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Adam nunca dormiu muito bem. Nunca mesmo. Quando bebê, sua mãe ordenara que fosse tirado do quarto que compartilhava com o irmão gêmeo—seus choros constantes perturbavam o sono do outro. Conforme crescia, não havia melhorado tanto assim, embora tivesse aprendido a manter a insônia só para si. Um segredo dele mesmo com a noite. O teto tornara-se seu grande amigo, as constelações ali pintadas numa tinta um tanto mágica, que entretiam-no por horas. Ele conhecia todas elas.
Belle. Belle não era uma das constelações, mas ela certamente merecia uma.
Aquela noite era particularmente difícil. Suas memórias eram inundadas pelos pesadelos que se fizeram reais na noite do baile. Do seu gêmeo, melhor, mais forte, atormentando-o numa luta de espadas que era impossível vencer. Atormentando-o com palavras sobre Belle. Por que diabos ela iria querer uma coisa como você? E então transofrmando-se na fera que o perseguira no espelho. Pesadelos, naquele mundo infernal, como se ele já não lidasse com tantos. Os corredores da mansão rugiam, o rugir clássico dos passos se aproximando. Os passos leves e delicados daquela que o atormentava, embora de maneira tão diferente. O que estaria fazendo andando a essa hora? Tentou vislumbrar sua sombra, e surpreendeu-se ao vê-la encarando. "Belle. O quê— há de errado?" Ele se ergueu nos cotovelos, inconsciente do torso nu, franzindo o cenho em preocupação. O semblante da moça parecia assustado, fisgando seu coração. "Por que não está dormindo?"
@belledoslivros
Localização: Residência de Adam Dubois
O sonho começava sempre do mesmo jeito: Adam puxando Belle para a valsa no salão de festas. Girando preguiçosamente, aproximando-se a cada passo. Um giro, outro, e mais um. E, com o canto do olho, a primeira vela apagava. Não parecia estranho de primeira, porque eram inúmeras ao redor. Flutuando até os céus. Só que.. Mais se apagavam, sopradas por um vento invisível. Num instante estava de cenho franzido para o igualmente preocupado por, no outro estava engolfada na escuridão. Sozinha. A temperatura do salão beliscando a pele exposta e o grito ecoando pelas paredes. Adam! Adam! Adam! Sem resposta, sem encontrá-lo. E ela acordava, suor orvalhando a pele, com o nome dele na boca e o coração aos saltos.
Enxergava. Era sua primeira missão olhar pela janela e reconhecer luz, objetos. Respirava. Obrigando-se a contar os segundos entre inspiração e respiração. Sã e salva. Mas... E Adam? Belle saiu debaixo das cobertas, se vestiu com o robe fino e saiu para o corredor. Andando devagar nas sombras, sem fazer barulho. Sem levar nada além do caminho familiar até o quarto de Adam. Envergonhar-se-ia depois de vê-lo, de todas as vezes que tinha feito aquilo depois do Casamento Aterrorizante. Esconder-se-ia nas cobertas e não olharia para ele. Com cuidado, girou a maçaneta para abrir a porta e a empurrou delicadamente. O suficiente para colocar a cabeça para dentro e vê-lo. Acalmar o coração que se preocupava com um pesadelo. Só não esperava... Ter olhos igualmente escuros a encarando de volta.
Por Deus, @adamafera estava acordado.
