lembrar dele a cada momento. As vezes volto em nossas conversas de término e escuto o áudio no qual ele fala tudo que eu queria ter ouvido antes de todo caos, sinto tanta saudades que até penso em mandar mensagem com letras maiúscula dizendo: "Rafa, tô sentindo tanto sua falta, tá um oco dentro de mim, um vazio tão intenso... eu ainda te amo e vou te amar por um bom tempo ainda... quero voltar pra casa, pra você que é meu lar mais lindo, me deixa entrar novamente ai, só mais uma vez.. por favor", porém sei que isso não traria ele de volta, só machucaria nós dois, nos sentiria pior do que já estamos. Talvez o nosso futuro seja esse mesmo... superar... é o único jeito de seguir em frente. Já pensei em possibilidades de resolvermos o que nos impede de ficarmos juntinhos de novo e não tem, de repente todos os caminhos abertos que me levava a você se fecharam de uma forma totalmente inexplicável, as canções de amor já não era mais sobre nós, os memes no insta de casal já não fazia mais sentido e no tiktok então já nem se fala. Escuto músicas pra tentar me salvar e quando vejo já estou soluçando de tanto chorar ouvindo um trecho da música de Chris mc que dizia: "na última despedida tava tudo tão bem, me abraçou como se eu fosse seu mundo, esquece de tudo e ficar um segundo aqui" cantando como se tivesse algo em mim pedindo baixinho isso. E do fundo do meu coração, eu só queria ter ficado um pouco mais na sua vida e te trazer a luz que carrego comigo pra abrilhantar seus dias escuros, te ensinado a viver mais no presente (coisa que para mim custou muito a aprender..) e te entregando o meu amor mais puro e singelo em milhares de formas diferentes. mas pensando bem foi o teu amor que trouxe significado a todos os conceitos que eu tinha da palavra amar, foi o sentimento mais lindo que já tive a honra de viver e que honraa!!
Li em algum lugar que depois da despedida, fica o adeus. No nosso caso, espero que seja apenas um "até breve".
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garotinho-triste · 1 year
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Quanto mais eu me esforço, mais eu sinto que estou prestes a desistir, parece que nada faz sentido, eu me esforço sempre pra ficar bem, mas esse vazio enorme dentro do meu peito nunca some, eu me sinto como um corpo oco, vazio por dentro, uma casca carregada de dor e sofrimento infinito, é como se eu tivesse perdido minha alma em algum momento da minha vida, e meu corpo continua a vagar por ai, me sinto cansado de continuar respirando, eu anseio pelo beijo da morte cada vez mais, por mais que eu tente nada funciona, e o desespero me corrói, a dor é tanta que parece vozes gritando na minha cabeça para mim desistir de vez, eu perdi todas as minhas esperanças, mas ainda sou um covarde que não consegue por um ponto final em tudo, por mais que eu almeje o fim da minha vida.
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oawtor · 2 years
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5th Spring Week.
I. Um Pouco Melhor, ou É Só Esperar, ou 10:38 — 16 out 2022, domingo.
1. Depois de me aliviar, acordei em AOR. Estou ainda me aliviando, mas saí de OCO. 2. Okay. Estou em AOR, fato. Mas o que posso fazer? Pensei em SET, mas terei que não. Fim. O que então? A dor é intensa. Intensa. Folha? Nada. 3. Estou sem paciência com a mínima e menor dor. Sem. Porém duas coisas aconteceram em função da paciência. Não teriam ocorrido bem sem ela. Ela é necessária, mas é extremamente difícil aguentar a Dor... O que fazer? Passar por cima da Dor e piorá-la? Ou suportá-la e piorá-la antes para não piorar depois? Ela vai piorar. Antes ou depois. Não há escolha. Ai. Não suporto aguentá-la antes. Vou perder itens. "Ranque". 4. No fim de tudo, é só esperar. 5. M.: 2E 🥇; H21 🥉; H16 🥉.
II. 'DE' É a Resposta para Tudo, ou Tentei de Tudo — 17 out 2022, segunda.
1. Confirmado e aprovado. 2. Não adiantou nada. Tratar a Dor. Nem respeitando, nem descansando, nem aliviando. Ela não passa de jeito nenhum. ATR faliu. 3. M.: 2E 🥇; H21 🥉; H16 🥉.
III. Tentando Entender — 18 out 2022, terça.
1. Já não me importo com os golpes. Habituou-se. Enfim. Pensando nA Circuição ou em VeC, não sei. E pensando que isso não dá em nada. Tudo isso de ATR, agora ASR. Constatar, objetar, fiar, respeitar, descansar, aliviar, esperar, suportar. No fim de tudo, o que adianta? Adianta reconhecer a Dor. As dores. Classificá-las adequadamente. Saber contra o que se está lutando. E então saber verdadeiramente e seguramente como agir da melhor forma possível. Sim. No fim, minha Dor resvalou em suportar. Não há passo além desse. Só suportar. Deus já me disse isso em outra situação. E eu suportei. Faz acho que um ano... E estou aqui. E os golpes continuaram. E agora o mesmo, suportar. E viver como? Fugindo? Se a Dor não foi tratada, como posso viver com Prazer? O que seria suportar? Viver AOI negando a dor? É isso? Sim. É isso. E se doer muito a ponto de OCO? Há ASR. Sempre. Descansar, esperar, "voltar" a suportar. E se me derrubar de novo? Suportar? E se meu coração romper? A Dor não vai me destruir. E se a qualquer momento em OCO, o coração ameaçar romper? ASR. Se chegar no pior estágio, o que é bem possível, verei se há outra orientação ou se isso tudo vai ruir. 2. Pensando em ATM. Geladeira... Roupas... Ordem... E que estou sem energia. 3. Qual a diferença entre ASR e OCO? ASR é o processo de tratamento da Dor. Pode ou não incluir OCO. OCO seria um estado de paralisia completa. Em geral, a Vida pendula entre AOR e AOI. OCO só ocorre na presença de um desequilíbrio, de uma doença. Da Dor. Mas dores leves são tratadas em pouco tempo em AOR. Dores mais fortes paralisam. Ficamos sem opção. Isso é OCO. Por exemplo, estava com minha Dor agora há pouco. Daí esperei e suportei. E parti para AOR. Daí para AOI. Não tardou. Foi algo natural e fluido. Quando demora muito, a ponto de a vida parar, temos OCO. Mas eu estava em OCO. Por causa da Dor. Ou em AOR? AOR. Consegui pensar e fazer outras coisas. OCO derruba você. Você não consegue fazer nem AOR nem AOI. Mas só consegui partir para AOR. Aí é que está. Coloquei a Dor como uma urgência. O que faz de OCO parte de AOR. Mas não optamos por OCO. Somos impostos por ele. Então quando surge uma Dor no dia a dia, o que fazer? Uma tristeza? Seguimos para o tratamento imediatamente, ASR. Por quê? Para entrarmos nA Roda do Ânimo. E continuarmos vivendo em OPO. Okay. E quando entramos em OCO? Quando não produzimos nada. Agora estou tratando a Dor através do texto. Isso é ASR ou AOR. Em OCO, não estaria fazendo nada. Só deitado, zumbi, derrubado. É um estado de torpor. 4. Podemos considerar OCO como AOR. Tendo qualquer Dor como urgência. Porque ela é. Assim, a Dor sempre seria uma urgência. E qualquer fase do tratamento seria AOR. Ou seja, ficar paralisado de Dor seria AOR. Mas não é algo que escolhemos. É. Descansar e esperar. Podemos nos levantar, mas não conseguimos. Escolhemos desistir. Entregar. Realmente não fazemos porque queremos. É OCO. Quando a Dor nos derruba de fato. Quando estamos tratando ela no dia a dia. E decidimos descansar ou esperar, como eu fiz há pouco, paramos a vida. Para tratar a Dor. Para seguir A Roda certa. Não se trata de AOR. OCO seria ASR. Antes de OPO, teríamos que cumprir ASR. Mas podemos ficar paralisados e nunca mais vivermos. E aí? Suportar. E seguir. OCO seria este momento, em que nos tratamos para começar a viver. ... Não sei. OCO poderia ser um momento de completa cegueira, em que não conseguimos nem cogitar em ASR. Daí faz mais sentido. Quando conseguimos fazer ASR, aí seguimos para AOR. É ASR que nos tira de OCO. ACF entra quando a pessoa quer desistir da vida. Daí retorna para OCO e segue para ASR. Ou seja, senti uma tristeza. E agora? Estou em OCO? Sim. Porque não posso viver até tratar a Dor. E então? ASR. Depois de tratada, aí sim seguimos para AOR. →
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→ 5. Senti um medo. Qual? De que não amacie. Por quê? Porque o trabalho ficou mal feito. E? Vou ficar triste. Sem cheiro. Medo da Dor. E daí? A Dor é não sou cheiroso. Não sou. Objetar: Você é o que Deus diz de você. Que seria: Tudo bem. Não precisa ser cheiroso o tempo todo. Mas não é isso. A Dor de ter errado. Não fiz. Você fez o possível. Okay. Não se culpe. Tudo bem errar. Okay. Fiar. Creio sim. E agora? Respeitar. Mas já passou. Se persistir, é que se continua... Deu certo. 6. Quando a Dor chega, O Pêndulo pára. OCO. Tratada a Dor através de QRS, entramos em AOR. E As Rodas, onde entram? AOR e AOI fazem parte dA Roda do Ânimo, pois funcionam a partir do Prazer. Com Dor, gira apenas A Roda da Aflição, que paraliza O Pêndulo. Mas há uma questão. Como As Rodas funcionam? Giram juntas? Sim. Mas em velocidades diferentes. Por exemplo, sempre teremos alguma Dor. O Pêndulo pára quando A Roda da Aflição está girando mais rápido que A do Ânimo. Assim, QRS serve para frear A da Aflição. A Dor se torna perceptível e um problema quando chega. Ou seja, sentimos a Dor e devemos tratá-la, se não estaremos vivendo sob influência dela. Em último nível, fugindo dela. Ela afetará totalmente nossa percepção. E de fato RAn pára. Pois não estamos vivendo com Prazer. Mas no caso de Suportar, a Dor ainda existe. Como posso dizer que vivo pelo Prazer? Boa pergunta. As Rodas devem girar juntas. Mas a intensidade é que faz a coisa. Tipo, uma Dor que surge e não é tratada logo vai se intensificando e atrasando RAn. O que afeta RAn. E alimenta RAf. Assim... como devemos viver com RAn em movimento e não RAf, devemos tratar esse problema. Feito isso, RAn girando mais do que RAf, entramos em OPO. É essa velocidade maior que move OPO. Se estamos vivendo com RAf mais rápida, OPO não se move. Então devo me entregar ao Prazer absoluto? Não, porque isso configura Fuga. E seria Aliviar de forma equivocada. A Dor vai continuar crescendo. Isso é Azo. Já foi colocado. Ademais, fizemos tudo o que pudemos quanto a Suportar. Daí a Dor fica como suspensa, aguardando o agir de Deus. Resumindo: As Duas Rodas giram juntas, mas em diferentes velocidades. RAn deve ser mais veloz do que RAf, e não o contrário. Isso permite OPO. Se não, entra-se em QRS para frear RAf. E assim acelerar RAn. 7. Em geral, 95%, a minha Dor se resume ao Medo de ser punido por ter errado em alguma coisa. E Deus já me disse que eu fiz o possível. E sempre o que Ele me manda, o que é suficiente para eu não sentir culpa quanto aos meus erros. Na maioria das vezes, eu nem erro. Apenas acho que devo ter errado. Mas não errei. E quando erro, o erro torna-se muitas vezes em acerto por alguma razão. Enfim. Eu não devo ter essa culpa. É algo forte. Eu não tenho culpa de ter errado. Não se culpe por errar. Você fez somente o que Deus ordenou. E ponto. A responsabilidade é Dele. É isso. Ele não vai me punir. Ele vai me cuidar. E me amar. 8. M.: 2E 🥇; H16 🥉; 2A 🥈.
