gloriagaia
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é um ser que não existe.
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gloriagaia · 6 years ago
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Santiago do Chile
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Ontem às 4:00 da manhã saíamos do apartamento rumo ao aeroporto Arturo Merino Benitez. Chegamos em Santos, em casa, às 17:00. Dentro do avião foram 3 horas e 40 minutos, de Santiago a São Paulo.
Nessa viagem fomos mochileiras, agendamos tudo por conta, sem agência. Descobrimos que muitas das dicas dos guias não se aplicavam pra nós, por isso compartilho algumas experiências aqui:
SKY AIRLINES
Voo low-cost, sem escalas, com a tripulação mais simpática que já vi. O serviço de bordo é pago (se você quiser, claro) e a bagagem de mão é cobrada à parte (fomos só de mochila, for free). Considerando os $700,00 reais (BRL) por pessoa, ida e volta, já com as taxas, saí bem satisfeita. HOSPEDAGEM
Ficamos no centro, perto das estações Bellas Artes e Santa Lucía do metrô. Dali fomos a pé ao Cerro Santa Lucía,  ao Pátio Bellavista e até ao Zoológico do Cerro San Cristóbal. Quase toda noite íamos andar no Barrio Lastarria. O apartamento era do Altura Suites. Excelente, com cozinha equipada e banheira. Tudo limpinho, toalhas de hotel e algumas baratinhas vez ou outra. Realmente nos pediram US$ 100,00 dólares de calção (diga que tem menos que eles aceitam!), mas nos devolveram no checkout, sem transtorno.
TRANSFER
Contratamos a empresa Los Andes. Serviço correto, ida e volta super pontuais. Nenhuma queixa, exceto pelo combinado de $33 mil pesos chilenos (CLP) se tornarem BRL$202,00, por alegarem usar câmbio de CLP$ 163,00/ BRL$1,00. O que nos leva ao próximo tema...
CÂMBIO
Realmente horrorosa a cotação no aeroporto (CLP$ 153,00/ BRL$1,00). Por indicação, troquei apenas BRL$40,00 lá. O problema é que chegamos na cidade depois das 20:00.
Casas de câmbio fechadas e restaurantes que NÃO ACEITAM dólar nem real, nos forçaram a conhecer o supermercado com pouco mais de CLP$5 mil no bolso.
No dia seguinte, sábado, trocamos um pouco mais de dinheiro por CLP$ 168,00/ BRL$1,00. Segunda-feira, na famosa calle (rua) Agustinas (onde há muitas casas de câmbio), conseguimos a melhor cotação da viagem: CLP$ 170,00/ BRL$1,00 (parece que é mesmo melhor trocar o dinheiro em dias úteis).
COMIDA
De volta ao Líder Express, o supermercado, naquele primeiro dia, quase levamos o pollo en brasas, na promoção por CLP$2 mil (tem bastante frango assado no Chile).  Acabamos optando por 6 litros de água, 1,5 litro de juco de naranja, 3 plátanos (bananas), 500g de aveia e un leche entera (integral), tudo que pudemos comprar com aqueles CLP$5 mil (BRL$40,00). Foi meu desayuno (café da manhã) por uns dias.
Os restaurantes do centro são bem caros. Os da Bellavista então... Aliás, minha dica por lá é: vá, visite, conheça, mas consuma do lado de fora do Pátio. Há vários restaurantes até mais charmosos com melhor custo-benefício.
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Providência e o entorno das ruas Londres e Paris também têm bons bares, cafés e restaurantes por um preço menor que nos arredores da Lastarria. Falando nisso, vale realmente a pena conhecer o La Piccola Italia (massas artesanais, porções e o Pisco mais barato que eu vi, por CLP$1.650,00).
PASSEIOS
Fomos à vinícula Undurraga (parece mesmo melhor que a Concha y Toro) e ao Cajon del Maipo por CLP$25 mil/ pessoa, cada. Sem maiores detalhes pra não me estender, digo apenas que são lugares lindos e que valeu muito a pena ter ido em grupo, pelo transporte e outros mimos inclusos.