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@belledoslivros
La Belle et La Bête (1946, Jean Cocteau) | Beauty (Or the Taste for the Beast), Heroines, Claude Cahun | Beauty and the Beast: Fantasy in Two Acts, Fernand Noziere
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Adam conseguia pensar numa infinidade de palavrões em francês, que ficaram entalados na garganta ao sentir a movimentação da moça. Não parecia mais devaneio, o corpo de Belle no seu—ao mesmo tempo em que só poderia sê-lo. Pois em que universo Adam Dubois de fato tinha as coisas com as quais sonhava? Sonhava. Céus, como sonhava. Nas noites escuras no castelo, quando o único som era o dos múrmurios dos ventos nos corredores antigos, quando ela estava tão distante em seu quarto, e ele no dele, sonhando de olhos abertos, imaginando coisas tão indizíveis e proibidas, coisas que ela certamente não teria como retribuir jamais, porque o arranjo no qual se encontravam... céus. O atormentava. O calor da pele dela, o perfume, uma única mecha de cabelo escorrendo pelos ombros e descansando sobre os seios. O bater de suas pestanas, o único cílio no alto das bochechas coradas. À la folie. Belle. Belle. Belle. Sussurrara tantas vezes em seus sonhos. E talvez sussurrasse agora. Ele se deixou levar naquele sonho, sabendo que em breve algo o acordaria, tocando em sua cintura e deslizando as mãos por seu corpo, suas costas, seu pescoço, entrelaçando os dedos por entre suas madeixas e ansiando por ela como... como... como se fosse o ar que ele sequer respirava. O dedo dela encontrou os lábios dele, e ele soube que estava tão próximo de os selar com um beijo. Adam soltou um arfar incrédulo, abrindo os olhos para se deparar com os dela—tão repletos de desejo inconsumado. "Impossible," ele disse, balançando a cabeça. "C'est folie." Loucura. Loucura! Mas Adam era um homem. Tão pouco diferente de uma fera. Então ele a beijou, segurando sua face delicadamente na dele, os polegares acariciando suas bochechas, tão macias e tão eletrizantes. Ela tinha um gosto doce, que ele não sabia se poderia atribuir inteiramente ao abacaxi. Carregava ondas por todo seu corpo. Como era possível sentir tanta falta de algo que mal tivera? Um beijo... um beijo. Nada simples. Nada fácil. Porque ele sentia, com todo seu ser, que não poderia deixá-la ir nunca mais. Que seus lábios pertenciam ali. Juntos. Para a eternidade.
Folie. Folie.
Seu peito se aqueceu com os elogios da moça. Tão recorrentes eram, direcionados a ele, que por vezes se perguntava se seriam reais, se não seria a maldição da servitude fazendo com que ela o elogiasse mais que qualquer um em toda sua vida, que parecesse que ela de fato gostasse dele e de sua companhia e das coisas que fazia. Mas a verdade, pura e simplesmente, era que ela era doce e calorosa e eternamente paciente com ele. Como ninguém jamais fora—nem seus próprios pais.
"Sim... é fascinante." Adam sentia um prazer imensurável, quase erótico, ao vê-la levar a rodela da fruta tropical aos lábios. Avermelhados, preocupados em não fazer tanta bagunça. A expressão dela era de uma plenitude tão grande que Adam quase não quis experimentar o abacaxi—poderia somente observá-la, e deliciar-se em seu prazer sem nunca senti-lo de fato. Teve de piscar diversas vezes para se livrar do transe que tomava cada pedaço de seu cérebro, que incendiava seu corpo numa onda secreta, embora não tão oculta. Viu o suco da fruta escorrer por entre os lábios dela, apesar de seus esforços para ser delicada, pingando no queixo e nas mãos e até mesmo escorrendo delicadamente pelo pescoço, como uma veia. Céus. Céus. Mon dieu. "Um-eu, uh... lenço?" Limpou a garganta, colocando sua própria fatia do abacaxi, quase intocada, de volta na bandeja. Precisava encontrar suas palavras. Olhou ao redor, não vendo nenhum. Lenço. Lenço. Ela estava tão próxima, seu pescoço estava tão próximo, e o próximo passo parecia tão inevitável, tão certo. "C'est pas necessaire." Disse. Às vezes, Adam tinha certeza que não sabia como se comportar como um humano novamente, que seus instintos bestiais se apoderavam dele, e que precisava colocar rédeas na fera incontrolável. E poderia muito bem culpá-los, mais tarde. Porque levou os lábios ao pescoço de Belle, provando a gota do suco, limpando-a da pele pálida e quente da moça, deixando que sua língua deslizasse pelo pescoço dela, até seu queixo. Tinha os olhos fixos nela quando se afastou brevemente. O que estava fazendo? Uma vozinha lhe perguntou. Mas tudo que saiu de seus lábios, que ainda formigavam, e da língua, ainda doce, foi: "Melhor?"