IV. Tratando as Dores — 19 out 2022, quarta.
1. Sim. Essa é a prioridade. 2. AOI: Quanto Às Medalhas, resta as roupas. Gealgg's fica para amanhã. E o mesmo, 2A. Ainda cheio. Vou adiantar some blorrets. [Por razões estruturais, não houve medalhas neste dia e no posterior.].
V. Uma Dor a Suportar..., ou Wintry Hands, ou Sim — 20 out 2022, quinta.
1. In fact, I candn't resolver a Dor específica que me acometeu hoje à tarde. Aquela mesma... quanto ao turbilhão. Ao gombloshed sobre mim. E aos ataques enall... Wellerer. Enfim. Estou em Suportar agora. E por isso sigo para OPO. Aliás, AOR. No caso, geladeira. Ou melhor. Seria comprar os molhos... Não sei se devo ir agora. Ou se limpo logo a geladeira. Vou adiantar a geladeira. O que seria uma Medal. 2. Não sei o que será das Medals, pois está complexo cumpri-las... Não sei. Pensando em cumprir o que já tem, para depois fazer de novo.
VI. Duas Dores Muito Bem Tratadas — 21 out 2022, sexta.
1. Bom, estive por 4 horas em OCO, por conta de duas Dores. Mas estão tratadas e devidamente suspensas. Relief. Enfim. Entrei em AOR. E creio que saí agora. O que fazer? Não há urgência. Seria ATM. Se 2E, lavar os panos. Mas estou meio cheio. O que fazer? Temos 2A. E uma terceira medalha que não foi manifesta. Mas a questão é o meu estado. Preciso esperar um pouco. Sinto-me muito entusiasmado. Aguardando. 2. Continuo cheio. Aguardar um pouco. 3. Quero muito produzir algo, mas o mAI me impede. Preciso de recursos para continuar. That's not. E agora? Vamos a OPO. Estou em AOR. O quê? Está tudo bem. Talvez a louça. Se não, temos ATM. Que não daria certo hoje. Se tivesse feito uma terceira mais simples, faria agora. Mas não fiz. E agora não há terceira medalha. Se houver, faria agora. Tenho que organizar isso. Devo encaixar Medalhas onde não havia? Ou devo manter os dias sem Medalhas dessa forma? Não sei. 4. Bom, como não determinei uma terceira medalha, passarei direto. As outras duas não poderão ser realizadas hoje. Assim, ACE. 5. Preciso decidir o que fazer quanto às leituras... Lerei FdS? Ou SET? Amin, para que ler um jornal já lido? Apesar de a SET também estar lida. Fontes de ideias para Fólios. Mas não vou fazer Fólios tão cedo. Qual a diferença? Não sei. 6. M.: R1 🥉; R2 🥈; J4 🥇. 7. Acho que vou dormir. Beijos.
VII. Tudo Certo de Novo — 22 out 2022, sábado.
1. Ler o jornal me mostrou o quanto ele é desinteressante. Os problemas não têm foco algum. Não há um início ou um fim, nem propósito. São totalmente pontuais e casuais, aleatórios, atirando para todo lugar. E não acertando em nada. Ruim. Descartável. Não quero mais ler. 2. End of an era. 3. M.: 2E 🥇; 2A 🥈; H8 🥉.
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wc-masnaoehtoillet · 2 years
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AINDA EM PEDAÇOS: Monólogo auto-explanatório
           Não. Na verdade já faz um largo tempo que encontrei a mim mesmo. De certo que não por inteiro, ainda procuro por diversos fragmentos e os mais difíceis de encontrar são os localizados na região da cabeça – são pedaços minúsculos onde as linhas misturam-se a todo o instante, confuso de entender...
- Ai! Fico tonto só de forçar a memória para tentar lembrar.
Você (você mesmo). Já tentou ao menos encontrar alguma peça que se encaixasse dentro da sua cabeça? Ou ainda possui aquele tímido invólucro, tais os livros novos que tornam-se velhos por suas páginas permanecerem ainda virgens? 
Em minha página final, excruciantemente, não encontrei a palavra FIM, mas sim outras tantas que permaneciam obscuramente em branco.
- Por que diabos comecei a ler a mim mesmo tão na aurora e vorazmente?
Penso agora que esse branco oco, esse gelo derretido ele mexeu comigo. Comecei a perceber e reconhecer coisas que nunca antes me permitira e, como de um repente, eu estava no total controle das coisas eu estava no controle de mim eu finalmente havia me encontrado!
- Ai... a minha cabeça ainda dói. Por onde andam os meus pedaços? Onde estão àqueles pedaços, aqueles pequeninos pedaços?
Ainda ontem, depois de uma acirrada procura, tal e qual um cão farejador e acusativo, percebi que havia conseguido decifrar alguns minúsculos pedaços que antes pareciam, eles pareciam... não pareciam absolutamente com nada! Hoje os identifico e reflexamente me identifico também.
Hoje sinto que me encontrei um pouco, bem pouco, mas acredito que já é um progresso.
- A Ordem depois colocamos em seu devido lugar! (ri) A Ordem depois colocamos no seu devido lugar... Ainda falta brindar o progresso. Por Deus, um puta progresso!
Abre uma garrafa de vinho e acende um cigarro – velho companheiro.
*Conrado Wes
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aexausta · 5 years
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“Amor de criança é a coisa mais preciosa e linda desse mundo. É aquele amor de graça, sabe? Que dá e não liga se recebe ou não em troca. Ama e pronto. Acho tão bonito essa coragem de amar, de se entregar sem esperar que passem a mão na cabeça depois, dizendo que vai passar e que tudo passa. O mundo precisa de mais gente assim, que tem coragem de sentir, de falar, de mostrar, porque parece que amar virou fraqueza. As pessoas andam por aí se gabando por nunca ter dito “eu te amo”, agindo como se amar fosse coisa de gente fraca. Desculpa aí, mas amar é pros fortes. Tem que comer muito arroz e feijão ainda, tá? Amar é pra quem tem mente aberta, coração puro. Orgulhoso, vaidoso e preocupados com a vida alheia não se encaixam. Amar é pra quem sabe ser doce, pra quem já entendeu que gentileza gera gentileza, pra quem quer o bem. Quem fraqueja, fala mal e inveja, retire-se, por favor. Amar é coisa séria que deve ser levada na brincadeira. Brinca bastante amando e deixa pra rolar um pranto depois, porque amor rejeitado faz a gente crescer. Amar é arte, não ser correspondido faz parte, esquecer é uma droga, mas aprender é foda. Tenha a coragem de sentir e permita-se ser forte o bastante pra cometer essa fraqueza. Se você é correspondido ou não, ai são outros quinhentos. Ao menos você teve a coragem de sentir, meu caro, e isso é tarefa pros fortes. Porque sair, beijar e dar tchau é muito fácil, ser vazio não dá trabalho. O mundo está cheio disso. Agora amar, sentir o coração apertar e acelerar, ter a coragem de amar sem ter nota fiscal de garantia, é só pros que tem coragem, muita coragem. Amar tá saindo de moda, meio careta, meio brega. Se não achou ninguém, dane-se. A vida é longa, temos tempo. A gente vai conhecendo, aprendendo e rindo até lá. Chorando, amando e desamando, reamando e pecando também. Mas a gente vai e é isso que importa. Em frente sempre, olhar pra trás, só se for escondidinho e bem rápido. Vai adiante, com ou sem dor no peito, mas com amor, tá?! Porque de gente vazia o mundo tá cheio. Tá todo mundo oco e louco.”
Anna Nascimento
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portuguesiando · 5 years
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O DEDO - por Lygia Fagundes Telles
Achei um dedo na praia. Eu ia andando em plena manhã de sol por uma praia meio selvagem quando, de repente, entre as coisas que o mar atirou na areia – conchas, gravetos, carcaças de peixes, pedras -, vislumbrei algo diferente. Tive que recorrer aos óculos: o que seria aquilo? Só depois de aparecer o anel é que identifiquei meu achado, o dedo trazia um anel. Faltava a última falange.
Não gosto nada de contar esse episódio assim com essa frieza, como se ao invés de um dedo eu tivesse encontrado um dedal. Sou do signo de Áries e os de Áries são apaixonados, veementes, achei um dedo, UM DEDO! Devia estar proclamando na maior excitação. Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. “Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente.”
Calmamente?! Mas foi um dedo que achei! – respondo e minha vigilante arqueia as sobrancelhas sutis: “E dai? Nunca viu um dedo?” Tenho ganas de esmurra-la: Já vi mas não nessas circunstâncias.
O poeta dizia que era trezentos, trezentos e não sei quantos. Eu sou apenas duas: a verdadeira e a outra. Uma outra tão calculista que às vezes me aborreço até a náusea. Me deixa em paz! – peço e ela se põe a uma certa distância, me observando e sorrindo. Não nasceu comigo, mas vai morrer comigo e nem na hora da morte permitirá que me descabele aos urros. Não quero morrer, não quero! Até nessa hora sei que vai me olhar de maxilares apertados e olho inimigo no auge da inimizade: “Você vai morrer sim senhora e sem fazer papel miserável, está ouvindo?” Lanço mão do meu último argumento: Tenho ainda que escrever um livro maravilhoso… E as pessoas que me amam vão sofrer tanto! E ela implacável: “Ora, querida, as pessoas estão fazendo montes. E o livro não ia ser tão maravilhoso assim”.
É bem capaz de exigir que eu morra como as santas. Recorro às minhas reservas florestais e pergunto-lhe se posso ao menos devanear um pouco em torno do meu achado: não é todos os dias que se acha um dedo. Ela me analisa com seu olhar lógico: “Mas não exorbite”.
Fecho a porta. Mas então eu ia dizendo que passeava por uma praia completamente solitária, nem biquínis, crianças ou barracas. Praia áspera e bela, quase intacta: três pescadores puxando a rede lá longe. Um cachorro vadio rosnando sem muita convicção para dois urubus nos pousados detritos. O sol batia em cheio na areia brilhante, viva, cheia de coisas do mar de mistura com coisas coisa da terra  longamente trabalhadas pelo mar. Guardei na sacola uma pedra cinzenta, tão polida que parecia revestida de cetim. Guardei um caramujo amarelo, o interior oco e roxo se apertando em espiral até a raiz inatingível. Guardei uma asa de concha rosa-pérola. O dedo não guardei não.
Não senti nenhum medo ou asco quando descobri o dedo meio enterrado na areia, uns restos de ligamentos e tecidos flutuando na espuma das pequeninas ondas. Há pouco encontrara as carcaças dos peixinhos que escaparam das malhas das redes. Lavado e enxague, o dedo parecia ser da mesma matéria branca dos peixes, não fosse a mundana presença do anel, toque sinistro numa praia onde a morte era natural. Limpa.
Inclinara-me para ver melhor o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras de algodão emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não era algodão, mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande peixe? Fiquei olhando. Espera, o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra, cingindo-a fortemente, enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó, revolvi a areia. Era um dedo, dedo anular, provavelmente, com um anel de pedra verde preso ainda à raiz intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o elemento que poderia me fazer recuar: a unha. Unha pontuda, pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, bem cuidada, à altura do anel de joalheiro de classe que se esmerou na cravação da esmeralda. Penso que se restasse a unha certamente eu teria fugido, unha é importante demais. Mas naquele estado de despelamento, o fragmento do dedo trabalhado pela água acabara por adquirir a feição de um simples fruto do mar. Contudo, havia o anel.
A dona do dedo. Mulher rica, um anel daqueles devia ser de mulher rica e de meia idade, que as jovens não usam joias, só as outras. Afogada no mar? O biquíni verde combinando com o anel. O óleo perfumado fazendo brilhar a pele sem brilho. A onda, começou inocente lá no fundo e foi se cavando cada vez mais alta, mais alta, Deus meu, tão grande! A fuga na água resistente como um muro, os pés de ferro e a praia tão longe, ah! Mas o que é isso?… Explosão de espuma enrolando boca e olhos em esparadrapos de sal. Sal.
