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Precisamos falar sobre o luto.
Ninguém sabe muito bem como o luto funciona. Muito menos o que é o luto ou quanto tempo dura. O pior é que só quem passou pelo furacão do luto entende um pouco, muito pouco, desse sentimento.
Perder alguém querido, familiar ou amigo, é difícil. Como é. Você se pergunta se poderia ter feito algo diferente, se essa coisa de destino existe, se chegou a hora da pessoa, e porque chegou a hora da pessoa. Por que agora? Por que não daqui 10, 20 anos? Por que alguns conseguem burlar a morte e outros não? Por que? Por que? Por que?
O pior do luto é que quem nunca passou por ele, não sabe como ajudar quem está passando. O luto é um tabu. É como se falar da morte e da fragilidade da vida fosse muito pesado pro cérebro humano. Mas a morte é a única coisa que todos nós vamos vivenciar um dia. Uma das certezas da vida é que ninguém sai vivo dela. Então porque não falamos mais sobre a dualidade entre vida e morte?
Passar pelo luto é difícil, ainda mais numa sociedade onde não se pode falar abertamente sobre a perda. Onde as pessoas se sentem incomodadas e desconfortáveis com assuntos mais obscuros e assuntos que não temos muito conhecimento sobre.
Quem já passou pelo luto já ouviu a frase “nossa, mas já faz um ano e você ainda ta em luto?”. Mas gente, existe uma data de validade pro luto acabar? No meu caso já fazem sete anos e ainda dói. E tenho a certeza que vai doer para todo o sempre.
No livro “The Year of Magical Thinking” a escritora americana Joan Didion escreve sobre seu luto por perder o marido e a filha. Ela explica que o luto não é apenas a morte de alguém. Mas a morte de uma parte sua. Uma parte que nunca mais vai existir.
Didion também explica que o luto vem em ondas. E pessoas que já passaram ou ainda passam por essa dor também descrevem essas mesmas ondas. Dias bons e calmos, e dias péssimos. Dias onde respirar e levantar da cama é difícil. Mas aí passa, e de repente vem de novo. E passa. E vem. E passa. E vem.
“Apenas os sobreviventes de uma morte estão verdadeiramente sozinhos” escreve a autora. “Quando lamentamos nossas perdas, lamentamos também, para o bem ou para o mal, nós mesmos. Como somos. Como não somos mais. Como um dia não o seremos.” E como dói aceitar essa parte de nós que não seremos mais. A esposa, a filha, a irmã, a melhor amiga.
Precisamos falar mais sobre o luto. Precisamos entender mais o luto. E precisamos acima de tudo entender que não é ruim sentir dor, tristeza, desamparo, raiva. É importante viver o luto. É importante entendê-lo. É importante compreender que cada um lida com a perda de um jeito. Mas ignorar e fingir que não aconteceu não vai dar certo. Uma hora a onda vem e te derruba. Mas aí não é mais onda. É tsunami.
Temos que aprender a navegar nesse mar. Quando ele está calmo, é tranquilo. Mas quando a maré está alta e o mar está agitado é um desafio. O luto nunca passa. A dor nunca passa. A falta nunca passa. A gente só aprende a viver com ela. A gente aprende a nadar no mar agitado, na maré alta. A gente aprende a boiar nas águas e a esperar a tempestade passar. Uma hora passa. Aí o sol vem. O mar se acalma. E conseguimos respirar de novo. E esse ciclo vai ficando mais fácil. Você passa a conhecer as águas, a maré, os ventos e até a tempestade. Aprendemos a conhecer o clima e a perceber quando as coisas estão prestes a mudar, e assim, se preparar. Mas para isso é preciso vivenciar a dor, a perda. É preciso lamentar todos os aspectos do que já foi e não é mais. É preciso sentir. E não vou mentir, vai doer, e vai ser desconfortável. Mas só assim conseguiremos aprender a navegar nesse mar.
Precisamos falar sobre o luto. Precisamos entender o luto. Precisamos compreender que está tudo bem em não estar bem. A maré vai mudar. Sempre muda.
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Tava com essa ideia na minha cabeça e precisava muito tirar do papel. Peguei minha irmã e fotografamos nosso editorial TTPD inspired: “Departamento dos Leitores Torturados”. 🤍
I had this idea in my head that I needed to create so badly. I got my sister to model this TTPD inspired photoshoot: “The Tortured Readers Department” 🤍. Hope you like it!
@anamachado.art on ig ♡
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Moda é política sim.
Texto originalmente publicado em 2023.
O ano é 2023 e a moda está na moda. Nos últimos cinco anos vimos uma explosão de conteúdos de moda na internet. Me lembrou muito o ano de 2009, quando as blogueiras de moda começaram a ter cada vez mais espaço na internet com seus blogs. Quem é da época do Lookbook.nu? Eu fui, eu tava.