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"Não vê? Eu sou um deles." Ele disse, amargamente. "Eu nunca quis meu título." Ele disse, então ponderou. "Bom, talvez eu quisesse por um tempo." O título que sempre pertencera ao irmão, e então a ele, mas contra a vontade do pai. Não podia mentir para o próprio coração— por um tempo, quisera tanto ser rei, só para que o pai sentisse o gosto daquilo que tanto lhe trazia desprazer. "E você?"
Adam revirou os olhos. "Nem tão importantes quanto eles acreditam ser, nem quanto querem aparentar." Adam disse, um tanto ranzinza, para a pessoa que murmurava ao seu lado. "Está tudo na sua cabeça, no título ao qual tanto se apegam. Acredite em mim." Eu sou um rei, pensou. Dizê-lo, tão perto do atual rei de Tão Tão Distante, não parecia uma boa ideia.
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Adam revirou os olhos. "Nem tão importantes quanto eles acreditam ser, nem quanto querem aparentar." Adam disse, um tanto ranzinza, para a pessoa que murmurava ao seu lado. "Está tudo na sua cabeça, no título ao qual tanto se apegam. Acredite em mim." Eu sou um rei, pensou. Dizê-lo, tão perto do atual rei de Tão Tão Distante, não parecia uma boa ideia.
Os olhos de Kitty analisavam completamente o perímetro. Tinha guardas por toda parte, mas isso ela não se preocupava - estava bem equipada e protegida por algumas horas com a poção. Um garçom logo passou a sua frente, ao que ela rapidamente pegou uma taça do champagne. "Muita gente importante." Murmurou baixo, mais para si que para qualquer pessoa, bebericando o líquido.
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"Ainda tenho alguns pelos no meu focinho, se contar pra alguma coisa." Adam levou a mão à barba que mantinha no rosto, aparada quase todas as manhãs, um equilíbrio entre fera e homem. E Belle dissera certa vez que gostava. "Tem coisas mais estranhas, suponho." Pensou na trajetória do bichano. "Felinos tendem a não gostar de mim. Cães gostam um pouco demais. É difícil encontrar um equilíbrio." Deu de ombros. Então se retesou na menção a Belle. "...Belle. Só Belle. Não acho que tenhamos títulos." Sentia a pele fumegar. Então disse com desgosto: "Escrava, serva, talvez sejam sinônimos apropriados..."
Aquela era uma das poucas ocasiões que Fiona se vestia para ocasião. Só para causar aquele sentimento familiar nos habitantes que a tinham rejeitado quando criança. "Se não é a minha fera preferida. Bom ver esse focinho sem pêlos, para variar." Tocou a própria taça na dela, a mão puxando o pesado vestido para ficar ao lado do homem. "O gato? Ah sim, feliz em comunicar que ele saiu dos meus cuidados e ganhou o mundo. Perdeu uns quilinhos, arrumou uma gatinha e está por aí... Fazendo o serviço- Bom, eu acho que tenha voltado para os velhos hábitos." E Fiona Ogra não tinha dado grandes exemplos de seguir a lei na frente do bichano. "E a sua... Posso chamar Belle de quê?"
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001 ⸻ local: pista de dança encantada
"Eu? Dançar?" Adam olhou para a pista com escárnio, e então para as próprias pernas e a bengala de madeira na qual se apoiava. "Me escutou errado; eu não danço. Obviamente." Disse, talvez um pouco ríspido. "Estava apontando para o animal na pista de dança. Quem trouxe um gato pra uma cerimônia assim? Parece prestes a ser pisoteado."