Respirei com ênfase. Mas que mulher vai hoje de anel de esmeralda para o mar? A elegante passageira de um transatlântico de luxo que afundou na tempestade? Mas fazia tempo que nenhum transatlântico de luxo naufragava assim.
Podia ser ainda uma suicida, dessas que entram de roupa pelo mar adentro, que o desespero é impaciente, mal teve tempo de encher os bolsos com pedras. A pedra verde no dedo. Ou a personagem real de um crime, crime passional, é evidente, enfraquecida a hipótese de latrocínio pela presença do anel. Um crime misterioso, já arquivado: mulher bonita. Marido rejeitado. Minhocando, roque-roque. Roque-roque. O flagrante da traição, “Ai, como dói!” A premeditação no escuro, tão profundo o silêncio no quarto que podia se ouvir o murmurejar do pensamento, roque-roque. Ela acorda em pânico no meio da noite “Mas que barulho é esse? Um camundongo? Ele se aproxima sem poeira. Sem emoção. No banheiro cintilante a proximidade da água facilita demais, os crimes deviam ser cometidos perto de cascatas. Um pouco de lavanda nas mão ligeiramente trêmulas após a tarefa cumprida na ausência da cozinheira em licença remunerada para ir visitar a mãe. A casa na praia não foi uma solução? E a praia deserta, o homem feliz não tinha camisa, só maiô. Tão simpático o homenzinho de maiô azul que todos os dias vai à praia levando a caixinha de sabonete, que será que ele leva naquela caixinha? Um detalhista: ideias miúdas, objetos miúdos. Na cabeça, um pequeno boné se tem sol. Era ele que andava com uma mulher grande, bonita? Era. E a mulher? Lá sei, deve ter viajado, ele ficou só. Parece que adora o mar, faça sol ou não, vai dar o seu passeio com sua caixinha e seu sorriso.
Por que cabeça de assassino fica do tamanho do mundo? A solução seria um porta-chapeú, mas se ninguém usa mais chapéu?… Enfim, se sobrou a cabeça não sobrou o dedo que na manhã de garoa ele deixou no mar. O anel foi junto, era tão afeiçoado a carne que se recusou a sair e ele não insistiu, pois ficasse o dedo com seu anel, que suma os dois! Nem os urubus saíram de casa nessa manhã. Ele saiu.
A pedra brilhava num tom mais escuro do que a água. Lembrei-me de um quadro surrealizante: uma praia comprida e lisa, de um branco leitoso com flores brotando na areia, flores-dedos e dedos-flores. No quadro, o insólito era representado por uma gota de sangue pingando nítida da ponta do dedo. No meu achado, o insólito era a ausência do sangue. E o anel.
A primeira pessoa que passar por aqui vai levar esse anel, pensei. Eu mesma – ou melhor, a outra, a lúcida, com falsa inocência não chegou a insinuar que eu devia guardar o anel na sacola? “Mais um objeto para sua coleção, não é uma linda pedra?” Expulsei-a, repugnada. Horror. A morte de Itabira reclamava a flor que o distraído visitante do cemitério cólera na sua sepultura, “Eu quero a flor que você tirou, quero de volta a minha florzinha!” A dama do mar faria uma exigência mais terrível por telegramas, cartas, telefone, me soprando com sua voz de sal: “Eu quero o anel que você roubou do meu dedo, eu quero o meu anel!” Como reencontrar naqueles quilômetros de praia os diluidíssimos restos de dedo para lhe devolver a esmeralda?
Com a ponta do cipó, cavei rapidamente um fundo buraco e nele fiz rolar o dedo. Cobri-o com o tacão do sapato e na areia tracei uma cruz, intuí se tratava de um dedo cristão. Então veio uma onda, que esperou o fim da minha operação para inundar o montículo. Dei alguns passos. Quando me voltei pela última vez, a água já tinha apagado tudo.
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desertora · 6 years
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Ensaio sobre você... Ainda sobre você
“Sinto os pingos de chuva batendo no meu rosto, enquanto encaro meu reflexo na água cristalina que escorre no chão, meus pés estão afundando, de forma metafórica, é claro. Como afundam todas as vezes que eu te encaro. E eu te encaro todas as vezes, parece absurdo que eu continue querendo afundar os meus pés tão fundo na lama movediça que é pertencer a você. Que é estar com o pensamento preso ao seu. Mas ainda é sobre você, a poesia, o desespero, o peito rasgado, o entardecer triste e melancólico. Ainda continua sendo estupidamente sobre você, mesmo depois de você me quebrar de todas as formas que se pode quebrar uma pessoa, ainda mais uma como eu, fácil de quebrar. Eu continuo te procurando nos rostos das pessoas ao meu redor, continuo te esperando quando você diz que vai, mesmo sabendo que você não vai aparecer, eu sempre coloco minha melhor roupa e espero. Espero pelo que? Eu não sei. Ninguém sabe. Nem você sabe do que se trata ou do que eu na verdade espero. Mas eu espero esperar te esquecer, te desculpir do meu corpo como se tira uma peça de roupa. Espero outro amor, outro sopro. Porque eu ainda não consegui te tirar da cabeça, nem do peito, nem do coração. Você ainda está aqui, escapulindo todas as vezes que tento agarrar com as duas mão pra te tirar de dentro de mim, e olha que eu tentei. Tentei beijar outras bocas, tentei com tudo te tirar com a pressão de outro corpo sob o meu, pedi com força pra ele, agarrei suas costas com as unhas e pedi que te tirasse de dentro de mim, mas você é como uma tatuagem, ou uma cicatriz. Simplesmente se impregnou na minha epiderme. Erva daninha. É o que você é. E eu sinto falta de você. Quando você estava comigo não era para expulsar alguém ou curar uma doença que eu já tinha, você era a minha doença em primeiro plano. Você me aproveitou inteira, me aproveitou por completo. Você beijou meus melhores pedaços de pele, chupou meus órgãos mais sensíveis e tirou minhas melhores roupas, você entrou sem ser convidado na minha intimidade mais inocente, quando eu ainda nem sabia o que era ter, de fato, intimidade. Você quebrou meus muros e depois foi embora. Você era o general do exército, e você quebrou todos os muros impenetráveis do castelo e depois deu as costas a sua fortaleza, onde está sua honra, sua virilidade? Como você pode fazer isso? Como você pode escorregar seu corpo pra dentro de todas as minhas portas abertas e sair deixando-as escancaradas para quem quisesse ver? Eu sou capaz de oferecer os dois lados da minha face a tapa se você não ler esse texto com todas as metáforas sexuais e sua boca não salivar de saudade do meu corpo, era só isso que eu era pra você? Só um corpo sem alma? Uma droga de corpo oco, vazio, penetrável e abandonável? Queria ouvir sua resposta olhando pras suas drogas de olhos castanhos, queria ouvir essa resposta olhando no fundo da tua íris, queria ver seu nariz tremer, porque ele treme sempre que você mente pra mim. Como eu sei? Bom, porque você mente pra mim o tempo todo, o tempo todo. Você só me contou mentiras, a sua preocupação, o seu ciúmes, a sua raiva, o seu orgasmo, eram todas mentiras, tão bem contadas que eu quase acreditei em você. Eu quase me entreguei inteirinha pra você, mas graças a Deus, uma parte sensata e honesta de mim se guardou, ela me abraçou forte e segurou um restinho de mim e o amou, amou com todas as forças que se pode amar um pedacinho próprio. E esse pedacinho de mim segurado com todas as energias por mim mesma foi o que me salvou da ruína de ser sua e de repente não ser mais. Esse pequeno pedaço de amor próprio foi o que me segurou no colo e me lembrou de todas as vezes que você ia atrás de mim depois de fazer uma merda catastrófica e precisava de suporte, me lembrou de como você se esgueirava por ai trepando com outras enquanto eu dormia sonhando com você, me lembrou de todas as vezes que você escondia uma foto, um anel, uma carta e me deixava encontrar e rasgar o coração em mil pedaços, porque você não me pertencia como eu pertencia a você? Era o que eu me perguntava todos os dias, porque você não podia ser só meu? Porque você mentia sobre seus encontros casuais? Porque você dizia que me amava, agarrava meu cabelo com força e entrava em mim com toda a vontade pra depois fazer isso mais tarde na mesma cama com outra pessoa? Porque você não respeitava meu espaço, meu corpo, meus amigos? Porque você achava todos rudes, porque acreditava que todos queriam só me comer, quando na verdade, esse era você? Porque você me deixou tomar esse espaço que você não queria me dar? Porque me deixou amar sua família e sua família me amar enquanto você olhava de fora, você não nos amava nenhum de nós? Porque você pintava quadros lindos na minha cabeça do nosso casamento na praia antes de eu dormir e depois saía com mulheres que não estavam nem ai pra você? Porque você me deixava fumar da sua boca quando ela tinha gosto de outras bocas? Porque você nunca me deixou ir embora quando eu disse que queria? Quando eu tentei fugir das suas garras, você me segurou mais apertado ainda, me mandou flores, gritou meu nome, apareceu de repente na minha casa, me fez promessas, difamou meus amigos, e me encobriu dentro dos seus braços, fingia me dar conforto e abrigo, mas quando eu dormia você mandava mensagem praquela menina da sua sala que você achava um tesão, mais tarde passava seu número pra garota da biblioteca que ficava te encarando, porque você não me soltava? Porque achava que eu já tinha comido demais no almoço? Porque queria substituir meu café da tarde por frutas? Porque queria me obrigar ficar ao ar livre? Porque sempre me achava magra demais ou gorda demais? Porque tirava minha roupa, me virava de frente para o espelho e entrava por trás e sussurrava "gostosa" no meu ouvido se meu corpo nunca te agradava de fato? Porque me virava pro espelho, só pra me fazer encarar o fato de não ser boa o bastante pra você? Porque gritava comigo quando eu te aborrecia? Porque me mandava ir pro inferno e esmurrava as coisas? Uma vez eu fiquei com medo de que me acertasse. Eu chorei e pedi que você parasse, eu estava ficando assustada. Você disse que tudo bem, é que eu só te deixava muito nervoso às vezes. Me abraçou e me disse que não ficasse com medo de você, pois você nunca me machucaria. Mas o ponto era que enquanto você dizia isso suas garras afundavam nas minhas costelas, me mantendo tão presa que mal podia respirar. Porque depois de cicatrizada, eu sinto falta de você me criando cicatrizes? Me criando dores e traumas? Porque o acidentado sente falta do acidente, eu me pergunto. Mas fique tranquilo. Eu vou fingir que não aconteceu. Vou fingir que você não me tocou, que suas mãos não faziam promessas à minha epiderme viciada, vou fingir que sua falta de afeto não me afetava. Quando alguém me perguntar de você, eu vou recorrer aquela partezinha pequena de amor próprio dentro de mim mesma. Eu vou sorrir e dizer: "Não, eu não sinto mais nada. Sim, acabou. Ele nem me fazia gozar mesmo".
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warmymind · 3 years
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Despedida sem adeus
Quando você se foi eu experimentei o luto, experimentei meu coração dilacerando, aquela dor no peito que faz a gente se sentir minúsculo diante do mundo, vivi dias que enxergava as cores, mas elas já não eram mais vibrantes. Os dias ficaram sem sentido, sem graça sem teu sorriso e tua voz tão marcante e aconchegante, sem tua gargalhada. Ai que saudade! É muito triste saber que não a temos mais aqui, que não poderemos te abraçar, muito menos te ver. Acreditamos que fosse em paz e que aceitou a morte, mas isso não impede de ficarmos triste por ter partido. Você que levou tanta, tanta, tanta alegria na vida das pessoas que cruzaram teu caminho, mas que agora só temos as lembranças dos dias vividos e partilhados. Parece que a anestesia está se indo e que a ficha começa a cair. Não tem para onde o cérebro fugir. Ele está descobrindo e parando de fugir do fato que agora só restam as lembranças, as fotos, os vídeos, a dor e a alegria de poder feito parte da sua vida. Ir na tua casa já não terá a mesma alegria, não seremos recebidos com seu sorriso com boca larga feliz em nos ver, não adianta mais ligar para o seu telefone, pois já não escutaremos sua voz do outro lado da linha. Teu quarto virou um oco na sua casa. Teu quarto antes de morreres tinha cheiro da morte, mas agora ela é a própria morte e vazio.