E assim, nasce o famoso “moda é fútil”. O que pode sim, de fato, ser. Principalmente em um mundo onde a informação dura dias antes de ficar antiga, velha, fora de moda. A constante corrida para se tornar relevante no oceano da internet gera um consumo desnecessário. Tudo para ter o melhor e maior conteúdo. Tudo para gerar views.
O que me interessa nesse mundo fashion, é a moda que existe para questionar. Para nos fazer entender mais de nós mesmos. A moda que existe para nos expressar. A moda que conta uma história.
Quando nos vestimos pela manhã, estamos afirmando quem somos. Se optamos por um tênis ao invés de um salto, estamos afirmando que prezamos pelo conforto. Quando escolhemos um pretinho básico ao invés de um paetê para uma festa, estamos afirmando que não queremos chamar atenção, prezamos pelo clássico. Assim como quem escolhe o paetê está afirmando ser uma pessoa que não se incomoda com o brilho.
Quando não fazemos escolhas, também estamos fazendo escolhas.
Mulheres usaram da moda durante toda a história para reafirmar suas classes, suas crenças e suas personalidades. A moda feminina é a que mais muda durante os séculos. A moda masculina sofre pouca ou se formos levar em consideração as ultimas décadas, nenhuma alteração.
Há não muito tempo atrás, na posse do atual Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, Michelle Obama e Hillary Clinton usaram tons de roxo, cor que remete à luta Sufragista no início do século XX. Uma luta incessante para dar às mulheres o direito ao voto. Assim, incluindo pela primeira vez na história, a mulher em decisões políticas.
Não à toa, o movimento PUNK se afirmou disruptivo e anárquico com seus cabelos coloridos e espetados, roupas cheias de alfinetes, muito couro e muito spikes, blusas rasgadas e jeans destruídos. Materiais fortes e pontiagudos que afirmam ser anti-moda, traduzindo a rebeldia, as crenças contra o capitalismo e toda estrutura que beneficia os ricos.
Podemos mencionar também um movimento aqui mesmo no Brasil. Nas últimas eleições para presidente, ficou bem claro no dia da votação quem ia votar em qual candidato.
A roupa nunca é só uma roupa. A roupa é linguagem. A moda é uma linguagem.
A moda vai muito além de get-ready-with-me e unboxings de luxo.
Nos anos 50 no pós guerra, Christian Dior quis mostrar através de sua coleção, que os anos de guerra ficaram para trás. Que o futuro seria abundante. E assim foi criado o New Look. A famosa saia godê que, quem tem o conhecimento sobre modelagem, sabe que não se gasta pouco tecido para fabricá-la. Uma nova era onde o excesso era a nova tendência. Reafirmando suas classes.
A moda é a linguagem da política. É também a nossa linguagem pessoal para transmitir nossas crenças para o mundo no momento que pisamos para fora de casa.
Mesmo quando você acha que não está fazendo um statement, você está.
A moda é um reflexo da sociedade. Como ela se encontra hoje. Pode-se sempre fazer o caminho inverso também, analisar a política tomando como primeiro passo, as tendências, como está a moda? O que um desfile de moda quer nos dizer?
As coleções, marcas, estilos mais disruptivos, aconteceram em momentos políticos extremamente opressivos.
A moda vai muito além de vestidos e sapatos. A mensagem está lá. Nos desfiles, nas redes, nas influencers e principalmente nas ruas. A gente só precisa parar a analisar.
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O casamento do século XX: Vivienne Westwood e o Punk.
A origem do Punk é incerta. Cada amante da música diz ser em um lugar e de uma maneira diferente. Alguns dizem que nasceu em Londres, outros dizem que foi definitivamente em Nova York, e alguns batem o pé que o punk nasceu em Detroit.
Devemos analisar o cenário sócio-político dos Estados Unidos nas décadas de 60 e 70 para podermos entender de forma mais clara como o Punk nasceu.
Os hippies estavam no seu auge. O sucesso do festival de música Woodstock em 1969 fortaleceu ainda mais a imagem e ideologia das pessoas, principalmente jovens, que eram contra a Guerra do Vietnam e lutavam para o fim do conflito. A compaixão, o senso de comunidade e união, era o DNA da vida hippie. Mas sua trilha sonora era o rock. O rock psicodélico. As guitarras nervosas, os vocais que expressavam um grito de desespero junto com suas letras políticas, embalaram os primeiros anos desse movimento. Não havia espaço para letras superficiais. Era o tempo da revolução. Todos juntos por uma causa maior. You say you want a revolution?
Alguns anos antes, em 1963, acontecia o grande movimento contra a segregação racial, a famosa Marcha Pelos Direitos Civis, liderado por Martin Luther King. Anos de conflitos violentos entre a comunidade negra e a polícia foram testemunhados nas televisões americanas nos anos seguintes. A revolta da população era inevitável.
O assassinato de Luther King pegou todos de surpresa em 1968. Um ato violento. A morte do porta voz da liberdade e dos direitos humanos. A morte do sonho. Um ano antes do festival que iria ficar marcado pelas próximas décadas como um festival de união. O Woodstock.