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Andando pela cidade, você receberá diversos panfletos dos passeios, com alguma variação de preços. Fomos com a agência Morandé e não temos do que reclamar.
GERAL
Santiago e arredores têm clima seco, sol forte, frio, população aparentemente culta e politizada, muitas universidades, jovens, muitos cachorrinhos, nenhum lixo ou cocô nas ruas... Toda a pichação, trânsito e multidão nos horários de pico assustam, mas usamos até o metrô à noite e nos sentimos seguras.
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Nunca dá pra dizer tudo. Este é um apanhado geral do que vivemos, por ora. Provavelmente ainda escreverei mais. Que seja útil pra próxima mochileira de primeira viagem insegura.
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gloriagaia · 6 years ago
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Mitomania
Refúgio histórico de imigrantes, alegria carnavalesca, permissividade... Brasil, o país dos brasileiros atrasados há uns 518 anos.
Desde o escambo aos índios, à política café-com-leite. Do populismo controverso de Getúlio, ao Golpe de 1964. Das Diretas Já, ao confisco das poupanças. Corrupção sempre foi instrumento de politicagem tupiniquim.
2018, eleições. Há quem diga estarmos entre o bandido e o carrasco. E em prol de um liberalismo descarado e pela metade, tudo bem votar na personificação do discurso desumano.
O salvador da pátria nacionalista da vez é misógino, racista, homofóbico e usufruto de suas vantagens assumido. Ele e os três filhos sustentados da política há quase 30 anos. E mais nada.
Pra “salvar o Brasil do PT”, o impeachment. “Previdência falida!”, reforma trabalhista, “pelo fim dos rombos públicos!”. O clã da direita teve Temer, já desmascarado.
Então vamos salvar o Brasil do PT outra vez! Como? Não importa! Comunistas! Liberdade! E conservadorismo, claro.
É que não dava pra reclamar enquanto o filho estudava no Canadá por um ano com tudo pago. O problema é a volta, as contas chegando. Aquela gorjeta pra furar a fila. Uma ou outra mentirinha. É quando o cinto vai apertando que a indignação transborda.
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gloriagaia · 6 years ago
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A “Gloria Gaia” até aqui. Há alguns bons anos comecei a me gravar em casa. Primeiro num Mp3 Suzuki à pilha. Depois com um mic de PC Windows 98 beginho. Encontrei gente que fazia o mesmo no Fórum Cifra Club. Criei “amigos virtuais”. Um dia gravaram minha música. Pra mim! A primeira! “Segredo dos Eleitos”, o nome. Infelizmente fiz a bobagem de não salvar, mas fiquei boba com a qualidade. Aos “amigos virtuais”, muito obrigada. Aos poucos fui aprendendo sobre home studio e produção. Troquei experiências. Fiz curso online. Comprei equipamentos quantos pude. Continuei tentando. Participei de festivais, cheguei a ir pra uma final, em 2012. A música era “Menina Simplória”, fazia parte do meu primeiro EP, cujo nome era o do meu blog da época: “Ideais e Alucinações” (IA). A música sempre me pareceu distante, “ilusão”. E esse foi o tema da capa (foto acima). Gravei o IA, eu mesma, três vezes, até me dar por satisfeita com meus 85% de aprovação em 2016. Continuei compondo, me gravando, guardando. Ofereceram de me empresariar, não quis. Não deu. Ouvi umas várias vezes que não deveria deixar tudo o que eu fazia disponível só pra mim. Mas ouvi muito também que ainda não estava “bom o suficiente”.
Há alguns meses fui convencida a realmente tentar. Investir, querer me mostrar. E fiz. Gravei, pela primeira vez em estúdio, profissionalmente. Não por acaso, escolhi a música “Se O Tempo Me Deixar”, cuja letra é autoexplicativa. Hoje, 15 de junho de 2018, eu vou me lançar. Na primeira pessoa o que era pra ser em terceira. Creio que fiz tudo que podia, até aqui. Que seja bom, que dê certo, que seja a trilha de algum momento de alguém. E, “se o tempo me deixar”, faço mais. Você, fará o quê, se o tempo permitir?