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morrinaquarentena · 3 years
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Uma vez ele perguntou se tinha como me ver naquela mesma noite. Então eu disse que talvez não, ele ficou estranho, chateado. Então eu fiz de tudo pra tentar agradar, era final de outubro, eu chorava muito de madrugada e uma vez pensei em me arranhar, esse pensamento foi estranho, eu sempre achei que quem fazia essas coisas eram pessoas que queriam chamar atenção, frescura.
Eu queria muito ver ele, então ele disse que chegava umas 20 hrs, como esse horário minha família ia achar estranho eu sair pra ver alguém, eu disse pra ele que tudo bem, aí ele disse que quando tivesse voltando me mandava mensagem, eu sai de casa e fui no cinema, comprei um ingresso e fiquei assistindo o filme, sai umas 18 e pouco, disse que ia no cinema com uma amigo, eu tava super bonita, aí deu 19hrs, deu 20 hrs, deu 20:20 e eu nem prestava atenção no filme.. porque eu estava muito ansiosa que ia vê-lo, aí ele ficou sem Internet e não me respondeu mais. Eu estava muito triste porque eu já queria vê-lo pra conversar sobre o que estava me doendo tanto desde o dia em que eu dormi com ele e vi aquilo no celular dele eu nunca mais fui a mesma pessoa, eu tinha muitos questionamentos também sobre o que eu via dele e da suposta ex esposa. Deu 22 horas e 30 minutos. Eu saí do cinema com os olhos cheios de lágrimas, meu coração um oco, um vazio, uma angústia. Cheguei em casa e chorei. Depois ele mandou msg dizendo que tava chegando, isso era 23 horas e 27 minutos. E que não garantiu nada que podia me ver.. e eu ficava mais confusa.. se ele se chateou se eu não visse ele naquele dia, eu vivia um martírio.
Ai depois a gente continuou brigando, ele, quando eu perguntava algo mesmo que fosse natural pra mim. Depois ele passou 3 dias sem me mandar msg, eu chorei muito, passei 3 dias chorando e ele nem aí pra mim. Eu mandei msg pra ele perguntando o porque fazer isso comigo, ele disse que foi eu quem parei de falar com ele. Eu não entendo como essa pessoa dizia me amar, ele disse que me amava além da minha compreensão. Então acredito que talvez ele tivesse gostado de mim, mas não podia ficar comigo. Eu queria que ele falasse algo, mas nunca falava nada, isso que sempre doeu tanto, porque a verdade só dói uma única vez, a mentira dói toda vez que você se lembra dela.
Eu adoeci muito, totalmente desequilibrada, irreconhecível, eu lembro e me sinto ridícula por tudo que fiz, eu fiz pelo meu sentimento, se você quiser conhecer o inferno, siga seu coração.
Ai aconteceu da gente se ver dia 11/11/20 como eu falei.
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palavrasfurtivas · 4 years
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A guerra entre Narcisos.
Talvez isso seja uma grande conspiração, mas você sabe: as redes sociais foram feitas para que você se vicie nelas. Cada detalhe, cada layout, som, cor, ordem, palavra, propaganda... Foram todas feitas sob medida para você. Você mesmo. Babão que fica ai olhando sem ao menos piscar os olhos para essa tela sebosa do seu celular passando de storie em storie sem ver absolutamente nada. Por algum acaso você já se perguntou o que há de tão interessante nas suas redes sociais? No porquê você segue quem segue ou curte o que curte? O porquê posta o que posta? Eu já. A resposta: Não há motivos. Pelo menos não hoje.
Antigamente eu costumava postar as fotos da minha carinha ridícula todo domingo. Já cheguei a me arrumar somente para tirar uma foto para postar. O que eu queria era curtida, comentário, eu queria seguidores, queria que... eu não sei. O quanto aquilo valia para mim, hoje percebo que devia ser muito valioso. No entanto, agradeço que agora eu me importe tão pouco - para não dizer nada - com todas essas baboseiras. Você sabe: domingo é o dia de postar uma selfie sua de como fora a semana ou o fim de semana. E lá está você cheia de maquiagem, com seu salto-super-alto-e-desconfortável, com sua calça jeans, sapatênis e camisa polo, com seus milhares de amigos brancos e héteros, na sua faculdade particular, na sua festa de ingresso caro, na balada, no show de sertanejo, do lado da árvore de natal. Ninguém entende que a verdade sobre essas fotos é que ninguém se importa? Ninguém percebe que uma curtida não passa de um ínfimo preenchimento de um vácuo interior que nunca vai ser preenchido? Qual a necessidade de mostrar ao mundo o que você faz da vida? O que queres provar com isso? Eis aqui o seu prêmio de menino-mais-descolado-do-ano; de menina-mais-rica-de-sp; de viajante-do-mundo.
Vou te dizer a verdade: você tem menos amigos do que imagina. É menos interessante do que aparenta e é mais insuportável do que parece. Mas a experiência é interessantíssima. Fotos aleatórias sobre qualquer coisa que não seja sobre você ou seu ego inabalável tem muito menos curtidas do que fotos desinteressantes da sua cara. Como pode? Como pode algo tão oco, tão superficial, ter mais "aprovação" do que aquilo que diz mais do que apenas uma foto? Ao mesmo tempo em que ninguém se importa, damos uma imensa importância a isso - paradoxal, eu sei. É por isso que o Instagram me frustra tanto. Já fiz várias dietas para não me deixar levar pelo meu autômato interior de comandar o meu dedo para cima daquele ícone rosa-roxo-amarelo de uma câmera minúscula. Foram infinitos minutos inspecionando infinitos stories de pessoas que apenas queriam mostrar ao mundo, como se significasse algo, o que elas faziam, o que comiam e com quem estavam. Mostrando ao mundo o sorriso orgulhoso de quebrar uma quarentena numa segunda onda de mortes e infectados. A verdade é que você é um grande panaca.
"Ah! Mas que sujeito chato sou eu Que não acha nada engraçado Macaco, praia, carro, jornal, tobogã Eu acho tudo isso um saco.
É você olhar no espelho Se sentir um grandessíssimo idiota Saber que é humano, ridículo, limitado Que só usa dez por cento de sua cabeça animal.
E você ainda acredita Que é um doutor, padre ou policial Que está contribuindo com sua parte Para o nosso belo quadro social."
Aos velhos submissos, com indignação, A. 
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magdakorber · 4 years
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folklore
Faz tempo que não pego um material para fazer uma análise escrita sobre ele. Não resisti fazer isso. Estava ouvindo essa obra obra de arte pela milésima primeira vez e refletindo sobre as histórias contadas nas canções e como elas lembram minha próprias histórias.
Eu sempre escrevi aqui quando tudo estava fresco e as emoções a flor da pele, mas agora é diferente. É como se pudesse olhar tudo de fora porem entendendo exatamente cada sentimento.
Tomei milhões de liberdades de interpretação. Não faço a menor questão de ser fiel ao sentido que as canções foram criadas.
 Apenas recorto palavras em uma revista para escrever uma história própria. 
CAPÍTULO 1
"seven"   
Essa é pura nostalgia da infância. 
Please picture me in the trees
I hit my peak at seven
Feet in the swing over the creek
I was too scared to jump in
But I, I was high in the sky
With Pennsylvania under me
Are there still beautiful things? 
Pular do balanço em movimento no parquinho do campo de futebol.
Sweet tea in the summer
Cross your heart, won't tell no other
And though I can’t recall your face
I still got love for you
Your braids like a pattern
Love you to the Moon and to Saturn
Passed down like folk songs
The love lasts so long
Chá de capim limão na casa da minha avó. Os amigos da escola que eu nem lembro mais o nome. Quando eu e meus primos entramos em um latão fingindo ser uma nave para a lua, porém no local de lançamento tinha muitas árvores e ao mover o foguete eu ganhei uma cicatriz. 
And I've been meaning to tell you
I think your house is haunted
Your dad is always mad and that must be why
And I think you should come live with me
And we can be pirates
Then you won't have to cry
Or hide in the closet
And just like a folk song
Our love will be passed on
Piratas e armários detalhes de brincadeiras e filmes favoritos.
CAPÍTULO 2
Já antecipo o pedido de perdão por esse ser o capitulo maior. Tamanho não quer dizer importância. Esse não é o álbum mais alegre do mundo também.
“the 1″
Especulação, nada mais.
Essa música é a perfeita introdução para esse capítulo do meu experimento.
 Acho que qualquer pessoa que permite a criatividade vagar acaba nessas indagações de “e se?”. Nem é por desejar que fosse diferente, mas apenas por cogitar como seria.
I'm doing good, I'm on some new shit
Been saying yes instead of no
I thought I saw you at the bus stop, I didn't though
Quase uma crônica de alguns dos meus dias.
And if you never bleed, you're never gonna grow
And it's alright now
Uma grande verdade.
I persist and resist the temptation to ask you
If one thing had been different
Would everything be different today?”
“And it would've been sweet
If it could've been me
A pergunta que nunca fiz é um dos fantasmas da especulação. Por que? 
Eu podia ter feito algo para evitar o fim? 
Claro que hoje eu tenho a plena certeza que tudo aconteceu do jeito que minha vida se encaminhasse para uma real felicidade. 
Mas a resposta mesmo eu não tenho.
In my defense, I have none
For digging up the grave another time 
Para isso que eu estou fazendo e escrevendo agora, realmente, não tenho defesa. Por qual motivo estou escavando essa cova e desenterrando esses defuntos? Uma incógnita. Apenas a certeza que a música evocou lembranças.
"mirrorball"   
I want you to know
I'm a mirrorball
I'll show you every version of yourself tonight
I'll get you out on the floor
Shimmering beautiful
And when I break, it's in a million pieces 
Seria esse um registro da minha adolescência? Enquanto eu uso um reflexo de você, evidenciando que gosto algo de que você gosta, buscando sua aprovação enquanto eu desfaço a mim mesma em milhões de pedaços.
I want you to know
I'm a mirrorball
I can change everything about me to fit in 
Não é falsidade é apenas querer pertencer.
Hush, I know they said the end is near
But I'm still on my tallest tip-toes
Spinning in my highest heels, love
Shining just for you 
Brilhando, mas não é para todos. E por dentro um oco. Me esforçando ao máximo, mesmo prevendo que o fim se aproxima e tudo isso não será suficiente.
I'm still on that tightrope
I'm still trying everything to get you laughing at me 
...
I'm still on that trapeze
I'm still trying everything to keep you looking at me 
Todos os esforços possíveis para ser quem esperam que você seja.
Já imaginou o estrago que deve fazer derrubar um globo de espelhos?
E como um espelho quebrado assim ficou meu ego quando o “meu melhor” não era bom o suficiente.
"hoax"  
Spoiler: 
You knew the hero died so what's the movie for?
Se eu soubesse dessa parte jamais teria apertado play.
Uma anedota é que um ou dois dias antes do primeiro fim eu estava assistindo P.S Eu te amo. Exatamente um filme que o cara morre e você fica “Por que eu estou vendo isso?”. Outro detalhe é que assisti por causa da música “If I Ever Leave This World Alive”, mas no final de contas o que realmente tocou depois disso foi “The Worst Day Since Yesterday” repetidamente.
My eclipsed Sun
This has broken me down
My twisted knife
My sleepless night
My winless fight
Ah, que catarse eu teria com essas frases naquela época.
My best laid plan
Your sleight of hand
My barren land
I am ash from your fire
Cinzas?  Sim, já falei sobre isso aqui! 
You knew you won so what's the point of keeping score?
Talvez eu merecesse ter as cartas do uno jogadas na minha cara depois do tanto que eu roubei.