𝙊𝙋𝙀𝙉 𝙎𝙏𝘼𝙍𝙏𝙀𝙍
001 ⸻ local: pista de dança encantada
— Dançar? Eu? — Perguntou evidentemente confuso ao perceber que MUSE estava apontando para ele e fazendo sinal em direção a pista de dança. Hércules tinha certeza que aquilo era um engano, mas ao olhar para o redor constatou que não havia mais ninguém perto dele. — Garanto que você está bem melhor sem mim, sou um péssimo parceiro de dança.
002 ⸻ local: cerimônia de casamento no altar encantado
Faltando alguns minutos para a cerimônia começar, Hércules correu para sentar-se em seu lugar. — Me desculpe, me desculpe, me desculpe — murmurou enquanto ia passando pelas fileiras; andar em um espaço tão apertado era um desafio para alguém como Hércules. Não bastava ser desajeitado, também não tinha um controle muito bom de sua força. Assim que encontrou um lugar para sentar, respirou aliviado e virou para MUSE, que estava sentado ao seu lado, na tentativa de puxar uma conversa. — Pelo visto todos estão bastante empolgados com esse casamento, ainda mais levando em consideração a magnitude dessa cerimônia.
Se preferir um starter fechado com o Hércules responda: ⚡ + @ do char
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❛ spare me the ‘i’ve come to slay you’ speech and let’s get on with it. ❜
"Get on with it like what? I mean...I no stranger in a man's bed. I don't like the idea of share Belle, but if it is somenthing that she wants..." I'll give it to her.
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Seu peito se aqueceu com os elogios da moça. Tão recorrentes eram, direcionados a ele, que por vezes se perguntava se seriam reais, se não seria a maldição da servitude fazendo com que ela o elogiasse mais que qualquer um em toda sua vida, que parecesse que ela de fato gostasse dele e de sua companhia e das coisas que fazia. Mas a verdade, pura e simplesmente, era que ela era doce e calorosa e eternamente paciente com ele. Como ninguém jamais fora—nem seus próprios pais.
"Sim... é fascinante." Adam sentia um prazer imensurável, quase erótico, ao vê-la levar a rodela da fruta tropical aos lábios. Avermelhados, preocupados em não fazer tanta bagunça. A expressão dela era de uma plenitude tão grande que Adam quase não quis experimentar o abacaxi—poderia somente observá-la, e deliciar-se em seu prazer sem nunca senti-lo de fato. Teve de piscar diversas vezes para se livrar do transe que tomava cada pedaço de seu cérebro, que incendiava seu corpo numa onda secreta, embora não tão oculta. Viu o suco da fruta escorrer por entre os lábios dela, apesar de seus esforços para ser delicada, pingando no queixo e nas mãos e até mesmo escorrendo delicadamente pelo pescoço, como uma veia. Céus. Céus. Mon dieu. "Um-eu, uh... lenço?" Limpou a garganta, colocando sua própria fatia do abacaxi, quase intocada, de volta na bandeja. Precisava encontrar suas palavras. Olhou ao redor, não vendo nenhum. Lenço. Lenço. Ela estava tão próxima, seu pescoço estava tão próximo, e o próximo passo parecia tão inevitável, tão certo. "C'est pas necessaire." Disse. Às vezes, Adam tinha certeza que não sabia como se comportar como um humano novamente, que seus instintos bestiais se apoderavam dele, e que precisava colocar rédeas na fera incontrolável. E poderia muito bem culpá-los, mais tarde. Porque levou os lábios ao pescoço de Belle, provando a gota do suco, limpando-a da pele pálida e quente da moça, deixando que sua língua deslizasse pelo pescoço dela, até seu queixo. Tinha os olhos fixos nela quando se afastou brevemente. O que estava fazendo? Uma vozinha lhe perguntou. Mas tudo que saiu de seus lábios, que ainda formigavam, e da língua, ainda doce, foi: "Melhor?"
