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Quero entregar-me ao ventre do mundo, deixar que a natureza reclame o que sempre foi dela. Sob o céu pálido, sem testemunhas, eu deito meu corpo, oferecendo-me como seiva da terra.
Que venham os lobos, que rasguem minha carne sem piedade, levando embora o peso que carrego. Que os ursos avancem, com sua fúria primordial, despedaçando os restos de minha humanidade, reduzindo-me ao essencial.
Os abutres, escultores de ossos, hão de encontrar meu esqueleto exposto, e triturá-lo, espalhando-me ao vento, como poeira que fertiliza.
Pois o que quero não é o fim, mas a transformação. Que meu sangue alimente raízes, que de meu peito nasça uma árvore robusta, seus galhos estendendo-se como braços, abraçando o céu e a vida que dele vem.
E sob minha sombra, que os lobos repousem, que os ursos sonhem em paz, e os abutres encontrem um lar nos galhos de onde outrora brotaram suas presas.
Quero morrer para viver, não como homem, mas como parte do todo: uma oferenda ao ciclo eterno do qual nunca realmente escapei.
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No final, resta o vazio, um eco de um "talvez" que nunca gritei. E mesmo assim, no silêncio que me sufoca, ainda desejo o que minha mente pro��be: um amor que me convença a resistir a mim mesmo.
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Um véu invisível, uma sombra que não se dissipa,
habitante silenciosa da infância,
semeando dúvidas em terras inocentes.
As risadas ecoam vazias,
não para o mundo, mas para mim mesmo,
como ecos em um deserto interno
onde ninguém nunca chega.
Os rostos ao redor são formas sem nome,
relacionamentos como fios frágeis,
prontos para se romper ao menor toque.
E eu, encolhido na minha fortaleza,
temendo expor a fragilidade de ser.
A vida é um palco de máscaras perfeitas,
e eu, ator relutante,
ensaiando sorrisos que não aquecem,
palavras que não aliviam.
O amor, essa ideia distante,
me escapa como areia entre os dedos,
deixando apenas o peso de uma culpa
que não sei explicar,
uma tristeza que não sei consolar.
Procuro sentido nos dias,
mas encontro apenas o mesmo vazio,
como ondas que vêm e vão
sem nunca tocar o fundo.
E, ainda assim, aqui estou,
respirando entre a dor e o silêncio,
esperando que, talvez,
um dia,
haja mais do que sombras à espreita.
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Why are you always here, lingering close? When I fade, you're the one who stays. Why?
I’m the quiet after the noise, The space where your thoughts rest. When all else is lost, I hold you together.
But why do I find comfort in your presence? Is it relief or just another form of pain? Why do you feel like my truest companion?
I reflect your deepest truths, Offering a place to simply be. In me, you confront yourself, without pretense.
So I return, even when I don’t understand, Finding solace in your embrace, Searching for light.
I’m here to guide, not to bind, In your sadness, there’s quiet strength, A place where you can just exist.
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그녀
매일 밤 나는 같은 꿈을 꾸고 창백한 피부의 소녀, 긴 검은 머리, 그녀가 나한테 원하는 건 뭘까? 매일 밤 그녀와 이야기를 해야 하는데, 그녀는 아무 말도 하지 않는다. 그녀는 나의 갑작스런 움직임에 깜짝 놀라 사슴처럼 갈색 눈으로 나를 바라볼 뿐이지만 결코 떠나지 않는다. 오늘 밤에 다시 오세요
당신을 사랑해요.
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March 9th
Will the birds serenade me in this place, or will their songs fall silent? Will the sun continue to rise and set with me still breathing, or will it carry on without me? I wish I had been more radiant, more joyous, but that was not my fate. As my body decays, the trees will keep growing, and the days will endlessly march forward. If reincarnation is indeed a truth, I yearn to return as a cat, beloved by my dear friend, or perhaps as a delicate butterfly. In time, the tears of those who once held me dear will dry, I hope. Do not weep for me endlessly—live the life I could not. I am at peace now, I’m sorry for departing in this way.
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I long to transform into a tree, the very notion of being born as a quasi-immortal entity is enchanting. Envision the heights I could achieve, the myriad of tiny creatures that would find sanctuary within my hollow form. Perhaps I might even bear fruit. All this while remaining tethered to my essence, my origin—the Earth. She grants me life and strength, and as time unfurls, my roots delve deeper into her, forming a primordial bond. Can you fathom the sensation of witnessing the eternal dance of life and death? I would be profoundly honored if any creature, in its final moments, chose to repose beneath the shelter of my leaves, exhaling its last breath. It would be as though I were a hallowed haven, a sacred sanctuary for every soul in nature that finds rest upon me before journeying into eternity. These are my reveries of what it would be like to embody a tree. I fervently hope to one day realize this wish.
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