You knew the password so I let you in the door
You knew it still hurts underneath my scars
From when they pulled me apart
But what you did was just as dark
(Ah, ah, ah)
Darling, this was just as hard
As when they pulled me apart
Você tinha o link desse Tumblr salvo no seu navegador, por favor, me diga que excluiu antes de fazer suas maldades e que nunca mais entrou aqui. Pois se por um segundo você acessou meu sofrimento e mesmo assim continuou “what you did was just as dark” e:
No other sadness in the world would do
"exile” 
I think I've seen this film before
And I didn't like the ending 
Ou eu ignorando meus pressentimentos. Não bastasse ver uma vez o filme que o herói morre, estou reassitindo.
You're not my homeland anymore
So what am I defending now?
You were my town, now I'm in exile, seein' you out 
...
I'm not your problem anymore
So who am I offending now?
You were my crown, now I'm in exile, seein' you out 
Então aquele que você julgava conhecer, que era seu porto seguro te abandona. E faz isso da raiz te manda para o exílio de qualquer faceta de sua vida.
We always walked a very thin line
You didn't even hear me out (you didn't even hear me out)
You never gave a warning sign (I gave so many signs)
All this time
I never learned to read your mind (never learned to read my mind)
I couldn't turn things around (you never turned things around)
'Cause you never gave a warning sign (I gave so many signs)
So many signs, so many signs
You didn't even see the signs 
Eu sua própria história todo mundo pensa que está deixando sinais. Eu me acho tão clara e ao mesmo tempo poderia dizer que você nunca deu sinal algum. Mas será que não estávamos cantando juntos? Enquanto eu dizia “Porque você nunca deu um sinal de aviso” talvez você estivesse gritando “eu dei tantos sinais”.
Me faz lembrar de uma outra música da época: 
I'm screaming: I love you so
But my thoughts you can't decode
E as pessoas pensam que é possível ter um com relacionamento com uma comunicação ruim. Dá sim, é tragedia romântica que chama.
“cardigan” - by Betty
When you are young, they assume you know nothing
Tenho que discordar de Betty, a gente acha que sabe tanta coisa quando é jovem, cria manuais baseados em impressões equivocadas da vida, toma coisas por garantido, não considera mudanças e tantas outras coisas que não sabemos. E digo mais, nem mesmo quando a maturidade chega sabemos de fato alguma coisa, apenas fingimos costume e seguimos.
Eu tinha escrito um manual na época, achava que tinha todas as respostas do mundo, mas nem pra mim ele funcionou.
But I knew you
Dancin' in your Levi's
Drunk under a streetlight, I
I knew you
Hand under my sweatshirt
Baby, kiss it better, I
Pior do achar que sabemos algo é achar que conhecemos alguém.
And when I felt like I was an old cardigan
Under someone's bed
You put me on and said I was your favorite
Mas quando achamos que conhecemos não é difícil achar que somos o suéter favorito de alguém.
A friend to all is a friend to none
Chase two girls, lose the one”
Uma verdade e uma retomada a outra música “the 1″.
‘Cause I knew you
Steppin' on the last train
Marked me like a bloodstain, I
I knew you
Tried to change the ending
Peter losing Wendy, I
I knew you
Leavin' like a father
Running like water, I
Aqui eu acho que Betty realmente conheceu ele de verdade. Mas foi ai que ela soube? 
Quando fui comigo eu não soube.
But I knew you'd linger like a tattoo kiss
I knew you'd haunt all of my what-ifs
The smell of smoke would hang around this long
'Cause I knew everything when I was young
I knew I'd curse you for the longest time
Chasin' shadows in the grocery line
I knew you'd miss me once the thrill expired
And you'd be standin' in my front porch light
And I knew you'd come back to me
You'd come back to me
Não vou dizer que eu sabia de tudo isso, mas eu achava que eu faria você voltar. E eu estava certa. Você voltou e me achou como um suéter esquecido embaixo da cama que você vestiu e disse “meu favorito”.
O que eu não sabia ou não queria aceitar é que foi você quem me derrubou e me esqueceu lá em primeiro lugar. Não era seu favorito, era só seu. Você usava seu direito de posse mesmo não querendo usá-lo mais. Poderia ter dado para doação ao invés de pedir um tempo. Me deixando para a poeira enquanto você se divertia usando outras “blusas”.
"august"  - by Inez
Eu sei que quem narra aqui é Inez, “a outra”. Nunca saberei se fui alvo de traição, nem sequer existia qualquer contrato para ser quebrado. Apesar que eu sempre concordarei com Rachel de Friends, então, é melhor não refletir muito sobre o assunto (aff e quando eu vi o episódio do Joey revelando a suas táticas eu me senti completamente estúpida).
 Minha certeza é que entre as idas e vindas sei que você não ficou sozinho.
 Ainda assim consigo identificar algumas frases que eu usaria. 
Wanting was enough
For me, it was enough
To live for the hope of it all
Canceled plans just in case you'd call 
Meus amigos, imploro perdão pelo tempo que não passei com vocês enquanto estava à mercê de “James”.
'Cause you weren't mine to lose
Também lembro de uma das “Inez” que eu stalkeei aqui no Tumblr. Sem saber quem eu era ela me contou da dor de te perder. Talvez tenha sido um pouco de  maldade, não é porque eu sou a vitima que eu sou virtuosa e isenta de falhas, ninguém aqui é. Mas ao mesmo tempo eu não queria muito mal a ela pois eramos parceiras da exata mesma dor. 
Será que ela soube que você voltou pra mim? Será que ela pensou que você não era dela para perder? Será que por isso ela superou melhor que eu? Sortuda. Quer dizer, menos a parte das minhas maquinações. 
'Cause you weren't mine to lose 
Repetida na canção e na vida. O dia que eu realmente percebi a verdade nisso. Impossível não questionar “Quão maior foi a outra proposta para eu ter perdido a barganha?”, inevitável porém desnecessário. Era preciso eu ter certeza que não ia negociar nisso para poder procurar algo que valesse investir.
Não acredito muito nesse vocabulário de posse quando se diz a respeito de pessoas, mas serve de metáfora.
“betty” - by James
Essa versão dos fatos do ponto de vista do James só me faz sentir pena de Betty e achar que até a Inez merece coisa melhor. 
But if I just showed up at your party
Would you have me?
Would you want me?
Would you tell me to go fuck myself?
Or lead me to the garden?
In the garden would you trust me
If I told you it was just a summer thing?
I'm only seventeen, I don't know anything
But I know I miss you
Você sabia que eu estava esperando você voltar? Ou realmente foi uma tensão e questionamentos para você?
Betty, I know where it all went wrong
Your favorite song was playing
From the far side of the gym
I was nowhere to be found
I hate the crowds, you know that
Plus, I saw you dance with him
Eu não sei da onde você tirou que eu poderia estar conhecendo outras pessoas. Talvez eu parecesse ser muito mais “descolada” do que eu realmente era. E por mais que parecesse que eu parecesse estar curtindo a vida eu estava vazia por dentro, por isso espero que tenha se dado conta que:
The worst thing that I ever did
Was what I did to you
Por que foi o pior que alguém me fez.
I'm only seventeen, I don't know anything
But I know I miss you
Você disse que era porque você era muito jovem imaturo e não estava preparado, pois esse tinha sido o relacionamento mais longo da sua vida até então. E é esse ponto que eu não entendo. Como eu pude te pressionar de alguma forma? Eu podia jurar que estava “playing cool” tanto que eu as vezes penso que posso ter parecido e indiferente. E é incoerente, eu te sufocava ou eu estava com outros? Você é indeciso ou algum amigo seu fez sua cabeça? Um que tinha todos o motivos para me odiar (assumo) ou aquele que me achava idiota e que a minha mochila era tão besta quanto eu?  Admito não ser a pessoa mais brilhante do mundo, mas ao menos não tão estúpida quanto você caso esse tivesse sido o motivo.
Quanto ao argumento da imaturidade acho que é só a confissão de “James” de que na real só queria um tempo para curar seu fogo no rabo beijando outras bocas.
I was walking home on broken cobblestones
Just thinking of you
When she pulled up like
A figment of my worst intentions
She said: James, get in, let's drive
Those days turned into nights
Slept next to her, but
I dreamt of you all summer long
Dessa parte eu não lembro direito, mas eu tenho um e-mail que mandei para um amiga dizendo que eu tinha te mando mensagens e você deveria estar com a “Inez” e ela fez alguns Tweets me odiando por isso. 
Os adolescentes naquela época davam tudo de bandeja para stalkes.
Mas James você não percebe que por não segurar suas calças partiu pelo menos dois corações? Pode ter sonhado com Betty, dormido com Inez, porém só consegue pensar em si mesmo!
Yeah, I showed up at your party
Will you have me?
Will you love me?
Will you kiss me on the porch
In front of all your stupid friends?
If you kiss me, will it be just like I dreamed it?
Will it patch your broken wings?
A gente já ouviu “cardigan” então sabemos bem que nesse episódio “Betty” aceitou “James” de volta. Depois quando a história se repetiu eu me fiz esses questionamentos: “Se você aparecesse me pedindo pra voltar eu diria sim?” O tempo demorou para curar, mas fiquei até feliz o dia a resposta foi “Não, não te quero mais nem que você implore, adeus!”.
"illicit affairs"
Eu me sentia um fracasso, eu jamais poderia admitir que estava em um relacionamento, pois viriam me questionar se era por isso que minhas notas eram tão baixas. O que eu ia dizer? Que não era a distração externa e sim que mesmo se estivesse sozinha  continuaria indo mal. 
And that's the thing about illicit affairs
And clandestine meetings and longing stares
It's born from just one single glance
But it dies and it dies and it dies
A million little times 
É risível pensar em “clandestine meetings“ o quão bem secreto tudo isso foi? 
Será que foi essa covardia minha que minou tudo? Ou isso só foi possível pois tinha esse tom interessante de proibido? 
And you wanna scream
Don't call me kid, don't call me baby
Look at this godforsaken mess that you made me
You showed me colors you know I can't see with anyone else
Don't call me kid, don't call me baby
Look at this idiotic fool that you made me
You taught me a secret language I can't speak with anyone else 
Sua amizade era preciosa para mim,  tudo que construímos nela, tínhamos praticamente um língua própria de piadas internas e referências. Meus gostos estavam intricados de lembranças de momentos ao seu lado. Agora imagine que no fim de “nós” eu precisava abrir mão de tudo isso, além de fazer um limpeza total de tudo que você tinha tocado com suas mão imundas. 
É por isso que foi tão difícil te perdoar, porque eu não queria abrir mão de tudo isso. Claro que queria compartilhar com você, mas no mínimo eu não queria me desfazer de todas as coisas que eu colecionei como relíquias.
Eu já nem sabia falar sem usar uma frase de nosso “memes”. Como eu iria gritar por socorro?
Nesse ponto eu sei que poderia ter superado muito antes, mas eu consigo entender perfeitamente os motivos que me impediram.
"my tears ricochet"  
Na verdade eu não sei se minhas lágrimas ricocheteiam, mas teria gostado que sim.
O pensamento era que se minha tristeza te causou algum peso eu poderia te considerar mais humano, porém se isso não te afetou de nenhuma forma só poderia ser um monstro.
Hoje eu sou superior raiva e a vingança, mas na época meu coração estava em trevas. Em vários sentidos.
We gather here, we line up, weepin' in a sunlit room
And if I'm on fire, you'll be made of ashes, too
Even on my worst day, did I deserve, babe
All the hell you gave me?
'Cause I loved you, I swear I loved you
Eu fiz por merecer o que eu recebi?
We gather stones, never knowing what they'll mean
Some to throw, some to make a diamond ring
Que verdade arrebatadora. Um detalhe, uma pedra que você jogou em mim de fato teve uma virada. Tornou-se diamante.
You know I didn't want to have to haunt you
But what a ghostly scene
Tem algo assombroso do isso que estou fazendo agora?