"É um livro. Juro, é só um livro. Não precisa se preocupar tanto." O próprio livro da sua vida, nem começado e longe de encontrar um fim aparente. Uma história não escrita, tempo usado para enrolar a protagonista que não tinha dado o primeiro passo. E o pingente entre os seios, a pequena pétala avermelhada, lembrando-a o porquê de ainda está num período de criação infinito. Porém, o que era aquilo quando virava o rosto e tinha Adam? Seu sorriso oculto parecendo brilhar sob a luz das janelas da biblioteca. O brilho nos olhos castanhos combinando com a entonação de aquecer o mais frio dos ambientes. Belle percebia a diferença, o modo como se comportava diariamente com aquele pequenos momentos. únicos, delicados e tão efêmeros que a garota não atrevia-se na respiração ruidosa. Seu sorriso crescendo, a cabeça concordando, e os dedinhos do pé contorcendo numa ponta. Ah... O adjetivo fugia, impróprio para sequer ser dito em voz alta. "É fascinante ver algo tão pequeno, que se perdia na palma da mão, sair debaixo da terra em uma criação completamente nova... Ah, Adam, meus parabéns! Ele cresceu maravilhoso sob seus cuidados." E tal fruto abria-se em frente expondo a carne amarelada por dentro. Belle abriu o espaço prometido na mesinha, ajudando-o no tirar da coroa e das bordas. Empilhando as fatias extras no prato limpo, os dedos sujando-se do líquido açucarado. "Você não vai." Pegou a própria e tocou a dele num brinde improvisado. Com cuidado, deu a primeira mordida, e quase sofreu junto. Doce, doce demais, enchendo a boca e escorrendo pelo canto. Belle tentou afastar os fios rebeldes do cabelo com o dedo para que não melassem, mas... Os ombros agitavam com a risada contida, seguravam-na para mais uma mordida. E mais outra. Desesperada em terminar tudo antes que ficasse ainda mais suja. "Incrível!" Elogiou, a voz exaltada carregando o próprio divertimento. Belle inclinou-se para sempre, alongando o pescoço para o rastro da gota demorasse a chegar nas roupas. "Não teria um lenço consigo, teria? Adam?"
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starter para @dragnoess no grupo de apoio às ex-criaturas
O conceito de tudo aquilo era um tanto quanto estranho a Adam. Sinceramente, ele precisava de uma pausa. Sentimentos são fáceis de lidar, alguém certa vez lhe dissera. Essa pessoa não fazia ideia do que estava falando. Eram impossíveis. Olhou, à distância, para as outras pessoas do Grupo de Apoio às Ex-Criaturas, o GAEC, e a reunião quinzenal. "Será que em algum momento ser humano fica mais... fácil?" Ele perguntou para a pessoa que também se afastara. "Às vezes me pergunto se ser uma besta não era muito melhor."
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Adam tentou se desvencilhar dos cães que o perseguiam já há várias ruas. O que começara com um único vira-lata caramelo tornara-se uma matilha de uns vinte, cheirando seu calcanhar e tentando escalar suas pernas. Cães gostavam dele, mas gostavam mais ainda do pacote que carregava: um grande peru assado nos braços. "Saiam!" Tentou protestar em voz baixa. "O peru é pra Belle. Amanhã eu prometo que lhes trarei outro." Foi surpreendido pela surpresa de uma outra pessoa que presenciava a cena. "Eu... Não estou disputando um peru com os cães da cidade." Afirmou, nervoso. "E não converso com cães. Eles não me entendem. Não mais que a você."
🎀 ──’ Vez ou outra, com seu jeitinho adorável, Wendy conseguia escapar de suas funções dentro do navio e passear um pouco pela cidade, e naquele começo de noite, a garota perambulava pelas ruas que pareciam estar mais vazias do que o normal, o que a deixou ainda mais curiosa sobre isso. Estava se aproximando do terreno em que o parque de diversões seria instalo, e quando virou a esquina se deparou com uma cena um tanto.... peculiar. "Oh! Mas o que?"
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ASKGAME
ask do @adamafera aberta. Deixem like aqui para perguntas!