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gloriagaia · 7 years ago
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Fases
A vida da gente está toda em fases. Eu consigo pensar na minha pelas casas em que morei ou pelas pessoas que estiveram presente. Se eu preciso lembrar minha idade, recupero na memória a escola, as coisas que eu tinha... Essas todas são referências.
Tive a fase da casa do avô, das casas de fundo de quintal. A fase inquilina da Dona Lourdes, inquilina da Conceição. A fase quitinete, apartamentão. Foram uns sete anos com meus avós - eu tinha mais primos, mais tios e tias. Cinco anos com o Herman (apelido “carinhoso” pro namorado esquisitão da minha mãe). As casas todas continuam lá. As pessoas, muitas, não.
Tive a época do fundamental, dos colegas nerds, do yu gi oh from hell. Estivemos ratos de biblioteca no início do ensino médio e eu estive eu, sozinha, ao fim dele. A faculdade, um breu de seis anos em que eu não pude contar com ninguém.
No trabalho, já estive professora, tradutora, meio que vendedora, “secretária bilíngue” e agora estou contadora de troco e bilhete de aquário. Porteira, o melhor até aqui.
O meu corpo já esteve magro, gordo, relaxado e sarado. Já fiz jump, “corrida”, spinning. Fiz matrícula quatro vezes na academia.
Na música tive uma longa fase adolescente trancada no quarto me gravando. Já quis ter banda, estive em dupla, toquei na praça, no barzinho, tive “fãs”, já me fizeram um CDzinho com meu nome. Já embrulhei os instrumentos debaixo da cama mais de um mês - mais de três! Já desisti de tudo mais de uma vez. Retomei.
No amor eu pulei, uns dez anos quase. Passei a adolescência imaginando - platônico. Na adultez, experimentei e parei. Encontrei alguém que eu gostasse e que parecia gostar de mim de verdade.
A vida é toda questão de fase. Agora eu estou morando bem. Tenho minha mãe, duas tias, cinco primos e um cachorro. Eu tive coragem de largar a faculdade. Estou concursada, com estabilidade. Estou treinando e comendo do bom e do bem com regularidade. Eu estou Glória Gaia sem esconder essa minha vontade. Hoje eu estou com a minha mulher! Que me deu coragem! Só não dá pra saber da próxima fase...
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gloriagaia · 8 years ago
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Louca das teorias
Era uma segunda-feira. O lugar onde eu costumava guardar a bicicleta estava fechado; esqueci. Eu poderia ter ido direto ao trabalho, mas decidi parar lá, deixar na praça erma, a bicicleta, no mesmo lugar onde a havia encontrado jogada ao chão sem a corrente uma semana antes. Prendi com o mesmo cadeado frágil que me disseram. Dessa vez, quando voltei, nada.
Seis da manhã. Peguei o controle do portão sem necessidade. Eu iria de ônibus, passaria fácil pela portinha menor aberta com chave. Levei o controle por hábito. Pelo mesmo motivo, o prendi na calça. Saindo da balsa de pedestres - já que eu estava a pé! - ele, o controle, caiu no chão e se deixou escorregar pro mar a tempo d'eu vê-lo afundando. Mais tarde, reprovei na prova de carro.
Fui num domingo ver imóveis. Emprego novo, aparente estabilidade... Pensei que realizaria o sonho da minha! casa própria. Terça-feira fui ao banco descobrir que não posso comprar nem sala living no subúrbio. Passei mais de uma hora lá. Na madrugada de quarta ele, o banco, foi assaltado. Explodiram os caixas eletrônicos e fugiram de barco. Na tarde seguinte vem a louca das teorias pronta pra ligar os pontos. Será?