And I can go anywhere I want
Anywhere I want, just not home
And you can aim for my heart, go for blood
But you would still miss me in your bones
And I still talk to you (when I'm screaming at the sky)
And when you can't sleep at night (you hear my stolen lullabies)
Até hoje tenho um pouco de ranço de voltar para casa. Fico grata que passamos o ponto de civilidade e boa vizinhança de falarmos um com o outro. Logo depois do fim as conversas nutriam minhas esperanças. Mas depois que eu terminei com o assunto dentro de mim era apenas educação. Teve um dia em específico que eu me pergunto se você buscava uma abertura? Por conveniência ou solidão? Naquele dia eu pensei “Passou, podemos ser amigos”. Guardei o cartão da sua banda. Pouco depois percebi que não havia mais espaço, flores num cemitério estão fadadas a morrer. Joguei o cartão fora e até hoje confiro bem quem vai tocar nos barzinhos perto daqui. Confesso que as únicas palavras que eu trocaria com você hoje são as perguntas que indago aqui. Mas se eu nunca receber resposta tudo bem. Já foi provado que eu posso viver com a dúvida e que até nos universos paralelos do “e se” nada disso daria certo.
You had to kill me, but it killed you just the same
Depois que você me matou, você morreu. As lágrimas rolaram soltas na época do funeral, mas agora minha face está seca.
CAPÍTULO 3
Virando a pagina literalmente.
"this is me trying"  
Eu tentando me perdoar.
I've been having a hard time adjusting
I had the shiniest wheels, now they're rusting 
Não é uma pena que quando você amadurece e se conforma com as mudanças da vida você já tenha perdido sua energia?
And maybe I don't quite know what to say
But I'm here in your doorway
I just wanted you to know that this is me trying
Comunicação não é bem o meu forte, pelo menos não a direta, face a face, apesar de esparramar palavras escritas aqui a torto e a direito. Sei que não é suficiente, nem o que as pessoas que convivem comigo precisam. Mas é o que eu consigo.
They told me all of my cages were mental
So I got wasted like all my potential 
É perturbador passar a infância ouvindo que você é uma criança inteligente e que vai conquistar grandes coisas. Mas quando você atinge a idade dessas realizações nada é como as expectativas.
Claro que somos culpados pelas nossas expectativas e por consequência de nossas frustrações. Mas também não é válido quebrar a máquina de sonhos em pedacinhos.
Eu só queria dizer para quem eu fui aos quinze anos e dizer: “Você não será uma engenheira eletrônica na Alemanha quando você tiver 25 e tudo bem!”
And my words shoot to kill when I'm mad
I have a lot of regrets about that
A verdade? Retomo:“ In my defense, I have none” apenas um pedido de desculpas.
I was so ahead of the curve, the curve became a sphere
A agonia de finalmente se acostumar com algo e isso não valer mais pois agora surgiram novas coisas para aceitar.
Fell behind all my classmates and I ended up here
Pouring out my heart to a stranger
But I didn't pour the whiskey   
Como convencer o eu de 18 ou 19 anos de que eu não era um fracasso? Apesar de ser muito similar a um, foram as minhas renúncias que me trouxeram aqui. 
E por mais que eu tenha cometido erros, eu poderia ter feito tão pior.
Eu não sei ao certo o que o  whiskey tem a ver aqui, mas se minha teoria estiver certa, então tudo bem.
And it's hard to be at a party when I feel like an open wound
It's hard to be anywhere these days when all I want is you
You're a flashback in a film reel on the one screen in my town 
Eu entendo que eu podia ter aproveitado mais, pelo menos o tanto que aparentava estar. Mas eu não conseguia, busca distrações aqui e ali mas era tudo uma máscara.
Engraçado que na época eu não fala, em voz alta, com ninguém, mas um dia o professor de Geografia 2 perguntou se eu estava bem. Um dos poucos. Isso parece bobo, mas significa tanto.
At least I'm trying 
Pelo menos, né!? E continuo tentando fazer as pazes comigo, sempre.
"mad woman"   
Eu nem queria falar nada sobre isso, mas a música está aí, eu vou comentar nem que seja brevemente.
Primeiro ponto sobre “mad”:
Every time you call me crazy, I get more crazy
What about that?
And when you say I seem angry, I get more angry 
Não conheço nenhuma pessoa que ficou calma depois que alguém falou para ela “relaxar”.
They say: Move on; but you know I won't 
Direto eu ouço “é só ignorar” eu respondo “eu to ignorando 720 coisas nesse momento, eu preciso de paz não de gastar minhas energias em um aborrecimento que você poderia ter evitado de me dar!”.
Segundo ponto sobre “woman”:
And you'll poke that bear 'til her claws come out
And you find something to wrap your noose around 
...
I'm taking my time, taking my time
'Cause you took everything from me
Watching you climb, watching you climb
Over people like me
The master of spin has a couple side flings
Good wives always know
She should be mad, should be scathing like me, but 
No one likes a mad woman 
É tão frustrante ter que se provar como pessoa, mas sobretudo como mulher. O “não” vem sempre a frente, você nunca posse subir o tom, mesmo quanto te cortaram a fala centenas de vezes e você já pensou num plano melhor. 
Se você falha não é por ser um ser humano é por ser mulher.
Se eu fosse homem eu seria o mesmo furacão, mas sem nenhuma reprimenda.
No one likes a mad woman
What a shame she went mad
You made her like that 
E nunca é a culpa de quem provocou e sempre de quem reagiu.
"epiphany"  
And some things you just can't speak about
É tudo que esse momento é!
Tenho que ignorar a letra para poder dizer que eu amo essa palavra.
“the last great american dynasty"  
“She had a marvelous time ruining everything”
Acho que olhar para trás é isso. Se dar conta que se divertiu horrores mesmo fazendo um monte de “cagadas”.
 CAPÍTULO 4
Finalmente a eucatastrofe!
"invisible string"  
Green was the color of the grass
Where I used to read at Centennial Park
I used to think I would meet somebody there
Teal was the color of your shirt
When you were sixteen at the yogurt shop
You used to work at to make a little money 
Apesar de não prever exatamente onde eu iria te encontrar eu já imaginava em meu mundo perfeito de fantasias.
Time, curious time
Gave me no compasses, gave me no signs
Were there clues I didn't see?
And isn't it just so pretty to think
All along there was some
Invisible string
Tying you to me?
Ooh-ooh-ooh-ooh 
A gente sonha como as coisas vão ser. E imagina detalhe por detalhe colorindo esse sonho em seus tons favoritos. Eu tinha desenhado os meus cuidadosamente. Você estava lá eu só não sabia ainda. 
Time, mystical time
Cutting me open, then healing me fine
Were there clues I didn't see? 
Aqui mesmo eu escrevi várias vezes sobre artimanhas do tempo e apesar de refletir muito sobre ele, só muito depois eu pude confirmar suas capacidades curativas e seus verdadeiros desígnios.
A string that pulled me
Out of all the wrong arms, right into that dive bar
Something wrapped all of my past mistakes in barbed wire
Chains around my demons
Wool to brave the seasons
One single thread of gold
Tied me to you 
Apesar de ter sonhado tanto e escolhido a dedo o que queria, fui tola e acabei me contentando com o que achei primeiro. Ainda bem que existe essa linha que me une a você, que me arrastou dos lugares errados para me por ao seu lado, do lado certo. 
Cold was the steel of my axe to grind
For the boys who broke my heart
Now I send their babies presents
Quem leu até aqui sabe do que eu estou falando, mas não estamos nesse nível de pacificação. 
Hell was the journey but it brought me heaven
Quando eu disse que a linha me arrastou ela realmente puxou meu corpo ralando por todo o caminho. E quando algumas feridas fecharam o tempo teve que abrir para tirar vidros e pedras, para que, finalmente, eu pudesse me curar da forma certa. 
Time, wondrous time
Gave me the blues and then purple-pink skies
And it's cool
Baby, with me
And isn't it just so pretty to think
All along there was some
Invisible string
Tying you to me? 
E quando o tempo me curou meu olhos estavam abertos para ver quem realmente se encaixava nos meus sonhos.
"Peace"
Our coming-of-age has come and gone
Suddenly this summer, it's clear
I never had the courage of my convictions
As long as danger is near
And it's just around the corner, darlin'
'Cause it lives in me
No, I could never give you peace
A chegada do verão é maravilhosa, mas se você esperar seis meses o inverno está aí de novo. O pior já passou, mas quem sabe o que vem?
Ou pior, as tempestades de granizo que eu posso fazer? 
Estou pronta pra essa nova estação, mas não posso prometer que venho em paz. Não posso prometer te dar paz.
All these people think love's for show
But I would die for you in secret
Não sei se no começo acharam que nós iríamos durar tanto. Mas eu sabia no momento que eu te vi que eu queria estar ao seu lado para sempre. Eu nunca tentei provar isso pra ninguém, demonstrar não é o meu forte. Mas espero que você saiba.
Your integrity makes me seem small
You paint dreamscapes on the wall
I talk shit with my friends, it's like I'm wasting your honor
Queria que você se visse pelos meus olhos. Te tenho em tão alta conta que às vezes sinto quando não te dou toda a minha atenção.
Eu sempre afirmo que “as pessoas aceitam o amor que elas acham que merecem”. Eu fiz isso no passado e não deu certo. Já você eu sinto que não mereço. E você me responde “ não é por merecimento, é graça” e eu me vejo obrigada a concordar.
And you know that I'd swing with you for the fences
Sit with you in the trenches
Give you my wild, give you a child
Give you the silence that only comes when two people understand each other
Family that I chose, now that I see your brother as my brother
Is it enough?
But there's robbers to the east, clowns to the west
I'd give you my sunshine, give you my best
But the rain is always gonna come if you're standin' with me
Tantas noites em claro com conversas intermináveis, tantos silêncios sem nenhum desconforto. Pois é a única pessoa qual a presença não esvazia minhas energias, pelo contrário, me recarrega.
Eu te daria o mundo, mas ainda assim prefiro não fazer nenhuma promessa. 
O importante é comunicação sermos sinceros uns com os outros. Porque eu não posso te prometer paz.
Would it be enough if I could never give you peace?
EPÍLOGO
“the lakes”
Take me to the Lakes
Where all poets went to die
I don't belong
And, my beloved, neither do you
Those Windermere peaks
Look like a perfect place to cry
I'm setting off
But not without my muse
Minha escrita começou com a poesia e apesar de ter feito guerra com esse gênero há muitos anos parece que a melancolia dos românticos acometido pelo “mal du siècle” me acessam em cada letra.
I've come too far to watch some name dropping sleaze
Tell me what are my words worth
E quanto valem?
No caso de hoje espero que não muita. Eu só publiquei por que todos que conheço aparentemente deixaram essa rede.
I want auroras and sad prose
I want to watch wisteria grow
Right over my bare feet
'Cause I haven't moved in years
And I want you right here
Desejando essa simplicidade.
A red rose grew up out of ice frozen ground
With no one around to tweet it
While I bathe in cliffside pools
With my calamitous love and insurmountable grief
É engraçado que eu eu sempre registrei tudo menos os momentos que eu mais fui feliz. Será que era por estar aproveitando.
Que escritor amaldiçoado a escrever apenas de seus desamores. E quando é alegre não é escritor. 
É sim, é só mais dificil e também por isso existe a fantasia. 
I'm setting off
But not without my muse
No, not without you
Agora me despeço. Me reunir com minha musa que não me inspira textos chorosos.
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shinylitwick94 · 7 years
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Acabei o “Ensaio sobre a Cegueira” do Saramago.
Aviso: Isto vai ser comprido, isto vai ter spoilers, vai haver um post em inglês com o mesmo conteúdo daqui a bocado
Não gostei. As devidas desculpas a quem ainda me tentou convencer a gostar, mas não dá, de todo. Não odiei, achei decente, percebo que haja quem goste, mas não é mesmo nada, mas nada para mim.