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"Oh... mademoiselle." Que espírito fascinante, ela tinha. Que adorável criatura, que se emocionava tão profundamente com as palavras dos livros que lia, com as histórias de ficção que conseguia transformar em imagens em sua cabeça e sentimentos no coração. Não que Adam não fosse um grande leitor ---de fato o era, e passara tanto tempo naquela biblioteca antes da chegada de Belle que o formato de sua bunda ainda estava numa das velhas poltronas em algum lugar, mas havia algo de diferente nas inferências dela. Ela via não só imagens, personagens. Ela se colocava na história de modo que raras vezes ele conseguira. "Muito me aflige vê-la assim. Mas se diz que é por um livro, devo entender. Suas recomendações nunca falham." Ele sorriu carinhosamente para ela, sua expressão mudando de preocupação para maravilha ao ver seu semblante mudar com a visão do abacaxi. "Ele mesmo. Não é fenomenal?" Ergueu a fruta orgulhosamente. Então engatou num discurso que veio direto do coração, "Sabe, penso que poucas coisas são tão deslumbrantes quanto isso. O cultivo. Ter nas mãos sujas de terra uma simples muda, que cresce e se desenvolve diante dos seus próprios olhos e enfim... Não é magia, e sim uma mecânica invisível que, afinal, impera sobre tudo e todos, não? Mas sobre a qual ainda temos controle em ocasiões como esta." Ah, e como ele desejava que tudo fosse parte daquela mecânica universal, e não da magia. Abaixou os olhos, ligeiramente constrangido pela própria explosão de empolgação. "Não posso negá-la esse pequeno presente." Adam sorriu, como seu diligente servo, e mancou pesadamente até a poltrona que ela ocupara. Ele teve de se distrair da proximidade em que estava da moça, tanta que conseguia sentir seu perfume---tão melhor que o de qualquer rosa do vasto jardim. Adam se concentrou no abacaxi em suas mãos e na faca quando o cortou em rodelas, pois decerto perderia um dedo em vez de somente a cabeça, avoado com pensamentos indignos como estava. "Espero não decepcioná-la." Disse. E não somente com o abacaxi, completou mentalmente.
E Adam se aproximava. Belle sequer o culpava àquela altura, afinal, não tinha falado com força e projeção o suficiente para a voz alcançá-lo. A tapeçaria e os milhares de livros engolindo sua voz, a janela logo à frente refletindo sua figura que ficava maior e mais presente. Ansiedade colocando o coração batendo forte e apertado dentro das costelas. Por quê? O choro parecia piorar e não tinha mangas compridas o suficiente para fazer um trabalho decente. Belle arriscou uma olhadinha para trás, só para ver a distância, e deu de cara com o pior resultado. Adam. Não tinha como inventar uma desculpa agora. Cheia de pudor, a mulher pegou a primeira camada do vestido e pressionou contra o rosto, enxugando-o e graças a Deus não voltando mais a chorar. "Não foi nada, senhor Du-" Por favor, me chame de Adam. A lembrança daquele dia, quando ele ainda era muito maior do que si - e coberto de pelos. "Adam." Seu nome fazia cócegas na boca, colocava um sorrisinho discreto nos lábios de Belle. Fechou o livro com o fundo virado para cima e o empurrou para a lateral da poltrona preferida, com a capa ainda coberta. "Como era de se esperar, choro por mais um livro que me transmite as mais singelas emoções. Um romance como qualquer outro, mas diferente do que jamais se viu. De-deixe-me terminá-lo antes de mostrar, quero dar todas as recomendações." Lá estava ele, de novo, o intruso dentro dos pensamentos sussurrando que era errado esconder de seu mestre. De que satisfações deveriam ser dadas. Belle, não querendo dar chance para o azar, fez seu olhar avaliá-lo por completo. Homem e fera, sobrepostas, ainda capazes de tirar seu fôlego. "Isso é um abacaxi?" Primeiro estranheza, depois nostalgia e, por fim, uma realização que a fez sorrir de orelha a orelha. "É o abacaxi que você me mostrou em outra noite? O que tinha o tamanho... Do meu punho fechado? Adam, ele está enorme! E lindo!" Levantou num pulo, as saias rodopiando quando corria para a mesinha com rodinhas, usada para levar seu desjejum e chá da tarde quando estava inspirada na leitura. "Tenho alguns pratos que eu trouxe mais cedo. Só bolinhos e bolachas, nenhum farelo!" Porque ela achava ter visto algo para cortar na sua análise rápida e... Ele tinha vindo ali por ela, não tinha? "É isso que pode fazer, corte para nós. Pode sentar na poltrona. Por favor, sente. Sente! Eu empurro a mesinha para perto! E eu posso me sentar no encosto do braço." E ela já o fazia ao se empoleira no braço e ajustar o carrinho na posição certa, para, assim, empurrar na frente de Adam.