Nota de rodapé: no fim desta mesma tarde, quando escrevi este textinho, fui atropelada na ciclovia. O baque, em cheio, entortou toda a bicicleta novinha da minha mãe - porque a minha, você sabe, furtaram.
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gloriagaia · 8 years ago
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Ano sem fim
Esse ano foi lindo. Definitivamente lindo, como todas as particularidades mundanas, imperfeitas.
Praguejei esse ano. Por escolhas mal feitas, ociosidade, ansiedade, incertezas... Por perda. No fim, não tem fim, mas propósito.
Esse ano eu já comecei diferente. Conheci muita gente. Conversei. Dei a cara a tapa como bilíngue, estudante, graduada, artista. Desanimei feio e retomei a vida.
Esse ano aprendi e espero que tenha podido ensinar. Que planejar os detalhes é restringir a criatividade; A imaginação, que a gente até receia se for longe demais. Ufa! que eu nem precise do fim pra ver o ano novo assim.
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gloriagaia · 8 years ago
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Admiro a educação alheia, mas não replico
Sinto, em diversos momentos, que eu talvez não mereça o que almejo. Tenho sempre peso na consciência pelo que não fiz, mas teria soado educado.
Admiro a educação alheia, mas não replico. Comecei a reparar, lá pelo Ensino Médio, como os adolescentes se cumprimentam ardorosos, logo pela manhã. Eu nunca fiz igual. "Eu" me punha de canto.
Não sei quando retrucar com beijinho, responder por simpatia, nem o rosto a fazer. Vou embora e não digo tchau. Quase nunca é por mal, só não me ocorre.
Há um tempo li do mundo autista, psiquiatria. Em graus diferentes, achei que fosse pra mim. Respondi testes online e comentei resultados com alguém que eu chamava de amigo.
Dia desses, comentou comigo, ele leu sobre autismo e lembrou-se de mim. Tinha lido num livro de novas posturas pro livro. Também não entendi.
Contei o que antes só tinha contado pra mim. Da alienação que me causa pedalar sob o céu escuro e o silêncio sem fim. Saquei ser essa solidão o que funciona demais pra mim.
Vi umas obras da artista que criou "alfabeto-enigma" pra se expressar. O texto era próprio e particular. Soube que um matemático teve a pachorra de decifrar!
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gloriagaia · 8 years ago
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Afortunada
Eu sou absolutamente afortunada. Faço parte dos 100 milhões de brasileiros com acesso à internet, desfrutando de saneamento básico. Nem ligo mais se falta água vez ou outra aqui no prédio. Sou uma das quase 19 milhões de pessoas com TV por assinatura no país. Aqui em São Paulo, estou junto com 49% da população nesse quesito.
Eu tinha menos de 30 coleguinhas em sala no fundamental.
Eu nunca fui assaltada e só me fizeram refém uma vez. Nunca me afoguei na praia, só num parque. Aliás, já fui a um parque aquático.
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gloriagaia · 8 years ago
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Quais os limites da liderança?
#este #texto #é #uma #atividade #escolar #bobinha #sem #maiores #motivos #para #ser #compartilhado
Liderar é, essencialmente, influenciar o subordinado rumo a uma meta em comum. Em geral, segue-se o líder por alguma noção de superioridade (hierárquica ou técnica, real ou não). O carisma também está relacionado à capacidade de persuasão.
A liderança democrática pode ser entendida como horizontal, onde os envolvidos têm voz, de modo que cada um tenda a sentir-se parte do resultado alcançado. Na contramão está a autocracia, quando a decisão vem de cima para baixo, vertical e exclusiva da figura do "chefe". É evidente que este tipo de liderança não é saudável, causando frustração, agressividade, inibindo qualquer iniciativa. Igualmente danoso é o líder figurativo, liberal, incapaz de estabelecer um foco ao grupo.
O limite é ético em qualquer esfera da consciência humana, para líderes ou subordinados, e as normas vigoram mais ou menos rigorosas em determinados ambientes. No Brasil, a Constituição Federal determina o que é ou não permitido perante à lei; Segundo valores sociais, os direitos de um terminam onde começam os do outro; Na empresa, o Código de Conduta rege o comportamento do funcionário, uma vez que este carrega a imagem da instituição.