Como este post saiu um pouco negativo, quero só esclarecer uma ou duas coisas à cabeça. Não tenho nada contra o Saramago, não sou uma daquelas pessoas que o odeia por bater na Igreja ou por criticar quem quer que seja. O autor como pessoa é-me, para ser sincera, completamente indiferente. Também não tenho nada contra o facto de ele ter ganho o prémio Nobel, acho aliás muito bem, porque claramente a maioria das pessoas o acha fenomenal e se eu tenho gostos diferentes é problema meu. Não sou burra. Sei escrever q.b e gosto de ler um pouco de tudo, menos Nicholas Sparks e companhia limitada, que livros de histórias de amor aborrecem-me até mais não. Li o “Memorial do Convento” na escola e não fiz batota. Foi o único livro de leitura obrigatória de que não gostei. bem isso e os da Sophia de Mello Breyner mas esses foi menos não gostar dos livros do que achar que aquilo era leitura para bebés ou adultos, mas não para miúdos de 10 anos
Começando pelo óbvio, que já abordei da outra vez: não gosto da maneira como ele escreve. Não é que não perceba o que lá está, passado um bocado nota-se pouco a diferença, e, neste caso concreto até consigo ver algum sentido em usar esse estilo - fazer o leitor sentir-se tão perdido como os cegos e tal(o que não explica porque é que ele escreve sempre assim, mesmo nos outros livros, mas enfim). A questão é que o estilo dele não me dá vontade nenhuma de o ler. Dá-me sono, gera apatia e indiferença. Ao contrário de outros autores, que podem escrever histórias desinteressantes, mas gosto de ler pelo estilo, acho que Saramago podia escrever a coisa mais interessante do mundo e eu não lhe ia querer pegar.
O que me leva à segunda questão: não achei a história especialmente interessante. O início foi óptimo - os primeiros a cegar, as reações, a ida para o manicómio e os primeiros tempos lá, tudo isso captou a minha atenção e fui lendo com alguma dedicação até chegar mais ou menos ao primeiro terço do livro, quando começou a perder o gás e acabei por escrever o outro post para desabafar. Depois veio a parte mais pesada do livro - não me deixou indiferente, mas também não achei que fosse particularmente inovador ou estivesse a dizer algo que não tivesse já lido milhentas vezes. O fim, com as minhas desculpas à pessoa que me contactou por chat e de cujo url de momento infelizmente não me recordo, não achei mesmo nada interessante. Diria até que o último terço do livro é a parte mais fraca. Eles andam às voltas perdidos na cidade a tentar criar um canto de civilização e dizem banalidades filosóficas e depois deixam de estar cegos. Confesso que estava à espera de mais.
Quanto às cenas mais pesadas do livro, a violação coletiva e o resto das desgraças do manicómio, chocaram, sim, mas não surpreenderam. Já tenho lido coisas do género, estava à espera que se chegasse a pancadaria e violações no momento em que apareceram os “malvados”. Chocou-me mais a linguagem do que outra coisa. O que tenho lido não tenho lido em português e provavelmente a falta do filtro de uma língua estrangeira fez com que a violência parecesse pior. 
Dizem-me que é suposto refletir os grandes horrores do século XX. Devo dizer que se é esse o caso, não funciona, mas isso não será necessariamente culpa do Saramago - em geral não tenho interesse em ler em ficção aquilo que existe em memórias e relatos reais de quem passou por essas coisas. Não preciso de ler a ficção do manicómio quando há tantas descrições reais de campos de concentração e gulags por aí. Quando muito acho que se poderia considerar que pretende ilustrar a facilidade com que se cai nesses horrores, e isso penso que faz bem. Agora, para as tragédias em si, prefiro não ter intermediários.
Há mais algumas coisas que me incomodam na maneira como ele conta histórias. Algumas já tinha notado no Memorial do Convento, outras notei mais aqui.
Diria que a mais óbvia é que os diálogos dele me fazem constantemente pensar que ninguém fala assim. As pessoas que falam português não falam assim. Nem professores de faculdade falam assim, quanto mais gente normal. Às vezes têm falas que soam completamente naturais, outras, especialmente quando se põem a filosofar, ficam pretensisosas demais na boca de personagens que se supõem “normais”. E depois os personagens parecem todos ocos por dentro, como se não tivessem personalidade. Diria que a única exceção é a mulher do médico e a miúda dos óculos escuros, que os outros estarem lá eles ou uma esfregona é igual. Já tinha achado isso no Memorial, pensei que fosse só dali, mas afinal não.
Depois há um problema de, vá, nexo de causalidade, que torna muito difícil eu ficar convencida de que as situações que ele cria poderiam mesmo acontecer. É um tipo com uma pistola. Um. Com uma pistola. Não são seis com uma metralhadora. Percebo que se queira chamar atenção para o facto de as pessoas subestimarem a força que têm quando estão com medo, mas torna a história toda um pouco ridícula (e tantas outras - porque é que ela não levou a tesoura da primeira vez?, porque é que os cegos não usam aquelas varas que usam as pessoas que são mesmo cegas? nunca viram um cego mesmo ou quê? porque é que não fazem uma barricada por fora aos “malvados”?,...).
Outra, que me enervou bastante, é a questão das mulheres. E não é por causa da violação - como disse, já estava à espera. É o resto tudo. São as relações esquisitíssimas entre os casais, em que parece que quer elas, quer eles, ainda acham que elas são propriedade deles. A cena que antecede a violação tirou-me do sério. É claro que elas foram comer os homens todos das camaratas delas antes de irem para lá. É claro  que as que não têm marido não se incomodam com quem dormem. É claro que os maridos só se importam por causa das honras de homem deles. E ai e tal não julguemos a miúda dos óculos escuros por dormir com toda a gente, que ela tem coração - pois com certeza que tem, alguém disse que não?! E a cena da miúda dos óculos escuros e do velho da venda só me deu vontade de revirar os olhos. É absurdo, é como se o autor, ou se calhar só o narrador, sei lá, não tivesse nunca conhecido mulheres normais na vida. E depois com aquelas coisas do “ai como é que havemos de compreender as misteriosas mulheres” e pisca o olhar ao leitor. Sinceramente dá-me um bocado de vómitos, mais que o resto tudo e eu nem sou nada destas saídas “feministas”. Se o livro fosse dos anos 50 nem dizia nada, mas é de 98, não há desculpa. A não ser que me venham dizer que é suposto passar-se nos anos 50. Ou que os anos 90 em Portugal eram como os anos 50. Ou que o Saramago achava que eram.
Depois o final achei fraquinho. Foi mais do mesmo - gente a andar à volta e a filosofar. Para que fique claro tenho muito pouco interesse em filosofia, não acho que seja defeito do livro para quem aprecia. Eu só acho que há pouco para dizer sobre a natureza humana que não seja óbvio e não tenha já sido dito por milhões de pessoas ao longo dos séculos, e achei que tudo o que foi dito aqui foi óbvio. Não há mal nenhum nisso, lá está, para quem gosta.
Só uma última queixa - detestei o facto de ele estar sempre a chamar ao raio do cão o “cão das lágrimas” - chama-lhe cão homem, só está lá um. Ou então chama-lhe Bobi, ou Faísca, ou qualquer coisa, mas para-me com essa lengalenga que já não te posso ouvir.
Houve coisas que gostei? Sim, claro. Achei a premissa excelente e gostei muito do início do livro. Houve algumas cenas que achei muito bem conseguidas. Não penso de todo que seja um mau livro (se é que tal coisa existe é claro que existe e chama-se O Amante de Lady Chatterley). Não é é nada para mim, e penso que posso dizer com alguma segurança agora que nenhum dos livros do Saramago será. Não tenho nada contra quem goste - acho que no fundo aquilo que muitos vêem como traços positivos da escrita dela para mim são negativos, e não há volta a dar a isso. Vou manter mais um ou dois livros dele na minha lista - as Intermitências da Morte e o Ano da Morte de Ricardo Reis, talvez o Evangelho Segundo Jesus Cristo, mas certamente não lhes vou pegar nos próximos cinco anos. Talvez nessa altura tenha mudado de opinião, embora duvide.
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leopaulinobarbosa · 7 years
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DESABAFO...
Quando eu comecei a ir no ASITT e conhecer o pessoal trans e tals, por eu já ter cavanhaque mesmo antes de me hormonizar, pq já tenho desde, sei lá, meus 20 e poucos anos, eu recebi algumas falas que me magoaram e que tentaram me desestimular , como por exemplo : "Ah, mas vc não precisa nem tomar T, já tem barba!" ou "Ah, vc nem pode fazer antes e depois , já tem barba" entre outras... Mas ninguém se ateve a medir o caminho que eu tive que trilhar para já ter barba aos 20 e poucos anos. E agora, vou contar um pedaço triste da minha vida...
Quando eu tinha nove anos de idade, numa noite de domingo, minha mãe levou eu e minha irmãzinha, Maria Lúcia, para a igreja. Na época, minha mãe era católica. Minha irmãzinha era assim por dizer, uma menina prodígio. Muito prolixa, cantava todos os hinos da igreja, falava todas as falas no momento certo. Coisa que eu não fazia, não sei se por não aprender ou por tédio mesmo da igreja.Mas uma coisa era certa, eu amava minha irmã.Amava de protege-la na rua, qdo brincávamos. Amava de querer estar perto, junto e cuida-la. E ela tinha 4 aninhos... Quando terminou a missa, nós saímos felizes e cantando da igreja. Nossa mãe cumprimentou a todos e nos dirigimos para casa, e na calçada, andando sentido nossa casa, minha irmã avista do outro lado da rua, um barzinho e pede balas. Nesse momento, nossa mãe que sempre foi uma mãe maravilhosa, pede para que eu segure minha irmã que ela vai do outro lado e já volta. Eu segurei a mãozinha de minha irmã e com a outra mão, agarrei a uma árvore, e lá ficamos esperando... Quando minha irmã viu nossa mãe do outro lado da rua, eu não sei como, não tenho ideia e isso me doeu por décadas, ela se soltou de minha mão e foi na direção de nossa mãe... Nisso um carro bateu nela e ela bateu com a fronte no meio fio. O carro parou, minha mãe aos gritos, eu sem ar, minha irmã no chão olhava pra nós e colocamos ela no carro, Minha mãe chorava e minha irmã falava: " Não chora não mamãe, é só colocar gelo que passa!" E a dor nossa aumentava... E em mim, um vazio, um oco, um nada... Ela soltou da MINHA Mão, e ali começava minha dor... Fomos para o Hospital das clinicas, em 1979, somente ele era opção. Chegamos lá, aquela correria, nossa mãe aos prantos, os médicos levaram ela. Nossa mãe, me colocou em um banco de madeira, parecido com esses de praça, pq já estava tarde e eu precisava dormir, e tentou mesmo com toda a dor, me fazer dormir e eu adormeci,,, Não sei quanto tempo se passou,,, Mas acordei com um grito aterrorizado,,, uma dor imensa naquele grito... e eu percebi ser de nossa mãe, fui lá ver, aquela criança de nove anos que eu era ao abrir aquela porta e ver sua mãe chorando desesperada com sua irmã nos braços, se modificou por completo naquele momento... E essa imagem nunca mais saiu da minha cabeça!
Tivemos momentos terríveis depois disso ... Minha mãe foi agredida verbalmente diversas vezes. E chamada de assassina!!! E, agora minha mãe, ficou em depressão profunda por dois anos. Chorando dia e noite por dois anos! E sendo humilhada e agredida verbalmente pelo marido e familiares da parte do meu pai. E eu, testemunha dessa dor, tinha a minha própria dor silenciosa me corroendo... Ela se soltou DA MINHA MÃO! E então comecei a me culpar... Com nove anos aprendi que não poderia mais ser criança. Que minha mãe estava precisando de mim! E que toda aquela dor que ela passava, naquela época, eu coloquei em minhas costas. "E seu eu tivesse segurado com mais força?" " Será que eu não segurei ela direito?"
Essa dor toda que internalizei tinha que sair em algum lugar, e aos 12 anos, tive um problema grande de queda de cabelos. Era grave, quase fiquei careca! Então meu pai me levou a um monte de médicos, Na época, meu pai ainda morava em casa, apesar de estar traindo minha mãe com a mulher que fora a minha babá. E claro, isso era mais um motivo pelo qual meu pai, tratava muito mal minha mãe. E eu vi ele bater em minha mãe, e isso me dava mais culpa ainda...