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starter para @enfionecida
"O que é isso? O encontro do clube dos confinados em torres pelos pais?" Adam riu, sardonicamente, e voltou seus olhos para o conteúdo da taça de vinho. "Sempre um prazer vê-la, Lady Fiona. Como vai seu gato?"
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STARTER CALL
um like, um starter
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Objeto: la rose
a flor que selou sua maldição, e que após ter sido quebrada por @belledoslivros, transformou-se numa bela roseira que Adam mantém com tanto zelo e carinho no jardim do palacete.
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"...isso." Adam gesticulou com impaciência. "Ser você." Gaston o irritava muito mais que o costume naquele dia. Aquele rosto patético lembrando-o do quão indesejável era a Belle, mesmo agora, em sua forma humana. Em matérias de físico e aparência, não podiam competir jamais. Belle sonhava com aventuras dos livros, grandes gestos, heróis altivos e belos e confiantes que lutariam com feras pelo seu coração. Uma imagem tão mais adequada a Gaston. Belo, forte, solícito. Naquela história, Adam era a fera. E embora agora se parecesse com um homem de verdade, estava ainda tão longe de atingir os padrões deles. Seu próprio pai preferira-o como monstro à forma fraca que tinha como humano. Era um problema. Belle certamente via isso, embora fosse educada demais para admiti-lo. Tinha um fraco pelos necessitados. Se Gaston tivesse meio cérebro, não haveria dúvidas sobre quem ela escolheria, haveria? Aquilo o afetava mais do que gostaria de admitir. "Acho que você tem algum problema com a minha cara, Gaston. É só o que sabe falar. Amassada, assustada.... consegue pensar em mais algum adjetivo?" Adam falou, irritadiço. "Bom... Eu tenho um castelo. Seu problema é nunca pensar além dessas fronteiras." Ele disse. "Mas estou perfeitamente contente aqui. Dentro da minha livraria. Onde trabalho todos os dias. Com Belle."
"Fazer o que?" Gaston nunca havia sido dos mais espertos, e nem mesmo se esforçava para isso, afinal, tudo que ele conquistava foi com seu esforço físico. Muitos gostavam de caçoar, mas Gaston realmente havia trabalhado sua vida inteira para chegar naquele patamar. Havia feito dietas exclusivas para o ganho de massa, havia sempre conquistado a todos da cidade para ser respeitado e colocado seu dinheiro em lugares que rendiam bom lucro. Ele não era um letrado como Adam, mas ele certamente tinha o seu valor, e era isso que o chamava tanto atenção em Belle, pois ela queria mais dele. Não era o suficiente, e ele sempre havia sido suficiente para os outros. Poder se desafiar, poder ter novas metas, isso era parte de um relacionamento. Fazia com que ambas as partes crescessem. "Não me admira que ela não quisesse sua presença para o chá. Capaz de ele amargar com sua cara amassada." Gaston realmente não tinha papas nas línguas em reconhecer as situações. "O que há de errado nessa nossa tão bela cidade? Não há pessoas o suficiente para você assombrar? Ou não tem um castelo enorme para esconder a cara assustada?"
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