Idealmente, o líder deve ter objetivos claros, unir carisma e empatia à competência técnica, além de ocupar cargo que lhe garanta a autoridade.
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gloriagaia · 8 years ago
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Alunas, de 1970 pra cá
Madrugada do 1º de abril de 1964. Irônico. Líderes civis e militares derrubam o presidente João Goulart alegando que sua vertente levaria o Brasil para o “caminho do comunismo”. Jango, o então presidente, teria tentado declarar, meses antes, “estado de sítio”, o que ampliaria seus poderes em prol da manutenção da ordem pública ou paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional[1]. Sustentando que a real intenção seria instalar uma ditadura de esquerda, conservadores dão início à ditadura militar (Mundo Estranho, 2011). Nove dias depois, nasce minha mãe. 
Infância e juventude naquele cenário. Ela descreve a educação que recebeu com algumas palavras de ordem e outras relacionadas à qualidade. Os alunos carregavam livros, tinham acesso a laboratórios de ciências, biblioteca. Minha mãe se lembra também de ter feito algumas entrevistas com empresas locais, valendo nota. 
Perguntei mais diretamente sobre a rigidez a que eram expostos. “A gente cantava o hino e tinha que rezar.” – respondeu. “E as crianças que não eram católicas?” Silêncio. “Tinha bullying?” – insisti. “Sim! Do professor. Tinha cabeça de burro... O castigo era ficar com ela, em pé, num canto, até o final da aula. Tinha professor bem ruim.” “E o joelho no milho?” “Tinha também.” O uniforme era obrigatório, mas não fornecido, vendido. “Uma ‘sainha’ linda, o sapatinho engraxado, a ‘meinha’...” “E se a criança fosse pobre?” Outro hiato. “Tinha que comprar, ué.” “E se não fosse com o uniforme? Ninguém ia sem?” “Não.” 
2001, primeira série. Início do século XXI. Eu, no Fundamental, também não tive computador. Ganhei o primeiro com uns 10 anos. Era usado, veio dos meus primos, um Windows 98, sem internet. Penei com ele até uns 15, quando eu já arriscava um acesso à internet discada. Vez ou outra eu pedia pra mãe imprimir uma folhas no trabalho. Só lembro perfeitamente é de ter mendigado arquivos “mp3” na casa de um amigo de escola, porque, pro meu “PC”, download simplesmente não “descarregava”. Banda larga mesmo, Google e acesso irrestrito à informação, só do Ensino Médio pra frente.
A escola em si, que eu frequentei, era bem mais deteriorada que a descrita pela minha mãe. Só fui ver através de um microscópio na universidade. Usávamos livros emprestados pelo governo. Deveríamos devolvê-los no fim do ano – o que raramente acontecia. A maioria dos meus colegas destruía o material, às vezes recém-chegado, e, misteriosamente, sempre surgiam novos no ano seguinte. Nunca entendi bem. Lembro muito, já lá no Ensino Médio, dos livros de literatura, com cheiro de novo, na caixa, que ganhávamos do governo. Esse era nosso mesmo. Podíamos levar pra casa e começar o projeto da estante de livros imponente. Eu achava assustador ver alguns alunos fazendo, literalmente, fogueira com os deles.
Vale ressaltar que nós, eu e minha mãe, sempre estudamos em escola pública. Até a 4ª série estudei numa escola bem suja, quadra descoberta, gol enferrujado, capenga... Da 5ª à 8ª, a escola (outra) tinha uma biblioteca pequeninha, meio bagunçada. Li “A droga da obediência” e “Escaravelho do diabo” de lá. Nas duas, durante as aulas, os recursos eram lousa, giz, livros didáticos emprestados e, esporadicamente, folhas xerocadas levadas pelos professores (99% mulheres) que cobravam da gente uns justos centavos por elas. No Médio, estudei em duas escolas, uma mais simples (porém simpática), outra técnica. A “simpática” tinha uma biblioteca impecável, uma única sala com projetor e só. A técnica, uma estrutura fascinante pros meus padrões de então. Tinha até auditório.