O Movimento dos Direitos Humanos, os Direitos Feministas, Direitos da Comunidade LGBTQ+, foram alguns movimentos que marcaram a década.
Os anos 1960 nos Estados Unidos foram caracterizados pela ruptura do Status Quo. O fim das regras e das normas. E andando de mãos dadas com os jovens e seus ideais, o rock foi crescendo junto, tomando força e criando suas próprias raízes e vertentes. Tomou as rádios americanas. Cada vez mais jovens foram se juntando em grupos e criando bandas que expressavam seu descontentamento político, social e cultural.
O que mais conta na história do gênero foi a revolta contra o mundo, dar voz à delinquência juvenil, àqueles que estavam esquecidos pela sociedade. E assim o Punk veio como um grito. Um berro.
Vivienne Westwood nasceu na Inglaterra em 1941 e em 1958 se mudou para Londres com 17 anos. Vivienne e sua família moravam na periferia de Londres, uma parte muito industrial da cidade, onde não havia galerias de arte, livros de arte e nem teatro. Trabalhava como professora quando se casou no início dos anos 60 e teve um filho com Derek Westwood.
Seu casamento acabou alguns anos depois e ela conheceu Malcolm McLaren, futuro empresário dos Sex Pistols. Na época, Vivienne estava fazendo jóias como forma de ganhar uma renda extra. Nas palavras da própria Vivienne, Malcom abriu as portas da arte para ela e com ele, ela descobriu um mundo desconhecido e encantador.
A rebeldia dos anos 60 atravessou o oceano e tomou conta da Inglaterra. Londres virou o ponto de encontro dos jovens ansiosos pela revolução que também tinham suas questões políticas com a monarquia e economia britânica.
Em 1971, Vivienne e seu agora marido Malcom, abriram uma boutique em Londres, onde vendiam as criações da estilista. O sucesso veio quando Malcom assinou os Sex Pistols, e Vivienne Westwood ficou por conta do figurino da banda.
Vivienne criava uma moda disruptiva, uma moda que tinha como essência ser contra o belo. Uma moda que incomodava.
Com sucesso dessa estética e o sucesso dos Sex Pistols, sua boutique virou o point para comprar peças cheias de atitudes, marcantes, e extravagantes.
O jovem londrino sempre muito político viam Vivienne como a mãe do Punk. A artista que deu voz e a um estilo para os jovens. A viam como uma artista à frente do seu tempo. Sempre com novos designs cada vez mais inovadores e fora da curva. A artista que quebrou o Status-Quo britânico através da moda e que fez seu nome na comunidade jovem dos artistas excluídos.
Até hoje Vivienne Westwood é conhecida como a mãe do Punk. Suas criações são inovadoras e ganham fãs de todas as idades. Sua narrativa de autenticidade, é a chave para seu sucesso. Uma artista que se recusa a jogar pelas regras. Ela tem sua voz ativa e política em alto e bom som. Uma estilista que está sempre pensando no futuro, na autenticidade, na verdade, em como incomodar o Status-Quo, em como fazer sua voz ser ouvida e vista. Sem medo dos julgamentos. Sem medo de falir. Afinal, moda é arte, e a arte existe para se expressar, e ser você mesmo. Sua verdade. Sua autenticidade.
Vivienne quer que você faça uma baguncinha, mexa com as regras da sociedade, e sempre tenha orgulho de ser quem você é.
E não há atitude mais PUNK do que essa.
Notas importantes:
1- Há toda uma questão sobre o movimento PUNK ter sido e ainda ser um movimento branco e masculino. O que de fato foi, e ainda é. Mas vou deixar esse debate para outro post. Mas por hora recomendo o documentário “PUNK”
2- Com o passar dos anos a apresentação das coleções de Vivienne Westwood ficaram muito mais inclusivas. Não sei se posso dizer que ela foi a única, mas eu não vejo grandes labels como a dela, usando tantos modelos negros, LGBTQIA+, deficientes físicos, idosos, para apresentar as coleções.
3- Esse post foi escrito em 2020. Essa é uma repostagem de um post de um antigo blog. Vivienne falesceu em Dezembro de 2022.
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“I hope she’ll be a fool — that’s the best thing a girl can be in this world, a beautiful little fool”
(Great Gatsby)
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Unless….
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““Love is messy. It’s not easily controlled. But that’s what makes it so powerful. It’s unbridled passion. It’s caring about someone else’s life more than you care about your own.”
Finale - Stephanie Garber
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muah
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You always have been
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My Valentine’s Day girl
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Sharing this one even though I’m not completely satisfied with it.
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Country Beyoncé is everything to me 🤎🤠
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Back into drawing fashion sketches ♡
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I spent so much time working on her that I completely lost my patience for working on the scenery.. sorry guys.. maybe one day I’ll come back and finish this one, but for now, use your imagination ♡
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The golden retriever friend ✨
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The black cat friend 🖤🐈⬛
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Be a sumflower 🌻🌻
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