Os médicos não conseguiam achar o motivo pelo qual caia meu cabelo e nisso, eu era cobaia de tudo qto era novidade no mercado,
Aos 16 anos, nisso já tínhamos ai, 4 anos de tratamento ineficaz, pois nascia e caia, nascia e caia... Encontramos outro dermatologista, esse mais caro e tals. Ele disse que tinha uma nova droga que vinha da França e que faria o efeito esperado, e se chamava Minoxidil, E cada ampola, custava mais de 100 dólares. meu pai aceitou. Então eu ia lá, no começo, duas vezes por semana, e ele aplicava metade da ampola por sessão. Eram mais de 100 furadas em minha cabeça que ele dava com minoxidil PURO e xilocaína. Mas aquilo era uma dor tão grande, que parecia estar rasgando minha pele. E ele dizia: "Olha Léo, esse remédio precisa que vc se mantenha calmx, pq senão não faz efeito e ele é muito caro". E eu pensava... " Meu Deus, com essa dor toda e ele quer que eu fique calmx? Comoooooo???" E ele tinha razão, qto mais nervosx eu ficava, menos cabelos apareciam... Isso durou mais de uma década! Somente quando uma psicólog disse pra mim que eu não podia mais guardar as coisas dentro de mim pois elas me causariam esse mal, eu pude parar de tomar as injeções. E houve época que eram 400 ( quatrocentas furadas toda quarta feira, e como eu sei? Eu contava num gesto de poder controlar a dor).
Isso tudo e ainda tinha meu pai que me batia. Muitas vezes pediu para que eu tirasse a camisa e colocasse as mãos na parede e então me batia com o cinturão de couro. Mas isso é outra história, só estou colocando por alto aqui para que tenham essa visão também.
Então lá pelos 20 e poucos anos, eu tinha um cavanhaquezinho e bigode. Resultado dessa mais de uma década de tratamento extremamente doloroso.
Por isso hoje, eu quero dizer que minhas mudanças com o hormônio tem valor SIM!!!! Que eu posso e eu devo me sentir feliz pelo cara que eu estou construindo! Que esse cara que eu estou vendo no espelho, é o cara que eu quero ser! Não só na aparência, mas em toda a trajetória que ele passou pra chegar até aqui! E quero dizer, pela primeira vez em mais de UM ANO de hormonização, que estou feliz por cada pêlo que eu vejo nascer \o/ E que eu não tinha nenhum pêlo nas coxas e agora tenho. kkkk E que sim, minhas mudanças tem valor! E que ninguém vai sofrer o que eu sofri para ter aquele cavanhaque. E sim, vou dar valor a tudo que passei pra chegar até aqui.
E estou feliz demais por eu poder me olhar no espelho, e ver que eu estou aparecendo \o/ <3
Nunca mais permitirei que alguém, seja lá quem for, apague minhas vitórias! Ninguém tem esse direito e eu nunca mais permitirei! _________________________________ 26 de janeiro de 2016
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exdesasfixiando · 7 years
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Eu sou aquele que continua a acreditar no que sente. Sou uma espécie rara que sofre pela sua destinação eterna ao que sempre será difícil. Sigo em ciclos que me arrastam ao mesmo ponto inicial, ao eterno sentimento de impotência diante do rejeitar alheio. Não sou vítima, eu também sou causador dos meus pecados. Assumo as faltas que cometo pela insanidade e por um sentimento que me faz constantemente perder o rumo após embargar a voz. No fundo apenas sou prisioneiro de um carma que alimento na boca toda manhã, em todo instante que não consigo ser feliz pela simples lembrança do diabo. Te olho e sou bombardeado pelo rebuliço que acelera o coração. Não consigo de maneira alguma não te fazer presente e lhe entregar de bandeja tudo que me é de mais estima. Te reservo sempre o primeiro lugar da fila, aquelas coisas que passam por cima até mesmo de mim para virem a ser. Imploro mais do que pela sua atenção, sou doido pelo seu compartilhar. Te fito e sinto medo, e quase sempre qualquer maior aproximação sua causa choro posterior. Dou vida assim a lágrimas que não sabem conviver com esta capacidade de sempre me por para escanteio e de não se envolver com o que claramente é belo. És sedutor, chegas de mansinho e destina um tanto de palavras que me enchem de esperança. Deixas escapar dos teus lábios espertos aquilo que quero, tudo aquilo que tu bem sabes ter efeito mortal sobre mim. Se aproxima e me faz acreditar no amanhã, nutre em meu peito a certeza que agora vai ficar. Me conta de sua vida e assim eu me sinto importante por simplesmente participar de sua rota. Preocupo-me demasiadamente com sua vida, vou além do que qualquer outro faria. Me faço de desentendido, ignoro o que é visível e bizarro, tudo para continuar tendo a chance de não te ver indo. Ouço o relógio e sei que sempre o tempo está a se esgotar, assim também me desespero por me sentir incapaz que fiques. A impotência me absorve e não consigo tatear esta tua realidade tão diferente da minha. Não suporto ver tu sempre a seduzir os caras errados, aqueles que jamais te darão o afeto que me dói até a cabeça. Parece que gosta do difícil, és unicamente alimentado pelo gosto da conquista e logo cospe fora o caroço que agora te incomoda. Fico na dúvida se finges ou falas a verdade, sempre fico sobre aquela linha tênue entre o que de fato posso ou não acreditar. Dissimulas um afeto incógnito, mas logo se revela apenas como o mesmo canalha de sempre. Não consegue de maneira alguma manter escondido o que tens nas calças e assim se perde entre futilidades virtuais e reais. Em um dia me parece certo que está inteiro, e isto faz com que meu afeto solte fogos de artifício dentro de minhas entranhas. Frusta-me, no entanto, ao aparecer do nada imbuído das verdades antes não professadas por pura estratégia. És jogador e me dói ter vontade de jogar o jogo apenas para ter direito a brindes seus. Me envergo para deixar que flua o líquido salgado dos olhos e me corta o sentir constatar o quanto tudo sempre irá ser difícil contigo. Ouço os seus versos facilmente caminhando para um grosseiro que se faz de desentendido. Não consigo me comunicar, parece que sempre vais estar com ouvidos fechados para o que está além do que tu julga ser suas verdades, daquilo que tu estabelece como meta impenetrável. Apontas o erro do outro, mas demora para entender que és um causador de acidentes também. Não consegues vencer seu vícios verdadeiros, ilude a ti mesmo achando que mudou a constância. Assim eu desmorono, me arraso ao ver de frente aquilo que sempre soube mas que engolia por vontade de estar mais um pouco contigo. Me humilho e uma culpa sem fim pousa sobre meus ombros como uma âncora que representa esta minha dependência por teus olhos. Me engano, tento contar para mim mesmo que há mudança no que sei ser somente carta na manga. O que sinto é maior do que qualquer necessidade de deixar pra trás. Tenho esperança de no fundo tudo ser diferente, de não repetir mais o enredo do passado. Machuca, entretanto, voltar a te ver com a mesma frustração de outrora após ter me convencido que tentaria apenas ser amigo a partir de já. Me engasgo em minhas próprias palavras, naquilo que fica evidente para os olhos mas que não consigo materializar em versos. Eu não consigo ter tempo suficiente para te convencer a olhar para isto com os mesmos olhos meus. Me flagelo por ainda insistir no que devia estar enterrado, mas que fora sutilmente acordado há pouco. Procuro como um condenado a perdição. Oscilo insanamente entre a decisão do adeus ou de mais um insistente digitar, que já sei ter seu silêncio como resposta. Tenho fé, me valho de rezas e de atrações mentais que tanto já me serviram. Espero sua mensagem, mesmo não querendo e nem acreditando. Me aborreço por sempre enxergares tudo tão objetivamente. Torço para que acordes tendo por certo que necessita de minha presença. Sim, eu volto a me iludir a cada instante e isto me direciona a problemas que já pensei terem ficado no passado. Sou aterrorizado pela presença deste fantasma muito além do tempo aceitável. Me vejo sem rumo, sem chão, e chego acreditar que estou no final do poço. Estou sempre me preparando para as loucuras que farei se tu der sinal vermelho. Por vezes é realmente inaceitável pensar num futuro sem ti e isto me dá medo de mim. Flerto novamente com o caos e isto gera um misto de sentir por aqui. Não consigo entender o mal que eu possa te representar, o porque de tu nunca ser capaz de fazer por mim o que está sempre apto por outrem. Oscilo entre a raiva e um morrer de amor. Acho absurda esta cegueira, este comportamento de se distanciar para apenas se lançar em uma nova tempestade longe de mim. Sei que logo repetirá o enredo e eu ficarei segurando em minhas mãos apenas as lamentações e a dor de ver tu fazendo exatamente o contrário que professavas. Me atormenta igualmente estas tuas impressibilidades, estas mudanças somente após tudo desmoronar. Não sei o que fazer para lutar mais por isto, para ao menos fazer tu relevar as atitudes que toma e também lutar por nós. Me sinto ridículo por tudo que faço, tens o dom de me presentear com este sentimento. Sempre estou apto a me humilhar mais e mais apenas na esperança de plantar uma sementinha por ai. Entretanto, simplesmente dás as costas ao que estava sendo a minha promessa de vida, e mesmo que isto seja absolutamente de minha ossada é dolorido perceber tua atitude. És incapaz de montar acampamento e eu me culpo por cobrar tanto de alguém que já sei quem é. Voltas a ser quem costumas ser a distância, quando não está diretamente envolvido de corpo presente. Novamente vejo o estranho que me assusta e machuca por sua indiferença de gelo. Assim tu vai e deixa a bomba estourar no colo alheio, parece não ter empatia para ajudar e lidar com tua própria traquinagem. Falta a maturidade do comprometimento com o outro. Arruma a mala como quem diz bom dia e parece apenas embarca nas loucuras que te levam ao longe de mim. Rapidamente você se faz de desentendido e aponta o outro como culpado de simplesmente sentir, de ser humanamente apto a se envolver no que acelera seu peito oco. És confusão em pessoa, mas até aí tudo bem. Falta apenas a comunicação na hora certa, o pedir ajuda para resolver tudo em parceria. Vais acumulando segredos e novas situações com os dias e nunca consegues articular tudo isto entre tuas distintas realidades paralelas. Não vê que tantas possibilidades apenas confundem mais e mais tua jovem cuca e assim te joga no precipício. Gostas do acumulo, és um malabarista de tuas opções. Serias tu capaz ao menos de pedir ajuda? Pois te estender a mão é o sonho pela qual mais me agarro nas noites de insônia. Como simplesmente queria eu ter o comprometimento seu de tentar seguir junto em paz. Não consigo compreender os percalços deste caminho sem ser unicamente esta tua teimosia de sempre, este tanto de direcionares que apenas te fazem mais só. Acha que consigo lidar com minhas emoções como um aparato tecnológico onde posso simplesmente desligar um botão para deixar de ser, para viver no piloto automático. Queria apenas mais um instante para provar que tudo pode ser mais diferente e melhor junto daqui. Note enquanto há tempo que eu somente te faço bem e não irei aguardar por mais longos anos o teu voltar arrependido. Reconstruo meu mundo para ter a chance de te ter verdadeiramente comigo como só fazes com estranhos tóxicos, com aqueles que já tanto te feriram e que farão de novo isto. Tu já bem sabes, mas voltas a seguir os mesmos passos de ontem sem se tocar. Largue de mão estas certezas malucas sobre o que és e sobre o que tem de ser teu futuro. Preocupa-se unicamente em fazer um hoje diferente daquilo que tu já tentou estabelecer antes. Perceba finalmente que aqui não há um estranho a te ameaçar, há apenas aquele que já tanto vociferou longos monólogos ao se desnudar para ti de maneira sempre incessante.
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You say you want it, but You can't get it in You got yourself a bad habit for it Oh look at you, walking up and down a pole A saying please Oh man, oh man, oh man.
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