Não preciso dizer que na minha época não teve orelha de burro. Que eu já ouvi pais reclamarem de professores na diretoria quando são chamados à escola pela indisciplina dos filhos. Que eu também já vi uma senhorinha beirando os 60 anos, professora substituta, acuada perante uns 30 marmanjos nada interessados no que ela tinha a falar. Que não tive aula de química, matemática, história durante um ano por falta de professor. Que tive péssimos professores que entravam na sala, chutavam uma página do livro e mandavam copiar. E que tive excelentes educadores que, além do entendimento da matéria, me ensinaram a pensar.
[1] Definição de “estado de sítio”. (Folha, 2012) Referências  Folha de S. Paulo. Para entender o que é estado de sítio, de defesa, de calamidade pública e situação de emergência. Publicado em jan. de 2012. Disponível em: <http://direito.folha.uol.com.br/blog/para-entender-o-que-estado-de-stio-de-defesa-de-calamidade-pblica-e-situao-de-emergncia>. Acesso em 25 de ago. de 2016. 
Mundo Estranho. O que foi a “Revolução de 64”? Redação, 18 Abr. 2011. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/historia/o-que-foi-a-revolucao-de-64/> Acesso em 29 Out. 2016.
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gloriagaia · 8 years ago
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Aplicativo de transporte privado urbano
Eu nem sei dizer há quantos anos eu peguei um táxi. Inesquecível mesmo foram aquelas duas voltas no quarteirão do shopping que o taxista deu. "Olha, dá pra ir aqui por dentro mesmo, pra lá..." "Ah, sim, sim. Só vou pegar a mão aqui." Duas vezes.
Dia desses me perguntaram se eu tinha conta num aplicativo de transporte privado urbano - "carona remunerada" - de uma empresa prestadora de serviços eletrônicos cuja propaganda não faço. Eu só sabia do que se tratava porque assisto jornal. Num deles, ouvi que o serviço tinha sido suspenso na cidade por toda a confusão que tinha gerado sobre sua constitucionalidade, direitos trabalhistas, isenção de impostos, protestos dos concorrentes taxistas e outras. Parece que revogaram e os carrões continuam por aí.
Ao longo da conversa, descobri que o interesse velado era a indicação do nome em troca de desconto, algo assim. "Nunca usei o serviço." "Use, é bom." "Eu vou." Não fui.
Qual a premissa do negócio? Unir motoristas, detentores de seu próprios carros, dispostos a usá-los como "táxis diferenciados", arcando com todos os custos e riscos do processo. A empresa fornece a credibilidade e os clientes, em troca, de 20% a 25% do valor da viagem é dela.
O rebU com os táxis ocorre, porque o serviço não tem o mesmo ônus de taxas por regularização. Por outro lado, os usuários do aplicativo garantem sua qualidade superior durante toda a experiência e, aparentemente, são 100% favoráveis à manutenção do serviço.
No mais, o que importa é a ampla concorrência pro consumidor ter pleno direito de escolha e até bolso pra usufruir. Talvez seja assim o fim das intermináveis voltas no quarteirão.
Referências
IDGNOW. Saiba quanto ganha um motorista do Uber no Brasil. Redação, 17 Fev. 2016. Disponível em: <http://idgnow.com.br/mobilidade/2016/02/17/uber-promete-ganhos-de-ate-r-7-mil-reais-para-seus-motoristas-no-brasil/> Acesso em 28 Out. 2016.
Obs.: Não consultei diretamente as políticas da empresa, porque ainda não me cadastrei.
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gloriagaia · 8 years ago
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Quanto pesam os anos-luz?
Começou quando queria ter 12. Daí veio a fase 14 e logo era o 16 que até mágico soava. Chegou lá e notou.. nada. Preciso dos 18. 19, 20. Caramba, passou logo! 21. Amanhã faço 22. Dois patinhos na lagoa, Bem velha!
E a zona planejada? Adiada. Decidiu que Devia ter 30, tá na moda.
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gloriagaia · 8 years ago
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Quando algo te faz pensar na vida...
Legal ver os meus colegas amigos dando certo na vida. Bom mesmo. Muito feliz por eles. Provaram que era possível aquilo que comentávamos. Gostei. De verdade.
Eu? Não compensa falar de mim.
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gloriagaia · 9 years ago
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O livro que ganhei
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O livro mais chato abstrato que já ganhei - e o segundo. Antes me doaram outros; E graça lá é presente?!
O livro mais grosso denso que ganhei. Passava das 550 páginas pela dedicatória ao fim - tinha sido escrita à mão com "ti" de teu o seu amor por mim.
O livro, então, continha nanquim do tanto de livro que fiz de pedir. Vingou na noite, no Natal mais avesso e hilário de todos os tempos do ano passado.
Chegou cheio das lorotas do ajudante de guarda-livros, o livro pra Pessoa puríssimo! - lemos algo por ser relevante ainda que em tempo espaço distante, pro autor e pra si.
"Dona do mundo em mim", sou eu. Ganhei o livro de quem me deu - clímax malandrim chinfrim.
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gloriagaia · 10 years ago
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Era a única alma saltitante
Havia uma única alma saltitante naquele lugar. Em meio a tantos rostos exaustos, depois de um dia de trabalho, estudo e compromisso. A menina brincava alegre com uma bola daquelas grandes, brinde do aniversário que viera. A mãe carregava os doces amontoados numa sacola qualquer. Gente normal, classe média.
Ali, ao lado, uma senhora roncava sem som, por ser abafada pelas turbinas do barco. Mais uns dois jovens pescavam alheios. Ninguém percebia o externo, só sono. Eu observava o lugar pra esquecer das 23 horas anteriores. Planejei, já, contar pra gente estranha a façanha: reparei no contraste.
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gloriagaia · 10 years ago
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Pensar persistência, ecoar
É sempre assim, todos os domingos chatos, clima tenso. As segundas são monótonas; terças, movimentadas; quartas, culpadas; quintas, ainda mais chatas. As sextas se enfeitam de esperança vazia, presa por uma linha tênue, delicadamente gasta pelo sábado extenuante.
Cada detalhe à jusante, para que o ciclo recomece, sete vezes em quatro, subdivididos em doze por tantos anos quanto aguentar. Lamelam-se promessas para a semana que vem, que vem novamente acompanhada do compromisso mesmo, que vem também - ainda por se cumprir. 
O eco ressoa enquanto é possível bradar. Conclui-se: só pode ser fadigante pensar persistência - por, sabe-se lá, quantos milhões de minutos mais.
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gloriagaia · 10 years ago
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Você pensa no futuro?
Desculpe. Se estou sendo invasiva, surreal. Só queria saber: Você pensa no futuro? Seu futuro? Prevê datas, tem planos? Sabe o que quer da carreira? Terá filhos? Escreverá livros? Já pensou em quando seria ideal morrer? Com 30, 50, 60, 90... Pensou? Já sabe! Ou não? Se prepara? Como é? Fuma muito, bebe demais, come, dorme pouco, trabalha em excesso, se estressa, se irrita, se despe de pudores ou se esconde atrás deles cada vez mais?
Tenho uma teoria de que não é errado perguntar qualquer coisa a ninguém, porque a pior consequência seria o silêncio. Nesse caso, tudo bem, uma vez que o direito de dizer ou negar-se-a é inerente ao indivíduo e, assim sendo, respeita-se.
Eu ando pensando no meu - futuro. Penso que não tem se mantido tão bonito como fora. Está fora; o futuro está fora do ideal planejado. Dia desses notei que não seria tão exato. Não digo fácil, isso nunca foi. Mas estava escrito; posto em tabelas; contado. Errado.
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